C.D.U. - 618.39.001.5(812.11) ABORI'AMENID - PROBLEMA. MlIDI CO-SOCIAL ~~rgarida de Freitas ~furtins(l) RESUM) Trabalho realizado no setor de estágio de Obstetrícia II (Maternidade '?-.1arly Sarney" - mHAB, .Anil) sobre um total de 1871 internações por abortamen to (setor gratuitas). Este estudo pôs em destaque os seguintes Ítens: grupo et~ rio, estado civil, profissão, número de gestações, paridade, tipo de abort.amen to, método utilizado, motivo de internação, estado mórbido associado do aborta mento, tratamento efetuado, tratamento clínico instituído. O número de pacientes admitidas por abortamento foi de 8,8%. Os demais dados enfocados são comentados e comparados aos de outros trabalhos. São lembradas as diretrizes da política de Saúde ~terno-Infantil (1979). I - INTRO~ As complicações do aborto ilegalmente provocado, segundo estimativas em dados da Federação Internacional de Planejamento Familiar (FIPF), lev3JT1 a morte cerca de 84.000 mulheres na Ásia, África, Oriente Médio e América Lati naP) Por outro lado, o aborto ilegal, que é responsável por 4 a 70% do óbito materno em países em desenvolvimento pelas complicações que acarreta, é também responsável por número descolmecido de óbitos não ocorridos em hospitais. Em certos países, ele responde por 1 em cada 3 a 4 óbitos matemos. Mortalidade materna é, segundo a Comissão de Mortalidade Materna da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), com a aprovaçao da Organização Mundial da Saúde (OMS) , aquela que, devido a qualquer causa durante a gestação e o parto, incluindo os 42 dias que sucedem ao seu término, indepe~ de da duração da prenhez e do local da implantação do ovo. E um conceito que ln clui os óbitos ocorridos no puerpério, como também as moléstias que a ele se associam e a outras intercorrências, (2) entre as quais a aprovação do alorto que leva geralmente ã hemorragia e às infecções, grandes fatores de mortalidade e morbidade. (7) (1) Professora Adjunta. Cad. Pesq. São Luís, Dept9 ! (1) : Medicina lU UFMA. 63 - 73, jan/iun. 1985 63 o aborto, método dos mais antigos (2737 a 2696 A.C.) e atualmente aln da dos mais perigosos métodos de prevenção de nascimentos não desejados, é moti vo de preocupação e cuidados pelas repercussões sobre a saude feminina. Em nosso país, o aborto séptico em certos serviços é uma ocorrência que extrapola o percentual da literatura mundial que é de 30 a 33% para 35,7~~) Segundo Halbe e colo (1976), quando o planejamento familiar utiliza o aborto provocado, eles chegam a uma probalidade de 4:1. Em ~brília,(SP), em es tudo realizado por Nakandakare e co1s. o aborto provocado ocorre em 83% das sadas~5) ca Aqui em nosso melO, principalmente em hospitais de atendimento gratui to, a maioria das pacientes usa o aborto provocado como método de controle da natalidade, principalmente entre mulheres que usam métodos tradicionais de pl~ nejamento familiar (asseio vaginal pós-coito, poções tóxicas, etc.), visando um equilíbrio com o orçamento familiar, um espaçamento entre as gestações ou tam bem procurando esconder uma vida sexual clandestina. Neste estudo, apesar de retrospectivo, procuramos estabelecer a reali dade local, onde o método do abortamento se alastra e se difunde cada vez malS. A abordagem destas pacientes sempre encontra resistência, muitas delas negando a tentativa de interrupção da gravidez, mesmo quando evidente (perfuração uter~ na, laceração de parede vaginal, etc.). Nossas pacientes reagem, como as de qualquer serviço, quando tentamos chegar ao modo de provocação utilizado: (3) a) Quando interrogadas diretamente, O a 30% admitem haver abortado an tes; b) Quando interrogadas indiretamente (questionários), duplica a pr~ pOl'çao acima; c) Quando o interrogatorlo é feito diretamente àqueles que prestam servlço de aborto (Coréia, Tailândia, etc.), estas taxas sobem p~ ra 50 a 500% maiores que as reveladas por pesquisa. Em nosso meio, as abordagens feitas, alegam tanto o aborto em pauta como qualquer outro anterior. Só se encontra cooperação da paciente, quando mesrna opresenta abortamentos espontâneos, e usa este fato para requerer dura definitiva. Mercê da evolução social porque estamos passando, tentando uma na - de poslçao sócio-econômica, a incidência do aborto tende a awnentar nos. 64 Cad, Pesq. São Luís, 1 (1) 63 - 73, j an/jun. 1985 a ]aque~ melho entre 2 - MATERIAL E MErooos Nosso trabalho baseou-se no levantamento efetuado de janeiro a junho de 1980, sendo registrado neste espaço de tempo um total de 1.871* internações, das quals em 165 casos o motivo foi abortamento. Os prontuários utilizados nos permitiram o levantamento dos se~lintes dados: idade, estado civil, número de gestações, paridade, tipos de abortamento, meio usado para a interrupção da gravidez, co-morbidade, permanência hospitalar, tratamento instituído, queixas apresentadas no momento cIaintemação e sangue trélnsJÚl~ dido,N05sa observação estendeu-se quanto às curetagens realizadas ou não e se o fo ram com ou sem hipnoanalgésicos. Um dado não notificado nos prontuários em pauta, foi o que se refere à cor da paciente. Fizemos este estudo retrospectivo na Maternidade ''Marly Sarney" - campo de estágio de Obstetrícia II, da Universidade Federal do Maranhão - localizada em bairro afastado, onde as clientes são de nível sócio-econõmico-cultural baixo, so mando-se a elas pacientes procedentes de zonas rurais adjacentes. 3 - RESULTAIDS A idade média dos grupos etáyios pcsquisados é 26,1 anos, tendo aparecl do uma paciente com 14 anos e a de mais idade com 42 anos (Tabela 1). Tabela 1 - Distribuição etária IDADE N9 g o < - 15 anos 06 3,6 16 a 20 anos 29 17,6 21 a 25 anos 46 27,9 26 a 30 anos 48 29,1 31 a 35 anos 16 9,7 36 a a 40 anos 16 9,7 45 anos 4 2,4 165 100,0 41 TOTAL * Intemações no setor gratuitas Cad. Pesq. São Luís, 1 (1) 63 - 73, jan/jun. 1985 65 o número de casadas em 54,0% foi superior ao de solteiras, nao havendo nenhuma relatado estado civil de viúva ou desquitada (Ver Tabela 2) : Tabela 2 - Estado civil Estado Civil N9 % Solteira 77 46,0 Casada Viúva 88 54,0 O 0,0 O 0,0 165 100,0 Desquitada TOTAL - Na tabela 3, procuramos por em destaque o numero de mulheres com tamento, na I'!gest açào , e qual o estado civil. abor Tabela 3 - Primigestaçao e estado civil % Estado Civil Solteira 08 66,7 Casada 04 33,3 O 0,0 O 0,0 12 100,0 Viúva Desquitada TOTAL Houve um predomínio de domésticas sobre as outras profissões (Ver tabe Ia 4) : Tabela 4 - Profissao Profissão N9 Doméstica 147 89,0 12 7,3 4 2,5 2 1,2 165 100,0 Estudante Funcionária PÚblica Professora TOTAL 66 Cad. Pesq. Sao Luís, 1 (1) 63 - 73, jan/jun. 1985 o ô o número de gestações relatado pelo grupo em estudo, revelou de un1a a 14 gestações (Ver Tabela 5): Tabela 5 - Número de gestações N'? % (J 12 '7 .., I,J 1 3,1 20,6 Il 46 27 ,9 III 25 15,2 IV 17 10,3 V U 7,9 VI 5 3,0 VIL 4 .3 2,4 1 ,q- 6 3,6 165 100,0 Cesta .sem referência TOTAl. ----_._~_. A paridade permitiu a elaboração da Tabela 6. Tabela 6 - Paridade N'? Q o 33 20,0 I 51 31,0 II 33 20,0 III 16 9,7 IV 10 6,1 V "I 4,2 VI 4 2 VII 2 1.2 =VIII 2 1,2 Sem referência '7 á~2 165 100,0 Para I o 1 , Lr -------'.- TOTAL Cad. Pesq. São Luís, 1 (1) 63 - 73, jan/jun. 1985 ---~----_ ...... __ .- -- 67 Houve um predomínio de abortamentos espontâneos (49,7%) , sobre os pr~ vocados (Ver Tabela 7). Tabela 7 - Tipo de Abortamento Tipo N9 % Espontâneo 82 49,7 Provocado Não especificado 45 27 ,3 38 23,0 165 100,0 TOTAL Os vários métodos usados para a interrupção da gestação, estão expo~ tos na Tabela 8. Tabela 8 - Método de indução g. o Método Sonda Poções tóxicas Duchas 14 31,0 5 11 ,0 1 2,0 Não declarado 25 56,0 TOTAL 45 100,0 ou A queixa mais apresentada no ~omento da internação, foi sangramento,sc associado a outros sintomas (Ver Tabela 9). Tabela 9 - Sinais e sintomas na internação Tipo Sangramento Sangramento-cólicas Sangramento-cólicas-odor fético 101 61,2 22 13,3 21 12,7 Sangramento-cólicas-cefaléia 7 4,2 Sangramento-febre Cefaléia-cólicas Febre-calafrio-cefaléia 7 4,2 3 2,0 2 1,2 Sangramento-febre 2 1,2 165 100,0 TOTAL 68 Cad. Pesq. São Luís, 1 (1) 63 - 73, j an/jun. 1985 Os estados mórbidos apresentados juntamente com o abortamento foram varlOS (Ver Tabela 10). Tabela 10 - Co-morbidade Estado mórbido ~o N'? Anemia 3 27 ,5 Laceração da vagina pré-choque 1 5 9,0 Rotura de fundo de saco 1 1 Perfuração uterina TOfAL 45,5 9,0 9,0 11 o 100,0 tratamento utilizado na maioria dos casos, foi a curetagem uterina, em 63,0% associado ou não a medicamentos, e a permanência média foi de dias (Ver Tabelas 11 e 12). 1 a 2 Tabela 11 - Tipo de tratamento N9 Tra t.amento Clínico % Cirúrgico (curetagem uterina) 60 105 36,3 63,7 TOTAL 165 100,0 Tabela 12 - Tratamento clínico Tratamento clínico N9 % Penicilina-soro glicosado Penicilina-soro glicosado-ergotrate 26 52 Penici1ina-ergotrate Ergotrate-su1fato ferroso Soro gliocosado-sintocinon 40 15,8 31,5 24,2 9,7 Outras aSSOClacoes TOfAL Cad. Pesq. São Luís, 1 (1) 16 5 26 3,0 15,8 100,0 165 63 - 73, jan/jun. 1985 69 4 - mNCLUSÃO Nosso material constou de 165 casos de internação por abortamento presentando 8,8% do total de internações ocorridas na Maternidade" de janeiro a junho de 1980. re larly Sarney", A idade média em nossa pesquisa foi 26,1 anos proxlma da idade média encontrada por Bossemeyer que foi de 27,3 anos~l) O maior número de gestações, ocorreu na faixa etária de 26 a 30 anos (29,1%), enquanto noutros trabalhos, os resultados encontrados incidem em sua maior proporção, numa faixa etária menor, de 20 a 25 anos. Chamou-nos a atenção a presença de 3,6% de mulheres com idade igualou menor que 15 anos, lembrando trabalhos de outros autores em que o núme ro de jovens com menos de li) anos é cada vez maior, bastando citar estudos rea lizados nos Estados Unidos que apontam em 1950 um número de adolescentes corres pondendo a Blpormile em 1979 este número chegando a 112 por mil.(7) No Brasil, Va lente e caIs. encontraram uma incidência de 16,8% de gestantes adolescentes total de 5685 pacientes. (7) num ~anto ao estado civil, nossos resultados coincidiram com os de outros autores, (1 5) mostrando o predomínio do grupo casadas - 54,0% sobre o das soltei ras - 46,0%, embora achemos que tal fato não representa a realidade, e que a p~ ciente se declara casada, para esconder sua condição social real. E isto vemos, quando o número de mulheres na primeira gestação, se apresenta em maior núnlero 66,7% que as casadas - 33,3% (Ver Tabela 3). A profissão que maior número apresentou neste trabalho, foi o das do j~ mésticas, o que era de esperar (89,0%), quando malS uma vez a presença de vens, nos chama a atenção por ocupar o segundo lugar na tabela 4 com 7,3%. O número de gestações variou de 1 a 14, havendo predominância no grupo de pacientes com Z filhos, enquanto a paridade foi maior nas mulheres de 19filho. O maior nUmero de abortamentos foram espontâneos - 49,7% e os provoc~ dos - 27,3% que se deduz 4,3% de abortos espontâneos para cada 100 partos e 2,4% de abortos provocados para cada 100 partos, índices baixos se comparados aos de outros trabalhos. Os sintomas malS freqUentes no momento da internação foram sangramento, cólicas, odor fético, etc., o que se correlaciona com o modo usado para interrom per a gravidez, exposto na tabela 8. Em 56% as pacientes não declararam o método pelo qual provocaram o aborto. Houve 11 casos em que as pacientes apresentavam a par do abortamento, la ceração de vagina, anemia, etc. - (Ver Tabela 10).A média de permanência hospit~ 70 Cad, Pesq . são Luís, 1 (1) 63 - .73, jan/jun, 1985 lar foi de 2 dias - 44,8%, tendo uma paciente permanecido 22 dias, por apresentar perfuração uterina associada a processo aderencial, As pacientes foram submetidas à curetagem uterina em 63,7% dos realizada em 74,3% sob o efeito hipno-analgésico, no caso a meperidina lada ou associada às vezes a fenotiazina e benzodiazepínicos (lOrng). casos, (lOQmg)is~ Quanto ao uso de sangue neste serviço, é mantido mediante a retirada de sangue dos familiares da paciente em pauta, sistema esse que vem sendo mantido sem nenhum problema para a instituição. Nessa amostragem, foi de 11,0% o de casos que receberam transfusão. numero Em 94,3% as pacientes tiveram tratamento clínico associado à curetagem uterina, sendo que a associação de medicamentos que mais ocorreu, foi a de Penici lina-soro glicosado e ergotrate. Nosso levantamento, não encontrou nenhum caso de mortalidade. Nesse estudo retrospectivo, chegamos ã mesma conclusão a que todos che gam: os achados hospitalares, não espelham a realidade do problema abortamento.As 31 pacientes (5,3%) aqui tratadas e dada altas corno aborto evitável, com grande probabilidade vol.taram a procurar os mesmos métodos e pessoas a que acorreram ant~ riorrnente, aumentando ainda mais a taxa de morbidade já alta. Assim sendo, achamos oportuno repetir aqui as diretrizes da política de Saúde ~uterno-Infantil, em publicação da Divisão Nacional de Saúde ~~terno-Infantil (1979), em que são básicos os seguintes princípios: (5) a) será dever do médico alertar o casal, informando-o com precisão so bre a natureza e gravidade dos riscos detectados; prestar a devida assistência de acordo com a patologia identificada e as informações sobre os meios para prevenção de uma gestação futura, quando indica da; b)o casal, com inteira liberdade, decidirá sob sua exclusiva respons~ bilidade, aceitando ou não as orientações de saúde para o planejame~ to familiar, e escolhendo, dentre os meios indicados ao seu caso, aquele que meDlor atender suas preferências e convicções; c) o sistema médico-sanitário oficial deverá estar em condições de for necer os meios ~rtificiais recomendados para o planejamento familiar a pessoas que, necessitadas, não disponham de recursos para adquiri10s; d) encarado como 1.D1la atividade do programa materno-infantil, o p1anej~ mento familiar só se justificará quando integrado na assistência ao grupo materno-infantil, não devendo ser executado em agências espe cializadas exclusivamente para tal fim. Cad. PeSQ. São Luís. 1 (1) : 63 - 73_ ian/iun. 1985 71 AOORfION - A MEDlCAL-SOCIAL PROBLFM Paper written at the Department of Obstetrics II during the intemship (~2r1y Samey gent Ward). Maternity, COHAB, Anil) about 1871 interrrments for abortion (indi- This paper distinguished the fo11owing features: age, marital status, profession, paity, number of gestations, type of abortion, method uti1ized, com p1aint at interrrment, etio1ogy associated to abortion, treatInent. The number of patients admitted due to abortion was about 8,8%. The other aspects focused are commented and compared to different pers. The political directrixs on ~~ternal-Infantile Hea1th are reminded (1979) • 72· Cad. Pesq. são Luís, 1 (1) 63 - 73, jan/jun , 1985 p~ 5 - REFERENCIAS BIBLIOGRÃFlCAS 1 . BOOSS~~YER,R; (}~GAS, C.A; CARUS, N.R. Abort~ento Estudo epidemio16gico. Femina. 4 (6) espontâneo : 352, Jun. e provocado; 1976. c--, 2 . LIPPI, tal U. G; GARCIA, S.A.L; do servidor necol. 3 . 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