vol. 68 - nº 6 - Novembro / Dezembro 2009 Carcinoma basocelular após tratamento cirúrgico e imunoterapia tópica 321 Revista Brasileira de ISSN 0034-7280 Oftalmologia PUBLICAÇÃO OFICIAL: SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CATARATA E IMPLANTES INTRAOCULARES SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA REFRATIVA Indexada nas bases de dados: SciELO WEB OF SCIENCE Scientific Electronic Library OnLine Disponível eletronicamente: www.sboportal.org.br Publicação bimestral Editor Chefe Raul Nunes Galvarro Vianna - Niterói - RJ Co-editores Acácio Muralha Neto - Niterói - RJ Ana Luisa Hofling de Lima - São Paulo - SP Helena Parente Solari - Niterói - RJ Jaco Lavinsky - Porto Alegre - RS José Beniz Neto - Goiania - GO Marcelo Luis Occhiutto - São Paulo - SP Marcio Bittar Nehemy - Belo Horizonte - MG Marcos Pereira de Ávila - Goiania - GO Paulo Fadel - Curitiba - PR Roberto Lorens Marback - Salvador - BA Sergio Kwitko - Porto Alegre - RS Corpo Editorial Internacional Baruch D. 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Rehder- Sao Paulo- SP Laurentino Biccas Neto- Vitoria- ES Leiria de Andrade Neto- Fortaleza- CE Liana Maria V. de O. Ventura- Recife- PE Luiz Claudio Santos de Souza Lima - Rio de Janeiro - RJ Manuel Augusto Pereira Vilela- Porto Alegre- RS Marcelo Palis Ventura- Niteroi- RJ Marco Antonio Rey de Faria- Natal- RN Maria de Lourdes Veronese Rodrigues- Ribeirao Preto- SP Maria Rosa Bet de Moraes Silva- Botucatu- SP Mario Luiz Ribeiro Monteiro - São Paulo- SP Maurício Bastos Pereira - RJ Mario Martins dos Santos Motta- Rio de Janeiro- RJ Miguel Angelo Padilha Velasco- Rio de Janeiro- RJ Miguel Hage Amaro - Belém - PA Milton Ruiz Alves- Sao Paulo- SP Nassim da Silveira Calixto- Belo Horizonte- MG Newton Kara Jose - Sao Paulo - SP Newton Kara José Jr. - São Paulo - SP Octávio Moura Brasil do Amaral Fo.- Rio de Janeiro- RJ Oswaldo Moura Brasil- Rio de Janeiro- RJ Paulo Augusto De Arruda Mello- Sao Paulo- SP Paulo Schor- Sao Paulo- SP Remo Susanna Jr.- Sao Paulo- SP Renato Ambrosio Jr.- Rio de Janeiro- RJ Renato Luiz Nahoum Curi- Niteroi- RJ Riuitiro Yamane - Niterói - RJ Rogerio Alves Costa- Araraquara- SP Rubens Camargo Siqueira- S.J do Rio Preto- SP Sebastiao Cronemberger So.- Belo Horizonte- MG Sergio Henrique S. Meirelles- Rio de Janeiro- RJ Silvana Artioli Schellini - Botucatu- SP Suel Abujamra- Sao Paulo- SP Tadeu Cvintal- Sao Paulo- SP Valenio Peres Franca- Nova Lima- MG Virgilio Augusto M. Centurion- Sao Paulo- SP Walton Nose- Sao Paulo- SP Wesley Ribeiro Campos- Passos- MG Yoshifumi Yamane- Rio de Janeiro- RJ Redação: Rua São Salvador, 107 Laranjeiras CEP 22231-170 Rio de Janeiro - RJ Tel: (0xx21) 3235-9220 Fax: (0xx21) 2205-2240 Tiragem: 5.000 exemplares Edição: Bimestral Secretaria: Marcelo Diniz Editoração Eletrônica: Sociedade Brasileira de Oftalmologia Responsável: Marco Antonio Pinto DG 25341RJ Publicidade: Sociedade Brasileira de Oftalmologia Responsável: João Diniz [email protected] Contato publicitário: Westinghouse Carvalho Tels.: (11)3726-6941 / 9274-0724 [email protected] Revisão: Eliana de Souza FENAJ-RP 15638/71/05 Normalização: Edna Terezinha Rother Assinatura Anual: R$240,00 ou US$210,00 322 Revista Brasileira de Oftalmologia Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras - CEP 22231-170 - Rio de Janeiro - RJ Tels: (0xx21) 3235-9220 - Fax: (0xx21) 2205-2240 - e-mail: [email protected] - www.sboportal.org.br Revista Brasileira de Oftalmologia, ISSN 0034-7280, é uma publicação bimestral da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Diretoria da SBO 2009-2010 Presidente Mário Motta Vice-presidente RJ Aderbal de Albuquerque Alves Jr. Vice-presidentes regionais Fernando Trindade João Borges Fortes Filho Miguel Hage Amaro Roberto Marback Secretário Geral Armando Crema 1º Secretário Almir Ghiaroni 2º Secretário Lília Muralha Tesoureiro Sansão Kac Diretor de Cursos Arlindo Portes Diretor de Publicações Raul Vianna Diretor de Biblioteca Ricardo Lima de Almeida Neves Conselho Consultivo Aderbal de Albuquerque Alves Celso Marra Pereira Morizot Leite Filho Luiz Carlos Portes Miguel Ângelo Padilha Oswaldo Moura Brasil Conselho Fiscal Efetivos Paiva Gonçalves Neto Gilberto dos Passos Giovanni Colombini Suplentes Mário Nagao Octávio Moura Brasil Roberli Bichara Pinto SOCIEDADES FILIADAS A SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA Associação Brasileira de Banco de Olhos e Transplante de Córnea Presidente: Dr. Ari de Souza Pena Sociedade Catarinense de Oftalmologia Presidente: Dr. Walbert de Paula e Souza Associação Matogrossense de Oftalmologia Presidente: Dr. Fabiano Saulo Rocha Jr. Sociedade Goiana de Oftalmologia Presidente: Dr. Solimar Moisés de Souza Associação Pan-Americana de Banco de Olhos Presidente: Dr. Elcio Hideo Sato Associação Paranaense de Oftalmologia Presidente: Dr. Ezequiel Portella Associação Sul Matogrossense de Oftalmologia Presidente: Dr. Beogival Wagner Lucas Santos Associação Sul-Mineira de Oftalmologia Presidente: Dr. Elias Donato Sociedade Alagoana de Oftalmologia Presidente: Dr. Jack Arnold Oliveira Lima Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia Presidente: Dr. Renato Ambrósio Jr. Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares Presidente: Dr. Marco Rey Faria Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular Presidente: Dra. 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A mensagem destina-se principalmente aos mais jovens. Vivemos tempos de materialismo exaltado e de aparências. Para Gilles Lipovetsky, filósofo francês contemporâneo, no pós-modernismo a “imagem” domina a realidade. Ser alguém é aparecer na tela e no website. Aquilo que é visto define o que deve ser; quase ninguém mais se importa com o que é realidade. A imagem pública é o objeto de culto. Múltiplas instituições vivem atualmente uma crise de credibilidade. As pessoas deixam de crer em sua seriedade. Isso se reflete na economia, na política e também, é óbvio, na vida diária de cada um. A Medicina não ficou imune à descrença. Tanto as crises econômica e política quanto a médica podem ser atribuídas a uma outra muito maior e pouco comentada – a crise ética. Não é objetivo deste trabalho discutir o que é ética, já que podemos simplificar o conceito com uma frase milenar: “Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam”. O egocentrismo, o individualismo e a indiferença por conceitos fundamentais para a boa convivência, aliados à exacerbação do desejo de ter, consumir e ostentar, têm gerado monstros insensíveis e vorazes. Grandes corporações estudam como programar a obsolescência de seus produtos, geram expectativas desmedidas e irreais quanto à eficácia de seus lançamentos (muitas vezes meras reedições de fracassos passados) e cooptam profissionais bem conhecidos para ajudar a validá-los e vendê-los. A ânsia pela fama, pelo conforto e por contas bancárias muito acima do razoável ajudam a ver com naturalidade tais desfigurações da atividade médica. O respeito pelo semelhante é posto de lado, importando o paciente apenas como objeto de ganho, lícito ou não. Títulos de pós-graduação e de docência, assim como posições de destaque na classe e na comunidade, são buscados a todo custo por alguns para uso como púlpitos de onde possam bradar sua sapiência “indiscutível” ou escudos contra sanções de qualquer ordem. Qual a finalidade disso tudo? Será que tal conduta gera felicidade genuína? Sabemos que não. Quase sempre (o tempo tem mostrado de maneira eloquente) o resultado é uma chusma de doenças, desastres (pessoais ou familiares), desgraças de toda ordem e desilusão. Não é o mero acúmulo de bens materiais e/ou de honrarias que produz felicidade.Buscar a paz de espírito, a saúde do corpo e o equilíbrio familiar são receitas milenares, mais simples e tremendamente eficazes. Isso significa exercer a profissão com amor ao semelhante, solidariedade com os companheiros, moderação na competição e a certeza de que (como dizia Ortega y Gasset) “o homem é apenas metade de si mesmo; a outra é sua circunstância”. Portanto, não há porquê desesperar-se por não pertencer ao clube dos famosos, não ostentar o título de professor de alguma Universidade importante, não ser a estrela dos congressos. Nem todos são bafejados com circunstâncias favoráveis à notoriedade. Não se trata de fazer apologia da mediocridade. Antes, pretendemos estimular os colegas a ver com alegria as vitórias (quando merecidas) de seus pares. “Se você não pode ser um pinheiro da montanha seja a relva do vale, mas seja a relva mais verdejante”, escreveu o poeta. E diante do sucesso imerecido lembremo-nos que, pior do que sofrer injustiças é praticá-las. Sobretudo, mantenhamos sempre viva a idéia da transitoriedade da vida, aliada à outra de que estamos aqui para servir. Em nossa profissão isso significa ter o doente como preocupação máxima Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 325-6 326 Como (ainda) serf feliz na profissão – como preceitua nosso Código de Ética – e por ele manter-se atualizado, conhecer os próprios limites e refrear a ambição desmedida por cifrões. A prática desses conceitos resultará, com toda a certeza, em vida agradável e consciência tranquila. E será nosso maior legado aos descendentes, por mais desprestigiada que esteja a ética nos dias que correm. Francisco Valter da Justa Freitas Oftalmologista do Centro Visual do Ceará Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 325-6 ARTIGO ORIGINAL 327 Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas Topical drug administration perception: spray x eyedrop Arlindo José Freire Portes1, Louise Pellegrino Gomes2, Beatriz Lopes Moura Brasil do Amaral3, Lívio Massa4 RESUMO Objetivo: Avaliar por questionário qual o nível de dificuldade para aplicação tópica de medicações oculares: vaporização ou gotas através da observação do paciente e qual método foi tecnicamente melhor utilizado para aplicação de drogas tópicas oculares. Métodos: A pesquisa foi realizada no decorrer de 2008 e 2009 no ambulatório de oftalmologia da Policlínica Ronaldo Gazolla. Foi utilizado um frasco de colírio e um de vaporizador com solução de carboximetilcelulose sódica a 0,5%. Cada participante aplicou em um dos olhos a solução por vaporização ou instilação de gotas através de um processo randomizado. Foi perguntado ao paciente questões pré-formuladas sobre a praticidade de ambos os métodos. Resultados: Considerando o grau de dificuldade de administração tópica ocular: 36% acharam difícil ou muito difícil a vaporização e 14% a instilação de colírio. As dificuldades descritas pelos pacientes foram relatadas por 64% dos pacientes para vaporização e por 34% para aplicação de colírio (p= 0,0027). Já 42% dos pacientes necessitaram de mais de uma instilação para aplicação do colírio, enquanto 36% dos pacientes precisaram de mais de uma aplicação para que a droga vaporizada tivesse contato com o olho (p= 0,49). Em 56% dos pacientes houve toque da ponta do colírio com os cílios, já com o vaporizador não houve toque (p=0,0001). Conclusão: A vaporização foi o método mais seguro para evitar a contaminação do frasco. A maior facilidade percebida pelos pacientes ao instilar o colírio em relação a vaporização foi devido a terem apoiado a ponta do frasco nos tecidos oculares. Descritores: Volatilização; Administração tópica; Soluções oftálmicas; Lubrificantes; Olho/efeitos de drogas 1 Professor Adjunto Acadêmica do 6o 3 Acadêmica do 6o 4 Acadêmico do 6o 2 de Oftalmologia da Universidade Estácio de Sá – Rio de ano do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá ano do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá ano do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá Janeiro (RJ), Brasil; – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Trabalho realizado na Policlínica Ronaldo Gazolla da Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro ( RJ), Brasil. Recebido para publicação em: 26/6/2009 - Aceito para publicação em 29/10/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 327-31 328 Portes AJF, Gomes LP, Amaral BLMB, Massa L INTRODUÇÃO MÉTODOS o contrário dos tratamentos médicos baseados na ingestão de medicamentos por via oral, o uso correto de colírios depende de uma técnica de administração baseada em movimentos de coordenação motora fina associada à visão adequada(1). Muitos pacientes, notadamente os idosos, têm dificuldade em aplicar medicações oculares tópicas devido a não possuirem adequada coordenação motora ou visão de perto sem óculos(1). Vários estudos demonstraram que o uso incorreto de colírios pode acarretar o aumento da absorção sistêmica das drogas, com consequente maior toxicidade(2). O uso incorreto ocorre quando se usa número excessivo de gotas por aplicação ou número excessivo de aplicações das gotas. É comum o uso de gotas gerar sensações desagradáveis como queimação, ardência e lacrimejamento. Em virtude destas sensações, as crianças são de um grupo em que o uso de gotas representa um transtorno para a instituição de um tratamento, devido à sua pouca cooperação, exacerbada pela necessidade de manterem os olhos abertos para o colírio ser aplicado. Alguns dos mais importantes fatores que levam os pacientes a não aderirem adequadamente ao tratamento com colírios podem estar relacionados à instilação incorreta destes, o que eleva o custo da terapêutica(3). O uso do medicamento sob a forma vaporizada pode facilitar o tratamento em: crianças, pacientes com altas ametropias, idosos, pós-operatórios, traumas oculares, etc. devido a menor necessidade de visão da ponta do colírio, da proximidade dos cílios e de coordenação motora(4). Há estudos que demonstraram a eficácia dos medicamentos quando aplicados na forma de vaporização. No Brasil apenas um estudo deste tipo foi publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia por Tavares e Portes(4) em 2006. Após extensa revisão bibliográfica nas bases de dados MedLine, LILACS e SciELO, não encontramos estudos nacionais ou internacionais sobre a percepção da aplicação tópica de drogas vaporizadas nos olhos. Os objetivos deste trabalho foram: a) Avaliar de acordo com questionário qual o nível de facilidade ou dificuldade para aplicação tópica de medicações oculares: vaporização x gotas; b) Avaliar de acordo com a observação do paciente qual o método que foi utilizado com maior adequação técnica para aplicação de drogas tópicas oculares. A pesquisa foi realizada no no decorrer de 2008 e 2009 no Ambulatório de Oftalmologia da Policlínica Ronaldo Gazolla da Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Foi utilizado um frasco de colírio de solução de lubrificante ocular de carboximetilcelulose sódica a 0,5% e um frasco de vaporizador previamente esterilizado com óxido de etileno contendo a mesma solução (procedimento realizado em centro cirúrgico). No ambulatório havia uma cadeira e uma maca, de forma que os pacientes poderiam realizar a instilação, tanto quanto possível, da mesma forma que estivessem habituados a fazê-lo em seu próprio ambiente. Para cada participante foi fornecido um frasco de colírio de solução lubrificante ocular de carboximetilcelulose sódica a 0,5% e solicitado que efetuasse a instilação do mesmo em um dos olhos previamente selecionado. Através de um processo randomizado por uma tabela pseudoaleatória do Excel só foram incluídos os pacientes que disseram saber instilar colírio nos olhos. No outro olho foi solicitado que o participante aplicasse a solução de carboximetilcelulose sódica a 0,5% através do vaporizador. Todo processo foi acompanhado pelos autores. Após o processo foi perguntado ao paciente questões pré-formuladas sobre a praticidade de ambos os métodos. A análise estatística foi realizada com auxílio da planilha Excel 2007 para confecção de tabelas e do programa Biostat 5.0 para cálculo da significância estatística. A Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 327-31 Aspectos éticos Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estácio de Sá. RESULTADOS Dos 50 pacientes avaliados, 72% eram do sexo feminino com idade média de 50,94 ± 18,16 anos. Em relação ao grau de dificuldade de administração tópica ocular, 36% acharam difícil ou muito difícil a vaporização e 14% a instilação de colírio. Em contrapartida, 70% acharam fácil ou muito fácil realizar a instilação do colírio e 42% a vaporização (Tabela 1). As dificuldades descritas pelos pacientes para a aplicação tópica ocular foram relatadas por 64% dos Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas pacientes para vaporização e por 34% para aplicação de colírio (p= 0,0027). A maior dificuldade dos pacientes estudados era “acertar o olho” tanto em relação ao colírio quanto em relação à vaporização (Tabela 2). Noventa por cento (90%) das vaporizações realizadas atingiram o globo ocular na primeira administração, enquanto 88% das gotas do colírio instiladas atingiram o olho na primeira aplicação (p= 0,74). Em 42% dos pacientes observados houve necessidade de uma nova aplicação do colírio, o que ocorreu também em 36% dos olhos que sofreram vaporização (p= 0,54). Em relação ao número de aplicações, 42% dos pacientes necessitaram de mais de uma instilação para aplicação tópica do colírio, enquanto 36% dos pacientes precisaram de mais de uma aplicação para que a droga vaporizada tivesse contato com o olho (p= 0,49) ( Tabela 3) Em 56% dos pacientes houve toque da ponta do colírio com os cílios, enquanto com o vaporizador não houve toque (p=0,0001). DISCUSSÃO Após extensa revisão bibliográfica em bancos de dados nacionais e internacionais, como Medline, Lilacs e Scielo, não observamos nenhum estudo comparando a percepção do paciente sobre a instilação de colírios em relação à vaporização de drogas tópicas oculares. Tavares et al.(4) em 2006 compararam a eficácia da midríase produzida por vaporizador ou gota com o uso de tropicamida a 1% em crianças de 5 a 10 anos e não encontraram diferença clínica e estatisticamente significativa da midríase causada pela vaporização em relação a gota. Seria útil que se avaliasse também a percepção do paciente quanto a facilidade e praticidade do uso da vaporização em relação à instilação de gotas, pois esta percepção afeta a fidelidade ao tratamento e indica o quanto o modo de administração pode ser feito corretamente possibilitando a eficácia. Solomon et al.(5) ressaltaram em seu estudo, em 2003, a importância de uma instrução correta de como instilar colírios após observar lesão conjuntival pelo contato não intencional da ponta do tubo com os olhos em 12 pacientes avaliados com queixa de dor e hiperemia ocular aguda. Em nosso trabalho, observamos que nos olhos em que foram aplicados o colírio houve uma maior quantidade de toques da ponta do frasco com o globo ocular do que nos olhos com vaporizador (p=0,0001). No trabalho de Dietlein et al.(1) realizado em 2008, 329 Tabela 1 Grau de dificuldade da administração tópica ocular de drogas Grau de dificuldade Colírio (%) Vaporização (%) 1 2 3 4 5 Total 8 62 16 10 4 100 10 32 22 26 10 100 1- muito fácil; 2- fácil; 3- nem fácil nem difícil; 4- difícil; 5- muito difícil Tabela 2 Dificuldades apresentadas pelos pacientes na administração tópica de medicações Dificuldade Acertar o olho Piscar Assusta Grande quantidade Colírio n % 13 4 1 1 26 8 2 2 Vaporização n % 9 0 4 4 18 0 8 8 Um paciente pode ter referido mais de uma dificuldade Tabela 3 Número de aplicações tópicas necessárias até a droga instilada atingir o olho Número de aplicações Colírio (%) Vaporização (%) 1 2 3 Total 58 34 8 100 64 34 2 100 68% dos pacientes que usavam um container lesavam a conjuntiva ou córnea. O risco de lesão tinha relaçao inversamente proporcional a acuidade visual do melhor olho dos pacientes. Logo, pacientes idosos tiveram maiores problemas na administração de containers e o sucesso da aplicação também poderia depender de uma experiência prévia com o uso desse tipo de frasco. Segundo Höfling-Lima et al.(6) em um estudo realizado em 2001 com 127 frascos de colírios com soro autólogo dos pacientes, 76,03% apresentaram contaminação após o término do conteúdo do frasco devido ao toque da ponta do colírio com tecidos oculares. Os principais microrganismos encontrados foram: Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 327-31 330 Portes AJF, Gomes LP, Amaral BLMB, Massa L Staphylococcus coagulase-negativo (35,86%), Alcaligenes sp (21,73%), Klebsiella sp (20,65%),Bacillus sp (9,78%) e outras bactérias (11,94%), o que mostrou que a contaminação pode ocorrer por microrganismos presentes na margem palpebral e conjuntiva por contato direto no momento de instilação. É importante ressaltar que no frasco do colírio não havia conservantes junto com o soro autólogo. Em nosso trabalho, observamos que a aplicação de drogas vaporizadas evita o contato da ponta do aplicador com a conjuntiva. Evitando assim a contaminação que foi demonstrada no estudo de Höfling-Lima. No presente estudo, a maioria dos pacientes instilou o colírio erroneamente, permitindo o contato da ponta do frasco com os cílios ou utilizando o canto medial do olho como anteparo para realizar a aplicação. Isto pode explicar porque o colírio foi considerado de mais fácil aplicação. Observamos que a vaporização é uma forma de administração de drogas oculares menos complicada que o método proposto por Morlet et al. (7) no ano de 1997, que permite que o paciente instile o medicamento corretamente sem realizar o contato com o olho e sem necessitar de algum objeto de apoio. O artigo explica que com frasco de colírio de cabeça para baixo, o polegar deve estabilizar o frasco ao usar a testa como anteparo, enquanto a outra mão retrai a pálpebra inferior para que a gota atinja a superfície ocular. Grande parte dos pacientes relatou maior dificuldade com a vaporização por não estarem acostumados com este ato, sugeriram que o auxílio de um espelho seria necessário para melhor localização do olho para a aplicação. A dificuldade relatada em pressionar o vaporizador, pela força excessiva a ser utilizada, explica-se pelo fato de que o nosso dispositivo não foi calibrado para aplicação de medicamentos oculares e sim adaptado para esta situação. Em 2005 Muller et al.(8) também questionaram em seu estudo a força necessária para aplicação do medicamento por um dispositivo de vaporização e a quantidade excessiva de substância vaporizada. Testes realizados in vitro compararam a força necessária para a instilação de colírios e para o ato de vaporização. A uma distância de 3 cm o vaporizador teve um efeito de força mecânica mais favorável do que as gotas para evitar o desperdício. Encontramos na literatura outras possibilidades de administração de drogas oculares para ajudar o paciente a administrar de maneira correta, Overaker et al.(9) Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 327-31 publicaram em 1999 a criação de um novo tipo de frasco de colírio que pode ser instilado com o paciente com a cabeça na posição vertical. O dispositivo deve ser apoiado na bochecha do paciente e deste emerge um tubo cuja ponta é angulada para baixo de forma que ao apertar o frasco a gota cai de cima para baixo sem haver necessidade de virar o frasco. CONCLUSÃO A vaporização foi aplicada corretamente pela maioria dos pacientes, não houve nenhum contato do vaporizador com os tecidos oculares, método mais seguro para evitar a contaminação do frasco. A maior facilidade percebida pelos pacientes ao instilar o colírio em relação a vaporização deveu-se ao fato de terem apoiado a ponta do frasco nos tecidos oculares no canto medial dos olhos. ABSTRACT Objective: Evaluate how difficult it is to apply ocular topical medications based on patient observation and answers to a questionnaire. Eye drops were compared to vaporization. Methods: The study was performed in 2008 and 2009 in Policlinica Ronaldo Gazolla ophthalmological ambulatory. An eyedropper and a vaporizer with carboximetilcelulose 0,5% were used. Each individual tested applied randomly on one of their eyes an eye drop or vaporization. The patients had to answer questions about the practice concerning both forms of topical eye drug application. Results: 36% informed that it was difficult or very difficult to vaporize and 14% to use eye drops. Problems described by patients were considered by 64% for vaporization and by 34% for topical eye drop use (p= 0,0027). 42% of the patients needed more than one eye drop application to have eye drop contact , while 36% of the patients needed more than one application of vaporization in order to get drug eye contact (p= 0,49). In 56% of patients there were an eyedropper tip contact with cilia, however there was not contact when the medicine was vaporized (p=0,0001). Conclusion: Vaporization was the safest method to avoid topical ocular drug contamination by manipulation; the greater facility noticed for patients when they administered eye drops was achieved using eye tissues as an eyedropper support. Keywords: Volatilization; Administration, topical; Ophthalmic solutions; Lubricants ; Eye/drug effects Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. Dietlein TS, Jordan JF, Luke C, Schild A, Dinslage S, Krieglstein GK. 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Endereço para Correspondência: Arlindo Portes Rua Riachuelo, nº 43 - Lapa CEP 20230-010 - Rio de Janeiro - RJ e-mail: [email protected] Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 327-31 ARTIGO ORIGINAL 332 Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal Evaluation of conjunctival flora in patients with tear film dysfunction Melissa Megumi Tomimatsu1, Manuela Maria Valença Cordeiro Barbosa2, Cecília Zorat Yu3, Flavio Eduardo Hirai4, Ana Luisa Höfling-Lima5 RESUMO Objetivo: Avaliar a microbiota conjuntival em olhos com disfunção do filme lacrimal, e a modificação desta microbiota após a colocação de plug de silicone no canalículo inferior. Métodos: Série de casos intervencionais não comparativos para avaliar 68 olhos de 41 pacientes com disfunção do filme lacrimal, durante o período de 2002 a 2007, na Universidade Federal de São Paulo. Todos os pacientes foram submetidos à colheita de amostras de raspado conjuntival de fundo-de-saco inferior para cultivo em Brain heart infusion broth. Os vinte e dois pacientes submetidos à colocação de plug de silicone repetiram a colheita de raspado conjuntival um mês após o procedimento. Resultados: Dos 68 olhos avaliados, 47 apresentaram crescimento bacteriano nas amostras colhidas. Nove diferentes espécies de bactérias foram identificadas: Staphylococcus coagulase negativa em 66,66%, Staphylococcus aureus em 13,72%, Corynebacterium sp em 5,86%, Enterobacter aerogenes em 3,92%, Streptococcus hemolítico do grupo viridans em 1,96%, Serratia sp em 1,96%, Alcaligenes xylosoxidans spp em 1,96%, Corynebacterium xerosis em 1,96%, e Proteus mirabilis em 1,96%. Staphylococcus coagulase negativa (SCN) foi o microrganismo mais frequentemente isolado tanto antes quanto após o plug de silicone. A sensibilidade do SCN à Oxacilina antes da colocação do plug era de 87,50%, e, após, de 73,68%. Conclusão: A microbiota em olhos com disfunção do filme lacrimal é bastante semelhante à encontrada em olhos normais. A resistência de SCN à Oxacilina foi um pouco maior após o implante do plug de silicone. Descritores: Síndrome do olho seco/microbiologia; Conjuntiva/microbiologia; Infecções estafilocócicas /microbiologia; Elastômeros de silicone 1 Médica Oftalmologista e Estagiária de Doenças Externas Oculares e Córnea do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP - São Paulo (SP) - Brasil; 2 Médica Oftalmologista e Estagiária de Doenças Externas Oculares e Córnea do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP - São Paulo (SP) - Brasil; 3 Biomédica responsável pelo Laboratório de Microbiologia do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP - São Paulo (SP) - Brasil; 4 Pós-graduando (doutorado) pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP) - Brasil; 5 Livre-docente, Professora Titular do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP - São Paulo (SP) - Brasil; Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP - São Paulo (SP) - Brasil. Recebido para publicação em: 7/7/2009 - Aceito para publicação em 5/11/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 332-7 Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal INTRODUÇÃO O filme lacrimal, além de lubrificar a superfície ocular, tem a importante função de protegê-la contra a ação de vários patógenos. A lágrima contém proteínas como a lisozima, a lactoferrina, imunoglobulina A, entre outras substâncias, que exercem atividade antimicrobiana(1-3).Além disso, a mucina produzida por células caliciformes da conjuntiva promove uma barreira física que impede tanto a aderência como a penetração de muitos patógenos através do epitélio da superfície ocular(1-3). Seal et al. mostraram que existe redução tanto da lactoferrina quanto da lisozima na lágrima de indivíduos com disfunção do filme lacrimal(4). Alguns estudos demonstraram um aumento da atividade da enzima metaloproteinase-9 no epitélio corneano, em resposta à insuficiência do filme lacrimal, e que resultou em perda das “tight junctions” da barreira epitelial corneana(5). A deficiência do filme lacrimal aliada à fragilidade epitelial corneana em olhos secos podem facilitar a instalação de infecções oculares. Terapias anti-inflamatórias como esteróides tópicos e ciclosporina A têm sido prescritas em vários casos de disfunção do filme lacrimal, com melhora dos sintomas. A administração de imunomoduladores pode, contudo, alterar a atividade imune na superfície ocular, aumentando assim a predisposição à infeçcão(1). A oclusão de ponto lacrimal com plugs é uma opção terapêutica em casos de disfunção do filme lacrimal, uma vez que diminuem a drenagem lacrimal através dos canalículos(1, 6, 7). Apesar de ser um método relativamente fácil e seguro, há estudos mostrando bactérias capazes de formar um biofilme aderente à superfície do plug(6). O objetivo deste estudo foi avaliar a microbiota conjuntival em olhos com disfunção do filme lacrimal, e a modificação desta microbiota pela colocação do plug de silicone no canalículo inferior. MÉTODOS Nesta série de casos intervencionais não comparativos foram avaliados 68 olhos de 41 pacientes (29 do sexo feminino, e 12 do sexo masculino) portadores de disfunção do filme lacrimal, durante o período de 2002 a 2007. Os critérios de exclusão foram pacientes em uso de antibioticoterapia ou de terapias anti-inflamatórias como corticóides ou imunossupressores tópicos ou sistêmicos. Foram incluídos pacientes com diagnóstico 333 de disfunção do filme lacrimal em tratamento somente com lágrimas artificiais. O diagnóstico de disfunção do filme lacrimal foi feito pela presença de pelo menos um dos sintomas (sensação de olho seco, ardor ou dor ou sensação de corpo estranho, prurido e lacrimejamento), associados aos achados de exame oftalmológico (biomicroscopia avaliando-se conjuntiva e córnea, tempo de rompimento do filme lacrimal e teste com coloração vital rosa bengala). Na biomicroscopia anterior foram valorizados sinais como presença de hiperemia conjuntival, muco, oleosidade excessiva do filme lacrimal, e de ceratite filamentar. Tempo de rompimento do filme lacrimal inferior a 10 segundos foi considerado indicativo de disfunção do filme lacrimal(8). No teste com coloração vital rosa bengala foi instilada 1 gota da solução a 1% e o paciente foi orientado a piscar várias vezes. Para interpretação do resultado, sob luz anerita verde, a superfície ocular foi dividida em 3 partes: conjuntiva bulbar nasal e temporal e córnea. Cada área foi graduada de 0 a 3 pontos, em que “0” significava ausência de coloração e “3” correspondia à coloração confluente, para um máximo de 9 pontos em cada olho. Olhos com valores superiores a 3 pontos foram considerados portadores de disfunção do filme lacrimal(9). Durante o estudo, houve 22 pacientes (30 olhos), do total de 41 pacientes (68 olhos), que precisaram recorrer à oclusão de ponto lacrimal com plug de silicone. Estes pacientes foram submetidos à cultura de amostras colhidas do fundo-de-saco conjuntival antes e após um mês da oclusão do ponto lacrimal inferior. Colheita e Cultura Todos os pacientes tiveram amostras, para cultivo, obtidas do fundo-de-saco da conjuntiva inferior, com zaragatoa estéril; o material foi imediatamente inoculado em Brain heart infusion broth (BHI broth) (Difco, Le Pont de Claix/France) e encaminhado ao laboratório. Após apresentar turbidez, as amostras de BHI foram semeadas em meios sólidos de ágar sangue de carneiro a 5% (AS) (Difco, Le Pont de Claix/France) e ágar chocolate (AC) (Difco, Le Pont de Claix/France) para posterior identificação dos microrganismos presentes. A sensibilidade aos antimicrobianos oxacilina, amicacina, tobramicina, ciprofloxacino, ofloxacino, gatifloxacino e moxifloxacino foi testada pelo método de disco difusão de acordo com as recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, Filadélfia, EUA) e determinação das concentrações inibitórias mínimas por Etest® (AB Biodisk, Solna, Suécia). Todo o Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 332-7 334 Tomimatsu MM, Barbosa MMVC, Yu CZ, Hirai FE, Höfling-Lima AL processamento das amostras e as respectivas análises microbiológicas foram realizados no laboratório de microbiologia ocular do departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo. Análise estatística Dados foram apresentados pela frequência, pelas médias ± desvios-padrão ou proporções. Para comparação de variáveis categóricas foi utilizado o teste exato de Fisher. Valores de p ≤ 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. A análise foi realizada com o software Stata v.10 (College Park, Texas). RESULTADOS A idade dos pacientes incluídos no estudo variou de 20 a 88 anos com média ± desvio-padrão de 58,0 ± 15,71 e mediana de 59 anos; 70,73% eram do sexo feminino e 29,27%, do masculino. Dos 68 olhos avaliados, 21 tiveram cultivos negativos e 47 apresentaram crescimento bacteriano nas amostras colhidas. Nove diferentes espécies de bactérias foram identificadas: Staphylococcus coagulase negativa (SCN) em 34 amostras (66,66%), Staphylococcus Tabela 1 Microbiota dos 47 olhos com disfunção do filme lacrimal com cultura positiva Bactéria Frequência % 34 7 3 2 1 1 1 1 1 51* 66,66 13,72 5,86 3,92 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 100 Staphylococcus coagulase negativa Staphylococcus aureus Corynebacterium sp Enterobacter aerogenes Corynebacterium xerosis Streptococcus hemolítico do grupo viridans Proteus mirabilis Serratia sp Alcaligenes xylosoxidans Total * Dentre as 47 amostras, quatro tiveram crescimento de duas bactérias distintas Tabela 2 Microbiota dos olhos com cultura positiva antes e após o implante de plug* Bactéria Staphylococcus coagulase negativa Sensível à oxacilina Staphylococcus aureus Sensível à oxacilina Corynebacterium sp Serratia sp Streptococcus hemolítico do grupo viridans Alcaligenes xylosidans spp Corynebacterium xerosis Citrobacter feundii Moraxella nonliquefaciens Total Pré-plug % Pós-plug % 16 14 4 4 1 1 1 1 1 64 87,50 16 100 4 4 4 4 4 19 14 1 1 1 1 3 70,38 73,68 3,70 100 3,70 3,70 11,12 1 1 27 3,70 3,70 100 25 100 *Alguns olhos apresentaram crescimento de mais de uma bactéria, conforme detalhado na Tabela 3 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 332-7 Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal 335 Tabela 3 Microbiota antes e após o implante de plug nos 30 olhos dos 22 pacientes com disfunção do filme lacrimal submetidos ao procedimento ID Olho Microbiota pré-plug Microbiota pós-plug D SCN E SCN 14 D D D D E E D E E D E D E D D E E 15 16 17 E E D SCN Corynebacterium spp SCN SCN SCN cultura negativa SCN S. aureus S. aureus SCN cultura negativa Alcaligenes xylosoxidans spp cultura negativa SCN Serratia spp cultura negativa SCN Streptococcus hemolítico do grupo viridans Corynebacterium xerosis cultura negativa SCN SCN Citrobacter freundii Streptococcus hemolítico do grupo viridans SCN Streptococcus hemolítico do grupo viridans SCN SCN SCN SCN SCN cultura negativa SCN SCN SCN cultura negativa cultura negativa SCN Corynebacterium spp SCN cultura negativa Serratia spp Streptococcus hemolítico do grupo viridans E D E D E E SCN cultura negativa SCN S. aureus S. aureus SCN D E SCN SCN 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 18 19 20 21 22 aureus em 7 (13,72%), Corynebacterium sp em 3 (5,86%), Enterobacter aerogenes em 2 (3,92%), Streptococcus hemolítico do grupo viridans em 1 (1,96%), Serratia sp em 1 (1,96%), Alcaligenes xylosoxidans spp em 1 (1,96%), Corynebacterium xerosis em 1 (1,96%), e Proteus mirabilis em 1 (1,96%) (Tabela 1). Dos 47 olhos que apresentaram cultivo positivo, isolou-se uma única espécie de bactéria em 43 amostras, e em 4, duas espécies de bactérias foram isoladas. A oclusão de ponto lacrimal com plug de silicone foi efetuada em 30 olhos de 22 pacientes (77,3% do sexo feminino e 22,7% do sexo masculino). cultura negativa SCN SCN S. aureus SCN cultura negativa SCN cultura negativa cultura negativa SCN Moraxella nonliquefaciens SCN SCN Dos 30 olhos, 24 (80%) tiveram cultura positiva antes da colocação do plug, sendo 64% para SCN, 16% para S. aureus, e 20% para outras bactérias (Streptococcus hemolítico do grupo viridans, Corynebacterium sp, Serratia sp, Alcaligenes xylosoxidans spp) (Tabela 2). Após o implante do plug, 22 (73,3%) dos 30 olhos apresentaram crescimento bacteriano, sendo que, em quatro deles, houve crescimento de mais de uma bactéria (Tabela 3). SCN continuou sendo o microrganismo mais prevalente, com 70,38%, seguido pelo Streptococcus hemolítico do grupo viridans, com 11,12%, e pelos outros (S. aureus, Serratia sp, Alcaligenes Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 332-7 336 Tomimatsu MM, Barbosa MMVC, Yu CZ, Hirai FE, Höfling-Lima AL Tabela 4 Perfil de sensibilidade aos antimicrobianos das bactérias isoladas de pacientes com disfunção do filme lacrimal SCN (N=34) Oxacilina Amicacina Tobramicina Ciprofloxacino Ofloxacino Gatifloxacino Moxifloxacino S. aureus (N=7) n % n % 30 33 28 29 32 29 29 88,23 97,05 82,35 85,29 94,11 85,29 85,29 7 7 7 7 7 6 6 100 100 100 100 100 85,71 85,71 N= número de isolados; n= número de isolados sensíveis xylosidans spp, Corynebacterium sp, Moraxella nonliquefaciens, e Citrobacter feundii) com 18,5% (Tabela 2). Houve mudança na microbiota de 17 olhos (56,6%) após o implante do plug, mas isto não teve associação com alterações de sinais e sintomas. Observou-se, neste estudo, que nos olhos com disfunção do filme lacrimal, 88,23% dos SCN eram sensíveis à oxacilina, 82,35% eram sensíveis à tobramicina e 85,29% à ciprofloxacino ou a moxifloxacino (Tabela 4). Nos olhos que necessitaram de plug, 87,5% dos SCN eram sensíveis à oxacilina antes, e 73,68% após a colocação do plug de silicone. DISCUSSÃO O presente estudo confirma dados anteriormente publicados sobre a microbiota de pacientes com disfunção do filme lacrimal, que apresentam maior prevalência de Staphylococcus coagulase negativa (SCN) com ou sem oclusão do ponto lacrimal com plug de silicone(1, 10). Diversos autores também demonstraram que SCN é o microrganismo mais prevalente em olhos normais(11, 12).Ainda não há estudos descrevendo alterações da microbiota de acordo com a severidade da disfunção lacrimal. O método utilizado para avaliar a microbiota, neste estudo, foi o de cultivo em meios sólidos e líquidos. Estudos com PCR descrevem que este método é capaz de detectar uma diversidade muito maior de bactérias tanto na superfície de olhos saudáveis quanto na de olhos com disfunção do filme lacrimal, enquanto que os métodos de cultivo convencionais frequentemente apresentam resultados negativos ou somente positivos para Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 332-7 SCN(10). Isso ocorre porque o PCR pode detectar material genético mesmo de microrganismos com difícil crescimento em meios de cultura convencionais, especialmente devido à limitada quantidade do microrganismo na amostra. Entretanto, a elevada sensibilidade do exame molecular permite a detecção de microrganismos que, apesar de presentes, podem não estar relacionados ao quadro clínico. É muito difícil instituir um tratamento na ausência de sinais e sintomas oculares. É frequente que o paciente com disfunção do filme lacrimal apresente-se com sinais de olho vermelho e sintomas de irritação ocular(5, 13). As enzimas e toxinas produzidas por muitas das bactérias que colonizam a superfície ocular são capazes de destruir a camada de mucina e de lipídios, desestabilizando ainda mais o filme lacrimal, e agravando a inflamação ocular e os sintomas de olho com disfunção do filme lacrimal(3, 10). Em olhos com inflamação crônica há maior risco de existirem SCN multirresistentes(1, 14). Em contrapartida, neste estudo, observou-se que, em olhos com disfunção do filme lacrimal, 87,50% dos SCN eram sensíveis à oxacilina. Após a oclusão do ponto lacrimal inferior com plug de silicone, ainda 73,68% dos SCN isolados eram sensíveis à oxacilina. Neste estudo, apesar de 17 (56,6%) dos 30 olhos dos 22 pacientes submetidos ao plug terem apresentado alteração da microbiota, não foi observado um padrão de modificação no perfil de microrganismos encontrados em olhos com disfunção do filme lacrimal após o implante do plug de silicone. Além disso, não é possível interpretar se o plug foi o fator determinante da mudança. Para tanto, o ideal seria que cada paciente submetido ao implante de plug tivesse um olho com plug e o outro sem, como controle. Sabe-se que a possibilidade de formação de Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal biofilme é frequente em portadores de plug de silicone. O biofilme pode resultar em maior resistência a antibióticos (6, 15). Este fator de formação de biofilme não foi avaliado neste estudo. Entretanto, houve o cuidado de não se tocar o plug durante a colheita das amostras. A disfunção do filme lacrimal geralmente ocorre em pacientes com idade mais avançada, que eventualmente precisa ser submetida a cirurgias oculares. A presença de bactérias sensíveis antes e depois da colocação do plug – identificadas neste estudo – aparentemente não ressalta a necessidade de mudança de conduta terapêutica no pré-operatório desses pacientes. CONCLUSÃO Há poucos estudos sobre a microbiota em olhos com disfunção do filme lacrimal com ou sem plug de silicone, especialmente em nossa população. Este estudo detectou maior prevalência de SCN na microbiota conjuntival de pacientes de nosso serviço com disfunção do filme lacrimal. Os pacientes submetidos ao implante de plug de silicone, apesar da modificação da microbiota, não evoluíram clinicamente com infecção de superfície ocular. ABSTRACT Purpose: To evaluate conjunctival microbiota in eyes with tear film dysfunction and its modification after punctal occlusion with silicone plug. Methods: Non comparative interventional case series study to evaluate 68 eyes of 41 patients with tear film dysfunction, from 2002 to 2007, followed in Federal University of Sao Paulo. Samples for culture were all obtained from conjunctival swabs and inoculated in Brain heart infusion broth (BHI broth). Twenty two patients that undergone punctal plug occlusion repeated culture procedure one month after plug insertion. Results: 47 of the 68 eyes evaluated had positive culture in their samples. Nine different types of bacteria were identified: Coagulase negative Staphylococcus in 66,66%, Staphylococcus aureus, in 13,72%, Corynebacterium sp, in 5,86%, Enterobacter aerogenes, in 3,92%, Streptococcus hemolítico do grupo viridans, in 1,96%, Serratia sp, in 1,96%, Alcaligenes xylosoxidans spp, in 1,96%, Corynebacterium xerosis, in 1,96%, and Proteus mirabilis in 1,96%. Coagulase negative Staphylococcus (CNS) was the most frequently isolated microorganism before and after punctal occlusion. CNS sensibility to 337 Oxacilin before plug insertion was 87,50%, and after, 73,68%. Conclusion: Microbiota found in eyes with tear film dysfunction seems to be similar to that found in normal eyes. CNS resistance to oxacilin was slightly higher after silicone plug insertion. Keywords: Dry eye syndromes/microbiology; Conjunctiva/microbiology; Staphylococcal infections/ microbiology; Silicone elastomers REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Hori Y, Maeda N, Sakamoto M, Koh S, Inoue T, Tano Y. Bacteriologic profile of the conjunctiva in the patients with dry eye. Am J Ophthalmol. 2008;146(5):729-34. Lemp MA. understanding and managing dry eye disease. Am J Ophthalmol. 2008;146(3):350-6. Berry M, Harris A, Lumb R, Powell K. Commensal ocular bacteria degrade mucins. Br J Ophthalmol. 2002;86(12):1412-6. Seal DV, McGill JI, Mackie IA, Liakos GM, Jacobs P, Goulding NJ. Bacteriology and tear protein profiles of the dry eye. Br J Ophthalmol. 1986 70(2):122-5. Pflugfelder SC, Farley W, Luo L, Chen LZ, de Paiva CS, Olmos LC, et al. Matrix metalloproteinase-9 knockout confers resistance to corneal epithelial barrier disruption in experimental dry eye. Am J Pathol. 2005;166(1):61-71. 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Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 332-7 ARTIGO ORIGINAL 338 Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e frequência de glaucoma em pacientes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono Study on 24 hours IOP study and glaucoma frequency in patients with obstructive sleep apnea syndrome Maria Rosa Bet de Moraes Silva1, Silke Anna Theresa Weber2 RESUMO Objetivo: Determinar a frequência de glaucoma e avaliar o comportamento da pressão intraocular (PIO) de 24 horas em pacientes portadores da síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS). Métodos: Foi realizado estudo transversal em 11 pacientes consecutivos portadores de SAOS diagnosticados por polissonografia. Foram analisados dados demográficos: idade, sexo, raça/cor, peso, altura e doenças associadas. Os pacientes foram submetidos à avaliação oftalmológica completa que incluiu campo visual e também avaliação da pressão intraocular (PIO) de 24 horas com tonômetro de aplanação às 9h, 12h, 15h, 18h, 24h e 6h deitado e sentado. O critério para diagnóstico de glaucoma foi alteração de campo visual (CV) compatível com glaucoma e uma ou mais das seguintes alterações: relação escavação disco ≥ 0,7, hemorragia, defeito em cunha, vaso em baioneta, sinal de Hoyt, assimetria > que 0,2 entre as escavações dos dois olhos. O ângulo devia ser aberto sem alterações. Resultados: 9 (82%) de 11 pacientes apresentaram glaucoma ou suspeita de glaucoma, sendo 9% glaucoma de pressão normal e 73% suspeita de glaucoma por apresentarem alterações do nervo óptico ou hipertensão ocular. A média dos valores de PIO dos 11 pacientes apresentou-se mais elevada às 6 horas quando os pacientes estavam deitados. Ocorreram flutuações de PIO ≥ 5 mmHg em 7 (64%) dos pacientes sendo que ocorreram flutuações de até 14 mmHg e picos de PIO de até 32 mmHg. Conclusão: A SAOS pode ser um fator de risco importante para o esenvolvimento de glaucoma principalmente de pressão normal. Pacientes com SAOS devem ser referidos para o oftalmologista e os oftalmologistas devem estar atentos para a associação de distúrbios do sono em pacientes com glaucoma de ângulo aberto. Descritores: Apnéia do sono tipo obstrutiva; Pressão intra-ocular; Glaucoma de ângulo aberto; Técnicas de diagnóstico oftalmológico 1 Livre-docente, Professora Adjunta do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho” – UNESP - Botucatu (SP), Brasil; 2 Doutora, Professora do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho” – UNESP - Botucatu (SP), Brasil. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho” – UNESP – Botucatu (SP), Brasil Recebido para publicação em: 22/4/2009 - Aceito para publicação em 13/11/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 338-43 Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e frequência de glaucoma em pacientes com síndrome... INTRODUÇÃO A prevalência do glaucoma varia conforme a população estudada, mas é consenso estar por volta de 2% na população branca acima de 40 anos(1). A pressão intraocular é o principal fator de risco para o glaucoma, mas déficits microcirculatórios, imunidade alterada, excitotoxicidade dentre outros, podem também estar implicados isoladamente ou de forma combinada(2,3). A literatura tem mostrado que a prevalência de glaucoma em portadores de apnéia obstrutiva do sono é maior do que a da população em geral(4-6). Mojon et al.(4) observaram 5 (7,2%) pacientes com glaucoma em 69 portadores de síndrome de apnéia do sono. Dos cinco, três tinham glaucoma de pressão normal e 2 glaucoma primário de ângulo aberto. Outros estudos sugerem associação da apnéia do sono com glaucoma(7-9). No entanto esta associação não tem sido confirmada por outros autores.(10,11) Tendo em vista as contradições sobre a associação de glaucoma e síndrome da apnéia obstrutiva (SAOS) e a falta de estudos de avaliação de pressão intra-ocular (principal fator de risco do glaucoma) em portadores de SAOS, este estudo teve como objetivos: determinar a frequência de glaucoma e avaliar o comportamento da pressão intra-ocular (PIO) de 24 horas em pacientes portadores da síndrome da apnéia obstrutiva do sono. MÉTODOS Foram estudados 11 pacientes consecutivos, portadores da síndrome da apnéia obstrutiva do sono com diagnóstico polissonográfico do Ambulatório de Distúrbios do Sono do HC da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP atendidos no período de abril à dezembro de 2006. Foram analisados os dados demográficos dos pacientes: idade, sexo, raça/cor, peso, altura, índice de massa corporal e doenças associadas. Todos os pacientes realizaram polissonografia de noite inteira. A SAOS foi diagnosticada quando o índice de distúrbios respiratórios (RDI) era maior do que 5. Do laudo da polissonografia foram analisados os dados de RDI, eficiência do sono, saturação média de O2 e índice de despertar para efeito de diagnóstico de SAOS(12,13). Todos os pacientes foram submetidos a exame oftalmológico completo que incluiu: história e antecedentes, medida da acuidade visual (AV) a 6 metros com tabela de Snellen, refração dinâmica, biomicroscopia do segmento anterior, biomicroscopia do segmento posterior com lente de Volk de 78D, campo visual (C.V.) com programa 24-2 do perímetro de Humphrey e 339 gonioscopia. Foi realizada CTD (curva tensional diária – com 8 medidas de PIO: 6h deitado, 6h sentado 9h, 12h, 15h, 18h, 21h e 24h). As medidas foram feitas com tonômetro de Goldman exceto a das 6h (deitado) que foi realizada com tonômetro de Perkins. Todas as avaliações da PIO foram feitas em ambiente hospitalar por um dos autores (MRBMS). O critério utilizado para diagnóstico de glaucoma foi: alteração de C.V. de pelo menos 2 pontos adjacentes não periféricos com p < 5% no gráfico “pattern deviation” associado a um ponto com p < 1%, em localização compatível com defeito glaucomatoso e GHT outside normal limits associada a uma ou mais das alterações do nervo óptico e camada de fibras nervosas: relação escavação disco ≥ 0,7, hemorragia no disco, defeito em cunha, vaso em baioneta, sinal de Hoyt, assimetria de escavação > 0,2, na presença de ângulo aberto sem alterações à gonioscopia. O diagnóstico de glaucoma de pressão normal foi dado quando o paciente apresentava as alterações descritas acima associadas a PIO < 21 mmHg. O critério utilizado para suspeito de glaucoma foi: CV anormal, porém não confirmado com outro exame, PIO > 21 mmHg, sem alteração de CV e de disco óptico, relação escavação / disco ≤ 0,6, perda de padrão isn’t, assimetrias de escavação ≤ 0,2 com CV normal e ângulo aberto sem alterações à gonioscopia. Os dados de PIO foram descritos como média (M) e desvio padrão (DP) e foram comparados os valores de média de PIO dos olhos direitos (OD) e olhos esquerdos (OE) por meio do teste t-Student de amostras pareadas, considerado significativo quando p < 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP 38/2006) e todos os pacientes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS Dos 11 pacientes, 3 (27,2%) eram do sexo feminino e 8 (72,7%) do sexo masculino. A idade média dos 11 pacientes foi de 51,2 anos, sendo a das mulheres de 51,3 anos e a dos homens de 51,2. Dos 11 pacientes, 9 eram brancos e 2 negros/pardos (Tabela 1). Quanto ao RDI, 5 pacientes apresentaram RDI > 30 n/h (número de distúrbios respiratórios por hora), considerado SAOS grave, 5 pacientes RDI entre 15 e 30 n/ h, considerado SAOS moderada e somente 1 paciente apresentou SAOS leve com RDI entre 5 a 15 n/h. O valor da média do índice de massa corporal (IMC) foi de 33,56 Kg/m2. Considerando-se como obesidade IMC > 30 Kg/m2, todos os pacientes individualmente apresentaram IMC compatível com obesidade, exceto o de número 5 (IMC = 24,98 Kg/m2). Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 338-43 340 Silva MRBM, Weber SAT Tabela 1 Caracterização dos 11 portadores de SAOS (síndrome da apnéia obstrutiva do sono) quanto à idade (anos) sexo, raça, IMC e doenças sistêmicas associadas (UNESP – Botucatu – 2006) Paciente Idade (anos) Sexo Raça IMC 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 41 52 50 67 63 57 48 35 56 48 47 M M F M M M F M F M M B B N B B P B B B B B 39,87 38,69 36,41 30,86 24,98 33,59 31,24 33,83 25,089 33,31 37,27 MÉDIA 51,27 Doenças sistêmicas – Doença coronária HA HA HA, artrite reumatióide Diabetes Doença coronária – HA Hanseníase HA 33,56 M- masculino; F- feminino; B- branco; P- pardo; N- negro; IMC- índice de massa corporal (Kg/m2); HA – hipertensão arterial Tabela 2 Valores de pressão intraocular (PIO) em mmHg de ambos os olhos nos diferentes horários, média e desvio-padrão da média da PIO (mmHg) de ambos os olhos e valores de p em portadores de SAOS (UNESP – Botucatu – 2006) 9h OD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 M DP p 12h OE OD OE 15h OD OE 18h OD OE 21h OD OE 24h OD OE 6h D OD OE 17 16 20 22 17 18 19 18 15 11 19 14 21 16 19 18 20 21 20 22 20 19 18 23 17 17 20 20 15 14 16 16 14 14 14 15 12 12 12 15 14 13 16 14 13 15 16 15 15 14 15 14 16 12 15 17 14 14 14 14 14 14 13 13 15 14 16 14 16 17 17 17 12 13 11 12 13 12 11 12 10 10 20 20 20 21 15 15 14 14 14 13 18 21 19 24 28 28 24 24 20 18 20 20 20 20 21 21 19 19 24 32 9 8 12 12 14 12 14 12 11 10 12 12 13 12 10 10 14 14 17 15 16 14 15 13 19 18 25 25 12 12 12 12 10 10 9 9 8 8 8 14 8 10 15,73 15,27 15,27 15,64 15,18 15,09 15,18 14,45 14,45 14,45 15,18 15,36 18,55 19,09 4,43 4,65 3,29 3,38 3,22 3,59 3,37 3,33 3,75 4,97 4,02 3,93 5,94 6,86 0,095 0,306 0,809 0,023 1,000 0,826 0,573 6h S OD OE 25 23 18 17 14 13 14 16 16 14 15 15 20 21 24 27 14 12 19 20 14 12 17,55 17,27 4,06 4,90 0,625 OD- olho direito; OE- olho esquerdo; M- média; DP- desvio padrão; p- comparação entre médias de OD e OE por teste de t de Student para amostras pareadas Quanto às doenças associadas, foram encontrados: hipertensão arterial em 6, doença coronariana em 2, diabetes em 1, artrite reumatóide em 1 e hanseníase em 1. Apenas 2 pacientes não apresentavam nenhuma outra patologia (Tabela 1). Todos os pacientes negavam ter glaucoma e negavam antecedentes de glaucoma na família. A Tabela 2 apresenta os valores das medidas da PIO de 24 horas (9h, 12h, 15h, 18h, 21h, 24h, 6h deitado e 6h sentado) de ambos os olhos (AO) dos 11 pacientes, Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 338-43 assim como a média e desvio-padrão dos valores em cada um dos horários e valores de p da comparação dos valores de média de PIO entre os dois olhos. A média dos valores de PIO de 9 horas foi semelhante em AO, sendo de 15,73 mmHg e 15,27 mmHg respectivamente em OD e OE (p = 0,095). A análise estatística mostrou que não houve diferença entre a PIO de OD e OE, exceto às 18:00h (p = 0,02). A partir das 12h observa-se que a PIO sofre ligeira queda que persiste até as 21h, quando se inicia elevação culminando com o pico às 6 h Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e frequência de glaucoma em pacientes com síndrome... 341 Tabela 3 Presença de glaucoma ou suspeita de glaucoma nos portadores de Síndrome da apnéia obstrutiva do sono - SAOS (UNESP – Botucatu – 2006). Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Glaucoma/suspeito OD OE suspeito* – – suspeito – GPN suspeito* suspeito* suspeito suspeito* – suspeito* suspeito* suspeito suspeito % suspeito suspeito* suspeito* suspeito suspeito* % suspeito* - por apresentar pressão intraocular > 21 mmHg; suspeito – por apresentar alterações de nervo óptico e campo visual;OD – olho direito; OE – olho esquerdo; GPN – glaucoma de pressão normal (paciente deitado) cujos valores foram: 18,55 mmHg para o OD e de 19,09 mmHg para o OE. A média dos valores de PIO às 6 h com o paciente sentado foram menores do que os valores com o paciente deitado, sendo a diferença de 1 mmHg para o OD e 1,82 mmHg para o OE (Tabela 2 e Figura 1). Dos 22 olhos dos 11 pacientes, 1 olho apresentou glaucoma de pressão normal (OD do nº 6). Outros 6 olhos (OE- nº 3, AO- nº 4, OE- nº 6 e AO nº 9) foram considerados suspeitos de glaucoma por apresentarem alterações do nervo óptico e de campo visual. Pacientes que apresentaram alterações apenas de CV não foram considerados suspeitos pelo fato do exame não ter sido repetido (Tabela 3). Os pacientes de números 1, 2, 7, 8 e 10 apresentaram valores de PIO maiores do que 21 mmHg, mas não apresentaram alterações de nervo óptico e campo visual (Tabelas 2 e 3). DISCUSSÃO A SAOS é uma doença comum, definida como obstrução intermitente das vias aéreas superiores durante o sono, associada à hipóxia, variação de pressão intratorácica, ativação simpática e fragmentação do sono. Esses fenômenos são responsáveis por repercussões cardiovasculares, que incluem hipertensão arterial e pulmonar, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e neurológicas como o acidente vascular cerebral(13-15). A SAOS também tem sido apontada como fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma principalmente do glaucoma de pressão normal(6,7). Figura 1: Curva tensional diária 8 medidas de pressão intraocular (PIO) em mmHg de ambos os olhos de portadores da Síndrome da apnéia obstrutiva do sono – SAOS (UNESP – Botucatu – 2006) No presente estudo que inclui pacientes brancos e negros foi encontrada frequência de glaucoma de 4,5% (1 de 22 olhos) e considerando-se frequência por paciente foi de 9% (1 de 11 pacientes). A prevalência de glaucoma em portadores de SAOS varia de 4,4 a 7,2% na população branca(4-6) mas não há nenhum estudo que inclua negros na amostra. Na literatura apontada só um trabalho(6) tem grupo controle, portanto apenas este poderia usar o termo prevalência. Neste estudo um paciente apresentou glaucoma de pressão normal. Mojon et al.(4) encontraram em população suíça branca, 5 (7,2%) casos de glaucoma sendo 3 primários de ângulo aberto e 2 de pressão normal. No estudo de Bezerra(5), que não faz referência à raça/cor, foram encontrados 4 (4,4%) portadores de glaucoma mas os autores falam apenas em glaucoma de ângulo aberto não ficando claro se são glaucomas de pressão normal ou glaucomas primários de ângulo aberto. Deve ser ressaltado que neste estudo(5) o diagnóstico de glaucoma foi feito por meio da análise de prontuários, sendo examinados apenas os 4 pacientes que apresentaram história positiva para glaucoma. No estudo de Sergi et al.(6) em pacientes brancos, e com grupo controle, os 3 casos (5,9%) apresentaram glaucoma de pressão normal. Apesar da patogênese do glaucoma de pressão normal ainda não estar bem definida, há evidências de que a hipoperfusão do nervo óptico causada por doenças isquêmicas crônicas e progressivas poderiam ser a causa(16). A SAOS está associada com episódios de hipóxia prolongada, com excitação simpática aguda e prolonga- Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 338-43 342 Silva MRBM, Weber SAT da compatível com aumento do tônus vascular. A SAOS aumenta a liberação de hormônios de ação vascular: catecolaminas, peptídeos natriuréticos atriais, angiotensina II, vasopressina e endotelina(13,14). Assim a hipóxia prolongada característica da síndrome poderia causar dano direto ao nervo óptico. Outras possibilidades para explicar o dano ao nervo óptico seriam a alteração da autoregulação do fluxo sangüíneo na cabeça do nervo óptico(17), secundária a apnéias prolongadas e repetidas ou secundária a hipertensão arterial e arterioesclerose(18,19) causadas pela própria SAOS ou ainda desequilíbrio entre óxido nítrico e endotelina(19). Chama atenção neste estudo o grande número de suspeitos de glaucoma, 9 (82%) de 11 pacientes. Dos 9, 5 tiveram o diagnóstico de suspeita de glaucoma por apresentarem à CTD picos pressóricos de até 32 mmHg e grandes flutuações da PIO (PIO maior – PIO menor) de até 14 mmHg. Os picos pressóricos ocorreram sempre no horário das 6 horas da manhã quando o paciente estava deitado. Após levantar a PIO já sofria queda, mas manteve-se maior do que nos outros horários. A PIO elevada na posição supina poderia ser também outro fator contribuinte para o desenvolvimento do glaucoma nos pacientes com SAOS. Foi observada PIO aumentada em posição supina no horário das 6 horas em portadores de glaucoma tratados ou com hipertensão ocular(20). Também em indivíduos normais observou-se PIO aumentada em posição supina, porém é maior nos pacientes com glaucoma de pressão normal(21-23) o que pode reduzir o fluxo sanguíneo ocular nestes pacientes(24). Goldblum et al.(25) avaliaram a PIO de 3 pacientes portadores de SAOS e glaucoma de pressão normal durante o sono em Laboratório do Sono. As avaliações da PIO foram feitas em 2 momentos: de respiração normal e no final de apnéias prolongadas sendo os valores semelhantes. Assim a PIO elevada em nossos pacientes é provavelmente postural e não por efeito da apnéia prolongada. Não foi encontrado na literatura nenhum estudo do comportamento da PIO de 24 horas em pacientes portadores de SAOS. Apesar deste trabalho não ter grupo controle, os picos e as flutuações da PIO observados foram muito maiores do que o esperado na população normal. Deve ser ainda ressaltado que os cinco pacientes que apresentaram picos de PIO > 21 mmHg (números 1, 2, 7, 8 e 10) não apresentavam no momento do exame alterações de nervo óptico e/ou da camada de fibras nervosas. Mesmo sendo glaucoma de pressão normal, o glaucoma mais frequentemente associado a SAOS, Sergi et al.(6) encontraram PIO mais elevada nestes pacientes do que nos controles, o que sugere que também a PIO teria papel na fisiopatogenia do glaucoma associado à SAOS. Fortalecem a relação glaucoma/SAOS não só a Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 338-43 grande prevalência de glaucoma na SAOS, e a grande prevalência de SAOS (de 46% a 50%) em portadores de glaucoma (7,9), mas também a demonstração de Kremmer et al.(26) de que a terapia com ventilação positiva nasal (CPAP) melhora o curso das duas doenças. Este é um estudo observacional, assim como o são os estudos citados anteriormente e portanto não permite conclusões de causa e efeito da SAOS levando ao glaucoma, mas mostra associação da SAOS com glaucoma de ângulo aberto. Mostra ainda alto risco de desenvolvimento de glaucoma naqueles pacientes que apresentaram grandes picos pressóricos(27) e grandes flutuações na avaliação da PIO de 24h, picos estes observados às 6 h com paciente deitado e portanto fora do horário da avaliação normal do consultório.As flutuações da PIO têm sido apontadas como importante fator de progressão do glaucoma(28) e o OHTS(29) mostrou que quanto maior a PIO e menor a espessura corneana maior é o risco de desenvolver glaucoma, o que sugere que os pacientes com PIO elevada terão maior probabilidade de desenvolver glaucoma. Os resultados deste estudo em portadores de SAOS mostraram portanto alta freqência de glaucoma e de suspeitos de glaucoma. Apesar da amostra pequena e de não haver grupo controle, os dados sugerem que portadores de SAOS têm maior risco de desenvolver glaucoma do que indivíduos sem SAOS, e portanto deveriam ser submetidos à avaliação oftalmológica para pesquisa de glaucoma. CONCLUSÃO A SAOS pode ser um fator de risco importante para o desenvolvimento de glaucoma principalmente de pressão normal. Pacientes com SAOS devem ser referidos para o oftalmologista e os oftalmologistas devem estar atentos para a associação de distúrbios do sono em pacientes com glaucoma de ângulo aberto. ABSTRACT Purpose: To determine the frequency of glaucoma and evaluate the behavior of 24-hour intraocular pressure in patients with the obstructive sleep apnea syndrome (OSAS). Methods: Eleven consecutive patients with OSAS, diagnosed by polysonography, were avaliated in a cross – sectional study. Demographic data were analyzed: age, sex, race/color, weight, height and associated diseases. The patients were submitted to complete ophthalmologic examination, including the visual field, as well as to 24hour intra-ocular pressure (IOP) evaluation by an applanation tonometer at 9h, 12h, 15h, 18h, 24h and 6h in the lying and sitting positions. The diagnostic criterion for Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e frequência de glaucoma em pacientes com síndrome... glaucoma was alteration of the visual field (VF) compatible with glaucoma and one or more of the following alterations: cup-disc ratio ≥ 0.7, hemorrhage, wedge-shaped defect, bayonet-shaped vessels, Hoyt’s sign, asymmetry > than 0.2 between cup/disc ratio of the eyes. The angle should be opened without alterations. Results: 9 (82%) of 11 patients showed glaucoma or were suspected to have glaucoma, 9% of which exhibited normal tension glaucoma and 73% were suspected to have glaucoma for presenting alterations in the optic nerve or ocular hypertension. The mean for the IOP values of the 11 patients was observed to be the highest at 6 o’clock, when they were lying down. Variations of IOP ≥ 5 mmHg occurred in 7 (64%) of the patients, and variations of up to 14 mmHg and IOP peaks of up to 32 mmHg were observed. Conclusion: OSAS may be an important risk factor for the development of glaucoma, particularly that of normal tension glaucoma. Patients with OSAS must be referred to an ophthalmologist and those professionals must be attentive to the association of sleep disorders in patients with open-angle glaucoma. Keywords: Sleep apnea, obstructive; Intraocular pressure; Glaucoma, open-angle; Diagnostic techniques, ophthalmological REFERÊNCIAS 1. Wilson MR, Martone JF. Epidemiology of chronic open-angle glaucoma. In: Ritch R, Bruce Shields M, Krupin T. The Glaucomas. 2nd ed. St Louis: Mosby; 1998. p. 753-68. 2. Weinreb RN, Khaw PT. Primary open-angle glaucoma. Lancet. 2004; 363(9422):1711-20. 3. Medeiros FA, Weinreb RN. 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Arch Ophthalmol. 2002; 120(6):714-20. Endereço para correspondência: Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço Distrito de Rubião Júnior s/nº CEP 18618-970 - Botucatu - SP Tel/fax: (14) 3811-6256 / 3811-6081 E-mail: [email protected] Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 338-43 RELATO 344 DE CASO Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente como fator de risco Early caspsular block syndrome a case report and speculation about the size of the lens’ optic as a risk factor Eduardo Ferrari Marback 1 , Rita de Cássia Aquino de Araújo 2, Marcelo Siqueira de Freitas 3 RESUMO Apresentamos um caso de síndrome de bloqueio capsular precoce, tratado por reintervenção cirúrgica no segundo dia de pós-operatório. Comentamos as principais características da síndrome, os possíveis fatores predisponentes, as opções de tratamento e a importância do seu correto reconhecimento. Nós também especulamos sobre outro possível fator de risco, lentes intraoculares com parte óptica de 6mm ou maiores. Descritores: Cápsula do cristalino; Cristalino/cirurgia; Extração da catarata/efeitos adversos; Pseudofacia/complicações; Relatos de casos 1 Doutor, Oftalmologista do Instituto de Olhos Freitas – Salvador (BA), Brasil; Oftalmologista do Instituto de Olhos Freitas – Salvador (BA), Brasil; 3 Mestre, Diretor Médico do Instituto de Olhos Freitas – Salvador (BA), Brasil. 2 Recebido para publicação em: 23/8/2009 - Aceito para publicação em 8/11/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 344-7 Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente... INTRODUÇÃO A síndrome do bloqueio capsular é uma complicação da cirurgia de catarata que surgiu após a introdução da capsulorrexe (1). Pode ocorrer no per-operatório, pós-operatório precoce ou tardio, com múltiplas etiologias propostas(2,3). Na forma per-operatória o núcleo do cristalino bloqueia a capsulorrexe durante a manobra de hidrodissecção, podendo levar a ruptura da cápsula posterior(2). Nas formas pós-operatórias, tanto na precoce como na tardia é possível o bloqueio se dá através do contato entre a parte óptica da lente intraocular (LIO) e a capsulorrexe, sendo possível identificar acúmulo de líquido entre estas, o que desloca a LIO anteriormente gerando desvio miópico, podendo ainda diminuir a profundidade da câmara anterior e levar a aumento da pressão intraocular(1-5). Descrevemos aqui um caso de bloqueio caspular precoce tratado por nova intervenção cirúrgica no segundo dia de pós-operatório (DPO), questionando sobre sua possível relação com o diâmetro da parte óptica da LIO. Relato do caso Paciente masculino, 81 anos, submetido à facectomia por catarata senil em olho direito, sem intercorrências, pela técnica de facoemulsificação. Durante a cirurgia duas substâncias viscoelásticas diferentes foram utilizadas, para os estágios iniciais até a confecção da capsulorrexe, já para as etapas de irrigação/ aspiração e implante da LIO foi utilizada a metilcelulose a 2% (Coatel, Baush Lomb). A facoemulsificação foi feita pela técnica de múltipla divisão circunferencial(6), utilizando a combinação de sulfato de condroitina a 4% e hialuronato de sódio a 1,65%(Discovisc, Alcon). Após o implante da LIO, realizamos irrigação/aspiração automatizada dos restos de viscoelástico da câmara anterior com mobilização lateral da LIO e tentativa de irrigação de solução salina balanceada atrás da parte óptica. O comprimento axial do olho à biometria óptica foi de 23,57 mm. A LIO implantada no saco capsular foi de peça única em acrílico hidrofílico (C Flex Apheric, Rayner) com refração esférica pós-operatória estimada em aproximadamente -0,50 dioptrias. No primeiro DPO o paciente se apresentou afirmando que, apesar da programação cirúrgica para resultar em boa visão não corrigida para longe, estava enxergando melhor de perto. A acuidade visual (AV) não corrigida era de 0,1. Com correção de -2,50 dioptrias esféricas e – 0,50 dioptrias cilíndricas a 120º a AV chegava a 0,5. Havia mínimo edema de córnea peri-incisional e traços de células inflamatórias em câmara anterior. No 345 segundo DPO a AV e refração permaneciam inalteradas. Ao exame notava-se LIO centrada, porém com a presença de separação nítida e ampla entre a parte óptica da LIO e cápsula posterior, melhor identificada após midríase farmacológica (Figura 1). A câmara anterior parecia ter profundidade normal e a pressão intraocular era igual a 11mmHg. Diante do diagnóstico de síndrome do bloqueio capsular precoce, optamos por retornar o paciente à sala cirúrgica. Após preparo com anestesia tópica e colírio de idopovidona a 5% e campos cirúrgicos adesivos, a incisão principal foi aberta com uma espátula de íris e o bloqueio capsular desfeito por aspiração e mobilização da LIO com uma cânula de irrigação/aspiração manual (Figura 2A). Ao fim do procedimento foi possível identificar a presença de dobra da cápsula posterior logo atrás da parte óptica da LIO, indicando não existir mais espaço real entre elas (Figura 2B). No primeiro DPO a AV sem correção era igual a 0,5, chegando a 0,7 com -0,50 dioptrias esféricas, havendo mínimo edema corneano. No 7º DPO, a AV sem correção era de 0,7, chegando a 0,9 com -0,25 dioptrias esféricas e -0,50 dioptrias cilíndricas a 145º . DISCUSSÃO A síndrome de bloqueio capsular precoce é rara, embora não existam dados que permitam conclusão definitiva de sua incidência. Durak e colaboradores relatam 13 casos em 1140 cirurgias (1,14%) e Kim e colaboradores encontraram 8 casos em 1.100 cirurgias (0,73%)(3,4). São relatados como fatores de risco diâmetro axial maior que 25 mm e uso de LIO de acrílico hidrofílico com quatro pontos de suporte, embora a síndrome já tenha sido identificada em pacientes com praticamente todos os tipos de materiais e desenhos de LIOs disponíveis(1-5). Outros fatores que pensamos ter possível influência são o tamanho da capsulorrexe, o tipo de substância viscoelástica utilizada e a rotina de aspiração desta após o implante da LIO(1-5,6). Existem duas teorias principais para justificar o acúmulo de líquido e a distensão do saco capsular na forma precoce da síndrome. Davison propõe que o epitélio capsular e remanescentes corticais gerariam uma pressão oncótica responsável pelo acúmulo de fluido(1). Já Masket, especula que substância viscoleástica retida atrás da LIO, especificamente o hialuronato de sódio, levaria também a um gradiente oncótico e acúmulo de líquido(7). A suposta presença de material viscolástico já foi observada por outros autores(2-5), e comprovada pela análise do líquido realizada por Sugiura e colaboradores(8). Possivelmente os dois mecanismos podem coexistir, como no relato de Mardelli e Mehana(9). Em nosso caso, utiliza- Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 344-7 346 Marback EF, Araújo RCA, Freitas MS Figura 1: A) Aspecto biomicroscópico no segundo dia pós-operatório, espaço entre a parte óptica da lente intraocular (seta cinza) e cápsula posterior (seta branca); B) Sete dias pós irrigação/aspiração para desfazer o bloqueio capsular, nota-se parte óptica da lente intraocular praticamente em contacto direto com a cápsula posterior (seta) Figura 2: A) Mobilizando a lente intraocular para desfazer o bloqueio; B) Notar dobra de cápsula posterior (seta) indicando não haver mais distensão do saco capsular mos dois viscoelásticos diferentes, um deles com hialuronato de sódio em sua composição. A forma precoce da síndrome pode acontecer por bloqueio mecânico pela simples aposição da óptica da LIO à capsulorrexe, ou ainda por uma aderência inflamatória entre estas duas estruturas(3). Em ambas situações costuma haver um deslocamento anterior da LIO com indução de desvio miópico que varia entre 2,0 a 3,0 dioptrias(3-5). Na forma inflamatória, o tratamento clínico da causa de base costuma resolver o bloqueio(3). Já a forma mecânica usualmente necessita de nova intervenção. Durak e colaboradores relatam resolução espontânea em apenas 2 de 13 olhos após observação por 30 dias, dos 11 olhos restantes em 8 foi tentada capsulotomia anterior por YAG laser, com resolução em 5 olhos, 5 foram tratados por capsulotomia posterior e 1 paciente optou por não tratar por sentir-se confortável com a miopia(4). Já Mardelli propõe o tratamento precoce, realizado por agulhamento na lâmpada de fenda(5). Em nosso caso, optamos por levar novamente o paciente à sala de cirurgia e, após preparo de pele e saco conjuntival com iodopovidiona a 10% e 5% respectivamente, e correto isolamento de anexos com campo adesivo, abrimos a incisão principal e realizamos mobilização da LIO e aspiração do líquido por detrás da mesma, com uma cânula de irrigação/aspiração manual. No sétimo DPO a AV era de 0,9 e houve um desvio positivo de aproxima- Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 344-7 damente 2,5 dioptrias, como relata a literatura(1-5). Nossa opção de reintervenção cirúrgica foi tomada pela necessidade de restaurar a funcionalidade da visão de forma rápida e efetiva. Questionamos o uso da capsulotomia posterior por suas complicações potenciais como descolamento de retina e edema cistóide de macular, bem como pela necessidade de idealmente postergar a resolução do problema por no mínimo 30 dias de pósoperatório, já o agulhamento em lâmpada de fenda nos parece um procedimento potencialmente desconfortável para o paciente e cirurgião. Não sabemos qual o risco de endoftalmite ao reabrir a incisão principal da cirurgia em ambiente de centro cirúrgico mesmo com todo o preparo e cuidados referentes a uma cirurgia intraocular. Em nosso serviço nos últimos 67 meses realizamos 4520 facectomias e tivemos dois casos (0,044%) de endoftalmite (dados não publicados), extrapolando esta taxa para a reabertura da incisão e irrigação/aspiração da câmara anterior, acreditamos que o risco de infecção é bastante pequeno e o conforto para o paciente e controle para o cirurgião são sem dúvida muito maiores. Em nosso caso, a LIO utilizada foi de acrílico hidrofílico, em peça única, com alças de desenho duplo e parte óptica de 6,25mm. Embora este tenha sido o único caso identificado por nós em 106 cirurgias com esta LIO, é interessante notar que apesar de termos realizado ao redor de 4520 facectomias nos últimos 67 meses com a Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente... mesma técnica cirúrgica e LIOs de diferentes desenhos e materiais, (6) este foi o primeiro caso diagnosticado por nós. Embora este dado não seja absoluto pois podemos ter tomado algum caso prévio como erro biométrico, achamos que isto é improvável. O acrílico hidrofílico já foi aventado como possível fator de risco para o bloqueio capsular precoce, embora existam casos relatados também com silicone, polimetilmetacrilato (PMMA) e acrílico hidrofóbico(2-4, 7-9). No trabalho de Kim e colaboradores foi relatado associação entre implante de LIO de acrílico hidrofílico e síndrome de bloqueio capsular, e em 206 implantes de LIOS Akreos Adapt (Baush Lomb) foram encontrados 6 casos (2,9%) de síndrome do bloqueio capsular precoce(3). Nossa experiência pessoal com este material ainda é limitada pois só começamos a utilizá-lo nos últimos 16 meses, neste período implantamos 498 lentes de peça única do mesmo acrílico hidrofílico com óptica de 5,75 mm (Akreos Fit, Baush Lomb), sem nunca ter visto um caso de bloqueio capsular. Vale ressaltar que apesar de serem do mesmo material, a Akreos adapt tem um desenho peculiar, com óptica de 6 mm e quatro alças que potencialmente limitam a mobilidade da LIO e a aspiração da substância viscoelástica atrás da LIO. Talvez mais importante que o material utilizado, seja a associação entre uma LIO de peça única sem angulação posterior de alças e, principalmente, uma parte óptica grande. Quando individualizamos as LIOs nas diversas séries publicadas, é nítido que a maioria dos casos aconteceram em olhos implantados com LIOs com pelo menos 6 mm de parte óptica (3-5). Chamamos a atenção para a associação entre o implante de LIO com óptica grande e capsulorrexe pequena e bem centrada. Esta combinação tem se tornado cada vez mais frequente com a introdução das LIOs asféricas, tóricas e multifocais, que idealmente devem ficar no saco capsular com 360º de parte óptica coberta pela borda da capsulorrexe para manter a LIO bem centrada, sendo nítida uma tendência à redução no diâmetro da capsulorrexe por grande parte dos cirurgiões. É importante também chamar a atenção do cirurgião para o diagnóstico diferencial entre a síndrome de bloqueio capsular precoce e o erro biométrico. As soluções para estes dois problemas podem ser antagônicas. Ou seja, um caso de síndrome de bloqueio capsular tomado por erro biométrico pode levar a uma troca de LIO ou cirurgia refrativa corneana. A troca da LIO provavelmente resolveria o bloqueio, mas levaria a insatisfação refrativa com erro hipermetrópico. Já um procedimento refrativo corneano não resolveria o bloqueio capsular e também levaria a insatisfação refrativa com erro hipermetrópico, caso o bloqueio sofresse resolução espontânea mais tardiamente ou após capsulotomia por catarata secundária. Diante do exposto, sugerimos que 347 em todo caso de suspeita de erro biométrico com desvio miópico seja considerada a possibilidade de síndrome do bloqueio capsular precoce. Para realizar o diagnóstico diferencial entre as duas situações, sugerimos o estudo cuidadoso da relação entre a lente e o saco capsular, sempre realizado sob midríase farmacológica. ABSTRACT We present a case of early capsular block syndrome that was treated by re-operation on the second post operative day. We discuss the major characteristics of the syndrome, possible predisposing factors, therapeutic options and highlight the importance of its correct recognition. We also speculate about another possible risk factor, an intraocular lens with a optic part about 6mm or more. Keywords: Lens capsule; Lens/surgery; Cataract extraction/adverse effects; Pseudophakia/complications; Case reports REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Davison JA. Capsular bag distension after endophacoemulsification and posterior chamber intraocular lens implantation. J Cataract Refract Surg. 1990; 16(1):99–108. Miyake K, Ota I, Ichihashi S, Miyake S, Tanaka Y, Terasaki H. New classification of capsular block syndrome. J Cataract Refract Surg. 1998; 24(9):1230–4. Kim HK, Shin JP. Capsular block syndrome after cataract surgery: clinical analysis and classification. J Cataract Refract Surg. 2008; 34(3):357–63. Durak I, Ozbek Z, Ferliel ST, Oner FH, Soylev M. Early postoperative capsular block syndrome. 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Jequié, no 4 - Rio Vermelho CEP 41940-580 - Salvador - Bahia Tel: (71) 3330-6100 Fax: (71) 3330-6114 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 344-7 RELATO 348 DE CASO Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata Ocular hipertension confounded by corneal edema after cataract surgery Bruno de Freitas Valbon1, Frederico Guerra2, Renata Siqueira da Silva3, Ana Laura Canedo4, Renato Ambrósio Junior5 RESUMO Com base em modelos matemáticos e estudos experimentais estima-se que as medidas da PIO sejam linearmente hiperestimadas em córneas com maior espessura e menor ceratometria por meio de tonometria de aplanação de Goldmann (TAG). Entretanto, tal influência se dá de uma maneira mais complexa que a prevista por estes parâmetros geométricos, sendo diretamente relacionada com propriedades biomecânicas. O sistema de não contato ORA (Ocular response analyzer – Reichert) permite estudo das propriedades biomecânicas juntamente com a medida pressórica calibrada para a TAG e a compensada da córnea. Adicionalmente, o estudo tomográfico com reconstrução tridimensional do mapa paquimétrico caracteriza a córnea de forma mais completa que a ceratometria anterior e espessura central. Neste artigo, relatamos um caso de dor ocular, fotofobia e baixa visão, 28 dias após cirurgia de facoemulsificação com implante de lente intraocular sem complicações em paciente feminina de 81 anos. Na primeira visita da paciente, enquanto a TAG era de 16 mmHg, o valor da PIO compensada da córnea (PIOcc), obtido com o ORA, era 25,6 mmHg. A histerese e fator de resistência da córnea eram baixos, 4,1 e 6,1mmHg respectivamente, apesar da paquimetria central ser relativamente mais elevada, de 601 micra. O padrão de distribuição espacial da espessura era atenuado, compatível com edema corneano que era observado também por meio das imagens de Scheimpflug (Pentacam). Com base nestes dados, foi feito diagnóstico de quadro de uveíte hipertensiva, associado à edema corneano, instituindose tratamento tópico com combinação fixa de maleato de timolol e brimonidina associado ao acetato de prednisolona. Três semanas após, a paciente apresentou-se com grande melhora da acuidade visual, resolução do edema corneano, e dos sintomas, normalizando os parâmetros biomecânicos, geométricos da córnea e de PIO. Descritores: Propriedades biomecânicas; Edema de córnea; Tomografia de córnea; Espessura corneana; Facoemulsificação; Relatos de casos 1 Pós-graduando (Mestrado) da Universidade Federal Fluminense – UFF – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Colaborador do Setor de Segmento Anterior do Instituto Benjamin Constant – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; 3 Colaboradora do Setor de Glaucoma e Catarata do Hospital de Ipanema – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; 4 Fellow de Refrativa do Instituto de Olhos Renato Ambrósio – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; 5 Coordenador do Grupo de Estudos de Tomografia e Biomecânica de Córnea do Rio de Janeiro - Brasil. 2 Recebido para publicação em: 11/8/2009 - Aceito para publicação em 9/12/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 348-54 Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata INTRODUÇÃO A tonometria de aplanação por Goldmann (TAG), padrão ouro para a Oftalmologia é o método de aferição mais utilizado no mundo para medida da pressão intraocular (PIO), que se baseia no princípio de Imbert-Fick. Com isso, sofre influência de características da córnea, destacando-se a espessura(1,3). De modo geral, assume-se que quanto mais fina seja a córnea, menor será sua resistência, causando uma menor medida da pressão, ou seja, valor hipoestimado. Por outro lado, quanto mais grossa a córnea, maior seria sua resistência e maior a pressão medida, valor hiperestimado por meio da TAG. Além da espessura, outras características como a curvatura da córnea, também são reconhecidamente importantes, de modo que córneas mais planas tendem a apresentar maior resistência para a aplanação e gerar valores mais elevados(4,5). Entretanto, a medida da pressão intra-ocular sofre influência da córnea de forma mais complexa. Em um modelo matemático, Liu e Roberts5, observaram uma maior influência de variações relacionadas com a tensão da superfície relacionadas pela resistência da córnea (módulo de Young), potencialmente determinando maior “erro” na TAG, comparando-se com os efeitos relacionados com a espessura central e com a ceratometria. O estudo das propriedades biomecânicas da córnea, tema de crescente interesse e objetivo de importantes estudos relacionados com córnea, glaucoma e cirurgia refrativa, era limitado a modelos matemáticos e estudos experimentais até a introdução do Ocular response analyzer (ORA – Reichert), em 2005 por Luce, PhD6. O ORA monitora dinamicamente a resposta de aplanamento da córnea pelo jato de ar, de modo a determinar propriedades biomecânicas da córnea, juntamente com as medidas da pressão intraocular. Além da medida da PIO calibrada de acordo com o “padrão ouro”, TAG (IOPg – gold standard, Goldmann correlated Intraocular pressure), existe um cálculo para determinar uma pressão compensada da córnea de acordo com as propriedades biomecânicas encontradas (IOPcc – corneal compensated Intraocular pressure). Além das medidas pressóricas, IOPg e IOPcc, o ORA determina a histerese corneana (CH – Corneal Hysteresis) que é um parâmetro relacionado com a visco-elasticidade da córnea e o fator de resistência corneana (CRF – orneal resistance factor)(6-9). De forma paralela ao progresso relacionado com a caracterização das propriedades biomecânicas da córnea, o estudo tomográfico representa uma evo- 349 lução na avaliação da geometria e arquitetura da córnea(10-13). A abordagem tomográfica possibilita reconstrução do mapa paquimétrico, com informações da espessura corneana de limbo a limbo. Com isso, é possível identificar o ponto central e determinar seu valor e localização. Considerando-se que a córnea seja um menisco, mais fino na região central e mais espesso na periferia, um método gráfico para descrever o perfil de progressão paquimétrico foi proposto por Ambrósio, juntamente com o Grupo de Estudos de Tomografia e Biomecânica de Córnea do Rio de Janeiro (CTSP – Corneal Thickness Spatial Profile) em colaboração com a Oculus (11,12). Os gráficos foram incorporados no programa de análise do Pentacam (12). Com isso, foi possível caracterizar uma variação populacional normal Gaussiana na taxa de aumento da espessura do ponto mais fino em direção a periferia. Adicionalmente, observamos diferenças significativas na distribuição espacial da paquimetria entre córneas normais e com ectasia, que apresentam um padrão mais acelerado de engrossamento do ponto mais fino em direção a periferia, bem como entre córneas normais e com edema, que apresentam uma atenuação no padrão de aumento da espessura(12). Em outras palavras, é possível com esta análise se diferenciar uma córnea fina normal de uma afinada ectásica e uma córnea grossa normal, de uma córnea com edema(13). Neste artigo, relatamos um caso de uveíte hipertensiva pós-cirurgia de catarata, realizada por facoemulsificação e implante de lente intraocular (LIO) sem intercorrências. O quadro era mascarado por uma medida de TAG mais baixa por diminuição da resistência da córnea por causa de edema leve (subclínico). Paradoxalmente, no caso de edema, apesar do aumento da espessura, ocorre diminuição das propriedades biomecânicas devido à maior presença de água entre as lamelas de colágeno no estroma, que se comporta como uma esponja. Adicionalmente o edema era compatível com relativa transparência estromal, mas dificultava a avaliação do flare e de células na câmara interior. Estes fatores e características clínicas combinados tornam o caso bastante peculiar e relevante como exemplo para a importância da propedêutica com base na avaliação tomográfica e biomecânica da córnea. Relato de caso Paciente do sexo feminino, 81 anos, aposentada, natural do Rio de Janeiro, sem comorbidades sistêmicas ou oculares pré-existentes, foi encaminhada para segun- Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 348-54 350 Valbon BF, Frederico Guerra F, Silva RS, Canedo AL, Ambrósio Junior R da opinião devido a quadro de dor ocular, fotofobia e má visão em olho esquerdo. A paciente havia realizado cirurgia de catarata há 28 dias sem sabidas intercorrências cirúrgicas, estando em uso irregular de acetato de prednisolona (Predfort). Ao exame oftalmológico na primeira visita, realizada em 28 de abril, a paciente apresentava acuidade visual corrigida de 20/20 em OD e 20/200 em OE, sem melhoras com refração manifesta. A TAG era de 14 e 16 mmHg em OD e OE respectivamente, às 15 horas. Ao exame da lâmpada de fenda (biomicroscopia), observou-se sem alterações notáveis em OD, salvo catarata nuclear insipiente. Observou-se em OE: · pálpebras e anexos sem alterações; hiperemia conjuntival leve, mais acentuada na região pericerática, sem secreções; · córnea transparente porém com aspecto de edema corneano leve e difuso 1+/4+, sem dobras de Descemet, ausência de lesões epiteliais coradas com fluoresceína e presença de ponto simples corneano presumidamente de mononylon 10-0 na região superior; · filme lacrimal espesso, com presença moderada de partículas, tempo de rotura do filme lacrimal com BUT menor que 10 segundos; · pupila fotorreagente provocando fotofobia moderada, detalhes da íris visíveis, mas discretamente não nítidos, lente intraocular de câmara posterior em posição adequada; · vítreo limpo, sem opacidades e polo posterior sem alterações notáveis. Realizaram-se os exames de não contato e avaliação biomecânica com sopro de ar (ORA) e tomografia de córnea e segmento anterior por fotografias Scheimpflug rotacionais (Pentacam). O ORA em OE revelou IOPcc de 25,6mmHg, enquanto a IOPg foi de 18,8mmHg. O CH e CRF foram de 4,1 e 6,1mmHg respectivamente (Figura 1A). O exame tomográfico revelou paquimetria central (Pentacam) de 591 micra (µm), com gráfico de progressão espacial apresentando padrão atenuado, compatível com edema (Figura 2A). Por meio do estudo das imagens de Scheimpflug, observou-se aumento da refletividade corneana, mais acentuadamente a nível epitelial que estromal, discreto edema estromal e LIO em posição (Figura 3A). O padrão de progressão paquimétrica espacial mostrou-se retificado, característico de edema leve (Figura 4A). Considerando os achados, foi feito o diagnóstico de uveíte anterior hipertensiva associado à edema após cirurgia de catarata em OE, sendo prescrito colírio de Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 348-54 Figura 1: Parâmetros e gráficos do ORA (Ocular response analyzer) Figura 2: Mapa diferencial paquimétrico combinação fixa de maleato de timolol associado à brimonidina (Combigan), 2 vezes ao dia e acetato de prednisolona (Predfort) de 4/4 horas. A paciente retornou 1 semana após início do tratamento, relatando melhora parcial da dor e discreta melhora da visão, que era de 20/100 em OE. Ao exame biomicroscópico, observou-se ceratopatia ponteada no terço inferior da córnea, porém com redução importante do quadro da hiperemia e redução leve do edema corneano, permitindo observação de discreto flare na câmara anterior. A paquimetria central (Pentacam) era de 587µm, ainda com padrão de atenuação da progressão espacial (Figura 2B). A TAG foi 12mmHg (14h), IOPcc 12,9mmHg, IOPg 11,5mmHg, CH 9,0mmHg e Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata CRF 8,0mmHg. Optou-se por manter medicação tópica anti-hipertensiva ocular e iniciar desmame do corticóide com lotoprednol 0,5% (Loteprol), bem como adicionar lubrificação tópica com lágrima artificial a base de HP Guar e com Polyquad como conservante (Oftane) 4 vezes ao dia e suplementação alimentar com ácidos graxos essenciais tipo ômega 3 a base de linhaça em cápsulas de 1g, 2 vezes ao dia durante as refeições. Três semanas após a primeira avaliação, a paciente retornou relatando redução importante dos sintomas e melhora da visão que era, sem correção, de 20/20 em OE. A paciente fazia uso da suplementação alimentar recomendada, Loteprol 2 vezes ao dia e Oftane irregularmente, tendo descontinuado por conta própria o Combigan há 5 dias. O ORA revelou IOPcc 13,9 mmHg, IOPg 11,5 mmHg, CH 9,2 e CRF 8,2 (Figura 1B). A espessura central (Pentacam) foi de 522µm (Figura 2C). A diferença da espessura corneana pode ser observada no mapa diferencial (Figura 2D). Observou-se redução significativa da refletividade (scattering) da córnea e restauração da transparência corneana e resolução do quadro de edema estromal, que se correlacionou com os achados das imagens de Scheimpflug (Figura 3B). O padrão de progressão espacial estava dentro dos limites da normalidade (Figura 4B). Ao exame da lâmpada de fenda, observou-se ainda leve ceratopatia ponteada no 1/3 inferior. Considerando-se a evolução clínica e os achados, optamos por manter desmame do corticóide, orientar a paciente sobre a importância da lubrificação e da suplementação alimentar para tratamento da disfunção lacrimal e retornar para controle pressórico em um mês. Com isso, a paciente retornou neste período sem queixas, em uso da suplementação alimentar recomendada e Oftane 4 vezes ao dia. A acuidade visual sem correção era de 20/20 em OE. O exame do segmento anterior revelava olho esquerdo calmo pseudofácico, sem alterações notáveis. A TAG era de 15mmHg às 15 horas. O ORA revelou IOPcc 15,1mmHg, IOPg 13,3mmHg, CH 9,3 e CRF 8,1. A espessura central (Pentacam) foi de 529µm. O exame da microscopia especular revelou contagem de 2.617 células/mm2 em OD, com mosaico celular normal e 1.960 células em OE, com moderados polimegatismo e pleomorfismo. A paciente foi orientada para retornar em 3 meses para controle clínico e acompanhamento ou antes, em caso de alguma sintoma novo. DISCUSSÃO A influência da córnea nas medidas da TAG é sabida desde a introdução do método por Goldmann e 351 Figura 3: Tomografia de segmento anterior com imagens de Scheimpflug (Pentacam) Figura 4: Gráfico de Progressão Paquimétrica Espacial: A – Na primeira consulta com edema subclínico; B – Após o tratamento Schimitd, em 1957(1). Entretanto, somente após a publicação do estudo OHTS (Ocular Hypertension Treatment Study), em junho de 2002, que identificou em análise multivariada a espessura central da córnea (ECC) como o mais importante fator preditivo para o desenvolvimento de lesão glaucomatosa do nervo óptico em pacientes hipertensos oculares, que houve a popularização do reconhecimento desta variável(14). Fórmulas de correção da TAG foram propostas com base em análises de regressão linear com a ECC(15-18). Entretanto, Gunvant et al. demonstraram que tais fórmulas podem hipercorrigir a medida da pressão em córneas finas(19). Por outro lado, córneas com aumento da espessura por edema apresentam uma resistência reduzida e portanto um efeito na TAG similar a córneas com menor espessura(16-20).Com isso, recomenda-se muito cuidado no uso de qualquer fórmula baseada em uma suposta relação sempre linear entre a espessura da córnea, sua resistência e seu efeito Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 348-54 352 Valbon BF, Frederico Guerra F, Silva RS, Canedo AL, Ambrósio Junior R na TAG(5-9). Adicionalmente, considerando-se os achados de Liu e Roberts, variações relacionadas com a tensão da superfície referidas pela resistência da córnea (módulo de Young) potencialmente determinam maior impacto na TAG, que a espessura central e a ceratometria(5). Com a introdução do ORA, iniciamos uma nova fase no entendimento das propriedades biomecânicas da córnea(6). Até então, o conhecimento nesta área era limitado a estudos experimentais e modelos matemáticos(8,21). Fontes et al. reportaram as variações da CH e CRF em população brasileira normal, bem como suas relações com diversos parâmetros clínicos(22). A CH teve valores médios de 10,17, com desvio-padrão de 1,82, enquanto o CRF médio foi de 10,14, com desvio-padrão de 1,8. Um recente artigo de del Buey et al. demonstra que córneas com distrofia endotelial de Fuchs, com espessura significativamente maior (média de 606µm, com desvio-padrão de 20, variando entre 578-635µm), apresentam menores CH e CRF e maiores diferenças entre IOPcc que IOPg23. Adicionalmente, uma redução da CH e CRF foi encontrada após cirurgia da catarata, devido ao edema pós-operatório(24-26). Tal alteração se mostrou transitória, retornando aos patamares pré-operatórios entre 1 e 3 meses(25,26). A ECC pode ser medida por meio de sistema de ultrassom e óptico, não havendo diferenças significativas entre os métodos quando bem calibrados e realizados com metodologia correta(27). A ECC varia de forma ampla na população normal, havendo algumas diferenças em populações de diferentes regiões(22,28,29). Por exemplo, na população norte-americana, o valor médio de ECC é de 556µm, com desvio-padrão de 35(27) e na população brasileira, 545µm com desvio-padrão de 34(22), sendo que a variação foi semelhante em ambas as populações, de 454 a 669µm. Existe, portanto, uma superposição de valores em córneas normais e com edema por Distrofia de Fuchs (30). Entretanto, edema pode ser identificado com o padrão de atenuação da progressão espacial da paquimetria, com menor diferença entre a região mais fina e a periferia da córnea, o que é possível e facilitado pelos gráficos do Pentacam, CTSP e PTI(12,13). No presente caso relatado, observamos edema corneano apesar da espessura central ser inferior a 600µm. A retificação da progressão espacial da paquimetria, juntamente com a maior refletividade do estroma corneano e as medidas de CH e CRF mais baixas que os valores normais possibilitam a identificação clínica de edema. A IOPcc foi fundamental para Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 348-54 o diagnóstico de hipertensão ocular. Hipertensão ocular é uma complicação reconhecida após cirurgia de catarata, mesmo quando realizada sem complicações ou intercorrências per-operatórias(31,32). A diminuição das propriedades biomecânicas da córnea está relacionada à dificuldade na capacidade de detectar o aumento da PIO(24-26). Uma forma alternativa de se detectar tal aumento seria a tonometria de contorno dinâmico (PASCAL), que sofre menor influência das características da córnea por não ser necessário aplanação, mas apenas contato do sensor pressórico com a superfície(33-35). Optamos pela associação de betabloqueador com alfa 2 agonista no tratamento da hipertensão ocular associada à edema de córnea após cirurgia da catarata, uma vez que era desejada uma redução acentuada da PIO e tratar-se das melhores escolhas em termos de medicações para o caso. Em casos de doença endotelial, evitamos o uso de inibidor da anidrase carbônica tópico pela possível atuação na função endotelial, que pode causar ou agravar o edema(36-38). Considerando o quadro clínico da paciente, acreditamos que a causa da hipertensão ocular estaria relacionada com o processo inflamatório não controlado adequadamente, sendo também contraindicado o uso de prostaglandinas ou derivados. O tratamento da inflamação a base de corticóide geralmente é muito eficaz, devendo ser associado e ter o seu desmame bem controlado. Optamos por substituir o colírio de acetato de prednisolona por etabonato de lotoprednol para o desmame do corticóide, pois existe menor chance de hipertensão cortisônica(39). O desenvolvimento de sinais e sintomas relacionados com a disfunção lacrimal pode estar relacionado à presença de cloreto de benzalcônio como conservante nos colírios utilizados(40). O tratamento com suplementação alimentar a base de ácidos graxos insaturados essenciais tipo ômega 3 tem se mostrado eficaz em diversos estudos(4143) . O uso de colírio lubrificante a base de HP Guar é indicado no tratamento de disfunção lacrimal, principalmente se estiver relacionado com ceratopatia ponteada, bem como alterações da camada mucóide do filme lacrimal(44-45). Relatamos um caso de hipertensão ocular associado à edema de córnea após cirurgia de catarata em que a medida da pressão ocular por meio de TAG era hipoestimado. A documentação propedêutica com o ORA e Pentacam para avaliação biomecânica e tomográfica mostraram-se fundamentais para o diagnóstico, de modo a guiar o tratamento e acompanhamento clínico do caso. Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata ABSTRACT Goldmann applanation tonometry (GAT) overestimates intraocular pressure (IOP) measurements in cases with thick and flatter corneas.This is thought to occur linearly based on mathematical and on experimental studies. However, such influence does exist, but this is more complex than the one anticipated by pachymetry and keratometry because it is related to corneal biomechanical properties. The ocular response analyzer (ORA – Reichert) provides the data related to the biomechanical properties of the cornea along with the IOP measurements that are calibrated for correlating to the Goldmann applanation and also compensated from corneal properties. Also corneal tomography with a pachymetric map evaluation characterizes the cornea beyond central thickness and anterior curvature. In this article, we report a case of a 77 years old female patient with low vision, photofobia and ocular pain 28 days after phacoemulsification and intraocular lens implant. In the first visit, GAT was 14mmHg, while IOPcc (ORA corneal compensated IOP) was 25,6mmHg. Corneal hysteresis and resistance factor were low: 4,1 and 6,1mmHg respectively despite a central thickness of 601 micron. Corneal thickness spatial profile was attenuated with an edematous pattern that was also observed by the Scheimpflug images (Pentacam). Hypertensive uveitis was diagnosed and the patient was started on a fixed combination of timolol and brimonidine associate with prednisolone acetate.Three weeks after, the patient referred resolution of photofobia and marked improvement of vision. Clinically, edema was resolved as observed by corneal tomographyc and biomechanical findings. Keywords: Biomechanical properties; Corneal edema; Corneal tomography; Corneal thickness; Phacoemulsification; Case reports REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. Goldmann H, Schmidt T. [Applanation tonometry]. Ophthalmologica. 1957;134(4):221-42. German. Doughty MJ, Zaman ML. Human corneal thickness and its impact on intraocular pressure measures: a review and metaanalysis approach. Surv Ophthalmol. 2000;44(5):367-408. Dueker DK, Singh K, Lin SC, Fechtner RD, Minckler DS, Samples JR, Schuman JS. Corneal thickness measurement in the management of primary open-angle glaucoma: a report by the American Academy of Ophthalmology. Ophthalmology. 2007;114(9):1779-87. Sánchez-Tocino H, Bringas-Calvo R, Iglesias-Cortiñas D. [Correlation between intraocular pressure, paquimetry and keratometry in a normal population]. Arch Soc Esp Oftalmol. 2007;82(5):267-72. Spanish. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 353 Liu J, Roberts CJ. 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Endereço para correspondência Renato Ambrósio Jr. Rua Conde de Bonfim, nº 211/712 – Tijuca CEP 20520-050 – Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2274-5694 e-mail: [email protected] RELATO DE CASO 355 Imunoterapia tópica no tratamento do carcinoma basocelular periocular Topical immunotherapy for the treatment of periocular basal cell carcinoma Erick Marcet Santiago de Macedo1 , Rachel Camargo Carneiro1, Suzana Matayoshi2 RESUMO Os autores descrevem um paciente com carcinoma basocelular nodular em canto medial tratado com imiquimode creme 5%. A avaliação patológica de uma biópsia incisional realizada 12 semanas após o tratamento revelou a total resolução da lesão. Embora a cirurgia permaneça como tratamento de primeira escolha, a imunoterapia com imiquimode creme 5% surge como uma opção terapêutica válida para o tratamento ambulatorial do carcinoma basocelular periocular. Descritores: Carcinoma basocelular; Antineoplásicos; Imunoterapia; Neoplasias palpebrais; Biópsia; Relatos de casos 1 Pós-graduandos (Doutorado) do Setor de Plástica Ocular da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo - SP - Brasil; 2 Doutora, Médica Assistente e Chefe do Setor de Plástica Ocular da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo - SP - Brasil; Trabalho realizado no Setor de Plástica Ocular da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo - SP - Brasil Apoio CNPq - Processo CNPq nº480144/2008-7 Recebido para publicação em: 24/7/2009 - Aceito para publicação em 5/11/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 355-8 356 Macedo EMS, Carneiro RC, Matayoshi S, INTRODUÇÃO A neoplasia mais comum da região periocular é o carcinoma basocelular. Esse tumor de crescimento lento tem sua origem na epiderme e pode causar destruição significativa dos tecidos locais, porém raramente leva a metástase(1-2). Entre as causas que predispõe ao início desta transformação celular temos a exposição prolongada e repetida à radiação ultravioleta, predisposição genética, além da exposição a carcinógenos(1). A intervenção terapêutica é orientada para completa erradicação das células malignas e os tratamentos inadequados levam a recorrência. Na área periocular encontramos dificuldades de intervenção, uma vez que a terapia escolhida deve atingir essa meta com a máxima preservação da função palpebral e o melhor resultado estético possível. Atualmente visando alcançar esses objetivos algumas terapias conservadoras têm sido pesquisadas. Após uma ampla revisão bibiliográfica, observou-se que o imiquimode creme 5% apresenta os requisitos necessários para o uso em lesões perioculares (1) . O imunomodulador já tem seu destaque no uso dermatológico, observando-se uma cura histológica na grande maioria dos casos de carcinoma basocelular(2-3). Relato de caso Paciente masculino, 57 anos, Fitzpatrick tipo II, apresentando lesão nódulo-ulcerativa em canto medial de olho esquerdo há aproximadamente sete anos de crescimento lento, acompanhada de episódios de sangramento. A lesão media aproximadamente 10 mm em seu maior diâmetro (Figura 1A). Foi realizada biópsia incisional com punch de 2 mm escolhendo o local mais típico do tumor. O material coletado foi encaminhado para o departamento de patologia do próprio hospital, devidamente identificado em recipiente com Formol 10% para avaliação patológica. O exame revelou a presença de carcinoma basocelular nodular pela coloração de hematoxilina e eosina (HE). Apresentava o aspecto típico do ninho de células neoplásicas com paliçada periférica e retração do estroma adjacente (Figura 1B). O paciente foi orientado verbalmente e através do termo de consentimento livre esclarecido sobre as opções terapêuticas e optou-se pelo tratamento conservador por motivos estéticos e pela possibilidade de complicações pós-operatórias como epífora, devido a sua localização. Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 355-8 Figura 1: A – Lesão nódulo-ulcerativa em canto medial de olho esquerdo antes do tratamento; B – ninho de células neoplásicas com paliçada periférica (seta 1) e retração do estroma adjacente (seta 2)HE 200x Imiquimode creme 5% foi aplicado com cotonete por acompanhante após treinamento médico conforme posologia de uma vez ao dia, cinco vezes por semana, por 16 semanas. Foi orientado a utilizar gel lubrificante em fórnice conjuntival antes da aplicação da medicação e colírio lubrificante de seis em seis horas, durante o período de vigília. O acompanhamento oftalmológico foi quinzenal e o paciente referiu vários episódios de contato aci- Imunoterapia tópica no tratamento do carcinoma basocelular periocular 357 durante uma semana. Na décima segunda semana após o término do tratamento, foi submetido a nova biópsia incisional para controle de cura. Não há sinais de recidiva após doze meses de seguimento (Figura 2A). O resultado anátomo-patológico revelou paraqueratose de epitélio malpighiano e infiltrado linfoplasmocitário moderado em derme superficial com ausência de neoplasia no tecido examinado (Figura 2B). DISCUSSÃO Figura 2: A – Aspecto clínico um ano após o tratamento (sem sinais de recorrência); B – Fragmento de pele apresentando paraqueratose de epitélio malpighiano e infiltrado linfoplasmocitário moderado em derme superficial (seta); Biópsia 12 semanas após término do tratamento – corado pela HE, 200X dental com a conjuntiva. No decorrer do tratamento apresentou conjuntivite reacional e ceratite puntata leve que regrediu após interrupção da medicação. Após quinta semana de tratamento, o paciente relatou episódio de secreção ocular purulenta. Ao exame oftalmológico sob biomicroscopia, observou-se a presença de papilas em conjuntiva tarsal, sendo prescrito colírio de tobramicina uma gota de seis em seis horas O uso tópico do imiquimode 5% em creme para o tratamento de carcinomas basocelulares têm-se mostrado eficaz. Esse imunomodulador se sobrepõe em relação a outras terapias conservadoras como o interferon e as interleucinas intralesionais (1). Ao contrário da maioria dos imunomoduladores que têm a função de inibir a resposta imune, o imiquimode promove sua ativação. Sua principal ação consiste na liberação de Th1 citoquinas, promovendo a inflamação local da pele. Os antígenos tumorais passam a ser reconhecidos pelas células dendríticas da pele, internalizados e então apresentados aos linfócitos T citotóxicos que migram de volta para a pele, levando à destruição das células tumorais. Uma ação secundária observada foi a indução direta da apoptose das células tumorais pelo imiquimode, que parece ser capaz de ativar a via das caspases(1). Liberado para uso em CBC superficial e ceratose actínica em 2004 pelo “US Food and Drug Administration “ (FDA - U.S.A)(3-5) e em 2006 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda permanece em estudo para aplicação no CBC nodular, assim como na área periocular(4,6,7). O CBC nodular assim como o superficial são subtipos histológicos menos agressivos do CBC (2) e aparentemente mais responsivos a essa medicação. Os poucos trabalhos realizados na área periocular foram promissores, podendo se tornar uma alternativa interessante para casos em que o paciente recusa a intervenção cirúrgica seja por motivo estético ou por contra-indicação clínica(1-4-6-7). Os pacientes portadores de xeroderma pigmentar(8) e Síndrome Gorlin-goltz(9) em que são necessárias múltiplas cirurgias, muitas das vezes desfigurantes, também poderão se beneficiar da medicação. A ceratite puntata e a conjuntivite reacional foram os principais efeitos colaterais observados e coincidem com os da literatura(4-6). No presente caso uma conjuntivite bacteriana se sobrepôs à conjuntivite Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 355-8 358 Macedo EMS, Carneiro RC, Matayoshi S, reacional, demonstrando a importância do acompanhamento oftalmológico rigoroso no tratamento empregado. Estudos atualmente em curso avaliarão sua aplicabilidade na região periocular. Até o presente momento não se evidenciou nenhum dano ocular permanente(4-6-7). Todas as alterações oculares apresentadas na literatura(4-6) e no caso relatado foram temporárias e regrediram após interrupção do tratamento ou prescrição de colírios. ABSTRACT The authors describe a patient with a medial canthal nodular basal cell carcinoma treated with Imiquimod 5% cream. Pathologic evaluation of an incisional biopsy performed 12 weeks after treatment revealed complete resolution of local disease. Although the treatment of choice continues to be surgery, topical immunotherapy with imiquimod 5% cream is an emerging therapeutic option suitable for the outpatient treatment of periocular basal cell carcinoma. Keywords: Carcinoma, basal cell; Antineoplastic agents; Immunotherapy; Eyelid neoplasms ; Biopsy; Case reports REFERÊNCIAS 1. Macedo EMS, Carneiro RC, Matayoshi S. Nova modalidade no tratamento do carcinoma basocelular periocular: imiquimode: [revisão]. Rev Bras Oftalmol. 2007;66(6):411-7. Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 355-8 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 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Higienópolis, nº 870 apto. 63 – Higienópolis CEP 01242-001 - São Paulo - SP e-mail: [email protected] ARTIGO DE REVISÃO 359 “Crosslinking”de colágeno no tratamento do ceratocone Collagen crosslinking for the treatment of keratoconous Rodrigo Coelho Amaral1, Helena Parente Solari2 RESUMO Em meados da década de 90, o crosslinking de colágeno corneano foto-induzido utilizando riboflavina foi proposto como uma nova modalidade terapêutica no tratamento do ceratocone. Desde então foram estudados os efeitos deste procedimento em ambiente laboratorial e posteriormente em ensaios clínicos. Neste artigo, revisamos a literatura que já foi publicada até o momento no intuito de expor sobre o procedimento e seus efeitos. Descritores: Ceratocone/terapia; Colágeno/efeitos de radiação; Riboflavina/uso terapêutico; Terapia ultravioleta; Fototerapia; Raios ultravioleta; Reagentes para ligações cruzadas 1 2 Residente (R3) de Oftalmologia do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro – HSE - Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Pós-Doutora em Patologia Ocular na Universidade McGill em Montreal, Canadá; Professora adjunto da Universidade Federal Fluminense – UFF – Rio de Janeiro - (RJ), Brasil. Recebido para publicação em: 19/11/2009 - Aceito para publicação em 16/12/2009 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 359-64 360 Amaral RC, Solari HP INTRODUÇÃO I dealizado por Seiler et al.(1), o uso de irradiação ultravioleta A (UVA) associada à riboflavina (vitamina B2) para indução de crosslinking de colágeno da córnea apresenta-se como uma técnica promissora, que vem sendo amplamente divulgada através das experiências clínicas de pesquisadores do mundo inteiro. Este estudo tem como objetivo avaliar os resultados da utilização do crosslinking no tratamento do ceratocone, revisando os dados publicados de estudos in vitro e de estudos clínicos. Princípio bioquímico e molecular O colágeno representa o principal elemento presente na matriz extracelular (MEC) humana, estando envolvido principalmente em processos de renovação e cicatrização tissular. É um polímero proteico natural, sintetizado a partir dos fibroblastos e formado por polipeptídios organizados em cadeias(2,3). A reticulação polimérica é um processo onde cadeias poliméricas são interligadas por pontes de ligações formando uma rede polimérica tridimensional, processo também conhecido como crosslinking (formação de ligações cruzadas). Como resultado da reticulação, as estruturas tendem a perder sua fluidez e tornam-se mais rígidas(4,5). O conhecimento da capacidade de reação das moléculas de colágeno com produtos provenientes de seu ambiente (reticulação) levou Dalle Carbonare e Pathak a testarem a sensibilidade do colágeno frente à associação de riboflavina sob irradiação UVA. Observou-se um efeito catalisador atribuído a riboflavina no processo denominado fotopolimerização do colágeno, com conseqüente aumento na resistência da estrutura colágena atribuída à formação de novas ligações covalentes inter e intraestruturais (crosslinking)(6). A compreensão bioquímica da indução fotoquímica de crosslinking de colágeno foi demonstrada por Fujimori ainda em 1989. Como efeito, evidenciou-se um aumento no número de ligações interfibrilares, com subsequente aumento na estabilidade e densidade estrutural(7). No final da década de 90, Spoerl et al. propuseram o uso de luz ultravioleta associada a um agente fotossensibilizante (riboflavina) para indução da reticulação do colágeno corneano(8). Efeitos biomecânicos Em córneas normais, a estrutura do estroma é formada por cerca de 300 lamelas de colágeno de tama- Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 359-64 nhos que variam entre 0,5 a 250µm, e espessura entre 0,2 a 2,5µm. Cada lamela é composta por fibrilas de colágeno dispostas paralelamente, e cada fibrila, por sua vez, composta por micromoléculas de polipeptídeos separados em cadeias(9). A estabilidade biomecânica da córnea depende diretamente da interrelação destas estruturas e da manutenção de sua arquitetura. Em todos os níveis deste complexo morfológico encontram-se ligações do tipo crosslinking: intermoleculares, interfibrilares e interlamelares(10). Em estudo de córneas com ceratocone, Stachs et al. observaram irregularidade estrutural na disposição dos ceratócitos, bem como diminuição das lamelas oblíquas de orientação ântero-posterior no estroma anterior(11,12). O protocolo proposto de irradiação UVA com riboflavina em olhos de suínos e olhos humanos post morten demonstrou um aumento na rigidez elástica total de 328% nas córneas humanas tratadas, quando comparadas ao grupo controle. Este efeito mostrou-se mais evidente em olhos humanos se comparados ao de suínos, onde o incremento na resistência foi de apenas 71,9%% (13,14). Estes resultados são justificados pelo fato de que a irradiação UVA associada à riboflavina apresenta uma absorção de 70% de sua intensidade concentrada nos 200 a 300µm anteriores da córnea. Tendo a córnea humana em média 550µm de espessura central e a de suínos 850µm, esta medida torna-se proporcionalmente maior nas córneas humanas(13,14). Efeitos termomecânicos A desnaturação das moléculas de colágeno através de processos termoinduzidos resulta em perda da conformidade helicoidal de sua estrutura e consequente desaparecimento de sua birrefringência(15). O estudo destas alterações evidenciou um encurtamento das micro fibrilas, com consequente encurtamento do feixe colágeno como um todo(16). Quando aquecidas acima de um ponto crítico, as fibras colágenas apresentam uma fase pré-desnaturação, com a transição de um estado de solidez para um estado gelatinoso(15). Este processo é denominado hialinização, através do qual as ligações covalentes entre as moléculas de colágeno são quebradas e o processo de desnaturação se completa. Spoerl et al. observaram os efeitos térmicos em córneas de suínos tratadas com diferentes intensidades de temperatura comparando-as com córneas não tratadas. Evidenciou-se um incremento significativo no limiar máximo de encurtamento pós-desnaturação no grupo de córneas tratadas(15). “Crosslinking”de colágeno no tratamento do ceratocone Este efeito, no entanto, não se mostra homogêneo no tecido corneano. Durante a análise histológica e biomicroscópica dos botões corneanos submetidos à temperatura de 70º C pôde-se observar um efeito predominantemente acentuado nas 200µm anteriores da córnea, onde a arquitetura organizada e a presença de birrefringência ainda encontravam-se presentes(15). Efeitos morfológicos Durante o processo de envelhecimento natural do tecido corneano ocorre um aumento no diâmetro da fibra de colágeno de 4,5%(17,18). As alterações descritas no processo de envelhecimento foram evidenciadas na microscopia eletrônica de córneas de coelhos submetidos ao procedimento de crosslinking induzido pela UVA associado à riboflavina (16) . As fibras de colágeno corneano apresentaram um aumento, em média, de 12,2% de seu diâmetro no estroma anterior e 4,6% no estroma posterior quando comparado ao grupo controle. A diferença de 9,3% maior do efeito no estroma anterior em relação ao posterior corroborou para evidência previamente descrita de uma indução maior de crosslinking na porção anterior da córnea(19). O diâmetro da fibra colágena demonstrada por Wollensak et al. neste experimento obteve um aumento médio na ordem de 3,96 nm(16). Não houve perda da transparência corneana em nenhuma amostra corroborando para evidência de um procedimento seguro(19). Efeitos enzimáticos Em pacientes com ceratocone a detecção de produtos resultantes da degradação do colágeno (telopeptídeos), detectadas na lágrima, foi demonstrada como sendo cerca de 3,5 vezes maior, quando comparado ao grupo controle. Esta evidência contribuiu tardiamente para a detecção de um catabolismo enzimático acelerada no ceratocone, quando comparado a olhos normais(20,21). Durante o processo de estudos laboratoriais, no intuito de avaliar os efeitos do tratamento de crosslinking fotoinduzido, foi possível observar um importante decréscimo nas taxas dos subprodutos da degradação do colágeno em córneas tratadas. A este fato atribui-se uma menor atividade de algumas enzimas envolvidas no turn-over de colágeno corneano, como as metaloproteinases matriciais tipo 1 e 13 (MMP’s), tripsina humana tipo 2 e catepsina K(22). Efeitos sobre os ceratócitos A radiação ultravioleta, por si só, pode exercer um efeito deletério na camada de ceratócitos. A intensi- 361 dade deste efeito está diretamente ligada ao comprimento de onda de cada um de seus espectros. O espectro UVA é o maior de todos, com comprimento entre 315 e 400nm. Esta característica confere ao mesmo uma capacidade de transmissão na ordem de 25 a 35% de sua irradiação às camadas mais profundas da córnea, sendo absorvido no estroma anterior onde exerce importante efeito citotóxico(23). O processo de desepitelização corneana também exerce um efeito lesivo aos ceratócitos, porém de forma menos intensa, acometendo somente os 50µm anteriores da córnea. A riboflavina, por ser uma substância endógena, não exerce qualquer efeito citotóxico direto ao estroma corneano(23,24). Wollensak et al. demonstraram in vitro os efeitos da irradiação proposta para o tratamento do ceratocone em culturas de ceratócitos provenientes de córneas de suínos. A análise dos tecidos tratados sob diferentes intensidades demonstrou um limiar de citotoxicidade na ordem de 5mW/cm² quando somente tratada com UVA, e uma redução para 0,5 mW/cm² quando se utilizou a associação UVA-riboflavina. Estes resultados evidenciam a função catalisadora da riboflavina no processo (24). Posteriormente, Wollensak et al. estudaram através de microscopia eletrônica, córneas de suínos tratadas sob diversas intensidades de irradiação. Os achados in vivo demonstraram bastante semelhança com o experimento anterior utilizando cultura de ceratócitos suínos, reafirmando o limiar de citotoxicidade (25). Nestes estudos, não foi observado nenhum caso de alteração na transparência ou espessura corneana, efeito também ausente durante a realização de ensaios clínicos com humanos que serão descritos a seguir (24,25). Efeitos colaterais A radiação UV representa um importante fator lesivo à córnea, cristalino, e retina. Os danos causados pelos raios UV dependem do comprimento de onda da radiação, da área sobre a qual ela incide, bem como do tempo de exposição. Na ausência de um fotossensibilizante, lesões endoteliais foram demonstradas na presença de comprimentos de ondas maiores que 350nm e intensidade superior a 3mW/cm² (26). Durante experimentos realizados, o limiar de segurança para a lesão fotoativa foi de 70 J/cm² para o cristalino, 42 J/cm² para a córnea e 4.3 m W/cm² para a retina(24,25,27). Comparando-se estes valores citados à dose utilizada durante o procedimento de crosslinking UVA-R induzido em humanos (3mW/cm², 5.4 J/cm²), nenhum dano é esperado no endotélio corneano, cristalino ou mesmo retina(24,25,27). Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 359-64 362 Amaral RC, Solari HP A concentração da riboflavina instilada na superfície ocular apresenta significativa relevância no processo de absorção e difusão da mesma nas camadas mais profundas da córnea. Com um peso molecular de 376,37 g/mol, o epitélio intacto representa uma barreira à sua difusão, fazendo-se de forma lenta e incompleta. Por esse motivo, deve-se realizar o desbridamento prévio do epitélio corneano, no intuito de acelerar a saturação de riboflavina no estroma corneano(27,28). O coeficiente de absorção da solução de riboflavina aumenta linearmente até uma concentração de 0,04%, mantendo-se constante a partir deste ponto para concentrações entre 0,05% e 0,1%. Após trinta minutos da aplicação, a concentração de 0,04% de riboflavina passa a ser detectável em qualquer ponto a uma profundidade de 400µm, apresentando um decréscimo de concentração à medida que se aprofunda no tecido corneano. Esta concentração cria uma espécie de barreira adicional a todas as estruturas localizadas posteriormente ao estroma corneano, incluindo endotélio corneano, câmara anterior, íris, cristalino e retina(28). A citotoxicidade da irradiação UVA-R durante a exposição terapêutica e seus efeitos na camada de ceratócitos e endotélio foi estudada por Wollensak et al.(23,24). Em córneas de coelhos e em cultura in vitro de ceratócitos de suínos, após o tratamento com UVA-R sob os parâmetros recomendados, foi observada apoptose de ceratócitos a uma profundidade de até 300µm(23,24). Em conformidade com estes achados laboratoriais, a microscopia confocal de 10 córneas tratadas nos parâmetros recomendados revelou morte de ceratócitos a uma profundidade de 270-350µm no estroma, com repopularização e recuperação total de sua densidade celular após seis meses do tratamento. Nenhum dano ao endotélio foi observado em qualquer momento do tratamento (29). No ensaio clínico mais recente, onde foram estudados efeitos colaterais do tratamento em córneas de humanos tratadas in vivo, foram relatados como efeitos colaterais: opacidade estromal leve transitória e autolimitada, infiltrado estromal estéril na proporção de 7.6% e cicatriz estromal em 2.8% dos casos(30). Estudos clínicos O pioneirismo na utilização de UVA-R em pacientes com ceratocone data de 1998, na Alemanha, quando Wollensack et al. trataram 16 olhos com diagnóstico de ceratocone progressivo e moderado. Após o acompanhamento entre 1 e 3 anos, a progressão do ceratocone foi paralisada em todos os casos, com melhora da acuidade visual e redução do valor ceratométrico máxi- Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 359-64 mo em 50% dos casos. Em nenhum caso foi observada qualquer perda na transparência corneana ou diminuição na celularidade endotelial(31). Na segunda fase deste ensaio, 22 pacientes com ceratocone moderado a avançado foram tratados, com 52% dos olhos incluídos apresentando progressão da doença, com valor ceratométrico máximo entre 48 e 72 dioptrias. A progressão do ceratocone foi interrompida em todos os pacientes tratados, além disso, em 70% dos casos ocorreu uma redução de duas dioptrias no valor ceratométrico (K) máximo. A acuidade visual medida após a melhor correção apresentou ganho médio de 1,26 linhas, com redução de 1,14 ± 2.18 dioptrias de equivalente esférico. Em 22% dos olhos contralaterais utilizados como controles, no entanto, houve progressão da ectasia com um aumento médio de 1,48 dioptrias na ceratometria máxima. A transparência da córnea e do cristalino, bem como a densidade das células endoteliais permaneceram inalteradas(32). Novos resultados obtidos com acompanhamento de 3 a 5 anos, também em Dresden, mostraram que todos os 60 olhos com ceratocone tratados pararam de evoluir. Em 31 olhos ocorreu um aplanamento discreto do cone com valor médio de 2,87 D e a melhor acuidade visual corrigida aumentou em 1,4 linhas(33). Outro estudo europeu mostrou uma redução média de 2,5 D no equivalente esférico, confirmada topograficamente, com melhora na acuidade visual e diminuição de parâmetros topográficos. Caporossi et al. e Mazzotta et al. publicaram seus resultados correlacionando os dados clínicos com evidências observadas à microscopia confocal e topoaberrometria no seguimento de seis meses (29,34) . O HRT II-RCM (Heidelberg Retinal Tomograph II Rodstock Corneal Module) registrou um efeito confinado aos 350µm anteriores da córnea, enquanto que a topoaberrometria detectou um aumento na simetria corneana(34). Nestes estudos não houve evidências de qualquer alteração endotelial ou da pressão intraocular e pôde-se confirmar in vivo o potencial de regeneração da camada de ceratócitos já especulada durante os ensaios laboratoriais(25,27,29,34). Desde o início dos ensaios clínicos, mais de 272 pacientes, contabilizando um total de 480 olhos com ceratocone foram submetidos ao tratamento com o crosslinking em Dresden. A recente publicação dos resultados após o acompanhamento dos pacientes pelo período de 6 anos confirmou a tendência positiva dos resultados preliminares. Ao final do terceiro ano, o aplainamento do ápice corneano demonstrou um decréscimo do valor ceratométrico máximo na ordem de 4.84 dioptrias. Os 363 “Crosslinking”de colágeno no tratamento do ceratocone parâmetros clínicos também obtiveram bons resultados, mostrando ganho de pelo menos uma linha de visão na tabela EDTRS em 57% dos pacientes em média e a ausência de perdas de mais linhas, em aproximadamente 22%%(35). No Brasil, em 2008, Lamy et al. publicaram os resultados preliminares obtidos através da aplicação do protocolo internacional em pacientes do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foram tratados 37 olhos com análise ao final de 90 dias. Os resultados mostraram uma redução do poder dióptrico médio (PDM) em até 1,3 dioptrias em 83,8% dos olhos e um aumento de 0,3 dioptrias em 16,2%, apresentando portanto uma média de 0,4 dioptrias de decréscimo. O valor ceratométrico máximo reduziu 0,6 dioptrias em média nos 3 milímetros centrais e a acuidade visual corrigida evoluiu com melhora média de 6,27 letras(36). Em suma, pode-se concluir que a utilização clínica segura da irradiação UVA-R em córneas de humanos, no tratamento do ceratocone, depende de criteriosa seleção de pacientes e da manutenção das recomendações técnicas protocoladas. A literatura evidencia resultados promissores, porém são ainda necessários mais estudos prospectivos com maior número de pacientes e tempo de acompanhamento para confirmação da eficácia e segurança deste novo procedimento. 4. ABSTRACT 16. In middle of 90th decade, corneal collagen crosslinking photo-induced by riboflavin was considered as a new therapeutical modality in the treatment of keratoconus. Since then, the clinical effect of this procedure in laboratorial environment and clinical assays had been studied. In this article, we revise the literature already published until the moment in order to display on the procedure and its effects. Keywords: Keratoconus/therapy; Collagen/ radiation effects; Riboflavin/therapeutic use; Ultraviolet therapy; Phototherapy; Ultraviolet rays; Crosslinking reagents 17. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. Seiler T, Spoerl E, Huhle M, Kamouna A. Conservative therapy of keratoconus by enhancement of collagen crosslinks. Invest Ophthalmol Vis Sci. 1996;37:S1017 Amsler M. [Some data on the problem of keratoconus].Bull Soc Belge Ophtalmol. 1961;129:331-54. French. Mano EB, Mendes LC. Introdução a polímeros. 2a ed. São Paulo: Blücher; 1999. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. Prockop DJ, Kivirikko KI, Tuderman L, Guzman NA. The biosynthesis of collagen and its disorders (first of two parts). N Engl J Med. 1979;301(1):13-23. Andrade CT, Coutinho FM, Dias ML, Lucas EF, Oliveira CM, Tabak D. Dicionário de polímeros. Rio de Janeiro: Interciência; 2001. Dalle Carbonare M, Pathak MA. Skin photosensitizing agents and the role of reactive oxygen species in photoaging. 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Collagen crosslinking with riboflavin and ultraviolet-A light in keratoconus: long-term results. J Cataract Refract Surg. 2008;34(5):796-801. 36. Lamy R, Netto CF, Pecego MG, Pecego JG, Pereira BB, Moraes Júnior, HV, et al. Reticulação do colágeno corneano com radiação ultravioleta e riboflavina para tratamento do ceratocone: resultados preliminares de um estudo brasileiro. Rev Bras Oftalmol. 2008; 67(5):231-5. Endereço para correspondência Helena Parente Solari Av. Mariz e Barros, nº 459 - Icaraí CEP 24220-120 - Niterói - RJ - Brasil 365 Índice remissivo do volume 68 Autores ED. PÁG. ED. PÁG. Betinjane, Alberto Jorge... et al. - Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular .................................................................................................. 5 291 100 Almodin, Edna... et al. - Tratamento aditivo do ceratocone por ‘crosslinking’ do colágeno após implante de anel de Ferrara .......... 3 Bezerra, Andreya Ferreira Rodrigues... et al. - Importância do exame oftalmológico na doença de von Hippel-Lindau ................................... 4 241 138 Almodin, Juliana... et al. - Tratamento aditivo do ceratocone por ‘crosslinking’ do colágeno após implante de anel de Ferrara .......... 3 Biancardi, Ana Luiza ... et al. - Uso de ciclosporina 0,05% tópica no tratamento do olho seco de pacientes portadores do vírus HIV ....... 2 83 138 Alves, Milton Ruiz... et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia ................................................ 3 129 Bonomo, Pedro Paulo... et al. - Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso ..................................................................................................... 1 22 Amador, Rodrigo Carvalho... et al. - Resultados da associação trabeculotomia-trabeculectomia em pacientes não idosos ................ 4 223 Brandão, Juliana Cabral Duarte... et al. - Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma ............................ 4 245 Amaral, Beatriz Lopes Moura Brasil do... et al. - Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas ............ 6 327 Caballero, Juan Carlos... et al. - A neutralização do astigmatismo corneano durante a cirurgia da catarata por meio de lente intraocular tórica: resultados ......................................................................................... 2 76 359 Caliari, Larissa Casteluber... et al. - Retinopatia de Purtscher e Purtscher-like .............................................................................................. 2 114 344 Calucci, Daniela... et al. - Avaliação ocular multimodal em doenças heredodistróficas e degenerativas da retina ........................................ 5 309 103 Campos, Christian Marcellus de Camargo... et al. - Antiphospholipid syndrome and retinal vein occlusion ...................................................... 2 100 Canedo, Ana Laura... et al. - Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata .......................................... 6 348 Carani, José Carlos Eudes... et al. - Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular ............................................................................................................. 5 291 Carneiro, Rachel Camargo... et al. - Imunoterapia tópica no tratamento do carcinoma basocelular periocular – relato de caso ... 6 355 Almeida, Henderson Celestino de... et al. - Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxina sobre as células satélites da musculatura extrínseca ocular em modelo animal ........ 5 296 Almeida, Homero Gusmão de... et al. - Antiphospholipid syndrome and retinal vein occlusion ......................................................................... 2 Amaral, Rodrigo Coelho... et al. - ‘Crosslinking’ de colágeno no tratamento do ceratocone .......................................................................... 6 Ambrósio Junior, Renato... et al. - Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata: relato de caso ........ 6 Andrade, Dorislay Barbosa de Sousa Camargo... et al. - Prolapso de gordura orbitária e oftalmopatia de graves ......................................... 2 Andrade, Marizilda Rita de... et al. - Ceratectomia fotorrefrativa (PRK) com mitomicina C a 0,02% para correção de grau acentuado de astigmatismo hipermetrópico composto secundário a cirurgia de ceratotomia radial (RK) ........................................................................... 3 156 Aragão, Ricardo Evangelista Marrocos de... et al. - Importância do exame oftalmológico na doença de von Hippel-Lindau ...................... 4 241 Araújo, Rita de Cássia Aquino de... et al. - Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente como fator de risco .................................................. 6 344 Arschinoff, Steve... et al. - Tratamento aditivo do ceratocone por ‘crosslinking’ do colágeno após implante de anel de Ferrara .......... 3 Carricondo, Pedro Carlos... et al. - Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil ...................................................................... 1 18 138 Athanázio, Paulo Roberto Fontes... et al. - Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma ............................ 4 Carvalho, Durval Moraes de... et al. - Endoscopic cyclophotocoagulation in refractory glaucomas: a long term study .... 3 146 245 Avakian, Amaryllis... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 7 Castanheira, Vera Regina Cardoso... et al. - Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular ............................................................................................................. 5 291 216 Cavalcante, Adhele Furlani de Sá... et al. - Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular .................................................................................................. 5 291 76 Avakian, Amaryllis... et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens ................................................................................................................. 4 Barbosa, Manuela Maria Valença Cordeiro... et al - Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal .... 6 332 Barreira, Iêda Maria Alexandre... et al. - Importância do exame oftalmológico na doença de von Hippel-Lindau ................................... 4 Centurion, Virgilio... et al. - A neutralização do astigmatismo corneano durante a cirurgia da catarata por meio de lente intraocular tórica: resultados .......................................................................................... 2 241 Centurion, Virgilio... et al. - Excelência em cirurgia de cristalino ...... 5 257 83 Cheng Te Cheng... et al. - Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular ................... 5 291 59 Barreto, Rodrigo de Pinho Paes... et al. - Uso de ciclosporina 0,05% tópica no tratamento do olho seco de pacientes portadores do vírus HIV ................................................................................................................. 2 Belfort Junior, Rubens... et al. - Avaliação de sistema de leitura portátil (SLP) para baixa visão desenvolvido no Brasil .................... 5 259 Coblentz , Jacqueline... et al. - Aspectos atuais no diagnóstico do edema macular diabético ......................................................................................... 1 Berezovsky, Adriana... et al. - Avaliação de sistema de leitura portátil (SLP) para baixa visão desenvolvido no Brasil .................... 5 259 Bernardes, Taliana Freitas ... et al. - Entrópio congênito primário da pálpebra superior ....................................................................................... 1 Coelho, Maria do Carmo Jordão... et al. - Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxina sobre as células satélites da musculatura extrínseca ocular em modelo animal ......................... 5 296 53 Bertino, Pedro Moreira... et al. - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público ...................... 4 201 Costa, Marlene Coelho da... et al. - Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso .......................................................................................... 1 22 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 366 ED. PÁG. Costa Filho, Adroaldo de Alencar... et al. - Ensino de oftalmologia na graduação médica. Estudo comparativo de aprendizado na oftalmoscopia direta com oftalmoscópio convencional e de campo amplo (Panoptic) ......................................................................................... 4 231 Costa Filho, Adroaldo de Alencar... et al. - Tendências evolutivas dos cirurgiões de catarata presentes no IV Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa .................................................................. 1 13 Costa, Alinne Maria Camargos da ...et al. - Antiphospholipid syndrome and retinal vein occlusion ...................................................... 2 100 Costa, Rogério Alves... et al. - Avaliação ocular multimodal em doenças heredodistróficas e degenerativas da retina ........................ 5 309 Couto Junior, Abelardo de Souza... et al. - Prevalência da retinopatia diabética em unidade do Programa de Saúde da Família ................... 2 90 Crema, Armando Stefano... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ........................................................................................ 3 134 Dalfré, Joyce Treinta... et al. - Emergências oftalmológicas em um hospital dia ................................................................................................... 4 Dalfré, Joyce Treinta... et al. - Corpo estranho intracristaliniano .... 2 197 96 Damasceno, Eduardo de França... et al. - Ensino de oftalmologia na graduação médica. Estudo comparativo de aprendizado na oftalmoscopia direta com oftalmoscópio convencional e de campo amplo (Panoptic) ......................................................................................... 4 231 ED. PÁG. Freitas, Francisco Valter da Justa... et al. - Como (ainda) ser feliz na profissão ........................................................................................................ 6 325 Freitas, Luiz Antônio Rodrigues de... et al. - Papel da imunoistoquímica no diagnóstico das alterações oculares na leishmaniose tegumentar americana. Relato clínico-patológico de cinco casos .................................................................................................... 3 152 Freitas, Marcelo Siqueira de ...et al. - Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente como fator de risco’ .................................................................... 6 344 Fujita, Reinaldo... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ..................................................... 1 7 Gaffree, Fernanda Ferreira Pires ... et al. - Tendências evolutivas dos cirurgiões de catarata presentes no IV Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa .................................................................. 1 13 Gaiotto Júnior, Osmar Antônio... et al. - Corpo estranho intracristaliniano ........................................................................................ 2 96 Gaiotto Júnior, Osmar Antônio...et al. - Emergências oftalmológicas em um hospital dia ...................................................................................... 4 197 Galvão, Cláudia...et al. - Melanocitoma associado à membrana neovascular subrretiniana ........................................................................ 4 237 Garcia, Alessandro Perussi ...et al. - Estesiometria corneana póscirurgia fotorrefrativa ............................................................................... 5 271 Giovedi Filho, Renato...et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia .................................... 3 129 264 Damasceno, Nadyr Antonia Pereira... et al. - Ensino de oftalmologia na graduação médica. Estudo comparativo de aprendizado na oftalmoscopia direta com oftalmoscópio convencional e de campo amplo (Panoptic) ......................................................................................... 4 231 Duarte Brandão, Juliana Cabral...et al. - Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma ............................ 4 245 Goedert, Merry Elizabeth ...et al. - Avaliação da aplicabilidade e do custo da profilaxia da oftalmia neonatal em maternidades da grande Florianópolis ................................................................................................ 5 22 Gomes, Beatriz de Abreu Fiuza ... et al.- Tendências evolutivas dos cirurgiões de catarata presentes no IV Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa .................................................................. 1 13 Gomes, Beatriz de Abreu Fiúza... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ................................................................................. 3 134 Gomes, Beatriz de Abreu, Fiúza... et al. - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público. 4 201 Gomes, Louise Pellegrino...et al. - Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas .................................................... 6 327 Gonçalves, Roberto Martins...et al. - Antiphospholipid syndrome and retinal vein occlusion ................................................................................. 2 100 Guedes, Murielem Fernandes ... et al. - Prevalência da retinopatia diabética em unidade do Programa de Saúde da Família ................... 2 90 Guerra, Frederico... et al. - Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata: relato de caso .............. 6 348 Hida, Wilson Takashi ... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 7 216 Eckert , Gabriela Unchalo ... et al. - Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso .......................................................................................... 1 Eduardo Ferrari, Marback ...et al. - Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente como fator de risco ...................................................................... 6 344 Fante, Danilo...et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 216 Feres, Rachel Campêlo... et al. - Prolapso de gordura orbitária e oftalmopatia de Graves .............................................................................. 2 103 Fernandes, Celso Lopez... et al. - Função visual de crianças pseudofácicas por catarata infantil ......................................................... 5 278 Ferrara, Daniela Cavalcanti... et al. - Avaliação ocular multimodal em doenças heredodistróficas e degenerativas da retina .................. 5 309 Ferrara, Paulo...et al. - Tratamento aditivo do ceratocone por ‘crosslinking’ do colágeno após implante de anel de Ferrara .......... 3 138 Ferraz, Patrícia da Rocha Pitta... et al. - Função visual de crianças pseudofácicas por catarata infantil ......................................................... 5 278 Ferreira, Ana Luiza Lise...et al. - Fixação iriana de lentes de câmara posterior para o tratamento da afacia .................................................... 5 284 Hida, Wilson Takashi ...et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 37 Hida, Wilson Takashi... et al. - Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil ..................................................................... 1 18 Hirai, Flavio Eduardo ...et al. - Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal ........................................... 6 332 Hofling-Lima, Ana Luisa...et al. - Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal ............................................. 6 332 Hokazone Kenzo...et al. - Retinal nerve fiber layer loss documented by optical coherence tomography in patients with optic tract lesions ............................................................................................................ 1 48 Hokazono, Kenzo ...et al. - Síndrome do ápice orbitário causada por herpes zóster oftálmico: relato de caso e revisão da literatura ........ 5 304 Holzchuh, Ricardo... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 7 Holzchuh, Ricardo...et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 216 Ferreira, Juliana de Lucena Martins... et al. - Evidências obtidas de um caso de melanoma de íris recidivado ................................................ 1 Flores, Eduardo... et al. - Tratamento do lagoftalmo paralítico com a utilização do implante de peso de ouro recoberto pela aponeurose do músculo levantador palpebral ............................................................ 1 Floriano, João Fernandes... et al. - Prevalência de infecção por Chlamydia Tracomatis em amostras oculares de pacientes com conjuntivite em laboratório de genética e biologia molecular na região metropolitana de Florianópolis .................................................. 4 Fortes Filho, João Borges... et al. - Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso .......................................................................................... 1 30 206 22 Fraga, Diego de Souza... et al. - Prevalência de infecção por Chlamydia Tracomatis em amostras oculares de pacientes com conjuntivite em laboratório de genética e biologia molecular na região metropolitana de Florianópolis ................................................................ 4 206 França, Valenio Perez... et al. - Entrópio congênito primário da pálpebra superior ....................................................................................... 1 53 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 367 ED. PÁG. Macedo, Erick Marcet Santiago de...et al. - Imunoterapia tópica no tratamento do carcinoma basocelular periocular – relato de caso ... 6 355 7 Machado, Marcos de Oliveira ...et al. - Prevalência de infecção por Chlamydia Tracomatis em amostras oculares de pacientes com conjuntivite em laboratório de genética e biologia molecular na região metropolitana de Florianópolis .................................................. 4 206 134 Maia Junior, Otacílio de Oliveira...et al. - Melanocitoma associado à membrana neovascular subrretiniana ..................................................... 4 237 175 Marback, Eduardo Ferrari... et al. - Melanocitoma associado à membrana neovascular subrretiniana .................................................... 4 237 Marback, Eduardo Ferrari... et al. - Papel da imunoistoquímica no diagnóstico das alterações oculares na leishmaniose tegumentar americana. Relato clínico-patológico de cinco casos .......................... 3 152 216 Marback, Roberto Lorens... et al. - Papel da imunoistoquímica no diagnóstico das alterações oculares na leishmaniose tegumentar americana. Relato clínico-patológico de cinco casos .......................... 3 152 18 Marback, Roberto Lorens... et al. - Melanocitoma associado à membrana neovascular subrretiniana .................................................... 4 237 18 Marback, Roberto Lorens... et al. - Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma ............................................. 4 245 201 Martinelle, Edmundo Velasco...et al. - Estesiometria corneana póscirurgia fotorrefrativa ............................................................................... 5 271 223 Martins, Felipe Cortizas Ré... et al. - Biometria ultrassônica no cálculo do poder dióptrico de lentes intraoculares: estudo comparativo dos métodos de contato e de imersão ............................................................. 4 212 76 Maruyama, Aparecida Tapia ... et al. - Percepção dos professores da rede regular de ensino sobre os problemas visuais e a inclusão de alunos com baixa visão ............................................................................... 2 73 Massa, Lívio...et al. - Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas ...................................................................... 6 327 Masson, Victor Ferreira...et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 216 Jales, Martha de Queiroz Monteiro...et al. - Membrana neovascular subrretiniana justapapilar em paciente com papiledema e hipertensão intracraniana idiopática ..................................................... 1 42 Kara-Jose Junior, Newton... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 Kara-Jose Junior, Newton... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ........................................................................................ 3 Kara-Jose Junior, Newton... et al. - Lentes asféricas: avaliação da indicação clínica e das opções de lentes ................................................ 3 Kara-Jose Junior, Newton... et al. - Novidades na cirurgia de catarata: lentes intraoculares asféricas .................................................................. 4 Kara-Jose Junior, Newton...et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 Kara-Jose, Newton... et al. - Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil ..................................................................... 1 Kara-Junior, Newton... et al. - Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil ..................................................................... 1 Kara-Junior,Newton...et al. - Perfil do paciente ceratopatia bolhosapós-facectomia atendidos em hospital público ....................... 4 Kiefer, Kélcia...et al. - Resultados da associação trabeculotomiatrabeculectomia em pacientes não idosos .............................................. 4 Lacava, Augusto Cézar... et al. - A neutralização do astigmatismo corneano durante a cirurgia da catarata por meio de lente intraocular tórica: resultados ......................................................................................... 2 Lacordia, Marta Halfeld Ferrari Alves...et al. - Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxina sobre as células satélites da musculatura extrínseca ocular em modelo animal ........ 5 ED. PÁG. 195 291 Lamim, Raul Fernando Binato...et al. - Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxina sobre as células satélites da musculatura extrínseca ocular em modelo animal ......................... 5 291 Leite, Cícero Narciso Moreira... et al. - Evidências obtidas de um caso de melanoma de íris recidivado ...................................................... 1 37 Leonor, Ana Carolina Igreja ...et al. - Emergências oftalmológicas em um hospital dia ...................................................................................... 4 Matayoshi, Suzana...et al. - Imunoterapia tópica no tratamento do carcinoma basocelular periocular – relato de caso ............................ 6 355 197 Mazurek, Maysa Godoy Gomes...et al. - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público. 4 201 96 Medeiros, Hilton Arcoverde Gonçalves de... et al. - Retinopatia de Purtscher e Purtscher-like ......................................................................... 2 114 Medeiros, João Eugenio Gonçalves de... et al. - Retinopatia de Purtscher e Purtscher-like ......................................................................... 2 114 Meirelles, Sergio Henrique Sampaio... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ...................................................................... 3 134 Meirelles, Sergio Henrique Sampaio...et al - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público. 4 201 Melo, Laura Gomes Nunes de...et al. - Aspectos atuais no diagnóstico do edema macular diabético ..................................................................... 1 59 Mendes, Marcio Henrique... et al. - Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular ............................................................................................................. 5 291 Memória, Marineuza Rocha... et al. - Evidências obtidas de um caso de melanoma de íris recidivado .............................................................. 1 37 Mendes Junior, Epaminondas de Souza...et al - Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma .................. 4 245 Menezes, Maria Elizabeth...et al. - Prevalência de infecção por Chlamydia Tracomatis em amostras oculares de pacientes com conjuntivite em laboratório de genética e biologia molecular na região metropolitana de Florianópolis .................................................. 4 206 Miyaji, Marcos Enrique... et al. - Biometria ultrassônica no cálculo do poder dióptrico de lentes intraoculares: estudo comparativo dos métodos de contato e de imersão ............................................................. 4 212 152 201 Leonor, Ana Carolina Igreja... et al. - Corpo estranho intracristaliniano ........................................................................................ 2 Lessa, Sergio... et al. - Tratamento do lagoftalmo paralítico com a utilização do implante de peso de ouro recoberto pela aponeurose do músculo levantador palpebral ............................................................ 1 30 Lima, Eliana Cunha ...et al. - Avaliação de sistema de leitura portátil (SLP) para baixa visão desenvolvido no Brasil ................................... 5 259 Lima, Francisco Eduardo...et al. - Endoscopic cyclophotocoagulation in refractory glaucomas: a long term study ........................................... 3 146 Lima, Vagner Loduca...et al. - Biometria ultrassônica no cálculo do poder dióptrico de lentes intraoculares: estudo comparativo dos métodos de contato e de imersão ............................................................. 4 212 Lui, Tatiana Adarli Fioravanti... et al. - Ceratectomia fotorrefrativa (PRK) com mitomicina C a 0,02% para correção de grau acentuado de astigmatismo hipermetrópico composto secundário a cirurgia de ceratotomia radial (RK) ........................................................................... 3 156 Lui, Aline Cristina Fioravanti... et al . - Ceratectomia fotorrefrativa (PRK) com mitomicina C a 0,02% para correção de grau acentuado de astigmatismo hipermetrópico composto secundário a cirurgia de ceratotomia radial (RK) ........................................................................... 3 156 Lui, Aline Cristina Fioravanti...et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia .............................. 3 129 Lui, Giovana Arlene Fioravanti... et al .- Ceratectomia fotorrefrativa (PRK) com mitomicina C a 0,02% para correção de grau acentuado de astigmatismo hipermetrópico composto secundário a cirurgia de ceratotomia radial (RK) ........................................................................... 3 156 Lui, Giovana Arlene Fioravanti...et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia ......... 3 129 Moitinho, Lívia Maria Nossa... et al. - Papel da imunoistoquímica no diagnóstico das alterações oculares na leishmaniose tegumentar americana. Relato clínico-patológico de cinco casos .......................... 3 129 Monica, Luiz Alberto Molina...et al. - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público. . 4 Lui, Tatiana Adarli Fioravanti...et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia .............................. 3 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 368 ED. PÁG. Monte, Fernando Queiroz... et al. - Evidências obtidas de um caso de melanoma de íris recidivado .................................................................... 1 Monteiro, Mário Luiz Ribeiro... et al. - Hipertensão intracraniana idiopática de apresentação atípica com papiledema unilateral ....... 3 37 168 Monteiro, Mário Luiz Ribeiro... et al. - Membrana neovascular subrretiniana justapapilar em paciente com papiledema e hipertensão intracraniana idiopática ............................................................................. 1 42 Monteiro, Mário Luiz Ribeiro... et al. - Retinal nerve fiber layer loss documented by optical coherence tomography in patients with optic tract lesions .................................................................................................. 1 48 Monteiro, Mário Luiz Ribeiro... et al. - Síndrome do ápice orbitário causada por herpes zóster oftálmico: relato de caso e revisão da literatura ....................................................................................................... 5 304 Moraes Júnior, Haroldo Vieira de... et al. - Uso de ciclosporina 0,05% tópica no tratamento do olho seco de pacientes portadores do vírus HIV ................................................................................................................. 2 83 Moreira, Marise Amaral Rebouças... et al. - Prolapso de gordura orbitária e oftalmopatia de Graves ........................................................ 2 103 Moreira, Pedro Bertino ... et al. - Emergências oftalmológicas em um hospital dia ................................................................................................... 4 Moreira, Pedro Bertino... et al. - Corpo estranho intracristaliniano 2 197 96 Motta, Antonio Francisco Pimenta... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ............................. 1 7 ED. PÁG. Oréfice, Juliana Lambert... et al. - Avaliação ocular multimodal em doenças heredodistróficas e degenerativas da retina ........................ 5 309 Pamplona, Mauricio... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 7 Pamplona, Mauricio... et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 216 Passos, Angelo Ferreira... et al. - Resultados da associação trabeculotomia-trabeculectomia em pacientes não idosos ................ 4 223 Paulino, Leonardo Verri...et al. - Fixação iriana de lentes de câmara posterior para o tratamento da afacia ...................................................... 5 284 Pereira, Basílio de Bragança... et al. - Uso de ciclosporina 0,05% tópica no tratamento do olho seco de pacientes portadores do vírus HIV .... 2 83 Pereira, Felipe Bezerra Alves... et al - Importância do exame oftalmológico na doença de von Hippel-Lindau ................................... 4 241 Pereira, Gustavo Maurílio do Nascimento Garcia... et al. - Prolapso de gordura orbitária e oftalmopatia de Graves ................................... 2 103 Pereira, Fernanda Fernandes... et al. - Melanocitoma associado à membrana neovascular subrretiniana .................................................... 4 237 Pimentel, Sérgio Luis Gianotti... et al. - Membrana neovascular subrretiniana justapapilar em paciente com papiledema e hipertensão intracraniana idiopática ............................................................................. 1 42 Portes, André Luís Freire... et al. - Hipertensão intracraniana idiopática de apresentação atípica com papiledema unilateral ....... 3 168 Motta, Antonio Francisco Pimenta... et al. - Comparison between OPDscan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens ................................................................................... 4 216 Motta, Mário Martins dos Santos... et al. - Aspectos atuais no diagnóstico do edema macular diabético ............................................... 1 Portes, Arlindo José Freire... et al. - Prevalência da retinopatia diabética em unidade do Programa de Saúde da Família ................... 2 90 59 Portes, Arlindo José Freire...et al. - Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas ..................................................... 6 327 Procianoy, Renato Soibelmann... et al. - Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 prétermos de muito baixo peso ....................................................................... 1 22 Ramos, Carolina do Val Ferreira ... et al. - Hipertensão intracraniana idiopática de apresentação atípica com papiledema unilateral ....... 3 168 Ramos, Régia Maria Gondim... et al. - Importância do exame oftalmológico na doença de von Hippel-Lindau ................................... 4 241 Rehder, José Ricardo Carvalho Lima... et al. - Biometria ultrassônica no cálculo do poder dióptrico de lentes intraoculares: estudo comparativo dos métodos de contato e de imersão ............................. 4 212 Rehder, Jose Ricardo Carvalho Lima... et al. - Estesiometria corneana pós-cirurgia fotorrefrativa ......................................................................... 5 271 284 Moura, Frederico Castelo... et al. - Síndrome do ápice orbitário causada por herpes zóster oftálmico: relato de caso e revisão da literatura ....................................................................................................... 5 304 Murer, Elizabete Brandão... et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia ...................................... 3 129 Nakano, Celso Takashi ...et al - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 216 Nakano, Celso Takashi ...et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 7 Nanci, Marcelo... et al. - Tratamento do lagoftalmo paralítico com a utilização do implante de peso de ouro recoberto pela aponeurose do músculo levantador palpebral ............................................................ 1 30 Nascimento, Emília Matos... et al - Uso de ciclosporina 0,05% tópica no tratamento do olho seco de pacientes portadores do vírus HIV 2 Rehder, Jose Ricardo Carvalho Lima... et al. - Fixação iriana de lentes de câmara posterior para o tratamento da afacia .................................. 5 83 Navarrete, Carlos Patrício... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ......................................................................................... 3 134 Rehder, José Ricardo Lima... et al. - Percepção dos professores da rede regular de ensino sobre os problemas visuais e a inclusão de alunos com baixa visão ............................................................................... 2 73 Neto, José Beniz... et al. - Endoscopic cyclophotocoagulation in refractory glaucomas: a long term study ................................................ 3 146 Reis, Alexandre Reis... et al. - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ..................................................... 1 7 Reis, Alexandre... et al. - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 216 Netto, Adamo Lui ...et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia ................................................ 3 129 Netto, Adamo Lui... et al. - Ceratectomia fotorrefrativa (PRK) com mitomicina C a 0,02% para correção de grau acentuado de astigmatismo hipermetrópico composto secundário a cirurgia de ceratotomia radial (RK) ........................................................................... 3 156 Rezende, Flavio... et al. - Troca do cristalino com finalidade refrativa (TCR) ............................................................................................................. 3 180 264 Ribeiro, Geraldo de Barros... et al. - Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxina sobre as células satélites da musculatura extrínseca ocular em modelo animal ............................... 5 296 Rolim, Márjorie Sabino Façanha Barreto... et al - Evidências obtidas de um caso de melanoma de íris recidivado .......................................... 1 37 Sampaio, Paulo Ricardo Souza... et al. - Percepção dos professores da rede regular de ensino sobre os problemas visuais e a inclusão de alunos com baixa visão ............................................................................... 2 73 Santhiago, Marcony Rodrigues de ... et al. - Tendências evolutivas dos cirurgiões de catarata presentes no IV Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa .................................................................. 1 13 Netto, Augusto Adam ... et al. - Avaliação da aplicabilidade e do custo da profilaxia da oftalmia neonatal em maternidades da grande Florianópolis ................................................................................................ 5 Nunes, Juliana dos Santos... et al. - Hipertensão intracraniana idiopática de apresentação atípica com papiledema unilateral ....... 3 168 Nunes, Juliana dos Santos... et al. - Prevalência da retinopatia diabética em unidade do Programa de Saúde da Família ................... 2 90 Oliveira, Regina Célia Coutinho... et al. - Prevalência da retinopatia diabética em unidade do Programa de Saúde da Família, ................... 2 90 Oliveira, Marcelo ...et al. - Síndrome do ápice orbitário causada por herpes zóster oftálmico: relato de caso e revisão da literatura ....... 5 304 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 369 ED. PÁG. Santhiago, Marcony Rodrigues de... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ...................................................................... 3 134 Santhiago, Marcony Rodrigues de... et al. - Lentes asféricas: avaliação da indicação clínica e das opções de lentes ............................................. 3 175 Santhiago, Marcony Rodrigues de... et al. - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público. 4 201 Santhiago, Marcony... et al. - Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil ..................................................................... 1 18 Santos, Vagner Rogério dos ... et al - Avaliação de Sistema de Leitura Portátil (SLP) para baixa visão desenvolvido no Brasil .................... 5 259 Sardinha, Mariluze... et al. - Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma ............................................. 4 245 Schor, Paulo...et al. - Avaliação de Sistema de Leitura Portátil (SLP) para baixa visão desenvolvido no Brasil ............................................... 5 259 Sebastiá, Roberto... et al. - Tratamento do lagoftalmo paralítico com a utilização do implante de peso de ouro recoberto pela aponeurose do músculo levantador palpebral ............................................................ 1 30 Shato, Chow Wang Ming... et al. - Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia .................................... 3 129 Silva, Carlos Henrique Reis de Araújo...et al. - Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxina sobre as células satélites da musculatura extrínseca ocular em modelo animal ........ 5 Silva, Maria Rosa Bet de Moraes... et al. - O Ensino da Oftalmologia3 296 127 Silva, Noêmia Peixoto da... et al. - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ........................................................................................ 3 134 Silva, Renata Siqueira da... et al. - Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata: relato de caso ........ 6 348 Silva, Felício Aristóteles da... et al. - Maculopatia tóxica por cloroquina ..................................................................................................... 3 161 Silva, Jaquison Furtado da... et al. - Retinopatia de Purtscher e Purtscher-like .............................................................................................. 2 114 Silva, Maria Rosa Bet de Moraes ... et al - Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e frequência de glaucoma em pacientes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono .................................................. 6 Silva, Nikias Alves da... et al. - Maculopatia tóxica por cloroquina 3 338 161 Siqueira, Rubens Camargo... et al. - O uso de células-tronco na oftalmologia .................................................................................................. 2 71 Soares, Eduardo Jorge Carneiro... et al.- Entrópio congênito primário da pálpebra superior .................................................................................. 1 53 Soares, Ícaro Perez ... et al. - Entrópio congênito primário da pálpebra superior ......................................................................................................... 1 53 Solari, Helena Parente... et al. - ‘Crosslinking’ de colágeno no tratamento do ceratocone .......................................................................... 6 359 Souza-Dias, Carlos Ramos de... et al. - New considerations about Duane’s syndrome ...................................................................................... 2 107 ED. PÁG. Sugano, Debora Mayumi... et al. - Função visual de crianças pseudofácicas por catarata infantil ......................................................... 5 Tarcha, Fernando Antonio Gualiardo... et al. - Estesiometria corneana pós-cirurgia fotorrefrativa ....................................................................... 5 Teixeira, Kim-Ir-Sen Santos ... et al. - Prolapso de gordura orbitária e oftalmopatia de Graves .......................................................................... 2 Toscano, Daniela... et al. - Endoscopic cyclophotocoagulation in refractory glaucomas: a long term study ................................................ 3 Traebert, Jefferson... et al.- Prevalência de infecção por Chlamydia tracomatis em amostras oculares de pacientes com conjuntivite em laboratório de genética e biologia molecular na região metropolitana de Florianópolis ................................................................ 4 Tomimatsu, Melissa Megumi ... et al. - Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal. ........................ 6 Uras, Ricardo... et al. - Avaliação de Sistema de Leitura Portátil (SLP) para Baixa Visão Desenvolvido no Brasil ............................................. 5 Valbon, Bruno de Freitas... et al. - Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da Catarata .................................. 6 Valdetaro, Renata ... et al. - Hipertensão intracraniana idiopática de apresentação atípica com papiledema unilateral ................................ 3 Valiatti, Fabiana Borba ... et al. - Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso ..................................................................................................... 1 Varandas, Vinicius da Silva... et al. - Tendências evolutivas dos cirurgiões de catarata presentes no IV Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa .................................................................. 1 Vianna, Raul N. G - Novos horizontes ................................................... 1 Vitiello, Vicente...et al. - Estesiometria corneana pós cirurgia fotorrefrativa ............................................................................................... 5 Weber, Silke Anna Theresa ...et al. - Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e freqüência de glaucoma em pacientes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono .................................................................... 6 Yamane, Iris... et al - Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil ....................................................................................... 1 Yamane, Iris de Souza...et al - Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens .................................................................................................... 4 Yamane, Iris... et al - Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts ...................................................... 1 Yamane, Yoshifume... et al - Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? ..................................................................................................... 3 Yamane, Yoshifume ... et al. - Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público ...................................... 4 Yu, Cecília Zorat ... et al - Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal ............................................................... 6 278 271 103 146 206 332 259 348 168 22 13 5 271 338 18 216 7 134 201 332 Assunto ED. PÁG. ED. PÁG. Artigo de Revisão Avaliação ocular multimodal em doenças heredodistróficas e degenerativas da retina. Daniela Cavalcanti Ferrara, Daniela Calucci, Juliana Lambert Oréfice, Rogério Alves Costa .......................... 5 309 Crosslinking de colágeno no tratamento do Ceratocone. Rodrigo Coelho Amaral, Helena Parente Solari ................................................. 6 359 Aspectos atuais no diagnóstico do edema macular diabético. Mário Martins dos Santos Motta, Jacqueline Coblentz, Laura Gomes Nunes de Melo .............................................................................................. 1 59 New considerations about Duane’s syndrome. Carlos Ramos de Souza-Dias .................................................................................................... 2 107 Catarata Retinopatia de Purtscher e Purtscher-like. Hilton Arcoverde Gonçalves de Medeiros, João Eugenio Gonçalves de Medeiros, Larissa Casteluber Caliari, Jaquison Furtado da Silva ....................... 2 114 Lentes asféricas: avaliação da indicação clínica e das opções de lentes. Newton Kara-Jose Junior, Marcony Rodrigues de Santhiago ... 3 175 Comparison of central corneal edema and visual recovery between liquefaction and conventional phacoemulsification in soft cataracts Celso Takashi Nakano,Wilson Takashi Hida, Newton Kara-Jose Junior, Antonio Francisco Pimenta Motta, Alexandre Reis, Mauricio Pamplona, Reinaldo Fujita, Iris Yamane, Ricardo Holzchuh, Amaryllis Avakian ..................................................................................... 1 7 Tendências evolutivas dos cirurgiões de catarata presentes no IV Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa. Marcony Rodrigues de Santhiago, Beatriz de Abreu Fiuza Gomes, Fernanda Ferreira Pires Gaffree, Vinicius da Silva Varandas, Adroaldo de Alencar Costa Filho .................................................................................... 1 13 Troca do cristalino com finalidade refrativa (TCR). Flavio Rezende, Renata Rezende Bisol, Tiago Bisol ........................................................ 3 180 Síndrome do ápice orbitário causada por herpes zóster oftálmico: relato de caso e revisão da literatura. Kenzo Hokazono, Marcelo Oliveira, Frederico Castelo Moura, Mário Luiz Ribeiro Monteiro ...... 5 304 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 370 Alterações na tela de Amsler entre pacientes com catarata senil. Newton Kara-Junior, Wilson Takashi Hida, Marcony Santhiago, Iris Yamane, Pedro Carlos Carricondo, Newton Kara-Jose ....................... 1 A neutralização do astigmatismo corneano durante a cirurgia da catarata pormeio de lente intraocular tórica: resultados. Virgilio Centurion, Augusto Cézar Lacava, Juan Carlos Caballero ................ 2 Corpo estranho intracristaliniano. Joyce Treinta Dalfré, Ana Carolina Igreja Leonor, Pedro Bertino Moreira, Osmar Antônio Gaiotto Júnior .............................................................................................. 2 Facectomia na infância: quem são nossos pacientes? Marcony Rodrigues de Santhiago, Beatriz de Abreu Fiúza Gomes, Newton Kara-José Junior, Noêmia Peixoto da Silva, Carlos Patrício Navarrete, Armando Stefano Crema, Yoshifume Yamane, Sergio Henrique Sampaio Meirelles ...................................................... 3 Troca do cristalino com finalidade refrativa (TCR). Flavio Rezende, Renata Rezende Bisol, Tiago Bisol ........................................................ 3 Biometria ultrassônica no cálculo do poder dióptrico de lentes intraoculares: estudo comparativo dos métodos de contato e de imersão. Felipe Cortizas Ré Martins, Marcos Enrique Miyaji, Vagner Loduca Lima, José Ricardo Carvalho Lima Rehder ............................ 4 Comparison between OPD-scan results and contrast sensitivity of three intraocular lenses: spheric AcrySof SN60AT, aspheric AcrySof SN60WF and multifocal AcrySof Restor lens. Celso Takashi Nakano, Wilson Takashi Hida, Newton Kara-Jose Junior, Antonio Francisco PimentaMotta, Danilo Fante, Victor Ferreira Masson, Alexandre Reis, Mauricio Pamplona, Iris de Souza Yamane, Ricardo Holzchuh, Amaryllis Avakian ..................................................................................... 4 18 76 96 134 180 212 216 278 284 Síndrome do bloqueio capsular precoce relato de caso e especulação sobre o tamanho da parte óptica da lente como fator de risco. Eduardo F. Marback , Rita de Cássia Aquino de Araújo, Marcelo Siqueira de Freitas ............................................................................................................ 6 334 348 Prevalência de infecção por Chlamydia Tracomatis em amostras oculares de pacientes com conjuntivite em laboratório de genética e biologia molecular na região metropolitana de Florianópolis. Marcos de Oliveira Machado, Diego de Souza Fraga, João Fernandes Floriano, Maria Elizabeth Menezes, Jefferson Traebert .................... 4 206 Avaliação da aplicabilidade e do custo da profilaxia da oftalmia neonatal em maternidades da grande Florianópolis. Augusto Adam Netto, Merry Elizabeth Goedert .............................................................. 5 264 327 332 Córnea Uso de ciclosporina 0,05% tópica no tratamento do olho seco de pacientes portadores do vírus HIV. Rodrigo de Pinho Paes Barreto, Ana Luiza Biancardi, Emília Matos Nascimento, Basílio de Bragança Pereira, Haroldo Vieira de Moraes Jr .................................................... 2 83 Tratamento aditivo do ceratocone por ‘crosslinking’ do colágeno após implante de anel de Ferrara. Edna Almodin, Steve Arschinoff, Juliana Almodin, Paulo Ferrara ............................................................... 3 138 Ceratectomia fotorrefrativa (PRK) com mitomicina C a 0,02% para correção de grau acentuado de astigmatismo hipermetrópico composto secundário a cirurgia de ceratotomia radial (RK) ........... 3 156 Perfil do paciente com ceratopatia bolhosa pós-facectomia atendidos em hospital público. Marcony Rodrigues de Santhiago, Luiz Alberto Molina Monica, Newton Kara-Junior, Beatriz de Abreu, Fiúza Gomes, Pedro Moreira Bertino, Maysa Godoy Gomes Mazurek, Yoshifume Yamane,Sergio Henrique Sampaio Meirelles ...................................... 4 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 Revista Brasileira de Oftalmologia: novos horizontes. Raul N. G. Vianna ........................................................................................................... 1 O uso de células-tronco na oftalmologia. Rubens C. Siqueira ........... 2 5 71 O Ensino da Oftalmologia. Maria Rosa Bet de Moraes Silva ............ 3 127 Novidades na cirurgia de catarata: lentes intraoculares asféricas. Newton Kara-José Junior .......................................................................... 4 195 Excelência em cirurgia de cristalino. Virgilio Centurion .................. 5 257 Como (ainda) ser feliz na profissão. Francisco Valter da Justa Freitas .. 6 325 Percepção dos professores da rede regular de ensino sobre os problemas visuais e a inclusão de alunos com baixa visão. Aparecida Tapia Maruyama, Paulo Ricardo Souza Sampaio, José Ricardo Lima Rehder ........................................................................................................... 2 73 Ensino de oftalmologia na graduação médica. Estudo comparativo de aprendizado na oftalmoscopia direta com oftalmoscópio convencional e de campo amplo (Panoptic). Eduardo de França Damasceno, Nadyr Antonia Pereira Damasceno, Adroaldo de Alencar Costa Filho .................................................................................... 4 231 Epidemiologia Conjuntiva Avaliação da microbiota ocular em pacientes com disfunção do filme lacrimal. Melissa Megumi Tomimatsu, Manuela Maria Valença Cordeiro Barbosa, Cecília Zorat Yu, Flavio Eduardo Hirai, Ana Luisa Hofling-Lima ................................................................................................ 6 359 Ensino Fixação iriana de lentes de câmara posterior para o tratamento da afacia. Ana Luiza Lise Ferreira, Leonardo Verri Paulino, Jose Ricardo Carvalho Lima Rehder ............................................................... 5 Percepção da administração tópica ocular de drogas: vaporização x gotas. Arlindo José Freire Portes, Louise Pellegrino Gomes, Beatriz Lopes Moura Brasil do Amaral, Lívio Massa ...................................... 6 271 ‘Crosslinking’ de colágeno no tratamento do ceratocone.Rodrigo Coelho Amaral, Helena Parente Solari ................................................. 6 Editorial Função visual de crianças pseudofácicas por catarata infantil. Patrícia da Rocha Pitta Ferraz, Debora Mayumi Sugano, Celso Lopez Fernandes ..................................................................................................... 5 Hipertensão ocular “mascarada” por edema de córnea após cirurgia da catarata: relato de caso. Bruno de Freitas Valbon, Frederico Guerra, Renata Siqueira da Silva, Ana Laura Canedo; Renato Ambrósio Junior .......................................................... 6 Estesiometria corneana pós-cirurgia fotorrefrativa. Alessandro Perussi Garcia, Fernando Antonio Gualiardo Tarcha, Vicente Vitiello Neto, Edmundo Velasco Martinelle, Jose Ricardo Carvalho Lima Rehder ................................................................................................. 5 201 Papel da imunoistoquímica no diagnóstico das alterações oculares na leishmaniose tegumentar americana. Relato clínico-patológico de cinco casos. Lívia Maria Nossa Moitinho, Luiz Antônio Rodrigues de Freitas, Eduardo Ferrari Marback, Roberto Lorens Marback .... 3 152 Emergências oftalmológicas em um hospital dia. Ana Carolina Igreja Leonor, Joyce Treinta Dalfré, Pedro Bertino Moreira, Osmar Antônio Gaiotto Júnior .............................................................................................. 4 197 Estrabismo New considerations about Duane’s syndrome. Carlos Ramos de Souza-Dias .................................................................................................... 2 107 Estudo comparativo da ação da toxina botulínica tipo A e da crotoxinasobre as células satélites da musculatura extrínseca ocularem modelo animal. Marta Halfeld Ferrari Alves Lacordia, Geraldo de Barros Ribeiro, Henderson Celestino de Almeida, Carlos Henrique Reis de Araújo Silva, Maria do CarmoJordão Coelho, Raul Fernando Binato Lamim ............................................................................ 5 296 Glaucoma Endoscopic cyclophotocoagulation in refractory glaucomas: a long term study. Francisco Eduardo Lima, José Beniz Neto, Daniela Toscano, Durval Moraes de Carvalho, Marcos Pereira de Ávila .... 3 146 Resultados da associação trabeculotomia-trabeculectomia em pacientes não idosos. Angelo Ferreira Passos, Kélcia Kiefer, Rodrigo Carvalho Amador ....................................................................................... 4 223 Estudo do comportamento da PIO de 24 horas e frequência de glaucoma em pacientes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono. Maria Rosa Bet de Moraes Silva, Silke Anna Theresa Weber ......... 6 338 Neuro-oftalmologia Retinal nerve fiber layer loss documented by optical coherence tomography in patients with optic tract lesions. Mário Luiz Ribeiro Monteiro, Kenzo Hokazone ....................................................................... 1 48 Hipertensão intracraniana idiopática de apresentação atípica com papiledema unilateral. André Luís Freire Portes, Carolina do Val Ferreira Ramos, Juliana dos Santos Nunes, Renata Valdetaro, Mário Luiz Ribeiro Monteiro ............................................................................... 3 168 Órbita / Plástica Ocular Tratamento do lagoftalmo paralítico com a utilização do implante de peso de ouro recoberto pela aponeurose do músculo levantador palpebral. Sergio Lessa, Marcelo Nanci, Eduardo Flores, Roberto Sebastiá ......................................................................................................... 1 30 Entrópio congênito primário da pálpebra superior. Taliana Freitas Bernardes, Ícaro Perez Soares, Valenio Perez França, Eduardo Jorge Carneiro Soares .......................................................................................... 1 53 371 Prolapso de gordura orbitária e oftalmopatia de Graves. Kim-IrSen Santos Teixeira, Rachel Campêlo Feres, Gustavo Maurílio do Nascimento Garcia Pereira, Marise Amaral Rebouças Moreira, Dorislay Barbosa de Sousa Camargo Andrade .................................... 2 Síndrome do ápice orbitário causada por herpes zóster oftálmico: relato de caso e revisão da literatura. Kenzo Hokazono, Marcelo Oliveira, Frederico Castelo Moura, Mário Luiz Ribeiro Monteiro . 5 Antiphospholipid syndrome and retinal vein occlusion. Alinne Maria Camargos da Costa, Homero Gusmão de Almeida, Christian Marcellus de Camargo Campos, Roberto Martins Gonçalves ........... 2 100 103 Retinopatia de Purtscher e Purtscher-like. Hilton Arcoverde Gonçalves de Medeiros, João Eugenio Gonçalves de Medeiros,Larissa Casteluber Caliari, Jaquison Furtado da Silva .... 2 114 304 Maculopatia tóxica por cloroquina. Nikias Alves da Silva, Felício Aristóteles da Silva .................................................................................... 3 161 Importância do exame oftalmológico na doença de von HippelLindau. Ricardo Evangelista Marrocos de Aragão, Iêda Maria Alexandre Barreira, Andreya Ferreira Rodrigues Bezerra, Régia Maria Gondim Ramos, Felipe Bezerra Alves Pereira ........................ 4 241 291 309 Refração Avaliação clínica comparativa de lentes progressivas na correção da presbiopia. Adamo Lui Netto, Milton Ruiz Alves, Aline Cristina Fioravanti Lui, Giovana Arlene Fioravanti Lui, Renato Giovedi Filho, Tatiana Adarli Fioravanti Lui, Elizabete Brandão Murer, Chow Wang Ming Shato ......................................................................................... 3 129 Lentes asféricas: avaliação da indicação clínica e das opções de lentes. Newton Kara-Jose Junior, Marcony Rodrigues de Santhiago ... 3 175 Estudo comparativo entre imagens ultrassonográficas obtidas com sondas de 10MHz e 20 MHz na avaliação de anormalidades do segmento posterior do globo ocular. Marcio Henrique Mendes, Alberto Jorge Betinjane, Adhele Furlani de Sá Cavalcante, Vera Regina Cardoso Castanheira, Cheng Te Cheng, José Carlos Eudes Carani ............................................................................................................ 5 259 Avaliação ocular multimodal em doenças heredodistróficas e degenerativas da retina. Daniela Cavalcanti Ferrara, Daniela Calucci, Juliana Lambert Oréfice, Rogério Alves Costa ................... 5 Avaliação de Sistema de Leitura Portátil (SLP) para Baixa Visão Desenvolvido no Brasil. Vagner Rogério dos Santos, Eliana Cunha Lima, Adriana Berezovsky, Paulo Schor, Ricardo Uras, Rubens Belfort Junior ............................................................................................... 5 Retina Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso. João Borges Fortes Filho, Gabriela Unchalo Eckert, Fabiana Borba Valiatti, Marlene Coelho da Costa, Pedro Paulo Bonomo, Renato Soibelmann Procianoy .... 1 Membrana neovascular subrretiniana justapapilar em paciente compapiledema e hipertensão intracraniana idiopática. Mário Luiz Ribeiro Monteiro, Martha de Queiroz Monteiro Jales, Sérgio Luis Gianotti Pimentel ........................................................................................ 1 Aspectos atuais no diagnóstico do edema macular diabético. Mário Martins dos Santos Motta, Jacqueline Coblentz, Laura Gomes Nunes de Melo .......................................................................................................... 1 Prevalência da retinopatia diabética em unidade do Programa de Saúde da Família. Murielem Fernandes Guedes, Arlindo José Freire Portes, Abelardo de Souza Couto Junior, Juliana dos Santos Nunes, Regina Célia Coutinho Oliveira .............................................................. 2 Tumores 22 42 59 90 Evidências obtidas de um caso de melanoma de íris recidivado. Juliana de Lucena Martins Ferreira, Márjorie Sabino Façanha Barreto Rolim, Cícero Narciso Moreira Leite, Fernando Queiroz Monte, Marineuza Rocha Memória ......................................................... 1 37 Melanocitoma associado à membrana neovascular subrretiniana. Eduardo Ferrari Marback, Fernanda Fernandes Pereira, Cláudia Galvão, Otacílio de Oliveira Maia Jr, Roberto Lorens Marback ..... 4 237 Metástase orbital como primeira manifestação clínica de hepatocarcinoma. Mariluze Sardinha, Epaminondas de Souza Mendes Junior, Juliana Cabral Duarte Brandão, Paulo Roberto Fontes Athanázio, Roberto Lorens Marback .................................................... 4 245 Imunoterapia tópica no tratamento do carcinoma basocelular periocular – relato de caso. Erick Marcet Santiago de Macedo, Rachel Camargo Carneiro, Suzana Matayoshi ..................................... 6 355 Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 365-71 372 Instruções aos autores A Revista Brasileira de Oftalmologia (Rev Bras Oftalmol.) ISSN 0034-7280, publicação científica da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, se propõe a divulgar artigos que contribuam para o aperfeiçoamento e o desenvolvimento da prática, da pesquisa e do ensino da Oftalmologia e de especialidades afins. Todos os manuscritos, após aprovação pelos Editores, serão avaliados por dois ou três revisores qualificados (peer review), sendo o anonimato garantido em todo o processo de julgamento. Os comentários dos revisores serão devolvidos aos autores para modificações no texto ou justificativa de sua conservação. Somente após aprovações finais dos revisores e editores, os manuscritos serão encaminhados para publicação. O manuscrito aceito para publicação passará a ser propriedade da Revista e não poderá ser editado, total ou parcialmente, por qualquer outro meio de divulgação, sem a prévia autorização por escrito emitida pelo Editor Chefe. Os artigos que não apresentarem mérito, que contenham erros significativos de metodologia, ou não se enquadrem na política editorial da revista, serão rejeitados não cabendo recurso. Os artigos publicados na Revista Brasileira de Oftalmologia seguem os requisitos uniformes proposto pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas, atualizado em fevereiro de 2006 e disponível no endereço eletrônico http:// www.icmje.org APRESENTAÇÃO E SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS O artigo enviado deverá ser acompanhado de carta assinada por todos os autores, autorizando sua publicação, declarando que o mesmo é inédito e que não foi, ou está sendo submetido à publicação em outro periódico. A esta carta devem ser anexados: • Declaração de Conflitos de Interesse, quando pertinente. A Declaração de Conflitos de Interesses, segundo Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1595/2000, veda que em artigo científico seja feita promoção ou propaganda de quaisquer produtos ou equipamentos comerciais; • Certificado de Aprovação do Trabalho pela Comissão de Ética em Pesquisa da Instituição em que o mesmo foi realizado; • Informações sobre eventuais fontes de financiamento da pesquisa; • Artigo que trata de pesquisa clínica com seres humanos deve incluir a declaração de que os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre Informado. Todas as pesquisas, tanto as clínicas como as experimentais, devem ter sido executadas de acordo com a Declaração de Helsinki. A Revista Brasileira de Oftalmologia não endossa a opinião dos autores, eximindo-se de qualquer responsabilidade em relação a matérias assinadas. Os artigos podem ser escritos em português, espanhol, inglês ou francês. A Revista Brasileira de Oftalmologia recebe para publicação: Artigos Originais de pesquisa básica, experimentação clínica ou cirúrgica; Divulgação e condutas em casos clínicos de relevante importância; Revisões de temas específicos, Atualizações; Cartas ao editor. Os Editoriais serão escritos a convite, apresentando comentários de trabalhos relevantes da própria revista, pesquisas importantes publicadas ou comunicações dos editores de interesse para a especialidade. Artigos com objetivos comerciais ou propagandísticos serão recusados. Os manuscritos deverão obedecer as seguintes estruturas: Artigo Original: Descreve pesquisa experimental ou investigação clínica - prospectiva ou retrospectiva, randomizada Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 372-4 ou duplo cego. Deve ter: Título em português e inglês, Resumo estruturado, Descritores; Abstract, Keywords, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão e Referências. Artigo de Revisão: Tem como finalidade examinar a bibliografia publicada sobre um determinado assunto, fazendo uma avaliação crítica e sistematizada da literatura sobre um determinado tema e apresentar as conclusões importantes, baseadas nessa literatura. Somente serão aceitos para publicação quando solicitado pelos Editores. Deve ter: Texto, Resumo, Descritores, Título em Inglês, Abstract, Keywords e Referências. Artigo de Atualização: Revisões do estado-da-arte sobre determinado tema, escrito por especialista a convite dos Editores. Deve ter: Texto, Resumo, Descritores, Título em Inglês, Abstract, Keywords e Referências. Relato de Caso: Deve ser informativo e não deve conter detalhes irrelevantes. Só serão aceitos os relatos de casos clínicos de relevada importância, quer pela raridade como entidade nosológica, quer pela não usual forma de apresentação. Deve ter: Introdução, Descrição objetiva do caso, Discussão, Resumo, Descritores, Título em Inglês, Abstract e Keywords e Referências. Cartas ao Editor: Têm por objetivo comentar ou discutir trabalhos publicados na revista ou relatar pesquisas originais em andamento. Serão publicadas a critério dos Editores, com a respectiva réplica quando pertinente. Preparo do Manuscrito: A) Folha de Rosto deverá conter: • Título do artigo, em português e inglês, contendo entre dez e doze palavras, sem considerar artigos e preposições. O Título deve ser motivador e deve dar idéia dos objetivos e do conteúdo do trabalho; • Nome completo de cada autor, sem abreviaturas, porém, se o autor já possui um formato utilizado em suas publicações, deve informar à secretaria da revista; • Indicação do grau acadêmico e/ou função acadêmica e a afiliação institucional de cada autor, separadamente. Se houver mais de uma afiliação institucional, indicar apenas a mais relevante. Cargos e/ou funções administrativas não devem ser indicadas. • Indicação da Instituição onde o trabalho foi realizado; • Nome, endereço, fax e e-mail do autor correspondente; • Fontes de auxílio à pesquisa, se houver; • Declaração de inexistência de conflitos de interesse. B) Segunda folha Resumo e Descritores: Resumo, em português e inglês, com no máximo 250 palavras. Para os artigos originais, deverá ser estruturado (Objetivo, Métodos, Resultados, Conclusão), ressaltando os dados mais significativos do trabalho. Para Relatos de Caso, Revisões ou Atualizações, o resumo não deverá ser estruturado. Abaixo do resumo, especificar no mínimo cinco e no máximo dez descritores (Keywords) que definam o assunto do trabalho. Os descritores deverão ser baseados no DeCS - Descritores em Ciências da Saúde - disponível no endereço eletrônico http://decs.bvs.br/ Abaixo do Resumo, indicar, para os Ensaios Clínicos, o número de registro na base de Ensaios Clínicos (http:// clinicaltrials.gov)* C) Texto Deverá obedecer rigorosamente a estrutura para cada categoria de manuscrito. Em todas as categorias de manuscrito, a citação dos autores no texto deverá ser numérica e seqüencial, utilizando al- 373 garismos arábicos entre parênteses e sobrescritos. As citações no texto deverão ser numeradas seqüencialmente em números arábicos sobrepostos, devendo evitar a citação nominal dos autores. Introdução: Deve ser breve, conter e explicar os objetivos e o motivo do trabalho. Métodos: Deve conter informação suficiente para saberse o que foi feito e como foi feito. A descrição deve ser clara e suficiente para que outro pesquisador possa reproduzir ou dar continuidade ao estudo. Descrever a metodologia estatística empregada com detalhes suficientes para permitir que qualquer leitor com razoável conhecimento sobre o tema e o acesso aos dados originais possa verificar os resultados apresentados. Evitar o uso de termos imprecisos tais como: aleatório, normal, significativo, importante, aceitável, sem definilos. Os resultados da pesquisa devem ser relatados neste capítulo em seqüência lógica e de maneira concisa. Informação sobre o manejo da dor pós-operatório, tanto em humanos como em animais, deve ser relatada no texto (Resolução nº 196/96, do Ministério da Saúde e Normas Internacionais de Proteção aos Animais). Resultados: Sempre que possível devem ser apresentados em Tabelas, Gráficos ou Figuras. Discussão: Todos os resultados do trabalho devem ser discutidos e comparados com a literatura pertinente. Conclusão: Devem ser baseadas nos resultados obtidos. Agradecimentos: Devem ser incluídos colaborações de pessoas, instituições ou agradecimento por apoio financeiro, auxílios técnicos, que mereçam reconhecimento, mas não justificam a inclusão como autor. Referências: Devem ser atualizadas contendo, preferencialmente, os trabalhos mais relevantes publicados, nos últimos cinco anos, sobre o tema. Não deve conter trabalhos não referidos no texto. Quando pertinente, é recomendável incluir trabalhos publicados na RBO. As referências deverão ser numeradas consecutivamente, na ordem em que são mencionadas no texto e identificadas com algarismos arábicos. A apresentação deverá seguir o formato denominado “Vancouver Style” , conforme modelos abaixo. Os títulos dos periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela National Library of Medicine, disponível na “List of Journal Indexed in Index medicus” no endereço eletrônico: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/ query.fcgi?db=journals Para todas as referências, citar todos os autores até seis. Quando em número maior, citar os seis primeiros autores seguidos da expressão et al. Artigos de Periódicos: Dahle N, Werner L, Fry L, Mamalis N. Localized, central optic snowflake degeneration of a polymethyl methacrylate intraocular lens: clinical report with pathological correlation. Arch Ophthalmol. 2006;124(9):1350-3. Arnarsson A, Sverrisson T, Stefansson E, Sigurdsson H, Sasaki H, Sasaki K, et al. Risk factors for five-year incident agerelated macular degeneration: the Reykjavik Eye Study. Am J Ophthalmol. 2006;142(3):419-28. Livros: Yamane R. Semiologia ocular. 2a ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2003. Dissertações e Teses: Cronemberger S. Contribuição para o estudo de alguns aspectos da aniridia [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1990. Publicações eletrônicas: Herzog Neto G, Curi RLN. Características anatômicas das vias lacrimais excretoras nos bloqueios funcionais ou síndrome de Milder. Rev Bras Oftalmol [periódico na Internet]. 2003 [citado 2006 Jul 22];62(1):[cerca de 5p.]. Disponível em: www.sboportal.org.br Tabelas e Figuras: A apresentação desse material deve ser em preto e branco, em folhas separadas, com legendas e respectivas numerações impressas ao pé de cada ilustração. No verso de cada figura e tabela deve estar anotado o nome do manuscrito e dos autores. Todas as tabelas e figuras também devem ser enviadas em arquivo digital, as primeiras preferencialmente em arquivos Microsoft Word(r)e as demais em arquivos Microsoft Excel(r), Tiff ou JPG. As grandezas, unidades e símbolos utilizados nas tabelas devem obedecer a nomenclatura nacional. Fotografias de cirurgia e de biópsias onde foram utilizadas colorações e técnicas especiais, serão consideradas para impressão colorida, sendo o custo adicional de responsabilidade dos autores. Legendas: Imprimir as legendas usando espaço duplo, acompanhando as respectivas figuras (gráficos, fotografias e ilustrações) e tabelas. Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo as suas citações no texto. Abreviaturas e Siglas: Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez no texto ou nas legendas das tabelas e figuras. Se as ilustrações já tiverem sido publicadas, deverão vir acompanhadas de autorização por escrito do autor ou editor, constando a fonte de referência onde foi publicada. O texto deve ser impresso em computador, em espaço duplo, papel branco, no formato 210mm x 297mm ou A4, em páginas separadas e numeradas, com margens de 3cm e com letras de tamanho que facilite a leitura (recomendamos as de nº 14). O original deve ser encaminhado em uma via, acompanhado de CD ou disquete 3,5", com versão do manuscrito, com respectivas ilustrações, digitado no programa “Word for Windows 6.0. A Revista Brasileira de Oftalmologia reserva o direito de não aceitar para avaliação os artigos que não preencham os critérios acima formulados. * Nota importante: A “Revista Brasileira de Oftalmologia” em apoio às políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Intemational Committee of Medical Joumal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso somente aceitará para publicação, a partir de 2008, os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, disponível no endereço: http://clinicaltrials.gov ou no site do Pubmed, no item <ClinicalTrials.gov>. O número de identificação deverá ser registrado abaixo do resumo. Os trabalhos deverão ser enviados à Capítulos de Livro: Oréfice F, Boratto LM. Biomicroscopia. In: Yamane R. Semiologia ocular. 2ª ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2003. Revista Brasileira de Oftalmologia Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras CEP 22231-170 - Rio de Janeiro - RJ Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 372-4 374 Revista Brasileira de Oftalmologia Declaração dos Autores (É necessária a assinatura de todos os autores) Em consideração ao fato de que a Sociedade Brasileira de Oftalmologia está interessada em editar o manuscrito a ela encaminhado pelo(s) o(s) autor(es) abaixo subscrito(s), transfere(m) a partir da presente data todos os direitos autorais para a Sociedade Brasileira de Oftalmologia em caso de publicação pela Revista Brasileira de Oftalmologia do manuscrito............................................................. . Os direitos autorais compreendem qualquer e todas as formas de publicação, tais como na mídia eletrônica, por exemplo. O(s) autor (es) declara (m) que o manuscrito não contém, até onde é de conhecimento do(s) mesmo(s), nenhum material difamatório ou ilegal, que infrinja a legislação brasileira de direitos autorais. Certificam que, dentro da área de especialidade, participaram cientemente deste estudo para assumir a responsabilidade por ele e aceitar suas conclusões. Certificam que, com a presente carta, descartam qualquer possível conflito financeiro ou de interesse que possa ter com o assunto tratado nesse manuscrito. Título do Manuscrito___________________________________________________________________________ Nome dos Autores_______________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Minha assinatura abaixo indica minha total concordância com as três declarações acima. Data____________Assinatura do Autor____________________________________________________________ Data____________Assinatura do Autor____________________________________________________________ Data____________Assinatura do Autor_____________________________________________________________ Data____________Assinatura do Autor_____________________________________________________________ Data____________Assinatura do Autor____________________________________________________________ Data____________Assinatura do Autor_____________________________________________________________ Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 372-4