Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 1 PROTOCOLO DE Fitoterapia SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE LONDRINA - 2006 1ª EDIÇÃO 1 Protocolo Fitoterapia 2 22/02/07 09:28 Page 2 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 3 PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA Prefeito Nedson Luiz Micheleti SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE Secretário Sílvio Fernandes da Silva 2001–Junho/2006 Josemari S. de Arruda Campos Julho/2006 DIRETORIA DE AÇÕES EM SAÚDE Diretor Brígida Gimenez de Carvalho 2001 – 2005 Marcelo Viana de Castro Jan/2005 – Junho/2006 Sonia Regina Nery Julho/2006 PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Coordenador Marilda Kohatsu 3 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 4 Produção, distribuição e informações: SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE LONDRINA Superintendência Municipal: Josemari S. de Arruda Diretoria de Ações em Saúde: Sonia Regina Nery Endereço: Rua Jorge Casoni, 2350. CEP: 86010-250 Telefone (43)3376-1800 FAX (43)3376-1804 E-mail: [email protected] Site: www.londrina.pr.gov.br/saude 1ª Edição. 2006 Marcelo Ribeiro Máximo - Artes Gráficas/Informática/AMS/PML Visualitá Programação Visual CAPA/CONTRACAPA: PROJETO GRÁFICO: CATALOGAÇÃO: Sueli Alves da Silva CRB 9/1040 L838s LONDRINA. Prefeitura do Município. Autarquia Municipal de Saúde. Fitoterapia: protocolo/. Prefeitura do Município. Autarquia Municipal de Saúde-- 1. ed.-- Londrina, PR: [s.n], 2006. 89 p. : il. color.-Vários colaboradores. Bibliografia. 1-Fitoterapia – protocolo. 2. Saúde coletiva – Londrina. I. Autor. CDU 616.89(816.22) 4 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 5 EQUIPE RESPONSÁVEL AUTORES Rui Cepil Diniz Médico Fitoterapia US Warta Sônia Hutul Silva Enfermeira Enfermagem do Trabalho DSA CONSULTORA Maria Emi Shimazaki 5 Protocolo Fitoterapia 6 22/02/07 09:28 Page 6 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 7 APRESENTAÇÃO O estabelecimento da missão da Autarquia Municipal de Saúde pressupõe a promoção da saúde e qualidade de vida da população, por meio de ações integrais e intersetoriais, confere centralidade à política de qualidade como um dos maiores desafios a serem alcançados. Acredita-se que o alcance desse objetivo envolva a ampliação da satisfação dos usuários com os serviços. Entretanto, na área pública, o conceito de qualidade deve ser ampliado à aplicação dos recursos públicos de forma eficiente, eficaz e efetiva. É neste contexto que se insere a utilização adequada da tecnologia disponível, visando ao aprimoramento da qualidade técnico-científica, sendo a proposição de protocolos uma das ferramentas fundamentais neste processo. Os protocolos, sob a forma de uma documentação sistematizada, normatizam o padrão de atendimento à saúde. Na rede municipal de saúde de Londrina, sentiu-se a necessidade de um instrumento que orientasse a atuação, estabelecendo fluxos integrados na rede de assistência e medidas de suporte, definindo competência e responsabilidade dos serviços, das equipes e dos diversos profissionais que compõem as Equipes de saúde da família. Para a elaboração desses protocolos, foram identificadas as principais demandas para atenção primária à saúde e instituídos grupos-tarefa para a elaboração dos mesmos. As áreas priorizadas foram: Livro 1 – Saúde da Criança Livro 2 – Saúde da Mulher - Protocolo de atenção integral à gestante de baixo risco e puérpera; - Protocolo de detecção e controle do câncer de colo de útero e de mama; - Protocolo de Planejamento familiar. Livro 3 – Saúde do Adulto - Protocolo de Hipertensão Arterial; - Protocolo de Diabetes Mellitus; - Protocolo de Dislipidemias Livro 4 – Fitoterapia Livro 5 – Cuidados de Enfermagem Livro 6 – Asma Livro 7 - Imunização Sendo assim, espera-se que na continuidade do empenho do grupo tarefa na produção deste material, ocorra a incorporação pelos atores no cotidiano da gestão clínica do cuidado, a se traduzir na melhoria das condições de saúde e de vida das populações sob nossa responsabilidade. 7 Protocolo Fitoterapia 8 22/02/07 09:28 Page 8 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 9 AGRADECIMENTOS Este protocolo é resultado de um trabalho desenvolvido ao longo dos últimos dois anos no município de Londrina. Vários profissionais participaram em diferentes momentos deste processo, colaborando com sua experiência e conhecimento. Agradecemos a todos os profissionais que colaboraram, em especial à Enfermeira Brígida Gimenez Carvalho pelo seu empenho e determinação enquanto Diretora da DAS, na realização deste material técnico-científico 9 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 13 1. A FITOMEDICINA 1.1 O Histórico 15 1.2 As Justificativas 15 1.3 A Fitoterapia x a Homeopatia 17 1.4 As Transformações das Plantas Medicinais 17 1.5 Os Princípios Ativos Vegetais 20 2. AS PLANTAS MEDICINAIS 2.1 Algumas Plantas: Indicações e Formas de uso 2.2 As Plantas Contra-indicadas Durante 2.3 a Gravidez e Lactação 26 Os Cuidados com os Fitoterápicos 28 3. O PROGRAMA MUNICIPAL 3.1 21 DE FITOTERAPIA A Operacionalização 29 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 10 4.1 Própolis Gel 30 4.2 Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia) 32 4.3 Ginkgo biloba (Ginkgo biloba) 34 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 11 4.4 Isoflavona de soja (Glycine max) 37 4.5 Guaco (Mikania glomerata) 40 4.6 Malva (Malva sylvestris) 42 4.7 Pfaffia (Pfaffia sp) 44 4.8 Sene (Cassia angustifolia) 46 4.9 Valeriana (Valeriana officinalis) 48 4.10 Calêndula (Calêndula officinalis) 50 4.11 Funcho (Foeniculum vulgare) 52 4.12 Arnica (Solidago microglossa) 54 4.13 Papaína (Carica papaya) 55 4.14 Confrei (Symphitum officinale) 57 4.15 Cavalinha (Equisetum arvense) 58 4.16 Camomila (Matricária recutita) 60 4.17 Castanha da Índia (Aesculus hippocastanum) 61 4.18 Fucus (fucus vesiculosus) 63 4.19 Fucus – Valeriana – Cavalinha 64 4.20 Quebra pedra (Phyllantus niruri) 65 4.21 Hipérico (Hypericum perforatum) 66 4.22 Capim Limão (Cymbopogon citratus) 69 4.23 Tansagem (Plantago major) 71 4.24 Alho (Allium sativum) 73 4.25 Passiflora (Passiflora alata) 75 5. CHÁS 78 ANEXO 86 Bibliografia 88 11 Protocolo Fitoterapia 12 22/02/07 09:28 Page 12 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Page 13 INTRODUÇÃO O alto custo financeiro e o elevado número de efeitos colaterais dos medicamentos de síntese têm nos levado a adotar uma medicina mais racional, onde as orientações gerais (dietéticas, exercícios físicos, técnicas de relaxamento, qualidade de vida, etc.) e as terapêuticas menos agressivas, vem ocupando cada vez mais espaço nas prescrições médicas. O grande avanço da medicina não levou a uma redução tão grande assim da morbi-mortalidade em geral. Percebe-se que o que mudou foi o perfil do doente e da doença, e não a quantidade ou a gravidade destes ou daqueles. O número de consultas e o número de doentes aumentam a cada dia, motivado por uma medicina pouco eficaz, onde o ser humano é subdividido em partes, o processo saúde doença não é muitas vezes sequer lembrado pelo médico assistente, e os interesses econômicos se sobressaem, fazendo com que todos nós, profissionais e usuários, busquemos soluções mágicas, onde um medicamento ou procedimento, por si só, seja o suficiente para resolver todos os nossos males. O ser humano e sua saúde são a somatória de fatores genéticos e ambientais. Por enquanto, ainda não podemos solucionar nossos problemas genéticos. Quanto aos ambientais, apesar de nossa resistência em aceitar determinadas mudanças, é o que nos resta corrigir, para que atinjamos a tão sonhada saúde, que não se trata apenas da ausência de doenças aparentes, mas de um estado pleno de bem estar físico, mental, psico-social e espiritual. Temos na fitomedicina, uma ponte entre a alopatia e os métodos naturais de tratamento, onde os fitocomplexos entram em substituição ou complementação dos medicamentos de síntese e dos procedimentos técnico-cirúrgicos, usando produtos menos agressivos, mais fisiológicos e de menor custo, com eficácia comparável aos medicamentos de síntese, e com menor incidência de efeitos colaterais. Não pretendemos que a fitomedicina venha como solução mágica, e muito menos desejamos desprezar a alopatia e todos os demais progressos da medicina em todos estes anos, e sim, acrescentar para os profissionais de saúde, mais esta forma de tratamento, antiga, porém atual, acessível, eficaz e naturalmente adequada. 13 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:28 Protocolo de Fitoterapia - 1. A FITOMEDICINA 14 Page 14 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 15 Protocolo de Fitoterapia 1. A FITOMEDICINA 1.1 O HISTÓRICO A Fitoterapia está entre as formas mais antigas de medicina, tendo o primeiro registro conhecido o “Pent Sao”, texto botânico-medicinal chinês, datado do ano de 2.800 a.C. O registro ocidental mais antigo é o papiro de Ebers, encontrado no Egito, do ano de 1.700 a.C. Hipócrates, que viveu nos séculos IV e III a.C., já falava sobre o uso correto das plantas. Dioscórides-em seu tratado “Matéria Médica” - cita 600 plantas medicinais de uso corrente na época. Na idade média, a fitoterapia, assim como toda a ciência, sofreu um processo de estagnação, tendo-se perdido muito da cultura popular e científica. No Renascimento, com o aparecimento dos alquimistas e a descoberta das Américas com seus Xamãs indígenas, houve também o “renascimento” da fitoterapia e outras práticas médicas. No período pós-revolução industrial, com o início da indústria de síntese, a fitoterapia passa a ser relegada a um plano secundário. Ressurge no final do século passado, com o nome de Fitomedicina, que traz para a clínica, o uso tradicional de plantas medicinais. 1.2 AS JUSTIFICATIVAS A Lei 8.080/90, em seu artigo 6º, estabelece como campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), a “formulação da política de medicamentos (...) de interesse para a saúde (...)”. O seu propósito é o de garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Segundo dados da OMS, 80% da população dos países em desenvolvimento utiliza-se de práticas tradicionais na Atenção Primária e, desse total, 85% usa plantas medicinais ou preparações à base de plantas. O uso de medicamentos fitoterápicos com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico, passou a ser oficialmente reconhecido pela OMS em 1978, que recomendou a difusão, em nível mundial, dos conhecimentos necessários para o seu uso. 15 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 16 Protocolo de Fitoterapia - 1. A FITOMEDICINA O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido de fortalecer a fitoterapia no SUS, uma vez que, depois da década de 80, diversas resoluções, portarias e relatórios foram elaborados com ênfase na questão das plantas medicinais. Dentre os quais podemos citar: - A Portaria nº 212 de 11 de setembro de 1981, do Ministério da Saúde, que no item 2.4.3 define o estudo das plantas medicinais como uma das prioridades de investigação clínica; 1986, o relatório final da 8a. Conferência Nacional de Saúde, Brasília – DF (Tema 02, item 03, letra a) refere: “introdução de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de saúde, possibilitando ao usuário o acesso democrático de escolher a terapêutica preferida”; - 1987, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial – ONUDI, (Item 1-d) propõe: “incluir a utilização de medicamentos fitoterápicos no Sistema Nacional de Assistência à Saúde, assim como educação e capacitação em saúde em nível nacional”; 1988, a resolução nº 08/88 - CIPLAN (Comissão interministerial de planejamento), regulamenta a implantação da fitoterapia nos serviços de saúde, nas unidades federadas; - 1991, o Parecer nº 06/91 do Conselho Federal de Medicina reconhece: “a atividade de fitoterapia desenvolvida sob a supervisão de profissional médico, é prática reconhecida pelo Ministério da Saúde”; - 1992, o parecer nº 04/92 do Conselho Federal de Medicina (aprovado em 15/01/92), reconhece a fitoterapia como método terapêutico; - 1998, a Portaria nº 665, do Ministério da Saúde, cria a “Sub-Comissão Nacional de Assessoramento em Fitoterápicos (CONAFIT)”; Destaca-se também a Décima Conferência Nacional de Saúde, com as seguintes deliberações: - Item 286.12: incorporar no SUS, em todo o País, as práticas de saúde como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares; - Item 351.10: O Ministério da Saúde deve incentivar a fitoterapia na Assistência Farmacêutica Pública e elaborar normas para sua utilização, amplamente discutidas com os trabalhadores em saúde e especialistas, nas cidades onde existir maior participação popular, com gestores mais empenhados com a questão da cidadania e dos movimentos populares. DESTACA-SE FINALMENTE a Portaria Nº - 971, de 3 de maio de 2006 Ministério da Saúde que Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde, que recomenda, em caráter nacional, a adoção pela Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a implantação das ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Complementares Social/Crenoterapia) 16 (Fitoterapia, Acupuntura, Homeopatia, Termalismo Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 17 Protocolo de Fitoterapia - 1. A FITOMEDICINA 1.3 FITOTERAPIA X HOMEOPATIA - Entende-se por fitoterapia o tratamento com plantas medicinais (fitocomplexos), de forma simples ou elaborada, tendo várias linhas filosóficas, como a fitomedicina (que estamos implantando), a medicina tradicional Chinesa, a Ayurvédica, e outras. - A Homeopatia é uma outra linha filosófica (“tratamento pelos semelhantes”), que utiliza substâncias de origem vegetal, animal ou mineral, em diluição infinitesimal, para os cuidados com a saúde. 1.4 A TRANSFORMAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS Para alcançar sua ação terapêutica, uma planta deve ser tratada de tal forma que se obtenham produtos de ação específica. Podemos utilizar os fitoterápicos das seguintes formas: TABELA 01 – AS FORMAS DE OBTENÇÃO DOS PRODUTOS FITOTERÁPICOS FORMAS DE OBTENÇÃO Produtos obtidos por tratamentos mecânicos Produtos obtidos pela ação do calor Produtos obtidos pela ação de solventes PRODUTOS - Plantas in natura; - Pó vegetal; - Polpas; - Sucos frescos. Por destilação: - Óleos essenciais; - Águas destiladas; - Alcoolatos. Álcool = alcoóleos: - Tinturas; - Tinturas mães; - Alcoolaturas. Água = Hidróleos: Infusos e decoctos - Solução açucarada = Xaropes e melitos. - Solventes diversos = Vinhos, vinagres, cervejas, óleos, glicerina. Produtos obtidos por concentração das - Extratos fluídos; soluções extrativas - Extratos moles; - Extratos secos. 17 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 18 Protocolo de Fitoterapia - 1. A FITOMEDICINA De modo geral, para a população, podemos orientar o uso dos diversos produtos da seguinte forma: CHÁS • INFUSÃO: - Usada para as folhas, flores e frutos tenros; - Devendo a planta ser colhida manualmente, lavada em água corrente, rasurada e colocada em um recipiente de louça, vidro ou plástico, sendo adicionada água quente (aprox. 80ºC) e o recipiente tampado durante 05 a 15 minutos podendo ser coado a seguir; - Usar preferencialmente no mesmo dia e guardar em geladeira ou em local fresco e protegido; - Dose: Adultos, aproximadamente uma colher das de sopa cheia da planta fresca ou rasa da planta seca, diluído em 250 ml de água, a metade da dose para crianças de 20 a 40 Kg, e 1/4 da dose para crianças menores. Número de doses diárias, variável conforme a planta e a patologia em questão. • DECOCÇÃO: - É usada para galhos, raízes, frutos e cascas; - Seguindo as mesmas orientações anteriores, devendo a planta, porém, ser cozida durante um tempo variável, dependendo da sua consistência e do efeito desejado, coado e armazenado da mesma forma acima. - Dose: Adultos, aproximadamente uma colher das de sopa cheia da planta fresca ou rasa da planta seca, diluído em 250 ml de água. A metade da dose para crianças de 20 a 40 Kg, e 1/4 da dose para crianças menores. Número de doses diárias, variável conforme a planta e a patologia em questão. • MACERAÇÃO: - É usado com vegetais de princípio ativo termo-lábil - como o “boldo peludo” (Coleus barbatus) por exemplo - devendo o mesmo ser colocado em água fria, macerado (esmagado mecanicamente) e deixado em repouso. - Dose: Adultos, aproximadamente uma colher das de sopa cheia da planta fresca ou rasa da planta seca, diluído em 100 ml de água. A metade da dose para crianças de 20 a 40 Kg, e 1/4 da dose para crianças menores. Número de doses diárias, variável conforme a planta e a patologia em questão. 18 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 19 Protocolo de Fitoterapia - 1. A FITOMEDICINA • SUCOS: - São usados principalmente quando se quer extrair vitaminas, sais minerais, substâncias que podem ser inativadas pela alta temperatura, ou que seu uso deva ser integral {como a pectina da polpa da berinjela (Solanum melanogea) e da laranja (citrus sp), por exemplo}. - Dose: Variável conforme a planta e a patologia em questão. • BANHOS, COMPRESSAS, BOCHECHOS: - Devem ser usadas as mesmas formas de preparo descritas anteriormente, permitindo porém, utilizar preparos mais concentrados, pelo menor risco de toxicidade. • CATAPLASMAS: - Papa de vegetais, usada entre dois panos ou misturada a substâncias carreadoras (fubá, argila, ou outras substâncias) e aplicada sobre a área desejada. • TINTURAS: - Planta inteira ou rasurada, conservada em álcool comum ou álcool de cereais. - Utilizada principalmente para uso externo. - Doses: Variável, utilizando-se de 100 a 400 grs da planta para cada litro de álcool. • XAROPES E MELITOS: - Preparado da planta com calda de açúcar cristal (xarope) ou mel (melito); - Lembrando que este último não deve ser fervido, o que levaria a uma diminuição de sua atividade terapêutica. - Dose: Variável, devendo-se ter em mente que a dose utilizada deve ser a mesma dos chás, ou seja, aproximadamente uma colher das de sopa da planta por dose de xarope (uma colher das de sopa para adultos, 1/ 2 colher para crianças de 20 a 40 kg e 1/ 4 da dose para crianças menores). 19 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 20 Protocolo de Fitoterapia - 1. A FITOMEDICINA 1.5 OS PRINCÍPIOS ATIVOS VEGETAIS Geralmente, numa mesma planta, encontramos vários componentes ativos, dos quais um ou mais determinam sua ação principal. Quando isolado este princípio ativo, normalmente, apresenta ação diferente daquela apresentada pelo vegetal inteiro, ou seja, pelo seu fitocomplexo (princípio chamado de “tótum”). Em resumo, os principais grupos de princípios ativos e suas principais ações são: - Alcalóides: elevada atividade farmacológica e também toxicidade; - Princípios amargos: estimulam as secreções digestivas; tônico em geral; - Óleos essenciais: voláteis, anti-sépticos, expectorantes, diuréticos e antiinflamatórios; - Taninos: ações adstringentes, anti-sépticos e anti-diarreicos; - Heterosídeos: ações e efeitos diversos – por ex: digitalis, tilia; - Flavonóides: ações diversas, principalmente sobre os capilares, e em distúrbios cárdio-circulatórios; - Saponinas: mucolíticos, diuréticos e depurativos – ação irritante sobre mucosas em altas doses; - Mucilagens: protetor de mucosas, diminuindo as inflamações – por ex: malva e linho; - Ácidos orgânicos: ação refrescante e laxativa – utilizados principalmente na fitocosmética. 20 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 21 Protocolo de Fitoterapia 2. AS PLANTAS MEDICINAIS 2.1 ALGUMAS PLANTAS DE USO POPULAR - INDICAÇÕES PRINCIPAIS E FORMAS DE USO PLANTA INDICAÇÕES PRINCIPAIS Abacateiro Persea sp Abacaxi Ananas comosus Diurético Abóbora Cucurbita pepo Acerola - Malpighia glabra Agrião - Nasturtium officinalis Água de côco - Cocos nucifera Alcachofra Cynara scolymus Alecrim Rosmarinus officinalis Alfavaca Ocimum basilicum Alho Allium sativum Vermífugo; usado também em FORMAS DE USO Infusão das folhas; Poupa “in natura” é laxante Digestivo; expectorante Consumido “in natura” para a digestão ou como xarope da casca e da poupa Semente torrada hipertrofia prostática benigna Rica em vit. C (combate os radicais livres) Suco da fruta ou “in natura” Digestivo, expectorante Infusão das folhas ou Xarope Reidratante oral “in natura” por via oral Colerético e colagogo, laxativo, Infusão das folhas hipoglicemiante, redutor do colesterol Estimulante geral, hipertensor, diges- Infusão das folhas ou “in natura” tivo, anti-séptico pulmonar, diurético como tempero para a digestão Antiespasmódico, digestivo, Infusão das folhas galactógeno, emenagogo Antiinflamatório, anti-viral, anti-séptico, Maceração dos bulbos em água, hipotensor, hipoglicemiante, infusão ou “in natura” hipocolesterolemiante, febrífugo, anti-agregante plaquetário *Arnica “brasileira” Solidago microglossa *Arnica montana Arnica montana *Arruda Ruta graveolens Antiinflamatório tópico (contusões) Tintura para uso externo Antiinflamatório, analgésico, (uso interno Tintura para uso externo contra-indicado, exceto em homeopatia) Emenagoga em uso interno; Infusão para banhos e compressas Usado externamente para tratamento ou na preparação de xampus de pediculose e escabiose Assapeixe - Vernonia Polianthes Antitussígeno Infusão das folhas Aveia Laxativa; uso tópico em fitocosmética “in natura” como laxante ou para o preparo de cosméticos Avena sativa *Babosa Umectante e emoliente, antiinflamatório, anti- Aplicação no local afetado Aloe Vera caspa e antiqueda de cabelo, cicatrizante, “in natura” ou sob a forma de cata- queimaduras; Apenas para uso tópico plasmas 21 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 22 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS PLANTA Bálsamo Kalanchoe brasiliensis INDICAÇÕES PRINCIPAIS FORMAS DE USO Umectante e emoliente, antiinflamató- Aplicação no local afetado rio, anticaspa e antiqueda de cabelo, “in natura” ou sob a forma de cicatrizante, queimaduras cataplasmas Adstringente, anti-séptico (inflam. de Barbatimão Stryphinodendron barbatimam Mart. boca, garganta e ginecológicas), anti- Decocção das cascas diarreico, hemostático e cicatrizante para uso tópico Bardana Arctium lappa Diurético, digestivo, hepatoprotetor, Raízes “in natura”, infusão das hipoglicemiante. Anti-séptico e sementes e decocção das raízes cicatrizante para uso tópico Berinjela Solanun melanogea “Boldos”. Coleus barbatus - B.peludo Vernonia condensata - B. Baiano Plectranthus barbatus - B. De jardim Peumus boldus – B. do Chile Calêndula Calendula officinalis Camomila Matricaria recutita Redutor do colesterol (parte branca Deve ser consumida “in natura”, entre a casca e a polpa – rica cozida ou batida no liquidificador em pectina) como suco Colagogo, colerético, digestivo; As folhas do boldo peludo e Analgésico (principalmente o boldo de jardim, devem ser utilizadas, baiano) maceradas em água fria. Os demais boldos, como infusão das folhas Antiinflamatório, antialérgico, Infusão das flores e folhas cicatrizante, anti-séptico Digestivo, antiinflamatório, antiespas- Infusão das flores módico, calmante, cicatrizante, antialérgico Canela Cinnamomum cassia Estimulante, anti-hemorrágico, digesti- Decocção das cascas vo, expectorante, hipertensor, antiemético *Cânfora Arthemisia comphorata Capim limão Cymbopogun citratus Carqueja - Baccharis trimera Castanha-da-índia Aesculus hippocastanum Uso tópico em contusões Tintura ou Infusão das folhas para uso externo Nervosismo, cefaléias tensionais, insô- Infusão das folhas nia, flatulência, miorelaxante Dispepsias, hipoglicemiante Infusão das folhas Tônico circulatório, adstringente, anti- Decocção das sementes hemorrágico, antiinflamatório, vasoconstritor *Catinga de mulata Tanacetum vulgare Cavalinha Equisetum arvense Cebola Allium cepa Uso tópico em contusões Infusão das folhas Diurético, adstringente, antiinflamatório Infusão das folhas de vias urinárias, remineralizante Mesmas indicações do alho, apresen- Maceração dos bulbos em água, tando apenas uma menor potência infusão ou “in natura” terapêutica Centella asiática Hydricotylle asiatica Chapéu de couro Echinodorus grandiflorus Cidró - Lippia citriodora *Confrei Symphytum officinale Tônico circulatório, eutrófico do siste- ma conjuntivo (anti-celulite), refrescante planta Diurético, antiinflamatório, colagogo Infusão das folhas Ansiolítico, sedativo, miorelaxante Infusão das folhas Uso tópico, como cicatrizante em Infusão das folhas e decocção úlceras, ferimentos, queimaduras, das raízes para uso externo picadas de insetos e psoríase 22 Infusão das partes aéreas da Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 23 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS PLANTA Cordão-de-frade Leonotis nepetaefolia Cravo Eugenia caryophyllata Dente-de-leão Taraxacum officinale Erva-de-bicho Polygonum acre Erva mate - Ilex paraguaiensis *Erva de Santa Maria Chenopodium ambrosioides Eucalipto Eucalyptus globulus. Funcho (“erva-doce”) Foeniculum vulgare. Gajitsu - Curcuma zedoaria Gengibre Zingiber officinale Goiabeira - Psidium guajava Guaçatonga Casearia sylvestris Guanxuma Malvastrum coramandelianum Guaraná Paullinia cupana Hibisco - Hibiscus sinensis Hortelã-pimenta Mentha piperita INDICAÇÕES PRINCIPAIS FORMAS DE USO Cicatrizante em úlceras de pele e demais Infusão das folhas e talos ferimentos e uso interno para ivas Anestésico tópico, anti-séptico, anti- Óleo extraído das sementes espasmódico Colerético, colagogo, digestivo, Infusão das folhas diurético Afecções vasculares (hemorragias, Suco das folhas frescas ou infusões hemorróidas, varizes) para banhos ou para uso interno Estimulante, diurética, anti-diarreica Decocção das folhas Vermífugo; Utilizado principalmente Macerada sobre as lesões ou sob para ectoparasitoses. Evitar o a forma de infusão para uso uso interno externo IVAS; Evitar o uso interno em crianças Decocção das folhas para inalação menores, idosos e pessoas alérgicas ou infusão para uso interno Anti-espasmódico, digestivo, emena- Infusão das folhas gogo, galactagogo Decocção das sementes Digestivo, diurético, expectorante Decocção das raízes Digestivo, anti-inflamatório, IVAS, bron- Decocção das raízes quites, anorexia, hipotensão arterial Anti-diarreico Infusão das folhas Diurético, antiinflamatório e cicatrizan- Infusão ou decocção das folhas te de pele e mucosas, úlcera péptica Dispepsias, IVAS, bronquites Infusão das folhas e flores Astenia física e mental, hipotensão Decocção das sementes arterial, depressão Laxativo, diurético e digestivo Infusão das flores Digestiva, antiespasmódica, antiinfla- Infusão das folhas matória, vermífugo (giardíase), expectorante Insulina - Cissus sicyoides Ipê roxo Tabebuia avellaneade Hipoglicemiante Infusão das folhas Usado em bronquites, gastrites e Decocção das cascas e lenho pacientes em tratamento com radioterapia (lapaxol: antineoplásico) Cuidado com o uso prolongado e com altas doses Jurubeba Solanum paniculatum Digestivo, hipoglicemiante; Cuidado com o uso prolongado e com infusão das folhas ou decocção altas doses Linho - Linum usitatissimum Lípia (“erva-cidreira”) Lippia alba *Losna Artemisia absinthium Maçã Malus sp Mamão Carica papaya Frutos “in natura” como conserva, das raízes Laxativo Sementes “in natura” Digestivo, diurético, antiflatulento, Infusão das folhas calmante Ectoparasitoses; Evitar o uso interno Infusão das folhas e flores para uso externo Auxiliar na redução do colesterol; Frutos “in natura” e infusão combate os radicais livres Digestivo; usado como cicatrizante Frutos e sementes “in natura” em formas farmacêuticas (papaína) 23 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 24 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS PLANTA Manjerona Origanum majorana Maracujá Passiflora sp INDICAÇÕES PRINCIPAIS FORMAS DE USO Anti-espasmódico, digestivo, diurético, Infusão das folhas anti-séptico Sedativo, antiespasmódico, diurético; Infusão das folhas, suco da fruta redutor do colesterol -casca rica em “in natura” pectina (diminui a absorção de gorduras pelo intestino) Marcela Achyrocline satureoides Melão de São Caetano Momordica charantia Melissa Melissa officinalis *Mentrasto Ageratum conyzoides Mil-folhas Achillea millefolium Milho - Zhea mays Mulungu – Erythrina mulungu Nogueira Juglans regia Calmante, eupéptico, antiinflamatório, Infusão das flores miorelaxante Diabetes Infusão das folhas e flores Calmante, analgésico, digestivo, Infusão das folhas anti-flatulento Uso tópico como analgésico e antiin- Infusão das folhas e flores flamatório, inclusive em reumatismos Analgésico, adstringente, hemostáti- Infusão das flores e folhas ca, antitérmico, hipotensor Diurético Infusão dos “cabelos” Calmante Decocção das cascas Adstringente, hipoglicemiante, anti- Infusão das folhas; escorbútica, depurativa; Não usar o Decocção das cascas pericarpo fresco da noz (mutagênico?) Oliveira Olea europaea Orégano Origanum vulgare Pata-de-vaca (com espinhos) Bauhinia forficata Pau-ferro Caesalpinia ferrea Pimenta vermelha Capsicum sp Pitanga - Eugenia uniflora Poejo Mentha pulegium Prímula Primula officinalis Quebra-pedra Phyllanthus niruri Romã Punica granatum *Rosa branca Rosa centifolia Anti-hipertensivo, anti-diabético e redu- Infusão das folhas e azeite tor do colesterol; O azeite é laxante Anti-espasmódico, digestivo, diurético, Infusão das folhas anti-séptico Diurética e hipoglicemiante Infusão das folhas Cicatrizante, hemostático, hipoglice- Decocção das raízes e cascas e miante; Cuidado com altas doses infusão das folhas Gastrites; Altas doses podem Frutos “in natura” como conserva provocar irritação gástrica Diabetes e diarréias Infusão das folhas Expectorante, anti-séptico e bronco- Infusão das folhas dilatador. Evitar o uso em lactentes Regulação hormonal feminina – TPM, Infusão de toda a planta (raízes, analgésico, antiinflamatório tópico caule, folhas e flores) Diurético, litolítico, antiespasmódico, Infusão da parte aérea da planta colagogo Adstringente e anti-inflamatório tópico, Decocção da casca principalmente de mucosa oral Anti-inflamatório e anti-séptico tópico, Infusão das pétalas - sem o pólen principalmente em conjuntivites e outras inflamações oculares *Rubin (erva macaé) Leonorus sibiricus Sabugueiro Sambucus nigra Uso tópico em contusões e hematomas Diurético (raiz); uso externo para der- Decocção das raízes e infusão matites e queimaduras (flores) das flores Cuidado com altas doses 24 Infusão da parte aérea da planta Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 25 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS PLANTA Salsa - Petroselium crispum Sálvia Salvia officinalis Sene - Cassia angustifolia Sete sangrias Cuphea balsamona INDICAÇÕES PRINCIPAIS FORMAS DE USO Hipertensão arterial, diurético e digestivo Infusão de toda a planta Digestivo, antiespasmódico, anti-sépti- Infusão de folhas e flores co tópico (pele e mucosas) Laxativo Infuso das folhas Hipotensor; depurativo; diurético; Infusão das folhas e flores e Uso tópico como cicatrizante e decocção das raízes e ramos anti-inflamatório Tansagem Plantago sp. As folhas são antiinflamatórias, cicatri- Infusão das folhas e sementes zantes, anti-sépticas, adstringentes e secas “in natura” anti-diarreicas; As sementes são laxativas Urucum Bixa orellana Uva – Vitis vinifera Vitis vinifera Diurético e depurativo; cuidado com Infusão das folhas e decocção altas doses das sementes Hepatoprotetora, anti-oxidante, depu- Vinhos, frutos “in natura”, decoc- rativa e tônico circulatório ção ou prensamento das sementes e infusão das folhas *plantas com uso interno contra-indicado ou desaconselhado (“Primun Non Nocere”); As plantas citadas acima, têm estudos de validação de uso COM GRAUS DE EVIDÊNCIA VARIÁVEIS, devendo sua utilização ser criteriosamente acompanhada pelos profissionais e qualquer informação relevante, ser registrada e encaminhada para a coordenação do programa. 25 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 26 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS 2.2 AS PLANTAS CONTRA-INDICADAS DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO NOME BOTÂNICO NOME COMUM RESTRIÇÃO MOTIVO Achillea millefolium Allium sativum Aloe vera Anemopaegma sp Angelica archangelica Arctium lappa Aristolochia sp Artemisia vulgaris Mil folhas Gestação Contrações e aborto Alho Lactação Cólicas do lactente Babosa Gestação Hemorragia e aborto Catuaba Gestação Contrações e aborto Angélica européia Gestação Hemorragia e aborto Bardana Gestação Contrações e aborto Jarrinha Gestação Contrações e aborto Artemísia Gestação Contrações e aborto Lactação Neurotóxica Arnica montana Arnica Gestação Hemorragia e aborto Amamentação Vômitos e cólicas Gestação Contrações e aborto Amamentação Cólicas e convulsões Carqueja Gestação Relaxamento uterino e aborto Urucum Gestação Contrações e aborto Calêndula Gestação Emenagoga Sene Gestação Contrações e aborto Amamentação Diarréia no lactente Artemisia absinthium Baccharis sp Bixa orellana Calendula officinalis Cassia sennae Losna Cassia tora Chenopodium ambrosioides Mata pasto Gestação Contrações e aborto Erva de Santa Maria Gestação Contrações e aborto Amamentação Vômitos e torpor Cinnamomum cassia Coix lacrima-jobi Canela Gestação PIG Lágrimas de Nossa Gestação Contrações e aborto Senhora Colleus barbatus Commiphora myrrha Copaifera sp Boldo “peludo” Gestação Contrações e aborto Mirra Gestação Hemorragia e aborto Copaíba Gestação Teratogenicidade (?) Amamentação Cólicas e diarréia Curcuma longa Cymbopogum citratus Cynara escolimus Datura estramonium Dianthus superbus Elephantopus scaber Equisetum arvense Euphorbia pilulífera Foenículum vulgare Fucus vesiculosus Falso açafrão Gestação Contrações e aborto Capim limão Gestação Relaxamento uterino e aborto Alcachofra Amamentação Redução do leite Trombeta Gestação Aborto Cravo dos jardins Gestação Aborto Erva grossa Gestação Contrações e aborto Cavalinha Gestação Def. de tiamina Erva andorinha Gestação Contrações e aborto Funcho Gestação Contrações e aborto Fucus Gestação Contrações e aborto Ginkgo biloba Glycine max Glycyrhiza glabra Harpagophytum sp Hedera helix Ginkgo Gestação Hemorragia e aborto Soja Amamentação Redução do leite Alcaçuz Gestação Contrações e aborto Garra do diabo Gestação Retardo do parto Hera Gestação Contrações e aborto Amamentação Febre e convulsões Gestação Contrações e aborto Ação hormonal Hibiscus sinensis 26 Hibisco Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 27 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS NOME COMUM NOME BOTÂNICO RESTRIÇÃO MOTIVO Hypericum perforatum Juglans regia Leonurus sibiricus Linum usitatissimum Matricaria recutita Maytenus ilicifolia Melia azedarach Hipérico Gestação Contrações e aborto Nogueira Gestação Teratogenicidade? Erva macaé Gestação Contrações e aborto Linho Gestação Contrações e aborto Camomila Gestação Relaxamento uterino e aborto Espinheira santa Amamentação Redução do leite Azedaraque Gestação PIG e aborto Amamentação Vômitos e diarréia Mentha piperita Mentha pulegium Mikania glomerata Momordica charantia Hortelã Gestação Teratogenicidade ? Poejo Gestação Contrações e aborto Guaco Gestação Hemorragia Melão de São Gestação Contrações a aborto Noz moscada Gestação Contrações e aborto Alfavaca Gestação Contrações e aborto Peônia Gestação Teratogenicidade ? Ginseng Gestação Teratogenicidade ? Abacateiro Gestação Contrações e aborto Quebra pedra Gestação Contrações e aborto Amamentação Cólicas e diarréia Caetano Myristica fragans Ocimum basilicum Paeonia sp Panax ginseng Persea sp Phyllantus niruri Pilocarpus jaborandi Pimpinella anisum Plantago major Polygonum acre Portulaca oleracea Prunus persica Punica granatum Ramnus purshiana Jaborandi Gestação Contrações e aborto Aniz Gestação Contrações e aborto Tansagem Gestação Contrações e aborto Erva de bicho Gestação Hemorragia e aborto Beldroega Gestação Contrações e aborto Pessegueiro Gestação PIG e aborto Romã Gestação Contrações e aborto Cáscara sagrada Gestação Contrações e aborto Amamentação Cólicas e diarréia Rheum palmatum Ruibarbo Gestação Contrações e aborto Amamentação Diarréia no lactente Rosmarinus officinalis Ruta sp Salvia fruticosa Alecrim Gestação Contrações e aborto Arruda Gestação Teratogênico; Neurotóxico Sálvia Gestação Contrações e aborto; Teratogênica. Smilax sp Solanum paniculatum Tabebuia sp Thymus sp Vytex agnus castus Valeriana officinalis Zanthoxilum sp Salsaparrilha Gestação Aborto Jurubeba Gestação Aborto Ipê Gestação Teratogenicidade ? Tomilho Gestação Contrações e aborto Vitex Gestação Contrações e aborto Valeriana Gestação Relaxamento uterino e amamentação alterações neurológicas Gestação Hemorragia e aborto Tinguaciba 27 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 28 Protocolo de Fitoterapia - 2. AS PLANTAS MEDICINAIS 2.3 OS CUIDADOS COM OS FITOTERÁPICOS - Devido ao número elevado de substâncias ativas nos fitocomplexos, o uso dos fitoterápicos em gestantes deve sempre ser criterioso, mesmo para aqueles que não tenham contra-indicações formais; - O Uso de fitoterápicos associados a anticoagulantes também deve ser criterioso, tendo em vista a potencialização de efeitos; - Atentar-se ao uso associado de medicamentos de síntese com fitoterápicos, tendo em vista a potencialização ou inibição de efeitos; - Evitar o uso de fitoterápicos com elevado teor de óleos essenciais (poejo, mentas, eucalipto, guaco, etc) em lactentes, devido a possíveis efeitos paradoxais, como broncoespasmo, por exemplo; - Evitar o uso de fitoterápicos em pacientes portadores de insuficiência hepática ou insuficiência renal; - Xaropes e melitos devem ser evitados em diabéticos, pelo seu elevado teor de açúcar; - Medicamentos estimulantes em geral devem ser evitados em hipertensos, cardiopatas, hipertireoideos, epiléticos e pacientes portadores de distúrbios de origem nervosa. - A maioria dos tratamentos fitoterápicos de longa duração, deve ser descontinuado por períodos de tempo variáveis, visando a eliminação de possíveis depósitos de substâncias nocivas ao organismo. 28 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 29 Protocolo de Fitoterapia 3. O PROGRAMA MUNICIPAL DE FITOTERAPIA 3.1 A OPERACIONALIZAÇÃO O Programa tem como objetivo a implantação de fitoterápicos na rede de postos de saúde do município, levando os tratamentos complementares, com a menor incidência de efeitos colaterais, menor custo e eficácia comprovada, além de contribuir com o desenvolvimento da fitoterapia como ciência. Em um programa multidisciplinar, devemos sempre ter em vista, a importância do papel de cada componente da equipe em suas respectivas competências. “Conhecer para poder ensinar”: um dos objetivos do Programa é a educação permanente em saúde, visando a ampliação e a sistematização do conhecimento existente em fitoterapia para toda a equipe, capacitando a todos, para orientar corretamente o usuário doméstico de fitoterápicos (tendo em vista que, 85% da população faz uso espontâneo de fitoterápicos nos cuidados com a saúde), reconhecendo as principais espécies nativas de nossa região, suas indicações, contra-indicações, formas de preparo e efeitos colaterais, assim como informações sobre o andamento do programa. As “farmácias vivas” têm um papel de destaque neste item, servindo como referência para a equipe e para a população. Estas “farmácias” se constituem de hortas de plantas medicinais, na própria unidade de saúde, onde os profissionais poderão orientar a população sobre os fitoterápicos, identificando-os e orientando desde o plantio até a colheita e forma de uso. 29 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 30 Protocolo de Fitoterapia 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS Algumas plantas medicinais, por suas características e por já estarem sendo utilizadas como medicamentos no programa municipal de fitoterapia, serão tratadas neste capítulo, sendo incluídas as dosagens padronizadas no programa: 4.1 PRÓPOLIS GEL - Elaborado a base de própolis, substância resinosa produzida pelas abelhas, e utilizada há séculos por diversas civilizações. CONSTITUINTES: - Polímero de ácido acrílico, álcool de cereais, glicerina, propilenoglicol, oleato de sorbitano, etc, tintura de própolis 2,5% (vitaminas, oligoelementos, aminoácidos e flavonóides). AÇÕES: - Diversos estudos demonstraram possuir ação antiinflamatória, cicatrizante e principalmente antimicrobiana. 30 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 31 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Própolis gel é livre de óleo, o que o torna um excelente hidratante para peles oleosas e com acne; - Auxilia na cicatrização e regeneração da pele por contribuir na síntese de colágeno e elastina. INDICAÇÕES: - Acne, antiinflamatório tópico (dermatites em geral), auxiliar na cicatrização de pequenas feridas. CONTRA-INDICAÇÕES: - Hipersensibilidade ao própolis e demais componentes da fórmula. EFEITOS COLATERAIS: - As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Sem contra-indicações referidas na literatura consultada, relacionadas a estes períodos. INTERAÇÕES: - Não apresenta interações medicamentosas ou alimentares descritas na literatura consultada. POSOLOGIA: - Aplicar sobre as áreas afetadas duas vezes ao dia ou sempre que se fizer necessário, sempre precedida por uma higienização local adequada; - Evitar seu uso em lesões recentes (ferimentos cortantes, rachaduras de pele, etc), pela presença do propilenoglicol em sua formulação. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pelo tempo que se fizer necessário, sem restrições ao seu uso prolongado. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente secos e arejados, ao abrigo da luz solar. 31 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 32 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.2. ESPINHEIRA-SANTA NOME BOTÂNICO: Maytenus ilicifolia. PARTE UTILIZADA: - Folhas. HISTÓRICO: - Utilizada pelos índios brasileiros e paraguaios como remédio antitumor, e na Argentina como antiasmático e anti-séptico; - Conhecida no mundo médico desde 1922, pelos trabalhos do Dr. Aluízio Franca (Faculdade de Medicina do Paraná). CONSTITUINTES: - Terpenos (maytesina); taninos; flavonóides; mucilagens; antocianos; açúcares livres. AÇÕES: - Tonificante, antiúlcera, carminativo, cicatrizante, anti-séptico, eupéptico, diurético leve e laxativo. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Seu efeito resulta da ação dos taninos presentes em sua formulação, que levam a um aumento do volume e do pH gástrico, tendo ainda poder cicatrizante sobre a lesão ulcerosa ou inflamatória; - Sua ação anti-séptica melhora as fermentações intestinais; - Acalma rapidamente as gastralgias, não diminuindo a sensibilidade do órgão, mas corrigindo a função desviada. 32 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 33 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS INDICAÇÕES: - Normalizador das funções gastrointestinais, especialmente como protetor de mucosa (efeito antiúlcera), gastralgias inespecíficas, dispepsias, hipotonias intestinais. CONTRA-INDICAÇÕES: - Não deve ser administrado a crianças e nutrizes (redução da secreção láctea). EFEITOS COLATERAIS: - As pesquisas realizadas até agora, não demonstraram efeitos colaterais significativos, sendo sua principal vantagem sobre os bloqueadores da secreção ácida, a ausência de gastrite atrófica pelo uso prolongado. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado nestes períodos. INTERAÇÕES: - Não apresenta interações medicamentosas ou alimentares. POSOLOGIA: - Uma cápsula (380 mg) 02 ou 03x ao dia. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pelo tempo que se fizer necessário, sem restrições ao seu uso prolongado. SUPERDOSAGEM: - Não se demonstraram efeitos tóxicos pelo aumento da dose e nem pelo uso prolongado. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente secos e arejados, ao abrigo da luz solar. 33 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 34 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.3. GINKGO BILOBA NOME BOTÂNICO: Ginkgo biloba. PARTE UTILIZADA: - Folhas. HISTÓRICO: - É considerada pelos botânicos como um fóssil vivo, sendo o único exemplar de sua família, ancestral do carvalho; - Faz parte do arsenal terapêutico chinês desde 2.800 a.C; - Tem capacidade de se adaptar às mais adversas condições ambientais, inclusive resistentes a pragas e doenças, sendo a primeira manifestação de vida após a explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. CONSTITUINTES: - Diterpenos (ginkgolídeos); Flavonóides; Hidrocarbonetos; Aminoácidos; Esteróis; Açúcares; Álcoois; Proantocianidina; Terpenos; Catequinas. 34 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 35 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS AÇÕES: - Têm ação preventiva e curativa contra as agressões endógenas e exógenas, protegendo o organismo contra os radicais livres, ação antiinflamatória e prevenção do envelhecimento; - Estimula a circulação sanguínea (arterial, venosa e capilar); - Protege a barreira hemato-encefálica; - Inibe a agregação plaquetária e das hemácias; - Regulariza a permeabilidade capilar; - Age no sistema nervoso central, melhorando a memória, atenção, audição e equilíbrio. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Age basicamente no nível de membrana celular, preservando sua integridade, pela ação sobre os radicais livres (inibe o fenômeno de peroxidação das membranas); - Inibe a destruição do colágeno e a despolimerização do ácido hialurônico; - Inibe a hiperpermeabilidade capilar, ativa a circulação sanguínea, aumenta a resistência capilar, com vasodilatação nos membros; - Reforça o tônus venoso; - Ativa o metabolismo energético das células, aumentando o consumo de glicose e oxigênio à nível cerebral. INDICAÇÕES: - Tratamento das micro-varizes, úlceras varicosas, cansaço nas pernas, artrites dos membros inferiores, insuficiências arteriais periféricas, isquemias cerebrais, utilizada em casos de vertigens, deficiências auditivas, distúrbios de memória e concentração; - Tratamento profilático do envelhecimento celular (processos degenerativos). CONTRA-INDICAÇÕES: - Não possui contra-indicações formais descritas na literatura consultada. EFEITOS COLATERAIS: - Distúrbios gastrointestinais, diminuição da pressão arterial, cefaléia e reação cutânea em pessoas alérgicas. 35 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 36 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Evitar o uso durante a gestação; - Não são referidas alterações durante o uso na amamentação. INTERAÇÕES: - Não há interações medicamentosas descritas na literatura, tendo sido usada com diversos medicamentos, sem interações observáveis. POSOLOGIA: - Uma cápsula (80 mg) à noite, ou a cada 12 horas em casos mais severos. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Sem contra-indicações ao seu uso continuado. SUPERDOSAGEM: - Nenhuma reação ou lesão histológica foi demonstrada, inclusive em doses de até 500 mg/kg/dia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em ambiente hermeticamente fechado, ao abrigo do calor, da luz solar e da umidade. 36 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 37 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.4 ISOFLAVONA DE SOJA NOME BOTÂNICO: Glycine max. PARTE UTILIZADA: - Grãos. HISTÓRICO: - A soja é uma leguminosa domesticada pelos chineses há cerca de cinco mil anos. - No Brasil, o grão chegou com os primeiros imigrantes japoneses, em 1908, porém, sua expansão se deu apenas nos anos 70, com o interesse crescente das indústrias de óleo, e a demanda do mercado internacional. - O grão vem sendo utilizado em larga escala no Brasil, apenas pela indústria de alimentos, e como o principal componente proteico de rações animais. CONSTITUINTES: - Esteróides insaponificáveis de soja (isoflavonas de soja). PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Os receptores estrogênicos (alfa e beta) encontram-se, sobretudo, nas células dos seus principais tecidos-alvo: sistema reprodutor, hipófise anterior e hipotálamo. 37 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 38 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Com a menopausa, ocorre uma significativa redução do estradiol, chegando a quase zero em alguns casos. Isso provoca alterações de elasticidade dos vasos sanguíneos e degeneração progressiva dos tecidos, acarretando ondas de calor, suor excessivo, insônia e irritabilidade. - A terapia de reposição usada por mulheres na fase de menopausa, ainda é alvo de controvérsias e discussões. - Enquanto um grupo de médicos acredita que os hormônios aumentam o risco de câncer, outro grupo garante que o tratamento é fundamental no combate aos efeitos de queda na produção de estrogênio. - As isoflavonas (principalmente a genisteína e daidzeína) são fitoestrógenos que desempenham uma ação tanto estrogênica quanto antiestrogênica. É esta dupla ação, complexa e paradoxal, que permite ao organismo, uma regulação hormonal adequada, fazendo da soja, um alimento com diferentes ações terapêuticas: - Peri e pós-menopausa: a soja aumenta a qualidade e a quantidade de fluídos mamários, estradiol, progesterona e prolactina; - Prevenção de osteoporose: ajuda a reduzir a descalcificação, associado a exposição à luz solar; - Aterosclerose: os hormônios sexuais, como os estrógenos, modulam as respostas vasomotoras das artérias, incluindo as coronarianas; - Dislipemias: estudos realizados em mulheres menopausadas com dislipemias demonstraram uma redução em seus níveis de colesterol total, com redução das taxas de LDL e elevaç de HDL; - Atividade antioxidante: a genisteína em particular, pode aumentar a produção de superoxido desmutase (SOD), um potente antioxidante, que atua contra as espécies reativas de oxigênio; - Doenças cardiovasculares: as isoflavonas atuam reduzindo o risco de doenças cardiovascu lares por uma regulação dos níveis de colesterol total, LDL e HDL, inibição da proliferação celular, melhora da elasticidade arterial e inibição da agregação plaquetária; - Atividade prostática: o estrogênio e substâncias afins (incluindo as isoflavonas) diminuem a produção de testosterona e, assim, retardam o crescimento de tumores. INDICAÇÕES: - Alívio dos sintomas relacionados à menopausa e climatério; - Forma alternativa e natural à terapia de reposição hormonal; - Reduz a propensão à osteoporose; - Reduz os níveis de colesterol total e LDL, e eleva os níveis de HDL; - Reduz a incidência e o risco de determinados tipos de câncer, principalmente os hormônio38 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 39 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS dependentes. CONTRA-INDICAÇÕES: - Contra-indicado para pessoas alérgicas a soja e derivados. EFEITOS COLATERAIS: - Não há referências na literatura consultada. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Não deve ser usado por gestantes e nutrizes devido a seus efeitos estrogênicos. INTERAÇÕES: - Lembrar sempre da necessidade de precaução ao associar o produto com contraceptivos e hormônios femininos. POSOLOGIA: - 01 cápsula (40 mg) 02 vezes ao dia. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pelo tempo que se fizer necessário para o tratamento da patologia visada. SUPERDOSAGEM: - Não há referências na literatura consultada. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, ao abrigo da luz solar direta, calor e umidade. 39 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 40 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.5 GUACO NOME BOTÂNICO: Mikania glomerata. PARTE UTILIZADA: - Folhas. HISTÓRICO: - Originário da América do Sul, se desenvolve como trepadeira arbustiva, lenhosa, sem gavinhas, adaptando-se muito bem ao cultivo doméstico; - Recebe também o nome de erva-das-serpentes, pois é utilizado como "contra veneno" em certas regiões. CONSTITUINTES: - Óleos essenciais (di e sesquiterpenos); Taninos; Saponinas; Resinas; Guasina (substância amarga); Cumarinas; Guacosídeo. AÇÕES: - Broncodilatador, antiasmático, expectorante, béquico, emoliente, depurativo e cicatrizante. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Facilita a fluidificação dos exsudatos traqueobrônquicos, relaxa a musculatura lisa das vias aéreas; - Estimula a secreção e eliminação de urina; 40 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 41 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Sudorífico; - Um glicosídeo, isolado por processos químicos, dá origem a cumarina, substância anticoagulante, possível responsável pelo efeito antiofídico. INDICAÇÕES: - Tosse rebelde, bronquite, asma, ivas, rouquidão, estado febril, prurido, eczema. CONTRA-INDICAÇÕES: - Diabetes Mellitus: pelo alto teor de açúcar –pode-se usar o xarope dietético; - Evitar o uso em crianças menores de um ano; - Não há outras referências na literatura consultada. EFEITOS COLATERAIS: - Sem efeitos colaterais relatados, nas doses recomendadas. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Uso não recomendado durante a gestação, pelo risco de hemorragia. INTERAÇÕES: - Evitar seu uso associado a anticoagulantes. POSOLOGIA: - Xarope a 10%: 10 a 40 ml/dia. - Infusão a 2% (04 gr por 200 ml de água a aproximadamente 80 graus Celsius, durante 10 minutos) – 50 a 200 ml por dia, de preferência morno; DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Evitar o uso prolongado pelo risco de hemorragia (até 100 dias). SUPERDOSAGEM: - Pode causar náuseas e vômitos em altas doses, além de acidentes hemorrágicos. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em ambientes fechados, ao abrigo do calor, umidade e luz solar. 41 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 42 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.6 MALVA NOME BOTÂNICO: Malva sylvestris. PARTES UTILIZADAS: - Folhas, flores e raízes. HISTÓRICO: - Planta herbácea anual, nativa do hemisfério norte; - Em latim, malva significa suave, emoliente; - É apreciada como hortaliça e remédio desde o século VIII a.C. CONSTITUINTES: - Mucilagens; Ácidos fenólicos; Antocianinas; Flavonóides; Taninos; Vitaminas A, B1, B2, C; Oxalato de cálcio; Resinas; Aminoácidos. AÇÕES: - Antiinflamatória, emoliente, demulcente, adstringente, béquica, laxativa e vulnerária. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Devido à presença de mucilagens, protege os tecidos inflamados e irritados, favorecendo a cicatrização e recuperação de lesões de pele e principalmente mucosas; 42 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 43 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Age sobre os brônquios, auxiliando na eliminação de secreções; - Os taninos exercem atividades adstringentes, reduzindo secreções e erupções. INDICAÇÕES: - Inflamações da pele, boca, garganta e mucosas em geral; - Tratamento de problemas respiratórios e irritações do trato gastrointestinal; - Úlceras e erupções de pele e mucosas. CONTRA-INDICAÇÕES: - Não há referências na literatura consultada. EFEITOS COLATERAIS: - Não há referências na literatura consultada. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Não há referências formais a seu uso interno, ficando, portanto, desaconselhado seu uso, principalmente durante o primeiro trimestre da gestação. INTERAÇÕES: - Não há referências a problemas em associações com outros medicamentos e fitoterápicos. POSOLOGIA: - Utilizar na diluição de 05% em água morna, para gargarejos, bochechos, banhos de assento e compressas ou banhos na pele. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Até o desaparecimento dos sintomas, sem contra-indicações ao tratamento prolongado. SUPERDOSAGEM: - Não há referências na literatura consultada. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambientes secos e arejados, ao abrigo da luz solar. 43 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 44 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.7 PFAFFIA NOME BOTÂNICO: Pfaffia sp. PARTE UTILIZADA: - Raiz. HISTÓRICO: - Nasce em todo o Brasil, junto aos rios, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás. - É conhecida como "ginseng brasileiro", pelo aspecto "humanóide" de sua raiz, semelhante ao ginseng asiático. CONSTITUINTES: - Vitaminas A, B, C, D, E, F; Ácido pfáfico; Fasfosídeos; Estigmasterol; Sitosterol; Alantoína; Sais minerais (Ca, K e P); Aminoácidos; Mucilagens; Saponinas. AÇÕES: - Tônico para o organismo em geral, imunoestimulante, cicatrizante e antiinflamatório. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Pela ação das saponinas, diminuindo a tensão superficial, as demais substâncias ficam com suas ações facilitadas; - É um tônico cardíaco e cerebral, melhorando principalmente a memória; melhora a fadiga física e mental, servindo com coadjuvante nos casos de depressão e estresse. 44 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 45 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - É hipoglicemiante, podendo, portanto, ser usado em diabéticos. - A alantoína possui ação regeneradora celular e cicatrizante. - O ácido pfáffico tem efeito inibitório sobre células tumorais in vitro, além de algum efeito analgésico. INDICAÇÕES: - Auxiliar no tratamento de doenças circulatórias, estresse, anemia, astenia física e mental, diabetes. CONTRA-INDICAÇÕES: - Sem contra-indicações na literatura pesquisada. EFEITOS COLATERAIS: - Sem relatos na literatura pesquisada. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Sem contra-indicações específicas relatadas na literatura, porém seu uso deve ser criterioso e sob acompanhamento médico. INTERAÇÕES: - Não é recomendada sua associação com medicamentos à base de sais de ferro. POSOLOGIA: - 01 cápsula – 300 mg - 02 vezes ao dia (às refeições). DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Sem restrições ao uso continuado. SUPERDOSAGEM: - Acima de 10 gramas pode ocorrer nervosismo, insônia, hipertensão, diarréia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, ao abrigo da luz solar, em local seco e arejado. 45 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 46 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.8 SENE NOME BOTÂNICO: Cassia angustifolia. PARTE UTILIZADA: - Folíolos. HISTÓRICO: - Originária da Índia e Somália e introduzida na fitoterapia pelos árabes no século IX. - Planta típica de regiões tropicais montanhosas. - É um purgativo que não provoca inflamações secundárias. CONSTITUINTES: - Substâncias Antraquinônicas: Crisofanol, Aloe-emodina, Antranol, Resinas; Senosídeo A e B; Mucilagens; Flavonóides; (campferol) Resinas; Açúcares Redutores. AÇÕES: - Purgativa e laxativa. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Seu efeito é obtido em algumas horas depois da administração oral, pois deverá ocorrer a absorção e liberação dos heterosídeos no intestino grosso. - Nesse local, pela ação enzimática da flora bacteriana, ocorrerá hidrólise, com conseqüente liberação das agliconas, que irão atuar sobre a mucosa aumentando o peristaltismo. 46 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 47 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - A histamina estimula a mobilidade intestinal e em estudos recentes tem mostrado que o Sene estimula sua biosíntese. INDICAÇÕES: - Constipação por inércia intestinal; - Condições que exijam facilidade de defecação como fissuras anais e hemorróidas. CONTRA-INDICAÇÕES: - Gravidez, aleitamento, tromboses hemorroidárias, inflamações no intestino, obstrução intestinal e dores abdominais de causa desconhecida. - Não recomendado para crianças. EFEITOS COLATERAIS: - Vômitos, cólicas, distensão abdominal e aumento do fluxo menstrual. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado durante a gravidez e lactação. INTERAÇÕES: - Não se deve associar a Sene com drogas espasmolíticas como a camomila e nem com drogas emetizantes. POSOLOGIA: - Uma ou duas cápsulas de 300 mg via oral - à noite. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Evitar o uso contínuo e prolongado. SUPERDOSAGEM: - Pode provocar cólicas importantes, vômitos, hemorragia uterina, diarréia e distúrbios eletrolíticos. - Em caso de uso prolongado, pode levar à uma carência de potássio e inflamações da parede intestinal. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 47 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 48 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.9 VALERIANA NOME BOTÂNICO: Valeriana officinalis. PARTES UTILIZADAS: - Raiz e rizoma. HISTÓRICO: - Planta herbácea, originária da Europa e oeste da Ásia, recomendada pelos médicos árabes e utilizada durante a segunda guerra mundial para tratar neuroses de guerra. CONSTITUINTES: - Óleo essencial; mono e sesquiterpenos; ácidos valeriânico, tânico, málico, etc; alcalóides; álcoois, cetonas e aldeídos terpênicos; valepotriatos; taninos e matérias resinosas. AÇÕES: - Sedativa, relaxante, hipotensora, espasmolítica, anticonvulsiva. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - A atividade sedativa da Valeriana se deve ao valepotriato do óleo essencial, que atua como depressor do sistema nervoso, atenuando a irritabilidade e a ansiedade. - Ao contrário dos benzodiazepínicos, os valepotriatos restauram o equilíbrio, sem exercer efeito direto no córtex cerebral e no sistema límbico. 48 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 49 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Os monoterpenos (decompostos pela oxidase em ácido valeriânico) promovem ação antiespasmódica. - A eliminação de sua essência por via renal produz um odor característico na urina. INDICAÇÕES: - Hiperexcitabilidade, histeria, insônia, taquicardia, cefaléia tensional, estresse, dermatoses relacionadas ao sistema nervoso e cólicas em geral. CONTRA-INDICAÇÕES: - Gravidez, aleitamento e hipersensibilidade aos componentes da fórmula. EFEITOS COLATERAIS: - Dispepsias, reações alérgicas cutâneas, cefaléia e agitação, principalmente no uso prolongado e em altas doses. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado durante a gravidez e lactação. INTERAÇÕES: - Pode ser associada à passiflora e ao lúpulo para a insônia. POSOLOGIA: - Uma ou duas cápsulas de 80 mg à noite para insônia. - Uma cápsula (80 mg) a cada 12 horas para ansiedade, nervosismo. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Evitar o uso contínuo e prolongado. SUPERDOSAGEM: - Cefaléia e agitação, em altas doses e no uso prolongado. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 49 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 50 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.10 CALÊNDULA NOME BOTÂNICO: Calendula officinalis PARTES UTILIZADAS: - Folha e Flor. HISTÓRICO: - Planta herbácea, originária da Europa meridional e bem adaptada ao Brasil, cultivada como planta ornamental (pelo seu florescimento prolongado) e medicinal (pelo seu alto índice de princípios ativos). CONSTITUINTES: - Óleo essencial, contendo carotenóides; flavonóides; ácido oleanóico; saponinas; mucilagens; princípios amargos; ácidos orgânicos; minerais (Ca, Si); pró-vitamina B; etc. AÇÕES: - Antialérgica, refrescante, antiinflamatória, cicatrizante, antiespasmódica, anti-séptica, emenagoga, colagoga, bactericida, fungicida. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - O ácido oleanóico possui ação calmante e refrescante para peles sensíveis, além de apresentar atividade anti-séptica. - As mucilagens agem como restauradoras de pele e mucosas, favorecendo a cicatrização, auxiliadas pelos flavonóides. 50 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 51 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Em forma de loção, estimula a granulocitose e fagocitose, diminui a oleosidade da pele e aumenta sua tonicidade, auxiliando no tratamento da acne. INDICAÇÕES: - Topicamente para tratamento de acne, eczemas, impetigos, queimaduras leves, escaras, feridas de difícil cicatrização, fissuras de mamilo, assaduras e outras. - Internamente para estimular a secreção biliar e menstrual, antiespasmódico e antiinflamatório de mucosas (gastrites, estomatites). CONTRA-INDICAÇÕES: - Gravidez – emenagogo e hipersensibilidade aos componentes da fórmula. EFEITOS COLATERAIS: - Não há referências na literatura consultada. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado durante a gravidez e lactação. - O óleo é indicado em casos de fissuras de mamilo, não sendo prejudicial ao lactente. INTERAÇÕES: - Pode ser associada a outras drogas, como a espinheira santa em casos de gastrites, ou a produtos dermatológicos, sem prejuízo de sua ação. POSOLOGIA: - Pode ser usado na forma de óleo para fissuras de mamilo, banho, creme ou loção (10%) para o tratamento de pele, e como infusão para uso interno. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Sem restrições ao uso prolongado. SUPERDOSAGEM: - Depressão, náuseas e vômitos, em altas doses. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 51 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 52 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.11 FUNCHO NOME BOTÂNICO: Foeniculum vulgare. PARTES UTILIZADAS: - Folha, Fruto e raiz; HISTÓRICO: - Erva perene, originária da Europa e bem adaptada ao Brasil desde a época da colonização portuguesa. - Possui flores amarelas e sementes oblongas, enquanto a erva-doce possui flores brancas e sementes arredondadas. - Fazia parte das “cinco ervas operientes”, conjunto medicinal que tinha lugar de destaque na farmácia antiga. CONSTITUINTES: - Ácidos oleico, linoleico, palmítico; Óleos essenciais: funchona, anetol, limoneno; Açúcares; Mucilagens; Pectina; Tanino; Flavonóides; Cumarinas e outros. AÇÕES: - Antiespasmódico, galactagogo, emenagogo, expectorante, antiinflamatório, carminativo. 52 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 53 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Exerce ação relaxante sobre a musculatura lisa do estômago e aumenta o peristaltismo intestinal, reduzindo a produção de gases, devido aos ácidos oleico, linoleico e palmítico. - Estimula as secreções brônquicas, lácteas e biliares. - Age ainda como antiespasmódico, estimulando, porém, o fluxo menstrual em altas doses. INDICAÇÕES: - Distúrbios digestivos, como cólicas, dispepsias, flatulência, azia, vômitos, refluxo gastro-esofágico. - Estimulante da secreção láctea. POSOLOGIA: - Infusão a 01% - 10 gr/litro para sementes e a 03% - 30 gr/litro para folhas. - Gotas a 30% - até 70 gotas/dia, diluído em água. CONTRA-INDICAÇÕES: - Gravidez – emenagogo, e hipersensibilidade aos componentes da fórmula. EFEITOS COLATERAIS: - Não há referências na literatura consultada. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado durante a gravidez; - Lactação: É particularmente indicado nesta fase, devido a seu efeito galactagogo, não sendo prejudicial ao lactente. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 53 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 54 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.12 ARNICA NOME BOTÂNICO: Arnica montana; PARTE UTILIZADA: - Flor e rizoma; CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Óleos essenciais, terpenos, princípios amargos, flavonóides, taninos, resinas, cumarinas, arnicina (tóxico para uso interno), ácidos orgânicos, alcalóides; PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - O fitocomplexo bloqueia a inflamação causada por traumas, diminuindo a formação de exsudato e incrementando a reabsorção e a ação das células responsáveis pela destruição dos fragmentos biológicos necróticos; Os terpenos são espasmolíticos, além de estabilizarem a membrana celular, associado aos flavonóides; INDICAÇÕES: - A arnica é utilizada topicamente em contusões, entorces, hematomas, distensões musculares, flebites, artrites; CONTRA-INDICAÇÕES: - Alergia aos componentes da planta; Uso interno contra-indicado, exceto em homeopatia; Não aplicar sobre áreas cruentas (com soluções de continuidade na pele); 54 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 55 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS EFEITOS COLATERAIS: - Pode provocar dermatites de contato em indivíduos sensíveis; - Uso durante a gravidez e lactação: Seu uso não é recomendado, nem externamente, pela maior probabilidade de sensibilização da pele nestas situações; - Interações: Pode ser associado a hamamélis, calêndula, ou outras plantas de uso tópico; POSOLOGIA: - Gel a 10% ou tintura a 30%: Aplicar sobre a área afetada até 4x/dia, associado a gelo ou calor local, dependendo da indicação. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.13 PAPAÍNA NOME BOTÂNICO: Carica papaya; PARTE UTILIZADA: - Látex da planta; 55 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 56 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Protease vegetal (grupo sulfidrila); PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Possui atividade proteolítica intensa para o uso tópico, associada a atividades digestivas, quando utilizada por via oral, em complementação as enzimas digestivas; INDICAÇÕES: - O gel-creme de Papaína a 4% é indicado para tratamento de feridas de difícil cicatrização, onde um debridamento químico se faz necessário, principalmente em feridas com áreas de necrose (úlceras de mmii, escaras, ulcerações crônicas diversas); CONTRA-INDICAÇÕES: - Não aplicar sobre pele íntegra, e principalmente sobre mucosas e olhos; EFEITOS COLATERAIS: - Ardor local; Irritação da pele subjacente a aplicação; - Uso durante a gravidez e lactação: Contra-indicado; INTERAÇÕES: - Evitar associação com produtos contendo iodo; Pode ser associada a outros produtos de uso tópico com a mesma finalidade, lembrando-se de sua capacidade de degradar proteínas; POSOLOGIA: - Aplicar diariamente sobre a área ulcerada, uma ou duas vezes ao dia, após higienização adequada, evitando seu contato com a pele ao redor da lesão. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 56 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 57 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.14 CONFREI NOME BOTÂNICO: Symphytum officinalis; PARTE UTILIZADA: - Folha e raiz; CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Alcalóides pirrolizidínicos (hepatotóxicos por via oral), alantoína, taninos, açúcares, saponinas, terpenos, ácidos orgânicos, esteróides, mucilagens. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - A alantoína, apresenta ação tópica proliferante celular e removedora de tecido necrosado; A mucilagem tem ação emoliente, agindo como hidratante e anti-inflamatório tópico; INDICAÇÕES: - Gel creme a 5% em úlceras de difícil cicatrização, psoríase, cicatrização de queimaduras, fissuras; CONTRA-INDICAÇÕES: - Nunca utilizar o confrei internamente, pelo seu elevado grau de hepatotoxicidade (necrose centrolobular pelos alcalóides pirrolizidínicos); Evitar seu uso tópico em crianças menores (pela maior absorção da pele). Evitar o uso por mais de 30 dias ininterruptos (alternar com papaína ou outro produto se necessário); 57 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 58 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS EFEITOS COLATERAIS: - Não referidos no uso externo e na dosagem recomendada; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado; INTERAÇÕES: - Pode ser associado a outros produtos de uso tópico (calêndula, arnica, papaína, babosa, própolis); POSOLOGIA: - Aplicar sobre a área afetada uma ou duas vezes ao dia, após higienização adequada. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.15 CAVALINHA NOME BOTÂNICO: Equisetum arvense; PARTE UTILIZADA: - Partes aéreas; 58 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 59 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Flavonóides, alcalóides, saponinas, ácidos orgânicos, ácido sílico, substâncias amargas, taninos, compostos inorgânicos; PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Possui atividade diurética e remineralizante, adstringente do trato urinário e antiinflamatória prostática; INDICAÇÕES: - Diurética, remineralizante, hemostática, antiinflamatória das vias urinárias e próstata, auxiliar nos regimes de emagrecimento, auxiliar no tratamento de incontinência urinária noturna em crianças; CONTRA-INDICAÇÕES: - Disfunção renal e cardíaca; EFEITOS COLATERAIS: - Não referidos na dosagem recomendada; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicada; INTERAÇÕES: - Pode ser associada à Sementes de Abóbora ou ao Saw palmeto para HPB; POSOLOGIA: - Uma a três cápsulas de 250 mg ao dia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 59 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 60 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.16 CAMOMILA NOME BOTÂNICO: Matricaria recutita; PARTE UTILIZADA: - Flores; CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Óleos essenciais, camazuleno, matricina, flavonóides, terpenos, cumarinas, mucilagens, ácidos orgânicos, sais minerais, aminoácidos; PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Possui marcada atividade antiinflamatória, antibacteriana, antimicótica e protetora de mucosas, devida principalmente ao camazuleno, ao alfa-bisabolol (óleo essencial), a matricina e as mucilagens; INDICAÇÕES: - A pomada em orabase é indicada em inflamações de mucosa oral de diversas etiologias: gengivites, estomatites, glossites; CONTRA-INDICAÇÕES: - Não há restrições ao seu uso tópico na literatura; Uso interno contra-indicado em gestantes; EFEITOS COLATERAIS: - Podem ocorrer reações locais em pessoas alérgicas; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Uso interno contra-indicado em gestantes; Em gestantes, evitar o uso tópico em excesso, pela possibilidade de absorção pela mucosa oral; Sem contra-indicações na lactação; 60 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 61 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS INTERAÇÕES: - Pode ser associado a outras plantas de efeito sinérgico; POSOLOGIA: - Aplicar sobre a área afetada sempre que necessário (até 8x/dia). CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.17 CASTANHA DA ÍNDIA NOME BOTÂNICO: Aesculus hippocastanum PARTE UTILIZADA: - Sementes; CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Saponinas, flavonóides, heterosídeos cumarínicos, taninos, vitaminas B, K, C e pró-vitamina D, fitosterol, proteínas e açúcares; 61 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 62 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Aumenta a resistência e o tônus das veias, além de diminuir a permeabilidade capilar; INDICAÇÕES: - Perturbações da circulação venosa, principalmente varizes, hemorróidas e flebites; CONTRA-INDICAÇÕES: - Crianças menores de 12 anos; EFEITOS COLATERAIS: - Não referidos na dosagem recomendada; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicada; INTERAÇÕES: - Potencialização de anticoagulantes e hamamelis; POSOLOGIA: - Uma cápsula –250 mg- duas a três vezes ao dia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 62 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 63 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.18 FUCUS NOME BOTÂNICO: Fucus vesiculosus; PARTE UTILIZADA: - Toda a planta; CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Iodo, mucilagem (pectina), óleo essencial, sais minerais, fucoidina; PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Pelo seu alto teor de iodo, age como estimulante da tireóide, aumentando a produção de seus hormônios, acelerando assim, o metabolismo da glicose e ácidos graxos; A ação das mucilagens, aumenta o trânsito intestinal, além de se ligar às moléculas de ácidos graxos; INDICAÇÕES: - Auxiliar no tratamento da obesidade; CONTRA-INDICAÇÕES: - Hipersensibilidade ao Iodo, hipertireoidismo, hipertensão arterial, cardiopatias; EFEITOS COLATERAIS: - Raros na dosagem recomendada, podendo apresentar elevação de PA, palpitações, diarréia; 63 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 64 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado; INTERAÇÕES: - Pode ser associada à valeriana ou outros ansiolíticos, além de diuréticos, como a cavalinha, para o tratamento da obesidade; Pode potencializar os efeitos dos hormônios tireoidianos; POSOLOGIA: - Uma cápsula 2x/dia, antes das refeições, associada a líquidos em abundância (02 litros por dia). CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.19 FUCUS – VALERIANA – CAVALINHA Caps. com 400-50-250 mg respectivamente. Este produto associa as atividades ansiolíticas da valeriana e diuréticas da cavalinha (tratadas isoladamente em ítens específicos, já que podem ser prescritas isoladamente), às atividades do fucus (tratadas neste item, já que só poderá ser prescrito nesta associação). Esta associação é indicada nos casos de obesidade, como auxiliar ao tratamento clínico (dieta e exercícios), desde que patologias de base, e contra-indicações a todos os constituintes da fórmula tenham sido descartados. 4.20 QUEBRA-PEDRA 64 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 65 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS NOME BOTÂNICO: Phyllantus niruri; PARTE UTILIZADA: - Toda a planta; CONSTITUINTES PRINCIPAIS: - Ácidos orgânicos, compostos fenólicos, terpenos, flavonóides; PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Possui, entre outras atividades, a virtude de dissolver cálculos renais, impedir a contração do ureter, elevar a taxa de filtração glomerular e aumentar a excreção urinária de ácido úrico; INDICAÇÕES: - Litíases do trato urinário, auxiliar nas cistites; CONTRA-INDICAÇÕES: - Gravidez e lactação; EFEITOS COLATERAIS: - Não referidos na dosagem recomendada – Pode ser prejudicial quando utilizado em altas doses (4 ou mais gramas ao dia) por períodos superiores a 03 meses; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: 65 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 66 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Contra-indicado; INTERAÇÕES: - Potencializa os efeitos de diuréticos; POSOLOGIA: - Uma cápsula –500 mg- 2x/dia, associada a líquidos em abundância. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.21 HIPÉRICO NOME BOTÂNICO: Hypericum perforatum. PARTE UTILIZADA: - Partes aéreas (folhas e flores). HISTÓRICO: 66 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 67 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Seu nome vem do Grego: hiper=sobre e eikon=imagem ou seja, aquele que está acima do imaginado. Arbusto perene, originário da Europa e oeste da Ásia, onde cresce espontaneamente em locais sombreados, foi citada no tratado “Matéria Médica” de Dioscórides (séc. III aC), e reconhecida na antigüidade como planta mágica, capaz de espantar maus fluidos, sendo usada para encantamentos e para curar enfermidades desde a idade média. Atualmente, é a planta medicinal com atividade antidepressiva mais pesquisada e conhecida no mundo. Somente na Alemanha, mais de 20 milhões de pessoas fazem ou fizeram uso regular do hipérico para o tratamento da depressão e sintomas associados. Faz parte de várias farmacopéias, incluindo a da Alemanha, além da Comissão E, Suiça, Inglaterra, Rússia, Polônia, Austrália, etc. No Brasil, faz parte da lista de registro simplificado de Fitoterápicos da ANVISA, como antidepressivo (vide resol. RE número 89, de 16 de março de 2004). CONSTITUINTES: - Óleo essencial; taninos; resinas; pectina; glicosídeos antraquinônicos(entre eles a hipericina); flavonóides (hiperosídeo, quercitina, rutina); catequinas; beta-sitosterol; saponinas; princípios amargos; carotenos; vitamina C. AÇÕES: - Anti-depressivo, calmante, sedativo, adstringente, digestivo, anti-inflamatório, cicatrizante para uso externo. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - O conjunto de seus componentes, principalmente os princípios amargos e a pectina, asseguram sua ação digestiva; - Os taninos têm ação adstringente; - As saponinas estimulam a circulação sangüínea; - A hipericina tem ação inibidora da MAO e COMT (catecol-o-metil transferase), exercendo ação calmante e anti-depressiva, aliviando inclusive os sintomas neurovegetativos associados. Outra ação relatada em trabalhos foi uma modulação na produção de citoquinas, com uma supressão da liberação de interleucina 6 e uma modulação aparente dos receptores de serotonina, inibindo sua recaptação e também da dopamina e da norepinefrina, efeitos estes, não encontrados em nenhum outro antidepressivo (ação nas 03 vias de recaptação), creditados ao extrato com todos os seus componentes, e não apenas a hipericina (“totum”). INDICAÇÕES: 67 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 68 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Depressão leve a moderada; Depressão exógena; Depressão em remissão; Sintomas neurovegetativos e déficit da concentração, associados à depressão; Insônia; Nervosismo; Má digestão; Tratamento tópico de úlceras e queimaduras. CONTRA-INDICAÇÕES: - Diabetes, gravidez, aleitamento, crianças menores de 12 anos e hipersensibilidade aos componentes da fórmula; EFEITOS COLATERAIS: - Raros, mesmo em idosos; usualmente, não causa sedação; - Reações alérgicas cutâneas, fotossensibilidade em pessoas de pele clara e sensível (evitar a exposição solar excessiva e sem proteção), irritação gastro-intestinal em pessoas sensíveis, elevação dos níveis pressóricos. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra-indicado durante a gravidez e lactação. INTERAÇÕES: - Não há interação do hipérico com álcool; - Pode ser associada à valeriana, passiflora e ao lúpulo para a insônia; - Pode diminuir os efeitos da ciclosporina, digoxina, anticoncepcionais e anticoagulantes; - Pode potencializar os efeitos de outros inibidores de MAO e inibidores da recaptação da serotonina, podendo levar a síndrome serotoninérgica POSOLOGIA: - Início da ação após 03 a 04 semanas de tratamento. - Uma ou duas cápsulas – 300 mg - à noite para insônia. - Uma a três cápsulas ao dia para depressão (às refeições). DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Evitar o uso interno ininterrupto e prolongado. SUPERDOSAGEM: - Irritação cutânea e fotossensibilidade, em altas doses e no uso prolongado. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.22 CAPIM LIMÃO 68 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 69 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS NOME BOTÂNICO: Cymbopogon citratus. PARTE UTILIZADA: - Folhas. HISTÓRICO: - Planta perene, originária da Índia. Na Ásia, o chá de suas folhas é utilizado como febrífugo e as raízes mastigadas para clarear os dentes. Desenvolve-se bem em quase todo o Brasil. Suas folhas são aromáticas e possuem odor característico. Ocorre a beira de estradas e prefere climas quentes. É também conhecida como capim cidró, capim cheiroso, capim santo e erva cidreira entre outros nomes. Cuidado para não confundir com a citronela (Cymbopogon winterianus), que é uma planta utilizada apenas com fins aromáticos e repelente de insetos. CONSTITUINTES: - Óleos essenciais, contendo 75 a 85% de citral e seus isômeros geranial e neral, vários aldeídos, como citronelal, isovaleraldeído, decilaldeído, cetonas, álcoois como geraniol, nerol, metil heptenol, farnesol, terpenos como depenteno e mirceno, além de flavonóides, substâncias alcaloídicas, uma saponina esterólica, beta-sitosterol, n-hexacosanol e n-triacontano e triterpenóides isolados da cera que recobre as folhas, o cimbopogonol e cimbopagona. AÇÕES: - Excitante gástrico, sedativo, carminativo, emenagogo, analgésico, antitérmico, antibacteriano de uso tópico. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Determina uma diminuição da atividade motora, aumentando o tempo de sono, é um regulador vago-simpático. O citral tem efeito antiespasmódico, tanto no tecido uterino como no intestinal. É analgésico e combate o histerismo e outras afecções nervosas, propriedade devida ao mirceno. A 69 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 70 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS atividade antibacteriana está associada também ao citral. - O extrato da planta, no duodeno do coelho, demonstrou a diminuição do tônus abdominal e no reto abdominal, havendo bloqueio da acetilcolina. INDICAÇÕES: - Cefaléia de origem tensional, ansiedade, nervosismo, insônia, flatulência, e como relaxante muscular (mialgias, tensões musculares de etiologias diversas, hipertensão arterial). CONTRA-INDICAÇÕES: - Hipotensão arterial. EFEITOS COLATERAIS: - Não relatados na literatura, desde que utilizados nas doses recomendadas. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - É contra indicado durante a gestação, devido ao relaxamento da musculatura uterina. - É recomendado durante a lactação, pois atua como estimulante lácteo. INTERAÇÕES: - Não há referências na literatura consultada. POSOLOGIA: - Infusão a 02% (05 grs/250 ml de água). 250 ml à noite para insônia. Até 1.000 ml ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pode ser usado pelo tempo que se fizer necessário. SUPERDOSAGEM: - Doses excessivas podem provocar hipocinesia, ataxia, bradipnéia, perda de postura, sedação e diarréia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 70 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 71 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 4.23 TANSAGEM NOME BOTÂNICO: Plantago major. PARTE UTILIZADA: - Folhas e sementes. HISTÓRICO: - Também conhecida como tanchagem, tanchagem maior, tranchagem, língua de vaca e plantagem. Originária da Europa, vegeta espontaneamente em nosso país, especialmente em terrenos úmidos e em clima temperado. É uma planta vivaz, que cresce pouco, atingindo 40 a 60 cm de altura. Existem várias espécies, sendo o Plantago major, a de maior valor medicinal. CONSTITUINTES: - Taninos, mucilagens, ácidos orgânicos (clorogênico e ursólico), ácido silícico, glicosídeos (aucubina), óleos essenciais, alcalóides (plantagonina e indicaína), resinas, alantoína, heterosídeos (aucubigenina), enzimas (emulsina e invertina), colina, sais de potássio e vitamina C. As sementes contém antraquinonas. AÇÕES: - Expectorante, adstringente, emoliente, diurética, antiinflamatória, antiséptica, bactericida, cicatrizante, antidiarreica, depurativa. As sementes são laxativas. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Devido as mucilagens, exerce uma ação protetora sobre as mucosas inflamadas e das vias respiratórias, impedindo a atividade de substâncias irritantes e promovendo a diminuição do processo inflamatório. Age sobre as vias respiratórias superiores, protegendo-a e auxiliando a expectoração. Tem a propriedade de destruir um grande número de microorganismos e estimular a epitelização. - Os taninos conferem a propriedade adstringente, formando revestimentos protetores, atenuando a 71 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 72 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS sensibilidade e dificultando infecções, além de proporcionar uma ação hemostática. - Por diminuir a irritação da mucosa intestinal, as folhas possuem ação antidiarréica. - As sementes atuam diretamente como laxativas por absorver grande quantidade de água, estimulando o peristaltismo. INDICAÇÕES: - Afecções respiratórias (bronquites, gripes, asma, tosses, catarros), diarréias (folhas), hemorragia pós-parto, feridas, úlceras varicosas, inflamações da boca e garganta (aftas, amígdalites, gengivoestomatites). - Obstipação intestinal (sementes secas). CONTRA-INDICAÇÕES: - Não há referências na literatura consultada. EFEITOS COLATERAIS: - Não relatados na literatura, desde que utilizados nas doses recomendadas. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra indicado durante a gestação (estimulante uterino). - Não há referências quanto a contra indicações durante a lactação, na literatura consultada. INTERAÇÕES: - Pode ser associada com o sabugueiro com potencialização do efeito expectorante. POSOLOGIA: - Gel creme a 05% - Aplicar sobre a área afetada duas vezes ao dia após higienização adequada. - Pode ser utilizada in natura sob a forma de cataplasmas ou infusão a 05% para gargarejos, bochechos, banhos e para uso oral (até 03 xícaras ao dia). - Podem ser utilizadas as semente secas como laxante. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pode ser usado pelo tempo que se fizer necessário. SUPERDOSAGEM: - Não há referências na literatura consultada. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.24 ALHO 72 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 73 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS NOME BOTÂNICO: Allium sativum. PARTE UTILIZADA: - Bulbos. HISTÓRICO: - Desde os primórdios da civilização, vem sendo utilizado pelo homem como recurso culinário e terapêutico. Gravações antiqüíssimas demonstram que o alho era utilizado como remédio pelos babilônicos, chineses, gregos e romanos. - O alho cresce espontaneamente na Sicília e em outros pontos da Europa, sendo amplamente conhecido e utilizado no Brasil. - Os russos e búlgaros atribuem sua vitalidade e saúde ao hábito de ingerir alho. - Durante a primeira grande guerra, as forças armadas britânicas valiam-se do alho para impedir infecções. CONSTITUINTES: - Heterosídeos sulfurados, alicina, ácido fosfórico, aliína, óxido dialildisulfeto, ajoeno, dissulfeto de dialila, dissulfeto de dietila, trissulfeto de alila, polissulfeto de dialila, cálcio, enxofre, iodo, silício, sódio, ferro, vit. A, B1, B2 e C. AÇÕES: - Expectorante, anti-séptico pulmonar, analgésico, antiinflamatório, antibacteriano, tônico, hipotensor, vermífugo, hipoglicemiante, febrífugo, antiplaquetário, antioxidante e hipocolesterolemiante. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - O princípio de ação do alho se deve à alicina e aliina. A alicina originada à partir da alinase, possui 73 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 74 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS notáveis propriedades bacteriostáticas e bactericidas sobre inúmeras bactérias, destruindo os grupos tiólicos, essenciais à proliferação bacteriana. Reduz os níveis de colesterol através do óxido dialildissulfeto. - Possui ação fraca para áscaris e oxiúros. - Ajuda a eliminar as espécies patogênicas do intestino, sem afetar a flora normal. - É estimulante orgânico geral e de algumas glândulas, sendo útil no diabetes. É considerado um bom hipotensor devido a sua capacidade vasodilatadora. - Ajuda a desobstruir as vias aéreas, por fluidificar suas secreções. - Possui efeito antiplaquetário, inibindo a tromboxano-sintetase, enzima que tem um importante papel na formação do tromboxano A2, responsável pela agregação plaquetária. - Age ainda estimulando o mecanismo endógeno de defesa, inibindo a formação de radicais livres e a peroxidação dos lipídeos. - Seu extrato foi testado em animais, observando-se uma redução da pressão arterial e uma diminuição do rítmo cardíaco, devido provavelmente a um efeito bloqueador beta-adrenérgico. INDICAÇÕES: - Afecções respiratórias (bronquites, gripes, asma, tosses, catarros), infecções superficiais de pele e mucosas, diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, prevenção de vasculopatias ateroscleróticas e como anti-radicais livres. CONTRA-INDICAÇÕES: - Hipersensibilidade ao óleo de alho. EFEITOS COLATERAIS: - Em altas doses podem ocorrer irritação gástrica e náuseas. Odor perceptível de alho na respiração e na pele. Reações alérgicas em pessoas sensíveis. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Contra indicado durante a lactação (pode provocar cólicas no lactente). - Não há referências quanto a contra indicações durante a gravidez, na literatura consultada. INTERAÇÕES: - Pode ser associado a outras plantas expectorantes, sem problemas referidos na literatura consultada. POSOLOGIA: - Cápsulas de óleo de alho: 250 mg. Uma a três cápsulas ao dia. 74 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 75 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS - Maceração: 02 ou 03 dentes de alho em uma xícara de água por dia. - Alho fresco: 04 grs/dia. - Altas temperaturas no preparo, diminuem significativamente suas atividades terapêuticas. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pode ser usado pelo tempo que se fizer necessário. SUPERDOSAGEM: - Irritação gástrica, náuseas e reações de hipersensibilidade. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 4.25 PASSIFLORA NOME BOTÂNICO: Passiflora alata. PARTE UTILIZADA: - Folhas. HISTÓRICO: - O maracujá é originário da América tropical. É uma trepadeira perene que floresce na primavera e 75 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 76 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS dá frutos no início verão. Suas flores lembram os instrumentos utilizados na crucificação de Cristo, daí seu nome de flor da paixão (passion flower) em outros idiomas, e é de grande efeito ornamental. Seus frutos são ovóides, amarelados e com polpa comestível e rico em vitamina C. Em 1.867, os estudos de um investigador americano chamaram a atenção para a passiflora, e demonstraram seu grande potencial para a medicina como sedativo e antiespasmódico. CONSTITUINTES: - Alcalóides indólicos (harmana, harmina, harmol e harmalina); flavonóides (vitexina, isvitexina, orientina, 0,55 g% de apigenina); glicosídeos; álcoois; ácidos; gomas; resinas e taninos. AÇÕES: - Sedativo, tranquilizante, antiespasmódico, diurético. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: - Age como depressor inespecífico do sistema nervoso central, resultando em uma ação sedativa, tranqüilizante e antiespasmódica da musculatura lisa, devido aos alcalóides e flavonóides. - A passiflorina é similar a morfina, tendo grande valor como sedativo e que apesar de narcótico, não deprime o sistema nervoso central. - Seu uso diminui por instantes a pressão arterial e ativa a respiração. - Possui ainda efeitos analgésicos o que justifica seu emprego nas nevralgias. INDICAÇÕES: - Cefaléia de origem tensional, ansiedade, perturbações da menopausa, insônia, taquicardia nervosa, cólicas, nevralgias e asma. CONTRA-INDICAÇÕES: - Hipotensão arterial. EFEITOS COLATERAIS: - Raros nas doses terapêuticas. O uso de doses excessivas de folhas pode levar a intoxicação cianídrica. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: - Não há referências na literatura consultada, porém, desaconselha-se seu uso durante a gravidez, 76 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 77 Protocolo de Fitoterapia - 4. OS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS até que maiores estudos sejam realizados. INTERAÇÕES: - Pode potencializar os efeitos do álcool, anti-histamínicos e do sono induzido por barbitúricos, além dos efeitos analgésicos da morfina. Pode provocar um bloqueio parcial dos efeitos das anfetaminas. - Pode ser associado com valeriana e com lúpulo para insônia. POSOLOGIA: - Cápsulas de 200 mg. - Uma ou duas cápsulas à noite para insônia. - Uma a três cápsulas ao dia para ansiedade, cefaléias e outros distúrbios de fundo nervoso. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: - Pode ser usado por até 03 meses. Não há referências quanto a possível dependência física na literatura. SUPERDOSAGEM: - Alucinações, hipotensão arterial, sinais de intoxicação cianídrica. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: - Armazenar em recipientes hermeticamente fechados, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 77 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 78 Protocolo de Fitoterapia 5. CHÁS Mesmo que já tenham sido tratados nos capítulos anteriores, transcreveremos a seguir, as principais informações relativas a algumas plantas medicinais, fornecidas pelo programa municipal sob a forma desidratada (“in natura”). GUACO NOME BOTÂNICO: Mikania glomerata. PARTE UTILIZADA: Folhas. HISTÓRICO: Originário da América do Sul, se desenvolve como trepadeira arbustiva, lenhosa, sem gavinhas, adaptando-se muito bem ao cultivo doméstico; recebe também o nome de erva-das-serpentes, pois é utilizado como "contra- veneno" em certas regiões. CONSTITUINTES: Óleos essenciais (di e sesquiterpenos); Taninos; Saponinas; Resinas; Guasina (substância amarga); Cumarinas; Guacosídeo. AÇÕES: Broncodilatadora, anti-asmática, expectorante, béquico, emoliente, depurativo e cicatrizante. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: Facilita a fluidificação dos exsudatos traqueobrônquicos, relaxa a musculatura lisa dos vias aéreas; Estimula a secreção e eliminação de urina; Sudorífico; Um glicosídeo, isolado por processos químicos, da origem à cumarina, possível responsável pelo efeito anti-ofídico. INDICAÇÕES: Tosses rebeldes, bronquites, asma, ivas, rouquidão, estados febris, pruridos, eczemas. 78 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 79 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS CONTRA-INDICAÇÕES: Diabetes Mellitus, evitar o xarope pelo alto teor de açúcar; evitar o uso em crianças menores de um ano. Não há outras referências na literatura consultada. EFEITOS COLATERAIS: Sem efeitos colaterais relatados, nas doses recomendadas. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Uso não recomendado durante a gestação, pelo risco de hemorragia INTERAÇÕES: Evitar seu uso associado à anti-coagulantes. POSOLOGIA: Xarope: 10 a 40 ml/dia. Infusão à 2% (04 gr por 200 ml de água a aproximadamente 80 graus celsius, durante 10 min.) – 50 a 200 ml por dia, de preferência morno; DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Evitar o uso prolongado pelo risco de hemorragia (até 100 dias). SUPERDOSAGEM: Pode causar náuseas e vômitos em altas doses, além de acidentes hemorrágicos. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: Armazenar em ambientes fechados, ao abrigo do calor, umidade e luz solar. FUNCHO NOME BOTÂNICO: Foeniculum vulgare. PARTE UTILIZADA: Folha, Fruto e raiz; HISTÓRICO: Erva perene, originária da Europa e bem adaptada ao Brasil desde a época da colonização portuguesa. Possui flores amarelas e sementes oblongas, enquanto a erva-doce possui flores brancas e sementes arredondadas. Fazia parte das “cinco ervas operientes” , conjunto medicinal que tinha lugar de destaque na farmácia antiga; 79 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 80 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS CONSTITUINTES: Ácidos oleico, linoleico, palmítico; Óleos essenciais: funchona, anetol, limoneno; Açúcares; Mucilagens; pectina; Tanino; Flavonóides; Cumarinas e outras; AÇÕES: Antiespasmódicos, galactagogo, emenagogo, expectorante, antiinflamatório, carminativo; PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: Exerce ação relaxante sobre a musculatura lisa do estômago e aumenta o peristaltismo intestinal, reduzindo a produção de gases, devido aos ácidos oleico, linoleico e palmítico; Estimula as secreções brônquicas, lácteas e biliares; Age ainda como antiespasmódico, estimulando porém o fluxo menstrual em altas doses; INDICAÇÕES: Distúrbios digestivos, como cólicas, dispepsias, flatulência, azia, vômitos, refluxo gastro-esofágico; Estimulante da secreção láctea; CONTRA-INDICAÇÕES: Gravidez – emenagogo, e hipersensibilidade aos componentes da fórmula; EFEITOS COLATERAIS: Não há referências na literatura consultada; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Contra-indicado durante a gravidez; É particularmente indicado durante a lactação, devido a seu efeito galactagogo, não sendo prejudicial ao lactente; INTERAÇÕES: Pode potencializar o sono induzido por barbitúricos; Pode ser associado a outros fitoterápicos, sem interações medicamentosas significativas; POSOLOGIA: Sementes: infusão com 10 gr em 01 litro de água fervente ao dia; Folhas: 30 gr em 01 litro de água DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Sem restrições ao uso prolongado. SUPERDOSAGEM: Alucinações, excitação e até convulsões, em altas doses; CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: Armazenar em recipientes herméticos, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 80 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 81 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS CAVALINHA NOME BOTÂNICO: Equisetum arvense. PARTE UTILIZADA: Partes aéreas: Folha, Fruto e raiz; HISTÓRICO: Originária da Europa, reproduz-se por esporos, agrupados numa espécie de espiga terminal. Seu nome derivado do latim, deriva de “equi”=cavalo e setum=cauda. Tem sabor levemente salgado e amargo e cresce em locais úmidos. CONSTITUINTES: Flavonóides, alcalóides, saponinas, ácidos orgânicos, ácido sílico, substâncias amargas, taninos, compostos inorgânicos; AÇÕES: Diurética, remineralizante, hemostática, sebostática, aniinflamatória, antiacne, cicatrizante, adstringente gênito-urinário, abrasiva, tonificante e revitalizante. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: Possui atividade diurética e remineralizante, adstringente do trato urinário e antiinflamatória prostática; INDICAÇÕES: Diurética, remineralizante, hemostática, antiinflamatória das vias urinárias e próstata, auxiliar nos regimes de emagrecimento, auxiliar no tratamento de incontinência urinária noturna em crianças; CONTRA-INDICAÇÕES: Disfunção renal e cardíaca; EFEITOS COLATERAIS: Não referidos na dosagem recomendada; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Contra-indicada; INTERAÇÕES: Pode ser associada à Sementes de Abóbora ou ao Saw palmeto para HPB; POSOLOGIA: Infusão a 05% - 200ml/dia como diurético - 500ml/dia como hemostático 81 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 82 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Pelo tempo que se fizer necessário. SUPERDOSAGEM: Evitar doses superiores a 05 gr/dia de pó da planta. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: Armazenar em recipientes herméticos, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. CAMOMILA NOME BOTÂNICO: Matricaria recutita. PARTE UTILIZADA: Flores; HISTÓRICO: Erva anual que cresce espontaneamente na Europa e Ásia. Os Egípcios dedicavam-na ao Sol e adoravam-na mais do que qualquer outra planta pelas suas propriedades curativas. O nome Matricária, deriva do latim “mater” ou “matrix”=útero, por ser utilizada em doenças femininas. O clima ideal para o cultivo é o temperado e de elevada umidade. CONSTITUINTES: Óleos essenciais, camazuleno, matricina, flavonóides, terpenos, cumarinas, mucilagens, ácidos orgânicos, sais minerais, aminoácidos; AÇÕES: Antiespasmódica, antiinflamatória, carminativa, calmante, cicatrizante, tônica, emoliente, refrescante, antisséptica, antialérgica. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: Possui marcada atividade antiinflamatória, antibacteriana, antimicótica e protetora de mucosas, devida principalmente ao camazuleno, ao alfa-bisabolol (óleo essencial), a matricina e as mucilagens; INDICAÇÕES: Inflamações de mucosa oral de diversas etiologias: gengivites, estomatites, glossites; Inflamações de mucosas gastrointestinais (colites, diarréias, cólicas biliares e intestinais, flatulência); Nervosismo, eczemas, úlceras de pele, dermatites irritativas superficiais. CONTRA-INDICAÇÕES: Não há restrições ao seu uso tópico na literatura; Uso interno contra-indicado em gestantes; 82 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 83 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS EFEITOS COLATERAIS: Podem ocorrer reações locais em pessoas alérgicas; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Uso interno contra-indicado em gestantes; Em gestantes, evitar o uso tópico em excesso, pela possibilidade de absorção pela mucosa oral; Sem contraindicações na lactação; INTERAÇÕES: Pode ser associado a outras plantas de efeito sinérgico; POSOLOGIA: Infusão a 05% - 200 a 600 ml/dia. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Pelo tempo que se fizer necessário. SUPERDOSAGEM: Náuseas, nervosismo e insônia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: Armazenar em recipientes herméticos, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. QUEBRA PEDRA NOME BOTÂNICO: Phyllantus niruri. PARTE UTILIZADA: Toda a planta; HISTÓRICO: Planta herbácea anual, de consistência delicada. Nativa das Américas, é uma planta daninha bastante comum no Brasil. Várias plantas da mesma família são utilizadas pela medicina popular, mas esta é a mais ativa. CONSTITUINTES: Ácidos orgânicos, compostos fenólicos, terpenos, flavonóides; AÇÕES: Diurética, hipoglicemiante, antiespasmódica, litolítica, colagoga. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: Possui, entre outras atividades, a virtude de dissolver cálculos renais, impedir a contração do ureter, elevar a taxa de filtração glomerular e aumentar a excreção urinária de ácido úrico; 83 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 84 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS INDICAÇÕES: Litíases do trato urinário, auxiliar nas cistites; CONTRA-INDICAÇÕES: Gravidez e lactação; EFEITOS COLATERAIS: Não referidos na dosagem recomendada – Pode ser prejudicial quando utilizado em altas doses (4 ou mais gramas ao dia) por períodos superiores a 03 meses; USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Contra-indicado; INTERAÇÕES: Potencializa os efeitos de diuréticos; POSOLOGIA: Infusão 02 a 03% - 400 ml/dia. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: No máximo 100 dias ininterruptos de tratamento, interrompendo-o por períodos de pelo menos 02 semanas. SUPERDOSAGEM: Diarréias, diurese excessiva. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: Armazenar em recipientes herméticos, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. CAPIM LIMÃO NOME BOTÂNICO: Cymbopogon citratus PARTE UTILIZADA: Folhas frescas ou secas e rizomas. HISTÓRICO: Planta perene, originária da índia. Na Ásia, seu chá é muito utilizado como febrífugo, e suas raízes mastigadas para clarear os dentes. Desenvolve-se em quase todo o Brasil, preferindo os climas quentes. CONSTITUINTES: Óleos essenciais (citral e seus isômeros geranial e neral), aldeídos (citronelal, isovaleraldeído e decilaldeído), cetonas, álcoois (geraniol, nerol, metil-heptenol, farnesol), terpenos (depenteno e mirceno), flavonóides, alcalóides, saponinas, , beta-sitosterol, e outros. 84 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 85 Protocolo de Fitoterapia - 5. CHÁS AÇÕES: Excitante gástrico, sedativo, relaxante muscular, carminativo, emenagogo, analgésico, antitérmico, antibacteriano de uso tópico. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS: Aumenta o tempo de sono, efeito antiespasmódico tanto de útero como intestino e antibacteriano tópico devido ao citral. Analgésico e combate o histerismo e outras alterações nervosas devido ao mirceno INDICAÇÕES: Insônia, nervosismo, dores de cabeça, flatulência, dores musculares, hipertensão arterial. CONTRA-INDICAÇÕES: Não há referências na literatura consultada. EFEITOS COLATERAIS: Não referidos na literatura, desde que respeitadas as doses recomendadas. USO DURANTE A GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: Contra-indicado durante a gestação. Pode ser utilizado na amamentação como estimulante da secreção láctea. INTERAÇÕES: Não há referências na literatura consultada. POSOLOGIA: Infusão a 02% - até 1.000 ml (05 xícaras) por dia. DURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Pelo tempo que se fizer necessário. SUPERDOSAGEM: Hipocinesia, ataxia, sedação, bradipnéia, hipotensão arterial e diarréia. CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO: Armazenar em recipientes herméticos, em ambiente seco e arejado e ao abrigo da luz solar. 85 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 86 Protocolo de Fitoterapia ANEXOS ANEXO 01: GLOSSÁRIO EM FITOTERAPIA ADSORÇÃO: fixação de uma substância na superfície de outra; ADSTRINGENTE: produto que contrai os tecidos, promovendo o fechamento dos poros; ALCOOLATURA: o mesmo que tintura; BÉQUICO: antitussígeno, aquele que combate a tosse; CARMINATIVO: aquele que diminui a formação de gases no estômago e no intestino; CATAPLASMA: papa medicamentosa aplicada entre dois panos, a uma determinada parte do corpo; CATÁRTICO: produto que acelera e aumenta a evacuação intestinal; COLAGOGO: produto que aumenta a secreção da bílis; COLERÉTICO: produto que ativa a produção e a secreção da bílis; COLÓIDE: substância amarelada, gelatinosa, semelhante a cola; COMPRESSA: material usado para ser colocado sobre uma determinada região afetada, podendo conter medicamentos ou não; DECOCÇÃO: cozimento de determinada planta por até 20 minutos, tampada e em fogo brando. Utilizada para ervas não aromáticas (que contém princípios ativos estáveis ao calor) e partes do vegetal mais resistentes ao calor, como cascas, raízes e algumas sementes; DEMULCENTE: emoliente; DEPURAR: tornar puro, limpar; DIAFORESE: transpiração profusa; EMENAGOGO: produto que faz vir o mênstruo podendo ser abortivo; EMOLIENTE: produto que exerce efeito calmante sobre a pele e sobre a mucosa inflamada, combatendo o ressecamento dos tecidos e devolvendo-lhes a flexibilidade e maciez; EXPECTORANTE: produto que facilita a saída das secreções das vias respiratórias; EXSUDAÇÃO: eliminação de substância depositada em tecidos, ou através da pele; FEBRÍFUGO: produto que combate a febre; FITOTERAPIA: tratamento à base de produtos de origem exclusivamente vegetal, seja através de drogas vegetais frescas ou secas e de seus extratos naturais; FLATULÊNCIA: distensão por gases do estômago e/ou do intestino; FLAVONÓIDE: pigmento vegetal de diversas plantas, que contribui para sua coloração, além de ser quimicamente ativo para algumas patologias; FOTOSSENSIBILIDADE: sensibilidade às radiações luminosas; GALACTÓGENO: que produz leite; GEMA: parte do vegetal que pode dar origem a um novo indivíduo; HIDRAGOGO: que provoca a eliminação de água; HIDRÓLISE: decomposição de substância por meio da água; HIDROPSIA: acúmulo anormal de líquido em determinado tecido ou cavidade do corpo; INFUSÃO: preparação utilizada para plantas ricas em componentes voláteis, aromas delicados ou 86 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 87 Protocolo de Fitoterapia que se degradem pela ação do calor. São obtidas colocando-se a água na temperatura adequada sobre a planta, previamente limpa e rasurada, e tampadas pelo prazo adequado para cada produto. Deve ser preparada, preferencialmente, em recipientes de vidro ou louça; INTERAÇÃO: ação mútua entre duas ou mais substâncias; INTUMESCER: aumentar de volume; LENITIVO: que adoça ou acalma; Calmante; MACERAÇÃO: preparação a frio de determinada planta com álcool, óleo, vinho ou outro líquido extrator. Deve permanecer tampado e agitado periodicamente, até que se obtenha a concentração desejada do produto; METEORISMO: presença de gases em excesso no tubo gastrointestinal; MUCILAGEM: parte viscosa de gomas, usadas como emolientes ou protetores de determinado tecido; PECTINA: carboidrato presente na parte interna da casca de determinadas frutas (cítricos, maçã, berinjela, maracujá), que apresenta afinidade por gorduras e outras substâncias, funcionando como um adsorvente; PURGATIVO: laxante, purgante, catártico ou que promove a exoneração do intestino; RUBEFACIENTE: que produz vermelhidão ou hiperemia passiva; SAPONINA: produto dotado de ação dissolvente sobre determinadas células e substâncias; SUDORÍFICO: que faz suar; SUPURATIVO: que produz ou que facilita a eliminação de pus; TANINO: substâncias adstringentes, dotadas de ação terapêutica e que normalmente dão coloração azul com sais de ferro; TRANSUDAÇÃO: passagem de líquido através de membrana; TUMEFAÇÃO: edema, intumescimento ou aumento de volume de determinado órgão ou tecido; UMECTANTE: que umedece ou dilui; VULNERÁRIO: próprio para curar feridas. ANEXO 02: SITES ÚTEIS EM FITOTERAPIA - Herbarium – www.herbarium.com.br; - Assoc. Argentina de Fitoterapia – www.plantasmedicinales.org; - Proplan – www.saude.rj.gov.br/proplam/; - Unicamp – www.cpqba.unicamp.br; - Klabin – www.klabin.com.br/; - Esalq- www.ciagri.usp.br/planmedi/; - IBPM – www.ibpm.org.br/; - Lab. Flora medicinal – www.floramedicinal.com.br; - Biofito – www.biofito.com.br; - Anvisa – www.anvisa.gov.br/; 87 Protocolo Fitoterapia 22/02/07 09:29 Page 88 Protocolo de Fitoterapia BIBLIOGRAFIA ALBANOZ M., Américo. Medicina Tradicional Herbária. Caracas: Instituto Farmacoterápico Latino, 1995. 564 p. ALMEIDA, Edvaldo R. Plantas medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Hemus, 1993. 341 p. ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina - Bases Clínicas e Farmacológicas. Isis Ediciones SRL; Argentina, 1998. BENIGNI, R. et al. Camomila Volgare. In : Pianti Medicinale: Chimica, farmacologia e terapia. Milano: Inverni della Beffa,1971. p. 191-203. 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