Pesadelo masculino Questões culturais, de saúde e estética que envolvem a circuncisão eja por uma questão cultural, religiosa, estética ou até mesmo de saúde, a técnica da circuncisão ou postectomia – utilizada para a retirada da fimose - já era conhecida pelos egípcios há seis mil anos. Cerca de 40% dos homens sofrem dessa má formação congênita que também pode ser adquirida ao longo dos anos. S Quebrando tabus, fimose, ao contrário do que se diz e se pensa, é a incapacidade de expor completamente a glande do pênis. A não exposição da glande - seja com o pênis flácido ou ereto - se dá por aderência desta ao prepúcio ou por estreitamento do orifício prepucial. O problema atinge tanto crianças quanto adultos. Especialistas lembram que 90% dos meninos nascem com o prepúcio aderido à glande, com a finalidade de proteger tanto ela quanto o meato uretral. “Quanto mais cedo se identificar o problema, melhor. Hoje já existe técnica de se colocar um anel de plástico na glande do recémnascido. A pele cai junto com o umbigo”, revela o urologista Dr. Antônio Bernabé. No caso de uma criança e um adulto, ele diz que a cirurgia só é recomenda em casos de processo inflamatório. Isto porque aos seis anos de idade a maioria dos meninos já terá sua glande naturalmente descolada do prepúcio. Mas o não tratamento da fimose pode trazer complicações locais do tipo parafimose, que é o estrangulamento da glande pelo prepúcio de orifício estreito. “As gozações de amigos podem gerar fatores psicológicos, assim como a fimose mal feita”, revela. A fimose não tratada também dificulta a higiene local, favorecendo o surgimento de infecções e até implicando na gênese do câncer do pênis. Entretanto, ela não altera o desenvolvimento do mesmo. Freqüentemente se confunde a fimose com o excesso de pele ou o encurtamento do freio do pênis. O cabresto ou freio do pênis é uma estrutura normal, presente em todos os homens, que liga a glande ao prepúcio e tem a função de limitar os movimentos do prepúcio durante o coito. A cirurgia é feita em consultório, sob anestesia local (injeção na base do pênis) e dura cerca de 30 minutos. É preciso um repouso relativo de 01 a 03 dias e relações sexuais só após 30 dias. Os pontos rompem-se espontaneamente em cerca de 15 dias. A cirurgia para 19 retirada ou alongamento do freio peniano é semelhante. Na criança, a cirurgia é realizada sob anestesia geral ou espinhal. Consiste em remover a porção prepucial aderida à glande ou estreitada. durante algumas semanas. Os resultados preliminares sugerem uma significativa taxa de sucesso. Mas nem todos os pacientes podem ser candidatos ao tratamento tópico. Na criança, é comum a indicação da prática de “exercícios” nos quais os pais puxam o prepúcio sobre a glande, numa tentativa de romper as aderências. Tal prática, no entanto, deve ser evitada, pois causa rupturas no prepúcio, agravando a condição. “A cirurgia é feita em consultório, sob anestesia local (injeção na base do pênis) e dura cerca de 30 minutos.” Recentemente, surgiram alguns estudos propondo uma alternativa para o tratamento da fimose na criança. Em vez da cirurgia, o menino usaria um creme à base de corticóides, diretamente sobre o prepúcio, O trauma vai além do constrangimento psicológico A fimose também está ligada à questão estética ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A fimose pode provocar a saída de uma secreção esbranquiçada pelo orifício da pele chamada de esmegma, que é produzida pela glândula de Tyson. São glândulas sebáceas localizadas na transição da pele do prepúcio e a glande peniana. Pode causar, em casos mais severos, dificuldade para urinar quando ocorre o fechamento quase que total do orifício na pele do pênis, além de uma maior probabilidade de adquirir infecção urinária e doenças sexualmente transmissíveis (DST). “Outro fator curioso é que a fimose também pode afetar a ejaculação, pois a pessoa tem uma sensibilidade maior no pênis”, explica Bernabé. Quando existe uma condição de muita quantidade de pele, com a 20 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ impossibilidade de expor a glande, o homem apresenta geralmente um pênis malcheiroso e com saída de muita secreção, o que torna o ato sexual prejudicado e algumas vezes pode ocorrer quadro de inflamação e infecção do pênis durante a relação sexual. “A cirurgia pode ajudar na questão da ejaculação precoce porque a glande, à medida que vai roçando na roupa, tira um pouco daquela sensibilidade”, explica o sexólogo ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Charles Rojtemberg. “É bom que a pessoa opere ainda novo, pois na fase adulta a pessoa já tem sua resposta sexual”, avalia. Para ele, no entanto, não é a fimose que vai gerar um trauma psicológico no ato sexual. “Aqueles que não têm também não estão livres do trauma”, frisa. Rojtemberg esclarece que a fimose também envolve a questão estética. “Quem a tem fica com a falsa impressão que possui o pênis maior, por causa do excesso de pele. Quando opera, fica menor visualmente, o que pode gerar conseqüências traumáticas. Um homem pode ter problema de flacidez mesmo com o pênis ereto”, justifica, informando que a operação de fimose pode ajudar em muitos aspectos.