UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA RESUMO ROBIN GEORGE COLLINGWOODFILOSOFIA DA HISTÓRIA RECIFE MAIO-2005 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................................................................................,........,,,,.03 1- Vida e Obra...................................................................................................,,,,...,..................03 2- Lista dos Principais Trabalhos Escritos por R.G.Collingwood................,,,,,.....................04 3- A Análise da Idéia da História e a Diferença entre o Cientista e o Historiador...............05 BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................08 3 RESUMO Robin George COLLINGWOOD - A filosofia da história. Por Patrick GARDINER 1- VIDA E OBRA Robin George Collingwood era filho do biografo John Ruskin, e sua mãe era secretária. Robin George Collingwood passou quase toda a vida em Oxford, tendo sido Fellow do Pembroke College durante vários anos e, a partir de 1935, Waynflete professor de filosofia metafísica. Foi um autor eclético. Em filosofia trabalhou nas diversas áreas; escreveu material em filosofia da arte, metafísica, filosofia política, filosofia da natureza e, talvez o mais famosa, a filosofia do historia. Apesar disso, sua reputação era a de um pensador negligenciado e marginal. Collingwood foi influenciado por Hegel, Cook Wilson e Crocee; aparece muitas vezes associado ao de Croce, é sem dúvida, verdade que muitas idéias de Croce sobre história aparecem nas obras de Collingwood, expressas de forma menos mística e mais compreensível. Mas existem semelhanças de natureza mais lata. Tal como Croce, Collingwood, interessou-se por assuntos que se mantiveram fora da principal linha da investigação filosófica durante o século XX em The Principles of Art, por exemplo, tentou enfrentar os problemas suscitados pela experiência e juízo estéticos. Este ensaio foi originalmente publicado após a morte do autor, em 1946, depois de ter sido composto a partir dos manuscritos deixados por Collingwood. Robin George Collingwood foi um historiador arqueólogo ativo cujo período de vida se situou entre 1889 e 1943. De entre as obras escritas analisaremos e apresentaremos excertos da intitulada A idéia de história (publicação póstuma em 1946), é o melhor trabalho até agora divulgado na medida em que esta permite conhecer o pensamento do autor em torno do conceito de "Filosofia da História”. As idéias de Collingwood têm sido objeto, nos últimos anos, de certo número de controvérsias filosóficas. A crítica dirige-se, sobretudo, contra a sua teoria do conhecimento 4 histórico, que sugere que o historiador tem qualquer espécie de acesso direto ou intuitivo à atividade mental do povo cujas ações procuram compreender e explicar. 2- LISTA DOS PRINCIPAIS TRABALHOS FEITOS POR R. G. COLLINGWOOD LISTA DOS PRINCIPAIS TRABALHOS FEITOS POR R. G. COLLINGWOOD The Archaeology of Roman Britain 1930 Revised l.A. Richmond, 1969 1930 Roman Britain and the English Settlements 1937 Roman Inscriptions in Britain 1965 Innumerable articles in Transactions CWAAS BIBLIOGRAFIA GERAL The Social and Political Thought Boucher, D. Cambridge University Press 1989 Life and Thought of Robin Boucher, D. & Collingwood Studies, Vol. I, Collingwood Connelly, J. Collingwood Society 1994 The Armitt Story Jay, Eileen Loughrigg Press, Cumbria, 1998 Appreciation of R. G. Richmond, l.A Proceedings of the British Academy, of R G Collingwood Collingwood as an Archaeologist Roman Britain XXIX, 1943 Richmond, I. A. 1963 OUTROS TRABALHOS Religion and Philosophy 1916 Speculum Mentis 1924 Out line of a philophy of art 1924 Na essay on philosophical Method 1933 The principles of art 1938 Na autobiography 1939 In essay on metaphisics 1940 The new leviathan or man, socity, civilization and barbarism 1942 5 OBRAS POSTUMAS The idea of nature 1945 The idea of history 1946 Essay in the philophy of art 1964 Essay in philophy of history 1965 Faith and reason: essay of philophy of religion 1965 3- ANÁLISE DA OBRA DE COLLINGWOOD O nome de Collingwood aparece muitas vezes associado ao de Croce, e é sem dúvida, verdade que muitas idéias de Croce sobre história aparecem nas obras de Collingwood, expressas de forma menos mística e mais compreensível. Segundo Collingwood, para apreender a verdadeira natureza dos acontecimentos históricos particulares é necessário penetrar no interior dos eventos e discernir os pensamentos dos agentes históricos em causa. O historiador tem de repensar, em seu espírito, estes pensamentos, o que acarreta uma reconstrução pessoal da situação em que acarreta uma reconstrução pessoal da situação em que os agentes se encontravam e o modo como a encararam. As idéias de Collingwood têm sido objeto, nos últimos anos, de certo número de controvérsias filosóficas. A crítica dirige-se, sobretudo, contra a sua teoria do conhecimento histórico, que sugere que o historiador tem qualquer espécie de acesso direto ou intuitivo à atividade mental do povo cujas ações procuram compreender e explicar. Distinção entre história e ciência natural. Ao investigar qualquer evento do passado, o historiador estabelece uma distinção entre aquilo a que se pode chamar o exterior de um evento entendo tudo aquilo que, pertencendo-lhe, se pode descrever como se tratasse de corpos e dos seus movimentos. Pelo interior do evento entendo aquilo que nele só pode ser descrito em termos de pensamento. 6 “A Idéia de História» é o melhor trabalho até agora divulgado do grande filósofo, historicista e arqueologista de Oxford, R.G. Collingwood”. Este ensaio foi originalmente publicado após a morte do autor, em 1946, depois de ter sido composto a partir dos manuscritos deixados por Collingwood. Principiando pela análise das concepções teocráticas e mitológicas dos alvores da História, Collingwood oferece-nos em seguida um estudo rigoroso dos fundamentos da historiografia grega, romana, medieval, renascentista, iluminista, romântica e da história científica dos nossos dias. Deste último período, vemos analisado o pensamento de Marx, Dilthey, Spengler, Bérgson, Croce e outros. Nesta edição revista, encontram-se os textos mais relevantes sobre a Filosofia da História, portanto, essenciais para uma perfeita compreensão do seu pensamento, e, em particular, sobre a interpretação correta da sua teoria de "Idéia de História". Robin George Collingwood foi um historiador arqueólogo ativo cujo período de vida se situou entre 1889 e 1943. De entre as obras escritas analisaremos e apresentaremos excertos da intitulada A idéia de história (publicação póstuma em 1946), na medida em que esta permite conhecer o pensamento do autor em torno do conceito de "Filosofia da História". Em jeito de introdução referimos que o texto reivindica a História como disciplina autônoma, com métodos e categorias próprias, assumindo o historiador características específicas para a compreensão e conhecimento do seu objeto de estudo. Collingwood apresenta posição contrária àquela defendida pelos positivistas do século XIX, na medida em que entende que o papel do historiador não se podia comparar ao do cientista da natureza, uma vez que os acontecimentos históricos não podiam ser entendidos como os fenômenos naturais (acessíveis a partir do exterior), logo, serem possíveis de agrupar mediante leis universais. A História devia e tinha que ser liberta da tutela das ciências naturais. Defende, assim, o fim da idéia positivista da História, avançando com aquela que entende o "pensamento" como conceito fundamental da investigação histórica, significando isto a imprescindibilidade de penetração no interior dos acontecimentos por forma a interpretar os pensamentos dos agentes históricos neles envolvidos. Neste sentido, a função do historiador é repensar esses pensamentos, significando isto uma construção pessoal da situação em que os agentes estudados se encontravam, assim como a forma como esta era encarada. 7 Diretamente relacionado com tudo isto temos a forma de entender a denominada Filosofia da História. Na obra citada, diz a este propósito o autor: a filosofia é reflexiva. O espírito filosofante nunca pensa simplesmente acerca de um objeto, pensa também no seu próprio pensamento acerca desse objeto. A filosofia pode ser chamada assim, um pensamento de segundo grau, pensamento acerca do pensamento. Olhar para os tópicos mais evidentes da filosofia de determinado povo em determinado período da sua história, é encontrar um indício dos problemas específicos que exigem a esse povo a aplicação de todas as energias do seu espírito. (...) O pensamento histórico tem um objeto com particularidades próprias. O passado, consistindo em acontecimentos particulares no espaço e no tempo que já não se verificam, não pode ser apreendido pelo pensamento matemático porque este apreende objeto que não têm situação específica no espaço e no tempo, e é precisamente essa falta de situação espaço-temporal que os torna cognoscíveis. Em primeiro lugar, a filosofia da história terá de ser tratada, sem dúvida, não de um compartimento estanque, pois tal não existe em filosofia, mas sim em condições relativamente isoladas, considerada como um estudo específico dum problema específico.(...) O segundo estádio consistirá em realizar as conexões entre este novo ramo da filosofia e as velhas doutrinas tradicionais. Qualquer aditamento ao corpo de idéias filosóficas altera, razoavelmente, tudo o que nele já existia, tornando-se necessária, ao estabelecimento duma nova ciência filosófica, uma revisão de todas as velhas ciências."(In: COLLINGWOOD, R.G- A idéia de história. 6ª ed. Lisboa: Editorial Presença, [1986], p. 8-13). 8 BIBLIOGRAFIA GARDINER, Patrick. Teoria da história. 4ª ed. Lisboa: Fundação Caloustre Gullbenkian, 1995. MORA, J. Ferreter. Dicionário de filosofia. Tomo 1. São Paulo; Loyola, 2000. Sandra em agosto 16, 2003 12h08min http://historiaeciencia.weblog.com.pt/arquivo/006390.html 16.05.05 as 12.50 h. http://www.bartleby.com/65/co/CollngwR.html 22.05.05 14.00 GARTH, kemerling. A Dictionary www.philosophypages.com/dy/zt.HTM#192 of Philosophical Terms and Names- 9 1- AS IDÉIAS DE COLLINGWOOD - Mário Segundo Collingwood, para apreender a verdadeira natureza dos acontecimentos históricos particulares é necessário penetrar no interior dos eventos e discernir os pensamentos dos agentes históricos em causa. O historiador tem que repensar em seu espírito e, esses pensamentos acarretam uma reconstrução pessoal da situação em que os agentes se encontravam e o modo como a encararam. As idéias de Collingwood têm sido objeto de certo número de controvérsias filosóficas. A crítica dirige-se contra a sua teoria do conhecimento histórico, que sugere que o historiador tem qualquer espécie de acesso direto ou intuitivo à atividade mental do povo cujas ações procuram compreender e explicar. A abordagem feita entre história e ciência natural, ao investigar qualquer evento do passado, o historiador estabelece uma distinção entre aquilo a que se pode chamar o exterior de um evento, entende-se tudo aquilo que, pertencendo-lhe, se pode descrever como se tratasse de corpos e dos seus movimentos. Pelo interior do evento entende-se aquilo que nele só pode ser descrito em termos de pensamento. O cientista, o historiador e o filósofo avançam assim, não menos do que o homem prático, nas suas atividades de acordo com planos, pensando intencionalmente e assim alcançando resultados que podem ser julgados segundo critérios derivados dos próprios planos. É o esforço do historiador em descobrir esse problema; o que dá importância ao estudo das influências, o qual é tão fútil quando se concebem as influências como o transvasar de pensamentos já existentes de um espírito para o outro. Uma investigação inteligente acerca da influência de Sócrates sobre Platão, ou de Descartes sobre Newton, procura revelar não os pontos em comum, mas de que modo às conclusões obtidas por um pensador levantam problemas ao pensador seguinte. 10 2- A IDÉIA DA HISTÓRIA- Zenildo Robin George Collingwood foi um historiador arqueólogo ativo, dentre as obras escritas analisaremos e apresentaremos excertos da intitulada A idéia de história (publicação póstuma em 1946), na medida em que esta permite conhecer o pensamento do autor em torno do conceito de "Filosofia da História". Como introdução, referimos que o texto reivindica a “História como disciplina autônoma, com métodos e categorias próprias, assumindo o historiador características específicas para a compreensão e conhecimento do seu objeto de estudo”. Collingwood apresenta posição contrária àquela defendida pelos positivistas do século XIX, na medida em que entende quer o papel do historiador não se podia comparar ao do cientista da natureza, uma vez que os acontecimentos históricos não podiam ser entendidos como os fenômenos naturais (acessíveis a partir do exterior), logo, serem possíveis de agrupar mediante leis universais. A História devia e tinha que ser liberta da tutela das ciências naturais. Defende, assim, o fim da ideia positivista da História, avançando com aquela que entende o "pensamento" como conceito fundamental da investigação histórica, significando isto a imprescindibilidade de penetração no interior dos acontecimentos por forma a interpretar os pensamentos dos agentes históricos neles envolvidos. Neste sentido, a função do historiador é repensar esses pensamentos, significando isto uma construção pessoal da situação em que os agentes estudados se encontravam, assim como a forma como esta era encarada. Diretamente relacionado com tudo isto temos a forma de entender a denominada Filosofia da História. 11 3-DISTINÇÃO CIENTISTA/HISTORIADOR -Matson Para o cientista, a natureza é sempre e apenas um fenômeno, não no sentido de ser deficiente em realidade, mas no sentido de ser um espetáculo apresentado à sua observação inteligente; Ao passo que os acontecimentos da história nunca são meros espetáculos para contemplação, mas algo que o historiador olha, e através do qual vê, para discernir o pensamento que está em seu interior, ou seja, o cientista olha os fatos como mero fenômeno um espetáculo à sua apresentação inteligente para a contemplação. Ao historiador cabe identificar o pensamento que está em seu interior (interior da manifestação física). Somente os pensamentos em seu sentido rigoroso, eram capazes de ressurreição e, portanto, somente eles podiam constituir a matéria da história. Segundo Wash essa teoria é tida pelos hermeneutas como alvo de críticas ferrenhas a Collingwood por ser extrema e paradoxal. Ao historiador cabe a responsabilidade de saber quando e o que aconteceu e por subseqüência ele sabe por que aconteceu pelo “re-pensamento” de pensamentos passados. Tal pensamento é o pensamento em ação e não especulação abstrata. Podemos examinar, em seguida, a crítica de que a opinião de Collingwood só será valida se todas as ações humanas fossem deliberadas, quando na verdade muitas não o são. O que o historiador tem a fazer, diz-nos ele, é penetrar o acontecimento, a partir seu aspecto externo, chegar ao pensamento que o constitui e repensar o pensamento através da reflexão acurada sobre o passado e relaciona-lo ao presente. Há, no entanto, uma critica pela qual identifica a teoria de Collingwood como só sendo possível quanto a certas peculiaridades ou estereótipos de histórias. Enquanto concentramos nossa atenção na biografia, na história militar e política, ela parece bastante razoável. Mas se passarmos à consideração da história econômica, por exemplo, sua aplicação torna-se muito mais difícil. Dizer que o historiador deve penetrar além dos fenômenos é divergente de dizer que a penetração se faz por ato de intuição. 12 O historiador certamente tem de fazer algo diferente do cientista e não dispõe de poderes especiais de percepção que o ajudem realizar tal tarefa, pois, precisa também da experiência. Isso porque o processo de colocar-se no lugar da outra pessoa é em si, susceptível ao exame posterior. É importante compreender que a capacidade de o historiador utilizar essa forma de explicação depende da natureza especial da matéria em que se ocupa. Somente devido ao seu interesse pelas ações acertadamente enfatizado pelos idealistas, é que ele pode pensar dessa forma. É o fato de que toda ação tem um lado relacionado com o pensamento que torna possível esse processo. Porque as ações são, de um modo geral, a realização de propósitos e porque um propósito ou política únicos podem encontrar expressão em toda uma série de ações, realizadas por uma pessoa ou várias, é que podemos dizer que certos fatos históricos estão intrinsecamente relacionados. Estão relacionados porque a série de ações em questão forma um todo do qual podemos dizer não só que os últimos membros são determinados pelos primeiros, mas também que a determinação é recíproca, sendo os primeiros membros também afetados pelo fato de que os últimos foram previstos. É uma situação que não se ocupa na natureza, pois os acontecimentos naturais não têm, pelo menos para objetivos científicos, interiores, e, portanto, não toleram senão ligações extrínsecas. 13