UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO Mestrado em Economia Monetária e Financeira Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidências dentro e fora da Zona Euro João Filipe Francisco Marques ORIENTAÇÃO Prof. Doutora Cândida Ferreira Setembro/2011 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Would the monetary policy been successful in tackling the current crisis? Evidence within and outside the Euro Zone João Marques [1] Abstract This paper analyses the monetary policies of the European Union member states emerged during the current crisis. It is confirmed that, between the years 2008 and 2010, there was a negative growth of GDP much stronger in the countries inside than outside the Euro Area. Using pooled panel OLS estimation, with quarterly data from Q1 1999 to Q4 2010 from all EU(15) countries this work also shows the weight that each monetary policy’s instrument had on GDP variation, since the start of the Euro Zone, and where the exchange rate proved to be more effective. JEL Classification: E4, E5 Key words: Monetary Policy; Interest rate; Euro Zone; Current crisis [1] E-Mail: [email protected] 2 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidências dentro e fora da Zona Euro João Marques [1] Resumo Através de uma análise às políticas monetárias dos países da União Europeia utilizadas durante a crise actual, verifica-se que durante os anos de 2008 a 2010 houve uma variação negativa do PIB bastante mais acentuada nos países pertencentes à Zona Euro que nos países não pertencentes à moeda única. Neste trabalho mostra-se ainda qual o peso que cada um dos instrumentos de política monetária teve, desde o começo da Zona Euro, na variação do PIB, tendo sido a taxa de câmbio aquele que revelou maior eficácia. Para a obtenção destes resultados foi feita uma estimação em dados de painel recorrendo a dados trimestrais de 1999 Q1 até 2010 Q4 dos 15 países da UE(15). Classificação JEL: E4, E5 Palavras Chave: Política Monetária; Taxa de Juro; Zona Euro; Crise Actual [1] E-Mail: [email protected] 3 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Índice 1. Introdução……………………………………………………………………………6 2. Revisão Bibliográfica………………………………………………………………..7 3. A Crise Económica Actual e o Contágio à Europa………………………………...10 4. A Política Monetária na Zona Euro………………………………………………...12 5. As Reacções à Crise Dentro e Fora da Zona Euro…………………………………15 5.1. Standard Measures…………………………………………………………….15 5.2. Non-standard Measures…………………………………………………….…16 6. Resultados Empíricos………………………………………………………………19 6.1. Os Dados………………………………………………………………………19 6.2. O Modelo………………………………………………………………………21 6.3. Testes ao Modelo………………………………………………………………29 7. Conclusões………………………………………………………………………….30 4 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Lista de Quadros 1 Resultados do modelo estimado para os 15 países e os dois subgrupos……23 Lista de Anexos 1 PIBpm (variação relativa ao período anterior e com ajustamento sazonal)...36 2 Repo Rate (valor no final do período)……………………………………...38 3 Taxas de câmbio em relação ao Euro (valor no final do período)………….39 4 Taxa de Inflação (variação relativa ao período anterior)…………………..39 5 Dívida pública bruta (em percentagem do PIB) …………………………...40 6 Estimação do modelo com os países da UE (15)…………………………...42 7 Estimação do modelo com os 12 países da Zona Euro……………………..43 8 Estimação do modelo com os 3 países extra Zona Euro……………………44 5 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 1. Introdução Nos dias de hoje a crise económica domina os noticiários e os jornais e tornou-se uma realidade que se instalou na vida de todos, as medidas tomadas contra esta crise foram várias e estão já bastante documentadas. Com este trabalho e tendo como horizonte temporal não apenas o período de crise (2008-2010) mas também o anterior (1999-2007), pretende-se ver se as medidas exclusivamente de política monetária que estão a ser tomadas estão ou não a ser eficazes. Apesar de se saber que a evolução do produto não é o principal objectivo dos bancos centrais europeus, não se pode também negar que estes têm um impacto significativo no mesmo o que justifica este estudo. Este trabalho analisa esta questão do ponto de vista dos países da União Europeia a quinze fazendo a divisão entre os doze que pertencem à moeda única e os três restantes que ficaram de fora. Esta divisão permite responder a questões como qual o grupo de países que menos sofreu com a crise, qual o efeito das políticas monetárias na evolução do PIB e quais as que se revelaram mais eficazes. Para responder a estas questões o trabalho segue a seguinte estrutura: No Capítulo 2 é feito o enquadramento literário do tema deste trabalho. No terceiro capítulo é feita uma breve introdução sobre as características da crise económica actual, a forma como esta foi transmitida à União Europeia e o modo como esta tem sido afectada pela mesma. No capítulo 4 apresenta-se uma pequena descrição sobre as características da política monetária exercida pelo BCE, características essas que justificam este estudo e a comparação feita com os restantes bancos centrais da União Europeia, para além de ajudarem a explicar a forma como o BCE reagiu a esta crise. 6 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro No capítulo 5 é feita uma sumarização das formas como os quatro bancos centrais incluídos neste trabalho (BCE, Riksbank, Bank of England e Danmarks Nationalbank) responderam à crise actual, esta análise tem em conta a clara distinção entre standard measures e non-standard measures. No 6º capítulo é elaborado um modelo econométrico através de dados de painel, este modelo tem o PIBpm como variável dependente o que nos permite observar qual foi a reacção do mesmo a variações nas outras variáveis do modelo (repo rate, taxa de câmbio, inflação e dívida pública). O modelo construído aplica-se aos dois conjuntos de países em estudo neste trabalho, o que nos permite comparar a eficácia de cada uma das variáveis explicativas do modelo e concluir entre outras coisas que os países fora da Zona Euro foram os que tiveram quedas menores no seu PIB, ou que a taxa de câmbio foi a política monetária que se revelou mais relevante na evolução do PIB. 2. Revisão Bibliográfica Durante os últimos anos, as características únicas da Zona Euro, em particular do BCE e as orientações de política monetária que este tem seguido, têm levantado o interesse de inúmeros académicos pela experiência inovadora e revolucionária desta grande União Monetária. Uma das características principais da Zona Euro, que apesar de não lhe ser exclusiva se tornou a sua imagem de marca, é o regime de Inflation Targeting, sendo este um modelo de política monetária sobre o qual já muito foi escrito e do qual se encontra defensores que vão desde as origens (Svensson, 1998) a aplicações 7 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro econométricas do modelo (Bardsen & Jansen & Nymoen, 2003). Contudo, encontramse também autores críticos em relação ao regime de Inflation Targeting como é o caso de (Martínez, 2008) que defende a dificuldade da aplicação do modelo por parte dos países em desenvolvimento, ou de (Issing, 2003) que apresenta uma perspectiva histórica deste regime monetário, assim como uma visão da sua aplicação por parte do BCE e concluindo que não existem inflation targeting puros. É neste contexto que os países pertencentes à União Europeia têm que optar entre deixarem a sua política monetária entregue às mãos do BCE, sujeitando-se às suas decisões, ou manter a sua independência de política monetária. É reconhecido que ambas as possibilidades são acompanhadas por vantagens e desvantagens, a única questão é saber qual a mais favorável para os países candidatos à moeda única. Sobre esta temática também a opinião académica se divide havendo, por um lado, autores desfavoráveis à integração como é o caso de (Beetsma & Giuliodori, 2010) que argumentam que é muito mais fácil aos países cumprirem os requisitos para entrarem na Zona Euro do que depois conseguirem mantê-los. A maioria dos autores tenta fazer uma aplicação a casos específicos como é o caso de (Csajbók & Csermely, 2002) que mostra todas as vantagens e desvantagens da possível entrada no Euro por parte da Hungria. Também aplicado à Hungria existe um estudo de (Ganev, 2010) no qual se afirma que apesar das desvantagens, não só a Hungria mas também os restantes países do leste europeu têm todo o interesse em fazer parte da União Monetária pois as vantagens são largamente superiores às desvantagens. De referir ainda que o Euro não poderia existir se, para contrariar os eurocépticos, não existissem autores claramente a favor da moeda única como é o caso de (Papaioanno & Portes, 2008). 8 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro O debate das vantagens e desvantagens da Zona Euro tem sido bastante discutido, essa discussão ganhou novo ímpeto graças à recente crise económica com as suas características únicas muito documentadas, desde as suas causas (Snower, 2009; Whalen, 2008) e a sua transmissão à economia real (Frank & Gonzalez-Hermosillo & Hesse, 2008), até ao seu contágio à Europa (Nikolov, 2010) veio mostrar-se um enorme desafio para todo o mundo e em particular para a Zona Euro. A crise e o seu impacto na UEM veio criar uma grande divisão entre os académicos, principalmente no que concerne à actuação do BCE, havendo desde quem defenda a actuação deste (ECB, 2010; Mojon, 2010; Pisani-Ferry & Posen, 2010), a quem desaprove a actuação do mesmo (Galí, 2010), passando por quem não encontre diferenças entre a actuação do BCE e dos outros grandes bancos centrais (Lenza & Pill & Reichlin, 2009) e por quem tenta ver as reacções dos bancos centrais em geral e numa perspectiva de políticas futuras (Cournède & Minegishi, 2010). Sobre este tema existem ainda autores que se debruçam sobre a reacção do sistema bancário europeu à crise, indo as opiniões também aqui desde as mais positivas (Gern & Jannsen, 2009) às mais pessimistas (Brooks & Cihák, 2009). É a forma como o BCE, em contraste com os restantes países da UE, utilizou os seus instrumentos de política monetária para reagir à crise que será analisada neste trabalho. Pode ser questionável se os mecanismos de transmissão de política monetária que os bancos centrais podem ou não afectar são eficazes na Zona Euro, havendo neste ponto algumas divergências entre autores, por um lado (Ferreira, 2009; Ferreira, 2010) mostra que existe uma integração financeira profunda na Zona Euro e que o bank lending chanel é essencial para a transmissão da política monetária, embora acrescente que a eficácia deste pode estar dependente do sistema financeiro em questão. Já em 9 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro (Melzer, 2007) é afirmado que apesar do bank lending chanel não ser o único canal de transmissão de política monetária, este não tem eficácia no contexto da Zona Euro. É esta eficácia, no contexto da actual crise, que é analisada neste trabalho. Praticamente não existem ainda estudos práticos sobre esta temática pelo que se espera que este trabalho seja um contributo simplificado, que mostre através de uma análise empírica quais os resultados da política monetária no combate à actual crise no contexto da União Europeia. 3. A Crise Económica Actual e o Contágio à Europa A crise económica actual foi sem duvida uma das maiores e com repercussões mais graves destes últimos anos, sendo por muitos considerada a pior crise desde a grande crise de 1929. Esta crise, que muito provavelmente virá a ser conhecida no futuro como a crise do subprime, teve origem no rebentar de uma bolha especulativa existente no mercado imobiliário dos EUA. As causas do aparecimento e rebentamento desta bolha são várias, como é o caso do incentivo governamental e bancário à aquisição de imóveis mesmo sem garantias ou as falhas de regulamentação do mercado (Whalen, 2008), passando pelo elevado grau de complexidade a que chegaram os activos financeiros (Snower, 2009), ou pelo elevado grau de alavancagem que os bancos apresentavam. Estes factores levaram a uma crise de solvência, de crédito e de liquidez que por seu turno levou a uma crise bancária gigantesca que teve o seu auge na falência do Lemhan Brothers, banco que o governo Norte-Americano decidiu não salvar por uma questão de princípio ideológico, mas tendo posteriormente cedido e salvo outros bancos 10 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro sob pena de a situação se tornar catastrófica. Resumindo, pode-se caracterizar esta crise como uma crise bancária onde as perdas generalizadas nos bancos, aliadas à falta de confiança no sector bancário, levaram a uma profunda restrição do crédito, embora para alguns autores ainda não se possa falar em credit crunch (Gern & Jannsen, 2009). Posteriormente, esta restrição do crédito acaba por alargar as fronteiras da crise financeira, transformando-a numa crise económica real. Apesar de ter tido a sua origem nos EUA, estes não foram os únicos afectados pela crise do subprime. No mundo actual certamente não haverá área mais interligada à escala global que os sistemas bancário e financeiro, tendo sido através destes dois sistemas que a crise foi transmitida à Europa e, por conseguinte, à sua economia real (Nikolov, 2010). Uma grande parte dos bancos europeus, embora uns mais que outros, estavam expostos ao mercado internacional e muito particularmente ao mercado NorteAmericano do qual detinham uma grande quantidade de títulos em carteira. Desta forma, quando a crise bancária rebentou nos EUA, os mesmos títulos que levaram à crise de liquidez e consequente restrição de crédito nos EUA, levaram aos mesmos problemas na Europa (Gern & Jannsen, 2009). Desta forma, tal como nos EUA também na Europa surgiu uma forte restrição de crédito por parte das instituições bancárias, isto porque, apesar de na maioria dos países da Europa o mercado imobiliário não ter sido afectado como foi nos EUA, a crise bancária nos EUA e a interligação financeira já mencionada que existe entre as duas zonas económicas levou a que os bancos europeus tivessem tantos ou mais problemas que os seus congéneres americanos. Apesar de alguns autores afirmarem que alguns dos governos e bancos centrais dos países europeus terem tido a iniciativa de ajudar o sistema bancário mais rápida e ampla que o seu congénere norte-americano (Mojon, 2010), esta visão é discutível e os 11 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro factos mostram que a crise acabou por ter um impacto na Europa de igual ou maior magnitude ao vivido no EUA. 4. A Política Monetária na Zona Euro O BCE, como banco central de uma grande união monetária como é Zona Euro, não passa naturalmente despercebido, sendo todas as suas características e decisões alvo de variadíssimas discussões não só a nível europeu mas também global. Dada a magnitude e a importância do BCE vai-se neste capítulo fazer um breve resumo das principais características e políticas do mesmo. Dentro das várias estratégias de política monetária, aquela em que o BCE se baseia é o Inflation Targeting. Esta estratégia de política monetária que tem a sua base no controlo da inflação é uma tradição que o BCE herdou do Bundesbank como condição da entrada da Alemanha no Euro, apesar disto, quando comparado com o seu homólogo alemão o BCE tem uma reacção ligeiramente maior a variações no output gap (Hayo & Hofman, 2005). Na óptica do BCE, a política monetária não tem a longo prazo efeito no produto mas apenas no nível geral de preços. Partindo deste pressuposto, o controlo da inflação tornou-se a principal missão do BCE oferecendo mais eficácia à economia pois ajuda à distinção entre variação geral dos preços e variação relativa, diminui a necessidade de prémio de risco de inflação da economia e levando consequentemente a que haja menos desvios de recursos da actividade produtiva para a cobertura deste risco (ECB, 2004). De referir ainda que este controlo da inflação e as vantagens que daí advêm apenas é 12 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro possível graças à política de independência e transparência que caracterizam o BCE e que este segue com o máximo de rigor. Na sequência das vantagens no controlo de inflação, o BCE decidiu avançar com uma definição quantitativa de controlo de inflação que se traduz pelo aumento médio de longo-prazo do HICP(Harmonised Indexo of Consumer Prices) próximo mas inferior a 2% estando este HICP perfeitamente definido através do peso que cada bem ou serviço tem para o mesmo. Desta forma pode existir em toda a área do Euro o controlo não apenas da inflação mas também da deflação. Com o objectivo de cumprir rigorosamente o controlo de inflação estabelecido, o BCE toma as suas decisões de política monetária procedendo a dois tipos de análise, a análise económica e a análise monetária também conhecidas como os dois pilares da política do BCE. A análise económica pressupõe uma avaliação de mais curto/médio prazo da economia real e do impacto que esta pode ter na evolução do nível de preços, neste pilar avalia-se a evolução de variáveis macroeconómicas como o produto global, a procura agregada, políticas orçamentais ou a taxa de câmbio entre outras. O outro pilar corresponde à análise monetária que avalia a massa monetária, principalmente do M3 numa perspectiva de médio/longo prazo. Esta análise permite ao BCE avaliar a evolução de variações na oferta de moeda não apenas no curto prazo e nos choques que daí advêm mas também no longo prazo e avaliando os efeitos que essas mudanças na oferta de moeda originam mais tarde no nível geral dos preços. Sobre o BCE resta conhecer os mecanismos que este utiliza para proceder à sua política monetária, os principais mecanismos utilizados são assim as reservas mínimas, as operações de mercado aberto e as facilidades permanentes. 13 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Começando pelas reservas mínimas, estas impõem que todas as instituições financeiras detenham uma quantidade mínima de capital no banco central do respectivo país, este método permite entre outras coisas a estabilização das taxas de juro e torna mais fácil a manipulação destas por parte do BCE. Um segundo instrumento do BCE são as operações de mercado aberto que se dividem em 4 categorias, as operações principais de refinanciamento, as operações de refinanciamento de prazo alargado, as operações ocasionais de regularização e as operações estruturais. Todas estas modalidades consistem na realização de leilões onde é oferecida liquidez às instituições financeiras, sendo sem dúvida as operações principais de refinanciamento a mais importante destas quatro. Esta passa pela realização de um leilão semanal onde é oferecida liquidez aos mercados através de uma determinada taxa de juro (repo rate) que já chegou a ser flexível mas que é actualmente fixa e que coordena a grande parte da liquidez do mercado. Apesar de a repo rate ser o principal instrumento de política monetária do BCE, esta sofre poucas alterações quando comparado com a repo rate controlada pelo FED o que, apesar de haver diferenças entre as duas economias, revela claramente a preocupação quase exclusiva do BCE com o controlo da inflação, contrariamente ao FED que segue um objectivo dual de política monetária (Sahuc & Smets, 2006). O último instrumento de política monetária são as facilidades permanentes, sendo que estas também se dividem em facilidade permanente de liquidez e facilidade permanente de depósito. Em circustâncias normais as instituições financeiras utilizam muito mais as facilidades permanentes de depósito, e recorrem pouco às facilidades permanentes de liquidez. 14 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Estes simples instrumentos assim como a credibilidade e previsibilidade das políticas monetárias do BCE, não só permitiram uma rápida adaptação às instituições financeiras no início deste como continuam a oferecer às instituições a certeza das regras do mercado (Gaspar & Quirós & Sicilia, 2001). 5. As Reacções à Crise Dentro e Fora da Zona Euro Neste capítulo é feita uma descrição sucinta acerca das políticas monetárias dentro da União Europeia a 15. Para descrever essas medidas é desde já feita uma distinção entre dois tipos de medidas, as standard measures e as non-standard measures, sendo que ambas foram aplicadas pelos vários bancos centrais aqui estudados. 5. 1. Standard Measures No caso das standard measures (mexidas na repo rate e taxa de câmbio) é fácil perceber que não existe uma diferença muito grande entre o BCE e os outros 3 bancos centrais aqui analizados (Riksbank, Bank of England e Danmarks Nationalbank). O primeiro banco a reagir à crise através da descida da sua taxa de juro de referência foi o Bank of England em Dezembro de 2007, registando uma descida de 5,75% para 5,5%. Os outros três bancos centrais apenas baixaram as suas repo rates em Outubro de 2008, quase 1 ano depois do Bank of England que nesta altura já havia descido a sua taxa de juro em 1,25 pontos percentuais. 15 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Já no que toca à taxa de câmbio, da qual os países fora da Zona Euro podem tirar algum proveito, verifica-se no entanto que esta não apresenta uma grande variação. No caso da Dinamarca a variação da sua taxa de câmbio é praticamente nula e relativamente ao Reino Unido esta teve inclusive uma variação positiva e antiexpansionista de 0,16 pontos percentuais. Neste contexto, o único país que parece ter feito uso deste importante instrumento de política monetária foi a Suécia que, desde o 1º trimestre de 2009 até ao 1º trimestre de 2011, regista uma descida na sua taxa d câmbio de quase 2 pontos percentuais. Desta forma, conclui-se que foram os Bancos Centrais da Suécia e Reino Unido que, no contexto exclusivo das standard measures, melhor parecem ter reagido à crise económica actual, o que acabou por surtir efeito, como se verá adiante na aplicação empírica. 5.2. Non-Standard Measures Não foram apenas as mexidas nos dois instrumentos standard, analisados no ponto anterior, que os Bancos Centrais utilizaram para enfrentar a crise. Apesar de as non-standard measures não entrarem no âmbito da análise deste trabalho, vão ser enumeradas num pequeno resumo algumas dessas medidas que foram aplicadas pelos quatro bancos centrais. No caso do BCE, que como já se viu manteve a sua repo rate inalterada a um nível de 4% até Outubro de 2008 (Fitoussi & Saraceno, 2010), efectuou a sua primeira non-standard measure exactamente quando desceu a sua taxa de juro pois fê-lo através de leilões de taxa fixa, algo que não sucedia desde Junho de 2000 e que permitiu um maior controlo deste instrumento. Já a partir de Junho de 2009 alargou as suas operações de refinanciamento, que eram providas de maturidades de 3 e 6 meses, 16 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro acrescentando leilões com maturidade de um ano, tendo esta sido uma medida para alimentar o mercado de maior liquidez. Este aumento de liquidez acabaria por ser ainda maior a partir de 2009, quando começou a aceitar covered bounds. Mais tarde aumentou também a sua aceitação de títulos da dívida soberana, quando este problema começou a afectar a área do euro (Stolz & Wedow, 2010). Em relação ao Bank of England, apesar de recorrer a diferentes instrumentos, os objectivos e mecanismos foram semelhantes ao seu parceiro da moeda única. O Bank of England, tal como o BCE, aplicou a sua primeira non-standard measure sensivelmente na mesma altura que começou a descer a sua repo rate, com a grande diferença como já se viu anteriormente de ter começado essa descida quase um ano antes do BCE. A primeira medida do Bank of England foi a introdução de term auctions que vieram providenciar liquidez a 3 meses. Posteriormente em Janeiro de 2009 criou o Asset Purchase Facility (APF) um grande mecanismo de injecção de liquidez no mercado, através do qual o Bank of England absorveu quase unicamente títulos do governo, mostrando aqui um grande entrosamento entre a política orçamental e monetária, que por mais esforço que haja não se verifica a tão grande nível na Zona Euro. Para além disto, este programa tinha várias modalidades como um Credit Guarantee Scheme, um Secured Commercial Paper (SCP) Facility e mais tarde um Special Liquidity Scheme sempre com o objectivo de oferecer liquidez ao mercado (Stolz & Wedow, 2010). Em relação ao Riksbank as medidas não foram muito diferentes das do BCE ou do Bank of England, uma vez que também aqui o principal objectivo foi garantir a injecção de liquidez no mercado. Entre as medidas tomadas regista-se um alargamento de maturidade de certas operações de liquidez para 12 meses, tal como havia feito o BCE, assim como um maior alargamento na variedade de títulos a aceitar nesses leilões. 17 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Uma outra medida mais característica do Riksbank foi a celebração de um acordo com o FED, com o objectivo de fornecer maior liquidez de moeda estrangeira às instituições financeiras suecas, o que levou a uma entrada em massa de dólares americanos. Este acordo acabaria por ser também celebrado com o BCE, embora a liquidez conseguida tenha tido uma escala muito menor (Hansen & Welz, 2011). Em relação ao Riksbank de referir ainda que em Setembro de 2008 prestou ajuda financeira extraordinária a dois bancos em dificuldades, de forma a evitar instabilidade financeira no mercado. Finalmente e no que concerne ao Danmarks Nationbank, as suas non-standard measures foram muito semelhantes ao seu vizinho sueco. Tal como o seu homólogo sueco, o banco central dinamarquês apostou forte na injecção de liquidez no mercado em forma de moeda estrangeira através de acordos de Swap com o FED e o BCE. Para além disto, o Danmark Nationalbank ajudou financeiramente um banco em dificuldade e alargou a variedade de títulos aceites para concessão de crédito (Danmarks Nationalbank, 2009). Após esta curta análise às non-standard measures aplicadas pelos quatro bancos aqui estudados, torna-se evidente que a grande preocupação destes quatro bancos centrais sempre foi o fornecimento de liquidez ao mercado. Apesar das non-standard meaures terem sido medidas importantes, a dificuldade de avaliação que estas implicam levam a que este trabalho centra a sua atenção apenas na eficácia das standard measures, sendo essa eficácia que é analisada de seguida. 18 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 6. Resultados Empíricos Neste capítulo é elaborado um modelo econométrico através de dados de painel, no qual se verá entre outras coisas qual o peso que cada uma das variáveis escolhidas para o modelo tem na variação do PIB. Para conseguir os resultados pretendidos é em primeiro lugar feita uma apresentação dos dados utilizados, posteriormente é apresentado o modelo, o peso das variáveis e as conclusões que determinam, finalmente será apresentada uma pequena bateria de testes ao modelo. De referir ainda que, dado o objectivo da política monetária do BCE não estar dirigido para o PIB e a recente crise económica ser ainda recente não tendo sequer terminado, o estudo da eficácia das políticas monetárias actuais no PIB é, tanto quanto sabemos, ainda praticamente inexistente pelo que este estudo se pretende que seja um pequeno ensaio a esta temática. 6.1. Os Dados As variáveis utilizadas para a construção do modelo aqui estudado foram o PIB nominal a preços de mercado medido pela variação relativamente ao período anterior e com ajustamento sazonal (Anexo 1), a repo rate dos respectivos bancos centrais apurada no final do período em questão (Anexo 2), a taxa de câmbio da libra esterlina, da coroa dinamarquesa e da coroa sueca relativamente ao euro com o valor medido no final do período (Anexo 3), sendo que para os países da Zona Euro esta variável assume o valor 1 em todas as observações. Utilizaram-se ainda o índice de preços ao consumidor por variação relativamente ao período anterior (esta série foi obtida em dados mensais tendo sido depois feita a transposição para dados trimestrais através de soma aritmética simples da variação) 19 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro (Anexo 4), a dívida pública bruta dos países em percentagem do PIB (Anexo 5), as reservas totais incluindo o ouro (em milhões de euros) e medidos no final do período e por último utilizou-se o saldo da balança de pagamentos com o resto do mundo (conta corrente e de capital) também em milhões de euros. No entanto as duas últimas variáveis apesar de testadas não foram incluídas no modelo estando no entanto os resultados disponíveis caso sejam requeridos. Utilizou-se ainda uma variável dummy que assume o valor 1 durante os anos de 2008 a 2010 não só para oferecer robustez ao modelo e torná-lo mais realístico, mas também para poder fazer uma análise da evolução da variável dependente no período de crise. Estes dados foram todos retirados do site do Eurostat com excepção das repo rate que foram obtidas a partir das bases de dados dos respectivos bancos centrais. Todas as variáveis seguem observações trimestrais e permitiram construir um painel de observações com 8 variáveis de 15 países com o período a estender-se entre o 1º trimestre de 1999 e o 4º trimestre de 2010, chamemos a este painel “Painel Total”. Porquê estas variáveis: Começando pela variável dependente (o PIBpm) e sabendo como já foi dito anteriormente que este não é o principal objectivo da política monetária dos bancos centrais aqui estudados, esta acaba por ser profundamente afectada pelas políticas monetárias. Para analisar o efeito no PIBpm serão utilizados dois instrumentos de política monetária e duas variáveis de controlo. Os instrumentos incluídos no modelo foram a repo rate e a taxa de câmbio. De referir que apesar de a taxa de câmbio não ser oficialmente considerada um instrumento de política monetária por nenhum dos bancos centrais aqui estudados, a facilidade com que esta pode ser manipulada e o efeito que a mesma tem no produto leva a que no âmbito deste trabalho a consideremos como um instrumento. Relativamente à repo rate esta foi utilizada por 20 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro duas razões, em primeiro lugar porque dos vários instrumentos para controlo da liquidez no mercado é de longe a que se revela mais importante, não só pelo efeito que tem mas também pela quantidade de vezes que é utilizada. Em segundo lugar a repo rate é o principal denominador em comum entre os quatro bancos centrais aqui analisados o que permite uma análise equitativa das reacções. Já em relação à taxa de câmbio o motivo da sua utilização é óbvio pois, para além de ser um instrumento de política monetária manuseável por parte dos países fora da Zona Euro, ajuda a marcar a diferença entre esses países e os da Zona Euro. Relativamente à taxa de inflação e à dívida pública entram neste modelo essencialmente como variáveis de controlo, ajudando a dar robustez ao modelo, revelando-se importantes na distinção entre os dois conjuntos de países aqui estudados e permitindo ver qual o efeito que o controlo com estas duas variáveis tem no PIBpm. No caso da taxa de inflação, apesar de ser objectivo dos quatro bancos centrais o controlo da mesma, é sabido que esta obsessão é maior no caso do BCE. Já a dívida pública tem como principal propósito demarcar a diferença entre os dois conjuntos de países pois como se sabe na Zona Euro os países estão pressionados pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento a não exceder 60% do PIB, o que pode limitar as políticas orçamentais deste conjunto de países. 6.2. O Modelo De forma a permitir uma melhor comparação entre os países pertencentes e não pertencentes à Zona Euro foram criados dois sub-painéis em tudo iguais ao “Painel Total” mas um apenas com os países pertencentes à Zona Euro e ao qual chamaremos 21 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro “Painel Euro” e o outro apenas com os países não pertencentes à Zona Euro e ao qual chamaremos “Painel Extra”. Estes painéis foram inseridos no software EViews onde se procedeu a várias tentativas de modelo, assumindo o PIBpm como variável dependente e onde entre outras conclusões foi possível perceber que as variáveis reservas e balança de pagamentos não apresentavam significância estatística para o modelo pelo que foram excluídas. Pelo contrário, todas as restantes variáveis se revelaram estatisticamente significativas tal como algumas variantes das mesmas. Foi então construído o modelo que se apresenta de seguida: Onde: ΔGDP: Variação do PIBpm relativamente ao período anterior Δrepo: Variação da repo rate relativamente ao período anterior Δrepo(-1): Variação da repo rate relativamente ao período anterior e desfasada 1 período Δrepo(-2): Variação da repo rate relativamente ao período anterior e desfasada 2 períodos Δex: Variação da taxa de câmbio relativamente ao período anterior Δinf: Variação da inflação relativamente ao período anterior Δdebt: Variação da dívida pública relativamente ao período anterior 22 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro cris: Dummie e onde se obtiveram os seguintes valores do modelo estimado: Quadro 1 Resultados da estimação do modelo para o conjunto dos 15 países e para os dois subgrupos Neste modelo foram utilizadas todas as variáveis consideradas mais importantes na evolução do PIBpm e que directa ou indirectamente estejam relacionadas com a política monetária dentro da UE (15). Como se vê pelo modelo apresentado as variáveis utilizadas foram, como não poderia deixar de ser, a repo rate não só do período em questão mas também desfasada 1 e 2 períodos, a taxa de câmbio que a par da repo rate se revela como a outra grande variável de política monetária implícita no modelo. Acrescentou-se ainda a taxa de inflação que a juntar à taxa de juro, aqui representada pela repo rate, e ao PIB se encontram muitas vezes juntas em grande parte do modelos de política monetária como é o caso de (Botzen & Marey, 2009; Matousek & Sarantis, 2007; Monticelli, 2000). As outras variáveis incluídas no modelo foram a dívida pública em percentagem do PIB e uma variável dummy que assume o valor 1 no período da recente crise. Estas 23 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro variáveis revelam-se importantes na demarcação entre os dois conjuntos de países aqui estudados como é o caso da variável dummy onde o interesse é poder descobrir qual o conjunto de países que menos saiu prejudicado com a crise. Passa-se agora à análise da estimação do modelo avaliando a reacção do PIBpm a alterações de cada uma das variáveis nos vários painéis, reacções essas que podem ser observadas nos anexos 6, 7 e 8 ou mais sistematicamente no quadro 1. Repo rate: Começando pela repo rate, o primeiro facto que salta à vista no “Painel Total” é esta apenas ter efeito no fim de dois períodos. Assim, em termos do conjunto dos 15 países, uma variação negativa da repo rate em 1 ponto percentual (pp), leva a uma variação negativa do PIB de 0,73 pontos percentuais no período t(0), de 0,46 pp no período t(1) e a uma variação positiva de 0,37 pp no período t(2). Apesar de os resultados nos períodos t(0) e t(1) não terem significado económico, estes foram mantidos pois revelaram-se importantes para a consistência do modelo, uma vez que este perdia significância estatística sem esses dois coeficientes, como revelaram tentativas de estimação efectuadas estando os resultados disponíveis caso sejam requeridos. O efeito referido expande-se aos subconjuntos de países com uma curiosidade, apesar de no período t(0) uma variação negativa da repo rate em 1 pp ter como efeito uma diminuição do PIB mais grave na Zona Euro (0,80 pp) do que nos outros 3 países (0,44 pp), essa tendência altera-se no período t(1) e acentua-se no período t(2), onde o efeito positivo da descida da repo rate é superior nos países da Zona Euro e onde o PIB apresenta uma alteração positiva com uma amplitude de 0,43, enquanto nos países do “Painel Extra-Euro” a variação de crescimento apresenta uma amplitude de apenas 0,24. Conclui-se que a mexida da repo rate como instrumento para a variação do PIB é mais eficaz dentro dos países da Zona Euro com uma vantagem 24 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro ainda considerável, não obstante, é necessário realçar que o efeito desta variação apenas se torna visível dois períodos (6 meses) após a implementação da medida, revelando-se um desfasamento temporal demasiado grande, apesar de natural, especialmente em tempos de crise nos quais se requer resultados rápidos. Taxa de Câmbio: A segunda variável a ter em conta na nossa estimação trata-se da taxa de câmbio relativa ao euro. Esta variável acabou por se revelar o instrumento de política monetária mais eficaz do nosso modelo e confirmou-se como uma das grandes armas dos três países do nosso “Painel Extra”. Como se pode constatar pela estimação feita aos dois subconjuntos de países, a variável da taxa de câmbio foi aplicada em primeiras diferenças aos 3 países fora da Zona Euro obtendo como coeficiente para esta variável um valor de -1,25, o que significa que em média, caso um destes 3 países decida baixar a sua taxa de câmbio em 1 pp mantendo-se tudo o resto constante, o PIBpm terá uma variação positiva média de 1,25 pp. Já no caso dos países da Zona Euro, e sendo que no nosso “Painel Total” a taxa de câmbio assume naturalmente o valor 1 para todos os países da moeda única, na estimação do modelo para estes países “Painel Euro” não se estima a variação de taxa de câmbio mas incluise automaticamente na constante do nosso modelo. Quando observada, a constante do modelo revela o reverso da medalha no que toca à liberdade na taxa de câmbio, pois apesar desta conferir uma indiscutível vantagem aos países que a podem manipular, os câmbios fixos permitem aos países da Zona Euro terem uma variável constante superior aos países do Painel Extra em 0,13. Esta diferença de valores significa que, não havendo mexidas nas outras variáveis, os países da Zona Euro têm em média um crescimento no seu PIBpm superior aos países não pertencentes à Zona Euro. 25 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro De forma geral, parece haver evidências de que os países da Zona Euro possuem vantagens no crescimento do produto em tempos de estabilidade. No entanto também parecem existir evidências de que os países da UE que não aderiram à moeda única podem responder melhor em tempos de crise, através de mexidas na taxa de câmbio que permitem uma grande variação no PIBpm. Taxa de Inflação: A inflação, como terceira variável do nosso modelo, foi introduzida não apenas na sua forma linear mas também na sua forma quadrática. Estes dois tipos de estimação da variável inflação foram incluídos de forma a conseguir a consistência no modelo que não seria conseguida apenas com uma das formas apresentada, estão no entanto as outras tentativas de estimação disponíveis se requeridas. Relativamente aos coeficientes desta variável e contrariamente a acentuar o efeito positivo da inflação linear, a inflação ao quadrado tem um efeito negativo. Apesar de alguma incoerência económica nestes resultados, pode ainda assim tirar-se algumas conclusões relativamente à política dos países no que concerne ao controlo da inflação. Neste caso nota-se uma diferença significativa relativamente aos impactos no PIB causados por variações da inflação e constata-se facilmente que este efeito é muito menor no caso da Zona Euro, onde os agentes económicos sabem que existe um controlo rigoroso da inflação e onde esta tende a variar menos. Por outro lado no caso dos bancos centrais dos países fora da Zona do Euro, apesar de estes também contemplarem como política monetária o inflation targeting, não têm uma preocupação exclusiva de controlo de preços mas também de crescimento económico, pelo que uma alteração da taxa de inflação é acompanhada com maior incerteza relativamente ao seu desenvolvimento, levando assim a uma um efeito mais volátil no PIB. 26 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Dívida Pública: Como próxima variável do modelo temos a dívida pública, que entra no modelo como reflexo das políticas orçamentais dos países, uma vez que os efeitos da aplicação de políticas orçamentais quer se tratem de mexidas nos impostos, nas transferências ou nos investimentos do estado entre outras acabam sempre por ter reflexo na dívida pública. Como já foi dito anteriormente, os países que integram a Zona Euro têm restrições relativamente à dívida pública impostas pelo BCE (máximo 60% do PIB), esta restrição acaba por se manifestar na nossa estimação, embora de forma muito reduzida uma vez que, como se pode observar pelo quadro 1, o efeito de uma alteração desta variável na evolução do PIB é muito pequena, tal como a diferença de resultados entre os dois subconjuntos de países em estudo. Para além disto, no caso dos países pertencentes à Zona Euro, a sua heterogeneidade aliada à independência do BCE faz com que seja muito difícil conjugar políticas monetárias e orçamentais. Período de crise: Finalmente, analisa-se agora a variável binária presente no modelo e que assume o valor 1 nos anos da recente crise económica. Pode-se observar, como seria expectável, que esta apresenta um coeficiente negativo bastante acentuado, mas pode-se também observar que nos países integrados na moeda única esse coeficiente é significativamente maior que nos restantes países da nossa amostra. Observada a estimação constata-se que em média os países da Zona Euro tiveram nos anos de crise uma variação negativa média no PIB de 0,60 pp, enquanto os países fora da Zona Euro apenas registaram uma variação negativa média de 0,40 pp do PIB. É certo que os diversos conjuntos de países são heterogéneos e possuem diferentes características, não só entre eles como também interiormente, mas pode-se também afirmar que estas características foram sendo desenhadas não só no período de crise mas também nos anteriores, pelas políticas monetárias seguidas por cada grupo de países. 27 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Pode-se então afirmar que esta variação do PIB em anos de crise tem por trás não só as políticas actuais como as precedentes. Em conclusão, esta análise permitiu chegar a várias respostas relativamente à eficácia das diferentes políticas monetárias protagonizadas pelos dois grupos de países aqui estudados. A principal conclusão é que em termos de eficácia no conjuntos das políticas monetárias não existe um vencedor claro, uma vez que um grupo revelou ter um conjunto de políticas mais eficaz, enquanto o outro se revelou mais eficaz com outras políticas. Olhando para o conjunto de países da moeda única, pode-se constatar que estes levam a melhor no que toca ao principal instrumento de política monetária, ou seja a taxa de juro do Banco Central, sendo que conseguem ter mais eficácia no PIB mas apenas 6 meses depois da implementação da variação da repo rate. Outra variável de política monetária onde os países da Zona Euro ganham claramente é na inflação, onde a tradição no rigoroso controlo da inflação leva a que haja uma muito maior estabilidade do PIB quando comparado com os restantes países. Para além disto, a aposta numa taxa de câmbio fixa revelou-se eficaz em tempos estáveis, uma vez que permite um maior crescimento médio que os restantes três países. Em relação aos três países presentes no “Painel Extra” pode-se concluir que a liberdade de taxa de câmbio é sem dúvida uma enorme vantagem, principalmente durante a crise, uma vez que no modelo esta se mostrou uma das variáveis mais eficazes para a variação do PIB. Por último e olhando para o principal propósito deste trabalho, conclui-se que apesar de as duas formas de política monetárias destes dois conjuntos de países terem indiscutíveis vantagens e desvantagens, no período de crise que vivemos actualmente 28 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro (até ao fim de 2010) pode-se constatar que as políticas monetárias dos países extra Zona Euro se revelaram mais eficazes que os seus vizinhos da Zona Euro, pois como se viu pela estimação foi nestes três países que o PIBpm menos caiu. 6.3. Testes ao Modelo Tratando agora da consistência do modelo e fazendo uma análise bastante sucinta ao mesmo, o primeiro ponto a ter em conta é o facto de este se encontrar todo em primeiras diferenças, o que oferece maior consistência ao modelo. Como se pode observar as variáveis do PIBpm e Inflação já haviam sido obtidas através da variação relativamente ao período anterior, já as restantes variáveis e como é visto no modelo são estimadas aplicando a mesma operação. Esta estimação do modelo em primeiras diferenças revelase uma forma bastante eficaz de oferecer consistência ao estimador, evitando assim a presença de variáveis individuais omissas (Pinheiro, 2009). Ainda numa visão mais superficial à estimação do modelo aplicada aos dois conjuntos de países, conclui-se que as 3 estimações (quadro 1) são globalmente estatisticamente significativas, como se observa pelo F-statistic elevado. Verifica-se também um R-squared que varia entre os 0,34 e os 0,43 o que representa um resultado razoável, revelando já um bom grau de correlação entre a variável explicada e as variáveis explicativas. De realçar ainda que quase todas as variáveis dos 3 modelos são estatisticamente significativas num intervalo de confiança de 90%, a única excepção a esta regra é a variação da repo rate no período t(-2) para o painel “Extra Euro”, que como se observa no quadro 1, apresenta um P-value de 0,1644, não sendo no entanto muito elevado pelo que se decidiu manter a variável no modelo e proceder à sua inferência estatística. 29 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 7. Conclusões O principal objectivo deste trabalho foi tentar perceber qual a eficácia das políticas monetárias no contexto da recente crise e tendo como pano de fundo a comparação entre os países pertencentes à UE e à Zona Euro e os países pertencentes à UE mas não pertencentes à Zona Euro. Como se viu por este trabalho, não só a recente crise se tem revelado de uma enorme complexidade, como também as reacções de política monetária utilizadas pelos Bancos Centrais dos dois conjuntos de países estudados, vão muito além da simples mexida nas taxas de juro ou de câmbio, como se mostrou no exemplo de non-standard measures utilizadas pelos quatro bancos centrais aqui estudados. Apesar disto, o núcleo deste trabalho, de onde se retiram as principais conclusões, prende-se com os resultados da manipulação das standard measures por parte dos quatro Bancos Centrais da EU(15). Após a construção do modelo e a sua análise, conclui-se que ambos os conjuntos de países apresentam vantagens e desvantagens significativas dentro daquilo que se esperaria obter. Por exemplo, no caso dos países não pertencentes à Zona Euro, é notória a vantagem de poderem manipular a sua taxa de câmbio, uma vez que este coeficiente apresenta um valor de aproximadamente -1,25 o que traduz uma enorme eficácia por parte deste instrumento, tornando-o no instrumento de política monetária mais importante do nosso modelo. Já em relação aos países da Zona Euro é visível a sua maior eficácia na utilização da repo rate, que apresenta um maior efeito no PIB em comparação com os países fora da Zona Euro. Para além disto, os países da moeda única apresentam em média um crescimento superior do PIB de aproximadamente 0,13 pontos percentuais. 30 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Este trabalho também conclui que os países não pertencentes à Zona Euro tiveram em média, desde o início da crise, menos 0,20 pontos percentuais de perdas no PIB, quando comparados com os países de influência do BCE. Isto mostra que a resposta concreta à principal pergunta deste trabalho, é de que foi o conjunto de políticas monetárias do grupo de países não pertencentes à Zona Euro que mais eficácia teve no combate à recente crise. Pode haver várias justificações para este resultado, quer seja pelo tempo de reacção adoptado por exemplo pelo Bank of England, pela mexida nas taxas de câmbio operadas pelo Riksbank, ou simplesmente porque conseguiram uma conjugação de políticas monetária e orçamentais que se torna mais difícil na Zona Euro. Contudo o principal objectivo deste trabalho foi cumprido, deixando agora espaço para possíveis respostas aos seus resultados, abre-se também espaço a desenvolvimentos futuros que poderão passar por uma expansão do modelo aos restantes países da UE ou à inclusão de non-standard measures no modelo. 31 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 8. Referência Bibliográfica Bardsen, G. & Jansen, E. & Nymoen, R. (2003) Econometric Inflation Targeting, Em: Econometrics Journal vol. 6: pp. 429-460 Beetsma, R. & Giuliodori, M. (2010) The Macroeconomic Costs and Benefits of the EMU and other Monetary Unions: An Overview of Recent Research, Em: Journal of Economic Literature, American Economic Association, vol. 48(3), pp. 603-641 Botzen, W. & Marey, P. (2009) Did the ECB respond to the stock market before the crisis? Em: Journal of Policy Modeling, vol.(32) (2010) pp. 303–322 Brooks, P. & Cihák, M. 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Evidência dentro e fora da Zona Euro Anexos Dados Usados: Anexo 1 PIBpm (variação percentual relativa ao período anterior e com ajustamento sazonal) Bel Den Ger Ire Gre Spa Fra Ita Lux Net Aus Por Fin Swe UK 1999Q1 1,30 0,80 1,10 6,90 : 1,00 0,60 0,50 3,20 1,60 0,90 1,00 0,80 1,60 0,50 1999Q2 1,30 0,10 0,00 -0,30 : 1,50 1,00 0,50 2,60 1,10 1,40 0,50 0,90 0,50 0,80 1999Q3 1,40 0,70 1,30 5,90 : 1,50 1,00 0,80 2,50 1,20 1,20 1,20 0,60 1,30 1,30 1999Q4 1,30 1,80 1,10 2,40 : 1,10 1,40 1,40 -1,30 1,30 0,60 0,40 1,50 1,70 1,10 2000Q1 0,70 1,20 1,20 0,20 : 1,50 1,20 1,00 7,80 1,00 0,70 2,20 2,50 0,70 1,10 2000Q2 0,70 0,00 1,10 4,20 0,90 1,10 0,80 0,70 -1,30 0,80 0,70 -0,90 0,20 2,00 1,00 2000Q3 0,60 0,70 0,00 1,30 0,40 0,70 0,40 1,00 0,80 0,50 0,70 2,20 1,40 0,60 0,50 2000Q4 1,00 1,00 0,10 3,30 0,80 1,10 1,00 1,10 1,50 0,70 0,80 0,80 0,80 0,20 0,40 2001Q1 -0,40 -0,50 1,00 1,40 1,70 1,10 0,60 0,70 1,00 0,50 0,00 -0,60 0,90 -0,40 1,20 2001Q2 0,20 -0,60 0,10 -0,20 0,80 0,60 0,00 -0,40 -1,60 0,60 -0,70 0,80 -0,30 0,30 0,20 2001Q3 -0,40 1,30 -0,20 0,20 1,20 0,90 0,30 -0,20 1,90 -0,10 -0,40 0,10 0,30 0,70 0,40 2001Q4 -0,20 0,00 0,20 0,90 1,10 0,60 -0,40 0,00 2,30 0,10 0,60 1,40 -0,20 1,10 0,30 2002Q1 1,00 -0,60 -0,40 3,50 0,10 0,40 0,70 0,30 0,80 -0,50 1,10 0,00 0,50 -0,10 0,80 2002Q2 0,50 1,10 0,20 0,90 0,80 0,80 0,50 0,40 1,90 0,60 0,60 0,10 1,60 1,40 0,40 2002Q3 0,50 -0,40 0,40 2,60 1,60 0,60 0,40 0,10 -1,00 0,00 0,00 -1,10 0,00 0,10 0,70 2002Q4 0,20 -0,10 -0,20 0,90 1,10 0,80 0,00 0,20 0,50 -0,10 0,20 -0,70 0,50 0,80 0,60 2003Q1 -0,10 0,70 -0,60 -0,50 2,80 0,90 0,30 0,10 0,20 0,10 1,00 0,60 2003Q2 0,10 1,80 0,60 0,70 -0,10 3,00 -0,20 0,00 -0,30 0,50 -0,40 0,90 2003Q3 0,40 0,40 0,50 -0,10 0,80 0,60 0,80 0,30 1,60 0,10 0,30 0,20 1,30 1,10 0,70 2003Q4 0,70 2,20 0,40 5,30 1,30 0,90 0,70 0,40 2,30 0,60 0,60 0,10 0,70 0,50 0,90 2004Q1 1,40 0,10 0,20 -0,80 1,30 0,70 0,40 0,60 -1,40 1,10 0,80 1,10 1,10 1,70 1,00 2004Q2 0,60 0,40 0,10 0,20 1,20 0,80 0,70 0,40 2,30 0,60 0,90 0,80 1,10 0,80 0,60 2004Q3 1,00 0,30 -0,20 0,50 0,50 1,20 0,40 0,40 1,40 0,40 0,80 -0,50 0,80 0,80 0,10 2004Q4 0,10 1,20 0,10 2,40 0,90 0,70 0,80 -0,20 0,50 0,20 0,20 -0,30 1,60 0,60 0,80 2005Q1 0,20 -1,00 0,00 1,50 -0,30 0,90 0,30 0,00 3,30 0,20 0,60 0,70 -0,10 0,60 0,30 2005Q2 0,70 3,60 0,60 2,70 0,60 0,90 0,30 0,60 0,00 1,20 1,20 1,20 0,80 0,80 0,70 2005Q3 0,70 -0,70 0,70 -0,40 1,20 0,90 0,50 0,30 0,40 0,80 0,70 -1,10 1,00 1,40 0,60 2005Q4 0,70 0,20 0,30 2,20 1,30 1,00 0,60 0,30 0,60 0,50 0,80 0,20 0,30 0,40 0,70 2006Q1 0,70 1,00 0,90 1,90 0,70 1,00 0,60 0,60 2,10 0,90 0,90 1,10 1,90 1,50 1,10 2006Q2 0,30 2,50 1,50 0,80 1,70 1,00 1,10 0,60 0,40 1,50 0,50 0,40 0,70 1,40 0,30 2006Q3 1,00 -0,30 0,80 1,60 1,00 1,00 0,00 0,40 1,70 0,20 0,90 -0,10 1,30 1,40 0,50 2006Q4 1,00 -0,10 1,10 -0,30 0,70 1,00 0,60 1,00 3,80 0,70 1,60 1,10 0,20 0,80 -1,40 -0,10 36 -0,20 -2,40 -0,40 0,20 0,90 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 2007Q1 1,00 0,90 2007Q2 0,30 2007Q3 0,50 5,40 1,90 0,90 0,80 0,20 0,90 1,50 1,30 1,50 1,80 1,20 1,00 -0,80 0,30 -1,30 0,50 0,80 0,50 0,10 1,70 0,60 0,20 0,00 1,40 0,60 0,60 0,30 1,50 0,70 -1,10 0,70 0,80 0,60 0,20 0,70 1,20 -0,10 -0,10 1,00 0,60 0,50 2007Q4 0,20 0,60 0,30 3,90 0,70 0,60 0,20 -0,40 0,90 1,30 1,20 1,00 0,90 1,10 0,30 2008Q1 0,80 -1,30 1,40 -2,70 0,20 0,50 0,50 0,40 2,40 0,80 1,90 0,00 0,40 -1,00 0,50 2008Q2 0,50 0,30 -0,70 -2,00 0,30 0,00 -0,60 -0,70 -0,50 -0,20 0,30 -0,20 0,30 0,00 -0,30 2008Q3 -0,40 -0,80 -0,50 -0,70 -0,20 -0,80 -0,30 -1,10 -1,90 -0,20 -1,00 -0,50 -0,40 0,00 -0,90 2008Q4 -2,20 -2,70 -2,20 -3,90 -0,40 -1,10 -1,60 -2,00 -4,30 -1,30 -1,70 -1,30 -3,40 -4,10 -2,10 2009Q1 -1,70 -1,20 -3,40 -2,80 -1,10 -1,60 -1,40 -3,00 -2,00 -2,00 -5,50 -2,60 -2,20 2009Q2 0,10 -2,90 0,50 -0,40 -0,40 -1,10 0,20 -0,30 -2,70 -1,30 2009Q3 1,00 0,60 0,70 -0,80 -0,70 -0,30 0,20 0,40 3,10 0,80 0,70 2009Q4 0,40 0,30 0,30 -1,60 -1,10 -0,20 0,60 0,00 0,40 0,40 0,40 -0,30 -0,20 0,80 0,50 2010Q1 0,10 1,20 0,60 1,70 -0,60 0,10 0,30 0,50 0,30 0,50 0,20 0,70 0,20 1,60 0,20 2010Q2 1,10 0,40 2,20 -1,10 -1,70 0,30 0,60 0,50 1,40 1,00 1,00 0,50 2,70 2,10 1,10 2010Q3 0,40 1,70 0,70 0,60 -1,30 0,00 0,20 0,30 1,10 0,10 1,10 0,30 0,40 2,10 0,70 2010Q4 0,50 -0,40 0,40 -1,60 : 0,20 0,40 0,10 1,70 0,60 0,80 -0,50 1,70 1,20 -0,50 Fonte - Eurostat 37 1,10 -2,30 -0,80 0,80 -1,20 0,50 1,40 0,30 -0,80 -0,10 -0,30 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Anexo 2 Repo Rate (valor no final do período) UK 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1 2002Q2 2002Q3 2002Q4 2003Q1 2003Q2 2003Q3 2003Q4 2004Q1 2004Q2 2004Q3 2004Q4 EA 5,5 5 5,25 5,5 6 6 6 6 5,75 5,25 4,75 4 4 4 4 4 3,75 3,75 3,5 3,75 4 4,5 4,75 4,75 Swe 3 2,5 2,5 3 3,5 4,25 4,5 4,75 4,75 4,5 3,75 3,25 3,25 3,25 3,25 2,75 2,5 2 2 2 2 2 2 2 Den 2,9 2,9 2,9 3,25 3,75 3,75 3,75 4 4 4 3,75 3,75 4 4,25 4,25 3,75 3,5 3 2,75 2,75 2,5 2 2 2 UK 3,25 2,75 2,75 3 3,5 4,25 4,5 4,75 4,75 4,5 3,75 3,25 3,25 3,25 3,25 2,75 2,5 2 2 2 2 2 2 2 2005Q1 2005Q2 2005Q3 2005Q4 2006Q1 2006Q2 2006Q3 2006Q4 2007Q1 2007Q2 2007Q3 2007Q4 2008Q1 2008Q2 2008Q3 2008Q4 2009Q1 2009Q2 2009Q3 2009Q4 2010Q1 2010Q2 2010Q3 2010Q4 Fonte – BCE, Riksbank, Bank of England e Danmarks Nationalbank 38 EA 4,75 4,75 4,5 4,5 4,5 4,5 4,75 5 5,25 5,5 5,75 5,5 5,25 5 5 2 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 Swe 2 2 2 2,25 2,5 2,75 3 3,5 3,75 4 4 4 4 4 4,25 2,5 1,5 1 1 1 1 1 1 1 Den 2 1,5 1,5 1,5 2 2,25 2,5 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,25 4,75 2 1 0,5 0,25 0,25 0,25 0,25 0,75 1,25 2 2 2 2,25 2,5 2,75 3 3,5 3,75 4 4 4 4 4 4,25 3,5 2 1,2 1 1 0,75 0,75 0,75 0,75 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Anexo 3 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1 2002Q2 2002Q3 2002Q4 2003Q1 2003Q2 2003Q3 2003Q4 2004Q1 2004Q2 2004Q3 2004Q4 Taxa de câmbio em relação ao Euro (valor no fim do período) Danish Swedish Pound krone krona sterling 7,4317 8,8870 0,66630 7,4341 8,7470 0,65630 7,4332 8,7235 0,64750 7,4433 8,5625 0,62170 7,4460 8,2825 0,59850 7,4610 8,4210 0,63230 7,4570 8,5265 0,59670 7,4631 8,8313 0,62410 7,4627 9,1570 0,61920 7,4444 9,2125 0,60310 7,4367 9,7321 0,62200 7,4365 9,3012 0,60850 7,4336 9,0304 0,61300 7,4292 9,1015 0,64980 7,4274 9,1516 0,62950 7,4288 9,1528 0,65050 7,4264 9,2608 0,68960 7,4299 9,2488 0,69320 7,4256 8,9625 0,69860 7,4450 9,0800 0,70480 7,4448 9,2581 0,66590 7,4326 9,1451 0,67075 7,4416 9,0588 0,68680 7,4388 9,0206 0,70505 2005Q1 2005Q2 2005Q3 2005Q4 2006Q1 2006Q2 2006Q3 2006Q4 2007Q1 2007Q2 2007Q3 2007Q4 2008Q1 2008Q2 2008Q3 2008Q4 2009Q1 2009Q2 2009Q3 2009Q4 2010Q1 2010Q2 2010Q3 2010Q4 Danish Swedish Pound krone krona sterling 7,4495 9,1430 0,68850 7,4515 9,4259 0,67420 7,4624 9,3267 0,68195 7,4605 9,3885 0,68530 7,4624 9,4315 0,69640 7,4592 9,2385 0,69210 7,4576 9,2797 0,67770 7,4560 9,0404 0,67150 7,4508 9,3462 0,67980 7,4422 9,2525 0,67400 7,4544 9,2147 0,69680 7,4583 9,4415 0,73335 7,4568 9,3970 0,79580 7,4579 9,4703 0,79225 7,4611 9,7943 0,79030 7,4506 10,8700 0,95250 7,4482 10,9400 0,93080 7,4470 10,8125 0,85210 7,4443 10,2320 0,90930 7,4418 10,2520 0,88810 7,4447 9,7135 0,88980 7,4488 9,5259 0,81745 7,4519 9,1421 0,85995 7,4535 8,9655 0,86075 Fonte - Eurostat Anexo 4 Taxa de Inflação (variação percentual relativa ao período anterior) Bel Den Ger Ire 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1 Gre Spa Fra Ita Lux Net Aus Por Fin Swe UK 0,70 1,30 0,30 0,10 0,50 0,80 0,30 0,40 0,30 1,70 0,20 0,00 0,40 0,30 0,10 0,40 0,90 0,40 1,40 0,70 0,40 0,30 0,40 0,70 -0,20 -0,30 1,00 1,20 0,40 0,60 0,30 0,30 0,20 0,70 -0,20 1,20 0,10 0,50 0,70 0,60 0,20 -0,30 0,30 0,40 0,10 0,70 0,40 0,30 1,40 1,50 0,50 0,70 0,50 0,80 -0,20 1,60 1,00 0,40 0,10 0,20 1,20 1,20 0,40 1,20 0,90 1,10 0,60 0,90 1,00 1,40 0,50 -0,30 1,40 0,40 -0,40 0,90 0,90 0,30 1,80 0,30 0,90 0,50 0,50 2,10 0,70 0,10 2,30 1,10 0,50 0,70 1,20 0,20 0,40 0,80 0,60 1,40 0,60 0,40 0,40 1,00 0,20 0,50 0,60 0,30 0,30 -0,30 0,10 1,00 0,70 2,00 0,80 0,10 0,70 0,90 -0,20 1,10 1,30 -0,20 0,20 0,20 0,40 1,10 0,00 0,70 0,30 0,10 0,30 0,20 -0,20 3,50 0,60 1,00 1,00 0,90 -0,30 1,70 0,80 1,00 2,10 1,50 1,60 1,30 1,40 1,80 0,70 0,80 1,80 1,50 1,40 1,60 0,20 0,10 -0,20 0,30 0,10 -0,10 0,00 -0,30 -0,40 1,20 0,00 0,00 0,30 0,90 -0,10 -0,30 0,10 0,60 1,20 1,50 1,00 -0,10 0,90 -0,20 -0,40 0,50 1,20 -0,50 -0,10 -0,10 1,00 1,30 0,50 1,50 1,20 0,80 1,10 0,60 0,60 2,60 0,50 0,30 1,30 0,70 0,20 39 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 2002Q2 2002Q3 2002Q4 2003Q1 2003Q2 2003Q3 2003Q4 2004Q1 2004Q2 2004Q3 2004Q4 2005Q1 2005Q2 2005Q3 2005Q4 2006Q1 2006Q2 2006Q3 2006Q4 2007Q1 2007Q2 2007Q3 2007Q4 2008Q1 2008Q2 2008Q3 2008Q4 2009Q1 2009Q2 2009Q3 2009Q4 2010Q1 2010Q2 2010Q3 2010Q4 0,00 0,50 0,00 1,50 0,80 1,70 0,60 1,10 1,20 0,20 0,60 2,00 0,50 0,30 0,60 0,60 0,40 0,00 0,40 0,30 -0,10 0,30 0,30 0,60 1,10 0,10 0,30 0,10 0,40 0,30 -0,20 0,20 0,70 1,20 1,30 1,40 0,30 0,90 0,40 -0,80 0,60 1,30 -0,10 0,40 0,60 1,40 1,60 0,60 1,70 1,50 0,60 1,50 0,60 1,30 2,30 0,70 0,20 1,50 1,90 0,20 -0,20 -0,20 -0,40 0,40 0,60 0,80 -0,10 1,00 -0,40 -0,50 -0,30 1,50 -0,30 -0,70 0,10 0,60 0,70 0,00 0,20 0,40 -0,10 0,10 0,60 0,30 1,10 0,90 0,50 0,10 0,20 0,60 -0,20 -0,20 0,60 0,40 1,10 1,20 0,40 0,60 0,20 -1,20 0,50 0,40 -0,10 -0,10 0,40 0,70 0,80 0,70 0,60 1,40 0,00 0,90 0,30 1,10 1,90 0,90 0,00 -0,30 0,50 -0,10 0,70 0,20 0,40 1,00 0,70 2,20 0,80 1,10 1,40 -0,20 0,50 3,00 0,10 0,20 0,80 0,60 0,10 0,20 0,30 -0,10 0,00 0,10 0,10 0,50 0,70 0,00 -1,40 0,40 0,50 0,10 0,00 -0,20 0,90 0,40 1,30 1,10 0,60 0,80 0,50 -1,00 1,10 0,90 -0,10 -0,30 1,00 1,50 1,20 0,10 0,10 1,00 0,10 0,80 0,10 1,00 2,10 0,80 -0,30 0,50 0,20 0,20 0,70 0,60 0,60 1,10 1,00 1,90 0,40 1,10 1,10 -0,20 0,10 1,40 0,30 0,40 0,70 0,80 0,70 0,90 1,10 0,50 0,50 0,60 0,20 1,90 0,90 0,50 0,80 0,70 0,80 0,50 -0,20 -0,30 0,50 -0,40 1,10 1,20 -0,10 0,70 -0,60 -0,70 0,10 0,70 -0,20 0,10 0,50 0,90 0,80 -0,10 1,00 0,90 0,30 0,70 0,20 1,30 1,50 0,50 1,00 0,70 0,40 0,00 1,10 0,90 0,70 1,20 1,00 2,00 0,80 1,30 1,40 0,20 0,60 1,10 0,40 0,70 1,40 0,10 0,10 -0,10 0,40 0,20 -0,50 -0,10 0,20 -0,10 0,60 0,00 0,20 -0,10 0,20 0,40 0,00 -0,10 0,90 0,40 1,10 0,90 0,10 0,40 -0,30 -0,50 0,40 0,20 0,10 0,20 1,10 0,70 1,00 0,50 1,00 0,50 0,20 0,30 0,20 1,40 1,80 0,90 1,00 1,00 0,60 0,10 0,50 0,30 0,70 1,10 1,00 1,90 0,90 1,20 1,20 0,10 0,60 1,10 0,30 0,50 0,80 0,30 0,00 0,60 0,50 0,50 -0,20 0,20 0,00 0,20 0,00 0,10 -0,20 0,10 0,40 -0,10 1,80 1,20 1,40 0,70 2,00 2,40 1,30 1,50 1,40 -0,10 1,80 0,90 0,40 1,10 1,40 1,90 1,80 0,70 1,40 1,00 0,40 1,00 0,90 1,50 2,10 0,90 1,40 2,70 1,30 0,40 1,80 1,20 0,80 1,20 1,50 2,40 1,40 1,70 2,20 0,50 1,10 1,30 1,00 1,20 2,10 0,10 0,40 0,20 -0,20 0,20 -0,70 -0,40 -0,10 -0,30 0,50 -0,10 -0,40 0,60 0,60 1,10 -1,00 -1,00 -0,50 -1,20 -0,50 -0,60 -0,90 -0,10 -2,60 -1,40 -0,50 -1,40 -0,80 -0,90 -0,70 -0,20 1,00 -0,10 -0,50 0,40 -1,10 0,20 -0,30 0,60 2,20 0,10 -0,10 1,40 1,00 0,40 0,10 0,50 0,40 -0,30 0,50 1,50 0,30 1,00 1,50 0,00 0,20 0,40 0,50 0,80 1,10 0,10 -0,10 -0,30 -1,00 0,40 -0,70 -0,10 -0,30 0,30 -0,90 0,20 -0,70 0,00 0,40 0,40 0,40 -0,20 0,80 -0,80 1,20 1,20 0,60 0,70 0,30 -0,50 0,60 0,30 -0,10 0,50 1,10 1,40 1,90 0,40 -0,40 1,70 0,70 0,90 0,00 1,20 2,10 0,80 0,60 1,10 0,70 0,80 0,90 0,00 0,00 0,20 1,80 0,80 0,40 1,10 0,60 -0,50 0,10 0,80 0,30 -0,10 0,90 0,30 0,80 0,20 -0,10 0,80 0,00 -0,10 -0,10 0,60 0,20 0,20 0,20 0,20 0,30 0,30 0,80 0,10 1,40 0,10 0,80 1,30 0,70 1,10 0,70 -0,20 1,10 0,80 1,10 1,10 1,70 Fonte - Eurostat Anexo 5 Dívida pública bruta (em percentagem do PIB) Bel 1999Q1 1999Q2 1999Q3 1999Q4 2000Q1 2000Q2 Den Ger Ire Gre Spa Fra Ita Lux Net Aus Por Fin Swe UK 120,1 : : : : : 59,7 : : : : : : : : 119,0 : : : : : 58,9 : : : : : : : : 119,3 : : : : : 59,3 : : : : : : : : 113,7 : : : : : 58,8 : : : : : : : : 115,7 56,9 61,0 46,5 : 61,0 57,7 113,5 6,1 61,9 70,7 50,6 47,3 61,2 41,9 113,1 56,1 60,5 44,0 : 60,2 57,8 113,6 6,0 58,5 71,2 49,5 45,4 56,0 42,1 40 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro 2000Q3 2000Q4 2001Q1 2001Q2 2001Q3 2001Q4 2002Q1 2002Q2 2002Q3 2002Q4 2003Q1 2003Q2 2003Q3 2003Q4 2004Q1 2004Q2 2004Q3 2004Q4 2005Q1 2005Q2 2005Q3 2005Q4 2006Q1 2006Q2 2006Q3 2006Q4 2007Q1 2007Q2 2007Q3 2007Q4 2008Q1 2008Q2 2008Q3 2008Q4 2009Q1 2009Q2 2009Q3 2009Q4 2010Q1 2010Q2 2010Q3 2010Q4 112,7 55,8 60,6 40,7 : 59,7 57,4 112,2 6,0 57,4 71,8 49,3 45,9 53,8 40,8 107,9 52,4 59,7 37,1 103,4 59,3 57,3 109,2 6,2 53,8 66,5 48,5 43,8 53,9 41,0 109,8 51,9 58,9 35,7 103,3 57,9 56,4 110,7 5,9 53,1 69,8 48,2 43,6 56,0 38,9 110,5 52,1 58,3 34,2 102,2 57,4 57,5 111,0 5,9 53,7 70,4 49,1 43,1 54,4 38,7 110,3 52,9 58,7 34,6 100,9 56,4 57,5 109,0 6,0 52,4 70,0 50,3 42,0 54,7 37,7 106,6 49,6 58,8 34,5 103,7 55,5 56,9 108,8 6,3 50,7 67,1 51,2 42,5 54,7 37,7 109,5 49,6 59,8 34,4 101,7 54,6 57,3 111,3 6,1 51,5 71,2 50,3 40,3 51,6 37,0 107,6 50,1 59,7 34,4 101,2 54,2 58,5 110,8 6,1 51,7 70,4 51,1 40,7 50,1 37,3 106,2 51,8 60,2 34,2 100,6 53,1 58,2 110,0 6,1 51,0 70,1 52,7 40,9 51,6 37,0 103,5 49,5 60,4 30,7 101,7 52,5 58,8 105,7 6,3 50,5 66,5 53,8 41,5 52,5 37,5 106,3 51,6 61,9 31,7 99,4 51,3 60,4 108,0 6,1 51,8 69,2 55,3 43,2 53,1 36,7 105,7 51,3 62,5 32,7 99,2 51,4 62,6 108,1 6,2 51,1 70,8 54,4 45,0 51,8 37,4 104,7 50,9 63,3 32,4 97,2 49,6 63,2 108,8 6,3 52,4 68,4 56,0 44,1 51,2 38,2 98,5 47,2 63,9 31,0 97,4 48,7 62,9 104,4 6,2 52,0 65,5 55,9 44,5 51,7 39,0 102,7 49,7 65,6 31,5 98,9 48,7 63,6 107,2 5,5 53,0 68,4 55,6 41,4 52,3 38,9 101,1 50,0 65,5 32,3 102,2 48,0 65,0 108,8 5,5 53,5 71,1 57,1 42,5 50,4 39,3 99,9 50,3 66,0 31,1 101,5 46,7 64,7 108,2 5,6 54,2 71,1 57,1 43,1 49,2 39,4 94,2 45,1 65,8 29,5 98,9 46,2 64,9 103,9 6,3 52,4 64,8 57,6 44,4 50,3 40,9 98,5 45,5 67,0 29,7 98,6 45,8 65,6 108,0 6,0 51,8 69,6 58,1 39,6 50,1 40,1 97,0 44,7 67,3 29,9 102,0 44,7 66,0 110,4 5,7 54,1 71,8 59,3 40,2 48,8 41,4 95,6 40,8 67,9 29,2 102,5 43,6 65,8 108,6 5,7 52,7 70,9 61,8 39,6 48,7 41,8 92,1 37,8 68,0 27,3 109,0 43,0 66,4 105,9 6,1 51,8 63,9 62,8 41,7 50,4 42,5 95,2 34,9 68,2 27,8 107,6 42,2 66,1 108,2 6,5 51,0 66,8 62,5 38,2 47,0 42,0 92,2 35,1 68,3 27,5 107,8 40,9 65,3 109,8 6,5 50,6 69,3 64,4 40,5 45,7 43,3 91,9 34,9 68,4 26,1 106,9 40,6 65,2 109,1 6,6 49,6 66,1 63,5 37,4 45,5 43,2 88,1 32,3 67,6 24,8 106,8 39,6 63,7 106,6 6,7 47,4 62,1 63,9 39,7 45,0 43,4 90,3 30,9 66,9 24,9 108,2 39,5 64,9 107,3 6,6 47,7 65,9 62,0 36,9 43,4 42,9 89,0 29,7 66,9 24,6 106,8 38,9 65,9 107,2 6,9 48,1 67,9 62,1 37,1 41,5 43,5 89,9 29,3 65,2 28,8 105,3 37,5 65,2 106,0 6,7 46,9 69,7 62,3 33,9 40,4 43,6 84,2 27,5 64,9 25,0 105,8 36,1 63,8 103,6 6,7 45,3 59,3 62,7 35,2 40,0 44,5 87,7 28,3 65,1 27,5 106,5 35,3 65,3 106,1 7,1 46,2 61,1 61,6 33,5 37,8 43,6 86,6 27,0 65,9 32,4 107,2 35,8 65,7 105,6 7,2 46,1 60,7 62,7 33,7 35,8 44,6 87,3 24,5 65,4 38,9 108,8 36,7 66,2 105,1 7,1 46,6 60,6 63,1 30,0 37,6 45,8 89,6 34,5 66,3 44,3 110,9 39,8 67,5 106,3 13,6 58,2 62,5 65,3 34,1 38,3 52,1 95,4 35,8 68,4 51,9 118,6 43,1 69,4 112,3 14,2 61,3 66,4 67,7 38,8 36,2 55,8 96,7 39,1 72,1 60,1 123,2 47,1 74,2 114,4 14,6 60,7 68,5 73,1 35,4 38,5 59,3 98,5 40,7 72,9 62,4 125,7 49,6 76,1 117,4 15,0 61,3 67,5 72,7 39,9 39,8 63,6 96,2 41,8 73,4 65,5 127,9 53,2 78,1 116,0 14,5 60,8 67,5 76,1 43,8 41,9 68,1 100,3 43,8 73,7 78,8 133,2 55,0 80,4 118,3 14,8 61,8 67,8 77,0 45,3 40,0 71,1 100,5 45,4 74,5 79,9 135,6 56,9 82,8 119,1 19,6 63,2 69,9 80,8 47,4 39,0 73,2 99,5 45,3 74,7 90,8 140,1 57,8 81,3 119,7 19,2 63,0 69,7 84,2 47,4 37,7 75,2 : : : : : : : : : : : : : : Fonte - Eurostat 41 : Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Estimações: Anexo 6 Estimação do modelo com todos os países da UE(15) 42 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Anexo 7 Estimação do modelo com os 12 países da Zona Euro 43 Terá a Política Monetária sido eficaz no combate à recente crise? Evidência dentro e fora da Zona Euro Anexo 8 Estimação do modelo com os 3 países fora da Zona Euro 44