Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios RELATIVIDADE Fundamentos de Fı́sica Moderna (1108090) - Capı́tulo 01 I. Paulino* *UAF/CCT/UFCG - Brasil 2014.2 1 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Sumário Relatividade Newtoniana Transformação de Galileu O experimento de Michelson-Morley Relatividade Especial de Einstein Postulados de Einstein, Transformações de Lorentz e efeitos cinemáticos Mecânica Relativı́stica: Momentum e energia relativı́sticos Introdução à Relatividade Geral Conceitos básicos e aspectos gerais Exercı́cios Exercı́cios 2 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu Na fı́sica Clássica, um sistema mecânico qualquer fica completamente determinado se: For estabelecido um sistema de coordenadas adequado; Conhecer a posição do sistema; Conhecer seu momentum linear. Além disso, se for possı́vel conhecer todas as forças que atuam sobre o sistema, ou pela menos as forças equivalentes, é possı́vel fazer previsões do comportamento do sistema em qualquer instante futuro ou passado, utilizando-se as LEIS de NEWTON. 3 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu Imaginando o sistema se movimentando em relação a um referencial inicial. Muitas vezes é desejável conhecer o estado do sistema durante ou após os cálculos em relação a um referencial que se move em relação ao referencial inicial. Duas perguntas são evidentes: Como é que transforma-se a descrição do sistema de coordenadas antigas para as novas coordenadas? O que acontece com as equações que governam o comportamento do sistema quando é feita esta transformação? Este é o tema de estudo da RELATIVIDADE! 4 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu Para saber a resposta que a fı́sica clássica daria a essas duas questões, considere um sistema mecânico mais simples possı́vel. Ou seja, uma partı́cula de massa m movendo-se num sistema de ~. coordenadas cartesiano sujeito a uma força F A quádrupla (x, y , z, t) diz que a partı́cula no instante t tem ~ , a 2a lei de Newton fica: coordenadas x, y , e z. Conhecendo-se F 2 m ddt x2 = Fx , 2 m ddt y2 = Fy , (1) 2 m ddt 2z = Fz . 5 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu Esse conjunto de equações diferenciais governa o movimento do sistema e é válido apenas para um REFERENCIAL INERCIAL. Considere agora a descrição do sistema num referencial (x 0 , y 0 , z 0 ) que se move na direção x com velocidade constante ~u em relação ao sistema anterior e mantém a mesma orientação durante o seu deslocamento. Diz-se que os dois sistema encontram-se em translação uniforme um em relação ao outro. Tem-se então dois conjuntos de números que descrevem o sistema e servem para especificar a localização da partı́cula nos instantes t e t 0 . Estes instantes são medidos nos sistemas de tal maneira que t = t 0 = 0 quando os referenciais coincidirem. Qual é a relação entre os conjuntos de números (x, y , z, t) e (x 0 , y 0 , z 0 , t 0 )? 6 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu De acordo com a teoria clássica, pode-se escrever: x 0 = x − ut , y0 = y , (2) z0 = z , t0 = t . Estas são as equações da TRANSFORMAÇÃO DE GALILEU!, e é a resposta à primeira das questões anteriores. 7 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu A segunda questão será respondida tomando-se a segunda derivada da posição da partı́cula, ou seja: dx 0 dt = dx dt −u , dy 0 dt = dy dt , dz 0 dt = dz dt , (3) que é a primeira derivada. 8 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu Portanto, a segunda derivada fica: d 2x 0 d 2x d 2y 0 d 2y d 2z 0 d 2z = 2 ; 2 = 2 ; 2 = 2 . 2 dt dt dt dt dt dt 0 Fazendo t = t pode-se escrever que d 2x 0 d 2x d 2y 0 d 2y d 2z 0 d 2z = ; = ; = . dt 02 dt 2 dt 02 dt 2 dt 02 dt 2 (4) (5) É também verdade que Fx0 = Fx ; Fy0 = Fy e Fz0 = Fz . (6) porque a força deve ser a mesma em ambos os sistemas de referência para todas as suas componentes. 9 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu Desta maneira, a segunda lei de Newton fica: 2 0 m ddtx02 = Fx0 , 2 0 m ddty02 = Fy0 , (7) 2 0 m ddt z02 = Fz0 . Observe que estas equações tem a mesma forma das equações para o referencial inicial. Isto implica que as leis de Newton são as mesmas para quaisquer referenciais inerciais e não mudam quando se efetua as transformações de Galileu. 10 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu É fácil ver que os referenciais em questão são inerciais porque: ~ = 0 então: Se F dx 2 dy 2 dy 2 = = . dt 2 dt 2 dt 2 (8) Corolário Nenhum fenômeno mecânico pode ser utilizado para diferenciar referenciais inerciais, sendo, portanto, impossı́vel, através de experiências mecânicas, provar que um dos referenciais está em repouso absoluto. 11 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu e a Teoria eletromagnética Os fenômenos eletromagnéticos são discutidos na fı́sica clássica em termos do conjunto de equações de Maxwell, i.e., Lei de Gauss ~ = ∇•E ρ ; 0 (9) Lei de Faraday ~ =− ∇×E ~ ∂B ; ∂t (10) Lei de Gauss para o magnetismo ~ =0; ∇•B (11) e Lei de Ampère-Maxwell ~ = µ0~J + µ0 0 ∇×B ~ ∂E . ∂t (12) 12 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu e a Teoria eletromagnética ~ representa o campo elétrico, B ~ o campo magnético; ~J a em que E densidade de corrente elétrica, ρ a densidade volumétrica de carga, 0 a permissividade elétrica no vácuo e µ0 a permeabilidade magnética no vácuo. Quando se efetua a transformação da Galileu às equações de Maxwell, estas mudam sua forma em contraste ao que acontece com as as leis de Newton. Este é um importante ponto que motivou ao desenvolvimento da teoria da RELATIVIDADE RESTRITA. 13 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu e a Teoria eletromagnética Os fı́sicos do século XIX que tinham uma concepção bastante mecanicista, acreditavam que as ondas eletromagnéticas precisavam de um meio para se propagar, assim como ondas mecânicas se propagam na água, por exemplo. A esse meio foi dado o nome de ÉTER. O ÉTER precisava ter algumas propriedades como: Não deveria ter massa; Contudo, deveria ter propriedades elásticas para suportar o movimento ondulatório. Para época era mais conveniente aceitar essas propriedades estranhas do que simplesmente admitir que as ondas eletromagnéticas pudessem se propagar no vácuo. 14 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de Galileu e a Teoria eletromagnética Acreditava-se que as equações de Maxwell só eram válidas para um referencial fixo em relação ao éter, ou seja, o chamado REFERENCIAL DO ÉTER. Sabia-se que a velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas em relação ao referencial do Éter era c (∼ 3 • 108 m/s). Quando a velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas foi calculada, num referencial em movimento em relação ao referencial do éter, utilizando-se as equações de Maxwell, o resultado foi uma valor diferente de c. Não é difı́cil perceber que o valor da velocidade com relação ao novo referencial seria a velocidade relativa ao éter, como é obtido numa soma vetorial. Estes argumentos intuitivos são basicamente os mesmos utilizados na obtenção da transformação de Galileu. 15 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Alicerce da Fı́sica no final do século XIX A fı́sica do século XIX era alicerçada nas seguintes ideias: 1 A validade das leis de Newton; 2 A validade das equações de Maxwell; 3 A validade das transformações de Galileu. QUASE tudo que podia ser deduzido dessas hipóteses concordava plenamente com a experiência cada vez que esta fosse apropriadamente efetuada. T odos os referencias inerciais eram equivalentes do ponto de vista de fenômenos mecânicos, mas, com relação aos fenômenos eletromagnéticos, não eram equivalentes. Havia um único referencial que a velocidade da luz era c, o referencial do éter. 16 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley Este experimento foi realizado em 1887 e tinha como objetivo demonstrar a existência do referencial do éter e determinar o movimento da Terra em relação à esse referencial. A Terra tem um perı́odo de rotação de 1 ano. Isto implica numa velocidade orbital de ∼ 104 m/s. As hipóteses defendidas na época culminavam para a ideia de que o éter não se movimentava com a Terra. Era mais palpável aceitar que o éter deveria estar em repouso em relação ao sistema solar ou até mesmo em relação à nossa galaxia. Desta maneira, a velocidade da Terra em relação ao éter deveria variar de 104 m/s, inclusive a direção do vetor velocidade deveria mudar ao longo do ano. 17 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley Sendo assim, a ideia básica do experimento era medir a velocidade da luz num referencial fixo em duas direções perpendiculares. Portanto, seria possı́vel esperar diferenças nas medidas da ordem de: vTE 104 m/s ≈ 8 ≈ 10−4 , vLE 10 m/s em que vTE seria a velocidade da Terra em relação ao Éter e vLE seria a velocidade da luz em relação ao éter. Este seria o valor esperado da diferença que deveria ser observado caso o éter estivesse fixo em relação ao sistema solar. 18 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley Existe, porém, um Teorema de Fresnel-Lorentz que diz ser impossı́vel construir uma experiência óptica na qual a velocidade do aparelho óptico em relação ao éter produza um efeito de primeira ordem. Desta maneira o maior efeito possı́vel seria o de segunda ordem. Isto implica que as medidas experimentais para verificar a existência do éter deveriam ser capazes de observar uma diferença de (10−4 )2 = 10−8 na velocidade da luz se propagando em direções perpendiculares. O dispositivo criado por Michelson era um INTERFERÔMETRO que mais tarde recebeu seu nome. 19 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley VÍDEO 20 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley O interferômetro de Michelson funciona da seguinte forma: A luz emitida pela fonte S é colimada pela lente C e direcionada para o espelho M; O espelho prateado M deixa passar metade da luz incidente e a outra metade é refletida; O espelho M é posicionado de tal maneira de a luz incidente seja dividida em dois feixes que são direcionados para os espelho M1 e M2 ; Os espelhos M1 e M2 estão posicionados nas distâncias l1 e l2 , são perpendiculares entre si e têm a propriedade de refletir completamente os feixes de luz novamente em direção ao espelho M; O espelho M, por sua vez, faz com que os raios refletidos por M1 e M2 sejam somados em direção ao telescópio T ; Assim, um observador olhando através do telescópio T poderá ver padrões diferentes de luz, dependendo das distâncias l1 e l2 . 21 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley Considere agora o interferômetro em movimento com velocidade ~v em relação ao Éter conforme ilustra a figura abaixo. Admita ~v paralelo ao raio R2 que é direcionada para o espelho M2 . Seja ainda, l = l1 = l2 . VÍDEO 22 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley A relação de fase entre os raios R1 e R2 será obtida após estes percorrerem suas trajetórias e se encontrarem no espelho M. Nesta figuras os elementos rotulados por ’ (apóstrofos) indicam as posições dos respectivos elementos sem apóstrofos após percorrem um tempo t. Olhando para o raio 1 da figura anterior pode ser visto do raio 1 que: c 2t 2 = v 2t 2 + l 2 , (13) o que dá: − 21 l v2 t= 1− 2 , c c utilizando o teorema binomial, ou seja, (1 + x)n = 1 + nx n(n − 1)x 2 + + · · · (x 2 < 1) . 1! 2! (14) (15) 23 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley obtém-se: t= l c 1 v2 1+ . 2 c2 (16) Agora, o tempo total para o raio 1 sair do espelho m e retorna a este é 1 v2 2l 1+ . (17) t1 = 2t = c 2 c2 Com relação ao raio 2, o tempo necessário para fazer seu percusso será t2 = l l 2l + = c −v c +v c −1 v2 2l v2 = 1− 2 1+ 2 . c c c (18) 24 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley A defasagem para os raios se recombinarem será portanto, δt τ , em λ que τ = c é o perı́odo da onda de luz com comprimento de onda λ. Desta forma, calculando-se a defasagem, tem-se δt t2 − t1 l v2 = c= . τ λ λ c2 (19) Na experiência, Michelson e Morley fizeram uma medida com o aparelho na posição indicada na figura anterior e outra rotacionando-o por π2 , o que dá uma defasem de δt 0 l v2 =− 2 . τ λc (20) 25 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley Desta maneira, o efeito de gira o aparelho produzirá uma defasagem total de ∆≡ δt δt 0 2l v 2 − = . τ τ λ c2 (21) Na experiência, Michelson e Morley utilizaram luz com comprimento de onda de 6 • 10−3 m e l = 10 m. Sendo assim, se v 2 /c 2 = 10−8 . utilizando a equação anterior pode-se achar ∆ da ordem de 0, 5. Isto significa que se na primeira medida os raios estivessem totalmente em fase, na segunda medida estaria defasados. Para um observador, seria percebido no telescópio a mudança do brilho pela escuridão ou vice-versa. 26 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley O experimento foi repetido inúmeras vezes e a conclusão foi que: A velocidade da luz era a mesma quando medida ao longo de dois eixos perpendiculares, em um sistema de referência que presumidamente se move em relação ao éter. Três teorias foram propostas para explicar as discrepâncias dos resultados experimentais com a fı́sica teórica da época: Arrastamento do éter; Contração de Lorentz; Teorias de emissão. Todas estas hipóteses foram rapidamente refutadas. 27 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Experimento de Michelson-Morley O experimento foi repetido inúmeras vezes e a conclusão foi que: A velocidade da luz era a mesma quando medida ao longo de dois eixos perpendiculares, em um sistema de referência que presumidamente se move em relação ao éter. Três teorias foram propostas para explicar as discrepâncias dos resultados experimentais com a fı́sica teórica da época: Arrastamento do éter; Contração de Lorentz; Teorias de emissão. Todas estas hipóteses foram rapidamente refutadas. Era necessário uma nova fı́sica! 27 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Postulados de Einstein Em 1905, Albert Einstein publicou um trabalho intitulado “Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento”. Neste trabalho, ele propõe uma explicação para os fenômenos relativı́sticos a partir da mudança de pesamento das correntes mecanicistas clássicas. A explicação da relatividade especial, no qual um fenômeno fı́sico é estudado do ponto de vista de dois referenciais inerciais que movem-se com velocidade constante, um com relação ao outro, é baseado nos seguintes postulados, que são conhecidos como postulados de Einstein: 1 As leis dos fenômenos eletromagnéticos, bem como as leis da mecânica são as mesmas em todos os referencias inerciais, consequentemente, todos os referenciais inerciais são equivalentes; 2 A velocidade da luz é independente do movimento da fonte. 28 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Considere os seguintes referenciais mostrado na figura abaixo, em que (x, y , z, t) são as coordenadas de um evento observado por um observador O e, consequentemente (x 0 , y 0 , z 0 , t 0 ) são as coordenadas de um evento observado por O’. 29 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Quando os sistemas coincidem, t = t = 0. Seja ~v a velocidade do sistema de O’ em relação ao sistema de O. A separação das origens após um determinado instante é vt, vista por O e vt 0 vista por O’. De acordo com as transformações de Galileu, tem-se x = x 0 + vt 0 y = y0 (22) z = z0 t = t0 e as transformações inversas fornecem 0 x = x − vt 0 0 y =y z0 = z 0 t =t (23) 30 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Para as transformações relativı́sticas de Einstein, que são chamadas de transformações de Lorentz, considera-se que a transformação para a coordenada x seria semelhante à de Galileu, exceto por uma constante, i.e., x = γ(x 0 + vt 0 ) (24) e a transformação inversa dada por: x 0 = γ(x − vt) . (25) 31 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Suponha um feixe de luz partindo da origem dos sistemas de coordenadas em t = t 0 = 0 na direção positiva do eixo x. Utilizando o segundo postulado de Einstein, a posição x do feixe de luz será dada por: x = ct , (26) x 0 = ct 0 , (27) para o observado O e para o observado O’. Em que c é a velocidade da luz que é a mesma para todos os referenciais. 32 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Substituindo estes resultados nas equações de transformações de Einstein, obtem-se: x = ct = γ(c + v )t 0 (28) x 0 = ct 0 = γ(c − v )t . (29) e Manipulando algebricamente estas equações, obtém-se: γ=q 1 1− v2 c2 , (30) que é conhecido como fator de Lorentz. 33 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz O fator de Lorentz γ é sempre maior que um e quando v << c, γ ≈ 1. Isto implica que no limite de baixas velocidades, as transformações de Lorentz se aproximam das transformações de Galileu. Fazendo x 0 = γ(x − vt) (31) e substituindo x = γ(x 0 + vt 0 ) nesta expressão obtém-se x 0 = γ{[γ(x 0 + vt 0 )] − vt} (32) vx 0 0 t=γ t + 2 . c (33) o que fornece 34 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Portanto, o conjunto de transforções de Lorentz fica: x = γ(x 0 + vt 0 ) 0 y =y . z = z0 t = γ t 0 + vx 0 2 c (34) 35 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de Lorentz Já as transformações inversas assumem a seguinte forma: 0 x = γ(x − vt) y0 = y . 0 =z z 0 t = γ t − vx c2 (35) 36 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Simultaneidade Considere a quarta equação das transformações de Galileu, ou seja, t = t0 . (36) Esta equação diz que a escala de tempo é universal. Quando se observa dois eventos no mesmo local, nenhuma discussão adicional é feita. Não é óbvio, porém, determinar a simultaneidade de eventos que ocorrem em lugares diferentes. Todos os métodos de determinação envolvem transmissão de sinais entre os dois lugares fisicamente separados. Se fosse possı́vel transmitir informações com velocidade infinita, não haveria problema. Esta é, portanto, a falha das transformações de Galileu. 37 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Simultaneidade Dois instantes t1 e t2 observados em dois pontos x1 e x2 , em um dado referencial são simultâneos, se os sinais de luzes emitidos simultaneamente a partir do ponto médio geométrico entre x1 e x2 chegarem em x1 no tempo t1 e em x2 no tempo t2 . A Figura abaixo ilustra esta situação. 38 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Simultaneidade Considere o seguinte experimento em que um observador O colocando cargas de dinamite em C1 e C2 conforme ilustra a figura abaixo. Suponha que o observador O acione simultaneamente pela emissão de luz os dinamites. Se OC1 = OC2 , o observador O’ dentro do trem que se move com velocidade v , após a explosão, ele mede O 0 C10 = O 0 C20 . As explosões também emitem sinais luminosos que são detectados por O e O’. 39 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Simultaneidade O observador O certamente verá os raios de luzes simultâneos. Contudo, o observador O’ receberá o sinal produzido por C20 primeiro que o raio oriundo de C10 , porque o trem está em movimento. Como as explosões ocorrem em pontos equidistantes e o tempo de detecção é distinto, o observador O’ conclui que os eventos não são simultâneos. Do ponto de vista do observador O, C1 C2 = C10 C20 , porém, do ponto de vista do observador O’, C20 passou por C2 antes de C10 passar por C1 . Portanto, C1 C2 < C10 C20 . Este desacordo é de tal maneira que ambos meçam c para a velocidade da luz (segundo postulado de Einstein). 40 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Comprimentos orientados perpendicularmente à direção do movimento Considere o esquema mostrado na figura abaixo. Pretende-se medir o comprimento de duas barras idênticas AB e A0 B 0 a partir dos referenciais (x,y,z,t) e (x’,y’,z’,t’), respectivamente. 41 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Comprimentos orientados perpendicularmente à direção do movimento Devido à simetria do problema mostrado no arranjo anterior. Após os referenciais se cruzaram, o observador O receberá sinais luminosos de A e B simultaneamente e, mais ainda, O’ também receberá sinais simultâneos de A’ e B’. O que conclui-se que AB = A0 B 0 . (37) Logo, infere-se que, para qualquer observador, barras idênticas têm o mesmo comprimento quer sejam no repouso, quer sejam em movimento uniforme em relação a um dado observador numa direção ortogonal à sua direção de movimento. 42 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Intervalos de tempo medidos por relógios em movimento relativo Considere dois relógios idênticos um para o observador O e outro para o observador O’ que estão perfeitamente sincronizados quando ambos estão em repouso. O observador O’ move-se com velocidade de módulo v em relação ao observador O como pode ser visto na figura abaixo. 43 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Intervalos de tempo medidos por relógios em movimento relativo Quando C1 coincide com C 0 um feixe de luz é disparado em relação a um espelho. A recepção do sinal de luz é feita pelo observador O’ no ponto C 0 e pelo observador O em C2 . O tempo entre os dois eventos medidos pelo observador O’ é 2∆t 0 , em que ∆t 0 = l0 c (38) neste caso, c é a velocidade de luz. O tempo que é medido pelo observador O é 2∆t que é dado por: c 2 ∆t 2 = v 2 ∆t 2 + l 2 ⇒ ∆t = cl q 1 v 2 1− (39) c2 44 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Intervalos de tempo medidos por relógios em movimento relativo Sabe-se, porém, que l = l 0 , logo conclui-se que ∆t = ∆t = l0 q 1 2 c 1− v 2 c γ∆t 0 ⇒ (40) em que γ é o fator de Lorentz. O intervalo de tempo medido no sistema de referência no qual os eventos acontecem no mesmo lugar é chamado de tempo próprio. O efeito envolvido é conhecido como DILATAÇÃO DO TEMPO que diz que: o intervalo de tempo ∆t medido em qualquer outro sistema de referência é sempre maior que o tempo próprio 45 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Comprimentos orientados paralelamente à direção do movimento A velocidade do observador O e da barra com relação a O’ é −v . Seja t10 o instante de tempo em que O’ passa pela frente da barra e t20 o instante de tempo que ele passa pela extremidade. Assim, ∆t 0 = t20 − t10 é o intevalo de tempo para estas medidas feitas pelo observador O’. Logo, o comprimento da barra será L0 = v ∆t 0 . (41) Para o observador O, o ponto C viaja uma distância L no tempo ∆t, logo: L = v ∆t (42) e L0 = L ∆t 0 . ∆t (43) 46 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Comprimentos orientados paralelamente à direção do movimento Agora, ∆t 0 1 = ∆t γ (44) L . γ (45) o que implica em: L0 = O comprimento medido num sistema de referência no qual o objeto está em repouso é chamado comprimento próprio. Portanto, o comprimento medido por um observador que se move é sempre menor que o comprimento próprio. este fenômeno é conhecido como CONTRAÇÃO DO COMPRIMENTO. 47 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Sincronização de relógios Dois observadores em movimento relativo discordam quanto à simultaneidade de dois eventos. Da equação de dilatação do tempo tem-se: ∆t 0 ∆t = q . 2 1 − vc 2 (46) Para o exemplo mostrado, o observador O’ faz as medidas de tempo com um único relógio. Porém o observador O precisa utilizar dois relógios. Para fazer um estimativa da sincronização necessária para os relógio em c1 e c2 , escreve-se o intervalo de tempo medido pelo observado O’ em relação ao observador O da seguinte forma: ∆t + δ ∆t 0 = q , 2 1 − vc 2 (47) em que δ é quantidade a ser determinada pela sincronização. 48 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Sincronização de relógios Neste caso, ∆t 0 = L0 v (48) ∆t = L . v (49) e Sendo assim, L +δ L0 = qv . 2 v 1 − vc 2 (50) Utilizando a equação de contração do comprimento, obtém-se: r L +δ L v2 1 − 2 = qv . (51) 2 v c 1− v c2 49 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Sincronização de relógios Simplificando, obtém-se: h L v 1− v2 c2 i = L v +δ ⇒ . δ= (52) − Lv c2 O sinal negativo significa que, para o observador O’, o segundo relógio C2 está na frente do primeiro relógio C1 . Nota-se ainda que δ é proporcional a L e a v . Isto é, os observadores discordam não somente da sincronia, mas também do sinal do efeito. Fato que também ocorre com relação à contração do comprimento e à dilatação do tempo. 50 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de velocidade Considere uma partı́cula conforme ilustra a figura abaixo se ~ com relação ao observador O. movendo com velocidade V 51 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de velocidade O vetor velocidade possui as seguintes componentes: dx dy dz ; Vy = e Vz = . dt dt dt em relação ao observador O’, este vetor velocidade é Vx = 0 0 0 ~ 0 = V 0 x̂ + V 0 ŷ + V 0 ẑ = dx x̂ + dy ŷ + dz ẑ V x y z dt 0 dt 0 dt 0 mas, de acordo com as transformações de Lorentz, tem-se x0 = q 1 1− v2 c2 (x − vt) , y 0 = y , z 0 = z (53) (54) (55) e 1 t0 = q 1− v2 c2 t− xv . c2 (56) 52 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de velocidade Tomando as diferenciais desta equações, obtém-se: dx 0 = q 1 2 1− v 2 (dx − vdt) ; c (57) dy 0 = dy ; dz 0 = dz e 1 dt 0 = q 1− v2 c2 dt − v dx . c2 (58) 53 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de velocidade Desta maneira, Vx0 = q 1 2 1− v 2 (dx − vdt) = Vx − v , 1 − vVx c2 v2 1− 2 c Vy x 1 − vV c2 c q 1 2 1− v 2 dt − v dx c2 (59) c Vy0 = q 1 2 1− v 2 dy dt − r v dx c2 = ! , (60) c e 54 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformação de velocidade Vz0 = q 1 2 1− v 2 dz dt − r v dx c2 = v2 1− 2 c Vz x 1 − vV c2 ! . (61) c Quando vc tende a zero, ou seja, para pequenos valores de v , estas equações tendem as mesmas obtidas por Galileu. Não é possı́vel ~ e ~v para que o módulo de V ~ 0 seja maior que fazer arranjo com V c. Ou seja, o segundo postulado de Einstein é assegurado. 55 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico Foi necessário fazer modificações nas leis da mecânica para que elas continuem a satisfazer o requisito de invariância de forma. O momentum linear pode ser escrito por: ~p = m~v (62) em que ~v é a velocidade da partı́cula. A lei de conservação do momentum linear diz que: # # " " X X p~i = p~i . (63) i inicial i final Isto será válido para a mecânica relativı́stica desde que m = m(v ). Deve-se ter m(v ) → m0 quando u → 0. Neste caso, m0 é a massa do sistema medida classicamente e será chamada de massa de repouso. 56 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico Para calcular m = m(v ), considere a seguinte experiência: Neste caso, um observador no referencial (x, y , z) ver dois outro observadores O1 e O2 movendo-se um em direção ao outro com velocidade relativa v . 57 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico Estes observadores possuem bolas idênticas de massa m que são arremessadas uma em direção a outra com velocidade vertical V cada perpendiculares a direção x. Caso, a colisão seja elástica, a conservação do momentum linear implicará que θ1i = θ1f e, consequentemente, θ2i = θ2f . Olhando o processo do ponto de vista do observador O1 , a perspectiva é a mostrada na figura abaixo. 58 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico Não é difı́cil notar que a perspectiva do observador O2 é bastante semelhante a perspectiva do observador O1 . O módulo da componente vertical da velocidade da bola B2 vista por O2 é simplesmente V . Note ainda que do ponto de vista de O2 não existe componente horizontal para velocidade. Sendo assim, utilizando a equação da transformação da velocidade, obtém-se: V20 = 1 V2 , 2x γ 1 − vV c‘2 (64) V , γ (65) o que resulta em: V20 = que é a velocidade da bola B2 vista pelo observador O1 . 59 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico A componente y dos momentos lineares B1 e B2 medidas pelo observador O1 mudam de sinal depois da colisão, consequentemente a componente y do momentum linear total das duas bolas também muda de sinal. Pela conservação do mementum linear, isto só é possı́vel se o momentum linear inicial e o final forem nulos. Desta maneira pode-se se escrever: mB1 ~vB1 + mB2 ~vB2 = 0 ⇒ mV − m Vγ = 0 ⇒ (66) 1=1− v2 c2 ⇒ v =0, 60 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico ou seja, se a massa das bolas forem tomadas da forma convencional (classicamente), a conservação do momentum linear só será válida caso, o módulo da velocidade v seja nulo, o que implica, que os observadores não podem ter velocidades relativas entre si. Portanto, a massa precisa ser alterada para garantir a conservação do momentum linear na situação em que haja movimento relativo entre os observadores. Por outro lado, conclui-se que quando v → 0, m(v ) → m. Então pode-se reescrever a conservação do momentum linear por com a massa dependendo do módulo da velocidade, ou seja, r V v2 2 2 Vm(V ) = γ m v + V 1 − c2 ⇒ . q m(V ) = 1 − v2 c2 r m v2 + V 2 1 − v2 c2 (67) 61 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Momentum linear relativı́stico O conteúdo no interior dos parênteses indica apenas que a massa m = m(|~v |). Utilizando a condição m(v ) = m(0) = m0 quando v → 0, tem-se q 2 m(0) = m0 = 1 − vc 2 m (v ) ⇒ . m(v ) = q m0 2 1− v 2 (68) = γm0 c em que m0 é conhecida como massa de repouso. Sendo assim, uma teoria consistente com a conservação da momentumm linear exige que a massa seja função da velocidade conforme a equação acima. Neste caso m = m(v ) é conhecida como massa relativı́stica. Note que a massa relativı́stica, mesmo para valores de velocidade muito elevados, por exemplo, v = 0, 1c implica apenas no aumento de meio porcento do valor total da massa de repouso. Porém, quando v → c, o valor da massa relativı́stica cresce bastante e tende a infinito. 62 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Sabe-se que o trabalho realizado por uma força que atua sobre uma partı́cula que move-se ao longo de uma curva C pode ser escrito por: Z ~ · d~r . W = F (69) C ~ atuando Apenas por questões de simplificação considere a força F apenas na direção do deslocamento da partı́cula x. Se a partı́cula é deslocada da posição x = 0 até a posição x = xf , então, pode-se reescrever a equação acima por: Z xf W = Fdx , (70) 0 a diferencial dx pode ser escrita por dx = dx dt dt, então 63 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Z tf W = F 0 dx dt , dt (71) mas dx dt = v é a velocidade com que a partı́cula se movimenta, então Z tf W = Fvdt . (72) 0 Agora, a segunda lei de Newton fornece F = Z pf W = vdp , dp dt , então (73) 0 esta integral pode R R ser resolvida por partes, ou seja, vdp = vp − pdv . 64 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Sendo assim, Z Z pdv = Z mvdv = m0 γvdv = m0 2 Z d(v 2 ) q . 2 1 − vc 2 A integral a ser resolvida é do tipo √ Z dx 2 ax + b √ = + cte . a ax + b Comparando os termos obtém-se: Z m0 −2c 2 pdv = 2 q 1− 1 v2 c2 + cte = −m0 c (75) r 2 (74) 1− v2 + cte . c2 (76) 65 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Substituindo na equação do trabalho, obtém-se W = [vp]v0f − R vf 0 q 2 vf 2 pdv = v γm0 0 + m0 c 1− h 2 ivf h 2 W = m0 c 2 γ vc 2 + γ1 = m0 c 2 γ vc 2 + 1 − 0 v2 c2 v2 c2 ivf 0 vf ⇒ 0 ⇒ , W = m0 c 2 [γ]v0f = γm0 c 2 − m0 c 2 (77) que é o trabalho procurado. 66 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica 2 Quando vc 2 → 0, ou seja para valores pequenos de v , pode-se escrever: W = m0 c 2 1− v2 c2 −1/2 h − 1 ≈ m0 c 2 1 + v2 2c 2 i −1 ⇒ , W ≈ 12 m0 v 2 (78) que é o teorema do trabalho-energia cinética da forma clássica. O que implica que no limite de baixas velocidade existe a coincidência da teoria relativı́stica com a mecânica newtoniana. 67 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Desta forma, o teorema do trabalho-energia cinética na forma relativı́stica fica: W = ∆T = mc 2 − m0 c 2 ⇒ T = mc 2 − m0 c 2 ⇒ mc 2 = T + m0 c 2 . (79) Sem nenhuma perda de generalidade, caso a partı́cula estivesse sujeita a um potencial U, pode-se escrever mc 2 = T + U + m0 c 2 . (80) 68 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Nesta expressão, pode-se identificar os termos da seguinte forma: m0 E = E (v ) = mc 2 = q 1− v2 c2 (81) é a ENERGIA RELATIVÍSTICA e E0 = E (v = 0) = m0 c 2 (82) é a chamada ENERGIA DE REPOUSO. 69 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Energia relativı́stica Qualquer acréscimo na energia (de qualquer forma que seja) aumentará a energia relativı́stica total do sistema. Desta forma, o princı́pio de conservação de energia pode ser escrito por: Em um sistema de referência isolado, a energia relativı́stica total se conserva. Mais ainda, para qualquer acréscimo na energia total do sistema, por exemplo, aumentando a energia cinética. No lado esquerdo como c é sempre constante, quando a partı́cula ganha mais energia cinética (aumenta a velocidade), a massa precisa aumentar para garantir a igualdade. Então, quanto mais próximo tenta-se aproximar a velocidade de uma partı́cula da velocidade de luz c mais energia é necessário porque a massa desta começa a crescer bastante. 70 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de momentum linear e energia ~ possui Uma partı́cula de massa m se movendo com velocidade V um momentum linear dado por: ~ . ~p = mV (83) ~ = V x̂, então têm-se Caso a velocidade possa ser escrita por V m0 V px = mV = q . V2 1 − c2 (84) A energia relativı́stica total pode ser escrita por: m0 c 2 . E = mc 2 = q 2 1 − Vc 2 (85) 71 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de momentum linear e energia Para um observador O’ que se move com velocidade v na direção de x em relação ao observador O, tem-se: m0 V 0 px0 = mV 0 = q , 02 1 − Vc 2 (86) em que V 0 é a velocidade da partı́cula em relação ao observador O’. A energia relativı́stica total é: m0 c 2 E 0 = mc 2 = q . 02 1 − Vc 2 (87) 72 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de momentum linear e energia Calculando as quantidades V0 c2 q ; q 02 1 − Vc 2 1− V 02 c2 (88) em termos de V, utilizando a transformação de velocidade V −v V0 = q , 1 − Vv c2 (89) obtém-se: px0 px − vE c2 =q 2 1 − vc 2 (90) 73 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Transformações de momentum linear e energia e E − px v E0 = q . v2 1 − c2 (91) py0 = py (92) pz0 = pz . (93) Por outro lado, e Independente do sentido do vetor da velocidade da partı́cula. 74 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Verificação experimental da teoria da relatividade especial Como toda teoria, a relatividade especial precisava de evidência experimentais para que pudesse ser aceitada pela comunidade cientı́fica. A primeira evidência foi obtida por Bucherer em 1909 quando conseguiu medir massas de elétrons em altas velocidade. O resultado é mostrado na Figura abaixo. Uma das mais claras evidência experimentais é a que envolve o tempo de 75 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Relatividade Geral Os conceitos básicos sobre a teoria da relatividade geral podem ser visto no seguinte FILME. 76 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Exercı́cios 1. Dois eventos ocorrem no mesmo ponto x00 no referencial O’, nos tempos t10 e t20 . O referencial O’ move-se com velocidade v em relação ao referencial O. (a) Determine a separação espacial entre os eventos no referencial O. (b) Qual é a separação temporal desses eventos no referencial O? (c) Quanto vale o intervalo de tempo próprio para os eventos em relação ao referencial O’ ? 2. Astronautas de uma nave espacial viajando a uma velocidade de 0, 9c em relação à Terra interrompem a comunicação com a comando da missão da Terra para repousarem por 8 h. Qual é o tempo de duração do descanso visto pelos controladores da Terra? 3. O comprimento próprio de uma régua é 1 m. Esta se move na direção de seu comprimento de tal maneira que um observado mede seu comprimento por 0,9 m. Qual é o valor da velocidade de locomoção da régua? 77 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Exercı́cios 4. Um observador em uma nave espacial possui uma lanterna e um espelho. A distância da lanterna até o espelho é 1 minuto-luz. A nave viaja com velocidade 0,1c em relação a uma plataforma espacial. Determine o intervalo de tempo entre a emissão do raio de luz, sua reflexão no espelho e sua chegada ao ponto de partida (a) no referencial da nave e (b) no referencial da plataforma. (c) Determine a distância percorrida pela nave. 5. Um avião supersônico se move em linha reta afastando-se de uma observador O com velocidade de 1000 m/s. Um segundo avião se afasta do primeiro a uma velocidade de 500 m/s. (a) Qual é a velocidade do segundo avião em relação ao observador O? (b) Se a velocidade do primeiro avião fosse 0,1c em relação a O e a velocidade do segundo fosse 0,9c em relação ao primeiro, como ficariam os resultados do item (a)? 78 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Exercı́cios 6. A velocidade de um referencial O’ em relação a uma referencial O é 0,8c. Se um fóton de luz está viajando em relação a o referencial O’. Qual é o seu valor em relação a um referencial O? 7. Um elétron, cuja energia de repouso vale 0,511 MeV, se move a uma velocidade igual à 0,8c. Determine (a) a sua energia total, (b) sua energia cinética e (c) o módulo do momentum linear. ! 3 2 −2 8. mostre que d qmv v 2 = m 1 − vc 2 dv . 1− c2 79 / 80 Relatividade Newtoniana Relatividade Especial de Einstein Introdução à Relatividade Geral Exercı́cios Exercı́cios 9. Mostre que o momentum linear para um observador em movimento com velocidade v na direção x é dado por px0 = px − vE q c2 2 1− v 2 c 10. Mostre que a energia relativı́stica para o observador O’ é E −px v E0 = q . v2 1− c2 80 / 80