TRATAMENTO DA RINITE... Bernd et al. S impósio sobre Rinites Tratamento da rinite alérgica Allergic rhinitis treatment SINOPSE Rinite alérgica é uma das doenças crônicas mais comuns na população. Produção de IgE para alérgenos do ambiente inicia processo alérgico que culmina com inflamação tecidual. No nosso meio, os principais alérgenos são derivados dos ácaros da poeira doméstica e das pólens de gramíneas nas rinites sazonais. Na abordagem do paciente, as medidas de controle da exposição a alérgenos no ambiente domiciliar devem ser rigidamente adotadas. Os medicamentos disponíveis, utilizados isoladamente ou de forma associada, podem controlar as manifestações. A imunoterapia com alérgenos pode contribuir para diminuir a resposta imunealérgica. UNITERMOS: Rinite Alérgica, IgE, Alérgenos, Anti-histamínico, Corticosteróide Nasal, Imunoterapia com Alérgenos, Higiene Ambiental, Ácaros, Pólens, Alergia. ABSTRACT Allergic rhinitis is one of the most common chronic conditions in the general population. Exposition to environmental allergens will induce specific IgE production and result in tissue inflammation. Our major allergens are the house-dust mites and grass pollens. In the management of patients it is important to introduce environmental control measures in order to avoid exposition to the indoor allergens. Available drugs can control clinical manifestations and can be used isolatedly or in combination. Allergen immunotherapy can contribute to decrease the allergic immune response. KEY WORDS: Allergic Rhinitis, IgE, Allergens, Antihistamine, Intranasal Corticosteroid, Allergen Immunotherapy, Environmental Hygiene, Mites, Pollens, Allergy. I NTRODUÇÃO A rinite alérgica é uma das condições clínicas de maior freqüência na população, sendo considerada a doença crônica mais comum na infância (1, 2). As manifestações de rinite alérgica apresentam intensidade variável entre os indivíduos afetados e também no mesmo indivíduo, dependendo do grau de exposição a alérgenos e outros fatores precipitantes. Embora não represente maior risco, a rinite alérgica merece atenção adequada pelas possibilidades de complicações e pelo evidente prejuízo à qualidade de vida do paciente. O mecanismo da rinite alérgica envolve a formação de anticorpos IgE para alérgenos ambientais. O contato de antígenos com mastócitos já sensibilizados pela IgE provoca a ativação destas células e a liberação de mediadores farmacológicos, como histamina, fatores quimiotáticos, leucotrienos e citocinas, que modulam a inflamação local (Figura 1). A inflamação da mucosa nasal está associada à perpetuação da condição clínica (3, 4). As medicações disponíveis para o tratamento da rinite podem proporcionar controle efetivo dos sintomas, assim como impedir o agravamento da condição clínica com grande margem de segurança. Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (3,4): 100-104, jul.-dez. 2000 LUIZ ANTONIO GUERRA BERND – Prof. Titular da Disciplina de Imunologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre. GIOVANNI DI GESU – Prof. Substituto da Disciplina de Imunologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre. Endereço para correspondência: Dr. Luiz Antonio G. Bernd Rua Mariante, 257; conj. 105 90430-181 – Porto Alegre – RS [email protected] T RATAMENTO O paciente deve ser adequadamente informado sobre as características da doença e das possíveis complicações na ausência de tratamento. A abordagem do paciente com rinite alérgica deve compreender orientação sobre cuidados no ambiente domiciliar e de trabalho, uso de medicação (farmacoterapia) e, em condições que serão apontadas, imunoterapia. Medidas Gerais de Profilaxia Ambiental O paciente com rinite alérgica alérgico deve controlar a exposição aos alérgenos ambientais (5, 6, 7, 8). A menor exposição a alérgenos do ambiente favorece a diminuição da intensidade dos sintomas no indivíduo já sensibilizado, assim como interrompe o processo de continuada sensibilização, característica da condição alérgica (Figura 2). Diversas medidas são preconizadas e os pacientes devem ser instruídos e estimulados a adotá-las (Tabela 1). A distribuição de impresso contendo instruções detalhadas pode melhorar a compreensão da importância do controle ambiental e favorecer a adesão do paciente (9, 10, 11). 100 TRATAMENTO DA RINITE... Bernd et al. YY 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 Mastócitos 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 SIMPÓSIO SOBRE RINITES Histamina Leucotrienos Prostaglandinas Bradicinina, PAF Fase Imediata • Prurido, espirros • Coriza • Congestão Nasal IgE 123 123 123 123 1231234 123 1234 1234 1234123 1234 1234 1234 123 123 B Alérgeno VCAM-1 Th2 IL-3, GM-CSF IL-5, RANTES Doença Crônica • Bloqueio nasal • Perda do olfato • Hiperreatividade Eosinófilo Figura 1 – Imunopatologia da Rinite Alérgica. ⇑ Sintomas Exposição a alérgenos ⇑ Sensibilização ⇑ Inflamação Diminuição da exposição a alérgenos determina: • menor sintomatologia; • interrupção do processo de sensibilização continuada. Figura 2 – Mecanismo de ação do controle de exposição de alérgenos. Medicamentos Vários grupos de medicamentos podem ser utilizados no tratamento da rinite alérgica (Tabela 2). A indicação deve ser baseada na avaliação do paciente, observando a intensidade das manifestações, possível interação com outras drogas, efeitos secundários, tempo estimado de uso, custo e as características individuais de cada paciente (12, 13). Anti-histamínicos Os anti-histamínicos são drogas classicamente utilizadas no tratamento da rinite alérgica. A histamina é um dos principais mediadores responsáveis pelos sintomas da rinite alérgica. Os anti-histamínicos atuam por antagonizarem de forma competitiva a ação da histamina nos receptores H1, apresentando atividade contra o prurido nasal, coriza e os espirros. Diminuem também Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (3,4): 100-104, jul.-dez. 2000 as manifestações oculares (prurido, lacrimejamento, etc.). São menos eficientes no controle da congestão nasal. Associações de anti-histamínicos com descongestionantes, como pseudoefedrina, são indicadas em situações em que se requer maior atividade contra a congestão nasal (14). A sedação e outros efeitos colaterais dos anti-histamínicos da 1a geração dificultavam sua utilização. Com os anti-histamínicos da 2a geração (loratadina, fexofenadina, cetirizina, epinastina, etc.), estes efeitos secundários são menos freqüentes (14, 15, 16). Na Tabela 3 estão as principais características destes anti-histamínicos. Alguns estudos têm demonstrado que anti-histamínicos da 2a geração podem apresentar atividade antialérgica ou antiinflamatória. Foram observados a inibição da liberação de histamina por basófilos, inibição direta da ativação de eosinófilos, redução da permeabilidade vascular, diminuição da expressão de ICAM-1 e HLA-DR no epitélio nasal (17, 18). Estas medicações podem ser usadas em dose única diária, o que facilita a adesão do paciente. A potência dessas drogas é similar (19). Existem estudos demonstrando que a utilização continuada de anti-histamínicos orais pode determinar maior controle das manifestações, contribuindo também para melhorar parâmetros funcionais das vias aéreas inferiores (20, 21). Anti-histamínicos tópicos nasais Existem duas drogas com atividade anti-histamínica disponíveis para uso tópico nasal: levocabastina e azelastina. Estas medicações têm rápido início de ação. O sabor amargo das preparações pode representar um empecilho à sua utilização. Corticosteróides sistêmicos Os corticosteróides são as drogas com maior eficácia na rinite. A indicação de corticosteróides sistêmicos por pequenos períodos deve ficar restrita 101 TRATAMENTO DA RINITE... Bernd et al. SIMPÓSIO SOBRE RINITES Tabela 1 – Atitudes de prevenção no ambiente domiciliar do alérgico • • • • • • • • • • Cromoglicato dissódico Encapar travesseiro e colchão com tecido impermeável Lavar roupas de cama com água quente (7/7 ou 15/15 d) Remover brinquedos felpudos Reduzir número de móveis no quarto Evitar carpetes Trocar cortinas por persianas laváveis Evitar móveis estofados Controlar a umidade no quarto e na casa Utilizar aspirador de pó com filtro eficiente Permitir ventilação adequada O cromoglicato dissódico tem sido utilizado na asma e na rinite alérgica desde o início dos anos 70. Atua estabilizando a membrana de mastócitos, impedindo a liberação de mediadores farmacológicos. Possivelmente apresente também outras formas de ação até o momento não esclarecidas. A ausência de efeitos colaterais significativos torna esta droga segura para utilização na infância. Tabela 2 – Atividade de medicamentos usados em rinite alérgica Medicação Espirros Prurido Congestão Coriza Sint. ocular Anti-histamínico via oral ++ ++ +/- ++ ++ Anti-histamínico tópico nasal + + +/- + - Corticosteróide tópico ++ ++ ++ ++ + Cromoglicato + + + + - Brometo de Ipratrópio - - - ++ - Anticolinérgicos tópicos O brometo de ipratrópio tem como principal indicação o controle da rinorréia. Não tem atividade contra os outros sintomas característicos da rinite alérgica. Descongestionantes orais àquelas situações em que há grande intensidade do bloqueio nasal, presença de complicações, como sinusite, ou para permitir a retirada de vasoconstritores tópicos nasais. Os corticosteróides injetáveis de ação prolongada devem ser evitados ou usados com extrema cautela. Corticosteróides tópicos nasais Os corticosteróides tópicos nasais (CTN) são as drogas mais efetivas para o tratamento da rinite alérgica. Os CTN atuam nas fases imediata e tardia da reação alérgica, reduzem o número de eosinófilos na mucosa, inibem a secreção de mediadores na resposta nasal, além de diminuir o número de mastócitos e linfócitos T (17, 22, 23, 24). São efetivos no controle da congestão, espirros, coriza e prurido, apresentando efeito variável sobre os sintomas oculares. O tempo de início de ação é de 4 a 12 horas, sendo a máxima eficácia obtida em até 2 semanas (Tabela 4). 102 No Brasil são disponíveis para uso tópico nasal: beclometasona, budesonida, triamcinolona, fluticasona e mometasona. Existem tênues diferenças na eficácia destas medicações. Todavia, ocorrem importantes diferenças relacionadas à potência tópica e possíveis efeitos sistêmicos. Efeitos adversos locais podem ser observados, como ardência, secura, espirros, sangramento e, mais raramente, perfuração do septo nasal. Atividade sistêmica poderia ocorrer secundariamente à absorção, diretamente pela mucosa nasal ou através da mucosa gastrointestinal, após deglutição. Na criança, o principal efeito colateral seria a diminuição do crescimento ou a alteração na velocidade de crescimento. O estado atual do conhecimento permite considerar que o uso isolado de CTN não representa maior risco para uso na infância. Todavia, estrita observação sobre parâmetros de crescimento devem ser adotadas quando em uso contínuo e, principalmente, nos casos em que ocorre uso conjunto de corticosteróide inalado para asma brônquica (25, 26). As drogas mais usadas para uso oral são pseudoefedrina, fenilpropanolamina e fenilefrina. A fenilpropanolamina foi proibida no mercado nacional no corrente ano. Associações contendo pseudoefedrina associada a anti-histamínicos da 2a geração têm indicação por curtos períodos para os casos com intensa congestão nasal. Imunoterapia A imunoterapia é a única forma de abordagem da rinite alérgica que pode atuar diretamente sobre a causa da doença, isto é, a resposta imune do indivíduo atópico (27). A imunoterapia objetiva reduzir o grau de sensibilização e, em conseqüência, a inflamação característica da rinite alérgica (28, 29). Estudos controlados demonstram o benefício da imunoterapia na rinite alérgica (30, 31, 32). A imunoterapia pode prevenir o surgimento de novas sensibilizações e impedir o surgimento de asma em pacientes com rinite alérgica (33, 34). A indicação da imunoterapia deve estar fundamentada na comprovação da sensibilização alérgica, na avaliação Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (3,4): 100-104, jul.-dez. 2000 TRATAMENTO DA RINITE... Bernd et al. SIMPÓSIO SOBRE RINITES Tabela 3 – Anti-histamínicos usados na rinite alérgica Medicação Adulto Criança Clemastina 1 mg, 2 x/dia ≥ 12 anos: igual adulto 0,05 mg/mL ⇒ 3-6 anos: 0,5 mg, 2 x/dia 1-3 anos: 0,25 mg, 2 x/dia Dexclorfeniramina 2 mg, 3 x/dia ≥ 12 anos: igual adulto (2 mg/5 mL) ⇒ 6-12 anos: 1mg, 3 x/dia 2-6 anos: 0,5 mg, 3 x/dia Cetirizina 10 mg/dia 6-12 anos: 5 mg, 2 x/dia (1mg/mL) ⇒ 2-6 anos: 2,5 mg, 2 x/dia Epinastina 10-20 mg/dia –– Fexofenadina 60 mg, 2 x/dia ≥ 12 nos: igual adulto 120 mg, 1 x/dia 6-12 anos: 30 mg, 2 x/dia 180 mg, 1 x/dia Loratadina 10 mg/dia ≥ 30 kg: igual adulto (1 mg/mL) ⇒ > 2 anos, > 30 kg, 5 mg/dia Tabela 4 – Corticosteróides tópicos nasais Medicação Adulto Beclometasona AQ 1-2 jatos, 2 x/dia Budesonida AQ Fluticasona Mometasona 2 jatos, 2 x/dia 1 jato, 2 x/dia ou 2 jatos, 1 x/dia (iniciar c/ 1 jato, 1 x/d) 2 jatos, 1 x/d Triancinolona 2 jatos, 1 x/dia cuidadosa da importância da alergia no quadro clínico do paciente e na disponibilidade do alérgeno sensibilizante para o tratamento (35). A Organização Mundial da Saúde publicou recentemente extenso relatório sobre a imunoterapia com alérgenos (33). Conforme este documento, na rinite a imunoterapia com alérgenos deve ser considerada quando: anti-histamínicos e medicação tópica nasal não controlam os sintomas, paciente não deseja permanecer sob farmacoterapia exclusivamente, a farmacoterapia produz efeitos indesejáveis e/ou quando o paciente não aceita usar medicação por longos períodos. A escolha do(s) alérgeno(s) para imunoterapia deve ser baseada na identificação da presença de anticorpos IgE específicos (através de testes cutâneos, preferencialmente) para alérgenos ambientais de importância na região (36, 37, 38, 39, 40). O esquema de tratamento deve ser individualizado. Maior eficácia é obtida com doses elevadas do antígeno Criança ≥ 12 anos: igual adulto 6-12 anos: 1 jato, 2 x/dia ≥ 6 anos: igual adulto ≥ 4 anos: igual adulto ≥ 12 anos: igual adulto 3-12 anos: 1 jato, 1 x/dia ≥ 12 anos: igual adulto 6-12 anos: 1-2 jatos, 1 x/dia (41). O método mais utilizado e comprovadamente eficaz de aplicação de imunoterapia é através de injeções subcutâneas. Alguns estudos europeus têm demonstrando efetividade da imunoterapia tópica nasal, oral e sublingual (42, 43). Todavia, não existe unanimidade sobre o real benefício destas formas de aplicação (44, 45), que exigem doses muito maiores de alérgenos. Visão Geral do Manejo do Paciente com Rinite Alérgica O paciente deve ser instruído sobre medidas de controle da exposição a alérgenos. A indicação de determinado medicamento ou a associação de drogas dependerá da avaliação clínica e das características individuais de cada paciente. O recente documento endossado pela OMS, “ARIA, Allergic Rhinitis Impact on Asthma”, estabelece normas terapêuticas baseadas na intensidade Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (3,4): 100-104, jul.-dez. 2000 das manifestações (46). Assim, nas rinites intermitentes, com sintomas leves, os anti-histamínicos podem ser suficientes. Manifestações de maior intensidade podem se beneficiar com o emprego associado de anti-histamínicos tópicos. Pacientes com manifestações persistentes moderadas ou muito intensas apresentam necessidade de uso de medicação antiinflamatória. Os corticosteróides tópicos fornecem o melhor efeito. Na infância e naquelas situações em que houver contra-indicação à sua utilização, o cromoglicato deve ser empregado. Na maior parte dos casos há indicação de uso concomitante de anti-histamínicos por via oral. O uso prolongado de anti-histamínico oral pode propiciar melhores resultados, facilitando a diminuição de corticosteróide tópico (47, 48, 49, 50). Nas rinites por pólens, o uso de medicação deve preceder o início da estação polínica. Anti-histamínicos tópicos ou cromoglicato, associados a anti-histamínicos por via oral, podem oferecer controle dos sintomas para a maioria dos pacientes. As complicações associadas à rinite e à evolução da rinite para asma são bem conhecidas (51, 52). Em casos de maior intensidade, muitas vezes é necessário o uso de corticosteróide por via oral durante alguns dias. A possibilidade de intervenção cirúrgica requer avaliação otorrinolaringológica. R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. VAN CAUWENBERGE P, WANG D, INGELS KJAO, BACHERT C. Rhinitis: the spectrum of the disease. In: Busse W, Holgate S. Asthma and Rhinitis, 2nd ed., Oxford, Blackwell Science, 2000. p. 6-13. 2. VIRANT FS. Allergic rhinitis. Immunol Allergy Clin North Am 2000; 20 (2), 265-282. 3. BARANIUK JN. Mechanisms of rhinitis. Immunol Allergy Clin North Am 2000; 20 (2): 245-264. 4. DRUCE HM. Allergic and nonallergic rhinitis. In: Middleton Jr E, Reed CE, Ellis EF, Adkinson NF, Yunginger JW, Busse WW editors. Allergy: principles and practice. 5th. St Louis, Mosby; 1998. p. 1005-1016 5. CUSTOVIC A, SIMPSON BM, SIMPSON A, HALLAM C, CRAVEN M, BRUTSCHE M, WOODCOCK A. Manchester Asthma and Allergy Study: Low-allergen environment can be achieved and maintained during pregnancy and in early life. J Allergy Clin Immunol 2000; 105:252-258. 103 TRATAMENTO DA RINITE... Bernd et al. 6. NELSON HS, SZEFLER SJ, JACOBS J, HUSS K, SHAPIRO G, STERNBERG AL. The relationships among environmental allergen sensitization, allergen exposure, pulmonary function, and bronchial hyperresponsiveness in the Childhood Asthma Management Program. J Allergy Clin Immunol 1999; 104:775-785. 7. PLATTS-MILLS T, RAKES G, HEYMANN PW. The relevance of allergen exposure to the development of asthma in childhood. J Allergy Clin Immunol 2000; 105:S503-508. 8. WARNER JO, JONES CA, KILBURN SA, VANCE GHS, WARNER JÁ. Pre-natal sensitization in humans. Pediatr Allergy Immunol 2000; Suppl. 13:6-8. 9. WOODCOCK, A, CUSTOVIC A. ABC of allergies: avoiding exposure to indoor allergens. BMJ 1998; 316:1075-1078. 10. EGGLESTON PA, BUSH RK. Environmental allergen avoidance: an overview. J Allergy Clin Immunol 2001; S403-405. 11. ARLIAN LG, PLATTS-MILLS TAE. The biology of dust mites and the remediation of mite allergens in allergic disease. J Allergy Clin Immunol 2001; 107:S406-413. 12. FIREMAN P. Therapeutic approaches to allergic rhinitis: Treating the child. J Allergy Clin Immunol 2000; 105:S616-621. 13. CORREN J. Allergic rhinitis: Treating the adult. J Allergy Clin Immunol 2000; 105:S610-615. 14. MARSHALL JR GD. Therapeutic options in allergic disease: antihistamines as systemic antiallergic agents. J Allergy Clin Immunol 2000; 106:S303-309. 15. MANN RD, PEARCE GL, DUNN N, SHAKIR S. Sedation with “non-sedating” antihistamines: four prescription-event monitoring studies in general practice. BMJ 2000; 320:1184-1187. 16. GRANT JA, DANIELSON L, RIHOUX JP, DEVOS C. A double-blind, single-dose,, crossover comparison of cetirizine, ebastine, epinastine, fexofenadine, terfenadine, and loratadine versus placebo: supression of histamine-induced wheal and flare response for 24 h in vivo. Allergy 1999; 54:700-707. 17. CANONICA GW, HOLGATE ST, KARLSSON G, LOBATON P, MOSGES R, HANLON JF, SPECTOR S, VAN CAUWENBERGE P. The impact of allergic rhinitis on quality of life and other airway diseases. Summary of a European Conference. Allergy 1998; No. 41, vol 53, 1-30. 18. PASSALI D, MOSGES R, HASSAN HA, BELLUSSI L. International conference on allergic rhinitis in childhood. Allergy 199; Suppl 55, vol 54, 5-34. 19. GENTILE DA, FRIDAY GA, SKONER DP. Management of allergic rhinitis: antihistamines and decongestants. Immunol Allergy Clin North Am 2000; 20 (2):355368 20. CIPRANDI G, PASSALACQUA G, MINCARINI M, CANONICA GW. Continuous versus on demand treatment with cetirizine for allergic rhinitis. Ann Allergy Asthma Immunol 1997; 79:507–511. 21. CIPRANDI G, RICCA V, TOSCA M, LANDI M, PASSALACQUA G, CANONICA GW. Continuous antihistamine treat- 104 SIMPÓSIO SOBRE RINITES 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. ment controls allergic inflammation and reduces respiratory morbidity in children with mite allergy. Allergy 1999; 54:358365. The Allergy Report. American Academy of Allergy Asthma Immunology, 2000. LAFORCE C. Use of nasal steroids in managing allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol 1999; 103:S388-394. NELSON HS. Mechanisms of intranasal steroids in the management of upper respiratory allergic diseases. J Allergy Clin Immunol 1999; 104:S138-143. LIPWORTH BJ. Systemic Adverse Effects of Inhaled Corticosteroid Therapy: A Systematic Review and Meta-analysis. Arch Intern Med. 1999; 159:941-955. PASSALACQUA G, ALBANO M, CANONICA GW, BACHERT C, VAN CAUWENBERGE P, DAVIES RJ, DURHAM SR, KONTOU-FILI K, HORAK F, MALLING H-J. Inhaled and nasal corticosteroids: safety aspects. Allergy 2000; 55:16-33. McHUGH S. Immunological responses to immunotherapy. Allergy 1996; 26:11051107. BOUSQUET J, MICHEL FB. Specific immunotherapy in allergic rhinitis and asthma. In: Busse WW and Holgate ST. Asthma and rhinitis. Oxford, Blackwell Scientific Publications. 1995; p. 1309-1324. CRETICOS PS. Immunotherapy of allergic diseases. In: Rich RR, Fleisher TA, Schwartz BD, Shearer WT, Strober W. Clinical Immunology, Principles and Practice. Saint Louis, Mosby. 1996, p. 2002-2018 MALLING H-J. Indications and contraindications for allergen-specific immunotherapy. ACI International 1998; 10 (3):76-80. PICHLER CE, HELBLING A, PICHLER WJ. Three years of specific immunotherapy with house-dust-mite extracts in patients with rhinitis and asthma: significant improvement of allergen-specific parameters and of nonspecific bronchial hyperreactivity. Allergy 2001; 301-306. DURHAM SR, WALKER SM, VARGA E, JACOBSON MR, O’BRIEN F, NOBLE W, TILL SJ, HAMID QA, NOURI-ARIA KT. Long-Term Clinical Efficacy of Grass-Pollen Immunotherapy. N Engl J Med 1999; 341(7):468-475. WHO Position Paper, Allergen immunotherapy: therapeutic vaccines for allergic diseases. Allergy 1998; vol 53, Suppl 44. DES ROCHES A, PARADIS L, MÉNARDO J-L, BOUGES S, DAURÈS J-P, BOUSQUET J. Immunotherapy with standardized Dermatophagoides pteronyssinus extract. VI. Specific immunotherapy prevents the onset of new sensitizations in children. J Allergy Clin Immunol 1997; 99:450-453. DYKEWICZ MS, FINEMAN S, SKONER DP. Diagnosis and management of rhinitis: complete guidelines of the Joint Task Force on Practice Parameters in allergy, asthma and immunology. Ann Allergy Asthma Immunol 1998; 81:478-518. ROSÁRIO Fo N, BROM AL, PERINI JC, ARRUDA LK, BERND LAG, GELLER M, MENDES NF, AUN WT. Testes cutâneos em Alergia. Rev Bras Alerg Imunopatol 2000; 23 (4):134-136. 37. BOUSQUET J, DES ROCHES A, PARADIS L, DHIVERT H, MICHEL FB. Specific immunotherapy in house dust allergy. Clin Rev Allergy Immunol 1995; 13 (2):151-159. 38. EWANS R. Environmental control and immunotherapy for allergic disease. J Allergy Clin Immunol 1992; 90:462-468. 39. GELLER M, ESCH RE, FERNÁNDEZCALDAS E. Respiratory atopy and domestic mite sensitization in Rio de Janeiro. Rev Bras Alerg Imunopatol 1995; 18:13-18. 40. MENDES E, LACAZ CS. Polinose, flora alergizante do Brasil e outras regiões tropicais. In: Mendes E e Lacaz CS- Alergia nas regiões tropicais. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo. 1965, p. 23-86. 41. HAUGAARD L, DAHL R, JACOBSEN L. A controlled dose-response study of immunotherapy with standardized, partially purified extract of house dust mite: clinical efficacy and side effects. J Allergy Clin Immunol 1993; 91:709-722. 42. BOUSQUET J, SCHEINMANN P, GUINNEPAIN MT, PERRIN-FAYOLLE M, SAUVAGET J, TONNEL AB, PAULI G, CAILLAUD D, DUBOST R, LEYNADIER F et al. Sublingual-swallow immunotherapy (SLIT) in patients with asthma due to house-dust mites: a double-blind, placebocontrolled study. Allergy 1999; 54:249-260. 43. PASSALACQUA G, ALBANO M, FREGONESE L, PRONZATO C, MELA GS, CANONICA GW. Randomized controlled trial of local allergoid immunotherapy on alllergic inflammation in mite-induced rhinoconjunctivitis. Lancet 1998; 351:629-632. 44. MALLING H-J, ABREU-NOGUEIRA J, ALVAREZ-CUESTA E, BJÖRKSTÉN B, BOUSQUET J, CAILLOT D, CANONICA GW, PASSALACQUA G, SAXONIS-PAPAGEORGIOU P, VALOVIRTA E. Local immunotherapy. Allergy 1998; 53:933-944. 45. FREW AJ. Sublingual immunotherapy. J Allergy Clin Immunol 2001; 107:441-4. 46. BOUSQUET J, VAN CAUWENBERGE P eds. ARIA, Allergic rhinitis impact on asthma, 2001. 47. CALDERÓN-ZAPATA MA, DAVIES RJ. Treatment and management of allergic rhinitis. In: Allergy and Allergic Diseases, edited by Kay AB. Oxford, Blackwell Science. 1997, p. 1327-1343. 48. VAN CAUWENBERGE P, BACHERT C, PASSALACQUA G, BOUSQUET J, CANONICA GW, DURHAM SR, FOKKENS WJ, HOWARTH PH, LIND V, MALLING H-J, MYGIND N, PASSALI D, SCADDING GK, WANG D-Y. Consensus statement on treatment of allergic rhinitis. Allergy 2000; 55:116-134. 49. PAWANKAR R, FOKKENS W. Evidencebased treatment of allergic rhinitis. Curr Allergy Reports 2001; 1:218-226 50. Consenso sobre Rinites. Rev Bras Otorrinolaringologia 2000; Vol 66 (3) Part 2; Supl 10, 4-34. 51. TOGIAS AG. Systemic immunologic and inflammatory aspects of allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol 2000; 106:S247-50. 52. LEYNAERT B, NEUKIRCH F, DEMOLY P, BOUSQUET J. Epidemiologic evidence for asthma and rhinitis comorbidity. J Allergy Clin Immunol 2000, 106:S201-205. Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (3,4): 100-104, jul.-dez. 2000