ARTIGO FINAL PÓS-PROEJA 2009

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À
EDUCAÇÃO BÁSICA
LAURA MELISSA BARRETO CHRISTOFORI
OS DESAFIOS DO APRENDER PELOS SUJEITOS DO PROEJA: CONHECIMENTO
OU INFORMAÇÃO?
Campos dos Goytacazes/RJ
2012
LAURA MELISSA BARRETO CHRISTOFORI
OS DESAFIOS DO APRENDER PELOS SUJEITOS DO PROEJA: CONHECIMENTO
OU INFORMAÇÃO?
Artigo
científico
original
apresentado
Instituto Federal
ao
Fluminense
como requisito primordial para conclusão do
Curso
de
Pós-Graduação
Lato
Sensu
Educação Profissional Integrada à Educação
Básica.
Orientadora: Judith Daniel
Campos dos Goytacazes
2012
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RESUMO
Esse artigo vem relatar uma breve discussão que abordará alguns desafios
enfrentados pela educação brasileira, dentre eles os conceitos diversificados de
aprender e, para isso se faz necessário demonstrar alguns conceitos teóricos sobre
o assunto.
Com o objetivo de desenvolver um diálogo entre as teorias da aprendizagem, o
aprender pelos sujeitos do Proeja e os desafios impostos pela sociedade para que
tal aprendizagem possa ocorrer. Estabelecendo um embasamento teórico
bibliográfico e de campo justificando a reflexão sobre os desafios do aprender
pelos sujeitos em questão. A compreensão e o diálogo são os primeiros passos
para detectar as causas dos problemas de aprendizagem pelos alunos do Proeja,
tal como verificar a influência dos novos avanços tecnológicos da sociedade da
informação nesse sentido.
Pesquisas e investigações foram realizadas sobre esse âmbito, numa totalidade de
160 alunos dos 1º, 2º 5º e 6º módulos do curso de Eletrotécnica do PROEJA, com
a intencionalidade de aprofundamento dessa relação dos sujeitos e a
aprendizagem, mostrando que a interação professor-aluno e os métodos utilizados
são primordiais para uma aprendizagem significativa dos discentes, assim
buscando uma correlação de suas dificuldades de aprendizagem.
Palavras-chave: Aprender- Informação- Proeja - Educação
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1-INTRODUÇÃO
Esse artigo vem relatar uma breve discussão que abordará alguns desafios
enfrentados pela educação brasileira, dentre eles os conceitos diversificados de
aprender e, para isso se faz necessário demonstrar alguns conceitos teóricos sobre o
assunto.
Com intuito de desenvolver um diálogo entre as teorias da aprendizagem, o
aprender pelos sujeitos do Proeja e os desafios impostos pela sociedade para que tal
aprendizagem possa ocorrer. Estabelecendo um embasamento teórico bibliográfico e de
campo justificando a reflexão sobre os desafios do aprender pelos sujeitos em questão.
A compreensão e o diálogo são os primeiros passos para detectar as causas dos
problemas de aprendizagem pelos alunos do Proeja, tal como verificar a influência dos
novos avanços tecnológicos (computador, internet) da sociedade da informação nesse
sentido.
Pesquisas e investigações de teóricos como Piaget, Vigotsky, Pozo , entre outros,
foram realizadas sobre esse âmbito com a intencionalidade de aprofundamento dessa
relação dos sujeitos do PROEJA e a aprendizagem. Com intuito de desenvolver uma
breve discussão sobre as várias teorias da aprendizagem buscando uma correlação e
entendimento de como ocorre aprendizagem humana e suas dificuldades no século XXI.
Diante de uma inquietação profissional e das dificuldades de aprendizagem para
obter uma aprendizagem significativa dos alunos do PROEJA inspiraram essa discussão
reflexiva.
Percebe-se uma interação do aluno com as diversas tecnologias avançadas
(Celular, Televisão, internet, entre outras), no entanto, não conseguem o mesmo com os
conteúdos ministrados em sala de aula. Diante dessa problemática senti uma imensa
necessidade de dialogar sobre esses desafios do aprender e a sociedade.
A globalização da educação popular contribui para uma reflexão geral do ser humano
em termos sociais sendo menos monolítica, unidirecional e com abertura para
discussões democráticas sobre o sistema educacional, especialmente o PROEJA.
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Hoje em dia, a aprendizagem dos alunos é como deveria ser ou será que todos
aprendem
da
mesma
maneira?
Como
será
que
eles
estão
assimilando
e
compreendendo os conteúdos das disciplinas diante de todo aporte tecnológico?
A escola é uma mola de transformação que comprime e expande ao bel prazer
das mudanças tecnológicas? Teremos que nos adaptar ou nos acomodar com o novo
mundo que nos é oferecido?
Aprender é adquirir um conhecimento ou informação?
Vale ressaltar que todos esses questionamentos permeiam para o ensino do
PROEJA que certamente se constitui um desafio superior aos demais, pois são alunos
adultos que não freqüentaram a escola na idade certa e que buscam uma formação para
conseguir ser inserido no mercado de trabalho.
Evidentemente, que a maioria das perguntas acima só serão respondidas com a
observação e pesquisa de campo realizada nesse sentido de aprofundar tais
questionamentos. Sabe-se que nem todos os questionamentos serão respondidos, mas
pelo menos tentarei chegar perto de uma resposta mesmo que não seja tão objetiva,
isso dependerá de cada vivência e prática de cada docente e discente.
2- O NASCER DO EJA/PROEJA
Com a demanda do mercado de trabalho e obrigatoriedade da LDBEN de qualificar a
mão-de-obra trabalhadora na formação de técnicos especializados nasceu o
EJA/PROEJA, segundo o capítulo XI(LBDEN), “da educação básica de jovens e adultos
trabalhadores e do ensino noturno”, assim legitimando às necessidades educacionais
dessa clientela. O artigo 208(LBDEN) relata que é dever do Estado garantir o ensino
fundamental e médio gratuito, inclusive àqueles que não tiveram acesso na idade
própria, adequando às necessidades das condições do educando, como em programas
suplementares de material didático-escolar, transporte e assistência à saúde.
Para essa clientela de alunos que busca uma escolarização e uma formação técnica
foi criado pelo governo federal um programa intitulado PROEJA, Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de
Educação de Jovens e Adultos, instituído pelo decreto nº 5.478/2005 e ampliado pelo nº
5.840/2006 que tem por concepção a formação integral do educando visando todos os
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campos do conhecimento, sendo esse social, profissional e ético. Assim, atendendo à
necessidade de qualificação profissional dessa clientela excluída do ensino regular.
Segundo os princípios do Documento Base desse programa (p.37 e 38) depreendese da construção de um projeto possível de uma sociedade mais igualitária pelo qual
seu foco norteador são as políticas de educação profissional do atual governo tais como:
a expansão da oferta publica de educação profissional, o desenvolvimento de
estratégias de financiamento público permitindo a obtenção de recursos para um
atendimento de qualidade, a oferta de educação profissional dentro da concepção de
formação integral do cidadão, que se combine em sua prática e nos seus fundamentos
cientifico-tecnológicos, histórico-sociais, ciência e cultura, e o papel estratégico da
educação profissional nas politicas de inclusão social.
Para analisarmos qualitativamente o artigo referente se faz necessário destacar
alguns teóricos que abordem a tipologia de escolas recorrentes durante esse processo
na educação brasileira entre eles a diferenciação entre a escola fábrica e a escola atual.
3-A ESCOLA FÁBRICA X ESCOLA ATUAL
A escola fábrica vive um momento de crise que não atende mais às necessidades
da construção do conhecimento devido à revolução da tecnologia da informação, por
isso deve-se repensar na construção do saber em sala de aula com a finalidade de
desconstruir o modelo da escola teórica e reprodutora, assim assumindo um ambiente
pelo qual se possibilite a aprendizagem dentro de uma estrutura social capaz de atrelar
teoria à prática enfocando o sujeito epistêmico reestruturado cognitivamente.
Piaget (2002) dialoga com a aprendizagem por reestruturação que significa
reconstruir os esquemas mentais do ser humano e interagí-los com o objeto de estudo
desenvolvendo habilidades e competências, assim ocorrerá realmente mudanças no
contexto educacional.
Em contrapartida, o processo de aprendizagem por associação que não se
considera mais como um modelo ideal e contemporânea para a formação do homem
baseava-se em teorias comportamentalistas pelo qual a aprendizagem se construía
através da associação, estímulos incondicionados são aqueles que o aluno aprende e
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reproduz sem pensar naquilo que está fazendo, mecanicamente com estímulo neutro,
associação do comportamento a uma resposta e aprendizagem por repetição.
O ser humano contudo, diferentemente dos demais animais é capaz de antecipar
os resultados de suas ações e de escolher os caminhos que irá seguir para tentar
alcançar suas finalidades. Pensando em satisfazer as necessidades vigentes de um
novo modelo de escola devem ser pautados em práticas educativas alternativas que
forneçam novas pistas, reflexões incorporadas e conhecimentos sendo construídos
dentro de um ciclo do pensar e fazer.
4-O APRENDER DE PIAGET
As teorias de Piaget (2002) sobre o desenvolvimento psicológico mostraram-se
muito influentes em relação á aprendizagem. Entre outros, o filósofo e cientista social
Jürgen Habermas as incorporou em seu trabalho, mais notadamente em A Teoria da
Ação Comunicativa. O historiador da Ciência Thomas Kuhn e o pensador marxista
Lucien Goldmann tiveram em Piaget um interlocutor importante. A influência de Piaget
na pedagogia é notável. Na área da alfabetização temos a obra de Emília Ferrero. No
Brasil, suas ideias começaram a ser difundidas na época do movimento da Escola Nova,
principalmente por Lauro de Oliveira Lima.
Através da minuciosa observação de seus filhos e principalmente de outras
crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, onde propõe a existência de quatro
estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: sensório-motor, Pré-operacional
(Pré-Operatório), Operatório concreto e Operatório formal.
Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um
ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como
um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à criança uma interação
eficiente dela com o meio-ambiente. (WADSWORTH, 1996)
Ele postula que todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a
incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza. E
postula também que todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos
elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas,
9
sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de
processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação.
Em outras palavras, define que o equilíbrio cognitivo implica afirmar a presença
necessária de acomodações nas estruturas; bem como a conservação de tais estruturas
em caso de acomodações bem sucedidas. Esta equilibração é necessária porque se
uma pessoa só assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, esses
muito amplos, comprometendo sua capacidade de diferenciação; em contrapartida, se
uma pessoa só acomodasse, desenvolveria uma grande quantidade de esquemas
cognitivos, porém muito pequenos, comprometendo seu esquema de generalização de
tal forma que a maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo
pertencendo à mesma classe. Essa noção de equilibração foi a base para o conceito,
desenvolvido por Paín (2005), sobre as modalidades de aprendizagem, que se servem
dos conceitos de assimilação e acomodação, na descrição de sua estrutura processual.
Segundo Wadsworth (1996), se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela
tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema
novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o
equilíbrio é alcançado. Segundo a teoria da equilibração, a integração pode ser vista
como uma tarefa de assimilação, enquanto que a diferenciação seria uma tarefa de
acomodação, contudo, há conservação mútua do todo e das partes.
É de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento da personalidade sob
seus aspectos mais intelectuais é indissociável do conjunto das relações afetivas,
sociais e morais que constituem a vida da instituição educacional.
À primeira vista, o desabrochamento da personalidade parece depender sobretudo
dos fatores afetivos; na realidade, a educação forma um todo indissociável e não é
possível formar personalidades autônomas no domínio moral se o indivíduo estiver
submetido a uma coerção intelectual tal que o limite a aprender passivamente, sem
tentar descobrir por si mesmo a verdade: se ele é passivo intelectualmente não será livre
moralmente. Mas reciprocamente, se sua moral consiste exclusivamente numa
submissão à vontade adulta e se as únicas relações sociais que constituem as relações
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de aprendizagem são as que ligam cada estudante individualmente a um professor que
detém todos os poderes, ele não pode tampouco ser ativo intelectualmente.
Piaget afirma que "adquirida a linguagem, a socialização do pensamento manifestase pela elaboração de conceitos e relações e pela constituição de regras. É justamente
na medida, até, que o pensamento verbo-conceptual é transformado pela sua natureza
coletiva que ele se torna capaz de comprovar e investigar a verdade, em contraste com
os atos práticos dos atos da inteligência sensório-motora e à sua busca de êxito ou
satisfação" .
5-A NOVA CULTURA DA APRENDIZAGEM
Atualmente,
a
aprendizagem
humana
exige
uma
demanda
de
novos
conhecimentos, saberes e habilidades que propõe a seus cidadãos uma sociedade com
ritmos de mudanças acelerados graças ao advento de uma nova tecnologia da
inteligência a informática.
Baddeley dialogando com Pozo (2003), diz que as distintas espécies que habitam
nosso planeta dispõem de dois mecanismos complementares para resolver o
peremptório problema de se adaptar a seu meio, um meio é a programação genética,
que inclui pacotes especializados de respostas frente a estímulos e ambientes
determinados e outro mecanismo adaptativo é a aprendizagem, quer dizer, a
possibilidade de modificar ou modelar as pautas de comportamento diante das
mudanças que se produzem no ambiente. É inegável que a espécie humana é a que
dispõe não só de uma imaturidade mais prolongada e de um apoio cultural mais intenso,
e de capacidades de aprendizagem mais desenvolvidas e flexíveis do que outras
espécies.
A linguagem, a ironia, a atribuição de intenções não poderíamos nos entender
como pessoas, assim a função fundamental da aprendizagem humana é interiorizar ou
incorporar a cultura.
Ao dialogar com Pozo (2003) percebe-se que a construção do conhecimento exige
uma outra forma de aprendizagem significativa, sem uma nova mediação instrucional,
que por sua vez gere novas formas de enfocar a aprendizagem, as demandas sociais
ultrapassarão em muito as capacidades e os recursos da maior parte dos aprendizes,
11
produzindo um efeito paradoxal de deterioração da aprendizagem; com menos
exigências.
Numa reflexão Vygotskyana (2007) relatando que cada sociedade, cada cultura
gera suas próprias formas de aprendizagem, sua cultura da aprendizagem, em
diferentes culturas se aprendem coisas diferentes, as formas ou processos de
aprendizagem culturalmente relevantes também variam, com isso a relação entre o
aprendiz e os materiais de aprendizagem, que se derivam da organização social dessas
atividades e das metas impostas pelos instrutores e professores.
Em primeiro lugar, a escola como instituição social alcança um novo
desenvolvimento como conseqüência da Revolução Industrial, da mecanização do
trabalho e da concentração urbana da população durante o século XIX, consolidando-se
no presente século com a generalização da escolaridade obrigatória e gratuita nas
sociedades industriais, o que produz, sem dúvida, mudanças notáveis nas próprias
demandas de aprendizagem geradas pelos contextos educativos.
Enfim, podemos dizer que em nossa cultura a necessidade de aprender se
estendeu a quase todos os rincões da atividade social; é a aprendizagem é constante,
jamais houve uma época em que tantas pessoas aprendessem tantas coisas distintas ao
mesmo tempo, e também tantas pessoas dedicadas a fazer com que outras pessoas
entendam essa necessidade de uma aprendizagem contínua nos obriga a um ritmo
acelerado, quase neurótico, em que não há pratica suficiente, com o que apenas
consolidamos o aprendido e o esquecemos com facilidade, somos levados a correr
quando mal sabemos andar.
A demanda de uma aprendizagem constante e diversa é conseqüência também
do fluxo de informação constante e diverso ao qual estamos submetidos, pois as
mudanças radicais na cultura da aprendizagem estão submetidas às novas tecnologias
na conservação e na difusão da informação, estas mudanças tiveram um influencia
muito limitada sobre as demandas sociais de aprendizagem, não somente porque seu
uso se restringiu às elites administrativas, mas principalmente pelas limitações
tecnológicas no armazenamento, conservação e difusão da informação, que faziam da
escrita uma tarefa muito mais dispendiosa que a memorização dessa mesma
informação, esses são um dos desafios enfrentados pelos sujeitos do PROEJA.
12
A sociedade da informação promove a captação fragmentária, confusa e muitas
vezes enganosa como os programas escolares continuam funcionando, em grande
medida como se a sociedade da informação não existisse, os alunos têm poucas
oportunidades de organizar e dar sentido a esses saberes informais, relacionando-os
com o conhecimento escolar.
Para Pozo (2003) um traço característico de nossa cultura da aprendizagem é que,
em vez de ter de buscar ativamente a informação com que alimentar nossa ânsia de
previsão e controle, estamos abarrotados, superalimentados de informação, na maioria
das vezes em formato ‘fast food’, sofremos uma certa obesidade informativa,
conseqüência de uma dieta pouco equilibrada, daí que temos de nos submeter o quanto
antes a um tratamento capaz de proporcionar novos processos e estratégias de
aprendizagem que ajustem a dieta informativa a nossas verdadeiras necessidades de
aprendizagem.
O computador é um dos elementos em nossa cultura que foi incorporado de tal
forma que perdemos a nossa identidade quanto professores não estão lamentando o
desaparecimento da letra impressa pela cultura da imagem, os novos aprendizes os
incorporam com toda a naturalidade desde tenra idade em sua cultura da aprendizagem.
A informação flui de modo muito mais dinâmico, mas também menos
organizado; as infovias permitam manejar suportes impressos tradicionais, mas ao
mesmo tempo carecem da organização e da ordem que tinham esses suportes
tradicionais.
As modernas tecnologias da informação são muito acessíveis e flexíveis,
podemos nos conectar com muita facilidade e navegar prazerosamente na rede, mas
extrairemos pouca aprendizagem se não formos capazes de organizar nossa rota. Para
isso, necessitam-se de estratégias para buscar, selecionar e reelaborar a informação
que mencionava antes, como também de conhecimentos com os quais relacionar e dar
significado a essa informação, a fragmentação dela está muito unida à descentração do
conhecimento, que constitui um dos traços mais definitivos da cultura da aprendizagem
atual.
Frente a um saber absoluto, controlado rigorosamente por uma autoridade
central, as modernas sociedades industriais não reduzem seus mecanismos de controle,
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mas os multiplicam. No entanto, essa multiplicação de controles implica também uma
diversificação dos mesmos, de forma que essa nova autoridade distribuída é mais
incerta e vulnerável.
No início do século XX trouxe uma ciência mais incerta, atraída pelo caos como
uma mariposa pela luz, com verdades difusas e perecíveis, inclusive as mais exatas, se
encheram de incertezas.
O abandono do realismo como forma cultural de conhecimento da filosofia da
ciência atual, em que em geral, assume-se que é uma construção, que todo fato está
tingido de teoria, portanto, não é uma coleção de fatos, é um sistema de teorias.
A cultura da aprendizagem direcionada para reproduzir saberes previamente
estabelecidos deve dar passagem a uma cultura da compreensão, da análise crítica, da
reflexão sobre o que fazemos e acreditamos e não só do consumo, mediado e acelerado
pela tecnologia, de crenças e modos de fazer fabricados por nós.
Devido a nossa realidade atual no âmbito educacional o profissional da
educação deve estar sempre atualizando os seus conhecimentos e dominando novas
ferramentas para o desenvolvimento do seu trabalho e deve ter consciência que seu
papel mudou não é mais o detentor do conhecimento e sim, o mediador do mesmo,
sempre aprendendo a aprender.
6-O ENSINAR E O APRENDER
Segundo os estudos feitos pelo professor doutor Nildo Alves Batista da UNESP,
se questiona o que realmente é ensinar e aprender e se o conhecimento é um processo
de elaboração subjetiva e individual. Também aborda que aprender é adquirir uma
informação com raciocínio, possibilidade de atuação e correlação.
Em Zabala (1998) a aprendizagem é um processo articulado às características
singulares de cada aluno, traduzindo experiências, motivações e interesses pessoais
explicitados num dado contexto pelo qual implica em complexidade, diversidade,
transformação, adaptação como intervenção crítica, significação afetiva, cognitiva,
social, ética e moral.
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Para Nildo (UNESP-2005), a nova informação é ativação do conhecimento
anterior, codificação específica e elaboração dele e que o principal papel do professor é
orientar a interação, propondo situações problemáticas que estimulem a curiosidade
discente e a busca de compreensão da teoria, envolvendo o aluno na construção de tal
sobre o conteúdo escolhido, estimulando-o a participar admitindo a duvidas e
respeitando o tempo do próprio aluno.
Assim se o grande problema da aprendizagem é unir teoria à prática, ensinar
então é transmitir a informação desencadeando-a do aluno criando raciocínio, atuação e
correlação, logo o docente se transforma de transmissor para facilitador e mediador do
conhecimento.
7-DA ASSOCIAÇÃO À CONSTRUÇÃO
O racionalismo clássico de Platão fala que a aprendizagem é muito limitada que
na realidade não aprendemos nada realmente novo, a única coisa que podemos é
refletir, usar a razão para descobrir novos conhecimentos inatos que jazem dentro dessa
realidade, sem sabermos e nega a relevância à aprendizagem, são essas experiências
que os proporcionam o conhecimento, as idéias puras.
O empirismo: as teorias da aprendizagem por associação
Em sua obra Pozo dialoga com Aristóteles sobre a origem do conhecimento que
estava na experiência sensorial e nos permite formar idéias a partir da associação entre
as imagens proporcionadas pelos sentidos, ao contrario de Platão que achava que o
homem era uma tabula rasa ao nascer.
Os princípios da aprendizagem associativa aborda que o conhecimento aprendido
não é senão uma copia da estrutura real do mundo, a marca que as sensações deixam
essa tabula de Aristóteles inicialmente imaculada, é uma aprendizagem baseada na
extração de regularidades no meio ambiente, aprendendo que coisas tendem a
acontecer juntas e que conseqüências costumam seguir as nossas condutas, o
associacionismo comportamental que se associam estímulos e respostas como
mecanismos associativos tendo a contigüidade, a repetição e a contingência.
Uma outra reflexão sobre a aprendizagem Juan Pozo cita o Skinner relatando
que uma boa gradação de objetivos e tarefas, apoiada em certas técnicas especificas e
15
acompanhada de um programa de reforços levará com eficiência como quem aprende a
andar de bicicleta nunca mais esquece pode levar anos sem andar. Esses processos
são universais, os mesmos em todas as tarefas em todas as espécies, é o principio de
equipotencialidade, de acordo com o positivismo lógico e o comportamentalismo o
animal e o homem se reduz a umas poucas leis objetivas e universais.
8-O COMPORTAMENTO HUMANO DIALOGA COM A APRENDIZAGEM
O comportamento humano está interligado com essas habilidades construídas
(aprender e pensar), que, segundo Elaine Braghrirolli, autora da obra Psicologia Geral,
não devemos pensar, entretanto, que é só o ser humano que aprende. Sabe-se que
todas as formas mais organizadas de vida animal aprendem, mas a importância da
aprendizagem é maior quanto mais evoluída a espécie, deduz-se que todo
comportamento humano é aprendido.
O homem é o animal mais dependente da aprendizagem para sobreviver, é a
capacidade de aprender que torna possível às gerações tirar proveito das experiências e
descobertas das gerações anteriores promovendo o progresso.
aprendizagem leva o individuo a viver melhor ou
Exaltando “a
pior, mas
indubitavelmente, a viver de acordo com o que aprende.”(CAMPOS, 1976,p.8)
O comportamento instintivo é concebido como complexo, universal, uniforme de
cada espécie, de aparecimento súbito, não requerendo treinamento ou aprendizagem
previa e tendo valor de sobrevivência que se distingue da resposta reflexa que é um
processo local e o instintivo envolve o organismo no seu total, como por exemplo o
instinto maternal de uma rata e construção dos ninhos dos pássaros.
Em geral, considera-se o comportamento aprendido (ou adquirido) como
relativamente independente da hereditariedade e o não-adquirido como livre de qualquer
aprendizagem.
Para o ser humano, a aprendizagem desempenha um papel mais importante do
que para qualquer outra espécie animal, de forma que, se o homem não tivesse a
capacidade de aprender, não teria condições de sobrevivência.
O conceito de aprendizagem é muito amplo e complexo, por isso ocorre uma
certa dificuldade ter uma, imagine para os professores. Assim diz Edwards (1973,p.158):
16
“é impossível uma definição precisa e abrangente de um termo tão amplamente usado
quanto aprendizagem.”
A aprendizagem promove uma modificação no comportamento, quando alguém
aprende alguma coisa, seu comportamento fica alterado em algum aspecto, mesmo que
a mudança não se evidencie imediatamente.
A maioria dos estudiosos estabelece dois critérios para definir aprendizagem, são:
deverão ser relativamente duradouras, não duradouras e devidas a alguma experiência
anterior elimina as mudanças no comportamento devidas à maturação ou tendências
inatas de resposta. “A aprendizagem é qualquer mudança relativamente permanente no
comportamento, e que resulta de experiência ou prática.” (MORGAN, 1977,p.90)
9-ABORDAGEM DOS TIPOS DE APRENDIZAGEM
Pozo ao citar Sawrey e Telford (1976) relata que a aprendizagem se classifica nos
seguintes tipos básicos: Condicionamento Simples, Condicionamento Instrumental ou
Operante, Ensaio e Erro, Imitação, Discernimento ou Insight, Raciocínio.
Aprendizagem por Condicionamento Simples foi estudada por Ivan P. Pavlov
(1849-1936) consiste em relacionar o alimento a outros estímulos, originalmente neutros
quanto à capacidade de provocar salivação com o som da campainha obtendo uma
reação, o reflexo condicionado, preferencialmente resposta condicionada, não ocorre
apenas com animais, mas também com muitas aprendizagens humanas como um
condicionamento de medo.
Percebe-se a importância, na vida humana do efeito de centenas de associações
incidentais, de condicionamentos e suas generalizações, dependendo de sentimentos
positivos ou negativos promovendo uma atmosfera geral, auto-avaliação, otimismo ou
pessimismo.
Aprendizagem por Condicionamento Instrumental por B.F. Skinner fez uma
distinção entre 2 tipos de comportamento: aquelas respostas eliciadas por um estimulo
especifico, como o RNC (Resposta Não Condicionada) e RC (Resposta Condicionada)
do condicionamento simples, e aquelas que são emitidas sem a presença de estímulos
conhecidos. Ao primeiro tipo de respostas, chamou “respondente” e ao segundo
“operante”.
17
O comportamento respondente é automaticamente provocado por estímulos
específicos como por exemplo
a contração pupilar mediante luz forte; e o
comportamento operante, não é automático, inevitável e nem determinado por estímulos
específicos como caminhar pela sala.
A aprendizagem não se constitui numa substituição de estimulo, como no
condicionamento clássico, mas sim numa modificação da freqüência da resposta, resulta
no reforço que é uma recompensa, existem dois tipos de reforço: o positivo, aquele
estimulo cuja apresentação fortalece o comportamento, e o negativo, é aquele que cuja
retirada fortalece a resposta, como por exemplo um choque elétrico, censura, entre
outros.
Esses reforços podem ser administrados em esquemas de reforçamento podendo
ser contínuos, quando se administra sempre que a resposta desejada é emitida; e
parcial, esse é dado em intervalos de tempo. Esse tempo pode ser fixo ou variável e o
numero de respostas também, fixa ou variável, dependerá das situações de vida real
dos seres humanos.
É nesse momento que reflito sobre as questões de aprendizagem dos sujeitos do
PROEJA, se a realidade é muito importante para a aprendizagem, será que esse não é
o caminho, sei que árduo e trabalhoso, mas é um caminho como se fosse uma luz no fim
do túnel.
A aprendizagem Ensaio e Erro estudada por Edward Lee Thorndike (1874-1949)
consiste por um tipo de aprendizagem que se caracteriza por uma eliminação gradual
dos ensaios ou tentativas que levam ao erro e à manutenção daqueles comportamentos
que tiveram o efeito desejado baseado nas leis do efeito e do exercício.
A lei do efeito diz que um ato é alterado pelas suas conseqüências, assim se um
comportamento tem efeitos favoráveis é mantido, caso contrário, eliminado.
Já, a lei do exercício afirma que a conexão entre estímulos e respostas é
fortalecida pela repetição; a prática permite que mais acertos e menos erros sejam
cometidos
como
resultado
de
um
comportamento
qualquer.
Muitas
dessas
aprendizagens estão na vida cotidiana, como andar de bicicleta, dançar, etc e tal.
18
Na aprendizagem por imitação estudada por Bandura e Walters consiste na
observação direta ou indireta da conduta de outras pessoas. A imitação é uma maneira
mais eficiente de se obter segurança, aceitação e prestigio, assim como de adquirir
habilidades motoras e sociais desejadas, do que tentativas variadas sujeitas ao erro. De
maneira geral, nas situações da vida cotidiana, as tendências imitativas são
recompensadas e a não imitação castigadas. Se houver o afastamento dos padrões
sociais de comportamento, a conseqüência será a censura e a rejeição.
Já, a aprendizagem por Insight é usado para designar uma mudança repentina no
desempenho, proveniente da aprendizagem, esse estudo foi elaborado por Kohler,
usando macacos. A vantagem dessa aprendizagem súbita é a que proporciona melhor
retenção, o que se aprende por discernimento é prontamente transferido para outras
situações, assim poderá ser usado numa grande diversidade de problemas
semelhantes.
Finalmente, a aprendizagem por raciocínio é considerada a mais complexa e
abstrata envolvendo todas as demais formas. O processo de raciocinar inicia-se a partir
de uma motivação, da necessidade de resolução de um problema. Segue-se uma
analise para determinar em que consiste análise para determinar em que consiste
exatamente a dificuldade, e formulam-se hipóteses, sugestões para a solução.
“ Embora seja verdadeira a afirmação de que o homem não é o único
animal que faz o uso da razão, ele raciocina muito mais, pensa em termos
muito mais abstratos e os resultados de sua ideação são muito mais
importantes em sua vida do que na vida dos animais.” (SAWREY e
TELFORD, 1976.p.105)
10-O PROEJA E AS SUAS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM
Segundo pesquisas elaborada com 160 alunos dos 1º, 2º, 5º e 6º módulos do curso
de Eletrotécnica do PROEJA no ano de 2011, percebe-se que o motivou a se matricular
no curso foi a facilidade do acesso no processo seletivo, pois seria um obstáculo para
quem está muitos anos fora do convívio escolar e uma grande parte busca novas
oportunidades de melhorar de vida, em depoimentos pessoais eles frisam trabalhar
embarcado porque teriam ganhos e benefícios financeiros muito bons.
19
GRÁFICO 1
GRÁFICO 2
Dialogando com o grafico 1 e 2 as dificuldades apresentadas pelos alunos do PROEJA
nas disciplinas de matemática e física são representativas porque exigem um raciocínio
lógico mais aperfeiçoado pelo qual não foram treinados ou a metodologia utilizada pelo
professor podendo facilitar ou dificultar a aprendizagem por parte dos alunos que sentem
a necessidade de novas metodologias para terem uma aprendizagem significativa.
GRÁFICO 3
GRÁFICO 4
Uma das metodologias positivas citadas pelos alunos, nos gráficos 3 e 4, foram
humildade, sinceridade e paciência por parte dos professores no momento da
explanação do conteúdo, intrigante essa afirmação, pois surge um indício de não ser
muito boa a interrelação professor-aluno, seria um grande obstáculo para a
compreensão
das
disciplinas
que
eles
têm
dificuldade
travando-os
para
questionamentos sobre tal, assim aumentando ainda mais suas dificuldades.
20
GRÁFICO 5
Ao perguntar aos alunos sugestões para melhorarem a sua aprendizagem, no gráfico
5, admitem que se tivessem mais tempo para estudar e mais tempo de aulas
conseguiriam ter uma aprendizagem significativa, pressuponho que por serem alunos
trabalhadores não tem muito tempo para estudar, e ainda conciliar atenção à família nos
fins de semana,pois muitos são casados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitas das vezes pensamos porque aquele ou outro aluno não tem um
desenvolvimento igualitário na aprendizagem, outras vezes nem paramos para refletir o
motivo dessa discrepância entre eles, ou mesmo nem queremos saber sobre tal
assunto. Cabe ao professor reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos
alunos com a intenção de ajudá-los a superar suas dificuldades na aprendizagem.
Percebe-se na pesquisa de campo e o resultado dos gráficos mencionados que,
com uma gama de teorias de aprendizagem, mesmo com algumas peculiaridades, algo
tem-se que concordar todos abordam a realidade do aluno e suas necessidades do meio
em que vive, deve-se pensar em aprendizagem atrelados à complexidade do mundo
virtual e real e abandonar métodos arcaicos e ultrapassados, já que vivemos uma nova
cultura da aprendizagem, é relativamente difícil interagir esses aportes tecnológicos em
sala de aula, mas não é impossível, pois diante da pesquisa de campo identificou-se que
é primordial a relação da teoria com a prática dos conteúdos apreendidos pelos sujeitos
do Proeja, e a inter-relação pessoal do professor com o aluno, basta que o professor
seja um mediador e pesquisador do conhecimento e estimule-as em seus alunos, assim
ocorrerá uma aprendizagem significativa.
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Nos gráficos 1 e 2
mostram as dificuldades apresentadas pelos sujeitos do
PROEJA diante da sua realidade, aquelas disciplinas que exigem deles mais raciocínio e
leitura demonstram uma certa dificuldade. Já nos gráficos 3 e 4, representa como eles
mesmos sancionam essas dificuldades de aprendizagem através de diversas
metodologias aplicadas pelos professores, como feiras, trabalhos expositivos e aulas de
campo diferenciadas, aguçando o seus despertares para tal disciplina, que fazem toda
diferença.
No entanto, no gráfico 5 quando questionados por sugestões para melhorias da
sua aprendizagem, quarenta por cento apontaram mais tempo de aulas e mais tempo
para estudar porque a maioria dessa clientela são trabalhadores não tem muito tempo,
ou já possuem família para dar a tenção nos fins de semana, uma situação muito
complexa.
Contudo, neste artigo foi dialogado que não importa qual ou quais das teorias de
aprendizagem ou aporte tecnológico o professor escolheu para aplicar no PROEJA e,
sim qual conseguiu abrandar as dificuldades de aprendizagem desses alunos, o objetivo
é fazer com que a aprendizagem aconteça com sucesso atingindo todos os envolvidos
nesse processo e possamos refletir sobre a vida escolar desses alunos com uma gama
de particularidades que devem ser consideradas e bem estimuladas.
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www.virtual.epm.br - consultado em 28/06/2010.
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