ANAIS DO V SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ALERGIA ALIMENTAR E VII JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO PEDIÁTRICA CENTRO DE CONVENÇÕES DO HOTEL MATSUBARA Dias 29,30 E 31 DE AGOSTO DE 2013. Realização: Departamento Científico do Instituto Girassol São Paulo 2013 Comissões V SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ALERGIA ALIMENTAR E VII JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO PEDIÁTRICA Profa.Dra. Renata Rodrigues Cocco Presidente do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar Profa.Dra. Roseli Oselka Saccardo Sarni Presidente do VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica Comissão Científica V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar Dirceu Solé Márcia de Carvalho Mallozi Renata Rodrigues Cocco Roseli Oselka Saccardo Sarni VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica Roseli Oselka Saccardo Sarni Fabíola Isabel Suano de Souza Glauce Yonamine Comissão de Trabalhos Científicos Fabíola Isabel Suano de Souza Giuliana Haddad Taralli Renata Rodrigues Cocco Thais Tobaruela Ortiz Abad Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 2 APRESENTAÇÃO É com grande satisfação que apresentamos os Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrologia Pediátrica, realizado entre os dias 29,30 e 31 de agosto de 2013, no Centro de Convenções do Hotel Matsubara – São Paulo-SP. São Paulo, Agosto de 2013. Comissão Científica Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 3 Tabela de Apresentação dos Pôsteres Data de Apresentação: 30/08/2013 PO101 PO102 PO103 PO104 PO105 PO106 PO107 PO108 PO109 PO110 PO111 PO112 PO113 PO114 PO115 PO116 PO117 PO118 PO119 PO120 PO121 Aleitamento Materno: duração em Centros de Educação Infantil Manifestações clinicas e estado antropométrico de crianças com suspeita de alergia a proteína do leite de vaca. Frequência de aleitamento materno exclusivo e os fatores associados ao desmame precoce em crianças menores de seis meses de idade no município de Vitória da Conquista - BA Alergia alimentar – sistema imunológico, diagnóstico e principais alimentos associados. Concentração sérica de magnésio em portadores de fibrose cística. Velocidade de crescimento e ganho de peso: Associação com a gravidade, controle e tratamento da asma em crianças asmáticas prépúberes Perfil nutricional e sociodemográfico de crianças com alergia à proteína do leite de vaca assistidas pela Secretária Municipal de Saúde de Salvador -BA Relato de caso: lactente em pós-operatório de transplante hepático Uso de dieta enteral: semi-elementar em paciente pediátrico com doença de Chron: Relato de caso Evolução clinica, dietética e antropométrica de uma criança em pósoperatório de doença de Hirschsprung Hábito alimentar de crianças de Centros de Educação Infantil: A classe econômica influencia? Manejo da desnutrição grave infantil em ambiente hospitalar Sistematização do atendimento nutricional infanto juvenil do Hospital Filantrópico da Zona Leste de São Paulo Alérgenos ambientais do leite humano: Possível impacto na susceptibilidade à alergia respiratória. Avaliação nutricional e correlação entre a circunferência do braço e prega cutânea triciptal em escolares de uma instituição publica de Jundiaí-SP Níveis séricos de vitamina D em pacientes com imunodeficiência primária Perfil nutricional de crianças hospitalizadas no setor de convênio em hospital publico pediátrico A importância da interação mãe-filho e do vinculo para o sucesso da amamentação Mães de lactentes menores de 7 meses e que desmamaram precocemente seus filhos, quantas trabalhavam fora do lar? Tipo de aleitamento adotado e a relação com o hábito do uso de chupeta Avaliação do índice TG/HDL em pacientes pediátricos com excesso de peso Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 4 PÔSTERES PO0101 Aleitamento materno: duração em Centros de Educação Infantil Amanda Volpini, Suellen Silva, Mayara Silva, Ana Carolina Teixeira, Michel Kfouri Filho,Carmem Maldonado, Dirce Akamine, Carla Satiro Farmoterápica Introdução: O aleitamento materno exclusivo é recomendado nos seis primeiros meses de vida, e complementar até dois anos ou mais, pois supre todas as necessidades nutricionais, protege contra doenças e estabelece vinculo entre mãe e filho. Objetivo: Observar a duração do aleitamento materno e a relação da classe social da família. Método: Realizou-se um estudo transversal em três Centros de Educação Infantil da zona sul de São Paulo que atende crianças de 1 a 6 anos entre novembro de 2011 à março de 2012. A amostra foi formada por 232 crianças. O questionário possuía questões relacionadas à alimentação da família e da criança, dados socioeconômicos, introdução da alimentação complementar e duração do aleitamento materno. A coleta de dados aconteceu antes de qualquer intervenção nutricional e foram excluídos questionários incompletos e classes sociais representando menos de 10% da amostra. Para avaliar a classe social das famílias, utilizou-se o critério de Classificação Econômica Brasil de 2008, realizado pela Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). Resultados: O período de aleitamento materno foi em média de 12,4 meses (DP:11,1 ). As crianças da classe B, C e D foram amamentadas, respectivamente por 11,6 , 12 e 14,3 meses. Quanto a classe econômica, 11,6% das famílias pertencem à classe B, 68,5% à classe C e 19,4% à classe D. 10,3% das crianças com idade inferior ou igual a 24 meses recebiam mamadeira e 2,6% dessas também recebiam aleitamento materno. Conclusão: De acordo com os dados apresentados, parece que a classe social pode interferir na duração do aleitamento materno, pois aparentemente quanto maior a classe social da família, menor o período de aleitamento materno. Levanta-se a hipótese de que famílias da classe C e D podem possuir baixo poder aquisitivo e por conta disso manter o aleitamento por mais tempo. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 5 PO102 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E ESTADO ANTROPOMÉTRICO DE CRIANÇAS COM SUSPEITA DE ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA Autores: Aruani Vieira Brito, Ângela Peixoto de Mattos, Carla Hilário da Cunha Daltro, Hugo da Costa Ribeiro Junior, Lissandra Amorim Santos, Sara Pithon Pereira Gatto, Sandra Santos Valois. Local: Ambulatório de Alergia Alimentar do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia, em Salvador-Ba. Introdução: Alergia Alimentar é uma reação adversa a um antígeno alimentar mediada por mecanismos imunológicos. Os mais importantes alimentos alergênicos em crianças são: leite de vaca, ovo, amendoim, soja. As manifestações clínicas possuem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório. O diagnóstico de alergia alimentar é estabelecido com a resolução dos sintomas sob dieta de exclusão e recaída com o desencadeamento. São poucos os estudos sobre estado nutricional de crianças em dietas de exclusão de alimentos, existindo alguns sugerindo comprometimento nutricional. Objetivo: Descrever as manifestações clínicas e o estado antropométrico de pacientes com suspeita de Alergia a Proteína do Leite de Vaca em primeira consulta no Ambulatório de Alergia Alimentar da Universidade Federal da Bahia. Método: Estudo transversal, com crianças menores que 5 anos, no qual foi aplicado um questionário semi-estruturado por nutricionistas e pediatras. O estado antropométrico foi avaliado de acordo com os escores-Z peso para altura e altura para idade, conforme critérios da OMS. As manifestações clínicas foram agrupadas em sistêmica, gastrointestinal, cutânea e respiratória. Resultados: Foram analisadas 71 crianças, sendo 52% do sexo masculino e 61% lactentes. 84,5% crianças apresentaram manifestações gastrointestinais, 51% cutâneas, 31% sistêmica e 16% respiratórias. De acordo com os indicadores antropométricos, 14% das crianças eram desnutridas, e 17% possuíam déficit de estatura e ambos os grupos tiveram maior duração dos sintomas (p<0,05). Embora as manifestações alérgicas aparecessem em idade mais precoce, a duração destes sintomas era maior nas crianças maiores que dois anos. Conclusões: As manifestações gastrointestinais foram prevalentes. A presença de deficit de peso foi observada em pequena porcentagem de pacientes. O deficit de estatura embora pareça pequeno, encontra-se acima do valor esperado para crianças nessa faixa etária sem sintomas de alergia alimentar. A duração dos sintomas foi maior nas crianças que apresentaram as manifestações alérgicas mais tardiamente e nos grupos que tinham déficit pôndero-estatural. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 6 PO103 FREQUÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E OS FATORES ASSOCIADOS AO DESMAME PRECOCE EM CRIANÇAS MENORES DE SEIS MESES DE IDADE NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA Daniela Santana Maia1, Carla Fabrícia Araújo Bonfim2, Elma Izze da Silva Magalhães3, Gabriela Madureira Baptista4, Michele Pereira Netto5, Daniela da Silva Rocha6 1 Nutricionista, Residente Multiprofissional do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) 2 Graduanda do Curso de Nutrição, Universidade Federal da Bahia (UFBA) 3 Nutricionista, Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Nutrição, Universidade Federal de Viçosa (UFV) 4 Nutricionista, Residente Multiprofissional do Hospital Professor Edgar Santos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) 5 Nutricionista, Doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 6 Nutricionista, Doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) O aleitamento materno é uma estratégia natural, e indispensável para promoção e proteção da saúde do grupo materno infantil. O objetivo do trabalho foi avaliar a frequência de aleitamento materno nos seis primeiros meses de vida em crianças atendidas em Unidades de Saúde de Vitória da Conquista – BA. Os dados foram coletados em todas as unidades de saúde da zona urbana, através de questionário contendo informações sobre identificação da criança e da mãe, prática de aleitamento materno e condição socioeconômica da família. Avaliou-se 212 crianças, sendo que 69,8% tinham entre 0 a 3 meses e 30,2% de 4 a 6 meses, com mediana de idade de 90 dias. Quanto a condição socioeconômica, 81,5% das famílias possuíam renda mensal inferior a 2 salários mínimos. Das crianças avaliadas, 98,1% receberam leite materno, sendo a mediana de tempo de 86 dias. A frequência de aleitamento materno exclusivo (AME) foi de 90,1%, com mediana de 60 dias. A prevalência de desmame precoce foi de 14,4%, destacando-se maior frequência nas crianças do sexo feminino (15,3%), entre as que não receberam leite na primeira hora de vida (14,5%), e as que receberam alimentos sólidos (45,2%), água (30,8%), chá (24,0) suco (48,6%) e outros leites (32,9%) antes dos seis meses. Obteve-se maior prevalência de desmame nos filhos das mães que não receberam orientação no hospital (16,7%). Dentre as dificuldades relatadas destaca-se o ingurgitamento mamário (39,6%), fissura (26,9%), problemas com o mamilo (12,3%) e mastite (5,7%). A mediana do AME no município foi inferior às recomendações preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, embora tenha superado a mediana nacional (54,11 dias). É necessária a melhoria na qualidade da assistência, garantindo acesso ao serviço de saúde com profissionais qualificados através dos grupos de incentivo ao aleitamento materno. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 7 PO104 Alergia alimentar – sistema imunológico, diagnóstico e principais alimentos associados. Autora: Elaine C. de A. Kotchetkoff; Raquel B. Mendonça Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas Introdução: A alergia alimentar (AA) é um efeito adverso à saúde decorrente de uma resposta imune específica e é reprodutível sempre que ocorre exposição ao alimento que contém o alérgeno (BOYCE et al, 2010). Objetivo: Realizar revisão bibliográfica sobre a alergia alimentar,com ênfase no mecanismo imunológico envolvido e métodos diagnósticos existentes. Metodologia: A identificação de artigos científicos foi feita através de busca bibliográfica nas seguintes bases de dados: MEDLINE, BIREME, SCIELO e PUBMED, nos idiomas: português, inglês e espanhol. Período de publicação de janeiro de 1997 a dezembro de 2012. Resultados e discussão: Apesar de qualquer proteína da dieta poder desencadear AA, alguns alimentos são considerados mais alérgenos que outros. São eles: ovo, leite, amendoim, nozes, frutos do mar, peixe, trigo e soja (SICHERER e SAMPSON, 2010). O teste de provocação oral (TPO) é uma importante ferramenta para diagnosticar a AA. Este método consiste na oferta do alimento, sob supervisão médica, para que se possa observar a ocorrência ou não de reações adversas (NOWAKWEGRZYN et al, 2009). A terapia comprovadamente eficaz é a exclusão total do alimento alérgeno. Os pacientes, assim como seus familiares, devem ser orientados para que não haja ingestão acidental do alérgeno alimentar (SAMPSON, 2003). Conclusão: Conforme apontam os estudos, a AA vêm aumentando nos últimos anos, no entanto a falta de uniformidade nos critérios utilizados somado aos diversos fatores envolvidos dificultam uma resposta mais precisa. Dada a importância do TPO pode-se dizer que a padronização e implementação para uso na prática clínica nos serviços de saúde do Brasil, seria de fundamental importância, pois isso possibilitaria que o indivíduo afetado não excluísse alimentos desnecessariamente, além de viabilizar um levantamento do número de pessoas com AA em nosso país. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 8 PO105 CONCENTRAÇÃO SÉRICA FIBROSE CÍSTICA. DE MAGNÉSIO EM PORTADORES DE Ieda R L Del Ciampo1, Regina Sawamura2, Luiz A Del Ciampo2, Maria I M Fernandes2. Instituição: 1.Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. 2.Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Fibrose Cística (FC) é doença autossômica recessiva, letã,l mais comum em caucasianos. Caracteriza-se pela alteração da proteína CFTR, que funciona como canal de cloro, produzindo muco espesso com consequentes má digestão e absorção intestinais, lesões brônquicas e infecções pulmonares e distúrbios eletrolíticos por perdas excessivas no suor. Nutrição adequada melhora a sobrevida. Recentemente o magnésio tem sido explorado como mineral importante na saúde dos fibrocísticos. Objetivos: descrever a concentração sérica de magnésio em fibrocísticos. Metodologia: estudo retrospectivo, levantamento (prontuários dos pacientes de centro de referência para FC no estado de SP). Selecionados aqueles com dosagens de magnésio coletadas entre janeiro/2011 a março/2013. Variáveis: idade à coleta (0 a 10anos, >10 a 20anos, >20 a 50anos), gênero, cor, insuficiência pancreática (IP), magnésio sérico (VR=1,4 a 2,3 mEq/L). A comparação do magnésio entre os grupos foi realizada pelo método de Kruskal-Wallys, nível de significância 5%. Resultados: 50 pacientess, 27 (54%)M, 45 (90 %) brancos. Faixa etária:10 (24%) <10 anos, 19 (33%) >10 e <20 anos e 7 (12,1%) >20 anos. 44 (89%) eram IP e 36 (48%) apresentavam esteatócrito = 0. A mediana do magnésio sérico foi =1,67 mEq/L (SD± 0,21). A diferença do magnésio sérico não foi significante entre aqueles com esteatócito =0 ou >0 (p = 0.4), insuficientes e suficientes pancreáticos (p =0,2) ou entre as faixas etárias (p =0,8).Discussão: Estudos encontraram deficiência de magnésio na FC ou melhora de funções corporais após sua suplementação. Esse estudo concorda com os que não observaram deficiência, ressaltando-se que a mediana foi mais próxima dos níveis inferiores de referência. Embora o magnésio sérico reflita apenas 1% do magnésio corporal, outras maneiras mais precisas para aferi-lo ainda estão sendo testadas. Conclusões: A avaliação rotineira do magnésio nos fibrocísticos poderia alertar para a necessidade de sua suplementação. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 9 PO106 VELOCIDADE DE CRESCIMENTO E GANHO DE PESO: ASSOCIAÇÃO COM A GRAVIDADE, CONTROLE E TRATAMENTO DA ASMA EM CRIANÇAS ASMÁTICAS PRÉ-PÚBERES Larissa Celiberto Renosto, Paulino TL, Rafael MN, Andrade IGA, Ferreira CA, de Souza FIS, Roseli Oselka Saccardo Sarni Instituição: Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. (UNIFESP/EPM) Introdução: A asma é uma doença respiratória caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas, decorrente de obstrução e hiperresponsividade, causando episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse. Atualmente, os corticosteroides inalatórios são os principais medicamentos utilizados no tratamento da doença, pois reduzem a frequência e a gravidade das crises. No entanto apresentam eventos adversos sistêmicos como perda de massa óssea, inibição do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e déficit de crescimento. Além disso, o crescente excesso de peso observado entre crianças e adolescentes, inclusive nos asmáticos, é um dos fatores associados ao desenvolvimento de asma mais grave e de difícil controle. Objetivo: Avaliar a velocidade de crescimento estatural e o ganho de peso de crianças asmáticas pré-púberes. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva que avaliou 90 prontuários de crianças com diagnóstico de asma, menores que 9 anos, de ambos os sexos, com no mínimo um ano de acompanhamento no ambulatório de alergia da UNIFESP/EPM. Os dados relativos à doença, os pesos e as alturas foram coletados por meio de questionário padronizado em dois momentos com intervalos de um ano. Para análise da velocidade de crescimento (VC) foram empregadas as curvas propostas por Tanner e realizado o cálculo do z escore da VC (ZVC). Resultados: O excesso de peso (risco para sobrepeso, sobrepeso e obesidade) foi observado em 31,8% (27/85) dos pacientes não apresentando associação com a gravidade da asma. Baixa VC (ZVC < -2) foi encontrada em 13,9% (11/79) da amostra estudada, com maior frequência no grupo de crianças com asma persistente moderada em relação às formas persistente leve e intermitente (7/11 – 63,6% vs 21/68 30,2%; p = 0,047). O uso de corticosteroides (dose, tipo e tempo de uso) não mostrou associação com a VC. Conclusão: Foi constatado um maior comprometimento da VC em crianças com asma moderada/grave. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 10 PO107 Perfil nutricional e sociodemográfico de crianças com alergia à proteína do leite de vaca assistidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador – BA. AUTORES: Marcela Carvalho, Déborah Lopes, Débora Santos, Vinicius Brandão. LOCAL DE REALIZAÇÃO OU INSTITUIÇÃO: Prefeitura Municipal de Salvador e Universidade do Estado da Bahia. INTRODUÇÃO: A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a mais comum na infância, sendo o desmame precoce um dos principais motivos para o desencadeamento desta. Há variação da prevalência de APLV nos diversos países e o estado nutricional de crianças com APLV pode ser significantemente comprometido, sobretudo, quando tratadas de forma inadequada. OBJETIVO: Descrever o perfil nutricional e sociodemográfico de crianças com APLV assistidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) – BA. METODOLOGIA: Foram coletados dados dos processos para início de atendimento de 75 crianças com APLV assistidas pela SMS de Salvador no período de 01 a 30 de abril de 2013. Dentre as variáveis investigadas, destacam-se: sexo, idade e instituição de saúde de nascimento. O diagnóstico do estado nutricional deu-se mediante a avaliação dos indicadores antropométricos P/I e A/I, conforme a recomendação da OMS (2007). A análise dos dados foi descritiva, realizada com o programa Microsoft Excel (2010). RESULTADOS: A maioria dos pacientes avaliados era do sexo feminino (52%), com idade média (DP) de 19,4 (12,16) meses. Tem-se que 68% (n=51) das crianças nasceram em instituições de saúde privadas, enquanto 17,33% (n=13) em instituições públicas e 12% (n=9) em instituições público-privadas. Cerca de 70% (n=52) das crianças estavam com peso e estatura adequados para a idade; 22,6% (n=17) estavam com déficit de peso e 2,7% (n=2) estavam com o peso elevado para a idade. Do total, 21,7% (n=16) das crianças apresentaram déficit de estatura. CONCLUSÕES: A minoria das crianças do grupo avaliado nasceu em instituições de saúde públicas, o que nos leva a inferir a importância das ações e estratégias do SUS na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Nesse estudo, a maior parte das crianças estava com peso e comprimento adequados para a idade no início do atendimento pela SMS. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 11 PO108 Relato de Caso: lactente em pós-operatório de transplante hepático Maria A. C. Bonfim; Adriana S. Gandolfo Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/ Faculdade de Medicina – USP Introdução: A atresia de vias biliares (AVB) é a maior indicação de transplante hepático na faixa etária pediátrica, respondendo por 76% das indicações das crianças abaixo dos dois anos de idade, a desnutrição e a deficiência de micronutrientes frequentemente estão presentes. Objetivo: Relatar o acompanhamento nutricional de um lactente em pós-operatório de transplante hepático. Método: Foram levantados dados de peso, altura, tipo de dieta e aceitação alimentar. Para classificação do estado nutricional foi considerado o indicador peso para estatura (P/E) e respectivo escore z de acordo com o padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo utilizado o programa Anthro® para os cálculos. Resultados: N.C.A.M., procedente do estado de Mato Grosso do Sul, apresentava-se ictérico desde o nascimento com piora progressiva, aos quatro meses foi realizado diagnóstico de AVB. Aos 5m e 26 dias, foi submetido a transplante hepático intervivos, na admissão P/E= - 0,11 escore z (eutrofia). Durante a internação na clínica cirúrgica, foi ofertado leite materno e/ou fórmula infantil de partida (115 mL de 3 em 3 horas), houve perda ponderal gradativa, P/E= -3,53 escore z ( magreza acentuada ). Optou-se pela administração via oral de dieta nutricionalmente completa para lactentes com necessidades nutricionais aumentadas e/ou risco nutricional (composição em 100 mL: energia=100 kcal; proteína= 2,6g; lipídios=5,4g, a concentração de vitaminas, minerais e elementos-traço 15 a 40% acima da fórmula infantil de partida). A alimentação complementar foi introduzida aos 6 meses e 21 dias, sendo observada baixa aceitação. O aporte calórico diário oscilou de 900 a 1200 kcal. Após aproximadamente 40 dias da oferta da dieta, o paciente apresentou melhora no estado nutricional P/E escore z= -1,09 (eutrofia). Conclusão: A intervenção nutricional precoce contribuiu para evolução nutricional e recuperação adequada no pós-operatório de transplante hepático. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 12 PO109 USO DE DIETA ENTERAL SEMIELEMENTAR EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM DOENÇA DE CHRON: RELATO DE CASO. Maria Aparecida C. Bonfim; Olivia R. Santos; Ary L. Cardoso. Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. OBJETIVOS: Descrever a intervenção nutricional realizada em paciente pediátrico portador de doença de Chron. METODOLOGIA: Trata-se de relato de caso. Paciente G.P.S.B, 9 anos, diagnosticado com doença de Chron aos 8 meses de vida, associada a alergia a proteína do leite de vaca e a dermatite atópica. Com histórico de inúmeras internações prévias prolongadas por fístulas perianais. Foram aferidos periodicamente peso, estatura, circunferência do braço (CB) e dobra cutânea tricipital (DCT). Calculou-se o Z escore do Índice de Massa Corpórea/Idade (IMC/I) pelo programa Antho Plus®(OMS). A conduta dietética adotada foi à oferta exclusiva de nutrição enteral (NE) 2000mL/dia, semielementar, normocalórica, normoproteica, à base de proteína hidrolisada do soro do leite e com 46% de TCM, por via sonda nasogástrica. Foram monitorados o volume infundido, hábito intestinal e possíveis complicações decorrentes da NE. RESULTADOS: Na avaliação nutricional realizada na admissão o paciente apresentou: CB=15 cm, DCT=7,0 mm, IMC/I= 16,5Kg/m2 (z escore=0,08). Ainda foi observado média de cinco evacuações líquidas por dia. A NE foi realizada por 16 dias consecutivos, atendendo em 100% as necessidades calóricas e proteicas. Após o término deste período foi possível observar discreta melhora no estado nutricional, com: CB=16 cm, DCT=8,0mm, IMC/I=17,2Kg/m² (z escore=0,40). Ocorreu melhora no número e consistência de evacuações (média de três episódios semi-pastosa). Observou-se melhora progressiva das lesões perianais, porém sem resolução completa do quadro, assim o paciente recebeu alta com bom estado geral, e com programação de abordagem cirúrgica (colectomia à direita + ileostomia definitiva). CONCLUSÃO: Em pacientes pediátricos com doença de Chron, a NE deve ser indicada para evitar atraso no crescimento, e com o objetivo de prevenir ou tratar a desnutrição proteico-calórica e/ou deficiências nutricionais. No paciente em questão a NE exclusiva foi eficiente, propiciando manutenção do estado nutricional e melhora na qualidade de vida. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 13 PO110 Evolução clínica, dietética e antropométrica de uma criança em pós operatório tardio da doença de Hirschsprung Mariana Valiati1, Daniela Santana Maia1, Cristiana Araújo Gontijo2, Lorena Ferreira3 ,Cássia Maria de Oliveira3. Renata 1 Nutricionista, residente multiprofissional, Universidade Federal de Uberlândia Nutricionista, docente do curso de nutrição da Universidade Federal de Uberlândia 3 Nutricionista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia 2 A doença de Hirschsprung ou aganglionose intestinal, anomalia congênita, caracterizada pela ausência de células ganglionares nos plexos intermusculares mientéricos (SANTOS JÚNIOR, 2002). Objetivou-se descrever a evolução clínica, antropométrica e dietoterápica de uma criança, sexo feminino, com diagnóstico de Doença de Hirschsprung, atendida na enfermaria de pediatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Trata-se de estudo retrospectivo, cujos dados foram obtidos no prontuário da paciente. A criança foi admitida na enfermaria no dia 24/03/13, com 2 anos e 7 meses de idade, apresentando 10,3kg , P/I: z-score -1,91 (peso adequado para a idade). O tratamento clínico foi a ressecção cirúrgica, repercutindo em intercorrências pós-operatórias, incluindo alterações dietoterápicas. Dentre essas, destaca-se que durante 11 dias tentou-se evoluir a dieta, contudo essa permaneceu de zero à liquida completa. No 12º dia iniciou-se nutrição parenteral total e 15 dias depois a criança apresentou sepse secundária à enterocolite, sendo encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva, com 9,400kg (P/I: z-score -2,69, baixo peso para idade)e perda ponderal de 900g em menos de 2 meses. Ao retornar à enfermaria (07/05/13), a criança estava com 9kg e dieta por SNE em posição gástrica. Dia 20/05/13, após dieta por sonda e pastosa via oral, a paciente apresentava 10,020kg. Depois de 14 dias (03/06/13) com retirada da sonda a dieta progrediu para livre e suplemento polimérico, resultando na recuperação de peso (10,250kg, P/I: z-score -2,23, baixo peso para idade) e melhora do estado clínico. Portanto, deve-se considerar a intervenção nutricional precoce no pré e pós-operatório, visando diminuir o risco de infecção. Sendo estas essenciais para evitar maiores perdas de massa corporal e, a consequente desnutrição, evitando ainda o choque séptico e demais intercorrências clínicas. SANTOS JÚNIOR, JCM. Megacólon – Parte I: Doença de Hirschsprung. Revista Brasileira de Coloproctologia, n.3, p.196-209, 2002. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 14 PO111 Hábito Alimentar de Crianças de Centros de Educação Infantil: A classe econômica influencia? Mayara Silva, Ana Carolina Teixeira, Amanda Volpini, Suellen Silva, Dirce Akamine, Michel Kfouri Filho, Carmem Maldonado, Carla Satiro Farmoterápica Introdução: De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (2008/2009), cerca de 16,1% da renda familiar é destinada à alimentação e os principais alimentos comprados são os industrializados e processados. Objetivo: Conhecer o consumo alimentar de crianças de 1 a 6 anos e observar se há diferenças entre classes econômicas. Método: Estudo transversal, em três centros de educação infantil públicos na zona sul de São Paulo, com crianças de 1 a 6 anos de idade, entre novembro de 2011 e março de 2012. A coleta de dados constituiu-se de um questionário socioeconômico e outro de frequência alimentar. Todos os dados foram coletados antes de qualquer intervenção nutricional. Para avaliar a classe econômica, utilizou-se o critério de Classificação Econômica Brasil de 2008, realizado pela Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). Foram excluídos da amostra os questionários com dados faltantes, bem como as classes sociais que representavam menos de 10% da amostra. Resultados: A amostra final foi composta por 182 crianças. As classes econômicas encontradas nessa amostra foram as classes C (68,7%), D (16,5%) e B (14,3%). Referente ao consumo alimentar, pode-se notar que a classe B tem um consumo diário maior de frutas (57,7%), comparado com as classes C (40,8%) e D (46,7%). Assim como as verduras e legumes, com 38,5% de consumo pela classe B e apenas 19,2% da classe C e 26,7% da D. Em todas as classes econômicas o consumo diário de refrigerantes e sucos em pó é elevado, sendo 38,5% na classe B, 43,2% na C e 33,3% na D. Conclusão: Através dos resultados obtidos, conclui-se que a classe econômica não interfere no consumo alimentar. Porém, foi possível notar um baixo consumo de verduras e legumes e um alto consumo de refrigerantes e doces, o que pode trazer prejuízos a saúde a curto e longo prazo. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 15 PO112 Manejo da Desnutrição Grave Infantil em Ambiente Hospitalar Alves, Mônica Aparecida Prata 1; Silva, L.P.²; Sonsin, P.B.³; Souza, Cintia Aparecida.4 – São Paulo Introdução A desnutrição é uma doença metabólica de origem multi - causal e complexa. Pode começar já na vida intra-uterina e/ou estar associada a ocorrência de doenças (MS, 2005). No ambiente hospitalar, encontramos desnutrição prévia, por conta de fatores primários ou associados a eventos catabólicos agudos e/ou crônicos (Nogueira e Ribeiro in Nogueira et al, 2011). Com esta problemática, vê – se a importância de explorarmos este tema com o intuíto de melhorar o atendimento hospitalar reforçando a investigação desnutrição grave. Objetivo Revisar as estratégias nutricionais para a atuação prática na desnutrição grave infantil em ambiente hospitalar. Método Este estudo será realizado através de revisão de literatura. Serão utilizados como critérios para escolha das referências bibliográficas os seguintes tópicos: • Artigos publicados em periódicos indexados, que tenham sido publicados a partir do ano 2000; • Livros publicados a partir do ano 2003; • Sites de instituições e sociedades brasileiras e internacionais de pediatria; Resultado Para o diagnóstico da desnutrição, é importante seguir alguns passos (Nützenadel, 2011): 1) Verificar a possibilidade da desnutrição estar associada a outras doenças; 2) Avaliação do estado nutricional; subjetiva e objetiva 3) Identificar o grau de desnutrição e os riscos que esta pode causar à criança no momento. O tratamento da desnutrição em ambiente hospitalar compreende 3 fases: Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 16 Conclusão Foi possível concluir que a desnutrição em ambiente hospitalar reduziu com o passar dos anos, porém os dados em literatura são incompletos, com poucos estudos conduzidos com este público. Embora as formas de tratamento para esta doença estejam bem delimitadas, torna–se necessária uma maior atenção da equipe multi em registrar adequadamente os dados para que o manejo da desnutrição seja mais eficaz. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 17 PO113 Sistematização do Atendimento Nutricional Infanto Juvenil do Hospital da Filantrópico da Zona Leste de São Paulo. Alves, Mônica Aparecida Prata; Mota, MNS; Sonsin, Patrícia Bissoli. Introdução A identificação das alterações no estado nutricional das crianças e adolescentes hospitalizados possibilita uma atuação precoce e a indicação da terapia nutricional adequada. Nas crianças, a desnutrição pode ter consequências sérias, tais como retardo do crescimento e aumento da suscetibilidade às infecções. A desnutrição hospitalar está associada ao aumento do risco de complicações clínicas e da permanência hospitalar, aumentando os custos. Com o intuito de prevenir a desnutrição, efetuar o correto diagnóstico nutricional da criança e oferecer uma terapêutica adequada e individualizada às necessidades do paciente torna-se importante o desenvolvimento de um instrumento que possa auxiliar e direcionar as atividades do nutricionista dentro de uma instituição hospitalar. Objetivo Desenvolver um protocolo de atendimento e acompanhamento nutricional em pediatria para sistematizar e otimizar a assistência nutricional das crianças e adolescentes hospitalizados em um hospital filantrópico da zona leste de São Paulo. Método Este estudo será realizado através de revisão de literatura. Serão utilizados como critérios para escolha das referências bibliográficas os seguintes tópicos: • • • Artigos publicados em periódicos indexados, que tenham sido publicados a partir do ano 2000; Livros publicados a partir do ano 2003; Sites de instituições e sociedades brasileiras e internacionais de pediatria; Resultado Desenvolveu – se um protocolo de atendimento que contempla: 1)Roteiro de atendimento; 2)Visita admssional; 3)Avaliação Nutricional; Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 18 4)Determinação do fluxograma de atendimento aos clientes pediátricos hospitalizados no HSM; Visita admissional em 72h Avaliação Nutricional (72 horas) Retorno de Visita a cada 72 h Desnutrição TNE NPP Sobrepeso Obesidade Eutrofia Reavaliação a cada 10 dias Retorno de Visita a cada 48 h Reavaliação a cada 10 dias Retorno de Visita a cada 24-48 h Reavaliação a cada 7 dias 5) Determinação das necessidades nutricionais. Conclusão Foi possível desenvolver uma sistematização de atendimento que contemple os clientes que internam neste hospital utilizando as referências bibliográficas mais recentes. Agora compete à equipe de nutricionistas iniciar o seu uso e verificar sua aplicabilidade na instituição verificando publico alvo x atividades desenvolvidas pelos profissionais nas unidades de internação. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 19 PO114 Alérgenos ambientais do leite humano: susceptibilidade à alergia respiratória. Possível impacto na Patricia Macchiaverni PhD*1,2, Akila Rekima BSc3*, Mathilde Turfkruyer MSc3 , Laurent Mascarell PhD4, Sabi Airouche BSc4, Philippe Moingeon PhD4, Karine Adel-Patient PhD5, Antonio Condino-Neto MD, PhD1,2, Isabella AnnesiMaesano MD, PhD6,7, Susan L Prescott MD, PhD8,9, Meri K Tulic PhD3,8,9 and Valérie Verhasselt MD, PhD3,8 1 Instituto de Ciências biomédicas – Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 2 Centro de Investigação em Pediatria – Universidade de Campinas, Campinas, Brasil. 3 EA 6302 "Tolérance Immunitaire"-Université de Nice Sophia-Antipolis, Hôpital de l'Archet, Nice, France 4 Research and Development, Stallergenes SA, Antony, France 5 INRA, UR496 Immuno-Allergie Alimentaire, CEA/IBiTeC-S/SPI, CEA de Saclay, F-91191 Gif sur Yvette cedex, France 6 EPAR UMR-S 707 INSERM France 7 EPAR UMR-S 707 UPMC Paris6, Medical School Saint-Antoine Paris, France 8 School of Pediatrics and Child Health, University of Western Australia, Perth, Australia 9 The International Inflammation 'in-FLAME' Network, Worldwide Universities Network (WUN) RESUMO Introdução: Estudos recentes apontam que, ao contrário de evitarmos o contato ao alérgeno, a exposição no inicio da vida se faz necessária para indução da tolerância imunológica e prevenção da sensibilização alérgica. No entanto, o impacto da exposição à alérgenos respiratórios no inicio da vida ainda é controverso. Objetivo: Investigamos se o alérgeno ambiental do ácaro Dermatophagoides pteronyssinus (Der p), principal causa da asma alérgica, está presente no colostro e leite materno humano. Por meio de um modelo animal que mimetiza a realidade em humanos de maneira controlada, onde fatores ambientais e genéticos são excluídos, investigamos o impacto da exposição oral a estes alérgenos para o desenvolvimento da alergia respiratória. Métodos: Der p 1 foi quantificado em amostras de colostro e leite materno do Brasil, Austrália e França por ELISA. Camundongos BALB/c foram amamentados por mães expostas ao Der p durante o período de lactação e a manifestação alérgica da prole analisada com 6 semanas. Resultados: Nosso estudo demonstrou a presença do alérgeno respiratório Der p 1 em 58%, 70% e 78% das amostras de colostro do Brasil, França e Austrália, respectivamente. A concentração média foi de 96pg/mL; similar à concentração do alérgeno alimentar ovalbumina (OVA). Observamos que camundongo amamentado por mães expostas ao Der p apresentaram aumento de 5 vezes nos níveis de IgE e IgG1 específica comparado aos camundongos amamentados por mães naïves; indicando que Der p 1 induz sensibilização alérgica ao invés de proteger a prole como já Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 20 demonstrado com a OVA. A inflamação alérgica não foi afetada. Conclusão: A exposição no inicio da via à alérgeno respiratórios pode ocorrer via aleitamento materno. Nosso resultado em modelo animal mostrou que tal exposição prima o sistema imunológico e induz a sensibilização alérgica. Por demonstrar que alérgenos respiratórios podem ser encontrados no leite materno humano e que a natureza do antígeno interfere no direcionamento da resposta do sistema imunológico, nosso trabalho traz uma nova hipótese para a compreensão dos fatores envolvidos no desenvolvimento das alergias respiratórias. Finaciamento: FAPESP, INSERM, Université de Nice Sophia-Antipolis, Société Française d’Allergologie (SFA), Fond de Recherche en Santé Respiratoire, Fondation Princesse Grace, e EDEN study. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 21 PO115 Avaliação nutricional e correlação entre a circunferência do braço e prega cutânea triciptal em escolares de uma instituição pública de Jundiaí-SP. Raquel Gonçalves e Bruna Regina Biaziolli Centro Universitário Padre Anchieta – Jundiaí. Introdução: A avaliação nutricional é importante para identificar as condições de saúde da população, já que as crianças que apresentam alterações nutricionais possuem um risco maior de desenvolver problemas de saúde.Objetivo: Avaliar o estado nutricional de escolares de 6 a 10 anos de uma instituição pública no município de Jundiaí. Métodos: Foram convidados a participar do estudo 400 crianças da escola, onde foram coletadas medidas de peso, estatura, circunferência do braço (CB) e prega cutânea triciptal (PCT). Resultados: Participaram do estudo 257 crianças de ambos os sexos. Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC) a maior parte dos escolares apresentarem eutrofia (62,60% dos meninos e 60,45% das meninas), 36,58% dos meninos e 39,55% das meninas apresentaram excesso de peso. Segundo a CB 61,79% dos meninos e 54,48% das meninas apresentaram eutrofia, 27,64% dos meninos e 31,35% das meninas apresentaram excesso de peso e 10,57% dos meninos e 14,18% das meninas desnutrição. Em relação a PCT os casos de excesso de peso foram de 51,22% no sexo masculino e 44,03% no sexo feminino. Os casos de eutrofia chegaram a 14,63% nos meninos e 23,13% nas meninas e os de desnutrição chegaram a 34,15% nos meninos e 32,84% nas meninas. Ao analisar a correlação linear entre as variáveis pesquisadas (IMC, CB e PCT) foi encontrada uma correlação positiva entre o IMC e a PCT (R= 0,8643, p< 0,01) e o IMC e a CB (R=0,8608, p<0,01). Conclusão: Grande parte dos escolares deste estudo apresentarem excesso de peso, sendo, sendo superior ao número de crianças com desnutrição. Também foi possível observar que houve uma elevada correlação entre o IMC e a PCT e entre o IMC e a CB nos escolares deste estudo. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 22 PO116 NÍVEIS SÉRICOS DE VITAMINA D EM PACIENTES COM IMUNODEFICIÊNCIA PRIMÁRIA Talita Lemos Paulino, Rafael MN, Valente ECS, da Silva R, Carvalho BTC, Roseli Oselka Saccardo Sarni Instituição: Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. (UNIFESP/EPM) Introdução: As imunodeficiências primárias (IDPs) caracterizam-se por defeitos qualitativos e/ou quantitativos, geneticamente determinados, em um ou mais setores do sistema imunológico. Entre as IDPs, a imunodeficiência comum variável (ICV) é caracterizada por deficiência primária de anticorpos e a ataxia telangiectasia (A-T) por imunodeficiências em graus variáveis, neurodegeneração (ataxia cerebelar progressiva), anormalidades cutâneas (telangiectasia) e radiossensibilidade. A vasta distribuição e expressão do receptor de vitamina D (RVD) na maioria das células imunológicas e suas ações na proliferação e na diferenciação celular, torna a vitamina D uma candidata potencial na regulação do sistema imunológico. Objetivo: Comparar níveis séricos de vitamina D entre pacientes com ICV e A-T e controles saudáveis. Métodos: Estudo transversal prospectivo e controlado envolvendo 31 pacientes com IDP, 14 A-T e 17 ICV, com idade entre 3 e 52 anos, acompanhados no serviço de Imunologia Clínica da UNIFESP/EPM, e controles saudáveis pareados por sexo e idade. Foi utilizado questionário para avaliação demográfica, socioeconômica e clínica e coletados dados antropométricos como peso, estatura e dobras cutâneas. A dosagem da 25 hidroxivitamina D [25(OH)D] foi realizada por meio do método de imunoensaio quimioluminescente competitivo (CLIA) e classificada como: < 20ng/ml deficiente; ≥ 20 e < 30ng/ml - bom e ≥ 30ng/ml - desejável. Resultados: A deficiência de vitamina D foi encontrada em 42,86% (6/14) dos pacientes com A-T, em 17,65% (3/17) dos com ICV e em 16,13% (5/31) dos controles. Quando comparados apenas os pacientes, as concentrações médias de vitamina D foram significativamente (p= 0,043) menores entre os pacientes com A-T. Conclusão: O estudo apontou níveis séricos deficientes de [25(OH)D] principalmente nos pacientes com A-T, o que pode contribuir para piora do funcionamento imunológico. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 23 PO117 Perfil nutricional de crianças hospitalizadas no setor de convênio em hospital público pediátrico Thais F. Siqueira; Adriana S. Gandolfo Instituto da Criança – Hospital das Clínicas/ Faculdade de Medicina – USP Introdução: Conhecer o perfil nutricional de pacientes é fundamental para estabelecer intervenção nutricional precoce adequada à faixa etária e condição clínica. Objetivo: Caracterizar o perfil nutricional de pacientes internados no setor de convênio em um hospital público pediátrico. Método: Durante o mês de maio de 2013 foram coletados dados de peso, altura, idade, sexo, doença, tipo de dieta e escore de risco nutricional de todas as crianças que internaram no andar do convênio. As doenças foram agrupadas por especialidade médica, a classificação do estado nutricional foi realizada por escore z de p/E para menores de 2 anos e IMC/I para maiores de 2 anos, o escore de risco nutricional foi classificado segundo Strong Kids e o tipo de dieta foi dividido em via oral (VO), sonda nasogástrica (SNG) e gastrostomia (GTM) e mista (parenteral + SNG + VO ou SNG + VO). Resultados: Em relação à variável sexo, 36% eram feminino e 64% masculino. A média de idade foi de 4 anos e 6 meses (variando de 2 meses a 14 anos de idade). De acordo com o perfil nutricional, a maioria apresentava-se na eutrofia (76%), seguido de sobrepeso (19%), risco de sobrepeso (6%), magreza (4%) e obesidade (2%). A maior parte das dietas era via oral (90%), e apenas 6% estavam com dieta por gastrostomia (GTM) e 4% recebiam dieta mista. Por especialidades, a maior demanda foi de pacientes da Pneumologia (34%), seguido de Cirurgia (24%) e oncologia (10%). Em relação ao escore de risco nutricional, 12% das crianças apresentavam alto risco nutricional, 54% médio risco e 34% baixo risco. Conclusão: A maioria das crianças e adolescentes internadas no setor de convênio apresentam estado nutricional dentro do padrão de normalidade, porém o escore de risco nutricional é predominante entre os níveis médio e alto risco, mostrando a necessidade de uma acompanhamento nutricional frequente para garantir adequada evolução nutricional. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 24 PO118 A importância da inteiração mãe-filho e do vínculo para o sucesso da amamentação. Lélia Cardamone Gouvêa Ambulatório de Puericultura e Aleitamento Materno da Universidade de Santo Amaro. Introdução: Aleitamento materno (AM) deve ser praticado de forma exclusiva até o 6º mês. Nos últimos anos tem havido incentivo à amamentação, mas ainda está aquém do recomendado. Em 32 anos de atividade prática na busca da principal dificuldade na inteiração mãe e filho durante a amamentação descrevemos este estudo. Objetivo: Observar inteiração mãe-filho durante a primeira consulta de puericultura e o reflexo desta inteiração na prática da amamentação. Método: Participaram do estudo mães com dificuldade na amamentação na primeira consulta no ambulatório de puericultura. Todas participam de ação educativa sobre técnica de amamentação e após, ao serem atendidas individualmente, às com evidente dificuldade na inteiração com seus filhos, em que apesar da técnica correta, não conseguem amamentar são atendidas com foco especial na interação mãe filho. Sugerimos que coloquem seu bebê em contado direto pele a pele. E em seguida conversamos de forma suave e acolhedora sobre a angústia da mãe pelo choro de seu filho. Descrevemos as emoções que ele pode estar sentindo, por ela estar tão aflita e como é carente do seu aconchego e aceitação. Que fixasse o olhar no seu filho, acariciando-o e usando palavras de aceitação e real acolhimento. Resultados: Na sequência da técnica observamos que a criança vai deixando de chorar à medida que a mãe começa a usar palavras de carinho e tranquilizá-lo sentindo-o, como seu bebê carente e não como um cobrador insistente. As palavras suaves para acalmá-lo vão transformando-os e acalmando-os. Expressões de carinho e doçura podem ser constatadas, vemos a fisionomia da mãe e da criança se transformarem, de forma evidente, podendo ser observada nas fotos sequenciais durante a mamada. Conclusões: A dificuldade no AM resistente a correção da técnica, exigiu atenção especial na inteiração mãe-filho. Só após ajuste da relação mãe e filho, o AM foi praticado com sucesso. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 25 PO119 Mães de lactentes menores de 7 meses e que desmamaram precocemente seus filhos, quantas trabalhavam fora do lar? Lélia C. Gouvêa, Andrea M. Barros, Bárbara M. Herrero, Jéssica D’Ório Dantas. Universidade de Santo Amaro Introdução: As mudanças socioculturais do último século foram marcadas pela participação mais intensa da mulher no mercado de trabalho tanto informal, como formal e tem sido descrito como uma das principais causas do desmame. Qual seria real participação do trabalho fora do lar entre as mães que não amamentam na região sul do município? Objetivo: Identificar entre as mães de crianças menores de 7 meses, que não estavam amamentando, qual o percentual de mães que trabalhavam fora do lar. Métodos: Estudo transversal aprovado pelo CEP da PMSP, realizado durante a 1a etapa da campanha nacional de multivacinação em Unidades de Saúde, da região sul, do município de SP, em 16/6/2012. Em que 1232 mães de lactentes menores de 7 meses responderam a um questionário fechado, após serem informadas sobre a pesquisa e assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram adotadas estatísticas descritivas para a apresentação dos dados. Resultados: Amamentavam 989 (80,27%) das mães e não estavam mais amamentando 243 (19,72%). Destas 209 (16,96%), afirmaram ter interrompido o aleitamento, sendo a mediana da idade do desmame aos 2 meses; e 34 (2,75%)do total de mães entrevistadas afirmaram que nunca haviam amamentado seus filhos. Entre as mães que haviam interrompido a amamentação, 45 estavam trabalhando e 34 estavam em Licença Maternidade. Das 34 mães que afirmaram nunca ter amamentado, somente 3 (8,82%) trabalhavam e 12 (35,29%) estavam em Licença Maternidade. Observamos que das 243 mães que não amamentavam somente 48 (19,75%) estavam trabalhando. Conclusão: Na amostra estudada de mães que haviam interrompido o aleitamento ou nunca amamentado, o trabalho materno esteve presente como possível causa em menos que 20% e a mediana do desmame precoce foi 2 meses. Outras possíveis causas de desmame precoce devem ser investigadas e combatidas na população dessa região. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 26 PO120 Tipo de aleitamento adotado e a relação com o hábito do uso de chupeta Gouvêa,LC; Bossolan,RM; Armond, JE; Martins, AC; Galdeano, PR; Godoy, MS Khodr, YF Faculdade de Medicina de Santo Amaro/UNISA Introdução: O hábito do uso de chupeta, sucção não nutritiva, tem sido apontado como um dos fatores de desmame precoce. A literatura demonstra que o uso de chupeta é um dos fatores de desestímulo à prática da amamentação. Objetivo: Comparar o tipo de aleitamento materno adotado e o uso de chupeta. Método: Este é um estudo transversal, realizado em UBS selecionadas da região sul durante a campanha nacional de multivacinação, 16/6/2012. As mães de lactentes menores de 7 meses responderam a um questionário fechado, após serem informadas e assinarem o TCLE. As mães foram questionadas sobre o hábito do uso de chupeta nos seus filhos. Foram adotadas estatísticas descritivas comparando a prevalência do tipo de aleitamento materno e o uso de chupeta. Resultados: Participaram do estudo 1232 mães de lactentes menores de sete meses. Destas, 627(50,89%) mães informaram que seus filhos faziam o uso da chupeta. Quando foi comparado o tipo de aleitamento materno adotado com a presença do hábito do uso de chupeta, constatou-se que entre as 447 mães que amamentavam de forma exclusiva, somente 148 (33,10%) faziam uso de chupeta. Das 542 mães em aleitamento materno com associação de outros alimentos e líquidos, (água, chá, ou mesmo outro leite), o uso de chupeta foi constatado em 293 (54,06%). E, finalmente, entre as 243 mães que não amamentavam, o uso da chupeta estava presente em 192(79,01%). Conclusão: Conclui-se que a maioria das crianças que possuem o hábito do uso de chupeta encontrou-se no grupo das crianças que não são amamentadas. O hábito do uso da chupeta foi maior no grupo não amamentado. Essa porcentagem foi de aproximadamente 2,4 vezes maior se comparadas ao porcentual de crianças em aleitamento exclusivo e de aproximadamente 1,46 vezes maior se comparada às crianças em aleitamento materno com associação de outros alimentos. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 27 PO121 Avaliação do índice TG/HDL em pacientes pediátricos com excesso de peso Aleksandro Ferreira; Alexandre Bonfitto; Thais Homma; Arthur Lyra; Claudia Coutinho; Jose Raul Gajardos; Osmar Monte; Carlos Longui; Cristiane Kochi Hospital Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Introdução: Doenças cardiovasculares são importantes causas de morbimortalidade na população adulta, especialmente entre os indivíduos com excesso de peso. Considerando o aumento global da prevalência de obesidade/sobrepeso, inclusive na faixa etária pediátrica, a investigação precoce de alterações metabólicas torna-se necessária nessa população. Objetivo: Correlacionar o índice triglicerídeos/HDL (TG/HDL) com as variáveis antropométricas e laboratoriais em pacientes com excesso de peso. Método: Estudo retrospectivo, transversal em pacientes em acompanhamento no Serviço de Endocrinologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em 2012. Foram estudados pacientes púberes com diagnóstico de sobrepeso/obesidade exógena (segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde). Pacientes portadores de outras patologias ou que apresentavam histórico de uso, recente ou atual, de medicação foram excluídos do estudo. Dados coletados: sexo (F/M), idade cronológica atual (IC), avaliação puberal (Tanner), peso e estatura (E), escore z do IMC, circunferência abdominal (CA), CA/E, dosagens de colesterol total, HDL, LDL, TG e insulina e índice TG/HDL. Consideramos a relação TG/HDL alterada acima de 2. Análise estatística pelo SigmaStat. Resultados: Foram avaliados 145 pacientes, 86F e 59M. A IC média foi de 12,52 (de 7,1 a 18,6) anos. Desses pacientes 38% eram sobrepeso e 62% obesos. O zIMC foi de 2,05 (0,45). A relação TG/HDL apresentou média de 3,03 (2,31), sendo que 62,75% apresentou a relação acima do normal. A relação CA/E obteve média de 0,98 (4,46). O valor de insulina média encontrado foi de 19,15uU/mL (14,11). Não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a relação TG/HDL e as medidas antropométricas ou com os valores laboratoriais. Conclusão: Nesse grupo de pacientes com excesso de peso, não foi possível estabelecer correlação entre o índice TG/HDL e variáveis metabólicas, diferente do descrito anteriormente na literatura. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 28 PO122 TITULO: Identificação dos motivos para a introdução precoce de alimentos complementares em lactentes. Autores: Elizabeth Brauninger e Oliveira; Lilian Cordeiro de Queirós Moreira; Lucia Hitomi Kamata Lopes; Mariana Ercole Bauléo. Local: Hospital Israelita Albert Einstein - Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis. Introdução: O Comitê Europeu de Gastrohepatoalergia e nutropediátrica (ESPGHAN) recomenda a introdução de alimentos complementares entre 17-26 semanas de vida e, no Brasil, o Ministério da Saúde orienta a idade de seis meses. Porém, estudos mostram que práticas alimentares inadequadas são iniciadas em idades muito precoces. Para intervir neste processo é imprescindível conhecermos os motivos que levam as mães à introdução precoce. Objetivo: Identificar os motivos que levaram as mães à introdução precoce de alimentos complementares. Método: Foram avaliados 226 lactentes participantes de um Programa de Responsabilidade Social de São Paulo que inclui atividades educacionais práticas sobre introdução de alimentos complementares. Dados coletados em 2012-2013. Resultado: Encontramos uma taxa de complementares de 80,3%(118lactentes). introdução precoce de alimentos TABELA 1: Porcentagem de lactentes com introdução precoce de alimentos complementares,segundo alimento introduzido. Alimento Suco de frutas Papa de frutas Papa principal Crianças com introdução 119 Crianças com introdução precoce 99 % 83,19 98 82 83,67 45 33 73,33 Gráfico 1 - Motivos da introdução precoce de alimentos complementares. Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 29 Motivos da Introdução precoce de alimentos complementares 37,3 USO DE FI NÃO SABE REFERIR O MOTIVO 12,7 ACHAVA QUE TINHA IDADE CORRETA 12,7 10,5 TRABALHO 8,3 PARA BEBÊ SE ACOSTUMAR PARA SUSTENTAR/FOME 4,8 AVÓ/PAI/TIA/CRECHE 4,4 PEDIATRA 2,2 CALOR/SEDE 2,2 ACHAVA QUE BEBÊ TINHA VONTADE 1,8 ACALMAR/DORMIR 1,8 PARA PARAR O ALEITAMENTO MATERNO 1,3 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 Conclusão: O estudo aponta a necessidade de fortificar a orientação da introdução dos alimentos complementares aos 06 meses em lactentes que fazem uso de fórmula infantil. Excluindo as variáveis: “consumo de fórmula infantil” e “trabalho”, os outros motivos nos levam a questionar o quanto as orientações são suficientes para prevenir a precocidade da introdução. Observa-se que as mães têm medo do bebê rejeitar os alimentos e julgam que quanto mais novos, melhor será a aceitação. Além disso, as mães ainda recorrem aos alimentos por motivos subjetivos como fome, calor, sede, vontades e a necessidade de acalmar o bebê. Acreditamos que a abertura de um espaço de escuta, onde a mãe possa compartilhar suas inseguranças e percepções a cerca do seu bebê e discuti-las junto à equipe de saúde, pode favorecer uma tomada de decisão mais assertiva quanto à idade de introdução de alimentos na dieta do lactente. REFERÊNCIAS KF et al. Breastfeeding: A commentary by the ESPGHAN Committee on Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2009:49:112-25. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília; 2009. 112p. SARNI, ROSELI. O Papel da Alimentação Saudável. 68º Curso Nestlé de Atualização em Pediatria 2011. 79p Anais do V Simpósio Internacional de Alergia Alimentar e VII Jornada de Atualização em Nutrição Pediátrica 30