Filosofia da Educacao meu trabalho

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Filosofia da Educação e sua Importância
Pesquisador MA. Ramiro Thamay Yamane, Mba in Gestão Educacional, Doutorando
em Administração PIU/AW.
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Ramiro Thamay Yamane
ID: 2-2008/00032
Endereço eletrônico; [email protected]
Filosofia da Educação e sua Importância
Trabalho apresentado ao Professor Dr. Daniel
Machado, como comprimento, da disciplina de
Filosofia da Educação, do curso de
Mestrado em Educação.
Tókio Japão
11.03.2009
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1-Introdução
Acreditamos que a filosofia seja de suma importância para a educação, pois ela fornece
uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, e para onde esses
elementos podem caminhar. Entende-se que a educação dentro de uma sociedade não se
manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou
transformação
social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que
fundamentem e orientem os seus caminhos.
Ela serve para orientar educando e educador a descobrirem quais os seus papeis no
mundo e
na
sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação
pedagógica.Esses são alguns problemas que exigem a reflexão filosófica.
Alem do mais a Filosofia propõe questionar, a interpretação do mundo que temos, e
procura buscar novos sentidos e novas interpretações de acordo com os novos anseios que
possam ser detectados no seio da vida humana.
Para Ghiraldelli a filosofia da educação é a desbanalização da banalização da educação,
muitas vezes a educação, o ensino, a escola, a atividade do professor, são tomados como
coisas banais, faz parte da filosofia da educação desbanalizar isto, tornar isso estranho, de
modo que as pessoas comuns possam voltar a prestar atenção na filosofia da educação e
nestes elementos da filosofia da educação, Mas o que podemos fazer através da filosofia da
educação para chamarmos atenção para elementos educacionais de modo que as pessoas
estranhem estes elementos?
De acordo com ele basta tornarmos estes elementos não mais banais, por exemplo, a
escola, a maioria das pessoas acreditam que a escola é um local onde as crianças devem ser
encaminhadas necessariamente, no entanto há aqueles que não acham a escola necessária na
formação dos indivíduos, quem acredita nisso? O direito a educação é indiscutível, ninguém
imagina que alguém possa reclamar da existência deste direito,no entanto há filósofos que
discordam disto, que nos mostram um certo estranhamento quanto a escola, como por
exemplo Rousseau, e em certos momentos até mesmo Paulo Freire.
Em geral os filósofos dizem que a filosofia da educação ora fundamenta a teoria
educacional, a pedagogia, ora a justifica, justifica a teoria educacional. Girardelli adota
também esta posição, mas ele acopla esta definição da filosofia da educação a dele de
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desbanalização da educação, do ato educativo, da escola; ele também trabalha com a idéia de
filosofia da educação como fundamento, e filosofia da educação como justificação, mas
chama a atenção para o problema de discernir o que é uma e o que é outra. Em seu livro
“Filosofia da
educação”,Ghiraldelli expõe a sua compreensão da filosofia da educação
fundamentadora e da filosofia da educação justificadora.
A filosofia da educação, além de conduzir a educação para uma auto-reflexão, tem a
função libertadora e daí educação os meios necessários para seu fortalecimento e crescimento
concreto, levando os educandos í autonomia, função evidente da educação.
I - Educação como transformação da sociedade
Não há uma pedagogia que esteja insenta de pressupostos filosóficos. Todavia é possível
compreender a educação dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, mas
com a possibilidade de trabalhar pela sua democratização.
Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância dialética, que serve a um
projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade. Ela trabalha para realizar esse projeto na
prática. Assim, se o projeto for conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for
transformador, medeia a transformação; se o projeto for autoritário, medeia a realização do
autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a realização da democracia.
Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a
discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a
marginalidade, através da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos
trabalhadores um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O
papel de uma teoria crítica da educação é dar substância concreta a essa bandeira de luta, de
modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominantes.
A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao otimismo ilusório,
quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se compreender a educação dentro de
seus condicionantes e agir estrategicamente para a sua transformação. Propõe-se desvendar e
utilizar das próprias contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua
transformação. O certo é que quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros.
Na Pedagogia Tradicional, a escola era vista como principal fonte de informação, de
transformação cultural e ideológica das massas, respondendo aos interesses da burguesia
como classe dominante. O Programa Educacional era extremamente rígido, contendo uma
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grande quantidade de informações, tratadas de forma descontextualizada e desconexa, visando
a memorização e não a aprendizagem em si.
Já na atualidade essa questão tem sido alvo de muitas discussões entre os educadores
progressistas que, comprometidos com a maioria da clientela presente nas escolas, buscam
inverter a lógica subjacente à abordagem anterior, orientando a seleção e organização dos
conteúdos escolares a partir do pressuposto de que para essa maioria, teoria e prática se
constituem numa unidade. Ou seja, no fazer gera-se o saber. Esses educadores progressistas,
encontram-se dentro de linhas pedagógicas que visam a formação de um cidadão crítico,
comprometido com necessidades de transformações sociais que imperam nos nossos dias.
A reformulação dos Programas de Ensino tornam-se possíveis por meio da
descentralização dos currículos educacionais, proclamado na legislação do ensino, cabendo ao
professor a tarefa de selecionar conteúdos de ensino adequados às peculiaridades locais,
planos dos estabelecimentos e diferenças individuais, o que é uma das características mais
marcantes presentes nas tendências pedagógicas que seguem essa linha, como: Pedagogia
Liberal, Teoria Crítica Social do ensino proposta por Libaneo, Investigação-Ação e a Teoria
Histórico Social de Vigotsky, onde propõem que as origens da vida consciente e do
pensamento abstrato deveriam ser procuradas na interação do organismo com as condições de
vida social, e nas formas histórico-sociais de vida da espécie humana e não, como muitos
acreditavam, no mundo espiritual e sensorial do homem, procurando analisar o reflexo do
mundo exterior no mundo interior dos indivíduos, a partir da interação destes sujeitos com a
realidade, lembrando que a origem das mudanças que ocorrem no homem, ao longo do seu
desenvolvimento, está, segundo seus princípios, na sociedade, na cultura e na sua história.
"O aprendizado adequadamente organizado resulta em
desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de
desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de
acontecer." (Vigotsky, 1987:101)
Sendo assim, acredita-se que uma das competências básicas inerentes ao trabalho
docente é a de decidir sobre a qualidade e a quantidade de conhecimentos, idéias, conceitos e
princípios a serem explorados nas atividades curriculares, estabelecendo uma relação
intrínseca com a realidade social que está inserida, contextualizando assim o ensino.
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II – Para que Filosofia da Educação?
Credito que seja
mais pertinente perguntar: para que filosofia na educação? A
resposta é simples: porque educação é, afinal de contas, o próprio “tornar-se homem” de cada
homem num mundo em crise.
Não há como educar fora do mundo. Nenhum educador, nenhuma instituição
educacional pode colocar-se à margem do mundo, encarapitando-se numa torre de marfim. A
educação, de qualquer modo que a entendamos, sofrerá necessariamente o impacto dos
problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser educação. Em função dos
problemas existentes na realidade é que surgem os problemas educacionais, tanto mais
complexos quanto mais incidem na educação todas as variáveis que determinam uma situação.
Deste modo, a “Filosofia na educação” transforma-se em “Filosofia da Educação” enquanto
reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os problemas educacionais. De fato,
os problemas educacionais envolvem sempre os problemas da própria realidade. A Filosofia
da Educação apenas não os considera em si mesmos, mas enquanto imbricados no contexto
educativo.
Penso que disto decorrem duas conseqüências muito simples, óbvias até! A primeira é
que todo educador deve filosofar. Melhor ainda, filosofa sempre, queira ou não, tenha ou
não consciência do fato. Só que nem sempre filosofa bem. A este respeito afirma Kneller
(1972. p. 146): “se um professor ou líder educacional não tiver uma filosofia da educação,
dificilmente chegará a algum lugar. Um educador superficial pode ser bom ou mau. Se for
bom, é menos bom do que poderia ser e, se for mau, será pior do que precisava ser”.
Que problemas no campo da educação exigem de nós uma reflexão filosófica, nos
termos acima explicitados? São muitos. Permitam-me apontar apenas alguns.
Já que a educação é o processo de tornar-se homem de cada homem, é necessário
refletir sobre o homem para que se possa saber o “para onde” se deve orientar a educação. É
necessário, porém, que esta reflexão não seja unicamente teórica, abstrata, desencarnada. É
preciso levar em conta a situação espácio-temporal em que ocorre o processo. Com efeito, não
importa apenas o “tornar-se homem”, mas o “tornar-se homem hoje no Brasil”. Só desta
forma podemos estabelecer com clareza o que, por exemplo, se tem convencionalmente
chamado de “marco referencial”, a partir do qual, numa instituição educativa, currículo,
planejamento e atividades podem atingir um mínimo de coerência e de eficiência.
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Que teoria de aprendizagem adotar? Que métodos e técnicas utilizar? Já afirmavam
Binet e Simon correr “o risco de um cego empirismo quem se conforma em aplicar um
método pedagógico sem investigar a doutrina que lhe serve de alma”. Não há métodos
neutros. Não há técnicas neutras. No bojo de qualquer teoria, de qualquer método, de qualquer
técnica está implícita uma visão de homem e de mundo, uma filosofia.
A filosofia é, assim, norteadora de todo o processo educativo. O maior problema
educacional brasileiro sempre foi e ainda é, a meu ver, o denunciado por Anísio Teixeira no
título de uma de suas obras principais: “Valores proclamados e valores reais na educação
brasileira”. Quer em nível de sistema, quer em nível de escola, proclamamos belíssimos
princípios filosófico-educacionais. Na prática, entretanto, caminhamos ao sabor das
ideologias e das novidades e – o que é pior – sem nos darmos conta da incoerência existente
entre nossas palavras e nossos atos.
A segunda conseqüência a ser tirada do que antes dissemos é que também o
educando deve filosofar, ou seja, deve refletir sistematicamente, buscando as raízes dos
problemas - seus e de seu tempo - de modo a formar uma “visão de mundo” e adquirir
criticamente princípios e valores que lhe orientem a vida. Só assim serão homens e não
robôs. É preciso, pois, municiá-lo de instrumentos racionais e afetivos para que se habitue a
ser crítico, a não se contentar com qualquer resposta, a colocar sempre e em tudo uma pitada
razoável de dúvida, a cavar fundo e não se intimidar perante a tarefa ingrata de estar sempre
questionando e se questionando.
A partir de minha já longa experiência de magistério, posso afirmar que há sempre fome
de filosofia. Basta levantar um problema nos termos acima descritos para que se alcem as
antenas, sobretudo as juvenis! Talvez porque, tendo uma percepção não muito nítida, mas
agudamente sentida da crise, faltem aos jovens o instrumental necessário para explicitá-la,
analisá-la e julgá-la, em razão do banimento a que assistimos da filosofia, até mesmo de
nossos currículos escolares.
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Conclusão
Não há, portanto, como fugir à filosofia no campo da educação. Ela se relaciona
intimamente com a função nem sempre levada a sério e, não obstante, fundamental, de
avaliar. De fato, a avaliação resume, de certo modo, ou acompanha, como um vetor ou como
um eixo orientador, todo o processo educacional. Ela se faz presente no início do processo, ao
estabelecermos as metas; no seu decurso, quando traçamos e executamos as estratégias; no
final, quando julgamos o que e quanto foi cumprido. Ora, avaliar é emitir juízos de valor e
estes implicam sempre, queiramos ou não, consciente ou inconscientemente uma posição
filosófica, uma filosofia.
Uma palavra, talvez, resuma tudo o que tentamos dizer: a filosofia é o aval da educação!
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