Arquivos de Pediatria Archives of Pediatrics

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ISSN 1808-7981
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Arquivos de Pediatria
Archives of Pediatrics
v. 19, Suplemento 1 p. S1-S250, out., 2006
A r q u i v o s d e Pe d i a t r i a
Archives of Pediatrics
Volume 19, suplemento 1, outubro, 2006
Arquivos de Pediatria
Archives of pediatrics
Volume 19, suplemento 1, outubro, 2006
ISSN 1908-7981
Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria,
Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006.
Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
3
APRESENTAÇÃO
Giselia Alves Pontes da Silva
S5
Adolescência
S165
Onco Hematologia
S21
Aleitamento Materno
S173
Otorrinolaringologia
S31
Alergia e Imunologia
S177
Outros
S43
Bioética
S189
Pediatria Ambulatorial
S45
Cardiologia Pediátrica
S195
Pediatria Comunitária 1
S49
Crescimento e Desenvolvimento
S201
Pediatria Social
S57
Cuidados Hospitalares
S205
Perinatologia
S59
Cuidados Primários
S209
Pneumologia
S65
Dermatologia
S215
Reumatologia
S69
Endocrinologia
S225
Saúde Escolar
S77
Ensino em Pediatria
S227
Saúde Mental
S81
Gastroenterologia
S229
Segurança na Infância e na Adolescência
S87
Genética Clínica
S233
Suporte Nutricional
S93
Infectologia
S235
Terapia Intensiva
S119
Nefrologia
S239
S123
Neonatologia
S145
Neorologia
S153
Nutrição
INSTRUÇÕES AS AUTORES |
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
Arq. Pediatr., Recife, 19 (supl.1): S1 - S250, outubro, 2006
Arquivos de Pediatria
Archives of Pediatrics
A Revista Pediátrica de Pernambuco, a partir do volume 17
número 1, mudou o título para Arquivos de Pediatria
The Journal of Pediatrics of Pernambuco from volume 17
Editores
number 1, changed the heading pair Archives of Pediatrics
Editors
Arquivos de Pediatria é uma publicação semestral editada pela
Matilde Campos Carrera
Sociedade de Pediatria de Pernambuco
Valéria Maria Bezerra Silva
Archives of Pediatrics are semestraly peer reviewed journal
Conselho Editorial
published by the Pediatrics Society of Pernambuco
Editorial Board
Correspondência
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Ana Maria Aguiar dos Santos, Recife
Arquivos de Pediatria
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Sociedade de Pediatria de Pernambuco
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Rua Francisco Alves, 590, Sala 203
Henrique Ferreira Dantas, Recife
Edifício Negocial Center
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Ilha do Leite. Recife, PE
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CEP: 50.070-490.
Kátia Cristina Guimarães C. da Silva, Recife
Tel: + 55 + 81 3231.4413
Maria Clezilte Brasileiro, Recife
Fax: + 55 + 81 3423.5063
Murilo Carlos Amorim de Britto, Recife
Site: www.socpedpe.org.br
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E-mail: [email protected]
Silvia Wanick Sarinho, Recife
Suely Arruda Vida, Recife
Impresso em papel alcalino
Printed on acid free paper
Consultor Editorial e Executivo
Executive and Advisory Editor
Nadja Maria Mattos Rezende
Diagramação
Diagramming
Moisés Falcão
© 2006 Sociedade de Pediatria de Pernambuco
ARQUIVOS DE PEDIATRIA
ARCHIVES OF PEDIATRICS
Volume 19 suplemento 1
outubro
ISSN 1808-7981
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Os pescadores
J. Borges
Xilogravura
Bezerros, Pernambuco, 2003
SUMÁRIO | CONTENS
ARQUIVOS DE PEDIATRIA
ARCHIVES OF PEDIATRICS
Volume 19 suplemento 1
outubro de 2006
ISSN 1808-7981
Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria,
Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006.
Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
APRESENTAÇÃO
Giselia Alves Pontes da Silva
S5
Adolescência
S165 Onco Hematologia 165 a 172
S21
Aleitamento Materno
S173 Otorrinolaringologia 173 a 176
S31
Alergia e Imunologia
S177 Outros 177 a 187
S43
Bioética
S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194
S45
Cardiologia Pediátrica
S195 Pediatria Comunitária 195 a 199
S49
Crescimento e Desenvolvimento
S201 Pediatria Social 201 a 204
S57
Cuidados Hospitalares 57 a 58
S205 Perinatologia 205 a 208
S59
Cuidados Primários - 59 a 63
S209 Pneumologia 209 a 214
S65
Dermatologia - 65 a 67
S215 Reumatologia 215 a 223
S69
Endocrinologia 69 a 75
S225 Saúde Escolar 225 a 226
S77
Ensino em Pediatria 77 a 79
S227 Saúde Mental 227 a 228
S81
Gastroenterologia 81 a 85
S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a
S87
Genética Clínica 87 a 91
S232
S93
Infectologia 93 a 118
S233 Suporte Nutricional 233 a 234
S119 Nefrologia 119 a 122
S235 Terapia Intensiva 235 a 238
S123 Neonatologia 123 a 143
S145 Neorologia 145 a 152
S153 Nutrição 153 a 163
S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES |
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S1
SUMÁRIO | CONTENS
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Volume 19 suplemento 1
outubro de 2006
ISSN 1808-7981
Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria,
Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006.
Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
APRESENTAÇÃO
Giselia Alves Pontes da Silva
S5
Adolescência
S165 Onco Hematologia 165 a 172
S21
Aleitamento Materno
S173 Otorrinolaringologia 173 a 176
S31
Alergia e Imunologia
S177 Outros 177 a 187
S43
Bioética
S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194
S45
Cardiologia Pediátrica
S195 Pediatria Comunitária 195 a 199
S49
Crescimento e Desenvolvimento
S201 Pediatria Social 201 a 204
S57
Cuidados Hospitalares 57 a 58
S205 Perinatologia 205 a 208
S59
Cuidados Primários - 59 a 63
S209 Pneumologia 209 a 214
S65
Dermatologia - 65 a 67
S215 Reumatologia 215 a 223
S69
Endocrinologia 69 a 75
S225 Saúde Escolar 225 a 226
S77
Ensino em Pediatria 77 a 79
S227 Saúde Mental 227 a 228
S81
Gastroenterologia 81 a 85
S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a
S87
Genética Clínica 87 a 91
S232
S93
Infectologia 93 a 118
S233 Suporte Nutricional 233 a 234
S119 Nefrologia 119 a 122
S235 Terapia Intensiva 235 a 238
S123 Neonatologia 123 a 143
S145 Neorologia 145 a 152
S153 Nutrição 153 a 163
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Volume 19 suplemento 1
outubro
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Arquivos de Pediatria
Adolescência
Adolescência
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S5
Adolescência
Conclusões:310
Título: A EXPERIÊNCIA DE TER UM FILHO COM DEFICIÊNCIA
MENTAL: ANÁLISE DAS NARRATIVAS DE MÃES
Autores: OLGA MARIA BASTOS;SUELY FERREIRA DESLANDES
Instituição: Instituto Fernandes Figueira/ FIOCRUZ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: Ao saber que o filho tem um problema de saúde
que irá demandar cuidados constantes e diferenciados, como é
o caso das crianças com deficiência mental, as famílias são
levadas a se reorganizar a fim de atender às necessidades desse
filho. Objetivos: Esse trabalho buscou identificar nas narrativas de mães de adolescentes com deficiência mental os
sentidos atribuídos por elas diante desta situação e os
obstáculos que tiveram que enfrentar, para alcançar o que
consideravam o melhor tratamento para os filhos. Métodos:
Utilizou-se a análise de narrativas de mães que têm filhos com
deficiência mental, baseando-se em referências da
antropologia, destacando-se as contribuições de Thomnpson
(1972)e Byron-Good (1996). Partindo de uma leitura
antropológica, narrativa é um meio fundamental de dar significado à experiência humana, servindo a narração como mediadora da intimidade das pessoas e a cultura (Garro e Mattingly,
2000). Resultados: As narrativas revelaram o impacto do diagnóstico e a busca de artifícios das mães para aliviar a dor, assim
como as mudanças necessárias no seu cotidiano para adequarse aos cuidados com o filho. Elas também narraram a dificuldade em encontrar um atendimento que consideravam
adequado aos filhos, tanto na rede pública quanto na de
educação, tornando evidente a ineficiência dos serviços ao
atendimento destas crianças e às suas famílias. Para essas mães,
a rede social de apoio foi muito importante para minimizar
essas questões. Conclusões: O conhecimento dessas narrativas
pode dar ao profissional que atende a essas famílias subsídios
para que a atenção se dê modo mais adequado, tornando-o mais
atento às suas necessidades, contribuindo para a qualidade de
vida das pessoas com deficiência mental e de seus familiares.
Código Trabalho:1300
Título: ADOLESCENTES GRÁVIDAS: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO
MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO E FUNÇÃO SEXUAL
Autores: MARA ETIENNE;MÁRCIA TUROLLA;MARCELO
MEIRELLES;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERONICA
COATES
Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São
Paulo
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A musculatura do assoalho pélvico desempenha
um papel importante na manutenção da continência urinária,
fecal e no desempenho sexual. A contração apropriada desses
músculos tem sido eficaz na terapêutica de pacientes incontinentes, com melhora do controle esfincteriano e da qualidade
de vida sexual. A inclusão da fisioterapia para o assoalho
pélvico como opção clínica no atendimento pré-natal tem
demonstrado resultados satisfatórios ao promover o tônus da
musculatura perineal no período pré-natal, facilitando o parto e
a recuperação da parturiente. A adolescente, por imaturidade e
inexperiência física e emocional, pode apresentar inabilidade
no desempenho da ação muscular, tanto para a atividade sexual
como o para parto. Objetivos: Identificar alterações da função
muscular do assoalho pélvico em adolescentes gestantes e
disfunções sexuais. Métodos: Trinta e uma adolescentes
grávidas, atendidas em hospital universitário , foram examinadas pelo setor de fisioterapia perineal em 2005. Suas idades
variaram de 13 a 19 anos (média 16,06; dp 1,56) e o período
gestacional entre 20 e 40 semanas. Cada jovem foi atendida
individualmente e respondeu a questões sobre sua atividade
física e sexual sendo em seguida examinada, quando se avaliou
a função e o grau de força dos músculos do assoalho pélvico
por toque digital vaginal. Resultados: Constatou-se alteração
da função muscular perineal em 14 (45,2%) jovens. Entre as
alterações, 5 (16,1%) adolescentes apresentaram total ausência
de movimento perineal, 6 (19,4%) apresentaram função paradoxal e 8 (25,8%) mostraram dificuldade em relaxar a
contração realizada. Disfunções sexuais foram relatadas por 15
jovens, com graus variados de inabilidade de desempenho e
insatisfação: 13 (41,9%) referiram dispareunia e 15 (48,4) revelaram diminuição ou ausência de desejo e disfunção orgásmica.
S6
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Conclusões: Os dados obtidos sugerem que adolescentes
gestantes podem apresentar dificuldades sexuais e de mobilidade perineal, devendo ser investigadas e tratadas precocemente, visando ao parto e à profilaxia de disfunções pélvicas
futuras.
Código Trabalho:370
Título: ANÁLISE DA PRESSÃO ARTERIAL DE ADOLESCENTES
ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO
DE FREITAS
Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA
CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE
HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE
Resumo:
Introdução: Cada vez mais a hipertensão arterial tem sido
observada na população pediátrica, por isso se faz necessário
que o profissional de saúde esteja em alerta para esta doença.
Objetivos: Avaliar a pressão arterial sistêmica de adolescentes
através do percentil de pressão arterial e relacionar os
antecedentes familiares dos que se encontrarem com a pressão
arterial além da normalidade. Métodos: Foi realizado estudo
de 202 prontuários (63,37% sexo feminino e 36,63% sexo
masculino) de adolescentes de dez a vinte anos atendidos em
primeira consulta no serviço de hebeatria de um hospital do
Sistema Único de Saúde, durante os anos de 2001 e 2002.
Foram utilizados como variáveis o sexo, a idade, o percentil de
altura, a pressão arterial, e os antecedentes familiares. A
pressão arterial foi aferida em apenas uma tomada com aparelhagem adequada, durante a consulta, mas após tranqüilizar os
adolescentes. Os adolescentes foram enquadrados no percentil
de pressão arterial, e classificados de acordo com as IV
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2002), a qual
preconiza: valores abaixo do percentil 90 como normotensão;
entre os percentis 90 e 95, como limítrofe; e iguais ou superiores ao percentil 95, como hipertensão arterial. Os dados foram
tabulados e analisados no Epi-info 6.04d, calculando-se as
freqüências e as médias com os desvios padrões. Resultados:
Dos 202 adolescentes, 74 eram do sexo masculino, com média
de idade de 13,89 (DP=±1,76). Dentre os adolescentes do sexo
masculino: 79,73% estavam normotensos; 14,86% com a
pressão limítrofe; e 5,41% com hipertensão arterial. Dos 15 que
apresentaram pressão fora do normal: 53,33% referiram ter
antecedente familiar de doenças cardiovasculares (DCV);
33,33% de DCV e obesidade; e 13,34% negaram ter
antecedente de DCV e/ou obesidade. Os adolescentes do sexo
feminino somavam um total de 128, sendo a média de idade de
13,73 (DP=±1,83). Dentre estas: 78% estavam normotensas;
14,06% com pressão limítrofe; e 10,16% com hipertensão. Das
31 adolescentes que estavam com a pressão acima do percentil
90: 32,26% afirmaram ter antecedente familiar de DCV;
35,48% de DCV e obesidade; 6,45% de obesidade; e 25,81%
negaram ter antecedente de DCV e/ou obesidade. Conclusões:
Foi encontrado em ambos os sexos uma parcela de adolescentes
que não estavam normotensos (46/202), constituindo um grupo
de risco. E ao se relacionar os antecedentes familiares dos
limítrofes e dos hipertensos, nota-se que a maioria tinha
antecedentes de DCV (34/46).
Código Trabalho:296
Título: ANÁLISE DO CONSUMO DE CAFEÍNA POR
ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DE DUAS ESCOLAS DA
CIDADE DE MOGI DAS CRUZES
Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ELOÁ
GANDRA;EVANDRO CALAMARI RUBIO;TATIANE OLIVEIRA
SOARES;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE
Instituição: Universisade de Mogi das Cruzes
Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP
Resumos
Introdução: cafeína é a droga estimulante mais consumida
pela população e está presente em vários alimentos. Deve-se
estar atento para a quantidade de cafeína consumida, pois esta
pode ser benéfica ou maléfica para a saúde.Objetivos: analisar
o consumo diário de produtos contendo cafeína por adolescentes de duas escolas da cidade de Mogi das Cruzes/SP.
Métodos: Levantamento obtido em 235 adolescentes matricu-
Adolescência
lados no ensino médio de duas escolas da cidade de Mogi das
Cruzes, SP. para rastrear a ingestão de alimentos cafeinados
nesta população. Utilizou-se um questionário preenchido pelo
próprio adolescente em dois colégios, um público e um particular, após instruções adequadas, que incluia o inquérito
alimentar do último final de semana. O questionário constava
de dados pessoais (idade, sexo, estado civil e profissão) e do
consumo dos produtos que contenham cafeína. Resultados:
Dentre os 235 estudantes, 66% (n= 155) pertenciam à escola
pública e 34% (n= 80) à particular. A média do consumo de
cafeína no final de semana foi de 206,26 mg e 212,8 mg respectivamente. Os produtos que contém cafeína mais consumidos
na escola pública foi o café 43% (n=67), seguido pelo chocolate 35% (n=54) e refrigerante 17% (n=26) com consumo
médio de cafeína de 214,95 mg, 98,1 mg e 86,91 mg respectivamente, enquanto na escola particular o produto mais
consumido foi o chocolate 38% (n=30)com média de cafeína
consumida de 136,74 mg, além do refrigerante 30% (n=24) e
do café 29% (n=23), que em média representam 139,4 mg e
119,74 mg de consumo de cafeína nestes dois últimos produtos.
Os dados foram analisados no programa Epi-info, com estatística descritiva. Conclusões: O consumo médio de cafeína na
escola particular é maior que na escola pública, embora os
produtos consumidos sejam diferentes, parece haver influência
da condição sócio-econômica, no consumo de produtos que
contenham cafeína.
Código Trabalho:1301
Título: ANEMIA FERROPRIVA EM FILHOS DE MÃES
ADOLESCENTES
Autores: MIRIAM CARDOSO NEVES ELLER;RENATA MANSO
MASELLI;TIAGO LUNA LACERDA;MARCIA QUEDINHO;MARIA
JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES
Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São
Paulo
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução:A anemia ferropriva é das deficiências nutricionais
mais frequentes no mundo,.no Brasil sua prevalência é de
65.4% entre bebês de 6 a 12 meses. Dentre os fatores de risco
estão idade materna menor de 20 anos e desmame precoce
Objetivos: avaliar a prevalência de anemia ferropriva e fatores
relacionados, em crianças de 6 a 18 meses que não receberam
profilaxia com ferro complementar, filhos de adolescentes
assistidas em clínica de adolescência de hospital universitário
Métodos: Realizou-se estudo retrospectivo, por análise dos
prontuários de filhos de mães adolescentes que receberam
apoio integral a sua saúde por equipe multiprofissional durante
a gravidez e seguimento do binômio mãe-filho após o parto.
Avaliou-se: idade da mãe no momento da concepção, paridade,
idade gestacional, sexo, dados antropometricos ao nascimento
e na época do hemograma, número de internações, tempo de
aleitamento materno exclusivo, idade da introdução da papa
salgada e presença de anemia. Foi considerada anemia hemoglobina sérica menor que 11 mg/dL. Excluiu-se os pacientes
com idade gestacional menor que 34 semanas e os que receberam ferro profilático. Os dados foram analisados pelo
programa Epi info versão 3.3.2. Resultados: Analisou-se 34
prontuários: 19 (55.9%) do sexo feminino e 15 (44.1%) do sexo
masculino. A idade materna variou de 12 a 19 anos, com
mediana de 16 anos, a paridade 30 (88.2%) eram primigestas, 2
(5.9%) secundigestas e 2 (5.9%) tercigestas. Seis (17.6%)
pacientes apresentaram baixo peso ao nascer, sendo a mediana
do peso ao nascimento de 2.942,5g. Apenas 1 (3%) paciente
apresentava-se abaixo do percentil 2.5 para peso e altura em
relação à idade no momento do hemograma. Dezessete (50%)
receberam aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de
idade, 23 (67.6%) até os 5 meses e 25 (73.5%) até os 4 meses.
A introdução da papa salgada ocorreu antes dos 6 meses em 12
(35.3%) crianças, em 1 (2.9%) após os 8 meses e nas restantes
com 6 meses. A frequência de anemia encontrada na amostra
analisada foi de 73.5%. O aleitamento materno exclusivo até os
6 meses tendeu à proteção contra anemia ferropriva, porém sem
significância estatística nesta amostra [OR: 0.73 (IC 95%: 0.15
a 3.4)]. Conclusões: A prevalência de aleitamento materno
exclusivo até os 4 meses encontrada na amostra estudada
(73.5%) foi maior que na população geral (20,8% no Estado de
São Paulo), o que estimula o contínuo incentivo ao aleitamento
materno e comprova a boa resposta das mães adolescente à
atenção integral. A alta prevalência de anemia nesta amostra
poderia indicar a necessidade de profilaxia com ferro complementar, nesta população, mesmo quando são oferecidas
assistência e orientações nutricionais durante a gestação e a
puericultura.
Código Trabalho:375
Título: ANTECEDENTES MÓRBIDOS DE ADOLESCENTES
ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA
CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE
SÁ;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Os antecedentes mórbidos são indispensáveis para
a anamnese. Sua definição pode ser de grande auxílio na elaboração de diagnóstico e condutas atuais e para a compreensão
das condições de vida do adolescente. Objetivos: Identificar os
antecedentes mórbidos de adolescentes atendidos em um
serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos:
Realizou-se uma análise de 546 prontuários de primeira
consulta de adolescentes entre dez e 19 anos de ambos os
sexos, atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único
de Saúde, no período de 2001 a 2002. Como instrumento de
pesquisa utilizou-se um formulário contendo perguntas relacionadas a existência de doenças anteriores do adolescente. Os
dados obtidos foram tabulados no Epi-Info 6.04d e analisados
estatisticamente fornecendo as frequências e os percentuais das
variáveis, tendo como nível de significância p<0,05.
Resultados: Dos 546 formulários analisados 222 (40,7%) eram
do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino, foram
obtidas informações sobre os antecedentes mórbidos de 506
(92,7%) dos adolescentes. As doenças que mais se destacaram
no histórico destes adolescentes foram as infecto-contagiosas,
que acometeram 344 (68%) deles, sendo que 180 (35,6%)
relataram ter tido mais de uma destas doenças. Merecem
destaque também as afeccões respiratórias, que acometeram
241 (47,6%) dos pesquisados, com especial ênfase para a asma,
citada por 131 (25,9%). Foram ainda mencionadas afecções
gastro-intestinais 20 (3,9%), convulsões 19 (3,7%) e anemia 9
(1,8%), entre outras. Conclusões: Foi alto índice de doenças
infecto-contagiosas (68%) e afecções respiratórias (47,6%). As
afecções gastro-intestinais e, em grande parte, a anemia são
doenças características de precárias condições de vida: falta de
esgotamento sanitário, de água potável e de alimentação
adequada. A asma, por sua vez, é um problema mundial, tendo
sua prevalência estimada em 15% da população caucasiana.
Código Trabalho:12
Título: AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM
ADOLESCENTES
Autores: KARINA BAUER JUNQUEIRA;ANA LÍGIA AKSTEIN
SIMÃO INCROCCI
Instituição: Centro Pediátrico (CEPE) - Poços de Caldas MG
Cidade/UF: POÇOS DE CALDAS/MG
Resumo:
Introdução: A adolescência é uma fase caracterizada por alterações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais
intensas e complexas, entre as quais a nutrição desempenha um
papel importante. É nessa fase que o indivíduo adquire aproximadamente 25% de sua estatura final e 50% de sua massa
corporal. A avaliação antropométrica do estado nutricional de
adolescentes ainda é tema de controvérsias na literatura. O
índice de massa corporal (IMC), embora apresente importante
variação com a idade e com a maturidade sexual, tem sido
considerado um bom indicador de obesidade nessa faixa etária,
apresentando importante correlação com as medidas das dobras
cutâneas e com a densitometria. Objetivos: O presente trabalho
tem como objetivo apresentar a distribuição do IMC e a
prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes acompanhados em um ambulatório de convênio na cidade de Poços
de Caldas - MG, Brasil e comparar esses dados com aqueles
disponíveis na literatura. Métodos: Análise retrospectiva dos
prontuários dos adolescentes que compareceram para check up
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S7
Adolescência
anual oferecido pelo ambulatório em questão durante o ano de
2005. Todos os pacientes que compareceram à consulta foram
pesados e medidos utilizando-se balança manual da marca
Filizola com capacidade para 150 Kg. A medida de altura foi
obtida utilizando-se réguas de alumínio com precisão de
milímetro, acopladas às balanças. O IMC foi calculado
divindo-se o Peso(Kg) pela Altura(cm) ao quadrado. Os valores
obtidos foram analisados levando-se em conta as curvas IMC/ I
(idade) do National Center for Health Statistics (NCHS). Foram
excluídos todos aqueles com prontuários com dados incompletos. Resultados: Foram estudados 104 adolescentes, de
ambos os sexos, com idades variando de 14 a 20 anos. A
distribuição dos valores de IMC encontrados entre os adolescentes estudados pode ser vista no gráfico 1. Os valores variaram de 15,4 a 28,7 com média de 22,58. A classificação de
acordo com os percentis mostrou: 79 (75,96%) adolescentes
entre os percentis 10-85 (provável eutrofia), 13 (12,5%) entre
os percentis 85-95 (sobrepeso), 5 (4,81%) entre os percentis 510 (risco para deficiência), 5 (4,81%) abaixo do percentil 5
(provável deficiência) e 2 (1,92%) acima do percentil 95
(provável obesidade). Conclusões: A prevalência de sobrepeso/
obesidade encontrados nesse estudo estão próximos aos valores
descritos em literatura.
Código Trabalho:998
Título: CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS NO
NIAB (NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E BULIMIA)
Autores: ANA RAQUEL CORRÊA SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO
SANTO NERY FERREIRA;ROBERTO ASSIS FERREIRA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Há evidência clínica do aumento da ocorrência de
anorexia (AN) e bulimia (BN), sobretudo em adolescentes. O
NIAB, constituído a partir da reunião de profissionais de áreas
diversas fazendo atendimento interdisciplinar a pacientes com
AN e/ou BN, tem uma casuística a ser apresentada. Objetivos:
Apresentar as características dos pacientes com AN e BN atendidos no NIAB. Os atendimentos são realizados em ambulatório, com suporte hospitalar nos casos de internação. A classificação utilizada foi baseada no DSM IV. Métodos: casuística de 96 pacientes, 91 do sexo feminino (94,7%) e 6 do
masculino (6,2%). Idade entre 8 a 40 anos, mediana de 18,5
anos. Diagnóstico de AN em 47 pacientes (49%), com 83%
desses com características restritivas e 17% purgativas.
Diagnóstico de BN em 44 pacientes (45,8%): 95,5% do tipo
purgativo e em 4,5% sem purgação. Três (3%) dos pacientes
apresentavam diagnóstico de transtorno alimentar não especificado (TCC - transtorno do comer compulsivo). Resultados: As
práticas purgativas estão presentes em 62,5% dos pacientes
estando os vômitos presentes em 50%, exercícios físicos excessivos em 16,6%, uso de laxantes em 9,3%, de anorexígenos em
6,2%, de diuréticos em 2% e de hormônio tireiodiano em 2%.
O IMC dos pacientes com AN variou entre 8,6 e 18,9 (média
de 14,2). Já a maioria dos pacientes com BN apresentou peso
normal ou sobrepeso. Sintomas depressivos foram verificados
em 76 pacientes (79%) e sintomas ansiosos em 35 (36,4%).
Houve ideação suicida em 23% e tentativa de suicídio em
13,5% dos pacientes. A duração dos sintomas antes do início
do tratamento no NIAB variou entre 3 meses a 27 anos
(mediana 24 meses). Conclusões: Os dados apresentados
revelam a gravidade dos pacientes atendidos neste serviço e
reforçam a necessidade de uma clínica feita por uma equipe
interdisciplinar. As formas graves exigem atenção multiprofissional, controle médico atento e rigoroso, sem minimizar o
quadro psíquico. O trabalho interdisciplinar, sempre desejável,
é difícil de ser alcançado. Pode surgir com o esforço dos profissionais que cuidam do paciente em construir o caso clínico,
procurando a elaboração coletiva e a contribuição de áreas
diferentes de saber. Dessa maneira, o ganho pode ser grande e
os resultados terapêuticos surpreendentes.
S8
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho:292
Título: CAUSAS DE MORTE EM ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO
DE MOGI DAS CRUZES NO PERÍODO DE 2000 A 2004
Autores: ALEXANDRE NETTO;LARISSA MONTEIRO GONDIM
TEIXEIRA;HAMILTON HENRIQUE ROBLEDO;KELENCRISTINA
THOMAZ ROMERO
Instituição: Faculdade de Medicina Universidade Mogi das
Cruzes
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A adolescência é definida como o período de transição entre a infância e a idade adulta, período no qual ocorrem
profundas transformações biopsicossociais. O estudo da
mortalidade desta faixa etária representa perdas irreparáveis
para a sociedade e para o Estado, com perda de indivíduos em
pleno desenvolvimento do seu potencial. Objetivos: Estudar as
principais causas de morte em adolescentes de 10 a 19 anos do
Município de Mogi das Cruzes, no período de 2000 a 2004.
Métodos: Análise de dados coletados de um banco de dados da
Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, que possui
este serviço desde janeiro de 2000. Na análise dos dados, foram
calculados os coeficientes de mortalidade de acordo com o ano,
o sexo, a faixa etária e causa morte. As causas de óbitos foram
codificadas de acordo com o CID 10.0 (Classificação
Internacional de Doenças). Resultados: No período de estudo,
o coeficiente de mortalidade na população estudada foi 74,24
por 100.000 habitantes, sendo de 50,27 e 22,77/100.000 habitantes respectivamente para o sexo masculino e feminino. À
excessão de 2004, o coeficiente de mortalidade aumentou a
cada ano desde 2000. A causa externa foi a principal causa de
óbito entre os adolescentes estudados, sobretudo no sexo
masculino de 15 a 19 anos de idade. Conclusões: As principais
causas de morte entre adolescentes de Mogi das Cruzes no
período estudado seriam evitáveis. Tal fato sugere a necessidade de programas de saúde voltados para a promoção da saúde
e do adolescente.
Código Trabalho:168
Título: CONHECIMENTOS E HÁBITOS RELACIONADOS À SAÚDE
REPRODUTIVA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DE UM
DISTRITO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS
Autores: FRANCISCO JOSÉ FERREIRA SILVEIRA;MIRIELLE
NOGUEIRA MARTINS;JULIANA ALVES HOEHNE
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS
GERAIS
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Os altos índices de gravidez na adolescência na
atualidade justificam a necessidade da realização de estudos
sobre o tema nas diversas localidades. Objetivos: Avaliar os
conhecimentos e hábitos relacionados à saúde reprodutiva em
adolescentes escolares. Métodos: Estudo do tipo transversal e
observacional. Foram considerados, para o estudo, os alunos de
10 a 19 anos de idade da escola. A coleta de dados foi realizada
por alunos do curso de Medicina, que faziam estágio na localidade, no mês de abril de 2006. Os adolescentes responderam
um questionário padronizado, anônimo, auto-aplicável e de
preenchimento voluntário, após esclarecimentos dados pelos
pesquisadores nas salas de aula. Os dados foram processados e
armazenados em microcomputador, através do programa EPIINFO, versão 6.04. Resultados: Foram estudados 133 adolescentes, sendo 54,1% do sexo feminino e 45,9% do sexo
masculino.Do total, apenas 5,3% tinham mais de 15 anos de
idade. Em relação aos conhecimentos, 4,6% não sabem que
sexo sem preservativo pode transmitir doenças, e quanto a
melhor idade para que a mulher comece a ter filhos, 23,3%
responderam que é de 18 a 20 anos e 62,4% acham que é de 20
a 30 anos de idade. Do total, 63,6% sabem o que é pré-natal, e
50% deles responderam que o pré-natal deve ser feito após os 3
meses de gestação. Em relação aos hábitos, 42,0% deles
responderam que não conversam sobre sexo com ninguém, e
14,4% já tiveram relação sexual, sendo este percentual significativamente menor no sexo feminino (p = 0,0008). Dos
adolescentes do sexo feminino, apenas 5,1% deles já foram ao
médico ginecologista. Conclusões: Embora os adolescentes
tenham demonstrado níveis satisfatórios de conhecimentos em
alguns temas, como o melhor momento para a maternidade, é
preocupante o resultado em relação a outros tópicos abordados,
como o fato de que quase 5% ainda não sabem que o uso de
Adolescência
preservativo previne doenças. O baixo percentual de adolescentes que já tiveram relação sexual se deve ao fato de que a
imensa maioria dos participantes ainda têm apenas 15 anos ou
menos, e a localidade ainda mantém hábitos conservadores, o
que também explica o fato da iniciação precoce da atividade
sexual ser significativamente mais frequente no sexo
masculino. Nessa população, as adolescentes ainda não têm
hábito de ir ao médico ginecologista, talvez por razões culturais
e também por não terem informações sobre a necessidade de
consultarem esse profissional.
Código Trabalho:743
Título: CONTRACEPÇÃO DE URGÊNCIA: O QUE SABEM OS
PEDIATRAS SOBRE ESTE ASSUNTO?
Autores: RACHEL FERNANDES BARRY;MARIA SYLVIA DE SOUZA
VITALLE;FLAVIA CALANCA DA SILVA
Instituição: Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente
- Departamento de Pediatria - Universidade Federal de São
Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A atividade sexual na adolescência vem se
iniciando cada vez mais precocemente sendo que, na maioria
das vezes, ocorre sem a devida proteção. Cabe ao pediatra estar
preparado para esclarecer e orientar aos seus pacientes adolescentes sobre as questões relativas à sexualidade, como o uso de
métodos contraceptivos, evitando, dessa forma, conseqüências
indesejadas desse comportamento, como a gravidez. Dentre as
várias formas de contracepção, o contraceptivo de emergência
(CE) é um dos únicos métodos utilizados para prevenir a
gravidez após intercurso sexual desprotegido. Trata-se de
método seguro, efetivo e barato, que deve ser indicado em situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir
gravidez inoportuna, oferecendo à adolescente uma segunda
chance de evitar a gestação indesejada. Apesar de ser método
bem conhecido pouco se sabe sobre a prescrição e o conhecimento deste método pelos pediatras. Objetivos: avaliar o grau
de conhecimento sobre CE, bem como atitude frente à
prescrição entre pediatras que prestam serviço ao município de
São Paulo e residentes de Pediatria da Universidade Federal de
São Paulo. Métodos: foi aplicado aos entrevistados questionário contendo questões sobre a sua formação, tipo prática,
conhecimentos e atitudes ligados à anticoncepção de urgência,
após a explanação do pesquisador sobre o objetivo e natureza
da pesquisa. Foi realizada análise de freqüência simples dos
dados com distribuição percentual. Resultados: Foram
preenchidos 138 questionários. A 14% dos entrevistados foi
solicitada prescrição de CE e desses 47% prescreveram. Dentre
as principais razões pelas quais a prescrição foi solicitado temse: ruptura do codom (47%), violência sexual (26%) e relação
sexual desprotegida (21%). Em consulta de rotina, dos 110
pediatras que atendem adolescentes, 27% os aconselham sobre
anticoncepção de urgência, 62% não os aconselha e o restante
não respondeu a essa questão. Em relação ao conhecimento
sobre CE: 45% dos participantes disseram já ter tido oportunidade de aprender sobre CE contra 41% que disseram não ter
tido essa oportunidade, o restante não respondeu essa questão.
Dos entrevistados, 45% conheciam o nome comercial de algum
medicamento utilizado para anticoncepção de urgência; 61%
sabiam que deve ser prescrito até 72 horas do intercurso sexual
desprotegido e 43% prescreveram ou prescreveriam corretamente em relação ao tempo e dose. Apenas 9% disseram não
ser necessário exame físico geral antes da prescrição; 18%, não
ser necessário exame pélvico; 41%, teste de gravidez; e 48%,
consentimento informado dos pais ou responsáveis. Dos entrevistados, 51% se sentem desconfortáveis em prescrever CE,
37% se sentem confortáveis e 12% se dizem indiferentes.
Quase 63% dos entrevistados disseram não prescrever por inexperiência com o uso. Observou-se que quanto maior o tempo de
formado menor o conhecimento sobre contracepção de
emergência, menor a oportunidade de ter aprendido sobre esse
assunto, além de maior a porcentagem de prescrição errada ou
não prescrição. Conclusões: Apesar da segurança, simplicidade
na administração e eficácia, a anticoncepção de emergência
ainda é pouco conhecida e prescrita pelos pediatras, principalmente os com maior tempo de formado. É provável que a falta
de conhecimento suficiente esteja levando ao desconforto
frente à necessidade de prescrição e a falta de orientação aos
adolescentes no momento da consulta.
Código Trabalho:634
Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO
SEXO FEMININO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO
HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS
Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;CLEZILTE
BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE MELO DIAS;IVANIL
SOBREIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;NATÁLIA
CARINA FERRAZ MOREIRA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na
adolescência resulta, da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade do início e
do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos:
Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade
reprodutiva e atividade sexual em grupo de adolescentes do
sexo feminino.Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de
série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos
prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos
atendidos pela primeira vez em ambulatório de hebeatria do
SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento
puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner.
Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e
desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 adolescentes com idade de 10 a menos de 20 anos, sendo 324 (59,3%)
do sexo feminino. Destas, 315/324 (97,2%) informaram já ter
iniciado o desenvolvimento mamário e a idade média foi de
10,4 anos, no entanto, 12 (3,8%) não souberam informar a
idade do início. A avaliação médica em relação ao estadiamento
das mamas de 289 adolescentes mostrou que 8 (2,8%) encontravam-se em M1, com média de idade de 10,3 anos que 29
(10,0%) em M2, com média de 11,2 anos (DP = ±1,14); 51
(17,6%) em M3, com média de 12,33 anos; que 97 (33,6%) em
M4, com média de 13,05 anos; e 104 (36,0%) em M5, com
média de 15 anos (DP = ±1,65), porém, 26 (9,0%) não permitiram o exame. Das 324 adolescentes, 312 (96,3%) informaram
a presença de pelos pubianos; destas, 292 (93,6%) informaram
a idade da pubarca que foi em média 10,5 anos. Das 216/312
(69,2%) que permitiram o exame 11 (5,1%) estavam no estágio
P1, com média de idade 10,6 anos; 33 (15,3%) em P2, com
média de 11,1 anos (DP = ±1,02); 33 (15,3%) em P3, com
média de 12,3 anos; 67 (31,0%) em P4, com média de 12,9
anos; e 72 (33,3%) em P5, com média de 14,8 anos (DP= ±1,7).
A menarca foi confirmada por 230/324 (71%) adolescentes cuja
idade média foi de 11,8 anos. Destas, 3 (1,3%) não souberam
informar a idade. A atividade sexual foi admitida por 14 (4,3%)
das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos.Conclusões:
O início tanto da pubarca quanto do desenvolvimento mamário
foi em média de 11,2 anos. Houve discordância entre a informação dada pela paciente e a avaliada pelo profissional em
relação ao desenvolvimento mamário e a presença de pelos
pubianos em pequeno percentual. A menarca ocorreu com idade
média de 11,8 anos. A atividade sexual foi admitida por 4,3%
das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos.
Código Trabalho:598
Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO
SEXO MASCULINO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO
HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS
Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;FERNANDA
MARQUES FERRAZ DE SÁ;ANA CAROLINA ARAÚJO
OLIVEIRA;CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE
MELO DIAS;IVANIL SOBREIRA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na
adolescência resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade de início e
do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos:
Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade
reprodutiva e a atividade sexual em grupo de adolescentes do
sexo masculino. Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de
série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos
prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos
atendidos pela primeira vez num ambulatório de hebeatria do
SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento
puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S9
Adolescência
Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e
desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 pacientes,
sendo 222 (40,7%) do sexo masculino. Entre estes, verificou-se
que 173/218 (79,4%) informaram a presença de pelos pubianos;
destes, 131 (75,72%) souberam informar a idade de início
(pubarca), sendo a média de 11,9 anos (DP = ±1,02). A avaliação médica dos pelos pubianos desses 173 adolescentes do
sexo masculino mostrou que 46 (26,6%) estavam no estágio P1,
com média de idade de 11,6 anos;que 58 (33,53%) em P2, com
média de 12,8 anos (DP = ±1,29); que 18 (10,40%) em P3, com
média de 13,2 anos; que 37 (21,38%) em P4, com média de
14,2 anos; e que 14 (8,09%) em P5, com média de 15,1 anos
(DP = ±1,21). Dos 218, 172 (80,7%) informaram ter iniciado o
desenvolvimento da genitália, porém nenhum soube precisar a
idade do seu início. Destes 172, 42 (24,42%) estavam no
estágio G1, com média de idade 11,5 anos; 51 (29,65%) em G2,
com média de 12,8 anos (DP = ±1,33); 27 (15,70%) em G3,
com média de 13,2 anos; 41 (23,84%) em G4, com média de
14,2 anos; e 11 (6,39%) em G5, com média de 15,2 anos (DP =
±1,25). Dos 216 adolescentes, 64 (29,6%) informaram já ter
apresentado espermarca e a idade média foi de 12,8 anos. Entre
217 adolescentes masculinos, 22 (10,1%) disseram ter iniciado
atividade sexual e a idade média foi aos 13,6 anos. Do total de
adolescentes masculinos (222), verificou-se que 6 (2,7%) apresentaram ginecomastia puberal, mas não souberam informar o
seu início. Conclusões: O início tanto da pubarca como do
desenvolvimento da genitália ocorreram com idade cerca de
12,8 anos. Nenhum adolescente soube precisar o início do
desenvolvimento da genitália. A média do início da espermarca
foi aos 12,8 anos. A média do início da sexarca foi aos 13,6
anos. A ginecomastia foi pouco freqüente. Esses dados coincidiram com os da literatura. Ocorreram discordâncias entre as
informações fornecidas pelos adolescentes e as avaliações do
profissional, em adolescentes de idade média de cerca de 11,5
anos, tanto em relação a pubarca quanto ao desenvolvimento
genital.
Código Trabalho:898
Título: DISTÚRBIOS ARTICULATÓRIOS COMPENSATÓRIOS EM
ADOLESCENTES PORTADORES DE FISSURA LABIOPALATINA,
PÓS-PALATOPLASTIA, RECIFE-PERNAMBUCO
Autores: MICHELINE COELHO RAMALHO VASCONCELOS;SÔNIA
BECHARRA COUTINHO
Instituição: NADEFI - IMIP Universidade Federal de
Pernambuco
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: As fissuras lábiopalatinas são as malformações
congênitas mais freqüentes na população humana e a não fusão
dos processos embrionários faciais, acarreta problemas
orgânicos, funcionais, estéticos e psico-sociais e que podem
resultar em graves alterações na comunicação oral.
Objetivos:Identificar os distúrbios articulatórios compensatórios em adolescentes residentes no estado de Pernambuco,
submetidos a palatoplastia e verificar a sua relação com as
condições socioeconômicas, demográficas, idade da realização
da palatoplastia primária, mecanismo velofaríngeo e características da fala. Métodos: Foi realizado um corte transversal em
uma coorte inicial de 186 pacientes submetidos a palatoplastia,
num hospital de referência para tratamento de pacientes portadores de fissura labio palatina, da qual foram entrevistados 90
adolescentes no período de abril a agosto de 2005. Foram aplicados questionários padronizados contendo informações sobre
condições socioeconômicas, demográficas e o tipo de fissura.
A idade da realização da palatoplastia primária foi obtida
através do prontuário. Foram realizadas avaliação fonoarticulatória para analisar a produção da fala e vídeofluoroscopia
para verificar o mecanismo velofaríngeo na visão lateral.
Resultados: Os distúrbios articulatórios compensatórios
(DAC) estavam presentes em 56.7% dos adolescentes. Os residentes na região metropolitana da capital do estado apresentaram 2,39 (IC=1,30-4,40) vezes mais DAC do que os que
moravam na capital(sede do hospital de referência)(p=0,004).
Adolescentes cujas mães possuíam até quatro anos de estudo
apresentaram 2.1 (1,29-3,43)vezes mais DAC quando
comparados com àqueles cujas mães possuíam nove ou mais
anos de estudo. Pacientes que realizaram palatoplastia primária
após os quatro anos de idade, apresentaram insuficiência velo-
S10
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
faríngea e ressonância oro-nasal alterada, tiveram maior ocorrência de DAC e fala ininteligível; dados estatisticamente
significantes.Os distúrbios articulatórios compensatórios mais
freqüentes foram: o golpe de glote, 40 (44,4%), coarticulações
42 (22,2%) e fricativa faríngea 20 (27,8%) e os fonemas mais
alterados foram /p, /t/, /k/, /f/, /s/ e /x/e os adolescentes com até
duas alterações fonêmicas obtiveram melhor comunicação oral.
Conclusões: Os adolescentes cujas mães tinham maior escolaridade, foram submetidos a palatoplastia primária precocemente, possuíam ressonância oro-nasal normal e que tinham
até duas alterações fonêmicas apresentaram melhor inteligibilidade de fala.
Código Trabalho:33
Título: DOENÇA DE STILL NA ADOLESCÊNCIA
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES
CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ
HENRIQUE WITHERS AQUINO
Instituição: UERJ / NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Doença de Still (DS) é uma doença inflamatória
sistêmica, rara e de etiologia desconhecida, sendo uma das
mais frequentes causas de febre de origem indeterminada no
adulto. Apresenta-se de forma semelhante à artrite idiopática
juvenil, forma sistêmica, podendo ser considerada uma variante desta. Acomete ambos os sexos na mesma proporção e em
75% dos casos encontram-se na faixa etária entre 16 e 35 anos
de idade, porém pode acometer idades mais avançadas.
Clinicamente caracteriza-se por febre alta com 1 a 2 picos
diários, podendo preceder outros achado clínicos por semanas
ou meses, erupção cutânea evanescente, artralgias, mialgias
intensas, poliartrite, serosite, linfadenopatia, hepatomegalia e
esplenomegalia. Nos exames laboratoriais podemos encontrar:
leucocitose (maior que 15.000), anemia normocítica e
normocrômica, alterações das enzimas hepáticas, aumento das
proteínas de fase aguda, com níveis bastante elevados de
ferritina. O dignóstico diferencial se faz com as doenças infecciosas, neoplásicas e outras colagenoses. Seu curso clínico
pode ser autolimitado, intermitente com reativações sistêmicas
e articulares recorrentes ou um curso crônico. O tratamento
pode ser feito com antiinflamatórios não hormonais (a
Indometacina parece eficaz nas fases iniciais da doença), corticosteróides ou imunossupressores. Atualmente agentes
biológicos estão sendo empregados no tratamento dos casos
não responsivos aos corticóides e aos imunossupressores.
Objetivos: Observar a possibilidade de DS em adolescentes
com febre de origem indeterminada. Métodos: Estudo de caso.
Relato de caso: Paciente masculino, 19 anos, negro, iniciou na
segunda quinzena de fevereiro de 2006, quadro de febre alta
(40° C), odinofagia, inapetência e astenia. Fez uso de
antibiótico oral (Amoxicilina) sem resolução do quadro febril.
Evoluiu com emagrecimento de 3 Kg em 1 mês, artralgia em
joelhos, pés e ombros e febre alta (1 a 2 picos diários).
Internado na enfermaria do NESA/HUPE em 15/03/2006 para
elucidação diagnóstica. Ao ser admitido paciente apresentava
quadro de febre, pericardite, hepatoesplenomegalia, artralgia
em ombros e joelhos. Realizada investigação laboratorial
(hemograma completo, VHS, provas de função hepática, hemoculturas, sorologias virais, provas de atividade inflamatória) e
de imagem (Rx tórax, USG abdominal, ecocardiograma)
descartando causas infecciosas e neoplásicas e outras
colagenoses, considerando-se então DS. O paciente apresentava dosagem sérica de ferritina de 6.346 (VR: 70 a 435).
Iniciado tratamento com Indometacina, porém por ainda persistir com febre e quadro articular, iniciou-se Prednisona
60mg/dia com desaparecimento dos sintomas. Atualmente está
em acompanhamento no ambulatório de reumatologia do
NESA. Conclusões: O diagnóstico de DS é difícil de ser feito
pela variedade da apresentação clínica e pela não especificidade dos exames laboratoriais, porém deve ser considerado nos
casos de febre de origem indeterminada em adolescentes.
Adolescência
Código Trabalho:15
Título: DOENÇA METABÓLICA NA ADOLESCÊNCIA: UM NOVO
DESAFIO
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;CLAUDIA BRAGA
CARDOSO;ISABEL CRISTINA SILVA BOUZAS
Instituição: UERJ NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) foi descrita em
1988 por Reaven como sendo um conjunto de alterações associadas a um risco maior de doença cardiovascular na vida
adulta. Sabe-se que a hiperinsulinemia e a resistência insulínica
estão frequentemente presentes, sendo fatores centrais no
desenvolvimento das complicações. O aspecto de maior
relevância no diagnóstico da SM são os riscos de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DMII) e de doença cardiovascular aterosclerótica (DCV). São considerados fatores de
risco para o desenvolvimento de SM: sobrepeso/obesidade,
principalmente acúmulo de gordura abdominal, dislipidemia,
hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou DCV, história de intolerância à glicose, história familiar de DMII, HAS ou DCV,
presença de acantose nigricans ou síndrome dos ovários
policísticos (SOP). Segundo a OMS, são necessários pelo
menos 2 dos seguintes achados para a caracterização da SM,
além da alteração no metabolismo da glicose (DMII, intolerância à glicose ou resistência insulínica). São eles: obesidade
(peso acima do percentil 95), HAS (pressão sistólica ou
diastólica acima do percentil 95 para peso e altura), dislipidemia (triglicerídios elevados, HDL baixo). O papel do pediatra consiste em reconhecer os fatores de risco, realizando uma
boa orientação alimentar, desde os primeiros anos de vida e
uma prática de vida saudável. Objetivos: Discutir a
importância da detecção precoce dos fatores de risco para a SM
a partir do estudo de 2 casos clínicos. Métodos: Relato de 2
casos de pacientes atendidas no ambulatório do NESA/HUPE
com o diagnóstico de SM. O primeiro caso trata-se de uma
paciente de 14 anos encaminhada devido a um quadro de obesidade (IMC 52 kg/m2). Histórico de aumento progressivo de
peso desde os 4 anos, DMII desde 12 anos, dislipidemia, HAS,
irregularidade menstrual, história familiar de DMII e dislipidemia materna e HAS paterna. O segundo caso refere-se a uma
paciente encaminhada devido à amenorréia primária. História
familiar de HAS materna e falecimento paterno aos 56 anos por
infarto agudo do miocárdio. Ao exame apresentava obesidade
(IMC 29 Kg/m2), acantose nigricans na nuca, acne leve, hirsurtismo leve em mento e hipertrofia de clitóris e grandes lábios.
Investigação hormonal evidenciou hiperinsulinismo e hiperandrogenismo. Aos 16 anos ainda apresentava aménorréia, obesidade, evoluindo com HAS. Conclusões: Os motivos que levam
os adolescentes com SM ao ambulatório são diversos, variando
desde irregularidades mentruais, sobrepeso, obesidade, HAS,
DM ou dislipidemia. A irregularidade menstrual, como manifestação da SOP, mesmo em adolescentes eutróficas ou com
sobrepeso, está relacionada, na maioria dos casos, à resistência
insulínica, aumentando dessa forma o risco de HAS e DCV. A
importância em reconhecer esses fatores de risco precocemente, bem como instituir terapêutica adequada para cada caso,
colaborará para uma diminuição das complicações mais
temidas na vida adulta.
Código Trabalho:1128
Título: DROGAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: VISÃO DE
PEDIATRAS DE HOSPITAL INFANTIL TERCIÁRIO SOBRE O
PROBLEMA.
Autores: MARIA DO SOCORR ALMEIDA PERES;SHIRLEY VIRINO
SILVEIRA;ANA JÚLIA COUTO DE ALENCAR;SHEILA JANAÍNA
MEDEIROS SIMÕES COSTA;RAQUEL MELO MORAIS
NEVES;VIRGÍNEA MARIA RAMOS
Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução:O uso de drogas por jovens e crianças tornou-se
uma questão de saúde pública,sendo importante a percepção e
a forma como o pediatra aborda o assunto. Objetivos: Verificar
o conhecimento e atuação de pediatras no atendimento de
crianças e adolescentes frente a suspeita de uso de drogas.
Métodos: Estudo descritivo realizado através de uso de questionário, aplicado a 60 pediatras que atendem em Hospital
Infantil Público Terciário. Resultados: Diante da suspeita do
uso de drogas 63,3% encaminham o paciente para atendimento
especializado e 21,66% solicitam exames como estratégia de
retorno para posterior decisão em relação ao
problema.Entretanto 25% nunca suspeitam de dependência
química nos menores que atendem.Em relação ao temor
pessoal,70% relatam não temer pela sua segurança ao abordar o
assunto, com os familiares ou usuário;91,6% concordam que
drogas lícitas como o fumo e o álcool são prejudiciais e que os
pais devem ser alertados, quanto aos danos que causam a
saúde.Além disso,35,6% acham que a existência de um só
alcoolista na família é suficiente para encaminhá-la para ajuda
especilizada.Dos entrevistados,90% não se sentem preparados
para identificar dependentes químicos e 100% acreditam na
necessidade de capacitação sobre o assunto.Em relação ao risco
de dependência,85% procuram informar sobre o assunto
durante o atendimento e 16,6% afirmam não disporem de tempo
para esta abordagem;91,6% acham que a responsabilidade de
orientar os jovens cabe a família, escola e serviços de
saúde;81,6% acham que a mídia influencia no consumo de
álcool.Diante de adolescente dependente químico, 20%
saberiam conduzir o paciente, 45% solicitariam a presença da
família e 60% solicitariam exames e encaminhariam.
Conclusões: Os pediatras do hospital em estudo,mesmo encaminhando para atendimento especilizado a criança e o adolescente na suspeita de dependência química,sentem dificuldade
sobre o assunto e concordam com a necessidade de maiores
esclarecimentos e capacitação para melhor conduzirem os
casos.
Código Trabalho:1288
Título: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VIA INTERNET - UMA
PROPOSTA EFICAZ PARA PAÍSES DE DIMENSÕES CONTINENTAIS
Autores: ELOÍSA GROSSMAN;MARIA HELENA RUZANY
Instituição: NESA/UERJ e IFF/ FIOCRUZ
Cidade/UF: RJ/RJ
Resumo:
Introdução: o curso a distância via internet Introdução à Saúde
Integral dos Adolescentes e Jovens foi concebido com a finalidade de capacitar profissionais para o atendimento a este grupo
etário. As unidades temáticas que o compõem foram desenvolvidas através do modelo pedagógico baseado em casos, com
diferentes níveis de complexidade, abordando a promoção de
saúde, prevenção de agravos e assistência. Os tópicos abordados foram divididos em três áreas: crescimento/desenvolvimento, sexualidade/saúde reprodutiva e principais problemas
clínicos. Em 2005/06 foram desenvolvidos dois módulos, de
duração de 12 semanas cada, para profissionais de saúde das
regiões norte e nordeste do país. Objetivos: apresentar o perfil
dos participantes e os resultados dos cursos desenvolvidos.
Métodos: foi realizado um estudo quantitativo de algumas
fontes de dados: fichas de inscrição dos alunos, planilhas de
desenvolvimento dos planos de estudo e avaliações formativas.
As seguintes informações foram coletadas: formação profissional, local de origem, expectativas em relação ao curso,
variáveis relacionadas ao conteúdo, material didático, estratégia
pedagógica, qualidade da orientação e gestão acadêmica.
Resultados: Dos 175 alunos inscritos, 98 (56%) concluíram o
curso. As áreas de formação profissional foram: Enfermagem,
Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia,
Psicologia, Serviço Social, Terapia ocupacional. A grande
maioria dos alunos considerou os casos estudados relevantes no
contexto de seu trabalho (88%). Em relação aos conhecimentos
adquiridos, o curso correspondeu às expectativas da totalidade
dos alunos. Quanto à contribuição à formação profissional, o
treinamento foi considerado bom por 93% dos alunos. Em
linhas gerais tanto nos aspectos que dizem respeito ao ambiente
de aprendizagem na internet quanto em seu modelo pedagógico,
o curso foi bem aceito pelos alunos. Conclusões: O curso
permitiu que a equipe docente e os alunos, sem necessidade de
se afastar de seus locais de estudo e trabalho, participassem de
um processo de ensino/aprendizagem e intercâmbio de experiências. Conclui-se, portanto, que a estratégia pedagógica
utilizada, bem como o material educativo apresentado, oferecem condições para a capacitação de recursos humanos de
diferentes categorias profissionais na atenção à saúde de
adolescentes e jovens.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S11
Adolescência
Código Trabalho:378
Título: ENCAMINHAMENTOS DE ADOLESCENTES APÓS
PRIMEIRA CONSULTA EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA
CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS
NOGUEIRA;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Durante a adolescência as mudanças físicas e
sócio-culturais que o indivíduo atravessa ocasionam agravos à
saúde que não mais devem ser tratados por um pediatra ou
clínico, necessitando do auxílio de especialistas. Objetivos:
Identificar a frequência de encaminhamentos e quais os especialistas mais procurados por adolescentes atendidos em um
serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos:
Realizou-se uma análise de prontuários de primeira consulta de
adolescentes de ambos os sexos com idades entre dez e 19 anos
atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de
Saúde, no período de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário contendo questões sobre os
encaminhamentos realizados. Os dados foram tabulados no Epiinfo 6.04d e analisados estatisticamente, fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como nível de
significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546
formulários, sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324
(59,3%) do sexo feminino. Dos adolescentes atendidos 442
(81%) foram encaminhados para especialistas. Dentre estes,
216 (48,9%) receberam mais de um encaminhamento. Os
adolescentes foram encaminhados principalmente para os
seguintes profissionais: ginecologistas 169 (31%), odontologistas 151 (27,6%), oftalmologistas 133 (24,4%), dermatologistas 88 (16,1%) e psicólogos 51 (9,3%). Foram citadas ainda
diversas outras especialidades médicas. Conclusões: As
primeiras consultas de adolescentes funcionam como porta de
entrada aos serviços especializados, sendo grande o volume e a
variedade de encaminhamentos para os especialistas. Os
adolescentes pesquisados foram encaminhados principalmente
para ginecologistas, odontologistas e oftalmologistas.
Conclusões:458
Título: ENTRE A MENARCA E O ESTADO NUTRICIONAL DAS
ADOLESCENTES DE SÃO PAULO
Autores: ANA CAROLINA TOLEDO PIERONI;LARISSA CHRISTINE
PUGLIA;ISA PADUA CINTRA;MAURO FISBERG
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: O estado nutricional é o principal fator na relação
entre a classe social e o efeito sobre a menarca, sendo que a
nutrição adequada é um dos requisitos mais importantes para a
realização plena do "plano genético" de crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Objetivos: Relacionar a idade de
menarca e o estado nutricional de adolescentes de escolas
públicas e particulares da cidade de São Paulo. Métodos:
Estudo realizado com base nos dados coletados no ano de 2003
para uma pesquisa de campo com 2710 adolescentes entre 10 e
15 anos, sendo 2026 de escolas públicas e 684 de escolas particulares. Os dados coletados foram: a idade cronológica, a idade
de ocorrência de menarca, o peso corporal e a estatura, os quais
possibilitaram a avaliação do estado nutricional, por meio do
cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Para a análise dos
dados foi utilizado o software SPSS V.10.0. Resultados: O
IMC médio para as alunas das escolas públicas e particulares
foi de 20,86 ± 3,46 e 21,41 ± 3,50, respectivamente. A população estudada apresentou 2,5% de baixo peso, 5,2% de risco
de baixo peso, 13,51% de sobrepeso e 6,49% de obesidade,
também não havendo diferença significativa entre os dois tipos
de escola. Aproximadamente 67% das adolescentes estudadas
já haviam apresentado a menarca, destas 67% eram estudantes
de escolas públicas e 68% de escolas particulares. A média de
idade de ocorrência da menarca foi de 11,51 ± 1,06 anos, sendo
para as adolescentes das escolas públicas foi de 11,53 ± 1,07 e
para as de escolas particulares de 11,47 ± 1,02, não havendo
diferença estatística entre as escolas. A prevalência de adolescentes com menarca foi de 25% no baixo peso, 36% no risco de
baixo peso, 70% na eutrofia, 73% no sobrepeso e 70% na obesi-
S12
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
dade. Notou-se associação inversa e significativa entre os
valores médios de IMC e a ocorrência da menarca, ou seja,
quanto maior o IMC menor a idade de ocorrência da menarca.
Também foi observado um valor médio do IMC significantemente maior das meninas de 10 a 13 anos que já haviam
menstruado em relação àquelas da mesma idade, que ainda não
haviam apresentado menarca. Conclusões: Pelo fato da idade
de ocorrência da menarca ser influenciada por diversos fatores,
entre eles o nutricional, sugere-se a avaliação periódica do
estado nutricional e a orientação de hábitos saudáveis para esta
população, como forma de minimizar o aumento da obesidade
e a antecipação da idade da menarca nesta população.
Código Trabalho:966
Título: GRUPO DE ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS
Autores: PATRÍCIA REGINA GUIMARÃES;ROBERTO ASSIS
FERREIRA;SOLANGE DE MELO MIRANDA
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Este é um trabalho de grupo operativo formado
com adolescentes que vivem com HIV/Aids em um centro de
referência. Surgiu como uma possibilidade de complementação
da consulta médica, que se tornou insuficiente para adequada
abordagem desses pacientes. Objetivos: Teve como escopo
maior observar e avaliar a implantação e o desenvolvimento
desse grupo. Dentro de tal objetivo geral, buscou-se, mais
especificamente descrever os caminhos encontrados para a
criação de um trabalho original, bem como elaborar uma
proposta para a formação de novos grupos, além de acompanhar o processo grupal, e, finalmente, observar o desenvolvimento do grupo em relação a algumas categorias de análise, a
saber: a sexualidade; o paciente frente à sua doença - a explicitação do diagnóstico no grupo, sua revelação social inadvertida, a gestão do segredo e o medo de se expor -; o uso da
medicação e a vivência do preconceito. Métodos: Trata-se de
pesquisa qualitativa, realizada com o método da pesquisa-ação,
em que o pesquisador era um dos coordenadores do grupo.
Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com os adolescentes
e entrevistas abertas com outros observadores - profissionais de
saúde que participavam da atenção aos pacientes. O grupo foi
analisado como um estudo de caso utilizando-se o referencial
clínico-qualitativo. Resultados: A duração do trabalho foi de
quatorze meses, totalizando trinta encontros. A formação de
grupo operativo nesse centro de referência foi viável, permitiu
o surgimento de discussões sobre a adolescência com HIV/Aids
e mostrou-se uma experiência possível de ser transmitida. O
tema sexualidade e a infecção pelo HIV foram tabus para o
grupo até o 11º encontro, quando o diagnóstico foi explicitado
pela primeira vez entre eles. A partir daí houve queda da
resistência ao tema sexualidade e surgimento de interesse,
dúvidas e discussões cada vez mais profundas sobre o assunto.
Houve um momento em que os adolescentes se identificaram
em torno da infecção, que foi superado quando o trabalho de
grupo permitiu o "florescer" da adolescência desses jovens,
passando a ser esse o centro da identificação. O uso da
medicação foi um tema que gerou discussões superficiais, em
grupo, que muitas vezes não corresponderam aos relatos
médicos e de familiares. A vivência do preconceito esteve
presente nos relatos individuais e em grupo, sempre acompanhada de grande sofrimento. Conclusões: O grupo operativo
mostrou-se um espaço privilegiado para elaborações vinculadas
à construção do conhecimento sobre adolescer com HIV/Aids e
para o acolhimento dos adolescentes, das suas dúvidas e sentimentos.
Código Trabalho:1299
Título: IMPACTO DE PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À
SAÚDE DA ADOLESCENTE GRÁVIDA E MÃE ADOLESCENTE NA
PREVENÇÃO DE NOVA GRAVIDEZ
Autores: AMANDA MELHADO;MARCIA QUEDINHO;MARIA JOSÉ
CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES
Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São
Paulo
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Objetivos: Avaliar a reincidência da gravidez entre adolescentes que receberam atenção integral na Clínica de
Adolescência
Adolescência de Departamento de Pediatria de hospital universitário com acompanhamento do binômio mãe-filho após o
parto e comparar com jovens que não tenham recebido atenção
integral na gravidez e/ou orientação após o parto. Estabelecer
estratégias para melhoria do programa de Atenção Integral à
Gestante Adolescente.Métodos: Estudo prospectivo comparativo entre 30 adolescentes com 18 anos ou menos à concepção
que receberam atenção integral com acompanhamento pósparto e orientação contraceptiva em hospital universitário no
período de 01 de julho de 2004 a 30 de junho de 2005 e 39
adolescentes com a mesma idade à concepção, que não receberam atenção integral na gravidez, que deram à luz na maternidade da mesma instituição no mesmo período e não foram
seguidas após o parto (grupo controle). As jovens que freqüentaram o programa de atenção integral durante a gestação receberam seguimento do binômio mãe-filho, mensalmente,
durante o 1o ano após o parto, avaliadas globalmente, trabalhando-se auto-estima, saúde reprodutiva, inclusive contracepção, e orientadas quanto a puericultura de seus filhos. Entre
as jovens do grupo controle realizou-se entrevistas individuais
e confidenciais durante o puerpério. Em ambos os grupos analisou-se: reincidência da gravidez, orientação contraceptiva no
pós-parto, escolaridade, abandono escolar, estado civil e
relação com o pai da criança. Resultados: As adolescentes que
receberam atenção integral na Clínica de Adolescência durante
a gestação com seguimento do binômio mãe-filho, apresentaram taxa de reincidência de apenas 3,3% enquanto nas
adolescentes do grupo controle, a taxa de reincidência observada foi de 15,4%. A média de idade foi 16 anos, média de 9
anos de estudo, no grupo controle a média de idade foi 17 anos
com 7 anos de estudo. Das que receberam assistência especializada, 66,7% continuavam na escola, a maioria (60%) não
usava método contraceptivo prévio a primeira gravidez; entre
as do grupo controle somente 24,25% continuavam na escola.
A maioria permanece solteira (56,75% e 51,3% respectivamente) e aproximadamente ¼ (26,7% e 25,5%) não tem contato
com o pai da criança. Conclusões: Dentre as adolescentes estudadas, a taxa de reincidência foi significativamente menor no
grupo das jovens que receberam atenção integral a saúde
durante a gestação, com acompanhamento do binômio mãefilho após o parto.
Código Trabalho:257
Título: INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NA INTIMIDADE DOS
RELACIONAMENTOS ENTRE PARES NA ADOLESCÊNCIA
Autores: FLAVIA APARECIDA SAYEGH;TERESA HELENA
SCHOEN-FERREIRA;MAURO FISBERG
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A intensidade das amizades é maior na
adolescência. À medida que os adolescentes trocam entre si,
seus sentimentos e segredos, e passam a conhecer melhor o
sentimento dos outros, a amizade torna-se mais íntima e
geradora de apoio. A beleza física influencia nas amizades e na
proximidade entre os adolescentes. Pessoas bonitas são consideradas mais simpáticas e atraentes, além de serem consideradas
com maior desenvoltura social. As pessoas fisicamente
atraentes tendem a ser também as mais populares e as mais
extrovertidas. Com isso, essas pessoas desenvolvem maior
confiança social. Muitos adolescentes obesos possuem uma
auto-imagem crítica e tornam-se mais isolados socialmente,
sentindo-se inseguros nos relacionamentos sociais com os
pares. Objetivos: Verificar o investimento que os adolescentes
fazem nos relacionamentos sociais. Métodos: O Grupo Estudo
foi composto por 79 adolescentes obesos (IMC>95) que
buscaram um ambulatório médico de atendimento a adolescentes para emagrecer; e o Grupo Controle foi composto de 123
alunos de uma escola da região do ambulatório médico. Foi
utilizada a tradução brasileira do questionário do "The
Friendship Questionaire", o qual contém 36 questões que caracterizam o interesse, intimidade e integração com amigos.
Quanto mais alto o escore obtido, maior intimidade dos relacionamentos. Procedimento: O Grupo Estudo foi convidado a
responder ao questionário sobre amizade na sala de espera,
enquanto aguardava a consulta com o médico, nutricionista ou
professor de educação física. O Grupo Controle respondeu ao
questionário na própria escola. Para a análise dos resultados,
foi utilizada a ANOVA. Resultados: Não houve diferença
média estatisticamente significante entre os grupos (p=0,180).
No entanto, o grupo de obesos obteve um resultado médio
(79,99) maior que o grupo controle (77,12). Também não houve
diferença estatística em relação à média do resultado, no Grupo
Estudo, por sexo (p=0,245); embora tenha havido no Grupo
Controle (p<0,001), indicando que as adolescentes do sexo
feminino apresentam mais intimidade nos relacionamentos.
Conclusões: Este estudo mostrou que tanto para o Grupo
Controle quanto para os obesos manter uma amizade mais
íntima é fundamental no período da adolescência. Procuram a
sensação de pertencimento, desenvolvendo habilidades para
mantê-la. Quando se é apoiado na amizade, o indivíduo tende a
ser mais feliz e saudável, independentemente do estado nutricional
Código Trabalho:441
Título: MÃE ADOLESCENTE - TENDE A SE REPETIR ATRAVÉS
DAS GERAÇÕES?
Autores: VIVIANE CUNHA CARDOSO;ALINE PIRES
BARBOSA;ANTONIO AUGUSTO MOURA DA SILVA;HELOÍSA
BETTIOL;MARCO ANTONIO BARBIERI
Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - SP
Cidade/UF: RIBEIRÃO PRETO/SP
Resumo:
Introdução: A gravidez na adolescência é hoje encarada como
um problema de saúde pública, sendo relacionada a fatores
como pobreza, aborto induzido, baixa escolaridade materna e
mortalidade infantil. Objetivos: Verificar se filhas de mães
adolescentes são propensas a serem mães adolescentes também
e o quanto esta associação é devido a circunstâncias socioeconômicas. Métodos: Foram entrevistadas mulheres que
tiveram uma filha na coorte de 1978/79 em Ribeirão Preto (1ª
geração) e estas filhas em 2002/04 (23/25 anos- 2ª geração). A
variável resposta foi ser mãe adolescente na 2ª geração. As
variáveis independentes foram: mãe adolescente e nível de
escolaridade da 1ª geração; nível de escolaridade, ocupação,
idade de início do trabalho e menarca da 2ª geração. Foi
utilizado modelo de regressão uni e multivariada de Poisson.
Resultados: 1059 pares de 1ª e 2ª geração foram avaliados. Na
2ª geração havia 181 mães adolescentes e destas, 89 (26,7%)
foram filhas de mães adolescentes (p<0,001). Mas esta associação não se manteve no modelo ajustado, onde mulheres com
maior escolaridade (RR 0,05; IC95%0,02-0,10) e menarca mais
tardia (RR 0,62; IC95%0,43-0,90) apresentaram menor risco
de ser mães adolescentes. Conclusões: Mulheres nascidas de
mães adolescentes são mais propensas a se tornarem mães
adolescentes, mas pode-se inferir que a aparente influência da
idade materna sobre a idade da filha surge devido à presença de
fatores socioeconômicos que estariam atuando tanto na mãe
quanto na filha.
Código Trabalho:531
Título: MORBIDADE ATUAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS NO
SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS
Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA
CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE
HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE
Resumo:
Introdução: A adolescência é uma fase bastante conturbada,
com diversas peculiaridades que podem ser confundidas com
problemas de saúde. Cabe ao médico orientar e tranquilizar o
adolescente e sua família. Objetivos: Identificar os diagnósticos de adolescentes atendidos em um serviço de hebeatria do
Sistema Único de Saúde. Métodos: Foi realizada uma análise
de 546 prontuários de primeira consulta de adolescentes de
ambos os sexos com idades entre dez e vinte anos atendidos em
um serviço de hebeatria do Sistema Único de Saúde no período
de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um
formulário contendo questões sobre o diagnóstico. Os dados
obtidos foram tabulados no Epi-info 6.04d e analisados,
fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como
nível de significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546
formulários sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324
(59,3%) do sexo feminino. Dos 546 adolescentes atendidos
apenas 477 (87,4%) apresentaram alguma queixa, mas 544
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S13
Adolescência
(99,6%) deles obtiveram pelo menos um diagnóstico. Os diagnósticos mais frequentes foram: problemas dermatológicos 213
(39%), sendo 91 (16,6%) casos de acne e 85 (15,6%) de
ptiríase, problemas ginecológicos 184 (33,7%) e parasitoses
intestinais 142 (26%). Chama atenção ainda o volume de diagnósticos de erro de refração 137 (25%), cárie 129 (23,6%) e a
existência de diagnósticos psicossociais 62 (11,3%).
Conclusões: Há discrepância entre o número de pacientes com
queixas e o de diagnósticos, é provável que os adolescentes não
valorizem seus próprios sintomas. Os principais diagnósticos
foram queixas de pele e parasitoses intestinais. Importante
também é o volume de diagnósticos de erro de refração e de
cárie. Outro aspecto relevante são os diagnósticos psicossociais
que incluem queixas como superproteção materna, abandono
escolar, furtos e conflitos familiares.
Código Trabalho:981
Título: NIAB - NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E
BULIMIA - INTERAÇÃO PSICANÁLISE E MEDICINA
Autores: ROBERTO ASSIS FERREIRA;ANA RAQUEL CORRÊA
SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO SANTO NERY FERREIRA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Anorexia (AN) e Bulimia (BN) ganham
relevância nos anos recentes. Os pediatras não podem estar
alheios ao diagnóstico e a condução de tratamento desses
pacientes, desafio à prática e à elaboração teórica da medicina.
Objetivos: Apresentação do trabalho interdisciplinar de
médicos e psicanalistas à demanda crescente de atendimentos a
pacientes com AN e BN. Resultados: Desde 1999, o NIAB
vem sendo constituído a partir da aglutinação de profissionais
de áreas diversas interessados no atendimento a pacientes com
AN ou BN. O trabalho interdisciplinar oferece subsídios
valiosos à compreensão e ao cuidado desses pacientes em suas
complicações nutricionais e metabólicas e no tratamento
psiquiátrico. O conhecimento reduzido ao campo biológico
pode cair no impasse e, por outro lado, a clínica médica e a
psiquiatria se enriquecem ao assimilar contribuições de campos
do saber como a antropologia, a sociologia e em especial da
psicanálise. Atualmente, sete clínicos, dois psiquiatras e seis
psicanalistas constituem a equipe. Os atendimentos são realizados em ambulatório no HC-UFMG, contando também com
o apoio desta instituição para propedêutica e internações. Os
profissionais discutem os atendimentos do dia e outra reunião
semanal, com toda a equipe, é realizada para apresentação e
construção dos casos. Os pacientes chegam através de procura
direta (informações adquiridas na internet, mídia ou de
terceiros), também encaminhados por médicos e psicólogos. O
primeiro atendimento é feito por um dos profissionais do NIAB
na tentativa de estabelecer desde o início o vínculo terapêutico.
A partir dessa avaliação são feitos os encaminhamentos
necessários. Pela orientação psicanalítica busca-se a implicação
do paciente com o seu tratamento, procurando deslocar o
sintoma de transtorno alimentar e da imagem corporal para o
mal-estar psíquico. Conclusões: O trabalho do NIAB tem
mostrado que a gravidade de tais pacientes requer a clínica feita
por muitos, convocando contribuições de vários campos do
saber. A experiência mostra como fundamental compartilhar o
trabalho da clínica médica e da psiquiatria, com a rica
contribuição da psicanálise, na condução, entendimento e no
cuidado dos pacientes.
Código Trabalho:121
Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA
MENTAL - A VISÃO DA FAMÍLIA E A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL.
Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO
Instituição: APAE- Cuiabá
Cidade/UF: CUIABA/MT
Resumo:
Introdução:Não se deve negar as especificidades e peculiaridades advindas da deficiência mental, porém enfatizar as possibilidades desse sujeito, na totalidade de seu ser é fundamental
para tornarem-se plenamente conscientes das transformações
pubertárias, da sexualidade e a busca de autonomia destes
sujeitos , auxiliando-os neste adolescer fatores , estes, que
requerem persistência e vontade. Conhecer a importância da
família e da sociedade para o adequado desenvolvimento, o
desabrochar da sexualidade genital (como atributo de todo ser
humano), os sentimentos, a compressão destas transformações
pelo adolescente com deficiência mental, contrapondo com o
preconceito,
infantilização,
exclusão
e
estigmatização.Objetivos: entender o conhecimento das
famílias dos adolescentes com deficiência mental sobre as
transformações da puberdade, verificando os limites de
compreensão e aceitabilidade destas mudanças e propor
sugestões aos profissionais, sociedade e família sobre a melhor
forma de abordar o adolescente com deficiente mental e sua
família. Métodos: revisão bibliográfica e entrevistas em uma
instituição de educação especial com 39 familiares através de
questionários com perguntas semi-estruturadas. Resultados:
As atitudes dos pais se situam em perspectivas diferentes de
seus filhos com dificuldades significativas em enxergá-los
como um ser sexual, dotado de desejos, de dúvidas e medos
relativos ao mundo da sexualidade, procurando negar a
expressão desses desejos e reforçam o isolamento que já é
vivido pelos adolescentes com deficiência na sociedade como
um todo. Percebe-se a necessidade de acolher esses pais em
suas ansiedades e angústias relativas ao tema.Foi verificado,
também, que há uma necessidade emergencial do preparo
social em lidar com questões de saúde, sexualidade, ética,
cidadania e desenvolvimento humano uma vez que, a invisibilidade que fomenta a vulnerabilidade destes adolescentes, é relevante e deve ser tema de preocupação e debate.Conclusões:
ressalta-se a responsabilidade da sociedade, dos profissionais e
famílias, de tornarem os adolescentes plenamente conscientes
das transformações pubertárias, da sexualidade auxiliando na
busca de autonomia requendo persistência, vontade, conhecimento e mudança de comportamento. As discussões devem ser
ampliadas onde as pesquisas e mudanças de comportamentos
entre os profissionais, familiares, sociedade favoreçam o vivenciar, o adolescer com respeito e dignidade desses indivíduos
Enfim, entender o deficiente mental na sua fase crítica de
desenvolvimento, a adolescência, se faz necessário para desenvolver habilidades saudáveis de proteção à saúde integral ,
além de estimular a autonomia e o relacionamento ético profissional.
Código Trabalho:120
Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA
MENTAL - OUVINDO-O
Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO
Instituição: APAE- Cuiabá
Cidade/UF: CUIABA/MT
Resumo:
Introdução: A adolescência brasileira apresenta grandes
desafios para a sociedade organizada quanto à sua educação,
saúde e formação enquanto cidadãos e respeito as suas peculiaridades. Este desafio torna-se maior quando relacionado ao
adolescente com deficiência, em especial ao com deficiência
mental, devendo objetivar a construção e o fortalecimento de
sua identidade como "sujeitos em pleno desenvolvimento e de
direitos" .Objetivos: Entender o conhecimento dos adolescentes deficientes mentais sobre suas transformações biopsicosocioculturais, verificar os limites de compreensão e
aceitabilidade destas mudanças, identificar se é capaz de elaborar a construção de sua identidade como adolescente e, como
o processo desta adolescência pode ser afetado pela deficiência
mental. Métodos: entrevistas (observação e relato do sujeito)
com 34 alunos de uma instituição de educação especial, de
ambos os sexos, entre 10 a 24 anos, com condições de comunicação verbal Devido às características próprias as entrevistas
com os adolescentes e jovens transcorreram de forma descontraída, informalmente com desenhos e exemplos, utilizando um
roteiro como guia, mas adaptando às atitudes e às formas de
expressar dos sujeitos da pesquisa.Resultados: observou-se a
inadequação social e a interação com o meio que os circunda
como característica própria do deficiente mental onde existe o
prejuízo no comportamento adaptativo.Obteve-se ainda, que os
adolescentes percebem a possibilidade de erotização e da
obtenção de prazer pelo sexo, mas, não sabem como lidar com
estas novas sensações, podendo ser difícil o controle de seus
impulsos sexuais. Descobrem a satisfação que a área genital
pode lhes oferecer.Estes relatos levam a afirmar que apesar da
deficiência mental, déficit cognitivo até mesmo dificuldade de
se conhecer como homem ou mulher as atividades sexuais
Adolescência
estão sendo realizadas. O interesse para o assunto é evidente
por parte destes adolescentes, mas os educadores e familiares
estão conduzindo de forma inadequada estas questões deixando
de oferecer uma educação sexual saudável, preventiva e que os
valorizem
como
seres
humanos
em
desenvolvimento.Conclusões: Para o adolescente deficiente
mental é muito difícil expressar seus sentimentos, pois, ele é
"falado", tornando - se, portanto, objeto de seus pais, professores, cientistas o que o impede de construir um conhecimento
profundo de seu ser e do outro. Geralmente este sujeito não tem
a possibilidade de se interrogar ou estabelecer uma identificação significante, pois, é direcionado a uma contínua situação
de dependência ou a preencher um vazio intelectual, pelos que
o rodeiam, deixando-o sem defesa.Neste contexto,ficam
privados de experiências que promovem seu desenvolvimento
e no que diz respeito à sexualidade estão limitados de informação, contato social e até mesmo de modelos interessantes de
relações afetivas. Faltam orientações claras, objetivas e
fidedignas acerca de temas que envolvem a sexualidade o que
contribui para a perpetuação dos estereótipos, negando-os a
chance de desenvolverem suas potencialidades e de viver
experiências no âmbito afetivo e sexual e a integração social
Código Trabalho:754
Título: O CARTÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES COMO
INSTRUMENTO NA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE
ATENÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ
Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO
Instituição: Secretaria Muncipal de Cuiabá- MT
Cidade/UF: CUIABA/MT
Resumo:
Justificativa: Para se implantar um programa de atenção a
saúde de adolescentes e jovens é necessário a construção de
políticas públicas capazes de prover atenção integral à saúde
em todos os níveis de complexidade e a validação do cartão de
saúde do adolescente como projeto piloto do Ministério da
Saúde, na capital, foi o marco do programa .Objetivos: incorporar o procedimento à rotina das atividades de atendimento e
ao quadro organizacional dos serviços preventivos e assistenciais. Sensibilizar e capacitar profissionais de saúde para
compreenderem o significado, as manifestações e as conseqüências do crescimento e desenvolvimento dos adolescentes.
Formar alianças e parcerias necessárias para que seja o início
de uma atuação ampliada e de suporte ao adolescente.
Métodos: sensibilização e treinamento dos profissionais de 6
unidades básicas de saúde de diferentes regionais da capital
sobre organização de serviço e abordagem do adolescente e o
preenchimento e uso do cartão; estudo com um grupo focal de
20 adolescentes de ambos os sexos sobre a aderência ao uso do
cartão e pesquisa com os profissionais das unidades de referência sobre sua utilidade.Resultados: Ainda em fase de
implantação do cartão o grau de satisfação do adolescentes em
participar do projeto está sendo interessante com sugestões que
podem nortear a assistência na área, além de permitir o protagonismo e a responsabilidade com sua saúde e a disseminação
do programa na unidade. Aos profissionais traz um segurança
na metodologia do atendimento, fluxograma na unidade e vem
norteando suas condutas. O cartão ,está permitindo assinalar, a
partir do atendimento, as principais queixas dos adolescente,
acompanhar de forma integrada com o adolescente seu crescimento e desenvolvimento, vacinas, detectar fatores protetores e
fatores de risco , obter informações e resgatar o sentido de
cidadania do adolescente garantindo o bem estar físico, social e
emocional . Promove a intersetorialidade ao estabelecer parcerias dentro do setor saúde e com outras instituições, fortalecendo a rede de apoio social; Subsidia a formulação de
políticas públicas saudáveis. É um instrumento educativo ao
profissional que lida com a proteção adolescente e para população, levando a mobilização da sociedade. Conclusões: A
Secretaria de Saúde é proponente e executora das políticas
públicas de seus respectivos setores, além de responsáveis
pelos estabelecimentos que atendem às crianças e aos adolescentes. Sem se integrar ao quadro das práticas profissionais e à
rotina dos serviços, o atendimento não se efetivará. E o cartão
de saúde do adolescente dará visibilidade a esta política no
município representando o compromisso de incorporar a
atenção à saúde da população jovem à estrutura, mecanismos
de gestão, ações e rotinas do Sistema Único de Saúde em todos
seus níveis. E, serve de parâmetro norteador às diversas ações,
serviços e programas do setor Saúde - existentes e a serem
criados, nas unidades de saúde.
Código Trabalho:331
Título: O ENSINO DA INFORMÁTICA NO AMBIENTE
HOSPITALAR: O PACIENTE VIRANDO ALUNO E O ALUNO SENDO
PACIENTE
Autores: FABIANA FERREIRA NASCIMENTO;ANA LUCIA
TAROUQUELLA SCHILKE;REGINA MULLER;REGINA XAVIER
Instituição: Intituto nacional de Cardiologia Laranjeiras
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A febre reumática é uma doença séria, de difícil
adesão ao tratamento e que vem acometendo um numero crescente de crianças e adolescentes em nosso país, comprometendo significativamente a inserção desse futuro jovem, no
mercado de trabalho, gerando com isso um problema social.
Objetivos: Diante dessa evidência, pensamos em estratégias
educativas que pudessem contribuir para a diminuição da
exclusão social. Nosso trabalho surge da necessidade de
garantir o acesso ao conhecimento de uma ferramenta, hoje,
indispensável para o mercado de trabalho - a informática.
Objetivamos contribuir para a diminuição das desigualdades
sociais vivenciadas pelos portadores de febre reumática através
da qualificação profissional desses jovens, possibilitando,
ainda, a vinculação com o hospital garantindo assim adesão ao
tratamento. O trabalho em grupo permite a socialização de suas
histórias de vidas. Eles/as a partir disso, re-significam essas
experiências e incorporam a utilização da informática como um
instrumento potencializador do acesso ao conhecimento.
Métodos: O curso é dividido em cinco módulos de formação
que mesclam conceitos da informática - Windows, Internet,
Word, Excel e PowerPoint - com conhecimentos da vida cotidiana, onde ao final de cada modulo é realizado uma atividade
extra-classe ligada aos temas geradores que surgem das
demandas trazidas pelos/as alunos/as. O curso tem duração de
seis meses e as aulas acontecem semanalmente - aos sábados das 09:00 as 12:00 com capacidade para 12 alunos. Optamos
por trabalhar com o referencial teórico baseado na metodologia
sócio-construtivista de Vygotsky onde o professor atua como
um mediador do conhecimento. Combinado a essa, a
metodologia do conhecimento em rede, que visa possibilitar a
esses adolescentes compreenderem novos caminhos do mundo
do trabalho, sendo apresentados a novas tecnologias, as
culturas existentes e aos novos conhecimentos que surgem.
Resultados: Já estamos na nossa terceira turma e mantemos
um índice elevado de comparecimento as aulas. Percebemos
que os alunos/pacientes mantém em dia a profilaxia
secundária* e que contribuímos para expandir o conhecimento
e a curiosidade desses/as adolescentes. Sua auto-estima
aumenta e eles/as se sentem valorizados por estarem participando de um curso oferecido pelo hospital. Conclusões:
Dependendo da profissão e sem o conhecimento da informática, o individuo tem dificuldades de encontrar uma posição
no mercado de trabalho.Durante todo o curso temos a preocupação de que esses/as adolescentes/as se questionem: qual a
importância do curso; porque as informações que circulam nele
são importantes; como fazer para perpetuá-las e quem poderá
ser beneficiado por ela.Quando propomos uma intervenção
pedagógica a este sujeito estamos propondo um novo pensar
sobre a saúde e a educação de quem vivencia a rotina médicohospitalar. Nessa dimensão, o computador é utilizado e visto
como uma ferramenta pedagógica que possibilita o trabalho em
outras dimensões.
Código Trabalho:699
Título: PERFIL DAS PARTURIENTES ADOLESCENTES E SEUS
NEONATOS EM HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL
Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS
AMORIM;NELIANA TEMPONI;JAQUELINE OLIVEIRA
RODRIGUES;ALEXANDRA SILVA VELOSO
Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Gravidez na adolescência tem se revestido de
extrema importância na atualidade pela sua freqüência e conseqüências às pacientes, seus neonatos, além do custo social.
Adolescência
Medidas de prevenção nas pacientes com idade menor que 20
anos têm sido desenvolvidas pelos serviços de saúde pública.
Estudar sua incidência contribui para maior compreensão do
problema e otimizar os programas de prevenção. Objetivos:
Determinar a incidência, associação com peso de nascimento,
idade gestacional e tipo de parto em pacientes com idade menor
que 20 anos, no período de maio de 2004 a junho de 2006, em
hospital público municipal. Métodos: Estudo retrospectivo,
descritivo. Foram estudados todos os registros dos partos ocorridos no hospital, anotados tipo de parto, idade materna, idade
gestacional, paridade, peso de nascimento e Apgar de primeiro
e quinto minutos. Os neonatos foram agrupados em nativivos
(NV) e natimortos (NM). Correlação com tipo de parto, peso
de nascimento e idade gestacional foi analisada utilizando o
programa Epi-Info 6.4. Resultados: Em 4385 nascimentos
(4289 NV e 86 NM) foram identificadas 850 (18,4%) gestantes
com idade menor que 20 anos (791 NV e 14 NM), sendo 34
(4,3%) com idade inferior a 15 anos. Em relação ao tipo de
parto foram 531 partos vaginais (66%), 250 cesáreas (31,1%) e
em 19 casos parto vaginal com auxílio de fórceps (2,4%). Dos
805 nascimentos, 216 (26,8%) foram neonatos com baixo peso
e 218 (27%) neonatos prematuros, sendo 43 (5,3%) com idade
gestacional inferior a 30 semanas. Não houve significância
estatística nos fatores analisados. Conclusões: A gravidez na
adolescência necessita de cuidados especiais tanto física quanto
psicologicamente, assim como de programas de prevenção. No
nosso serviço cerca de um quarto dos partos foram de mães
com idade inferior a 20 anos, com o alarmante percentual, cerca
de 4%, com idade inferior a 15 anos. Não houve correlação
estatística com os fatores estudados, porém é elevado o
percentual de neonatos com baixo peso e prematuros (ambos
próximo a um terço), e de partos cesáreos (um terço).
Código Trabalho:1156
Título: PERFIL DE ATENDIMENTOS DE AMBULATÓRIO
ESPECÍFICO PARA ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE OSASCO
Autores: ALEXANDRE MASSASHII HIRATA;LÍGIA DE FÁTIMA
NÓBREGA REATO;ROBERTA MACHADO BOZZETTI;JULIANA
TODARO;ADRIANA YUMI HIRAI
Instituição: Faculdade de Medicina do ABC
Cidade/UF: SANTO ANDRÉ/SP
Resumo:
Introdução: Frente à importância demográfica e vulnerabilidade aos agravos da população adolescente, faz-se necessário
um programa de atenção diferenciado e abrangente, capaz de
corresponder às expectativas dessa faixa etária, e baseado em
suas necessidades de saúde. Objetivos: O presente estudo
visou traçar o perfil dos atendimentos realizados em ambulatório de adolescentes no município de Osasco. Métodos: Foi
realizado estudo retrospectivo nos prontuários de 804 adolescentes matriculados em ambulatório municipal específico para
adolescentes no período de outubro de 2003 a setembro de
2005. Através de protocolo-padrão, foram coletadas as
seguintes informações: idade, sexo, desenvolvimento puberal,
motivo da consulta, estado nutricional e hipóteses diagnósticas
(principal e secundárias). A partir dos dados obtidos, foram
calculados valores absolutos e percentuais, e, para análise
comparativa, foi utilizado o teste de qui-quadrado. Considerouse significativo p<0,005. Resultados: Nos 804 adolescentes
avaliados, observou-se discreta predominância do sexo feminino (52,7%). A idade média da população estudada foi de
13,66 ± 2,32 anos. Em relação ao desenvolvimento puberal, de
acordo com a Classificação de Tanner, 314 (39,1%) dos adolescentes estavam em estágio M5/G5 e 138 (17,2%) em M4/G4.
Entre as meninas que já haviam apresentado menarca (301) a
idade média foi de 11,32 ± 1,31 anos. Na avaliação do estado
nutricional, 79,2% dos pacientes (637) eram eutróficos, com
valor médio de Índice de Massa Corpórea (IMC) de 20,1 ± 3,9.
As queixas distribuíram-se em: 49% orgânicas, 45,5% gerais e
5,5% psicológicas. A correlação entre a especificidade da
queixa e a Classificação de Tanner foi significativa. Dentre os
diagnósticos estabelecidos destacaram-se: alterações respiratórias em 125 pacientes(15,5%), afecções dermatológicas em
95 (11,8%) e alterações oftalmológicas em 92 (11,4%)
Conclusões: O perfil dos atendimentos foi compatível com os
dados de literatura quanto à distribuição por sexo e faixa etária,
diferenciando-se pela baixa freqüência de queixas psicológicas.
S16
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho:600
Título: PREVALÊNCIA DA DISMENORRÉIA EM ADOLESCENTES
RESIDENTES DA ZONA RURAL E URBANA, DA CIDADE DE
GUARAREMA, SP.
Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ALINE
SOKOLOWSKI SILVA;ANDREA CASTRO CORRALLO;RAFAEL
FONSECA RODRIGU SOUZA;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE
Instituição: Escola Paulista de Medicina / UNIFESP
Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP
Resumo:
Introdução: Dismenorréia é uma síndrome álgica que ocorre
no período pré ou intramenstrual. Classificada como leve,
moderada e grave conforme a intensidade dos sintomas.
Objetivos: Determinar a prevalência de dismenorréia em
adolescentes, residentes da zona rural e urbana, da cidade de
Guararema e classificar quanto à intensidade da sintomatologia. Métodos: Estudo transversal de junho a novembro de
2001, com 506 meninas de 10 a 16 anos de idade, da escola Dr.
Roberto Feijó, residentes da zona rural e urbana. Os dados
foram obtidos através de entrevista direta e individual sobre o
desenvolvimento puberal e dismenorréia. Resultados: Das 506
meninas entrevistadas, apenas 309 (61,07%) apresentavam
menarca e a média de idade da menarca foi de 12 anos em
ambas áreas estudadas. A prevalência de dismenorréia foi de
63% (n=63) e de 57% (n=120) na zona rural e urbana respectivamente. Com relação a intensidade da dor 39,68% (n=25) das
meninas da zona rural consideram fraca, e da urbana 30,83
(n=37); moderada 19,04% (n=12) na rural e 29,16% (n=35) na
urbana, e forte 41,26% (n=26) na zona rural e 40% (n=48) na
zona urbana. Conclusões: Encontramos uma alta prevalência
de dismenorréia no grupo estudado devido ao questionamento
ter sido dirigido para esta sintomatolgia, mas a caracterização
da dor deve ser melhor investigada pela grande proproção de
meninas que consideram sua dor forte.
Código Trabalho:944
Título: PREVALÊNCIA DE COMPORTAMENTOS SEXUAIS DE
RISCO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Autores: STELLA MARIA DE MELO BASTOS BRAGA;ROBERTO
ASSIS FERREIRA;MARCO ANTÔNIO DUARTE;SARAH GONÇALVES
FONSECA;RODRIGO DE ALMEIDA FERREIRA
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Área: ADOLESCÊNCIA
Contato: [email protected]
Resumo:
Introdução: O interesse pelo comportamento sexual dos
jovens vem crescendo nas últimas décadas, tanto pelo aumento
na taxa de fecundidade, como pela alta prevalência de
DST/AIDS nesta faixa etária. Objetivos: descrever aspectos da
sexualidade e a prevalência de comportamentos sexuais de
risco para DST/AIDS entre estudantes da UFMG. Métodos:
estudo transversal com amostra representativa de estudantes
universitários do primeiro ano, pertencentes a cursos das oito
áreas de conhecimento da UFMG. Como instrumento utilizouse questionário com questões fechadas, aplicado a 362 alunos
com idade entre 18 e 25 anos (jovens - OMS). Entre os alunos
que responderam ao questionário, 58,6% eram do sexo
masculino e 41,4% do sexo feminino. Apenas um aluno era
casado. Resultados: 65,7% dos universitários haviam iniciado
vida sexual com penetração, com predominância do sexo
masculino. A idade média da primeira relação sexual foi de
16,4 anos, com início mais precoce no sexo masculino. A
maioria dos universitários sexualmente ativos relatou ter tido
de um a três parceiros durante a vida. Nos dois últimos meses
anteriores à pesquisa, 60,9% tiveram um único parceiro sexual
e 30,3% não tiveram nenhum parceiro. O tipo de relação sexual
mais freqüente foi pênis-vagina, seguido pelo sexo oral. Poucos
declararam ter tido relação anal. Houve predomínio de heterossexualidade e poucos relatos de homo ou bissexualidade.
Quanto ao uso do preservativo, menos da metade dos universitários sexualmente ativos (45,8%) declarou uso constante, em
todas as relações sexuais. Entre os motivos para o não uso
constante do preservativo, a maioria (56,6%) não apontou
motivo entre as opções apresentadas, mas os mais relatados
foram: diminuir o prazer; quebrar o clima da transa; o parceiro
não gostar e por achar que não precisa. Conclusões: o
percentual de universitários, com vida sexual ativa, com
comportamentos de risco para DST/AIDS é significativamente
Adolescência
elevado.
Código Trabalho:764
Título: PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS ENTRE
ADOLESCENTES ESCOLARES: EXPERIÊNCIA QUE VEM DANDO
CERTO
Autores: THIAGO ROBERTO CORREIA;CLAUDIA BARBOSA DE
A. MEDEIROS;ÉLCIO DUARTE LIMA;NAIR SIMÕES
ANDRADE;SÉPHORA CAROLINE TELES;TÂNIA MARIA LAGOFALCÃO
Instituição: Universidade de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O uso de drogas na adolescência resulta em
transtornos na personalidade e no estabelecimento de relações
interpessoais. É de interesse dos universitários modificarem
essa realidade, pondo em prática o que é aprendido na sala de
aula. Objetivos: Transmitir informações científicas sobre
drogas; responder às dúvidas dos escolares, identificando as
mais freqüentes; estimular o desenvolvimento de uma visão
crítica sobre a problemática; e clarificar outros questionamentos eventualmente trazidos pelos jovens, como doenças
sexualmente transmissíveis, problemas familiares e violência.
Métodos: Neste projeto de extensão, são realizados encontros
com alunos do ensino fundamental da rede pública. Para facilitar a abordagem e a compreensão pelos escolares, são usados
vários recursos didáticos, tais como figuras, cartazes, paródias,
dramatização, jogos, colagens e textos (de jornais, revistas ou
da internet). O desenvolvimento do trabalho é baseado em
encontros com debates, a partir das vivências cotidianas de
cada grupo a ser trabalhado. Ao mesmo tempo em que se realizam os encontros, os universitários buscam averiguar as informações trazidas por eles e identificar o aprendizado de novos
conhecimentos. Resultados: Dessa vivência, percebeu-se uma
maior afinidade dos alunos por aulas práticas, as quais abriam
espaço para várias discussões dentro da vivência deles. Durante
os encontros, coletaram-se textos, cartazes e desenhos que
abordam a temática. Relatos de professores após a aplicação do
projeto revelam uma mudança favorável na postura de certos
alunos no que diz respeito ao consumo de drogas no recinto
escolar. Além disso, a observação direta de alguns estudantes
revela uma postura engajada, capazes de difundir a mensagem
de prevenção do uso de drogas na comunidade. Conclusões:
estima-se que as informações adquiridas perdurem nos escolares e perpetuem-se na comunidade. Para isso, contudo, é
imprescindível que se garanta a manutenção permanente de
grupos de trabalho na linha de atuação deste projeto.
Código Trabalho:555
Título: PROJETO DE VIDA: DESAFIO DO ADOLESCENTE DE
BAIXA RENDA
Autores: FERNANDA MAIRA DUARTE;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;MARIA MÁRCIA BELTRÃO;LORENA
MOREIRA;FERNANDA FLORES;CYNTHYA MANUELLY
CAVALCANTE
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Ao final da adolescência, espera-se que o indivíduo tenha adquirido as características biopsicossociais do
adulto. Para tal, são necessárias condições propícias, o que não
ocorre nas populações de baixa renda, onde os jovens são
recrutados precocemente à participar da força ativa de trabalho
e na manutenção da família. Objetivos: Avaliar quais os
projetos de vida de adolescentes de uma escola pública da
cidade do Recife. Métodos: Estudo descritivo transversal realizado durante projeto de extensão universitária (2004), como
uma das atividades propostas no projeto, com alunos da escola
Leal de Barros, na cidade do Recife. Utilizou-se como instrumento de pesquísa, questionário auto aplicável à 143 alunos da
sexta e sétima séries, de ambos os sexos, de 11 a 18 anos, após
consentimento livre e informado dos mesmos. Os dados
obtidos, alimentaram o banco de dados criado no Epi-info 6.04,
sendo analisados estatisticamente, utilizando-se como nível de
significância p<0,005. Resultados: Dos 143 adolescentes,
55,9% eram do sexo masculino e 44,1%, do sexo feminino;
65%(93/143) eram menores de 15 anos e 35%(50/143) situavam-se na faixa etária de 15 a 18 anos. Destes, 26%(13/50)
trabalhavam e 8% contribuiam com as despesas familiares
(todos do sexo masculino). Dos menores de 15 anos,
5,4%(5/93) também trabalhavam. Em relação ao gênero,
20%(16/80) dos adolescentes e 3,2%(2/63) das adolescentes já
trabalhavam. Quanto ao projeto de vida, 45%(36/80) dos
meninos pretendiam fazer vestibular; 23,8%(19/80), um curso
profissionalizante e 21,3%(17/80) não pensavam no assunto.
Das adolescentes, 71,4%(45/63) pensavam fazer vestibular;
14,30%(9/63), um curso profissionalizante e 9,5%(6/63) ainda
não haviam pensado no assunto. Dos 143 adolescentes,
5,6%(8/143)pretendiam parar de estudar após o ensino médio.
Entre os pais, 33,9%(39/115) e 12,2%(14/115), concluíram o
segundo e terceiro graus versus 31%(35/113) e 3,5%(4/113) das
mães, respectivamente. Conclusões: O baixo nível de escolaridade dos pais associado às precárias condições de vida,
contribuem para a falta de um projeto de vida estruturador entre
os adolescentes. Faz-se necessário um suporte educacional
competente, que os mantenha na escola, valorize e desenvolva
suas aptidões, e os encaminhe a uma formação profissional
adequada e futura inserção no mercado de trabalho.
Código Trabalho:675
Título: RELAÇÃO ENTRE PESO AO NASCER, ALEITAMENTO
MATERNO E OBESIDADE DOS PAIS COM A OBESIDADE DE
ADOLESCENTES
Autores: GLAUCE LAMOGLIE CARVALHO;ISA PADUA
CINTRA;MAURO FISBERG
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: a obesidade é conhecida como uma patologia de
epidemia mundial, atingindo inclusive a classe pediátrica,
sendo que vários estudos têm identificado alguns fatores
contribuintes para a obesidade nessa faixa etária, como
genéticos, neonatais ambientais e estilos de vida. Objetivos: o
presente artigo visou avaliar a relação entre o peso ao nascer, o
aleitamento materno exclusivo e obesidade dos pais como
possível contribuição para o excesso de peso em adolescentes.
Métodos: Foram coletados dados dos pacientes do Centro de
Atendimento e Apoio ao Adolescente da UNIFESP (CAAA),
dos diferentes ambulatorios, nutrição geral, obesidade e
esporte, quanto à idade, índice de massa corpórea (IMC) na 1ª
consulta, peso ao nascer (Pn), aleitamento materno exclusivo
(AME) e o estado nutricional dos pais. Os dados foram tabulados no software Excell, tendo a amostra sido dividida em
eutrófica, quando o IMC estivesse entre os percentis 5 e 85 e
excesso de peso quando o IMC fosse superior ao percentil 85.
Para análise e validação estatística das associações encontradas, utilizou-se o programa SPSS 10.1. Resultados: Entre
os 292 adolescentes estudados, 32,5% eram do sexo masculino
e 67,5% do feminino, com média de idade de 14,63 ± 2,3 anos.
Em relação ao estado nutricional, 33,3% eram eutróficos e
66,7% apresentavam excesso de peso, entretanto estes dois
grupos não apresentaram diferença estatística em relação à
idade, ao sexo e ao tempo de aleitamento materno. A duração
média do AME e o Pn foram, respectivamente, 3,321± 2,261
meses e 3064 ± 0,695 no grupo eutrófico e 3,147 ± 2,179 e
3310 ± 0,646 no grupo com excesso de peso. Apesar do tempo
de AME não ter apresentado diferença estatística entre os dois
grupos, verificou-se um efeito protetor do aleitamento materno
contra o excesso de peso (OR=1,83). Em relação ao Pn,
também se verificou uma associação positiva do elevado peso
ao nascer com o índice de massa corporal dos adolescentes
(p=0,012). Esta variável mostrou ser um fator de risco para o
excesso de peso na adolescência (OR = 2,86). Encontrou-se
uma correlação significativa (p<0,001) entre o estado nutricional dos adolescentes com o de seus pais. Verificou-se que no
grupo com excesso de peso 37,6% de suas mães e 31,7% de
seus pais também eram obesos, sendo que adolescentes filhos
de mães obesas tem aproximadamente quatro vezes mais
chance de apresentarem excesso de peso (OR=3,89), enquanto
que os filhos de pais obesos tem chance três vezes maior de
apresentarem excesso de peso (OR=2,97). Conclusões: pelos
resultados encontrados indica-se a monitoração destas variáveis
em estágios precoces da vida, como forma de auxiliar o controle da obesidade observada atualmente nesta faixa etária.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S17
Adolescência
Código Trabalho:622
Título: RELATO DE CASO: SÍNDROME DE STURGE WEBER EM
ADOLESCENTE DO SEXO MASCULINO - ALTERAÇÕES CLÍNICAS
Autores: MARISA LAZZER POIT;LÍGIA DE FÁTIMA NÓBREGA
REATO;ALEXANDRE MASSASHI HIRATA;DANILA MAYUMI
WASSANO;LÍVIA KSYVICKS
Instituição: Faculdade de Medicina do ABC
Cidade/UF: SÃO BERNARDO DO CAMP/SP
Resumo:
Introdução: A síndrome de Sturge Weber é uma malformação
congênita, de etiologia desconhecida, caracterizada pela
presença de angiomatose da leptomenige e da face. Acredita-se
ser causada pela persistência de um plexo vascular ao redor da
porção cefálica do tudo neural. Caracteriza-se por uma
angiomatose corticocerebral, calcifacações cerebrais, epilepsia,
nevo facial, alterações oculares. O padrão de herança genética
da SSW é autossômico dominante com expressão variável. Não
há correlação com sexo ou raça. Como a síndrome tem
evolução clínica variável, Roach classificou as angiomatoses
encefalofaciais em tipos I,II,III. A incidência de angiomas
faciais tipo mancha em vinho do porto (Roach tipo II) é
comum, acometendo 3:1000/nascidos vivos, porém somente 5
a 10% desses são caracterizados como SSW-tipoI. A SSW-tipos
I e III tem incidência rara, acometendo 1:50000/nascidos vivos.
Essa incidência vem aumentando devido à melhora de técnicas
de neuroimagem e ressonância nuclear magnética que
permitem a detecção de casos de SSW sem angioma facial
(Roach tipo III). Relato de Caso: JSS, sexo masculino, 12 anos
e 1 mês, branco. Veio encaminhado por apresentar sentimento
de menor valia. A mãe refer que o filho é acompanhado nos
Serviço de Oftalmologia e Dermatologia, para controle de
perda de visão e glaucoma em olho D, e aplicação de laser em
hemangioma facial, respectivamente. Ao exame clínico apresentava micrognatia com protusão da arcada dentária superior
com alteração de mordida, mácula vinhosa em hemiface direita.
Encaminhado para avaliação com Cirurgia Plástica e
Psicologia. Discussão: A SSW apresenta-se clinicamente com
alterações dermatológicas, neurológicas e oculares. As alterações dermatológicas ocorrem porque o angioma facial está
relacionado com a distribuição cutânea do nervo trigêmeo,
podendo afetar metade da face e extender-se para o pescoço
ultrapassando ou chegando próximo à linha média da face. As
alterações neurológicas são decorrentes da angiomatose
leptomeníngea e podem incluir convulsões focais e hemiparesia
(contralaterais ao lado afetado), atrofia cerebral, ipsilateral ao
angioma facial, hemiplegia e retardo mental. O paciente apesar
da angiomatose leptomeníngea, é neurologicamente normal. As
alterações oculares mais frequentes são: glaucoma (30 a 70%)
e hemangioma de coróide (em 1/3 a 1/2 dos casos relatados na
literatura). O nosso paciente apresenta glaucoma secundário
pós trabecular devido ao aumento da pressão venosa episcleral
e hemangioma de coróide acometendo a área macular.
Conclusões: O acometimento oftalmológico freqüente na SSW
mostra a importância do encaminhamento precoce ao oftalmologista evitando principalmente complicações glaucomatosas e
retinianas, que podem levar à perda de visão. A integração
multidisciplinar é indispensável para melhora do prognóstico
do paciente já que permite a abordagem de todas as manifestações e complicações clínicas da SSW, além de permitir o
diagnóstico precoce de pacientes com a doença.
Código Trabalho:36
Título: SÍNDROME DE TURNER NA ADOLESCÊNCIA
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;TATIANA SÁ
MAGALHÃES;CLAUDIA BRAGA CARDOSO;ISABEL CRISTINA
SILVA BOUZAS
Instituição: UERJ / NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Turner (ST) foi descrita em 1938
por Turner que a caracterizou por baixa estatura, hipogonadismo, pescoço alado e cubitus valgus. Ocorre em aproximadamente 1 a cada 2.500 meninas nascidas vivas, sendo umas
das alterações cromossômicas mais frequentes no sexo feminino. Decorre de uma deficiência total ou parcial de um dos
cromossomos X e os cariótipos mais comuns são: 45,X em 50%
dos casos e os mosaicos: 45,X/46XX e 45,X/46Xi(Xq), cada
um encontrado em 15% dos casos. O quadro clínico é caracte-
S18
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
rizado por baixa estatura, disgenesia gonadal, malformações e
estigmas diversos, como palato em ogiva, cubitus valgus,
epicanto, entre outros. No período neonatal, o achado mais
comum é o linfedema de mãos e pés, podendo haver higroma
cístico ou hidropsia fetal. Na infância o principal sintoma é a
baixa estatura, com desaceleração do crescimento na idade
escolar. Na adolescência podem ser observados baixa estatura
associada à ausência de estirão puberal e aparecimento dos
caracteres sexuais secundários, amenorréia primária e infertilidade. A baixa estatura está presente em quase todos os casos,
determinando uma estatura final bastante comprometida. O
hormônio de crescimento (HGHr) é recomendado para os casos
de pior prognóstico estatural, promovendo um acréscimo de 8 a
10 cm na estatura final. Objetivos: Avaliar as causas e consequências do diagnóstico tardio da ST, na adolescência.
Métodos: Foram avaliados 5 casos de pacientes encaminhadas
ao ambulatório do NESA/HUPE, no período de julho de 2000 a
dezembro de 2005, para avaliação clínica, sendo feito o diagnóstico de ST. Foram avaliados: o motivo do encaminhamento,
a idade do primeiro atendimento, a presença de dismorfias e
puberdade espontânea. Resultados: Dentre os motivos do
encaminhamento: nenhum foi por suspeita de ST, 2 foram
encaminhadas exclusivamente por baixa estatura, 1 por baixa
estatura associada à amenorréia primária, 1 por baixa estatura
associada a atraso puberal e 1 por amenorréia primária. Dentre
essas pacientes, todas apresentavam baixa estatura e estigmas
em graus variados, 3 apresentavam puberdade espontânea e 1,
cardiopatia. Avaliando a idade da primeira consulta no NESA,
temos: 12 anos, 12 anos e 5 meses, 17 anos e 3 meses 15 anos e
6 meses e por fim 13 anos e 6 meses. O cariótipo de 3 destas
demonstrava mosaicismo. Conclusões: A baixa estatura deve
sempre ser avaliada para exclusão de ST. Mesmo as pacientes
com puberdade espontânea devem ser criteriosamente analisadas, pois esta última não invalida o diagnóstico de ST,
sendo um fator prejudicial para a estatura final. Os pediatras
devem estar atentos às manifestações clínicas da ST, pois seu
diagnóstico precoce, com reconhecimento das malformações e
de co-morbidades associadas, bem como a utilização do HGHr
, promovem uma qualidade de vida melhor para essas
pacientes.
Código Trabalho:632
Título: TAXAS BIOQUÍMICAS E ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS
DE ADOLESCENTES MATRICULADOS NO ENSINO PÚBLICO E
PRIVADO DE CAMPINA GRANDE-PB.
Autores: DANIELLE FRANKLIN CARVALHO;MARIA APARECIDA
ALVES CARDOSO;WILMA VASCONCELOS SOUSA;MARIA
STEFANIA NÓBREGA BATISTA;ANDREA CAROLINO
MONTE;GUSTAVO HENRIQUE FIORENTINO
Instituição: Universidade Estadual da Paraíba
Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB
Resumo:
Introdução: A alta prevalência de sobrepeso/obesidade apresenta-se como grave problema de saúde pública, especialmente
pelo crescimento entre crianças e adolescentes e pelas complicações associadas. Objetivos: Estudar os índices
antropométricos e as taxas bioquímicas (glicemia, colesterol
total, lipoproteínas HDL, LDL e VLDL, e triglicérides) de
adolescentes de Campina Grande-PB. Métodos: Estudo transversal com 180 adolescentes de 14 a 17 anos, de escolas
públicas e privadas de Campina Grande-PB. Foram coletados
cerca de 5mL de sangue de cada adolescente, por punção
venosa, após jejum prévio de 10-12h. As análises bioquímicas
foram realizadas no Laboratório de Análises Clínicas (LAC) da
Universidade Estadual da Paraíba e interpretadas segundo os
valores propostos pelo American Diabetes Association (1999) e
o III Consenso Brasileiro de Dislipidemia (2001). Foram
tomadas medidas de peso e altura para construção do Índice de
Massa Corporal (IMC). O diagnóstico nutricional foi feito com
referência no SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional), que adota o critério de classificação percentilar
do IMC, segundo idade e sexo, do padrão National Health and
Nutrition Examination Survey. A análise foi feita pelo
EPIINFO, versão 2.0. A normalidade da distribuição foi
avaliada pelo teste de Komolgorov-Smirnov. Foi feita análise
descritiva dos resultados e posteriormente análise univariada,
com a aplicação de testes de hipótese. Foi considerado o intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%
(p<0,05). Resultados: Dos 180 adolescentes avaliados, 95
Adolescência
(52,8%) eram do ensino público e 85 (47,2%) do privado,
sendo 70 (38,9%) do sexo masculino e 110 (61,1%) do feminino. Com relação ao estado nutricional, 83,9% dos estudantes
mostraram-se eutróficos, 14,4% com sobrepeso e 1,7% com
baixo peso. Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significantes para essas variáveis quando estratificados por
sexo e tipo de escola. À exceção da glicemia, todas as taxas
bioquímicas investigadas mostraram-se alteradas. Chamou à
atenção a alteração da lipoproteína HDL, observada em 56,7%
dos adolescentes. Registrou-se associação estatisticamente
significante (p?0,05) entre o IMC, categorizado em tercis, e o
colesterol total e sua fração LDL, inclusive quando estratificados por sexo e tipo de escola. Os testes estatísticos apontaram
diferenças entre o colesterol total para meninos e meninas, bem
como para as escolas pública e privada (p?0,05). Conclusões:
Os resultados mostram que cada vez mais adolescentes encontram-se acima do peso ideal e apresentam taxas bioquímicas
alteradas, o que os torna mais suscetíveis a doenças como
obesidade, dislipidemias e diabetes, por exemplo. Diante disto,
recomenda-se que medidas preventivas sejam adotadas desde a
infância, a fim de evitar que cada vez mais adolescentes
venham a se tornar adultos portadores de obesidade e outras
doenças crônicas.
Código Trabalho:543
Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DO SOBREPESO E DA
OBESIDADE EM ADOLESCENTES MASCULINOS NAS CINCO
MACRO REGIÕES DO BRASIL, NUM PERÍODO DE VINTE ANOS
Autores: VERA LUCIA VASCONCELOS;TIAGO MARIA
LAPA;EDUARDO FREESE CARVALHO;ANA LUCIA RIBEIRO
VASCONCELOS;WAGNER ABREU LOPES
Instituição: Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães-FIOCRUZ
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução:A Obesidade e o sobrepeso apresentam dimensões
epidêmicas globais, e são fatores de risco relevantes para o
surgimento de doenças crônicas. O perfil epidemiológico do
Brasil vem mudando muito nas últimas décadas, contribuíndo
para ascensão deste problema. Objetivos: O estudo visa determinar a prevalência do sobrepeso e da obesidade no Brasil, nas
cinco macro regiões, em cada estado separadamente, e posteriormente verificar a tendência temporal. Métodos: Utilizou-se
como fonte de informações, o Banco de Dados do Exército
Brasileiro, com 4.031.297 adolescentes masculinos de 17-19
anos de idade, residentes em todos os estados do Brasil de
1980-2000. Realizou-se cinco cortes transversais a cada cinco
anos, e quantificou-se a prevalência anual do sobrepeso e da
obesidade por estado. Consideramos sobrepeso, índice de
massa corporal(IMC) entre 25-29,9 Kg/m² e obesidade IMC?30
Kg/m² de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Resultados: Analisando-se as prevalências de sobrepeso e de
obesidade, verificamos que a curva é ascensional, mostrando
que a tendência temporal nos últimos vinte anos é crescente no
Brasil, com uma razão de prevalência de 2,58 para sobrepeso e
de 8,18 para obesidade, quando comparada a prevalência inicial
com a final do período estudado. Esta tendência epidemiológica foi observada igualmente nas cinco macro regiões e nos
diferentes estados, quando analisadas separadamente. Em todos
os estados, a prevalência do sobrepeso foi maior que a da obesidade. Porém, a velocidade de incremento da obesidade foi mais
alta que a do sobrepeso. A velocidade de ganho para o
sobrepeso foi maior no Nordeste, com uma razão de
prevalência bem acima da taxa do Brasil como um todo, e
menor na região Norte. No Sudeste, em todo o período analisado e em quase todos os estados, as taxas de sobrepeso
cresceram acentuadamente, vindo a ocupar a posição da
segunda maior razão de prevalência em relação as demais
regiões do Brasil. No Centro-Oeste as prevalências de
sobrepeso cresceram acentuadamente em todos os estados.
Numa análise global, observamos que no Sul e Sudeste as taxas
de sobrepeso foram acima dos valores do país em praticamente
todos os anos. Em relação a obesidade, verificamos que a razão
de prevalência em sua totalidade foi mais alta que a do
sobrepeso, mostrando curva ascensional. Os dados mostram
que o Nordeste também teve o maior incremento para a obesidade, alcançando taxas maiores que as do Brasil. A segunda
maior velocidade de ganho para a obesidade foi apresentada
pela região Norte, e a menor velocidade pela região CentroOeste. Na região Sul e Sudeste em todos os anos, as taxas
foram superiores às apresentadas pelo Brasil. Observamos
também, que em todo o período estudado e na maioria das
regiões do país, houve uma forte correlação linear, exceto no
Centro-Oeste que mostrou correlação negativa. Conclusões:A
tendência secular do sobrepeso e da obesidade em adolescentes
masculinos brasileiros é crescente de 1980-2000.
Código Trabalho:1162
Título: TENTATIVA DE SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA: PERFIL
DAS INTOXICAÇÕES EXÓGENAS NOTIFICADAS PELO CEATOX
(CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA) DE PERNAMBUCO,
NO PERÍODO DE 2002 A 2006.
Autores: MARIA LUCINEIDE PORTO AMORIM;VALQUÍRIA
WANDA SANTOS;AMÉRICO ERNESTO OLIVEIRA JR
Instituição: centro de assistência toxicológica de
Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O índice de suicídio entre adolescentes triplicou
nos últimos 20 anos. No Brasil, entre 26 a 30% dos suicídios
ocorrem em indivíduos de até 24 anos, constituindo, assim, um
grave problema de saúde pública. A adolescência caracteriza-se
por uma etapa de conflitos e contradições devido a múltiplas
situações novas e pressões sociais que o indivíduo vivencia.
Estes e diversos outros fatores podem favorecer risco potencial
de comportamento autodestrutivo. Objetivos: Analisar o perfil
epidemiológico das tentativas de suicídio na adolescência,
compreendendo a faixa dos 10 aos 19 anos, notificadas pelo
CEATOX do Hospital da Restauração/Recife-PE, no período
de fev/ 2002 a fev 2006. Métodos: O levantamento dos dados
foi realizado através de estudo retrospectivo das fichas de notificação de ocorrências toxicológicas que integram o banco de
dados do CEATOX /PE, no período de fev/2002 a fev/2006,
onde foram estudadas as intoxicações exógenas agudas em
adolescentes de 10 a 19 anos, segundo: faixa etária, sexo,
circunstância, agente tóxico e mortalidade, analisados de
acordo com a distribuição de freqüência. Resultados: Foram
notificados no período citado, 1321 casos de intoxicação
exógena. Destes, 997 (75.4%) foram tentativas de suicídio,
sendo 892 (67.5%) do sexo feminino e 389 (29.4%) do sexo
masculino. Observamos, no entanto, que o número de casos nos
adolescentes masculinos, embora menor em todo período, tem
crescido a cada ano. A faixa etária mais acometida foi de 16 a
19 anos, com 771 (58.3%) intoxicações, sendo 16 anos com
178 (13.4%), 17 com 179 (13.5%), 18 com 213 (16%) e 19
anos com 201 (15.2%). Houve predomínio de intoxicações por
chumbinho (agrotóxico comumente utilizado como raticida)
com 649 (48.9%), seguido de medicamentos, 449 (33.9%).
Foram registrados 10 (0.7%) óbitos, 6 do sexo feminino e 4
masculino, 7 por carbamato e 3 por causas desconhecidas, 3
casos aos 15 anos, 3 aos 19, 2 aos 16, 1 aos 11 e 1 aos 14.
Conclusões: Foi constado crescente prevalência da ingesta
intencional do carbamato pelo sexo feminino no final da
adolescência. Estes dados evidenciam a importância de aprofundarmos estudos sobre fatores sociais, emocionais, culturais
que poderiam estar envolvidos na ideação suicida na
adolescência, bem como, a identificação de recursos
estratégicos que facilitem a detecção precoce dos sinais que
precedem a tentativa de suicídio, e mais ainda, a desmistificação, intervenção e tratamento adequado dos casos, no esforço
de, assim, minimizarmos as ocorrências, reincidências e casos
letais neste grupo populacional.
Código Trabalho:34
Título: TUBERCULOSE PULMONAR NA ADOLESCÊNCIA: UMA
APRESENTAÇÃO INCOMUM DE UMA DOENÇA COMUM
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES
CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ
HENRIQUE WITHERS AQUINO
Instituição: UERJ / NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Tuberculose é um grave problema de saúde
pública, sendo uma das principais causas de morbimortalidade
no mundo. Foi demonstrado um aumento de sua incidência na
década de 90 relacionado ao aumento populacional urbano, à
pobreza e à infecção pelo HIV. Em nosso meio há dois picos de
incidência: um na primeira infância e o outro no final da
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S19
Adolescência
adolescência/início da vida adulta, comprometendo dessa
forma, a fase mais produtiva da vida desse indivíduos. O papel
do profissional de saúde em diagnosticar e tratar o mais precocemente possível, bem como identificar os contactantes, resulta
num maior controle dessa endemia. Objetivos: Considerar a
importância do diagnóstico de tuberculose na adolescência.
Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 19 anos, residente
em Duque de Caxias, RJ, em casa de alvenaria, com condições
satisfatórias de saneamento básico, sem história epidemiológica relevante, iniciou quadro de emagrecimento de aproximadamente 5 Kg em 2 meses, associado à tosse seca e febre
esporádica. Procurou assistência médica em posto de saúde
onde foi iniciada investigação. Foi realizado exames laboratoriais que evidenciaram uma anemia normocítica e
normocrômica, dosagem hormonal tireoidiana dentro dos
valores normais, Rx tórax demonstrando infiltrados nodulares
difusos, bilateralmente, poupando ápices pulmonares, 2 PPD
não reatores e 4 BAAR negativos. Encaminha para o NESA/
HUPE para investigação. Admitida na enfermaria do NESA em
08/05/2006 encontrando-se desnutrida (IMC: 12,5 kg/m2).
Iniciada investigação complementar com Tomografia
Computadorizada de tórax que evidenciou múltiplas opacidades acinares difusamente distribuídas com áreas de
coalescência predominantemente nos segmentos superiores dos
lobos inferiores, poupando os ápices; hilos de aspecto normal.
Exame do escarro: baciloscopia e exame micológico direto
negativos. Sorologia para HIV: negativa. Pesquisa de outros
fungos:negativa (cultura e sorologia). Broncoscopia: mucosas
sem alterações, com discreta quantidade de secreção purulenta
nos lobos inferior direito e médio. O diagnóstico de
Tuberculose Pulmonar (TP) foi confirmado com a baciloscopia
direta do lavado broncoalveolar, sendo iniciado esquema RIP,
sendo encaminhada ao ambulatório de tuberculose do HUPE
para acompanhamento. Conclusões: Mesmo apresentando uma
história epidemiológica irrelevante, um aspecto radiológico
fora dos padrões esperados, prova tuberculínica não reatora e
baciloscopias inicialmente negativas, o diagnóstico de TP deve
sempre ser considerado devido a sua elevada incidência na
adolescência e prevalência no nosso meio.
S20
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Arquivos de Pediatria
Adolescência
Adolescência
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S5
Adolescência
Conclusões:310
Título: A EXPERIÊNCIA DE TER UM FILHO COM DEFICIÊNCIA
MENTAL: ANÁLISE DAS NARRATIVAS DE MÃES
Autores: OLGA MARIA BASTOS;SUELY FERREIRA DESLANDES
Instituição: Instituto Fernandes Figueira/ FIOCRUZ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: Ao saber que o filho tem um problema de saúde
que irá demandar cuidados constantes e diferenciados, como é
o caso das crianças com deficiência mental, as famílias são
levadas a se reorganizar a fim de atender às necessidades desse
filho. Objetivos: Esse trabalho buscou identificar nas narrativas de mães de adolescentes com deficiência mental os
sentidos atribuídos por elas diante desta situação e os
obstáculos que tiveram que enfrentar, para alcançar o que
consideravam o melhor tratamento para os filhos. Métodos:
Utilizou-se a análise de narrativas de mães que têm filhos com
deficiência mental, baseando-se em referências da
antropologia, destacando-se as contribuições de Thomnpson
(1972)e Byron-Good (1996). Partindo de uma leitura
antropológica, narrativa é um meio fundamental de dar significado à experiência humana, servindo a narração como mediadora da intimidade das pessoas e a cultura (Garro e Mattingly,
2000). Resultados: As narrativas revelaram o impacto do diagnóstico e a busca de artifícios das mães para aliviar a dor, assim
como as mudanças necessárias no seu cotidiano para adequarse aos cuidados com o filho. Elas também narraram a dificuldade em encontrar um atendimento que consideravam
adequado aos filhos, tanto na rede pública quanto na de
educação, tornando evidente a ineficiência dos serviços ao
atendimento destas crianças e às suas famílias. Para essas mães,
a rede social de apoio foi muito importante para minimizar
essas questões. Conclusões: O conhecimento dessas narrativas
pode dar ao profissional que atende a essas famílias subsídios
para que a atenção se dê modo mais adequado, tornando-o mais
atento às suas necessidades, contribuindo para a qualidade de
vida das pessoas com deficiência mental e de seus familiares.
Código Trabalho:1300
Título: ADOLESCENTES GRÁVIDAS: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO
MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO E FUNÇÃO SEXUAL
Autores: MARA ETIENNE;MÁRCIA TUROLLA;MARCELO
MEIRELLES;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERONICA
COATES
Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São
Paulo
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A musculatura do assoalho pélvico desempenha
um papel importante na manutenção da continência urinária,
fecal e no desempenho sexual. A contração apropriada desses
músculos tem sido eficaz na terapêutica de pacientes incontinentes, com melhora do controle esfincteriano e da qualidade
de vida sexual. A inclusão da fisioterapia para o assoalho
pélvico como opção clínica no atendimento pré-natal tem
demonstrado resultados satisfatórios ao promover o tônus da
musculatura perineal no período pré-natal, facilitando o parto e
a recuperação da parturiente. A adolescente, por imaturidade e
inexperiência física e emocional, pode apresentar inabilidade
no desempenho da ação muscular, tanto para a atividade sexual
como o para parto. Objetivos: Identificar alterações da função
muscular do assoalho pélvico em adolescentes gestantes e
disfunções sexuais. Métodos: Trinta e uma adolescentes
grávidas, atendidas em hospital universitário , foram examinadas pelo setor de fisioterapia perineal em 2005. Suas idades
variaram de 13 a 19 anos (média 16,06; dp 1,56) e o período
gestacional entre 20 e 40 semanas. Cada jovem foi atendida
individualmente e respondeu a questões sobre sua atividade
física e sexual sendo em seguida examinada, quando se avaliou
a função e o grau de força dos músculos do assoalho pélvico
por toque digital vaginal. Resultados: Constatou-se alteração
da função muscular perineal em 14 (45,2%) jovens. Entre as
alterações, 5 (16,1%) adolescentes apresentaram total ausência
de movimento perineal, 6 (19,4%) apresentaram função paradoxal e 8 (25,8%) mostraram dificuldade em relaxar a
contração realizada. Disfunções sexuais foram relatadas por 15
jovens, com graus variados de inabilidade de desempenho e
insatisfação: 13 (41,9%) referiram dispareunia e 15 (48,4) revelaram diminuição ou ausência de desejo e disfunção orgásmica.
S6
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Conclusões: Os dados obtidos sugerem que adolescentes
gestantes podem apresentar dificuldades sexuais e de mobilidade perineal, devendo ser investigadas e tratadas precocemente, visando ao parto e à profilaxia de disfunções pélvicas
futuras.
Código Trabalho:370
Título: ANÁLISE DA PRESSÃO ARTERIAL DE ADOLESCENTES
ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO
DE FREITAS
Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA
CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE
HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE
Resumo:
Introdução: Cada vez mais a hipertensão arterial tem sido
observada na população pediátrica, por isso se faz necessário
que o profissional de saúde esteja em alerta para esta doença.
Objetivos: Avaliar a pressão arterial sistêmica de adolescentes
através do percentil de pressão arterial e relacionar os
antecedentes familiares dos que se encontrarem com a pressão
arterial além da normalidade. Métodos: Foi realizado estudo
de 202 prontuários (63,37% sexo feminino e 36,63% sexo
masculino) de adolescentes de dez a vinte anos atendidos em
primeira consulta no serviço de hebeatria de um hospital do
Sistema Único de Saúde, durante os anos de 2001 e 2002.
Foram utilizados como variáveis o sexo, a idade, o percentil de
altura, a pressão arterial, e os antecedentes familiares. A
pressão arterial foi aferida em apenas uma tomada com aparelhagem adequada, durante a consulta, mas após tranqüilizar os
adolescentes. Os adolescentes foram enquadrados no percentil
de pressão arterial, e classificados de acordo com as IV
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2002), a qual
preconiza: valores abaixo do percentil 90 como normotensão;
entre os percentis 90 e 95, como limítrofe; e iguais ou superiores ao percentil 95, como hipertensão arterial. Os dados foram
tabulados e analisados no Epi-info 6.04d, calculando-se as
freqüências e as médias com os desvios padrões. Resultados:
Dos 202 adolescentes, 74 eram do sexo masculino, com média
de idade de 13,89 (DP=±1,76). Dentre os adolescentes do sexo
masculino: 79,73% estavam normotensos; 14,86% com a
pressão limítrofe; e 5,41% com hipertensão arterial. Dos 15 que
apresentaram pressão fora do normal: 53,33% referiram ter
antecedente familiar de doenças cardiovasculares (DCV);
33,33% de DCV e obesidade; e 13,34% negaram ter
antecedente de DCV e/ou obesidade. Os adolescentes do sexo
feminino somavam um total de 128, sendo a média de idade de
13,73 (DP=±1,83). Dentre estas: 78% estavam normotensas;
14,06% com pressão limítrofe; e 10,16% com hipertensão. Das
31 adolescentes que estavam com a pressão acima do percentil
90: 32,26% afirmaram ter antecedente familiar de DCV;
35,48% de DCV e obesidade; 6,45% de obesidade; e 25,81%
negaram ter antecedente de DCV e/ou obesidade. Conclusões:
Foi encontrado em ambos os sexos uma parcela de adolescentes
que não estavam normotensos (46/202), constituindo um grupo
de risco. E ao se relacionar os antecedentes familiares dos
limítrofes e dos hipertensos, nota-se que a maioria tinha
antecedentes de DCV (34/46).
Código Trabalho:296
Título: ANÁLISE DO CONSUMO DE CAFEÍNA POR
ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DE DUAS ESCOLAS DA
CIDADE DE MOGI DAS CRUZES
Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ELOÁ
GANDRA;EVANDRO CALAMARI RUBIO;TATIANE OLIVEIRA
SOARES;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE
Instituição: Universisade de Mogi das Cruzes
Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP
Resumos
Introdução: cafeína é a droga estimulante mais consumida
pela população e está presente em vários alimentos. Deve-se
estar atento para a quantidade de cafeína consumida, pois esta
pode ser benéfica ou maléfica para a saúde.Objetivos: analisar
o consumo diário de produtos contendo cafeína por adolescentes de duas escolas da cidade de Mogi das Cruzes/SP.
Métodos: Levantamento obtido em 235 adolescentes matricu-
Adolescência
lados no ensino médio de duas escolas da cidade de Mogi das
Cruzes, SP. para rastrear a ingestão de alimentos cafeinados
nesta população. Utilizou-se um questionário preenchido pelo
próprio adolescente em dois colégios, um público e um particular, após instruções adequadas, que incluia o inquérito
alimentar do último final de semana. O questionário constava
de dados pessoais (idade, sexo, estado civil e profissão) e do
consumo dos produtos que contenham cafeína. Resultados:
Dentre os 235 estudantes, 66% (n= 155) pertenciam à escola
pública e 34% (n= 80) à particular. A média do consumo de
cafeína no final de semana foi de 206,26 mg e 212,8 mg respectivamente. Os produtos que contém cafeína mais consumidos
na escola pública foi o café 43% (n=67), seguido pelo chocolate 35% (n=54) e refrigerante 17% (n=26) com consumo
médio de cafeína de 214,95 mg, 98,1 mg e 86,91 mg respectivamente, enquanto na escola particular o produto mais
consumido foi o chocolate 38% (n=30)com média de cafeína
consumida de 136,74 mg, além do refrigerante 30% (n=24) e
do café 29% (n=23), que em média representam 139,4 mg e
119,74 mg de consumo de cafeína nestes dois últimos produtos.
Os dados foram analisados no programa Epi-info, com estatística descritiva. Conclusões: O consumo médio de cafeína na
escola particular é maior que na escola pública, embora os
produtos consumidos sejam diferentes, parece haver influência
da condição sócio-econômica, no consumo de produtos que
contenham cafeína.
Código Trabalho:1301
Título: ANEMIA FERROPRIVA EM FILHOS DE MÃES
ADOLESCENTES
Autores: MIRIAM CARDOSO NEVES ELLER;RENATA MANSO
MASELLI;TIAGO LUNA LACERDA;MARCIA QUEDINHO;MARIA
JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES
Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São
Paulo
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução:A anemia ferropriva é das deficiências nutricionais
mais frequentes no mundo,.no Brasil sua prevalência é de
65.4% entre bebês de 6 a 12 meses. Dentre os fatores de risco
estão idade materna menor de 20 anos e desmame precoce
Objetivos: avaliar a prevalência de anemia ferropriva e fatores
relacionados, em crianças de 6 a 18 meses que não receberam
profilaxia com ferro complementar, filhos de adolescentes
assistidas em clínica de adolescência de hospital universitário
Métodos: Realizou-se estudo retrospectivo, por análise dos
prontuários de filhos de mães adolescentes que receberam
apoio integral a sua saúde por equipe multiprofissional durante
a gravidez e seguimento do binômio mãe-filho após o parto.
Avaliou-se: idade da mãe no momento da concepção, paridade,
idade gestacional, sexo, dados antropometricos ao nascimento
e na época do hemograma, número de internações, tempo de
aleitamento materno exclusivo, idade da introdução da papa
salgada e presença de anemia. Foi considerada anemia hemoglobina sérica menor que 11 mg/dL. Excluiu-se os pacientes
com idade gestacional menor que 34 semanas e os que receberam ferro profilático. Os dados foram analisados pelo
programa Epi info versão 3.3.2. Resultados: Analisou-se 34
prontuários: 19 (55.9%) do sexo feminino e 15 (44.1%) do sexo
masculino. A idade materna variou de 12 a 19 anos, com
mediana de 16 anos, a paridade 30 (88.2%) eram primigestas, 2
(5.9%) secundigestas e 2 (5.9%) tercigestas. Seis (17.6%)
pacientes apresentaram baixo peso ao nascer, sendo a mediana
do peso ao nascimento de 2.942,5g. Apenas 1 (3%) paciente
apresentava-se abaixo do percentil 2.5 para peso e altura em
relação à idade no momento do hemograma. Dezessete (50%)
receberam aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de
idade, 23 (67.6%) até os 5 meses e 25 (73.5%) até os 4 meses.
A introdução da papa salgada ocorreu antes dos 6 meses em 12
(35.3%) crianças, em 1 (2.9%) após os 8 meses e nas restantes
com 6 meses. A frequência de anemia encontrada na amostra
analisada foi de 73.5%. O aleitamento materno exclusivo até os
6 meses tendeu à proteção contra anemia ferropriva, porém sem
significância estatística nesta amostra [OR: 0.73 (IC 95%: 0.15
a 3.4)]. Conclusões: A prevalência de aleitamento materno
exclusivo até os 4 meses encontrada na amostra estudada
(73.5%) foi maior que na população geral (20,8% no Estado de
São Paulo), o que estimula o contínuo incentivo ao aleitamento
materno e comprova a boa resposta das mães adolescente à
atenção integral. A alta prevalência de anemia nesta amostra
poderia indicar a necessidade de profilaxia com ferro complementar, nesta população, mesmo quando são oferecidas
assistência e orientações nutricionais durante a gestação e a
puericultura.
Código Trabalho:375
Título: ANTECEDENTES MÓRBIDOS DE ADOLESCENTES
ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA
CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE
SÁ;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Os antecedentes mórbidos são indispensáveis para
a anamnese. Sua definição pode ser de grande auxílio na elaboração de diagnóstico e condutas atuais e para a compreensão
das condições de vida do adolescente. Objetivos: Identificar os
antecedentes mórbidos de adolescentes atendidos em um
serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos:
Realizou-se uma análise de 546 prontuários de primeira
consulta de adolescentes entre dez e 19 anos de ambos os
sexos, atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único
de Saúde, no período de 2001 a 2002. Como instrumento de
pesquisa utilizou-se um formulário contendo perguntas relacionadas a existência de doenças anteriores do adolescente. Os
dados obtidos foram tabulados no Epi-Info 6.04d e analisados
estatisticamente fornecendo as frequências e os percentuais das
variáveis, tendo como nível de significância p<0,05.
Resultados: Dos 546 formulários analisados 222 (40,7%) eram
do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino, foram
obtidas informações sobre os antecedentes mórbidos de 506
(92,7%) dos adolescentes. As doenças que mais se destacaram
no histórico destes adolescentes foram as infecto-contagiosas,
que acometeram 344 (68%) deles, sendo que 180 (35,6%)
relataram ter tido mais de uma destas doenças. Merecem
destaque também as afeccões respiratórias, que acometeram
241 (47,6%) dos pesquisados, com especial ênfase para a asma,
citada por 131 (25,9%). Foram ainda mencionadas afecções
gastro-intestinais 20 (3,9%), convulsões 19 (3,7%) e anemia 9
(1,8%), entre outras. Conclusões: Foi alto índice de doenças
infecto-contagiosas (68%) e afecções respiratórias (47,6%). As
afecções gastro-intestinais e, em grande parte, a anemia são
doenças características de precárias condições de vida: falta de
esgotamento sanitário, de água potável e de alimentação
adequada. A asma, por sua vez, é um problema mundial, tendo
sua prevalência estimada em 15% da população caucasiana.
Código Trabalho:12
Título: AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM
ADOLESCENTES
Autores: KARINA BAUER JUNQUEIRA;ANA LÍGIA AKSTEIN
SIMÃO INCROCCI
Instituição: Centro Pediátrico (CEPE) - Poços de Caldas MG
Cidade/UF: POÇOS DE CALDAS/MG
Resumo:
Introdução: A adolescência é uma fase caracterizada por alterações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais
intensas e complexas, entre as quais a nutrição desempenha um
papel importante. É nessa fase que o indivíduo adquire aproximadamente 25% de sua estatura final e 50% de sua massa
corporal. A avaliação antropométrica do estado nutricional de
adolescentes ainda é tema de controvérsias na literatura. O
índice de massa corporal (IMC), embora apresente importante
variação com a idade e com a maturidade sexual, tem sido
considerado um bom indicador de obesidade nessa faixa etária,
apresentando importante correlação com as medidas das dobras
cutâneas e com a densitometria. Objetivos: O presente trabalho
tem como objetivo apresentar a distribuição do IMC e a
prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes acompanhados em um ambulatório de convênio na cidade de Poços
de Caldas - MG, Brasil e comparar esses dados com aqueles
disponíveis na literatura. Métodos: Análise retrospectiva dos
prontuários dos adolescentes que compareceram para check up
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S7
Adolescência
anual oferecido pelo ambulatório em questão durante o ano de
2005. Todos os pacientes que compareceram à consulta foram
pesados e medidos utilizando-se balança manual da marca
Filizola com capacidade para 150 Kg. A medida de altura foi
obtida utilizando-se réguas de alumínio com precisão de
milímetro, acopladas às balanças. O IMC foi calculado
divindo-se o Peso(Kg) pela Altura(cm) ao quadrado. Os valores
obtidos foram analisados levando-se em conta as curvas IMC/ I
(idade) do National Center for Health Statistics (NCHS). Foram
excluídos todos aqueles com prontuários com dados incompletos. Resultados: Foram estudados 104 adolescentes, de
ambos os sexos, com idades variando de 14 a 20 anos. A
distribuição dos valores de IMC encontrados entre os adolescentes estudados pode ser vista no gráfico 1. Os valores variaram de 15,4 a 28,7 com média de 22,58. A classificação de
acordo com os percentis mostrou: 79 (75,96%) adolescentes
entre os percentis 10-85 (provável eutrofia), 13 (12,5%) entre
os percentis 85-95 (sobrepeso), 5 (4,81%) entre os percentis 510 (risco para deficiência), 5 (4,81%) abaixo do percentil 5
(provável deficiência) e 2 (1,92%) acima do percentil 95
(provável obesidade). Conclusões: A prevalência de sobrepeso/
obesidade encontrados nesse estudo estão próximos aos valores
descritos em literatura.
Código Trabalho:998
Título: CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS NO
NIAB (NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E BULIMIA)
Autores: ANA RAQUEL CORRÊA SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO
SANTO NERY FERREIRA;ROBERTO ASSIS FERREIRA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Há evidência clínica do aumento da ocorrência de
anorexia (AN) e bulimia (BN), sobretudo em adolescentes. O
NIAB, constituído a partir da reunião de profissionais de áreas
diversas fazendo atendimento interdisciplinar a pacientes com
AN e/ou BN, tem uma casuística a ser apresentada. Objetivos:
Apresentar as características dos pacientes com AN e BN atendidos no NIAB. Os atendimentos são realizados em ambulatório, com suporte hospitalar nos casos de internação. A classificação utilizada foi baseada no DSM IV. Métodos: casuística de 96 pacientes, 91 do sexo feminino (94,7%) e 6 do
masculino (6,2%). Idade entre 8 a 40 anos, mediana de 18,5
anos. Diagnóstico de AN em 47 pacientes (49%), com 83%
desses com características restritivas e 17% purgativas.
Diagnóstico de BN em 44 pacientes (45,8%): 95,5% do tipo
purgativo e em 4,5% sem purgação. Três (3%) dos pacientes
apresentavam diagnóstico de transtorno alimentar não especificado (TCC - transtorno do comer compulsivo). Resultados: As
práticas purgativas estão presentes em 62,5% dos pacientes
estando os vômitos presentes em 50%, exercícios físicos excessivos em 16,6%, uso de laxantes em 9,3%, de anorexígenos em
6,2%, de diuréticos em 2% e de hormônio tireiodiano em 2%.
O IMC dos pacientes com AN variou entre 8,6 e 18,9 (média
de 14,2). Já a maioria dos pacientes com BN apresentou peso
normal ou sobrepeso. Sintomas depressivos foram verificados
em 76 pacientes (79%) e sintomas ansiosos em 35 (36,4%).
Houve ideação suicida em 23% e tentativa de suicídio em
13,5% dos pacientes. A duração dos sintomas antes do início
do tratamento no NIAB variou entre 3 meses a 27 anos
(mediana 24 meses). Conclusões: Os dados apresentados
revelam a gravidade dos pacientes atendidos neste serviço e
reforçam a necessidade de uma clínica feita por uma equipe
interdisciplinar. As formas graves exigem atenção multiprofissional, controle médico atento e rigoroso, sem minimizar o
quadro psíquico. O trabalho interdisciplinar, sempre desejável,
é difícil de ser alcançado. Pode surgir com o esforço dos profissionais que cuidam do paciente em construir o caso clínico,
procurando a elaboração coletiva e a contribuição de áreas
diferentes de saber. Dessa maneira, o ganho pode ser grande e
os resultados terapêuticos surpreendentes.
S8
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho:292
Título: CAUSAS DE MORTE EM ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO
DE MOGI DAS CRUZES NO PERÍODO DE 2000 A 2004
Autores: ALEXANDRE NETTO;LARISSA MONTEIRO GONDIM
TEIXEIRA;HAMILTON HENRIQUE ROBLEDO;KELENCRISTINA
THOMAZ ROMERO
Instituição: Faculdade de Medicina Universidade Mogi das
Cruzes
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A adolescência é definida como o período de transição entre a infância e a idade adulta, período no qual ocorrem
profundas transformações biopsicossociais. O estudo da
mortalidade desta faixa etária representa perdas irreparáveis
para a sociedade e para o Estado, com perda de indivíduos em
pleno desenvolvimento do seu potencial. Objetivos: Estudar as
principais causas de morte em adolescentes de 10 a 19 anos do
Município de Mogi das Cruzes, no período de 2000 a 2004.
Métodos: Análise de dados coletados de um banco de dados da
Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, que possui
este serviço desde janeiro de 2000. Na análise dos dados, foram
calculados os coeficientes de mortalidade de acordo com o ano,
o sexo, a faixa etária e causa morte. As causas de óbitos foram
codificadas de acordo com o CID 10.0 (Classificação
Internacional de Doenças). Resultados: No período de estudo,
o coeficiente de mortalidade na população estudada foi 74,24
por 100.000 habitantes, sendo de 50,27 e 22,77/100.000 habitantes respectivamente para o sexo masculino e feminino. À
excessão de 2004, o coeficiente de mortalidade aumentou a
cada ano desde 2000. A causa externa foi a principal causa de
óbito entre os adolescentes estudados, sobretudo no sexo
masculino de 15 a 19 anos de idade. Conclusões: As principais
causas de morte entre adolescentes de Mogi das Cruzes no
período estudado seriam evitáveis. Tal fato sugere a necessidade de programas de saúde voltados para a promoção da saúde
e do adolescente.
Código Trabalho:168
Título: CONHECIMENTOS E HÁBITOS RELACIONADOS À SAÚDE
REPRODUTIVA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DE UM
DISTRITO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS
Autores: FRANCISCO JOSÉ FERREIRA SILVEIRA;MIRIELLE
NOGUEIRA MARTINS;JULIANA ALVES HOEHNE
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS
GERAIS
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Os altos índices de gravidez na adolescência na
atualidade justificam a necessidade da realização de estudos
sobre o tema nas diversas localidades. Objetivos: Avaliar os
conhecimentos e hábitos relacionados à saúde reprodutiva em
adolescentes escolares. Métodos: Estudo do tipo transversal e
observacional. Foram considerados, para o estudo, os alunos de
10 a 19 anos de idade da escola. A coleta de dados foi realizada
por alunos do curso de Medicina, que faziam estágio na localidade, no mês de abril de 2006. Os adolescentes responderam
um questionário padronizado, anônimo, auto-aplicável e de
preenchimento voluntário, após esclarecimentos dados pelos
pesquisadores nas salas de aula. Os dados foram processados e
armazenados em microcomputador, através do programa EPIINFO, versão 6.04. Resultados: Foram estudados 133 adolescentes, sendo 54,1% do sexo feminino e 45,9% do sexo
masculino.Do total, apenas 5,3% tinham mais de 15 anos de
idade. Em relação aos conhecimentos, 4,6% não sabem que
sexo sem preservativo pode transmitir doenças, e quanto a
melhor idade para que a mulher comece a ter filhos, 23,3%
responderam que é de 18 a 20 anos e 62,4% acham que é de 20
a 30 anos de idade. Do total, 63,6% sabem o que é pré-natal, e
50% deles responderam que o pré-natal deve ser feito após os 3
meses de gestação. Em relação aos hábitos, 42,0% deles
responderam que não conversam sobre sexo com ninguém, e
14,4% já tiveram relação sexual, sendo este percentual significativamente menor no sexo feminino (p = 0,0008). Dos
adolescentes do sexo feminino, apenas 5,1% deles já foram ao
médico ginecologista. Conclusões: Embora os adolescentes
tenham demonstrado níveis satisfatórios de conhecimentos em
alguns temas, como o melhor momento para a maternidade, é
preocupante o resultado em relação a outros tópicos abordados,
como o fato de que quase 5% ainda não sabem que o uso de
Adolescência
preservativo previne doenças. O baixo percentual de adolescentes que já tiveram relação sexual se deve ao fato de que a
imensa maioria dos participantes ainda têm apenas 15 anos ou
menos, e a localidade ainda mantém hábitos conservadores, o
que também explica o fato da iniciação precoce da atividade
sexual ser significativamente mais frequente no sexo
masculino. Nessa população, as adolescentes ainda não têm
hábito de ir ao médico ginecologista, talvez por razões culturais
e também por não terem informações sobre a necessidade de
consultarem esse profissional.
Código Trabalho:743
Título: CONTRACEPÇÃO DE URGÊNCIA: O QUE SABEM OS
PEDIATRAS SOBRE ESTE ASSUNTO?
Autores: RACHEL FERNANDES BARRY;MARIA SYLVIA DE SOUZA
VITALLE;FLAVIA CALANCA DA SILVA
Instituição: Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente
- Departamento de Pediatria - Universidade Federal de São
Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A atividade sexual na adolescência vem se
iniciando cada vez mais precocemente sendo que, na maioria
das vezes, ocorre sem a devida proteção. Cabe ao pediatra estar
preparado para esclarecer e orientar aos seus pacientes adolescentes sobre as questões relativas à sexualidade, como o uso de
métodos contraceptivos, evitando, dessa forma, conseqüências
indesejadas desse comportamento, como a gravidez. Dentre as
várias formas de contracepção, o contraceptivo de emergência
(CE) é um dos únicos métodos utilizados para prevenir a
gravidez após intercurso sexual desprotegido. Trata-se de
método seguro, efetivo e barato, que deve ser indicado em situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir
gravidez inoportuna, oferecendo à adolescente uma segunda
chance de evitar a gestação indesejada. Apesar de ser método
bem conhecido pouco se sabe sobre a prescrição e o conhecimento deste método pelos pediatras. Objetivos: avaliar o grau
de conhecimento sobre CE, bem como atitude frente à
prescrição entre pediatras que prestam serviço ao município de
São Paulo e residentes de Pediatria da Universidade Federal de
São Paulo. Métodos: foi aplicado aos entrevistados questionário contendo questões sobre a sua formação, tipo prática,
conhecimentos e atitudes ligados à anticoncepção de urgência,
após a explanação do pesquisador sobre o objetivo e natureza
da pesquisa. Foi realizada análise de freqüência simples dos
dados com distribuição percentual. Resultados: Foram
preenchidos 138 questionários. A 14% dos entrevistados foi
solicitada prescrição de CE e desses 47% prescreveram. Dentre
as principais razões pelas quais a prescrição foi solicitado temse: ruptura do codom (47%), violência sexual (26%) e relação
sexual desprotegida (21%). Em consulta de rotina, dos 110
pediatras que atendem adolescentes, 27% os aconselham sobre
anticoncepção de urgência, 62% não os aconselha e o restante
não respondeu a essa questão. Em relação ao conhecimento
sobre CE: 45% dos participantes disseram já ter tido oportunidade de aprender sobre CE contra 41% que disseram não ter
tido essa oportunidade, o restante não respondeu essa questão.
Dos entrevistados, 45% conheciam o nome comercial de algum
medicamento utilizado para anticoncepção de urgência; 61%
sabiam que deve ser prescrito até 72 horas do intercurso sexual
desprotegido e 43% prescreveram ou prescreveriam corretamente em relação ao tempo e dose. Apenas 9% disseram não
ser necessário exame físico geral antes da prescrição; 18%, não
ser necessário exame pélvico; 41%, teste de gravidez; e 48%,
consentimento informado dos pais ou responsáveis. Dos entrevistados, 51% se sentem desconfortáveis em prescrever CE,
37% se sentem confortáveis e 12% se dizem indiferentes.
Quase 63% dos entrevistados disseram não prescrever por inexperiência com o uso. Observou-se que quanto maior o tempo de
formado menor o conhecimento sobre contracepção de
emergência, menor a oportunidade de ter aprendido sobre esse
assunto, além de maior a porcentagem de prescrição errada ou
não prescrição. Conclusões: Apesar da segurança, simplicidade
na administração e eficácia, a anticoncepção de emergência
ainda é pouco conhecida e prescrita pelos pediatras, principalmente os com maior tempo de formado. É provável que a falta
de conhecimento suficiente esteja levando ao desconforto
frente à necessidade de prescrição e a falta de orientação aos
adolescentes no momento da consulta.
Código Trabalho:634
Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO
SEXO FEMININO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO
HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS
Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;CLEZILTE
BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE MELO DIAS;IVANIL
SOBREIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;NATÁLIA
CARINA FERRAZ MOREIRA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na
adolescência resulta, da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade do início e
do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos:
Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade
reprodutiva e atividade sexual em grupo de adolescentes do
sexo feminino.Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de
série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos
prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos
atendidos pela primeira vez em ambulatório de hebeatria do
SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento
puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner.
Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e
desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 adolescentes com idade de 10 a menos de 20 anos, sendo 324 (59,3%)
do sexo feminino. Destas, 315/324 (97,2%) informaram já ter
iniciado o desenvolvimento mamário e a idade média foi de
10,4 anos, no entanto, 12 (3,8%) não souberam informar a
idade do início. A avaliação médica em relação ao estadiamento
das mamas de 289 adolescentes mostrou que 8 (2,8%) encontravam-se em M1, com média de idade de 10,3 anos que 29
(10,0%) em M2, com média de 11,2 anos (DP = ±1,14); 51
(17,6%) em M3, com média de 12,33 anos; que 97 (33,6%) em
M4, com média de 13,05 anos; e 104 (36,0%) em M5, com
média de 15 anos (DP = ±1,65), porém, 26 (9,0%) não permitiram o exame. Das 324 adolescentes, 312 (96,3%) informaram
a presença de pelos pubianos; destas, 292 (93,6%) informaram
a idade da pubarca que foi em média 10,5 anos. Das 216/312
(69,2%) que permitiram o exame 11 (5,1%) estavam no estágio
P1, com média de idade 10,6 anos; 33 (15,3%) em P2, com
média de 11,1 anos (DP = ±1,02); 33 (15,3%) em P3, com
média de 12,3 anos; 67 (31,0%) em P4, com média de 12,9
anos; e 72 (33,3%) em P5, com média de 14,8 anos (DP= ±1,7).
A menarca foi confirmada por 230/324 (71%) adolescentes cuja
idade média foi de 11,8 anos. Destas, 3 (1,3%) não souberam
informar a idade. A atividade sexual foi admitida por 14 (4,3%)
das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos.Conclusões:
O início tanto da pubarca quanto do desenvolvimento mamário
foi em média de 11,2 anos. Houve discordância entre a informação dada pela paciente e a avaliada pelo profissional em
relação ao desenvolvimento mamário e a presença de pelos
pubianos em pequeno percentual. A menarca ocorreu com idade
média de 11,8 anos. A atividade sexual foi admitida por 4,3%
das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos.
Código Trabalho:598
Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO
SEXO MASCULINO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO
HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS
Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;FERNANDA
MARQUES FERRAZ DE SÁ;ANA CAROLINA ARAÚJO
OLIVEIRA;CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE
MELO DIAS;IVANIL SOBREIRA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na
adolescência resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade de início e
do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos:
Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade
reprodutiva e a atividade sexual em grupo de adolescentes do
sexo masculino. Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de
série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos
prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos
atendidos pela primeira vez num ambulatório de hebeatria do
SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento
puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S9
Adolescência
Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e
desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 pacientes,
sendo 222 (40,7%) do sexo masculino. Entre estes, verificou-se
que 173/218 (79,4%) informaram a presença de pelos pubianos;
destes, 131 (75,72%) souberam informar a idade de início
(pubarca), sendo a média de 11,9 anos (DP = ±1,02). A avaliação médica dos pelos pubianos desses 173 adolescentes do
sexo masculino mostrou que 46 (26,6%) estavam no estágio P1,
com média de idade de 11,6 anos;que 58 (33,53%) em P2, com
média de 12,8 anos (DP = ±1,29); que 18 (10,40%) em P3, com
média de 13,2 anos; que 37 (21,38%) em P4, com média de
14,2 anos; e que 14 (8,09%) em P5, com média de 15,1 anos
(DP = ±1,21). Dos 218, 172 (80,7%) informaram ter iniciado o
desenvolvimento da genitália, porém nenhum soube precisar a
idade do seu início. Destes 172, 42 (24,42%) estavam no
estágio G1, com média de idade 11,5 anos; 51 (29,65%) em G2,
com média de 12,8 anos (DP = ±1,33); 27 (15,70%) em G3,
com média de 13,2 anos; 41 (23,84%) em G4, com média de
14,2 anos; e 11 (6,39%) em G5, com média de 15,2 anos (DP =
±1,25). Dos 216 adolescentes, 64 (29,6%) informaram já ter
apresentado espermarca e a idade média foi de 12,8 anos. Entre
217 adolescentes masculinos, 22 (10,1%) disseram ter iniciado
atividade sexual e a idade média foi aos 13,6 anos. Do total de
adolescentes masculinos (222), verificou-se que 6 (2,7%) apresentaram ginecomastia puberal, mas não souberam informar o
seu início. Conclusões: O início tanto da pubarca como do
desenvolvimento da genitália ocorreram com idade cerca de
12,8 anos. Nenhum adolescente soube precisar o início do
desenvolvimento da genitália. A média do início da espermarca
foi aos 12,8 anos. A média do início da sexarca foi aos 13,6
anos. A ginecomastia foi pouco freqüente. Esses dados coincidiram com os da literatura. Ocorreram discordâncias entre as
informações fornecidas pelos adolescentes e as avaliações do
profissional, em adolescentes de idade média de cerca de 11,5
anos, tanto em relação a pubarca quanto ao desenvolvimento
genital.
Código Trabalho:898
Título: DISTÚRBIOS ARTICULATÓRIOS COMPENSATÓRIOS EM
ADOLESCENTES PORTADORES DE FISSURA LABIOPALATINA,
PÓS-PALATOPLASTIA, RECIFE-PERNAMBUCO
Autores: MICHELINE COELHO RAMALHO VASCONCELOS;SÔNIA
BECHARRA COUTINHO
Instituição: NADEFI - IMIP Universidade Federal de
Pernambuco
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: As fissuras lábiopalatinas são as malformações
congênitas mais freqüentes na população humana e a não fusão
dos processos embrionários faciais, acarreta problemas
orgânicos, funcionais, estéticos e psico-sociais e que podem
resultar em graves alterações na comunicação oral.
Objetivos:Identificar os distúrbios articulatórios compensatórios em adolescentes residentes no estado de Pernambuco,
submetidos a palatoplastia e verificar a sua relação com as
condições socioeconômicas, demográficas, idade da realização
da palatoplastia primária, mecanismo velofaríngeo e características da fala. Métodos: Foi realizado um corte transversal em
uma coorte inicial de 186 pacientes submetidos a palatoplastia,
num hospital de referência para tratamento de pacientes portadores de fissura labio palatina, da qual foram entrevistados 90
adolescentes no período de abril a agosto de 2005. Foram aplicados questionários padronizados contendo informações sobre
condições socioeconômicas, demográficas e o tipo de fissura.
A idade da realização da palatoplastia primária foi obtida
através do prontuário. Foram realizadas avaliação fonoarticulatória para analisar a produção da fala e vídeofluoroscopia
para verificar o mecanismo velofaríngeo na visão lateral.
Resultados: Os distúrbios articulatórios compensatórios
(DAC) estavam presentes em 56.7% dos adolescentes. Os residentes na região metropolitana da capital do estado apresentaram 2,39 (IC=1,30-4,40) vezes mais DAC do que os que
moravam na capital(sede do hospital de referência)(p=0,004).
Adolescentes cujas mães possuíam até quatro anos de estudo
apresentaram 2.1 (1,29-3,43)vezes mais DAC quando
comparados com àqueles cujas mães possuíam nove ou mais
anos de estudo. Pacientes que realizaram palatoplastia primária
após os quatro anos de idade, apresentaram insuficiência velo-
S10
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
faríngea e ressonância oro-nasal alterada, tiveram maior ocorrência de DAC e fala ininteligível; dados estatisticamente
significantes.Os distúrbios articulatórios compensatórios mais
freqüentes foram: o golpe de glote, 40 (44,4%), coarticulações
42 (22,2%) e fricativa faríngea 20 (27,8%) e os fonemas mais
alterados foram /p, /t/, /k/, /f/, /s/ e /x/e os adolescentes com até
duas alterações fonêmicas obtiveram melhor comunicação oral.
Conclusões: Os adolescentes cujas mães tinham maior escolaridade, foram submetidos a palatoplastia primária precocemente, possuíam ressonância oro-nasal normal e que tinham
até duas alterações fonêmicas apresentaram melhor inteligibilidade de fala.
Código Trabalho:33
Título: DOENÇA DE STILL NA ADOLESCÊNCIA
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES
CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ
HENRIQUE WITHERS AQUINO
Instituição: UERJ / NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Doença de Still (DS) é uma doença inflamatória
sistêmica, rara e de etiologia desconhecida, sendo uma das
mais frequentes causas de febre de origem indeterminada no
adulto. Apresenta-se de forma semelhante à artrite idiopática
juvenil, forma sistêmica, podendo ser considerada uma variante desta. Acomete ambos os sexos na mesma proporção e em
75% dos casos encontram-se na faixa etária entre 16 e 35 anos
de idade, porém pode acometer idades mais avançadas.
Clinicamente caracteriza-se por febre alta com 1 a 2 picos
diários, podendo preceder outros achado clínicos por semanas
ou meses, erupção cutânea evanescente, artralgias, mialgias
intensas, poliartrite, serosite, linfadenopatia, hepatomegalia e
esplenomegalia. Nos exames laboratoriais podemos encontrar:
leucocitose (maior que 15.000), anemia normocítica e
normocrômica, alterações das enzimas hepáticas, aumento das
proteínas de fase aguda, com níveis bastante elevados de
ferritina. O dignóstico diferencial se faz com as doenças infecciosas, neoplásicas e outras colagenoses. Seu curso clínico
pode ser autolimitado, intermitente com reativações sistêmicas
e articulares recorrentes ou um curso crônico. O tratamento
pode ser feito com antiinflamatórios não hormonais (a
Indometacina parece eficaz nas fases iniciais da doença), corticosteróides ou imunossupressores. Atualmente agentes
biológicos estão sendo empregados no tratamento dos casos
não responsivos aos corticóides e aos imunossupressores.
Objetivos: Observar a possibilidade de DS em adolescentes
com febre de origem indeterminada. Métodos: Estudo de caso.
Relato de caso: Paciente masculino, 19 anos, negro, iniciou na
segunda quinzena de fevereiro de 2006, quadro de febre alta
(40° C), odinofagia, inapetência e astenia. Fez uso de
antibiótico oral (Amoxicilina) sem resolução do quadro febril.
Evoluiu com emagrecimento de 3 Kg em 1 mês, artralgia em
joelhos, pés e ombros e febre alta (1 a 2 picos diários).
Internado na enfermaria do NESA/HUPE em 15/03/2006 para
elucidação diagnóstica. Ao ser admitido paciente apresentava
quadro de febre, pericardite, hepatoesplenomegalia, artralgia
em ombros e joelhos. Realizada investigação laboratorial
(hemograma completo, VHS, provas de função hepática, hemoculturas, sorologias virais, provas de atividade inflamatória) e
de imagem (Rx tórax, USG abdominal, ecocardiograma)
descartando causas infecciosas e neoplásicas e outras
colagenoses, considerando-se então DS. O paciente apresentava dosagem sérica de ferritina de 6.346 (VR: 70 a 435).
Iniciado tratamento com Indometacina, porém por ainda persistir com febre e quadro articular, iniciou-se Prednisona
60mg/dia com desaparecimento dos sintomas. Atualmente está
em acompanhamento no ambulatório de reumatologia do
NESA. Conclusões: O diagnóstico de DS é difícil de ser feito
pela variedade da apresentação clínica e pela não especificidade dos exames laboratoriais, porém deve ser considerado nos
casos de febre de origem indeterminada em adolescentes.
Adolescência
Código Trabalho:15
Título: DOENÇA METABÓLICA NA ADOLESCÊNCIA: UM NOVO
DESAFIO
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;CLAUDIA BRAGA
CARDOSO;ISABEL CRISTINA SILVA BOUZAS
Instituição: UERJ NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) foi descrita em
1988 por Reaven como sendo um conjunto de alterações associadas a um risco maior de doença cardiovascular na vida
adulta. Sabe-se que a hiperinsulinemia e a resistência insulínica
estão frequentemente presentes, sendo fatores centrais no
desenvolvimento das complicações. O aspecto de maior
relevância no diagnóstico da SM são os riscos de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DMII) e de doença cardiovascular aterosclerótica (DCV). São considerados fatores de
risco para o desenvolvimento de SM: sobrepeso/obesidade,
principalmente acúmulo de gordura abdominal, dislipidemia,
hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou DCV, história de intolerância à glicose, história familiar de DMII, HAS ou DCV,
presença de acantose nigricans ou síndrome dos ovários
policísticos (SOP). Segundo a OMS, são necessários pelo
menos 2 dos seguintes achados para a caracterização da SM,
além da alteração no metabolismo da glicose (DMII, intolerância à glicose ou resistência insulínica). São eles: obesidade
(peso acima do percentil 95), HAS (pressão sistólica ou
diastólica acima do percentil 95 para peso e altura), dislipidemia (triglicerídios elevados, HDL baixo). O papel do pediatra consiste em reconhecer os fatores de risco, realizando uma
boa orientação alimentar, desde os primeiros anos de vida e
uma prática de vida saudável. Objetivos: Discutir a
importância da detecção precoce dos fatores de risco para a SM
a partir do estudo de 2 casos clínicos. Métodos: Relato de 2
casos de pacientes atendidas no ambulatório do NESA/HUPE
com o diagnóstico de SM. O primeiro caso trata-se de uma
paciente de 14 anos encaminhada devido a um quadro de obesidade (IMC 52 kg/m2). Histórico de aumento progressivo de
peso desde os 4 anos, DMII desde 12 anos, dislipidemia, HAS,
irregularidade menstrual, história familiar de DMII e dislipidemia materna e HAS paterna. O segundo caso refere-se a uma
paciente encaminhada devido à amenorréia primária. História
familiar de HAS materna e falecimento paterno aos 56 anos por
infarto agudo do miocárdio. Ao exame apresentava obesidade
(IMC 29 Kg/m2), acantose nigricans na nuca, acne leve, hirsurtismo leve em mento e hipertrofia de clitóris e grandes lábios.
Investigação hormonal evidenciou hiperinsulinismo e hiperandrogenismo. Aos 16 anos ainda apresentava aménorréia, obesidade, evoluindo com HAS. Conclusões: Os motivos que levam
os adolescentes com SM ao ambulatório são diversos, variando
desde irregularidades mentruais, sobrepeso, obesidade, HAS,
DM ou dislipidemia. A irregularidade menstrual, como manifestação da SOP, mesmo em adolescentes eutróficas ou com
sobrepeso, está relacionada, na maioria dos casos, à resistência
insulínica, aumentando dessa forma o risco de HAS e DCV. A
importância em reconhecer esses fatores de risco precocemente, bem como instituir terapêutica adequada para cada caso,
colaborará para uma diminuição das complicações mais
temidas na vida adulta.
Código Trabalho:1128
Título: DROGAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: VISÃO DE
PEDIATRAS DE HOSPITAL INFANTIL TERCIÁRIO SOBRE O
PROBLEMA.
Autores: MARIA DO SOCORR ALMEIDA PERES;SHIRLEY VIRINO
SILVEIRA;ANA JÚLIA COUTO DE ALENCAR;SHEILA JANAÍNA
MEDEIROS SIMÕES COSTA;RAQUEL MELO MORAIS
NEVES;VIRGÍNEA MARIA RAMOS
Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução:O uso de drogas por jovens e crianças tornou-se
uma questão de saúde pública,sendo importante a percepção e
a forma como o pediatra aborda o assunto. Objetivos: Verificar
o conhecimento e atuação de pediatras no atendimento de
crianças e adolescentes frente a suspeita de uso de drogas.
Métodos: Estudo descritivo realizado através de uso de questionário, aplicado a 60 pediatras que atendem em Hospital
Infantil Público Terciário. Resultados: Diante da suspeita do
uso de drogas 63,3% encaminham o paciente para atendimento
especializado e 21,66% solicitam exames como estratégia de
retorno para posterior decisão em relação ao
problema.Entretanto 25% nunca suspeitam de dependência
química nos menores que atendem.Em relação ao temor
pessoal,70% relatam não temer pela sua segurança ao abordar o
assunto, com os familiares ou usuário;91,6% concordam que
drogas lícitas como o fumo e o álcool são prejudiciais e que os
pais devem ser alertados, quanto aos danos que causam a
saúde.Além disso,35,6% acham que a existência de um só
alcoolista na família é suficiente para encaminhá-la para ajuda
especilizada.Dos entrevistados,90% não se sentem preparados
para identificar dependentes químicos e 100% acreditam na
necessidade de capacitação sobre o assunto.Em relação ao risco
de dependência,85% procuram informar sobre o assunto
durante o atendimento e 16,6% afirmam não disporem de tempo
para esta abordagem;91,6% acham que a responsabilidade de
orientar os jovens cabe a família, escola e serviços de
saúde;81,6% acham que a mídia influencia no consumo de
álcool.Diante de adolescente dependente químico, 20%
saberiam conduzir o paciente, 45% solicitariam a presença da
família e 60% solicitariam exames e encaminhariam.
Conclusões: Os pediatras do hospital em estudo,mesmo encaminhando para atendimento especilizado a criança e o adolescente na suspeita de dependência química,sentem dificuldade
sobre o assunto e concordam com a necessidade de maiores
esclarecimentos e capacitação para melhor conduzirem os
casos.
Código Trabalho:1288
Título: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VIA INTERNET - UMA
PROPOSTA EFICAZ PARA PAÍSES DE DIMENSÕES CONTINENTAIS
Autores: ELOÍSA GROSSMAN;MARIA HELENA RUZANY
Instituição: NESA/UERJ e IFF/ FIOCRUZ
Cidade/UF: RJ/RJ
Resumo:
Introdução: o curso a distância via internet Introdução à Saúde
Integral dos Adolescentes e Jovens foi concebido com a finalidade de capacitar profissionais para o atendimento a este grupo
etário. As unidades temáticas que o compõem foram desenvolvidas através do modelo pedagógico baseado em casos, com
diferentes níveis de complexidade, abordando a promoção de
saúde, prevenção de agravos e assistência. Os tópicos abordados foram divididos em três áreas: crescimento/desenvolvimento, sexualidade/saúde reprodutiva e principais problemas
clínicos. Em 2005/06 foram desenvolvidos dois módulos, de
duração de 12 semanas cada, para profissionais de saúde das
regiões norte e nordeste do país. Objetivos: apresentar o perfil
dos participantes e os resultados dos cursos desenvolvidos.
Métodos: foi realizado um estudo quantitativo de algumas
fontes de dados: fichas de inscrição dos alunos, planilhas de
desenvolvimento dos planos de estudo e avaliações formativas.
As seguintes informações foram coletadas: formação profissional, local de origem, expectativas em relação ao curso,
variáveis relacionadas ao conteúdo, material didático, estratégia
pedagógica, qualidade da orientação e gestão acadêmica.
Resultados: Dos 175 alunos inscritos, 98 (56%) concluíram o
curso. As áreas de formação profissional foram: Enfermagem,
Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia,
Psicologia, Serviço Social, Terapia ocupacional. A grande
maioria dos alunos considerou os casos estudados relevantes no
contexto de seu trabalho (88%). Em relação aos conhecimentos
adquiridos, o curso correspondeu às expectativas da totalidade
dos alunos. Quanto à contribuição à formação profissional, o
treinamento foi considerado bom por 93% dos alunos. Em
linhas gerais tanto nos aspectos que dizem respeito ao ambiente
de aprendizagem na internet quanto em seu modelo pedagógico,
o curso foi bem aceito pelos alunos. Conclusões: O curso
permitiu que a equipe docente e os alunos, sem necessidade de
se afastar de seus locais de estudo e trabalho, participassem de
um processo de ensino/aprendizagem e intercâmbio de experiências. Conclui-se, portanto, que a estratégia pedagógica
utilizada, bem como o material educativo apresentado, oferecem condições para a capacitação de recursos humanos de
diferentes categorias profissionais na atenção à saúde de
adolescentes e jovens.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S11
Adolescência
Código Trabalho:378
Título: ENCAMINHAMENTOS DE ADOLESCENTES APÓS
PRIMEIRA CONSULTA EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA
CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS
NOGUEIRA;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Durante a adolescência as mudanças físicas e
sócio-culturais que o indivíduo atravessa ocasionam agravos à
saúde que não mais devem ser tratados por um pediatra ou
clínico, necessitando do auxílio de especialistas. Objetivos:
Identificar a frequência de encaminhamentos e quais os especialistas mais procurados por adolescentes atendidos em um
serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos:
Realizou-se uma análise de prontuários de primeira consulta de
adolescentes de ambos os sexos com idades entre dez e 19 anos
atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de
Saúde, no período de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário contendo questões sobre os
encaminhamentos realizados. Os dados foram tabulados no Epiinfo 6.04d e analisados estatisticamente, fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como nível de
significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546
formulários, sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324
(59,3%) do sexo feminino. Dos adolescentes atendidos 442
(81%) foram encaminhados para especialistas. Dentre estes,
216 (48,9%) receberam mais de um encaminhamento. Os
adolescentes foram encaminhados principalmente para os
seguintes profissionais: ginecologistas 169 (31%), odontologistas 151 (27,6%), oftalmologistas 133 (24,4%), dermatologistas 88 (16,1%) e psicólogos 51 (9,3%). Foram citadas ainda
diversas outras especialidades médicas. Conclusões: As
primeiras consultas de adolescentes funcionam como porta de
entrada aos serviços especializados, sendo grande o volume e a
variedade de encaminhamentos para os especialistas. Os
adolescentes pesquisados foram encaminhados principalmente
para ginecologistas, odontologistas e oftalmologistas.
Conclusões:458
Título: ENTRE A MENARCA E O ESTADO NUTRICIONAL DAS
ADOLESCENTES DE SÃO PAULO
Autores: ANA CAROLINA TOLEDO PIERONI;LARISSA CHRISTINE
PUGLIA;ISA PADUA CINTRA;MAURO FISBERG
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: O estado nutricional é o principal fator na relação
entre a classe social e o efeito sobre a menarca, sendo que a
nutrição adequada é um dos requisitos mais importantes para a
realização plena do "plano genético" de crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Objetivos: Relacionar a idade de
menarca e o estado nutricional de adolescentes de escolas
públicas e particulares da cidade de São Paulo. Métodos:
Estudo realizado com base nos dados coletados no ano de 2003
para uma pesquisa de campo com 2710 adolescentes entre 10 e
15 anos, sendo 2026 de escolas públicas e 684 de escolas particulares. Os dados coletados foram: a idade cronológica, a idade
de ocorrência de menarca, o peso corporal e a estatura, os quais
possibilitaram a avaliação do estado nutricional, por meio do
cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Para a análise dos
dados foi utilizado o software SPSS V.10.0. Resultados: O
IMC médio para as alunas das escolas públicas e particulares
foi de 20,86 ± 3,46 e 21,41 ± 3,50, respectivamente. A população estudada apresentou 2,5% de baixo peso, 5,2% de risco
de baixo peso, 13,51% de sobrepeso e 6,49% de obesidade,
também não havendo diferença significativa entre os dois tipos
de escola. Aproximadamente 67% das adolescentes estudadas
já haviam apresentado a menarca, destas 67% eram estudantes
de escolas públicas e 68% de escolas particulares. A média de
idade de ocorrência da menarca foi de 11,51 ± 1,06 anos, sendo
para as adolescentes das escolas públicas foi de 11,53 ± 1,07 e
para as de escolas particulares de 11,47 ± 1,02, não havendo
diferença estatística entre as escolas. A prevalência de adolescentes com menarca foi de 25% no baixo peso, 36% no risco de
baixo peso, 70% na eutrofia, 73% no sobrepeso e 70% na obesi-
S12
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
dade. Notou-se associação inversa e significativa entre os
valores médios de IMC e a ocorrência da menarca, ou seja,
quanto maior o IMC menor a idade de ocorrência da menarca.
Também foi observado um valor médio do IMC significantemente maior das meninas de 10 a 13 anos que já haviam
menstruado em relação àquelas da mesma idade, que ainda não
haviam apresentado menarca. Conclusões: Pelo fato da idade
de ocorrência da menarca ser influenciada por diversos fatores,
entre eles o nutricional, sugere-se a avaliação periódica do
estado nutricional e a orientação de hábitos saudáveis para esta
população, como forma de minimizar o aumento da obesidade
e a antecipação da idade da menarca nesta população.
Código Trabalho:966
Título: GRUPO DE ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS
Autores: PATRÍCIA REGINA GUIMARÃES;ROBERTO ASSIS
FERREIRA;SOLANGE DE MELO MIRANDA
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Este é um trabalho de grupo operativo formado
com adolescentes que vivem com HIV/Aids em um centro de
referência. Surgiu como uma possibilidade de complementação
da consulta médica, que se tornou insuficiente para adequada
abordagem desses pacientes. Objetivos: Teve como escopo
maior observar e avaliar a implantação e o desenvolvimento
desse grupo. Dentro de tal objetivo geral, buscou-se, mais
especificamente descrever os caminhos encontrados para a
criação de um trabalho original, bem como elaborar uma
proposta para a formação de novos grupos, além de acompanhar o processo grupal, e, finalmente, observar o desenvolvimento do grupo em relação a algumas categorias de análise, a
saber: a sexualidade; o paciente frente à sua doença - a explicitação do diagnóstico no grupo, sua revelação social inadvertida, a gestão do segredo e o medo de se expor -; o uso da
medicação e a vivência do preconceito. Métodos: Trata-se de
pesquisa qualitativa, realizada com o método da pesquisa-ação,
em que o pesquisador era um dos coordenadores do grupo.
Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com os adolescentes
e entrevistas abertas com outros observadores - profissionais de
saúde que participavam da atenção aos pacientes. O grupo foi
analisado como um estudo de caso utilizando-se o referencial
clínico-qualitativo. Resultados: A duração do trabalho foi de
quatorze meses, totalizando trinta encontros. A formação de
grupo operativo nesse centro de referência foi viável, permitiu
o surgimento de discussões sobre a adolescência com HIV/Aids
e mostrou-se uma experiência possível de ser transmitida. O
tema sexualidade e a infecção pelo HIV foram tabus para o
grupo até o 11º encontro, quando o diagnóstico foi explicitado
pela primeira vez entre eles. A partir daí houve queda da
resistência ao tema sexualidade e surgimento de interesse,
dúvidas e discussões cada vez mais profundas sobre o assunto.
Houve um momento em que os adolescentes se identificaram
em torno da infecção, que foi superado quando o trabalho de
grupo permitiu o "florescer" da adolescência desses jovens,
passando a ser esse o centro da identificação. O uso da
medicação foi um tema que gerou discussões superficiais, em
grupo, que muitas vezes não corresponderam aos relatos
médicos e de familiares. A vivência do preconceito esteve
presente nos relatos individuais e em grupo, sempre acompanhada de grande sofrimento. Conclusões: O grupo operativo
mostrou-se um espaço privilegiado para elaborações vinculadas
à construção do conhecimento sobre adolescer com HIV/Aids e
para o acolhimento dos adolescentes, das suas dúvidas e sentimentos.
Código Trabalho:1299
Título: IMPACTO DE PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À
SAÚDE DA ADOLESCENTE GRÁVIDA E MÃE ADOLESCENTE NA
PREVENÇÃO DE NOVA GRAVIDEZ
Autores: AMANDA MELHADO;MARCIA QUEDINHO;MARIA JOSÉ
CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES
Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São
Paulo
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Objetivos: Avaliar a reincidência da gravidez entre adolescentes que receberam atenção integral na Clínica de
Adolescência
Adolescência de Departamento de Pediatria de hospital universitário com acompanhamento do binômio mãe-filho após o
parto e comparar com jovens que não tenham recebido atenção
integral na gravidez e/ou orientação após o parto. Estabelecer
estratégias para melhoria do programa de Atenção Integral à
Gestante Adolescente.Métodos: Estudo prospectivo comparativo entre 30 adolescentes com 18 anos ou menos à concepção
que receberam atenção integral com acompanhamento pósparto e orientação contraceptiva em hospital universitário no
período de 01 de julho de 2004 a 30 de junho de 2005 e 39
adolescentes com a mesma idade à concepção, que não receberam atenção integral na gravidez, que deram à luz na maternidade da mesma instituição no mesmo período e não foram
seguidas após o parto (grupo controle). As jovens que freqüentaram o programa de atenção integral durante a gestação receberam seguimento do binômio mãe-filho, mensalmente,
durante o 1o ano após o parto, avaliadas globalmente, trabalhando-se auto-estima, saúde reprodutiva, inclusive contracepção, e orientadas quanto a puericultura de seus filhos. Entre
as jovens do grupo controle realizou-se entrevistas individuais
e confidenciais durante o puerpério. Em ambos os grupos analisou-se: reincidência da gravidez, orientação contraceptiva no
pós-parto, escolaridade, abandono escolar, estado civil e
relação com o pai da criança. Resultados: As adolescentes que
receberam atenção integral na Clínica de Adolescência durante
a gestação com seguimento do binômio mãe-filho, apresentaram taxa de reincidência de apenas 3,3% enquanto nas
adolescentes do grupo controle, a taxa de reincidência observada foi de 15,4%. A média de idade foi 16 anos, média de 9
anos de estudo, no grupo controle a média de idade foi 17 anos
com 7 anos de estudo. Das que receberam assistência especializada, 66,7% continuavam na escola, a maioria (60%) não
usava método contraceptivo prévio a primeira gravidez; entre
as do grupo controle somente 24,25% continuavam na escola.
A maioria permanece solteira (56,75% e 51,3% respectivamente) e aproximadamente ¼ (26,7% e 25,5%) não tem contato
com o pai da criança. Conclusões: Dentre as adolescentes estudadas, a taxa de reincidência foi significativamente menor no
grupo das jovens que receberam atenção integral a saúde
durante a gestação, com acompanhamento do binômio mãefilho após o parto.
Código Trabalho:257
Título: INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NA INTIMIDADE DOS
RELACIONAMENTOS ENTRE PARES NA ADOLESCÊNCIA
Autores: FLAVIA APARECIDA SAYEGH;TERESA HELENA
SCHOEN-FERREIRA;MAURO FISBERG
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A intensidade das amizades é maior na
adolescência. À medida que os adolescentes trocam entre si,
seus sentimentos e segredos, e passam a conhecer melhor o
sentimento dos outros, a amizade torna-se mais íntima e
geradora de apoio. A beleza física influencia nas amizades e na
proximidade entre os adolescentes. Pessoas bonitas são consideradas mais simpáticas e atraentes, além de serem consideradas
com maior desenvoltura social. As pessoas fisicamente
atraentes tendem a ser também as mais populares e as mais
extrovertidas. Com isso, essas pessoas desenvolvem maior
confiança social. Muitos adolescentes obesos possuem uma
auto-imagem crítica e tornam-se mais isolados socialmente,
sentindo-se inseguros nos relacionamentos sociais com os
pares. Objetivos: Verificar o investimento que os adolescentes
fazem nos relacionamentos sociais. Métodos: O Grupo Estudo
foi composto por 79 adolescentes obesos (IMC>95) que
buscaram um ambulatório médico de atendimento a adolescentes para emagrecer; e o Grupo Controle foi composto de 123
alunos de uma escola da região do ambulatório médico. Foi
utilizada a tradução brasileira do questionário do "The
Friendship Questionaire", o qual contém 36 questões que caracterizam o interesse, intimidade e integração com amigos.
Quanto mais alto o escore obtido, maior intimidade dos relacionamentos. Procedimento: O Grupo Estudo foi convidado a
responder ao questionário sobre amizade na sala de espera,
enquanto aguardava a consulta com o médico, nutricionista ou
professor de educação física. O Grupo Controle respondeu ao
questionário na própria escola. Para a análise dos resultados,
foi utilizada a ANOVA. Resultados: Não houve diferença
média estatisticamente significante entre os grupos (p=0,180).
No entanto, o grupo de obesos obteve um resultado médio
(79,99) maior que o grupo controle (77,12). Também não houve
diferença estatística em relação à média do resultado, no Grupo
Estudo, por sexo (p=0,245); embora tenha havido no Grupo
Controle (p<0,001), indicando que as adolescentes do sexo
feminino apresentam mais intimidade nos relacionamentos.
Conclusões: Este estudo mostrou que tanto para o Grupo
Controle quanto para os obesos manter uma amizade mais
íntima é fundamental no período da adolescência. Procuram a
sensação de pertencimento, desenvolvendo habilidades para
mantê-la. Quando se é apoiado na amizade, o indivíduo tende a
ser mais feliz e saudável, independentemente do estado nutricional
Código Trabalho:441
Título: MÃE ADOLESCENTE - TENDE A SE REPETIR ATRAVÉS
DAS GERAÇÕES?
Autores: VIVIANE CUNHA CARDOSO;ALINE PIRES
BARBOSA;ANTONIO AUGUSTO MOURA DA SILVA;HELOÍSA
BETTIOL;MARCO ANTONIO BARBIERI
Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - SP
Cidade/UF: RIBEIRÃO PRETO/SP
Resumo:
Introdução: A gravidez na adolescência é hoje encarada como
um problema de saúde pública, sendo relacionada a fatores
como pobreza, aborto induzido, baixa escolaridade materna e
mortalidade infantil. Objetivos: Verificar se filhas de mães
adolescentes são propensas a serem mães adolescentes também
e o quanto esta associação é devido a circunstâncias socioeconômicas. Métodos: Foram entrevistadas mulheres que
tiveram uma filha na coorte de 1978/79 em Ribeirão Preto (1ª
geração) e estas filhas em 2002/04 (23/25 anos- 2ª geração). A
variável resposta foi ser mãe adolescente na 2ª geração. As
variáveis independentes foram: mãe adolescente e nível de
escolaridade da 1ª geração; nível de escolaridade, ocupação,
idade de início do trabalho e menarca da 2ª geração. Foi
utilizado modelo de regressão uni e multivariada de Poisson.
Resultados: 1059 pares de 1ª e 2ª geração foram avaliados. Na
2ª geração havia 181 mães adolescentes e destas, 89 (26,7%)
foram filhas de mães adolescentes (p<0,001). Mas esta associação não se manteve no modelo ajustado, onde mulheres com
maior escolaridade (RR 0,05; IC95%0,02-0,10) e menarca mais
tardia (RR 0,62; IC95%0,43-0,90) apresentaram menor risco
de ser mães adolescentes. Conclusões: Mulheres nascidas de
mães adolescentes são mais propensas a se tornarem mães
adolescentes, mas pode-se inferir que a aparente influência da
idade materna sobre a idade da filha surge devido à presença de
fatores socioeconômicos que estariam atuando tanto na mãe
quanto na filha.
Código Trabalho:531
Título: MORBIDADE ATUAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS NO
SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS
Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA
CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE
HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE
Resumo:
Introdução: A adolescência é uma fase bastante conturbada,
com diversas peculiaridades que podem ser confundidas com
problemas de saúde. Cabe ao médico orientar e tranquilizar o
adolescente e sua família. Objetivos: Identificar os diagnósticos de adolescentes atendidos em um serviço de hebeatria do
Sistema Único de Saúde. Métodos: Foi realizada uma análise
de 546 prontuários de primeira consulta de adolescentes de
ambos os sexos com idades entre dez e vinte anos atendidos em
um serviço de hebeatria do Sistema Único de Saúde no período
de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um
formulário contendo questões sobre o diagnóstico. Os dados
obtidos foram tabulados no Epi-info 6.04d e analisados,
fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como
nível de significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546
formulários sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324
(59,3%) do sexo feminino. Dos 546 adolescentes atendidos
apenas 477 (87,4%) apresentaram alguma queixa, mas 544
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S13
Adolescência
(99,6%) deles obtiveram pelo menos um diagnóstico. Os diagnósticos mais frequentes foram: problemas dermatológicos 213
(39%), sendo 91 (16,6%) casos de acne e 85 (15,6%) de
ptiríase, problemas ginecológicos 184 (33,7%) e parasitoses
intestinais 142 (26%). Chama atenção ainda o volume de diagnósticos de erro de refração 137 (25%), cárie 129 (23,6%) e a
existência de diagnósticos psicossociais 62 (11,3%).
Conclusões: Há discrepância entre o número de pacientes com
queixas e o de diagnósticos, é provável que os adolescentes não
valorizem seus próprios sintomas. Os principais diagnósticos
foram queixas de pele e parasitoses intestinais. Importante
também é o volume de diagnósticos de erro de refração e de
cárie. Outro aspecto relevante são os diagnósticos psicossociais
que incluem queixas como superproteção materna, abandono
escolar, furtos e conflitos familiares.
Código Trabalho:981
Título: NIAB - NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E
BULIMIA - INTERAÇÃO PSICANÁLISE E MEDICINA
Autores: ROBERTO ASSIS FERREIRA;ANA RAQUEL CORRÊA
SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO SANTO NERY FERREIRA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Anorexia (AN) e Bulimia (BN) ganham
relevância nos anos recentes. Os pediatras não podem estar
alheios ao diagnóstico e a condução de tratamento desses
pacientes, desafio à prática e à elaboração teórica da medicina.
Objetivos: Apresentação do trabalho interdisciplinar de
médicos e psicanalistas à demanda crescente de atendimentos a
pacientes com AN e BN. Resultados: Desde 1999, o NIAB
vem sendo constituído a partir da aglutinação de profissionais
de áreas diversas interessados no atendimento a pacientes com
AN ou BN. O trabalho interdisciplinar oferece subsídios
valiosos à compreensão e ao cuidado desses pacientes em suas
complicações nutricionais e metabólicas e no tratamento
psiquiátrico. O conhecimento reduzido ao campo biológico
pode cair no impasse e, por outro lado, a clínica médica e a
psiquiatria se enriquecem ao assimilar contribuições de campos
do saber como a antropologia, a sociologia e em especial da
psicanálise. Atualmente, sete clínicos, dois psiquiatras e seis
psicanalistas constituem a equipe. Os atendimentos são realizados em ambulatório no HC-UFMG, contando também com
o apoio desta instituição para propedêutica e internações. Os
profissionais discutem os atendimentos do dia e outra reunião
semanal, com toda a equipe, é realizada para apresentação e
construção dos casos. Os pacientes chegam através de procura
direta (informações adquiridas na internet, mídia ou de
terceiros), também encaminhados por médicos e psicólogos. O
primeiro atendimento é feito por um dos profissionais do NIAB
na tentativa de estabelecer desde o início o vínculo terapêutico.
A partir dessa avaliação são feitos os encaminhamentos
necessários. Pela orientação psicanalítica busca-se a implicação
do paciente com o seu tratamento, procurando deslocar o
sintoma de transtorno alimentar e da imagem corporal para o
mal-estar psíquico. Conclusões: O trabalho do NIAB tem
mostrado que a gravidade de tais pacientes requer a clínica feita
por muitos, convocando contribuições de vários campos do
saber. A experiência mostra como fundamental compartilhar o
trabalho da clínica médica e da psiquiatria, com a rica
contribuição da psicanálise, na condução, entendimento e no
cuidado dos pacientes.
Código Trabalho:121
Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA
MENTAL - A VISÃO DA FAMÍLIA E A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL.
Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO
Instituição: APAE- Cuiabá
Cidade/UF: CUIABA/MT
Resumo:
Introdução:Não se deve negar as especificidades e peculiaridades advindas da deficiência mental, porém enfatizar as possibilidades desse sujeito, na totalidade de seu ser é fundamental
para tornarem-se plenamente conscientes das transformações
pubertárias, da sexualidade e a busca de autonomia destes
sujeitos , auxiliando-os neste adolescer fatores , estes, que
requerem persistência e vontade. Conhecer a importância da
família e da sociedade para o adequado desenvolvimento, o
desabrochar da sexualidade genital (como atributo de todo ser
humano), os sentimentos, a compressão destas transformações
pelo adolescente com deficiência mental, contrapondo com o
preconceito,
infantilização,
exclusão
e
estigmatização.Objetivos: entender o conhecimento das
famílias dos adolescentes com deficiência mental sobre as
transformações da puberdade, verificando os limites de
compreensão e aceitabilidade destas mudanças e propor
sugestões aos profissionais, sociedade e família sobre a melhor
forma de abordar o adolescente com deficiente mental e sua
família. Métodos: revisão bibliográfica e entrevistas em uma
instituição de educação especial com 39 familiares através de
questionários com perguntas semi-estruturadas. Resultados:
As atitudes dos pais se situam em perspectivas diferentes de
seus filhos com dificuldades significativas em enxergá-los
como um ser sexual, dotado de desejos, de dúvidas e medos
relativos ao mundo da sexualidade, procurando negar a
expressão desses desejos e reforçam o isolamento que já é
vivido pelos adolescentes com deficiência na sociedade como
um todo. Percebe-se a necessidade de acolher esses pais em
suas ansiedades e angústias relativas ao tema.Foi verificado,
também, que há uma necessidade emergencial do preparo
social em lidar com questões de saúde, sexualidade, ética,
cidadania e desenvolvimento humano uma vez que, a invisibilidade que fomenta a vulnerabilidade destes adolescentes, é relevante e deve ser tema de preocupação e debate.Conclusões:
ressalta-se a responsabilidade da sociedade, dos profissionais e
famílias, de tornarem os adolescentes plenamente conscientes
das transformações pubertárias, da sexualidade auxiliando na
busca de autonomia requendo persistência, vontade, conhecimento e mudança de comportamento. As discussões devem ser
ampliadas onde as pesquisas e mudanças de comportamentos
entre os profissionais, familiares, sociedade favoreçam o vivenciar, o adolescer com respeito e dignidade desses indivíduos
Enfim, entender o deficiente mental na sua fase crítica de
desenvolvimento, a adolescência, se faz necessário para desenvolver habilidades saudáveis de proteção à saúde integral ,
além de estimular a autonomia e o relacionamento ético profissional.
Código Trabalho:120
Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA
MENTAL - OUVINDO-O
Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO
Instituição: APAE- Cuiabá
Cidade/UF: CUIABA/MT
Resumo:
Introdução: A adolescência brasileira apresenta grandes
desafios para a sociedade organizada quanto à sua educação,
saúde e formação enquanto cidadãos e respeito as suas peculiaridades. Este desafio torna-se maior quando relacionado ao
adolescente com deficiência, em especial ao com deficiência
mental, devendo objetivar a construção e o fortalecimento de
sua identidade como "sujeitos em pleno desenvolvimento e de
direitos" .Objetivos: Entender o conhecimento dos adolescentes deficientes mentais sobre suas transformações biopsicosocioculturais, verificar os limites de compreensão e
aceitabilidade destas mudanças, identificar se é capaz de elaborar a construção de sua identidade como adolescente e, como
o processo desta adolescência pode ser afetado pela deficiência
mental. Métodos: entrevistas (observação e relato do sujeito)
com 34 alunos de uma instituição de educação especial, de
ambos os sexos, entre 10 a 24 anos, com condições de comunicação verbal Devido às características próprias as entrevistas
com os adolescentes e jovens transcorreram de forma descontraída, informalmente com desenhos e exemplos, utilizando um
roteiro como guia, mas adaptando às atitudes e às formas de
expressar dos sujeitos da pesquisa.Resultados: observou-se a
inadequação social e a interação com o meio que os circunda
como característica própria do deficiente mental onde existe o
prejuízo no comportamento adaptativo.Obteve-se ainda, que os
adolescentes percebem a possibilidade de erotização e da
obtenção de prazer pelo sexo, mas, não sabem como lidar com
estas novas sensações, podendo ser difícil o controle de seus
impulsos sexuais. Descobrem a satisfação que a área genital
pode lhes oferecer.Estes relatos levam a afirmar que apesar da
deficiência mental, déficit cognitivo até mesmo dificuldade de
se conhecer como homem ou mulher as atividades sexuais
Adolescência
estão sendo realizadas. O interesse para o assunto é evidente
por parte destes adolescentes, mas os educadores e familiares
estão conduzindo de forma inadequada estas questões deixando
de oferecer uma educação sexual saudável, preventiva e que os
valorizem
como
seres
humanos
em
desenvolvimento.Conclusões: Para o adolescente deficiente
mental é muito difícil expressar seus sentimentos, pois, ele é
"falado", tornando - se, portanto, objeto de seus pais, professores, cientistas o que o impede de construir um conhecimento
profundo de seu ser e do outro. Geralmente este sujeito não tem
a possibilidade de se interrogar ou estabelecer uma identificação significante, pois, é direcionado a uma contínua situação
de dependência ou a preencher um vazio intelectual, pelos que
o rodeiam, deixando-o sem defesa.Neste contexto,ficam
privados de experiências que promovem seu desenvolvimento
e no que diz respeito à sexualidade estão limitados de informação, contato social e até mesmo de modelos interessantes de
relações afetivas. Faltam orientações claras, objetivas e
fidedignas acerca de temas que envolvem a sexualidade o que
contribui para a perpetuação dos estereótipos, negando-os a
chance de desenvolverem suas potencialidades e de viver
experiências no âmbito afetivo e sexual e a integração social
Código Trabalho:754
Título: O CARTÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES COMO
INSTRUMENTO NA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE
ATENÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ
Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO
Instituição: Secretaria Muncipal de Cuiabá- MT
Cidade/UF: CUIABA/MT
Resumo:
Justificativa: Para se implantar um programa de atenção a
saúde de adolescentes e jovens é necessário a construção de
políticas públicas capazes de prover atenção integral à saúde
em todos os níveis de complexidade e a validação do cartão de
saúde do adolescente como projeto piloto do Ministério da
Saúde, na capital, foi o marco do programa .Objetivos: incorporar o procedimento à rotina das atividades de atendimento e
ao quadro organizacional dos serviços preventivos e assistenciais. Sensibilizar e capacitar profissionais de saúde para
compreenderem o significado, as manifestações e as conseqüências do crescimento e desenvolvimento dos adolescentes.
Formar alianças e parcerias necessárias para que seja o início
de uma atuação ampliada e de suporte ao adolescente.
Métodos: sensibilização e treinamento dos profissionais de 6
unidades básicas de saúde de diferentes regionais da capital
sobre organização de serviço e abordagem do adolescente e o
preenchimento e uso do cartão; estudo com um grupo focal de
20 adolescentes de ambos os sexos sobre a aderência ao uso do
cartão e pesquisa com os profissionais das unidades de referência sobre sua utilidade.Resultados: Ainda em fase de
implantação do cartão o grau de satisfação do adolescentes em
participar do projeto está sendo interessante com sugestões que
podem nortear a assistência na área, além de permitir o protagonismo e a responsabilidade com sua saúde e a disseminação
do programa na unidade. Aos profissionais traz um segurança
na metodologia do atendimento, fluxograma na unidade e vem
norteando suas condutas. O cartão ,está permitindo assinalar, a
partir do atendimento, as principais queixas dos adolescente,
acompanhar de forma integrada com o adolescente seu crescimento e desenvolvimento, vacinas, detectar fatores protetores e
fatores de risco , obter informações e resgatar o sentido de
cidadania do adolescente garantindo o bem estar físico, social e
emocional . Promove a intersetorialidade ao estabelecer parcerias dentro do setor saúde e com outras instituições, fortalecendo a rede de apoio social; Subsidia a formulação de
políticas públicas saudáveis. É um instrumento educativo ao
profissional que lida com a proteção adolescente e para população, levando a mobilização da sociedade. Conclusões: A
Secretaria de Saúde é proponente e executora das políticas
públicas de seus respectivos setores, além de responsáveis
pelos estabelecimentos que atendem às crianças e aos adolescentes. Sem se integrar ao quadro das práticas profissionais e à
rotina dos serviços, o atendimento não se efetivará. E o cartão
de saúde do adolescente dará visibilidade a esta política no
município representando o compromisso de incorporar a
atenção à saúde da população jovem à estrutura, mecanismos
de gestão, ações e rotinas do Sistema Único de Saúde em todos
seus níveis. E, serve de parâmetro norteador às diversas ações,
serviços e programas do setor Saúde - existentes e a serem
criados, nas unidades de saúde.
Código Trabalho:331
Título: O ENSINO DA INFORMÁTICA NO AMBIENTE
HOSPITALAR: O PACIENTE VIRANDO ALUNO E O ALUNO SENDO
PACIENTE
Autores: FABIANA FERREIRA NASCIMENTO;ANA LUCIA
TAROUQUELLA SCHILKE;REGINA MULLER;REGINA XAVIER
Instituição: Intituto nacional de Cardiologia Laranjeiras
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A febre reumática é uma doença séria, de difícil
adesão ao tratamento e que vem acometendo um numero crescente de crianças e adolescentes em nosso país, comprometendo significativamente a inserção desse futuro jovem, no
mercado de trabalho, gerando com isso um problema social.
Objetivos: Diante dessa evidência, pensamos em estratégias
educativas que pudessem contribuir para a diminuição da
exclusão social. Nosso trabalho surge da necessidade de
garantir o acesso ao conhecimento de uma ferramenta, hoje,
indispensável para o mercado de trabalho - a informática.
Objetivamos contribuir para a diminuição das desigualdades
sociais vivenciadas pelos portadores de febre reumática através
da qualificação profissional desses jovens, possibilitando,
ainda, a vinculação com o hospital garantindo assim adesão ao
tratamento. O trabalho em grupo permite a socialização de suas
histórias de vidas. Eles/as a partir disso, re-significam essas
experiências e incorporam a utilização da informática como um
instrumento potencializador do acesso ao conhecimento.
Métodos: O curso é dividido em cinco módulos de formação
que mesclam conceitos da informática - Windows, Internet,
Word, Excel e PowerPoint - com conhecimentos da vida cotidiana, onde ao final de cada modulo é realizado uma atividade
extra-classe ligada aos temas geradores que surgem das
demandas trazidas pelos/as alunos/as. O curso tem duração de
seis meses e as aulas acontecem semanalmente - aos sábados das 09:00 as 12:00 com capacidade para 12 alunos. Optamos
por trabalhar com o referencial teórico baseado na metodologia
sócio-construtivista de Vygotsky onde o professor atua como
um mediador do conhecimento. Combinado a essa, a
metodologia do conhecimento em rede, que visa possibilitar a
esses adolescentes compreenderem novos caminhos do mundo
do trabalho, sendo apresentados a novas tecnologias, as
culturas existentes e aos novos conhecimentos que surgem.
Resultados: Já estamos na nossa terceira turma e mantemos
um índice elevado de comparecimento as aulas. Percebemos
que os alunos/pacientes mantém em dia a profilaxia
secundária* e que contribuímos para expandir o conhecimento
e a curiosidade desses/as adolescentes. Sua auto-estima
aumenta e eles/as se sentem valorizados por estarem participando de um curso oferecido pelo hospital. Conclusões:
Dependendo da profissão e sem o conhecimento da informática, o individuo tem dificuldades de encontrar uma posição
no mercado de trabalho.Durante todo o curso temos a preocupação de que esses/as adolescentes/as se questionem: qual a
importância do curso; porque as informações que circulam nele
são importantes; como fazer para perpetuá-las e quem poderá
ser beneficiado por ela.Quando propomos uma intervenção
pedagógica a este sujeito estamos propondo um novo pensar
sobre a saúde e a educação de quem vivencia a rotina médicohospitalar. Nessa dimensão, o computador é utilizado e visto
como uma ferramenta pedagógica que possibilita o trabalho em
outras dimensões.
Código Trabalho:699
Título: PERFIL DAS PARTURIENTES ADOLESCENTES E SEUS
NEONATOS EM HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL
Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS
AMORIM;NELIANA TEMPONI;JAQUELINE OLIVEIRA
RODRIGUES;ALEXANDRA SILVA VELOSO
Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Gravidez na adolescência tem se revestido de
extrema importância na atualidade pela sua freqüência e conseqüências às pacientes, seus neonatos, além do custo social.
Adolescência
Medidas de prevenção nas pacientes com idade menor que 20
anos têm sido desenvolvidas pelos serviços de saúde pública.
Estudar sua incidência contribui para maior compreensão do
problema e otimizar os programas de prevenção. Objetivos:
Determinar a incidência, associação com peso de nascimento,
idade gestacional e tipo de parto em pacientes com idade menor
que 20 anos, no período de maio de 2004 a junho de 2006, em
hospital público municipal. Métodos: Estudo retrospectivo,
descritivo. Foram estudados todos os registros dos partos ocorridos no hospital, anotados tipo de parto, idade materna, idade
gestacional, paridade, peso de nascimento e Apgar de primeiro
e quinto minutos. Os neonatos foram agrupados em nativivos
(NV) e natimortos (NM). Correlação com tipo de parto, peso
de nascimento e idade gestacional foi analisada utilizando o
programa Epi-Info 6.4. Resultados: Em 4385 nascimentos
(4289 NV e 86 NM) foram identificadas 850 (18,4%) gestantes
com idade menor que 20 anos (791 NV e 14 NM), sendo 34
(4,3%) com idade inferior a 15 anos. Em relação ao tipo de
parto foram 531 partos vaginais (66%), 250 cesáreas (31,1%) e
em 19 casos parto vaginal com auxílio de fórceps (2,4%). Dos
805 nascimentos, 216 (26,8%) foram neonatos com baixo peso
e 218 (27%) neonatos prematuros, sendo 43 (5,3%) com idade
gestacional inferior a 30 semanas. Não houve significância
estatística nos fatores analisados. Conclusões: A gravidez na
adolescência necessita de cuidados especiais tanto física quanto
psicologicamente, assim como de programas de prevenção. No
nosso serviço cerca de um quarto dos partos foram de mães
com idade inferior a 20 anos, com o alarmante percentual, cerca
de 4%, com idade inferior a 15 anos. Não houve correlação
estatística com os fatores estudados, porém é elevado o
percentual de neonatos com baixo peso e prematuros (ambos
próximo a um terço), e de partos cesáreos (um terço).
Código Trabalho:1156
Título: PERFIL DE ATENDIMENTOS DE AMBULATÓRIO
ESPECÍFICO PARA ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE OSASCO
Autores: ALEXANDRE MASSASHII HIRATA;LÍGIA DE FÁTIMA
NÓBREGA REATO;ROBERTA MACHADO BOZZETTI;JULIANA
TODARO;ADRIANA YUMI HIRAI
Instituição: Faculdade de Medicina do ABC
Cidade/UF: SANTO ANDRÉ/SP
Resumo:
Introdução: Frente à importância demográfica e vulnerabilidade aos agravos da população adolescente, faz-se necessário
um programa de atenção diferenciado e abrangente, capaz de
corresponder às expectativas dessa faixa etária, e baseado em
suas necessidades de saúde. Objetivos: O presente estudo
visou traçar o perfil dos atendimentos realizados em ambulatório de adolescentes no município de Osasco. Métodos: Foi
realizado estudo retrospectivo nos prontuários de 804 adolescentes matriculados em ambulatório municipal específico para
adolescentes no período de outubro de 2003 a setembro de
2005. Através de protocolo-padrão, foram coletadas as
seguintes informações: idade, sexo, desenvolvimento puberal,
motivo da consulta, estado nutricional e hipóteses diagnósticas
(principal e secundárias). A partir dos dados obtidos, foram
calculados valores absolutos e percentuais, e, para análise
comparativa, foi utilizado o teste de qui-quadrado. Considerouse significativo p<0,005. Resultados: Nos 804 adolescentes
avaliados, observou-se discreta predominância do sexo feminino (52,7%). A idade média da população estudada foi de
13,66 ± 2,32 anos. Em relação ao desenvolvimento puberal, de
acordo com a Classificação de Tanner, 314 (39,1%) dos adolescentes estavam em estágio M5/G5 e 138 (17,2%) em M4/G4.
Entre as meninas que já haviam apresentado menarca (301) a
idade média foi de 11,32 ± 1,31 anos. Na avaliação do estado
nutricional, 79,2% dos pacientes (637) eram eutróficos, com
valor médio de Índice de Massa Corpórea (IMC) de 20,1 ± 3,9.
As queixas distribuíram-se em: 49% orgânicas, 45,5% gerais e
5,5% psicológicas. A correlação entre a especificidade da
queixa e a Classificação de Tanner foi significativa. Dentre os
diagnósticos estabelecidos destacaram-se: alterações respiratórias em 125 pacientes(15,5%), afecções dermatológicas em
95 (11,8%) e alterações oftalmológicas em 92 (11,4%)
Conclusões: O perfil dos atendimentos foi compatível com os
dados de literatura quanto à distribuição por sexo e faixa etária,
diferenciando-se pela baixa freqüência de queixas psicológicas.
S16
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho:600
Título: PREVALÊNCIA DA DISMENORRÉIA EM ADOLESCENTES
RESIDENTES DA ZONA RURAL E URBANA, DA CIDADE DE
GUARAREMA, SP.
Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ALINE
SOKOLOWSKI SILVA;ANDREA CASTRO CORRALLO;RAFAEL
FONSECA RODRIGU SOUZA;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE
Instituição: Escola Paulista de Medicina / UNIFESP
Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP
Resumo:
Introdução: Dismenorréia é uma síndrome álgica que ocorre
no período pré ou intramenstrual. Classificada como leve,
moderada e grave conforme a intensidade dos sintomas.
Objetivos: Determinar a prevalência de dismenorréia em
adolescentes, residentes da zona rural e urbana, da cidade de
Guararema e classificar quanto à intensidade da sintomatologia. Métodos: Estudo transversal de junho a novembro de
2001, com 506 meninas de 10 a 16 anos de idade, da escola Dr.
Roberto Feijó, residentes da zona rural e urbana. Os dados
foram obtidos através de entrevista direta e individual sobre o
desenvolvimento puberal e dismenorréia. Resultados: Das 506
meninas entrevistadas, apenas 309 (61,07%) apresentavam
menarca e a média de idade da menarca foi de 12 anos em
ambas áreas estudadas. A prevalência de dismenorréia foi de
63% (n=63) e de 57% (n=120) na zona rural e urbana respectivamente. Com relação a intensidade da dor 39,68% (n=25) das
meninas da zona rural consideram fraca, e da urbana 30,83
(n=37); moderada 19,04% (n=12) na rural e 29,16% (n=35) na
urbana, e forte 41,26% (n=26) na zona rural e 40% (n=48) na
zona urbana. Conclusões: Encontramos uma alta prevalência
de dismenorréia no grupo estudado devido ao questionamento
ter sido dirigido para esta sintomatolgia, mas a caracterização
da dor deve ser melhor investigada pela grande proproção de
meninas que consideram sua dor forte.
Código Trabalho:944
Título: PREVALÊNCIA DE COMPORTAMENTOS SEXUAIS DE
RISCO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Autores: STELLA MARIA DE MELO BASTOS BRAGA;ROBERTO
ASSIS FERREIRA;MARCO ANTÔNIO DUARTE;SARAH GONÇALVES
FONSECA;RODRIGO DE ALMEIDA FERREIRA
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Área: ADOLESCÊNCIA
Contato: [email protected]
Resumo:
Introdução: O interesse pelo comportamento sexual dos
jovens vem crescendo nas últimas décadas, tanto pelo aumento
na taxa de fecundidade, como pela alta prevalência de
DST/AIDS nesta faixa etária. Objetivos: descrever aspectos da
sexualidade e a prevalência de comportamentos sexuais de
risco para DST/AIDS entre estudantes da UFMG. Métodos:
estudo transversal com amostra representativa de estudantes
universitários do primeiro ano, pertencentes a cursos das oito
áreas de conhecimento da UFMG. Como instrumento utilizouse questionário com questões fechadas, aplicado a 362 alunos
com idade entre 18 e 25 anos (jovens - OMS). Entre os alunos
que responderam ao questionário, 58,6% eram do sexo
masculino e 41,4% do sexo feminino. Apenas um aluno era
casado. Resultados: 65,7% dos universitários haviam iniciado
vida sexual com penetração, com predominância do sexo
masculino. A idade média da primeira relação sexual foi de
16,4 anos, com início mais precoce no sexo masculino. A
maioria dos universitários sexualmente ativos relatou ter tido
de um a três parceiros durante a vida. Nos dois últimos meses
anteriores à pesquisa, 60,9% tiveram um único parceiro sexual
e 30,3% não tiveram nenhum parceiro. O tipo de relação sexual
mais freqüente foi pênis-vagina, seguido pelo sexo oral. Poucos
declararam ter tido relação anal. Houve predomínio de heterossexualidade e poucos relatos de homo ou bissexualidade.
Quanto ao uso do preservativo, menos da metade dos universitários sexualmente ativos (45,8%) declarou uso constante, em
todas as relações sexuais. Entre os motivos para o não uso
constante do preservativo, a maioria (56,6%) não apontou
motivo entre as opções apresentadas, mas os mais relatados
foram: diminuir o prazer; quebrar o clima da transa; o parceiro
não gostar e por achar que não precisa. Conclusões: o
percentual de universitários, com vida sexual ativa, com
comportamentos de risco para DST/AIDS é significativamente
Adolescência
elevado.
Código Trabalho:764
Título: PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS ENTRE
ADOLESCENTES ESCOLARES: EXPERIÊNCIA QUE VEM DANDO
CERTO
Autores: THIAGO ROBERTO CORREIA;CLAUDIA BARBOSA DE
A. MEDEIROS;ÉLCIO DUARTE LIMA;NAIR SIMÕES
ANDRADE;SÉPHORA CAROLINE TELES;TÂNIA MARIA LAGOFALCÃO
Instituição: Universidade de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O uso de drogas na adolescência resulta em
transtornos na personalidade e no estabelecimento de relações
interpessoais. É de interesse dos universitários modificarem
essa realidade, pondo em prática o que é aprendido na sala de
aula. Objetivos: Transmitir informações científicas sobre
drogas; responder às dúvidas dos escolares, identificando as
mais freqüentes; estimular o desenvolvimento de uma visão
crítica sobre a problemática; e clarificar outros questionamentos eventualmente trazidos pelos jovens, como doenças
sexualmente transmissíveis, problemas familiares e violência.
Métodos: Neste projeto de extensão, são realizados encontros
com alunos do ensino fundamental da rede pública. Para facilitar a abordagem e a compreensão pelos escolares, são usados
vários recursos didáticos, tais como figuras, cartazes, paródias,
dramatização, jogos, colagens e textos (de jornais, revistas ou
da internet). O desenvolvimento do trabalho é baseado em
encontros com debates, a partir das vivências cotidianas de
cada grupo a ser trabalhado. Ao mesmo tempo em que se realizam os encontros, os universitários buscam averiguar as informações trazidas por eles e identificar o aprendizado de novos
conhecimentos. Resultados: Dessa vivência, percebeu-se uma
maior afinidade dos alunos por aulas práticas, as quais abriam
espaço para várias discussões dentro da vivência deles. Durante
os encontros, coletaram-se textos, cartazes e desenhos que
abordam a temática. Relatos de professores após a aplicação do
projeto revelam uma mudança favorável na postura de certos
alunos no que diz respeito ao consumo de drogas no recinto
escolar. Além disso, a observação direta de alguns estudantes
revela uma postura engajada, capazes de difundir a mensagem
de prevenção do uso de drogas na comunidade. Conclusões:
estima-se que as informações adquiridas perdurem nos escolares e perpetuem-se na comunidade. Para isso, contudo, é
imprescindível que se garanta a manutenção permanente de
grupos de trabalho na linha de atuação deste projeto.
Código Trabalho:555
Título: PROJETO DE VIDA: DESAFIO DO ADOLESCENTE DE
BAIXA RENDA
Autores: FERNANDA MAIRA DUARTE;MARIA CLEZILTE
BRASILEIRO;MARIA MÁRCIA BELTRÃO;LORENA
MOREIRA;FERNANDA FLORES;CYNTHYA MANUELLY
CAVALCANTE
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Ao final da adolescência, espera-se que o indivíduo tenha adquirido as características biopsicossociais do
adulto. Para tal, são necessárias condições propícias, o que não
ocorre nas populações de baixa renda, onde os jovens são
recrutados precocemente à participar da força ativa de trabalho
e na manutenção da família. Objetivos: Avaliar quais os
projetos de vida de adolescentes de uma escola pública da
cidade do Recife. Métodos: Estudo descritivo transversal realizado durante projeto de extensão universitária (2004), como
uma das atividades propostas no projeto, com alunos da escola
Leal de Barros, na cidade do Recife. Utilizou-se como instrumento de pesquísa, questionário auto aplicável à 143 alunos da
sexta e sétima séries, de ambos os sexos, de 11 a 18 anos, após
consentimento livre e informado dos mesmos. Os dados
obtidos, alimentaram o banco de dados criado no Epi-info 6.04,
sendo analisados estatisticamente, utilizando-se como nível de
significância p<0,005. Resultados: Dos 143 adolescentes,
55,9% eram do sexo masculino e 44,1%, do sexo feminino;
65%(93/143) eram menores de 15 anos e 35%(50/143) situavam-se na faixa etária de 15 a 18 anos. Destes, 26%(13/50)
trabalhavam e 8% contribuiam com as despesas familiares
(todos do sexo masculino). Dos menores de 15 anos,
5,4%(5/93) também trabalhavam. Em relação ao gênero,
20%(16/80) dos adolescentes e 3,2%(2/63) das adolescentes já
trabalhavam. Quanto ao projeto de vida, 45%(36/80) dos
meninos pretendiam fazer vestibular; 23,8%(19/80), um curso
profissionalizante e 21,3%(17/80) não pensavam no assunto.
Das adolescentes, 71,4%(45/63) pensavam fazer vestibular;
14,30%(9/63), um curso profissionalizante e 9,5%(6/63) ainda
não haviam pensado no assunto. Dos 143 adolescentes,
5,6%(8/143)pretendiam parar de estudar após o ensino médio.
Entre os pais, 33,9%(39/115) e 12,2%(14/115), concluíram o
segundo e terceiro graus versus 31%(35/113) e 3,5%(4/113) das
mães, respectivamente. Conclusões: O baixo nível de escolaridade dos pais associado às precárias condições de vida,
contribuem para a falta de um projeto de vida estruturador entre
os adolescentes. Faz-se necessário um suporte educacional
competente, que os mantenha na escola, valorize e desenvolva
suas aptidões, e os encaminhe a uma formação profissional
adequada e futura inserção no mercado de trabalho.
Código Trabalho:675
Título: RELAÇÃO ENTRE PESO AO NASCER, ALEITAMENTO
MATERNO E OBESIDADE DOS PAIS COM A OBESIDADE DE
ADOLESCENTES
Autores: GLAUCE LAMOGLIE CARVALHO;ISA PADUA
CINTRA;MAURO FISBERG
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: a obesidade é conhecida como uma patologia de
epidemia mundial, atingindo inclusive a classe pediátrica,
sendo que vários estudos têm identificado alguns fatores
contribuintes para a obesidade nessa faixa etária, como
genéticos, neonatais ambientais e estilos de vida. Objetivos: o
presente artigo visou avaliar a relação entre o peso ao nascer, o
aleitamento materno exclusivo e obesidade dos pais como
possível contribuição para o excesso de peso em adolescentes.
Métodos: Foram coletados dados dos pacientes do Centro de
Atendimento e Apoio ao Adolescente da UNIFESP (CAAA),
dos diferentes ambulatorios, nutrição geral, obesidade e
esporte, quanto à idade, índice de massa corpórea (IMC) na 1ª
consulta, peso ao nascer (Pn), aleitamento materno exclusivo
(AME) e o estado nutricional dos pais. Os dados foram tabulados no software Excell, tendo a amostra sido dividida em
eutrófica, quando o IMC estivesse entre os percentis 5 e 85 e
excesso de peso quando o IMC fosse superior ao percentil 85.
Para análise e validação estatística das associações encontradas, utilizou-se o programa SPSS 10.1. Resultados: Entre
os 292 adolescentes estudados, 32,5% eram do sexo masculino
e 67,5% do feminino, com média de idade de 14,63 ± 2,3 anos.
Em relação ao estado nutricional, 33,3% eram eutróficos e
66,7% apresentavam excesso de peso, entretanto estes dois
grupos não apresentaram diferença estatística em relação à
idade, ao sexo e ao tempo de aleitamento materno. A duração
média do AME e o Pn foram, respectivamente, 3,321± 2,261
meses e 3064 ± 0,695 no grupo eutrófico e 3,147 ± 2,179 e
3310 ± 0,646 no grupo com excesso de peso. Apesar do tempo
de AME não ter apresentado diferença estatística entre os dois
grupos, verificou-se um efeito protetor do aleitamento materno
contra o excesso de peso (OR=1,83). Em relação ao Pn,
também se verificou uma associação positiva do elevado peso
ao nascer com o índice de massa corporal dos adolescentes
(p=0,012). Esta variável mostrou ser um fator de risco para o
excesso de peso na adolescência (OR = 2,86). Encontrou-se
uma correlação significativa (p<0,001) entre o estado nutricional dos adolescentes com o de seus pais. Verificou-se que no
grupo com excesso de peso 37,6% de suas mães e 31,7% de
seus pais também eram obesos, sendo que adolescentes filhos
de mães obesas tem aproximadamente quatro vezes mais
chance de apresentarem excesso de peso (OR=3,89), enquanto
que os filhos de pais obesos tem chance três vezes maior de
apresentarem excesso de peso (OR=2,97). Conclusões: pelos
resultados encontrados indica-se a monitoração destas variáveis
em estágios precoces da vida, como forma de auxiliar o controle da obesidade observada atualmente nesta faixa etária.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S17
Adolescência
Código Trabalho:622
Título: RELATO DE CASO: SÍNDROME DE STURGE WEBER EM
ADOLESCENTE DO SEXO MASCULINO - ALTERAÇÕES CLÍNICAS
Autores: MARISA LAZZER POIT;LÍGIA DE FÁTIMA NÓBREGA
REATO;ALEXANDRE MASSASHI HIRATA;DANILA MAYUMI
WASSANO;LÍVIA KSYVICKS
Instituição: Faculdade de Medicina do ABC
Cidade/UF: SÃO BERNARDO DO CAMP/SP
Resumo:
Introdução: A síndrome de Sturge Weber é uma malformação
congênita, de etiologia desconhecida, caracterizada pela
presença de angiomatose da leptomenige e da face. Acredita-se
ser causada pela persistência de um plexo vascular ao redor da
porção cefálica do tudo neural. Caracteriza-se por uma
angiomatose corticocerebral, calcifacações cerebrais, epilepsia,
nevo facial, alterações oculares. O padrão de herança genética
da SSW é autossômico dominante com expressão variável. Não
há correlação com sexo ou raça. Como a síndrome tem
evolução clínica variável, Roach classificou as angiomatoses
encefalofaciais em tipos I,II,III. A incidência de angiomas
faciais tipo mancha em vinho do porto (Roach tipo II) é
comum, acometendo 3:1000/nascidos vivos, porém somente 5
a 10% desses são caracterizados como SSW-tipoI. A SSW-tipos
I e III tem incidência rara, acometendo 1:50000/nascidos vivos.
Essa incidência vem aumentando devido à melhora de técnicas
de neuroimagem e ressonância nuclear magnética que
permitem a detecção de casos de SSW sem angioma facial
(Roach tipo III). Relato de Caso: JSS, sexo masculino, 12 anos
e 1 mês, branco. Veio encaminhado por apresentar sentimento
de menor valia. A mãe refer que o filho é acompanhado nos
Serviço de Oftalmologia e Dermatologia, para controle de
perda de visão e glaucoma em olho D, e aplicação de laser em
hemangioma facial, respectivamente. Ao exame clínico apresentava micrognatia com protusão da arcada dentária superior
com alteração de mordida, mácula vinhosa em hemiface direita.
Encaminhado para avaliação com Cirurgia Plástica e
Psicologia. Discussão: A SSW apresenta-se clinicamente com
alterações dermatológicas, neurológicas e oculares. As alterações dermatológicas ocorrem porque o angioma facial está
relacionado com a distribuição cutânea do nervo trigêmeo,
podendo afetar metade da face e extender-se para o pescoço
ultrapassando ou chegando próximo à linha média da face. As
alterações neurológicas são decorrentes da angiomatose
leptomeníngea e podem incluir convulsões focais e hemiparesia
(contralaterais ao lado afetado), atrofia cerebral, ipsilateral ao
angioma facial, hemiplegia e retardo mental. O paciente apesar
da angiomatose leptomeníngea, é neurologicamente normal. As
alterações oculares mais frequentes são: glaucoma (30 a 70%)
e hemangioma de coróide (em 1/3 a 1/2 dos casos relatados na
literatura). O nosso paciente apresenta glaucoma secundário
pós trabecular devido ao aumento da pressão venosa episcleral
e hemangioma de coróide acometendo a área macular.
Conclusões: O acometimento oftalmológico freqüente na SSW
mostra a importância do encaminhamento precoce ao oftalmologista evitando principalmente complicações glaucomatosas e
retinianas, que podem levar à perda de visão. A integração
multidisciplinar é indispensável para melhora do prognóstico
do paciente já que permite a abordagem de todas as manifestações e complicações clínicas da SSW, além de permitir o
diagnóstico precoce de pacientes com a doença.
Código Trabalho:36
Título: SÍNDROME DE TURNER NA ADOLESCÊNCIA
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;TATIANA SÁ
MAGALHÃES;CLAUDIA BRAGA CARDOSO;ISABEL CRISTINA
SILVA BOUZAS
Instituição: UERJ / NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Turner (ST) foi descrita em 1938
por Turner que a caracterizou por baixa estatura, hipogonadismo, pescoço alado e cubitus valgus. Ocorre em aproximadamente 1 a cada 2.500 meninas nascidas vivas, sendo umas
das alterações cromossômicas mais frequentes no sexo feminino. Decorre de uma deficiência total ou parcial de um dos
cromossomos X e os cariótipos mais comuns são: 45,X em 50%
dos casos e os mosaicos: 45,X/46XX e 45,X/46Xi(Xq), cada
um encontrado em 15% dos casos. O quadro clínico é caracte-
S18
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
rizado por baixa estatura, disgenesia gonadal, malformações e
estigmas diversos, como palato em ogiva, cubitus valgus,
epicanto, entre outros. No período neonatal, o achado mais
comum é o linfedema de mãos e pés, podendo haver higroma
cístico ou hidropsia fetal. Na infância o principal sintoma é a
baixa estatura, com desaceleração do crescimento na idade
escolar. Na adolescência podem ser observados baixa estatura
associada à ausência de estirão puberal e aparecimento dos
caracteres sexuais secundários, amenorréia primária e infertilidade. A baixa estatura está presente em quase todos os casos,
determinando uma estatura final bastante comprometida. O
hormônio de crescimento (HGHr) é recomendado para os casos
de pior prognóstico estatural, promovendo um acréscimo de 8 a
10 cm na estatura final. Objetivos: Avaliar as causas e consequências do diagnóstico tardio da ST, na adolescência.
Métodos: Foram avaliados 5 casos de pacientes encaminhadas
ao ambulatório do NESA/HUPE, no período de julho de 2000 a
dezembro de 2005, para avaliação clínica, sendo feito o diagnóstico de ST. Foram avaliados: o motivo do encaminhamento,
a idade do primeiro atendimento, a presença de dismorfias e
puberdade espontânea. Resultados: Dentre os motivos do
encaminhamento: nenhum foi por suspeita de ST, 2 foram
encaminhadas exclusivamente por baixa estatura, 1 por baixa
estatura associada à amenorréia primária, 1 por baixa estatura
associada a atraso puberal e 1 por amenorréia primária. Dentre
essas pacientes, todas apresentavam baixa estatura e estigmas
em graus variados, 3 apresentavam puberdade espontânea e 1,
cardiopatia. Avaliando a idade da primeira consulta no NESA,
temos: 12 anos, 12 anos e 5 meses, 17 anos e 3 meses 15 anos e
6 meses e por fim 13 anos e 6 meses. O cariótipo de 3 destas
demonstrava mosaicismo. Conclusões: A baixa estatura deve
sempre ser avaliada para exclusão de ST. Mesmo as pacientes
com puberdade espontânea devem ser criteriosamente analisadas, pois esta última não invalida o diagnóstico de ST,
sendo um fator prejudicial para a estatura final. Os pediatras
devem estar atentos às manifestações clínicas da ST, pois seu
diagnóstico precoce, com reconhecimento das malformações e
de co-morbidades associadas, bem como a utilização do HGHr
, promovem uma qualidade de vida melhor para essas
pacientes.
Código Trabalho:632
Título: TAXAS BIOQUÍMICAS E ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS
DE ADOLESCENTES MATRICULADOS NO ENSINO PÚBLICO E
PRIVADO DE CAMPINA GRANDE-PB.
Autores: DANIELLE FRANKLIN CARVALHO;MARIA APARECIDA
ALVES CARDOSO;WILMA VASCONCELOS SOUSA;MARIA
STEFANIA NÓBREGA BATISTA;ANDREA CAROLINO
MONTE;GUSTAVO HENRIQUE FIORENTINO
Instituição: Universidade Estadual da Paraíba
Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB
Resumo:
Introdução: A alta prevalência de sobrepeso/obesidade apresenta-se como grave problema de saúde pública, especialmente
pelo crescimento entre crianças e adolescentes e pelas complicações associadas. Objetivos: Estudar os índices
antropométricos e as taxas bioquímicas (glicemia, colesterol
total, lipoproteínas HDL, LDL e VLDL, e triglicérides) de
adolescentes de Campina Grande-PB. Métodos: Estudo transversal com 180 adolescentes de 14 a 17 anos, de escolas
públicas e privadas de Campina Grande-PB. Foram coletados
cerca de 5mL de sangue de cada adolescente, por punção
venosa, após jejum prévio de 10-12h. As análises bioquímicas
foram realizadas no Laboratório de Análises Clínicas (LAC) da
Universidade Estadual da Paraíba e interpretadas segundo os
valores propostos pelo American Diabetes Association (1999) e
o III Consenso Brasileiro de Dislipidemia (2001). Foram
tomadas medidas de peso e altura para construção do Índice de
Massa Corporal (IMC). O diagnóstico nutricional foi feito com
referência no SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional), que adota o critério de classificação percentilar
do IMC, segundo idade e sexo, do padrão National Health and
Nutrition Examination Survey. A análise foi feita pelo
EPIINFO, versão 2.0. A normalidade da distribuição foi
avaliada pelo teste de Komolgorov-Smirnov. Foi feita análise
descritiva dos resultados e posteriormente análise univariada,
com a aplicação de testes de hipótese. Foi considerado o intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%
(p<0,05). Resultados: Dos 180 adolescentes avaliados, 95
Adolescência
(52,8%) eram do ensino público e 85 (47,2%) do privado,
sendo 70 (38,9%) do sexo masculino e 110 (61,1%) do feminino. Com relação ao estado nutricional, 83,9% dos estudantes
mostraram-se eutróficos, 14,4% com sobrepeso e 1,7% com
baixo peso. Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significantes para essas variáveis quando estratificados por
sexo e tipo de escola. À exceção da glicemia, todas as taxas
bioquímicas investigadas mostraram-se alteradas. Chamou à
atenção a alteração da lipoproteína HDL, observada em 56,7%
dos adolescentes. Registrou-se associação estatisticamente
significante (p?0,05) entre o IMC, categorizado em tercis, e o
colesterol total e sua fração LDL, inclusive quando estratificados por sexo e tipo de escola. Os testes estatísticos apontaram
diferenças entre o colesterol total para meninos e meninas, bem
como para as escolas pública e privada (p?0,05). Conclusões:
Os resultados mostram que cada vez mais adolescentes encontram-se acima do peso ideal e apresentam taxas bioquímicas
alteradas, o que os torna mais suscetíveis a doenças como
obesidade, dislipidemias e diabetes, por exemplo. Diante disto,
recomenda-se que medidas preventivas sejam adotadas desde a
infância, a fim de evitar que cada vez mais adolescentes
venham a se tornar adultos portadores de obesidade e outras
doenças crônicas.
Código Trabalho:543
Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DO SOBREPESO E DA
OBESIDADE EM ADOLESCENTES MASCULINOS NAS CINCO
MACRO REGIÕES DO BRASIL, NUM PERÍODO DE VINTE ANOS
Autores: VERA LUCIA VASCONCELOS;TIAGO MARIA
LAPA;EDUARDO FREESE CARVALHO;ANA LUCIA RIBEIRO
VASCONCELOS;WAGNER ABREU LOPES
Instituição: Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães-FIOCRUZ
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução:A Obesidade e o sobrepeso apresentam dimensões
epidêmicas globais, e são fatores de risco relevantes para o
surgimento de doenças crônicas. O perfil epidemiológico do
Brasil vem mudando muito nas últimas décadas, contribuíndo
para ascensão deste problema. Objetivos: O estudo visa determinar a prevalência do sobrepeso e da obesidade no Brasil, nas
cinco macro regiões, em cada estado separadamente, e posteriormente verificar a tendência temporal. Métodos: Utilizou-se
como fonte de informações, o Banco de Dados do Exército
Brasileiro, com 4.031.297 adolescentes masculinos de 17-19
anos de idade, residentes em todos os estados do Brasil de
1980-2000. Realizou-se cinco cortes transversais a cada cinco
anos, e quantificou-se a prevalência anual do sobrepeso e da
obesidade por estado. Consideramos sobrepeso, índice de
massa corporal(IMC) entre 25-29,9 Kg/m² e obesidade IMC?30
Kg/m² de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Resultados: Analisando-se as prevalências de sobrepeso e de
obesidade, verificamos que a curva é ascensional, mostrando
que a tendência temporal nos últimos vinte anos é crescente no
Brasil, com uma razão de prevalência de 2,58 para sobrepeso e
de 8,18 para obesidade, quando comparada a prevalência inicial
com a final do período estudado. Esta tendência epidemiológica foi observada igualmente nas cinco macro regiões e nos
diferentes estados, quando analisadas separadamente. Em todos
os estados, a prevalência do sobrepeso foi maior que a da obesidade. Porém, a velocidade de incremento da obesidade foi mais
alta que a do sobrepeso. A velocidade de ganho para o
sobrepeso foi maior no Nordeste, com uma razão de
prevalência bem acima da taxa do Brasil como um todo, e
menor na região Norte. No Sudeste, em todo o período analisado e em quase todos os estados, as taxas de sobrepeso
cresceram acentuadamente, vindo a ocupar a posição da
segunda maior razão de prevalência em relação as demais
regiões do Brasil. No Centro-Oeste as prevalências de
sobrepeso cresceram acentuadamente em todos os estados.
Numa análise global, observamos que no Sul e Sudeste as taxas
de sobrepeso foram acima dos valores do país em praticamente
todos os anos. Em relação a obesidade, verificamos que a razão
de prevalência em sua totalidade foi mais alta que a do
sobrepeso, mostrando curva ascensional. Os dados mostram
que o Nordeste também teve o maior incremento para a obesidade, alcançando taxas maiores que as do Brasil. A segunda
maior velocidade de ganho para a obesidade foi apresentada
pela região Norte, e a menor velocidade pela região CentroOeste. Na região Sul e Sudeste em todos os anos, as taxas
foram superiores às apresentadas pelo Brasil. Observamos
também, que em todo o período estudado e na maioria das
regiões do país, houve uma forte correlação linear, exceto no
Centro-Oeste que mostrou correlação negativa. Conclusões:A
tendência secular do sobrepeso e da obesidade em adolescentes
masculinos brasileiros é crescente de 1980-2000.
Código Trabalho:1162
Título: TENTATIVA DE SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA: PERFIL
DAS INTOXICAÇÕES EXÓGENAS NOTIFICADAS PELO CEATOX
(CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA) DE PERNAMBUCO,
NO PERÍODO DE 2002 A 2006.
Autores: MARIA LUCINEIDE PORTO AMORIM;VALQUÍRIA
WANDA SANTOS;AMÉRICO ERNESTO OLIVEIRA JR
Instituição: centro de assistência toxicológica de
Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O índice de suicídio entre adolescentes triplicou
nos últimos 20 anos. No Brasil, entre 26 a 30% dos suicídios
ocorrem em indivíduos de até 24 anos, constituindo, assim, um
grave problema de saúde pública. A adolescência caracteriza-se
por uma etapa de conflitos e contradições devido a múltiplas
situações novas e pressões sociais que o indivíduo vivencia.
Estes e diversos outros fatores podem favorecer risco potencial
de comportamento autodestrutivo. Objetivos: Analisar o perfil
epidemiológico das tentativas de suicídio na adolescência,
compreendendo a faixa dos 10 aos 19 anos, notificadas pelo
CEATOX do Hospital da Restauração/Recife-PE, no período
de fev/ 2002 a fev 2006. Métodos: O levantamento dos dados
foi realizado através de estudo retrospectivo das fichas de notificação de ocorrências toxicológicas que integram o banco de
dados do CEATOX /PE, no período de fev/2002 a fev/2006,
onde foram estudadas as intoxicações exógenas agudas em
adolescentes de 10 a 19 anos, segundo: faixa etária, sexo,
circunstância, agente tóxico e mortalidade, analisados de
acordo com a distribuição de freqüência. Resultados: Foram
notificados no período citado, 1321 casos de intoxicação
exógena. Destes, 997 (75.4%) foram tentativas de suicídio,
sendo 892 (67.5%) do sexo feminino e 389 (29.4%) do sexo
masculino. Observamos, no entanto, que o número de casos nos
adolescentes masculinos, embora menor em todo período, tem
crescido a cada ano. A faixa etária mais acometida foi de 16 a
19 anos, com 771 (58.3%) intoxicações, sendo 16 anos com
178 (13.4%), 17 com 179 (13.5%), 18 com 213 (16%) e 19
anos com 201 (15.2%). Houve predomínio de intoxicações por
chumbinho (agrotóxico comumente utilizado como raticida)
com 649 (48.9%), seguido de medicamentos, 449 (33.9%).
Foram registrados 10 (0.7%) óbitos, 6 do sexo feminino e 4
masculino, 7 por carbamato e 3 por causas desconhecidas, 3
casos aos 15 anos, 3 aos 19, 2 aos 16, 1 aos 11 e 1 aos 14.
Conclusões: Foi constado crescente prevalência da ingesta
intencional do carbamato pelo sexo feminino no final da
adolescência. Estes dados evidenciam a importância de aprofundarmos estudos sobre fatores sociais, emocionais, culturais
que poderiam estar envolvidos na ideação suicida na
adolescência, bem como, a identificação de recursos
estratégicos que facilitem a detecção precoce dos sinais que
precedem a tentativa de suicídio, e mais ainda, a desmistificação, intervenção e tratamento adequado dos casos, no esforço
de, assim, minimizarmos as ocorrências, reincidências e casos
letais neste grupo populacional.
Código Trabalho:34
Título: TUBERCULOSE PULMONAR NA ADOLESCÊNCIA: UMA
APRESENTAÇÃO INCOMUM DE UMA DOENÇA COMUM
Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES
CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ
HENRIQUE WITHERS AQUINO
Instituição: UERJ / NESA
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A Tuberculose é um grave problema de saúde
pública, sendo uma das principais causas de morbimortalidade
no mundo. Foi demonstrado um aumento de sua incidência na
década de 90 relacionado ao aumento populacional urbano, à
pobreza e à infecção pelo HIV. Em nosso meio há dois picos de
incidência: um na primeira infância e o outro no final da
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S19
Adolescência
adolescência/início da vida adulta, comprometendo dessa
forma, a fase mais produtiva da vida desse indivíduos. O papel
do profissional de saúde em diagnosticar e tratar o mais precocemente possível, bem como identificar os contactantes, resulta
num maior controle dessa endemia. Objetivos: Considerar a
importância do diagnóstico de tuberculose na adolescência.
Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 19 anos, residente
em Duque de Caxias, RJ, em casa de alvenaria, com condições
satisfatórias de saneamento básico, sem história epidemiológica relevante, iniciou quadro de emagrecimento de aproximadamente 5 Kg em 2 meses, associado à tosse seca e febre
esporádica. Procurou assistência médica em posto de saúde
onde foi iniciada investigação. Foi realizado exames laboratoriais que evidenciaram uma anemia normocítica e
normocrômica, dosagem hormonal tireoidiana dentro dos
valores normais, Rx tórax demonstrando infiltrados nodulares
difusos, bilateralmente, poupando ápices pulmonares, 2 PPD
não reatores e 4 BAAR negativos. Encaminha para o NESA/
HUPE para investigação. Admitida na enfermaria do NESA em
08/05/2006 encontrando-se desnutrida (IMC: 12,5 kg/m2).
Iniciada investigação complementar com Tomografia
Computadorizada de tórax que evidenciou múltiplas opacidades acinares difusamente distribuídas com áreas de
coalescência predominantemente nos segmentos superiores dos
lobos inferiores, poupando os ápices; hilos de aspecto normal.
Exame do escarro: baciloscopia e exame micológico direto
negativos. Sorologia para HIV: negativa. Pesquisa de outros
fungos:negativa (cultura e sorologia). Broncoscopia: mucosas
sem alterações, com discreta quantidade de secreção purulenta
nos lobos inferior direito e médio. O diagnóstico de
Tuberculose Pulmonar (TP) foi confirmado com a baciloscopia
direta do lavado broncoalveolar, sendo iniciado esquema RIP,
sendo encaminhada ao ambulatório de tuberculose do HUPE
para acompanhamento. Conclusões: Mesmo apresentando uma
história epidemiológica irrelevante, um aspecto radiológico
fora dos padrões esperados, prova tuberculínica não reatora e
baciloscopias inicialmente negativas, o diagnóstico de TP deve
sempre ser considerado devido a sua elevada incidência na
adolescência e prevalência no nosso meio.
S20
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Arquivos de Pediatria
Alergia
e Imunologia
Alergia
e imunologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S31
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 468
Título: A PERCEPÇÃO DE BRONCOESPASMO INDUZIDO POR
EXERCÍCIO NAS CRIANÇAS E NOS ADOLESCENTES INFLUENCIA
A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS ?
Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;DECIO MEDEIROS;MARIA
EUGENIA MOTTA;ALMERINDA REGO SILVA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Crianças asmáticas frequentemente têm crises
desencadeadas por exercício físico. Por outro lado, muitas mães
têm medo de permitir que seus filhos façam atividades físicas.
Objetivos: avaliar se a percepção de broncoespasmo induzido
por exercício determina a atitude dos adolescentes e dos pais
das crianças em evitar a prática de esportes e exercícios.
Métodos: Foi realizado estudo transversal incluindo 62
crianças e adolescentes com mediana de idade de 9,5 anos
(percentis 25 e 75: 7 - 12 anos) e diagnóstico clínico de asma.
Os pacientes asmáticos consecutivamente atendidos em um
ambulatório especializado responderam a um questionário que
incluía as questões "evita participar de esportes ou brincadeiras
devido à asma?", "tem cansaço quando joga ou brinca?", "tem
chiado no peito quando joga ou brinca?" e "tem asma quando
joga ou brinca?". Resultados: Dos pacientes entrevistados,
37% (23/62) afirmaram evitar a prática de esportes ou
brincadeiras devido à presença de asma. Entre os pacientes que
evitavam exercícios, 91,3% (21/23) afirmaram apresentar
cansaço após exercício, enquanto isso foi relatado em apenas
44,7% (17/38) dos que não evitavam (2 = 11,32; p = 0,0008).
Entre os pacientes que evitavam exercícios, 74% (17/23)
confirmaram ter chiado no peito após exercício, enquanto isso
foi relatado por 28,2% (11/39) dos que não evitavam exercícios
(p = 0,001). Entre os pacientes que evitavam exercícios,
observou-se que 74% (17/23) informaram ter asma após
exercício, enquanto isso foi relatado por 33,3% (13/39)
daqueles que não evitavam exercícios (p = 0,005). Conclusões:
a maioria dos pacientes asmáticos evita exercícios apenas
quando evidencia sintomas ou crise asmática diretamente
relacionada à prática de atividades físicas.
Código Trabalho: 700
Título: ALERGIA ALIMENTAR: EXAMES COMPLEMENTARES
AJUDAM NO DIAGNÓSTICO?
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;GISELIA PONTES
ALVES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;EUGÊNIA
MOTTA;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Exames complementares têm sido utilizados na
tentativa de confirmação de uma suspeita diagnóstica clínica.
Será que realmente esses exames laboratoriais contribuem para
o diagnóstico de casos de alergia alimentar? Objetivos:
Verificar a concordância entre a história clínica positiva para
alergia alimentar e os resultados dos exames complementares
realizados em crianças. Métodos: Pacientes encaminhados com
quadro clínico suspeito de alergia alimentar, na faixa etária de
entre 1 e 5 anos de idade, foram submetidos a um questionário
de triagem. Após confirmação da suspeita diagnóstica por esse
questionário, as crianças foram incluidas no projeto e
realizados teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (prick
test) para caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina,
clara de ovo, gema de ovo, trigo e amendoim, e patch test (teste
para pesquisar alergia alimentar mediada por células na pele)
para proteína do leite de vaca, clara de ovo, gema de ovo, trigo
e amendoim. O prick test foi considerado positivo quando a
pápula era maior que 3mm em relação ao controle negativo. O
patch test foi considerado positivo quando durante a 2ª leitura
do 5º dia, ocorresse hiperemia ou edema no local de contato do
alérgeno. Resultados: Foram encaminhadas 46 crianças para o
serviço. Três delas não se enquadraram no projeto e foram
descartadas. Das 43 restantes, 25 eram do sexo masculino e 18
do feminino. Doze crianças apresentaram prick test positivo e
seis o patch test. Doze apresentaram ambos positivos. Dessa
forma, 70% das crianças apresentaram ou prick ou patch testes
positivos e 30% os dois positivos ao mesmo tempo. A literatura
considera que o valor preditivo positivo (VPP) para o
diagnóstico de alergia alimentar é próximo a 100% quando
ambos os testes estão positivos, podendo assim dispensar a
S32
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
realização do teste padrão ouro diagnóstico, a provocação oral
com alimentos. É referido ainda, que criança com prick test
positivo e história de reação recente ao alérgeno testado,
também poderiam ser consideradas alérgicas alimentares.
Dessa forma, observamos que em 60% dos casos poderíamos
afirmar que a criança é portadora de alergia alimentar, sem a
necessidade da realização do desencadeamento oral.
Conclusões: o prick e o patch testes podem ajudar no
diagnóstico das crianças suspeita de possuírem alergia
alimentar.
Código Trabalho: 443
Título: ASSOCIAÇÃO DA PRESENÇA DA CICATRIZ DA VACINA
BCG E DIAGNÓSTICO DE ASMA EM ADOLESCENTES NA CIDADE
DE RECIFE.
Autores: MARCELA AMORIM;ALDO COSTA;NICODEMOS
PONTES;ANTÔNIO GONÇALO;DEBORAH SCHOR;EMANUEL
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A vacina de BCG é considerada como tendo
potencial imunomodulador, quando administrada estimularia
uma resposta imunológica baseada em linfócitos Th1,
equilibrando ou mesmo diminuindo a resposta de linfócitos
Th2 responsáveis pela atopia. Objetivoa: Verificar a associação
de pelo menos 01 cicatriz de vacina BCG e diagnóstico de asma
em adolescentes de escolas públicas de Recife-PE. Métodos:
Estudo descritivo exploratório inicial, onde 429 adolescentes
de escolas públicas foram incluídos. Foi procedido à
identificação dos alunos (nome, idade e sexo), aferição de peso
e altura, identificação da presença de cicatriz de BCG e
mensuração da mesma e, em seguida, aplicado um questionário
ISAAC sendo considerado o diagnóstico prévio de asma
realizado por Médico. Resultados: Das 429 crianças estudadas,
382 (89%) possuíam pelo menos uma cicatriz de BCG,
existindo uma resposta de asma diagnosticada de 23,3%
(100/429). Conclusões: Verifica-se que apesar de uma ampla
cobertura vacinal para BCG, estes adolescentes apresentam
prevalência de asma diagnosticada semelhante ao referido na
literatura.
Código Trabalho: 464
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE DURAÇÃO E TIPO DE
AMAMENTAÇÃO E ADOLESCENTES ASMÁTICOS NA CIDADE DE
CARUARU - PE.
Autores: JANAINA MARIANO;EMANUEL SARINHO;DEBORAH
SCHOR;ALMERINDA REGO SILVA;DIRCEU SOLÉ;SILVIA WANICK
SARINHO
Instituição: CENTRO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
: ALERGIA E IMUNOLOGIA
Contato: [email protected]
Resumo:
Objetivos: Avaliar a associação da presença e tipo de
amamentação em adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo de
caso-controle com adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de
Caruaru-PE. Composta de 50 asmáticos e 150 controles
selecionados através da questão dois do questionário de asma
do ISAAC. Foi Aplicado questionário composto de 33 questões
para investigação das seguintes variáveis: presença de
amamentação, tempo de amamentação e amamentação
exclusiva. Resultados: A presença da amamentação um OR =
1,17 com um IC = 0,51 a 2,70, O tempo de amamentação não
teve diferença estatística (p=0,585), bem como a amamentação
exclusiva (p=0,239). Conclusões: Nenhuma das variáveis
estudadas mostrou associação significativa com a presença de
asma no adolescente
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 1238
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DE ASMA E FAIXA
ETÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES . ISAAC FASE 3.
Autores: JACKELINE MOTTA FRANCO;RICARDO QUEIROZ
GURGEL;DIRCEU SOLÉ
Instituição: Universidade Federal de Sergipe
Cidade/UF: ARACAJU/SE
Resumo:
Introdução: A mudança no predomínio da prevalência da asma
do sexo masculino ocorre na época da puberdade, podendo
estar associada às diferenças biológicas e fenotípicas entre os
sexos. Objetivos: Avaliar a associação entre sintomas de asma
e faixa etária entre crianças e adolescentes, utilizando o
questionário padronizado (QE) ISAAC. Métodos: As escolas
tanto na rede pública como privada foram sorteadas por
amostragem aleatória estratificada garantindo a proporcionalidade segundo domínio escolar e localização por distrito. Os
questionários foram respondidos pelos adolescentes na sala de
aula, sob supervisão dos pesquisadores, e pelos pais ou
responsáveis das crianças de 6-7 anos, em casa. Para análise
comparativa foi utilizado o teste do qui-quadrado (CHI 2) e
nível de significânciade 0.05. Resultados: Foram obtidos 2443
QE completamente respondidos entre as crianças e os
adolescentes. A análise comparativa mostrou haver associação
entre as duas faixas etárias e os sintomas relacionados nos
últimos meses nas questões: menos de 4 crises - CHI 2=
10.5**, sono prejudicado < 1 noite / semana - CHI 2= 11.8**,
mais de 1 noite / semana - CHI 2= 4.73* , fala prejudicada CHI 2= 12.04***, asma alguma vez - CHI 2= 19.33***, chiado
aos exercícios - CHI 2= 57.6*** e tosse seca sem infecção CHI2= 21.3***. Nas questões em que houve associação , a
proporção de respostas afirmativas foi maior entre adolescentes
1.1-1.2:1, à exceção da questão relacionada ao sono
prejudicado em que as crianças compareceram em maior
número. Conclusões: Existe associação entre diferentes
sintomas de asma e as faixas etárias, com proporção de
respostas afirmativas significantemente maior, entre os
adolescentes.
Código Trabalho: 387
Título: DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SINDROME DE FREYRELATO DE CASO
Autores: DEBORAH SCHOR;CARINA MEDEIROS;ADRIANA
AZOUBEL ANTUNES;ROSANA CHAGAS;IRAMIRTON
MOREIRA;GLADYS QUEIROZ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA- UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Frey é caracterizada pelo
surgimento, geralmente unilateral, de eritema cutâneo,
sensação de calor, sudorese e dor na de distribuição cutânea do
nervo auriculotemporal como resposta a estímulos gustativos e,
excepcionalmente, táteis, em conseqüência de lesão das fibras
parassimpáticas do referido nervo. É uma entidade pouco
descrita na infância; tem início habitualmente no primeiro ano
de vida, coincidindo com a introdução de alimentos sólidos, daí
o diagnóstico diferencial com alergia alimentar. Objetivos:
Relatar um caso de Síndrome de Frey e fornecer subsídios
teóricos para que seja realizado seu reconhecimento precoce.
Relato de Caso: LCRS, 11 meses de idade, masculino, natural e
procedente de Recife - PE. Com 5 meses de vida apresentou
lesão eritematosa em hemiface esquerda, que surgiu após
ingestão de alimentos sólidos e desapareceu espontaneamente
em poucos minutos. Nascido de parto vaginal por fórceps, peso
ao nascimento 3.369g, APGAR 9 e 10. Iniciou leite artificial
como complemento aos 15 dias de vida. Com dois meses
chorava muito à noite, melhorou com a retirada do leite
artificial e derivados de leite de vaca da dieta materna. Aos
cinco meses iniciou leite de soja modificado e outros alimentos
na dieta. Ao exame observaram-se lesões eritematosas em
hemiface esquerda, sem pápulas ou dor local. O diagnóstico
definitivo foi estabelecido após Teste de Provocação Oral com
a ingesta de alimentos sólidos, não havendo a necessidade,
portanto, de exames complementares. Conclusões: A síndrome
de Frey, freqüentemente confundida nos ambulatórios
especializados com quadros de urticária aguda, na infância é
um processo benigno, que tende a diminuir progressivamente
até que os sintomas desapareçam; seu diagnóstico precoce,
baseado, na anamnese, é importante, a fim de evitar exames
complementares desnecessários e dietas de exclusão alimentar.
O presente caso alerta para essa possibilidade diagnóstica.
Código Trabalho: 510
Título: DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICA E
POSSÍVEIS MARCADORES PESSOAIS E FAMILIARES DE ATOPIA
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA; GISELIA ALVES
PONTES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO; ERNANI PEREIRA
SILVA; PEDRO ALVES
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Área: ALERGIA E IMUNOLOGIA
Contato: [email protected]
Resumo:
Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
possui prevalência em torno de 10% entre os lactentes
regurgitadores, podendo ser mais prevalentes em crianças
atópicas. Objetivos: Verificar em lactentes menores de um ano
de vida se marcadores pessoais e familiares de atopia são mais
presentes em um grupo de crianças com (DRGE) em relação a
um grupo de crianças com Regurgitação Infantil (RI).
Métodos: O desenho de estudo foi do tipo transversal
(prevalência), com posterior análise do tipo caso controle. A
população foi constituída por crianças menores de um ano de
idade com história de episódios de regurgitação durante um
período mínimo de três semanas. Foi selecionada uma amostra
de 434 lactentes para estimar a prevalência de marcadores
pessoais e familiares de atopia. A amostra foi analisada com a
intenção de evidenciar uma possível associação entre DRGE
com esses marcadores. As definições de DRGE e RI foram
baseadas no critério de Roma II e as de marcadores pessoais e
familiares de atopia foram baseadas no escore de Martinez.
Resultados: Entre crianças estudadas, 24,88% (108/434),
apresentaram marcadores pessoais e familiares de atopia
positivo, mas não houve diferença significativa do ponto de
vista estatístico (p = 0,07) entre os pacientes com DRGE
(43/434) e RI (391/434). Conclusões: Os pacientes com DRGE
não apresentaram associação significativa com marcadores
pessoais e familiares de atopia, quando comparados a pacientes
com RI.
Código Trabalho: 53
Título: DOENÇA GRANULOMATOSA CRÔNICA - RELATO DE
CASO
Autores: MILENE GAVIOLI;LUIZ CAMILO DE FREITAS;BRUNA
CONDÉ;LUCY MARY SHINTANI;ANTONIO CONDINO
NETO;MARIA CÂNDIDA RIZZO
Instituição: Hospital Infantil Menino Jesus; UNICAMP,
UNIFESP
Cidade/UF: SÃO CAETANO DO SUL/SP
Resumo:
Introdução: A DGC é uma imunodeficiência primária rara
(1/200 000 nascimentos vivos) e caracteriza-se por infecções
recorrentes devidas a alterações na NADPH oxidase, com
conseqüente baixa produção de ânion superóxido pelos
neutrófilos. Clinicamente observam-se grandes coleções
purulentas sem a resolução do processo. A DGC pode ser
causada por mutações em uma das 4 moléculas estruturais do
NADPH oxidase: gp91 phox, p47 phox p22 phox p67 phox.
Aproximadamente 2/3 dos pacientes com DGC apresentam
mutações no gp91 phox e uma herança recessiva ligada ao X.
O restante é autossômico recessivo. Independente do genótipo,
os pacientes apresentam formação de granulomas e infecções
recorrentes por organismos catalase-positivos, especialmente
Staphylococcus
aureus.,
Aspergillus
spp.,Serratia
marcescens.,Nocardia spp. e Burkholderia cepacia. O
diagnóstico da DGC é feito pelo nitroblue tetrazolium teste
(NBT) ou variantes do mesmo. Objetivos: Os autores
descrevem a grave evolução de uma criança do sexo masculino,
portadora de DGC e acompanhada em um Hospital Público de
São Paulo (HIMJ). Relato de caso: Descrição do caso:
GDB,sexo masculino, 11 meses, 10 filho de pais não
consangüíneos, natural de Registro-SP. Nasceu a termo, parto
normal, sem intercorrências perinatais. Não houve cicatrização
do umbigo desde o nascimento, com formação de coleção
purulenta no local. Foi inicialmente drenado e tratado com
antibioticoterapia de amplo espectro, com má evolução, tendo
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S33
Alergia e Imunologia
sido submetido à cirurgia para debridamento de material
necrótico, aos 5 meses. Aos 2 meses, após receber uma dose de
vacina anti-hepatite B, apresentou abscesso em coxa direita,
que precisou receber abordagem cirúrgica aos 7 meses, ao ser
internado em nosso serviço, onde ainda permanece. Houve
cicatrização completa desta lesão, com retração de pele no
local. Nesta ocasião mantinha a ferida umbilical, quadro
mantido até hoje, apesar de intervenção cirúrgica no último
mês. Há 40 dias atrás, após uma punção venosa periférica,
desenvolveu novo abscesso em braço esquerdo. Desde o
nascimento mantém-se praticamente todo o tempo em
antibioticoterapia. Nos últimos 4 meses tem recebido
sulfa-trimetropim e itraconazol, em doses habituais, como
medicação profilática e cursos de antibioticoterapia. O
hemograma mostrou anemia hipocrômica microcítica e
leucocitose (30 a 80.000/mm3) com predomínio de neutrófilos.
Não se conseguiu isolar agentes infecciosos na hemocultura e
sim na secreção umbilical: Enterococcus sp, Staphylococcus
coagulase negativa e Pseudomonas aeruginosa. Foram normais
as dosagens séricas de imunoglobulinas e o ELISA para HIV
foi negativo. Foi avaliada a atividade NADPH oxidase dos
leucócitos por citometria de fluxo, quantificando-se a produção
de H2O2 de neutrófilos e monócitos, ativados com
Phorbol-myristate-acetate (PMA). Monócito espontâneo
Monócito PMA Neutrófilo espontâneo Neutrófilo PMA Com
base nos resultados foi feito o diagnóstico de DGC e
aguardamos o diagnóstico.Paciente 0 1,6 0 5,5Controle 0 21,55
0 20,05
Código Trabalho: 395
Título: EDUCAÇÃO EM ASMA E AS DIFERENTES
CLASSIFICAÇÕES DA DOENÇA
Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;DEBORAH
SCHOR;MARÍLIA COUTINHO;ALMERINDA REGO SILVA;EMANUEL
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA- UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Comparação do impacto da educação em asma
entre familiares de pacientes com as diferentes classificações
da doença: asma intermitente (AI), asma persistente leve
(APL), asma persistente moderada (APM) e asma persistente
grave (APG). Métodos: Foram avaliados 58 pacientes com
asma acompanhados no Hospital das Clínicas de Pernambuco,
com faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os
critérios do Consenso Brasileiro. Os familiares das crianças
responderam a questionários compostos por 15 perguntas
básicas a respeito da doença, todas com respostas de dupla
escolha (sim ou não). Os questionários foram aplicados antes e
após a realização de reuniões explicativas sobre conceito,
fatores desencadeantes, controle ambiental e manejo da crise
da asma. Resultados: Os familiares dos pacientes que
compuseram o grupo classificado como APL foram os que
conseguiram um maior aumento do percentual de acertos nos
questionários antes e após as reuniões APL (45,31%),
comparados aos demais grupos: AI (39,39%), APM (38,8%) e
APG (37,68%). Em contrapartida, os responsáveis pelos
pacientes com APG foram os que obtiveram um desempenho
mais satisfatório nas respostas dos questionários aplicados
tanto antes (69% de acertos) como após as reuniões (95% de
acertos). Conclusões: As diferenças nos resultados podem
demonstrar que os pacientes graves, pelo maior convívio com a
asma e com serviços médicos, obtêm maior volume de
informações em relação aos demais. Por outro lado, a
similaridade dos percentuais dos acertos finais demonstrou que
todos os pacientes com os diferentes tipos de asma possuem
potencial de aprendizagem equivalente e que a educação em
asma pode se revelar acessível e eficaz, não importando a
tipologia da asma.
S34
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 440
Título: ERITEMA MULTIFORME MINOR RELACIONADO AO
HERPES SIMPLES EM PACIENTE PEDIÁTRICO: RELATO DE CASO
Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;ROSANA
CHAGAS;RITA ARAÚJO;ANA MARIA ARAÚJO;ALMERINDA REGO
SILVA
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O eritema multiforme (EM) caracteriza-se por
erupção mucocutânea aguda e autolimitada. Classifica-se nas
formas minor e major, conforme extensão de mucosas
acometidas e presença de sintomas sistêmicos. Cerca de 20%
dos casos de EM Minor ocorre em crianças, usualmente
adolescentes. Representa uma reação de hipersensibilidade a
uma série de fatores precipitantes. A infecção prévia por
Herpes simples é possivelmente o fator isolado mais
importante como precipitante do EM Minor. Episódios
repetidos são relatados em 50% dos casos. Objetivos: Relatar
um caso de Eritema multiforme em paciente pediátrico. Relato
de Caso: E. J. S., 13 anos e 8 meses, natural e procedente de
São Lourenço da Mata - PE. Relata erupções bolhosas
recorrentes em lábios que se estendem para cavidade oral e
pele, ao regredirem deixam manchas hipercrômicas, desde 2
anos de idade. Acompanhado de queda do estado geral, febre,
dor local, prurido após exposição solar. Seis episódios
semelhantes no ano anterior. Calendário vacinal atualizado.
Refere episódios anteriores de varicela, parotidite e otite
média. Mãe e irmã portadoras de asma e recorrência de Herpes
labial; Pai falecido por complicações de Tuberculose
glanglionar há 10 anos. Ao exame presença de hiperemia,
lesões ulceradas esbranquiçadas na mucosa oral, com halitose.
Na pele manchas hipercrômicas disseminadas no tronco e
membros superiores. Exames complementares: Leucograma
9.700 céls/mm3, sendo 5.432 céls/mm3 neutrófilos, 2.589
céls/mm3 linfócitos e 1.222 céls/mm3 eosinófilos. Teste de
Mantoux 14 mm; Radiografia do tórax sem anormalidades.
Imunoglobulinas (Ig): IgE 509.4 mg/dl, IgG 1.031 mg/dl, IgA
98,1 mg/dl, IgM 209 mg/dl; Sorologia para HIV negativa;
Complemento sérico: C3 - 120, C4 - 14.2; ASLO - 67.6.
Sorologia para Herpes IgG positivo e IgM negativo. Biópsia de
pele: Eritema polimorfo (multiforme) bolhoso. Iniciado
tratamento com aciclovir e o paciente evoluiu com melhora na
recorrência das lesões. Conclusões: A identificação dos fatores
precipitantes dos episódios recorrentes de eritema multiforme
reduz a morbidade da doença. O presente caso ilustra e reforça
a íntima relação entre o eritema multiforme Minor e infecções
por herpes simples, conforme dados da literatura atual.
Código Trabalho: 601
Título: ESTUDO MULTICÊNTRICO DE CITOMETRIA DE FLUXO
PARA EXPRESSÃO DE PROTEINA TIROSINA QUINASE (BTK) EM
MONÓCITOS DE PACIENTES COM HIPOGAMAGLOBULINEMIA.
Autores: SERGIO MASSAIUKI TANI;JORGE ANDRADE
PINTO;ANTONIO ZULIANI;PERSIO ROXO;ALMERINDA
SILVA;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA
Instituição: FCM-UNICAMP, FM-UFMG, FM-UNESP, FM-USP RP,
FM-UFPE
Resumo:
Introdução: Agamaglobulinemia ligada ao X (XLA; MIM#
300300) é causada pelo bloqueio na diferenciação das células
B, por mutações no gene (19 exons) da proteína Tirosina
Quinase de Bruton (BTK). Objetivos: Descrever as
características clínicas e expressão da proteina BTK em
monócitos de pacientes com hipogamaglobulinemia. Método:
Foram avaliados pacientes com hipogamaglobulinemia com
registros das Informações clínicas, dosagem das imunoglobulinas séricas e contagem de células B na primeira consulta. Para
avaliar a expressão de BTK em células mononucleares, por
citometria de fluxo, utilizaram-se anticorpos monoclonais
(anti-CD19 e anti-BTK). O genótipo foi analisado por
sequenciamento direto do cDNA sintetizado do RNA total e
DNA genômico amplificado por reação de polimerase em
cadeia (PCR), estudado por eletroforese em gel com
single-strand conformation polymorphism (SSCP) e
sequenciamento direto dos exons correspondentes.
Alergia e Imunologia
Resultados: Do total de 45 pacientes com hipogamaglobulinemia, diagnosticamos 28 pacientes como XLA, 14 como
imunodeficiência comum variável e 3 como Hiper IgM. No
grupo XLA, a mediana de idade para inicio dos sintomas foi de
12 meses (1-72), para idade ao diagnóstico foi 4 anos (0,4 - 14).
As dosagens de IgA mg/dL, IgG mg/dL e IgM mg/dL ao
diagnóstico foi de 5,5 (0,0-60); 168,5 (0,0-477), 18,0 (0,0-220)
respectivamente e no grupo de ICV a mediana de IgA foi 6,0
(0,0 -141), IgG 428 (58-867) IgM 13 (1,8-49). No grupo XLA
encontramos CD19 < 2% e mediana da expressão de BTK
19,4% (0,06 - 86), e das respectivas mães BTK 54,75% (22,4 97,1) com padrão em mosaico. Nos pacientes com ICV encontramos mediana de idade ao diagnóstico 14 anos (4-32),
mediana de CD19 11,36% (3,6 - 31,4) e expressão de BTK > a
95%. Nas 23 famílias estudadas identificamos 13 diferentes
mutações no gene da proteína BTK. Os tres pacientes com
síndrome de Hiper IgM apresentaram expressão de BTK
normal e CD19 > 9%. Conclusões: A expressão de BTK em
monócitos discriminou que o diagnóstico de XLA deve ser
considerado naqueles pacientes com agama ou hipogamaglobulinemia com CD19 < 2% e, o diagnóstico de ICV naqueles
pacientes com hipogamaglobulinemia e CD19 > 3,5%.
Código Trabalho: 652
Título: FALHAS NO MANEJO PRÉVEO Ä HOSPITALIZAÇÃO POR
CRISE DE ASMA- ESTUDO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM
DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE
Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE
STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;JOSÉ ANGELO
RIZZO;EMANUEL SARINHO;GLADYS QUEIROZ
Instituição: Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia UFPE
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A asma é a doença grave mais comum da infância
e, paradoxalmente, os grandes avanços do tratamento não
contribuíram para redução da mortalidade pela doença. A taxa
de hospitalização por asma, que significa a incidência de crises
que necessitam de internamento, varia em função da
prevalência da doença, da gravidade e dos padrões da prática
médica. Objetivos: Verificar se o percentual de crianças com
crise de asma no serviço de emergência tinham orientação para
manejo da crise em casa. Métodos: Estudo de série de casos
em duas unidades de saúde da cidade do Recife-PE. Para o
estudo foram selecionados as crianças e adolescentes
internados devido a asma, na faixa etária entre 03 e 16 anos.
Foi utilizada a escala de gravidade de asma de acordo Bishop.
Resultados: Considerando-se os aspectos individuais e
familiares das crianças e adolescentes estudadas, a idade média
foi de 05 anos. 54,4% eram do sexo masculino. Em relação a
escolaridade materna, 72,4% tinham de 5 - 8 anos de estudo.
51,2 % dos pacientes tinham mais de 24 horas de início da crise
de asma antes do internamento. Quanto a escala de gravidade
da asma, no momento do internamento, 52,2 % foram
classificadas em grave e muito grave. Verificou-se ter sido de
62,3 % o tempo de início de tratamento em casa, dentro das
primeiras seis horas; enquanto 17,9 % não fizeram
tratamento em casa. Quanto ao uso de drogas, 41,9 % fez uso
de broncodilatador e/ou brometo de ipatrópio e 53,9 % fizeram
uso de broncodilatador associado a corticóide. Conclusões: Há
uma precária orientação sobre o manejo domiciliar da crise, o
que demonstra a necessidade de um plano escrito para o manejo
da crise de asma, bem como de orientação adequada aos
pacientes durante as consultas.
Código Trabalho: 1134
Título: GRAVIDADE DA SIBILÂNCIA EM LACTENTES E
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;JOÃO PAULO
CAVALCANTI DE CASTRO;ÍTALO MARCELO DO RÊGO
NASCIMENTO;KLEBIANA SANTOS;LUCIANE DE LIMA
MOURA;ANA LUIZA HOLANDA ALMEIDA
Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Federal
de A
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
morbidade acentuada e risco de efeitos adversos dependentes
da auto-medicação. Objetivos: determinar a prevalência e a
gravidade de sibilos em lactentes relacionando-as à terapêutica
adotada. Métodos: estudo comparativo multicêntrico
internacional do tipo transversal realizado por questionários
respondidos pelas mães das crianças de 12 a 18 meses em
amostras aleatórias de 316 lactentes, nas Unidades Básicas de
Saúde. Foram excluídas crianças com doenças crônicas e que
não tinham repercussão respiratória. O banco de dados foi
construído no Epi Info 2000 versão 3.2.2. Resultados: 39,2%
apresentou chiado no peito no primeiro ano de vida; destes,
47,5% apresentou mais de três episódios/ano; a maioria
(52,8%) necessitou de cuidados em Pronto-Socorro e apenas
10,6% foi hospitalizada. Dentre as crianças que receberam
atendimento de caráter de urgência 86% recebeu tratamento
com broncodilatadores (BD) via inalatória; 68% dos que não
procuraram cuidados médicos também fizeram uso de BD por
auto-medicação. Apenas 9% confirmou uso de corticosteroides
orais. Esta prevalência foi ainda mais baixa no grupo sem
consulta de urgência (5%). A terapêutica oral era desconhecida
para 29% do grupo atendido na Urgência e para 18% do grupo
atendido eletivamente ou sem assistência médica. Conclusões:
a freqüência de chiado no peito no primeiro ano de vida é
elevada com morbidade acentuada traduzida por aumento na
procura de atendimento em serviços de urgência e internações
caracterizando um problema de saúde pública. Há utilização
em larga escala de BD para alívio destes sintomas em lactentes,
muitas vezes sem prescrição médica. Corticóides ainda são
pouco utilizados nessa faixa etária possibilitando maior
morbidade.
Código Trabalho: 448
Título: IMPORTÂNCIA DO TESTE DE PROVOCAÇÃO EM
PACIENTES COM RELATO DE HIPERSENSIBILIDADE A DROGAS
Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;DANELLE
STOLZ;MARIA DA CONCEI LUNA;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;GLADYS
QUEIROZ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: As Reações Adversas a medicamentos dividem-se
em previsíveis e imprevisíveis. As reações previsíveis são as
mais freqüentes, caracterizando os efeitos colaterais mais
comuns das medicações. As imprevisíveis relacionam-se à
susceptibilidade individual, como intolerância, idiossincrasia e
reações de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade
(alérgicas ou não alérgicas) correspondem a aproximadamente
25% do total das Reações Adversas a medicamentos.
Objetivos: Traçar o perfil dos pacientes com relato de
hipersensibilidade a drogas, submetidos a teste de provocação.
Métodos: Estudo de série de casos, realizado no ambulatório
de alergia a drogas do Centro de Pesquisa em Alergia e
Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco, no período de outubro de 2004 a
março de 2006. Participaram do estudo 10 pacientes com relato
de hipersensibilidade após uso de anestésicos locais (AL),
antiflamatórios não esteróides (AINEs) e β2 agonistas, que
realizaram testes de provocação. Resultadoss: Do total da
amostra, 5 pacientes foram do sexo masculino A idade variou
entre 4 e 32 anos. Nove pacientes (90%) afirmaram
antecedentes de atopia. Cinco relataram hipersensibilidade a
AINEs, 2 a AL, 1 a AINEs e AL e 1 a β2 agonista. As reações
citadas mais frequentes foram: angioedema (7), urticária (6),
broncoespasmo (1) e anafilaxia (1). Foram realizados 11 testes
de provocação, destes: 4 com lidocaina (todos negativos); 6
com AINEs, sendo 2 com o Cloxinato de lisina que
apresentaram urticária e angioedema e 4 com o Etoricoxib
(negativos);1 com β2 agonista, fenoterol (negativo).
Conclusões: Estes dados ressaltam a importância dos testes de
provocação, no sentido de afastar ou confirmar a presença de
hipersensibilidade a drogas e possibilitar em alguns casos uma
alternativa medicamentosa para o paciente ou evitar privações
desnecessárias diante de necessidade terapêutica.
Introdução: o diagnóstico e a terapêutica de lactentes
chiadores ainda apresenta dificuldades incorrendo em
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S35
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 568
Título: IMUNIDADE CELULAR REDUZIDA PARA A VACINA BCG
EM LACTENTES COM EXPOSIÇÃO VERTICAL E NÃO
INFECTADOS PELO HIV
Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO
MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;SIMONE CORTE
BATISTA SOUZA LIMA;TATIANE QUEIROZ ZORZETO;MARIA
MARLUCE DOS SANTOS VILELA
Instituição: Centro de Investigação em Pediatria/
Departamento
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: Há pouca informação do impacto da exposição ao
HIV durante a gestação no desenvolvimento imunológico da
criança não infectada. Objetivos: Comparar a resposta
imunológica para a vacina BCG em lactentes com exposição
vertical mas não infectados pelo HIV com lactentes sem
exposição ao HIV. Métodos: Estudo de corte transversal com
lactentes expostos e não expostos ao HIV e vacinados com
BCG no primeiro mês de vida. Os expostos foram separados
por idade em dois grupos: E1 (Expostos 1, de 7,2 até 8,0 meses
de idade, n=10) e E2 (Expostos 2, de 8,7 até 20,6 meses de
idade, mediana 14,28, n=19). Os lactentes não expostos ao HIV
(mediana de idade 7,47 meses, de 7,0 a 8,7 n=39), pareados por
idade a E1, foram usados como controles (não expostos, NE).
A resposta celular dos lactentes foi avaliada pela proliferação
in vitro de células mononucleares estimuladas com BCG vivo
ou fitohemaglutinina (PHA), com análise das populações de
linfócitos T em citômetro de fluxo (CD3+, CD4+, CD8+ e TCR
gd+). Foi aplicado o teste de Mann-Whitney, sendo
consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Os
resultados foram expressos em medianas, valores máximos e
mínimos. Resultados: Os percentuais de linfócitos T que
proliferaram nas culturas estimuladas com BCG ou PHA foram
significativamente menores em E1 e E2, quando comparados a
NE (BCG: 7,1 x 9,8 x 27,9 e PHA: 30,8 x 38, 3 X 60,4, para
E1, E2 e NE respectivamente). As porcentagens de subpopulações de linfócitos T CD4+ e TCR gd+ foram reduzidas em E1
e E2 nas culturas estimuladas com BCG. Os grupos de expostos
ao HIV não apresentaram diferenças significativas nos ensaios
de proliferação. Conclusões: As respostas linfoproliferativas
para BCG e para PHA foram menores nos lactentes com
exposição vertical ao HIV, mesmo nos maiores de um ano de
idade.
Código Trabalho: 663
Título: IMUNOGENICIDADE DA VACINA RECOMBINANTE DE
HEPATITE B COMBINADA COM A VACINA BCG.
Autores: EMILIA DE FARIA CARNIEL;MARIA ANGELA GOES
MONTEIRO ANTONIO;ANDRE MORENO MORCILLO;MARIA DE
LURDES ZANOLLI;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS
VILELA
Instituição: PEDIATRIA-CIPED UNICAMP/ INSTITUTO
BUTANTAN
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: A possibilidade de combinar vacinas sem causar
interferência com a segurança e eficácia reduz os custos,
melhora a logística da distribuição e contribui para a adesão da
população aos esquemas de imunização propostos, aumentando
a aceitação e a cobertura. Com isso, o controle de doenças
imunopreveníveis, objetivo do Programa Nacional de
Imunizações, poderá ser atingido. Objetivos: Avaliar a
imunogenicidade e a segurança da vacina recombinante de
hepatite b (Butang®) combinada com a vacina BCG produzida
pelo Instituto Butantan (SP-Brasil). Métodos: Realizou-se um
ensaio clínico aberto e randomizado com as vacinas: Butang®
(HB; HbsAg recombinante 10mg, hidróxido de alumínio 0,625
mg, qsp 0,5ml) e Butang® combinada com a vacina BCG
(HbsAg recombinante 10mg, BCG suspensão 0,1mg, glutamato
de sódio 1,1mg, NaCl 0,85%, qsp 0,1ml). Um total de 498
recém-nascidos, cujas mães eram HbsAg negativas, receberam
três doses de vacina recombinante de Hepatite b (10mg/dose)
ao nascimento, com 1 e com 6 meses de idade e uma dose de
BCG ao nascimento conforme preconizado pelo PNI, como se
segue: GRUPO A: 245 crianças receberam a vacina Butang®
combinada com a vacina BCG por via intradérmica (ID) nas
primeiras 24 horas de nascimento e Hepatite b por via
intramuscular (IM) com 1 e 6 meses de vida. GRUPO B: 253
S36
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
crianças receberam separadamente uma dose de BCG ID e uma
dose da vacina recombinante da Hepatite b IM nas primeiras
24 horas após o nascimento e Hepatite b IM com 1 e 6 meses
de vida. Foram colhidas amostras de sangue antes da terceira
dose e 28 a 45 dias após, e realizadas análises quantitativas de
anti-HBs (mIU/ml) usando Axsym Ausab® ABBOTT GmbH
Diagnostika (Laboratories, Park IL, USA). Os dados foram
analisados utilizando-se o programa SPSS v.11. Resultados:
Não foram observados eventos adversos. Títulos de anti-HBs >
10UI/ml foram encontrados em 99,6% dos vacinados no
GRUPO A e 99,2% no GRUPO B; títulos > 1000UI/ml foram
observados em 71,8% dos vacinados no GRUPO A e 73,1% no
GRUPO B. O intervalo de confiança da diferença entre as
proporções de soroproteção mostrou que a vacina combinada
não foi inferior às vacinas aplicadas separadamente.
Conclusões: A vacina combinada mostrou adequada eficácia,
respaldando o seu uso em recém-nascidos.
Código Trabalho: 738
Título: INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES DE
REPETIÇÃO: CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS
EM AMBULATÓRIO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA PEDIÁTRICAS
Autores: CRISTINA FRIAS SARTORELLI;ANA PAULA ZANIN
SANTOS FELGUEIRAS;ANA CRISTINA LANFRANCHI
ASPRINO;PAULA AZEVEDO ALHADEFF;RAQUEL FUJINOHARA
VON AH
Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí
Cidade/UF: JUNDIAÍ/SP
Resumo:
Introdução: das crianças com infecções de vias aéreas
superiores (IVAS) de repetição aproximadamente 50% são
saudáveis, 30% atópicas, 10% imunodeficientes e 10%
portadoras de doenças crônicas. A identificação destes
pacientes pode se feita, na maioria das vezes, em avaliação pelo
pediatra. Objetivos: caracterizar os pacientes encaminhados ao
ambulatório de alergia e imunologia pediátricas com hipótese
diagnóstica de IVAS de repetição. Métodos: estudo
retrospectivo envolvendo o levantamento de prontuários dos
pacientes atendidos no ambulatório de alergia e imunologia
pediátricas no período de abril de 2004 a maio de 2006.
Resultados: foram identificados 80 pacientes com hipótese
diagnóstica de IVAS de repetição, 30 do sexo femino (37,5%) e
50 do sexo masculino (62,5%). A distribuição segundo a faixa
etária foi: 26,5% dos 2 aos 24 meses; 15% dos 2 aos 3 anos;
11% dos 3 aos 4 anos; 12,5% dos 4 aos 5 anos e; 33,7% com
idade igual ou superior a 5 anos.A infecção mais freqüente foi
a otite média aguda correspondendo a 35% dos casos, seguida
pelo resfrado comum, 28,75%, faringoamigdalites, 18,75% e
sinusites com 17,5% das queixas. A média do número de
infecções por criança por ano variou de 6,75 para as criança
entre 2 a 12 meses a 8,25 para àquelas com idade entre 3 a 4
anos. Após investigação clínica e laboratorial chegou-se ao
diagnóstico de atopia para 60 crianças (75%), 5 destas em
associação com doença de refluxo gastro-esofágico e 2
lactentes com IgA sérica baixa, a deficiência de IgA foi
confirmada em 3 casos (0,3%), a doença de refluxo
gastro-esofágico isolada foi diagnosticada em 3 crianças. Ainda
estão em investigação 14 pacientes. Conclusões: o número de
IVAS considerado normal na infância varia de acordo com a
faixa etária e o tipo de infecção. Nos pacientes deste estudo a
média de IVAS por criança por ano foi superior à esperada em
todas as faixas etárias. As características dos pacientes
atendidos em nosso ambulatório estão de acordo com estudos
prévios que demonstraram ser a atopia o diagnóstico mais
freqüentemente associado ao quadro de IVAS de repetição com
pequena incidência de imunodeficiência e patologias
crônicas.A deficiência de IgA tem apresentação clínica
variável, 2 dos pacientes aqui diagnosticados apresentavam
também pneumonias e diarréia, 1 deles apenas IVAS de
repetição. A ocorrência de mais de 4 novas otites ao ano é um
dos 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária na
Criança. Não foi possível identificar fatores de risco como
exposição à fumaça de cigarro, aglomerações, desmame
precoce e freqüencia à creche por falta de dados nos
prontuários. Não houve crianças sadias dentre as encaminhadas
ao nosso ambulatório com diagnóstico de IVAS de repetição
provavelmene por terem sido identificadas nas Unidades
Básicas de Sáude.
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 674
Título: INFECÇÕES RECORRENTES EM PACIENTE COM
DEFICIÊNCIA FUNCIONAL DE ANTICORPOS E
IMUNOGLOBULINAS NORMAIS
Autores: MARTA CRISTINA DUARTE;PATRÍCIA CRISTINA GOMES
PINTO;BRUNO COELHO G OLIVEIRA;KARLA GALLETTI
STROPPA;FABRÍZIA REIS PINTO;FLÁVIA DUARTE CARVALHO
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora - HUUFJF
Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG
Resumo:
Introdução: As imunodeficiências primárias, como a
deficiência funcional de anticorpos, devem ser diagnosticadas
precocemente e o tratamento específico instituído em tempo
hábil, a fim de evitarmos a morbimortalidade tão freqüente
nestas patologias. Objetivos: relatar o caso de uma paciente
com infecções de repetição, chamando a atenção para o
diagnóstico da deficiência funcional de anticorpos com
imunoglobulinas normais. Relato do caso: L.B.N do sexo
feminino, sete anos, parda, com história de infecções de
repetição desde os seis meses de idade: duas pneumonias (um
quadro de sepses com foco pulmonar), quatro episódios de
diarréia, celulite periorbitária, um quadro de meningite
bacteriana e vários episódios de otite média aguda após os dois
anos de idade. Relato de várias internações para o uso de
antibioticoterapia endovenosa. Veio encaminhada ao nosso
serviço, onde foi realizada investigação. Foram excluídas
outras causas de infecções recorrentes na infância como
desnutrição, fibrose cística, refluxo gastro-esofágico e outras
doenças crônicas de base. Exames laboratoriais: hemograma
normal; HIV negativo. Dosagem de imunoglobulinas normais
para a faixa etária, com IgG=1694,6mg/dl; IgA=209,1mg/dl,
IgM=233mg/dl. Dosagem de subclasses de IgG normais; teste
do NBT normal; CH100= 92U/CAE (VN maior que
60U/CAE); C3= 147,9mg/dl (VN=70 a 176mg/dl); C4=
22,5mg/dl (VN= 12 a 36mg/dl). A resposta de anticorpos para
o Streptococcus pneumoniae após vacinação específica
mostrou-se inadequada em todos os sorotipos (S) analisados,
ou seja, todos os títulos abaixo de 1,3 microgramas/dl (S1=
0,36; S2= 0,63; S5=0,96; S6= 0,59; S9= 0,48; S14=0,75). O
tratamento específico foi iniciado com infusão endovenosa de
imunoglobulina. A dose utilizada foi de 400mg/kg a cada 30
dias. A criança vem apresentando melhora das infecções de
repetição. Conclusões: A identificação da doença de base desta
paciente foi fundamental para que se iniciasse a terapêutica
apropriada. Alguns trabalhos têm mostrado melhora clínica
importante dos pacientes com deficiência funcional de
anticorpos em uso de imunoglobulina intravenosa.
Código Trabalho: 649
Título: INTERNAMENTO POR ASMA E ENCAMINHAMENTO
AMBULATORIAL. ESTUDO DE SÉRIE DE CASOS EM DUAS
UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE.
Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE
STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;EMANUEL SARINHO;JOSÉ
ANGELO RIZZO;GLADYS QUEIROZ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA- UFPE
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A asma é um problema de saúde pública significativo, que, quando não bem controlada, pode causar limitação
permanente ao fluxo aéreo, com limitação física, social e risco
de morte por crises graves. Um grande número de crianças
asmáticas são atendidas em serviços de emergência, com
necessidade freqüente de internamento, e, estes serviços vêm
sendo utilizados como local regular de consultas, levando a
falhas no tratamento e controle da doença. Objetivos: Verificar
se as crianças e adolescentes internados por asma estão
encaminhados e seguidos a nível ambulatorial para o controle
da asma, bem como se estão utilizando medicações profiláticas.
Métodos: Estudo de série de casos em duas unidades de saúde
da cidade do Recife-PE, em que foi aplicado questionário para
verificar o encaminhamento ao ambulatório especializado e uso
de medicação profilática. Foi considerado asmático aquele
paciente que apresentou duas ou mais crises de broncoespasmo
com resposta a broncodilatadores. Resultados: A maioria das
crianças e adolescentes (67%) eram atendidas apenas em
serviços de emergência. Mais da metade (53,3%) foi
encaminhado para o ambulatório de asma pelo médico da
urgência e, apenas, 16% da amostra freqüentavam ambulatório
de asma. Entre os indivíduos portadores de asma persistente
moderada e grave, apenas 15,2% realizavam tratamento de
manutenção. Conclusões: Grande parte das crianças e adolescentes internadas por asma não realizavam acompanhamento
ambulatorial preventivo. Uma cadeia de eventos tais como não
referência e dificuldade de acesso ao acompanhamento ambulatorial entre outros, podem ter contribuído para esses internamentos.
Código Trabalho: 4
Título: MASTOCITOSE CUTÂNEA CONGÊNITA: RELATO DE
CASO
Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;ROSSANA
TEOTÔNIO MOREIRA;DANIELE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO
LUNA;FRANCISCO JOSÉ PASSOS
Instituição: Hospital Universitário - UFAL
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: Mastocitose é uma doença rara caracterizada pela
infiltração e proliferação anormal de mastócitos com liberação
elevada de seus mediadores químicos. Pode ser restrita à pele
ou envolver diversos órgãos. Objetivos: Relatamos a seguir um
caso de mastocitose cutânea congênita. Relato de Caso: MST, 3
meses, masculino, branco, natural e procedente de Maceió.
Apresenta desde o nascimento manchas eritematosas
disseminadas no tegumento cutâneo, que evoluem para pápulas,
bolhas e ao regredirem deixam manchas de coloração
castanho-avermelhadas. Ao exame: lesões cutâneas máculopapulares, pruriginosas, acastanhadas, arredondadas
disseminadas no tronco, membros e face, Sinal de Darier
positivo. Histopatológico: epiderme com acantose, infiltrado
inflamatório intersticial de células mononucleares cúbicas,
presença de grânulos nos citoplasmas, compatível com
mastócitos. O tratamento foi realizado com anti-histamínicos,
observou-se resposta parcial dos sintomas. Conclusões: O
registro deste caso é importante pela apresentação de caráter
congênito e raridade da urticária pigmentosa como forma de
apresentação da masctocitose cutânea.
Código Trabalho: 393
Título: MEDIDAS EDUCATIVAS EM ASMA E SUA IMPORTÂNCIA
NO RECONHECIMENTO DA DOENÇA
Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO; DÉCIO MEDEIROS; DEBORAH
SCHOR; LARA XIMENES; ALMERINDA REGO SILVA; EMANUEL
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliação do impacto de medidas educativas para
familiares de pacientes com diagnóstico de asma, visando à
melhoria da qualidade de vida dos asmáticos. Métodos: Estudo
descritivo com 100 pacientes com hipótese diagnóstica de
asma, na faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os
critérios do Consenso Brasileiro. Realizaram-se questionários
com os familiares das crianças antes e após a realização de
reuniões explicativas sobre conceito, fatores desencadeantes,
controle ambiental e manejo da crise da asma. Os questionários
foram compostos por 15 perguntas básicas a respeito da doença,
todas com respostas de dupla escolha (sim ou não).
Resultados: Pôde-se observar um total de acertos nos questionários aplicados previamente às reuniões correspondentes a
67,4%. Após as explicações dadas, o índice de acertos passou a
ser de 91,07%. Além disso, foram avaliados os percentuais de
acertos de cada pergunta dos questionários separadamente, a
fim de identificar as questões mais difíceis para os familiares e
aquelas cujos resultados melhor demons-trassem o impacto da
educação em asma. Dentre as questões para as quais o fornecimento das informações foi mais eficaz, destacaram-se: "O uso
da bombinha vicia?", "A asma tem cura?", "Remédios para a
asma fazem mal ao coração seja xarope, nebulização ou
bombinha?", que tiveram os percentuais de acertos duplicados
após as reuniões. Conclusões: Para a população analisada, o
estudo conseguiu obter resultados satisfatórios, demonstrando a
importância da educação para melhor manejo do paciente com
asma e melhoria de sua qualidade de vida.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S37
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 483
Título: NÍVEL SÉRICO DE IGE TOTAL EM ALERGIA
RESPIRATÓRIA ASSOCIADA À INFECÇÃO POR HELMINTOS
Autores: DÉCIO MEDEIROS; JOSÉ ÂNGELO RIZZO; ALMERINDA
REGO SILVA; DEBORAH SCHOR; VANESSA LEAL; EMANUEL
SARINHO
Instituição: Centro de Pesquisa em Alergia e imunologia UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Eosinofilia e elevação de IgE sérica são expressão
de atopia, contudo há fatores intervenientes como por exemplo,
as parasitoses intestinais. Esta pesquisa verifica a relação entre
IgE sérica total, eosinófilos e IgE específica anti-áscaris em
indivíduos portadores de asma e/ou rinite alérgica. Métodos:
Estudo do tipo transversal em adolescentes portadores de asma
e/ou rinite alérgica que foram examinados quanto ao nível
sérico de IgE total, de IgE anti-áscaris e de contagem dos
eosinófilos sanguíneos. Resultados: Foram analisados 101
pacientes com idade entre 12 e 21 anos. A mediana da IgE foi
660 UI/ml(P25-75243,5 -1500), e a dos eosinófilos foi 510
células/mm3 (P25-75 284 - 811). A IgE anti-áscaris foi positiva
em 73%(74/101) da amostra, mas houve apenas 33,7%(34/101)
de positividade ao parasitológico de fezes. Os coeficientes de
correlação encontrados foram: 0,34 (p=0,001) entre IgE total e
eosinófilos, 0,52 (p<0,001) entre IgE total e IgE anti-áscaris e
0,26 (p=0,01) entre eosinófilos e IgE anti-áscaris. O modelo de
regressão linear múltipla final encontrou que IgE anti-áscaris
foi fator contribuinte para IgE sérica total com coeficiente de
determinação (r2 ajustado) de 0,25 (F=12,35;p<0,001) e esse
efeito foi independente de contagem de eosinófilos séricos e de
parasitose intestinal por helmintos. Conclusões: Em pacientes
com alergia respiratória e IgE sérica total bastante elevada,
oriundos de áreas com alto risco de infecção por helmintos, a
pesquisa de IgE anti-áscaris como possível fator explicativo
pode ser de maior ajuda que a realização do parasitológico de
fezes
Código Trabalho: 478
Título: PREVALÊNCIA DA ASMA EM ADOLESCENTES
Autores: ALEMRINDA REGO SILVA;LUIZ CARLOS
BANDIM;JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO
RIZZO;DÉCIO MEDEIROS
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliar a prevalência da asma em adolescentes de
13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste
de Pernambuco onde predomina clima semi-árido quente.
Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202
localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas
urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a
distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por
região do município. Estes dados foram fornecidos pela
Secretaria de Educação local. Responderam os questionários
3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88%
residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas
privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Resultados: Foi
encontrada uma prevalência de 17,9% de sibilos nos últimos 12
meses (questão "2" do QE) entre os adolescentes estudados.
Quando analisada a prevalência da asma diagnosticada por
médico (asma alguma vez - questão "6" do QE), a prevalência
foi de 19,65%. Dos que afirmaram ter sibilos no último ano, a
maioria (87,6%) relatou menos de 4 crises/ano, portanto portadores de asma intermitente. Entre os adolescentes asmáticos,
cerca de 5% afirmaram ter tido crises graves, nos últimos 12
meses, ao ponto de prejudicar a fala. Conclusões: Este dado é
importante por ser o primeiro no Brasil a demonstrar que em
cidade do clima semi-árido e a 555m acima do nível do mar, a
prevalência de asma é elevada.
S38
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 219
Título: PREVALÊNCIA DE ASMA BRÔNQUICA, RINITE ALÉRGICA
E SINTOMAS CORRELATOS EM CRIANÇAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS DE MACEIÓ
Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;MÉRCIA LAMENHA
MEDEIROS SANTOS;JOÃO PAULO LINS TENÓRIO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: Estudos recentes utilizando a metodologia do
International Study of Asthma and Allergies in Childhood
(ISAAC) mostram um aumento na prevalência de doenças
alérgicas em todo o mundo. Objetivos: verificar a prevalência
de asma brônquica, rinite alérgica e sintomas correlatos, em
crianças com necessidades especiais (NE) do município de
Maceió. Métodos: Utilizamos o teste do Qui - quadrado (X2)
para avaliação das associações de gênero, idade e sintomas de
asma e rinite. Resultados: Chiado nos últimos 12 meses foi
encontrado em 41,8% das crianças e 27,5% dos adolescentes.
A prevalência de asma (provável asma, de acordo com
FERRARI et al, 1998) foi de 36,2% para as crianças e 22%
para o grupo de adolescentes. O relato de asma alguma vez na
vida estava presente em 11,7% das crianças e 20% dos adolescentes com provável asma. Quanto à rinite, verificamos
prevalência de sintomas nasais no último ano de 48,9% entre
as crianças e 27,5% entre os adolescentes. A prevalência de
rinite (critérios do ISAAC, 1992) foi de 35,5% no grupo de 410 anos e 18,7% no de 11-18 anos. Rinite alguma vez na vida
foi referida em 28% das crianças e 29,4% dos adolescentes
com rinite. Conclusões: As prevalências de asma e rinite foram
mais elevadas que as descritas na literatura para crianças sem
necessidades especiais, e maior na faixa etária de 4-10 anos.
Asma e rinite são subdiagnosticadas na infância e adolescência,
e merecem uma política de atenção específica e inclusiva de
portadores de necessidades especiais.
Código Trabalho: 467
Título: PREVALÊNCIA DE ECZEMA ATÓPICO EM
ADOLESCENTES DE CARUARU - PE
Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM;
JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR; EMANUEL SARINHO;
DECIO MEDEIROS
Instituição: CENTRO DE ESTUDOS EM ALERGOLOGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliar a prevalência do eczema atópico em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na
região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um
total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo
áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos
matriculados por região do município. Estes dados foram
fornecidos pela Secretaria de Educação local. Obteve-se
resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos.
Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram
alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona
rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas.
Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues
sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de
16,4% de eczema atópico entre os adolescentes estudados, com
a presença de sintomas nos últimos 12 meses em 10,3% deles
(questão "2" do QE). Dos que apresentavam sintomas 62,7%
referiram localização em áreas de dobras e 58,8% afirmavam
ter o sono perturbado devido à presença de prurido. A
frequência referida para diagnóstico médico de eczema foi de
aproximadamente 14%.Conclusões: O eczema atópico mesmo
sendo uma patologia de maior frequência em locais de clima
frio, na cidade de Caruaru onde predomina o clima quente, a
sua prevalência foi bastante elevada.
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 477
Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES
Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM;
EMANUEL SARINHO;JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR;
JOSÉ ÂNGELO RIZZO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliar a prevalência de rinite alérgica em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na
região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um
total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo
áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos
matriculados por região do município. Estes dados foram
fornecidos pela Secretaria de Educação local.Obteve-se
resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos.
Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram
alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona
rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas.
Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues
sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de
25,45% de sintomas nasais nos últimos 12 meses (questão "2"
do QE) entre os adolescentes estudados. Quando analisada a
prevalência da rinite diagnosticada por médico (rinite alguma
vez - questão "6" do QE), a prevalência foi de 21,61%. Dos que
afirmaram ter sintomatologia nasal no último ano, mais da metade (60%) afirmou ter sintomas oculares associados e cerca de
80% admitia interferência destes sintomas nas suas atividades
diárias. Conclusões: Este dado é interessante por demonstrar
que em cidade de clima semi-árido do interior do Estado de
Pernambuco, a prevalência de Rinite alérgica é elevada.
Código Trabalho: 896
Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES
DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - REGIÃO SUL DO ESTADO
DO CEARÁ.
Autores: ALEXANDRE PONTES ALMEIDA;CAROLINA QUEIROZ
CARNEIRO;CHRISTIANY DA SILVEIRA LIMA;DANIELE ROMA
DIAS;MARIA DAS GRAÇAS N. SILVA
Instituição: Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte
(FMJ) Cidade/UF: JUAZEIRO DO NORTE/CE
Resumo:
Introdução: A rinite alérgica (RA) é considerada pela maioria
dos estudiosos como a manifestação mais comum da doença
alérgica. Como está frequentemente associada à asma e por
exteriorizar-se, clinicamente, por sintomas menos graves, há
uma tendência ao subdiagnóstico, o que dificulta a estimativa
de sua prevalência. Os estudos atuais, utilizando o protocolo
"International Study of Asthma and Allergies in Children"
(ISAAC), têm permitido uma melhor visão da sua epidemiologia, contribuindo assim para o estabelecimento de novas
estratégias de controle. Objetivos: Avaliar a prevalência da RA
e dos seus sintomas em escolares de 13 e 14 anos, matriculados
em escolas, públicas e particulares, de Juazeiro do Norte - Ce.
Métodos: Estudo observacional-transversal, no qual foram
avaliados 1332 escolares na faixa etária de 13-14 anos. Os
dados foram coletados por estudantes de medicina, devidamente treinados, utilizando o questionário escrito e traduzido
do ISAAC, previamente testado e validado. Os questionários
foram respondidos pelos próprios adolescentes em sala de aula
e devolvidos aos pesquisadores. Os dados foram transcritos e
analisados pelo programa MS Access. Resultados: Foram
distribuídos 1782 questionários, dos quais 1332 (74,4%) foram
considerados válidos. Prevalência dos sintomas: espirros ou
coriza alguma vez, 35,21%; espirros, coriza ou obstrução nasal
nos últimos 12 meses, 22,22%; problema nasal acompanhado
de lacrimejamento ou coceira nos olhos nos últimos 12 meses,
9,23%; rinite alguma vez, 14,64%. Os meses de janeiro, fevereiro e março foram os de maior prevalência dos sintomas, com
os seguintes percentuais: 4,95%, 5,78% e 5,78%, respectivamente. Conclusões: Considerando as respostas positivas à
pergunta "Alguma vez na vida você teve rinite?" como
definidoras do diagnóstico, detectamos uma prevalência de RA
de 14,64% em nosso meio. Portanto, próxima da prevalência
mundial média de 18,8%, encontrada na mesma faixa etária
pelo estudo ISAAC.
Código Trabalho: 481
Título: RELAÇÃO ENTRE FATORES AMBIENTAIS E ASMA EM
ADOLESCENTES NA CIDADE DE CARUARU - PE.
Autores: JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO
RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;NILZA LYRA;DIRCEU SOLÉ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Países em desenvolvimento têm experimentado
um aumento dramático das doenças alérgicas nos últimos anos.
Diferentes exposições ambientais em combinações com fatores
genéticos podem estar associados a esse aumento. Objetivos:
Avaliar a influência dos fatores ambientais predisponentes para
presença de aeroalérgenos em adolescentes asmáticos.
Métodos: Estudo de caso-controle com adolescentes de 13 e
14 anos da cidade de Caruaru-PE. Amostra composta de 50
asmáticos e 150 controles selecionados através da questão dois
do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário
composto de questões para investigação das seguintes
variáveis: presença de carpete no quarto, mofo na parede, uso
de travesseiro, presença de animal em casa e o uso de ventilador. Resultados: Não houve associação entre fatores ambientais predisponentes para presença de aeroalérgenos e asma para
as variáveis do estudo: presença de carpete no quarto (OR =
0,57 e IC = 0,2 a 1,57), presença de mofo (OR=1,71 e IC=0,60
a 4,89), uso de travesseiro (OR=1,26 e IC = 0,31 a 5,96),
contato com animal no domicílio(OR=0,68 e IC=0,33 a 1,40) e
o uso de ventilador (OR=0,99 e IC de 0,50 a 1,97).
Conclusões: A asma é multifatorial, e é provável que nessa
amostra outros fatores não estudados apresentem maior
influência na determinação da doença. É possível ainda que
esses adolescentes tenham sido expostos aos fatores estudados
em épocas diferentes, para casos e controles. Não foi possível
discriminar se o contato foi recente para asmáticos (possibilidade de comporta-se como fator de risco) ou no passado(possibilidade de comporta-se como fator de proteção).
Código Trabalho: 452
Título: RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA PARENTAL DE ATOPIA E
TAMANHO DA FAMÍLIA E PRESENÇA DE ASMA NA CIDADE DE
CARUARU - PE
Autores: JANAINA MARIANO;JOSÉ ÂNELO RIZZO;DÉCIO
MEDEIROS;DIRCEU SOLÉ;DEBORAH SCHOR;SILVIA WANICK
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: As doenças alérgicas têm aumentado muito nas
últimas décadas e a asma é hoje a doença crônica mais prevalente da infância. A doença atópica tem um forte componente
hereditário e é provável que os indivíduos que herdaram o
"gene atópico" sejam mais dispostas a serem sensibilizados.
Objetivos: Avaliar a influência da história de atopia parental e
o tamanho da família em adolescentes com o intuito de verificar associação com asma. Métodos: Estudo de caso-controle
com 50 asmáticos e 150 controles adolescentes de 13 e 14 anos
da cidade de Caruaru-PE. Amostra aleatória onde foram selecionados casos e controles através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário para
investigação das seguintes variáveis: presença de asma, rinite e
eczema em pai e/ou mãe, número de irmãos(considerando
como categoria de referência 01 irmão). Resultados: A história
de atopia parental foi positiva em 37,5% dos casos e 19,1% dos
controles (OR = 2,54 e IC = 1,27 a 5,27). No entanto o número
de irmãos não se mostrou associado ao risco de asma (OR=1,78
e IC = 0,41 a 7,18). Conclusões: A história de atopia parental
mostrou evidente associação com a presença de asma. O maior
número de irmãos no domicílio não mostrou-se como provável
fator de proteção para asma. É possível que outro desenho de
estudo que permita avaliar essa variável prospectivamente seja
capaz de verificar a associação entre número de irmãos e asma.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S39
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 450
Título: REPRODUTIBILIDADE TESTE-RETESTE DE UM
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE REAÇÕES ADVERSAS A
ALIMENTOS
Autores: NILZA REJANE LYRA; EUGÊNIA ALMEIDA MOTTA;
JANAINA BARRETO MARIANO; MARCELA AMORIM ALVES;
EMANUEL SÁVIO SARINHO
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Entende-se por reação adversa alimentar (RAA)
como uma resposta anormal a determinado alimento e pode ser
apresentada por quaisquer indivíduos; enquanto a alergia
alimentar (AA) requer a participação do mecanismo imune e
atinge pessoas suscetíveis. A história clínica continua sendo um
dos pilares do diagnóstico e diversas pesquisas estrangeiras
vêm utilizando questionários como abordagem inicial, por
vezes associados a outros testes diagnósticos. No Brasil não
foram encontrados questionários validados para pesquisas de
RAA e AA. Objetivos: Decidiu-se pela construção de um
questionário de acordo com as etapas necessárias para este
processo, que contemple os principais aspectos do tema e que
sirva para identificação de indivíduos suspeitos como forma
inicial de abordagem de RAA e AA. Métodos: A construção do
questionário foi realizada em seis etapas: levantamento
bibliográfico; bases teórico-metodológicas; elaboração do
questionário preliminar; submissão à revisão por comitê de
especialistas; pré-teste da versão reformulada (estudo piloto
exploratório); e teste-reteste do questionário. Para a
reprodutibilidade do questionário foi realizado estudo do tipo
descritivo, de corte transversal durante o mês de julho de 2005,
cuja população foi composta por 125 crianças das faixas etárias
de dois a quatro anos de idade, matriculadas em creches
municipais da Prefeitura da Cidade do Recife, de baixas
condições sócioeconômicas. Foram entrevistados 125 pais ou
responsáveis pelas crianças (teste do questionário), dos quais
35 participantes foram sorteados para o reteste 48 horas após a
entrevista inicial. As estatísticas descritivas foram realizadas
pelo software Epi-Info 6,04 DOS; e para o estudo da
reprodutibilidade teste-reteste foi aplicado o teste de
concordância Kappa e respectivos intervalos de confiança
(95%), por se tratarem de variáveis categóricas. Os valores de
Kappa são considerados como bons quando iguais ou maiores
que 0,60. Resultados: O questionário foi parcialmente
reprodutível de acordo com os bons índices de concordância
Kappa observados em cerca de 50% das questões. Dos 125
pesquisados, 40 (32%) alegaram reação adversa a pelo menos
um alimento. As perguntas do bloco de questões sobre a RAA
cuja concordância variou de boa à perfeita, foram as seguintes:
a ocorrência da reação; o alimento incriminado; o quadro
clínico apresentado; a reação cutânea ao encostar o alimento na
pele; a ida ao hospital; a re-exposição ao alimento agressor; a
recorrência da reação e a restrição alimentar. As questões
relativas a tempo e quanto à ocorrência de RAA na família
apresentaram índices Kappa sofríveis ou regulares. Quanto ao
uso de medicação, foram regulares. Algumas perguntas do
histórico atópico obtiveram índices bons ou ótimos, principalmente quanto à ocorrência de asma ou cansaço. Quando a
respondente era a genitora, era observada melhor concordância.
Conclusões: As questões como bons índices Kappa constituem
um questionário reprodutível que visa a triagem de indivíduos
suspeitos, mas que posteriormente será submetido à validação
quando poderá medir aquilo a que se propõe.
Código Trabalho: 583
Título: RESPOSTA CELULAR DE LACTENTES IMUNIZADOS AO
NASCER COM AS VACINAS BCG ISOLADA OU EM COMBINAÇÃO
COM HEPATITE B.
Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO
MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;EMÍLIA DE FARIA
CARNIEL;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA
Instituição: CIPED E DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA UNICAMP
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: A vacina BCG tem sido utilizada como adjuvante
em vacinas combinadas. Objetivos: avaliar a resposta celular
para a vacina BCG de lactentes imunizados ao nascer com
BCG e hepatite B combinadas ou separadas. Métodos: estudo
de corte transversal realizado em 498 recém-nascidos
saudáveis, vacinados ao nascer com hepatite B combinada com
BCG via intradérmica (grupo A) ou hepatite B (via intramuscular) e BCG (via intradérmica) separadamente (grupo B),
produzidas pelo Instituto Butantan. A cultura de células
mononucleares do sangue periférico com BCG vivo e
fitohemaglutinina (PHA) foi utilizada para avaliar a proliferação de linfócitos T por citometria de fluxo (CD3+, CD4+,
CD8+ e TCR gamadelta+) e determinar as concentrações por
ELISA de IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa nos sobrenadantes das culturas. Os resultados foram expressos em
medianas, valores máximos e mínimos. Foram aplicados os
testes de Wilcoxon e Mann-Whitney, sendo consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Resultados: A proliferação
linfocitária foi realizada com amostras de 86 lactentes (47 do
grupo A e 39 do grupo B) e a dosagem de citocinas do
sobrenadante de cultura em 42 (23 do grupo A e 19 do grupo
B). Os percentuais de populações linfocitárias T e as concentrações das citocinas IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa, sob o
estímulo de PHA ou BCG, foram semelhantes nos grupos A e
B. Houve intensa expansão de linfócitos TCR gamadelta+.
frente ao estímulo in vitro com BCG, seguida de linfócitos T
CD4+ e T CD8+. As células estimuladas com BCG produziram
citocinas em concentrações significativamente maiores em
relação às culturas de controle positivo (PHA). Conclusões: O
padrão de resposta Th1 ao BCG foi semelhante nos grupos,
sugerindo eficiência imunogênica da vacina intradérmica BCG,
separada ou combinada com Hepatite B. As células TCR
gamadelta+ predominaram nesta resposta, sugerindo um papel
relevante destas células na defesa contra micobactérias.
Código Trabalho: 1215
Título: SÍNDROME DE JOB OU HIPERGLOBULINEMIA E:
RELATO DE CASO
Autores: MARIA NELICE SILVA;MARTA LÚCIA
ALBUQUERQUE;ANA CAROLINA GONÇALVES;FERNANDA
CASTRO COSTA;RAFAELLA MENEZES SOUSA;RAPHAELL PINTO
TRINDADE
Instituição: Univesidade Federal de Campina Grande - PB
Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB
Resumo:
Introdução: Síndrome de Job é uma imunodeficiência
idiopática primária caracterizada por níveis séricos elevados de
IgE, abscessos cutâneos e infecções sinopulmonares
recorrentes. Objetivos: Relatar um caso clínico de hiperglobulinemia E em criança que apresentava lesões pápulo-eritêmatopruriginosas e infecções do trato respiratório de repetição.
Métodos: Pré-escolar, feminina, 3 anos, procedente de
Pocinhos - PB, admitida em março de 2004 com tosse seca e
febre alta há 15 dias, dermatite em face e região cervical. Tinha
diagnóstico de fibrose cística e dermatite atópica desde os 6
meses, devido a lesões de pele que surgiram aos 4 meses e
pneumonias de repetição (6 meses e 1 ano), com acompanhamento em ambulatório de Pneumologia Infantil.
Apresentava-se febril, taquipnéica, com tiragem subcostal e
lesões eritematosas, exudativas, descamativas, liquenificadas e
pruriginosas em face. Múrmurio vesicular diminuído em terços
médio e superior no hemitórax direito. Rx de tórax: compatível
com pneumonia lobar direita. Evoluiu sem intercorrências,
recebendo alta em 14 dias. Durante o seguimento ambulatorial
solicitou-se dosagem de imunoglobulinas (IgA: 286; IgG:
1670; IgM: 55,1; IgE: 2416,92), sendo aventada hipótese
diagnóstica de síndrome de Job, apesar de teste do suor
persistir positivo. Entre março de 2004 e dezembro de 2005,
evoluiu com infecções de repetição (pneumonia 3 vezes,
abscessos cutâneos, episódios de diarréia) e persistência do
quadro dermatológico, apesar do tratamento específico
adequado. Em dezembro de 2005 foi readmitida com
pneumonia, sepses grave, permanecendo internada por aproximadamente 80 dias. Nesta internação, o teste de suor foi negativo em duas ocasiões. Iniciou-se terapêutica com imunoglobulina humana tendo resposta satisfatória. Resultados: Para o
diagnóstico de síndrome de Job levou-se em consideração o
quadro clínico (pneumonias recorrentes, eczema e abscessos),
bem como níveis séricos elevados de IgE e eosinofilia presente
em vários exames. A suspeita clínica foi reforçada pela má
Alergia e Imunologia
evolução da paciente na vigência do tratamento específico de
fibrose cística. Conclusões: Atualmente, ainda existe dificuldade no estabelecimento de uma base fisiopatológica, terapêutica específica e de um diagnóstico preciso desta síndrome. A
doença ainda não apresenta um tratamento curativo. Opções
promissoras como gamaglobulina, plasmaférese e ciclosporina
A mostram-se eficazes, mas ainda carecem de estudos prolongados. Diante desse quadro, a melhor abordagem continua
baseando-se no tratamento precoce e na profilaxia prolongada
das infecções de repetição.
Código Trabalho: 25
Título: SÍNDROME DE WISKOTT - ALDRICH: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DE PLAQUETOPENIA NEONATAL; RELATO DE
DOIS CASOS
Autores: PRISCILA MARIA PRADO;DEBORA THAIS
CEZAR;SERGIO MASSAYUKI TANI;CELIA MARTINS CAMPANARO
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA JUNDIAÍ / ICP Bolívar
Risso
Cidade/UF: JUNDIAI/SP
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Wiskott - Aldrich (SWA) é um
distúrbio genético recessivo, ligado ao X, com mutações no
gene que codifica proteína da WAS e se associa à trombocitopenia persistente com microplaquetas. As manifestações
clínicas são púrpuras, petéquias e equimoses espontâneas,
eczemas, infecções de repetição, e risco aumentado para
doenças malignas; os níveis séricos de imunoglobulinas estão
normais ou elevados; 1/3 têm melena e hematêmese. A
prevalência é de 1 a 10/1 mihão de nascidos vivos. Objetivos:
relatar dois casos aparentados de SWA em seguimento no
ambulatório de imunologia e hematologia Faculdade de
Medicina Jundiaí Método: revisão de prontuário e literatura.
Resultados: Caso 1 - TRRS, 20 meses, sexo masculino,
encaminhado por petéquias ao nascimento, e plaquetopenia
persistente, microplaquetas (VPM 4,8); triagem infecciosa
negativa, necessitando de transfusões. Na evolução, apresenta
episódios de epistaxes, hematêmese, petéquias, exacerbadas em
episódios de infecções agudas, revertidos após transfusão de
plaquetas e hemácias. Aos 6 meses, surgimento de eczemas.
Antecedentes familiares: filho único, com familiares maternos
do sexo masculino, com óbito precoce (máximo 2a), por hemorragias e infecções; tio materno com diagnóstico de SWA por
plaquetopenia e infecções de repetição, faleceu por edema de
glote com 23 meses. Caso 02: JEJAF, 9 meses, sexo masculino,
primo de TRRS; com plaquetopenia grave ao
nascimento, microplaquetas (VPM 5,1) e cor anêmico aos 2m,
necessitando transfusões de plaquetas e hemácias. Evolui com
episódios de hemorragia digestiva alta, plaquetopenia grave,
infecções recorrentes e eczemas. Ambos estão em programação
de Transplante Medula Óssea. Discussão: Plaquetopenia
neonatal é uma afecção incomum e pode ser causada por: 1)
Plaquetopenia isoimune - presença de incompatibilidade feto materna ( Ac anti PL) mãe com plaquetas, história e exames
físicos normais; doença benigna que regride espontaneamente.
2) Infecções congênitas: considerada a etiologia mais freqüente
(toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, sífilis, herpes, HIV);
3) Síndromes genéticas. Conclusões: a história familiar,
infecções recorrentes, eczemas e microplaquetas em sangue
periférico, encontradas nas duas crianças preenchem os
critérios diagnósticos para SWA. Esta também deve ser
considerada no diagnóstico diferencial das plaquetopenias
neonatais e imunodeficiências congênitas.
Código Trabalho: 643
Título: URTICÁRIA CRÔNICA: COMO ESCLARECER A SUA
ETIOLOGIA?
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL
CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH
SCHOR;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Cerca de 60% dos casos de urticária crônica não
se consegue identificar o fator causal. Dos 40% sem etiologia,
cerca de 30% pode ser explicado pela existência de anticorpos
anti-receptores de IgE. Objetivos: Verificar a etiologia dos
casos de urticária crônica através de um protocolo clínico
laboratorial em crianças. Métodos: Os pacientes foram
submetidos a uma triagem clínica, onde aqueles com história e
exames físicos compatíveis com urticária crônica foram
incluídos no protocolo laboratorial que consiste na realização
de: Hemograma, VSH, T3, T4, TSH, IgE total, C3, C4, FAN,
Anticorpo anti-tireoglobulina e anti-peroxidase, sorologia para
hepatite B e C, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola,
Helicobacter pylori (sorologia ou endoscopia com biópsia),
VDRL, sumário de urina, urocultura, cultura de secreção nasal,
de secreção vaginal e de orofaringe, raio-x do tórax e dos seios
da face, teste do dermografismo e para diagnóstico de urticária
física ao frio, além de teste cutâneo para aeroalérgenos e
alimentos (prick test). Sendo os resultados negativos, a criança
realiza o teste do soro autólogo (pesquisa de anticorpo
anti-receptor de IgE). Resultados: Dezessete crianças entre
nove meses e 16 anos participaram. Sendo 5 do sexo masculino
e 12 do feminino. Quatro crianças apresentaram teste cutâneo
positivo para aeroalérgeno e uma a alimento. Três crianças
apresentaram parasitológico de fezes positivo. Três apresentaram raios-X dos seios da face positivos para sinusite, porém
sem clínica compatível. Três crianças tiveram anti-HBS
positivo e uma apresentou sorologia positiva para Helicobater
pylori. As crianças com teste cutâneo positivo para
aeroalérgenos foram orientadas no sentido de controlar melhor
o ambiente domiciliar, bem como aquela que apresentou
positividade para alimento foi orientada a uma dieta de
exclusão. As parasitoses intestinais foram tratadas e as crianças
com raios-X compatíveis para sinusite, apesar de não possuir
clínica, foram tratadas com amoxacilina. Entretanto, nenhuma
delas respondeu a terapêutica. As crianças com anti-HBS
positivo encontram-se em investigação. A criança com
sorologia positiva para Helicobacter pylori foi tratada com
amoxacilina, claritromicina e omeprazol, apresentando
remissão da sintomatologia de urticária crônica. Repetirá
sorologia controle após três meses. Uma criança que não teve
exames positivos em sua investigação foi submetida ao teste do
soro autólogo com resposta positiva. Encontra-se aguardando a
possibilidade de realizar imunoglobulina como terapêutica.
Discussão: Apesar de protocolos estabelecidos, a urticária
crônica persiste como um desafio diagnóstico para a classe
médica. Faz necessário esclarecer quais exames devemos
utilizar para elucidação etiológica e oferecer estrutura para a
investigação, principalmente em serviços públicos.Dessa
forma, minorar o desconforto do paciente.
Código Trabalho: 540
Título: URTICÁRIA CRÔNICA: RELATO DE UM CASO COM
ETIOLOGIA POR HELICOBATER PYLORI
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL
CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH
SCHOR;IRAMIRTON FIGUEREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Urticária Crônica ainda persiste como um
desafio diagnóstico para o médico. A dificuldade em se encontrar a sua etiologia é frustrante para o paciente e para o
profissional que o assiste. Vários protocolos diagnósticos
laboratoriais são aplicados na tentativa de elucidar a etiologia
da doença. Objetivos: Relatar um caso de Urticária Crônica
em uma criança de 9 anos de idade, sexo feminino, que teve a
sua etiologia elucidada. Descrição: A criança, SMLM, 9 anos,
sexo feminino, foi atendida no ambulatório de alergia e
imunologia em pediatria do Hospital Universitário com queixa
informada pela sua genitora de "lesões" avermelhadas pelo
corpo, diariamente, há 1 ano. No momento da consulta foi
constatada a presença de lesões pápulo-eritematosas pelo
corpo. Foi negada a existência de angioedema, dermografismo
e doença auto-imune na criança e seus familiares. Havia
história de doenças atópicas na família, bem como um primo
do sexo masculino que apresentou quadro semelhante de
urticária. Foi referido no momento da consulta que sucos de
goiaba, maracujá, acerola, maça, assim como chocolate e
guaraná, funcionavam como desencadeantes do processo. A
criança era portadora de Rinite intermitente e encontrava-se em
Alergia e Imunologia
uso de anti-histamínico de primeira geração diariamente. A
criança foi incluída no protocolo diagnóstico do serviço para
casos de Urticária Crônica sendo encontrada uma sorologia
positiva para Helicobacter pylori. Realizada terapêutica com
amoxacilina, claritromicina e omeprazol com melhora da
sintomatologia. Aguardaremos o prazo de três meses para a
realização da sorologia controle. Discussão: Apesar da
existência de vários protocolos laboratoriais para o diagnóstico
etiológico da urticária crônica (sintomas persistem por mais de
seis semanas), a doença permanece um desafio à classe médica.
Quando não diagnosticada a sua etiologia, é denominada
urticária crônica idiopática. É encontrado em literatura recente,
a descrição cada vez mais freqüente de casos de crianças com
H. pylori, sendo descrita uma associação com o desenvolvimento de casos de urticária crônica. Dessa forma, gostaríamos
de chamar a atenção da classe pediátrica para a existência dessa
possível etiologia nos quadros de urticária crônica.
Código Trabalho: 329
Título: UTILIDADE DO TESTE TUBERCULÍNICO EM
CONTACTANTES DE TUBERCULOSE VACINADOS PREVIAMENTE
PELO BCG
Autores: DEBORAH SCHOR;LEONARDO VEJAR;ALMERINDA
REGO SILVA;ANA TARSILA FONSECA;ANA CARLA
MOURA;EMANUEL SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Ainda é disseminada a informação de que a vacina
BCG pode interferir na resposta ao teste tuberculínico. O objetivo deste artigo é avaliar contactantes intra-domiciliares de
tuberculose vacinados previamente com o BCG, e relacionar a
reatividade ao teste de tuberculínico com a positividade à
bacteriologia do escarro do caso índice. Métodos: Estudo de
coorte retrospectivo a partir do registro do Programa de
Tuberculose Infantil do Chile no período de 1987 a 1997.
Foram consideradas contactantes 3227 crianças de 0-14 anos,
das quais 1234 eram menores de 6 anos. Entre as crianças estudadas, 2923 (92%) apresentavam uma ou mais cicatrizes de
BCG. O total de casos índices foi de 1388, todos os 1250 casos
de tuberculose pulmonar( TP) apresentaram positividade à
cultura, e a bacteriologia do escarro foi registrada como positiva ou negativa (BP ou BN). Atribuiu-se valores semiquantitativos de 1 a 5 para a carga bacilar e realizou-se a análise estatística por regressão simples. A reação ao teste tuberculínico
>9mm foi considerada como positiva. Resultados: Encontrouse forte correlação (r 2 = 0.9952) entre a positividade ao Teste
nos contactantes e a bacteriologia dos casos índice sugerindo
que a vacinação BCG não interfere de forma importante com a
interpretação do Teste Tuberculínico em crianças contactantes
de tuberculose. Portanto, teste tuberculínico positivo em
criança contactante de bacilífero mesmo previamente vacinada
com BCG, deve ser considerado como um indicativo de primoinfecção tuberculosa.
S42
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
SUMÁRIO | CONTENS
ARQUIVOS DE PEDIATRIA
ARCHIVES OF PEDIATRICS
Volume 19 suplemento 1
outubro de 2006
ISSN 1808-7981
Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria,
Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006.
Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
APRESENTAÇÃO
Giselia Alves Pontes da Silva
S5
Adolescência
S165 Onco Hematologia 165 a 172
S21
Aleitamento Materno
S173 Otorrinolaringologia 173 a 176
S31
Alergia e Imunologia
S177 Outros 177 a 187
S43
Bioética
S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194
S45
Cardiologia Pediátrica
S195 Pediatria Comunitária 195 a 199
S49
Crescimento e Desenvolvimento
S201 Pediatria Social 201 a 204
S57
Cuidados Hospitalares 57 a 58
S205 Perinatologia 205 a 208
S59
Cuidados Primários - 59 a 63
S209 Pneumologia 209 a 214
S65
Dermatologia - 65 a 67
S215 Reumatologia 215 a 223
S69
Endocrinologia 69 a 75
S225 Saúde Escolar 225 a 226
S77
Ensino em Pediatria 77 a 79
S227 Saúde Mental 227 a 228
S81
Gastroenterologia 81 a 85
S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a
S87
Genética Clínica 87 a 91
S232
S93
Infectologia 93 a 118
S233 Suporte Nutricional 233 a 234
S119 Nefrologia 119 a 122
S235 Terapia Intensiva 235 a 238
S123 Neonatologia 123 a 143
S145 Neorologia 145 a 152
S153 Nutrição 153 a 163
S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES |
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S1
ARQUIVOS DE PEDIATRIA
ARCHIVES OF PEDIATRICS
Volume 19 suplemento 1
outubro
ISSN 1808-7981
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Os pescadores
J. Borges
Xilogravura
Bezerros, Pernambuco, 2003
Arquivos de Pediatria
Alergia
e Imunologia
Alergia
e imunologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S31
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 468
Título: A PERCEPÇÃO DE BRONCOESPASMO INDUZIDO POR
EXERCÍCIO NAS CRIANÇAS E NOS ADOLESCENTES INFLUENCIA
A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS ?
Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;DECIO MEDEIROS;MARIA
EUGENIA MOTTA;ALMERINDA REGO SILVA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Crianças asmáticas frequentemente têm crises
desencadeadas por exercício físico. Por outro lado, muitas mães
têm medo de permitir que seus filhos façam atividades físicas.
Objetivos: avaliar se a percepção de broncoespasmo induzido
por exercício determina a atitude dos adolescentes e dos pais
das crianças em evitar a prática de esportes e exercícios.
Métodos: Foi realizado estudo transversal incluindo 62
crianças e adolescentes com mediana de idade de 9,5 anos
(percentis 25 e 75: 7 - 12 anos) e diagnóstico clínico de asma.
Os pacientes asmáticos consecutivamente atendidos em um
ambulatório especializado responderam a um questionário que
incluía as questões "evita participar de esportes ou brincadeiras
devido à asma?", "tem cansaço quando joga ou brinca?", "tem
chiado no peito quando joga ou brinca?" e "tem asma quando
joga ou brinca?". Resultados: Dos pacientes entrevistados,
37% (23/62) afirmaram evitar a prática de esportes ou
brincadeiras devido à presença de asma. Entre os pacientes que
evitavam exercícios, 91,3% (21/23) afirmaram apresentar
cansaço após exercício, enquanto isso foi relatado em apenas
44,7% (17/38) dos que não evitavam (2 = 11,32; p = 0,0008).
Entre os pacientes que evitavam exercícios, 74% (17/23)
confirmaram ter chiado no peito após exercício, enquanto isso
foi relatado por 28,2% (11/39) dos que não evitavam exercícios
(p = 0,001). Entre os pacientes que evitavam exercícios,
observou-se que 74% (17/23) informaram ter asma após
exercício, enquanto isso foi relatado por 33,3% (13/39)
daqueles que não evitavam exercícios (p = 0,005). Conclusões:
a maioria dos pacientes asmáticos evita exercícios apenas
quando evidencia sintomas ou crise asmática diretamente
relacionada à prática de atividades físicas.
Código Trabalho: 700
Título: ALERGIA ALIMENTAR: EXAMES COMPLEMENTARES
AJUDAM NO DIAGNÓSTICO?
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;GISELIA PONTES
ALVES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;EUGÊNIA
MOTTA;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Exames complementares têm sido utilizados na
tentativa de confirmação de uma suspeita diagnóstica clínica.
Será que realmente esses exames laboratoriais contribuem para
o diagnóstico de casos de alergia alimentar? Objetivos:
Verificar a concordância entre a história clínica positiva para
alergia alimentar e os resultados dos exames complementares
realizados em crianças. Métodos: Pacientes encaminhados com
quadro clínico suspeito de alergia alimentar, na faixa etária de
entre 1 e 5 anos de idade, foram submetidos a um questionário
de triagem. Após confirmação da suspeita diagnóstica por esse
questionário, as crianças foram incluidas no projeto e
realizados teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (prick
test) para caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina,
clara de ovo, gema de ovo, trigo e amendoim, e patch test (teste
para pesquisar alergia alimentar mediada por células na pele)
para proteína do leite de vaca, clara de ovo, gema de ovo, trigo
e amendoim. O prick test foi considerado positivo quando a
pápula era maior que 3mm em relação ao controle negativo. O
patch test foi considerado positivo quando durante a 2ª leitura
do 5º dia, ocorresse hiperemia ou edema no local de contato do
alérgeno. Resultados: Foram encaminhadas 46 crianças para o
serviço. Três delas não se enquadraram no projeto e foram
descartadas. Das 43 restantes, 25 eram do sexo masculino e 18
do feminino. Doze crianças apresentaram prick test positivo e
seis o patch test. Doze apresentaram ambos positivos. Dessa
forma, 70% das crianças apresentaram ou prick ou patch testes
positivos e 30% os dois positivos ao mesmo tempo. A literatura
considera que o valor preditivo positivo (VPP) para o
diagnóstico de alergia alimentar é próximo a 100% quando
ambos os testes estão positivos, podendo assim dispensar a
S32
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
realização do teste padrão ouro diagnóstico, a provocação oral
com alimentos. É referido ainda, que criança com prick test
positivo e história de reação recente ao alérgeno testado,
também poderiam ser consideradas alérgicas alimentares.
Dessa forma, observamos que em 60% dos casos poderíamos
afirmar que a criança é portadora de alergia alimentar, sem a
necessidade da realização do desencadeamento oral.
Conclusões: o prick e o patch testes podem ajudar no
diagnóstico das crianças suspeita de possuírem alergia
alimentar.
Código Trabalho: 443
Título: ASSOCIAÇÃO DA PRESENÇA DA CICATRIZ DA VACINA
BCG E DIAGNÓSTICO DE ASMA EM ADOLESCENTES NA CIDADE
DE RECIFE.
Autores: MARCELA AMORIM;ALDO COSTA;NICODEMOS
PONTES;ANTÔNIO GONÇALO;DEBORAH SCHOR;EMANUEL
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A vacina de BCG é considerada como tendo
potencial imunomodulador, quando administrada estimularia
uma resposta imunológica baseada em linfócitos Th1,
equilibrando ou mesmo diminuindo a resposta de linfócitos
Th2 responsáveis pela atopia. Objetivoa: Verificar a associação
de pelo menos 01 cicatriz de vacina BCG e diagnóstico de asma
em adolescentes de escolas públicas de Recife-PE. Métodos:
Estudo descritivo exploratório inicial, onde 429 adolescentes
de escolas públicas foram incluídos. Foi procedido à
identificação dos alunos (nome, idade e sexo), aferição de peso
e altura, identificação da presença de cicatriz de BCG e
mensuração da mesma e, em seguida, aplicado um questionário
ISAAC sendo considerado o diagnóstico prévio de asma
realizado por Médico. Resultados: Das 429 crianças estudadas,
382 (89%) possuíam pelo menos uma cicatriz de BCG,
existindo uma resposta de asma diagnosticada de 23,3%
(100/429). Conclusões: Verifica-se que apesar de uma ampla
cobertura vacinal para BCG, estes adolescentes apresentam
prevalência de asma diagnosticada semelhante ao referido na
literatura.
Código Trabalho: 464
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE DURAÇÃO E TIPO DE
AMAMENTAÇÃO E ADOLESCENTES ASMÁTICOS NA CIDADE DE
CARUARU - PE.
Autores: JANAINA MARIANO;EMANUEL SARINHO;DEBORAH
SCHOR;ALMERINDA REGO SILVA;DIRCEU SOLÉ;SILVIA WANICK
SARINHO
Instituição: CENTRO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
: ALERGIA E IMUNOLOGIA
Contato: [email protected]
Resumo:
Objetivos: Avaliar a associação da presença e tipo de
amamentação em adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo de
caso-controle com adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de
Caruaru-PE. Composta de 50 asmáticos e 150 controles
selecionados através da questão dois do questionário de asma
do ISAAC. Foi Aplicado questionário composto de 33 questões
para investigação das seguintes variáveis: presença de
amamentação, tempo de amamentação e amamentação
exclusiva. Resultados: A presença da amamentação um OR =
1,17 com um IC = 0,51 a 2,70, O tempo de amamentação não
teve diferença estatística (p=0,585), bem como a amamentação
exclusiva (p=0,239). Conclusões: Nenhuma das variáveis
estudadas mostrou associação significativa com a presença de
asma no adolescente
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 1238
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DE ASMA E FAIXA
ETÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES . ISAAC FASE 3.
Autores: JACKELINE MOTTA FRANCO;RICARDO QUEIROZ
GURGEL;DIRCEU SOLÉ
Instituição: Universidade Federal de Sergipe
Cidade/UF: ARACAJU/SE
Resumo:
Introdução: A mudança no predomínio da prevalência da asma
do sexo masculino ocorre na época da puberdade, podendo
estar associada às diferenças biológicas e fenotípicas entre os
sexos. Objetivos: Avaliar a associação entre sintomas de asma
e faixa etária entre crianças e adolescentes, utilizando o
questionário padronizado (QE) ISAAC. Métodos: As escolas
tanto na rede pública como privada foram sorteadas por
amostragem aleatória estratificada garantindo a proporcionalidade segundo domínio escolar e localização por distrito. Os
questionários foram respondidos pelos adolescentes na sala de
aula, sob supervisão dos pesquisadores, e pelos pais ou
responsáveis das crianças de 6-7 anos, em casa. Para análise
comparativa foi utilizado o teste do qui-quadrado (CHI 2) e
nível de significânciade 0.05. Resultados: Foram obtidos 2443
QE completamente respondidos entre as crianças e os
adolescentes. A análise comparativa mostrou haver associação
entre as duas faixas etárias e os sintomas relacionados nos
últimos meses nas questões: menos de 4 crises - CHI 2=
10.5**, sono prejudicado < 1 noite / semana - CHI 2= 11.8**,
mais de 1 noite / semana - CHI 2= 4.73* , fala prejudicada CHI 2= 12.04***, asma alguma vez - CHI 2= 19.33***, chiado
aos exercícios - CHI 2= 57.6*** e tosse seca sem infecção CHI2= 21.3***. Nas questões em que houve associação , a
proporção de respostas afirmativas foi maior entre adolescentes
1.1-1.2:1, à exceção da questão relacionada ao sono
prejudicado em que as crianças compareceram em maior
número. Conclusões: Existe associação entre diferentes
sintomas de asma e as faixas etárias, com proporção de
respostas afirmativas significantemente maior, entre os
adolescentes.
Código Trabalho: 387
Título: DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SINDROME DE FREYRELATO DE CASO
Autores: DEBORAH SCHOR;CARINA MEDEIROS;ADRIANA
AZOUBEL ANTUNES;ROSANA CHAGAS;IRAMIRTON
MOREIRA;GLADYS QUEIROZ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA- UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Frey é caracterizada pelo
surgimento, geralmente unilateral, de eritema cutâneo,
sensação de calor, sudorese e dor na de distribuição cutânea do
nervo auriculotemporal como resposta a estímulos gustativos e,
excepcionalmente, táteis, em conseqüência de lesão das fibras
parassimpáticas do referido nervo. É uma entidade pouco
descrita na infância; tem início habitualmente no primeiro ano
de vida, coincidindo com a introdução de alimentos sólidos, daí
o diagnóstico diferencial com alergia alimentar. Objetivos:
Relatar um caso de Síndrome de Frey e fornecer subsídios
teóricos para que seja realizado seu reconhecimento precoce.
Relato de Caso: LCRS, 11 meses de idade, masculino, natural e
procedente de Recife - PE. Com 5 meses de vida apresentou
lesão eritematosa em hemiface esquerda, que surgiu após
ingestão de alimentos sólidos e desapareceu espontaneamente
em poucos minutos. Nascido de parto vaginal por fórceps, peso
ao nascimento 3.369g, APGAR 9 e 10. Iniciou leite artificial
como complemento aos 15 dias de vida. Com dois meses
chorava muito à noite, melhorou com a retirada do leite
artificial e derivados de leite de vaca da dieta materna. Aos
cinco meses iniciou leite de soja modificado e outros alimentos
na dieta. Ao exame observaram-se lesões eritematosas em
hemiface esquerda, sem pápulas ou dor local. O diagnóstico
definitivo foi estabelecido após Teste de Provocação Oral com
a ingesta de alimentos sólidos, não havendo a necessidade,
portanto, de exames complementares. Conclusões: A síndrome
de Frey, freqüentemente confundida nos ambulatórios
especializados com quadros de urticária aguda, na infância é
um processo benigno, que tende a diminuir progressivamente
até que os sintomas desapareçam; seu diagnóstico precoce,
baseado, na anamnese, é importante, a fim de evitar exames
complementares desnecessários e dietas de exclusão alimentar.
O presente caso alerta para essa possibilidade diagnóstica.
Código Trabalho: 510
Título: DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICA E
POSSÍVEIS MARCADORES PESSOAIS E FAMILIARES DE ATOPIA
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA; GISELIA ALVES
PONTES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO; ERNANI PEREIRA
SILVA; PEDRO ALVES
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Área: ALERGIA E IMUNOLOGIA
Contato: [email protected]
Resumo:
Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
possui prevalência em torno de 10% entre os lactentes
regurgitadores, podendo ser mais prevalentes em crianças
atópicas. Objetivos: Verificar em lactentes menores de um ano
de vida se marcadores pessoais e familiares de atopia são mais
presentes em um grupo de crianças com (DRGE) em relação a
um grupo de crianças com Regurgitação Infantil (RI).
Métodos: O desenho de estudo foi do tipo transversal
(prevalência), com posterior análise do tipo caso controle. A
população foi constituída por crianças menores de um ano de
idade com história de episódios de regurgitação durante um
período mínimo de três semanas. Foi selecionada uma amostra
de 434 lactentes para estimar a prevalência de marcadores
pessoais e familiares de atopia. A amostra foi analisada com a
intenção de evidenciar uma possível associação entre DRGE
com esses marcadores. As definições de DRGE e RI foram
baseadas no critério de Roma II e as de marcadores pessoais e
familiares de atopia foram baseadas no escore de Martinez.
Resultados: Entre crianças estudadas, 24,88% (108/434),
apresentaram marcadores pessoais e familiares de atopia
positivo, mas não houve diferença significativa do ponto de
vista estatístico (p = 0,07) entre os pacientes com DRGE
(43/434) e RI (391/434). Conclusões: Os pacientes com DRGE
não apresentaram associação significativa com marcadores
pessoais e familiares de atopia, quando comparados a pacientes
com RI.
Código Trabalho: 53
Título: DOENÇA GRANULOMATOSA CRÔNICA - RELATO DE
CASO
Autores: MILENE GAVIOLI;LUIZ CAMILO DE FREITAS;BRUNA
CONDÉ;LUCY MARY SHINTANI;ANTONIO CONDINO
NETO;MARIA CÂNDIDA RIZZO
Instituição: Hospital Infantil Menino Jesus; UNICAMP,
UNIFESP
Cidade/UF: SÃO CAETANO DO SUL/SP
Resumo:
Introdução: A DGC é uma imunodeficiência primária rara
(1/200 000 nascimentos vivos) e caracteriza-se por infecções
recorrentes devidas a alterações na NADPH oxidase, com
conseqüente baixa produção de ânion superóxido pelos
neutrófilos. Clinicamente observam-se grandes coleções
purulentas sem a resolução do processo. A DGC pode ser
causada por mutações em uma das 4 moléculas estruturais do
NADPH oxidase: gp91 phox, p47 phox p22 phox p67 phox.
Aproximadamente 2/3 dos pacientes com DGC apresentam
mutações no gp91 phox e uma herança recessiva ligada ao X.
O restante é autossômico recessivo. Independente do genótipo,
os pacientes apresentam formação de granulomas e infecções
recorrentes por organismos catalase-positivos, especialmente
Staphylococcus
aureus.,
Aspergillus
spp.,Serratia
marcescens.,Nocardia spp. e Burkholderia cepacia. O
diagnóstico da DGC é feito pelo nitroblue tetrazolium teste
(NBT) ou variantes do mesmo. Objetivos: Os autores
descrevem a grave evolução de uma criança do sexo masculino,
portadora de DGC e acompanhada em um Hospital Público de
São Paulo (HIMJ). Relato de caso: Descrição do caso:
GDB,sexo masculino, 11 meses, 10 filho de pais não
consangüíneos, natural de Registro-SP. Nasceu a termo, parto
normal, sem intercorrências perinatais. Não houve cicatrização
do umbigo desde o nascimento, com formação de coleção
purulenta no local. Foi inicialmente drenado e tratado com
antibioticoterapia de amplo espectro, com má evolução, tendo
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
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Alergia e Imunologia
sido submetido à cirurgia para debridamento de material
necrótico, aos 5 meses. Aos 2 meses, após receber uma dose de
vacina anti-hepatite B, apresentou abscesso em coxa direita,
que precisou receber abordagem cirúrgica aos 7 meses, ao ser
internado em nosso serviço, onde ainda permanece. Houve
cicatrização completa desta lesão, com retração de pele no
local. Nesta ocasião mantinha a ferida umbilical, quadro
mantido até hoje, apesar de intervenção cirúrgica no último
mês. Há 40 dias atrás, após uma punção venosa periférica,
desenvolveu novo abscesso em braço esquerdo. Desde o
nascimento mantém-se praticamente todo o tempo em
antibioticoterapia. Nos últimos 4 meses tem recebido
sulfa-trimetropim e itraconazol, em doses habituais, como
medicação profilática e cursos de antibioticoterapia. O
hemograma mostrou anemia hipocrômica microcítica e
leucocitose (30 a 80.000/mm3) com predomínio de neutrófilos.
Não se conseguiu isolar agentes infecciosos na hemocultura e
sim na secreção umbilical: Enterococcus sp, Staphylococcus
coagulase negativa e Pseudomonas aeruginosa. Foram normais
as dosagens séricas de imunoglobulinas e o ELISA para HIV
foi negativo. Foi avaliada a atividade NADPH oxidase dos
leucócitos por citometria de fluxo, quantificando-se a produção
de H2O2 de neutrófilos e monócitos, ativados com
Phorbol-myristate-acetate (PMA). Monócito espontâneo
Monócito PMA Neutrófilo espontâneo Neutrófilo PMA Com
base nos resultados foi feito o diagnóstico de DGC e
aguardamos o diagnóstico.Paciente 0 1,6 0 5,5Controle 0 21,55
0 20,05
Código Trabalho: 395
Título: EDUCAÇÃO EM ASMA E AS DIFERENTES
CLASSIFICAÇÕES DA DOENÇA
Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;DEBORAH
SCHOR;MARÍLIA COUTINHO;ALMERINDA REGO SILVA;EMANUEL
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA- UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Comparação do impacto da educação em asma
entre familiares de pacientes com as diferentes classificações
da doença: asma intermitente (AI), asma persistente leve
(APL), asma persistente moderada (APM) e asma persistente
grave (APG). Métodos: Foram avaliados 58 pacientes com
asma acompanhados no Hospital das Clínicas de Pernambuco,
com faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os
critérios do Consenso Brasileiro. Os familiares das crianças
responderam a questionários compostos por 15 perguntas
básicas a respeito da doença, todas com respostas de dupla
escolha (sim ou não). Os questionários foram aplicados antes e
após a realização de reuniões explicativas sobre conceito,
fatores desencadeantes, controle ambiental e manejo da crise
da asma. Resultados: Os familiares dos pacientes que
compuseram o grupo classificado como APL foram os que
conseguiram um maior aumento do percentual de acertos nos
questionários antes e após as reuniões APL (45,31%),
comparados aos demais grupos: AI (39,39%), APM (38,8%) e
APG (37,68%). Em contrapartida, os responsáveis pelos
pacientes com APG foram os que obtiveram um desempenho
mais satisfatório nas respostas dos questionários aplicados
tanto antes (69% de acertos) como após as reuniões (95% de
acertos). Conclusões: As diferenças nos resultados podem
demonstrar que os pacientes graves, pelo maior convívio com a
asma e com serviços médicos, obtêm maior volume de
informações em relação aos demais. Por outro lado, a
similaridade dos percentuais dos acertos finais demonstrou que
todos os pacientes com os diferentes tipos de asma possuem
potencial de aprendizagem equivalente e que a educação em
asma pode se revelar acessível e eficaz, não importando a
tipologia da asma.
S34
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 440
Título: ERITEMA MULTIFORME MINOR RELACIONADO AO
HERPES SIMPLES EM PACIENTE PEDIÁTRICO: RELATO DE CASO
Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;ROSANA
CHAGAS;RITA ARAÚJO;ANA MARIA ARAÚJO;ALMERINDA REGO
SILVA
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O eritema multiforme (EM) caracteriza-se por
erupção mucocutânea aguda e autolimitada. Classifica-se nas
formas minor e major, conforme extensão de mucosas
acometidas e presença de sintomas sistêmicos. Cerca de 20%
dos casos de EM Minor ocorre em crianças, usualmente
adolescentes. Representa uma reação de hipersensibilidade a
uma série de fatores precipitantes. A infecção prévia por
Herpes simples é possivelmente o fator isolado mais
importante como precipitante do EM Minor. Episódios
repetidos são relatados em 50% dos casos. Objetivos: Relatar
um caso de Eritema multiforme em paciente pediátrico. Relato
de Caso: E. J. S., 13 anos e 8 meses, natural e procedente de
São Lourenço da Mata - PE. Relata erupções bolhosas
recorrentes em lábios que se estendem para cavidade oral e
pele, ao regredirem deixam manchas hipercrômicas, desde 2
anos de idade. Acompanhado de queda do estado geral, febre,
dor local, prurido após exposição solar. Seis episódios
semelhantes no ano anterior. Calendário vacinal atualizado.
Refere episódios anteriores de varicela, parotidite e otite
média. Mãe e irmã portadoras de asma e recorrência de Herpes
labial; Pai falecido por complicações de Tuberculose
glanglionar há 10 anos. Ao exame presença de hiperemia,
lesões ulceradas esbranquiçadas na mucosa oral, com halitose.
Na pele manchas hipercrômicas disseminadas no tronco e
membros superiores. Exames complementares: Leucograma
9.700 céls/mm3, sendo 5.432 céls/mm3 neutrófilos, 2.589
céls/mm3 linfócitos e 1.222 céls/mm3 eosinófilos. Teste de
Mantoux 14 mm; Radiografia do tórax sem anormalidades.
Imunoglobulinas (Ig): IgE 509.4 mg/dl, IgG 1.031 mg/dl, IgA
98,1 mg/dl, IgM 209 mg/dl; Sorologia para HIV negativa;
Complemento sérico: C3 - 120, C4 - 14.2; ASLO - 67.6.
Sorologia para Herpes IgG positivo e IgM negativo. Biópsia de
pele: Eritema polimorfo (multiforme) bolhoso. Iniciado
tratamento com aciclovir e o paciente evoluiu com melhora na
recorrência das lesões. Conclusões: A identificação dos fatores
precipitantes dos episódios recorrentes de eritema multiforme
reduz a morbidade da doença. O presente caso ilustra e reforça
a íntima relação entre o eritema multiforme Minor e infecções
por herpes simples, conforme dados da literatura atual.
Código Trabalho: 601
Título: ESTUDO MULTICÊNTRICO DE CITOMETRIA DE FLUXO
PARA EXPRESSÃO DE PROTEINA TIROSINA QUINASE (BTK) EM
MONÓCITOS DE PACIENTES COM HIPOGAMAGLOBULINEMIA.
Autores: SERGIO MASSAIUKI TANI;JORGE ANDRADE
PINTO;ANTONIO ZULIANI;PERSIO ROXO;ALMERINDA
SILVA;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA
Instituição: FCM-UNICAMP, FM-UFMG, FM-UNESP, FM-USP RP,
FM-UFPE
Resumo:
Introdução: Agamaglobulinemia ligada ao X (XLA; MIM#
300300) é causada pelo bloqueio na diferenciação das células
B, por mutações no gene (19 exons) da proteína Tirosina
Quinase de Bruton (BTK). Objetivos: Descrever as
características clínicas e expressão da proteina BTK em
monócitos de pacientes com hipogamaglobulinemia. Método:
Foram avaliados pacientes com hipogamaglobulinemia com
registros das Informações clínicas, dosagem das imunoglobulinas séricas e contagem de células B na primeira consulta. Para
avaliar a expressão de BTK em células mononucleares, por
citometria de fluxo, utilizaram-se anticorpos monoclonais
(anti-CD19 e anti-BTK). O genótipo foi analisado por
sequenciamento direto do cDNA sintetizado do RNA total e
DNA genômico amplificado por reação de polimerase em
cadeia (PCR), estudado por eletroforese em gel com
single-strand conformation polymorphism (SSCP) e
sequenciamento direto dos exons correspondentes.
Alergia e Imunologia
Resultados: Do total de 45 pacientes com hipogamaglobulinemia, diagnosticamos 28 pacientes como XLA, 14 como
imunodeficiência comum variável e 3 como Hiper IgM. No
grupo XLA, a mediana de idade para inicio dos sintomas foi de
12 meses (1-72), para idade ao diagnóstico foi 4 anos (0,4 - 14).
As dosagens de IgA mg/dL, IgG mg/dL e IgM mg/dL ao
diagnóstico foi de 5,5 (0,0-60); 168,5 (0,0-477), 18,0 (0,0-220)
respectivamente e no grupo de ICV a mediana de IgA foi 6,0
(0,0 -141), IgG 428 (58-867) IgM 13 (1,8-49). No grupo XLA
encontramos CD19 < 2% e mediana da expressão de BTK
19,4% (0,06 - 86), e das respectivas mães BTK 54,75% (22,4 97,1) com padrão em mosaico. Nos pacientes com ICV encontramos mediana de idade ao diagnóstico 14 anos (4-32),
mediana de CD19 11,36% (3,6 - 31,4) e expressão de BTK > a
95%. Nas 23 famílias estudadas identificamos 13 diferentes
mutações no gene da proteína BTK. Os tres pacientes com
síndrome de Hiper IgM apresentaram expressão de BTK
normal e CD19 > 9%. Conclusões: A expressão de BTK em
monócitos discriminou que o diagnóstico de XLA deve ser
considerado naqueles pacientes com agama ou hipogamaglobulinemia com CD19 < 2% e, o diagnóstico de ICV naqueles
pacientes com hipogamaglobulinemia e CD19 > 3,5%.
Código Trabalho: 652
Título: FALHAS NO MANEJO PRÉVEO Ä HOSPITALIZAÇÃO POR
CRISE DE ASMA- ESTUDO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM
DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE
Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE
STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;JOSÉ ANGELO
RIZZO;EMANUEL SARINHO;GLADYS QUEIROZ
Instituição: Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia UFPE
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A asma é a doença grave mais comum da infância
e, paradoxalmente, os grandes avanços do tratamento não
contribuíram para redução da mortalidade pela doença. A taxa
de hospitalização por asma, que significa a incidência de crises
que necessitam de internamento, varia em função da
prevalência da doença, da gravidade e dos padrões da prática
médica. Objetivos: Verificar se o percentual de crianças com
crise de asma no serviço de emergência tinham orientação para
manejo da crise em casa. Métodos: Estudo de série de casos
em duas unidades de saúde da cidade do Recife-PE. Para o
estudo foram selecionados as crianças e adolescentes
internados devido a asma, na faixa etária entre 03 e 16 anos.
Foi utilizada a escala de gravidade de asma de acordo Bishop.
Resultados: Considerando-se os aspectos individuais e
familiares das crianças e adolescentes estudadas, a idade média
foi de 05 anos. 54,4% eram do sexo masculino. Em relação a
escolaridade materna, 72,4% tinham de 5 - 8 anos de estudo.
51,2 % dos pacientes tinham mais de 24 horas de início da crise
de asma antes do internamento. Quanto a escala de gravidade
da asma, no momento do internamento, 52,2 % foram
classificadas em grave e muito grave. Verificou-se ter sido de
62,3 % o tempo de início de tratamento em casa, dentro das
primeiras seis horas; enquanto 17,9 % não fizeram
tratamento em casa. Quanto ao uso de drogas, 41,9 % fez uso
de broncodilatador e/ou brometo de ipatrópio e 53,9 % fizeram
uso de broncodilatador associado a corticóide. Conclusões: Há
uma precária orientação sobre o manejo domiciliar da crise, o
que demonstra a necessidade de um plano escrito para o manejo
da crise de asma, bem como de orientação adequada aos
pacientes durante as consultas.
Código Trabalho: 1134
Título: GRAVIDADE DA SIBILÂNCIA EM LACTENTES E
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;JOÃO PAULO
CAVALCANTI DE CASTRO;ÍTALO MARCELO DO RÊGO
NASCIMENTO;KLEBIANA SANTOS;LUCIANE DE LIMA
MOURA;ANA LUIZA HOLANDA ALMEIDA
Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Federal
de A
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
morbidade acentuada e risco de efeitos adversos dependentes
da auto-medicação. Objetivos: determinar a prevalência e a
gravidade de sibilos em lactentes relacionando-as à terapêutica
adotada. Métodos: estudo comparativo multicêntrico
internacional do tipo transversal realizado por questionários
respondidos pelas mães das crianças de 12 a 18 meses em
amostras aleatórias de 316 lactentes, nas Unidades Básicas de
Saúde. Foram excluídas crianças com doenças crônicas e que
não tinham repercussão respiratória. O banco de dados foi
construído no Epi Info 2000 versão 3.2.2. Resultados: 39,2%
apresentou chiado no peito no primeiro ano de vida; destes,
47,5% apresentou mais de três episódios/ano; a maioria
(52,8%) necessitou de cuidados em Pronto-Socorro e apenas
10,6% foi hospitalizada. Dentre as crianças que receberam
atendimento de caráter de urgência 86% recebeu tratamento
com broncodilatadores (BD) via inalatória; 68% dos que não
procuraram cuidados médicos também fizeram uso de BD por
auto-medicação. Apenas 9% confirmou uso de corticosteroides
orais. Esta prevalência foi ainda mais baixa no grupo sem
consulta de urgência (5%). A terapêutica oral era desconhecida
para 29% do grupo atendido na Urgência e para 18% do grupo
atendido eletivamente ou sem assistência médica. Conclusões:
a freqüência de chiado no peito no primeiro ano de vida é
elevada com morbidade acentuada traduzida por aumento na
procura de atendimento em serviços de urgência e internações
caracterizando um problema de saúde pública. Há utilização
em larga escala de BD para alívio destes sintomas em lactentes,
muitas vezes sem prescrição médica. Corticóides ainda são
pouco utilizados nessa faixa etária possibilitando maior
morbidade.
Código Trabalho: 448
Título: IMPORTÂNCIA DO TESTE DE PROVOCAÇÃO EM
PACIENTES COM RELATO DE HIPERSENSIBILIDADE A DROGAS
Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;DANELLE
STOLZ;MARIA DA CONCEI LUNA;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;GLADYS
QUEIROZ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: As Reações Adversas a medicamentos dividem-se
em previsíveis e imprevisíveis. As reações previsíveis são as
mais freqüentes, caracterizando os efeitos colaterais mais
comuns das medicações. As imprevisíveis relacionam-se à
susceptibilidade individual, como intolerância, idiossincrasia e
reações de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade
(alérgicas ou não alérgicas) correspondem a aproximadamente
25% do total das Reações Adversas a medicamentos.
Objetivos: Traçar o perfil dos pacientes com relato de
hipersensibilidade a drogas, submetidos a teste de provocação.
Métodos: Estudo de série de casos, realizado no ambulatório
de alergia a drogas do Centro de Pesquisa em Alergia e
Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco, no período de outubro de 2004 a
março de 2006. Participaram do estudo 10 pacientes com relato
de hipersensibilidade após uso de anestésicos locais (AL),
antiflamatórios não esteróides (AINEs) e β2 agonistas, que
realizaram testes de provocação. Resultadoss: Do total da
amostra, 5 pacientes foram do sexo masculino A idade variou
entre 4 e 32 anos. Nove pacientes (90%) afirmaram
antecedentes de atopia. Cinco relataram hipersensibilidade a
AINEs, 2 a AL, 1 a AINEs e AL e 1 a β2 agonista. As reações
citadas mais frequentes foram: angioedema (7), urticária (6),
broncoespasmo (1) e anafilaxia (1). Foram realizados 11 testes
de provocação, destes: 4 com lidocaina (todos negativos); 6
com AINEs, sendo 2 com o Cloxinato de lisina que
apresentaram urticária e angioedema e 4 com o Etoricoxib
(negativos);1 com β2 agonista, fenoterol (negativo).
Conclusões: Estes dados ressaltam a importância dos testes de
provocação, no sentido de afastar ou confirmar a presença de
hipersensibilidade a drogas e possibilitar em alguns casos uma
alternativa medicamentosa para o paciente ou evitar privações
desnecessárias diante de necessidade terapêutica.
Introdução: o diagnóstico e a terapêutica de lactentes
chiadores ainda apresenta dificuldades incorrendo em
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S35
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 568
Título: IMUNIDADE CELULAR REDUZIDA PARA A VACINA BCG
EM LACTENTES COM EXPOSIÇÃO VERTICAL E NÃO
INFECTADOS PELO HIV
Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO
MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;SIMONE CORTE
BATISTA SOUZA LIMA;TATIANE QUEIROZ ZORZETO;MARIA
MARLUCE DOS SANTOS VILELA
Instituição: Centro de Investigação em Pediatria/
Departamento
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: Há pouca informação do impacto da exposição ao
HIV durante a gestação no desenvolvimento imunológico da
criança não infectada. Objetivos: Comparar a resposta
imunológica para a vacina BCG em lactentes com exposição
vertical mas não infectados pelo HIV com lactentes sem
exposição ao HIV. Métodos: Estudo de corte transversal com
lactentes expostos e não expostos ao HIV e vacinados com
BCG no primeiro mês de vida. Os expostos foram separados
por idade em dois grupos: E1 (Expostos 1, de 7,2 até 8,0 meses
de idade, n=10) e E2 (Expostos 2, de 8,7 até 20,6 meses de
idade, mediana 14,28, n=19). Os lactentes não expostos ao HIV
(mediana de idade 7,47 meses, de 7,0 a 8,7 n=39), pareados por
idade a E1, foram usados como controles (não expostos, NE).
A resposta celular dos lactentes foi avaliada pela proliferação
in vitro de células mononucleares estimuladas com BCG vivo
ou fitohemaglutinina (PHA), com análise das populações de
linfócitos T em citômetro de fluxo (CD3+, CD4+, CD8+ e TCR
gd+). Foi aplicado o teste de Mann-Whitney, sendo
consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Os
resultados foram expressos em medianas, valores máximos e
mínimos. Resultados: Os percentuais de linfócitos T que
proliferaram nas culturas estimuladas com BCG ou PHA foram
significativamente menores em E1 e E2, quando comparados a
NE (BCG: 7,1 x 9,8 x 27,9 e PHA: 30,8 x 38, 3 X 60,4, para
E1, E2 e NE respectivamente). As porcentagens de subpopulações de linfócitos T CD4+ e TCR gd+ foram reduzidas em E1
e E2 nas culturas estimuladas com BCG. Os grupos de expostos
ao HIV não apresentaram diferenças significativas nos ensaios
de proliferação. Conclusões: As respostas linfoproliferativas
para BCG e para PHA foram menores nos lactentes com
exposição vertical ao HIV, mesmo nos maiores de um ano de
idade.
Código Trabalho: 663
Título: IMUNOGENICIDADE DA VACINA RECOMBINANTE DE
HEPATITE B COMBINADA COM A VACINA BCG.
Autores: EMILIA DE FARIA CARNIEL;MARIA ANGELA GOES
MONTEIRO ANTONIO;ANDRE MORENO MORCILLO;MARIA DE
LURDES ZANOLLI;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS
VILELA
Instituição: PEDIATRIA-CIPED UNICAMP/ INSTITUTO
BUTANTAN
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: A possibilidade de combinar vacinas sem causar
interferência com a segurança e eficácia reduz os custos,
melhora a logística da distribuição e contribui para a adesão da
população aos esquemas de imunização propostos, aumentando
a aceitação e a cobertura. Com isso, o controle de doenças
imunopreveníveis, objetivo do Programa Nacional de
Imunizações, poderá ser atingido. Objetivos: Avaliar a
imunogenicidade e a segurança da vacina recombinante de
hepatite b (Butang®) combinada com a vacina BCG produzida
pelo Instituto Butantan (SP-Brasil). Métodos: Realizou-se um
ensaio clínico aberto e randomizado com as vacinas: Butang®
(HB; HbsAg recombinante 10mg, hidróxido de alumínio 0,625
mg, qsp 0,5ml) e Butang® combinada com a vacina BCG
(HbsAg recombinante 10mg, BCG suspensão 0,1mg, glutamato
de sódio 1,1mg, NaCl 0,85%, qsp 0,1ml). Um total de 498
recém-nascidos, cujas mães eram HbsAg negativas, receberam
três doses de vacina recombinante de Hepatite b (10mg/dose)
ao nascimento, com 1 e com 6 meses de idade e uma dose de
BCG ao nascimento conforme preconizado pelo PNI, como se
segue: GRUPO A: 245 crianças receberam a vacina Butang®
combinada com a vacina BCG por via intradérmica (ID) nas
primeiras 24 horas de nascimento e Hepatite b por via
intramuscular (IM) com 1 e 6 meses de vida. GRUPO B: 253
S36
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
crianças receberam separadamente uma dose de BCG ID e uma
dose da vacina recombinante da Hepatite b IM nas primeiras
24 horas após o nascimento e Hepatite b IM com 1 e 6 meses
de vida. Foram colhidas amostras de sangue antes da terceira
dose e 28 a 45 dias após, e realizadas análises quantitativas de
anti-HBs (mIU/ml) usando Axsym Ausab® ABBOTT GmbH
Diagnostika (Laboratories, Park IL, USA). Os dados foram
analisados utilizando-se o programa SPSS v.11. Resultados:
Não foram observados eventos adversos. Títulos de anti-HBs >
10UI/ml foram encontrados em 99,6% dos vacinados no
GRUPO A e 99,2% no GRUPO B; títulos > 1000UI/ml foram
observados em 71,8% dos vacinados no GRUPO A e 73,1% no
GRUPO B. O intervalo de confiança da diferença entre as
proporções de soroproteção mostrou que a vacina combinada
não foi inferior às vacinas aplicadas separadamente.
Conclusões: A vacina combinada mostrou adequada eficácia,
respaldando o seu uso em recém-nascidos.
Código Trabalho: 738
Título: INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES DE
REPETIÇÃO: CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS
EM AMBULATÓRIO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA PEDIÁTRICAS
Autores: CRISTINA FRIAS SARTORELLI;ANA PAULA ZANIN
SANTOS FELGUEIRAS;ANA CRISTINA LANFRANCHI
ASPRINO;PAULA AZEVEDO ALHADEFF;RAQUEL FUJINOHARA
VON AH
Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí
Cidade/UF: JUNDIAÍ/SP
Resumo:
Introdução: das crianças com infecções de vias aéreas
superiores (IVAS) de repetição aproximadamente 50% são
saudáveis, 30% atópicas, 10% imunodeficientes e 10%
portadoras de doenças crônicas. A identificação destes
pacientes pode se feita, na maioria das vezes, em avaliação pelo
pediatra. Objetivos: caracterizar os pacientes encaminhados ao
ambulatório de alergia e imunologia pediátricas com hipótese
diagnóstica de IVAS de repetição. Métodos: estudo
retrospectivo envolvendo o levantamento de prontuários dos
pacientes atendidos no ambulatório de alergia e imunologia
pediátricas no período de abril de 2004 a maio de 2006.
Resultados: foram identificados 80 pacientes com hipótese
diagnóstica de IVAS de repetição, 30 do sexo femino (37,5%) e
50 do sexo masculino (62,5%). A distribuição segundo a faixa
etária foi: 26,5% dos 2 aos 24 meses; 15% dos 2 aos 3 anos;
11% dos 3 aos 4 anos; 12,5% dos 4 aos 5 anos e; 33,7% com
idade igual ou superior a 5 anos.A infecção mais freqüente foi
a otite média aguda correspondendo a 35% dos casos, seguida
pelo resfrado comum, 28,75%, faringoamigdalites, 18,75% e
sinusites com 17,5% das queixas. A média do número de
infecções por criança por ano variou de 6,75 para as criança
entre 2 a 12 meses a 8,25 para àquelas com idade entre 3 a 4
anos. Após investigação clínica e laboratorial chegou-se ao
diagnóstico de atopia para 60 crianças (75%), 5 destas em
associação com doença de refluxo gastro-esofágico e 2
lactentes com IgA sérica baixa, a deficiência de IgA foi
confirmada em 3 casos (0,3%), a doença de refluxo
gastro-esofágico isolada foi diagnosticada em 3 crianças. Ainda
estão em investigação 14 pacientes. Conclusões: o número de
IVAS considerado normal na infância varia de acordo com a
faixa etária e o tipo de infecção. Nos pacientes deste estudo a
média de IVAS por criança por ano foi superior à esperada em
todas as faixas etárias. As características dos pacientes
atendidos em nosso ambulatório estão de acordo com estudos
prévios que demonstraram ser a atopia o diagnóstico mais
freqüentemente associado ao quadro de IVAS de repetição com
pequena incidência de imunodeficiência e patologias
crônicas.A deficiência de IgA tem apresentação clínica
variável, 2 dos pacientes aqui diagnosticados apresentavam
também pneumonias e diarréia, 1 deles apenas IVAS de
repetição. A ocorrência de mais de 4 novas otites ao ano é um
dos 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária na
Criança. Não foi possível identificar fatores de risco como
exposição à fumaça de cigarro, aglomerações, desmame
precoce e freqüencia à creche por falta de dados nos
prontuários. Não houve crianças sadias dentre as encaminhadas
ao nosso ambulatório com diagnóstico de IVAS de repetição
provavelmene por terem sido identificadas nas Unidades
Básicas de Sáude.
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 674
Título: INFECÇÕES RECORRENTES EM PACIENTE COM
DEFICIÊNCIA FUNCIONAL DE ANTICORPOS E
IMUNOGLOBULINAS NORMAIS
Autores: MARTA CRISTINA DUARTE;PATRÍCIA CRISTINA GOMES
PINTO;BRUNO COELHO G OLIVEIRA;KARLA GALLETTI
STROPPA;FABRÍZIA REIS PINTO;FLÁVIA DUARTE CARVALHO
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora - HUUFJF
Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG
Resumo:
Introdução: As imunodeficiências primárias, como a
deficiência funcional de anticorpos, devem ser diagnosticadas
precocemente e o tratamento específico instituído em tempo
hábil, a fim de evitarmos a morbimortalidade tão freqüente
nestas patologias. Objetivos: relatar o caso de uma paciente
com infecções de repetição, chamando a atenção para o
diagnóstico da deficiência funcional de anticorpos com
imunoglobulinas normais. Relato do caso: L.B.N do sexo
feminino, sete anos, parda, com história de infecções de
repetição desde os seis meses de idade: duas pneumonias (um
quadro de sepses com foco pulmonar), quatro episódios de
diarréia, celulite periorbitária, um quadro de meningite
bacteriana e vários episódios de otite média aguda após os dois
anos de idade. Relato de várias internações para o uso de
antibioticoterapia endovenosa. Veio encaminhada ao nosso
serviço, onde foi realizada investigação. Foram excluídas
outras causas de infecções recorrentes na infância como
desnutrição, fibrose cística, refluxo gastro-esofágico e outras
doenças crônicas de base. Exames laboratoriais: hemograma
normal; HIV negativo. Dosagem de imunoglobulinas normais
para a faixa etária, com IgG=1694,6mg/dl; IgA=209,1mg/dl,
IgM=233mg/dl. Dosagem de subclasses de IgG normais; teste
do NBT normal; CH100= 92U/CAE (VN maior que
60U/CAE); C3= 147,9mg/dl (VN=70 a 176mg/dl); C4=
22,5mg/dl (VN= 12 a 36mg/dl). A resposta de anticorpos para
o Streptococcus pneumoniae após vacinação específica
mostrou-se inadequada em todos os sorotipos (S) analisados,
ou seja, todos os títulos abaixo de 1,3 microgramas/dl (S1=
0,36; S2= 0,63; S5=0,96; S6= 0,59; S9= 0,48; S14=0,75). O
tratamento específico foi iniciado com infusão endovenosa de
imunoglobulina. A dose utilizada foi de 400mg/kg a cada 30
dias. A criança vem apresentando melhora das infecções de
repetição. Conclusões: A identificação da doença de base desta
paciente foi fundamental para que se iniciasse a terapêutica
apropriada. Alguns trabalhos têm mostrado melhora clínica
importante dos pacientes com deficiência funcional de
anticorpos em uso de imunoglobulina intravenosa.
Código Trabalho: 649
Título: INTERNAMENTO POR ASMA E ENCAMINHAMENTO
AMBULATORIAL. ESTUDO DE SÉRIE DE CASOS EM DUAS
UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE.
Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE
STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;EMANUEL SARINHO;JOSÉ
ANGELO RIZZO;GLADYS QUEIROZ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA- UFPE
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A asma é um problema de saúde pública significativo, que, quando não bem controlada, pode causar limitação
permanente ao fluxo aéreo, com limitação física, social e risco
de morte por crises graves. Um grande número de crianças
asmáticas são atendidas em serviços de emergência, com
necessidade freqüente de internamento, e, estes serviços vêm
sendo utilizados como local regular de consultas, levando a
falhas no tratamento e controle da doença. Objetivos: Verificar
se as crianças e adolescentes internados por asma estão
encaminhados e seguidos a nível ambulatorial para o controle
da asma, bem como se estão utilizando medicações profiláticas.
Métodos: Estudo de série de casos em duas unidades de saúde
da cidade do Recife-PE, em que foi aplicado questionário para
verificar o encaminhamento ao ambulatório especializado e uso
de medicação profilática. Foi considerado asmático aquele
paciente que apresentou duas ou mais crises de broncoespasmo
com resposta a broncodilatadores. Resultados: A maioria das
crianças e adolescentes (67%) eram atendidas apenas em
serviços de emergência. Mais da metade (53,3%) foi
encaminhado para o ambulatório de asma pelo médico da
urgência e, apenas, 16% da amostra freqüentavam ambulatório
de asma. Entre os indivíduos portadores de asma persistente
moderada e grave, apenas 15,2% realizavam tratamento de
manutenção. Conclusões: Grande parte das crianças e adolescentes internadas por asma não realizavam acompanhamento
ambulatorial preventivo. Uma cadeia de eventos tais como não
referência e dificuldade de acesso ao acompanhamento ambulatorial entre outros, podem ter contribuído para esses internamentos.
Código Trabalho: 4
Título: MASTOCITOSE CUTÂNEA CONGÊNITA: RELATO DE
CASO
Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;ROSSANA
TEOTÔNIO MOREIRA;DANIELE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO
LUNA;FRANCISCO JOSÉ PASSOS
Instituição: Hospital Universitário - UFAL
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: Mastocitose é uma doença rara caracterizada pela
infiltração e proliferação anormal de mastócitos com liberação
elevada de seus mediadores químicos. Pode ser restrita à pele
ou envolver diversos órgãos. Objetivos: Relatamos a seguir um
caso de mastocitose cutânea congênita. Relato de Caso: MST, 3
meses, masculino, branco, natural e procedente de Maceió.
Apresenta desde o nascimento manchas eritematosas
disseminadas no tegumento cutâneo, que evoluem para pápulas,
bolhas e ao regredirem deixam manchas de coloração
castanho-avermelhadas. Ao exame: lesões cutâneas máculopapulares, pruriginosas, acastanhadas, arredondadas
disseminadas no tronco, membros e face, Sinal de Darier
positivo. Histopatológico: epiderme com acantose, infiltrado
inflamatório intersticial de células mononucleares cúbicas,
presença de grânulos nos citoplasmas, compatível com
mastócitos. O tratamento foi realizado com anti-histamínicos,
observou-se resposta parcial dos sintomas. Conclusões: O
registro deste caso é importante pela apresentação de caráter
congênito e raridade da urticária pigmentosa como forma de
apresentação da masctocitose cutânea.
Código Trabalho: 393
Título: MEDIDAS EDUCATIVAS EM ASMA E SUA IMPORTÂNCIA
NO RECONHECIMENTO DA DOENÇA
Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO; DÉCIO MEDEIROS; DEBORAH
SCHOR; LARA XIMENES; ALMERINDA REGO SILVA; EMANUEL
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliação do impacto de medidas educativas para
familiares de pacientes com diagnóstico de asma, visando à
melhoria da qualidade de vida dos asmáticos. Métodos: Estudo
descritivo com 100 pacientes com hipótese diagnóstica de
asma, na faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os
critérios do Consenso Brasileiro. Realizaram-se questionários
com os familiares das crianças antes e após a realização de
reuniões explicativas sobre conceito, fatores desencadeantes,
controle ambiental e manejo da crise da asma. Os questionários
foram compostos por 15 perguntas básicas a respeito da doença,
todas com respostas de dupla escolha (sim ou não).
Resultados: Pôde-se observar um total de acertos nos questionários aplicados previamente às reuniões correspondentes a
67,4%. Após as explicações dadas, o índice de acertos passou a
ser de 91,07%. Além disso, foram avaliados os percentuais de
acertos de cada pergunta dos questionários separadamente, a
fim de identificar as questões mais difíceis para os familiares e
aquelas cujos resultados melhor demons-trassem o impacto da
educação em asma. Dentre as questões para as quais o fornecimento das informações foi mais eficaz, destacaram-se: "O uso
da bombinha vicia?", "A asma tem cura?", "Remédios para a
asma fazem mal ao coração seja xarope, nebulização ou
bombinha?", que tiveram os percentuais de acertos duplicados
após as reuniões. Conclusões: Para a população analisada, o
estudo conseguiu obter resultados satisfatórios, demonstrando a
importância da educação para melhor manejo do paciente com
asma e melhoria de sua qualidade de vida.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S37
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 483
Título: NÍVEL SÉRICO DE IGE TOTAL EM ALERGIA
RESPIRATÓRIA ASSOCIADA À INFECÇÃO POR HELMINTOS
Autores: DÉCIO MEDEIROS; JOSÉ ÂNGELO RIZZO; ALMERINDA
REGO SILVA; DEBORAH SCHOR; VANESSA LEAL; EMANUEL
SARINHO
Instituição: Centro de Pesquisa em Alergia e imunologia UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Eosinofilia e elevação de IgE sérica são expressão
de atopia, contudo há fatores intervenientes como por exemplo,
as parasitoses intestinais. Esta pesquisa verifica a relação entre
IgE sérica total, eosinófilos e IgE específica anti-áscaris em
indivíduos portadores de asma e/ou rinite alérgica. Métodos:
Estudo do tipo transversal em adolescentes portadores de asma
e/ou rinite alérgica que foram examinados quanto ao nível
sérico de IgE total, de IgE anti-áscaris e de contagem dos
eosinófilos sanguíneos. Resultados: Foram analisados 101
pacientes com idade entre 12 e 21 anos. A mediana da IgE foi
660 UI/ml(P25-75243,5 -1500), e a dos eosinófilos foi 510
células/mm3 (P25-75 284 - 811). A IgE anti-áscaris foi positiva
em 73%(74/101) da amostra, mas houve apenas 33,7%(34/101)
de positividade ao parasitológico de fezes. Os coeficientes de
correlação encontrados foram: 0,34 (p=0,001) entre IgE total e
eosinófilos, 0,52 (p<0,001) entre IgE total e IgE anti-áscaris e
0,26 (p=0,01) entre eosinófilos e IgE anti-áscaris. O modelo de
regressão linear múltipla final encontrou que IgE anti-áscaris
foi fator contribuinte para IgE sérica total com coeficiente de
determinação (r2 ajustado) de 0,25 (F=12,35;p<0,001) e esse
efeito foi independente de contagem de eosinófilos séricos e de
parasitose intestinal por helmintos. Conclusões: Em pacientes
com alergia respiratória e IgE sérica total bastante elevada,
oriundos de áreas com alto risco de infecção por helmintos, a
pesquisa de IgE anti-áscaris como possível fator explicativo
pode ser de maior ajuda que a realização do parasitológico de
fezes
Código Trabalho: 478
Título: PREVALÊNCIA DA ASMA EM ADOLESCENTES
Autores: ALEMRINDA REGO SILVA;LUIZ CARLOS
BANDIM;JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO
RIZZO;DÉCIO MEDEIROS
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliar a prevalência da asma em adolescentes de
13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste
de Pernambuco onde predomina clima semi-árido quente.
Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202
localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas
urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a
distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por
região do município. Estes dados foram fornecidos pela
Secretaria de Educação local. Responderam os questionários
3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88%
residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas
privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Resultados: Foi
encontrada uma prevalência de 17,9% de sibilos nos últimos 12
meses (questão "2" do QE) entre os adolescentes estudados.
Quando analisada a prevalência da asma diagnosticada por
médico (asma alguma vez - questão "6" do QE), a prevalência
foi de 19,65%. Dos que afirmaram ter sibilos no último ano, a
maioria (87,6%) relatou menos de 4 crises/ano, portanto portadores de asma intermitente. Entre os adolescentes asmáticos,
cerca de 5% afirmaram ter tido crises graves, nos últimos 12
meses, ao ponto de prejudicar a fala. Conclusões: Este dado é
importante por ser o primeiro no Brasil a demonstrar que em
cidade do clima semi-árido e a 555m acima do nível do mar, a
prevalência de asma é elevada.
S38
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 219
Título: PREVALÊNCIA DE ASMA BRÔNQUICA, RINITE ALÉRGICA
E SINTOMAS CORRELATOS EM CRIANÇAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS DE MACEIÓ
Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;MÉRCIA LAMENHA
MEDEIROS SANTOS;JOÃO PAULO LINS TENÓRIO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: Estudos recentes utilizando a metodologia do
International Study of Asthma and Allergies in Childhood
(ISAAC) mostram um aumento na prevalência de doenças
alérgicas em todo o mundo. Objetivos: verificar a prevalência
de asma brônquica, rinite alérgica e sintomas correlatos, em
crianças com necessidades especiais (NE) do município de
Maceió. Métodos: Utilizamos o teste do Qui - quadrado (X2)
para avaliação das associações de gênero, idade e sintomas de
asma e rinite. Resultados: Chiado nos últimos 12 meses foi
encontrado em 41,8% das crianças e 27,5% dos adolescentes.
A prevalência de asma (provável asma, de acordo com
FERRARI et al, 1998) foi de 36,2% para as crianças e 22%
para o grupo de adolescentes. O relato de asma alguma vez na
vida estava presente em 11,7% das crianças e 20% dos adolescentes com provável asma. Quanto à rinite, verificamos
prevalência de sintomas nasais no último ano de 48,9% entre
as crianças e 27,5% entre os adolescentes. A prevalência de
rinite (critérios do ISAAC, 1992) foi de 35,5% no grupo de 410 anos e 18,7% no de 11-18 anos. Rinite alguma vez na vida
foi referida em 28% das crianças e 29,4% dos adolescentes
com rinite. Conclusões: As prevalências de asma e rinite foram
mais elevadas que as descritas na literatura para crianças sem
necessidades especiais, e maior na faixa etária de 4-10 anos.
Asma e rinite são subdiagnosticadas na infância e adolescência,
e merecem uma política de atenção específica e inclusiva de
portadores de necessidades especiais.
Código Trabalho: 467
Título: PREVALÊNCIA DE ECZEMA ATÓPICO EM
ADOLESCENTES DE CARUARU - PE
Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM;
JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR; EMANUEL SARINHO;
DECIO MEDEIROS
Instituição: CENTRO DE ESTUDOS EM ALERGOLOGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliar a prevalência do eczema atópico em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na
região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um
total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo
áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos
matriculados por região do município. Estes dados foram
fornecidos pela Secretaria de Educação local. Obteve-se
resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos.
Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram
alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona
rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas.
Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues
sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de
16,4% de eczema atópico entre os adolescentes estudados, com
a presença de sintomas nos últimos 12 meses em 10,3% deles
(questão "2" do QE). Dos que apresentavam sintomas 62,7%
referiram localização em áreas de dobras e 58,8% afirmavam
ter o sono perturbado devido à presença de prurido. A
frequência referida para diagnóstico médico de eczema foi de
aproximadamente 14%.Conclusões: O eczema atópico mesmo
sendo uma patologia de maior frequência em locais de clima
frio, na cidade de Caruaru onde predomina o clima quente, a
sua prevalência foi bastante elevada.
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 477
Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES
Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM;
EMANUEL SARINHO;JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR;
JOSÉ ÂNGELO RIZZO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Avaliar a prevalência de rinite alérgica em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na
região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um
total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo
áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos
matriculados por região do município. Estes dados foram
fornecidos pela Secretaria de Educação local.Obteve-se
resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos.
Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram
alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona
rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas.
Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues
sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de
25,45% de sintomas nasais nos últimos 12 meses (questão "2"
do QE) entre os adolescentes estudados. Quando analisada a
prevalência da rinite diagnosticada por médico (rinite alguma
vez - questão "6" do QE), a prevalência foi de 21,61%. Dos que
afirmaram ter sintomatologia nasal no último ano, mais da metade (60%) afirmou ter sintomas oculares associados e cerca de
80% admitia interferência destes sintomas nas suas atividades
diárias. Conclusões: Este dado é interessante por demonstrar
que em cidade de clima semi-árido do interior do Estado de
Pernambuco, a prevalência de Rinite alérgica é elevada.
Código Trabalho: 896
Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES
DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - REGIÃO SUL DO ESTADO
DO CEARÁ.
Autores: ALEXANDRE PONTES ALMEIDA;CAROLINA QUEIROZ
CARNEIRO;CHRISTIANY DA SILVEIRA LIMA;DANIELE ROMA
DIAS;MARIA DAS GRAÇAS N. SILVA
Instituição: Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte
(FMJ) Cidade/UF: JUAZEIRO DO NORTE/CE
Resumo:
Introdução: A rinite alérgica (RA) é considerada pela maioria
dos estudiosos como a manifestação mais comum da doença
alérgica. Como está frequentemente associada à asma e por
exteriorizar-se, clinicamente, por sintomas menos graves, há
uma tendência ao subdiagnóstico, o que dificulta a estimativa
de sua prevalência. Os estudos atuais, utilizando o protocolo
"International Study of Asthma and Allergies in Children"
(ISAAC), têm permitido uma melhor visão da sua epidemiologia, contribuindo assim para o estabelecimento de novas
estratégias de controle. Objetivos: Avaliar a prevalência da RA
e dos seus sintomas em escolares de 13 e 14 anos, matriculados
em escolas, públicas e particulares, de Juazeiro do Norte - Ce.
Métodos: Estudo observacional-transversal, no qual foram
avaliados 1332 escolares na faixa etária de 13-14 anos. Os
dados foram coletados por estudantes de medicina, devidamente treinados, utilizando o questionário escrito e traduzido
do ISAAC, previamente testado e validado. Os questionários
foram respondidos pelos próprios adolescentes em sala de aula
e devolvidos aos pesquisadores. Os dados foram transcritos e
analisados pelo programa MS Access. Resultados: Foram
distribuídos 1782 questionários, dos quais 1332 (74,4%) foram
considerados válidos. Prevalência dos sintomas: espirros ou
coriza alguma vez, 35,21%; espirros, coriza ou obstrução nasal
nos últimos 12 meses, 22,22%; problema nasal acompanhado
de lacrimejamento ou coceira nos olhos nos últimos 12 meses,
9,23%; rinite alguma vez, 14,64%. Os meses de janeiro, fevereiro e março foram os de maior prevalência dos sintomas, com
os seguintes percentuais: 4,95%, 5,78% e 5,78%, respectivamente. Conclusões: Considerando as respostas positivas à
pergunta "Alguma vez na vida você teve rinite?" como
definidoras do diagnóstico, detectamos uma prevalência de RA
de 14,64% em nosso meio. Portanto, próxima da prevalência
mundial média de 18,8%, encontrada na mesma faixa etária
pelo estudo ISAAC.
Código Trabalho: 481
Título: RELAÇÃO ENTRE FATORES AMBIENTAIS E ASMA EM
ADOLESCENTES NA CIDADE DE CARUARU - PE.
Autores: JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO
RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;NILZA LYRA;DIRCEU SOLÉ
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Países em desenvolvimento têm experimentado
um aumento dramático das doenças alérgicas nos últimos anos.
Diferentes exposições ambientais em combinações com fatores
genéticos podem estar associados a esse aumento. Objetivos:
Avaliar a influência dos fatores ambientais predisponentes para
presença de aeroalérgenos em adolescentes asmáticos.
Métodos: Estudo de caso-controle com adolescentes de 13 e
14 anos da cidade de Caruaru-PE. Amostra composta de 50
asmáticos e 150 controles selecionados através da questão dois
do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário
composto de questões para investigação das seguintes
variáveis: presença de carpete no quarto, mofo na parede, uso
de travesseiro, presença de animal em casa e o uso de ventilador. Resultados: Não houve associação entre fatores ambientais predisponentes para presença de aeroalérgenos e asma para
as variáveis do estudo: presença de carpete no quarto (OR =
0,57 e IC = 0,2 a 1,57), presença de mofo (OR=1,71 e IC=0,60
a 4,89), uso de travesseiro (OR=1,26 e IC = 0,31 a 5,96),
contato com animal no domicílio(OR=0,68 e IC=0,33 a 1,40) e
o uso de ventilador (OR=0,99 e IC de 0,50 a 1,97).
Conclusões: A asma é multifatorial, e é provável que nessa
amostra outros fatores não estudados apresentem maior
influência na determinação da doença. É possível ainda que
esses adolescentes tenham sido expostos aos fatores estudados
em épocas diferentes, para casos e controles. Não foi possível
discriminar se o contato foi recente para asmáticos (possibilidade de comporta-se como fator de risco) ou no passado(possibilidade de comporta-se como fator de proteção).
Código Trabalho: 452
Título: RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA PARENTAL DE ATOPIA E
TAMANHO DA FAMÍLIA E PRESENÇA DE ASMA NA CIDADE DE
CARUARU - PE
Autores: JANAINA MARIANO;JOSÉ ÂNELO RIZZO;DÉCIO
MEDEIROS;DIRCEU SOLÉ;DEBORAH SCHOR;SILVIA WANICK
SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: As doenças alérgicas têm aumentado muito nas
últimas décadas e a asma é hoje a doença crônica mais prevalente da infância. A doença atópica tem um forte componente
hereditário e é provável que os indivíduos que herdaram o
"gene atópico" sejam mais dispostas a serem sensibilizados.
Objetivos: Avaliar a influência da história de atopia parental e
o tamanho da família em adolescentes com o intuito de verificar associação com asma. Métodos: Estudo de caso-controle
com 50 asmáticos e 150 controles adolescentes de 13 e 14 anos
da cidade de Caruaru-PE. Amostra aleatória onde foram selecionados casos e controles através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário para
investigação das seguintes variáveis: presença de asma, rinite e
eczema em pai e/ou mãe, número de irmãos(considerando
como categoria de referência 01 irmão). Resultados: A história
de atopia parental foi positiva em 37,5% dos casos e 19,1% dos
controles (OR = 2,54 e IC = 1,27 a 5,27). No entanto o número
de irmãos não se mostrou associado ao risco de asma (OR=1,78
e IC = 0,41 a 7,18). Conclusões: A história de atopia parental
mostrou evidente associação com a presença de asma. O maior
número de irmãos no domicílio não mostrou-se como provável
fator de proteção para asma. É possível que outro desenho de
estudo que permita avaliar essa variável prospectivamente seja
capaz de verificar a associação entre número de irmãos e asma.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S39
Alergia e Imunologia
Código Trabalho: 450
Título: REPRODUTIBILIDADE TESTE-RETESTE DE UM
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE REAÇÕES ADVERSAS A
ALIMENTOS
Autores: NILZA REJANE LYRA; EUGÊNIA ALMEIDA MOTTA;
JANAINA BARRETO MARIANO; MARCELA AMORIM ALVES;
EMANUEL SÁVIO SARINHO
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Entende-se por reação adversa alimentar (RAA)
como uma resposta anormal a determinado alimento e pode ser
apresentada por quaisquer indivíduos; enquanto a alergia
alimentar (AA) requer a participação do mecanismo imune e
atinge pessoas suscetíveis. A história clínica continua sendo um
dos pilares do diagnóstico e diversas pesquisas estrangeiras
vêm utilizando questionários como abordagem inicial, por
vezes associados a outros testes diagnósticos. No Brasil não
foram encontrados questionários validados para pesquisas de
RAA e AA. Objetivos: Decidiu-se pela construção de um
questionário de acordo com as etapas necessárias para este
processo, que contemple os principais aspectos do tema e que
sirva para identificação de indivíduos suspeitos como forma
inicial de abordagem de RAA e AA. Métodos: A construção do
questionário foi realizada em seis etapas: levantamento
bibliográfico; bases teórico-metodológicas; elaboração do
questionário preliminar; submissão à revisão por comitê de
especialistas; pré-teste da versão reformulada (estudo piloto
exploratório); e teste-reteste do questionário. Para a
reprodutibilidade do questionário foi realizado estudo do tipo
descritivo, de corte transversal durante o mês de julho de 2005,
cuja população foi composta por 125 crianças das faixas etárias
de dois a quatro anos de idade, matriculadas em creches
municipais da Prefeitura da Cidade do Recife, de baixas
condições sócioeconômicas. Foram entrevistados 125 pais ou
responsáveis pelas crianças (teste do questionário), dos quais
35 participantes foram sorteados para o reteste 48 horas após a
entrevista inicial. As estatísticas descritivas foram realizadas
pelo software Epi-Info 6,04 DOS; e para o estudo da
reprodutibilidade teste-reteste foi aplicado o teste de
concordância Kappa e respectivos intervalos de confiança
(95%), por se tratarem de variáveis categóricas. Os valores de
Kappa são considerados como bons quando iguais ou maiores
que 0,60. Resultados: O questionário foi parcialmente
reprodutível de acordo com os bons índices de concordância
Kappa observados em cerca de 50% das questões. Dos 125
pesquisados, 40 (32%) alegaram reação adversa a pelo menos
um alimento. As perguntas do bloco de questões sobre a RAA
cuja concordância variou de boa à perfeita, foram as seguintes:
a ocorrência da reação; o alimento incriminado; o quadro
clínico apresentado; a reação cutânea ao encostar o alimento na
pele; a ida ao hospital; a re-exposição ao alimento agressor; a
recorrência da reação e a restrição alimentar. As questões
relativas a tempo e quanto à ocorrência de RAA na família
apresentaram índices Kappa sofríveis ou regulares. Quanto ao
uso de medicação, foram regulares. Algumas perguntas do
histórico atópico obtiveram índices bons ou ótimos, principalmente quanto à ocorrência de asma ou cansaço. Quando a
respondente era a genitora, era observada melhor concordância.
Conclusões: As questões como bons índices Kappa constituem
um questionário reprodutível que visa a triagem de indivíduos
suspeitos, mas que posteriormente será submetido à validação
quando poderá medir aquilo a que se propõe.
Código Trabalho: 583
Título: RESPOSTA CELULAR DE LACTENTES IMUNIZADOS AO
NASCER COM AS VACINAS BCG ISOLADA OU EM COMBINAÇÃO
COM HEPATITE B.
Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO
MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;EMÍLIA DE FARIA
CARNIEL;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA
Instituição: CIPED E DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA UNICAMP
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: A vacina BCG tem sido utilizada como adjuvante
em vacinas combinadas. Objetivos: avaliar a resposta celular
para a vacina BCG de lactentes imunizados ao nascer com
BCG e hepatite B combinadas ou separadas. Métodos: estudo
de corte transversal realizado em 498 recém-nascidos
saudáveis, vacinados ao nascer com hepatite B combinada com
BCG via intradérmica (grupo A) ou hepatite B (via intramuscular) e BCG (via intradérmica) separadamente (grupo B),
produzidas pelo Instituto Butantan. A cultura de células
mononucleares do sangue periférico com BCG vivo e
fitohemaglutinina (PHA) foi utilizada para avaliar a proliferação de linfócitos T por citometria de fluxo (CD3+, CD4+,
CD8+ e TCR gamadelta+) e determinar as concentrações por
ELISA de IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa nos sobrenadantes das culturas. Os resultados foram expressos em
medianas, valores máximos e mínimos. Foram aplicados os
testes de Wilcoxon e Mann-Whitney, sendo consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Resultados: A proliferação
linfocitária foi realizada com amostras de 86 lactentes (47 do
grupo A e 39 do grupo B) e a dosagem de citocinas do
sobrenadante de cultura em 42 (23 do grupo A e 19 do grupo
B). Os percentuais de populações linfocitárias T e as concentrações das citocinas IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa, sob o
estímulo de PHA ou BCG, foram semelhantes nos grupos A e
B. Houve intensa expansão de linfócitos TCR gamadelta+.
frente ao estímulo in vitro com BCG, seguida de linfócitos T
CD4+ e T CD8+. As células estimuladas com BCG produziram
citocinas em concentrações significativamente maiores em
relação às culturas de controle positivo (PHA). Conclusões: O
padrão de resposta Th1 ao BCG foi semelhante nos grupos,
sugerindo eficiência imunogênica da vacina intradérmica BCG,
separada ou combinada com Hepatite B. As células TCR
gamadelta+ predominaram nesta resposta, sugerindo um papel
relevante destas células na defesa contra micobactérias.
Código Trabalho: 1215
Título: SÍNDROME DE JOB OU HIPERGLOBULINEMIA E:
RELATO DE CASO
Autores: MARIA NELICE SILVA;MARTA LÚCIA
ALBUQUERQUE;ANA CAROLINA GONÇALVES;FERNANDA
CASTRO COSTA;RAFAELLA MENEZES SOUSA;RAPHAELL PINTO
TRINDADE
Instituição: Univesidade Federal de Campina Grande - PB
Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB
Resumo:
Introdução: Síndrome de Job é uma imunodeficiência
idiopática primária caracterizada por níveis séricos elevados de
IgE, abscessos cutâneos e infecções sinopulmonares
recorrentes. Objetivos: Relatar um caso clínico de hiperglobulinemia E em criança que apresentava lesões pápulo-eritêmatopruriginosas e infecções do trato respiratório de repetição.
Métodos: Pré-escolar, feminina, 3 anos, procedente de
Pocinhos - PB, admitida em março de 2004 com tosse seca e
febre alta há 15 dias, dermatite em face e região cervical. Tinha
diagnóstico de fibrose cística e dermatite atópica desde os 6
meses, devido a lesões de pele que surgiram aos 4 meses e
pneumonias de repetição (6 meses e 1 ano), com acompanhamento em ambulatório de Pneumologia Infantil.
Apresentava-se febril, taquipnéica, com tiragem subcostal e
lesões eritematosas, exudativas, descamativas, liquenificadas e
pruriginosas em face. Múrmurio vesicular diminuído em terços
médio e superior no hemitórax direito. Rx de tórax: compatível
com pneumonia lobar direita. Evoluiu sem intercorrências,
recebendo alta em 14 dias. Durante o seguimento ambulatorial
solicitou-se dosagem de imunoglobulinas (IgA: 286; IgG:
1670; IgM: 55,1; IgE: 2416,92), sendo aventada hipótese
diagnóstica de síndrome de Job, apesar de teste do suor
persistir positivo. Entre março de 2004 e dezembro de 2005,
evoluiu com infecções de repetição (pneumonia 3 vezes,
abscessos cutâneos, episódios de diarréia) e persistência do
quadro dermatológico, apesar do tratamento específico
adequado. Em dezembro de 2005 foi readmitida com
pneumonia, sepses grave, permanecendo internada por aproximadamente 80 dias. Nesta internação, o teste de suor foi negativo em duas ocasiões. Iniciou-se terapêutica com imunoglobulina humana tendo resposta satisfatória. Resultados: Para o
diagnóstico de síndrome de Job levou-se em consideração o
quadro clínico (pneumonias recorrentes, eczema e abscessos),
bem como níveis séricos elevados de IgE e eosinofilia presente
em vários exames. A suspeita clínica foi reforçada pela má
Alergia e Imunologia
evolução da paciente na vigência do tratamento específico de
fibrose cística. Conclusões: Atualmente, ainda existe dificuldade no estabelecimento de uma base fisiopatológica, terapêutica específica e de um diagnóstico preciso desta síndrome. A
doença ainda não apresenta um tratamento curativo. Opções
promissoras como gamaglobulina, plasmaférese e ciclosporina
A mostram-se eficazes, mas ainda carecem de estudos prolongados. Diante desse quadro, a melhor abordagem continua
baseando-se no tratamento precoce e na profilaxia prolongada
das infecções de repetição.
Código Trabalho: 25
Título: SÍNDROME DE WISKOTT - ALDRICH: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DE PLAQUETOPENIA NEONATAL; RELATO DE
DOIS CASOS
Autores: PRISCILA MARIA PRADO;DEBORA THAIS
CEZAR;SERGIO MASSAYUKI TANI;CELIA MARTINS CAMPANARO
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA JUNDIAÍ / ICP Bolívar
Risso
Cidade/UF: JUNDIAI/SP
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Wiskott - Aldrich (SWA) é um
distúrbio genético recessivo, ligado ao X, com mutações no
gene que codifica proteína da WAS e se associa à trombocitopenia persistente com microplaquetas. As manifestações
clínicas são púrpuras, petéquias e equimoses espontâneas,
eczemas, infecções de repetição, e risco aumentado para
doenças malignas; os níveis séricos de imunoglobulinas estão
normais ou elevados; 1/3 têm melena e hematêmese. A
prevalência é de 1 a 10/1 mihão de nascidos vivos. Objetivos:
relatar dois casos aparentados de SWA em seguimento no
ambulatório de imunologia e hematologia Faculdade de
Medicina Jundiaí Método: revisão de prontuário e literatura.
Resultados: Caso 1 - TRRS, 20 meses, sexo masculino,
encaminhado por petéquias ao nascimento, e plaquetopenia
persistente, microplaquetas (VPM 4,8); triagem infecciosa
negativa, necessitando de transfusões. Na evolução, apresenta
episódios de epistaxes, hematêmese, petéquias, exacerbadas em
episódios de infecções agudas, revertidos após transfusão de
plaquetas e hemácias. Aos 6 meses, surgimento de eczemas.
Antecedentes familiares: filho único, com familiares maternos
do sexo masculino, com óbito precoce (máximo 2a), por hemorragias e infecções; tio materno com diagnóstico de SWA por
plaquetopenia e infecções de repetição, faleceu por edema de
glote com 23 meses. Caso 02: JEJAF, 9 meses, sexo masculino,
primo de TRRS; com plaquetopenia grave ao
nascimento, microplaquetas (VPM 5,1) e cor anêmico aos 2m,
necessitando transfusões de plaquetas e hemácias. Evolui com
episódios de hemorragia digestiva alta, plaquetopenia grave,
infecções recorrentes e eczemas. Ambos estão em programação
de Transplante Medula Óssea. Discussão: Plaquetopenia
neonatal é uma afecção incomum e pode ser causada por: 1)
Plaquetopenia isoimune - presença de incompatibilidade feto materna ( Ac anti PL) mãe com plaquetas, história e exames
físicos normais; doença benigna que regride espontaneamente.
2) Infecções congênitas: considerada a etiologia mais freqüente
(toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, sífilis, herpes, HIV);
3) Síndromes genéticas. Conclusões: a história familiar,
infecções recorrentes, eczemas e microplaquetas em sangue
periférico, encontradas nas duas crianças preenchem os
critérios diagnósticos para SWA. Esta também deve ser
considerada no diagnóstico diferencial das plaquetopenias
neonatais e imunodeficiências congênitas.
Código Trabalho: 643
Título: URTICÁRIA CRÔNICA: COMO ESCLARECER A SUA
ETIOLOGIA?
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL
CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH
SCHOR;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Cerca de 60% dos casos de urticária crônica não
se consegue identificar o fator causal. Dos 40% sem etiologia,
cerca de 30% pode ser explicado pela existência de anticorpos
anti-receptores de IgE. Objetivos: Verificar a etiologia dos
casos de urticária crônica através de um protocolo clínico
laboratorial em crianças. Métodos: Os pacientes foram
submetidos a uma triagem clínica, onde aqueles com história e
exames físicos compatíveis com urticária crônica foram
incluídos no protocolo laboratorial que consiste na realização
de: Hemograma, VSH, T3, T4, TSH, IgE total, C3, C4, FAN,
Anticorpo anti-tireoglobulina e anti-peroxidase, sorologia para
hepatite B e C, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola,
Helicobacter pylori (sorologia ou endoscopia com biópsia),
VDRL, sumário de urina, urocultura, cultura de secreção nasal,
de secreção vaginal e de orofaringe, raio-x do tórax e dos seios
da face, teste do dermografismo e para diagnóstico de urticária
física ao frio, além de teste cutâneo para aeroalérgenos e
alimentos (prick test). Sendo os resultados negativos, a criança
realiza o teste do soro autólogo (pesquisa de anticorpo
anti-receptor de IgE). Resultados: Dezessete crianças entre
nove meses e 16 anos participaram. Sendo 5 do sexo masculino
e 12 do feminino. Quatro crianças apresentaram teste cutâneo
positivo para aeroalérgeno e uma a alimento. Três crianças
apresentaram parasitológico de fezes positivo. Três apresentaram raios-X dos seios da face positivos para sinusite, porém
sem clínica compatível. Três crianças tiveram anti-HBS
positivo e uma apresentou sorologia positiva para Helicobater
pylori. As crianças com teste cutâneo positivo para
aeroalérgenos foram orientadas no sentido de controlar melhor
o ambiente domiciliar, bem como aquela que apresentou
positividade para alimento foi orientada a uma dieta de
exclusão. As parasitoses intestinais foram tratadas e as crianças
com raios-X compatíveis para sinusite, apesar de não possuir
clínica, foram tratadas com amoxacilina. Entretanto, nenhuma
delas respondeu a terapêutica. As crianças com anti-HBS
positivo encontram-se em investigação. A criança com
sorologia positiva para Helicobacter pylori foi tratada com
amoxacilina, claritromicina e omeprazol, apresentando
remissão da sintomatologia de urticária crônica. Repetirá
sorologia controle após três meses. Uma criança que não teve
exames positivos em sua investigação foi submetida ao teste do
soro autólogo com resposta positiva. Encontra-se aguardando a
possibilidade de realizar imunoglobulina como terapêutica.
Discussão: Apesar de protocolos estabelecidos, a urticária
crônica persiste como um desafio diagnóstico para a classe
médica. Faz necessário esclarecer quais exames devemos
utilizar para elucidação etiológica e oferecer estrutura para a
investigação, principalmente em serviços públicos.Dessa
forma, minorar o desconforto do paciente.
Código Trabalho: 540
Título: URTICÁRIA CRÔNICA: RELATO DE UM CASO COM
ETIOLOGIA POR HELICOBATER PYLORI
Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL
CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH
SCHOR;IRAMIRTON FIGUEREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Urticária Crônica ainda persiste como um
desafio diagnóstico para o médico. A dificuldade em se encontrar a sua etiologia é frustrante para o paciente e para o
profissional que o assiste. Vários protocolos diagnósticos
laboratoriais são aplicados na tentativa de elucidar a etiologia
da doença. Objetivos: Relatar um caso de Urticária Crônica
em uma criança de 9 anos de idade, sexo feminino, que teve a
sua etiologia elucidada. Descrição: A criança, SMLM, 9 anos,
sexo feminino, foi atendida no ambulatório de alergia e
imunologia em pediatria do Hospital Universitário com queixa
informada pela sua genitora de "lesões" avermelhadas pelo
corpo, diariamente, há 1 ano. No momento da consulta foi
constatada a presença de lesões pápulo-eritematosas pelo
corpo. Foi negada a existência de angioedema, dermografismo
e doença auto-imune na criança e seus familiares. Havia
história de doenças atópicas na família, bem como um primo
do sexo masculino que apresentou quadro semelhante de
urticária. Foi referido no momento da consulta que sucos de
goiaba, maracujá, acerola, maça, assim como chocolate e
guaraná, funcionavam como desencadeantes do processo. A
criança era portadora de Rinite intermitente e encontrava-se em
Alergia e Imunologia
uso de anti-histamínico de primeira geração diariamente. A
criança foi incluída no protocolo diagnóstico do serviço para
casos de Urticária Crônica sendo encontrada uma sorologia
positiva para Helicobacter pylori. Realizada terapêutica com
amoxacilina, claritromicina e omeprazol com melhora da
sintomatologia. Aguardaremos o prazo de três meses para a
realização da sorologia controle. Discussão: Apesar da
existência de vários protocolos laboratoriais para o diagnóstico
etiológico da urticária crônica (sintomas persistem por mais de
seis semanas), a doença permanece um desafio à classe médica.
Quando não diagnosticada a sua etiologia, é denominada
urticária crônica idiopática. É encontrado em literatura recente,
a descrição cada vez mais freqüente de casos de crianças com
H. pylori, sendo descrita uma associação com o desenvolvimento de casos de urticária crônica. Dessa forma, gostaríamos
de chamar a atenção da classe pediátrica para a existência dessa
possível etiologia nos quadros de urticária crônica.
Código Trabalho: 329
Título: UTILIDADE DO TESTE TUBERCULÍNICO EM
CONTACTANTES DE TUBERCULOSE VACINADOS PREVIAMENTE
PELO BCG
Autores: DEBORAH SCHOR;LEONARDO VEJAR;ALMERINDA
REGO SILVA;ANA TARSILA FONSECA;ANA CARLA
MOURA;EMANUEL SARINHO
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E
IMUNOLOGIA-UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Objetivos: Ainda é disseminada a informação de que a vacina
BCG pode interferir na resposta ao teste tuberculínico. O objetivo deste artigo é avaliar contactantes intra-domiciliares de
tuberculose vacinados previamente com o BCG, e relacionar a
reatividade ao teste de tuberculínico com a positividade à
bacteriologia do escarro do caso índice. Métodos: Estudo de
coorte retrospectivo a partir do registro do Programa de
Tuberculose Infantil do Chile no período de 1987 a 1997.
Foram consideradas contactantes 3227 crianças de 0-14 anos,
das quais 1234 eram menores de 6 anos. Entre as crianças estudadas, 2923 (92%) apresentavam uma ou mais cicatrizes de
BCG. O total de casos índices foi de 1388, todos os 1250 casos
de tuberculose pulmonar( TP) apresentaram positividade à
cultura, e a bacteriologia do escarro foi registrada como positiva ou negativa (BP ou BN). Atribuiu-se valores semiquantitativos de 1 a 5 para a carga bacilar e realizou-se a análise estatística por regressão simples. A reação ao teste tuberculínico
>9mm foi considerada como positiva. Resultados: Encontrouse forte correlação (r 2 = 0.9952) entre a positividade ao Teste
nos contactantes e a bacteriologia dos casos índice sugerindo
que a vacinação BCG não interfere de forma importante com a
interpretação do Teste Tuberculínico em crianças contactantes
de tuberculose. Portanto, teste tuberculínico positivo em
criança contactante de bacilífero mesmo previamente vacinada
com BCG, deve ser considerado como um indicativo de primoinfecção tuberculosa.
S42
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Arquivos de Pediatria
Cardiologia
Pediátrica
Cardiologia
Pediátrica
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S45
Cardiologia Pediátrica
Código Trabalho: 713
Título: ANÁLISE DO PERFIL DA CLIENTELA E PREVALÊNCIA DE
DIAGNÓSTICOS REALIZADOS NO AMBULATÓRIO DE
CARDIOPEDIATRIA NA UNIDADE DE ENSINO AMBULATORIAL
MATERNO-INFANTIL,NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2003 A
JUNHO DE 2005
Autores: MAURICIO LAERTE SILVA; CAROLINA CECÍLIA F
SCHMIDT
Instituição: UNISUL -Tubarão,SC
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução:É importante conhecer a clientela e o perfil
epidemiológico dos pacientes atendidos no ambulatório de
cardiologia pediátrica de uma escola médica. Objetivos: Traçar
o perfil da clientela atendida na cardiopediatria na UE-AMI
(Unidade de Ensino Ambulatorial Materno-Infantil, visando
identificar as características desta população, os motivos de
encaminhamentos, os diagnósticos definitivos, as condutas
adotadas e a importância do serviço para o município, assim
como para o sistema de saúde pública. Métodos: Realizou-se
um estudo do tipo transversal e descritivo, aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição e autorizado pelo
responsável local. Foram utilizados todos os prontuários dos
pacientes atendidos no ambulatório com idade de 0 a 15 anos,
no período de agosto de 2003 a junho de 2005. As variáveis de
interesse foram estruturadas em uma planilha eletrônica e
analisadas por meio de um programa estatístico computadorizado. Resultados: Foram analisados 114 pacientes no
estudo. O sexo prevalente foi o masculino (53,5%) e a faixa
etária predominante foi a pré-escolar (31,0%). A maioria dos
encaminhamentos foi dos postos de saúde (31,4%) e a maior
demanda dos pacientes do próprio município(74,6%). O principal motivo de consulta foi o sopro cardíaco (41,2%) e os
diagnósticos definitivos prevalentes foram: sopro cardíaco
inocente (46,5%), arritmia fásica respiratória (17,2%) e CIV
(14,0%). Conclusões: Observou-se que o ambulatório de
cardiopediatria tornou-se fundamental para esta população,
visto a grande demanda, bem o munícípio sede tornou-se uma
referência regional neste serviço. Os diagnósticos prevalentes
refletiram as condições mais freqüentes no consultório
pediátrico, propiciando aos discentes um fértil campo de aprendizagem prática.
Código Trabalho: 676
Título: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS,CLÍNICOS E
TERAPÊUTICOS DA DOENÇA DE KAWASAKI EM UM HOSPITAL
PEDIÁTRICO: ESTUDO DE 25 ANOS
Autores: MARIA EMÍLIA PEREIRA BAIÃO SILVA; SÔNIA MARIA
DE FARIA; MAURICIO LAERTE SILVA
Instituição: Hospital Infantil Joana de GusmãoFlorianópolis,SC
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução: A Doença de Kawasaki é uma vasculite aguda
sistêmica,autolimitada,de etiologia desconhecida,que pode
comprometer o coração.
Objetivos: Identificar e analisar aspectos epidemiológicos,
clínicos e terapêuticos da doença em pacientes internados em
um Hospital pediátrico, entre 1980 e 2005. Métodos:
Analisaram-se todos os pacientes com o diagnóstico, através de
dados do prontuário e entrevista com os pais, considerando
idade; faixa etária; sexo; cor/raça; procedência; ano e estação
do ano de ocorrência; manifestações clínicas e critérios
diagnósticos; exames complementares; comprometimento
cardíaco; uso de imunoglobulina e outros medicamentos;
complicações; duração da internação; óbito; complicações após
a alta e evolução ambulatorial. Resultados: Ocorreram 23
casos naquele período, com maior freqüência a partir de 2001.
Predominaram crianças < 5 anos (56,5% < 2 anos), meninos,
de cor/raça branca e procedentes de do próprio município.
Houve maior freqüência nos meses de inverno e primavera.
Dos pacientes, 65,2% preencheram critérios diagnósticos.
Anemia, leucocitose com neutrofilia, trombocitose, aumento da
velocidade de hemossedimentação e da proteína C reativa
foram achados freqüentes. Comprometimento cardíaco ocorreu
em 60,9%, predominando alterações coronarianas. Utilizou-se
imunoglobulina intravenosa em 95,7% das crianças, com média
de 10,6 dias de doença, e ácido acetilsalicílico em 100% delas.
A internação durou em média 8,7 dias. Houve complicações em
S46
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
8,7% dos casos, sem óbitos. Conclusões: O diagnóstico tem
sido tardio, apesar do tratamento adequado. O comprometimento cardíaco foi freqüente, principalmente de artérias coronárias.
Código Trabalho: 537
Título: ASSOCIAÇÃO DE CARDIOPATIAS COM SHUNT E
ESTENOSE PULMONAR VALVAR
Autores: GRINBERG MEDEIROS BOTELHO; CIDÁLIA MOURA
SAPAIO; MARCELA NÓBREGA LUCENA; ÁDILA ROBERTA
SAMPAIO; EVELINE VALERIANO MOURA; DEMÓSTENES CUNHA
LIMA
Instituição: Universidade Federal da Paraíba. Hospital
Universitário Lauro Wanderley (HULW).
Cidade/UF: JOÃO PESSOA/PE
Área: CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA
Contato: [email protected]
Resumo:
Introdução: Ainda não se conhece uma causa definida para a
ocorrência das cardiopatias congênitas, sendo a teoria mais
aceita a que considera a associação de fatores genéticos e
ambientais. Segundo a literatura, as cardiopatias congênitas
têm incidência de 1%, sendo aparentemente mais freqüentes as
acianóticas. Destas, a mais comum é a CIV, com uma
incidência média de 30%, seguida da CIA (em torno de 7%) e
PCA (5 a 10%). A estenose pulmonar valvar, patologia de
obstrução da via de saída do ventrículo direito, também é uma
cardiopatia congênita relativamente freqüente, correspondendo
a cerca de 6 a 10% dos defeitos cardíacos congênitos
acianóticos. Comumente, esses defeitos ocorrem isoladamente,
sendo rara a associação de dois ou mais. Objetivos: Apresentar
um caso em que as três cardiopatias com shunt mais comuns
estão associadas a estenose pulmonar valvar. Métodos e
Resultados: DLO, masculino, 7 meses, pardo, 6 kg, natural e
procedente de João Pessoa. Paciente foi encaminhado ao
serviço de Cardiologia Pediátrica do HULW para avaliação de
sopro detectado quando tinha 5 meses, ao ser hospitalizado em
virtude de quadro pneumônico associado a anemia. Mãe refere
sudorese e cansaço com interrupção das mamadas,ausência de
cianose bem como fenômenos broncopneumônicos de
repetição. Nascido de parto cesáreo, 9 meses, pesando 2940 g e
medindo 47 cm. Durante a gestação, ocorreu quadro materno
de furunculose prolongada, sendo feito o tratamento com penicilina e cefalexina. Ao exame físico, encontrava-se em bom
estado geral, eupnéico, acianótico, anictérico, afebril; pulsos
periféricos palpáveis, cheios e simétricos; abaulamento
torácico; ausência de frêmito; ritmo cardíaco regular em dois
tempos, sopro sistólico em barra, bordo esternal esquerdo, área
pulmonar e região infraclavicular esquerda; ausculta pulmonar
normal; fígado palpável a 3 cm do rebordo costal direito.
Eletrocardiograma evidenciou importante sobrecarga ventricular direita tipo bloqueio completo de ramo direito (BCRD)
com alterações secundárias de ST e T, SÂQRS em aproximadamente -140º. Radiografia de tórax em AP mostrou aumento da
área cardíaca e fluxo pulmonar aparentemente normal.
Ecocardiograma bidimensional com Doppler revelou aumento
das câmaras cardíacas, CIA medindo 0,94 cm, CIV de 0,69 cm,
PCA e estenose pulmonar com gradiente de 64 mmHg, derrame
pericárdico discreto e hipocontratilidade difusa. Conclusões:
Conforme a literatura, esta associação é rara. Chamamos
atenção para o fato de que a estenose pulmonar atua como
protetora, evitando o hiperfluxo pulmonar, o que explica a relativa estabilidade do paciente. Encontramos ainda, na literatura,
um estudo que questiona a possível relação da terapia com
penicilina no início da gestação com a ocorrência de malformações cardíacas
Cardiologia Pediátrica
Código Trabalho: 133
Título: FATÔRES DE RISCO PARA DOENÇAS
CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES E SEUS PAIS
Autores: JOÃO GUILHERME ALVES;ANE VICTOR
ALVES;MARCELO FERNANDES MENDES
Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando
Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por mais de 1/4 das mortes no Brasil. As lesões vasculares que acompanham essas afecções estão associados com a
ateroesclerose, processo patológico que tem início na infância.
Dentro de sua multicausalidade, muitos dos seus fatores de
risco para essa afecção têm raízes na infância: obesidade,
sedentarismo, hipertensão arterial e tabagismo. Esses fatores
apresentam efeitos aditivos na vida adulta. Os melhores resultados para o controle das DCV foram com programas direcionados à mudanças de hábitos maléficos à saúde das pessoas.
Entretanto, mudanças de maus hábitos à saúde, já instalados na
vida adulta, são objetivos difíceis de serem atingidos devido à
fraca aderência pela população alvo. Objetivos: Verificar a
influência dos pais no desenvolvimento em seus filhos dos
principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Métodos: Estudo descritivo foi realizado com adolescentes que
freqüentavam colégios da rede pública na cidade do Recife,
entre agosto de 2004 a março de 2005. Foram admitidos
adolescentes com idade compreendida entre 14 a 19 anos e que
estavam cursando a 1/3 série do segundo grau, desde que
tivessem os pais vivos e que residissem com os mesmos.
Adolescentes portadores de deficiência física ou de alguma
doença crônica foram excluídos da pesquisa. O tamanho da
amostra, 423, foi calculado adotando-se um erro alfa de 5% e
um poder de 80%. De cada adolescente selecionado e seus
respectivos pais, foram aplicados o questionário "International
Physical Activity Questionnaire - IPAQ", aferidos o peso e a
estatura, e mensurada a pressão arterial. O protocolo da
Pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do
IMIP e só participaram do estudo auqeles que assinaram o
"Termo de Consentimento Livre e Esclarecido". Resultados:
Foram estudados 423 adolescentes, sendo 175 (41,3%) do sexo
masculino e 248 (59,0%) do sexo feminino. A idade dos participantes variou de 14 a 19 anos com média de 16,02±0,77 anos.
Foram observados 36 adolescentes (8,5%) com excesso de peso
e 2 (0.4%) com obesidade. As freqüências de obesidade, sedentarismo e tabagismo foram maiores entre aqueles adolescentes
cujos pais apresentavam esses mesmos fatores de risco.
Conclusões: Verificamos uma agregação familiar entre obesidade, tabagismo e sedentarismo, achado consistente com outros
estudos prévios, confirmando a influência significativa da
família nesses fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Intervenções para o desenvolvimento de hábitos
alimentares e estilo de vida saudáveis, prevenindo esses fatores
de risco para as doenças cardiovasculares, devem ter início na
infância e adolescência, com o objetivo de reduzir a incidência
dessas doenças crônicas na vida adulta.
Código Trabalho: 705
Título: INCIDÊNCIA DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
DIAGNOSTICADAS AO NASCIMENTO EM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
Autores: LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM; MARCOS JOSÉ
BURLE AGUIAR; CLEONICE COELHO CARVALHO MOTA; ANA
MARIA ARRUDA LANA; REGINA AMÉLIA LOPES AGUIAR;
CATARINA AMORIM B. PIRES
Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: As cardiopatias congênitas são anomalias
freqüentes ao nascimento. Estudar sua incidência em nosso
meio pode ajudar na definição de políticas de saúde pública e
no planejamento de estratégias de propedêuticas e terapêuticas,
que contribuam para maior e melhor sobrevida dos afetados.
Pode ainda contribuir para o planejamento de futuras gestações
das famílias afetadas. Objetivos: Determinar a incidência,
apresentação clínica e associação com idade e paridade
maternas, e peso ao nascimento das cardiopatias congênitas em
um hospital universitário no período de 08/1990 a 12/2003.
Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, baseado no banco
de dados criado em 08/1990, vinculado ao ECLAMC, de nativivos (NV) e natimortos (NM) malformados, em um hospital
universitário. São registrados as anomalias encontradas,
exames complementares, sexo e peso do RN, idade e paridade
maternas, dados de necropsias. Foram identificadas, no período
de agosto de 1990 a dezembro de 2003, os casos de cardiopatia
congênita. Sua correlação com idade e paridade materna, peso
de nascimento e forma de apresentação foi analisada utilizando
o Epi-Info 6.4. Resultados: Em 29770 nascimentos (28915 NV
e 855 NM) foram identificados 352 casos de cardiopatia
congênita (11,82:1000); 277 NV (9,58:1000) e 75 NM
(87,72:1000). Foi encontrada associação com idade materna
maior ou igual a 35 anos (p<0,05) e peso menor ou igual a
2500g (p<0,0001). Encontramos 123 casos com associações a
anomalias em outros órgãos e sistemas sem diagnóstico
sindrômico definido (35%); 88 síndromes cromossômicas
(25%); 117 casos de cardiopatias isoladas (33,2%); 5 casos de
ruptura (1,4%); 19 outras apresentações (5,4%). Conclusões: A
incidência encontrada é compatível com a descrita na literatura.
A idade materna maior ou igual a 35 anos mostrou ser um fator
de risco, e houve associação com baixo peso. Cerca de 60% dos
casos foram de associações com malformações em outros
sistemas e síndromes genéticas.
Código Trabalho: 179
Título: QUAL A IMPORTÂNCIA DE HISTÓRIA FAMILIAR
POSITIVA PARA ATEROSCLEROSE NO RISCO CARDIOVASCULAR
DE CRIANÇAS? ESTUDO FLORIPA
Autores: ISABELA DE C. B. GIULIANO; MARIO S. S. A.
COUTINHO; SÉRGIO F. T. FREITAS; JOÃO N. ZUNINO; MARIA
M. S. PIRES; BRUNO CARAMELLI
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução: A história familiar (HF) precoce positiva para
aterosclerose é adotada como critério para investigação
diagnóstica de dislipidemias. Entretanto, não está estabelecida
a relação entre HF e a distribuição de fatores de risco cardiovascular em crianças. Métodos: amostra aleatória (por
conglomerado) de crianças e adolescentes de Florianópolis, SC,
no ano de 2002.Foram aplicados questionário, exame físico e
realizada coleta de sangue. Considerou-se HF positiva se pelo
menos uma das seguintes condições fosse satisfeita: mãe ou
avó com insuficiência coronariana antes dos 65 anos e pai ou
avô, com menos de 55 anos. As associações entre as variáveis
foram determinadas por qui-quadrado. Resultados: das 1009
crianças e adolescentes que participaram do estudo, 979
famílias tinham história familiar conhecida. Destas, 136 foram
classificadas como positivas para insuficiência coronariana
precoce. . HF positiva (HF+) associou-se à presença de mais de
2 horas de lazer inativo (51% X 41%, p= 0,027) e HF negativa
(HF-) associou-se ao quartil superior de proteína C reativa
(26% X 21%, p=0,048) e sedentarismo (43% X 32%, p=0,024).
Não houve significância para associações com níveis elevados
de colesterol total (HF+: 25% X HF-: 25%, p=1), de
triglicerídeos (HF+: 24% X HF-: 27%, p=0,435), e LDL-colesterol (HF+: 26% X HF-: 21%, p=0,279), com níveis baixos de
HDL-colesterol (HF+: 27% X HF-: 31%, p=0,190), hipertensão
arterial (HF+: 13% X HF-: 11%, p=0,543), obesidade (HF+:
28% X HF-: 22%, p=0,122) ou obesidade truncal (HF+: 11% X
HF-: 8%, p=0,23). Conclusões: a presença de história familiar
precoce para aterosclerose não mostrou associação com os
fatores de risco na amostra estudada, podendo indicar ser fator
de risco cardiovascular independente para aterosclerose. Por
outro lado, o curto tempo de vida das crianças pode ter prejudicado a análise, impedindo que estas associações pudessem ser
demonstradas como ocorre em idades mais elevadas, além de
mudanças comportamentais características da população
estudada, marcada por intensa migração.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S47
Arquivos de Pediatria
Cuidados
Hospitalares
Cuidados
Hospitalares
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
57
Cuidados Hospitalares
Código Trabalho: 455 - Título: ACOLHIMENTO HOSPITALAR
EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA
Autores: MARIA JOSÉ MOLINA;MARIA OLIVIA SARNO;HÉLIO
QUEIROZ FILHO;CÉLIA SILVANY;ANGÉLICA FERREIRA;LEDIANE
MOURA
Instituição: UTI Ped. Hosp. Criança Obras Sociais Irmã
Dulce BA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) são uma
instituição filantrópica, cujo perfil operacional é bastante
complexo com ações nas áreas de saúde, assistência social,
educação e pesquisa. A UTI pediátrica encontra-se no Hospital
da Criança, possuindo 10 leitos e oferecendo suporte para
assistência de saúde além de integrar-se a programas especiais
como Terapia do Riso, Clube dos Pais e acompanhamento
pedagógico. Oferece apoio aos 92 leitos pediátricos clínicos e
cirúrgicos, aos 58 moradores portadores de necessidades especiais e aos adolescentes em situação de risco social, dentro do
programa de atenção às vítimas de Maus Tratos. De 2001 a
2005 atendeu a 1376 pacientes usuários do sistema único de
saúde. O atendimento em uma unidade de terapia intensiva traz
a imagem de gravidade, tensão e expectativa, num ambiente
frio e pouco acolhedor. Entendendo acolhimento hospitalar
como parte integrante do processo de humanização, houve a
necessidade da busca do conforto físico, psíquico e espiritual
do paciente, incluindo sua família e toda equipe hospitalar.
Crendo que o mais importante seria a mudança do comportamento pessoal. Objetivos e Mmétodos: O objetivo deste
trabalho é descrever os recursos utilizados para tornar o ambiente menos inóspito, conciliando as relações humanas e assistenciais. Sua estrutura física contribui para a diminuição do
estresse, utilizando para isso janelas em todos os leitos, identificação dos nomes do paciente e do acompanhante, decoração
adequada, recursos lúdicos, repouso, alimentação e vestuário
aos acompanhantes. A família é acolhida como colaboradora,
recebe informações sobre a doença, tratamento e evolução do
paciente, estimulando-se a participação orientada nas atividades diárias. O apoio dos Terapeutas do Riso, que visitam a
unidade três vezes por semana; da psicologia para o paciente, à
equipe e a família; cuja permanência junto ao paciente ocorre
nas 24 horas por dia. Resultados:A construção do processo de
acolhimento é baseado numa vivencia diária entre as pessoas
que ali trabalham, o paciente, sua família, num enfoque
dinâmico permanente, valorizando cada momento ou circunstância. Discussão e Conclusões: A humanização da assistência
e o cuidado centrado na família são vistos como a filosofia
ideal para o cuidado da criança e de sua família. Os métodos
para sua implementação não estão bem definidos na literatura,
fazendo com que cada instituição adote modificações físicas e
de comportamento pessoal, buscando-se minimizar o estresse e
proporcionar um salto qualitativo no cuidado e no ambiente em
uma UTI pediátrica.
Código Trabalho: 776
Título: COLESTASE EM UMA UNIDADE DE PEQUENOS
LACTENTES,SALVADOR-BA
Autores: LÍCIA MARIA OLIVEIRA MOREIRA;RENATA CAMPOS
TAVARES GOMES
Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosanah de Oliveira UFBa.
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A colestase constitui a principal manifestação da
doença hepatobiliar,podendo apresentar-se precocemente no
período neonatal ou no lactente nos primeiros meses de idade.O
diagnóstico precoce da síndrome colestática pode reduzir a sua
morbimortalidade.Objetivos : Estabelecer o perfil clinico de
recém nascidos e lactentes hospitalizados em sistema de enfermaria.Através dos dados levantados propor um planejamento
adequado de atendimento e racionalização dos custos.
Métodos: trata-se de um estudo retrospectivo, realizado através
do levantamento de prontuários médicos referentes ás internações de crianças até três meses de idade,durante o período de
janeiro de 2001 a dezembro de 2004. Foram incluidos no
estudo os casos de colestase com base na história clinica e
dados laboratoriais compativeis. Resultados: num total de
1020 prontuários revisados, 34 (3,3%)casos de colestase foram
diagnosticados. Na amostra analisada, 24 pacientes(71,0%)
58
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
eram lactentes e 10(29,0%) eram neonatos.A idade média à
admissão foi de 1 mês e 16 dias. Mais da metade dos pacientes
eram oriundos do interior do estado(62,0%). A ictéricia foi o
sinal clinico mais observado , seguido de anemia e colúria. A
acolia fecal foi referida em 35,0% dos casos.As causas intrahepáticas(79,4%) foram predominantes. A colestase extrahepática foi notificada em 20,6% dos casos. As patologis infecciosas constituiram a principal etiologia de colestase(61,0%)
com predominio de infecções do grupo TORCHS. sepse e citomegalovirose foram causas importantes de colestase nesta
amostra.A história materna aponta um baixo indice de acompanhamento prénatal ,relatado apenas em 41,0% dos casos.
Houve cinco casos de atresia de vias biliares ,todos encaminhados após os dois meses de vida. Três óbitos foram notificados sendo dois deles causados pela atresia de vias biliares.A
conduta cirúrgica foi realizada em dois pacientes. Conclusões:
As patologias infecciosas constituiram causa importante de
colestase nesta população. Baixo indice de acompanhamento
pré-natal materno.Encaminhamento tardio dos casos de atresia
de vias biliares contribuindo para sua elevada morbimortalidade.
Código Trabalho: 680
Título: INCLUSÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA EM UM
HOSPITAL PEDIÁTRICO: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO
HOSPITALAR COMPARTILHADA
Autores: DENISE BOUSFIELD DA SILVA;LEONICE TERESINHA
TOBIAS;MAURICIO LAERTE SILVA
Instituição: Hospital Infantil Joana de GusmãoFlorianópolis,SC
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução: A construção de uma nova diretriz no ensino
médico com ênfase no processo de ensino-aprendizagem, determinando mudanças na formação do perfil profissional foi a
justificativa para elaboração deste tema. Objetivos: elaborar
uma proposta para a inclusão do acadêmico da primeira à
oitava fase do Curso de Graduação em Medicina de uma
Universidade Pública, fundamentada na estratégia de gestão
hospitalar compartilhada. Métodos: descrever as estratégias de
inclusão desse acadêmico no Serviço de Humanização
Hospitalar; criar ações e estratégias para capacitar esse
acadêmico; definir os critérios para a introdução do acadêmico
de medicina na prática das estratégias humanísticas administradas na capacitação; e elaborar instrumento de avaliação
da atuação do acadêmico de medicina no Serviço de
Humanização Hospitalar. O procedimento metodológico estabelece a constituição de um grupo de facilitadores com características de atuação interdisciplinar para a capacitação dos
acadêmicos no conteúdo teórico e prático, utilizando como
estratégia aulas expositivas e oficinas. O temário abordado será
o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e do adolecente, aspectos emocionais da criança/ adolescente/ família/
equipe, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direitos da
Criança e do Adolescente Hospitalizados, infecção hospitalar,
ética e bioética, técnicas pedagógicas, lúdicas e recreativas,
cultura institucional e de humanização hospitalar. Os
acadêmicos serão avaliados pela freqüência as atividades; pelo
pré e pós-teste aplicados através de questionário semi-estruturado; e pelos aspectos psicomotores e afetivos relacionados ao
processo de ensino-aprendizagem. A certificação será fornecida
ao acadêmico após freqüentar um ano do programa. Após a
certificação e capacitação, o acadêmico se tornará multiplicador do programa e será introduzido na pesquisa na área
humanística. Conclusões: a inclusão do acadêmico do Curso
de Graduação em Medicina de uma Universidade Pública em
práticas pediátricas humanisticas é uma estratégia fomentadora
de gestão hospitalar compartilhada na busca de satisfação dos
usuários e trabalhadores da saúde.
Arquivos de Pediatria
Cuidados
Hospitalares
Cuidados
Hospitalares
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
57
Cuidados Hospitalares
Código Trabalho: 455 - Título: ACOLHIMENTO HOSPITALAR
EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA
Autores: MARIA JOSÉ MOLINA;MARIA OLIVIA SARNO;HÉLIO
QUEIROZ FILHO;CÉLIA SILVANY;ANGÉLICA FERREIRA;LEDIANE
MOURA
Instituição: UTI Ped. Hosp. Criança Obras Sociais Irmã
Dulce BA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) são uma
instituição filantrópica, cujo perfil operacional é bastante
complexo com ações nas áreas de saúde, assistência social,
educação e pesquisa. A UTI pediátrica encontra-se no Hospital
da Criança, possuindo 10 leitos e oferecendo suporte para
assistência de saúde além de integrar-se a programas especiais
como Terapia do Riso, Clube dos Pais e acompanhamento
pedagógico. Oferece apoio aos 92 leitos pediátricos clínicos e
cirúrgicos, aos 58 moradores portadores de necessidades especiais e aos adolescentes em situação de risco social, dentro do
programa de atenção às vítimas de Maus Tratos. De 2001 a
2005 atendeu a 1376 pacientes usuários do sistema único de
saúde. O atendimento em uma unidade de terapia intensiva traz
a imagem de gravidade, tensão e expectativa, num ambiente
frio e pouco acolhedor. Entendendo acolhimento hospitalar
como parte integrante do processo de humanização, houve a
necessidade da busca do conforto físico, psíquico e espiritual
do paciente, incluindo sua família e toda equipe hospitalar.
Crendo que o mais importante seria a mudança do comportamento pessoal. Objetivos e Mmétodos: O objetivo deste
trabalho é descrever os recursos utilizados para tornar o ambiente menos inóspito, conciliando as relações humanas e assistenciais. Sua estrutura física contribui para a diminuição do
estresse, utilizando para isso janelas em todos os leitos, identificação dos nomes do paciente e do acompanhante, decoração
adequada, recursos lúdicos, repouso, alimentação e vestuário
aos acompanhantes. A família é acolhida como colaboradora,
recebe informações sobre a doença, tratamento e evolução do
paciente, estimulando-se a participação orientada nas atividades diárias. O apoio dos Terapeutas do Riso, que visitam a
unidade três vezes por semana; da psicologia para o paciente, à
equipe e a família; cuja permanência junto ao paciente ocorre
nas 24 horas por dia. Resultados:A construção do processo de
acolhimento é baseado numa vivencia diária entre as pessoas
que ali trabalham, o paciente, sua família, num enfoque
dinâmico permanente, valorizando cada momento ou circunstância. Discussão e Conclusões: A humanização da assistência
e o cuidado centrado na família são vistos como a filosofia
ideal para o cuidado da criança e de sua família. Os métodos
para sua implementação não estão bem definidos na literatura,
fazendo com que cada instituição adote modificações físicas e
de comportamento pessoal, buscando-se minimizar o estresse e
proporcionar um salto qualitativo no cuidado e no ambiente em
uma UTI pediátrica.
Código Trabalho: 776
Título: COLESTASE EM UMA UNIDADE DE PEQUENOS
LACTENTES,SALVADOR-BA
Autores: LÍCIA MARIA OLIVEIRA MOREIRA;RENATA CAMPOS
TAVARES GOMES
Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosanah de Oliveira UFBa.
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A colestase constitui a principal manifestação da
doença hepatobiliar,podendo apresentar-se precocemente no
período neonatal ou no lactente nos primeiros meses de idade.O
diagnóstico precoce da síndrome colestática pode reduzir a sua
morbimortalidade.Objetivos : Estabelecer o perfil clinico de
recém nascidos e lactentes hospitalizados em sistema de enfermaria.Através dos dados levantados propor um planejamento
adequado de atendimento e racionalização dos custos.
Métodos: trata-se de um estudo retrospectivo, realizado através
do levantamento de prontuários médicos referentes ás internações de crianças até três meses de idade,durante o período de
janeiro de 2001 a dezembro de 2004. Foram incluidos no
estudo os casos de colestase com base na história clinica e
dados laboratoriais compativeis. Resultados: num total de
1020 prontuários revisados, 34 (3,3%)casos de colestase foram
diagnosticados. Na amostra analisada, 24 pacientes(71,0%)
58
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
eram lactentes e 10(29,0%) eram neonatos.A idade média à
admissão foi de 1 mês e 16 dias. Mais da metade dos pacientes
eram oriundos do interior do estado(62,0%). A ictéricia foi o
sinal clinico mais observado , seguido de anemia e colúria. A
acolia fecal foi referida em 35,0% dos casos.As causas intrahepáticas(79,4%) foram predominantes. A colestase extrahepática foi notificada em 20,6% dos casos. As patologis infecciosas constituiram a principal etiologia de colestase(61,0%)
com predominio de infecções do grupo TORCHS. sepse e citomegalovirose foram causas importantes de colestase nesta
amostra.A história materna aponta um baixo indice de acompanhamento prénatal ,relatado apenas em 41,0% dos casos.
Houve cinco casos de atresia de vias biliares ,todos encaminhados após os dois meses de vida. Três óbitos foram notificados sendo dois deles causados pela atresia de vias biliares.A
conduta cirúrgica foi realizada em dois pacientes. Conclusões:
As patologias infecciosas constituiram causa importante de
colestase nesta população. Baixo indice de acompanhamento
pré-natal materno.Encaminhamento tardio dos casos de atresia
de vias biliares contribuindo para sua elevada morbimortalidade.
Código Trabalho: 680
Título: INCLUSÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA EM UM
HOSPITAL PEDIÁTRICO: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO
HOSPITALAR COMPARTILHADA
Autores: DENISE BOUSFIELD DA SILVA;LEONICE TERESINHA
TOBIAS;MAURICIO LAERTE SILVA
Instituição: Hospital Infantil Joana de GusmãoFlorianópolis,SC
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução: A construção de uma nova diretriz no ensino
médico com ênfase no processo de ensino-aprendizagem, determinando mudanças na formação do perfil profissional foi a
justificativa para elaboração deste tema. Objetivos: elaborar
uma proposta para a inclusão do acadêmico da primeira à
oitava fase do Curso de Graduação em Medicina de uma
Universidade Pública, fundamentada na estratégia de gestão
hospitalar compartilhada. Métodos: descrever as estratégias de
inclusão desse acadêmico no Serviço de Humanização
Hospitalar; criar ações e estratégias para capacitar esse
acadêmico; definir os critérios para a introdução do acadêmico
de medicina na prática das estratégias humanísticas administradas na capacitação; e elaborar instrumento de avaliação
da atuação do acadêmico de medicina no Serviço de
Humanização Hospitalar. O procedimento metodológico estabelece a constituição de um grupo de facilitadores com características de atuação interdisciplinar para a capacitação dos
acadêmicos no conteúdo teórico e prático, utilizando como
estratégia aulas expositivas e oficinas. O temário abordado será
o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e do adolecente, aspectos emocionais da criança/ adolescente/ família/
equipe, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direitos da
Criança e do Adolescente Hospitalizados, infecção hospitalar,
ética e bioética, técnicas pedagógicas, lúdicas e recreativas,
cultura institucional e de humanização hospitalar. Os
acadêmicos serão avaliados pela freqüência as atividades; pelo
pré e pós-teste aplicados através de questionário semi-estruturado; e pelos aspectos psicomotores e afetivos relacionados ao
processo de ensino-aprendizagem. A certificação será fornecida
ao acadêmico após freqüentar um ano do programa. Após a
certificação e capacitação, o acadêmico se tornará multiplicador do programa e será introduzido na pesquisa na área
humanística. Conclusões: a inclusão do acadêmico do Curso
de Graduação em Medicina de uma Universidade Pública em
práticas pediátricas humanisticas é uma estratégia fomentadora
de gestão hospitalar compartilhada na busca de satisfação dos
usuários e trabalhadores da saúde.
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Volume 19 suplemento 1
outubro de 2006
ISSN 1808-7981
Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria,
Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006.
Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
APRESENTAÇÃO
Giselia Alves Pontes da Silva
S5
Adolescência
S165 Onco Hematologia 165 a 172
S21
Aleitamento Materno
S173 Otorrinolaringologia 173 a 176
S31
Alergia e Imunologia
S177 Outros 177 a 187
S43
Bioética
S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194
S45
Cardiologia Pediátrica
S195 Pediatria Comunitária 195 a 199
S49
Crescimento e Desenvolvimento
S201 Pediatria Social 201 a 204
S57
Cuidados Hospitalares 57 a 58
S205 Perinatologia 205 a 208
S59
Cuidados Primários - 59 a 63
S209 Pneumologia 209 a 214
S65
Dermatologia - 65 a 67
S215 Reumatologia 215 a 223
S69
Endocrinologia 69 a 75
S225 Saúde Escolar 225 a 226
S77
Ensino em Pediatria 77 a 79
S227 Saúde Mental 227 a 228
S81
Gastroenterologia 81 a 85
S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a
S87
Genética Clínica 87 a 91
S232
S93
Infectologia 93 a 118
S233 Suporte Nutricional 233 a 234
S119 Nefrologia 119 a 122
S235 Terapia Intensiva 235 a 238
S123 Neonatologia 123 a 143
S145 Neorologia 145 a 152
S153 Nutrição 153 a 163
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Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
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J. Borges
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Bezerros, Pernambuco, 2003
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Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
APRESENTAÇÃO
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Adolescência
S165 Onco Hematologia 165 a 172
S21
Aleitamento Materno
S173 Otorrinolaringologia 173 a 176
S31
Alergia e Imunologia
S177 Outros 177 a 187
S43
Bioética
S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194
S45
Cardiologia Pediátrica
S195 Pediatria Comunitária 195 a 199
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Crescimento e Desenvolvimento
S201 Pediatria Social 201 a 204
S57
Cuidados Hospitalares 57 a 58
S205 Perinatologia 205 a 208
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Cuidados Primários - 59 a 63
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Dermatologia - 65 a 67
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Endocrinologia 69 a 75
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Ensino em Pediatria 77 a 79
S227 Saúde Mental 227 a 228
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Gastroenterologia 81 a 85
S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a
S87
Genética Clínica 87 a 91
S232
S93
Infectologia 93 a 118
S233 Suporte Nutricional 233 a 234
S119 Nefrologia 119 a 122
S235 Terapia Intensiva 235 a 238
S123 Neonatologia 123 a 143
S145 Neorologia 145 a 152
S153 Nutrição 153 a 163
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Arquivos de Pediatria
Pediatria
EnsinoEnsino
em em
Pediatria
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S77
Ensino em Pediatria
Código Trabalho: 328
Título: CARTÃO E CADERNETA DA CRIANÇA: INSTRUMENTOS
DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Autores: ELIANE MARIA GARCEZ OLIVEIRA FONSECA;
PATRÍCIA BRANDÃO RÉCHE; NANCY TOLEDO COELHO;
MANUELA QUEIROZ AZEVEDO; MARCELA GRECO M VIEIRA;
FERNANDA FRADE PARANHOS
Instituição: Faculdade de Medicina Souza Marques
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O cartão e a caderneta de saúde permitem o
registro e a divulgação de informações importantes para a
saúde da criança. A utilização adequada destes pelos pais e
profissionais de saúde os transforma em instrumentos para
promoção da saúde e redução da mortalidade infantil.
Objetivos: Estudar a utilização do cartão e da caderneta da
criança como instrumentos de educação em saúde. Métodos: O
estudo foi realizado em um posto comunitário, onde há um
projeto de extensão da disciplina de pediatria,de abril a junho
de 2006. Mães de crianças de 0 a 60 meses foram entrevistadas
e orientadas, por alunos do quinto ano do curso de medicina
previamente treinados,sobre a utilização da cartão e da caderneta da criança, durante a espera para o atendimento.
Inicialmente era feita uma pergunta aberta sobre a utilidade do
cartão ou caderneta. A seguir perguntava-se sobre cada um dos
objetivos contidos nestes, sobre a entrega, a explicação e
utilização destes pelos profissionais de saúde. Aproveitou-se
então, a oportunidade para mostrar e explicar para a mãe sobre
o conteúdo e utilização dos mesmos. Ao final eram novamente
aplicadas as perguntas sobre os objetivos do cartão/caderneta.
Resultados: Mães de 201 crianças foram entrevistadas e orientadas.Destas, 192 (92,5%) portavam o cartão ou a caderneta,
6(3%)não sabiam ler,79(39%) possuiam primeiro grau incompleto,47(23,4%) primeiro grau completo, 25(12,4%)segundo
grau incompleto, 37(18,4%)segundo grau completo,
3(1,5%)superior incompleto. O cartão ou caderneta foi
entregue na maternidade para 28(13,9%) e no posto de saúde
para 170(84,6%). A explicação sobre a utilização do cartão no
momento da entrega foi recebida por 28(13,7%) mães, destas
26(92,9%) na maternidade. Ao ser perguntado para quê serve o
cartão ou caderneta, as principais respostas foram: controle das
vacinas(84%), acompanhamento do crescimento (49,8%)e do
desenvolvimento(17,9%), documento(13,9%). A informação
dos direitos da criança foi citada por 3,0%. Entre os portadores
da caderneta, 5,7% citaram as orientações de alimentação e
1,9% as dicas de saúde. As orientações sobre vitamina A, ferro
e o número do telefone para denúncia de abuso não foram
citados.Nas perguntas especificas sobre o conhecimento de
cada um destes itens as respostas foram positivas em: 39,6%
para alimentação, 13,2% para dicas de saúde e 20,8% para o
número do telefone. Após a entrevista e a orientação os
percentuais de respostas positivas e corretas foram: 50,7% direitos da criança, 60,8% alimentação, 33,3% as dicas de saúde,
15,7% orientações sobre vitamina A e ferro, 37,3% número do
telefone para denúncia de abuso. Conclusões:A falta de
esclarecimento das mães sobre a utilização do cartão ou caderneta limita seu impacto como instrumento para a promoção de
saúde e redução da mortalidade infantil. A utilização da espera
para esta orientação por alunos da graduação, constituiu importante exercício de educação em saúde e valorização destes
instrumento
Código Trabalho: 345
Título: DOR DE GARGANTA EM CRIANÇAS:O QUE OS
INTERNOS SABEM A RESPEITO DAS ORIENTAÇÕES DA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE?
Autores: DULCE HELENA OROFINO;LÍVIA LOBO DA SILVA
COSTA;AMANDA DONNER;ROBERTA MATOS DE CASTRO;MARIA
ISABEL PEIXOTO;ROBERTA ABREU
Instituição: Escola de Medicina Souza Marques
Cidade/UF: NITERÓI/RJ
Resumo:
Introdução:Divulgar as orientações da Organização Mundial de
Saúde(OMS) para o manejo das amigdalites diminui os casos
de febre reumática. Objetivos: Avaliar se os alunos dos últimos
dois anos de duas faculdades de Medicina estão familiarizados
com as orientações da OMS para o manejo clínico e terapêutico
de crianças com dor de garganta e se associam amigdalites a
febre reumática e cardiopatias. Métodos: Estudo transversal
S78
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
realizado em duas faculdades de Medicina.Através de questionário não identificado utilizando a escala de cinco pontos de
Likert,foram avaliados 108 internos dos 9° a 12° períodos
quanto ao conhecimento de critérios clínicos e tratamento
preconizado pela OMS para amigdalites estreptocócicas e sua
relação com febre reumática.Os critérios utilizados para o diagnóstico clínico de amigdalites estreptocócicas são os estabelecidos pelo Joint WHO/ISFC Meeting on Rheumatic
Fever/Rheumatic Heart Disease Control With Emphasis on
Primary Prevention,Geneva,7-9 September 1994(WHO/
CVD94.1). Foi feita a apresentação de termo de consentimento
livre e esclarecido aos alunos a serem entrevistados. Os dados
foram coletados e inseridos no programa SPSS. Resultados:
Do total de 108 internos,todos haviam previamente cursado a
disciplina de Pediatria.Os alunos foram divididos em grupo I(já
frequentado o internato de Pediatria) e II(não tendo frequentado o internato de Pediatria).Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos quanto as respostas de
nenhuma das questões.Do total,96.3% relacionam amigdalites
com possível cardiopatia;89,8% sabem que o tratamento
preconizado para amigdalites possivelmente estreptocócicas é
penicilina benzatina em dose única;91,6% reconhecem a eritromicina como a opção para o tratamento nos casos de alergia a
penicilina;81,5%sabem que existem sinais e sintomas
preconizados pela OMS para o diagnóstico clínico de possível
etiologia estreptocócica em pacientes com dor de garganta em
países em que a confirmação laboratorial não é viável economicamente,porém o reconhecimento dos sinais clínicos que
reforçam a hipótese de etiologia estreptocócica só foi feito por
31,5%(exantema escalatiniforme),38,9%(petéquias no palato),
69,4%(adenomegalia cervical anterior dolorosa) 67,8%(idade
do paciente).O reconhecimento de presença de pus como sinal
clínico indicativo foi feito por 87%. Conclusões: O estudo em
questão mostra que mesmo os alunos que não frequentaram
ainda o internato de pediatria têm condições de associar
amigdalites a cardiopatias,reconhecem a penicilina como a
opção terapêutica preconizada e sabem que existem critérios
clínicos que reforçam ou enfraquecem a hipótese de que uma
amigdalite seja causada pelo estreptococo,porém dos sinais e
sintomas listados pela OMS apenas a presença de pus é significativamente reconhecido por eles.Deve-se dar ênfase ao
ensino dos outros critérios clínicos,visto que feito o diagnóstico correto,eles têm condições de tratar eficazmente as
amigdalites estreptocócicas.
Código Trabalho: 775
Título: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA ADOLESCENTES - UMA
EXPERIÊNCIA AO LONGO DE SEIS ANOS
Autores: BETINHA CORDEIRO FERNANDES; MARIA MÁRCIA N.
BELTRÃO
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Uma das estratégias no cuidado para adolescentes
é educação em saúde. É essencial o relato desse tipo de experiência, fora do hospital, sem prescrições. Objetivos:
Descrever e analisar as atividades de equipe multiprofissional,
visando a educação em saúde para adolescentes escolares de
Recife. Métodos: estudo exploratório, descritivo, de corte
longitudinal e abordagem quanti-qualitativa a partir dos
relatórios de uma disciplina de extensão, de março de 2000 a
dezembro de 2005. Variáveis quantitativas são descritas com
freqüências absoluta e relativa. Para avaliação qualitativa
usaram-se questionários semi-estruturados e categorização
intercalada por discurso. Resultados: Participaram 82
acadêmicos,79(96,34%) de Medicina e 3 de Psicologia, média
de 11 alunos por período de 6 meses, com 20h teóricas - marco
referencial, puberdade, comportamento psicossocial, saúde
reprodutiva, drogas, violência e PROSAD - e 40h
práticas:didática, trabalho de campo com adolescentes escolares e pesquisa, gerando 23 trabalhos científicos. Foram beneficiados 1549 jovens de 6 escolas, 90,30% públicas, com
participação voluntária em palestras abordando mudanças
puberais,sexualidade, gravidez, anticoncepção,DST, drogas,
violência, relações familiares.Ao longo de 6 anos: houve
progressiva estruturação do conteúdo teórico-prático,
distribuído em módulos; a equipe tornou-se multiprofissional,
7 docentes no total - pediatras, hebiatra, clínico geral,
psicólogo, com média de 1 preceptor/5 acadêmicos - e interdis
Ensino em Pediatria
ciplinar: saúde-educação. Houve expansão do projeto,
alcançando o máximo de alunos (20) /período e maior procura
dos adolescentes.Destes,98% aprovaram o projeto e disseram
ter rebido informações, melhora da comunicação com pais,
esclarecimento de dúvidas; 94% gostariam de participar de
outras palestras. Os temas considerados mais interessantes
foram gravidez e drogas, reflexo de sua realidade e preocupações.Todas as diretoras das escolas consideraram o preparo
dos acadêmicos e palestras de bom nível e que seus alunos
tiveram bom aproveitamento.Dentre os acadêmicos, 56
(68,29%) consideraram que as aulas estimularam muito seu
interesse; todos classificaram como muito importantes os temas
abordados, 76 (93,68%)apontaram bom aprendizado teórico;
mencionaram que o contato com jovens aprimorou a
consciência de seu dever técnico e moral para a comunidade.
Todos os preceptores consideraram ótima a participação dos
adolescentes, a iniciativa e aprendizado dos acadêmicos, e
bastante válido seu trabalho como cidadãos e educadores.
Dificuldades: baixa participação de pais, aparelhagem audiovisual, alunos escolhidos pelas escolas, diferente calendário
escolar. Conclusões:O projeto foi considerado relevante como
científico e social; contribuiu para a responsabilidade profissional e visão holística da saúde; levou conhecimentos, maior
comunicação dos jovens e realização dos docentes. Precisa de
apoio financeiro para maior abrangência
Código Trabalho: 562
Título: EXPRESSÃO ESTÉTICA E LUDICIDADE NA
SENSIBILIZAÇÃO E INTERAÇÃO COM PACIENTES PEDIÁTRICOS
Autores: JOAQUIM ANTÔNIO CÉSAR MOTA;ROSA MARIA
QUADROS NEHMY;ZILDO ANDRÉ FLORES VIEIRA;ALINE JOICE
PEREIRA GONÇALVES;VINÍCIUS E DE ANDRADE
RIBEIRO;DANIELLY P OLIVEIRA LUCAS
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: O projeto Abraçarte, composto por alunos da
graduação em Medicina, desenvolve atividades lúdicas em
unidades pediátricas hospitalares em parceria com as Artes
Cênicas para aprimorar a formação humanista do estudante.
Objetivos: Introduzir práticas e reflexões sobre a humanização
da assistência com foco nas crianças hospitalizadas, visando
contribuir para aliviar a tensão da criança e do acompanhante
provocada pela disciplina hospitalar e para ampliar a capacidade de comunicação na relação médico-paciente. Métodos:
São realizadas oficinas de formação técnica, corporal e estética,
utilizando linguagens cênicas do teatro e do palhaço com os
estudantes de Teatro, para elaborar intervenções por eles supervisionadas. Os encontros com as crianças são realizados
semanalmente em atendimentos individuais, adequando-se as
atividades às restrições impostas pelo quadro clínico da
criança, e, em grupo, em datas festivas. Os alunos apresentamse como palhaços, recurso facilitador da interação com as
crianças e de resgate do universo infantil perdido durante a
hospitalização. Utilizam-se recursos da comicidade, da música,
de dramatização de histórias infantis e de desenho. Nas datas
comemorativas realizam-se oficinas temáticas de recreação
para as crianças e acompanhantes. Resultados: O trabalho do
grupo já atingiu mais de 3000 crianças e acompanhantes na
enfermaria pediátrica com 60 leitos e no Pronto Atendimento
com, em média, 15 leitos ocupados. Efeitos das atividades
lúdicas para a criança hospitalizada são de difícil mensuração,
mas há importantes indícios de melhora da alimentação e da
aceitação de procedimentos. A expectativa da visita programada, o sorriso da criança e os comentários dos profissionais
da equipe corroboram esses achados. Para a formação do aluno,
o aprendizado e uso de recursos artísticos ampliam as formas
de expressão na comunicação com o paciente, facilitando suas
respostas e diminuindo seu estranhamento. Conclusões: As
propostas de humanização da assistência partem da constatação
de que as relações sociais nas práticas de saúde, fenômeno
eminentemente expressivo, estão desumanizadas porque os
interesses e valores culturais do paciente não são privilegiados.
A experiência do Abraçarte mostra que recursos artísticos
podem constituir excelente instrumento para despertar e
amadurecer a consciência da presença do outro na rede de
significação da relação médico-paciente. A avaliação dos
alunos que participam do projeto é de que, em posteriores
encontros com os pacientes, a comunicação flui bem, principal
mente com a criança, cuja expressividade é marcada pela
espontaneidade que não respeita os limites das normas sociais
implícitas na relação médico-paciente.
Código Trabalho: 56
Título: NARRATIVAS, EXERCÍCIO DA CLÍNICA E ENSINO DE
PEDIATRIA
Autores: ELOISA GROSSMAN;MARIA HELENA C. DE A.
CARDOSO
Instituição: Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente
(NESA/UE
Cidade/UF: RJ/RJ
Resumo:
Introdução: Atualmente há forte sustentação acadêmica da
importância do estudo das narrativas como uma atividade
central na prática e ensino da medicina. Conceitualmente,
medicina e narrativa caminham juntas visto que múltiplas
possibilidades de narrativas são geradas pela doença: o adoecimento por ele mesmo e sua inscrição nos corpos; a descrição
autobiográfica dos pacientes; a transformação dos relatos de
pacientes pelos médicos e o próprio curso da doença.
Objetivos: discutir o papel da narrativa e a sua utilização na
medicina, captando as modalidades freqüentemente empregadas. Métodos: realizou-se análise semiótica em alguns materiais envolvidos direta ou indiretamente na educação em saúde,
exercício clínico e aprendizado da medicina. Dentre eles foram
incluídos: o curso de educação à distância "Introdução à saúde
integral dos adolescentes e jovens"; materiais informativos cartilhas, folhetos, websites e cartazes e, anamneses sistematizadas em prontuários. Todo o material, após a análise, foi
confrontado com a produção teórica e bibliográfica sobre narrativas em medicina. Resultados: de forma condizente com a
literatura especializada encontrou-se as seguintes modalidades
de narrativas em medicina: 1) casos construídos com propostas
educativas, baseados no método Problem Based Learning,
exemplificados como constituintes centrais na estrutura do
curso à distância enfocado; 2) narrativas de pacientes e familiares sobre suas doenças, nas quais detectou-se múltiplas
funções, entre elas a de abordar aspectos da vida que sobrepujam o adoecimento, discutir a doença e os desequilíbrios por
ela impostos e, especialmente, apresentar depoimentos sobre as
capacidades individuais e coletivas de superação do problema;
3) comunicação auto-explicativa, referente às cartilhas,
folhetos, websites e cartazes, onde se observou a interface entre
a cultura científica e a literária; 4) anamneses registradas em
prontuários, modelos de padronização, transcrição e codificação da experiência do adoecimento em termos biomédicos;
5) relatos de casos em sessões clínicas e/ou apresentados em
revistas científicas, mais uma vez, exemplos de narrativas que
privilegiam a linguagem acadêmica. Conclusões: Face ao
exposto, constata-se que a produção de narrativas é peça chave
nos cuidados de saúde. Nesta tarefa, eminentemente interpretativa, o profissional é, ao mesmo tempo, leitor e narrador,
decodificador de palavras e de corpos repletos de signos. Se
nos reportarmos ao trabalho do pediatra, esta atividade guarda
especificidades, uma vez que as narrativas infantis vão além
das palavras, pois as crianças se expressam pelo olhar, pelo
toque, pela fala, pelo corpo, até pela "não expressão".
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S79
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Tema: Pediatria: Ciência e Arte.
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S195 Pediatria Comunitária 195 a 199
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S205 Perinatologia 205 a 208
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Dermatologia - 65 a 67
S215 Reumatologia 215 a 223
S69
Endocrinologia 69 a 75
S225 Saúde Escolar 225 a 226
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S227 Saúde Mental 227 a 228
S81
Gastroenterologia 81 a 85
S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a
S87
Genética Clínica 87 a 91
S232
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Infectologia 93 a 118
S233 Suporte Nutricional 233 a 234
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S235 Terapia Intensiva 235 a 238
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Xilogravura
Bezerros, Pernambuco, 2003
Arquivos de Pediatria
Gastroenterologia
Gastroenterologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S81
Gastroenterologia
Código Trabalho: 29
Título: ÁSCARIS LUMBRICÓIDES NAS VIAS BILIARES
Autores: MARIA GORETTI LINS MONTEIRO; VIVIANE BORGES
ARAÚJO; FERNANDO PEREIRA SÁ; FLÁVIO ALEXANDR SANTOS
AZEVEDO
Instituição: Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes
Cidade/UF: NATAL/RN
Resumo:
Introdução: A ascaridíase é uma infestação helmíntica, considerada endêmica no Brasil. Aproximadamente 1,4 bilhões de
pessoas são infectadas no mundo, perfazendo uma estimativa
de 30% da população mundial. Tem forte peso contributivo
para a desnutrição das crianças e é responsável por cerca de
20.000 mortes anuais, destacadamente nas áreas endêmicas.
Objetivos: apresentação de um caso de uma criança de 4 anos,
atendida e internada neste hospital, em outubro de 2005, com
queixa de dores abdominais em hipocôndrio direito e icterícia
progressiva, procedente de Natal-RN. Métodos - Relato de
caso: preenchimento de uma ficha de pesquisa, retirando os
dados do prontuário da paciente que esteve internada no
hospital. Resultados: exames realizados: Parasitológico de
fezes com Áscaris lumbricóides em grande quantidade; Rx
simples de abdome em pé mostrando enovelados de vermes e
imagens de miolo de pão. Ultrassonografia abdominal com
imagens dos parasitos dentro das alças intestinais, imagens
hiperecóicas lineares dos parasitos nos ductos biliares, presença
de vermes no ducto colédoco e nos ductos hepáticos. No transoperatório, foram vistos e retirados 4 vermes que estavam no
colédoco e nas ductos hepáticos direito e esquerdo. Através do
dreno de Kher, que foi colocado no ato cirúrgico, foi realizada
a Colangiografia pós-operatória que foi normal. Dosagem das
bilirrubinas mostrou aumento da fração direta. Conclusões: A
ascaridíase é uma infestação muito comum em nosso meio,
destacadamente nas populações carentes, desprovidas de saneamento básico, educação e atendimento médico. A falta de diagnóstico precoce dessas parasitoses e a evolução das mesmas
para quadros maciços, com migração dos vermes para localizações fora da luz intestinal, pode determinar o seu aparecimento
nas vias biliares, como colédoco, ducto de Wirsung, vias
biliares intra e extra-hepáticas, vesícula biliar e até no fígado,
podendo desse modo ser considerada uma doença pancreatobiliar. Desse modo, concluímos que o atendimento ambulatorial com a realização de exames parasitológicos de rotina são
meios simples de chegarmos ao diagnóstico precoce, para instituirmos o pronto e gratuito tratamento, evitando-se assim a
evolução dessas infestações para formas maciças e migrações
desagradáveis.
Código Trabalho: 1130
Título: CISTO MESENTÉRICO: RELATO DE CASO
Autores: MÉRCIA LIMA LEMOS;CONCEIÇÃO ALVES
JUCÁ;EVELINE A OLIVEIRA;VIRNA COSTA SILVA;MARIA HELENA
L CAVALCANTE
Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Cistos mesentéricos são lesões raras, incidência
entre 1:4000 a 1:34.000, essencialmente benignas. O tratamento é cirúrgico e o prognóstico é satisfatório com cura se
ressecção total da lesão.Objetivos: Relatar caso de cisto
mesentérico com clínica de infecção do trato urinário.
Métodos: Relato de Caso: L.D.C., 29 meses, masculino, procedente do interior do Estado, com dor abdominal há 15 dias, na
região do hipogástrio acompanhada de febre diária não mensurada, evoluindo após 3 dias com anorexia, disúria e oligúria.
Usou no local de origem, antibióticos e sintomáticos com
melhora parcial das queixas urinárias, persistindo com febre e
dor abdominal,sendo encaminhado para este serviço.A criança
apresentava-se afebril, hipocorada, hidratada com abdômen
distendido, tenso, doloroso a palpação superficial e profunda,
com massa em região hipogástrica de consistência cística. A
punção supra-púbica mostrava líquido purulento. A ultrasonografia e a TC de abdômen sugeriram a hipótese de cisto infectado supra-vesical. A criança foi submetida a laparotomia
exploradora que evidenciou uma formação cística envolvendo
toda a pelve e a região posterior da bexiga com grande quantidade de secreção purulenta e outro cisto de cerca de 3cm
próximo ao sigmóide. As biópsia confirmaram o diagnóstico de
cisto mesentérico. Conclusões: O caso mostra uma patologia
S82
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
rara, sendo a forma de apresentação semelhante a uma afecção
genito-urinária, diagnóstico comum em nosso meio.
Assim,apesar de ser uma patologia rara devemos colocar como
diagnóstico diferencial nos casos clínicos de alterações do
volume abdominal sem causas aparentes.
Código Trabalho: 1274
Título: DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM PACIENTES COM
DIABETES MELLITUS TIPO 1 COM SOROPOSITIVIDADE PARA
ANTICORPO ANTI-TRANGLUTAMINASE COMAPARADOS COM
PACIENTES SORONEGATIVOS.
Autores: DANIEL DINIZ SANTOS;LUCIANA RODRIGUES
SILVA;LUIZ FERNANDO ADAN;AGNA LUCE MOREIRA;FLÁVIA
BRANDÃO BRANDÃO;ELIÉZER JOÃO VICENTE
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A tireotoxicose e o hiperparatireidismo primário
são considerados as principais causas de osteopenia em
pacientes com Diabetes mellitus tipo 1 (DM1). A doença
celíaca (DC) é mais comum nestes pacientes; a associação entre
DC e na DM1 permanece obscura. Objetivos: Avaliar a densitometria óssea em pacientes diabéticos triados para doença
celíaca. Métodos: Foi realizada triagem sorológica em 50
crianças e adolescentes com DM1 para DC, utilizando os anticorpos IgA anti-transglutaminase humana (aTTG). Resultados:
Oito pacientes soropositivos foram identificados, sendo que
quatro deles apresentavam sintomas gastrointestinais inespecíficos e os quatro restantes eram totalmente assintomáticos.
Posteriormente, foram identificados entre os pacientes com
DM1 soronegativos para aTTG, oito indivíduos pareados com
os pacientes soropositivos de acordo com idade e sexo e a
densidade mineral óssea de todos estes 16 pacientes foi determinada. O desvio padrão médio (Z score) na coluna lombar foi
-1,24 entre os pacientes soropositivos e 0,20 entre os soronegativos (P<0,02, teste não-paramétrico de Wilcoxon). Estes resultados preliminares deste estudo, embora limitados pelo
pequeno número de pacientes e pela ausência de confirmação
do diagnóstico com análise histológica, indicam que a DC pode
estar associada com osteopenia em pacientes com DM1.
Conclusões: Mais estudos são necessários para se determinar
se esta associação também vem reforçar a triagem sorológica
sistemática de DC em todos os pacientes com DM1.
Código Trabalho: 335
Título: DETERMINANTES DE MAIOR MORBIDADE POR DOENÇA
DIARRÉICA DURANTE O PRIMEIRO ANO DE VIDA
Autores: MARIA EUGÊNIA FARIAS ALMEIDA MOTTA;GISÉLIA
ALVES PONTES SILVA;ANISIO VELOSO PAES MELO
JÚNIOR;PEDRO ISRAEL CABRAL LIRA;MARÍLIA CARVALHO LIMA
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Fatores determinantes múltiplos e complexos para
a incidência de doença diarréica contribuem, potencialmente,
para a ocorrência de episódios diarréicos repetidos em cada
criança exposta. Identificar fatores determinantes para a ocorrência de maior número de episódios diarréicos durante o
primeiro ano de vida. Métodos: Foi realizado estudo casocontrole aninhado em uma coorte. Para a estimativa do
tamanho amostral, utilizou-se a variável escolaridade materna
(58,6% entre os casos e 36,7% entre os controles),
considerando-se o erro alfa de 5%, o poder do estudo de 90%,
na proporção de 1 caso para 4 controles. A população do estudo
de coorte foi constituída por recém-nascidos recrutados nas
primeiras 24 horas de vida, quando o peso foi aferido e também
foi aplicado formulário às mães para caracterização socioeconômica da população. Para a formação dos grupos de
comparação do estudo caso-controle ao final do primeiro de
ano de vida, considerou-se caso a criança que apresentou 6 ou
mais episódios de diarréia e controle, aquela que apresentou de
0 a 5 episódios de diarréia no período de seguimento de um
ano. O acompanhamento domiciliar durante o primeiro ano de
vida ocorreu mediante 2 visitas semanais, a fim de se obter
informações referentes ao aleitamento materno, introdução de
leite artificial e morbidade por diarréia. Realizou-se análise
multivariada de regressão logística, objetivando controlar os
Gastroenterologia
possíveis fatores de confusão e construir o modelo de risco para
a ocorrência de maior número de episódios de diarréia.
Resultados: Os fatores que explicaram a ocorrência de maior
número de episódios de diarréia durante o primeiro ano de vida
foram escolaridade materna e peso ao nascer. As crianças cujas
mães tinham menos de quatro anos de estudo formal tiveram
chance duas vezes maior (OR = 1,92; IC 95% = 1,13-3,27) de
apresentar 6 ou mais episódios de diarréia durante o primeiro
ano de vida quando comparadas com aquelas que estudaram
por até quatro anos (p=0,02). Quanto ao peso ao nascer, a
chance de apresentar 6 ou mais episódios de diarréia durante o
primeiro ano de vida foi duas vezes maior para as crianças que
nasceram com peso inferior a 2.500 g (OR = 2,6; IC 95% =
1,20-5,70; p=0,02) em relação às crianças com peso de nascimento > 3.500 g. Conclusões: O baixo peso ao nascer e a escolaridade materna são fatores importantes na maior morbidade
por diarréia no primeiro ano de vida. O controle da doença diarréica deve incluir melhoria na escolaridade feminina e fornecimento de assistência pré-natal de qualidade como forma de
reduzir o baixo peso ao nascer.
Código Trabalho: 20
Título: DOENÇA CELIACA: ASPECTO CLÍNICO, DIETA E
RECUPERAÇÃO DE PESO.
Autores: CLÁUDIO SÉRGIO CARVALHO AMORIM;TATIANA
LUIKO RODRIGUES NAGAISHI;JOELMA KARIN SAGICA
FERNANDES;ANA JÚLIA CREÃO FERNANDES;KEYLA SOUZA
REIS;DÉBORA MARTINS LEÃO
Instituição: Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará
Cidade/UF: BELÉM/PA
Resumo:
Introdução: A doença celiaca é uma incapacidade permanente
ao glúten existente no trigo, cevada e aveia. Objetivos: analisar as formas clínicas da doença, a eficácia da dieta e a recuperação do peso. Métodos: estudo transversal, retrospectivo,
com 20 pacientes celiacos atendidos no Ambulatório de
Gastroenterologia Pediátrica de janeiro de 1989 a janeiro de
2005. Coletados os dados em formulário contendo idade, sexo,
peso, estatura, idade de início de sintomas, idade no diagnóstico, evolução do peso e remissão dos sintomas. Resultados: A
média de idade de aparecimento dos sintomas, foi de 8,5 meses.
No diagnostico 30% dos pacientes tinham de 12 e 24 meses,
55% dos pacientes entre 25 e 37 meses, e 15% entre 38 a 50
meses. No diagnóstico nutricional, 40% tinham DEP atual,
35% DEP crônica e 25% ´DEP pregressa. Encontrou-se 85% da
forma clássica e 15% da forma atípica. A média de d-xilose foi
de 12 mg%. A biópsia intestinal mostrou atrofia total das vilosidade em 100% dos casos. Houve remissão dos sintomas em
95% da amostra e recorrência em 5% por falha na dieta. A
normalização do peso se deu no 8º mês de dieta. Conclusões:
Houve predomínio da forma clássica, a idade de diagnóstico
ficou entre 12 a 50 meses e a recuperação do peso ocorreu no
8º mês. Observou-se retardo no diagnóstico e pouco conhecimento da doença em nosso meio.
Código Trabalho: 710
Título: DOENÇA CELÍACA: RELATO DE CASO
Autores: BRUNO COELHO G OLIVEIRA;PATRÍCIA CRISTINA
GOMES PINTO;FLÁVIA DUARTE CARVALHO;ALINE MONTEZE
ALVES;AYDRA ALMEIDA BIANCHI;JOÃO MANOEL ALVES
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHUUFJF
Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG
Resumo:
Introdução: A doença celíaca é uma intolerância permanente
ao glúten, caracterizado por atrofia total ou subtotal da mucosa
do intestino delgado proximal e conseqüente má absorção de
alimentos, em indivíduos geneticamente susceptíveis.
Objetivos: Reiterar a importância da história e do quadro
clínico para a suspeita e diagnóstico da doença celíaca. Relato
do caso: L.L.P.S, 3 anos e 9 meses de idade, sexo feminino,
com constipação intestinal desde os dois meses de idade (média
de 1 evacuação por semana, fezes em cíbalos, dor às evacuações e distensão abdominal). Aos dois anos e onze meses,
apresentou mudança do hábito intestinal, iniciando diarréia
crônica, com fezes oleosas, esbranquiçadas, espumosas, explosivas, com restos alimentares, de odor fétido e freqüência de
um a dois episódios diários. Associadamente, apresentava irritabilidade, dores articulares, desnutrição e distensão abdo-
minal, além de perda ponderal de cerca de 4 kg em 6 meses. O
quadro era intermitente, com relato de vários atendimentos em
unidades de saúde. Ao exame físico: peso de 14 kg (p10), 98
cm de altura (p25), tecido celular subcutâneo escasso, palidez
cutâneo mucosa, distensão abdominal moderada e dor à
palpação profunda. Exames: hemoglobina: 8.3g/dl,
hematócrito: 27.5%, leucograma e plaquetas normais. Ultrasonografia de abdome: normal. Fezes: pH ácido, substâncias
redutoras presentes, gordura presente. Cultura, exame parasitológico e pesquisa de sangue oculto nas fezes negativos.
Teste do suor negativo. Teste HIV negativo. Anticorpos
antigliadina: IgA reagente (3,57mg/l - VR > 1,4 mg/l); IgG
reagente (3,8U -VR>1,4U); anticorpos Antiendomísio reagente
(1/80 - VR: negativo). Antitransglutaminase tecidual: 162,5 U
(VR: fortemente reagente: > 40 U). Biópsia de duodeno:
Metaplasia pilórica presente, infiltrado mononuclear moderado,
vasocongestão e fibrose de lâmina própria. A criança está em
acompanhamento no ambulatório de nutrologia infantil do HU
- UFJF. No momento, segue a dieta com restrição de glúten,
ganho ponderal de 3 quilos e assintomática após 2 meses do
diagnóstico. Conclusões: Devemos prestar a costumeira
atenção e estarmos alertas para o diagnóstico preciso e tratamento adequado das crianças com doença celíaca, com intuito
de prevenirmos seqüelas importantes como a desnutrição.
Código Trabalho: 1091
Título: ESÔFAGO DE BARRETT EM ADOLESCENTE : RELATO DE
CASO
Autores: EUGENIA FIGUEIREDO LACERDA;EDUARDO OLIVEIRA
DUQUE-ESTRADA;SABRINA FONSECA MIRANDA;MARIANA
THOME CARVALHO;EMILIANA RIBEIRO;LUIZ GUILHERME
DARRIGO JR
Instituição: Faculdade de Medicina de Teresópolis (FESO)
Cidade/UF: TERESÓPOLIS/RJ
Resumo:
Introdução: O Esôfago de Barrett caracteriza-se pela substituição do revestimento epitelial do esôfago, apresentando baixa
prevalência na faixa pediatrica.Objetivo: Relatar o caso de um
paciente adolescente com diagnóstico endoscópico de hérnia
hiatal por deslizamento e presença de Esôfago de Barrett
confirmado pelo exame anatomo-patológico. Método: Relato
de caso. Resultados: O.L.A., 17 anos, masculino, branco,
natural e residente em Teresópolis-RJ. Queixa principal de
epigastralgia em queimação de forte intensidade, dois meses de
evolução e melhora relativa dos sintomas com uso de
Omeprazol. História de alimentação irregular, rica em condimentos em sua maioria com característica de "Fast Food".
História familiar de doenças pépticas (gastrite e úlcera). Exame
físico sem alterações e a Endoscopia Digestiva Alta (EDA)
evidenciou mucosa do Esôfago distal com presença de
"lingüeta" epitelial medindo de cerca de 1 cm, com superfície
avermelhada e aspecto aveludado. Hérnia hiatal por deslizamento pequena. Teste da urease negativo. O exame anatomopatológico evidenciou processo inflamatório crônico da transição esôfago-gástrica, presença de mucosa especializada com
células caliciformes compatível com Esôfago de Barrett.
Iniciado Pantoprazol 40mg/dia associada a medidas
alimentares e posturais anti-refluxo. Paciente assintomático no
momento em acompanhamento endoscópico de controle.
Conclusões: Esôfago de Barrett é uma entidade clínica prémaligna e grave. A regressão total da metaplasia já instalada
não é relatada na literatura. É necessário tratamento rigoroso
do RGE associado a EDA periódica. O objetivo terapêutico
consiste em identificar precocemente a ocorrência de carcinoma esofágico. Ressaltamos a importância da intervenção e
diagnóstico precoce também em pacientes da faixa etária
pediátrica e adolescentes portadores de sintomatologia dispéptica.
Código Trabalho: 453
Título: ESTENOSE DUODENAL POR BRIDA
Autores: BIANCA NOLETO; GISELE PODKAMENI; MARISE
MARSILLAC; NOEMI MAC CULLOCH; HELENA EVANGELHO;
RENATA COUTINHO
Instituição: Hospital dos Servidores do Estado
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A má formação por estenose duodenal costuma
estar localizada na proximidade da ampola de Vater. O quadro
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S83
Gastroenterologia
clínico inclui: dor abdominal, vômitos ocasionais, emagrecimento, distúrbio hidroeletrolítico e distensão abdominal.
Objetivos: Relatar o caso de estenose duodenal com apresentação atípica em escolar e discutir a conduta terapêutica e
evolutiva. Métodos: Análise retrospectiva do prontuário do
paciente internado em enfermaria pediátrica de um hospital
público terciário do Rio de Janeiro. Relato e Resultado: Menina
6 anos com vômitos pós prandiais desde 2 anos de idade, que
inicialmente eram esporádicos (1 x semana), passando a ser
freqüentes (3 a 4 x semana) após ingesta de caroço de fruta há
mais ou menos 1 mês, associado desde então a perda ponderal
importante. Foi submetida a 3 cirurgias prévias, até 2 anos de
idade, para correção de colostomia por imperfuração anal. Na
admissão, foi realizado trânsito intestinal, sendo constatado um
afilamento abrupto de alça duodenal entre 2a e 3a porção, com
dilatação a montante (bulbo e 3a porção). Feita endoscopia
digestiva alta sendo visualizado caroço de fruta próximo ao
cardia, que foi retirado. Realizado laparotomia com duodenotomia e ráfia por estenose duodenal secundária a brida.
Conclusões: O interesse no relato desde caso foi sua apresentação clínica em decorrência de uma alteração crônica desencadeada por um quadro clínico agudo. Provavelmente a
estenose duodenal era anterior à obstrução pela semente de
fruta. A presença de vômitos em pré-escolares e escolares
normalmente está associada com infecções gastrointestinais.
As alterações anatômicas como causa de vômito são responsáveis por menor incidência.
Código Trabalho: 247
Título: FREQUÊNCIA E EVOLUÇÃO CLÍNICA DA LITÍASE BILIAR
EM PORTADORES DE HEMOGLOBINOPATIA FALCIFORME
SEGUIDOS NO CENTRO INFANTIL BOLDRINI
Autores: ANA PAULA SANTOS GUMIERO;MARIA ANGELA
BELLOMO-BRANDÃO;ELIZETE APARECIDA LOMAZ COSTAPINTO;ANA CLAUDIA DOS ANJOS
Instituição: Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Cidade/UF: LIMEIRA/SP
Resumo:
Introdução: A hemólise crônica e acelerada, típica da doença
falciforme, é de longa data fator reconhecido para o desenvolvimento de litíase biliar. Essa complicação pode atingir até
50% dos pacientes na adolescência e idade adulta. Existem
poucos estudos brasileiros dimensionando a real freqüência da
litíase biliar entre pacientes falciformes. Objetivos: Verificar a
freqüência de litíase biliar em pacientes com doença falciforme
acompanhados em serviço de referência, e compará-la de
acordo com a idade do paciente e tipo de padrão eletroforético
de hemoglobina. Descrever a evolução clínica e freqüência de
indicação cirúrgica dos pacientes portadores de colelitíase, bem
como a frequência de sintomas. Métodos: Realizado estudo
retrospectivo, de revisão de prontuários médicos, e descritivo,
seguindo protocolo previamente definido. Foram revisados 225
prontuários de pacientes falciformes.O programa SPSS for
Windows 11.0 realizou as análises estatísticas pertinentes,
considerando nível de significância de 5%. Resultados:
Observamos alta prevalência do diagnóstico de colelitíase entre
os pacientes estudados (45%), sendo que metade deles era
assintomática. A idade média ao diagnóstico de colelitíase e sua
correção cirúrgica foram, respectivamente, 12 anos e 6 meses e
14 anos. Os pacientes portadores de Doença SS e Sb
Talassemia foram de maior risco para o desenvolvimento dessa
complicação, quando comparados aos portadores da Doença
SC, (com diferença estatisticamente significativa). Os pacientes
assintomáticos (50% dos diagnosticados com colelitíase) não
apresentaram complicações da litíase e 42 deles estão em seguimento clínico. Não houve diferença do risco de desenvolvimento de litíase em relação ao gênero e idade ao diagnóstico de
doença falciforme. Conclusões: 1) A freqüência de colelitíase
na população do estudo foi elevada (45%) e tende a aumentar
de acordo com a idade; 2) Cerca de 50% dos portadores de
colelitíase são assintomáticos; 3) Não houve aumento da
freqüência de colelitíase biliar de acordo com o gênero
(masculino ou feminino) ou com idade do diagnóstico da
doença falciforme e; 4) Pacientes com doença SS ou SB
Talassemia foram de maior risco para o desenvolvimento de
colelitíase, quando comparados com portadores de doença SC.
S84
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 1095
Título: INTERNAÇÃO HOSPITALAR POR DIARRÉIA AGUDA EM
CRIANÇAS DE 0 A 13 ANOS - PERFIL DOS PACIENTES
INTERNADOS NO INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROFESSOR
FERNANDO FIGUEIRA - IMIP NO PERÍODO DE JANEIRO A
JUNHO DE 2005.
Autores: JANAINA HELENA D B MARIANO;GEÓRGIA VÉRAS
ARAÚJO;CARLA ADRIANE F L ARAÚJO;RONALDO COELHO
SOARES
Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF. FERNANDO
FIGUEIRA
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A diarréia aguda constitui uma das principais
causas de internação e letalidade nos países em desenvolvimento. Um melhor conhecimento do perfil epidemiológico dos
pacientes internados com diarréia aguda possibilitará o manejo
adequado de investigação e tratamento em rede hospitalar.
Objetivos: Descrever o perfil dos pacientes internados com
diarréia aguda no período de Janeiro a Junho de 2005, através
da prevalencia da faixa etária, sexo, procedencia, determinação
do tempo médio de internamento, realização de exames laboratoriais e avaliação do uso de antibióticos. Métodos: estudo
epidemiológico descritivo, retrospectivo, de corte transverso,
do tipo observacional realizado através de resgate de prontuário
médico dos pacientes internados com diarréia aguda. Os dados
foram digitados em dupla entrada no software EpiInfo 3.3.2.
Estabelecidas, quando adequadas, tabelas de distribuição de
frequencia ou medidas de tendencia central da idade, genero,
procedencia, tempo de internamento, realização de exames e
uso de antibióticos. O trabalho teve a aprovação do Comite de
Ética em Pesquisa. Resultados: Foram analisados um total de
215 pacientes internados com diagnóstico de diarréia aguda.
Foram excluídos todos os pacientes com diagnóstico de sepse
ou outras infecções, diarréia crônica ou outras patologias associadas, com o objetivo de evitar confusão na análise das outras
variáveis. Dos pacientes analisados, 49,8% tinham entre 6
meses a 2 anos e 28,4% eram menores de 6 meses. Em relação
ao sexo, 57,7% era masculino. Quanto a procedência, 34,4%
dos pacientes eram da capital, 41,4% dos outros municípios da
região metropolitana e 24,2% do interior. O tempo médio de
internamento foi de 2,1 dias e as principais causas foram:
desidratação (75,3%), vômitos (11,6%) e queda do estado geral
(7%). Foram realizados 142 hemogramas e destes 42,2% foram
normais, 104 ionogramas foram solicitados e 53,8% foram
normais, já em relação à gasimetria arterial, 15 exames foram
solicitados e todos foram alterados. Quanto ao uso de
antibiótico, 94 crianças (43,7%) fizeram uso deles, os mais
utilizados: ácido nalidíxico (36,2%), ampicilina e gentamicina
(27,6%), ampicilina (24,8%). Dois pacientes foram a óbito
durante internamento. Conclusões: Embora tenha havido
diminuição na mortalidade por diarréia, esta ainda é uma
importante causa de internação hospitalar principalmente em
crianças menores de dois anos. A desidratação constitui na principal causa de internamento nestas crianças. Ainda são solicitados muitos exames complementares, que se tornam
desnecessários na sua maioria, pois cerca de metade dos resultados são normais, evidenciando mais uma vez a importância
da história médica para diagnóstico, acompanhamento e tratamento destes pacientes, com uso criterioso da antibioticoterapia.
Código Trabalho: 1002
Título: PANCREATITE AGUDA POR MAUS TRATOS EM UM
LACTENTE COMPLICADA COM PSEUDOCISTO PANCREÁTICO
Autores: CRISTINA RYOKA MIYAO;SELMA BETTA
RAGAZZI;ALFREDO ELIAS GILIO;ALEXANDRE SALLUM
BÜLL;JOSÉ PINHATA OTOCH
Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São
Pau
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Objetivos: Descrever um caso de pancreatite aguda na infância
cuja incidência é baixa e de difícil diagnóstico precoce.
Descrição do caso: KFS 1 ano e 9 meses, masc., br, admitida na
Enfermaria da Pediatria HU-USP. com história de tosse produtiva de início há 1 mês sendo diagnosticado BCP e tratada com
amoxacilina por 10 dias sem melhora. Há 2 semanas com dor
abdominal em região periumbilical de forte intensidade
Gastroenterologia
,segundo a mãe ,que piorava com a alimentação e associada a
inapetência. Negava febre ou alteração no padrão de evacuação.
Há 1 dia com 2 episódios de vômitos. Ao EF: BEG, descorado,
dispnéia leve com FR=36, acianótico, anictérico, hidratado,
afebril ,FC=140 ,sat 95% em AA. Pulmões: com roncos em
AHTs, estertores creptantes em base de HTD e discretos sibilos
expiratórios. Abdome:globoso ,distendido, doloroso à palpação
, RHA + e sem visceromegalias. Ao RX de tórax evidenciado
opacificação discreta em base direita e derrame pleural laminar
bilateral.Feita hipótese diagnóstica de BCP+ derrame pleural +
crise de sibilância sendo introduzido Penicilina cristalina/
metilprednisolona/inalação com fenoterol. No sexto dia houve
piora da distensão abdominal, doloroso, macicez à
percussão,vômitos e febre. Ao US evidenciado discreta
hepatomegalia e líquido livre na cavidade de pequeno volume.
Exames: GT=272 U/l, PCR= 23?alfa amilase=751 U/l ,
TGO=189 U/l ,TGP=41 U/l ,FA=815 U/l , mg/l. TC de abdome:
presença de coleção líquida encapsulada em região epigástrica,
localizada anteriormente ao pâncreas, medindo cerca de 85x40
mm, rechaçando o estômago póstero-inferiormente, e coleção
menor adjacente à cabeça do pâncreas, medindo cerca de 2 cm
( pseudocisto ).Líquido livre em goterira parieto-cólica
esquerda. Com a hipótese de pancreatite complicada iniciada
investigação etiológica (todos exames normais ).Durante a
internação verificado maus tratos do padrasto à criança e
antecedente de fratura de fêmur há 6 meses da internação.
Iniciado conduta clínica conforme orientação da cirurgia com
jejum, nutrição parenteral e omeprazol por 2 semanas , com boa
evolução. O nível de alfa amilase máximo foi de 1021U/l e não
evoluiu com infecção secundária ou outras complicações.
Discussão: Na infância a pancreatite é estimado em 1/50.000 e
os fatores preditivos são múltiplos, tais como: anomalias
congênitas e estruturais, traumas, infecções, uso de drogas,
dentre outros. O pâncreas é imobilizado pelo estômago,
duodeno e vértebra , é altamente vascularizado e a musculatura
abdominal na criança é pouco desenvolvido tornando muito
susceptível à trauma. Trauma como etiologia de pancreatite
varia de 15 à 20% dos casos sendo que maus tratos é uma causa
bem reconhecida.
Código Trabalho: 759
Título: PERFIL DOS ATENDIMENTOS POR CONSTIPAÇÃO
INTESTINAL EM AMBULATÓRIO DE GASTROENTEROLOGIA
PEDIATRICA
Autores: ROBERTA MAGALHÃES LEITE PINTO;MICHELLI
RAMOS DE FREITAS;VIVIANE COSSICH PEREIRA
ZANAROLI;CÁSSIA SILVESTRE MARIANO;MARISE ELIA DE
MARSILLAC;MYRNA DOS SANTOS ROCHA
Instituição: Hospital Municipal Jesus - Rio de Janeiro
Cidade/UF: NITEROI/RJ
Resumo:
Objetivos: Avaliar o perfil dos atendimentos por constipação
intestinal em ambulatório especializado, identificar as variáveis
relacionadas (sexo, idade do início dos sintomas, intervalo
entre início dos sintomas e atendimento em ambulatório de
gastroenterologia pediátrica, peso, queixas apresentadas, perfil
fecal, patologias associadas, uso de fármacos, se foi investigado, o número de consultas e a terapêutica proposta), avaliar
melhora clínica. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários
de crianças com diagnóstico de constipação intestinal atendidas
pelo serviço de gastroenterologia pediátrica do HMJ no período
de 01/07 a 31/12/2004. Resultados: Foram analisados 133
prontuários, sendo 53,3% meninos; 46,6% com idade entre 5 e
12 anos, 33,8% entre 2 e 5 anos e 14,9% menores de 2 anos;
início dos sintomas: 19,7% menores de 1 anos de idade, 9,7%
entre 1 e 2anos , 21,8% 2-5a, e 18% entre 5-12a; queixa principal : dor abdominal: 57,1%, fezes ressecadas: 36,8%, escape
fecal: 27%, distensão abdominal: 23,3%; freqüência de evacuações:21,8% , sangue nas fezes: 19,5% e diarréia: 3,7%;
56,4% dos pacientes negavam tratamento prévio; 24% com
óleo mineral, 15% lavagem intestinal, 10,5% orientações
dietéticas, 4,5% supositório de glicerina e 4,5% leite de
magnésia. Investigação: 10% com RX simples de abdome
alterado, 2,25% com clister opaco alterado; Terapêutica
proposta: 57,1%= orientações dietéticas, 52,6%= dieta+ óleo
mineral, 25,5%= dieta+leite de magnésia; 13,5% dieta+lactulose, 6% = lavagem intestinal e 2,2%= polietilenoglicol.
Somente 15% tiveram alta no período avaliado ( 47,2% com 2
a 3 consultas). Com relação a melhora clínica: 10,5% com
diminuição do escape/sangramento, 34,5% redução da dor,
36% com aumento da freqüência das evacuações, e somente
15% sem resposta. Conclusões: O principal sintoma referido
foi dor abdominal sendo que a maioria dos pacientes chegou ao
ambulatório sem qualquer tratamento. 47,7% foram diagnosticados sem necessidade de exames complementares. Este estudo
preliminar indica a necessidade de esclarecimento à classe
pediátrica de constipação como causa de dor abdominal.
Código Trabalho: 535
Título: PREVALÊNCIA DE REFLUXO GASTROESOFÁGICO
PATOLÓGICO EM LACTENTES REGURGITADORES
Autores: ALDO JOSÉ FERNANDES COSTA;GISELIA ALVES
PONTES;PEDRO ALVES GOUVEIA;ERNANI PEREIRA FILHO
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico Patológica
(DRGE) possui sua prevalência superestimada em virtude da
ausência de um diagnóstico clínico laboratorial acessível.
Existindo a necessidade da elaboração de critérios clínicos
diagnósticos eficazes para a mesma. Objetivos: Determinar a
prevalência da DRGE em um grupo de lactentes regurgitadores
atendidos em um hospital pediátrico, utilizando um critério
diagnóstico clínico baseado no Critério de Roma II. Métodos:
O desenho do estudo foi transversal. A população foi constituida por crianças menores de 1 ano de idade, com história de
apresentar regurgitação por um período mínimo de 3 semanas.
A amostra estudada consistiu de 798 crianças. Resultados: A
prevalência de DRGE foi de 11,15% (89/798; IC 95%: 9,1013,48), sendo maior nos dois primeiros trimestres de vida:
14,62% (31/212; IC 95%: 10,33-19,86) no primeiro trimestre e
13,76% (38/276; IC 95%: 10,07-18,21) no segundo trimestre.
Conclusões: A prevalência de DRGE foi semelhante a dados
encontrados na literatura, predominando portanto, os portadores de regurgitação infantil.
Código Trabalho: 59
Título: TRANSPLANTE DE FÍGADO EM CRIANÇA COM CIRROSE
BILIAR SECUNDÁRIA POR ASCARIS LUMBRICOIDES
Autores: OLIVAL CIRILO LUCENA;HELRY LUIZ LOPES
CANDIDO;JARBAS MACIEL OLIVEIRA;FLAVIO AUGUSTO
MARTINS FERNANDES JR;ELKE SHIRLEY GOIS
MIRANDA;CLAUDIO MOURA LACERDA
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ - UPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A infestação por Ascaris lumbricoides constitui a
parasitose mais comum na espécie humana. A incidência dessa
doença é maior nos países tropicais e subdesenvolvidos. A
obstrução do trato biliar pode ocorrer e, raramente, evolui com
dano irreversível. Objetivos: Relatar um caso de transplante de
fígado em criança com cirrose biliar secundária por Ascaris
lumbricoides. Métodos: Revisão do prontuário. Resultados:
Relato do caso: VMDS (reg 319398), sexo feminino, 5 anos,
AB+, natural e procedente do Cabo de Santo Agostinho - PE.
Aos 2 anos a menor apresentou obstrução intestinal por Ascaris
sendo necessário o procedimento cirúrgico de urgência. Após 1
ano da cirurgia a menor apresentou nova infestação parasitária
associada com icterícia, colúria e acolia fecal. A presença do
parasita na via biliar principal foi confirmada com exame
complementar (USG). O tratamento clínico foi instituído sem
sucesso. A bileodigestiva foi realizada, no entanto, a evolução
para cirrose biliar não cessou. Hemorragia digestiva alta e
prurido apareceram simultaneamente aos 4 anos. Realizou
transplante hepático intervivos (genitora doou o segmento
lateral esquerdo) sem intercorrências. Evoluiu para o óbito no
quadragésimo nono dia de pós-operatório por sepse de origem
respiratória. Conclusões: As complicações pela infestação de
Ascaris podem atingir as maiores gravidades, principalmente
em crianças com más condições clínicas e nutricionais. A
simples atenção básica a saúde pode proporcionar melhor qualidade de vida e menor gasto em procedimento de alta complexidade.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S85
Arquivos de Pediatria
Infectologia
Infectologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S93
Infectologia
Código Trabalho: 932
Título: ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM CRIANÇAS INFECTADAS
PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;PAULA
ARAGÃO;VERA LUCIA MOYSES BORRELI;MARIA ZILDA
AQUINO;HELOISA HELENA DE SOUZA MARQUES
Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A melhor sobrevida de crianças portadoras do
HIV em uso de terapias antiretrovirais evidenciou efeitos colaterais antes desconhecidos. A introdução de inibidores de
protease (IP) foi acompanhada de um aumento de alterações
metabólicas, especialmente dislipidemias. Trabalhos recentes
demonstram que o uso de tratamento antiretroviral (TARV) em
crianças recebendo IP e outras drogas como a estavudina (d4T)
contribui para a elevação substancial dos níveis séricos de
colesterol e triglicérides, logo após o início do tratamento.
Objetivos: Descrever as alterações no perfil lipídico de um
grupo de crianças infectadas pelo HIV correlacionando-as com
os esquemas de TARV recebidos. Métodos: Neste estudo foram
incluídas 97 crianças soropositivas para o HIV recebendo
TARV e nas quais foram mensurados: colesterol total e frações
(COL, HDL, LDL) e triglicérides (TRI). Para análise do perfil
lipídico definimos 2 categorias: 1) normal, onde os resultados
laboratoriais estão na faixa de normais ou aceitáveis e 2)
alterado, com resultados na faixa limítrofe e alterado.
Analisamos então as variáveis em relação à faixa etária (< 6
anos; de 6 a 10 anos e >10 anos), tipo de TARV (regimes
contendo d4T ou IP, d4T + IP, d4T + Ritonavir e outros) e classificação imunológica (categorias 1, 2 ou 3 - CDC/1994).
Resultados: A análise dos dados mostrou um predomínio da
elevação de TRI (53,6% de valores alterados), comparativamente ao COL (25,7%) e ao LDL (24,7%). Este padrão se
observa em todas as variáveis analisadas. Com relação à idade,
nota-se uma tendência à elevação dos valores alterados de TRI,
COL e LDL, à medida que aumenta a faixa etária. Quanto à
comparação nas categorias imunológicas observamos um
aumento nos valores alterados de LDL, COL e TRI, nas categorias 2 e 3. Com relação aos TRI, estas alterações são significantes (p<0,005). Quanto aos tipos de TARV, há uma tendência
à alteração dos valores de COL, LDL e TRI com o uso de D4T
associado aos IP. Houve significância estatística na comparação
entre os valores de COL (p<0,005) e em relação aos de TRI
(p<0,001). A significância estatística se mantém para os TRI,
inclusive quando juntamos todos os outros tipos de esquemas
terapêuticos utilizados, comparando-os com o uso de D4T+ IP
(p<0,005). Conclusões: A análise destes dados mostra a
importância das alterações no perfil lipídico das crianças HIV
positivas quando submetidas a TARV contendo IP e d4T.
Especialmente alterados, de forma significante (p<0,001), são
os valores de TRI. Neste estudo a associação da hipertrigliceridemia foi mais evidente com o uso do d4T associado a
outros IP do que com o Ritonavir. Atualmente, não se sabe se a
dislipidemia representa o mesmo risco cardiovascular nos indivíduos HIV positivos que para a população em geral. Daí a
importância da realização de estudos prospectivos para seguimento destas crianças.
Código Trabalho: 421
Título: ARTERITE DE TAKAYASU - RELATO DE CASO EM
CRIANÇA DE 7 ANOS
Autores: RUI GOUVEIA SOARES NETO;ROBERIO DIAS
LEITE;FRANCISCO AIRTON C ROCHA;DENISE MARQUES A
CARVALHO;ANTONIO FRANCELINO CARVALHO;CHRISTIANE
ARAUJO C LEITE
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO UFC
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Arterite de Takayasu (AT) é doença inflamatória
sistêmica crônica que afeta aorta e ramos principais, tendo
associação importante com tuberculose e sendo muito rara em
crianças. Objetivos: Descrever o caso de uma criança com AT
no contexto de uma investigação de febre de origem obscura.
Métodos: Estudo descritivo, baseado na revisão de prontuário
médico e da literatura médica usando os descritores Arterite de
Takayasu, criança e febre na base de dados da PubMed e
Medline nos últimos 20 anos. Resultados: JCSD, 7 anos,
S94
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
masculino, admitido com relato de febre, cefaléia, perda de
peso e mialgia há oito meses. Quatro meses antes do internamento, a cefaléia passou a ser de grande intensidade e a febre
diária. Seu avô vinha recebendo tratamento para tuberculose.
Exame físico: estado geral regular, pálido, eupnéico, hidratado,
desnutrido; ausculta pulmonar e do coração normais; abdome
flácido, indolor, sem visceromegalias; linfadenomegalia generalizada. Laboratório: hemoglobina: 7,9 g/dL; hematócrito:
26,5 %; plaquetas 824.000/mm3 (alteração observada previamente em vários exames); VHS: 90 mm; Proteína C-reativa:
20,9 g/dL; PPD não reator; pesquisa de BAAR no lavado
gástrico negativa; HIV e VDRL negativos. Ultrassonografia
abdominal: hepatomegalia, dilatação focal da aorta abaixo da
origem da artéria mesentérica superior, espessamento das
paredes da aorta e da artéria mesentérica superior. Tomografia
de abdome: hepatomegalia homogênea, ectasia focal aórtica,
com espessamento concêntrico e regular de suas paredes.
Tomografia de tórax: realce vascular dos hilos e pulmões, com
imagem sugestiva de angioma venoso no lobo inferior
esquerdo, espessamento parietal concêntrico da aorta descendente. Ecocardiograma: leve aumento de ventrículo esquerdo.
Angiografia: aneurismas nas artérias subclávia, vertebral e
mamária interna esquerdas e aorta abdominal após a saída das
artérias renais direitas e ilíaca esquerda, confirmando o diagnóstico de AT. Criança evoluiu inicialmente durante a internação com hipertensão arterial e com persistência de febre e
cefaléia. Tratamento: prednisona, captopril, furosemida, ácido
acetil salicílico, além de rifampicina + isoniazida + pirazinamida para tuberculose. Evoluiu com normalização da pressão
arterial, resolução progressiva da febre e da cefaléia, além de
melhora da anemia. Conclusões: AT deve ser considerada na
investigação de febre de origem indeterminada em crianças
expostas à tuberculose e elevação persistente das plaquetas,
como o caso descrito.
Código Trabalho: 565
Título: ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DOS AGENTES
VIRAIS NAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM CRIANÇAS
MENORES DE 5 ANOS, ATENDIDAS NA UNIDADE DE URGÊNCIA
DO HU-FMJ
Autores: SAULO DUARTE PASSOS;ANA PAULA
FELGUEIRAS;LUIS OSCAR SOUZA OLIVEIRA;MARCO ANTONIO
MEIRELES SANTOS JR;PROJETO VGDN FAPESP GRUPO
IAL;MARCO ANTONIO SOUZA
Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí-Depto
Pediatria
Cidade/UF: VINHEDO/SP
Resumo:
Introdução: As Doenças respiratórias agudas são um importante problema de saúde púbica, sendo causa de morbimortalidade em todo mundo, principalmente em crianças menores de
cinco anos. No Estado de São Paulo é a terceira maior causa de
morte na infância. Objetivos: Detectar os principais agentes
virais causadores de IRA por meio de aspirados nasofaringeanos e swabs nasais em crianças menores de cinco anos,
atendidas na unidade de emergência do Hospital Universitário
da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Métodos: Nas crianças
que apresentavam sintomas respiratórios foram coletados
secreção para pesquisa viral no PSI do HUFMJ, no período de
junho/05 a junho/06. O aspirado e o meio contendo o swab,
após receber tratamento prévio com antibióticos, foram separados em três alíquotas. O teste de Imunofluorescência Indireta
(IFI) para identificar sete vírus respiratórios: Influenza A e B;
Parainfluenza 1, 2 e 3; Adenovírus e Vírus Respiratório
Sincicial humano (HRSV) foram realizados. Resultados: Das
296 amostras clínicas analisadas, 55,1% pertenciam ao sexo
masculino, com mediana de idade de 17m e 91,7% apresentavam BEG na admissão. Os sintomas mais freqüentes foram:
tosse (92,8%); coriza 73,3%; febre 70,1% e chiado peito 64,6%
e os sinais: roncos 49,3%; dispnéia 22,0%; tiragem 15,7%, batimento haeta nasal 5%. A média da temp. foi 38.7ºC (13,4%). A
positividade inicial pela IFI nas amostras foi de 23,6% assim
distribuídas: 39 (13,2%) HRSV; 14(4,7%) Influenza A (IFA);
09(3,0%) parainfluenza 3; 03(1%)Adenovírus (HAdv);
02(0,7%)Influenza B; 1(0,3%)parainfluenza 1 (HPI1). Houve
co-infecção em um caso do PIF3 e HAdv. Os sinais e sintomas,
com significância estatística, para o HRSV foram a queixa de
chiado peito (88,5%) [p(x2=0,006)]; roncos (72,7%)
[p(x2=0,01)]; sibilos (63,6%) [p(x2=0,01)], tiragem 56,4%
Infectologia
[p(x2=0,002). A maior prevalência (31,8%) ocorreu outono
[p(x2=0,004)]. Para o Influenza A foram: espirros70%
[p(x2=0,00); antecedentes de rinite (100%) [p(x2=0,003)]. O
PIF3 ocorreu mais na primavera (44,4%) [p(x2=0,03)].
Conclusões: O subtipo do HRS nas amostras de 2005 foram do
tipoB, padrão diferente do circulante em SP (subtipo A),
demonstrando circulação simultânea de subtipos na mesma
região com implicações epidemiológicas e clínicas, apesar dos
sintomas clássicos encontrados. A preponderância da circulação do tipo IFA, pode ser em parte pela circulação local, mas
diferentes formas de clínicas foram observadas (um caso com
H3N2 relacionado com choque). A co-infecção poderá ir a ser
melhor entendida após sequenciamento genômico. Atenção
para controle de doenças respiratórias deveriam ser realizados
principalmente pela habilidade de expansão epizootica do vírus
influenza. Estes resultados, preliminares, indicam que o HRSV
e IFA se mantém como o principal agente viral, sendo que para
este último existe vacinação, necessita assim de discussão em
políticas públicas em saúde.
Código Trabalho: 224
Título: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DO DENGUE
EM CRIANÇAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SERVIÇO
PÚBLICO DE NITERÓI, RJ
Autores: ANAMARIA SZRAJBMAN VAZ DA SILVA;TATIANA
ABELIN SALDANHA MARINHO;SOLANGE ARTIMOS DE
OLIVEIRA;ANTONIO CARLOS DE MEDEIROS PEREIRA;SÉRGIO
SETÚBAL;HÉLIA KAWA
Instituição: Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A escassez de estudos do dengue em crianças e a
importância da doença no Brasil justificam a necessidade de
mais pesquisas sobre o comportamento da virose nesse grupo
etário. Objetivos: Determinar a freqüência das manifestações
clínicas do dengue em crianças de 0-14 anos atendidas em
unidades de saúde pública de Niterói, RJ, no período de 1999 a
2002. Métodos: Os dados demográficos e clínicos extraídos do
Sistema de Informação de Agravo de Notificação foram
armazenados em um banco de dados desenvolvido para a
pesquisa. Resultados: No período de estudo foram atendidas
4155 crianças com suspeita clínica de dengue. Destes, 1172
coletaram sangue para realização de testes laboratoriais, sendo
892 (76,1%) confirmados sorologicamente. Dos 892 casos,
48,4% eram do sexo feminino e 52,6% do sexo masculino. A
distribuição dos casos confirmados sorologicamente concentrou-se nos primeiros meses dos anos de 2001 e 2002 (69,6%).
O número de casos sem sorologia foi muito maior (98%) em
2002, no ápice da epidemia. O número de sorologias positivas
foi 3 vezes maior no intervalo de 6-10 dias entre o início dos
sintomas e a coleta da sorologia. As manifestações clínicas
mais freqüentes nos casos IgM positivos foram febre (95,6%),
cefaléia (83,1%), prostração (73,7%), mialgia (67,9%), dor
retro-orbitária (62,7%), náusea (53,8%) e exantema (39,7%).
Petéquias foram observadas em 5,3% dos casos. A complicação
mais comum nos casos confirmados foi dor abdominal (20%),
pouco presente nos casos sem sorologia (5,9%), sugerindo que
este é um sinal de gravidade que estimula a solicitação de
sorologia (x2=205; p<0,00000). Foram raras as demais complicações (2,6%), as formas graves da doença (1,5%) e a hospitalização (1,2%). Do total de casos confirmados, 367 foram
submetidos à contagem de plaquetas, sendo que 157 (42,8%)
apresentaram plaquetopenia. Do grupo com sorologia positiva,
apenas 9 casos (1%) foi diagnosticada a febre hemorrágica do
dengue, sendo 7 crianças entre 10-14 anos, 1 de 2 anos e 1 com
6 meses. O estudo do grupo sem sorologia ou com sorologia
negativa demonstrou que não houve diferenças importantes em
relação à distribuição etária, ao sexo e às manifestações clínicas
apresentadas, confirmando a dificuldade do diagnóstico diferencial desta doença em crianças. Conclusões: Os resultados
do estudo demonstram que a FHD é uma forma rara da doença
em crianças do nosso meio. Verificou-se, ainda, que as manifestações gerais da doença tiveram alta ocorrência no dengue
clássico e que náuseas e dor abdominal, embora relativamente
freqüentes, não corresponderam a maior gravidade de evolução
da doença como descrito em outros estudos.
Código Trabalho: 476
Título: ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES EM
CRIANÇAS SUBMETIDAS A CIRURGIAS CARDÍACAS
Autores: MARTA ALMEIDA CORREIA;LUZIENE BONATES;LUCAS
VICTOR ALVES;JÚLIA GONÇALVES MELLO;JAÍLSON BARROS
CORREIA
Instituição: Instituto Materno Infantil de Penambuco - IMIP
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A cirurgia cardíaca traz grandes riscos para a
criança, dentre eles destaca-se as Infecções relacionadas à
Assistência à Saúde (IrAS), eventos adversos de difícil diagnóstico. A etiologia varia geográfica e temporalmente, sendo
necessário estudar a realidade local para estabelecer estratégias
de prevenção e de terapêutica antimicrobiana adequada.
Objetivos: Descrever a topografia e os agentes etiológicos
encontrados nas infecções que ocorrem nas crianças
submetidas à cirurgia cardíaca. Métodos: Estudo prospectivo
das crianças submetidas à cirurgia cardíaca no período de 01 de
abril de 2005 a 30 de abril de 2006. Foram excluídos os
pacientes transferidos após o pós-operatório imediato para o
hospital de origem. A busca ativa baseou-se na metodologia
NISS, com critérios atualizados em outubro 2004. Foi
construído um banco de dados, com dupla entrada, no Epi Info
3.3.2 e elaboradas tabelas e gráficos de distribuição de
freqüência. O estudo aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisas, faz parte de um coorte sobre fatores de risco para
infecções hospitalares em pacientes hospitalizados na UTI
Pediátrica. Resultados: Do total de 176, foram incluídas 173
cirurgias realizadas em 168 pacientes com 171 saídas. Com
predomínio do sexo feminino (55%) e mediana de idade de 18
meses, apenas 44 % das crianças eram eutróficas. A maior parte
foi operada de cardiopatia congênita acianogênica (58%) e
entre as adquiridas (7%) predominou a cardiopatia reumática.
Apenas 15% ficaram entubadas mais de 24 horas; 90,2% foram
admitidas com acesso venoso central e 65,3% com sonda
vesical de demora. Quarenta e oito pacientes (28,1%) tiveram
85 IrAS documentadas - 37 tiveram 2 ou mais episódios. A taxa
de infecção hospitalar (IH) foi 49,7 por 100 saídas (85/171) e
25,1 por 1000 pacientes-dia. O sítio mais freqüente de IH foi a
corrente sanguínea (95,2% delas associadas ao cateter venoso
central). Entre os 25 microrganismos isolados, os Gram negativos (9/25), sobretudo a Klebsiella sp, predominaram no
primeiro episódio enquanto os Gram positivos (12/25) e fungos
(3/25) foram isolados mais tardiamente. Em cerca de metade
das infecções da corrente sanguínea foi isolado o provável
agente etiológico. Conclusões: Nos pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca observou-se taxa elevada de IrAS com
predomínio no primeiro episódio de sepse primária associada à
presença de cateter venoso central. O pequeno número de
microrganismos isolados Gram positivos e negativos limitam a
generalização dos achados. É necessário estabelecer medidas
preventivas e guias de condutas para diminuir a morbimortalidade destes pacientes.
Código Trabalho: 779
Título: AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO DURANTE
SURTO DE VARICELA EM UMA PRÉ-ESCOLA PRIVADA DO RIO DE
JANEIRO
Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ
RIBEIRO DOS REIS;CINTIA BORDALO;LUCIANA COSTA;SILVIA
CAMARA
Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJT
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A varicela é uma doença de elevada morbidade,
podendo causar complicações, internações e mortes. Apesar da
eficácia das vacinas, observam-se casos de varicela em crianças
vacinadas, principalmente durante surtos. Objetivos:
Determinar a taxa de efetividade da vacinação (TEV) contra a
varicela, em crianças de uma pré-escola, durante um surto.
Métodos: Estudo seccional. Foi aplicado questionário, referente ao adoecimento por varicela e ao histórico vacinal,
preenchido pelos responsáveis das crianças. Considerou-se os
casos ocorridos durante um surto (agosto a outubro de 2003).
As carteiras de vacinação foram revisadas, bem como os
registros de adoecimento prévio ao surto, e calculou-se o
percentual de susceptíveis (crianças sem passado de varicela e
não vacinadas contra essa doença) na população e a efetividade
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S95
Infectologia
da vacinação. Avaliou-se o tempo decorrido desde a vacinação
até a época do surto, sobre a ocorrência da doença. A taxa de
ataque da doença para a população vacinada (TAV) foi calculada da seguinte forma: nº de vacinados que desenvolveu
varicela durante o surto dividido pelo nº total de previamente
vacinados; e para a população não-vacinada (TANV): nº de
não-vacinados que adoeceu, dividido pelo nº total de não-vacinados. Para calcular a efetividade da vacinação na prevenção
da varicela empregou-se a fórmula: [(TANV-TAV)/TANV]
X100. Resultados: A pré-escola atendia, em 2003, a 161
crianças de 4 meses a 7 anos (a) de idade, sendo 7 (4%)
menores de 1a, 23 (14%) entre 1 e 2a, 25 (16%) entre 2 e 3a, 75
(47%) entre 3 e 5a e 31 (19%) com mais de 5a de idade. Foram
excluídas da análise 28 crianças por apresentar registros incompletos. Das 133 avaliadas, 5 (3,8%) já tinham relato de varicela,
74 (55,6%) estavam vacinadas e 54 (40,6%) eram susceptíveis
durante o surto, no qual ocorreram 31 casos de varicela (23,3%
da população considerada da escola), sendo que 17 (54,8%) em
previamente vacinadas, ou seja, a TAV foi de 23%. A TANV foi
de 26%. Dentre os vacinados que adoeceram, 2 (11,8%) haviam
vacinado há menos de 1 ano, 7 (41,2%) entre 1 e 2 anos e 8
(47,0%) há mais de 2 anos. A TEV foi de 11,5%, se incluirmos
as crianças vacinadas durante o surto (n=16), ou ainda de
37,8%, se excluirmos essas crianças do cálculo. Das 16
crianças vacinadas durante o surto, nenhuma adoeceu.
Conclusões: A TEV na presente casuística foi de 11,5% ou
37,8%, dependendo do critério utilizado. A TEV foi abaixo
daqueles encontrados na literatura internacional, que variam de
72 a 99%. O observado nesse levantamento reforça a eficácia
da vacinação durante surtos na prevenção do adoecimento, bem
como a necessidade de implementação de duas doses da vacina
antivaricela em crianças, conforme recomendado pela
Sociedade Brasileira de Imunizações e, recentemente, pelo
Comitê Assessor de Imunizações dos EUA (ACIP).
Código Trabalho: 220
Título: AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA C REATIVA (CRP) NO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
DO TRATO INFERIOR BACTERIANAS (IB) E VIRAIS (IV)
Autores: RODRIGO JOSÉ SINI DE ALMEIDA;ROGÉRIO
PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARCELO JENNE
MIMICA;LÍCIA GASPARI PORTELA;MARIA FERNANDA BADUE
PEREIRA
Instituição: Depto. Pediatria Santa Casa de São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/TO
Resumo:
Introdução: As reações de fase aguda podem diferençar
infecções bacterianas e virais. No entanto existem dúvidas se
estes métodos são realmente efetivos nesta avaliação.
Métodos: Incluímos crianças consecutivamente internadas com
infecção respiratória do trato inferior na Santa Casa de São
Paulo. Destes pacientes eram coletados imunofluorescência
para vírus respiratórios e culturas de sangue e/ou liquido
pleural. Resultados: Foram avaliadas 100 crianças dos quais
37 apresentavam IB com comprovação bacteriológica e 63 IV.
Deste grupo foi possível avaliar a CRP de 59 pacientes sendo
de 23 com IB e 36 com IV. Aplicando um valor de corte de 2.0,
vinte dos 23 pacientes com IB apresentavam CRP > 2.0
enquanto 16 dos 36 pacientes com IV apresentavam CRP >2.0.
A sensibilidade do CRP > 2,0 para diagnóstico de infecção
bacteriana foi de 86,90% e a especificidade foi 55,5%.
Aplicando um valor de corte de 5.0, 16 dos 23 pacientes com
IB apresentavam CRP >5.0 enquanto 7 dos 36 pacientes com
IV apresentavam CRP > 5.0. A sensibilidade do CRP > 5,0 para
diagnóstico de infecção bacteriana foi de 69,50% e a especificidade foi de 80,5%. Conclusões: O CRP apresenta um bom
valor na diferenciação entre infecções respiratórias bacterianas
e infecções respiratórias virais
S96
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 21
Título: AVALIAÇÃO DE TESTE RÁPIDO BASEADO EM ANTIGENO
RECOMBINANTE (K39) PARA DIAGNÓSTICO DE CALAZAR EM
CRIANÇAS.
Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE
SILVANY;ANA LÚCIA RABELLO;TALIA SANTANA ASSIS;EDSON
SOARES MOREIRA;ELVES PIRES MACIEL
Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A leishmaniose visceral humana (Calazar) é um
problema de saúde pública no Brasil, acometendo principalmente crianças, com letalidade em torno de 15%, mesmo com
tratamento adequado. O exame parasitológico direto, obitido
por punção de medula ossea ou esplênica é o padrão-ouro para
diagnóstico, contudo, são procedimentos invasivos, realizados
em centros de referência, com risco de complicações. Os testes
sorológicos baseados antígeno recombinate têm um bom
desempenho e a formatação como um teste rápido, utilizável
nas zonas endêmicas, permitiria o diagnóstico e tratamento
precoces. Realizamos a avaliação do desempenho de um teste
rápido baseado em k39 para o diagnóstico em crianças com
suspeita de calazar admitidas em hospital terciário. Métodos:
Estudo prospectivo, incluindo 84 crianças internadas em
hospital pediátrico terciário, com suspeita clínica de calazar:
febre prolongada e/ou hepatoesplenomegalia e procedência de
zona endêmica. Realizado teste rápido (imunocromatográfico)
DiaMed-itLeish (DiaMed), conforme orientações do fabricante,
no momento da admissão hospitalar, utilizando gota de sangue
colhida através de punção digital, com tempo total de realização do teste de 17 min. Foram coletados dados clínicos e
laboratorias e realizado mielograma para confirmação diagnóstica. Os casos foram os pacientes com mielograma positivo ou
aqueles com sorologia positiva e cura após tratamento específico. Os pacientes com diagnóstico confirmado de outra doença
diferente de calazar foram cosiderados não-casos. Resultados:
Os dois grupos foram semelhantes em relação aos dados clinicos e laboratoriais, com letalidade de 10% nos casos de
calazar (tabela). A sensibilidade do teste rápido foi de 94% e
especificidade de 100%. Dados clínico-laboratoriaisCalazar
(n=63) / Outros diagnósticos (n=21) Idade * 3,0 (0,6-15) / 3,5
(0,5-15) Febre (%)98 / 84Hepatomegalia (%)97 /
79Esplenomegalia (%)97/ 63Hemoglobina (g/dl)*6,7 (2,610,2) / 8,1 (3,7-11,8) Plaquetas (cel/mm3)*101 (11-531) / 134
(15-535)
Leucocitos
(cel/mm3)*3600
(1.40014.200)/5150(1.000-25.000) Mielograma positivo (%) 81 / Teste rápido K39 positivo (%)94 / 0Óbitos (%) 10 / 14
*(médiana, variação). Conclusões: O teste rápido mostrou um
excelente desempenho para o diagnóstico de calazar no grupo
estudado, com sensibilidade superior a do mielograma e especificidade de 100%, sugerindo que o mesmo possa substituir a
realização de procedimentos invasivos, facilitando o diagnóstico mais precoce em zonas endêmicas
Código Trabalho: 732´
Título: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA COM PCR (REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE)
QUALITATIVO
Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;FABIANA ARISTON
FILGUEIRA;TELMA SUELY OKAY;GILDA MARIA BARBARO DEL
NEGRO;PEDRO TAKANORI SAKANE;EVANDRO ROBERTO
BALDACCI
Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP. E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A toxoplasmose congênita é assintomática ao
nascimento em grande número dos casos, que entretanto,
poderão evoluir com seqüelas possivelmente dependentes da
presença quantitativa dos parasitas. O tratamento por 1 ano
com os seus riscos é protetor. Objetivos: Avaliar, através da
pesquisa da PCR qualitativa no sangue periférico, se há clareamento do toxoplasma ao longo do tratamento medicamentoso,
o que poderia indicar sua suspensão. Métodos: Estudo
prospectivo em crianças assintomáticas ao nascimento, filhas
de mães com viragem sorológica na gestação (IgM+) para
Toxoplasma gondii, utilizando a reação em cadeia de
polimerase (PCR) qualitativa no sangue periférico. Os testes
moleculares foram realizados durante o tratamento para a toxo-
Infectologia
plasmose e ao término dele, com o método DNA - PCR - gene
B1, utilizando os primers JW63-sense e JW62-anti-sense.
Resultados: Os resultados preliminares dessa avaliação
mostram que em diferentes estágios do tratamento medicamentoso e mesmo após seu término, a PCR qualitativa permanece
positiva. Caso 1: J.A.B.S.B. apresentou PCR positiva aos 4
meses e com 1 ano e 2 meses (2 meses após o término do tratamento). Caso 2: A.L.S. apresentou PCR positiva aos 4 meses,
durante o tratamento. Caso 3: M.B.M.F. permanecia com PCR
positiva no fim do tratamento, com 10 meses de vida. Caso 4:
Irmãs gêmeas, ambas aos 4 meses de vida, uma delas com PCR
positiva para o toxoplasma, enquanto que a era negativa.
Conclusões: Os dados sugerem que: 1.A viragem sorológica na
gestação não é de per si uma indicação absoluta de tratamento
desde que as crianças podem não estar infectadas (caso 4). 2. A
PCR qualitativa não é método para avaliação prognóstica e de
resposta terapêutica 3. Especula-se a partir de então, se a
utilização da PCR quantitativa no sangue periférico de recémnascidos, poderá ser um método útil na avaliação de indicação
de tratamento, bem como ser método de valia como indicador
de evolução.
Código Trabalho: 903
Título: AVALIAÇÃO E ANÁLISE NNIS DOS EPISÓDIOS DE SEPSE
NEONATAL E INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA
DA UTI -NEONATAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Autores: MARCIA WAKAI CATELAN;SAMIRA MONTEIRO PORTO
ALMEIDA;REGINA MARA CUSTÓDIO RANGEL;LUCIANA SOUZA
JORGE;PRISCILLA MARTINSHERNANDE SANTOS;FERNANDO
GÓNGORA RUBIO
Instituição: CCIH-HB- FUNFARME-São José do Rio Preto
Cidade/UF: SÃO JOSÉ DO RIO PRET/SP
Resumo:
Introdução: Sepse neonatal e Infecção Primária da Corrente
Sanguínea(ICOSA)são causas importantes de morbimortalidade e as infecções mais frequentes. Objetivos:Analisar a
epidemiologia dos episódios de Sepse e ICOSA neonatal no
período de janeiro de 2004 a junho de 2006. Métodos: Estudo
prospectivo de recém-nascidos internados de 01/01/2004 a
30/06/2006, com critérios do método National Nosocomial
Infections Surveillance(NNIS,1994)e Infecção Hospitalar
segundo CDC; especificamente para Sepse Clínica e Infecção
Primária da Corrente Sanguínea. Diariamente, a enfermeira e a
médica do CCIH-HB-FUNFARME, visitavam a unidade na
busca ativa de casos de IH, registravam o número de pacientesdia, cateteres-dia e dados como peso de nascimento,época da
IH, uso de cateter venoso central, resultado de hemoculturas e
óbito. Resultados: Foram admitidos na unidade durante este
período 650 recém-nascidos. A Taxa de infecção por mil
pacientes-dia foi 43,23;37,32;29,89 e 35,37 respectivamente
para as categorias de peso menores de 1000 g, 10011500g,1501-2500g e maiores de 2500g.A Taxa específica para
ICOSA Laboratorial e Sepse Clínica/total de infecções x 100
foram 15,89 e 42,30 para menores de 1000g; 10,13 e 40,98 para
recém-nascidos de 1001-1500g; 14,8 e 24,17 para 1500 a 2500
g e 14,09 e 29,48 para pacientes maiores de 2500 g.A taxa de
letalidade associada à IH foi de 8,9%.Foram analisados 97
episódios de Sepse Clínica e 49 episódios de ICOSA. Com
relação à Sepse Clínica: 81,4% foi de aparecimento tardio,
81,2% não estavam relacionadas a Cateter Venoso Central, a
categoria de peso mais acometida foi em neonatos menores de
1000 g (29,9%). Com relação à Infecção Primária da Corrente
Sanguínea: 95,9% foi de aparecimento tardio, 55,1% destes
casos foram relacionados a cateter venoso central, a taxa
específica de ICOSA Laboratorial relacionada CVC/CVC-dia
foi 3,8; 2,01; 8,2 e 8,43 respectivamente para as categorias de
peso < 1000g, 1001-1500g,1501-2500 e > 2500g. A presença
de CVC foi fator de risco importante para o desenvolvimento
de ICOSA em comparação com os casos de Sepse Clínica.A
categoria de peso mais acometida foi em neonatos maiores de
2500g (34,7%); em relação à identificação do agente envolvido
18,3% eram gram-positivos, 44,9% gram-negativos e 36,9%
eram fungos sendo a Candida glabrata a mais encontrada.
Conclusões:As taxas de Densidade de Incidência e Taxa
específica de ICOSA Laboratorial relacionada a CVC foram
maiores que as encontradas na literatura e a média de utilização
de CVC, em todas as categorias de peso, foi maior em relação à
média NNIS. Houve maior frequência de IH em neonatos com
peso maior que 2500g o que difere da literatura,fato explicado
por esta UTI Neonatal ter alta complexidade em procedimentos
cirúrgicos pós-operatórios(Pediátrica e Cardiopatia Congênita).
Código Trabalho: 406
Título: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DAS CRIANÇAS
INFECTADAS PELO HIV EM PERNAMBUCO
Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE
FREITAS;DJAIR SENA
Instituição: IMIP - Coord. Estadual de DST/AIDS da
Secretari
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Desde o final dos anos 80 até 2005, a epidemia da
infecção pelo HIV em crianças no Brasil tem sofrido grandes
mudanças. O Brasil tem acumulado até 2005 (junho), 11.901
casos de Aids em menores de 13 anos. Destes casos, 9.965
(83,7%) foram por transmissão vertical do HIV. Desde 1987,
Pernambuco acumula 246 casos notificados em menores de 13
anos de idade. Até recentemente, o IMIP era a única referência
para infecção pelo HIV/Aids no Estado e registra 302 casos em
menores de 13 anos. Objetivos: O objetivo deste estudo foi
descrever características demográficas e modo de aquisição de
crianças infectadas pelo HIV acompanhadas e sobrevivendo até
a adolescência e adultícia. Métodos: Nós realizamos um estudo
tipo transversal através de revisão de dados de notificação de
casos de aids em crianças acompanhadas no IMIP. As crianças
e adolescentes foram divididos por idade, sexo, modo de
aquisição, ano de diagnóstico e tempo de sobrevida.
Resultados: A idade mediana de crianças acompanhadas foi 07
(0 a 19) anos. A razão por sexo foi de masculino 1 / feminino
foi 1.2, mas em menores de 4 anos de idade o gênero predominante foi masculino em contraste com gênero feminino entre
adolescentes com 10 a 14 anos de idade (p=0,02). O modo de
aquisição mais freqüente foi por transmissão vertical do HIV
responsável por 287 (95%) casos e por transmissão sangüínea
responsável por 15 casos (5%). O último caso de transmissão
sangüínea registrado foi em 1987. Duzentas e vinte e oito
crianças (75,5%) sobreviveram e permanecem em acompanhamento (somente 1 por transmissão sangüínea), 52 (17,5%)
morreram, 14 (4,7%) foi perdido o acompanhamento e 7 (2,3%)
foram transferidas para outros serviços. Conclusões: De um
grupo de 302 crianças, 228 (75,5%) sobreviveram com algumas
diferenças em relação ao sexo e modo de aquisição da infecção
pelo HIV. O percentual de sobrevida e diferenças de sexo e
modo de transmissão podem ser reflexo de melhora de diagnóstico, tratamento e tendência da epidemia ao longo do tempo.
Código Trabalho: 8
Título: CERATITE INTERSTICIAL SIFILÍTICA RECORRENTE
Autores: CÉLIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA
SIQUEIRA;THIAGO LUIZ BASTOS;LUCIANA MIRANDA;ANANÍLIA
MAIA;DORILENE SOARES SILVA
Instituição: Hospital da Criança
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A ceratite intersticial (CI) esta comumente associada à sífilis embora possa ocorrer em outras patologias bacterianas, virais, parasitárias e auto-imunes. Na sua definição
caracteriza-se por processo inflamatório envolvendo o epitélio
e o endotélio corneano ocular, com depósito de complexo
antígeno-anticorpo mediado pelo complemento ou decorrente
de uma reação de hipersensibilidade. Clinicamente se caracteriza por áreas de densidade esbranquiçada e vascularização
aumentada focal ou difusa. Objetivos e Métodos:
Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico em adolescente de 13 anos de idade, que apresenta CI aguda bilateral,
cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis. Relato do caso:
Paciente apresenta queixa de diminuição da acuidade visual,
associado à borramento da visão e lesão esbranquiçada em
ambos os olhos, com dor, edema de pálpebras e lacrimejamento
mais intenso em olho direito, iniciado há 30 dias. O exame
oftalmológico detectou CI bilateral com neovascularização
sugestiva de sífilis. Nos exames realizados o estudo do LCR foi
normal, exceto o VDRL que foi positivo com titulagem no
sangue periférico de 1:256. Sorologias para toxoplasmose, HIV,
citomegalovirus, rubéola, herpes, foram não reagentes, PPD
não reator, radiografia de tórax normal, FAN não reagente.
Iniciado uso de penicilina venosa e corticoterapia ocular. Com
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S97
Infectologia
14 dias a avaliação oftalmológica revelou leucoma residual à
direita. A titulagem do VDRL reduziu para 1:64. Após 18 meses
da alta, retorna com as mesmas queixas localizadas no olho
esquerdo O VDRL de 1:64 e em ambas as ocasiões o FTA-ABs
foram negativos. Discussão: A CI ocorre mais freqüentemente
na sífilis congênita tardia ,sendo descrita dos 5 aos 20 anos de
idade, bilateralmente em 80% dos casos. As principais características da sífilis congênita tardia além da CI, não foram
encontradas no paciente, como a tíbia em "Lâmina de Sabre",
articulações de Clutton, fronte "olímpica", nariz "em sela",
dentes de Hutchinson, molares em "amora", surdez
neurológica. O FTA-Abs tem elevada especificidade (94%a
100%) e menor sensibilidade (70% a 100%) em comparação a
dos testes não-treponêmicos, entretanto o que esperamos é a
persistência do FTA-Abs no restante da vida de um indivíduo
infectado, mesmo após o tratamento, o resultado negativo nesse
caso, exigiu uma maior investigação e a etiologia sifilítica foi
definida pelos parâmetros laboratoriais, resposta terapêutica e
por exclusão Conclusões: Esse caso vem chamar a atenção
para o diagnóstico da ceratitite intersticial como manifestação
tardia da sífilis, cuja confirmação nem sempre é fácil, sendo,
entretanto uma situação clínica que pode levar a danos permanentes se não diagnosticada e tratada adequadamente.
Código Trabalho: 280
Título: COMPARAÇÃO ENTRE CRIANÇAS COM FEBRE
HOSPITALIZADAS COM OU SEM SÍNDROME DA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SRIS)
Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;CAROLINE
DUARTE MELLO
Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A SRIS é uma importante causa de morbidade e
mortalidade entre crianças. Objetivos: comparar a evolução de
crianças com febre hospitalizadas com ou sem SRIS. Métodos:
Esta foi uma coorte retrospectiva realizada no hospital universitário da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Os
prontuários de todas as crianças admitidas entre setembro/2004
e abril/2005 foram revistos. O critério de inclusão foi
constatação de febre e registro de ou freqüência cardíaca ou
freqüência respiratória em pelo menos duas ocasiões distintas
ou resultado de leucograma. Informação sobre diagnóstico,
etiologia e evolução foi coletada em questionário padronizado.
Resultados: De 833 pacientes admitidos, os prontuários de 659
(79%) foram revistos até o momento. De 392 pacientes em que
havia febre na história da moléstia atual, 178 preencheram o
critério de inclusão; 20 (11%) foram excluídos devido a
comprometimento neurológico (10), má-formação cardíaca
com repercussão clínica (6), SIDA (2), insuficiência cardíaca
(1) ou renal (1). A mediana da temperatura axilar inicial foi
38oC (média 38,4 ± 0,6) e SRIS foi detectada em 71 (45%) dos
pacientes, devido à alteração no leucograma (70 pacientes) ou
à taquicardia persistente (1 paciente). A mediana da idade
(meses) foi 20 (média 32 ± 32, variando de 1 a 153) e a diferença na idade não foi estatisticamente significante quando
pacientes com (34 ± 32) ou sem (30 ± 32) sepse foram
comparados (p=0,3). Os diagnósticos mais freqüentes foram
pneumonia (44%), infecção de pele ou partes moles (18%),
diarréia (6%) para as crianças com SRIS e pneumonia (25%),
diarréia (21%) e infecção de pele ou partes moles (17%) para
crianças sem SRIS. A etiologia foi determinada para 9 (13%) e
7 (8%) pacientes com e sem SRIS, respectivamente (p=0,5).
No grupo com SRIS, Escherichia coli (2), Streptococcus pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), Shigella flexneri (1),
Staphylococcus aureus (1) de culturas de sangue (2), urina (2) e
fezes (2) e infecção por rotavírus (2) ou vírus da hepatitis A(1)
foram identificados. No grupo sem SRIS, infecções por
Klebsiella sp. (2), S. pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), S.
aureus (1) de culturas de sangue (3) ou urina (2) ou rotavírus
(2) foram identificadas. A duração da hospitalização (dias) foi
maior entre os pacientes com SRIS (9 + 8 vs 6 + 5, p=0,005).
Conclusões: A ocorrência de SRIS foi freqüente entre crianças
hospitalizadas com febre e a duração da hospitalização foi
maior entre as crianças com SRIS quando comparadas com as
crianças sem SRIS.
S98
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 987
Título: COMPLICAÇÕES DA VARICELA EM PACIENTES
INTERNADOS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA
Autores: MARDJANE ALVES DE LEMOS;ADRIANA ÁVILA
MOURA;PRISCILA REGINA ALVES ARAÚJO;RUBELLE MARQUES
A OLIVEIRA
Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A varicela é uma doença infecciosa comum na
infância. Apesar de ser considerada uma patologia de evolução
benigna, diversas complicações podem ocorrer, como a
infecção bacteriana de pele, pneumonia, encefalite e trombocitopenia. Objetivos: Realizar uma investigação epidemiológica
dos casos de varicela complicada em pacientes internados em
um hospital de doenças infecciosa. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes com até 18 anos internados com varicela, no período de janeiro de 2002 a dezembro
de 2005. Resultados: Foram analisados 137 prontuários de
pacientes com varicela, internados no período de janeiro de
2002 a dezembro de 2005. Destes, 56% eram do sexo feminino
e 44% eram do sexo masculino. Do total de casos, 96 desenvolveram complicação única e 41 apresentaram duas ou mais
complicações, totalizando 137 complicações. A infecção
secundária de pele e/ou subcutâneo foi a complicação mais
freqüente, com 96 casos, seguida das complicações respiratórias, com 17 casos, e infecção bacteriana sistêmica, com 16
casos. Onze pacientes apresentaram alguma afecção do Sistema
Nervoso Central (SNC). Destas, sete foram descritas como
encefalite, três como convulsão e uma como cerebelite. Outras
complicações descritas foram glomerulonefrite, fenômenos
alérgicos, gastroenterite com desidratação, miocardite, otite
média aguda e varicela hemorrágica. A idade média foi de 3,54
anos, com idade mínima de 02 meses e máxima de 17 anos. A
maioria dos pacientes tinha menos de 5 anos (74%). O período
do ano em que houve maior número de internamentos por foi
entre os meses de setembro e dezembro, com 85 casos (60%)
houve um pico em outubro, com 31 internamentos (22,63%). A
presença de fatores predisponentes para varicela complicada
foi relatada em 46 prontuários (33,57%). O mais freqüente foi
desnutrição, com 37 pacientes (27,01%) apresentando algum
grau de déficit nutricional. Sete pacientes faziam uso de drogas
imunossupressoras, um era prematuro e outro era portador de
cardiopatia congênita. O tempo mínimo de internamento foi de
um dia, o máximo de 42 dias, e a média de 8,31 dias. O tempo
de médio de internamento foi diretamente proporcional ao
número de complicações apresentados pelos pacientes. A
história de contato com varicela estava registrada em 51 prontuários, em 82,35% destes o contato foi intradomiciliar. O
número de óbito foi de 3 casos, com uma taxa de letalidade de
1,95%. Todos tinham menos de 3 anos, um com infecção bacteriana sistêmica, outro com encefalite viral, e o terceiro com
gastrenterite e desidratação. Conclusões: A varicela é uma
doença infecciosa que pode se associar a um número significativo de complicações e a uma letalidade não desprezível. O
grupo etário com maior número de afetados foi o de pré-escolares. Os casos letais ocorreram em crianças mais jovens, com
idade inferior a três anos. As complicações da varicela ocorreram principalmente em pacientes saudáveis, sem de fatores
de risco associados.
Código Trabalho: 307
Título: CONHECIMENTO DOS NEONATOLOGISTAS SOBRE
VACINAÇÃO EM PREMATUROS E RN DE BAIXO-PESO
Autores: EDUARDO JORGE FONSECA LIMA;CAROLINE FREITAS
TIMÓTEO LIMA;LUIS ANDRÉ SILVESTRE ANDRADE
Instituição: Inst. Materno Infantil Prof. Fernando Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A vacinação de RN prematuros e de baixo peso ao
nascer sempre levantou questionamentos entre os pediatras,
seja pela incerteza da resposta imunitária, seja pelas reações
indesejáveis. Em princípio, a idade gestacional e o baixo peso
ao nascer não são fatores limitantes para que um recém-nascido
prematuro clinicamente estável seja imunizado. Existem
poucos trabalhos na literatura avaliando especificamente o grau
do conhecimento dos neonatologistas sobre vacinação em
recém nascido prematuros. O presente estudo tem como
premissa básica a análise do conhecimento desses profissionais
Infectologia
sobre vacinação em prematuros e quais são os mitos e controvérsias sobre o assunto. Objetivos: Verificar o conhecimento
dos neonatologistas de cinco hospitais da cidade do Recife,
sobre as recomendações do Ministério da Saúde para a
imunização do recém-nascido (RN) prematuro e os de baixo
peso e alguns fatores associados em relação aos profissionais e
o conhecimento avaliado. Métodos: Estudo descritivo, transversal, realizado no período de dezembro/05 a janeiro/06, em
cinco hospitais da cidade do Recife, sendo dois hospitais de
ensino e três hospitais privados. A população do estudo foram
os neonatologistas dos respectivos hospitais após o consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados por meio
de um questionário elaborado a partir das variáveis que se
pretendeu estudar. Os dados foram processados e analisados no
programa Epi-Info 6.0. Foi considerado conhecimento
adequado quando o nível de acerto foi superior a 70%.
Resultados: A amostra foi constituída por 46 neonatologistas.
Em relação a BCG 88,9% das respostas foram consideradas
adequadas; em relação a Hepatite B associando-se sorologia
materna apenas obteve-se 45% respostas adequadas; em
relação a Pólio Oral apenas 50% dos entrevistados responderam corretamente em relação ao não uso em pacientes hospitalizados; em relação a DPT, apesar de 100% dos profissionais
terem conhecimento do número de doses do esquema, apenas
13% mostraram-se devidamente informados quanto a ocorrência de eventos adversos; e quanto aos eventos adversos da
Pólio Oral e Hepatite B o índice de acerto foi de 95,8% .
Conclusões: Os neonatologistas precisam de uma maior sensibilização sobre a importância da imunização no RN prematuro,
para melhor conhecimento das indicações, contra-indicações e
eventos adversos das vacinas do calendário básico.
Código Trabalho: 752
Título: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA: ESTUDO DE MULHERES E SEUS FILHOS
ATENDIDOS NO PERÍODO DE SETEMBRO DE 2000 A MAIO DE
2003 NO IPPMG-UFRJ
Autores: ANA LÚCIA LIMA GUEDES;SUSIE ANDRIES
NOGUEIRA;THALITA FERNANDES ABREU;RAIMUNDA MARIA S
RODRIGUES;TOMAZ P COSTA;JORGE BARRETO
Instituição: IPPMG - UFRJ
Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG
Resumo:
Introdução: A importância da toxoplasmose congênita (TC) se
deve às graves conseqüências médicas, socio-econômicas e
incapacidades individuais que ela acarreta; e pela possibilidade
de ser prevenida ou atenuada. Objetivos: Descrever a casuística de toxoplasmose adquirida por mulheres em período gestacional acompanhadas no Ambulatório de Pré-natal de um
Hospital Universitário na cidade do Rio de Janeiro no período
de março de 2001 a março de 2003, correlacionando o diagnóstico materno de infecção por Toxoplasma e seu tratamento com
a ocorrência de TC e descrever a casuística de crianças acompanhadas no Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias
(DIP) deste mesmo Hospital, no período de setembro de 2000 a
maio de 2003 e correlacionar com o diagnóstico materno de
infecção por Toxoplasma e a conduta adotada nas gestantes.
Métodos: Estudo de Coorte retrospectiva-prospectiva no
período de setembro de 2000 a maio de 2003. Avaliamos 149
mulheres com suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação:
60 no Ambulatório de Pré-natal e 89 mães de crianças atendidas
no Ambulatório de DIP por suspeita de TC. Paralelamente
avaliamos 111 crianças. As mulheres foram classificadas em 5
categorias segundo a probabilidade de infecção pelo
Toxoplasma: toxoplasmose adquirida na gestação (n=13);
provável toxoplasmose adquirida na gestação (n=0); não se
estabeleceu a época da toxoplasmose (n=105); susceptibilidade
à infecção pelo Toxoplasma (n=3); toxoplasmose prévia à
gestação (n=28). Os critérios diagnósticos de TC foram: IgM
específica positiva após o 5º dia de vida; e/ou sinais e sintomas
específicos de infecção congênita associados à presença de IgM
e/ou IgG específica em títulos ascendentes; IgG específica
persistentemente positiva após o 12º mês de vida. Resultados:
Os hábitos de risco mais freqüentes foram: manipular carne
crua (80,1%), não lavar as mãos às refeições (61,1%), ter
contato com gatos (53,5%)ingestão de salsicha e saleme crus
(50,7%). A idade e os hábitos de risco não associaram-se à
infecção recente pelo Toxoplasma. A IgM positiva na gestação
(VPP=1,1%; IC 95% = 0,00% a 6,0%) e a USG materna
alterada (p=1,0) não se associaram à TC. Noventa e três
gestantes receberam pelo menos 1 ciclo de medicação antiToxoplasma, apenas 6 com infecção aguda ou
recente.Confirmou-se o diagnóstico de TC em 7 crianças e
exclui-se em 91. Baixo peso (p=0,015) e alterações clínicas
(p=0,005) ao nascimento, estrabismo (p=0,002), nistagmo
(p=0,004), oftalmoscopia alterada (p=0,000), hepatomegalia
(p=0,000), microcefalia (p=0,000), déficit do desenvolvimento
neuropsicomotor (p=0,004), plaquetopenia (p=0,011), radiografia de crânio alterada (p=0,003) associaram-se à TC.
Conclusões: Nesta casuística, a IgM materna, isoladamente,
não foi boa preditora de TC, não foi possível determinar a
época de aquisição da infecção materna na maioria das
mulheres e quase 90% das crianças infectadas eram
sintomáticas ao nascimento ou primeiras semanas de vida.
Código Trabalho: 1097
Título: DETERMINAÇÃO DA AMEBÍASE EM ALUNOS DA REDE
PÚBLICA DA CIDADE DE MACEIÓ, UTILIZANDO ENSAIO
IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS
Autores: IASMIN CAVALCANTI DUARTE;MARIA VIEIRA
MACIEL;IVANISE SILVA ACA;ELIANA MAURÍCIO ROCHA;RICARDO
ARRAES XIMENES;YASMIN CAVALCANTI DUARTE
Instituição: Doutorado de Medicina Tropical - UFPE
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A amebíase é causada pela Entamoeba histolytica
que foi reclassificada em 1925 por Brumpt em duas espécies: a
E. histolytica, o parasito que pode causar a doença e a
Entamoeba dispar, a espécie que não é patogênica. Em Alagoas
não existe dados sobre a amebíase após essa nova definição.
Objetivos: Determinar a prevalência de E. histolytica nos
alunos da rede pública na cidade de Maceió, pela aplicação da
microscopia e dos testes de ELISA: Enzymeba e teste de
detecção de antígeno nas fezes, o teste E.histolytica II.
Métodos: Estudo descritivo e transversal de prevalência da
amebíase em alunos de escolas públicas da cidade de Maceió.
Foram coletadas amostras de fezes dos alunos entre 4-15 anos
de idade, matriculados em 18 escolas selecionadas aleatoriamente. Todas as amostras foram submetidas ao exame
microscópico pelo Método de Ritchie e classificadas em positiva ou negativa para E.histolytica/E.dispar. Em seguida foi
aplicado o teste Enzymeba e o teste E.histolytica II em todas as
amostras positivas à microscopia para E.histolytica/E.dispar. O
teste Enzymeba confirma com precisão a presença da
E.histolytica/E. dispar, apesar de não descriminar entre as duas
espécies. Já o teste E.histolytica II tem capacidade de definir a
presença da E. histolytica na amostra através da reação
imunológica dos anticorpos antiadesina. oi utilizado um questionário para obter as informações de identificação, condições
da casa, sanitárias e de saúde dos alunos.Todos os responsáveis
foram esclarecidos sobre os objetivos do projeto, e assinaram
um termo de consentimento, conforme as normas do Comitê de
Ética em Pesquisa da UFAL.Todos os alunos receberam o resultado da microscopia, além do tratamento específico e informação sobre prevenção das enteroparasitoses. Resultados: A
população foi composta de 1797 alunos, dos quais 68(3%)
foram positivos para E. histolytica/E.dispar pela microscopia.
Á seguir, estas 68 amostras foram analisadas pelo teste
Enzymeba e o teste E.histolyticaII. O primeiro confirmou em
100% o resultado da coproscopia. Já o teste de detecção de
antígeno, o teste E. histolytica II confirmou apenas 18(1%) das
68 amostras positivas à microscopia. Foi demonstrado que o
uso de água para beber sem tratamento foi um fator de risco
importante para amebíase. Não houve associação da infecção
pela E. histolytica com sexo, idade e condições de moradia dos
alunos. Conclusões: A microscopia foi considerada um método
impróprio para o diagnóstico da amebíase, sendo fundamental a
aplicação de uma técnica para o diagnóstico específico, como o
teste E. histolyticaII, evitando-se o tratamento desnecessário e
fornecendo dados epidemiológicos precisos.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S99
Infectologia
Código Trabalho: 922
Título: DIARRÉIA POR ROTAVÍRUS EM RECIFE: SITUAÇÃO
PRÉVIA À INTRODUÇÃO DA VACINAÇÃO UNIVERSAL
Autores: FERNANDA ULISSES MONTENEGRO;JAILSON DE
BARROS CORREIA;ANA RODRIGUES FALBO;LUIS EDUARDO
CUEVAS;NIGEL CUNLIFFE;CHARLES ANTHONY HART
Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF.FERNANDO
FIGUEIRA
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Rotavirus é a causa mais comum de diaréia grave
no mundo e ainda permanece como uma importante causa de
mortalidade nos países em desenvolvimento. A vacinação
universal com uma vacina do sorotipo humano G1P[8] foi
introduzida no Brasil em março de 2006. Objetivos: Este
estudo foi realizado para avaliar a freqüência relativa do
rotavírus em crianças com diarréia aguda grave; idade e características clínicas dos casos, e identificar os sorotipos circulantes na região de Recife. Métodos: Crianças menores de
cinco anos que apresentavam diarréia aguda foram recrutadas
prospectivamente entre maio de 2004 a abril de 2005, no setor
de emergência de um hospital escola do Recife. Amostras fecais
foram coletadas à admissão e congeladas até a realização dos
exames. Rotavírus foram detectados pelo método ELISA e
amostras fecais positivas foram testadas através da RT-PCR
para a tipagem G e P. Resultados: Rotavírus do grupo A foram
detectados em 102 (34,1%) amostras fecais de 299 crianças
envolvidas. Como esperado, a presença de vômito (p<0,01),
diarréia aquosa (p=0,005) e necessidade de hidratação
parenteral (p=0,037) foi mais freqüente nas crianças com
rotavírus presente na amostra fecal. A maioria dos casos (89%)
das gastroenterites por rotavírus ocorreu em crianças menores
de dois anos. Sorotipo G1P[8] foi identificado em 49% das
amostras, mas verificou-se uma alta proporção (28%) do
sorotipo G9P[6] e o sorotipo emergente G8P[6] representou 2%
dos sorotipos. Infecções mistas foram identificadas em 4% dos
casos e um sorotipo G5P[8] foi detectado. Conclusões: Este
estudo contribui para reforçar a importância do rotavírus como
agente associado a diarréia aguda em menores de cinco anos e
provê dados sobre os sorotipos que circulam na região. O
estudo está sendo complementado pela monitorização das cepas
no período pós-vacinação.
Código Trabalho: 970 - Título: DIFERENÇAS REGIONAIS NA
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV NO BRASIL. RESULTADO DE
UM ESTUDO COLABORATIVO MULTICÊNTRICO.
Autores: REGINA CÉLIA SUCCI;GRUPO DE ESTUDO DA SBP TV
DO HIV
Instituição: Sociedade Brasileira de Pediatria
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A prevenção da transmissão vertical do HIV (TV
do HIV) é uma das prioridades do programa nacional de DSTAIDS. As diferenças no acesso Às medidas profiláticas, entretanto, não é igaul em todas as regiões do país. Objetivos: O
objetivo deste estudo multicêntrico foi avaliar a TV do HIV em
todas as regiões do país entre crianças filhas de mães infectadas
pelo HIV e nascidas no período compreendido entre janeiro de
2000 a dezembro de 2004. Métodos: 63 serviços (localizados
em 20 estados e no DF) participaram do estudo no período de
2000 a 2002 e 17 serviços (localizados em 14 estados e no DF),
no período de 2003 e 2004. Dados referentes a 5808 crianças
foram analisados. A TV do HIV nesse período foi de 6,77%
(393/5808), sendo 8,6% em 2000 e 6,8% em 2004. A TV do
HIV foi maior nas regiões Norte (11,8%) e Nordeste (8,9%) do
país quando comparadas com as regiões Centro-Oeste (5,1%),
Sul (5,4%) e Sudeste (6,9%). As diferenças regionais são
evidentes quando comparamos as idades das mães, a proporção
de mulheres que fizeram acompanhamento pré-natal, a época
em que o diagnóstico da infecção pelo HIV foi realizada na
gestante, o tipo de parto realizado e a proporção de crianças que
receberam aleitamento materno. Conclusões: A TV do HIV
vem diminuindo nos últimos anos, mas a vigilância continua
dessa forma de transmissão é importante para atingirmos taxas
inferiores a 2% até o ano de 2007, que é a meta do PN DST
AIDS do Ministério da Saúde. Diminuir as diferenças regionais
é importante para atingir essa meta.
S100
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 242
Título: DIPIRONA E PARACETAMOL NO CONTROLE DA FEBRE
EM CRIANÇAS: ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO
Autores: NATALIA DORNELAS CAMARA;CAMILA DORNELAS
CAMARA;CAROLINA DORNELAS CAMARA;JOÃO GUILHERME
ALVES
Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando
Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Em pesquisa realizada no MEDLINE e LILACS,
encontramos apenas um estudo que compara a eficácia da
dipirona com o acetaminofeno. Como esse antipirético é o mais
utilizado em alguns países como o Brazil e México, sendo
reconhecido pelas suas autoridades sanitárias como seguro,
resolvemos comparar a eficácia da dipirona com o acetaminofeno em crianças com febre. Métodos: Ensaio clínico,
randomizado, comparando-se a eficácia da febre da dipirona
com o acetaminofeno. A pesquisa foi desenvolvida no período
de janeiro a junho de 2006. Foram admitidos à pesquisa
crianças de 6 meses a 6 anos de idade, com queixa principal de
febre, temperatura axilar entre 38,5 C e 40 C, desde que não
tivessem feito uso de medicamentos antipiréticos ou meios
físicos no controle da temperatura nas últimas 6 horas antes da
admissão ao estudo. Aquelas crianças que apresentavam quadro
clínico com sinais de gravidade, portadores de afecção
cardíaca, real, hepática, endócrina, neurológica ou neoplásica,
foram excluídas do estudo. Pacientes que estavam em uso de
antiinflamatório ou tinham história de sensibilidade à dipirona
ou ao acetaminofeno, não foram admitidos ao estudo. O
tamanho da amostra foi de 50 crianças (25 em cada grupo),
calculado a partir das tabelas de Haseman, apud Meinert, com
um erro alfa de 0,05 e um beta de 0,10. De forma aleatória,
através da tabela de números randomizados fornecida pelo
programa EPI-INFO, 25 crianças receberam uma dose de
dipirona (20 mg/Kg) por via oral e as outras crianças, uma dose
de acetaminofeno (15 mg/Kg). A temperatura axilar foi aferida
através de um termômetro de mercúrio, 15', 30 ', 60', 90' e 120'
após a administração do antipirético. Foi considerada como
controle da temperatura uma aferição da temperatura axilar
menor que 38 C. Na análise das variáveis pesquisadas foram
utilizados os testes t-student e o do qui-quadrado. Foram admitidos à pesquisa apenas os pacientes que forneceram autorização e o estudo teve aprovação do Comitê de Ética.
Resultados: As características demográficas e sociais, assim
como a temperatura "baseline" foram semelhantes entre os dois
grupos. Em todas as crianças estudadas foi obtido o controle da
temperatura; 60' com a dipirona e 90' com o acetaminofeno. A
média de temperatura com 60', 90' e 120' foi menor no grupo da
dipirona. Em nenhuma das crianças estudadas foram observados sinais de intolerância medicamentosa. Conclusões: A
dipirona e o acetaminofeno apresentaram respostas eficazes e
aparentemente seguras na redução da febre, sendo que a
dipirona apresentou uma maior redução da temperatura,
atingida em um período mais breve, quando comparada com o
acetaminofeno.
Código Trabalho: 2
Título: DOENÇA DE KAWASAKI SIMULANDO QUADRO SÉPTICO:
RELATO DE CASO
Autores: ANGELA ESPOSITO;GABRIELLE ZAMPERLINNI
NETTO;BIANCA MASSAROPPE;JOÃO PAULO BECKER LOTUFO
Instituição: Hospital Universitário - FMUSP
País: SÃO PAULO
Resumo:
Objetivos: apresentar um caso de Doença de Kawasaki (DK)
onde a apresentação inicial foi sugestiva de quadro séptico com
comprometimento da função miocárdica. Relato do caso:
lactente de um ano foi atendida em pronto socorro infantil com
febre há 4 dias, em tratamento de otite com amoxacilina. Após
o início do antibiótico houve aparecimento de exantema pruriginoso pelo corpo. Ao exame físico foi constatado: regular
estado geral, febre elevada,taquicardia, exantema maculopapular generalizado, edema de mãos e pés, hipoperfusão
periférica, hepatomegalia, e roncos pulmonares. A criança foi
admitida com a hipótese diagnóstica inicial de quadro séptico
com insuficiência cardíaca, e foram iniciados expansão com
soro fisiológico, clindamicina e cefotriaxona. Após três expansões de soro houve piora do quadro, com ritmo de galope e
Infectologia
estertoração fina nas bases pulmonares, que reverteram com o
uso de diurético. No dia seguinte a manutenção do quadro
sugeria a possibilidade diagnóstica de Doença de Kawasaki, e
foi iniciada terapêutica de prova com ácido acetilsalicílico e
imunoglobulina endovenosa. A criança evoluiu com rápida
defervescência e desaparecimento do exantema e das alterações
hemodinâmicas. Conclusões: pode haver dificuldade no diagnóstico da DK mesmo quando o paciente preenche o critério
diagnóstico, como neste quadro sép-tico. A importância da
suspeita precoce reside na possibilidade de prescrição de
terapêutica específica. As alterações cardiocirculatórias,
hepáticas e de orelha média observadas neste caso mostram o
amplo espectro clínico desta vasculite sistêmica.
Código Trabalho: 993
Título: DOR ABDOMINAL AGUDA COMO APRESENTAÇÃO
CLÍNICA DE DOENÇA MENINGOCÓCICA
Autores: SELMA BETTA RAGAZZI;CRISTINA RYOKA
MIYAO;ALFREDO ELIAS GILIO;DENISE SWEI LO;MARCOS
SANTOS BARROS
Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São
Paulo.
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Relato de caso: RNMJRO, 1 ano e 9 meses de idade, feminino,
cor parda, com história de febre, dor abdominal e ausência de
evacuações há 1 dia. Ao exame físico apresentava-se em REG,
irritada, taquicárdica, com abdome tenso e doloroso à palpação.
O restante do exame físico era normal. Realizado RX de
abdome que demonstrou distensão de alças intestinais, e
Ultrassom de abdome normal. Foi submetida à cirurgia pela
suspeita de abdome agudo inflamatório. O achado cirúrgico foi
adenite mesentérica, com apêndice normal, sem líquido na
cavidade abdominal. Evoluiu na Enfermaria com melhora da
dor abdominal, mas manutenção da febre. No terceiro dia de
internação foi observado crescimento de diplococos Gram
negativos em hemocultura, cujo resultado final demonstrou
Neisseria meningitidis. A criança não apresentava sinais meníngeos, e o resultado do líquor foi normal. Recebeu Penicilina
cristalina por 7 dias, com boa evolução. Foi realizada quimioprofilaxia com Rifampicina para os seus familiares. Discussão:
A doença meningocócica tem uma grande diversidade de apresentações clínicas, sendo os diagnósticos mais freqüentes os de
meningite, com ou sem meningococcemia. No entanto várias
apresentações são relatadas na literatura. Esta criança apresentava dor abdominal aguda, com achado cirúrgico de adenite
mesentérica. Não foi evidenciada presença da bactéria em
líquido de cavidade abdominal. Os autores enfatizam a possibilidade da doença meningocócica no diagnóstico diferencial
de crianças com dor abdominal aguda, e neste sentido a
importância da coleta de hemocultura, que pode evidenciar o
diagnóstico etiológico da doença, e permitir medidas terapêuticas e de controle epidemiológico.
Código Trabalho: 444
Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A
EFICÁCIA APÓS UM ANO DE DOSE ÚNICA DE
DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM
ALBENDAZOL NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES INFECTADOS POR WUCHERERIA BANCROFTI
EM RECIFE - BRASIL.
Autores: JOSE ANGELO RIZZO;CECILIA BELO;RENATO
LINS;DREYER GERUSA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Em áreas endêmicas para filariose, exceto a
África subsaariana, a estratégia recomendada pela OMS para
interromper a transmissão da infecção é o tratamento em dose
única com Dietilcarbamazina (DEC), 6mg/kg, co-administrada
com Albendazol (ALB), 400mg, em massa, por 4 a 6 anos, o
tempo mínimo estimado de vida reprodutiva do verme adulto.
Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois
grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (W.
bancrofti) (9 a 19 anos de idade), comparando o efeito de dose
única de DEC isolada (6mg/kg) ou combinada com ALB
(400mg) um ano após tratamento na prevalência e densidade da
microfilaremia em 5ml de sangue colhido à noite, na área
endêmica do Grande Recife - Brasil. Resultados: Após o tratamento persistiram microfilarêmicos 16/41 pacientes (39% CI95% 24%-54%) no grupo tratado com DEC e 20/41 (49% IC95% 34%- 64%) no grupo tratado com a combinação (RR
0,8 - IC95% 0,49 - 1,31). As taxas de microfilaremia foram 2%
e 1,9% daquelas pré-tratamento (p > 0,05). Conclusões:
Adicionar ALB à DEC em dose única para o tratamento de
crianças e adolescentes microfilarêmicos não mostrou nenhum
benefício em reduzir a prevalência e densidade da microfilaremia após um ano.
Código Trabalho: 456
Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A
TOLERÂNCIA DE DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA
ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL NO
TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES INFECTADOS
POR WUCHERERIA BANCROFTI EM RECIFE - BRASIL.
Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;CECÍLIA BELO;RENATO
LINS;GERUSA DREYER
Instituição: Hospital das Clínicas- UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução : A OMS tem recomendado avaliações mais detalhadas sobre a tolerabilidade de crianças e adolescentes infectados pela Wuchereria bancrofti aos tratamentos de massa
propostos. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, em dois grupos paralelos de
indivíduos microfilarêmicos (9 a 19 anos de idade) que
descreve e analisa a tolerabilidade durante sete dias após o
tratamento com dose única de Dietilcarbamazina (DEC),
6mg/kg, (n = 43) ou em associação a Albendazol (ALB),
400mg (n = 40). Resultados: Apresentaram algum evento
adverso (EA) sistêmico 81% dos indivíduos, quase todos
durante os primeiros quatro dias; 85% considerados leves.
Apenas um paciente teve EA intenso (tosse), que cedeu espontaneamente no 4º dia de observação. Os mais comuns em cada
grupo (DEC e DEC + ALB, respectivamente) foram sonolência
(37% e 37%), cefaléia (30% e 40%), febre (28% e 22%) e tosse
(32% e 25%); os menos comuns o desconforto gástrico (14% e
10%), redução > 10% no VEF1 (16% e 7%) e mialgias (7% e
12%). Dois pacientes queixaram-se de dispnéia leve, um com
alteração no VEF1. EAs localizados ocorreram em três
pacientes com formação de nódulo e desconforto escrotal. Não
houve diferenças entre os grupos de tratamento quanto à
freqüência e intensidade dos EAs, nem influência da dose total
de DEC. Os níveis de microfilaremia basal influíram na
freqüência dos eventos no grupo tratado com DEC apenas, mas
não na sua intensidade. Em nenhum paciente o internamento
foi prolongado além do previsto e apenas alguns necessitaram
administração sintomática de dipirona. Conclusões: a maioria
dos EAs foram de leve intensidade, apesar de muito freqüentes,
sem diferenças entre os esquemas de tratamento. Não houve
diferença na freqüência e intensidade de EAs entre asmáticos e
não asmáticos.
Código Trabalho: 274
Título: EPISÓDIO HIPOTÔNICO-HIPORRESPONSIVO COMO
EVENTO ADVERSO À VACINA DTP/HIB UTILIZADA NO
PROGRAMA NCIONAL DE IMUNIZAÇÕES
Autores: REINALDO MENEZES MARTINS;TATIANA GUIMARÃES
NORONHA;LUIZ ANTÔNIO BASTOS CAMACHO;MARIA DE
LOURDE SOUZA MAIA;MARIA CRISTINA FERREIRA
LEMOS;AKIRA HOMMA
Instituição: Fundação Oswaldo Cruz
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A vacina DTP/Hib é uma das mais
reatogênicas,com eventos adversos locais e sistêmicos. Entre
os últimos, destaca-se o Episódio hipotônico-hiporresponsivo
(EHH), pelo possível prejuízo da adesão às ações de vacinaçao.
Objetivos: Descrever quadro clínico de EHH no estudo de
vigilância ativa de eventos adversos à vacina DTP/Hib
(VIGAT).Comparar a definição de EHH adotada no VIGAT
com a literatura (Braun, Brighton e Vermeer). Métodos:
VIGAT-prospectivo,não controlado,município Rio de
Janeiro,16 Centros de Saúde,2004/5.Incluídos 21.064
lactentes;responsáveis entrevistados no dia da vacinação e 3 a
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S101
Infectologia
5 dias após,quando perguntas de triagem identificavam potenciais casos de EHH.Esses eram avaliados por médicos e enfermeiros,que corroboravam ou não o diagnóstico.Mantida a
suspeita de EHH,havia reavaliação por supervisora médica que
levava à discussão com 2 comitês. Em todos os estágios de
avaliação a definição de caso (adaptada de Braun et al, 1998)
foi:"início súbito de hipotonia, hiporresponsividade,cianose ou
palidez nas primeiras 48 horas pós-vacinação".Critérios de
exclusão:causa conhecida para a sintomatologi,evidência de
anafilaxia, sono normal e cor da pele normal.Todos os casos
foram categorizados em confirmado (todos os critérios de
inclusão e nenhum de exclusão), suspeito (todos os critérios de
inclusão,mas não se pode afastar outra causa),indeterminado
(qualidade da informação não permite confirmá-lo).Após o
início do VIGAT foi publicada por "The Brighton
Collaboration HEE Working Group", 2004, uma nova definição
de caso de EHH.Essa definição foi considerada por
Vermeer,2006,de
alta
sensibilidade,mas
baixa
especificidade,levando à sua revisão,em curso pelo CIOMS
Vaccine Working Group. Avaliaremos o desempenho da
definição de EHH empregada pelo VIGAT,comparando-a com
as demais. Resultados: As entrevistadoras encaminharam 323
casos potenciais de EHH aos coordenadores locais que diagnosticaram 13 EHH confirmados, 9 suspeitos e 3 indeterminados.Após revisão por Comitê de Revisão de Diagnósticos e
Comitê de Monitoramento Externo,foram dados os diagnósticos finais:12 EHH confirmados,2 suspeitos e 3 indeterminados.Considerando confirmados e suspeitos, a freqüência de
EHH foi de 1/1505 vacinados. Tempo de início de 30 minutos a
24 horas,mediana de 2 horas,e duração de 10 minutos a 4
horas,mediana de 45 minutos.A combinação das respostas positivas às perguntas de triagem,feitas por auxiliares de enfermagem,selecionou 11 dos 12 casos confirmados de EHH, os 2
suspeitos e 2 dos 3 casos indeterminados.A definição de caso
do VIGAT,aplicada por médicos e enfermeiros treinados,teve
bom desempenho em relação às existentes na literatura.Houve
dificuldade no diagnóstico diferencial do EHH com os sinais
causados pela febre alta e pelo reflexo vaso-vagal. Conclusões:
A vacina DTP/Hib da rotina é adequada,com freqüência de
EHH esperada na literatura de vacina DTP.É necessário treinar
o pessoal da rede básica de saúde para reconhecimento do
EHH, com atenção à sua benignida e prevenção de iatrogenia.
Código Trabalho: 18
Título: ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS CASOS DE
ESQUISTOSSOMOSE PULMONAR AGUDA
Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE
SILVANY;THIARI PARANHOS;ANANÍLIA MAIA;CIBELE
FERREIRA;RAFAELLA CORDIER
Instituição: Hospital da Criança
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: Na gênese das lesões causadas pela esquistossomose mansônica, o papel primordial cabe aos ovos do parasito,
representando uma carga antigênica significativa e causando
importante reação granulomatosa, mais comumente descrita no
fígado e raramente no pulmão, sendo a pneumonia eosinofílica
simples a apresentação mais comum na forma aguda (Síndrome
de Löefller). Objetivos e Métodos: Estudo descritivo comparativo de dois casos de esquistossomose aguda hepatointestinal
com manifestação pulmonar nodulares de expressões tomográficas diferentes. Relato dos casos: Pacientes de 7 e 13 anos de
idade, procedentes da zona rural/BA, residindo sem saneamento básico, usando água de rio para banho. Em ambos, a
queixa principal era de diarréia com sangue vivo nas fezes,
inapetência, palidez, perda de peso e tosse seca persistente. Nos
antecedentes do primeiro caso, destacavam-se três irmãos com
S. mansoni. No exame físico, a ausculta pulmonar revelava
raros roncos, abdômen globoso à custa de hepatoesplenomegalia moderada. O hemograma com leucocitose devido a eosinofilia, variando de 72 % a 83%.No exame de fezes presença
de S.Mansoni.A biópsia de Intestino realizado no primeiro
caso, mostrava múltiplos granulomas em corión com ovos
viáveis de S. mansoni, no estudo por imagem do tórax, infiltrado grosseiro pulmonar bilateral.A tomografia computadorizada (TC)do primeiro caso, demonstrava extensa reação
granulomatosa, com nódulos grosseiros disseminados em
ambos os pulmões, diferente da TC do segundo caso,onde
revelava pequenos nódulos dispersos de localização predomi-
nante periférica de aspecto inespecífico,compatível com a
Síndrome de Löefller. A evolução do primeiro paciente foi
arrastada ,necessitando uso de mais de dois esquemas terapêuticos, com oxaminiquine e duas com praziquantel, já no
segundo paciente a resposta foi mais pronta. Em ambos houve
redução da hepatimetria,com a função hepática sempre preservada. O controle tomográfico em ambos foi normal. Resultados
e Comentários: A repercussão pulmonar da esquistossomose já
é bastante conhecida, porém a alteração tomográfica com a
exarcebação encontrada no primeiro caso, tem sido descrita
mais raramente.A resposta terapêutica mais lenta nesse
paciente pode ser justificada pela intensidade da carga
antigênica. Conclusões: Esse relato vem chamar a atenção para
a ocorrência da forma pulmonar de distintas expressões ocorrendo na forma aguda ou subaguda da esquistossomose, cuja
alteração pulmonar detectada pela TC, pode apresentar dificuldades de interpretação sem que haja uma boa correlação
clinica.
Código Trabalho: 213
Título: ESTUDO DE 148 CASOS SOROGRUPADOS DE DOENÇA
MENINGOCÓCICA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA.
Autores: ELIANE GUIMARÃES FORTUNA;MARIA EULÁLIA DE
MOURA CÔRTE REAL;MARIA FERNADA MENDES DE ALBUQ
SILVA;RENATA FERREIRA CALIXT DOS SANTOS
Instituição: Hospital Correia Picanço / Secretaria Estadual
de
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Doença Meningocócica (DM)representa 10 a
40% das meningites bacterianas e a vigilância epidemiológica,apoiada no diagnóstico laboratorial,é essencial no controle da transmissão,na detecção precoce de surtos e na análise
do perfil de cepas circulantes. Objetivos: Comparar
prevalência e letalidade da DM sorogrupada (sg),com o intuito
de subsidiar ações de controle da doença. Métodos: Estudo
retrospectivo, descritivo,das DM sg pelo LACEN ,de 0 a 19
anos,com início dos sintomas de 01/01/2003 a 31/12/2005,com
dados dos prontuários. Dividida a amostra por sg, segundo
sexo,idade, forma clínica, evolução, início dos sintomas e
município de residência. Resultados: Foram notificados 916
meningites bacterianas com 32,9% de DM (302 casos) e dentre
estes,49% sg(148),sendo 74,3% do sgB e 25,7% do C. Nos 2sg
houve uma discreta prevalência do sexo masculino (M), 54,5%
no B e 55,3% no C.A idade mais incidente foi de 0-4A ,no total
(38,5%),por sexo, feminino (F)61,2% e M 34,6%, e por sg (B
44% e C 34%).A taxa de letalidade (TL) total foi 9,3%,no sgB
10,9% e no C 5,3%,sendo maior no sexo F(14,9%), principalmente nas do sgB (20%). Nos do sexo M a TL foi > no sgC
(9,5%)do que no sgB (3,3%). No sg B,o sexo F <1A e o M de
15-19A tiveram a >TL(30% e 20% respectivamente);no sgC, o
sexo M de 15-19A também tiveram a >TL 50%. A meningite
meningocócica com meningococcemia (MMcM)foi mais
frequente no sgB, >50% no total e por sexo; no sgC, foi a
meningite meningocócica(MM), com 50% dos casos no total,
60% do sexo M e 42,8% do F.A meningococcemia(M) teve a
>TL, no total(42,8%) e nos 2 sg, B 33,3% e C 50%.Curaram
85,5% do sgB e 92,1% do C; 3,6% do sgB e 2,6% do C foram
transferidos.52,7% do sgB foram atendidos entre 12-24h do
início dos sintomas e destes 82,7% curaram, 15,5% foram a
óbito e 1,7%transferidos. 50% do sgC foram atendidos com 1224h de sintomas,havendo 89,5% de cura e 5,3% de óbito e
transferência (1 caso para cada). 75% dos óbitos do sgB,
ocorreu com 12-24h de sintomas, não havendo óbito entre os
atendidos nas primeiras 12h; no sgC ocorreu 1 óbito nos
grupos:< 12h e de 12-24h de sintomas(50% para cada). Os
municípios mais ocorrentes de sgB foram: Recife (24,5%),
Jaboatão (7,3%) e Paulista (5,5%) e de sgC: Olinda (13,2%),
Jaboatão (10,5%) e 7,9% para Recife, Caruaru e Joaquim
Nabuco. Dos 12 óbitos do sgB, ocorreu 1 em municípios
aleatoriamente e dos 2 óbitos do sgC, 1 foi em Jaboatão e 1 em
Joaquim Nabuco. Conclusões: 1- DM foi mais freqüente nos <
4 anos no total, por sexo e por sg. 2- DM foi sorogrupada em
quase 50% com 25% de sgC,razão sgB/sgC de 2,9:1,seguindo
tendência nacional.3- Ocorreu discreto predomínio no sexo
masculino ,porém com maior letalidade no feminino. 4- O sgB
apresentou pior evolução clínica.5- A MMcM foi mais
freqüente no sgB e a MM no sgC.6- Não ocorreu óbito no sgB
entre os atendidos com <12h de sintomas.7-A alta letalidade,
Infectologia
principalmente na meningococcemia, é concordante com a
literatura e reflete a gravidade desta patologia
Código Trabalho: 374
Título: ETIOLOGIA DAS ADENOMEGALIAS NA INFÂNCIA:
ANÁLISE DE 137 CASOS DO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS
INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS - INSTITUTO DE PUERICULTURA
E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA-UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO
Autores: MARIA CLÁUDIA CHICARINO;DENISE COTRIM DA
CUNHA;PATRÍCIA GUTTMANN PETERSEN;THALITA FERNANDES
ABREU;SUSIE ANDRIES NOGUEIRA
Instituição: IPPMG/UFRJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: Adenomegalias são manifestações comuns na
infância, sendo importante esclarecer sua etiologia, principalmente porque podem ser sinais precoces de doenças graves.
Objetivos: Descrever etiologia, aspectos clínicos, laboratoriais, epidemiológicos e evolutivos de pacientes pediátricos
com adenomegalia. Métodos: Estudo observacional,
descritivo, prospectivo, tipo série de casos realizado no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do IPPMG (UFRJ),
incluindo avaliação clínica, exames laboratoriais (hemograma,
VHS; sorologias para toxoplasmose, CMV, EBV, HIV); radiografia de tórax; ultra-sonografia e biópsia ganglionar quando
indicadas. Resultados: 137 crianças com idade média de 4
anos e 8 meses foram incluídas. Principais achados clínicos
associados: febre (64,96%), dor local (37,23%), tosse
(24,09%), anorexia (23,36%), odinofagia (22,63%), flogose
(21,9%), hepatomegalia (21,17%), esplenomegalia (13,14%),
hiperemia e/ou exsudato de orofaringe (10,22%). Uso prévio
de antibióticos foi referido por 54,74% dos pacientes. Gânglios
cervicais foram os mais acometidos (92,70%), seguidos de
inguinais (33,57%), submandibulares (32,84%), axilares
(29,92%) e mentonianos (1,45%). Principais achados laboratoriais: linfocitose > 50% em 24,4% dos pacientes, atipia linfocitária em 15,75%, VHS > 70mm em 12,5% e leucocitose >
20.000 cel/mm3 em 4,72%. Em 43,8% dos pacientes houve
indefinição da etiologia, porém tiveram evolução satisfatória.
Etiologia infecciosa ocorreu em 50,36%, sendo adenite
piogênica mais freqüente (50,72%), seguida de toxoplasmose
(21,73%), infecção por EBV (10,14%), tuberculose (5,79%),
citomegalovirose (2,89%), esporotricose (2,89%), aids
(1,44%), doença da arranhadura do gato (1,44%), hepatite não
A, não B, não C (1,44%) e reação pós-BCG (1,44%). Etiologia
não infecciosa foi observada em 5,84% dos pacientes, destes a
maioria foi neoplasia, seguida de cisto tireoglosso e reação
medicamentosa. Conclusões: A etiologia mais freqüente foram
as infecções, sendo a adenite piogênica a mais comum. Nos
pacientes em que não foi possível determinar a etiologia a
evolução benigna, autolimitada sugeriu natureza viral ou
reacional. Neoplasia foi uma causa rara.
Código Trabalho: 427
Título: ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS VIRAIS EM
CRIANÇAS INTERNADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA
Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA
CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN
FAPESP IAL
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório
(VSR) continua sendo um dos mais importantes problemas de
saúde na infância (1), causando doença do trato respiratório em
pacientes de todas as idades, sendo a causa mais importante de
bronquiolite e pneumonia em lactentes e crianças pequenas (2).
Objetivos: avaliação clínica e epidemiológica das crianças
internadas do Departamento de Pediatria e Puericultura da
Santa Casa de São Paulo com quadro de bronquiolite viral
aguda. Métodos: Foram incluídas neste trabalho crianças
menores que 5 anos de idade, com quadro de infecção respiratória aguda, que necessitaram de internação no Departamento
de Pediatria, entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2006. Após a
seleção do caso, o responsável pelo paciente preencheu e
assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi
colhida secreção de rinofaringe do paciente e encaminhada em
gelo ao laboratório sendo realizado Imunofluorescência
Indireta (IFI). Resultados: Foram colhidas 191 amostras,
sendo 49(25,6%) positivas para Vírus Sincicial Respiratório
(VRS), 5 (2,62%) positivas para Influenza A, 11(5,7%) positivas para Parainfluenza 3, 2(1%) positivas para Adenovírus,
123 (64,4%) negativas e 1(0,52%) inconclusiva. Quanto à
idade dos casos positivos, a maior incidência de VRS ocorreu
na faixa etária de 0 a 6 meses (31 casos, 59,18%), de Influenza
A entre 1 e 2 anos de idade (2 casos, 41%), de Parainfluenza 3
entre 0 e 6 meses (5 casos, 45,4%) e de Adenovírus entre 6 e 12
meses (2 casos, 100%). A maior positividade de VSR ocorreu
nos meses de maio e junho. Os casos de Influenza A
distribuíram-se ao longo do ano (1 caso em cada mês de abril,
maio, junho, agosto e dezembro). Já para o Parainfluenza 3
houve uma distribuição de casos nos meses de março, abril e
junho (2 casos em cada mês) e um pico em dezembro (3 casos).
Os dois casos de Adenovírus ocorrem nos meses de junho e
setembro. De todos os casos incluídos no trabalho, tivemos 5
óbitos, sendo 2 casos com amostras positivas para VSR (1 caso
de criança institucionalizada sem história mórbida pregressa
conhecida e 1 caso de criança com cardiopatia congênita), 2
casos com IFI negativas (sendo 1 criança com neuropatia e
outra com antecedente de asma que evolui a choque séptico) e
1 óbito em criança com infecção por Influenza A (portadora de
Doença de Nieman-Pick). Conclusões: Os vírus respiratórios
são responsáveis por grande número de internações, levando a
quadros com severidade variável. O VSR foi o agente viral
mais freqüentemente encontrado nessa amostra estudada, com
incidência em faixa etária e época do ano coincidente com a
literatura.
Código Trabalho: 463
Título: EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DA MICROFILAREMIA (W.
BANCROFTI) EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRATADOS COM
DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM
ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL, DURANTE UM ANO APÓS O
TRATAMENTO
Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;BELO CECILIA;JOSÉ NATAL
FIGUEIROA;RENATO LINS;GERUSA DREYER
Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução : Em áreas endêmicas para filariose, a OMS
recomenda, para interromper a transmissão da infecção, o tratamento com dose única com Dietilcarbamazina (DEC) associada
a Albendazol (ALB) em massa, por 4 a 6 anos. Objetivos:
descrever o comportamento da microfilaremia em crianças e
adolescentes infectados pela W. bancrofti incluídos em um
protocolo de avaliação de eficácia de tratamento, comparando
seu comportamento ao longo de um ano (5 avaliações) em
pacientes com diferentes níveis de microfilaremia basal.
Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois
grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (9 a 19
anos de idade) tratados com dose única isolada de DEC
(6mg/kg) ou combinada com ALB (400mg), na área endêmica
do Grande Recife - Brasil. Resultados: A microfilaremia caiu
abruptamente na primeira avaliação, 15 horas após a
medicação, e depois, de forma mais lenta até 270 dias após o
tratamento, estabilizando-se aos 360 dias, sem diferenças entre
os dois grupos. A prevalência caiu significativamente a partir
dos 180 dias até os 360 dias, de forma semelhante entre os
tratamentos. Diferenças de comportamento nestes dois
parâmetros foram observadas ao comparar os pacientes com
diferentes níveis basais de microfilaremia, independentemente
do esquema de tratamento. Aos 360 dias 85% dos pacientes
com microfilaremia basal menor que 100 microfilárias/ml
(mf/ml) estavam amicrofilarêmicos, enquanto que isto foi
observado em 56% daqueles com níveis entre 101 e 1 000
mf/ml e apenas 7% daqueles com mais de 1 000 mf/ml (p<
0,001). Conclusões : a resposta ao tratamento depende dos
níveis basais de microfilaremia, o que deve ser considerado no
planejamento das campanhas regionais de tratamento em massa
e ao comparar sua eficácia em indivíduos infectados pela W.
bancrofti.
Infectologia
Código Trabalho: 109
Título: EXAME OFTALMOLÓGICO EM CRIANÇAS COM TOSSE
PAROXÍSTICA E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE COQUELUCHE
Autores: ROBERTA VENTURA URBANO;BRUNA VIEIRA
OLIVEIRA VENTURA;CARLOS TEIXEIRA BRANDT;PAULO
BAPTISTA;GRAZIELA CATUNDA LUNA;SANDRA DIAS
Instituição: Fundacao Altino Ventura
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Hemorragias retinianas em crianças podem ser
conseqüência de excessiva pressão intraluminal. Os olhos e o
nariz têm seus suprimentos sanguíneos derivados de artérias e
veias intracranianas. Episódios de tosse paroxística aumentam
a pressão na cavidade tóraco-abdominal, elevando a pressão
intravenosa e capilar cerebral, podendo resultar tanto em
hemorragias cerebrais, como retinianas e nasais. Objetivos: foi
identificar alterações oftalmológicas em crianças internadas no
Hospital Universitário Oswaldo Cruz com tosse paroxística e
hipótese diagnóstica de coqueluche. Métodos: Foram avaliados
14 pacientes, sendo sete do sexo masculino e sete do feminino,
com idades entre 18 dias e 107 meses. Foram realizados: avaliação da motilidade ocular,inspeção do segmento anterior e
fundoscopia sob midríase. Resultados: Observou-se uma
freqüência de 14,3% de hemorragia subconjuntival, não tendo
sido observado microhemorragias, ou outras alterações oftalmológicas. Discussão:Esta freqüência situa-se na média da
literatura. A prevalência da infecção por B.Pertussis na infância
vem aumentando nos últimos anos. Conclusões: Pouco se sabe
das suas manifestações oculares agudas, bem como das
seqüelas da coqueluche, em longo prazo, sendo importante
inclui-la no diagnóstico diferencial, nos casos de hemorragia
subconjuntival.
Código Trabalho: 624
Título: FALHAS NO PRÉ-NATAL QUE CULMINARAM NA
TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS
Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;MARIA
VASCONCELOS ALENCAR;LUIS HENRIQUE DE ALMEIDA
GONZAGA;VÓLGANO PULCHERI
Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A sífilis é causa de grande morbidade fetal e
durante a gestação. É uma das principais causas de óbitos
neonatais e de complicações nos nascidos vivos. Em 2002,
cerca de 4,78% dos óbitos fetais, perinatais e neonatais foram
pôr sífilis. Pôr se tratar de um agravo evitável, o período prénatal é o momento primordial para promoção de ações informativas, de diagnóstico e de tratamento, com o intuito de
prevenir a sífilis congênita. Objetivos: Identificar as falhas do
pré-natal que culminaram na transmissão vertical da sífilis,
analisando a faixa etária da mãe e o número de gestações anteriores. Métodos: Foram analisadas 39 fichas de notificação
para sífilis congênita que correspondiam a todos os casos de
sífilis congênita entre janeiro de 2004 e junho de 2005, da
maternidade do HMMC. Foi elaborado um questionário para
coleta de informações sobre o pré-natal das mães. Foram
colhidas informações sobre: a realização de pré-natal, realização de VDRL no 1º e no 3º trimestre, informações sobre
tratamento, idade e gestações anteriores. A análise estatística
foi realizada através do programa EPI-INFO. Resultados: Do
total de prontuários avaliados, 25 gestantes (64,1%) fizeram
pré-natal. Dezessete gestantes (68%) realizaram o VDRL no 1º
trimestre e 4 (16%) foram positivos; três destas gestantes repetiram o VDRL no 3º trimestre. Dentre todas as gestantes que
fizeram pré-natal, 15 (60%) não fizeram VDRL no 3º trimestre.
Em relação ao tratamento, em 18 gestantes (72%) não foi feito
e somente em 5 (20%), foi feito adequadamente. Todos os
parceiros de gestantes com VDRL positivo não foram tratados.
As mães entre 20 e 25 anos, assim como as primíparas eram as
que mais realizavam pré-natal. Conclusões: Observamos que
ainda há um alto índice de mulheres que não fazem pré-natal.
Dentre as que realizam, observou-se um número significante de
mulheres que não fizeram o VDRL no 1º trimestre. Isto aponta
para uma falha no pré-natal, quer seja pela falta de esclarecimento, ou pela dificuldade de acesso a postos de coleta, ou pela
morosidade na liberação de resultados, ou mesmo por deficiência do pré-natal. Com relação ao tratamento, observamos
que alguns profissionais de saúde ainda não sabem tratar sífilis.
S104
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 627
Título: FASCIÍTE NECROZANTE PÓS VACINA DTPA - RELATO DE
CASO
Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;DANIELE
PESTANA;BIANCA DRAY
Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A vacinação é uma das mais poderosas ferramentas disponíveis na batalha contra agentes infecciosos. A
vacina ideal deve ter as seguintes características: sem efeitos
colaterais, fácil administração, alta imunogenicidade e longa
proteção. A DTP é uma vacina preparada com patógenos inativados, que confere proteção à difteria, ao tétano e à coqueluche
e é normalmente aplicada em crianças com 2, 4, 6, 15 meses e
entre 4 a 6 anos. A vacina utilizada no Brasil é a DTP acelular
(DTPa) que esta associada com uma menor porcentagem e
severidade de efeitos colaterais, quando comparada com à
celular. Objetivos: Descrever um caso de fasciíte necrozante
após vacinação com DTPa. Métodos: É relatado o caso de um
lactente de dois meses de idade que 12 horas após a aplicação
da vacina DTPa evoluiu com infecção local e sepse.
Resultados: LMAP, 2 meses, fem., branca, natural do RJ, residente da Favela da Rocinha (RJ) deu entrada no HMMC, 12h
pós-vacinação com DTPa, apresentando flogose intensa no
local da vacina, irritabilidade, gemência e febre. No exame,
lactente estava, taquicárdica, taquipneica, perfusão capilar
lentificada, apresentava coxa esquerda com intensa flogose
com área de equimose e hiperemia em andar inferior de
abdome e genitália. Foram colhidos exames e iniciado penicilina cristalina + clindamicina. Hemograma de entrada com
12.100 leucócitos ainda sem desvio, porém 24h depois, apresentava 45.100 leucócitos com desvio para esquerda, queda
importante do hematócrito e instabilidade clínica; a lesão se
estendeu para outra coxa (direita), onde surgiu outra lesão
equimótica, e a hiperemia alcançou a linha umbilical. Foi
iniciada dobutamina e administrado um concentrado de hemácias. Após 48h apresentou estabilização do quadro e evoluiu
com melhora progressiva até a alta hospitalar, 14 dias após a
internação. As culturas foram negativas. Conclusões: O
advento da vacinação traz benefícios inquestionáveis que
perduram pela vida do indivíduo. Em alguns casos estes benefícios de longo prazo, são confrontados com os efeitos
adversos, que ocorrem subitamente. No caso em questão, houve
uma complicação infecciosa, com desfecho grave conduzindo
o lactente a um quadro séptico. As reações adversas a vacina
DTPa, em virtude do sal de alumínio presente em sua formulação, têm sido descritas, contudo poucas vezes foi observado
reações de caráter infeccioso.
Código Trabalho: 289
Título: FREQÜÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS
RESISTENTE A METICILINA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE
ENSINO EM SALVADOR, BAHIA
Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;TICIANA
GOYANNA LYRA;NORANEY NUNES ALVES;RENILZA MENEZES
CALDAS;MARIA GORETH BARBERINO
Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A freqüência de infecções causadas por
Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) tem
crescido em diferentes países. Objetivos: descrever entre as
infecções estafilocócicas a freqüência daquelas atribuídas ao
MRSA no hospital universitário da UFBA (C-HUPES).
Métodos: Foram revistos todos os resultados de culturas realizadas entre abril/95 e dezembro/2005, nos dois laboratórios
de bacteriologia do C-HUPES. Foram identificadas as culturas
em que foi isolado S. aureus em pacientes com idade < 20 anos,
tendo sido consultados os respectivos prontuários. Foram coletados dados clínicos e bacteriológicos. Resultados: Foram
encontradas 308 cepas de 285 pacientes que apresentaram 294
episódios distintos de infecção estafilocócica; entre estes episódios, o isolamento ocorreu em liquido estéril em 57,5% (sangue
80,5%, abscesso profundo, urina e pioartrite 4,1% cada, líquido
pleural 3,6%, peça cirúrgica profunda 1,8%, líquido ascítico
1,2% e líquido pericárdico 0,6%) e em líquido não estéril em
42,5% (lesão cutânea 46,4%, abscesso superficial 16,0%,
cateter e naso/orofaringe 14,4% cada, secreção ocular 4,0%,
Infectologia
fístula e ferida cirúrgica 2,4% cada). A freqüência de MRSA foi
de 12,5% e 12,8% em líquido estéril ou não, respectivamente.
Dos 88 pacientes com infecção estafilocócica avaliados até o
momento, os diagnósticos clínicos mais freqüentes foram pneumonia (24,9%), abscesso (19,3%), piodermite (13,7%), celulite
(8,0%), artrite séptica (6,8%), linfadenite bacteriana (4,5%),
osteomielite e sepse (3,4% cada). As infecções foram classificadas em comunitárias (75,3%), hospitalares (18,8%) ou colonização (5,9%). Resistência foi detectada a penicilina (97%),
eritromicina (39,3%), sulfametoxazol-trimetoprim (27,3%),
clindamicina (18,9%), gentamicina (13,4%), amicacina
(12,3%), ciprofloxacina (6,8%), rifampicina (1,3%). Todas as
cepas foram susceptíveis a vancomicina ou teicoplanina. Os
dois pacientes que morreram tinham infecção por S. aureus
sensível a meticilina; cada um tinha uma doença de base grave
(desnutrição ou fibrose cística). Conclusões: Neste estudo,
MRSA foi incomum e pneumonia, piodermite e infecções
musculoesqueléticas foram as infecções estafilocócicas mais
freqüentes.
Código Trabalho: 895
Título: HANSENÍASE NA INFÂNCIA: PERFIL CLÍNICOEPIDEMIOLÓGICO DOS MENORES ATENDIDOS EM PROGRAMA
DE CONTROLE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.
Autores: NORMA CAROLINE FURTADO MONTENEGRO;LUIZ
VICTOR MAIA LOUREIRO;TATHIANE DA SILVA
OLIVEIRA;CYNTHIA MARIA SARMENTO;RAQUEL PATRIOTA COTA
BASTOS;MARIA LOURDES FONSECA VIEIRA
Instituição: Dpt de Dermatologia - Faculdade de Medicina UFAL
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A magnitude da hanseníase e a intensidade da
exposição ao Mycobacterium leprae é medida pelo coeficiente
de detecção da doença em menores de 15 anos. Tal enfermidade
é relevante no estado de Alagoas porque o coeficiente de
detecção apresenta tendência ascendente na faixa etária citada.
Objetivos: Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos menores
de 15 anos atendidos em um programa de controle de
hanseníase. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo onde
foram coletadas, a partir dos prontuários dos pacientes atendidos no mencionado programa, as seguintes variáveis: idade,
sexo, procedência, classificação operacional (paucibacilar/
multibacilar), grau de incapacidade, proporção de contactantes
examinados e média de comunicantes, realização de baciloscopia, histopatológico e/ou biópsia e tratamento instituído.
Resultados: Foram identificados um total de 30 pacientes entre
5-14 anos (média de 11,26 ± 2,81) no período de 1990 a 2005,
sendo 18 do sexo masculino e a maior parte (73,3%) procedente da capital do Estado. Em se tratando da classificação
operacional, a paucibacilar foi a mais prevalente (66,6%),
sendo a forma tuberculóide a mais econtrada (43,3%). Dentre
os pacientes que apresentavam o número de comunicantes no
prontuário, a média de contactantes foi 5,93 ± 4,53; no entanto
a média de comunicantes examinados foi 3,20 ± 1,82. Dois
pacientes apresentaram grau de incapacidade 1 ,e apenas 1 grau
de incapacidade 2 . Exceto 7 pacientes (23,3%) não realizaram
histopatológico das lesões. O tratamento instituído para todo
grupo foi a poliquimioterapia padrão OMS (PQT/OMS) mas,
naqueles que apresentaram reação hansênica tipo 1 (6,66%) foi
associado o corticóide prednisona e nos que desenvolveram a
reação de tipo 2 (3,33%) utilizou-se talidomida. Conclusões:
Conhecendo o passado da hanseníase em nosso Estado, e diante
das condições sócio-econômicas precárias em que estamos
inseridos, os dados epidemiológicos tornam-se preocupantes,
principalmente em relação à criança. O número de pacientes
menores de 15 anos detectados pelo PCH/UFAL nos anos estudados mostra a importância do Programa na detecção e
combate à hanseníase em Alagoas. Urge, entretanto, que
medidas básicas para a promoção de saúde e a busca de um
efetivo controle da doença sejam realizadas pela rede de atendimento básico que contêm programas de hanseníase implantados, com atenção especial a vigilância ativa dos contatos de
casos novos, a fim de que possamos vislumbrar o controle da
endemia hansênica em nosso Estado.
Código Trabalho: 697
Título: HEPATITE POR CITOMEGALOVÍRUS - RELATO DE CASO
Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;CESAR
PASSAMANI;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;ANA LÚCIA N.
DINIZ
Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: A infecção por citomegalvírus é uma das
infecções congênitas mais comuns, sendo geralmente assintomática. É também prevalente no período perinatal, no qual na
maioria das vezes ocorre sem sintomas. Seus sintomas mais
prevalentes são alterações neurológicas e auditivas, tendo como
uma manifestação mais rara a hepatite. Objetivos: Descrever
um caso de hepatite causada pela infecção por citomegalovírus
manifestada no período perinatal. Métodos: Relato de um caso
de hepatite por citomegalovírus ocorrido na enfermaria de pediatria de hospital municipal admitido em junho de 2006.
Relato do Caso: AGSC, 3 meses, admitida em 15/06/06.
Nasceu de parto normal, sem intercorrências, recebeu alta com
a mãe. Era saudável até um mês de vida, quando iniciou com
quadro de icterícia sem outros sintomas. À admissão apresentava aumento de bilirrubina direta (9,4) e sorologia positiva
para CMV (IgG 29 IgM 2,05). Trazia exames externos com
sorologia para CMV IgG 10,1 e IgM 85,1 em 30/05. Mãe e pai
com sorologia para citomegalovírus com IgG positiva em
títulos baixos e IgM negativo. Exames em 17/06 evidenciaram
alteração importante de coagulograma tendo recebido 3 doses
de kanakion venoso com melhora. Evoluiu durante a internação
com piora da colestase e aumento das enzimas hepáticas, sendo
optado por iniciar ganciclovir venoso em 03/07/06.
Ecocardiograma, fundo de olho, audiometria e ultrassom transfontanela normais. Durante o período de uso do ganciclovir não
apresentou melhora clínica ou laboratorial. Em 14/07 (12° dia
de ganciclovir) apresentou piora laboratorial (aumento das
enzimas hepáticas, da bilirrubina e plaquetopenia) e febre,
sendo optado por suspender ganciclovir e iniciar vancomicina
+ cefepime. HC (14/07): Stafilococos aureus. Evoluindo com
melhora das enzimas hepáticas porém mantendo colestase,
redução da hepatomegalia e melhora do estado geral.
Suspensos antibióticos no 14° dia de uso e programado alta
para controle ambulatorial. Conclusões: Trata-se de uma forma
incomum de infecção por citomegalovírus, com acometimento
exclusivamente hepático, sem resposta ao ganciclovir.
Ressaltamos a importância do conhecimento da sorologia
materna como forma de caracterizar a doença como congênita
ou perinatal, o que altera o prognóstico.
Código Trabalho: 1245
Título: HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM VARICELA EM
UMA ENFERMARIA DE INFECTOLOGIA DE 1998 A 2005
Autores: DELMIR RODRIGUES;MARCO ANTONIO ALVES CUNHA
Instituição: Hospital Regional de Taguatinga
Cidade/UF: ÁGUAS CLARAS/DF
Resumo:
Introdução: A varicela é uma doença de grande prevalência,
freqüentemente considerada benigna. Todavia, há crescente
preocupação com casos complicados em crianças sadias.
Conhecer fatores prognósticos para desfechos adversos dos
casos internados é uma necessidade para os pediatras.
Vigilância apropriada pode, então, ser dedicada a casos específicos e condutas diferenciadas podem ser instituídas com base
nessas informações. No Brasil há poucos dados disponíveis
sobre a extensão do problema, o que pode ser melhor analisado
após estudo de crianças hospitalizadas. Objetivos: Descrever a
morbidade da varicela em crianças hospitalizadas, quantificar a
letalidade e verificar associações entre variáveis da amostra.
Métodos: Estudo descritivo, com abordagem analítica
secundária. Levantamento de hospitalizações de crianças com
varicela, em hospital geral, secundário, durante 8 anos (1998 a
2005). Resultados: Incluídas 360 hospitalizações, o que correspondeu a 19,1% das 1882 internações por doenças infecciosas
no período. Houve pouco mais de 45 casos de varicela por ano
de estudo, destacando-se o ano de 1999, com 78 casos (21,7%).
A distribuição por mês de internação revelou um predomínio
de casos em setembro (24,7%) e outubro (17,5%). Houve
ligeiro predomínio pelo sexo masculino (52,2%), e a maioria
de pré-escolares, bem nutridos e com períodos de hospitalização de 1 a 5 dias. O motivo para as internações foram
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S105
Infectologia
infecções secundárias, de pele (51,9%) e pneumonia (16,4%),
na maioria das vezes e ocorreram 6 óbitos. Não houve associações entre desnutrição, idade menor de 1 ano e presença de
infecção secundária, com hospitalização prolongada ou êxito
letal. Conclusões: A varicela não é uma doença benigna,
possuindo alta morbidade em crianças hospitalizadas. Sua letalidade não é desprezível e políticas de prevenção baseadas em
notificação compulsória de casos e vacinação de rotina devem
ser consideradas.
Código Trabalho: 657
Título: IMPACTO DA VACINA ANTI-HEMÓFILOS EM MENINGITES
EM BELÉM - PA
Autores: ELAINE XAVIER PRESTES;LIDIANE DA SILVA
SABATHÊ;VANESSA CORRÊA PANTOJA
Instituição: Hospital Universitário João de Barros Barreto
Cidade/UF: BELÉM/PA
Resumo:
Introdução: meningite bacteriana é infecção temida devida sua
alta taxa de morbimortalidade. Haemophilus influenzae (Hib) é
citado na literatura científica como um dos maiores causadores
de meningite bacteriana em lactentes, em áreas onde a vacina
anti Hib não está disponível. Objetivos: avaliar a dimensão da
redução dos casos de meningite bacteriana em lactentes após
introdução de vacina anti-Hib no calendário vacinal oficial de
Belém PA. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 704
prontuários de crianças de 0 a 12 anos internados no Hospital
Universitário João de Barros Barreto, no período de 01 de
janeiro de 1988 a 31 de dezembro de 2002. Resultados: A faixa
etária mais acometida foi de 4 a 48 meses (52,7%; 6,3% em
menores de 3 meses. Os principais agentes causadores foram
Hib (38,7%), meningococo(39,7%), pneumococo (14,1%)das
bactérias identificadas. No entanto, em 58,9% do total dos
casos (415) não houve identificação do agente etiológico. A
partir de 1999 houve redução progressiva de menigite causada
por Hib, sendo de 27,7% do total de meningites em 1998 para
6% no ano 2002. Conclusões: A introdução da vacina anti
Haemophilus influenzae no calendário vacinal trouxe redução
(89,6%) estatisticamente significante, de meningites causadas
por este agente (p<0,05). Há necessidade de melhora dos
métodos diagnósticos empregados na identificação dos agentes
etiológicos.
Código Trabalho: 414
Título: IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS: DEZ ANOS DE
EXPERIÊNCIA DO IMIP
Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE FREITAS
Instituição: IMIP
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Desde 1995, com a criação do Serviço de
Imunologia Clínica do IMIP, nós diagnosticamos e acompanhamos uma série de casos de imunodeficiências primárias
(IDPs), casos estes oriundos de um grupo maior de pacientes
encaminhados com infecções de repetição. Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever as imunodeficiências primárias
acompanhadas no IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo
transversal através de revisão de dados de notificação de casos
de imunodeficiências primárias no IMIP de 1995 a dezembro
de 2005. As imunodeficiências foram categorizadas de acordo
com o tipo de comprometimento e diagnóstico específico.
Resultados: Em dez anos, nós acumulamos 45 casos de IDPs,
excluindo-se deficiência de IgA assintomática. Entre estes 45
casos, a distribuição absoluta e relativa foi: deficiência de anticorpos 29 (65%), deficiência de anticorpos e celular 13 (29%),
deficiência de fagócitos 2 (4%) e deficiência celular 1 (2%). As
deficiências mais freqüentes foram: síndrome de WiskottAldrich 9 (20%), agamaglobulinemia 8 (17,8%), imunodeficiência comum variável 7 (15,6%), ataxia-telangiectasia 5
(11,1%) e hipogamaglobulinemia transitória 4 (8,8%).
Conclusões: A distribuição de casos segundo o tipo de deficiência foi similar a descrita em outros serviços. Contudo, a
freqüência dos distúrbios em si foi diferente. Em nossa experiência, distúrbios com características clínicas bem evidentes e
que requerem confirmação laboratorial simples foram mais
diagnosticados e foram encaminhados mais rapidamente.As
diferenças encontradas nesta série de casos nos faz lembrar que
pediatras e clínicos precisam considerar o diagnóstico de IDPs
S106
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
mais freqüentemente na sua prática, mesmo na presença de
sintomatologia leve ou com características clínicas menos
evidentes. Para que isto ocorra sugerimos maior divulgação dos
10 sinais de alerta para IDPs entre estudantes e profissionais de
saúde. Acreditamos que somente assim poderemos aumentar a
suspeição diagnóstica e que os indivíduos portadores de IDPs
tenham um diagnóstico mais precoce, manuseio adequado e ,
conseqüente, melhor prognóstico.
Código Trabalho: 750
Título: INCIDÊNCIA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO COMO
ETIOLOGIA DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM CRIANÇAS
COM DOENÇA DE BASE
Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA
CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN
FAPESP GRUPO IAL
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Pau
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: As infecções respiratórias agudas (IRA) são
causas freqüentes de internações em crianças em nosso meio,
sendo os vírus apontados como importantes agentes
etiológicos. Objetivos: Avaliar a incidência de etiologia viral
para IRA em crianças com doença de base. Métodos: Foram
coletadas amostras de secreção de rinofaringe de crianças
menores que anos de idade internadas com quadro de IRA no
Departamento de Pediatria da Santa Casa de São Paulo, no
período de fevereiro de 2005 a janeiro de 2006. As amostras
foram submetidas a Imunofluorescência Indireta (IFI),
pesquisando-se Vírus Sincicial Respiratório (VRS), adenovírus, Influenza A (IFA), Influenza B (IFB), e Parainfluenza
1, 2 e 3 (Para 3). Mediante protocolo foi investigado a ocorrência de doença de base. Resultados: As IFI de 49 crianças
foram positivas para VSR, sendo 2 (4%) em pacientes com
Síndrome de Down, 3 (6,1%) em Prematuros, 5 (10,2%) em
Crianças Sibilantes, 1 (2%) em criança com Hipotireoidismo, 1
(2%) em Cardiopata, 2 (4%) em criança com Síndrome
Nefrótica, 2 (4%) em crianças com Doença do Refluxo Gastro
Esofágico, 3 (6,1%) em crianças institucionalizadas com
antecedente mórbido desconhecido, totalizando uma incidência
de 19 (38,7%) amostras positivas para VSR em crianças com
doença de base e 30 (61,3%) amostras positivas em crianças
sem antecedente mórbido. Para Adenovírus, os 2 casos (100%)
incidiram em crianças sem antecedentes mórbidos. Para IFA,
tivemos 1 (20%) caso positivo em criança sibilante, 1 (20%)
caso positivo em paciente com Síndrome Nefrótica e 1 (20%)
caso positivo em criança com Doença de Nieman-Pick, e 2
casos (40%), em crianças sem antecedentes mórbidos. Nos
casos positivos para Para 3, 1 (9%) foi positivo em criança com
Síndrome de Down, 1 (9%) com Anemia Falciforme, 1 (9%)
com cardiopatia, 1 (9%) em Síndrome Nefrótica e 1(9%) em
criança com asma, sendo 5 casos (45%) positivos em crianças
com antecedentes mórbidos e 6 (54%) em pacientes previamente saudáveis. Conclusões: Pacientes com patlogia de base
corresponderam a 40% dos achados de vírus respiratório.
Levando-se em conta que há potencial de maior gravidade
nestes paciente devemos discutir a utilidade da profilaxia
específica para VSR neste grupo.
Código Trabalho: 139
Título: INTERNAÇÃO PROLONGADA COMO FATOR DE RISCO
PARA A INFECÇÃO HOSPITALAR EM PEDIATRIA
Autores: SUZY SANTANA CAVALCANTE;EDUARDO
MOTA;JULIANA OLIVEIRA;CAROLINA SILVA;DIOGO
SANTANA;EMÍLIA NUNES MELO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: As taxas de infecção hospitalar em Pediatria são,
dramaticamente, influenciadas pela duração da internação.
Internação prolongada resulta em prejuízos à saúde e elevação
dos custos da assistência, freqüentemente relacionados à ocorrência de infecções adquiridas no ambiente hospitalar (IH).
Objetivos Avaliar o tempo decorrido entre a admissão e a ocorrência de IH, bem como descrever a influência de fatores de
risco. Métodos: Estudo prospectivo desenvolvido em hospital
pediátrico, de ensino, de nível terciário, em Salvador, Bahia,
Infectologia
Brasil. Foram utilizados os critérios de definição de IH
adotados no país; método de Kaplan-Meier e modelo de
regressão de Cox foram aplicados para estimar Função de
Sobrevida e Razão de Falha (RF). Resultados: Oitocentos e
oito pacientes até 14 anos foram incluídos: 58,4% (472) do
sexo masculino e 18,2% (147) menores de um ano. O tempo
médio para desenvolvimento de infecção hospitalar foi de 7,5
dias (Desvio Padrão/DP=4,9 dias). Esse tempo foi menor para
crianças com menos de um ano (6,1 dias; DP=3,3 dias)
comparadas às crianças maiores (8,2 dias; DP=5,6 dias), com
diferença estatisticamente significante (t=5,48; p=0,021). O
tempo livre de IH foi menor para as crianças menores de um
ano (RF=3,3; IC95%=2,26-4,76), para aquelas hospitalizadas
por sete dias ou mais (RF=3,0; 2,02-4,37) e para pacientes
submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos
(RF=1,6; 1,10-2,35). Os procedimentos que se apresentaram
mais influentes sobre o risco de IH foram: transfusão de
hemoderivados (RF=2,5; 1,40-4,56) e exames diagnósticos por
imagem (RF=1,9; 1,23-2,78). Conclusões: Este estudo oferece
evidências de que a internação prolongada eleva o risco de
infecção hospitalar; identificou fatores de risco de IH,
contribuindo para a adoção de medidas preventivas.
Código Trabalho: 63
Título: INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL PÓS VACINA ANTIROTAVÍRUS: RELATO DE CASO
Autores: DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARILIA AGUILAR
TOFFOLI;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO;LILIAN
FERNANDES HARDING;LUCY MARI SHINTANI;WALTER
BENEDICTO G. AMORIM
Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus-SP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução:A vacina Rotavix® (anti rotavirus) pode reduzir a
morbimortalidade por diarréia na infância, não aumentando o
risco de Intussuscepção Intestinal (IS) em estudos realizados.
Objetivos: Relatar 2 casos de IS em lactentes, após vacina
Rotavix®, diferindo da literatura. Relato de Caso: 1º caso:
I.S.S., masculino, 2 meses. Deu entrada no pronto socorro com
história de dor abdominal e sangramento nas fezes há 1 dia.
Recebeu a primeira dose da vacina anti rotavírus há 3 dias. Ao
exame: BEG, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril,
eupneico, ativo e reativo; abdome: globoso, distendido, RHA
presentes, doloroso à palpação profunda; toque retal: fezes com
sangue em aspecto de geléia de morango. Realizado radiografia
abdominal com distenção de alças de intestino delgado; USG
com alça intestinal na fossa ilíaca direita sem peristaltismo
evidente, com centro hiperecogênico e halo hipoecogênico
(casca de cebola), podendo estar relacionado a invaginação
íleo-cecal; enema opaco: observado passagem de contraste de
cólon para íleo e desfeita a IS. 2º caso: R.L.G., 4 meses,
masculino, com história de vômitos há 3 dias, associado a
parada da evacuação há 2 dias e posterior saída de sangue pelo
ânus. Recebeu segunda dose da vacina anti rotavírus há 14 dias.
Ao exame: REG, descorado +/4+, hidratado limítrofe, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, hipoativo; abdome:
globoso, distendido, RHA diminuídos, doloroso à palpação
superficial e profunda, alças formando massa em abdome superior e fossa ilíaca direita vazia; toque retal: fezes com aspecto
de geléia de morango. Feito enema opaco com imagem negativa do intestino, sem resolução do quadro. Realizado tratamento cirúrgico: hemicolectomia direita com anastomose ileocecocólica (cólon ascendente), com biópsia: enterite
pseudomembranosa; íleo terminal com padrão isquêmico;
colite isquêmica leve, com acentuado edema de submucosa e
necrose isquêmica, focal, de linfono regional; apêndice cecal
com cogestão intensa da mucosa e serosite fibrinosa. O lactente
evoluiu com deiscência da anastomose termino-terminal
intestinal e de parede abdominal, sendo necessária nova
cirurgia e permanência em UTI por 16 dias. Evoluiu bem e
recebeu alta após 21 dias de internação. Foi encaminhado ao
ambulatório de cirurgia pediátrica para acompanhamento.
Conclusões: Em nosso serviço, dos meses de janeiro a junho
dos anos de 2001 a 2005 foi notificado apenas 1 caso de IS sem
relação com a vacina. No mesmo período em 2006, após a
introdução da vacina Rotavix®, foram notificados 2 casos da
mesma patologia em paciente vacinado e nenhum caso em
paciente não vacinado.
Código Trabalho: 685
Título: LEISHMANIOSE VISCERAL EM ÁREA NÃO ENDÊMICA RELATO DE CASO
Autores: FABRIZIA REIS PINTO;MÔNICA COUTO GUEDES S
ROCHA;JOÃO MANUEL ALMEIDA ALVES;GUILHERME CORTES
FERNANDES;ALINE MONTEZE ALVES;BRUNO COELHO G.
OLIVEIRA
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora
Cidade/UF: BARROSO/MG
Resumo:
Introdução: A Leishmaniose é uma antropozoonose, descrita
pela primeira vez na Grécia em 1835. Atualmente, encontra-se
entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo. No
Brasil a Leishmaniose visceral(LV) tinha um caráter eminentemente rural, e nas últimas décadas, os dados epidemiológicos
revelam forte tendência à urbanização, constituindo um problema de saúde pública. Objetivos: Relatar um caso de
Leishmaniose visceral em área não endêmica. Métodos:
Criança do sexo masculino, 3 anos e 3 meses, natural da cidade
do Rio de Janeiro - RJ, residente em Juiz de Fora - MG há 6
meses. Foi admitido no Hospital Universitário - UFJF, após
vários atendimentos em outros serviços, com relato de febre de
origem indeterminada há 30 dias, prostração, queda do estado
geral, perda de peso e dor abdominal. Antecedente de anoftalmia congênita à esquerda, com prótese ocular, em acompanhamento na cidade de Belo Horizonte - MG. Ao exame: peso
= 14,4Kg; estatura = 97cm. Percentis: P/E= 34 ; E/I= 47; P/I=
32. Regular estado geral, hipocorado +3/+4, hidratado, anictérico, febril, ausência de linfonodomegalias. Apresentava-se
taquicárdico, abdome globoso, com hérnia umbilical, doloroso
a palpação com hepatoesplenomegalia (hepatimetria de 14 cm,
baço a 11 cm do rebordo costal esquerdo). Resultados:
Avaliação laboratorial: anemia (Hb= 6,3; Ht= 20%); leucopenia
( 2.900/mm3); plaquetopenia (45.000), alaninaminotransferase(ALT=20U/L);aspartatoaminotransferase(AST=46U/L);
lactato desidrogenase (LDH=1126U/L); (2,8 g/dL), eletroforese
de proteínas com Albumina:35,3%, Alfa1: 6,2%, Alfa2: 13,3%,
Beta1: 5,4%, Beta2: 3,0%, Gama: 36,8%, Relação A/G: 0,55,
Proteínas totais: 7,70G/dl. CH50:125 u/CAE; Proteína C
Reativa: 48mg/l .Ultrassonografia de abdome hepatoesplenomegalia significativa. Reação de imunofluorescência
indireta para Leishmania mostrou-se reativa. Mielograma:
medula óssea hipercelular com histiócitos, apresentando
numerosos corpúsculos de Leishmania donovani. Com o diagnóstico clínico e laboratorial de leishmaniose foi iniciado antimonial pentavalente (20mg/Kg/dia). Com 72 horas desta
medicação a febre cedeu e a criança melhorou o estado geral.
Conclusões: Destacamos a importância do diagnóstico diferencial com LV nos pacientes com história epidemiológica,
achados clínicos e laboratoriais característicos, mesmo em
regiões de baixa incidência, devido a facilidade de deslocamento populacional no país.
Código Trabalho: 594
Título: MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM PACIENTE
IMUNOCOMPETENTE
Autores: MÉRCIA LIMA DE C. LEMOS;LIBÂNIA MELO N.
FIALHO;VERÔNICA MARIA GOMES CARVALHO;CRISTINE
AGUIAR ARAÚJO;MARIA DA CONCEI ALVES JUCÁ
Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin - CE - E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: micose rara, causada pelo fungo Cryptococcus
neoformans, com prevalência elevada em portadores de SIDA.
Também chamada de torulose ou blastomicose européia,
atingindo o SNC de forma subaguda ou crônica.Possui duas
variedades: gattii predominando em imunocompetentes
morando em zona rural, contato com eucaliptos, fezes de
morcegos. A v. neoformans, predomina em imunocomprometidos, de zona urbana, contato com fezes de pombos.
Objetivos: relatar um caso de criptococose em adolescente
imunocompetente, descrever aspectos clínicos e laboratoriais
da meningite criptocócica, identificar ocorrências de comorbidades encontradas no decorrer de sua evolução. Relato
do caso: J.I.M.S,admitida em 15/12/05, 14 anos, feminina,
natural e procedente de Fortaleza, estudante. Queixa de cefaléia
e vômitos freqüentes,há dois meses.Evoluiu com dor na
nuca,mal estar e tontura,com episódio de agitação psicomotora.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S107
Infectologia
Negava internamentos anteriores e referia rinite alérgica.
Reside com boas condições sanitárias, ausência de animais
domésticos e relatos de banhos com chá de folhas de eucalipto.
Ao exame: EGR, eupnéica,, hidratada, hipocorada (+/4+),
sonolenta (acorda com estimulo verbal), apática, hipoativa,
orientada.FC: 130 bpm, FR: 19 irm. ACP: fisiológica. Sem
alterações à palpação abdominal. Rinoscopia/Oroscopia:
normais. SNC: nuca livre, sem sinais focais. Exames hematológicos e bioquímicos sem alterações. Liquor: cloro: 116
mEq/l, proteína: 93,6 mg/dl, glicose: 6mg/dl, células:320
p/mm3 (70%monocitos, 30% neutrófilos).Tinta da China: cryptococcus n.gattii. TC de crânio: normal. Feitos testes para
detecção da imunidade: IgG: 909,9 mg/dl, IgA: 134,4 mg/dl,
IgM: 142,5 mg/dl, com exames sorológicos para HIV negativos, anti-HVAIgM: NR, HBsAg: NR, anti-HBc(M+G): NR,
anti-HVC: NR. Exame de fundo de olho: apagamento das
bordas papilares e edema papilar moderado. Iniciado tratamento com Anfotericina B na dose de 0,5mg/kg/dia por 29 dias
(dose acumulada até 1080 mg), tendo a paciente evoluído com
quadro de farmacodermia pelo uso de fenitoína, além de insuficiência hepática grave com encefalopatia (TGO:2375,
TGP:1540,FA:791), e renal moderada (clearance de cr: 48,52),
quando então foi trocada a medicação por fluconazol, na dose
de 120 mg/dia. Evoluiu com melhora gradativa, com cultura do
liquor e reação com tinta da China negativas,em março de
2006. Alta em 13/03/2006, já no 38º dia de uso do fluconazol.
Comentários: Trata-se de um caso raro de doença infecciosa
fúngica, que acometeu um paciente pediátrico imunocompetente, residente em área urbana e que apresentou quadro clínico
inicial inespecífico. O diagnóstico de suspeição partiu da
necessidade de investigar evolução subaguda de meningite.
Código Trabalho: 491
Título: MENINGITES BACTERIANAS (MB) NA INFÂNCIA: UM
DESAFIO EM SAÚDE PÚBLICA
Autores: SILVIA REGINA MARQUES;CALIL KAIRALLA
FARHAT;MªAPARECIDA COSTA NEVES;SANDRA MUSA .;YU
CHING IAN;SONIA MONEGATTI MATTEI
Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" S.P. Email: [email protected]
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A MB na infância, continua sendo um importante
desafio em saúde pública, devido a sua morbi-mortalidade e
seqüelas e alta incidência nos primeiros cinco anos de vida.
Objetivos: Analisar no período de cinco anos (2000 - 2004), o
número de casos de MB, com relação aos agentes etiológicos e
faixa etária. Métodos: Análise das fichas de notificação dos
casos das MB, internados no serviço. Resultados: Durante o
período do estudo, entre zero e 70 anos de idade, 976 pacientes
foram internados com MB; desses, 658 (67,5%), eram crianças
menores de 15 anos.Dos 658 pacientes, 442 casos (64,1%)
ocorreram em menores de 5 anos, sendo, 22,8% menores de 1
ano e 41,3% entre 1 e 4 anos. A doença meningocócica ocorreu
em 451 pacientes (68,5%), Haemophilus infuenzae b (Hib) em
15 pacientes (2,3%), pneumococo em 64 pacientes (9,7%),
meningoencefalite tuberculosa em 23 pacientes (3,5%), outras
bactérias em 33 pacientes (5,0%) e bacteriana indeterminada
em 72 pacientes (10,9%). Poucos casos acometeram menores
de um mês (4 casos/ 0,6%), sendo 2 por meningococo e 1 por
pneumococo; entre 1 mês e 5 anos ( 418 casos/ 63,5%) com
predomínio do meningococo (291 casos/ 69,6%), pneumococo
(48 casos/ 11,6%), bacteriana indeterminada (36 casos/ 8,6%),
causadas por outras bactérias (15 casos/ 3,6%) e Hib e meningoencefalite tuberculosa, 14 casos/ 3,3%, ambas. Em maiores
de 5 anos e menores de 15 anos (236 casos/ 35,9%) a
prevalência foi ainda do meningococo (158 casos/ 66,9%),
seguidos de meningite bacteriana indeterminada (36 casos/
15,3%), outras bactérias (17 casos/ 7,2%), pneumococo (15
casos/ 6,4%), meningoencefalite tuberculosa (9 casos/ 3,8%) e
Hib (1 caso/ 0,4%).
Conclusões: A meningite bacteriana em menores de 15 anos,
representou 67,5% do total de casos internados no serviço, o
que constitui um problema relevante de Saúde Pública na
infância, sendo a doença meningocócica a etiologia mais
frequente em todas as idades. Considerando a possibilidade de
imunoprofilaxia, seria importante cogitar-se do uso mais amplo
da vacina conjugada contra o meningococo C.
S108
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 176
Título: MICOBACTERIOSE BOVIS ASSOCIADA À SÍNDROME DA
IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA - RELATO DE CASO
Autores: JACKELLYNE SANTOS MONTEIRO;ALEXANDRE ELY
CAMPÉAS;SILVIA REGINA MARQUES;SÔNIA MONEGATTI
MATTEI;ANNA CAROLINA AFONSO CARDOSO;EDUARDO
MARTINS LARA
Instituição: Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A infecção por Mycobacterium bovis determina
as mesmas formas clínicas do Mycobacterium tuberculosis,
porém a abordagem terapêutica é diferenciada.Objetivos:
Demostrar caso de infecção por Mycobacterium bovis após
aplicação da vacina BCG em paciente portador de Sídrome da
Imunodeficiência Adquirida. Métodos: Descrição do caso de
um paciente de 10 meses de vida, que, após vacinação com
BCG, apresentou gânglio em axila direita com fistulizações
frequentes, e evoluiu com quadro de desconforto respiratório,
tosse e hipertermia. Outras causas além de micobacteriose
bovis foram descartadas através da história clínica e de exames
laboratoriais. Resultados: O Mycobacterium bovis foi considerado a provavél causa. O paciente ficou internado no
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, sendo tratado com
rifampicina, izoniazida e etambutol. Evoluiu com melhora
clínica e radiológica durante o período de seguimento.
Conclusões: A infecção pelo M. bovis como efeito adverso da
BCG, apesar de conhecido, é raramente descrito; possivelmente
pela falta de informações a respeito da prevalência da tuberculose causada pelo M. bovis e pela falha na diferenciação com o
M. tuberculosis. No Brasil, os dados disponíveis são precários;
isso evidência a necessidade de implantação de uma política de
saúde pública para controle, diagnóstico precoce e tratamento
adequado; principalmente devido à pandemia HIV/AIDS, que
pode ser responsável por um aumento no número de casos.
Código Trabalho: 544
Título: MONITORIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO VIBRIÃO
COLÉRICO EM SURTO DE DIARRÉIA
Autores: CARLA ADRIANE FONSECA;SUZANA MARIA DA MOTA
SILVEIRA;JULIA MELLO;MARIA MADALENA MONTEIRO ROSA
OLIVEIRA;DANYELLE CYNTHIA TAVARES PINANGÉ
Instituição: IMIP - Inst. Mat. Infantil Prof. Fernando
Figueira
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: Casos de cólera no Brasil ressurgiram em 1991 e
a região Nordeste foi a que mais contribuiu para o quadro
sanitário que se instalou. Em janeiro de 2005, a identificação
de novo caso em São Bento do Una em Pernambuco, intensificou as ações de vigilância e permitiu a detecção precoce de
surto com quatro casos confirmados. Objetivos: Descrever os
principais aspectos clínico-epidemiológicos das crianças com
diarréia e os resultados bacteriológicos dos swabs retais
colhidos em serviço de pronto atendimento de hospital de referência, no período de 17 de fevereiro a 31 de março de 2005.
Métodos: De acordo com orientação da Vigilância
Epidemiológica da Secretaria Estadual (SES-PE), foi realizado
o preenchimento da ficha de investigação epidemiológica de
cólera juntamente com a coleta de swab retal, por amostragem,
nas principais emergências pediátricas do Recife e hospitais
regionais. Crianças de 0 a 14 anos, com diarréia aguda, foram
submetidas a um processo de amostragem aleatória simples, na
proporção de 1 para cada 5 casos atendidos no plantão diurno.
Com consentimento verbal dos responsáveis, foi prenchida a
ficha de investigação e feita coleta de swab retal. Após ter sido
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, foi realizado
estudo descritivo e retrospectivo com construção de banco de
dados e dupla entrada no Epi Info 3.3.2. Foram analisadas
variáveis demográficas, sociais e clínicas das fichas epidemiológicas juntamente com os resultados dos swabs retais e elaboradas tabelas de distribuição de freqüência e medidas de
tendência central. Resultados: Nos meses de fevereiro e março
de 2005 foram realizadas 1131 consultas e 94 internamentos
por diarréia aguda e preenchidas 66 fichas epidemiológicas de
cólera. A maioria das crianças era procedente do Recife e
região metropolitana (96%) e tinha entre 6 meses e 1 ano (73%)
de idade. Cerca de 12% não possuíam sistema público de
abastecimento de água. Dos que possuíam sanitário (89%) em
Infectologia
apenas 40% os dejetos eram destinados à rede pública de
esgoto. Em 10 % das habitações não havia coleta pública de
lixo. Os principais sinais e sintomas foram: evacuações aquosas
(64%) até 10 vezes ao dia (81,8%), desidratação e vômitos
(67%), febre (52%), dor abdominal (44%), cólicas (39%) e
náuseas (30%). Cerca de 4,5% delas apresentaram choque. Em
relação ao uso de antimicrobianos, 15% o fizeram antes e 9%
após a coleta do swab retal. Reidratação oral foi feita em 84%
das crianças e 9% necessitaram de internamento. Nas culturas
obtidas por swab retal foram isoladas Salmonella sp (2) e
Shigella sp (1), sensíveis à ampicilina, ácido nalidíxico e
cefalosporinas de terceira geração. O Vibrião Colérico não foi
detectado nas amostras estudadas. Conclusões: Apesar do
vibrião colérico não ter sido isolado na investigação epidemiológica no período do estudo, os resultados sugerem condições
de moradia inadequadas e conseqüente vulnerabilidade das
crianças a este agente.
Código Trabalho: 279
Título: N. MENINGITIDIS DE SENSIBILIDADE DIMINUIDA (SD) À
PENICILINA
Autores: SILVIA REGINA MARQUES;MIRIAM ELIA CASTILHO
RAYMUNDO;Mª DO SOCORRO CARNEIRO FERRÃO;LUIZA
HELENA FALLEIROS CARVALHO;PRISCILLA AQUINO;JAMILE
MUNIZ DOMINGOS
Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" _SP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A resistência do meningococo à penicilina tem
crescido em alguns países do mundo. No Brasil esse é o 1º
relato de caso com SD à penicilina. Objetivos (Relato de Caso):
Descrever um caso de meningococo de SD à penicilina observado no nosso serviço, em junho de 2006. Trata-se do menor
LGS, 10 anos, masculino, negro, estudante, procedente de São
Paulo. Previamente hígido, há 1 dia com história de dor abdominal, cefaléia, dor em região cervical e febre de 39,°5C; fez
uso de dipirona apresentando melhora. Após 4 horas apresentou
um episódio de vômito e confusão mental. Na manhã seguinte
manteve-se confuso, com diminuição de movimento de MMII
e alteração do equilíbrio. Às 12 horas desse dia, novo episódio
de vômito, sendo levado para o PS de Taboão da Serra com
crise convulsiva, onde foi feita hipótese diagnóstica de meningite. Realizado o líquor, cujo resultado foi: 2480 células com
predomínio de neutrófilos (96%), proteína: 500mg/dl,
glicose:1mg/dl, bacterioscopia negativa e látex e cultura (em
andamento). A criança foi então encaminhada para o nosso
serviço pela piora do quadro clínico, apresentando petéquias,
rebaixamento de consciência, agitação, desidratação, sendo
transferida para a UTI. Foi instituído tratamento inicial com
hidratação, dexametasona e ceftriaxone e solicitado
hemograma, bioquímica, contraimunoeletroforese para
Neisseria meningitidis e hemocultura. Não houve condições de
nova punção liquórica. Em 24 horas, a criança apresentou estabilização do quadro, sendo transferida para a enfermaria. Na
unidade, manteve discreta rigidez de nuca, vômitos, prostração
e desaparecimento das petéquias, sendo observado extrasístoles
na ausculta cardíaca. Solicitado ECG e ECO normais. Paciente
no dia seguinte manteve-se ainda prostrado, choroso e com
vômitos. TC de crânio de urgência normal. Ressalte-se que nos
antecedentes pessoais, não havia história de trauma crânioencefálico nos últimos anos. Referiu-se que durante o período
em que a criança freqüentou creche (dos 4 meses de idade até
os 7 anos) teve otites de repetição, duas delas supuradas. No 8º
dia de ceftriaxone, a criança apresentava melhora clínica. Foi
suspenso o antibiótico e feita observação por 48 horas. Obtevese então o resultado final do liquor do outro serviço, com o
látex fortemente positivo para meningococo (sorogrupo B foi
excluído) e a cultura mostrou-se positiva para N.meningitidis
com SD à penicilina (MIC=0,32?g/ml) e sensível a ceftriaxone
(MIC<= 0,02?g/ml). O paciente evoluiu bem, tendo alta para
casa, com retorno ambulatorial. Discussão: A S do meningococo à penicilina tem diminuido. Os relatos nacionais que
dispomos até o momento são apenas microbiológicos, sendo
este o primeiro caso clínico reportado. Serão discutidas alternativas terapêuticas, para estes casos. Conclusões: A vigilância
acurada é necessária para os casos clínicos causados pelo
meningococo com SD à penicilina, para a introdução da
terapêutica adequada.
Código Trabalho: 236
Título: O PERFIL DA DENGUE EM CRIANÇAS NA CIDADE DO
RECIFE- 2001 A 2004
Autores: PETRÔNIO GUSMÃO VASCONCELOS;ANA ANTUNES
FONSECA LIMA;ODALÉIA ARAÚJO NERES FERREIRA;DENISE
SANTOS CORREIA OLIVEIRA;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A dengue consiste em um grande desafio para a
Saúde Pública principalmente nos grandes centros urbanos de
países em desenvolvimento. Por apresentar-se em forma de
grandes epidemias, tem grande repercussão econômica e social.
No Recife, na década de 90, a detecção de casos foi observada
no grupo etário jovem adulto e casos graves em idosos. A partir
de 2001 observou-se notificação de casos em menores de 10
anos de idade. Objetivos: Descrever comportamento da dengue
em crianças, no período de 2001 a 2004, na cidade do RecifePernambuco, Brasil. Métodos: O Tipo de estudo é descritivo,
de base populacional. O local do estudo: cidade do Recife,
capital na região Nordeste do país; área física urbana, com 94
bairros; população em torno de 1.500.000 habitantes, composta
por 27% de crianças e adolescentes. Os casos analisados foram
casos confirmados de dengue encerrados pelo critério clínico
e/ou laboratorial, incluídos no Sistema Informação de
Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de
2001 a 2004. Foram analisadas freqüências dos sintomas detectados em crianças menor de 10 anos de idade. Resultados: No
Recife circula três sorotipos de dengue - Den 1,2 e 3. Durante o
período estudado, foram confirmados 37.862 casos de dengue,
sendo 9,35% (3540) na faixa etária menor de 10 anos de idade.
O ano de 2002 foi considerado epidêmico com a introdução do
vírus Den 3. Este ano concentrou o maior número de casos em
crianças, correspondendo a 91% (3227/3540). Principais
sintomas foram: febre (98,5%), Cefaléia (79,3%); mialgia
(65%); náusea /vômito (48,1%), prostração (56,0%), dor retroorbitrária (41,4%); exantema (39,1%); artralgia (35,6%).
Outros sintomas como dor abominal, hapatomegalia, petéquias,
diarréia, miocardite, gengivorragia, foram relatados com menor
freqüência. Quanto à forma clínica da doença, 3.519 crianças
tiveram dengue clássica e 21 casos dengue hemorrágico. O
coeficiente de detecção nesta faixa etária no ano de 2002 foi de
1310 casos por 100.000hab. Conclusões: Diante de um quadro
viral inespecífico em crianças menores de 10 anos de idade, a
dengue deve fazer parte do diagnóstico diferencial. Existindo a
suspeita, a orientação para o acompanhamento da criança é
fundamental, evitando formas graves da Dengue, visto que na
cidade circulam os 3 sorotipos virais desde o ano de 2002.
Código Trabalho: 377
Título: PANCREATITE AGUDA ASSOCIADA AO VÍRUS DA
HEPATITE A COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM PRÉESCOLAR
Autores: SANDRA FAGUNDES MOREIRA-SILVA;NIXON SOUZA
SESSE;FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA;FERNANDA JUSAN
FIOROT;GRAZIELLE SILVA FERREIRA GRILLO;VERA LÚCIA
SUPRANI
Instituição: Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória
(HINSG)
Cidade/UF: VITÓRIA/ES
Resumo:
Introdução:Pancreatite aguda associada à hepatite pelo vírus
A tem sido pouco relatada em adultos e mais rararmente em
crianças. Objetivos: Relatar caso de pancreatite aguda associada à infecção pelo vírus da hepatite A em um pré-escolar
com quadro de hepatite aguda grave. Métodos: Estudo
descritivo tipo relato de caso baseado na análise do prontuário
do paciente. Relato de Caso: JMNGS, 5 anos, M, proveniente
do sul da Bahia, uso de água de poço sem tratamento. Em
06/10/2005 iniciou quadro de palidez, vômitos e dor abdominal
de forte intensidade, progredindo em 5 dias com icterícia e
acolia fecal. Dia 10/10: TGO:923U/I, TGP:1034U/I,
FA:243U/I, BT:5.93mg/dl e BD:4.18mg/dl, ELISA Anti-HAV
IgM:(+). Evoluiu com melhora do quadro. Em 18/10 piora da
icterícia, dor e distensão abdominais, acolía fecal, prurido
cutâneo intenso, diarréia, desidratação leve, insônia e irritabilidade, TGO:1166U/I, TGP:1247U/I, FA:151U/I, GGT:22U,
BT:27.3mg/dl, BD:17.5mg/dl. Admitido na Emergência do
HINSG, após 30 dias do início do quadro, (Nov/05), em insufi-
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S109
Infectologia
ciência hepática aguda, encefalopatia hepática grau I,
TGO:2850U/I, TGP:1924U/I, FA:151U/I, GGT:27U/I,
BT:29.7mg/dl,
BD:15.9mg/dl,
DHL:946mg/dl,
Albumina:3.6g/dl, TAP: 44.4%, Fibrinogênio 206.2mg/dl,
Glicemia:86mg/dl, íons fósforo e magnésio elevados: respectivamente 7.4mg/dl e 3.1mg/dl. ELISA anti HIV, CMV e EBV
negativos. Em 03/12/05, já com melhora das provas de função
hepática, surgiu dor abdominal em mesogástrio e epigástrio,
inclusive à palpação, hiporexia e diarréia; TGO:590U/I,
TGP:440U/I,
FA:208U/I,
GGT:52U,
BT:23.4mg/dl,
BD:16.6mg/dl,
TAP:73.9%,
Fibrinogênio:194.8mg/dl,
Glicemia:111mg/dl, Amilase:1011U/I e Lípase:1476U/I.
Diagnóstico de pancreatite aguda. US abdominal em Dez/05
evidenciou ascite peri-esplênica de pequeno volume e TC
Abdome demonstrou aumento de volume pancreático,
heterogêneo, apresentando áreas hipodensas notadamente nos
espaços adjacentes à cauda pancreática. Evoluiu com melhora
progressiva e alta hospitalar em 30 dias após o diagnóstico de
pancreatite aguda, para acompanhamento ambulatorial. Exames
da alta: Amilase: 69U/I, Lipase:73U/I, TGO:640U/I,
TGP:322U/I, BT:8,7mg/dl, BD:7,1mg/dl, TAP: 82,7%.
Descartadas outras causas: Coombs direto negativo, Anti-DNA
negativo, anticorpos anti-mitocondrial, LKM e anti-músculo
liso
negativos,
ceruloplasmina:42mg/dl,
cobre
urinário:49mcg/24h, cobre sérico:151mcg/dl, ELISA para
Parvovírus B19: IgG e IgM negativos, alfa-1antitripsina:274mg/dl. Conclusões: O quadro de pancreatite
associado a uma hepatite A aguda, favorece a hipótese de uma
agressão pancreática produzida pelo VHA, embora não se saiba
por qual mecanismo: se agressão direta pelo vírus ao pâncreas,
se por ativação biliar do suco pancreático decorrente de alteração na secreção biliar. No caso aqui apresentado o paciente
apresentou elevação de Bb e da fosfatase alcalina compatíveis
com alterações na secreção biliar.
Código Trabalho: 753
Título: PARACOCCIDIOIDOMICOSE ÓSSEA EM ESCOLARRELATO DE CASO
Autores: ROBERTA MAGALHÃES LEITE PINTO;CÁSSIA
SILVESTRE MARIANO;MARIA DA GLÓRIA MOREIRA
Instituição: Hospital Municipal Jesus- Rio de Janeiro
Cidade/UF: NITEROI/RJ
Resumo:
Objetivos: Descrever o caso de uma criança com paracoccidioidomicose sistêmica com acometimento ósseo. Métodos:
Relato de caso de um escolar com lesões osteolíticas por paracoccidioidomicose Resultados: P.C.P.C, 11 anos, sexo
masculino, cor parda, residente em Magé, com queixa de
cefaléia e febre intermitente há 4 meses. HPP: Atendimentos
por pneumonia. H. vacinal: 2 doses de BCG; 1 dose de Hepatite
B. H.social: mora em área rural com relato de ter contato com
terreno úmido. Apresentava-se em REG, febril, com fígado à
2/3cm RCD e ponta de baço, adenomegalias em região cervical
posterior e anterior bilateral, móveis indolores; adenomegalia
occipital à esq. MM: aumento de partes moles em 1/3 proximal
do antebraço E, com fistula drenando secreção amarelada.
Presença de cicatriz de BCG em MSD. Foram solicitados: RX
do esqueleto; USG abdome, cintigrafia óssea, TC crânio,
sorologia para fungos e biópsia óssea. Rx de braço esq.: lesão
óssea inflamatória crônica do tipo líticas em terço médio da
diáfise umeral e terço proximal da ulna, com deformidade da
sua morfologia; Rx do fêmur esq.: lesão lítica em terço distal
da diáfise femoral esq e outra na metáfise medial;diminuta
lesão lítica no ramo ísquio-pubiano esq.; Rx de crânio: pequena
lesão lítica na região fronto-parietal esq.; Demais estruturas
ósseas radiografadas sem lesões aparentes. A cintigrafia óssea
revelou: áreas com hiperfixação osteoblásticas em região fronto
parietal esq.do crânio; osso maxilar à direita; osso maxilar em
topografia de arcada dentária sup.; ramo e corpo de mandíbula
à esq.; terço proximal e médio de clavícula esq.; 7° arco costal
direito, posteriormente; 10° arco costal esq.,posteriormente;
T3, T4 e T5; articulação sacro ilíaca esq.; e colo de fêmur esq.
A USG abdominal mostrava discreta hepatomegalia com
imagem nodular, hipoecóicas, sendo a maior 0.7cm; baço
ecoestrutura heterogênea às custas de múltiplos nódulos
hipoecóicos; numerosos linfonodomegalias retroperitoneais, o
maior com 2.1cm ; restante exame normal. A biópsia óssea
(histopatológico) era compatível com Paracoccidioidomicose.
Sorologia para fungos (imunodifusão dupla): soro reagente
S110
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
para Paracoccidioides brasiliensis. O tratamento foi feito com
Itraconazol e imobilização com aparelho gessado devido o
risco de fratura patológica em ulna E. Discussão: A paracoccidioidomicose é uma doença sistêmica de caráter endêmico
entre a população de área rural, acometendo principalmente
indivíduos do sexo masculino entre 30 e 60 anos sendo rara a
incidência abaixo dos 14 anos. Conclusões: O caso de paracoccidioidomicose apresentado teve uma evolução disseminada
com acometimento ósseo importante sendo esta forma clínica
de apresentação juntamente com a forma cutânea mais comum
em crianças maiores de 10 anos, segundo literatura. Todos os
estigmas clínicos de doença crônica foram apresentados pelo
paciente o qual teve recuperação favorável com a instituição do
tratamento.
Código Trabalho: 43
Título: PARACOCCIODIODOMICOSE EM CRIANÇAS NO ESTADO
DO PARÁ.
Autores: LUCIANA SILVEIRA NINA DE AZEVEDO;THEISLA KELY
AZEVEDO RAIOL;LÍVIA LAYANY FERREIRA DE SOUZA;PAULO
KIYOSHI MIYAHARA;IRNA CARLA DO ROSÁRIO CARNEIRO
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/UF: BELÉM/PA
Resumo:
Introdução: A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose
sistêmica que em jovens de até 15 anos apresenta-se na forma
aguda/subaguda. Pode levar ao óbito ou evoluir de forma
latente e acabar por incapacitar adultos em plena época de
produtividade. Objetivos: Estudar os aspectos clínicoepidemiológicos de crianças acometidas com PCM no período
de janeiro de 1994 a dezembro de 2004. Métodos: Foi realizado estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, através
da revisão de prontuários de pacientes diagnosticados com
PCM. Resultados: No período de janeiro de 1994 a dezembro
de 2004 foram atendidos 102 pacientes com PCM, oito (7,8%)
deles eram crianças, com idade variando entre 3 e 15 anos,
média de 9,8 anos ± 3,83. Sete eram meninas (87,5 %). As oito
crianças eram moradoras de zona rural e duas eram procedentes
do Estado do Maranhão. Todos os pacientes apresentavam a
forma disseminada subaguda da PCM, com tempo de evolução
variando de 1 a 8 meses. Os sintomas mais freqüentes foram:
adenomegalia (100%), febre (87,5%) e hepatomegalia (50%).
Esplenomegalia, perda de peso, palidez cutâneo-mucosa e dor
abdominal difusa ocorreram em 37,5% dos pacientes; outros
sintomas incluíram tosse produtiva e dor torácica. O
hemograma revelou leucocitose em 43% dos casos, eosinofilia
em 85,7% e anemia em todos os pacientes estudados. O exame
histopatológico de gânglios foi utilizado como diagnóstico em
7 dos 8 pacientes, e em todos os gânglios biopsiados foi
possível encontrar o Paracoccidioides brasiliensi; o exame
micológico direto foi utilizado em um paciente como método
diagnóstico. O esquema terapêutico adotado foi sulfametoxazol-trimetoprima em 50% dos casos; anfotericina B foi usada
em 37,5% das crianças e o itraconazol foi utilizado em um
caso. No momento da alta 75% dos pacientes apresentaram
melhora do quadro e 25% evoluíram a óbito. Conclusões: Em
nosso Estado, a PCM em crianças ocorre em pacientes procedentes da zona rural, do sexo feminino, com média de 9,8 anos,
apresentando a forma disseminada da doença e mortalidade
elevada. Os sinais clínicos encontrados muito mimetizam
outras doenças da infância, o que ressalta a importância do
conhecimento desta patologia no manejo de crianças enfermas.
A detecção precoce desta doença além de contribuir para a
redução da mortalidade, proporciona redução de sua morbidade
em idades mais avançadas.
Código Trabalho: 999
Título: PERFIL CLINICO E LABORATORIAL DE CRIANÇAS
RESIDENTES EM AREA ENDEMICA DE FILARIOSE LINFATICA NO
NORDESTE DO BRASIL
Autores: ANA CATARINA MELO ARAUJO;MARCELA LEAL;ANA
MARIA AGUIAR-SANTOS;MARIA JOSÉ NETTO;GUILHERME
LIMA;ALMERICE LOPES
Instituição: Centro de Pesquisas Aggeu MagalhãesCPqAM/FIOCRUZ
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Diversos estudos reportam a existência de
Infectologia
infecção filarial em crianças e a presença de doença. Contudo,
a verdadeira extensão e natureza da filariose linfática na
infância permanecem pouco documentadas. Objetivos:
Descrever o perfil clinico e laboratorial de crianças que tenham
o diagnostico positivo através de antígeno de filariose (ICT AD12) e residentes em área endêmica de filariose linfática no
nordeste do Brasil. Métodos: Foi realizado um inquérito em
crianças de 0 a 18 anos, procedentes de Jaboatão dos
Guararapes-PE. Os casos positivos foram acompanhados
através de exame clínico e exames complementares (ultrasonografia, pesquisa de microfilaria por filtração em membrana
de policarbonato e pesquisa de antígeno por ELISA (Og4C3).
Resultados: Das 127 crianças positivas, 51,2% são do sexo
masculino e 48,8%do sexo feminino. 36,2% possuem de 0 a 10
anos de idade e 63,8%, entre 11 e 18 anos. A presença de
clínica filarial foi observada em 29,1% (37) das crianças, com:
linfangiectasia (19-15%), hidrocele (12-9,4%), linfonodomegalia (9 - 7,1%), nódulo (7 - 5,5%) e varicocele (6 - 4,7%). Pela
técnica de ELISA Og4C3 foram positivas 49,6% (63); na
pesquisa de microfilárias através da técnica de filtração 26,8%
(34 indivíduos) enquanto 12,6% (16 pacientes)foram positivos
pela presença do sinal da dança da filaria ao exame ultrassonográfico. Em 37,8% dos casos, há presença de familiares com
infecção filarial. Todos os positivos foram tratados com dietilcarbamazina. Conclusões: Utilizando-se um método diagnóstico muito sensível (ICT - AD12) para o diagnostico de
triagem, a presença da infecção filarial na população pediátrica
de área endêmica foi bastante expressiva. A presença de clínica
filarial na população pediátrica com antígeno positivo (ICTAD12) remete à relevância de ampla discussão quanto às
perspectivas do diagnóstico precoce nesta faixa etária e aos
possíveis benefícios que podem ser obtidos em relação ao controle da morbidade. Em virtude do exposto, e ainda
considerando o estudo da população pediátrica como sentinela
para os programas de controle, são necessários mais estudos a
respeito da filariose linfática na população pediátrica de áreas
endêmica
Código Trabalho: 1074
Título: PERFIL DA COQUELUCHE NO MUNICÍPIO DE RECIFE.
RECIFE, 2000 - 2005
Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA
ALMEIDA AQUINO
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: No Recife, a coqueluche vem apresentando
tendência decrescente desde a década de 1980, especialmente a
partir de 1996, quando foram obtidas altas coberturas vacinais.
Porém, a partir de 2002 houve um aumento de detecção da
doença.Como a coqueluche é doença imunoprevinível de notificação compulsória, o estudo da mesma é fundamental para
orientar as medidas de controle. Objetivos: Caracterizar a situação epidemiológica da coqueluche no Recife no período de
2000 a 2005. Métodos: Estudo tipo corte transversal, onde foi
utilizado como fonte de dados o Sistema de Notificação de
Agravos de Notificação, constituído pelo universo de 145 casos
confirmados. Foram estudadas as variáveis sexo, faixa etária,
critério de encerramento, evolução e distribuição espacial e
calculado o coeficiente de detecção. Resultados: O ano de
2003 teve um incremento de 111% em relação ao ano de 2000,
e um decréscimo de 81% em relação a 2005. O sexo feminino
participou com 52,3% dos casos confirmados. Quanto ao
critério de encerramento, o clínico contribuiu com 64,8% e a
cultura com 26,2%. No período em estudo observou-se que a
faixa etária dos menores de um ano contribuiu com 82% dos
casos. Os residentes do DS III, VI e IV contribuíram respectivamente com 23%, 23% e 21% dos casos ao longo dos anos.
No ano de 2003 foram registrados 3 óbitos (letalidade de
5,26%). O maior coeficiente de detecção encontrado foi no ano
de 2003 (3,84 por 100.000 hb.). Conclusões: O aumento na
detecção dos casos de coqueluche, a partir de 2003, pode ter
sido influenciado pelo aumento da notificação, embora não
descartando a possibilidade do aumento real dos casos. Os
encerramentos pelo critério clínico predominaram, mas já se
observa um aumento dos casos com cultura comprobatória. A
faixa etária dos menores de 1 ano foi a mais atingida, no
período em estudo, o que vem a corroborar com a literatura.
Código Trabalho: 102
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA COQUELUCHE NO
ESTADO DE ALAGOAS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1999 A
JUNHO DE 2005.
Autores: LÍGIA PAULINO DA SILVA;LUCIANA MARIA DUARTE
AGUIAR;ADRIANA ÁVILA MOURA
Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa do
trato respiratório e apresenta uma morbi-mortalidade significativa na faixa pediátrica. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da Coqueluche em casos notificados em Alagoas.
Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão de prontuários de pacientes com diagnóstico de Coqueluche, notificados à Secretaria Estadual da Saúde entre janeiro de 1999 e
julho de 2005, totalizando quarenta casos. Foram analisados:
idade, gênero, procedência, estado vacinal, provável fonte de
contato, principais sinais, sintomas e complicações, uso prévio
de antibióticos, realização de culturas, evolução da doença e
tempo médio de internamento hospitalar. Resultados: Houve
predominância da doença em crianças com menos de um ano
de idade (72,5%) e no gênero feminino (1,3:1). Sessenta por
cento eram procedentes do interior do Estado e 47,5% dos
casos nunca haviam sido vacinados. Uma provável fonte de
contato foi desconhecida na maioria dos casos. Tosse paroxística (97,5%), tosse produtiva (82,5%), cianose (70%), dispnéia
(67,5%) e vômitos (62,5%) foram os principais achados
clínicos. Pneumonia foi a principal complicação (85,7%).
Óbitos não ocorreram no período estudado. Vinte casos fizeram
uso prévio de antibióticos (50%) e cultura de nasofaringe foi
realizada em 14 casos, apenas uma teve resultado positivo. O
tempo médio de internamento hospitalar foi de 10 dias.
Conclusões: no Estado de Alagoas, a Coqueluche é uma
doença que predomina em crianças mais jovens (com menos de
um ano de idade) que na maioria dos casos têm a vacina DPT
não administrada ou em atraso. Estes pacientes são procedentes, principalmente, do interior do Estado. Em quase todos
os casos o diagnóstico foi feito na fase paroxística da doença.
Complicações graves como encefalopatia ocorreram muito
raramente, possivelmente pelo uso precoce de antibióticos
mesmo antes da suspeita diagnóstica de coqueluche, o que
também dificultou a obtenção de culturas positivas para a
Bordetella pertussis.
Código Trabalho: 668
Título: PERFIL VACINAL DE CRIANÇAS DE UMA PRÉ-ESCOLA
PRIVADA DO RIO DE JANEIRO
Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ
RIBEIRO DOS REIS;LETÍCIA CAPUTTI;NATASHA
CANDREVA;RAQUEL OLIVEIRA
Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O calendário vacinal da Sociedade Brasileira de
Pediatria (CVSBP) é mais completo do que o preconizado pelo
Ministério da Saúde. Contudo, ainda é pouco seguido, mesmo
entre aqueles de melhor poder aquisitivo. Objetivos: Delinear
o perfil vacinal de crianças pertencentes à classe A (segundo
IBGE) matriculadas em uma pré-escola privada da Zona Sul do
Rio de Janeiro, avaliando a adesão desse grupo ao calendário
sugerido pela SBP. Métodos: Estudo seccional, no qual analisou-se cópias das carteiras de vacinação das crianças matriculadas em pré-escola privada no ano de 2004. Utilizou-se o
CVSBP vigente na época e a análise das carteiras de vacinação
levou em consideração as vacinas que as crianças deveriam ter
tomado, de acordo com a idade, na ocasião. Resultados: A préescola atendia, em 2004, a 106 crianças. Desse total, 43 foram
excluídas da análise, por apresentar registros incompletos ou
não fornecimento de cópias das carteiras de vacinação. As
carteiras avaliadas (n= 63) foram de crianças de 5 meses (ms) a
7 anos (a) de idade. Foram 4 (6,3%) carteiras de vacinação de
menores de 1a, 8 (12,7%) entre 1 e 2a, 10 (15,9%) entre 2 e 3a,
20 (31,8%) entre 3 e 5a e 21 (33,3%) com mais de 5a de idade.
Dentre todos as carteirasavaliadas, 5 (7,9%) estavam de acordo
com o CVSBP, sendo uma de criança na faixa etária menor de
1a, uma de criança entre 1 e 2a, duas de crianças entre 2 e 3a e
uma entre 3 e 5a. Nas demais carteiras de vacinação não havia
registro ou estavam incompletos para as seguintes vacinas: 1
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S111
Infectologia
(1,6%) para hepatite B, 7 (11,1%) para DTP, 5 (7,9%) para
Haemophilus influenza b (Hib), 5 (7,9%) para pólio, 54
(85,7%) para pneumococo, 3 (4,8%) para tríplice viral, 18
(28,6%) para varicela, 36 (57,1%) para hepatite A, 33 (52,4%)
para meningococo. Em 100% das carteiras de vacinação havia
registro de BCG. Não houve relato, por parte dos responsáveis,
de interrupção do esquema vacinal por indicação médica.
Conclusões: Apenas 7,9% das carteiras de vacinação das
crianças da nossa casuística, todas da classe A, estavam de
acordo com o CVSBP. Mais levantamentos como esse devem
serfeitos para avaliar se os nossos resultados refletem a realidade de outras crianças da mesma classe.
Código Trabalho: 971
Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA HEPATITE B
(HB) EM ADOLESCENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA
IMUNODEFICIENCIA HUMANA, VACINADOS HÁ PELO MENOS
QUATRO ANOS.
Autores: SILVANA DUARTE PESSOA;MARIA ISABEL MORAESPINTO;ROSE PATIN;MARISTELA MIYAMOTO;DAISY MARIA
MACHADO;REGINA CÉLIA SUCCI
Instituição: UNIFESP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A morbi-mortalidade da co-infecção HIV-VHB
apresenta elevado risco. Trinta a 90% dos adultos infectados
pelo HIV não vacinados têm, no mínimo, um marcador
sorológico para VHB. Embora muito importante para esse
grupo de indivíduos, a vacinação contra a hepatite B induz
baixos níveis de anticorpos contra VHB, sendo algumas vezes
necessário aplicar doses extras da vacina para obter a proteção
desejada. A prevalência de adolescentes infectados pelo HIV-1
suscetíveis à HB após vacinação primária prévia contra
Hepatite B é desconhecida. Objetivos: avaliar prevalência de
anticorpos contra HB em adolescentes infectados pelo HIV-1,
quatro anos ou mais após a vacinação primária. Métodos:
Foram selecionados adolescentes infectados pelo HIV por
transmissão vertical, com idade entre 10 a 20 anos, em uso de
HAART, sem antecedentes de hepatites virais (grupo estudo)
comparados com o grupo controle. Foi realizada dosagem de
anticorpos contra VHB (anti-HBs) nos adolescentes infectados
pelo HIV e nos sadios, através do método ELISA padronizado
comercialmente. De acordo com os níveis de anticorpos antiHbs, o grupo estudo foi dividido em imune (anti-HBs >10UI/L)
e não imune (anti-HBs <10UI/L) para hepatite B. Na análise
estatística, foram utilizados análises descritivas e teste Mann
Whitney através do programa SPSS. Resultados: Foram selecionados 29 adolescentes infectados pelo HIV que preencheram
os critérios acima (a maioria - 79,3%, com categoria clínica B e
C) e 15 adolescentes sadios. Em ambos os grupos houve um
predomínio do sexo masculino; a média de idade foi 13,5 anos,
o número médio de doses vacinais aplicadas foi 3,9 e tempo
médio decorrido após vacinação completa foi de 6,4 anos. No
grupo controle, os níveis médios de anti-HBs foram maiores
(82,40UI/L) do que no grupo estudo (17,8 IU/L) (Mann
Whitney, p= <0,005). Entre os adolescentes sadios apenas 2
apresentaram níveis de anti-HBs não protetores (<10IU/L) e
foram encaminhados para revacinação; no grupo estudo
(HIV+) 16 (55,2%) adolescentes eram não imunes. A média de
doses da vacina aplicadas foi 4,3 doses e não houve diferença
significativa em relação ao nível de CV, valor de CD4, número
de doses da vacina e tempo médio pós-vacinação completa,
entre os imunes e não imunes. Conclusões: A maioria dos
adolescentes HIV+ (55,2%) vacinados previamente contra HB
há mais de quatro anos, não apresentaram níveis de anticorpos
protetores, e mesmo entre aqueles adolescentes com títulos
protetores, o nível de anticorpos é significantemente menor do
que no grupo de adolescentes sadios.
Código Trabalho: 404
Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA O VÍRUS DA
HEPATITE A EM CRIANÇAS E ADULTOS DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Autores: IZIDRO BENDET;FÁBIO BARBOSA;TRUDE
DIMETZ;GUSTAVO RODRIGUES;SELMA SABRA;ADERBAL SABRA
Instituição: UNIGRANRIO e Sérgio Franco Medicina
Diagnóstica
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
S112
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Introdução: A hepatite A é uma doença causada pelo vírus
HAV e geralmente é assintomática na infância. No adulto pode
desenvolver sintomas como colestase e formas clínicas severas
como hepatite fulminante. A transmissão é pela via fecal-oral e
sua endemicidade aumenta em áreas com precárias condições
sanitárias. Objetivos: Estudar a prevalência dos anticorpos
anti-HAV na população pediátrica e na população adulta residente na região metropolitana do Rio de Janeiro, englobando
os municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e os da
Baixada Fluminense. Métodos: Foram analisadas 19860
amostras de soro, entre junho de 2002 e junho de 2004, encaminhadas ao Setor de Imunoensaios do Laboratório Sérgio
Franco Medicina Diagnóstica, de pacientes com idades entre 1
e 90 anos (mediana 37 anos), sendo 63% do sexo feminino e
37% do sexo masculino. Entre 1 e 18 anos foram analisadas
1640 amostras, sendo 48,5% do sexo feminino e 51,5% do sexo
masculino. As amostras de soro foram avaliadas para a
presença de anticorpos totais para o vírus da hepatite A pela
técnica de Ensaio Imunoenzimático de Micropartículas (MEIA)
da ABBOTT. A análise estatística foi realizada através do
programa EPI-INFO. Resultados: Do total de soros avaliados,
7994 (40,3%) foram negativos e 11866 (59,7%) apresentavam
anticorpos para hepatite A, dentre estes 561 (4,7%) pertenciam
a crianças e adolescentes. Foi observada diferença significativa
(p<0,01) na positividade de anti-HAV entre as três regiões para
a população adulta, porém na população infantil não houve
diferença estatística significativa (p>0,05). A estratificação por
idade mostrou um aumento progressivo na prevalência de anticorpos na população adulta. Contudo, na população infantojuvenil o índice permaneceu baixo em todas as faixas etárias.
Conclusões: O percentual de positividade do anticorpo para
hepatite A na população infantil tem permanecido baixo nos
últimos 18 anos, e não existe diferença quando comparamos as
três regiões do Rio de Janeiro. Isto provavelmente esta relacionado com a melhoria das condições sanitárias nos últimos
anos e com a urbanização destas áreas. O perfil de maior positividade na população adulta, possivelmente se deve ao fato das
precárias condições sanitárias vivenciadas por esta população
nas décadas passadas. O menor percentual de positividade do
anticorpo na população infantil resulta no aumento de susceptibilidade à infecção na vida adulta, que deve ser traduzido como
um aumento do potencial de severidade da doença. Este
aspecto favorece o incentivo à vacinação da população infantil
e adolescente, principalmente nos locais em que a endemicidade tem diminuído.
Código Trabalho: 569
Título: PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES PERINATAIS EM
LACTENTES JOVENS COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA, EM UM
HOSPITAL PEDIÁTRICO DE SALVADOR
Autores: EDNA LUCIA SANTOS SOUZA;PALOMA CHEAB
RIBEIRO;ANA CAROLINA SOUZA SÁ;CLARA MAIA BASTOS;JOÃO
GABRIEL RAMOS;LUCIANA RODRIGUES SILVA
Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosannah de Oliveira
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A incidência de infecções congênitas varia de 0,5
a 2,5% de todos os nascimentos, com elevada morbimortalidade, constituindo, portanto, um importante problema de saúde
pública. Objetivos: Determinar a prevalência de infecções
perinatais em lactentes, menores de 4 meses de idade, internados por infecção respiratória. Métodos: Foi realizado um
estudo de corte transversal, no período de outubro de 2004 a
novembro de 2005, na Unidade de Pequenos Lactentes de um
hospital pediátrico. A pesquisa de infecções do grupo
TORCHS-HIV-HTLV-AgHbs foi realizada a partir da identificação de anticorpos das classes IgG e IgM. Resultados: Foram
incluídas 71 crianças no estudo, com média de idade de 55,8
dias (DP +/- 27,9 dias), sendo 71,8% do sexo masculino. Vinte
e nove crianças (40,8%) receberam o diagnóstico de bronquiolite, 20 (28,2%) de pneumonia ou broncopneumonia, 18
(25,4%) de pneumonia e bronquiolite e 4 (5,6%) de ITR
(infecção do trato respiratório). Quinze (21,1%) crianças
nasceram com baixo peso e 19 (26,8%) foram pré-termo.
Sessenta (84,5%) mães realizaram o pré-natal, sendo que em
apenas 1 (1,4%) essa informação não foi obtida. A média de
idade materna foi 24,03 anos (DP +/- 5,5 anos) e 57% tinham,
no máximo, o primeiro grau incompleto. Trinta e duas (48,5%)
famílias tinham renda inferior a um salário mínimo ou não
Infectologia
tinham renda fixa. Sessenta e quatro crianças realizaram
TORCH-HIV-HTLV-AgHbs, dessas, 63 realizaram IgM para
Citomegalovírus (CMV), 62 para HIV e 59 realizaram o VDRL
para sífilis. Encontrou-se 6 crianças (9,5%) com IgM positivo
para CMV, uma positiva para VDRL e duas para HIV, todas as
crianças eram assintomáticas. Nenhuma criança teve IgM positivo para toxoplasmose, rubéola, herpes, AgHBs ou HTLV 1 e
2. Conclusões: Os resultados evidenciaram uma alta
prevalência de infecção perinatal assintomática por CMV e
uma prevalência menor de infecção por sífilis e HIV. Não ocorreram outras infecções de transmissão vertical.
Código Trabalho: 1121
Título: REAÇÕES ADVERSAS DAS VACINAS OFERECIDAS NO
CRIE - PE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 19982004.
Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL; NADJA G NOBRE
SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES
CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE
Instituição: UPE/FCM/HUOC
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Poucos trabalhos têm sido apresentados sobre os
eventos adversos das vacinas em profissionais da saúde no
Brasil. Eventos adversos, mesmo sendo incomuns, têm grande
repercussão. Objetivos: Este estudo tem o propósito fazer um
levantamento e avaliar os eventos adversos das vacinas aplicadas nos profissionais de saúde, durante o período de 19982004. Métodos: Investigou-se a ocorrência de sintomas potencialmente relacionados à vacina em amostra da população por
meio da aplicação de um questionário, composto por perguntas
objetivas e abertas, estruturado em uma amostra de 70 (setenta)
profissionais da saúde. Resultados: Quanto a BCG, 45
(64,29%) dos profissionais da saúde relatam não ter tomado
essa vacina, enquanto 25 (35,71%) afirmam ter realizado pelo
menos uma dose. Dentre os que tomaram a vacina, observou-se
que quanto a cicatrização, 24 (96%) tiveram a ferida vacinal
com tempo de cicatrização esperado, antes de três meses,
enquanto que 01 (4%) relata ter demorado mais de três meses
para cicatrização completa da ferida e 02 (8%) apresentaram
infecção secundária no local da aplicação da vacina, não sendo
preciso fazer uso de antibioticoterapia. A vacina para hepatite
B foi aplicada em 61 (87,14%) dos entrevistados e destes, 21
(34,43%) apresentaram leves eventos adversos decorrentes da
vacina, evidenciando a dor no local da injeção como o evento
de maior freqüência 95,23% (20). Como outros sintomas foram
registrados 3 casos de eritema local , 2 casos de enduração local
e 2 de edema local. Dos profissionais questionados, 47
(67,14%) tomaram a vacina dT e destes 28 (59,57%) apresentaram evento adverso leve, sendo reação local o mais freqüente,
28 (100%) casos. Foi observado que 47(67,14%) não tomaram
a vacina contra a gripe; enquanto 23 (32,86%) dos profissionais
tomaram esta vacina, dos quais 11(47,83%) apresentaram
reações leves. Sobre a vacina contra a varicela, 60 (85,71%)
entrevistados afirmaram não ter tomado a vacina. Dos 10
(14,29%) que tomaram, 08 (80%) não apresentaram reações e
02 (20%) tiveram reação: 02 (100%) apresentaram dor local e
01 (50%) edema no local. Conclusões: Com a análise dos
dados, observou-se que um percentual elevado dos profissionais não tomou algumas vacinas que são fornecidas gratuitamente, ressaltando a necessidade de uma política vacinal mais
efetiva e direcionada para esse grupo de risco. Os eventos
adversos pesquisados a respeito da vacina de hepatite B, BCG,
gripe, varicela e dT são eventos esperados e considerados leves,
não trazendo nenhum prejuízo à saúde do profissional. É muito
maior a probabilidade de um indivíduo ser prejudicado por
doenças imunopreviníveis do que por qualquer das vacinas
correspondentes. O profissional de saúde tem a responsabilidade de esclarecer dúvidas e se manter atualizado para ter argumentos efetivos que façam os pacientes compreenderem as
vantagens da vacinação.
Código Trabalho: 770
Título: RELATO DE CASO DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Autores: KARLA GONTIJO;OCTAVIO SOUZA SILVA
NETTO;LUCIA DE FATIMA PAIS AMORIM;HELENA MARIA
CAMPOS;NELIANA TEMPONI GODINHO;ANA LUCIA NOGUEIRA
DINIZ
Instituição: Hospital Mucipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: A toxoplasmose congênita tem apresentado
redução da sua incidência nos últimos anos, provavelmente
devido à triagem realizada no pré-natal possibilitando diagnóstico precoce e tratamento da mãe. A transmissão vertical do
Toxoplasma gondii ocorre em uma taxa média de 30 a 40%,
mas varia com o momento da gestação em que a infecção
materna aguda ocorre. Objetivos: O relato de caso objetiva
sensibilizar em relação à importância do reconhecimento da
toxoplasmose intra-útero e seu manejo correto, visando
prevenir as conseqüências da infecção para a criança.
Métodos: O caso trata-se de um recém-nascido termo cuja mãe
apresentou no primeiro rastreamento realizado no pré-natal em
novembro/05 (3º trimestre de gestação) sorologia positiva para
toxoplasmose aguda. Ao nascimento notado abdome globoso e
hepatoesplenomegalia importante. Resultados: Realizada
sorologia do recém-nascido que evidenciou toxoplasmose
congênita. Evoluiu com icterícia colestática e alteração da
função hepática. Os exames complementares realizados foram:
ultra-som abdominal (hepatoesplenomegalia inespecífica);
tomografia de encéfalo (calcificações cerebrais e atrofia
cortical difusa, dilatação de sulcos e cisternas); líquor (pleiocitose e elevação da proteinoraquia); fundoscopia (descolamento
de retina de olho direito e coriorretinite do olho esquerdo);
ecografia ocular (descolamento bilateral de retina). Iniciado
esquema para neurotoxoplasmose (sulfadiazina, pirimetamina,
acido folínico e corticoterapia). Este paciente encontra-se atualmente em acompanhamento ambulatorial com neurologia,
infectologia, oftalmologia e pediatria, permanecendo ainda em
uso de medicação para toxoplasmose. Conclusões: A toxoplasmose congênita pode acarretar graves seqüelas à criança. O
diagnóstico e tratamento pré-natal são recomendados para
evitá-las.
Código Trabalho: 184
Título: RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE ATEROSCLEROSE EM
CRIANÇAS COM SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
(SIDA) - ESTUDO PERI
Autores: ISABELA DE C. B. GIULIANO;MAURICIO L.
SILVA;SÔNIA M. DE FARIAS;MARIA DE SOUZA;CAROLINA L. Z.
VIERIA;BRUNO CARAMELLI
Instituição: Universidade de São Paulo
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução: a doença aterosclerótica (DA) inicia-se na
infância e a SIDA parece acelerar a progressão da mesma. O
conhecimento do perfil de risco de crianças com SIDA poderá
permitir a elaboração de estratégias de prevenção específicas
para esta população. Métodos: amostra aleatória (sistemática
1:3) de crianças com SIDA doambulatório de infectologia do
Hospital Infantil Joana de Gusmão, Fpolis, SCnno ano de 2005.
Foram aplicados questionário e exame físico e realizado coleta
de sangue. Os dados de 30 crianças com SIDA foram
comparados com os decrianças da população infantil de
Florianópolis. Dados contínuos foramclassificados em quartis.
As prevalências dos fatores de risco foramcomparadas calculando-se o risco relativo e seus intervalos de confiança.
Resultados: as crianças com SIDA ingeriam menos frequentemente quantidades elevadas de gorduras saturadas [23% X
41%, RR: 0,77(0,63-0,94)] e quantidades insuficientes de fibras
[30% X 55%, RR: 0,64 (0,5-0,81)], eram mais frequentemente
sedentárias [73% X 38%, RR: 2,31(1,27-4,19)] e uma maior
proporção gastava mais de 2 horas/dia com inatividade recreacional [80% X 42%, RR: 2,87 (1,4-5,88)]. As crianças com
SIDA encontravam-se mais frequentemente no quartil inferior
de distribuição do HDL-colesterol [80% X 25%, RR: 3,74
(1,83-7,66)] e no superior de proteína C reativa [50% X 25%,
RR: 1,5(1,05-2,15)] e tinham excesso de peso menos frequentemente [7% X 24%, RR: 0,81 (0,74-0,99)]. Conclusões: as
crianças com SIDA apresentaram um perfil associado a um
risco elevado de desenvolvimento de aterosclerose, o que pode
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S113
Infectologia
estar relacionado à doença de base e ao sedentarismo. Um
programa supervisionado de condicionamento físico poderia
modificar este perfil e controlar a aceleração da progressão da
aterosclerose nesta população.
Código Trabalho: 7
Título: SÍFILIS CONGÊNITA DIAGNOSTICADA NA
ADOLESCÊNCIA
Autores: CELIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA
SIQUEIRA;KARINY FERREIRA;EDUARDO ANTÔNIO RAMOS
Instituição: Hospital da Criança
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução:A transmissão vertical da Sífilis permanece um
grande problema de saúde pública no Brasil, o Ministério da
Saúde estima que em 2004 nasceram 15 mil crianças com sífilis
congênita, orientando para fins de controle epidemiológicos,
que a forma congênita deve ser pesquisada em todas as crianças
nascidas de mãe com sífilis (evidência clínica e/ou laboratorial)
e em todo indivíduo com menos de 13 anos com suspeita
clínica e/ou epidemiológica de sífilis congênita. Objetivos e
Métodos: Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico
em adolescente, que apresentava lesões osteolíticas disseminadas e hepatite, cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis,
de evolução favorável após uso da penicilina com redução das
lesões e redução sorológica. Relato do caso:Adolescente , feminina, 13 anos, nascida de PSNV,sem pré-natal , pesando 1300g.
Com 08 anos de idade iniciou com artralgia e edema em joelho
esquerdo, tratada como TB óssea, após biópsia que revelou
infiltração linfohistiocitária com formação de granulomas Após
5 anos passou a cursar com febre diária, dores pelo corpo e
tontura. Ao exame: emagrecida, baixa estatura, ap.cardiovascular normal Abdômen globoso, fígado palpável a 10 cm do
RCD, baço a 4 cm do RCE, exame ginecológico normal. Dos
exames realizados os VDRLs foram reagentes com titulagem
elevadas:1/2048,FTA-Abs positiva (na mãe e na paciente),
pesquisa para outras DSTs, inclusive HIV não reagentes. A
Biopsia hepática revelou arquitetura lobular alterada à custa de
extensas áreas de necrose caseosa permeados por células
epitelióides, histiócitos, linfócitos e plasmócitos. Há também
pequenos granulomas com população de células inflamatórias
descritas anteriormente. A pesquisa de BAAR revelou-se negativa. Conclui-se como hepatite crônica granulomatosa. O Rx de
ossos longos lesões osteolíticas, periostite e osteomielite
disseminadas. Evolução: Iniciou uso de penicilina cristalina,
com redução gradativa do VDRL e melhora das lesões ósseas e
da hepatimetria. Após 8 meses do tratamento, houve ganho
ponderal e estatural, não apresentava visceromegalias e as radiografias dos ossos longos normalizadas. Discussão e
Conclusões:Trata-se de um caso peculiar de sífilis congênita
tardia agudizada ,com lesões ósseas iniciada provavelmente aos
8 anos de idade e hepatite .Os estudos realizados afastam comorbidades . A despeito da capacidade de latência do
T.pálidum,não encontramos na literatura uma relação de efeitos
a longo prazo, com quadro semelhante ao apresentado pela
paciente.
Código Trabalho: 527
Título: SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE EM CRIANÇAS
INFECTADAS PELO HIV ACOMPANHADAS EM UM SERVIÇO
UNIVERSITÁRIO.
Autores: DAISY MARIA MACHADO;SUÊNIA VASCONCELOS
BELTRÃO;RENATA BARACHO MARTINELLI;DENISE QUEIROZ
PRADO;MONICA MAURA ORTEGA VIEIRA;REGINA CELIA
MENEZES SUCCI
Instituição: Universidade Federal de São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A ocorrência de infecções oportunistas após o
início de terapia anti-retroviral potente pode ser manifestação
do restabelecimento da imunidade em indivíduos infectados
pelo HIV, conhecida como Síndrome da Reconstituição Imune
(SRI). Objetivos: Avaliar a freqüência da SRI em uma coorte
de crianças infectadas pelo HIV. Métodos: Foram avaliadas
retrospectivamente 182 crianças acompanhadas no Centro de
Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da
UNIFESP, de 1989 a 2005, quanto `a presença de infecções
oportunistas. Valores de carga viral do HIV (CV) e contagem
S114
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
de células T CD4+ foram tomados em 3 momentos: 1 a 3 meses
antes da infecção oportunista (IOp), durante o episódio de IOp
e após o mesmo. Foi considerado quadro compatível com SRI
a ocorrência de IOp em vigência de boa resposta `a terapia antiretroviral (TARV), com CV indetectavel ou queda de 1 log na
CV num período de ate 6 meses apos início ou troca da TARV.
Resultados: Das 182 crianças avaliadas, 54 (22 do sexo feminino e 32 do sexo masculino) apresentaram as seguintes IOp
durante o acompanhamento: H Zoster - 21/54 (38,9 %);
Tuberculose - 21/54 (38,9 %); Pneumonia por Pneumocystis
jiroveci (PjP)- 7/54 (13 %); Citomegalovirus (CMV) - 4/54
(7,4%); Criptococose- 3/54 (5,5 %); Herpes esofágico - 1 (1,8
%). Destes, 9 episodios (16,6%) ocorreram até 6 meses após
início ou troca de TARV, com queda de CV >/= a 1 log, sendo
caracterizados como SRI: H.Zoster -6/54 (11,1%);
Tuberculose- 2/54 (3,7%); Herpes esofágico -1/54(1,85%). As
nove crianças (7 do sexo masculino) que tiveram SRI haviam
apresentado elevados valores de CVs (mediana=284000
copias/ml) e baixas contagens de células CD4+ (mediana do
nadir de CD4=50 cel/mm3) antes da TARV. Após os episódios
de IOp, 6 crianças mantinham CV indetectável e duas apresentavam CVs relativamente baixas, entre 5000 e 10000 copias/ml.
Todas responderam bem ao tratamento das IOp, com plena
recuperação. Conclusões: A freqüência da SRI na coorte estudada foi de 16,6%, sendo Herpes zoster a mais comum manifestação da síndrome. O reconhecimento da SRI torna-se
importante para que a ocorrência de IOp em indivíduos em uso
de drogas anti-retrovirais não seja confundida com falha ao
tratamento e deterioração imunológica
Código Trabalho: 558
Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADA A CALAZAR:
RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS
Autores: ANA ROSANA ALENCAR GUEDES;DANIELLY LIMA
BRAGA;VIENA SALES XIMENES ÁVILA;DAIANA CILÉA
HONORATO NASCIMENTO;MARIA HELENA LOPES
CAVALCANTE;MÉRCIA LIMA DE CARVALHO LEMOS
Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Síndrome hemofagocítica (SHF) caracteriza-se
por febre prolongada, hepatoesplenomegalia, citopenias acentuadas e hemofagocitose na medula óssea, fígado ou linfonodos, podendo estar associada a uma variedade de infecções
virais, bacterianas, assim como colagenoses e neoplasias.
Objetivos: Descrever duas diferentes formas de evolução da
SHF associadas a Calazar através do relato de dois casos
clínicos. Métodos: Estudo descritivo observacional.
Resultados: Caso 1: F.K.F., 13 meses, masculino, procedente
de Pedra Branca- CE, admitido em 29/06/2006. Há 2 meses,
iniciou quadro de febre diária, anorexia e adinamia, sendo
conduzido como pneumonia e infecção urinária. Evoluiu com
persistência da febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia.
Iniciado, em sua cidade, prova terapêutica para Calazar com
Glucantime. Foi encaminhado ao nosso serviço devido piora
clínica. À admissão, apresentava-se em anasarca, hipocorado
4+/4+, ictérico 2+/4+, irritado, fígado a 5cm do RCD e baço a
10cm
de
RCE.
Exames:
Hb=3,6;
Leuc=2600
(Seg=32%;Bt=1%;Linf=67%); Plaq=75000; TGO=2692;
TGP=670; Bil.dir.=3,45; Bil.ind.=1,84; Albumina=2,1;
Globulina=4,0; LDH=4489; Triglicerídeos=345; TAP=32,5%;
Fibrinogênio=1,27; VHS=118; PCR=69,9. Mielograma=atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Iniciado
Anfotericina B (1mg/Kg/dia) devido K39 reagente. Evoluiu
com melhora clínica e laboratorial evidente. Caso 2: A.A.S., 8
meses, feminina, procedente de fortaleza-CE, admitida em
23/06/2006. Encaminhada de outro serviço devido febre há 20
dias, tosse produtiva, hepatoesplenomegalia e palidez cutâneomucosa acentuada, onde recebeu tratamento para pneumonia
com Penicilina Cristalina por 7 dias sem melhora. Exames:
Hb=6,9; Leuc=2540 (Seg=11%; Bt=6%; Eo=0%; Linf=80%;
Mo=3%); Plaq=90400; TGO=1711; TGP=316; Bil.dir.=0,47;
Bil.ind.=0,46; Albumina=2,5; Globulina=3,11; LDH=2908;
Triglicerídeos=493; VHS=72; PCR=119,9; TAP=incoagulável;
TTPA=incoagulável; Fibrinogênio=incoagulável. Mielograma=
atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Devido a
gravidade do quadro clínico numa criança de menos de 1 ano
de idade, foi iniciada pulsoterapia com corticóide considerando
a possibilidade de SHF primária. Confirmado o diagnóstico de
Infectologia
Calazar através da IF positiva e K39 reagente, foi iniciado
Anfotericina B e antibióticoterapia com Oxacilina e Amicacina
devido neutropenia febril. No entanto, apresentou apenas
melhora discreta dos parâmetros laboratoriais e clínicos,
persistindo com febre e hepatoesplenomegalia volumosa.
Conclusões: A SHF, como uma apresentação da Leishmaniose
Visceral, é um evento raro e pode causar atraso diagnóstico
considerável devido a similaridade entre os sinais clínicos,
gravidade do quadro e sérias complicações que ocorrem no
curso clínico da doença. A elevada prevalência do Calazar em
nosso meio, bem como o aumento no número de formas graves,
requer aguçado nível de suspeição para identificação diagnóstica precoce e tratamento adequado em tempo oportuno.
Código Trabalho: 1142
Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADO AO CALAZAR
- RELATO DE CASO
Autores: PAULA FLÁVIA ALVES CAVALCANTI;ALBERTO BARROS
LIMA;YURI FRANCILANE SANTOS;CAROLINE ELISE
MORAES;JAILSON BARROS CORREIA;MARIA ANGELA ROCHA
Instituição: Hospital Universitário Osvaldo Cruz
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A associação de Leshmaniose visceral (LV) com a
síndrome hemofagcítica (SH) é um evento raro caracterizado
pela ativação e proliferação de linfócitos T e macrófagos
levando à produção exagerada de citocinas e acúmulo de
células macrofágicas e hemofagocitose em diferentes órgãos e
tecidos como fígado, baço e medula óssea. Relato de caso Objetivos: Descrever um caso clínico de associação entre LV e
SH. Relato de caso: FES, 6 anos, sexo masculino, negro, procedente de Betânia - PE, foi internado no departamento de
Doenças Infecciosas e Parasitárias de um hospital de referência
do Recife por apresentar febre, dores em membros inferiores e
anorexia há 2 semanas. É proveniente de área endêmica para
Calazar e relata haver casos da doença na cidade onde reside.
No momento do internamento apresentava-se em regular estado
geral, consciente e orientado, desnutrido, hipocorado ++/4+ e
anictérico. Ausculta pulmonar e cardíaca normal. Baço a 8 cm
do rebordo costal esquerdo e fígado a 8 cm do rebordo costal
direito. Articulações e pele sem alterações. O hemograma do
internamento apresentava 4290 leucócitos, 6,4 hemoglobina e
64.000 plaquetas. O raio X de tórax e ossos longos era normal.
O mielograma mostrou medula hipocelular com células de
aspecto histiocitário com citoplasma abundante e espumoso
soltas no esfregaço ou formando agrupamentos com células
hematopoiéticas. Os elementos muitas vezes hematofagocitando, levantando a hipótese de Histiocitose maligna sem
evidências de leishmanias. A Reação em Cadeia da Polimerase
do material do mielograma foi negativa para identificação de
leishmanias.A biópsia hepática evidenciou fibrose hepática
inespecífica sem alterações sugestivas de Histiocitose maligna.
Apesar da ausência de leishmanias em exames complementares, como quadro clínico sugestivo, epidemiologia
importante para calazar e manutenção da febre com piora dos
parâmetros hematológicos, foi iniciado tratamento com
Glucantime na dose de 20 mg/Kg/dia por 20 dias. A criança
evoluiu com melhor aceitação alimentar, ganho ponderal,
regressão da hepatoesplenomegalia (fígado a 4 cm do RCD e
baço a 3 cm do RCE) e melhora dos padrões
hematimétricos(leucócitos 5730, hemoglobina 9,7, plaquetas
495000). O mielograma após finalização do tratamento não
apresentou anormalidades. Conclusões: A associação entre as
duas doenças é um evento raro que geralmente leva à dificuldade diagnóstica. É difícil estabelecer sua freqüência porque é
subdiagnosticada já que os casos leves apresentam cura espontânea com o tratamento etiológico da enfermidade associada.
Código Trabalho: 982
Título: SITUAÇÃO DA VARICELA NO MUNICÍPIO DO RECIFE,
EM 2005.
Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA
ALMEIDA AQUINO
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife.
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A varicela é um agravo que embora considerado
benigno na infância, atualmente tem-se observado um aumento
das complicações severas com um alto potencial de morbimortalidade em crianças e adultos previamente saudáveis.
Estudo realizado por dos Anjos e Ferreira, 2004 encontrou
62,19% de celulite, dentre as complicações observadas. O
conhecimento do seu comportamento é importante para dimensionar o quanto sua ocorrência compromete a população
infantil do município do Recife. Objetivos: Conhecer o
comportamento da varicela, no município do Recife, no ano de
2005. Métodos: Estudo descritivo, de base populacional
constituído por 1160 casos de varicela notificados ao município
no ano de 2005, segundo faixa etária, sexo, mês de início dos
sintomas, unidades notificadoras e distribuição espacial. Foi
utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de
Agravos de Notificação. Resultados: A faixa etária mais
atingida foi a de 1-4 anos com 35,58%, seguida da de 5-9 anos
com 24,31%. O Coeficiente de Detecção para o ano de 2005 foi
de 521,99 na faixa de menores de um ano. Quanto à
distribuição por sexo 53,45% foi para masculino. Os meses de
outubro, novembro e janeiro contribuíram com 18,35%,
16,80% e 16,19% respectivamente. No que diz respeito às
unidades notificadoras o Cravo Gama contribuiu com 6,72%
seguido do Hospital Universitário Oswaldo Cruz com 14,74%.
Quanto à distribuição por Distrito Sanitário, o DSV e o DS IV
contribuíram com maiores percentuais, correspondendo a 33,37
e 21,61%, respectivamente. Conclusões: As crianças foram as
mais atingidas pela varicela no município do Recife em 2005, o
que vem a corroborar com a literatura que aponta esse grupo
como os mais susceptíveis. Por não fazer parte das doenças de
notificação compulsória, ficou inviabilizado conhecer os casos
mais graves da varicela, que precisaram ser internados e desses
os que apresentaram algum grau de complicação. Acredita-se
que só a partir do conhecimento do comportamento da doença
se poderá propor medidas, como a adoção da vacina no
calendário básico.
Código Trabalho: 278
Título: SOROEPIDEMIOLOGIA DO PARVOVIRUS HUMANO B-19
MENORES DE DOIS ANOS, SÃO PAULO
Autores: EGMA HUATUCO;SAULO DUARTE PASSOS;ROSA
ESTELA GAZETA;ANA PAULA ZANIN SANTOS
FELGUEIRAS;EDUARDO MASSAD;EDISON LUIZ DURIGON
Instituição: ICB-USP / FMJ - Pediatria / FM-USP
Cidade/UF: VINHEDO/SP
Resumo:
Introdução: O Parvovírus Humano B19 (B19) está associado
ao eritema infeccioso, aplasia eritrocitária, infecção fetal,
anemia hemolítica, vasculites sistêmicas e artrites1,2,3,4,5.
Pertence ao grupo de doenças exantemáticas, cuja variabilidade
dos sinais e sintomas, confundem com outras doenças (sarampo
e rubéola)6. A Díade exantema e febre requer atenção imediata
seja na emergência infantil, gestante exposta ou escolares. O
diagnóstico clínico é complexo pois a história e exame clínico
são inespecíficos, necessitando recursos laboratoriais pouco
disponíveis. Objetivos: descrever o perfil sorológico, a curva
de decaimento de Ac, a idade ótima de vacinação e a taxa de
primo infecção do B19, em 222 amostras de soros de crianças
menores de 2 anos, coletados em janeiro 1991, em Caieiras, SP.
Casuística A amostragem inicial foi delineada de maneira probabilística, por conglomerados, resultando soroteca com 435
soros, utilizando neste estudo, 222 amostras, estratificadas por
faixa etária. Métodos: Realizou-se teste ELISA para B19 (IgGBiotrin/Ireland) e a detecção do DNA viral por Nested PCR7.
Critérios de exclusão:RNPT, imunodeficiência congênita ou
adquirida, doenças oncológicas, tratamento imunossupressor
ou Nested PCR(+) para B19. A idade ótima de vacinação foi
estimada por modelos matemáticos e análise decaimento pela
regressão logística, com ajuste de curva pela máxima verssimilhança. A taxa da primeira infecção foi calculada pelo
modelo proposto por Farrington8. Resultados: Os dados
demonstraram elevadas [IgG] anti B19 em 87,5% (IC= 0,651,0) no RN e 17,2% S(+) até dois anos. A prevalência de IG
materno decaiu rapidamente até 3m, desaparecendo aos 7m.
Até dois anos, oito casos foram PCR(+) B19, demonstrando
baixo nível de infecção nessa faixa. A força de infecção foi
elevada antes dos três anos mantendo-se baixa após. A idade
ótima de vacinação calculada foi 12m para cobertura de 80%,
sendo estimada a primeira infecção aos 21±7anos. Discussão e
Conclusões: as elevadas concentrações de IgG demonstram
passagem ativa transplacentária com rápido decaimento, seme-
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S115
Infectologia
lhantes às curvas de outros países9,10. Os oitos casos de
infecção PCR(+) podem ser explicados possivelmente pela
baixas circulação viral e força de infecção. É preocupante a
idade da primoinfecção em idade fértil pelo maior risco de
Infecção congênita. A idade ótima de vacinação facilitaria
maior adesão ao calendário vacinal. Conhecer o comportamento sorológico em nosso meio através das curvas sorológicas populacionais poderá fornecer subsídios para futuros
programas de vacinação.
Código Trabalho: 1099
Título: SUSCEPTIBILIDADE A DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS EM
PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE TRABALHAM EM ÁREA DE
RISCO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ
Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL;NADJA G NOBRE
SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES
CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE
Instituição: UPE/FCM/HUOC
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Os profissionais e universitários da área de saúde,
que iniciam sua prática clínica nos setores e em especial nos de
alto risco, possuem um perfil de maior exposição a agentes
infecciosos e grande parte deste grupo não apresenta seu
calendário vacinal atualizado. b. Objetivos: Este estudo tem o
propósito de descrever o perfil vacinal e o possível risco de
aquisição e transmissão de doenças imunopreviníveis neste
grupo de profissionais que trabalham em áreas de risco.
Métodos: Foi realizada a coleta de dados por meio de um questionário auto-aplicável, entre 150 profissionais da saúde, com
atendimento na área de risco, por, no mínimo seis meses.
Resultados: Dos 150 entrevistados, observou-se que 117
(78,0%) tinham o esquema básico de vacinação completo, 19
(12,7%) incompletos e os 14 (9,3%) restantes não sabiam
informar. A respeito do reforço vacinal dT, 122 (81,3%) afirmaram sua utilização. Em relação às vacinas de hepatite A e B,
os resultados encontrados foram: 32 (21,3%) vacinados contra
hepatite A e 99 (66,0%) contra hepatite B. Foi verificado, nos
questionários analisados, que 17 (11,3%) profissionais tiveram
hepatite, sendo 11 (64,7%) do tipo A, 01 (5,9%) do tipo B e 05
não souberam informar o tipo. Em relação à prevalência das
doenças infecto-contagiosas adquiridas após admissão no
serviço, verificamos que 25 (16,67%) profissionais apresentaram gripe, 14 (9,33%) rubéola, 11 (7,33%) varicela, 08
(5,33%) pneumonia, 06 (4,0%) tuberculose e 01 (0,67%)
sarampo. Conclusões: Com a análise dos dados, concluiu-se
que após a admissão nos serviços de risco estes profissionais
adquiriram doenças imunopreviníveis, com a possibilidade de
evoluírem para formas graves, bem como de transmiti-las para
pacientes de alto risco. O Ministério da Saúde não disponibiliza as vacinas para prevenção de doenças como gripe, hepatite
A e varicela, as quais são de grande importância para estes
profissionais. Assim, um esquema vacinal especialmente direcionado para este grupo deveria constar das seguintes vacinas:
dT, tuberculose, tríplice viral, varicela, influenza, hepatite A e
B.
Código Trabalho: 415
Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DA TRANSMISSÃO VERTICAL
DO HIV EM PERNAMBUCO
Autores: GERLANE SILVA;EDVALDO SOUZA;REJANE FREITAS
Instituição: IMIP
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Mais de 95% das crianças infectadas pelo HIV o
adquirem por via vertical (mãe-filho). A transmissão vertical
do HIV (TVHIV) é passível de prevenção eficaz e algumas
estratégias têm sido implementadas no Brasil para detecção
precoce e intervenção tendo como finalidade a diminuição da
TVHIV. Podemos citar como exemplos o oferecimento
rotineiro da testagem para o HIV no pré-natal e o Projeto
Nascer desenvolvido pelo Programa Nacional de DST/Aids. O
aumento no conhecimento do estado sorológico e uso de profilaxia efetiva têm reduzido a taxa de transmissão do HIV para
níveis em torno de 1% (0 a 2%). A cobertura de testagem para
o HIV não se apresenta de maneira uniforme no Brasil, a região
NE apresenta estimativa de cobertura de testagem em gestantes
de 31,3% (2004) e taxa de TVHIV de 11%(2002). Objetivos:
S116
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
O objetivo deste estudo foi descrever os desfechos (infectadas
e soro-reversão) do acompanhamento de crianças expostas ao
HIV verticalmente de acordo com ano admissão no SAE
Materno Infantil e Hospital-Dia do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de dados da
ficha de investigação de crianças expostas ao HIV acompanhadas no IMIP durante o período de janeiro de 2000 a
dezembro de 2005. Os desfechos principais estudados foram
estado de infecção e estado de não infecção. Foram consideradas crianças expostas verticalmente, qualquer criança cuja
exposição ao HIV tenha sido durante gestação/parto e/ou
amamentação por mulher HIV positiva independente da realização ou não de algum tipo de profilaxia para redução da
TVHIV. Resultados: De 2000 a 2005, foram acompanhadas
546 crianças expostas ao HIV e 102 se infectaram, taxa de
infecção de 18,7%. As taxas de infecção pelo HIV no grupo de
crianças expostas analisado de acordo com o ano de admissão
foi respectivamente de: 26,7% (12/45) em 2000, 29,2% (19/65)
em 2001, 14,1% (17/120) em 2002, 25,5% (28/110) em 2003,
15,6% (17/109 em 2004 e 9,3% (9/97) em 2005. Análise
usando o χ 2 (17,91 e p= 0,003) para tendência linear indica
tendência de diminuição a partir de 2003 com proteção máxima
em 2005 (OR 0,28).
Conclusões: Os resultados deste estudo demonstram que a
TVHIV está diminuindo a partir do ano de 2003. Estes dados
coincidem com a maior implantação e implementação de
rotinas para prevenção d a TVHIV no Estado e na Região.
Contudo, os níveis de redução mais efetivos ainda precisam ser
almejados e atingidos e devem ser indiretamente proporcional
ao grau de conhecimento do estado sorológico da genitora
durante a assistência pré-natal
Código Trabalho: 408
Título: TESTE RÁPIDO PARA HIV EM GESTANTES:
DESEMPENHO E VALOR PREDICTIVO POSITIVO
Autores: EDVALDO SOUZA;SONIA FIGUEIREDO;GERLANE
SILVA;MARIA ROSÁRIO MOURA;JOSEMAR MELLO NOBRE
Instituição: IMIP
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: O uso de teste rápido para HIV (TRHIV) na
admissão para o parto já se tornou exame de rotina em diversas
maternidades do país. Os TRHIV geralmente apresentam sensibilidade e especificidades elevadas, já estão com seu uso
padronizado e equipes bem treinadas para sua realização. O
resultado TRHIV reagente já permite o oferecimento de profilaxia da transmissão vertical do HIV. Contudo, o diagnóstico
definitivo de infecção pelo HIV requer confirmação com
exames adicionais (Fluxograma para Detecção de Anticorpos
Anti-HIV em Indivíduos com Idade Acima de 2 anos - PNDST/Aids- M.S). Objetivos: O objetivo do estudo foi de descrever a freqüência de resultados falso-positivos de TRHIV e
calcular o valor predictivo positivo de TRHIV em gestantes
admitidas na Maternidade do Centro de Atenção à Mulher
(CAM) do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de planilhas de controle de resultados
laboratoriais de TRHIV e fluxograma de exames confirmatórios durante o período de janeiro a dezembro de 2005.
Resultados: Durante o ano de 2005, foram admitidas 6.678
mulheres na Maternidade do CAM-IMIP, 3.672 (55%)
mulheres foram testadas com TRHIV (mulheres que não
tiveram estado sorológico para HIV identificado no pré-natal).
O TRHIV se revelou reagente em 27 gestantes (prevalência de
0,74). Dos 27 TRHIV reagentes, 18 (66,7%) realizaram exame
confirmatório segundo fluxograma do PN-DST/Aids, 07 (26%)
não realizaram coleta exame confirmatório e 02 (7,4) não
tiveram resultados do exame confirmatório. Dentre os 18
TRHIV com resultado de exames confirmatórios, 08 se revelaram positivos e 10 negativos, o que nos dá uma sensibilidade
de 100%, especificidade de 99,7% e um VPP de
44,4%.Conclusões: O conhecimento do estado sorológico para
infecção pelo HIV antes da admissão da maternidade ainda foi
baixo (45%) no decorrer de 2005. A prevalência de infecção
pelo HIV encontrada considerando somente os 08 testes
reagentes confirmados como positivo foi de 0,22. Os TRHIV
usados apresentaram sensibilidade e especificidade iguais às
referidas pelos fabricantes. Ao consideramos somente os 08
testes confirmados como realmente positivos e uma prevalência
de 0.2, o VPP esperado seria de 40%, compatível com os 44%
encontrados (p = 0,57). Finalizando, gostaríamos de reforçar a
Infectologia
necessidade de maior agilização na confirmação do estado
sorológico de gestantes e parturientes através de testes confirmatórios com resolução e resultados mais rápidos ou através de
algoritmo usando teste rápido confirmatório excludente
Código Trabalho: 717
Título: TROMBOSE DE VEIA JUGULAR INTERNA COMO
MANIFESTAÇÃO INICIAL DE TUBERCULOSE GANGLIONAR EM
CRIANÇA.
Autores: SAULO DUARTE PASSOS;CÉLIA MARTINS
CAMPANARO;BRUNA MEZAN ALGRANTI;ANA CRTISTINA L.
ASPRINO;AUDREY ELISE MALVESTITI;NINA COLAMEO DE A
PENTEADO
Instituição: ICB-USP / Faculdade de Medicina de Jundiaí
Cidade/UF: CAMPINAS/SP
Resumo:
Introdução: A tuberculose(TB) é um grave problema de Saúde
Pública. Na criança há dificuldades em seu diagnóstico
etiológico, sendo que muitas vezes é detectada por formas
extrapulmonares. Em raros casos, pode apresentar complicações como fenômenos tromboembólicos. Objetivos: Relatar
um caso de TB ganglionar que apresentou trombose de veia
jugular interna como primeira manifestação. Métodos: Relato
de caso. Resultados: MCL, feminina, 10 anos, apresentou
queda da própria altura, com trauma leve em região cervical,
evoluindo com tumoração dolorosa. No PSI foi constatada
massa cervical de 4,0 x 3,0cm, dolorosa, fria, fibroelástica e
móvel, e também, realizados exames: VHS:97; DHL:379;
anemia discreta e leucocitose sem desvio à esquerda; coagulograma normal. Ultrassom: trombose de veia jugular interna
esquerda, com linfadenomegalia à esquerda, com sinais de
recanalização. Recebeu tratamento com antibióticos. Nos
ambulatórios de Infectologia e Hematologia foram realizados
sorologias para TORCH (negativas), provas de função
hepáticas (normais), pesquisa de deficiência de proteína C e S
(negativas), BK no escarro (negativo), Rx tórax (normal) e PPD
de 17mm. A biópsia ganglionar mostrou focos supurativos e
acúmulos de células xantomatosas. Apesar da epidemiologia
para TB familiar e para zoonoses serem negativas, a mãe relata
que a paciente teve contato com pacientes adultos tuberculosos,
na sala de espera da UBS, por 2 horas antes das consultas, por
cerca de 4 meses. Das formas de TB extrapulmonares, as pleurais são mais frequentes, seguidas das formas ganglionares. A
TB predispõe à síndrome de hipercoagulabilidade que poderia
explicar a trombose. O único dado epidemiológico encontrado
foi o contato na sala de espera. Na literatura há relato de um
paciente com TB pulmonar não diagnosticada, internado na
UTI, que infectou profissionais de saúde durante uma
exposição de 150 minutos. Foi feito diagnóstico diferencial
com Síndrome de Lemierre, que se caracteriza por infecção de
orofaringe aguda, tromboflebite supurada de veia jugular
interna e infecções disseminadas. O estado de hipercoagulabilidade em TB é discutido na literatura, porém, complicações
vasculares associadas à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis têm sido raramente relatadas em crianças. Conclusões: O
diagnóstico da TB na infância constitui um desafio. O que se
dispõe é a valorização dos dados indiretos, como o quadro
clínico-radiológico, o teste tuberculínico e a história de
contágio com adulto tuberculoso. Embora a associação de TB
com fenômenos tromboembólicos seja rara, foi a trombose a
primeira manifestação, possibilitando o diagnóstico neste caso.
Código Trabalho: 525
Título: TUBERCULOSE EM UMA COORTE DE CRIANÇAS
INFECTADAS PELO HIV
Autores: SUENIA VASCONCELOS BELTRAO;DAISY MARIA
MACHADO;AIDA BARBOSA GOUVEA;KELLY SIMONE
CUNEGUNDES;ALEX BARROS;REGINA CELIA DE MENEZE SUCCI
Instituição: Universidade Federal de São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A tuberculose (Tbc) permanece um problema de
enormes proporções em todo mundo, agravado nos últimos
anos pela interação Tbc/HIV. A infecção pelo HIV aumenta o
risco de tuberculose ativa em crianças infetadas pelo M. tuberculosis, e favorece o acometimento extrapulmonar. Objetivos:
1) Avaliar a freqüência de tuberculose em crianças infectadas
pelo HIV 2) Descrever as características clínicas, imunológicas
e radiológicas desse grupo. Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 181 crianças infectadas pelo HIV acompanhadas
no Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia
Pediátrica da UNIFESP, no período de 1994 a 2005. Aspectos
clínicos, laboratoriais e radiológicos foram descritos durante os
episódios de tuberculose. Resultados: A mediana das idades na
época dos episódios de tuberculose e idades atuais foram de 5,2
e 13,3 anos, respectivamente. Durante o período estudado,
houve 20 casos de tuberculose (20/181=11%): 14 Tbc
pulmonares(14/20 =70%), 2 Tbc ganglionares (2/20=10%), 2
meningo Tbc(2/20=10%),
2 Tbc
pulmonares
+
ganglionares(2/20=10%). Dezenove crianças usavam apenas
uma droga anti-retroviral (monoterapia) na época da tuberculose e uma usava esquema duplo; a mediana dos valores de
CD4 foi de 319 cel/mm3: 11/20 (55%) apresentaram comprometimento imunológico grave, 3/20 (15%) comprometimento
moderado, 1/20 (5%) sem comprometimento imunológico e
5/20 (25%) não tinham valores de CD4 disponíveis na época da
tuberculose.Os sinais/sintomas mais descritos foram
hepato/esplenomegalia (15/20;75%), poliadenomegalia
(12/20;60%), tosse (10/20;50%), febre ( 8/20;40%). Catorze
crianças fizeram testes tuberculínicos (PPD) por ocasião do
diagnóstico:10(71,4%)= não reatores (0mm) e 4 (28,6%)=
reatores fortes (>9mm).Os achados radiológicos mais descritos
foram: padrão intersticial difuso= 4/15(26,6%), infiltrado
basal= 4/15(26,6%), adenomegalia hilar= 5/15 (33,3%),
imagens de condensação = 3/15(20%), padrão miliar=
2/15(13,3%).Todas as crianças apresentaram boa resposta ao
tratamento para tuberculose, com mediana dos valores de CD4
pós-tratamento= 495 cel/mm3. Conclusões: A freqüência de
tuberculose na coorte estudada foi de 11%, ocorrendo principalmente na época em ainda eram usados esquemas anti-retrovirais menos potentes (monoterapia ou terapia dupla). A
maioria dos episódios ocorreu em crianças com comprometimento imunológico grave ou moderado e a localização
pulmonar foi a predominante. Os achados clínicos mais
freqüentes se confundem com os da própria infecção pelo HIV,
confirmando a necessidade de vigilância constante para tuberculose nesse grupo de crianças.
Código Trabalho: 39
Título: TUBERCULOSE GANGLIONAR PERIFÉRICA NA
INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Autores: ALINE DA GRAÇA FEVEREIRO;LETÍCIA
MENDES;DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARTHA VIVIANE
GALEANO GALLO;BRUNA GOMES CONDÉ;MARIA CRISTINA
KORBAGE ARAÚJO
Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus
Cidade/UF: SÃO BERNARDO CAMPO/SP
Resumo:
Introdução: A tuberculose ganglionar periférica, incomum na
infância, é caracterizada por adenomegalia preferencialmente
cervical, de evolução lenta, quase sempre maior que 2,5 cm,
diagnosticada pela pesquisa direta do bacilo álcool ácido
resistente no gânglio. Objetivos: Relatar um caso de tuberculose ganglionar em paciente previamente imunizado. Relato do
caso: EFAT, 4 anos, negro, natural e procedente de São Paulo,
morador de casa de apoio até 30 dias antes do inicio do quadro,
deu entrada neste serviço com história de tumoração em região
cervical há 6 dias associado a febre não aferida e em uso de
antibiótico por 5 dias. Ao exame encontrava-se em REG, descorado +/ 4+, hidratado, afebril, ativo-reativo peso e estatura
adequados para a idade (P= 16,1 kg e E= 104 cm), com
tumoração de 6cm X 5cm em região cervical anterior direita,
móvel, fibroelástico com hiperemia e aumento da temperatura
local e cicatriz de BCG presente em braço direito. Exames
subsidiários: HMG: Hb: 11,2g/dl, Ht: 33,4%, Leucócitos:
11.300 (2%/ 71%/ 3%/ 0%/ 20%/ 0%). Radiografia de tórax
sem alteração. Sorologias para CMV, EBV, Toxoplasmose e
HIV negativas. USG com numerosas linfoadenomegalias com
até 3,5 cm de diâmetro. Realizado punção cervical para elucidação diagnóstica com resultado positivo de BAAR (bacilo
álcool ácido resistente) no aspirado, fechando o diagnóstico.
Recebeu alta no 14 dia de internação em BEG, afebril, com
redução da tumoração em região cervical anterior direita para
2,5cm X 2cm, recebendo Esquema I (rifampicina 10mg/kg/dia,
isoniazida 10mg/kg/dia e pirazinamida 35mg/kg/dia) como
tratamento por 6 meses que será supervisionado na UBS
próxima a sua residência. Nos antecedentes refere ausência de
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S117
Infectologia
contato prévio com portador de tuberculose.
Conclusões: A tuberculose ganglionar deve ser considerada no
diagnóstico diferencial das adenomegalias periféricas, apesar
de ser evento raro na infância.
Código Trabalho: 14
Título: USO DE REAL-TIME PCR PARA ACOMPANHAMENTO E
PROGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM LEISHMANIOSE VISCERAL
Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE
SILVANY;ELVES PIRES MACIEL;ARABELLA BESTELLI;SIMONA
BOSSOLASCO;EDSON DUARTE MOREIRA
Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: O calazar é um problema de saúde pública em
nosso país, com alta morbidade e mortalidade, principalmente
em crianças. Mesmo com tratamento recomendado, ainda são
descritos falha terapeutica em 15% dos casos e letalidade de
15%. Não existem metodos disponiveis que possam predizer o
resultado terapeutico. Portanto, propomos validar o uso de
Real- time PCR para o acompanhamento e prognóstico do
calazar. Métodos: Estudo prospectivo, incluindo 53 crianças
com diagnóstico confirmado de calazar (sorologia ou mielograma), entre nov/2003 a Fev/2005. Coletados dados clínicos e
laboratorias e realizado Real-time PCR, de amostras de medula
ossea (admissão) e de sangue total (adimissão e a cada semana
de tratamento). Resultados e Comentários: A média de idade
foi 4,5 ± 3,9 anos, e 51% do sexo feminino. Os principais sinais
e sintomas foram febre (98%) esplenomegalia (94%),
hepatomegalia (92%) e linfadenomegalias (62%) e as alterações laboratoriais anemia (100%), plaquetopenia (80%),
leucopenia (68%) e hiperglobulinemia (83%). A principal
complicação foi infecção bacteriana secundária (43%).
Observou-se resposta completa ao tratamento em 79%, resposta
parcial com necessidade de prolongamento de tratamento em
5.6%, recidiva em 5.6% e óbito em 9.4% dos casos. A sensibilidade do PCR quantitativo em sangue foi 86%. Uma curva de
PCR quantitativo mostrou queda semanal progressiva da carga
parasitária, com negativação no 14º dia nos pacientes que
evoluíram para cura, e manutenção de PCR detectavel nos
pacientes com recidiva ou resposta parcial (83% no 14º dia e
16% no 21º dia). Um PCR negativo no 14º dia de tratamento
foi preditor de cura em 100% dos casos. Conclusões: O teste
de Real-time PCR em amostras de sangue de crinaças com
calazar demostrou boa sensibilidade e desempenho, servindo
como marcador de resposta terapêutica. O teste pode ser util
para predizer casos de recidiva e resposta parcial, com necessidade de prolongamento de tratamento.
Código Trabalho: 745
Título: UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTICOTERPIA EM CRIANÇAS
INTERNADAS COM QUADRO DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
VIRAL AGUDA EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NA CIDADE DE
SÃO PAULO
Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA
CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN
FAPESP GRUPO IAL
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Pau
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é responsável por um grande número de internações anuais em crianças
pequenas e lactentes, levando a quadros de bronquiolite e pneumonia. Essas crianças são freqüentemente tratadas com antibioticoterapia e uso de corticóides, mesmo sem respaldo da literatura vigente. Objetivos: Avaliar a incidência da utilização de
antibioticoterapia em crianças internadas por quadros de bronquiolite e pneumonias sabidamente desencadeadas pelo VSR.
Métodos: Durante o período de fevereiro de 2005 e janeiro de
2006, foram colhidas amostras de secreção de rinofaringe de
crianças menores de cinco anos internadas em nosso serviço
com quadro de infecção respiratória aguda. Os dados foram
confrontados com os prontuários deste pacientes, levando-se
em conta a utilização ou não de antibiótico e a correlação com
a presença ou não de febre, com os hemogramas (HMG) e
proteínas C reativa (PCR) coletados. Foi considerado
hemograma infeccioso aquele que apresentasse leucócitos
S118
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
acima de 15000, ou menor que 5000, ou com mais que 10% de
células imaturas. Foi considerado PCR significativo para
infecção não viral, aqueles acima de 2,0. Resultados: Das 191
amostras colhidas, 49 (25,6%) foram positivas para VSR.
Destes pacientes, 31 (63,2%) receberam antibioticoterapia
durante a internação, sendo que destes, somente 15 (48,3%)
tinham na entrada hemograma infeccioso, 10 (20,4%) tinham
PCR acima de 2,0 e 38 pacientes (61,2%) apresentaram febre
na história ou durante a internação. O antibiótico mais freqüentemente prescrito foi a Ampicilina, seguida pela Eritromicina e
pelo Ceftriaxone. Conclusões: Mesmo em pacientes internados, com etiologia viral confirmada para infecção respiratória aguda, e sem evidências laboratoriais de complicações
bacterianas, a utilização de antibióticos é alta.
Código Trabalho: 654
Título: VALOR PREDITIVO POSITIVO DA PRESENÇA DE IGM
ANTI-CMV COMO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO RECENTE EM
PARTURIENTES
Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;BEATRIZ RIBEIRO DOS
REIS;ANA PAULA COSTA;LARA PEREIRA;NATÁLIA
MELLO;MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO
Instituição: UFRJ / Cryopraxis Criobiologia - Rio de
Janeiro-RJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O sangue de cordão umbilical e placentário
(SCUP) é importante fonte de células-tronco. Bancos de cordão
umbilical seguem resolução nº 153/04 da ANVISA, que institui
realização de sorologias em parturientes, inclusive IgG e IgM
anti-citomegalovírus (CMV). Objetivos: Avaliar o valor preditivo positivo (VPP) da presença de IgM anti-CMV como diagnóstico de infecção recente em parturientes que optaram por
armazenar SCUP em um banco privado de criopreservação.
Métodos: Estudo descritivo e transversal. A análise
compreendeu amostras coletadas no período de outubro de
2004 a novembro de 2005 de parturientes que optaram pelo
armazenamento do SCUP em um banco de criopreservação.
Foram 3206 amostras analisadas. Os critérios de inclusão
foram: apresentar IgM anti-CMV positiva no momento do parto
e concordar em participar do estudo. Os médicos e/ou respectivas pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram
contactados por telefone e/ou e-mail, objetivando conhecer o
status sorológico para CMV em datas anteriores à gestação e
parto. Classificamos como sendo infecção recente toda parturiente que apresentasse IgG e IgM positivas, ou apenas IgM positiva, e que nos nove meses anteriores ao parto apresentavam,
comprovadamente, IgG e IgM negativas. Consideramos como
infecção antiga todo caso que tivesse IgG e IgM positivas no
momento do parto, mas que apresentasse: IgG anti-CMV positiva e IgM negativa em qualquer momento da gestação ou antes
de engravidar; IgG e IgM positivas para CMV antes da
gestação atual. Também foram consideradas infecções antigas
os casos sem testes antes da gestação, mas que mantiveram IgG
e IgM reagentes após o parto e cujo bebê mostrou-se não
reagente aos 6 meses de vida. Foi mantido o sigilo em relação à
identidade das gestantes, assim como dados pessoais de qualquer natureza. Considerado como VPP a proporção de
verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. Resultados: Dentre as 3206 amostras analisadas para
CMV, 28 apresentaram IgM anti-CMV positiva no momento do
parto. Doze pacientes foram excluídas (4 por impossibilidade
de contato telefônico / e:mail, 6 por não terem sidos testadas
para CMV em épocas remotas, 2 por não saberem informar
acerca de sorologias prévias). Das 16 amostras passíveis de
análise, 5 (31,3%) foram consideradas infecções recentes e 11
(68,7%) antigas. Na presente casuística o VPP da presença de
IgM anti-CMVpara infecção recente foi de 31,3%.
Conclusões: A presença de IgM anti-CMV em parturientes
nessa casuística foi considerada como infecção recente apenas
em 31,3% dos casos analisados. O VPP baixo de IgM antiCMV reagente como diagnóstico de infecção recente reforça a
necessidade de sorologias durante a gestação, e nos casos duvidosos complementar a investigação com testes de avidez para
IgG.
Arquivos de Pediatria
Nefrologia
Nefrologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S119
Nefrologia
Código Trabalho: 664
Título: ABORDAGEM TERAPÊUTICA E EVOLUÇÃO CLÍNICA DE
PACIENTES PORTADORES DE HIDRONEFROSE INTRA-ÚTERO
Autores: CRISTIANE MARIA LENZI SCHAAB;TEREZINHA
LERMEM DONATTI;ANGÉLICA CRISTINA PETRY
Instituição: Hospital Universitário Júlio Müller - UFMT
Cidade/UF: CUIABÁ/MT
Resumo:
Introdução: A Ultrassonografia fetal como exame de rotina
tem favorecido a detecção precoce das anomalias urológicas
que, se bem investigadas e conduzidas no período neonatal
poderão minimizar as seqüelas renais. Objetivos: Demonstrar
a abordagem diagnóstica e evolução clínica das crianças com
diagnóstico intra-útero de hidronefrose acompanhados em
nosso ambulatório de Nefrologia Pediátrica. Métodos:
Avaliamos 18 prontuários de pacientes que se enquadravam
neste diagnóstico. Protocolo do serviço: No período neonatal
iniciamos a profilaxia precoce enquanto realizamos USG
confirmando o achado e a Uretrocistografia Miccional. Sendo
diagnosticado refluxo vesico ureteral ou outra malformação
que favorecia ITU, mantínhamos a profilaxia e realizávamos
DMSA e/ou DTPA. Sem refluxo e sem ITU prévia,
suspendíamos a profilaxia. Na estenose de Junção pielocalicial
com pelve renal < 10 mm a criança ficava em acompanhamento
e realizavamos outro US aos 6 meses; nesta ocasião avaliávamos a necessidade da cintilografia renal; se pelve renal >
10mm realizávamos DTPA e DMSA além de Urografia excretora em casos selecionados. Resultados: As crianças iniciaram
acompanhamento no berçário e estão com média de acompanhamento de 3a11m (4m a 9a2m). O USG pós natal confirmou 7
(38,9%) crianças com dilatação unilateral leve a moderada; 5
(27,8%) tinham dilatação unilateral severa, 5 (27,8%) tinham
dilatação severa da pelve e ureteres bilateral e 1 com diagnóstico de doença policistica autossômica recessiva (DPAR). 8
(50%) crianças tiveram diagnóstico final de pieloectasia
funcional e estão em acompanhamento sem profilaxia, sem ITU
e sem necessidade de procedimento cirúrgico até o momento.
Apenas 3(16%) apresentavam padrão obstrutivo unilateral com
perda de função e necessitaram de pieloplastia, sendo que 1
delas evoluiu com hipertensão de difícil controle e necessitou
de ressecção do rim pielonefrítico com resolução da
hipertensão e as outras duas estão em acompanhamento clínico
sem profilaxia e sem intercorrências até o momento. Em 1
diagnosticou-se duplicação pielocalicial bilateral com necessidade de cirurgia. As 5 crianças com dilatação bilateral já apresentaram ao nascimento algum grau de perda de função renal. 3
tinham bexiga neurogênica e 2 válvula de uretra posterior
(VUP) sendo que, apesar do tratamento precoce e da vesicostomia, 3 delas desenvolveram nefropatia crônica em tratamento
conservador. A criança com DPAR manteve perda de função e
hipertensão, também em tratamento conservador. Conclusões:
A USG fetal é de extrema importância para a detecção precoce
das anomalias do trato urinário. A correta abordagem determinará quais necessitarão de intervenção cirúrgica e quais
poderão receber tratamento conservador. Nossa casuística
mostrou que hidronefroses bilaterais indicam maior gravidade
necessitando de abordagem imediata e as unilaterais, na sua
maioria, tiveram tratamento conservador sem profilaxia e sem
qualquer comprometimento da função renal.
Código Trabalho: 70
Título: ASPECTOS CLÍNICOS E RESPOSTA TERAPÊUTICA DE
CASO ESPORÁDICO DE SÍNDROME DE ALPORT EM TRÊS
IRMÃOS, FILHOS DE CASAL SADIO, NÃO CONSAGÜÍNEOS
Autores: LAURA REGINA LOPES BELÉM;TALITHA MARIELA
FARAH VASSOLER;TERESINHA LERMEN DONATTI
Instituição: Hospital Universitário Júlio Müller - UFMT
Cidade/UF: CUIABÁ/MT
Resumo:
Introdução: A Síndrome de Alport é uma desordem genética
da membrana basal glomerular causada por mutações nos gens
do colágeno tipo IV. É caracterizada por hematúria crônica e
nefropatia progressiva que evolui para insuficiência renal. Os
principais achados extra-renais são a perda auditiva neurosensorial e lesões oculares. Objetivos: Apresentação de caso
esporádico da síndrome em três irmãos, filhos de pais não
consangüíneos, e chamar atenção da importância de uma abordagem multiprofissional precoce permitindo uma adequada
adaptação na sociedade e retardando a grave evolução da
S120
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
doença. Métodos: Revisão dos prontuários e da literatura.
Resultados: Os irmãos VAN 12a3m, feminina; LAN 14a e
LAN 15a5m masculinos foram encaminhados ao nosso serviço
em setembro de 2002 com história de hematúria e proteinúria,
associados à anemia, déficit de crescimento e dificuldades
auditivas e escolares. Os sintomas foram percebidos inicialmente na menina, que aos quatro anos iniciou quadro de
cefaléia, associada à palidez cutânea e urina turva. O quadro
ficou sem esclarecimento e um ano após, seus irmãos, na
ocasião com oito e nove anos, iniciaram quadro semelhante.
Não há relatos de consangüinidade e casos de insuficiência
renal, hematúria ou surdez na família materna e paterna.
Ficaram sem qualquer tratamento, com piora progressiva dos
sintomas quando foram encaminhados ao nosso serviço.
Levantamos a hipótese de síndrome de Alport e na investigação
encontramos hematúria maciça nos três com proteinúria não
nefrótica leve na menina e moderada nos meninos. Sorologias
e investigação para doenças imunes normais, exceto por IgA
sérica aumentada em um dos meninos. O clearence, bioquímica
e albumina sérica eram normais. Anemia hipocrômica e
microcítica leve na menina e moderada a grave nos meninos.
Percentil peso e estatura 25-50 na menina e entre 5-10 nos
meninos. A audiometria mostrava perda neurosensorial
moderada a grave e avaliação oftalmológica com lenticone
anterior bilateral apenas nos meninos. A menina não apresenta
alterações auditivas e oftalmológicas até o momento. A microscopia óptica e eletrônica mostrou alterações compatíveis com
Síndrome de Alport nos três pacientes. Iniciamos IECA,
Omega 3 e sulfato ferroso em março de 2003, associado à abordagem nutricional, biopsicossocial e correção das alterações
auditivas e oftalmológicas que resultaram em recuperação da
anemia, diminuição importante da proteinúria, recuperação dos
canais de crescimento até percentis próximo ao 50 e todos com
desenvolvimento genital adequado e ótima escolaridade.
Conclusões: Síndrome de Alport deve ser incluída no diagnóstico diferencial da hematúria crônica mesmo na ausência de
antecedentes familiares. O sexo masculino é acometido de
forma mais grave e o diagnóstico precoce, com uma abordagem
multiprofissional pode retardar a Insuficiência Renal e
favorecer um desenvolvimento adequado , tornando estes
pacientes integrados e adaptados na sociedade
Código Trabalho: 454
Título: CRESCIMENTO E GANHO DE PESO EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Autores: PRISCILA MARQUES CARDOSO;GLAUCE LAMOGLIE
CARVALHO;PAULO CESAR KOCH NOGUEIRA;PAULA PG
MACHADO;MAURO FISBERG;ALINE MARIA LUIS PEREIRA
Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP e Hospital
do Rim e
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: O transplante renal é o tratamento de escolha para
pacientes pediátricos com Insuficiência Renal Crônica (IRC).
Em geral, a melhora da função renal que ocorre logo após o
transplante é seguida pela melhora do estado nutricional. Um
problema freqüente observado em receptores de transplante
renal é o excesso de peso, aumentando a taxa de morbidade e
piorando a qualidade de vida. Objetivos: Analisar a evolução
pondero-estatural de crianças e adolescentes nos dois primeiros
anos após o transplante renal. Métodos: Participaram do estudo
65 crianças e adolescentes (F=30) submetidos a transplante
renal em um centro de referencia, no período de janeiro/2000 a
junho/2006. O esquema tríplice de imunossupressão foi
baseado em um esteróide, um inibidor de calcineurina e um
antimetabólico. Os dados de peso (kg), estatura (cm) e creatinina sérica (mg/dl) foram medidos no período pré-transplante
(Pré TX) e prospectivamente aos 6, 12 e 24 meses pós TX. Para
análise dessas variáveis e cálculo do IMC (escore-z do desvio
padrão-SDS e percentil) utilizou-se o software Epi Info 3.3 T.
Para classificação do estado nutricional pelo IMC foram
utilizados os padrões estabelecidos pela OMS (1995). Para
análise estatística foi utilizada análise de variância pelo teste de
Friedman. O valor de significância para rejeição da hipótese de
nulidade foi fixado em 5% (p < 0,05). Resultados: a média da
idade no período pré TX foi 10,8+-0,6 anos. A média da creatinina sérica no pré TX foi 6,6+-3,1 mg/dl, com melhora significante aos 6 meses pós TX (1,1+-0,4), permanecendo estável
aos 12 meses (1,1+-0,3) e aos 24 meses (1,2+-0,3). A avaliação
Nefrologia
do estado nutricional pelo IMC no pré TX mostrou que 15,3%
dos pacientes apresentavam baixo peso (IMC=p85p95) e 71%
eutrofia (IMC>P5< (estatura baixa apresentavam pacientes dos
52% TX, pré período No estudados. períodos nos IMC no e
peso aumento mostrou estatística análise A (15,3%). (12,3%)
prevalência na importante (4,6%) baixo diminuição TX pós
meses 24 Aos TX. 6 aos observado foi notável mais
O>Conclusões: (1) Houve melhora no crescimento, mas 37%
dos pacientes mantiveram-se com baixa estatura, indicando a
necessidade de tratamento. 2) A prevalência de obesidade aos
24 meses pós TX é alta e semelhante à observada na população
pediátrica sem IRC. 3) Apesar da intervenção nutricional, 27%
dos pacientes apresentaram excesso de peso aos 24 meses pós
TX. 4) Esforços para prevenir o excesso, incluindo follow-up
nutricional e atividade física regular, devem ser considerados
parte integrante do tratamento pós TX, especialmente nos
pacientes com maior risco de tornarem-se adultos obesos.
Código Trabalho: 773
Título: ETIOLOGIA DA INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E
PERFIL DA SENSIBILIDADE DOS ANTIMICROBIANOS EM
CRIANÇAS ATENDIDAS NO INSTITUTO MATERNO-INFANTIL DE
PERNAMBUCO
Autores: CAROLINA ALVES P BASTO;ANA MARIA FERREIRA
CUNHA;WILLNA LÔLA MENDES VILAR;ROBERTA SOUSA C
PINTO MENEZES;IRACY ARAÚJO OLIVEIRA;JOSÉ PACHECO M.
RIBEIRO NETO
Instituição: Instituto Materno-Infantil de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A utilização de antimicrobianos na prática clínica
tem determinado alterações na sensibilidade bacteriana das
infecções do trato urinário, sendo, portanto, o perfil dessa
sensibilidade de grande valor na escolha empírica do agente
antimicrobiano. Objetivos: Identificar os principais agentes
microbianos responsáveis pelas infecções urinárias em crianças
e adolescentes, assim como a sensibilidade bacteriana.
Métodos: Durante o período de 01 de março a 31 de maio de
2006 foram identificadas retrospectivamente uroculturas positivas de crianças e adolescentes provenientes do ambulátorio e
de enfermarias em um serviço de referência. Resultados:
Obtivemos 246 uroculturas positivas: 30% de pacientes hospitalizados, 70% ambulatoriais; com predomínio do sexo feminino (58,1%). Das 172 uroculturas dos pacientes ambulatoriais,
26% foram de menores de 2 anos, sendo a bactéria mais
frequente E. coli com sensibilidade de 100% p/ nitrofurantoína,
90% p/ cefalotina, 70% p/ ácido nalidíxico e 60% p/ sulfametoxazol. Nos maiores de 2 anos, o germe prevalente foi também
a E. coli(38,5%), com sensibilidade de 96% p/ nitrofurantoína,
67% p/ ácido nalidíxico e 63% p/ cefalotina; seguido de
Klebsiella sp,(15%), cuja sensibilidade foi de 79% p/ sulfametoxazol, 68,4% p/ ácido nalidíxico, 63% p/ nitrofurantoína e
47% p/ cefalotina. Das 74 uroculturas dos pacientes hospitalizados, 48,6% eram menores de 2 anos, sendo a P. aeruginosa
o principal agente(22%), com sensibilidade de 100% p/
micacina, 75% p/ ciprofloxacina e 37,5% p/ ceftriaxona;
seguido de klebsiella sp(19,4%), com sensibilidade de 85,7%
p/ ciprofloxacina, 57% p/ amicacina e 57% p/ gentamicina,
43% p/ ceftriaxona. Nos maiores de 2 anos o germe prevalente
foi E. coli(22%), com sensibilidade de 100 p/ meropenem, 75%
p/ ciprofloxacina e 62% p/ cefalotina; seguido de klebsiella
sp(22%), com sensibilidade de 100% p/ meropenem e 100% p/
ciprofloxacina, 75% p/ amicacina e 25% p/ cefalotina.
Conclusões: Para tratamento empírico de infecção do trato
urinário em pacientes ambulatoriais, nitrofurantoína, ácido
nalidíxico e cefalexina ainda apresentam boa sensibilidade;
para tratamento hospitalar, meropenem, amicacina,
ciprofloxacina e cefalotina constituem boa opção. Estudos
prospectivos deverão ser realizados continuamente a fim de se
obter o perfil sempre atualizado da sensibilidade do antimicrobiano.
Código Trabalho: 78
Título: ETIOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC)
EM UM SERVIÇO DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA DE RECIFE
Autores: ANA CLÁUDIA DE AQUINO CARNEIRO;ROBERTA
SOUZA DA COSTA PINTO MENESES;IRACY DE OLIVEIRA
ARAÚJO;WILLNA LÔLA MENDES VILAR;MARCELA CORRÊA
ARAÚJO PANDOLFI;JOSÉ PACHECO MARTINS RIBEIRO NETO
Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando
Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A IRC na pediatria constitui importante problema
de saúde. Identificar as causas de IRC visa permitir desenvolver estratégias para atenuar a sua prevalência e suas complicações. Objetivos: O presente estudo objetiva identificar as
causas de IRC que predominam em crianças acompanhadas
num serviço de nefrologia pediátrica de Recife. Métodos:
Foram revisados 161 prontuários médicos das crianças portadoras de IRC em acompanhamento num serviço de nefrologia
pediátrica de Recife desde o período de outubro/1993 a
junho/2006. Resultados: Etiologias: Glomerulopatias (53,4%),
Malformação do trato urinário (21,7%), Distúrbio miccional bexiga neurogênica verdadeira e bexiga neurogênica não
neurogênica (8,7%), Doenças císticas (7,5%), ITU de repetição
(2,5%), Nefroesclerose hipertensiva (1,9%), Colagenoses e
vasculites (3,1%), Litíase urinária (0,7%), Diabetes mellitus
(0,7%). A média de creatinina no momento do início do acompanhamento neste serviço foi de 4,99mg/dl (+3,77) e a média
da taxa de filtração glomerular foi de 22ml/min/1,73m
(+15,39). Naquele momento, 59,23% dos pacientes já se encontravam em IRC terminal necessitando iniciar o programa
dialítico. Conclusões: A maioria da etilogia encontrada no
nosso serviço foi devido às glomerulopatias (53,4%) seguida
das malformações do trato urinário (21,7%). Ressaltamos que
59,23% dos pacientes já se encontravam em IRC terminal
quando encaminhadas ao nosso serviço, sugerindo uma falha
na detecção precoce da doença de base. Diante do impacto para
a saúde, salientamos a importância da identificação precoce
dessas doenças numa fase em que a evolução para IRC terminal
poderá ser evitada ou atenuada.
Código Trabalho: 672
Título: PERFIL CLINICO E COMPLICAÇÕES DOS PACIENTES
COM GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA PÓSESTREPTOCÓCCICA INTERNADAS EM UM HOSPITAL ESCOLA DO
RECIFE NO PERÍODO DE JANEIRO À DEZEMBRO DE 2005
Autores: FERNANDA ULISSES MONTENEGRO;GEOVANNA
MENEZES MEDEIROS;LANNUZE GOMES ANDRADE
Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF. FERNANDO
FIGUEIRA
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica (GNDAPE) é uma síndrome clínica decorrente da infecção
pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, caracterizada
pelo aparecimento de edema, hematúria e hipertensão arterial.
Deve-se à deposição de imunocomplexos na membrana basal
glomerular, desencadeando fenômenos inflamatórios que lesam
essa membrana, levando à retenção hídrica e salina. Objetivos:
Este estudo foi realizado para avaliar o perfil clínico e complicações das crianças admitidas no Instituto Materno-infantil
Prof. Fernando Figueira (IMIP), com diagnóstico de GNDAPE,
no período de janeiro a dezembro de 2005. Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal, retrospectivo, descritivo, analisando-se os prontuários das crianças admitidas na enfermaria
clínica, com diagnóstico de GNDA. Os dados foram coletados
através de um formulário padrão, pré-codificado para a caracterização da amostra, segundo as variáveis sócio-demográficas,
biológicas e clínicas. O estudo obteve a aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa do IMIP. Resultados: Foram elegíveis
para o estudo 95 crianças. A maioria das crianças era procedente da região metropolitana do Recife (70%), do sexo feminino (61,1%), e com uma mediana de idade de sete anos.
Edema encontrava-se presente em 94,7%, hipertensão arterial
sistêmica em 90,6% e hematúria macroscópica em 50,5% dos
casos. Proteinúria foi verificada em 50% das crianças (45/90).
Como complicações, foram observados oito casos de insuficiência renal aguda (8,4%); sete pacientes evoluíram com encefalopatia hipertensiva (7,4%) e seis pacientes (6,3%) apresen-
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S121
Nefrologia
taram insuficiência cardíaca congestiva. O uso de diurético foi
verificado em 97,9% dos pacientes. Conclusões: Verificamos
um elevado percentual de pacientes internados com diagnóstico de GNDA não- complicada e um elevado índice de uso de
medicação diurética.
Código Trabalho: 358
Título: REFLUXO VÉSICO-URETERAL - A IMPORTÂNCIA DO
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Autores: LUCIANA DE AMORIM STOHLER;MARCOS VINÍCIUS
DA SILVA PONE;LUIZ FELIPE VIEIRA OLIVEIRA;GABRIELA
OIGMAN;LETÍCIA WIGG ARAÚJO;SHEILA MOURA PONE
Instituição: Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O Refluxo vésico-ureteral (RVU) é definido como
o retorno da urina da bexiga para o trato urinário superior,
sendo a malformação urológica mais comum em crianças e uma
importante causa de hidronefrose e infecção do trato urinário
(ITU). Objetivos: Relatar a evolução de um paciente com RVU
bilateral grau V, enfatizando a possibilidade da suspeição do
diagnóstico pelo ultrassom (USG) pré-natal. Métodos: Relato
de caso através da análise de prontuário. Resultados: Criança
de 1 ano e 9 meses, parto cesáreo, a termo, mãe hígida, com
USG obstétrico normal na 16ª semana de gestação e dilatação
de pelve renal bilateral, sem visualização do ureter e com
bexiga distendida na 27ª semana. Realizado USG Renal com
72h de vida, evidenciando hidronefrose bilateral, com afilamento do parênquima renal à esquerda, sendo iniciado quimioprofilaxia. Uretrocistografia pós-miccional (UCM): RVU grau
V bilateral na 2ª semana. Assintomático até 3 meses quando foi
submetido à cirurgia de vesicostomia e descolamento de
aderência prepucial. Durante esta internação fez 7 dias de
ceftriaxone para tratamento de ITU febril. Recebeu alta hospitalar com quimioprofilaxia. Apresentou 3 episódios de ITU
sintomática, necessitando de internação hospitalar para tratamento, apesar da quimioprofilaxia, entre o 3º e o 7º meses. Aos
7 meses realizou Urografia Excretora, que evidenciou ureterohidronefrose bilateral, com obstrução secundária da junção
pieloureteral, sendo submetido à pielostomia bilateral. Desde
então permanece assintomático e em quimioprofilaxia.
Cintilografia Renal (DMSA e DTPA) e vídeo-urodinâmica com
1 ano e 3 meses, mostrando rins com tamanhos normais e
distribuição irregular da radiotraçador. Cirurgia para
fechamento da pielostomia à esquerda com 1 ano e 9 meses.
Posteriormente será submetido a fechamento da pielostomia à
direita e reimplante ureteral bilateral. Discussão: A avaliação
de ITU em crianças menores de 5 anos deve ser complementada através de UCM, USG de vias urinárias e cintilografia
renal com DMSA. O diagnóstico de RVU deve ser suspeitado
na presença de hidronefrose no USG obstétrico, devendo estes
pacientes ser investigados logo após o nascimento. A presença
de RVU é freqüente em crianças com ITU, devendo, a
princípio, ser instituído tratamento clínico/conservador. A
persistência de ITU a despeito da profilaxia antibiótica, os altos
graus de RVU (IV e V), principalmente com alterações renais,
a piora da função renal ou o aparecimento de novas cicatrizes
são indicações de tratamento cirúrgico objetivando diminuir os
riscos de desenvolverem hipertensão arterial e insuficiência
renal crônica. Conclusões: A identificação em idade precoce,
possibilitada pela suspeição ante-natal de hidronefrose e o
manejo adequado dos pacientes com RVU oferecem a oportunidade de prevenir episódios de pielonefrite aguda e possível
formação de cicatrizes renais, como no caso descrito.
S122
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 760 - Título: SÍNDROME DE BARTTER
Autores: DANIELA PEREIRA GOBIRA;ANDRÉ LOPES
SACRAMENTO;CHALENE GUIMARÃES SOARES;ANANZA SÔNIA
DE PAULA;RAQUEL FERREIRA PIMENTA
Instituição: HOSPITAL DA BALEIA
País: BARSIL
Resumo:
Introdução: A síndrome de Bartter (SB) caracteriza-se pela
ocorrência de alterações eletrolíticas e metabólicas significativas destacando-se hipocalemia e alcalose metabólica.
Geralmente diagnosticada na infância e adolescência, manifestando-se clinicamente com retardo do desenvolvimento
pôndero estatural, fadiga, cãimbras. O comprometimento da
função renal é raro, em geral associado ao desenvolvimento de
nefrite túbulo intersticial e hipercalciúria. Objetivos:
Apresentar síndrome infreqüente em criança, mas que deve ser
considerada no diagnóstico diferencial dos distúrbios do crescimento. Métodos: Relatar caso de paciente de 7 meses com
quadro de distúrbio eletrolítico grave associado a atraso de
desenvolvimento. Resultados: Paciente apresentava quadro de
alcalose hipoclorêmica, hipocalemia, hiponatremia e atraso de
desenvolvimento. O tratamento baseou-se em suporte clínico,
reposição iônica, administração de espironolactona e
indometacina. Evidenciou-se retomada do ritmo de crescimento
após introdução da indometacina. Conlusões: A Sb é uma tubulopatia incomum em criança, mas deve ser considerada na
investigação de distúrbios de crescimento. Os distúrbios
eletrolíticos geralmente são severos, mas o prognóstico é relativamente bom, observando retomada do crescimento após introdução de tratamento adequado.
Arquivos de Pediatria
Infectologia
Infectologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S93
Infectologia
Código Trabalho: 932
Título: ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM CRIANÇAS INFECTADAS
PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;PAULA
ARAGÃO;VERA LUCIA MOYSES BORRELI;MARIA ZILDA
AQUINO;HELOISA HELENA DE SOUZA MARQUES
Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A melhor sobrevida de crianças portadoras do
HIV em uso de terapias antiretrovirais evidenciou efeitos colaterais antes desconhecidos. A introdução de inibidores de
protease (IP) foi acompanhada de um aumento de alterações
metabólicas, especialmente dislipidemias. Trabalhos recentes
demonstram que o uso de tratamento antiretroviral (TARV) em
crianças recebendo IP e outras drogas como a estavudina (d4T)
contribui para a elevação substancial dos níveis séricos de
colesterol e triglicérides, logo após o início do tratamento.
Objetivos: Descrever as alterações no perfil lipídico de um
grupo de crianças infectadas pelo HIV correlacionando-as com
os esquemas de TARV recebidos. Métodos: Neste estudo foram
incluídas 97 crianças soropositivas para o HIV recebendo
TARV e nas quais foram mensurados: colesterol total e frações
(COL, HDL, LDL) e triglicérides (TRI). Para análise do perfil
lipídico definimos 2 categorias: 1) normal, onde os resultados
laboratoriais estão na faixa de normais ou aceitáveis e 2)
alterado, com resultados na faixa limítrofe e alterado.
Analisamos então as variáveis em relação à faixa etária (< 6
anos; de 6 a 10 anos e >10 anos), tipo de TARV (regimes
contendo d4T ou IP, d4T + IP, d4T + Ritonavir e outros) e classificação imunológica (categorias 1, 2 ou 3 - CDC/1994).
Resultados: A análise dos dados mostrou um predomínio da
elevação de TRI (53,6% de valores alterados), comparativamente ao COL (25,7%) e ao LDL (24,7%). Este padrão se
observa em todas as variáveis analisadas. Com relação à idade,
nota-se uma tendência à elevação dos valores alterados de TRI,
COL e LDL, à medida que aumenta a faixa etária. Quanto à
comparação nas categorias imunológicas observamos um
aumento nos valores alterados de LDL, COL e TRI, nas categorias 2 e 3. Com relação aos TRI, estas alterações são significantes (p<0,005). Quanto aos tipos de TARV, há uma tendência
à alteração dos valores de COL, LDL e TRI com o uso de D4T
associado aos IP. Houve significância estatística na comparação
entre os valores de COL (p<0,005) e em relação aos de TRI
(p<0,001). A significância estatística se mantém para os TRI,
inclusive quando juntamos todos os outros tipos de esquemas
terapêuticos utilizados, comparando-os com o uso de D4T+ IP
(p<0,005). Conclusões: A análise destes dados mostra a
importância das alterações no perfil lipídico das crianças HIV
positivas quando submetidas a TARV contendo IP e d4T.
Especialmente alterados, de forma significante (p<0,001), são
os valores de TRI. Neste estudo a associação da hipertrigliceridemia foi mais evidente com o uso do d4T associado a
outros IP do que com o Ritonavir. Atualmente, não se sabe se a
dislipidemia representa o mesmo risco cardiovascular nos indivíduos HIV positivos que para a população em geral. Daí a
importância da realização de estudos prospectivos para seguimento destas crianças.
Código Trabalho: 421
Título: ARTERITE DE TAKAYASU - RELATO DE CASO EM
CRIANÇA DE 7 ANOS
Autores: RUI GOUVEIA SOARES NETO;ROBERIO DIAS
LEITE;FRANCISCO AIRTON C ROCHA;DENISE MARQUES A
CARVALHO;ANTONIO FRANCELINO CARVALHO;CHRISTIANE
ARAUJO C LEITE
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO UFC
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Arterite de Takayasu (AT) é doença inflamatória
sistêmica crônica que afeta aorta e ramos principais, tendo
associação importante com tuberculose e sendo muito rara em
crianças. Objetivos: Descrever o caso de uma criança com AT
no contexto de uma investigação de febre de origem obscura.
Métodos: Estudo descritivo, baseado na revisão de prontuário
médico e da literatura médica usando os descritores Arterite de
Takayasu, criança e febre na base de dados da PubMed e
Medline nos últimos 20 anos. Resultados: JCSD, 7 anos,
S94
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
masculino, admitido com relato de febre, cefaléia, perda de
peso e mialgia há oito meses. Quatro meses antes do internamento, a cefaléia passou a ser de grande intensidade e a febre
diária. Seu avô vinha recebendo tratamento para tuberculose.
Exame físico: estado geral regular, pálido, eupnéico, hidratado,
desnutrido; ausculta pulmonar e do coração normais; abdome
flácido, indolor, sem visceromegalias; linfadenomegalia generalizada. Laboratório: hemoglobina: 7,9 g/dL; hematócrito:
26,5 %; plaquetas 824.000/mm3 (alteração observada previamente em vários exames); VHS: 90 mm; Proteína C-reativa:
20,9 g/dL; PPD não reator; pesquisa de BAAR no lavado
gástrico negativa; HIV e VDRL negativos. Ultrassonografia
abdominal: hepatomegalia, dilatação focal da aorta abaixo da
origem da artéria mesentérica superior, espessamento das
paredes da aorta e da artéria mesentérica superior. Tomografia
de abdome: hepatomegalia homogênea, ectasia focal aórtica,
com espessamento concêntrico e regular de suas paredes.
Tomografia de tórax: realce vascular dos hilos e pulmões, com
imagem sugestiva de angioma venoso no lobo inferior
esquerdo, espessamento parietal concêntrico da aorta descendente. Ecocardiograma: leve aumento de ventrículo esquerdo.
Angiografia: aneurismas nas artérias subclávia, vertebral e
mamária interna esquerdas e aorta abdominal após a saída das
artérias renais direitas e ilíaca esquerda, confirmando o diagnóstico de AT. Criança evoluiu inicialmente durante a internação com hipertensão arterial e com persistência de febre e
cefaléia. Tratamento: prednisona, captopril, furosemida, ácido
acetil salicílico, além de rifampicina + isoniazida + pirazinamida para tuberculose. Evoluiu com normalização da pressão
arterial, resolução progressiva da febre e da cefaléia, além de
melhora da anemia. Conclusões: AT deve ser considerada na
investigação de febre de origem indeterminada em crianças
expostas à tuberculose e elevação persistente das plaquetas,
como o caso descrito.
Código Trabalho: 565
Título: ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DOS AGENTES
VIRAIS NAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM CRIANÇAS
MENORES DE 5 ANOS, ATENDIDAS NA UNIDADE DE URGÊNCIA
DO HU-FMJ
Autores: SAULO DUARTE PASSOS;ANA PAULA
FELGUEIRAS;LUIS OSCAR SOUZA OLIVEIRA;MARCO ANTONIO
MEIRELES SANTOS JR;PROJETO VGDN FAPESP GRUPO
IAL;MARCO ANTONIO SOUZA
Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí-Depto
Pediatria
Cidade/UF: VINHEDO/SP
Resumo:
Introdução: As Doenças respiratórias agudas são um importante problema de saúde púbica, sendo causa de morbimortalidade em todo mundo, principalmente em crianças menores de
cinco anos. No Estado de São Paulo é a terceira maior causa de
morte na infância. Objetivos: Detectar os principais agentes
virais causadores de IRA por meio de aspirados nasofaringeanos e swabs nasais em crianças menores de cinco anos,
atendidas na unidade de emergência do Hospital Universitário
da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Métodos: Nas crianças
que apresentavam sintomas respiratórios foram coletados
secreção para pesquisa viral no PSI do HUFMJ, no período de
junho/05 a junho/06. O aspirado e o meio contendo o swab,
após receber tratamento prévio com antibióticos, foram separados em três alíquotas. O teste de Imunofluorescência Indireta
(IFI) para identificar sete vírus respiratórios: Influenza A e B;
Parainfluenza 1, 2 e 3; Adenovírus e Vírus Respiratório
Sincicial humano (HRSV) foram realizados. Resultados: Das
296 amostras clínicas analisadas, 55,1% pertenciam ao sexo
masculino, com mediana de idade de 17m e 91,7% apresentavam BEG na admissão. Os sintomas mais freqüentes foram:
tosse (92,8%); coriza 73,3%; febre 70,1% e chiado peito 64,6%
e os sinais: roncos 49,3%; dispnéia 22,0%; tiragem 15,7%, batimento haeta nasal 5%. A média da temp. foi 38.7ºC (13,4%). A
positividade inicial pela IFI nas amostras foi de 23,6% assim
distribuídas: 39 (13,2%) HRSV; 14(4,7%) Influenza A (IFA);
09(3,0%) parainfluenza 3; 03(1%)Adenovírus (HAdv);
02(0,7%)Influenza B; 1(0,3%)parainfluenza 1 (HPI1). Houve
co-infecção em um caso do PIF3 e HAdv. Os sinais e sintomas,
com significância estatística, para o HRSV foram a queixa de
chiado peito (88,5%) [p(x2=0,006)]; roncos (72,7%)
[p(x2=0,01)]; sibilos (63,6%) [p(x2=0,01)], tiragem 56,4%
Infectologia
[p(x2=0,002). A maior prevalência (31,8%) ocorreu outono
[p(x2=0,004)]. Para o Influenza A foram: espirros70%
[p(x2=0,00); antecedentes de rinite (100%) [p(x2=0,003)]. O
PIF3 ocorreu mais na primavera (44,4%) [p(x2=0,03)].
Conclusões: O subtipo do HRS nas amostras de 2005 foram do
tipoB, padrão diferente do circulante em SP (subtipo A),
demonstrando circulação simultânea de subtipos na mesma
região com implicações epidemiológicas e clínicas, apesar dos
sintomas clássicos encontrados. A preponderância da circulação do tipo IFA, pode ser em parte pela circulação local, mas
diferentes formas de clínicas foram observadas (um caso com
H3N2 relacionado com choque). A co-infecção poderá ir a ser
melhor entendida após sequenciamento genômico. Atenção
para controle de doenças respiratórias deveriam ser realizados
principalmente pela habilidade de expansão epizootica do vírus
influenza. Estes resultados, preliminares, indicam que o HRSV
e IFA se mantém como o principal agente viral, sendo que para
este último existe vacinação, necessita assim de discussão em
políticas públicas em saúde.
Código Trabalho: 224
Título: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DO DENGUE
EM CRIANÇAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SERVIÇO
PÚBLICO DE NITERÓI, RJ
Autores: ANAMARIA SZRAJBMAN VAZ DA SILVA;TATIANA
ABELIN SALDANHA MARINHO;SOLANGE ARTIMOS DE
OLIVEIRA;ANTONIO CARLOS DE MEDEIROS PEREIRA;SÉRGIO
SETÚBAL;HÉLIA KAWA
Instituição: Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A escassez de estudos do dengue em crianças e a
importância da doença no Brasil justificam a necessidade de
mais pesquisas sobre o comportamento da virose nesse grupo
etário. Objetivos: Determinar a freqüência das manifestações
clínicas do dengue em crianças de 0-14 anos atendidas em
unidades de saúde pública de Niterói, RJ, no período de 1999 a
2002. Métodos: Os dados demográficos e clínicos extraídos do
Sistema de Informação de Agravo de Notificação foram
armazenados em um banco de dados desenvolvido para a
pesquisa. Resultados: No período de estudo foram atendidas
4155 crianças com suspeita clínica de dengue. Destes, 1172
coletaram sangue para realização de testes laboratoriais, sendo
892 (76,1%) confirmados sorologicamente. Dos 892 casos,
48,4% eram do sexo feminino e 52,6% do sexo masculino. A
distribuição dos casos confirmados sorologicamente concentrou-se nos primeiros meses dos anos de 2001 e 2002 (69,6%).
O número de casos sem sorologia foi muito maior (98%) em
2002, no ápice da epidemia. O número de sorologias positivas
foi 3 vezes maior no intervalo de 6-10 dias entre o início dos
sintomas e a coleta da sorologia. As manifestações clínicas
mais freqüentes nos casos IgM positivos foram febre (95,6%),
cefaléia (83,1%), prostração (73,7%), mialgia (67,9%), dor
retro-orbitária (62,7%), náusea (53,8%) e exantema (39,7%).
Petéquias foram observadas em 5,3% dos casos. A complicação
mais comum nos casos confirmados foi dor abdominal (20%),
pouco presente nos casos sem sorologia (5,9%), sugerindo que
este é um sinal de gravidade que estimula a solicitação de
sorologia (x2=205; p<0,00000). Foram raras as demais complicações (2,6%), as formas graves da doença (1,5%) e a hospitalização (1,2%). Do total de casos confirmados, 367 foram
submetidos à contagem de plaquetas, sendo que 157 (42,8%)
apresentaram plaquetopenia. Do grupo com sorologia positiva,
apenas 9 casos (1%) foi diagnosticada a febre hemorrágica do
dengue, sendo 7 crianças entre 10-14 anos, 1 de 2 anos e 1 com
6 meses. O estudo do grupo sem sorologia ou com sorologia
negativa demonstrou que não houve diferenças importantes em
relação à distribuição etária, ao sexo e às manifestações clínicas
apresentadas, confirmando a dificuldade do diagnóstico diferencial desta doença em crianças. Conclusões: Os resultados
do estudo demonstram que a FHD é uma forma rara da doença
em crianças do nosso meio. Verificou-se, ainda, que as manifestações gerais da doença tiveram alta ocorrência no dengue
clássico e que náuseas e dor abdominal, embora relativamente
freqüentes, não corresponderam a maior gravidade de evolução
da doença como descrito em outros estudos.
Código Trabalho: 476
Título: ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES EM
CRIANÇAS SUBMETIDAS A CIRURGIAS CARDÍACAS
Autores: MARTA ALMEIDA CORREIA;LUZIENE BONATES;LUCAS
VICTOR ALVES;JÚLIA GONÇALVES MELLO;JAÍLSON BARROS
CORREIA
Instituição: Instituto Materno Infantil de Penambuco - IMIP
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A cirurgia cardíaca traz grandes riscos para a
criança, dentre eles destaca-se as Infecções relacionadas à
Assistência à Saúde (IrAS), eventos adversos de difícil diagnóstico. A etiologia varia geográfica e temporalmente, sendo
necessário estudar a realidade local para estabelecer estratégias
de prevenção e de terapêutica antimicrobiana adequada.
Objetivos: Descrever a topografia e os agentes etiológicos
encontrados nas infecções que ocorrem nas crianças
submetidas à cirurgia cardíaca. Métodos: Estudo prospectivo
das crianças submetidas à cirurgia cardíaca no período de 01 de
abril de 2005 a 30 de abril de 2006. Foram excluídos os
pacientes transferidos após o pós-operatório imediato para o
hospital de origem. A busca ativa baseou-se na metodologia
NISS, com critérios atualizados em outubro 2004. Foi
construído um banco de dados, com dupla entrada, no Epi Info
3.3.2 e elaboradas tabelas e gráficos de distribuição de
freqüência. O estudo aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisas, faz parte de um coorte sobre fatores de risco para
infecções hospitalares em pacientes hospitalizados na UTI
Pediátrica. Resultados: Do total de 176, foram incluídas 173
cirurgias realizadas em 168 pacientes com 171 saídas. Com
predomínio do sexo feminino (55%) e mediana de idade de 18
meses, apenas 44 % das crianças eram eutróficas. A maior parte
foi operada de cardiopatia congênita acianogênica (58%) e
entre as adquiridas (7%) predominou a cardiopatia reumática.
Apenas 15% ficaram entubadas mais de 24 horas; 90,2% foram
admitidas com acesso venoso central e 65,3% com sonda
vesical de demora. Quarenta e oito pacientes (28,1%) tiveram
85 IrAS documentadas - 37 tiveram 2 ou mais episódios. A taxa
de infecção hospitalar (IH) foi 49,7 por 100 saídas (85/171) e
25,1 por 1000 pacientes-dia. O sítio mais freqüente de IH foi a
corrente sanguínea (95,2% delas associadas ao cateter venoso
central). Entre os 25 microrganismos isolados, os Gram negativos (9/25), sobretudo a Klebsiella sp, predominaram no
primeiro episódio enquanto os Gram positivos (12/25) e fungos
(3/25) foram isolados mais tardiamente. Em cerca de metade
das infecções da corrente sanguínea foi isolado o provável
agente etiológico. Conclusões: Nos pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca observou-se taxa elevada de IrAS com
predomínio no primeiro episódio de sepse primária associada à
presença de cateter venoso central. O pequeno número de
microrganismos isolados Gram positivos e negativos limitam a
generalização dos achados. É necessário estabelecer medidas
preventivas e guias de condutas para diminuir a morbimortalidade destes pacientes.
Código Trabalho: 779
Título: AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO DURANTE
SURTO DE VARICELA EM UMA PRÉ-ESCOLA PRIVADA DO RIO DE
JANEIRO
Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ
RIBEIRO DOS REIS;CINTIA BORDALO;LUCIANA COSTA;SILVIA
CAMARA
Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJT
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A varicela é uma doença de elevada morbidade,
podendo causar complicações, internações e mortes. Apesar da
eficácia das vacinas, observam-se casos de varicela em crianças
vacinadas, principalmente durante surtos. Objetivos:
Determinar a taxa de efetividade da vacinação (TEV) contra a
varicela, em crianças de uma pré-escola, durante um surto.
Métodos: Estudo seccional. Foi aplicado questionário, referente ao adoecimento por varicela e ao histórico vacinal,
preenchido pelos responsáveis das crianças. Considerou-se os
casos ocorridos durante um surto (agosto a outubro de 2003).
As carteiras de vacinação foram revisadas, bem como os
registros de adoecimento prévio ao surto, e calculou-se o
percentual de susceptíveis (crianças sem passado de varicela e
não vacinadas contra essa doença) na população e a efetividade
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S95
Infectologia
da vacinação. Avaliou-se o tempo decorrido desde a vacinação
até a época do surto, sobre a ocorrência da doença. A taxa de
ataque da doença para a população vacinada (TAV) foi calculada da seguinte forma: nº de vacinados que desenvolveu
varicela durante o surto dividido pelo nº total de previamente
vacinados; e para a população não-vacinada (TANV): nº de
não-vacinados que adoeceu, dividido pelo nº total de não-vacinados. Para calcular a efetividade da vacinação na prevenção
da varicela empregou-se a fórmula: [(TANV-TAV)/TANV]
X100. Resultados: A pré-escola atendia, em 2003, a 161
crianças de 4 meses a 7 anos (a) de idade, sendo 7 (4%)
menores de 1a, 23 (14%) entre 1 e 2a, 25 (16%) entre 2 e 3a, 75
(47%) entre 3 e 5a e 31 (19%) com mais de 5a de idade. Foram
excluídas da análise 28 crianças por apresentar registros incompletos. Das 133 avaliadas, 5 (3,8%) já tinham relato de varicela,
74 (55,6%) estavam vacinadas e 54 (40,6%) eram susceptíveis
durante o surto, no qual ocorreram 31 casos de varicela (23,3%
da população considerada da escola), sendo que 17 (54,8%) em
previamente vacinadas, ou seja, a TAV foi de 23%. A TANV foi
de 26%. Dentre os vacinados que adoeceram, 2 (11,8%) haviam
vacinado há menos de 1 ano, 7 (41,2%) entre 1 e 2 anos e 8
(47,0%) há mais de 2 anos. A TEV foi de 11,5%, se incluirmos
as crianças vacinadas durante o surto (n=16), ou ainda de
37,8%, se excluirmos essas crianças do cálculo. Das 16
crianças vacinadas durante o surto, nenhuma adoeceu.
Conclusões: A TEV na presente casuística foi de 11,5% ou
37,8%, dependendo do critério utilizado. A TEV foi abaixo
daqueles encontrados na literatura internacional, que variam de
72 a 99%. O observado nesse levantamento reforça a eficácia
da vacinação durante surtos na prevenção do adoecimento, bem
como a necessidade de implementação de duas doses da vacina
antivaricela em crianças, conforme recomendado pela
Sociedade Brasileira de Imunizações e, recentemente, pelo
Comitê Assessor de Imunizações dos EUA (ACIP).
Código Trabalho: 220
Título: AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA C REATIVA (CRP) NO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
DO TRATO INFERIOR BACTERIANAS (IB) E VIRAIS (IV)
Autores: RODRIGO JOSÉ SINI DE ALMEIDA;ROGÉRIO
PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARCELO JENNE
MIMICA;LÍCIA GASPARI PORTELA;MARIA FERNANDA BADUE
PEREIRA
Instituição: Depto. Pediatria Santa Casa de São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/TO
Resumo:
Introdução: As reações de fase aguda podem diferençar
infecções bacterianas e virais. No entanto existem dúvidas se
estes métodos são realmente efetivos nesta avaliação.
Métodos: Incluímos crianças consecutivamente internadas com
infecção respiratória do trato inferior na Santa Casa de São
Paulo. Destes pacientes eram coletados imunofluorescência
para vírus respiratórios e culturas de sangue e/ou liquido
pleural. Resultados: Foram avaliadas 100 crianças dos quais
37 apresentavam IB com comprovação bacteriológica e 63 IV.
Deste grupo foi possível avaliar a CRP de 59 pacientes sendo
de 23 com IB e 36 com IV. Aplicando um valor de corte de 2.0,
vinte dos 23 pacientes com IB apresentavam CRP > 2.0
enquanto 16 dos 36 pacientes com IV apresentavam CRP >2.0.
A sensibilidade do CRP > 2,0 para diagnóstico de infecção
bacteriana foi de 86,90% e a especificidade foi 55,5%.
Aplicando um valor de corte de 5.0, 16 dos 23 pacientes com
IB apresentavam CRP >5.0 enquanto 7 dos 36 pacientes com
IV apresentavam CRP > 5.0. A sensibilidade do CRP > 5,0 para
diagnóstico de infecção bacteriana foi de 69,50% e a especificidade foi de 80,5%. Conclusões: O CRP apresenta um bom
valor na diferenciação entre infecções respiratórias bacterianas
e infecções respiratórias virais
S96
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 21
Título: AVALIAÇÃO DE TESTE RÁPIDO BASEADO EM ANTIGENO
RECOMBINANTE (K39) PARA DIAGNÓSTICO DE CALAZAR EM
CRIANÇAS.
Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE
SILVANY;ANA LÚCIA RABELLO;TALIA SANTANA ASSIS;EDSON
SOARES MOREIRA;ELVES PIRES MACIEL
Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A leishmaniose visceral humana (Calazar) é um
problema de saúde pública no Brasil, acometendo principalmente crianças, com letalidade em torno de 15%, mesmo com
tratamento adequado. O exame parasitológico direto, obitido
por punção de medula ossea ou esplênica é o padrão-ouro para
diagnóstico, contudo, são procedimentos invasivos, realizados
em centros de referência, com risco de complicações. Os testes
sorológicos baseados antígeno recombinate têm um bom
desempenho e a formatação como um teste rápido, utilizável
nas zonas endêmicas, permitiria o diagnóstico e tratamento
precoces. Realizamos a avaliação do desempenho de um teste
rápido baseado em k39 para o diagnóstico em crianças com
suspeita de calazar admitidas em hospital terciário. Métodos:
Estudo prospectivo, incluindo 84 crianças internadas em
hospital pediátrico terciário, com suspeita clínica de calazar:
febre prolongada e/ou hepatoesplenomegalia e procedência de
zona endêmica. Realizado teste rápido (imunocromatográfico)
DiaMed-itLeish (DiaMed), conforme orientações do fabricante,
no momento da admissão hospitalar, utilizando gota de sangue
colhida através de punção digital, com tempo total de realização do teste de 17 min. Foram coletados dados clínicos e
laboratorias e realizado mielograma para confirmação diagnóstica. Os casos foram os pacientes com mielograma positivo ou
aqueles com sorologia positiva e cura após tratamento específico. Os pacientes com diagnóstico confirmado de outra doença
diferente de calazar foram cosiderados não-casos. Resultados:
Os dois grupos foram semelhantes em relação aos dados clinicos e laboratoriais, com letalidade de 10% nos casos de
calazar (tabela). A sensibilidade do teste rápido foi de 94% e
especificidade de 100%. Dados clínico-laboratoriaisCalazar
(n=63) / Outros diagnósticos (n=21) Idade * 3,0 (0,6-15) / 3,5
(0,5-15) Febre (%)98 / 84Hepatomegalia (%)97 /
79Esplenomegalia (%)97/ 63Hemoglobina (g/dl)*6,7 (2,610,2) / 8,1 (3,7-11,8) Plaquetas (cel/mm3)*101 (11-531) / 134
(15-535)
Leucocitos
(cel/mm3)*3600
(1.40014.200)/5150(1.000-25.000) Mielograma positivo (%) 81 / Teste rápido K39 positivo (%)94 / 0Óbitos (%) 10 / 14
*(médiana, variação). Conclusões: O teste rápido mostrou um
excelente desempenho para o diagnóstico de calazar no grupo
estudado, com sensibilidade superior a do mielograma e especificidade de 100%, sugerindo que o mesmo possa substituir a
realização de procedimentos invasivos, facilitando o diagnóstico mais precoce em zonas endêmicas
Código Trabalho: 732´
Título: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA COM PCR (REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE)
QUALITATIVO
Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;FABIANA ARISTON
FILGUEIRA;TELMA SUELY OKAY;GILDA MARIA BARBARO DEL
NEGRO;PEDRO TAKANORI SAKANE;EVANDRO ROBERTO
BALDACCI
Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP. E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A toxoplasmose congênita é assintomática ao
nascimento em grande número dos casos, que entretanto,
poderão evoluir com seqüelas possivelmente dependentes da
presença quantitativa dos parasitas. O tratamento por 1 ano
com os seus riscos é protetor. Objetivos: Avaliar, através da
pesquisa da PCR qualitativa no sangue periférico, se há clareamento do toxoplasma ao longo do tratamento medicamentoso,
o que poderia indicar sua suspensão. Métodos: Estudo
prospectivo em crianças assintomáticas ao nascimento, filhas
de mães com viragem sorológica na gestação (IgM+) para
Toxoplasma gondii, utilizando a reação em cadeia de
polimerase (PCR) qualitativa no sangue periférico. Os testes
moleculares foram realizados durante o tratamento para a toxo-
Infectologia
plasmose e ao término dele, com o método DNA - PCR - gene
B1, utilizando os primers JW63-sense e JW62-anti-sense.
Resultados: Os resultados preliminares dessa avaliação
mostram que em diferentes estágios do tratamento medicamentoso e mesmo após seu término, a PCR qualitativa permanece
positiva. Caso 1: J.A.B.S.B. apresentou PCR positiva aos 4
meses e com 1 ano e 2 meses (2 meses após o término do tratamento). Caso 2: A.L.S. apresentou PCR positiva aos 4 meses,
durante o tratamento. Caso 3: M.B.M.F. permanecia com PCR
positiva no fim do tratamento, com 10 meses de vida. Caso 4:
Irmãs gêmeas, ambas aos 4 meses de vida, uma delas com PCR
positiva para o toxoplasma, enquanto que a era negativa.
Conclusões: Os dados sugerem que: 1.A viragem sorológica na
gestação não é de per si uma indicação absoluta de tratamento
desde que as crianças podem não estar infectadas (caso 4). 2. A
PCR qualitativa não é método para avaliação prognóstica e de
resposta terapêutica 3. Especula-se a partir de então, se a
utilização da PCR quantitativa no sangue periférico de recémnascidos, poderá ser um método útil na avaliação de indicação
de tratamento, bem como ser método de valia como indicador
de evolução.
Código Trabalho: 903
Título: AVALIAÇÃO E ANÁLISE NNIS DOS EPISÓDIOS DE SEPSE
NEONATAL E INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA
DA UTI -NEONATAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Autores: MARCIA WAKAI CATELAN;SAMIRA MONTEIRO PORTO
ALMEIDA;REGINA MARA CUSTÓDIO RANGEL;LUCIANA SOUZA
JORGE;PRISCILLA MARTINSHERNANDE SANTOS;FERNANDO
GÓNGORA RUBIO
Instituição: CCIH-HB- FUNFARME-São José do Rio Preto
Cidade/UF: SÃO JOSÉ DO RIO PRET/SP
Resumo:
Introdução: Sepse neonatal e Infecção Primária da Corrente
Sanguínea(ICOSA)são causas importantes de morbimortalidade e as infecções mais frequentes. Objetivos:Analisar a
epidemiologia dos episódios de Sepse e ICOSA neonatal no
período de janeiro de 2004 a junho de 2006. Métodos: Estudo
prospectivo de recém-nascidos internados de 01/01/2004 a
30/06/2006, com critérios do método National Nosocomial
Infections Surveillance(NNIS,1994)e Infecção Hospitalar
segundo CDC; especificamente para Sepse Clínica e Infecção
Primária da Corrente Sanguínea. Diariamente, a enfermeira e a
médica do CCIH-HB-FUNFARME, visitavam a unidade na
busca ativa de casos de IH, registravam o número de pacientesdia, cateteres-dia e dados como peso de nascimento,época da
IH, uso de cateter venoso central, resultado de hemoculturas e
óbito. Resultados: Foram admitidos na unidade durante este
período 650 recém-nascidos. A Taxa de infecção por mil
pacientes-dia foi 43,23;37,32;29,89 e 35,37 respectivamente
para as categorias de peso menores de 1000 g, 10011500g,1501-2500g e maiores de 2500g.A Taxa específica para
ICOSA Laboratorial e Sepse Clínica/total de infecções x 100
foram 15,89 e 42,30 para menores de 1000g; 10,13 e 40,98 para
recém-nascidos de 1001-1500g; 14,8 e 24,17 para 1500 a 2500
g e 14,09 e 29,48 para pacientes maiores de 2500 g.A taxa de
letalidade associada à IH foi de 8,9%.Foram analisados 97
episódios de Sepse Clínica e 49 episódios de ICOSA. Com
relação à Sepse Clínica: 81,4% foi de aparecimento tardio,
81,2% não estavam relacionadas a Cateter Venoso Central, a
categoria de peso mais acometida foi em neonatos menores de
1000 g (29,9%). Com relação à Infecção Primária da Corrente
Sanguínea: 95,9% foi de aparecimento tardio, 55,1% destes
casos foram relacionados a cateter venoso central, a taxa
específica de ICOSA Laboratorial relacionada CVC/CVC-dia
foi 3,8; 2,01; 8,2 e 8,43 respectivamente para as categorias de
peso < 1000g, 1001-1500g,1501-2500 e > 2500g. A presença
de CVC foi fator de risco importante para o desenvolvimento
de ICOSA em comparação com os casos de Sepse Clínica.A
categoria de peso mais acometida foi em neonatos maiores de
2500g (34,7%); em relação à identificação do agente envolvido
18,3% eram gram-positivos, 44,9% gram-negativos e 36,9%
eram fungos sendo a Candida glabrata a mais encontrada.
Conclusões:As taxas de Densidade de Incidência e Taxa
específica de ICOSA Laboratorial relacionada a CVC foram
maiores que as encontradas na literatura e a média de utilização
de CVC, em todas as categorias de peso, foi maior em relação à
média NNIS. Houve maior frequência de IH em neonatos com
peso maior que 2500g o que difere da literatura,fato explicado
por esta UTI Neonatal ter alta complexidade em procedimentos
cirúrgicos pós-operatórios(Pediátrica e Cardiopatia Congênita).
Código Trabalho: 406
Título: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DAS CRIANÇAS
INFECTADAS PELO HIV EM PERNAMBUCO
Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE
FREITAS;DJAIR SENA
Instituição: IMIP - Coord. Estadual de DST/AIDS da
Secretari
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Desde o final dos anos 80 até 2005, a epidemia da
infecção pelo HIV em crianças no Brasil tem sofrido grandes
mudanças. O Brasil tem acumulado até 2005 (junho), 11.901
casos de Aids em menores de 13 anos. Destes casos, 9.965
(83,7%) foram por transmissão vertical do HIV. Desde 1987,
Pernambuco acumula 246 casos notificados em menores de 13
anos de idade. Até recentemente, o IMIP era a única referência
para infecção pelo HIV/Aids no Estado e registra 302 casos em
menores de 13 anos. Objetivos: O objetivo deste estudo foi
descrever características demográficas e modo de aquisição de
crianças infectadas pelo HIV acompanhadas e sobrevivendo até
a adolescência e adultícia. Métodos: Nós realizamos um estudo
tipo transversal através de revisão de dados de notificação de
casos de aids em crianças acompanhadas no IMIP. As crianças
e adolescentes foram divididos por idade, sexo, modo de
aquisição, ano de diagnóstico e tempo de sobrevida.
Resultados: A idade mediana de crianças acompanhadas foi 07
(0 a 19) anos. A razão por sexo foi de masculino 1 / feminino
foi 1.2, mas em menores de 4 anos de idade o gênero predominante foi masculino em contraste com gênero feminino entre
adolescentes com 10 a 14 anos de idade (p=0,02). O modo de
aquisição mais freqüente foi por transmissão vertical do HIV
responsável por 287 (95%) casos e por transmissão sangüínea
responsável por 15 casos (5%). O último caso de transmissão
sangüínea registrado foi em 1987. Duzentas e vinte e oito
crianças (75,5%) sobreviveram e permanecem em acompanhamento (somente 1 por transmissão sangüínea), 52 (17,5%)
morreram, 14 (4,7%) foi perdido o acompanhamento e 7 (2,3%)
foram transferidas para outros serviços. Conclusões: De um
grupo de 302 crianças, 228 (75,5%) sobreviveram com algumas
diferenças em relação ao sexo e modo de aquisição da infecção
pelo HIV. O percentual de sobrevida e diferenças de sexo e
modo de transmissão podem ser reflexo de melhora de diagnóstico, tratamento e tendência da epidemia ao longo do tempo.
Código Trabalho: 8
Título: CERATITE INTERSTICIAL SIFILÍTICA RECORRENTE
Autores: CÉLIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA
SIQUEIRA;THIAGO LUIZ BASTOS;LUCIANA MIRANDA;ANANÍLIA
MAIA;DORILENE SOARES SILVA
Instituição: Hospital da Criança
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A ceratite intersticial (CI) esta comumente associada à sífilis embora possa ocorrer em outras patologias bacterianas, virais, parasitárias e auto-imunes. Na sua definição
caracteriza-se por processo inflamatório envolvendo o epitélio
e o endotélio corneano ocular, com depósito de complexo
antígeno-anticorpo mediado pelo complemento ou decorrente
de uma reação de hipersensibilidade. Clinicamente se caracteriza por áreas de densidade esbranquiçada e vascularização
aumentada focal ou difusa. Objetivos e Métodos:
Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico em adolescente de 13 anos de idade, que apresenta CI aguda bilateral,
cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis. Relato do caso:
Paciente apresenta queixa de diminuição da acuidade visual,
associado à borramento da visão e lesão esbranquiçada em
ambos os olhos, com dor, edema de pálpebras e lacrimejamento
mais intenso em olho direito, iniciado há 30 dias. O exame
oftalmológico detectou CI bilateral com neovascularização
sugestiva de sífilis. Nos exames realizados o estudo do LCR foi
normal, exceto o VDRL que foi positivo com titulagem no
sangue periférico de 1:256. Sorologias para toxoplasmose, HIV,
citomegalovirus, rubéola, herpes, foram não reagentes, PPD
não reator, radiografia de tórax normal, FAN não reagente.
Iniciado uso de penicilina venosa e corticoterapia ocular. Com
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S97
Infectologia
14 dias a avaliação oftalmológica revelou leucoma residual à
direita. A titulagem do VDRL reduziu para 1:64. Após 18 meses
da alta, retorna com as mesmas queixas localizadas no olho
esquerdo O VDRL de 1:64 e em ambas as ocasiões o FTA-ABs
foram negativos. Discussão: A CI ocorre mais freqüentemente
na sífilis congênita tardia ,sendo descrita dos 5 aos 20 anos de
idade, bilateralmente em 80% dos casos. As principais características da sífilis congênita tardia além da CI, não foram
encontradas no paciente, como a tíbia em "Lâmina de Sabre",
articulações de Clutton, fronte "olímpica", nariz "em sela",
dentes de Hutchinson, molares em "amora", surdez
neurológica. O FTA-Abs tem elevada especificidade (94%a
100%) e menor sensibilidade (70% a 100%) em comparação a
dos testes não-treponêmicos, entretanto o que esperamos é a
persistência do FTA-Abs no restante da vida de um indivíduo
infectado, mesmo após o tratamento, o resultado negativo nesse
caso, exigiu uma maior investigação e a etiologia sifilítica foi
definida pelos parâmetros laboratoriais, resposta terapêutica e
por exclusão Conclusões: Esse caso vem chamar a atenção
para o diagnóstico da ceratitite intersticial como manifestação
tardia da sífilis, cuja confirmação nem sempre é fácil, sendo,
entretanto uma situação clínica que pode levar a danos permanentes se não diagnosticada e tratada adequadamente.
Código Trabalho: 280
Título: COMPARAÇÃO ENTRE CRIANÇAS COM FEBRE
HOSPITALIZADAS COM OU SEM SÍNDROME DA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SRIS)
Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;CAROLINE
DUARTE MELLO
Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A SRIS é uma importante causa de morbidade e
mortalidade entre crianças. Objetivos: comparar a evolução de
crianças com febre hospitalizadas com ou sem SRIS. Métodos:
Esta foi uma coorte retrospectiva realizada no hospital universitário da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Os
prontuários de todas as crianças admitidas entre setembro/2004
e abril/2005 foram revistos. O critério de inclusão foi
constatação de febre e registro de ou freqüência cardíaca ou
freqüência respiratória em pelo menos duas ocasiões distintas
ou resultado de leucograma. Informação sobre diagnóstico,
etiologia e evolução foi coletada em questionário padronizado.
Resultados: De 833 pacientes admitidos, os prontuários de 659
(79%) foram revistos até o momento. De 392 pacientes em que
havia febre na história da moléstia atual, 178 preencheram o
critério de inclusão; 20 (11%) foram excluídos devido a
comprometimento neurológico (10), má-formação cardíaca
com repercussão clínica (6), SIDA (2), insuficiência cardíaca
(1) ou renal (1). A mediana da temperatura axilar inicial foi
38oC (média 38,4 ± 0,6) e SRIS foi detectada em 71 (45%) dos
pacientes, devido à alteração no leucograma (70 pacientes) ou
à taquicardia persistente (1 paciente). A mediana da idade
(meses) foi 20 (média 32 ± 32, variando de 1 a 153) e a diferença na idade não foi estatisticamente significante quando
pacientes com (34 ± 32) ou sem (30 ± 32) sepse foram
comparados (p=0,3). Os diagnósticos mais freqüentes foram
pneumonia (44%), infecção de pele ou partes moles (18%),
diarréia (6%) para as crianças com SRIS e pneumonia (25%),
diarréia (21%) e infecção de pele ou partes moles (17%) para
crianças sem SRIS. A etiologia foi determinada para 9 (13%) e
7 (8%) pacientes com e sem SRIS, respectivamente (p=0,5).
No grupo com SRIS, Escherichia coli (2), Streptococcus pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), Shigella flexneri (1),
Staphylococcus aureus (1) de culturas de sangue (2), urina (2) e
fezes (2) e infecção por rotavírus (2) ou vírus da hepatitis A(1)
foram identificados. No grupo sem SRIS, infecções por
Klebsiella sp. (2), S. pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), S.
aureus (1) de culturas de sangue (3) ou urina (2) ou rotavírus
(2) foram identificadas. A duração da hospitalização (dias) foi
maior entre os pacientes com SRIS (9 + 8 vs 6 + 5, p=0,005).
Conclusões: A ocorrência de SRIS foi freqüente entre crianças
hospitalizadas com febre e a duração da hospitalização foi
maior entre as crianças com SRIS quando comparadas com as
crianças sem SRIS.
S98
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 987
Título: COMPLICAÇÕES DA VARICELA EM PACIENTES
INTERNADOS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA
Autores: MARDJANE ALVES DE LEMOS;ADRIANA ÁVILA
MOURA;PRISCILA REGINA ALVES ARAÚJO;RUBELLE MARQUES
A OLIVEIRA
Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A varicela é uma doença infecciosa comum na
infância. Apesar de ser considerada uma patologia de evolução
benigna, diversas complicações podem ocorrer, como a
infecção bacteriana de pele, pneumonia, encefalite e trombocitopenia. Objetivos: Realizar uma investigação epidemiológica
dos casos de varicela complicada em pacientes internados em
um hospital de doenças infecciosa. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes com até 18 anos internados com varicela, no período de janeiro de 2002 a dezembro
de 2005. Resultados: Foram analisados 137 prontuários de
pacientes com varicela, internados no período de janeiro de
2002 a dezembro de 2005. Destes, 56% eram do sexo feminino
e 44% eram do sexo masculino. Do total de casos, 96 desenvolveram complicação única e 41 apresentaram duas ou mais
complicações, totalizando 137 complicações. A infecção
secundária de pele e/ou subcutâneo foi a complicação mais
freqüente, com 96 casos, seguida das complicações respiratórias, com 17 casos, e infecção bacteriana sistêmica, com 16
casos. Onze pacientes apresentaram alguma afecção do Sistema
Nervoso Central (SNC). Destas, sete foram descritas como
encefalite, três como convulsão e uma como cerebelite. Outras
complicações descritas foram glomerulonefrite, fenômenos
alérgicos, gastroenterite com desidratação, miocardite, otite
média aguda e varicela hemorrágica. A idade média foi de 3,54
anos, com idade mínima de 02 meses e máxima de 17 anos. A
maioria dos pacientes tinha menos de 5 anos (74%). O período
do ano em que houve maior número de internamentos por foi
entre os meses de setembro e dezembro, com 85 casos (60%)
houve um pico em outubro, com 31 internamentos (22,63%). A
presença de fatores predisponentes para varicela complicada
foi relatada em 46 prontuários (33,57%). O mais freqüente foi
desnutrição, com 37 pacientes (27,01%) apresentando algum
grau de déficit nutricional. Sete pacientes faziam uso de drogas
imunossupressoras, um era prematuro e outro era portador de
cardiopatia congênita. O tempo mínimo de internamento foi de
um dia, o máximo de 42 dias, e a média de 8,31 dias. O tempo
de médio de internamento foi diretamente proporcional ao
número de complicações apresentados pelos pacientes. A
história de contato com varicela estava registrada em 51 prontuários, em 82,35% destes o contato foi intradomiciliar. O
número de óbito foi de 3 casos, com uma taxa de letalidade de
1,95%. Todos tinham menos de 3 anos, um com infecção bacteriana sistêmica, outro com encefalite viral, e o terceiro com
gastrenterite e desidratação. Conclusões: A varicela é uma
doença infecciosa que pode se associar a um número significativo de complicações e a uma letalidade não desprezível. O
grupo etário com maior número de afetados foi o de pré-escolares. Os casos letais ocorreram em crianças mais jovens, com
idade inferior a três anos. As complicações da varicela ocorreram principalmente em pacientes saudáveis, sem de fatores
de risco associados.
Código Trabalho: 307
Título: CONHECIMENTO DOS NEONATOLOGISTAS SOBRE
VACINAÇÃO EM PREMATUROS E RN DE BAIXO-PESO
Autores: EDUARDO JORGE FONSECA LIMA;CAROLINE FREITAS
TIMÓTEO LIMA;LUIS ANDRÉ SILVESTRE ANDRADE
Instituição: Inst. Materno Infantil Prof. Fernando Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A vacinação de RN prematuros e de baixo peso ao
nascer sempre levantou questionamentos entre os pediatras,
seja pela incerteza da resposta imunitária, seja pelas reações
indesejáveis. Em princípio, a idade gestacional e o baixo peso
ao nascer não são fatores limitantes para que um recém-nascido
prematuro clinicamente estável seja imunizado. Existem
poucos trabalhos na literatura avaliando especificamente o grau
do conhecimento dos neonatologistas sobre vacinação em
recém nascido prematuros. O presente estudo tem como
premissa básica a análise do conhecimento desses profissionais
Infectologia
sobre vacinação em prematuros e quais são os mitos e controvérsias sobre o assunto. Objetivos: Verificar o conhecimento
dos neonatologistas de cinco hospitais da cidade do Recife,
sobre as recomendações do Ministério da Saúde para a
imunização do recém-nascido (RN) prematuro e os de baixo
peso e alguns fatores associados em relação aos profissionais e
o conhecimento avaliado. Métodos: Estudo descritivo, transversal, realizado no período de dezembro/05 a janeiro/06, em
cinco hospitais da cidade do Recife, sendo dois hospitais de
ensino e três hospitais privados. A população do estudo foram
os neonatologistas dos respectivos hospitais após o consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados por meio
de um questionário elaborado a partir das variáveis que se
pretendeu estudar. Os dados foram processados e analisados no
programa Epi-Info 6.0. Foi considerado conhecimento
adequado quando o nível de acerto foi superior a 70%.
Resultados: A amostra foi constituída por 46 neonatologistas.
Em relação a BCG 88,9% das respostas foram consideradas
adequadas; em relação a Hepatite B associando-se sorologia
materna apenas obteve-se 45% respostas adequadas; em
relação a Pólio Oral apenas 50% dos entrevistados responderam corretamente em relação ao não uso em pacientes hospitalizados; em relação a DPT, apesar de 100% dos profissionais
terem conhecimento do número de doses do esquema, apenas
13% mostraram-se devidamente informados quanto a ocorrência de eventos adversos; e quanto aos eventos adversos da
Pólio Oral e Hepatite B o índice de acerto foi de 95,8% .
Conclusões: Os neonatologistas precisam de uma maior sensibilização sobre a importância da imunização no RN prematuro,
para melhor conhecimento das indicações, contra-indicações e
eventos adversos das vacinas do calendário básico.
Código Trabalho: 752
Título: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA: ESTUDO DE MULHERES E SEUS FILHOS
ATENDIDOS NO PERÍODO DE SETEMBRO DE 2000 A MAIO DE
2003 NO IPPMG-UFRJ
Autores: ANA LÚCIA LIMA GUEDES;SUSIE ANDRIES
NOGUEIRA;THALITA FERNANDES ABREU;RAIMUNDA MARIA S
RODRIGUES;TOMAZ P COSTA;JORGE BARRETO
Instituição: IPPMG - UFRJ
Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG
Resumo:
Introdução: A importância da toxoplasmose congênita (TC) se
deve às graves conseqüências médicas, socio-econômicas e
incapacidades individuais que ela acarreta; e pela possibilidade
de ser prevenida ou atenuada. Objetivos: Descrever a casuística de toxoplasmose adquirida por mulheres em período gestacional acompanhadas no Ambulatório de Pré-natal de um
Hospital Universitário na cidade do Rio de Janeiro no período
de março de 2001 a março de 2003, correlacionando o diagnóstico materno de infecção por Toxoplasma e seu tratamento com
a ocorrência de TC e descrever a casuística de crianças acompanhadas no Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias
(DIP) deste mesmo Hospital, no período de setembro de 2000 a
maio de 2003 e correlacionar com o diagnóstico materno de
infecção por Toxoplasma e a conduta adotada nas gestantes.
Métodos: Estudo de Coorte retrospectiva-prospectiva no
período de setembro de 2000 a maio de 2003. Avaliamos 149
mulheres com suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação:
60 no Ambulatório de Pré-natal e 89 mães de crianças atendidas
no Ambulatório de DIP por suspeita de TC. Paralelamente
avaliamos 111 crianças. As mulheres foram classificadas em 5
categorias segundo a probabilidade de infecção pelo
Toxoplasma: toxoplasmose adquirida na gestação (n=13);
provável toxoplasmose adquirida na gestação (n=0); não se
estabeleceu a época da toxoplasmose (n=105); susceptibilidade
à infecção pelo Toxoplasma (n=3); toxoplasmose prévia à
gestação (n=28). Os critérios diagnósticos de TC foram: IgM
específica positiva após o 5º dia de vida; e/ou sinais e sintomas
específicos de infecção congênita associados à presença de IgM
e/ou IgG específica em títulos ascendentes; IgG específica
persistentemente positiva após o 12º mês de vida. Resultados:
Os hábitos de risco mais freqüentes foram: manipular carne
crua (80,1%), não lavar as mãos às refeições (61,1%), ter
contato com gatos (53,5%)ingestão de salsicha e saleme crus
(50,7%). A idade e os hábitos de risco não associaram-se à
infecção recente pelo Toxoplasma. A IgM positiva na gestação
(VPP=1,1%; IC 95% = 0,00% a 6,0%) e a USG materna
alterada (p=1,0) não se associaram à TC. Noventa e três
gestantes receberam pelo menos 1 ciclo de medicação antiToxoplasma, apenas 6 com infecção aguda ou
recente.Confirmou-se o diagnóstico de TC em 7 crianças e
exclui-se em 91. Baixo peso (p=0,015) e alterações clínicas
(p=0,005) ao nascimento, estrabismo (p=0,002), nistagmo
(p=0,004), oftalmoscopia alterada (p=0,000), hepatomegalia
(p=0,000), microcefalia (p=0,000), déficit do desenvolvimento
neuropsicomotor (p=0,004), plaquetopenia (p=0,011), radiografia de crânio alterada (p=0,003) associaram-se à TC.
Conclusões: Nesta casuística, a IgM materna, isoladamente,
não foi boa preditora de TC, não foi possível determinar a
época de aquisição da infecção materna na maioria das
mulheres e quase 90% das crianças infectadas eram
sintomáticas ao nascimento ou primeiras semanas de vida.
Código Trabalho: 1097
Título: DETERMINAÇÃO DA AMEBÍASE EM ALUNOS DA REDE
PÚBLICA DA CIDADE DE MACEIÓ, UTILIZANDO ENSAIO
IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS
Autores: IASMIN CAVALCANTI DUARTE;MARIA VIEIRA
MACIEL;IVANISE SILVA ACA;ELIANA MAURÍCIO ROCHA;RICARDO
ARRAES XIMENES;YASMIN CAVALCANTI DUARTE
Instituição: Doutorado de Medicina Tropical - UFPE
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A amebíase é causada pela Entamoeba histolytica
que foi reclassificada em 1925 por Brumpt em duas espécies: a
E. histolytica, o parasito que pode causar a doença e a
Entamoeba dispar, a espécie que não é patogênica. Em Alagoas
não existe dados sobre a amebíase após essa nova definição.
Objetivos: Determinar a prevalência de E. histolytica nos
alunos da rede pública na cidade de Maceió, pela aplicação da
microscopia e dos testes de ELISA: Enzymeba e teste de
detecção de antígeno nas fezes, o teste E.histolytica II.
Métodos: Estudo descritivo e transversal de prevalência da
amebíase em alunos de escolas públicas da cidade de Maceió.
Foram coletadas amostras de fezes dos alunos entre 4-15 anos
de idade, matriculados em 18 escolas selecionadas aleatoriamente. Todas as amostras foram submetidas ao exame
microscópico pelo Método de Ritchie e classificadas em positiva ou negativa para E.histolytica/E.dispar. Em seguida foi
aplicado o teste Enzymeba e o teste E.histolytica II em todas as
amostras positivas à microscopia para E.histolytica/E.dispar. O
teste Enzymeba confirma com precisão a presença da
E.histolytica/E. dispar, apesar de não descriminar entre as duas
espécies. Já o teste E.histolytica II tem capacidade de definir a
presença da E. histolytica na amostra através da reação
imunológica dos anticorpos antiadesina. oi utilizado um questionário para obter as informações de identificação, condições
da casa, sanitárias e de saúde dos alunos.Todos os responsáveis
foram esclarecidos sobre os objetivos do projeto, e assinaram
um termo de consentimento, conforme as normas do Comitê de
Ética em Pesquisa da UFAL.Todos os alunos receberam o resultado da microscopia, além do tratamento específico e informação sobre prevenção das enteroparasitoses. Resultados: A
população foi composta de 1797 alunos, dos quais 68(3%)
foram positivos para E. histolytica/E.dispar pela microscopia.
Á seguir, estas 68 amostras foram analisadas pelo teste
Enzymeba e o teste E.histolyticaII. O primeiro confirmou em
100% o resultado da coproscopia. Já o teste de detecção de
antígeno, o teste E. histolytica II confirmou apenas 18(1%) das
68 amostras positivas à microscopia. Foi demonstrado que o
uso de água para beber sem tratamento foi um fator de risco
importante para amebíase. Não houve associação da infecção
pela E. histolytica com sexo, idade e condições de moradia dos
alunos. Conclusões: A microscopia foi considerada um método
impróprio para o diagnóstico da amebíase, sendo fundamental a
aplicação de uma técnica para o diagnóstico específico, como o
teste E. histolyticaII, evitando-se o tratamento desnecessário e
fornecendo dados epidemiológicos precisos.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S99
Infectologia
Código Trabalho: 922
Título: DIARRÉIA POR ROTAVÍRUS EM RECIFE: SITUAÇÃO
PRÉVIA À INTRODUÇÃO DA VACINAÇÃO UNIVERSAL
Autores: FERNANDA ULISSES MONTENEGRO;JAILSON DE
BARROS CORREIA;ANA RODRIGUES FALBO;LUIS EDUARDO
CUEVAS;NIGEL CUNLIFFE;CHARLES ANTHONY HART
Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF.FERNANDO
FIGUEIRA
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Rotavirus é a causa mais comum de diaréia grave
no mundo e ainda permanece como uma importante causa de
mortalidade nos países em desenvolvimento. A vacinação
universal com uma vacina do sorotipo humano G1P[8] foi
introduzida no Brasil em março de 2006. Objetivos: Este
estudo foi realizado para avaliar a freqüência relativa do
rotavírus em crianças com diarréia aguda grave; idade e características clínicas dos casos, e identificar os sorotipos circulantes na região de Recife. Métodos: Crianças menores de
cinco anos que apresentavam diarréia aguda foram recrutadas
prospectivamente entre maio de 2004 a abril de 2005, no setor
de emergência de um hospital escola do Recife. Amostras fecais
foram coletadas à admissão e congeladas até a realização dos
exames. Rotavírus foram detectados pelo método ELISA e
amostras fecais positivas foram testadas através da RT-PCR
para a tipagem G e P. Resultados: Rotavírus do grupo A foram
detectados em 102 (34,1%) amostras fecais de 299 crianças
envolvidas. Como esperado, a presença de vômito (p<0,01),
diarréia aquosa (p=0,005) e necessidade de hidratação
parenteral (p=0,037) foi mais freqüente nas crianças com
rotavírus presente na amostra fecal. A maioria dos casos (89%)
das gastroenterites por rotavírus ocorreu em crianças menores
de dois anos. Sorotipo G1P[8] foi identificado em 49% das
amostras, mas verificou-se uma alta proporção (28%) do
sorotipo G9P[6] e o sorotipo emergente G8P[6] representou 2%
dos sorotipos. Infecções mistas foram identificadas em 4% dos
casos e um sorotipo G5P[8] foi detectado. Conclusões: Este
estudo contribui para reforçar a importância do rotavírus como
agente associado a diarréia aguda em menores de cinco anos e
provê dados sobre os sorotipos que circulam na região. O
estudo está sendo complementado pela monitorização das cepas
no período pós-vacinação.
Código Trabalho: 970 - Título: DIFERENÇAS REGIONAIS NA
TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV NO BRASIL. RESULTADO DE
UM ESTUDO COLABORATIVO MULTICÊNTRICO.
Autores: REGINA CÉLIA SUCCI;GRUPO DE ESTUDO DA SBP TV
DO HIV
Instituição: Sociedade Brasileira de Pediatria
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A prevenção da transmissão vertical do HIV (TV
do HIV) é uma das prioridades do programa nacional de DSTAIDS. As diferenças no acesso Às medidas profiláticas, entretanto, não é igaul em todas as regiões do país. Objetivos: O
objetivo deste estudo multicêntrico foi avaliar a TV do HIV em
todas as regiões do país entre crianças filhas de mães infectadas
pelo HIV e nascidas no período compreendido entre janeiro de
2000 a dezembro de 2004. Métodos: 63 serviços (localizados
em 20 estados e no DF) participaram do estudo no período de
2000 a 2002 e 17 serviços (localizados em 14 estados e no DF),
no período de 2003 e 2004. Dados referentes a 5808 crianças
foram analisados. A TV do HIV nesse período foi de 6,77%
(393/5808), sendo 8,6% em 2000 e 6,8% em 2004. A TV do
HIV foi maior nas regiões Norte (11,8%) e Nordeste (8,9%) do
país quando comparadas com as regiões Centro-Oeste (5,1%),
Sul (5,4%) e Sudeste (6,9%). As diferenças regionais são
evidentes quando comparamos as idades das mães, a proporção
de mulheres que fizeram acompanhamento pré-natal, a época
em que o diagnóstico da infecção pelo HIV foi realizada na
gestante, o tipo de parto realizado e a proporção de crianças que
receberam aleitamento materno. Conclusões: A TV do HIV
vem diminuindo nos últimos anos, mas a vigilância continua
dessa forma de transmissão é importante para atingirmos taxas
inferiores a 2% até o ano de 2007, que é a meta do PN DST
AIDS do Ministério da Saúde. Diminuir as diferenças regionais
é importante para atingir essa meta.
S100
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 242
Título: DIPIRONA E PARACETAMOL NO CONTROLE DA FEBRE
EM CRIANÇAS: ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO
Autores: NATALIA DORNELAS CAMARA;CAMILA DORNELAS
CAMARA;CAROLINA DORNELAS CAMARA;JOÃO GUILHERME
ALVES
Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando
Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Em pesquisa realizada no MEDLINE e LILACS,
encontramos apenas um estudo que compara a eficácia da
dipirona com o acetaminofeno. Como esse antipirético é o mais
utilizado em alguns países como o Brazil e México, sendo
reconhecido pelas suas autoridades sanitárias como seguro,
resolvemos comparar a eficácia da dipirona com o acetaminofeno em crianças com febre. Métodos: Ensaio clínico,
randomizado, comparando-se a eficácia da febre da dipirona
com o acetaminofeno. A pesquisa foi desenvolvida no período
de janeiro a junho de 2006. Foram admitidos à pesquisa
crianças de 6 meses a 6 anos de idade, com queixa principal de
febre, temperatura axilar entre 38,5 C e 40 C, desde que não
tivessem feito uso de medicamentos antipiréticos ou meios
físicos no controle da temperatura nas últimas 6 horas antes da
admissão ao estudo. Aquelas crianças que apresentavam quadro
clínico com sinais de gravidade, portadores de afecção
cardíaca, real, hepática, endócrina, neurológica ou neoplásica,
foram excluídas do estudo. Pacientes que estavam em uso de
antiinflamatório ou tinham história de sensibilidade à dipirona
ou ao acetaminofeno, não foram admitidos ao estudo. O
tamanho da amostra foi de 50 crianças (25 em cada grupo),
calculado a partir das tabelas de Haseman, apud Meinert, com
um erro alfa de 0,05 e um beta de 0,10. De forma aleatória,
através da tabela de números randomizados fornecida pelo
programa EPI-INFO, 25 crianças receberam uma dose de
dipirona (20 mg/Kg) por via oral e as outras crianças, uma dose
de acetaminofeno (15 mg/Kg). A temperatura axilar foi aferida
através de um termômetro de mercúrio, 15', 30 ', 60', 90' e 120'
após a administração do antipirético. Foi considerada como
controle da temperatura uma aferição da temperatura axilar
menor que 38 C. Na análise das variáveis pesquisadas foram
utilizados os testes t-student e o do qui-quadrado. Foram admitidos à pesquisa apenas os pacientes que forneceram autorização e o estudo teve aprovação do Comitê de Ética.
Resultados: As características demográficas e sociais, assim
como a temperatura "baseline" foram semelhantes entre os dois
grupos. Em todas as crianças estudadas foi obtido o controle da
temperatura; 60' com a dipirona e 90' com o acetaminofeno. A
média de temperatura com 60', 90' e 120' foi menor no grupo da
dipirona. Em nenhuma das crianças estudadas foram observados sinais de intolerância medicamentosa. Conclusões: A
dipirona e o acetaminofeno apresentaram respostas eficazes e
aparentemente seguras na redução da febre, sendo que a
dipirona apresentou uma maior redução da temperatura,
atingida em um período mais breve, quando comparada com o
acetaminofeno.
Código Trabalho: 2
Título: DOENÇA DE KAWASAKI SIMULANDO QUADRO SÉPTICO:
RELATO DE CASO
Autores: ANGELA ESPOSITO;GABRIELLE ZAMPERLINNI
NETTO;BIANCA MASSAROPPE;JOÃO PAULO BECKER LOTUFO
Instituição: Hospital Universitário - FMUSP
País: SÃO PAULO
Resumo:
Objetivos: apresentar um caso de Doença de Kawasaki (DK)
onde a apresentação inicial foi sugestiva de quadro séptico com
comprometimento da função miocárdica. Relato do caso:
lactente de um ano foi atendida em pronto socorro infantil com
febre há 4 dias, em tratamento de otite com amoxacilina. Após
o início do antibiótico houve aparecimento de exantema pruriginoso pelo corpo. Ao exame físico foi constatado: regular
estado geral, febre elevada,taquicardia, exantema maculopapular generalizado, edema de mãos e pés, hipoperfusão
periférica, hepatomegalia, e roncos pulmonares. A criança foi
admitida com a hipótese diagnóstica inicial de quadro séptico
com insuficiência cardíaca, e foram iniciados expansão com
soro fisiológico, clindamicina e cefotriaxona. Após três expansões de soro houve piora do quadro, com ritmo de galope e
Infectologia
estertoração fina nas bases pulmonares, que reverteram com o
uso de diurético. No dia seguinte a manutenção do quadro
sugeria a possibilidade diagnóstica de Doença de Kawasaki, e
foi iniciada terapêutica de prova com ácido acetilsalicílico e
imunoglobulina endovenosa. A criança evoluiu com rápida
defervescência e desaparecimento do exantema e das alterações
hemodinâmicas. Conclusões: pode haver dificuldade no diagnóstico da DK mesmo quando o paciente preenche o critério
diagnóstico, como neste quadro sép-tico. A importância da
suspeita precoce reside na possibilidade de prescrição de
terapêutica específica. As alterações cardiocirculatórias,
hepáticas e de orelha média observadas neste caso mostram o
amplo espectro clínico desta vasculite sistêmica.
Código Trabalho: 993
Título: DOR ABDOMINAL AGUDA COMO APRESENTAÇÃO
CLÍNICA DE DOENÇA MENINGOCÓCICA
Autores: SELMA BETTA RAGAZZI;CRISTINA RYOKA
MIYAO;ALFREDO ELIAS GILIO;DENISE SWEI LO;MARCOS
SANTOS BARROS
Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São
Paulo.
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Relato de caso: RNMJRO, 1 ano e 9 meses de idade, feminino,
cor parda, com história de febre, dor abdominal e ausência de
evacuações há 1 dia. Ao exame físico apresentava-se em REG,
irritada, taquicárdica, com abdome tenso e doloroso à palpação.
O restante do exame físico era normal. Realizado RX de
abdome que demonstrou distensão de alças intestinais, e
Ultrassom de abdome normal. Foi submetida à cirurgia pela
suspeita de abdome agudo inflamatório. O achado cirúrgico foi
adenite mesentérica, com apêndice normal, sem líquido na
cavidade abdominal. Evoluiu na Enfermaria com melhora da
dor abdominal, mas manutenção da febre. No terceiro dia de
internação foi observado crescimento de diplococos Gram
negativos em hemocultura, cujo resultado final demonstrou
Neisseria meningitidis. A criança não apresentava sinais meníngeos, e o resultado do líquor foi normal. Recebeu Penicilina
cristalina por 7 dias, com boa evolução. Foi realizada quimioprofilaxia com Rifampicina para os seus familiares. Discussão:
A doença meningocócica tem uma grande diversidade de apresentações clínicas, sendo os diagnósticos mais freqüentes os de
meningite, com ou sem meningococcemia. No entanto várias
apresentações são relatadas na literatura. Esta criança apresentava dor abdominal aguda, com achado cirúrgico de adenite
mesentérica. Não foi evidenciada presença da bactéria em
líquido de cavidade abdominal. Os autores enfatizam a possibilidade da doença meningocócica no diagnóstico diferencial
de crianças com dor abdominal aguda, e neste sentido a
importância da coleta de hemocultura, que pode evidenciar o
diagnóstico etiológico da doença, e permitir medidas terapêuticas e de controle epidemiológico.
Código Trabalho: 444
Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A
EFICÁCIA APÓS UM ANO DE DOSE ÚNICA DE
DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM
ALBENDAZOL NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES INFECTADOS POR WUCHERERIA BANCROFTI
EM RECIFE - BRASIL.
Autores: JOSE ANGELO RIZZO;CECILIA BELO;RENATO
LINS;DREYER GERUSA
Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Em áreas endêmicas para filariose, exceto a
África subsaariana, a estratégia recomendada pela OMS para
interromper a transmissão da infecção é o tratamento em dose
única com Dietilcarbamazina (DEC), 6mg/kg, co-administrada
com Albendazol (ALB), 400mg, em massa, por 4 a 6 anos, o
tempo mínimo estimado de vida reprodutiva do verme adulto.
Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois
grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (W.
bancrofti) (9 a 19 anos de idade), comparando o efeito de dose
única de DEC isolada (6mg/kg) ou combinada com ALB
(400mg) um ano após tratamento na prevalência e densidade da
microfilaremia em 5ml de sangue colhido à noite, na área
endêmica do Grande Recife - Brasil. Resultados: Após o tratamento persistiram microfilarêmicos 16/41 pacientes (39% CI95% 24%-54%) no grupo tratado com DEC e 20/41 (49% IC95% 34%- 64%) no grupo tratado com a combinação (RR
0,8 - IC95% 0,49 - 1,31). As taxas de microfilaremia foram 2%
e 1,9% daquelas pré-tratamento (p > 0,05). Conclusões:
Adicionar ALB à DEC em dose única para o tratamento de
crianças e adolescentes microfilarêmicos não mostrou nenhum
benefício em reduzir a prevalência e densidade da microfilaremia após um ano.
Código Trabalho: 456
Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A
TOLERÂNCIA DE DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA
ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL NO
TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES INFECTADOS
POR WUCHERERIA BANCROFTI EM RECIFE - BRASIL.
Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;CECÍLIA BELO;RENATO
LINS;GERUSA DREYER
Instituição: Hospital das Clínicas- UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução : A OMS tem recomendado avaliações mais detalhadas sobre a tolerabilidade de crianças e adolescentes infectados pela Wuchereria bancrofti aos tratamentos de massa
propostos. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, em dois grupos paralelos de
indivíduos microfilarêmicos (9 a 19 anos de idade) que
descreve e analisa a tolerabilidade durante sete dias após o
tratamento com dose única de Dietilcarbamazina (DEC),
6mg/kg, (n = 43) ou em associação a Albendazol (ALB),
400mg (n = 40). Resultados: Apresentaram algum evento
adverso (EA) sistêmico 81% dos indivíduos, quase todos
durante os primeiros quatro dias; 85% considerados leves.
Apenas um paciente teve EA intenso (tosse), que cedeu espontaneamente no 4º dia de observação. Os mais comuns em cada
grupo (DEC e DEC + ALB, respectivamente) foram sonolência
(37% e 37%), cefaléia (30% e 40%), febre (28% e 22%) e tosse
(32% e 25%); os menos comuns o desconforto gástrico (14% e
10%), redução > 10% no VEF1 (16% e 7%) e mialgias (7% e
12%). Dois pacientes queixaram-se de dispnéia leve, um com
alteração no VEF1. EAs localizados ocorreram em três
pacientes com formação de nódulo e desconforto escrotal. Não
houve diferenças entre os grupos de tratamento quanto à
freqüência e intensidade dos EAs, nem influência da dose total
de DEC. Os níveis de microfilaremia basal influíram na
freqüência dos eventos no grupo tratado com DEC apenas, mas
não na sua intensidade. Em nenhum paciente o internamento
foi prolongado além do previsto e apenas alguns necessitaram
administração sintomática de dipirona. Conclusões: a maioria
dos EAs foram de leve intensidade, apesar de muito freqüentes,
sem diferenças entre os esquemas de tratamento. Não houve
diferença na freqüência e intensidade de EAs entre asmáticos e
não asmáticos.
Código Trabalho: 274
Título: EPISÓDIO HIPOTÔNICO-HIPORRESPONSIVO COMO
EVENTO ADVERSO À VACINA DTP/HIB UTILIZADA NO
PROGRAMA NCIONAL DE IMUNIZAÇÕES
Autores: REINALDO MENEZES MARTINS;TATIANA GUIMARÃES
NORONHA;LUIZ ANTÔNIO BASTOS CAMACHO;MARIA DE
LOURDE SOUZA MAIA;MARIA CRISTINA FERREIRA
LEMOS;AKIRA HOMMA
Instituição: Fundação Oswaldo Cruz
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A vacina DTP/Hib é uma das mais
reatogênicas,com eventos adversos locais e sistêmicos. Entre
os últimos, destaca-se o Episódio hipotônico-hiporresponsivo
(EHH), pelo possível prejuízo da adesão às ações de vacinaçao.
Objetivos: Descrever quadro clínico de EHH no estudo de
vigilância ativa de eventos adversos à vacina DTP/Hib
(VIGAT).Comparar a definição de EHH adotada no VIGAT
com a literatura (Braun, Brighton e Vermeer). Métodos:
VIGAT-prospectivo,não controlado,município Rio de
Janeiro,16 Centros de Saúde,2004/5.Incluídos 21.064
lactentes;responsáveis entrevistados no dia da vacinação e 3 a
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S101
Infectologia
5 dias após,quando perguntas de triagem identificavam potenciais casos de EHH.Esses eram avaliados por médicos e enfermeiros,que corroboravam ou não o diagnóstico.Mantida a
suspeita de EHH,havia reavaliação por supervisora médica que
levava à discussão com 2 comitês. Em todos os estágios de
avaliação a definição de caso (adaptada de Braun et al, 1998)
foi:"início súbito de hipotonia, hiporresponsividade,cianose ou
palidez nas primeiras 48 horas pós-vacinação".Critérios de
exclusão:causa conhecida para a sintomatologi,evidência de
anafilaxia, sono normal e cor da pele normal.Todos os casos
foram categorizados em confirmado (todos os critérios de
inclusão e nenhum de exclusão), suspeito (todos os critérios de
inclusão,mas não se pode afastar outra causa),indeterminado
(qualidade da informação não permite confirmá-lo).Após o
início do VIGAT foi publicada por "The Brighton
Collaboration HEE Working Group", 2004, uma nova definição
de caso de EHH.Essa definição foi considerada por
Vermeer,2006,de
alta
sensibilidade,mas
baixa
especificidade,levando à sua revisão,em curso pelo CIOMS
Vaccine Working Group. Avaliaremos o desempenho da
definição de EHH empregada pelo VIGAT,comparando-a com
as demais. Resultados: As entrevistadoras encaminharam 323
casos potenciais de EHH aos coordenadores locais que diagnosticaram 13 EHH confirmados, 9 suspeitos e 3 indeterminados.Após revisão por Comitê de Revisão de Diagnósticos e
Comitê de Monitoramento Externo,foram dados os diagnósticos finais:12 EHH confirmados,2 suspeitos e 3 indeterminados.Considerando confirmados e suspeitos, a freqüência de
EHH foi de 1/1505 vacinados. Tempo de início de 30 minutos a
24 horas,mediana de 2 horas,e duração de 10 minutos a 4
horas,mediana de 45 minutos.A combinação das respostas positivas às perguntas de triagem,feitas por auxiliares de enfermagem,selecionou 11 dos 12 casos confirmados de EHH, os 2
suspeitos e 2 dos 3 casos indeterminados.A definição de caso
do VIGAT,aplicada por médicos e enfermeiros treinados,teve
bom desempenho em relação às existentes na literatura.Houve
dificuldade no diagnóstico diferencial do EHH com os sinais
causados pela febre alta e pelo reflexo vaso-vagal. Conclusões:
A vacina DTP/Hib da rotina é adequada,com freqüência de
EHH esperada na literatura de vacina DTP.É necessário treinar
o pessoal da rede básica de saúde para reconhecimento do
EHH, com atenção à sua benignida e prevenção de iatrogenia.
Código Trabalho: 18
Título: ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS CASOS DE
ESQUISTOSSOMOSE PULMONAR AGUDA
Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE
SILVANY;THIARI PARANHOS;ANANÍLIA MAIA;CIBELE
FERREIRA;RAFAELLA CORDIER
Instituição: Hospital da Criança
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: Na gênese das lesões causadas pela esquistossomose mansônica, o papel primordial cabe aos ovos do parasito,
representando uma carga antigênica significativa e causando
importante reação granulomatosa, mais comumente descrita no
fígado e raramente no pulmão, sendo a pneumonia eosinofílica
simples a apresentação mais comum na forma aguda (Síndrome
de Löefller). Objetivos e Métodos: Estudo descritivo comparativo de dois casos de esquistossomose aguda hepatointestinal
com manifestação pulmonar nodulares de expressões tomográficas diferentes. Relato dos casos: Pacientes de 7 e 13 anos de
idade, procedentes da zona rural/BA, residindo sem saneamento básico, usando água de rio para banho. Em ambos, a
queixa principal era de diarréia com sangue vivo nas fezes,
inapetência, palidez, perda de peso e tosse seca persistente. Nos
antecedentes do primeiro caso, destacavam-se três irmãos com
S. mansoni. No exame físico, a ausculta pulmonar revelava
raros roncos, abdômen globoso à custa de hepatoesplenomegalia moderada. O hemograma com leucocitose devido a eosinofilia, variando de 72 % a 83%.No exame de fezes presença
de S.Mansoni.A biópsia de Intestino realizado no primeiro
caso, mostrava múltiplos granulomas em corión com ovos
viáveis de S. mansoni, no estudo por imagem do tórax, infiltrado grosseiro pulmonar bilateral.A tomografia computadorizada (TC)do primeiro caso, demonstrava extensa reação
granulomatosa, com nódulos grosseiros disseminados em
ambos os pulmões, diferente da TC do segundo caso,onde
revelava pequenos nódulos dispersos de localização predomi-
nante periférica de aspecto inespecífico,compatível com a
Síndrome de Löefller. A evolução do primeiro paciente foi
arrastada ,necessitando uso de mais de dois esquemas terapêuticos, com oxaminiquine e duas com praziquantel, já no
segundo paciente a resposta foi mais pronta. Em ambos houve
redução da hepatimetria,com a função hepática sempre preservada. O controle tomográfico em ambos foi normal. Resultados
e Comentários: A repercussão pulmonar da esquistossomose já
é bastante conhecida, porém a alteração tomográfica com a
exarcebação encontrada no primeiro caso, tem sido descrita
mais raramente.A resposta terapêutica mais lenta nesse
paciente pode ser justificada pela intensidade da carga
antigênica. Conclusões: Esse relato vem chamar a atenção para
a ocorrência da forma pulmonar de distintas expressões ocorrendo na forma aguda ou subaguda da esquistossomose, cuja
alteração pulmonar detectada pela TC, pode apresentar dificuldades de interpretação sem que haja uma boa correlação
clinica.
Código Trabalho: 213
Título: ESTUDO DE 148 CASOS SOROGRUPADOS DE DOENÇA
MENINGOCÓCICA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA.
Autores: ELIANE GUIMARÃES FORTUNA;MARIA EULÁLIA DE
MOURA CÔRTE REAL;MARIA FERNADA MENDES DE ALBUQ
SILVA;RENATA FERREIRA CALIXT DOS SANTOS
Instituição: Hospital Correia Picanço / Secretaria Estadual
de
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A Doença Meningocócica (DM)representa 10 a
40% das meningites bacterianas e a vigilância epidemiológica,apoiada no diagnóstico laboratorial,é essencial no controle da transmissão,na detecção precoce de surtos e na análise
do perfil de cepas circulantes. Objetivos: Comparar
prevalência e letalidade da DM sorogrupada (sg),com o intuito
de subsidiar ações de controle da doença. Métodos: Estudo
retrospectivo, descritivo,das DM sg pelo LACEN ,de 0 a 19
anos,com início dos sintomas de 01/01/2003 a 31/12/2005,com
dados dos prontuários. Dividida a amostra por sg, segundo
sexo,idade, forma clínica, evolução, início dos sintomas e
município de residência. Resultados: Foram notificados 916
meningites bacterianas com 32,9% de DM (302 casos) e dentre
estes,49% sg(148),sendo 74,3% do sgB e 25,7% do C. Nos 2sg
houve uma discreta prevalência do sexo masculino (M), 54,5%
no B e 55,3% no C.A idade mais incidente foi de 0-4A ,no total
(38,5%),por sexo, feminino (F)61,2% e M 34,6%, e por sg (B
44% e C 34%).A taxa de letalidade (TL) total foi 9,3%,no sgB
10,9% e no C 5,3%,sendo maior no sexo F(14,9%), principalmente nas do sgB (20%). Nos do sexo M a TL foi > no sgC
(9,5%)do que no sgB (3,3%). No sg B,o sexo F <1A e o M de
15-19A tiveram a >TL(30% e 20% respectivamente);no sgC, o
sexo M de 15-19A também tiveram a >TL 50%. A meningite
meningocócica com meningococcemia (MMcM)foi mais
frequente no sgB, >50% no total e por sexo; no sgC, foi a
meningite meningocócica(MM), com 50% dos casos no total,
60% do sexo M e 42,8% do F.A meningococcemia(M) teve a
>TL, no total(42,8%) e nos 2 sg, B 33,3% e C 50%.Curaram
85,5% do sgB e 92,1% do C; 3,6% do sgB e 2,6% do C foram
transferidos.52,7% do sgB foram atendidos entre 12-24h do
início dos sintomas e destes 82,7% curaram, 15,5% foram a
óbito e 1,7%transferidos. 50% do sgC foram atendidos com 1224h de sintomas,havendo 89,5% de cura e 5,3% de óbito e
transferência (1 caso para cada). 75% dos óbitos do sgB,
ocorreu com 12-24h de sintomas, não havendo óbito entre os
atendidos nas primeiras 12h; no sgC ocorreu 1 óbito nos
grupos:< 12h e de 12-24h de sintomas(50% para cada). Os
municípios mais ocorrentes de sgB foram: Recife (24,5%),
Jaboatão (7,3%) e Paulista (5,5%) e de sgC: Olinda (13,2%),
Jaboatão (10,5%) e 7,9% para Recife, Caruaru e Joaquim
Nabuco. Dos 12 óbitos do sgB, ocorreu 1 em municípios
aleatoriamente e dos 2 óbitos do sgC, 1 foi em Jaboatão e 1 em
Joaquim Nabuco. Conclusões: 1- DM foi mais freqüente nos <
4 anos no total, por sexo e por sg. 2- DM foi sorogrupada em
quase 50% com 25% de sgC,razão sgB/sgC de 2,9:1,seguindo
tendência nacional.3- Ocorreu discreto predomínio no sexo
masculino ,porém com maior letalidade no feminino. 4- O sgB
apresentou pior evolução clínica.5- A MMcM foi mais
freqüente no sgB e a MM no sgC.6- Não ocorreu óbito no sgB
entre os atendidos com <12h de sintomas.7-A alta letalidade,
Infectologia
principalmente na meningococcemia, é concordante com a
literatura e reflete a gravidade desta patologia
Código Trabalho: 374
Título: ETIOLOGIA DAS ADENOMEGALIAS NA INFÂNCIA:
ANÁLISE DE 137 CASOS DO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS
INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS - INSTITUTO DE PUERICULTURA
E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA-UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO
Autores: MARIA CLÁUDIA CHICARINO;DENISE COTRIM DA
CUNHA;PATRÍCIA GUTTMANN PETERSEN;THALITA FERNANDES
ABREU;SUSIE ANDRIES NOGUEIRA
Instituição: IPPMG/UFRJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: Adenomegalias são manifestações comuns na
infância, sendo importante esclarecer sua etiologia, principalmente porque podem ser sinais precoces de doenças graves.
Objetivos: Descrever etiologia, aspectos clínicos, laboratoriais, epidemiológicos e evolutivos de pacientes pediátricos
com adenomegalia. Métodos: Estudo observacional,
descritivo, prospectivo, tipo série de casos realizado no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do IPPMG (UFRJ),
incluindo avaliação clínica, exames laboratoriais (hemograma,
VHS; sorologias para toxoplasmose, CMV, EBV, HIV); radiografia de tórax; ultra-sonografia e biópsia ganglionar quando
indicadas. Resultados: 137 crianças com idade média de 4
anos e 8 meses foram incluídas. Principais achados clínicos
associados: febre (64,96%), dor local (37,23%), tosse
(24,09%), anorexia (23,36%), odinofagia (22,63%), flogose
(21,9%), hepatomegalia (21,17%), esplenomegalia (13,14%),
hiperemia e/ou exsudato de orofaringe (10,22%). Uso prévio
de antibióticos foi referido por 54,74% dos pacientes. Gânglios
cervicais foram os mais acometidos (92,70%), seguidos de
inguinais (33,57%), submandibulares (32,84%), axilares
(29,92%) e mentonianos (1,45%). Principais achados laboratoriais: linfocitose > 50% em 24,4% dos pacientes, atipia linfocitária em 15,75%, VHS > 70mm em 12,5% e leucocitose >
20.000 cel/mm3 em 4,72%. Em 43,8% dos pacientes houve
indefinição da etiologia, porém tiveram evolução satisfatória.
Etiologia infecciosa ocorreu em 50,36%, sendo adenite
piogênica mais freqüente (50,72%), seguida de toxoplasmose
(21,73%), infecção por EBV (10,14%), tuberculose (5,79%),
citomegalovirose (2,89%), esporotricose (2,89%), aids
(1,44%), doença da arranhadura do gato (1,44%), hepatite não
A, não B, não C (1,44%) e reação pós-BCG (1,44%). Etiologia
não infecciosa foi observada em 5,84% dos pacientes, destes a
maioria foi neoplasia, seguida de cisto tireoglosso e reação
medicamentosa. Conclusões: A etiologia mais freqüente foram
as infecções, sendo a adenite piogênica a mais comum. Nos
pacientes em que não foi possível determinar a etiologia a
evolução benigna, autolimitada sugeriu natureza viral ou
reacional. Neoplasia foi uma causa rara.
Código Trabalho: 427
Título: ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS VIRAIS EM
CRIANÇAS INTERNADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA
Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA
CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN
FAPESP IAL
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório
(VSR) continua sendo um dos mais importantes problemas de
saúde na infância (1), causando doença do trato respiratório em
pacientes de todas as idades, sendo a causa mais importante de
bronquiolite e pneumonia em lactentes e crianças pequenas (2).
Objetivos: avaliação clínica e epidemiológica das crianças
internadas do Departamento de Pediatria e Puericultura da
Santa Casa de São Paulo com quadro de bronquiolite viral
aguda. Métodos: Foram incluídas neste trabalho crianças
menores que 5 anos de idade, com quadro de infecção respiratória aguda, que necessitaram de internação no Departamento
de Pediatria, entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2006. Após a
seleção do caso, o responsável pelo paciente preencheu e
assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi
colhida secreção de rinofaringe do paciente e encaminhada em
gelo ao laboratório sendo realizado Imunofluorescência
Indireta (IFI). Resultados: Foram colhidas 191 amostras,
sendo 49(25,6%) positivas para Vírus Sincicial Respiratório
(VRS), 5 (2,62%) positivas para Influenza A, 11(5,7%) positivas para Parainfluenza 3, 2(1%) positivas para Adenovírus,
123 (64,4%) negativas e 1(0,52%) inconclusiva. Quanto à
idade dos casos positivos, a maior incidência de VRS ocorreu
na faixa etária de 0 a 6 meses (31 casos, 59,18%), de Influenza
A entre 1 e 2 anos de idade (2 casos, 41%), de Parainfluenza 3
entre 0 e 6 meses (5 casos, 45,4%) e de Adenovírus entre 6 e 12
meses (2 casos, 100%). A maior positividade de VSR ocorreu
nos meses de maio e junho. Os casos de Influenza A
distribuíram-se ao longo do ano (1 caso em cada mês de abril,
maio, junho, agosto e dezembro). Já para o Parainfluenza 3
houve uma distribuição de casos nos meses de março, abril e
junho (2 casos em cada mês) e um pico em dezembro (3 casos).
Os dois casos de Adenovírus ocorrem nos meses de junho e
setembro. De todos os casos incluídos no trabalho, tivemos 5
óbitos, sendo 2 casos com amostras positivas para VSR (1 caso
de criança institucionalizada sem história mórbida pregressa
conhecida e 1 caso de criança com cardiopatia congênita), 2
casos com IFI negativas (sendo 1 criança com neuropatia e
outra com antecedente de asma que evolui a choque séptico) e
1 óbito em criança com infecção por Influenza A (portadora de
Doença de Nieman-Pick). Conclusões: Os vírus respiratórios
são responsáveis por grande número de internações, levando a
quadros com severidade variável. O VSR foi o agente viral
mais freqüentemente encontrado nessa amostra estudada, com
incidência em faixa etária e época do ano coincidente com a
literatura.
Código Trabalho: 463
Título: EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DA MICROFILAREMIA (W.
BANCROFTI) EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRATADOS COM
DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM
ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL, DURANTE UM ANO APÓS O
TRATAMENTO
Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;BELO CECILIA;JOSÉ NATAL
FIGUEIROA;RENATO LINS;GERUSA DREYER
Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução : Em áreas endêmicas para filariose, a OMS
recomenda, para interromper a transmissão da infecção, o tratamento com dose única com Dietilcarbamazina (DEC) associada
a Albendazol (ALB) em massa, por 4 a 6 anos. Objetivos:
descrever o comportamento da microfilaremia em crianças e
adolescentes infectados pela W. bancrofti incluídos em um
protocolo de avaliação de eficácia de tratamento, comparando
seu comportamento ao longo de um ano (5 avaliações) em
pacientes com diferentes níveis de microfilaremia basal.
Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois
grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (9 a 19
anos de idade) tratados com dose única isolada de DEC
(6mg/kg) ou combinada com ALB (400mg), na área endêmica
do Grande Recife - Brasil. Resultados: A microfilaremia caiu
abruptamente na primeira avaliação, 15 horas após a
medicação, e depois, de forma mais lenta até 270 dias após o
tratamento, estabilizando-se aos 360 dias, sem diferenças entre
os dois grupos. A prevalência caiu significativamente a partir
dos 180 dias até os 360 dias, de forma semelhante entre os
tratamentos. Diferenças de comportamento nestes dois
parâmetros foram observadas ao comparar os pacientes com
diferentes níveis basais de microfilaremia, independentemente
do esquema de tratamento. Aos 360 dias 85% dos pacientes
com microfilaremia basal menor que 100 microfilárias/ml
(mf/ml) estavam amicrofilarêmicos, enquanto que isto foi
observado em 56% daqueles com níveis entre 101 e 1 000
mf/ml e apenas 7% daqueles com mais de 1 000 mf/ml (p<
0,001). Conclusões : a resposta ao tratamento depende dos
níveis basais de microfilaremia, o que deve ser considerado no
planejamento das campanhas regionais de tratamento em massa
e ao comparar sua eficácia em indivíduos infectados pela W.
bancrofti.
Infectologia
Código Trabalho: 109
Título: EXAME OFTALMOLÓGICO EM CRIANÇAS COM TOSSE
PAROXÍSTICA E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE COQUELUCHE
Autores: ROBERTA VENTURA URBANO;BRUNA VIEIRA
OLIVEIRA VENTURA;CARLOS TEIXEIRA BRANDT;PAULO
BAPTISTA;GRAZIELA CATUNDA LUNA;SANDRA DIAS
Instituição: Fundacao Altino Ventura
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Hemorragias retinianas em crianças podem ser
conseqüência de excessiva pressão intraluminal. Os olhos e o
nariz têm seus suprimentos sanguíneos derivados de artérias e
veias intracranianas. Episódios de tosse paroxística aumentam
a pressão na cavidade tóraco-abdominal, elevando a pressão
intravenosa e capilar cerebral, podendo resultar tanto em
hemorragias cerebrais, como retinianas e nasais. Objetivos: foi
identificar alterações oftalmológicas em crianças internadas no
Hospital Universitário Oswaldo Cruz com tosse paroxística e
hipótese diagnóstica de coqueluche. Métodos: Foram avaliados
14 pacientes, sendo sete do sexo masculino e sete do feminino,
com idades entre 18 dias e 107 meses. Foram realizados: avaliação da motilidade ocular,inspeção do segmento anterior e
fundoscopia sob midríase. Resultados: Observou-se uma
freqüência de 14,3% de hemorragia subconjuntival, não tendo
sido observado microhemorragias, ou outras alterações oftalmológicas. Discussão:Esta freqüência situa-se na média da
literatura. A prevalência da infecção por B.Pertussis na infância
vem aumentando nos últimos anos. Conclusões: Pouco se sabe
das suas manifestações oculares agudas, bem como das
seqüelas da coqueluche, em longo prazo, sendo importante
inclui-la no diagnóstico diferencial, nos casos de hemorragia
subconjuntival.
Código Trabalho: 624
Título: FALHAS NO PRÉ-NATAL QUE CULMINARAM NA
TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS
Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;MARIA
VASCONCELOS ALENCAR;LUIS HENRIQUE DE ALMEIDA
GONZAGA;VÓLGANO PULCHERI
Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A sífilis é causa de grande morbidade fetal e
durante a gestação. É uma das principais causas de óbitos
neonatais e de complicações nos nascidos vivos. Em 2002,
cerca de 4,78% dos óbitos fetais, perinatais e neonatais foram
pôr sífilis. Pôr se tratar de um agravo evitável, o período prénatal é o momento primordial para promoção de ações informativas, de diagnóstico e de tratamento, com o intuito de
prevenir a sífilis congênita. Objetivos: Identificar as falhas do
pré-natal que culminaram na transmissão vertical da sífilis,
analisando a faixa etária da mãe e o número de gestações anteriores. Métodos: Foram analisadas 39 fichas de notificação
para sífilis congênita que correspondiam a todos os casos de
sífilis congênita entre janeiro de 2004 e junho de 2005, da
maternidade do HMMC. Foi elaborado um questionário para
coleta de informações sobre o pré-natal das mães. Foram
colhidas informações sobre: a realização de pré-natal, realização de VDRL no 1º e no 3º trimestre, informações sobre
tratamento, idade e gestações anteriores. A análise estatística
foi realizada através do programa EPI-INFO. Resultados: Do
total de prontuários avaliados, 25 gestantes (64,1%) fizeram
pré-natal. Dezessete gestantes (68%) realizaram o VDRL no 1º
trimestre e 4 (16%) foram positivos; três destas gestantes repetiram o VDRL no 3º trimestre. Dentre todas as gestantes que
fizeram pré-natal, 15 (60%) não fizeram VDRL no 3º trimestre.
Em relação ao tratamento, em 18 gestantes (72%) não foi feito
e somente em 5 (20%), foi feito adequadamente. Todos os
parceiros de gestantes com VDRL positivo não foram tratados.
As mães entre 20 e 25 anos, assim como as primíparas eram as
que mais realizavam pré-natal. Conclusões: Observamos que
ainda há um alto índice de mulheres que não fazem pré-natal.
Dentre as que realizam, observou-se um número significante de
mulheres que não fizeram o VDRL no 1º trimestre. Isto aponta
para uma falha no pré-natal, quer seja pela falta de esclarecimento, ou pela dificuldade de acesso a postos de coleta, ou pela
morosidade na liberação de resultados, ou mesmo por deficiência do pré-natal. Com relação ao tratamento, observamos
que alguns profissionais de saúde ainda não sabem tratar sífilis.
S104
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 627
Título: FASCIÍTE NECROZANTE PÓS VACINA DTPA - RELATO DE
CASO
Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;DANIELE
PESTANA;BIANCA DRAY
Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: A vacinação é uma das mais poderosas ferramentas disponíveis na batalha contra agentes infecciosos. A
vacina ideal deve ter as seguintes características: sem efeitos
colaterais, fácil administração, alta imunogenicidade e longa
proteção. A DTP é uma vacina preparada com patógenos inativados, que confere proteção à difteria, ao tétano e à coqueluche
e é normalmente aplicada em crianças com 2, 4, 6, 15 meses e
entre 4 a 6 anos. A vacina utilizada no Brasil é a DTP acelular
(DTPa) que esta associada com uma menor porcentagem e
severidade de efeitos colaterais, quando comparada com à
celular. Objetivos: Descrever um caso de fasciíte necrozante
após vacinação com DTPa. Métodos: É relatado o caso de um
lactente de dois meses de idade que 12 horas após a aplicação
da vacina DTPa evoluiu com infecção local e sepse.
Resultados: LMAP, 2 meses, fem., branca, natural do RJ, residente da Favela da Rocinha (RJ) deu entrada no HMMC, 12h
pós-vacinação com DTPa, apresentando flogose intensa no
local da vacina, irritabilidade, gemência e febre. No exame,
lactente estava, taquicárdica, taquipneica, perfusão capilar
lentificada, apresentava coxa esquerda com intensa flogose
com área de equimose e hiperemia em andar inferior de
abdome e genitália. Foram colhidos exames e iniciado penicilina cristalina + clindamicina. Hemograma de entrada com
12.100 leucócitos ainda sem desvio, porém 24h depois, apresentava 45.100 leucócitos com desvio para esquerda, queda
importante do hematócrito e instabilidade clínica; a lesão se
estendeu para outra coxa (direita), onde surgiu outra lesão
equimótica, e a hiperemia alcançou a linha umbilical. Foi
iniciada dobutamina e administrado um concentrado de hemácias. Após 48h apresentou estabilização do quadro e evoluiu
com melhora progressiva até a alta hospitalar, 14 dias após a
internação. As culturas foram negativas. Conclusões: O
advento da vacinação traz benefícios inquestionáveis que
perduram pela vida do indivíduo. Em alguns casos estes benefícios de longo prazo, são confrontados com os efeitos
adversos, que ocorrem subitamente. No caso em questão, houve
uma complicação infecciosa, com desfecho grave conduzindo
o lactente a um quadro séptico. As reações adversas a vacina
DTPa, em virtude do sal de alumínio presente em sua formulação, têm sido descritas, contudo poucas vezes foi observado
reações de caráter infeccioso.
Código Trabalho: 289
Título: FREQÜÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS
RESISTENTE A METICILINA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE
ENSINO EM SALVADOR, BAHIA
Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;TICIANA
GOYANNA LYRA;NORANEY NUNES ALVES;RENILZA MENEZES
CALDAS;MARIA GORETH BARBERINO
Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A freqüência de infecções causadas por
Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) tem
crescido em diferentes países. Objetivos: descrever entre as
infecções estafilocócicas a freqüência daquelas atribuídas ao
MRSA no hospital universitário da UFBA (C-HUPES).
Métodos: Foram revistos todos os resultados de culturas realizadas entre abril/95 e dezembro/2005, nos dois laboratórios
de bacteriologia do C-HUPES. Foram identificadas as culturas
em que foi isolado S. aureus em pacientes com idade < 20 anos,
tendo sido consultados os respectivos prontuários. Foram coletados dados clínicos e bacteriológicos. Resultados: Foram
encontradas 308 cepas de 285 pacientes que apresentaram 294
episódios distintos de infecção estafilocócica; entre estes episódios, o isolamento ocorreu em liquido estéril em 57,5% (sangue
80,5%, abscesso profundo, urina e pioartrite 4,1% cada, líquido
pleural 3,6%, peça cirúrgica profunda 1,8%, líquido ascítico
1,2% e líquido pericárdico 0,6%) e em líquido não estéril em
42,5% (lesão cutânea 46,4%, abscesso superficial 16,0%,
cateter e naso/orofaringe 14,4% cada, secreção ocular 4,0%,
Infectologia
fístula e ferida cirúrgica 2,4% cada). A freqüência de MRSA foi
de 12,5% e 12,8% em líquido estéril ou não, respectivamente.
Dos 88 pacientes com infecção estafilocócica avaliados até o
momento, os diagnósticos clínicos mais freqüentes foram pneumonia (24,9%), abscesso (19,3%), piodermite (13,7%), celulite
(8,0%), artrite séptica (6,8%), linfadenite bacteriana (4,5%),
osteomielite e sepse (3,4% cada). As infecções foram classificadas em comunitárias (75,3%), hospitalares (18,8%) ou colonização (5,9%). Resistência foi detectada a penicilina (97%),
eritromicina (39,3%), sulfametoxazol-trimetoprim (27,3%),
clindamicina (18,9%), gentamicina (13,4%), amicacina
(12,3%), ciprofloxacina (6,8%), rifampicina (1,3%). Todas as
cepas foram susceptíveis a vancomicina ou teicoplanina. Os
dois pacientes que morreram tinham infecção por S. aureus
sensível a meticilina; cada um tinha uma doença de base grave
(desnutrição ou fibrose cística). Conclusões: Neste estudo,
MRSA foi incomum e pneumonia, piodermite e infecções
musculoesqueléticas foram as infecções estafilocócicas mais
freqüentes.
Código Trabalho: 895
Título: HANSENÍASE NA INFÂNCIA: PERFIL CLÍNICOEPIDEMIOLÓGICO DOS MENORES ATENDIDOS EM PROGRAMA
DE CONTROLE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.
Autores: NORMA CAROLINE FURTADO MONTENEGRO;LUIZ
VICTOR MAIA LOUREIRO;TATHIANE DA SILVA
OLIVEIRA;CYNTHIA MARIA SARMENTO;RAQUEL PATRIOTA COTA
BASTOS;MARIA LOURDES FONSECA VIEIRA
Instituição: Dpt de Dermatologia - Faculdade de Medicina UFAL
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A magnitude da hanseníase e a intensidade da
exposição ao Mycobacterium leprae é medida pelo coeficiente
de detecção da doença em menores de 15 anos. Tal enfermidade
é relevante no estado de Alagoas porque o coeficiente de
detecção apresenta tendência ascendente na faixa etária citada.
Objetivos: Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos menores
de 15 anos atendidos em um programa de controle de
hanseníase. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo onde
foram coletadas, a partir dos prontuários dos pacientes atendidos no mencionado programa, as seguintes variáveis: idade,
sexo, procedência, classificação operacional (paucibacilar/
multibacilar), grau de incapacidade, proporção de contactantes
examinados e média de comunicantes, realização de baciloscopia, histopatológico e/ou biópsia e tratamento instituído.
Resultados: Foram identificados um total de 30 pacientes entre
5-14 anos (média de 11,26 ± 2,81) no período de 1990 a 2005,
sendo 18 do sexo masculino e a maior parte (73,3%) procedente da capital do Estado. Em se tratando da classificação
operacional, a paucibacilar foi a mais prevalente (66,6%),
sendo a forma tuberculóide a mais econtrada (43,3%). Dentre
os pacientes que apresentavam o número de comunicantes no
prontuário, a média de contactantes foi 5,93 ± 4,53; no entanto
a média de comunicantes examinados foi 3,20 ± 1,82. Dois
pacientes apresentaram grau de incapacidade 1 ,e apenas 1 grau
de incapacidade 2 . Exceto 7 pacientes (23,3%) não realizaram
histopatológico das lesões. O tratamento instituído para todo
grupo foi a poliquimioterapia padrão OMS (PQT/OMS) mas,
naqueles que apresentaram reação hansênica tipo 1 (6,66%) foi
associado o corticóide prednisona e nos que desenvolveram a
reação de tipo 2 (3,33%) utilizou-se talidomida. Conclusões:
Conhecendo o passado da hanseníase em nosso Estado, e diante
das condições sócio-econômicas precárias em que estamos
inseridos, os dados epidemiológicos tornam-se preocupantes,
principalmente em relação à criança. O número de pacientes
menores de 15 anos detectados pelo PCH/UFAL nos anos estudados mostra a importância do Programa na detecção e
combate à hanseníase em Alagoas. Urge, entretanto, que
medidas básicas para a promoção de saúde e a busca de um
efetivo controle da doença sejam realizadas pela rede de atendimento básico que contêm programas de hanseníase implantados, com atenção especial a vigilância ativa dos contatos de
casos novos, a fim de que possamos vislumbrar o controle da
endemia hansênica em nosso Estado.
Código Trabalho: 697
Título: HEPATITE POR CITOMEGALOVÍRUS - RELATO DE CASO
Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;CESAR
PASSAMANI;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;ANA LÚCIA N.
DINIZ
Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: A infecção por citomegalvírus é uma das
infecções congênitas mais comuns, sendo geralmente assintomática. É também prevalente no período perinatal, no qual na
maioria das vezes ocorre sem sintomas. Seus sintomas mais
prevalentes são alterações neurológicas e auditivas, tendo como
uma manifestação mais rara a hepatite. Objetivos: Descrever
um caso de hepatite causada pela infecção por citomegalovírus
manifestada no período perinatal. Métodos: Relato de um caso
de hepatite por citomegalovírus ocorrido na enfermaria de pediatria de hospital municipal admitido em junho de 2006.
Relato do Caso: AGSC, 3 meses, admitida em 15/06/06.
Nasceu de parto normal, sem intercorrências, recebeu alta com
a mãe. Era saudável até um mês de vida, quando iniciou com
quadro de icterícia sem outros sintomas. À admissão apresentava aumento de bilirrubina direta (9,4) e sorologia positiva
para CMV (IgG 29 IgM 2,05). Trazia exames externos com
sorologia para CMV IgG 10,1 e IgM 85,1 em 30/05. Mãe e pai
com sorologia para citomegalovírus com IgG positiva em
títulos baixos e IgM negativo. Exames em 17/06 evidenciaram
alteração importante de coagulograma tendo recebido 3 doses
de kanakion venoso com melhora. Evoluiu durante a internação
com piora da colestase e aumento das enzimas hepáticas, sendo
optado por iniciar ganciclovir venoso em 03/07/06.
Ecocardiograma, fundo de olho, audiometria e ultrassom transfontanela normais. Durante o período de uso do ganciclovir não
apresentou melhora clínica ou laboratorial. Em 14/07 (12° dia
de ganciclovir) apresentou piora laboratorial (aumento das
enzimas hepáticas, da bilirrubina e plaquetopenia) e febre,
sendo optado por suspender ganciclovir e iniciar vancomicina
+ cefepime. HC (14/07): Stafilococos aureus. Evoluindo com
melhora das enzimas hepáticas porém mantendo colestase,
redução da hepatomegalia e melhora do estado geral.
Suspensos antibióticos no 14° dia de uso e programado alta
para controle ambulatorial. Conclusões: Trata-se de uma forma
incomum de infecção por citomegalovírus, com acometimento
exclusivamente hepático, sem resposta ao ganciclovir.
Ressaltamos a importância do conhecimento da sorologia
materna como forma de caracterizar a doença como congênita
ou perinatal, o que altera o prognóstico.
Código Trabalho: 1245
Título: HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM VARICELA EM
UMA ENFERMARIA DE INFECTOLOGIA DE 1998 A 2005
Autores: DELMIR RODRIGUES;MARCO ANTONIO ALVES CUNHA
Instituição: Hospital Regional de Taguatinga
Cidade/UF: ÁGUAS CLARAS/DF
Resumo:
Introdução: A varicela é uma doença de grande prevalência,
freqüentemente considerada benigna. Todavia, há crescente
preocupação com casos complicados em crianças sadias.
Conhecer fatores prognósticos para desfechos adversos dos
casos internados é uma necessidade para os pediatras.
Vigilância apropriada pode, então, ser dedicada a casos específicos e condutas diferenciadas podem ser instituídas com base
nessas informações. No Brasil há poucos dados disponíveis
sobre a extensão do problema, o que pode ser melhor analisado
após estudo de crianças hospitalizadas. Objetivos: Descrever a
morbidade da varicela em crianças hospitalizadas, quantificar a
letalidade e verificar associações entre variáveis da amostra.
Métodos: Estudo descritivo, com abordagem analítica
secundária. Levantamento de hospitalizações de crianças com
varicela, em hospital geral, secundário, durante 8 anos (1998 a
2005). Resultados: Incluídas 360 hospitalizações, o que correspondeu a 19,1% das 1882 internações por doenças infecciosas
no período. Houve pouco mais de 45 casos de varicela por ano
de estudo, destacando-se o ano de 1999, com 78 casos (21,7%).
A distribuição por mês de internação revelou um predomínio
de casos em setembro (24,7%) e outubro (17,5%). Houve
ligeiro predomínio pelo sexo masculino (52,2%), e a maioria
de pré-escolares, bem nutridos e com períodos de hospitalização de 1 a 5 dias. O motivo para as internações foram
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S105
Infectologia
infecções secundárias, de pele (51,9%) e pneumonia (16,4%),
na maioria das vezes e ocorreram 6 óbitos. Não houve associações entre desnutrição, idade menor de 1 ano e presença de
infecção secundária, com hospitalização prolongada ou êxito
letal. Conclusões: A varicela não é uma doença benigna,
possuindo alta morbidade em crianças hospitalizadas. Sua letalidade não é desprezível e políticas de prevenção baseadas em
notificação compulsória de casos e vacinação de rotina devem
ser consideradas.
Código Trabalho: 657
Título: IMPACTO DA VACINA ANTI-HEMÓFILOS EM MENINGITES
EM BELÉM - PA
Autores: ELAINE XAVIER PRESTES;LIDIANE DA SILVA
SABATHÊ;VANESSA CORRÊA PANTOJA
Instituição: Hospital Universitário João de Barros Barreto
Cidade/UF: BELÉM/PA
Resumo:
Introdução: meningite bacteriana é infecção temida devida sua
alta taxa de morbimortalidade. Haemophilus influenzae (Hib) é
citado na literatura científica como um dos maiores causadores
de meningite bacteriana em lactentes, em áreas onde a vacina
anti Hib não está disponível. Objetivos: avaliar a dimensão da
redução dos casos de meningite bacteriana em lactentes após
introdução de vacina anti-Hib no calendário vacinal oficial de
Belém PA. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 704
prontuários de crianças de 0 a 12 anos internados no Hospital
Universitário João de Barros Barreto, no período de 01 de
janeiro de 1988 a 31 de dezembro de 2002. Resultados: A faixa
etária mais acometida foi de 4 a 48 meses (52,7%; 6,3% em
menores de 3 meses. Os principais agentes causadores foram
Hib (38,7%), meningococo(39,7%), pneumococo (14,1%)das
bactérias identificadas. No entanto, em 58,9% do total dos
casos (415) não houve identificação do agente etiológico. A
partir de 1999 houve redução progressiva de menigite causada
por Hib, sendo de 27,7% do total de meningites em 1998 para
6% no ano 2002. Conclusões: A introdução da vacina anti
Haemophilus influenzae no calendário vacinal trouxe redução
(89,6%) estatisticamente significante, de meningites causadas
por este agente (p<0,05). Há necessidade de melhora dos
métodos diagnósticos empregados na identificação dos agentes
etiológicos.
Código Trabalho: 414
Título: IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS: DEZ ANOS DE
EXPERIÊNCIA DO IMIP
Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE FREITAS
Instituição: IMIP
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Desde 1995, com a criação do Serviço de
Imunologia Clínica do IMIP, nós diagnosticamos e acompanhamos uma série de casos de imunodeficiências primárias
(IDPs), casos estes oriundos de um grupo maior de pacientes
encaminhados com infecções de repetição. Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever as imunodeficiências primárias
acompanhadas no IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo
transversal através de revisão de dados de notificação de casos
de imunodeficiências primárias no IMIP de 1995 a dezembro
de 2005. As imunodeficiências foram categorizadas de acordo
com o tipo de comprometimento e diagnóstico específico.
Resultados: Em dez anos, nós acumulamos 45 casos de IDPs,
excluindo-se deficiência de IgA assintomática. Entre estes 45
casos, a distribuição absoluta e relativa foi: deficiência de anticorpos 29 (65%), deficiência de anticorpos e celular 13 (29%),
deficiência de fagócitos 2 (4%) e deficiência celular 1 (2%). As
deficiências mais freqüentes foram: síndrome de WiskottAldrich 9 (20%), agamaglobulinemia 8 (17,8%), imunodeficiência comum variável 7 (15,6%), ataxia-telangiectasia 5
(11,1%) e hipogamaglobulinemia transitória 4 (8,8%).
Conclusões: A distribuição de casos segundo o tipo de deficiência foi similar a descrita em outros serviços. Contudo, a
freqüência dos distúrbios em si foi diferente. Em nossa experiência, distúrbios com características clínicas bem evidentes e
que requerem confirmação laboratorial simples foram mais
diagnosticados e foram encaminhados mais rapidamente.As
diferenças encontradas nesta série de casos nos faz lembrar que
pediatras e clínicos precisam considerar o diagnóstico de IDPs
S106
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
mais freqüentemente na sua prática, mesmo na presença de
sintomatologia leve ou com características clínicas menos
evidentes. Para que isto ocorra sugerimos maior divulgação dos
10 sinais de alerta para IDPs entre estudantes e profissionais de
saúde. Acreditamos que somente assim poderemos aumentar a
suspeição diagnóstica e que os indivíduos portadores de IDPs
tenham um diagnóstico mais precoce, manuseio adequado e ,
conseqüente, melhor prognóstico.
Código Trabalho: 750
Título: INCIDÊNCIA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO COMO
ETIOLOGIA DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM CRIANÇAS
COM DOENÇA DE BASE
Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA
CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN
FAPESP GRUPO IAL
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Pau
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: As infecções respiratórias agudas (IRA) são
causas freqüentes de internações em crianças em nosso meio,
sendo os vírus apontados como importantes agentes
etiológicos. Objetivos: Avaliar a incidência de etiologia viral
para IRA em crianças com doença de base. Métodos: Foram
coletadas amostras de secreção de rinofaringe de crianças
menores que anos de idade internadas com quadro de IRA no
Departamento de Pediatria da Santa Casa de São Paulo, no
período de fevereiro de 2005 a janeiro de 2006. As amostras
foram submetidas a Imunofluorescência Indireta (IFI),
pesquisando-se Vírus Sincicial Respiratório (VRS), adenovírus, Influenza A (IFA), Influenza B (IFB), e Parainfluenza
1, 2 e 3 (Para 3). Mediante protocolo foi investigado a ocorrência de doença de base. Resultados: As IFI de 49 crianças
foram positivas para VSR, sendo 2 (4%) em pacientes com
Síndrome de Down, 3 (6,1%) em Prematuros, 5 (10,2%) em
Crianças Sibilantes, 1 (2%) em criança com Hipotireoidismo, 1
(2%) em Cardiopata, 2 (4%) em criança com Síndrome
Nefrótica, 2 (4%) em crianças com Doença do Refluxo Gastro
Esofágico, 3 (6,1%) em crianças institucionalizadas com
antecedente mórbido desconhecido, totalizando uma incidência
de 19 (38,7%) amostras positivas para VSR em crianças com
doença de base e 30 (61,3%) amostras positivas em crianças
sem antecedente mórbido. Para Adenovírus, os 2 casos (100%)
incidiram em crianças sem antecedentes mórbidos. Para IFA,
tivemos 1 (20%) caso positivo em criança sibilante, 1 (20%)
caso positivo em paciente com Síndrome Nefrótica e 1 (20%)
caso positivo em criança com Doença de Nieman-Pick, e 2
casos (40%), em crianças sem antecedentes mórbidos. Nos
casos positivos para Para 3, 1 (9%) foi positivo em criança com
Síndrome de Down, 1 (9%) com Anemia Falciforme, 1 (9%)
com cardiopatia, 1 (9%) em Síndrome Nefrótica e 1(9%) em
criança com asma, sendo 5 casos (45%) positivos em crianças
com antecedentes mórbidos e 6 (54%) em pacientes previamente saudáveis. Conclusões: Pacientes com patlogia de base
corresponderam a 40% dos achados de vírus respiratório.
Levando-se em conta que há potencial de maior gravidade
nestes paciente devemos discutir a utilidade da profilaxia
específica para VSR neste grupo.
Código Trabalho: 139
Título: INTERNAÇÃO PROLONGADA COMO FATOR DE RISCO
PARA A INFECÇÃO HOSPITALAR EM PEDIATRIA
Autores: SUZY SANTANA CAVALCANTE;EDUARDO
MOTA;JULIANA OLIVEIRA;CAROLINA SILVA;DIOGO
SANTANA;EMÍLIA NUNES MELO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: As taxas de infecção hospitalar em Pediatria são,
dramaticamente, influenciadas pela duração da internação.
Internação prolongada resulta em prejuízos à saúde e elevação
dos custos da assistência, freqüentemente relacionados à ocorrência de infecções adquiridas no ambiente hospitalar (IH).
Objetivos Avaliar o tempo decorrido entre a admissão e a ocorrência de IH, bem como descrever a influência de fatores de
risco. Métodos: Estudo prospectivo desenvolvido em hospital
pediátrico, de ensino, de nível terciário, em Salvador, Bahia,
Infectologia
Brasil. Foram utilizados os critérios de definição de IH
adotados no país; método de Kaplan-Meier e modelo de
regressão de Cox foram aplicados para estimar Função de
Sobrevida e Razão de Falha (RF). Resultados: Oitocentos e
oito pacientes até 14 anos foram incluídos: 58,4% (472) do
sexo masculino e 18,2% (147) menores de um ano. O tempo
médio para desenvolvimento de infecção hospitalar foi de 7,5
dias (Desvio Padrão/DP=4,9 dias). Esse tempo foi menor para
crianças com menos de um ano (6,1 dias; DP=3,3 dias)
comparadas às crianças maiores (8,2 dias; DP=5,6 dias), com
diferença estatisticamente significante (t=5,48; p=0,021). O
tempo livre de IH foi menor para as crianças menores de um
ano (RF=3,3; IC95%=2,26-4,76), para aquelas hospitalizadas
por sete dias ou mais (RF=3,0; 2,02-4,37) e para pacientes
submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos
(RF=1,6; 1,10-2,35). Os procedimentos que se apresentaram
mais influentes sobre o risco de IH foram: transfusão de
hemoderivados (RF=2,5; 1,40-4,56) e exames diagnósticos por
imagem (RF=1,9; 1,23-2,78). Conclusões: Este estudo oferece
evidências de que a internação prolongada eleva o risco de
infecção hospitalar; identificou fatores de risco de IH,
contribuindo para a adoção de medidas preventivas.
Código Trabalho: 63
Título: INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL PÓS VACINA ANTIROTAVÍRUS: RELATO DE CASO
Autores: DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARILIA AGUILAR
TOFFOLI;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO;LILIAN
FERNANDES HARDING;LUCY MARI SHINTANI;WALTER
BENEDICTO G. AMORIM
Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus-SP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução:A vacina Rotavix® (anti rotavirus) pode reduzir a
morbimortalidade por diarréia na infância, não aumentando o
risco de Intussuscepção Intestinal (IS) em estudos realizados.
Objetivos: Relatar 2 casos de IS em lactentes, após vacina
Rotavix®, diferindo da literatura. Relato de Caso: 1º caso:
I.S.S., masculino, 2 meses. Deu entrada no pronto socorro com
história de dor abdominal e sangramento nas fezes há 1 dia.
Recebeu a primeira dose da vacina anti rotavírus há 3 dias. Ao
exame: BEG, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril,
eupneico, ativo e reativo; abdome: globoso, distendido, RHA
presentes, doloroso à palpação profunda; toque retal: fezes com
sangue em aspecto de geléia de morango. Realizado radiografia
abdominal com distenção de alças de intestino delgado; USG
com alça intestinal na fossa ilíaca direita sem peristaltismo
evidente, com centro hiperecogênico e halo hipoecogênico
(casca de cebola), podendo estar relacionado a invaginação
íleo-cecal; enema opaco: observado passagem de contraste de
cólon para íleo e desfeita a IS. 2º caso: R.L.G., 4 meses,
masculino, com história de vômitos há 3 dias, associado a
parada da evacuação há 2 dias e posterior saída de sangue pelo
ânus. Recebeu segunda dose da vacina anti rotavírus há 14 dias.
Ao exame: REG, descorado +/4+, hidratado limítrofe, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, hipoativo; abdome:
globoso, distendido, RHA diminuídos, doloroso à palpação
superficial e profunda, alças formando massa em abdome superior e fossa ilíaca direita vazia; toque retal: fezes com aspecto
de geléia de morango. Feito enema opaco com imagem negativa do intestino, sem resolução do quadro. Realizado tratamento cirúrgico: hemicolectomia direita com anastomose ileocecocólica (cólon ascendente), com biópsia: enterite
pseudomembranosa; íleo terminal com padrão isquêmico;
colite isquêmica leve, com acentuado edema de submucosa e
necrose isquêmica, focal, de linfono regional; apêndice cecal
com cogestão intensa da mucosa e serosite fibrinosa. O lactente
evoluiu com deiscência da anastomose termino-terminal
intestinal e de parede abdominal, sendo necessária nova
cirurgia e permanência em UTI por 16 dias. Evoluiu bem e
recebeu alta após 21 dias de internação. Foi encaminhado ao
ambulatório de cirurgia pediátrica para acompanhamento.
Conclusões: Em nosso serviço, dos meses de janeiro a junho
dos anos de 2001 a 2005 foi notificado apenas 1 caso de IS sem
relação com a vacina. No mesmo período em 2006, após a
introdução da vacina Rotavix®, foram notificados 2 casos da
mesma patologia em paciente vacinado e nenhum caso em
paciente não vacinado.
Código Trabalho: 685
Título: LEISHMANIOSE VISCERAL EM ÁREA NÃO ENDÊMICA RELATO DE CASO
Autores: FABRIZIA REIS PINTO;MÔNICA COUTO GUEDES S
ROCHA;JOÃO MANUEL ALMEIDA ALVES;GUILHERME CORTES
FERNANDES;ALINE MONTEZE ALVES;BRUNO COELHO G.
OLIVEIRA
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora
Cidade/UF: BARROSO/MG
Resumo:
Introdução: A Leishmaniose é uma antropozoonose, descrita
pela primeira vez na Grécia em 1835. Atualmente, encontra-se
entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo. No
Brasil a Leishmaniose visceral(LV) tinha um caráter eminentemente rural, e nas últimas décadas, os dados epidemiológicos
revelam forte tendência à urbanização, constituindo um problema de saúde pública. Objetivos: Relatar um caso de
Leishmaniose visceral em área não endêmica. Métodos:
Criança do sexo masculino, 3 anos e 3 meses, natural da cidade
do Rio de Janeiro - RJ, residente em Juiz de Fora - MG há 6
meses. Foi admitido no Hospital Universitário - UFJF, após
vários atendimentos em outros serviços, com relato de febre de
origem indeterminada há 30 dias, prostração, queda do estado
geral, perda de peso e dor abdominal. Antecedente de anoftalmia congênita à esquerda, com prótese ocular, em acompanhamento na cidade de Belo Horizonte - MG. Ao exame: peso
= 14,4Kg; estatura = 97cm. Percentis: P/E= 34 ; E/I= 47; P/I=
32. Regular estado geral, hipocorado +3/+4, hidratado, anictérico, febril, ausência de linfonodomegalias. Apresentava-se
taquicárdico, abdome globoso, com hérnia umbilical, doloroso
a palpação com hepatoesplenomegalia (hepatimetria de 14 cm,
baço a 11 cm do rebordo costal esquerdo). Resultados:
Avaliação laboratorial: anemia (Hb= 6,3; Ht= 20%); leucopenia
( 2.900/mm3); plaquetopenia (45.000), alaninaminotransferase(ALT=20U/L);aspartatoaminotransferase(AST=46U/L);
lactato desidrogenase (LDH=1126U/L); (2,8 g/dL), eletroforese
de proteínas com Albumina:35,3%, Alfa1: 6,2%, Alfa2: 13,3%,
Beta1: 5,4%, Beta2: 3,0%, Gama: 36,8%, Relação A/G: 0,55,
Proteínas totais: 7,70G/dl. CH50:125 u/CAE; Proteína C
Reativa: 48mg/l .Ultrassonografia de abdome hepatoesplenomegalia significativa. Reação de imunofluorescência
indireta para Leishmania mostrou-se reativa. Mielograma:
medula óssea hipercelular com histiócitos, apresentando
numerosos corpúsculos de Leishmania donovani. Com o diagnóstico clínico e laboratorial de leishmaniose foi iniciado antimonial pentavalente (20mg/Kg/dia). Com 72 horas desta
medicação a febre cedeu e a criança melhorou o estado geral.
Conclusões: Destacamos a importância do diagnóstico diferencial com LV nos pacientes com história epidemiológica,
achados clínicos e laboratoriais característicos, mesmo em
regiões de baixa incidência, devido a facilidade de deslocamento populacional no país.
Código Trabalho: 594
Título: MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM PACIENTE
IMUNOCOMPETENTE
Autores: MÉRCIA LIMA DE C. LEMOS;LIBÂNIA MELO N.
FIALHO;VERÔNICA MARIA GOMES CARVALHO;CRISTINE
AGUIAR ARAÚJO;MARIA DA CONCEI ALVES JUCÁ
Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin - CE - E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: micose rara, causada pelo fungo Cryptococcus
neoformans, com prevalência elevada em portadores de SIDA.
Também chamada de torulose ou blastomicose européia,
atingindo o SNC de forma subaguda ou crônica.Possui duas
variedades: gattii predominando em imunocompetentes
morando em zona rural, contato com eucaliptos, fezes de
morcegos. A v. neoformans, predomina em imunocomprometidos, de zona urbana, contato com fezes de pombos.
Objetivos: relatar um caso de criptococose em adolescente
imunocompetente, descrever aspectos clínicos e laboratoriais
da meningite criptocócica, identificar ocorrências de comorbidades encontradas no decorrer de sua evolução. Relato
do caso: J.I.M.S,admitida em 15/12/05, 14 anos, feminina,
natural e procedente de Fortaleza, estudante. Queixa de cefaléia
e vômitos freqüentes,há dois meses.Evoluiu com dor na
nuca,mal estar e tontura,com episódio de agitação psicomotora.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S107
Infectologia
Negava internamentos anteriores e referia rinite alérgica.
Reside com boas condições sanitárias, ausência de animais
domésticos e relatos de banhos com chá de folhas de eucalipto.
Ao exame: EGR, eupnéica,, hidratada, hipocorada (+/4+),
sonolenta (acorda com estimulo verbal), apática, hipoativa,
orientada.FC: 130 bpm, FR: 19 irm. ACP: fisiológica. Sem
alterações à palpação abdominal. Rinoscopia/Oroscopia:
normais. SNC: nuca livre, sem sinais focais. Exames hematológicos e bioquímicos sem alterações. Liquor: cloro: 116
mEq/l, proteína: 93,6 mg/dl, glicose: 6mg/dl, células:320
p/mm3 (70%monocitos, 30% neutrófilos).Tinta da China: cryptococcus n.gattii. TC de crânio: normal. Feitos testes para
detecção da imunidade: IgG: 909,9 mg/dl, IgA: 134,4 mg/dl,
IgM: 142,5 mg/dl, com exames sorológicos para HIV negativos, anti-HVAIgM: NR, HBsAg: NR, anti-HBc(M+G): NR,
anti-HVC: NR. Exame de fundo de olho: apagamento das
bordas papilares e edema papilar moderado. Iniciado tratamento com Anfotericina B na dose de 0,5mg/kg/dia por 29 dias
(dose acumulada até 1080 mg), tendo a paciente evoluído com
quadro de farmacodermia pelo uso de fenitoína, além de insuficiência hepática grave com encefalopatia (TGO:2375,
TGP:1540,FA:791), e renal moderada (clearance de cr: 48,52),
quando então foi trocada a medicação por fluconazol, na dose
de 120 mg/dia. Evoluiu com melhora gradativa, com cultura do
liquor e reação com tinta da China negativas,em março de
2006. Alta em 13/03/2006, já no 38º dia de uso do fluconazol.
Comentários: Trata-se de um caso raro de doença infecciosa
fúngica, que acometeu um paciente pediátrico imunocompetente, residente em área urbana e que apresentou quadro clínico
inicial inespecífico. O diagnóstico de suspeição partiu da
necessidade de investigar evolução subaguda de meningite.
Código Trabalho: 491
Título: MENINGITES BACTERIANAS (MB) NA INFÂNCIA: UM
DESAFIO EM SAÚDE PÚBLICA
Autores: SILVIA REGINA MARQUES;CALIL KAIRALLA
FARHAT;MªAPARECIDA COSTA NEVES;SANDRA MUSA .;YU
CHING IAN;SONIA MONEGATTI MATTEI
Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" S.P. Email: [email protected]
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A MB na infância, continua sendo um importante
desafio em saúde pública, devido a sua morbi-mortalidade e
seqüelas e alta incidência nos primeiros cinco anos de vida.
Objetivos: Analisar no período de cinco anos (2000 - 2004), o
número de casos de MB, com relação aos agentes etiológicos e
faixa etária. Métodos: Análise das fichas de notificação dos
casos das MB, internados no serviço. Resultados: Durante o
período do estudo, entre zero e 70 anos de idade, 976 pacientes
foram internados com MB; desses, 658 (67,5%), eram crianças
menores de 15 anos.Dos 658 pacientes, 442 casos (64,1%)
ocorreram em menores de 5 anos, sendo, 22,8% menores de 1
ano e 41,3% entre 1 e 4 anos. A doença meningocócica ocorreu
em 451 pacientes (68,5%), Haemophilus infuenzae b (Hib) em
15 pacientes (2,3%), pneumococo em 64 pacientes (9,7%),
meningoencefalite tuberculosa em 23 pacientes (3,5%), outras
bactérias em 33 pacientes (5,0%) e bacteriana indeterminada
em 72 pacientes (10,9%). Poucos casos acometeram menores
de um mês (4 casos/ 0,6%), sendo 2 por meningococo e 1 por
pneumococo; entre 1 mês e 5 anos ( 418 casos/ 63,5%) com
predomínio do meningococo (291 casos/ 69,6%), pneumococo
(48 casos/ 11,6%), bacteriana indeterminada (36 casos/ 8,6%),
causadas por outras bactérias (15 casos/ 3,6%) e Hib e meningoencefalite tuberculosa, 14 casos/ 3,3%, ambas. Em maiores
de 5 anos e menores de 15 anos (236 casos/ 35,9%) a
prevalência foi ainda do meningococo (158 casos/ 66,9%),
seguidos de meningite bacteriana indeterminada (36 casos/
15,3%), outras bactérias (17 casos/ 7,2%), pneumococo (15
casos/ 6,4%), meningoencefalite tuberculosa (9 casos/ 3,8%) e
Hib (1 caso/ 0,4%).
Conclusões: A meningite bacteriana em menores de 15 anos,
representou 67,5% do total de casos internados no serviço, o
que constitui um problema relevante de Saúde Pública na
infância, sendo a doença meningocócica a etiologia mais
frequente em todas as idades. Considerando a possibilidade de
imunoprofilaxia, seria importante cogitar-se do uso mais amplo
da vacina conjugada contra o meningococo C.
S108
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 176
Título: MICOBACTERIOSE BOVIS ASSOCIADA À SÍNDROME DA
IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA - RELATO DE CASO
Autores: JACKELLYNE SANTOS MONTEIRO;ALEXANDRE ELY
CAMPÉAS;SILVIA REGINA MARQUES;SÔNIA MONEGATTI
MATTEI;ANNA CAROLINA AFONSO CARDOSO;EDUARDO
MARTINS LARA
Instituição: Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A infecção por Mycobacterium bovis determina
as mesmas formas clínicas do Mycobacterium tuberculosis,
porém a abordagem terapêutica é diferenciada.Objetivos:
Demostrar caso de infecção por Mycobacterium bovis após
aplicação da vacina BCG em paciente portador de Sídrome da
Imunodeficiência Adquirida. Métodos: Descrição do caso de
um paciente de 10 meses de vida, que, após vacinação com
BCG, apresentou gânglio em axila direita com fistulizações
frequentes, e evoluiu com quadro de desconforto respiratório,
tosse e hipertermia. Outras causas além de micobacteriose
bovis foram descartadas através da história clínica e de exames
laboratoriais. Resultados: O Mycobacterium bovis foi considerado a provavél causa. O paciente ficou internado no
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, sendo tratado com
rifampicina, izoniazida e etambutol. Evoluiu com melhora
clínica e radiológica durante o período de seguimento.
Conclusões: A infecção pelo M. bovis como efeito adverso da
BCG, apesar de conhecido, é raramente descrito; possivelmente
pela falta de informações a respeito da prevalência da tuberculose causada pelo M. bovis e pela falha na diferenciação com o
M. tuberculosis. No Brasil, os dados disponíveis são precários;
isso evidência a necessidade de implantação de uma política de
saúde pública para controle, diagnóstico precoce e tratamento
adequado; principalmente devido à pandemia HIV/AIDS, que
pode ser responsável por um aumento no número de casos.
Código Trabalho: 544
Título: MONITORIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO VIBRIÃO
COLÉRICO EM SURTO DE DIARRÉIA
Autores: CARLA ADRIANE FONSECA;SUZANA MARIA DA MOTA
SILVEIRA;JULIA MELLO;MARIA MADALENA MONTEIRO ROSA
OLIVEIRA;DANYELLE CYNTHIA TAVARES PINANGÉ
Instituição: IMIP - Inst. Mat. Infantil Prof. Fernando
Figueira
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: Casos de cólera no Brasil ressurgiram em 1991 e
a região Nordeste foi a que mais contribuiu para o quadro
sanitário que se instalou. Em janeiro de 2005, a identificação
de novo caso em São Bento do Una em Pernambuco, intensificou as ações de vigilância e permitiu a detecção precoce de
surto com quatro casos confirmados. Objetivos: Descrever os
principais aspectos clínico-epidemiológicos das crianças com
diarréia e os resultados bacteriológicos dos swabs retais
colhidos em serviço de pronto atendimento de hospital de referência, no período de 17 de fevereiro a 31 de março de 2005.
Métodos: De acordo com orientação da Vigilância
Epidemiológica da Secretaria Estadual (SES-PE), foi realizado
o preenchimento da ficha de investigação epidemiológica de
cólera juntamente com a coleta de swab retal, por amostragem,
nas principais emergências pediátricas do Recife e hospitais
regionais. Crianças de 0 a 14 anos, com diarréia aguda, foram
submetidas a um processo de amostragem aleatória simples, na
proporção de 1 para cada 5 casos atendidos no plantão diurno.
Com consentimento verbal dos responsáveis, foi prenchida a
ficha de investigação e feita coleta de swab retal. Após ter sido
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, foi realizado
estudo descritivo e retrospectivo com construção de banco de
dados e dupla entrada no Epi Info 3.3.2. Foram analisadas
variáveis demográficas, sociais e clínicas das fichas epidemiológicas juntamente com os resultados dos swabs retais e elaboradas tabelas de distribuição de freqüência e medidas de
tendência central. Resultados: Nos meses de fevereiro e março
de 2005 foram realizadas 1131 consultas e 94 internamentos
por diarréia aguda e preenchidas 66 fichas epidemiológicas de
cólera. A maioria das crianças era procedente do Recife e
região metropolitana (96%) e tinha entre 6 meses e 1 ano (73%)
de idade. Cerca de 12% não possuíam sistema público de
abastecimento de água. Dos que possuíam sanitário (89%) em
Infectologia
apenas 40% os dejetos eram destinados à rede pública de
esgoto. Em 10 % das habitações não havia coleta pública de
lixo. Os principais sinais e sintomas foram: evacuações aquosas
(64%) até 10 vezes ao dia (81,8%), desidratação e vômitos
(67%), febre (52%), dor abdominal (44%), cólicas (39%) e
náuseas (30%). Cerca de 4,5% delas apresentaram choque. Em
relação ao uso de antimicrobianos, 15% o fizeram antes e 9%
após a coleta do swab retal. Reidratação oral foi feita em 84%
das crianças e 9% necessitaram de internamento. Nas culturas
obtidas por swab retal foram isoladas Salmonella sp (2) e
Shigella sp (1), sensíveis à ampicilina, ácido nalidíxico e
cefalosporinas de terceira geração. O Vibrião Colérico não foi
detectado nas amostras estudadas. Conclusões: Apesar do
vibrião colérico não ter sido isolado na investigação epidemiológica no período do estudo, os resultados sugerem condições
de moradia inadequadas e conseqüente vulnerabilidade das
crianças a este agente.
Código Trabalho: 279
Título: N. MENINGITIDIS DE SENSIBILIDADE DIMINUIDA (SD) À
PENICILINA
Autores: SILVIA REGINA MARQUES;MIRIAM ELIA CASTILHO
RAYMUNDO;Mª DO SOCORRO CARNEIRO FERRÃO;LUIZA
HELENA FALLEIROS CARVALHO;PRISCILLA AQUINO;JAMILE
MUNIZ DOMINGOS
Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" _SP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A resistência do meningococo à penicilina tem
crescido em alguns países do mundo. No Brasil esse é o 1º
relato de caso com SD à penicilina. Objetivos (Relato de Caso):
Descrever um caso de meningococo de SD à penicilina observado no nosso serviço, em junho de 2006. Trata-se do menor
LGS, 10 anos, masculino, negro, estudante, procedente de São
Paulo. Previamente hígido, há 1 dia com história de dor abdominal, cefaléia, dor em região cervical e febre de 39,°5C; fez
uso de dipirona apresentando melhora. Após 4 horas apresentou
um episódio de vômito e confusão mental. Na manhã seguinte
manteve-se confuso, com diminuição de movimento de MMII
e alteração do equilíbrio. Às 12 horas desse dia, novo episódio
de vômito, sendo levado para o PS de Taboão da Serra com
crise convulsiva, onde foi feita hipótese diagnóstica de meningite. Realizado o líquor, cujo resultado foi: 2480 células com
predomínio de neutrófilos (96%), proteína: 500mg/dl,
glicose:1mg/dl, bacterioscopia negativa e látex e cultura (em
andamento). A criança foi então encaminhada para o nosso
serviço pela piora do quadro clínico, apresentando petéquias,
rebaixamento de consciência, agitação, desidratação, sendo
transferida para a UTI. Foi instituído tratamento inicial com
hidratação, dexametasona e ceftriaxone e solicitado
hemograma, bioquímica, contraimunoeletroforese para
Neisseria meningitidis e hemocultura. Não houve condições de
nova punção liquórica. Em 24 horas, a criança apresentou estabilização do quadro, sendo transferida para a enfermaria. Na
unidade, manteve discreta rigidez de nuca, vômitos, prostração
e desaparecimento das petéquias, sendo observado extrasístoles
na ausculta cardíaca. Solicitado ECG e ECO normais. Paciente
no dia seguinte manteve-se ainda prostrado, choroso e com
vômitos. TC de crânio de urgência normal. Ressalte-se que nos
antecedentes pessoais, não havia história de trauma crânioencefálico nos últimos anos. Referiu-se que durante o período
em que a criança freqüentou creche (dos 4 meses de idade até
os 7 anos) teve otites de repetição, duas delas supuradas. No 8º
dia de ceftriaxone, a criança apresentava melhora clínica. Foi
suspenso o antibiótico e feita observação por 48 horas. Obtevese então o resultado final do liquor do outro serviço, com o
látex fortemente positivo para meningococo (sorogrupo B foi
excluído) e a cultura mostrou-se positiva para N.meningitidis
com SD à penicilina (MIC=0,32?g/ml) e sensível a ceftriaxone
(MIC<= 0,02?g/ml). O paciente evoluiu bem, tendo alta para
casa, com retorno ambulatorial. Discussão: A S do meningococo à penicilina tem diminuido. Os relatos nacionais que
dispomos até o momento são apenas microbiológicos, sendo
este o primeiro caso clínico reportado. Serão discutidas alternativas terapêuticas, para estes casos. Conclusões: A vigilância
acurada é necessária para os casos clínicos causados pelo
meningococo com SD à penicilina, para a introdução da
terapêutica adequada.
Código Trabalho: 236
Título: O PERFIL DA DENGUE EM CRIANÇAS NA CIDADE DO
RECIFE- 2001 A 2004
Autores: PETRÔNIO GUSMÃO VASCONCELOS;ANA ANTUNES
FONSECA LIMA;ODALÉIA ARAÚJO NERES FERREIRA;DENISE
SANTOS CORREIA OLIVEIRA;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A dengue consiste em um grande desafio para a
Saúde Pública principalmente nos grandes centros urbanos de
países em desenvolvimento. Por apresentar-se em forma de
grandes epidemias, tem grande repercussão econômica e social.
No Recife, na década de 90, a detecção de casos foi observada
no grupo etário jovem adulto e casos graves em idosos. A partir
de 2001 observou-se notificação de casos em menores de 10
anos de idade. Objetivos: Descrever comportamento da dengue
em crianças, no período de 2001 a 2004, na cidade do RecifePernambuco, Brasil. Métodos: O Tipo de estudo é descritivo,
de base populacional. O local do estudo: cidade do Recife,
capital na região Nordeste do país; área física urbana, com 94
bairros; população em torno de 1.500.000 habitantes, composta
por 27% de crianças e adolescentes. Os casos analisados foram
casos confirmados de dengue encerrados pelo critério clínico
e/ou laboratorial, incluídos no Sistema Informação de
Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de
2001 a 2004. Foram analisadas freqüências dos sintomas detectados em crianças menor de 10 anos de idade. Resultados: No
Recife circula três sorotipos de dengue - Den 1,2 e 3. Durante o
período estudado, foram confirmados 37.862 casos de dengue,
sendo 9,35% (3540) na faixa etária menor de 10 anos de idade.
O ano de 2002 foi considerado epidêmico com a introdução do
vírus Den 3. Este ano concentrou o maior número de casos em
crianças, correspondendo a 91% (3227/3540). Principais
sintomas foram: febre (98,5%), Cefaléia (79,3%); mialgia
(65%); náusea /vômito (48,1%), prostração (56,0%), dor retroorbitrária (41,4%); exantema (39,1%); artralgia (35,6%).
Outros sintomas como dor abominal, hapatomegalia, petéquias,
diarréia, miocardite, gengivorragia, foram relatados com menor
freqüência. Quanto à forma clínica da doença, 3.519 crianças
tiveram dengue clássica e 21 casos dengue hemorrágico. O
coeficiente de detecção nesta faixa etária no ano de 2002 foi de
1310 casos por 100.000hab. Conclusões: Diante de um quadro
viral inespecífico em crianças menores de 10 anos de idade, a
dengue deve fazer parte do diagnóstico diferencial. Existindo a
suspeita, a orientação para o acompanhamento da criança é
fundamental, evitando formas graves da Dengue, visto que na
cidade circulam os 3 sorotipos virais desde o ano de 2002.
Código Trabalho: 377
Título: PANCREATITE AGUDA ASSOCIADA AO VÍRUS DA
HEPATITE A COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM PRÉESCOLAR
Autores: SANDRA FAGUNDES MOREIRA-SILVA;NIXON SOUZA
SESSE;FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA;FERNANDA JUSAN
FIOROT;GRAZIELLE SILVA FERREIRA GRILLO;VERA LÚCIA
SUPRANI
Instituição: Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória
(HINSG)
Cidade/UF: VITÓRIA/ES
Resumo:
Introdução:Pancreatite aguda associada à hepatite pelo vírus
A tem sido pouco relatada em adultos e mais rararmente em
crianças. Objetivos: Relatar caso de pancreatite aguda associada à infecção pelo vírus da hepatite A em um pré-escolar
com quadro de hepatite aguda grave. Métodos: Estudo
descritivo tipo relato de caso baseado na análise do prontuário
do paciente. Relato de Caso: JMNGS, 5 anos, M, proveniente
do sul da Bahia, uso de água de poço sem tratamento. Em
06/10/2005 iniciou quadro de palidez, vômitos e dor abdominal
de forte intensidade, progredindo em 5 dias com icterícia e
acolia fecal. Dia 10/10: TGO:923U/I, TGP:1034U/I,
FA:243U/I, BT:5.93mg/dl e BD:4.18mg/dl, ELISA Anti-HAV
IgM:(+). Evoluiu com melhora do quadro. Em 18/10 piora da
icterícia, dor e distensão abdominais, acolía fecal, prurido
cutâneo intenso, diarréia, desidratação leve, insônia e irritabilidade, TGO:1166U/I, TGP:1247U/I, FA:151U/I, GGT:22U,
BT:27.3mg/dl, BD:17.5mg/dl. Admitido na Emergência do
HINSG, após 30 dias do início do quadro, (Nov/05), em insufi-
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S109
Infectologia
ciência hepática aguda, encefalopatia hepática grau I,
TGO:2850U/I, TGP:1924U/I, FA:151U/I, GGT:27U/I,
BT:29.7mg/dl,
BD:15.9mg/dl,
DHL:946mg/dl,
Albumina:3.6g/dl, TAP: 44.4%, Fibrinogênio 206.2mg/dl,
Glicemia:86mg/dl, íons fósforo e magnésio elevados: respectivamente 7.4mg/dl e 3.1mg/dl. ELISA anti HIV, CMV e EBV
negativos. Em 03/12/05, já com melhora das provas de função
hepática, surgiu dor abdominal em mesogástrio e epigástrio,
inclusive à palpação, hiporexia e diarréia; TGO:590U/I,
TGP:440U/I,
FA:208U/I,
GGT:52U,
BT:23.4mg/dl,
BD:16.6mg/dl,
TAP:73.9%,
Fibrinogênio:194.8mg/dl,
Glicemia:111mg/dl, Amilase:1011U/I e Lípase:1476U/I.
Diagnóstico de pancreatite aguda. US abdominal em Dez/05
evidenciou ascite peri-esplênica de pequeno volume e TC
Abdome demonstrou aumento de volume pancreático,
heterogêneo, apresentando áreas hipodensas notadamente nos
espaços adjacentes à cauda pancreática. Evoluiu com melhora
progressiva e alta hospitalar em 30 dias após o diagnóstico de
pancreatite aguda, para acompanhamento ambulatorial. Exames
da alta: Amilase: 69U/I, Lipase:73U/I, TGO:640U/I,
TGP:322U/I, BT:8,7mg/dl, BD:7,1mg/dl, TAP: 82,7%.
Descartadas outras causas: Coombs direto negativo, Anti-DNA
negativo, anticorpos anti-mitocondrial, LKM e anti-músculo
liso
negativos,
ceruloplasmina:42mg/dl,
cobre
urinário:49mcg/24h, cobre sérico:151mcg/dl, ELISA para
Parvovírus B19: IgG e IgM negativos, alfa-1antitripsina:274mg/dl. Conclusões: O quadro de pancreatite
associado a uma hepatite A aguda, favorece a hipótese de uma
agressão pancreática produzida pelo VHA, embora não se saiba
por qual mecanismo: se agressão direta pelo vírus ao pâncreas,
se por ativação biliar do suco pancreático decorrente de alteração na secreção biliar. No caso aqui apresentado o paciente
apresentou elevação de Bb e da fosfatase alcalina compatíveis
com alterações na secreção biliar.
Código Trabalho: 753
Título: PARACOCCIDIOIDOMICOSE ÓSSEA EM ESCOLARRELATO DE CASO
Autores: ROBERTA MAGALHÃES LEITE PINTO;CÁSSIA
SILVESTRE MARIANO;MARIA DA GLÓRIA MOREIRA
Instituição: Hospital Municipal Jesus- Rio de Janeiro
Cidade/UF: NITEROI/RJ
Resumo:
Objetivos: Descrever o caso de uma criança com paracoccidioidomicose sistêmica com acometimento ósseo. Métodos:
Relato de caso de um escolar com lesões osteolíticas por paracoccidioidomicose Resultados: P.C.P.C, 11 anos, sexo
masculino, cor parda, residente em Magé, com queixa de
cefaléia e febre intermitente há 4 meses. HPP: Atendimentos
por pneumonia. H. vacinal: 2 doses de BCG; 1 dose de Hepatite
B. H.social: mora em área rural com relato de ter contato com
terreno úmido. Apresentava-se em REG, febril, com fígado à
2/3cm RCD e ponta de baço, adenomegalias em região cervical
posterior e anterior bilateral, móveis indolores; adenomegalia
occipital à esq. MM: aumento de partes moles em 1/3 proximal
do antebraço E, com fistula drenando secreção amarelada.
Presença de cicatriz de BCG em MSD. Foram solicitados: RX
do esqueleto; USG abdome, cintigrafia óssea, TC crânio,
sorologia para fungos e biópsia óssea. Rx de braço esq.: lesão
óssea inflamatória crônica do tipo líticas em terço médio da
diáfise umeral e terço proximal da ulna, com deformidade da
sua morfologia; Rx do fêmur esq.: lesão lítica em terço distal
da diáfise femoral esq e outra na metáfise medial;diminuta
lesão lítica no ramo ísquio-pubiano esq.; Rx de crânio: pequena
lesão lítica na região fronto-parietal esq.; Demais estruturas
ósseas radiografadas sem lesões aparentes. A cintigrafia óssea
revelou: áreas com hiperfixação osteoblásticas em região fronto
parietal esq.do crânio; osso maxilar à direita; osso maxilar em
topografia de arcada dentária sup.; ramo e corpo de mandíbula
à esq.; terço proximal e médio de clavícula esq.; 7° arco costal
direito, posteriormente; 10° arco costal esq.,posteriormente;
T3, T4 e T5; articulação sacro ilíaca esq.; e colo de fêmur esq.
A USG abdominal mostrava discreta hepatomegalia com
imagem nodular, hipoecóicas, sendo a maior 0.7cm; baço
ecoestrutura heterogênea às custas de múltiplos nódulos
hipoecóicos; numerosos linfonodomegalias retroperitoneais, o
maior com 2.1cm ; restante exame normal. A biópsia óssea
(histopatológico) era compatível com Paracoccidioidomicose.
Sorologia para fungos (imunodifusão dupla): soro reagente
S110
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
para Paracoccidioides brasiliensis. O tratamento foi feito com
Itraconazol e imobilização com aparelho gessado devido o
risco de fratura patológica em ulna E. Discussão: A paracoccidioidomicose é uma doença sistêmica de caráter endêmico
entre a população de área rural, acometendo principalmente
indivíduos do sexo masculino entre 30 e 60 anos sendo rara a
incidência abaixo dos 14 anos. Conclusões: O caso de paracoccidioidomicose apresentado teve uma evolução disseminada
com acometimento ósseo importante sendo esta forma clínica
de apresentação juntamente com a forma cutânea mais comum
em crianças maiores de 10 anos, segundo literatura. Todos os
estigmas clínicos de doença crônica foram apresentados pelo
paciente o qual teve recuperação favorável com a instituição do
tratamento.
Código Trabalho: 43
Título: PARACOCCIODIODOMICOSE EM CRIANÇAS NO ESTADO
DO PARÁ.
Autores: LUCIANA SILVEIRA NINA DE AZEVEDO;THEISLA KELY
AZEVEDO RAIOL;LÍVIA LAYANY FERREIRA DE SOUZA;PAULO
KIYOSHI MIYAHARA;IRNA CARLA DO ROSÁRIO CARNEIRO
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/UF: BELÉM/PA
Resumo:
Introdução: A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose
sistêmica que em jovens de até 15 anos apresenta-se na forma
aguda/subaguda. Pode levar ao óbito ou evoluir de forma
latente e acabar por incapacitar adultos em plena época de
produtividade. Objetivos: Estudar os aspectos clínicoepidemiológicos de crianças acometidas com PCM no período
de janeiro de 1994 a dezembro de 2004. Métodos: Foi realizado estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, através
da revisão de prontuários de pacientes diagnosticados com
PCM. Resultados: No período de janeiro de 1994 a dezembro
de 2004 foram atendidos 102 pacientes com PCM, oito (7,8%)
deles eram crianças, com idade variando entre 3 e 15 anos,
média de 9,8 anos ± 3,83. Sete eram meninas (87,5 %). As oito
crianças eram moradoras de zona rural e duas eram procedentes
do Estado do Maranhão. Todos os pacientes apresentavam a
forma disseminada subaguda da PCM, com tempo de evolução
variando de 1 a 8 meses. Os sintomas mais freqüentes foram:
adenomegalia (100%), febre (87,5%) e hepatomegalia (50%).
Esplenomegalia, perda de peso, palidez cutâneo-mucosa e dor
abdominal difusa ocorreram em 37,5% dos pacientes; outros
sintomas incluíram tosse produtiva e dor torácica. O
hemograma revelou leucocitose em 43% dos casos, eosinofilia
em 85,7% e anemia em todos os pacientes estudados. O exame
histopatológico de gânglios foi utilizado como diagnóstico em
7 dos 8 pacientes, e em todos os gânglios biopsiados foi
possível encontrar o Paracoccidioides brasiliensi; o exame
micológico direto foi utilizado em um paciente como método
diagnóstico. O esquema terapêutico adotado foi sulfametoxazol-trimetoprima em 50% dos casos; anfotericina B foi usada
em 37,5% das crianças e o itraconazol foi utilizado em um
caso. No momento da alta 75% dos pacientes apresentaram
melhora do quadro e 25% evoluíram a óbito. Conclusões: Em
nosso Estado, a PCM em crianças ocorre em pacientes procedentes da zona rural, do sexo feminino, com média de 9,8 anos,
apresentando a forma disseminada da doença e mortalidade
elevada. Os sinais clínicos encontrados muito mimetizam
outras doenças da infância, o que ressalta a importância do
conhecimento desta patologia no manejo de crianças enfermas.
A detecção precoce desta doença além de contribuir para a
redução da mortalidade, proporciona redução de sua morbidade
em idades mais avançadas.
Código Trabalho: 999
Título: PERFIL CLINICO E LABORATORIAL DE CRIANÇAS
RESIDENTES EM AREA ENDEMICA DE FILARIOSE LINFATICA NO
NORDESTE DO BRASIL
Autores: ANA CATARINA MELO ARAUJO;MARCELA LEAL;ANA
MARIA AGUIAR-SANTOS;MARIA JOSÉ NETTO;GUILHERME
LIMA;ALMERICE LOPES
Instituição: Centro de Pesquisas Aggeu MagalhãesCPqAM/FIOCRUZ
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Diversos estudos reportam a existência de
Infectologia
infecção filarial em crianças e a presença de doença. Contudo,
a verdadeira extensão e natureza da filariose linfática na
infância permanecem pouco documentadas. Objetivos:
Descrever o perfil clinico e laboratorial de crianças que tenham
o diagnostico positivo através de antígeno de filariose (ICT AD12) e residentes em área endêmica de filariose linfática no
nordeste do Brasil. Métodos: Foi realizado um inquérito em
crianças de 0 a 18 anos, procedentes de Jaboatão dos
Guararapes-PE. Os casos positivos foram acompanhados
através de exame clínico e exames complementares (ultrasonografia, pesquisa de microfilaria por filtração em membrana
de policarbonato e pesquisa de antígeno por ELISA (Og4C3).
Resultados: Das 127 crianças positivas, 51,2% são do sexo
masculino e 48,8%do sexo feminino. 36,2% possuem de 0 a 10
anos de idade e 63,8%, entre 11 e 18 anos. A presença de
clínica filarial foi observada em 29,1% (37) das crianças, com:
linfangiectasia (19-15%), hidrocele (12-9,4%), linfonodomegalia (9 - 7,1%), nódulo (7 - 5,5%) e varicocele (6 - 4,7%). Pela
técnica de ELISA Og4C3 foram positivas 49,6% (63); na
pesquisa de microfilárias através da técnica de filtração 26,8%
(34 indivíduos) enquanto 12,6% (16 pacientes)foram positivos
pela presença do sinal da dança da filaria ao exame ultrassonográfico. Em 37,8% dos casos, há presença de familiares com
infecção filarial. Todos os positivos foram tratados com dietilcarbamazina. Conclusões: Utilizando-se um método diagnóstico muito sensível (ICT - AD12) para o diagnostico de
triagem, a presença da infecção filarial na população pediátrica
de área endêmica foi bastante expressiva. A presença de clínica
filarial na população pediátrica com antígeno positivo (ICTAD12) remete à relevância de ampla discussão quanto às
perspectivas do diagnóstico precoce nesta faixa etária e aos
possíveis benefícios que podem ser obtidos em relação ao controle da morbidade. Em virtude do exposto, e ainda
considerando o estudo da população pediátrica como sentinela
para os programas de controle, são necessários mais estudos a
respeito da filariose linfática na população pediátrica de áreas
endêmica
Código Trabalho: 1074
Título: PERFIL DA COQUELUCHE NO MUNICÍPIO DE RECIFE.
RECIFE, 2000 - 2005
Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA
ALMEIDA AQUINO
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: No Recife, a coqueluche vem apresentando
tendência decrescente desde a década de 1980, especialmente a
partir de 1996, quando foram obtidas altas coberturas vacinais.
Porém, a partir de 2002 houve um aumento de detecção da
doença.Como a coqueluche é doença imunoprevinível de notificação compulsória, o estudo da mesma é fundamental para
orientar as medidas de controle. Objetivos: Caracterizar a situação epidemiológica da coqueluche no Recife no período de
2000 a 2005. Métodos: Estudo tipo corte transversal, onde foi
utilizado como fonte de dados o Sistema de Notificação de
Agravos de Notificação, constituído pelo universo de 145 casos
confirmados. Foram estudadas as variáveis sexo, faixa etária,
critério de encerramento, evolução e distribuição espacial e
calculado o coeficiente de detecção. Resultados: O ano de
2003 teve um incremento de 111% em relação ao ano de 2000,
e um decréscimo de 81% em relação a 2005. O sexo feminino
participou com 52,3% dos casos confirmados. Quanto ao
critério de encerramento, o clínico contribuiu com 64,8% e a
cultura com 26,2%. No período em estudo observou-se que a
faixa etária dos menores de um ano contribuiu com 82% dos
casos. Os residentes do DS III, VI e IV contribuíram respectivamente com 23%, 23% e 21% dos casos ao longo dos anos.
No ano de 2003 foram registrados 3 óbitos (letalidade de
5,26%). O maior coeficiente de detecção encontrado foi no ano
de 2003 (3,84 por 100.000 hb.). Conclusões: O aumento na
detecção dos casos de coqueluche, a partir de 2003, pode ter
sido influenciado pelo aumento da notificação, embora não
descartando a possibilidade do aumento real dos casos. Os
encerramentos pelo critério clínico predominaram, mas já se
observa um aumento dos casos com cultura comprobatória. A
faixa etária dos menores de 1 ano foi a mais atingida, no
período em estudo, o que vem a corroborar com a literatura.
Código Trabalho: 102
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA COQUELUCHE NO
ESTADO DE ALAGOAS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1999 A
JUNHO DE 2005.
Autores: LÍGIA PAULINO DA SILVA;LUCIANA MARIA DUARTE
AGUIAR;ADRIANA ÁVILA MOURA
Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto
Cidade/UF: MACEIÓ/AL
Resumo:
Introdução: A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa do
trato respiratório e apresenta uma morbi-mortalidade significativa na faixa pediátrica. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da Coqueluche em casos notificados em Alagoas.
Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão de prontuários de pacientes com diagnóstico de Coqueluche, notificados à Secretaria Estadual da Saúde entre janeiro de 1999 e
julho de 2005, totalizando quarenta casos. Foram analisados:
idade, gênero, procedência, estado vacinal, provável fonte de
contato, principais sinais, sintomas e complicações, uso prévio
de antibióticos, realização de culturas, evolução da doença e
tempo médio de internamento hospitalar. Resultados: Houve
predominância da doença em crianças com menos de um ano
de idade (72,5%) e no gênero feminino (1,3:1). Sessenta por
cento eram procedentes do interior do Estado e 47,5% dos
casos nunca haviam sido vacinados. Uma provável fonte de
contato foi desconhecida na maioria dos casos. Tosse paroxística (97,5%), tosse produtiva (82,5%), cianose (70%), dispnéia
(67,5%) e vômitos (62,5%) foram os principais achados
clínicos. Pneumonia foi a principal complicação (85,7%).
Óbitos não ocorreram no período estudado. Vinte casos fizeram
uso prévio de antibióticos (50%) e cultura de nasofaringe foi
realizada em 14 casos, apenas uma teve resultado positivo. O
tempo médio de internamento hospitalar foi de 10 dias.
Conclusões: no Estado de Alagoas, a Coqueluche é uma
doença que predomina em crianças mais jovens (com menos de
um ano de idade) que na maioria dos casos têm a vacina DPT
não administrada ou em atraso. Estes pacientes são procedentes, principalmente, do interior do Estado. Em quase todos
os casos o diagnóstico foi feito na fase paroxística da doença.
Complicações graves como encefalopatia ocorreram muito
raramente, possivelmente pelo uso precoce de antibióticos
mesmo antes da suspeita diagnóstica de coqueluche, o que
também dificultou a obtenção de culturas positivas para a
Bordetella pertussis.
Código Trabalho: 668
Título: PERFIL VACINAL DE CRIANÇAS DE UMA PRÉ-ESCOLA
PRIVADA DO RIO DE JANEIRO
Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ
RIBEIRO DOS REIS;LETÍCIA CAPUTTI;NATASHA
CANDREVA;RAQUEL OLIVEIRA
Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O calendário vacinal da Sociedade Brasileira de
Pediatria (CVSBP) é mais completo do que o preconizado pelo
Ministério da Saúde. Contudo, ainda é pouco seguido, mesmo
entre aqueles de melhor poder aquisitivo. Objetivos: Delinear
o perfil vacinal de crianças pertencentes à classe A (segundo
IBGE) matriculadas em uma pré-escola privada da Zona Sul do
Rio de Janeiro, avaliando a adesão desse grupo ao calendário
sugerido pela SBP. Métodos: Estudo seccional, no qual analisou-se cópias das carteiras de vacinação das crianças matriculadas em pré-escola privada no ano de 2004. Utilizou-se o
CVSBP vigente na época e a análise das carteiras de vacinação
levou em consideração as vacinas que as crianças deveriam ter
tomado, de acordo com a idade, na ocasião. Resultados: A préescola atendia, em 2004, a 106 crianças. Desse total, 43 foram
excluídas da análise, por apresentar registros incompletos ou
não fornecimento de cópias das carteiras de vacinação. As
carteiras avaliadas (n= 63) foram de crianças de 5 meses (ms) a
7 anos (a) de idade. Foram 4 (6,3%) carteiras de vacinação de
menores de 1a, 8 (12,7%) entre 1 e 2a, 10 (15,9%) entre 2 e 3a,
20 (31,8%) entre 3 e 5a e 21 (33,3%) com mais de 5a de idade.
Dentre todos as carteirasavaliadas, 5 (7,9%) estavam de acordo
com o CVSBP, sendo uma de criança na faixa etária menor de
1a, uma de criança entre 1 e 2a, duas de crianças entre 2 e 3a e
uma entre 3 e 5a. Nas demais carteiras de vacinação não havia
registro ou estavam incompletos para as seguintes vacinas: 1
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S111
Infectologia
(1,6%) para hepatite B, 7 (11,1%) para DTP, 5 (7,9%) para
Haemophilus influenza b (Hib), 5 (7,9%) para pólio, 54
(85,7%) para pneumococo, 3 (4,8%) para tríplice viral, 18
(28,6%) para varicela, 36 (57,1%) para hepatite A, 33 (52,4%)
para meningococo. Em 100% das carteiras de vacinação havia
registro de BCG. Não houve relato, por parte dos responsáveis,
de interrupção do esquema vacinal por indicação médica.
Conclusões: Apenas 7,9% das carteiras de vacinação das
crianças da nossa casuística, todas da classe A, estavam de
acordo com o CVSBP. Mais levantamentos como esse devem
serfeitos para avaliar se os nossos resultados refletem a realidade de outras crianças da mesma classe.
Código Trabalho: 971
Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA HEPATITE B
(HB) EM ADOLESCENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA
IMUNODEFICIENCIA HUMANA, VACINADOS HÁ PELO MENOS
QUATRO ANOS.
Autores: SILVANA DUARTE PESSOA;MARIA ISABEL MORAESPINTO;ROSE PATIN;MARISTELA MIYAMOTO;DAISY MARIA
MACHADO;REGINA CÉLIA SUCCI
Instituição: UNIFESP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A morbi-mortalidade da co-infecção HIV-VHB
apresenta elevado risco. Trinta a 90% dos adultos infectados
pelo HIV não vacinados têm, no mínimo, um marcador
sorológico para VHB. Embora muito importante para esse
grupo de indivíduos, a vacinação contra a hepatite B induz
baixos níveis de anticorpos contra VHB, sendo algumas vezes
necessário aplicar doses extras da vacina para obter a proteção
desejada. A prevalência de adolescentes infectados pelo HIV-1
suscetíveis à HB após vacinação primária prévia contra
Hepatite B é desconhecida. Objetivos: avaliar prevalência de
anticorpos contra HB em adolescentes infectados pelo HIV-1,
quatro anos ou mais após a vacinação primária. Métodos:
Foram selecionados adolescentes infectados pelo HIV por
transmissão vertical, com idade entre 10 a 20 anos, em uso de
HAART, sem antecedentes de hepatites virais (grupo estudo)
comparados com o grupo controle. Foi realizada dosagem de
anticorpos contra VHB (anti-HBs) nos adolescentes infectados
pelo HIV e nos sadios, através do método ELISA padronizado
comercialmente. De acordo com os níveis de anticorpos antiHbs, o grupo estudo foi dividido em imune (anti-HBs >10UI/L)
e não imune (anti-HBs <10UI/L) para hepatite B. Na análise
estatística, foram utilizados análises descritivas e teste Mann
Whitney através do programa SPSS. Resultados: Foram selecionados 29 adolescentes infectados pelo HIV que preencheram
os critérios acima (a maioria - 79,3%, com categoria clínica B e
C) e 15 adolescentes sadios. Em ambos os grupos houve um
predomínio do sexo masculino; a média de idade foi 13,5 anos,
o número médio de doses vacinais aplicadas foi 3,9 e tempo
médio decorrido após vacinação completa foi de 6,4 anos. No
grupo controle, os níveis médios de anti-HBs foram maiores
(82,40UI/L) do que no grupo estudo (17,8 IU/L) (Mann
Whitney, p= <0,005). Entre os adolescentes sadios apenas 2
apresentaram níveis de anti-HBs não protetores (<10IU/L) e
foram encaminhados para revacinação; no grupo estudo
(HIV+) 16 (55,2%) adolescentes eram não imunes. A média de
doses da vacina aplicadas foi 4,3 doses e não houve diferença
significativa em relação ao nível de CV, valor de CD4, número
de doses da vacina e tempo médio pós-vacinação completa,
entre os imunes e não imunes. Conclusões: A maioria dos
adolescentes HIV+ (55,2%) vacinados previamente contra HB
há mais de quatro anos, não apresentaram níveis de anticorpos
protetores, e mesmo entre aqueles adolescentes com títulos
protetores, o nível de anticorpos é significantemente menor do
que no grupo de adolescentes sadios.
Código Trabalho: 404
Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA O VÍRUS DA
HEPATITE A EM CRIANÇAS E ADULTOS DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Autores: IZIDRO BENDET;FÁBIO BARBOSA;TRUDE
DIMETZ;GUSTAVO RODRIGUES;SELMA SABRA;ADERBAL SABRA
Instituição: UNIGRANRIO e Sérgio Franco Medicina
Diagnóstica
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
S112
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Introdução: A hepatite A é uma doença causada pelo vírus
HAV e geralmente é assintomática na infância. No adulto pode
desenvolver sintomas como colestase e formas clínicas severas
como hepatite fulminante. A transmissão é pela via fecal-oral e
sua endemicidade aumenta em áreas com precárias condições
sanitárias. Objetivos: Estudar a prevalência dos anticorpos
anti-HAV na população pediátrica e na população adulta residente na região metropolitana do Rio de Janeiro, englobando
os municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e os da
Baixada Fluminense. Métodos: Foram analisadas 19860
amostras de soro, entre junho de 2002 e junho de 2004, encaminhadas ao Setor de Imunoensaios do Laboratório Sérgio
Franco Medicina Diagnóstica, de pacientes com idades entre 1
e 90 anos (mediana 37 anos), sendo 63% do sexo feminino e
37% do sexo masculino. Entre 1 e 18 anos foram analisadas
1640 amostras, sendo 48,5% do sexo feminino e 51,5% do sexo
masculino. As amostras de soro foram avaliadas para a
presença de anticorpos totais para o vírus da hepatite A pela
técnica de Ensaio Imunoenzimático de Micropartículas (MEIA)
da ABBOTT. A análise estatística foi realizada através do
programa EPI-INFO. Resultados: Do total de soros avaliados,
7994 (40,3%) foram negativos e 11866 (59,7%) apresentavam
anticorpos para hepatite A, dentre estes 561 (4,7%) pertenciam
a crianças e adolescentes. Foi observada diferença significativa
(p<0,01) na positividade de anti-HAV entre as três regiões para
a população adulta, porém na população infantil não houve
diferença estatística significativa (p>0,05). A estratificação por
idade mostrou um aumento progressivo na prevalência de anticorpos na população adulta. Contudo, na população infantojuvenil o índice permaneceu baixo em todas as faixas etárias.
Conclusões: O percentual de positividade do anticorpo para
hepatite A na população infantil tem permanecido baixo nos
últimos 18 anos, e não existe diferença quando comparamos as
três regiões do Rio de Janeiro. Isto provavelmente esta relacionado com a melhoria das condições sanitárias nos últimos
anos e com a urbanização destas áreas. O perfil de maior positividade na população adulta, possivelmente se deve ao fato das
precárias condições sanitárias vivenciadas por esta população
nas décadas passadas. O menor percentual de positividade do
anticorpo na população infantil resulta no aumento de susceptibilidade à infecção na vida adulta, que deve ser traduzido como
um aumento do potencial de severidade da doença. Este
aspecto favorece o incentivo à vacinação da população infantil
e adolescente, principalmente nos locais em que a endemicidade tem diminuído.
Código Trabalho: 569
Título: PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES PERINATAIS EM
LACTENTES JOVENS COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA, EM UM
HOSPITAL PEDIÁTRICO DE SALVADOR
Autores: EDNA LUCIA SANTOS SOUZA;PALOMA CHEAB
RIBEIRO;ANA CAROLINA SOUZA SÁ;CLARA MAIA BASTOS;JOÃO
GABRIEL RAMOS;LUCIANA RODRIGUES SILVA
Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosannah de Oliveira
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: A incidência de infecções congênitas varia de 0,5
a 2,5% de todos os nascimentos, com elevada morbimortalidade, constituindo, portanto, um importante problema de saúde
pública. Objetivos: Determinar a prevalência de infecções
perinatais em lactentes, menores de 4 meses de idade, internados por infecção respiratória. Métodos: Foi realizado um
estudo de corte transversal, no período de outubro de 2004 a
novembro de 2005, na Unidade de Pequenos Lactentes de um
hospital pediátrico. A pesquisa de infecções do grupo
TORCHS-HIV-HTLV-AgHbs foi realizada a partir da identificação de anticorpos das classes IgG e IgM. Resultados: Foram
incluídas 71 crianças no estudo, com média de idade de 55,8
dias (DP +/- 27,9 dias), sendo 71,8% do sexo masculino. Vinte
e nove crianças (40,8%) receberam o diagnóstico de bronquiolite, 20 (28,2%) de pneumonia ou broncopneumonia, 18
(25,4%) de pneumonia e bronquiolite e 4 (5,6%) de ITR
(infecção do trato respiratório). Quinze (21,1%) crianças
nasceram com baixo peso e 19 (26,8%) foram pré-termo.
Sessenta (84,5%) mães realizaram o pré-natal, sendo que em
apenas 1 (1,4%) essa informação não foi obtida. A média de
idade materna foi 24,03 anos (DP +/- 5,5 anos) e 57% tinham,
no máximo, o primeiro grau incompleto. Trinta e duas (48,5%)
famílias tinham renda inferior a um salário mínimo ou não
Infectologia
tinham renda fixa. Sessenta e quatro crianças realizaram
TORCH-HIV-HTLV-AgHbs, dessas, 63 realizaram IgM para
Citomegalovírus (CMV), 62 para HIV e 59 realizaram o VDRL
para sífilis. Encontrou-se 6 crianças (9,5%) com IgM positivo
para CMV, uma positiva para VDRL e duas para HIV, todas as
crianças eram assintomáticas. Nenhuma criança teve IgM positivo para toxoplasmose, rubéola, herpes, AgHBs ou HTLV 1 e
2. Conclusões: Os resultados evidenciaram uma alta
prevalência de infecção perinatal assintomática por CMV e
uma prevalência menor de infecção por sífilis e HIV. Não ocorreram outras infecções de transmissão vertical.
Código Trabalho: 1121
Título: REAÇÕES ADVERSAS DAS VACINAS OFERECIDAS NO
CRIE - PE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 19982004.
Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL; NADJA G NOBRE
SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES
CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE
Instituição: UPE/FCM/HUOC
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Poucos trabalhos têm sido apresentados sobre os
eventos adversos das vacinas em profissionais da saúde no
Brasil. Eventos adversos, mesmo sendo incomuns, têm grande
repercussão. Objetivos: Este estudo tem o propósito fazer um
levantamento e avaliar os eventos adversos das vacinas aplicadas nos profissionais de saúde, durante o período de 19982004. Métodos: Investigou-se a ocorrência de sintomas potencialmente relacionados à vacina em amostra da população por
meio da aplicação de um questionário, composto por perguntas
objetivas e abertas, estruturado em uma amostra de 70 (setenta)
profissionais da saúde. Resultados: Quanto a BCG, 45
(64,29%) dos profissionais da saúde relatam não ter tomado
essa vacina, enquanto 25 (35,71%) afirmam ter realizado pelo
menos uma dose. Dentre os que tomaram a vacina, observou-se
que quanto a cicatrização, 24 (96%) tiveram a ferida vacinal
com tempo de cicatrização esperado, antes de três meses,
enquanto que 01 (4%) relata ter demorado mais de três meses
para cicatrização completa da ferida e 02 (8%) apresentaram
infecção secundária no local da aplicação da vacina, não sendo
preciso fazer uso de antibioticoterapia. A vacina para hepatite
B foi aplicada em 61 (87,14%) dos entrevistados e destes, 21
(34,43%) apresentaram leves eventos adversos decorrentes da
vacina, evidenciando a dor no local da injeção como o evento
de maior freqüência 95,23% (20). Como outros sintomas foram
registrados 3 casos de eritema local , 2 casos de enduração local
e 2 de edema local. Dos profissionais questionados, 47
(67,14%) tomaram a vacina dT e destes 28 (59,57%) apresentaram evento adverso leve, sendo reação local o mais freqüente,
28 (100%) casos. Foi observado que 47(67,14%) não tomaram
a vacina contra a gripe; enquanto 23 (32,86%) dos profissionais
tomaram esta vacina, dos quais 11(47,83%) apresentaram
reações leves. Sobre a vacina contra a varicela, 60 (85,71%)
entrevistados afirmaram não ter tomado a vacina. Dos 10
(14,29%) que tomaram, 08 (80%) não apresentaram reações e
02 (20%) tiveram reação: 02 (100%) apresentaram dor local e
01 (50%) edema no local. Conclusões: Com a análise dos
dados, observou-se que um percentual elevado dos profissionais não tomou algumas vacinas que são fornecidas gratuitamente, ressaltando a necessidade de uma política vacinal mais
efetiva e direcionada para esse grupo de risco. Os eventos
adversos pesquisados a respeito da vacina de hepatite B, BCG,
gripe, varicela e dT são eventos esperados e considerados leves,
não trazendo nenhum prejuízo à saúde do profissional. É muito
maior a probabilidade de um indivíduo ser prejudicado por
doenças imunopreviníveis do que por qualquer das vacinas
correspondentes. O profissional de saúde tem a responsabilidade de esclarecer dúvidas e se manter atualizado para ter argumentos efetivos que façam os pacientes compreenderem as
vantagens da vacinação.
Código Trabalho: 770
Título: RELATO DE CASO DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Autores: KARLA GONTIJO;OCTAVIO SOUZA SILVA
NETTO;LUCIA DE FATIMA PAIS AMORIM;HELENA MARIA
CAMPOS;NELIANA TEMPONI GODINHO;ANA LUCIA NOGUEIRA
DINIZ
Instituição: Hospital Mucipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: A toxoplasmose congênita tem apresentado
redução da sua incidência nos últimos anos, provavelmente
devido à triagem realizada no pré-natal possibilitando diagnóstico precoce e tratamento da mãe. A transmissão vertical do
Toxoplasma gondii ocorre em uma taxa média de 30 a 40%,
mas varia com o momento da gestação em que a infecção
materna aguda ocorre. Objetivos: O relato de caso objetiva
sensibilizar em relação à importância do reconhecimento da
toxoplasmose intra-útero e seu manejo correto, visando
prevenir as conseqüências da infecção para a criança.
Métodos: O caso trata-se de um recém-nascido termo cuja mãe
apresentou no primeiro rastreamento realizado no pré-natal em
novembro/05 (3º trimestre de gestação) sorologia positiva para
toxoplasmose aguda. Ao nascimento notado abdome globoso e
hepatoesplenomegalia importante. Resultados: Realizada
sorologia do recém-nascido que evidenciou toxoplasmose
congênita. Evoluiu com icterícia colestática e alteração da
função hepática. Os exames complementares realizados foram:
ultra-som abdominal (hepatoesplenomegalia inespecífica);
tomografia de encéfalo (calcificações cerebrais e atrofia
cortical difusa, dilatação de sulcos e cisternas); líquor (pleiocitose e elevação da proteinoraquia); fundoscopia (descolamento
de retina de olho direito e coriorretinite do olho esquerdo);
ecografia ocular (descolamento bilateral de retina). Iniciado
esquema para neurotoxoplasmose (sulfadiazina, pirimetamina,
acido folínico e corticoterapia). Este paciente encontra-se atualmente em acompanhamento ambulatorial com neurologia,
infectologia, oftalmologia e pediatria, permanecendo ainda em
uso de medicação para toxoplasmose. Conclusões: A toxoplasmose congênita pode acarretar graves seqüelas à criança. O
diagnóstico e tratamento pré-natal são recomendados para
evitá-las.
Código Trabalho: 184
Título: RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE ATEROSCLEROSE EM
CRIANÇAS COM SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
(SIDA) - ESTUDO PERI
Autores: ISABELA DE C. B. GIULIANO;MAURICIO L.
SILVA;SÔNIA M. DE FARIAS;MARIA DE SOUZA;CAROLINA L. Z.
VIERIA;BRUNO CARAMELLI
Instituição: Universidade de São Paulo
Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC
Resumo:
Introdução: a doença aterosclerótica (DA) inicia-se na
infância e a SIDA parece acelerar a progressão da mesma. O
conhecimento do perfil de risco de crianças com SIDA poderá
permitir a elaboração de estratégias de prevenção específicas
para esta população. Métodos: amostra aleatória (sistemática
1:3) de crianças com SIDA doambulatório de infectologia do
Hospital Infantil Joana de Gusmão, Fpolis, SCnno ano de 2005.
Foram aplicados questionário e exame físico e realizado coleta
de sangue. Os dados de 30 crianças com SIDA foram
comparados com os decrianças da população infantil de
Florianópolis. Dados contínuos foramclassificados em quartis.
As prevalências dos fatores de risco foramcomparadas calculando-se o risco relativo e seus intervalos de confiança.
Resultados: as crianças com SIDA ingeriam menos frequentemente quantidades elevadas de gorduras saturadas [23% X
41%, RR: 0,77(0,63-0,94)] e quantidades insuficientes de fibras
[30% X 55%, RR: 0,64 (0,5-0,81)], eram mais frequentemente
sedentárias [73% X 38%, RR: 2,31(1,27-4,19)] e uma maior
proporção gastava mais de 2 horas/dia com inatividade recreacional [80% X 42%, RR: 2,87 (1,4-5,88)]. As crianças com
SIDA encontravam-se mais frequentemente no quartil inferior
de distribuição do HDL-colesterol [80% X 25%, RR: 3,74
(1,83-7,66)] e no superior de proteína C reativa [50% X 25%,
RR: 1,5(1,05-2,15)] e tinham excesso de peso menos frequentemente [7% X 24%, RR: 0,81 (0,74-0,99)]. Conclusões: as
crianças com SIDA apresentaram um perfil associado a um
risco elevado de desenvolvimento de aterosclerose, o que pode
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S113
Infectologia
estar relacionado à doença de base e ao sedentarismo. Um
programa supervisionado de condicionamento físico poderia
modificar este perfil e controlar a aceleração da progressão da
aterosclerose nesta população.
Código Trabalho: 7
Título: SÍFILIS CONGÊNITA DIAGNOSTICADA NA
ADOLESCÊNCIA
Autores: CELIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA
SIQUEIRA;KARINY FERREIRA;EDUARDO ANTÔNIO RAMOS
Instituição: Hospital da Criança
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução:A transmissão vertical da Sífilis permanece um
grande problema de saúde pública no Brasil, o Ministério da
Saúde estima que em 2004 nasceram 15 mil crianças com sífilis
congênita, orientando para fins de controle epidemiológicos,
que a forma congênita deve ser pesquisada em todas as crianças
nascidas de mãe com sífilis (evidência clínica e/ou laboratorial)
e em todo indivíduo com menos de 13 anos com suspeita
clínica e/ou epidemiológica de sífilis congênita. Objetivos e
Métodos: Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico
em adolescente, que apresentava lesões osteolíticas disseminadas e hepatite, cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis,
de evolução favorável após uso da penicilina com redução das
lesões e redução sorológica. Relato do caso:Adolescente , feminina, 13 anos, nascida de PSNV,sem pré-natal , pesando 1300g.
Com 08 anos de idade iniciou com artralgia e edema em joelho
esquerdo, tratada como TB óssea, após biópsia que revelou
infiltração linfohistiocitária com formação de granulomas Após
5 anos passou a cursar com febre diária, dores pelo corpo e
tontura. Ao exame: emagrecida, baixa estatura, ap.cardiovascular normal Abdômen globoso, fígado palpável a 10 cm do
RCD, baço a 4 cm do RCE, exame ginecológico normal. Dos
exames realizados os VDRLs foram reagentes com titulagem
elevadas:1/2048,FTA-Abs positiva (na mãe e na paciente),
pesquisa para outras DSTs, inclusive HIV não reagentes. A
Biopsia hepática revelou arquitetura lobular alterada à custa de
extensas áreas de necrose caseosa permeados por células
epitelióides, histiócitos, linfócitos e plasmócitos. Há também
pequenos granulomas com população de células inflamatórias
descritas anteriormente. A pesquisa de BAAR revelou-se negativa. Conclui-se como hepatite crônica granulomatosa. O Rx de
ossos longos lesões osteolíticas, periostite e osteomielite
disseminadas. Evolução: Iniciou uso de penicilina cristalina,
com redução gradativa do VDRL e melhora das lesões ósseas e
da hepatimetria. Após 8 meses do tratamento, houve ganho
ponderal e estatural, não apresentava visceromegalias e as radiografias dos ossos longos normalizadas. Discussão e
Conclusões:Trata-se de um caso peculiar de sífilis congênita
tardia agudizada ,com lesões ósseas iniciada provavelmente aos
8 anos de idade e hepatite .Os estudos realizados afastam comorbidades . A despeito da capacidade de latência do
T.pálidum,não encontramos na literatura uma relação de efeitos
a longo prazo, com quadro semelhante ao apresentado pela
paciente.
Código Trabalho: 527
Título: SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE EM CRIANÇAS
INFECTADAS PELO HIV ACOMPANHADAS EM UM SERVIÇO
UNIVERSITÁRIO.
Autores: DAISY MARIA MACHADO;SUÊNIA VASCONCELOS
BELTRÃO;RENATA BARACHO MARTINELLI;DENISE QUEIROZ
PRADO;MONICA MAURA ORTEGA VIEIRA;REGINA CELIA
MENEZES SUCCI
Instituição: Universidade Federal de São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A ocorrência de infecções oportunistas após o
início de terapia anti-retroviral potente pode ser manifestação
do restabelecimento da imunidade em indivíduos infectados
pelo HIV, conhecida como Síndrome da Reconstituição Imune
(SRI). Objetivos: Avaliar a freqüência da SRI em uma coorte
de crianças infectadas pelo HIV. Métodos: Foram avaliadas
retrospectivamente 182 crianças acompanhadas no Centro de
Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da
UNIFESP, de 1989 a 2005, quanto `a presença de infecções
oportunistas. Valores de carga viral do HIV (CV) e contagem
S114
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
de células T CD4+ foram tomados em 3 momentos: 1 a 3 meses
antes da infecção oportunista (IOp), durante o episódio de IOp
e após o mesmo. Foi considerado quadro compatível com SRI
a ocorrência de IOp em vigência de boa resposta `a terapia antiretroviral (TARV), com CV indetectavel ou queda de 1 log na
CV num período de ate 6 meses apos início ou troca da TARV.
Resultados: Das 182 crianças avaliadas, 54 (22 do sexo feminino e 32 do sexo masculino) apresentaram as seguintes IOp
durante o acompanhamento: H Zoster - 21/54 (38,9 %);
Tuberculose - 21/54 (38,9 %); Pneumonia por Pneumocystis
jiroveci (PjP)- 7/54 (13 %); Citomegalovirus (CMV) - 4/54
(7,4%); Criptococose- 3/54 (5,5 %); Herpes esofágico - 1 (1,8
%). Destes, 9 episodios (16,6%) ocorreram até 6 meses após
início ou troca de TARV, com queda de CV >/= a 1 log, sendo
caracterizados como SRI: H.Zoster -6/54 (11,1%);
Tuberculose- 2/54 (3,7%); Herpes esofágico -1/54(1,85%). As
nove crianças (7 do sexo masculino) que tiveram SRI haviam
apresentado elevados valores de CVs (mediana=284000
copias/ml) e baixas contagens de células CD4+ (mediana do
nadir de CD4=50 cel/mm3) antes da TARV. Após os episódios
de IOp, 6 crianças mantinham CV indetectável e duas apresentavam CVs relativamente baixas, entre 5000 e 10000 copias/ml.
Todas responderam bem ao tratamento das IOp, com plena
recuperação. Conclusões: A freqüência da SRI na coorte estudada foi de 16,6%, sendo Herpes zoster a mais comum manifestação da síndrome. O reconhecimento da SRI torna-se
importante para que a ocorrência de IOp em indivíduos em uso
de drogas anti-retrovirais não seja confundida com falha ao
tratamento e deterioração imunológica
Código Trabalho: 558
Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADA A CALAZAR:
RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS
Autores: ANA ROSANA ALENCAR GUEDES;DANIELLY LIMA
BRAGA;VIENA SALES XIMENES ÁVILA;DAIANA CILÉA
HONORATO NASCIMENTO;MARIA HELENA LOPES
CAVALCANTE;MÉRCIA LIMA DE CARVALHO LEMOS
Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Síndrome hemofagocítica (SHF) caracteriza-se
por febre prolongada, hepatoesplenomegalia, citopenias acentuadas e hemofagocitose na medula óssea, fígado ou linfonodos, podendo estar associada a uma variedade de infecções
virais, bacterianas, assim como colagenoses e neoplasias.
Objetivos: Descrever duas diferentes formas de evolução da
SHF associadas a Calazar através do relato de dois casos
clínicos. Métodos: Estudo descritivo observacional.
Resultados: Caso 1: F.K.F., 13 meses, masculino, procedente
de Pedra Branca- CE, admitido em 29/06/2006. Há 2 meses,
iniciou quadro de febre diária, anorexia e adinamia, sendo
conduzido como pneumonia e infecção urinária. Evoluiu com
persistência da febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia.
Iniciado, em sua cidade, prova terapêutica para Calazar com
Glucantime. Foi encaminhado ao nosso serviço devido piora
clínica. À admissão, apresentava-se em anasarca, hipocorado
4+/4+, ictérico 2+/4+, irritado, fígado a 5cm do RCD e baço a
10cm
de
RCE.
Exames:
Hb=3,6;
Leuc=2600
(Seg=32%;Bt=1%;Linf=67%); Plaq=75000; TGO=2692;
TGP=670; Bil.dir.=3,45; Bil.ind.=1,84; Albumina=2,1;
Globulina=4,0; LDH=4489; Triglicerídeos=345; TAP=32,5%;
Fibrinogênio=1,27; VHS=118; PCR=69,9. Mielograma=atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Iniciado
Anfotericina B (1mg/Kg/dia) devido K39 reagente. Evoluiu
com melhora clínica e laboratorial evidente. Caso 2: A.A.S., 8
meses, feminina, procedente de fortaleza-CE, admitida em
23/06/2006. Encaminhada de outro serviço devido febre há 20
dias, tosse produtiva, hepatoesplenomegalia e palidez cutâneomucosa acentuada, onde recebeu tratamento para pneumonia
com Penicilina Cristalina por 7 dias sem melhora. Exames:
Hb=6,9; Leuc=2540 (Seg=11%; Bt=6%; Eo=0%; Linf=80%;
Mo=3%); Plaq=90400; TGO=1711; TGP=316; Bil.dir.=0,47;
Bil.ind.=0,46; Albumina=2,5; Globulina=3,11; LDH=2908;
Triglicerídeos=493; VHS=72; PCR=119,9; TAP=incoagulável;
TTPA=incoagulável; Fibrinogênio=incoagulável. Mielograma=
atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Devido a
gravidade do quadro clínico numa criança de menos de 1 ano
de idade, foi iniciada pulsoterapia com corticóide considerando
a possibilidade de SHF primária. Confirmado o diagnóstico de
Infectologia
Calazar através da IF positiva e K39 reagente, foi iniciado
Anfotericina B e antibióticoterapia com Oxacilina e Amicacina
devido neutropenia febril. No entanto, apresentou apenas
melhora discreta dos parâmetros laboratoriais e clínicos,
persistindo com febre e hepatoesplenomegalia volumosa.
Conclusões: A SHF, como uma apresentação da Leishmaniose
Visceral, é um evento raro e pode causar atraso diagnóstico
considerável devido a similaridade entre os sinais clínicos,
gravidade do quadro e sérias complicações que ocorrem no
curso clínico da doença. A elevada prevalência do Calazar em
nosso meio, bem como o aumento no número de formas graves,
requer aguçado nível de suspeição para identificação diagnóstica precoce e tratamento adequado em tempo oportuno.
Código Trabalho: 1142
Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADO AO CALAZAR
- RELATO DE CASO
Autores: PAULA FLÁVIA ALVES CAVALCANTI;ALBERTO BARROS
LIMA;YURI FRANCILANE SANTOS;CAROLINE ELISE
MORAES;JAILSON BARROS CORREIA;MARIA ANGELA ROCHA
Instituição: Hospital Universitário Osvaldo Cruz
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A associação de Leshmaniose visceral (LV) com a
síndrome hemofagcítica (SH) é um evento raro caracterizado
pela ativação e proliferação de linfócitos T e macrófagos
levando à produção exagerada de citocinas e acúmulo de
células macrofágicas e hemofagocitose em diferentes órgãos e
tecidos como fígado, baço e medula óssea. Relato de caso Objetivos: Descrever um caso clínico de associação entre LV e
SH. Relato de caso: FES, 6 anos, sexo masculino, negro, procedente de Betânia - PE, foi internado no departamento de
Doenças Infecciosas e Parasitárias de um hospital de referência
do Recife por apresentar febre, dores em membros inferiores e
anorexia há 2 semanas. É proveniente de área endêmica para
Calazar e relata haver casos da doença na cidade onde reside.
No momento do internamento apresentava-se em regular estado
geral, consciente e orientado, desnutrido, hipocorado ++/4+ e
anictérico. Ausculta pulmonar e cardíaca normal. Baço a 8 cm
do rebordo costal esquerdo e fígado a 8 cm do rebordo costal
direito. Articulações e pele sem alterações. O hemograma do
internamento apresentava 4290 leucócitos, 6,4 hemoglobina e
64.000 plaquetas. O raio X de tórax e ossos longos era normal.
O mielograma mostrou medula hipocelular com células de
aspecto histiocitário com citoplasma abundante e espumoso
soltas no esfregaço ou formando agrupamentos com células
hematopoiéticas. Os elementos muitas vezes hematofagocitando, levantando a hipótese de Histiocitose maligna sem
evidências de leishmanias. A Reação em Cadeia da Polimerase
do material do mielograma foi negativa para identificação de
leishmanias.A biópsia hepática evidenciou fibrose hepática
inespecífica sem alterações sugestivas de Histiocitose maligna.
Apesar da ausência de leishmanias em exames complementares, como quadro clínico sugestivo, epidemiologia
importante para calazar e manutenção da febre com piora dos
parâmetros hematológicos, foi iniciado tratamento com
Glucantime na dose de 20 mg/Kg/dia por 20 dias. A criança
evoluiu com melhor aceitação alimentar, ganho ponderal,
regressão da hepatoesplenomegalia (fígado a 4 cm do RCD e
baço a 3 cm do RCE) e melhora dos padrões
hematimétricos(leucócitos 5730, hemoglobina 9,7, plaquetas
495000). O mielograma após finalização do tratamento não
apresentou anormalidades. Conclusões: A associação entre as
duas doenças é um evento raro que geralmente leva à dificuldade diagnóstica. É difícil estabelecer sua freqüência porque é
subdiagnosticada já que os casos leves apresentam cura espontânea com o tratamento etiológico da enfermidade associada.
Código Trabalho: 982
Título: SITUAÇÃO DA VARICELA NO MUNICÍPIO DO RECIFE,
EM 2005.
Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA
ALMEIDA AQUINO
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife.
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A varicela é um agravo que embora considerado
benigno na infância, atualmente tem-se observado um aumento
das complicações severas com um alto potencial de morbimortalidade em crianças e adultos previamente saudáveis.
Estudo realizado por dos Anjos e Ferreira, 2004 encontrou
62,19% de celulite, dentre as complicações observadas. O
conhecimento do seu comportamento é importante para dimensionar o quanto sua ocorrência compromete a população
infantil do município do Recife. Objetivos: Conhecer o
comportamento da varicela, no município do Recife, no ano de
2005. Métodos: Estudo descritivo, de base populacional
constituído por 1160 casos de varicela notificados ao município
no ano de 2005, segundo faixa etária, sexo, mês de início dos
sintomas, unidades notificadoras e distribuição espacial. Foi
utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de
Agravos de Notificação. Resultados: A faixa etária mais
atingida foi a de 1-4 anos com 35,58%, seguida da de 5-9 anos
com 24,31%. O Coeficiente de Detecção para o ano de 2005 foi
de 521,99 na faixa de menores de um ano. Quanto à
distribuição por sexo 53,45% foi para masculino. Os meses de
outubro, novembro e janeiro contribuíram com 18,35%,
16,80% e 16,19% respectivamente. No que diz respeito às
unidades notificadoras o Cravo Gama contribuiu com 6,72%
seguido do Hospital Universitário Oswaldo Cruz com 14,74%.
Quanto à distribuição por Distrito Sanitário, o DSV e o DS IV
contribuíram com maiores percentuais, correspondendo a 33,37
e 21,61%, respectivamente. Conclusões: As crianças foram as
mais atingidas pela varicela no município do Recife em 2005, o
que vem a corroborar com a literatura que aponta esse grupo
como os mais susceptíveis. Por não fazer parte das doenças de
notificação compulsória, ficou inviabilizado conhecer os casos
mais graves da varicela, que precisaram ser internados e desses
os que apresentaram algum grau de complicação. Acredita-se
que só a partir do conhecimento do comportamento da doença
se poderá propor medidas, como a adoção da vacina no
calendário básico.
Código Trabalho: 278
Título: SOROEPIDEMIOLOGIA DO PARVOVIRUS HUMANO B-19
MENORES DE DOIS ANOS, SÃO PAULO
Autores: EGMA HUATUCO;SAULO DUARTE PASSOS;ROSA
ESTELA GAZETA;ANA PAULA ZANIN SANTOS
FELGUEIRAS;EDUARDO MASSAD;EDISON LUIZ DURIGON
Instituição: ICB-USP / FMJ - Pediatria / FM-USP
Cidade/UF: VINHEDO/SP
Resumo:
Introdução: O Parvovírus Humano B19 (B19) está associado
ao eritema infeccioso, aplasia eritrocitária, infecção fetal,
anemia hemolítica, vasculites sistêmicas e artrites1,2,3,4,5.
Pertence ao grupo de doenças exantemáticas, cuja variabilidade
dos sinais e sintomas, confundem com outras doenças (sarampo
e rubéola)6. A Díade exantema e febre requer atenção imediata
seja na emergência infantil, gestante exposta ou escolares. O
diagnóstico clínico é complexo pois a história e exame clínico
são inespecíficos, necessitando recursos laboratoriais pouco
disponíveis. Objetivos: descrever o perfil sorológico, a curva
de decaimento de Ac, a idade ótima de vacinação e a taxa de
primo infecção do B19, em 222 amostras de soros de crianças
menores de 2 anos, coletados em janeiro 1991, em Caieiras, SP.
Casuística A amostragem inicial foi delineada de maneira probabilística, por conglomerados, resultando soroteca com 435
soros, utilizando neste estudo, 222 amostras, estratificadas por
faixa etária. Métodos: Realizou-se teste ELISA para B19 (IgGBiotrin/Ireland) e a detecção do DNA viral por Nested PCR7.
Critérios de exclusão:RNPT, imunodeficiência congênita ou
adquirida, doenças oncológicas, tratamento imunossupressor
ou Nested PCR(+) para B19. A idade ótima de vacinação foi
estimada por modelos matemáticos e análise decaimento pela
regressão logística, com ajuste de curva pela máxima verssimilhança. A taxa da primeira infecção foi calculada pelo
modelo proposto por Farrington8. Resultados: Os dados
demonstraram elevadas [IgG] anti B19 em 87,5% (IC= 0,651,0) no RN e 17,2% S(+) até dois anos. A prevalência de IG
materno decaiu rapidamente até 3m, desaparecendo aos 7m.
Até dois anos, oito casos foram PCR(+) B19, demonstrando
baixo nível de infecção nessa faixa. A força de infecção foi
elevada antes dos três anos mantendo-se baixa após. A idade
ótima de vacinação calculada foi 12m para cobertura de 80%,
sendo estimada a primeira infecção aos 21±7anos. Discussão e
Conclusões: as elevadas concentrações de IgG demonstram
passagem ativa transplacentária com rápido decaimento, seme-
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S115
Infectologia
lhantes às curvas de outros países9,10. Os oitos casos de
infecção PCR(+) podem ser explicados possivelmente pela
baixas circulação viral e força de infecção. É preocupante a
idade da primoinfecção em idade fértil pelo maior risco de
Infecção congênita. A idade ótima de vacinação facilitaria
maior adesão ao calendário vacinal. Conhecer o comportamento sorológico em nosso meio através das curvas sorológicas populacionais poderá fornecer subsídios para futuros
programas de vacinação.
Código Trabalho: 1099
Título: SUSCEPTIBILIDADE A DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS EM
PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE TRABALHAM EM ÁREA DE
RISCO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ
Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL;NADJA G NOBRE
SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES
CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE
Instituição: UPE/FCM/HUOC
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Os profissionais e universitários da área de saúde,
que iniciam sua prática clínica nos setores e em especial nos de
alto risco, possuem um perfil de maior exposição a agentes
infecciosos e grande parte deste grupo não apresenta seu
calendário vacinal atualizado. b. Objetivos: Este estudo tem o
propósito de descrever o perfil vacinal e o possível risco de
aquisição e transmissão de doenças imunopreviníveis neste
grupo de profissionais que trabalham em áreas de risco.
Métodos: Foi realizada a coleta de dados por meio de um questionário auto-aplicável, entre 150 profissionais da saúde, com
atendimento na área de risco, por, no mínimo seis meses.
Resultados: Dos 150 entrevistados, observou-se que 117
(78,0%) tinham o esquema básico de vacinação completo, 19
(12,7%) incompletos e os 14 (9,3%) restantes não sabiam
informar. A respeito do reforço vacinal dT, 122 (81,3%) afirmaram sua utilização. Em relação às vacinas de hepatite A e B,
os resultados encontrados foram: 32 (21,3%) vacinados contra
hepatite A e 99 (66,0%) contra hepatite B. Foi verificado, nos
questionários analisados, que 17 (11,3%) profissionais tiveram
hepatite, sendo 11 (64,7%) do tipo A, 01 (5,9%) do tipo B e 05
não souberam informar o tipo. Em relação à prevalência das
doenças infecto-contagiosas adquiridas após admissão no
serviço, verificamos que 25 (16,67%) profissionais apresentaram gripe, 14 (9,33%) rubéola, 11 (7,33%) varicela, 08
(5,33%) pneumonia, 06 (4,0%) tuberculose e 01 (0,67%)
sarampo. Conclusões: Com a análise dos dados, concluiu-se
que após a admissão nos serviços de risco estes profissionais
adquiriram doenças imunopreviníveis, com a possibilidade de
evoluírem para formas graves, bem como de transmiti-las para
pacientes de alto risco. O Ministério da Saúde não disponibiliza as vacinas para prevenção de doenças como gripe, hepatite
A e varicela, as quais são de grande importância para estes
profissionais. Assim, um esquema vacinal especialmente direcionado para este grupo deveria constar das seguintes vacinas:
dT, tuberculose, tríplice viral, varicela, influenza, hepatite A e
B.
Código Trabalho: 415
Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DA TRANSMISSÃO VERTICAL
DO HIV EM PERNAMBUCO
Autores: GERLANE SILVA;EDVALDO SOUZA;REJANE FREITAS
Instituição: IMIP
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: Mais de 95% das crianças infectadas pelo HIV o
adquirem por via vertical (mãe-filho). A transmissão vertical
do HIV (TVHIV) é passível de prevenção eficaz e algumas
estratégias têm sido implementadas no Brasil para detecção
precoce e intervenção tendo como finalidade a diminuição da
TVHIV. Podemos citar como exemplos o oferecimento
rotineiro da testagem para o HIV no pré-natal e o Projeto
Nascer desenvolvido pelo Programa Nacional de DST/Aids. O
aumento no conhecimento do estado sorológico e uso de profilaxia efetiva têm reduzido a taxa de transmissão do HIV para
níveis em torno de 1% (0 a 2%). A cobertura de testagem para
o HIV não se apresenta de maneira uniforme no Brasil, a região
NE apresenta estimativa de cobertura de testagem em gestantes
de 31,3% (2004) e taxa de TVHIV de 11%(2002). Objetivos:
S116
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
O objetivo deste estudo foi descrever os desfechos (infectadas
e soro-reversão) do acompanhamento de crianças expostas ao
HIV verticalmente de acordo com ano admissão no SAE
Materno Infantil e Hospital-Dia do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de dados da
ficha de investigação de crianças expostas ao HIV acompanhadas no IMIP durante o período de janeiro de 2000 a
dezembro de 2005. Os desfechos principais estudados foram
estado de infecção e estado de não infecção. Foram consideradas crianças expostas verticalmente, qualquer criança cuja
exposição ao HIV tenha sido durante gestação/parto e/ou
amamentação por mulher HIV positiva independente da realização ou não de algum tipo de profilaxia para redução da
TVHIV. Resultados: De 2000 a 2005, foram acompanhadas
546 crianças expostas ao HIV e 102 se infectaram, taxa de
infecção de 18,7%. As taxas de infecção pelo HIV no grupo de
crianças expostas analisado de acordo com o ano de admissão
foi respectivamente de: 26,7% (12/45) em 2000, 29,2% (19/65)
em 2001, 14,1% (17/120) em 2002, 25,5% (28/110) em 2003,
15,6% (17/109 em 2004 e 9,3% (9/97) em 2005. Análise
usando o χ 2 (17,91 e p= 0,003) para tendência linear indica
tendência de diminuição a partir de 2003 com proteção máxima
em 2005 (OR 0,28).
Conclusões: Os resultados deste estudo demonstram que a
TVHIV está diminuindo a partir do ano de 2003. Estes dados
coincidem com a maior implantação e implementação de
rotinas para prevenção d a TVHIV no Estado e na Região.
Contudo, os níveis de redução mais efetivos ainda precisam ser
almejados e atingidos e devem ser indiretamente proporcional
ao grau de conhecimento do estado sorológico da genitora
durante a assistência pré-natal
Código Trabalho: 408
Título: TESTE RÁPIDO PARA HIV EM GESTANTES:
DESEMPENHO E VALOR PREDICTIVO POSITIVO
Autores: EDVALDO SOUZA;SONIA FIGUEIREDO;GERLANE
SILVA;MARIA ROSÁRIO MOURA;JOSEMAR MELLO NOBRE
Instituição: IMIP
Cidade/UF: OLINDA/PE
Resumo:
Introdução: O uso de teste rápido para HIV (TRHIV) na
admissão para o parto já se tornou exame de rotina em diversas
maternidades do país. Os TRHIV geralmente apresentam sensibilidade e especificidades elevadas, já estão com seu uso
padronizado e equipes bem treinadas para sua realização. O
resultado TRHIV reagente já permite o oferecimento de profilaxia da transmissão vertical do HIV. Contudo, o diagnóstico
definitivo de infecção pelo HIV requer confirmação com
exames adicionais (Fluxograma para Detecção de Anticorpos
Anti-HIV em Indivíduos com Idade Acima de 2 anos - PNDST/Aids- M.S). Objetivos: O objetivo do estudo foi de descrever a freqüência de resultados falso-positivos de TRHIV e
calcular o valor predictivo positivo de TRHIV em gestantes
admitidas na Maternidade do Centro de Atenção à Mulher
(CAM) do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de planilhas de controle de resultados
laboratoriais de TRHIV e fluxograma de exames confirmatórios durante o período de janeiro a dezembro de 2005.
Resultados: Durante o ano de 2005, foram admitidas 6.678
mulheres na Maternidade do CAM-IMIP, 3.672 (55%)
mulheres foram testadas com TRHIV (mulheres que não
tiveram estado sorológico para HIV identificado no pré-natal).
O TRHIV se revelou reagente em 27 gestantes (prevalência de
0,74). Dos 27 TRHIV reagentes, 18 (66,7%) realizaram exame
confirmatório segundo fluxograma do PN-DST/Aids, 07 (26%)
não realizaram coleta exame confirmatório e 02 (7,4) não
tiveram resultados do exame confirmatório. Dentre os 18
TRHIV com resultado de exames confirmatórios, 08 se revelaram positivos e 10 negativos, o que nos dá uma sensibilidade
de 100%, especificidade de 99,7% e um VPP de
44,4%.Conclusões: O conhecimento do estado sorológico para
infecção pelo HIV antes da admissão da maternidade ainda foi
baixo (45%) no decorrer de 2005. A prevalência de infecção
pelo HIV encontrada considerando somente os 08 testes
reagentes confirmados como positivo foi de 0,22. Os TRHIV
usados apresentaram sensibilidade e especificidade iguais às
referidas pelos fabricantes. Ao consideramos somente os 08
testes confirmados como realmente positivos e uma prevalência
de 0.2, o VPP esperado seria de 40%, compatível com os 44%
encontrados (p = 0,57). Finalizando, gostaríamos de reforçar a
Infectologia
necessidade de maior agilização na confirmação do estado
sorológico de gestantes e parturientes através de testes confirmatórios com resolução e resultados mais rápidos ou através de
algoritmo usando teste rápido confirmatório excludente
Código Trabalho: 717
Título: TROMBOSE DE VEIA JUGULAR INTERNA COMO
MANIFESTAÇÃO INICIAL DE TUBERCULOSE GANGLIONAR EM
CRIANÇA.
Autores: SAULO DUARTE PASSOS;CÉLIA MARTINS
CAMPANARO;BRUNA MEZAN ALGRANTI;ANA CRTISTINA L.
ASPRINO;AUDREY ELISE MALVESTITI;NINA COLAMEO DE A
PENTEADO
Instituição: ICB-USP / Faculdade de Medicina de Jundiaí
Cidade/UF: CAMPINAS/SP
Resumo:
Introdução: A tuberculose(TB) é um grave problema de Saúde
Pública. Na criança há dificuldades em seu diagnóstico
etiológico, sendo que muitas vezes é detectada por formas
extrapulmonares. Em raros casos, pode apresentar complicações como fenômenos tromboembólicos. Objetivos: Relatar
um caso de TB ganglionar que apresentou trombose de veia
jugular interna como primeira manifestação. Métodos: Relato
de caso. Resultados: MCL, feminina, 10 anos, apresentou
queda da própria altura, com trauma leve em região cervical,
evoluindo com tumoração dolorosa. No PSI foi constatada
massa cervical de 4,0 x 3,0cm, dolorosa, fria, fibroelástica e
móvel, e também, realizados exames: VHS:97; DHL:379;
anemia discreta e leucocitose sem desvio à esquerda; coagulograma normal. Ultrassom: trombose de veia jugular interna
esquerda, com linfadenomegalia à esquerda, com sinais de
recanalização. Recebeu tratamento com antibióticos. Nos
ambulatórios de Infectologia e Hematologia foram realizados
sorologias para TORCH (negativas), provas de função
hepáticas (normais), pesquisa de deficiência de proteína C e S
(negativas), BK no escarro (negativo), Rx tórax (normal) e PPD
de 17mm. A biópsia ganglionar mostrou focos supurativos e
acúmulos de células xantomatosas. Apesar da epidemiologia
para TB familiar e para zoonoses serem negativas, a mãe relata
que a paciente teve contato com pacientes adultos tuberculosos,
na sala de espera da UBS, por 2 horas antes das consultas, por
cerca de 4 meses. Das formas de TB extrapulmonares, as pleurais são mais frequentes, seguidas das formas ganglionares. A
TB predispõe à síndrome de hipercoagulabilidade que poderia
explicar a trombose. O único dado epidemiológico encontrado
foi o contato na sala de espera. Na literatura há relato de um
paciente com TB pulmonar não diagnosticada, internado na
UTI, que infectou profissionais de saúde durante uma
exposição de 150 minutos. Foi feito diagnóstico diferencial
com Síndrome de Lemierre, que se caracteriza por infecção de
orofaringe aguda, tromboflebite supurada de veia jugular
interna e infecções disseminadas. O estado de hipercoagulabilidade em TB é discutido na literatura, porém, complicações
vasculares associadas à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis têm sido raramente relatadas em crianças. Conclusões: O
diagnóstico da TB na infância constitui um desafio. O que se
dispõe é a valorização dos dados indiretos, como o quadro
clínico-radiológico, o teste tuberculínico e a história de
contágio com adulto tuberculoso. Embora a associação de TB
com fenômenos tromboembólicos seja rara, foi a trombose a
primeira manifestação, possibilitando o diagnóstico neste caso.
Código Trabalho: 525
Título: TUBERCULOSE EM UMA COORTE DE CRIANÇAS
INFECTADAS PELO HIV
Autores: SUENIA VASCONCELOS BELTRAO;DAISY MARIA
MACHADO;AIDA BARBOSA GOUVEA;KELLY SIMONE
CUNEGUNDES;ALEX BARROS;REGINA CELIA DE MENEZE SUCCI
Instituição: Universidade Federal de São Paulo
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: A tuberculose (Tbc) permanece um problema de
enormes proporções em todo mundo, agravado nos últimos
anos pela interação Tbc/HIV. A infecção pelo HIV aumenta o
risco de tuberculose ativa em crianças infetadas pelo M. tuberculosis, e favorece o acometimento extrapulmonar. Objetivos:
1) Avaliar a freqüência de tuberculose em crianças infectadas
pelo HIV 2) Descrever as características clínicas, imunológicas
e radiológicas desse grupo. Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 181 crianças infectadas pelo HIV acompanhadas
no Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia
Pediátrica da UNIFESP, no período de 1994 a 2005. Aspectos
clínicos, laboratoriais e radiológicos foram descritos durante os
episódios de tuberculose. Resultados: A mediana das idades na
época dos episódios de tuberculose e idades atuais foram de 5,2
e 13,3 anos, respectivamente. Durante o período estudado,
houve 20 casos de tuberculose (20/181=11%): 14 Tbc
pulmonares(14/20 =70%), 2 Tbc ganglionares (2/20=10%), 2
meningo Tbc(2/20=10%),
2 Tbc
pulmonares
+
ganglionares(2/20=10%). Dezenove crianças usavam apenas
uma droga anti-retroviral (monoterapia) na época da tuberculose e uma usava esquema duplo; a mediana dos valores de
CD4 foi de 319 cel/mm3: 11/20 (55%) apresentaram comprometimento imunológico grave, 3/20 (15%) comprometimento
moderado, 1/20 (5%) sem comprometimento imunológico e
5/20 (25%) não tinham valores de CD4 disponíveis na época da
tuberculose.Os sinais/sintomas mais descritos foram
hepato/esplenomegalia (15/20;75%), poliadenomegalia
(12/20;60%), tosse (10/20;50%), febre ( 8/20;40%). Catorze
crianças fizeram testes tuberculínicos (PPD) por ocasião do
diagnóstico:10(71,4%)= não reatores (0mm) e 4 (28,6%)=
reatores fortes (>9mm).Os achados radiológicos mais descritos
foram: padrão intersticial difuso= 4/15(26,6%), infiltrado
basal= 4/15(26,6%), adenomegalia hilar= 5/15 (33,3%),
imagens de condensação = 3/15(20%), padrão miliar=
2/15(13,3%).Todas as crianças apresentaram boa resposta ao
tratamento para tuberculose, com mediana dos valores de CD4
pós-tratamento= 495 cel/mm3. Conclusões: A freqüência de
tuberculose na coorte estudada foi de 11%, ocorrendo principalmente na época em ainda eram usados esquemas anti-retrovirais menos potentes (monoterapia ou terapia dupla). A
maioria dos episódios ocorreu em crianças com comprometimento imunológico grave ou moderado e a localização
pulmonar foi a predominante. Os achados clínicos mais
freqüentes se confundem com os da própria infecção pelo HIV,
confirmando a necessidade de vigilância constante para tuberculose nesse grupo de crianças.
Código Trabalho: 39
Título: TUBERCULOSE GANGLIONAR PERIFÉRICA NA
INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Autores: ALINE DA GRAÇA FEVEREIRO;LETÍCIA
MENDES;DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARTHA VIVIANE
GALEANO GALLO;BRUNA GOMES CONDÉ;MARIA CRISTINA
KORBAGE ARAÚJO
Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus
Cidade/UF: SÃO BERNARDO CAMPO/SP
Resumo:
Introdução: A tuberculose ganglionar periférica, incomum na
infância, é caracterizada por adenomegalia preferencialmente
cervical, de evolução lenta, quase sempre maior que 2,5 cm,
diagnosticada pela pesquisa direta do bacilo álcool ácido
resistente no gânglio. Objetivos: Relatar um caso de tuberculose ganglionar em paciente previamente imunizado. Relato do
caso: EFAT, 4 anos, negro, natural e procedente de São Paulo,
morador de casa de apoio até 30 dias antes do inicio do quadro,
deu entrada neste serviço com história de tumoração em região
cervical há 6 dias associado a febre não aferida e em uso de
antibiótico por 5 dias. Ao exame encontrava-se em REG, descorado +/ 4+, hidratado, afebril, ativo-reativo peso e estatura
adequados para a idade (P= 16,1 kg e E= 104 cm), com
tumoração de 6cm X 5cm em região cervical anterior direita,
móvel, fibroelástico com hiperemia e aumento da temperatura
local e cicatriz de BCG presente em braço direito. Exames
subsidiários: HMG: Hb: 11,2g/dl, Ht: 33,4%, Leucócitos:
11.300 (2%/ 71%/ 3%/ 0%/ 20%/ 0%). Radiografia de tórax
sem alteração. Sorologias para CMV, EBV, Toxoplasmose e
HIV negativas. USG com numerosas linfoadenomegalias com
até 3,5 cm de diâmetro. Realizado punção cervical para elucidação diagnóstica com resultado positivo de BAAR (bacilo
álcool ácido resistente) no aspirado, fechando o diagnóstico.
Recebeu alta no 14 dia de internação em BEG, afebril, com
redução da tumoração em região cervical anterior direita para
2,5cm X 2cm, recebendo Esquema I (rifampicina 10mg/kg/dia,
isoniazida 10mg/kg/dia e pirazinamida 35mg/kg/dia) como
tratamento por 6 meses que será supervisionado na UBS
próxima a sua residência. Nos antecedentes refere ausência de
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S117
Infectologia
contato prévio com portador de tuberculose.
Conclusões: A tuberculose ganglionar deve ser considerada no
diagnóstico diferencial das adenomegalias periféricas, apesar
de ser evento raro na infância.
Código Trabalho: 14
Título: USO DE REAL-TIME PCR PARA ACOMPANHAMENTO E
PROGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM LEISHMANIOSE VISCERAL
Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE
SILVANY;ELVES PIRES MACIEL;ARABELLA BESTELLI;SIMONA
BOSSOLASCO;EDSON DUARTE MOREIRA
Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: O calazar é um problema de saúde pública em
nosso país, com alta morbidade e mortalidade, principalmente
em crianças. Mesmo com tratamento recomendado, ainda são
descritos falha terapeutica em 15% dos casos e letalidade de
15%. Não existem metodos disponiveis que possam predizer o
resultado terapeutico. Portanto, propomos validar o uso de
Real- time PCR para o acompanhamento e prognóstico do
calazar. Métodos: Estudo prospectivo, incluindo 53 crianças
com diagnóstico confirmado de calazar (sorologia ou mielograma), entre nov/2003 a Fev/2005. Coletados dados clínicos e
laboratorias e realizado Real-time PCR, de amostras de medula
ossea (admissão) e de sangue total (adimissão e a cada semana
de tratamento). Resultados e Comentários: A média de idade
foi 4,5 ± 3,9 anos, e 51% do sexo feminino. Os principais sinais
e sintomas foram febre (98%) esplenomegalia (94%),
hepatomegalia (92%) e linfadenomegalias (62%) e as alterações laboratoriais anemia (100%), plaquetopenia (80%),
leucopenia (68%) e hiperglobulinemia (83%). A principal
complicação foi infecção bacteriana secundária (43%).
Observou-se resposta completa ao tratamento em 79%, resposta
parcial com necessidade de prolongamento de tratamento em
5.6%, recidiva em 5.6% e óbito em 9.4% dos casos. A sensibilidade do PCR quantitativo em sangue foi 86%. Uma curva de
PCR quantitativo mostrou queda semanal progressiva da carga
parasitária, com negativação no 14º dia nos pacientes que
evoluíram para cura, e manutenção de PCR detectavel nos
pacientes com recidiva ou resposta parcial (83% no 14º dia e
16% no 21º dia). Um PCR negativo no 14º dia de tratamento
foi preditor de cura em 100% dos casos. Conclusões: O teste
de Real-time PCR em amostras de sangue de crinaças com
calazar demostrou boa sensibilidade e desempenho, servindo
como marcador de resposta terapêutica. O teste pode ser util
para predizer casos de recidiva e resposta parcial, com necessidade de prolongamento de tratamento.
Código Trabalho: 745
Título: UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTICOTERPIA EM CRIANÇAS
INTERNADAS COM QUADRO DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
VIRAL AGUDA EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NA CIDADE DE
SÃO PAULO
Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA
CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN
FAPESP GRUPO IAL
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Pau
Cidade/UF: SAO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é responsável por um grande número de internações anuais em crianças
pequenas e lactentes, levando a quadros de bronquiolite e pneumonia. Essas crianças são freqüentemente tratadas com antibioticoterapia e uso de corticóides, mesmo sem respaldo da literatura vigente. Objetivos: Avaliar a incidência da utilização de
antibioticoterapia em crianças internadas por quadros de bronquiolite e pneumonias sabidamente desencadeadas pelo VSR.
Métodos: Durante o período de fevereiro de 2005 e janeiro de
2006, foram colhidas amostras de secreção de rinofaringe de
crianças menores de cinco anos internadas em nosso serviço
com quadro de infecção respiratória aguda. Os dados foram
confrontados com os prontuários deste pacientes, levando-se
em conta a utilização ou não de antibiótico e a correlação com
a presença ou não de febre, com os hemogramas (HMG) e
proteínas C reativa (PCR) coletados. Foi considerado
hemograma infeccioso aquele que apresentasse leucócitos
S118
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
acima de 15000, ou menor que 5000, ou com mais que 10% de
células imaturas. Foi considerado PCR significativo para
infecção não viral, aqueles acima de 2,0. Resultados: Das 191
amostras colhidas, 49 (25,6%) foram positivas para VSR.
Destes pacientes, 31 (63,2%) receberam antibioticoterapia
durante a internação, sendo que destes, somente 15 (48,3%)
tinham na entrada hemograma infeccioso, 10 (20,4%) tinham
PCR acima de 2,0 e 38 pacientes (61,2%) apresentaram febre
na história ou durante a internação. O antibiótico mais freqüentemente prescrito foi a Ampicilina, seguida pela Eritromicina e
pelo Ceftriaxone. Conclusões: Mesmo em pacientes internados, com etiologia viral confirmada para infecção respiratória aguda, e sem evidências laboratoriais de complicações
bacterianas, a utilização de antibióticos é alta.
Código Trabalho: 654
Título: VALOR PREDITIVO POSITIVO DA PRESENÇA DE IGM
ANTI-CMV COMO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO RECENTE EM
PARTURIENTES
Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;BEATRIZ RIBEIRO DOS
REIS;ANA PAULA COSTA;LARA PEREIRA;NATÁLIA
MELLO;MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO
Instituição: UFRJ / Cryopraxis Criobiologia - Rio de
Janeiro-RJ
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O sangue de cordão umbilical e placentário
(SCUP) é importante fonte de células-tronco. Bancos de cordão
umbilical seguem resolução nº 153/04 da ANVISA, que institui
realização de sorologias em parturientes, inclusive IgG e IgM
anti-citomegalovírus (CMV). Objetivos: Avaliar o valor preditivo positivo (VPP) da presença de IgM anti-CMV como diagnóstico de infecção recente em parturientes que optaram por
armazenar SCUP em um banco privado de criopreservação.
Métodos: Estudo descritivo e transversal. A análise
compreendeu amostras coletadas no período de outubro de
2004 a novembro de 2005 de parturientes que optaram pelo
armazenamento do SCUP em um banco de criopreservação.
Foram 3206 amostras analisadas. Os critérios de inclusão
foram: apresentar IgM anti-CMV positiva no momento do parto
e concordar em participar do estudo. Os médicos e/ou respectivas pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram
contactados por telefone e/ou e-mail, objetivando conhecer o
status sorológico para CMV em datas anteriores à gestação e
parto. Classificamos como sendo infecção recente toda parturiente que apresentasse IgG e IgM positivas, ou apenas IgM positiva, e que nos nove meses anteriores ao parto apresentavam,
comprovadamente, IgG e IgM negativas. Consideramos como
infecção antiga todo caso que tivesse IgG e IgM positivas no
momento do parto, mas que apresentasse: IgG anti-CMV positiva e IgM negativa em qualquer momento da gestação ou antes
de engravidar; IgG e IgM positivas para CMV antes da
gestação atual. Também foram consideradas infecções antigas
os casos sem testes antes da gestação, mas que mantiveram IgG
e IgM reagentes após o parto e cujo bebê mostrou-se não
reagente aos 6 meses de vida. Foi mantido o sigilo em relação à
identidade das gestantes, assim como dados pessoais de qualquer natureza. Considerado como VPP a proporção de
verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. Resultados: Dentre as 3206 amostras analisadas para
CMV, 28 apresentaram IgM anti-CMV positiva no momento do
parto. Doze pacientes foram excluídas (4 por impossibilidade
de contato telefônico / e:mail, 6 por não terem sidos testadas
para CMV em épocas remotas, 2 por não saberem informar
acerca de sorologias prévias). Das 16 amostras passíveis de
análise, 5 (31,3%) foram consideradas infecções recentes e 11
(68,7%) antigas. Na presente casuística o VPP da presença de
IgM anti-CMVpara infecção recente foi de 31,3%.
Conclusões: A presença de IgM anti-CMV em parturientes
nessa casuística foi considerada como infecção recente apenas
em 31,3% dos casos analisados. O VPP baixo de IgM antiCMV reagente como diagnóstico de infecção recente reforça a
necessidade de sorologias durante a gestação, e nos casos duvidosos complementar a investigação com testes de avidez para
IgG.
Arquivos de Pediatria
Neonatologia
Neonatologia
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S123
Neonatologia
Código Trabalho: 1031
Título: A PRESENÇA DE NEUTRÓFILOS ESTÁ ASSOCIADA COM
A PRESENÇA DE HEMÁCIAS NO LÍQUOR NORMAL DE RECÉMNASCIDOS DE ALTO RISCO
Autores: OTÁVIO AUGUSTO MORENO-CARVALHO;CRISTIANA
MARIA NASCIMENTO-CARV;MARIA REGINA ALVES
CARDOSO;LICIA MARIA OLIVEIRA MOREIRA;KATIACI
ARAÚJO;ROSANA PELEGRINI
Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA
Cidade/UF: SALVADOR/BA
Resumo:
Introdução: Neutrófilos são comumente encontrados no liquor
de Recém-nascidos (RN) (idade < 28dias). Objetivos: avaliar a
associação da presença de neutrófilos com a presença de hemácias em líquor não infectado de RN, com risco de Infecção do
Sistema Nervoso Central (SNC). Métodos: As fichas dos RN
que foram submetidos à punção lombar entre Abril / 2003 e
Dezembro / 2005 no Laboratório de Líquor da Fundação José
Silveira, em Salvador, foram revistas para coleta de dados
clínicos e liquóricos. O exame do líquor foi realizado por
técnicas de rotina. Foram considerados prematuros os RN cujas
idades gestacionais eram < 38 semanas. Resultados: De 213
exames, 44 foram excluídos devido à hemorragia do SNC
(n=14), infecções congênitas (n=6), ausência de informação
(n=9), contagem global de células > 50/mm3 (n=4), anomalias
do SNC (n=4), meningite bacteriana (n=1), contagem de hemácias > 12,000/mm3 (n=1), proteína liquórica > média+2.5DV
(n=5). A média da idade (dias) foi 6 ± 6(mediana 4, 0-26) no
grupo a termo(T) (N=71) e 7 ± 7(mediana 4, 0-24) entre os
prematuros (PT) (N=99). A média da idade gestacional dos PT
(semanas) foi 33 ± 3(mediana 33, 25-37). A diferença na
concentração da proteína entre T e PT foi 77 ± 29 vs 103 ± 32,
95%Intervalo de Confiança (IC) da Diferença da média (DM)
17-36, p < 0,001. A diferença de células (células/mm3),
contagem absoluta de neutrófilos (CAN), glicose não foi significante: células 8 ± 7 vs 9 ± 8, p = 0,25; CAN 0,43 ± 1,22 vs
0,59 ± 1,53, p = 0,48; glicose 44 ± 11 vs 48 ± 20, p = 0,16.
Hemácias estavam presentes em 75,7% (128/169) (média 468
± 1.530, mediana 40, 0-12.000). Neutrófilos estavam presentes
em 50,3% (85/169). A presença de neutrófilos estava associada
a presença de hemácias (58,6% vs 24,4% (p<0,001). Por
regressão linear múltipla, correlação positiva foi encontrada
entre CAN e hemácias (coeficiente 0,27, p < 0,001, 95%IC
0,17-0,37) e correlação negativa foi encontrada entre proteína e
idade gestacional (coeficiente -1,31, p<0,001, 95%IC -1,91 a 0,70) e proteína e idade (coeficiente -0,02, p = 0,13, 95% IC 0,05 - 0,007, limítrofe). Conclusões: Hemácias são freqüentes
no líquor de RN; a presença de hemácias está associada com a
presença de neutrófilos no líquor normal de RN, estando a
contagem independentemente correlacionada com a CAN. Este
achado sugere que os neutrófilos encontrados em líquor normal
de RN possam parcialmente decorrer de trauma mínimo
durante a punção lombar. A concentração de proteína diferiu
significativamente entre T e PT, enquanto que a citologia
global, a CAN e a concentração de glicose são similares.
Código Trabalho: 301
Título: A VALIDADE DA IDADE GESTACIONAL ESTIMADA PELO EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO
PARA UTILIZAÇÃO EM TRABALHOS CIENTÍFICOS.
Autores: JOSÉ LUIZ M BANDEIRA DUARTE;MICHAEL
REINCHENHEIN;JOANA LIMA PATROCINIO;DÉBORA
SILVEIRA PEREIRA
Instituição: HUPE - FCM - IMS (UERJ). E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: O uso progressivo e rotineiro da avaliação da
idade gestacional pelo exame físico do recém-nascido nas
unidades neonatais brasileiras com desprezo da informação da
DUM e USG gestacional. Objetivos: Determinar a confiabilidade do escore de New Ballard e a sua validade para diagnosticar prematuridade, Métodos: O estudo aferiu a confiabilidade
intra e inter-examinador, realizado por dois examinadores, do
escore de New Ballard com a avaliação da DUM (considerado
padrão ouro) e a sua validade em diagnosticar prematuridade.
Os examinadores receberam treinamento prévio quanto à forma
correta de se aplicar o escore e como proceder na dúvida.
Foram realizadas duas avaliações antes de 24h de vida e entre
S124
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
24 e 72h. Os examinadores desconheciam a historia do RN
durante o primeiro exame. Resultados: A confiabilidade intraexaminador mostrou ser excelente 0.79 (primeiro examinador)
e 0.89 (segundo). Quanto a confiabilidade inter-examinador
mostrou ser aceitável, 0.40 e 0.60 (primeiro e segundo examinador respectivamente). A confiabilidade entre os examinadores e a DUM foi aceitável 0.63 e 0.73 (primeiro e segundo
examinador respectivamente). A confiabilidade foi excelente
(0.78) entre DUM e USG22sem(realizado anterior a 22 semana
gestacional). A confiabilidade inter-examinador foi maior para
o componente somático. A confiabilidade foi maior em RN de
baixo peso. A aferição da validade mostrou discordância nos
resultados do primeiro e segundo exame, a sensibilidade (0.90
e 0.85 respectivamente) maior que a especificidade (0.68 e 0.76
respectivamente) com o primeiro examinador. O segundo
examinador mostrou a sensibilidade (0.60 e 0.49) menor que a
especificidade (0.97 e 0.95). A USG22sem mostrou a melhor
validade, 0.87 (sensibilidade) e 0.93 (especificidade).
Conclusões: A confiabilidade do método foi considerada
aceitável e a validade para diagnosticar prematuridade mostrou
resultado discordante, não se comportando como método fiel e
confiável. A avaliação pelo ultra-som anterior a 22a semana
gestacional mostrou ter maior confiabilidade e validade. Sendo
recomendada a utilização do escore de New Ballard exclusivamente na impossibilidade do conhecimento de certeza da DUM
e da USG gestacional. Os trabalhos científicos, com a aferição
da idade gestacional importante no seu desenvolvimento, e esta
estimativa aferido pelo exame físico do RN, os dados do RN
apenas teriam sua inclusão, na impossibilidade da informação
pela gestante ou parturiente sobre a DUM e USG com sua data
de realização.
Código Trabalho: 538
Título: ABORDAGEM DA INCIDÊNCIA E IMPORTÂNCIA DA
TRIAGEM NEONATAL NO ESPÍRITO SANTO COMO MEDIDA
PREVENTIVA
Autores: BRUNELLA SAITER;ELIZABETH PASSAMANI;SARAH
FARDIN OLIVEIRA;SAMIA GOULART;SILVIA MOTTA
CORREA;TEREZINHA SARQUIS CINTRA
Instituição: APAE Vitória - Serv. de Triag. Neonatal do ES
Cidade/UF: VITÓRIA/ES
Resumo:
Introdução e Objetivos: A Triagem Neonatal - Teste do
Pezinho - foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no
ano de 1990 e a portaria GM/MS nº822, de 06/06/2001 criou o
Programa Nacional de Triagem Neonatal, que normatiza o
direito de todo recém nascido fazer o exame, confirmar o diagnostico, ter acesso ao tratamento e acompanhamento especializado. No Espírito Santo a triagem para Fenilcetonúria e
Hipotireoidismo Congênito foi iniciada em 1992 e em 2001 foi
incluído as Hemoglobinopatias. Atualmente a APAE Vitória é o
Serviço de Referência em Triagem Neonatal - Fase II. O nosso
objetivo é demonstrar a cobertura da Triagem Neonatal e a
incidência de Fenilcetónuria, Hipotireoidismo Congênito e
Hemoglobinopatias no ES. Métodos: São colhidas amostras
de sangue em papel filtro S&S 903 por punção no calcanhar em
recém nascidos, sendo o período ideal para realização do
exame a primeira semana de vida. A coleta é realizada nas
Unidades de Saúde por profissionais especialmente treinados.
A reconvocação dos casos com resultados anormais é realizada
através do sistema de busca ativa, imediatamente após a liberação do resultado pelo laboratório. Resultados: A cobertura
estadual é de 92%. A incidência de Fenilcetonúria é de
1/28.000, do Hipotireoidismo Congênito é de 1/2.380 e da
Doença Falciforme é de 1/1.860. Conclusões: A implementação de campanhas educativas, abordando a importância da
prevenção através da Triagem Neonatal é necessário, para atingirmos a meta de 100% de cobertura. A incidência da doença
falciforme e sua elevada morbi-mortalidade justifica o diagnóstico e tratamento preventivo, com objetivo principal de
melhorar da qualidade de vida dos pacientes e proporcionar o
aconselhamento genético aos familiares; assim como a
prevenção da deficiência mental através do diagnóstico e tratamento precoce da Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito.
Neonatologia
Código Trabalho: 1285
Título: ANALGESIA COM SOLUÇÃO GLICOSADA ORAL PARA
RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS NA COLETA DE EXAMES
Autores: MITSURU MIYAKI;REGINA V. CAVALCANTE
SILVA;DANIELLE HAICK TAVARES;MÔNICA CAT
Instituição: Un. Terapia Iintensiva Neonatal Hosp. UFPR
Cidade/UF: CURITIBA/PR
Resumo:
Objetivos: Validar as respostas fisiológicas e comportamentais
na avaliação da dor no prematuro submetido a punções capilares e arteriais. Identificar o efeito analgésico da glicose 25%
na dor do prematuro. Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego e controlado com 40 RN internados na
Unidade Neonatal do HC-UFPR, com PN < 2.000g que necessitaram de coleta de sangue, por punção arterial ou capilar.
Como parâmetros comportamentais foram avaliados as escalas
de ATTIA modificada, Sistema de Codificação da Atividade
Facial Neonatal (NFCS), mímica facial descrito por MacGrath;
e como fisiológicos a saturação de oxigênio, freqüência
cardíaca e respiratória. As avaliações foram realizadas 2
minutos antes, durante e 3 minutos após a punção e, a administração oral de glicose ou água destilada, logo após a primeira
avaliação da dor. Resultados: vinte e dois RN eram do sexo
masculino, PN de 1383,87 ± 384,41g e idade gestacional de
30,63 ± 2,89 semanas. Notou-se aumento da freqüência
cardíaca e diminuição da saturação durante o procedimento, de
forma semelhante nos dois procedimentos (punção arterial e
capilar) e nos grupos (glicose e placebo) (p = 0,04). Houve uma
diminuição do escore de ATTIA modificado durante a coleta
(p= 0,0001), mais acentuada no grupo placebo e no procedimento capilar (p= 0,04). O NFCS aumentou de forma significativa durante os dois procedimentos (p= 0,04), mas de forma
mais intensa na punção capilar e no grupo controle. O escore
de McGrath aumentou durante o procedimento e de forma
semelhante nos dois grupos. Conclusões: As variáveis fisiológicas, com exceção da freqüência respiratória, identificaram a
presença de dor no RN prematuro. As escalas de ATTIA modificada e NFCS demonstraram o efeito analgésico da glicose
25% somente na punção capilar. Portanto, a oferta de solução
glicosada é uma estratégia simples, disponível e segura em RN
prematuros estáveis e recomenda-se sua incorporação nos
cuidados de rotina das unidades neonatais. Recém-nascido
prematuro, avaliação da dor, analgesia, glucose. premature
infant, pain measurement, analgesia, glucose
Código Trabalho: 384
Título: ANÁLISE CLÍNICO-LABORATORIAL DA
HIPERBILIRRUBINA NEONATAL NO ALOJAMENTO CONJUNTO
DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ.
Autores: AURIMERY GOMES CHERMONT;EMERNICE MORAES
BRITO SANTOS;HIRLENA GOMES ALMEIDA;LUCIANA CARVALHO
ALMEIDA;SALMA SARATY MORAES;ALEXANDRE LOPES MIRALHA
Instituição: Universidade Federal do Pará - UFPA
Cidade/UF: ANANINDEUA/PA
Resumo:
Introdução: A icterícia neonatal é o problema que mais
frequentemente desafia os médicos, manifestando-se 50-70%
dos recém-nascidos a termo durante a primeira semana de vida.
Objetivos: Analisar se a avaliação visual através das zonas de
Kramer realizadas por neonatologistas corresponde aos resultados laboratoriais encontrados nos recém-nascidos a termo
admitidos no Alojamento Conjunto de uma maternidade de
nível terciário. Métodos: Estudo prospectivo transversal realizado através do preenchimento de um questionário padrão
com dados dos recém-nascidos a termo que manifestaram
icterícia neonatal dentro das primeiras 48h de vida, em uso de
leite materno exclusivo, no período de Junho a Dezembro de
2004. Os resultados foram submetidos à análise estatística pelo
método Qui-quadrado com p < 0,05. Resultados: Dos 141
pacientes com icterícia neonatal observada antes das primeiras
48h de vida, apenas 14,18% (n=20) recém-nascidos tiveram
acompanhamento visual e laboratorial (nível de Bilirrubina)
nos dois dias de observação clínica. No primeiro dia de observação da icterícia, apenas um recém-nascido foi enquadrado na
Zona I e Zona intermediária de baixo risco (ZIBR); quatro
recém-nascidos enquadrados na Zona II, sendo que encontravam-se na Zona de baixo risco (ZBR) e dois na Zona intermediária de alto risco (ZIAR); nove recém-nascidos na Zona
III, três estavam na ZBR, dois na ZIBR e três na Zona de alto
risco (ZAR); cinco recém-nascidos na Zona IV, três encontravam-se na ZIBR e dois na ZIAR; e o único recém-nascido
que se enquadrava na Zona V, estava na ZBR. No segundo dia,
nenhum recém-nascido encontrava-se na Zona I; dois estavam
na Zona II, sendo que um encontrava-se na ZBR e outro na
ZAR; quatro recém-nascidos enquadrados na Zona III, dois
estavam na ZBR, um na ZIBR e um na ZIAR; nove recémnascidos estavam na Zona IV, um na ZBR, seis na ZIBR, um na
ZIAR e um na ZAR; cinco recém-nascidos na Zona V, dois
encontravam-se na ZBR, um na ZIBR, um na ZIAR e um na
ZAR. Não houve significância estatística entre os grupos do
primeiro e do segundo dia. Conclusões: Avaliando a
comparação realizada entre Kramer e Bhutani, observou-se que
a análise visual apresentou falhas, não correspondendo aos
valores laboratoriais relativos ás zonas do normograma de
Bhutani.
Código Trabalho: 360
Título: ANÁLISE DESCRITIVA DE 27 CASOS DE
TOCOTRAUMATISMO FETAL
Autores: BRENO FAUTH ARAÚJO;HELEN ZATTI;JOSÉ MAURO
MADI;FRANCINE HENH OLIVEIRA;SANDRA MARIA BAY;MAIRA
SOARES DE CARLI
Instituição: Hospital Geral de Caxias do Sul-UCS
Cidade/UF: CAXIAS DO SUL/RS
Resumo:
Introdução: Apesar da melhoria nas condições de atendimento
obstétrico ocorrida nas últimas décadas, os tocotraumatismos
continuam representando uma parcela importante da patologia
neonatal. Objetivos: Analisar a incidência e aspectos epidemiológicos relacionados ao tocotraumatismo fetal (TF) na população usuária da Maternidade do Hospital Geral. Métodos:
Estudo prospectivo, observacional, realizado no período de
19/7/2004 a 27/10/2005. De um total de 1812 nascimentos,
foram excluídos todos os casos de malformação fetal e gemelaridade. Os dados obstétricos e perinatais foram inseridos no
SPSS-PC 12.0 e as avaliações estatísticas foram realizadas
mediante a identificação das médias, desvios padrões e
percentuais. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade. Resultados: Foram observados 27
casos de TF (1,5%) sendo que 25 ocorreram por ocasião de
parto vaginal (93%) e dois (7%), após operação cesariana. A
idade materna média foi de 25,2±5,6 anos (17-35). Quanto à
paridade, 92,6% dos casos relacionaram-se a no máximo dois
filhos. O peso fetal foi considerado adequado para a idade
gestacional (AIG) em 15 casos (55,6%), grande para a idade
gestacional (GIG) em 10 casos (37%) e pequeno para a idade
gestacional (PIG) em 2 casos (7,4%). Quanto ao tipo, as lesões
foram consideradas superficiais (n=2; 7,4%), leves (n=17;
63%), moderadas (n=5; 18,5%) e graves (n=3; 11,1%). A
fratura de clavícula foi o tocotraumatismo mais incidente
(n=14; 52%; 7 GIG e 7 AIG), seguido do cefaloematoma (n=5;
18,5%; 4 AIG e 1 GIG). A imobilização e o acompanhamento
foram os tratamentos propostos mais observados. Conclusões:
A despeito da baixa incidência, os casos de TF estiveram relacionados às gestantes primíparas e secundíparas. Os TF do tipo
leve e superficial foram os mais observados (n=19), prevalecendo a fratura de clavícula.
Código Trabalho: 412
Título: ASSISTÊNCIA À RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO
PESO EM SALA DE PARTO: REANIMAÇÃO E PROGNÓSTICOO
Autores: ALICE MARIA KIY;ANA KARINA C. DE LUCA;ADRIANA
SAITO;JULIANA BOTTINO;JULIANA CARVALHO
CONSTANTINO;LÍGIA MARIA S.S. RUGOLO
Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu-HC-UNESP
Cidade/UF: BOTUCATU/SP
Resumo:
Introdução: A assistência adequada ao recém-nascido (RN)
em sala de parto é de extrema importância para prevenir o óbito
neonatal e o estabelecimento de lesões, podendo comprometer
o desenvolvimento neuro-psicomotor e a morbidade infantil.
Objetivos: Analisar a necessidade de reanimação neonatal em
sala de parto em RN de muito baixo peso (MBP) e o risco de
hemorragia peri-intraventricular (HPIV) naqueles com APGAR
de primeiro minuto < ou= 3. Métodos: Estudo observacional,
de corte transversal em base populacional, em todos os RN
MBP(peso de nascimento < ou = 1500g) internados no período
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S125
Neonatologia
de 01/04/2004 à 31/05/2006. As variáveis: tipo de parto,
APGAR (1º e 5º minutos), manobras de reanimação neonatal
(ventilação com pressão positiva-VPP, intubação orotraquealIOT, massagem cardíaca e uso de drogas) foram comparadas
em dois grupos de pacientes: peso de nascimento <1000g e >
ou = 1000g. Correlacionou-se a presença de HPIV com
APGAR de 1º minuto < ou = 3. Os testes estatísticos utilizados
foram t de Student e Mann-Whitney, com significância de 5%.
Resultados: Foram estudados 137 RN MBP, sendo 43 (31%)
com peso de nascimento <1000g. O tipo de parto predominante
foi a cesárea (56%), 27% apresentou APGAR de 1°minuto < ou
= 3, sem diferença estatisticamente significante nos dois
grupos. No 5º minuto, apenas 15% apresentou APGAR < ou =
. As manobras de reanimação na sala de parto foram mais
freqüentes no grupo <1000g. A comparação entre os dois
grupos (<1000g x > ou = 1000g) mostrou: maior necessidade
de VPP (91% x 64,4% p<0,001) e IOT (79% x 33% p<0,001)
nos <1000g. A HPIV ocorreu em 35% daqueles que tiveram
APGAR de 1ºminuto < ou = 3. Conclusões: RN de extremo
baixo peso (<1000g) são de alto risco para asfixia ao nascimento e, portanto há necessidade de equipe neonatal treinada
para iniciar a reanimação neonatal. O APGAR de 1º minuto <
ou = 3 colabora no aumento da incidência de HPIV, piorando o
prognóstico desses pequenos prematuros.
Código Trabalho: 382
Título: AVALIAÇÃO DA DOR EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO
COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS SUBMETIDOS A
PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS DE ROTINA.
Autores: AURIMERY GOMES CHERMONT;IVETE FURTADO;LUIZ
FÁBIO MAGNO FALCÃO;ANDRÉ GUSTAVO GUIMARÃES;SALMA
SARATY MALVEIRA;ANABELA NASCIMENTO MORAES
Instituição: Universidade Federal do Pará - UFPA
Cidade/UF: ANANINDEUA/PA
Resumo:
Introdução: Nascer tornou-se um processo doloroso, devido a
maior preocupação com a doença do que com o estresse e o
desconforto do recém-nascido. Atualmente, existem escalas
que podem ser usadas na avaliação da dor neonatal. A
Fisioterapia respiratória pode interferir em fenômenos
dolorosos de origens diversas que o Fisioterapeuta deve reconhecer e considerar de tal forma a adaptar sua técnica.
Objetivos: Avaliar por meio de escalas comportamentais de
dor, recém-nascidos a termo (RNT) com distúrbios respiratórios submetidos a dois procedimentos fisioterapêuticos de
rotina. Métodos: sessenta (60) RN's foram distribuídos em
dois grupos. Um grupo recebeu a manobra de Estimulação
Diafragmática Manual (EDM) e o outro grupo, a
Vibrocompressão Torácica Manual (VTM). Posteriormente,
cada grupo foi dividido em Masculino e Feminino para a avaliação das escalas de dor: Neonatal Infant Pain Scale (NIPS) e
Neonatal Facial Coding System (NFCS) em todos os pacientes
estudados. Tais escalas foram aplicadas antes, durante e dois
minutos após a execução das manobras, considerando-se
presença de dor quando a pontuação foi superior a três.
Resultados: Somente a mediana durante a manobra de VTM
foi compatível com a pontuação de dor (pontuação=4) mediante a aplicação das escalas NIPS e NFCS, quando comparada
com a manobra de EDM. Em relação ao sexo, o masculino
apresentou mediana maior (mediana=4) quando comparado ao
Feminino (mediana=3), durante a realização da VTM para
ambas as escalas. Além disso, verificou-se maior número de
neonatos que apresentaram dor durante a aplicação da VTM
(53,3%) quando comparada à manobra de EDM (23,3%) mediante analisa da escala NIPS. Conclusões: A escala NFCS e a
escala NIPS são instrumentos válidos para a avaliação da dor
aguda no RNT. A manobra de VTM provocou maior resposta
dolorosa no neonato e o sexo masculino apresentou maior
sensibilidade dolorosa.
S126
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 116
Título: AVALIAÇÃO DO VALOR PREDITIVO PARA MORTALIDADE
NEONATAL DO ESCORE CRIB EM PREMATUROS ADMITIDOS NA
UTI DE UMA MATERNIDADE DO RECIFE
Autores: SAMUEL PEREIRA LIMA;EDUARDO CORREIA
COUTINHO;VASCO TORRES BRAVO FILHO;SAULO FERNANDES
DOURADO;JOSÉ CARNEIRO LEÃO
Instituição: Universidade de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: O uso de escores neonatais tem sido difundido em
diversas unidades de tratamento intensivo neonatais devido ao
reconhecimento cada vez maior de que as diferenças regionais
na mortalidade neonatal podem, em parte, ser explicadas por
uma grande variação da gravidade da doença no momento da
admissão. Objetivos: Avaliar o valor preditivo do Clinical Risk
Index for Babies (CRIB) como preditor da mortalidade
neonatal na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal.
Estabelecer o valor preditivo positivo e negativo do escore,
para mortalidade neonatal. Avaliar o escore quanto à sensibilidade e especificidade enquanto método para prognosticar
mortalidade neonatal. Métodos: O estudo foi do tipo Coorte
contemporâneo, durante o ano de 2004, com análise seqüencial
de trinta e dois recém-nascidos prematuros e de muito baixo
peso, os quais cumpriram os critérios de inclusão (Idade gestacional < 32 semanas, peso ao nascimento < 1.500g e
permanência mínima de 24 horas na UTI) e exclusão (óbito ou
alta antes da realização do escore ou das primeiras 24h e
malformações incompatíveis com a vida). Resultados: Trinta e
dois recém-nascidos participaram do estudo, 17 (53,1%) foram
classificados no Grau I - CRIB, 12 (37,5%) no Grau II - CRIB
e 3 (9,4%) no GRAU III - CRIB. A Mortalidade nos graus 1, 2,
3 do CRIB foi, respectivamente, de 5,9%; 41,7%, 66,7%. A
curva ROC revela área abaixo da curva de 0,844, com intervalo
de confiança de 0,672 a 0,947. Valores do CRIB abaixo de 5 na
admissão destes recém-nascidos têm valor preditivo negativo
de 94,1%. Sendo o melhor valor preditivo positivo atingido
com índice CRIB maior que 9, com 80% de probabilidade de
acerto. Conclusões: O escore CRIB mostrou-se um escore de
aplicação simples, foi útil para prognosticar o óbito de recémnascidos com menos de 1.500g admitidos na UTI Neonatal. A
medida do escore CRIB em todos os neonatos nestas condições
também é útil para avaliar questões relativas à pré-admissão na
UTI neonatal, como parto, reanimação em sala de parto e transporte.
Código Trabalho: 559
Título: AVALIAÇÃO DOS TOCOTRAUMAS EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
Autores: VIRGÍNIA RESENDE SILVA WEFFORT;FERNANDO
BECKER LAMOUNIER
Instituição: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Cidade/UF: UBERABA/MG
Resumo:
Introdução: Os tocotraumas são lesões mecânicas que ocorrem
no feto durante o processo de nascimento, independente do tipo
de parto, que podem levar a distúrbios funcionais temporários
ou definitivos. Podem ser espontâneos ou iatrogênicos. Não são
incluídas neste grupo, aquelas lesões ocasionadas por manobras
de reanimação. As conseqüências variam quanto ao grau de
gravidade, local ou região afetada. Objetivos: Avaliar a
incidência de tocotraumatismos em um Hospital Universitário
quanto ao tipo de trauma e sua gravidade. Métodos: Foram
avaliados todos os recém-nascidos no Hospital Universitário
durante três meses, sendo incluídos no trabalho aqueles que
apresentaram algum tipo de tocotraumatismo. Adotamos a classificação de tocotraumatismos segundo a gravidade proposta
por Costa & Vitiello (1991): tipo I ou leve, tipo II ou moderado
e tipo III ou grave. Resultados: Foram analisados 269 recémnascidos, sendo que 24 (8,9%) apresentaram tocotraumatismos.
Em 23 recém-nascidos (95,8%) foram verificados traumas de
parto tipo I, entre eles: bossa serossangüínea (65,2%), lesões de
pele (21,7%), hemorragia subconjuntival (8,6%) e fratura de
clavícula (4,5%); um recém-nascido teve tocotrauma tipo I
(bossa serossangüínea) e II (céfalo-hematoma). Não foram
observados isoladamente tocotraumatismos tipo II nem tipo III.
Conclusões: Este estudo demonstrou que a incidência de tocotraumatismos no Hospital Universitário se enquadra nos
valores encontrados na literatura (4,5 a 30,87%) e está próxima
Neonatologia
da incidência encontrada em estudo anterior no mesmo
Hospital (8,1%). Quanto aos tipos de traumas, também se
assemelha à literatura, pois o tipo I foi o mais freqüente.
Melhorou quanto ao trabalho anterior, que apresentou traumas
do tipo II e III, mostrando a importância das discussões na
graduação e na residência de obstetrícia sobre os traumas de
parto. Devemos tentar ao máximo evitá-los, pois podem acarretar danos aos recém-nascidos.
Código Trabalho: 295
Título: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE RECÉM-NASCIDOS DE
MUITO BAIXO PESO (RN MBP): TIPO DE NUTRIÇÃO E
RECUPERAÇÃO DO PESO DE NASCIMENTO
Autores: ADRIANA SAITO;ALICE MARIA KIY;ANA KARINA C. DE
LUCA;JULIANA BOTTINO;JULIANA CARVALHO
CONSTANTINO;LÍGIA MARIA S.S. RUGOLO
Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu-HC-UNESP
Cidade/UF: BOTUCATU/SP
Resumo:
Introdução: A nutrição constitui parte essencial dos cuidados
dos recém-nascidos prematuros, e métodos de alimentação
seguros e suporte nutricional adequado são fundamentais para
sua sobrevivência. Objetivos: Avaliar a recuperação do peso de
nascimento e o tipo de nutrição utilizada em RN MBP (peso de
nascimento menor ou igual a 1500g). Métodos: Estudo observacional, de corte transversal em base populacional de RN
MBP internados no período de 01/04/04 à 31/05/06. As
variáveis: utilização e tempo de nutrição parenteral(NPP),
tempo de início da dieta enteral, porcentagem de perda de peso
inicial, idade da recuperação do peso de nascimento e evolução
com enterocolite necrosante (NEC) foram avaliadas e
comparadas de acordo com dois grupos de peso de nascimento
(<1000g e ?1000g) utilizando-se os testes t de Student e MannWhitney, com significância em 5%. Resultados: Foram estudados 137 RN MBP, sendo 43 <1000g e 94 ?1000g. A maior
perda de peso inicial ocorreu nos RN de extremo baixo peso,
<1000g, (46% perderam mais que 15% do peso de nascimento
x 25,5% dos ?1000g). A NPP foi bastante utilizada nos dois
grupos (90% nos <1000g x 69,5% nos ?1000g p=0,027) e por
período prolongado (média=20±11 dias nos <1000g x 15±10
dias nos ?1000g p=0,003). A dieta enteral foi iniciada mais
precocemente no grupo ?1000g (média=2,7±1,5 dias x 4±4 dias
nos < 1000g p=0,006). A frequência de NEC nos RN MBP foi
de 10,2%, sem diferença significativa nos dois grupos. O grupo
?1000g recuperou o peso de nascimento mais rapidamente
(média=15±8 dias), sendo que o grupo <1000g levou em média
17±5 dias (p=0,017). Conclusões: A NPP é de extrema
importância na recuperação nutricional de RN MBP, principalmente nos pequenos prematuros. A utilização de nutrição
enteral precoce é benéfica e não aumenta a incidência de NEC.
Código Trabalho: 587
Título: CARACTERÍSTICAS DAS 26 UNIDADES PARTICIPANTES
DA REDE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM
MORBIMORTALIDADE NEONATAL - REDE GAÚCHA DE
NEONATOLOGIA (RGN) - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO
GRANDE DO SUL
Autores: PAULO DE JESUS NADER;CÉLIA MAGALHÃES;IVANA
SANTOS VARELLA;CARLOS HUMBERTO BIANCHI E SILVA;REDE
GAUCHA NEO PESQUISADORES
Instituição: Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
Cidade/UF: PORTO ALEGRE/RS
Resumo:
Introdução: Os recém-nascidos de muito baixo peso
(RNMBP) constituem atualmente um problema de saúde
pública, por contribuirem com uma parcela significativa da
morbimortalidade neonatal. Objetivos: Descrever as características das 26 Unidades de tratamento intensivo que participam de uma rede de neonatologia (RGN) que realiza a
vigilância epidemiológica em morbimortalidade neonatal.
Avaliar as possíveis associações de algumas destas características com a ocorrência de mortalidade. Métodos: Estudo transversal multicêntrico, com preenchimento de ficha de coleta de
dados que inclui informações sobre as instituições e unidades
de tratamento intensivo das 26 unidades participantes da RGN
(n=26)- (a) tipo de internação, de hospital (geral ou maternoinfantil, título Iniciativa Hospital Amigo da Criança, ensino);
(b) recursos operacionais básicos e equipamentos; (c) capaci-
dade instalada; (d) especialidades clínicas e cirúrgicas; (e)
recursos humanos e qualificação profissional. Análise:?2 com
correção de Yates, teste t de Student ou U de Mann-Whitney.
Resultados: (a) 42% (11) dos hospitais possuem internações
do tipo sus+privado/convênio, 96% (25) são classificados
como geral e apenas 4% (1) é do tipo exclusivamente maternoinfantil. 35% (9) possuem o título Iniciativa Hospital Amigo da
Criança e 54% (14) se caracterizam como instituição de ensino;
(b) 100% (26) possuem RX portátil, ecografia, banco de sangue
e NPT diária; 92,3% (24) possuem ecocardiograma; 88,5% (23)
possuem tomografia computadorizada; 57,7% (15) possuem
óxido nítrico; 42,3% (11) possuem ambulatório de seguimento;
23,1% (6) possuem banco de leite humano. Equipamentos
(média): 1 respirador/leito, 1 a 2 pontos de O2 e de ar
comprimido/leito; (c) 61,5% (16) das unidades são exclusivamente neonatais e as demais mistas; 96% (25) possuem pediatra em sala de parto. A média±DP (amplitude) do nº de leitos
UTI é de 12±8 (5-33), e nº de leitos UCI é de 8±9 (0-43); (d)
92,3% (24) dos hospitais possuem cardiologia e neurologia;
80,8% (21)com infectologia e oftalmologia, e as demais especialidades clínicas são menos freqüentes; 88,5% (23) com
cirurgia pediátrica, 84,6% (22) com neurocirurgia e 57,7% (15)
com cirurgia oftalmológica e 30,8% (8) com cirurgia cardíaca;
(e) Recursos humanos (média±DP): nº de leitos UTI/pediatra
de plantão: 9,6±8,5; nº de leitos UTI/pediatra rotineiro por
turno: 7,4±3,5; nº de leitos UTI/enfermeira: 8,6±3,4; nº de
leitos UTI/auxiliares ou técnicos: 1,6±0,7. Qualificação profissional (média): 72,6% dos rotineiros e 57,7% dos plantonistas
possuem TEN; 26,1% dos rotineiros e 57,7% dos plantonistas
possuem TETIP; 98,5% dos rotineiros e 91% dos plantonistas
possuem Curso de Reanimação Neonatal.
Conclusões: Observamos que, em média, a maioria das
unidades possui os padrões recomendados pelo Ministério da
Saúde, no entanto, a variabilidade demonstrada pela amplitude
dos resultados ainda é muito grande.
Código Trabalho: 708
Título: CARACTERÍSTICAS DOS BINÔMIOS DE RISCO QUE NÃO
ADERIRAM A TERCEIRA ETAPA DO MÉTODO CANGURU
Autores: CLAUDIA RODRIGUES SOUZA MAIA;RAILSON
ANDRIELLE SILVA BRANDÃO;HÉLCIO SOUZA MARANHÃO
Instituição: Departamento de Pediatria da UFRN
Cidade/UF: NATAL/RN
Resumo:
Introdução: A terceira etapa do Método Canguru dá
continuidade à assistência ao recém-nascido prematuro de
baixo peso após a alta hospitalar. Essa etapa exige da equipa e
família atenção cuidadosa para o reconhecimento das situações
de risco. Uma das dificuldades é a adesão e retorno as consultas
agendadas logo após a alta hospitalar. Métodos: uma coorte de
131 recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer foi seguido
desde o nascimento até o momento da alta hospitalar numa
instituição que aplica o Método Canguru. Deste total 67
pacientes aderiram a terceira etapa do método, 35 evoluíram
para o óbito ainda na internação e 32 pacientes não retornaram
para acompanhjamento. Dos 32 pacientes quatro foram transferidos para outro serviço antes da alta. Resultados: do total de
recém-nascidos acompanhados, 55,6% eram do sexo
masculino, 48,2% nasceram de parto vaginal. Dentre os 28
binômios que não retornaram ao ambulatório a média de idade
materna foi de 27,6 anos (mín 15 e máx 44anos), 41% residiam
na capital, as mães tinham média de 7,5 anos de estudo, o
tempo médio de internação foi de 37,4 dias, 41%(13 mães)
eram primigestas e 20 (62%) conviviam com o pai do bebê.
Foram aplicados os Testes de Fisher e Qui-quadrado para identificação de fatores de risco para falha na Terceira etapa do
Método Canguru, comparando os 67 binômios en seguimento
com os 28 faltosos. Conclusões: O estímulo ao binômio de
risco para o seguimento deve ser realizado durante toda internação para o sucesso final do Método Canguru.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S127
Neonatologia
Código Trabalho: 584
Título: CITOMEGALOVIROSE X ATRESIA DE VIAS BILIARES:
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA COLESTASE
NEONATAL
Autores: DENISE SILVIA MATTIOLI DALESSANDRO;VALDENISE
LAURINDO TUMA CALIL;NADIA SANDRA OROZCO
VARGAS;NESTOR OLIVEIRA NETO;DANIELA DELLE SEDIE
PÉCORA;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO
Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus - SP
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Introdução: Recém-nascidos(RN) com colestase podem ser
portadores de infecções congênitas (STORCH) ou adquiridas,
bem como de anomalias estruturais cuja correção é cirúrgica.
Objetivos: Relatar um caso de colestase neonatal causada por
infecção congênita por citomegalovírus(CMV). Relato do caso:
RN de VCS, 10 dias de vida, sexo feminino, encaminhado para
a UTI neonatal por icterícia patológica, com aumento progressivo das transaminases hepáticas e bilirrubinas à custa de bilirrubina direta(BD). RN nascido de parto normal, sem intercorrências pré-natais e neonatais, com IG de 37 semanas, peso de
nascimento de 2205g, Apgar 9/10, classificado como RN de
termo, pequeno para a idade gestacional e baixo peso. Mãe
hígida, imune a rubéola, toxoplasmose, CMV, herpes simples,
hepatites A e B e com sorologias negativas para VDRL,
hepatite C e HIV. Com 24 horas de vida apresentava-se com
icterícia zona III, fígado a 3 cm do RCD e de consistência
endurecida, baço a 1 cm do RCE , com BT: 12,46mg/dL/ BD:
9,28 mg/dL, TGO: 253U/L, TGP: 140U/L, FA: 460U/L, sorologias para rubéola, toxoplasmose, herpes simples, CMV,
hepatites A, B e C e VDRL negativas. Feito USG de abdome,
que mostrou fígado com dimensões aumentadas e estrutura
tubular anecóide especialmente à esquerda (dilatação de vias
biliares?); TC com hepatoesplenomegalia e ausência de sinais
evidentes de dilatação de vias biliares intra ou extra-hepáticas.
RN admitido neste serviço em REG, corado, hidratado,
eupnéico, com icterícia verdínica, ativo e reativo, com abdome
globoso e flácido , com fígado endurecido a 4 cm do RCD,e
baço a 1 cm do RCE. Exames subsidiários: Hb:12,7g/dL,
Ht:36,7%, leucócitos: 13200/mm3(1%,41%,47%,2%,6%), PCR
negativo, BT: 25,03mg/dL, BD: 15,6mg/dL, TGO: 202U/L,
TGP: 110U/L, FA: 482U/L. Com 13 dias de vida foi submetido
a colecistectomia por suspeita de cisto de colédoco, com abertura das vias biliares extra-hepáticas, biópsia de fígado e
vesícula biliar; encontrados hipoplasia não obstrutiva de vias
biliares intra-hepáticas, tumefação hepatocelular, infiltrado
inflamatório sinusoidal, necroses focais numerosas, colestase
intracelular e canalicular e metaplasia mielóide, excluindo-se a
possibilidade de atresia de vias biliares extra-hepáticas.
Evoluiu com quadro infeccioso, aparecimento de fezes acólicas
e colúria, aumento das bilirrubinas (BT:34,5mg/dL,
BD:20,83mg/dL)e das enzimas hepáticas (FA: 609U/L,
GGT:1550U/L) e diminuição das transaminases (TGO: 90U/L,
TGP:40 U/L). Feito USG crânio que mostrou calcificações
periventriculares bilateralmente. Colhida antigenemia para
CMV: positiva. RN evoluiu com broncopneumonia, atelectasia,
sepse fúngica, CIVD e, com 32 dias de vida, para PCR e óbito.
Conclusões: O caso é importante para alertar os neonatologistas a respeito da necessidade de uma pesquisa cuidadosa de
todas as infecções congênitas antes de submeter o RN
colestático a procedimentos invasivos desnecessários.
Código Trabalho: 449
Título: CITOMEGALOVÍRUS CONGENITO - RELATO DE DOIS
CASOS RESSALTANDO A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
PRECOCE.
Autores: DILMA BRITO ROSA;MARIANA PASSOS
RAMINHO;MARINA VANZELA LANIA;ÍSAIAS SOARES DE
PAIVA;JULIANA ALVES VIEIRA DA SILVA;CAMILA CORRADINI
CARVALHO
Instituição: Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO)
Cidade/UF: TERESÓPOLIS/RJ
Resumo:
Introdução: A infecção congênita por Citomegalovírus (CMV)
é a mais comumente encontrada, chegando a 0,2 a 2,2% de
todos os nascidos. Menos que 5% dos infectados apresentam
manifestações típicas, outros 5% mostram sintomas inespecíficos e 90% são assintomáticos ao nascimento. Destes, aproximadamente, 15% evoluem com seqüelas graves do desenvolvi-
S128
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
mento neuropsicomotor (DNPM). Em conseqüência desta variabilidade das manifestações clínicas, o exame sorológico é
importante para o diagnóstico, que frequentemente é tardio ou
não é realizado. Objetivos: relatar dois casos de CMV
congênito com manifestações clínicas diferentes, ressaltando a
necessidade de realização de exame sorológico precoce.
Métodos: estudo observacional descritivo constando de relato
de dois casos. Resultados: Probando I - JVRC, 15 meses,
masculino, Teresópolis/RJ. Referenciado por microcefalia.
Nascido de parto cesário, na 36ª semana, sem asfixia perinatal.
Pesou 2.360g, mediu 45cm. A TCC e a RNM de crânio identificaram microcefalia, atrofia cortical, calcificações periventriculares e dilatação ventricular. A sorologia TORCHS evidenciou IgG e IgM positivo para CMV. Ele evoluiu com crises
convulsivas. Tinha baixo peso, baixa estatura, microcefalia,
telecanto, hipertelonismo ocular e microretrognatia. Grave
retardo do DNPM; hipotonia axial, hipertonia de membros e
espasticidade. Reflexos primitivos presentes. Probando 2 WEOG, 23 meses, masculino, Teresópolis/RJ. Referido por
atraso no DNPM, catarata congênita, micropênis e criptorquirdia. Aos dois meses, a sorologia para CMV identificou
IgG positiva, com títulos maiores aos 4 meses (42,2 para 220
UI/ml). Ele foi avaliado nos Serviços de especialidades
pediátricas do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão
Gesteira da UFRJ, não estabelecendo definitivamente o diagnóstico de infecção congênita ou síndrome genética.
Necessitou duas cirurgias para catarata e gastrostomia. Filho de
pais consangüíneos de 1° grau. Nascido de parto cesário, no
termo, sem asfixia perinatal. Pesou 2.630g, mediu 48 cm.
Grave atraso do DNPM, Atrofia muscular generalizada. Tinha
baixo peso, baixa estatura e microcefalia, micropênis e criptorquidia. Grave retardo do DNPM, hipotonia axial e hipertonia
de membros, espasticidade, Sucção ineficaz; alimentado por
gastrostomia. Discussão: relatamos dois casos de CMV
congênito com manifestações clínicas diferentes, porém ambos
com quadro clínico bem manifesto, evoluindo com seqüelas e
quadro de encefalopatia crônica não progressiva. No caso 2
houve dificuldade no diagnóstico sorológico pela não realização na época oportuna. Conclusões: ressaltamos a
importância da realização de exames sorológicos específicos
em recém nascidos com suspeita de infecção congênita.
Código Trabalho: 1033
Título: DESTRUIÇÃO DA CALOTA CRANEANA COM GRAVE
LESÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL POR MORDIDA DE
CACHORRO EM RECÉM-NASCIDO: ABORDAGEM CIRÚRGICA E
TRATAMENTO CLÍNICO
Autores: CAROLINA SINISCALCHI;ANDREA VACILOTO
RODRIGUES;FLÁVIA REGINA OLIVEIRA;GRAZIELLA PACHECO
VELLONI;MARIA ESTHER JURFEST CECCON;FLÁVIO ADOLFO
COSTA VAZ
Instituição: Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal do
Institu
Cidade/UF: SÃO PAULO/SP
Resumo:
Objetivos: Descrever caso inédito na literatura de mordida de
cachorro em recém-nascido (RN) com ênfase na abordagem
imediata e tratamento posterior. Relato de caso: RN masculino,
primeiro gemelar, peso de nascimento 2540g, parto cesárea,
Boletim de Apgar 8/10, teve alta do berçário com três dias de
vida sem intercorrências. Mãe com 25 anos, quintigesta, sextípara, sem abortos prévios. RN admitido na UTI neonatal com
sete dias de vida, com história de mordida de cachorro na
região cefálica há nove horas. Pais referiam que o cachorro era
próprio e com vacinas atrasadas. A conduta inicial, após verificação na tomografia de crânio de múltiplas fraturas e contusão
hemorrágica cerebral, foi a de realizar abordagem cirúrgica
com limpeza do parênquima e retirada de fragmentos ósseos
intraparenquimatosos. Além disto, foi administrado gama globulina hiperimune anti-rábica intra-cerebral e encaminhado
para UTI. Na admissão, após cirurgia, o RN encontrava-se
intubado, pálido, hipotérmico, com perfusão periférica superior
a seis segundos e freqüência cardíaca de noventa batimentos
por minuto. Foi colocado em ventilação mecânica com
parâmetros elevados para diminuir o edema cerebral e corrigida
a volemia com solução cristalóide e concentrado de hemácias,
uma vez que os níveis de hemoglobina eram 7,3 g% e
hematócrito 21,6g%. Como o RN encontrava-se hemodinamicamente instável, foram iniciadas drogas vasoativas (dopamina
Neonatologia
e dobutamina). Em relação a profilaxia da possível raiva foi
administrado uma dose de vacina anti-rábica e uma dose de
imunoglobulina anti-tetânica. Iniciado concomitantemente
antibioticoterapia com cobertura para germes existentes na
boca do cachorro. Após setenta e duas horas de internação o
RN apresentou crise convulsiva, sendo medicado com fenobarbital e hidantal. Evoluiu com edema cerebral e hipertensão arterial e encontra-se ainda internado até o momento, com quadro
clínico estabilizado. Conclusões: Este caso inédito na literatura
mostra a gravidade deste acidente (mordida de cachorro) numa
criança recém-nascida, e os autores ressaltam a dificuldade da
abordagem cirúrgica, da cobertura antimicrobiana para os tipos
de germes da mordedura de cachorro assim como dos cuidados
intensivos de suporte para o choque hipovolêmico e edema
cerebral.
Código Trabalho: 661
Título: EFEITO DA ANEMIA MATERNA SOBRE O PESO DA
PLACENTA, OS NÍVEIS DE FERRO E O PESO AO NASCIMENTO
DE RECÉM-NASCIDOS
Autores: LUIS GUSTAVO CAVALCANTE REINALDO;ADRIANA DE
AZEVEDO PAIVA;EDUARDO GUEDES VIDAL SANTOS
Instituição: UFCG / NEPE - UEPB
Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB
Resumo:
Introdução: A anemia na gestação permanece como um grave
problema de saúde pública em todo o mundo, com impacto na
morbi-mortalidade materna e infantil. A influência da anemia
sobre a morfologia placentária, níveis de ferro e peso ao nascimento de recém-nascidos (RNs) não é consensual. Objetivos:
Avaliar o efeito da anemia materna sobre o peso da placenta, os
níveis de ferro e o peso ao nascimento de RNs a termo.
Métodos: Foram estudados 99 pares de mães e RNs, em dois
hospitais públicos do município de Jundiaí/SP. Amostras de
sangue venoso das mulheres foram coletadas antes do parto
para a realização do hemograma, e do cordão umbilical, para
determinação do hemograma e ferritina sérica. As mães com
hemoglobina (Hb) < 11 g/dL foram consideradas anêmicas. O
peso das placentas foi aferido em balança digital logo após a
coleta de sangue do cordão umbilical. As crianças foram
pesadas imediatamente após o nascimento em balança
pediátrica. A diferença de média das variáveis de interesse de
acordo com a presença ou ausência de anemia foi testada
através dos testes t de Student e Mann-Witney, dependendo da
distribuição das variáveis. Resultados: No presente estudo,
observou-se uma prevalência de anemia de 22,22% nas mães,
sendo que destas, 90,9% eram levemente anêmicas. O peso
médio das placentas de mães anêmicas e não anêmicas foram
estatisticamente semelhantes (558,18 ± 93,93 g e 601,53 ±
111,38 g, respectivamente; p = 0,101). Não foram observadas
diferenças estatisticamente significativas entre os valores de
Hb (p = 0,918) e ferritina sérica (p = 0,395) entre os RNs de
mães anêmicas e os de mães não anêmicas, bem como entre o
peso ao nascimento dos RNs de mães anêmicas (3.195,91 ±
431,53 g) comparados aos de mães não anêmicas (3.243,43 ±
486,03 g; p = 0,679). Conclusões: Nossos resultados sugerem
que a presença de anemia leve na gestação pode não ser suficiente para ocasionar alterações significativas nos níveis de
ferro (ferro de estoque e hemoglobina) e no peso ao nascimento
dos RNs, bem como no peso da placenta. Considera-se oportuno o desenvolvimento de estudos que contemplem estágios
variados de anemia, incluindo os graus moderado e severo, e
que visem o acompanhamento da criança, do nascimento até
pelo menos 6 meses de idade.
Código Trabalho: 266
Título: EFEITOS DO SALBUTAMOL INALATÓRIO NA MECÂNICA
PULMONAR DE BEBÊS PRÉ-TERMOS NO MOMENTO DA ALTA
HOSPITALAR
Autores: ANNIELE MEDEIROS COSTA;JOSÉ ROBERTO DE
MORAES RAMOS;JOSÉ MARIA DE ANDRADE LOPES
Instituição: Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ
Cidade/UF: NITERÓI/RJ
Resumo:
Introdução: A terapia inalatória com ?2 agonistas é uma
prática crescente em neonatologia sem evidências científicas
que suportem seu uso no período neonatal. Objetivos: Avaliar
os efeitos do salbutamol inalatório na mecânica pulmonar de
bêbes pré-termos. Métodos: Realizamos um estudo piloto
(maio/abril-2005) em bebês nascidos com idade gestacional
menor que 34 semanas e peso de nascimento abaixo de 1500g
(n=10). O peso de nascimento médio foi de 1140g (700g1480g) e de estudo 1960g (1680g-3020g).Próximo à alta hospitalar os bebês realizaram teste de função pulmonar que
consistiu na coleta e análise de: Volume corrente/kg (VC/kg),
Complacência Pulmonar/Kg (CP/Kg) e Resistência Pulmonar
Total (RPT) em três momentos. O primeiro foi um exame de
controle basal, o segundo após os bebês terem recebido uma
dose de placebo de salbutamol na forma inalatória (aerocâmara
valvulada), e o terceiro 30 minutos após a administração de 1
dose de salbutamol(100 mcg) pela mesma via. Resultados:
Utilizamos o teste t pareado para análise estatística e não observamos alterações significativas após utilização de
placebo.Também não houve diferença significativa nos valores
de VC/kg após o uso de broncodilatador em comparação ao
primeiro exame (p=0,52). Trinta minutos após a administração
de salbutamol observamos melhora na RPT (p=0,06) e na
CP/Kg (p=0,05). Conclusões: Apesar da amostra reduzida, há
uma tendência à queda da RPT e melhora na CP/Kg após o uso
de 100mcg de salbutamol inalatório. O teste de broncodilatação
deve ser realizado em bebês com indicação clínica de uso dessa
medicação, uma vez que nem todos os bebês responderam à
droga.
Código Trabalho: 466
Título: ENCEFALITE PELO VÍRUS HERPES SIMPLEX-2 (HSV-2)
EM RECÉM-NASCIDO (RN) COM HISTÓRIA DE HIPOATIVIDADE
Autores: DEYLLISE CINTRA DE MELO;ANA MARIA ALDIN DE
SOUSA OLIVEIRA;VANESSA VAN DER LINDEN
Instituição: Hospital Barão de Lucena/Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A infecção herpética neonatal, de difícil diagnóstico pela pobreza de manifestações, tem prognóstico reservado
principalmente nos tardiamente tratados. Para que seja evitada
e tenha manejo adequado quando identificada, alto grau de
suspeição é fundamental. Objetivos: Apresentar caso de um
RN hígido até o 15º dia de vida, internado por hipoatividade,
com diagnóstico tardio de encefalite pelo HSV-2 e evolução de
mau prognóstico devido à encefalite quase assintomática e
atraso de tratamento. Métodos: Descrição do caso e análise de
acordo com a literatura. Resultados: É relatado caso de RN
masculino de 36 semanas de gestação, parto vaginal, Apgar 9/9,
sem intercorrências até o 15º dia de vida, quando apresentou
sonolência, sucção débil, hipoatividade e diminuição dos
reflexos como únicos sinais de encefalite, assim mantendo-se
durante todo internamento. De início, foi tratado para sepse
com meningite bacteriana. As amostras do líquor mostraram
aumento da celularidade(182 células) com padrão
linfocítico(90%) e sorologias negativas para toxoplasmose,
rubéola, citomegalovírus, sífilis e HSV-1. Seguindo investigação, a Ultra-Sonografia Transfontanela(USGTF) e a
Tomografia de Crânio(TC) revelaram lesões parenquimatosas
fronto-temporo-parieto-occipitais bilaterais compatíveis com
gliose ou encefalomalácia. Como imagens sugeriam encefalite
pelo HSV, foi iniciado aciclovir 30mg/kg/dia antes da confirmação diagnóstica, feita através de sorologia positiva no líquor
para HSV-2. Diante da pobreza dos sintomas e extensas lesões
definidas na USGTF e TC, foram pesquisados novamente os
antecedentes do paciente. A mãe referiu apenas infecção
urinária e candidíase no terceiro trimestre de gravidez. Consulta
pediátrica do RN, anterior ao internamento, descrevia pústulas
em região abdominal e glútea, tratadas como impetigo. O pai
relatou, tardiamente, que há dez anos apresenta lesões bolhosas
em glande e corpo do pênis que surgem espontaneamente duas
vezes ao ano. Conclusões: O risco de infecção do RN durante o
parto pelo HSV é de 0,35% a 3% entre as gestantes com
excreção viral assintomática, sendo 90% pelo HSV-2. É um
percentual considerável, já que cerca de 70% das grávidas têm
antecedente sorológico desta infecção genital. A anamnese
detalhada no pré-natal permite a identificação de tais casos, o
que possibilita evitar a contaminação via parto vaginal em RNs
de mães com lesão cervical, responsável por 85% das infecções.
É necessário considerar tal diagnóstico naqueles RNs que apresentem lesões cutâneas sugestivas ou sinais neurológicos vagos,
como hipotonia e pouca resposta aos estímulos, antes de rotulálos com diagnósticos mais comuns. Enquanto se busca confir-
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S129
Neonatologia
mação sorológica dos casos suspeitos, não se deve postergar o
tratamento de tais crianças, já que o prognóstico varia radicalmente de 2% a 75% na incidência de gravidade e seqüelas,
quando comparados grupos daquelas tratadas nos dois
primeiros dias de infecção com as tardiamente tratadas.
Código Trabalho: 105
Título: ESTRESSE NEONATAL: O CHORO SILENCIOSO
Autores: SHEILA JANAÍNA MEDEIROS SIMÕES COSTA;RÔSICLER
PERREIRA DE GÓIS;ANA JULIA COUTO DE ALENCAR;RAQUEL
MELO MORAIS NEVES;FRANCISCA LUCIA MEDEIROS DO
CARMO;SHIRLEY VIRINO SILVEIRA
Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Estresse é o conjunto de reações fisiológicas que
podem levar o organismo ao desequilíbrio. RN em UTI,
submetido a estímulos estressantes, pode apresentar alteração
comportamental a longo prazo(Winberg,1998). Objetivos:
Relatar um caso de estresse neonatal crônico, freqüentemente
encontrado em recém-nascidos internados em UTI neonatal, a
fim de facilitar o conhecimento e diagnóstico do mesmo.
Métodos: Estudo observacional descritivo, relato de um caso.
Resultados: RN pré-termo, extremo baixo peso, internado em
UTI neonatal do nascimento a 90 dias de vida. Esteve
submetido a procedimentos dolorosos e invasivos: ventilaçao
mecânica 75 dias com extubações espontâneas e reintubações;
nutrição parenteral 10 dias; glicemia capilar 103 vezes;
gasometria 20 vezes; outros exames laboratoriais 17 vezes;
hemotransfusão 10 vezes; estímulos sonoros e luminosos nãomensurados. À admissão na unidade de médio risco, observouse que apresentava aspecto assustado, olhos vidrados, alerta
forçado, muito irritado ao manuseio e ao simples contato do
estetoscópio no tórax, choro silencioso e com "língua em taça",
inconsolável, afastamento de dedos, hiperextensão de membros
inferiores (aspecto de sentar no ar) e superiores (em asa de
avião), arqueamento do tronco, opistótono, respiração irregular
alternando com aumento e diminuição da freqüência respiratória, estremecimento, moteamento da pele, elevação da
freqüência cardíaca, e queda da saturação de oxigênio. Esses
sinais encontrados representam estresse nos subsistemas de
estados comportamentais: autonômico, motor e do controle de
estado e atenção (Als, 1982). Procurou-se então, diminuir os
estímulos sonoros, invasivos e dolorosos, desencadeadores de
estresse e observou-se importante melhora dos sinais de
estresse encontrados à admissão no médio risco. Conclusões:
Bebê pré-termo exprime o seu modo, a sua vivência interna.
Tendo sido submetido a vários procedimentos dolorosos, manifestava reações de defesa ao contato, e alterações comportamentais que sinalizavam estresse, já que interpretava o "toque"
como processo doloroso. É importante estar atento a esses
sinais para tentar diminuir o gasto energetico a que esses bebês
estão submetidos, uma vez que interfere no desenvolvimento
normal dos subsistemas e consequentemente na homeostase,
levando ao aumento da sensibilidade à dor e à alterações de
comportamento e desenvolvimento futuros. Assim é mister,
lembrarmos de que eticamente devemos oferecer qualidade
tecnológica no atendimento sem esquecermos da humanização
dos cuidados.
Código Trabalho: 709
Título: ESTUDO DA HEMORRAGIA PERIINTRAVENTRICULAR EM
RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DO HOSPITAL ODILON
BEHRENS, EM BELO HORIZONTE, MG, NO PERÍODO DE
JANEIRO A AGOSTO DE 2005.
Autores: LAILA WERNECK PFALTZGRAFF;MARLI MARRA
ANDRADE;LÚCIA FÁTIMA PAIS AMORIM
Instituição: Hospital Odilon Behrens-Residência de
Neonatologia
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: A Hemorragia periintraventricular (HPIV) é a
principal patologia neurológica do recém-nascido (RN), tendo
alta incidência sobretudo em prematuros extremos, ocasionando
em muitos casos o desenvolvimento de hidrocefalia pós-hemorrágica e sequelas neurológicas graves, com elevado custo
social. O aparecimento da ultra-sonografia transfontanelar
(USTF) constituiu-se num grande avanço no diagnóstico da
S130
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
HPIV. Dentre os fatores de risco temos os pré-natais, periparto
e pós-natais. Como não há tratamento para a HPIV citamos a
importância do conhecimento de como prevení-la. Objetivos:
O presente estudo tem por objetivos verificar a incidência de
HPIV nos RN prematuros, nascidos no Hospital Odilon
Behrens, no período de 01 de janeiro de 2005 a 31 de agosto de
2005, e correlacionar os fatores de riscos maternos e neonatais.
Métodos: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo
e descritivo, nas unidades neonatais do Hospital Odilon
Behrens, sendo avaliados 49 recém-nascidos pré-termos quanto
à incidência de HPIV, através da USTF. Resultados: Durante o
período de realização desta monografia o total de prematuros
foi de 336. Foram incluídos no estudo um total de 49 RN.
Observou-se que 20 RN (41%) apresentaram HPIV a USTF.
Considerou-se ainda a relação dos fatores de risco materno e
fetal para HPIV, já estabelecidos na literatura. Com relação aos
fatores de risco do pré-natal, foram comparados o número de
consultas de pré-natal e o uso de corticóide materno, ambos não
obtiveram significância estatística. Dos fatores intra-parto
foram relacionados a via de parto, o escore de Apgar e o peso
ao nascimento, nenhum deles também mostrou significância
estatística. Passando aos fatores de risco pós-natais correlacionamos o uso de surfactante, a doença de membrana hialina,
apnéia, uso de ventilação mecânica, a hipoglicemia, a instabilidade hemodinâmica, a sepse e a encefalopatia hipóxicoisquêmica. A instabilidade hemodinâmica mostrou
significância estatística, com apenas 4 RN sem choque e com
HPIV. A encefalopatia hipóxico-isquemica apresentou p<0,01,
sendo que nenhum RN sem HPIV desenvolveu esta doença.
Vale ressaltar que todos os RNPT fizeram USTF antes da alta
hospitalar, diferentemente do ano anterior, quando 20,4% dos
RNPT estudados não realizaram USTF. Somente 2 RN necessitaram de punção de alívio (10% dos RN com HPIV). E somente
1 RN necessitou da colocação de DVP (5%), incidência correspondente à da literatura. Conclusões: Através deste estudo foi
possível avaliar a incidência da HPIV nos RNPT do Hospital
Odilon Behrens, em Belo Horizonte, através do USTF.
Ressaltamos a importância do protocolo para realização do
USTF ao observamos que nenhum RNPT teve alta sem a realização do mesmo. Verificou-se uma alta incidência de HPIV,
associada à um aumento considerado de RNPT extremo.A
amostra deste estudo não foi suficiente para obter significância
estatística, sendo necessária a continuação deste trabalho para
maiores conclusões.
Código Trabalho: 460
Título: ESTUDO DESCRITIVO DOS ÓBITOS DE RECÉMNASCIDOS DE UMA UTI NEONATAL DO SUL DO BRASIL.
Autores: BRENO FAUTH ARAÚJO;HELEN ZATTI;JOSÉ MAURO
MADI
Instituição: Hospital Geral de Caxias do Sul-UCS
Cidade/UF: CAXIAS DO SUL/RS
Resumo:
Introdução: Os estudos de mortalidade são importantes para se
conhecer a população em risco de morrer e poder estabelecer
estratégias visando diminuir as taxas de mortalidade.
Objetivos: Conhecer o perfil dos recém-nascidos (RN) que
evoluíram para o óbito na UTI neonatal do HG no período de
março de 1998 a janeiro de 2005. Métodos: estudo retrospectivo, incluindo todos os 194 RN que nasceram no HG e
evoluíram para o óbito no período do estudo. Os dados foram
obtidos do prontuário dos RN e das mães, digitados em um
banco de dados e analisados no programa SPSS. Foi empregado
como definição de causa imediata do óbito a patologia que
contribuiu diretamente com a morte e para causa básica de
óbito utilizou-se a definição do CID-10(1997): "Causa básica
de óbito é a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte".
Resultados: Em relação às variáveis sócio-econômicas
observou-se que 62% das mães recebiam menos do que 1
salário mínimo de renda per capita, sendo que 64% das
gestantes não tinham um trabalho remunerado; 3,7% das
gestantes eram analfabetas e 51% delas possuíam apenas o 1º
grau incompleto. A taxa de mães adolescentes foi de 27%. Em
relação as variáveis da gestação e do parto verificou-se que
15% das gestantes não fizeram nenhuma consulta de pré-natal.
A idade gestacional média dos RN foi de 31 semanas, sendo
que 87% dos RN eram prematuros. A incidência de parto
normal foi de 51% e do sexo masculino de 53%. Em relação à
Neonatologia
necessidade de reanimação em sala de parto, 67 % dos RN
necessitaram de algum tipo de reanimação além de oxigênio
inalatório, sendo o Apgar médio no 1º minuto de 4 e no 5º
minuto de 6. O tempo médio de internação até o óbito foi de 12
dias. O peso de nascimento médio foi de 1356 gramas, sendo
que 46% dos RN tinham peso menor do que 1000 g e 86,5%
nasceram com menos de 2500 g. A freqüência de RN com
algum tipo de malformação foi de 16,2%, com predominância
das malformações múltiplas. As principais causas básicas de
óbito foram a prematuridade extrema(20%), a hipertensão
materna(17,1%), a corioamnionite(9,7%), as malformações
múltiplas(6,9%), a ruptura de membranas acima de 24h(6,9%)
e o descolamento prematuro de placenta(6,3%). Como causa
imediata de óbito encontrou-se a septicemia(28%), a prematuridade extrema(15%), a hemorragia pulmonar(11%), a
hipoplasia pulmonar(5,7%) e as malformações múltiplas(4,6%).Conclusões: Constatou-se a existência de um
grande número de óbitos que poderiam ser evitados através de
uma maior freqüência ao pré-natal e uma melhor qualidade no
atendimento da gestante e do recém-nascido.
Código Trabalho: 656
Título: ESTUDO RETROSPECTIVO DE MORBI-MORTALIDADE
PERINATAL NO DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA
Autores: MARCOS MOURA ALMEIDA;MARCIO MARQUES
MOREIRA;FRANCISCO EDSON FEITOSA;FRANCISCO SULIVAN
MOTA;NATACHA FEITOSA ELEUTÉRIO;KÁTIA FERNANDES
VASCONCELOS
Instituição: Maternidade Escola Assis Chateaubriand
(MEAC)- UFC
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: O Descolamento Prematuro da Placenta (DPP) é
uma intercorrência altamente pejorativa à mãe e ao concepto,
cujo prognóstico é mais grave que o materno. Objetivos:
Analisar os resultados perinatais em bebês cujos partos foram
indicados por Descolamento Prematuro de Placenta (DPP).
Métodos: Trabalho retrospectivo com busca em prontuários de
pacientes registrados na sala de parto com diagnóstico de DPP
no período de janeiro de 2003 a junho de 2006, totalizando 88
casos. Resultados: A partir da abordagem do recém-nascido,
54,5%(48) dos bebês pesaram <2500g: 6,8%(6) pesaram
<1000g, 12,5%(11) entre 1000 e 1500g, 17,0%(15) entre 1500
e 2000g, 18,2%(16) entre 2000 e 2500g. Obtiveram APGAR
<7 no 1º minuto 61,4%(54) e no 5º minuto 39,8%(35). Dos
nascidos vivos (58), 44,8% (26) necessitaram de internação em
UTI e 10,3% (6) tiveram óbito neonatal. A média do Capurro
foi de 35,81 semanas e a taxa de prematuridade foi de 48,3%
(28). Das gestações atuais (88), 34,1%(30) culminaram em
óbito fetal, totalizando uma taxa de mortalidade perinatal de
40,9%(36). Conclusões: O DPP cursa com elevada morbidade
perinatal representada principalmente por baixo peso ao nascer
e prematuridade, aumentando a necessidade de internamento
em UTI. A mortalidade perinatal também mostrou-se elevada.
Código Trabalho: 363
Título: FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO NASCIMENTO DE
RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO PESO EM UMA POPULAÇÃO
DE BAIXA RENDA.
Autores: BRENO FAUTH ARAÚJO;ANA CRISTINA ANDRETTA
TANAKA;HELEN ZATTI;JOSÉ MAURO MADI
Instituição: Hospital Geral de Caxias do Sul-UCS
Cidade/UF: CAXIAS DO SUL/RS
Resumo:
Introdução: O grupo de recém-nascidos de muito baixo peso
(RNMBP) representa em torno de 1,5% dos nascidos vivos,
sendo estes recém-nascidos os responsáveis por quase 50% dos
óbitos infantis. Por isso, o estudo sobre as causas do nascimento dos RNMBP é fundamental para se estabeleçam
políticas de saúde visando diminuir a mortalidade infantil.
Objetivos: Identificar os fatores de risco associados ao nascimento de recém-nascidos de muito baixo peso. Métodos:
Estudo de caso-controle, abrangendo 200 recém-nascidos (RN)
com peso entre 500 e 1499g(casos) e 400 RN com peso entre
3000 e 3999g (controles), no período de março de 1998 a
dezembro de 2004. Foram incluídos RN de gestação única,
cujas mães fizeram pré-natal na rede pública de saúde e
residiam na cidade do estudo, tendo o nascimento ocorrido pelo
Sistema Único de Saúde no Hospital Geral. A variável dependente foi o peso de nascimento e as variáveis independentes
foram as sócio-econômicas, educacionais, gestacionais e do
parto. Foi utilizada a análise univariada e a multivariada para o
controle dos fatores de confusão, adotando-se um nível de
significância de 5%. Resultados: A mortalidade dos RNMBP
foi de 32,5%. O limite de viabilidade dos RN foi 600g de peso
e 26 semanas de idade gestacional. As variáveis que estiveram
relacionadas com o nascimento de RNMBP foram: idade
materna igual ou acima de 35 anos (p=0,01), ausência de prénatal (p<0,0001), doenças na gestação (p=0,03), hipertensão
materna (p=0,007), internação durante a gestação (p<0,0001) e
história de um filho anterior de baixo peso ao nascer
(p<0,0001). A hipertensão materna e as infecções durante a
gestação contribuíram com 65% das patologias entre as
gestantes do grupo de casos. Conclusões: Muitos nascimentos
de RNMBP ocorreram por causas evitáveis relacionadas com a
freqüência e qualidade do pré-natal.
Código Trabalho: 75
Título: FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO ÓBITO EM RECÉMNASCIDOS ADMITIDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM
UMA MATERNIDADE DO RECIFE
Autores: VASCO TORRES BRAVO FILHO;SAULO FERNANDES
DOURADO;EDUARDO CORRÊA COUTINHO;SAMUEL PEREIRA
LIMA;JOSÉ CARNEIRO LEÃO Fº
Instituição: Universidade de Pernambuco
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Progressivamente tem se buscado conhecer os
fatores de risco associados à morte neonatal precoce e tardia. O
principal foco deste estudo foi levantar questões que possam
trazer subsídios para a tomada de decisões estratégicas através
da definição de um perfil de risco para óbito neonatal numa
Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Objetivos: Descrever o
perfil de risco para o óbito em Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal. Métodos: O estudo foi do tipo caso-controle.
Utilizou-se o banco de dados de uma UTI neonatal e os prontuários dos pacientes admitidos entre janeiro e julho de 2004. A
amostra foi composta por 33 casos e 66 controles. Resultados:
Foram evidenciados nove fatores de risco, destacando-se o
peso ao nascer <1250g. Os outros foram parto normal
(OR=2,71); Apgar 1º minuto <6 (OR=3,01); ventilação positiva
na sala de parto (OR=2,69); massagem cardíaca (OR=3,75);
FiO2 máxima >0,6 na admissão (OR=4,46); uso de surfactante
(OR=3,46); cateter central (OR=2,87) e jejum até terceiro dia
de vida (OR=3,66). Após análise estratificada, verificou-se
independência entre essas variáveis, com exceção de peso ao
nascer <1250g e parto normal; FiO2 máxima na admissão
>0,60 e jejum até o terceiro dia de vida. Também foi evidenciado que o horário no qual ocorreu o maior número de óbitos
incluía as trocas de plantão e a madrugada. Conclusões: Os
fatores de risco encontrados estão inter-relacionados, com
exceção do peso ao nascer abaixo de 1250g, variável de origem
complexa, intrinsecamente relacionada com a qualidade de vida
das populações humanas. O parto normal para recém-nascidos
com menos de 1.250g parece representar risco adicional. Os
óbitos neonatais ocorreram mais freqüentemente entre 17:00 h
e 9:00 h.
Código Trabalho: 1007
Título: FATORES DE RISCO PARA A MORTALIDADE PERINATAL
NO RECIFE - 2003
Autores: TEREZINHA ALMEIDA AQUINO;SÍLVIA WANICK
SARINHO;MARIA JOSÉ BEZERRA GUIMARÃES
Instituição: Secretaria de Saúde do Recife; Universidade de
Pe
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A mortalidade perinatal resulta de uma complexa
interação entre fatores de riscos distais, intermediários e proximais, relacionados às condições socioeconômicas, de atenção à
saúde e biológicos, fazendo com que sua redução seja mais
difícil e lenta do que a da mortalidade infantil. Apresenta
poucos estudos, no Brasil, que enfocam seus fatores de risco,
inclusive nenhum referente ao Estado ou Municípios de
Pernambuco. Objetivos: Analisar os fatores de risco associados à mortalidade perinatal no Recife, no ano de 2003, de
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S131
Neonatologia
acordo com um modelo hierarquizado de determinantes proximais, intermediários e distais. Métodos: Foi realizado um
estudo do tipo caso-controle, sendo considerados como casos
todos os óbitos perinatais ocorridos no ano de 2003, de residentes na cidade do Recife, com peso ao nascer igual ou superior a 500 gramas, de gravidez única e não portador de anencefalia. Como controles foram considerados os nascidos vivos
entre 26 de dezembro de 2002 e 31 de dezembro de 2003, de
residentes no Recife, que não evoluíram para o óbito até seis
dias completos de vida, com as mesmas características dos
casos. Obteve-se, após linkage, entre o banco de dados do
Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e o banco de
óbitos perinatais do Sistema de Informação sobre Mortalidade,
403 casos e 1612 controles. A identificação dos fatores de risco
associados à mortalidade perinatal foi realizada por meio de
análise multivariada (regressão logística). Resultados: Após
regressão logística múltipla, com a inclusão de variáveis dos
três níveis de determinação proximal, intermediário e distal,
constituíram-se fatores de risco para mortalidade perinatal em
ordem decrescente do risco: a prematuridade (OR=18,23), o
baixo peso ao nascer (OR=4,90), a idade da mãe igual ou maior
que 35 anos (OR=1,97), o nascimento em hospitais participantes do SUS (OR=1,93) e a escolaridade da mãe inferior a 4
anos de estudo (OR=1,78). O risco apresentado pela
baixa/intermediária condição de vida do bairro de residência
não se mostrou com significância estatística. Conclusões: O
estudo ao identificar fatores de risco para a mortalidade perinatal no Recife de acordo com um modelo hierarquizado de
determinação, utilizando variáveis provenientes de sistemas
oficiais de informação epidemiológica, contribui para o
conhecimento do problema na cidade, fornecendo ao poder
público elementos para o seu enfrentamento.
Código Trabalho: 286
Título: FATORES DE RISCO PARA ÓBITO E/OU DISPLASIA
BRONCOPULMONAR (DBP) EM RECÉM-NASCIDOS DE MUITO
BAIXO PESO
Autores: ANA KARINA C. DE LUCA;ADRIANA SAITO;ALICE
MARIA KIY;JULIANA CARVALHO CONSTANTINO;JULIANA
BOTTINO;LÍGIA MARIA S.S. RUGOLO
Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu-HC- UNESP
Cidade/UF: BOTUCATU/SP
Resumo:
Introdução: A sobrevida de recém-nascidos (RN) de muito
baixo peso (MBP) melhorou à partir da década de 70, mas o
prognóstico em relação ao risco de morte e/ou DBP ainda é
bastante preocupante. Objetivos: Identificar e analisar fatores
de risco para morte e/ou DBP em RN MBP. Métodos: estudo
observacional, prospectivo, de corte transversal em base populacional em todos os RN MBP (peso de nascimento menor ou
igual à 1500 gramas)internados no período de 01/04/2004 à
31/05/2006. As variáveis: uso de corticosteróide antenatal
(CEAN), tipo de parto, sexo, APGAR de 1º e 5º minutos, peso
de nascimento (PN), idade gestacional (IG), reanimação em
sala de parto, Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR),
terapia de reposição de surfactante (TRS), infecção neonatal
(INN) precoce e tardia, persistência do canal arterial(PCA),
hemorragia peri-intraventricular (HPIV), uso de ventilação
mecânica (VM), enterocolite necrosante (NEC) foram
comparadas em dois grupos de estudo: sobreviventes sem DBP
e óbitos e/ou DBP e submetidas à análise bivariável e multivariável através dos testes t de Student e Mann-Whitney com
nível de significância de 5%. Resultados: Foram estudados
137 RN MBP; 48% das gestantes utilizaram CEAN, 39%
nasceram de parto vaginal, 47% do sexo feminino, com
APGAR ?3 (1ºminuto) em 27% dos casos e ?6 (5º minuto) em
15%, sendo que 95 RN (69%) receberam ventilação com
pressão positiva (VPP) na reanimação em sala de parto. Dos
RN estudados, 97 (71%) sobreviveram sem DBP. A frequência
de SDR foi de 70% e 59% receberam TRS. O PN e a IG foram
menores no grupo dos óbitos e/ou DBP (média 943+/-239g
p<0,001 e mediana 27,4 semanas p<0,001 respectivamente).
Na comparação entre os grupos (óbitos e/ou DBP x sobreviventes sem DBP) observou-se pior resultado no primeiro
grupo nas seguintes variáveis: PCA (74x48% p=0,012), HPIV
(58x22,5% p<0,001), INN precoce (71x45% p=0,012), INN
tardia (83x53% p=0,004). Os fatores de risco que mais influenciaram no desfecho morte e/ou DBP foram: SDR (OR 3,62;
IC95% 1,29-10,1), TRS (OR 8,52; IC95% 3,58-20,3), PCA
(OR 3,05; IC95% 1,33-6,98), VM (OR 9,59; IC95% 3,16-29),
INN precoce (OR 2,99; IC95% 1,33-6,75), INN tardia (OR
4,34; IC95% 1,65-11,4) e HPIV (OR 4,77; IC95% 1,97-11,6).
Conclusões: Os fatores determinantes do mau prognóstico,
óbito e/ou DBP, de RN MBP estão relacionados ao grau de
prematuridade e seus agravantes: asfixia perinatal, SDR, PCA,
HPIV e infecção.
Código Trabalho: 716
Título: HEMANGIOMATOSE NEONATAL DIFUSA COM
ACOMETIMENTO DE FACE E INTESTINO - RELATO DE CASO
Autores: GUIDO DE PAULA COLARES NETO;LUIZA DANIELLE
BARROS LINS;RACHEL XIMENES RIBEIRO LIMA;FRANCISCA
LÚCIA MEDEIROS DO CARMO;MARFISA MELO
PORTELA;HENRIQUE RAMALHO
Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin - HIAS
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: a Hemangiomatose Intestinal Difusa apresenta
acometimento visceral associado às lesões de pele, principalmente em fígado, SNC, TGI e pulmões.Apresenta prognóstico
reservado, com tratamento baseado na corticoterapia e no uso
de interferon. Objetivos: relatar o caso de um recém-nascido
com hemangiomatose intestinal difusa. Métodos: Relato de
caso. Resultados: paciente apresentando hemangioma cutâneo
e melena, foi diagnosticado, através de laparatomia exploradora, portador de hemangiomatose intestinal envolvendo todo
intestino delgado. Conclusões: a hemangiomatose neonatal
difusa é responsável por quadros de grande morbimortalidade
no período neonatal, necessitando ser investigada e diagnosticada o mais precocemente possível,a fim de aumentar a sobrevida dos seus portadores.
Código Trabalho: 669 - Título: IDENTIFICAÇÃO DE DEFEITOS
DO TUBO NEURAL UTILIZANDO A DECLARAÇÃO DE NASCIDO
VIVO.
Autores: CILENE O. PINTO;LUIZ FERNANDO C. NASCIMENTO
Instituição: Universidade de Taubaté
Cidade/UF: GUARATINGUETÁ/SP
Resumo:
Introdução: São poucos os estudos sobre a ocorrência de
Defeitos do Tubo Neural (DTN) na população brasileira e
nestes se incluem mielomeningocele, anencefalia e encefalocele. Quando existem, os dados são obtidos diretamente de
prontuários médicos. Sua prevalência gira ao redor de 0,4% (4
casos por 1000 nascidos vivos). Objetivos: estimar a
prevalência de DTN em cidades de médio porte do Estado de
São Paulo. Métodos: trata-se estudo transversal, com dados
secundários da Declaração de Nascido Vivo do Ministério da
Saúde (DNV), obtidos da Fundação SEADE, relativas ao
período 2002 a 2004. Foram selecionadas as cidades de
Ribeirão Preto, São José dos Campos e Sorocaba, que, juntas,
totalizam dois milhões de habitantes e têm perfis semelhantes.
A variável desfecho foi a presença de DTN, não importando o
tipo, anotada na DNV, de acordo com a CID-10, e as variáveis
independentes foram idade materna, peso ao nascer, ordem de
nascimento, relato de natimortos anteriores, escore de Apgar e
escolaridade materna, esta variável como estimadora do nível
socioeconômico da mãe. Os testes estatísticos utilizados foram
o qui-quadrado para as variáveis categorizadas, o qui-quadrado
de tendência linear para as variáveis ordinais e o teste t de
Student para comparação de médias. A significância estatística
adotada foi alfa = 5%. Utilizou-se do programa Epi-Info 6.04.
Resultados: Foram incluídos no estudo 74891 DNV relativas
ao período selecionado. Foram identificadas 678 malformações
congênitas representando uma taxa de 9,05 para 1000 nascidos
vivos (NV). Dentre estas malformações havia 89 casos de DTN
(13,1% dos casos de malformação congênita). Foi identificada
uma proporção inferior a 1% de não-preenchimento da DNV.
OS casos de DTN representam uma prevalência de 1,19 casos
para 1000 NV. A idade materna foi ligeiramente inferior nos
casos de presença de DTN, mas sem significância estatística. O
peso médio ao nascer foi menor nos casos de DTN nas três
cidades (p = 0,000...). A prevalência de DTN foi significativamente maior em recém-nascido com baixo peso. Quanto à
ordem de nascimento, não houve associação com a presença ou
não de DTN. Também não houve associação com o relato de
natimorto anterior. Quanto ao escore de Apgar, este foi signi-
Neonatologia
ficativamente menor nos recém-nascidos com DTN (p =
0,000...). Houve uma prevalência significativamente maior de
recém-nascido com asfixia neonatal no grupo com DTN. Não
foi encontrada associação entre escolaridade materna e
presença de DTN. Conclusões: a prevalência encontrada neste
estudo foi inferior a outros valores relatados para o Brasil,
apeasr de número pequeno de falta de informação na DNV; mas
sua participação no total das malformações foi considerável.
Código Trabalho: 46
Título: INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCOS ASSOCIADOS COM
FALHA NA EXTUBAÇÃO EM PRÉ-TERMOS < 1250G
Autores: CARLOS ALBERTO BHERING;BIANCA MORAES
MARTINS;DANIELE CRUZ ALEXANDRE;MÁRCIA TAVARES
SILVA;FERNANDA HERMETO;GUILHERME MENDES SANTANNA
Instituição: Instituto Fernandes Figueira (IFF)-FIOCRUZ
Cidade/UF: BARRA MANSA/RJ
Resumo:
Introdução: Intubação prolongada e ventilação mecânica em
pré-termos < 1250g é associado com trauma de vias aéreas
superior e desenvolvimento de displasia broncopulmonar
(DBP). Extubação destas crianças para CPAPn tem mostrado
uma redução nas taxas de reintubação, atelectasias e melhora
da relação ventilação-perfusão. Esta conduta tem sido usado de
rotina em nossa unidade. Objetivos: Determinar a taxa de falha
de extubação, fatores associados e os resultados nos pré-termos
com peso de nascimento < 1250g admitidos em um período de
2 anos e que foram extubados para CPAPn. Métodos: Foi feita
uma análise retrospectiva de 52 pré-termos que foram
intubados e internados na UTI neonatal do IFF, entre julho de
2003 e junho de 2004. Extubação com sucesso foi definido
como a não necessidade de reintubação por qualquer razão pelo
menos 7 dias após a primeira tentativa de extubação.
Resultados: Dos 52 pacientes analisados, 13 morreram antes
da primeira tentativa de extubação (25%). Trinta e nove
pacientes foram extubados, com uma mediana de idade de 36h
(1-480h). Nove (9) destes falharam na extubação (23,1%).
Comparando as populações (falha x sucesso) existiu uma diferença estatisticamente significativa no peso de nascimento
(845,6±156g x 993,6±171,2g, idade gestacional (26,4±1 sem x
29,5±2,1 sem), escore de Apgar com 5 minutos (6,3±2,1 x
8,0±1,1) e diagnóstico de PCA na primeira semana de vida
(66,7% x 16,7%). Outros fatores analisados (uso de corticóide
pré-natal, hipertensão materna, idade da administração de
surfactante, idade de extubação, uso de aminofilina préextubação, pressão média das vias aéreas (MAP) préextubação) não foram estatisticamente diferentes. Encontramos
também uma diferença significativa na taxa de mortalidade
(55,5% x 7,6%) e HIC III ou IV (44,4% x 33,3%). Outros resultados não foram diferentes (taxa de DBP, ROP e tempo internação). Conclusões: Em nossa população a incidência de falha
de extubação foi similar aos dados publicados, sendo que a
idade gestacional foi a única variável significativa ao final da
análise de regfressão logística. Existiu uma tendência a uma
maior taxa de falha de extubação em RN <1000g e com diagnóstico de PCA na primeira semana de vida. Esforçoes devem
ser feitos para prevenir partos prematuros.
Código Trabalho: 1236
Título: INDICADORES DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UTI
NEONATAL EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA TERCIÁRIA NO
NORDESTE BRASILEIRO
Autores: ROBERIO DIAS LEITE;MARIA WILLZNI SALES
RIOS;GUILHERME BESSA DE OLIVEIRA JUN;ANTONIETA DE
SOUSA CASTRO;JOSÉ EDUILTON GIRÃO;REGINA LÚCIA
PRACIANO FERNAN
Instituição: Hospital Geral César Cals
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Infecções hospitalares (IH) representam importante causa de morbimortalidade em unidades de terapia intensiva neonatais (UTINeo). Há poucas informações sobre o
impacto das IH no período neonatal no Nordeste, região na qual
os índices de mortalidade neonatal figuram entre os maiores do
Brasil. Objetivos: Descrever os principais indicadores de IH
em UTINeo de um hospital terciário do Nordeste do Brasil.
Métodos: Estudo descritivo longitudinal baseado nas informações dos indicadores fornecidos pela Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar no período de janeiro/2004 a
dezembro/2005. Resultados: As taxas brutas de IH e taxas de
pacientes com IH nos anos de 2004 e 2005 foram respectivamente: 34,35% e 25,75%; 31,7% e 23,7%. Quanto à
distribuição topográfica, predominaram nos anos de 2004 e
2005, respectivamente: sepse clínica (46,8% e 59,5%);
infecção da corrente sangüínea (21,05% e 18,05%), pneumonias (8,55% e 4,1%), onfalites (7,3% e 3,25%), infecções do
sítio cirúrgico (1,65% e 0,9%) e outras infecções (14,5% e
14,15%). A densidade de IH variou de % ( - ) e 27,5% (13,5% 43,9%) ao longo dos anos de 2004 e 2005 respectivamente. As
taxas de letalidade associadas às IH foram de 42,89% (19,25%
- 62%) em 2004 e 24,63% (7,15% - 45,2% ) em 2005.
Conclusões: As IH constituem evento muito freqüente em
nossas UTINeo, tendo ocorrido declínio no ano de 2005,
comparado ao ano de 2004. Sepse clínica foi o diagnóstico
topográfico de IH de maior freqüência, provavelmente em
decorrência da baixa sensibilidade de nossas hemoculturas e
provável subnotificação de pneumonias. Houve decréscimo da
densidade de IH e da taxa de letalidade associada à IH entre os
anos de 2004 e 2005, embora tenha havido grande variabilidade
ao longo dos meses. A adoção de medidas eficazes de
prevenção de IH é necessária para diminuir seu grande impacto
na morbimortalidade neonatal em nosso meio.
Código Trabalho: 938
Título: INFECÇÕES HOSPITALARES EM BERÇÁRIO DE ALTO
RISCO E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Autores: SUZANA VIEIRA DA CUNHA FERRAZ;JÚLIA
MELLO;TACIANA BRAGA;DANIELLE BRANDÃO;MARIA
MADALENA MONTEIRO ROSA OLIVEIRA
Instituição: IMIP - Inst. Mat. Infantil Prof.Fernando Figueira
País: BRASIL
Resumo:
Introdução: As infecções hospitalares (IH) têm se tornado um
problema crescente em maternidades que atendem recémnascidos (RN) de alto risco com elevada morbi-letalidade e
ocorrendo principalmente em bebês extremamente prematuros,
de muito baixo peso, que sobrevivem devido aos avanços
tecnológicos incorporados à sua assistência. Objetivos: Avaliar
a epidemiologia das IH ocorridas nos recém-nascidos internados no Berçário de Alto Risco e UTI da Unidade Neonatal
Interna até a saída por alta ou óbito, no período de janeiro a
dezembro de 2005. Métodos: O estudo faz parte da vigilância
epidemiológica, com busca ativa, das IH ocorridas em todos os
RN admitidos na unidade, durante o período de janeiro a
dezembro de 2005, sendo excluídos os óbitos até 48 horas de
vida. Foram analisados os dados de todos os RN com diagnóstico de I.H. em qualquer sítio, sendo utilizadas as definições do
CDC, excluídas as infecções hospitalares de origem materna.
Todos os pacientes foram acompanhados numa coorte até saída
por alta ou óbito. Resultados Durante o ano de 2005 foram
admitidos 2213 recém-nascidos na unidade e destes, 121 faleceram nas primeiras 48h de vida. Nos 2092 RN acompanhados
foram identificadas 333 infecções hospitalares. A taxa de
infecções foi 15,9% entre os pacientes admitidos e de
18,5/1000 pacientes-dia. Dentre os pacientes com IH, 241
(72,4%) apresentaram um episódio, 66 (19,8%) apresentaram
dois episódios, 18 três (5,4%), 5 quatro (1,5%), 2 cinco (0,6%)
e 1 (0,3%) seis episódios de infecções hospitalares.
Considerando todos os casos de IH, 49,6% ocorreram nos RN
do sexo masculino e 50,4% nos RN do sexo feminino. A idade
média no primeiro episódio foi de 9,6 dias com mediana de 8
dias; no segundo episódio a média foi de 26 e mediana de 23
dias. Os principais sítios das IH foram: infecções da corrente
sangüínea, 49,2%, pneumonia, 14,7%, infecções do trato
gastrintestinal, 13,2%, pele 12,3%, olhos, ouvidos e boca,
4,2%, infecções do sítio cirúrgico, 3,6%, e outros sítios 2,8%.
Conclusões: As infecções mais freqüentes nos RN hospitalizados em berçário de alto risco e UTI neonatal foram as
infecções da corrente sangüínea, seguidas pela pneumonia.
Esses RN tiveram em regra geral, uma longa permanência
hospitalar, desenvolvendo, às vezes, mais de um episódio de
infecção. A vigilância epidemiológica permite o estabelecimento de níveis endêmicos e a detecção precoce de surtos e
constitui um instrumento importante para a identificação de
grupos de maior risco, com conseqüente elaboração de políticas
dirigidas de prevenção e controle. O impacto das estratégias de
intervenções também pode ser mais bem avaliado. A prevenção
Neonatologia
e controle são os grandes desafios para os controladores de
infecções hospitalares.
Código Trabalho: 703
Título: MENINGITE POR STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE EM
RECÉM-NASCIDO: RELATO DE CASO
Autores: PATRÍCIA CRISTINA GOMES PINTO;MÁRCIO FONSECA
REIS;HELIDÉIA OLIVEIRA LIMA;CLÁUDIA LIMA
CAMPODÔNIO;KÁTIA LILIAM SILVEIRA;MARIA FERNANDA
VIZANI NOGUEIRA
Instituição: Hospital regional Doutor João Penido-FHEMIG
Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG
Resumo:
Introdução: O pneumococo, raramente, acomete os recémnascidos. Entretanto, anticorpos produzidos contra bactérias
capsuladas, como no caso do pneumococo, em que há
predomínio de IgG2, são transferidos com menos eficiência
pelo transporte placentário. Objetivos: descrever um caso de
meningite pneumocócica em recém-nascido. Relato do caso:
Recém-nascido de 16 dias de vida, sexo feminino, parto
cesárea, a termo, peso nascimento 2060g foi admitida na
unidade neonatal com hipoatividade, recusa alimentar e
vômitos há 48 horas. Associadamente, evoluiu com apnéia,
necessitando ventilação mecânica não invasiva. Exames: líquor
9500 leucócitos/mm3, 40% de polimorfonucleares, proteínas =
172mg/dl e hipoglicorraquia. O látex foi positivo para
Streptococcus pneumoniae. Foi iniciada cefalosporina de
terceira geração. Apresentou crise convulsiva e piora clínica,
tendo a tomografia de crânio mostrado imagem hipodensa com
realce periférico em região fronto-parietal direita sugerindo
abscesso cerebral. Foi, então, instituído tratamento antimicrobiano específico. A criança teve alta em boas condições para
acompanhamento ambulatorial. Conclusões: apesar da dados
da literatura não incluírem o pneumococo entre os agentes mais
comuns de infecção no período neonatal, encontramos em
nosso meio um caso de meningite pneumocócica grave.
Devemos investir em mais estudos sobre o mecanismo e
efetividade da transferência materno fetal de anticorpos contra
germes capsulados, entre eles, o pneumococo, tendo em vista
os relatos da incidência destes agentes acometendo recémnascidos, muitas vezes, de forma grave.
Código Trabalho: 48
Título: MORBIDADE EM MENORES DE 1 ANO DE ACORDO COM
OS CAPÍTULOS DA CID 10A EDIÇÃO NO ESTADO DO PARÁ, NO
ANO DE 2005.
Autores: ALINE CRISTINA RIBEIRO MORAES;JULIANA MAIA
TEXEIRA;DEBORAH ALENCAR OLIVEIRA;ELDER CARDOSO
PINHEIRO;ANDRESSA MONTEIRO SIZO;BÁRBARA ALENCAR
OLIVEIRA
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/UF: BELEM/PA
Resumo:
Introdução: A ocorrência elevada de diarréia e pneumonia nas
hospitalizações de crianças, denota um perfil mórbido prevalente nas áreas menos desenvolvidas, carência alimentar e
precárias condições a que estão expostos setores da população.
A exposição aos poluentes ambientais é um importante fator de
risco para a ocorrência das internações hospitalares em
crianças, absenteísmo escolar, mortalidade intrauterina e
também para defeitos congênitos. Há evidências de que a
poluição atmosférica está associada com aumentos importantes
no risco de morte e doenças crônicas em crianças, resultados
desastrosos na gravidez e agravamento de doenças. A diarréia
infecciosa é também associada de forma importante com a
morbidade infantil. Apesar das doenças diarréicas terem
reduzido a sua magnitude como causa de mortalidade, elas
ainda constituíam a segunda causa de internação nos menores
de um ano no Rio de Janeiro. Objetivos: Avaliar a morbidade
hospitalar infantil segundo os capítulos da CID 10a revisão no
estado do Pará, a partir da análise de indicadores clássicos.
Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo,
de base populacional, no ano de 2005. Para os indicadores de
morbidade foram usados dados de morbidade hospitalar,
obtidos no DATASUS, do Ministério da Saúde e os dados de
população foram os informados pelo IBGE. Resultados: De
todas as internações em menores de 1 ano em 2005, 34,23%
S134
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
corresponderam às Doenças do Aparelho Respiratório, seguidas
pelas Doenças Infecciosas e Parasitárias (31,09%) e Afecções
Originadas no Período Perinatal (20,54%). Todas as outras
causas corresponderam juntas à proporção de 14,14%. A pneumonia ocupou o primeiro lugar como causa de internação tanto
dentre as doenças respiratórias (66,35%) quanto do total de
internações (22,71%). Dentre as doenças infecciosas, a principal causa foi diarréia e gastroenterite de origem infecciosa
(42,32% deste capítulo e 13,15% do total de internações). As
doenças relacionadas ao crescimento fetal retardado e à desnutrição fetal foram responsáveis pela maior proporção de internações por Afecções Originadas no Período Perinatal (26,27%
deste capítulo e 5,40% do total de internações). Conclusões:
As principais doenças detectadas nas internações são evitáveis
por medidas de promoção de saúde e prevenção específica
conhecidas. No entanto, na prevalência deste quadro, estruturam-se serviços de saúde que atuam bastante tardiamente.
Esta forma de assistência mantém a estrutura epidemiológica
prevalente, o contínuo risco de doença e óbito para a população
exposta e os elevados gastos hospitalares por parte da
Previdência Social.
Código Trabalho: 411
Título: MORTALIDADE EM UMA UNIDADE DE TERAPIA
NEONATAL EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA TERCIÁRIA NO
NORDESTE BRASILEIRO
Autores: MARIA WILLZNI SALES RIOS;ROBÉRIO DIAS LEITE
Instituição: Hospital Geral César Cals
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: A redução da mortalidade infantil no Brasil
dependerá cada vez mais de seu componente neonatal.
Entender a epidemiologia da mortalidade neonatal é fundamental para traçar estratégias de redução do Coeficiente de
Mortalidade Infantil Precoce. Objetivos: Descrever características epidemiológicas da mortalidade neonatal em unidade de
terapia intensiva neonatal (UTIN). Métodos: Estudo transversal, descritivo, retrospectivo, baseado nas informações dos
sensos mensais de mortalidade entre janeiro e dezembro/2005.
Resultados: No período de estudo ocorreram 5593 partos,
41,8% (2342) cesáreas, resultando 99,8% (5585) nativivos;
destes, 17,7% (989) foram admitidos em UTIN (175<1kg e 814
>1kg), ocorrendo 188 óbitos, sendo 137 precoces (81 em<1kg*
e 56 em <1kg; X2=115,23; OR=6,73; p=0,00000001; IC=95%)
e 51 tardios (25/94 em <1kg* e 26/758 em >1kg; X2=57,41;
OR=7,55; p=0,00000001; IC=95%). Entre RN <1kg, 81*/175
foram precoces e 25/94 tardios (X2=4,02; OR=1,74; p=0,04,
IC=95%). Entre os >1kg, 56*/814 foram precoces e 26/758
foram tardios (X2=7,82; OR=2,01; p=0,005; IC=95%). A taxa
de mortalidade mensal variou de 6,97% a 25,4% (mediana=15),
não foi afetada pelo número de admissões (39 a 70/mês;
média=51,6),
taxa
de
ocupação
(93,2-222%/mês;
média=121,5%), nem pela média de permanência (7 a 10 dias;
média=7,9). As taxas de mortalidade precoce foram: 46,3% em
<1kg e 6,9% em >1kg. As taxas de mortalidade tardia foram:
26,6% em <1kg e 3,4% em >1kg. Apgar <5 no quinto minuto
ocorreu em 1,37% (77) dos RNs. Conclusões: A UTIN do
HGCC é referência e tem grande relevância social no Estado
do Ceará, atendendo acima de sua capacidade em todos os
meses do ano. A mortalidade é significativamente maior nos
primeiros sete dias de vida e nos RN menores de 1kg. As
estratégias para redução da mortalidade infantil precoce em
nosso estado devem estar voltadas para os cuidados do prénatal, monitorização do parto e melhora da assistência aos RNs
de alto risco.
Código Trabalho: 49 - Título: MORTALIDADE INFANTIL
NEONATAL E PÓS-NEONATAL NO ESTADO DO PARÁ, NO
PERÍODO DE 1998 A 2003.
Autores: ALINE CRISTINA RIBEIRO MORAES;JULIANA MAIA
TEXEIRA;DEBORAH ALENCAR OLIVEIRA;BÁRBARA ALENCAR
OLIVEIRA;ELDER CARDOSO PINHEIRO;ANDRESSA MONTEIRO
SIZO
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/UF: BELEM/PA
Resumo:
Introdução: A taxa de mortalidade infantil representa um dos
indicadores mais empregados para análise da situação de saúde
de um país, sendo dividida em dois períodos: neonatal (estima
Neonatologia
o risco de óbito nos primeiros 27 dias de vida) e pós-neonatal
(estima o risco de óbito entre 28 dias de vida até o final do
primeiro ano). Enquanto a mortalidade neonatal está relacionada às condições de gestação, do parto e da própria integridade física da criança, a mortalidade pós-neonatal está mais
associada às condições socioeconômicas e do meio ambiente,
com predomínio das causas infecciosas. Em ambos os componentes, entretanto, importante parcela de responsabilidade é
atribuída aos serviços de saúde. Admite-se que medidas
sanitárias adequadas e serviços de saúde acessíveis e de boa
qualidade podem atuar positivamente na redução da mortalidade infantil. Apesar das condições de vida desfavoráveis, a
mortalidade infantil em geral tem apresentado tendência
decrescente nas últimas décadas, no Brasil e no mundo.
Objetivos: Avaliar a mortalidade infantil neonatal e pósneonatal no período de 1998 a 2003 no estado do Pará, a partir
da análise das taxas de mortalidade. Métodos: Foi realizado
um estudo epidemiológico descritivo, de base populacional que
compreendeu o período de 1998 a 2003, sendo este agrupado
em intervalos de 2 em 2 anos. Para o cálculo das taxas de
mortalidade foram utilizados os dados de mortalidade do
DATASUS, do Ministério da Saúde; os dados de população de
nascidos vivos foram os informados pelo SINASC.
Resultados: As taxas de mortalidade infantil apresentaram o
mesmo padrão, tanto para o componente neonatal como para o
pós-neonatal: discreto aumento no segundo biênio e redução no
terceiro, apresentando as menores taxas ao final do período
(14,39 por mil nascidos vivos na taxa neonatal, e 7,57 na pósneonatal). O componente neonatal foi responsável pela maioria
dos óbitos no período, apresentando taxas de mortalidade
maiores em todos os biênios (14,96 em 1998-99, 16,14 em
2000-01 e 14,39 por mil nascidos vivos em 2002-03). As taxas
referentes ao componente pós-neonatal não ultrapassaram 8,16
por mil nascidos vivos (taxa do segundo biênio). Conclusões:
Os períodos cruciais entre o final da gravidez, o trabalho de
parto e o momento do nascimento não receberam ainda a
atenção merecida do sistema de saúde. Neste momento o risco
de resultados adversos para a mulher e a criança é muito
grande. Ganhos mútuos para a saúde materna e perinatal
poderão ser alcançados, com redução significativa dessas
mortes precoces, se as complicações do parto e nascimento
forem antecipadas, reconhecidas e imediatamente atendidas,
constituindo-se ações de saúde prioritárias para o país.
Código Trabalho: 50
Título: MORTALIDADE INFANTIL POR AFECÇÕES ORIGINADAS
NO PERÍODO PERINATAL NO ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO
DE 1998 A 2003.
Autores: ALINE CRISTINA RIBEIRO MORAES;JULIANA MAIA
TEXEIRA;DEBORAH ALENCAR OLIVEIRA;BÁRBARA ALENCAR
OLIVEIRA;DHIEGO ALMEIDA CHAVES BASTOS;CARLOS FERRETI
ZUCATELLI
Instituição: Universidade Federal do Pará
Cidade/UF: BELEM/PA
Resumo:
Introdução: As afecções perinatais se constituem não apenas
como a primeira causa de mortalidade neonatal no país, mas
também das mortes que ocorrem ao longo do primeiro ano de
vida; são responsáveis ainda por 48,5% das mortes de crianças
menores de cinco anos. Apesar dos avanços importantes, a
continuidade da redução da mortalidade infantil ainda representa um grande desafio para gestores,profissionais de saúde e
para a sociedade em geral.Os índices são ainda elevados, com
concentração no período neonatal (0 a 27 dias de vida).
Objetivos: Avaliar a mortalidade infantil por afecções originadas n período perinatal entre 1998 e 2003 no estado do Pará,
a partir da análise das taxas de mortalidade. Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, de base populacional que compreendeu o período de 1998 a 2003. Para o
cálculo das taxas de mortalidade foram utilizados os dados de
mortalidade do DATASUS, do Ministério da Saúde; os dados
de população de nascidos vivos foram os informados pelo
SINASC. Resultados: O período neonatal precoce apresentou
as maiores taxas de mortalidade durante a série, chegando ao
máximo de 10,90 óbitos por 1000 nascidos vivos em 2000, e ao
mínimo de 8,95 em 2002; além de representar pouco mais de
77% de todos as mortes por afecções do período perinatal e
43% de todos os óbitos em menores de 1 ano entre 1998 e
2003. A mortalidade no período pós-neonatal mostrou-se
menos crítica; a maior taxa foi a do ano de 2001 com 0,71
óbitos por 1000 nascidos vivos, e a menor foi a de 1998 (0,27
óbitos por 1000 nascidos vivos). Conclusões: Dentre as causas
da mortalidade neonatal precoce, as afecções perinatais apresentaram o maior percentual em todos os anos analisados. Isto
quer dizer que se faz necessário que as políticas públicas
concentrem-se no combate às causas endógenas de morte
infantil, que se associam às condições da gravidez, do parto e
do puerpério, bem como da criança ao nascer.
Código Trabalho: 276
Título: MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE NO VALE DO
PARAÍBA SOB UMA ABORDAGEM ESPACIAL utores: LUIZ
FERNANDO COSTA NASCIMENTO;GETÚLIO T BATISTA;NELSON
W DIAS;CELSO S CATELANI
Instituição: Universidade de Taubaté
Cidade/UF: GUARATINGUETÁ/SP
Resumo:
Introdução: Apesar das taxas de mortalidade infantil estarem
em queda nos últimos dez anos, o componente neonatal e, em
especial, o neonatal precoce, não vem declinando tanto quanto
se desejaria. Dentre os fatores que influenciariam sobre este
componente está o peso ao nascer. Objetivos: estimar a correlação espacial das taxas de mortalidade neonatal precoce nos
municípios do Vale do Paraíba paulista. Métodos: trata-se de
estudo ecológico do tipo exploratório dos dados de mortalidade
neonatal precoce em 28 municípios do Vale do Paraíba paulista,
que conta com cerca de um milhão de habitantes. Os dados de
mortalidade e de nascidos vivos foram obtidos do portal do
DATASUS, relativos aos anos de 2001 a 2003. Foram calculados os coeficientes de mortalidade neonatal precoce destes
três anos em virtude da possibilidade poucos eventos em
cidades menores. Foram estudados os coeficientes segundo o
peso ao nascer dividido em baixo peso (até 2500g) e peso
normal (igual e maior que 2500g). As taxas foram calculadas
por 1000 nascidos vivos (NV). A análise espacial utilizou-se do
Índice de Moran que determina a correlação espacial entre as
cidades e a significância estatística adotada foi alfa = 5%. O
programa computacional utilizado foi o TerraView 3.1.2,
desenvolvido pelo INPE, e de acesso livre. Resultados: Foram
44722 partos nestes três anos de estudo com 328 óbitos no
perído neonatal precoce (7,33 óbitos por 1000NV); foram 78
óbitos em recém-nascidos com peso normal (1,74 por 1000NV)
e 250 em recém-nascidos com baixo peso (5,59 por 1000NV).
A análise espacial não mostrou auto-correlação espacial das
taxas de mortalidade segundo baixo peso sendo que, a figura
correspondente apresenta um aspecto de mosaico (Moran =
0,20 e p = 0,23); para as taxas de mortalidade de RN com peso
normal, apesar de não haver, também correlação espacial significativa, há um adensamento de municípios com taxas maiores
na região central do Vale do Paraíba diminuindo em direção a
São Paulo. Estes dados sugerem que programas para a redução
da mortalidade neonatal devem envolver todos os municípios
deste entorno e não somente aqueles com maiores taxas.
Conclusões: a análise espacial se mostra como uma boa técnica
para diagnosticar eventos na área da saúde infantil e para
definir diretrizes sobre onde promover intervenções.
Código Trabalho: 113 - Título: O SIGNIFICADO DO GRUPO
DE APOIO PARA A FAMÍLIA DE NEONATOS DE RISCO E EQUIPE
DE PROFISSIONAIS DA UNIDADE NEONATAL
Autores: VIRGÍNIA BUARQUE;MARÍLIA DE CARVALHO
LIMA;RUSSEL PARRY SCOTT;MARIA GORETE LUCENA
VASCONCELOS;DIOGO BUARQUE CORDEIRO CABRAL
Instituição: Hospital Prontolinda - Olinda - PE
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: Com a convivência cada vez mais freqüente da
família com a equipe de profissionais na Unidade Neonatal, é
importante refletir sobre as repercussões para pais e familiares
do nascimento e da hospitalização do recém-nascido de risco e
como esta família deve ser abordada para promover melhor
adaptação a esta fase crítica vivenciada pelo neonato-paisfamiliares e compartilhada com a equipe de profissionais.
Objetivos: Investigar o significado do grupo de apoio para a
família de neonatos de risco e equipe de profissionais na
Unidade Neonatal. Métodos: Utilizou-se a abordagem qualitativa e como referencial teórico o Cuidado Centrado na Família
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S135
Neonatologia
que reconhece e respeita o papel fundamental que a família
exerce na vida do recém-nascido. O estudo foi realizado entre
janeiro e junho de 2004, neste período foram realizadas 25
reuniões do grupo de apoio, cuja equipe central é formada por
neonatologista, enfermeira, psicóloga e médica coordenadora
do aleitamento materno. As técnicas de investigação utilizadas
foram a observação participante das reuniões do grupo de
apoio, registradas no diário de campo, e a entrevista aberta. Os
critérios para inclusão dos familiares foram: a participação
voluntária; ter um neonato internado por período igual ou superior a 7 dias na Unidade de Terapia Intensiva; participar de no
mínimo 3 reuniões; e estar definida a alta hospitalar, momento
em que o neonato e familiares já vivenciaram as várias etapas
da hospitalização. Para a escolha dos profissionais foram
considerados aqueles com maior tempo de convivência com as
famílias na Unidade Neonatal e que também trabalham em
outros serviços com estrutura semelhante a do hospital
pesquisado, exceto pelo trabalho com o grupo de apoio, para
que o profissional comparasse, sua vivência com famílias com
e sem o grupo de apoio. Respeitando estes critérios e atingindo
os princípios adotados para a amostra em pesquisas qualitativas
(privilegiar os sujeitos sociais mais relevantes e a saturação dos
dados) foram entrevistados: 13 mães, 6 pais, 2 avós e 16 profissionais de saúde. As falas foram submetidas à análise de
conteúdo, modalidade temática. Resultados: A análise evidenciou que o grupo de apoio para a família de neonatos de risco
proporcionou informação, apoio emocional e fortalecimento
aos pais e familiares para vivenciar o nascimento e a hospitalização do filho na Unidade Neonatal, além de capacitá-los para
assumir os cuidados com o recém-nascido. Pararelamente,
houve crescimento interperssoal mútuo na interação entre paisfamiliares-equipe de profissionais. Conclusões: O grupo de
apoio para a família de neonatos de risco representa uma abordagem fundamentada nos princípios do Cuidado Centrado na
Família. E a partir de tais princípios, pode-se restabelecer a
competência parental, ajudar a equipe de profissionais a
respeitar valores e sentimentos dos familiares e contribuir para
que pais e profissionais trabalhem em parceria na Unidade
Neonatal.
Código Trabalho: 152
Título: PERFIL DA ATITUDE DOS NEONATOLOGISTAS DA
UNIDADE NEONATAL QUANTO A IDENTIFICAÇÃO E
TRATAMENTO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO.
Autores: CAROLINE CAVALCANTI GONÇALVES;ANA MARIA
ALDIN;ROSIMARY MACHADO AMORIM
Instituição: Hospital Barão de Lucena
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução:Constatações científicas de que o RN sente dor,
também sugerem que os neonatos não podem receber o tratamento necessário A dor não controlada produz efeitos adversos
que podem aumentar a morbidade neonatal. Objetivos: Avaliar
o conhecimento e manuseio da dor no RN pela equipe neonatal.
Métodos: Estudo descritivo feito de abril a junho de 2006,
sobre o conhecimento e atitude dos neonatologistas frente a dor
no atendimento ao RN. Os dados foram obtidos a partir de um
formulário preenchido pelos participantes com informações
profissionais e sobre a identificação e tratamento da dor. A
avaliação dos dados foi feita pelo programa Ecxel e Estatístico
R. Resultados: Dos 28 participantes do estudo, maioria do
sexo feminino 26(92,9%), idade média 42 anos e mediana de
43, exercem pediatria na média de 11,1 anos e mediana de 11,5
e especificamente neonatologia, na média 16,2 anos e mediana
de 16,5. A maioria, 24(85,7%) fizeram residência médica, 12
(42,9%) possuem o título de especialista em pediatria e apenas
6(21,9%) tem o de neonatologia. Todos os 28(100%), acreditam que o RN sente dor. Destes, 15(53,6%) fizeram algum
curso sobre o tema, mas, apenas 1(3,6%) usa escala neonatal de
dor. A maioria dos médicos identifica a dor empiricamente por
um conjunto de manifestações apresentadas pelo RN no
momento da avaliação, tais como, choro e mímica facial
25(89,3%), alterações na respiração, freqüência cardíaca e
agitação 22(78,6%) e 17(60,7%) observam alteração na saturação de oxigênio. No trato diário com o RN ao perceberem dor
utilizam medidas comportamentais 14(50%), intervenção fisiológica através do uso oral de sacarose 12 (42,9%). No tratamento farmacológico usam o acetaminofen, 20(71,4%),
16(57,1%) fentanil e 11(39,3%) dos pesquisados, midazolan
S136
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
associado ao fentanil. As medicações são utilizadas nos procedimentos de drenagem torácica por 23 (82,1%), pós-operatório
por 21(75%) e acesso venoso central por 11(39,3%) dos
médicos estudados. São realizados sem analgesia, punção
capilar e venosa periférica por 19(67,9%) e punção lombar por
11(39,3%) dos analisados. Todos, 28(100%) acham que o tratamento da dor diminui o sofrimento do RN, 16(57,1%) crêem na
melhora do prognóstico, 21(75%) na melhora da adaptação à
assistência respiratória, e 20(71,4%) acreditam que evita alterações nos parâmetros fisiológicos. Da amostra, 10 (35,7%)
não tratam a dor por falta de protocolo no serviço, 6(21,4%)
por medo de depressão respiratória e 5 (17,9%) desconhecem
os protocolos para dor. Conclusões: Apesar dos profissionais
identificarem a dor e reconhecerem que o tratamento traz benefícios, o manejo desta situação tem sido empírico, dependente
do conhecimento de cada um e sem conduta padronizada.
Como o serviço é de referência, tem relevância sugerir a necessidade de programas educacionais sobre dor e estresse neonatal
para toda a equipe (neonatologistas e enfermeiros) e de adotar
na unidade uma escala de dor, propiciando mais segurança e
melhor manuseio da dor no neonato.
Código Trabalho: 695
Título: PERFIL DAS GESTANTES E SEUS NEONATOS
INTERNADOS EM MATERNIDADE DE HOSPITAL PÚBLICO
MUNICIPAL
Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS
AMORIM;NELIANA TEMPONI;JAQUELINE OLIVEIRA
RODRIGUES;ALEXANDRA SILVA VELOSO
Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: O atendimento humanizado a gestante e seu
concepto é objetivo prioritário dos neonatologistas. Para
alcançar essa meta é importante o conhecimento do perfil desse
binômio no serviço, possibilitando a correção de possíveis
falhas. Objetivos: Determinar o perfil das parturientes e seus
conceptos internados na maternidade no período de maio de
2004 a junho de 2006. Métodos: Estudo descritivo baseado no
banco de dados de partos. São registrados todos os partos com
produto nascido vivo (NV) e os partos com produto neomorto
(NM) com peso >500g. São anotados dados do pré-natal,
maternos, do parto e dos neonatos. Resultados: Foram
anotados 4385 partos, sendo 4299 NV (98%) e 86 NM (2%).
Do total de parturientes 805 tinham idade <19 anos; 2991 idade
entre 19 e 34 anos e 515 idade >34 anos; em 74 prontuários não
havia anotação da idade materna. Do total de parturientes 1532
foram primigestas, (34,9%), 1846 estavam entre a 2a e a 4a
gestações (42,1%) e 936 já possuíam 4 ou mais gestações
(21,3%). Em 71 prontuários não havia anotação da paridade
materna. Durante o período estudado ocorreram 2572 partos
vaginais (58,7%), 1730 partos cesáreos (39,5%), 56 partos
vaginais com fórceps (1,3%) e em 27 não havia anotação desse
dado. Quanto aos dados dos conceptos: 2278 do sexo
masculino (51,9%); 2093 do sexo feminino (47,7%); 3 intersexo (0,1%); em 11 prontuários não havia anotação do sexo.
Quanto ao peso de nascimento 342 tiveram peso < 1500g ; 793
entre 1501 e 2500g; e 3234 >2500g; em 16 prontuários não
havia anotação do peso de nascimento. Conclusões: O
percentual de cesárias em nosso serviço é considerado alto
(39,5%). O maior percentual de neonatos do sexo masculino é
concordante com a literatura. È alto o percentual de gestantes
com idade igual ou menor que 19 anos. O percentual de recém
nascidos de baixo peso foi de 25,9% e o de prematuros foi de
29,8%.
Código Trabalho: 6
Título: PERFIL DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO MENOR QUE
1500GRAMAS E MENOR QUE 32 SEMANAS COM RETINOPATIA
DA PREMATURIDADE NO BERÇÁRIO DO HMOB
Autores: LUCIANA HOTT SILVA;ALEXANDRA SILVA VELLOSO
Instituição: Hospital Municipal Odilon Behrens
Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG
Resumo:
Introdução: Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma enfermidade, multifatorial, secundária à vascularização inadequada
da retina imatura dos recém-nascidos (RN) que têm aumentado
proporcionalmente à sobrevida dos RN cada vez mais
Neonatologia
prematuros. As correlações descritas são: baixo peso (PN
menor de 1500 gramas, idade gestacional (IG menor que 32
semanas), doença de membrana hialina (DMH), displasia broncopulmonar (DBP), persitência do canal arterial (PCA), hemorragia do SNC (HPIV). Acompanhar os RN com ROP à fundoscopia (FO) visa a prevenção de erros refrativos.Objetivos:
Descrever o protocolo do HMOB. Delinear o perfil dos
menores que 32 semanas e 1500 gramas. Correlacionar os
fatores de risco para ROP grave (laserterapia). Métodos:
Estudo retrospectivo descritivo com pesquisa de dados dos
prontuários realizado de janeiro a agosto de 2005. Foi elaborado e aplicado questionário com os ítens:IG, PN, DMH, DBP,
HPIV, PCA, hemotransfusão, sepse, tempo de uso e a média de
FiO2 da ventilação mecânica (VM) e CPAP, laudos da FO, realização de laser. Análise no EPI Info. Protocolo do HMOB:FO
nos RN com IG menos que 32 semanas, PN inferior a 1500
gramas, a termo ou não que ficaram em VM e/ou CPAP por
tempo maior que 15 dias.FO entre 4 e 6 semanas de vida
cronológica; revisão em 2 semanas: nos com vascularização
incompleta até zona 3 e sem sinais de ROP. Exame semanal nos
com ROP1limiar zona3, ROP zona2, ROP estágio2 e com
doença "plus". A laserterapia é indicada: estágios3 com ou sem
doença "plus", estágio1 zona1 ou 2 com doença "plus".
Tratamento cirúrgico nos estágios4 e 5. Resultados: Total de
1167 RN, 318 (29,9%) prematuros, 79 preencheram os
critérios. Perdidos 11 prontuários. Analisados dados de 68: 32
RN (47%)evoluíram ao óbito (após 30 dias), 7,3% não fizeram
FO. 31 submetidos ao exame. Dos analisados 97,2% com
DMH, 38,1% DBP, 22,2% HPIV, 36,1% PCA, 100% trataram
sepse (97,2% precoce, 50% tardia, 22,2% fúngica), 33,3% IG
menor ou igual a 28 semanas, 36,4% PN menor que 1000
gramas, média de VM:10,2 dias (média de FiO2:39,5%), média
de CPAP:7,1 dias (média de FiO2:29,8%), 66,7% receberam
hemotransfusão. FO:3,2%-vascularizando zonaI,II,III, ROP1
zonaIII, ROP 2 zonaII, ROP3 zonaIII, ROP3 com doença plus,
16,1%-ROP2 zonaIII, 6,5%-ROP3 limiar. 1RN sem resulatdo,
6 sem ROP. 16,7% submetidos ao laser (ROP grave): ROP3
(limiar, zonaIII e doença plus). Correlacionamos os fatores:
100% tinham DMH(p=0,762), 75% DBP(p=0,210), 75%
trataram sepse fúngica(p=0,047), 50% com 25 semanas e 50%
27 semanas(p=0,053), PN de 520 a 1060 gramas(p=0,536),
100% hemotransfusão, média:3,2 vezes(p=0,010). Tempo de
VM:5,11,26 e 28 dias(p=0,168). Conclusões: Na impossibilidae de evitar o parto prematuro, o acompanhamento criterioso
detecta alterações precoces. A baixa incidência da ROP aponta
para a necessidade de amostra maior, assim como para acompanhamento ambulatorial, por ser uam doença de aparecimento
mais tardio.
Código Trabalho: 772
Título: PERFIL DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE
SEGUIMENTO EGRESSOS DE UMA UTI NEONATAL
Autores: DENISE GONÇALVES PEREIRA;MAYRA ISABEL
PINHEIRO;FABIOLA ARRAES DE O. MARQUES
Instituição: Hospital Geral Waldemar Alcântara. E-mail:
[email protected]
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: A tecnologia na assistência perinatal melhorou
consideravelmentea mortalidade perinatal. Mas a morbidade a
curto e a longo prazo continua acometendo estas crianças.
Objetivos: Determinar o perfil dos pacientes atendidos no
ambulatório de seguimento egressos de uma unidade de UTI
Neonatal, em relação à idadeGestacional ao nascimento; à
cobertura vacinal; à adesão ao aleitamento materno; ao grau de
nutrição; aos principais diagnósticos e encaminhamentos.
Métodos: As informações foram obtidas a partir da ficha de
atendimento ambulatorial dos pacientes, no período de
Setembro de 2005 a Junho de 2006. O absenteísmo às consultas
foi de 25,1%.Foram vistos 219 pacientes , em 667 consultas
neste período. Resultados: Das consultas realizadas; 52,3%
eram de nascidos prematuros e 36,7% de a termo. Foi
constatado que em 40% das consultas, as crianças ainda
mamavam ao seio materno. A cobertura vacinal em dia atingiu
81,1% . Em relação ao grau de nutrição; 22,9% apresentavam
déficit pôndero-estatural. Os diagnósticos mais comuns,
incluiram: comprometimento do DNPM (com 17,7% tendo
atraso e 15,4% apresentando retardo do DNPM); IVAS 13,7%;
anemia e doenças de pele; e 14,2% encontravam-se saudáveis.
Os encaminhamentos mais comuns foram EOA; USTF e
consultas ao Oftalmo (refletindo a triagem da maioria da população atendida, que é de prematuros); além de consultas ao
Neuropediatra, cirurgião pediátrico e tratamento multidisciplinar. Conclusões: Os ambulatórios de seguimento de crianças
saídas de UTI Neonataltêm grande importância no atendimento
e acompanhamento seriado delas. Além de ser fonte de dados
que funcionem para reavaliação de rotinas usadas nas unidades
de origem destas crianças, serve como ponto de partida para
referi-las a atendimento multidisciplinar
Código Trabalho: 308
Título: PERFIL DOS PEDIATRAS DE 5 UTI-NEONATAL DA
CIDADE DO RECIFE EM RELAÇÃO A SUA PROPRIA IMUNIZAÇÃO
E SEUS CONHECIMENTOS SOBRE AS VACINAS CONTRA
INFLUENZA E PNEUMOCOCO CONJUGADA NOS RN PT E DE
BAIXO-PESO
Autores: EDUARDO JORGE FONSECA LIMA;CAROLINE FREITAS
TIMÓTEO LIMA;LUIS ANDRÉ SILVESTRE ANDRADE
Instituição: Inst. Materno Infantil Prof. Fernando Figueira
Cidade/UF: RECIFE/PE
Resumo:
Introdução: A manutenção de imunidade adequada dos profissionais de saúde é importante não só para protegê-los, mas
também para reduzir o risco de transmissão de doenças, especialmente quando trabalham em UTI neonatal, devendo serem
imunizados contra sarampo, rubéola, caxumba, coqueluche,
varicela, hepatite A e influenza. As crianças prematuras apresentam um risco aumentado de infecção do vírus influenza,
especialmente aquelas com doenças crônicas, e também para
doença invasiva por pneumococo. O CRIE recomenda que os
prematuros façam uso da vacina contra Influenza aos 6 meses
de idade e aqueles que nasceram com peso abaixo de 1000
gramas deverão receber a vacina Pneumo Conjugada 7V no 2º
mês de vida. Existem ainda recomendações internacionais
ampliando a indicação desta vacina neste grupo de crianças
consideradas de alto-risco. Objetivos: Verificar o status de
imunização dos pediatras de cinco UTI-Neonatais na cidade do
Recife e avaliar os seus conhecimentos sobre as vacinas
Influenza e Pneumococos 7V em RN pretermo e baixo-peso.
Métodos: Estudo descritivo, transversal, realizado no período
de dezembro/05 a janeiro/06, em cinco UTI-neonatais da
cidade do Recife, sendo duas de hospitais de ensino e três
UTI´S privados. A população do estudo foram os pediatras dos
respectivos hospitais após o consentimento livre e esclarecido.
Os dados foram coletados por meio de um questionário elaborado a partir das variáveis que se pretendeu estudar. Os dados
foram processados e analisados no programa Epi-Info 6.0.
Resultados: Apenas 45,8% dos entrevistados estão cientes da
existência de recomendação vacinal específica para o profissional que trabalha com RNPT e apenas 5,5% conhecem o
esquema recomendado. Quanto ao estado de imunização desses
profissionais, 100% estavam vacinados contra Hepatite B,
30,8% contra Influenza, 25,9% contra Hepatite A e apenas
14,8% contra varicela. Sobre a vacina contra o pneumococos,
80% responderam corretamente sobre a não influência da idade
gestacional ou do peso ao nascer no uso dessa. Quanto às prioridades de aplicação 96,1% acertaram em relação aos RN com
DPC. Em relação a influenza, 82,6% responderam corretamente quanto a idade de aplicação, mas apenas 33,4% estavam
cientes da recomendação de vacinar os RNPT. Conclusões: O
esquema de imunização da maioria dos profissionais de saúde
que trabalham nas UTI-neonatais encontram-se incompletos e
esses profissionais precisam ser sensibilizados para a
importância da sua própria imunização. É importante ainda
disseminar a informação sobre a vacinação contra Pneumococo
e Influenza nos RNPT ou baixo-peso.
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
S137
Neonatologia
Código Trabalho: 1199
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS NEONATAIS NO
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 1979-2004
Autores: NICOLE OLIVEIRA MOTA GIANINI;TATIANA PACHECO
CAMPOS;MARIA AUXILIADORA GOMES;CARLA BRASIL;ROSANA
IOZZI;SUZANE OLIVEIRA MENEZES
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde do Rio de
Janeiro
Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ
Resumo:
Introdução: Conhecer o perfil epidemiológico da mortalidade
neonatal em uma cidade é uma ferramenta importante de avaliação do cuidado com a saúde e deve ser norteador de estratégias para a melhoria da assistência. Objetivos: Avaliar a
tendência da mortalidade neonatal diatne do investimento na
qualificação do cuidado perinatal e neonatal nas maternidades
municipais. Métodos: Utilizando os dados de mortalidade do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os dados
foram analisados através do software TabWin, versão 3.3
(DATASUS). Através do banco de dados obtivemos as freqüências, média, mediana e desvio padrão das variáveis de
desfecho. Resultados: A taxa de mortalidade neonatal (óbitos
em crianças de até 27 dias de vida) sofreu uma redução de
44,1% nos últimos 26 anos na cidade do Rio de Janeiro (1979 17,9% a 2004 - 10,,0%). Na década de 80 encontramos uma
média na taxa de 15,9%, na década de 90 há uma redução para
13,4% e nos primeiros anos de 2000 fica em 10,6%.
Conclusões: No ano de 2004 a taxa de mortalidade neonatal no
Brasil foi de 11,9%, identificando-se diferenças importantes
entre as regiões do país. Um grande desafio para os que se
debruçam sobre a atenção perinatal é a queda da mortalidade indicador de qualidade de assistência à população. Levando em
conta os dados do Brasil, a mortalidade neonatal no município
do estudo vem tendo estratégias de êxito devido ao decréscimo
observado nos últimos anos.
Código Trabalho: 1239
Título: PERFIL MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES DA
CORRENTE SANGÜÍNEA EM UMA UTI-NEONATAL EM HOSPITAL
DE REFERÊNCIA TERCIÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO
Autores: ROBÉRIO DIAS LEITE;MARIA WILLZNI SALES
RIOS;GUILHERME BESSA DE OLIVEIRA JUN;JOSÉ EDUILTON
GIRÃO;SILVIA TAVARES DONATO;JOSÉ JÚLIO COSTA SEDRIM
Instituição: : Hospital Geral Dr. César Cals da Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará e Serviço de Infectologia
Pediátrica do Hospital Universitário Walter Cantídio da
Universidade Federal do Ceará
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Objetivos: Descrever o perfil microbiológico em uma UTIN
de um hospital terciário. Métodos: Estudo descritivo longitudinal baseado nas informações dos indicadores fornecidos pela
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar no período de
janeiro/2004 a dezembro/2005. Resultados: No período foram
colhidas 2879 hemoculturas, sendo 1035 (35,9%) positivas.
Destas, 296 (28,6%) hospitalares, 239 (23%) comunitárias, 500
(48,4%) representando contaminação de coleta. Os microorganismos identificados como causadores de IH foram: S.
aureus (65/22%); S. epidermidis (48/16,2%); Enterobacter
aerogenes (34/11,5%); K. pneumoniae (31/10,5%); P. aeruginosa (26/10,1%); E. coli (25/8,5%); Cândida sp (15/5%),
Enterococo sp (12/4%), A. baumanni (11/3,7%), Enterobacter
gergoviae (8/2,7%), Streptococcos sp (7/2,4%) e (8/2,7%)
outros Gram-negativos. Conclusões: Houve uma distribuição
eqüitativa entre germes Gram (+) e Gram (-) no período,
sobressaindo-se S. aureus e S. epidermidis no primeiro grupo e
ocorrendo uma maior variabilidade entre os do segundo grupo.
Cândida sp já aparece em destaque entre os microorganismos.
S138
Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006.
Código Trabalho: 71
Título: PREVALÊNCIA DE ASFIXIA EM RECÉM -NASCIDOS
ADMITIDOS EM UMA UNIDADE NEONATAL SENTINELA NO
ESTADO DO CEARÁ
Autores: MAYRA ISABEL CORREIA PINHEIRO;FABÍOLA ARRAES
OLIVEIRA MARQUES;ANA MARITA ALBUQUERQUE
Instituição: Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara Fortaleza
Cidade/UF: FORTALEZA/CE
Resumo:
Introdução: Asfixia é definida por alguns autores como a
presença de acidose fetal em sangue de cordão umbilical, ou a
partir do escore de Apgar aos cinco minutos de vida de 0-3, ou
como encefalopatia hipóxico isquêmica e sinais de comprometimento multissistêmico. Bioquimicamente é definida pela
presença de hipoxemia, hipercapnia e acidose mista. Sabe-se
que a asfixia perinatal afeta 2 a 4 de cada mil nascidos vivos a
termo e aproximadamente 60% dos neonatos de baixo peso ao
nascer. Estima-se em um milhão de vidas/ano a mortalidade
provocada pela asfixia sendo a morbidade relacionada também
muito elevada nos sobreviventes e o custo financeiro e social
dos recém-nascidos com encefalopatia extremamente alto.
Objetivos: A partir da observação da crescente solicitação de
leitos de UTI neonatal em uma unidade sentinela do estado do
Ceará para recém-nascidos com diagnóstico de asfixia, realizou-se um estudo visando estabelecer a prevalência da
patologia, caracterizar os pacientes quanto a procedência, peso
, ida
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