A-PDF MERGER DEMO ISSN 1808-7981 Inserir imagem Arquivos de Pediatria Archives of Pediatrics v. 19, Suplemento 1 p. S1-S250, out., 2006 A r q u i v o s d e Pe d i a t r i a Archives of Pediatrics Volume 19, suplemento 1, outubro, 2006 Arquivos de Pediatria Archives of pediatrics Volume 19, suplemento 1, outubro, 2006 ISSN 1908-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. 3 APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia S31 Alergia e Imunologia S177 Outros S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 1 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social S57 Cuidados Hospitalares S205 Perinatologia S59 Cuidados Primários S209 Pneumologia S65 Dermatologia S215 Reumatologia S69 Endocrinologia S225 Saúde Escolar S77 Ensino em Pediatria S227 Saúde Mental S81 Gastroenterologia S229 Segurança na Infância e na Adolescência S87 Genética Clínica S233 Suporte Nutricional S93 Infectologia S235 Terapia Intensiva S119 Nefrologia S239 S123 Neonatologia S145 Neorologia S153 Nutrição INSTRUÇÕES AS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (supl.1): S1 - S250, outubro, 2006 Arquivos de Pediatria Archives of Pediatrics A Revista Pediátrica de Pernambuco, a partir do volume 17 número 1, mudou o título para Arquivos de Pediatria The Journal of Pediatrics of Pernambuco from volume 17 Editores number 1, changed the heading pair Archives of Pediatrics Editors Arquivos de Pediatria é uma publicação semestral editada pela Matilde Campos Carrera Sociedade de Pediatria de Pernambuco Valéria Maria Bezerra Silva Archives of Pediatrics are semestraly peer reviewed journal Conselho Editorial published by the Pediatrics Society of Pernambuco Editorial Board Correspondência Amélia Goreti Reis, São Paulo Mail Ana Falbo, Recife Ana Maria Aguiar dos Santos, Recife Arquivos de Pediatria Dirceu Sole, São Paulo Sociedade de Pediatria de Pernambuco Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho, Recife Rua Francisco Alves, 590, Sala 203 Henrique Ferreira Dantas, Recife Edifício Negocial Center João de Melo Regis Filho, Recife Ilha do Leite. Recife, PE José Clemax Sant'Anna, Rio de Janeiro CEP: 50.070-490. Kátia Cristina Guimarães C. da Silva, Recife Tel: + 55 + 81 3231.4413 Maria Clezilte Brasileiro, Recife Fax: + 55 + 81 3423.5063 Murilo Carlos Amorim de Britto, Recife Site: www.socpedpe.org.br Ricardo Queiroz Gurgel, Aracaju E-mail: [email protected] Silvia Wanick Sarinho, Recife Suely Arruda Vida, Recife Impresso em papel alcalino Printed on acid free paper Consultor Editorial e Executivo Executive and Advisory Editor Nadja Maria Mattos Rezende Diagramação Diagramming Moisés Falcão © 2006 Sociedade de Pediatria de Pernambuco ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro ISSN 1808-7981 Inserir Imagem Os pescadores J. Borges Xilogravura Bezerros, Pernambuco, 2003 SUMÁRIO | CONTENS ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro de 2006 ISSN 1808-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia 165 a 172 S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia 173 a 176 S31 Alergia e Imunologia S177 Outros 177 a 187 S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194 S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 195 a 199 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social 201 a 204 S57 Cuidados Hospitalares 57 a 58 S205 Perinatologia 205 a 208 S59 Cuidados Primários - 59 a 63 S209 Pneumologia 209 a 214 S65 Dermatologia - 65 a 67 S215 Reumatologia 215 a 223 S69 Endocrinologia 69 a 75 S225 Saúde Escolar 225 a 226 S77 Ensino em Pediatria 77 a 79 S227 Saúde Mental 227 a 228 S81 Gastroenterologia 81 a 85 S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a S87 Genética Clínica 87 a 91 S232 S93 Infectologia 93 a 118 S233 Suporte Nutricional 233 a 234 S119 Nefrologia 119 a 122 S235 Terapia Intensiva 235 a 238 S123 Neonatologia 123 a 143 S145 Neorologia 145 a 152 S153 Nutrição 153 a 163 S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S1 SUMÁRIO | CONTENS ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro de 2006 ISSN 1808-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia 165 a 172 S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia 173 a 176 S31 Alergia e Imunologia S177 Outros 177 a 187 S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194 S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 195 a 199 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social 201 a 204 S57 Cuidados Hospitalares 57 a 58 S205 Perinatologia 205 a 208 S59 Cuidados Primários - 59 a 63 S209 Pneumologia 209 a 214 S65 Dermatologia - 65 a 67 S215 Reumatologia 215 a 223 S69 Endocrinologia 69 a 75 S225 Saúde Escolar 225 a 226 S77 Ensino em Pediatria 77 a 79 S227 Saúde Mental 227 a 228 S81 Gastroenterologia 81 a 85 S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a S87 Genética Clínica 87 a 91 S232 S93 Infectologia 93 a 118 S233 Suporte Nutricional 233 a 234 S119 Nefrologia 119 a 122 S235 Terapia Intensiva 235 a 238 S123 Neonatologia 123 a 143 S145 Neorologia 145 a 152 S153 Nutrição 153 a 163 S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S1 ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro ISSN 1808-7981 Inserir Imagem Os pescadores J. Borges Xilogravura Bezerros, Pernambuco, 2003 Arquivos de Pediatria Adolescência Adolescência Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S5 Adolescência Conclusões:310 Título: A EXPERIÊNCIA DE TER UM FILHO COM DEFICIÊNCIA MENTAL: ANÁLISE DAS NARRATIVAS DE MÃES Autores: OLGA MARIA BASTOS;SUELY FERREIRA DESLANDES Instituição: Instituto Fernandes Figueira/ FIOCRUZ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: Ao saber que o filho tem um problema de saúde que irá demandar cuidados constantes e diferenciados, como é o caso das crianças com deficiência mental, as famílias são levadas a se reorganizar a fim de atender às necessidades desse filho. Objetivos: Esse trabalho buscou identificar nas narrativas de mães de adolescentes com deficiência mental os sentidos atribuídos por elas diante desta situação e os obstáculos que tiveram que enfrentar, para alcançar o que consideravam o melhor tratamento para os filhos. Métodos: Utilizou-se a análise de narrativas de mães que têm filhos com deficiência mental, baseando-se em referências da antropologia, destacando-se as contribuições de Thomnpson (1972)e Byron-Good (1996). Partindo de uma leitura antropológica, narrativa é um meio fundamental de dar significado à experiência humana, servindo a narração como mediadora da intimidade das pessoas e a cultura (Garro e Mattingly, 2000). Resultados: As narrativas revelaram o impacto do diagnóstico e a busca de artifícios das mães para aliviar a dor, assim como as mudanças necessárias no seu cotidiano para adequarse aos cuidados com o filho. Elas também narraram a dificuldade em encontrar um atendimento que consideravam adequado aos filhos, tanto na rede pública quanto na de educação, tornando evidente a ineficiência dos serviços ao atendimento destas crianças e às suas famílias. Para essas mães, a rede social de apoio foi muito importante para minimizar essas questões. Conclusões: O conhecimento dessas narrativas pode dar ao profissional que atende a essas famílias subsídios para que a atenção se dê modo mais adequado, tornando-o mais atento às suas necessidades, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas com deficiência mental e de seus familiares. Código Trabalho:1300 Título: ADOLESCENTES GRÁVIDAS: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO E FUNÇÃO SEXUAL Autores: MARA ETIENNE;MÁRCIA TUROLLA;MARCELO MEIRELLES;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERONICA COATES Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A musculatura do assoalho pélvico desempenha um papel importante na manutenção da continência urinária, fecal e no desempenho sexual. A contração apropriada desses músculos tem sido eficaz na terapêutica de pacientes incontinentes, com melhora do controle esfincteriano e da qualidade de vida sexual. A inclusão da fisioterapia para o assoalho pélvico como opção clínica no atendimento pré-natal tem demonstrado resultados satisfatórios ao promover o tônus da musculatura perineal no período pré-natal, facilitando o parto e a recuperação da parturiente. A adolescente, por imaturidade e inexperiência física e emocional, pode apresentar inabilidade no desempenho da ação muscular, tanto para a atividade sexual como o para parto. Objetivos: Identificar alterações da função muscular do assoalho pélvico em adolescentes gestantes e disfunções sexuais. Métodos: Trinta e uma adolescentes grávidas, atendidas em hospital universitário , foram examinadas pelo setor de fisioterapia perineal em 2005. Suas idades variaram de 13 a 19 anos (média 16,06; dp 1,56) e o período gestacional entre 20 e 40 semanas. Cada jovem foi atendida individualmente e respondeu a questões sobre sua atividade física e sexual sendo em seguida examinada, quando se avaliou a função e o grau de força dos músculos do assoalho pélvico por toque digital vaginal. Resultados: Constatou-se alteração da função muscular perineal em 14 (45,2%) jovens. Entre as alterações, 5 (16,1%) adolescentes apresentaram total ausência de movimento perineal, 6 (19,4%) apresentaram função paradoxal e 8 (25,8%) mostraram dificuldade em relaxar a contração realizada. Disfunções sexuais foram relatadas por 15 jovens, com graus variados de inabilidade de desempenho e insatisfação: 13 (41,9%) referiram dispareunia e 15 (48,4) revelaram diminuição ou ausência de desejo e disfunção orgásmica. S6 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Conclusões: Os dados obtidos sugerem que adolescentes gestantes podem apresentar dificuldades sexuais e de mobilidade perineal, devendo ser investigadas e tratadas precocemente, visando ao parto e à profilaxia de disfunções pélvicas futuras. Código Trabalho:370 Título: ANÁLISE DA PRESSÃO ARTERIAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE Resumo: Introdução: Cada vez mais a hipertensão arterial tem sido observada na população pediátrica, por isso se faz necessário que o profissional de saúde esteja em alerta para esta doença. Objetivos: Avaliar a pressão arterial sistêmica de adolescentes através do percentil de pressão arterial e relacionar os antecedentes familiares dos que se encontrarem com a pressão arterial além da normalidade. Métodos: Foi realizado estudo de 202 prontuários (63,37% sexo feminino e 36,63% sexo masculino) de adolescentes de dez a vinte anos atendidos em primeira consulta no serviço de hebeatria de um hospital do Sistema Único de Saúde, durante os anos de 2001 e 2002. Foram utilizados como variáveis o sexo, a idade, o percentil de altura, a pressão arterial, e os antecedentes familiares. A pressão arterial foi aferida em apenas uma tomada com aparelhagem adequada, durante a consulta, mas após tranqüilizar os adolescentes. Os adolescentes foram enquadrados no percentil de pressão arterial, e classificados de acordo com as IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2002), a qual preconiza: valores abaixo do percentil 90 como normotensão; entre os percentis 90 e 95, como limítrofe; e iguais ou superiores ao percentil 95, como hipertensão arterial. Os dados foram tabulados e analisados no Epi-info 6.04d, calculando-se as freqüências e as médias com os desvios padrões. Resultados: Dos 202 adolescentes, 74 eram do sexo masculino, com média de idade de 13,89 (DP=±1,76). Dentre os adolescentes do sexo masculino: 79,73% estavam normotensos; 14,86% com a pressão limítrofe; e 5,41% com hipertensão arterial. Dos 15 que apresentaram pressão fora do normal: 53,33% referiram ter antecedente familiar de doenças cardiovasculares (DCV); 33,33% de DCV e obesidade; e 13,34% negaram ter antecedente de DCV e/ou obesidade. Os adolescentes do sexo feminino somavam um total de 128, sendo a média de idade de 13,73 (DP=±1,83). Dentre estas: 78% estavam normotensas; 14,06% com pressão limítrofe; e 10,16% com hipertensão. Das 31 adolescentes que estavam com a pressão acima do percentil 90: 32,26% afirmaram ter antecedente familiar de DCV; 35,48% de DCV e obesidade; 6,45% de obesidade; e 25,81% negaram ter antecedente de DCV e/ou obesidade. Conclusões: Foi encontrado em ambos os sexos uma parcela de adolescentes que não estavam normotensos (46/202), constituindo um grupo de risco. E ao se relacionar os antecedentes familiares dos limítrofes e dos hipertensos, nota-se que a maioria tinha antecedentes de DCV (34/46). Código Trabalho:296 Título: ANÁLISE DO CONSUMO DE CAFEÍNA POR ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DE DUAS ESCOLAS DA CIDADE DE MOGI DAS CRUZES Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ELOÁ GANDRA;EVANDRO CALAMARI RUBIO;TATIANE OLIVEIRA SOARES;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE Instituição: Universisade de Mogi das Cruzes Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP Resumos Introdução: cafeína é a droga estimulante mais consumida pela população e está presente em vários alimentos. Deve-se estar atento para a quantidade de cafeína consumida, pois esta pode ser benéfica ou maléfica para a saúde.Objetivos: analisar o consumo diário de produtos contendo cafeína por adolescentes de duas escolas da cidade de Mogi das Cruzes/SP. Métodos: Levantamento obtido em 235 adolescentes matricu- Adolescência lados no ensino médio de duas escolas da cidade de Mogi das Cruzes, SP. para rastrear a ingestão de alimentos cafeinados nesta população. Utilizou-se um questionário preenchido pelo próprio adolescente em dois colégios, um público e um particular, após instruções adequadas, que incluia o inquérito alimentar do último final de semana. O questionário constava de dados pessoais (idade, sexo, estado civil e profissão) e do consumo dos produtos que contenham cafeína. Resultados: Dentre os 235 estudantes, 66% (n= 155) pertenciam à escola pública e 34% (n= 80) à particular. A média do consumo de cafeína no final de semana foi de 206,26 mg e 212,8 mg respectivamente. Os produtos que contém cafeína mais consumidos na escola pública foi o café 43% (n=67), seguido pelo chocolate 35% (n=54) e refrigerante 17% (n=26) com consumo médio de cafeína de 214,95 mg, 98,1 mg e 86,91 mg respectivamente, enquanto na escola particular o produto mais consumido foi o chocolate 38% (n=30)com média de cafeína consumida de 136,74 mg, além do refrigerante 30% (n=24) e do café 29% (n=23), que em média representam 139,4 mg e 119,74 mg de consumo de cafeína nestes dois últimos produtos. Os dados foram analisados no programa Epi-info, com estatística descritiva. Conclusões: O consumo médio de cafeína na escola particular é maior que na escola pública, embora os produtos consumidos sejam diferentes, parece haver influência da condição sócio-econômica, no consumo de produtos que contenham cafeína. Código Trabalho:1301 Título: ANEMIA FERROPRIVA EM FILHOS DE MÃES ADOLESCENTES Autores: MIRIAM CARDOSO NEVES ELLER;RENATA MANSO MASELLI;TIAGO LUNA LACERDA;MARCIA QUEDINHO;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução:A anemia ferropriva é das deficiências nutricionais mais frequentes no mundo,.no Brasil sua prevalência é de 65.4% entre bebês de 6 a 12 meses. Dentre os fatores de risco estão idade materna menor de 20 anos e desmame precoce Objetivos: avaliar a prevalência de anemia ferropriva e fatores relacionados, em crianças de 6 a 18 meses que não receberam profilaxia com ferro complementar, filhos de adolescentes assistidas em clínica de adolescência de hospital universitário Métodos: Realizou-se estudo retrospectivo, por análise dos prontuários de filhos de mães adolescentes que receberam apoio integral a sua saúde por equipe multiprofissional durante a gravidez e seguimento do binômio mãe-filho após o parto. Avaliou-se: idade da mãe no momento da concepção, paridade, idade gestacional, sexo, dados antropometricos ao nascimento e na época do hemograma, número de internações, tempo de aleitamento materno exclusivo, idade da introdução da papa salgada e presença de anemia. Foi considerada anemia hemoglobina sérica menor que 11 mg/dL. Excluiu-se os pacientes com idade gestacional menor que 34 semanas e os que receberam ferro profilático. Os dados foram analisados pelo programa Epi info versão 3.3.2. Resultados: Analisou-se 34 prontuários: 19 (55.9%) do sexo feminino e 15 (44.1%) do sexo masculino. A idade materna variou de 12 a 19 anos, com mediana de 16 anos, a paridade 30 (88.2%) eram primigestas, 2 (5.9%) secundigestas e 2 (5.9%) tercigestas. Seis (17.6%) pacientes apresentaram baixo peso ao nascer, sendo a mediana do peso ao nascimento de 2.942,5g. Apenas 1 (3%) paciente apresentava-se abaixo do percentil 2.5 para peso e altura em relação à idade no momento do hemograma. Dezessete (50%) receberam aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, 23 (67.6%) até os 5 meses e 25 (73.5%) até os 4 meses. A introdução da papa salgada ocorreu antes dos 6 meses em 12 (35.3%) crianças, em 1 (2.9%) após os 8 meses e nas restantes com 6 meses. A frequência de anemia encontrada na amostra analisada foi de 73.5%. O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses tendeu à proteção contra anemia ferropriva, porém sem significância estatística nesta amostra [OR: 0.73 (IC 95%: 0.15 a 3.4)]. Conclusões: A prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 4 meses encontrada na amostra estudada (73.5%) foi maior que na população geral (20,8% no Estado de São Paulo), o que estimula o contínuo incentivo ao aleitamento materno e comprova a boa resposta das mães adolescente à atenção integral. A alta prevalência de anemia nesta amostra poderia indicar a necessidade de profilaxia com ferro complementar, nesta população, mesmo quando são oferecidas assistência e orientações nutricionais durante a gestação e a puericultura. Código Trabalho:375 Título: ANTECEDENTES MÓRBIDOS DE ADOLESCENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Os antecedentes mórbidos são indispensáveis para a anamnese. Sua definição pode ser de grande auxílio na elaboração de diagnóstico e condutas atuais e para a compreensão das condições de vida do adolescente. Objetivos: Identificar os antecedentes mórbidos de adolescentes atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos: Realizou-se uma análise de 546 prontuários de primeira consulta de adolescentes entre dez e 19 anos de ambos os sexos, atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde, no período de 2001 a 2002. Como instrumento de pesquisa utilizou-se um formulário contendo perguntas relacionadas a existência de doenças anteriores do adolescente. Os dados obtidos foram tabulados no Epi-Info 6.04d e analisados estatisticamente fornecendo as frequências e os percentuais das variáveis, tendo como nível de significância p<0,05. Resultados: Dos 546 formulários analisados 222 (40,7%) eram do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino, foram obtidas informações sobre os antecedentes mórbidos de 506 (92,7%) dos adolescentes. As doenças que mais se destacaram no histórico destes adolescentes foram as infecto-contagiosas, que acometeram 344 (68%) deles, sendo que 180 (35,6%) relataram ter tido mais de uma destas doenças. Merecem destaque também as afeccões respiratórias, que acometeram 241 (47,6%) dos pesquisados, com especial ênfase para a asma, citada por 131 (25,9%). Foram ainda mencionadas afecções gastro-intestinais 20 (3,9%), convulsões 19 (3,7%) e anemia 9 (1,8%), entre outras. Conclusões: Foi alto índice de doenças infecto-contagiosas (68%) e afecções respiratórias (47,6%). As afecções gastro-intestinais e, em grande parte, a anemia são doenças características de precárias condições de vida: falta de esgotamento sanitário, de água potável e de alimentação adequada. A asma, por sua vez, é um problema mundial, tendo sua prevalência estimada em 15% da população caucasiana. Código Trabalho:12 Título: AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM ADOLESCENTES Autores: KARINA BAUER JUNQUEIRA;ANA LÍGIA AKSTEIN SIMÃO INCROCCI Instituição: Centro Pediátrico (CEPE) - Poços de Caldas MG Cidade/UF: POÇOS DE CALDAS/MG Resumo: Introdução: A adolescência é uma fase caracterizada por alterações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais intensas e complexas, entre as quais a nutrição desempenha um papel importante. É nessa fase que o indivíduo adquire aproximadamente 25% de sua estatura final e 50% de sua massa corporal. A avaliação antropométrica do estado nutricional de adolescentes ainda é tema de controvérsias na literatura. O índice de massa corporal (IMC), embora apresente importante variação com a idade e com a maturidade sexual, tem sido considerado um bom indicador de obesidade nessa faixa etária, apresentando importante correlação com as medidas das dobras cutâneas e com a densitometria. Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a distribuição do IMC e a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes acompanhados em um ambulatório de convênio na cidade de Poços de Caldas - MG, Brasil e comparar esses dados com aqueles disponíveis na literatura. Métodos: Análise retrospectiva dos prontuários dos adolescentes que compareceram para check up Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S7 Adolescência anual oferecido pelo ambulatório em questão durante o ano de 2005. Todos os pacientes que compareceram à consulta foram pesados e medidos utilizando-se balança manual da marca Filizola com capacidade para 150 Kg. A medida de altura foi obtida utilizando-se réguas de alumínio com precisão de milímetro, acopladas às balanças. O IMC foi calculado divindo-se o Peso(Kg) pela Altura(cm) ao quadrado. Os valores obtidos foram analisados levando-se em conta as curvas IMC/ I (idade) do National Center for Health Statistics (NCHS). Foram excluídos todos aqueles com prontuários com dados incompletos. Resultados: Foram estudados 104 adolescentes, de ambos os sexos, com idades variando de 14 a 20 anos. A distribuição dos valores de IMC encontrados entre os adolescentes estudados pode ser vista no gráfico 1. Os valores variaram de 15,4 a 28,7 com média de 22,58. A classificação de acordo com os percentis mostrou: 79 (75,96%) adolescentes entre os percentis 10-85 (provável eutrofia), 13 (12,5%) entre os percentis 85-95 (sobrepeso), 5 (4,81%) entre os percentis 510 (risco para deficiência), 5 (4,81%) abaixo do percentil 5 (provável deficiência) e 2 (1,92%) acima do percentil 95 (provável obesidade). Conclusões: A prevalência de sobrepeso/ obesidade encontrados nesse estudo estão próximos aos valores descritos em literatura. Código Trabalho:998 Título: CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS NO NIAB (NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E BULIMIA) Autores: ANA RAQUEL CORRÊA SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO SANTO NERY FERREIRA;ROBERTO ASSIS FERREIRA Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Há evidência clínica do aumento da ocorrência de anorexia (AN) e bulimia (BN), sobretudo em adolescentes. O NIAB, constituído a partir da reunião de profissionais de áreas diversas fazendo atendimento interdisciplinar a pacientes com AN e/ou BN, tem uma casuística a ser apresentada. Objetivos: Apresentar as características dos pacientes com AN e BN atendidos no NIAB. Os atendimentos são realizados em ambulatório, com suporte hospitalar nos casos de internação. A classificação utilizada foi baseada no DSM IV. Métodos: casuística de 96 pacientes, 91 do sexo feminino (94,7%) e 6 do masculino (6,2%). Idade entre 8 a 40 anos, mediana de 18,5 anos. Diagnóstico de AN em 47 pacientes (49%), com 83% desses com características restritivas e 17% purgativas. Diagnóstico de BN em 44 pacientes (45,8%): 95,5% do tipo purgativo e em 4,5% sem purgação. Três (3%) dos pacientes apresentavam diagnóstico de transtorno alimentar não especificado (TCC - transtorno do comer compulsivo). Resultados: As práticas purgativas estão presentes em 62,5% dos pacientes estando os vômitos presentes em 50%, exercícios físicos excessivos em 16,6%, uso de laxantes em 9,3%, de anorexígenos em 6,2%, de diuréticos em 2% e de hormônio tireiodiano em 2%. O IMC dos pacientes com AN variou entre 8,6 e 18,9 (média de 14,2). Já a maioria dos pacientes com BN apresentou peso normal ou sobrepeso. Sintomas depressivos foram verificados em 76 pacientes (79%) e sintomas ansiosos em 35 (36,4%). Houve ideação suicida em 23% e tentativa de suicídio em 13,5% dos pacientes. A duração dos sintomas antes do início do tratamento no NIAB variou entre 3 meses a 27 anos (mediana 24 meses). Conclusões: Os dados apresentados revelam a gravidade dos pacientes atendidos neste serviço e reforçam a necessidade de uma clínica feita por uma equipe interdisciplinar. As formas graves exigem atenção multiprofissional, controle médico atento e rigoroso, sem minimizar o quadro psíquico. O trabalho interdisciplinar, sempre desejável, é difícil de ser alcançado. Pode surgir com o esforço dos profissionais que cuidam do paciente em construir o caso clínico, procurando a elaboração coletiva e a contribuição de áreas diferentes de saber. Dessa maneira, o ganho pode ser grande e os resultados terapêuticos surpreendentes. S8 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho:292 Título: CAUSAS DE MORTE EM ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE MOGI DAS CRUZES NO PERÍODO DE 2000 A 2004 Autores: ALEXANDRE NETTO;LARISSA MONTEIRO GONDIM TEIXEIRA;HAMILTON HENRIQUE ROBLEDO;KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO Instituição: Faculdade de Medicina Universidade Mogi das Cruzes Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A adolescência é definida como o período de transição entre a infância e a idade adulta, período no qual ocorrem profundas transformações biopsicossociais. O estudo da mortalidade desta faixa etária representa perdas irreparáveis para a sociedade e para o Estado, com perda de indivíduos em pleno desenvolvimento do seu potencial. Objetivos: Estudar as principais causas de morte em adolescentes de 10 a 19 anos do Município de Mogi das Cruzes, no período de 2000 a 2004. Métodos: Análise de dados coletados de um banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, que possui este serviço desde janeiro de 2000. Na análise dos dados, foram calculados os coeficientes de mortalidade de acordo com o ano, o sexo, a faixa etária e causa morte. As causas de óbitos foram codificadas de acordo com o CID 10.0 (Classificação Internacional de Doenças). Resultados: No período de estudo, o coeficiente de mortalidade na população estudada foi 74,24 por 100.000 habitantes, sendo de 50,27 e 22,77/100.000 habitantes respectivamente para o sexo masculino e feminino. À excessão de 2004, o coeficiente de mortalidade aumentou a cada ano desde 2000. A causa externa foi a principal causa de óbito entre os adolescentes estudados, sobretudo no sexo masculino de 15 a 19 anos de idade. Conclusões: As principais causas de morte entre adolescentes de Mogi das Cruzes no período estudado seriam evitáveis. Tal fato sugere a necessidade de programas de saúde voltados para a promoção da saúde e do adolescente. Código Trabalho:168 Título: CONHECIMENTOS E HÁBITOS RELACIONADOS À SAÚDE REPRODUTIVA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DE UM DISTRITO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS Autores: FRANCISCO JOSÉ FERREIRA SILVEIRA;MIRIELLE NOGUEIRA MARTINS;JULIANA ALVES HOEHNE Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Os altos índices de gravidez na adolescência na atualidade justificam a necessidade da realização de estudos sobre o tema nas diversas localidades. Objetivos: Avaliar os conhecimentos e hábitos relacionados à saúde reprodutiva em adolescentes escolares. Métodos: Estudo do tipo transversal e observacional. Foram considerados, para o estudo, os alunos de 10 a 19 anos de idade da escola. A coleta de dados foi realizada por alunos do curso de Medicina, que faziam estágio na localidade, no mês de abril de 2006. Os adolescentes responderam um questionário padronizado, anônimo, auto-aplicável e de preenchimento voluntário, após esclarecimentos dados pelos pesquisadores nas salas de aula. Os dados foram processados e armazenados em microcomputador, através do programa EPIINFO, versão 6.04. Resultados: Foram estudados 133 adolescentes, sendo 54,1% do sexo feminino e 45,9% do sexo masculino.Do total, apenas 5,3% tinham mais de 15 anos de idade. Em relação aos conhecimentos, 4,6% não sabem que sexo sem preservativo pode transmitir doenças, e quanto a melhor idade para que a mulher comece a ter filhos, 23,3% responderam que é de 18 a 20 anos e 62,4% acham que é de 20 a 30 anos de idade. Do total, 63,6% sabem o que é pré-natal, e 50% deles responderam que o pré-natal deve ser feito após os 3 meses de gestação. Em relação aos hábitos, 42,0% deles responderam que não conversam sobre sexo com ninguém, e 14,4% já tiveram relação sexual, sendo este percentual significativamente menor no sexo feminino (p = 0,0008). Dos adolescentes do sexo feminino, apenas 5,1% deles já foram ao médico ginecologista. Conclusões: Embora os adolescentes tenham demonstrado níveis satisfatórios de conhecimentos em alguns temas, como o melhor momento para a maternidade, é preocupante o resultado em relação a outros tópicos abordados, como o fato de que quase 5% ainda não sabem que o uso de Adolescência preservativo previne doenças. O baixo percentual de adolescentes que já tiveram relação sexual se deve ao fato de que a imensa maioria dos participantes ainda têm apenas 15 anos ou menos, e a localidade ainda mantém hábitos conservadores, o que também explica o fato da iniciação precoce da atividade sexual ser significativamente mais frequente no sexo masculino. Nessa população, as adolescentes ainda não têm hábito de ir ao médico ginecologista, talvez por razões culturais e também por não terem informações sobre a necessidade de consultarem esse profissional. Código Trabalho:743 Título: CONTRACEPÇÃO DE URGÊNCIA: O QUE SABEM OS PEDIATRAS SOBRE ESTE ASSUNTO? Autores: RACHEL FERNANDES BARRY;MARIA SYLVIA DE SOUZA VITALLE;FLAVIA CALANCA DA SILVA Instituição: Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente - Departamento de Pediatria - Universidade Federal de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A atividade sexual na adolescência vem se iniciando cada vez mais precocemente sendo que, na maioria das vezes, ocorre sem a devida proteção. Cabe ao pediatra estar preparado para esclarecer e orientar aos seus pacientes adolescentes sobre as questões relativas à sexualidade, como o uso de métodos contraceptivos, evitando, dessa forma, conseqüências indesejadas desse comportamento, como a gravidez. Dentre as várias formas de contracepção, o contraceptivo de emergência (CE) é um dos únicos métodos utilizados para prevenir a gravidez após intercurso sexual desprotegido. Trata-se de método seguro, efetivo e barato, que deve ser indicado em situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir gravidez inoportuna, oferecendo à adolescente uma segunda chance de evitar a gestação indesejada. Apesar de ser método bem conhecido pouco se sabe sobre a prescrição e o conhecimento deste método pelos pediatras. Objetivos: avaliar o grau de conhecimento sobre CE, bem como atitude frente à prescrição entre pediatras que prestam serviço ao município de São Paulo e residentes de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo. Métodos: foi aplicado aos entrevistados questionário contendo questões sobre a sua formação, tipo prática, conhecimentos e atitudes ligados à anticoncepção de urgência, após a explanação do pesquisador sobre o objetivo e natureza da pesquisa. Foi realizada análise de freqüência simples dos dados com distribuição percentual. Resultados: Foram preenchidos 138 questionários. A 14% dos entrevistados foi solicitada prescrição de CE e desses 47% prescreveram. Dentre as principais razões pelas quais a prescrição foi solicitado temse: ruptura do codom (47%), violência sexual (26%) e relação sexual desprotegida (21%). Em consulta de rotina, dos 110 pediatras que atendem adolescentes, 27% os aconselham sobre anticoncepção de urgência, 62% não os aconselha e o restante não respondeu a essa questão. Em relação ao conhecimento sobre CE: 45% dos participantes disseram já ter tido oportunidade de aprender sobre CE contra 41% que disseram não ter tido essa oportunidade, o restante não respondeu essa questão. Dos entrevistados, 45% conheciam o nome comercial de algum medicamento utilizado para anticoncepção de urgência; 61% sabiam que deve ser prescrito até 72 horas do intercurso sexual desprotegido e 43% prescreveram ou prescreveriam corretamente em relação ao tempo e dose. Apenas 9% disseram não ser necessário exame físico geral antes da prescrição; 18%, não ser necessário exame pélvico; 41%, teste de gravidez; e 48%, consentimento informado dos pais ou responsáveis. Dos entrevistados, 51% se sentem desconfortáveis em prescrever CE, 37% se sentem confortáveis e 12% se dizem indiferentes. Quase 63% dos entrevistados disseram não prescrever por inexperiência com o uso. Observou-se que quanto maior o tempo de formado menor o conhecimento sobre contracepção de emergência, menor a oportunidade de ter aprendido sobre esse assunto, além de maior a porcentagem de prescrição errada ou não prescrição. Conclusões: Apesar da segurança, simplicidade na administração e eficácia, a anticoncepção de emergência ainda é pouco conhecida e prescrita pelos pediatras, principalmente os com maior tempo de formado. É provável que a falta de conhecimento suficiente esteja levando ao desconforto frente à necessidade de prescrição e a falta de orientação aos adolescentes no momento da consulta. Código Trabalho:634 Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE MELO DIAS;IVANIL SOBREIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;NATÁLIA CARINA FERRAZ MOREIRA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na adolescência resulta, da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade do início e do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos: Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade reprodutiva e atividade sexual em grupo de adolescentes do sexo feminino.Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos atendidos pela primeira vez em ambulatório de hebeatria do SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner. Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 adolescentes com idade de 10 a menos de 20 anos, sendo 324 (59,3%) do sexo feminino. Destas, 315/324 (97,2%) informaram já ter iniciado o desenvolvimento mamário e a idade média foi de 10,4 anos, no entanto, 12 (3,8%) não souberam informar a idade do início. A avaliação médica em relação ao estadiamento das mamas de 289 adolescentes mostrou que 8 (2,8%) encontravam-se em M1, com média de idade de 10,3 anos que 29 (10,0%) em M2, com média de 11,2 anos (DP = ±1,14); 51 (17,6%) em M3, com média de 12,33 anos; que 97 (33,6%) em M4, com média de 13,05 anos; e 104 (36,0%) em M5, com média de 15 anos (DP = ±1,65), porém, 26 (9,0%) não permitiram o exame. Das 324 adolescentes, 312 (96,3%) informaram a presença de pelos pubianos; destas, 292 (93,6%) informaram a idade da pubarca que foi em média 10,5 anos. Das 216/312 (69,2%) que permitiram o exame 11 (5,1%) estavam no estágio P1, com média de idade 10,6 anos; 33 (15,3%) em P2, com média de 11,1 anos (DP = ±1,02); 33 (15,3%) em P3, com média de 12,3 anos; 67 (31,0%) em P4, com média de 12,9 anos; e 72 (33,3%) em P5, com média de 14,8 anos (DP= ±1,7). A menarca foi confirmada por 230/324 (71%) adolescentes cuja idade média foi de 11,8 anos. Destas, 3 (1,3%) não souberam informar a idade. A atividade sexual foi admitida por 14 (4,3%) das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos.Conclusões: O início tanto da pubarca quanto do desenvolvimento mamário foi em média de 11,2 anos. Houve discordância entre a informação dada pela paciente e a avaliada pelo profissional em relação ao desenvolvimento mamário e a presença de pelos pubianos em pequeno percentual. A menarca ocorreu com idade média de 11,8 anos. A atividade sexual foi admitida por 4,3% das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos. Código Trabalho:598 Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ;ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE MELO DIAS;IVANIL SOBREIRA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na adolescência resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade de início e do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos: Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade reprodutiva e a atividade sexual em grupo de adolescentes do sexo masculino. Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos atendidos pela primeira vez num ambulatório de hebeatria do SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S9 Adolescência Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 pacientes, sendo 222 (40,7%) do sexo masculino. Entre estes, verificou-se que 173/218 (79,4%) informaram a presença de pelos pubianos; destes, 131 (75,72%) souberam informar a idade de início (pubarca), sendo a média de 11,9 anos (DP = ±1,02). A avaliação médica dos pelos pubianos desses 173 adolescentes do sexo masculino mostrou que 46 (26,6%) estavam no estágio P1, com média de idade de 11,6 anos;que 58 (33,53%) em P2, com média de 12,8 anos (DP = ±1,29); que 18 (10,40%) em P3, com média de 13,2 anos; que 37 (21,38%) em P4, com média de 14,2 anos; e que 14 (8,09%) em P5, com média de 15,1 anos (DP = ±1,21). Dos 218, 172 (80,7%) informaram ter iniciado o desenvolvimento da genitália, porém nenhum soube precisar a idade do seu início. Destes 172, 42 (24,42%) estavam no estágio G1, com média de idade 11,5 anos; 51 (29,65%) em G2, com média de 12,8 anos (DP = ±1,33); 27 (15,70%) em G3, com média de 13,2 anos; 41 (23,84%) em G4, com média de 14,2 anos; e 11 (6,39%) em G5, com média de 15,2 anos (DP = ±1,25). Dos 216 adolescentes, 64 (29,6%) informaram já ter apresentado espermarca e a idade média foi de 12,8 anos. Entre 217 adolescentes masculinos, 22 (10,1%) disseram ter iniciado atividade sexual e a idade média foi aos 13,6 anos. Do total de adolescentes masculinos (222), verificou-se que 6 (2,7%) apresentaram ginecomastia puberal, mas não souberam informar o seu início. Conclusões: O início tanto da pubarca como do desenvolvimento da genitália ocorreram com idade cerca de 12,8 anos. Nenhum adolescente soube precisar o início do desenvolvimento da genitália. A média do início da espermarca foi aos 12,8 anos. A média do início da sexarca foi aos 13,6 anos. A ginecomastia foi pouco freqüente. Esses dados coincidiram com os da literatura. Ocorreram discordâncias entre as informações fornecidas pelos adolescentes e as avaliações do profissional, em adolescentes de idade média de cerca de 11,5 anos, tanto em relação a pubarca quanto ao desenvolvimento genital. Código Trabalho:898 Título: DISTÚRBIOS ARTICULATÓRIOS COMPENSATÓRIOS EM ADOLESCENTES PORTADORES DE FISSURA LABIOPALATINA, PÓS-PALATOPLASTIA, RECIFE-PERNAMBUCO Autores: MICHELINE COELHO RAMALHO VASCONCELOS;SÔNIA BECHARRA COUTINHO Instituição: NADEFI - IMIP Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: As fissuras lábiopalatinas são as malformações congênitas mais freqüentes na população humana e a não fusão dos processos embrionários faciais, acarreta problemas orgânicos, funcionais, estéticos e psico-sociais e que podem resultar em graves alterações na comunicação oral. Objetivos:Identificar os distúrbios articulatórios compensatórios em adolescentes residentes no estado de Pernambuco, submetidos a palatoplastia e verificar a sua relação com as condições socioeconômicas, demográficas, idade da realização da palatoplastia primária, mecanismo velofaríngeo e características da fala. Métodos: Foi realizado um corte transversal em uma coorte inicial de 186 pacientes submetidos a palatoplastia, num hospital de referência para tratamento de pacientes portadores de fissura labio palatina, da qual foram entrevistados 90 adolescentes no período de abril a agosto de 2005. Foram aplicados questionários padronizados contendo informações sobre condições socioeconômicas, demográficas e o tipo de fissura. A idade da realização da palatoplastia primária foi obtida através do prontuário. Foram realizadas avaliação fonoarticulatória para analisar a produção da fala e vídeofluoroscopia para verificar o mecanismo velofaríngeo na visão lateral. Resultados: Os distúrbios articulatórios compensatórios (DAC) estavam presentes em 56.7% dos adolescentes. Os residentes na região metropolitana da capital do estado apresentaram 2,39 (IC=1,30-4,40) vezes mais DAC do que os que moravam na capital(sede do hospital de referência)(p=0,004). Adolescentes cujas mães possuíam até quatro anos de estudo apresentaram 2.1 (1,29-3,43)vezes mais DAC quando comparados com àqueles cujas mães possuíam nove ou mais anos de estudo. Pacientes que realizaram palatoplastia primária após os quatro anos de idade, apresentaram insuficiência velo- S10 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. faríngea e ressonância oro-nasal alterada, tiveram maior ocorrência de DAC e fala ininteligível; dados estatisticamente significantes.Os distúrbios articulatórios compensatórios mais freqüentes foram: o golpe de glote, 40 (44,4%), coarticulações 42 (22,2%) e fricativa faríngea 20 (27,8%) e os fonemas mais alterados foram /p, /t/, /k/, /f/, /s/ e /x/e os adolescentes com até duas alterações fonêmicas obtiveram melhor comunicação oral. Conclusões: Os adolescentes cujas mães tinham maior escolaridade, foram submetidos a palatoplastia primária precocemente, possuíam ressonância oro-nasal normal e que tinham até duas alterações fonêmicas apresentaram melhor inteligibilidade de fala. Código Trabalho:33 Título: DOENÇA DE STILL NA ADOLESCÊNCIA Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ HENRIQUE WITHERS AQUINO Instituição: UERJ / NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Doença de Still (DS) é uma doença inflamatória sistêmica, rara e de etiologia desconhecida, sendo uma das mais frequentes causas de febre de origem indeterminada no adulto. Apresenta-se de forma semelhante à artrite idiopática juvenil, forma sistêmica, podendo ser considerada uma variante desta. Acomete ambos os sexos na mesma proporção e em 75% dos casos encontram-se na faixa etária entre 16 e 35 anos de idade, porém pode acometer idades mais avançadas. Clinicamente caracteriza-se por febre alta com 1 a 2 picos diários, podendo preceder outros achado clínicos por semanas ou meses, erupção cutânea evanescente, artralgias, mialgias intensas, poliartrite, serosite, linfadenopatia, hepatomegalia e esplenomegalia. Nos exames laboratoriais podemos encontrar: leucocitose (maior que 15.000), anemia normocítica e normocrômica, alterações das enzimas hepáticas, aumento das proteínas de fase aguda, com níveis bastante elevados de ferritina. O dignóstico diferencial se faz com as doenças infecciosas, neoplásicas e outras colagenoses. Seu curso clínico pode ser autolimitado, intermitente com reativações sistêmicas e articulares recorrentes ou um curso crônico. O tratamento pode ser feito com antiinflamatórios não hormonais (a Indometacina parece eficaz nas fases iniciais da doença), corticosteróides ou imunossupressores. Atualmente agentes biológicos estão sendo empregados no tratamento dos casos não responsivos aos corticóides e aos imunossupressores. Objetivos: Observar a possibilidade de DS em adolescentes com febre de origem indeterminada. Métodos: Estudo de caso. Relato de caso: Paciente masculino, 19 anos, negro, iniciou na segunda quinzena de fevereiro de 2006, quadro de febre alta (40° C), odinofagia, inapetência e astenia. Fez uso de antibiótico oral (Amoxicilina) sem resolução do quadro febril. Evoluiu com emagrecimento de 3 Kg em 1 mês, artralgia em joelhos, pés e ombros e febre alta (1 a 2 picos diários). Internado na enfermaria do NESA/HUPE em 15/03/2006 para elucidação diagnóstica. Ao ser admitido paciente apresentava quadro de febre, pericardite, hepatoesplenomegalia, artralgia em ombros e joelhos. Realizada investigação laboratorial (hemograma completo, VHS, provas de função hepática, hemoculturas, sorologias virais, provas de atividade inflamatória) e de imagem (Rx tórax, USG abdominal, ecocardiograma) descartando causas infecciosas e neoplásicas e outras colagenoses, considerando-se então DS. O paciente apresentava dosagem sérica de ferritina de 6.346 (VR: 70 a 435). Iniciado tratamento com Indometacina, porém por ainda persistir com febre e quadro articular, iniciou-se Prednisona 60mg/dia com desaparecimento dos sintomas. Atualmente está em acompanhamento no ambulatório de reumatologia do NESA. Conclusões: O diagnóstico de DS é difícil de ser feito pela variedade da apresentação clínica e pela não especificidade dos exames laboratoriais, porém deve ser considerado nos casos de febre de origem indeterminada em adolescentes. Adolescência Código Trabalho:15 Título: DOENÇA METABÓLICA NA ADOLESCÊNCIA: UM NOVO DESAFIO Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;CLAUDIA BRAGA CARDOSO;ISABEL CRISTINA SILVA BOUZAS Instituição: UERJ NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) foi descrita em 1988 por Reaven como sendo um conjunto de alterações associadas a um risco maior de doença cardiovascular na vida adulta. Sabe-se que a hiperinsulinemia e a resistência insulínica estão frequentemente presentes, sendo fatores centrais no desenvolvimento das complicações. O aspecto de maior relevância no diagnóstico da SM são os riscos de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DMII) e de doença cardiovascular aterosclerótica (DCV). São considerados fatores de risco para o desenvolvimento de SM: sobrepeso/obesidade, principalmente acúmulo de gordura abdominal, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou DCV, história de intolerância à glicose, história familiar de DMII, HAS ou DCV, presença de acantose nigricans ou síndrome dos ovários policísticos (SOP). Segundo a OMS, são necessários pelo menos 2 dos seguintes achados para a caracterização da SM, além da alteração no metabolismo da glicose (DMII, intolerância à glicose ou resistência insulínica). São eles: obesidade (peso acima do percentil 95), HAS (pressão sistólica ou diastólica acima do percentil 95 para peso e altura), dislipidemia (triglicerídios elevados, HDL baixo). O papel do pediatra consiste em reconhecer os fatores de risco, realizando uma boa orientação alimentar, desde os primeiros anos de vida e uma prática de vida saudável. Objetivos: Discutir a importância da detecção precoce dos fatores de risco para a SM a partir do estudo de 2 casos clínicos. Métodos: Relato de 2 casos de pacientes atendidas no ambulatório do NESA/HUPE com o diagnóstico de SM. O primeiro caso trata-se de uma paciente de 14 anos encaminhada devido a um quadro de obesidade (IMC 52 kg/m2). Histórico de aumento progressivo de peso desde os 4 anos, DMII desde 12 anos, dislipidemia, HAS, irregularidade menstrual, história familiar de DMII e dislipidemia materna e HAS paterna. O segundo caso refere-se a uma paciente encaminhada devido à amenorréia primária. História familiar de HAS materna e falecimento paterno aos 56 anos por infarto agudo do miocárdio. Ao exame apresentava obesidade (IMC 29 Kg/m2), acantose nigricans na nuca, acne leve, hirsurtismo leve em mento e hipertrofia de clitóris e grandes lábios. Investigação hormonal evidenciou hiperinsulinismo e hiperandrogenismo. Aos 16 anos ainda apresentava aménorréia, obesidade, evoluindo com HAS. Conclusões: Os motivos que levam os adolescentes com SM ao ambulatório são diversos, variando desde irregularidades mentruais, sobrepeso, obesidade, HAS, DM ou dislipidemia. A irregularidade menstrual, como manifestação da SOP, mesmo em adolescentes eutróficas ou com sobrepeso, está relacionada, na maioria dos casos, à resistência insulínica, aumentando dessa forma o risco de HAS e DCV. A importância em reconhecer esses fatores de risco precocemente, bem como instituir terapêutica adequada para cada caso, colaborará para uma diminuição das complicações mais temidas na vida adulta. Código Trabalho:1128 Título: DROGAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: VISÃO DE PEDIATRAS DE HOSPITAL INFANTIL TERCIÁRIO SOBRE O PROBLEMA. Autores: MARIA DO SOCORR ALMEIDA PERES;SHIRLEY VIRINO SILVEIRA;ANA JÚLIA COUTO DE ALENCAR;SHEILA JANAÍNA MEDEIROS SIMÕES COSTA;RAQUEL MELO MORAIS NEVES;VIRGÍNEA MARIA RAMOS Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução:O uso de drogas por jovens e crianças tornou-se uma questão de saúde pública,sendo importante a percepção e a forma como o pediatra aborda o assunto. Objetivos: Verificar o conhecimento e atuação de pediatras no atendimento de crianças e adolescentes frente a suspeita de uso de drogas. Métodos: Estudo descritivo realizado através de uso de questionário, aplicado a 60 pediatras que atendem em Hospital Infantil Público Terciário. Resultados: Diante da suspeita do uso de drogas 63,3% encaminham o paciente para atendimento especializado e 21,66% solicitam exames como estratégia de retorno para posterior decisão em relação ao problema.Entretanto 25% nunca suspeitam de dependência química nos menores que atendem.Em relação ao temor pessoal,70% relatam não temer pela sua segurança ao abordar o assunto, com os familiares ou usuário;91,6% concordam que drogas lícitas como o fumo e o álcool são prejudiciais e que os pais devem ser alertados, quanto aos danos que causam a saúde.Além disso,35,6% acham que a existência de um só alcoolista na família é suficiente para encaminhá-la para ajuda especilizada.Dos entrevistados,90% não se sentem preparados para identificar dependentes químicos e 100% acreditam na necessidade de capacitação sobre o assunto.Em relação ao risco de dependência,85% procuram informar sobre o assunto durante o atendimento e 16,6% afirmam não disporem de tempo para esta abordagem;91,6% acham que a responsabilidade de orientar os jovens cabe a família, escola e serviços de saúde;81,6% acham que a mídia influencia no consumo de álcool.Diante de adolescente dependente químico, 20% saberiam conduzir o paciente, 45% solicitariam a presença da família e 60% solicitariam exames e encaminhariam. Conclusões: Os pediatras do hospital em estudo,mesmo encaminhando para atendimento especilizado a criança e o adolescente na suspeita de dependência química,sentem dificuldade sobre o assunto e concordam com a necessidade de maiores esclarecimentos e capacitação para melhor conduzirem os casos. Código Trabalho:1288 Título: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VIA INTERNET - UMA PROPOSTA EFICAZ PARA PAÍSES DE DIMENSÕES CONTINENTAIS Autores: ELOÍSA GROSSMAN;MARIA HELENA RUZANY Instituição: NESA/UERJ e IFF/ FIOCRUZ Cidade/UF: RJ/RJ Resumo: Introdução: o curso a distância via internet Introdução à Saúde Integral dos Adolescentes e Jovens foi concebido com a finalidade de capacitar profissionais para o atendimento a este grupo etário. As unidades temáticas que o compõem foram desenvolvidas através do modelo pedagógico baseado em casos, com diferentes níveis de complexidade, abordando a promoção de saúde, prevenção de agravos e assistência. Os tópicos abordados foram divididos em três áreas: crescimento/desenvolvimento, sexualidade/saúde reprodutiva e principais problemas clínicos. Em 2005/06 foram desenvolvidos dois módulos, de duração de 12 semanas cada, para profissionais de saúde das regiões norte e nordeste do país. Objetivos: apresentar o perfil dos participantes e os resultados dos cursos desenvolvidos. Métodos: foi realizado um estudo quantitativo de algumas fontes de dados: fichas de inscrição dos alunos, planilhas de desenvolvimento dos planos de estudo e avaliações formativas. As seguintes informações foram coletadas: formação profissional, local de origem, expectativas em relação ao curso, variáveis relacionadas ao conteúdo, material didático, estratégia pedagógica, qualidade da orientação e gestão acadêmica. Resultados: Dos 175 alunos inscritos, 98 (56%) concluíram o curso. As áreas de formação profissional foram: Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia ocupacional. A grande maioria dos alunos considerou os casos estudados relevantes no contexto de seu trabalho (88%). Em relação aos conhecimentos adquiridos, o curso correspondeu às expectativas da totalidade dos alunos. Quanto à contribuição à formação profissional, o treinamento foi considerado bom por 93% dos alunos. Em linhas gerais tanto nos aspectos que dizem respeito ao ambiente de aprendizagem na internet quanto em seu modelo pedagógico, o curso foi bem aceito pelos alunos. Conclusões: O curso permitiu que a equipe docente e os alunos, sem necessidade de se afastar de seus locais de estudo e trabalho, participassem de um processo de ensino/aprendizagem e intercâmbio de experiências. Conclui-se, portanto, que a estratégia pedagógica utilizada, bem como o material educativo apresentado, oferecem condições para a capacitação de recursos humanos de diferentes categorias profissionais na atenção à saúde de adolescentes e jovens. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S11 Adolescência Código Trabalho:378 Título: ENCAMINHAMENTOS DE ADOLESCENTES APÓS PRIMEIRA CONSULTA EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Durante a adolescência as mudanças físicas e sócio-culturais que o indivíduo atravessa ocasionam agravos à saúde que não mais devem ser tratados por um pediatra ou clínico, necessitando do auxílio de especialistas. Objetivos: Identificar a frequência de encaminhamentos e quais os especialistas mais procurados por adolescentes atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos: Realizou-se uma análise de prontuários de primeira consulta de adolescentes de ambos os sexos com idades entre dez e 19 anos atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde, no período de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário contendo questões sobre os encaminhamentos realizados. Os dados foram tabulados no Epiinfo 6.04d e analisados estatisticamente, fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como nível de significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546 formulários, sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino. Dos adolescentes atendidos 442 (81%) foram encaminhados para especialistas. Dentre estes, 216 (48,9%) receberam mais de um encaminhamento. Os adolescentes foram encaminhados principalmente para os seguintes profissionais: ginecologistas 169 (31%), odontologistas 151 (27,6%), oftalmologistas 133 (24,4%), dermatologistas 88 (16,1%) e psicólogos 51 (9,3%). Foram citadas ainda diversas outras especialidades médicas. Conclusões: As primeiras consultas de adolescentes funcionam como porta de entrada aos serviços especializados, sendo grande o volume e a variedade de encaminhamentos para os especialistas. Os adolescentes pesquisados foram encaminhados principalmente para ginecologistas, odontologistas e oftalmologistas. Conclusões:458 Título: ENTRE A MENARCA E O ESTADO NUTRICIONAL DAS ADOLESCENTES DE SÃO PAULO Autores: ANA CAROLINA TOLEDO PIERONI;LARISSA CHRISTINE PUGLIA;ISA PADUA CINTRA;MAURO FISBERG Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: O estado nutricional é o principal fator na relação entre a classe social e o efeito sobre a menarca, sendo que a nutrição adequada é um dos requisitos mais importantes para a realização plena do "plano genético" de crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Objetivos: Relacionar a idade de menarca e o estado nutricional de adolescentes de escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo. Métodos: Estudo realizado com base nos dados coletados no ano de 2003 para uma pesquisa de campo com 2710 adolescentes entre 10 e 15 anos, sendo 2026 de escolas públicas e 684 de escolas particulares. Os dados coletados foram: a idade cronológica, a idade de ocorrência de menarca, o peso corporal e a estatura, os quais possibilitaram a avaliação do estado nutricional, por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Para a análise dos dados foi utilizado o software SPSS V.10.0. Resultados: O IMC médio para as alunas das escolas públicas e particulares foi de 20,86 ± 3,46 e 21,41 ± 3,50, respectivamente. A população estudada apresentou 2,5% de baixo peso, 5,2% de risco de baixo peso, 13,51% de sobrepeso e 6,49% de obesidade, também não havendo diferença significativa entre os dois tipos de escola. Aproximadamente 67% das adolescentes estudadas já haviam apresentado a menarca, destas 67% eram estudantes de escolas públicas e 68% de escolas particulares. A média de idade de ocorrência da menarca foi de 11,51 ± 1,06 anos, sendo para as adolescentes das escolas públicas foi de 11,53 ± 1,07 e para as de escolas particulares de 11,47 ± 1,02, não havendo diferença estatística entre as escolas. A prevalência de adolescentes com menarca foi de 25% no baixo peso, 36% no risco de baixo peso, 70% na eutrofia, 73% no sobrepeso e 70% na obesi- S12 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. dade. Notou-se associação inversa e significativa entre os valores médios de IMC e a ocorrência da menarca, ou seja, quanto maior o IMC menor a idade de ocorrência da menarca. Também foi observado um valor médio do IMC significantemente maior das meninas de 10 a 13 anos que já haviam menstruado em relação àquelas da mesma idade, que ainda não haviam apresentado menarca. Conclusões: Pelo fato da idade de ocorrência da menarca ser influenciada por diversos fatores, entre eles o nutricional, sugere-se a avaliação periódica do estado nutricional e a orientação de hábitos saudáveis para esta população, como forma de minimizar o aumento da obesidade e a antecipação da idade da menarca nesta população. Código Trabalho:966 Título: GRUPO DE ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS Autores: PATRÍCIA REGINA GUIMARÃES;ROBERTO ASSIS FERREIRA;SOLANGE DE MELO MIRANDA Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Este é um trabalho de grupo operativo formado com adolescentes que vivem com HIV/Aids em um centro de referência. Surgiu como uma possibilidade de complementação da consulta médica, que se tornou insuficiente para adequada abordagem desses pacientes. Objetivos: Teve como escopo maior observar e avaliar a implantação e o desenvolvimento desse grupo. Dentro de tal objetivo geral, buscou-se, mais especificamente descrever os caminhos encontrados para a criação de um trabalho original, bem como elaborar uma proposta para a formação de novos grupos, além de acompanhar o processo grupal, e, finalmente, observar o desenvolvimento do grupo em relação a algumas categorias de análise, a saber: a sexualidade; o paciente frente à sua doença - a explicitação do diagnóstico no grupo, sua revelação social inadvertida, a gestão do segredo e o medo de se expor -; o uso da medicação e a vivência do preconceito. Métodos: Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada com o método da pesquisa-ação, em que o pesquisador era um dos coordenadores do grupo. Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com os adolescentes e entrevistas abertas com outros observadores - profissionais de saúde que participavam da atenção aos pacientes. O grupo foi analisado como um estudo de caso utilizando-se o referencial clínico-qualitativo. Resultados: A duração do trabalho foi de quatorze meses, totalizando trinta encontros. A formação de grupo operativo nesse centro de referência foi viável, permitiu o surgimento de discussões sobre a adolescência com HIV/Aids e mostrou-se uma experiência possível de ser transmitida. O tema sexualidade e a infecção pelo HIV foram tabus para o grupo até o 11º encontro, quando o diagnóstico foi explicitado pela primeira vez entre eles. A partir daí houve queda da resistência ao tema sexualidade e surgimento de interesse, dúvidas e discussões cada vez mais profundas sobre o assunto. Houve um momento em que os adolescentes se identificaram em torno da infecção, que foi superado quando o trabalho de grupo permitiu o "florescer" da adolescência desses jovens, passando a ser esse o centro da identificação. O uso da medicação foi um tema que gerou discussões superficiais, em grupo, que muitas vezes não corresponderam aos relatos médicos e de familiares. A vivência do preconceito esteve presente nos relatos individuais e em grupo, sempre acompanhada de grande sofrimento. Conclusões: O grupo operativo mostrou-se um espaço privilegiado para elaborações vinculadas à construção do conhecimento sobre adolescer com HIV/Aids e para o acolhimento dos adolescentes, das suas dúvidas e sentimentos. Código Trabalho:1299 Título: IMPACTO DE PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA ADOLESCENTE GRÁVIDA E MÃE ADOLESCENTE NA PREVENÇÃO DE NOVA GRAVIDEZ Autores: AMANDA MELHADO;MARCIA QUEDINHO;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Objetivos: Avaliar a reincidência da gravidez entre adolescentes que receberam atenção integral na Clínica de Adolescência Adolescência de Departamento de Pediatria de hospital universitário com acompanhamento do binômio mãe-filho após o parto e comparar com jovens que não tenham recebido atenção integral na gravidez e/ou orientação após o parto. Estabelecer estratégias para melhoria do programa de Atenção Integral à Gestante Adolescente.Métodos: Estudo prospectivo comparativo entre 30 adolescentes com 18 anos ou menos à concepção que receberam atenção integral com acompanhamento pósparto e orientação contraceptiva em hospital universitário no período de 01 de julho de 2004 a 30 de junho de 2005 e 39 adolescentes com a mesma idade à concepção, que não receberam atenção integral na gravidez, que deram à luz na maternidade da mesma instituição no mesmo período e não foram seguidas após o parto (grupo controle). As jovens que freqüentaram o programa de atenção integral durante a gestação receberam seguimento do binômio mãe-filho, mensalmente, durante o 1o ano após o parto, avaliadas globalmente, trabalhando-se auto-estima, saúde reprodutiva, inclusive contracepção, e orientadas quanto a puericultura de seus filhos. Entre as jovens do grupo controle realizou-se entrevistas individuais e confidenciais durante o puerpério. Em ambos os grupos analisou-se: reincidência da gravidez, orientação contraceptiva no pós-parto, escolaridade, abandono escolar, estado civil e relação com o pai da criança. Resultados: As adolescentes que receberam atenção integral na Clínica de Adolescência durante a gestação com seguimento do binômio mãe-filho, apresentaram taxa de reincidência de apenas 3,3% enquanto nas adolescentes do grupo controle, a taxa de reincidência observada foi de 15,4%. A média de idade foi 16 anos, média de 9 anos de estudo, no grupo controle a média de idade foi 17 anos com 7 anos de estudo. Das que receberam assistência especializada, 66,7% continuavam na escola, a maioria (60%) não usava método contraceptivo prévio a primeira gravidez; entre as do grupo controle somente 24,25% continuavam na escola. A maioria permanece solteira (56,75% e 51,3% respectivamente) e aproximadamente ¼ (26,7% e 25,5%) não tem contato com o pai da criança. Conclusões: Dentre as adolescentes estudadas, a taxa de reincidência foi significativamente menor no grupo das jovens que receberam atenção integral a saúde durante a gestação, com acompanhamento do binômio mãefilho após o parto. Código Trabalho:257 Título: INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NA INTIMIDADE DOS RELACIONAMENTOS ENTRE PARES NA ADOLESCÊNCIA Autores: FLAVIA APARECIDA SAYEGH;TERESA HELENA SCHOEN-FERREIRA;MAURO FISBERG Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A intensidade das amizades é maior na adolescência. À medida que os adolescentes trocam entre si, seus sentimentos e segredos, e passam a conhecer melhor o sentimento dos outros, a amizade torna-se mais íntima e geradora de apoio. A beleza física influencia nas amizades e na proximidade entre os adolescentes. Pessoas bonitas são consideradas mais simpáticas e atraentes, além de serem consideradas com maior desenvoltura social. As pessoas fisicamente atraentes tendem a ser também as mais populares e as mais extrovertidas. Com isso, essas pessoas desenvolvem maior confiança social. Muitos adolescentes obesos possuem uma auto-imagem crítica e tornam-se mais isolados socialmente, sentindo-se inseguros nos relacionamentos sociais com os pares. Objetivos: Verificar o investimento que os adolescentes fazem nos relacionamentos sociais. Métodos: O Grupo Estudo foi composto por 79 adolescentes obesos (IMC>95) que buscaram um ambulatório médico de atendimento a adolescentes para emagrecer; e o Grupo Controle foi composto de 123 alunos de uma escola da região do ambulatório médico. Foi utilizada a tradução brasileira do questionário do "The Friendship Questionaire", o qual contém 36 questões que caracterizam o interesse, intimidade e integração com amigos. Quanto mais alto o escore obtido, maior intimidade dos relacionamentos. Procedimento: O Grupo Estudo foi convidado a responder ao questionário sobre amizade na sala de espera, enquanto aguardava a consulta com o médico, nutricionista ou professor de educação física. O Grupo Controle respondeu ao questionário na própria escola. Para a análise dos resultados, foi utilizada a ANOVA. Resultados: Não houve diferença média estatisticamente significante entre os grupos (p=0,180). No entanto, o grupo de obesos obteve um resultado médio (79,99) maior que o grupo controle (77,12). Também não houve diferença estatística em relação à média do resultado, no Grupo Estudo, por sexo (p=0,245); embora tenha havido no Grupo Controle (p<0,001), indicando que as adolescentes do sexo feminino apresentam mais intimidade nos relacionamentos. Conclusões: Este estudo mostrou que tanto para o Grupo Controle quanto para os obesos manter uma amizade mais íntima é fundamental no período da adolescência. Procuram a sensação de pertencimento, desenvolvendo habilidades para mantê-la. Quando se é apoiado na amizade, o indivíduo tende a ser mais feliz e saudável, independentemente do estado nutricional Código Trabalho:441 Título: MÃE ADOLESCENTE - TENDE A SE REPETIR ATRAVÉS DAS GERAÇÕES? Autores: VIVIANE CUNHA CARDOSO;ALINE PIRES BARBOSA;ANTONIO AUGUSTO MOURA DA SILVA;HELOÍSA BETTIOL;MARCO ANTONIO BARBIERI Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - SP Cidade/UF: RIBEIRÃO PRETO/SP Resumo: Introdução: A gravidez na adolescência é hoje encarada como um problema de saúde pública, sendo relacionada a fatores como pobreza, aborto induzido, baixa escolaridade materna e mortalidade infantil. Objetivos: Verificar se filhas de mães adolescentes são propensas a serem mães adolescentes também e o quanto esta associação é devido a circunstâncias socioeconômicas. Métodos: Foram entrevistadas mulheres que tiveram uma filha na coorte de 1978/79 em Ribeirão Preto (1ª geração) e estas filhas em 2002/04 (23/25 anos- 2ª geração). A variável resposta foi ser mãe adolescente na 2ª geração. As variáveis independentes foram: mãe adolescente e nível de escolaridade da 1ª geração; nível de escolaridade, ocupação, idade de início do trabalho e menarca da 2ª geração. Foi utilizado modelo de regressão uni e multivariada de Poisson. Resultados: 1059 pares de 1ª e 2ª geração foram avaliados. Na 2ª geração havia 181 mães adolescentes e destas, 89 (26,7%) foram filhas de mães adolescentes (p<0,001). Mas esta associação não se manteve no modelo ajustado, onde mulheres com maior escolaridade (RR 0,05; IC95%0,02-0,10) e menarca mais tardia (RR 0,62; IC95%0,43-0,90) apresentaram menor risco de ser mães adolescentes. Conclusões: Mulheres nascidas de mães adolescentes são mais propensas a se tornarem mães adolescentes, mas pode-se inferir que a aparente influência da idade materna sobre a idade da filha surge devido à presença de fatores socioeconômicos que estariam atuando tanto na mãe quanto na filha. Código Trabalho:531 Título: MORBIDADE ATUAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE Resumo: Introdução: A adolescência é uma fase bastante conturbada, com diversas peculiaridades que podem ser confundidas com problemas de saúde. Cabe ao médico orientar e tranquilizar o adolescente e sua família. Objetivos: Identificar os diagnósticos de adolescentes atendidos em um serviço de hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos: Foi realizada uma análise de 546 prontuários de primeira consulta de adolescentes de ambos os sexos com idades entre dez e vinte anos atendidos em um serviço de hebeatria do Sistema Único de Saúde no período de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário contendo questões sobre o diagnóstico. Os dados obtidos foram tabulados no Epi-info 6.04d e analisados, fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como nível de significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546 formulários sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino. Dos 546 adolescentes atendidos apenas 477 (87,4%) apresentaram alguma queixa, mas 544 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S13 Adolescência (99,6%) deles obtiveram pelo menos um diagnóstico. Os diagnósticos mais frequentes foram: problemas dermatológicos 213 (39%), sendo 91 (16,6%) casos de acne e 85 (15,6%) de ptiríase, problemas ginecológicos 184 (33,7%) e parasitoses intestinais 142 (26%). Chama atenção ainda o volume de diagnósticos de erro de refração 137 (25%), cárie 129 (23,6%) e a existência de diagnósticos psicossociais 62 (11,3%). Conclusões: Há discrepância entre o número de pacientes com queixas e o de diagnósticos, é provável que os adolescentes não valorizem seus próprios sintomas. Os principais diagnósticos foram queixas de pele e parasitoses intestinais. Importante também é o volume de diagnósticos de erro de refração e de cárie. Outro aspecto relevante são os diagnósticos psicossociais que incluem queixas como superproteção materna, abandono escolar, furtos e conflitos familiares. Código Trabalho:981 Título: NIAB - NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E BULIMIA - INTERAÇÃO PSICANÁLISE E MEDICINA Autores: ROBERTO ASSIS FERREIRA;ANA RAQUEL CORRÊA SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO SANTO NERY FERREIRA Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Anorexia (AN) e Bulimia (BN) ganham relevância nos anos recentes. Os pediatras não podem estar alheios ao diagnóstico e a condução de tratamento desses pacientes, desafio à prática e à elaboração teórica da medicina. Objetivos: Apresentação do trabalho interdisciplinar de médicos e psicanalistas à demanda crescente de atendimentos a pacientes com AN e BN. Resultados: Desde 1999, o NIAB vem sendo constituído a partir da aglutinação de profissionais de áreas diversas interessados no atendimento a pacientes com AN ou BN. O trabalho interdisciplinar oferece subsídios valiosos à compreensão e ao cuidado desses pacientes em suas complicações nutricionais e metabólicas e no tratamento psiquiátrico. O conhecimento reduzido ao campo biológico pode cair no impasse e, por outro lado, a clínica médica e a psiquiatria se enriquecem ao assimilar contribuições de campos do saber como a antropologia, a sociologia e em especial da psicanálise. Atualmente, sete clínicos, dois psiquiatras e seis psicanalistas constituem a equipe. Os atendimentos são realizados em ambulatório no HC-UFMG, contando também com o apoio desta instituição para propedêutica e internações. Os profissionais discutem os atendimentos do dia e outra reunião semanal, com toda a equipe, é realizada para apresentação e construção dos casos. Os pacientes chegam através de procura direta (informações adquiridas na internet, mídia ou de terceiros), também encaminhados por médicos e psicólogos. O primeiro atendimento é feito por um dos profissionais do NIAB na tentativa de estabelecer desde o início o vínculo terapêutico. A partir dessa avaliação são feitos os encaminhamentos necessários. Pela orientação psicanalítica busca-se a implicação do paciente com o seu tratamento, procurando deslocar o sintoma de transtorno alimentar e da imagem corporal para o mal-estar psíquico. Conclusões: O trabalho do NIAB tem mostrado que a gravidade de tais pacientes requer a clínica feita por muitos, convocando contribuições de vários campos do saber. A experiência mostra como fundamental compartilhar o trabalho da clínica médica e da psiquiatria, com a rica contribuição da psicanálise, na condução, entendimento e no cuidado dos pacientes. Código Trabalho:121 Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA MENTAL - A VISÃO DA FAMÍLIA E A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL. Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO Instituição: APAE- Cuiabá Cidade/UF: CUIABA/MT Resumo: Introdução:Não se deve negar as especificidades e peculiaridades advindas da deficiência mental, porém enfatizar as possibilidades desse sujeito, na totalidade de seu ser é fundamental para tornarem-se plenamente conscientes das transformações pubertárias, da sexualidade e a busca de autonomia destes sujeitos , auxiliando-os neste adolescer fatores , estes, que requerem persistência e vontade. Conhecer a importância da família e da sociedade para o adequado desenvolvimento, o desabrochar da sexualidade genital (como atributo de todo ser humano), os sentimentos, a compressão destas transformações pelo adolescente com deficiência mental, contrapondo com o preconceito, infantilização, exclusão e estigmatização.Objetivos: entender o conhecimento das famílias dos adolescentes com deficiência mental sobre as transformações da puberdade, verificando os limites de compreensão e aceitabilidade destas mudanças e propor sugestões aos profissionais, sociedade e família sobre a melhor forma de abordar o adolescente com deficiente mental e sua família. Métodos: revisão bibliográfica e entrevistas em uma instituição de educação especial com 39 familiares através de questionários com perguntas semi-estruturadas. Resultados: As atitudes dos pais se situam em perspectivas diferentes de seus filhos com dificuldades significativas em enxergá-los como um ser sexual, dotado de desejos, de dúvidas e medos relativos ao mundo da sexualidade, procurando negar a expressão desses desejos e reforçam o isolamento que já é vivido pelos adolescentes com deficiência na sociedade como um todo. Percebe-se a necessidade de acolher esses pais em suas ansiedades e angústias relativas ao tema.Foi verificado, também, que há uma necessidade emergencial do preparo social em lidar com questões de saúde, sexualidade, ética, cidadania e desenvolvimento humano uma vez que, a invisibilidade que fomenta a vulnerabilidade destes adolescentes, é relevante e deve ser tema de preocupação e debate.Conclusões: ressalta-se a responsabilidade da sociedade, dos profissionais e famílias, de tornarem os adolescentes plenamente conscientes das transformações pubertárias, da sexualidade auxiliando na busca de autonomia requendo persistência, vontade, conhecimento e mudança de comportamento. As discussões devem ser ampliadas onde as pesquisas e mudanças de comportamentos entre os profissionais, familiares, sociedade favoreçam o vivenciar, o adolescer com respeito e dignidade desses indivíduos Enfim, entender o deficiente mental na sua fase crítica de desenvolvimento, a adolescência, se faz necessário para desenvolver habilidades saudáveis de proteção à saúde integral , além de estimular a autonomia e o relacionamento ético profissional. Código Trabalho:120 Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA MENTAL - OUVINDO-O Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO Instituição: APAE- Cuiabá Cidade/UF: CUIABA/MT Resumo: Introdução: A adolescência brasileira apresenta grandes desafios para a sociedade organizada quanto à sua educação, saúde e formação enquanto cidadãos e respeito as suas peculiaridades. Este desafio torna-se maior quando relacionado ao adolescente com deficiência, em especial ao com deficiência mental, devendo objetivar a construção e o fortalecimento de sua identidade como "sujeitos em pleno desenvolvimento e de direitos" .Objetivos: Entender o conhecimento dos adolescentes deficientes mentais sobre suas transformações biopsicosocioculturais, verificar os limites de compreensão e aceitabilidade destas mudanças, identificar se é capaz de elaborar a construção de sua identidade como adolescente e, como o processo desta adolescência pode ser afetado pela deficiência mental. Métodos: entrevistas (observação e relato do sujeito) com 34 alunos de uma instituição de educação especial, de ambos os sexos, entre 10 a 24 anos, com condições de comunicação verbal Devido às características próprias as entrevistas com os adolescentes e jovens transcorreram de forma descontraída, informalmente com desenhos e exemplos, utilizando um roteiro como guia, mas adaptando às atitudes e às formas de expressar dos sujeitos da pesquisa.Resultados: observou-se a inadequação social e a interação com o meio que os circunda como característica própria do deficiente mental onde existe o prejuízo no comportamento adaptativo.Obteve-se ainda, que os adolescentes percebem a possibilidade de erotização e da obtenção de prazer pelo sexo, mas, não sabem como lidar com estas novas sensações, podendo ser difícil o controle de seus impulsos sexuais. Descobrem a satisfação que a área genital pode lhes oferecer.Estes relatos levam a afirmar que apesar da deficiência mental, déficit cognitivo até mesmo dificuldade de se conhecer como homem ou mulher as atividades sexuais Adolescência estão sendo realizadas. O interesse para o assunto é evidente por parte destes adolescentes, mas os educadores e familiares estão conduzindo de forma inadequada estas questões deixando de oferecer uma educação sexual saudável, preventiva e que os valorizem como seres humanos em desenvolvimento.Conclusões: Para o adolescente deficiente mental é muito difícil expressar seus sentimentos, pois, ele é "falado", tornando - se, portanto, objeto de seus pais, professores, cientistas o que o impede de construir um conhecimento profundo de seu ser e do outro. Geralmente este sujeito não tem a possibilidade de se interrogar ou estabelecer uma identificação significante, pois, é direcionado a uma contínua situação de dependência ou a preencher um vazio intelectual, pelos que o rodeiam, deixando-o sem defesa.Neste contexto,ficam privados de experiências que promovem seu desenvolvimento e no que diz respeito à sexualidade estão limitados de informação, contato social e até mesmo de modelos interessantes de relações afetivas. Faltam orientações claras, objetivas e fidedignas acerca de temas que envolvem a sexualidade o que contribui para a perpetuação dos estereótipos, negando-os a chance de desenvolverem suas potencialidades e de viver experiências no âmbito afetivo e sexual e a integração social Código Trabalho:754 Título: O CARTÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES COMO INSTRUMENTO NA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO Instituição: Secretaria Muncipal de Cuiabá- MT Cidade/UF: CUIABA/MT Resumo: Justificativa: Para se implantar um programa de atenção a saúde de adolescentes e jovens é necessário a construção de políticas públicas capazes de prover atenção integral à saúde em todos os níveis de complexidade e a validação do cartão de saúde do adolescente como projeto piloto do Ministério da Saúde, na capital, foi o marco do programa .Objetivos: incorporar o procedimento à rotina das atividades de atendimento e ao quadro organizacional dos serviços preventivos e assistenciais. Sensibilizar e capacitar profissionais de saúde para compreenderem o significado, as manifestações e as conseqüências do crescimento e desenvolvimento dos adolescentes. Formar alianças e parcerias necessárias para que seja o início de uma atuação ampliada e de suporte ao adolescente. Métodos: sensibilização e treinamento dos profissionais de 6 unidades básicas de saúde de diferentes regionais da capital sobre organização de serviço e abordagem do adolescente e o preenchimento e uso do cartão; estudo com um grupo focal de 20 adolescentes de ambos os sexos sobre a aderência ao uso do cartão e pesquisa com os profissionais das unidades de referência sobre sua utilidade.Resultados: Ainda em fase de implantação do cartão o grau de satisfação do adolescentes em participar do projeto está sendo interessante com sugestões que podem nortear a assistência na área, além de permitir o protagonismo e a responsabilidade com sua saúde e a disseminação do programa na unidade. Aos profissionais traz um segurança na metodologia do atendimento, fluxograma na unidade e vem norteando suas condutas. O cartão ,está permitindo assinalar, a partir do atendimento, as principais queixas dos adolescente, acompanhar de forma integrada com o adolescente seu crescimento e desenvolvimento, vacinas, detectar fatores protetores e fatores de risco , obter informações e resgatar o sentido de cidadania do adolescente garantindo o bem estar físico, social e emocional . Promove a intersetorialidade ao estabelecer parcerias dentro do setor saúde e com outras instituições, fortalecendo a rede de apoio social; Subsidia a formulação de políticas públicas saudáveis. É um instrumento educativo ao profissional que lida com a proteção adolescente e para população, levando a mobilização da sociedade. Conclusões: A Secretaria de Saúde é proponente e executora das políticas públicas de seus respectivos setores, além de responsáveis pelos estabelecimentos que atendem às crianças e aos adolescentes. Sem se integrar ao quadro das práticas profissionais e à rotina dos serviços, o atendimento não se efetivará. E o cartão de saúde do adolescente dará visibilidade a esta política no município representando o compromisso de incorporar a atenção à saúde da população jovem à estrutura, mecanismos de gestão, ações e rotinas do Sistema Único de Saúde em todos seus níveis. E, serve de parâmetro norteador às diversas ações, serviços e programas do setor Saúde - existentes e a serem criados, nas unidades de saúde. Código Trabalho:331 Título: O ENSINO DA INFORMÁTICA NO AMBIENTE HOSPITALAR: O PACIENTE VIRANDO ALUNO E O ALUNO SENDO PACIENTE Autores: FABIANA FERREIRA NASCIMENTO;ANA LUCIA TAROUQUELLA SCHILKE;REGINA MULLER;REGINA XAVIER Instituição: Intituto nacional de Cardiologia Laranjeiras Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A febre reumática é uma doença séria, de difícil adesão ao tratamento e que vem acometendo um numero crescente de crianças e adolescentes em nosso país, comprometendo significativamente a inserção desse futuro jovem, no mercado de trabalho, gerando com isso um problema social. Objetivos: Diante dessa evidência, pensamos em estratégias educativas que pudessem contribuir para a diminuição da exclusão social. Nosso trabalho surge da necessidade de garantir o acesso ao conhecimento de uma ferramenta, hoje, indispensável para o mercado de trabalho - a informática. Objetivamos contribuir para a diminuição das desigualdades sociais vivenciadas pelos portadores de febre reumática através da qualificação profissional desses jovens, possibilitando, ainda, a vinculação com o hospital garantindo assim adesão ao tratamento. O trabalho em grupo permite a socialização de suas histórias de vidas. Eles/as a partir disso, re-significam essas experiências e incorporam a utilização da informática como um instrumento potencializador do acesso ao conhecimento. Métodos: O curso é dividido em cinco módulos de formação que mesclam conceitos da informática - Windows, Internet, Word, Excel e PowerPoint - com conhecimentos da vida cotidiana, onde ao final de cada modulo é realizado uma atividade extra-classe ligada aos temas geradores que surgem das demandas trazidas pelos/as alunos/as. O curso tem duração de seis meses e as aulas acontecem semanalmente - aos sábados das 09:00 as 12:00 com capacidade para 12 alunos. Optamos por trabalhar com o referencial teórico baseado na metodologia sócio-construtivista de Vygotsky onde o professor atua como um mediador do conhecimento. Combinado a essa, a metodologia do conhecimento em rede, que visa possibilitar a esses adolescentes compreenderem novos caminhos do mundo do trabalho, sendo apresentados a novas tecnologias, as culturas existentes e aos novos conhecimentos que surgem. Resultados: Já estamos na nossa terceira turma e mantemos um índice elevado de comparecimento as aulas. Percebemos que os alunos/pacientes mantém em dia a profilaxia secundária* e que contribuímos para expandir o conhecimento e a curiosidade desses/as adolescentes. Sua auto-estima aumenta e eles/as se sentem valorizados por estarem participando de um curso oferecido pelo hospital. Conclusões: Dependendo da profissão e sem o conhecimento da informática, o individuo tem dificuldades de encontrar uma posição no mercado de trabalho.Durante todo o curso temos a preocupação de que esses/as adolescentes/as se questionem: qual a importância do curso; porque as informações que circulam nele são importantes; como fazer para perpetuá-las e quem poderá ser beneficiado por ela.Quando propomos uma intervenção pedagógica a este sujeito estamos propondo um novo pensar sobre a saúde e a educação de quem vivencia a rotina médicohospitalar. Nessa dimensão, o computador é utilizado e visto como uma ferramenta pedagógica que possibilita o trabalho em outras dimensões. Código Trabalho:699 Título: PERFIL DAS PARTURIENTES ADOLESCENTES E SEUS NEONATOS EM HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;NELIANA TEMPONI;JAQUELINE OLIVEIRA RODRIGUES;ALEXANDRA SILVA VELOSO Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Gravidez na adolescência tem se revestido de extrema importância na atualidade pela sua freqüência e conseqüências às pacientes, seus neonatos, além do custo social. Adolescência Medidas de prevenção nas pacientes com idade menor que 20 anos têm sido desenvolvidas pelos serviços de saúde pública. Estudar sua incidência contribui para maior compreensão do problema e otimizar os programas de prevenção. Objetivos: Determinar a incidência, associação com peso de nascimento, idade gestacional e tipo de parto em pacientes com idade menor que 20 anos, no período de maio de 2004 a junho de 2006, em hospital público municipal. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo. Foram estudados todos os registros dos partos ocorridos no hospital, anotados tipo de parto, idade materna, idade gestacional, paridade, peso de nascimento e Apgar de primeiro e quinto minutos. Os neonatos foram agrupados em nativivos (NV) e natimortos (NM). Correlação com tipo de parto, peso de nascimento e idade gestacional foi analisada utilizando o programa Epi-Info 6.4. Resultados: Em 4385 nascimentos (4289 NV e 86 NM) foram identificadas 850 (18,4%) gestantes com idade menor que 20 anos (791 NV e 14 NM), sendo 34 (4,3%) com idade inferior a 15 anos. Em relação ao tipo de parto foram 531 partos vaginais (66%), 250 cesáreas (31,1%) e em 19 casos parto vaginal com auxílio de fórceps (2,4%). Dos 805 nascimentos, 216 (26,8%) foram neonatos com baixo peso e 218 (27%) neonatos prematuros, sendo 43 (5,3%) com idade gestacional inferior a 30 semanas. Não houve significância estatística nos fatores analisados. Conclusões: A gravidez na adolescência necessita de cuidados especiais tanto física quanto psicologicamente, assim como de programas de prevenção. No nosso serviço cerca de um quarto dos partos foram de mães com idade inferior a 20 anos, com o alarmante percentual, cerca de 4%, com idade inferior a 15 anos. Não houve correlação estatística com os fatores estudados, porém é elevado o percentual de neonatos com baixo peso e prematuros (ambos próximo a um terço), e de partos cesáreos (um terço). Código Trabalho:1156 Título: PERFIL DE ATENDIMENTOS DE AMBULATÓRIO ESPECÍFICO PARA ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE OSASCO Autores: ALEXANDRE MASSASHII HIRATA;LÍGIA DE FÁTIMA NÓBREGA REATO;ROBERTA MACHADO BOZZETTI;JULIANA TODARO;ADRIANA YUMI HIRAI Instituição: Faculdade de Medicina do ABC Cidade/UF: SANTO ANDRÉ/SP Resumo: Introdução: Frente à importância demográfica e vulnerabilidade aos agravos da população adolescente, faz-se necessário um programa de atenção diferenciado e abrangente, capaz de corresponder às expectativas dessa faixa etária, e baseado em suas necessidades de saúde. Objetivos: O presente estudo visou traçar o perfil dos atendimentos realizados em ambulatório de adolescentes no município de Osasco. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo nos prontuários de 804 adolescentes matriculados em ambulatório municipal específico para adolescentes no período de outubro de 2003 a setembro de 2005. Através de protocolo-padrão, foram coletadas as seguintes informações: idade, sexo, desenvolvimento puberal, motivo da consulta, estado nutricional e hipóteses diagnósticas (principal e secundárias). A partir dos dados obtidos, foram calculados valores absolutos e percentuais, e, para análise comparativa, foi utilizado o teste de qui-quadrado. Considerouse significativo p<0,005. Resultados: Nos 804 adolescentes avaliados, observou-se discreta predominância do sexo feminino (52,7%). A idade média da população estudada foi de 13,66 ± 2,32 anos. Em relação ao desenvolvimento puberal, de acordo com a Classificação de Tanner, 314 (39,1%) dos adolescentes estavam em estágio M5/G5 e 138 (17,2%) em M4/G4. Entre as meninas que já haviam apresentado menarca (301) a idade média foi de 11,32 ± 1,31 anos. Na avaliação do estado nutricional, 79,2% dos pacientes (637) eram eutróficos, com valor médio de Índice de Massa Corpórea (IMC) de 20,1 ± 3,9. As queixas distribuíram-se em: 49% orgânicas, 45,5% gerais e 5,5% psicológicas. A correlação entre a especificidade da queixa e a Classificação de Tanner foi significativa. Dentre os diagnósticos estabelecidos destacaram-se: alterações respiratórias em 125 pacientes(15,5%), afecções dermatológicas em 95 (11,8%) e alterações oftalmológicas em 92 (11,4%) Conclusões: O perfil dos atendimentos foi compatível com os dados de literatura quanto à distribuição por sexo e faixa etária, diferenciando-se pela baixa freqüência de queixas psicológicas. S16 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho:600 Título: PREVALÊNCIA DA DISMENORRÉIA EM ADOLESCENTES RESIDENTES DA ZONA RURAL E URBANA, DA CIDADE DE GUARAREMA, SP. Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ALINE SOKOLOWSKI SILVA;ANDREA CASTRO CORRALLO;RAFAEL FONSECA RODRIGU SOUZA;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE Instituição: Escola Paulista de Medicina / UNIFESP Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP Resumo: Introdução: Dismenorréia é uma síndrome álgica que ocorre no período pré ou intramenstrual. Classificada como leve, moderada e grave conforme a intensidade dos sintomas. Objetivos: Determinar a prevalência de dismenorréia em adolescentes, residentes da zona rural e urbana, da cidade de Guararema e classificar quanto à intensidade da sintomatologia. Métodos: Estudo transversal de junho a novembro de 2001, com 506 meninas de 10 a 16 anos de idade, da escola Dr. Roberto Feijó, residentes da zona rural e urbana. Os dados foram obtidos através de entrevista direta e individual sobre o desenvolvimento puberal e dismenorréia. Resultados: Das 506 meninas entrevistadas, apenas 309 (61,07%) apresentavam menarca e a média de idade da menarca foi de 12 anos em ambas áreas estudadas. A prevalência de dismenorréia foi de 63% (n=63) e de 57% (n=120) na zona rural e urbana respectivamente. Com relação a intensidade da dor 39,68% (n=25) das meninas da zona rural consideram fraca, e da urbana 30,83 (n=37); moderada 19,04% (n=12) na rural e 29,16% (n=35) na urbana, e forte 41,26% (n=26) na zona rural e 40% (n=48) na zona urbana. Conclusões: Encontramos uma alta prevalência de dismenorréia no grupo estudado devido ao questionamento ter sido dirigido para esta sintomatolgia, mas a caracterização da dor deve ser melhor investigada pela grande proproção de meninas que consideram sua dor forte. Código Trabalho:944 Título: PREVALÊNCIA DE COMPORTAMENTOS SEXUAIS DE RISCO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Autores: STELLA MARIA DE MELO BASTOS BRAGA;ROBERTO ASSIS FERREIRA;MARCO ANTÔNIO DUARTE;SARAH GONÇALVES FONSECA;RODRIGO DE ALMEIDA FERREIRA Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Área: ADOLESCÊNCIA Contato: [email protected] Resumo: Introdução: O interesse pelo comportamento sexual dos jovens vem crescendo nas últimas décadas, tanto pelo aumento na taxa de fecundidade, como pela alta prevalência de DST/AIDS nesta faixa etária. Objetivos: descrever aspectos da sexualidade e a prevalência de comportamentos sexuais de risco para DST/AIDS entre estudantes da UFMG. Métodos: estudo transversal com amostra representativa de estudantes universitários do primeiro ano, pertencentes a cursos das oito áreas de conhecimento da UFMG. Como instrumento utilizouse questionário com questões fechadas, aplicado a 362 alunos com idade entre 18 e 25 anos (jovens - OMS). Entre os alunos que responderam ao questionário, 58,6% eram do sexo masculino e 41,4% do sexo feminino. Apenas um aluno era casado. Resultados: 65,7% dos universitários haviam iniciado vida sexual com penetração, com predominância do sexo masculino. A idade média da primeira relação sexual foi de 16,4 anos, com início mais precoce no sexo masculino. A maioria dos universitários sexualmente ativos relatou ter tido de um a três parceiros durante a vida. Nos dois últimos meses anteriores à pesquisa, 60,9% tiveram um único parceiro sexual e 30,3% não tiveram nenhum parceiro. O tipo de relação sexual mais freqüente foi pênis-vagina, seguido pelo sexo oral. Poucos declararam ter tido relação anal. Houve predomínio de heterossexualidade e poucos relatos de homo ou bissexualidade. Quanto ao uso do preservativo, menos da metade dos universitários sexualmente ativos (45,8%) declarou uso constante, em todas as relações sexuais. Entre os motivos para o não uso constante do preservativo, a maioria (56,6%) não apontou motivo entre as opções apresentadas, mas os mais relatados foram: diminuir o prazer; quebrar o clima da transa; o parceiro não gostar e por achar que não precisa. Conclusões: o percentual de universitários, com vida sexual ativa, com comportamentos de risco para DST/AIDS é significativamente Adolescência elevado. Código Trabalho:764 Título: PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES ESCOLARES: EXPERIÊNCIA QUE VEM DANDO CERTO Autores: THIAGO ROBERTO CORREIA;CLAUDIA BARBOSA DE A. MEDEIROS;ÉLCIO DUARTE LIMA;NAIR SIMÕES ANDRADE;SÉPHORA CAROLINE TELES;TÂNIA MARIA LAGOFALCÃO Instituição: Universidade de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O uso de drogas na adolescência resulta em transtornos na personalidade e no estabelecimento de relações interpessoais. É de interesse dos universitários modificarem essa realidade, pondo em prática o que é aprendido na sala de aula. Objetivos: Transmitir informações científicas sobre drogas; responder às dúvidas dos escolares, identificando as mais freqüentes; estimular o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a problemática; e clarificar outros questionamentos eventualmente trazidos pelos jovens, como doenças sexualmente transmissíveis, problemas familiares e violência. Métodos: Neste projeto de extensão, são realizados encontros com alunos do ensino fundamental da rede pública. Para facilitar a abordagem e a compreensão pelos escolares, são usados vários recursos didáticos, tais como figuras, cartazes, paródias, dramatização, jogos, colagens e textos (de jornais, revistas ou da internet). O desenvolvimento do trabalho é baseado em encontros com debates, a partir das vivências cotidianas de cada grupo a ser trabalhado. Ao mesmo tempo em que se realizam os encontros, os universitários buscam averiguar as informações trazidas por eles e identificar o aprendizado de novos conhecimentos. Resultados: Dessa vivência, percebeu-se uma maior afinidade dos alunos por aulas práticas, as quais abriam espaço para várias discussões dentro da vivência deles. Durante os encontros, coletaram-se textos, cartazes e desenhos que abordam a temática. Relatos de professores após a aplicação do projeto revelam uma mudança favorável na postura de certos alunos no que diz respeito ao consumo de drogas no recinto escolar. Além disso, a observação direta de alguns estudantes revela uma postura engajada, capazes de difundir a mensagem de prevenção do uso de drogas na comunidade. Conclusões: estima-se que as informações adquiridas perdurem nos escolares e perpetuem-se na comunidade. Para isso, contudo, é imprescindível que se garanta a manutenção permanente de grupos de trabalho na linha de atuação deste projeto. Código Trabalho:555 Título: PROJETO DE VIDA: DESAFIO DO ADOLESCENTE DE BAIXA RENDA Autores: FERNANDA MAIRA DUARTE;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA MÁRCIA BELTRÃO;LORENA MOREIRA;FERNANDA FLORES;CYNTHYA MANUELLY CAVALCANTE Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Ao final da adolescência, espera-se que o indivíduo tenha adquirido as características biopsicossociais do adulto. Para tal, são necessárias condições propícias, o que não ocorre nas populações de baixa renda, onde os jovens são recrutados precocemente à participar da força ativa de trabalho e na manutenção da família. Objetivos: Avaliar quais os projetos de vida de adolescentes de uma escola pública da cidade do Recife. Métodos: Estudo descritivo transversal realizado durante projeto de extensão universitária (2004), como uma das atividades propostas no projeto, com alunos da escola Leal de Barros, na cidade do Recife. Utilizou-se como instrumento de pesquísa, questionário auto aplicável à 143 alunos da sexta e sétima séries, de ambos os sexos, de 11 a 18 anos, após consentimento livre e informado dos mesmos. Os dados obtidos, alimentaram o banco de dados criado no Epi-info 6.04, sendo analisados estatisticamente, utilizando-se como nível de significância p<0,005. Resultados: Dos 143 adolescentes, 55,9% eram do sexo masculino e 44,1%, do sexo feminino; 65%(93/143) eram menores de 15 anos e 35%(50/143) situavam-se na faixa etária de 15 a 18 anos. Destes, 26%(13/50) trabalhavam e 8% contribuiam com as despesas familiares (todos do sexo masculino). Dos menores de 15 anos, 5,4%(5/93) também trabalhavam. Em relação ao gênero, 20%(16/80) dos adolescentes e 3,2%(2/63) das adolescentes já trabalhavam. Quanto ao projeto de vida, 45%(36/80) dos meninos pretendiam fazer vestibular; 23,8%(19/80), um curso profissionalizante e 21,3%(17/80) não pensavam no assunto. Das adolescentes, 71,4%(45/63) pensavam fazer vestibular; 14,30%(9/63), um curso profissionalizante e 9,5%(6/63) ainda não haviam pensado no assunto. Dos 143 adolescentes, 5,6%(8/143)pretendiam parar de estudar após o ensino médio. Entre os pais, 33,9%(39/115) e 12,2%(14/115), concluíram o segundo e terceiro graus versus 31%(35/113) e 3,5%(4/113) das mães, respectivamente. Conclusões: O baixo nível de escolaridade dos pais associado às precárias condições de vida, contribuem para a falta de um projeto de vida estruturador entre os adolescentes. Faz-se necessário um suporte educacional competente, que os mantenha na escola, valorize e desenvolva suas aptidões, e os encaminhe a uma formação profissional adequada e futura inserção no mercado de trabalho. Código Trabalho:675 Título: RELAÇÃO ENTRE PESO AO NASCER, ALEITAMENTO MATERNO E OBESIDADE DOS PAIS COM A OBESIDADE DE ADOLESCENTES Autores: GLAUCE LAMOGLIE CARVALHO;ISA PADUA CINTRA;MAURO FISBERG Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: a obesidade é conhecida como uma patologia de epidemia mundial, atingindo inclusive a classe pediátrica, sendo que vários estudos têm identificado alguns fatores contribuintes para a obesidade nessa faixa etária, como genéticos, neonatais ambientais e estilos de vida. Objetivos: o presente artigo visou avaliar a relação entre o peso ao nascer, o aleitamento materno exclusivo e obesidade dos pais como possível contribuição para o excesso de peso em adolescentes. Métodos: Foram coletados dados dos pacientes do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da UNIFESP (CAAA), dos diferentes ambulatorios, nutrição geral, obesidade e esporte, quanto à idade, índice de massa corpórea (IMC) na 1ª consulta, peso ao nascer (Pn), aleitamento materno exclusivo (AME) e o estado nutricional dos pais. Os dados foram tabulados no software Excell, tendo a amostra sido dividida em eutrófica, quando o IMC estivesse entre os percentis 5 e 85 e excesso de peso quando o IMC fosse superior ao percentil 85. Para análise e validação estatística das associações encontradas, utilizou-se o programa SPSS 10.1. Resultados: Entre os 292 adolescentes estudados, 32,5% eram do sexo masculino e 67,5% do feminino, com média de idade de 14,63 ± 2,3 anos. Em relação ao estado nutricional, 33,3% eram eutróficos e 66,7% apresentavam excesso de peso, entretanto estes dois grupos não apresentaram diferença estatística em relação à idade, ao sexo e ao tempo de aleitamento materno. A duração média do AME e o Pn foram, respectivamente, 3,321± 2,261 meses e 3064 ± 0,695 no grupo eutrófico e 3,147 ± 2,179 e 3310 ± 0,646 no grupo com excesso de peso. Apesar do tempo de AME não ter apresentado diferença estatística entre os dois grupos, verificou-se um efeito protetor do aleitamento materno contra o excesso de peso (OR=1,83). Em relação ao Pn, também se verificou uma associação positiva do elevado peso ao nascer com o índice de massa corporal dos adolescentes (p=0,012). Esta variável mostrou ser um fator de risco para o excesso de peso na adolescência (OR = 2,86). Encontrou-se uma correlação significativa (p<0,001) entre o estado nutricional dos adolescentes com o de seus pais. Verificou-se que no grupo com excesso de peso 37,6% de suas mães e 31,7% de seus pais também eram obesos, sendo que adolescentes filhos de mães obesas tem aproximadamente quatro vezes mais chance de apresentarem excesso de peso (OR=3,89), enquanto que os filhos de pais obesos tem chance três vezes maior de apresentarem excesso de peso (OR=2,97). Conclusões: pelos resultados encontrados indica-se a monitoração destas variáveis em estágios precoces da vida, como forma de auxiliar o controle da obesidade observada atualmente nesta faixa etária. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S17 Adolescência Código Trabalho:622 Título: RELATO DE CASO: SÍNDROME DE STURGE WEBER EM ADOLESCENTE DO SEXO MASCULINO - ALTERAÇÕES CLÍNICAS Autores: MARISA LAZZER POIT;LÍGIA DE FÁTIMA NÓBREGA REATO;ALEXANDRE MASSASHI HIRATA;DANILA MAYUMI WASSANO;LÍVIA KSYVICKS Instituição: Faculdade de Medicina do ABC Cidade/UF: SÃO BERNARDO DO CAMP/SP Resumo: Introdução: A síndrome de Sturge Weber é uma malformação congênita, de etiologia desconhecida, caracterizada pela presença de angiomatose da leptomenige e da face. Acredita-se ser causada pela persistência de um plexo vascular ao redor da porção cefálica do tudo neural. Caracteriza-se por uma angiomatose corticocerebral, calcifacações cerebrais, epilepsia, nevo facial, alterações oculares. O padrão de herança genética da SSW é autossômico dominante com expressão variável. Não há correlação com sexo ou raça. Como a síndrome tem evolução clínica variável, Roach classificou as angiomatoses encefalofaciais em tipos I,II,III. A incidência de angiomas faciais tipo mancha em vinho do porto (Roach tipo II) é comum, acometendo 3:1000/nascidos vivos, porém somente 5 a 10% desses são caracterizados como SSW-tipoI. A SSW-tipos I e III tem incidência rara, acometendo 1:50000/nascidos vivos. Essa incidência vem aumentando devido à melhora de técnicas de neuroimagem e ressonância nuclear magnética que permitem a detecção de casos de SSW sem angioma facial (Roach tipo III). Relato de Caso: JSS, sexo masculino, 12 anos e 1 mês, branco. Veio encaminhado por apresentar sentimento de menor valia. A mãe refer que o filho é acompanhado nos Serviço de Oftalmologia e Dermatologia, para controle de perda de visão e glaucoma em olho D, e aplicação de laser em hemangioma facial, respectivamente. Ao exame clínico apresentava micrognatia com protusão da arcada dentária superior com alteração de mordida, mácula vinhosa em hemiface direita. Encaminhado para avaliação com Cirurgia Plástica e Psicologia. Discussão: A SSW apresenta-se clinicamente com alterações dermatológicas, neurológicas e oculares. As alterações dermatológicas ocorrem porque o angioma facial está relacionado com a distribuição cutânea do nervo trigêmeo, podendo afetar metade da face e extender-se para o pescoço ultrapassando ou chegando próximo à linha média da face. As alterações neurológicas são decorrentes da angiomatose leptomeníngea e podem incluir convulsões focais e hemiparesia (contralaterais ao lado afetado), atrofia cerebral, ipsilateral ao angioma facial, hemiplegia e retardo mental. O paciente apesar da angiomatose leptomeníngea, é neurologicamente normal. As alterações oculares mais frequentes são: glaucoma (30 a 70%) e hemangioma de coróide (em 1/3 a 1/2 dos casos relatados na literatura). O nosso paciente apresenta glaucoma secundário pós trabecular devido ao aumento da pressão venosa episcleral e hemangioma de coróide acometendo a área macular. Conclusões: O acometimento oftalmológico freqüente na SSW mostra a importância do encaminhamento precoce ao oftalmologista evitando principalmente complicações glaucomatosas e retinianas, que podem levar à perda de visão. A integração multidisciplinar é indispensável para melhora do prognóstico do paciente já que permite a abordagem de todas as manifestações e complicações clínicas da SSW, além de permitir o diagnóstico precoce de pacientes com a doença. Código Trabalho:36 Título: SÍNDROME DE TURNER NA ADOLESCÊNCIA Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;TATIANA SÁ MAGALHÃES;CLAUDIA BRAGA CARDOSO;ISABEL CRISTINA SILVA BOUZAS Instituição: UERJ / NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Síndrome de Turner (ST) foi descrita em 1938 por Turner que a caracterizou por baixa estatura, hipogonadismo, pescoço alado e cubitus valgus. Ocorre em aproximadamente 1 a cada 2.500 meninas nascidas vivas, sendo umas das alterações cromossômicas mais frequentes no sexo feminino. Decorre de uma deficiência total ou parcial de um dos cromossomos X e os cariótipos mais comuns são: 45,X em 50% dos casos e os mosaicos: 45,X/46XX e 45,X/46Xi(Xq), cada um encontrado em 15% dos casos. O quadro clínico é caracte- S18 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. rizado por baixa estatura, disgenesia gonadal, malformações e estigmas diversos, como palato em ogiva, cubitus valgus, epicanto, entre outros. No período neonatal, o achado mais comum é o linfedema de mãos e pés, podendo haver higroma cístico ou hidropsia fetal. Na infância o principal sintoma é a baixa estatura, com desaceleração do crescimento na idade escolar. Na adolescência podem ser observados baixa estatura associada à ausência de estirão puberal e aparecimento dos caracteres sexuais secundários, amenorréia primária e infertilidade. A baixa estatura está presente em quase todos os casos, determinando uma estatura final bastante comprometida. O hormônio de crescimento (HGHr) é recomendado para os casos de pior prognóstico estatural, promovendo um acréscimo de 8 a 10 cm na estatura final. Objetivos: Avaliar as causas e consequências do diagnóstico tardio da ST, na adolescência. Métodos: Foram avaliados 5 casos de pacientes encaminhadas ao ambulatório do NESA/HUPE, no período de julho de 2000 a dezembro de 2005, para avaliação clínica, sendo feito o diagnóstico de ST. Foram avaliados: o motivo do encaminhamento, a idade do primeiro atendimento, a presença de dismorfias e puberdade espontânea. Resultados: Dentre os motivos do encaminhamento: nenhum foi por suspeita de ST, 2 foram encaminhadas exclusivamente por baixa estatura, 1 por baixa estatura associada à amenorréia primária, 1 por baixa estatura associada a atraso puberal e 1 por amenorréia primária. Dentre essas pacientes, todas apresentavam baixa estatura e estigmas em graus variados, 3 apresentavam puberdade espontânea e 1, cardiopatia. Avaliando a idade da primeira consulta no NESA, temos: 12 anos, 12 anos e 5 meses, 17 anos e 3 meses 15 anos e 6 meses e por fim 13 anos e 6 meses. O cariótipo de 3 destas demonstrava mosaicismo. Conclusões: A baixa estatura deve sempre ser avaliada para exclusão de ST. Mesmo as pacientes com puberdade espontânea devem ser criteriosamente analisadas, pois esta última não invalida o diagnóstico de ST, sendo um fator prejudicial para a estatura final. Os pediatras devem estar atentos às manifestações clínicas da ST, pois seu diagnóstico precoce, com reconhecimento das malformações e de co-morbidades associadas, bem como a utilização do HGHr , promovem uma qualidade de vida melhor para essas pacientes. Código Trabalho:632 Título: TAXAS BIOQUÍMICAS E ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE ADOLESCENTES MATRICULADOS NO ENSINO PÚBLICO E PRIVADO DE CAMPINA GRANDE-PB. Autores: DANIELLE FRANKLIN CARVALHO;MARIA APARECIDA ALVES CARDOSO;WILMA VASCONCELOS SOUSA;MARIA STEFANIA NÓBREGA BATISTA;ANDREA CAROLINO MONTE;GUSTAVO HENRIQUE FIORENTINO Instituição: Universidade Estadual da Paraíba Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB Resumo: Introdução: A alta prevalência de sobrepeso/obesidade apresenta-se como grave problema de saúde pública, especialmente pelo crescimento entre crianças e adolescentes e pelas complicações associadas. Objetivos: Estudar os índices antropométricos e as taxas bioquímicas (glicemia, colesterol total, lipoproteínas HDL, LDL e VLDL, e triglicérides) de adolescentes de Campina Grande-PB. Métodos: Estudo transversal com 180 adolescentes de 14 a 17 anos, de escolas públicas e privadas de Campina Grande-PB. Foram coletados cerca de 5mL de sangue de cada adolescente, por punção venosa, após jejum prévio de 10-12h. As análises bioquímicas foram realizadas no Laboratório de Análises Clínicas (LAC) da Universidade Estadual da Paraíba e interpretadas segundo os valores propostos pelo American Diabetes Association (1999) e o III Consenso Brasileiro de Dislipidemia (2001). Foram tomadas medidas de peso e altura para construção do Índice de Massa Corporal (IMC). O diagnóstico nutricional foi feito com referência no SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), que adota o critério de classificação percentilar do IMC, segundo idade e sexo, do padrão National Health and Nutrition Examination Survey. A análise foi feita pelo EPIINFO, versão 2.0. A normalidade da distribuição foi avaliada pelo teste de Komolgorov-Smirnov. Foi feita análise descritiva dos resultados e posteriormente análise univariada, com a aplicação de testes de hipótese. Foi considerado o intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Dos 180 adolescentes avaliados, 95 Adolescência (52,8%) eram do ensino público e 85 (47,2%) do privado, sendo 70 (38,9%) do sexo masculino e 110 (61,1%) do feminino. Com relação ao estado nutricional, 83,9% dos estudantes mostraram-se eutróficos, 14,4% com sobrepeso e 1,7% com baixo peso. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes para essas variáveis quando estratificados por sexo e tipo de escola. À exceção da glicemia, todas as taxas bioquímicas investigadas mostraram-se alteradas. Chamou à atenção a alteração da lipoproteína HDL, observada em 56,7% dos adolescentes. Registrou-se associação estatisticamente significante (p?0,05) entre o IMC, categorizado em tercis, e o colesterol total e sua fração LDL, inclusive quando estratificados por sexo e tipo de escola. Os testes estatísticos apontaram diferenças entre o colesterol total para meninos e meninas, bem como para as escolas pública e privada (p?0,05). Conclusões: Os resultados mostram que cada vez mais adolescentes encontram-se acima do peso ideal e apresentam taxas bioquímicas alteradas, o que os torna mais suscetíveis a doenças como obesidade, dislipidemias e diabetes, por exemplo. Diante disto, recomenda-se que medidas preventivas sejam adotadas desde a infância, a fim de evitar que cada vez mais adolescentes venham a se tornar adultos portadores de obesidade e outras doenças crônicas. Código Trabalho:543 Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DO SOBREPESO E DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES MASCULINOS NAS CINCO MACRO REGIÕES DO BRASIL, NUM PERÍODO DE VINTE ANOS Autores: VERA LUCIA VASCONCELOS;TIAGO MARIA LAPA;EDUARDO FREESE CARVALHO;ANA LUCIA RIBEIRO VASCONCELOS;WAGNER ABREU LOPES Instituição: Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães-FIOCRUZ Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução:A Obesidade e o sobrepeso apresentam dimensões epidêmicas globais, e são fatores de risco relevantes para o surgimento de doenças crônicas. O perfil epidemiológico do Brasil vem mudando muito nas últimas décadas, contribuíndo para ascensão deste problema. Objetivos: O estudo visa determinar a prevalência do sobrepeso e da obesidade no Brasil, nas cinco macro regiões, em cada estado separadamente, e posteriormente verificar a tendência temporal. Métodos: Utilizou-se como fonte de informações, o Banco de Dados do Exército Brasileiro, com 4.031.297 adolescentes masculinos de 17-19 anos de idade, residentes em todos os estados do Brasil de 1980-2000. Realizou-se cinco cortes transversais a cada cinco anos, e quantificou-se a prevalência anual do sobrepeso e da obesidade por estado. Consideramos sobrepeso, índice de massa corporal(IMC) entre 25-29,9 Kg/m² e obesidade IMC?30 Kg/m² de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Resultados: Analisando-se as prevalências de sobrepeso e de obesidade, verificamos que a curva é ascensional, mostrando que a tendência temporal nos últimos vinte anos é crescente no Brasil, com uma razão de prevalência de 2,58 para sobrepeso e de 8,18 para obesidade, quando comparada a prevalência inicial com a final do período estudado. Esta tendência epidemiológica foi observada igualmente nas cinco macro regiões e nos diferentes estados, quando analisadas separadamente. Em todos os estados, a prevalência do sobrepeso foi maior que a da obesidade. Porém, a velocidade de incremento da obesidade foi mais alta que a do sobrepeso. A velocidade de ganho para o sobrepeso foi maior no Nordeste, com uma razão de prevalência bem acima da taxa do Brasil como um todo, e menor na região Norte. No Sudeste, em todo o período analisado e em quase todos os estados, as taxas de sobrepeso cresceram acentuadamente, vindo a ocupar a posição da segunda maior razão de prevalência em relação as demais regiões do Brasil. No Centro-Oeste as prevalências de sobrepeso cresceram acentuadamente em todos os estados. Numa análise global, observamos que no Sul e Sudeste as taxas de sobrepeso foram acima dos valores do país em praticamente todos os anos. Em relação a obesidade, verificamos que a razão de prevalência em sua totalidade foi mais alta que a do sobrepeso, mostrando curva ascensional. Os dados mostram que o Nordeste também teve o maior incremento para a obesidade, alcançando taxas maiores que as do Brasil. A segunda maior velocidade de ganho para a obesidade foi apresentada pela região Norte, e a menor velocidade pela região CentroOeste. Na região Sul e Sudeste em todos os anos, as taxas foram superiores às apresentadas pelo Brasil. Observamos também, que em todo o período estudado e na maioria das regiões do país, houve uma forte correlação linear, exceto no Centro-Oeste que mostrou correlação negativa. Conclusões:A tendência secular do sobrepeso e da obesidade em adolescentes masculinos brasileiros é crescente de 1980-2000. Código Trabalho:1162 Título: TENTATIVA DE SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA: PERFIL DAS INTOXICAÇÕES EXÓGENAS NOTIFICADAS PELO CEATOX (CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA) DE PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE 2002 A 2006. Autores: MARIA LUCINEIDE PORTO AMORIM;VALQUÍRIA WANDA SANTOS;AMÉRICO ERNESTO OLIVEIRA JR Instituição: centro de assistência toxicológica de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O índice de suicídio entre adolescentes triplicou nos últimos 20 anos. No Brasil, entre 26 a 30% dos suicídios ocorrem em indivíduos de até 24 anos, constituindo, assim, um grave problema de saúde pública. A adolescência caracteriza-se por uma etapa de conflitos e contradições devido a múltiplas situações novas e pressões sociais que o indivíduo vivencia. Estes e diversos outros fatores podem favorecer risco potencial de comportamento autodestrutivo. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio na adolescência, compreendendo a faixa dos 10 aos 19 anos, notificadas pelo CEATOX do Hospital da Restauração/Recife-PE, no período de fev/ 2002 a fev 2006. Métodos: O levantamento dos dados foi realizado através de estudo retrospectivo das fichas de notificação de ocorrências toxicológicas que integram o banco de dados do CEATOX /PE, no período de fev/2002 a fev/2006, onde foram estudadas as intoxicações exógenas agudas em adolescentes de 10 a 19 anos, segundo: faixa etária, sexo, circunstância, agente tóxico e mortalidade, analisados de acordo com a distribuição de freqüência. Resultados: Foram notificados no período citado, 1321 casos de intoxicação exógena. Destes, 997 (75.4%) foram tentativas de suicídio, sendo 892 (67.5%) do sexo feminino e 389 (29.4%) do sexo masculino. Observamos, no entanto, que o número de casos nos adolescentes masculinos, embora menor em todo período, tem crescido a cada ano. A faixa etária mais acometida foi de 16 a 19 anos, com 771 (58.3%) intoxicações, sendo 16 anos com 178 (13.4%), 17 com 179 (13.5%), 18 com 213 (16%) e 19 anos com 201 (15.2%). Houve predomínio de intoxicações por chumbinho (agrotóxico comumente utilizado como raticida) com 649 (48.9%), seguido de medicamentos, 449 (33.9%). Foram registrados 10 (0.7%) óbitos, 6 do sexo feminino e 4 masculino, 7 por carbamato e 3 por causas desconhecidas, 3 casos aos 15 anos, 3 aos 19, 2 aos 16, 1 aos 11 e 1 aos 14. Conclusões: Foi constado crescente prevalência da ingesta intencional do carbamato pelo sexo feminino no final da adolescência. Estes dados evidenciam a importância de aprofundarmos estudos sobre fatores sociais, emocionais, culturais que poderiam estar envolvidos na ideação suicida na adolescência, bem como, a identificação de recursos estratégicos que facilitem a detecção precoce dos sinais que precedem a tentativa de suicídio, e mais ainda, a desmistificação, intervenção e tratamento adequado dos casos, no esforço de, assim, minimizarmos as ocorrências, reincidências e casos letais neste grupo populacional. Código Trabalho:34 Título: TUBERCULOSE PULMONAR NA ADOLESCÊNCIA: UMA APRESENTAÇÃO INCOMUM DE UMA DOENÇA COMUM Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ HENRIQUE WITHERS AQUINO Instituição: UERJ / NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Tuberculose é um grave problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. Foi demonstrado um aumento de sua incidência na década de 90 relacionado ao aumento populacional urbano, à pobreza e à infecção pelo HIV. Em nosso meio há dois picos de incidência: um na primeira infância e o outro no final da Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S19 Adolescência adolescência/início da vida adulta, comprometendo dessa forma, a fase mais produtiva da vida desse indivíduos. O papel do profissional de saúde em diagnosticar e tratar o mais precocemente possível, bem como identificar os contactantes, resulta num maior controle dessa endemia. Objetivos: Considerar a importância do diagnóstico de tuberculose na adolescência. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 19 anos, residente em Duque de Caxias, RJ, em casa de alvenaria, com condições satisfatórias de saneamento básico, sem história epidemiológica relevante, iniciou quadro de emagrecimento de aproximadamente 5 Kg em 2 meses, associado à tosse seca e febre esporádica. Procurou assistência médica em posto de saúde onde foi iniciada investigação. Foi realizado exames laboratoriais que evidenciaram uma anemia normocítica e normocrômica, dosagem hormonal tireoidiana dentro dos valores normais, Rx tórax demonstrando infiltrados nodulares difusos, bilateralmente, poupando ápices pulmonares, 2 PPD não reatores e 4 BAAR negativos. Encaminha para o NESA/ HUPE para investigação. Admitida na enfermaria do NESA em 08/05/2006 encontrando-se desnutrida (IMC: 12,5 kg/m2). Iniciada investigação complementar com Tomografia Computadorizada de tórax que evidenciou múltiplas opacidades acinares difusamente distribuídas com áreas de coalescência predominantemente nos segmentos superiores dos lobos inferiores, poupando os ápices; hilos de aspecto normal. Exame do escarro: baciloscopia e exame micológico direto negativos. Sorologia para HIV: negativa. Pesquisa de outros fungos:negativa (cultura e sorologia). Broncoscopia: mucosas sem alterações, com discreta quantidade de secreção purulenta nos lobos inferior direito e médio. O diagnóstico de Tuberculose Pulmonar (TP) foi confirmado com a baciloscopia direta do lavado broncoalveolar, sendo iniciado esquema RIP, sendo encaminhada ao ambulatório de tuberculose do HUPE para acompanhamento. Conclusões: Mesmo apresentando uma história epidemiológica irrelevante, um aspecto radiológico fora dos padrões esperados, prova tuberculínica não reatora e baciloscopias inicialmente negativas, o diagnóstico de TP deve sempre ser considerado devido a sua elevada incidência na adolescência e prevalência no nosso meio. S20 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Arquivos de Pediatria Adolescência Adolescência Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S5 Adolescência Conclusões:310 Título: A EXPERIÊNCIA DE TER UM FILHO COM DEFICIÊNCIA MENTAL: ANÁLISE DAS NARRATIVAS DE MÃES Autores: OLGA MARIA BASTOS;SUELY FERREIRA DESLANDES Instituição: Instituto Fernandes Figueira/ FIOCRUZ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: Ao saber que o filho tem um problema de saúde que irá demandar cuidados constantes e diferenciados, como é o caso das crianças com deficiência mental, as famílias são levadas a se reorganizar a fim de atender às necessidades desse filho. Objetivos: Esse trabalho buscou identificar nas narrativas de mães de adolescentes com deficiência mental os sentidos atribuídos por elas diante desta situação e os obstáculos que tiveram que enfrentar, para alcançar o que consideravam o melhor tratamento para os filhos. Métodos: Utilizou-se a análise de narrativas de mães que têm filhos com deficiência mental, baseando-se em referências da antropologia, destacando-se as contribuições de Thomnpson (1972)e Byron-Good (1996). Partindo de uma leitura antropológica, narrativa é um meio fundamental de dar significado à experiência humana, servindo a narração como mediadora da intimidade das pessoas e a cultura (Garro e Mattingly, 2000). Resultados: As narrativas revelaram o impacto do diagnóstico e a busca de artifícios das mães para aliviar a dor, assim como as mudanças necessárias no seu cotidiano para adequarse aos cuidados com o filho. Elas também narraram a dificuldade em encontrar um atendimento que consideravam adequado aos filhos, tanto na rede pública quanto na de educação, tornando evidente a ineficiência dos serviços ao atendimento destas crianças e às suas famílias. Para essas mães, a rede social de apoio foi muito importante para minimizar essas questões. Conclusões: O conhecimento dessas narrativas pode dar ao profissional que atende a essas famílias subsídios para que a atenção se dê modo mais adequado, tornando-o mais atento às suas necessidades, contribuindo para a qualidade de vida das pessoas com deficiência mental e de seus familiares. Código Trabalho:1300 Título: ADOLESCENTES GRÁVIDAS: AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO E FUNÇÃO SEXUAL Autores: MARA ETIENNE;MÁRCIA TUROLLA;MARCELO MEIRELLES;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERONICA COATES Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A musculatura do assoalho pélvico desempenha um papel importante na manutenção da continência urinária, fecal e no desempenho sexual. A contração apropriada desses músculos tem sido eficaz na terapêutica de pacientes incontinentes, com melhora do controle esfincteriano e da qualidade de vida sexual. A inclusão da fisioterapia para o assoalho pélvico como opção clínica no atendimento pré-natal tem demonstrado resultados satisfatórios ao promover o tônus da musculatura perineal no período pré-natal, facilitando o parto e a recuperação da parturiente. A adolescente, por imaturidade e inexperiência física e emocional, pode apresentar inabilidade no desempenho da ação muscular, tanto para a atividade sexual como o para parto. Objetivos: Identificar alterações da função muscular do assoalho pélvico em adolescentes gestantes e disfunções sexuais. Métodos: Trinta e uma adolescentes grávidas, atendidas em hospital universitário , foram examinadas pelo setor de fisioterapia perineal em 2005. Suas idades variaram de 13 a 19 anos (média 16,06; dp 1,56) e o período gestacional entre 20 e 40 semanas. Cada jovem foi atendida individualmente e respondeu a questões sobre sua atividade física e sexual sendo em seguida examinada, quando se avaliou a função e o grau de força dos músculos do assoalho pélvico por toque digital vaginal. Resultados: Constatou-se alteração da função muscular perineal em 14 (45,2%) jovens. Entre as alterações, 5 (16,1%) adolescentes apresentaram total ausência de movimento perineal, 6 (19,4%) apresentaram função paradoxal e 8 (25,8%) mostraram dificuldade em relaxar a contração realizada. Disfunções sexuais foram relatadas por 15 jovens, com graus variados de inabilidade de desempenho e insatisfação: 13 (41,9%) referiram dispareunia e 15 (48,4) revelaram diminuição ou ausência de desejo e disfunção orgásmica. S6 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Conclusões: Os dados obtidos sugerem que adolescentes gestantes podem apresentar dificuldades sexuais e de mobilidade perineal, devendo ser investigadas e tratadas precocemente, visando ao parto e à profilaxia de disfunções pélvicas futuras. Código Trabalho:370 Título: ANÁLISE DA PRESSÃO ARTERIAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE Resumo: Introdução: Cada vez mais a hipertensão arterial tem sido observada na população pediátrica, por isso se faz necessário que o profissional de saúde esteja em alerta para esta doença. Objetivos: Avaliar a pressão arterial sistêmica de adolescentes através do percentil de pressão arterial e relacionar os antecedentes familiares dos que se encontrarem com a pressão arterial além da normalidade. Métodos: Foi realizado estudo de 202 prontuários (63,37% sexo feminino e 36,63% sexo masculino) de adolescentes de dez a vinte anos atendidos em primeira consulta no serviço de hebeatria de um hospital do Sistema Único de Saúde, durante os anos de 2001 e 2002. Foram utilizados como variáveis o sexo, a idade, o percentil de altura, a pressão arterial, e os antecedentes familiares. A pressão arterial foi aferida em apenas uma tomada com aparelhagem adequada, durante a consulta, mas após tranqüilizar os adolescentes. Os adolescentes foram enquadrados no percentil de pressão arterial, e classificados de acordo com as IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2002), a qual preconiza: valores abaixo do percentil 90 como normotensão; entre os percentis 90 e 95, como limítrofe; e iguais ou superiores ao percentil 95, como hipertensão arterial. Os dados foram tabulados e analisados no Epi-info 6.04d, calculando-se as freqüências e as médias com os desvios padrões. Resultados: Dos 202 adolescentes, 74 eram do sexo masculino, com média de idade de 13,89 (DP=±1,76). Dentre os adolescentes do sexo masculino: 79,73% estavam normotensos; 14,86% com a pressão limítrofe; e 5,41% com hipertensão arterial. Dos 15 que apresentaram pressão fora do normal: 53,33% referiram ter antecedente familiar de doenças cardiovasculares (DCV); 33,33% de DCV e obesidade; e 13,34% negaram ter antecedente de DCV e/ou obesidade. Os adolescentes do sexo feminino somavam um total de 128, sendo a média de idade de 13,73 (DP=±1,83). Dentre estas: 78% estavam normotensas; 14,06% com pressão limítrofe; e 10,16% com hipertensão. Das 31 adolescentes que estavam com a pressão acima do percentil 90: 32,26% afirmaram ter antecedente familiar de DCV; 35,48% de DCV e obesidade; 6,45% de obesidade; e 25,81% negaram ter antecedente de DCV e/ou obesidade. Conclusões: Foi encontrado em ambos os sexos uma parcela de adolescentes que não estavam normotensos (46/202), constituindo um grupo de risco. E ao se relacionar os antecedentes familiares dos limítrofes e dos hipertensos, nota-se que a maioria tinha antecedentes de DCV (34/46). Código Trabalho:296 Título: ANÁLISE DO CONSUMO DE CAFEÍNA POR ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DE DUAS ESCOLAS DA CIDADE DE MOGI DAS CRUZES Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ELOÁ GANDRA;EVANDRO CALAMARI RUBIO;TATIANE OLIVEIRA SOARES;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE Instituição: Universisade de Mogi das Cruzes Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP Resumos Introdução: cafeína é a droga estimulante mais consumida pela população e está presente em vários alimentos. Deve-se estar atento para a quantidade de cafeína consumida, pois esta pode ser benéfica ou maléfica para a saúde.Objetivos: analisar o consumo diário de produtos contendo cafeína por adolescentes de duas escolas da cidade de Mogi das Cruzes/SP. Métodos: Levantamento obtido em 235 adolescentes matricu- Adolescência lados no ensino médio de duas escolas da cidade de Mogi das Cruzes, SP. para rastrear a ingestão de alimentos cafeinados nesta população. Utilizou-se um questionário preenchido pelo próprio adolescente em dois colégios, um público e um particular, após instruções adequadas, que incluia o inquérito alimentar do último final de semana. O questionário constava de dados pessoais (idade, sexo, estado civil e profissão) e do consumo dos produtos que contenham cafeína. Resultados: Dentre os 235 estudantes, 66% (n= 155) pertenciam à escola pública e 34% (n= 80) à particular. A média do consumo de cafeína no final de semana foi de 206,26 mg e 212,8 mg respectivamente. Os produtos que contém cafeína mais consumidos na escola pública foi o café 43% (n=67), seguido pelo chocolate 35% (n=54) e refrigerante 17% (n=26) com consumo médio de cafeína de 214,95 mg, 98,1 mg e 86,91 mg respectivamente, enquanto na escola particular o produto mais consumido foi o chocolate 38% (n=30)com média de cafeína consumida de 136,74 mg, além do refrigerante 30% (n=24) e do café 29% (n=23), que em média representam 139,4 mg e 119,74 mg de consumo de cafeína nestes dois últimos produtos. Os dados foram analisados no programa Epi-info, com estatística descritiva. Conclusões: O consumo médio de cafeína na escola particular é maior que na escola pública, embora os produtos consumidos sejam diferentes, parece haver influência da condição sócio-econômica, no consumo de produtos que contenham cafeína. Código Trabalho:1301 Título: ANEMIA FERROPRIVA EM FILHOS DE MÃES ADOLESCENTES Autores: MIRIAM CARDOSO NEVES ELLER;RENATA MANSO MASELLI;TIAGO LUNA LACERDA;MARCIA QUEDINHO;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução:A anemia ferropriva é das deficiências nutricionais mais frequentes no mundo,.no Brasil sua prevalência é de 65.4% entre bebês de 6 a 12 meses. Dentre os fatores de risco estão idade materna menor de 20 anos e desmame precoce Objetivos: avaliar a prevalência de anemia ferropriva e fatores relacionados, em crianças de 6 a 18 meses que não receberam profilaxia com ferro complementar, filhos de adolescentes assistidas em clínica de adolescência de hospital universitário Métodos: Realizou-se estudo retrospectivo, por análise dos prontuários de filhos de mães adolescentes que receberam apoio integral a sua saúde por equipe multiprofissional durante a gravidez e seguimento do binômio mãe-filho após o parto. Avaliou-se: idade da mãe no momento da concepção, paridade, idade gestacional, sexo, dados antropometricos ao nascimento e na época do hemograma, número de internações, tempo de aleitamento materno exclusivo, idade da introdução da papa salgada e presença de anemia. Foi considerada anemia hemoglobina sérica menor que 11 mg/dL. Excluiu-se os pacientes com idade gestacional menor que 34 semanas e os que receberam ferro profilático. Os dados foram analisados pelo programa Epi info versão 3.3.2. Resultados: Analisou-se 34 prontuários: 19 (55.9%) do sexo feminino e 15 (44.1%) do sexo masculino. A idade materna variou de 12 a 19 anos, com mediana de 16 anos, a paridade 30 (88.2%) eram primigestas, 2 (5.9%) secundigestas e 2 (5.9%) tercigestas. Seis (17.6%) pacientes apresentaram baixo peso ao nascer, sendo a mediana do peso ao nascimento de 2.942,5g. Apenas 1 (3%) paciente apresentava-se abaixo do percentil 2.5 para peso e altura em relação à idade no momento do hemograma. Dezessete (50%) receberam aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, 23 (67.6%) até os 5 meses e 25 (73.5%) até os 4 meses. A introdução da papa salgada ocorreu antes dos 6 meses em 12 (35.3%) crianças, em 1 (2.9%) após os 8 meses e nas restantes com 6 meses. A frequência de anemia encontrada na amostra analisada foi de 73.5%. O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses tendeu à proteção contra anemia ferropriva, porém sem significância estatística nesta amostra [OR: 0.73 (IC 95%: 0.15 a 3.4)]. Conclusões: A prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 4 meses encontrada na amostra estudada (73.5%) foi maior que na população geral (20,8% no Estado de São Paulo), o que estimula o contínuo incentivo ao aleitamento materno e comprova a boa resposta das mães adolescente à atenção integral. A alta prevalência de anemia nesta amostra poderia indicar a necessidade de profilaxia com ferro complementar, nesta população, mesmo quando são oferecidas assistência e orientações nutricionais durante a gestação e a puericultura. Código Trabalho:375 Título: ANTECEDENTES MÓRBIDOS DE ADOLESCENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Os antecedentes mórbidos são indispensáveis para a anamnese. Sua definição pode ser de grande auxílio na elaboração de diagnóstico e condutas atuais e para a compreensão das condições de vida do adolescente. Objetivos: Identificar os antecedentes mórbidos de adolescentes atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos: Realizou-se uma análise de 546 prontuários de primeira consulta de adolescentes entre dez e 19 anos de ambos os sexos, atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde, no período de 2001 a 2002. Como instrumento de pesquisa utilizou-se um formulário contendo perguntas relacionadas a existência de doenças anteriores do adolescente. Os dados obtidos foram tabulados no Epi-Info 6.04d e analisados estatisticamente fornecendo as frequências e os percentuais das variáveis, tendo como nível de significância p<0,05. Resultados: Dos 546 formulários analisados 222 (40,7%) eram do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino, foram obtidas informações sobre os antecedentes mórbidos de 506 (92,7%) dos adolescentes. As doenças que mais se destacaram no histórico destes adolescentes foram as infecto-contagiosas, que acometeram 344 (68%) deles, sendo que 180 (35,6%) relataram ter tido mais de uma destas doenças. Merecem destaque também as afeccões respiratórias, que acometeram 241 (47,6%) dos pesquisados, com especial ênfase para a asma, citada por 131 (25,9%). Foram ainda mencionadas afecções gastro-intestinais 20 (3,9%), convulsões 19 (3,7%) e anemia 9 (1,8%), entre outras. Conclusões: Foi alto índice de doenças infecto-contagiosas (68%) e afecções respiratórias (47,6%). As afecções gastro-intestinais e, em grande parte, a anemia são doenças características de precárias condições de vida: falta de esgotamento sanitário, de água potável e de alimentação adequada. A asma, por sua vez, é um problema mundial, tendo sua prevalência estimada em 15% da população caucasiana. Código Trabalho:12 Título: AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM ADOLESCENTES Autores: KARINA BAUER JUNQUEIRA;ANA LÍGIA AKSTEIN SIMÃO INCROCCI Instituição: Centro Pediátrico (CEPE) - Poços de Caldas MG Cidade/UF: POÇOS DE CALDAS/MG Resumo: Introdução: A adolescência é uma fase caracterizada por alterações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais intensas e complexas, entre as quais a nutrição desempenha um papel importante. É nessa fase que o indivíduo adquire aproximadamente 25% de sua estatura final e 50% de sua massa corporal. A avaliação antropométrica do estado nutricional de adolescentes ainda é tema de controvérsias na literatura. O índice de massa corporal (IMC), embora apresente importante variação com a idade e com a maturidade sexual, tem sido considerado um bom indicador de obesidade nessa faixa etária, apresentando importante correlação com as medidas das dobras cutâneas e com a densitometria. Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a distribuição do IMC e a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes acompanhados em um ambulatório de convênio na cidade de Poços de Caldas - MG, Brasil e comparar esses dados com aqueles disponíveis na literatura. Métodos: Análise retrospectiva dos prontuários dos adolescentes que compareceram para check up Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S7 Adolescência anual oferecido pelo ambulatório em questão durante o ano de 2005. Todos os pacientes que compareceram à consulta foram pesados e medidos utilizando-se balança manual da marca Filizola com capacidade para 150 Kg. A medida de altura foi obtida utilizando-se réguas de alumínio com precisão de milímetro, acopladas às balanças. O IMC foi calculado divindo-se o Peso(Kg) pela Altura(cm) ao quadrado. Os valores obtidos foram analisados levando-se em conta as curvas IMC/ I (idade) do National Center for Health Statistics (NCHS). Foram excluídos todos aqueles com prontuários com dados incompletos. Resultados: Foram estudados 104 adolescentes, de ambos os sexos, com idades variando de 14 a 20 anos. A distribuição dos valores de IMC encontrados entre os adolescentes estudados pode ser vista no gráfico 1. Os valores variaram de 15,4 a 28,7 com média de 22,58. A classificação de acordo com os percentis mostrou: 79 (75,96%) adolescentes entre os percentis 10-85 (provável eutrofia), 13 (12,5%) entre os percentis 85-95 (sobrepeso), 5 (4,81%) entre os percentis 510 (risco para deficiência), 5 (4,81%) abaixo do percentil 5 (provável deficiência) e 2 (1,92%) acima do percentil 95 (provável obesidade). Conclusões: A prevalência de sobrepeso/ obesidade encontrados nesse estudo estão próximos aos valores descritos em literatura. Código Trabalho:998 Título: CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES ATENDIDOS NO NIAB (NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E BULIMIA) Autores: ANA RAQUEL CORRÊA SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO SANTO NERY FERREIRA;ROBERTO ASSIS FERREIRA Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Há evidência clínica do aumento da ocorrência de anorexia (AN) e bulimia (BN), sobretudo em adolescentes. O NIAB, constituído a partir da reunião de profissionais de áreas diversas fazendo atendimento interdisciplinar a pacientes com AN e/ou BN, tem uma casuística a ser apresentada. Objetivos: Apresentar as características dos pacientes com AN e BN atendidos no NIAB. Os atendimentos são realizados em ambulatório, com suporte hospitalar nos casos de internação. A classificação utilizada foi baseada no DSM IV. Métodos: casuística de 96 pacientes, 91 do sexo feminino (94,7%) e 6 do masculino (6,2%). Idade entre 8 a 40 anos, mediana de 18,5 anos. Diagnóstico de AN em 47 pacientes (49%), com 83% desses com características restritivas e 17% purgativas. Diagnóstico de BN em 44 pacientes (45,8%): 95,5% do tipo purgativo e em 4,5% sem purgação. Três (3%) dos pacientes apresentavam diagnóstico de transtorno alimentar não especificado (TCC - transtorno do comer compulsivo). Resultados: As práticas purgativas estão presentes em 62,5% dos pacientes estando os vômitos presentes em 50%, exercícios físicos excessivos em 16,6%, uso de laxantes em 9,3%, de anorexígenos em 6,2%, de diuréticos em 2% e de hormônio tireiodiano em 2%. O IMC dos pacientes com AN variou entre 8,6 e 18,9 (média de 14,2). Já a maioria dos pacientes com BN apresentou peso normal ou sobrepeso. Sintomas depressivos foram verificados em 76 pacientes (79%) e sintomas ansiosos em 35 (36,4%). Houve ideação suicida em 23% e tentativa de suicídio em 13,5% dos pacientes. A duração dos sintomas antes do início do tratamento no NIAB variou entre 3 meses a 27 anos (mediana 24 meses). Conclusões: Os dados apresentados revelam a gravidade dos pacientes atendidos neste serviço e reforçam a necessidade de uma clínica feita por uma equipe interdisciplinar. As formas graves exigem atenção multiprofissional, controle médico atento e rigoroso, sem minimizar o quadro psíquico. O trabalho interdisciplinar, sempre desejável, é difícil de ser alcançado. Pode surgir com o esforço dos profissionais que cuidam do paciente em construir o caso clínico, procurando a elaboração coletiva e a contribuição de áreas diferentes de saber. Dessa maneira, o ganho pode ser grande e os resultados terapêuticos surpreendentes. S8 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho:292 Título: CAUSAS DE MORTE EM ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE MOGI DAS CRUZES NO PERÍODO DE 2000 A 2004 Autores: ALEXANDRE NETTO;LARISSA MONTEIRO GONDIM TEIXEIRA;HAMILTON HENRIQUE ROBLEDO;KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO Instituição: Faculdade de Medicina Universidade Mogi das Cruzes Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A adolescência é definida como o período de transição entre a infância e a idade adulta, período no qual ocorrem profundas transformações biopsicossociais. O estudo da mortalidade desta faixa etária representa perdas irreparáveis para a sociedade e para o Estado, com perda de indivíduos em pleno desenvolvimento do seu potencial. Objetivos: Estudar as principais causas de morte em adolescentes de 10 a 19 anos do Município de Mogi das Cruzes, no período de 2000 a 2004. Métodos: Análise de dados coletados de um banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, que possui este serviço desde janeiro de 2000. Na análise dos dados, foram calculados os coeficientes de mortalidade de acordo com o ano, o sexo, a faixa etária e causa morte. As causas de óbitos foram codificadas de acordo com o CID 10.0 (Classificação Internacional de Doenças). Resultados: No período de estudo, o coeficiente de mortalidade na população estudada foi 74,24 por 100.000 habitantes, sendo de 50,27 e 22,77/100.000 habitantes respectivamente para o sexo masculino e feminino. À excessão de 2004, o coeficiente de mortalidade aumentou a cada ano desde 2000. A causa externa foi a principal causa de óbito entre os adolescentes estudados, sobretudo no sexo masculino de 15 a 19 anos de idade. Conclusões: As principais causas de morte entre adolescentes de Mogi das Cruzes no período estudado seriam evitáveis. Tal fato sugere a necessidade de programas de saúde voltados para a promoção da saúde e do adolescente. Código Trabalho:168 Título: CONHECIMENTOS E HÁBITOS RELACIONADOS À SAÚDE REPRODUTIVA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DE UM DISTRITO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS Autores: FRANCISCO JOSÉ FERREIRA SILVEIRA;MIRIELLE NOGUEIRA MARTINS;JULIANA ALVES HOEHNE Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Os altos índices de gravidez na adolescência na atualidade justificam a necessidade da realização de estudos sobre o tema nas diversas localidades. Objetivos: Avaliar os conhecimentos e hábitos relacionados à saúde reprodutiva em adolescentes escolares. Métodos: Estudo do tipo transversal e observacional. Foram considerados, para o estudo, os alunos de 10 a 19 anos de idade da escola. A coleta de dados foi realizada por alunos do curso de Medicina, que faziam estágio na localidade, no mês de abril de 2006. Os adolescentes responderam um questionário padronizado, anônimo, auto-aplicável e de preenchimento voluntário, após esclarecimentos dados pelos pesquisadores nas salas de aula. Os dados foram processados e armazenados em microcomputador, através do programa EPIINFO, versão 6.04. Resultados: Foram estudados 133 adolescentes, sendo 54,1% do sexo feminino e 45,9% do sexo masculino.Do total, apenas 5,3% tinham mais de 15 anos de idade. Em relação aos conhecimentos, 4,6% não sabem que sexo sem preservativo pode transmitir doenças, e quanto a melhor idade para que a mulher comece a ter filhos, 23,3% responderam que é de 18 a 20 anos e 62,4% acham que é de 20 a 30 anos de idade. Do total, 63,6% sabem o que é pré-natal, e 50% deles responderam que o pré-natal deve ser feito após os 3 meses de gestação. Em relação aos hábitos, 42,0% deles responderam que não conversam sobre sexo com ninguém, e 14,4% já tiveram relação sexual, sendo este percentual significativamente menor no sexo feminino (p = 0,0008). Dos adolescentes do sexo feminino, apenas 5,1% deles já foram ao médico ginecologista. Conclusões: Embora os adolescentes tenham demonstrado níveis satisfatórios de conhecimentos em alguns temas, como o melhor momento para a maternidade, é preocupante o resultado em relação a outros tópicos abordados, como o fato de que quase 5% ainda não sabem que o uso de Adolescência preservativo previne doenças. O baixo percentual de adolescentes que já tiveram relação sexual se deve ao fato de que a imensa maioria dos participantes ainda têm apenas 15 anos ou menos, e a localidade ainda mantém hábitos conservadores, o que também explica o fato da iniciação precoce da atividade sexual ser significativamente mais frequente no sexo masculino. Nessa população, as adolescentes ainda não têm hábito de ir ao médico ginecologista, talvez por razões culturais e também por não terem informações sobre a necessidade de consultarem esse profissional. Código Trabalho:743 Título: CONTRACEPÇÃO DE URGÊNCIA: O QUE SABEM OS PEDIATRAS SOBRE ESTE ASSUNTO? Autores: RACHEL FERNANDES BARRY;MARIA SYLVIA DE SOUZA VITALLE;FLAVIA CALANCA DA SILVA Instituição: Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente - Departamento de Pediatria - Universidade Federal de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A atividade sexual na adolescência vem se iniciando cada vez mais precocemente sendo que, na maioria das vezes, ocorre sem a devida proteção. Cabe ao pediatra estar preparado para esclarecer e orientar aos seus pacientes adolescentes sobre as questões relativas à sexualidade, como o uso de métodos contraceptivos, evitando, dessa forma, conseqüências indesejadas desse comportamento, como a gravidez. Dentre as várias formas de contracepção, o contraceptivo de emergência (CE) é um dos únicos métodos utilizados para prevenir a gravidez após intercurso sexual desprotegido. Trata-se de método seguro, efetivo e barato, que deve ser indicado em situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir gravidez inoportuna, oferecendo à adolescente uma segunda chance de evitar a gestação indesejada. Apesar de ser método bem conhecido pouco se sabe sobre a prescrição e o conhecimento deste método pelos pediatras. Objetivos: avaliar o grau de conhecimento sobre CE, bem como atitude frente à prescrição entre pediatras que prestam serviço ao município de São Paulo e residentes de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo. Métodos: foi aplicado aos entrevistados questionário contendo questões sobre a sua formação, tipo prática, conhecimentos e atitudes ligados à anticoncepção de urgência, após a explanação do pesquisador sobre o objetivo e natureza da pesquisa. Foi realizada análise de freqüência simples dos dados com distribuição percentual. Resultados: Foram preenchidos 138 questionários. A 14% dos entrevistados foi solicitada prescrição de CE e desses 47% prescreveram. Dentre as principais razões pelas quais a prescrição foi solicitado temse: ruptura do codom (47%), violência sexual (26%) e relação sexual desprotegida (21%). Em consulta de rotina, dos 110 pediatras que atendem adolescentes, 27% os aconselham sobre anticoncepção de urgência, 62% não os aconselha e o restante não respondeu a essa questão. Em relação ao conhecimento sobre CE: 45% dos participantes disseram já ter tido oportunidade de aprender sobre CE contra 41% que disseram não ter tido essa oportunidade, o restante não respondeu essa questão. Dos entrevistados, 45% conheciam o nome comercial de algum medicamento utilizado para anticoncepção de urgência; 61% sabiam que deve ser prescrito até 72 horas do intercurso sexual desprotegido e 43% prescreveram ou prescreveriam corretamente em relação ao tempo e dose. Apenas 9% disseram não ser necessário exame físico geral antes da prescrição; 18%, não ser necessário exame pélvico; 41%, teste de gravidez; e 48%, consentimento informado dos pais ou responsáveis. Dos entrevistados, 51% se sentem desconfortáveis em prescrever CE, 37% se sentem confortáveis e 12% se dizem indiferentes. Quase 63% dos entrevistados disseram não prescrever por inexperiência com o uso. Observou-se que quanto maior o tempo de formado menor o conhecimento sobre contracepção de emergência, menor a oportunidade de ter aprendido sobre esse assunto, além de maior a porcentagem de prescrição errada ou não prescrição. Conclusões: Apesar da segurança, simplicidade na administração e eficácia, a anticoncepção de emergência ainda é pouco conhecida e prescrita pelos pediatras, principalmente os com maior tempo de formado. É provável que a falta de conhecimento suficiente esteja levando ao desconforto frente à necessidade de prescrição e a falta de orientação aos adolescentes no momento da consulta. Código Trabalho:634 Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE MELO DIAS;IVANIL SOBREIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;NATÁLIA CARINA FERRAZ MOREIRA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na adolescência resulta, da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade do início e do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos: Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade reprodutiva e atividade sexual em grupo de adolescentes do sexo feminino.Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos atendidos pela primeira vez em ambulatório de hebeatria do SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner. Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 adolescentes com idade de 10 a menos de 20 anos, sendo 324 (59,3%) do sexo feminino. Destas, 315/324 (97,2%) informaram já ter iniciado o desenvolvimento mamário e a idade média foi de 10,4 anos, no entanto, 12 (3,8%) não souberam informar a idade do início. A avaliação médica em relação ao estadiamento das mamas de 289 adolescentes mostrou que 8 (2,8%) encontravam-se em M1, com média de idade de 10,3 anos que 29 (10,0%) em M2, com média de 11,2 anos (DP = ±1,14); 51 (17,6%) em M3, com média de 12,33 anos; que 97 (33,6%) em M4, com média de 13,05 anos; e 104 (36,0%) em M5, com média de 15 anos (DP = ±1,65), porém, 26 (9,0%) não permitiram o exame. Das 324 adolescentes, 312 (96,3%) informaram a presença de pelos pubianos; destas, 292 (93,6%) informaram a idade da pubarca que foi em média 10,5 anos. Das 216/312 (69,2%) que permitiram o exame 11 (5,1%) estavam no estágio P1, com média de idade 10,6 anos; 33 (15,3%) em P2, com média de 11,1 anos (DP = ±1,02); 33 (15,3%) em P3, com média de 12,3 anos; 67 (31,0%) em P4, com média de 12,9 anos; e 72 (33,3%) em P5, com média de 14,8 anos (DP= ±1,7). A menarca foi confirmada por 230/324 (71%) adolescentes cuja idade média foi de 11,8 anos. Destas, 3 (1,3%) não souberam informar a idade. A atividade sexual foi admitida por 14 (4,3%) das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos.Conclusões: O início tanto da pubarca quanto do desenvolvimento mamário foi em média de 11,2 anos. Houve discordância entre a informação dada pela paciente e a avaliada pelo profissional em relação ao desenvolvimento mamário e a presença de pelos pubianos em pequeno percentual. A menarca ocorreu com idade média de 11,8 anos. A atividade sexual foi admitida por 4,3% das adolescentes e a idade média foi de 13,9 anos. Código Trabalho:598 Título: DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ;ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA LAURA CAMPELO DE MELO DIAS;IVANIL SOBREIRA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco-PE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O processo de crescimento e desenvolvimento na adolescência resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. Existe uma variação normal ampla da idade de início e do tempo de progressão da maturação sexual.Objetivos: Avaliar o início do desenvolvimento puberal, o início da idade reprodutiva e a atividade sexual em grupo de adolescentes do sexo masculino. Métodos: O estudo foi do tipo descritivo, de série de casos e retrospectivo. Os dados foram colhidos dos prontuários de todos os adolescentes de 10 a menos de 20 anos atendidos pela primeira vez num ambulatório de hebeatria do SUS do Recife, no período de 2001 a 2002. O desenvolvimento puberal foi analisado utilizando-se os critérios de Tanner. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S9 Adolescência Construiu-se um banco de dados com o Epi Info 6.04, realizando-se análise estatística univariados (freqüência, média e desvio padrão-DP). Resultados: Estudaram-se 546 pacientes, sendo 222 (40,7%) do sexo masculino. Entre estes, verificou-se que 173/218 (79,4%) informaram a presença de pelos pubianos; destes, 131 (75,72%) souberam informar a idade de início (pubarca), sendo a média de 11,9 anos (DP = ±1,02). A avaliação médica dos pelos pubianos desses 173 adolescentes do sexo masculino mostrou que 46 (26,6%) estavam no estágio P1, com média de idade de 11,6 anos;que 58 (33,53%) em P2, com média de 12,8 anos (DP = ±1,29); que 18 (10,40%) em P3, com média de 13,2 anos; que 37 (21,38%) em P4, com média de 14,2 anos; e que 14 (8,09%) em P5, com média de 15,1 anos (DP = ±1,21). Dos 218, 172 (80,7%) informaram ter iniciado o desenvolvimento da genitália, porém nenhum soube precisar a idade do seu início. Destes 172, 42 (24,42%) estavam no estágio G1, com média de idade 11,5 anos; 51 (29,65%) em G2, com média de 12,8 anos (DP = ±1,33); 27 (15,70%) em G3, com média de 13,2 anos; 41 (23,84%) em G4, com média de 14,2 anos; e 11 (6,39%) em G5, com média de 15,2 anos (DP = ±1,25). Dos 216 adolescentes, 64 (29,6%) informaram já ter apresentado espermarca e a idade média foi de 12,8 anos. Entre 217 adolescentes masculinos, 22 (10,1%) disseram ter iniciado atividade sexual e a idade média foi aos 13,6 anos. Do total de adolescentes masculinos (222), verificou-se que 6 (2,7%) apresentaram ginecomastia puberal, mas não souberam informar o seu início. Conclusões: O início tanto da pubarca como do desenvolvimento da genitália ocorreram com idade cerca de 12,8 anos. Nenhum adolescente soube precisar o início do desenvolvimento da genitália. A média do início da espermarca foi aos 12,8 anos. A média do início da sexarca foi aos 13,6 anos. A ginecomastia foi pouco freqüente. Esses dados coincidiram com os da literatura. Ocorreram discordâncias entre as informações fornecidas pelos adolescentes e as avaliações do profissional, em adolescentes de idade média de cerca de 11,5 anos, tanto em relação a pubarca quanto ao desenvolvimento genital. Código Trabalho:898 Título: DISTÚRBIOS ARTICULATÓRIOS COMPENSATÓRIOS EM ADOLESCENTES PORTADORES DE FISSURA LABIOPALATINA, PÓS-PALATOPLASTIA, RECIFE-PERNAMBUCO Autores: MICHELINE COELHO RAMALHO VASCONCELOS;SÔNIA BECHARRA COUTINHO Instituição: NADEFI - IMIP Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: As fissuras lábiopalatinas são as malformações congênitas mais freqüentes na população humana e a não fusão dos processos embrionários faciais, acarreta problemas orgânicos, funcionais, estéticos e psico-sociais e que podem resultar em graves alterações na comunicação oral. Objetivos:Identificar os distúrbios articulatórios compensatórios em adolescentes residentes no estado de Pernambuco, submetidos a palatoplastia e verificar a sua relação com as condições socioeconômicas, demográficas, idade da realização da palatoplastia primária, mecanismo velofaríngeo e características da fala. Métodos: Foi realizado um corte transversal em uma coorte inicial de 186 pacientes submetidos a palatoplastia, num hospital de referência para tratamento de pacientes portadores de fissura labio palatina, da qual foram entrevistados 90 adolescentes no período de abril a agosto de 2005. Foram aplicados questionários padronizados contendo informações sobre condições socioeconômicas, demográficas e o tipo de fissura. A idade da realização da palatoplastia primária foi obtida através do prontuário. Foram realizadas avaliação fonoarticulatória para analisar a produção da fala e vídeofluoroscopia para verificar o mecanismo velofaríngeo na visão lateral. Resultados: Os distúrbios articulatórios compensatórios (DAC) estavam presentes em 56.7% dos adolescentes. Os residentes na região metropolitana da capital do estado apresentaram 2,39 (IC=1,30-4,40) vezes mais DAC do que os que moravam na capital(sede do hospital de referência)(p=0,004). Adolescentes cujas mães possuíam até quatro anos de estudo apresentaram 2.1 (1,29-3,43)vezes mais DAC quando comparados com àqueles cujas mães possuíam nove ou mais anos de estudo. Pacientes que realizaram palatoplastia primária após os quatro anos de idade, apresentaram insuficiência velo- S10 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. faríngea e ressonância oro-nasal alterada, tiveram maior ocorrência de DAC e fala ininteligível; dados estatisticamente significantes.Os distúrbios articulatórios compensatórios mais freqüentes foram: o golpe de glote, 40 (44,4%), coarticulações 42 (22,2%) e fricativa faríngea 20 (27,8%) e os fonemas mais alterados foram /p, /t/, /k/, /f/, /s/ e /x/e os adolescentes com até duas alterações fonêmicas obtiveram melhor comunicação oral. Conclusões: Os adolescentes cujas mães tinham maior escolaridade, foram submetidos a palatoplastia primária precocemente, possuíam ressonância oro-nasal normal e que tinham até duas alterações fonêmicas apresentaram melhor inteligibilidade de fala. Código Trabalho:33 Título: DOENÇA DE STILL NA ADOLESCÊNCIA Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ HENRIQUE WITHERS AQUINO Instituição: UERJ / NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Doença de Still (DS) é uma doença inflamatória sistêmica, rara e de etiologia desconhecida, sendo uma das mais frequentes causas de febre de origem indeterminada no adulto. Apresenta-se de forma semelhante à artrite idiopática juvenil, forma sistêmica, podendo ser considerada uma variante desta. Acomete ambos os sexos na mesma proporção e em 75% dos casos encontram-se na faixa etária entre 16 e 35 anos de idade, porém pode acometer idades mais avançadas. Clinicamente caracteriza-se por febre alta com 1 a 2 picos diários, podendo preceder outros achado clínicos por semanas ou meses, erupção cutânea evanescente, artralgias, mialgias intensas, poliartrite, serosite, linfadenopatia, hepatomegalia e esplenomegalia. Nos exames laboratoriais podemos encontrar: leucocitose (maior que 15.000), anemia normocítica e normocrômica, alterações das enzimas hepáticas, aumento das proteínas de fase aguda, com níveis bastante elevados de ferritina. O dignóstico diferencial se faz com as doenças infecciosas, neoplásicas e outras colagenoses. Seu curso clínico pode ser autolimitado, intermitente com reativações sistêmicas e articulares recorrentes ou um curso crônico. O tratamento pode ser feito com antiinflamatórios não hormonais (a Indometacina parece eficaz nas fases iniciais da doença), corticosteróides ou imunossupressores. Atualmente agentes biológicos estão sendo empregados no tratamento dos casos não responsivos aos corticóides e aos imunossupressores. Objetivos: Observar a possibilidade de DS em adolescentes com febre de origem indeterminada. Métodos: Estudo de caso. Relato de caso: Paciente masculino, 19 anos, negro, iniciou na segunda quinzena de fevereiro de 2006, quadro de febre alta (40° C), odinofagia, inapetência e astenia. Fez uso de antibiótico oral (Amoxicilina) sem resolução do quadro febril. Evoluiu com emagrecimento de 3 Kg em 1 mês, artralgia em joelhos, pés e ombros e febre alta (1 a 2 picos diários). Internado na enfermaria do NESA/HUPE em 15/03/2006 para elucidação diagnóstica. Ao ser admitido paciente apresentava quadro de febre, pericardite, hepatoesplenomegalia, artralgia em ombros e joelhos. Realizada investigação laboratorial (hemograma completo, VHS, provas de função hepática, hemoculturas, sorologias virais, provas de atividade inflamatória) e de imagem (Rx tórax, USG abdominal, ecocardiograma) descartando causas infecciosas e neoplásicas e outras colagenoses, considerando-se então DS. O paciente apresentava dosagem sérica de ferritina de 6.346 (VR: 70 a 435). Iniciado tratamento com Indometacina, porém por ainda persistir com febre e quadro articular, iniciou-se Prednisona 60mg/dia com desaparecimento dos sintomas. Atualmente está em acompanhamento no ambulatório de reumatologia do NESA. Conclusões: O diagnóstico de DS é difícil de ser feito pela variedade da apresentação clínica e pela não especificidade dos exames laboratoriais, porém deve ser considerado nos casos de febre de origem indeterminada em adolescentes. Adolescência Código Trabalho:15 Título: DOENÇA METABÓLICA NA ADOLESCÊNCIA: UM NOVO DESAFIO Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;CLAUDIA BRAGA CARDOSO;ISABEL CRISTINA SILVA BOUZAS Instituição: UERJ NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) foi descrita em 1988 por Reaven como sendo um conjunto de alterações associadas a um risco maior de doença cardiovascular na vida adulta. Sabe-se que a hiperinsulinemia e a resistência insulínica estão frequentemente presentes, sendo fatores centrais no desenvolvimento das complicações. O aspecto de maior relevância no diagnóstico da SM são os riscos de desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DMII) e de doença cardiovascular aterosclerótica (DCV). São considerados fatores de risco para o desenvolvimento de SM: sobrepeso/obesidade, principalmente acúmulo de gordura abdominal, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica (HAS) ou DCV, história de intolerância à glicose, história familiar de DMII, HAS ou DCV, presença de acantose nigricans ou síndrome dos ovários policísticos (SOP). Segundo a OMS, são necessários pelo menos 2 dos seguintes achados para a caracterização da SM, além da alteração no metabolismo da glicose (DMII, intolerância à glicose ou resistência insulínica). São eles: obesidade (peso acima do percentil 95), HAS (pressão sistólica ou diastólica acima do percentil 95 para peso e altura), dislipidemia (triglicerídios elevados, HDL baixo). O papel do pediatra consiste em reconhecer os fatores de risco, realizando uma boa orientação alimentar, desde os primeiros anos de vida e uma prática de vida saudável. Objetivos: Discutir a importância da detecção precoce dos fatores de risco para a SM a partir do estudo de 2 casos clínicos. Métodos: Relato de 2 casos de pacientes atendidas no ambulatório do NESA/HUPE com o diagnóstico de SM. O primeiro caso trata-se de uma paciente de 14 anos encaminhada devido a um quadro de obesidade (IMC 52 kg/m2). Histórico de aumento progressivo de peso desde os 4 anos, DMII desde 12 anos, dislipidemia, HAS, irregularidade menstrual, história familiar de DMII e dislipidemia materna e HAS paterna. O segundo caso refere-se a uma paciente encaminhada devido à amenorréia primária. História familiar de HAS materna e falecimento paterno aos 56 anos por infarto agudo do miocárdio. Ao exame apresentava obesidade (IMC 29 Kg/m2), acantose nigricans na nuca, acne leve, hirsurtismo leve em mento e hipertrofia de clitóris e grandes lábios. Investigação hormonal evidenciou hiperinsulinismo e hiperandrogenismo. Aos 16 anos ainda apresentava aménorréia, obesidade, evoluindo com HAS. Conclusões: Os motivos que levam os adolescentes com SM ao ambulatório são diversos, variando desde irregularidades mentruais, sobrepeso, obesidade, HAS, DM ou dislipidemia. A irregularidade menstrual, como manifestação da SOP, mesmo em adolescentes eutróficas ou com sobrepeso, está relacionada, na maioria dos casos, à resistência insulínica, aumentando dessa forma o risco de HAS e DCV. A importância em reconhecer esses fatores de risco precocemente, bem como instituir terapêutica adequada para cada caso, colaborará para uma diminuição das complicações mais temidas na vida adulta. Código Trabalho:1128 Título: DROGAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: VISÃO DE PEDIATRAS DE HOSPITAL INFANTIL TERCIÁRIO SOBRE O PROBLEMA. Autores: MARIA DO SOCORR ALMEIDA PERES;SHIRLEY VIRINO SILVEIRA;ANA JÚLIA COUTO DE ALENCAR;SHEILA JANAÍNA MEDEIROS SIMÕES COSTA;RAQUEL MELO MORAIS NEVES;VIRGÍNEA MARIA RAMOS Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução:O uso de drogas por jovens e crianças tornou-se uma questão de saúde pública,sendo importante a percepção e a forma como o pediatra aborda o assunto. Objetivos: Verificar o conhecimento e atuação de pediatras no atendimento de crianças e adolescentes frente a suspeita de uso de drogas. Métodos: Estudo descritivo realizado através de uso de questionário, aplicado a 60 pediatras que atendem em Hospital Infantil Público Terciário. Resultados: Diante da suspeita do uso de drogas 63,3% encaminham o paciente para atendimento especializado e 21,66% solicitam exames como estratégia de retorno para posterior decisão em relação ao problema.Entretanto 25% nunca suspeitam de dependência química nos menores que atendem.Em relação ao temor pessoal,70% relatam não temer pela sua segurança ao abordar o assunto, com os familiares ou usuário;91,6% concordam que drogas lícitas como o fumo e o álcool são prejudiciais e que os pais devem ser alertados, quanto aos danos que causam a saúde.Além disso,35,6% acham que a existência de um só alcoolista na família é suficiente para encaminhá-la para ajuda especilizada.Dos entrevistados,90% não se sentem preparados para identificar dependentes químicos e 100% acreditam na necessidade de capacitação sobre o assunto.Em relação ao risco de dependência,85% procuram informar sobre o assunto durante o atendimento e 16,6% afirmam não disporem de tempo para esta abordagem;91,6% acham que a responsabilidade de orientar os jovens cabe a família, escola e serviços de saúde;81,6% acham que a mídia influencia no consumo de álcool.Diante de adolescente dependente químico, 20% saberiam conduzir o paciente, 45% solicitariam a presença da família e 60% solicitariam exames e encaminhariam. Conclusões: Os pediatras do hospital em estudo,mesmo encaminhando para atendimento especilizado a criança e o adolescente na suspeita de dependência química,sentem dificuldade sobre o assunto e concordam com a necessidade de maiores esclarecimentos e capacitação para melhor conduzirem os casos. Código Trabalho:1288 Título: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VIA INTERNET - UMA PROPOSTA EFICAZ PARA PAÍSES DE DIMENSÕES CONTINENTAIS Autores: ELOÍSA GROSSMAN;MARIA HELENA RUZANY Instituição: NESA/UERJ e IFF/ FIOCRUZ Cidade/UF: RJ/RJ Resumo: Introdução: o curso a distância via internet Introdução à Saúde Integral dos Adolescentes e Jovens foi concebido com a finalidade de capacitar profissionais para o atendimento a este grupo etário. As unidades temáticas que o compõem foram desenvolvidas através do modelo pedagógico baseado em casos, com diferentes níveis de complexidade, abordando a promoção de saúde, prevenção de agravos e assistência. Os tópicos abordados foram divididos em três áreas: crescimento/desenvolvimento, sexualidade/saúde reprodutiva e principais problemas clínicos. Em 2005/06 foram desenvolvidos dois módulos, de duração de 12 semanas cada, para profissionais de saúde das regiões norte e nordeste do país. Objetivos: apresentar o perfil dos participantes e os resultados dos cursos desenvolvidos. Métodos: foi realizado um estudo quantitativo de algumas fontes de dados: fichas de inscrição dos alunos, planilhas de desenvolvimento dos planos de estudo e avaliações formativas. As seguintes informações foram coletadas: formação profissional, local de origem, expectativas em relação ao curso, variáveis relacionadas ao conteúdo, material didático, estratégia pedagógica, qualidade da orientação e gestão acadêmica. Resultados: Dos 175 alunos inscritos, 98 (56%) concluíram o curso. As áreas de formação profissional foram: Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia ocupacional. A grande maioria dos alunos considerou os casos estudados relevantes no contexto de seu trabalho (88%). Em relação aos conhecimentos adquiridos, o curso correspondeu às expectativas da totalidade dos alunos. Quanto à contribuição à formação profissional, o treinamento foi considerado bom por 93% dos alunos. Em linhas gerais tanto nos aspectos que dizem respeito ao ambiente de aprendizagem na internet quanto em seu modelo pedagógico, o curso foi bem aceito pelos alunos. Conclusões: O curso permitiu que a equipe docente e os alunos, sem necessidade de se afastar de seus locais de estudo e trabalho, participassem de um processo de ensino/aprendizagem e intercâmbio de experiências. Conclui-se, portanto, que a estratégia pedagógica utilizada, bem como o material educativo apresentado, oferecem condições para a capacitação de recursos humanos de diferentes categorias profissionais na atenção à saúde de adolescentes e jovens. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S11 Adolescência Código Trabalho:378 Título: ENCAMINHAMENTOS DE ADOLESCENTES APÓS PRIMEIRA CONSULTA EM UM SERVIÇO DE HEBEATRIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Autores: ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ADRIANO JOSÉ LIMA DIAS NOGUEIRA;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Durante a adolescência as mudanças físicas e sócio-culturais que o indivíduo atravessa ocasionam agravos à saúde que não mais devem ser tratados por um pediatra ou clínico, necessitando do auxílio de especialistas. Objetivos: Identificar a frequência de encaminhamentos e quais os especialistas mais procurados por adolescentes atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos: Realizou-se uma análise de prontuários de primeira consulta de adolescentes de ambos os sexos com idades entre dez e 19 anos atendidos em um serviço de Hebeatria do Sistema Único de Saúde, no período de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário contendo questões sobre os encaminhamentos realizados. Os dados foram tabulados no Epiinfo 6.04d e analisados estatisticamente, fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como nível de significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546 formulários, sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino. Dos adolescentes atendidos 442 (81%) foram encaminhados para especialistas. Dentre estes, 216 (48,9%) receberam mais de um encaminhamento. Os adolescentes foram encaminhados principalmente para os seguintes profissionais: ginecologistas 169 (31%), odontologistas 151 (27,6%), oftalmologistas 133 (24,4%), dermatologistas 88 (16,1%) e psicólogos 51 (9,3%). Foram citadas ainda diversas outras especialidades médicas. Conclusões: As primeiras consultas de adolescentes funcionam como porta de entrada aos serviços especializados, sendo grande o volume e a variedade de encaminhamentos para os especialistas. Os adolescentes pesquisados foram encaminhados principalmente para ginecologistas, odontologistas e oftalmologistas. Conclusões:458 Título: ENTRE A MENARCA E O ESTADO NUTRICIONAL DAS ADOLESCENTES DE SÃO PAULO Autores: ANA CAROLINA TOLEDO PIERONI;LARISSA CHRISTINE PUGLIA;ISA PADUA CINTRA;MAURO FISBERG Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: O estado nutricional é o principal fator na relação entre a classe social e o efeito sobre a menarca, sendo que a nutrição adequada é um dos requisitos mais importantes para a realização plena do "plano genético" de crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Objetivos: Relacionar a idade de menarca e o estado nutricional de adolescentes de escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo. Métodos: Estudo realizado com base nos dados coletados no ano de 2003 para uma pesquisa de campo com 2710 adolescentes entre 10 e 15 anos, sendo 2026 de escolas públicas e 684 de escolas particulares. Os dados coletados foram: a idade cronológica, a idade de ocorrência de menarca, o peso corporal e a estatura, os quais possibilitaram a avaliação do estado nutricional, por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Para a análise dos dados foi utilizado o software SPSS V.10.0. Resultados: O IMC médio para as alunas das escolas públicas e particulares foi de 20,86 ± 3,46 e 21,41 ± 3,50, respectivamente. A população estudada apresentou 2,5% de baixo peso, 5,2% de risco de baixo peso, 13,51% de sobrepeso e 6,49% de obesidade, também não havendo diferença significativa entre os dois tipos de escola. Aproximadamente 67% das adolescentes estudadas já haviam apresentado a menarca, destas 67% eram estudantes de escolas públicas e 68% de escolas particulares. A média de idade de ocorrência da menarca foi de 11,51 ± 1,06 anos, sendo para as adolescentes das escolas públicas foi de 11,53 ± 1,07 e para as de escolas particulares de 11,47 ± 1,02, não havendo diferença estatística entre as escolas. A prevalência de adolescentes com menarca foi de 25% no baixo peso, 36% no risco de baixo peso, 70% na eutrofia, 73% no sobrepeso e 70% na obesi- S12 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. dade. Notou-se associação inversa e significativa entre os valores médios de IMC e a ocorrência da menarca, ou seja, quanto maior o IMC menor a idade de ocorrência da menarca. Também foi observado um valor médio do IMC significantemente maior das meninas de 10 a 13 anos que já haviam menstruado em relação àquelas da mesma idade, que ainda não haviam apresentado menarca. Conclusões: Pelo fato da idade de ocorrência da menarca ser influenciada por diversos fatores, entre eles o nutricional, sugere-se a avaliação periódica do estado nutricional e a orientação de hábitos saudáveis para esta população, como forma de minimizar o aumento da obesidade e a antecipação da idade da menarca nesta população. Código Trabalho:966 Título: GRUPO DE ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS Autores: PATRÍCIA REGINA GUIMARÃES;ROBERTO ASSIS FERREIRA;SOLANGE DE MELO MIRANDA Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Este é um trabalho de grupo operativo formado com adolescentes que vivem com HIV/Aids em um centro de referência. Surgiu como uma possibilidade de complementação da consulta médica, que se tornou insuficiente para adequada abordagem desses pacientes. Objetivos: Teve como escopo maior observar e avaliar a implantação e o desenvolvimento desse grupo. Dentro de tal objetivo geral, buscou-se, mais especificamente descrever os caminhos encontrados para a criação de um trabalho original, bem como elaborar uma proposta para a formação de novos grupos, além de acompanhar o processo grupal, e, finalmente, observar o desenvolvimento do grupo em relação a algumas categorias de análise, a saber: a sexualidade; o paciente frente à sua doença - a explicitação do diagnóstico no grupo, sua revelação social inadvertida, a gestão do segredo e o medo de se expor -; o uso da medicação e a vivência do preconceito. Métodos: Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada com o método da pesquisa-ação, em que o pesquisador era um dos coordenadores do grupo. Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com os adolescentes e entrevistas abertas com outros observadores - profissionais de saúde que participavam da atenção aos pacientes. O grupo foi analisado como um estudo de caso utilizando-se o referencial clínico-qualitativo. Resultados: A duração do trabalho foi de quatorze meses, totalizando trinta encontros. A formação de grupo operativo nesse centro de referência foi viável, permitiu o surgimento de discussões sobre a adolescência com HIV/Aids e mostrou-se uma experiência possível de ser transmitida. O tema sexualidade e a infecção pelo HIV foram tabus para o grupo até o 11º encontro, quando o diagnóstico foi explicitado pela primeira vez entre eles. A partir daí houve queda da resistência ao tema sexualidade e surgimento de interesse, dúvidas e discussões cada vez mais profundas sobre o assunto. Houve um momento em que os adolescentes se identificaram em torno da infecção, que foi superado quando o trabalho de grupo permitiu o "florescer" da adolescência desses jovens, passando a ser esse o centro da identificação. O uso da medicação foi um tema que gerou discussões superficiais, em grupo, que muitas vezes não corresponderam aos relatos médicos e de familiares. A vivência do preconceito esteve presente nos relatos individuais e em grupo, sempre acompanhada de grande sofrimento. Conclusões: O grupo operativo mostrou-se um espaço privilegiado para elaborações vinculadas à construção do conhecimento sobre adolescer com HIV/Aids e para o acolhimento dos adolescentes, das suas dúvidas e sentimentos. Código Trabalho:1299 Título: IMPACTO DE PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA ADOLESCENTE GRÁVIDA E MÃE ADOLESCENTE NA PREVENÇÃO DE NOVA GRAVIDEZ Autores: AMANDA MELHADO;MARCIA QUEDINHO;MARIA JOSÉ CARVALHO SANT ANNA;VERÔNICA COATES Instituição: Fac. de Ciênc. Médicas da Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Objetivos: Avaliar a reincidência da gravidez entre adolescentes que receberam atenção integral na Clínica de Adolescência Adolescência de Departamento de Pediatria de hospital universitário com acompanhamento do binômio mãe-filho após o parto e comparar com jovens que não tenham recebido atenção integral na gravidez e/ou orientação após o parto. Estabelecer estratégias para melhoria do programa de Atenção Integral à Gestante Adolescente.Métodos: Estudo prospectivo comparativo entre 30 adolescentes com 18 anos ou menos à concepção que receberam atenção integral com acompanhamento pósparto e orientação contraceptiva em hospital universitário no período de 01 de julho de 2004 a 30 de junho de 2005 e 39 adolescentes com a mesma idade à concepção, que não receberam atenção integral na gravidez, que deram à luz na maternidade da mesma instituição no mesmo período e não foram seguidas após o parto (grupo controle). As jovens que freqüentaram o programa de atenção integral durante a gestação receberam seguimento do binômio mãe-filho, mensalmente, durante o 1o ano após o parto, avaliadas globalmente, trabalhando-se auto-estima, saúde reprodutiva, inclusive contracepção, e orientadas quanto a puericultura de seus filhos. Entre as jovens do grupo controle realizou-se entrevistas individuais e confidenciais durante o puerpério. Em ambos os grupos analisou-se: reincidência da gravidez, orientação contraceptiva no pós-parto, escolaridade, abandono escolar, estado civil e relação com o pai da criança. Resultados: As adolescentes que receberam atenção integral na Clínica de Adolescência durante a gestação com seguimento do binômio mãe-filho, apresentaram taxa de reincidência de apenas 3,3% enquanto nas adolescentes do grupo controle, a taxa de reincidência observada foi de 15,4%. A média de idade foi 16 anos, média de 9 anos de estudo, no grupo controle a média de idade foi 17 anos com 7 anos de estudo. Das que receberam assistência especializada, 66,7% continuavam na escola, a maioria (60%) não usava método contraceptivo prévio a primeira gravidez; entre as do grupo controle somente 24,25% continuavam na escola. A maioria permanece solteira (56,75% e 51,3% respectivamente) e aproximadamente ¼ (26,7% e 25,5%) não tem contato com o pai da criança. Conclusões: Dentre as adolescentes estudadas, a taxa de reincidência foi significativamente menor no grupo das jovens que receberam atenção integral a saúde durante a gestação, com acompanhamento do binômio mãefilho após o parto. Código Trabalho:257 Título: INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NA INTIMIDADE DOS RELACIONAMENTOS ENTRE PARES NA ADOLESCÊNCIA Autores: FLAVIA APARECIDA SAYEGH;TERESA HELENA SCHOEN-FERREIRA;MAURO FISBERG Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A intensidade das amizades é maior na adolescência. À medida que os adolescentes trocam entre si, seus sentimentos e segredos, e passam a conhecer melhor o sentimento dos outros, a amizade torna-se mais íntima e geradora de apoio. A beleza física influencia nas amizades e na proximidade entre os adolescentes. Pessoas bonitas são consideradas mais simpáticas e atraentes, além de serem consideradas com maior desenvoltura social. As pessoas fisicamente atraentes tendem a ser também as mais populares e as mais extrovertidas. Com isso, essas pessoas desenvolvem maior confiança social. Muitos adolescentes obesos possuem uma auto-imagem crítica e tornam-se mais isolados socialmente, sentindo-se inseguros nos relacionamentos sociais com os pares. Objetivos: Verificar o investimento que os adolescentes fazem nos relacionamentos sociais. Métodos: O Grupo Estudo foi composto por 79 adolescentes obesos (IMC>95) que buscaram um ambulatório médico de atendimento a adolescentes para emagrecer; e o Grupo Controle foi composto de 123 alunos de uma escola da região do ambulatório médico. Foi utilizada a tradução brasileira do questionário do "The Friendship Questionaire", o qual contém 36 questões que caracterizam o interesse, intimidade e integração com amigos. Quanto mais alto o escore obtido, maior intimidade dos relacionamentos. Procedimento: O Grupo Estudo foi convidado a responder ao questionário sobre amizade na sala de espera, enquanto aguardava a consulta com o médico, nutricionista ou professor de educação física. O Grupo Controle respondeu ao questionário na própria escola. Para a análise dos resultados, foi utilizada a ANOVA. Resultados: Não houve diferença média estatisticamente significante entre os grupos (p=0,180). No entanto, o grupo de obesos obteve um resultado médio (79,99) maior que o grupo controle (77,12). Também não houve diferença estatística em relação à média do resultado, no Grupo Estudo, por sexo (p=0,245); embora tenha havido no Grupo Controle (p<0,001), indicando que as adolescentes do sexo feminino apresentam mais intimidade nos relacionamentos. Conclusões: Este estudo mostrou que tanto para o Grupo Controle quanto para os obesos manter uma amizade mais íntima é fundamental no período da adolescência. Procuram a sensação de pertencimento, desenvolvendo habilidades para mantê-la. Quando se é apoiado na amizade, o indivíduo tende a ser mais feliz e saudável, independentemente do estado nutricional Código Trabalho:441 Título: MÃE ADOLESCENTE - TENDE A SE REPETIR ATRAVÉS DAS GERAÇÕES? Autores: VIVIANE CUNHA CARDOSO;ALINE PIRES BARBOSA;ANTONIO AUGUSTO MOURA DA SILVA;HELOÍSA BETTIOL;MARCO ANTONIO BARBIERI Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - SP Cidade/UF: RIBEIRÃO PRETO/SP Resumo: Introdução: A gravidez na adolescência é hoje encarada como um problema de saúde pública, sendo relacionada a fatores como pobreza, aborto induzido, baixa escolaridade materna e mortalidade infantil. Objetivos: Verificar se filhas de mães adolescentes são propensas a serem mães adolescentes também e o quanto esta associação é devido a circunstâncias socioeconômicas. Métodos: Foram entrevistadas mulheres que tiveram uma filha na coorte de 1978/79 em Ribeirão Preto (1ª geração) e estas filhas em 2002/04 (23/25 anos- 2ª geração). A variável resposta foi ser mãe adolescente na 2ª geração. As variáveis independentes foram: mãe adolescente e nível de escolaridade da 1ª geração; nível de escolaridade, ocupação, idade de início do trabalho e menarca da 2ª geração. Foi utilizado modelo de regressão uni e multivariada de Poisson. Resultados: 1059 pares de 1ª e 2ª geração foram avaliados. Na 2ª geração havia 181 mães adolescentes e destas, 89 (26,7%) foram filhas de mães adolescentes (p<0,001). Mas esta associação não se manteve no modelo ajustado, onde mulheres com maior escolaridade (RR 0,05; IC95%0,02-0,10) e menarca mais tardia (RR 0,62; IC95%0,43-0,90) apresentaram menor risco de ser mães adolescentes. Conclusões: Mulheres nascidas de mães adolescentes são mais propensas a se tornarem mães adolescentes, mas pode-se inferir que a aparente influência da idade materna sobre a idade da filha surge devido à presença de fatores socioeconômicos que estariam atuando tanto na mãe quanto na filha. Código Trabalho:531 Título: MORBIDADE ATUAL DE ADOLESCENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE HEBEATRIA DO HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS Autores: ANA CAROLINA ARAÚJO OLIVEIRA;ANA CRISTINA CERQUINHO CAJUEIRO;IVANIL DE ARAÚJO SOBREIRA;IVANISE HELENA BEZERRA TORRES;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;FERNANDA MARQUES FERRAZ DE SÁ Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: JABOATÃO DOS GUARARA/PE Resumo: Introdução: A adolescência é uma fase bastante conturbada, com diversas peculiaridades que podem ser confundidas com problemas de saúde. Cabe ao médico orientar e tranquilizar o adolescente e sua família. Objetivos: Identificar os diagnósticos de adolescentes atendidos em um serviço de hebeatria do Sistema Único de Saúde. Métodos: Foi realizada uma análise de 546 prontuários de primeira consulta de adolescentes de ambos os sexos com idades entre dez e vinte anos atendidos em um serviço de hebeatria do Sistema Único de Saúde no período de 2001 a 2002. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário contendo questões sobre o diagnóstico. Os dados obtidos foram tabulados no Epi-info 6.04d e analisados, fornecendo frequências e percentuais das variáveis, tendo como nível de significância p<0,05. Resultados: Foram obtidos 546 formulários sendo 222 (40,7%) do sexo masculino e 324 (59,3%) do sexo feminino. Dos 546 adolescentes atendidos apenas 477 (87,4%) apresentaram alguma queixa, mas 544 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S13 Adolescência (99,6%) deles obtiveram pelo menos um diagnóstico. Os diagnósticos mais frequentes foram: problemas dermatológicos 213 (39%), sendo 91 (16,6%) casos de acne e 85 (15,6%) de ptiríase, problemas ginecológicos 184 (33,7%) e parasitoses intestinais 142 (26%). Chama atenção ainda o volume de diagnósticos de erro de refração 137 (25%), cárie 129 (23,6%) e a existência de diagnósticos psicossociais 62 (11,3%). Conclusões: Há discrepância entre o número de pacientes com queixas e o de diagnósticos, é provável que os adolescentes não valorizem seus próprios sintomas. Os principais diagnósticos foram queixas de pele e parasitoses intestinais. Importante também é o volume de diagnósticos de erro de refração e de cárie. Outro aspecto relevante são os diagnósticos psicossociais que incluem queixas como superproteção materna, abandono escolar, furtos e conflitos familiares. Código Trabalho:981 Título: NIAB - NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM ANOREXIA E BULIMIA - INTERAÇÃO PSICANÁLISE E MEDICINA Autores: ROBERTO ASSIS FERREIRA;ANA RAQUEL CORRÊA SILVA;BEATRIZ ESPÍRITO SANTO NERY FERREIRA Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Anorexia (AN) e Bulimia (BN) ganham relevância nos anos recentes. Os pediatras não podem estar alheios ao diagnóstico e a condução de tratamento desses pacientes, desafio à prática e à elaboração teórica da medicina. Objetivos: Apresentação do trabalho interdisciplinar de médicos e psicanalistas à demanda crescente de atendimentos a pacientes com AN e BN. Resultados: Desde 1999, o NIAB vem sendo constituído a partir da aglutinação de profissionais de áreas diversas interessados no atendimento a pacientes com AN ou BN. O trabalho interdisciplinar oferece subsídios valiosos à compreensão e ao cuidado desses pacientes em suas complicações nutricionais e metabólicas e no tratamento psiquiátrico. O conhecimento reduzido ao campo biológico pode cair no impasse e, por outro lado, a clínica médica e a psiquiatria se enriquecem ao assimilar contribuições de campos do saber como a antropologia, a sociologia e em especial da psicanálise. Atualmente, sete clínicos, dois psiquiatras e seis psicanalistas constituem a equipe. Os atendimentos são realizados em ambulatório no HC-UFMG, contando também com o apoio desta instituição para propedêutica e internações. Os profissionais discutem os atendimentos do dia e outra reunião semanal, com toda a equipe, é realizada para apresentação e construção dos casos. Os pacientes chegam através de procura direta (informações adquiridas na internet, mídia ou de terceiros), também encaminhados por médicos e psicólogos. O primeiro atendimento é feito por um dos profissionais do NIAB na tentativa de estabelecer desde o início o vínculo terapêutico. A partir dessa avaliação são feitos os encaminhamentos necessários. Pela orientação psicanalítica busca-se a implicação do paciente com o seu tratamento, procurando deslocar o sintoma de transtorno alimentar e da imagem corporal para o mal-estar psíquico. Conclusões: O trabalho do NIAB tem mostrado que a gravidade de tais pacientes requer a clínica feita por muitos, convocando contribuições de vários campos do saber. A experiência mostra como fundamental compartilhar o trabalho da clínica médica e da psiquiatria, com a rica contribuição da psicanálise, na condução, entendimento e no cuidado dos pacientes. Código Trabalho:121 Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA MENTAL - A VISÃO DA FAMÍLIA E A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL. Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO Instituição: APAE- Cuiabá Cidade/UF: CUIABA/MT Resumo: Introdução:Não se deve negar as especificidades e peculiaridades advindas da deficiência mental, porém enfatizar as possibilidades desse sujeito, na totalidade de seu ser é fundamental para tornarem-se plenamente conscientes das transformações pubertárias, da sexualidade e a busca de autonomia destes sujeitos , auxiliando-os neste adolescer fatores , estes, que requerem persistência e vontade. Conhecer a importância da família e da sociedade para o adequado desenvolvimento, o desabrochar da sexualidade genital (como atributo de todo ser humano), os sentimentos, a compressão destas transformações pelo adolescente com deficiência mental, contrapondo com o preconceito, infantilização, exclusão e estigmatização.Objetivos: entender o conhecimento das famílias dos adolescentes com deficiência mental sobre as transformações da puberdade, verificando os limites de compreensão e aceitabilidade destas mudanças e propor sugestões aos profissionais, sociedade e família sobre a melhor forma de abordar o adolescente com deficiente mental e sua família. Métodos: revisão bibliográfica e entrevistas em uma instituição de educação especial com 39 familiares através de questionários com perguntas semi-estruturadas. Resultados: As atitudes dos pais se situam em perspectivas diferentes de seus filhos com dificuldades significativas em enxergá-los como um ser sexual, dotado de desejos, de dúvidas e medos relativos ao mundo da sexualidade, procurando negar a expressão desses desejos e reforçam o isolamento que já é vivido pelos adolescentes com deficiência na sociedade como um todo. Percebe-se a necessidade de acolher esses pais em suas ansiedades e angústias relativas ao tema.Foi verificado, também, que há uma necessidade emergencial do preparo social em lidar com questões de saúde, sexualidade, ética, cidadania e desenvolvimento humano uma vez que, a invisibilidade que fomenta a vulnerabilidade destes adolescentes, é relevante e deve ser tema de preocupação e debate.Conclusões: ressalta-se a responsabilidade da sociedade, dos profissionais e famílias, de tornarem os adolescentes plenamente conscientes das transformações pubertárias, da sexualidade auxiliando na busca de autonomia requendo persistência, vontade, conhecimento e mudança de comportamento. As discussões devem ser ampliadas onde as pesquisas e mudanças de comportamentos entre os profissionais, familiares, sociedade favoreçam o vivenciar, o adolescer com respeito e dignidade desses indivíduos Enfim, entender o deficiente mental na sua fase crítica de desenvolvimento, a adolescência, se faz necessário para desenvolver habilidades saudáveis de proteção à saúde integral , além de estimular a autonomia e o relacionamento ético profissional. Código Trabalho:120 Título: O ADOLESCER DO ADOLESCENTE COM DEFICIÊNCIA MENTAL - OUVINDO-O Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO Instituição: APAE- Cuiabá Cidade/UF: CUIABA/MT Resumo: Introdução: A adolescência brasileira apresenta grandes desafios para a sociedade organizada quanto à sua educação, saúde e formação enquanto cidadãos e respeito as suas peculiaridades. Este desafio torna-se maior quando relacionado ao adolescente com deficiência, em especial ao com deficiência mental, devendo objetivar a construção e o fortalecimento de sua identidade como "sujeitos em pleno desenvolvimento e de direitos" .Objetivos: Entender o conhecimento dos adolescentes deficientes mentais sobre suas transformações biopsicosocioculturais, verificar os limites de compreensão e aceitabilidade destas mudanças, identificar se é capaz de elaborar a construção de sua identidade como adolescente e, como o processo desta adolescência pode ser afetado pela deficiência mental. Métodos: entrevistas (observação e relato do sujeito) com 34 alunos de uma instituição de educação especial, de ambos os sexos, entre 10 a 24 anos, com condições de comunicação verbal Devido às características próprias as entrevistas com os adolescentes e jovens transcorreram de forma descontraída, informalmente com desenhos e exemplos, utilizando um roteiro como guia, mas adaptando às atitudes e às formas de expressar dos sujeitos da pesquisa.Resultados: observou-se a inadequação social e a interação com o meio que os circunda como característica própria do deficiente mental onde existe o prejuízo no comportamento adaptativo.Obteve-se ainda, que os adolescentes percebem a possibilidade de erotização e da obtenção de prazer pelo sexo, mas, não sabem como lidar com estas novas sensações, podendo ser difícil o controle de seus impulsos sexuais. Descobrem a satisfação que a área genital pode lhes oferecer.Estes relatos levam a afirmar que apesar da deficiência mental, déficit cognitivo até mesmo dificuldade de se conhecer como homem ou mulher as atividades sexuais Adolescência estão sendo realizadas. O interesse para o assunto é evidente por parte destes adolescentes, mas os educadores e familiares estão conduzindo de forma inadequada estas questões deixando de oferecer uma educação sexual saudável, preventiva e que os valorizem como seres humanos em desenvolvimento.Conclusões: Para o adolescente deficiente mental é muito difícil expressar seus sentimentos, pois, ele é "falado", tornando - se, portanto, objeto de seus pais, professores, cientistas o que o impede de construir um conhecimento profundo de seu ser e do outro. Geralmente este sujeito não tem a possibilidade de se interrogar ou estabelecer uma identificação significante, pois, é direcionado a uma contínua situação de dependência ou a preencher um vazio intelectual, pelos que o rodeiam, deixando-o sem defesa.Neste contexto,ficam privados de experiências que promovem seu desenvolvimento e no que diz respeito à sexualidade estão limitados de informação, contato social e até mesmo de modelos interessantes de relações afetivas. Faltam orientações claras, objetivas e fidedignas acerca de temas que envolvem a sexualidade o que contribui para a perpetuação dos estereótipos, negando-os a chance de desenvolverem suas potencialidades e de viver experiências no âmbito afetivo e sexual e a integração social Código Trabalho:754 Título: O CARTÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES COMO INSTRUMENTO NA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ Autores: ALDA ELIZABETH IGLESIAS AZEVEDO Instituição: Secretaria Muncipal de Cuiabá- MT Cidade/UF: CUIABA/MT Resumo: Justificativa: Para se implantar um programa de atenção a saúde de adolescentes e jovens é necessário a construção de políticas públicas capazes de prover atenção integral à saúde em todos os níveis de complexidade e a validação do cartão de saúde do adolescente como projeto piloto do Ministério da Saúde, na capital, foi o marco do programa .Objetivos: incorporar o procedimento à rotina das atividades de atendimento e ao quadro organizacional dos serviços preventivos e assistenciais. Sensibilizar e capacitar profissionais de saúde para compreenderem o significado, as manifestações e as conseqüências do crescimento e desenvolvimento dos adolescentes. Formar alianças e parcerias necessárias para que seja o início de uma atuação ampliada e de suporte ao adolescente. Métodos: sensibilização e treinamento dos profissionais de 6 unidades básicas de saúde de diferentes regionais da capital sobre organização de serviço e abordagem do adolescente e o preenchimento e uso do cartão; estudo com um grupo focal de 20 adolescentes de ambos os sexos sobre a aderência ao uso do cartão e pesquisa com os profissionais das unidades de referência sobre sua utilidade.Resultados: Ainda em fase de implantação do cartão o grau de satisfação do adolescentes em participar do projeto está sendo interessante com sugestões que podem nortear a assistência na área, além de permitir o protagonismo e a responsabilidade com sua saúde e a disseminação do programa na unidade. Aos profissionais traz um segurança na metodologia do atendimento, fluxograma na unidade e vem norteando suas condutas. O cartão ,está permitindo assinalar, a partir do atendimento, as principais queixas dos adolescente, acompanhar de forma integrada com o adolescente seu crescimento e desenvolvimento, vacinas, detectar fatores protetores e fatores de risco , obter informações e resgatar o sentido de cidadania do adolescente garantindo o bem estar físico, social e emocional . Promove a intersetorialidade ao estabelecer parcerias dentro do setor saúde e com outras instituições, fortalecendo a rede de apoio social; Subsidia a formulação de políticas públicas saudáveis. É um instrumento educativo ao profissional que lida com a proteção adolescente e para população, levando a mobilização da sociedade. Conclusões: A Secretaria de Saúde é proponente e executora das políticas públicas de seus respectivos setores, além de responsáveis pelos estabelecimentos que atendem às crianças e aos adolescentes. Sem se integrar ao quadro das práticas profissionais e à rotina dos serviços, o atendimento não se efetivará. E o cartão de saúde do adolescente dará visibilidade a esta política no município representando o compromisso de incorporar a atenção à saúde da população jovem à estrutura, mecanismos de gestão, ações e rotinas do Sistema Único de Saúde em todos seus níveis. E, serve de parâmetro norteador às diversas ações, serviços e programas do setor Saúde - existentes e a serem criados, nas unidades de saúde. Código Trabalho:331 Título: O ENSINO DA INFORMÁTICA NO AMBIENTE HOSPITALAR: O PACIENTE VIRANDO ALUNO E O ALUNO SENDO PACIENTE Autores: FABIANA FERREIRA NASCIMENTO;ANA LUCIA TAROUQUELLA SCHILKE;REGINA MULLER;REGINA XAVIER Instituição: Intituto nacional de Cardiologia Laranjeiras Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A febre reumática é uma doença séria, de difícil adesão ao tratamento e que vem acometendo um numero crescente de crianças e adolescentes em nosso país, comprometendo significativamente a inserção desse futuro jovem, no mercado de trabalho, gerando com isso um problema social. Objetivos: Diante dessa evidência, pensamos em estratégias educativas que pudessem contribuir para a diminuição da exclusão social. Nosso trabalho surge da necessidade de garantir o acesso ao conhecimento de uma ferramenta, hoje, indispensável para o mercado de trabalho - a informática. Objetivamos contribuir para a diminuição das desigualdades sociais vivenciadas pelos portadores de febre reumática através da qualificação profissional desses jovens, possibilitando, ainda, a vinculação com o hospital garantindo assim adesão ao tratamento. O trabalho em grupo permite a socialização de suas histórias de vidas. Eles/as a partir disso, re-significam essas experiências e incorporam a utilização da informática como um instrumento potencializador do acesso ao conhecimento. Métodos: O curso é dividido em cinco módulos de formação que mesclam conceitos da informática - Windows, Internet, Word, Excel e PowerPoint - com conhecimentos da vida cotidiana, onde ao final de cada modulo é realizado uma atividade extra-classe ligada aos temas geradores que surgem das demandas trazidas pelos/as alunos/as. O curso tem duração de seis meses e as aulas acontecem semanalmente - aos sábados das 09:00 as 12:00 com capacidade para 12 alunos. Optamos por trabalhar com o referencial teórico baseado na metodologia sócio-construtivista de Vygotsky onde o professor atua como um mediador do conhecimento. Combinado a essa, a metodologia do conhecimento em rede, que visa possibilitar a esses adolescentes compreenderem novos caminhos do mundo do trabalho, sendo apresentados a novas tecnologias, as culturas existentes e aos novos conhecimentos que surgem. Resultados: Já estamos na nossa terceira turma e mantemos um índice elevado de comparecimento as aulas. Percebemos que os alunos/pacientes mantém em dia a profilaxia secundária* e que contribuímos para expandir o conhecimento e a curiosidade desses/as adolescentes. Sua auto-estima aumenta e eles/as se sentem valorizados por estarem participando de um curso oferecido pelo hospital. Conclusões: Dependendo da profissão e sem o conhecimento da informática, o individuo tem dificuldades de encontrar uma posição no mercado de trabalho.Durante todo o curso temos a preocupação de que esses/as adolescentes/as se questionem: qual a importância do curso; porque as informações que circulam nele são importantes; como fazer para perpetuá-las e quem poderá ser beneficiado por ela.Quando propomos uma intervenção pedagógica a este sujeito estamos propondo um novo pensar sobre a saúde e a educação de quem vivencia a rotina médicohospitalar. Nessa dimensão, o computador é utilizado e visto como uma ferramenta pedagógica que possibilita o trabalho em outras dimensões. Código Trabalho:699 Título: PERFIL DAS PARTURIENTES ADOLESCENTES E SEUS NEONATOS EM HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;NELIANA TEMPONI;JAQUELINE OLIVEIRA RODRIGUES;ALEXANDRA SILVA VELOSO Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Gravidez na adolescência tem se revestido de extrema importância na atualidade pela sua freqüência e conseqüências às pacientes, seus neonatos, além do custo social. Adolescência Medidas de prevenção nas pacientes com idade menor que 20 anos têm sido desenvolvidas pelos serviços de saúde pública. Estudar sua incidência contribui para maior compreensão do problema e otimizar os programas de prevenção. Objetivos: Determinar a incidência, associação com peso de nascimento, idade gestacional e tipo de parto em pacientes com idade menor que 20 anos, no período de maio de 2004 a junho de 2006, em hospital público municipal. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo. Foram estudados todos os registros dos partos ocorridos no hospital, anotados tipo de parto, idade materna, idade gestacional, paridade, peso de nascimento e Apgar de primeiro e quinto minutos. Os neonatos foram agrupados em nativivos (NV) e natimortos (NM). Correlação com tipo de parto, peso de nascimento e idade gestacional foi analisada utilizando o programa Epi-Info 6.4. Resultados: Em 4385 nascimentos (4289 NV e 86 NM) foram identificadas 850 (18,4%) gestantes com idade menor que 20 anos (791 NV e 14 NM), sendo 34 (4,3%) com idade inferior a 15 anos. Em relação ao tipo de parto foram 531 partos vaginais (66%), 250 cesáreas (31,1%) e em 19 casos parto vaginal com auxílio de fórceps (2,4%). Dos 805 nascimentos, 216 (26,8%) foram neonatos com baixo peso e 218 (27%) neonatos prematuros, sendo 43 (5,3%) com idade gestacional inferior a 30 semanas. Não houve significância estatística nos fatores analisados. Conclusões: A gravidez na adolescência necessita de cuidados especiais tanto física quanto psicologicamente, assim como de programas de prevenção. No nosso serviço cerca de um quarto dos partos foram de mães com idade inferior a 20 anos, com o alarmante percentual, cerca de 4%, com idade inferior a 15 anos. Não houve correlação estatística com os fatores estudados, porém é elevado o percentual de neonatos com baixo peso e prematuros (ambos próximo a um terço), e de partos cesáreos (um terço). Código Trabalho:1156 Título: PERFIL DE ATENDIMENTOS DE AMBULATÓRIO ESPECÍFICO PARA ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE OSASCO Autores: ALEXANDRE MASSASHII HIRATA;LÍGIA DE FÁTIMA NÓBREGA REATO;ROBERTA MACHADO BOZZETTI;JULIANA TODARO;ADRIANA YUMI HIRAI Instituição: Faculdade de Medicina do ABC Cidade/UF: SANTO ANDRÉ/SP Resumo: Introdução: Frente à importância demográfica e vulnerabilidade aos agravos da população adolescente, faz-se necessário um programa de atenção diferenciado e abrangente, capaz de corresponder às expectativas dessa faixa etária, e baseado em suas necessidades de saúde. Objetivos: O presente estudo visou traçar o perfil dos atendimentos realizados em ambulatório de adolescentes no município de Osasco. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo nos prontuários de 804 adolescentes matriculados em ambulatório municipal específico para adolescentes no período de outubro de 2003 a setembro de 2005. Através de protocolo-padrão, foram coletadas as seguintes informações: idade, sexo, desenvolvimento puberal, motivo da consulta, estado nutricional e hipóteses diagnósticas (principal e secundárias). A partir dos dados obtidos, foram calculados valores absolutos e percentuais, e, para análise comparativa, foi utilizado o teste de qui-quadrado. Considerouse significativo p<0,005. Resultados: Nos 804 adolescentes avaliados, observou-se discreta predominância do sexo feminino (52,7%). A idade média da população estudada foi de 13,66 ± 2,32 anos. Em relação ao desenvolvimento puberal, de acordo com a Classificação de Tanner, 314 (39,1%) dos adolescentes estavam em estágio M5/G5 e 138 (17,2%) em M4/G4. Entre as meninas que já haviam apresentado menarca (301) a idade média foi de 11,32 ± 1,31 anos. Na avaliação do estado nutricional, 79,2% dos pacientes (637) eram eutróficos, com valor médio de Índice de Massa Corpórea (IMC) de 20,1 ± 3,9. As queixas distribuíram-se em: 49% orgânicas, 45,5% gerais e 5,5% psicológicas. A correlação entre a especificidade da queixa e a Classificação de Tanner foi significativa. Dentre os diagnósticos estabelecidos destacaram-se: alterações respiratórias em 125 pacientes(15,5%), afecções dermatológicas em 95 (11,8%) e alterações oftalmológicas em 92 (11,4%) Conclusões: O perfil dos atendimentos foi compatível com os dados de literatura quanto à distribuição por sexo e faixa etária, diferenciando-se pela baixa freqüência de queixas psicológicas. S16 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho:600 Título: PREVALÊNCIA DA DISMENORRÉIA EM ADOLESCENTES RESIDENTES DA ZONA RURAL E URBANA, DA CIDADE DE GUARAREMA, SP. Autores: KELENCRISTINA THOMAZ ROMERO;ALINE SOKOLOWSKI SILVA;ANDREA CASTRO CORRALLO;RAFAEL FONSECA RODRIGU SOUZA;MARIA SYLVIA SOUZA VITALLE Instituição: Escola Paulista de Medicina / UNIFESP Cidade/UF: MOGI DAS CRUZES/SP Resumo: Introdução: Dismenorréia é uma síndrome álgica que ocorre no período pré ou intramenstrual. Classificada como leve, moderada e grave conforme a intensidade dos sintomas. Objetivos: Determinar a prevalência de dismenorréia em adolescentes, residentes da zona rural e urbana, da cidade de Guararema e classificar quanto à intensidade da sintomatologia. Métodos: Estudo transversal de junho a novembro de 2001, com 506 meninas de 10 a 16 anos de idade, da escola Dr. Roberto Feijó, residentes da zona rural e urbana. Os dados foram obtidos através de entrevista direta e individual sobre o desenvolvimento puberal e dismenorréia. Resultados: Das 506 meninas entrevistadas, apenas 309 (61,07%) apresentavam menarca e a média de idade da menarca foi de 12 anos em ambas áreas estudadas. A prevalência de dismenorréia foi de 63% (n=63) e de 57% (n=120) na zona rural e urbana respectivamente. Com relação a intensidade da dor 39,68% (n=25) das meninas da zona rural consideram fraca, e da urbana 30,83 (n=37); moderada 19,04% (n=12) na rural e 29,16% (n=35) na urbana, e forte 41,26% (n=26) na zona rural e 40% (n=48) na zona urbana. Conclusões: Encontramos uma alta prevalência de dismenorréia no grupo estudado devido ao questionamento ter sido dirigido para esta sintomatolgia, mas a caracterização da dor deve ser melhor investigada pela grande proproção de meninas que consideram sua dor forte. Código Trabalho:944 Título: PREVALÊNCIA DE COMPORTAMENTOS SEXUAIS DE RISCO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Autores: STELLA MARIA DE MELO BASTOS BRAGA;ROBERTO ASSIS FERREIRA;MARCO ANTÔNIO DUARTE;SARAH GONÇALVES FONSECA;RODRIGO DE ALMEIDA FERREIRA Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Área: ADOLESCÊNCIA Contato: [email protected] Resumo: Introdução: O interesse pelo comportamento sexual dos jovens vem crescendo nas últimas décadas, tanto pelo aumento na taxa de fecundidade, como pela alta prevalência de DST/AIDS nesta faixa etária. Objetivos: descrever aspectos da sexualidade e a prevalência de comportamentos sexuais de risco para DST/AIDS entre estudantes da UFMG. Métodos: estudo transversal com amostra representativa de estudantes universitários do primeiro ano, pertencentes a cursos das oito áreas de conhecimento da UFMG. Como instrumento utilizouse questionário com questões fechadas, aplicado a 362 alunos com idade entre 18 e 25 anos (jovens - OMS). Entre os alunos que responderam ao questionário, 58,6% eram do sexo masculino e 41,4% do sexo feminino. Apenas um aluno era casado. Resultados: 65,7% dos universitários haviam iniciado vida sexual com penetração, com predominância do sexo masculino. A idade média da primeira relação sexual foi de 16,4 anos, com início mais precoce no sexo masculino. A maioria dos universitários sexualmente ativos relatou ter tido de um a três parceiros durante a vida. Nos dois últimos meses anteriores à pesquisa, 60,9% tiveram um único parceiro sexual e 30,3% não tiveram nenhum parceiro. O tipo de relação sexual mais freqüente foi pênis-vagina, seguido pelo sexo oral. Poucos declararam ter tido relação anal. Houve predomínio de heterossexualidade e poucos relatos de homo ou bissexualidade. Quanto ao uso do preservativo, menos da metade dos universitários sexualmente ativos (45,8%) declarou uso constante, em todas as relações sexuais. Entre os motivos para o não uso constante do preservativo, a maioria (56,6%) não apontou motivo entre as opções apresentadas, mas os mais relatados foram: diminuir o prazer; quebrar o clima da transa; o parceiro não gostar e por achar que não precisa. Conclusões: o percentual de universitários, com vida sexual ativa, com comportamentos de risco para DST/AIDS é significativamente Adolescência elevado. Código Trabalho:764 Título: PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES ESCOLARES: EXPERIÊNCIA QUE VEM DANDO CERTO Autores: THIAGO ROBERTO CORREIA;CLAUDIA BARBOSA DE A. MEDEIROS;ÉLCIO DUARTE LIMA;NAIR SIMÕES ANDRADE;SÉPHORA CAROLINE TELES;TÂNIA MARIA LAGOFALCÃO Instituição: Universidade de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O uso de drogas na adolescência resulta em transtornos na personalidade e no estabelecimento de relações interpessoais. É de interesse dos universitários modificarem essa realidade, pondo em prática o que é aprendido na sala de aula. Objetivos: Transmitir informações científicas sobre drogas; responder às dúvidas dos escolares, identificando as mais freqüentes; estimular o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a problemática; e clarificar outros questionamentos eventualmente trazidos pelos jovens, como doenças sexualmente transmissíveis, problemas familiares e violência. Métodos: Neste projeto de extensão, são realizados encontros com alunos do ensino fundamental da rede pública. Para facilitar a abordagem e a compreensão pelos escolares, são usados vários recursos didáticos, tais como figuras, cartazes, paródias, dramatização, jogos, colagens e textos (de jornais, revistas ou da internet). O desenvolvimento do trabalho é baseado em encontros com debates, a partir das vivências cotidianas de cada grupo a ser trabalhado. Ao mesmo tempo em que se realizam os encontros, os universitários buscam averiguar as informações trazidas por eles e identificar o aprendizado de novos conhecimentos. Resultados: Dessa vivência, percebeu-se uma maior afinidade dos alunos por aulas práticas, as quais abriam espaço para várias discussões dentro da vivência deles. Durante os encontros, coletaram-se textos, cartazes e desenhos que abordam a temática. Relatos de professores após a aplicação do projeto revelam uma mudança favorável na postura de certos alunos no que diz respeito ao consumo de drogas no recinto escolar. Além disso, a observação direta de alguns estudantes revela uma postura engajada, capazes de difundir a mensagem de prevenção do uso de drogas na comunidade. Conclusões: estima-se que as informações adquiridas perdurem nos escolares e perpetuem-se na comunidade. Para isso, contudo, é imprescindível que se garanta a manutenção permanente de grupos de trabalho na linha de atuação deste projeto. Código Trabalho:555 Título: PROJETO DE VIDA: DESAFIO DO ADOLESCENTE DE BAIXA RENDA Autores: FERNANDA MAIRA DUARTE;MARIA CLEZILTE BRASILEIRO;MARIA MÁRCIA BELTRÃO;LORENA MOREIRA;FERNANDA FLORES;CYNTHYA MANUELLY CAVALCANTE Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Ao final da adolescência, espera-se que o indivíduo tenha adquirido as características biopsicossociais do adulto. Para tal, são necessárias condições propícias, o que não ocorre nas populações de baixa renda, onde os jovens são recrutados precocemente à participar da força ativa de trabalho e na manutenção da família. Objetivos: Avaliar quais os projetos de vida de adolescentes de uma escola pública da cidade do Recife. Métodos: Estudo descritivo transversal realizado durante projeto de extensão universitária (2004), como uma das atividades propostas no projeto, com alunos da escola Leal de Barros, na cidade do Recife. Utilizou-se como instrumento de pesquísa, questionário auto aplicável à 143 alunos da sexta e sétima séries, de ambos os sexos, de 11 a 18 anos, após consentimento livre e informado dos mesmos. Os dados obtidos, alimentaram o banco de dados criado no Epi-info 6.04, sendo analisados estatisticamente, utilizando-se como nível de significância p<0,005. Resultados: Dos 143 adolescentes, 55,9% eram do sexo masculino e 44,1%, do sexo feminino; 65%(93/143) eram menores de 15 anos e 35%(50/143) situavam-se na faixa etária de 15 a 18 anos. Destes, 26%(13/50) trabalhavam e 8% contribuiam com as despesas familiares (todos do sexo masculino). Dos menores de 15 anos, 5,4%(5/93) também trabalhavam. Em relação ao gênero, 20%(16/80) dos adolescentes e 3,2%(2/63) das adolescentes já trabalhavam. Quanto ao projeto de vida, 45%(36/80) dos meninos pretendiam fazer vestibular; 23,8%(19/80), um curso profissionalizante e 21,3%(17/80) não pensavam no assunto. Das adolescentes, 71,4%(45/63) pensavam fazer vestibular; 14,30%(9/63), um curso profissionalizante e 9,5%(6/63) ainda não haviam pensado no assunto. Dos 143 adolescentes, 5,6%(8/143)pretendiam parar de estudar após o ensino médio. Entre os pais, 33,9%(39/115) e 12,2%(14/115), concluíram o segundo e terceiro graus versus 31%(35/113) e 3,5%(4/113) das mães, respectivamente. Conclusões: O baixo nível de escolaridade dos pais associado às precárias condições de vida, contribuem para a falta de um projeto de vida estruturador entre os adolescentes. Faz-se necessário um suporte educacional competente, que os mantenha na escola, valorize e desenvolva suas aptidões, e os encaminhe a uma formação profissional adequada e futura inserção no mercado de trabalho. Código Trabalho:675 Título: RELAÇÃO ENTRE PESO AO NASCER, ALEITAMENTO MATERNO E OBESIDADE DOS PAIS COM A OBESIDADE DE ADOLESCENTES Autores: GLAUCE LAMOGLIE CARVALHO;ISA PADUA CINTRA;MAURO FISBERG Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: a obesidade é conhecida como uma patologia de epidemia mundial, atingindo inclusive a classe pediátrica, sendo que vários estudos têm identificado alguns fatores contribuintes para a obesidade nessa faixa etária, como genéticos, neonatais ambientais e estilos de vida. Objetivos: o presente artigo visou avaliar a relação entre o peso ao nascer, o aleitamento materno exclusivo e obesidade dos pais como possível contribuição para o excesso de peso em adolescentes. Métodos: Foram coletados dados dos pacientes do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da UNIFESP (CAAA), dos diferentes ambulatorios, nutrição geral, obesidade e esporte, quanto à idade, índice de massa corpórea (IMC) na 1ª consulta, peso ao nascer (Pn), aleitamento materno exclusivo (AME) e o estado nutricional dos pais. Os dados foram tabulados no software Excell, tendo a amostra sido dividida em eutrófica, quando o IMC estivesse entre os percentis 5 e 85 e excesso de peso quando o IMC fosse superior ao percentil 85. Para análise e validação estatística das associações encontradas, utilizou-se o programa SPSS 10.1. Resultados: Entre os 292 adolescentes estudados, 32,5% eram do sexo masculino e 67,5% do feminino, com média de idade de 14,63 ± 2,3 anos. Em relação ao estado nutricional, 33,3% eram eutróficos e 66,7% apresentavam excesso de peso, entretanto estes dois grupos não apresentaram diferença estatística em relação à idade, ao sexo e ao tempo de aleitamento materno. A duração média do AME e o Pn foram, respectivamente, 3,321± 2,261 meses e 3064 ± 0,695 no grupo eutrófico e 3,147 ± 2,179 e 3310 ± 0,646 no grupo com excesso de peso. Apesar do tempo de AME não ter apresentado diferença estatística entre os dois grupos, verificou-se um efeito protetor do aleitamento materno contra o excesso de peso (OR=1,83). Em relação ao Pn, também se verificou uma associação positiva do elevado peso ao nascer com o índice de massa corporal dos adolescentes (p=0,012). Esta variável mostrou ser um fator de risco para o excesso de peso na adolescência (OR = 2,86). Encontrou-se uma correlação significativa (p<0,001) entre o estado nutricional dos adolescentes com o de seus pais. Verificou-se que no grupo com excesso de peso 37,6% de suas mães e 31,7% de seus pais também eram obesos, sendo que adolescentes filhos de mães obesas tem aproximadamente quatro vezes mais chance de apresentarem excesso de peso (OR=3,89), enquanto que os filhos de pais obesos tem chance três vezes maior de apresentarem excesso de peso (OR=2,97). Conclusões: pelos resultados encontrados indica-se a monitoração destas variáveis em estágios precoces da vida, como forma de auxiliar o controle da obesidade observada atualmente nesta faixa etária. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S17 Adolescência Código Trabalho:622 Título: RELATO DE CASO: SÍNDROME DE STURGE WEBER EM ADOLESCENTE DO SEXO MASCULINO - ALTERAÇÕES CLÍNICAS Autores: MARISA LAZZER POIT;LÍGIA DE FÁTIMA NÓBREGA REATO;ALEXANDRE MASSASHI HIRATA;DANILA MAYUMI WASSANO;LÍVIA KSYVICKS Instituição: Faculdade de Medicina do ABC Cidade/UF: SÃO BERNARDO DO CAMP/SP Resumo: Introdução: A síndrome de Sturge Weber é uma malformação congênita, de etiologia desconhecida, caracterizada pela presença de angiomatose da leptomenige e da face. Acredita-se ser causada pela persistência de um plexo vascular ao redor da porção cefálica do tudo neural. Caracteriza-se por uma angiomatose corticocerebral, calcifacações cerebrais, epilepsia, nevo facial, alterações oculares. O padrão de herança genética da SSW é autossômico dominante com expressão variável. Não há correlação com sexo ou raça. Como a síndrome tem evolução clínica variável, Roach classificou as angiomatoses encefalofaciais em tipos I,II,III. A incidência de angiomas faciais tipo mancha em vinho do porto (Roach tipo II) é comum, acometendo 3:1000/nascidos vivos, porém somente 5 a 10% desses são caracterizados como SSW-tipoI. A SSW-tipos I e III tem incidência rara, acometendo 1:50000/nascidos vivos. Essa incidência vem aumentando devido à melhora de técnicas de neuroimagem e ressonância nuclear magnética que permitem a detecção de casos de SSW sem angioma facial (Roach tipo III). Relato de Caso: JSS, sexo masculino, 12 anos e 1 mês, branco. Veio encaminhado por apresentar sentimento de menor valia. A mãe refer que o filho é acompanhado nos Serviço de Oftalmologia e Dermatologia, para controle de perda de visão e glaucoma em olho D, e aplicação de laser em hemangioma facial, respectivamente. Ao exame clínico apresentava micrognatia com protusão da arcada dentária superior com alteração de mordida, mácula vinhosa em hemiface direita. Encaminhado para avaliação com Cirurgia Plástica e Psicologia. Discussão: A SSW apresenta-se clinicamente com alterações dermatológicas, neurológicas e oculares. As alterações dermatológicas ocorrem porque o angioma facial está relacionado com a distribuição cutânea do nervo trigêmeo, podendo afetar metade da face e extender-se para o pescoço ultrapassando ou chegando próximo à linha média da face. As alterações neurológicas são decorrentes da angiomatose leptomeníngea e podem incluir convulsões focais e hemiparesia (contralaterais ao lado afetado), atrofia cerebral, ipsilateral ao angioma facial, hemiplegia e retardo mental. O paciente apesar da angiomatose leptomeníngea, é neurologicamente normal. As alterações oculares mais frequentes são: glaucoma (30 a 70%) e hemangioma de coróide (em 1/3 a 1/2 dos casos relatados na literatura). O nosso paciente apresenta glaucoma secundário pós trabecular devido ao aumento da pressão venosa episcleral e hemangioma de coróide acometendo a área macular. Conclusões: O acometimento oftalmológico freqüente na SSW mostra a importância do encaminhamento precoce ao oftalmologista evitando principalmente complicações glaucomatosas e retinianas, que podem levar à perda de visão. A integração multidisciplinar é indispensável para melhora do prognóstico do paciente já que permite a abordagem de todas as manifestações e complicações clínicas da SSW, além de permitir o diagnóstico precoce de pacientes com a doença. Código Trabalho:36 Título: SÍNDROME DE TURNER NA ADOLESCÊNCIA Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;TATIANA SÁ MAGALHÃES;CLAUDIA BRAGA CARDOSO;ISABEL CRISTINA SILVA BOUZAS Instituição: UERJ / NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Síndrome de Turner (ST) foi descrita em 1938 por Turner que a caracterizou por baixa estatura, hipogonadismo, pescoço alado e cubitus valgus. Ocorre em aproximadamente 1 a cada 2.500 meninas nascidas vivas, sendo umas das alterações cromossômicas mais frequentes no sexo feminino. Decorre de uma deficiência total ou parcial de um dos cromossomos X e os cariótipos mais comuns são: 45,X em 50% dos casos e os mosaicos: 45,X/46XX e 45,X/46Xi(Xq), cada um encontrado em 15% dos casos. O quadro clínico é caracte- S18 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. rizado por baixa estatura, disgenesia gonadal, malformações e estigmas diversos, como palato em ogiva, cubitus valgus, epicanto, entre outros. No período neonatal, o achado mais comum é o linfedema de mãos e pés, podendo haver higroma cístico ou hidropsia fetal. Na infância o principal sintoma é a baixa estatura, com desaceleração do crescimento na idade escolar. Na adolescência podem ser observados baixa estatura associada à ausência de estirão puberal e aparecimento dos caracteres sexuais secundários, amenorréia primária e infertilidade. A baixa estatura está presente em quase todos os casos, determinando uma estatura final bastante comprometida. O hormônio de crescimento (HGHr) é recomendado para os casos de pior prognóstico estatural, promovendo um acréscimo de 8 a 10 cm na estatura final. Objetivos: Avaliar as causas e consequências do diagnóstico tardio da ST, na adolescência. Métodos: Foram avaliados 5 casos de pacientes encaminhadas ao ambulatório do NESA/HUPE, no período de julho de 2000 a dezembro de 2005, para avaliação clínica, sendo feito o diagnóstico de ST. Foram avaliados: o motivo do encaminhamento, a idade do primeiro atendimento, a presença de dismorfias e puberdade espontânea. Resultados: Dentre os motivos do encaminhamento: nenhum foi por suspeita de ST, 2 foram encaminhadas exclusivamente por baixa estatura, 1 por baixa estatura associada à amenorréia primária, 1 por baixa estatura associada a atraso puberal e 1 por amenorréia primária. Dentre essas pacientes, todas apresentavam baixa estatura e estigmas em graus variados, 3 apresentavam puberdade espontânea e 1, cardiopatia. Avaliando a idade da primeira consulta no NESA, temos: 12 anos, 12 anos e 5 meses, 17 anos e 3 meses 15 anos e 6 meses e por fim 13 anos e 6 meses. O cariótipo de 3 destas demonstrava mosaicismo. Conclusões: A baixa estatura deve sempre ser avaliada para exclusão de ST. Mesmo as pacientes com puberdade espontânea devem ser criteriosamente analisadas, pois esta última não invalida o diagnóstico de ST, sendo um fator prejudicial para a estatura final. Os pediatras devem estar atentos às manifestações clínicas da ST, pois seu diagnóstico precoce, com reconhecimento das malformações e de co-morbidades associadas, bem como a utilização do HGHr , promovem uma qualidade de vida melhor para essas pacientes. Código Trabalho:632 Título: TAXAS BIOQUÍMICAS E ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE ADOLESCENTES MATRICULADOS NO ENSINO PÚBLICO E PRIVADO DE CAMPINA GRANDE-PB. Autores: DANIELLE FRANKLIN CARVALHO;MARIA APARECIDA ALVES CARDOSO;WILMA VASCONCELOS SOUSA;MARIA STEFANIA NÓBREGA BATISTA;ANDREA CAROLINO MONTE;GUSTAVO HENRIQUE FIORENTINO Instituição: Universidade Estadual da Paraíba Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB Resumo: Introdução: A alta prevalência de sobrepeso/obesidade apresenta-se como grave problema de saúde pública, especialmente pelo crescimento entre crianças e adolescentes e pelas complicações associadas. Objetivos: Estudar os índices antropométricos e as taxas bioquímicas (glicemia, colesterol total, lipoproteínas HDL, LDL e VLDL, e triglicérides) de adolescentes de Campina Grande-PB. Métodos: Estudo transversal com 180 adolescentes de 14 a 17 anos, de escolas públicas e privadas de Campina Grande-PB. Foram coletados cerca de 5mL de sangue de cada adolescente, por punção venosa, após jejum prévio de 10-12h. As análises bioquímicas foram realizadas no Laboratório de Análises Clínicas (LAC) da Universidade Estadual da Paraíba e interpretadas segundo os valores propostos pelo American Diabetes Association (1999) e o III Consenso Brasileiro de Dislipidemia (2001). Foram tomadas medidas de peso e altura para construção do Índice de Massa Corporal (IMC). O diagnóstico nutricional foi feito com referência no SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), que adota o critério de classificação percentilar do IMC, segundo idade e sexo, do padrão National Health and Nutrition Examination Survey. A análise foi feita pelo EPIINFO, versão 2.0. A normalidade da distribuição foi avaliada pelo teste de Komolgorov-Smirnov. Foi feita análise descritiva dos resultados e posteriormente análise univariada, com a aplicação de testes de hipótese. Foi considerado o intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Dos 180 adolescentes avaliados, 95 Adolescência (52,8%) eram do ensino público e 85 (47,2%) do privado, sendo 70 (38,9%) do sexo masculino e 110 (61,1%) do feminino. Com relação ao estado nutricional, 83,9% dos estudantes mostraram-se eutróficos, 14,4% com sobrepeso e 1,7% com baixo peso. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes para essas variáveis quando estratificados por sexo e tipo de escola. À exceção da glicemia, todas as taxas bioquímicas investigadas mostraram-se alteradas. Chamou à atenção a alteração da lipoproteína HDL, observada em 56,7% dos adolescentes. Registrou-se associação estatisticamente significante (p?0,05) entre o IMC, categorizado em tercis, e o colesterol total e sua fração LDL, inclusive quando estratificados por sexo e tipo de escola. Os testes estatísticos apontaram diferenças entre o colesterol total para meninos e meninas, bem como para as escolas pública e privada (p?0,05). Conclusões: Os resultados mostram que cada vez mais adolescentes encontram-se acima do peso ideal e apresentam taxas bioquímicas alteradas, o que os torna mais suscetíveis a doenças como obesidade, dislipidemias e diabetes, por exemplo. Diante disto, recomenda-se que medidas preventivas sejam adotadas desde a infância, a fim de evitar que cada vez mais adolescentes venham a se tornar adultos portadores de obesidade e outras doenças crônicas. Código Trabalho:543 Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DO SOBREPESO E DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES MASCULINOS NAS CINCO MACRO REGIÕES DO BRASIL, NUM PERÍODO DE VINTE ANOS Autores: VERA LUCIA VASCONCELOS;TIAGO MARIA LAPA;EDUARDO FREESE CARVALHO;ANA LUCIA RIBEIRO VASCONCELOS;WAGNER ABREU LOPES Instituição: Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães-FIOCRUZ Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução:A Obesidade e o sobrepeso apresentam dimensões epidêmicas globais, e são fatores de risco relevantes para o surgimento de doenças crônicas. O perfil epidemiológico do Brasil vem mudando muito nas últimas décadas, contribuíndo para ascensão deste problema. Objetivos: O estudo visa determinar a prevalência do sobrepeso e da obesidade no Brasil, nas cinco macro regiões, em cada estado separadamente, e posteriormente verificar a tendência temporal. Métodos: Utilizou-se como fonte de informações, o Banco de Dados do Exército Brasileiro, com 4.031.297 adolescentes masculinos de 17-19 anos de idade, residentes em todos os estados do Brasil de 1980-2000. Realizou-se cinco cortes transversais a cada cinco anos, e quantificou-se a prevalência anual do sobrepeso e da obesidade por estado. Consideramos sobrepeso, índice de massa corporal(IMC) entre 25-29,9 Kg/m² e obesidade IMC?30 Kg/m² de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Resultados: Analisando-se as prevalências de sobrepeso e de obesidade, verificamos que a curva é ascensional, mostrando que a tendência temporal nos últimos vinte anos é crescente no Brasil, com uma razão de prevalência de 2,58 para sobrepeso e de 8,18 para obesidade, quando comparada a prevalência inicial com a final do período estudado. Esta tendência epidemiológica foi observada igualmente nas cinco macro regiões e nos diferentes estados, quando analisadas separadamente. Em todos os estados, a prevalência do sobrepeso foi maior que a da obesidade. Porém, a velocidade de incremento da obesidade foi mais alta que a do sobrepeso. A velocidade de ganho para o sobrepeso foi maior no Nordeste, com uma razão de prevalência bem acima da taxa do Brasil como um todo, e menor na região Norte. No Sudeste, em todo o período analisado e em quase todos os estados, as taxas de sobrepeso cresceram acentuadamente, vindo a ocupar a posição da segunda maior razão de prevalência em relação as demais regiões do Brasil. No Centro-Oeste as prevalências de sobrepeso cresceram acentuadamente em todos os estados. Numa análise global, observamos que no Sul e Sudeste as taxas de sobrepeso foram acima dos valores do país em praticamente todos os anos. Em relação a obesidade, verificamos que a razão de prevalência em sua totalidade foi mais alta que a do sobrepeso, mostrando curva ascensional. Os dados mostram que o Nordeste também teve o maior incremento para a obesidade, alcançando taxas maiores que as do Brasil. A segunda maior velocidade de ganho para a obesidade foi apresentada pela região Norte, e a menor velocidade pela região CentroOeste. Na região Sul e Sudeste em todos os anos, as taxas foram superiores às apresentadas pelo Brasil. Observamos também, que em todo o período estudado e na maioria das regiões do país, houve uma forte correlação linear, exceto no Centro-Oeste que mostrou correlação negativa. Conclusões:A tendência secular do sobrepeso e da obesidade em adolescentes masculinos brasileiros é crescente de 1980-2000. Código Trabalho:1162 Título: TENTATIVA DE SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA: PERFIL DAS INTOXICAÇÕES EXÓGENAS NOTIFICADAS PELO CEATOX (CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA) DE PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE 2002 A 2006. Autores: MARIA LUCINEIDE PORTO AMORIM;VALQUÍRIA WANDA SANTOS;AMÉRICO ERNESTO OLIVEIRA JR Instituição: centro de assistência toxicológica de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O índice de suicídio entre adolescentes triplicou nos últimos 20 anos. No Brasil, entre 26 a 30% dos suicídios ocorrem em indivíduos de até 24 anos, constituindo, assim, um grave problema de saúde pública. A adolescência caracteriza-se por uma etapa de conflitos e contradições devido a múltiplas situações novas e pressões sociais que o indivíduo vivencia. Estes e diversos outros fatores podem favorecer risco potencial de comportamento autodestrutivo. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio na adolescência, compreendendo a faixa dos 10 aos 19 anos, notificadas pelo CEATOX do Hospital da Restauração/Recife-PE, no período de fev/ 2002 a fev 2006. Métodos: O levantamento dos dados foi realizado através de estudo retrospectivo das fichas de notificação de ocorrências toxicológicas que integram o banco de dados do CEATOX /PE, no período de fev/2002 a fev/2006, onde foram estudadas as intoxicações exógenas agudas em adolescentes de 10 a 19 anos, segundo: faixa etária, sexo, circunstância, agente tóxico e mortalidade, analisados de acordo com a distribuição de freqüência. Resultados: Foram notificados no período citado, 1321 casos de intoxicação exógena. Destes, 997 (75.4%) foram tentativas de suicídio, sendo 892 (67.5%) do sexo feminino e 389 (29.4%) do sexo masculino. Observamos, no entanto, que o número de casos nos adolescentes masculinos, embora menor em todo período, tem crescido a cada ano. A faixa etária mais acometida foi de 16 a 19 anos, com 771 (58.3%) intoxicações, sendo 16 anos com 178 (13.4%), 17 com 179 (13.5%), 18 com 213 (16%) e 19 anos com 201 (15.2%). Houve predomínio de intoxicações por chumbinho (agrotóxico comumente utilizado como raticida) com 649 (48.9%), seguido de medicamentos, 449 (33.9%). Foram registrados 10 (0.7%) óbitos, 6 do sexo feminino e 4 masculino, 7 por carbamato e 3 por causas desconhecidas, 3 casos aos 15 anos, 3 aos 19, 2 aos 16, 1 aos 11 e 1 aos 14. Conclusões: Foi constado crescente prevalência da ingesta intencional do carbamato pelo sexo feminino no final da adolescência. Estes dados evidenciam a importância de aprofundarmos estudos sobre fatores sociais, emocionais, culturais que poderiam estar envolvidos na ideação suicida na adolescência, bem como, a identificação de recursos estratégicos que facilitem a detecção precoce dos sinais que precedem a tentativa de suicídio, e mais ainda, a desmistificação, intervenção e tratamento adequado dos casos, no esforço de, assim, minimizarmos as ocorrências, reincidências e casos letais neste grupo populacional. Código Trabalho:34 Título: TUBERCULOSE PULMONAR NA ADOLESCÊNCIA: UMA APRESENTAÇÃO INCOMUM DE UMA DOENÇA COMUM Autores: CRISTIANE MURAD TAVARES;RAFAEL LOPES CARVALHO;MARIA CRISTINA CAETANO KUSCHINIR;JOSÉ HENRIQUE WITHERS AQUINO Instituição: UERJ / NESA Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A Tuberculose é um grave problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. Foi demonstrado um aumento de sua incidência na década de 90 relacionado ao aumento populacional urbano, à pobreza e à infecção pelo HIV. Em nosso meio há dois picos de incidência: um na primeira infância e o outro no final da Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S19 Adolescência adolescência/início da vida adulta, comprometendo dessa forma, a fase mais produtiva da vida desse indivíduos. O papel do profissional de saúde em diagnosticar e tratar o mais precocemente possível, bem como identificar os contactantes, resulta num maior controle dessa endemia. Objetivos: Considerar a importância do diagnóstico de tuberculose na adolescência. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 19 anos, residente em Duque de Caxias, RJ, em casa de alvenaria, com condições satisfatórias de saneamento básico, sem história epidemiológica relevante, iniciou quadro de emagrecimento de aproximadamente 5 Kg em 2 meses, associado à tosse seca e febre esporádica. Procurou assistência médica em posto de saúde onde foi iniciada investigação. Foi realizado exames laboratoriais que evidenciaram uma anemia normocítica e normocrômica, dosagem hormonal tireoidiana dentro dos valores normais, Rx tórax demonstrando infiltrados nodulares difusos, bilateralmente, poupando ápices pulmonares, 2 PPD não reatores e 4 BAAR negativos. Encaminha para o NESA/ HUPE para investigação. Admitida na enfermaria do NESA em 08/05/2006 encontrando-se desnutrida (IMC: 12,5 kg/m2). Iniciada investigação complementar com Tomografia Computadorizada de tórax que evidenciou múltiplas opacidades acinares difusamente distribuídas com áreas de coalescência predominantemente nos segmentos superiores dos lobos inferiores, poupando os ápices; hilos de aspecto normal. Exame do escarro: baciloscopia e exame micológico direto negativos. Sorologia para HIV: negativa. Pesquisa de outros fungos:negativa (cultura e sorologia). Broncoscopia: mucosas sem alterações, com discreta quantidade de secreção purulenta nos lobos inferior direito e médio. O diagnóstico de Tuberculose Pulmonar (TP) foi confirmado com a baciloscopia direta do lavado broncoalveolar, sendo iniciado esquema RIP, sendo encaminhada ao ambulatório de tuberculose do HUPE para acompanhamento. Conclusões: Mesmo apresentando uma história epidemiológica irrelevante, um aspecto radiológico fora dos padrões esperados, prova tuberculínica não reatora e baciloscopias inicialmente negativas, o diagnóstico de TP deve sempre ser considerado devido a sua elevada incidência na adolescência e prevalência no nosso meio. S20 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Arquivos de Pediatria Alergia e Imunologia Alergia e imunologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S31 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 468 Título: A PERCEPÇÃO DE BRONCOESPASMO INDUZIDO POR EXERCÍCIO NAS CRIANÇAS E NOS ADOLESCENTES INFLUENCIA A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS ? Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;DECIO MEDEIROS;MARIA EUGENIA MOTTA;ALMERINDA REGO SILVA Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Crianças asmáticas frequentemente têm crises desencadeadas por exercício físico. Por outro lado, muitas mães têm medo de permitir que seus filhos façam atividades físicas. Objetivos: avaliar se a percepção de broncoespasmo induzido por exercício determina a atitude dos adolescentes e dos pais das crianças em evitar a prática de esportes e exercícios. Métodos: Foi realizado estudo transversal incluindo 62 crianças e adolescentes com mediana de idade de 9,5 anos (percentis 25 e 75: 7 - 12 anos) e diagnóstico clínico de asma. Os pacientes asmáticos consecutivamente atendidos em um ambulatório especializado responderam a um questionário que incluía as questões "evita participar de esportes ou brincadeiras devido à asma?", "tem cansaço quando joga ou brinca?", "tem chiado no peito quando joga ou brinca?" e "tem asma quando joga ou brinca?". Resultados: Dos pacientes entrevistados, 37% (23/62) afirmaram evitar a prática de esportes ou brincadeiras devido à presença de asma. Entre os pacientes que evitavam exercícios, 91,3% (21/23) afirmaram apresentar cansaço após exercício, enquanto isso foi relatado em apenas 44,7% (17/38) dos que não evitavam (2 = 11,32; p = 0,0008). Entre os pacientes que evitavam exercícios, 74% (17/23) confirmaram ter chiado no peito após exercício, enquanto isso foi relatado por 28,2% (11/39) dos que não evitavam exercícios (p = 0,001). Entre os pacientes que evitavam exercícios, observou-se que 74% (17/23) informaram ter asma após exercício, enquanto isso foi relatado por 33,3% (13/39) daqueles que não evitavam exercícios (p = 0,005). Conclusões: a maioria dos pacientes asmáticos evita exercícios apenas quando evidencia sintomas ou crise asmática diretamente relacionada à prática de atividades físicas. Código Trabalho: 700 Título: ALERGIA ALIMENTAR: EXAMES COMPLEMENTARES AJUDAM NO DIAGNÓSTICO? Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;GISELIA PONTES ALVES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;EUGÊNIA MOTTA;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Exames complementares têm sido utilizados na tentativa de confirmação de uma suspeita diagnóstica clínica. Será que realmente esses exames laboratoriais contribuem para o diagnóstico de casos de alergia alimentar? Objetivos: Verificar a concordância entre a história clínica positiva para alergia alimentar e os resultados dos exames complementares realizados em crianças. Métodos: Pacientes encaminhados com quadro clínico suspeito de alergia alimentar, na faixa etária de entre 1 e 5 anos de idade, foram submetidos a um questionário de triagem. Após confirmação da suspeita diagnóstica por esse questionário, as crianças foram incluidas no projeto e realizados teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (prick test) para caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina, clara de ovo, gema de ovo, trigo e amendoim, e patch test (teste para pesquisar alergia alimentar mediada por células na pele) para proteína do leite de vaca, clara de ovo, gema de ovo, trigo e amendoim. O prick test foi considerado positivo quando a pápula era maior que 3mm em relação ao controle negativo. O patch test foi considerado positivo quando durante a 2ª leitura do 5º dia, ocorresse hiperemia ou edema no local de contato do alérgeno. Resultados: Foram encaminhadas 46 crianças para o serviço. Três delas não se enquadraram no projeto e foram descartadas. Das 43 restantes, 25 eram do sexo masculino e 18 do feminino. Doze crianças apresentaram prick test positivo e seis o patch test. Doze apresentaram ambos positivos. Dessa forma, 70% das crianças apresentaram ou prick ou patch testes positivos e 30% os dois positivos ao mesmo tempo. A literatura considera que o valor preditivo positivo (VPP) para o diagnóstico de alergia alimentar é próximo a 100% quando ambos os testes estão positivos, podendo assim dispensar a S32 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. realização do teste padrão ouro diagnóstico, a provocação oral com alimentos. É referido ainda, que criança com prick test positivo e história de reação recente ao alérgeno testado, também poderiam ser consideradas alérgicas alimentares. Dessa forma, observamos que em 60% dos casos poderíamos afirmar que a criança é portadora de alergia alimentar, sem a necessidade da realização do desencadeamento oral. Conclusões: o prick e o patch testes podem ajudar no diagnóstico das crianças suspeita de possuírem alergia alimentar. Código Trabalho: 443 Título: ASSOCIAÇÃO DA PRESENÇA DA CICATRIZ DA VACINA BCG E DIAGNÓSTICO DE ASMA EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE RECIFE. Autores: MARCELA AMORIM;ALDO COSTA;NICODEMOS PONTES;ANTÔNIO GONÇALO;DEBORAH SCHOR;EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A vacina de BCG é considerada como tendo potencial imunomodulador, quando administrada estimularia uma resposta imunológica baseada em linfócitos Th1, equilibrando ou mesmo diminuindo a resposta de linfócitos Th2 responsáveis pela atopia. Objetivoa: Verificar a associação de pelo menos 01 cicatriz de vacina BCG e diagnóstico de asma em adolescentes de escolas públicas de Recife-PE. Métodos: Estudo descritivo exploratório inicial, onde 429 adolescentes de escolas públicas foram incluídos. Foi procedido à identificação dos alunos (nome, idade e sexo), aferição de peso e altura, identificação da presença de cicatriz de BCG e mensuração da mesma e, em seguida, aplicado um questionário ISAAC sendo considerado o diagnóstico prévio de asma realizado por Médico. Resultados: Das 429 crianças estudadas, 382 (89%) possuíam pelo menos uma cicatriz de BCG, existindo uma resposta de asma diagnosticada de 23,3% (100/429). Conclusões: Verifica-se que apesar de uma ampla cobertura vacinal para BCG, estes adolescentes apresentam prevalência de asma diagnosticada semelhante ao referido na literatura. Código Trabalho: 464 Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE DURAÇÃO E TIPO DE AMAMENTAÇÃO E ADOLESCENTES ASMÁTICOS NA CIDADE DE CARUARU - PE. Autores: JANAINA MARIANO;EMANUEL SARINHO;DEBORAH SCHOR;ALMERINDA REGO SILVA;DIRCEU SOLÉ;SILVIA WANICK SARINHO Instituição: CENTRO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE : ALERGIA E IMUNOLOGIA Contato: [email protected] Resumo: Objetivos: Avaliar a associação da presença e tipo de amamentação em adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo de caso-controle com adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru-PE. Composta de 50 asmáticos e 150 controles selecionados através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário composto de 33 questões para investigação das seguintes variáveis: presença de amamentação, tempo de amamentação e amamentação exclusiva. Resultados: A presença da amamentação um OR = 1,17 com um IC = 0,51 a 2,70, O tempo de amamentação não teve diferença estatística (p=0,585), bem como a amamentação exclusiva (p=0,239). Conclusões: Nenhuma das variáveis estudadas mostrou associação significativa com a presença de asma no adolescente Alergia e Imunologia Código Trabalho: 1238 Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DE ASMA E FAIXA ETÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES . ISAAC FASE 3. Autores: JACKELINE MOTTA FRANCO;RICARDO QUEIROZ GURGEL;DIRCEU SOLÉ Instituição: Universidade Federal de Sergipe Cidade/UF: ARACAJU/SE Resumo: Introdução: A mudança no predomínio da prevalência da asma do sexo masculino ocorre na época da puberdade, podendo estar associada às diferenças biológicas e fenotípicas entre os sexos. Objetivos: Avaliar a associação entre sintomas de asma e faixa etária entre crianças e adolescentes, utilizando o questionário padronizado (QE) ISAAC. Métodos: As escolas tanto na rede pública como privada foram sorteadas por amostragem aleatória estratificada garantindo a proporcionalidade segundo domínio escolar e localização por distrito. Os questionários foram respondidos pelos adolescentes na sala de aula, sob supervisão dos pesquisadores, e pelos pais ou responsáveis das crianças de 6-7 anos, em casa. Para análise comparativa foi utilizado o teste do qui-quadrado (CHI 2) e nível de significânciade 0.05. Resultados: Foram obtidos 2443 QE completamente respondidos entre as crianças e os adolescentes. A análise comparativa mostrou haver associação entre as duas faixas etárias e os sintomas relacionados nos últimos meses nas questões: menos de 4 crises - CHI 2= 10.5**, sono prejudicado < 1 noite / semana - CHI 2= 11.8**, mais de 1 noite / semana - CHI 2= 4.73* , fala prejudicada CHI 2= 12.04***, asma alguma vez - CHI 2= 19.33***, chiado aos exercícios - CHI 2= 57.6*** e tosse seca sem infecção CHI2= 21.3***. Nas questões em que houve associação , a proporção de respostas afirmativas foi maior entre adolescentes 1.1-1.2:1, à exceção da questão relacionada ao sono prejudicado em que as crianças compareceram em maior número. Conclusões: Existe associação entre diferentes sintomas de asma e as faixas etárias, com proporção de respostas afirmativas significantemente maior, entre os adolescentes. Código Trabalho: 387 Título: DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SINDROME DE FREYRELATO DE CASO Autores: DEBORAH SCHOR;CARINA MEDEIROS;ADRIANA AZOUBEL ANTUNES;ROSANA CHAGAS;IRAMIRTON MOREIRA;GLADYS QUEIROZ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA- UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Síndrome de Frey é caracterizada pelo surgimento, geralmente unilateral, de eritema cutâneo, sensação de calor, sudorese e dor na de distribuição cutânea do nervo auriculotemporal como resposta a estímulos gustativos e, excepcionalmente, táteis, em conseqüência de lesão das fibras parassimpáticas do referido nervo. É uma entidade pouco descrita na infância; tem início habitualmente no primeiro ano de vida, coincidindo com a introdução de alimentos sólidos, daí o diagnóstico diferencial com alergia alimentar. Objetivos: Relatar um caso de Síndrome de Frey e fornecer subsídios teóricos para que seja realizado seu reconhecimento precoce. Relato de Caso: LCRS, 11 meses de idade, masculino, natural e procedente de Recife - PE. Com 5 meses de vida apresentou lesão eritematosa em hemiface esquerda, que surgiu após ingestão de alimentos sólidos e desapareceu espontaneamente em poucos minutos. Nascido de parto vaginal por fórceps, peso ao nascimento 3.369g, APGAR 9 e 10. Iniciou leite artificial como complemento aos 15 dias de vida. Com dois meses chorava muito à noite, melhorou com a retirada do leite artificial e derivados de leite de vaca da dieta materna. Aos cinco meses iniciou leite de soja modificado e outros alimentos na dieta. Ao exame observaram-se lesões eritematosas em hemiface esquerda, sem pápulas ou dor local. O diagnóstico definitivo foi estabelecido após Teste de Provocação Oral com a ingesta de alimentos sólidos, não havendo a necessidade, portanto, de exames complementares. Conclusões: A síndrome de Frey, freqüentemente confundida nos ambulatórios especializados com quadros de urticária aguda, na infância é um processo benigno, que tende a diminuir progressivamente até que os sintomas desapareçam; seu diagnóstico precoce, baseado, na anamnese, é importante, a fim de evitar exames complementares desnecessários e dietas de exclusão alimentar. O presente caso alerta para essa possibilidade diagnóstica. Código Trabalho: 510 Título: DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICA E POSSÍVEIS MARCADORES PESSOAIS E FAMILIARES DE ATOPIA Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA; GISELIA ALVES PONTES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO; ERNANI PEREIRA SILVA; PEDRO ALVES Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Área: ALERGIA E IMUNOLOGIA Contato: [email protected] Resumo: Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) possui prevalência em torno de 10% entre os lactentes regurgitadores, podendo ser mais prevalentes em crianças atópicas. Objetivos: Verificar em lactentes menores de um ano de vida se marcadores pessoais e familiares de atopia são mais presentes em um grupo de crianças com (DRGE) em relação a um grupo de crianças com Regurgitação Infantil (RI). Métodos: O desenho de estudo foi do tipo transversal (prevalência), com posterior análise do tipo caso controle. A população foi constituída por crianças menores de um ano de idade com história de episódios de regurgitação durante um período mínimo de três semanas. Foi selecionada uma amostra de 434 lactentes para estimar a prevalência de marcadores pessoais e familiares de atopia. A amostra foi analisada com a intenção de evidenciar uma possível associação entre DRGE com esses marcadores. As definições de DRGE e RI foram baseadas no critério de Roma II e as de marcadores pessoais e familiares de atopia foram baseadas no escore de Martinez. Resultados: Entre crianças estudadas, 24,88% (108/434), apresentaram marcadores pessoais e familiares de atopia positivo, mas não houve diferença significativa do ponto de vista estatístico (p = 0,07) entre os pacientes com DRGE (43/434) e RI (391/434). Conclusões: Os pacientes com DRGE não apresentaram associação significativa com marcadores pessoais e familiares de atopia, quando comparados a pacientes com RI. Código Trabalho: 53 Título: DOENÇA GRANULOMATOSA CRÔNICA - RELATO DE CASO Autores: MILENE GAVIOLI;LUIZ CAMILO DE FREITAS;BRUNA CONDÉ;LUCY MARY SHINTANI;ANTONIO CONDINO NETO;MARIA CÂNDIDA RIZZO Instituição: Hospital Infantil Menino Jesus; UNICAMP, UNIFESP Cidade/UF: SÃO CAETANO DO SUL/SP Resumo: Introdução: A DGC é uma imunodeficiência primária rara (1/200 000 nascimentos vivos) e caracteriza-se por infecções recorrentes devidas a alterações na NADPH oxidase, com conseqüente baixa produção de ânion superóxido pelos neutrófilos. Clinicamente observam-se grandes coleções purulentas sem a resolução do processo. A DGC pode ser causada por mutações em uma das 4 moléculas estruturais do NADPH oxidase: gp91 phox, p47 phox p22 phox p67 phox. Aproximadamente 2/3 dos pacientes com DGC apresentam mutações no gp91 phox e uma herança recessiva ligada ao X. O restante é autossômico recessivo. Independente do genótipo, os pacientes apresentam formação de granulomas e infecções recorrentes por organismos catalase-positivos, especialmente Staphylococcus aureus., Aspergillus spp.,Serratia marcescens.,Nocardia spp. e Burkholderia cepacia. O diagnóstico da DGC é feito pelo nitroblue tetrazolium teste (NBT) ou variantes do mesmo. Objetivos: Os autores descrevem a grave evolução de uma criança do sexo masculino, portadora de DGC e acompanhada em um Hospital Público de São Paulo (HIMJ). Relato de caso: Descrição do caso: GDB,sexo masculino, 11 meses, 10 filho de pais não consangüíneos, natural de Registro-SP. Nasceu a termo, parto normal, sem intercorrências perinatais. Não houve cicatrização do umbigo desde o nascimento, com formação de coleção purulenta no local. Foi inicialmente drenado e tratado com antibioticoterapia de amplo espectro, com má evolução, tendo Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S33 Alergia e Imunologia sido submetido à cirurgia para debridamento de material necrótico, aos 5 meses. Aos 2 meses, após receber uma dose de vacina anti-hepatite B, apresentou abscesso em coxa direita, que precisou receber abordagem cirúrgica aos 7 meses, ao ser internado em nosso serviço, onde ainda permanece. Houve cicatrização completa desta lesão, com retração de pele no local. Nesta ocasião mantinha a ferida umbilical, quadro mantido até hoje, apesar de intervenção cirúrgica no último mês. Há 40 dias atrás, após uma punção venosa periférica, desenvolveu novo abscesso em braço esquerdo. Desde o nascimento mantém-se praticamente todo o tempo em antibioticoterapia. Nos últimos 4 meses tem recebido sulfa-trimetropim e itraconazol, em doses habituais, como medicação profilática e cursos de antibioticoterapia. O hemograma mostrou anemia hipocrômica microcítica e leucocitose (30 a 80.000/mm3) com predomínio de neutrófilos. Não se conseguiu isolar agentes infecciosos na hemocultura e sim na secreção umbilical: Enterococcus sp, Staphylococcus coagulase negativa e Pseudomonas aeruginosa. Foram normais as dosagens séricas de imunoglobulinas e o ELISA para HIV foi negativo. Foi avaliada a atividade NADPH oxidase dos leucócitos por citometria de fluxo, quantificando-se a produção de H2O2 de neutrófilos e monócitos, ativados com Phorbol-myristate-acetate (PMA). Monócito espontâneo Monócito PMA Neutrófilo espontâneo Neutrófilo PMA Com base nos resultados foi feito o diagnóstico de DGC e aguardamos o diagnóstico.Paciente 0 1,6 0 5,5Controle 0 21,55 0 20,05 Código Trabalho: 395 Título: EDUCAÇÃO EM ASMA E AS DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES DA DOENÇA Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;DEBORAH SCHOR;MARÍLIA COUTINHO;ALMERINDA REGO SILVA;EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA- UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Comparação do impacto da educação em asma entre familiares de pacientes com as diferentes classificações da doença: asma intermitente (AI), asma persistente leve (APL), asma persistente moderada (APM) e asma persistente grave (APG). Métodos: Foram avaliados 58 pacientes com asma acompanhados no Hospital das Clínicas de Pernambuco, com faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os critérios do Consenso Brasileiro. Os familiares das crianças responderam a questionários compostos por 15 perguntas básicas a respeito da doença, todas com respostas de dupla escolha (sim ou não). Os questionários foram aplicados antes e após a realização de reuniões explicativas sobre conceito, fatores desencadeantes, controle ambiental e manejo da crise da asma. Resultados: Os familiares dos pacientes que compuseram o grupo classificado como APL foram os que conseguiram um maior aumento do percentual de acertos nos questionários antes e após as reuniões APL (45,31%), comparados aos demais grupos: AI (39,39%), APM (38,8%) e APG (37,68%). Em contrapartida, os responsáveis pelos pacientes com APG foram os que obtiveram um desempenho mais satisfatório nas respostas dos questionários aplicados tanto antes (69% de acertos) como após as reuniões (95% de acertos). Conclusões: As diferenças nos resultados podem demonstrar que os pacientes graves, pelo maior convívio com a asma e com serviços médicos, obtêm maior volume de informações em relação aos demais. Por outro lado, a similaridade dos percentuais dos acertos finais demonstrou que todos os pacientes com os diferentes tipos de asma possuem potencial de aprendizagem equivalente e que a educação em asma pode se revelar acessível e eficaz, não importando a tipologia da asma. S34 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 440 Título: ERITEMA MULTIFORME MINOR RELACIONADO AO HERPES SIMPLES EM PACIENTE PEDIÁTRICO: RELATO DE CASO Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;ROSANA CHAGAS;RITA ARAÚJO;ANA MARIA ARAÚJO;ALMERINDA REGO SILVA Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O eritema multiforme (EM) caracteriza-se por erupção mucocutânea aguda e autolimitada. Classifica-se nas formas minor e major, conforme extensão de mucosas acometidas e presença de sintomas sistêmicos. Cerca de 20% dos casos de EM Minor ocorre em crianças, usualmente adolescentes. Representa uma reação de hipersensibilidade a uma série de fatores precipitantes. A infecção prévia por Herpes simples é possivelmente o fator isolado mais importante como precipitante do EM Minor. Episódios repetidos são relatados em 50% dos casos. Objetivos: Relatar um caso de Eritema multiforme em paciente pediátrico. Relato de Caso: E. J. S., 13 anos e 8 meses, natural e procedente de São Lourenço da Mata - PE. Relata erupções bolhosas recorrentes em lábios que se estendem para cavidade oral e pele, ao regredirem deixam manchas hipercrômicas, desde 2 anos de idade. Acompanhado de queda do estado geral, febre, dor local, prurido após exposição solar. Seis episódios semelhantes no ano anterior. Calendário vacinal atualizado. Refere episódios anteriores de varicela, parotidite e otite média. Mãe e irmã portadoras de asma e recorrência de Herpes labial; Pai falecido por complicações de Tuberculose glanglionar há 10 anos. Ao exame presença de hiperemia, lesões ulceradas esbranquiçadas na mucosa oral, com halitose. Na pele manchas hipercrômicas disseminadas no tronco e membros superiores. Exames complementares: Leucograma 9.700 céls/mm3, sendo 5.432 céls/mm3 neutrófilos, 2.589 céls/mm3 linfócitos e 1.222 céls/mm3 eosinófilos. Teste de Mantoux 14 mm; Radiografia do tórax sem anormalidades. Imunoglobulinas (Ig): IgE 509.4 mg/dl, IgG 1.031 mg/dl, IgA 98,1 mg/dl, IgM 209 mg/dl; Sorologia para HIV negativa; Complemento sérico: C3 - 120, C4 - 14.2; ASLO - 67.6. Sorologia para Herpes IgG positivo e IgM negativo. Biópsia de pele: Eritema polimorfo (multiforme) bolhoso. Iniciado tratamento com aciclovir e o paciente evoluiu com melhora na recorrência das lesões. Conclusões: A identificação dos fatores precipitantes dos episódios recorrentes de eritema multiforme reduz a morbidade da doença. O presente caso ilustra e reforça a íntima relação entre o eritema multiforme Minor e infecções por herpes simples, conforme dados da literatura atual. Código Trabalho: 601 Título: ESTUDO MULTICÊNTRICO DE CITOMETRIA DE FLUXO PARA EXPRESSÃO DE PROTEINA TIROSINA QUINASE (BTK) EM MONÓCITOS DE PACIENTES COM HIPOGAMAGLOBULINEMIA. Autores: SERGIO MASSAIUKI TANI;JORGE ANDRADE PINTO;ANTONIO ZULIANI;PERSIO ROXO;ALMERINDA SILVA;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: FCM-UNICAMP, FM-UFMG, FM-UNESP, FM-USP RP, FM-UFPE Resumo: Introdução: Agamaglobulinemia ligada ao X (XLA; MIM# 300300) é causada pelo bloqueio na diferenciação das células B, por mutações no gene (19 exons) da proteína Tirosina Quinase de Bruton (BTK). Objetivos: Descrever as características clínicas e expressão da proteina BTK em monócitos de pacientes com hipogamaglobulinemia. Método: Foram avaliados pacientes com hipogamaglobulinemia com registros das Informações clínicas, dosagem das imunoglobulinas séricas e contagem de células B na primeira consulta. Para avaliar a expressão de BTK em células mononucleares, por citometria de fluxo, utilizaram-se anticorpos monoclonais (anti-CD19 e anti-BTK). O genótipo foi analisado por sequenciamento direto do cDNA sintetizado do RNA total e DNA genômico amplificado por reação de polimerase em cadeia (PCR), estudado por eletroforese em gel com single-strand conformation polymorphism (SSCP) e sequenciamento direto dos exons correspondentes. Alergia e Imunologia Resultados: Do total de 45 pacientes com hipogamaglobulinemia, diagnosticamos 28 pacientes como XLA, 14 como imunodeficiência comum variável e 3 como Hiper IgM. No grupo XLA, a mediana de idade para inicio dos sintomas foi de 12 meses (1-72), para idade ao diagnóstico foi 4 anos (0,4 - 14). As dosagens de IgA mg/dL, IgG mg/dL e IgM mg/dL ao diagnóstico foi de 5,5 (0,0-60); 168,5 (0,0-477), 18,0 (0,0-220) respectivamente e no grupo de ICV a mediana de IgA foi 6,0 (0,0 -141), IgG 428 (58-867) IgM 13 (1,8-49). No grupo XLA encontramos CD19 < 2% e mediana da expressão de BTK 19,4% (0,06 - 86), e das respectivas mães BTK 54,75% (22,4 97,1) com padrão em mosaico. Nos pacientes com ICV encontramos mediana de idade ao diagnóstico 14 anos (4-32), mediana de CD19 11,36% (3,6 - 31,4) e expressão de BTK > a 95%. Nas 23 famílias estudadas identificamos 13 diferentes mutações no gene da proteína BTK. Os tres pacientes com síndrome de Hiper IgM apresentaram expressão de BTK normal e CD19 > 9%. Conclusões: A expressão de BTK em monócitos discriminou que o diagnóstico de XLA deve ser considerado naqueles pacientes com agama ou hipogamaglobulinemia com CD19 < 2% e, o diagnóstico de ICV naqueles pacientes com hipogamaglobulinemia e CD19 > 3,5%. Código Trabalho: 652 Título: FALHAS NO MANEJO PRÉVEO Ä HOSPITALIZAÇÃO POR CRISE DE ASMA- ESTUDO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;JOSÉ ANGELO RIZZO;EMANUEL SARINHO;GLADYS QUEIROZ Instituição: Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia UFPE Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A asma é a doença grave mais comum da infância e, paradoxalmente, os grandes avanços do tratamento não contribuíram para redução da mortalidade pela doença. A taxa de hospitalização por asma, que significa a incidência de crises que necessitam de internamento, varia em função da prevalência da doença, da gravidade e dos padrões da prática médica. Objetivos: Verificar se o percentual de crianças com crise de asma no serviço de emergência tinham orientação para manejo da crise em casa. Métodos: Estudo de série de casos em duas unidades de saúde da cidade do Recife-PE. Para o estudo foram selecionados as crianças e adolescentes internados devido a asma, na faixa etária entre 03 e 16 anos. Foi utilizada a escala de gravidade de asma de acordo Bishop. Resultados: Considerando-se os aspectos individuais e familiares das crianças e adolescentes estudadas, a idade média foi de 05 anos. 54,4% eram do sexo masculino. Em relação a escolaridade materna, 72,4% tinham de 5 - 8 anos de estudo. 51,2 % dos pacientes tinham mais de 24 horas de início da crise de asma antes do internamento. Quanto a escala de gravidade da asma, no momento do internamento, 52,2 % foram classificadas em grave e muito grave. Verificou-se ter sido de 62,3 % o tempo de início de tratamento em casa, dentro das primeiras seis horas; enquanto 17,9 % não fizeram tratamento em casa. Quanto ao uso de drogas, 41,9 % fez uso de broncodilatador e/ou brometo de ipatrópio e 53,9 % fizeram uso de broncodilatador associado a corticóide. Conclusões: Há uma precária orientação sobre o manejo domiciliar da crise, o que demonstra a necessidade de um plano escrito para o manejo da crise de asma, bem como de orientação adequada aos pacientes durante as consultas. Código Trabalho: 1134 Título: GRAVIDADE DA SIBILÂNCIA EM LACTENTES E TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;JOÃO PAULO CAVALCANTI DE CASTRO;ÍTALO MARCELO DO RÊGO NASCIMENTO;KLEBIANA SANTOS;LUCIANE DE LIMA MOURA;ANA LUIZA HOLANDA ALMEIDA Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de A Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: morbidade acentuada e risco de efeitos adversos dependentes da auto-medicação. Objetivos: determinar a prevalência e a gravidade de sibilos em lactentes relacionando-as à terapêutica adotada. Métodos: estudo comparativo multicêntrico internacional do tipo transversal realizado por questionários respondidos pelas mães das crianças de 12 a 18 meses em amostras aleatórias de 316 lactentes, nas Unidades Básicas de Saúde. Foram excluídas crianças com doenças crônicas e que não tinham repercussão respiratória. O banco de dados foi construído no Epi Info 2000 versão 3.2.2. Resultados: 39,2% apresentou chiado no peito no primeiro ano de vida; destes, 47,5% apresentou mais de três episódios/ano; a maioria (52,8%) necessitou de cuidados em Pronto-Socorro e apenas 10,6% foi hospitalizada. Dentre as crianças que receberam atendimento de caráter de urgência 86% recebeu tratamento com broncodilatadores (BD) via inalatória; 68% dos que não procuraram cuidados médicos também fizeram uso de BD por auto-medicação. Apenas 9% confirmou uso de corticosteroides orais. Esta prevalência foi ainda mais baixa no grupo sem consulta de urgência (5%). A terapêutica oral era desconhecida para 29% do grupo atendido na Urgência e para 18% do grupo atendido eletivamente ou sem assistência médica. Conclusões: a freqüência de chiado no peito no primeiro ano de vida é elevada com morbidade acentuada traduzida por aumento na procura de atendimento em serviços de urgência e internações caracterizando um problema de saúde pública. Há utilização em larga escala de BD para alívio destes sintomas em lactentes, muitas vezes sem prescrição médica. Corticóides ainda são pouco utilizados nessa faixa etária possibilitando maior morbidade. Código Trabalho: 448 Título: IMPORTÂNCIA DO TESTE DE PROVOCAÇÃO EM PACIENTES COM RELATO DE HIPERSENSIBILIDADE A DROGAS Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;DANELLE STOLZ;MARIA DA CONCEI LUNA;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;GLADYS QUEIROZ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: As Reações Adversas a medicamentos dividem-se em previsíveis e imprevisíveis. As reações previsíveis são as mais freqüentes, caracterizando os efeitos colaterais mais comuns das medicações. As imprevisíveis relacionam-se à susceptibilidade individual, como intolerância, idiossincrasia e reações de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade (alérgicas ou não alérgicas) correspondem a aproximadamente 25% do total das Reações Adversas a medicamentos. Objetivos: Traçar o perfil dos pacientes com relato de hipersensibilidade a drogas, submetidos a teste de provocação. Métodos: Estudo de série de casos, realizado no ambulatório de alergia a drogas do Centro de Pesquisa em Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no período de outubro de 2004 a março de 2006. Participaram do estudo 10 pacientes com relato de hipersensibilidade após uso de anestésicos locais (AL), antiflamatórios não esteróides (AINEs) e β2 agonistas, que realizaram testes de provocação. Resultadoss: Do total da amostra, 5 pacientes foram do sexo masculino A idade variou entre 4 e 32 anos. Nove pacientes (90%) afirmaram antecedentes de atopia. Cinco relataram hipersensibilidade a AINEs, 2 a AL, 1 a AINEs e AL e 1 a β2 agonista. As reações citadas mais frequentes foram: angioedema (7), urticária (6), broncoespasmo (1) e anafilaxia (1). Foram realizados 11 testes de provocação, destes: 4 com lidocaina (todos negativos); 6 com AINEs, sendo 2 com o Cloxinato de lisina que apresentaram urticária e angioedema e 4 com o Etoricoxib (negativos);1 com β2 agonista, fenoterol (negativo). Conclusões: Estes dados ressaltam a importância dos testes de provocação, no sentido de afastar ou confirmar a presença de hipersensibilidade a drogas e possibilitar em alguns casos uma alternativa medicamentosa para o paciente ou evitar privações desnecessárias diante de necessidade terapêutica. Introdução: o diagnóstico e a terapêutica de lactentes chiadores ainda apresenta dificuldades incorrendo em Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S35 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 568 Título: IMUNIDADE CELULAR REDUZIDA PARA A VACINA BCG EM LACTENTES COM EXPOSIÇÃO VERTICAL E NÃO INFECTADOS PELO HIV Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;SIMONE CORTE BATISTA SOUZA LIMA;TATIANE QUEIROZ ZORZETO;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: Centro de Investigação em Pediatria/ Departamento País: BRASIL Resumo: Introdução: Há pouca informação do impacto da exposição ao HIV durante a gestação no desenvolvimento imunológico da criança não infectada. Objetivos: Comparar a resposta imunológica para a vacina BCG em lactentes com exposição vertical mas não infectados pelo HIV com lactentes sem exposição ao HIV. Métodos: Estudo de corte transversal com lactentes expostos e não expostos ao HIV e vacinados com BCG no primeiro mês de vida. Os expostos foram separados por idade em dois grupos: E1 (Expostos 1, de 7,2 até 8,0 meses de idade, n=10) e E2 (Expostos 2, de 8,7 até 20,6 meses de idade, mediana 14,28, n=19). Os lactentes não expostos ao HIV (mediana de idade 7,47 meses, de 7,0 a 8,7 n=39), pareados por idade a E1, foram usados como controles (não expostos, NE). A resposta celular dos lactentes foi avaliada pela proliferação in vitro de células mononucleares estimuladas com BCG vivo ou fitohemaglutinina (PHA), com análise das populações de linfócitos T em citômetro de fluxo (CD3+, CD4+, CD8+ e TCR gd+). Foi aplicado o teste de Mann-Whitney, sendo consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Os resultados foram expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Resultados: Os percentuais de linfócitos T que proliferaram nas culturas estimuladas com BCG ou PHA foram significativamente menores em E1 e E2, quando comparados a NE (BCG: 7,1 x 9,8 x 27,9 e PHA: 30,8 x 38, 3 X 60,4, para E1, E2 e NE respectivamente). As porcentagens de subpopulações de linfócitos T CD4+ e TCR gd+ foram reduzidas em E1 e E2 nas culturas estimuladas com BCG. Os grupos de expostos ao HIV não apresentaram diferenças significativas nos ensaios de proliferação. Conclusões: As respostas linfoproliferativas para BCG e para PHA foram menores nos lactentes com exposição vertical ao HIV, mesmo nos maiores de um ano de idade. Código Trabalho: 663 Título: IMUNOGENICIDADE DA VACINA RECOMBINANTE DE HEPATITE B COMBINADA COM A VACINA BCG. Autores: EMILIA DE FARIA CARNIEL;MARIA ANGELA GOES MONTEIRO ANTONIO;ANDRE MORENO MORCILLO;MARIA DE LURDES ZANOLLI;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: PEDIATRIA-CIPED UNICAMP/ INSTITUTO BUTANTAN País: BRASIL Resumo: Introdução: A possibilidade de combinar vacinas sem causar interferência com a segurança e eficácia reduz os custos, melhora a logística da distribuição e contribui para a adesão da população aos esquemas de imunização propostos, aumentando a aceitação e a cobertura. Com isso, o controle de doenças imunopreveníveis, objetivo do Programa Nacional de Imunizações, poderá ser atingido. Objetivos: Avaliar a imunogenicidade e a segurança da vacina recombinante de hepatite b (Butang®) combinada com a vacina BCG produzida pelo Instituto Butantan (SP-Brasil). Métodos: Realizou-se um ensaio clínico aberto e randomizado com as vacinas: Butang® (HB; HbsAg recombinante 10mg, hidróxido de alumínio 0,625 mg, qsp 0,5ml) e Butang® combinada com a vacina BCG (HbsAg recombinante 10mg, BCG suspensão 0,1mg, glutamato de sódio 1,1mg, NaCl 0,85%, qsp 0,1ml). Um total de 498 recém-nascidos, cujas mães eram HbsAg negativas, receberam três doses de vacina recombinante de Hepatite b (10mg/dose) ao nascimento, com 1 e com 6 meses de idade e uma dose de BCG ao nascimento conforme preconizado pelo PNI, como se segue: GRUPO A: 245 crianças receberam a vacina Butang® combinada com a vacina BCG por via intradérmica (ID) nas primeiras 24 horas de nascimento e Hepatite b por via intramuscular (IM) com 1 e 6 meses de vida. GRUPO B: 253 S36 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. crianças receberam separadamente uma dose de BCG ID e uma dose da vacina recombinante da Hepatite b IM nas primeiras 24 horas após o nascimento e Hepatite b IM com 1 e 6 meses de vida. Foram colhidas amostras de sangue antes da terceira dose e 28 a 45 dias após, e realizadas análises quantitativas de anti-HBs (mIU/ml) usando Axsym Ausab® ABBOTT GmbH Diagnostika (Laboratories, Park IL, USA). Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS v.11. Resultados: Não foram observados eventos adversos. Títulos de anti-HBs > 10UI/ml foram encontrados em 99,6% dos vacinados no GRUPO A e 99,2% no GRUPO B; títulos > 1000UI/ml foram observados em 71,8% dos vacinados no GRUPO A e 73,1% no GRUPO B. O intervalo de confiança da diferença entre as proporções de soroproteção mostrou que a vacina combinada não foi inferior às vacinas aplicadas separadamente. Conclusões: A vacina combinada mostrou adequada eficácia, respaldando o seu uso em recém-nascidos. Código Trabalho: 738 Título: INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES DE REPETIÇÃO: CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA PEDIÁTRICAS Autores: CRISTINA FRIAS SARTORELLI;ANA PAULA ZANIN SANTOS FELGUEIRAS;ANA CRISTINA LANFRANCHI ASPRINO;PAULA AZEVEDO ALHADEFF;RAQUEL FUJINOHARA VON AH Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí Cidade/UF: JUNDIAÍ/SP Resumo: Introdução: das crianças com infecções de vias aéreas superiores (IVAS) de repetição aproximadamente 50% são saudáveis, 30% atópicas, 10% imunodeficientes e 10% portadoras de doenças crônicas. A identificação destes pacientes pode se feita, na maioria das vezes, em avaliação pelo pediatra. Objetivos: caracterizar os pacientes encaminhados ao ambulatório de alergia e imunologia pediátricas com hipótese diagnóstica de IVAS de repetição. Métodos: estudo retrospectivo envolvendo o levantamento de prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de alergia e imunologia pediátricas no período de abril de 2004 a maio de 2006. Resultados: foram identificados 80 pacientes com hipótese diagnóstica de IVAS de repetição, 30 do sexo femino (37,5%) e 50 do sexo masculino (62,5%). A distribuição segundo a faixa etária foi: 26,5% dos 2 aos 24 meses; 15% dos 2 aos 3 anos; 11% dos 3 aos 4 anos; 12,5% dos 4 aos 5 anos e; 33,7% com idade igual ou superior a 5 anos.A infecção mais freqüente foi a otite média aguda correspondendo a 35% dos casos, seguida pelo resfrado comum, 28,75%, faringoamigdalites, 18,75% e sinusites com 17,5% das queixas. A média do número de infecções por criança por ano variou de 6,75 para as criança entre 2 a 12 meses a 8,25 para àquelas com idade entre 3 a 4 anos. Após investigação clínica e laboratorial chegou-se ao diagnóstico de atopia para 60 crianças (75%), 5 destas em associação com doença de refluxo gastro-esofágico e 2 lactentes com IgA sérica baixa, a deficiência de IgA foi confirmada em 3 casos (0,3%), a doença de refluxo gastro-esofágico isolada foi diagnosticada em 3 crianças. Ainda estão em investigação 14 pacientes. Conclusões: o número de IVAS considerado normal na infância varia de acordo com a faixa etária e o tipo de infecção. Nos pacientes deste estudo a média de IVAS por criança por ano foi superior à esperada em todas as faixas etárias. As características dos pacientes atendidos em nosso ambulatório estão de acordo com estudos prévios que demonstraram ser a atopia o diagnóstico mais freqüentemente associado ao quadro de IVAS de repetição com pequena incidência de imunodeficiência e patologias crônicas.A deficiência de IgA tem apresentação clínica variável, 2 dos pacientes aqui diagnosticados apresentavam também pneumonias e diarréia, 1 deles apenas IVAS de repetição. A ocorrência de mais de 4 novas otites ao ano é um dos 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária na Criança. Não foi possível identificar fatores de risco como exposição à fumaça de cigarro, aglomerações, desmame precoce e freqüencia à creche por falta de dados nos prontuários. Não houve crianças sadias dentre as encaminhadas ao nosso ambulatório com diagnóstico de IVAS de repetição provavelmene por terem sido identificadas nas Unidades Básicas de Sáude. Alergia e Imunologia Código Trabalho: 674 Título: INFECÇÕES RECORRENTES EM PACIENTE COM DEFICIÊNCIA FUNCIONAL DE ANTICORPOS E IMUNOGLOBULINAS NORMAIS Autores: MARTA CRISTINA DUARTE;PATRÍCIA CRISTINA GOMES PINTO;BRUNO COELHO G OLIVEIRA;KARLA GALLETTI STROPPA;FABRÍZIA REIS PINTO;FLÁVIA DUARTE CARVALHO Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora - HUUFJF Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG Resumo: Introdução: As imunodeficiências primárias, como a deficiência funcional de anticorpos, devem ser diagnosticadas precocemente e o tratamento específico instituído em tempo hábil, a fim de evitarmos a morbimortalidade tão freqüente nestas patologias. Objetivos: relatar o caso de uma paciente com infecções de repetição, chamando a atenção para o diagnóstico da deficiência funcional de anticorpos com imunoglobulinas normais. Relato do caso: L.B.N do sexo feminino, sete anos, parda, com história de infecções de repetição desde os seis meses de idade: duas pneumonias (um quadro de sepses com foco pulmonar), quatro episódios de diarréia, celulite periorbitária, um quadro de meningite bacteriana e vários episódios de otite média aguda após os dois anos de idade. Relato de várias internações para o uso de antibioticoterapia endovenosa. Veio encaminhada ao nosso serviço, onde foi realizada investigação. Foram excluídas outras causas de infecções recorrentes na infância como desnutrição, fibrose cística, refluxo gastro-esofágico e outras doenças crônicas de base. Exames laboratoriais: hemograma normal; HIV negativo. Dosagem de imunoglobulinas normais para a faixa etária, com IgG=1694,6mg/dl; IgA=209,1mg/dl, IgM=233mg/dl. Dosagem de subclasses de IgG normais; teste do NBT normal; CH100= 92U/CAE (VN maior que 60U/CAE); C3= 147,9mg/dl (VN=70 a 176mg/dl); C4= 22,5mg/dl (VN= 12 a 36mg/dl). A resposta de anticorpos para o Streptococcus pneumoniae após vacinação específica mostrou-se inadequada em todos os sorotipos (S) analisados, ou seja, todos os títulos abaixo de 1,3 microgramas/dl (S1= 0,36; S2= 0,63; S5=0,96; S6= 0,59; S9= 0,48; S14=0,75). O tratamento específico foi iniciado com infusão endovenosa de imunoglobulina. A dose utilizada foi de 400mg/kg a cada 30 dias. A criança vem apresentando melhora das infecções de repetição. Conclusões: A identificação da doença de base desta paciente foi fundamental para que se iniciasse a terapêutica apropriada. Alguns trabalhos têm mostrado melhora clínica importante dos pacientes com deficiência funcional de anticorpos em uso de imunoglobulina intravenosa. Código Trabalho: 649 Título: INTERNAMENTO POR ASMA E ENCAMINHAMENTO AMBULATORIAL. ESTUDO DE SÉRIE DE CASOS EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE. Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;EMANUEL SARINHO;JOSÉ ANGELO RIZZO;GLADYS QUEIROZ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA- UFPE Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A asma é um problema de saúde pública significativo, que, quando não bem controlada, pode causar limitação permanente ao fluxo aéreo, com limitação física, social e risco de morte por crises graves. Um grande número de crianças asmáticas são atendidas em serviços de emergência, com necessidade freqüente de internamento, e, estes serviços vêm sendo utilizados como local regular de consultas, levando a falhas no tratamento e controle da doença. Objetivos: Verificar se as crianças e adolescentes internados por asma estão encaminhados e seguidos a nível ambulatorial para o controle da asma, bem como se estão utilizando medicações profiláticas. Métodos: Estudo de série de casos em duas unidades de saúde da cidade do Recife-PE, em que foi aplicado questionário para verificar o encaminhamento ao ambulatório especializado e uso de medicação profilática. Foi considerado asmático aquele paciente que apresentou duas ou mais crises de broncoespasmo com resposta a broncodilatadores. Resultados: A maioria das crianças e adolescentes (67%) eram atendidas apenas em serviços de emergência. Mais da metade (53,3%) foi encaminhado para o ambulatório de asma pelo médico da urgência e, apenas, 16% da amostra freqüentavam ambulatório de asma. Entre os indivíduos portadores de asma persistente moderada e grave, apenas 15,2% realizavam tratamento de manutenção. Conclusões: Grande parte das crianças e adolescentes internadas por asma não realizavam acompanhamento ambulatorial preventivo. Uma cadeia de eventos tais como não referência e dificuldade de acesso ao acompanhamento ambulatorial entre outros, podem ter contribuído para esses internamentos. Código Trabalho: 4 Título: MASTOCITOSE CUTÂNEA CONGÊNITA: RELATO DE CASO Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;ROSSANA TEOTÔNIO MOREIRA;DANIELE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;FRANCISCO JOSÉ PASSOS Instituição: Hospital Universitário - UFAL Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: Mastocitose é uma doença rara caracterizada pela infiltração e proliferação anormal de mastócitos com liberação elevada de seus mediadores químicos. Pode ser restrita à pele ou envolver diversos órgãos. Objetivos: Relatamos a seguir um caso de mastocitose cutânea congênita. Relato de Caso: MST, 3 meses, masculino, branco, natural e procedente de Maceió. Apresenta desde o nascimento manchas eritematosas disseminadas no tegumento cutâneo, que evoluem para pápulas, bolhas e ao regredirem deixam manchas de coloração castanho-avermelhadas. Ao exame: lesões cutâneas máculopapulares, pruriginosas, acastanhadas, arredondadas disseminadas no tronco, membros e face, Sinal de Darier positivo. Histopatológico: epiderme com acantose, infiltrado inflamatório intersticial de células mononucleares cúbicas, presença de grânulos nos citoplasmas, compatível com mastócitos. O tratamento foi realizado com anti-histamínicos, observou-se resposta parcial dos sintomas. Conclusões: O registro deste caso é importante pela apresentação de caráter congênito e raridade da urticária pigmentosa como forma de apresentação da masctocitose cutânea. Código Trabalho: 393 Título: MEDIDAS EDUCATIVAS EM ASMA E SUA IMPORTÂNCIA NO RECONHECIMENTO DA DOENÇA Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO; DÉCIO MEDEIROS; DEBORAH SCHOR; LARA XIMENES; ALMERINDA REGO SILVA; EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliação do impacto de medidas educativas para familiares de pacientes com diagnóstico de asma, visando à melhoria da qualidade de vida dos asmáticos. Métodos: Estudo descritivo com 100 pacientes com hipótese diagnóstica de asma, na faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os critérios do Consenso Brasileiro. Realizaram-se questionários com os familiares das crianças antes e após a realização de reuniões explicativas sobre conceito, fatores desencadeantes, controle ambiental e manejo da crise da asma. Os questionários foram compostos por 15 perguntas básicas a respeito da doença, todas com respostas de dupla escolha (sim ou não). Resultados: Pôde-se observar um total de acertos nos questionários aplicados previamente às reuniões correspondentes a 67,4%. Após as explicações dadas, o índice de acertos passou a ser de 91,07%. Além disso, foram avaliados os percentuais de acertos de cada pergunta dos questionários separadamente, a fim de identificar as questões mais difíceis para os familiares e aquelas cujos resultados melhor demons-trassem o impacto da educação em asma. Dentre as questões para as quais o fornecimento das informações foi mais eficaz, destacaram-se: "O uso da bombinha vicia?", "A asma tem cura?", "Remédios para a asma fazem mal ao coração seja xarope, nebulização ou bombinha?", que tiveram os percentuais de acertos duplicados após as reuniões. Conclusões: Para a população analisada, o estudo conseguiu obter resultados satisfatórios, demonstrando a importância da educação para melhor manejo do paciente com asma e melhoria de sua qualidade de vida. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S37 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 483 Título: NÍVEL SÉRICO DE IGE TOTAL EM ALERGIA RESPIRATÓRIA ASSOCIADA À INFECÇÃO POR HELMINTOS Autores: DÉCIO MEDEIROS; JOSÉ ÂNGELO RIZZO; ALMERINDA REGO SILVA; DEBORAH SCHOR; VANESSA LEAL; EMANUEL SARINHO Instituição: Centro de Pesquisa em Alergia e imunologia UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Eosinofilia e elevação de IgE sérica são expressão de atopia, contudo há fatores intervenientes como por exemplo, as parasitoses intestinais. Esta pesquisa verifica a relação entre IgE sérica total, eosinófilos e IgE específica anti-áscaris em indivíduos portadores de asma e/ou rinite alérgica. Métodos: Estudo do tipo transversal em adolescentes portadores de asma e/ou rinite alérgica que foram examinados quanto ao nível sérico de IgE total, de IgE anti-áscaris e de contagem dos eosinófilos sanguíneos. Resultados: Foram analisados 101 pacientes com idade entre 12 e 21 anos. A mediana da IgE foi 660 UI/ml(P25-75243,5 -1500), e a dos eosinófilos foi 510 células/mm3 (P25-75 284 - 811). A IgE anti-áscaris foi positiva em 73%(74/101) da amostra, mas houve apenas 33,7%(34/101) de positividade ao parasitológico de fezes. Os coeficientes de correlação encontrados foram: 0,34 (p=0,001) entre IgE total e eosinófilos, 0,52 (p<0,001) entre IgE total e IgE anti-áscaris e 0,26 (p=0,01) entre eosinófilos e IgE anti-áscaris. O modelo de regressão linear múltipla final encontrou que IgE anti-áscaris foi fator contribuinte para IgE sérica total com coeficiente de determinação (r2 ajustado) de 0,25 (F=12,35;p<0,001) e esse efeito foi independente de contagem de eosinófilos séricos e de parasitose intestinal por helmintos. Conclusões: Em pacientes com alergia respiratória e IgE sérica total bastante elevada, oriundos de áreas com alto risco de infecção por helmintos, a pesquisa de IgE anti-áscaris como possível fator explicativo pode ser de maior ajuda que a realização do parasitológico de fezes Código Trabalho: 478 Título: PREVALÊNCIA DA ASMA EM ADOLESCENTES Autores: ALEMRINDA REGO SILVA;LUIZ CARLOS BANDIM;JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência da asma em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste de Pernambuco onde predomina clima semi-árido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por região do município. Estes dados foram fornecidos pela Secretaria de Educação local. Responderam os questionários 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 17,9% de sibilos nos últimos 12 meses (questão "2" do QE) entre os adolescentes estudados. Quando analisada a prevalência da asma diagnosticada por médico (asma alguma vez - questão "6" do QE), a prevalência foi de 19,65%. Dos que afirmaram ter sibilos no último ano, a maioria (87,6%) relatou menos de 4 crises/ano, portanto portadores de asma intermitente. Entre os adolescentes asmáticos, cerca de 5% afirmaram ter tido crises graves, nos últimos 12 meses, ao ponto de prejudicar a fala. Conclusões: Este dado é importante por ser o primeiro no Brasil a demonstrar que em cidade do clima semi-árido e a 555m acima do nível do mar, a prevalência de asma é elevada. S38 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 219 Título: PREVALÊNCIA DE ASMA BRÔNQUICA, RINITE ALÉRGICA E SINTOMAS CORRELATOS EM CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE MACEIÓ Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;MÉRCIA LAMENHA MEDEIROS SANTOS;JOÃO PAULO LINS TENÓRIO Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: Estudos recentes utilizando a metodologia do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) mostram um aumento na prevalência de doenças alérgicas em todo o mundo. Objetivos: verificar a prevalência de asma brônquica, rinite alérgica e sintomas correlatos, em crianças com necessidades especiais (NE) do município de Maceió. Métodos: Utilizamos o teste do Qui - quadrado (X2) para avaliação das associações de gênero, idade e sintomas de asma e rinite. Resultados: Chiado nos últimos 12 meses foi encontrado em 41,8% das crianças e 27,5% dos adolescentes. A prevalência de asma (provável asma, de acordo com FERRARI et al, 1998) foi de 36,2% para as crianças e 22% para o grupo de adolescentes. O relato de asma alguma vez na vida estava presente em 11,7% das crianças e 20% dos adolescentes com provável asma. Quanto à rinite, verificamos prevalência de sintomas nasais no último ano de 48,9% entre as crianças e 27,5% entre os adolescentes. A prevalência de rinite (critérios do ISAAC, 1992) foi de 35,5% no grupo de 410 anos e 18,7% no de 11-18 anos. Rinite alguma vez na vida foi referida em 28% das crianças e 29,4% dos adolescentes com rinite. Conclusões: As prevalências de asma e rinite foram mais elevadas que as descritas na literatura para crianças sem necessidades especiais, e maior na faixa etária de 4-10 anos. Asma e rinite são subdiagnosticadas na infância e adolescência, e merecem uma política de atenção específica e inclusiva de portadores de necessidades especiais. Código Trabalho: 467 Título: PREVALÊNCIA DE ECZEMA ATÓPICO EM ADOLESCENTES DE CARUARU - PE Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM; JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR; EMANUEL SARINHO; DECIO MEDEIROS Instituição: CENTRO DE ESTUDOS EM ALERGOLOGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência do eczema atópico em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por região do município. Estes dados foram fornecidos pela Secretaria de Educação local. Obteve-se resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 16,4% de eczema atópico entre os adolescentes estudados, com a presença de sintomas nos últimos 12 meses em 10,3% deles (questão "2" do QE). Dos que apresentavam sintomas 62,7% referiram localização em áreas de dobras e 58,8% afirmavam ter o sono perturbado devido à presença de prurido. A frequência referida para diagnóstico médico de eczema foi de aproximadamente 14%.Conclusões: O eczema atópico mesmo sendo uma patologia de maior frequência em locais de clima frio, na cidade de Caruaru onde predomina o clima quente, a sua prevalência foi bastante elevada. Alergia e Imunologia Código Trabalho: 477 Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM; EMANUEL SARINHO;JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR; JOSÉ ÂNGELO RIZZO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência de rinite alérgica em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por região do município. Estes dados foram fornecidos pela Secretaria de Educação local.Obteve-se resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 25,45% de sintomas nasais nos últimos 12 meses (questão "2" do QE) entre os adolescentes estudados. Quando analisada a prevalência da rinite diagnosticada por médico (rinite alguma vez - questão "6" do QE), a prevalência foi de 21,61%. Dos que afirmaram ter sintomatologia nasal no último ano, mais da metade (60%) afirmou ter sintomas oculares associados e cerca de 80% admitia interferência destes sintomas nas suas atividades diárias. Conclusões: Este dado é interessante por demonstrar que em cidade de clima semi-árido do interior do Estado de Pernambuco, a prevalência de Rinite alérgica é elevada. Código Trabalho: 896 Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - REGIÃO SUL DO ESTADO DO CEARÁ. Autores: ALEXANDRE PONTES ALMEIDA;CAROLINA QUEIROZ CARNEIRO;CHRISTIANY DA SILVEIRA LIMA;DANIELE ROMA DIAS;MARIA DAS GRAÇAS N. SILVA Instituição: Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ) Cidade/UF: JUAZEIRO DO NORTE/CE Resumo: Introdução: A rinite alérgica (RA) é considerada pela maioria dos estudiosos como a manifestação mais comum da doença alérgica. Como está frequentemente associada à asma e por exteriorizar-se, clinicamente, por sintomas menos graves, há uma tendência ao subdiagnóstico, o que dificulta a estimativa de sua prevalência. Os estudos atuais, utilizando o protocolo "International Study of Asthma and Allergies in Children" (ISAAC), têm permitido uma melhor visão da sua epidemiologia, contribuindo assim para o estabelecimento de novas estratégias de controle. Objetivos: Avaliar a prevalência da RA e dos seus sintomas em escolares de 13 e 14 anos, matriculados em escolas, públicas e particulares, de Juazeiro do Norte - Ce. Métodos: Estudo observacional-transversal, no qual foram avaliados 1332 escolares na faixa etária de 13-14 anos. Os dados foram coletados por estudantes de medicina, devidamente treinados, utilizando o questionário escrito e traduzido do ISAAC, previamente testado e validado. Os questionários foram respondidos pelos próprios adolescentes em sala de aula e devolvidos aos pesquisadores. Os dados foram transcritos e analisados pelo programa MS Access. Resultados: Foram distribuídos 1782 questionários, dos quais 1332 (74,4%) foram considerados válidos. Prevalência dos sintomas: espirros ou coriza alguma vez, 35,21%; espirros, coriza ou obstrução nasal nos últimos 12 meses, 22,22%; problema nasal acompanhado de lacrimejamento ou coceira nos olhos nos últimos 12 meses, 9,23%; rinite alguma vez, 14,64%. Os meses de janeiro, fevereiro e março foram os de maior prevalência dos sintomas, com os seguintes percentuais: 4,95%, 5,78% e 5,78%, respectivamente. Conclusões: Considerando as respostas positivas à pergunta "Alguma vez na vida você teve rinite?" como definidoras do diagnóstico, detectamos uma prevalência de RA de 14,64% em nosso meio. Portanto, próxima da prevalência mundial média de 18,8%, encontrada na mesma faixa etária pelo estudo ISAAC. Código Trabalho: 481 Título: RELAÇÃO ENTRE FATORES AMBIENTAIS E ASMA EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE CARUARU - PE. Autores: JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;NILZA LYRA;DIRCEU SOLÉ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Países em desenvolvimento têm experimentado um aumento dramático das doenças alérgicas nos últimos anos. Diferentes exposições ambientais em combinações com fatores genéticos podem estar associados a esse aumento. Objetivos: Avaliar a influência dos fatores ambientais predisponentes para presença de aeroalérgenos em adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo de caso-controle com adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru-PE. Amostra composta de 50 asmáticos e 150 controles selecionados através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário composto de questões para investigação das seguintes variáveis: presença de carpete no quarto, mofo na parede, uso de travesseiro, presença de animal em casa e o uso de ventilador. Resultados: Não houve associação entre fatores ambientais predisponentes para presença de aeroalérgenos e asma para as variáveis do estudo: presença de carpete no quarto (OR = 0,57 e IC = 0,2 a 1,57), presença de mofo (OR=1,71 e IC=0,60 a 4,89), uso de travesseiro (OR=1,26 e IC = 0,31 a 5,96), contato com animal no domicílio(OR=0,68 e IC=0,33 a 1,40) e o uso de ventilador (OR=0,99 e IC de 0,50 a 1,97). Conclusões: A asma é multifatorial, e é provável que nessa amostra outros fatores não estudados apresentem maior influência na determinação da doença. É possível ainda que esses adolescentes tenham sido expostos aos fatores estudados em épocas diferentes, para casos e controles. Não foi possível discriminar se o contato foi recente para asmáticos (possibilidade de comporta-se como fator de risco) ou no passado(possibilidade de comporta-se como fator de proteção). Código Trabalho: 452 Título: RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA PARENTAL DE ATOPIA E TAMANHO DA FAMÍLIA E PRESENÇA DE ASMA NA CIDADE DE CARUARU - PE Autores: JANAINA MARIANO;JOSÉ ÂNELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;DIRCEU SOLÉ;DEBORAH SCHOR;SILVIA WANICK SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: As doenças alérgicas têm aumentado muito nas últimas décadas e a asma é hoje a doença crônica mais prevalente da infância. A doença atópica tem um forte componente hereditário e é provável que os indivíduos que herdaram o "gene atópico" sejam mais dispostas a serem sensibilizados. Objetivos: Avaliar a influência da história de atopia parental e o tamanho da família em adolescentes com o intuito de verificar associação com asma. Métodos: Estudo de caso-controle com 50 asmáticos e 150 controles adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru-PE. Amostra aleatória onde foram selecionados casos e controles através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário para investigação das seguintes variáveis: presença de asma, rinite e eczema em pai e/ou mãe, número de irmãos(considerando como categoria de referência 01 irmão). Resultados: A história de atopia parental foi positiva em 37,5% dos casos e 19,1% dos controles (OR = 2,54 e IC = 1,27 a 5,27). No entanto o número de irmãos não se mostrou associado ao risco de asma (OR=1,78 e IC = 0,41 a 7,18). Conclusões: A história de atopia parental mostrou evidente associação com a presença de asma. O maior número de irmãos no domicílio não mostrou-se como provável fator de proteção para asma. É possível que outro desenho de estudo que permita avaliar essa variável prospectivamente seja capaz de verificar a associação entre número de irmãos e asma. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S39 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 450 Título: REPRODUTIBILIDADE TESTE-RETESTE DE UM QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE REAÇÕES ADVERSAS A ALIMENTOS Autores: NILZA REJANE LYRA; EUGÊNIA ALMEIDA MOTTA; JANAINA BARRETO MARIANO; MARCELA AMORIM ALVES; EMANUEL SÁVIO SARINHO Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Entende-se por reação adversa alimentar (RAA) como uma resposta anormal a determinado alimento e pode ser apresentada por quaisquer indivíduos; enquanto a alergia alimentar (AA) requer a participação do mecanismo imune e atinge pessoas suscetíveis. A história clínica continua sendo um dos pilares do diagnóstico e diversas pesquisas estrangeiras vêm utilizando questionários como abordagem inicial, por vezes associados a outros testes diagnósticos. No Brasil não foram encontrados questionários validados para pesquisas de RAA e AA. Objetivos: Decidiu-se pela construção de um questionário de acordo com as etapas necessárias para este processo, que contemple os principais aspectos do tema e que sirva para identificação de indivíduos suspeitos como forma inicial de abordagem de RAA e AA. Métodos: A construção do questionário foi realizada em seis etapas: levantamento bibliográfico; bases teórico-metodológicas; elaboração do questionário preliminar; submissão à revisão por comitê de especialistas; pré-teste da versão reformulada (estudo piloto exploratório); e teste-reteste do questionário. Para a reprodutibilidade do questionário foi realizado estudo do tipo descritivo, de corte transversal durante o mês de julho de 2005, cuja população foi composta por 125 crianças das faixas etárias de dois a quatro anos de idade, matriculadas em creches municipais da Prefeitura da Cidade do Recife, de baixas condições sócioeconômicas. Foram entrevistados 125 pais ou responsáveis pelas crianças (teste do questionário), dos quais 35 participantes foram sorteados para o reteste 48 horas após a entrevista inicial. As estatísticas descritivas foram realizadas pelo software Epi-Info 6,04 DOS; e para o estudo da reprodutibilidade teste-reteste foi aplicado o teste de concordância Kappa e respectivos intervalos de confiança (95%), por se tratarem de variáveis categóricas. Os valores de Kappa são considerados como bons quando iguais ou maiores que 0,60. Resultados: O questionário foi parcialmente reprodutível de acordo com os bons índices de concordância Kappa observados em cerca de 50% das questões. Dos 125 pesquisados, 40 (32%) alegaram reação adversa a pelo menos um alimento. As perguntas do bloco de questões sobre a RAA cuja concordância variou de boa à perfeita, foram as seguintes: a ocorrência da reação; o alimento incriminado; o quadro clínico apresentado; a reação cutânea ao encostar o alimento na pele; a ida ao hospital; a re-exposição ao alimento agressor; a recorrência da reação e a restrição alimentar. As questões relativas a tempo e quanto à ocorrência de RAA na família apresentaram índices Kappa sofríveis ou regulares. Quanto ao uso de medicação, foram regulares. Algumas perguntas do histórico atópico obtiveram índices bons ou ótimos, principalmente quanto à ocorrência de asma ou cansaço. Quando a respondente era a genitora, era observada melhor concordância. Conclusões: As questões como bons índices Kappa constituem um questionário reprodutível que visa a triagem de indivíduos suspeitos, mas que posteriormente será submetido à validação quando poderá medir aquilo a que se propõe. Código Trabalho: 583 Título: RESPOSTA CELULAR DE LACTENTES IMUNIZADOS AO NASCER COM AS VACINAS BCG ISOLADA OU EM COMBINAÇÃO COM HEPATITE B. Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;EMÍLIA DE FARIA CARNIEL;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: CIPED E DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA UNICAMP País: BRASIL Resumo: Introdução: A vacina BCG tem sido utilizada como adjuvante em vacinas combinadas. Objetivos: avaliar a resposta celular para a vacina BCG de lactentes imunizados ao nascer com BCG e hepatite B combinadas ou separadas. Métodos: estudo de corte transversal realizado em 498 recém-nascidos saudáveis, vacinados ao nascer com hepatite B combinada com BCG via intradérmica (grupo A) ou hepatite B (via intramuscular) e BCG (via intradérmica) separadamente (grupo B), produzidas pelo Instituto Butantan. A cultura de células mononucleares do sangue periférico com BCG vivo e fitohemaglutinina (PHA) foi utilizada para avaliar a proliferação de linfócitos T por citometria de fluxo (CD3+, CD4+, CD8+ e TCR gamadelta+) e determinar as concentrações por ELISA de IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa nos sobrenadantes das culturas. Os resultados foram expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Foram aplicados os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney, sendo consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Resultados: A proliferação linfocitária foi realizada com amostras de 86 lactentes (47 do grupo A e 39 do grupo B) e a dosagem de citocinas do sobrenadante de cultura em 42 (23 do grupo A e 19 do grupo B). Os percentuais de populações linfocitárias T e as concentrações das citocinas IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa, sob o estímulo de PHA ou BCG, foram semelhantes nos grupos A e B. Houve intensa expansão de linfócitos TCR gamadelta+. frente ao estímulo in vitro com BCG, seguida de linfócitos T CD4+ e T CD8+. As células estimuladas com BCG produziram citocinas em concentrações significativamente maiores em relação às culturas de controle positivo (PHA). Conclusões: O padrão de resposta Th1 ao BCG foi semelhante nos grupos, sugerindo eficiência imunogênica da vacina intradérmica BCG, separada ou combinada com Hepatite B. As células TCR gamadelta+ predominaram nesta resposta, sugerindo um papel relevante destas células na defesa contra micobactérias. Código Trabalho: 1215 Título: SÍNDROME DE JOB OU HIPERGLOBULINEMIA E: RELATO DE CASO Autores: MARIA NELICE SILVA;MARTA LÚCIA ALBUQUERQUE;ANA CAROLINA GONÇALVES;FERNANDA CASTRO COSTA;RAFAELLA MENEZES SOUSA;RAPHAELL PINTO TRINDADE Instituição: Univesidade Federal de Campina Grande - PB Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB Resumo: Introdução: Síndrome de Job é uma imunodeficiência idiopática primária caracterizada por níveis séricos elevados de IgE, abscessos cutâneos e infecções sinopulmonares recorrentes. Objetivos: Relatar um caso clínico de hiperglobulinemia E em criança que apresentava lesões pápulo-eritêmatopruriginosas e infecções do trato respiratório de repetição. Métodos: Pré-escolar, feminina, 3 anos, procedente de Pocinhos - PB, admitida em março de 2004 com tosse seca e febre alta há 15 dias, dermatite em face e região cervical. Tinha diagnóstico de fibrose cística e dermatite atópica desde os 6 meses, devido a lesões de pele que surgiram aos 4 meses e pneumonias de repetição (6 meses e 1 ano), com acompanhamento em ambulatório de Pneumologia Infantil. Apresentava-se febril, taquipnéica, com tiragem subcostal e lesões eritematosas, exudativas, descamativas, liquenificadas e pruriginosas em face. Múrmurio vesicular diminuído em terços médio e superior no hemitórax direito. Rx de tórax: compatível com pneumonia lobar direita. Evoluiu sem intercorrências, recebendo alta em 14 dias. Durante o seguimento ambulatorial solicitou-se dosagem de imunoglobulinas (IgA: 286; IgG: 1670; IgM: 55,1; IgE: 2416,92), sendo aventada hipótese diagnóstica de síndrome de Job, apesar de teste do suor persistir positivo. Entre março de 2004 e dezembro de 2005, evoluiu com infecções de repetição (pneumonia 3 vezes, abscessos cutâneos, episódios de diarréia) e persistência do quadro dermatológico, apesar do tratamento específico adequado. Em dezembro de 2005 foi readmitida com pneumonia, sepses grave, permanecendo internada por aproximadamente 80 dias. Nesta internação, o teste de suor foi negativo em duas ocasiões. Iniciou-se terapêutica com imunoglobulina humana tendo resposta satisfatória. Resultados: Para o diagnóstico de síndrome de Job levou-se em consideração o quadro clínico (pneumonias recorrentes, eczema e abscessos), bem como níveis séricos elevados de IgE e eosinofilia presente em vários exames. A suspeita clínica foi reforçada pela má Alergia e Imunologia evolução da paciente na vigência do tratamento específico de fibrose cística. Conclusões: Atualmente, ainda existe dificuldade no estabelecimento de uma base fisiopatológica, terapêutica específica e de um diagnóstico preciso desta síndrome. A doença ainda não apresenta um tratamento curativo. Opções promissoras como gamaglobulina, plasmaférese e ciclosporina A mostram-se eficazes, mas ainda carecem de estudos prolongados. Diante desse quadro, a melhor abordagem continua baseando-se no tratamento precoce e na profilaxia prolongada das infecções de repetição. Código Trabalho: 25 Título: SÍNDROME DE WISKOTT - ALDRICH: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PLAQUETOPENIA NEONATAL; RELATO DE DOIS CASOS Autores: PRISCILA MARIA PRADO;DEBORA THAIS CEZAR;SERGIO MASSAYUKI TANI;CELIA MARTINS CAMPANARO Instituição: FACULDADE DE MEDICINA JUNDIAÍ / ICP Bolívar Risso Cidade/UF: JUNDIAI/SP Resumo: Introdução: A Síndrome de Wiskott - Aldrich (SWA) é um distúrbio genético recessivo, ligado ao X, com mutações no gene que codifica proteína da WAS e se associa à trombocitopenia persistente com microplaquetas. As manifestações clínicas são púrpuras, petéquias e equimoses espontâneas, eczemas, infecções de repetição, e risco aumentado para doenças malignas; os níveis séricos de imunoglobulinas estão normais ou elevados; 1/3 têm melena e hematêmese. A prevalência é de 1 a 10/1 mihão de nascidos vivos. Objetivos: relatar dois casos aparentados de SWA em seguimento no ambulatório de imunologia e hematologia Faculdade de Medicina Jundiaí Método: revisão de prontuário e literatura. Resultados: Caso 1 - TRRS, 20 meses, sexo masculino, encaminhado por petéquias ao nascimento, e plaquetopenia persistente, microplaquetas (VPM 4,8); triagem infecciosa negativa, necessitando de transfusões. Na evolução, apresenta episódios de epistaxes, hematêmese, petéquias, exacerbadas em episódios de infecções agudas, revertidos após transfusão de plaquetas e hemácias. Aos 6 meses, surgimento de eczemas. Antecedentes familiares: filho único, com familiares maternos do sexo masculino, com óbito precoce (máximo 2a), por hemorragias e infecções; tio materno com diagnóstico de SWA por plaquetopenia e infecções de repetição, faleceu por edema de glote com 23 meses. Caso 02: JEJAF, 9 meses, sexo masculino, primo de TRRS; com plaquetopenia grave ao nascimento, microplaquetas (VPM 5,1) e cor anêmico aos 2m, necessitando transfusões de plaquetas e hemácias. Evolui com episódios de hemorragia digestiva alta, plaquetopenia grave, infecções recorrentes e eczemas. Ambos estão em programação de Transplante Medula Óssea. Discussão: Plaquetopenia neonatal é uma afecção incomum e pode ser causada por: 1) Plaquetopenia isoimune - presença de incompatibilidade feto materna ( Ac anti PL) mãe com plaquetas, história e exames físicos normais; doença benigna que regride espontaneamente. 2) Infecções congênitas: considerada a etiologia mais freqüente (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, sífilis, herpes, HIV); 3) Síndromes genéticas. Conclusões: a história familiar, infecções recorrentes, eczemas e microplaquetas em sangue periférico, encontradas nas duas crianças preenchem os critérios diagnósticos para SWA. Esta também deve ser considerada no diagnóstico diferencial das plaquetopenias neonatais e imunodeficiências congênitas. Código Trabalho: 643 Título: URTICÁRIA CRÔNICA: COMO ESCLARECER A SUA ETIOLOGIA? Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Cerca de 60% dos casos de urticária crônica não se consegue identificar o fator causal. Dos 40% sem etiologia, cerca de 30% pode ser explicado pela existência de anticorpos anti-receptores de IgE. Objetivos: Verificar a etiologia dos casos de urticária crônica através de um protocolo clínico laboratorial em crianças. Métodos: Os pacientes foram submetidos a uma triagem clínica, onde aqueles com história e exames físicos compatíveis com urticária crônica foram incluídos no protocolo laboratorial que consiste na realização de: Hemograma, VSH, T3, T4, TSH, IgE total, C3, C4, FAN, Anticorpo anti-tireoglobulina e anti-peroxidase, sorologia para hepatite B e C, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, Helicobacter pylori (sorologia ou endoscopia com biópsia), VDRL, sumário de urina, urocultura, cultura de secreção nasal, de secreção vaginal e de orofaringe, raio-x do tórax e dos seios da face, teste do dermografismo e para diagnóstico de urticária física ao frio, além de teste cutâneo para aeroalérgenos e alimentos (prick test). Sendo os resultados negativos, a criança realiza o teste do soro autólogo (pesquisa de anticorpo anti-receptor de IgE). Resultados: Dezessete crianças entre nove meses e 16 anos participaram. Sendo 5 do sexo masculino e 12 do feminino. Quatro crianças apresentaram teste cutâneo positivo para aeroalérgeno e uma a alimento. Três crianças apresentaram parasitológico de fezes positivo. Três apresentaram raios-X dos seios da face positivos para sinusite, porém sem clínica compatível. Três crianças tiveram anti-HBS positivo e uma apresentou sorologia positiva para Helicobater pylori. As crianças com teste cutâneo positivo para aeroalérgenos foram orientadas no sentido de controlar melhor o ambiente domiciliar, bem como aquela que apresentou positividade para alimento foi orientada a uma dieta de exclusão. As parasitoses intestinais foram tratadas e as crianças com raios-X compatíveis para sinusite, apesar de não possuir clínica, foram tratadas com amoxacilina. Entretanto, nenhuma delas respondeu a terapêutica. As crianças com anti-HBS positivo encontram-se em investigação. A criança com sorologia positiva para Helicobacter pylori foi tratada com amoxacilina, claritromicina e omeprazol, apresentando remissão da sintomatologia de urticária crônica. Repetirá sorologia controle após três meses. Uma criança que não teve exames positivos em sua investigação foi submetida ao teste do soro autólogo com resposta positiva. Encontra-se aguardando a possibilidade de realizar imunoglobulina como terapêutica. Discussão: Apesar de protocolos estabelecidos, a urticária crônica persiste como um desafio diagnóstico para a classe médica. Faz necessário esclarecer quais exames devemos utilizar para elucidação etiológica e oferecer estrutura para a investigação, principalmente em serviços públicos.Dessa forma, minorar o desconforto do paciente. Código Trabalho: 540 Título: URTICÁRIA CRÔNICA: RELATO DE UM CASO COM ETIOLOGIA POR HELICOBATER PYLORI Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON FIGUEREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Urticária Crônica ainda persiste como um desafio diagnóstico para o médico. A dificuldade em se encontrar a sua etiologia é frustrante para o paciente e para o profissional que o assiste. Vários protocolos diagnósticos laboratoriais são aplicados na tentativa de elucidar a etiologia da doença. Objetivos: Relatar um caso de Urticária Crônica em uma criança de 9 anos de idade, sexo feminino, que teve a sua etiologia elucidada. Descrição: A criança, SMLM, 9 anos, sexo feminino, foi atendida no ambulatório de alergia e imunologia em pediatria do Hospital Universitário com queixa informada pela sua genitora de "lesões" avermelhadas pelo corpo, diariamente, há 1 ano. No momento da consulta foi constatada a presença de lesões pápulo-eritematosas pelo corpo. Foi negada a existência de angioedema, dermografismo e doença auto-imune na criança e seus familiares. Havia história de doenças atópicas na família, bem como um primo do sexo masculino que apresentou quadro semelhante de urticária. Foi referido no momento da consulta que sucos de goiaba, maracujá, acerola, maça, assim como chocolate e guaraná, funcionavam como desencadeantes do processo. A criança era portadora de Rinite intermitente e encontrava-se em Alergia e Imunologia uso de anti-histamínico de primeira geração diariamente. A criança foi incluída no protocolo diagnóstico do serviço para casos de Urticária Crônica sendo encontrada uma sorologia positiva para Helicobacter pylori. Realizada terapêutica com amoxacilina, claritromicina e omeprazol com melhora da sintomatologia. Aguardaremos o prazo de três meses para a realização da sorologia controle. Discussão: Apesar da existência de vários protocolos laboratoriais para o diagnóstico etiológico da urticária crônica (sintomas persistem por mais de seis semanas), a doença permanece um desafio à classe médica. Quando não diagnosticada a sua etiologia, é denominada urticária crônica idiopática. É encontrado em literatura recente, a descrição cada vez mais freqüente de casos de crianças com H. pylori, sendo descrita uma associação com o desenvolvimento de casos de urticária crônica. Dessa forma, gostaríamos de chamar a atenção da classe pediátrica para a existência dessa possível etiologia nos quadros de urticária crônica. Código Trabalho: 329 Título: UTILIDADE DO TESTE TUBERCULÍNICO EM CONTACTANTES DE TUBERCULOSE VACINADOS PREVIAMENTE PELO BCG Autores: DEBORAH SCHOR;LEONARDO VEJAR;ALMERINDA REGO SILVA;ANA TARSILA FONSECA;ANA CARLA MOURA;EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Ainda é disseminada a informação de que a vacina BCG pode interferir na resposta ao teste tuberculínico. O objetivo deste artigo é avaliar contactantes intra-domiciliares de tuberculose vacinados previamente com o BCG, e relacionar a reatividade ao teste de tuberculínico com a positividade à bacteriologia do escarro do caso índice. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo a partir do registro do Programa de Tuberculose Infantil do Chile no período de 1987 a 1997. Foram consideradas contactantes 3227 crianças de 0-14 anos, das quais 1234 eram menores de 6 anos. Entre as crianças estudadas, 2923 (92%) apresentavam uma ou mais cicatrizes de BCG. O total de casos índices foi de 1388, todos os 1250 casos de tuberculose pulmonar( TP) apresentaram positividade à cultura, e a bacteriologia do escarro foi registrada como positiva ou negativa (BP ou BN). Atribuiu-se valores semiquantitativos de 1 a 5 para a carga bacilar e realizou-se a análise estatística por regressão simples. A reação ao teste tuberculínico >9mm foi considerada como positiva. Resultados: Encontrouse forte correlação (r 2 = 0.9952) entre a positividade ao Teste nos contactantes e a bacteriologia dos casos índice sugerindo que a vacinação BCG não interfere de forma importante com a interpretação do Teste Tuberculínico em crianças contactantes de tuberculose. Portanto, teste tuberculínico positivo em criança contactante de bacilífero mesmo previamente vacinada com BCG, deve ser considerado como um indicativo de primoinfecção tuberculosa. S42 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. SUMÁRIO | CONTENS ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro de 2006 ISSN 1808-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia 165 a 172 S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia 173 a 176 S31 Alergia e Imunologia S177 Outros 177 a 187 S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194 S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 195 a 199 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social 201 a 204 S57 Cuidados Hospitalares 57 a 58 S205 Perinatologia 205 a 208 S59 Cuidados Primários - 59 a 63 S209 Pneumologia 209 a 214 S65 Dermatologia - 65 a 67 S215 Reumatologia 215 a 223 S69 Endocrinologia 69 a 75 S225 Saúde Escolar 225 a 226 S77 Ensino em Pediatria 77 a 79 S227 Saúde Mental 227 a 228 S81 Gastroenterologia 81 a 85 S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a S87 Genética Clínica 87 a 91 S232 S93 Infectologia 93 a 118 S233 Suporte Nutricional 233 a 234 S119 Nefrologia 119 a 122 S235 Terapia Intensiva 235 a 238 S123 Neonatologia 123 a 143 S145 Neorologia 145 a 152 S153 Nutrição 153 a 163 S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S1 ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro ISSN 1808-7981 Inserir Imagem Os pescadores J. Borges Xilogravura Bezerros, Pernambuco, 2003 Arquivos de Pediatria Alergia e Imunologia Alergia e imunologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S31 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 468 Título: A PERCEPÇÃO DE BRONCOESPASMO INDUZIDO POR EXERCÍCIO NAS CRIANÇAS E NOS ADOLESCENTES INFLUENCIA A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS ? Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;DECIO MEDEIROS;MARIA EUGENIA MOTTA;ALMERINDA REGO SILVA Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Crianças asmáticas frequentemente têm crises desencadeadas por exercício físico. Por outro lado, muitas mães têm medo de permitir que seus filhos façam atividades físicas. Objetivos: avaliar se a percepção de broncoespasmo induzido por exercício determina a atitude dos adolescentes e dos pais das crianças em evitar a prática de esportes e exercícios. Métodos: Foi realizado estudo transversal incluindo 62 crianças e adolescentes com mediana de idade de 9,5 anos (percentis 25 e 75: 7 - 12 anos) e diagnóstico clínico de asma. Os pacientes asmáticos consecutivamente atendidos em um ambulatório especializado responderam a um questionário que incluía as questões "evita participar de esportes ou brincadeiras devido à asma?", "tem cansaço quando joga ou brinca?", "tem chiado no peito quando joga ou brinca?" e "tem asma quando joga ou brinca?". Resultados: Dos pacientes entrevistados, 37% (23/62) afirmaram evitar a prática de esportes ou brincadeiras devido à presença de asma. Entre os pacientes que evitavam exercícios, 91,3% (21/23) afirmaram apresentar cansaço após exercício, enquanto isso foi relatado em apenas 44,7% (17/38) dos que não evitavam (2 = 11,32; p = 0,0008). Entre os pacientes que evitavam exercícios, 74% (17/23) confirmaram ter chiado no peito após exercício, enquanto isso foi relatado por 28,2% (11/39) dos que não evitavam exercícios (p = 0,001). Entre os pacientes que evitavam exercícios, observou-se que 74% (17/23) informaram ter asma após exercício, enquanto isso foi relatado por 33,3% (13/39) daqueles que não evitavam exercícios (p = 0,005). Conclusões: a maioria dos pacientes asmáticos evita exercícios apenas quando evidencia sintomas ou crise asmática diretamente relacionada à prática de atividades físicas. Código Trabalho: 700 Título: ALERGIA ALIMENTAR: EXAMES COMPLEMENTARES AJUDAM NO DIAGNÓSTICO? Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;GISELIA PONTES ALVES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;EUGÊNIA MOTTA;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Exames complementares têm sido utilizados na tentativa de confirmação de uma suspeita diagnóstica clínica. Será que realmente esses exames laboratoriais contribuem para o diagnóstico de casos de alergia alimentar? Objetivos: Verificar a concordância entre a história clínica positiva para alergia alimentar e os resultados dos exames complementares realizados em crianças. Métodos: Pacientes encaminhados com quadro clínico suspeito de alergia alimentar, na faixa etária de entre 1 e 5 anos de idade, foram submetidos a um questionário de triagem. Após confirmação da suspeita diagnóstica por esse questionário, as crianças foram incluidas no projeto e realizados teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (prick test) para caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina, clara de ovo, gema de ovo, trigo e amendoim, e patch test (teste para pesquisar alergia alimentar mediada por células na pele) para proteína do leite de vaca, clara de ovo, gema de ovo, trigo e amendoim. O prick test foi considerado positivo quando a pápula era maior que 3mm em relação ao controle negativo. O patch test foi considerado positivo quando durante a 2ª leitura do 5º dia, ocorresse hiperemia ou edema no local de contato do alérgeno. Resultados: Foram encaminhadas 46 crianças para o serviço. Três delas não se enquadraram no projeto e foram descartadas. Das 43 restantes, 25 eram do sexo masculino e 18 do feminino. Doze crianças apresentaram prick test positivo e seis o patch test. Doze apresentaram ambos positivos. Dessa forma, 70% das crianças apresentaram ou prick ou patch testes positivos e 30% os dois positivos ao mesmo tempo. A literatura considera que o valor preditivo positivo (VPP) para o diagnóstico de alergia alimentar é próximo a 100% quando ambos os testes estão positivos, podendo assim dispensar a S32 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. realização do teste padrão ouro diagnóstico, a provocação oral com alimentos. É referido ainda, que criança com prick test positivo e história de reação recente ao alérgeno testado, também poderiam ser consideradas alérgicas alimentares. Dessa forma, observamos que em 60% dos casos poderíamos afirmar que a criança é portadora de alergia alimentar, sem a necessidade da realização do desencadeamento oral. Conclusões: o prick e o patch testes podem ajudar no diagnóstico das crianças suspeita de possuírem alergia alimentar. Código Trabalho: 443 Título: ASSOCIAÇÃO DA PRESENÇA DA CICATRIZ DA VACINA BCG E DIAGNÓSTICO DE ASMA EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE RECIFE. Autores: MARCELA AMORIM;ALDO COSTA;NICODEMOS PONTES;ANTÔNIO GONÇALO;DEBORAH SCHOR;EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A vacina de BCG é considerada como tendo potencial imunomodulador, quando administrada estimularia uma resposta imunológica baseada em linfócitos Th1, equilibrando ou mesmo diminuindo a resposta de linfócitos Th2 responsáveis pela atopia. Objetivoa: Verificar a associação de pelo menos 01 cicatriz de vacina BCG e diagnóstico de asma em adolescentes de escolas públicas de Recife-PE. Métodos: Estudo descritivo exploratório inicial, onde 429 adolescentes de escolas públicas foram incluídos. Foi procedido à identificação dos alunos (nome, idade e sexo), aferição de peso e altura, identificação da presença de cicatriz de BCG e mensuração da mesma e, em seguida, aplicado um questionário ISAAC sendo considerado o diagnóstico prévio de asma realizado por Médico. Resultados: Das 429 crianças estudadas, 382 (89%) possuíam pelo menos uma cicatriz de BCG, existindo uma resposta de asma diagnosticada de 23,3% (100/429). Conclusões: Verifica-se que apesar de uma ampla cobertura vacinal para BCG, estes adolescentes apresentam prevalência de asma diagnosticada semelhante ao referido na literatura. Código Trabalho: 464 Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE DURAÇÃO E TIPO DE AMAMENTAÇÃO E ADOLESCENTES ASMÁTICOS NA CIDADE DE CARUARU - PE. Autores: JANAINA MARIANO;EMANUEL SARINHO;DEBORAH SCHOR;ALMERINDA REGO SILVA;DIRCEU SOLÉ;SILVIA WANICK SARINHO Instituição: CENTRO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE : ALERGIA E IMUNOLOGIA Contato: [email protected] Resumo: Objetivos: Avaliar a associação da presença e tipo de amamentação em adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo de caso-controle com adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru-PE. Composta de 50 asmáticos e 150 controles selecionados através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário composto de 33 questões para investigação das seguintes variáveis: presença de amamentação, tempo de amamentação e amamentação exclusiva. Resultados: A presença da amamentação um OR = 1,17 com um IC = 0,51 a 2,70, O tempo de amamentação não teve diferença estatística (p=0,585), bem como a amamentação exclusiva (p=0,239). Conclusões: Nenhuma das variáveis estudadas mostrou associação significativa com a presença de asma no adolescente Alergia e Imunologia Código Trabalho: 1238 Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DE ASMA E FAIXA ETÁRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES . ISAAC FASE 3. Autores: JACKELINE MOTTA FRANCO;RICARDO QUEIROZ GURGEL;DIRCEU SOLÉ Instituição: Universidade Federal de Sergipe Cidade/UF: ARACAJU/SE Resumo: Introdução: A mudança no predomínio da prevalência da asma do sexo masculino ocorre na época da puberdade, podendo estar associada às diferenças biológicas e fenotípicas entre os sexos. Objetivos: Avaliar a associação entre sintomas de asma e faixa etária entre crianças e adolescentes, utilizando o questionário padronizado (QE) ISAAC. Métodos: As escolas tanto na rede pública como privada foram sorteadas por amostragem aleatória estratificada garantindo a proporcionalidade segundo domínio escolar e localização por distrito. Os questionários foram respondidos pelos adolescentes na sala de aula, sob supervisão dos pesquisadores, e pelos pais ou responsáveis das crianças de 6-7 anos, em casa. Para análise comparativa foi utilizado o teste do qui-quadrado (CHI 2) e nível de significânciade 0.05. Resultados: Foram obtidos 2443 QE completamente respondidos entre as crianças e os adolescentes. A análise comparativa mostrou haver associação entre as duas faixas etárias e os sintomas relacionados nos últimos meses nas questões: menos de 4 crises - CHI 2= 10.5**, sono prejudicado < 1 noite / semana - CHI 2= 11.8**, mais de 1 noite / semana - CHI 2= 4.73* , fala prejudicada CHI 2= 12.04***, asma alguma vez - CHI 2= 19.33***, chiado aos exercícios - CHI 2= 57.6*** e tosse seca sem infecção CHI2= 21.3***. Nas questões em que houve associação , a proporção de respostas afirmativas foi maior entre adolescentes 1.1-1.2:1, à exceção da questão relacionada ao sono prejudicado em que as crianças compareceram em maior número. Conclusões: Existe associação entre diferentes sintomas de asma e as faixas etárias, com proporção de respostas afirmativas significantemente maior, entre os adolescentes. Código Trabalho: 387 Título: DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SINDROME DE FREYRELATO DE CASO Autores: DEBORAH SCHOR;CARINA MEDEIROS;ADRIANA AZOUBEL ANTUNES;ROSANA CHAGAS;IRAMIRTON MOREIRA;GLADYS QUEIROZ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA- UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Síndrome de Frey é caracterizada pelo surgimento, geralmente unilateral, de eritema cutâneo, sensação de calor, sudorese e dor na de distribuição cutânea do nervo auriculotemporal como resposta a estímulos gustativos e, excepcionalmente, táteis, em conseqüência de lesão das fibras parassimpáticas do referido nervo. É uma entidade pouco descrita na infância; tem início habitualmente no primeiro ano de vida, coincidindo com a introdução de alimentos sólidos, daí o diagnóstico diferencial com alergia alimentar. Objetivos: Relatar um caso de Síndrome de Frey e fornecer subsídios teóricos para que seja realizado seu reconhecimento precoce. Relato de Caso: LCRS, 11 meses de idade, masculino, natural e procedente de Recife - PE. Com 5 meses de vida apresentou lesão eritematosa em hemiface esquerda, que surgiu após ingestão de alimentos sólidos e desapareceu espontaneamente em poucos minutos. Nascido de parto vaginal por fórceps, peso ao nascimento 3.369g, APGAR 9 e 10. Iniciou leite artificial como complemento aos 15 dias de vida. Com dois meses chorava muito à noite, melhorou com a retirada do leite artificial e derivados de leite de vaca da dieta materna. Aos cinco meses iniciou leite de soja modificado e outros alimentos na dieta. Ao exame observaram-se lesões eritematosas em hemiface esquerda, sem pápulas ou dor local. O diagnóstico definitivo foi estabelecido após Teste de Provocação Oral com a ingesta de alimentos sólidos, não havendo a necessidade, portanto, de exames complementares. Conclusões: A síndrome de Frey, freqüentemente confundida nos ambulatórios especializados com quadros de urticária aguda, na infância é um processo benigno, que tende a diminuir progressivamente até que os sintomas desapareçam; seu diagnóstico precoce, baseado, na anamnese, é importante, a fim de evitar exames complementares desnecessários e dietas de exclusão alimentar. O presente caso alerta para essa possibilidade diagnóstica. Código Trabalho: 510 Título: DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICA E POSSÍVEIS MARCADORES PESSOAIS E FAMILIARES DE ATOPIA Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA; GISELIA ALVES PONTES;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO; ERNANI PEREIRA SILVA; PEDRO ALVES Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Área: ALERGIA E IMUNOLOGIA Contato: [email protected] Resumo: Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) possui prevalência em torno de 10% entre os lactentes regurgitadores, podendo ser mais prevalentes em crianças atópicas. Objetivos: Verificar em lactentes menores de um ano de vida se marcadores pessoais e familiares de atopia são mais presentes em um grupo de crianças com (DRGE) em relação a um grupo de crianças com Regurgitação Infantil (RI). Métodos: O desenho de estudo foi do tipo transversal (prevalência), com posterior análise do tipo caso controle. A população foi constituída por crianças menores de um ano de idade com história de episódios de regurgitação durante um período mínimo de três semanas. Foi selecionada uma amostra de 434 lactentes para estimar a prevalência de marcadores pessoais e familiares de atopia. A amostra foi analisada com a intenção de evidenciar uma possível associação entre DRGE com esses marcadores. As definições de DRGE e RI foram baseadas no critério de Roma II e as de marcadores pessoais e familiares de atopia foram baseadas no escore de Martinez. Resultados: Entre crianças estudadas, 24,88% (108/434), apresentaram marcadores pessoais e familiares de atopia positivo, mas não houve diferença significativa do ponto de vista estatístico (p = 0,07) entre os pacientes com DRGE (43/434) e RI (391/434). Conclusões: Os pacientes com DRGE não apresentaram associação significativa com marcadores pessoais e familiares de atopia, quando comparados a pacientes com RI. Código Trabalho: 53 Título: DOENÇA GRANULOMATOSA CRÔNICA - RELATO DE CASO Autores: MILENE GAVIOLI;LUIZ CAMILO DE FREITAS;BRUNA CONDÉ;LUCY MARY SHINTANI;ANTONIO CONDINO NETO;MARIA CÂNDIDA RIZZO Instituição: Hospital Infantil Menino Jesus; UNICAMP, UNIFESP Cidade/UF: SÃO CAETANO DO SUL/SP Resumo: Introdução: A DGC é uma imunodeficiência primária rara (1/200 000 nascimentos vivos) e caracteriza-se por infecções recorrentes devidas a alterações na NADPH oxidase, com conseqüente baixa produção de ânion superóxido pelos neutrófilos. Clinicamente observam-se grandes coleções purulentas sem a resolução do processo. A DGC pode ser causada por mutações em uma das 4 moléculas estruturais do NADPH oxidase: gp91 phox, p47 phox p22 phox p67 phox. Aproximadamente 2/3 dos pacientes com DGC apresentam mutações no gp91 phox e uma herança recessiva ligada ao X. O restante é autossômico recessivo. Independente do genótipo, os pacientes apresentam formação de granulomas e infecções recorrentes por organismos catalase-positivos, especialmente Staphylococcus aureus., Aspergillus spp.,Serratia marcescens.,Nocardia spp. e Burkholderia cepacia. O diagnóstico da DGC é feito pelo nitroblue tetrazolium teste (NBT) ou variantes do mesmo. Objetivos: Os autores descrevem a grave evolução de uma criança do sexo masculino, portadora de DGC e acompanhada em um Hospital Público de São Paulo (HIMJ). Relato de caso: Descrição do caso: GDB,sexo masculino, 11 meses, 10 filho de pais não consangüíneos, natural de Registro-SP. Nasceu a termo, parto normal, sem intercorrências perinatais. Não houve cicatrização do umbigo desde o nascimento, com formação de coleção purulenta no local. Foi inicialmente drenado e tratado com antibioticoterapia de amplo espectro, com má evolução, tendo Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S33 Alergia e Imunologia sido submetido à cirurgia para debridamento de material necrótico, aos 5 meses. Aos 2 meses, após receber uma dose de vacina anti-hepatite B, apresentou abscesso em coxa direita, que precisou receber abordagem cirúrgica aos 7 meses, ao ser internado em nosso serviço, onde ainda permanece. Houve cicatrização completa desta lesão, com retração de pele no local. Nesta ocasião mantinha a ferida umbilical, quadro mantido até hoje, apesar de intervenção cirúrgica no último mês. Há 40 dias atrás, após uma punção venosa periférica, desenvolveu novo abscesso em braço esquerdo. Desde o nascimento mantém-se praticamente todo o tempo em antibioticoterapia. Nos últimos 4 meses tem recebido sulfa-trimetropim e itraconazol, em doses habituais, como medicação profilática e cursos de antibioticoterapia. O hemograma mostrou anemia hipocrômica microcítica e leucocitose (30 a 80.000/mm3) com predomínio de neutrófilos. Não se conseguiu isolar agentes infecciosos na hemocultura e sim na secreção umbilical: Enterococcus sp, Staphylococcus coagulase negativa e Pseudomonas aeruginosa. Foram normais as dosagens séricas de imunoglobulinas e o ELISA para HIV foi negativo. Foi avaliada a atividade NADPH oxidase dos leucócitos por citometria de fluxo, quantificando-se a produção de H2O2 de neutrófilos e monócitos, ativados com Phorbol-myristate-acetate (PMA). Monócito espontâneo Monócito PMA Neutrófilo espontâneo Neutrófilo PMA Com base nos resultados foi feito o diagnóstico de DGC e aguardamos o diagnóstico.Paciente 0 1,6 0 5,5Controle 0 21,55 0 20,05 Código Trabalho: 395 Título: EDUCAÇÃO EM ASMA E AS DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES DA DOENÇA Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;DEBORAH SCHOR;MARÍLIA COUTINHO;ALMERINDA REGO SILVA;EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA- UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Comparação do impacto da educação em asma entre familiares de pacientes com as diferentes classificações da doença: asma intermitente (AI), asma persistente leve (APL), asma persistente moderada (APM) e asma persistente grave (APG). Métodos: Foram avaliados 58 pacientes com asma acompanhados no Hospital das Clínicas de Pernambuco, com faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os critérios do Consenso Brasileiro. Os familiares das crianças responderam a questionários compostos por 15 perguntas básicas a respeito da doença, todas com respostas de dupla escolha (sim ou não). Os questionários foram aplicados antes e após a realização de reuniões explicativas sobre conceito, fatores desencadeantes, controle ambiental e manejo da crise da asma. Resultados: Os familiares dos pacientes que compuseram o grupo classificado como APL foram os que conseguiram um maior aumento do percentual de acertos nos questionários antes e após as reuniões APL (45,31%), comparados aos demais grupos: AI (39,39%), APM (38,8%) e APG (37,68%). Em contrapartida, os responsáveis pelos pacientes com APG foram os que obtiveram um desempenho mais satisfatório nas respostas dos questionários aplicados tanto antes (69% de acertos) como após as reuniões (95% de acertos). Conclusões: As diferenças nos resultados podem demonstrar que os pacientes graves, pelo maior convívio com a asma e com serviços médicos, obtêm maior volume de informações em relação aos demais. Por outro lado, a similaridade dos percentuais dos acertos finais demonstrou que todos os pacientes com os diferentes tipos de asma possuem potencial de aprendizagem equivalente e que a educação em asma pode se revelar acessível e eficaz, não importando a tipologia da asma. S34 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 440 Título: ERITEMA MULTIFORME MINOR RELACIONADO AO HERPES SIMPLES EM PACIENTE PEDIÁTRICO: RELATO DE CASO Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;ROSANA CHAGAS;RITA ARAÚJO;ANA MARIA ARAÚJO;ALMERINDA REGO SILVA Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O eritema multiforme (EM) caracteriza-se por erupção mucocutânea aguda e autolimitada. Classifica-se nas formas minor e major, conforme extensão de mucosas acometidas e presença de sintomas sistêmicos. Cerca de 20% dos casos de EM Minor ocorre em crianças, usualmente adolescentes. Representa uma reação de hipersensibilidade a uma série de fatores precipitantes. A infecção prévia por Herpes simples é possivelmente o fator isolado mais importante como precipitante do EM Minor. Episódios repetidos são relatados em 50% dos casos. Objetivos: Relatar um caso de Eritema multiforme em paciente pediátrico. Relato de Caso: E. J. S., 13 anos e 8 meses, natural e procedente de São Lourenço da Mata - PE. Relata erupções bolhosas recorrentes em lábios que se estendem para cavidade oral e pele, ao regredirem deixam manchas hipercrômicas, desde 2 anos de idade. Acompanhado de queda do estado geral, febre, dor local, prurido após exposição solar. Seis episódios semelhantes no ano anterior. Calendário vacinal atualizado. Refere episódios anteriores de varicela, parotidite e otite média. Mãe e irmã portadoras de asma e recorrência de Herpes labial; Pai falecido por complicações de Tuberculose glanglionar há 10 anos. Ao exame presença de hiperemia, lesões ulceradas esbranquiçadas na mucosa oral, com halitose. Na pele manchas hipercrômicas disseminadas no tronco e membros superiores. Exames complementares: Leucograma 9.700 céls/mm3, sendo 5.432 céls/mm3 neutrófilos, 2.589 céls/mm3 linfócitos e 1.222 céls/mm3 eosinófilos. Teste de Mantoux 14 mm; Radiografia do tórax sem anormalidades. Imunoglobulinas (Ig): IgE 509.4 mg/dl, IgG 1.031 mg/dl, IgA 98,1 mg/dl, IgM 209 mg/dl; Sorologia para HIV negativa; Complemento sérico: C3 - 120, C4 - 14.2; ASLO - 67.6. Sorologia para Herpes IgG positivo e IgM negativo. Biópsia de pele: Eritema polimorfo (multiforme) bolhoso. Iniciado tratamento com aciclovir e o paciente evoluiu com melhora na recorrência das lesões. Conclusões: A identificação dos fatores precipitantes dos episódios recorrentes de eritema multiforme reduz a morbidade da doença. O presente caso ilustra e reforça a íntima relação entre o eritema multiforme Minor e infecções por herpes simples, conforme dados da literatura atual. Código Trabalho: 601 Título: ESTUDO MULTICÊNTRICO DE CITOMETRIA DE FLUXO PARA EXPRESSÃO DE PROTEINA TIROSINA QUINASE (BTK) EM MONÓCITOS DE PACIENTES COM HIPOGAMAGLOBULINEMIA. Autores: SERGIO MASSAIUKI TANI;JORGE ANDRADE PINTO;ANTONIO ZULIANI;PERSIO ROXO;ALMERINDA SILVA;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: FCM-UNICAMP, FM-UFMG, FM-UNESP, FM-USP RP, FM-UFPE Resumo: Introdução: Agamaglobulinemia ligada ao X (XLA; MIM# 300300) é causada pelo bloqueio na diferenciação das células B, por mutações no gene (19 exons) da proteína Tirosina Quinase de Bruton (BTK). Objetivos: Descrever as características clínicas e expressão da proteina BTK em monócitos de pacientes com hipogamaglobulinemia. Método: Foram avaliados pacientes com hipogamaglobulinemia com registros das Informações clínicas, dosagem das imunoglobulinas séricas e contagem de células B na primeira consulta. Para avaliar a expressão de BTK em células mononucleares, por citometria de fluxo, utilizaram-se anticorpos monoclonais (anti-CD19 e anti-BTK). O genótipo foi analisado por sequenciamento direto do cDNA sintetizado do RNA total e DNA genômico amplificado por reação de polimerase em cadeia (PCR), estudado por eletroforese em gel com single-strand conformation polymorphism (SSCP) e sequenciamento direto dos exons correspondentes. Alergia e Imunologia Resultados: Do total de 45 pacientes com hipogamaglobulinemia, diagnosticamos 28 pacientes como XLA, 14 como imunodeficiência comum variável e 3 como Hiper IgM. No grupo XLA, a mediana de idade para inicio dos sintomas foi de 12 meses (1-72), para idade ao diagnóstico foi 4 anos (0,4 - 14). As dosagens de IgA mg/dL, IgG mg/dL e IgM mg/dL ao diagnóstico foi de 5,5 (0,0-60); 168,5 (0,0-477), 18,0 (0,0-220) respectivamente e no grupo de ICV a mediana de IgA foi 6,0 (0,0 -141), IgG 428 (58-867) IgM 13 (1,8-49). No grupo XLA encontramos CD19 < 2% e mediana da expressão de BTK 19,4% (0,06 - 86), e das respectivas mães BTK 54,75% (22,4 97,1) com padrão em mosaico. Nos pacientes com ICV encontramos mediana de idade ao diagnóstico 14 anos (4-32), mediana de CD19 11,36% (3,6 - 31,4) e expressão de BTK > a 95%. Nas 23 famílias estudadas identificamos 13 diferentes mutações no gene da proteína BTK. Os tres pacientes com síndrome de Hiper IgM apresentaram expressão de BTK normal e CD19 > 9%. Conclusões: A expressão de BTK em monócitos discriminou que o diagnóstico de XLA deve ser considerado naqueles pacientes com agama ou hipogamaglobulinemia com CD19 < 2% e, o diagnóstico de ICV naqueles pacientes com hipogamaglobulinemia e CD19 > 3,5%. Código Trabalho: 652 Título: FALHAS NO MANEJO PRÉVEO Ä HOSPITALIZAÇÃO POR CRISE DE ASMA- ESTUDO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;JOSÉ ANGELO RIZZO;EMANUEL SARINHO;GLADYS QUEIROZ Instituição: Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia UFPE Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A asma é a doença grave mais comum da infância e, paradoxalmente, os grandes avanços do tratamento não contribuíram para redução da mortalidade pela doença. A taxa de hospitalização por asma, que significa a incidência de crises que necessitam de internamento, varia em função da prevalência da doença, da gravidade e dos padrões da prática médica. Objetivos: Verificar se o percentual de crianças com crise de asma no serviço de emergência tinham orientação para manejo da crise em casa. Métodos: Estudo de série de casos em duas unidades de saúde da cidade do Recife-PE. Para o estudo foram selecionados as crianças e adolescentes internados devido a asma, na faixa etária entre 03 e 16 anos. Foi utilizada a escala de gravidade de asma de acordo Bishop. Resultados: Considerando-se os aspectos individuais e familiares das crianças e adolescentes estudadas, a idade média foi de 05 anos. 54,4% eram do sexo masculino. Em relação a escolaridade materna, 72,4% tinham de 5 - 8 anos de estudo. 51,2 % dos pacientes tinham mais de 24 horas de início da crise de asma antes do internamento. Quanto a escala de gravidade da asma, no momento do internamento, 52,2 % foram classificadas em grave e muito grave. Verificou-se ter sido de 62,3 % o tempo de início de tratamento em casa, dentro das primeiras seis horas; enquanto 17,9 % não fizeram tratamento em casa. Quanto ao uso de drogas, 41,9 % fez uso de broncodilatador e/ou brometo de ipatrópio e 53,9 % fizeram uso de broncodilatador associado a corticóide. Conclusões: Há uma precária orientação sobre o manejo domiciliar da crise, o que demonstra a necessidade de um plano escrito para o manejo da crise de asma, bem como de orientação adequada aos pacientes durante as consultas. Código Trabalho: 1134 Título: GRAVIDADE DA SIBILÂNCIA EM LACTENTES E TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;JOÃO PAULO CAVALCANTI DE CASTRO;ÍTALO MARCELO DO RÊGO NASCIMENTO;KLEBIANA SANTOS;LUCIANE DE LIMA MOURA;ANA LUIZA HOLANDA ALMEIDA Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de A Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: morbidade acentuada e risco de efeitos adversos dependentes da auto-medicação. Objetivos: determinar a prevalência e a gravidade de sibilos em lactentes relacionando-as à terapêutica adotada. Métodos: estudo comparativo multicêntrico internacional do tipo transversal realizado por questionários respondidos pelas mães das crianças de 12 a 18 meses em amostras aleatórias de 316 lactentes, nas Unidades Básicas de Saúde. Foram excluídas crianças com doenças crônicas e que não tinham repercussão respiratória. O banco de dados foi construído no Epi Info 2000 versão 3.2.2. Resultados: 39,2% apresentou chiado no peito no primeiro ano de vida; destes, 47,5% apresentou mais de três episódios/ano; a maioria (52,8%) necessitou de cuidados em Pronto-Socorro e apenas 10,6% foi hospitalizada. Dentre as crianças que receberam atendimento de caráter de urgência 86% recebeu tratamento com broncodilatadores (BD) via inalatória; 68% dos que não procuraram cuidados médicos também fizeram uso de BD por auto-medicação. Apenas 9% confirmou uso de corticosteroides orais. Esta prevalência foi ainda mais baixa no grupo sem consulta de urgência (5%). A terapêutica oral era desconhecida para 29% do grupo atendido na Urgência e para 18% do grupo atendido eletivamente ou sem assistência médica. Conclusões: a freqüência de chiado no peito no primeiro ano de vida é elevada com morbidade acentuada traduzida por aumento na procura de atendimento em serviços de urgência e internações caracterizando um problema de saúde pública. Há utilização em larga escala de BD para alívio destes sintomas em lactentes, muitas vezes sem prescrição médica. Corticóides ainda são pouco utilizados nessa faixa etária possibilitando maior morbidade. Código Trabalho: 448 Título: IMPORTÂNCIA DO TESTE DE PROVOCAÇÃO EM PACIENTES COM RELATO DE HIPERSENSIBILIDADE A DROGAS Autores: DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON MOREIRA;DANELLE STOLZ;MARIA DA CONCEI LUNA;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;GLADYS QUEIROZ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: As Reações Adversas a medicamentos dividem-se em previsíveis e imprevisíveis. As reações previsíveis são as mais freqüentes, caracterizando os efeitos colaterais mais comuns das medicações. As imprevisíveis relacionam-se à susceptibilidade individual, como intolerância, idiossincrasia e reações de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade (alérgicas ou não alérgicas) correspondem a aproximadamente 25% do total das Reações Adversas a medicamentos. Objetivos: Traçar o perfil dos pacientes com relato de hipersensibilidade a drogas, submetidos a teste de provocação. Métodos: Estudo de série de casos, realizado no ambulatório de alergia a drogas do Centro de Pesquisa em Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no período de outubro de 2004 a março de 2006. Participaram do estudo 10 pacientes com relato de hipersensibilidade após uso de anestésicos locais (AL), antiflamatórios não esteróides (AINEs) e β2 agonistas, que realizaram testes de provocação. Resultadoss: Do total da amostra, 5 pacientes foram do sexo masculino A idade variou entre 4 e 32 anos. Nove pacientes (90%) afirmaram antecedentes de atopia. Cinco relataram hipersensibilidade a AINEs, 2 a AL, 1 a AINEs e AL e 1 a β2 agonista. As reações citadas mais frequentes foram: angioedema (7), urticária (6), broncoespasmo (1) e anafilaxia (1). Foram realizados 11 testes de provocação, destes: 4 com lidocaina (todos negativos); 6 com AINEs, sendo 2 com o Cloxinato de lisina que apresentaram urticária e angioedema e 4 com o Etoricoxib (negativos);1 com β2 agonista, fenoterol (negativo). Conclusões: Estes dados ressaltam a importância dos testes de provocação, no sentido de afastar ou confirmar a presença de hipersensibilidade a drogas e possibilitar em alguns casos uma alternativa medicamentosa para o paciente ou evitar privações desnecessárias diante de necessidade terapêutica. Introdução: o diagnóstico e a terapêutica de lactentes chiadores ainda apresenta dificuldades incorrendo em Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S35 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 568 Título: IMUNIDADE CELULAR REDUZIDA PARA A VACINA BCG EM LACTENTES COM EXPOSIÇÃO VERTICAL E NÃO INFECTADOS PELO HIV Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;SIMONE CORTE BATISTA SOUZA LIMA;TATIANE QUEIROZ ZORZETO;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: Centro de Investigação em Pediatria/ Departamento País: BRASIL Resumo: Introdução: Há pouca informação do impacto da exposição ao HIV durante a gestação no desenvolvimento imunológico da criança não infectada. Objetivos: Comparar a resposta imunológica para a vacina BCG em lactentes com exposição vertical mas não infectados pelo HIV com lactentes sem exposição ao HIV. Métodos: Estudo de corte transversal com lactentes expostos e não expostos ao HIV e vacinados com BCG no primeiro mês de vida. Os expostos foram separados por idade em dois grupos: E1 (Expostos 1, de 7,2 até 8,0 meses de idade, n=10) e E2 (Expostos 2, de 8,7 até 20,6 meses de idade, mediana 14,28, n=19). Os lactentes não expostos ao HIV (mediana de idade 7,47 meses, de 7,0 a 8,7 n=39), pareados por idade a E1, foram usados como controles (não expostos, NE). A resposta celular dos lactentes foi avaliada pela proliferação in vitro de células mononucleares estimuladas com BCG vivo ou fitohemaglutinina (PHA), com análise das populações de linfócitos T em citômetro de fluxo (CD3+, CD4+, CD8+ e TCR gd+). Foi aplicado o teste de Mann-Whitney, sendo consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Os resultados foram expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Resultados: Os percentuais de linfócitos T que proliferaram nas culturas estimuladas com BCG ou PHA foram significativamente menores em E1 e E2, quando comparados a NE (BCG: 7,1 x 9,8 x 27,9 e PHA: 30,8 x 38, 3 X 60,4, para E1, E2 e NE respectivamente). As porcentagens de subpopulações de linfócitos T CD4+ e TCR gd+ foram reduzidas em E1 e E2 nas culturas estimuladas com BCG. Os grupos de expostos ao HIV não apresentaram diferenças significativas nos ensaios de proliferação. Conclusões: As respostas linfoproliferativas para BCG e para PHA foram menores nos lactentes com exposição vertical ao HIV, mesmo nos maiores de um ano de idade. Código Trabalho: 663 Título: IMUNOGENICIDADE DA VACINA RECOMBINANTE DE HEPATITE B COMBINADA COM A VACINA BCG. Autores: EMILIA DE FARIA CARNIEL;MARIA ANGELA GOES MONTEIRO ANTONIO;ANDRE MORENO MORCILLO;MARIA DE LURDES ZANOLLI;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: PEDIATRIA-CIPED UNICAMP/ INSTITUTO BUTANTAN País: BRASIL Resumo: Introdução: A possibilidade de combinar vacinas sem causar interferência com a segurança e eficácia reduz os custos, melhora a logística da distribuição e contribui para a adesão da população aos esquemas de imunização propostos, aumentando a aceitação e a cobertura. Com isso, o controle de doenças imunopreveníveis, objetivo do Programa Nacional de Imunizações, poderá ser atingido. Objetivos: Avaliar a imunogenicidade e a segurança da vacina recombinante de hepatite b (Butang®) combinada com a vacina BCG produzida pelo Instituto Butantan (SP-Brasil). Métodos: Realizou-se um ensaio clínico aberto e randomizado com as vacinas: Butang® (HB; HbsAg recombinante 10mg, hidróxido de alumínio 0,625 mg, qsp 0,5ml) e Butang® combinada com a vacina BCG (HbsAg recombinante 10mg, BCG suspensão 0,1mg, glutamato de sódio 1,1mg, NaCl 0,85%, qsp 0,1ml). Um total de 498 recém-nascidos, cujas mães eram HbsAg negativas, receberam três doses de vacina recombinante de Hepatite b (10mg/dose) ao nascimento, com 1 e com 6 meses de idade e uma dose de BCG ao nascimento conforme preconizado pelo PNI, como se segue: GRUPO A: 245 crianças receberam a vacina Butang® combinada com a vacina BCG por via intradérmica (ID) nas primeiras 24 horas de nascimento e Hepatite b por via intramuscular (IM) com 1 e 6 meses de vida. GRUPO B: 253 S36 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. crianças receberam separadamente uma dose de BCG ID e uma dose da vacina recombinante da Hepatite b IM nas primeiras 24 horas após o nascimento e Hepatite b IM com 1 e 6 meses de vida. Foram colhidas amostras de sangue antes da terceira dose e 28 a 45 dias após, e realizadas análises quantitativas de anti-HBs (mIU/ml) usando Axsym Ausab® ABBOTT GmbH Diagnostika (Laboratories, Park IL, USA). Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS v.11. Resultados: Não foram observados eventos adversos. Títulos de anti-HBs > 10UI/ml foram encontrados em 99,6% dos vacinados no GRUPO A e 99,2% no GRUPO B; títulos > 1000UI/ml foram observados em 71,8% dos vacinados no GRUPO A e 73,1% no GRUPO B. O intervalo de confiança da diferença entre as proporções de soroproteção mostrou que a vacina combinada não foi inferior às vacinas aplicadas separadamente. Conclusões: A vacina combinada mostrou adequada eficácia, respaldando o seu uso em recém-nascidos. Código Trabalho: 738 Título: INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES DE REPETIÇÃO: CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA PEDIÁTRICAS Autores: CRISTINA FRIAS SARTORELLI;ANA PAULA ZANIN SANTOS FELGUEIRAS;ANA CRISTINA LANFRANCHI ASPRINO;PAULA AZEVEDO ALHADEFF;RAQUEL FUJINOHARA VON AH Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí Cidade/UF: JUNDIAÍ/SP Resumo: Introdução: das crianças com infecções de vias aéreas superiores (IVAS) de repetição aproximadamente 50% são saudáveis, 30% atópicas, 10% imunodeficientes e 10% portadoras de doenças crônicas. A identificação destes pacientes pode se feita, na maioria das vezes, em avaliação pelo pediatra. Objetivos: caracterizar os pacientes encaminhados ao ambulatório de alergia e imunologia pediátricas com hipótese diagnóstica de IVAS de repetição. Métodos: estudo retrospectivo envolvendo o levantamento de prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório de alergia e imunologia pediátricas no período de abril de 2004 a maio de 2006. Resultados: foram identificados 80 pacientes com hipótese diagnóstica de IVAS de repetição, 30 do sexo femino (37,5%) e 50 do sexo masculino (62,5%). A distribuição segundo a faixa etária foi: 26,5% dos 2 aos 24 meses; 15% dos 2 aos 3 anos; 11% dos 3 aos 4 anos; 12,5% dos 4 aos 5 anos e; 33,7% com idade igual ou superior a 5 anos.A infecção mais freqüente foi a otite média aguda correspondendo a 35% dos casos, seguida pelo resfrado comum, 28,75%, faringoamigdalites, 18,75% e sinusites com 17,5% das queixas. A média do número de infecções por criança por ano variou de 6,75 para as criança entre 2 a 12 meses a 8,25 para àquelas com idade entre 3 a 4 anos. Após investigação clínica e laboratorial chegou-se ao diagnóstico de atopia para 60 crianças (75%), 5 destas em associação com doença de refluxo gastro-esofágico e 2 lactentes com IgA sérica baixa, a deficiência de IgA foi confirmada em 3 casos (0,3%), a doença de refluxo gastro-esofágico isolada foi diagnosticada em 3 crianças. Ainda estão em investigação 14 pacientes. Conclusões: o número de IVAS considerado normal na infância varia de acordo com a faixa etária e o tipo de infecção. Nos pacientes deste estudo a média de IVAS por criança por ano foi superior à esperada em todas as faixas etárias. As características dos pacientes atendidos em nosso ambulatório estão de acordo com estudos prévios que demonstraram ser a atopia o diagnóstico mais freqüentemente associado ao quadro de IVAS de repetição com pequena incidência de imunodeficiência e patologias crônicas.A deficiência de IgA tem apresentação clínica variável, 2 dos pacientes aqui diagnosticados apresentavam também pneumonias e diarréia, 1 deles apenas IVAS de repetição. A ocorrência de mais de 4 novas otites ao ano é um dos 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária na Criança. Não foi possível identificar fatores de risco como exposição à fumaça de cigarro, aglomerações, desmame precoce e freqüencia à creche por falta de dados nos prontuários. Não houve crianças sadias dentre as encaminhadas ao nosso ambulatório com diagnóstico de IVAS de repetição provavelmene por terem sido identificadas nas Unidades Básicas de Sáude. Alergia e Imunologia Código Trabalho: 674 Título: INFECÇÕES RECORRENTES EM PACIENTE COM DEFICIÊNCIA FUNCIONAL DE ANTICORPOS E IMUNOGLOBULINAS NORMAIS Autores: MARTA CRISTINA DUARTE;PATRÍCIA CRISTINA GOMES PINTO;BRUNO COELHO G OLIVEIRA;KARLA GALLETTI STROPPA;FABRÍZIA REIS PINTO;FLÁVIA DUARTE CARVALHO Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora - HUUFJF Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG Resumo: Introdução: As imunodeficiências primárias, como a deficiência funcional de anticorpos, devem ser diagnosticadas precocemente e o tratamento específico instituído em tempo hábil, a fim de evitarmos a morbimortalidade tão freqüente nestas patologias. Objetivos: relatar o caso de uma paciente com infecções de repetição, chamando a atenção para o diagnóstico da deficiência funcional de anticorpos com imunoglobulinas normais. Relato do caso: L.B.N do sexo feminino, sete anos, parda, com história de infecções de repetição desde os seis meses de idade: duas pneumonias (um quadro de sepses com foco pulmonar), quatro episódios de diarréia, celulite periorbitária, um quadro de meningite bacteriana e vários episódios de otite média aguda após os dois anos de idade. Relato de várias internações para o uso de antibioticoterapia endovenosa. Veio encaminhada ao nosso serviço, onde foi realizada investigação. Foram excluídas outras causas de infecções recorrentes na infância como desnutrição, fibrose cística, refluxo gastro-esofágico e outras doenças crônicas de base. Exames laboratoriais: hemograma normal; HIV negativo. Dosagem de imunoglobulinas normais para a faixa etária, com IgG=1694,6mg/dl; IgA=209,1mg/dl, IgM=233mg/dl. Dosagem de subclasses de IgG normais; teste do NBT normal; CH100= 92U/CAE (VN maior que 60U/CAE); C3= 147,9mg/dl (VN=70 a 176mg/dl); C4= 22,5mg/dl (VN= 12 a 36mg/dl). A resposta de anticorpos para o Streptococcus pneumoniae após vacinação específica mostrou-se inadequada em todos os sorotipos (S) analisados, ou seja, todos os títulos abaixo de 1,3 microgramas/dl (S1= 0,36; S2= 0,63; S5=0,96; S6= 0,59; S9= 0,48; S14=0,75). O tratamento específico foi iniciado com infusão endovenosa de imunoglobulina. A dose utilizada foi de 400mg/kg a cada 30 dias. A criança vem apresentando melhora das infecções de repetição. Conclusões: A identificação da doença de base desta paciente foi fundamental para que se iniciasse a terapêutica apropriada. Alguns trabalhos têm mostrado melhora clínica importante dos pacientes com deficiência funcional de anticorpos em uso de imunoglobulina intravenosa. Código Trabalho: 649 Título: INTERNAMENTO POR ASMA E ENCAMINHAMENTO AMBULATORIAL. ESTUDO DE SÉRIE DE CASOS EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DA CIDADE DO RECIFE-PE. Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;DANIELLE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;EMANUEL SARINHO;JOSÉ ANGELO RIZZO;GLADYS QUEIROZ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA- UFPE Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A asma é um problema de saúde pública significativo, que, quando não bem controlada, pode causar limitação permanente ao fluxo aéreo, com limitação física, social e risco de morte por crises graves. Um grande número de crianças asmáticas são atendidas em serviços de emergência, com necessidade freqüente de internamento, e, estes serviços vêm sendo utilizados como local regular de consultas, levando a falhas no tratamento e controle da doença. Objetivos: Verificar se as crianças e adolescentes internados por asma estão encaminhados e seguidos a nível ambulatorial para o controle da asma, bem como se estão utilizando medicações profiláticas. Métodos: Estudo de série de casos em duas unidades de saúde da cidade do Recife-PE, em que foi aplicado questionário para verificar o encaminhamento ao ambulatório especializado e uso de medicação profilática. Foi considerado asmático aquele paciente que apresentou duas ou mais crises de broncoespasmo com resposta a broncodilatadores. Resultados: A maioria das crianças e adolescentes (67%) eram atendidas apenas em serviços de emergência. Mais da metade (53,3%) foi encaminhado para o ambulatório de asma pelo médico da urgência e, apenas, 16% da amostra freqüentavam ambulatório de asma. Entre os indivíduos portadores de asma persistente moderada e grave, apenas 15,2% realizavam tratamento de manutenção. Conclusões: Grande parte das crianças e adolescentes internadas por asma não realizavam acompanhamento ambulatorial preventivo. Uma cadeia de eventos tais como não referência e dificuldade de acesso ao acompanhamento ambulatorial entre outros, podem ter contribuído para esses internamentos. Código Trabalho: 4 Título: MASTOCITOSE CUTÂNEA CONGÊNITA: RELATO DE CASO Autores: IRAMIRTON FIGUERÊDO MOREIRA;ROSSANA TEOTÔNIO MOREIRA;DANIELE STOLZ;MARIA CONCEIÇÃO LUNA;FRANCISCO JOSÉ PASSOS Instituição: Hospital Universitário - UFAL Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: Mastocitose é uma doença rara caracterizada pela infiltração e proliferação anormal de mastócitos com liberação elevada de seus mediadores químicos. Pode ser restrita à pele ou envolver diversos órgãos. Objetivos: Relatamos a seguir um caso de mastocitose cutânea congênita. Relato de Caso: MST, 3 meses, masculino, branco, natural e procedente de Maceió. Apresenta desde o nascimento manchas eritematosas disseminadas no tegumento cutâneo, que evoluem para pápulas, bolhas e ao regredirem deixam manchas de coloração castanho-avermelhadas. Ao exame: lesões cutâneas máculopapulares, pruriginosas, acastanhadas, arredondadas disseminadas no tronco, membros e face, Sinal de Darier positivo. Histopatológico: epiderme com acantose, infiltrado inflamatório intersticial de células mononucleares cúbicas, presença de grânulos nos citoplasmas, compatível com mastócitos. O tratamento foi realizado com anti-histamínicos, observou-se resposta parcial dos sintomas. Conclusões: O registro deste caso é importante pela apresentação de caráter congênito e raridade da urticária pigmentosa como forma de apresentação da masctocitose cutânea. Código Trabalho: 393 Título: MEDIDAS EDUCATIVAS EM ASMA E SUA IMPORTÂNCIA NO RECONHECIMENTO DA DOENÇA Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO; DÉCIO MEDEIROS; DEBORAH SCHOR; LARA XIMENES; ALMERINDA REGO SILVA; EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliação do impacto de medidas educativas para familiares de pacientes com diagnóstico de asma, visando à melhoria da qualidade de vida dos asmáticos. Métodos: Estudo descritivo com 100 pacientes com hipótese diagnóstica de asma, na faixa etária de 2 a 15 anos, classificados segundo os critérios do Consenso Brasileiro. Realizaram-se questionários com os familiares das crianças antes e após a realização de reuniões explicativas sobre conceito, fatores desencadeantes, controle ambiental e manejo da crise da asma. Os questionários foram compostos por 15 perguntas básicas a respeito da doença, todas com respostas de dupla escolha (sim ou não). Resultados: Pôde-se observar um total de acertos nos questionários aplicados previamente às reuniões correspondentes a 67,4%. Após as explicações dadas, o índice de acertos passou a ser de 91,07%. Além disso, foram avaliados os percentuais de acertos de cada pergunta dos questionários separadamente, a fim de identificar as questões mais difíceis para os familiares e aquelas cujos resultados melhor demons-trassem o impacto da educação em asma. Dentre as questões para as quais o fornecimento das informações foi mais eficaz, destacaram-se: "O uso da bombinha vicia?", "A asma tem cura?", "Remédios para a asma fazem mal ao coração seja xarope, nebulização ou bombinha?", que tiveram os percentuais de acertos duplicados após as reuniões. Conclusões: Para a população analisada, o estudo conseguiu obter resultados satisfatórios, demonstrando a importância da educação para melhor manejo do paciente com asma e melhoria de sua qualidade de vida. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S37 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 483 Título: NÍVEL SÉRICO DE IGE TOTAL EM ALERGIA RESPIRATÓRIA ASSOCIADA À INFECÇÃO POR HELMINTOS Autores: DÉCIO MEDEIROS; JOSÉ ÂNGELO RIZZO; ALMERINDA REGO SILVA; DEBORAH SCHOR; VANESSA LEAL; EMANUEL SARINHO Instituição: Centro de Pesquisa em Alergia e imunologia UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Eosinofilia e elevação de IgE sérica são expressão de atopia, contudo há fatores intervenientes como por exemplo, as parasitoses intestinais. Esta pesquisa verifica a relação entre IgE sérica total, eosinófilos e IgE específica anti-áscaris em indivíduos portadores de asma e/ou rinite alérgica. Métodos: Estudo do tipo transversal em adolescentes portadores de asma e/ou rinite alérgica que foram examinados quanto ao nível sérico de IgE total, de IgE anti-áscaris e de contagem dos eosinófilos sanguíneos. Resultados: Foram analisados 101 pacientes com idade entre 12 e 21 anos. A mediana da IgE foi 660 UI/ml(P25-75243,5 -1500), e a dos eosinófilos foi 510 células/mm3 (P25-75 284 - 811). A IgE anti-áscaris foi positiva em 73%(74/101) da amostra, mas houve apenas 33,7%(34/101) de positividade ao parasitológico de fezes. Os coeficientes de correlação encontrados foram: 0,34 (p=0,001) entre IgE total e eosinófilos, 0,52 (p<0,001) entre IgE total e IgE anti-áscaris e 0,26 (p=0,01) entre eosinófilos e IgE anti-áscaris. O modelo de regressão linear múltipla final encontrou que IgE anti-áscaris foi fator contribuinte para IgE sérica total com coeficiente de determinação (r2 ajustado) de 0,25 (F=12,35;p<0,001) e esse efeito foi independente de contagem de eosinófilos séricos e de parasitose intestinal por helmintos. Conclusões: Em pacientes com alergia respiratória e IgE sérica total bastante elevada, oriundos de áreas com alto risco de infecção por helmintos, a pesquisa de IgE anti-áscaris como possível fator explicativo pode ser de maior ajuda que a realização do parasitológico de fezes Código Trabalho: 478 Título: PREVALÊNCIA DA ASMA EM ADOLESCENTES Autores: ALEMRINDA REGO SILVA;LUIZ CARLOS BANDIM;JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência da asma em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste de Pernambuco onde predomina clima semi-árido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por região do município. Estes dados foram fornecidos pela Secretaria de Educação local. Responderam os questionários 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 17,9% de sibilos nos últimos 12 meses (questão "2" do QE) entre os adolescentes estudados. Quando analisada a prevalência da asma diagnosticada por médico (asma alguma vez - questão "6" do QE), a prevalência foi de 19,65%. Dos que afirmaram ter sibilos no último ano, a maioria (87,6%) relatou menos de 4 crises/ano, portanto portadores de asma intermitente. Entre os adolescentes asmáticos, cerca de 5% afirmaram ter tido crises graves, nos últimos 12 meses, ao ponto de prejudicar a fala. Conclusões: Este dado é importante por ser o primeiro no Brasil a demonstrar que em cidade do clima semi-árido e a 555m acima do nível do mar, a prevalência de asma é elevada. S38 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 219 Título: PREVALÊNCIA DE ASMA BRÔNQUICA, RINITE ALÉRGICA E SINTOMAS CORRELATOS EM CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE MACEIÓ Autores: FRANCISCO JOSÉ PASSOS SOARES;MÉRCIA LAMENHA MEDEIROS SANTOS;JOÃO PAULO LINS TENÓRIO Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: Estudos recentes utilizando a metodologia do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) mostram um aumento na prevalência de doenças alérgicas em todo o mundo. Objetivos: verificar a prevalência de asma brônquica, rinite alérgica e sintomas correlatos, em crianças com necessidades especiais (NE) do município de Maceió. Métodos: Utilizamos o teste do Qui - quadrado (X2) para avaliação das associações de gênero, idade e sintomas de asma e rinite. Resultados: Chiado nos últimos 12 meses foi encontrado em 41,8% das crianças e 27,5% dos adolescentes. A prevalência de asma (provável asma, de acordo com FERRARI et al, 1998) foi de 36,2% para as crianças e 22% para o grupo de adolescentes. O relato de asma alguma vez na vida estava presente em 11,7% das crianças e 20% dos adolescentes com provável asma. Quanto à rinite, verificamos prevalência de sintomas nasais no último ano de 48,9% entre as crianças e 27,5% entre os adolescentes. A prevalência de rinite (critérios do ISAAC, 1992) foi de 35,5% no grupo de 410 anos e 18,7% no de 11-18 anos. Rinite alguma vez na vida foi referida em 28% das crianças e 29,4% dos adolescentes com rinite. Conclusões: As prevalências de asma e rinite foram mais elevadas que as descritas na literatura para crianças sem necessidades especiais, e maior na faixa etária de 4-10 anos. Asma e rinite são subdiagnosticadas na infância e adolescência, e merecem uma política de atenção específica e inclusiva de portadores de necessidades especiais. Código Trabalho: 467 Título: PREVALÊNCIA DE ECZEMA ATÓPICO EM ADOLESCENTES DE CARUARU - PE Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM; JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR; EMANUEL SARINHO; DECIO MEDEIROS Instituição: CENTRO DE ESTUDOS EM ALERGOLOGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência do eczema atópico em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por região do município. Estes dados foram fornecidos pela Secretaria de Educação local. Obteve-se resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 16,4% de eczema atópico entre os adolescentes estudados, com a presença de sintomas nos últimos 12 meses em 10,3% deles (questão "2" do QE). Dos que apresentavam sintomas 62,7% referiram localização em áreas de dobras e 58,8% afirmavam ter o sono perturbado devido à presença de prurido. A frequência referida para diagnóstico médico de eczema foi de aproximadamente 14%.Conclusões: O eczema atópico mesmo sendo uma patologia de maior frequência em locais de clima frio, na cidade de Caruaru onde predomina o clima quente, a sua prevalência foi bastante elevada. Alergia e Imunologia Código Trabalho: 477 Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES Autores: ALMERINDA REGO SILVA; LUIZ CARLOS BANDIM; EMANUEL SARINHO;JANAINA MARIANO; DEBORAH SCHOR; JOSÉ ÂNGELO RIZZO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência de rinite alérgica em adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru localizada na região agreste de Pernambuco onde predomina clima semiárido quente. Métodos: Foram randomizadas 25 escolas de um total de 202 localizadas no município de Caruaru/PE, incluindo áreas urbana e rural. O sorteio aleatório foi realizado respeitando-se a distribuição das escolas e o número de alunos matriculados por região do município. Estes dados foram fornecidos pela Secretaria de Educação local.Obteve-se resposta de 3.026 adolescentes na faixa etária de 13 - 14 anos. Destes, 88% residiam na zona urbana e apenas 24% eram alunos de escolas privadas. Enquanto que os alunos da zona rural (12%) frequentavam, na sua totalidade, escolas públicas. Apenas 15,7% dos questionários distribuídos foram entregues sem resposta. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 25,45% de sintomas nasais nos últimos 12 meses (questão "2" do QE) entre os adolescentes estudados. Quando analisada a prevalência da rinite diagnosticada por médico (rinite alguma vez - questão "6" do QE), a prevalência foi de 21,61%. Dos que afirmaram ter sintomatologia nasal no último ano, mais da metade (60%) afirmou ter sintomas oculares associados e cerca de 80% admitia interferência destes sintomas nas suas atividades diárias. Conclusões: Este dado é interessante por demonstrar que em cidade de clima semi-árido do interior do Estado de Pernambuco, a prevalência de Rinite alérgica é elevada. Código Trabalho: 896 Título: PREVALÊNCIA DE RINITE ALÉRGICA EM ADOLESCENTES DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE - REGIÃO SUL DO ESTADO DO CEARÁ. Autores: ALEXANDRE PONTES ALMEIDA;CAROLINA QUEIROZ CARNEIRO;CHRISTIANY DA SILVEIRA LIMA;DANIELE ROMA DIAS;MARIA DAS GRAÇAS N. SILVA Instituição: Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ) Cidade/UF: JUAZEIRO DO NORTE/CE Resumo: Introdução: A rinite alérgica (RA) é considerada pela maioria dos estudiosos como a manifestação mais comum da doença alérgica. Como está frequentemente associada à asma e por exteriorizar-se, clinicamente, por sintomas menos graves, há uma tendência ao subdiagnóstico, o que dificulta a estimativa de sua prevalência. Os estudos atuais, utilizando o protocolo "International Study of Asthma and Allergies in Children" (ISAAC), têm permitido uma melhor visão da sua epidemiologia, contribuindo assim para o estabelecimento de novas estratégias de controle. Objetivos: Avaliar a prevalência da RA e dos seus sintomas em escolares de 13 e 14 anos, matriculados em escolas, públicas e particulares, de Juazeiro do Norte - Ce. Métodos: Estudo observacional-transversal, no qual foram avaliados 1332 escolares na faixa etária de 13-14 anos. Os dados foram coletados por estudantes de medicina, devidamente treinados, utilizando o questionário escrito e traduzido do ISAAC, previamente testado e validado. Os questionários foram respondidos pelos próprios adolescentes em sala de aula e devolvidos aos pesquisadores. Os dados foram transcritos e analisados pelo programa MS Access. Resultados: Foram distribuídos 1782 questionários, dos quais 1332 (74,4%) foram considerados válidos. Prevalência dos sintomas: espirros ou coriza alguma vez, 35,21%; espirros, coriza ou obstrução nasal nos últimos 12 meses, 22,22%; problema nasal acompanhado de lacrimejamento ou coceira nos olhos nos últimos 12 meses, 9,23%; rinite alguma vez, 14,64%. Os meses de janeiro, fevereiro e março foram os de maior prevalência dos sintomas, com os seguintes percentuais: 4,95%, 5,78% e 5,78%, respectivamente. Conclusões: Considerando as respostas positivas à pergunta "Alguma vez na vida você teve rinite?" como definidoras do diagnóstico, detectamos uma prevalência de RA de 14,64% em nosso meio. Portanto, próxima da prevalência mundial média de 18,8%, encontrada na mesma faixa etária pelo estudo ISAAC. Código Trabalho: 481 Título: RELAÇÃO ENTRE FATORES AMBIENTAIS E ASMA EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE CARUARU - PE. Autores: JANAINA MARIANO;DEBORAH SCHOR;JOSÉ ÂNGELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;NILZA LYRA;DIRCEU SOLÉ Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Países em desenvolvimento têm experimentado um aumento dramático das doenças alérgicas nos últimos anos. Diferentes exposições ambientais em combinações com fatores genéticos podem estar associados a esse aumento. Objetivos: Avaliar a influência dos fatores ambientais predisponentes para presença de aeroalérgenos em adolescentes asmáticos. Métodos: Estudo de caso-controle com adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru-PE. Amostra composta de 50 asmáticos e 150 controles selecionados através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário composto de questões para investigação das seguintes variáveis: presença de carpete no quarto, mofo na parede, uso de travesseiro, presença de animal em casa e o uso de ventilador. Resultados: Não houve associação entre fatores ambientais predisponentes para presença de aeroalérgenos e asma para as variáveis do estudo: presença de carpete no quarto (OR = 0,57 e IC = 0,2 a 1,57), presença de mofo (OR=1,71 e IC=0,60 a 4,89), uso de travesseiro (OR=1,26 e IC = 0,31 a 5,96), contato com animal no domicílio(OR=0,68 e IC=0,33 a 1,40) e o uso de ventilador (OR=0,99 e IC de 0,50 a 1,97). Conclusões: A asma é multifatorial, e é provável que nessa amostra outros fatores não estudados apresentem maior influência na determinação da doença. É possível ainda que esses adolescentes tenham sido expostos aos fatores estudados em épocas diferentes, para casos e controles. Não foi possível discriminar se o contato foi recente para asmáticos (possibilidade de comporta-se como fator de risco) ou no passado(possibilidade de comporta-se como fator de proteção). Código Trabalho: 452 Título: RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA PARENTAL DE ATOPIA E TAMANHO DA FAMÍLIA E PRESENÇA DE ASMA NA CIDADE DE CARUARU - PE Autores: JANAINA MARIANO;JOSÉ ÂNELO RIZZO;DÉCIO MEDEIROS;DIRCEU SOLÉ;DEBORAH SCHOR;SILVIA WANICK SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: As doenças alérgicas têm aumentado muito nas últimas décadas e a asma é hoje a doença crônica mais prevalente da infância. A doença atópica tem um forte componente hereditário e é provável que os indivíduos que herdaram o "gene atópico" sejam mais dispostas a serem sensibilizados. Objetivos: Avaliar a influência da história de atopia parental e o tamanho da família em adolescentes com o intuito de verificar associação com asma. Métodos: Estudo de caso-controle com 50 asmáticos e 150 controles adolescentes de 13 e 14 anos da cidade de Caruaru-PE. Amostra aleatória onde foram selecionados casos e controles através da questão dois do questionário de asma do ISAAC. Foi Aplicado questionário para investigação das seguintes variáveis: presença de asma, rinite e eczema em pai e/ou mãe, número de irmãos(considerando como categoria de referência 01 irmão). Resultados: A história de atopia parental foi positiva em 37,5% dos casos e 19,1% dos controles (OR = 2,54 e IC = 1,27 a 5,27). No entanto o número de irmãos não se mostrou associado ao risco de asma (OR=1,78 e IC = 0,41 a 7,18). Conclusões: A história de atopia parental mostrou evidente associação com a presença de asma. O maior número de irmãos no domicílio não mostrou-se como provável fator de proteção para asma. É possível que outro desenho de estudo que permita avaliar essa variável prospectivamente seja capaz de verificar a associação entre número de irmãos e asma. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S39 Alergia e Imunologia Código Trabalho: 450 Título: REPRODUTIBILIDADE TESTE-RETESTE DE UM QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE REAÇÕES ADVERSAS A ALIMENTOS Autores: NILZA REJANE LYRA; EUGÊNIA ALMEIDA MOTTA; JANAINA BARRETO MARIANO; MARCELA AMORIM ALVES; EMANUEL SÁVIO SARINHO Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Entende-se por reação adversa alimentar (RAA) como uma resposta anormal a determinado alimento e pode ser apresentada por quaisquer indivíduos; enquanto a alergia alimentar (AA) requer a participação do mecanismo imune e atinge pessoas suscetíveis. A história clínica continua sendo um dos pilares do diagnóstico e diversas pesquisas estrangeiras vêm utilizando questionários como abordagem inicial, por vezes associados a outros testes diagnósticos. No Brasil não foram encontrados questionários validados para pesquisas de RAA e AA. Objetivos: Decidiu-se pela construção de um questionário de acordo com as etapas necessárias para este processo, que contemple os principais aspectos do tema e que sirva para identificação de indivíduos suspeitos como forma inicial de abordagem de RAA e AA. Métodos: A construção do questionário foi realizada em seis etapas: levantamento bibliográfico; bases teórico-metodológicas; elaboração do questionário preliminar; submissão à revisão por comitê de especialistas; pré-teste da versão reformulada (estudo piloto exploratório); e teste-reteste do questionário. Para a reprodutibilidade do questionário foi realizado estudo do tipo descritivo, de corte transversal durante o mês de julho de 2005, cuja população foi composta por 125 crianças das faixas etárias de dois a quatro anos de idade, matriculadas em creches municipais da Prefeitura da Cidade do Recife, de baixas condições sócioeconômicas. Foram entrevistados 125 pais ou responsáveis pelas crianças (teste do questionário), dos quais 35 participantes foram sorteados para o reteste 48 horas após a entrevista inicial. As estatísticas descritivas foram realizadas pelo software Epi-Info 6,04 DOS; e para o estudo da reprodutibilidade teste-reteste foi aplicado o teste de concordância Kappa e respectivos intervalos de confiança (95%), por se tratarem de variáveis categóricas. Os valores de Kappa são considerados como bons quando iguais ou maiores que 0,60. Resultados: O questionário foi parcialmente reprodutível de acordo com os bons índices de concordância Kappa observados em cerca de 50% das questões. Dos 125 pesquisados, 40 (32%) alegaram reação adversa a pelo menos um alimento. As perguntas do bloco de questões sobre a RAA cuja concordância variou de boa à perfeita, foram as seguintes: a ocorrência da reação; o alimento incriminado; o quadro clínico apresentado; a reação cutânea ao encostar o alimento na pele; a ida ao hospital; a re-exposição ao alimento agressor; a recorrência da reação e a restrição alimentar. As questões relativas a tempo e quanto à ocorrência de RAA na família apresentaram índices Kappa sofríveis ou regulares. Quanto ao uso de medicação, foram regulares. Algumas perguntas do histórico atópico obtiveram índices bons ou ótimos, principalmente quanto à ocorrência de asma ou cansaço. Quando a respondente era a genitora, era observada melhor concordância. Conclusões: As questões como bons índices Kappa constituem um questionário reprodutível que visa a triagem de indivíduos suspeitos, mas que posteriormente será submetido à validação quando poderá medir aquilo a que se propõe. Código Trabalho: 583 Título: RESPOSTA CELULAR DE LACTENTES IMUNIZADOS AO NASCER COM AS VACINAS BCG ISOLADA OU EM COMBINAÇÃO COM HEPATITE B. Autores: TAÍS NITSCH MAZZOLA;YARA MARIA FRANCO MORENO;MARCOS TADEU NOLASCO DA SILVA;EMÍLIA DE FARIA CARNIEL;ISAIAS RAW;MARIA MARLUCE DOS SANTOS VILELA Instituição: CIPED E DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA UNICAMP País: BRASIL Resumo: Introdução: A vacina BCG tem sido utilizada como adjuvante em vacinas combinadas. Objetivos: avaliar a resposta celular para a vacina BCG de lactentes imunizados ao nascer com BCG e hepatite B combinadas ou separadas. Métodos: estudo de corte transversal realizado em 498 recém-nascidos saudáveis, vacinados ao nascer com hepatite B combinada com BCG via intradérmica (grupo A) ou hepatite B (via intramuscular) e BCG (via intradérmica) separadamente (grupo B), produzidas pelo Instituto Butantan. A cultura de células mononucleares do sangue periférico com BCG vivo e fitohemaglutinina (PHA) foi utilizada para avaliar a proliferação de linfócitos T por citometria de fluxo (CD3+, CD4+, CD8+ e TCR gamadelta+) e determinar as concentrações por ELISA de IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa nos sobrenadantes das culturas. Os resultados foram expressos em medianas, valores máximos e mínimos. Foram aplicados os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney, sendo consideradas significativas as diferenças com p<0,05. Resultados: A proliferação linfocitária foi realizada com amostras de 86 lactentes (47 do grupo A e 39 do grupo B) e a dosagem de citocinas do sobrenadante de cultura em 42 (23 do grupo A e 19 do grupo B). Os percentuais de populações linfocitárias T e as concentrações das citocinas IL-10, IL-12, INF-gama e TNF-alfa, sob o estímulo de PHA ou BCG, foram semelhantes nos grupos A e B. Houve intensa expansão de linfócitos TCR gamadelta+. frente ao estímulo in vitro com BCG, seguida de linfócitos T CD4+ e T CD8+. As células estimuladas com BCG produziram citocinas em concentrações significativamente maiores em relação às culturas de controle positivo (PHA). Conclusões: O padrão de resposta Th1 ao BCG foi semelhante nos grupos, sugerindo eficiência imunogênica da vacina intradérmica BCG, separada ou combinada com Hepatite B. As células TCR gamadelta+ predominaram nesta resposta, sugerindo um papel relevante destas células na defesa contra micobactérias. Código Trabalho: 1215 Título: SÍNDROME DE JOB OU HIPERGLOBULINEMIA E: RELATO DE CASO Autores: MARIA NELICE SILVA;MARTA LÚCIA ALBUQUERQUE;ANA CAROLINA GONÇALVES;FERNANDA CASTRO COSTA;RAFAELLA MENEZES SOUSA;RAPHAELL PINTO TRINDADE Instituição: Univesidade Federal de Campina Grande - PB Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB Resumo: Introdução: Síndrome de Job é uma imunodeficiência idiopática primária caracterizada por níveis séricos elevados de IgE, abscessos cutâneos e infecções sinopulmonares recorrentes. Objetivos: Relatar um caso clínico de hiperglobulinemia E em criança que apresentava lesões pápulo-eritêmatopruriginosas e infecções do trato respiratório de repetição. Métodos: Pré-escolar, feminina, 3 anos, procedente de Pocinhos - PB, admitida em março de 2004 com tosse seca e febre alta há 15 dias, dermatite em face e região cervical. Tinha diagnóstico de fibrose cística e dermatite atópica desde os 6 meses, devido a lesões de pele que surgiram aos 4 meses e pneumonias de repetição (6 meses e 1 ano), com acompanhamento em ambulatório de Pneumologia Infantil. Apresentava-se febril, taquipnéica, com tiragem subcostal e lesões eritematosas, exudativas, descamativas, liquenificadas e pruriginosas em face. Múrmurio vesicular diminuído em terços médio e superior no hemitórax direito. Rx de tórax: compatível com pneumonia lobar direita. Evoluiu sem intercorrências, recebendo alta em 14 dias. Durante o seguimento ambulatorial solicitou-se dosagem de imunoglobulinas (IgA: 286; IgG: 1670; IgM: 55,1; IgE: 2416,92), sendo aventada hipótese diagnóstica de síndrome de Job, apesar de teste do suor persistir positivo. Entre março de 2004 e dezembro de 2005, evoluiu com infecções de repetição (pneumonia 3 vezes, abscessos cutâneos, episódios de diarréia) e persistência do quadro dermatológico, apesar do tratamento específico adequado. Em dezembro de 2005 foi readmitida com pneumonia, sepses grave, permanecendo internada por aproximadamente 80 dias. Nesta internação, o teste de suor foi negativo em duas ocasiões. Iniciou-se terapêutica com imunoglobulina humana tendo resposta satisfatória. Resultados: Para o diagnóstico de síndrome de Job levou-se em consideração o quadro clínico (pneumonias recorrentes, eczema e abscessos), bem como níveis séricos elevados de IgE e eosinofilia presente em vários exames. A suspeita clínica foi reforçada pela má Alergia e Imunologia evolução da paciente na vigência do tratamento específico de fibrose cística. Conclusões: Atualmente, ainda existe dificuldade no estabelecimento de uma base fisiopatológica, terapêutica específica e de um diagnóstico preciso desta síndrome. A doença ainda não apresenta um tratamento curativo. Opções promissoras como gamaglobulina, plasmaférese e ciclosporina A mostram-se eficazes, mas ainda carecem de estudos prolongados. Diante desse quadro, a melhor abordagem continua baseando-se no tratamento precoce e na profilaxia prolongada das infecções de repetição. Código Trabalho: 25 Título: SÍNDROME DE WISKOTT - ALDRICH: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PLAQUETOPENIA NEONATAL; RELATO DE DOIS CASOS Autores: PRISCILA MARIA PRADO;DEBORA THAIS CEZAR;SERGIO MASSAYUKI TANI;CELIA MARTINS CAMPANARO Instituição: FACULDADE DE MEDICINA JUNDIAÍ / ICP Bolívar Risso Cidade/UF: JUNDIAI/SP Resumo: Introdução: A Síndrome de Wiskott - Aldrich (SWA) é um distúrbio genético recessivo, ligado ao X, com mutações no gene que codifica proteína da WAS e se associa à trombocitopenia persistente com microplaquetas. As manifestações clínicas são púrpuras, petéquias e equimoses espontâneas, eczemas, infecções de repetição, e risco aumentado para doenças malignas; os níveis séricos de imunoglobulinas estão normais ou elevados; 1/3 têm melena e hematêmese. A prevalência é de 1 a 10/1 mihão de nascidos vivos. Objetivos: relatar dois casos aparentados de SWA em seguimento no ambulatório de imunologia e hematologia Faculdade de Medicina Jundiaí Método: revisão de prontuário e literatura. Resultados: Caso 1 - TRRS, 20 meses, sexo masculino, encaminhado por petéquias ao nascimento, e plaquetopenia persistente, microplaquetas (VPM 4,8); triagem infecciosa negativa, necessitando de transfusões. Na evolução, apresenta episódios de epistaxes, hematêmese, petéquias, exacerbadas em episódios de infecções agudas, revertidos após transfusão de plaquetas e hemácias. Aos 6 meses, surgimento de eczemas. Antecedentes familiares: filho único, com familiares maternos do sexo masculino, com óbito precoce (máximo 2a), por hemorragias e infecções; tio materno com diagnóstico de SWA por plaquetopenia e infecções de repetição, faleceu por edema de glote com 23 meses. Caso 02: JEJAF, 9 meses, sexo masculino, primo de TRRS; com plaquetopenia grave ao nascimento, microplaquetas (VPM 5,1) e cor anêmico aos 2m, necessitando transfusões de plaquetas e hemácias. Evolui com episódios de hemorragia digestiva alta, plaquetopenia grave, infecções recorrentes e eczemas. Ambos estão em programação de Transplante Medula Óssea. Discussão: Plaquetopenia neonatal é uma afecção incomum e pode ser causada por: 1) Plaquetopenia isoimune - presença de incompatibilidade feto materna ( Ac anti PL) mãe com plaquetas, história e exames físicos normais; doença benigna que regride espontaneamente. 2) Infecções congênitas: considerada a etiologia mais freqüente (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus, sífilis, herpes, HIV); 3) Síndromes genéticas. Conclusões: a história familiar, infecções recorrentes, eczemas e microplaquetas em sangue periférico, encontradas nas duas crianças preenchem os critérios diagnósticos para SWA. Esta também deve ser considerada no diagnóstico diferencial das plaquetopenias neonatais e imunodeficiências congênitas. Código Trabalho: 643 Título: URTICÁRIA CRÔNICA: COMO ESCLARECER A SUA ETIOLOGIA? Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON FIGUEIREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Cerca de 60% dos casos de urticária crônica não se consegue identificar o fator causal. Dos 40% sem etiologia, cerca de 30% pode ser explicado pela existência de anticorpos anti-receptores de IgE. Objetivos: Verificar a etiologia dos casos de urticária crônica através de um protocolo clínico laboratorial em crianças. Métodos: Os pacientes foram submetidos a uma triagem clínica, onde aqueles com história e exames físicos compatíveis com urticária crônica foram incluídos no protocolo laboratorial que consiste na realização de: Hemograma, VSH, T3, T4, TSH, IgE total, C3, C4, FAN, Anticorpo anti-tireoglobulina e anti-peroxidase, sorologia para hepatite B e C, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, Helicobacter pylori (sorologia ou endoscopia com biópsia), VDRL, sumário de urina, urocultura, cultura de secreção nasal, de secreção vaginal e de orofaringe, raio-x do tórax e dos seios da face, teste do dermografismo e para diagnóstico de urticária física ao frio, além de teste cutâneo para aeroalérgenos e alimentos (prick test). Sendo os resultados negativos, a criança realiza o teste do soro autólogo (pesquisa de anticorpo anti-receptor de IgE). Resultados: Dezessete crianças entre nove meses e 16 anos participaram. Sendo 5 do sexo masculino e 12 do feminino. Quatro crianças apresentaram teste cutâneo positivo para aeroalérgeno e uma a alimento. Três crianças apresentaram parasitológico de fezes positivo. Três apresentaram raios-X dos seios da face positivos para sinusite, porém sem clínica compatível. Três crianças tiveram anti-HBS positivo e uma apresentou sorologia positiva para Helicobater pylori. As crianças com teste cutâneo positivo para aeroalérgenos foram orientadas no sentido de controlar melhor o ambiente domiciliar, bem como aquela que apresentou positividade para alimento foi orientada a uma dieta de exclusão. As parasitoses intestinais foram tratadas e as crianças com raios-X compatíveis para sinusite, apesar de não possuir clínica, foram tratadas com amoxacilina. Entretanto, nenhuma delas respondeu a terapêutica. As crianças com anti-HBS positivo encontram-se em investigação. A criança com sorologia positiva para Helicobacter pylori foi tratada com amoxacilina, claritromicina e omeprazol, apresentando remissão da sintomatologia de urticária crônica. Repetirá sorologia controle após três meses. Uma criança que não teve exames positivos em sua investigação foi submetida ao teste do soro autólogo com resposta positiva. Encontra-se aguardando a possibilidade de realizar imunoglobulina como terapêutica. Discussão: Apesar de protocolos estabelecidos, a urticária crônica persiste como um desafio diagnóstico para a classe médica. Faz necessário esclarecer quais exames devemos utilizar para elucidação etiológica e oferecer estrutura para a investigação, principalmente em serviços públicos.Dessa forma, minorar o desconforto do paciente. Código Trabalho: 540 Título: URTICÁRIA CRÔNICA: RELATO DE UM CASO COM ETIOLOGIA POR HELICOBATER PYLORI Autores: ALDO JOSE FERNANDES COSTA;EMANUEL CAVALCANTI SARINHO;ALMERINDA SILVA;DEBORAH SCHOR;IRAMIRTON FIGUEREDO MOREIRA;CONCEIÇÃO LUNA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Urticária Crônica ainda persiste como um desafio diagnóstico para o médico. A dificuldade em se encontrar a sua etiologia é frustrante para o paciente e para o profissional que o assiste. Vários protocolos diagnósticos laboratoriais são aplicados na tentativa de elucidar a etiologia da doença. Objetivos: Relatar um caso de Urticária Crônica em uma criança de 9 anos de idade, sexo feminino, que teve a sua etiologia elucidada. Descrição: A criança, SMLM, 9 anos, sexo feminino, foi atendida no ambulatório de alergia e imunologia em pediatria do Hospital Universitário com queixa informada pela sua genitora de "lesões" avermelhadas pelo corpo, diariamente, há 1 ano. No momento da consulta foi constatada a presença de lesões pápulo-eritematosas pelo corpo. Foi negada a existência de angioedema, dermografismo e doença auto-imune na criança e seus familiares. Havia história de doenças atópicas na família, bem como um primo do sexo masculino que apresentou quadro semelhante de urticária. Foi referido no momento da consulta que sucos de goiaba, maracujá, acerola, maça, assim como chocolate e guaraná, funcionavam como desencadeantes do processo. A criança era portadora de Rinite intermitente e encontrava-se em Alergia e Imunologia uso de anti-histamínico de primeira geração diariamente. A criança foi incluída no protocolo diagnóstico do serviço para casos de Urticária Crônica sendo encontrada uma sorologia positiva para Helicobacter pylori. Realizada terapêutica com amoxacilina, claritromicina e omeprazol com melhora da sintomatologia. Aguardaremos o prazo de três meses para a realização da sorologia controle. Discussão: Apesar da existência de vários protocolos laboratoriais para o diagnóstico etiológico da urticária crônica (sintomas persistem por mais de seis semanas), a doença permanece um desafio à classe médica. Quando não diagnosticada a sua etiologia, é denominada urticária crônica idiopática. É encontrado em literatura recente, a descrição cada vez mais freqüente de casos de crianças com H. pylori, sendo descrita uma associação com o desenvolvimento de casos de urticária crônica. Dessa forma, gostaríamos de chamar a atenção da classe pediátrica para a existência dessa possível etiologia nos quadros de urticária crônica. Código Trabalho: 329 Título: UTILIDADE DO TESTE TUBERCULÍNICO EM CONTACTANTES DE TUBERCULOSE VACINADOS PREVIAMENTE PELO BCG Autores: DEBORAH SCHOR;LEONARDO VEJAR;ALMERINDA REGO SILVA;ANA TARSILA FONSECA;ANA CARLA MOURA;EMANUEL SARINHO Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ALERGIA E IMUNOLOGIA-UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Objetivos: Ainda é disseminada a informação de que a vacina BCG pode interferir na resposta ao teste tuberculínico. O objetivo deste artigo é avaliar contactantes intra-domiciliares de tuberculose vacinados previamente com o BCG, e relacionar a reatividade ao teste de tuberculínico com a positividade à bacteriologia do escarro do caso índice. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo a partir do registro do Programa de Tuberculose Infantil do Chile no período de 1987 a 1997. Foram consideradas contactantes 3227 crianças de 0-14 anos, das quais 1234 eram menores de 6 anos. Entre as crianças estudadas, 2923 (92%) apresentavam uma ou mais cicatrizes de BCG. O total de casos índices foi de 1388, todos os 1250 casos de tuberculose pulmonar( TP) apresentaram positividade à cultura, e a bacteriologia do escarro foi registrada como positiva ou negativa (BP ou BN). Atribuiu-se valores semiquantitativos de 1 a 5 para a carga bacilar e realizou-se a análise estatística por regressão simples. A reação ao teste tuberculínico >9mm foi considerada como positiva. Resultados: Encontrouse forte correlação (r 2 = 0.9952) entre a positividade ao Teste nos contactantes e a bacteriologia dos casos índice sugerindo que a vacinação BCG não interfere de forma importante com a interpretação do Teste Tuberculínico em crianças contactantes de tuberculose. Portanto, teste tuberculínico positivo em criança contactante de bacilífero mesmo previamente vacinada com BCG, deve ser considerado como um indicativo de primoinfecção tuberculosa. S42 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Arquivos de Pediatria Cardiologia Pediátrica Cardiologia Pediátrica Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S45 Cardiologia Pediátrica Código Trabalho: 713 Título: ANÁLISE DO PERFIL DA CLIENTELA E PREVALÊNCIA DE DIAGNÓSTICOS REALIZADOS NO AMBULATÓRIO DE CARDIOPEDIATRIA NA UNIDADE DE ENSINO AMBULATORIAL MATERNO-INFANTIL,NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2003 A JUNHO DE 2005 Autores: MAURICIO LAERTE SILVA; CAROLINA CECÍLIA F SCHMIDT Instituição: UNISUL -Tubarão,SC Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução:É importante conhecer a clientela e o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no ambulatório de cardiologia pediátrica de uma escola médica. Objetivos: Traçar o perfil da clientela atendida na cardiopediatria na UE-AMI (Unidade de Ensino Ambulatorial Materno-Infantil, visando identificar as características desta população, os motivos de encaminhamentos, os diagnósticos definitivos, as condutas adotadas e a importância do serviço para o município, assim como para o sistema de saúde pública. Métodos: Realizou-se um estudo do tipo transversal e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição e autorizado pelo responsável local. Foram utilizados todos os prontuários dos pacientes atendidos no ambulatório com idade de 0 a 15 anos, no período de agosto de 2003 a junho de 2005. As variáveis de interesse foram estruturadas em uma planilha eletrônica e analisadas por meio de um programa estatístico computadorizado. Resultados: Foram analisados 114 pacientes no estudo. O sexo prevalente foi o masculino (53,5%) e a faixa etária predominante foi a pré-escolar (31,0%). A maioria dos encaminhamentos foi dos postos de saúde (31,4%) e a maior demanda dos pacientes do próprio município(74,6%). O principal motivo de consulta foi o sopro cardíaco (41,2%) e os diagnósticos definitivos prevalentes foram: sopro cardíaco inocente (46,5%), arritmia fásica respiratória (17,2%) e CIV (14,0%). Conclusões: Observou-se que o ambulatório de cardiopediatria tornou-se fundamental para esta população, visto a grande demanda, bem o munícípio sede tornou-se uma referência regional neste serviço. Os diagnósticos prevalentes refletiram as condições mais freqüentes no consultório pediátrico, propiciando aos discentes um fértil campo de aprendizagem prática. Código Trabalho: 676 Título: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS,CLÍNICOS E TERAPÊUTICOS DA DOENÇA DE KAWASAKI EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO: ESTUDO DE 25 ANOS Autores: MARIA EMÍLIA PEREIRA BAIÃO SILVA; SÔNIA MARIA DE FARIA; MAURICIO LAERTE SILVA Instituição: Hospital Infantil Joana de GusmãoFlorianópolis,SC Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução: A Doença de Kawasaki é uma vasculite aguda sistêmica,autolimitada,de etiologia desconhecida,que pode comprometer o coração. Objetivos: Identificar e analisar aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos da doença em pacientes internados em um Hospital pediátrico, entre 1980 e 2005. Métodos: Analisaram-se todos os pacientes com o diagnóstico, através de dados do prontuário e entrevista com os pais, considerando idade; faixa etária; sexo; cor/raça; procedência; ano e estação do ano de ocorrência; manifestações clínicas e critérios diagnósticos; exames complementares; comprometimento cardíaco; uso de imunoglobulina e outros medicamentos; complicações; duração da internação; óbito; complicações após a alta e evolução ambulatorial. Resultados: Ocorreram 23 casos naquele período, com maior freqüência a partir de 2001. Predominaram crianças < 5 anos (56,5% < 2 anos), meninos, de cor/raça branca e procedentes de do próprio município. Houve maior freqüência nos meses de inverno e primavera. Dos pacientes, 65,2% preencheram critérios diagnósticos. Anemia, leucocitose com neutrofilia, trombocitose, aumento da velocidade de hemossedimentação e da proteína C reativa foram achados freqüentes. Comprometimento cardíaco ocorreu em 60,9%, predominando alterações coronarianas. Utilizou-se imunoglobulina intravenosa em 95,7% das crianças, com média de 10,6 dias de doença, e ácido acetilsalicílico em 100% delas. A internação durou em média 8,7 dias. Houve complicações em S46 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. 8,7% dos casos, sem óbitos. Conclusões: O diagnóstico tem sido tardio, apesar do tratamento adequado. O comprometimento cardíaco foi freqüente, principalmente de artérias coronárias. Código Trabalho: 537 Título: ASSOCIAÇÃO DE CARDIOPATIAS COM SHUNT E ESTENOSE PULMONAR VALVAR Autores: GRINBERG MEDEIROS BOTELHO; CIDÁLIA MOURA SAPAIO; MARCELA NÓBREGA LUCENA; ÁDILA ROBERTA SAMPAIO; EVELINE VALERIANO MOURA; DEMÓSTENES CUNHA LIMA Instituição: Universidade Federal da Paraíba. Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW). Cidade/UF: JOÃO PESSOA/PE Área: CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA Contato: [email protected] Resumo: Introdução: Ainda não se conhece uma causa definida para a ocorrência das cardiopatias congênitas, sendo a teoria mais aceita a que considera a associação de fatores genéticos e ambientais. Segundo a literatura, as cardiopatias congênitas têm incidência de 1%, sendo aparentemente mais freqüentes as acianóticas. Destas, a mais comum é a CIV, com uma incidência média de 30%, seguida da CIA (em torno de 7%) e PCA (5 a 10%). A estenose pulmonar valvar, patologia de obstrução da via de saída do ventrículo direito, também é uma cardiopatia congênita relativamente freqüente, correspondendo a cerca de 6 a 10% dos defeitos cardíacos congênitos acianóticos. Comumente, esses defeitos ocorrem isoladamente, sendo rara a associação de dois ou mais. Objetivos: Apresentar um caso em que as três cardiopatias com shunt mais comuns estão associadas a estenose pulmonar valvar. Métodos e Resultados: DLO, masculino, 7 meses, pardo, 6 kg, natural e procedente de João Pessoa. Paciente foi encaminhado ao serviço de Cardiologia Pediátrica do HULW para avaliação de sopro detectado quando tinha 5 meses, ao ser hospitalizado em virtude de quadro pneumônico associado a anemia. Mãe refere sudorese e cansaço com interrupção das mamadas,ausência de cianose bem como fenômenos broncopneumônicos de repetição. Nascido de parto cesáreo, 9 meses, pesando 2940 g e medindo 47 cm. Durante a gestação, ocorreu quadro materno de furunculose prolongada, sendo feito o tratamento com penicilina e cefalexina. Ao exame físico, encontrava-se em bom estado geral, eupnéico, acianótico, anictérico, afebril; pulsos periféricos palpáveis, cheios e simétricos; abaulamento torácico; ausência de frêmito; ritmo cardíaco regular em dois tempos, sopro sistólico em barra, bordo esternal esquerdo, área pulmonar e região infraclavicular esquerda; ausculta pulmonar normal; fígado palpável a 3 cm do rebordo costal direito. Eletrocardiograma evidenciou importante sobrecarga ventricular direita tipo bloqueio completo de ramo direito (BCRD) com alterações secundárias de ST e T, SÂQRS em aproximadamente -140º. Radiografia de tórax em AP mostrou aumento da área cardíaca e fluxo pulmonar aparentemente normal. Ecocardiograma bidimensional com Doppler revelou aumento das câmaras cardíacas, CIA medindo 0,94 cm, CIV de 0,69 cm, PCA e estenose pulmonar com gradiente de 64 mmHg, derrame pericárdico discreto e hipocontratilidade difusa. Conclusões: Conforme a literatura, esta associação é rara. Chamamos atenção para o fato de que a estenose pulmonar atua como protetora, evitando o hiperfluxo pulmonar, o que explica a relativa estabilidade do paciente. Encontramos ainda, na literatura, um estudo que questiona a possível relação da terapia com penicilina no início da gestação com a ocorrência de malformações cardíacas Cardiologia Pediátrica Código Trabalho: 133 Título: FATÔRES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES E SEUS PAIS Autores: JOÃO GUILHERME ALVES;ANE VICTOR ALVES;MARCELO FERNANDES MENDES Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por mais de 1/4 das mortes no Brasil. As lesões vasculares que acompanham essas afecções estão associados com a ateroesclerose, processo patológico que tem início na infância. Dentro de sua multicausalidade, muitos dos seus fatores de risco para essa afecção têm raízes na infância: obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial e tabagismo. Esses fatores apresentam efeitos aditivos na vida adulta. Os melhores resultados para o controle das DCV foram com programas direcionados à mudanças de hábitos maléficos à saúde das pessoas. Entretanto, mudanças de maus hábitos à saúde, já instalados na vida adulta, são objetivos difíceis de serem atingidos devido à fraca aderência pela população alvo. Objetivos: Verificar a influência dos pais no desenvolvimento em seus filhos dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Métodos: Estudo descritivo foi realizado com adolescentes que freqüentavam colégios da rede pública na cidade do Recife, entre agosto de 2004 a março de 2005. Foram admitidos adolescentes com idade compreendida entre 14 a 19 anos e que estavam cursando a 1/3 série do segundo grau, desde que tivessem os pais vivos e que residissem com os mesmos. Adolescentes portadores de deficiência física ou de alguma doença crônica foram excluídos da pesquisa. O tamanho da amostra, 423, foi calculado adotando-se um erro alfa de 5% e um poder de 80%. De cada adolescente selecionado e seus respectivos pais, foram aplicados o questionário "International Physical Activity Questionnaire - IPAQ", aferidos o peso e a estatura, e mensurada a pressão arterial. O protocolo da Pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do IMIP e só participaram do estudo auqeles que assinaram o "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido". Resultados: Foram estudados 423 adolescentes, sendo 175 (41,3%) do sexo masculino e 248 (59,0%) do sexo feminino. A idade dos participantes variou de 14 a 19 anos com média de 16,02±0,77 anos. Foram observados 36 adolescentes (8,5%) com excesso de peso e 2 (0.4%) com obesidade. As freqüências de obesidade, sedentarismo e tabagismo foram maiores entre aqueles adolescentes cujos pais apresentavam esses mesmos fatores de risco. Conclusões: Verificamos uma agregação familiar entre obesidade, tabagismo e sedentarismo, achado consistente com outros estudos prévios, confirmando a influência significativa da família nesses fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Intervenções para o desenvolvimento de hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis, prevenindo esses fatores de risco para as doenças cardiovasculares, devem ter início na infância e adolescência, com o objetivo de reduzir a incidência dessas doenças crônicas na vida adulta. Código Trabalho: 705 Título: INCIDÊNCIA DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS DIAGNOSTICADAS AO NASCIMENTO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Autores: LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM; MARCOS JOSÉ BURLE AGUIAR; CLEONICE COELHO CARVALHO MOTA; ANA MARIA ARRUDA LANA; REGINA AMÉLIA LOPES AGUIAR; CATARINA AMORIM B. PIRES Instituição: Hospital das Clínicas - UFMG Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: As cardiopatias congênitas são anomalias freqüentes ao nascimento. Estudar sua incidência em nosso meio pode ajudar na definição de políticas de saúde pública e no planejamento de estratégias de propedêuticas e terapêuticas, que contribuam para maior e melhor sobrevida dos afetados. Pode ainda contribuir para o planejamento de futuras gestações das famílias afetadas. Objetivos: Determinar a incidência, apresentação clínica e associação com idade e paridade maternas, e peso ao nascimento das cardiopatias congênitas em um hospital universitário no período de 08/1990 a 12/2003. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, baseado no banco de dados criado em 08/1990, vinculado ao ECLAMC, de nativivos (NV) e natimortos (NM) malformados, em um hospital universitário. São registrados as anomalias encontradas, exames complementares, sexo e peso do RN, idade e paridade maternas, dados de necropsias. Foram identificadas, no período de agosto de 1990 a dezembro de 2003, os casos de cardiopatia congênita. Sua correlação com idade e paridade materna, peso de nascimento e forma de apresentação foi analisada utilizando o Epi-Info 6.4. Resultados: Em 29770 nascimentos (28915 NV e 855 NM) foram identificados 352 casos de cardiopatia congênita (11,82:1000); 277 NV (9,58:1000) e 75 NM (87,72:1000). Foi encontrada associação com idade materna maior ou igual a 35 anos (p<0,05) e peso menor ou igual a 2500g (p<0,0001). Encontramos 123 casos com associações a anomalias em outros órgãos e sistemas sem diagnóstico sindrômico definido (35%); 88 síndromes cromossômicas (25%); 117 casos de cardiopatias isoladas (33,2%); 5 casos de ruptura (1,4%); 19 outras apresentações (5,4%). Conclusões: A incidência encontrada é compatível com a descrita na literatura. A idade materna maior ou igual a 35 anos mostrou ser um fator de risco, e houve associação com baixo peso. Cerca de 60% dos casos foram de associações com malformações em outros sistemas e síndromes genéticas. Código Trabalho: 179 Título: QUAL A IMPORTÂNCIA DE HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA PARA ATEROSCLEROSE NO RISCO CARDIOVASCULAR DE CRIANÇAS? ESTUDO FLORIPA Autores: ISABELA DE C. B. GIULIANO; MARIO S. S. A. COUTINHO; SÉRGIO F. T. FREITAS; JOÃO N. ZUNINO; MARIA M. S. PIRES; BRUNO CARAMELLI Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução: A história familiar (HF) precoce positiva para aterosclerose é adotada como critério para investigação diagnóstica de dislipidemias. Entretanto, não está estabelecida a relação entre HF e a distribuição de fatores de risco cardiovascular em crianças. Métodos: amostra aleatória (por conglomerado) de crianças e adolescentes de Florianópolis, SC, no ano de 2002.Foram aplicados questionário, exame físico e realizada coleta de sangue. Considerou-se HF positiva se pelo menos uma das seguintes condições fosse satisfeita: mãe ou avó com insuficiência coronariana antes dos 65 anos e pai ou avô, com menos de 55 anos. As associações entre as variáveis foram determinadas por qui-quadrado. Resultados: das 1009 crianças e adolescentes que participaram do estudo, 979 famílias tinham história familiar conhecida. Destas, 136 foram classificadas como positivas para insuficiência coronariana precoce. . HF positiva (HF+) associou-se à presença de mais de 2 horas de lazer inativo (51% X 41%, p= 0,027) e HF negativa (HF-) associou-se ao quartil superior de proteína C reativa (26% X 21%, p=0,048) e sedentarismo (43% X 32%, p=0,024). Não houve significância para associações com níveis elevados de colesterol total (HF+: 25% X HF-: 25%, p=1), de triglicerídeos (HF+: 24% X HF-: 27%, p=0,435), e LDL-colesterol (HF+: 26% X HF-: 21%, p=0,279), com níveis baixos de HDL-colesterol (HF+: 27% X HF-: 31%, p=0,190), hipertensão arterial (HF+: 13% X HF-: 11%, p=0,543), obesidade (HF+: 28% X HF-: 22%, p=0,122) ou obesidade truncal (HF+: 11% X HF-: 8%, p=0,23). Conclusões: a presença de história familiar precoce para aterosclerose não mostrou associação com os fatores de risco na amostra estudada, podendo indicar ser fator de risco cardiovascular independente para aterosclerose. Por outro lado, o curto tempo de vida das crianças pode ter prejudicado a análise, impedindo que estas associações pudessem ser demonstradas como ocorre em idades mais elevadas, além de mudanças comportamentais características da população estudada, marcada por intensa migração. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S47 Arquivos de Pediatria Cuidados Hospitalares Cuidados Hospitalares Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. 57 Cuidados Hospitalares Código Trabalho: 455 - Título: ACOLHIMENTO HOSPITALAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA Autores: MARIA JOSÉ MOLINA;MARIA OLIVIA SARNO;HÉLIO QUEIROZ FILHO;CÉLIA SILVANY;ANGÉLICA FERREIRA;LEDIANE MOURA Instituição: UTI Ped. Hosp. Criança Obras Sociais Irmã Dulce BA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) são uma instituição filantrópica, cujo perfil operacional é bastante complexo com ações nas áreas de saúde, assistência social, educação e pesquisa. A UTI pediátrica encontra-se no Hospital da Criança, possuindo 10 leitos e oferecendo suporte para assistência de saúde além de integrar-se a programas especiais como Terapia do Riso, Clube dos Pais e acompanhamento pedagógico. Oferece apoio aos 92 leitos pediátricos clínicos e cirúrgicos, aos 58 moradores portadores de necessidades especiais e aos adolescentes em situação de risco social, dentro do programa de atenção às vítimas de Maus Tratos. De 2001 a 2005 atendeu a 1376 pacientes usuários do sistema único de saúde. O atendimento em uma unidade de terapia intensiva traz a imagem de gravidade, tensão e expectativa, num ambiente frio e pouco acolhedor. Entendendo acolhimento hospitalar como parte integrante do processo de humanização, houve a necessidade da busca do conforto físico, psíquico e espiritual do paciente, incluindo sua família e toda equipe hospitalar. Crendo que o mais importante seria a mudança do comportamento pessoal. Objetivos e Mmétodos: O objetivo deste trabalho é descrever os recursos utilizados para tornar o ambiente menos inóspito, conciliando as relações humanas e assistenciais. Sua estrutura física contribui para a diminuição do estresse, utilizando para isso janelas em todos os leitos, identificação dos nomes do paciente e do acompanhante, decoração adequada, recursos lúdicos, repouso, alimentação e vestuário aos acompanhantes. A família é acolhida como colaboradora, recebe informações sobre a doença, tratamento e evolução do paciente, estimulando-se a participação orientada nas atividades diárias. O apoio dos Terapeutas do Riso, que visitam a unidade três vezes por semana; da psicologia para o paciente, à equipe e a família; cuja permanência junto ao paciente ocorre nas 24 horas por dia. Resultados:A construção do processo de acolhimento é baseado numa vivencia diária entre as pessoas que ali trabalham, o paciente, sua família, num enfoque dinâmico permanente, valorizando cada momento ou circunstância. Discussão e Conclusões: A humanização da assistência e o cuidado centrado na família são vistos como a filosofia ideal para o cuidado da criança e de sua família. Os métodos para sua implementação não estão bem definidos na literatura, fazendo com que cada instituição adote modificações físicas e de comportamento pessoal, buscando-se minimizar o estresse e proporcionar um salto qualitativo no cuidado e no ambiente em uma UTI pediátrica. Código Trabalho: 776 Título: COLESTASE EM UMA UNIDADE DE PEQUENOS LACTENTES,SALVADOR-BA Autores: LÍCIA MARIA OLIVEIRA MOREIRA;RENATA CAMPOS TAVARES GOMES Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosanah de Oliveira UFBa. Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A colestase constitui a principal manifestação da doença hepatobiliar,podendo apresentar-se precocemente no período neonatal ou no lactente nos primeiros meses de idade.O diagnóstico precoce da síndrome colestática pode reduzir a sua morbimortalidade.Objetivos : Estabelecer o perfil clinico de recém nascidos e lactentes hospitalizados em sistema de enfermaria.Através dos dados levantados propor um planejamento adequado de atendimento e racionalização dos custos. Métodos: trata-se de um estudo retrospectivo, realizado através do levantamento de prontuários médicos referentes ás internações de crianças até três meses de idade,durante o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2004. Foram incluidos no estudo os casos de colestase com base na história clinica e dados laboratoriais compativeis. Resultados: num total de 1020 prontuários revisados, 34 (3,3%)casos de colestase foram diagnosticados. Na amostra analisada, 24 pacientes(71,0%) 58 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. eram lactentes e 10(29,0%) eram neonatos.A idade média à admissão foi de 1 mês e 16 dias. Mais da metade dos pacientes eram oriundos do interior do estado(62,0%). A ictéricia foi o sinal clinico mais observado , seguido de anemia e colúria. A acolia fecal foi referida em 35,0% dos casos.As causas intrahepáticas(79,4%) foram predominantes. A colestase extrahepática foi notificada em 20,6% dos casos. As patologis infecciosas constituiram a principal etiologia de colestase(61,0%) com predominio de infecções do grupo TORCHS. sepse e citomegalovirose foram causas importantes de colestase nesta amostra.A história materna aponta um baixo indice de acompanhamento prénatal ,relatado apenas em 41,0% dos casos. Houve cinco casos de atresia de vias biliares ,todos encaminhados após os dois meses de vida. Três óbitos foram notificados sendo dois deles causados pela atresia de vias biliares.A conduta cirúrgica foi realizada em dois pacientes. Conclusões: As patologias infecciosas constituiram causa importante de colestase nesta população. Baixo indice de acompanhamento pré-natal materno.Encaminhamento tardio dos casos de atresia de vias biliares contribuindo para sua elevada morbimortalidade. Código Trabalho: 680 Título: INCLUSÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO HOSPITALAR COMPARTILHADA Autores: DENISE BOUSFIELD DA SILVA;LEONICE TERESINHA TOBIAS;MAURICIO LAERTE SILVA Instituição: Hospital Infantil Joana de GusmãoFlorianópolis,SC Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução: A construção de uma nova diretriz no ensino médico com ênfase no processo de ensino-aprendizagem, determinando mudanças na formação do perfil profissional foi a justificativa para elaboração deste tema. Objetivos: elaborar uma proposta para a inclusão do acadêmico da primeira à oitava fase do Curso de Graduação em Medicina de uma Universidade Pública, fundamentada na estratégia de gestão hospitalar compartilhada. Métodos: descrever as estratégias de inclusão desse acadêmico no Serviço de Humanização Hospitalar; criar ações e estratégias para capacitar esse acadêmico; definir os critérios para a introdução do acadêmico de medicina na prática das estratégias humanísticas administradas na capacitação; e elaborar instrumento de avaliação da atuação do acadêmico de medicina no Serviço de Humanização Hospitalar. O procedimento metodológico estabelece a constituição de um grupo de facilitadores com características de atuação interdisciplinar para a capacitação dos acadêmicos no conteúdo teórico e prático, utilizando como estratégia aulas expositivas e oficinas. O temário abordado será o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e do adolecente, aspectos emocionais da criança/ adolescente/ família/ equipe, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados, infecção hospitalar, ética e bioética, técnicas pedagógicas, lúdicas e recreativas, cultura institucional e de humanização hospitalar. Os acadêmicos serão avaliados pela freqüência as atividades; pelo pré e pós-teste aplicados através de questionário semi-estruturado; e pelos aspectos psicomotores e afetivos relacionados ao processo de ensino-aprendizagem. A certificação será fornecida ao acadêmico após freqüentar um ano do programa. Após a certificação e capacitação, o acadêmico se tornará multiplicador do programa e será introduzido na pesquisa na área humanística. Conclusões: a inclusão do acadêmico do Curso de Graduação em Medicina de uma Universidade Pública em práticas pediátricas humanisticas é uma estratégia fomentadora de gestão hospitalar compartilhada na busca de satisfação dos usuários e trabalhadores da saúde. Arquivos de Pediatria Cuidados Hospitalares Cuidados Hospitalares Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. 57 Cuidados Hospitalares Código Trabalho: 455 - Título: ACOLHIMENTO HOSPITALAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA Autores: MARIA JOSÉ MOLINA;MARIA OLIVIA SARNO;HÉLIO QUEIROZ FILHO;CÉLIA SILVANY;ANGÉLICA FERREIRA;LEDIANE MOURA Instituição: UTI Ped. Hosp. Criança Obras Sociais Irmã Dulce BA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) são uma instituição filantrópica, cujo perfil operacional é bastante complexo com ações nas áreas de saúde, assistência social, educação e pesquisa. A UTI pediátrica encontra-se no Hospital da Criança, possuindo 10 leitos e oferecendo suporte para assistência de saúde além de integrar-se a programas especiais como Terapia do Riso, Clube dos Pais e acompanhamento pedagógico. Oferece apoio aos 92 leitos pediátricos clínicos e cirúrgicos, aos 58 moradores portadores de necessidades especiais e aos adolescentes em situação de risco social, dentro do programa de atenção às vítimas de Maus Tratos. De 2001 a 2005 atendeu a 1376 pacientes usuários do sistema único de saúde. O atendimento em uma unidade de terapia intensiva traz a imagem de gravidade, tensão e expectativa, num ambiente frio e pouco acolhedor. Entendendo acolhimento hospitalar como parte integrante do processo de humanização, houve a necessidade da busca do conforto físico, psíquico e espiritual do paciente, incluindo sua família e toda equipe hospitalar. Crendo que o mais importante seria a mudança do comportamento pessoal. Objetivos e Mmétodos: O objetivo deste trabalho é descrever os recursos utilizados para tornar o ambiente menos inóspito, conciliando as relações humanas e assistenciais. Sua estrutura física contribui para a diminuição do estresse, utilizando para isso janelas em todos os leitos, identificação dos nomes do paciente e do acompanhante, decoração adequada, recursos lúdicos, repouso, alimentação e vestuário aos acompanhantes. A família é acolhida como colaboradora, recebe informações sobre a doença, tratamento e evolução do paciente, estimulando-se a participação orientada nas atividades diárias. O apoio dos Terapeutas do Riso, que visitam a unidade três vezes por semana; da psicologia para o paciente, à equipe e a família; cuja permanência junto ao paciente ocorre nas 24 horas por dia. Resultados:A construção do processo de acolhimento é baseado numa vivencia diária entre as pessoas que ali trabalham, o paciente, sua família, num enfoque dinâmico permanente, valorizando cada momento ou circunstância. Discussão e Conclusões: A humanização da assistência e o cuidado centrado na família são vistos como a filosofia ideal para o cuidado da criança e de sua família. Os métodos para sua implementação não estão bem definidos na literatura, fazendo com que cada instituição adote modificações físicas e de comportamento pessoal, buscando-se minimizar o estresse e proporcionar um salto qualitativo no cuidado e no ambiente em uma UTI pediátrica. Código Trabalho: 776 Título: COLESTASE EM UMA UNIDADE DE PEQUENOS LACTENTES,SALVADOR-BA Autores: LÍCIA MARIA OLIVEIRA MOREIRA;RENATA CAMPOS TAVARES GOMES Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosanah de Oliveira UFBa. Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A colestase constitui a principal manifestação da doença hepatobiliar,podendo apresentar-se precocemente no período neonatal ou no lactente nos primeiros meses de idade.O diagnóstico precoce da síndrome colestática pode reduzir a sua morbimortalidade.Objetivos : Estabelecer o perfil clinico de recém nascidos e lactentes hospitalizados em sistema de enfermaria.Através dos dados levantados propor um planejamento adequado de atendimento e racionalização dos custos. Métodos: trata-se de um estudo retrospectivo, realizado através do levantamento de prontuários médicos referentes ás internações de crianças até três meses de idade,durante o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2004. Foram incluidos no estudo os casos de colestase com base na história clinica e dados laboratoriais compativeis. Resultados: num total de 1020 prontuários revisados, 34 (3,3%)casos de colestase foram diagnosticados. Na amostra analisada, 24 pacientes(71,0%) 58 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. eram lactentes e 10(29,0%) eram neonatos.A idade média à admissão foi de 1 mês e 16 dias. Mais da metade dos pacientes eram oriundos do interior do estado(62,0%). A ictéricia foi o sinal clinico mais observado , seguido de anemia e colúria. A acolia fecal foi referida em 35,0% dos casos.As causas intrahepáticas(79,4%) foram predominantes. A colestase extrahepática foi notificada em 20,6% dos casos. As patologis infecciosas constituiram a principal etiologia de colestase(61,0%) com predominio de infecções do grupo TORCHS. sepse e citomegalovirose foram causas importantes de colestase nesta amostra.A história materna aponta um baixo indice de acompanhamento prénatal ,relatado apenas em 41,0% dos casos. Houve cinco casos de atresia de vias biliares ,todos encaminhados após os dois meses de vida. Três óbitos foram notificados sendo dois deles causados pela atresia de vias biliares.A conduta cirúrgica foi realizada em dois pacientes. Conclusões: As patologias infecciosas constituiram causa importante de colestase nesta população. Baixo indice de acompanhamento pré-natal materno.Encaminhamento tardio dos casos de atresia de vias biliares contribuindo para sua elevada morbimortalidade. Código Trabalho: 680 Título: INCLUSÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO HOSPITALAR COMPARTILHADA Autores: DENISE BOUSFIELD DA SILVA;LEONICE TERESINHA TOBIAS;MAURICIO LAERTE SILVA Instituição: Hospital Infantil Joana de GusmãoFlorianópolis,SC Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução: A construção de uma nova diretriz no ensino médico com ênfase no processo de ensino-aprendizagem, determinando mudanças na formação do perfil profissional foi a justificativa para elaboração deste tema. Objetivos: elaborar uma proposta para a inclusão do acadêmico da primeira à oitava fase do Curso de Graduação em Medicina de uma Universidade Pública, fundamentada na estratégia de gestão hospitalar compartilhada. Métodos: descrever as estratégias de inclusão desse acadêmico no Serviço de Humanização Hospitalar; criar ações e estratégias para capacitar esse acadêmico; definir os critérios para a introdução do acadêmico de medicina na prática das estratégias humanísticas administradas na capacitação; e elaborar instrumento de avaliação da atuação do acadêmico de medicina no Serviço de Humanização Hospitalar. O procedimento metodológico estabelece a constituição de um grupo de facilitadores com características de atuação interdisciplinar para a capacitação dos acadêmicos no conteúdo teórico e prático, utilizando como estratégia aulas expositivas e oficinas. O temário abordado será o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e do adolecente, aspectos emocionais da criança/ adolescente/ família/ equipe, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados, infecção hospitalar, ética e bioética, técnicas pedagógicas, lúdicas e recreativas, cultura institucional e de humanização hospitalar. Os acadêmicos serão avaliados pela freqüência as atividades; pelo pré e pós-teste aplicados através de questionário semi-estruturado; e pelos aspectos psicomotores e afetivos relacionados ao processo de ensino-aprendizagem. A certificação será fornecida ao acadêmico após freqüentar um ano do programa. Após a certificação e capacitação, o acadêmico se tornará multiplicador do programa e será introduzido na pesquisa na área humanística. Conclusões: a inclusão do acadêmico do Curso de Graduação em Medicina de uma Universidade Pública em práticas pediátricas humanisticas é uma estratégia fomentadora de gestão hospitalar compartilhada na busca de satisfação dos usuários e trabalhadores da saúde. SUMÁRIO | CONTENS ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro de 2006 ISSN 1808-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia 165 a 172 S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia 173 a 176 S31 Alergia e Imunologia S177 Outros 177 a 187 S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194 S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 195 a 199 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social 201 a 204 S57 Cuidados Hospitalares 57 a 58 S205 Perinatologia 205 a 208 S59 Cuidados Primários - 59 a 63 S209 Pneumologia 209 a 214 S65 Dermatologia - 65 a 67 S215 Reumatologia 215 a 223 S69 Endocrinologia 69 a 75 S225 Saúde Escolar 225 a 226 S77 Ensino em Pediatria 77 a 79 S227 Saúde Mental 227 a 228 S81 Gastroenterologia 81 a 85 S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a S87 Genética Clínica 87 a 91 S232 S93 Infectologia 93 a 118 S233 Suporte Nutricional 233 a 234 S119 Nefrologia 119 a 122 S235 Terapia Intensiva 235 a 238 S123 Neonatologia 123 a 143 S145 Neorologia 145 a 152 S153 Nutrição 153 a 163 S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S1 ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro ISSN 1808-7981 Inserir Imagem Os pescadores J. Borges Xilogravura Bezerros, Pernambuco, 2003 SUMÁRIO | CONTENS ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro de 2006 ISSN 1808-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia 165 a 172 S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia 173 a 176 S31 Alergia e Imunologia S177 Outros 177 a 187 S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194 S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 195 a 199 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social 201 a 204 S57 Cuidados Hospitalares 57 a 58 S205 Perinatologia 205 a 208 S59 Cuidados Primários - 59 a 63 S209 Pneumologia 209 a 214 S65 Dermatologia - 65 a 67 S215 Reumatologia 215 a 223 S69 Endocrinologia 69 a 75 S225 Saúde Escolar 225 a 226 S77 Ensino em Pediatria 77 a 79 S227 Saúde Mental 227 a 228 S81 Gastroenterologia 81 a 85 S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a S87 Genética Clínica 87 a 91 S232 S93 Infectologia 93 a 118 S233 Suporte Nutricional 233 a 234 S119 Nefrologia 119 a 122 S235 Terapia Intensiva 235 a 238 S123 Neonatologia 123 a 143 S145 Neorologia 145 a 152 S153 Nutrição 153 a 163 S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S1 ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro ISSN 1808-7981 Inserir Imagem Os pescadores J. Borges Xilogravura Bezerros, Pernambuco, 2003 Arquivos de Pediatria Pediatria EnsinoEnsino em em Pediatria Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S77 Ensino em Pediatria Código Trabalho: 328 Título: CARTÃO E CADERNETA DA CRIANÇA: INSTRUMENTOS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Autores: ELIANE MARIA GARCEZ OLIVEIRA FONSECA; PATRÍCIA BRANDÃO RÉCHE; NANCY TOLEDO COELHO; MANUELA QUEIROZ AZEVEDO; MARCELA GRECO M VIEIRA; FERNANDA FRADE PARANHOS Instituição: Faculdade de Medicina Souza Marques Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O cartão e a caderneta de saúde permitem o registro e a divulgação de informações importantes para a saúde da criança. A utilização adequada destes pelos pais e profissionais de saúde os transforma em instrumentos para promoção da saúde e redução da mortalidade infantil. Objetivos: Estudar a utilização do cartão e da caderneta da criança como instrumentos de educação em saúde. Métodos: O estudo foi realizado em um posto comunitário, onde há um projeto de extensão da disciplina de pediatria,de abril a junho de 2006. Mães de crianças de 0 a 60 meses foram entrevistadas e orientadas, por alunos do quinto ano do curso de medicina previamente treinados,sobre a utilização da cartão e da caderneta da criança, durante a espera para o atendimento. Inicialmente era feita uma pergunta aberta sobre a utilidade do cartão ou caderneta. A seguir perguntava-se sobre cada um dos objetivos contidos nestes, sobre a entrega, a explicação e utilização destes pelos profissionais de saúde. Aproveitou-se então, a oportunidade para mostrar e explicar para a mãe sobre o conteúdo e utilização dos mesmos. Ao final eram novamente aplicadas as perguntas sobre os objetivos do cartão/caderneta. Resultados: Mães de 201 crianças foram entrevistadas e orientadas.Destas, 192 (92,5%) portavam o cartão ou a caderneta, 6(3%)não sabiam ler,79(39%) possuiam primeiro grau incompleto,47(23,4%) primeiro grau completo, 25(12,4%)segundo grau incompleto, 37(18,4%)segundo grau completo, 3(1,5%)superior incompleto. O cartão ou caderneta foi entregue na maternidade para 28(13,9%) e no posto de saúde para 170(84,6%). A explicação sobre a utilização do cartão no momento da entrega foi recebida por 28(13,7%) mães, destas 26(92,9%) na maternidade. Ao ser perguntado para quê serve o cartão ou caderneta, as principais respostas foram: controle das vacinas(84%), acompanhamento do crescimento (49,8%)e do desenvolvimento(17,9%), documento(13,9%). A informação dos direitos da criança foi citada por 3,0%. Entre os portadores da caderneta, 5,7% citaram as orientações de alimentação e 1,9% as dicas de saúde. As orientações sobre vitamina A, ferro e o número do telefone para denúncia de abuso não foram citados.Nas perguntas especificas sobre o conhecimento de cada um destes itens as respostas foram positivas em: 39,6% para alimentação, 13,2% para dicas de saúde e 20,8% para o número do telefone. Após a entrevista e a orientação os percentuais de respostas positivas e corretas foram: 50,7% direitos da criança, 60,8% alimentação, 33,3% as dicas de saúde, 15,7% orientações sobre vitamina A e ferro, 37,3% número do telefone para denúncia de abuso. Conclusões:A falta de esclarecimento das mães sobre a utilização do cartão ou caderneta limita seu impacto como instrumento para a promoção de saúde e redução da mortalidade infantil. A utilização da espera para esta orientação por alunos da graduação, constituiu importante exercício de educação em saúde e valorização destes instrumento Código Trabalho: 345 Título: DOR DE GARGANTA EM CRIANÇAS:O QUE OS INTERNOS SABEM A RESPEITO DAS ORIENTAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE? Autores: DULCE HELENA OROFINO;LÍVIA LOBO DA SILVA COSTA;AMANDA DONNER;ROBERTA MATOS DE CASTRO;MARIA ISABEL PEIXOTO;ROBERTA ABREU Instituição: Escola de Medicina Souza Marques Cidade/UF: NITERÓI/RJ Resumo: Introdução:Divulgar as orientações da Organização Mundial de Saúde(OMS) para o manejo das amigdalites diminui os casos de febre reumática. Objetivos: Avaliar se os alunos dos últimos dois anos de duas faculdades de Medicina estão familiarizados com as orientações da OMS para o manejo clínico e terapêutico de crianças com dor de garganta e se associam amigdalites a febre reumática e cardiopatias. Métodos: Estudo transversal S78 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. realizado em duas faculdades de Medicina.Através de questionário não identificado utilizando a escala de cinco pontos de Likert,foram avaliados 108 internos dos 9° a 12° períodos quanto ao conhecimento de critérios clínicos e tratamento preconizado pela OMS para amigdalites estreptocócicas e sua relação com febre reumática.Os critérios utilizados para o diagnóstico clínico de amigdalites estreptocócicas são os estabelecidos pelo Joint WHO/ISFC Meeting on Rheumatic Fever/Rheumatic Heart Disease Control With Emphasis on Primary Prevention,Geneva,7-9 September 1994(WHO/ CVD94.1). Foi feita a apresentação de termo de consentimento livre e esclarecido aos alunos a serem entrevistados. Os dados foram coletados e inseridos no programa SPSS. Resultados: Do total de 108 internos,todos haviam previamente cursado a disciplina de Pediatria.Os alunos foram divididos em grupo I(já frequentado o internato de Pediatria) e II(não tendo frequentado o internato de Pediatria).Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos quanto as respostas de nenhuma das questões.Do total,96.3% relacionam amigdalites com possível cardiopatia;89,8% sabem que o tratamento preconizado para amigdalites possivelmente estreptocócicas é penicilina benzatina em dose única;91,6% reconhecem a eritromicina como a opção para o tratamento nos casos de alergia a penicilina;81,5%sabem que existem sinais e sintomas preconizados pela OMS para o diagnóstico clínico de possível etiologia estreptocócica em pacientes com dor de garganta em países em que a confirmação laboratorial não é viável economicamente,porém o reconhecimento dos sinais clínicos que reforçam a hipótese de etiologia estreptocócica só foi feito por 31,5%(exantema escalatiniforme),38,9%(petéquias no palato), 69,4%(adenomegalia cervical anterior dolorosa) 67,8%(idade do paciente).O reconhecimento de presença de pus como sinal clínico indicativo foi feito por 87%. Conclusões: O estudo em questão mostra que mesmo os alunos que não frequentaram ainda o internato de pediatria têm condições de associar amigdalites a cardiopatias,reconhecem a penicilina como a opção terapêutica preconizada e sabem que existem critérios clínicos que reforçam ou enfraquecem a hipótese de que uma amigdalite seja causada pelo estreptococo,porém dos sinais e sintomas listados pela OMS apenas a presença de pus é significativamente reconhecido por eles.Deve-se dar ênfase ao ensino dos outros critérios clínicos,visto que feito o diagnóstico correto,eles têm condições de tratar eficazmente as amigdalites estreptocócicas. Código Trabalho: 775 Título: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA ADOLESCENTES - UMA EXPERIÊNCIA AO LONGO DE SEIS ANOS Autores: BETINHA CORDEIRO FERNANDES; MARIA MÁRCIA N. BELTRÃO Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Uma das estratégias no cuidado para adolescentes é educação em saúde. É essencial o relato desse tipo de experiência, fora do hospital, sem prescrições. Objetivos: Descrever e analisar as atividades de equipe multiprofissional, visando a educação em saúde para adolescentes escolares de Recife. Métodos: estudo exploratório, descritivo, de corte longitudinal e abordagem quanti-qualitativa a partir dos relatórios de uma disciplina de extensão, de março de 2000 a dezembro de 2005. Variáveis quantitativas são descritas com freqüências absoluta e relativa. Para avaliação qualitativa usaram-se questionários semi-estruturados e categorização intercalada por discurso. Resultados: Participaram 82 acadêmicos,79(96,34%) de Medicina e 3 de Psicologia, média de 11 alunos por período de 6 meses, com 20h teóricas - marco referencial, puberdade, comportamento psicossocial, saúde reprodutiva, drogas, violência e PROSAD - e 40h práticas:didática, trabalho de campo com adolescentes escolares e pesquisa, gerando 23 trabalhos científicos. Foram beneficiados 1549 jovens de 6 escolas, 90,30% públicas, com participação voluntária em palestras abordando mudanças puberais,sexualidade, gravidez, anticoncepção,DST, drogas, violência, relações familiares.Ao longo de 6 anos: houve progressiva estruturação do conteúdo teórico-prático, distribuído em módulos; a equipe tornou-se multiprofissional, 7 docentes no total - pediatras, hebiatra, clínico geral, psicólogo, com média de 1 preceptor/5 acadêmicos - e interdis Ensino em Pediatria ciplinar: saúde-educação. Houve expansão do projeto, alcançando o máximo de alunos (20) /período e maior procura dos adolescentes.Destes,98% aprovaram o projeto e disseram ter rebido informações, melhora da comunicação com pais, esclarecimento de dúvidas; 94% gostariam de participar de outras palestras. Os temas considerados mais interessantes foram gravidez e drogas, reflexo de sua realidade e preocupações.Todas as diretoras das escolas consideraram o preparo dos acadêmicos e palestras de bom nível e que seus alunos tiveram bom aproveitamento.Dentre os acadêmicos, 56 (68,29%) consideraram que as aulas estimularam muito seu interesse; todos classificaram como muito importantes os temas abordados, 76 (93,68%)apontaram bom aprendizado teórico; mencionaram que o contato com jovens aprimorou a consciência de seu dever técnico e moral para a comunidade. Todos os preceptores consideraram ótima a participação dos adolescentes, a iniciativa e aprendizado dos acadêmicos, e bastante válido seu trabalho como cidadãos e educadores. Dificuldades: baixa participação de pais, aparelhagem audiovisual, alunos escolhidos pelas escolas, diferente calendário escolar. Conclusões:O projeto foi considerado relevante como científico e social; contribuiu para a responsabilidade profissional e visão holística da saúde; levou conhecimentos, maior comunicação dos jovens e realização dos docentes. Precisa de apoio financeiro para maior abrangência Código Trabalho: 562 Título: EXPRESSÃO ESTÉTICA E LUDICIDADE NA SENSIBILIZAÇÃO E INTERAÇÃO COM PACIENTES PEDIÁTRICOS Autores: JOAQUIM ANTÔNIO CÉSAR MOTA;ROSA MARIA QUADROS NEHMY;ZILDO ANDRÉ FLORES VIEIRA;ALINE JOICE PEREIRA GONÇALVES;VINÍCIUS E DE ANDRADE RIBEIRO;DANIELLY P OLIVEIRA LUCAS Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: O projeto Abraçarte, composto por alunos da graduação em Medicina, desenvolve atividades lúdicas em unidades pediátricas hospitalares em parceria com as Artes Cênicas para aprimorar a formação humanista do estudante. Objetivos: Introduzir práticas e reflexões sobre a humanização da assistência com foco nas crianças hospitalizadas, visando contribuir para aliviar a tensão da criança e do acompanhante provocada pela disciplina hospitalar e para ampliar a capacidade de comunicação na relação médico-paciente. Métodos: São realizadas oficinas de formação técnica, corporal e estética, utilizando linguagens cênicas do teatro e do palhaço com os estudantes de Teatro, para elaborar intervenções por eles supervisionadas. Os encontros com as crianças são realizados semanalmente em atendimentos individuais, adequando-se as atividades às restrições impostas pelo quadro clínico da criança, e, em grupo, em datas festivas. Os alunos apresentamse como palhaços, recurso facilitador da interação com as crianças e de resgate do universo infantil perdido durante a hospitalização. Utilizam-se recursos da comicidade, da música, de dramatização de histórias infantis e de desenho. Nas datas comemorativas realizam-se oficinas temáticas de recreação para as crianças e acompanhantes. Resultados: O trabalho do grupo já atingiu mais de 3000 crianças e acompanhantes na enfermaria pediátrica com 60 leitos e no Pronto Atendimento com, em média, 15 leitos ocupados. Efeitos das atividades lúdicas para a criança hospitalizada são de difícil mensuração, mas há importantes indícios de melhora da alimentação e da aceitação de procedimentos. A expectativa da visita programada, o sorriso da criança e os comentários dos profissionais da equipe corroboram esses achados. Para a formação do aluno, o aprendizado e uso de recursos artísticos ampliam as formas de expressão na comunicação com o paciente, facilitando suas respostas e diminuindo seu estranhamento. Conclusões: As propostas de humanização da assistência partem da constatação de que as relações sociais nas práticas de saúde, fenômeno eminentemente expressivo, estão desumanizadas porque os interesses e valores culturais do paciente não são privilegiados. A experiência do Abraçarte mostra que recursos artísticos podem constituir excelente instrumento para despertar e amadurecer a consciência da presença do outro na rede de significação da relação médico-paciente. A avaliação dos alunos que participam do projeto é de que, em posteriores encontros com os pacientes, a comunicação flui bem, principal mente com a criança, cuja expressividade é marcada pela espontaneidade que não respeita os limites das normas sociais implícitas na relação médico-paciente. Código Trabalho: 56 Título: NARRATIVAS, EXERCÍCIO DA CLÍNICA E ENSINO DE PEDIATRIA Autores: ELOISA GROSSMAN;MARIA HELENA C. DE A. CARDOSO Instituição: Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA/UE Cidade/UF: RJ/RJ Resumo: Introdução: Atualmente há forte sustentação acadêmica da importância do estudo das narrativas como uma atividade central na prática e ensino da medicina. Conceitualmente, medicina e narrativa caminham juntas visto que múltiplas possibilidades de narrativas são geradas pela doença: o adoecimento por ele mesmo e sua inscrição nos corpos; a descrição autobiográfica dos pacientes; a transformação dos relatos de pacientes pelos médicos e o próprio curso da doença. Objetivos: discutir o papel da narrativa e a sua utilização na medicina, captando as modalidades freqüentemente empregadas. Métodos: realizou-se análise semiótica em alguns materiais envolvidos direta ou indiretamente na educação em saúde, exercício clínico e aprendizado da medicina. Dentre eles foram incluídos: o curso de educação à distância "Introdução à saúde integral dos adolescentes e jovens"; materiais informativos cartilhas, folhetos, websites e cartazes e, anamneses sistematizadas em prontuários. Todo o material, após a análise, foi confrontado com a produção teórica e bibliográfica sobre narrativas em medicina. Resultados: de forma condizente com a literatura especializada encontrou-se as seguintes modalidades de narrativas em medicina: 1) casos construídos com propostas educativas, baseados no método Problem Based Learning, exemplificados como constituintes centrais na estrutura do curso à distância enfocado; 2) narrativas de pacientes e familiares sobre suas doenças, nas quais detectou-se múltiplas funções, entre elas a de abordar aspectos da vida que sobrepujam o adoecimento, discutir a doença e os desequilíbrios por ela impostos e, especialmente, apresentar depoimentos sobre as capacidades individuais e coletivas de superação do problema; 3) comunicação auto-explicativa, referente às cartilhas, folhetos, websites e cartazes, onde se observou a interface entre a cultura científica e a literária; 4) anamneses registradas em prontuários, modelos de padronização, transcrição e codificação da experiência do adoecimento em termos biomédicos; 5) relatos de casos em sessões clínicas e/ou apresentados em revistas científicas, mais uma vez, exemplos de narrativas que privilegiam a linguagem acadêmica. Conclusões: Face ao exposto, constata-se que a produção de narrativas é peça chave nos cuidados de saúde. Nesta tarefa, eminentemente interpretativa, o profissional é, ao mesmo tempo, leitor e narrador, decodificador de palavras e de corpos repletos de signos. Se nos reportarmos ao trabalho do pediatra, esta atividade guarda especificidades, uma vez que as narrativas infantis vão além das palavras, pois as crianças se expressam pelo olhar, pelo toque, pela fala, pelo corpo, até pela "não expressão". Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S79 SUMÁRIO | CONTENS ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro de 2006 ISSN 1808-7981 Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, Pernambuco, 6 a 11 de outubro de 2006. Tema: Pediatria: Ciência e Arte. APRESENTAÇÃO Giselia Alves Pontes da Silva S5 Adolescência S165 Onco Hematologia 165 a 172 S21 Aleitamento Materno S173 Otorrinolaringologia 173 a 176 S31 Alergia e Imunologia S177 Outros 177 a 187 S43 Bioética S189 Pediatria Ambulatorial 189 a 194 S45 Cardiologia Pediátrica S195 Pediatria Comunitária 195 a 199 S49 Crescimento e Desenvolvimento S201 Pediatria Social 201 a 204 S57 Cuidados Hospitalares 57 a 58 S205 Perinatologia 205 a 208 S59 Cuidados Primários - 59 a 63 S209 Pneumologia 209 a 214 S65 Dermatologia - 65 a 67 S215 Reumatologia 215 a 223 S69 Endocrinologia 69 a 75 S225 Saúde Escolar 225 a 226 S77 Ensino em Pediatria 77 a 79 S227 Saúde Mental 227 a 228 S81 Gastroenterologia 81 a 85 S229 Segurança na Infância e na Adolescência 229 a S87 Genética Clínica 87 a 91 S232 S93 Infectologia 93 a 118 S233 Suporte Nutricional 233 a 234 S119 Nefrologia 119 a 122 S235 Terapia Intensiva 235 a 238 S123 Neonatologia 123 a 143 S145 Neorologia 145 a 152 S153 Nutrição 153 a 163 S239 INSTRUÇÕES AOS AUTORES | INSTRUCTIONS TO AUTHORS Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S1 ARQUIVOS DE PEDIATRIA ARCHIVES OF PEDIATRICS Volume 19 suplemento 1 outubro ISSN 1808-7981 Inserir Imagem Os pescadores J. Borges Xilogravura Bezerros, Pernambuco, 2003 Arquivos de Pediatria Gastroenterologia Gastroenterologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S81 Gastroenterologia Código Trabalho: 29 Título: ÁSCARIS LUMBRICÓIDES NAS VIAS BILIARES Autores: MARIA GORETTI LINS MONTEIRO; VIVIANE BORGES ARAÚJO; FERNANDO PEREIRA SÁ; FLÁVIO ALEXANDR SANTOS AZEVEDO Instituição: Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes Cidade/UF: NATAL/RN Resumo: Introdução: A ascaridíase é uma infestação helmíntica, considerada endêmica no Brasil. Aproximadamente 1,4 bilhões de pessoas são infectadas no mundo, perfazendo uma estimativa de 30% da população mundial. Tem forte peso contributivo para a desnutrição das crianças e é responsável por cerca de 20.000 mortes anuais, destacadamente nas áreas endêmicas. Objetivos: apresentação de um caso de uma criança de 4 anos, atendida e internada neste hospital, em outubro de 2005, com queixa de dores abdominais em hipocôndrio direito e icterícia progressiva, procedente de Natal-RN. Métodos - Relato de caso: preenchimento de uma ficha de pesquisa, retirando os dados do prontuário da paciente que esteve internada no hospital. Resultados: exames realizados: Parasitológico de fezes com Áscaris lumbricóides em grande quantidade; Rx simples de abdome em pé mostrando enovelados de vermes e imagens de miolo de pão. Ultrassonografia abdominal com imagens dos parasitos dentro das alças intestinais, imagens hiperecóicas lineares dos parasitos nos ductos biliares, presença de vermes no ducto colédoco e nos ductos hepáticos. No transoperatório, foram vistos e retirados 4 vermes que estavam no colédoco e nas ductos hepáticos direito e esquerdo. Através do dreno de Kher, que foi colocado no ato cirúrgico, foi realizada a Colangiografia pós-operatória que foi normal. Dosagem das bilirrubinas mostrou aumento da fração direta. Conclusões: A ascaridíase é uma infestação muito comum em nosso meio, destacadamente nas populações carentes, desprovidas de saneamento básico, educação e atendimento médico. A falta de diagnóstico precoce dessas parasitoses e a evolução das mesmas para quadros maciços, com migração dos vermes para localizações fora da luz intestinal, pode determinar o seu aparecimento nas vias biliares, como colédoco, ducto de Wirsung, vias biliares intra e extra-hepáticas, vesícula biliar e até no fígado, podendo desse modo ser considerada uma doença pancreatobiliar. Desse modo, concluímos que o atendimento ambulatorial com a realização de exames parasitológicos de rotina são meios simples de chegarmos ao diagnóstico precoce, para instituirmos o pronto e gratuito tratamento, evitando-se assim a evolução dessas infestações para formas maciças e migrações desagradáveis. Código Trabalho: 1130 Título: CISTO MESENTÉRICO: RELATO DE CASO Autores: MÉRCIA LIMA LEMOS;CONCEIÇÃO ALVES JUCÁ;EVELINE A OLIVEIRA;VIRNA COSTA SILVA;MARIA HELENA L CAVALCANTE Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Cistos mesentéricos são lesões raras, incidência entre 1:4000 a 1:34.000, essencialmente benignas. O tratamento é cirúrgico e o prognóstico é satisfatório com cura se ressecção total da lesão.Objetivos: Relatar caso de cisto mesentérico com clínica de infecção do trato urinário. Métodos: Relato de Caso: L.D.C., 29 meses, masculino, procedente do interior do Estado, com dor abdominal há 15 dias, na região do hipogástrio acompanhada de febre diária não mensurada, evoluindo após 3 dias com anorexia, disúria e oligúria. Usou no local de origem, antibióticos e sintomáticos com melhora parcial das queixas urinárias, persistindo com febre e dor abdominal,sendo encaminhado para este serviço.A criança apresentava-se afebril, hipocorada, hidratada com abdômen distendido, tenso, doloroso a palpação superficial e profunda, com massa em região hipogástrica de consistência cística. A punção supra-púbica mostrava líquido purulento. A ultrasonografia e a TC de abdômen sugeriram a hipótese de cisto infectado supra-vesical. A criança foi submetida a laparotomia exploradora que evidenciou uma formação cística envolvendo toda a pelve e a região posterior da bexiga com grande quantidade de secreção purulenta e outro cisto de cerca de 3cm próximo ao sigmóide. As biópsia confirmaram o diagnóstico de cisto mesentérico. Conclusões: O caso mostra uma patologia S82 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. rara, sendo a forma de apresentação semelhante a uma afecção genito-urinária, diagnóstico comum em nosso meio. Assim,apesar de ser uma patologia rara devemos colocar como diagnóstico diferencial nos casos clínicos de alterações do volume abdominal sem causas aparentes. Código Trabalho: 1274 Título: DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 COM SOROPOSITIVIDADE PARA ANTICORPO ANTI-TRANGLUTAMINASE COMAPARADOS COM PACIENTES SORONEGATIVOS. Autores: DANIEL DINIZ SANTOS;LUCIANA RODRIGUES SILVA;LUIZ FERNANDO ADAN;AGNA LUCE MOREIRA;FLÁVIA BRANDÃO BRANDÃO;ELIÉZER JOÃO VICENTE Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A tireotoxicose e o hiperparatireidismo primário são considerados as principais causas de osteopenia em pacientes com Diabetes mellitus tipo 1 (DM1). A doença celíaca (DC) é mais comum nestes pacientes; a associação entre DC e na DM1 permanece obscura. Objetivos: Avaliar a densitometria óssea em pacientes diabéticos triados para doença celíaca. Métodos: Foi realizada triagem sorológica em 50 crianças e adolescentes com DM1 para DC, utilizando os anticorpos IgA anti-transglutaminase humana (aTTG). Resultados: Oito pacientes soropositivos foram identificados, sendo que quatro deles apresentavam sintomas gastrointestinais inespecíficos e os quatro restantes eram totalmente assintomáticos. Posteriormente, foram identificados entre os pacientes com DM1 soronegativos para aTTG, oito indivíduos pareados com os pacientes soropositivos de acordo com idade e sexo e a densidade mineral óssea de todos estes 16 pacientes foi determinada. O desvio padrão médio (Z score) na coluna lombar foi -1,24 entre os pacientes soropositivos e 0,20 entre os soronegativos (P<0,02, teste não-paramétrico de Wilcoxon). Estes resultados preliminares deste estudo, embora limitados pelo pequeno número de pacientes e pela ausência de confirmação do diagnóstico com análise histológica, indicam que a DC pode estar associada com osteopenia em pacientes com DM1. Conclusões: Mais estudos são necessários para se determinar se esta associação também vem reforçar a triagem sorológica sistemática de DC em todos os pacientes com DM1. Código Trabalho: 335 Título: DETERMINANTES DE MAIOR MORBIDADE POR DOENÇA DIARRÉICA DURANTE O PRIMEIRO ANO DE VIDA Autores: MARIA EUGÊNIA FARIAS ALMEIDA MOTTA;GISÉLIA ALVES PONTES SILVA;ANISIO VELOSO PAES MELO JÚNIOR;PEDRO ISRAEL CABRAL LIRA;MARÍLIA CARVALHO LIMA Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - E-mail: [email protected] Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Fatores determinantes múltiplos e complexos para a incidência de doença diarréica contribuem, potencialmente, para a ocorrência de episódios diarréicos repetidos em cada criança exposta. Identificar fatores determinantes para a ocorrência de maior número de episódios diarréicos durante o primeiro ano de vida. Métodos: Foi realizado estudo casocontrole aninhado em uma coorte. Para a estimativa do tamanho amostral, utilizou-se a variável escolaridade materna (58,6% entre os casos e 36,7% entre os controles), considerando-se o erro alfa de 5%, o poder do estudo de 90%, na proporção de 1 caso para 4 controles. A população do estudo de coorte foi constituída por recém-nascidos recrutados nas primeiras 24 horas de vida, quando o peso foi aferido e também foi aplicado formulário às mães para caracterização socioeconômica da população. Para a formação dos grupos de comparação do estudo caso-controle ao final do primeiro de ano de vida, considerou-se caso a criança que apresentou 6 ou mais episódios de diarréia e controle, aquela que apresentou de 0 a 5 episódios de diarréia no período de seguimento de um ano. O acompanhamento domiciliar durante o primeiro ano de vida ocorreu mediante 2 visitas semanais, a fim de se obter informações referentes ao aleitamento materno, introdução de leite artificial e morbidade por diarréia. Realizou-se análise multivariada de regressão logística, objetivando controlar os Gastroenterologia possíveis fatores de confusão e construir o modelo de risco para a ocorrência de maior número de episódios de diarréia. Resultados: Os fatores que explicaram a ocorrência de maior número de episódios de diarréia durante o primeiro ano de vida foram escolaridade materna e peso ao nascer. As crianças cujas mães tinham menos de quatro anos de estudo formal tiveram chance duas vezes maior (OR = 1,92; IC 95% = 1,13-3,27) de apresentar 6 ou mais episódios de diarréia durante o primeiro ano de vida quando comparadas com aquelas que estudaram por até quatro anos (p=0,02). Quanto ao peso ao nascer, a chance de apresentar 6 ou mais episódios de diarréia durante o primeiro ano de vida foi duas vezes maior para as crianças que nasceram com peso inferior a 2.500 g (OR = 2,6; IC 95% = 1,20-5,70; p=0,02) em relação às crianças com peso de nascimento > 3.500 g. Conclusões: O baixo peso ao nascer e a escolaridade materna são fatores importantes na maior morbidade por diarréia no primeiro ano de vida. O controle da doença diarréica deve incluir melhoria na escolaridade feminina e fornecimento de assistência pré-natal de qualidade como forma de reduzir o baixo peso ao nascer. Código Trabalho: 20 Título: DOENÇA CELIACA: ASPECTO CLÍNICO, DIETA E RECUPERAÇÃO DE PESO. Autores: CLÁUDIO SÉRGIO CARVALHO AMORIM;TATIANA LUIKO RODRIGUES NAGAISHI;JOELMA KARIN SAGICA FERNANDES;ANA JÚLIA CREÃO FERNANDES;KEYLA SOUZA REIS;DÉBORA MARTINS LEÃO Instituição: Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará Cidade/UF: BELÉM/PA Resumo: Introdução: A doença celiaca é uma incapacidade permanente ao glúten existente no trigo, cevada e aveia. Objetivos: analisar as formas clínicas da doença, a eficácia da dieta e a recuperação do peso. Métodos: estudo transversal, retrospectivo, com 20 pacientes celiacos atendidos no Ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica de janeiro de 1989 a janeiro de 2005. Coletados os dados em formulário contendo idade, sexo, peso, estatura, idade de início de sintomas, idade no diagnóstico, evolução do peso e remissão dos sintomas. Resultados: A média de idade de aparecimento dos sintomas, foi de 8,5 meses. No diagnostico 30% dos pacientes tinham de 12 e 24 meses, 55% dos pacientes entre 25 e 37 meses, e 15% entre 38 a 50 meses. No diagnóstico nutricional, 40% tinham DEP atual, 35% DEP crônica e 25% ´DEP pregressa. Encontrou-se 85% da forma clássica e 15% da forma atípica. A média de d-xilose foi de 12 mg%. A biópsia intestinal mostrou atrofia total das vilosidade em 100% dos casos. Houve remissão dos sintomas em 95% da amostra e recorrência em 5% por falha na dieta. A normalização do peso se deu no 8º mês de dieta. Conclusões: Houve predomínio da forma clássica, a idade de diagnóstico ficou entre 12 a 50 meses e a recuperação do peso ocorreu no 8º mês. Observou-se retardo no diagnóstico e pouco conhecimento da doença em nosso meio. Código Trabalho: 710 Título: DOENÇA CELÍACA: RELATO DE CASO Autores: BRUNO COELHO G OLIVEIRA;PATRÍCIA CRISTINA GOMES PINTO;FLÁVIA DUARTE CARVALHO;ALINE MONTEZE ALVES;AYDRA ALMEIDA BIANCHI;JOÃO MANOEL ALVES Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHUUFJF Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG Resumo: Introdução: A doença celíaca é uma intolerância permanente ao glúten, caracterizado por atrofia total ou subtotal da mucosa do intestino delgado proximal e conseqüente má absorção de alimentos, em indivíduos geneticamente susceptíveis. Objetivos: Reiterar a importância da história e do quadro clínico para a suspeita e diagnóstico da doença celíaca. Relato do caso: L.L.P.S, 3 anos e 9 meses de idade, sexo feminino, com constipação intestinal desde os dois meses de idade (média de 1 evacuação por semana, fezes em cíbalos, dor às evacuações e distensão abdominal). Aos dois anos e onze meses, apresentou mudança do hábito intestinal, iniciando diarréia crônica, com fezes oleosas, esbranquiçadas, espumosas, explosivas, com restos alimentares, de odor fétido e freqüência de um a dois episódios diários. Associadamente, apresentava irritabilidade, dores articulares, desnutrição e distensão abdo- minal, além de perda ponderal de cerca de 4 kg em 6 meses. O quadro era intermitente, com relato de vários atendimentos em unidades de saúde. Ao exame físico: peso de 14 kg (p10), 98 cm de altura (p25), tecido celular subcutâneo escasso, palidez cutâneo mucosa, distensão abdominal moderada e dor à palpação profunda. Exames: hemoglobina: 8.3g/dl, hematócrito: 27.5%, leucograma e plaquetas normais. Ultrasonografia de abdome: normal. Fezes: pH ácido, substâncias redutoras presentes, gordura presente. Cultura, exame parasitológico e pesquisa de sangue oculto nas fezes negativos. Teste do suor negativo. Teste HIV negativo. Anticorpos antigliadina: IgA reagente (3,57mg/l - VR > 1,4 mg/l); IgG reagente (3,8U -VR>1,4U); anticorpos Antiendomísio reagente (1/80 - VR: negativo). Antitransglutaminase tecidual: 162,5 U (VR: fortemente reagente: > 40 U). Biópsia de duodeno: Metaplasia pilórica presente, infiltrado mononuclear moderado, vasocongestão e fibrose de lâmina própria. A criança está em acompanhamento no ambulatório de nutrologia infantil do HU - UFJF. No momento, segue a dieta com restrição de glúten, ganho ponderal de 3 quilos e assintomática após 2 meses do diagnóstico. Conclusões: Devemos prestar a costumeira atenção e estarmos alertas para o diagnóstico preciso e tratamento adequado das crianças com doença celíaca, com intuito de prevenirmos seqüelas importantes como a desnutrição. Código Trabalho: 1091 Título: ESÔFAGO DE BARRETT EM ADOLESCENTE : RELATO DE CASO Autores: EUGENIA FIGUEIREDO LACERDA;EDUARDO OLIVEIRA DUQUE-ESTRADA;SABRINA FONSECA MIRANDA;MARIANA THOME CARVALHO;EMILIANA RIBEIRO;LUIZ GUILHERME DARRIGO JR Instituição: Faculdade de Medicina de Teresópolis (FESO) Cidade/UF: TERESÓPOLIS/RJ Resumo: Introdução: O Esôfago de Barrett caracteriza-se pela substituição do revestimento epitelial do esôfago, apresentando baixa prevalência na faixa pediatrica.Objetivo: Relatar o caso de um paciente adolescente com diagnóstico endoscópico de hérnia hiatal por deslizamento e presença de Esôfago de Barrett confirmado pelo exame anatomo-patológico. Método: Relato de caso. Resultados: O.L.A., 17 anos, masculino, branco, natural e residente em Teresópolis-RJ. Queixa principal de epigastralgia em queimação de forte intensidade, dois meses de evolução e melhora relativa dos sintomas com uso de Omeprazol. História de alimentação irregular, rica em condimentos em sua maioria com característica de "Fast Food". História familiar de doenças pépticas (gastrite e úlcera). Exame físico sem alterações e a Endoscopia Digestiva Alta (EDA) evidenciou mucosa do Esôfago distal com presença de "lingüeta" epitelial medindo de cerca de 1 cm, com superfície avermelhada e aspecto aveludado. Hérnia hiatal por deslizamento pequena. Teste da urease negativo. O exame anatomopatológico evidenciou processo inflamatório crônico da transição esôfago-gástrica, presença de mucosa especializada com células caliciformes compatível com Esôfago de Barrett. Iniciado Pantoprazol 40mg/dia associada a medidas alimentares e posturais anti-refluxo. Paciente assintomático no momento em acompanhamento endoscópico de controle. Conclusões: Esôfago de Barrett é uma entidade clínica prémaligna e grave. A regressão total da metaplasia já instalada não é relatada na literatura. É necessário tratamento rigoroso do RGE associado a EDA periódica. O objetivo terapêutico consiste em identificar precocemente a ocorrência de carcinoma esofágico. Ressaltamos a importância da intervenção e diagnóstico precoce também em pacientes da faixa etária pediátrica e adolescentes portadores de sintomatologia dispéptica. Código Trabalho: 453 Título: ESTENOSE DUODENAL POR BRIDA Autores: BIANCA NOLETO; GISELE PODKAMENI; MARISE MARSILLAC; NOEMI MAC CULLOCH; HELENA EVANGELHO; RENATA COUTINHO Instituição: Hospital dos Servidores do Estado Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A má formação por estenose duodenal costuma estar localizada na proximidade da ampola de Vater. O quadro Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S83 Gastroenterologia clínico inclui: dor abdominal, vômitos ocasionais, emagrecimento, distúrbio hidroeletrolítico e distensão abdominal. Objetivos: Relatar o caso de estenose duodenal com apresentação atípica em escolar e discutir a conduta terapêutica e evolutiva. Métodos: Análise retrospectiva do prontuário do paciente internado em enfermaria pediátrica de um hospital público terciário do Rio de Janeiro. Relato e Resultado: Menina 6 anos com vômitos pós prandiais desde 2 anos de idade, que inicialmente eram esporádicos (1 x semana), passando a ser freqüentes (3 a 4 x semana) após ingesta de caroço de fruta há mais ou menos 1 mês, associado desde então a perda ponderal importante. Foi submetida a 3 cirurgias prévias, até 2 anos de idade, para correção de colostomia por imperfuração anal. Na admissão, foi realizado trânsito intestinal, sendo constatado um afilamento abrupto de alça duodenal entre 2a e 3a porção, com dilatação a montante (bulbo e 3a porção). Feita endoscopia digestiva alta sendo visualizado caroço de fruta próximo ao cardia, que foi retirado. Realizado laparotomia com duodenotomia e ráfia por estenose duodenal secundária a brida. Conclusões: O interesse no relato desde caso foi sua apresentação clínica em decorrência de uma alteração crônica desencadeada por um quadro clínico agudo. Provavelmente a estenose duodenal era anterior à obstrução pela semente de fruta. A presença de vômitos em pré-escolares e escolares normalmente está associada com infecções gastrointestinais. As alterações anatômicas como causa de vômito são responsáveis por menor incidência. Código Trabalho: 247 Título: FREQUÊNCIA E EVOLUÇÃO CLÍNICA DA LITÍASE BILIAR EM PORTADORES DE HEMOGLOBINOPATIA FALCIFORME SEGUIDOS NO CENTRO INFANTIL BOLDRINI Autores: ANA PAULA SANTOS GUMIERO;MARIA ANGELA BELLOMO-BRANDÃO;ELIZETE APARECIDA LOMAZ COSTAPINTO;ANA CLAUDIA DOS ANJOS Instituição: Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Cidade/UF: LIMEIRA/SP Resumo: Introdução: A hemólise crônica e acelerada, típica da doença falciforme, é de longa data fator reconhecido para o desenvolvimento de litíase biliar. Essa complicação pode atingir até 50% dos pacientes na adolescência e idade adulta. Existem poucos estudos brasileiros dimensionando a real freqüência da litíase biliar entre pacientes falciformes. Objetivos: Verificar a freqüência de litíase biliar em pacientes com doença falciforme acompanhados em serviço de referência, e compará-la de acordo com a idade do paciente e tipo de padrão eletroforético de hemoglobina. Descrever a evolução clínica e freqüência de indicação cirúrgica dos pacientes portadores de colelitíase, bem como a frequência de sintomas. Métodos: Realizado estudo retrospectivo, de revisão de prontuários médicos, e descritivo, seguindo protocolo previamente definido. Foram revisados 225 prontuários de pacientes falciformes.O programa SPSS for Windows 11.0 realizou as análises estatísticas pertinentes, considerando nível de significância de 5%. Resultados: Observamos alta prevalência do diagnóstico de colelitíase entre os pacientes estudados (45%), sendo que metade deles era assintomática. A idade média ao diagnóstico de colelitíase e sua correção cirúrgica foram, respectivamente, 12 anos e 6 meses e 14 anos. Os pacientes portadores de Doença SS e Sb Talassemia foram de maior risco para o desenvolvimento dessa complicação, quando comparados aos portadores da Doença SC, (com diferença estatisticamente significativa). Os pacientes assintomáticos (50% dos diagnosticados com colelitíase) não apresentaram complicações da litíase e 42 deles estão em seguimento clínico. Não houve diferença do risco de desenvolvimento de litíase em relação ao gênero e idade ao diagnóstico de doença falciforme. Conclusões: 1) A freqüência de colelitíase na população do estudo foi elevada (45%) e tende a aumentar de acordo com a idade; 2) Cerca de 50% dos portadores de colelitíase são assintomáticos; 3) Não houve aumento da freqüência de colelitíase biliar de acordo com o gênero (masculino ou feminino) ou com idade do diagnóstico da doença falciforme e; 4) Pacientes com doença SS ou SB Talassemia foram de maior risco para o desenvolvimento de colelitíase, quando comparados com portadores de doença SC. S84 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 1095 Título: INTERNAÇÃO HOSPITALAR POR DIARRÉIA AGUDA EM CRIANÇAS DE 0 A 13 ANOS - PERFIL DOS PACIENTES INTERNADOS NO INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA - IMIP NO PERÍODO DE JANEIRO A JUNHO DE 2005. Autores: JANAINA HELENA D B MARIANO;GEÓRGIA VÉRAS ARAÚJO;CARLA ADRIANE F L ARAÚJO;RONALDO COELHO SOARES Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF. FERNANDO FIGUEIRA Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A diarréia aguda constitui uma das principais causas de internação e letalidade nos países em desenvolvimento. Um melhor conhecimento do perfil epidemiológico dos pacientes internados com diarréia aguda possibilitará o manejo adequado de investigação e tratamento em rede hospitalar. Objetivos: Descrever o perfil dos pacientes internados com diarréia aguda no período de Janeiro a Junho de 2005, através da prevalencia da faixa etária, sexo, procedencia, determinação do tempo médio de internamento, realização de exames laboratoriais e avaliação do uso de antibióticos. Métodos: estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, de corte transverso, do tipo observacional realizado através de resgate de prontuário médico dos pacientes internados com diarréia aguda. Os dados foram digitados em dupla entrada no software EpiInfo 3.3.2. Estabelecidas, quando adequadas, tabelas de distribuição de frequencia ou medidas de tendencia central da idade, genero, procedencia, tempo de internamento, realização de exames e uso de antibióticos. O trabalho teve a aprovação do Comite de Ética em Pesquisa. Resultados: Foram analisados um total de 215 pacientes internados com diagnóstico de diarréia aguda. Foram excluídos todos os pacientes com diagnóstico de sepse ou outras infecções, diarréia crônica ou outras patologias associadas, com o objetivo de evitar confusão na análise das outras variáveis. Dos pacientes analisados, 49,8% tinham entre 6 meses a 2 anos e 28,4% eram menores de 6 meses. Em relação ao sexo, 57,7% era masculino. Quanto a procedência, 34,4% dos pacientes eram da capital, 41,4% dos outros municípios da região metropolitana e 24,2% do interior. O tempo médio de internamento foi de 2,1 dias e as principais causas foram: desidratação (75,3%), vômitos (11,6%) e queda do estado geral (7%). Foram realizados 142 hemogramas e destes 42,2% foram normais, 104 ionogramas foram solicitados e 53,8% foram normais, já em relação à gasimetria arterial, 15 exames foram solicitados e todos foram alterados. Quanto ao uso de antibiótico, 94 crianças (43,7%) fizeram uso deles, os mais utilizados: ácido nalidíxico (36,2%), ampicilina e gentamicina (27,6%), ampicilina (24,8%). Dois pacientes foram a óbito durante internamento. Conclusões: Embora tenha havido diminuição na mortalidade por diarréia, esta ainda é uma importante causa de internação hospitalar principalmente em crianças menores de dois anos. A desidratação constitui na principal causa de internamento nestas crianças. Ainda são solicitados muitos exames complementares, que se tornam desnecessários na sua maioria, pois cerca de metade dos resultados são normais, evidenciando mais uma vez a importância da história médica para diagnóstico, acompanhamento e tratamento destes pacientes, com uso criterioso da antibioticoterapia. Código Trabalho: 1002 Título: PANCREATITE AGUDA POR MAUS TRATOS EM UM LACTENTE COMPLICADA COM PSEUDOCISTO PANCREÁTICO Autores: CRISTINA RYOKA MIYAO;SELMA BETTA RAGAZZI;ALFREDO ELIAS GILIO;ALEXANDRE SALLUM BÜLL;JOSÉ PINHATA OTOCH Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São Pau Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Objetivos: Descrever um caso de pancreatite aguda na infância cuja incidência é baixa e de difícil diagnóstico precoce. Descrição do caso: KFS 1 ano e 9 meses, masc., br, admitida na Enfermaria da Pediatria HU-USP. com história de tosse produtiva de início há 1 mês sendo diagnosticado BCP e tratada com amoxacilina por 10 dias sem melhora. Há 2 semanas com dor abdominal em região periumbilical de forte intensidade Gastroenterologia ,segundo a mãe ,que piorava com a alimentação e associada a inapetência. Negava febre ou alteração no padrão de evacuação. Há 1 dia com 2 episódios de vômitos. Ao EF: BEG, descorado, dispnéia leve com FR=36, acianótico, anictérico, hidratado, afebril ,FC=140 ,sat 95% em AA. Pulmões: com roncos em AHTs, estertores creptantes em base de HTD e discretos sibilos expiratórios. Abdome:globoso ,distendido, doloroso à palpação , RHA + e sem visceromegalias. Ao RX de tórax evidenciado opacificação discreta em base direita e derrame pleural laminar bilateral.Feita hipótese diagnóstica de BCP+ derrame pleural + crise de sibilância sendo introduzido Penicilina cristalina/ metilprednisolona/inalação com fenoterol. No sexto dia houve piora da distensão abdominal, doloroso, macicez à percussão,vômitos e febre. Ao US evidenciado discreta hepatomegalia e líquido livre na cavidade de pequeno volume. Exames: GT=272 U/l, PCR= 23?alfa amilase=751 U/l , TGO=189 U/l ,TGP=41 U/l ,FA=815 U/l , mg/l. TC de abdome: presença de coleção líquida encapsulada em região epigástrica, localizada anteriormente ao pâncreas, medindo cerca de 85x40 mm, rechaçando o estômago póstero-inferiormente, e coleção menor adjacente à cabeça do pâncreas, medindo cerca de 2 cm ( pseudocisto ).Líquido livre em goterira parieto-cólica esquerda. Com a hipótese de pancreatite complicada iniciada investigação etiológica (todos exames normais ).Durante a internação verificado maus tratos do padrasto à criança e antecedente de fratura de fêmur há 6 meses da internação. Iniciado conduta clínica conforme orientação da cirurgia com jejum, nutrição parenteral e omeprazol por 2 semanas , com boa evolução. O nível de alfa amilase máximo foi de 1021U/l e não evoluiu com infecção secundária ou outras complicações. Discussão: Na infância a pancreatite é estimado em 1/50.000 e os fatores preditivos são múltiplos, tais como: anomalias congênitas e estruturais, traumas, infecções, uso de drogas, dentre outros. O pâncreas é imobilizado pelo estômago, duodeno e vértebra , é altamente vascularizado e a musculatura abdominal na criança é pouco desenvolvido tornando muito susceptível à trauma. Trauma como etiologia de pancreatite varia de 15 à 20% dos casos sendo que maus tratos é uma causa bem reconhecida. Código Trabalho: 759 Título: PERFIL DOS ATENDIMENTOS POR CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM AMBULATÓRIO DE GASTROENTEROLOGIA PEDIATRICA Autores: ROBERTA MAGALHÃES LEITE PINTO;MICHELLI RAMOS DE FREITAS;VIVIANE COSSICH PEREIRA ZANAROLI;CÁSSIA SILVESTRE MARIANO;MARISE ELIA DE MARSILLAC;MYRNA DOS SANTOS ROCHA Instituição: Hospital Municipal Jesus - Rio de Janeiro Cidade/UF: NITEROI/RJ Resumo: Objetivos: Avaliar o perfil dos atendimentos por constipação intestinal em ambulatório especializado, identificar as variáveis relacionadas (sexo, idade do início dos sintomas, intervalo entre início dos sintomas e atendimento em ambulatório de gastroenterologia pediátrica, peso, queixas apresentadas, perfil fecal, patologias associadas, uso de fármacos, se foi investigado, o número de consultas e a terapêutica proposta), avaliar melhora clínica. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários de crianças com diagnóstico de constipação intestinal atendidas pelo serviço de gastroenterologia pediátrica do HMJ no período de 01/07 a 31/12/2004. Resultados: Foram analisados 133 prontuários, sendo 53,3% meninos; 46,6% com idade entre 5 e 12 anos, 33,8% entre 2 e 5 anos e 14,9% menores de 2 anos; início dos sintomas: 19,7% menores de 1 anos de idade, 9,7% entre 1 e 2anos , 21,8% 2-5a, e 18% entre 5-12a; queixa principal : dor abdominal: 57,1%, fezes ressecadas: 36,8%, escape fecal: 27%, distensão abdominal: 23,3%; freqüência de evacuações:21,8% , sangue nas fezes: 19,5% e diarréia: 3,7%; 56,4% dos pacientes negavam tratamento prévio; 24% com óleo mineral, 15% lavagem intestinal, 10,5% orientações dietéticas, 4,5% supositório de glicerina e 4,5% leite de magnésia. Investigação: 10% com RX simples de abdome alterado, 2,25% com clister opaco alterado; Terapêutica proposta: 57,1%= orientações dietéticas, 52,6%= dieta+ óleo mineral, 25,5%= dieta+leite de magnésia; 13,5% dieta+lactulose, 6% = lavagem intestinal e 2,2%= polietilenoglicol. Somente 15% tiveram alta no período avaliado ( 47,2% com 2 a 3 consultas). Com relação a melhora clínica: 10,5% com diminuição do escape/sangramento, 34,5% redução da dor, 36% com aumento da freqüência das evacuações, e somente 15% sem resposta. Conclusões: O principal sintoma referido foi dor abdominal sendo que a maioria dos pacientes chegou ao ambulatório sem qualquer tratamento. 47,7% foram diagnosticados sem necessidade de exames complementares. Este estudo preliminar indica a necessidade de esclarecimento à classe pediátrica de constipação como causa de dor abdominal. Código Trabalho: 535 Título: PREVALÊNCIA DE REFLUXO GASTROESOFÁGICO PATOLÓGICO EM LACTENTES REGURGITADORES Autores: ALDO JOSÉ FERNANDES COSTA;GISELIA ALVES PONTES;PEDRO ALVES GOUVEIA;ERNANI PEREIRA FILHO Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico Patológica (DRGE) possui sua prevalência superestimada em virtude da ausência de um diagnóstico clínico laboratorial acessível. Existindo a necessidade da elaboração de critérios clínicos diagnósticos eficazes para a mesma. Objetivos: Determinar a prevalência da DRGE em um grupo de lactentes regurgitadores atendidos em um hospital pediátrico, utilizando um critério diagnóstico clínico baseado no Critério de Roma II. Métodos: O desenho do estudo foi transversal. A população foi constituida por crianças menores de 1 ano de idade, com história de apresentar regurgitação por um período mínimo de 3 semanas. A amostra estudada consistiu de 798 crianças. Resultados: A prevalência de DRGE foi de 11,15% (89/798; IC 95%: 9,1013,48), sendo maior nos dois primeiros trimestres de vida: 14,62% (31/212; IC 95%: 10,33-19,86) no primeiro trimestre e 13,76% (38/276; IC 95%: 10,07-18,21) no segundo trimestre. Conclusões: A prevalência de DRGE foi semelhante a dados encontrados na literatura, predominando portanto, os portadores de regurgitação infantil. Código Trabalho: 59 Título: TRANSPLANTE DE FÍGADO EM CRIANÇA COM CIRROSE BILIAR SECUNDÁRIA POR ASCARIS LUMBRICOIDES Autores: OLIVAL CIRILO LUCENA;HELRY LUIZ LOPES CANDIDO;JARBAS MACIEL OLIVEIRA;FLAVIO AUGUSTO MARTINS FERNANDES JR;ELKE SHIRLEY GOIS MIRANDA;CLAUDIO MOURA LACERDA Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ - UPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A infestação por Ascaris lumbricoides constitui a parasitose mais comum na espécie humana. A incidência dessa doença é maior nos países tropicais e subdesenvolvidos. A obstrução do trato biliar pode ocorrer e, raramente, evolui com dano irreversível. Objetivos: Relatar um caso de transplante de fígado em criança com cirrose biliar secundária por Ascaris lumbricoides. Métodos: Revisão do prontuário. Resultados: Relato do caso: VMDS (reg 319398), sexo feminino, 5 anos, AB+, natural e procedente do Cabo de Santo Agostinho - PE. Aos 2 anos a menor apresentou obstrução intestinal por Ascaris sendo necessário o procedimento cirúrgico de urgência. Após 1 ano da cirurgia a menor apresentou nova infestação parasitária associada com icterícia, colúria e acolia fecal. A presença do parasita na via biliar principal foi confirmada com exame complementar (USG). O tratamento clínico foi instituído sem sucesso. A bileodigestiva foi realizada, no entanto, a evolução para cirrose biliar não cessou. Hemorragia digestiva alta e prurido apareceram simultaneamente aos 4 anos. Realizou transplante hepático intervivos (genitora doou o segmento lateral esquerdo) sem intercorrências. Evoluiu para o óbito no quadragésimo nono dia de pós-operatório por sepse de origem respiratória. Conclusões: As complicações pela infestação de Ascaris podem atingir as maiores gravidades, principalmente em crianças com más condições clínicas e nutricionais. A simples atenção básica a saúde pode proporcionar melhor qualidade de vida e menor gasto em procedimento de alta complexidade. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S85 Arquivos de Pediatria Infectologia Infectologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S93 Infectologia Código Trabalho: 932 Título: ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM CRIANÇAS INFECTADAS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;PAULA ARAGÃO;VERA LUCIA MOYSES BORRELI;MARIA ZILDA AQUINO;HELOISA HELENA DE SOUZA MARQUES Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A melhor sobrevida de crianças portadoras do HIV em uso de terapias antiretrovirais evidenciou efeitos colaterais antes desconhecidos. A introdução de inibidores de protease (IP) foi acompanhada de um aumento de alterações metabólicas, especialmente dislipidemias. Trabalhos recentes demonstram que o uso de tratamento antiretroviral (TARV) em crianças recebendo IP e outras drogas como a estavudina (d4T) contribui para a elevação substancial dos níveis séricos de colesterol e triglicérides, logo após o início do tratamento. Objetivos: Descrever as alterações no perfil lipídico de um grupo de crianças infectadas pelo HIV correlacionando-as com os esquemas de TARV recebidos. Métodos: Neste estudo foram incluídas 97 crianças soropositivas para o HIV recebendo TARV e nas quais foram mensurados: colesterol total e frações (COL, HDL, LDL) e triglicérides (TRI). Para análise do perfil lipídico definimos 2 categorias: 1) normal, onde os resultados laboratoriais estão na faixa de normais ou aceitáveis e 2) alterado, com resultados na faixa limítrofe e alterado. Analisamos então as variáveis em relação à faixa etária (< 6 anos; de 6 a 10 anos e >10 anos), tipo de TARV (regimes contendo d4T ou IP, d4T + IP, d4T + Ritonavir e outros) e classificação imunológica (categorias 1, 2 ou 3 - CDC/1994). Resultados: A análise dos dados mostrou um predomínio da elevação de TRI (53,6% de valores alterados), comparativamente ao COL (25,7%) e ao LDL (24,7%). Este padrão se observa em todas as variáveis analisadas. Com relação à idade, nota-se uma tendência à elevação dos valores alterados de TRI, COL e LDL, à medida que aumenta a faixa etária. Quanto à comparação nas categorias imunológicas observamos um aumento nos valores alterados de LDL, COL e TRI, nas categorias 2 e 3. Com relação aos TRI, estas alterações são significantes (p<0,005). Quanto aos tipos de TARV, há uma tendência à alteração dos valores de COL, LDL e TRI com o uso de D4T associado aos IP. Houve significância estatística na comparação entre os valores de COL (p<0,005) e em relação aos de TRI (p<0,001). A significância estatística se mantém para os TRI, inclusive quando juntamos todos os outros tipos de esquemas terapêuticos utilizados, comparando-os com o uso de D4T+ IP (p<0,005). Conclusões: A análise destes dados mostra a importância das alterações no perfil lipídico das crianças HIV positivas quando submetidas a TARV contendo IP e d4T. Especialmente alterados, de forma significante (p<0,001), são os valores de TRI. Neste estudo a associação da hipertrigliceridemia foi mais evidente com o uso do d4T associado a outros IP do que com o Ritonavir. Atualmente, não se sabe se a dislipidemia representa o mesmo risco cardiovascular nos indivíduos HIV positivos que para a população em geral. Daí a importância da realização de estudos prospectivos para seguimento destas crianças. Código Trabalho: 421 Título: ARTERITE DE TAKAYASU - RELATO DE CASO EM CRIANÇA DE 7 ANOS Autores: RUI GOUVEIA SOARES NETO;ROBERIO DIAS LEITE;FRANCISCO AIRTON C ROCHA;DENISE MARQUES A CARVALHO;ANTONIO FRANCELINO CARVALHO;CHRISTIANE ARAUJO C LEITE Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO UFC Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Arterite de Takayasu (AT) é doença inflamatória sistêmica crônica que afeta aorta e ramos principais, tendo associação importante com tuberculose e sendo muito rara em crianças. Objetivos: Descrever o caso de uma criança com AT no contexto de uma investigação de febre de origem obscura. Métodos: Estudo descritivo, baseado na revisão de prontuário médico e da literatura médica usando os descritores Arterite de Takayasu, criança e febre na base de dados da PubMed e Medline nos últimos 20 anos. Resultados: JCSD, 7 anos, S94 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. masculino, admitido com relato de febre, cefaléia, perda de peso e mialgia há oito meses. Quatro meses antes do internamento, a cefaléia passou a ser de grande intensidade e a febre diária. Seu avô vinha recebendo tratamento para tuberculose. Exame físico: estado geral regular, pálido, eupnéico, hidratado, desnutrido; ausculta pulmonar e do coração normais; abdome flácido, indolor, sem visceromegalias; linfadenomegalia generalizada. Laboratório: hemoglobina: 7,9 g/dL; hematócrito: 26,5 %; plaquetas 824.000/mm3 (alteração observada previamente em vários exames); VHS: 90 mm; Proteína C-reativa: 20,9 g/dL; PPD não reator; pesquisa de BAAR no lavado gástrico negativa; HIV e VDRL negativos. Ultrassonografia abdominal: hepatomegalia, dilatação focal da aorta abaixo da origem da artéria mesentérica superior, espessamento das paredes da aorta e da artéria mesentérica superior. Tomografia de abdome: hepatomegalia homogênea, ectasia focal aórtica, com espessamento concêntrico e regular de suas paredes. Tomografia de tórax: realce vascular dos hilos e pulmões, com imagem sugestiva de angioma venoso no lobo inferior esquerdo, espessamento parietal concêntrico da aorta descendente. Ecocardiograma: leve aumento de ventrículo esquerdo. Angiografia: aneurismas nas artérias subclávia, vertebral e mamária interna esquerdas e aorta abdominal após a saída das artérias renais direitas e ilíaca esquerda, confirmando o diagnóstico de AT. Criança evoluiu inicialmente durante a internação com hipertensão arterial e com persistência de febre e cefaléia. Tratamento: prednisona, captopril, furosemida, ácido acetil salicílico, além de rifampicina + isoniazida + pirazinamida para tuberculose. Evoluiu com normalização da pressão arterial, resolução progressiva da febre e da cefaléia, além de melhora da anemia. Conclusões: AT deve ser considerada na investigação de febre de origem indeterminada em crianças expostas à tuberculose e elevação persistente das plaquetas, como o caso descrito. Código Trabalho: 565 Título: ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DOS AGENTES VIRAIS NAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS, ATENDIDAS NA UNIDADE DE URGÊNCIA DO HU-FMJ Autores: SAULO DUARTE PASSOS;ANA PAULA FELGUEIRAS;LUIS OSCAR SOUZA OLIVEIRA;MARCO ANTONIO MEIRELES SANTOS JR;PROJETO VGDN FAPESP GRUPO IAL;MARCO ANTONIO SOUZA Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí-Depto Pediatria Cidade/UF: VINHEDO/SP Resumo: Introdução: As Doenças respiratórias agudas são um importante problema de saúde púbica, sendo causa de morbimortalidade em todo mundo, principalmente em crianças menores de cinco anos. No Estado de São Paulo é a terceira maior causa de morte na infância. Objetivos: Detectar os principais agentes virais causadores de IRA por meio de aspirados nasofaringeanos e swabs nasais em crianças menores de cinco anos, atendidas na unidade de emergência do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Métodos: Nas crianças que apresentavam sintomas respiratórios foram coletados secreção para pesquisa viral no PSI do HUFMJ, no período de junho/05 a junho/06. O aspirado e o meio contendo o swab, após receber tratamento prévio com antibióticos, foram separados em três alíquotas. O teste de Imunofluorescência Indireta (IFI) para identificar sete vírus respiratórios: Influenza A e B; Parainfluenza 1, 2 e 3; Adenovírus e Vírus Respiratório Sincicial humano (HRSV) foram realizados. Resultados: Das 296 amostras clínicas analisadas, 55,1% pertenciam ao sexo masculino, com mediana de idade de 17m e 91,7% apresentavam BEG na admissão. Os sintomas mais freqüentes foram: tosse (92,8%); coriza 73,3%; febre 70,1% e chiado peito 64,6% e os sinais: roncos 49,3%; dispnéia 22,0%; tiragem 15,7%, batimento haeta nasal 5%. A média da temp. foi 38.7ºC (13,4%). A positividade inicial pela IFI nas amostras foi de 23,6% assim distribuídas: 39 (13,2%) HRSV; 14(4,7%) Influenza A (IFA); 09(3,0%) parainfluenza 3; 03(1%)Adenovírus (HAdv); 02(0,7%)Influenza B; 1(0,3%)parainfluenza 1 (HPI1). Houve co-infecção em um caso do PIF3 e HAdv. Os sinais e sintomas, com significância estatística, para o HRSV foram a queixa de chiado peito (88,5%) [p(x2=0,006)]; roncos (72,7%) [p(x2=0,01)]; sibilos (63,6%) [p(x2=0,01)], tiragem 56,4% Infectologia [p(x2=0,002). A maior prevalência (31,8%) ocorreu outono [p(x2=0,004)]. Para o Influenza A foram: espirros70% [p(x2=0,00); antecedentes de rinite (100%) [p(x2=0,003)]. O PIF3 ocorreu mais na primavera (44,4%) [p(x2=0,03)]. Conclusões: O subtipo do HRS nas amostras de 2005 foram do tipoB, padrão diferente do circulante em SP (subtipo A), demonstrando circulação simultânea de subtipos na mesma região com implicações epidemiológicas e clínicas, apesar dos sintomas clássicos encontrados. A preponderância da circulação do tipo IFA, pode ser em parte pela circulação local, mas diferentes formas de clínicas foram observadas (um caso com H3N2 relacionado com choque). A co-infecção poderá ir a ser melhor entendida após sequenciamento genômico. Atenção para controle de doenças respiratórias deveriam ser realizados principalmente pela habilidade de expansão epizootica do vírus influenza. Estes resultados, preliminares, indicam que o HRSV e IFA se mantém como o principal agente viral, sendo que para este último existe vacinação, necessita assim de discussão em políticas públicas em saúde. Código Trabalho: 224 Título: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DO DENGUE EM CRIANÇAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SERVIÇO PÚBLICO DE NITERÓI, RJ Autores: ANAMARIA SZRAJBMAN VAZ DA SILVA;TATIANA ABELIN SALDANHA MARINHO;SOLANGE ARTIMOS DE OLIVEIRA;ANTONIO CARLOS DE MEDEIROS PEREIRA;SÉRGIO SETÚBAL;HÉLIA KAWA Instituição: Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A escassez de estudos do dengue em crianças e a importância da doença no Brasil justificam a necessidade de mais pesquisas sobre o comportamento da virose nesse grupo etário. Objetivos: Determinar a freqüência das manifestações clínicas do dengue em crianças de 0-14 anos atendidas em unidades de saúde pública de Niterói, RJ, no período de 1999 a 2002. Métodos: Os dados demográficos e clínicos extraídos do Sistema de Informação de Agravo de Notificação foram armazenados em um banco de dados desenvolvido para a pesquisa. Resultados: No período de estudo foram atendidas 4155 crianças com suspeita clínica de dengue. Destes, 1172 coletaram sangue para realização de testes laboratoriais, sendo 892 (76,1%) confirmados sorologicamente. Dos 892 casos, 48,4% eram do sexo feminino e 52,6% do sexo masculino. A distribuição dos casos confirmados sorologicamente concentrou-se nos primeiros meses dos anos de 2001 e 2002 (69,6%). O número de casos sem sorologia foi muito maior (98%) em 2002, no ápice da epidemia. O número de sorologias positivas foi 3 vezes maior no intervalo de 6-10 dias entre o início dos sintomas e a coleta da sorologia. As manifestações clínicas mais freqüentes nos casos IgM positivos foram febre (95,6%), cefaléia (83,1%), prostração (73,7%), mialgia (67,9%), dor retro-orbitária (62,7%), náusea (53,8%) e exantema (39,7%). Petéquias foram observadas em 5,3% dos casos. A complicação mais comum nos casos confirmados foi dor abdominal (20%), pouco presente nos casos sem sorologia (5,9%), sugerindo que este é um sinal de gravidade que estimula a solicitação de sorologia (x2=205; p<0,00000). Foram raras as demais complicações (2,6%), as formas graves da doença (1,5%) e a hospitalização (1,2%). Do total de casos confirmados, 367 foram submetidos à contagem de plaquetas, sendo que 157 (42,8%) apresentaram plaquetopenia. Do grupo com sorologia positiva, apenas 9 casos (1%) foi diagnosticada a febre hemorrágica do dengue, sendo 7 crianças entre 10-14 anos, 1 de 2 anos e 1 com 6 meses. O estudo do grupo sem sorologia ou com sorologia negativa demonstrou que não houve diferenças importantes em relação à distribuição etária, ao sexo e às manifestações clínicas apresentadas, confirmando a dificuldade do diagnóstico diferencial desta doença em crianças. Conclusões: Os resultados do estudo demonstram que a FHD é uma forma rara da doença em crianças do nosso meio. Verificou-se, ainda, que as manifestações gerais da doença tiveram alta ocorrência no dengue clássico e que náuseas e dor abdominal, embora relativamente freqüentes, não corresponderam a maior gravidade de evolução da doença como descrito em outros estudos. Código Trabalho: 476 Título: ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES EM CRIANÇAS SUBMETIDAS A CIRURGIAS CARDÍACAS Autores: MARTA ALMEIDA CORREIA;LUZIENE BONATES;LUCAS VICTOR ALVES;JÚLIA GONÇALVES MELLO;JAÍLSON BARROS CORREIA Instituição: Instituto Materno Infantil de Penambuco - IMIP Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A cirurgia cardíaca traz grandes riscos para a criança, dentre eles destaca-se as Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IrAS), eventos adversos de difícil diagnóstico. A etiologia varia geográfica e temporalmente, sendo necessário estudar a realidade local para estabelecer estratégias de prevenção e de terapêutica antimicrobiana adequada. Objetivos: Descrever a topografia e os agentes etiológicos encontrados nas infecções que ocorrem nas crianças submetidas à cirurgia cardíaca. Métodos: Estudo prospectivo das crianças submetidas à cirurgia cardíaca no período de 01 de abril de 2005 a 30 de abril de 2006. Foram excluídos os pacientes transferidos após o pós-operatório imediato para o hospital de origem. A busca ativa baseou-se na metodologia NISS, com critérios atualizados em outubro 2004. Foi construído um banco de dados, com dupla entrada, no Epi Info 3.3.2 e elaboradas tabelas e gráficos de distribuição de freqüência. O estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas, faz parte de um coorte sobre fatores de risco para infecções hospitalares em pacientes hospitalizados na UTI Pediátrica. Resultados: Do total de 176, foram incluídas 173 cirurgias realizadas em 168 pacientes com 171 saídas. Com predomínio do sexo feminino (55%) e mediana de idade de 18 meses, apenas 44 % das crianças eram eutróficas. A maior parte foi operada de cardiopatia congênita acianogênica (58%) e entre as adquiridas (7%) predominou a cardiopatia reumática. Apenas 15% ficaram entubadas mais de 24 horas; 90,2% foram admitidas com acesso venoso central e 65,3% com sonda vesical de demora. Quarenta e oito pacientes (28,1%) tiveram 85 IrAS documentadas - 37 tiveram 2 ou mais episódios. A taxa de infecção hospitalar (IH) foi 49,7 por 100 saídas (85/171) e 25,1 por 1000 pacientes-dia. O sítio mais freqüente de IH foi a corrente sanguínea (95,2% delas associadas ao cateter venoso central). Entre os 25 microrganismos isolados, os Gram negativos (9/25), sobretudo a Klebsiella sp, predominaram no primeiro episódio enquanto os Gram positivos (12/25) e fungos (3/25) foram isolados mais tardiamente. Em cerca de metade das infecções da corrente sanguínea foi isolado o provável agente etiológico. Conclusões: Nos pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca observou-se taxa elevada de IrAS com predomínio no primeiro episódio de sepse primária associada à presença de cateter venoso central. O pequeno número de microrganismos isolados Gram positivos e negativos limitam a generalização dos achados. É necessário estabelecer medidas preventivas e guias de condutas para diminuir a morbimortalidade destes pacientes. Código Trabalho: 779 Título: AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO DURANTE SURTO DE VARICELA EM UMA PRÉ-ESCOLA PRIVADA DO RIO DE JANEIRO Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ RIBEIRO DOS REIS;CINTIA BORDALO;LUCIANA COSTA;SILVIA CAMARA Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJT Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A varicela é uma doença de elevada morbidade, podendo causar complicações, internações e mortes. Apesar da eficácia das vacinas, observam-se casos de varicela em crianças vacinadas, principalmente durante surtos. Objetivos: Determinar a taxa de efetividade da vacinação (TEV) contra a varicela, em crianças de uma pré-escola, durante um surto. Métodos: Estudo seccional. Foi aplicado questionário, referente ao adoecimento por varicela e ao histórico vacinal, preenchido pelos responsáveis das crianças. Considerou-se os casos ocorridos durante um surto (agosto a outubro de 2003). As carteiras de vacinação foram revisadas, bem como os registros de adoecimento prévio ao surto, e calculou-se o percentual de susceptíveis (crianças sem passado de varicela e não vacinadas contra essa doença) na população e a efetividade Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S95 Infectologia da vacinação. Avaliou-se o tempo decorrido desde a vacinação até a época do surto, sobre a ocorrência da doença. A taxa de ataque da doença para a população vacinada (TAV) foi calculada da seguinte forma: nº de vacinados que desenvolveu varicela durante o surto dividido pelo nº total de previamente vacinados; e para a população não-vacinada (TANV): nº de não-vacinados que adoeceu, dividido pelo nº total de não-vacinados. Para calcular a efetividade da vacinação na prevenção da varicela empregou-se a fórmula: [(TANV-TAV)/TANV] X100. Resultados: A pré-escola atendia, em 2003, a 161 crianças de 4 meses a 7 anos (a) de idade, sendo 7 (4%) menores de 1a, 23 (14%) entre 1 e 2a, 25 (16%) entre 2 e 3a, 75 (47%) entre 3 e 5a e 31 (19%) com mais de 5a de idade. Foram excluídas da análise 28 crianças por apresentar registros incompletos. Das 133 avaliadas, 5 (3,8%) já tinham relato de varicela, 74 (55,6%) estavam vacinadas e 54 (40,6%) eram susceptíveis durante o surto, no qual ocorreram 31 casos de varicela (23,3% da população considerada da escola), sendo que 17 (54,8%) em previamente vacinadas, ou seja, a TAV foi de 23%. A TANV foi de 26%. Dentre os vacinados que adoeceram, 2 (11,8%) haviam vacinado há menos de 1 ano, 7 (41,2%) entre 1 e 2 anos e 8 (47,0%) há mais de 2 anos. A TEV foi de 11,5%, se incluirmos as crianças vacinadas durante o surto (n=16), ou ainda de 37,8%, se excluirmos essas crianças do cálculo. Das 16 crianças vacinadas durante o surto, nenhuma adoeceu. Conclusões: A TEV na presente casuística foi de 11,5% ou 37,8%, dependendo do critério utilizado. A TEV foi abaixo daqueles encontrados na literatura internacional, que variam de 72 a 99%. O observado nesse levantamento reforça a eficácia da vacinação durante surtos na prevenção do adoecimento, bem como a necessidade de implementação de duas doses da vacina antivaricela em crianças, conforme recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações e, recentemente, pelo Comitê Assessor de Imunizações dos EUA (ACIP). Código Trabalho: 220 Título: AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA C REATIVA (CRP) NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS DO TRATO INFERIOR BACTERIANAS (IB) E VIRAIS (IV) Autores: RODRIGO JOSÉ SINI DE ALMEIDA;ROGÉRIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARCELO JENNE MIMICA;LÍCIA GASPARI PORTELA;MARIA FERNANDA BADUE PEREIRA Instituição: Depto. Pediatria Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/TO Resumo: Introdução: As reações de fase aguda podem diferençar infecções bacterianas e virais. No entanto existem dúvidas se estes métodos são realmente efetivos nesta avaliação. Métodos: Incluímos crianças consecutivamente internadas com infecção respiratória do trato inferior na Santa Casa de São Paulo. Destes pacientes eram coletados imunofluorescência para vírus respiratórios e culturas de sangue e/ou liquido pleural. Resultados: Foram avaliadas 100 crianças dos quais 37 apresentavam IB com comprovação bacteriológica e 63 IV. Deste grupo foi possível avaliar a CRP de 59 pacientes sendo de 23 com IB e 36 com IV. Aplicando um valor de corte de 2.0, vinte dos 23 pacientes com IB apresentavam CRP > 2.0 enquanto 16 dos 36 pacientes com IV apresentavam CRP >2.0. A sensibilidade do CRP > 2,0 para diagnóstico de infecção bacteriana foi de 86,90% e a especificidade foi 55,5%. Aplicando um valor de corte de 5.0, 16 dos 23 pacientes com IB apresentavam CRP >5.0 enquanto 7 dos 36 pacientes com IV apresentavam CRP > 5.0. A sensibilidade do CRP > 5,0 para diagnóstico de infecção bacteriana foi de 69,50% e a especificidade foi de 80,5%. Conclusões: O CRP apresenta um bom valor na diferenciação entre infecções respiratórias bacterianas e infecções respiratórias virais S96 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 21 Título: AVALIAÇÃO DE TESTE RÁPIDO BASEADO EM ANTIGENO RECOMBINANTE (K39) PARA DIAGNÓSTICO DE CALAZAR EM CRIANÇAS. Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE SILVANY;ANA LÚCIA RABELLO;TALIA SANTANA ASSIS;EDSON SOARES MOREIRA;ELVES PIRES MACIEL Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A leishmaniose visceral humana (Calazar) é um problema de saúde pública no Brasil, acometendo principalmente crianças, com letalidade em torno de 15%, mesmo com tratamento adequado. O exame parasitológico direto, obitido por punção de medula ossea ou esplênica é o padrão-ouro para diagnóstico, contudo, são procedimentos invasivos, realizados em centros de referência, com risco de complicações. Os testes sorológicos baseados antígeno recombinate têm um bom desempenho e a formatação como um teste rápido, utilizável nas zonas endêmicas, permitiria o diagnóstico e tratamento precoces. Realizamos a avaliação do desempenho de um teste rápido baseado em k39 para o diagnóstico em crianças com suspeita de calazar admitidas em hospital terciário. Métodos: Estudo prospectivo, incluindo 84 crianças internadas em hospital pediátrico terciário, com suspeita clínica de calazar: febre prolongada e/ou hepatoesplenomegalia e procedência de zona endêmica. Realizado teste rápido (imunocromatográfico) DiaMed-itLeish (DiaMed), conforme orientações do fabricante, no momento da admissão hospitalar, utilizando gota de sangue colhida através de punção digital, com tempo total de realização do teste de 17 min. Foram coletados dados clínicos e laboratorias e realizado mielograma para confirmação diagnóstica. Os casos foram os pacientes com mielograma positivo ou aqueles com sorologia positiva e cura após tratamento específico. Os pacientes com diagnóstico confirmado de outra doença diferente de calazar foram cosiderados não-casos. Resultados: Os dois grupos foram semelhantes em relação aos dados clinicos e laboratoriais, com letalidade de 10% nos casos de calazar (tabela). A sensibilidade do teste rápido foi de 94% e especificidade de 100%. Dados clínico-laboratoriaisCalazar (n=63) / Outros diagnósticos (n=21) Idade * 3,0 (0,6-15) / 3,5 (0,5-15) Febre (%)98 / 84Hepatomegalia (%)97 / 79Esplenomegalia (%)97/ 63Hemoglobina (g/dl)*6,7 (2,610,2) / 8,1 (3,7-11,8) Plaquetas (cel/mm3)*101 (11-531) / 134 (15-535) Leucocitos (cel/mm3)*3600 (1.40014.200)/5150(1.000-25.000) Mielograma positivo (%) 81 / Teste rápido K39 positivo (%)94 / 0Óbitos (%) 10 / 14 *(médiana, variação). Conclusões: O teste rápido mostrou um excelente desempenho para o diagnóstico de calazar no grupo estudado, com sensibilidade superior a do mielograma e especificidade de 100%, sugerindo que o mesmo possa substituir a realização de procedimentos invasivos, facilitando o diagnóstico mais precoce em zonas endêmicas Código Trabalho: 732´ Título: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA COM PCR (REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE) QUALITATIVO Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;FABIANA ARISTON FILGUEIRA;TELMA SUELY OKAY;GILDA MARIA BARBARO DEL NEGRO;PEDRO TAKANORI SAKANE;EVANDRO ROBERTO BALDACCI Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP. E-mail: [email protected] Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A toxoplasmose congênita é assintomática ao nascimento em grande número dos casos, que entretanto, poderão evoluir com seqüelas possivelmente dependentes da presença quantitativa dos parasitas. O tratamento por 1 ano com os seus riscos é protetor. Objetivos: Avaliar, através da pesquisa da PCR qualitativa no sangue periférico, se há clareamento do toxoplasma ao longo do tratamento medicamentoso, o que poderia indicar sua suspensão. Métodos: Estudo prospectivo em crianças assintomáticas ao nascimento, filhas de mães com viragem sorológica na gestação (IgM+) para Toxoplasma gondii, utilizando a reação em cadeia de polimerase (PCR) qualitativa no sangue periférico. Os testes moleculares foram realizados durante o tratamento para a toxo- Infectologia plasmose e ao término dele, com o método DNA - PCR - gene B1, utilizando os primers JW63-sense e JW62-anti-sense. Resultados: Os resultados preliminares dessa avaliação mostram que em diferentes estágios do tratamento medicamentoso e mesmo após seu término, a PCR qualitativa permanece positiva. Caso 1: J.A.B.S.B. apresentou PCR positiva aos 4 meses e com 1 ano e 2 meses (2 meses após o término do tratamento). Caso 2: A.L.S. apresentou PCR positiva aos 4 meses, durante o tratamento. Caso 3: M.B.M.F. permanecia com PCR positiva no fim do tratamento, com 10 meses de vida. Caso 4: Irmãs gêmeas, ambas aos 4 meses de vida, uma delas com PCR positiva para o toxoplasma, enquanto que a era negativa. Conclusões: Os dados sugerem que: 1.A viragem sorológica na gestação não é de per si uma indicação absoluta de tratamento desde que as crianças podem não estar infectadas (caso 4). 2. A PCR qualitativa não é método para avaliação prognóstica e de resposta terapêutica 3. Especula-se a partir de então, se a utilização da PCR quantitativa no sangue periférico de recémnascidos, poderá ser um método útil na avaliação de indicação de tratamento, bem como ser método de valia como indicador de evolução. Código Trabalho: 903 Título: AVALIAÇÃO E ANÁLISE NNIS DOS EPISÓDIOS DE SEPSE NEONATAL E INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA DA UTI -NEONATAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Autores: MARCIA WAKAI CATELAN;SAMIRA MONTEIRO PORTO ALMEIDA;REGINA MARA CUSTÓDIO RANGEL;LUCIANA SOUZA JORGE;PRISCILLA MARTINSHERNANDE SANTOS;FERNANDO GÓNGORA RUBIO Instituição: CCIH-HB- FUNFARME-São José do Rio Preto Cidade/UF: SÃO JOSÉ DO RIO PRET/SP Resumo: Introdução: Sepse neonatal e Infecção Primária da Corrente Sanguínea(ICOSA)são causas importantes de morbimortalidade e as infecções mais frequentes. Objetivos:Analisar a epidemiologia dos episódios de Sepse e ICOSA neonatal no período de janeiro de 2004 a junho de 2006. Métodos: Estudo prospectivo de recém-nascidos internados de 01/01/2004 a 30/06/2006, com critérios do método National Nosocomial Infections Surveillance(NNIS,1994)e Infecção Hospitalar segundo CDC; especificamente para Sepse Clínica e Infecção Primária da Corrente Sanguínea. Diariamente, a enfermeira e a médica do CCIH-HB-FUNFARME, visitavam a unidade na busca ativa de casos de IH, registravam o número de pacientesdia, cateteres-dia e dados como peso de nascimento,época da IH, uso de cateter venoso central, resultado de hemoculturas e óbito. Resultados: Foram admitidos na unidade durante este período 650 recém-nascidos. A Taxa de infecção por mil pacientes-dia foi 43,23;37,32;29,89 e 35,37 respectivamente para as categorias de peso menores de 1000 g, 10011500g,1501-2500g e maiores de 2500g.A Taxa específica para ICOSA Laboratorial e Sepse Clínica/total de infecções x 100 foram 15,89 e 42,30 para menores de 1000g; 10,13 e 40,98 para recém-nascidos de 1001-1500g; 14,8 e 24,17 para 1500 a 2500 g e 14,09 e 29,48 para pacientes maiores de 2500 g.A taxa de letalidade associada à IH foi de 8,9%.Foram analisados 97 episódios de Sepse Clínica e 49 episódios de ICOSA. Com relação à Sepse Clínica: 81,4% foi de aparecimento tardio, 81,2% não estavam relacionadas a Cateter Venoso Central, a categoria de peso mais acometida foi em neonatos menores de 1000 g (29,9%). Com relação à Infecção Primária da Corrente Sanguínea: 95,9% foi de aparecimento tardio, 55,1% destes casos foram relacionados a cateter venoso central, a taxa específica de ICOSA Laboratorial relacionada CVC/CVC-dia foi 3,8; 2,01; 8,2 e 8,43 respectivamente para as categorias de peso < 1000g, 1001-1500g,1501-2500 e > 2500g. A presença de CVC foi fator de risco importante para o desenvolvimento de ICOSA em comparação com os casos de Sepse Clínica.A categoria de peso mais acometida foi em neonatos maiores de 2500g (34,7%); em relação à identificação do agente envolvido 18,3% eram gram-positivos, 44,9% gram-negativos e 36,9% eram fungos sendo a Candida glabrata a mais encontrada. Conclusões:As taxas de Densidade de Incidência e Taxa específica de ICOSA Laboratorial relacionada a CVC foram maiores que as encontradas na literatura e a média de utilização de CVC, em todas as categorias de peso, foi maior em relação à média NNIS. Houve maior frequência de IH em neonatos com peso maior que 2500g o que difere da literatura,fato explicado por esta UTI Neonatal ter alta complexidade em procedimentos cirúrgicos pós-operatórios(Pediátrica e Cardiopatia Congênita). Código Trabalho: 406 Título: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DAS CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV EM PERNAMBUCO Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE FREITAS;DJAIR SENA Instituição: IMIP - Coord. Estadual de DST/AIDS da Secretari Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Desde o final dos anos 80 até 2005, a epidemia da infecção pelo HIV em crianças no Brasil tem sofrido grandes mudanças. O Brasil tem acumulado até 2005 (junho), 11.901 casos de Aids em menores de 13 anos. Destes casos, 9.965 (83,7%) foram por transmissão vertical do HIV. Desde 1987, Pernambuco acumula 246 casos notificados em menores de 13 anos de idade. Até recentemente, o IMIP era a única referência para infecção pelo HIV/Aids no Estado e registra 302 casos em menores de 13 anos. Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever características demográficas e modo de aquisição de crianças infectadas pelo HIV acompanhadas e sobrevivendo até a adolescência e adultícia. Métodos: Nós realizamos um estudo tipo transversal através de revisão de dados de notificação de casos de aids em crianças acompanhadas no IMIP. As crianças e adolescentes foram divididos por idade, sexo, modo de aquisição, ano de diagnóstico e tempo de sobrevida. Resultados: A idade mediana de crianças acompanhadas foi 07 (0 a 19) anos. A razão por sexo foi de masculino 1 / feminino foi 1.2, mas em menores de 4 anos de idade o gênero predominante foi masculino em contraste com gênero feminino entre adolescentes com 10 a 14 anos de idade (p=0,02). O modo de aquisição mais freqüente foi por transmissão vertical do HIV responsável por 287 (95%) casos e por transmissão sangüínea responsável por 15 casos (5%). O último caso de transmissão sangüínea registrado foi em 1987. Duzentas e vinte e oito crianças (75,5%) sobreviveram e permanecem em acompanhamento (somente 1 por transmissão sangüínea), 52 (17,5%) morreram, 14 (4,7%) foi perdido o acompanhamento e 7 (2,3%) foram transferidas para outros serviços. Conclusões: De um grupo de 302 crianças, 228 (75,5%) sobreviveram com algumas diferenças em relação ao sexo e modo de aquisição da infecção pelo HIV. O percentual de sobrevida e diferenças de sexo e modo de transmissão podem ser reflexo de melhora de diagnóstico, tratamento e tendência da epidemia ao longo do tempo. Código Trabalho: 8 Título: CERATITE INTERSTICIAL SIFILÍTICA RECORRENTE Autores: CÉLIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;THIAGO LUIZ BASTOS;LUCIANA MIRANDA;ANANÍLIA MAIA;DORILENE SOARES SILVA Instituição: Hospital da Criança Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A ceratite intersticial (CI) esta comumente associada à sífilis embora possa ocorrer em outras patologias bacterianas, virais, parasitárias e auto-imunes. Na sua definição caracteriza-se por processo inflamatório envolvendo o epitélio e o endotélio corneano ocular, com depósito de complexo antígeno-anticorpo mediado pelo complemento ou decorrente de uma reação de hipersensibilidade. Clinicamente se caracteriza por áreas de densidade esbranquiçada e vascularização aumentada focal ou difusa. Objetivos e Métodos: Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico em adolescente de 13 anos de idade, que apresenta CI aguda bilateral, cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis. Relato do caso: Paciente apresenta queixa de diminuição da acuidade visual, associado à borramento da visão e lesão esbranquiçada em ambos os olhos, com dor, edema de pálpebras e lacrimejamento mais intenso em olho direito, iniciado há 30 dias. O exame oftalmológico detectou CI bilateral com neovascularização sugestiva de sífilis. Nos exames realizados o estudo do LCR foi normal, exceto o VDRL que foi positivo com titulagem no sangue periférico de 1:256. Sorologias para toxoplasmose, HIV, citomegalovirus, rubéola, herpes, foram não reagentes, PPD não reator, radiografia de tórax normal, FAN não reagente. Iniciado uso de penicilina venosa e corticoterapia ocular. Com Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S97 Infectologia 14 dias a avaliação oftalmológica revelou leucoma residual à direita. A titulagem do VDRL reduziu para 1:64. Após 18 meses da alta, retorna com as mesmas queixas localizadas no olho esquerdo O VDRL de 1:64 e em ambas as ocasiões o FTA-ABs foram negativos. Discussão: A CI ocorre mais freqüentemente na sífilis congênita tardia ,sendo descrita dos 5 aos 20 anos de idade, bilateralmente em 80% dos casos. As principais características da sífilis congênita tardia além da CI, não foram encontradas no paciente, como a tíbia em "Lâmina de Sabre", articulações de Clutton, fronte "olímpica", nariz "em sela", dentes de Hutchinson, molares em "amora", surdez neurológica. O FTA-Abs tem elevada especificidade (94%a 100%) e menor sensibilidade (70% a 100%) em comparação a dos testes não-treponêmicos, entretanto o que esperamos é a persistência do FTA-Abs no restante da vida de um indivíduo infectado, mesmo após o tratamento, o resultado negativo nesse caso, exigiu uma maior investigação e a etiologia sifilítica foi definida pelos parâmetros laboratoriais, resposta terapêutica e por exclusão Conclusões: Esse caso vem chamar a atenção para o diagnóstico da ceratitite intersticial como manifestação tardia da sífilis, cuja confirmação nem sempre é fácil, sendo, entretanto uma situação clínica que pode levar a danos permanentes se não diagnosticada e tratada adequadamente. Código Trabalho: 280 Título: COMPARAÇÃO ENTRE CRIANÇAS COM FEBRE HOSPITALIZADAS COM OU SEM SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SRIS) Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;CAROLINE DUARTE MELLO Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A SRIS é uma importante causa de morbidade e mortalidade entre crianças. Objetivos: comparar a evolução de crianças com febre hospitalizadas com ou sem SRIS. Métodos: Esta foi uma coorte retrospectiva realizada no hospital universitário da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Os prontuários de todas as crianças admitidas entre setembro/2004 e abril/2005 foram revistos. O critério de inclusão foi constatação de febre e registro de ou freqüência cardíaca ou freqüência respiratória em pelo menos duas ocasiões distintas ou resultado de leucograma. Informação sobre diagnóstico, etiologia e evolução foi coletada em questionário padronizado. Resultados: De 833 pacientes admitidos, os prontuários de 659 (79%) foram revistos até o momento. De 392 pacientes em que havia febre na história da moléstia atual, 178 preencheram o critério de inclusão; 20 (11%) foram excluídos devido a comprometimento neurológico (10), má-formação cardíaca com repercussão clínica (6), SIDA (2), insuficiência cardíaca (1) ou renal (1). A mediana da temperatura axilar inicial foi 38oC (média 38,4 ± 0,6) e SRIS foi detectada em 71 (45%) dos pacientes, devido à alteração no leucograma (70 pacientes) ou à taquicardia persistente (1 paciente). A mediana da idade (meses) foi 20 (média 32 ± 32, variando de 1 a 153) e a diferença na idade não foi estatisticamente significante quando pacientes com (34 ± 32) ou sem (30 ± 32) sepse foram comparados (p=0,3). Os diagnósticos mais freqüentes foram pneumonia (44%), infecção de pele ou partes moles (18%), diarréia (6%) para as crianças com SRIS e pneumonia (25%), diarréia (21%) e infecção de pele ou partes moles (17%) para crianças sem SRIS. A etiologia foi determinada para 9 (13%) e 7 (8%) pacientes com e sem SRIS, respectivamente (p=0,5). No grupo com SRIS, Escherichia coli (2), Streptococcus pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), Shigella flexneri (1), Staphylococcus aureus (1) de culturas de sangue (2), urina (2) e fezes (2) e infecção por rotavírus (2) ou vírus da hepatitis A(1) foram identificados. No grupo sem SRIS, infecções por Klebsiella sp. (2), S. pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), S. aureus (1) de culturas de sangue (3) ou urina (2) ou rotavírus (2) foram identificadas. A duração da hospitalização (dias) foi maior entre os pacientes com SRIS (9 + 8 vs 6 + 5, p=0,005). Conclusões: A ocorrência de SRIS foi freqüente entre crianças hospitalizadas com febre e a duração da hospitalização foi maior entre as crianças com SRIS quando comparadas com as crianças sem SRIS. S98 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 987 Título: COMPLICAÇÕES DA VARICELA EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA Autores: MARDJANE ALVES DE LEMOS;ADRIANA ÁVILA MOURA;PRISCILA REGINA ALVES ARAÚJO;RUBELLE MARQUES A OLIVEIRA Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A varicela é uma doença infecciosa comum na infância. Apesar de ser considerada uma patologia de evolução benigna, diversas complicações podem ocorrer, como a infecção bacteriana de pele, pneumonia, encefalite e trombocitopenia. Objetivos: Realizar uma investigação epidemiológica dos casos de varicela complicada em pacientes internados em um hospital de doenças infecciosa. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes com até 18 anos internados com varicela, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2005. Resultados: Foram analisados 137 prontuários de pacientes com varicela, internados no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2005. Destes, 56% eram do sexo feminino e 44% eram do sexo masculino. Do total de casos, 96 desenvolveram complicação única e 41 apresentaram duas ou mais complicações, totalizando 137 complicações. A infecção secundária de pele e/ou subcutâneo foi a complicação mais freqüente, com 96 casos, seguida das complicações respiratórias, com 17 casos, e infecção bacteriana sistêmica, com 16 casos. Onze pacientes apresentaram alguma afecção do Sistema Nervoso Central (SNC). Destas, sete foram descritas como encefalite, três como convulsão e uma como cerebelite. Outras complicações descritas foram glomerulonefrite, fenômenos alérgicos, gastroenterite com desidratação, miocardite, otite média aguda e varicela hemorrágica. A idade média foi de 3,54 anos, com idade mínima de 02 meses e máxima de 17 anos. A maioria dos pacientes tinha menos de 5 anos (74%). O período do ano em que houve maior número de internamentos por foi entre os meses de setembro e dezembro, com 85 casos (60%) houve um pico em outubro, com 31 internamentos (22,63%). A presença de fatores predisponentes para varicela complicada foi relatada em 46 prontuários (33,57%). O mais freqüente foi desnutrição, com 37 pacientes (27,01%) apresentando algum grau de déficit nutricional. Sete pacientes faziam uso de drogas imunossupressoras, um era prematuro e outro era portador de cardiopatia congênita. O tempo mínimo de internamento foi de um dia, o máximo de 42 dias, e a média de 8,31 dias. O tempo de médio de internamento foi diretamente proporcional ao número de complicações apresentados pelos pacientes. A história de contato com varicela estava registrada em 51 prontuários, em 82,35% destes o contato foi intradomiciliar. O número de óbito foi de 3 casos, com uma taxa de letalidade de 1,95%. Todos tinham menos de 3 anos, um com infecção bacteriana sistêmica, outro com encefalite viral, e o terceiro com gastrenterite e desidratação. Conclusões: A varicela é uma doença infecciosa que pode se associar a um número significativo de complicações e a uma letalidade não desprezível. O grupo etário com maior número de afetados foi o de pré-escolares. Os casos letais ocorreram em crianças mais jovens, com idade inferior a três anos. As complicações da varicela ocorreram principalmente em pacientes saudáveis, sem de fatores de risco associados. Código Trabalho: 307 Título: CONHECIMENTO DOS NEONATOLOGISTAS SOBRE VACINAÇÃO EM PREMATUROS E RN DE BAIXO-PESO Autores: EDUARDO JORGE FONSECA LIMA;CAROLINE FREITAS TIMÓTEO LIMA;LUIS ANDRÉ SILVESTRE ANDRADE Instituição: Inst. Materno Infantil Prof. Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A vacinação de RN prematuros e de baixo peso ao nascer sempre levantou questionamentos entre os pediatras, seja pela incerteza da resposta imunitária, seja pelas reações indesejáveis. Em princípio, a idade gestacional e o baixo peso ao nascer não são fatores limitantes para que um recém-nascido prematuro clinicamente estável seja imunizado. Existem poucos trabalhos na literatura avaliando especificamente o grau do conhecimento dos neonatologistas sobre vacinação em recém nascido prematuros. O presente estudo tem como premissa básica a análise do conhecimento desses profissionais Infectologia sobre vacinação em prematuros e quais são os mitos e controvérsias sobre o assunto. Objetivos: Verificar o conhecimento dos neonatologistas de cinco hospitais da cidade do Recife, sobre as recomendações do Ministério da Saúde para a imunização do recém-nascido (RN) prematuro e os de baixo peso e alguns fatores associados em relação aos profissionais e o conhecimento avaliado. Métodos: Estudo descritivo, transversal, realizado no período de dezembro/05 a janeiro/06, em cinco hospitais da cidade do Recife, sendo dois hospitais de ensino e três hospitais privados. A população do estudo foram os neonatologistas dos respectivos hospitais após o consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados por meio de um questionário elaborado a partir das variáveis que se pretendeu estudar. Os dados foram processados e analisados no programa Epi-Info 6.0. Foi considerado conhecimento adequado quando o nível de acerto foi superior a 70%. Resultados: A amostra foi constituída por 46 neonatologistas. Em relação a BCG 88,9% das respostas foram consideradas adequadas; em relação a Hepatite B associando-se sorologia materna apenas obteve-se 45% respostas adequadas; em relação a Pólio Oral apenas 50% dos entrevistados responderam corretamente em relação ao não uso em pacientes hospitalizados; em relação a DPT, apesar de 100% dos profissionais terem conhecimento do número de doses do esquema, apenas 13% mostraram-se devidamente informados quanto a ocorrência de eventos adversos; e quanto aos eventos adversos da Pólio Oral e Hepatite B o índice de acerto foi de 95,8% . Conclusões: Os neonatologistas precisam de uma maior sensibilização sobre a importância da imunização no RN prematuro, para melhor conhecimento das indicações, contra-indicações e eventos adversos das vacinas do calendário básico. Código Trabalho: 752 Título: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: ESTUDO DE MULHERES E SEUS FILHOS ATENDIDOS NO PERÍODO DE SETEMBRO DE 2000 A MAIO DE 2003 NO IPPMG-UFRJ Autores: ANA LÚCIA LIMA GUEDES;SUSIE ANDRIES NOGUEIRA;THALITA FERNANDES ABREU;RAIMUNDA MARIA S RODRIGUES;TOMAZ P COSTA;JORGE BARRETO Instituição: IPPMG - UFRJ Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG Resumo: Introdução: A importância da toxoplasmose congênita (TC) se deve às graves conseqüências médicas, socio-econômicas e incapacidades individuais que ela acarreta; e pela possibilidade de ser prevenida ou atenuada. Objetivos: Descrever a casuística de toxoplasmose adquirida por mulheres em período gestacional acompanhadas no Ambulatório de Pré-natal de um Hospital Universitário na cidade do Rio de Janeiro no período de março de 2001 a março de 2003, correlacionando o diagnóstico materno de infecção por Toxoplasma e seu tratamento com a ocorrência de TC e descrever a casuística de crianças acompanhadas no Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) deste mesmo Hospital, no período de setembro de 2000 a maio de 2003 e correlacionar com o diagnóstico materno de infecção por Toxoplasma e a conduta adotada nas gestantes. Métodos: Estudo de Coorte retrospectiva-prospectiva no período de setembro de 2000 a maio de 2003. Avaliamos 149 mulheres com suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação: 60 no Ambulatório de Pré-natal e 89 mães de crianças atendidas no Ambulatório de DIP por suspeita de TC. Paralelamente avaliamos 111 crianças. As mulheres foram classificadas em 5 categorias segundo a probabilidade de infecção pelo Toxoplasma: toxoplasmose adquirida na gestação (n=13); provável toxoplasmose adquirida na gestação (n=0); não se estabeleceu a época da toxoplasmose (n=105); susceptibilidade à infecção pelo Toxoplasma (n=3); toxoplasmose prévia à gestação (n=28). Os critérios diagnósticos de TC foram: IgM específica positiva após o 5º dia de vida; e/ou sinais e sintomas específicos de infecção congênita associados à presença de IgM e/ou IgG específica em títulos ascendentes; IgG específica persistentemente positiva após o 12º mês de vida. Resultados: Os hábitos de risco mais freqüentes foram: manipular carne crua (80,1%), não lavar as mãos às refeições (61,1%), ter contato com gatos (53,5%)ingestão de salsicha e saleme crus (50,7%). A idade e os hábitos de risco não associaram-se à infecção recente pelo Toxoplasma. A IgM positiva na gestação (VPP=1,1%; IC 95% = 0,00% a 6,0%) e a USG materna alterada (p=1,0) não se associaram à TC. Noventa e três gestantes receberam pelo menos 1 ciclo de medicação antiToxoplasma, apenas 6 com infecção aguda ou recente.Confirmou-se o diagnóstico de TC em 7 crianças e exclui-se em 91. Baixo peso (p=0,015) e alterações clínicas (p=0,005) ao nascimento, estrabismo (p=0,002), nistagmo (p=0,004), oftalmoscopia alterada (p=0,000), hepatomegalia (p=0,000), microcefalia (p=0,000), déficit do desenvolvimento neuropsicomotor (p=0,004), plaquetopenia (p=0,011), radiografia de crânio alterada (p=0,003) associaram-se à TC. Conclusões: Nesta casuística, a IgM materna, isoladamente, não foi boa preditora de TC, não foi possível determinar a época de aquisição da infecção materna na maioria das mulheres e quase 90% das crianças infectadas eram sintomáticas ao nascimento ou primeiras semanas de vida. Código Trabalho: 1097 Título: DETERMINAÇÃO DA AMEBÍASE EM ALUNOS DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE MACEIÓ, UTILIZANDO ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS Autores: IASMIN CAVALCANTI DUARTE;MARIA VIEIRA MACIEL;IVANISE SILVA ACA;ELIANA MAURÍCIO ROCHA;RICARDO ARRAES XIMENES;YASMIN CAVALCANTI DUARTE Instituição: Doutorado de Medicina Tropical - UFPE Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A amebíase é causada pela Entamoeba histolytica que foi reclassificada em 1925 por Brumpt em duas espécies: a E. histolytica, o parasito que pode causar a doença e a Entamoeba dispar, a espécie que não é patogênica. Em Alagoas não existe dados sobre a amebíase após essa nova definição. Objetivos: Determinar a prevalência de E. histolytica nos alunos da rede pública na cidade de Maceió, pela aplicação da microscopia e dos testes de ELISA: Enzymeba e teste de detecção de antígeno nas fezes, o teste E.histolytica II. Métodos: Estudo descritivo e transversal de prevalência da amebíase em alunos de escolas públicas da cidade de Maceió. Foram coletadas amostras de fezes dos alunos entre 4-15 anos de idade, matriculados em 18 escolas selecionadas aleatoriamente. Todas as amostras foram submetidas ao exame microscópico pelo Método de Ritchie e classificadas em positiva ou negativa para E.histolytica/E.dispar. Em seguida foi aplicado o teste Enzymeba e o teste E.histolytica II em todas as amostras positivas à microscopia para E.histolytica/E.dispar. O teste Enzymeba confirma com precisão a presença da E.histolytica/E. dispar, apesar de não descriminar entre as duas espécies. Já o teste E.histolytica II tem capacidade de definir a presença da E. histolytica na amostra através da reação imunológica dos anticorpos antiadesina. oi utilizado um questionário para obter as informações de identificação, condições da casa, sanitárias e de saúde dos alunos.Todos os responsáveis foram esclarecidos sobre os objetivos do projeto, e assinaram um termo de consentimento, conforme as normas do Comitê de Ética em Pesquisa da UFAL.Todos os alunos receberam o resultado da microscopia, além do tratamento específico e informação sobre prevenção das enteroparasitoses. Resultados: A população foi composta de 1797 alunos, dos quais 68(3%) foram positivos para E. histolytica/E.dispar pela microscopia. Á seguir, estas 68 amostras foram analisadas pelo teste Enzymeba e o teste E.histolyticaII. O primeiro confirmou em 100% o resultado da coproscopia. Já o teste de detecção de antígeno, o teste E. histolytica II confirmou apenas 18(1%) das 68 amostras positivas à microscopia. Foi demonstrado que o uso de água para beber sem tratamento foi um fator de risco importante para amebíase. Não houve associação da infecção pela E. histolytica com sexo, idade e condições de moradia dos alunos. Conclusões: A microscopia foi considerada um método impróprio para o diagnóstico da amebíase, sendo fundamental a aplicação de uma técnica para o diagnóstico específico, como o teste E. histolyticaII, evitando-se o tratamento desnecessário e fornecendo dados epidemiológicos precisos. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S99 Infectologia Código Trabalho: 922 Título: DIARRÉIA POR ROTAVÍRUS EM RECIFE: SITUAÇÃO PRÉVIA À INTRODUÇÃO DA VACINAÇÃO UNIVERSAL Autores: FERNANDA ULISSES MONTENEGRO;JAILSON DE BARROS CORREIA;ANA RODRIGUES FALBO;LUIS EDUARDO CUEVAS;NIGEL CUNLIFFE;CHARLES ANTHONY HART Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF.FERNANDO FIGUEIRA Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Rotavirus é a causa mais comum de diaréia grave no mundo e ainda permanece como uma importante causa de mortalidade nos países em desenvolvimento. A vacinação universal com uma vacina do sorotipo humano G1P[8] foi introduzida no Brasil em março de 2006. Objetivos: Este estudo foi realizado para avaliar a freqüência relativa do rotavírus em crianças com diarréia aguda grave; idade e características clínicas dos casos, e identificar os sorotipos circulantes na região de Recife. Métodos: Crianças menores de cinco anos que apresentavam diarréia aguda foram recrutadas prospectivamente entre maio de 2004 a abril de 2005, no setor de emergência de um hospital escola do Recife. Amostras fecais foram coletadas à admissão e congeladas até a realização dos exames. Rotavírus foram detectados pelo método ELISA e amostras fecais positivas foram testadas através da RT-PCR para a tipagem G e P. Resultados: Rotavírus do grupo A foram detectados em 102 (34,1%) amostras fecais de 299 crianças envolvidas. Como esperado, a presença de vômito (p<0,01), diarréia aquosa (p=0,005) e necessidade de hidratação parenteral (p=0,037) foi mais freqüente nas crianças com rotavírus presente na amostra fecal. A maioria dos casos (89%) das gastroenterites por rotavírus ocorreu em crianças menores de dois anos. Sorotipo G1P[8] foi identificado em 49% das amostras, mas verificou-se uma alta proporção (28%) do sorotipo G9P[6] e o sorotipo emergente G8P[6] representou 2% dos sorotipos. Infecções mistas foram identificadas em 4% dos casos e um sorotipo G5P[8] foi detectado. Conclusões: Este estudo contribui para reforçar a importância do rotavírus como agente associado a diarréia aguda em menores de cinco anos e provê dados sobre os sorotipos que circulam na região. O estudo está sendo complementado pela monitorização das cepas no período pós-vacinação. Código Trabalho: 970 - Título: DIFERENÇAS REGIONAIS NA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV NO BRASIL. RESULTADO DE UM ESTUDO COLABORATIVO MULTICÊNTRICO. Autores: REGINA CÉLIA SUCCI;GRUPO DE ESTUDO DA SBP TV DO HIV Instituição: Sociedade Brasileira de Pediatria Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A prevenção da transmissão vertical do HIV (TV do HIV) é uma das prioridades do programa nacional de DSTAIDS. As diferenças no acesso Às medidas profiláticas, entretanto, não é igaul em todas as regiões do país. Objetivos: O objetivo deste estudo multicêntrico foi avaliar a TV do HIV em todas as regiões do país entre crianças filhas de mães infectadas pelo HIV e nascidas no período compreendido entre janeiro de 2000 a dezembro de 2004. Métodos: 63 serviços (localizados em 20 estados e no DF) participaram do estudo no período de 2000 a 2002 e 17 serviços (localizados em 14 estados e no DF), no período de 2003 e 2004. Dados referentes a 5808 crianças foram analisados. A TV do HIV nesse período foi de 6,77% (393/5808), sendo 8,6% em 2000 e 6,8% em 2004. A TV do HIV foi maior nas regiões Norte (11,8%) e Nordeste (8,9%) do país quando comparadas com as regiões Centro-Oeste (5,1%), Sul (5,4%) e Sudeste (6,9%). As diferenças regionais são evidentes quando comparamos as idades das mães, a proporção de mulheres que fizeram acompanhamento pré-natal, a época em que o diagnóstico da infecção pelo HIV foi realizada na gestante, o tipo de parto realizado e a proporção de crianças que receberam aleitamento materno. Conclusões: A TV do HIV vem diminuindo nos últimos anos, mas a vigilância continua dessa forma de transmissão é importante para atingirmos taxas inferiores a 2% até o ano de 2007, que é a meta do PN DST AIDS do Ministério da Saúde. Diminuir as diferenças regionais é importante para atingir essa meta. S100 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 242 Título: DIPIRONA E PARACETAMOL NO CONTROLE DA FEBRE EM CRIANÇAS: ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO Autores: NATALIA DORNELAS CAMARA;CAMILA DORNELAS CAMARA;CAROLINA DORNELAS CAMARA;JOÃO GUILHERME ALVES Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Em pesquisa realizada no MEDLINE e LILACS, encontramos apenas um estudo que compara a eficácia da dipirona com o acetaminofeno. Como esse antipirético é o mais utilizado em alguns países como o Brazil e México, sendo reconhecido pelas suas autoridades sanitárias como seguro, resolvemos comparar a eficácia da dipirona com o acetaminofeno em crianças com febre. Métodos: Ensaio clínico, randomizado, comparando-se a eficácia da febre da dipirona com o acetaminofeno. A pesquisa foi desenvolvida no período de janeiro a junho de 2006. Foram admitidos à pesquisa crianças de 6 meses a 6 anos de idade, com queixa principal de febre, temperatura axilar entre 38,5 C e 40 C, desde que não tivessem feito uso de medicamentos antipiréticos ou meios físicos no controle da temperatura nas últimas 6 horas antes da admissão ao estudo. Aquelas crianças que apresentavam quadro clínico com sinais de gravidade, portadores de afecção cardíaca, real, hepática, endócrina, neurológica ou neoplásica, foram excluídas do estudo. Pacientes que estavam em uso de antiinflamatório ou tinham história de sensibilidade à dipirona ou ao acetaminofeno, não foram admitidos ao estudo. O tamanho da amostra foi de 50 crianças (25 em cada grupo), calculado a partir das tabelas de Haseman, apud Meinert, com um erro alfa de 0,05 e um beta de 0,10. De forma aleatória, através da tabela de números randomizados fornecida pelo programa EPI-INFO, 25 crianças receberam uma dose de dipirona (20 mg/Kg) por via oral e as outras crianças, uma dose de acetaminofeno (15 mg/Kg). A temperatura axilar foi aferida através de um termômetro de mercúrio, 15', 30 ', 60', 90' e 120' após a administração do antipirético. Foi considerada como controle da temperatura uma aferição da temperatura axilar menor que 38 C. Na análise das variáveis pesquisadas foram utilizados os testes t-student e o do qui-quadrado. Foram admitidos à pesquisa apenas os pacientes que forneceram autorização e o estudo teve aprovação do Comitê de Ética. Resultados: As características demográficas e sociais, assim como a temperatura "baseline" foram semelhantes entre os dois grupos. Em todas as crianças estudadas foi obtido o controle da temperatura; 60' com a dipirona e 90' com o acetaminofeno. A média de temperatura com 60', 90' e 120' foi menor no grupo da dipirona. Em nenhuma das crianças estudadas foram observados sinais de intolerância medicamentosa. Conclusões: A dipirona e o acetaminofeno apresentaram respostas eficazes e aparentemente seguras na redução da febre, sendo que a dipirona apresentou uma maior redução da temperatura, atingida em um período mais breve, quando comparada com o acetaminofeno. Código Trabalho: 2 Título: DOENÇA DE KAWASAKI SIMULANDO QUADRO SÉPTICO: RELATO DE CASO Autores: ANGELA ESPOSITO;GABRIELLE ZAMPERLINNI NETTO;BIANCA MASSAROPPE;JOÃO PAULO BECKER LOTUFO Instituição: Hospital Universitário - FMUSP País: SÃO PAULO Resumo: Objetivos: apresentar um caso de Doença de Kawasaki (DK) onde a apresentação inicial foi sugestiva de quadro séptico com comprometimento da função miocárdica. Relato do caso: lactente de um ano foi atendida em pronto socorro infantil com febre há 4 dias, em tratamento de otite com amoxacilina. Após o início do antibiótico houve aparecimento de exantema pruriginoso pelo corpo. Ao exame físico foi constatado: regular estado geral, febre elevada,taquicardia, exantema maculopapular generalizado, edema de mãos e pés, hipoperfusão periférica, hepatomegalia, e roncos pulmonares. A criança foi admitida com a hipótese diagnóstica inicial de quadro séptico com insuficiência cardíaca, e foram iniciados expansão com soro fisiológico, clindamicina e cefotriaxona. Após três expansões de soro houve piora do quadro, com ritmo de galope e Infectologia estertoração fina nas bases pulmonares, que reverteram com o uso de diurético. No dia seguinte a manutenção do quadro sugeria a possibilidade diagnóstica de Doença de Kawasaki, e foi iniciada terapêutica de prova com ácido acetilsalicílico e imunoglobulina endovenosa. A criança evoluiu com rápida defervescência e desaparecimento do exantema e das alterações hemodinâmicas. Conclusões: pode haver dificuldade no diagnóstico da DK mesmo quando o paciente preenche o critério diagnóstico, como neste quadro sép-tico. A importância da suspeita precoce reside na possibilidade de prescrição de terapêutica específica. As alterações cardiocirculatórias, hepáticas e de orelha média observadas neste caso mostram o amplo espectro clínico desta vasculite sistêmica. Código Trabalho: 993 Título: DOR ABDOMINAL AGUDA COMO APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE DOENÇA MENINGOCÓCICA Autores: SELMA BETTA RAGAZZI;CRISTINA RYOKA MIYAO;ALFREDO ELIAS GILIO;DENISE SWEI LO;MARCOS SANTOS BARROS Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Relato de caso: RNMJRO, 1 ano e 9 meses de idade, feminino, cor parda, com história de febre, dor abdominal e ausência de evacuações há 1 dia. Ao exame físico apresentava-se em REG, irritada, taquicárdica, com abdome tenso e doloroso à palpação. O restante do exame físico era normal. Realizado RX de abdome que demonstrou distensão de alças intestinais, e Ultrassom de abdome normal. Foi submetida à cirurgia pela suspeita de abdome agudo inflamatório. O achado cirúrgico foi adenite mesentérica, com apêndice normal, sem líquido na cavidade abdominal. Evoluiu na Enfermaria com melhora da dor abdominal, mas manutenção da febre. No terceiro dia de internação foi observado crescimento de diplococos Gram negativos em hemocultura, cujo resultado final demonstrou Neisseria meningitidis. A criança não apresentava sinais meníngeos, e o resultado do líquor foi normal. Recebeu Penicilina cristalina por 7 dias, com boa evolução. Foi realizada quimioprofilaxia com Rifampicina para os seus familiares. Discussão: A doença meningocócica tem uma grande diversidade de apresentações clínicas, sendo os diagnósticos mais freqüentes os de meningite, com ou sem meningococcemia. No entanto várias apresentações são relatadas na literatura. Esta criança apresentava dor abdominal aguda, com achado cirúrgico de adenite mesentérica. Não foi evidenciada presença da bactéria em líquido de cavidade abdominal. Os autores enfatizam a possibilidade da doença meningocócica no diagnóstico diferencial de crianças com dor abdominal aguda, e neste sentido a importância da coleta de hemocultura, que pode evidenciar o diagnóstico etiológico da doença, e permitir medidas terapêuticas e de controle epidemiológico. Código Trabalho: 444 Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A EFICÁCIA APÓS UM ANO DE DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES INFECTADOS POR WUCHERERIA BANCROFTI EM RECIFE - BRASIL. Autores: JOSE ANGELO RIZZO;CECILIA BELO;RENATO LINS;DREYER GERUSA Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Em áreas endêmicas para filariose, exceto a África subsaariana, a estratégia recomendada pela OMS para interromper a transmissão da infecção é o tratamento em dose única com Dietilcarbamazina (DEC), 6mg/kg, co-administrada com Albendazol (ALB), 400mg, em massa, por 4 a 6 anos, o tempo mínimo estimado de vida reprodutiva do verme adulto. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (W. bancrofti) (9 a 19 anos de idade), comparando o efeito de dose única de DEC isolada (6mg/kg) ou combinada com ALB (400mg) um ano após tratamento na prevalência e densidade da microfilaremia em 5ml de sangue colhido à noite, na área endêmica do Grande Recife - Brasil. Resultados: Após o tratamento persistiram microfilarêmicos 16/41 pacientes (39% CI95% 24%-54%) no grupo tratado com DEC e 20/41 (49% IC95% 34%- 64%) no grupo tratado com a combinação (RR 0,8 - IC95% 0,49 - 1,31). As taxas de microfilaremia foram 2% e 1,9% daquelas pré-tratamento (p > 0,05). Conclusões: Adicionar ALB à DEC em dose única para o tratamento de crianças e adolescentes microfilarêmicos não mostrou nenhum benefício em reduzir a prevalência e densidade da microfilaremia após um ano. Código Trabalho: 456 Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A TOLERÂNCIA DE DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES INFECTADOS POR WUCHERERIA BANCROFTI EM RECIFE - BRASIL. Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;CECÍLIA BELO;RENATO LINS;GERUSA DREYER Instituição: Hospital das Clínicas- UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução : A OMS tem recomendado avaliações mais detalhadas sobre a tolerabilidade de crianças e adolescentes infectados pela Wuchereria bancrofti aos tratamentos de massa propostos. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, em dois grupos paralelos de indivíduos microfilarêmicos (9 a 19 anos de idade) que descreve e analisa a tolerabilidade durante sete dias após o tratamento com dose única de Dietilcarbamazina (DEC), 6mg/kg, (n = 43) ou em associação a Albendazol (ALB), 400mg (n = 40). Resultados: Apresentaram algum evento adverso (EA) sistêmico 81% dos indivíduos, quase todos durante os primeiros quatro dias; 85% considerados leves. Apenas um paciente teve EA intenso (tosse), que cedeu espontaneamente no 4º dia de observação. Os mais comuns em cada grupo (DEC e DEC + ALB, respectivamente) foram sonolência (37% e 37%), cefaléia (30% e 40%), febre (28% e 22%) e tosse (32% e 25%); os menos comuns o desconforto gástrico (14% e 10%), redução > 10% no VEF1 (16% e 7%) e mialgias (7% e 12%). Dois pacientes queixaram-se de dispnéia leve, um com alteração no VEF1. EAs localizados ocorreram em três pacientes com formação de nódulo e desconforto escrotal. Não houve diferenças entre os grupos de tratamento quanto à freqüência e intensidade dos EAs, nem influência da dose total de DEC. Os níveis de microfilaremia basal influíram na freqüência dos eventos no grupo tratado com DEC apenas, mas não na sua intensidade. Em nenhum paciente o internamento foi prolongado além do previsto e apenas alguns necessitaram administração sintomática de dipirona. Conclusões: a maioria dos EAs foram de leve intensidade, apesar de muito freqüentes, sem diferenças entre os esquemas de tratamento. Não houve diferença na freqüência e intensidade de EAs entre asmáticos e não asmáticos. Código Trabalho: 274 Título: EPISÓDIO HIPOTÔNICO-HIPORRESPONSIVO COMO EVENTO ADVERSO À VACINA DTP/HIB UTILIZADA NO PROGRAMA NCIONAL DE IMUNIZAÇÕES Autores: REINALDO MENEZES MARTINS;TATIANA GUIMARÃES NORONHA;LUIZ ANTÔNIO BASTOS CAMACHO;MARIA DE LOURDE SOUZA MAIA;MARIA CRISTINA FERREIRA LEMOS;AKIRA HOMMA Instituição: Fundação Oswaldo Cruz Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A vacina DTP/Hib é uma das mais reatogênicas,com eventos adversos locais e sistêmicos. Entre os últimos, destaca-se o Episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH), pelo possível prejuízo da adesão às ações de vacinaçao. Objetivos: Descrever quadro clínico de EHH no estudo de vigilância ativa de eventos adversos à vacina DTP/Hib (VIGAT).Comparar a definição de EHH adotada no VIGAT com a literatura (Braun, Brighton e Vermeer). Métodos: VIGAT-prospectivo,não controlado,município Rio de Janeiro,16 Centros de Saúde,2004/5.Incluídos 21.064 lactentes;responsáveis entrevistados no dia da vacinação e 3 a Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S101 Infectologia 5 dias após,quando perguntas de triagem identificavam potenciais casos de EHH.Esses eram avaliados por médicos e enfermeiros,que corroboravam ou não o diagnóstico.Mantida a suspeita de EHH,havia reavaliação por supervisora médica que levava à discussão com 2 comitês. Em todos os estágios de avaliação a definição de caso (adaptada de Braun et al, 1998) foi:"início súbito de hipotonia, hiporresponsividade,cianose ou palidez nas primeiras 48 horas pós-vacinação".Critérios de exclusão:causa conhecida para a sintomatologi,evidência de anafilaxia, sono normal e cor da pele normal.Todos os casos foram categorizados em confirmado (todos os critérios de inclusão e nenhum de exclusão), suspeito (todos os critérios de inclusão,mas não se pode afastar outra causa),indeterminado (qualidade da informação não permite confirmá-lo).Após o início do VIGAT foi publicada por "The Brighton Collaboration HEE Working Group", 2004, uma nova definição de caso de EHH.Essa definição foi considerada por Vermeer,2006,de alta sensibilidade,mas baixa especificidade,levando à sua revisão,em curso pelo CIOMS Vaccine Working Group. Avaliaremos o desempenho da definição de EHH empregada pelo VIGAT,comparando-a com as demais. Resultados: As entrevistadoras encaminharam 323 casos potenciais de EHH aos coordenadores locais que diagnosticaram 13 EHH confirmados, 9 suspeitos e 3 indeterminados.Após revisão por Comitê de Revisão de Diagnósticos e Comitê de Monitoramento Externo,foram dados os diagnósticos finais:12 EHH confirmados,2 suspeitos e 3 indeterminados.Considerando confirmados e suspeitos, a freqüência de EHH foi de 1/1505 vacinados. Tempo de início de 30 minutos a 24 horas,mediana de 2 horas,e duração de 10 minutos a 4 horas,mediana de 45 minutos.A combinação das respostas positivas às perguntas de triagem,feitas por auxiliares de enfermagem,selecionou 11 dos 12 casos confirmados de EHH, os 2 suspeitos e 2 dos 3 casos indeterminados.A definição de caso do VIGAT,aplicada por médicos e enfermeiros treinados,teve bom desempenho em relação às existentes na literatura.Houve dificuldade no diagnóstico diferencial do EHH com os sinais causados pela febre alta e pelo reflexo vaso-vagal. Conclusões: A vacina DTP/Hib da rotina é adequada,com freqüência de EHH esperada na literatura de vacina DTP.É necessário treinar o pessoal da rede básica de saúde para reconhecimento do EHH, com atenção à sua benignida e prevenção de iatrogenia. Código Trabalho: 18 Título: ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSE PULMONAR AGUDA Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE SILVANY;THIARI PARANHOS;ANANÍLIA MAIA;CIBELE FERREIRA;RAFAELLA CORDIER Instituição: Hospital da Criança Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: Na gênese das lesões causadas pela esquistossomose mansônica, o papel primordial cabe aos ovos do parasito, representando uma carga antigênica significativa e causando importante reação granulomatosa, mais comumente descrita no fígado e raramente no pulmão, sendo a pneumonia eosinofílica simples a apresentação mais comum na forma aguda (Síndrome de Löefller). Objetivos e Métodos: Estudo descritivo comparativo de dois casos de esquistossomose aguda hepatointestinal com manifestação pulmonar nodulares de expressões tomográficas diferentes. Relato dos casos: Pacientes de 7 e 13 anos de idade, procedentes da zona rural/BA, residindo sem saneamento básico, usando água de rio para banho. Em ambos, a queixa principal era de diarréia com sangue vivo nas fezes, inapetência, palidez, perda de peso e tosse seca persistente. Nos antecedentes do primeiro caso, destacavam-se três irmãos com S. mansoni. No exame físico, a ausculta pulmonar revelava raros roncos, abdômen globoso à custa de hepatoesplenomegalia moderada. O hemograma com leucocitose devido a eosinofilia, variando de 72 % a 83%.No exame de fezes presença de S.Mansoni.A biópsia de Intestino realizado no primeiro caso, mostrava múltiplos granulomas em corión com ovos viáveis de S. mansoni, no estudo por imagem do tórax, infiltrado grosseiro pulmonar bilateral.A tomografia computadorizada (TC)do primeiro caso, demonstrava extensa reação granulomatosa, com nódulos grosseiros disseminados em ambos os pulmões, diferente da TC do segundo caso,onde revelava pequenos nódulos dispersos de localização predomi- nante periférica de aspecto inespecífico,compatível com a Síndrome de Löefller. A evolução do primeiro paciente foi arrastada ,necessitando uso de mais de dois esquemas terapêuticos, com oxaminiquine e duas com praziquantel, já no segundo paciente a resposta foi mais pronta. Em ambos houve redução da hepatimetria,com a função hepática sempre preservada. O controle tomográfico em ambos foi normal. Resultados e Comentários: A repercussão pulmonar da esquistossomose já é bastante conhecida, porém a alteração tomográfica com a exarcebação encontrada no primeiro caso, tem sido descrita mais raramente.A resposta terapêutica mais lenta nesse paciente pode ser justificada pela intensidade da carga antigênica. Conclusões: Esse relato vem chamar a atenção para a ocorrência da forma pulmonar de distintas expressões ocorrendo na forma aguda ou subaguda da esquistossomose, cuja alteração pulmonar detectada pela TC, pode apresentar dificuldades de interpretação sem que haja uma boa correlação clinica. Código Trabalho: 213 Título: ESTUDO DE 148 CASOS SOROGRUPADOS DE DOENÇA MENINGOCÓCICA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA. Autores: ELIANE GUIMARÃES FORTUNA;MARIA EULÁLIA DE MOURA CÔRTE REAL;MARIA FERNADA MENDES DE ALBUQ SILVA;RENATA FERREIRA CALIXT DOS SANTOS Instituição: Hospital Correia Picanço / Secretaria Estadual de Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Doença Meningocócica (DM)representa 10 a 40% das meningites bacterianas e a vigilância epidemiológica,apoiada no diagnóstico laboratorial,é essencial no controle da transmissão,na detecção precoce de surtos e na análise do perfil de cepas circulantes. Objetivos: Comparar prevalência e letalidade da DM sorogrupada (sg),com o intuito de subsidiar ações de controle da doença. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo,das DM sg pelo LACEN ,de 0 a 19 anos,com início dos sintomas de 01/01/2003 a 31/12/2005,com dados dos prontuários. Dividida a amostra por sg, segundo sexo,idade, forma clínica, evolução, início dos sintomas e município de residência. Resultados: Foram notificados 916 meningites bacterianas com 32,9% de DM (302 casos) e dentre estes,49% sg(148),sendo 74,3% do sgB e 25,7% do C. Nos 2sg houve uma discreta prevalência do sexo masculino (M), 54,5% no B e 55,3% no C.A idade mais incidente foi de 0-4A ,no total (38,5%),por sexo, feminino (F)61,2% e M 34,6%, e por sg (B 44% e C 34%).A taxa de letalidade (TL) total foi 9,3%,no sgB 10,9% e no C 5,3%,sendo maior no sexo F(14,9%), principalmente nas do sgB (20%). Nos do sexo M a TL foi > no sgC (9,5%)do que no sgB (3,3%). No sg B,o sexo F <1A e o M de 15-19A tiveram a >TL(30% e 20% respectivamente);no sgC, o sexo M de 15-19A também tiveram a >TL 50%. A meningite meningocócica com meningococcemia (MMcM)foi mais frequente no sgB, >50% no total e por sexo; no sgC, foi a meningite meningocócica(MM), com 50% dos casos no total, 60% do sexo M e 42,8% do F.A meningococcemia(M) teve a >TL, no total(42,8%) e nos 2 sg, B 33,3% e C 50%.Curaram 85,5% do sgB e 92,1% do C; 3,6% do sgB e 2,6% do C foram transferidos.52,7% do sgB foram atendidos entre 12-24h do início dos sintomas e destes 82,7% curaram, 15,5% foram a óbito e 1,7%transferidos. 50% do sgC foram atendidos com 1224h de sintomas,havendo 89,5% de cura e 5,3% de óbito e transferência (1 caso para cada). 75% dos óbitos do sgB, ocorreu com 12-24h de sintomas, não havendo óbito entre os atendidos nas primeiras 12h; no sgC ocorreu 1 óbito nos grupos:< 12h e de 12-24h de sintomas(50% para cada). Os municípios mais ocorrentes de sgB foram: Recife (24,5%), Jaboatão (7,3%) e Paulista (5,5%) e de sgC: Olinda (13,2%), Jaboatão (10,5%) e 7,9% para Recife, Caruaru e Joaquim Nabuco. Dos 12 óbitos do sgB, ocorreu 1 em municípios aleatoriamente e dos 2 óbitos do sgC, 1 foi em Jaboatão e 1 em Joaquim Nabuco. Conclusões: 1- DM foi mais freqüente nos < 4 anos no total, por sexo e por sg. 2- DM foi sorogrupada em quase 50% com 25% de sgC,razão sgB/sgC de 2,9:1,seguindo tendência nacional.3- Ocorreu discreto predomínio no sexo masculino ,porém com maior letalidade no feminino. 4- O sgB apresentou pior evolução clínica.5- A MMcM foi mais freqüente no sgB e a MM no sgC.6- Não ocorreu óbito no sgB entre os atendidos com <12h de sintomas.7-A alta letalidade, Infectologia principalmente na meningococcemia, é concordante com a literatura e reflete a gravidade desta patologia Código Trabalho: 374 Título: ETIOLOGIA DAS ADENOMEGALIAS NA INFÂNCIA: ANÁLISE DE 137 CASOS DO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS - INSTITUTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA-UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Autores: MARIA CLÁUDIA CHICARINO;DENISE COTRIM DA CUNHA;PATRÍCIA GUTTMANN PETERSEN;THALITA FERNANDES ABREU;SUSIE ANDRIES NOGUEIRA Instituição: IPPMG/UFRJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: Adenomegalias são manifestações comuns na infância, sendo importante esclarecer sua etiologia, principalmente porque podem ser sinais precoces de doenças graves. Objetivos: Descrever etiologia, aspectos clínicos, laboratoriais, epidemiológicos e evolutivos de pacientes pediátricos com adenomegalia. Métodos: Estudo observacional, descritivo, prospectivo, tipo série de casos realizado no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do IPPMG (UFRJ), incluindo avaliação clínica, exames laboratoriais (hemograma, VHS; sorologias para toxoplasmose, CMV, EBV, HIV); radiografia de tórax; ultra-sonografia e biópsia ganglionar quando indicadas. Resultados: 137 crianças com idade média de 4 anos e 8 meses foram incluídas. Principais achados clínicos associados: febre (64,96%), dor local (37,23%), tosse (24,09%), anorexia (23,36%), odinofagia (22,63%), flogose (21,9%), hepatomegalia (21,17%), esplenomegalia (13,14%), hiperemia e/ou exsudato de orofaringe (10,22%). Uso prévio de antibióticos foi referido por 54,74% dos pacientes. Gânglios cervicais foram os mais acometidos (92,70%), seguidos de inguinais (33,57%), submandibulares (32,84%), axilares (29,92%) e mentonianos (1,45%). Principais achados laboratoriais: linfocitose > 50% em 24,4% dos pacientes, atipia linfocitária em 15,75%, VHS > 70mm em 12,5% e leucocitose > 20.000 cel/mm3 em 4,72%. Em 43,8% dos pacientes houve indefinição da etiologia, porém tiveram evolução satisfatória. Etiologia infecciosa ocorreu em 50,36%, sendo adenite piogênica mais freqüente (50,72%), seguida de toxoplasmose (21,73%), infecção por EBV (10,14%), tuberculose (5,79%), citomegalovirose (2,89%), esporotricose (2,89%), aids (1,44%), doença da arranhadura do gato (1,44%), hepatite não A, não B, não C (1,44%) e reação pós-BCG (1,44%). Etiologia não infecciosa foi observada em 5,84% dos pacientes, destes a maioria foi neoplasia, seguida de cisto tireoglosso e reação medicamentosa. Conclusões: A etiologia mais freqüente foram as infecções, sendo a adenite piogênica a mais comum. Nos pacientes em que não foi possível determinar a etiologia a evolução benigna, autolimitada sugeriu natureza viral ou reacional. Neoplasia foi uma causa rara. Código Trabalho: 427 Título: ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS VIRAIS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN FAPESP IAL Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) continua sendo um dos mais importantes problemas de saúde na infância (1), causando doença do trato respiratório em pacientes de todas as idades, sendo a causa mais importante de bronquiolite e pneumonia em lactentes e crianças pequenas (2). Objetivos: avaliação clínica e epidemiológica das crianças internadas do Departamento de Pediatria e Puericultura da Santa Casa de São Paulo com quadro de bronquiolite viral aguda. Métodos: Foram incluídas neste trabalho crianças menores que 5 anos de idade, com quadro de infecção respiratória aguda, que necessitaram de internação no Departamento de Pediatria, entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2006. Após a seleção do caso, o responsável pelo paciente preencheu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi colhida secreção de rinofaringe do paciente e encaminhada em gelo ao laboratório sendo realizado Imunofluorescência Indireta (IFI). Resultados: Foram colhidas 191 amostras, sendo 49(25,6%) positivas para Vírus Sincicial Respiratório (VRS), 5 (2,62%) positivas para Influenza A, 11(5,7%) positivas para Parainfluenza 3, 2(1%) positivas para Adenovírus, 123 (64,4%) negativas e 1(0,52%) inconclusiva. Quanto à idade dos casos positivos, a maior incidência de VRS ocorreu na faixa etária de 0 a 6 meses (31 casos, 59,18%), de Influenza A entre 1 e 2 anos de idade (2 casos, 41%), de Parainfluenza 3 entre 0 e 6 meses (5 casos, 45,4%) e de Adenovírus entre 6 e 12 meses (2 casos, 100%). A maior positividade de VSR ocorreu nos meses de maio e junho. Os casos de Influenza A distribuíram-se ao longo do ano (1 caso em cada mês de abril, maio, junho, agosto e dezembro). Já para o Parainfluenza 3 houve uma distribuição de casos nos meses de março, abril e junho (2 casos em cada mês) e um pico em dezembro (3 casos). Os dois casos de Adenovírus ocorrem nos meses de junho e setembro. De todos os casos incluídos no trabalho, tivemos 5 óbitos, sendo 2 casos com amostras positivas para VSR (1 caso de criança institucionalizada sem história mórbida pregressa conhecida e 1 caso de criança com cardiopatia congênita), 2 casos com IFI negativas (sendo 1 criança com neuropatia e outra com antecedente de asma que evolui a choque séptico) e 1 óbito em criança com infecção por Influenza A (portadora de Doença de Nieman-Pick). Conclusões: Os vírus respiratórios são responsáveis por grande número de internações, levando a quadros com severidade variável. O VSR foi o agente viral mais freqüentemente encontrado nessa amostra estudada, com incidência em faixa etária e época do ano coincidente com a literatura. Código Trabalho: 463 Título: EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DA MICROFILAREMIA (W. BANCROFTI) EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRATADOS COM DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL, DURANTE UM ANO APÓS O TRATAMENTO Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;BELO CECILIA;JOSÉ NATAL FIGUEIROA;RENATO LINS;GERUSA DREYER Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução : Em áreas endêmicas para filariose, a OMS recomenda, para interromper a transmissão da infecção, o tratamento com dose única com Dietilcarbamazina (DEC) associada a Albendazol (ALB) em massa, por 4 a 6 anos. Objetivos: descrever o comportamento da microfilaremia em crianças e adolescentes infectados pela W. bancrofti incluídos em um protocolo de avaliação de eficácia de tratamento, comparando seu comportamento ao longo de um ano (5 avaliações) em pacientes com diferentes níveis de microfilaremia basal. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (9 a 19 anos de idade) tratados com dose única isolada de DEC (6mg/kg) ou combinada com ALB (400mg), na área endêmica do Grande Recife - Brasil. Resultados: A microfilaremia caiu abruptamente na primeira avaliação, 15 horas após a medicação, e depois, de forma mais lenta até 270 dias após o tratamento, estabilizando-se aos 360 dias, sem diferenças entre os dois grupos. A prevalência caiu significativamente a partir dos 180 dias até os 360 dias, de forma semelhante entre os tratamentos. Diferenças de comportamento nestes dois parâmetros foram observadas ao comparar os pacientes com diferentes níveis basais de microfilaremia, independentemente do esquema de tratamento. Aos 360 dias 85% dos pacientes com microfilaremia basal menor que 100 microfilárias/ml (mf/ml) estavam amicrofilarêmicos, enquanto que isto foi observado em 56% daqueles com níveis entre 101 e 1 000 mf/ml e apenas 7% daqueles com mais de 1 000 mf/ml (p< 0,001). Conclusões : a resposta ao tratamento depende dos níveis basais de microfilaremia, o que deve ser considerado no planejamento das campanhas regionais de tratamento em massa e ao comparar sua eficácia em indivíduos infectados pela W. bancrofti. Infectologia Código Trabalho: 109 Título: EXAME OFTALMOLÓGICO EM CRIANÇAS COM TOSSE PAROXÍSTICA E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE COQUELUCHE Autores: ROBERTA VENTURA URBANO;BRUNA VIEIRA OLIVEIRA VENTURA;CARLOS TEIXEIRA BRANDT;PAULO BAPTISTA;GRAZIELA CATUNDA LUNA;SANDRA DIAS Instituição: Fundacao Altino Ventura Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Hemorragias retinianas em crianças podem ser conseqüência de excessiva pressão intraluminal. Os olhos e o nariz têm seus suprimentos sanguíneos derivados de artérias e veias intracranianas. Episódios de tosse paroxística aumentam a pressão na cavidade tóraco-abdominal, elevando a pressão intravenosa e capilar cerebral, podendo resultar tanto em hemorragias cerebrais, como retinianas e nasais. Objetivos: foi identificar alterações oftalmológicas em crianças internadas no Hospital Universitário Oswaldo Cruz com tosse paroxística e hipótese diagnóstica de coqueluche. Métodos: Foram avaliados 14 pacientes, sendo sete do sexo masculino e sete do feminino, com idades entre 18 dias e 107 meses. Foram realizados: avaliação da motilidade ocular,inspeção do segmento anterior e fundoscopia sob midríase. Resultados: Observou-se uma freqüência de 14,3% de hemorragia subconjuntival, não tendo sido observado microhemorragias, ou outras alterações oftalmológicas. Discussão:Esta freqüência situa-se na média da literatura. A prevalência da infecção por B.Pertussis na infância vem aumentando nos últimos anos. Conclusões: Pouco se sabe das suas manifestações oculares agudas, bem como das seqüelas da coqueluche, em longo prazo, sendo importante inclui-la no diagnóstico diferencial, nos casos de hemorragia subconjuntival. Código Trabalho: 624 Título: FALHAS NO PRÉ-NATAL QUE CULMINARAM NA TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;MARIA VASCONCELOS ALENCAR;LUIS HENRIQUE DE ALMEIDA GONZAGA;VÓLGANO PULCHERI Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A sífilis é causa de grande morbidade fetal e durante a gestação. É uma das principais causas de óbitos neonatais e de complicações nos nascidos vivos. Em 2002, cerca de 4,78% dos óbitos fetais, perinatais e neonatais foram pôr sífilis. Pôr se tratar de um agravo evitável, o período prénatal é o momento primordial para promoção de ações informativas, de diagnóstico e de tratamento, com o intuito de prevenir a sífilis congênita. Objetivos: Identificar as falhas do pré-natal que culminaram na transmissão vertical da sífilis, analisando a faixa etária da mãe e o número de gestações anteriores. Métodos: Foram analisadas 39 fichas de notificação para sífilis congênita que correspondiam a todos os casos de sífilis congênita entre janeiro de 2004 e junho de 2005, da maternidade do HMMC. Foi elaborado um questionário para coleta de informações sobre o pré-natal das mães. Foram colhidas informações sobre: a realização de pré-natal, realização de VDRL no 1º e no 3º trimestre, informações sobre tratamento, idade e gestações anteriores. A análise estatística foi realizada através do programa EPI-INFO. Resultados: Do total de prontuários avaliados, 25 gestantes (64,1%) fizeram pré-natal. Dezessete gestantes (68%) realizaram o VDRL no 1º trimestre e 4 (16%) foram positivos; três destas gestantes repetiram o VDRL no 3º trimestre. Dentre todas as gestantes que fizeram pré-natal, 15 (60%) não fizeram VDRL no 3º trimestre. Em relação ao tratamento, em 18 gestantes (72%) não foi feito e somente em 5 (20%), foi feito adequadamente. Todos os parceiros de gestantes com VDRL positivo não foram tratados. As mães entre 20 e 25 anos, assim como as primíparas eram as que mais realizavam pré-natal. Conclusões: Observamos que ainda há um alto índice de mulheres que não fazem pré-natal. Dentre as que realizam, observou-se um número significante de mulheres que não fizeram o VDRL no 1º trimestre. Isto aponta para uma falha no pré-natal, quer seja pela falta de esclarecimento, ou pela dificuldade de acesso a postos de coleta, ou pela morosidade na liberação de resultados, ou mesmo por deficiência do pré-natal. Com relação ao tratamento, observamos que alguns profissionais de saúde ainda não sabem tratar sífilis. S104 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 627 Título: FASCIÍTE NECROZANTE PÓS VACINA DTPA - RELATO DE CASO Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;DANIELE PESTANA;BIANCA DRAY Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A vacinação é uma das mais poderosas ferramentas disponíveis na batalha contra agentes infecciosos. A vacina ideal deve ter as seguintes características: sem efeitos colaterais, fácil administração, alta imunogenicidade e longa proteção. A DTP é uma vacina preparada com patógenos inativados, que confere proteção à difteria, ao tétano e à coqueluche e é normalmente aplicada em crianças com 2, 4, 6, 15 meses e entre 4 a 6 anos. A vacina utilizada no Brasil é a DTP acelular (DTPa) que esta associada com uma menor porcentagem e severidade de efeitos colaterais, quando comparada com à celular. Objetivos: Descrever um caso de fasciíte necrozante após vacinação com DTPa. Métodos: É relatado o caso de um lactente de dois meses de idade que 12 horas após a aplicação da vacina DTPa evoluiu com infecção local e sepse. Resultados: LMAP, 2 meses, fem., branca, natural do RJ, residente da Favela da Rocinha (RJ) deu entrada no HMMC, 12h pós-vacinação com DTPa, apresentando flogose intensa no local da vacina, irritabilidade, gemência e febre. No exame, lactente estava, taquicárdica, taquipneica, perfusão capilar lentificada, apresentava coxa esquerda com intensa flogose com área de equimose e hiperemia em andar inferior de abdome e genitália. Foram colhidos exames e iniciado penicilina cristalina + clindamicina. Hemograma de entrada com 12.100 leucócitos ainda sem desvio, porém 24h depois, apresentava 45.100 leucócitos com desvio para esquerda, queda importante do hematócrito e instabilidade clínica; a lesão se estendeu para outra coxa (direita), onde surgiu outra lesão equimótica, e a hiperemia alcançou a linha umbilical. Foi iniciada dobutamina e administrado um concentrado de hemácias. Após 48h apresentou estabilização do quadro e evoluiu com melhora progressiva até a alta hospitalar, 14 dias após a internação. As culturas foram negativas. Conclusões: O advento da vacinação traz benefícios inquestionáveis que perduram pela vida do indivíduo. Em alguns casos estes benefícios de longo prazo, são confrontados com os efeitos adversos, que ocorrem subitamente. No caso em questão, houve uma complicação infecciosa, com desfecho grave conduzindo o lactente a um quadro séptico. As reações adversas a vacina DTPa, em virtude do sal de alumínio presente em sua formulação, têm sido descritas, contudo poucas vezes foi observado reações de caráter infeccioso. Código Trabalho: 289 Título: FREQÜÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE A METICILINA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO EM SALVADOR, BAHIA Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;TICIANA GOYANNA LYRA;NORANEY NUNES ALVES;RENILZA MENEZES CALDAS;MARIA GORETH BARBERINO Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A freqüência de infecções causadas por Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) tem crescido em diferentes países. Objetivos: descrever entre as infecções estafilocócicas a freqüência daquelas atribuídas ao MRSA no hospital universitário da UFBA (C-HUPES). Métodos: Foram revistos todos os resultados de culturas realizadas entre abril/95 e dezembro/2005, nos dois laboratórios de bacteriologia do C-HUPES. Foram identificadas as culturas em que foi isolado S. aureus em pacientes com idade < 20 anos, tendo sido consultados os respectivos prontuários. Foram coletados dados clínicos e bacteriológicos. Resultados: Foram encontradas 308 cepas de 285 pacientes que apresentaram 294 episódios distintos de infecção estafilocócica; entre estes episódios, o isolamento ocorreu em liquido estéril em 57,5% (sangue 80,5%, abscesso profundo, urina e pioartrite 4,1% cada, líquido pleural 3,6%, peça cirúrgica profunda 1,8%, líquido ascítico 1,2% e líquido pericárdico 0,6%) e em líquido não estéril em 42,5% (lesão cutânea 46,4%, abscesso superficial 16,0%, cateter e naso/orofaringe 14,4% cada, secreção ocular 4,0%, Infectologia fístula e ferida cirúrgica 2,4% cada). A freqüência de MRSA foi de 12,5% e 12,8% em líquido estéril ou não, respectivamente. Dos 88 pacientes com infecção estafilocócica avaliados até o momento, os diagnósticos clínicos mais freqüentes foram pneumonia (24,9%), abscesso (19,3%), piodermite (13,7%), celulite (8,0%), artrite séptica (6,8%), linfadenite bacteriana (4,5%), osteomielite e sepse (3,4% cada). As infecções foram classificadas em comunitárias (75,3%), hospitalares (18,8%) ou colonização (5,9%). Resistência foi detectada a penicilina (97%), eritromicina (39,3%), sulfametoxazol-trimetoprim (27,3%), clindamicina (18,9%), gentamicina (13,4%), amicacina (12,3%), ciprofloxacina (6,8%), rifampicina (1,3%). Todas as cepas foram susceptíveis a vancomicina ou teicoplanina. Os dois pacientes que morreram tinham infecção por S. aureus sensível a meticilina; cada um tinha uma doença de base grave (desnutrição ou fibrose cística). Conclusões: Neste estudo, MRSA foi incomum e pneumonia, piodermite e infecções musculoesqueléticas foram as infecções estafilocócicas mais freqüentes. Código Trabalho: 895 Título: HANSENÍASE NA INFÂNCIA: PERFIL CLÍNICOEPIDEMIOLÓGICO DOS MENORES ATENDIDOS EM PROGRAMA DE CONTROLE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Autores: NORMA CAROLINE FURTADO MONTENEGRO;LUIZ VICTOR MAIA LOUREIRO;TATHIANE DA SILVA OLIVEIRA;CYNTHIA MARIA SARMENTO;RAQUEL PATRIOTA COTA BASTOS;MARIA LOURDES FONSECA VIEIRA Instituição: Dpt de Dermatologia - Faculdade de Medicina UFAL Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A magnitude da hanseníase e a intensidade da exposição ao Mycobacterium leprae é medida pelo coeficiente de detecção da doença em menores de 15 anos. Tal enfermidade é relevante no estado de Alagoas porque o coeficiente de detecção apresenta tendência ascendente na faixa etária citada. Objetivos: Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos menores de 15 anos atendidos em um programa de controle de hanseníase. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo onde foram coletadas, a partir dos prontuários dos pacientes atendidos no mencionado programa, as seguintes variáveis: idade, sexo, procedência, classificação operacional (paucibacilar/ multibacilar), grau de incapacidade, proporção de contactantes examinados e média de comunicantes, realização de baciloscopia, histopatológico e/ou biópsia e tratamento instituído. Resultados: Foram identificados um total de 30 pacientes entre 5-14 anos (média de 11,26 ± 2,81) no período de 1990 a 2005, sendo 18 do sexo masculino e a maior parte (73,3%) procedente da capital do Estado. Em se tratando da classificação operacional, a paucibacilar foi a mais prevalente (66,6%), sendo a forma tuberculóide a mais econtrada (43,3%). Dentre os pacientes que apresentavam o número de comunicantes no prontuário, a média de contactantes foi 5,93 ± 4,53; no entanto a média de comunicantes examinados foi 3,20 ± 1,82. Dois pacientes apresentaram grau de incapacidade 1 ,e apenas 1 grau de incapacidade 2 . Exceto 7 pacientes (23,3%) não realizaram histopatológico das lesões. O tratamento instituído para todo grupo foi a poliquimioterapia padrão OMS (PQT/OMS) mas, naqueles que apresentaram reação hansênica tipo 1 (6,66%) foi associado o corticóide prednisona e nos que desenvolveram a reação de tipo 2 (3,33%) utilizou-se talidomida. Conclusões: Conhecendo o passado da hanseníase em nosso Estado, e diante das condições sócio-econômicas precárias em que estamos inseridos, os dados epidemiológicos tornam-se preocupantes, principalmente em relação à criança. O número de pacientes menores de 15 anos detectados pelo PCH/UFAL nos anos estudados mostra a importância do Programa na detecção e combate à hanseníase em Alagoas. Urge, entretanto, que medidas básicas para a promoção de saúde e a busca de um efetivo controle da doença sejam realizadas pela rede de atendimento básico que contêm programas de hanseníase implantados, com atenção especial a vigilância ativa dos contatos de casos novos, a fim de que possamos vislumbrar o controle da endemia hansênica em nosso Estado. Código Trabalho: 697 Título: HEPATITE POR CITOMEGALOVÍRUS - RELATO DE CASO Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;CESAR PASSAMANI;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;ANA LÚCIA N. DINIZ Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: A infecção por citomegalvírus é uma das infecções congênitas mais comuns, sendo geralmente assintomática. É também prevalente no período perinatal, no qual na maioria das vezes ocorre sem sintomas. Seus sintomas mais prevalentes são alterações neurológicas e auditivas, tendo como uma manifestação mais rara a hepatite. Objetivos: Descrever um caso de hepatite causada pela infecção por citomegalovírus manifestada no período perinatal. Métodos: Relato de um caso de hepatite por citomegalovírus ocorrido na enfermaria de pediatria de hospital municipal admitido em junho de 2006. Relato do Caso: AGSC, 3 meses, admitida em 15/06/06. Nasceu de parto normal, sem intercorrências, recebeu alta com a mãe. Era saudável até um mês de vida, quando iniciou com quadro de icterícia sem outros sintomas. À admissão apresentava aumento de bilirrubina direta (9,4) e sorologia positiva para CMV (IgG 29 IgM 2,05). Trazia exames externos com sorologia para CMV IgG 10,1 e IgM 85,1 em 30/05. Mãe e pai com sorologia para citomegalovírus com IgG positiva em títulos baixos e IgM negativo. Exames em 17/06 evidenciaram alteração importante de coagulograma tendo recebido 3 doses de kanakion venoso com melhora. Evoluiu durante a internação com piora da colestase e aumento das enzimas hepáticas, sendo optado por iniciar ganciclovir venoso em 03/07/06. Ecocardiograma, fundo de olho, audiometria e ultrassom transfontanela normais. Durante o período de uso do ganciclovir não apresentou melhora clínica ou laboratorial. Em 14/07 (12° dia de ganciclovir) apresentou piora laboratorial (aumento das enzimas hepáticas, da bilirrubina e plaquetopenia) e febre, sendo optado por suspender ganciclovir e iniciar vancomicina + cefepime. HC (14/07): Stafilococos aureus. Evoluindo com melhora das enzimas hepáticas porém mantendo colestase, redução da hepatomegalia e melhora do estado geral. Suspensos antibióticos no 14° dia de uso e programado alta para controle ambulatorial. Conclusões: Trata-se de uma forma incomum de infecção por citomegalovírus, com acometimento exclusivamente hepático, sem resposta ao ganciclovir. Ressaltamos a importância do conhecimento da sorologia materna como forma de caracterizar a doença como congênita ou perinatal, o que altera o prognóstico. Código Trabalho: 1245 Título: HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM VARICELA EM UMA ENFERMARIA DE INFECTOLOGIA DE 1998 A 2005 Autores: DELMIR RODRIGUES;MARCO ANTONIO ALVES CUNHA Instituição: Hospital Regional de Taguatinga Cidade/UF: ÁGUAS CLARAS/DF Resumo: Introdução: A varicela é uma doença de grande prevalência, freqüentemente considerada benigna. Todavia, há crescente preocupação com casos complicados em crianças sadias. Conhecer fatores prognósticos para desfechos adversos dos casos internados é uma necessidade para os pediatras. Vigilância apropriada pode, então, ser dedicada a casos específicos e condutas diferenciadas podem ser instituídas com base nessas informações. No Brasil há poucos dados disponíveis sobre a extensão do problema, o que pode ser melhor analisado após estudo de crianças hospitalizadas. Objetivos: Descrever a morbidade da varicela em crianças hospitalizadas, quantificar a letalidade e verificar associações entre variáveis da amostra. Métodos: Estudo descritivo, com abordagem analítica secundária. Levantamento de hospitalizações de crianças com varicela, em hospital geral, secundário, durante 8 anos (1998 a 2005). Resultados: Incluídas 360 hospitalizações, o que correspondeu a 19,1% das 1882 internações por doenças infecciosas no período. Houve pouco mais de 45 casos de varicela por ano de estudo, destacando-se o ano de 1999, com 78 casos (21,7%). A distribuição por mês de internação revelou um predomínio de casos em setembro (24,7%) e outubro (17,5%). Houve ligeiro predomínio pelo sexo masculino (52,2%), e a maioria de pré-escolares, bem nutridos e com períodos de hospitalização de 1 a 5 dias. O motivo para as internações foram Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S105 Infectologia infecções secundárias, de pele (51,9%) e pneumonia (16,4%), na maioria das vezes e ocorreram 6 óbitos. Não houve associações entre desnutrição, idade menor de 1 ano e presença de infecção secundária, com hospitalização prolongada ou êxito letal. Conclusões: A varicela não é uma doença benigna, possuindo alta morbidade em crianças hospitalizadas. Sua letalidade não é desprezível e políticas de prevenção baseadas em notificação compulsória de casos e vacinação de rotina devem ser consideradas. Código Trabalho: 657 Título: IMPACTO DA VACINA ANTI-HEMÓFILOS EM MENINGITES EM BELÉM - PA Autores: ELAINE XAVIER PRESTES;LIDIANE DA SILVA SABATHÊ;VANESSA CORRÊA PANTOJA Instituição: Hospital Universitário João de Barros Barreto Cidade/UF: BELÉM/PA Resumo: Introdução: meningite bacteriana é infecção temida devida sua alta taxa de morbimortalidade. Haemophilus influenzae (Hib) é citado na literatura científica como um dos maiores causadores de meningite bacteriana em lactentes, em áreas onde a vacina anti Hib não está disponível. Objetivos: avaliar a dimensão da redução dos casos de meningite bacteriana em lactentes após introdução de vacina anti-Hib no calendário vacinal oficial de Belém PA. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 704 prontuários de crianças de 0 a 12 anos internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto, no período de 01 de janeiro de 1988 a 31 de dezembro de 2002. Resultados: A faixa etária mais acometida foi de 4 a 48 meses (52,7%; 6,3% em menores de 3 meses. Os principais agentes causadores foram Hib (38,7%), meningococo(39,7%), pneumococo (14,1%)das bactérias identificadas. No entanto, em 58,9% do total dos casos (415) não houve identificação do agente etiológico. A partir de 1999 houve redução progressiva de menigite causada por Hib, sendo de 27,7% do total de meningites em 1998 para 6% no ano 2002. Conclusões: A introdução da vacina anti Haemophilus influenzae no calendário vacinal trouxe redução (89,6%) estatisticamente significante, de meningites causadas por este agente (p<0,05). Há necessidade de melhora dos métodos diagnósticos empregados na identificação dos agentes etiológicos. Código Trabalho: 414 Título: IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS: DEZ ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IMIP Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE FREITAS Instituição: IMIP Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Desde 1995, com a criação do Serviço de Imunologia Clínica do IMIP, nós diagnosticamos e acompanhamos uma série de casos de imunodeficiências primárias (IDPs), casos estes oriundos de um grupo maior de pacientes encaminhados com infecções de repetição. Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever as imunodeficiências primárias acompanhadas no IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de dados de notificação de casos de imunodeficiências primárias no IMIP de 1995 a dezembro de 2005. As imunodeficiências foram categorizadas de acordo com o tipo de comprometimento e diagnóstico específico. Resultados: Em dez anos, nós acumulamos 45 casos de IDPs, excluindo-se deficiência de IgA assintomática. Entre estes 45 casos, a distribuição absoluta e relativa foi: deficiência de anticorpos 29 (65%), deficiência de anticorpos e celular 13 (29%), deficiência de fagócitos 2 (4%) e deficiência celular 1 (2%). As deficiências mais freqüentes foram: síndrome de WiskottAldrich 9 (20%), agamaglobulinemia 8 (17,8%), imunodeficiência comum variável 7 (15,6%), ataxia-telangiectasia 5 (11,1%) e hipogamaglobulinemia transitória 4 (8,8%). Conclusões: A distribuição de casos segundo o tipo de deficiência foi similar a descrita em outros serviços. Contudo, a freqüência dos distúrbios em si foi diferente. Em nossa experiência, distúrbios com características clínicas bem evidentes e que requerem confirmação laboratorial simples foram mais diagnosticados e foram encaminhados mais rapidamente.As diferenças encontradas nesta série de casos nos faz lembrar que pediatras e clínicos precisam considerar o diagnóstico de IDPs S106 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. mais freqüentemente na sua prática, mesmo na presença de sintomatologia leve ou com características clínicas menos evidentes. Para que isto ocorra sugerimos maior divulgação dos 10 sinais de alerta para IDPs entre estudantes e profissionais de saúde. Acreditamos que somente assim poderemos aumentar a suspeição diagnóstica e que os indivíduos portadores de IDPs tenham um diagnóstico mais precoce, manuseio adequado e , conseqüente, melhor prognóstico. Código Trabalho: 750 Título: INCIDÊNCIA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO COMO ETIOLOGIA DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM CRIANÇAS COM DOENÇA DE BASE Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN FAPESP GRUPO IAL Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Pau Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: As infecções respiratórias agudas (IRA) são causas freqüentes de internações em crianças em nosso meio, sendo os vírus apontados como importantes agentes etiológicos. Objetivos: Avaliar a incidência de etiologia viral para IRA em crianças com doença de base. Métodos: Foram coletadas amostras de secreção de rinofaringe de crianças menores que anos de idade internadas com quadro de IRA no Departamento de Pediatria da Santa Casa de São Paulo, no período de fevereiro de 2005 a janeiro de 2006. As amostras foram submetidas a Imunofluorescência Indireta (IFI), pesquisando-se Vírus Sincicial Respiratório (VRS), adenovírus, Influenza A (IFA), Influenza B (IFB), e Parainfluenza 1, 2 e 3 (Para 3). Mediante protocolo foi investigado a ocorrência de doença de base. Resultados: As IFI de 49 crianças foram positivas para VSR, sendo 2 (4%) em pacientes com Síndrome de Down, 3 (6,1%) em Prematuros, 5 (10,2%) em Crianças Sibilantes, 1 (2%) em criança com Hipotireoidismo, 1 (2%) em Cardiopata, 2 (4%) em criança com Síndrome Nefrótica, 2 (4%) em crianças com Doença do Refluxo Gastro Esofágico, 3 (6,1%) em crianças institucionalizadas com antecedente mórbido desconhecido, totalizando uma incidência de 19 (38,7%) amostras positivas para VSR em crianças com doença de base e 30 (61,3%) amostras positivas em crianças sem antecedente mórbido. Para Adenovírus, os 2 casos (100%) incidiram em crianças sem antecedentes mórbidos. Para IFA, tivemos 1 (20%) caso positivo em criança sibilante, 1 (20%) caso positivo em paciente com Síndrome Nefrótica e 1 (20%) caso positivo em criança com Doença de Nieman-Pick, e 2 casos (40%), em crianças sem antecedentes mórbidos. Nos casos positivos para Para 3, 1 (9%) foi positivo em criança com Síndrome de Down, 1 (9%) com Anemia Falciforme, 1 (9%) com cardiopatia, 1 (9%) em Síndrome Nefrótica e 1(9%) em criança com asma, sendo 5 casos (45%) positivos em crianças com antecedentes mórbidos e 6 (54%) em pacientes previamente saudáveis. Conclusões: Pacientes com patlogia de base corresponderam a 40% dos achados de vírus respiratório. Levando-se em conta que há potencial de maior gravidade nestes paciente devemos discutir a utilidade da profilaxia específica para VSR neste grupo. Código Trabalho: 139 Título: INTERNAÇÃO PROLONGADA COMO FATOR DE RISCO PARA A INFECÇÃO HOSPITALAR EM PEDIATRIA Autores: SUZY SANTANA CAVALCANTE;EDUARDO MOTA;JULIANA OLIVEIRA;CAROLINA SILVA;DIOGO SANTANA;EMÍLIA NUNES MELO Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. E-mail: [email protected] Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: As taxas de infecção hospitalar em Pediatria são, dramaticamente, influenciadas pela duração da internação. Internação prolongada resulta em prejuízos à saúde e elevação dos custos da assistência, freqüentemente relacionados à ocorrência de infecções adquiridas no ambiente hospitalar (IH). Objetivos Avaliar o tempo decorrido entre a admissão e a ocorrência de IH, bem como descrever a influência de fatores de risco. Métodos: Estudo prospectivo desenvolvido em hospital pediátrico, de ensino, de nível terciário, em Salvador, Bahia, Infectologia Brasil. Foram utilizados os critérios de definição de IH adotados no país; método de Kaplan-Meier e modelo de regressão de Cox foram aplicados para estimar Função de Sobrevida e Razão de Falha (RF). Resultados: Oitocentos e oito pacientes até 14 anos foram incluídos: 58,4% (472) do sexo masculino e 18,2% (147) menores de um ano. O tempo médio para desenvolvimento de infecção hospitalar foi de 7,5 dias (Desvio Padrão/DP=4,9 dias). Esse tempo foi menor para crianças com menos de um ano (6,1 dias; DP=3,3 dias) comparadas às crianças maiores (8,2 dias; DP=5,6 dias), com diferença estatisticamente significante (t=5,48; p=0,021). O tempo livre de IH foi menor para as crianças menores de um ano (RF=3,3; IC95%=2,26-4,76), para aquelas hospitalizadas por sete dias ou mais (RF=3,0; 2,02-4,37) e para pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos (RF=1,6; 1,10-2,35). Os procedimentos que se apresentaram mais influentes sobre o risco de IH foram: transfusão de hemoderivados (RF=2,5; 1,40-4,56) e exames diagnósticos por imagem (RF=1,9; 1,23-2,78). Conclusões: Este estudo oferece evidências de que a internação prolongada eleva o risco de infecção hospitalar; identificou fatores de risco de IH, contribuindo para a adoção de medidas preventivas. Código Trabalho: 63 Título: INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL PÓS VACINA ANTIROTAVÍRUS: RELATO DE CASO Autores: DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARILIA AGUILAR TOFFOLI;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO;LILIAN FERNANDES HARDING;LUCY MARI SHINTANI;WALTER BENEDICTO G. AMORIM Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus-SP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução:A vacina Rotavix® (anti rotavirus) pode reduzir a morbimortalidade por diarréia na infância, não aumentando o risco de Intussuscepção Intestinal (IS) em estudos realizados. Objetivos: Relatar 2 casos de IS em lactentes, após vacina Rotavix®, diferindo da literatura. Relato de Caso: 1º caso: I.S.S., masculino, 2 meses. Deu entrada no pronto socorro com história de dor abdominal e sangramento nas fezes há 1 dia. Recebeu a primeira dose da vacina anti rotavírus há 3 dias. Ao exame: BEG, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, ativo e reativo; abdome: globoso, distendido, RHA presentes, doloroso à palpação profunda; toque retal: fezes com sangue em aspecto de geléia de morango. Realizado radiografia abdominal com distenção de alças de intestino delgado; USG com alça intestinal na fossa ilíaca direita sem peristaltismo evidente, com centro hiperecogênico e halo hipoecogênico (casca de cebola), podendo estar relacionado a invaginação íleo-cecal; enema opaco: observado passagem de contraste de cólon para íleo e desfeita a IS. 2º caso: R.L.G., 4 meses, masculino, com história de vômitos há 3 dias, associado a parada da evacuação há 2 dias e posterior saída de sangue pelo ânus. Recebeu segunda dose da vacina anti rotavírus há 14 dias. Ao exame: REG, descorado +/4+, hidratado limítrofe, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, hipoativo; abdome: globoso, distendido, RHA diminuídos, doloroso à palpação superficial e profunda, alças formando massa em abdome superior e fossa ilíaca direita vazia; toque retal: fezes com aspecto de geléia de morango. Feito enema opaco com imagem negativa do intestino, sem resolução do quadro. Realizado tratamento cirúrgico: hemicolectomia direita com anastomose ileocecocólica (cólon ascendente), com biópsia: enterite pseudomembranosa; íleo terminal com padrão isquêmico; colite isquêmica leve, com acentuado edema de submucosa e necrose isquêmica, focal, de linfono regional; apêndice cecal com cogestão intensa da mucosa e serosite fibrinosa. O lactente evoluiu com deiscência da anastomose termino-terminal intestinal e de parede abdominal, sendo necessária nova cirurgia e permanência em UTI por 16 dias. Evoluiu bem e recebeu alta após 21 dias de internação. Foi encaminhado ao ambulatório de cirurgia pediátrica para acompanhamento. Conclusões: Em nosso serviço, dos meses de janeiro a junho dos anos de 2001 a 2005 foi notificado apenas 1 caso de IS sem relação com a vacina. No mesmo período em 2006, após a introdução da vacina Rotavix®, foram notificados 2 casos da mesma patologia em paciente vacinado e nenhum caso em paciente não vacinado. Código Trabalho: 685 Título: LEISHMANIOSE VISCERAL EM ÁREA NÃO ENDÊMICA RELATO DE CASO Autores: FABRIZIA REIS PINTO;MÔNICA COUTO GUEDES S ROCHA;JOÃO MANUEL ALMEIDA ALVES;GUILHERME CORTES FERNANDES;ALINE MONTEZE ALVES;BRUNO COELHO G. OLIVEIRA Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora Cidade/UF: BARROSO/MG Resumo: Introdução: A Leishmaniose é uma antropozoonose, descrita pela primeira vez na Grécia em 1835. Atualmente, encontra-se entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo. No Brasil a Leishmaniose visceral(LV) tinha um caráter eminentemente rural, e nas últimas décadas, os dados epidemiológicos revelam forte tendência à urbanização, constituindo um problema de saúde pública. Objetivos: Relatar um caso de Leishmaniose visceral em área não endêmica. Métodos: Criança do sexo masculino, 3 anos e 3 meses, natural da cidade do Rio de Janeiro - RJ, residente em Juiz de Fora - MG há 6 meses. Foi admitido no Hospital Universitário - UFJF, após vários atendimentos em outros serviços, com relato de febre de origem indeterminada há 30 dias, prostração, queda do estado geral, perda de peso e dor abdominal. Antecedente de anoftalmia congênita à esquerda, com prótese ocular, em acompanhamento na cidade de Belo Horizonte - MG. Ao exame: peso = 14,4Kg; estatura = 97cm. Percentis: P/E= 34 ; E/I= 47; P/I= 32. Regular estado geral, hipocorado +3/+4, hidratado, anictérico, febril, ausência de linfonodomegalias. Apresentava-se taquicárdico, abdome globoso, com hérnia umbilical, doloroso a palpação com hepatoesplenomegalia (hepatimetria de 14 cm, baço a 11 cm do rebordo costal esquerdo). Resultados: Avaliação laboratorial: anemia (Hb= 6,3; Ht= 20%); leucopenia ( 2.900/mm3); plaquetopenia (45.000), alaninaminotransferase(ALT=20U/L);aspartatoaminotransferase(AST=46U/L); lactato desidrogenase (LDH=1126U/L); (2,8 g/dL), eletroforese de proteínas com Albumina:35,3%, Alfa1: 6,2%, Alfa2: 13,3%, Beta1: 5,4%, Beta2: 3,0%, Gama: 36,8%, Relação A/G: 0,55, Proteínas totais: 7,70G/dl. CH50:125 u/CAE; Proteína C Reativa: 48mg/l .Ultrassonografia de abdome hepatoesplenomegalia significativa. Reação de imunofluorescência indireta para Leishmania mostrou-se reativa. Mielograma: medula óssea hipercelular com histiócitos, apresentando numerosos corpúsculos de Leishmania donovani. Com o diagnóstico clínico e laboratorial de leishmaniose foi iniciado antimonial pentavalente (20mg/Kg/dia). Com 72 horas desta medicação a febre cedeu e a criança melhorou o estado geral. Conclusões: Destacamos a importância do diagnóstico diferencial com LV nos pacientes com história epidemiológica, achados clínicos e laboratoriais característicos, mesmo em regiões de baixa incidência, devido a facilidade de deslocamento populacional no país. Código Trabalho: 594 Título: MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE Autores: MÉRCIA LIMA DE C. LEMOS;LIBÂNIA MELO N. FIALHO;VERÔNICA MARIA GOMES CARVALHO;CRISTINE AGUIAR ARAÚJO;MARIA DA CONCEI ALVES JUCÁ Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin - CE - E-mail: [email protected] Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: micose rara, causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, com prevalência elevada em portadores de SIDA. Também chamada de torulose ou blastomicose européia, atingindo o SNC de forma subaguda ou crônica.Possui duas variedades: gattii predominando em imunocompetentes morando em zona rural, contato com eucaliptos, fezes de morcegos. A v. neoformans, predomina em imunocomprometidos, de zona urbana, contato com fezes de pombos. Objetivos: relatar um caso de criptococose em adolescente imunocompetente, descrever aspectos clínicos e laboratoriais da meningite criptocócica, identificar ocorrências de comorbidades encontradas no decorrer de sua evolução. Relato do caso: J.I.M.S,admitida em 15/12/05, 14 anos, feminina, natural e procedente de Fortaleza, estudante. Queixa de cefaléia e vômitos freqüentes,há dois meses.Evoluiu com dor na nuca,mal estar e tontura,com episódio de agitação psicomotora. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S107 Infectologia Negava internamentos anteriores e referia rinite alérgica. Reside com boas condições sanitárias, ausência de animais domésticos e relatos de banhos com chá de folhas de eucalipto. Ao exame: EGR, eupnéica,, hidratada, hipocorada (+/4+), sonolenta (acorda com estimulo verbal), apática, hipoativa, orientada.FC: 130 bpm, FR: 19 irm. ACP: fisiológica. Sem alterações à palpação abdominal. Rinoscopia/Oroscopia: normais. SNC: nuca livre, sem sinais focais. Exames hematológicos e bioquímicos sem alterações. Liquor: cloro: 116 mEq/l, proteína: 93,6 mg/dl, glicose: 6mg/dl, células:320 p/mm3 (70%monocitos, 30% neutrófilos).Tinta da China: cryptococcus n.gattii. TC de crânio: normal. Feitos testes para detecção da imunidade: IgG: 909,9 mg/dl, IgA: 134,4 mg/dl, IgM: 142,5 mg/dl, com exames sorológicos para HIV negativos, anti-HVAIgM: NR, HBsAg: NR, anti-HBc(M+G): NR, anti-HVC: NR. Exame de fundo de olho: apagamento das bordas papilares e edema papilar moderado. Iniciado tratamento com Anfotericina B na dose de 0,5mg/kg/dia por 29 dias (dose acumulada até 1080 mg), tendo a paciente evoluído com quadro de farmacodermia pelo uso de fenitoína, além de insuficiência hepática grave com encefalopatia (TGO:2375, TGP:1540,FA:791), e renal moderada (clearance de cr: 48,52), quando então foi trocada a medicação por fluconazol, na dose de 120 mg/dia. Evoluiu com melhora gradativa, com cultura do liquor e reação com tinta da China negativas,em março de 2006. Alta em 13/03/2006, já no 38º dia de uso do fluconazol. Comentários: Trata-se de um caso raro de doença infecciosa fúngica, que acometeu um paciente pediátrico imunocompetente, residente em área urbana e que apresentou quadro clínico inicial inespecífico. O diagnóstico de suspeição partiu da necessidade de investigar evolução subaguda de meningite. Código Trabalho: 491 Título: MENINGITES BACTERIANAS (MB) NA INFÂNCIA: UM DESAFIO EM SAÚDE PÚBLICA Autores: SILVIA REGINA MARQUES;CALIL KAIRALLA FARHAT;MªAPARECIDA COSTA NEVES;SANDRA MUSA .;YU CHING IAN;SONIA MONEGATTI MATTEI Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" S.P. Email: [email protected] Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A MB na infância, continua sendo um importante desafio em saúde pública, devido a sua morbi-mortalidade e seqüelas e alta incidência nos primeiros cinco anos de vida. Objetivos: Analisar no período de cinco anos (2000 - 2004), o número de casos de MB, com relação aos agentes etiológicos e faixa etária. Métodos: Análise das fichas de notificação dos casos das MB, internados no serviço. Resultados: Durante o período do estudo, entre zero e 70 anos de idade, 976 pacientes foram internados com MB; desses, 658 (67,5%), eram crianças menores de 15 anos.Dos 658 pacientes, 442 casos (64,1%) ocorreram em menores de 5 anos, sendo, 22,8% menores de 1 ano e 41,3% entre 1 e 4 anos. A doença meningocócica ocorreu em 451 pacientes (68,5%), Haemophilus infuenzae b (Hib) em 15 pacientes (2,3%), pneumococo em 64 pacientes (9,7%), meningoencefalite tuberculosa em 23 pacientes (3,5%), outras bactérias em 33 pacientes (5,0%) e bacteriana indeterminada em 72 pacientes (10,9%). Poucos casos acometeram menores de um mês (4 casos/ 0,6%), sendo 2 por meningococo e 1 por pneumococo; entre 1 mês e 5 anos ( 418 casos/ 63,5%) com predomínio do meningococo (291 casos/ 69,6%), pneumococo (48 casos/ 11,6%), bacteriana indeterminada (36 casos/ 8,6%), causadas por outras bactérias (15 casos/ 3,6%) e Hib e meningoencefalite tuberculosa, 14 casos/ 3,3%, ambas. Em maiores de 5 anos e menores de 15 anos (236 casos/ 35,9%) a prevalência foi ainda do meningococo (158 casos/ 66,9%), seguidos de meningite bacteriana indeterminada (36 casos/ 15,3%), outras bactérias (17 casos/ 7,2%), pneumococo (15 casos/ 6,4%), meningoencefalite tuberculosa (9 casos/ 3,8%) e Hib (1 caso/ 0,4%). Conclusões: A meningite bacteriana em menores de 15 anos, representou 67,5% do total de casos internados no serviço, o que constitui um problema relevante de Saúde Pública na infância, sendo a doença meningocócica a etiologia mais frequente em todas as idades. Considerando a possibilidade de imunoprofilaxia, seria importante cogitar-se do uso mais amplo da vacina conjugada contra o meningococo C. S108 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 176 Título: MICOBACTERIOSE BOVIS ASSOCIADA À SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA - RELATO DE CASO Autores: JACKELLYNE SANTOS MONTEIRO;ALEXANDRE ELY CAMPÉAS;SILVIA REGINA MARQUES;SÔNIA MONEGATTI MATTEI;ANNA CAROLINA AFONSO CARDOSO;EDUARDO MARTINS LARA Instituição: Instituto de Infectologia Emílio Ribas Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A infecção por Mycobacterium bovis determina as mesmas formas clínicas do Mycobacterium tuberculosis, porém a abordagem terapêutica é diferenciada.Objetivos: Demostrar caso de infecção por Mycobacterium bovis após aplicação da vacina BCG em paciente portador de Sídrome da Imunodeficiência Adquirida. Métodos: Descrição do caso de um paciente de 10 meses de vida, que, após vacinação com BCG, apresentou gânglio em axila direita com fistulizações frequentes, e evoluiu com quadro de desconforto respiratório, tosse e hipertermia. Outras causas além de micobacteriose bovis foram descartadas através da história clínica e de exames laboratoriais. Resultados: O Mycobacterium bovis foi considerado a provavél causa. O paciente ficou internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, sendo tratado com rifampicina, izoniazida e etambutol. Evoluiu com melhora clínica e radiológica durante o período de seguimento. Conclusões: A infecção pelo M. bovis como efeito adverso da BCG, apesar de conhecido, é raramente descrito; possivelmente pela falta de informações a respeito da prevalência da tuberculose causada pelo M. bovis e pela falha na diferenciação com o M. tuberculosis. No Brasil, os dados disponíveis são precários; isso evidência a necessidade de implantação de uma política de saúde pública para controle, diagnóstico precoce e tratamento adequado; principalmente devido à pandemia HIV/AIDS, que pode ser responsável por um aumento no número de casos. Código Trabalho: 544 Título: MONITORIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO VIBRIÃO COLÉRICO EM SURTO DE DIARRÉIA Autores: CARLA ADRIANE FONSECA;SUZANA MARIA DA MOTA SILVEIRA;JULIA MELLO;MARIA MADALENA MONTEIRO ROSA OLIVEIRA;DANYELLE CYNTHIA TAVARES PINANGÉ Instituição: IMIP - Inst. Mat. Infantil Prof. Fernando Figueira País: BRASIL Resumo: Introdução: Casos de cólera no Brasil ressurgiram em 1991 e a região Nordeste foi a que mais contribuiu para o quadro sanitário que se instalou. Em janeiro de 2005, a identificação de novo caso em São Bento do Una em Pernambuco, intensificou as ações de vigilância e permitiu a detecção precoce de surto com quatro casos confirmados. Objetivos: Descrever os principais aspectos clínico-epidemiológicos das crianças com diarréia e os resultados bacteriológicos dos swabs retais colhidos em serviço de pronto atendimento de hospital de referência, no período de 17 de fevereiro a 31 de março de 2005. Métodos: De acordo com orientação da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual (SES-PE), foi realizado o preenchimento da ficha de investigação epidemiológica de cólera juntamente com a coleta de swab retal, por amostragem, nas principais emergências pediátricas do Recife e hospitais regionais. Crianças de 0 a 14 anos, com diarréia aguda, foram submetidas a um processo de amostragem aleatória simples, na proporção de 1 para cada 5 casos atendidos no plantão diurno. Com consentimento verbal dos responsáveis, foi prenchida a ficha de investigação e feita coleta de swab retal. Após ter sido submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, foi realizado estudo descritivo e retrospectivo com construção de banco de dados e dupla entrada no Epi Info 3.3.2. Foram analisadas variáveis demográficas, sociais e clínicas das fichas epidemiológicas juntamente com os resultados dos swabs retais e elaboradas tabelas de distribuição de freqüência e medidas de tendência central. Resultados: Nos meses de fevereiro e março de 2005 foram realizadas 1131 consultas e 94 internamentos por diarréia aguda e preenchidas 66 fichas epidemiológicas de cólera. A maioria das crianças era procedente do Recife e região metropolitana (96%) e tinha entre 6 meses e 1 ano (73%) de idade. Cerca de 12% não possuíam sistema público de abastecimento de água. Dos que possuíam sanitário (89%) em Infectologia apenas 40% os dejetos eram destinados à rede pública de esgoto. Em 10 % das habitações não havia coleta pública de lixo. Os principais sinais e sintomas foram: evacuações aquosas (64%) até 10 vezes ao dia (81,8%), desidratação e vômitos (67%), febre (52%), dor abdominal (44%), cólicas (39%) e náuseas (30%). Cerca de 4,5% delas apresentaram choque. Em relação ao uso de antimicrobianos, 15% o fizeram antes e 9% após a coleta do swab retal. Reidratação oral foi feita em 84% das crianças e 9% necessitaram de internamento. Nas culturas obtidas por swab retal foram isoladas Salmonella sp (2) e Shigella sp (1), sensíveis à ampicilina, ácido nalidíxico e cefalosporinas de terceira geração. O Vibrião Colérico não foi detectado nas amostras estudadas. Conclusões: Apesar do vibrião colérico não ter sido isolado na investigação epidemiológica no período do estudo, os resultados sugerem condições de moradia inadequadas e conseqüente vulnerabilidade das crianças a este agente. Código Trabalho: 279 Título: N. MENINGITIDIS DE SENSIBILIDADE DIMINUIDA (SD) À PENICILINA Autores: SILVIA REGINA MARQUES;MIRIAM ELIA CASTILHO RAYMUNDO;Mª DO SOCORRO CARNEIRO FERRÃO;LUIZA HELENA FALLEIROS CARVALHO;PRISCILLA AQUINO;JAMILE MUNIZ DOMINGOS Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" _SP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A resistência do meningococo à penicilina tem crescido em alguns países do mundo. No Brasil esse é o 1º relato de caso com SD à penicilina. Objetivos (Relato de Caso): Descrever um caso de meningococo de SD à penicilina observado no nosso serviço, em junho de 2006. Trata-se do menor LGS, 10 anos, masculino, negro, estudante, procedente de São Paulo. Previamente hígido, há 1 dia com história de dor abdominal, cefaléia, dor em região cervical e febre de 39,°5C; fez uso de dipirona apresentando melhora. Após 4 horas apresentou um episódio de vômito e confusão mental. Na manhã seguinte manteve-se confuso, com diminuição de movimento de MMII e alteração do equilíbrio. Às 12 horas desse dia, novo episódio de vômito, sendo levado para o PS de Taboão da Serra com crise convulsiva, onde foi feita hipótese diagnóstica de meningite. Realizado o líquor, cujo resultado foi: 2480 células com predomínio de neutrófilos (96%), proteína: 500mg/dl, glicose:1mg/dl, bacterioscopia negativa e látex e cultura (em andamento). A criança foi então encaminhada para o nosso serviço pela piora do quadro clínico, apresentando petéquias, rebaixamento de consciência, agitação, desidratação, sendo transferida para a UTI. Foi instituído tratamento inicial com hidratação, dexametasona e ceftriaxone e solicitado hemograma, bioquímica, contraimunoeletroforese para Neisseria meningitidis e hemocultura. Não houve condições de nova punção liquórica. Em 24 horas, a criança apresentou estabilização do quadro, sendo transferida para a enfermaria. Na unidade, manteve discreta rigidez de nuca, vômitos, prostração e desaparecimento das petéquias, sendo observado extrasístoles na ausculta cardíaca. Solicitado ECG e ECO normais. Paciente no dia seguinte manteve-se ainda prostrado, choroso e com vômitos. TC de crânio de urgência normal. Ressalte-se que nos antecedentes pessoais, não havia história de trauma crânioencefálico nos últimos anos. Referiu-se que durante o período em que a criança freqüentou creche (dos 4 meses de idade até os 7 anos) teve otites de repetição, duas delas supuradas. No 8º dia de ceftriaxone, a criança apresentava melhora clínica. Foi suspenso o antibiótico e feita observação por 48 horas. Obtevese então o resultado final do liquor do outro serviço, com o látex fortemente positivo para meningococo (sorogrupo B foi excluído) e a cultura mostrou-se positiva para N.meningitidis com SD à penicilina (MIC=0,32?g/ml) e sensível a ceftriaxone (MIC<= 0,02?g/ml). O paciente evoluiu bem, tendo alta para casa, com retorno ambulatorial. Discussão: A S do meningococo à penicilina tem diminuido. Os relatos nacionais que dispomos até o momento são apenas microbiológicos, sendo este o primeiro caso clínico reportado. Serão discutidas alternativas terapêuticas, para estes casos. Conclusões: A vigilância acurada é necessária para os casos clínicos causados pelo meningococo com SD à penicilina, para a introdução da terapêutica adequada. Código Trabalho: 236 Título: O PERFIL DA DENGUE EM CRIANÇAS NA CIDADE DO RECIFE- 2001 A 2004 Autores: PETRÔNIO GUSMÃO VASCONCELOS;ANA ANTUNES FONSECA LIMA;ODALÉIA ARAÚJO NERES FERREIRA;DENISE SANTOS CORREIA OLIVEIRA;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO Instituição: Secretaria de Saúde do Recife Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A dengue consiste em um grande desafio para a Saúde Pública principalmente nos grandes centros urbanos de países em desenvolvimento. Por apresentar-se em forma de grandes epidemias, tem grande repercussão econômica e social. No Recife, na década de 90, a detecção de casos foi observada no grupo etário jovem adulto e casos graves em idosos. A partir de 2001 observou-se notificação de casos em menores de 10 anos de idade. Objetivos: Descrever comportamento da dengue em crianças, no período de 2001 a 2004, na cidade do RecifePernambuco, Brasil. Métodos: O Tipo de estudo é descritivo, de base populacional. O local do estudo: cidade do Recife, capital na região Nordeste do país; área física urbana, com 94 bairros; população em torno de 1.500.000 habitantes, composta por 27% de crianças e adolescentes. Os casos analisados foram casos confirmados de dengue encerrados pelo critério clínico e/ou laboratorial, incluídos no Sistema Informação de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2001 a 2004. Foram analisadas freqüências dos sintomas detectados em crianças menor de 10 anos de idade. Resultados: No Recife circula três sorotipos de dengue - Den 1,2 e 3. Durante o período estudado, foram confirmados 37.862 casos de dengue, sendo 9,35% (3540) na faixa etária menor de 10 anos de idade. O ano de 2002 foi considerado epidêmico com a introdução do vírus Den 3. Este ano concentrou o maior número de casos em crianças, correspondendo a 91% (3227/3540). Principais sintomas foram: febre (98,5%), Cefaléia (79,3%); mialgia (65%); náusea /vômito (48,1%), prostração (56,0%), dor retroorbitrária (41,4%); exantema (39,1%); artralgia (35,6%). Outros sintomas como dor abominal, hapatomegalia, petéquias, diarréia, miocardite, gengivorragia, foram relatados com menor freqüência. Quanto à forma clínica da doença, 3.519 crianças tiveram dengue clássica e 21 casos dengue hemorrágico. O coeficiente de detecção nesta faixa etária no ano de 2002 foi de 1310 casos por 100.000hab. Conclusões: Diante de um quadro viral inespecífico em crianças menores de 10 anos de idade, a dengue deve fazer parte do diagnóstico diferencial. Existindo a suspeita, a orientação para o acompanhamento da criança é fundamental, evitando formas graves da Dengue, visto que na cidade circulam os 3 sorotipos virais desde o ano de 2002. Código Trabalho: 377 Título: PANCREATITE AGUDA ASSOCIADA AO VÍRUS DA HEPATITE A COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM PRÉESCOLAR Autores: SANDRA FAGUNDES MOREIRA-SILVA;NIXON SOUZA SESSE;FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA;FERNANDA JUSAN FIOROT;GRAZIELLE SILVA FERREIRA GRILLO;VERA LÚCIA SUPRANI Instituição: Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) Cidade/UF: VITÓRIA/ES Resumo: Introdução:Pancreatite aguda associada à hepatite pelo vírus A tem sido pouco relatada em adultos e mais rararmente em crianças. Objetivos: Relatar caso de pancreatite aguda associada à infecção pelo vírus da hepatite A em um pré-escolar com quadro de hepatite aguda grave. Métodos: Estudo descritivo tipo relato de caso baseado na análise do prontuário do paciente. Relato de Caso: JMNGS, 5 anos, M, proveniente do sul da Bahia, uso de água de poço sem tratamento. Em 06/10/2005 iniciou quadro de palidez, vômitos e dor abdominal de forte intensidade, progredindo em 5 dias com icterícia e acolia fecal. Dia 10/10: TGO:923U/I, TGP:1034U/I, FA:243U/I, BT:5.93mg/dl e BD:4.18mg/dl, ELISA Anti-HAV IgM:(+). Evoluiu com melhora do quadro. Em 18/10 piora da icterícia, dor e distensão abdominais, acolía fecal, prurido cutâneo intenso, diarréia, desidratação leve, insônia e irritabilidade, TGO:1166U/I, TGP:1247U/I, FA:151U/I, GGT:22U, BT:27.3mg/dl, BD:17.5mg/dl. Admitido na Emergência do HINSG, após 30 dias do início do quadro, (Nov/05), em insufi- Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S109 Infectologia ciência hepática aguda, encefalopatia hepática grau I, TGO:2850U/I, TGP:1924U/I, FA:151U/I, GGT:27U/I, BT:29.7mg/dl, BD:15.9mg/dl, DHL:946mg/dl, Albumina:3.6g/dl, TAP: 44.4%, Fibrinogênio 206.2mg/dl, Glicemia:86mg/dl, íons fósforo e magnésio elevados: respectivamente 7.4mg/dl e 3.1mg/dl. ELISA anti HIV, CMV e EBV negativos. Em 03/12/05, já com melhora das provas de função hepática, surgiu dor abdominal em mesogástrio e epigástrio, inclusive à palpação, hiporexia e diarréia; TGO:590U/I, TGP:440U/I, FA:208U/I, GGT:52U, BT:23.4mg/dl, BD:16.6mg/dl, TAP:73.9%, Fibrinogênio:194.8mg/dl, Glicemia:111mg/dl, Amilase:1011U/I e Lípase:1476U/I. Diagnóstico de pancreatite aguda. US abdominal em Dez/05 evidenciou ascite peri-esplênica de pequeno volume e TC Abdome demonstrou aumento de volume pancreático, heterogêneo, apresentando áreas hipodensas notadamente nos espaços adjacentes à cauda pancreática. Evoluiu com melhora progressiva e alta hospitalar em 30 dias após o diagnóstico de pancreatite aguda, para acompanhamento ambulatorial. Exames da alta: Amilase: 69U/I, Lipase:73U/I, TGO:640U/I, TGP:322U/I, BT:8,7mg/dl, BD:7,1mg/dl, TAP: 82,7%. Descartadas outras causas: Coombs direto negativo, Anti-DNA negativo, anticorpos anti-mitocondrial, LKM e anti-músculo liso negativos, ceruloplasmina:42mg/dl, cobre urinário:49mcg/24h, cobre sérico:151mcg/dl, ELISA para Parvovírus B19: IgG e IgM negativos, alfa-1antitripsina:274mg/dl. Conclusões: O quadro de pancreatite associado a uma hepatite A aguda, favorece a hipótese de uma agressão pancreática produzida pelo VHA, embora não se saiba por qual mecanismo: se agressão direta pelo vírus ao pâncreas, se por ativação biliar do suco pancreático decorrente de alteração na secreção biliar. No caso aqui apresentado o paciente apresentou elevação de Bb e da fosfatase alcalina compatíveis com alterações na secreção biliar. Código Trabalho: 753 Título: PARACOCCIDIOIDOMICOSE ÓSSEA EM ESCOLARRELATO DE CASO Autores: ROBERTA MAGALHÃES LEITE PINTO;CÁSSIA SILVESTRE MARIANO;MARIA DA GLÓRIA MOREIRA Instituição: Hospital Municipal Jesus- Rio de Janeiro Cidade/UF: NITEROI/RJ Resumo: Objetivos: Descrever o caso de uma criança com paracoccidioidomicose sistêmica com acometimento ósseo. Métodos: Relato de caso de um escolar com lesões osteolíticas por paracoccidioidomicose Resultados: P.C.P.C, 11 anos, sexo masculino, cor parda, residente em Magé, com queixa de cefaléia e febre intermitente há 4 meses. HPP: Atendimentos por pneumonia. H. vacinal: 2 doses de BCG; 1 dose de Hepatite B. H.social: mora em área rural com relato de ter contato com terreno úmido. Apresentava-se em REG, febril, com fígado à 2/3cm RCD e ponta de baço, adenomegalias em região cervical posterior e anterior bilateral, móveis indolores; adenomegalia occipital à esq. MM: aumento de partes moles em 1/3 proximal do antebraço E, com fistula drenando secreção amarelada. Presença de cicatriz de BCG em MSD. Foram solicitados: RX do esqueleto; USG abdome, cintigrafia óssea, TC crânio, sorologia para fungos e biópsia óssea. Rx de braço esq.: lesão óssea inflamatória crônica do tipo líticas em terço médio da diáfise umeral e terço proximal da ulna, com deformidade da sua morfologia; Rx do fêmur esq.: lesão lítica em terço distal da diáfise femoral esq e outra na metáfise medial;diminuta lesão lítica no ramo ísquio-pubiano esq.; Rx de crânio: pequena lesão lítica na região fronto-parietal esq.; Demais estruturas ósseas radiografadas sem lesões aparentes. A cintigrafia óssea revelou: áreas com hiperfixação osteoblásticas em região fronto parietal esq.do crânio; osso maxilar à direita; osso maxilar em topografia de arcada dentária sup.; ramo e corpo de mandíbula à esq.; terço proximal e médio de clavícula esq.; 7° arco costal direito, posteriormente; 10° arco costal esq.,posteriormente; T3, T4 e T5; articulação sacro ilíaca esq.; e colo de fêmur esq. A USG abdominal mostrava discreta hepatomegalia com imagem nodular, hipoecóicas, sendo a maior 0.7cm; baço ecoestrutura heterogênea às custas de múltiplos nódulos hipoecóicos; numerosos linfonodomegalias retroperitoneais, o maior com 2.1cm ; restante exame normal. A biópsia óssea (histopatológico) era compatível com Paracoccidioidomicose. Sorologia para fungos (imunodifusão dupla): soro reagente S110 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. para Paracoccidioides brasiliensis. O tratamento foi feito com Itraconazol e imobilização com aparelho gessado devido o risco de fratura patológica em ulna E. Discussão: A paracoccidioidomicose é uma doença sistêmica de caráter endêmico entre a população de área rural, acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino entre 30 e 60 anos sendo rara a incidência abaixo dos 14 anos. Conclusões: O caso de paracoccidioidomicose apresentado teve uma evolução disseminada com acometimento ósseo importante sendo esta forma clínica de apresentação juntamente com a forma cutânea mais comum em crianças maiores de 10 anos, segundo literatura. Todos os estigmas clínicos de doença crônica foram apresentados pelo paciente o qual teve recuperação favorável com a instituição do tratamento. Código Trabalho: 43 Título: PARACOCCIODIODOMICOSE EM CRIANÇAS NO ESTADO DO PARÁ. Autores: LUCIANA SILVEIRA NINA DE AZEVEDO;THEISLA KELY AZEVEDO RAIOL;LÍVIA LAYANY FERREIRA DE SOUZA;PAULO KIYOSHI MIYAHARA;IRNA CARLA DO ROSÁRIO CARNEIRO Instituição: Universidade Federal do Pará Cidade/UF: BELÉM/PA Resumo: Introdução: A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica que em jovens de até 15 anos apresenta-se na forma aguda/subaguda. Pode levar ao óbito ou evoluir de forma latente e acabar por incapacitar adultos em plena época de produtividade. Objetivos: Estudar os aspectos clínicoepidemiológicos de crianças acometidas com PCM no período de janeiro de 1994 a dezembro de 2004. Métodos: Foi realizado estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, através da revisão de prontuários de pacientes diagnosticados com PCM. Resultados: No período de janeiro de 1994 a dezembro de 2004 foram atendidos 102 pacientes com PCM, oito (7,8%) deles eram crianças, com idade variando entre 3 e 15 anos, média de 9,8 anos ± 3,83. Sete eram meninas (87,5 %). As oito crianças eram moradoras de zona rural e duas eram procedentes do Estado do Maranhão. Todos os pacientes apresentavam a forma disseminada subaguda da PCM, com tempo de evolução variando de 1 a 8 meses. Os sintomas mais freqüentes foram: adenomegalia (100%), febre (87,5%) e hepatomegalia (50%). Esplenomegalia, perda de peso, palidez cutâneo-mucosa e dor abdominal difusa ocorreram em 37,5% dos pacientes; outros sintomas incluíram tosse produtiva e dor torácica. O hemograma revelou leucocitose em 43% dos casos, eosinofilia em 85,7% e anemia em todos os pacientes estudados. O exame histopatológico de gânglios foi utilizado como diagnóstico em 7 dos 8 pacientes, e em todos os gânglios biopsiados foi possível encontrar o Paracoccidioides brasiliensi; o exame micológico direto foi utilizado em um paciente como método diagnóstico. O esquema terapêutico adotado foi sulfametoxazol-trimetoprima em 50% dos casos; anfotericina B foi usada em 37,5% das crianças e o itraconazol foi utilizado em um caso. No momento da alta 75% dos pacientes apresentaram melhora do quadro e 25% evoluíram a óbito. Conclusões: Em nosso Estado, a PCM em crianças ocorre em pacientes procedentes da zona rural, do sexo feminino, com média de 9,8 anos, apresentando a forma disseminada da doença e mortalidade elevada. Os sinais clínicos encontrados muito mimetizam outras doenças da infância, o que ressalta a importância do conhecimento desta patologia no manejo de crianças enfermas. A detecção precoce desta doença além de contribuir para a redução da mortalidade, proporciona redução de sua morbidade em idades mais avançadas. Código Trabalho: 999 Título: PERFIL CLINICO E LABORATORIAL DE CRIANÇAS RESIDENTES EM AREA ENDEMICA DE FILARIOSE LINFATICA NO NORDESTE DO BRASIL Autores: ANA CATARINA MELO ARAUJO;MARCELA LEAL;ANA MARIA AGUIAR-SANTOS;MARIA JOSÉ NETTO;GUILHERME LIMA;ALMERICE LOPES Instituição: Centro de Pesquisas Aggeu MagalhãesCPqAM/FIOCRUZ Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Diversos estudos reportam a existência de Infectologia infecção filarial em crianças e a presença de doença. Contudo, a verdadeira extensão e natureza da filariose linfática na infância permanecem pouco documentadas. Objetivos: Descrever o perfil clinico e laboratorial de crianças que tenham o diagnostico positivo através de antígeno de filariose (ICT AD12) e residentes em área endêmica de filariose linfática no nordeste do Brasil. Métodos: Foi realizado um inquérito em crianças de 0 a 18 anos, procedentes de Jaboatão dos Guararapes-PE. Os casos positivos foram acompanhados através de exame clínico e exames complementares (ultrasonografia, pesquisa de microfilaria por filtração em membrana de policarbonato e pesquisa de antígeno por ELISA (Og4C3). Resultados: Das 127 crianças positivas, 51,2% são do sexo masculino e 48,8%do sexo feminino. 36,2% possuem de 0 a 10 anos de idade e 63,8%, entre 11 e 18 anos. A presença de clínica filarial foi observada em 29,1% (37) das crianças, com: linfangiectasia (19-15%), hidrocele (12-9,4%), linfonodomegalia (9 - 7,1%), nódulo (7 - 5,5%) e varicocele (6 - 4,7%). Pela técnica de ELISA Og4C3 foram positivas 49,6% (63); na pesquisa de microfilárias através da técnica de filtração 26,8% (34 indivíduos) enquanto 12,6% (16 pacientes)foram positivos pela presença do sinal da dança da filaria ao exame ultrassonográfico. Em 37,8% dos casos, há presença de familiares com infecção filarial. Todos os positivos foram tratados com dietilcarbamazina. Conclusões: Utilizando-se um método diagnóstico muito sensível (ICT - AD12) para o diagnostico de triagem, a presença da infecção filarial na população pediátrica de área endêmica foi bastante expressiva. A presença de clínica filarial na população pediátrica com antígeno positivo (ICTAD12) remete à relevância de ampla discussão quanto às perspectivas do diagnóstico precoce nesta faixa etária e aos possíveis benefícios que podem ser obtidos em relação ao controle da morbidade. Em virtude do exposto, e ainda considerando o estudo da população pediátrica como sentinela para os programas de controle, são necessários mais estudos a respeito da filariose linfática na população pediátrica de áreas endêmica Código Trabalho: 1074 Título: PERFIL DA COQUELUCHE NO MUNICÍPIO DE RECIFE. RECIFE, 2000 - 2005 Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO Instituição: Secretaria de Saúde do Recife Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: No Recife, a coqueluche vem apresentando tendência decrescente desde a década de 1980, especialmente a partir de 1996, quando foram obtidas altas coberturas vacinais. Porém, a partir de 2002 houve um aumento de detecção da doença.Como a coqueluche é doença imunoprevinível de notificação compulsória, o estudo da mesma é fundamental para orientar as medidas de controle. Objetivos: Caracterizar a situação epidemiológica da coqueluche no Recife no período de 2000 a 2005. Métodos: Estudo tipo corte transversal, onde foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Notificação de Agravos de Notificação, constituído pelo universo de 145 casos confirmados. Foram estudadas as variáveis sexo, faixa etária, critério de encerramento, evolução e distribuição espacial e calculado o coeficiente de detecção. Resultados: O ano de 2003 teve um incremento de 111% em relação ao ano de 2000, e um decréscimo de 81% em relação a 2005. O sexo feminino participou com 52,3% dos casos confirmados. Quanto ao critério de encerramento, o clínico contribuiu com 64,8% e a cultura com 26,2%. No período em estudo observou-se que a faixa etária dos menores de um ano contribuiu com 82% dos casos. Os residentes do DS III, VI e IV contribuíram respectivamente com 23%, 23% e 21% dos casos ao longo dos anos. No ano de 2003 foram registrados 3 óbitos (letalidade de 5,26%). O maior coeficiente de detecção encontrado foi no ano de 2003 (3,84 por 100.000 hb.). Conclusões: O aumento na detecção dos casos de coqueluche, a partir de 2003, pode ter sido influenciado pelo aumento da notificação, embora não descartando a possibilidade do aumento real dos casos. Os encerramentos pelo critério clínico predominaram, mas já se observa um aumento dos casos com cultura comprobatória. A faixa etária dos menores de 1 ano foi a mais atingida, no período em estudo, o que vem a corroborar com a literatura. Código Trabalho: 102 Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA COQUELUCHE NO ESTADO DE ALAGOAS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1999 A JUNHO DE 2005. Autores: LÍGIA PAULINO DA SILVA;LUCIANA MARIA DUARTE AGUIAR;ADRIANA ÁVILA MOURA Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa do trato respiratório e apresenta uma morbi-mortalidade significativa na faixa pediátrica. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da Coqueluche em casos notificados em Alagoas. Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão de prontuários de pacientes com diagnóstico de Coqueluche, notificados à Secretaria Estadual da Saúde entre janeiro de 1999 e julho de 2005, totalizando quarenta casos. Foram analisados: idade, gênero, procedência, estado vacinal, provável fonte de contato, principais sinais, sintomas e complicações, uso prévio de antibióticos, realização de culturas, evolução da doença e tempo médio de internamento hospitalar. Resultados: Houve predominância da doença em crianças com menos de um ano de idade (72,5%) e no gênero feminino (1,3:1). Sessenta por cento eram procedentes do interior do Estado e 47,5% dos casos nunca haviam sido vacinados. Uma provável fonte de contato foi desconhecida na maioria dos casos. Tosse paroxística (97,5%), tosse produtiva (82,5%), cianose (70%), dispnéia (67,5%) e vômitos (62,5%) foram os principais achados clínicos. Pneumonia foi a principal complicação (85,7%). Óbitos não ocorreram no período estudado. Vinte casos fizeram uso prévio de antibióticos (50%) e cultura de nasofaringe foi realizada em 14 casos, apenas uma teve resultado positivo. O tempo médio de internamento hospitalar foi de 10 dias. Conclusões: no Estado de Alagoas, a Coqueluche é uma doença que predomina em crianças mais jovens (com menos de um ano de idade) que na maioria dos casos têm a vacina DPT não administrada ou em atraso. Estes pacientes são procedentes, principalmente, do interior do Estado. Em quase todos os casos o diagnóstico foi feito na fase paroxística da doença. Complicações graves como encefalopatia ocorreram muito raramente, possivelmente pelo uso precoce de antibióticos mesmo antes da suspeita diagnóstica de coqueluche, o que também dificultou a obtenção de culturas positivas para a Bordetella pertussis. Código Trabalho: 668 Título: PERFIL VACINAL DE CRIANÇAS DE UMA PRÉ-ESCOLA PRIVADA DO RIO DE JANEIRO Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ RIBEIRO DOS REIS;LETÍCIA CAPUTTI;NATASHA CANDREVA;RAQUEL OLIVEIRA Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O calendário vacinal da Sociedade Brasileira de Pediatria (CVSBP) é mais completo do que o preconizado pelo Ministério da Saúde. Contudo, ainda é pouco seguido, mesmo entre aqueles de melhor poder aquisitivo. Objetivos: Delinear o perfil vacinal de crianças pertencentes à classe A (segundo IBGE) matriculadas em uma pré-escola privada da Zona Sul do Rio de Janeiro, avaliando a adesão desse grupo ao calendário sugerido pela SBP. Métodos: Estudo seccional, no qual analisou-se cópias das carteiras de vacinação das crianças matriculadas em pré-escola privada no ano de 2004. Utilizou-se o CVSBP vigente na época e a análise das carteiras de vacinação levou em consideração as vacinas que as crianças deveriam ter tomado, de acordo com a idade, na ocasião. Resultados: A préescola atendia, em 2004, a 106 crianças. Desse total, 43 foram excluídas da análise, por apresentar registros incompletos ou não fornecimento de cópias das carteiras de vacinação. As carteiras avaliadas (n= 63) foram de crianças de 5 meses (ms) a 7 anos (a) de idade. Foram 4 (6,3%) carteiras de vacinação de menores de 1a, 8 (12,7%) entre 1 e 2a, 10 (15,9%) entre 2 e 3a, 20 (31,8%) entre 3 e 5a e 21 (33,3%) com mais de 5a de idade. Dentre todos as carteirasavaliadas, 5 (7,9%) estavam de acordo com o CVSBP, sendo uma de criança na faixa etária menor de 1a, uma de criança entre 1 e 2a, duas de crianças entre 2 e 3a e uma entre 3 e 5a. Nas demais carteiras de vacinação não havia registro ou estavam incompletos para as seguintes vacinas: 1 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S111 Infectologia (1,6%) para hepatite B, 7 (11,1%) para DTP, 5 (7,9%) para Haemophilus influenza b (Hib), 5 (7,9%) para pólio, 54 (85,7%) para pneumococo, 3 (4,8%) para tríplice viral, 18 (28,6%) para varicela, 36 (57,1%) para hepatite A, 33 (52,4%) para meningococo. Em 100% das carteiras de vacinação havia registro de BCG. Não houve relato, por parte dos responsáveis, de interrupção do esquema vacinal por indicação médica. Conclusões: Apenas 7,9% das carteiras de vacinação das crianças da nossa casuística, todas da classe A, estavam de acordo com o CVSBP. Mais levantamentos como esse devem serfeitos para avaliar se os nossos resultados refletem a realidade de outras crianças da mesma classe. Código Trabalho: 971 Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA HEPATITE B (HB) EM ADOLESCENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIENCIA HUMANA, VACINADOS HÁ PELO MENOS QUATRO ANOS. Autores: SILVANA DUARTE PESSOA;MARIA ISABEL MORAESPINTO;ROSE PATIN;MARISTELA MIYAMOTO;DAISY MARIA MACHADO;REGINA CÉLIA SUCCI Instituição: UNIFESP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A morbi-mortalidade da co-infecção HIV-VHB apresenta elevado risco. Trinta a 90% dos adultos infectados pelo HIV não vacinados têm, no mínimo, um marcador sorológico para VHB. Embora muito importante para esse grupo de indivíduos, a vacinação contra a hepatite B induz baixos níveis de anticorpos contra VHB, sendo algumas vezes necessário aplicar doses extras da vacina para obter a proteção desejada. A prevalência de adolescentes infectados pelo HIV-1 suscetíveis à HB após vacinação primária prévia contra Hepatite B é desconhecida. Objetivos: avaliar prevalência de anticorpos contra HB em adolescentes infectados pelo HIV-1, quatro anos ou mais após a vacinação primária. Métodos: Foram selecionados adolescentes infectados pelo HIV por transmissão vertical, com idade entre 10 a 20 anos, em uso de HAART, sem antecedentes de hepatites virais (grupo estudo) comparados com o grupo controle. Foi realizada dosagem de anticorpos contra VHB (anti-HBs) nos adolescentes infectados pelo HIV e nos sadios, através do método ELISA padronizado comercialmente. De acordo com os níveis de anticorpos antiHbs, o grupo estudo foi dividido em imune (anti-HBs >10UI/L) e não imune (anti-HBs <10UI/L) para hepatite B. Na análise estatística, foram utilizados análises descritivas e teste Mann Whitney através do programa SPSS. Resultados: Foram selecionados 29 adolescentes infectados pelo HIV que preencheram os critérios acima (a maioria - 79,3%, com categoria clínica B e C) e 15 adolescentes sadios. Em ambos os grupos houve um predomínio do sexo masculino; a média de idade foi 13,5 anos, o número médio de doses vacinais aplicadas foi 3,9 e tempo médio decorrido após vacinação completa foi de 6,4 anos. No grupo controle, os níveis médios de anti-HBs foram maiores (82,40UI/L) do que no grupo estudo (17,8 IU/L) (Mann Whitney, p= <0,005). Entre os adolescentes sadios apenas 2 apresentaram níveis de anti-HBs não protetores (<10IU/L) e foram encaminhados para revacinação; no grupo estudo (HIV+) 16 (55,2%) adolescentes eram não imunes. A média de doses da vacina aplicadas foi 4,3 doses e não houve diferença significativa em relação ao nível de CV, valor de CD4, número de doses da vacina e tempo médio pós-vacinação completa, entre os imunes e não imunes. Conclusões: A maioria dos adolescentes HIV+ (55,2%) vacinados previamente contra HB há mais de quatro anos, não apresentaram níveis de anticorpos protetores, e mesmo entre aqueles adolescentes com títulos protetores, o nível de anticorpos é significantemente menor do que no grupo de adolescentes sadios. Código Trabalho: 404 Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA O VÍRUS DA HEPATITE A EM CRIANÇAS E ADULTOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO Autores: IZIDRO BENDET;FÁBIO BARBOSA;TRUDE DIMETZ;GUSTAVO RODRIGUES;SELMA SABRA;ADERBAL SABRA Instituição: UNIGRANRIO e Sérgio Franco Medicina Diagnóstica Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: S112 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Introdução: A hepatite A é uma doença causada pelo vírus HAV e geralmente é assintomática na infância. No adulto pode desenvolver sintomas como colestase e formas clínicas severas como hepatite fulminante. A transmissão é pela via fecal-oral e sua endemicidade aumenta em áreas com precárias condições sanitárias. Objetivos: Estudar a prevalência dos anticorpos anti-HAV na população pediátrica e na população adulta residente na região metropolitana do Rio de Janeiro, englobando os municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e os da Baixada Fluminense. Métodos: Foram analisadas 19860 amostras de soro, entre junho de 2002 e junho de 2004, encaminhadas ao Setor de Imunoensaios do Laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, de pacientes com idades entre 1 e 90 anos (mediana 37 anos), sendo 63% do sexo feminino e 37% do sexo masculino. Entre 1 e 18 anos foram analisadas 1640 amostras, sendo 48,5% do sexo feminino e 51,5% do sexo masculino. As amostras de soro foram avaliadas para a presença de anticorpos totais para o vírus da hepatite A pela técnica de Ensaio Imunoenzimático de Micropartículas (MEIA) da ABBOTT. A análise estatística foi realizada através do programa EPI-INFO. Resultados: Do total de soros avaliados, 7994 (40,3%) foram negativos e 11866 (59,7%) apresentavam anticorpos para hepatite A, dentre estes 561 (4,7%) pertenciam a crianças e adolescentes. Foi observada diferença significativa (p<0,01) na positividade de anti-HAV entre as três regiões para a população adulta, porém na população infantil não houve diferença estatística significativa (p>0,05). A estratificação por idade mostrou um aumento progressivo na prevalência de anticorpos na população adulta. Contudo, na população infantojuvenil o índice permaneceu baixo em todas as faixas etárias. Conclusões: O percentual de positividade do anticorpo para hepatite A na população infantil tem permanecido baixo nos últimos 18 anos, e não existe diferença quando comparamos as três regiões do Rio de Janeiro. Isto provavelmente esta relacionado com a melhoria das condições sanitárias nos últimos anos e com a urbanização destas áreas. O perfil de maior positividade na população adulta, possivelmente se deve ao fato das precárias condições sanitárias vivenciadas por esta população nas décadas passadas. O menor percentual de positividade do anticorpo na população infantil resulta no aumento de susceptibilidade à infecção na vida adulta, que deve ser traduzido como um aumento do potencial de severidade da doença. Este aspecto favorece o incentivo à vacinação da população infantil e adolescente, principalmente nos locais em que a endemicidade tem diminuído. Código Trabalho: 569 Título: PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES PERINATAIS EM LACTENTES JOVENS COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA, EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE SALVADOR Autores: EDNA LUCIA SANTOS SOUZA;PALOMA CHEAB RIBEIRO;ANA CAROLINA SOUZA SÁ;CLARA MAIA BASTOS;JOÃO GABRIEL RAMOS;LUCIANA RODRIGUES SILVA Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosannah de Oliveira Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A incidência de infecções congênitas varia de 0,5 a 2,5% de todos os nascimentos, com elevada morbimortalidade, constituindo, portanto, um importante problema de saúde pública. Objetivos: Determinar a prevalência de infecções perinatais em lactentes, menores de 4 meses de idade, internados por infecção respiratória. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal, no período de outubro de 2004 a novembro de 2005, na Unidade de Pequenos Lactentes de um hospital pediátrico. A pesquisa de infecções do grupo TORCHS-HIV-HTLV-AgHbs foi realizada a partir da identificação de anticorpos das classes IgG e IgM. Resultados: Foram incluídas 71 crianças no estudo, com média de idade de 55,8 dias (DP +/- 27,9 dias), sendo 71,8% do sexo masculino. Vinte e nove crianças (40,8%) receberam o diagnóstico de bronquiolite, 20 (28,2%) de pneumonia ou broncopneumonia, 18 (25,4%) de pneumonia e bronquiolite e 4 (5,6%) de ITR (infecção do trato respiratório). Quinze (21,1%) crianças nasceram com baixo peso e 19 (26,8%) foram pré-termo. Sessenta (84,5%) mães realizaram o pré-natal, sendo que em apenas 1 (1,4%) essa informação não foi obtida. A média de idade materna foi 24,03 anos (DP +/- 5,5 anos) e 57% tinham, no máximo, o primeiro grau incompleto. Trinta e duas (48,5%) famílias tinham renda inferior a um salário mínimo ou não Infectologia tinham renda fixa. Sessenta e quatro crianças realizaram TORCH-HIV-HTLV-AgHbs, dessas, 63 realizaram IgM para Citomegalovírus (CMV), 62 para HIV e 59 realizaram o VDRL para sífilis. Encontrou-se 6 crianças (9,5%) com IgM positivo para CMV, uma positiva para VDRL e duas para HIV, todas as crianças eram assintomáticas. Nenhuma criança teve IgM positivo para toxoplasmose, rubéola, herpes, AgHBs ou HTLV 1 e 2. Conclusões: Os resultados evidenciaram uma alta prevalência de infecção perinatal assintomática por CMV e uma prevalência menor de infecção por sífilis e HIV. Não ocorreram outras infecções de transmissão vertical. Código Trabalho: 1121 Título: REAÇÕES ADVERSAS DAS VACINAS OFERECIDAS NO CRIE - PE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 19982004. Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL; NADJA G NOBRE SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE Instituição: UPE/FCM/HUOC Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Poucos trabalhos têm sido apresentados sobre os eventos adversos das vacinas em profissionais da saúde no Brasil. Eventos adversos, mesmo sendo incomuns, têm grande repercussão. Objetivos: Este estudo tem o propósito fazer um levantamento e avaliar os eventos adversos das vacinas aplicadas nos profissionais de saúde, durante o período de 19982004. Métodos: Investigou-se a ocorrência de sintomas potencialmente relacionados à vacina em amostra da população por meio da aplicação de um questionário, composto por perguntas objetivas e abertas, estruturado em uma amostra de 70 (setenta) profissionais da saúde. Resultados: Quanto a BCG, 45 (64,29%) dos profissionais da saúde relatam não ter tomado essa vacina, enquanto 25 (35,71%) afirmam ter realizado pelo menos uma dose. Dentre os que tomaram a vacina, observou-se que quanto a cicatrização, 24 (96%) tiveram a ferida vacinal com tempo de cicatrização esperado, antes de três meses, enquanto que 01 (4%) relata ter demorado mais de três meses para cicatrização completa da ferida e 02 (8%) apresentaram infecção secundária no local da aplicação da vacina, não sendo preciso fazer uso de antibioticoterapia. A vacina para hepatite B foi aplicada em 61 (87,14%) dos entrevistados e destes, 21 (34,43%) apresentaram leves eventos adversos decorrentes da vacina, evidenciando a dor no local da injeção como o evento de maior freqüência 95,23% (20). Como outros sintomas foram registrados 3 casos de eritema local , 2 casos de enduração local e 2 de edema local. Dos profissionais questionados, 47 (67,14%) tomaram a vacina dT e destes 28 (59,57%) apresentaram evento adverso leve, sendo reação local o mais freqüente, 28 (100%) casos. Foi observado que 47(67,14%) não tomaram a vacina contra a gripe; enquanto 23 (32,86%) dos profissionais tomaram esta vacina, dos quais 11(47,83%) apresentaram reações leves. Sobre a vacina contra a varicela, 60 (85,71%) entrevistados afirmaram não ter tomado a vacina. Dos 10 (14,29%) que tomaram, 08 (80%) não apresentaram reações e 02 (20%) tiveram reação: 02 (100%) apresentaram dor local e 01 (50%) edema no local. Conclusões: Com a análise dos dados, observou-se que um percentual elevado dos profissionais não tomou algumas vacinas que são fornecidas gratuitamente, ressaltando a necessidade de uma política vacinal mais efetiva e direcionada para esse grupo de risco. Os eventos adversos pesquisados a respeito da vacina de hepatite B, BCG, gripe, varicela e dT são eventos esperados e considerados leves, não trazendo nenhum prejuízo à saúde do profissional. É muito maior a probabilidade de um indivíduo ser prejudicado por doenças imunopreviníveis do que por qualquer das vacinas correspondentes. O profissional de saúde tem a responsabilidade de esclarecer dúvidas e se manter atualizado para ter argumentos efetivos que façam os pacientes compreenderem as vantagens da vacinação. Código Trabalho: 770 Título: RELATO DE CASO DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Autores: KARLA GONTIJO;OCTAVIO SOUZA SILVA NETTO;LUCIA DE FATIMA PAIS AMORIM;HELENA MARIA CAMPOS;NELIANA TEMPONI GODINHO;ANA LUCIA NOGUEIRA DINIZ Instituição: Hospital Mucipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: A toxoplasmose congênita tem apresentado redução da sua incidência nos últimos anos, provavelmente devido à triagem realizada no pré-natal possibilitando diagnóstico precoce e tratamento da mãe. A transmissão vertical do Toxoplasma gondii ocorre em uma taxa média de 30 a 40%, mas varia com o momento da gestação em que a infecção materna aguda ocorre. Objetivos: O relato de caso objetiva sensibilizar em relação à importância do reconhecimento da toxoplasmose intra-útero e seu manejo correto, visando prevenir as conseqüências da infecção para a criança. Métodos: O caso trata-se de um recém-nascido termo cuja mãe apresentou no primeiro rastreamento realizado no pré-natal em novembro/05 (3º trimestre de gestação) sorologia positiva para toxoplasmose aguda. Ao nascimento notado abdome globoso e hepatoesplenomegalia importante. Resultados: Realizada sorologia do recém-nascido que evidenciou toxoplasmose congênita. Evoluiu com icterícia colestática e alteração da função hepática. Os exames complementares realizados foram: ultra-som abdominal (hepatoesplenomegalia inespecífica); tomografia de encéfalo (calcificações cerebrais e atrofia cortical difusa, dilatação de sulcos e cisternas); líquor (pleiocitose e elevação da proteinoraquia); fundoscopia (descolamento de retina de olho direito e coriorretinite do olho esquerdo); ecografia ocular (descolamento bilateral de retina). Iniciado esquema para neurotoxoplasmose (sulfadiazina, pirimetamina, acido folínico e corticoterapia). Este paciente encontra-se atualmente em acompanhamento ambulatorial com neurologia, infectologia, oftalmologia e pediatria, permanecendo ainda em uso de medicação para toxoplasmose. Conclusões: A toxoplasmose congênita pode acarretar graves seqüelas à criança. O diagnóstico e tratamento pré-natal são recomendados para evitá-las. Código Trabalho: 184 Título: RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE ATEROSCLEROSE EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (SIDA) - ESTUDO PERI Autores: ISABELA DE C. B. GIULIANO;MAURICIO L. SILVA;SÔNIA M. DE FARIAS;MARIA DE SOUZA;CAROLINA L. Z. VIERIA;BRUNO CARAMELLI Instituição: Universidade de São Paulo Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução: a doença aterosclerótica (DA) inicia-se na infância e a SIDA parece acelerar a progressão da mesma. O conhecimento do perfil de risco de crianças com SIDA poderá permitir a elaboração de estratégias de prevenção específicas para esta população. Métodos: amostra aleatória (sistemática 1:3) de crianças com SIDA doambulatório de infectologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Fpolis, SCnno ano de 2005. Foram aplicados questionário e exame físico e realizado coleta de sangue. Os dados de 30 crianças com SIDA foram comparados com os decrianças da população infantil de Florianópolis. Dados contínuos foramclassificados em quartis. As prevalências dos fatores de risco foramcomparadas calculando-se o risco relativo e seus intervalos de confiança. Resultados: as crianças com SIDA ingeriam menos frequentemente quantidades elevadas de gorduras saturadas [23% X 41%, RR: 0,77(0,63-0,94)] e quantidades insuficientes de fibras [30% X 55%, RR: 0,64 (0,5-0,81)], eram mais frequentemente sedentárias [73% X 38%, RR: 2,31(1,27-4,19)] e uma maior proporção gastava mais de 2 horas/dia com inatividade recreacional [80% X 42%, RR: 2,87 (1,4-5,88)]. As crianças com SIDA encontravam-se mais frequentemente no quartil inferior de distribuição do HDL-colesterol [80% X 25%, RR: 3,74 (1,83-7,66)] e no superior de proteína C reativa [50% X 25%, RR: 1,5(1,05-2,15)] e tinham excesso de peso menos frequentemente [7% X 24%, RR: 0,81 (0,74-0,99)]. Conclusões: as crianças com SIDA apresentaram um perfil associado a um risco elevado de desenvolvimento de aterosclerose, o que pode Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S113 Infectologia estar relacionado à doença de base e ao sedentarismo. Um programa supervisionado de condicionamento físico poderia modificar este perfil e controlar a aceleração da progressão da aterosclerose nesta população. Código Trabalho: 7 Título: SÍFILIS CONGÊNITA DIAGNOSTICADA NA ADOLESCÊNCIA Autores: CELIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;KARINY FERREIRA;EDUARDO ANTÔNIO RAMOS Instituição: Hospital da Criança Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução:A transmissão vertical da Sífilis permanece um grande problema de saúde pública no Brasil, o Ministério da Saúde estima que em 2004 nasceram 15 mil crianças com sífilis congênita, orientando para fins de controle epidemiológicos, que a forma congênita deve ser pesquisada em todas as crianças nascidas de mãe com sífilis (evidência clínica e/ou laboratorial) e em todo indivíduo com menos de 13 anos com suspeita clínica e/ou epidemiológica de sífilis congênita. Objetivos e Métodos: Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico em adolescente, que apresentava lesões osteolíticas disseminadas e hepatite, cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis, de evolução favorável após uso da penicilina com redução das lesões e redução sorológica. Relato do caso:Adolescente , feminina, 13 anos, nascida de PSNV,sem pré-natal , pesando 1300g. Com 08 anos de idade iniciou com artralgia e edema em joelho esquerdo, tratada como TB óssea, após biópsia que revelou infiltração linfohistiocitária com formação de granulomas Após 5 anos passou a cursar com febre diária, dores pelo corpo e tontura. Ao exame: emagrecida, baixa estatura, ap.cardiovascular normal Abdômen globoso, fígado palpável a 10 cm do RCD, baço a 4 cm do RCE, exame ginecológico normal. Dos exames realizados os VDRLs foram reagentes com titulagem elevadas:1/2048,FTA-Abs positiva (na mãe e na paciente), pesquisa para outras DSTs, inclusive HIV não reagentes. A Biopsia hepática revelou arquitetura lobular alterada à custa de extensas áreas de necrose caseosa permeados por células epitelióides, histiócitos, linfócitos e plasmócitos. Há também pequenos granulomas com população de células inflamatórias descritas anteriormente. A pesquisa de BAAR revelou-se negativa. Conclui-se como hepatite crônica granulomatosa. O Rx de ossos longos lesões osteolíticas, periostite e osteomielite disseminadas. Evolução: Iniciou uso de penicilina cristalina, com redução gradativa do VDRL e melhora das lesões ósseas e da hepatimetria. Após 8 meses do tratamento, houve ganho ponderal e estatural, não apresentava visceromegalias e as radiografias dos ossos longos normalizadas. Discussão e Conclusões:Trata-se de um caso peculiar de sífilis congênita tardia agudizada ,com lesões ósseas iniciada provavelmente aos 8 anos de idade e hepatite .Os estudos realizados afastam comorbidades . A despeito da capacidade de latência do T.pálidum,não encontramos na literatura uma relação de efeitos a longo prazo, com quadro semelhante ao apresentado pela paciente. Código Trabalho: 527 Título: SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE EM CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV ACOMPANHADAS EM UM SERVIÇO UNIVERSITÁRIO. Autores: DAISY MARIA MACHADO;SUÊNIA VASCONCELOS BELTRÃO;RENATA BARACHO MARTINELLI;DENISE QUEIROZ PRADO;MONICA MAURA ORTEGA VIEIRA;REGINA CELIA MENEZES SUCCI Instituição: Universidade Federal de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A ocorrência de infecções oportunistas após o início de terapia anti-retroviral potente pode ser manifestação do restabelecimento da imunidade em indivíduos infectados pelo HIV, conhecida como Síndrome da Reconstituição Imune (SRI). Objetivos: Avaliar a freqüência da SRI em uma coorte de crianças infectadas pelo HIV. Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 182 crianças acompanhadas no Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da UNIFESP, de 1989 a 2005, quanto `a presença de infecções oportunistas. Valores de carga viral do HIV (CV) e contagem S114 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. de células T CD4+ foram tomados em 3 momentos: 1 a 3 meses antes da infecção oportunista (IOp), durante o episódio de IOp e após o mesmo. Foi considerado quadro compatível com SRI a ocorrência de IOp em vigência de boa resposta `a terapia antiretroviral (TARV), com CV indetectavel ou queda de 1 log na CV num período de ate 6 meses apos início ou troca da TARV. Resultados: Das 182 crianças avaliadas, 54 (22 do sexo feminino e 32 do sexo masculino) apresentaram as seguintes IOp durante o acompanhamento: H Zoster - 21/54 (38,9 %); Tuberculose - 21/54 (38,9 %); Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (PjP)- 7/54 (13 %); Citomegalovirus (CMV) - 4/54 (7,4%); Criptococose- 3/54 (5,5 %); Herpes esofágico - 1 (1,8 %). Destes, 9 episodios (16,6%) ocorreram até 6 meses após início ou troca de TARV, com queda de CV >/= a 1 log, sendo caracterizados como SRI: H.Zoster -6/54 (11,1%); Tuberculose- 2/54 (3,7%); Herpes esofágico -1/54(1,85%). As nove crianças (7 do sexo masculino) que tiveram SRI haviam apresentado elevados valores de CVs (mediana=284000 copias/ml) e baixas contagens de células CD4+ (mediana do nadir de CD4=50 cel/mm3) antes da TARV. Após os episódios de IOp, 6 crianças mantinham CV indetectável e duas apresentavam CVs relativamente baixas, entre 5000 e 10000 copias/ml. Todas responderam bem ao tratamento das IOp, com plena recuperação. Conclusões: A freqüência da SRI na coorte estudada foi de 16,6%, sendo Herpes zoster a mais comum manifestação da síndrome. O reconhecimento da SRI torna-se importante para que a ocorrência de IOp em indivíduos em uso de drogas anti-retrovirais não seja confundida com falha ao tratamento e deterioração imunológica Código Trabalho: 558 Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADA A CALAZAR: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Autores: ANA ROSANA ALENCAR GUEDES;DANIELLY LIMA BRAGA;VIENA SALES XIMENES ÁVILA;DAIANA CILÉA HONORATO NASCIMENTO;MARIA HELENA LOPES CAVALCANTE;MÉRCIA LIMA DE CARVALHO LEMOS Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Síndrome hemofagocítica (SHF) caracteriza-se por febre prolongada, hepatoesplenomegalia, citopenias acentuadas e hemofagocitose na medula óssea, fígado ou linfonodos, podendo estar associada a uma variedade de infecções virais, bacterianas, assim como colagenoses e neoplasias. Objetivos: Descrever duas diferentes formas de evolução da SHF associadas a Calazar através do relato de dois casos clínicos. Métodos: Estudo descritivo observacional. Resultados: Caso 1: F.K.F., 13 meses, masculino, procedente de Pedra Branca- CE, admitido em 29/06/2006. Há 2 meses, iniciou quadro de febre diária, anorexia e adinamia, sendo conduzido como pneumonia e infecção urinária. Evoluiu com persistência da febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia. Iniciado, em sua cidade, prova terapêutica para Calazar com Glucantime. Foi encaminhado ao nosso serviço devido piora clínica. À admissão, apresentava-se em anasarca, hipocorado 4+/4+, ictérico 2+/4+, irritado, fígado a 5cm do RCD e baço a 10cm de RCE. Exames: Hb=3,6; Leuc=2600 (Seg=32%;Bt=1%;Linf=67%); Plaq=75000; TGO=2692; TGP=670; Bil.dir.=3,45; Bil.ind.=1,84; Albumina=2,1; Globulina=4,0; LDH=4489; Triglicerídeos=345; TAP=32,5%; Fibrinogênio=1,27; VHS=118; PCR=69,9. Mielograma=atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Iniciado Anfotericina B (1mg/Kg/dia) devido K39 reagente. Evoluiu com melhora clínica e laboratorial evidente. Caso 2: A.A.S., 8 meses, feminina, procedente de fortaleza-CE, admitida em 23/06/2006. Encaminhada de outro serviço devido febre há 20 dias, tosse produtiva, hepatoesplenomegalia e palidez cutâneomucosa acentuada, onde recebeu tratamento para pneumonia com Penicilina Cristalina por 7 dias sem melhora. Exames: Hb=6,9; Leuc=2540 (Seg=11%; Bt=6%; Eo=0%; Linf=80%; Mo=3%); Plaq=90400; TGO=1711; TGP=316; Bil.dir.=0,47; Bil.ind.=0,46; Albumina=2,5; Globulina=3,11; LDH=2908; Triglicerídeos=493; VHS=72; PCR=119,9; TAP=incoagulável; TTPA=incoagulável; Fibrinogênio=incoagulável. Mielograma= atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Devido a gravidade do quadro clínico numa criança de menos de 1 ano de idade, foi iniciada pulsoterapia com corticóide considerando a possibilidade de SHF primária. Confirmado o diagnóstico de Infectologia Calazar através da IF positiva e K39 reagente, foi iniciado Anfotericina B e antibióticoterapia com Oxacilina e Amicacina devido neutropenia febril. No entanto, apresentou apenas melhora discreta dos parâmetros laboratoriais e clínicos, persistindo com febre e hepatoesplenomegalia volumosa. Conclusões: A SHF, como uma apresentação da Leishmaniose Visceral, é um evento raro e pode causar atraso diagnóstico considerável devido a similaridade entre os sinais clínicos, gravidade do quadro e sérias complicações que ocorrem no curso clínico da doença. A elevada prevalência do Calazar em nosso meio, bem como o aumento no número de formas graves, requer aguçado nível de suspeição para identificação diagnóstica precoce e tratamento adequado em tempo oportuno. Código Trabalho: 1142 Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADO AO CALAZAR - RELATO DE CASO Autores: PAULA FLÁVIA ALVES CAVALCANTI;ALBERTO BARROS LIMA;YURI FRANCILANE SANTOS;CAROLINE ELISE MORAES;JAILSON BARROS CORREIA;MARIA ANGELA ROCHA Instituição: Hospital Universitário Osvaldo Cruz Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A associação de Leshmaniose visceral (LV) com a síndrome hemofagcítica (SH) é um evento raro caracterizado pela ativação e proliferação de linfócitos T e macrófagos levando à produção exagerada de citocinas e acúmulo de células macrofágicas e hemofagocitose em diferentes órgãos e tecidos como fígado, baço e medula óssea. Relato de caso Objetivos: Descrever um caso clínico de associação entre LV e SH. Relato de caso: FES, 6 anos, sexo masculino, negro, procedente de Betânia - PE, foi internado no departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias de um hospital de referência do Recife por apresentar febre, dores em membros inferiores e anorexia há 2 semanas. É proveniente de área endêmica para Calazar e relata haver casos da doença na cidade onde reside. No momento do internamento apresentava-se em regular estado geral, consciente e orientado, desnutrido, hipocorado ++/4+ e anictérico. Ausculta pulmonar e cardíaca normal. Baço a 8 cm do rebordo costal esquerdo e fígado a 8 cm do rebordo costal direito. Articulações e pele sem alterações. O hemograma do internamento apresentava 4290 leucócitos, 6,4 hemoglobina e 64.000 plaquetas. O raio X de tórax e ossos longos era normal. O mielograma mostrou medula hipocelular com células de aspecto histiocitário com citoplasma abundante e espumoso soltas no esfregaço ou formando agrupamentos com células hematopoiéticas. Os elementos muitas vezes hematofagocitando, levantando a hipótese de Histiocitose maligna sem evidências de leishmanias. A Reação em Cadeia da Polimerase do material do mielograma foi negativa para identificação de leishmanias.A biópsia hepática evidenciou fibrose hepática inespecífica sem alterações sugestivas de Histiocitose maligna. Apesar da ausência de leishmanias em exames complementares, como quadro clínico sugestivo, epidemiologia importante para calazar e manutenção da febre com piora dos parâmetros hematológicos, foi iniciado tratamento com Glucantime na dose de 20 mg/Kg/dia por 20 dias. A criança evoluiu com melhor aceitação alimentar, ganho ponderal, regressão da hepatoesplenomegalia (fígado a 4 cm do RCD e baço a 3 cm do RCE) e melhora dos padrões hematimétricos(leucócitos 5730, hemoglobina 9,7, plaquetas 495000). O mielograma após finalização do tratamento não apresentou anormalidades. Conclusões: A associação entre as duas doenças é um evento raro que geralmente leva à dificuldade diagnóstica. É difícil estabelecer sua freqüência porque é subdiagnosticada já que os casos leves apresentam cura espontânea com o tratamento etiológico da enfermidade associada. Código Trabalho: 982 Título: SITUAÇÃO DA VARICELA NO MUNICÍPIO DO RECIFE, EM 2005. Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO Instituição: Secretaria de Saúde do Recife. Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A varicela é um agravo que embora considerado benigno na infância, atualmente tem-se observado um aumento das complicações severas com um alto potencial de morbimortalidade em crianças e adultos previamente saudáveis. Estudo realizado por dos Anjos e Ferreira, 2004 encontrou 62,19% de celulite, dentre as complicações observadas. O conhecimento do seu comportamento é importante para dimensionar o quanto sua ocorrência compromete a população infantil do município do Recife. Objetivos: Conhecer o comportamento da varicela, no município do Recife, no ano de 2005. Métodos: Estudo descritivo, de base populacional constituído por 1160 casos de varicela notificados ao município no ano de 2005, segundo faixa etária, sexo, mês de início dos sintomas, unidades notificadoras e distribuição espacial. Foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: A faixa etária mais atingida foi a de 1-4 anos com 35,58%, seguida da de 5-9 anos com 24,31%. O Coeficiente de Detecção para o ano de 2005 foi de 521,99 na faixa de menores de um ano. Quanto à distribuição por sexo 53,45% foi para masculino. Os meses de outubro, novembro e janeiro contribuíram com 18,35%, 16,80% e 16,19% respectivamente. No que diz respeito às unidades notificadoras o Cravo Gama contribuiu com 6,72% seguido do Hospital Universitário Oswaldo Cruz com 14,74%. Quanto à distribuição por Distrito Sanitário, o DSV e o DS IV contribuíram com maiores percentuais, correspondendo a 33,37 e 21,61%, respectivamente. Conclusões: As crianças foram as mais atingidas pela varicela no município do Recife em 2005, o que vem a corroborar com a literatura que aponta esse grupo como os mais susceptíveis. Por não fazer parte das doenças de notificação compulsória, ficou inviabilizado conhecer os casos mais graves da varicela, que precisaram ser internados e desses os que apresentaram algum grau de complicação. Acredita-se que só a partir do conhecimento do comportamento da doença se poderá propor medidas, como a adoção da vacina no calendário básico. Código Trabalho: 278 Título: SOROEPIDEMIOLOGIA DO PARVOVIRUS HUMANO B-19 MENORES DE DOIS ANOS, SÃO PAULO Autores: EGMA HUATUCO;SAULO DUARTE PASSOS;ROSA ESTELA GAZETA;ANA PAULA ZANIN SANTOS FELGUEIRAS;EDUARDO MASSAD;EDISON LUIZ DURIGON Instituição: ICB-USP / FMJ - Pediatria / FM-USP Cidade/UF: VINHEDO/SP Resumo: Introdução: O Parvovírus Humano B19 (B19) está associado ao eritema infeccioso, aplasia eritrocitária, infecção fetal, anemia hemolítica, vasculites sistêmicas e artrites1,2,3,4,5. Pertence ao grupo de doenças exantemáticas, cuja variabilidade dos sinais e sintomas, confundem com outras doenças (sarampo e rubéola)6. A Díade exantema e febre requer atenção imediata seja na emergência infantil, gestante exposta ou escolares. O diagnóstico clínico é complexo pois a história e exame clínico são inespecíficos, necessitando recursos laboratoriais pouco disponíveis. Objetivos: descrever o perfil sorológico, a curva de decaimento de Ac, a idade ótima de vacinação e a taxa de primo infecção do B19, em 222 amostras de soros de crianças menores de 2 anos, coletados em janeiro 1991, em Caieiras, SP. Casuística A amostragem inicial foi delineada de maneira probabilística, por conglomerados, resultando soroteca com 435 soros, utilizando neste estudo, 222 amostras, estratificadas por faixa etária. Métodos: Realizou-se teste ELISA para B19 (IgGBiotrin/Ireland) e a detecção do DNA viral por Nested PCR7. Critérios de exclusão:RNPT, imunodeficiência congênita ou adquirida, doenças oncológicas, tratamento imunossupressor ou Nested PCR(+) para B19. A idade ótima de vacinação foi estimada por modelos matemáticos e análise decaimento pela regressão logística, com ajuste de curva pela máxima verssimilhança. A taxa da primeira infecção foi calculada pelo modelo proposto por Farrington8. Resultados: Os dados demonstraram elevadas [IgG] anti B19 em 87,5% (IC= 0,651,0) no RN e 17,2% S(+) até dois anos. A prevalência de IG materno decaiu rapidamente até 3m, desaparecendo aos 7m. Até dois anos, oito casos foram PCR(+) B19, demonstrando baixo nível de infecção nessa faixa. A força de infecção foi elevada antes dos três anos mantendo-se baixa após. A idade ótima de vacinação calculada foi 12m para cobertura de 80%, sendo estimada a primeira infecção aos 21±7anos. Discussão e Conclusões: as elevadas concentrações de IgG demonstram passagem ativa transplacentária com rápido decaimento, seme- Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S115 Infectologia lhantes às curvas de outros países9,10. Os oitos casos de infecção PCR(+) podem ser explicados possivelmente pela baixas circulação viral e força de infecção. É preocupante a idade da primoinfecção em idade fértil pelo maior risco de Infecção congênita. A idade ótima de vacinação facilitaria maior adesão ao calendário vacinal. Conhecer o comportamento sorológico em nosso meio através das curvas sorológicas populacionais poderá fornecer subsídios para futuros programas de vacinação. Código Trabalho: 1099 Título: SUSCEPTIBILIDADE A DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE TRABALHAM EM ÁREA DE RISCO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL;NADJA G NOBRE SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE Instituição: UPE/FCM/HUOC Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Os profissionais e universitários da área de saúde, que iniciam sua prática clínica nos setores e em especial nos de alto risco, possuem um perfil de maior exposição a agentes infecciosos e grande parte deste grupo não apresenta seu calendário vacinal atualizado. b. Objetivos: Este estudo tem o propósito de descrever o perfil vacinal e o possível risco de aquisição e transmissão de doenças imunopreviníveis neste grupo de profissionais que trabalham em áreas de risco. Métodos: Foi realizada a coleta de dados por meio de um questionário auto-aplicável, entre 150 profissionais da saúde, com atendimento na área de risco, por, no mínimo seis meses. Resultados: Dos 150 entrevistados, observou-se que 117 (78,0%) tinham o esquema básico de vacinação completo, 19 (12,7%) incompletos e os 14 (9,3%) restantes não sabiam informar. A respeito do reforço vacinal dT, 122 (81,3%) afirmaram sua utilização. Em relação às vacinas de hepatite A e B, os resultados encontrados foram: 32 (21,3%) vacinados contra hepatite A e 99 (66,0%) contra hepatite B. Foi verificado, nos questionários analisados, que 17 (11,3%) profissionais tiveram hepatite, sendo 11 (64,7%) do tipo A, 01 (5,9%) do tipo B e 05 não souberam informar o tipo. Em relação à prevalência das doenças infecto-contagiosas adquiridas após admissão no serviço, verificamos que 25 (16,67%) profissionais apresentaram gripe, 14 (9,33%) rubéola, 11 (7,33%) varicela, 08 (5,33%) pneumonia, 06 (4,0%) tuberculose e 01 (0,67%) sarampo. Conclusões: Com a análise dos dados, concluiu-se que após a admissão nos serviços de risco estes profissionais adquiriram doenças imunopreviníveis, com a possibilidade de evoluírem para formas graves, bem como de transmiti-las para pacientes de alto risco. O Ministério da Saúde não disponibiliza as vacinas para prevenção de doenças como gripe, hepatite A e varicela, as quais são de grande importância para estes profissionais. Assim, um esquema vacinal especialmente direcionado para este grupo deveria constar das seguintes vacinas: dT, tuberculose, tríplice viral, varicela, influenza, hepatite A e B. Código Trabalho: 415 Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV EM PERNAMBUCO Autores: GERLANE SILVA;EDVALDO SOUZA;REJANE FREITAS Instituição: IMIP Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Mais de 95% das crianças infectadas pelo HIV o adquirem por via vertical (mãe-filho). A transmissão vertical do HIV (TVHIV) é passível de prevenção eficaz e algumas estratégias têm sido implementadas no Brasil para detecção precoce e intervenção tendo como finalidade a diminuição da TVHIV. Podemos citar como exemplos o oferecimento rotineiro da testagem para o HIV no pré-natal e o Projeto Nascer desenvolvido pelo Programa Nacional de DST/Aids. O aumento no conhecimento do estado sorológico e uso de profilaxia efetiva têm reduzido a taxa de transmissão do HIV para níveis em torno de 1% (0 a 2%). A cobertura de testagem para o HIV não se apresenta de maneira uniforme no Brasil, a região NE apresenta estimativa de cobertura de testagem em gestantes de 31,3% (2004) e taxa de TVHIV de 11%(2002). Objetivos: S116 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. O objetivo deste estudo foi descrever os desfechos (infectadas e soro-reversão) do acompanhamento de crianças expostas ao HIV verticalmente de acordo com ano admissão no SAE Materno Infantil e Hospital-Dia do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de dados da ficha de investigação de crianças expostas ao HIV acompanhadas no IMIP durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2005. Os desfechos principais estudados foram estado de infecção e estado de não infecção. Foram consideradas crianças expostas verticalmente, qualquer criança cuja exposição ao HIV tenha sido durante gestação/parto e/ou amamentação por mulher HIV positiva independente da realização ou não de algum tipo de profilaxia para redução da TVHIV. Resultados: De 2000 a 2005, foram acompanhadas 546 crianças expostas ao HIV e 102 se infectaram, taxa de infecção de 18,7%. As taxas de infecção pelo HIV no grupo de crianças expostas analisado de acordo com o ano de admissão foi respectivamente de: 26,7% (12/45) em 2000, 29,2% (19/65) em 2001, 14,1% (17/120) em 2002, 25,5% (28/110) em 2003, 15,6% (17/109 em 2004 e 9,3% (9/97) em 2005. Análise usando o χ 2 (17,91 e p= 0,003) para tendência linear indica tendência de diminuição a partir de 2003 com proteção máxima em 2005 (OR 0,28). Conclusões: Os resultados deste estudo demonstram que a TVHIV está diminuindo a partir do ano de 2003. Estes dados coincidem com a maior implantação e implementação de rotinas para prevenção d a TVHIV no Estado e na Região. Contudo, os níveis de redução mais efetivos ainda precisam ser almejados e atingidos e devem ser indiretamente proporcional ao grau de conhecimento do estado sorológico da genitora durante a assistência pré-natal Código Trabalho: 408 Título: TESTE RÁPIDO PARA HIV EM GESTANTES: DESEMPENHO E VALOR PREDICTIVO POSITIVO Autores: EDVALDO SOUZA;SONIA FIGUEIREDO;GERLANE SILVA;MARIA ROSÁRIO MOURA;JOSEMAR MELLO NOBRE Instituição: IMIP Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: O uso de teste rápido para HIV (TRHIV) na admissão para o parto já se tornou exame de rotina em diversas maternidades do país. Os TRHIV geralmente apresentam sensibilidade e especificidades elevadas, já estão com seu uso padronizado e equipes bem treinadas para sua realização. O resultado TRHIV reagente já permite o oferecimento de profilaxia da transmissão vertical do HIV. Contudo, o diagnóstico definitivo de infecção pelo HIV requer confirmação com exames adicionais (Fluxograma para Detecção de Anticorpos Anti-HIV em Indivíduos com Idade Acima de 2 anos - PNDST/Aids- M.S). Objetivos: O objetivo do estudo foi de descrever a freqüência de resultados falso-positivos de TRHIV e calcular o valor predictivo positivo de TRHIV em gestantes admitidas na Maternidade do Centro de Atenção à Mulher (CAM) do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de planilhas de controle de resultados laboratoriais de TRHIV e fluxograma de exames confirmatórios durante o período de janeiro a dezembro de 2005. Resultados: Durante o ano de 2005, foram admitidas 6.678 mulheres na Maternidade do CAM-IMIP, 3.672 (55%) mulheres foram testadas com TRHIV (mulheres que não tiveram estado sorológico para HIV identificado no pré-natal). O TRHIV se revelou reagente em 27 gestantes (prevalência de 0,74). Dos 27 TRHIV reagentes, 18 (66,7%) realizaram exame confirmatório segundo fluxograma do PN-DST/Aids, 07 (26%) não realizaram coleta exame confirmatório e 02 (7,4) não tiveram resultados do exame confirmatório. Dentre os 18 TRHIV com resultado de exames confirmatórios, 08 se revelaram positivos e 10 negativos, o que nos dá uma sensibilidade de 100%, especificidade de 99,7% e um VPP de 44,4%.Conclusões: O conhecimento do estado sorológico para infecção pelo HIV antes da admissão da maternidade ainda foi baixo (45%) no decorrer de 2005. A prevalência de infecção pelo HIV encontrada considerando somente os 08 testes reagentes confirmados como positivo foi de 0,22. Os TRHIV usados apresentaram sensibilidade e especificidade iguais às referidas pelos fabricantes. Ao consideramos somente os 08 testes confirmados como realmente positivos e uma prevalência de 0.2, o VPP esperado seria de 40%, compatível com os 44% encontrados (p = 0,57). Finalizando, gostaríamos de reforçar a Infectologia necessidade de maior agilização na confirmação do estado sorológico de gestantes e parturientes através de testes confirmatórios com resolução e resultados mais rápidos ou através de algoritmo usando teste rápido confirmatório excludente Código Trabalho: 717 Título: TROMBOSE DE VEIA JUGULAR INTERNA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE TUBERCULOSE GANGLIONAR EM CRIANÇA. Autores: SAULO DUARTE PASSOS;CÉLIA MARTINS CAMPANARO;BRUNA MEZAN ALGRANTI;ANA CRTISTINA L. ASPRINO;AUDREY ELISE MALVESTITI;NINA COLAMEO DE A PENTEADO Instituição: ICB-USP / Faculdade de Medicina de Jundiaí Cidade/UF: CAMPINAS/SP Resumo: Introdução: A tuberculose(TB) é um grave problema de Saúde Pública. Na criança há dificuldades em seu diagnóstico etiológico, sendo que muitas vezes é detectada por formas extrapulmonares. Em raros casos, pode apresentar complicações como fenômenos tromboembólicos. Objetivos: Relatar um caso de TB ganglionar que apresentou trombose de veia jugular interna como primeira manifestação. Métodos: Relato de caso. Resultados: MCL, feminina, 10 anos, apresentou queda da própria altura, com trauma leve em região cervical, evoluindo com tumoração dolorosa. No PSI foi constatada massa cervical de 4,0 x 3,0cm, dolorosa, fria, fibroelástica e móvel, e também, realizados exames: VHS:97; DHL:379; anemia discreta e leucocitose sem desvio à esquerda; coagulograma normal. Ultrassom: trombose de veia jugular interna esquerda, com linfadenomegalia à esquerda, com sinais de recanalização. Recebeu tratamento com antibióticos. Nos ambulatórios de Infectologia e Hematologia foram realizados sorologias para TORCH (negativas), provas de função hepáticas (normais), pesquisa de deficiência de proteína C e S (negativas), BK no escarro (negativo), Rx tórax (normal) e PPD de 17mm. A biópsia ganglionar mostrou focos supurativos e acúmulos de células xantomatosas. Apesar da epidemiologia para TB familiar e para zoonoses serem negativas, a mãe relata que a paciente teve contato com pacientes adultos tuberculosos, na sala de espera da UBS, por 2 horas antes das consultas, por cerca de 4 meses. Das formas de TB extrapulmonares, as pleurais são mais frequentes, seguidas das formas ganglionares. A TB predispõe à síndrome de hipercoagulabilidade que poderia explicar a trombose. O único dado epidemiológico encontrado foi o contato na sala de espera. Na literatura há relato de um paciente com TB pulmonar não diagnosticada, internado na UTI, que infectou profissionais de saúde durante uma exposição de 150 minutos. Foi feito diagnóstico diferencial com Síndrome de Lemierre, que se caracteriza por infecção de orofaringe aguda, tromboflebite supurada de veia jugular interna e infecções disseminadas. O estado de hipercoagulabilidade em TB é discutido na literatura, porém, complicações vasculares associadas à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis têm sido raramente relatadas em crianças. Conclusões: O diagnóstico da TB na infância constitui um desafio. O que se dispõe é a valorização dos dados indiretos, como o quadro clínico-radiológico, o teste tuberculínico e a história de contágio com adulto tuberculoso. Embora a associação de TB com fenômenos tromboembólicos seja rara, foi a trombose a primeira manifestação, possibilitando o diagnóstico neste caso. Código Trabalho: 525 Título: TUBERCULOSE EM UMA COORTE DE CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV Autores: SUENIA VASCONCELOS BELTRAO;DAISY MARIA MACHADO;AIDA BARBOSA GOUVEA;KELLY SIMONE CUNEGUNDES;ALEX BARROS;REGINA CELIA DE MENEZE SUCCI Instituição: Universidade Federal de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A tuberculose (Tbc) permanece um problema de enormes proporções em todo mundo, agravado nos últimos anos pela interação Tbc/HIV. A infecção pelo HIV aumenta o risco de tuberculose ativa em crianças infetadas pelo M. tuberculosis, e favorece o acometimento extrapulmonar. Objetivos: 1) Avaliar a freqüência de tuberculose em crianças infectadas pelo HIV 2) Descrever as características clínicas, imunológicas e radiológicas desse grupo. Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 181 crianças infectadas pelo HIV acompanhadas no Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da UNIFESP, no período de 1994 a 2005. Aspectos clínicos, laboratoriais e radiológicos foram descritos durante os episódios de tuberculose. Resultados: A mediana das idades na época dos episódios de tuberculose e idades atuais foram de 5,2 e 13,3 anos, respectivamente. Durante o período estudado, houve 20 casos de tuberculose (20/181=11%): 14 Tbc pulmonares(14/20 =70%), 2 Tbc ganglionares (2/20=10%), 2 meningo Tbc(2/20=10%), 2 Tbc pulmonares + ganglionares(2/20=10%). Dezenove crianças usavam apenas uma droga anti-retroviral (monoterapia) na época da tuberculose e uma usava esquema duplo; a mediana dos valores de CD4 foi de 319 cel/mm3: 11/20 (55%) apresentaram comprometimento imunológico grave, 3/20 (15%) comprometimento moderado, 1/20 (5%) sem comprometimento imunológico e 5/20 (25%) não tinham valores de CD4 disponíveis na época da tuberculose.Os sinais/sintomas mais descritos foram hepato/esplenomegalia (15/20;75%), poliadenomegalia (12/20;60%), tosse (10/20;50%), febre ( 8/20;40%). Catorze crianças fizeram testes tuberculínicos (PPD) por ocasião do diagnóstico:10(71,4%)= não reatores (0mm) e 4 (28,6%)= reatores fortes (>9mm).Os achados radiológicos mais descritos foram: padrão intersticial difuso= 4/15(26,6%), infiltrado basal= 4/15(26,6%), adenomegalia hilar= 5/15 (33,3%), imagens de condensação = 3/15(20%), padrão miliar= 2/15(13,3%).Todas as crianças apresentaram boa resposta ao tratamento para tuberculose, com mediana dos valores de CD4 pós-tratamento= 495 cel/mm3. Conclusões: A freqüência de tuberculose na coorte estudada foi de 11%, ocorrendo principalmente na época em ainda eram usados esquemas anti-retrovirais menos potentes (monoterapia ou terapia dupla). A maioria dos episódios ocorreu em crianças com comprometimento imunológico grave ou moderado e a localização pulmonar foi a predominante. Os achados clínicos mais freqüentes se confundem com os da própria infecção pelo HIV, confirmando a necessidade de vigilância constante para tuberculose nesse grupo de crianças. Código Trabalho: 39 Título: TUBERCULOSE GANGLIONAR PERIFÉRICA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO Autores: ALINE DA GRAÇA FEVEREIRO;LETÍCIA MENDES;DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO;BRUNA GOMES CONDÉ;MARIA CRISTINA KORBAGE ARAÚJO Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus Cidade/UF: SÃO BERNARDO CAMPO/SP Resumo: Introdução: A tuberculose ganglionar periférica, incomum na infância, é caracterizada por adenomegalia preferencialmente cervical, de evolução lenta, quase sempre maior que 2,5 cm, diagnosticada pela pesquisa direta do bacilo álcool ácido resistente no gânglio. Objetivos: Relatar um caso de tuberculose ganglionar em paciente previamente imunizado. Relato do caso: EFAT, 4 anos, negro, natural e procedente de São Paulo, morador de casa de apoio até 30 dias antes do inicio do quadro, deu entrada neste serviço com história de tumoração em região cervical há 6 dias associado a febre não aferida e em uso de antibiótico por 5 dias. Ao exame encontrava-se em REG, descorado +/ 4+, hidratado, afebril, ativo-reativo peso e estatura adequados para a idade (P= 16,1 kg e E= 104 cm), com tumoração de 6cm X 5cm em região cervical anterior direita, móvel, fibroelástico com hiperemia e aumento da temperatura local e cicatriz de BCG presente em braço direito. Exames subsidiários: HMG: Hb: 11,2g/dl, Ht: 33,4%, Leucócitos: 11.300 (2%/ 71%/ 3%/ 0%/ 20%/ 0%). Radiografia de tórax sem alteração. Sorologias para CMV, EBV, Toxoplasmose e HIV negativas. USG com numerosas linfoadenomegalias com até 3,5 cm de diâmetro. Realizado punção cervical para elucidação diagnóstica com resultado positivo de BAAR (bacilo álcool ácido resistente) no aspirado, fechando o diagnóstico. Recebeu alta no 14 dia de internação em BEG, afebril, com redução da tumoração em região cervical anterior direita para 2,5cm X 2cm, recebendo Esquema I (rifampicina 10mg/kg/dia, isoniazida 10mg/kg/dia e pirazinamida 35mg/kg/dia) como tratamento por 6 meses que será supervisionado na UBS próxima a sua residência. Nos antecedentes refere ausência de Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S117 Infectologia contato prévio com portador de tuberculose. Conclusões: A tuberculose ganglionar deve ser considerada no diagnóstico diferencial das adenomegalias periféricas, apesar de ser evento raro na infância. Código Trabalho: 14 Título: USO DE REAL-TIME PCR PARA ACOMPANHAMENTO E PROGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM LEISHMANIOSE VISCERAL Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE SILVANY;ELVES PIRES MACIEL;ARABELLA BESTELLI;SIMONA BOSSOLASCO;EDSON DUARTE MOREIRA Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: O calazar é um problema de saúde pública em nosso país, com alta morbidade e mortalidade, principalmente em crianças. Mesmo com tratamento recomendado, ainda são descritos falha terapeutica em 15% dos casos e letalidade de 15%. Não existem metodos disponiveis que possam predizer o resultado terapeutico. Portanto, propomos validar o uso de Real- time PCR para o acompanhamento e prognóstico do calazar. Métodos: Estudo prospectivo, incluindo 53 crianças com diagnóstico confirmado de calazar (sorologia ou mielograma), entre nov/2003 a Fev/2005. Coletados dados clínicos e laboratorias e realizado Real-time PCR, de amostras de medula ossea (admissão) e de sangue total (adimissão e a cada semana de tratamento). Resultados e Comentários: A média de idade foi 4,5 ± 3,9 anos, e 51% do sexo feminino. Os principais sinais e sintomas foram febre (98%) esplenomegalia (94%), hepatomegalia (92%) e linfadenomegalias (62%) e as alterações laboratoriais anemia (100%), plaquetopenia (80%), leucopenia (68%) e hiperglobulinemia (83%). A principal complicação foi infecção bacteriana secundária (43%). Observou-se resposta completa ao tratamento em 79%, resposta parcial com necessidade de prolongamento de tratamento em 5.6%, recidiva em 5.6% e óbito em 9.4% dos casos. A sensibilidade do PCR quantitativo em sangue foi 86%. Uma curva de PCR quantitativo mostrou queda semanal progressiva da carga parasitária, com negativação no 14º dia nos pacientes que evoluíram para cura, e manutenção de PCR detectavel nos pacientes com recidiva ou resposta parcial (83% no 14º dia e 16% no 21º dia). Um PCR negativo no 14º dia de tratamento foi preditor de cura em 100% dos casos. Conclusões: O teste de Real-time PCR em amostras de sangue de crinaças com calazar demostrou boa sensibilidade e desempenho, servindo como marcador de resposta terapêutica. O teste pode ser util para predizer casos de recidiva e resposta parcial, com necessidade de prolongamento de tratamento. Código Trabalho: 745 Título: UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTICOTERPIA EM CRIANÇAS INTERNADAS COM QUADRO DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA VIRAL AGUDA EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NA CIDADE DE SÃO PAULO Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN FAPESP GRUPO IAL Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Pau Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é responsável por um grande número de internações anuais em crianças pequenas e lactentes, levando a quadros de bronquiolite e pneumonia. Essas crianças são freqüentemente tratadas com antibioticoterapia e uso de corticóides, mesmo sem respaldo da literatura vigente. Objetivos: Avaliar a incidência da utilização de antibioticoterapia em crianças internadas por quadros de bronquiolite e pneumonias sabidamente desencadeadas pelo VSR. Métodos: Durante o período de fevereiro de 2005 e janeiro de 2006, foram colhidas amostras de secreção de rinofaringe de crianças menores de cinco anos internadas em nosso serviço com quadro de infecção respiratória aguda. Os dados foram confrontados com os prontuários deste pacientes, levando-se em conta a utilização ou não de antibiótico e a correlação com a presença ou não de febre, com os hemogramas (HMG) e proteínas C reativa (PCR) coletados. Foi considerado hemograma infeccioso aquele que apresentasse leucócitos S118 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. acima de 15000, ou menor que 5000, ou com mais que 10% de células imaturas. Foi considerado PCR significativo para infecção não viral, aqueles acima de 2,0. Resultados: Das 191 amostras colhidas, 49 (25,6%) foram positivas para VSR. Destes pacientes, 31 (63,2%) receberam antibioticoterapia durante a internação, sendo que destes, somente 15 (48,3%) tinham na entrada hemograma infeccioso, 10 (20,4%) tinham PCR acima de 2,0 e 38 pacientes (61,2%) apresentaram febre na história ou durante a internação. O antibiótico mais freqüentemente prescrito foi a Ampicilina, seguida pela Eritromicina e pelo Ceftriaxone. Conclusões: Mesmo em pacientes internados, com etiologia viral confirmada para infecção respiratória aguda, e sem evidências laboratoriais de complicações bacterianas, a utilização de antibióticos é alta. Código Trabalho: 654 Título: VALOR PREDITIVO POSITIVO DA PRESENÇA DE IGM ANTI-CMV COMO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO RECENTE EM PARTURIENTES Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;BEATRIZ RIBEIRO DOS REIS;ANA PAULA COSTA;LARA PEREIRA;NATÁLIA MELLO;MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO Instituição: UFRJ / Cryopraxis Criobiologia - Rio de Janeiro-RJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) é importante fonte de células-tronco. Bancos de cordão umbilical seguem resolução nº 153/04 da ANVISA, que institui realização de sorologias em parturientes, inclusive IgG e IgM anti-citomegalovírus (CMV). Objetivos: Avaliar o valor preditivo positivo (VPP) da presença de IgM anti-CMV como diagnóstico de infecção recente em parturientes que optaram por armazenar SCUP em um banco privado de criopreservação. Métodos: Estudo descritivo e transversal. A análise compreendeu amostras coletadas no período de outubro de 2004 a novembro de 2005 de parturientes que optaram pelo armazenamento do SCUP em um banco de criopreservação. Foram 3206 amostras analisadas. Os critérios de inclusão foram: apresentar IgM anti-CMV positiva no momento do parto e concordar em participar do estudo. Os médicos e/ou respectivas pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram contactados por telefone e/ou e-mail, objetivando conhecer o status sorológico para CMV em datas anteriores à gestação e parto. Classificamos como sendo infecção recente toda parturiente que apresentasse IgG e IgM positivas, ou apenas IgM positiva, e que nos nove meses anteriores ao parto apresentavam, comprovadamente, IgG e IgM negativas. Consideramos como infecção antiga todo caso que tivesse IgG e IgM positivas no momento do parto, mas que apresentasse: IgG anti-CMV positiva e IgM negativa em qualquer momento da gestação ou antes de engravidar; IgG e IgM positivas para CMV antes da gestação atual. Também foram consideradas infecções antigas os casos sem testes antes da gestação, mas que mantiveram IgG e IgM reagentes após o parto e cujo bebê mostrou-se não reagente aos 6 meses de vida. Foi mantido o sigilo em relação à identidade das gestantes, assim como dados pessoais de qualquer natureza. Considerado como VPP a proporção de verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. Resultados: Dentre as 3206 amostras analisadas para CMV, 28 apresentaram IgM anti-CMV positiva no momento do parto. Doze pacientes foram excluídas (4 por impossibilidade de contato telefônico / e:mail, 6 por não terem sidos testadas para CMV em épocas remotas, 2 por não saberem informar acerca de sorologias prévias). Das 16 amostras passíveis de análise, 5 (31,3%) foram consideradas infecções recentes e 11 (68,7%) antigas. Na presente casuística o VPP da presença de IgM anti-CMVpara infecção recente foi de 31,3%. Conclusões: A presença de IgM anti-CMV em parturientes nessa casuística foi considerada como infecção recente apenas em 31,3% dos casos analisados. O VPP baixo de IgM antiCMV reagente como diagnóstico de infecção recente reforça a necessidade de sorologias durante a gestação, e nos casos duvidosos complementar a investigação com testes de avidez para IgG. Arquivos de Pediatria Nefrologia Nefrologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S119 Nefrologia Código Trabalho: 664 Título: ABORDAGEM TERAPÊUTICA E EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES PORTADORES DE HIDRONEFROSE INTRA-ÚTERO Autores: CRISTIANE MARIA LENZI SCHAAB;TEREZINHA LERMEM DONATTI;ANGÉLICA CRISTINA PETRY Instituição: Hospital Universitário Júlio Müller - UFMT Cidade/UF: CUIABÁ/MT Resumo: Introdução: A Ultrassonografia fetal como exame de rotina tem favorecido a detecção precoce das anomalias urológicas que, se bem investigadas e conduzidas no período neonatal poderão minimizar as seqüelas renais. Objetivos: Demonstrar a abordagem diagnóstica e evolução clínica das crianças com diagnóstico intra-útero de hidronefrose acompanhados em nosso ambulatório de Nefrologia Pediátrica. Métodos: Avaliamos 18 prontuários de pacientes que se enquadravam neste diagnóstico. Protocolo do serviço: No período neonatal iniciamos a profilaxia precoce enquanto realizamos USG confirmando o achado e a Uretrocistografia Miccional. Sendo diagnosticado refluxo vesico ureteral ou outra malformação que favorecia ITU, mantínhamos a profilaxia e realizávamos DMSA e/ou DTPA. Sem refluxo e sem ITU prévia, suspendíamos a profilaxia. Na estenose de Junção pielocalicial com pelve renal < 10 mm a criança ficava em acompanhamento e realizavamos outro US aos 6 meses; nesta ocasião avaliávamos a necessidade da cintilografia renal; se pelve renal > 10mm realizávamos DTPA e DMSA além de Urografia excretora em casos selecionados. Resultados: As crianças iniciaram acompanhamento no berçário e estão com média de acompanhamento de 3a11m (4m a 9a2m). O USG pós natal confirmou 7 (38,9%) crianças com dilatação unilateral leve a moderada; 5 (27,8%) tinham dilatação unilateral severa, 5 (27,8%) tinham dilatação severa da pelve e ureteres bilateral e 1 com diagnóstico de doença policistica autossômica recessiva (DPAR). 8 (50%) crianças tiveram diagnóstico final de pieloectasia funcional e estão em acompanhamento sem profilaxia, sem ITU e sem necessidade de procedimento cirúrgico até o momento. Apenas 3(16%) apresentavam padrão obstrutivo unilateral com perda de função e necessitaram de pieloplastia, sendo que 1 delas evoluiu com hipertensão de difícil controle e necessitou de ressecção do rim pielonefrítico com resolução da hipertensão e as outras duas estão em acompanhamento clínico sem profilaxia e sem intercorrências até o momento. Em 1 diagnosticou-se duplicação pielocalicial bilateral com necessidade de cirurgia. As 5 crianças com dilatação bilateral já apresentaram ao nascimento algum grau de perda de função renal. 3 tinham bexiga neurogênica e 2 válvula de uretra posterior (VUP) sendo que, apesar do tratamento precoce e da vesicostomia, 3 delas desenvolveram nefropatia crônica em tratamento conservador. A criança com DPAR manteve perda de função e hipertensão, também em tratamento conservador. Conclusões: A USG fetal é de extrema importância para a detecção precoce das anomalias do trato urinário. A correta abordagem determinará quais necessitarão de intervenção cirúrgica e quais poderão receber tratamento conservador. Nossa casuística mostrou que hidronefroses bilaterais indicam maior gravidade necessitando de abordagem imediata e as unilaterais, na sua maioria, tiveram tratamento conservador sem profilaxia e sem qualquer comprometimento da função renal. Código Trabalho: 70 Título: ASPECTOS CLÍNICOS E RESPOSTA TERAPÊUTICA DE CASO ESPORÁDICO DE SÍNDROME DE ALPORT EM TRÊS IRMÃOS, FILHOS DE CASAL SADIO, NÃO CONSAGÜÍNEOS Autores: LAURA REGINA LOPES BELÉM;TALITHA MARIELA FARAH VASSOLER;TERESINHA LERMEN DONATTI Instituição: Hospital Universitário Júlio Müller - UFMT Cidade/UF: CUIABÁ/MT Resumo: Introdução: A Síndrome de Alport é uma desordem genética da membrana basal glomerular causada por mutações nos gens do colágeno tipo IV. É caracterizada por hematúria crônica e nefropatia progressiva que evolui para insuficiência renal. Os principais achados extra-renais são a perda auditiva neurosensorial e lesões oculares. Objetivos: Apresentação de caso esporádico da síndrome em três irmãos, filhos de pais não consangüíneos, e chamar atenção da importância de uma abordagem multiprofissional precoce permitindo uma adequada adaptação na sociedade e retardando a grave evolução da S120 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. doença. Métodos: Revisão dos prontuários e da literatura. Resultados: Os irmãos VAN 12a3m, feminina; LAN 14a e LAN 15a5m masculinos foram encaminhados ao nosso serviço em setembro de 2002 com história de hematúria e proteinúria, associados à anemia, déficit de crescimento e dificuldades auditivas e escolares. Os sintomas foram percebidos inicialmente na menina, que aos quatro anos iniciou quadro de cefaléia, associada à palidez cutânea e urina turva. O quadro ficou sem esclarecimento e um ano após, seus irmãos, na ocasião com oito e nove anos, iniciaram quadro semelhante. Não há relatos de consangüinidade e casos de insuficiência renal, hematúria ou surdez na família materna e paterna. Ficaram sem qualquer tratamento, com piora progressiva dos sintomas quando foram encaminhados ao nosso serviço. Levantamos a hipótese de síndrome de Alport e na investigação encontramos hematúria maciça nos três com proteinúria não nefrótica leve na menina e moderada nos meninos. Sorologias e investigação para doenças imunes normais, exceto por IgA sérica aumentada em um dos meninos. O clearence, bioquímica e albumina sérica eram normais. Anemia hipocrômica e microcítica leve na menina e moderada a grave nos meninos. Percentil peso e estatura 25-50 na menina e entre 5-10 nos meninos. A audiometria mostrava perda neurosensorial moderada a grave e avaliação oftalmológica com lenticone anterior bilateral apenas nos meninos. A menina não apresenta alterações auditivas e oftalmológicas até o momento. A microscopia óptica e eletrônica mostrou alterações compatíveis com Síndrome de Alport nos três pacientes. Iniciamos IECA, Omega 3 e sulfato ferroso em março de 2003, associado à abordagem nutricional, biopsicossocial e correção das alterações auditivas e oftalmológicas que resultaram em recuperação da anemia, diminuição importante da proteinúria, recuperação dos canais de crescimento até percentis próximo ao 50 e todos com desenvolvimento genital adequado e ótima escolaridade. Conclusões: Síndrome de Alport deve ser incluída no diagnóstico diferencial da hematúria crônica mesmo na ausência de antecedentes familiares. O sexo masculino é acometido de forma mais grave e o diagnóstico precoce, com uma abordagem multiprofissional pode retardar a Insuficiência Renal e favorecer um desenvolvimento adequado , tornando estes pacientes integrados e adaptados na sociedade Código Trabalho: 454 Título: CRESCIMENTO E GANHO DE PESO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Autores: PRISCILA MARQUES CARDOSO;GLAUCE LAMOGLIE CARVALHO;PAULO CESAR KOCH NOGUEIRA;PAULA PG MACHADO;MAURO FISBERG;ALINE MARIA LUIS PEREIRA Instituição: CENTRO DE ADOLESCENTES UNIFESP e Hospital do Rim e Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: O transplante renal é o tratamento de escolha para pacientes pediátricos com Insuficiência Renal Crônica (IRC). Em geral, a melhora da função renal que ocorre logo após o transplante é seguida pela melhora do estado nutricional. Um problema freqüente observado em receptores de transplante renal é o excesso de peso, aumentando a taxa de morbidade e piorando a qualidade de vida. Objetivos: Analisar a evolução pondero-estatural de crianças e adolescentes nos dois primeiros anos após o transplante renal. Métodos: Participaram do estudo 65 crianças e adolescentes (F=30) submetidos a transplante renal em um centro de referencia, no período de janeiro/2000 a junho/2006. O esquema tríplice de imunossupressão foi baseado em um esteróide, um inibidor de calcineurina e um antimetabólico. Os dados de peso (kg), estatura (cm) e creatinina sérica (mg/dl) foram medidos no período pré-transplante (Pré TX) e prospectivamente aos 6, 12 e 24 meses pós TX. Para análise dessas variáveis e cálculo do IMC (escore-z do desvio padrão-SDS e percentil) utilizou-se o software Epi Info 3.3 T. Para classificação do estado nutricional pelo IMC foram utilizados os padrões estabelecidos pela OMS (1995). Para análise estatística foi utilizada análise de variância pelo teste de Friedman. O valor de significância para rejeição da hipótese de nulidade foi fixado em 5% (p < 0,05). Resultados: a média da idade no período pré TX foi 10,8+-0,6 anos. A média da creatinina sérica no pré TX foi 6,6+-3,1 mg/dl, com melhora significante aos 6 meses pós TX (1,1+-0,4), permanecendo estável aos 12 meses (1,1+-0,3) e aos 24 meses (1,2+-0,3). A avaliação Nefrologia do estado nutricional pelo IMC no pré TX mostrou que 15,3% dos pacientes apresentavam baixo peso (IMC=p85p95) e 71% eutrofia (IMC>P5< (estatura baixa apresentavam pacientes dos 52% TX, pré período No estudados. períodos nos IMC no e peso aumento mostrou estatística análise A (15,3%). (12,3%) prevalência na importante (4,6%) baixo diminuição TX pós meses 24 Aos TX. 6 aos observado foi notável mais O>Conclusões: (1) Houve melhora no crescimento, mas 37% dos pacientes mantiveram-se com baixa estatura, indicando a necessidade de tratamento. 2) A prevalência de obesidade aos 24 meses pós TX é alta e semelhante à observada na população pediátrica sem IRC. 3) Apesar da intervenção nutricional, 27% dos pacientes apresentaram excesso de peso aos 24 meses pós TX. 4) Esforços para prevenir o excesso, incluindo follow-up nutricional e atividade física regular, devem ser considerados parte integrante do tratamento pós TX, especialmente nos pacientes com maior risco de tornarem-se adultos obesos. Código Trabalho: 773 Título: ETIOLOGIA DA INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E PERFIL DA SENSIBILIDADE DOS ANTIMICROBIANOS EM CRIANÇAS ATENDIDAS NO INSTITUTO MATERNO-INFANTIL DE PERNAMBUCO Autores: CAROLINA ALVES P BASTO;ANA MARIA FERREIRA CUNHA;WILLNA LÔLA MENDES VILAR;ROBERTA SOUSA C PINTO MENEZES;IRACY ARAÚJO OLIVEIRA;JOSÉ PACHECO M. RIBEIRO NETO Instituição: Instituto Materno-Infantil de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A utilização de antimicrobianos na prática clínica tem determinado alterações na sensibilidade bacteriana das infecções do trato urinário, sendo, portanto, o perfil dessa sensibilidade de grande valor na escolha empírica do agente antimicrobiano. Objetivos: Identificar os principais agentes microbianos responsáveis pelas infecções urinárias em crianças e adolescentes, assim como a sensibilidade bacteriana. Métodos: Durante o período de 01 de março a 31 de maio de 2006 foram identificadas retrospectivamente uroculturas positivas de crianças e adolescentes provenientes do ambulátorio e de enfermarias em um serviço de referência. Resultados: Obtivemos 246 uroculturas positivas: 30% de pacientes hospitalizados, 70% ambulatoriais; com predomínio do sexo feminino (58,1%). Das 172 uroculturas dos pacientes ambulatoriais, 26% foram de menores de 2 anos, sendo a bactéria mais frequente E. coli com sensibilidade de 100% p/ nitrofurantoína, 90% p/ cefalotina, 70% p/ ácido nalidíxico e 60% p/ sulfametoxazol. Nos maiores de 2 anos, o germe prevalente foi também a E. coli(38,5%), com sensibilidade de 96% p/ nitrofurantoína, 67% p/ ácido nalidíxico e 63% p/ cefalotina; seguido de Klebsiella sp,(15%), cuja sensibilidade foi de 79% p/ sulfametoxazol, 68,4% p/ ácido nalidíxico, 63% p/ nitrofurantoína e 47% p/ cefalotina. Das 74 uroculturas dos pacientes hospitalizados, 48,6% eram menores de 2 anos, sendo a P. aeruginosa o principal agente(22%), com sensibilidade de 100% p/ micacina, 75% p/ ciprofloxacina e 37,5% p/ ceftriaxona; seguido de klebsiella sp(19,4%), com sensibilidade de 85,7% p/ ciprofloxacina, 57% p/ amicacina e 57% p/ gentamicina, 43% p/ ceftriaxona. Nos maiores de 2 anos o germe prevalente foi E. coli(22%), com sensibilidade de 100 p/ meropenem, 75% p/ ciprofloxacina e 62% p/ cefalotina; seguido de klebsiella sp(22%), com sensibilidade de 100% p/ meropenem e 100% p/ ciprofloxacina, 75% p/ amicacina e 25% p/ cefalotina. Conclusões: Para tratamento empírico de infecção do trato urinário em pacientes ambulatoriais, nitrofurantoína, ácido nalidíxico e cefalexina ainda apresentam boa sensibilidade; para tratamento hospitalar, meropenem, amicacina, ciprofloxacina e cefalotina constituem boa opção. Estudos prospectivos deverão ser realizados continuamente a fim de se obter o perfil sempre atualizado da sensibilidade do antimicrobiano. Código Trabalho: 78 Título: ETIOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) EM UM SERVIÇO DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA DE RECIFE Autores: ANA CLÁUDIA DE AQUINO CARNEIRO;ROBERTA SOUZA DA COSTA PINTO MENESES;IRACY DE OLIVEIRA ARAÚJO;WILLNA LÔLA MENDES VILAR;MARCELA CORRÊA ARAÚJO PANDOLFI;JOSÉ PACHECO MARTINS RIBEIRO NETO Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A IRC na pediatria constitui importante problema de saúde. Identificar as causas de IRC visa permitir desenvolver estratégias para atenuar a sua prevalência e suas complicações. Objetivos: O presente estudo objetiva identificar as causas de IRC que predominam em crianças acompanhadas num serviço de nefrologia pediátrica de Recife. Métodos: Foram revisados 161 prontuários médicos das crianças portadoras de IRC em acompanhamento num serviço de nefrologia pediátrica de Recife desde o período de outubro/1993 a junho/2006. Resultados: Etiologias: Glomerulopatias (53,4%), Malformação do trato urinário (21,7%), Distúrbio miccional bexiga neurogênica verdadeira e bexiga neurogênica não neurogênica (8,7%), Doenças císticas (7,5%), ITU de repetição (2,5%), Nefroesclerose hipertensiva (1,9%), Colagenoses e vasculites (3,1%), Litíase urinária (0,7%), Diabetes mellitus (0,7%). A média de creatinina no momento do início do acompanhamento neste serviço foi de 4,99mg/dl (+3,77) e a média da taxa de filtração glomerular foi de 22ml/min/1,73m (+15,39). Naquele momento, 59,23% dos pacientes já se encontravam em IRC terminal necessitando iniciar o programa dialítico. Conclusões: A maioria da etilogia encontrada no nosso serviço foi devido às glomerulopatias (53,4%) seguida das malformações do trato urinário (21,7%). Ressaltamos que 59,23% dos pacientes já se encontravam em IRC terminal quando encaminhadas ao nosso serviço, sugerindo uma falha na detecção precoce da doença de base. Diante do impacto para a saúde, salientamos a importância da identificação precoce dessas doenças numa fase em que a evolução para IRC terminal poderá ser evitada ou atenuada. Código Trabalho: 672 Título: PERFIL CLINICO E COMPLICAÇÕES DOS PACIENTES COM GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA PÓSESTREPTOCÓCCICA INTERNADAS EM UM HOSPITAL ESCOLA DO RECIFE NO PERÍODO DE JANEIRO À DEZEMBRO DE 2005 Autores: FERNANDA ULISSES MONTENEGRO;GEOVANNA MENEZES MEDEIROS;LANNUZE GOMES ANDRADE Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF. FERNANDO FIGUEIRA Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica (GNDAPE) é uma síndrome clínica decorrente da infecção pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, caracterizada pelo aparecimento de edema, hematúria e hipertensão arterial. Deve-se à deposição de imunocomplexos na membrana basal glomerular, desencadeando fenômenos inflamatórios que lesam essa membrana, levando à retenção hídrica e salina. Objetivos: Este estudo foi realizado para avaliar o perfil clínico e complicações das crianças admitidas no Instituto Materno-infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP), com diagnóstico de GNDAPE, no período de janeiro a dezembro de 2005. Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal, retrospectivo, descritivo, analisando-se os prontuários das crianças admitidas na enfermaria clínica, com diagnóstico de GNDA. Os dados foram coletados através de um formulário padrão, pré-codificado para a caracterização da amostra, segundo as variáveis sócio-demográficas, biológicas e clínicas. O estudo obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do IMIP. Resultados: Foram elegíveis para o estudo 95 crianças. A maioria das crianças era procedente da região metropolitana do Recife (70%), do sexo feminino (61,1%), e com uma mediana de idade de sete anos. Edema encontrava-se presente em 94,7%, hipertensão arterial sistêmica em 90,6% e hematúria macroscópica em 50,5% dos casos. Proteinúria foi verificada em 50% das crianças (45/90). Como complicações, foram observados oito casos de insuficiência renal aguda (8,4%); sete pacientes evoluíram com encefalopatia hipertensiva (7,4%) e seis pacientes (6,3%) apresen- Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S121 Nefrologia taram insuficiência cardíaca congestiva. O uso de diurético foi verificado em 97,9% dos pacientes. Conclusões: Verificamos um elevado percentual de pacientes internados com diagnóstico de GNDA não- complicada e um elevado índice de uso de medicação diurética. Código Trabalho: 358 Título: REFLUXO VÉSICO-URETERAL - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL Autores: LUCIANA DE AMORIM STOHLER;MARCOS VINÍCIUS DA SILVA PONE;LUIZ FELIPE VIEIRA OLIVEIRA;GABRIELA OIGMAN;LETÍCIA WIGG ARAÚJO;SHEILA MOURA PONE Instituição: Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O Refluxo vésico-ureteral (RVU) é definido como o retorno da urina da bexiga para o trato urinário superior, sendo a malformação urológica mais comum em crianças e uma importante causa de hidronefrose e infecção do trato urinário (ITU). Objetivos: Relatar a evolução de um paciente com RVU bilateral grau V, enfatizando a possibilidade da suspeição do diagnóstico pelo ultrassom (USG) pré-natal. Métodos: Relato de caso através da análise de prontuário. Resultados: Criança de 1 ano e 9 meses, parto cesáreo, a termo, mãe hígida, com USG obstétrico normal na 16ª semana de gestação e dilatação de pelve renal bilateral, sem visualização do ureter e com bexiga distendida na 27ª semana. Realizado USG Renal com 72h de vida, evidenciando hidronefrose bilateral, com afilamento do parênquima renal à esquerda, sendo iniciado quimioprofilaxia. Uretrocistografia pós-miccional (UCM): RVU grau V bilateral na 2ª semana. Assintomático até 3 meses quando foi submetido à cirurgia de vesicostomia e descolamento de aderência prepucial. Durante esta internação fez 7 dias de ceftriaxone para tratamento de ITU febril. Recebeu alta hospitalar com quimioprofilaxia. Apresentou 3 episódios de ITU sintomática, necessitando de internação hospitalar para tratamento, apesar da quimioprofilaxia, entre o 3º e o 7º meses. Aos 7 meses realizou Urografia Excretora, que evidenciou ureterohidronefrose bilateral, com obstrução secundária da junção pieloureteral, sendo submetido à pielostomia bilateral. Desde então permanece assintomático e em quimioprofilaxia. Cintilografia Renal (DMSA e DTPA) e vídeo-urodinâmica com 1 ano e 3 meses, mostrando rins com tamanhos normais e distribuição irregular da radiotraçador. Cirurgia para fechamento da pielostomia à esquerda com 1 ano e 9 meses. Posteriormente será submetido a fechamento da pielostomia à direita e reimplante ureteral bilateral. Discussão: A avaliação de ITU em crianças menores de 5 anos deve ser complementada através de UCM, USG de vias urinárias e cintilografia renal com DMSA. O diagnóstico de RVU deve ser suspeitado na presença de hidronefrose no USG obstétrico, devendo estes pacientes ser investigados logo após o nascimento. A presença de RVU é freqüente em crianças com ITU, devendo, a princípio, ser instituído tratamento clínico/conservador. A persistência de ITU a despeito da profilaxia antibiótica, os altos graus de RVU (IV e V), principalmente com alterações renais, a piora da função renal ou o aparecimento de novas cicatrizes são indicações de tratamento cirúrgico objetivando diminuir os riscos de desenvolverem hipertensão arterial e insuficiência renal crônica. Conclusões: A identificação em idade precoce, possibilitada pela suspeição ante-natal de hidronefrose e o manejo adequado dos pacientes com RVU oferecem a oportunidade de prevenir episódios de pielonefrite aguda e possível formação de cicatrizes renais, como no caso descrito. S122 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 760 - Título: SÍNDROME DE BARTTER Autores: DANIELA PEREIRA GOBIRA;ANDRÉ LOPES SACRAMENTO;CHALENE GUIMARÃES SOARES;ANANZA SÔNIA DE PAULA;RAQUEL FERREIRA PIMENTA Instituição: HOSPITAL DA BALEIA País: BARSIL Resumo: Introdução: A síndrome de Bartter (SB) caracteriza-se pela ocorrência de alterações eletrolíticas e metabólicas significativas destacando-se hipocalemia e alcalose metabólica. Geralmente diagnosticada na infância e adolescência, manifestando-se clinicamente com retardo do desenvolvimento pôndero estatural, fadiga, cãimbras. O comprometimento da função renal é raro, em geral associado ao desenvolvimento de nefrite túbulo intersticial e hipercalciúria. Objetivos: Apresentar síndrome infreqüente em criança, mas que deve ser considerada no diagnóstico diferencial dos distúrbios do crescimento. Métodos: Relatar caso de paciente de 7 meses com quadro de distúrbio eletrolítico grave associado a atraso de desenvolvimento. Resultados: Paciente apresentava quadro de alcalose hipoclorêmica, hipocalemia, hiponatremia e atraso de desenvolvimento. O tratamento baseou-se em suporte clínico, reposição iônica, administração de espironolactona e indometacina. Evidenciou-se retomada do ritmo de crescimento após introdução da indometacina. Conlusões: A Sb é uma tubulopatia incomum em criança, mas deve ser considerada na investigação de distúrbios de crescimento. Os distúrbios eletrolíticos geralmente são severos, mas o prognóstico é relativamente bom, observando retomada do crescimento após introdução de tratamento adequado. Arquivos de Pediatria Infectologia Infectologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S93 Infectologia Código Trabalho: 932 Título: ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM CRIANÇAS INFECTADAS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;PAULA ARAGÃO;VERA LUCIA MOYSES BORRELI;MARIA ZILDA AQUINO;HELOISA HELENA DE SOUZA MARQUES Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A melhor sobrevida de crianças portadoras do HIV em uso de terapias antiretrovirais evidenciou efeitos colaterais antes desconhecidos. A introdução de inibidores de protease (IP) foi acompanhada de um aumento de alterações metabólicas, especialmente dislipidemias. Trabalhos recentes demonstram que o uso de tratamento antiretroviral (TARV) em crianças recebendo IP e outras drogas como a estavudina (d4T) contribui para a elevação substancial dos níveis séricos de colesterol e triglicérides, logo após o início do tratamento. Objetivos: Descrever as alterações no perfil lipídico de um grupo de crianças infectadas pelo HIV correlacionando-as com os esquemas de TARV recebidos. Métodos: Neste estudo foram incluídas 97 crianças soropositivas para o HIV recebendo TARV e nas quais foram mensurados: colesterol total e frações (COL, HDL, LDL) e triglicérides (TRI). Para análise do perfil lipídico definimos 2 categorias: 1) normal, onde os resultados laboratoriais estão na faixa de normais ou aceitáveis e 2) alterado, com resultados na faixa limítrofe e alterado. Analisamos então as variáveis em relação à faixa etária (< 6 anos; de 6 a 10 anos e >10 anos), tipo de TARV (regimes contendo d4T ou IP, d4T + IP, d4T + Ritonavir e outros) e classificação imunológica (categorias 1, 2 ou 3 - CDC/1994). Resultados: A análise dos dados mostrou um predomínio da elevação de TRI (53,6% de valores alterados), comparativamente ao COL (25,7%) e ao LDL (24,7%). Este padrão se observa em todas as variáveis analisadas. Com relação à idade, nota-se uma tendência à elevação dos valores alterados de TRI, COL e LDL, à medida que aumenta a faixa etária. Quanto à comparação nas categorias imunológicas observamos um aumento nos valores alterados de LDL, COL e TRI, nas categorias 2 e 3. Com relação aos TRI, estas alterações são significantes (p<0,005). Quanto aos tipos de TARV, há uma tendência à alteração dos valores de COL, LDL e TRI com o uso de D4T associado aos IP. Houve significância estatística na comparação entre os valores de COL (p<0,005) e em relação aos de TRI (p<0,001). A significância estatística se mantém para os TRI, inclusive quando juntamos todos os outros tipos de esquemas terapêuticos utilizados, comparando-os com o uso de D4T+ IP (p<0,005). Conclusões: A análise destes dados mostra a importância das alterações no perfil lipídico das crianças HIV positivas quando submetidas a TARV contendo IP e d4T. Especialmente alterados, de forma significante (p<0,001), são os valores de TRI. Neste estudo a associação da hipertrigliceridemia foi mais evidente com o uso do d4T associado a outros IP do que com o Ritonavir. Atualmente, não se sabe se a dislipidemia representa o mesmo risco cardiovascular nos indivíduos HIV positivos que para a população em geral. Daí a importância da realização de estudos prospectivos para seguimento destas crianças. Código Trabalho: 421 Título: ARTERITE DE TAKAYASU - RELATO DE CASO EM CRIANÇA DE 7 ANOS Autores: RUI GOUVEIA SOARES NETO;ROBERIO DIAS LEITE;FRANCISCO AIRTON C ROCHA;DENISE MARQUES A CARVALHO;ANTONIO FRANCELINO CARVALHO;CHRISTIANE ARAUJO C LEITE Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO UFC Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Arterite de Takayasu (AT) é doença inflamatória sistêmica crônica que afeta aorta e ramos principais, tendo associação importante com tuberculose e sendo muito rara em crianças. Objetivos: Descrever o caso de uma criança com AT no contexto de uma investigação de febre de origem obscura. Métodos: Estudo descritivo, baseado na revisão de prontuário médico e da literatura médica usando os descritores Arterite de Takayasu, criança e febre na base de dados da PubMed e Medline nos últimos 20 anos. Resultados: JCSD, 7 anos, S94 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. masculino, admitido com relato de febre, cefaléia, perda de peso e mialgia há oito meses. Quatro meses antes do internamento, a cefaléia passou a ser de grande intensidade e a febre diária. Seu avô vinha recebendo tratamento para tuberculose. Exame físico: estado geral regular, pálido, eupnéico, hidratado, desnutrido; ausculta pulmonar e do coração normais; abdome flácido, indolor, sem visceromegalias; linfadenomegalia generalizada. Laboratório: hemoglobina: 7,9 g/dL; hematócrito: 26,5 %; plaquetas 824.000/mm3 (alteração observada previamente em vários exames); VHS: 90 mm; Proteína C-reativa: 20,9 g/dL; PPD não reator; pesquisa de BAAR no lavado gástrico negativa; HIV e VDRL negativos. Ultrassonografia abdominal: hepatomegalia, dilatação focal da aorta abaixo da origem da artéria mesentérica superior, espessamento das paredes da aorta e da artéria mesentérica superior. Tomografia de abdome: hepatomegalia homogênea, ectasia focal aórtica, com espessamento concêntrico e regular de suas paredes. Tomografia de tórax: realce vascular dos hilos e pulmões, com imagem sugestiva de angioma venoso no lobo inferior esquerdo, espessamento parietal concêntrico da aorta descendente. Ecocardiograma: leve aumento de ventrículo esquerdo. Angiografia: aneurismas nas artérias subclávia, vertebral e mamária interna esquerdas e aorta abdominal após a saída das artérias renais direitas e ilíaca esquerda, confirmando o diagnóstico de AT. Criança evoluiu inicialmente durante a internação com hipertensão arterial e com persistência de febre e cefaléia. Tratamento: prednisona, captopril, furosemida, ácido acetil salicílico, além de rifampicina + isoniazida + pirazinamida para tuberculose. Evoluiu com normalização da pressão arterial, resolução progressiva da febre e da cefaléia, além de melhora da anemia. Conclusões: AT deve ser considerada na investigação de febre de origem indeterminada em crianças expostas à tuberculose e elevação persistente das plaquetas, como o caso descrito. Código Trabalho: 565 Título: ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DOS AGENTES VIRAIS NAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS, ATENDIDAS NA UNIDADE DE URGÊNCIA DO HU-FMJ Autores: SAULO DUARTE PASSOS;ANA PAULA FELGUEIRAS;LUIS OSCAR SOUZA OLIVEIRA;MARCO ANTONIO MEIRELES SANTOS JR;PROJETO VGDN FAPESP GRUPO IAL;MARCO ANTONIO SOUZA Instituição: Faculdade de Medicina de Jundiaí-Depto Pediatria Cidade/UF: VINHEDO/SP Resumo: Introdução: As Doenças respiratórias agudas são um importante problema de saúde púbica, sendo causa de morbimortalidade em todo mundo, principalmente em crianças menores de cinco anos. No Estado de São Paulo é a terceira maior causa de morte na infância. Objetivos: Detectar os principais agentes virais causadores de IRA por meio de aspirados nasofaringeanos e swabs nasais em crianças menores de cinco anos, atendidas na unidade de emergência do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Métodos: Nas crianças que apresentavam sintomas respiratórios foram coletados secreção para pesquisa viral no PSI do HUFMJ, no período de junho/05 a junho/06. O aspirado e o meio contendo o swab, após receber tratamento prévio com antibióticos, foram separados em três alíquotas. O teste de Imunofluorescência Indireta (IFI) para identificar sete vírus respiratórios: Influenza A e B; Parainfluenza 1, 2 e 3; Adenovírus e Vírus Respiratório Sincicial humano (HRSV) foram realizados. Resultados: Das 296 amostras clínicas analisadas, 55,1% pertenciam ao sexo masculino, com mediana de idade de 17m e 91,7% apresentavam BEG na admissão. Os sintomas mais freqüentes foram: tosse (92,8%); coriza 73,3%; febre 70,1% e chiado peito 64,6% e os sinais: roncos 49,3%; dispnéia 22,0%; tiragem 15,7%, batimento haeta nasal 5%. A média da temp. foi 38.7ºC (13,4%). A positividade inicial pela IFI nas amostras foi de 23,6% assim distribuídas: 39 (13,2%) HRSV; 14(4,7%) Influenza A (IFA); 09(3,0%) parainfluenza 3; 03(1%)Adenovírus (HAdv); 02(0,7%)Influenza B; 1(0,3%)parainfluenza 1 (HPI1). Houve co-infecção em um caso do PIF3 e HAdv. Os sinais e sintomas, com significância estatística, para o HRSV foram a queixa de chiado peito (88,5%) [p(x2=0,006)]; roncos (72,7%) [p(x2=0,01)]; sibilos (63,6%) [p(x2=0,01)], tiragem 56,4% Infectologia [p(x2=0,002). A maior prevalência (31,8%) ocorreu outono [p(x2=0,004)]. Para o Influenza A foram: espirros70% [p(x2=0,00); antecedentes de rinite (100%) [p(x2=0,003)]. O PIF3 ocorreu mais na primavera (44,4%) [p(x2=0,03)]. Conclusões: O subtipo do HRS nas amostras de 2005 foram do tipoB, padrão diferente do circulante em SP (subtipo A), demonstrando circulação simultânea de subtipos na mesma região com implicações epidemiológicas e clínicas, apesar dos sintomas clássicos encontrados. A preponderância da circulação do tipo IFA, pode ser em parte pela circulação local, mas diferentes formas de clínicas foram observadas (um caso com H3N2 relacionado com choque). A co-infecção poderá ir a ser melhor entendida após sequenciamento genômico. Atenção para controle de doenças respiratórias deveriam ser realizados principalmente pela habilidade de expansão epizootica do vírus influenza. Estes resultados, preliminares, indicam que o HRSV e IFA se mantém como o principal agente viral, sendo que para este último existe vacinação, necessita assim de discussão em políticas públicas em saúde. Código Trabalho: 224 Título: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DO DENGUE EM CRIANÇAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SERVIÇO PÚBLICO DE NITERÓI, RJ Autores: ANAMARIA SZRAJBMAN VAZ DA SILVA;TATIANA ABELIN SALDANHA MARINHO;SOLANGE ARTIMOS DE OLIVEIRA;ANTONIO CARLOS DE MEDEIROS PEREIRA;SÉRGIO SETÚBAL;HÉLIA KAWA Instituição: Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A escassez de estudos do dengue em crianças e a importância da doença no Brasil justificam a necessidade de mais pesquisas sobre o comportamento da virose nesse grupo etário. Objetivos: Determinar a freqüência das manifestações clínicas do dengue em crianças de 0-14 anos atendidas em unidades de saúde pública de Niterói, RJ, no período de 1999 a 2002. Métodos: Os dados demográficos e clínicos extraídos do Sistema de Informação de Agravo de Notificação foram armazenados em um banco de dados desenvolvido para a pesquisa. Resultados: No período de estudo foram atendidas 4155 crianças com suspeita clínica de dengue. Destes, 1172 coletaram sangue para realização de testes laboratoriais, sendo 892 (76,1%) confirmados sorologicamente. Dos 892 casos, 48,4% eram do sexo feminino e 52,6% do sexo masculino. A distribuição dos casos confirmados sorologicamente concentrou-se nos primeiros meses dos anos de 2001 e 2002 (69,6%). O número de casos sem sorologia foi muito maior (98%) em 2002, no ápice da epidemia. O número de sorologias positivas foi 3 vezes maior no intervalo de 6-10 dias entre o início dos sintomas e a coleta da sorologia. As manifestações clínicas mais freqüentes nos casos IgM positivos foram febre (95,6%), cefaléia (83,1%), prostração (73,7%), mialgia (67,9%), dor retro-orbitária (62,7%), náusea (53,8%) e exantema (39,7%). Petéquias foram observadas em 5,3% dos casos. A complicação mais comum nos casos confirmados foi dor abdominal (20%), pouco presente nos casos sem sorologia (5,9%), sugerindo que este é um sinal de gravidade que estimula a solicitação de sorologia (x2=205; p<0,00000). Foram raras as demais complicações (2,6%), as formas graves da doença (1,5%) e a hospitalização (1,2%). Do total de casos confirmados, 367 foram submetidos à contagem de plaquetas, sendo que 157 (42,8%) apresentaram plaquetopenia. Do grupo com sorologia positiva, apenas 9 casos (1%) foi diagnosticada a febre hemorrágica do dengue, sendo 7 crianças entre 10-14 anos, 1 de 2 anos e 1 com 6 meses. O estudo do grupo sem sorologia ou com sorologia negativa demonstrou que não houve diferenças importantes em relação à distribuição etária, ao sexo e às manifestações clínicas apresentadas, confirmando a dificuldade do diagnóstico diferencial desta doença em crianças. Conclusões: Os resultados do estudo demonstram que a FHD é uma forma rara da doença em crianças do nosso meio. Verificou-se, ainda, que as manifestações gerais da doença tiveram alta ocorrência no dengue clássico e que náuseas e dor abdominal, embora relativamente freqüentes, não corresponderam a maior gravidade de evolução da doença como descrito em outros estudos. Código Trabalho: 476 Título: ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES EM CRIANÇAS SUBMETIDAS A CIRURGIAS CARDÍACAS Autores: MARTA ALMEIDA CORREIA;LUZIENE BONATES;LUCAS VICTOR ALVES;JÚLIA GONÇALVES MELLO;JAÍLSON BARROS CORREIA Instituição: Instituto Materno Infantil de Penambuco - IMIP Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A cirurgia cardíaca traz grandes riscos para a criança, dentre eles destaca-se as Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IrAS), eventos adversos de difícil diagnóstico. A etiologia varia geográfica e temporalmente, sendo necessário estudar a realidade local para estabelecer estratégias de prevenção e de terapêutica antimicrobiana adequada. Objetivos: Descrever a topografia e os agentes etiológicos encontrados nas infecções que ocorrem nas crianças submetidas à cirurgia cardíaca. Métodos: Estudo prospectivo das crianças submetidas à cirurgia cardíaca no período de 01 de abril de 2005 a 30 de abril de 2006. Foram excluídos os pacientes transferidos após o pós-operatório imediato para o hospital de origem. A busca ativa baseou-se na metodologia NISS, com critérios atualizados em outubro 2004. Foi construído um banco de dados, com dupla entrada, no Epi Info 3.3.2 e elaboradas tabelas e gráficos de distribuição de freqüência. O estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas, faz parte de um coorte sobre fatores de risco para infecções hospitalares em pacientes hospitalizados na UTI Pediátrica. Resultados: Do total de 176, foram incluídas 173 cirurgias realizadas em 168 pacientes com 171 saídas. Com predomínio do sexo feminino (55%) e mediana de idade de 18 meses, apenas 44 % das crianças eram eutróficas. A maior parte foi operada de cardiopatia congênita acianogênica (58%) e entre as adquiridas (7%) predominou a cardiopatia reumática. Apenas 15% ficaram entubadas mais de 24 horas; 90,2% foram admitidas com acesso venoso central e 65,3% com sonda vesical de demora. Quarenta e oito pacientes (28,1%) tiveram 85 IrAS documentadas - 37 tiveram 2 ou mais episódios. A taxa de infecção hospitalar (IH) foi 49,7 por 100 saídas (85/171) e 25,1 por 1000 pacientes-dia. O sítio mais freqüente de IH foi a corrente sanguínea (95,2% delas associadas ao cateter venoso central). Entre os 25 microrganismos isolados, os Gram negativos (9/25), sobretudo a Klebsiella sp, predominaram no primeiro episódio enquanto os Gram positivos (12/25) e fungos (3/25) foram isolados mais tardiamente. Em cerca de metade das infecções da corrente sanguínea foi isolado o provável agente etiológico. Conclusões: Nos pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca observou-se taxa elevada de IrAS com predomínio no primeiro episódio de sepse primária associada à presença de cateter venoso central. O pequeno número de microrganismos isolados Gram positivos e negativos limitam a generalização dos achados. É necessário estabelecer medidas preventivas e guias de condutas para diminuir a morbimortalidade destes pacientes. Código Trabalho: 779 Título: AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO DURANTE SURTO DE VARICELA EM UMA PRÉ-ESCOLA PRIVADA DO RIO DE JANEIRO Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ RIBEIRO DOS REIS;CINTIA BORDALO;LUCIANA COSTA;SILVIA CAMARA Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJT Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A varicela é uma doença de elevada morbidade, podendo causar complicações, internações e mortes. Apesar da eficácia das vacinas, observam-se casos de varicela em crianças vacinadas, principalmente durante surtos. Objetivos: Determinar a taxa de efetividade da vacinação (TEV) contra a varicela, em crianças de uma pré-escola, durante um surto. Métodos: Estudo seccional. Foi aplicado questionário, referente ao adoecimento por varicela e ao histórico vacinal, preenchido pelos responsáveis das crianças. Considerou-se os casos ocorridos durante um surto (agosto a outubro de 2003). As carteiras de vacinação foram revisadas, bem como os registros de adoecimento prévio ao surto, e calculou-se o percentual de susceptíveis (crianças sem passado de varicela e não vacinadas contra essa doença) na população e a efetividade Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S95 Infectologia da vacinação. Avaliou-se o tempo decorrido desde a vacinação até a época do surto, sobre a ocorrência da doença. A taxa de ataque da doença para a população vacinada (TAV) foi calculada da seguinte forma: nº de vacinados que desenvolveu varicela durante o surto dividido pelo nº total de previamente vacinados; e para a população não-vacinada (TANV): nº de não-vacinados que adoeceu, dividido pelo nº total de não-vacinados. Para calcular a efetividade da vacinação na prevenção da varicela empregou-se a fórmula: [(TANV-TAV)/TANV] X100. Resultados: A pré-escola atendia, em 2003, a 161 crianças de 4 meses a 7 anos (a) de idade, sendo 7 (4%) menores de 1a, 23 (14%) entre 1 e 2a, 25 (16%) entre 2 e 3a, 75 (47%) entre 3 e 5a e 31 (19%) com mais de 5a de idade. Foram excluídas da análise 28 crianças por apresentar registros incompletos. Das 133 avaliadas, 5 (3,8%) já tinham relato de varicela, 74 (55,6%) estavam vacinadas e 54 (40,6%) eram susceptíveis durante o surto, no qual ocorreram 31 casos de varicela (23,3% da população considerada da escola), sendo que 17 (54,8%) em previamente vacinadas, ou seja, a TAV foi de 23%. A TANV foi de 26%. Dentre os vacinados que adoeceram, 2 (11,8%) haviam vacinado há menos de 1 ano, 7 (41,2%) entre 1 e 2 anos e 8 (47,0%) há mais de 2 anos. A TEV foi de 11,5%, se incluirmos as crianças vacinadas durante o surto (n=16), ou ainda de 37,8%, se excluirmos essas crianças do cálculo. Das 16 crianças vacinadas durante o surto, nenhuma adoeceu. Conclusões: A TEV na presente casuística foi de 11,5% ou 37,8%, dependendo do critério utilizado. A TEV foi abaixo daqueles encontrados na literatura internacional, que variam de 72 a 99%. O observado nesse levantamento reforça a eficácia da vacinação durante surtos na prevenção do adoecimento, bem como a necessidade de implementação de duas doses da vacina antivaricela em crianças, conforme recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações e, recentemente, pelo Comitê Assessor de Imunizações dos EUA (ACIP). Código Trabalho: 220 Título: AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA C REATIVA (CRP) NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS DO TRATO INFERIOR BACTERIANAS (IB) E VIRAIS (IV) Autores: RODRIGO JOSÉ SINI DE ALMEIDA;ROGÉRIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARCELO JENNE MIMICA;LÍCIA GASPARI PORTELA;MARIA FERNANDA BADUE PEREIRA Instituição: Depto. Pediatria Santa Casa de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/TO Resumo: Introdução: As reações de fase aguda podem diferençar infecções bacterianas e virais. No entanto existem dúvidas se estes métodos são realmente efetivos nesta avaliação. Métodos: Incluímos crianças consecutivamente internadas com infecção respiratória do trato inferior na Santa Casa de São Paulo. Destes pacientes eram coletados imunofluorescência para vírus respiratórios e culturas de sangue e/ou liquido pleural. Resultados: Foram avaliadas 100 crianças dos quais 37 apresentavam IB com comprovação bacteriológica e 63 IV. Deste grupo foi possível avaliar a CRP de 59 pacientes sendo de 23 com IB e 36 com IV. Aplicando um valor de corte de 2.0, vinte dos 23 pacientes com IB apresentavam CRP > 2.0 enquanto 16 dos 36 pacientes com IV apresentavam CRP >2.0. A sensibilidade do CRP > 2,0 para diagnóstico de infecção bacteriana foi de 86,90% e a especificidade foi 55,5%. Aplicando um valor de corte de 5.0, 16 dos 23 pacientes com IB apresentavam CRP >5.0 enquanto 7 dos 36 pacientes com IV apresentavam CRP > 5.0. A sensibilidade do CRP > 5,0 para diagnóstico de infecção bacteriana foi de 69,50% e a especificidade foi de 80,5%. Conclusões: O CRP apresenta um bom valor na diferenciação entre infecções respiratórias bacterianas e infecções respiratórias virais S96 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 21 Título: AVALIAÇÃO DE TESTE RÁPIDO BASEADO EM ANTIGENO RECOMBINANTE (K39) PARA DIAGNÓSTICO DE CALAZAR EM CRIANÇAS. Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE SILVANY;ANA LÚCIA RABELLO;TALIA SANTANA ASSIS;EDSON SOARES MOREIRA;ELVES PIRES MACIEL Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A leishmaniose visceral humana (Calazar) é um problema de saúde pública no Brasil, acometendo principalmente crianças, com letalidade em torno de 15%, mesmo com tratamento adequado. O exame parasitológico direto, obitido por punção de medula ossea ou esplênica é o padrão-ouro para diagnóstico, contudo, são procedimentos invasivos, realizados em centros de referência, com risco de complicações. Os testes sorológicos baseados antígeno recombinate têm um bom desempenho e a formatação como um teste rápido, utilizável nas zonas endêmicas, permitiria o diagnóstico e tratamento precoces. Realizamos a avaliação do desempenho de um teste rápido baseado em k39 para o diagnóstico em crianças com suspeita de calazar admitidas em hospital terciário. Métodos: Estudo prospectivo, incluindo 84 crianças internadas em hospital pediátrico terciário, com suspeita clínica de calazar: febre prolongada e/ou hepatoesplenomegalia e procedência de zona endêmica. Realizado teste rápido (imunocromatográfico) DiaMed-itLeish (DiaMed), conforme orientações do fabricante, no momento da admissão hospitalar, utilizando gota de sangue colhida através de punção digital, com tempo total de realização do teste de 17 min. Foram coletados dados clínicos e laboratorias e realizado mielograma para confirmação diagnóstica. Os casos foram os pacientes com mielograma positivo ou aqueles com sorologia positiva e cura após tratamento específico. Os pacientes com diagnóstico confirmado de outra doença diferente de calazar foram cosiderados não-casos. Resultados: Os dois grupos foram semelhantes em relação aos dados clinicos e laboratoriais, com letalidade de 10% nos casos de calazar (tabela). A sensibilidade do teste rápido foi de 94% e especificidade de 100%. Dados clínico-laboratoriaisCalazar (n=63) / Outros diagnósticos (n=21) Idade * 3,0 (0,6-15) / 3,5 (0,5-15) Febre (%)98 / 84Hepatomegalia (%)97 / 79Esplenomegalia (%)97/ 63Hemoglobina (g/dl)*6,7 (2,610,2) / 8,1 (3,7-11,8) Plaquetas (cel/mm3)*101 (11-531) / 134 (15-535) Leucocitos (cel/mm3)*3600 (1.40014.200)/5150(1.000-25.000) Mielograma positivo (%) 81 / Teste rápido K39 positivo (%)94 / 0Óbitos (%) 10 / 14 *(médiana, variação). Conclusões: O teste rápido mostrou um excelente desempenho para o diagnóstico de calazar no grupo estudado, com sensibilidade superior a do mielograma e especificidade de 100%, sugerindo que o mesmo possa substituir a realização de procedimentos invasivos, facilitando o diagnóstico mais precoce em zonas endêmicas Código Trabalho: 732´ Título: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA COM PCR (REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE) QUALITATIVO Autores: REGINA LÚCIA BARBIN MATIELO;FABIANA ARISTON FILGUEIRA;TELMA SUELY OKAY;GILDA MARIA BARBARO DEL NEGRO;PEDRO TAKANORI SAKANE;EVANDRO ROBERTO BALDACCI Instituição: Instituto da Criança - HCFMUSP. E-mail: [email protected] Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A toxoplasmose congênita é assintomática ao nascimento em grande número dos casos, que entretanto, poderão evoluir com seqüelas possivelmente dependentes da presença quantitativa dos parasitas. O tratamento por 1 ano com os seus riscos é protetor. Objetivos: Avaliar, através da pesquisa da PCR qualitativa no sangue periférico, se há clareamento do toxoplasma ao longo do tratamento medicamentoso, o que poderia indicar sua suspensão. Métodos: Estudo prospectivo em crianças assintomáticas ao nascimento, filhas de mães com viragem sorológica na gestação (IgM+) para Toxoplasma gondii, utilizando a reação em cadeia de polimerase (PCR) qualitativa no sangue periférico. Os testes moleculares foram realizados durante o tratamento para a toxo- Infectologia plasmose e ao término dele, com o método DNA - PCR - gene B1, utilizando os primers JW63-sense e JW62-anti-sense. Resultados: Os resultados preliminares dessa avaliação mostram que em diferentes estágios do tratamento medicamentoso e mesmo após seu término, a PCR qualitativa permanece positiva. Caso 1: J.A.B.S.B. apresentou PCR positiva aos 4 meses e com 1 ano e 2 meses (2 meses após o término do tratamento). Caso 2: A.L.S. apresentou PCR positiva aos 4 meses, durante o tratamento. Caso 3: M.B.M.F. permanecia com PCR positiva no fim do tratamento, com 10 meses de vida. Caso 4: Irmãs gêmeas, ambas aos 4 meses de vida, uma delas com PCR positiva para o toxoplasma, enquanto que a era negativa. Conclusões: Os dados sugerem que: 1.A viragem sorológica na gestação não é de per si uma indicação absoluta de tratamento desde que as crianças podem não estar infectadas (caso 4). 2. A PCR qualitativa não é método para avaliação prognóstica e de resposta terapêutica 3. Especula-se a partir de então, se a utilização da PCR quantitativa no sangue periférico de recémnascidos, poderá ser um método útil na avaliação de indicação de tratamento, bem como ser método de valia como indicador de evolução. Código Trabalho: 903 Título: AVALIAÇÃO E ANÁLISE NNIS DOS EPISÓDIOS DE SEPSE NEONATAL E INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA DA UTI -NEONATAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Autores: MARCIA WAKAI CATELAN;SAMIRA MONTEIRO PORTO ALMEIDA;REGINA MARA CUSTÓDIO RANGEL;LUCIANA SOUZA JORGE;PRISCILLA MARTINSHERNANDE SANTOS;FERNANDO GÓNGORA RUBIO Instituição: CCIH-HB- FUNFARME-São José do Rio Preto Cidade/UF: SÃO JOSÉ DO RIO PRET/SP Resumo: Introdução: Sepse neonatal e Infecção Primária da Corrente Sanguínea(ICOSA)são causas importantes de morbimortalidade e as infecções mais frequentes. Objetivos:Analisar a epidemiologia dos episódios de Sepse e ICOSA neonatal no período de janeiro de 2004 a junho de 2006. Métodos: Estudo prospectivo de recém-nascidos internados de 01/01/2004 a 30/06/2006, com critérios do método National Nosocomial Infections Surveillance(NNIS,1994)e Infecção Hospitalar segundo CDC; especificamente para Sepse Clínica e Infecção Primária da Corrente Sanguínea. Diariamente, a enfermeira e a médica do CCIH-HB-FUNFARME, visitavam a unidade na busca ativa de casos de IH, registravam o número de pacientesdia, cateteres-dia e dados como peso de nascimento,época da IH, uso de cateter venoso central, resultado de hemoculturas e óbito. Resultados: Foram admitidos na unidade durante este período 650 recém-nascidos. A Taxa de infecção por mil pacientes-dia foi 43,23;37,32;29,89 e 35,37 respectivamente para as categorias de peso menores de 1000 g, 10011500g,1501-2500g e maiores de 2500g.A Taxa específica para ICOSA Laboratorial e Sepse Clínica/total de infecções x 100 foram 15,89 e 42,30 para menores de 1000g; 10,13 e 40,98 para recém-nascidos de 1001-1500g; 14,8 e 24,17 para 1500 a 2500 g e 14,09 e 29,48 para pacientes maiores de 2500 g.A taxa de letalidade associada à IH foi de 8,9%.Foram analisados 97 episódios de Sepse Clínica e 49 episódios de ICOSA. Com relação à Sepse Clínica: 81,4% foi de aparecimento tardio, 81,2% não estavam relacionadas a Cateter Venoso Central, a categoria de peso mais acometida foi em neonatos menores de 1000 g (29,9%). Com relação à Infecção Primária da Corrente Sanguínea: 95,9% foi de aparecimento tardio, 55,1% destes casos foram relacionados a cateter venoso central, a taxa específica de ICOSA Laboratorial relacionada CVC/CVC-dia foi 3,8; 2,01; 8,2 e 8,43 respectivamente para as categorias de peso < 1000g, 1001-1500g,1501-2500 e > 2500g. A presença de CVC foi fator de risco importante para o desenvolvimento de ICOSA em comparação com os casos de Sepse Clínica.A categoria de peso mais acometida foi em neonatos maiores de 2500g (34,7%); em relação à identificação do agente envolvido 18,3% eram gram-positivos, 44,9% gram-negativos e 36,9% eram fungos sendo a Candida glabrata a mais encontrada. Conclusões:As taxas de Densidade de Incidência e Taxa específica de ICOSA Laboratorial relacionada a CVC foram maiores que as encontradas na literatura e a média de utilização de CVC, em todas as categorias de peso, foi maior em relação à média NNIS. Houve maior frequência de IH em neonatos com peso maior que 2500g o que difere da literatura,fato explicado por esta UTI Neonatal ter alta complexidade em procedimentos cirúrgicos pós-operatórios(Pediátrica e Cardiopatia Congênita). Código Trabalho: 406 Título: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS DAS CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV EM PERNAMBUCO Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE FREITAS;DJAIR SENA Instituição: IMIP - Coord. Estadual de DST/AIDS da Secretari Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Desde o final dos anos 80 até 2005, a epidemia da infecção pelo HIV em crianças no Brasil tem sofrido grandes mudanças. O Brasil tem acumulado até 2005 (junho), 11.901 casos de Aids em menores de 13 anos. Destes casos, 9.965 (83,7%) foram por transmissão vertical do HIV. Desde 1987, Pernambuco acumula 246 casos notificados em menores de 13 anos de idade. Até recentemente, o IMIP era a única referência para infecção pelo HIV/Aids no Estado e registra 302 casos em menores de 13 anos. Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever características demográficas e modo de aquisição de crianças infectadas pelo HIV acompanhadas e sobrevivendo até a adolescência e adultícia. Métodos: Nós realizamos um estudo tipo transversal através de revisão de dados de notificação de casos de aids em crianças acompanhadas no IMIP. As crianças e adolescentes foram divididos por idade, sexo, modo de aquisição, ano de diagnóstico e tempo de sobrevida. Resultados: A idade mediana de crianças acompanhadas foi 07 (0 a 19) anos. A razão por sexo foi de masculino 1 / feminino foi 1.2, mas em menores de 4 anos de idade o gênero predominante foi masculino em contraste com gênero feminino entre adolescentes com 10 a 14 anos de idade (p=0,02). O modo de aquisição mais freqüente foi por transmissão vertical do HIV responsável por 287 (95%) casos e por transmissão sangüínea responsável por 15 casos (5%). O último caso de transmissão sangüínea registrado foi em 1987. Duzentas e vinte e oito crianças (75,5%) sobreviveram e permanecem em acompanhamento (somente 1 por transmissão sangüínea), 52 (17,5%) morreram, 14 (4,7%) foi perdido o acompanhamento e 7 (2,3%) foram transferidas para outros serviços. Conclusões: De um grupo de 302 crianças, 228 (75,5%) sobreviveram com algumas diferenças em relação ao sexo e modo de aquisição da infecção pelo HIV. O percentual de sobrevida e diferenças de sexo e modo de transmissão podem ser reflexo de melhora de diagnóstico, tratamento e tendência da epidemia ao longo do tempo. Código Trabalho: 8 Título: CERATITE INTERSTICIAL SIFILÍTICA RECORRENTE Autores: CÉLIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;THIAGO LUIZ BASTOS;LUCIANA MIRANDA;ANANÍLIA MAIA;DORILENE SOARES SILVA Instituição: Hospital da Criança Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A ceratite intersticial (CI) esta comumente associada à sífilis embora possa ocorrer em outras patologias bacterianas, virais, parasitárias e auto-imunes. Na sua definição caracteriza-se por processo inflamatório envolvendo o epitélio e o endotélio corneano ocular, com depósito de complexo antígeno-anticorpo mediado pelo complemento ou decorrente de uma reação de hipersensibilidade. Clinicamente se caracteriza por áreas de densidade esbranquiçada e vascularização aumentada focal ou difusa. Objetivos e Métodos: Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico em adolescente de 13 anos de idade, que apresenta CI aguda bilateral, cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis. Relato do caso: Paciente apresenta queixa de diminuição da acuidade visual, associado à borramento da visão e lesão esbranquiçada em ambos os olhos, com dor, edema de pálpebras e lacrimejamento mais intenso em olho direito, iniciado há 30 dias. O exame oftalmológico detectou CI bilateral com neovascularização sugestiva de sífilis. Nos exames realizados o estudo do LCR foi normal, exceto o VDRL que foi positivo com titulagem no sangue periférico de 1:256. Sorologias para toxoplasmose, HIV, citomegalovirus, rubéola, herpes, foram não reagentes, PPD não reator, radiografia de tórax normal, FAN não reagente. Iniciado uso de penicilina venosa e corticoterapia ocular. Com Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S97 Infectologia 14 dias a avaliação oftalmológica revelou leucoma residual à direita. A titulagem do VDRL reduziu para 1:64. Após 18 meses da alta, retorna com as mesmas queixas localizadas no olho esquerdo O VDRL de 1:64 e em ambas as ocasiões o FTA-ABs foram negativos. Discussão: A CI ocorre mais freqüentemente na sífilis congênita tardia ,sendo descrita dos 5 aos 20 anos de idade, bilateralmente em 80% dos casos. As principais características da sífilis congênita tardia além da CI, não foram encontradas no paciente, como a tíbia em "Lâmina de Sabre", articulações de Clutton, fronte "olímpica", nariz "em sela", dentes de Hutchinson, molares em "amora", surdez neurológica. O FTA-Abs tem elevada especificidade (94%a 100%) e menor sensibilidade (70% a 100%) em comparação a dos testes não-treponêmicos, entretanto o que esperamos é a persistência do FTA-Abs no restante da vida de um indivíduo infectado, mesmo após o tratamento, o resultado negativo nesse caso, exigiu uma maior investigação e a etiologia sifilítica foi definida pelos parâmetros laboratoriais, resposta terapêutica e por exclusão Conclusões: Esse caso vem chamar a atenção para o diagnóstico da ceratitite intersticial como manifestação tardia da sífilis, cuja confirmação nem sempre é fácil, sendo, entretanto uma situação clínica que pode levar a danos permanentes se não diagnosticada e tratada adequadamente. Código Trabalho: 280 Título: COMPARAÇÃO ENTRE CRIANÇAS COM FEBRE HOSPITALIZADAS COM OU SEM SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SRIS) Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;CAROLINE DUARTE MELLO Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A SRIS é uma importante causa de morbidade e mortalidade entre crianças. Objetivos: comparar a evolução de crianças com febre hospitalizadas com ou sem SRIS. Métodos: Esta foi uma coorte retrospectiva realizada no hospital universitário da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Os prontuários de todas as crianças admitidas entre setembro/2004 e abril/2005 foram revistos. O critério de inclusão foi constatação de febre e registro de ou freqüência cardíaca ou freqüência respiratória em pelo menos duas ocasiões distintas ou resultado de leucograma. Informação sobre diagnóstico, etiologia e evolução foi coletada em questionário padronizado. Resultados: De 833 pacientes admitidos, os prontuários de 659 (79%) foram revistos até o momento. De 392 pacientes em que havia febre na história da moléstia atual, 178 preencheram o critério de inclusão; 20 (11%) foram excluídos devido a comprometimento neurológico (10), má-formação cardíaca com repercussão clínica (6), SIDA (2), insuficiência cardíaca (1) ou renal (1). A mediana da temperatura axilar inicial foi 38oC (média 38,4 ± 0,6) e SRIS foi detectada em 71 (45%) dos pacientes, devido à alteração no leucograma (70 pacientes) ou à taquicardia persistente (1 paciente). A mediana da idade (meses) foi 20 (média 32 ± 32, variando de 1 a 153) e a diferença na idade não foi estatisticamente significante quando pacientes com (34 ± 32) ou sem (30 ± 32) sepse foram comparados (p=0,3). Os diagnósticos mais freqüentes foram pneumonia (44%), infecção de pele ou partes moles (18%), diarréia (6%) para as crianças com SRIS e pneumonia (25%), diarréia (21%) e infecção de pele ou partes moles (17%) para crianças sem SRIS. A etiologia foi determinada para 9 (13%) e 7 (8%) pacientes com e sem SRIS, respectivamente (p=0,5). No grupo com SRIS, Escherichia coli (2), Streptococcus pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), Shigella flexneri (1), Staphylococcus aureus (1) de culturas de sangue (2), urina (2) e fezes (2) e infecção por rotavírus (2) ou vírus da hepatitis A(1) foram identificados. No grupo sem SRIS, infecções por Klebsiella sp. (2), S. pneumoniae (1), Salmonella sp. (1), S. aureus (1) de culturas de sangue (3) ou urina (2) ou rotavírus (2) foram identificadas. A duração da hospitalização (dias) foi maior entre os pacientes com SRIS (9 + 8 vs 6 + 5, p=0,005). Conclusões: A ocorrência de SRIS foi freqüente entre crianças hospitalizadas com febre e a duração da hospitalização foi maior entre as crianças com SRIS quando comparadas com as crianças sem SRIS. S98 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 987 Título: COMPLICAÇÕES DA VARICELA EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA Autores: MARDJANE ALVES DE LEMOS;ADRIANA ÁVILA MOURA;PRISCILA REGINA ALVES ARAÚJO;RUBELLE MARQUES A OLIVEIRA Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A varicela é uma doença infecciosa comum na infância. Apesar de ser considerada uma patologia de evolução benigna, diversas complicações podem ocorrer, como a infecção bacteriana de pele, pneumonia, encefalite e trombocitopenia. Objetivos: Realizar uma investigação epidemiológica dos casos de varicela complicada em pacientes internados em um hospital de doenças infecciosa. Métodos: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes com até 18 anos internados com varicela, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2005. Resultados: Foram analisados 137 prontuários de pacientes com varicela, internados no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2005. Destes, 56% eram do sexo feminino e 44% eram do sexo masculino. Do total de casos, 96 desenvolveram complicação única e 41 apresentaram duas ou mais complicações, totalizando 137 complicações. A infecção secundária de pele e/ou subcutâneo foi a complicação mais freqüente, com 96 casos, seguida das complicações respiratórias, com 17 casos, e infecção bacteriana sistêmica, com 16 casos. Onze pacientes apresentaram alguma afecção do Sistema Nervoso Central (SNC). Destas, sete foram descritas como encefalite, três como convulsão e uma como cerebelite. Outras complicações descritas foram glomerulonefrite, fenômenos alérgicos, gastroenterite com desidratação, miocardite, otite média aguda e varicela hemorrágica. A idade média foi de 3,54 anos, com idade mínima de 02 meses e máxima de 17 anos. A maioria dos pacientes tinha menos de 5 anos (74%). O período do ano em que houve maior número de internamentos por foi entre os meses de setembro e dezembro, com 85 casos (60%) houve um pico em outubro, com 31 internamentos (22,63%). A presença de fatores predisponentes para varicela complicada foi relatada em 46 prontuários (33,57%). O mais freqüente foi desnutrição, com 37 pacientes (27,01%) apresentando algum grau de déficit nutricional. Sete pacientes faziam uso de drogas imunossupressoras, um era prematuro e outro era portador de cardiopatia congênita. O tempo mínimo de internamento foi de um dia, o máximo de 42 dias, e a média de 8,31 dias. O tempo de médio de internamento foi diretamente proporcional ao número de complicações apresentados pelos pacientes. A história de contato com varicela estava registrada em 51 prontuários, em 82,35% destes o contato foi intradomiciliar. O número de óbito foi de 3 casos, com uma taxa de letalidade de 1,95%. Todos tinham menos de 3 anos, um com infecção bacteriana sistêmica, outro com encefalite viral, e o terceiro com gastrenterite e desidratação. Conclusões: A varicela é uma doença infecciosa que pode se associar a um número significativo de complicações e a uma letalidade não desprezível. O grupo etário com maior número de afetados foi o de pré-escolares. Os casos letais ocorreram em crianças mais jovens, com idade inferior a três anos. As complicações da varicela ocorreram principalmente em pacientes saudáveis, sem de fatores de risco associados. Código Trabalho: 307 Título: CONHECIMENTO DOS NEONATOLOGISTAS SOBRE VACINAÇÃO EM PREMATUROS E RN DE BAIXO-PESO Autores: EDUARDO JORGE FONSECA LIMA;CAROLINE FREITAS TIMÓTEO LIMA;LUIS ANDRÉ SILVESTRE ANDRADE Instituição: Inst. Materno Infantil Prof. Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A vacinação de RN prematuros e de baixo peso ao nascer sempre levantou questionamentos entre os pediatras, seja pela incerteza da resposta imunitária, seja pelas reações indesejáveis. Em princípio, a idade gestacional e o baixo peso ao nascer não são fatores limitantes para que um recém-nascido prematuro clinicamente estável seja imunizado. Existem poucos trabalhos na literatura avaliando especificamente o grau do conhecimento dos neonatologistas sobre vacinação em recém nascido prematuros. O presente estudo tem como premissa básica a análise do conhecimento desses profissionais Infectologia sobre vacinação em prematuros e quais são os mitos e controvérsias sobre o assunto. Objetivos: Verificar o conhecimento dos neonatologistas de cinco hospitais da cidade do Recife, sobre as recomendações do Ministério da Saúde para a imunização do recém-nascido (RN) prematuro e os de baixo peso e alguns fatores associados em relação aos profissionais e o conhecimento avaliado. Métodos: Estudo descritivo, transversal, realizado no período de dezembro/05 a janeiro/06, em cinco hospitais da cidade do Recife, sendo dois hospitais de ensino e três hospitais privados. A população do estudo foram os neonatologistas dos respectivos hospitais após o consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados por meio de um questionário elaborado a partir das variáveis que se pretendeu estudar. Os dados foram processados e analisados no programa Epi-Info 6.0. Foi considerado conhecimento adequado quando o nível de acerto foi superior a 70%. Resultados: A amostra foi constituída por 46 neonatologistas. Em relação a BCG 88,9% das respostas foram consideradas adequadas; em relação a Hepatite B associando-se sorologia materna apenas obteve-se 45% respostas adequadas; em relação a Pólio Oral apenas 50% dos entrevistados responderam corretamente em relação ao não uso em pacientes hospitalizados; em relação a DPT, apesar de 100% dos profissionais terem conhecimento do número de doses do esquema, apenas 13% mostraram-se devidamente informados quanto a ocorrência de eventos adversos; e quanto aos eventos adversos da Pólio Oral e Hepatite B o índice de acerto foi de 95,8% . Conclusões: Os neonatologistas precisam de uma maior sensibilização sobre a importância da imunização no RN prematuro, para melhor conhecimento das indicações, contra-indicações e eventos adversos das vacinas do calendário básico. Código Trabalho: 752 Título: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: ESTUDO DE MULHERES E SEUS FILHOS ATENDIDOS NO PERÍODO DE SETEMBRO DE 2000 A MAIO DE 2003 NO IPPMG-UFRJ Autores: ANA LÚCIA LIMA GUEDES;SUSIE ANDRIES NOGUEIRA;THALITA FERNANDES ABREU;RAIMUNDA MARIA S RODRIGUES;TOMAZ P COSTA;JORGE BARRETO Instituição: IPPMG - UFRJ Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG Resumo: Introdução: A importância da toxoplasmose congênita (TC) se deve às graves conseqüências médicas, socio-econômicas e incapacidades individuais que ela acarreta; e pela possibilidade de ser prevenida ou atenuada. Objetivos: Descrever a casuística de toxoplasmose adquirida por mulheres em período gestacional acompanhadas no Ambulatório de Pré-natal de um Hospital Universitário na cidade do Rio de Janeiro no período de março de 2001 a março de 2003, correlacionando o diagnóstico materno de infecção por Toxoplasma e seu tratamento com a ocorrência de TC e descrever a casuística de crianças acompanhadas no Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) deste mesmo Hospital, no período de setembro de 2000 a maio de 2003 e correlacionar com o diagnóstico materno de infecção por Toxoplasma e a conduta adotada nas gestantes. Métodos: Estudo de Coorte retrospectiva-prospectiva no período de setembro de 2000 a maio de 2003. Avaliamos 149 mulheres com suspeita de toxoplasmose adquirida na gestação: 60 no Ambulatório de Pré-natal e 89 mães de crianças atendidas no Ambulatório de DIP por suspeita de TC. Paralelamente avaliamos 111 crianças. As mulheres foram classificadas em 5 categorias segundo a probabilidade de infecção pelo Toxoplasma: toxoplasmose adquirida na gestação (n=13); provável toxoplasmose adquirida na gestação (n=0); não se estabeleceu a época da toxoplasmose (n=105); susceptibilidade à infecção pelo Toxoplasma (n=3); toxoplasmose prévia à gestação (n=28). Os critérios diagnósticos de TC foram: IgM específica positiva após o 5º dia de vida; e/ou sinais e sintomas específicos de infecção congênita associados à presença de IgM e/ou IgG específica em títulos ascendentes; IgG específica persistentemente positiva após o 12º mês de vida. Resultados: Os hábitos de risco mais freqüentes foram: manipular carne crua (80,1%), não lavar as mãos às refeições (61,1%), ter contato com gatos (53,5%)ingestão de salsicha e saleme crus (50,7%). A idade e os hábitos de risco não associaram-se à infecção recente pelo Toxoplasma. A IgM positiva na gestação (VPP=1,1%; IC 95% = 0,00% a 6,0%) e a USG materna alterada (p=1,0) não se associaram à TC. Noventa e três gestantes receberam pelo menos 1 ciclo de medicação antiToxoplasma, apenas 6 com infecção aguda ou recente.Confirmou-se o diagnóstico de TC em 7 crianças e exclui-se em 91. Baixo peso (p=0,015) e alterações clínicas (p=0,005) ao nascimento, estrabismo (p=0,002), nistagmo (p=0,004), oftalmoscopia alterada (p=0,000), hepatomegalia (p=0,000), microcefalia (p=0,000), déficit do desenvolvimento neuropsicomotor (p=0,004), plaquetopenia (p=0,011), radiografia de crânio alterada (p=0,003) associaram-se à TC. Conclusões: Nesta casuística, a IgM materna, isoladamente, não foi boa preditora de TC, não foi possível determinar a época de aquisição da infecção materna na maioria das mulheres e quase 90% das crianças infectadas eram sintomáticas ao nascimento ou primeiras semanas de vida. Código Trabalho: 1097 Título: DETERMINAÇÃO DA AMEBÍASE EM ALUNOS DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE MACEIÓ, UTILIZANDO ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS Autores: IASMIN CAVALCANTI DUARTE;MARIA VIEIRA MACIEL;IVANISE SILVA ACA;ELIANA MAURÍCIO ROCHA;RICARDO ARRAES XIMENES;YASMIN CAVALCANTI DUARTE Instituição: Doutorado de Medicina Tropical - UFPE Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A amebíase é causada pela Entamoeba histolytica que foi reclassificada em 1925 por Brumpt em duas espécies: a E. histolytica, o parasito que pode causar a doença e a Entamoeba dispar, a espécie que não é patogênica. Em Alagoas não existe dados sobre a amebíase após essa nova definição. Objetivos: Determinar a prevalência de E. histolytica nos alunos da rede pública na cidade de Maceió, pela aplicação da microscopia e dos testes de ELISA: Enzymeba e teste de detecção de antígeno nas fezes, o teste E.histolytica II. Métodos: Estudo descritivo e transversal de prevalência da amebíase em alunos de escolas públicas da cidade de Maceió. Foram coletadas amostras de fezes dos alunos entre 4-15 anos de idade, matriculados em 18 escolas selecionadas aleatoriamente. Todas as amostras foram submetidas ao exame microscópico pelo Método de Ritchie e classificadas em positiva ou negativa para E.histolytica/E.dispar. Em seguida foi aplicado o teste Enzymeba e o teste E.histolytica II em todas as amostras positivas à microscopia para E.histolytica/E.dispar. O teste Enzymeba confirma com precisão a presença da E.histolytica/E. dispar, apesar de não descriminar entre as duas espécies. Já o teste E.histolytica II tem capacidade de definir a presença da E. histolytica na amostra através da reação imunológica dos anticorpos antiadesina. oi utilizado um questionário para obter as informações de identificação, condições da casa, sanitárias e de saúde dos alunos.Todos os responsáveis foram esclarecidos sobre os objetivos do projeto, e assinaram um termo de consentimento, conforme as normas do Comitê de Ética em Pesquisa da UFAL.Todos os alunos receberam o resultado da microscopia, além do tratamento específico e informação sobre prevenção das enteroparasitoses. Resultados: A população foi composta de 1797 alunos, dos quais 68(3%) foram positivos para E. histolytica/E.dispar pela microscopia. Á seguir, estas 68 amostras foram analisadas pelo teste Enzymeba e o teste E.histolyticaII. O primeiro confirmou em 100% o resultado da coproscopia. Já o teste de detecção de antígeno, o teste E. histolytica II confirmou apenas 18(1%) das 68 amostras positivas à microscopia. Foi demonstrado que o uso de água para beber sem tratamento foi um fator de risco importante para amebíase. Não houve associação da infecção pela E. histolytica com sexo, idade e condições de moradia dos alunos. Conclusões: A microscopia foi considerada um método impróprio para o diagnóstico da amebíase, sendo fundamental a aplicação de uma técnica para o diagnóstico específico, como o teste E. histolyticaII, evitando-se o tratamento desnecessário e fornecendo dados epidemiológicos precisos. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S99 Infectologia Código Trabalho: 922 Título: DIARRÉIA POR ROTAVÍRUS EM RECIFE: SITUAÇÃO PRÉVIA À INTRODUÇÃO DA VACINAÇÃO UNIVERSAL Autores: FERNANDA ULISSES MONTENEGRO;JAILSON DE BARROS CORREIA;ANA RODRIGUES FALBO;LUIS EDUARDO CUEVAS;NIGEL CUNLIFFE;CHARLES ANTHONY HART Instituição: INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROF.FERNANDO FIGUEIRA Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Rotavirus é a causa mais comum de diaréia grave no mundo e ainda permanece como uma importante causa de mortalidade nos países em desenvolvimento. A vacinação universal com uma vacina do sorotipo humano G1P[8] foi introduzida no Brasil em março de 2006. Objetivos: Este estudo foi realizado para avaliar a freqüência relativa do rotavírus em crianças com diarréia aguda grave; idade e características clínicas dos casos, e identificar os sorotipos circulantes na região de Recife. Métodos: Crianças menores de cinco anos que apresentavam diarréia aguda foram recrutadas prospectivamente entre maio de 2004 a abril de 2005, no setor de emergência de um hospital escola do Recife. Amostras fecais foram coletadas à admissão e congeladas até a realização dos exames. Rotavírus foram detectados pelo método ELISA e amostras fecais positivas foram testadas através da RT-PCR para a tipagem G e P. Resultados: Rotavírus do grupo A foram detectados em 102 (34,1%) amostras fecais de 299 crianças envolvidas. Como esperado, a presença de vômito (p<0,01), diarréia aquosa (p=0,005) e necessidade de hidratação parenteral (p=0,037) foi mais freqüente nas crianças com rotavírus presente na amostra fecal. A maioria dos casos (89%) das gastroenterites por rotavírus ocorreu em crianças menores de dois anos. Sorotipo G1P[8] foi identificado em 49% das amostras, mas verificou-se uma alta proporção (28%) do sorotipo G9P[6] e o sorotipo emergente G8P[6] representou 2% dos sorotipos. Infecções mistas foram identificadas em 4% dos casos e um sorotipo G5P[8] foi detectado. Conclusões: Este estudo contribui para reforçar a importância do rotavírus como agente associado a diarréia aguda em menores de cinco anos e provê dados sobre os sorotipos que circulam na região. O estudo está sendo complementado pela monitorização das cepas no período pós-vacinação. Código Trabalho: 970 - Título: DIFERENÇAS REGIONAIS NA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV NO BRASIL. RESULTADO DE UM ESTUDO COLABORATIVO MULTICÊNTRICO. Autores: REGINA CÉLIA SUCCI;GRUPO DE ESTUDO DA SBP TV DO HIV Instituição: Sociedade Brasileira de Pediatria Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A prevenção da transmissão vertical do HIV (TV do HIV) é uma das prioridades do programa nacional de DSTAIDS. As diferenças no acesso Às medidas profiláticas, entretanto, não é igaul em todas as regiões do país. Objetivos: O objetivo deste estudo multicêntrico foi avaliar a TV do HIV em todas as regiões do país entre crianças filhas de mães infectadas pelo HIV e nascidas no período compreendido entre janeiro de 2000 a dezembro de 2004. Métodos: 63 serviços (localizados em 20 estados e no DF) participaram do estudo no período de 2000 a 2002 e 17 serviços (localizados em 14 estados e no DF), no período de 2003 e 2004. Dados referentes a 5808 crianças foram analisados. A TV do HIV nesse período foi de 6,77% (393/5808), sendo 8,6% em 2000 e 6,8% em 2004. A TV do HIV foi maior nas regiões Norte (11,8%) e Nordeste (8,9%) do país quando comparadas com as regiões Centro-Oeste (5,1%), Sul (5,4%) e Sudeste (6,9%). As diferenças regionais são evidentes quando comparamos as idades das mães, a proporção de mulheres que fizeram acompanhamento pré-natal, a época em que o diagnóstico da infecção pelo HIV foi realizada na gestante, o tipo de parto realizado e a proporção de crianças que receberam aleitamento materno. Conclusões: A TV do HIV vem diminuindo nos últimos anos, mas a vigilância continua dessa forma de transmissão é importante para atingirmos taxas inferiores a 2% até o ano de 2007, que é a meta do PN DST AIDS do Ministério da Saúde. Diminuir as diferenças regionais é importante para atingir essa meta. S100 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 242 Título: DIPIRONA E PARACETAMOL NO CONTROLE DA FEBRE EM CRIANÇAS: ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO Autores: NATALIA DORNELAS CAMARA;CAMILA DORNELAS CAMARA;CAROLINA DORNELAS CAMARA;JOÃO GUILHERME ALVES Instituição: Instituto Materno Infantil Prof Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Em pesquisa realizada no MEDLINE e LILACS, encontramos apenas um estudo que compara a eficácia da dipirona com o acetaminofeno. Como esse antipirético é o mais utilizado em alguns países como o Brazil e México, sendo reconhecido pelas suas autoridades sanitárias como seguro, resolvemos comparar a eficácia da dipirona com o acetaminofeno em crianças com febre. Métodos: Ensaio clínico, randomizado, comparando-se a eficácia da febre da dipirona com o acetaminofeno. A pesquisa foi desenvolvida no período de janeiro a junho de 2006. Foram admitidos à pesquisa crianças de 6 meses a 6 anos de idade, com queixa principal de febre, temperatura axilar entre 38,5 C e 40 C, desde que não tivessem feito uso de medicamentos antipiréticos ou meios físicos no controle da temperatura nas últimas 6 horas antes da admissão ao estudo. Aquelas crianças que apresentavam quadro clínico com sinais de gravidade, portadores de afecção cardíaca, real, hepática, endócrina, neurológica ou neoplásica, foram excluídas do estudo. Pacientes que estavam em uso de antiinflamatório ou tinham história de sensibilidade à dipirona ou ao acetaminofeno, não foram admitidos ao estudo. O tamanho da amostra foi de 50 crianças (25 em cada grupo), calculado a partir das tabelas de Haseman, apud Meinert, com um erro alfa de 0,05 e um beta de 0,10. De forma aleatória, através da tabela de números randomizados fornecida pelo programa EPI-INFO, 25 crianças receberam uma dose de dipirona (20 mg/Kg) por via oral e as outras crianças, uma dose de acetaminofeno (15 mg/Kg). A temperatura axilar foi aferida através de um termômetro de mercúrio, 15', 30 ', 60', 90' e 120' após a administração do antipirético. Foi considerada como controle da temperatura uma aferição da temperatura axilar menor que 38 C. Na análise das variáveis pesquisadas foram utilizados os testes t-student e o do qui-quadrado. Foram admitidos à pesquisa apenas os pacientes que forneceram autorização e o estudo teve aprovação do Comitê de Ética. Resultados: As características demográficas e sociais, assim como a temperatura "baseline" foram semelhantes entre os dois grupos. Em todas as crianças estudadas foi obtido o controle da temperatura; 60' com a dipirona e 90' com o acetaminofeno. A média de temperatura com 60', 90' e 120' foi menor no grupo da dipirona. Em nenhuma das crianças estudadas foram observados sinais de intolerância medicamentosa. Conclusões: A dipirona e o acetaminofeno apresentaram respostas eficazes e aparentemente seguras na redução da febre, sendo que a dipirona apresentou uma maior redução da temperatura, atingida em um período mais breve, quando comparada com o acetaminofeno. Código Trabalho: 2 Título: DOENÇA DE KAWASAKI SIMULANDO QUADRO SÉPTICO: RELATO DE CASO Autores: ANGELA ESPOSITO;GABRIELLE ZAMPERLINNI NETTO;BIANCA MASSAROPPE;JOÃO PAULO BECKER LOTUFO Instituição: Hospital Universitário - FMUSP País: SÃO PAULO Resumo: Objetivos: apresentar um caso de Doença de Kawasaki (DK) onde a apresentação inicial foi sugestiva de quadro séptico com comprometimento da função miocárdica. Relato do caso: lactente de um ano foi atendida em pronto socorro infantil com febre há 4 dias, em tratamento de otite com amoxacilina. Após o início do antibiótico houve aparecimento de exantema pruriginoso pelo corpo. Ao exame físico foi constatado: regular estado geral, febre elevada,taquicardia, exantema maculopapular generalizado, edema de mãos e pés, hipoperfusão periférica, hepatomegalia, e roncos pulmonares. A criança foi admitida com a hipótese diagnóstica inicial de quadro séptico com insuficiência cardíaca, e foram iniciados expansão com soro fisiológico, clindamicina e cefotriaxona. Após três expansões de soro houve piora do quadro, com ritmo de galope e Infectologia estertoração fina nas bases pulmonares, que reverteram com o uso de diurético. No dia seguinte a manutenção do quadro sugeria a possibilidade diagnóstica de Doença de Kawasaki, e foi iniciada terapêutica de prova com ácido acetilsalicílico e imunoglobulina endovenosa. A criança evoluiu com rápida defervescência e desaparecimento do exantema e das alterações hemodinâmicas. Conclusões: pode haver dificuldade no diagnóstico da DK mesmo quando o paciente preenche o critério diagnóstico, como neste quadro sép-tico. A importância da suspeita precoce reside na possibilidade de prescrição de terapêutica específica. As alterações cardiocirculatórias, hepáticas e de orelha média observadas neste caso mostram o amplo espectro clínico desta vasculite sistêmica. Código Trabalho: 993 Título: DOR ABDOMINAL AGUDA COMO APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE DOENÇA MENINGOCÓCICA Autores: SELMA BETTA RAGAZZI;CRISTINA RYOKA MIYAO;ALFREDO ELIAS GILIO;DENISE SWEI LO;MARCOS SANTOS BARROS Instituição: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Relato de caso: RNMJRO, 1 ano e 9 meses de idade, feminino, cor parda, com história de febre, dor abdominal e ausência de evacuações há 1 dia. Ao exame físico apresentava-se em REG, irritada, taquicárdica, com abdome tenso e doloroso à palpação. O restante do exame físico era normal. Realizado RX de abdome que demonstrou distensão de alças intestinais, e Ultrassom de abdome normal. Foi submetida à cirurgia pela suspeita de abdome agudo inflamatório. O achado cirúrgico foi adenite mesentérica, com apêndice normal, sem líquido na cavidade abdominal. Evoluiu na Enfermaria com melhora da dor abdominal, mas manutenção da febre. No terceiro dia de internação foi observado crescimento de diplococos Gram negativos em hemocultura, cujo resultado final demonstrou Neisseria meningitidis. A criança não apresentava sinais meníngeos, e o resultado do líquor foi normal. Recebeu Penicilina cristalina por 7 dias, com boa evolução. Foi realizada quimioprofilaxia com Rifampicina para os seus familiares. Discussão: A doença meningocócica tem uma grande diversidade de apresentações clínicas, sendo os diagnósticos mais freqüentes os de meningite, com ou sem meningococcemia. No entanto várias apresentações são relatadas na literatura. Esta criança apresentava dor abdominal aguda, com achado cirúrgico de adenite mesentérica. Não foi evidenciada presença da bactéria em líquido de cavidade abdominal. Os autores enfatizam a possibilidade da doença meningocócica no diagnóstico diferencial de crianças com dor abdominal aguda, e neste sentido a importância da coleta de hemocultura, que pode evidenciar o diagnóstico etiológico da doença, e permitir medidas terapêuticas e de controle epidemiológico. Código Trabalho: 444 Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A EFICÁCIA APÓS UM ANO DE DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES INFECTADOS POR WUCHERERIA BANCROFTI EM RECIFE - BRASIL. Autores: JOSE ANGELO RIZZO;CECILIA BELO;RENATO LINS;DREYER GERUSA Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Em áreas endêmicas para filariose, exceto a África subsaariana, a estratégia recomendada pela OMS para interromper a transmissão da infecção é o tratamento em dose única com Dietilcarbamazina (DEC), 6mg/kg, co-administrada com Albendazol (ALB), 400mg, em massa, por 4 a 6 anos, o tempo mínimo estimado de vida reprodutiva do verme adulto. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (W. bancrofti) (9 a 19 anos de idade), comparando o efeito de dose única de DEC isolada (6mg/kg) ou combinada com ALB (400mg) um ano após tratamento na prevalência e densidade da microfilaremia em 5ml de sangue colhido à noite, na área endêmica do Grande Recife - Brasil. Resultados: Após o tratamento persistiram microfilarêmicos 16/41 pacientes (39% CI95% 24%-54%) no grupo tratado com DEC e 20/41 (49% IC95% 34%- 64%) no grupo tratado com a combinação (RR 0,8 - IC95% 0,49 - 1,31). As taxas de microfilaremia foram 2% e 1,9% daquelas pré-tratamento (p > 0,05). Conclusões: Adicionar ALB à DEC em dose única para o tratamento de crianças e adolescentes microfilarêmicos não mostrou nenhum benefício em reduzir a prevalência e densidade da microfilaremia após um ano. Código Trabalho: 456 Título: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARANDO A TOLERÂNCIA DE DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES INFECTADOS POR WUCHERERIA BANCROFTI EM RECIFE - BRASIL. Autores: JOSÉ ÂNGELO RIZZO;CECÍLIA BELO;RENATO LINS;GERUSA DREYER Instituição: Hospital das Clínicas- UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução : A OMS tem recomendado avaliações mais detalhadas sobre a tolerabilidade de crianças e adolescentes infectados pela Wuchereria bancrofti aos tratamentos de massa propostos. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, em dois grupos paralelos de indivíduos microfilarêmicos (9 a 19 anos de idade) que descreve e analisa a tolerabilidade durante sete dias após o tratamento com dose única de Dietilcarbamazina (DEC), 6mg/kg, (n = 43) ou em associação a Albendazol (ALB), 400mg (n = 40). Resultados: Apresentaram algum evento adverso (EA) sistêmico 81% dos indivíduos, quase todos durante os primeiros quatro dias; 85% considerados leves. Apenas um paciente teve EA intenso (tosse), que cedeu espontaneamente no 4º dia de observação. Os mais comuns em cada grupo (DEC e DEC + ALB, respectivamente) foram sonolência (37% e 37%), cefaléia (30% e 40%), febre (28% e 22%) e tosse (32% e 25%); os menos comuns o desconforto gástrico (14% e 10%), redução > 10% no VEF1 (16% e 7%) e mialgias (7% e 12%). Dois pacientes queixaram-se de dispnéia leve, um com alteração no VEF1. EAs localizados ocorreram em três pacientes com formação de nódulo e desconforto escrotal. Não houve diferenças entre os grupos de tratamento quanto à freqüência e intensidade dos EAs, nem influência da dose total de DEC. Os níveis de microfilaremia basal influíram na freqüência dos eventos no grupo tratado com DEC apenas, mas não na sua intensidade. Em nenhum paciente o internamento foi prolongado além do previsto e apenas alguns necessitaram administração sintomática de dipirona. Conclusões: a maioria dos EAs foram de leve intensidade, apesar de muito freqüentes, sem diferenças entre os esquemas de tratamento. Não houve diferença na freqüência e intensidade de EAs entre asmáticos e não asmáticos. Código Trabalho: 274 Título: EPISÓDIO HIPOTÔNICO-HIPORRESPONSIVO COMO EVENTO ADVERSO À VACINA DTP/HIB UTILIZADA NO PROGRAMA NCIONAL DE IMUNIZAÇÕES Autores: REINALDO MENEZES MARTINS;TATIANA GUIMARÃES NORONHA;LUIZ ANTÔNIO BASTOS CAMACHO;MARIA DE LOURDE SOUZA MAIA;MARIA CRISTINA FERREIRA LEMOS;AKIRA HOMMA Instituição: Fundação Oswaldo Cruz Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A vacina DTP/Hib é uma das mais reatogênicas,com eventos adversos locais e sistêmicos. Entre os últimos, destaca-se o Episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH), pelo possível prejuízo da adesão às ações de vacinaçao. Objetivos: Descrever quadro clínico de EHH no estudo de vigilância ativa de eventos adversos à vacina DTP/Hib (VIGAT).Comparar a definição de EHH adotada no VIGAT com a literatura (Braun, Brighton e Vermeer). Métodos: VIGAT-prospectivo,não controlado,município Rio de Janeiro,16 Centros de Saúde,2004/5.Incluídos 21.064 lactentes;responsáveis entrevistados no dia da vacinação e 3 a Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S101 Infectologia 5 dias após,quando perguntas de triagem identificavam potenciais casos de EHH.Esses eram avaliados por médicos e enfermeiros,que corroboravam ou não o diagnóstico.Mantida a suspeita de EHH,havia reavaliação por supervisora médica que levava à discussão com 2 comitês. Em todos os estágios de avaliação a definição de caso (adaptada de Braun et al, 1998) foi:"início súbito de hipotonia, hiporresponsividade,cianose ou palidez nas primeiras 48 horas pós-vacinação".Critérios de exclusão:causa conhecida para a sintomatologi,evidência de anafilaxia, sono normal e cor da pele normal.Todos os casos foram categorizados em confirmado (todos os critérios de inclusão e nenhum de exclusão), suspeito (todos os critérios de inclusão,mas não se pode afastar outra causa),indeterminado (qualidade da informação não permite confirmá-lo).Após o início do VIGAT foi publicada por "The Brighton Collaboration HEE Working Group", 2004, uma nova definição de caso de EHH.Essa definição foi considerada por Vermeer,2006,de alta sensibilidade,mas baixa especificidade,levando à sua revisão,em curso pelo CIOMS Vaccine Working Group. Avaliaremos o desempenho da definição de EHH empregada pelo VIGAT,comparando-a com as demais. Resultados: As entrevistadoras encaminharam 323 casos potenciais de EHH aos coordenadores locais que diagnosticaram 13 EHH confirmados, 9 suspeitos e 3 indeterminados.Após revisão por Comitê de Revisão de Diagnósticos e Comitê de Monitoramento Externo,foram dados os diagnósticos finais:12 EHH confirmados,2 suspeitos e 3 indeterminados.Considerando confirmados e suspeitos, a freqüência de EHH foi de 1/1505 vacinados. Tempo de início de 30 minutos a 24 horas,mediana de 2 horas,e duração de 10 minutos a 4 horas,mediana de 45 minutos.A combinação das respostas positivas às perguntas de triagem,feitas por auxiliares de enfermagem,selecionou 11 dos 12 casos confirmados de EHH, os 2 suspeitos e 2 dos 3 casos indeterminados.A definição de caso do VIGAT,aplicada por médicos e enfermeiros treinados,teve bom desempenho em relação às existentes na literatura.Houve dificuldade no diagnóstico diferencial do EHH com os sinais causados pela febre alta e pelo reflexo vaso-vagal. Conclusões: A vacina DTP/Hib da rotina é adequada,com freqüência de EHH esperada na literatura de vacina DTP.É necessário treinar o pessoal da rede básica de saúde para reconhecimento do EHH, com atenção à sua benignida e prevenção de iatrogenia. Código Trabalho: 18 Título: ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSE PULMONAR AGUDA Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE SILVANY;THIARI PARANHOS;ANANÍLIA MAIA;CIBELE FERREIRA;RAFAELLA CORDIER Instituição: Hospital da Criança Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: Na gênese das lesões causadas pela esquistossomose mansônica, o papel primordial cabe aos ovos do parasito, representando uma carga antigênica significativa e causando importante reação granulomatosa, mais comumente descrita no fígado e raramente no pulmão, sendo a pneumonia eosinofílica simples a apresentação mais comum na forma aguda (Síndrome de Löefller). Objetivos e Métodos: Estudo descritivo comparativo de dois casos de esquistossomose aguda hepatointestinal com manifestação pulmonar nodulares de expressões tomográficas diferentes. Relato dos casos: Pacientes de 7 e 13 anos de idade, procedentes da zona rural/BA, residindo sem saneamento básico, usando água de rio para banho. Em ambos, a queixa principal era de diarréia com sangue vivo nas fezes, inapetência, palidez, perda de peso e tosse seca persistente. Nos antecedentes do primeiro caso, destacavam-se três irmãos com S. mansoni. No exame físico, a ausculta pulmonar revelava raros roncos, abdômen globoso à custa de hepatoesplenomegalia moderada. O hemograma com leucocitose devido a eosinofilia, variando de 72 % a 83%.No exame de fezes presença de S.Mansoni.A biópsia de Intestino realizado no primeiro caso, mostrava múltiplos granulomas em corión com ovos viáveis de S. mansoni, no estudo por imagem do tórax, infiltrado grosseiro pulmonar bilateral.A tomografia computadorizada (TC)do primeiro caso, demonstrava extensa reação granulomatosa, com nódulos grosseiros disseminados em ambos os pulmões, diferente da TC do segundo caso,onde revelava pequenos nódulos dispersos de localização predomi- nante periférica de aspecto inespecífico,compatível com a Síndrome de Löefller. A evolução do primeiro paciente foi arrastada ,necessitando uso de mais de dois esquemas terapêuticos, com oxaminiquine e duas com praziquantel, já no segundo paciente a resposta foi mais pronta. Em ambos houve redução da hepatimetria,com a função hepática sempre preservada. O controle tomográfico em ambos foi normal. Resultados e Comentários: A repercussão pulmonar da esquistossomose já é bastante conhecida, porém a alteração tomográfica com a exarcebação encontrada no primeiro caso, tem sido descrita mais raramente.A resposta terapêutica mais lenta nesse paciente pode ser justificada pela intensidade da carga antigênica. Conclusões: Esse relato vem chamar a atenção para a ocorrência da forma pulmonar de distintas expressões ocorrendo na forma aguda ou subaguda da esquistossomose, cuja alteração pulmonar detectada pela TC, pode apresentar dificuldades de interpretação sem que haja uma boa correlação clinica. Código Trabalho: 213 Título: ESTUDO DE 148 CASOS SOROGRUPADOS DE DOENÇA MENINGOCÓCICA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA. Autores: ELIANE GUIMARÃES FORTUNA;MARIA EULÁLIA DE MOURA CÔRTE REAL;MARIA FERNADA MENDES DE ALBUQ SILVA;RENATA FERREIRA CALIXT DOS SANTOS Instituição: Hospital Correia Picanço / Secretaria Estadual de Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A Doença Meningocócica (DM)representa 10 a 40% das meningites bacterianas e a vigilância epidemiológica,apoiada no diagnóstico laboratorial,é essencial no controle da transmissão,na detecção precoce de surtos e na análise do perfil de cepas circulantes. Objetivos: Comparar prevalência e letalidade da DM sorogrupada (sg),com o intuito de subsidiar ações de controle da doença. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo,das DM sg pelo LACEN ,de 0 a 19 anos,com início dos sintomas de 01/01/2003 a 31/12/2005,com dados dos prontuários. Dividida a amostra por sg, segundo sexo,idade, forma clínica, evolução, início dos sintomas e município de residência. Resultados: Foram notificados 916 meningites bacterianas com 32,9% de DM (302 casos) e dentre estes,49% sg(148),sendo 74,3% do sgB e 25,7% do C. Nos 2sg houve uma discreta prevalência do sexo masculino (M), 54,5% no B e 55,3% no C.A idade mais incidente foi de 0-4A ,no total (38,5%),por sexo, feminino (F)61,2% e M 34,6%, e por sg (B 44% e C 34%).A taxa de letalidade (TL) total foi 9,3%,no sgB 10,9% e no C 5,3%,sendo maior no sexo F(14,9%), principalmente nas do sgB (20%). Nos do sexo M a TL foi > no sgC (9,5%)do que no sgB (3,3%). No sg B,o sexo F <1A e o M de 15-19A tiveram a >TL(30% e 20% respectivamente);no sgC, o sexo M de 15-19A também tiveram a >TL 50%. A meningite meningocócica com meningococcemia (MMcM)foi mais frequente no sgB, >50% no total e por sexo; no sgC, foi a meningite meningocócica(MM), com 50% dos casos no total, 60% do sexo M e 42,8% do F.A meningococcemia(M) teve a >TL, no total(42,8%) e nos 2 sg, B 33,3% e C 50%.Curaram 85,5% do sgB e 92,1% do C; 3,6% do sgB e 2,6% do C foram transferidos.52,7% do sgB foram atendidos entre 12-24h do início dos sintomas e destes 82,7% curaram, 15,5% foram a óbito e 1,7%transferidos. 50% do sgC foram atendidos com 1224h de sintomas,havendo 89,5% de cura e 5,3% de óbito e transferência (1 caso para cada). 75% dos óbitos do sgB, ocorreu com 12-24h de sintomas, não havendo óbito entre os atendidos nas primeiras 12h; no sgC ocorreu 1 óbito nos grupos:< 12h e de 12-24h de sintomas(50% para cada). Os municípios mais ocorrentes de sgB foram: Recife (24,5%), Jaboatão (7,3%) e Paulista (5,5%) e de sgC: Olinda (13,2%), Jaboatão (10,5%) e 7,9% para Recife, Caruaru e Joaquim Nabuco. Dos 12 óbitos do sgB, ocorreu 1 em municípios aleatoriamente e dos 2 óbitos do sgC, 1 foi em Jaboatão e 1 em Joaquim Nabuco. Conclusões: 1- DM foi mais freqüente nos < 4 anos no total, por sexo e por sg. 2- DM foi sorogrupada em quase 50% com 25% de sgC,razão sgB/sgC de 2,9:1,seguindo tendência nacional.3- Ocorreu discreto predomínio no sexo masculino ,porém com maior letalidade no feminino. 4- O sgB apresentou pior evolução clínica.5- A MMcM foi mais freqüente no sgB e a MM no sgC.6- Não ocorreu óbito no sgB entre os atendidos com <12h de sintomas.7-A alta letalidade, Infectologia principalmente na meningococcemia, é concordante com a literatura e reflete a gravidade desta patologia Código Trabalho: 374 Título: ETIOLOGIA DAS ADENOMEGALIAS NA INFÂNCIA: ANÁLISE DE 137 CASOS DO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS - INSTITUTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA-UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Autores: MARIA CLÁUDIA CHICARINO;DENISE COTRIM DA CUNHA;PATRÍCIA GUTTMANN PETERSEN;THALITA FERNANDES ABREU;SUSIE ANDRIES NOGUEIRA Instituição: IPPMG/UFRJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: Adenomegalias são manifestações comuns na infância, sendo importante esclarecer sua etiologia, principalmente porque podem ser sinais precoces de doenças graves. Objetivos: Descrever etiologia, aspectos clínicos, laboratoriais, epidemiológicos e evolutivos de pacientes pediátricos com adenomegalia. Métodos: Estudo observacional, descritivo, prospectivo, tipo série de casos realizado no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do IPPMG (UFRJ), incluindo avaliação clínica, exames laboratoriais (hemograma, VHS; sorologias para toxoplasmose, CMV, EBV, HIV); radiografia de tórax; ultra-sonografia e biópsia ganglionar quando indicadas. Resultados: 137 crianças com idade média de 4 anos e 8 meses foram incluídas. Principais achados clínicos associados: febre (64,96%), dor local (37,23%), tosse (24,09%), anorexia (23,36%), odinofagia (22,63%), flogose (21,9%), hepatomegalia (21,17%), esplenomegalia (13,14%), hiperemia e/ou exsudato de orofaringe (10,22%). Uso prévio de antibióticos foi referido por 54,74% dos pacientes. Gânglios cervicais foram os mais acometidos (92,70%), seguidos de inguinais (33,57%), submandibulares (32,84%), axilares (29,92%) e mentonianos (1,45%). Principais achados laboratoriais: linfocitose > 50% em 24,4% dos pacientes, atipia linfocitária em 15,75%, VHS > 70mm em 12,5% e leucocitose > 20.000 cel/mm3 em 4,72%. Em 43,8% dos pacientes houve indefinição da etiologia, porém tiveram evolução satisfatória. Etiologia infecciosa ocorreu em 50,36%, sendo adenite piogênica mais freqüente (50,72%), seguida de toxoplasmose (21,73%), infecção por EBV (10,14%), tuberculose (5,79%), citomegalovirose (2,89%), esporotricose (2,89%), aids (1,44%), doença da arranhadura do gato (1,44%), hepatite não A, não B, não C (1,44%) e reação pós-BCG (1,44%). Etiologia não infecciosa foi observada em 5,84% dos pacientes, destes a maioria foi neoplasia, seguida de cisto tireoglosso e reação medicamentosa. Conclusões: A etiologia mais freqüente foram as infecções, sendo a adenite piogênica a mais comum. Nos pacientes em que não foi possível determinar a etiologia a evolução benigna, autolimitada sugeriu natureza viral ou reacional. Neoplasia foi uma causa rara. Código Trabalho: 427 Título: ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS VIRAIS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN FAPESP IAL Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) continua sendo um dos mais importantes problemas de saúde na infância (1), causando doença do trato respiratório em pacientes de todas as idades, sendo a causa mais importante de bronquiolite e pneumonia em lactentes e crianças pequenas (2). Objetivos: avaliação clínica e epidemiológica das crianças internadas do Departamento de Pediatria e Puericultura da Santa Casa de São Paulo com quadro de bronquiolite viral aguda. Métodos: Foram incluídas neste trabalho crianças menores que 5 anos de idade, com quadro de infecção respiratória aguda, que necessitaram de internação no Departamento de Pediatria, entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2006. Após a seleção do caso, o responsável pelo paciente preencheu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi colhida secreção de rinofaringe do paciente e encaminhada em gelo ao laboratório sendo realizado Imunofluorescência Indireta (IFI). Resultados: Foram colhidas 191 amostras, sendo 49(25,6%) positivas para Vírus Sincicial Respiratório (VRS), 5 (2,62%) positivas para Influenza A, 11(5,7%) positivas para Parainfluenza 3, 2(1%) positivas para Adenovírus, 123 (64,4%) negativas e 1(0,52%) inconclusiva. Quanto à idade dos casos positivos, a maior incidência de VRS ocorreu na faixa etária de 0 a 6 meses (31 casos, 59,18%), de Influenza A entre 1 e 2 anos de idade (2 casos, 41%), de Parainfluenza 3 entre 0 e 6 meses (5 casos, 45,4%) e de Adenovírus entre 6 e 12 meses (2 casos, 100%). A maior positividade de VSR ocorreu nos meses de maio e junho. Os casos de Influenza A distribuíram-se ao longo do ano (1 caso em cada mês de abril, maio, junho, agosto e dezembro). Já para o Parainfluenza 3 houve uma distribuição de casos nos meses de março, abril e junho (2 casos em cada mês) e um pico em dezembro (3 casos). Os dois casos de Adenovírus ocorrem nos meses de junho e setembro. De todos os casos incluídos no trabalho, tivemos 5 óbitos, sendo 2 casos com amostras positivas para VSR (1 caso de criança institucionalizada sem história mórbida pregressa conhecida e 1 caso de criança com cardiopatia congênita), 2 casos com IFI negativas (sendo 1 criança com neuropatia e outra com antecedente de asma que evolui a choque séptico) e 1 óbito em criança com infecção por Influenza A (portadora de Doença de Nieman-Pick). Conclusões: Os vírus respiratórios são responsáveis por grande número de internações, levando a quadros com severidade variável. O VSR foi o agente viral mais freqüentemente encontrado nessa amostra estudada, com incidência em faixa etária e época do ano coincidente com a literatura. Código Trabalho: 463 Título: EVOLUÇÃO DA DENSIDADE DA MICROFILAREMIA (W. BANCROFTI) EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRATADOS COM DOSE ÚNICA DE DIETILCARBAMAZINA ISOLADA OU EM ASSOCIAÇÃO COM ALBENDAZOL, DURANTE UM ANO APÓS O TRATAMENTO Autores: JOSE ÂNGELO RIZZO;BELO CECILIA;JOSÉ NATAL FIGUEIROA;RENATO LINS;GERUSA DREYER Instituição: Hospital das Clínicas - UFPE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução : Em áreas endêmicas para filariose, a OMS recomenda, para interromper a transmissão da infecção, o tratamento com dose única com Dietilcarbamazina (DEC) associada a Albendazol (ALB) em massa, por 4 a 6 anos. Objetivos: descrever o comportamento da microfilaremia em crianças e adolescentes infectados pela W. bancrofti incluídos em um protocolo de avaliação de eficácia de tratamento, comparando seu comportamento ao longo de um ano (5 avaliações) em pacientes com diferentes níveis de microfilaremia basal. Métodos: Este é um estudo aberto, de base hospitalar, randomizado, controlado, com avaliação cega do desfecho em dois grupos paralelos de 41 indivíduos microfilarêmicos (9 a 19 anos de idade) tratados com dose única isolada de DEC (6mg/kg) ou combinada com ALB (400mg), na área endêmica do Grande Recife - Brasil. Resultados: A microfilaremia caiu abruptamente na primeira avaliação, 15 horas após a medicação, e depois, de forma mais lenta até 270 dias após o tratamento, estabilizando-se aos 360 dias, sem diferenças entre os dois grupos. A prevalência caiu significativamente a partir dos 180 dias até os 360 dias, de forma semelhante entre os tratamentos. Diferenças de comportamento nestes dois parâmetros foram observadas ao comparar os pacientes com diferentes níveis basais de microfilaremia, independentemente do esquema de tratamento. Aos 360 dias 85% dos pacientes com microfilaremia basal menor que 100 microfilárias/ml (mf/ml) estavam amicrofilarêmicos, enquanto que isto foi observado em 56% daqueles com níveis entre 101 e 1 000 mf/ml e apenas 7% daqueles com mais de 1 000 mf/ml (p< 0,001). Conclusões : a resposta ao tratamento depende dos níveis basais de microfilaremia, o que deve ser considerado no planejamento das campanhas regionais de tratamento em massa e ao comparar sua eficácia em indivíduos infectados pela W. bancrofti. Infectologia Código Trabalho: 109 Título: EXAME OFTALMOLÓGICO EM CRIANÇAS COM TOSSE PAROXÍSTICA E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE COQUELUCHE Autores: ROBERTA VENTURA URBANO;BRUNA VIEIRA OLIVEIRA VENTURA;CARLOS TEIXEIRA BRANDT;PAULO BAPTISTA;GRAZIELA CATUNDA LUNA;SANDRA DIAS Instituição: Fundacao Altino Ventura Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Hemorragias retinianas em crianças podem ser conseqüência de excessiva pressão intraluminal. Os olhos e o nariz têm seus suprimentos sanguíneos derivados de artérias e veias intracranianas. Episódios de tosse paroxística aumentam a pressão na cavidade tóraco-abdominal, elevando a pressão intravenosa e capilar cerebral, podendo resultar tanto em hemorragias cerebrais, como retinianas e nasais. Objetivos: foi identificar alterações oftalmológicas em crianças internadas no Hospital Universitário Oswaldo Cruz com tosse paroxística e hipótese diagnóstica de coqueluche. Métodos: Foram avaliados 14 pacientes, sendo sete do sexo masculino e sete do feminino, com idades entre 18 dias e 107 meses. Foram realizados: avaliação da motilidade ocular,inspeção do segmento anterior e fundoscopia sob midríase. Resultados: Observou-se uma freqüência de 14,3% de hemorragia subconjuntival, não tendo sido observado microhemorragias, ou outras alterações oftalmológicas. Discussão:Esta freqüência situa-se na média da literatura. A prevalência da infecção por B.Pertussis na infância vem aumentando nos últimos anos. Conclusões: Pouco se sabe das suas manifestações oculares agudas, bem como das seqüelas da coqueluche, em longo prazo, sendo importante inclui-la no diagnóstico diferencial, nos casos de hemorragia subconjuntival. Código Trabalho: 624 Título: FALHAS NO PRÉ-NATAL QUE CULMINARAM NA TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;MARIA VASCONCELOS ALENCAR;LUIS HENRIQUE DE ALMEIDA GONZAGA;VÓLGANO PULCHERI Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A sífilis é causa de grande morbidade fetal e durante a gestação. É uma das principais causas de óbitos neonatais e de complicações nos nascidos vivos. Em 2002, cerca de 4,78% dos óbitos fetais, perinatais e neonatais foram pôr sífilis. Pôr se tratar de um agravo evitável, o período prénatal é o momento primordial para promoção de ações informativas, de diagnóstico e de tratamento, com o intuito de prevenir a sífilis congênita. Objetivos: Identificar as falhas do pré-natal que culminaram na transmissão vertical da sífilis, analisando a faixa etária da mãe e o número de gestações anteriores. Métodos: Foram analisadas 39 fichas de notificação para sífilis congênita que correspondiam a todos os casos de sífilis congênita entre janeiro de 2004 e junho de 2005, da maternidade do HMMC. Foi elaborado um questionário para coleta de informações sobre o pré-natal das mães. Foram colhidas informações sobre: a realização de pré-natal, realização de VDRL no 1º e no 3º trimestre, informações sobre tratamento, idade e gestações anteriores. A análise estatística foi realizada através do programa EPI-INFO. Resultados: Do total de prontuários avaliados, 25 gestantes (64,1%) fizeram pré-natal. Dezessete gestantes (68%) realizaram o VDRL no 1º trimestre e 4 (16%) foram positivos; três destas gestantes repetiram o VDRL no 3º trimestre. Dentre todas as gestantes que fizeram pré-natal, 15 (60%) não fizeram VDRL no 3º trimestre. Em relação ao tratamento, em 18 gestantes (72%) não foi feito e somente em 5 (20%), foi feito adequadamente. Todos os parceiros de gestantes com VDRL positivo não foram tratados. As mães entre 20 e 25 anos, assim como as primíparas eram as que mais realizavam pré-natal. Conclusões: Observamos que ainda há um alto índice de mulheres que não fazem pré-natal. Dentre as que realizam, observou-se um número significante de mulheres que não fizeram o VDRL no 1º trimestre. Isto aponta para uma falha no pré-natal, quer seja pela falta de esclarecimento, ou pela dificuldade de acesso a postos de coleta, ou pela morosidade na liberação de resultados, ou mesmo por deficiência do pré-natal. Com relação ao tratamento, observamos que alguns profissionais de saúde ainda não sabem tratar sífilis. S104 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 627 Título: FASCIÍTE NECROZANTE PÓS VACINA DTPA - RELATO DE CASO Autores: GUSTAVO RODRIGUES;MÁRCIA NEY;DANIELE PESTANA;BIANCA DRAY Instituição: Hospital Municipal Miguel Couto Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: A vacinação é uma das mais poderosas ferramentas disponíveis na batalha contra agentes infecciosos. A vacina ideal deve ter as seguintes características: sem efeitos colaterais, fácil administração, alta imunogenicidade e longa proteção. A DTP é uma vacina preparada com patógenos inativados, que confere proteção à difteria, ao tétano e à coqueluche e é normalmente aplicada em crianças com 2, 4, 6, 15 meses e entre 4 a 6 anos. A vacina utilizada no Brasil é a DTP acelular (DTPa) que esta associada com uma menor porcentagem e severidade de efeitos colaterais, quando comparada com à celular. Objetivos: Descrever um caso de fasciíte necrozante após vacinação com DTPa. Métodos: É relatado o caso de um lactente de dois meses de idade que 12 horas após a aplicação da vacina DTPa evoluiu com infecção local e sepse. Resultados: LMAP, 2 meses, fem., branca, natural do RJ, residente da Favela da Rocinha (RJ) deu entrada no HMMC, 12h pós-vacinação com DTPa, apresentando flogose intensa no local da vacina, irritabilidade, gemência e febre. No exame, lactente estava, taquicárdica, taquipneica, perfusão capilar lentificada, apresentava coxa esquerda com intensa flogose com área de equimose e hiperemia em andar inferior de abdome e genitália. Foram colhidos exames e iniciado penicilina cristalina + clindamicina. Hemograma de entrada com 12.100 leucócitos ainda sem desvio, porém 24h depois, apresentava 45.100 leucócitos com desvio para esquerda, queda importante do hematócrito e instabilidade clínica; a lesão se estendeu para outra coxa (direita), onde surgiu outra lesão equimótica, e a hiperemia alcançou a linha umbilical. Foi iniciada dobutamina e administrado um concentrado de hemácias. Após 48h apresentou estabilização do quadro e evoluiu com melhora progressiva até a alta hospitalar, 14 dias após a internação. As culturas foram negativas. Conclusões: O advento da vacinação traz benefícios inquestionáveis que perduram pela vida do indivíduo. Em alguns casos estes benefícios de longo prazo, são confrontados com os efeitos adversos, que ocorrem subitamente. No caso em questão, houve uma complicação infecciosa, com desfecho grave conduzindo o lactente a um quadro séptico. As reações adversas a vacina DTPa, em virtude do sal de alumínio presente em sua formulação, têm sido descritas, contudo poucas vezes foi observado reações de caráter infeccioso. Código Trabalho: 289 Título: FREQÜÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE A METICILINA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO EM SALVADOR, BAHIA Autores: CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;TICIANA GOYANNA LYRA;NORANEY NUNES ALVES;RENILZA MENEZES CALDAS;MARIA GORETH BARBERINO Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A freqüência de infecções causadas por Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) tem crescido em diferentes países. Objetivos: descrever entre as infecções estafilocócicas a freqüência daquelas atribuídas ao MRSA no hospital universitário da UFBA (C-HUPES). Métodos: Foram revistos todos os resultados de culturas realizadas entre abril/95 e dezembro/2005, nos dois laboratórios de bacteriologia do C-HUPES. Foram identificadas as culturas em que foi isolado S. aureus em pacientes com idade < 20 anos, tendo sido consultados os respectivos prontuários. Foram coletados dados clínicos e bacteriológicos. Resultados: Foram encontradas 308 cepas de 285 pacientes que apresentaram 294 episódios distintos de infecção estafilocócica; entre estes episódios, o isolamento ocorreu em liquido estéril em 57,5% (sangue 80,5%, abscesso profundo, urina e pioartrite 4,1% cada, líquido pleural 3,6%, peça cirúrgica profunda 1,8%, líquido ascítico 1,2% e líquido pericárdico 0,6%) e em líquido não estéril em 42,5% (lesão cutânea 46,4%, abscesso superficial 16,0%, cateter e naso/orofaringe 14,4% cada, secreção ocular 4,0%, Infectologia fístula e ferida cirúrgica 2,4% cada). A freqüência de MRSA foi de 12,5% e 12,8% em líquido estéril ou não, respectivamente. Dos 88 pacientes com infecção estafilocócica avaliados até o momento, os diagnósticos clínicos mais freqüentes foram pneumonia (24,9%), abscesso (19,3%), piodermite (13,7%), celulite (8,0%), artrite séptica (6,8%), linfadenite bacteriana (4,5%), osteomielite e sepse (3,4% cada). As infecções foram classificadas em comunitárias (75,3%), hospitalares (18,8%) ou colonização (5,9%). Resistência foi detectada a penicilina (97%), eritromicina (39,3%), sulfametoxazol-trimetoprim (27,3%), clindamicina (18,9%), gentamicina (13,4%), amicacina (12,3%), ciprofloxacina (6,8%), rifampicina (1,3%). Todas as cepas foram susceptíveis a vancomicina ou teicoplanina. Os dois pacientes que morreram tinham infecção por S. aureus sensível a meticilina; cada um tinha uma doença de base grave (desnutrição ou fibrose cística). Conclusões: Neste estudo, MRSA foi incomum e pneumonia, piodermite e infecções musculoesqueléticas foram as infecções estafilocócicas mais freqüentes. Código Trabalho: 895 Título: HANSENÍASE NA INFÂNCIA: PERFIL CLÍNICOEPIDEMIOLÓGICO DOS MENORES ATENDIDOS EM PROGRAMA DE CONTROLE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Autores: NORMA CAROLINE FURTADO MONTENEGRO;LUIZ VICTOR MAIA LOUREIRO;TATHIANE DA SILVA OLIVEIRA;CYNTHIA MARIA SARMENTO;RAQUEL PATRIOTA COTA BASTOS;MARIA LOURDES FONSECA VIEIRA Instituição: Dpt de Dermatologia - Faculdade de Medicina UFAL Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A magnitude da hanseníase e a intensidade da exposição ao Mycobacterium leprae é medida pelo coeficiente de detecção da doença em menores de 15 anos. Tal enfermidade é relevante no estado de Alagoas porque o coeficiente de detecção apresenta tendência ascendente na faixa etária citada. Objetivos: Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos menores de 15 anos atendidos em um programa de controle de hanseníase. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo onde foram coletadas, a partir dos prontuários dos pacientes atendidos no mencionado programa, as seguintes variáveis: idade, sexo, procedência, classificação operacional (paucibacilar/ multibacilar), grau de incapacidade, proporção de contactantes examinados e média de comunicantes, realização de baciloscopia, histopatológico e/ou biópsia e tratamento instituído. Resultados: Foram identificados um total de 30 pacientes entre 5-14 anos (média de 11,26 ± 2,81) no período de 1990 a 2005, sendo 18 do sexo masculino e a maior parte (73,3%) procedente da capital do Estado. Em se tratando da classificação operacional, a paucibacilar foi a mais prevalente (66,6%), sendo a forma tuberculóide a mais econtrada (43,3%). Dentre os pacientes que apresentavam o número de comunicantes no prontuário, a média de contactantes foi 5,93 ± 4,53; no entanto a média de comunicantes examinados foi 3,20 ± 1,82. Dois pacientes apresentaram grau de incapacidade 1 ,e apenas 1 grau de incapacidade 2 . Exceto 7 pacientes (23,3%) não realizaram histopatológico das lesões. O tratamento instituído para todo grupo foi a poliquimioterapia padrão OMS (PQT/OMS) mas, naqueles que apresentaram reação hansênica tipo 1 (6,66%) foi associado o corticóide prednisona e nos que desenvolveram a reação de tipo 2 (3,33%) utilizou-se talidomida. Conclusões: Conhecendo o passado da hanseníase em nosso Estado, e diante das condições sócio-econômicas precárias em que estamos inseridos, os dados epidemiológicos tornam-se preocupantes, principalmente em relação à criança. O número de pacientes menores de 15 anos detectados pelo PCH/UFAL nos anos estudados mostra a importância do Programa na detecção e combate à hanseníase em Alagoas. Urge, entretanto, que medidas básicas para a promoção de saúde e a busca de um efetivo controle da doença sejam realizadas pela rede de atendimento básico que contêm programas de hanseníase implantados, com atenção especial a vigilância ativa dos contatos de casos novos, a fim de que possamos vislumbrar o controle da endemia hansênica em nosso Estado. Código Trabalho: 697 Título: HEPATITE POR CITOMEGALOVÍRUS - RELATO DE CASO Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;CESAR PASSAMANI;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;ANA LÚCIA N. DINIZ Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: A infecção por citomegalvírus é uma das infecções congênitas mais comuns, sendo geralmente assintomática. É também prevalente no período perinatal, no qual na maioria das vezes ocorre sem sintomas. Seus sintomas mais prevalentes são alterações neurológicas e auditivas, tendo como uma manifestação mais rara a hepatite. Objetivos: Descrever um caso de hepatite causada pela infecção por citomegalovírus manifestada no período perinatal. Métodos: Relato de um caso de hepatite por citomegalovírus ocorrido na enfermaria de pediatria de hospital municipal admitido em junho de 2006. Relato do Caso: AGSC, 3 meses, admitida em 15/06/06. Nasceu de parto normal, sem intercorrências, recebeu alta com a mãe. Era saudável até um mês de vida, quando iniciou com quadro de icterícia sem outros sintomas. À admissão apresentava aumento de bilirrubina direta (9,4) e sorologia positiva para CMV (IgG 29 IgM 2,05). Trazia exames externos com sorologia para CMV IgG 10,1 e IgM 85,1 em 30/05. Mãe e pai com sorologia para citomegalovírus com IgG positiva em títulos baixos e IgM negativo. Exames em 17/06 evidenciaram alteração importante de coagulograma tendo recebido 3 doses de kanakion venoso com melhora. Evoluiu durante a internação com piora da colestase e aumento das enzimas hepáticas, sendo optado por iniciar ganciclovir venoso em 03/07/06. Ecocardiograma, fundo de olho, audiometria e ultrassom transfontanela normais. Durante o período de uso do ganciclovir não apresentou melhora clínica ou laboratorial. Em 14/07 (12° dia de ganciclovir) apresentou piora laboratorial (aumento das enzimas hepáticas, da bilirrubina e plaquetopenia) e febre, sendo optado por suspender ganciclovir e iniciar vancomicina + cefepime. HC (14/07): Stafilococos aureus. Evoluindo com melhora das enzimas hepáticas porém mantendo colestase, redução da hepatomegalia e melhora do estado geral. Suspensos antibióticos no 14° dia de uso e programado alta para controle ambulatorial. Conclusões: Trata-se de uma forma incomum de infecção por citomegalovírus, com acometimento exclusivamente hepático, sem resposta ao ganciclovir. Ressaltamos a importância do conhecimento da sorologia materna como forma de caracterizar a doença como congênita ou perinatal, o que altera o prognóstico. Código Trabalho: 1245 Título: HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM VARICELA EM UMA ENFERMARIA DE INFECTOLOGIA DE 1998 A 2005 Autores: DELMIR RODRIGUES;MARCO ANTONIO ALVES CUNHA Instituição: Hospital Regional de Taguatinga Cidade/UF: ÁGUAS CLARAS/DF Resumo: Introdução: A varicela é uma doença de grande prevalência, freqüentemente considerada benigna. Todavia, há crescente preocupação com casos complicados em crianças sadias. Conhecer fatores prognósticos para desfechos adversos dos casos internados é uma necessidade para os pediatras. Vigilância apropriada pode, então, ser dedicada a casos específicos e condutas diferenciadas podem ser instituídas com base nessas informações. No Brasil há poucos dados disponíveis sobre a extensão do problema, o que pode ser melhor analisado após estudo de crianças hospitalizadas. Objetivos: Descrever a morbidade da varicela em crianças hospitalizadas, quantificar a letalidade e verificar associações entre variáveis da amostra. Métodos: Estudo descritivo, com abordagem analítica secundária. Levantamento de hospitalizações de crianças com varicela, em hospital geral, secundário, durante 8 anos (1998 a 2005). Resultados: Incluídas 360 hospitalizações, o que correspondeu a 19,1% das 1882 internações por doenças infecciosas no período. Houve pouco mais de 45 casos de varicela por ano de estudo, destacando-se o ano de 1999, com 78 casos (21,7%). A distribuição por mês de internação revelou um predomínio de casos em setembro (24,7%) e outubro (17,5%). Houve ligeiro predomínio pelo sexo masculino (52,2%), e a maioria de pré-escolares, bem nutridos e com períodos de hospitalização de 1 a 5 dias. O motivo para as internações foram Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S105 Infectologia infecções secundárias, de pele (51,9%) e pneumonia (16,4%), na maioria das vezes e ocorreram 6 óbitos. Não houve associações entre desnutrição, idade menor de 1 ano e presença de infecção secundária, com hospitalização prolongada ou êxito letal. Conclusões: A varicela não é uma doença benigna, possuindo alta morbidade em crianças hospitalizadas. Sua letalidade não é desprezível e políticas de prevenção baseadas em notificação compulsória de casos e vacinação de rotina devem ser consideradas. Código Trabalho: 657 Título: IMPACTO DA VACINA ANTI-HEMÓFILOS EM MENINGITES EM BELÉM - PA Autores: ELAINE XAVIER PRESTES;LIDIANE DA SILVA SABATHÊ;VANESSA CORRÊA PANTOJA Instituição: Hospital Universitário João de Barros Barreto Cidade/UF: BELÉM/PA Resumo: Introdução: meningite bacteriana é infecção temida devida sua alta taxa de morbimortalidade. Haemophilus influenzae (Hib) é citado na literatura científica como um dos maiores causadores de meningite bacteriana em lactentes, em áreas onde a vacina anti Hib não está disponível. Objetivos: avaliar a dimensão da redução dos casos de meningite bacteriana em lactentes após introdução de vacina anti-Hib no calendário vacinal oficial de Belém PA. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 704 prontuários de crianças de 0 a 12 anos internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto, no período de 01 de janeiro de 1988 a 31 de dezembro de 2002. Resultados: A faixa etária mais acometida foi de 4 a 48 meses (52,7%; 6,3% em menores de 3 meses. Os principais agentes causadores foram Hib (38,7%), meningococo(39,7%), pneumococo (14,1%)das bactérias identificadas. No entanto, em 58,9% do total dos casos (415) não houve identificação do agente etiológico. A partir de 1999 houve redução progressiva de menigite causada por Hib, sendo de 27,7% do total de meningites em 1998 para 6% no ano 2002. Conclusões: A introdução da vacina anti Haemophilus influenzae no calendário vacinal trouxe redução (89,6%) estatisticamente significante, de meningites causadas por este agente (p<0,05). Há necessidade de melhora dos métodos diagnósticos empregados na identificação dos agentes etiológicos. Código Trabalho: 414 Título: IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS: DEZ ANOS DE EXPERIÊNCIA DO IMIP Autores: EDVALDO SOUZA;GERLANE SILVA;REJANE FREITAS Instituição: IMIP Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Desde 1995, com a criação do Serviço de Imunologia Clínica do IMIP, nós diagnosticamos e acompanhamos uma série de casos de imunodeficiências primárias (IDPs), casos estes oriundos de um grupo maior de pacientes encaminhados com infecções de repetição. Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever as imunodeficiências primárias acompanhadas no IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de dados de notificação de casos de imunodeficiências primárias no IMIP de 1995 a dezembro de 2005. As imunodeficiências foram categorizadas de acordo com o tipo de comprometimento e diagnóstico específico. Resultados: Em dez anos, nós acumulamos 45 casos de IDPs, excluindo-se deficiência de IgA assintomática. Entre estes 45 casos, a distribuição absoluta e relativa foi: deficiência de anticorpos 29 (65%), deficiência de anticorpos e celular 13 (29%), deficiência de fagócitos 2 (4%) e deficiência celular 1 (2%). As deficiências mais freqüentes foram: síndrome de WiskottAldrich 9 (20%), agamaglobulinemia 8 (17,8%), imunodeficiência comum variável 7 (15,6%), ataxia-telangiectasia 5 (11,1%) e hipogamaglobulinemia transitória 4 (8,8%). Conclusões: A distribuição de casos segundo o tipo de deficiência foi similar a descrita em outros serviços. Contudo, a freqüência dos distúrbios em si foi diferente. Em nossa experiência, distúrbios com características clínicas bem evidentes e que requerem confirmação laboratorial simples foram mais diagnosticados e foram encaminhados mais rapidamente.As diferenças encontradas nesta série de casos nos faz lembrar que pediatras e clínicos precisam considerar o diagnóstico de IDPs S106 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. mais freqüentemente na sua prática, mesmo na presença de sintomatologia leve ou com características clínicas menos evidentes. Para que isto ocorra sugerimos maior divulgação dos 10 sinais de alerta para IDPs entre estudantes e profissionais de saúde. Acreditamos que somente assim poderemos aumentar a suspeição diagnóstica e que os indivíduos portadores de IDPs tenham um diagnóstico mais precoce, manuseio adequado e , conseqüente, melhor prognóstico. Código Trabalho: 750 Título: INCIDÊNCIA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO COMO ETIOLOGIA DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM CRIANÇAS COM DOENÇA DE BASE Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN FAPESP GRUPO IAL Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Pau Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: As infecções respiratórias agudas (IRA) são causas freqüentes de internações em crianças em nosso meio, sendo os vírus apontados como importantes agentes etiológicos. Objetivos: Avaliar a incidência de etiologia viral para IRA em crianças com doença de base. Métodos: Foram coletadas amostras de secreção de rinofaringe de crianças menores que anos de idade internadas com quadro de IRA no Departamento de Pediatria da Santa Casa de São Paulo, no período de fevereiro de 2005 a janeiro de 2006. As amostras foram submetidas a Imunofluorescência Indireta (IFI), pesquisando-se Vírus Sincicial Respiratório (VRS), adenovírus, Influenza A (IFA), Influenza B (IFB), e Parainfluenza 1, 2 e 3 (Para 3). Mediante protocolo foi investigado a ocorrência de doença de base. Resultados: As IFI de 49 crianças foram positivas para VSR, sendo 2 (4%) em pacientes com Síndrome de Down, 3 (6,1%) em Prematuros, 5 (10,2%) em Crianças Sibilantes, 1 (2%) em criança com Hipotireoidismo, 1 (2%) em Cardiopata, 2 (4%) em criança com Síndrome Nefrótica, 2 (4%) em crianças com Doença do Refluxo Gastro Esofágico, 3 (6,1%) em crianças institucionalizadas com antecedente mórbido desconhecido, totalizando uma incidência de 19 (38,7%) amostras positivas para VSR em crianças com doença de base e 30 (61,3%) amostras positivas em crianças sem antecedente mórbido. Para Adenovírus, os 2 casos (100%) incidiram em crianças sem antecedentes mórbidos. Para IFA, tivemos 1 (20%) caso positivo em criança sibilante, 1 (20%) caso positivo em paciente com Síndrome Nefrótica e 1 (20%) caso positivo em criança com Doença de Nieman-Pick, e 2 casos (40%), em crianças sem antecedentes mórbidos. Nos casos positivos para Para 3, 1 (9%) foi positivo em criança com Síndrome de Down, 1 (9%) com Anemia Falciforme, 1 (9%) com cardiopatia, 1 (9%) em Síndrome Nefrótica e 1(9%) em criança com asma, sendo 5 casos (45%) positivos em crianças com antecedentes mórbidos e 6 (54%) em pacientes previamente saudáveis. Conclusões: Pacientes com patlogia de base corresponderam a 40% dos achados de vírus respiratório. Levando-se em conta que há potencial de maior gravidade nestes paciente devemos discutir a utilidade da profilaxia específica para VSR neste grupo. Código Trabalho: 139 Título: INTERNAÇÃO PROLONGADA COMO FATOR DE RISCO PARA A INFECÇÃO HOSPITALAR EM PEDIATRIA Autores: SUZY SANTANA CAVALCANTE;EDUARDO MOTA;JULIANA OLIVEIRA;CAROLINA SILVA;DIOGO SANTANA;EMÍLIA NUNES MELO Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. E-mail: [email protected] Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: As taxas de infecção hospitalar em Pediatria são, dramaticamente, influenciadas pela duração da internação. Internação prolongada resulta em prejuízos à saúde e elevação dos custos da assistência, freqüentemente relacionados à ocorrência de infecções adquiridas no ambiente hospitalar (IH). Objetivos Avaliar o tempo decorrido entre a admissão e a ocorrência de IH, bem como descrever a influência de fatores de risco. Métodos: Estudo prospectivo desenvolvido em hospital pediátrico, de ensino, de nível terciário, em Salvador, Bahia, Infectologia Brasil. Foram utilizados os critérios de definição de IH adotados no país; método de Kaplan-Meier e modelo de regressão de Cox foram aplicados para estimar Função de Sobrevida e Razão de Falha (RF). Resultados: Oitocentos e oito pacientes até 14 anos foram incluídos: 58,4% (472) do sexo masculino e 18,2% (147) menores de um ano. O tempo médio para desenvolvimento de infecção hospitalar foi de 7,5 dias (Desvio Padrão/DP=4,9 dias). Esse tempo foi menor para crianças com menos de um ano (6,1 dias; DP=3,3 dias) comparadas às crianças maiores (8,2 dias; DP=5,6 dias), com diferença estatisticamente significante (t=5,48; p=0,021). O tempo livre de IH foi menor para as crianças menores de um ano (RF=3,3; IC95%=2,26-4,76), para aquelas hospitalizadas por sete dias ou mais (RF=3,0; 2,02-4,37) e para pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos (RF=1,6; 1,10-2,35). Os procedimentos que se apresentaram mais influentes sobre o risco de IH foram: transfusão de hemoderivados (RF=2,5; 1,40-4,56) e exames diagnósticos por imagem (RF=1,9; 1,23-2,78). Conclusões: Este estudo oferece evidências de que a internação prolongada eleva o risco de infecção hospitalar; identificou fatores de risco de IH, contribuindo para a adoção de medidas preventivas. Código Trabalho: 63 Título: INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL PÓS VACINA ANTIROTAVÍRUS: RELATO DE CASO Autores: DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARILIA AGUILAR TOFFOLI;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO;LILIAN FERNANDES HARDING;LUCY MARI SHINTANI;WALTER BENEDICTO G. AMORIM Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus-SP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução:A vacina Rotavix® (anti rotavirus) pode reduzir a morbimortalidade por diarréia na infância, não aumentando o risco de Intussuscepção Intestinal (IS) em estudos realizados. Objetivos: Relatar 2 casos de IS em lactentes, após vacina Rotavix®, diferindo da literatura. Relato de Caso: 1º caso: I.S.S., masculino, 2 meses. Deu entrada no pronto socorro com história de dor abdominal e sangramento nas fezes há 1 dia. Recebeu a primeira dose da vacina anti rotavírus há 3 dias. Ao exame: BEG, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, ativo e reativo; abdome: globoso, distendido, RHA presentes, doloroso à palpação profunda; toque retal: fezes com sangue em aspecto de geléia de morango. Realizado radiografia abdominal com distenção de alças de intestino delgado; USG com alça intestinal na fossa ilíaca direita sem peristaltismo evidente, com centro hiperecogênico e halo hipoecogênico (casca de cebola), podendo estar relacionado a invaginação íleo-cecal; enema opaco: observado passagem de contraste de cólon para íleo e desfeita a IS. 2º caso: R.L.G., 4 meses, masculino, com história de vômitos há 3 dias, associado a parada da evacuação há 2 dias e posterior saída de sangue pelo ânus. Recebeu segunda dose da vacina anti rotavírus há 14 dias. Ao exame: REG, descorado +/4+, hidratado limítrofe, anictérico, acianótico, afebril, eupneico, hipoativo; abdome: globoso, distendido, RHA diminuídos, doloroso à palpação superficial e profunda, alças formando massa em abdome superior e fossa ilíaca direita vazia; toque retal: fezes com aspecto de geléia de morango. Feito enema opaco com imagem negativa do intestino, sem resolução do quadro. Realizado tratamento cirúrgico: hemicolectomia direita com anastomose ileocecocólica (cólon ascendente), com biópsia: enterite pseudomembranosa; íleo terminal com padrão isquêmico; colite isquêmica leve, com acentuado edema de submucosa e necrose isquêmica, focal, de linfono regional; apêndice cecal com cogestão intensa da mucosa e serosite fibrinosa. O lactente evoluiu com deiscência da anastomose termino-terminal intestinal e de parede abdominal, sendo necessária nova cirurgia e permanência em UTI por 16 dias. Evoluiu bem e recebeu alta após 21 dias de internação. Foi encaminhado ao ambulatório de cirurgia pediátrica para acompanhamento. Conclusões: Em nosso serviço, dos meses de janeiro a junho dos anos de 2001 a 2005 foi notificado apenas 1 caso de IS sem relação com a vacina. No mesmo período em 2006, após a introdução da vacina Rotavix®, foram notificados 2 casos da mesma patologia em paciente vacinado e nenhum caso em paciente não vacinado. Código Trabalho: 685 Título: LEISHMANIOSE VISCERAL EM ÁREA NÃO ENDÊMICA RELATO DE CASO Autores: FABRIZIA REIS PINTO;MÔNICA COUTO GUEDES S ROCHA;JOÃO MANUEL ALMEIDA ALVES;GUILHERME CORTES FERNANDES;ALINE MONTEZE ALVES;BRUNO COELHO G. OLIVEIRA Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora Cidade/UF: BARROSO/MG Resumo: Introdução: A Leishmaniose é uma antropozoonose, descrita pela primeira vez na Grécia em 1835. Atualmente, encontra-se entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo. No Brasil a Leishmaniose visceral(LV) tinha um caráter eminentemente rural, e nas últimas décadas, os dados epidemiológicos revelam forte tendência à urbanização, constituindo um problema de saúde pública. Objetivos: Relatar um caso de Leishmaniose visceral em área não endêmica. Métodos: Criança do sexo masculino, 3 anos e 3 meses, natural da cidade do Rio de Janeiro - RJ, residente em Juiz de Fora - MG há 6 meses. Foi admitido no Hospital Universitário - UFJF, após vários atendimentos em outros serviços, com relato de febre de origem indeterminada há 30 dias, prostração, queda do estado geral, perda de peso e dor abdominal. Antecedente de anoftalmia congênita à esquerda, com prótese ocular, em acompanhamento na cidade de Belo Horizonte - MG. Ao exame: peso = 14,4Kg; estatura = 97cm. Percentis: P/E= 34 ; E/I= 47; P/I= 32. Regular estado geral, hipocorado +3/+4, hidratado, anictérico, febril, ausência de linfonodomegalias. Apresentava-se taquicárdico, abdome globoso, com hérnia umbilical, doloroso a palpação com hepatoesplenomegalia (hepatimetria de 14 cm, baço a 11 cm do rebordo costal esquerdo). Resultados: Avaliação laboratorial: anemia (Hb= 6,3; Ht= 20%); leucopenia ( 2.900/mm3); plaquetopenia (45.000), alaninaminotransferase(ALT=20U/L);aspartatoaminotransferase(AST=46U/L); lactato desidrogenase (LDH=1126U/L); (2,8 g/dL), eletroforese de proteínas com Albumina:35,3%, Alfa1: 6,2%, Alfa2: 13,3%, Beta1: 5,4%, Beta2: 3,0%, Gama: 36,8%, Relação A/G: 0,55, Proteínas totais: 7,70G/dl. CH50:125 u/CAE; Proteína C Reativa: 48mg/l .Ultrassonografia de abdome hepatoesplenomegalia significativa. Reação de imunofluorescência indireta para Leishmania mostrou-se reativa. Mielograma: medula óssea hipercelular com histiócitos, apresentando numerosos corpúsculos de Leishmania donovani. Com o diagnóstico clínico e laboratorial de leishmaniose foi iniciado antimonial pentavalente (20mg/Kg/dia). Com 72 horas desta medicação a febre cedeu e a criança melhorou o estado geral. Conclusões: Destacamos a importância do diagnóstico diferencial com LV nos pacientes com história epidemiológica, achados clínicos e laboratoriais característicos, mesmo em regiões de baixa incidência, devido a facilidade de deslocamento populacional no país. Código Trabalho: 594 Título: MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE Autores: MÉRCIA LIMA DE C. LEMOS;LIBÂNIA MELO N. FIALHO;VERÔNICA MARIA GOMES CARVALHO;CRISTINE AGUIAR ARAÚJO;MARIA DA CONCEI ALVES JUCÁ Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin - CE - E-mail: [email protected] Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: micose rara, causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, com prevalência elevada em portadores de SIDA. Também chamada de torulose ou blastomicose européia, atingindo o SNC de forma subaguda ou crônica.Possui duas variedades: gattii predominando em imunocompetentes morando em zona rural, contato com eucaliptos, fezes de morcegos. A v. neoformans, predomina em imunocomprometidos, de zona urbana, contato com fezes de pombos. Objetivos: relatar um caso de criptococose em adolescente imunocompetente, descrever aspectos clínicos e laboratoriais da meningite criptocócica, identificar ocorrências de comorbidades encontradas no decorrer de sua evolução. Relato do caso: J.I.M.S,admitida em 15/12/05, 14 anos, feminina, natural e procedente de Fortaleza, estudante. Queixa de cefaléia e vômitos freqüentes,há dois meses.Evoluiu com dor na nuca,mal estar e tontura,com episódio de agitação psicomotora. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S107 Infectologia Negava internamentos anteriores e referia rinite alérgica. Reside com boas condições sanitárias, ausência de animais domésticos e relatos de banhos com chá de folhas de eucalipto. Ao exame: EGR, eupnéica,, hidratada, hipocorada (+/4+), sonolenta (acorda com estimulo verbal), apática, hipoativa, orientada.FC: 130 bpm, FR: 19 irm. ACP: fisiológica. Sem alterações à palpação abdominal. Rinoscopia/Oroscopia: normais. SNC: nuca livre, sem sinais focais. Exames hematológicos e bioquímicos sem alterações. Liquor: cloro: 116 mEq/l, proteína: 93,6 mg/dl, glicose: 6mg/dl, células:320 p/mm3 (70%monocitos, 30% neutrófilos).Tinta da China: cryptococcus n.gattii. TC de crânio: normal. Feitos testes para detecção da imunidade: IgG: 909,9 mg/dl, IgA: 134,4 mg/dl, IgM: 142,5 mg/dl, com exames sorológicos para HIV negativos, anti-HVAIgM: NR, HBsAg: NR, anti-HBc(M+G): NR, anti-HVC: NR. Exame de fundo de olho: apagamento das bordas papilares e edema papilar moderado. Iniciado tratamento com Anfotericina B na dose de 0,5mg/kg/dia por 29 dias (dose acumulada até 1080 mg), tendo a paciente evoluído com quadro de farmacodermia pelo uso de fenitoína, além de insuficiência hepática grave com encefalopatia (TGO:2375, TGP:1540,FA:791), e renal moderada (clearance de cr: 48,52), quando então foi trocada a medicação por fluconazol, na dose de 120 mg/dia. Evoluiu com melhora gradativa, com cultura do liquor e reação com tinta da China negativas,em março de 2006. Alta em 13/03/2006, já no 38º dia de uso do fluconazol. Comentários: Trata-se de um caso raro de doença infecciosa fúngica, que acometeu um paciente pediátrico imunocompetente, residente em área urbana e que apresentou quadro clínico inicial inespecífico. O diagnóstico de suspeição partiu da necessidade de investigar evolução subaguda de meningite. Código Trabalho: 491 Título: MENINGITES BACTERIANAS (MB) NA INFÂNCIA: UM DESAFIO EM SAÚDE PÚBLICA Autores: SILVIA REGINA MARQUES;CALIL KAIRALLA FARHAT;MªAPARECIDA COSTA NEVES;SANDRA MUSA .;YU CHING IAN;SONIA MONEGATTI MATTEI Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" S.P. Email: [email protected] Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A MB na infância, continua sendo um importante desafio em saúde pública, devido a sua morbi-mortalidade e seqüelas e alta incidência nos primeiros cinco anos de vida. Objetivos: Analisar no período de cinco anos (2000 - 2004), o número de casos de MB, com relação aos agentes etiológicos e faixa etária. Métodos: Análise das fichas de notificação dos casos das MB, internados no serviço. Resultados: Durante o período do estudo, entre zero e 70 anos de idade, 976 pacientes foram internados com MB; desses, 658 (67,5%), eram crianças menores de 15 anos.Dos 658 pacientes, 442 casos (64,1%) ocorreram em menores de 5 anos, sendo, 22,8% menores de 1 ano e 41,3% entre 1 e 4 anos. A doença meningocócica ocorreu em 451 pacientes (68,5%), Haemophilus infuenzae b (Hib) em 15 pacientes (2,3%), pneumococo em 64 pacientes (9,7%), meningoencefalite tuberculosa em 23 pacientes (3,5%), outras bactérias em 33 pacientes (5,0%) e bacteriana indeterminada em 72 pacientes (10,9%). Poucos casos acometeram menores de um mês (4 casos/ 0,6%), sendo 2 por meningococo e 1 por pneumococo; entre 1 mês e 5 anos ( 418 casos/ 63,5%) com predomínio do meningococo (291 casos/ 69,6%), pneumococo (48 casos/ 11,6%), bacteriana indeterminada (36 casos/ 8,6%), causadas por outras bactérias (15 casos/ 3,6%) e Hib e meningoencefalite tuberculosa, 14 casos/ 3,3%, ambas. Em maiores de 5 anos e menores de 15 anos (236 casos/ 35,9%) a prevalência foi ainda do meningococo (158 casos/ 66,9%), seguidos de meningite bacteriana indeterminada (36 casos/ 15,3%), outras bactérias (17 casos/ 7,2%), pneumococo (15 casos/ 6,4%), meningoencefalite tuberculosa (9 casos/ 3,8%) e Hib (1 caso/ 0,4%). Conclusões: A meningite bacteriana em menores de 15 anos, representou 67,5% do total de casos internados no serviço, o que constitui um problema relevante de Saúde Pública na infância, sendo a doença meningocócica a etiologia mais frequente em todas as idades. Considerando a possibilidade de imunoprofilaxia, seria importante cogitar-se do uso mais amplo da vacina conjugada contra o meningococo C. S108 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 176 Título: MICOBACTERIOSE BOVIS ASSOCIADA À SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA - RELATO DE CASO Autores: JACKELLYNE SANTOS MONTEIRO;ALEXANDRE ELY CAMPÉAS;SILVIA REGINA MARQUES;SÔNIA MONEGATTI MATTEI;ANNA CAROLINA AFONSO CARDOSO;EDUARDO MARTINS LARA Instituição: Instituto de Infectologia Emílio Ribas Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A infecção por Mycobacterium bovis determina as mesmas formas clínicas do Mycobacterium tuberculosis, porém a abordagem terapêutica é diferenciada.Objetivos: Demostrar caso de infecção por Mycobacterium bovis após aplicação da vacina BCG em paciente portador de Sídrome da Imunodeficiência Adquirida. Métodos: Descrição do caso de um paciente de 10 meses de vida, que, após vacinação com BCG, apresentou gânglio em axila direita com fistulizações frequentes, e evoluiu com quadro de desconforto respiratório, tosse e hipertermia. Outras causas além de micobacteriose bovis foram descartadas através da história clínica e de exames laboratoriais. Resultados: O Mycobacterium bovis foi considerado a provavél causa. O paciente ficou internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, sendo tratado com rifampicina, izoniazida e etambutol. Evoluiu com melhora clínica e radiológica durante o período de seguimento. Conclusões: A infecção pelo M. bovis como efeito adverso da BCG, apesar de conhecido, é raramente descrito; possivelmente pela falta de informações a respeito da prevalência da tuberculose causada pelo M. bovis e pela falha na diferenciação com o M. tuberculosis. No Brasil, os dados disponíveis são precários; isso evidência a necessidade de implantação de uma política de saúde pública para controle, diagnóstico precoce e tratamento adequado; principalmente devido à pandemia HIV/AIDS, que pode ser responsável por um aumento no número de casos. Código Trabalho: 544 Título: MONITORIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO DO VIBRIÃO COLÉRICO EM SURTO DE DIARRÉIA Autores: CARLA ADRIANE FONSECA;SUZANA MARIA DA MOTA SILVEIRA;JULIA MELLO;MARIA MADALENA MONTEIRO ROSA OLIVEIRA;DANYELLE CYNTHIA TAVARES PINANGÉ Instituição: IMIP - Inst. Mat. Infantil Prof. Fernando Figueira País: BRASIL Resumo: Introdução: Casos de cólera no Brasil ressurgiram em 1991 e a região Nordeste foi a que mais contribuiu para o quadro sanitário que se instalou. Em janeiro de 2005, a identificação de novo caso em São Bento do Una em Pernambuco, intensificou as ações de vigilância e permitiu a detecção precoce de surto com quatro casos confirmados. Objetivos: Descrever os principais aspectos clínico-epidemiológicos das crianças com diarréia e os resultados bacteriológicos dos swabs retais colhidos em serviço de pronto atendimento de hospital de referência, no período de 17 de fevereiro a 31 de março de 2005. Métodos: De acordo com orientação da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual (SES-PE), foi realizado o preenchimento da ficha de investigação epidemiológica de cólera juntamente com a coleta de swab retal, por amostragem, nas principais emergências pediátricas do Recife e hospitais regionais. Crianças de 0 a 14 anos, com diarréia aguda, foram submetidas a um processo de amostragem aleatória simples, na proporção de 1 para cada 5 casos atendidos no plantão diurno. Com consentimento verbal dos responsáveis, foi prenchida a ficha de investigação e feita coleta de swab retal. Após ter sido submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, foi realizado estudo descritivo e retrospectivo com construção de banco de dados e dupla entrada no Epi Info 3.3.2. Foram analisadas variáveis demográficas, sociais e clínicas das fichas epidemiológicas juntamente com os resultados dos swabs retais e elaboradas tabelas de distribuição de freqüência e medidas de tendência central. Resultados: Nos meses de fevereiro e março de 2005 foram realizadas 1131 consultas e 94 internamentos por diarréia aguda e preenchidas 66 fichas epidemiológicas de cólera. A maioria das crianças era procedente do Recife e região metropolitana (96%) e tinha entre 6 meses e 1 ano (73%) de idade. Cerca de 12% não possuíam sistema público de abastecimento de água. Dos que possuíam sanitário (89%) em Infectologia apenas 40% os dejetos eram destinados à rede pública de esgoto. Em 10 % das habitações não havia coleta pública de lixo. Os principais sinais e sintomas foram: evacuações aquosas (64%) até 10 vezes ao dia (81,8%), desidratação e vômitos (67%), febre (52%), dor abdominal (44%), cólicas (39%) e náuseas (30%). Cerca de 4,5% delas apresentaram choque. Em relação ao uso de antimicrobianos, 15% o fizeram antes e 9% após a coleta do swab retal. Reidratação oral foi feita em 84% das crianças e 9% necessitaram de internamento. Nas culturas obtidas por swab retal foram isoladas Salmonella sp (2) e Shigella sp (1), sensíveis à ampicilina, ácido nalidíxico e cefalosporinas de terceira geração. O Vibrião Colérico não foi detectado nas amostras estudadas. Conclusões: Apesar do vibrião colérico não ter sido isolado na investigação epidemiológica no período do estudo, os resultados sugerem condições de moradia inadequadas e conseqüente vulnerabilidade das crianças a este agente. Código Trabalho: 279 Título: N. MENINGITIDIS DE SENSIBILIDADE DIMINUIDA (SD) À PENICILINA Autores: SILVIA REGINA MARQUES;MIRIAM ELIA CASTILHO RAYMUNDO;Mª DO SOCORRO CARNEIRO FERRÃO;LUIZA HELENA FALLEIROS CARVALHO;PRISCILLA AQUINO;JAMILE MUNIZ DOMINGOS Instituição: Instituto de Infectologia "Emílio Ribas" _SP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A resistência do meningococo à penicilina tem crescido em alguns países do mundo. No Brasil esse é o 1º relato de caso com SD à penicilina. Objetivos (Relato de Caso): Descrever um caso de meningococo de SD à penicilina observado no nosso serviço, em junho de 2006. Trata-se do menor LGS, 10 anos, masculino, negro, estudante, procedente de São Paulo. Previamente hígido, há 1 dia com história de dor abdominal, cefaléia, dor em região cervical e febre de 39,°5C; fez uso de dipirona apresentando melhora. Após 4 horas apresentou um episódio de vômito e confusão mental. Na manhã seguinte manteve-se confuso, com diminuição de movimento de MMII e alteração do equilíbrio. Às 12 horas desse dia, novo episódio de vômito, sendo levado para o PS de Taboão da Serra com crise convulsiva, onde foi feita hipótese diagnóstica de meningite. Realizado o líquor, cujo resultado foi: 2480 células com predomínio de neutrófilos (96%), proteína: 500mg/dl, glicose:1mg/dl, bacterioscopia negativa e látex e cultura (em andamento). A criança foi então encaminhada para o nosso serviço pela piora do quadro clínico, apresentando petéquias, rebaixamento de consciência, agitação, desidratação, sendo transferida para a UTI. Foi instituído tratamento inicial com hidratação, dexametasona e ceftriaxone e solicitado hemograma, bioquímica, contraimunoeletroforese para Neisseria meningitidis e hemocultura. Não houve condições de nova punção liquórica. Em 24 horas, a criança apresentou estabilização do quadro, sendo transferida para a enfermaria. Na unidade, manteve discreta rigidez de nuca, vômitos, prostração e desaparecimento das petéquias, sendo observado extrasístoles na ausculta cardíaca. Solicitado ECG e ECO normais. Paciente no dia seguinte manteve-se ainda prostrado, choroso e com vômitos. TC de crânio de urgência normal. Ressalte-se que nos antecedentes pessoais, não havia história de trauma crânioencefálico nos últimos anos. Referiu-se que durante o período em que a criança freqüentou creche (dos 4 meses de idade até os 7 anos) teve otites de repetição, duas delas supuradas. No 8º dia de ceftriaxone, a criança apresentava melhora clínica. Foi suspenso o antibiótico e feita observação por 48 horas. Obtevese então o resultado final do liquor do outro serviço, com o látex fortemente positivo para meningococo (sorogrupo B foi excluído) e a cultura mostrou-se positiva para N.meningitidis com SD à penicilina (MIC=0,32?g/ml) e sensível a ceftriaxone (MIC<= 0,02?g/ml). O paciente evoluiu bem, tendo alta para casa, com retorno ambulatorial. Discussão: A S do meningococo à penicilina tem diminuido. Os relatos nacionais que dispomos até o momento são apenas microbiológicos, sendo este o primeiro caso clínico reportado. Serão discutidas alternativas terapêuticas, para estes casos. Conclusões: A vigilância acurada é necessária para os casos clínicos causados pelo meningococo com SD à penicilina, para a introdução da terapêutica adequada. Código Trabalho: 236 Título: O PERFIL DA DENGUE EM CRIANÇAS NA CIDADE DO RECIFE- 2001 A 2004 Autores: PETRÔNIO GUSMÃO VASCONCELOS;ANA ANTUNES FONSECA LIMA;ODALÉIA ARAÚJO NERES FERREIRA;DENISE SANTOS CORREIA OLIVEIRA;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO Instituição: Secretaria de Saúde do Recife Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A dengue consiste em um grande desafio para a Saúde Pública principalmente nos grandes centros urbanos de países em desenvolvimento. Por apresentar-se em forma de grandes epidemias, tem grande repercussão econômica e social. No Recife, na década de 90, a detecção de casos foi observada no grupo etário jovem adulto e casos graves em idosos. A partir de 2001 observou-se notificação de casos em menores de 10 anos de idade. Objetivos: Descrever comportamento da dengue em crianças, no período de 2001 a 2004, na cidade do RecifePernambuco, Brasil. Métodos: O Tipo de estudo é descritivo, de base populacional. O local do estudo: cidade do Recife, capital na região Nordeste do país; área física urbana, com 94 bairros; população em torno de 1.500.000 habitantes, composta por 27% de crianças e adolescentes. Os casos analisados foram casos confirmados de dengue encerrados pelo critério clínico e/ou laboratorial, incluídos no Sistema Informação de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2001 a 2004. Foram analisadas freqüências dos sintomas detectados em crianças menor de 10 anos de idade. Resultados: No Recife circula três sorotipos de dengue - Den 1,2 e 3. Durante o período estudado, foram confirmados 37.862 casos de dengue, sendo 9,35% (3540) na faixa etária menor de 10 anos de idade. O ano de 2002 foi considerado epidêmico com a introdução do vírus Den 3. Este ano concentrou o maior número de casos em crianças, correspondendo a 91% (3227/3540). Principais sintomas foram: febre (98,5%), Cefaléia (79,3%); mialgia (65%); náusea /vômito (48,1%), prostração (56,0%), dor retroorbitrária (41,4%); exantema (39,1%); artralgia (35,6%). Outros sintomas como dor abominal, hapatomegalia, petéquias, diarréia, miocardite, gengivorragia, foram relatados com menor freqüência. Quanto à forma clínica da doença, 3.519 crianças tiveram dengue clássica e 21 casos dengue hemorrágico. O coeficiente de detecção nesta faixa etária no ano de 2002 foi de 1310 casos por 100.000hab. Conclusões: Diante de um quadro viral inespecífico em crianças menores de 10 anos de idade, a dengue deve fazer parte do diagnóstico diferencial. Existindo a suspeita, a orientação para o acompanhamento da criança é fundamental, evitando formas graves da Dengue, visto que na cidade circulam os 3 sorotipos virais desde o ano de 2002. Código Trabalho: 377 Título: PANCREATITE AGUDA ASSOCIADA AO VÍRUS DA HEPATITE A COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM PRÉESCOLAR Autores: SANDRA FAGUNDES MOREIRA-SILVA;NIXON SOUZA SESSE;FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA;FERNANDA JUSAN FIOROT;GRAZIELLE SILVA FERREIRA GRILLO;VERA LÚCIA SUPRANI Instituição: Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) Cidade/UF: VITÓRIA/ES Resumo: Introdução:Pancreatite aguda associada à hepatite pelo vírus A tem sido pouco relatada em adultos e mais rararmente em crianças. Objetivos: Relatar caso de pancreatite aguda associada à infecção pelo vírus da hepatite A em um pré-escolar com quadro de hepatite aguda grave. Métodos: Estudo descritivo tipo relato de caso baseado na análise do prontuário do paciente. Relato de Caso: JMNGS, 5 anos, M, proveniente do sul da Bahia, uso de água de poço sem tratamento. Em 06/10/2005 iniciou quadro de palidez, vômitos e dor abdominal de forte intensidade, progredindo em 5 dias com icterícia e acolia fecal. Dia 10/10: TGO:923U/I, TGP:1034U/I, FA:243U/I, BT:5.93mg/dl e BD:4.18mg/dl, ELISA Anti-HAV IgM:(+). Evoluiu com melhora do quadro. Em 18/10 piora da icterícia, dor e distensão abdominais, acolía fecal, prurido cutâneo intenso, diarréia, desidratação leve, insônia e irritabilidade, TGO:1166U/I, TGP:1247U/I, FA:151U/I, GGT:22U, BT:27.3mg/dl, BD:17.5mg/dl. Admitido na Emergência do HINSG, após 30 dias do início do quadro, (Nov/05), em insufi- Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S109 Infectologia ciência hepática aguda, encefalopatia hepática grau I, TGO:2850U/I, TGP:1924U/I, FA:151U/I, GGT:27U/I, BT:29.7mg/dl, BD:15.9mg/dl, DHL:946mg/dl, Albumina:3.6g/dl, TAP: 44.4%, Fibrinogênio 206.2mg/dl, Glicemia:86mg/dl, íons fósforo e magnésio elevados: respectivamente 7.4mg/dl e 3.1mg/dl. ELISA anti HIV, CMV e EBV negativos. Em 03/12/05, já com melhora das provas de função hepática, surgiu dor abdominal em mesogástrio e epigástrio, inclusive à palpação, hiporexia e diarréia; TGO:590U/I, TGP:440U/I, FA:208U/I, GGT:52U, BT:23.4mg/dl, BD:16.6mg/dl, TAP:73.9%, Fibrinogênio:194.8mg/dl, Glicemia:111mg/dl, Amilase:1011U/I e Lípase:1476U/I. Diagnóstico de pancreatite aguda. US abdominal em Dez/05 evidenciou ascite peri-esplênica de pequeno volume e TC Abdome demonstrou aumento de volume pancreático, heterogêneo, apresentando áreas hipodensas notadamente nos espaços adjacentes à cauda pancreática. Evoluiu com melhora progressiva e alta hospitalar em 30 dias após o diagnóstico de pancreatite aguda, para acompanhamento ambulatorial. Exames da alta: Amilase: 69U/I, Lipase:73U/I, TGO:640U/I, TGP:322U/I, BT:8,7mg/dl, BD:7,1mg/dl, TAP: 82,7%. Descartadas outras causas: Coombs direto negativo, Anti-DNA negativo, anticorpos anti-mitocondrial, LKM e anti-músculo liso negativos, ceruloplasmina:42mg/dl, cobre urinário:49mcg/24h, cobre sérico:151mcg/dl, ELISA para Parvovírus B19: IgG e IgM negativos, alfa-1antitripsina:274mg/dl. Conclusões: O quadro de pancreatite associado a uma hepatite A aguda, favorece a hipótese de uma agressão pancreática produzida pelo VHA, embora não se saiba por qual mecanismo: se agressão direta pelo vírus ao pâncreas, se por ativação biliar do suco pancreático decorrente de alteração na secreção biliar. No caso aqui apresentado o paciente apresentou elevação de Bb e da fosfatase alcalina compatíveis com alterações na secreção biliar. Código Trabalho: 753 Título: PARACOCCIDIOIDOMICOSE ÓSSEA EM ESCOLARRELATO DE CASO Autores: ROBERTA MAGALHÃES LEITE PINTO;CÁSSIA SILVESTRE MARIANO;MARIA DA GLÓRIA MOREIRA Instituição: Hospital Municipal Jesus- Rio de Janeiro Cidade/UF: NITEROI/RJ Resumo: Objetivos: Descrever o caso de uma criança com paracoccidioidomicose sistêmica com acometimento ósseo. Métodos: Relato de caso de um escolar com lesões osteolíticas por paracoccidioidomicose Resultados: P.C.P.C, 11 anos, sexo masculino, cor parda, residente em Magé, com queixa de cefaléia e febre intermitente há 4 meses. HPP: Atendimentos por pneumonia. H. vacinal: 2 doses de BCG; 1 dose de Hepatite B. H.social: mora em área rural com relato de ter contato com terreno úmido. Apresentava-se em REG, febril, com fígado à 2/3cm RCD e ponta de baço, adenomegalias em região cervical posterior e anterior bilateral, móveis indolores; adenomegalia occipital à esq. MM: aumento de partes moles em 1/3 proximal do antebraço E, com fistula drenando secreção amarelada. Presença de cicatriz de BCG em MSD. Foram solicitados: RX do esqueleto; USG abdome, cintigrafia óssea, TC crânio, sorologia para fungos e biópsia óssea. Rx de braço esq.: lesão óssea inflamatória crônica do tipo líticas em terço médio da diáfise umeral e terço proximal da ulna, com deformidade da sua morfologia; Rx do fêmur esq.: lesão lítica em terço distal da diáfise femoral esq e outra na metáfise medial;diminuta lesão lítica no ramo ísquio-pubiano esq.; Rx de crânio: pequena lesão lítica na região fronto-parietal esq.; Demais estruturas ósseas radiografadas sem lesões aparentes. A cintigrafia óssea revelou: áreas com hiperfixação osteoblásticas em região fronto parietal esq.do crânio; osso maxilar à direita; osso maxilar em topografia de arcada dentária sup.; ramo e corpo de mandíbula à esq.; terço proximal e médio de clavícula esq.; 7° arco costal direito, posteriormente; 10° arco costal esq.,posteriormente; T3, T4 e T5; articulação sacro ilíaca esq.; e colo de fêmur esq. A USG abdominal mostrava discreta hepatomegalia com imagem nodular, hipoecóicas, sendo a maior 0.7cm; baço ecoestrutura heterogênea às custas de múltiplos nódulos hipoecóicos; numerosos linfonodomegalias retroperitoneais, o maior com 2.1cm ; restante exame normal. A biópsia óssea (histopatológico) era compatível com Paracoccidioidomicose. Sorologia para fungos (imunodifusão dupla): soro reagente S110 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. para Paracoccidioides brasiliensis. O tratamento foi feito com Itraconazol e imobilização com aparelho gessado devido o risco de fratura patológica em ulna E. Discussão: A paracoccidioidomicose é uma doença sistêmica de caráter endêmico entre a população de área rural, acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino entre 30 e 60 anos sendo rara a incidência abaixo dos 14 anos. Conclusões: O caso de paracoccidioidomicose apresentado teve uma evolução disseminada com acometimento ósseo importante sendo esta forma clínica de apresentação juntamente com a forma cutânea mais comum em crianças maiores de 10 anos, segundo literatura. Todos os estigmas clínicos de doença crônica foram apresentados pelo paciente o qual teve recuperação favorável com a instituição do tratamento. Código Trabalho: 43 Título: PARACOCCIODIODOMICOSE EM CRIANÇAS NO ESTADO DO PARÁ. Autores: LUCIANA SILVEIRA NINA DE AZEVEDO;THEISLA KELY AZEVEDO RAIOL;LÍVIA LAYANY FERREIRA DE SOUZA;PAULO KIYOSHI MIYAHARA;IRNA CARLA DO ROSÁRIO CARNEIRO Instituição: Universidade Federal do Pará Cidade/UF: BELÉM/PA Resumo: Introdução: A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica que em jovens de até 15 anos apresenta-se na forma aguda/subaguda. Pode levar ao óbito ou evoluir de forma latente e acabar por incapacitar adultos em plena época de produtividade. Objetivos: Estudar os aspectos clínicoepidemiológicos de crianças acometidas com PCM no período de janeiro de 1994 a dezembro de 2004. Métodos: Foi realizado estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, através da revisão de prontuários de pacientes diagnosticados com PCM. Resultados: No período de janeiro de 1994 a dezembro de 2004 foram atendidos 102 pacientes com PCM, oito (7,8%) deles eram crianças, com idade variando entre 3 e 15 anos, média de 9,8 anos ± 3,83. Sete eram meninas (87,5 %). As oito crianças eram moradoras de zona rural e duas eram procedentes do Estado do Maranhão. Todos os pacientes apresentavam a forma disseminada subaguda da PCM, com tempo de evolução variando de 1 a 8 meses. Os sintomas mais freqüentes foram: adenomegalia (100%), febre (87,5%) e hepatomegalia (50%). Esplenomegalia, perda de peso, palidez cutâneo-mucosa e dor abdominal difusa ocorreram em 37,5% dos pacientes; outros sintomas incluíram tosse produtiva e dor torácica. O hemograma revelou leucocitose em 43% dos casos, eosinofilia em 85,7% e anemia em todos os pacientes estudados. O exame histopatológico de gânglios foi utilizado como diagnóstico em 7 dos 8 pacientes, e em todos os gânglios biopsiados foi possível encontrar o Paracoccidioides brasiliensi; o exame micológico direto foi utilizado em um paciente como método diagnóstico. O esquema terapêutico adotado foi sulfametoxazol-trimetoprima em 50% dos casos; anfotericina B foi usada em 37,5% das crianças e o itraconazol foi utilizado em um caso. No momento da alta 75% dos pacientes apresentaram melhora do quadro e 25% evoluíram a óbito. Conclusões: Em nosso Estado, a PCM em crianças ocorre em pacientes procedentes da zona rural, do sexo feminino, com média de 9,8 anos, apresentando a forma disseminada da doença e mortalidade elevada. Os sinais clínicos encontrados muito mimetizam outras doenças da infância, o que ressalta a importância do conhecimento desta patologia no manejo de crianças enfermas. A detecção precoce desta doença além de contribuir para a redução da mortalidade, proporciona redução de sua morbidade em idades mais avançadas. Código Trabalho: 999 Título: PERFIL CLINICO E LABORATORIAL DE CRIANÇAS RESIDENTES EM AREA ENDEMICA DE FILARIOSE LINFATICA NO NORDESTE DO BRASIL Autores: ANA CATARINA MELO ARAUJO;MARCELA LEAL;ANA MARIA AGUIAR-SANTOS;MARIA JOSÉ NETTO;GUILHERME LIMA;ALMERICE LOPES Instituição: Centro de Pesquisas Aggeu MagalhãesCPqAM/FIOCRUZ Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Diversos estudos reportam a existência de Infectologia infecção filarial em crianças e a presença de doença. Contudo, a verdadeira extensão e natureza da filariose linfática na infância permanecem pouco documentadas. Objetivos: Descrever o perfil clinico e laboratorial de crianças que tenham o diagnostico positivo através de antígeno de filariose (ICT AD12) e residentes em área endêmica de filariose linfática no nordeste do Brasil. Métodos: Foi realizado um inquérito em crianças de 0 a 18 anos, procedentes de Jaboatão dos Guararapes-PE. Os casos positivos foram acompanhados através de exame clínico e exames complementares (ultrasonografia, pesquisa de microfilaria por filtração em membrana de policarbonato e pesquisa de antígeno por ELISA (Og4C3). Resultados: Das 127 crianças positivas, 51,2% são do sexo masculino e 48,8%do sexo feminino. 36,2% possuem de 0 a 10 anos de idade e 63,8%, entre 11 e 18 anos. A presença de clínica filarial foi observada em 29,1% (37) das crianças, com: linfangiectasia (19-15%), hidrocele (12-9,4%), linfonodomegalia (9 - 7,1%), nódulo (7 - 5,5%) e varicocele (6 - 4,7%). Pela técnica de ELISA Og4C3 foram positivas 49,6% (63); na pesquisa de microfilárias através da técnica de filtração 26,8% (34 indivíduos) enquanto 12,6% (16 pacientes)foram positivos pela presença do sinal da dança da filaria ao exame ultrassonográfico. Em 37,8% dos casos, há presença de familiares com infecção filarial. Todos os positivos foram tratados com dietilcarbamazina. Conclusões: Utilizando-se um método diagnóstico muito sensível (ICT - AD12) para o diagnostico de triagem, a presença da infecção filarial na população pediátrica de área endêmica foi bastante expressiva. A presença de clínica filarial na população pediátrica com antígeno positivo (ICTAD12) remete à relevância de ampla discussão quanto às perspectivas do diagnóstico precoce nesta faixa etária e aos possíveis benefícios que podem ser obtidos em relação ao controle da morbidade. Em virtude do exposto, e ainda considerando o estudo da população pediátrica como sentinela para os programas de controle, são necessários mais estudos a respeito da filariose linfática na população pediátrica de áreas endêmica Código Trabalho: 1074 Título: PERFIL DA COQUELUCHE NO MUNICÍPIO DE RECIFE. RECIFE, 2000 - 2005 Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO Instituição: Secretaria de Saúde do Recife Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: No Recife, a coqueluche vem apresentando tendência decrescente desde a década de 1980, especialmente a partir de 1996, quando foram obtidas altas coberturas vacinais. Porém, a partir de 2002 houve um aumento de detecção da doença.Como a coqueluche é doença imunoprevinível de notificação compulsória, o estudo da mesma é fundamental para orientar as medidas de controle. Objetivos: Caracterizar a situação epidemiológica da coqueluche no Recife no período de 2000 a 2005. Métodos: Estudo tipo corte transversal, onde foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Notificação de Agravos de Notificação, constituído pelo universo de 145 casos confirmados. Foram estudadas as variáveis sexo, faixa etária, critério de encerramento, evolução e distribuição espacial e calculado o coeficiente de detecção. Resultados: O ano de 2003 teve um incremento de 111% em relação ao ano de 2000, e um decréscimo de 81% em relação a 2005. O sexo feminino participou com 52,3% dos casos confirmados. Quanto ao critério de encerramento, o clínico contribuiu com 64,8% e a cultura com 26,2%. No período em estudo observou-se que a faixa etária dos menores de um ano contribuiu com 82% dos casos. Os residentes do DS III, VI e IV contribuíram respectivamente com 23%, 23% e 21% dos casos ao longo dos anos. No ano de 2003 foram registrados 3 óbitos (letalidade de 5,26%). O maior coeficiente de detecção encontrado foi no ano de 2003 (3,84 por 100.000 hb.). Conclusões: O aumento na detecção dos casos de coqueluche, a partir de 2003, pode ter sido influenciado pelo aumento da notificação, embora não descartando a possibilidade do aumento real dos casos. Os encerramentos pelo critério clínico predominaram, mas já se observa um aumento dos casos com cultura comprobatória. A faixa etária dos menores de 1 ano foi a mais atingida, no período em estudo, o que vem a corroborar com a literatura. Código Trabalho: 102 Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA COQUELUCHE NO ESTADO DE ALAGOAS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1999 A JUNHO DE 2005. Autores: LÍGIA PAULINO DA SILVA;LUCIANA MARIA DUARTE AGUIAR;ADRIANA ÁVILA MOURA Instituição: Hospital Escola Dr. Hélvio Auto Cidade/UF: MACEIÓ/AL Resumo: Introdução: A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa do trato respiratório e apresenta uma morbi-mortalidade significativa na faixa pediátrica. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da Coqueluche em casos notificados em Alagoas. Métodos: Estudo retrospectivo através da revisão de prontuários de pacientes com diagnóstico de Coqueluche, notificados à Secretaria Estadual da Saúde entre janeiro de 1999 e julho de 2005, totalizando quarenta casos. Foram analisados: idade, gênero, procedência, estado vacinal, provável fonte de contato, principais sinais, sintomas e complicações, uso prévio de antibióticos, realização de culturas, evolução da doença e tempo médio de internamento hospitalar. Resultados: Houve predominância da doença em crianças com menos de um ano de idade (72,5%) e no gênero feminino (1,3:1). Sessenta por cento eram procedentes do interior do Estado e 47,5% dos casos nunca haviam sido vacinados. Uma provável fonte de contato foi desconhecida na maioria dos casos. Tosse paroxística (97,5%), tosse produtiva (82,5%), cianose (70%), dispnéia (67,5%) e vômitos (62,5%) foram os principais achados clínicos. Pneumonia foi a principal complicação (85,7%). Óbitos não ocorreram no período estudado. Vinte casos fizeram uso prévio de antibióticos (50%) e cultura de nasofaringe foi realizada em 14 casos, apenas uma teve resultado positivo. O tempo médio de internamento hospitalar foi de 10 dias. Conclusões: no Estado de Alagoas, a Coqueluche é uma doença que predomina em crianças mais jovens (com menos de um ano de idade) que na maioria dos casos têm a vacina DPT não administrada ou em atraso. Estes pacientes são procedentes, principalmente, do interior do Estado. Em quase todos os casos o diagnóstico foi feito na fase paroxística da doença. Complicações graves como encefalopatia ocorreram muito raramente, possivelmente pelo uso precoce de antibióticos mesmo antes da suspeita diagnóstica de coqueluche, o que também dificultou a obtenção de culturas positivas para a Bordetella pertussis. Código Trabalho: 668 Título: PERFIL VACINAL DE CRIANÇAS DE UMA PRÉ-ESCOLA PRIVADA DO RIO DE JANEIRO Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;ISABELLA BALLALAI;BEATRIZ RIBEIRO DOS REIS;LETÍCIA CAPUTTI;NATASHA CANDREVA;RAQUEL OLIVEIRA Instituição: UFRJ / Vaccini / URMES - Rio de Janeiro - RJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O calendário vacinal da Sociedade Brasileira de Pediatria (CVSBP) é mais completo do que o preconizado pelo Ministério da Saúde. Contudo, ainda é pouco seguido, mesmo entre aqueles de melhor poder aquisitivo. Objetivos: Delinear o perfil vacinal de crianças pertencentes à classe A (segundo IBGE) matriculadas em uma pré-escola privada da Zona Sul do Rio de Janeiro, avaliando a adesão desse grupo ao calendário sugerido pela SBP. Métodos: Estudo seccional, no qual analisou-se cópias das carteiras de vacinação das crianças matriculadas em pré-escola privada no ano de 2004. Utilizou-se o CVSBP vigente na época e a análise das carteiras de vacinação levou em consideração as vacinas que as crianças deveriam ter tomado, de acordo com a idade, na ocasião. Resultados: A préescola atendia, em 2004, a 106 crianças. Desse total, 43 foram excluídas da análise, por apresentar registros incompletos ou não fornecimento de cópias das carteiras de vacinação. As carteiras avaliadas (n= 63) foram de crianças de 5 meses (ms) a 7 anos (a) de idade. Foram 4 (6,3%) carteiras de vacinação de menores de 1a, 8 (12,7%) entre 1 e 2a, 10 (15,9%) entre 2 e 3a, 20 (31,8%) entre 3 e 5a e 21 (33,3%) com mais de 5a de idade. Dentre todos as carteirasavaliadas, 5 (7,9%) estavam de acordo com o CVSBP, sendo uma de criança na faixa etária menor de 1a, uma de criança entre 1 e 2a, duas de crianças entre 2 e 3a e uma entre 3 e 5a. Nas demais carteiras de vacinação não havia registro ou estavam incompletos para as seguintes vacinas: 1 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S111 Infectologia (1,6%) para hepatite B, 7 (11,1%) para DTP, 5 (7,9%) para Haemophilus influenza b (Hib), 5 (7,9%) para pólio, 54 (85,7%) para pneumococo, 3 (4,8%) para tríplice viral, 18 (28,6%) para varicela, 36 (57,1%) para hepatite A, 33 (52,4%) para meningococo. Em 100% das carteiras de vacinação havia registro de BCG. Não houve relato, por parte dos responsáveis, de interrupção do esquema vacinal por indicação médica. Conclusões: Apenas 7,9% das carteiras de vacinação das crianças da nossa casuística, todas da classe A, estavam de acordo com o CVSBP. Mais levantamentos como esse devem serfeitos para avaliar se os nossos resultados refletem a realidade de outras crianças da mesma classe. Código Trabalho: 971 Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA HEPATITE B (HB) EM ADOLESCENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIENCIA HUMANA, VACINADOS HÁ PELO MENOS QUATRO ANOS. Autores: SILVANA DUARTE PESSOA;MARIA ISABEL MORAESPINTO;ROSE PATIN;MARISTELA MIYAMOTO;DAISY MARIA MACHADO;REGINA CÉLIA SUCCI Instituição: UNIFESP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: A morbi-mortalidade da co-infecção HIV-VHB apresenta elevado risco. Trinta a 90% dos adultos infectados pelo HIV não vacinados têm, no mínimo, um marcador sorológico para VHB. Embora muito importante para esse grupo de indivíduos, a vacinação contra a hepatite B induz baixos níveis de anticorpos contra VHB, sendo algumas vezes necessário aplicar doses extras da vacina para obter a proteção desejada. A prevalência de adolescentes infectados pelo HIV-1 suscetíveis à HB após vacinação primária prévia contra Hepatite B é desconhecida. Objetivos: avaliar prevalência de anticorpos contra HB em adolescentes infectados pelo HIV-1, quatro anos ou mais após a vacinação primária. Métodos: Foram selecionados adolescentes infectados pelo HIV por transmissão vertical, com idade entre 10 a 20 anos, em uso de HAART, sem antecedentes de hepatites virais (grupo estudo) comparados com o grupo controle. Foi realizada dosagem de anticorpos contra VHB (anti-HBs) nos adolescentes infectados pelo HIV e nos sadios, através do método ELISA padronizado comercialmente. De acordo com os níveis de anticorpos antiHbs, o grupo estudo foi dividido em imune (anti-HBs >10UI/L) e não imune (anti-HBs <10UI/L) para hepatite B. Na análise estatística, foram utilizados análises descritivas e teste Mann Whitney através do programa SPSS. Resultados: Foram selecionados 29 adolescentes infectados pelo HIV que preencheram os critérios acima (a maioria - 79,3%, com categoria clínica B e C) e 15 adolescentes sadios. Em ambos os grupos houve um predomínio do sexo masculino; a média de idade foi 13,5 anos, o número médio de doses vacinais aplicadas foi 3,9 e tempo médio decorrido após vacinação completa foi de 6,4 anos. No grupo controle, os níveis médios de anti-HBs foram maiores (82,40UI/L) do que no grupo estudo (17,8 IU/L) (Mann Whitney, p= <0,005). Entre os adolescentes sadios apenas 2 apresentaram níveis de anti-HBs não protetores (<10IU/L) e foram encaminhados para revacinação; no grupo estudo (HIV+) 16 (55,2%) adolescentes eram não imunes. A média de doses da vacina aplicadas foi 4,3 doses e não houve diferença significativa em relação ao nível de CV, valor de CD4, número de doses da vacina e tempo médio pós-vacinação completa, entre os imunes e não imunes. Conclusões: A maioria dos adolescentes HIV+ (55,2%) vacinados previamente contra HB há mais de quatro anos, não apresentaram níveis de anticorpos protetores, e mesmo entre aqueles adolescentes com títulos protetores, o nível de anticorpos é significantemente menor do que no grupo de adolescentes sadios. Código Trabalho: 404 Título: PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA O VÍRUS DA HEPATITE A EM CRIANÇAS E ADULTOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO Autores: IZIDRO BENDET;FÁBIO BARBOSA;TRUDE DIMETZ;GUSTAVO RODRIGUES;SELMA SABRA;ADERBAL SABRA Instituição: UNIGRANRIO e Sérgio Franco Medicina Diagnóstica Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: S112 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Introdução: A hepatite A é uma doença causada pelo vírus HAV e geralmente é assintomática na infância. No adulto pode desenvolver sintomas como colestase e formas clínicas severas como hepatite fulminante. A transmissão é pela via fecal-oral e sua endemicidade aumenta em áreas com precárias condições sanitárias. Objetivos: Estudar a prevalência dos anticorpos anti-HAV na população pediátrica e na população adulta residente na região metropolitana do Rio de Janeiro, englobando os municípios do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e os da Baixada Fluminense. Métodos: Foram analisadas 19860 amostras de soro, entre junho de 2002 e junho de 2004, encaminhadas ao Setor de Imunoensaios do Laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, de pacientes com idades entre 1 e 90 anos (mediana 37 anos), sendo 63% do sexo feminino e 37% do sexo masculino. Entre 1 e 18 anos foram analisadas 1640 amostras, sendo 48,5% do sexo feminino e 51,5% do sexo masculino. As amostras de soro foram avaliadas para a presença de anticorpos totais para o vírus da hepatite A pela técnica de Ensaio Imunoenzimático de Micropartículas (MEIA) da ABBOTT. A análise estatística foi realizada através do programa EPI-INFO. Resultados: Do total de soros avaliados, 7994 (40,3%) foram negativos e 11866 (59,7%) apresentavam anticorpos para hepatite A, dentre estes 561 (4,7%) pertenciam a crianças e adolescentes. Foi observada diferença significativa (p<0,01) na positividade de anti-HAV entre as três regiões para a população adulta, porém na população infantil não houve diferença estatística significativa (p>0,05). A estratificação por idade mostrou um aumento progressivo na prevalência de anticorpos na população adulta. Contudo, na população infantojuvenil o índice permaneceu baixo em todas as faixas etárias. Conclusões: O percentual de positividade do anticorpo para hepatite A na população infantil tem permanecido baixo nos últimos 18 anos, e não existe diferença quando comparamos as três regiões do Rio de Janeiro. Isto provavelmente esta relacionado com a melhoria das condições sanitárias nos últimos anos e com a urbanização destas áreas. O perfil de maior positividade na população adulta, possivelmente se deve ao fato das precárias condições sanitárias vivenciadas por esta população nas décadas passadas. O menor percentual de positividade do anticorpo na população infantil resulta no aumento de susceptibilidade à infecção na vida adulta, que deve ser traduzido como um aumento do potencial de severidade da doença. Este aspecto favorece o incentivo à vacinação da população infantil e adolescente, principalmente nos locais em que a endemicidade tem diminuído. Código Trabalho: 569 Título: PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES PERINATAIS EM LACTENTES JOVENS COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA, EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE SALVADOR Autores: EDNA LUCIA SANTOS SOUZA;PALOMA CHEAB RIBEIRO;ANA CAROLINA SOUZA SÁ;CLARA MAIA BASTOS;JOÃO GABRIEL RAMOS;LUCIANA RODRIGUES SILVA Instituição: Centro Pediátrico Prof. Hosannah de Oliveira Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: A incidência de infecções congênitas varia de 0,5 a 2,5% de todos os nascimentos, com elevada morbimortalidade, constituindo, portanto, um importante problema de saúde pública. Objetivos: Determinar a prevalência de infecções perinatais em lactentes, menores de 4 meses de idade, internados por infecção respiratória. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal, no período de outubro de 2004 a novembro de 2005, na Unidade de Pequenos Lactentes de um hospital pediátrico. A pesquisa de infecções do grupo TORCHS-HIV-HTLV-AgHbs foi realizada a partir da identificação de anticorpos das classes IgG e IgM. Resultados: Foram incluídas 71 crianças no estudo, com média de idade de 55,8 dias (DP +/- 27,9 dias), sendo 71,8% do sexo masculino. Vinte e nove crianças (40,8%) receberam o diagnóstico de bronquiolite, 20 (28,2%) de pneumonia ou broncopneumonia, 18 (25,4%) de pneumonia e bronquiolite e 4 (5,6%) de ITR (infecção do trato respiratório). Quinze (21,1%) crianças nasceram com baixo peso e 19 (26,8%) foram pré-termo. Sessenta (84,5%) mães realizaram o pré-natal, sendo que em apenas 1 (1,4%) essa informação não foi obtida. A média de idade materna foi 24,03 anos (DP +/- 5,5 anos) e 57% tinham, no máximo, o primeiro grau incompleto. Trinta e duas (48,5%) famílias tinham renda inferior a um salário mínimo ou não Infectologia tinham renda fixa. Sessenta e quatro crianças realizaram TORCH-HIV-HTLV-AgHbs, dessas, 63 realizaram IgM para Citomegalovírus (CMV), 62 para HIV e 59 realizaram o VDRL para sífilis. Encontrou-se 6 crianças (9,5%) com IgM positivo para CMV, uma positiva para VDRL e duas para HIV, todas as crianças eram assintomáticas. Nenhuma criança teve IgM positivo para toxoplasmose, rubéola, herpes, AgHBs ou HTLV 1 e 2. Conclusões: Os resultados evidenciaram uma alta prevalência de infecção perinatal assintomática por CMV e uma prevalência menor de infecção por sífilis e HIV. Não ocorreram outras infecções de transmissão vertical. Código Trabalho: 1121 Título: REAÇÕES ADVERSAS DAS VACINAS OFERECIDAS NO CRIE - PE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PERÍODO DE 19982004. Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL; NADJA G NOBRE SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE Instituição: UPE/FCM/HUOC Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Poucos trabalhos têm sido apresentados sobre os eventos adversos das vacinas em profissionais da saúde no Brasil. Eventos adversos, mesmo sendo incomuns, têm grande repercussão. Objetivos: Este estudo tem o propósito fazer um levantamento e avaliar os eventos adversos das vacinas aplicadas nos profissionais de saúde, durante o período de 19982004. Métodos: Investigou-se a ocorrência de sintomas potencialmente relacionados à vacina em amostra da população por meio da aplicação de um questionário, composto por perguntas objetivas e abertas, estruturado em uma amostra de 70 (setenta) profissionais da saúde. Resultados: Quanto a BCG, 45 (64,29%) dos profissionais da saúde relatam não ter tomado essa vacina, enquanto 25 (35,71%) afirmam ter realizado pelo menos uma dose. Dentre os que tomaram a vacina, observou-se que quanto a cicatrização, 24 (96%) tiveram a ferida vacinal com tempo de cicatrização esperado, antes de três meses, enquanto que 01 (4%) relata ter demorado mais de três meses para cicatrização completa da ferida e 02 (8%) apresentaram infecção secundária no local da aplicação da vacina, não sendo preciso fazer uso de antibioticoterapia. A vacina para hepatite B foi aplicada em 61 (87,14%) dos entrevistados e destes, 21 (34,43%) apresentaram leves eventos adversos decorrentes da vacina, evidenciando a dor no local da injeção como o evento de maior freqüência 95,23% (20). Como outros sintomas foram registrados 3 casos de eritema local , 2 casos de enduração local e 2 de edema local. Dos profissionais questionados, 47 (67,14%) tomaram a vacina dT e destes 28 (59,57%) apresentaram evento adverso leve, sendo reação local o mais freqüente, 28 (100%) casos. Foi observado que 47(67,14%) não tomaram a vacina contra a gripe; enquanto 23 (32,86%) dos profissionais tomaram esta vacina, dos quais 11(47,83%) apresentaram reações leves. Sobre a vacina contra a varicela, 60 (85,71%) entrevistados afirmaram não ter tomado a vacina. Dos 10 (14,29%) que tomaram, 08 (80%) não apresentaram reações e 02 (20%) tiveram reação: 02 (100%) apresentaram dor local e 01 (50%) edema no local. Conclusões: Com a análise dos dados, observou-se que um percentual elevado dos profissionais não tomou algumas vacinas que são fornecidas gratuitamente, ressaltando a necessidade de uma política vacinal mais efetiva e direcionada para esse grupo de risco. Os eventos adversos pesquisados a respeito da vacina de hepatite B, BCG, gripe, varicela e dT são eventos esperados e considerados leves, não trazendo nenhum prejuízo à saúde do profissional. É muito maior a probabilidade de um indivíduo ser prejudicado por doenças imunopreviníveis do que por qualquer das vacinas correspondentes. O profissional de saúde tem a responsabilidade de esclarecer dúvidas e se manter atualizado para ter argumentos efetivos que façam os pacientes compreenderem as vantagens da vacinação. Código Trabalho: 770 Título: RELATO DE CASO DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Autores: KARLA GONTIJO;OCTAVIO SOUZA SILVA NETTO;LUCIA DE FATIMA PAIS AMORIM;HELENA MARIA CAMPOS;NELIANA TEMPONI GODINHO;ANA LUCIA NOGUEIRA DINIZ Instituição: Hospital Mucipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: A toxoplasmose congênita tem apresentado redução da sua incidência nos últimos anos, provavelmente devido à triagem realizada no pré-natal possibilitando diagnóstico precoce e tratamento da mãe. A transmissão vertical do Toxoplasma gondii ocorre em uma taxa média de 30 a 40%, mas varia com o momento da gestação em que a infecção materna aguda ocorre. Objetivos: O relato de caso objetiva sensibilizar em relação à importância do reconhecimento da toxoplasmose intra-útero e seu manejo correto, visando prevenir as conseqüências da infecção para a criança. Métodos: O caso trata-se de um recém-nascido termo cuja mãe apresentou no primeiro rastreamento realizado no pré-natal em novembro/05 (3º trimestre de gestação) sorologia positiva para toxoplasmose aguda. Ao nascimento notado abdome globoso e hepatoesplenomegalia importante. Resultados: Realizada sorologia do recém-nascido que evidenciou toxoplasmose congênita. Evoluiu com icterícia colestática e alteração da função hepática. Os exames complementares realizados foram: ultra-som abdominal (hepatoesplenomegalia inespecífica); tomografia de encéfalo (calcificações cerebrais e atrofia cortical difusa, dilatação de sulcos e cisternas); líquor (pleiocitose e elevação da proteinoraquia); fundoscopia (descolamento de retina de olho direito e coriorretinite do olho esquerdo); ecografia ocular (descolamento bilateral de retina). Iniciado esquema para neurotoxoplasmose (sulfadiazina, pirimetamina, acido folínico e corticoterapia). Este paciente encontra-se atualmente em acompanhamento ambulatorial com neurologia, infectologia, oftalmologia e pediatria, permanecendo ainda em uso de medicação para toxoplasmose. Conclusões: A toxoplasmose congênita pode acarretar graves seqüelas à criança. O diagnóstico e tratamento pré-natal são recomendados para evitá-las. Código Trabalho: 184 Título: RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE ATEROSCLEROSE EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (SIDA) - ESTUDO PERI Autores: ISABELA DE C. B. GIULIANO;MAURICIO L. SILVA;SÔNIA M. DE FARIAS;MARIA DE SOUZA;CAROLINA L. Z. VIERIA;BRUNO CARAMELLI Instituição: Universidade de São Paulo Cidade/UF: FLORIANÓPOLIS/SC Resumo: Introdução: a doença aterosclerótica (DA) inicia-se na infância e a SIDA parece acelerar a progressão da mesma. O conhecimento do perfil de risco de crianças com SIDA poderá permitir a elaboração de estratégias de prevenção específicas para esta população. Métodos: amostra aleatória (sistemática 1:3) de crianças com SIDA doambulatório de infectologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Fpolis, SCnno ano de 2005. Foram aplicados questionário e exame físico e realizado coleta de sangue. Os dados de 30 crianças com SIDA foram comparados com os decrianças da população infantil de Florianópolis. Dados contínuos foramclassificados em quartis. As prevalências dos fatores de risco foramcomparadas calculando-se o risco relativo e seus intervalos de confiança. Resultados: as crianças com SIDA ingeriam menos frequentemente quantidades elevadas de gorduras saturadas [23% X 41%, RR: 0,77(0,63-0,94)] e quantidades insuficientes de fibras [30% X 55%, RR: 0,64 (0,5-0,81)], eram mais frequentemente sedentárias [73% X 38%, RR: 2,31(1,27-4,19)] e uma maior proporção gastava mais de 2 horas/dia com inatividade recreacional [80% X 42%, RR: 2,87 (1,4-5,88)]. As crianças com SIDA encontravam-se mais frequentemente no quartil inferior de distribuição do HDL-colesterol [80% X 25%, RR: 3,74 (1,83-7,66)] e no superior de proteína C reativa [50% X 25%, RR: 1,5(1,05-2,15)] e tinham excesso de peso menos frequentemente [7% X 24%, RR: 0,81 (0,74-0,99)]. Conclusões: as crianças com SIDA apresentaram um perfil associado a um risco elevado de desenvolvimento de aterosclerose, o que pode Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S113 Infectologia estar relacionado à doença de base e ao sedentarismo. Um programa supervisionado de condicionamento físico poderia modificar este perfil e controlar a aceleração da progressão da aterosclerose nesta população. Código Trabalho: 7 Título: SÍFILIS CONGÊNITA DIAGNOSTICADA NA ADOLESCÊNCIA Autores: CELIA STOLZE SILVANY;ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;KARINY FERREIRA;EDUARDO ANTÔNIO RAMOS Instituição: Hospital da Criança Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução:A transmissão vertical da Sífilis permanece um grande problema de saúde pública no Brasil, o Ministério da Saúde estima que em 2004 nasceram 15 mil crianças com sífilis congênita, orientando para fins de controle epidemiológicos, que a forma congênita deve ser pesquisada em todas as crianças nascidas de mãe com sífilis (evidência clínica e/ou laboratorial) e em todo indivíduo com menos de 13 anos com suspeita clínica e/ou epidemiológica de sífilis congênita. Objetivos e Métodos: Apresentamos um estudo descritivo de caso clínico em adolescente, que apresentava lesões osteolíticas disseminadas e hepatite, cujo estudo sorológico foi positivo para sífilis, de evolução favorável após uso da penicilina com redução das lesões e redução sorológica. Relato do caso:Adolescente , feminina, 13 anos, nascida de PSNV,sem pré-natal , pesando 1300g. Com 08 anos de idade iniciou com artralgia e edema em joelho esquerdo, tratada como TB óssea, após biópsia que revelou infiltração linfohistiocitária com formação de granulomas Após 5 anos passou a cursar com febre diária, dores pelo corpo e tontura. Ao exame: emagrecida, baixa estatura, ap.cardiovascular normal Abdômen globoso, fígado palpável a 10 cm do RCD, baço a 4 cm do RCE, exame ginecológico normal. Dos exames realizados os VDRLs foram reagentes com titulagem elevadas:1/2048,FTA-Abs positiva (na mãe e na paciente), pesquisa para outras DSTs, inclusive HIV não reagentes. A Biopsia hepática revelou arquitetura lobular alterada à custa de extensas áreas de necrose caseosa permeados por células epitelióides, histiócitos, linfócitos e plasmócitos. Há também pequenos granulomas com população de células inflamatórias descritas anteriormente. A pesquisa de BAAR revelou-se negativa. Conclui-se como hepatite crônica granulomatosa. O Rx de ossos longos lesões osteolíticas, periostite e osteomielite disseminadas. Evolução: Iniciou uso de penicilina cristalina, com redução gradativa do VDRL e melhora das lesões ósseas e da hepatimetria. Após 8 meses do tratamento, houve ganho ponderal e estatural, não apresentava visceromegalias e as radiografias dos ossos longos normalizadas. Discussão e Conclusões:Trata-se de um caso peculiar de sífilis congênita tardia agudizada ,com lesões ósseas iniciada provavelmente aos 8 anos de idade e hepatite .Os estudos realizados afastam comorbidades . A despeito da capacidade de latência do T.pálidum,não encontramos na literatura uma relação de efeitos a longo prazo, com quadro semelhante ao apresentado pela paciente. Código Trabalho: 527 Título: SÍNDROME DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE EM CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV ACOMPANHADAS EM UM SERVIÇO UNIVERSITÁRIO. Autores: DAISY MARIA MACHADO;SUÊNIA VASCONCELOS BELTRÃO;RENATA BARACHO MARTINELLI;DENISE QUEIROZ PRADO;MONICA MAURA ORTEGA VIEIRA;REGINA CELIA MENEZES SUCCI Instituição: Universidade Federal de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A ocorrência de infecções oportunistas após o início de terapia anti-retroviral potente pode ser manifestação do restabelecimento da imunidade em indivíduos infectados pelo HIV, conhecida como Síndrome da Reconstituição Imune (SRI). Objetivos: Avaliar a freqüência da SRI em uma coorte de crianças infectadas pelo HIV. Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 182 crianças acompanhadas no Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da UNIFESP, de 1989 a 2005, quanto `a presença de infecções oportunistas. Valores de carga viral do HIV (CV) e contagem S114 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. de células T CD4+ foram tomados em 3 momentos: 1 a 3 meses antes da infecção oportunista (IOp), durante o episódio de IOp e após o mesmo. Foi considerado quadro compatível com SRI a ocorrência de IOp em vigência de boa resposta `a terapia antiretroviral (TARV), com CV indetectavel ou queda de 1 log na CV num período de ate 6 meses apos início ou troca da TARV. Resultados: Das 182 crianças avaliadas, 54 (22 do sexo feminino e 32 do sexo masculino) apresentaram as seguintes IOp durante o acompanhamento: H Zoster - 21/54 (38,9 %); Tuberculose - 21/54 (38,9 %); Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (PjP)- 7/54 (13 %); Citomegalovirus (CMV) - 4/54 (7,4%); Criptococose- 3/54 (5,5 %); Herpes esofágico - 1 (1,8 %). Destes, 9 episodios (16,6%) ocorreram até 6 meses após início ou troca de TARV, com queda de CV >/= a 1 log, sendo caracterizados como SRI: H.Zoster -6/54 (11,1%); Tuberculose- 2/54 (3,7%); Herpes esofágico -1/54(1,85%). As nove crianças (7 do sexo masculino) que tiveram SRI haviam apresentado elevados valores de CVs (mediana=284000 copias/ml) e baixas contagens de células CD4+ (mediana do nadir de CD4=50 cel/mm3) antes da TARV. Após os episódios de IOp, 6 crianças mantinham CV indetectável e duas apresentavam CVs relativamente baixas, entre 5000 e 10000 copias/ml. Todas responderam bem ao tratamento das IOp, com plena recuperação. Conclusões: A freqüência da SRI na coorte estudada foi de 16,6%, sendo Herpes zoster a mais comum manifestação da síndrome. O reconhecimento da SRI torna-se importante para que a ocorrência de IOp em indivíduos em uso de drogas anti-retrovirais não seja confundida com falha ao tratamento e deterioração imunológica Código Trabalho: 558 Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADA A CALAZAR: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Autores: ANA ROSANA ALENCAR GUEDES;DANIELLY LIMA BRAGA;VIENA SALES XIMENES ÁVILA;DAIANA CILÉA HONORATO NASCIMENTO;MARIA HELENA LOPES CAVALCANTE;MÉRCIA LIMA DE CARVALHO LEMOS Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Síndrome hemofagocítica (SHF) caracteriza-se por febre prolongada, hepatoesplenomegalia, citopenias acentuadas e hemofagocitose na medula óssea, fígado ou linfonodos, podendo estar associada a uma variedade de infecções virais, bacterianas, assim como colagenoses e neoplasias. Objetivos: Descrever duas diferentes formas de evolução da SHF associadas a Calazar através do relato de dois casos clínicos. Métodos: Estudo descritivo observacional. Resultados: Caso 1: F.K.F., 13 meses, masculino, procedente de Pedra Branca- CE, admitido em 29/06/2006. Há 2 meses, iniciou quadro de febre diária, anorexia e adinamia, sendo conduzido como pneumonia e infecção urinária. Evoluiu com persistência da febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia. Iniciado, em sua cidade, prova terapêutica para Calazar com Glucantime. Foi encaminhado ao nosso serviço devido piora clínica. À admissão, apresentava-se em anasarca, hipocorado 4+/4+, ictérico 2+/4+, irritado, fígado a 5cm do RCD e baço a 10cm de RCE. Exames: Hb=3,6; Leuc=2600 (Seg=32%;Bt=1%;Linf=67%); Plaq=75000; TGO=2692; TGP=670; Bil.dir.=3,45; Bil.ind.=1,84; Albumina=2,1; Globulina=4,0; LDH=4489; Triglicerídeos=345; TAP=32,5%; Fibrinogênio=1,27; VHS=118; PCR=69,9. Mielograma=atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Iniciado Anfotericina B (1mg/Kg/dia) devido K39 reagente. Evoluiu com melhora clínica e laboratorial evidente. Caso 2: A.A.S., 8 meses, feminina, procedente de fortaleza-CE, admitida em 23/06/2006. Encaminhada de outro serviço devido febre há 20 dias, tosse produtiva, hepatoesplenomegalia e palidez cutâneomucosa acentuada, onde recebeu tratamento para pneumonia com Penicilina Cristalina por 7 dias sem melhora. Exames: Hb=6,9; Leuc=2540 (Seg=11%; Bt=6%; Eo=0%; Linf=80%; Mo=3%); Plaq=90400; TGO=1711; TGP=316; Bil.dir.=0,47; Bil.ind.=0,46; Albumina=2,5; Globulina=3,11; LDH=2908; Triglicerídeos=493; VHS=72; PCR=119,9; TAP=incoagulável; TTPA=incoagulável; Fibrinogênio=incoagulável. Mielograma= atividade hemofagocítica, ausência de parasitas. Devido a gravidade do quadro clínico numa criança de menos de 1 ano de idade, foi iniciada pulsoterapia com corticóide considerando a possibilidade de SHF primária. Confirmado o diagnóstico de Infectologia Calazar através da IF positiva e K39 reagente, foi iniciado Anfotericina B e antibióticoterapia com Oxacilina e Amicacina devido neutropenia febril. No entanto, apresentou apenas melhora discreta dos parâmetros laboratoriais e clínicos, persistindo com febre e hepatoesplenomegalia volumosa. Conclusões: A SHF, como uma apresentação da Leishmaniose Visceral, é um evento raro e pode causar atraso diagnóstico considerável devido a similaridade entre os sinais clínicos, gravidade do quadro e sérias complicações que ocorrem no curso clínico da doença. A elevada prevalência do Calazar em nosso meio, bem como o aumento no número de formas graves, requer aguçado nível de suspeição para identificação diagnóstica precoce e tratamento adequado em tempo oportuno. Código Trabalho: 1142 Título: SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA ASSOCIADO AO CALAZAR - RELATO DE CASO Autores: PAULA FLÁVIA ALVES CAVALCANTI;ALBERTO BARROS LIMA;YURI FRANCILANE SANTOS;CAROLINE ELISE MORAES;JAILSON BARROS CORREIA;MARIA ANGELA ROCHA Instituição: Hospital Universitário Osvaldo Cruz Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A associação de Leshmaniose visceral (LV) com a síndrome hemofagcítica (SH) é um evento raro caracterizado pela ativação e proliferação de linfócitos T e macrófagos levando à produção exagerada de citocinas e acúmulo de células macrofágicas e hemofagocitose em diferentes órgãos e tecidos como fígado, baço e medula óssea. Relato de caso Objetivos: Descrever um caso clínico de associação entre LV e SH. Relato de caso: FES, 6 anos, sexo masculino, negro, procedente de Betânia - PE, foi internado no departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias de um hospital de referência do Recife por apresentar febre, dores em membros inferiores e anorexia há 2 semanas. É proveniente de área endêmica para Calazar e relata haver casos da doença na cidade onde reside. No momento do internamento apresentava-se em regular estado geral, consciente e orientado, desnutrido, hipocorado ++/4+ e anictérico. Ausculta pulmonar e cardíaca normal. Baço a 8 cm do rebordo costal esquerdo e fígado a 8 cm do rebordo costal direito. Articulações e pele sem alterações. O hemograma do internamento apresentava 4290 leucócitos, 6,4 hemoglobina e 64.000 plaquetas. O raio X de tórax e ossos longos era normal. O mielograma mostrou medula hipocelular com células de aspecto histiocitário com citoplasma abundante e espumoso soltas no esfregaço ou formando agrupamentos com células hematopoiéticas. Os elementos muitas vezes hematofagocitando, levantando a hipótese de Histiocitose maligna sem evidências de leishmanias. A Reação em Cadeia da Polimerase do material do mielograma foi negativa para identificação de leishmanias.A biópsia hepática evidenciou fibrose hepática inespecífica sem alterações sugestivas de Histiocitose maligna. Apesar da ausência de leishmanias em exames complementares, como quadro clínico sugestivo, epidemiologia importante para calazar e manutenção da febre com piora dos parâmetros hematológicos, foi iniciado tratamento com Glucantime na dose de 20 mg/Kg/dia por 20 dias. A criança evoluiu com melhor aceitação alimentar, ganho ponderal, regressão da hepatoesplenomegalia (fígado a 4 cm do RCD e baço a 3 cm do RCE) e melhora dos padrões hematimétricos(leucócitos 5730, hemoglobina 9,7, plaquetas 495000). O mielograma após finalização do tratamento não apresentou anormalidades. Conclusões: A associação entre as duas doenças é um evento raro que geralmente leva à dificuldade diagnóstica. É difícil estabelecer sua freqüência porque é subdiagnosticada já que os casos leves apresentam cura espontânea com o tratamento etiológico da enfermidade associada. Código Trabalho: 982 Título: SITUAÇÃO DA VARICELA NO MUNICÍPIO DO RECIFE, EM 2005. Autores: ANA PAULA REGAZZI MAGALHÃES;TEREZINHA ALMEIDA AQUINO Instituição: Secretaria de Saúde do Recife. Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A varicela é um agravo que embora considerado benigno na infância, atualmente tem-se observado um aumento das complicações severas com um alto potencial de morbimortalidade em crianças e adultos previamente saudáveis. Estudo realizado por dos Anjos e Ferreira, 2004 encontrou 62,19% de celulite, dentre as complicações observadas. O conhecimento do seu comportamento é importante para dimensionar o quanto sua ocorrência compromete a população infantil do município do Recife. Objetivos: Conhecer o comportamento da varicela, no município do Recife, no ano de 2005. Métodos: Estudo descritivo, de base populacional constituído por 1160 casos de varicela notificados ao município no ano de 2005, segundo faixa etária, sexo, mês de início dos sintomas, unidades notificadoras e distribuição espacial. Foi utilizado como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: A faixa etária mais atingida foi a de 1-4 anos com 35,58%, seguida da de 5-9 anos com 24,31%. O Coeficiente de Detecção para o ano de 2005 foi de 521,99 na faixa de menores de um ano. Quanto à distribuição por sexo 53,45% foi para masculino. Os meses de outubro, novembro e janeiro contribuíram com 18,35%, 16,80% e 16,19% respectivamente. No que diz respeito às unidades notificadoras o Cravo Gama contribuiu com 6,72% seguido do Hospital Universitário Oswaldo Cruz com 14,74%. Quanto à distribuição por Distrito Sanitário, o DSV e o DS IV contribuíram com maiores percentuais, correspondendo a 33,37 e 21,61%, respectivamente. Conclusões: As crianças foram as mais atingidas pela varicela no município do Recife em 2005, o que vem a corroborar com a literatura que aponta esse grupo como os mais susceptíveis. Por não fazer parte das doenças de notificação compulsória, ficou inviabilizado conhecer os casos mais graves da varicela, que precisaram ser internados e desses os que apresentaram algum grau de complicação. Acredita-se que só a partir do conhecimento do comportamento da doença se poderá propor medidas, como a adoção da vacina no calendário básico. Código Trabalho: 278 Título: SOROEPIDEMIOLOGIA DO PARVOVIRUS HUMANO B-19 MENORES DE DOIS ANOS, SÃO PAULO Autores: EGMA HUATUCO;SAULO DUARTE PASSOS;ROSA ESTELA GAZETA;ANA PAULA ZANIN SANTOS FELGUEIRAS;EDUARDO MASSAD;EDISON LUIZ DURIGON Instituição: ICB-USP / FMJ - Pediatria / FM-USP Cidade/UF: VINHEDO/SP Resumo: Introdução: O Parvovírus Humano B19 (B19) está associado ao eritema infeccioso, aplasia eritrocitária, infecção fetal, anemia hemolítica, vasculites sistêmicas e artrites1,2,3,4,5. Pertence ao grupo de doenças exantemáticas, cuja variabilidade dos sinais e sintomas, confundem com outras doenças (sarampo e rubéola)6. A Díade exantema e febre requer atenção imediata seja na emergência infantil, gestante exposta ou escolares. O diagnóstico clínico é complexo pois a história e exame clínico são inespecíficos, necessitando recursos laboratoriais pouco disponíveis. Objetivos: descrever o perfil sorológico, a curva de decaimento de Ac, a idade ótima de vacinação e a taxa de primo infecção do B19, em 222 amostras de soros de crianças menores de 2 anos, coletados em janeiro 1991, em Caieiras, SP. Casuística A amostragem inicial foi delineada de maneira probabilística, por conglomerados, resultando soroteca com 435 soros, utilizando neste estudo, 222 amostras, estratificadas por faixa etária. Métodos: Realizou-se teste ELISA para B19 (IgGBiotrin/Ireland) e a detecção do DNA viral por Nested PCR7. Critérios de exclusão:RNPT, imunodeficiência congênita ou adquirida, doenças oncológicas, tratamento imunossupressor ou Nested PCR(+) para B19. A idade ótima de vacinação foi estimada por modelos matemáticos e análise decaimento pela regressão logística, com ajuste de curva pela máxima verssimilhança. A taxa da primeira infecção foi calculada pelo modelo proposto por Farrington8. Resultados: Os dados demonstraram elevadas [IgG] anti B19 em 87,5% (IC= 0,651,0) no RN e 17,2% S(+) até dois anos. A prevalência de IG materno decaiu rapidamente até 3m, desaparecendo aos 7m. Até dois anos, oito casos foram PCR(+) B19, demonstrando baixo nível de infecção nessa faixa. A força de infecção foi elevada antes dos três anos mantendo-se baixa após. A idade ótima de vacinação calculada foi 12m para cobertura de 80%, sendo estimada a primeira infecção aos 21±7anos. Discussão e Conclusões: as elevadas concentrações de IgG demonstram passagem ativa transplacentária com rápido decaimento, seme- Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S115 Infectologia lhantes às curvas de outros países9,10. Os oitos casos de infecção PCR(+) podem ser explicados possivelmente pela baixas circulação viral e força de infecção. É preocupante a idade da primoinfecção em idade fértil pelo maior risco de Infecção congênita. A idade ótima de vacinação facilitaria maior adesão ao calendário vacinal. Conhecer o comportamento sorológico em nosso meio através das curvas sorológicas populacionais poderá fornecer subsídios para futuros programas de vacinação. Código Trabalho: 1099 Título: SUSCEPTIBILIDADE A DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE TRABALHAM EM ÁREA DE RISCO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO OSWALDO CRUZ Autores: ANALÍRIA MORAES PIMENTEL;NADJA G NOBRE SANTOS;MARCELA FERRAZ COSTA;MARIA CLÁUDIA AIRES CAMPOS;VIVIANN SLVEIRA ALBUQUERQUE Instituição: UPE/FCM/HUOC Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Os profissionais e universitários da área de saúde, que iniciam sua prática clínica nos setores e em especial nos de alto risco, possuem um perfil de maior exposição a agentes infecciosos e grande parte deste grupo não apresenta seu calendário vacinal atualizado. b. Objetivos: Este estudo tem o propósito de descrever o perfil vacinal e o possível risco de aquisição e transmissão de doenças imunopreviníveis neste grupo de profissionais que trabalham em áreas de risco. Métodos: Foi realizada a coleta de dados por meio de um questionário auto-aplicável, entre 150 profissionais da saúde, com atendimento na área de risco, por, no mínimo seis meses. Resultados: Dos 150 entrevistados, observou-se que 117 (78,0%) tinham o esquema básico de vacinação completo, 19 (12,7%) incompletos e os 14 (9,3%) restantes não sabiam informar. A respeito do reforço vacinal dT, 122 (81,3%) afirmaram sua utilização. Em relação às vacinas de hepatite A e B, os resultados encontrados foram: 32 (21,3%) vacinados contra hepatite A e 99 (66,0%) contra hepatite B. Foi verificado, nos questionários analisados, que 17 (11,3%) profissionais tiveram hepatite, sendo 11 (64,7%) do tipo A, 01 (5,9%) do tipo B e 05 não souberam informar o tipo. Em relação à prevalência das doenças infecto-contagiosas adquiridas após admissão no serviço, verificamos que 25 (16,67%) profissionais apresentaram gripe, 14 (9,33%) rubéola, 11 (7,33%) varicela, 08 (5,33%) pneumonia, 06 (4,0%) tuberculose e 01 (0,67%) sarampo. Conclusões: Com a análise dos dados, concluiu-se que após a admissão nos serviços de risco estes profissionais adquiriram doenças imunopreviníveis, com a possibilidade de evoluírem para formas graves, bem como de transmiti-las para pacientes de alto risco. O Ministério da Saúde não disponibiliza as vacinas para prevenção de doenças como gripe, hepatite A e varicela, as quais são de grande importância para estes profissionais. Assim, um esquema vacinal especialmente direcionado para este grupo deveria constar das seguintes vacinas: dT, tuberculose, tríplice viral, varicela, influenza, hepatite A e B. Código Trabalho: 415 Título: TENDÊNCIA TEMPORAL DA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV EM PERNAMBUCO Autores: GERLANE SILVA;EDVALDO SOUZA;REJANE FREITAS Instituição: IMIP Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: Mais de 95% das crianças infectadas pelo HIV o adquirem por via vertical (mãe-filho). A transmissão vertical do HIV (TVHIV) é passível de prevenção eficaz e algumas estratégias têm sido implementadas no Brasil para detecção precoce e intervenção tendo como finalidade a diminuição da TVHIV. Podemos citar como exemplos o oferecimento rotineiro da testagem para o HIV no pré-natal e o Projeto Nascer desenvolvido pelo Programa Nacional de DST/Aids. O aumento no conhecimento do estado sorológico e uso de profilaxia efetiva têm reduzido a taxa de transmissão do HIV para níveis em torno de 1% (0 a 2%). A cobertura de testagem para o HIV não se apresenta de maneira uniforme no Brasil, a região NE apresenta estimativa de cobertura de testagem em gestantes de 31,3% (2004) e taxa de TVHIV de 11%(2002). Objetivos: S116 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. O objetivo deste estudo foi descrever os desfechos (infectadas e soro-reversão) do acompanhamento de crianças expostas ao HIV verticalmente de acordo com ano admissão no SAE Materno Infantil e Hospital-Dia do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de dados da ficha de investigação de crianças expostas ao HIV acompanhadas no IMIP durante o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2005. Os desfechos principais estudados foram estado de infecção e estado de não infecção. Foram consideradas crianças expostas verticalmente, qualquer criança cuja exposição ao HIV tenha sido durante gestação/parto e/ou amamentação por mulher HIV positiva independente da realização ou não de algum tipo de profilaxia para redução da TVHIV. Resultados: De 2000 a 2005, foram acompanhadas 546 crianças expostas ao HIV e 102 se infectaram, taxa de infecção de 18,7%. As taxas de infecção pelo HIV no grupo de crianças expostas analisado de acordo com o ano de admissão foi respectivamente de: 26,7% (12/45) em 2000, 29,2% (19/65) em 2001, 14,1% (17/120) em 2002, 25,5% (28/110) em 2003, 15,6% (17/109 em 2004 e 9,3% (9/97) em 2005. Análise usando o χ 2 (17,91 e p= 0,003) para tendência linear indica tendência de diminuição a partir de 2003 com proteção máxima em 2005 (OR 0,28). Conclusões: Os resultados deste estudo demonstram que a TVHIV está diminuindo a partir do ano de 2003. Estes dados coincidem com a maior implantação e implementação de rotinas para prevenção d a TVHIV no Estado e na Região. Contudo, os níveis de redução mais efetivos ainda precisam ser almejados e atingidos e devem ser indiretamente proporcional ao grau de conhecimento do estado sorológico da genitora durante a assistência pré-natal Código Trabalho: 408 Título: TESTE RÁPIDO PARA HIV EM GESTANTES: DESEMPENHO E VALOR PREDICTIVO POSITIVO Autores: EDVALDO SOUZA;SONIA FIGUEIREDO;GERLANE SILVA;MARIA ROSÁRIO MOURA;JOSEMAR MELLO NOBRE Instituição: IMIP Cidade/UF: OLINDA/PE Resumo: Introdução: O uso de teste rápido para HIV (TRHIV) na admissão para o parto já se tornou exame de rotina em diversas maternidades do país. Os TRHIV geralmente apresentam sensibilidade e especificidades elevadas, já estão com seu uso padronizado e equipes bem treinadas para sua realização. O resultado TRHIV reagente já permite o oferecimento de profilaxia da transmissão vertical do HIV. Contudo, o diagnóstico definitivo de infecção pelo HIV requer confirmação com exames adicionais (Fluxograma para Detecção de Anticorpos Anti-HIV em Indivíduos com Idade Acima de 2 anos - PNDST/Aids- M.S). Objetivos: O objetivo do estudo foi de descrever a freqüência de resultados falso-positivos de TRHIV e calcular o valor predictivo positivo de TRHIV em gestantes admitidas na Maternidade do Centro de Atenção à Mulher (CAM) do IMIP. Métodos: Nós realizamos um estudo transversal através de revisão de planilhas de controle de resultados laboratoriais de TRHIV e fluxograma de exames confirmatórios durante o período de janeiro a dezembro de 2005. Resultados: Durante o ano de 2005, foram admitidas 6.678 mulheres na Maternidade do CAM-IMIP, 3.672 (55%) mulheres foram testadas com TRHIV (mulheres que não tiveram estado sorológico para HIV identificado no pré-natal). O TRHIV se revelou reagente em 27 gestantes (prevalência de 0,74). Dos 27 TRHIV reagentes, 18 (66,7%) realizaram exame confirmatório segundo fluxograma do PN-DST/Aids, 07 (26%) não realizaram coleta exame confirmatório e 02 (7,4) não tiveram resultados do exame confirmatório. Dentre os 18 TRHIV com resultado de exames confirmatórios, 08 se revelaram positivos e 10 negativos, o que nos dá uma sensibilidade de 100%, especificidade de 99,7% e um VPP de 44,4%.Conclusões: O conhecimento do estado sorológico para infecção pelo HIV antes da admissão da maternidade ainda foi baixo (45%) no decorrer de 2005. A prevalência de infecção pelo HIV encontrada considerando somente os 08 testes reagentes confirmados como positivo foi de 0,22. Os TRHIV usados apresentaram sensibilidade e especificidade iguais às referidas pelos fabricantes. Ao consideramos somente os 08 testes confirmados como realmente positivos e uma prevalência de 0.2, o VPP esperado seria de 40%, compatível com os 44% encontrados (p = 0,57). Finalizando, gostaríamos de reforçar a Infectologia necessidade de maior agilização na confirmação do estado sorológico de gestantes e parturientes através de testes confirmatórios com resolução e resultados mais rápidos ou através de algoritmo usando teste rápido confirmatório excludente Código Trabalho: 717 Título: TROMBOSE DE VEIA JUGULAR INTERNA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE TUBERCULOSE GANGLIONAR EM CRIANÇA. Autores: SAULO DUARTE PASSOS;CÉLIA MARTINS CAMPANARO;BRUNA MEZAN ALGRANTI;ANA CRTISTINA L. ASPRINO;AUDREY ELISE MALVESTITI;NINA COLAMEO DE A PENTEADO Instituição: ICB-USP / Faculdade de Medicina de Jundiaí Cidade/UF: CAMPINAS/SP Resumo: Introdução: A tuberculose(TB) é um grave problema de Saúde Pública. Na criança há dificuldades em seu diagnóstico etiológico, sendo que muitas vezes é detectada por formas extrapulmonares. Em raros casos, pode apresentar complicações como fenômenos tromboembólicos. Objetivos: Relatar um caso de TB ganglionar que apresentou trombose de veia jugular interna como primeira manifestação. Métodos: Relato de caso. Resultados: MCL, feminina, 10 anos, apresentou queda da própria altura, com trauma leve em região cervical, evoluindo com tumoração dolorosa. No PSI foi constatada massa cervical de 4,0 x 3,0cm, dolorosa, fria, fibroelástica e móvel, e também, realizados exames: VHS:97; DHL:379; anemia discreta e leucocitose sem desvio à esquerda; coagulograma normal. Ultrassom: trombose de veia jugular interna esquerda, com linfadenomegalia à esquerda, com sinais de recanalização. Recebeu tratamento com antibióticos. Nos ambulatórios de Infectologia e Hematologia foram realizados sorologias para TORCH (negativas), provas de função hepáticas (normais), pesquisa de deficiência de proteína C e S (negativas), BK no escarro (negativo), Rx tórax (normal) e PPD de 17mm. A biópsia ganglionar mostrou focos supurativos e acúmulos de células xantomatosas. Apesar da epidemiologia para TB familiar e para zoonoses serem negativas, a mãe relata que a paciente teve contato com pacientes adultos tuberculosos, na sala de espera da UBS, por 2 horas antes das consultas, por cerca de 4 meses. Das formas de TB extrapulmonares, as pleurais são mais frequentes, seguidas das formas ganglionares. A TB predispõe à síndrome de hipercoagulabilidade que poderia explicar a trombose. O único dado epidemiológico encontrado foi o contato na sala de espera. Na literatura há relato de um paciente com TB pulmonar não diagnosticada, internado na UTI, que infectou profissionais de saúde durante uma exposição de 150 minutos. Foi feito diagnóstico diferencial com Síndrome de Lemierre, que se caracteriza por infecção de orofaringe aguda, tromboflebite supurada de veia jugular interna e infecções disseminadas. O estado de hipercoagulabilidade em TB é discutido na literatura, porém, complicações vasculares associadas à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis têm sido raramente relatadas em crianças. Conclusões: O diagnóstico da TB na infância constitui um desafio. O que se dispõe é a valorização dos dados indiretos, como o quadro clínico-radiológico, o teste tuberculínico e a história de contágio com adulto tuberculoso. Embora a associação de TB com fenômenos tromboembólicos seja rara, foi a trombose a primeira manifestação, possibilitando o diagnóstico neste caso. Código Trabalho: 525 Título: TUBERCULOSE EM UMA COORTE DE CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV Autores: SUENIA VASCONCELOS BELTRAO;DAISY MARIA MACHADO;AIDA BARBOSA GOUVEA;KELLY SIMONE CUNEGUNDES;ALEX BARROS;REGINA CELIA DE MENEZE SUCCI Instituição: Universidade Federal de São Paulo Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: A tuberculose (Tbc) permanece um problema de enormes proporções em todo mundo, agravado nos últimos anos pela interação Tbc/HIV. A infecção pelo HIV aumenta o risco de tuberculose ativa em crianças infetadas pelo M. tuberculosis, e favorece o acometimento extrapulmonar. Objetivos: 1) Avaliar a freqüência de tuberculose em crianças infectadas pelo HIV 2) Descrever as características clínicas, imunológicas e radiológicas desse grupo. Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 181 crianças infectadas pelo HIV acompanhadas no Centro de Atendimento da Disciplina de Infectologia Pediátrica da UNIFESP, no período de 1994 a 2005. Aspectos clínicos, laboratoriais e radiológicos foram descritos durante os episódios de tuberculose. Resultados: A mediana das idades na época dos episódios de tuberculose e idades atuais foram de 5,2 e 13,3 anos, respectivamente. Durante o período estudado, houve 20 casos de tuberculose (20/181=11%): 14 Tbc pulmonares(14/20 =70%), 2 Tbc ganglionares (2/20=10%), 2 meningo Tbc(2/20=10%), 2 Tbc pulmonares + ganglionares(2/20=10%). Dezenove crianças usavam apenas uma droga anti-retroviral (monoterapia) na época da tuberculose e uma usava esquema duplo; a mediana dos valores de CD4 foi de 319 cel/mm3: 11/20 (55%) apresentaram comprometimento imunológico grave, 3/20 (15%) comprometimento moderado, 1/20 (5%) sem comprometimento imunológico e 5/20 (25%) não tinham valores de CD4 disponíveis na época da tuberculose.Os sinais/sintomas mais descritos foram hepato/esplenomegalia (15/20;75%), poliadenomegalia (12/20;60%), tosse (10/20;50%), febre ( 8/20;40%). Catorze crianças fizeram testes tuberculínicos (PPD) por ocasião do diagnóstico:10(71,4%)= não reatores (0mm) e 4 (28,6%)= reatores fortes (>9mm).Os achados radiológicos mais descritos foram: padrão intersticial difuso= 4/15(26,6%), infiltrado basal= 4/15(26,6%), adenomegalia hilar= 5/15 (33,3%), imagens de condensação = 3/15(20%), padrão miliar= 2/15(13,3%).Todas as crianças apresentaram boa resposta ao tratamento para tuberculose, com mediana dos valores de CD4 pós-tratamento= 495 cel/mm3. Conclusões: A freqüência de tuberculose na coorte estudada foi de 11%, ocorrendo principalmente na época em ainda eram usados esquemas anti-retrovirais menos potentes (monoterapia ou terapia dupla). A maioria dos episódios ocorreu em crianças com comprometimento imunológico grave ou moderado e a localização pulmonar foi a predominante. Os achados clínicos mais freqüentes se confundem com os da própria infecção pelo HIV, confirmando a necessidade de vigilância constante para tuberculose nesse grupo de crianças. Código Trabalho: 39 Título: TUBERCULOSE GANGLIONAR PERIFÉRICA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO Autores: ALINE DA GRAÇA FEVEREIRO;LETÍCIA MENDES;DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO;BRUNA GOMES CONDÉ;MARIA CRISTINA KORBAGE ARAÚJO Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus Cidade/UF: SÃO BERNARDO CAMPO/SP Resumo: Introdução: A tuberculose ganglionar periférica, incomum na infância, é caracterizada por adenomegalia preferencialmente cervical, de evolução lenta, quase sempre maior que 2,5 cm, diagnosticada pela pesquisa direta do bacilo álcool ácido resistente no gânglio. Objetivos: Relatar um caso de tuberculose ganglionar em paciente previamente imunizado. Relato do caso: EFAT, 4 anos, negro, natural e procedente de São Paulo, morador de casa de apoio até 30 dias antes do inicio do quadro, deu entrada neste serviço com história de tumoração em região cervical há 6 dias associado a febre não aferida e em uso de antibiótico por 5 dias. Ao exame encontrava-se em REG, descorado +/ 4+, hidratado, afebril, ativo-reativo peso e estatura adequados para a idade (P= 16,1 kg e E= 104 cm), com tumoração de 6cm X 5cm em região cervical anterior direita, móvel, fibroelástico com hiperemia e aumento da temperatura local e cicatriz de BCG presente em braço direito. Exames subsidiários: HMG: Hb: 11,2g/dl, Ht: 33,4%, Leucócitos: 11.300 (2%/ 71%/ 3%/ 0%/ 20%/ 0%). Radiografia de tórax sem alteração. Sorologias para CMV, EBV, Toxoplasmose e HIV negativas. USG com numerosas linfoadenomegalias com até 3,5 cm de diâmetro. Realizado punção cervical para elucidação diagnóstica com resultado positivo de BAAR (bacilo álcool ácido resistente) no aspirado, fechando o diagnóstico. Recebeu alta no 14 dia de internação em BEG, afebril, com redução da tumoração em região cervical anterior direita para 2,5cm X 2cm, recebendo Esquema I (rifampicina 10mg/kg/dia, isoniazida 10mg/kg/dia e pirazinamida 35mg/kg/dia) como tratamento por 6 meses que será supervisionado na UBS próxima a sua residência. Nos antecedentes refere ausência de Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S117 Infectologia contato prévio com portador de tuberculose. Conclusões: A tuberculose ganglionar deve ser considerada no diagnóstico diferencial das adenomegalias periféricas, apesar de ser evento raro na infância. Código Trabalho: 14 Título: USO DE REAL-TIME PCR PARA ACOMPANHAMENTO E PROGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM LEISHMANIOSE VISCERAL Autores: ISADORA CRISTINA SIQUEIRA;CÉLIA STOLZE SILVANY;ELVES PIRES MACIEL;ARABELLA BESTELLI;SIMONA BOSSOLASCO;EDSON DUARTE MOREIRA Instituição: Obras Sociais de Irmã Dulce Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: O calazar é um problema de saúde pública em nosso país, com alta morbidade e mortalidade, principalmente em crianças. Mesmo com tratamento recomendado, ainda são descritos falha terapeutica em 15% dos casos e letalidade de 15%. Não existem metodos disponiveis que possam predizer o resultado terapeutico. Portanto, propomos validar o uso de Real- time PCR para o acompanhamento e prognóstico do calazar. Métodos: Estudo prospectivo, incluindo 53 crianças com diagnóstico confirmado de calazar (sorologia ou mielograma), entre nov/2003 a Fev/2005. Coletados dados clínicos e laboratorias e realizado Real-time PCR, de amostras de medula ossea (admissão) e de sangue total (adimissão e a cada semana de tratamento). Resultados e Comentários: A média de idade foi 4,5 ± 3,9 anos, e 51% do sexo feminino. Os principais sinais e sintomas foram febre (98%) esplenomegalia (94%), hepatomegalia (92%) e linfadenomegalias (62%) e as alterações laboratoriais anemia (100%), plaquetopenia (80%), leucopenia (68%) e hiperglobulinemia (83%). A principal complicação foi infecção bacteriana secundária (43%). Observou-se resposta completa ao tratamento em 79%, resposta parcial com necessidade de prolongamento de tratamento em 5.6%, recidiva em 5.6% e óbito em 9.4% dos casos. A sensibilidade do PCR quantitativo em sangue foi 86%. Uma curva de PCR quantitativo mostrou queda semanal progressiva da carga parasitária, com negativação no 14º dia nos pacientes que evoluíram para cura, e manutenção de PCR detectavel nos pacientes com recidiva ou resposta parcial (83% no 14º dia e 16% no 21º dia). Um PCR negativo no 14º dia de tratamento foi preditor de cura em 100% dos casos. Conclusões: O teste de Real-time PCR em amostras de sangue de crinaças com calazar demostrou boa sensibilidade e desempenho, servindo como marcador de resposta terapêutica. O teste pode ser util para predizer casos de recidiva e resposta parcial, com necessidade de prolongamento de tratamento. Código Trabalho: 745 Título: UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTICOTERPIA EM CRIANÇAS INTERNADAS COM QUADRO DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA VIRAL AGUDA EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NA CIDADE DE SÃO PAULO Autores: ROGERIO PECCHINI;EITAN NAAMAN BEREZIN;MARIA CAROLINA FELICIO;SAULO DUARTE PASSOS;PROJETOVGDN FAPESP GRUPO IAL Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Pau Cidade/UF: SAO PAULO/SP Resumo: Introdução: O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é responsável por um grande número de internações anuais em crianças pequenas e lactentes, levando a quadros de bronquiolite e pneumonia. Essas crianças são freqüentemente tratadas com antibioticoterapia e uso de corticóides, mesmo sem respaldo da literatura vigente. Objetivos: Avaliar a incidência da utilização de antibioticoterapia em crianças internadas por quadros de bronquiolite e pneumonias sabidamente desencadeadas pelo VSR. Métodos: Durante o período de fevereiro de 2005 e janeiro de 2006, foram colhidas amostras de secreção de rinofaringe de crianças menores de cinco anos internadas em nosso serviço com quadro de infecção respiratória aguda. Os dados foram confrontados com os prontuários deste pacientes, levando-se em conta a utilização ou não de antibiótico e a correlação com a presença ou não de febre, com os hemogramas (HMG) e proteínas C reativa (PCR) coletados. Foi considerado hemograma infeccioso aquele que apresentasse leucócitos S118 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. acima de 15000, ou menor que 5000, ou com mais que 10% de células imaturas. Foi considerado PCR significativo para infecção não viral, aqueles acima de 2,0. Resultados: Das 191 amostras colhidas, 49 (25,6%) foram positivas para VSR. Destes pacientes, 31 (63,2%) receberam antibioticoterapia durante a internação, sendo que destes, somente 15 (48,3%) tinham na entrada hemograma infeccioso, 10 (20,4%) tinham PCR acima de 2,0 e 38 pacientes (61,2%) apresentaram febre na história ou durante a internação. O antibiótico mais freqüentemente prescrito foi a Ampicilina, seguida pela Eritromicina e pelo Ceftriaxone. Conclusões: Mesmo em pacientes internados, com etiologia viral confirmada para infecção respiratória aguda, e sem evidências laboratoriais de complicações bacterianas, a utilização de antibióticos é alta. Código Trabalho: 654 Título: VALOR PREDITIVO POSITIVO DA PRESENÇA DE IGM ANTI-CMV COMO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO RECENTE EM PARTURIENTES Autores: EDIMILSON MIGOWSKI;BEATRIZ RIBEIRO DOS REIS;ANA PAULA COSTA;LARA PEREIRA;NATÁLIA MELLO;MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO Instituição: UFRJ / Cryopraxis Criobiologia - Rio de Janeiro-RJ Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) é importante fonte de células-tronco. Bancos de cordão umbilical seguem resolução nº 153/04 da ANVISA, que institui realização de sorologias em parturientes, inclusive IgG e IgM anti-citomegalovírus (CMV). Objetivos: Avaliar o valor preditivo positivo (VPP) da presença de IgM anti-CMV como diagnóstico de infecção recente em parturientes que optaram por armazenar SCUP em um banco privado de criopreservação. Métodos: Estudo descritivo e transversal. A análise compreendeu amostras coletadas no período de outubro de 2004 a novembro de 2005 de parturientes que optaram pelo armazenamento do SCUP em um banco de criopreservação. Foram 3206 amostras analisadas. Os critérios de inclusão foram: apresentar IgM anti-CMV positiva no momento do parto e concordar em participar do estudo. Os médicos e/ou respectivas pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram contactados por telefone e/ou e-mail, objetivando conhecer o status sorológico para CMV em datas anteriores à gestação e parto. Classificamos como sendo infecção recente toda parturiente que apresentasse IgG e IgM positivas, ou apenas IgM positiva, e que nos nove meses anteriores ao parto apresentavam, comprovadamente, IgG e IgM negativas. Consideramos como infecção antiga todo caso que tivesse IgG e IgM positivas no momento do parto, mas que apresentasse: IgG anti-CMV positiva e IgM negativa em qualquer momento da gestação ou antes de engravidar; IgG e IgM positivas para CMV antes da gestação atual. Também foram consideradas infecções antigas os casos sem testes antes da gestação, mas que mantiveram IgG e IgM reagentes após o parto e cujo bebê mostrou-se não reagente aos 6 meses de vida. Foi mantido o sigilo em relação à identidade das gestantes, assim como dados pessoais de qualquer natureza. Considerado como VPP a proporção de verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. Resultados: Dentre as 3206 amostras analisadas para CMV, 28 apresentaram IgM anti-CMV positiva no momento do parto. Doze pacientes foram excluídas (4 por impossibilidade de contato telefônico / e:mail, 6 por não terem sidos testadas para CMV em épocas remotas, 2 por não saberem informar acerca de sorologias prévias). Das 16 amostras passíveis de análise, 5 (31,3%) foram consideradas infecções recentes e 11 (68,7%) antigas. Na presente casuística o VPP da presença de IgM anti-CMVpara infecção recente foi de 31,3%. Conclusões: A presença de IgM anti-CMV em parturientes nessa casuística foi considerada como infecção recente apenas em 31,3% dos casos analisados. O VPP baixo de IgM antiCMV reagente como diagnóstico de infecção recente reforça a necessidade de sorologias durante a gestação, e nos casos duvidosos complementar a investigação com testes de avidez para IgG. Arquivos de Pediatria Neonatologia Neonatologia Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S123 Neonatologia Código Trabalho: 1031 Título: A PRESENÇA DE NEUTRÓFILOS ESTÁ ASSOCIADA COM A PRESENÇA DE HEMÁCIAS NO LÍQUOR NORMAL DE RECÉMNASCIDOS DE ALTO RISCO Autores: OTÁVIO AUGUSTO MORENO-CARVALHO;CRISTIANA MARIA NASCIMENTO-CARV;MARIA REGINA ALVES CARDOSO;LICIA MARIA OLIVEIRA MOREIRA;KATIACI ARAÚJO;ROSANA PELEGRINI Instituição: Departamento de Pediatria, FAMEB-UFBA Cidade/UF: SALVADOR/BA Resumo: Introdução: Neutrófilos são comumente encontrados no liquor de Recém-nascidos (RN) (idade < 28dias). Objetivos: avaliar a associação da presença de neutrófilos com a presença de hemácias em líquor não infectado de RN, com risco de Infecção do Sistema Nervoso Central (SNC). Métodos: As fichas dos RN que foram submetidos à punção lombar entre Abril / 2003 e Dezembro / 2005 no Laboratório de Líquor da Fundação José Silveira, em Salvador, foram revistas para coleta de dados clínicos e liquóricos. O exame do líquor foi realizado por técnicas de rotina. Foram considerados prematuros os RN cujas idades gestacionais eram < 38 semanas. Resultados: De 213 exames, 44 foram excluídos devido à hemorragia do SNC (n=14), infecções congênitas (n=6), ausência de informação (n=9), contagem global de células > 50/mm3 (n=4), anomalias do SNC (n=4), meningite bacteriana (n=1), contagem de hemácias > 12,000/mm3 (n=1), proteína liquórica > média+2.5DV (n=5). A média da idade (dias) foi 6 ± 6(mediana 4, 0-26) no grupo a termo(T) (N=71) e 7 ± 7(mediana 4, 0-24) entre os prematuros (PT) (N=99). A média da idade gestacional dos PT (semanas) foi 33 ± 3(mediana 33, 25-37). A diferença na concentração da proteína entre T e PT foi 77 ± 29 vs 103 ± 32, 95%Intervalo de Confiança (IC) da Diferença da média (DM) 17-36, p < 0,001. A diferença de células (células/mm3), contagem absoluta de neutrófilos (CAN), glicose não foi significante: células 8 ± 7 vs 9 ± 8, p = 0,25; CAN 0,43 ± 1,22 vs 0,59 ± 1,53, p = 0,48; glicose 44 ± 11 vs 48 ± 20, p = 0,16. Hemácias estavam presentes em 75,7% (128/169) (média 468 ± 1.530, mediana 40, 0-12.000). Neutrófilos estavam presentes em 50,3% (85/169). A presença de neutrófilos estava associada a presença de hemácias (58,6% vs 24,4% (p<0,001). Por regressão linear múltipla, correlação positiva foi encontrada entre CAN e hemácias (coeficiente 0,27, p < 0,001, 95%IC 0,17-0,37) e correlação negativa foi encontrada entre proteína e idade gestacional (coeficiente -1,31, p<0,001, 95%IC -1,91 a 0,70) e proteína e idade (coeficiente -0,02, p = 0,13, 95% IC 0,05 - 0,007, limítrofe). Conclusões: Hemácias são freqüentes no líquor de RN; a presença de hemácias está associada com a presença de neutrófilos no líquor normal de RN, estando a contagem independentemente correlacionada com a CAN. Este achado sugere que os neutrófilos encontrados em líquor normal de RN possam parcialmente decorrer de trauma mínimo durante a punção lombar. A concentração de proteína diferiu significativamente entre T e PT, enquanto que a citologia global, a CAN e a concentração de glicose são similares. Código Trabalho: 301 Título: A VALIDADE DA IDADE GESTACIONAL ESTIMADA PELO EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO PARA UTILIZAÇÃO EM TRABALHOS CIENTÍFICOS. Autores: JOSÉ LUIZ M BANDEIRA DUARTE;MICHAEL REINCHENHEIN;JOANA LIMA PATROCINIO;DÉBORA SILVEIRA PEREIRA Instituição: HUPE - FCM - IMS (UERJ). E-mail: [email protected] Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: O uso progressivo e rotineiro da avaliação da idade gestacional pelo exame físico do recém-nascido nas unidades neonatais brasileiras com desprezo da informação da DUM e USG gestacional. Objetivos: Determinar a confiabilidade do escore de New Ballard e a sua validade para diagnosticar prematuridade, Métodos: O estudo aferiu a confiabilidade intra e inter-examinador, realizado por dois examinadores, do escore de New Ballard com a avaliação da DUM (considerado padrão ouro) e a sua validade em diagnosticar prematuridade. Os examinadores receberam treinamento prévio quanto à forma correta de se aplicar o escore e como proceder na dúvida. Foram realizadas duas avaliações antes de 24h de vida e entre S124 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. 24 e 72h. Os examinadores desconheciam a historia do RN durante o primeiro exame. Resultados: A confiabilidade intraexaminador mostrou ser excelente 0.79 (primeiro examinador) e 0.89 (segundo). Quanto a confiabilidade inter-examinador mostrou ser aceitável, 0.40 e 0.60 (primeiro e segundo examinador respectivamente). A confiabilidade entre os examinadores e a DUM foi aceitável 0.63 e 0.73 (primeiro e segundo examinador respectivamente). A confiabilidade foi excelente (0.78) entre DUM e USG22sem(realizado anterior a 22 semana gestacional). A confiabilidade inter-examinador foi maior para o componente somático. A confiabilidade foi maior em RN de baixo peso. A aferição da validade mostrou discordância nos resultados do primeiro e segundo exame, a sensibilidade (0.90 e 0.85 respectivamente) maior que a especificidade (0.68 e 0.76 respectivamente) com o primeiro examinador. O segundo examinador mostrou a sensibilidade (0.60 e 0.49) menor que a especificidade (0.97 e 0.95). A USG22sem mostrou a melhor validade, 0.87 (sensibilidade) e 0.93 (especificidade). Conclusões: A confiabilidade do método foi considerada aceitável e a validade para diagnosticar prematuridade mostrou resultado discordante, não se comportando como método fiel e confiável. A avaliação pelo ultra-som anterior a 22a semana gestacional mostrou ter maior confiabilidade e validade. Sendo recomendada a utilização do escore de New Ballard exclusivamente na impossibilidade do conhecimento de certeza da DUM e da USG gestacional. Os trabalhos científicos, com a aferição da idade gestacional importante no seu desenvolvimento, e esta estimativa aferido pelo exame físico do RN, os dados do RN apenas teriam sua inclusão, na impossibilidade da informação pela gestante ou parturiente sobre a DUM e USG com sua data de realização. Código Trabalho: 538 Título: ABORDAGEM DA INCIDÊNCIA E IMPORTÂNCIA DA TRIAGEM NEONATAL NO ESPÍRITO SANTO COMO MEDIDA PREVENTIVA Autores: BRUNELLA SAITER;ELIZABETH PASSAMANI;SARAH FARDIN OLIVEIRA;SAMIA GOULART;SILVIA MOTTA CORREA;TEREZINHA SARQUIS CINTRA Instituição: APAE Vitória - Serv. de Triag. Neonatal do ES Cidade/UF: VITÓRIA/ES Resumo: Introdução e Objetivos: A Triagem Neonatal - Teste do Pezinho - foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 1990 e a portaria GM/MS nº822, de 06/06/2001 criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal, que normatiza o direito de todo recém nascido fazer o exame, confirmar o diagnostico, ter acesso ao tratamento e acompanhamento especializado. No Espírito Santo a triagem para Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito foi iniciada em 1992 e em 2001 foi incluído as Hemoglobinopatias. Atualmente a APAE Vitória é o Serviço de Referência em Triagem Neonatal - Fase II. O nosso objetivo é demonstrar a cobertura da Triagem Neonatal e a incidência de Fenilcetónuria, Hipotireoidismo Congênito e Hemoglobinopatias no ES. Métodos: São colhidas amostras de sangue em papel filtro S&S 903 por punção no calcanhar em recém nascidos, sendo o período ideal para realização do exame a primeira semana de vida. A coleta é realizada nas Unidades de Saúde por profissionais especialmente treinados. A reconvocação dos casos com resultados anormais é realizada através do sistema de busca ativa, imediatamente após a liberação do resultado pelo laboratório. Resultados: A cobertura estadual é de 92%. A incidência de Fenilcetonúria é de 1/28.000, do Hipotireoidismo Congênito é de 1/2.380 e da Doença Falciforme é de 1/1.860. Conclusões: A implementação de campanhas educativas, abordando a importância da prevenção através da Triagem Neonatal é necessário, para atingirmos a meta de 100% de cobertura. A incidência da doença falciforme e sua elevada morbi-mortalidade justifica o diagnóstico e tratamento preventivo, com objetivo principal de melhorar da qualidade de vida dos pacientes e proporcionar o aconselhamento genético aos familiares; assim como a prevenção da deficiência mental através do diagnóstico e tratamento precoce da Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito. Neonatologia Código Trabalho: 1285 Título: ANALGESIA COM SOLUÇÃO GLICOSADA ORAL PARA RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS NA COLETA DE EXAMES Autores: MITSURU MIYAKI;REGINA V. CAVALCANTE SILVA;DANIELLE HAICK TAVARES;MÔNICA CAT Instituição: Un. Terapia Iintensiva Neonatal Hosp. UFPR Cidade/UF: CURITIBA/PR Resumo: Objetivos: Validar as respostas fisiológicas e comportamentais na avaliação da dor no prematuro submetido a punções capilares e arteriais. Identificar o efeito analgésico da glicose 25% na dor do prematuro. Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego e controlado com 40 RN internados na Unidade Neonatal do HC-UFPR, com PN < 2.000g que necessitaram de coleta de sangue, por punção arterial ou capilar. Como parâmetros comportamentais foram avaliados as escalas de ATTIA modificada, Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal (NFCS), mímica facial descrito por MacGrath; e como fisiológicos a saturação de oxigênio, freqüência cardíaca e respiratória. As avaliações foram realizadas 2 minutos antes, durante e 3 minutos após a punção e, a administração oral de glicose ou água destilada, logo após a primeira avaliação da dor. Resultados: vinte e dois RN eram do sexo masculino, PN de 1383,87 ± 384,41g e idade gestacional de 30,63 ± 2,89 semanas. Notou-se aumento da freqüência cardíaca e diminuição da saturação durante o procedimento, de forma semelhante nos dois procedimentos (punção arterial e capilar) e nos grupos (glicose e placebo) (p = 0,04). Houve uma diminuição do escore de ATTIA modificado durante a coleta (p= 0,0001), mais acentuada no grupo placebo e no procedimento capilar (p= 0,04). O NFCS aumentou de forma significativa durante os dois procedimentos (p= 0,04), mas de forma mais intensa na punção capilar e no grupo controle. O escore de McGrath aumentou durante o procedimento e de forma semelhante nos dois grupos. Conclusões: As variáveis fisiológicas, com exceção da freqüência respiratória, identificaram a presença de dor no RN prematuro. As escalas de ATTIA modificada e NFCS demonstraram o efeito analgésico da glicose 25% somente na punção capilar. Portanto, a oferta de solução glicosada é uma estratégia simples, disponível e segura em RN prematuros estáveis e recomenda-se sua incorporação nos cuidados de rotina das unidades neonatais. Recém-nascido prematuro, avaliação da dor, analgesia, glucose. premature infant, pain measurement, analgesia, glucose Código Trabalho: 384 Título: ANÁLISE CLÍNICO-LABORATORIAL DA HIPERBILIRRUBINA NEONATAL NO ALOJAMENTO CONJUNTO DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ. Autores: AURIMERY GOMES CHERMONT;EMERNICE MORAES BRITO SANTOS;HIRLENA GOMES ALMEIDA;LUCIANA CARVALHO ALMEIDA;SALMA SARATY MORAES;ALEXANDRE LOPES MIRALHA Instituição: Universidade Federal do Pará - UFPA Cidade/UF: ANANINDEUA/PA Resumo: Introdução: A icterícia neonatal é o problema que mais frequentemente desafia os médicos, manifestando-se 50-70% dos recém-nascidos a termo durante a primeira semana de vida. Objetivos: Analisar se a avaliação visual através das zonas de Kramer realizadas por neonatologistas corresponde aos resultados laboratoriais encontrados nos recém-nascidos a termo admitidos no Alojamento Conjunto de uma maternidade de nível terciário. Métodos: Estudo prospectivo transversal realizado através do preenchimento de um questionário padrão com dados dos recém-nascidos a termo que manifestaram icterícia neonatal dentro das primeiras 48h de vida, em uso de leite materno exclusivo, no período de Junho a Dezembro de 2004. Os resultados foram submetidos à análise estatística pelo método Qui-quadrado com p < 0,05. Resultados: Dos 141 pacientes com icterícia neonatal observada antes das primeiras 48h de vida, apenas 14,18% (n=20) recém-nascidos tiveram acompanhamento visual e laboratorial (nível de Bilirrubina) nos dois dias de observação clínica. No primeiro dia de observação da icterícia, apenas um recém-nascido foi enquadrado na Zona I e Zona intermediária de baixo risco (ZIBR); quatro recém-nascidos enquadrados na Zona II, sendo que encontravam-se na Zona de baixo risco (ZBR) e dois na Zona intermediária de alto risco (ZIAR); nove recém-nascidos na Zona III, três estavam na ZBR, dois na ZIBR e três na Zona de alto risco (ZAR); cinco recém-nascidos na Zona IV, três encontravam-se na ZIBR e dois na ZIAR; e o único recém-nascido que se enquadrava na Zona V, estava na ZBR. No segundo dia, nenhum recém-nascido encontrava-se na Zona I; dois estavam na Zona II, sendo que um encontrava-se na ZBR e outro na ZAR; quatro recém-nascidos enquadrados na Zona III, dois estavam na ZBR, um na ZIBR e um na ZIAR; nove recémnascidos estavam na Zona IV, um na ZBR, seis na ZIBR, um na ZIAR e um na ZAR; cinco recém-nascidos na Zona V, dois encontravam-se na ZBR, um na ZIBR, um na ZIAR e um na ZAR. Não houve significância estatística entre os grupos do primeiro e do segundo dia. Conclusões: Avaliando a comparação realizada entre Kramer e Bhutani, observou-se que a análise visual apresentou falhas, não correspondendo aos valores laboratoriais relativos ás zonas do normograma de Bhutani. Código Trabalho: 360 Título: ANÁLISE DESCRITIVA DE 27 CASOS DE TOCOTRAUMATISMO FETAL Autores: BRENO FAUTH ARAÚJO;HELEN ZATTI;JOSÉ MAURO MADI;FRANCINE HENH OLIVEIRA;SANDRA MARIA BAY;MAIRA SOARES DE CARLI Instituição: Hospital Geral de Caxias do Sul-UCS Cidade/UF: CAXIAS DO SUL/RS Resumo: Introdução: Apesar da melhoria nas condições de atendimento obstétrico ocorrida nas últimas décadas, os tocotraumatismos continuam representando uma parcela importante da patologia neonatal. Objetivos: Analisar a incidência e aspectos epidemiológicos relacionados ao tocotraumatismo fetal (TF) na população usuária da Maternidade do Hospital Geral. Métodos: Estudo prospectivo, observacional, realizado no período de 19/7/2004 a 27/10/2005. De um total de 1812 nascimentos, foram excluídos todos os casos de malformação fetal e gemelaridade. Os dados obstétricos e perinatais foram inseridos no SPSS-PC 12.0 e as avaliações estatísticas foram realizadas mediante a identificação das médias, desvios padrões e percentuais. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. Resultados: Foram observados 27 casos de TF (1,5%) sendo que 25 ocorreram por ocasião de parto vaginal (93%) e dois (7%), após operação cesariana. A idade materna média foi de 25,2±5,6 anos (17-35). Quanto à paridade, 92,6% dos casos relacionaram-se a no máximo dois filhos. O peso fetal foi considerado adequado para a idade gestacional (AIG) em 15 casos (55,6%), grande para a idade gestacional (GIG) em 10 casos (37%) e pequeno para a idade gestacional (PIG) em 2 casos (7,4%). Quanto ao tipo, as lesões foram consideradas superficiais (n=2; 7,4%), leves (n=17; 63%), moderadas (n=5; 18,5%) e graves (n=3; 11,1%). A fratura de clavícula foi o tocotraumatismo mais incidente (n=14; 52%; 7 GIG e 7 AIG), seguido do cefaloematoma (n=5; 18,5%; 4 AIG e 1 GIG). A imobilização e o acompanhamento foram os tratamentos propostos mais observados. Conclusões: A despeito da baixa incidência, os casos de TF estiveram relacionados às gestantes primíparas e secundíparas. Os TF do tipo leve e superficial foram os mais observados (n=19), prevalecendo a fratura de clavícula. Código Trabalho: 412 Título: ASSISTÊNCIA À RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO PESO EM SALA DE PARTO: REANIMAÇÃO E PROGNÓSTICOO Autores: ALICE MARIA KIY;ANA KARINA C. DE LUCA;ADRIANA SAITO;JULIANA BOTTINO;JULIANA CARVALHO CONSTANTINO;LÍGIA MARIA S.S. RUGOLO Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu-HC-UNESP Cidade/UF: BOTUCATU/SP Resumo: Introdução: A assistência adequada ao recém-nascido (RN) em sala de parto é de extrema importância para prevenir o óbito neonatal e o estabelecimento de lesões, podendo comprometer o desenvolvimento neuro-psicomotor e a morbidade infantil. Objetivos: Analisar a necessidade de reanimação neonatal em sala de parto em RN de muito baixo peso (MBP) e o risco de hemorragia peri-intraventricular (HPIV) naqueles com APGAR de primeiro minuto < ou= 3. Métodos: Estudo observacional, de corte transversal em base populacional, em todos os RN MBP(peso de nascimento < ou = 1500g) internados no período Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S125 Neonatologia de 01/04/2004 à 31/05/2006. As variáveis: tipo de parto, APGAR (1º e 5º minutos), manobras de reanimação neonatal (ventilação com pressão positiva-VPP, intubação orotraquealIOT, massagem cardíaca e uso de drogas) foram comparadas em dois grupos de pacientes: peso de nascimento <1000g e > ou = 1000g. Correlacionou-se a presença de HPIV com APGAR de 1º minuto < ou = 3. Os testes estatísticos utilizados foram t de Student e Mann-Whitney, com significância de 5%. Resultados: Foram estudados 137 RN MBP, sendo 43 (31%) com peso de nascimento <1000g. O tipo de parto predominante foi a cesárea (56%), 27% apresentou APGAR de 1°minuto < ou = 3, sem diferença estatisticamente significante nos dois grupos. No 5º minuto, apenas 15% apresentou APGAR < ou = . As manobras de reanimação na sala de parto foram mais freqüentes no grupo <1000g. A comparação entre os dois grupos (<1000g x > ou = 1000g) mostrou: maior necessidade de VPP (91% x 64,4% p<0,001) e IOT (79% x 33% p<0,001) nos <1000g. A HPIV ocorreu em 35% daqueles que tiveram APGAR de 1ºminuto < ou = 3. Conclusões: RN de extremo baixo peso (<1000g) são de alto risco para asfixia ao nascimento e, portanto há necessidade de equipe neonatal treinada para iniciar a reanimação neonatal. O APGAR de 1º minuto < ou = 3 colabora no aumento da incidência de HPIV, piorando o prognóstico desses pequenos prematuros. Código Trabalho: 382 Título: AVALIAÇÃO DA DOR EM RECÉM-NASCIDOS A TERMO COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS SUBMETIDOS A PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS DE ROTINA. Autores: AURIMERY GOMES CHERMONT;IVETE FURTADO;LUIZ FÁBIO MAGNO FALCÃO;ANDRÉ GUSTAVO GUIMARÃES;SALMA SARATY MALVEIRA;ANABELA NASCIMENTO MORAES Instituição: Universidade Federal do Pará - UFPA Cidade/UF: ANANINDEUA/PA Resumo: Introdução: Nascer tornou-se um processo doloroso, devido a maior preocupação com a doença do que com o estresse e o desconforto do recém-nascido. Atualmente, existem escalas que podem ser usadas na avaliação da dor neonatal. A Fisioterapia respiratória pode interferir em fenômenos dolorosos de origens diversas que o Fisioterapeuta deve reconhecer e considerar de tal forma a adaptar sua técnica. Objetivos: Avaliar por meio de escalas comportamentais de dor, recém-nascidos a termo (RNT) com distúrbios respiratórios submetidos a dois procedimentos fisioterapêuticos de rotina. Métodos: sessenta (60) RN's foram distribuídos em dois grupos. Um grupo recebeu a manobra de Estimulação Diafragmática Manual (EDM) e o outro grupo, a Vibrocompressão Torácica Manual (VTM). Posteriormente, cada grupo foi dividido em Masculino e Feminino para a avaliação das escalas de dor: Neonatal Infant Pain Scale (NIPS) e Neonatal Facial Coding System (NFCS) em todos os pacientes estudados. Tais escalas foram aplicadas antes, durante e dois minutos após a execução das manobras, considerando-se presença de dor quando a pontuação foi superior a três. Resultados: Somente a mediana durante a manobra de VTM foi compatível com a pontuação de dor (pontuação=4) mediante a aplicação das escalas NIPS e NFCS, quando comparada com a manobra de EDM. Em relação ao sexo, o masculino apresentou mediana maior (mediana=4) quando comparado ao Feminino (mediana=3), durante a realização da VTM para ambas as escalas. Além disso, verificou-se maior número de neonatos que apresentaram dor durante a aplicação da VTM (53,3%) quando comparada à manobra de EDM (23,3%) mediante analisa da escala NIPS. Conclusões: A escala NFCS e a escala NIPS são instrumentos válidos para a avaliação da dor aguda no RNT. A manobra de VTM provocou maior resposta dolorosa no neonato e o sexo masculino apresentou maior sensibilidade dolorosa. S126 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 116 Título: AVALIAÇÃO DO VALOR PREDITIVO PARA MORTALIDADE NEONATAL DO ESCORE CRIB EM PREMATUROS ADMITIDOS NA UTI DE UMA MATERNIDADE DO RECIFE Autores: SAMUEL PEREIRA LIMA;EDUARDO CORREIA COUTINHO;VASCO TORRES BRAVO FILHO;SAULO FERNANDES DOURADO;JOSÉ CARNEIRO LEÃO Instituição: Universidade de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: O uso de escores neonatais tem sido difundido em diversas unidades de tratamento intensivo neonatais devido ao reconhecimento cada vez maior de que as diferenças regionais na mortalidade neonatal podem, em parte, ser explicadas por uma grande variação da gravidade da doença no momento da admissão. Objetivos: Avaliar o valor preditivo do Clinical Risk Index for Babies (CRIB) como preditor da mortalidade neonatal na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. Estabelecer o valor preditivo positivo e negativo do escore, para mortalidade neonatal. Avaliar o escore quanto à sensibilidade e especificidade enquanto método para prognosticar mortalidade neonatal. Métodos: O estudo foi do tipo Coorte contemporâneo, durante o ano de 2004, com análise seqüencial de trinta e dois recém-nascidos prematuros e de muito baixo peso, os quais cumpriram os critérios de inclusão (Idade gestacional < 32 semanas, peso ao nascimento < 1.500g e permanência mínima de 24 horas na UTI) e exclusão (óbito ou alta antes da realização do escore ou das primeiras 24h e malformações incompatíveis com a vida). Resultados: Trinta e dois recém-nascidos participaram do estudo, 17 (53,1%) foram classificados no Grau I - CRIB, 12 (37,5%) no Grau II - CRIB e 3 (9,4%) no GRAU III - CRIB. A Mortalidade nos graus 1, 2, 3 do CRIB foi, respectivamente, de 5,9%; 41,7%, 66,7%. A curva ROC revela área abaixo da curva de 0,844, com intervalo de confiança de 0,672 a 0,947. Valores do CRIB abaixo de 5 na admissão destes recém-nascidos têm valor preditivo negativo de 94,1%. Sendo o melhor valor preditivo positivo atingido com índice CRIB maior que 9, com 80% de probabilidade de acerto. Conclusões: O escore CRIB mostrou-se um escore de aplicação simples, foi útil para prognosticar o óbito de recémnascidos com menos de 1.500g admitidos na UTI Neonatal. A medida do escore CRIB em todos os neonatos nestas condições também é útil para avaliar questões relativas à pré-admissão na UTI neonatal, como parto, reanimação em sala de parto e transporte. Código Trabalho: 559 Título: AVALIAÇÃO DOS TOCOTRAUMAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Autores: VIRGÍNIA RESENDE SILVA WEFFORT;FERNANDO BECKER LAMOUNIER Instituição: Universidade Federal do Triângulo Mineiro Cidade/UF: UBERABA/MG Resumo: Introdução: Os tocotraumas são lesões mecânicas que ocorrem no feto durante o processo de nascimento, independente do tipo de parto, que podem levar a distúrbios funcionais temporários ou definitivos. Podem ser espontâneos ou iatrogênicos. Não são incluídas neste grupo, aquelas lesões ocasionadas por manobras de reanimação. As conseqüências variam quanto ao grau de gravidade, local ou região afetada. Objetivos: Avaliar a incidência de tocotraumatismos em um Hospital Universitário quanto ao tipo de trauma e sua gravidade. Métodos: Foram avaliados todos os recém-nascidos no Hospital Universitário durante três meses, sendo incluídos no trabalho aqueles que apresentaram algum tipo de tocotraumatismo. Adotamos a classificação de tocotraumatismos segundo a gravidade proposta por Costa & Vitiello (1991): tipo I ou leve, tipo II ou moderado e tipo III ou grave. Resultados: Foram analisados 269 recémnascidos, sendo que 24 (8,9%) apresentaram tocotraumatismos. Em 23 recém-nascidos (95,8%) foram verificados traumas de parto tipo I, entre eles: bossa serossangüínea (65,2%), lesões de pele (21,7%), hemorragia subconjuntival (8,6%) e fratura de clavícula (4,5%); um recém-nascido teve tocotrauma tipo I (bossa serossangüínea) e II (céfalo-hematoma). Não foram observados isoladamente tocotraumatismos tipo II nem tipo III. Conclusões: Este estudo demonstrou que a incidência de tocotraumatismos no Hospital Universitário se enquadra nos valores encontrados na literatura (4,5 a 30,87%) e está próxima Neonatologia da incidência encontrada em estudo anterior no mesmo Hospital (8,1%). Quanto aos tipos de traumas, também se assemelha à literatura, pois o tipo I foi o mais freqüente. Melhorou quanto ao trabalho anterior, que apresentou traumas do tipo II e III, mostrando a importância das discussões na graduação e na residência de obstetrícia sobre os traumas de parto. Devemos tentar ao máximo evitá-los, pois podem acarretar danos aos recém-nascidos. Código Trabalho: 295 Título: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO PESO (RN MBP): TIPO DE NUTRIÇÃO E RECUPERAÇÃO DO PESO DE NASCIMENTO Autores: ADRIANA SAITO;ALICE MARIA KIY;ANA KARINA C. DE LUCA;JULIANA BOTTINO;JULIANA CARVALHO CONSTANTINO;LÍGIA MARIA S.S. RUGOLO Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu-HC-UNESP Cidade/UF: BOTUCATU/SP Resumo: Introdução: A nutrição constitui parte essencial dos cuidados dos recém-nascidos prematuros, e métodos de alimentação seguros e suporte nutricional adequado são fundamentais para sua sobrevivência. Objetivos: Avaliar a recuperação do peso de nascimento e o tipo de nutrição utilizada em RN MBP (peso de nascimento menor ou igual a 1500g). Métodos: Estudo observacional, de corte transversal em base populacional de RN MBP internados no período de 01/04/04 à 31/05/06. As variáveis: utilização e tempo de nutrição parenteral(NPP), tempo de início da dieta enteral, porcentagem de perda de peso inicial, idade da recuperação do peso de nascimento e evolução com enterocolite necrosante (NEC) foram avaliadas e comparadas de acordo com dois grupos de peso de nascimento (<1000g e ?1000g) utilizando-se os testes t de Student e MannWhitney, com significância em 5%. Resultados: Foram estudados 137 RN MBP, sendo 43 <1000g e 94 ?1000g. A maior perda de peso inicial ocorreu nos RN de extremo baixo peso, <1000g, (46% perderam mais que 15% do peso de nascimento x 25,5% dos ?1000g). A NPP foi bastante utilizada nos dois grupos (90% nos <1000g x 69,5% nos ?1000g p=0,027) e por período prolongado (média=20±11 dias nos <1000g x 15±10 dias nos ?1000g p=0,003). A dieta enteral foi iniciada mais precocemente no grupo ?1000g (média=2,7±1,5 dias x 4±4 dias nos < 1000g p=0,006). A frequência de NEC nos RN MBP foi de 10,2%, sem diferença significativa nos dois grupos. O grupo ?1000g recuperou o peso de nascimento mais rapidamente (média=15±8 dias), sendo que o grupo <1000g levou em média 17±5 dias (p=0,017). Conclusões: A NPP é de extrema importância na recuperação nutricional de RN MBP, principalmente nos pequenos prematuros. A utilização de nutrição enteral precoce é benéfica e não aumenta a incidência de NEC. Código Trabalho: 587 Título: CARACTERÍSTICAS DAS 26 UNIDADES PARTICIPANTES DA REDE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM MORBIMORTALIDADE NEONATAL - REDE GAÚCHA DE NEONATOLOGIA (RGN) - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL Autores: PAULO DE JESUS NADER;CÉLIA MAGALHÃES;IVANA SANTOS VARELLA;CARLOS HUMBERTO BIANCHI E SILVA;REDE GAUCHA NEO PESQUISADORES Instituição: Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul Cidade/UF: PORTO ALEGRE/RS Resumo: Introdução: Os recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP) constituem atualmente um problema de saúde pública, por contribuirem com uma parcela significativa da morbimortalidade neonatal. Objetivos: Descrever as características das 26 Unidades de tratamento intensivo que participam de uma rede de neonatologia (RGN) que realiza a vigilância epidemiológica em morbimortalidade neonatal. Avaliar as possíveis associações de algumas destas características com a ocorrência de mortalidade. Métodos: Estudo transversal multicêntrico, com preenchimento de ficha de coleta de dados que inclui informações sobre as instituições e unidades de tratamento intensivo das 26 unidades participantes da RGN (n=26)- (a) tipo de internação, de hospital (geral ou maternoinfantil, título Iniciativa Hospital Amigo da Criança, ensino); (b) recursos operacionais básicos e equipamentos; (c) capaci- dade instalada; (d) especialidades clínicas e cirúrgicas; (e) recursos humanos e qualificação profissional. Análise:?2 com correção de Yates, teste t de Student ou U de Mann-Whitney. Resultados: (a) 42% (11) dos hospitais possuem internações do tipo sus+privado/convênio, 96% (25) são classificados como geral e apenas 4% (1) é do tipo exclusivamente maternoinfantil. 35% (9) possuem o título Iniciativa Hospital Amigo da Criança e 54% (14) se caracterizam como instituição de ensino; (b) 100% (26) possuem RX portátil, ecografia, banco de sangue e NPT diária; 92,3% (24) possuem ecocardiograma; 88,5% (23) possuem tomografia computadorizada; 57,7% (15) possuem óxido nítrico; 42,3% (11) possuem ambulatório de seguimento; 23,1% (6) possuem banco de leite humano. Equipamentos (média): 1 respirador/leito, 1 a 2 pontos de O2 e de ar comprimido/leito; (c) 61,5% (16) das unidades são exclusivamente neonatais e as demais mistas; 96% (25) possuem pediatra em sala de parto. A média±DP (amplitude) do nº de leitos UTI é de 12±8 (5-33), e nº de leitos UCI é de 8±9 (0-43); (d) 92,3% (24) dos hospitais possuem cardiologia e neurologia; 80,8% (21)com infectologia e oftalmologia, e as demais especialidades clínicas são menos freqüentes; 88,5% (23) com cirurgia pediátrica, 84,6% (22) com neurocirurgia e 57,7% (15) com cirurgia oftalmológica e 30,8% (8) com cirurgia cardíaca; (e) Recursos humanos (média±DP): nº de leitos UTI/pediatra de plantão: 9,6±8,5; nº de leitos UTI/pediatra rotineiro por turno: 7,4±3,5; nº de leitos UTI/enfermeira: 8,6±3,4; nº de leitos UTI/auxiliares ou técnicos: 1,6±0,7. Qualificação profissional (média): 72,6% dos rotineiros e 57,7% dos plantonistas possuem TEN; 26,1% dos rotineiros e 57,7% dos plantonistas possuem TETIP; 98,5% dos rotineiros e 91% dos plantonistas possuem Curso de Reanimação Neonatal. Conclusões: Observamos que, em média, a maioria das unidades possui os padrões recomendados pelo Ministério da Saúde, no entanto, a variabilidade demonstrada pela amplitude dos resultados ainda é muito grande. Código Trabalho: 708 Título: CARACTERÍSTICAS DOS BINÔMIOS DE RISCO QUE NÃO ADERIRAM A TERCEIRA ETAPA DO MÉTODO CANGURU Autores: CLAUDIA RODRIGUES SOUZA MAIA;RAILSON ANDRIELLE SILVA BRANDÃO;HÉLCIO SOUZA MARANHÃO Instituição: Departamento de Pediatria da UFRN Cidade/UF: NATAL/RN Resumo: Introdução: A terceira etapa do Método Canguru dá continuidade à assistência ao recém-nascido prematuro de baixo peso após a alta hospitalar. Essa etapa exige da equipa e família atenção cuidadosa para o reconhecimento das situações de risco. Uma das dificuldades é a adesão e retorno as consultas agendadas logo após a alta hospitalar. Métodos: uma coorte de 131 recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer foi seguido desde o nascimento até o momento da alta hospitalar numa instituição que aplica o Método Canguru. Deste total 67 pacientes aderiram a terceira etapa do método, 35 evoluíram para o óbito ainda na internação e 32 pacientes não retornaram para acompanhjamento. Dos 32 pacientes quatro foram transferidos para outro serviço antes da alta. Resultados: do total de recém-nascidos acompanhados, 55,6% eram do sexo masculino, 48,2% nasceram de parto vaginal. Dentre os 28 binômios que não retornaram ao ambulatório a média de idade materna foi de 27,6 anos (mín 15 e máx 44anos), 41% residiam na capital, as mães tinham média de 7,5 anos de estudo, o tempo médio de internação foi de 37,4 dias, 41%(13 mães) eram primigestas e 20 (62%) conviviam com o pai do bebê. Foram aplicados os Testes de Fisher e Qui-quadrado para identificação de fatores de risco para falha na Terceira etapa do Método Canguru, comparando os 67 binômios en seguimento com os 28 faltosos. Conclusões: O estímulo ao binômio de risco para o seguimento deve ser realizado durante toda internação para o sucesso final do Método Canguru. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S127 Neonatologia Código Trabalho: 584 Título: CITOMEGALOVIROSE X ATRESIA DE VIAS BILIARES: IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA COLESTASE NEONATAL Autores: DENISE SILVIA MATTIOLI DALESSANDRO;VALDENISE LAURINDO TUMA CALIL;NADIA SANDRA OROZCO VARGAS;NESTOR OLIVEIRA NETO;DANIELA DELLE SEDIE PÉCORA;MARTHA VIVIANE GALEANO GALLO Instituição: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus - SP Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Introdução: Recém-nascidos(RN) com colestase podem ser portadores de infecções congênitas (STORCH) ou adquiridas, bem como de anomalias estruturais cuja correção é cirúrgica. Objetivos: Relatar um caso de colestase neonatal causada por infecção congênita por citomegalovírus(CMV). Relato do caso: RN de VCS, 10 dias de vida, sexo feminino, encaminhado para a UTI neonatal por icterícia patológica, com aumento progressivo das transaminases hepáticas e bilirrubinas à custa de bilirrubina direta(BD). RN nascido de parto normal, sem intercorrências pré-natais e neonatais, com IG de 37 semanas, peso de nascimento de 2205g, Apgar 9/10, classificado como RN de termo, pequeno para a idade gestacional e baixo peso. Mãe hígida, imune a rubéola, toxoplasmose, CMV, herpes simples, hepatites A e B e com sorologias negativas para VDRL, hepatite C e HIV. Com 24 horas de vida apresentava-se com icterícia zona III, fígado a 3 cm do RCD e de consistência endurecida, baço a 1 cm do RCE , com BT: 12,46mg/dL/ BD: 9,28 mg/dL, TGO: 253U/L, TGP: 140U/L, FA: 460U/L, sorologias para rubéola, toxoplasmose, herpes simples, CMV, hepatites A, B e C e VDRL negativas. Feito USG de abdome, que mostrou fígado com dimensões aumentadas e estrutura tubular anecóide especialmente à esquerda (dilatação de vias biliares?); TC com hepatoesplenomegalia e ausência de sinais evidentes de dilatação de vias biliares intra ou extra-hepáticas. RN admitido neste serviço em REG, corado, hidratado, eupnéico, com icterícia verdínica, ativo e reativo, com abdome globoso e flácido , com fígado endurecido a 4 cm do RCD,e baço a 1 cm do RCE. Exames subsidiários: Hb:12,7g/dL, Ht:36,7%, leucócitos: 13200/mm3(1%,41%,47%,2%,6%), PCR negativo, BT: 25,03mg/dL, BD: 15,6mg/dL, TGO: 202U/L, TGP: 110U/L, FA: 482U/L. Com 13 dias de vida foi submetido a colecistectomia por suspeita de cisto de colédoco, com abertura das vias biliares extra-hepáticas, biópsia de fígado e vesícula biliar; encontrados hipoplasia não obstrutiva de vias biliares intra-hepáticas, tumefação hepatocelular, infiltrado inflamatório sinusoidal, necroses focais numerosas, colestase intracelular e canalicular e metaplasia mielóide, excluindo-se a possibilidade de atresia de vias biliares extra-hepáticas. Evoluiu com quadro infeccioso, aparecimento de fezes acólicas e colúria, aumento das bilirrubinas (BT:34,5mg/dL, BD:20,83mg/dL)e das enzimas hepáticas (FA: 609U/L, GGT:1550U/L) e diminuição das transaminases (TGO: 90U/L, TGP:40 U/L). Feito USG crânio que mostrou calcificações periventriculares bilateralmente. Colhida antigenemia para CMV: positiva. RN evoluiu com broncopneumonia, atelectasia, sepse fúngica, CIVD e, com 32 dias de vida, para PCR e óbito. Conclusões: O caso é importante para alertar os neonatologistas a respeito da necessidade de uma pesquisa cuidadosa de todas as infecções congênitas antes de submeter o RN colestático a procedimentos invasivos desnecessários. Código Trabalho: 449 Título: CITOMEGALOVÍRUS CONGENITO - RELATO DE DOIS CASOS RESSALTANDO A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE. Autores: DILMA BRITO ROSA;MARIANA PASSOS RAMINHO;MARINA VANZELA LANIA;ÍSAIAS SOARES DE PAIVA;JULIANA ALVES VIEIRA DA SILVA;CAMILA CORRADINI CARVALHO Instituição: Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO) Cidade/UF: TERESÓPOLIS/RJ Resumo: Introdução: A infecção congênita por Citomegalovírus (CMV) é a mais comumente encontrada, chegando a 0,2 a 2,2% de todos os nascidos. Menos que 5% dos infectados apresentam manifestações típicas, outros 5% mostram sintomas inespecíficos e 90% são assintomáticos ao nascimento. Destes, aproximadamente, 15% evoluem com seqüelas graves do desenvolvi- S128 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. mento neuropsicomotor (DNPM). Em conseqüência desta variabilidade das manifestações clínicas, o exame sorológico é importante para o diagnóstico, que frequentemente é tardio ou não é realizado. Objetivos: relatar dois casos de CMV congênito com manifestações clínicas diferentes, ressaltando a necessidade de realização de exame sorológico precoce. Métodos: estudo observacional descritivo constando de relato de dois casos. Resultados: Probando I - JVRC, 15 meses, masculino, Teresópolis/RJ. Referenciado por microcefalia. Nascido de parto cesário, na 36ª semana, sem asfixia perinatal. Pesou 2.360g, mediu 45cm. A TCC e a RNM de crânio identificaram microcefalia, atrofia cortical, calcificações periventriculares e dilatação ventricular. A sorologia TORCHS evidenciou IgG e IgM positivo para CMV. Ele evoluiu com crises convulsivas. Tinha baixo peso, baixa estatura, microcefalia, telecanto, hipertelonismo ocular e microretrognatia. Grave retardo do DNPM; hipotonia axial, hipertonia de membros e espasticidade. Reflexos primitivos presentes. Probando 2 WEOG, 23 meses, masculino, Teresópolis/RJ. Referido por atraso no DNPM, catarata congênita, micropênis e criptorquirdia. Aos dois meses, a sorologia para CMV identificou IgG positiva, com títulos maiores aos 4 meses (42,2 para 220 UI/ml). Ele foi avaliado nos Serviços de especialidades pediátricas do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira da UFRJ, não estabelecendo definitivamente o diagnóstico de infecção congênita ou síndrome genética. Necessitou duas cirurgias para catarata e gastrostomia. Filho de pais consangüíneos de 1° grau. Nascido de parto cesário, no termo, sem asfixia perinatal. Pesou 2.630g, mediu 48 cm. Grave atraso do DNPM, Atrofia muscular generalizada. Tinha baixo peso, baixa estatura e microcefalia, micropênis e criptorquidia. Grave retardo do DNPM, hipotonia axial e hipertonia de membros, espasticidade, Sucção ineficaz; alimentado por gastrostomia. Discussão: relatamos dois casos de CMV congênito com manifestações clínicas diferentes, porém ambos com quadro clínico bem manifesto, evoluindo com seqüelas e quadro de encefalopatia crônica não progressiva. No caso 2 houve dificuldade no diagnóstico sorológico pela não realização na época oportuna. Conclusões: ressaltamos a importância da realização de exames sorológicos específicos em recém nascidos com suspeita de infecção congênita. Código Trabalho: 1033 Título: DESTRUIÇÃO DA CALOTA CRANEANA COM GRAVE LESÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL POR MORDIDA DE CACHORRO EM RECÉM-NASCIDO: ABORDAGEM CIRÚRGICA E TRATAMENTO CLÍNICO Autores: CAROLINA SINISCALCHI;ANDREA VACILOTO RODRIGUES;FLÁVIA REGINA OLIVEIRA;GRAZIELLA PACHECO VELLONI;MARIA ESTHER JURFEST CECCON;FLÁVIO ADOLFO COSTA VAZ Instituição: Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal do Institu Cidade/UF: SÃO PAULO/SP Resumo: Objetivos: Descrever caso inédito na literatura de mordida de cachorro em recém-nascido (RN) com ênfase na abordagem imediata e tratamento posterior. Relato de caso: RN masculino, primeiro gemelar, peso de nascimento 2540g, parto cesárea, Boletim de Apgar 8/10, teve alta do berçário com três dias de vida sem intercorrências. Mãe com 25 anos, quintigesta, sextípara, sem abortos prévios. RN admitido na UTI neonatal com sete dias de vida, com história de mordida de cachorro na região cefálica há nove horas. Pais referiam que o cachorro era próprio e com vacinas atrasadas. A conduta inicial, após verificação na tomografia de crânio de múltiplas fraturas e contusão hemorrágica cerebral, foi a de realizar abordagem cirúrgica com limpeza do parênquima e retirada de fragmentos ósseos intraparenquimatosos. Além disto, foi administrado gama globulina hiperimune anti-rábica intra-cerebral e encaminhado para UTI. Na admissão, após cirurgia, o RN encontrava-se intubado, pálido, hipotérmico, com perfusão periférica superior a seis segundos e freqüência cardíaca de noventa batimentos por minuto. Foi colocado em ventilação mecânica com parâmetros elevados para diminuir o edema cerebral e corrigida a volemia com solução cristalóide e concentrado de hemácias, uma vez que os níveis de hemoglobina eram 7,3 g% e hematócrito 21,6g%. Como o RN encontrava-se hemodinamicamente instável, foram iniciadas drogas vasoativas (dopamina Neonatologia e dobutamina). Em relação a profilaxia da possível raiva foi administrado uma dose de vacina anti-rábica e uma dose de imunoglobulina anti-tetânica. Iniciado concomitantemente antibioticoterapia com cobertura para germes existentes na boca do cachorro. Após setenta e duas horas de internação o RN apresentou crise convulsiva, sendo medicado com fenobarbital e hidantal. Evoluiu com edema cerebral e hipertensão arterial e encontra-se ainda internado até o momento, com quadro clínico estabilizado. Conclusões: Este caso inédito na literatura mostra a gravidade deste acidente (mordida de cachorro) numa criança recém-nascida, e os autores ressaltam a dificuldade da abordagem cirúrgica, da cobertura antimicrobiana para os tipos de germes da mordedura de cachorro assim como dos cuidados intensivos de suporte para o choque hipovolêmico e edema cerebral. Código Trabalho: 661 Título: EFEITO DA ANEMIA MATERNA SOBRE O PESO DA PLACENTA, OS NÍVEIS DE FERRO E O PESO AO NASCIMENTO DE RECÉM-NASCIDOS Autores: LUIS GUSTAVO CAVALCANTE REINALDO;ADRIANA DE AZEVEDO PAIVA;EDUARDO GUEDES VIDAL SANTOS Instituição: UFCG / NEPE - UEPB Cidade/UF: CAMPINA GRANDE/PB Resumo: Introdução: A anemia na gestação permanece como um grave problema de saúde pública em todo o mundo, com impacto na morbi-mortalidade materna e infantil. A influência da anemia sobre a morfologia placentária, níveis de ferro e peso ao nascimento de recém-nascidos (RNs) não é consensual. Objetivos: Avaliar o efeito da anemia materna sobre o peso da placenta, os níveis de ferro e o peso ao nascimento de RNs a termo. Métodos: Foram estudados 99 pares de mães e RNs, em dois hospitais públicos do município de Jundiaí/SP. Amostras de sangue venoso das mulheres foram coletadas antes do parto para a realização do hemograma, e do cordão umbilical, para determinação do hemograma e ferritina sérica. As mães com hemoglobina (Hb) < 11 g/dL foram consideradas anêmicas. O peso das placentas foi aferido em balança digital logo após a coleta de sangue do cordão umbilical. As crianças foram pesadas imediatamente após o nascimento em balança pediátrica. A diferença de média das variáveis de interesse de acordo com a presença ou ausência de anemia foi testada através dos testes t de Student e Mann-Witney, dependendo da distribuição das variáveis. Resultados: No presente estudo, observou-se uma prevalência de anemia de 22,22% nas mães, sendo que destas, 90,9% eram levemente anêmicas. O peso médio das placentas de mães anêmicas e não anêmicas foram estatisticamente semelhantes (558,18 ± 93,93 g e 601,53 ± 111,38 g, respectivamente; p = 0,101). Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os valores de Hb (p = 0,918) e ferritina sérica (p = 0,395) entre os RNs de mães anêmicas e os de mães não anêmicas, bem como entre o peso ao nascimento dos RNs de mães anêmicas (3.195,91 ± 431,53 g) comparados aos de mães não anêmicas (3.243,43 ± 486,03 g; p = 0,679). Conclusões: Nossos resultados sugerem que a presença de anemia leve na gestação pode não ser suficiente para ocasionar alterações significativas nos níveis de ferro (ferro de estoque e hemoglobina) e no peso ao nascimento dos RNs, bem como no peso da placenta. Considera-se oportuno o desenvolvimento de estudos que contemplem estágios variados de anemia, incluindo os graus moderado e severo, e que visem o acompanhamento da criança, do nascimento até pelo menos 6 meses de idade. Código Trabalho: 266 Título: EFEITOS DO SALBUTAMOL INALATÓRIO NA MECÂNICA PULMONAR DE BEBÊS PRÉ-TERMOS NO MOMENTO DA ALTA HOSPITALAR Autores: ANNIELE MEDEIROS COSTA;JOSÉ ROBERTO DE MORAES RAMOS;JOSÉ MARIA DE ANDRADE LOPES Instituição: Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ Cidade/UF: NITERÓI/RJ Resumo: Introdução: A terapia inalatória com ?2 agonistas é uma prática crescente em neonatologia sem evidências científicas que suportem seu uso no período neonatal. Objetivos: Avaliar os efeitos do salbutamol inalatório na mecânica pulmonar de bêbes pré-termos. Métodos: Realizamos um estudo piloto (maio/abril-2005) em bebês nascidos com idade gestacional menor que 34 semanas e peso de nascimento abaixo de 1500g (n=10). O peso de nascimento médio foi de 1140g (700g1480g) e de estudo 1960g (1680g-3020g).Próximo à alta hospitalar os bebês realizaram teste de função pulmonar que consistiu na coleta e análise de: Volume corrente/kg (VC/kg), Complacência Pulmonar/Kg (CP/Kg) e Resistência Pulmonar Total (RPT) em três momentos. O primeiro foi um exame de controle basal, o segundo após os bebês terem recebido uma dose de placebo de salbutamol na forma inalatória (aerocâmara valvulada), e o terceiro 30 minutos após a administração de 1 dose de salbutamol(100 mcg) pela mesma via. Resultados: Utilizamos o teste t pareado para análise estatística e não observamos alterações significativas após utilização de placebo.Também não houve diferença significativa nos valores de VC/kg após o uso de broncodilatador em comparação ao primeiro exame (p=0,52). Trinta minutos após a administração de salbutamol observamos melhora na RPT (p=0,06) e na CP/Kg (p=0,05). Conclusões: Apesar da amostra reduzida, há uma tendência à queda da RPT e melhora na CP/Kg após o uso de 100mcg de salbutamol inalatório. O teste de broncodilatação deve ser realizado em bebês com indicação clínica de uso dessa medicação, uma vez que nem todos os bebês responderam à droga. Código Trabalho: 466 Título: ENCEFALITE PELO VÍRUS HERPES SIMPLEX-2 (HSV-2) EM RECÉM-NASCIDO (RN) COM HISTÓRIA DE HIPOATIVIDADE Autores: DEYLLISE CINTRA DE MELO;ANA MARIA ALDIN DE SOUSA OLIVEIRA;VANESSA VAN DER LINDEN Instituição: Hospital Barão de Lucena/Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A infecção herpética neonatal, de difícil diagnóstico pela pobreza de manifestações, tem prognóstico reservado principalmente nos tardiamente tratados. Para que seja evitada e tenha manejo adequado quando identificada, alto grau de suspeição é fundamental. Objetivos: Apresentar caso de um RN hígido até o 15º dia de vida, internado por hipoatividade, com diagnóstico tardio de encefalite pelo HSV-2 e evolução de mau prognóstico devido à encefalite quase assintomática e atraso de tratamento. Métodos: Descrição do caso e análise de acordo com a literatura. Resultados: É relatado caso de RN masculino de 36 semanas de gestação, parto vaginal, Apgar 9/9, sem intercorrências até o 15º dia de vida, quando apresentou sonolência, sucção débil, hipoatividade e diminuição dos reflexos como únicos sinais de encefalite, assim mantendo-se durante todo internamento. De início, foi tratado para sepse com meningite bacteriana. As amostras do líquor mostraram aumento da celularidade(182 células) com padrão linfocítico(90%) e sorologias negativas para toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e HSV-1. Seguindo investigação, a Ultra-Sonografia Transfontanela(USGTF) e a Tomografia de Crânio(TC) revelaram lesões parenquimatosas fronto-temporo-parieto-occipitais bilaterais compatíveis com gliose ou encefalomalácia. Como imagens sugeriam encefalite pelo HSV, foi iniciado aciclovir 30mg/kg/dia antes da confirmação diagnóstica, feita através de sorologia positiva no líquor para HSV-2. Diante da pobreza dos sintomas e extensas lesões definidas na USGTF e TC, foram pesquisados novamente os antecedentes do paciente. A mãe referiu apenas infecção urinária e candidíase no terceiro trimestre de gravidez. Consulta pediátrica do RN, anterior ao internamento, descrevia pústulas em região abdominal e glútea, tratadas como impetigo. O pai relatou, tardiamente, que há dez anos apresenta lesões bolhosas em glande e corpo do pênis que surgem espontaneamente duas vezes ao ano. Conclusões: O risco de infecção do RN durante o parto pelo HSV é de 0,35% a 3% entre as gestantes com excreção viral assintomática, sendo 90% pelo HSV-2. É um percentual considerável, já que cerca de 70% das grávidas têm antecedente sorológico desta infecção genital. A anamnese detalhada no pré-natal permite a identificação de tais casos, o que possibilita evitar a contaminação via parto vaginal em RNs de mães com lesão cervical, responsável por 85% das infecções. É necessário considerar tal diagnóstico naqueles RNs que apresentem lesões cutâneas sugestivas ou sinais neurológicos vagos, como hipotonia e pouca resposta aos estímulos, antes de rotulálos com diagnósticos mais comuns. Enquanto se busca confir- Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S129 Neonatologia mação sorológica dos casos suspeitos, não se deve postergar o tratamento de tais crianças, já que o prognóstico varia radicalmente de 2% a 75% na incidência de gravidade e seqüelas, quando comparados grupos daquelas tratadas nos dois primeiros dias de infecção com as tardiamente tratadas. Código Trabalho: 105 Título: ESTRESSE NEONATAL: O CHORO SILENCIOSO Autores: SHEILA JANAÍNA MEDEIROS SIMÕES COSTA;RÔSICLER PERREIRA DE GÓIS;ANA JULIA COUTO DE ALENCAR;RAQUEL MELO MORAIS NEVES;FRANCISCA LUCIA MEDEIROS DO CARMO;SHIRLEY VIRINO SILVEIRA Instituição: HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Estresse é o conjunto de reações fisiológicas que podem levar o organismo ao desequilíbrio. RN em UTI, submetido a estímulos estressantes, pode apresentar alteração comportamental a longo prazo(Winberg,1998). Objetivos: Relatar um caso de estresse neonatal crônico, freqüentemente encontrado em recém-nascidos internados em UTI neonatal, a fim de facilitar o conhecimento e diagnóstico do mesmo. Métodos: Estudo observacional descritivo, relato de um caso. Resultados: RN pré-termo, extremo baixo peso, internado em UTI neonatal do nascimento a 90 dias de vida. Esteve submetido a procedimentos dolorosos e invasivos: ventilaçao mecânica 75 dias com extubações espontâneas e reintubações; nutrição parenteral 10 dias; glicemia capilar 103 vezes; gasometria 20 vezes; outros exames laboratoriais 17 vezes; hemotransfusão 10 vezes; estímulos sonoros e luminosos nãomensurados. À admissão na unidade de médio risco, observouse que apresentava aspecto assustado, olhos vidrados, alerta forçado, muito irritado ao manuseio e ao simples contato do estetoscópio no tórax, choro silencioso e com "língua em taça", inconsolável, afastamento de dedos, hiperextensão de membros inferiores (aspecto de sentar no ar) e superiores (em asa de avião), arqueamento do tronco, opistótono, respiração irregular alternando com aumento e diminuição da freqüência respiratória, estremecimento, moteamento da pele, elevação da freqüência cardíaca, e queda da saturação de oxigênio. Esses sinais encontrados representam estresse nos subsistemas de estados comportamentais: autonômico, motor e do controle de estado e atenção (Als, 1982). Procurou-se então, diminuir os estímulos sonoros, invasivos e dolorosos, desencadeadores de estresse e observou-se importante melhora dos sinais de estresse encontrados à admissão no médio risco. Conclusões: Bebê pré-termo exprime o seu modo, a sua vivência interna. Tendo sido submetido a vários procedimentos dolorosos, manifestava reações de defesa ao contato, e alterações comportamentais que sinalizavam estresse, já que interpretava o "toque" como processo doloroso. É importante estar atento a esses sinais para tentar diminuir o gasto energetico a que esses bebês estão submetidos, uma vez que interfere no desenvolvimento normal dos subsistemas e consequentemente na homeostase, levando ao aumento da sensibilidade à dor e à alterações de comportamento e desenvolvimento futuros. Assim é mister, lembrarmos de que eticamente devemos oferecer qualidade tecnológica no atendimento sem esquecermos da humanização dos cuidados. Código Trabalho: 709 Título: ESTUDO DA HEMORRAGIA PERIINTRAVENTRICULAR EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DO HOSPITAL ODILON BEHRENS, EM BELO HORIZONTE, MG, NO PERÍODO DE JANEIRO A AGOSTO DE 2005. Autores: LAILA WERNECK PFALTZGRAFF;MARLI MARRA ANDRADE;LÚCIA FÁTIMA PAIS AMORIM Instituição: Hospital Odilon Behrens-Residência de Neonatologia Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: A Hemorragia periintraventricular (HPIV) é a principal patologia neurológica do recém-nascido (RN), tendo alta incidência sobretudo em prematuros extremos, ocasionando em muitos casos o desenvolvimento de hidrocefalia pós-hemorrágica e sequelas neurológicas graves, com elevado custo social. O aparecimento da ultra-sonografia transfontanelar (USTF) constituiu-se num grande avanço no diagnóstico da S130 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. HPIV. Dentre os fatores de risco temos os pré-natais, periparto e pós-natais. Como não há tratamento para a HPIV citamos a importância do conhecimento de como prevení-la. Objetivos: O presente estudo tem por objetivos verificar a incidência de HPIV nos RN prematuros, nascidos no Hospital Odilon Behrens, no período de 01 de janeiro de 2005 a 31 de agosto de 2005, e correlacionar os fatores de riscos maternos e neonatais. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo e descritivo, nas unidades neonatais do Hospital Odilon Behrens, sendo avaliados 49 recém-nascidos pré-termos quanto à incidência de HPIV, através da USTF. Resultados: Durante o período de realização desta monografia o total de prematuros foi de 336. Foram incluídos no estudo um total de 49 RN. Observou-se que 20 RN (41%) apresentaram HPIV a USTF. Considerou-se ainda a relação dos fatores de risco materno e fetal para HPIV, já estabelecidos na literatura. Com relação aos fatores de risco do pré-natal, foram comparados o número de consultas de pré-natal e o uso de corticóide materno, ambos não obtiveram significância estatística. Dos fatores intra-parto foram relacionados a via de parto, o escore de Apgar e o peso ao nascimento, nenhum deles também mostrou significância estatística. Passando aos fatores de risco pós-natais correlacionamos o uso de surfactante, a doença de membrana hialina, apnéia, uso de ventilação mecânica, a hipoglicemia, a instabilidade hemodinâmica, a sepse e a encefalopatia hipóxicoisquêmica. A instabilidade hemodinâmica mostrou significância estatística, com apenas 4 RN sem choque e com HPIV. A encefalopatia hipóxico-isquemica apresentou p<0,01, sendo que nenhum RN sem HPIV desenvolveu esta doença. Vale ressaltar que todos os RNPT fizeram USTF antes da alta hospitalar, diferentemente do ano anterior, quando 20,4% dos RNPT estudados não realizaram USTF. Somente 2 RN necessitaram de punção de alívio (10% dos RN com HPIV). E somente 1 RN necessitou da colocação de DVP (5%), incidência correspondente à da literatura. Conclusões: Através deste estudo foi possível avaliar a incidência da HPIV nos RNPT do Hospital Odilon Behrens, em Belo Horizonte, através do USTF. Ressaltamos a importância do protocolo para realização do USTF ao observamos que nenhum RNPT teve alta sem a realização do mesmo. Verificou-se uma alta incidência de HPIV, associada à um aumento considerado de RNPT extremo.A amostra deste estudo não foi suficiente para obter significância estatística, sendo necessária a continuação deste trabalho para maiores conclusões. Código Trabalho: 460 Título: ESTUDO DESCRITIVO DOS ÓBITOS DE RECÉMNASCIDOS DE UMA UTI NEONATAL DO SUL DO BRASIL. Autores: BRENO FAUTH ARAÚJO;HELEN ZATTI;JOSÉ MAURO MADI Instituição: Hospital Geral de Caxias do Sul-UCS Cidade/UF: CAXIAS DO SUL/RS Resumo: Introdução: Os estudos de mortalidade são importantes para se conhecer a população em risco de morrer e poder estabelecer estratégias visando diminuir as taxas de mortalidade. Objetivos: Conhecer o perfil dos recém-nascidos (RN) que evoluíram para o óbito na UTI neonatal do HG no período de março de 1998 a janeiro de 2005. Métodos: estudo retrospectivo, incluindo todos os 194 RN que nasceram no HG e evoluíram para o óbito no período do estudo. Os dados foram obtidos do prontuário dos RN e das mães, digitados em um banco de dados e analisados no programa SPSS. Foi empregado como definição de causa imediata do óbito a patologia que contribuiu diretamente com a morte e para causa básica de óbito utilizou-se a definição do CID-10(1997): "Causa básica de óbito é a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte". Resultados: Em relação às variáveis sócio-econômicas observou-se que 62% das mães recebiam menos do que 1 salário mínimo de renda per capita, sendo que 64% das gestantes não tinham um trabalho remunerado; 3,7% das gestantes eram analfabetas e 51% delas possuíam apenas o 1º grau incompleto. A taxa de mães adolescentes foi de 27%. Em relação as variáveis da gestação e do parto verificou-se que 15% das gestantes não fizeram nenhuma consulta de pré-natal. A idade gestacional média dos RN foi de 31 semanas, sendo que 87% dos RN eram prematuros. A incidência de parto normal foi de 51% e do sexo masculino de 53%. Em relação à Neonatologia necessidade de reanimação em sala de parto, 67 % dos RN necessitaram de algum tipo de reanimação além de oxigênio inalatório, sendo o Apgar médio no 1º minuto de 4 e no 5º minuto de 6. O tempo médio de internação até o óbito foi de 12 dias. O peso de nascimento médio foi de 1356 gramas, sendo que 46% dos RN tinham peso menor do que 1000 g e 86,5% nasceram com menos de 2500 g. A freqüência de RN com algum tipo de malformação foi de 16,2%, com predominância das malformações múltiplas. As principais causas básicas de óbito foram a prematuridade extrema(20%), a hipertensão materna(17,1%), a corioamnionite(9,7%), as malformações múltiplas(6,9%), a ruptura de membranas acima de 24h(6,9%) e o descolamento prematuro de placenta(6,3%). Como causa imediata de óbito encontrou-se a septicemia(28%), a prematuridade extrema(15%), a hemorragia pulmonar(11%), a hipoplasia pulmonar(5,7%) e as malformações múltiplas(4,6%).Conclusões: Constatou-se a existência de um grande número de óbitos que poderiam ser evitados através de uma maior freqüência ao pré-natal e uma melhor qualidade no atendimento da gestante e do recém-nascido. Código Trabalho: 656 Título: ESTUDO RETROSPECTIVO DE MORBI-MORTALIDADE PERINATAL NO DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA Autores: MARCOS MOURA ALMEIDA;MARCIO MARQUES MOREIRA;FRANCISCO EDSON FEITOSA;FRANCISCO SULIVAN MOTA;NATACHA FEITOSA ELEUTÉRIO;KÁTIA FERNANDES VASCONCELOS Instituição: Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC)- UFC Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: O Descolamento Prematuro da Placenta (DPP) é uma intercorrência altamente pejorativa à mãe e ao concepto, cujo prognóstico é mais grave que o materno. Objetivos: Analisar os resultados perinatais em bebês cujos partos foram indicados por Descolamento Prematuro de Placenta (DPP). Métodos: Trabalho retrospectivo com busca em prontuários de pacientes registrados na sala de parto com diagnóstico de DPP no período de janeiro de 2003 a junho de 2006, totalizando 88 casos. Resultados: A partir da abordagem do recém-nascido, 54,5%(48) dos bebês pesaram <2500g: 6,8%(6) pesaram <1000g, 12,5%(11) entre 1000 e 1500g, 17,0%(15) entre 1500 e 2000g, 18,2%(16) entre 2000 e 2500g. Obtiveram APGAR <7 no 1º minuto 61,4%(54) e no 5º minuto 39,8%(35). Dos nascidos vivos (58), 44,8% (26) necessitaram de internação em UTI e 10,3% (6) tiveram óbito neonatal. A média do Capurro foi de 35,81 semanas e a taxa de prematuridade foi de 48,3% (28). Das gestações atuais (88), 34,1%(30) culminaram em óbito fetal, totalizando uma taxa de mortalidade perinatal de 40,9%(36). Conclusões: O DPP cursa com elevada morbidade perinatal representada principalmente por baixo peso ao nascer e prematuridade, aumentando a necessidade de internamento em UTI. A mortalidade perinatal também mostrou-se elevada. Código Trabalho: 363 Título: FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO NASCIMENTO DE RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO PESO EM UMA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA. Autores: BRENO FAUTH ARAÚJO;ANA CRISTINA ANDRETTA TANAKA;HELEN ZATTI;JOSÉ MAURO MADI Instituição: Hospital Geral de Caxias do Sul-UCS Cidade/UF: CAXIAS DO SUL/RS Resumo: Introdução: O grupo de recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP) representa em torno de 1,5% dos nascidos vivos, sendo estes recém-nascidos os responsáveis por quase 50% dos óbitos infantis. Por isso, o estudo sobre as causas do nascimento dos RNMBP é fundamental para se estabeleçam políticas de saúde visando diminuir a mortalidade infantil. Objetivos: Identificar os fatores de risco associados ao nascimento de recém-nascidos de muito baixo peso. Métodos: Estudo de caso-controle, abrangendo 200 recém-nascidos (RN) com peso entre 500 e 1499g(casos) e 400 RN com peso entre 3000 e 3999g (controles), no período de março de 1998 a dezembro de 2004. Foram incluídos RN de gestação única, cujas mães fizeram pré-natal na rede pública de saúde e residiam na cidade do estudo, tendo o nascimento ocorrido pelo Sistema Único de Saúde no Hospital Geral. A variável dependente foi o peso de nascimento e as variáveis independentes foram as sócio-econômicas, educacionais, gestacionais e do parto. Foi utilizada a análise univariada e a multivariada para o controle dos fatores de confusão, adotando-se um nível de significância de 5%. Resultados: A mortalidade dos RNMBP foi de 32,5%. O limite de viabilidade dos RN foi 600g de peso e 26 semanas de idade gestacional. As variáveis que estiveram relacionadas com o nascimento de RNMBP foram: idade materna igual ou acima de 35 anos (p=0,01), ausência de prénatal (p<0,0001), doenças na gestação (p=0,03), hipertensão materna (p=0,007), internação durante a gestação (p<0,0001) e história de um filho anterior de baixo peso ao nascer (p<0,0001). A hipertensão materna e as infecções durante a gestação contribuíram com 65% das patologias entre as gestantes do grupo de casos. Conclusões: Muitos nascimentos de RNMBP ocorreram por causas evitáveis relacionadas com a freqüência e qualidade do pré-natal. Código Trabalho: 75 Título: FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO ÓBITO EM RECÉMNASCIDOS ADMITIDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM UMA MATERNIDADE DO RECIFE Autores: VASCO TORRES BRAVO FILHO;SAULO FERNANDES DOURADO;EDUARDO CORRÊA COUTINHO;SAMUEL PEREIRA LIMA;JOSÉ CARNEIRO LEÃO Fº Instituição: Universidade de Pernambuco Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Progressivamente tem se buscado conhecer os fatores de risco associados à morte neonatal precoce e tardia. O principal foco deste estudo foi levantar questões que possam trazer subsídios para a tomada de decisões estratégicas através da definição de um perfil de risco para óbito neonatal numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Objetivos: Descrever o perfil de risco para o óbito em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Métodos: O estudo foi do tipo caso-controle. Utilizou-se o banco de dados de uma UTI neonatal e os prontuários dos pacientes admitidos entre janeiro e julho de 2004. A amostra foi composta por 33 casos e 66 controles. Resultados: Foram evidenciados nove fatores de risco, destacando-se o peso ao nascer <1250g. Os outros foram parto normal (OR=2,71); Apgar 1º minuto <6 (OR=3,01); ventilação positiva na sala de parto (OR=2,69); massagem cardíaca (OR=3,75); FiO2 máxima >0,6 na admissão (OR=4,46); uso de surfactante (OR=3,46); cateter central (OR=2,87) e jejum até terceiro dia de vida (OR=3,66). Após análise estratificada, verificou-se independência entre essas variáveis, com exceção de peso ao nascer <1250g e parto normal; FiO2 máxima na admissão >0,60 e jejum até o terceiro dia de vida. Também foi evidenciado que o horário no qual ocorreu o maior número de óbitos incluía as trocas de plantão e a madrugada. Conclusões: Os fatores de risco encontrados estão inter-relacionados, com exceção do peso ao nascer abaixo de 1250g, variável de origem complexa, intrinsecamente relacionada com a qualidade de vida das populações humanas. O parto normal para recém-nascidos com menos de 1.250g parece representar risco adicional. Os óbitos neonatais ocorreram mais freqüentemente entre 17:00 h e 9:00 h. Código Trabalho: 1007 Título: FATORES DE RISCO PARA A MORTALIDADE PERINATAL NO RECIFE - 2003 Autores: TEREZINHA ALMEIDA AQUINO;SÍLVIA WANICK SARINHO;MARIA JOSÉ BEZERRA GUIMARÃES Instituição: Secretaria de Saúde do Recife; Universidade de Pe Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A mortalidade perinatal resulta de uma complexa interação entre fatores de riscos distais, intermediários e proximais, relacionados às condições socioeconômicas, de atenção à saúde e biológicos, fazendo com que sua redução seja mais difícil e lenta do que a da mortalidade infantil. Apresenta poucos estudos, no Brasil, que enfocam seus fatores de risco, inclusive nenhum referente ao Estado ou Municípios de Pernambuco. Objetivos: Analisar os fatores de risco associados à mortalidade perinatal no Recife, no ano de 2003, de Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S131 Neonatologia acordo com um modelo hierarquizado de determinantes proximais, intermediários e distais. Métodos: Foi realizado um estudo do tipo caso-controle, sendo considerados como casos todos os óbitos perinatais ocorridos no ano de 2003, de residentes na cidade do Recife, com peso ao nascer igual ou superior a 500 gramas, de gravidez única e não portador de anencefalia. Como controles foram considerados os nascidos vivos entre 26 de dezembro de 2002 e 31 de dezembro de 2003, de residentes no Recife, que não evoluíram para o óbito até seis dias completos de vida, com as mesmas características dos casos. Obteve-se, após linkage, entre o banco de dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e o banco de óbitos perinatais do Sistema de Informação sobre Mortalidade, 403 casos e 1612 controles. A identificação dos fatores de risco associados à mortalidade perinatal foi realizada por meio de análise multivariada (regressão logística). Resultados: Após regressão logística múltipla, com a inclusão de variáveis dos três níveis de determinação proximal, intermediário e distal, constituíram-se fatores de risco para mortalidade perinatal em ordem decrescente do risco: a prematuridade (OR=18,23), o baixo peso ao nascer (OR=4,90), a idade da mãe igual ou maior que 35 anos (OR=1,97), o nascimento em hospitais participantes do SUS (OR=1,93) e a escolaridade da mãe inferior a 4 anos de estudo (OR=1,78). O risco apresentado pela baixa/intermediária condição de vida do bairro de residência não se mostrou com significância estatística. Conclusões: O estudo ao identificar fatores de risco para a mortalidade perinatal no Recife de acordo com um modelo hierarquizado de determinação, utilizando variáveis provenientes de sistemas oficiais de informação epidemiológica, contribui para o conhecimento do problema na cidade, fornecendo ao poder público elementos para o seu enfrentamento. Código Trabalho: 286 Título: FATORES DE RISCO PARA ÓBITO E/OU DISPLASIA BRONCOPULMONAR (DBP) EM RECÉM-NASCIDOS DE MUITO BAIXO PESO Autores: ANA KARINA C. DE LUCA;ADRIANA SAITO;ALICE MARIA KIY;JULIANA CARVALHO CONSTANTINO;JULIANA BOTTINO;LÍGIA MARIA S.S. RUGOLO Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu-HC- UNESP Cidade/UF: BOTUCATU/SP Resumo: Introdução: A sobrevida de recém-nascidos (RN) de muito baixo peso (MBP) melhorou à partir da década de 70, mas o prognóstico em relação ao risco de morte e/ou DBP ainda é bastante preocupante. Objetivos: Identificar e analisar fatores de risco para morte e/ou DBP em RN MBP. Métodos: estudo observacional, prospectivo, de corte transversal em base populacional em todos os RN MBP (peso de nascimento menor ou igual à 1500 gramas)internados no período de 01/04/2004 à 31/05/2006. As variáveis: uso de corticosteróide antenatal (CEAN), tipo de parto, sexo, APGAR de 1º e 5º minutos, peso de nascimento (PN), idade gestacional (IG), reanimação em sala de parto, Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), terapia de reposição de surfactante (TRS), infecção neonatal (INN) precoce e tardia, persistência do canal arterial(PCA), hemorragia peri-intraventricular (HPIV), uso de ventilação mecânica (VM), enterocolite necrosante (NEC) foram comparadas em dois grupos de estudo: sobreviventes sem DBP e óbitos e/ou DBP e submetidas à análise bivariável e multivariável através dos testes t de Student e Mann-Whitney com nível de significância de 5%. Resultados: Foram estudados 137 RN MBP; 48% das gestantes utilizaram CEAN, 39% nasceram de parto vaginal, 47% do sexo feminino, com APGAR ?3 (1ºminuto) em 27% dos casos e ?6 (5º minuto) em 15%, sendo que 95 RN (69%) receberam ventilação com pressão positiva (VPP) na reanimação em sala de parto. Dos RN estudados, 97 (71%) sobreviveram sem DBP. A frequência de SDR foi de 70% e 59% receberam TRS. O PN e a IG foram menores no grupo dos óbitos e/ou DBP (média 943+/-239g p<0,001 e mediana 27,4 semanas p<0,001 respectivamente). Na comparação entre os grupos (óbitos e/ou DBP x sobreviventes sem DBP) observou-se pior resultado no primeiro grupo nas seguintes variáveis: PCA (74x48% p=0,012), HPIV (58x22,5% p<0,001), INN precoce (71x45% p=0,012), INN tardia (83x53% p=0,004). Os fatores de risco que mais influenciaram no desfecho morte e/ou DBP foram: SDR (OR 3,62; IC95% 1,29-10,1), TRS (OR 8,52; IC95% 3,58-20,3), PCA (OR 3,05; IC95% 1,33-6,98), VM (OR 9,59; IC95% 3,16-29), INN precoce (OR 2,99; IC95% 1,33-6,75), INN tardia (OR 4,34; IC95% 1,65-11,4) e HPIV (OR 4,77; IC95% 1,97-11,6). Conclusões: Os fatores determinantes do mau prognóstico, óbito e/ou DBP, de RN MBP estão relacionados ao grau de prematuridade e seus agravantes: asfixia perinatal, SDR, PCA, HPIV e infecção. Código Trabalho: 716 Título: HEMANGIOMATOSE NEONATAL DIFUSA COM ACOMETIMENTO DE FACE E INTESTINO - RELATO DE CASO Autores: GUIDO DE PAULA COLARES NETO;LUIZA DANIELLE BARROS LINS;RACHEL XIMENES RIBEIRO LIMA;FRANCISCA LÚCIA MEDEIROS DO CARMO;MARFISA MELO PORTELA;HENRIQUE RAMALHO Instituição: Hospital Infantil Albert Sabin - HIAS Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: a Hemangiomatose Intestinal Difusa apresenta acometimento visceral associado às lesões de pele, principalmente em fígado, SNC, TGI e pulmões.Apresenta prognóstico reservado, com tratamento baseado na corticoterapia e no uso de interferon. Objetivos: relatar o caso de um recém-nascido com hemangiomatose intestinal difusa. Métodos: Relato de caso. Resultados: paciente apresentando hemangioma cutâneo e melena, foi diagnosticado, através de laparatomia exploradora, portador de hemangiomatose intestinal envolvendo todo intestino delgado. Conclusões: a hemangiomatose neonatal difusa é responsável por quadros de grande morbimortalidade no período neonatal, necessitando ser investigada e diagnosticada o mais precocemente possível,a fim de aumentar a sobrevida dos seus portadores. Código Trabalho: 669 - Título: IDENTIFICAÇÃO DE DEFEITOS DO TUBO NEURAL UTILIZANDO A DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO. Autores: CILENE O. PINTO;LUIZ FERNANDO C. NASCIMENTO Instituição: Universidade de Taubaté Cidade/UF: GUARATINGUETÁ/SP Resumo: Introdução: São poucos os estudos sobre a ocorrência de Defeitos do Tubo Neural (DTN) na população brasileira e nestes se incluem mielomeningocele, anencefalia e encefalocele. Quando existem, os dados são obtidos diretamente de prontuários médicos. Sua prevalência gira ao redor de 0,4% (4 casos por 1000 nascidos vivos). Objetivos: estimar a prevalência de DTN em cidades de médio porte do Estado de São Paulo. Métodos: trata-se estudo transversal, com dados secundários da Declaração de Nascido Vivo do Ministério da Saúde (DNV), obtidos da Fundação SEADE, relativas ao período 2002 a 2004. Foram selecionadas as cidades de Ribeirão Preto, São José dos Campos e Sorocaba, que, juntas, totalizam dois milhões de habitantes e têm perfis semelhantes. A variável desfecho foi a presença de DTN, não importando o tipo, anotada na DNV, de acordo com a CID-10, e as variáveis independentes foram idade materna, peso ao nascer, ordem de nascimento, relato de natimortos anteriores, escore de Apgar e escolaridade materna, esta variável como estimadora do nível socioeconômico da mãe. Os testes estatísticos utilizados foram o qui-quadrado para as variáveis categorizadas, o qui-quadrado de tendência linear para as variáveis ordinais e o teste t de Student para comparação de médias. A significância estatística adotada foi alfa = 5%. Utilizou-se do programa Epi-Info 6.04. Resultados: Foram incluídos no estudo 74891 DNV relativas ao período selecionado. Foram identificadas 678 malformações congênitas representando uma taxa de 9,05 para 1000 nascidos vivos (NV). Dentre estas malformações havia 89 casos de DTN (13,1% dos casos de malformação congênita). Foi identificada uma proporção inferior a 1% de não-preenchimento da DNV. OS casos de DTN representam uma prevalência de 1,19 casos para 1000 NV. A idade materna foi ligeiramente inferior nos casos de presença de DTN, mas sem significância estatística. O peso médio ao nascer foi menor nos casos de DTN nas três cidades (p = 0,000...). A prevalência de DTN foi significativamente maior em recém-nascido com baixo peso. Quanto à ordem de nascimento, não houve associação com a presença ou não de DTN. Também não houve associação com o relato de natimorto anterior. Quanto ao escore de Apgar, este foi signi- Neonatologia ficativamente menor nos recém-nascidos com DTN (p = 0,000...). Houve uma prevalência significativamente maior de recém-nascido com asfixia neonatal no grupo com DTN. Não foi encontrada associação entre escolaridade materna e presença de DTN. Conclusões: a prevalência encontrada neste estudo foi inferior a outros valores relatados para o Brasil, apeasr de número pequeno de falta de informação na DNV; mas sua participação no total das malformações foi considerável. Código Trabalho: 46 Título: INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCOS ASSOCIADOS COM FALHA NA EXTUBAÇÃO EM PRÉ-TERMOS < 1250G Autores: CARLOS ALBERTO BHERING;BIANCA MORAES MARTINS;DANIELE CRUZ ALEXANDRE;MÁRCIA TAVARES SILVA;FERNANDA HERMETO;GUILHERME MENDES SANTANNA Instituição: Instituto Fernandes Figueira (IFF)-FIOCRUZ Cidade/UF: BARRA MANSA/RJ Resumo: Introdução: Intubação prolongada e ventilação mecânica em pré-termos < 1250g é associado com trauma de vias aéreas superior e desenvolvimento de displasia broncopulmonar (DBP). Extubação destas crianças para CPAPn tem mostrado uma redução nas taxas de reintubação, atelectasias e melhora da relação ventilação-perfusão. Esta conduta tem sido usado de rotina em nossa unidade. Objetivos: Determinar a taxa de falha de extubação, fatores associados e os resultados nos pré-termos com peso de nascimento < 1250g admitidos em um período de 2 anos e que foram extubados para CPAPn. Métodos: Foi feita uma análise retrospectiva de 52 pré-termos que foram intubados e internados na UTI neonatal do IFF, entre julho de 2003 e junho de 2004. Extubação com sucesso foi definido como a não necessidade de reintubação por qualquer razão pelo menos 7 dias após a primeira tentativa de extubação. Resultados: Dos 52 pacientes analisados, 13 morreram antes da primeira tentativa de extubação (25%). Trinta e nove pacientes foram extubados, com uma mediana de idade de 36h (1-480h). Nove (9) destes falharam na extubação (23,1%). Comparando as populações (falha x sucesso) existiu uma diferença estatisticamente significativa no peso de nascimento (845,6±156g x 993,6±171,2g, idade gestacional (26,4±1 sem x 29,5±2,1 sem), escore de Apgar com 5 minutos (6,3±2,1 x 8,0±1,1) e diagnóstico de PCA na primeira semana de vida (66,7% x 16,7%). Outros fatores analisados (uso de corticóide pré-natal, hipertensão materna, idade da administração de surfactante, idade de extubação, uso de aminofilina préextubação, pressão média das vias aéreas (MAP) préextubação) não foram estatisticamente diferentes. Encontramos também uma diferença significativa na taxa de mortalidade (55,5% x 7,6%) e HIC III ou IV (44,4% x 33,3%). Outros resultados não foram diferentes (taxa de DBP, ROP e tempo internação). Conclusões: Em nossa população a incidência de falha de extubação foi similar aos dados publicados, sendo que a idade gestacional foi a única variável significativa ao final da análise de regfressão logística. Existiu uma tendência a uma maior taxa de falha de extubação em RN <1000g e com diagnóstico de PCA na primeira semana de vida. Esforçoes devem ser feitos para prevenir partos prematuros. Código Trabalho: 1236 Título: INDICADORES DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UTI NEONATAL EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA TERCIÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO Autores: ROBERIO DIAS LEITE;MARIA WILLZNI SALES RIOS;GUILHERME BESSA DE OLIVEIRA JUN;ANTONIETA DE SOUSA CASTRO;JOSÉ EDUILTON GIRÃO;REGINA LÚCIA PRACIANO FERNAN Instituição: Hospital Geral César Cals Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Infecções hospitalares (IH) representam importante causa de morbimortalidade em unidades de terapia intensiva neonatais (UTINeo). Há poucas informações sobre o impacto das IH no período neonatal no Nordeste, região na qual os índices de mortalidade neonatal figuram entre os maiores do Brasil. Objetivos: Descrever os principais indicadores de IH em UTINeo de um hospital terciário do Nordeste do Brasil. Métodos: Estudo descritivo longitudinal baseado nas informações dos indicadores fornecidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar no período de janeiro/2004 a dezembro/2005. Resultados: As taxas brutas de IH e taxas de pacientes com IH nos anos de 2004 e 2005 foram respectivamente: 34,35% e 25,75%; 31,7% e 23,7%. Quanto à distribuição topográfica, predominaram nos anos de 2004 e 2005, respectivamente: sepse clínica (46,8% e 59,5%); infecção da corrente sangüínea (21,05% e 18,05%), pneumonias (8,55% e 4,1%), onfalites (7,3% e 3,25%), infecções do sítio cirúrgico (1,65% e 0,9%) e outras infecções (14,5% e 14,15%). A densidade de IH variou de % ( - ) e 27,5% (13,5% 43,9%) ao longo dos anos de 2004 e 2005 respectivamente. As taxas de letalidade associadas às IH foram de 42,89% (19,25% - 62%) em 2004 e 24,63% (7,15% - 45,2% ) em 2005. Conclusões: As IH constituem evento muito freqüente em nossas UTINeo, tendo ocorrido declínio no ano de 2005, comparado ao ano de 2004. Sepse clínica foi o diagnóstico topográfico de IH de maior freqüência, provavelmente em decorrência da baixa sensibilidade de nossas hemoculturas e provável subnotificação de pneumonias. Houve decréscimo da densidade de IH e da taxa de letalidade associada à IH entre os anos de 2004 e 2005, embora tenha havido grande variabilidade ao longo dos meses. A adoção de medidas eficazes de prevenção de IH é necessária para diminuir seu grande impacto na morbimortalidade neonatal em nosso meio. Código Trabalho: 938 Título: INFECÇÕES HOSPITALARES EM BERÇÁRIO DE ALTO RISCO E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Autores: SUZANA VIEIRA DA CUNHA FERRAZ;JÚLIA MELLO;TACIANA BRAGA;DANIELLE BRANDÃO;MARIA MADALENA MONTEIRO ROSA OLIVEIRA Instituição: IMIP - Inst. Mat. Infantil Prof.Fernando Figueira País: BRASIL Resumo: Introdução: As infecções hospitalares (IH) têm se tornado um problema crescente em maternidades que atendem recémnascidos (RN) de alto risco com elevada morbi-letalidade e ocorrendo principalmente em bebês extremamente prematuros, de muito baixo peso, que sobrevivem devido aos avanços tecnológicos incorporados à sua assistência. Objetivos: Avaliar a epidemiologia das IH ocorridas nos recém-nascidos internados no Berçário de Alto Risco e UTI da Unidade Neonatal Interna até a saída por alta ou óbito, no período de janeiro a dezembro de 2005. Métodos: O estudo faz parte da vigilância epidemiológica, com busca ativa, das IH ocorridas em todos os RN admitidos na unidade, durante o período de janeiro a dezembro de 2005, sendo excluídos os óbitos até 48 horas de vida. Foram analisados os dados de todos os RN com diagnóstico de I.H. em qualquer sítio, sendo utilizadas as definições do CDC, excluídas as infecções hospitalares de origem materna. Todos os pacientes foram acompanhados numa coorte até saída por alta ou óbito. Resultados Durante o ano de 2005 foram admitidos 2213 recém-nascidos na unidade e destes, 121 faleceram nas primeiras 48h de vida. Nos 2092 RN acompanhados foram identificadas 333 infecções hospitalares. A taxa de infecções foi 15,9% entre os pacientes admitidos e de 18,5/1000 pacientes-dia. Dentre os pacientes com IH, 241 (72,4%) apresentaram um episódio, 66 (19,8%) apresentaram dois episódios, 18 três (5,4%), 5 quatro (1,5%), 2 cinco (0,6%) e 1 (0,3%) seis episódios de infecções hospitalares. Considerando todos os casos de IH, 49,6% ocorreram nos RN do sexo masculino e 50,4% nos RN do sexo feminino. A idade média no primeiro episódio foi de 9,6 dias com mediana de 8 dias; no segundo episódio a média foi de 26 e mediana de 23 dias. Os principais sítios das IH foram: infecções da corrente sangüínea, 49,2%, pneumonia, 14,7%, infecções do trato gastrintestinal, 13,2%, pele 12,3%, olhos, ouvidos e boca, 4,2%, infecções do sítio cirúrgico, 3,6%, e outros sítios 2,8%. Conclusões: As infecções mais freqüentes nos RN hospitalizados em berçário de alto risco e UTI neonatal foram as infecções da corrente sangüínea, seguidas pela pneumonia. Esses RN tiveram em regra geral, uma longa permanência hospitalar, desenvolvendo, às vezes, mais de um episódio de infecção. A vigilância epidemiológica permite o estabelecimento de níveis endêmicos e a detecção precoce de surtos e constitui um instrumento importante para a identificação de grupos de maior risco, com conseqüente elaboração de políticas dirigidas de prevenção e controle. O impacto das estratégias de intervenções também pode ser mais bem avaliado. A prevenção Neonatologia e controle são os grandes desafios para os controladores de infecções hospitalares. Código Trabalho: 703 Título: MENINGITE POR STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE EM RECÉM-NASCIDO: RELATO DE CASO Autores: PATRÍCIA CRISTINA GOMES PINTO;MÁRCIO FONSECA REIS;HELIDÉIA OLIVEIRA LIMA;CLÁUDIA LIMA CAMPODÔNIO;KÁTIA LILIAM SILVEIRA;MARIA FERNANDA VIZANI NOGUEIRA Instituição: Hospital regional Doutor João Penido-FHEMIG Cidade/UF: JUIZ DE FORA/MG Resumo: Introdução: O pneumococo, raramente, acomete os recémnascidos. Entretanto, anticorpos produzidos contra bactérias capsuladas, como no caso do pneumococo, em que há predomínio de IgG2, são transferidos com menos eficiência pelo transporte placentário. Objetivos: descrever um caso de meningite pneumocócica em recém-nascido. Relato do caso: Recém-nascido de 16 dias de vida, sexo feminino, parto cesárea, a termo, peso nascimento 2060g foi admitida na unidade neonatal com hipoatividade, recusa alimentar e vômitos há 48 horas. Associadamente, evoluiu com apnéia, necessitando ventilação mecânica não invasiva. Exames: líquor 9500 leucócitos/mm3, 40% de polimorfonucleares, proteínas = 172mg/dl e hipoglicorraquia. O látex foi positivo para Streptococcus pneumoniae. Foi iniciada cefalosporina de terceira geração. Apresentou crise convulsiva e piora clínica, tendo a tomografia de crânio mostrado imagem hipodensa com realce periférico em região fronto-parietal direita sugerindo abscesso cerebral. Foi, então, instituído tratamento antimicrobiano específico. A criança teve alta em boas condições para acompanhamento ambulatorial. Conclusões: apesar da dados da literatura não incluírem o pneumococo entre os agentes mais comuns de infecção no período neonatal, encontramos em nosso meio um caso de meningite pneumocócica grave. Devemos investir em mais estudos sobre o mecanismo e efetividade da transferência materno fetal de anticorpos contra germes capsulados, entre eles, o pneumococo, tendo em vista os relatos da incidência destes agentes acometendo recémnascidos, muitas vezes, de forma grave. Código Trabalho: 48 Título: MORBIDADE EM MENORES DE 1 ANO DE ACORDO COM OS CAPÍTULOS DA CID 10A EDIÇÃO NO ESTADO DO PARÁ, NO ANO DE 2005. Autores: ALINE CRISTINA RIBEIRO MORAES;JULIANA MAIA TEXEIRA;DEBORAH ALENCAR OLIVEIRA;ELDER CARDOSO PINHEIRO;ANDRESSA MONTEIRO SIZO;BÁRBARA ALENCAR OLIVEIRA Instituição: Universidade Federal do Pará Cidade/UF: BELEM/PA Resumo: Introdução: A ocorrência elevada de diarréia e pneumonia nas hospitalizações de crianças, denota um perfil mórbido prevalente nas áreas menos desenvolvidas, carência alimentar e precárias condições a que estão expostos setores da população. A exposição aos poluentes ambientais é um importante fator de risco para a ocorrência das internações hospitalares em crianças, absenteísmo escolar, mortalidade intrauterina e também para defeitos congênitos. Há evidências de que a poluição atmosférica está associada com aumentos importantes no risco de morte e doenças crônicas em crianças, resultados desastrosos na gravidez e agravamento de doenças. A diarréia infecciosa é também associada de forma importante com a morbidade infantil. Apesar das doenças diarréicas terem reduzido a sua magnitude como causa de mortalidade, elas ainda constituíam a segunda causa de internação nos menores de um ano no Rio de Janeiro. Objetivos: Avaliar a morbidade hospitalar infantil segundo os capítulos da CID 10a revisão no estado do Pará, a partir da análise de indicadores clássicos. Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, de base populacional, no ano de 2005. Para os indicadores de morbidade foram usados dados de morbidade hospitalar, obtidos no DATASUS, do Ministério da Saúde e os dados de população foram os informados pelo IBGE. Resultados: De todas as internações em menores de 1 ano em 2005, 34,23% S134 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. corresponderam às Doenças do Aparelho Respiratório, seguidas pelas Doenças Infecciosas e Parasitárias (31,09%) e Afecções Originadas no Período Perinatal (20,54%). Todas as outras causas corresponderam juntas à proporção de 14,14%. A pneumonia ocupou o primeiro lugar como causa de internação tanto dentre as doenças respiratórias (66,35%) quanto do total de internações (22,71%). Dentre as doenças infecciosas, a principal causa foi diarréia e gastroenterite de origem infecciosa (42,32% deste capítulo e 13,15% do total de internações). As doenças relacionadas ao crescimento fetal retardado e à desnutrição fetal foram responsáveis pela maior proporção de internações por Afecções Originadas no Período Perinatal (26,27% deste capítulo e 5,40% do total de internações). Conclusões: As principais doenças detectadas nas internações são evitáveis por medidas de promoção de saúde e prevenção específica conhecidas. No entanto, na prevalência deste quadro, estruturam-se serviços de saúde que atuam bastante tardiamente. Esta forma de assistência mantém a estrutura epidemiológica prevalente, o contínuo risco de doença e óbito para a população exposta e os elevados gastos hospitalares por parte da Previdência Social. Código Trabalho: 411 Título: MORTALIDADE EM UMA UNIDADE DE TERAPIA NEONATAL EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA TERCIÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO Autores: MARIA WILLZNI SALES RIOS;ROBÉRIO DIAS LEITE Instituição: Hospital Geral César Cals Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: A redução da mortalidade infantil no Brasil dependerá cada vez mais de seu componente neonatal. Entender a epidemiologia da mortalidade neonatal é fundamental para traçar estratégias de redução do Coeficiente de Mortalidade Infantil Precoce. Objetivos: Descrever características epidemiológicas da mortalidade neonatal em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Métodos: Estudo transversal, descritivo, retrospectivo, baseado nas informações dos sensos mensais de mortalidade entre janeiro e dezembro/2005. Resultados: No período de estudo ocorreram 5593 partos, 41,8% (2342) cesáreas, resultando 99,8% (5585) nativivos; destes, 17,7% (989) foram admitidos em UTIN (175<1kg e 814 >1kg), ocorrendo 188 óbitos, sendo 137 precoces (81 em<1kg* e 56 em <1kg; X2=115,23; OR=6,73; p=0,00000001; IC=95%) e 51 tardios (25/94 em <1kg* e 26/758 em >1kg; X2=57,41; OR=7,55; p=0,00000001; IC=95%). Entre RN <1kg, 81*/175 foram precoces e 25/94 tardios (X2=4,02; OR=1,74; p=0,04, IC=95%). Entre os >1kg, 56*/814 foram precoces e 26/758 foram tardios (X2=7,82; OR=2,01; p=0,005; IC=95%). A taxa de mortalidade mensal variou de 6,97% a 25,4% (mediana=15), não foi afetada pelo número de admissões (39 a 70/mês; média=51,6), taxa de ocupação (93,2-222%/mês; média=121,5%), nem pela média de permanência (7 a 10 dias; média=7,9). As taxas de mortalidade precoce foram: 46,3% em <1kg e 6,9% em >1kg. As taxas de mortalidade tardia foram: 26,6% em <1kg e 3,4% em >1kg. Apgar <5 no quinto minuto ocorreu em 1,37% (77) dos RNs. Conclusões: A UTIN do HGCC é referência e tem grande relevância social no Estado do Ceará, atendendo acima de sua capacidade em todos os meses do ano. A mortalidade é significativamente maior nos primeiros sete dias de vida e nos RN menores de 1kg. As estratégias para redução da mortalidade infantil precoce em nosso estado devem estar voltadas para os cuidados do prénatal, monitorização do parto e melhora da assistência aos RNs de alto risco. Código Trabalho: 49 - Título: MORTALIDADE INFANTIL NEONATAL E PÓS-NEONATAL NO ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 1998 A 2003. Autores: ALINE CRISTINA RIBEIRO MORAES;JULIANA MAIA TEXEIRA;DEBORAH ALENCAR OLIVEIRA;BÁRBARA ALENCAR OLIVEIRA;ELDER CARDOSO PINHEIRO;ANDRESSA MONTEIRO SIZO Instituição: Universidade Federal do Pará Cidade/UF: BELEM/PA Resumo: Introdução: A taxa de mortalidade infantil representa um dos indicadores mais empregados para análise da situação de saúde de um país, sendo dividida em dois períodos: neonatal (estima Neonatologia o risco de óbito nos primeiros 27 dias de vida) e pós-neonatal (estima o risco de óbito entre 28 dias de vida até o final do primeiro ano). Enquanto a mortalidade neonatal está relacionada às condições de gestação, do parto e da própria integridade física da criança, a mortalidade pós-neonatal está mais associada às condições socioeconômicas e do meio ambiente, com predomínio das causas infecciosas. Em ambos os componentes, entretanto, importante parcela de responsabilidade é atribuída aos serviços de saúde. Admite-se que medidas sanitárias adequadas e serviços de saúde acessíveis e de boa qualidade podem atuar positivamente na redução da mortalidade infantil. Apesar das condições de vida desfavoráveis, a mortalidade infantil em geral tem apresentado tendência decrescente nas últimas décadas, no Brasil e no mundo. Objetivos: Avaliar a mortalidade infantil neonatal e pósneonatal no período de 1998 a 2003 no estado do Pará, a partir da análise das taxas de mortalidade. Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, de base populacional que compreendeu o período de 1998 a 2003, sendo este agrupado em intervalos de 2 em 2 anos. Para o cálculo das taxas de mortalidade foram utilizados os dados de mortalidade do DATASUS, do Ministério da Saúde; os dados de população de nascidos vivos foram os informados pelo SINASC. Resultados: As taxas de mortalidade infantil apresentaram o mesmo padrão, tanto para o componente neonatal como para o pós-neonatal: discreto aumento no segundo biênio e redução no terceiro, apresentando as menores taxas ao final do período (14,39 por mil nascidos vivos na taxa neonatal, e 7,57 na pósneonatal). O componente neonatal foi responsável pela maioria dos óbitos no período, apresentando taxas de mortalidade maiores em todos os biênios (14,96 em 1998-99, 16,14 em 2000-01 e 14,39 por mil nascidos vivos em 2002-03). As taxas referentes ao componente pós-neonatal não ultrapassaram 8,16 por mil nascidos vivos (taxa do segundo biênio). Conclusões: Os períodos cruciais entre o final da gravidez, o trabalho de parto e o momento do nascimento não receberam ainda a atenção merecida do sistema de saúde. Neste momento o risco de resultados adversos para a mulher e a criança é muito grande. Ganhos mútuos para a saúde materna e perinatal poderão ser alcançados, com redução significativa dessas mortes precoces, se as complicações do parto e nascimento forem antecipadas, reconhecidas e imediatamente atendidas, constituindo-se ações de saúde prioritárias para o país. Código Trabalho: 50 Título: MORTALIDADE INFANTIL POR AFECÇÕES ORIGINADAS NO PERÍODO PERINATAL NO ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 1998 A 2003. Autores: ALINE CRISTINA RIBEIRO MORAES;JULIANA MAIA TEXEIRA;DEBORAH ALENCAR OLIVEIRA;BÁRBARA ALENCAR OLIVEIRA;DHIEGO ALMEIDA CHAVES BASTOS;CARLOS FERRETI ZUCATELLI Instituição: Universidade Federal do Pará Cidade/UF: BELEM/PA Resumo: Introdução: As afecções perinatais se constituem não apenas como a primeira causa de mortalidade neonatal no país, mas também das mortes que ocorrem ao longo do primeiro ano de vida; são responsáveis ainda por 48,5% das mortes de crianças menores de cinco anos. Apesar dos avanços importantes, a continuidade da redução da mortalidade infantil ainda representa um grande desafio para gestores,profissionais de saúde e para a sociedade em geral.Os índices são ainda elevados, com concentração no período neonatal (0 a 27 dias de vida). Objetivos: Avaliar a mortalidade infantil por afecções originadas n período perinatal entre 1998 e 2003 no estado do Pará, a partir da análise das taxas de mortalidade. Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, de base populacional que compreendeu o período de 1998 a 2003. Para o cálculo das taxas de mortalidade foram utilizados os dados de mortalidade do DATASUS, do Ministério da Saúde; os dados de população de nascidos vivos foram os informados pelo SINASC. Resultados: O período neonatal precoce apresentou as maiores taxas de mortalidade durante a série, chegando ao máximo de 10,90 óbitos por 1000 nascidos vivos em 2000, e ao mínimo de 8,95 em 2002; além de representar pouco mais de 77% de todos as mortes por afecções do período perinatal e 43% de todos os óbitos em menores de 1 ano entre 1998 e 2003. A mortalidade no período pós-neonatal mostrou-se menos crítica; a maior taxa foi a do ano de 2001 com 0,71 óbitos por 1000 nascidos vivos, e a menor foi a de 1998 (0,27 óbitos por 1000 nascidos vivos). Conclusões: Dentre as causas da mortalidade neonatal precoce, as afecções perinatais apresentaram o maior percentual em todos os anos analisados. Isto quer dizer que se faz necessário que as políticas públicas concentrem-se no combate às causas endógenas de morte infantil, que se associam às condições da gravidez, do parto e do puerpério, bem como da criança ao nascer. Código Trabalho: 276 Título: MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE NO VALE DO PARAÍBA SOB UMA ABORDAGEM ESPACIAL utores: LUIZ FERNANDO COSTA NASCIMENTO;GETÚLIO T BATISTA;NELSON W DIAS;CELSO S CATELANI Instituição: Universidade de Taubaté Cidade/UF: GUARATINGUETÁ/SP Resumo: Introdução: Apesar das taxas de mortalidade infantil estarem em queda nos últimos dez anos, o componente neonatal e, em especial, o neonatal precoce, não vem declinando tanto quanto se desejaria. Dentre os fatores que influenciariam sobre este componente está o peso ao nascer. Objetivos: estimar a correlação espacial das taxas de mortalidade neonatal precoce nos municípios do Vale do Paraíba paulista. Métodos: trata-se de estudo ecológico do tipo exploratório dos dados de mortalidade neonatal precoce em 28 municípios do Vale do Paraíba paulista, que conta com cerca de um milhão de habitantes. Os dados de mortalidade e de nascidos vivos foram obtidos do portal do DATASUS, relativos aos anos de 2001 a 2003. Foram calculados os coeficientes de mortalidade neonatal precoce destes três anos em virtude da possibilidade poucos eventos em cidades menores. Foram estudados os coeficientes segundo o peso ao nascer dividido em baixo peso (até 2500g) e peso normal (igual e maior que 2500g). As taxas foram calculadas por 1000 nascidos vivos (NV). A análise espacial utilizou-se do Índice de Moran que determina a correlação espacial entre as cidades e a significância estatística adotada foi alfa = 5%. O programa computacional utilizado foi o TerraView 3.1.2, desenvolvido pelo INPE, e de acesso livre. Resultados: Foram 44722 partos nestes três anos de estudo com 328 óbitos no perído neonatal precoce (7,33 óbitos por 1000NV); foram 78 óbitos em recém-nascidos com peso normal (1,74 por 1000NV) e 250 em recém-nascidos com baixo peso (5,59 por 1000NV). A análise espacial não mostrou auto-correlação espacial das taxas de mortalidade segundo baixo peso sendo que, a figura correspondente apresenta um aspecto de mosaico (Moran = 0,20 e p = 0,23); para as taxas de mortalidade de RN com peso normal, apesar de não haver, também correlação espacial significativa, há um adensamento de municípios com taxas maiores na região central do Vale do Paraíba diminuindo em direção a São Paulo. Estes dados sugerem que programas para a redução da mortalidade neonatal devem envolver todos os municípios deste entorno e não somente aqueles com maiores taxas. Conclusões: a análise espacial se mostra como uma boa técnica para diagnosticar eventos na área da saúde infantil e para definir diretrizes sobre onde promover intervenções. Código Trabalho: 113 - Título: O SIGNIFICADO DO GRUPO DE APOIO PARA A FAMÍLIA DE NEONATOS DE RISCO E EQUIPE DE PROFISSIONAIS DA UNIDADE NEONATAL Autores: VIRGÍNIA BUARQUE;MARÍLIA DE CARVALHO LIMA;RUSSEL PARRY SCOTT;MARIA GORETE LUCENA VASCONCELOS;DIOGO BUARQUE CORDEIRO CABRAL Instituição: Hospital Prontolinda - Olinda - PE Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: Com a convivência cada vez mais freqüente da família com a equipe de profissionais na Unidade Neonatal, é importante refletir sobre as repercussões para pais e familiares do nascimento e da hospitalização do recém-nascido de risco e como esta família deve ser abordada para promover melhor adaptação a esta fase crítica vivenciada pelo neonato-paisfamiliares e compartilhada com a equipe de profissionais. Objetivos: Investigar o significado do grupo de apoio para a família de neonatos de risco e equipe de profissionais na Unidade Neonatal. Métodos: Utilizou-se a abordagem qualitativa e como referencial teórico o Cuidado Centrado na Família Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S135 Neonatologia que reconhece e respeita o papel fundamental que a família exerce na vida do recém-nascido. O estudo foi realizado entre janeiro e junho de 2004, neste período foram realizadas 25 reuniões do grupo de apoio, cuja equipe central é formada por neonatologista, enfermeira, psicóloga e médica coordenadora do aleitamento materno. As técnicas de investigação utilizadas foram a observação participante das reuniões do grupo de apoio, registradas no diário de campo, e a entrevista aberta. Os critérios para inclusão dos familiares foram: a participação voluntária; ter um neonato internado por período igual ou superior a 7 dias na Unidade de Terapia Intensiva; participar de no mínimo 3 reuniões; e estar definida a alta hospitalar, momento em que o neonato e familiares já vivenciaram as várias etapas da hospitalização. Para a escolha dos profissionais foram considerados aqueles com maior tempo de convivência com as famílias na Unidade Neonatal e que também trabalham em outros serviços com estrutura semelhante a do hospital pesquisado, exceto pelo trabalho com o grupo de apoio, para que o profissional comparasse, sua vivência com famílias com e sem o grupo de apoio. Respeitando estes critérios e atingindo os princípios adotados para a amostra em pesquisas qualitativas (privilegiar os sujeitos sociais mais relevantes e a saturação dos dados) foram entrevistados: 13 mães, 6 pais, 2 avós e 16 profissionais de saúde. As falas foram submetidas à análise de conteúdo, modalidade temática. Resultados: A análise evidenciou que o grupo de apoio para a família de neonatos de risco proporcionou informação, apoio emocional e fortalecimento aos pais e familiares para vivenciar o nascimento e a hospitalização do filho na Unidade Neonatal, além de capacitá-los para assumir os cuidados com o recém-nascido. Pararelamente, houve crescimento interperssoal mútuo na interação entre paisfamiliares-equipe de profissionais. Conclusões: O grupo de apoio para a família de neonatos de risco representa uma abordagem fundamentada nos princípios do Cuidado Centrado na Família. E a partir de tais princípios, pode-se restabelecer a competência parental, ajudar a equipe de profissionais a respeitar valores e sentimentos dos familiares e contribuir para que pais e profissionais trabalhem em parceria na Unidade Neonatal. Código Trabalho: 152 Título: PERFIL DA ATITUDE DOS NEONATOLOGISTAS DA UNIDADE NEONATAL QUANTO A IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO. Autores: CAROLINE CAVALCANTI GONÇALVES;ANA MARIA ALDIN;ROSIMARY MACHADO AMORIM Instituição: Hospital Barão de Lucena Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução:Constatações científicas de que o RN sente dor, também sugerem que os neonatos não podem receber o tratamento necessário A dor não controlada produz efeitos adversos que podem aumentar a morbidade neonatal. Objetivos: Avaliar o conhecimento e manuseio da dor no RN pela equipe neonatal. Métodos: Estudo descritivo feito de abril a junho de 2006, sobre o conhecimento e atitude dos neonatologistas frente a dor no atendimento ao RN. Os dados foram obtidos a partir de um formulário preenchido pelos participantes com informações profissionais e sobre a identificação e tratamento da dor. A avaliação dos dados foi feita pelo programa Ecxel e Estatístico R. Resultados: Dos 28 participantes do estudo, maioria do sexo feminino 26(92,9%), idade média 42 anos e mediana de 43, exercem pediatria na média de 11,1 anos e mediana de 11,5 e especificamente neonatologia, na média 16,2 anos e mediana de 16,5. A maioria, 24(85,7%) fizeram residência médica, 12 (42,9%) possuem o título de especialista em pediatria e apenas 6(21,9%) tem o de neonatologia. Todos os 28(100%), acreditam que o RN sente dor. Destes, 15(53,6%) fizeram algum curso sobre o tema, mas, apenas 1(3,6%) usa escala neonatal de dor. A maioria dos médicos identifica a dor empiricamente por um conjunto de manifestações apresentadas pelo RN no momento da avaliação, tais como, choro e mímica facial 25(89,3%), alterações na respiração, freqüência cardíaca e agitação 22(78,6%) e 17(60,7%) observam alteração na saturação de oxigênio. No trato diário com o RN ao perceberem dor utilizam medidas comportamentais 14(50%), intervenção fisiológica através do uso oral de sacarose 12 (42,9%). No tratamento farmacológico usam o acetaminofen, 20(71,4%), 16(57,1%) fentanil e 11(39,3%) dos pesquisados, midazolan S136 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. associado ao fentanil. As medicações são utilizadas nos procedimentos de drenagem torácica por 23 (82,1%), pós-operatório por 21(75%) e acesso venoso central por 11(39,3%) dos médicos estudados. São realizados sem analgesia, punção capilar e venosa periférica por 19(67,9%) e punção lombar por 11(39,3%) dos analisados. Todos, 28(100%) acham que o tratamento da dor diminui o sofrimento do RN, 16(57,1%) crêem na melhora do prognóstico, 21(75%) na melhora da adaptação à assistência respiratória, e 20(71,4%) acreditam que evita alterações nos parâmetros fisiológicos. Da amostra, 10 (35,7%) não tratam a dor por falta de protocolo no serviço, 6(21,4%) por medo de depressão respiratória e 5 (17,9%) desconhecem os protocolos para dor. Conclusões: Apesar dos profissionais identificarem a dor e reconhecerem que o tratamento traz benefícios, o manejo desta situação tem sido empírico, dependente do conhecimento de cada um e sem conduta padronizada. Como o serviço é de referência, tem relevância sugerir a necessidade de programas educacionais sobre dor e estresse neonatal para toda a equipe (neonatologistas e enfermeiros) e de adotar na unidade uma escala de dor, propiciando mais segurança e melhor manuseio da dor no neonato. Código Trabalho: 695 Título: PERFIL DAS GESTANTES E SEUS NEONATOS INTERNADOS EM MATERNIDADE DE HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL Autores: CATARINA AMORIM B. PIRES;LÚCIA DE FÁTIMA PAIS AMORIM;NELIANA TEMPONI;JAQUELINE OLIVEIRA RODRIGUES;ALEXANDRA SILVA VELOSO Instituição: Pediatria - Hospital Municipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: O atendimento humanizado a gestante e seu concepto é objetivo prioritário dos neonatologistas. Para alcançar essa meta é importante o conhecimento do perfil desse binômio no serviço, possibilitando a correção de possíveis falhas. Objetivos: Determinar o perfil das parturientes e seus conceptos internados na maternidade no período de maio de 2004 a junho de 2006. Métodos: Estudo descritivo baseado no banco de dados de partos. São registrados todos os partos com produto nascido vivo (NV) e os partos com produto neomorto (NM) com peso >500g. São anotados dados do pré-natal, maternos, do parto e dos neonatos. Resultados: Foram anotados 4385 partos, sendo 4299 NV (98%) e 86 NM (2%). Do total de parturientes 805 tinham idade <19 anos; 2991 idade entre 19 e 34 anos e 515 idade >34 anos; em 74 prontuários não havia anotação da idade materna. Do total de parturientes 1532 foram primigestas, (34,9%), 1846 estavam entre a 2a e a 4a gestações (42,1%) e 936 já possuíam 4 ou mais gestações (21,3%). Em 71 prontuários não havia anotação da paridade materna. Durante o período estudado ocorreram 2572 partos vaginais (58,7%), 1730 partos cesáreos (39,5%), 56 partos vaginais com fórceps (1,3%) e em 27 não havia anotação desse dado. Quanto aos dados dos conceptos: 2278 do sexo masculino (51,9%); 2093 do sexo feminino (47,7%); 3 intersexo (0,1%); em 11 prontuários não havia anotação do sexo. Quanto ao peso de nascimento 342 tiveram peso < 1500g ; 793 entre 1501 e 2500g; e 3234 >2500g; em 16 prontuários não havia anotação do peso de nascimento. Conclusões: O percentual de cesárias em nosso serviço é considerado alto (39,5%). O maior percentual de neonatos do sexo masculino é concordante com a literatura. È alto o percentual de gestantes com idade igual ou menor que 19 anos. O percentual de recém nascidos de baixo peso foi de 25,9% e o de prematuros foi de 29,8%. Código Trabalho: 6 Título: PERFIL DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO MENOR QUE 1500GRAMAS E MENOR QUE 32 SEMANAS COM RETINOPATIA DA PREMATURIDADE NO BERÇÁRIO DO HMOB Autores: LUCIANA HOTT SILVA;ALEXANDRA SILVA VELLOSO Instituição: Hospital Municipal Odilon Behrens Cidade/UF: BELO HORIZONTE/MG Resumo: Introdução: Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma enfermidade, multifatorial, secundária à vascularização inadequada da retina imatura dos recém-nascidos (RN) que têm aumentado proporcionalmente à sobrevida dos RN cada vez mais Neonatologia prematuros. As correlações descritas são: baixo peso (PN menor de 1500 gramas, idade gestacional (IG menor que 32 semanas), doença de membrana hialina (DMH), displasia broncopulmonar (DBP), persitência do canal arterial (PCA), hemorragia do SNC (HPIV). Acompanhar os RN com ROP à fundoscopia (FO) visa a prevenção de erros refrativos.Objetivos: Descrever o protocolo do HMOB. Delinear o perfil dos menores que 32 semanas e 1500 gramas. Correlacionar os fatores de risco para ROP grave (laserterapia). Métodos: Estudo retrospectivo descritivo com pesquisa de dados dos prontuários realizado de janeiro a agosto de 2005. Foi elaborado e aplicado questionário com os ítens:IG, PN, DMH, DBP, HPIV, PCA, hemotransfusão, sepse, tempo de uso e a média de FiO2 da ventilação mecânica (VM) e CPAP, laudos da FO, realização de laser. Análise no EPI Info. Protocolo do HMOB:FO nos RN com IG menos que 32 semanas, PN inferior a 1500 gramas, a termo ou não que ficaram em VM e/ou CPAP por tempo maior que 15 dias.FO entre 4 e 6 semanas de vida cronológica; revisão em 2 semanas: nos com vascularização incompleta até zona 3 e sem sinais de ROP. Exame semanal nos com ROP1limiar zona3, ROP zona2, ROP estágio2 e com doença "plus". A laserterapia é indicada: estágios3 com ou sem doença "plus", estágio1 zona1 ou 2 com doença "plus". Tratamento cirúrgico nos estágios4 e 5. Resultados: Total de 1167 RN, 318 (29,9%) prematuros, 79 preencheram os critérios. Perdidos 11 prontuários. Analisados dados de 68: 32 RN (47%)evoluíram ao óbito (após 30 dias), 7,3% não fizeram FO. 31 submetidos ao exame. Dos analisados 97,2% com DMH, 38,1% DBP, 22,2% HPIV, 36,1% PCA, 100% trataram sepse (97,2% precoce, 50% tardia, 22,2% fúngica), 33,3% IG menor ou igual a 28 semanas, 36,4% PN menor que 1000 gramas, média de VM:10,2 dias (média de FiO2:39,5%), média de CPAP:7,1 dias (média de FiO2:29,8%), 66,7% receberam hemotransfusão. FO:3,2%-vascularizando zonaI,II,III, ROP1 zonaIII, ROP 2 zonaII, ROP3 zonaIII, ROP3 com doença plus, 16,1%-ROP2 zonaIII, 6,5%-ROP3 limiar. 1RN sem resulatdo, 6 sem ROP. 16,7% submetidos ao laser (ROP grave): ROP3 (limiar, zonaIII e doença plus). Correlacionamos os fatores: 100% tinham DMH(p=0,762), 75% DBP(p=0,210), 75% trataram sepse fúngica(p=0,047), 50% com 25 semanas e 50% 27 semanas(p=0,053), PN de 520 a 1060 gramas(p=0,536), 100% hemotransfusão, média:3,2 vezes(p=0,010). Tempo de VM:5,11,26 e 28 dias(p=0,168). Conclusões: Na impossibilidae de evitar o parto prematuro, o acompanhamento criterioso detecta alterações precoces. A baixa incidência da ROP aponta para a necessidade de amostra maior, assim como para acompanhamento ambulatorial, por ser uam doença de aparecimento mais tardio. Código Trabalho: 772 Título: PERFIL DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE SEGUIMENTO EGRESSOS DE UMA UTI NEONATAL Autores: DENISE GONÇALVES PEREIRA;MAYRA ISABEL PINHEIRO;FABIOLA ARRAES DE O. MARQUES Instituição: Hospital Geral Waldemar Alcântara. E-mail: [email protected] Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: A tecnologia na assistência perinatal melhorou consideravelmentea mortalidade perinatal. Mas a morbidade a curto e a longo prazo continua acometendo estas crianças. Objetivos: Determinar o perfil dos pacientes atendidos no ambulatório de seguimento egressos de uma unidade de UTI Neonatal, em relação à idadeGestacional ao nascimento; à cobertura vacinal; à adesão ao aleitamento materno; ao grau de nutrição; aos principais diagnósticos e encaminhamentos. Métodos: As informações foram obtidas a partir da ficha de atendimento ambulatorial dos pacientes, no período de Setembro de 2005 a Junho de 2006. O absenteísmo às consultas foi de 25,1%.Foram vistos 219 pacientes , em 667 consultas neste período. Resultados: Das consultas realizadas; 52,3% eram de nascidos prematuros e 36,7% de a termo. Foi constatado que em 40% das consultas, as crianças ainda mamavam ao seio materno. A cobertura vacinal em dia atingiu 81,1% . Em relação ao grau de nutrição; 22,9% apresentavam déficit pôndero-estatural. Os diagnósticos mais comuns, incluiram: comprometimento do DNPM (com 17,7% tendo atraso e 15,4% apresentando retardo do DNPM); IVAS 13,7%; anemia e doenças de pele; e 14,2% encontravam-se saudáveis. Os encaminhamentos mais comuns foram EOA; USTF e consultas ao Oftalmo (refletindo a triagem da maioria da população atendida, que é de prematuros); além de consultas ao Neuropediatra, cirurgião pediátrico e tratamento multidisciplinar. Conclusões: Os ambulatórios de seguimento de crianças saídas de UTI Neonataltêm grande importância no atendimento e acompanhamento seriado delas. Além de ser fonte de dados que funcionem para reavaliação de rotinas usadas nas unidades de origem destas crianças, serve como ponto de partida para referi-las a atendimento multidisciplinar Código Trabalho: 308 Título: PERFIL DOS PEDIATRAS DE 5 UTI-NEONATAL DA CIDADE DO RECIFE EM RELAÇÃO A SUA PROPRIA IMUNIZAÇÃO E SEUS CONHECIMENTOS SOBRE AS VACINAS CONTRA INFLUENZA E PNEUMOCOCO CONJUGADA NOS RN PT E DE BAIXO-PESO Autores: EDUARDO JORGE FONSECA LIMA;CAROLINE FREITAS TIMÓTEO LIMA;LUIS ANDRÉ SILVESTRE ANDRADE Instituição: Inst. Materno Infantil Prof. Fernando Figueira Cidade/UF: RECIFE/PE Resumo: Introdução: A manutenção de imunidade adequada dos profissionais de saúde é importante não só para protegê-los, mas também para reduzir o risco de transmissão de doenças, especialmente quando trabalham em UTI neonatal, devendo serem imunizados contra sarampo, rubéola, caxumba, coqueluche, varicela, hepatite A e influenza. As crianças prematuras apresentam um risco aumentado de infecção do vírus influenza, especialmente aquelas com doenças crônicas, e também para doença invasiva por pneumococo. O CRIE recomenda que os prematuros façam uso da vacina contra Influenza aos 6 meses de idade e aqueles que nasceram com peso abaixo de 1000 gramas deverão receber a vacina Pneumo Conjugada 7V no 2º mês de vida. Existem ainda recomendações internacionais ampliando a indicação desta vacina neste grupo de crianças consideradas de alto-risco. Objetivos: Verificar o status de imunização dos pediatras de cinco UTI-Neonatais na cidade do Recife e avaliar os seus conhecimentos sobre as vacinas Influenza e Pneumococos 7V em RN pretermo e baixo-peso. Métodos: Estudo descritivo, transversal, realizado no período de dezembro/05 a janeiro/06, em cinco UTI-neonatais da cidade do Recife, sendo duas de hospitais de ensino e três UTI´S privados. A população do estudo foram os pediatras dos respectivos hospitais após o consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados por meio de um questionário elaborado a partir das variáveis que se pretendeu estudar. Os dados foram processados e analisados no programa Epi-Info 6.0. Resultados: Apenas 45,8% dos entrevistados estão cientes da existência de recomendação vacinal específica para o profissional que trabalha com RNPT e apenas 5,5% conhecem o esquema recomendado. Quanto ao estado de imunização desses profissionais, 100% estavam vacinados contra Hepatite B, 30,8% contra Influenza, 25,9% contra Hepatite A e apenas 14,8% contra varicela. Sobre a vacina contra o pneumococos, 80% responderam corretamente sobre a não influência da idade gestacional ou do peso ao nascer no uso dessa. Quanto às prioridades de aplicação 96,1% acertaram em relação aos RN com DPC. Em relação a influenza, 82,6% responderam corretamente quanto a idade de aplicação, mas apenas 33,4% estavam cientes da recomendação de vacinar os RNPT. Conclusões: O esquema de imunização da maioria dos profissionais de saúde que trabalham nas UTI-neonatais encontram-se incompletos e esses profissionais precisam ser sensibilizados para a importância da sua própria imunização. É importante ainda disseminar a informação sobre a vacinação contra Pneumococo e Influenza nos RNPT ou baixo-peso. Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. S137 Neonatologia Código Trabalho: 1199 Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS NEONATAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 1979-2004 Autores: NICOLE OLIVEIRA MOTA GIANINI;TATIANA PACHECO CAMPOS;MARIA AUXILIADORA GOMES;CARLA BRASIL;ROSANA IOZZI;SUZANE OLIVEIRA MENEZES Instituição: Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro Cidade/UF: RIO DE JANEIRO/RJ Resumo: Introdução: Conhecer o perfil epidemiológico da mortalidade neonatal em uma cidade é uma ferramenta importante de avaliação do cuidado com a saúde e deve ser norteador de estratégias para a melhoria da assistência. Objetivos: Avaliar a tendência da mortalidade neonatal diatne do investimento na qualificação do cuidado perinatal e neonatal nas maternidades municipais. Métodos: Utilizando os dados de mortalidade do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os dados foram analisados através do software TabWin, versão 3.3 (DATASUS). Através do banco de dados obtivemos as freqüências, média, mediana e desvio padrão das variáveis de desfecho. Resultados: A taxa de mortalidade neonatal (óbitos em crianças de até 27 dias de vida) sofreu uma redução de 44,1% nos últimos 26 anos na cidade do Rio de Janeiro (1979 17,9% a 2004 - 10,,0%). Na década de 80 encontramos uma média na taxa de 15,9%, na década de 90 há uma redução para 13,4% e nos primeiros anos de 2000 fica em 10,6%. Conclusões: No ano de 2004 a taxa de mortalidade neonatal no Brasil foi de 11,9%, identificando-se diferenças importantes entre as regiões do país. Um grande desafio para os que se debruçam sobre a atenção perinatal é a queda da mortalidade indicador de qualidade de assistência à população. Levando em conta os dados do Brasil, a mortalidade neonatal no município do estudo vem tendo estratégias de êxito devido ao decréscimo observado nos últimos anos. Código Trabalho: 1239 Título: PERFIL MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES DA CORRENTE SANGÜÍNEA EM UMA UTI-NEONATAL EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA TERCIÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO Autores: ROBÉRIO DIAS LEITE;MARIA WILLZNI SALES RIOS;GUILHERME BESSA DE OLIVEIRA JUN;JOSÉ EDUILTON GIRÃO;SILVIA TAVARES DONATO;JOSÉ JÚLIO COSTA SEDRIM Instituição: : Hospital Geral Dr. César Cals da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e Serviço de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Objetivos: Descrever o perfil microbiológico em uma UTIN de um hospital terciário. Métodos: Estudo descritivo longitudinal baseado nas informações dos indicadores fornecidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar no período de janeiro/2004 a dezembro/2005. Resultados: No período foram colhidas 2879 hemoculturas, sendo 1035 (35,9%) positivas. Destas, 296 (28,6%) hospitalares, 239 (23%) comunitárias, 500 (48,4%) representando contaminação de coleta. Os microorganismos identificados como causadores de IH foram: S. aureus (65/22%); S. epidermidis (48/16,2%); Enterobacter aerogenes (34/11,5%); K. pneumoniae (31/10,5%); P. aeruginosa (26/10,1%); E. coli (25/8,5%); Cândida sp (15/5%), Enterococo sp (12/4%), A. baumanni (11/3,7%), Enterobacter gergoviae (8/2,7%), Streptococcos sp (7/2,4%) e (8/2,7%) outros Gram-negativos. Conclusões: Houve uma distribuição eqüitativa entre germes Gram (+) e Gram (-) no período, sobressaindo-se S. aureus e S. epidermidis no primeiro grupo e ocorrendo uma maior variabilidade entre os do segundo grupo. Cândida sp já aparece em destaque entre os microorganismos. S138 Arq. Pediatr., Recife, 19 (Supl.1), out., 2006. Código Trabalho: 71 Título: PREVALÊNCIA DE ASFIXIA EM RECÉM -NASCIDOS ADMITIDOS EM UMA UNIDADE NEONATAL SENTINELA NO ESTADO DO CEARÁ Autores: MAYRA ISABEL CORREIA PINHEIRO;FABÍOLA ARRAES OLIVEIRA MARQUES;ANA MARITA ALBUQUERQUE Instituição: Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara Fortaleza Cidade/UF: FORTALEZA/CE Resumo: Introdução: Asfixia é definida por alguns autores como a presença de acidose fetal em sangue de cordão umbilical, ou a partir do escore de Apgar aos cinco minutos de vida de 0-3, ou como encefalopatia hipóxico isquêmica e sinais de comprometimento multissistêmico. Bioquimicamente é definida pela presença de hipoxemia, hipercapnia e acidose mista. Sabe-se que a asfixia perinatal afeta 2 a 4 de cada mil nascidos vivos a termo e aproximadamente 60% dos neonatos de baixo peso ao nascer. Estima-se em um milhão de vidas/ano a mortalidade provocada pela asfixia sendo a morbidade relacionada também muito elevada nos sobreviventes e o custo financeiro e social dos recém-nascidos com encefalopatia extremamente alto. Objetivos: A partir da observação da crescente solicitação de leitos de UTI neonatal em uma unidade sentinela do estado do Ceará para recém-nascidos com diagnóstico de asfixia, realizou-se um estudo visando estabelecer a prevalência da patologia, caracterizar os pacientes quanto a procedência, peso , ida