CONCEITOS DIVERSOS Grupos de interesse: formações associativas que surgem normalmente em qualquer regime, destinando-se a expressar de maneira menos formal (via normas) e mais técnica, as tendências e preferências da sociedade quanto à atividade estatal. A ação aumenta com a maior presença do Estado na vida econômica. Sem coalizões e pouco transparente, será de modo a macular a legitimidade das medidas estatais, além de distorcer seus resultados. Quatro linhas de pensamento se destacam no trato da questão dos grupos de interesse: a corporativista, a pluralista liberal, o neopluralista e neocorporativismo ou o corporativismo democrático. Corporativismo: representação dos interesses econômicos e profissionais em representações políticas, integrando os grupos de interesse até mesmo na própria estrutura estatal. Organização da coletividade (empresários e trabalhadores) em associações representativas com vistas a pleitear pelos seus interesses ou atividades profissionais. Ex. Câmaras setoriais (café, borracha, etc) presentes em décadas passadas, formadas por burocratas políticos, empresários. Pluralismo liberal: interação de vários grupos ao mesmo tempo, ONGs, sindicatos, partidos, empresários, todos tentado de suas formas minimizar os problemas, cobrindo as falhas do Estado e buscando o equilíbrio social. Neopluralismo: Sua ação representa uma procura por bens governamentais, respondida por uma oferta, por parte dos órgãos oficiais, numa espécie de mercado político. Neocorporativismo: novos grupos de interesse e intermediação que surgem no século XX nos quais o Estado dá o reconhecimento institucional e o monopólio de representação dos interesses do grupo, delegando-lhe um conjunto de funções públicas. Organizados por ação espontânea ou mesmo pelo Estado. Obtém um certo status público e político de participação em alguns processos decisórios e na implementação de medidas político-econômicosociais nos diversos setores (social, econômico, educação, etc). Clientelismo: Relações comprometidas entre políticos de profissão e burocratas, as quais envolvem lealdades pessoais e troca de vantagens na estrutura pública que controlam, por legitimação do voto e apoio. É a espécie do toma lá, dá cá, presente na barganha política, no loteamento e nas nomeações em cargos do Executivo indicadas por membros de partidos políticos, em troca de favores como votos, apoio a projetos, etc. Sempre presente na história política brasileira. Sindicalismo: Ação coletiva de indivíduos que vendem sua força de trabalho, destinada a proteger e melhorar o próprio nível de vida. Políticos X Grupos de interesse: ambos tendem a se destacar com o processo de definição da economia e vida política. Crise do Estado Contemporâneo: crise fiscal, esgotamento das formas de intervenção e obsolescência da forma burocrática da administração. Centralização do Estado: após os anos 30 Empresários: rejeitam a estatização da economia (fim dos anos 70), visão restrita a seus interesses. Década de 80: questionam o intervencionismo estatal (não habilidade para propor acordos), mas não aceitam a diminuição de incentivos fiscais ou a reudção de subsídios do Estado. Ou seja, criticam o intervencionismo econômico, mas não querem que o Estado lhes corte a isenção de impostos, não querem corte de auxílios à indústria ou incentivos, querem que o Estado subsidie a indústria ; Incapazes de exercer a liderança do processo de mudança ao desenvolvimento, enfraquecidos; Setor ineficiente e avesso à qualquer mudança; Demanda pelo recuo empresarial estatal e pressão pela proteção estatal em setores com dificuldades ou em fase de implementação (práticas corporativas); Aspectos: fatores institucionais (herança corporativa); estrutura fragmentada, ausência de associação de cúpula (empresariado) abrangente e unificada; dificuldade de desenvolvimento de um sindicato forte. Governabilidade: condições favoráveis ou não de governo como o exercício do poder na sociedade, o regime político (se autoritário ou democrático), forma de governo (se presidencialista ou parlamentarista), relações entre poderes (maior ou menor assimetria), sistemas partidários (pluripartidário ou bipartidário), sistemas de intermediação de interesse (corporativista ou pluralista) Só será alcançada num Estado democrático politicamente forte. Pactos e coalizões de classes econômicas (empresariado, governo, partidos, sindicatos etc) orientadas para o desenvolvimento têm sido a alternativa latino-americana. As coalizões podem se transformar em instrumento efetivo de legitimação dos governos e criar novas instituições políticas capazes de representar e intermediar interesses, aumentando a governabilidade. Governança (governance): capacidade de ação estatal na implementação de políticas e na consecução das metas coletivas, em sentido amplo. Mecanismos e procedimentos para lidar com a participação da sociedade nos processos e aperfeiçoar meios de interlocução e administração do jogo de interesses. A nova ordem internacional e a complexidade crescente da ordem social Pressupõe um Estado mais flexível, com funções descentralizadas, transferindo responsabilidades e alargando o universo de atores participantes nas políticas, sob controle e supervisão do Estado. largo da sociedade, sem discussões via Congresso e portanto, sem responsabilidades, nem controles. Insulamento Burocrático – espécie de isolamento da alta burocracia estatal da sociedade e de seus interesses, implementando políticas e tomando decisões sem a participação do povo ou sociedade, e sem mesmo a discussão entre seus representantes democráticos, como os parlamentares. Há exclusão, não se ouvem os representantes da sociedade ou grupos, nem políticos, nem empresários, nas questões de interesse público e baixam-se medidas (via decreto ou MPs) sem a devida discussão, com base na premissa de que os representantes políticos ou demais atores só atrapalham ou não são capacitados, emperram ou alongam as decisões dos burocratas (conforme julgam-se, a alta e especializada burocracia com as melhores e mais sábias decisões para o país!) Estado social-liberal (FHC): promoção dos serviços sociais e coordenação da economia; Estado descentralizado e com mais competição; Estado regulador e não-executor. Burocracia: acessória na produção de bens e serviços. Flexibilidade administrativa e controle dos resultados, mais ágil e descente. Refere-se ao conjunto de mecanismos e procedimentos Só será alcançada quando os Estados Latino Americanos se tornarem financeiramente fortes, com dívida sob controle e poupança pública positiva, fortes estrategicamente, dotados de elites políticas empresariais e burocráticos capazes de formular políticas, de criar e desenvolver empresas, de manter a estabilidade de preços e promover o desenvolvimento econômico e social, corpo de funcionários competente e motivado, com ações de interesse público. (Capacidade financeira e administrativa de executar as políticas de governo.) Accountability – espécie de responsabilidade pública com a prestação de contas à sociedade.. Inexistente por muitos anos em países da América Latina, Infelizmente o grau de accountability em nosso país é baixo, com as decisões fundamentais passando ao Reformas: não são neoliberais (Estado mínimo). São voltadas ao mercado, para torná-lo menos dependente da intervenção. Estado liberal: século XVIII - Estado mínimo, núcleo estratégico e funções típicas. Gasto muito pequeno. Estado de bem-estar: séculos XIX e XX - ampliou-se, atuando diretamente na área social e na intervenção no domínio econômico (gastos crescentes até o fim dos anos 80). Globalização: redução radical no custo dos transportes e das comunicações; aumento da competitividade; reorganização da produção; melhor alocação e aumento da eficiência de produção; perda relativa da autonomia dos Estados. Novo Estado do século XXI: Estado Social-Liberal (tarefas competitivas), democrático. Responsável pela proteção dos direitos à educação, saúde e previdência; Financiador e não-produtor de serviços sociais nãoexclusivos (educação, saúde, cultura, proteção ao meioambiente, desenvolvimento, ciência e tecnologia); Construção de obras de infra-estrutura: terceirizada; Produção de bens: privatizada Produção de serviços públicos: concessão a empresas privadas; Oferta de serviços sociais: competitiva, mas entre as organizações públicas não-estatais. Necessidade de implementação de um novo Estado Social-Liberal Principais dificuldades: Patrimonialismo, clientelismo e nepotismo; Populismo; Corporativismo (defesa de interesses setorias como se fossem gerais) Neoliberais (reduzir ao mínimo e deixar por conta do mercado) Rent seeking - busca de rendas Proposta de nova lei de licitações: para simplificar processos, desburocratização, autonomia de gestão para a AP, competitividade, menos detalhada, mais flexível, normas gerais, melhoria do processo de compras, mais descentralizada, diferenciados regulamentos; Agências executivas e regulamentadoras: empresas públicas, Soc Econ Mistas e Universidade Federais regulamentos próprios (atualmente). Propõe-se que as Universidades possuam um regulamento único. Princípios básicos: mais motivação, razoabilidade, proporcionalidade e economicidade. Objeto: bem sob encomenda, bem padronizado, serviço continuado, serviço de intermediação e demais serviços; Limites: ampliados; Escolha: continua melhor técnica, melhor preço ou melhor técnica e preço; Modalidades: concurso leilão, concorrência e tomada de preços (convite acaba); Julgamento: (técnica e preço) melhor técnica com menor preço - técnica e preço ponderados. Habilitação: após julgamento, exame da documentação da primeira melhor classificada provisoriamente. Exame da habilitação da segunda, só em caso de inabilitação da primeira. ALCA: está forçando a mudança no sistema de compras. Fortalecimento dos mecanismos: Centralização do Estado: industrialização por substituição das importações. Incorporou-se os atores emergentes: trabalhadores urbanos e empresários industriais ao sistema político de reestruturação. Institucionalizou-se a negociação compartilhada entre grupos econômicos e o Estado Setorização de demandas: marginalização dos interesses empresariais. Relacionamento público X privado: exacerbou-se no país, fragmentou-se e comprometeu as políticas públicas (coerência) e alcance geral. Nova República: empresários pediram o fim do autoritarismo.