Buiatria 2015 ULTRASSONOGRAFIA DO PREPÚCIO DE TOUROS COM ACROPOSTITE E FIMOSE – RESULTADOS PARCIAIS. NORONHA FILHO, A.D.F.*; BORGES, N.C.; FREITAS, S.L.R. de*; QUEIROZ, P.J.B.; BARCELLOS, L.C.; SILVA, L.A.F. da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil. E-mail: [email protected] 9 017 A eficiência reprodutiva do touro tem grande efeito nos índices zootécnicos de rebanhos de corte ou de leite. Várias enfermidades podem acometer os testículos, pênis e prepúcio desses reprodutores limitando sua fertilidade. São relatados casos de orquites, fratura peniana, fibropapiloma, abscesso prepucial, fimose e acropostite. Na conclusão diagnóstica das alterações que diminuem a eficiência reprodutiva do touro são indicados os exames físicos e laboratoriais e de imagem. Mas os exames de imagem, como a arteriografia, tomografia, termografia e ultrassonografia ainda não são empregados na rotina de campo com essa finalidade. A ultrassonografia é um método não invasivo importante no exame andrológico de touros, especificando a localização e a natureza das modificações no tecido associado à lesão e auxiliando no prognóstico. Esse trabalho objetivou avaliar a eficácia do exame ultrasonográfico do prepúcio na localização, dimensionamento e determinação da intensidade das lesões em touros com acropostite e fimose. O exame ultrassonográfico do prepúcio foi realizado em 4 touros, 1 Nelore e 1 Girolando com fimose profunda e 2 da raça Gir com acropostite, após sedação e imobilização dos animais em decúbito lateral. Na avaliação empregou-se o aparelho ultrassom acoplado a um transdutor linear multifrequencial de 7,5 a 12 MHz com frequência selecionada em 10 MHz. Durante o exame injetou-se solução salina pela abertura do óstio prepucial para identificar a área de estenose do folheto prepucial interno realizando a tomada das imagens ultrassonográficas em planos transversais e longitudinais. Conduta similar foi adotada para os touros com acropostite. As pregas longitudinais da lâmina interna prepucial foram observadas pelo exame ultrassonográfico após preencher o espaço com solução fisiológica. Quando a cavidade prepucial estava fechada, a lâmina interna foi vista apenas como uma linha hiperecóica em meio aos pontos de fibrose. A injeção de solução salina na cavidade prepucial possibilitou delimitar a dimensão da estenose, a localização e avaliar o lúmen da cavidade prepucial. Igualmente, nos touros com acropostite evidenciou-se redução do lúmen da cavidade prepucial e extensa fibrose na bainha interna prepucial comprometida, além de estabelecer a extensão saudável da bainha. O exame ultrassonográfico auxiliou no diagnóstico de fimose e acropostite em bovinos, identificando pontos de estrangulamento e áreas de fibrose da bainha interna prepucial com lesões e auxiliou no dimensionamento do folheto saudável, achado importante na definição do momento cirúrgico. *Bolsistas de Pós-Graduação CAPES. **Bolsista Proec MEC. EXAME TERMOGRÁFICO COMO AUXÍLIO DIAGNÓSTICO DE ONFALITE EM BEZERROS – RESULTADOS PARCIAIS. ABADIA, I.A.; NORONHA FILHO, A.D.F.; FREITAS, S.L.R. de; QUEIROZ, P.J.B.; FREITAS, J.R. de; SILVA, L.A. da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil. E-mail: [email protected] A onfalite é a inflamação da região umbilical, podendo envolver úraco, artérias e veia umbilical, e que pode resultar em sérias complicações como poliartrite, abscessos em órgãos abdominais e até meningite. Geralmente acomete bezerros de um a três meses de idade e dentre os fatores predisponentes estão o nível de contaminação do ambiente onde o bezerro permanece do nascimento até os primeiros dias de vida; falha de transferência de imunidade passiva; desinfecção tardia do umbigo; escolha errada de soluções antissépticas, incluindo princípio ativo, concentração e veículo; falha na forma de aplicação e frequência de antissepsia inadequada. O diagnóstico é feito com base no exame físico sendo frequentemente concluído em casos mais adiantados quando já estão em curso complicações secundárias. Métodos auxiliares de diagnóstico, como os de exames de imagem, podem contribuir para um diagnóstico precoce do problema. No presente estudo foi usado o termógrafo de infravermelho, resolução 140 x 140, sensibilidade térmica < 0,1 ºC, sem zoom, como método auxiliar de diagnóstico de onfalite em 2 bezerros. Após avaliação dos dois animais com sinais sugestivos de onfalite o exame foi repetido em um bezerro saudável para comparação. Estabeleceu-se o padrão de 1 m de distância do animal para obtenção das imagens termográficas, sendo todas obtidas no mesmo dia, ao final da tarde quando a temperatura ambiente era mais amena. Os bezerros com onfalite apresentaram apatia, prostração e, na palpação, observaram-se a região umbilical edemaciada, com aumento de sensibilidade, consistência firme e aumento de temperatura, sendo esta confirmada pelo uso da câmera termográfica. A termografia indicou os focos inflamatórios no umbigo, com maior temperatura, por diferença de coloração. Um dos bezerros acometidos apresentou temperatura da superfície umbilical de 37,4 ºC e o outro 36,6 ºC. Para o bezerro com nenhum sinal indicativo de onfalite, a temperatura foi de 34,9 ºC, inferior à dos animais doentes. Apesar de não ser um desafio diagnóstico, a onfalite pode representar um sério risco à saúde do bezerro, na forma de abscessos hepáticos ou poliartrite, caso não seja identificada e tratada rapidamente. Os achados do presente estudo sugerem que em grandes propriedades, a termografia de infravermelho pode auxiliar na avaliação de um grande número de animais em curto espaço de tempo, permitindo um diagnóstico e tratamento mais precoces. A técnica auxiliou no diagnóstico de onfalite apresentando como vantagens o fato de não ser invasiva, não emitir radiação ionizante, ser indolor e permitir uma interpretação rápida. Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1-235, 2015 018