ECONOMIA COMPETITIVA o 1 . ANO MATERIAL DE ACOMPANHAMENTO DE AULAS PARA OS CURSOS: ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS, REFERENTE A 1A. AVALIAÇÃO PROFESSOR FIGUEIREDO SÃO PAULO 2007 AO ALUNO Este material foi elaborado com a finalidade de servir como instrumento de referência para o acompanhamento das aulas e orientação de estudo. O material apresentado refere-se às transparências e aos tópicos que serão desenvolvidos pelo professor em sala de aula, ao longo da exposição desta disciplina. A completa compreensão dos tópicos que serão apresentados requer a complementação com a utilização da bibliografia básica ou da complementar; a execução dos trabalhos de pesquisa e da resolução dos exercícios propostos. O entendimento da disciplina, Economia, pode ser muito fascinante, se você for interessado e principalmente aplicado. O seu entendimento capacita o estudante a avaliar sistematicamente à atuação de todos os agentes econômicos que participam de um sistema econômico; possibilitando um enriquecimento tanto para a sua vida profissional como pessoal, pois estará avaliando e entendendo o seu dia-a-dia. O modo de pensar a partir de uma perspectiva econômica pode fornecer a você vantagens que a maioria das pessoas não tem, pois o estudo da Economia nada mais é do que o estudo do homem dirigindo sua vida cotidiana 1. COMO ESTUDAR ECONOMIA Estudos superficiais às vésperas das provas provavelmente não serão bemsucedidos em qualquer disciplina. A maioria das pessoas aprende mais efetivamente se os conceitos forem expostos de várias maneiras em um período de tempo. Desta maneira, este material possui várias atividades que possibilita ao aluno estar sempre em plena atividade e, em contato com a disciplina. Você vai aprender mais sobre Economia e reterá melhor se você ler, assistir, ouvir, comunicar, e se possível, aplicar os fundamentos econômicos. Este material é muito mais do que simplesmente uma referência para o acompanhamento das aulas, mas sim uma ferramenta importante de orientação, pois o estudo de Economia requer reflexão. A UTILIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DA LEITURA A prática constante da leitura é uma ferramenta muito importante para o aprendizado do aluno. Assim, o aluno que consegue se concentrar nas aulas e 1 Alfred Marshall (1842 – 1924) Professor Figueiredo 2 fazer as anotações importantes com relação à exposição do professor, estará assimilando um percentual importante da matéria para o entendimento da disciplina. Desta maneira, para a melhor assimilação dos tópicos que foram apresentados, o aluno deve reservar um tempo razoável para ler suas anotações, a bibliografia básica, e resolver os exercícios propostos. Evite a preguiça sentando-se em uma cadeira confortável em frente a uma escrivaninha ou mesa, refletindo sobre o material que você está lendo. Muitos alunos gastam horas destacando pontos importantes para estudar mais tarde, para os quais alguns deles nunca encontram tempo. Tente reler as anotações realizadas, juntamente com o capítulo do livro, em seguida volte e realmente concentre-se nos pontos básicos e importantes. A UTILIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DA ESCRITA Depois de uma boa dose de leituras sérias, feche suas anotações e seu livro e, destaque os pontos importantes em algumas páginas de anotações. Se você não conseguir resumidamente indicar o que acabou de ler, ponha a caneta de lado e releia a matéria. Se você ainda não tem as idéias centrais assimiladas, não se surpreenda, pois alguns conceitos requererem várias leituras. A UTILIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DA AUDIÇÃO A maioria das aulas combina as informações dadas pelo seu próprio professor e exemplos com os materiais do texto, mas alguns alunos fazem conscientemente todas as anotações durante e após as aulas. A leitura das anotações antes da aula ajudará você a fazer anotações mais seletivamente, dando-lhe maior vantagem sobre seus colegas de classe. Enfoque os tópicos que seu professor deu mais ênfase em sala de aula, pois todas as questões a serem solicitadas nas avaliações, são respondidas em sala de aula. As anotações de aulas são muito importantes para o estudo do aluno. ENSINO Seus professores sabem que os alunos aprendem suas matérias, com maior profundidade, todas as vezes que as ensinam. Ensinando, você se expõe às aspectos não familiares dos tópicos porque deve conceituar e verbalizar idéias para que outras pessoas possam entendê-las. Faça grupos de estudo para a complementação dos tópicos apresentados em sala de aula. Como também, individualmente ou em grupo, você pode se deparar com várias técnicas de estudo para o melhor aproveitamento da matéria. Professor Figueiredo 3 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE ECONOMIA Muitos alunos podem encontrar, no estudo da Economia, uma agradável surpresa, mas desejam saber se este interessante campo é prático. O que você pode fazer com os conhecimentos adquiridos em Economia, depende da sua área específica de estudo, e de seus interesses. Muitos economistas dão aulas porque a eficiência pessoal, nos negócios, e em tomar decisões requer capacidade de leitura e escrita das questões econômicas. Hoje diante da evolução do processo da globalização econômica, os profissionais estão cada vez mais preocupados com o fato de que a habilidade estratégica nos negócios e na política requer um aplicado raciocínio econômico. Se o aluno seguir estas sugestões estará preparado para as avaliações a serem aplicadas na disciplina, como também, estas sugestões, se aplicam para o estudo de qualquer disciplina. O professor sabe que isto é uma tarefa difícil, mas se você conscientemente seguir estas orientações de estudo, certamente terá uma disciplina interessante e esclarecedora. O objetivo primordial é que você encontre neste material utilidade e informações importantes, no estudo da Teoria Econômica. Melhoras e valiosas sugestões serão aceitas por alunos que usarão este material. Se você tiver algum comentário gostaria de ouvi-lo 2. Professor Figueiredo As orientações de estudo acima, seguiram as abordagens de Byrns e Stone (1995), como também, as próprias orientações dadas pelo autor deste material (Prof. Figueiredo). 2 Professor Figueiredo 4 DISCIPLINA: Economia Competitiva EMENTA: As questões básicas do estudo da economia: escassez e escolha. Os recursos econômicos e o processo de produção. A abrangência e as limitações da Economia. A interação dos agentes econômicos e a eficiência produtiva, a eficácia lucrativa e a justiça distributiva. O ordenamento institucional: organização econômica. Mercados e preço: a curva de demanda, oferta e o equilíbrio de mercado. As estruturas de mercado: concorrência perfeita e imperfeita. Contas Nacionais. Sistema financeiro: moeda e inflação. Crescimento e desenvolvimento econômico. Economia competitiva: balanço de pagamentos e blocos econômicos. OBJETIVO: Apresentar ao aluno uma visão ampla do estudo da Teoria Econômica, através do entendimento do funcionamento do mercado e o papel dos agentes econômicos, diante do processo da globalização econômica. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 • Campo de estudo da Ciência Econômica: a teoria microeconômica e a teoria macroeconômica. 2 • A atividade econômica e os agentes econômicos: a relação entre famílias, empresas, governo e o resto do mundo, o fluxo circular da renda e da produção. 3 • A economia e a necessidade de escolha: a lei da escassez e as necessidades humanas. Os tipos de bens gerados em uma economia: os bens econômicos e os serviços. Os fatores de produção. O processo de escolha: o que e quanto, como e para quem produzir. 4 • A curva de possibilidade de produção: a eficiência produtiva. 5 • As formas de organização econômica: livre iniciativa, economia centralizada e economia mista. Setores da atividade econômica. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 1 – Noções Gerais de Economia; Capítulo 2 – Questões Econômicas fundamentais decorrentes do problema da escassez e da necessidade de escolha. Professor Figueiredo 5 6 • A evolução do pensamento econômico: o mercantilismo, a fisiocracia, a escola clássica, o marxismo e a teoria keynesiana. Bibliografia: EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de Economia. São Paulo: Saraiva, 2006. Capítulo 3 – De Smith a Marx: a economia política e a marxista; Capítulo 12 – Teoria Macroeconômica: evolução e situação atual. 7 • A análise microeconômica: a demanda e oferta de mercado, o equilíbrio de mercado. Função demanda e função oferta. Fatores de deslocamento da demanda e da oferta. Elasticidade: preço da demanda, renda da demanda. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 3 – Demanda, Oferta e equilíbrio de mercado; Capítulo 4 – Relações do mercado: mudanças nas curvas de demanda e oferta e alterações no equilíbrio; Capítulo 5 - Elasticidades 8 • A função de produção de uma empresa: a lei dos rendimentos decrescentes, os custos de produção e a maximização de resultados. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 6 – Teoria da produção; Capítulo 7 – Teoria dos Custos. 9 • As estruturas de mercado: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e a concorrência monopolista. Modelos marginalistas de oligopólio. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 8 – Estruturas de Mercado. 10 • A análise macroeconômica: a contabilidade nacional e os principais agregados: o produto interno bruto e o produto nacional bruto. Produto nacional nominal e real. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 9 – A Macroeconomia: definições e campo de estudo; Capítulo 10 – Noções de Contabilidade Nacional. 11 • O sistema financeiro nacional: tipos de moedas, o movimento de recursos no sistema bancário. A intermediação financeira. Inflação: conceito e análise dos índices que medem o custo de vida. Políticas de combate à inflação: o Plano Real. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Professor Figueiredo 6 Capítulo 12 – O papel e a importância da moeda; Capítulo 13 – Inflação e desemprego. 12 • O balanço internacional de pagamentos: o fluxo de bens, serviços e renda entre as nações. Análise do setor externo. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 14 – Relações Internacionais. 13 • Noções de crescimento e desenvolvimento econômico. Bibliografia: PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. – Capítulo 15 – Crescimento e desenvolvimento econômico. 14• Os Blocos econômicos e globalização: Tipos de blocos. Mercosul, Nafta, União Européia, Alca, Apec. Bibliografia: Indicação de livros de economia internacional e artigos selecionados oportunamente. BIBLIOGRAFIA BÁSICA EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de Economia. São Paulo: Saraiva, 2006. PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. VASCONCELLOS, Marco A. S. de. GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2004. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2003. TROSTER, Luis R.; MOCHÓN, Francisco. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 2002. VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia: Micro e Macro. São Paulo: Atlas, 2004. Professor Figueiredo 7 ` METODOLOGIA: aulas expositivas. ` CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: Trabalho de pesquisa; Provas. ` TIPO DE PROVA: teste de múltipla escolha, questões discursivas e exercícios. ` OBSERVAÇÕES: FALTAS: não há abono de faltas. TRABALHOS: entrega no prazo estipulado; ` SALA DE AULA: estabelecimento de regras para o bom andamento das aulas; ` QUESTÕES POLÊMICAS: reunião com o representante de classe. Professor Figueiredo 8 PROGRAMAÇÃO DE AULAS – ECONOMIA COMPETITIVA 1o. Ano de Administração e Ciências Contábeis DATA CONTEÚDO PROGRAMÁTICO a 1 . Aula - Apresentação da disciplina: objetivo, conteúdo programático, /02/07 critérios de avaliação, metodologia etc. - Campo de estudo da Ciência Econômica: a . Teoria micro e macroeconômica; 2 . Aula /02/07 . Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento; . Identificação dos agentes econômicos. a 3 . Aula - Fluxo circular da renda e da produção: /02/07 . Produto nacional e renda nacional. a 4 . Aula - A economia e a necessidade de escolha: /02/07 . O problema da escassez e a produção de bens e serviços. a 5 . Aula - A economia e a necessidade de escolha (continuação): /02/07 . Bens de capital x capital financeiro; . Setores da atividade econômica. a 6 . Aula - Questões econômicas básicas decorrentes do problema da /02/07 escassez: . O que e quanto, como e para quem produzir. a 7 . Aula - A curva de possibilidade de produção de uma empresa: /03/07 . Eficiência produtiva, custo de oportunidade, desemprego e o ponto inatingível. a 8 . Aula - Curva de possibilidade de produção de uma economia: /03/07 . CPP x crescimento econômico; . Custo de oportunidade crescente. a 9 . Aula - Formas de organização da atividade econômica: /03/07 . Economia de mercado, economia centralmente planificada e a economia mista. a 10 . Aula - Evolução do pensamento econômico: /03/07 . Antiguidade, mercantilismo, fisiocratas, clássicos. 11ª. Aula - Os críticos da teoria clássica e os neoclássicos. /03/07 - O avanço da teoria econômica a partir da grande depressão da década de 1930. 12ª. Aula - A grande depressão mundial e a economia brasileira. /03/07 - Os keynesianos, e o período recente da análise da teoria econômica. 13ª. Aula - Conceito de demanda de mercado. /03/07 - Fatores de interferência da demanda. - A demanda individual, a curva de demanda e a Lei da demanda. Professor Figueiredo 9 14ª. Aula - Conceito de oferta de mercado. /03/07 - Fatores de interferência da oferta. - A oferta individual, a curva de oferta e a Lei da oferta. 15ª. Aula - Visualização gráfica do equilíbrio de mercado. /04/07 . Excesso de oferta e excesso de demanda. 16ª. Aula - Distinção entre demanda e quantidade demandada. /04/07 . A demanda e a renda do consumidor: bens normais, inferiores e de consumo saciado. 17ª. Aula . A demanda e o gosto do consumidor. /04/07 . A demanda e o preço dos bens substitutos. 18ª. Aula . A demanda e o preço dos bens complementares. /04/07 - Distinção entre oferta e quantidade ofertada. 19ª. Aula . Relação entre a oferta e o preço dos fatores de produção. /04/07 . Relação entre a oferta de um bem e a tecnologia. . Relação entre a oferta e o preço dos bens substitutos na 20ª. Aula produção. /04/07 . Relação entre a oferta e o preço dos bens complementares na produção. . A oferta e as condições climáticas. /04/07 - Semana de avaliações. /05/07 - Semana de avaliações. /05/07 - Semana de avaliações. Professor Figueiredo 10 ECONOMIA “A ECONOMIA É O ESTUDO DO HOMEM DIRIGINDO SUA VIDA COTIDIANA” ALFRED MARSHALL (1842 - 1924) “ECONOMIA É O ESTUDO DE COMO INDIVÍDUOS E SOCIEDADE ALOCAM SEUS RECURSOS LIMITADOS PARA TENTAR SATISFAZER SUAS NECESSIDADES ILIMITADAS.” RALPH T. BYRNS x Etimologicamente, a palavra ECONOMIA, vem do Grego: OIKOS = casa NOMOS = norma, Lei Assim: “OIKOSNOMOS” ` ` ` “Administração da casa” “Aquele que administra o lar” “Administração da coisa pública” Professor Figueiredo 11 LINHAS BÁSICAS DA TEORIA ECONÔMICA TEORIA ECONÔMICA Princípios, Leis, Modelos e Teorias Análise Microeconômica Análise Macroeconômica Agentes individuais Estudos Agregados Teoria do Consumidor Teoria do Equilíbrio e do Crescimento História do Pensamento Econômico Teoria da Produção Teoria Monetária Teoria Econômica do Setor Público Teoria das Firmas Teoria das Relações Econ. Intern. Teoria da Repartição e Mercados Teoria do Desenvolvimento e da Repartição POLÍTICA ECONÔMICA Utilização dos Instrumentos Básicos Das Teorias Econômicas Fonte: Riani Professor Figueiredo 12 TEORIA ECONÔMICA Ö O nosso enfoque de estudo estará centrado na análise das duas grandes áreas da Teoria Econômica: Teoria Microeconômica Teoria Macroeconômica MICROECONOMIA: preocupa-se em explicar o comportamento econômico das unidades individuais de decisão representados pelos consumidores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. • Estuda a interação entre empresas e consumidores e a maneira pela qual produção e preço são determinados em mercados específicos (Passos e Nogami, 2005). MACROECONOMIA: estuda o comportamento da economia como um todo. • Estuda o que determina e o que modifica o comportamento de variáveis agregadas tais como a produção total de bens e serviços, as taxas de inflação e de desemprego, o volume total de poupança, as despesas totais de consumo, as despesas totais de investimentos, as despesas totais do governo etc (Passos e Nogami, 2005). Professor Figueiredo 13 A ECONOMIA É UMA CIÊNCIA? A ciência econômica esta classificada entre as ciências humanas. O seu campo de atuação é o estudo de como são empregados os fatores de produção (recursos limitados), para obtenção de riquezas (necessidades ilimitadas) e como essa são distribuídas e consumidas pela sociedade. Segundo Passos e Nogami (2005), a economia é uma ciência social, pois se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e serviços. INTER-RELAÇÃO DA ECONOMIA COM OUTRAS ÁRES DO CONHECIMENTO Como a economia liga-se estreitamente à atividade humana (sistema produtivo), constitui-se em um ramo autônomo do conhecimento humano. Porém, é muito difícil separar os fatores essencialmente econômicos dos extra-econômicos. Existe uma inter-relação da ciência econômica com outras áreas do conhecimento, como: Física Biologia História Antropologia Sociologia Psicologia Administração? Professor Figueiredo Política Direito Matemática Estatística Geografia Filosofia Ciências Contábeis? 14 UMA PRIMEIRA CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA INTER-RELAÇÃO DOS FLUXOS DE PRODUÇÃO E RENDA CONJUNTOS QUE ESTRATIFICAM O ESTUDO DA TEORIA ECONÔMICA CONSUMO * FAMÍLIAS POUPANÇA INVESTIMENTO * EMPRESAS POUPANÇA * GOVERNO TRIBUTOS GASTOS * RESTO DO MUNDO Professor Figueiredo EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES 15 PRIMEIRA IDÉIA DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO FLUXO CIRCULAR DA RENDA E DA PRODUÇÃO RENDIMENTO DOS FATORES DE PRODUÇÃO (Y=RENDA) (SALÁRIOS, JUROS, ROYALTIES, ALUGUÉIS E LUCROS) FATORES DE PRODUÇÃO (MÃO-DE-OBRA, CAPITAL, TECNOLOGIA, RECURSOS NATURAIS,) (CAPACIDADE EMPRESARIAL) ÁREA MICROECONÔMICA FAMÍLIAS EMPRESAS MAXIMIZACÃO DE SATISFAÇÕES E LUCROS BENS E SERVIÇOS (Yo=OFERTA) (C) DESPESAS DE CONSUMO RENDA NÃO CONSUMIDA ⇒ POUPANÇA (S) = INVESTIMENTO (I) VAZAMENTO DO FLUXO = INJEÇÃO NO FLUXO INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS S=I Professor Figueiredo 16 FATORES DE PRODUÇÃO RENDIMENTOS DOS FATORES MÃO-DE-OBRA SALÁRIOS CAPITAL JUROS TECNOLOGIA + RECURSOS NATURAIS CAPACIDADE EMPRESARIAL PRODUTO NACIONAL Professor Figueiredo ROYALTIES ARRENDAMENTOS ALUGUÉIS LUCROS RENDA NACIONAL 17 ASPECTOS RELEVANTES DA ANÁLISE DO FLUXO CIRCULAR DA RENDA E DA PRODUÇÃO y Entendimento de como surge - em uma economia - a produção de bens e serviços, e a renda necessária para o consumo dos mesmos. SETOR REAL DA ECONOMIA SETOR FINANCEIRO DA ECONOMIA y OFERTA E DEMANDA DE RECURSOS PRODUTIVOS: os proprietários dos recursos produtivos - em uma economia - são as famílias, que fornecem às empresas: mão-de-obra, capital, tecnologia e recursos naturais. Assim, as empresas tornam-se demandantes destes recursos produtivos, necessários para gerar sua produção. y OFERTA E DEMANDA DE BENS E SERVIÇOS: as empresas produzem - com os recursos produtivos - os bens e serviços, ofertando os mesmos aos consumidores. Assim, as famílias tornam-se demandantes destes bens e serviços. y RENDA NACIONAL: como as empresas remuneram os fatores de produção, utilizados no processo produtivo e, como estes fatores são de propriedade das famílias, estas auferem uma renda que possibilita o acesso aos bens e serviços gerados pelas empresas. OBS: Lembrar que fizemos uma análise microeconômica - relação entre famílias e empresas - não esquecendo que também participam desta dinâmica, o governo e o resto do mundo. y INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS: são aqueles (bancos) que captam a poupança (renda não consumida), direcionando novamente para o processo produtivo, emprestando às empresas e famílias, assim, transformando a poupança em investimento. Professor Figueiredo 18 EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM Os exercícios propostos abaixo e nos demais tópicos, foram selecionados diante do enfoque dado pelos autores da bibliografia básica e dos vários citados na bibliografia complementar. O aluno que após o acompanhamento das aulas, com suas anotações e a resolução desses exercícios, encontra uma forma de entender e fixar os conceitos abordados pelo professor em sala de aula. Para muitos alunos, esta forma de estudo será suficiente para a realização das avaliações, mas aqueles que mesmo assim encontrarem dificuldades para entender os tópicos abordados, é necessário no mínimo à consulta da bibliografia básica. Nas duas situações, a recomendação do professor é da leitura da bibliografia básica, como também da complementar, para o entendimento da disciplina. Uma outra forma eficiente de estudo, seria a formação de grupos de estudo para resolver e discutir os exercícios. 1- De uma definição para a economia, diante do enfoque de 2 autores? 2- Por que você deve estudar economia? 3- De que forma você deve estudar economia? 4- Explique o enfoque de estudo da microeconomia e da macroeconomia. 5- Qual é a inter-relação da economia com as outras áreas do conhecimento, especificamente com a administração e as ciências contábeis? 6- Quais são os agentes econômicos que participam da dinâmica de uma economia, e como podemos identificar sua atuação? 7- Quais são os agentes econômicos que são objetos da análise da micro e da macroeconomia? 8- Como podemos verificar o surgimento da produção e da renda, em uma economia, pela abordagem microeconômica? 9- O que é o setor real e o setor financeiro de uma economia? 10- Qual a importância dos intermediários financeiros para a dinâmica de uma economia? Professor Figueiredo 19 ESCASSEZ E NECESSIDADES ª Base da Teoria Econômica RECURSOS PRODUTIVOS • Mão-de-obra • Capital • Recursos Naturais • Tecnologia • Capacidade Empresarial LIMITADOS DESEJOS HUMANOS ILIMITADOS y “O objeto da Ciência Econômica é o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes”. y “A economia se ocupa das questões relativas à satisfação das necessidades dos indivíduos e da sociedade”. Professor Figueiredo 20 PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS Recursos e tempo limitados E mão-de-obra salários S capital juros C tecnologia aluguel A rec. naturais aluguel S empreendimento lucros S E Z Produção = Produção Nacional = Renda Necessidade humana virtualmente ilimitada .alimentos básicos .CDs .medicamentos .leituras .saneamento .recreação .variedade de alimentos .garantia de emprego .conhecimento .filhos .videocassete .poder .casa de campo .jóias .televisão .telefones .roupas .conforto .netos .segurança. automóveis .atletismo .médico .etc. Renda Nacional • A ESCASSEZ: ocorre porque as necessidades humanas excedem a capacidade de produção possível dado o tempo e os recursos limitados disponíveis. • OS RECURSOS PRODUTIVOS: são insuficientes para produzir o volume de bens e serviços necessários para satisfazer as necessidades de todas as pessoas. Professor Figueiredo 21 BENS E SERVIÇOS • BEM: é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos. TIPOS DE BENS BENS LIVRES: são aqueles que existem em quantidades ilimitadas, são abundantes, satisfazem necessidades, e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. ` Principal Característica: não possuem preço (têm preço zero). Ex: o ar, o mar, a luz solar - satisfaz necessidades, mas sua utilização não implica em relações de ordem econômica. BENS ECONÔMICOS: são relativamente escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção. ` ` Caracterizam-se pela utilidade pela escassez e por serem transferíveis. Característica Básica: têm um preço (preço maior que zero). É O OBJETO DE ESTUDO DA ECONOMIA Professor Figueiredo 22 BENS ECONÔMICOS TANGÍVEIS ª BENS MATERIAIS BENS DE CONSUMO: são aqueles que não precisam ` de mais nenhuma transformação e que já estão prontos para serem consumidos. B Não Duráveis: satisfazem necessidades imediatas. Ex: alimentos. B Duráveis: satisfazem necessidades indiretas. Ex: eletrodomésticos, máquinas. ` BENS DE CAPITAL: são aqueles que se destinam à fabricação de novos bens. ` São conhecidos também como bens de produção. Ex: máquinas, computadores, equipamentos, instalações, edifícios. Professor Figueiredo 23 BENS DE CAPITAL x CAPITAL FINANCEIRO B Em economia o termo “capital”, significa capital físico (máquinas, equipamentos, edifícios) e não capital financeiro. B São utilizados na produção de outros bens. B “O capital financeiro é representado pelo dinheiro, ações, certificados etc., não constituindo riqueza, mas sim direitos a ela”. B São direcionados para a compra de maquinários e equipamentos, aumentando a riqueza de um país. BENS ECONÔMICOS INTANGÍVEIS ª BENS IMATERIAIS (SERVIÇOS) B OS SERVIÇOS: são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou indiretamente a satisfazer necessidades humanas. Ex: serviços médicos, dos bancos, dos hospitais, dos advogados, cabeleireiros etc. Professor Figueiredo 24 SETORES DA ATIVIDADE ECONÔMICA A atividade econômica concretiza-se na produção de uma ampla gama de bens e serviços, cujo destino é a satisfação das necessidades humanas. PRODUTO NACIONAL É a medida, em unidades monetárias, do fluxo total de bens e serviços finais produzidos pelo sistema econômico em determinado período. • SETOR PRIMÁRIO: abrange as produções obtidas dos recursos naturais: atividades agrícolas, pesqueiras, pecuárias e mineração. • SETOR SECUNDÁRIO: inclui as atividades industriais, onde os bens são transformados em laminados de metais, veículos automotores, materiais de construção, produtos químicos e farmacêuticos, plásticos, aparelhos eletrodomésticos, tratores etc. • SETOR TERCIÁRIO: ou de serviços, reúne as atividades direcionadas a satisfazer necessidades de serviços produtivos que não se transformam em algo material como o comércio, transporte, bancos, turismo, meios de comunicação etc. Professor Figueiredo 25 QUESTÕES ECONÔMICAS BÁSICAS, DECORRENTES DO PROBLEMA DA ESCASSEZ O PROCESSO DE ESCOLHA • A escassez ocorre porque os limites de tempo e recursos impossibilitam a produção de tudo o que desejamos. • Podemos ter algumas coisas, mas não todas. • A escassez força toda sociedade a fazer escolhas na tentativa de resolver três questões econômicas básicas: O QUE E QUANTO PRODUZIR? ♦ Quais bens econômicos serão produzidos? • Dentro dos limites dos recursos produtivos, a sociedade deve escolher entre as várias alternativas, quais bens e serviços serão produzidos e que quantidades. . automóveis/roupas . roupas/alimentos . mais lazer/mais saúde/menos habitação COMO PRODUZIR? ♦ Como os recursos serão usados na produção? • A sociedade tem que decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhidos será produzido, mediante diferentes combinações de recursos e técnicas. . safra agrícola: colheita - manualmente/máquinas Professor Figueiredo 26 PARA QUEM PRODUZIR? ♦ Quem irá consumir os bens econômicos? • Quem irá receber esses bens e serviços. Como deverá ser distribuída entre os diferentes indivíduos que compõem a sociedade. NÍVEIS DE REFERÊNCIA PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS ECONÔMICO Decide-se sobre o que e quanto produzir. TECNOLÓGICO Decide-se como produzir. SOCIAL Decide-se para quem produzir ou como repartir o produto. A organização da atividade econômica encontra-se diretamente relacionada com a solução dos problemas econômicos fundamentais: ¨ •O que e quanto produzir; •Como produzir; •Para quem produzir. Professor Figueiredo 27 EXERCÍCIO DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1- Qual é o problema econômico de qualquer nação? 2- Qual é o objeto de estudo da ciência econômica? 3- O que é a escassez e porque ela existe? 4- Qual a diferença entre escassez e pobreza? 5- Qual a distinção entre os bens livres e os bens econômicos? Quais suas características básicas? 6- O que são os bens de consumo e os bens de capitais? 7- Qual a utilidade dos bens de capitais e do capital financeiro para a dinâmica de uma economia? 8- Quais os setores da atividade econômica que participam da geração da riqueza em uma nação? Enumere, para cada setor, os diferentes tipos de produção. 9- Quais são as três questões fundamentais que uma nação tem que responder devido ao problema da escassez? A que se refere cada questão? 10- Que tipo de decisão uma economia está tomando quando tenta responder as três questões fundamentais? 11- Será que no passado existiu alguma nação que conseguiu resolver o problema da escassez? Atualmente, existe alguma nação que consegue resolver este problema? E no futuro, será que alguma nação conseguira resolver esta questão? Qual sua opinião? Professor Figueiredo 28 A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO • Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo. • A curva de possibilidade de produção (CPP) nos mostra as diversas alternativas de uso dos fatores disponíveis que propiciam combinações diferentes de produção máxima. Ö Suposição: Análise da produção de uma fazenda com dois tipos de bens: milho e soja. Ö Considerações: número fixo de trabalhadores; extensão de terras; proprietário: qualificações técnicas; máquinas e equipamentos;instalações. POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA FAZENDA ALTERNATIVA A B C D E F SOJA (EM QUILOS) 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 MILHO (EM QUILOS) 8.000 7.500 6.500 5.000 3.000 0 CUSTO DE OPORTUNIDADE Exemplo formulado por Passos e Nogami (2005) Professor Figueiredo 29 ` Construir a curva de possibilidade de produção desta fazenda. Ö Os pontos de A até F indicam a CPP. Ö No ponto A toda terra está sendo utilizada na produção de milho. Ö No ponto F toda terra está sendo utilizada na produção de soja. Pleno emprego dos recursos produtivos: Professor Figueiredo 30 Assim, a CPP nos mostra todas as combinações possíveis entre milho e soja, quando todos os recursos disponíveis estão sendo utilizados. ` ¨ EFICIÊNCIA PRODUTIVA: a fazenda estará funcionando de maneira eficiente, quando o fazendeiro ao aumentar a produção de um bem, reduza a produção do outro. ¨ CUSTO DE OPORTUNIDADE: é a expressão utilizada para exprimir os custos em termos das alternativas sacrificadas: Å na produção de soja Æ da produção de milho O custo de um produto é expresso em termos da quantidade sacrificada do outro. ¨ DESEMPREGO: a produção da fazenda está abaixo de suas possibilidades. Os recursos produtivos estão ociosos: ` terras inativas Ä PONTO G Ã trabalhadores desocupados A produção pode ser aumentada, usando o serviço dos fatores de produção ociosos. Os pontos situados além da curva são inatingíveis: PONTO H ` Só poderá ser alcançado mediante um aumento na disponibilidade de fatores de produção. Professor Figueiredo 31 CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA ECONOMIA ` PROCESSO DE ESCOLHA: Suponha que uma economia, diante de seus recursos produtivos escassos, decida produzir - dentre as várias alternativas possíveis - apenas dois tipos de bens econômicos: alimentos e minério de ferro. POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA ECONOMIA ALTERNATIVA ALIMENTOS (MILHÕES DE TONELADAS) MINÉRIO DE FERRO (MILHÕES DE TONELADAS) A 0 500 B 1 450 C 2 350 D 3 200 E 4 0 CUSTO DE OPORTUNIDADE Exemplo formulado por Passos e Nogami (2005). Professor Figueiredo 32 ASPECTOS RELEVANTES DE ANÁLISE Esta CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO nos mostra as combinações máximas entre dois bens que a sociedade está apta a produzir. CUSTO DE OPORTUNIDADE Nos mostra o custo de quantidades adicionais de alimentos, diante da quantidade sacrificada de minério. Em situação de pleno emprego, para se produzir mais alimentos, devemos desistir de uma determinada quantidade de minério, a fim de liberar recursos utilizados nesta produção para a produção de alimentos. CUSTOS DE OPORTUNIDADES CRESCENTES Para obtermos as mesmas quantidades adicionais de um bem, a sociedade deve sacrificar quantidades cada vez maiores de outro bem. Isso ocorre porque os recursos utilizados em uma atividade podem não ter a mesma eficiência quando transferidos para outra atividade. Professor Figueiredo 33 DESLOCAMENTO DA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO A ESCOLHA ENTRE BENS DE CONSUMO E BENS DE PRODUÇÃO. Bens de Consumo CPP 2014 CPP 2007 Bens de Capital •CRESCIMENTO LENTO: a maioria da capacidade produtiva é utilizada na satisfação de desejos correntes. •CRESCIMENTO RÁPIDO: grande parte da capacidade produtiva atual é utilizada na produção de bens de capital. ` BENS DE CAPITAIS: as maquinas, equipamentos, instalações modernas para substituir as que sofreram desgaste (depreciação). Professor Figueiredo 34 EXERCÍCIO DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1- O quadro abaixo, nos fornece as possibilidades de produção de uma sociedade que, por hipótese, produz apenas dois tipos de bens: manteiga e canhões. Diante dos dados, responda as seguintes questões: ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO MANTEIGA (em mil ton.) CANHÕES (em mil unid.) A B C D E F 0 3 6 8 9 10 15 14 12 10 7 0 a) o que mostra a curva de possibilidade de produção de uma economia? b) desenhe a curva de possibilidade de produção (CPP) desta economia; c) se esta economia escolher alocar os seus recursos escassos nos pontos A e F, o que estaria acontecendo? d) suponha que a economia esteja operando no ponto B da curva (3 mil toneladas de manteiga e 14 mil unidades de canhões). Qual será o custo de oportunidade se a economia passar a produzir 8 mil toneladas de manteiga e 10 mil unidades de canhões? e) imagine, no próprio gráfico desenhado, um ponto dentro da curva de possibilidade de produção (ponto G) e, outro ponto fora da curva de possibilidade de produção (ponto H). Como você explicaria estas duas situações? f) o que estaria ocorrendo nessa economia caso a produção de manteiga fosse de 6 mil toneladas e a produção de canhões fosse de 9 mil unidades? Represente essa situação no gráfico que você já desenhou; g) qual seria o custo de oportunidade caso a economia estivesse operando com a produção mencionada no item anterior e passasse a produzir 9 mil toneladas de manteiga e 10 mil peças de canhões? h) caso esta economia resolva produzir 12 mil toneladas de manteiga e 17 mil unidades de canhões, haveria possibilidade? Justifique sua resposta. Professor Figueiredo 35 Professor Figueiredo 36 2- Diante da montagem de gráficos, analise as seguintes situações com relação a CPP de uma determinada economia: a) suponha que uma economia consiga um desenvolvimento tecnológico nos métodos para a melhoria na eficiência da utilização dos recursos já existentes para a produção tanto de bens de consumo como de bens de capitais, como se comportará a CPP? b) se esta economia conseguir desenvolver estas mesmas melhorias mencionadas, somente para a produção de bens de consumo, como se comportará a CPP? c) supondo que um terremoto provoque a destruição de grande parte do parque industrial dessa economia, como se comportará a CPP? d) desenhe uma CPP que mostra a eficiência produtiva desta economia. Professor Figueiredo 37 ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA “As soluções para os problemas centrais de uma sociedade irão depender, fundamentalmente, do tipo de organização econômica vigente”. “De maneira geral, pode-se dizer que são três as formas pelas quais a sociedade organiza sua economia, a fim de resolver os problemas de o que, como e para quem produzir: economia de mercado, economia centralmente planificada e, economia mista” (Passos e Nogami, 2005). ECONOMIA DE MERCADO B Típico de economias capitalistas; B Princípio da propriedade privada e da livre iniciativa; B Os recursos produtivos têm seus preços e quantidades determinadas pelo livre jogo da oferta e da procura livre competição; B O estado não deve intervir na atividade produtiva, mas sim no atendimento das necessidades coletivas. . Justiça Professor Figueiredo . Saúde . Educação 38 ECONOMIA DE MERCADO OFERTA x DEMANDA SISTEMA DE PREÇOS CONSUMIDORES: maximizam necessidades PRODUTORES: maximizam lucros ¨ Consumidores e empresas, agindo individualmente, determinam: o que, como e, para quem produzir. O QUE E QUANTO PRODUZIR: livre decisão dos consumidores e empresas. Empresas perseguem o lucro. ` COMO PRODUZIR: competição entre empresas. Diante da concorrência, para maximizar seu lucro, optam pelo método de produção mais barato e eficiente. ` PARA QUEM PRODUZIR: “a oferta e a procura de fatores de produção (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial) determina as taxas salariais, os aluguéis, as taxas de juros e os lucros que irão se constituir na renda das unidades familiares. A produção destina-se a quem têm renda para pagar, e o preço é o instrumento de exclusão”. ` Professor Figueiredo 39 ECONOMIA PLANIFICADA CENTRALMENTE B Típico dos países socialistas; B O que, como e para quem produzir, não são resolvidos de maneira descentralizada, via mercado e preço, mas pelo planejamento central (Estado). B Prevalece a propriedade estatal dos meios de produção. ` O QUE E QUANTO PRODUZIR: o Estado fixa metas de produção, para procurar atender as necessidades de consumo da sociedade. ` COMO PRODUZIR: o Estado determina os processos de produção a serem utilizados. ` PARA QUEM PRODUZIR: o Estado interfere nos salários dos diferentes tipos de profissão. ECONOMIA MISTA B Em diversos países é uma mescla desses dois sistemas; B Uma parte dos meios de produção pertence ao estado (empresas públicas), outra parte pertence ao setor privado (empresas privadas); Professor Figueiredo 40 B É uma economia em que governo e mercado compartilham as decisões de o que, como e para quem produzir. ` O QUE E QUANTO PRODUZIR: xSetor privado: guiado pelo sistema de preços. xSetor público: influi diretamente e indiretamente. ` COMO PRODUZIR: xSetor privado: pela concorrência. xSetor público: pelo planejamento governamental. ` PARA QUEM PRODUZIR: - Setor privado: a questão distributiva é resolvida pelo sistema de preços. - Setor público: o estado cria mecanismos para que as pessoas tenham uma renda – seguro desemprego; salário mínimo etc. EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1- Segundo os autores quais são as formas pela qual uma economia pode se organizar economicamente? 2- O que é capitalismo e como é a dinâmica da economia? 3- O que é socialismo e como é a dinâmica da economia? 4- Como são decidias as questões econômicas em uma economia de mercado? 5- Como são resolvidas as questões econômicas em uma economia centralmente planificada? 6- Como são decididas as questões econômicas em uma economia mista? Professor Figueiredo 41 A EVOLUÇÃO DA TEORIA ECONÔMICA ANTIQUIDADE B Grécia Antiga: surgem as primeiras idéias econômicas, em estudos filosóficos e políticos. ` Aristóteles (384-322 A. C.) ` Termo Economia - Oikosnomos - estudos sobre aspectos da administração privada e sobre finanças públicas. MERCANTILISMO (Século XVI) B Nasce a 1a. escola econômica. B Preocupação: acumulação de riquezas em uma nação. “O governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos”. FISIOCRACIA (Século XVII) ` Fisiocracia = Regras da Natureza B Dr. François Quesnay: fundador e principal representante da escola fisiocrata. B Obra: Tableau Économique. Professor Figueiredo 42 B “A terra era a única fonte de riqueza”. B “Existe uma ordem natural que faz com que o universo seja regido por leis naturais”. B “As leis humanas deveriam estar em harmonia com as leis da natureza, de forma que se deixasse essa atuar livremente”. “Laissez faire, Laissez passer” B Surgiu como reação ao mercantilismo. B Sugeria que era desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema, e tudo que fosse contra ela seria derrotado. B A riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza em atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. CLÁSSICOS • Adam Smith (1723-1790), considerado o fundador da escola clássica e o precursor da moderna Teoria Econômica. ` Obra: A riqueza das nações (1776). Professor Figueiredo 43 B Princípio do Liberalismo = Livre iniciativa = Laissezfaire. B Acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à perfeição. B Os agentes econômicos agindo individualmente acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. B O papel do Estado na economia deveria corresponder apenas à proteção do Estado, mas não à intervenção nas leis de mercado. • David Ricardo (1772-1823) analisou por que as nações comerciavam entre si, se era melhor para elas comerciarem e quais produtos deveriam ser comerciados. “Teoria das Vantagens Comparativas” • Jean Baptiste Say (1768-1832), popularizou a chamada Lei de Say: “A oferta cria sua própria procura” ` O aumento da produção transforma-se em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços. Professor Figueiredo 44 • Thomas Robert Malthus (1776-1834), em sua obra: Princípios de Economia Política (1820). B Sistematizou uma teoria geral sobre a população. “A causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional” “Enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em progressão aritmética”. ` Advogou o adiamento de casamentos, a limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres, e aceitava guerras como uma solução para interromper o crescimento populacional. CRÍTICOS DA TEORIA CLÁSSICA y Marxistas: têm como pilar de seu trabalho a obra de Karl Heinrich Marx (1818-1883). ` Obra: O Capital (1867) tem como objetivo descobrir as “leis do movimento” da sociedade capitalista. ` O modelo econômico de Marx demonstrava como o capitalismo explorava a classe trabalhadora, e como essa exploração conduziria o capitalismo à sua destruição. BTeoria da Mais-Valia: é o valor extra que o trabalhador cria, além do valor pago por sua força de trabalho. Professor Figueiredo 45 NEOCLÁSSICOS B Início da década de 1870/até as primeiras décadas do século XX. BPrivilegiaram os aspectos microeconômicos da teoria. B Sedimentaram o raciocínio matemático, procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social. • Alfred Marshall (1842-1924), considerado o fundador da moderna economia, exposta mediante representações gráficas. B Obra: Princípios de Economia (1890). B Período em que a formalização da análise econômica evolui muito, principalmente a Microeconomia. Professor Figueiredo 46 O AVANÇO DA TEORIA MACROECONÔMICA, A PARTIR DA GRANDE DEPRESSÃO DA DÉCADA DE 1930. A GRANDE DEPRESSÃO: Envolvimento que teve para as economias contemporâneas: - a doutrina liberal da época; - a realidade mostrada pelo mercado; - a solução proposta; a nova macroeconomia e as contas nacionais. TÓPICO DE DESTAQUE: em 1930 a grande depressão colocou em choque o sucesso do capitalismo. Novas orientações econômicas ocorreram e permanecem até hoje. ANTES DE 1930: Doutrina liberal - discussão entre os economistas: O que gera riqueza em uma nação? • ADAM SMITH - (1723-1790), em sua obra: “A Riqueza das Nações”, destaca: - trabalho produtivo. - trabalho improdutivo. - total repúdio ao governo (improdutivo). Professor Figueiredo 47 • KARL MARX - (1818-1883), para ele só existia o trabalho. O que gera valor na sociedade e o trabalho em si. • Assim, “metade do mundo capitalista/outra metade socialista” ` Diante disto, os países capitalistas, procuraram encontrar uma forma de combater o avanço do socialismo. • De que forma? ° através das orientações econômicas. • JEAN BAPTISTE SAY (Francês-1767-1832): em sua obra: toda oferta gera sua própria procura. Tudo que for produzido encontra seu consumidor. ª lei de Say ` 1930-A GRANDE DEPRESSÃO: momento de crise. As empresas estavam abarrotadas de produtos, e não estavam encontrando mercado consumidor. • Atitude das empresas, diante da crise: ° 1A. OPÇÃO adotada pelos empresários: baixar os preços para desovar os estoques. ° 2A. OPÇÃO adotada: mandar trabalhadores embora. Professor Figueiredo 48 • Os economistas, diante da Teoria Econômica vigente, acreditavam que se tratava de um problema temporário. Ì Mas: em 29 de outubro de 1929 - quebra da bolsa de Nova York. Preocupação dos economistas: encontra uma solução para a crise que assolava as economias. • MICHAEL KALECHI (Polonês-1899-1970): em sua obra: esta havendo um subconsumo. A sociedade não consome e as empresas não investem. Solução: entrada do governo na economia. ERA KEYNESIANA • JOHN MAYNARD KEYNES - (1883-1946): em sua obra: “Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro” (1936), deu a solução para a crise: • Para Keynes, era necessária a intervenção do Estado, através de uma política de gastos públicos. - vamos colocar o governo no centro da ação econômica, para corrigir as distorções. - “o governo poderá consumir pelas famílias e investir pelos empresários”. Professor Figueiredo 49 • Keynes propôs o déficit público, pois o gasto do governo tem um efeito multiplicador na demanda agregada. Ì Princípio da demanda efetiva Yd = C + I + G + X - M • Financiamento do déficit público: via emissão de títulos públicos. • Exemplo simplificado da atuação do governo gastando na economia via déficit público: 1o. Momento: PIB 2o. Momento: 100 150 Arrecadação Tributária: Tributo = 10% 10 15 Gasto Público 15 15 Déficit ( 5 ) ∅ “Assim, a economia volta a normalidade, volta a crescer” Professor Figueiredo 50 PERÍODO RECENTE B Crise do petróleo - década de 70. B A Teoria Econômica apresentou importantes transformações. B O desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações em volume e precisão sem precedentes, permitindo à Teoria Econômica caminhar em várias direções. ` Área das Finanças Empresariais. EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1- Qual era a preocupação dos pensadores (economistas) no Mercantilismo e na Fisiocracia? Qual era a concepção para a geração da riqueza nestas duas escolas de pensamento econômico? 2- Quem foi considerado o “pai” do capitalismo e qual sua obra? Qual era sua orientação com relação à geração da riqueza em uma economia? 3- Explique qual o significado da Lei de Say? 4- Qual o pensador que sistematizou a teoria geral sobre a população e qual sua obra? Explique o enfoque desta teoria. 5- Quem foi o pensador que contestou a teoria capitalista e qual sua obra? Explique o enfoque de sua teoria. 6- O que foi a crise de 1930? Faça uma análise da economia brasileira dentro deste contexto. 7- Qual o pensador que sistematizou uma teoria para combater a grande depressão mundial de 1930 e qual sua obra? Explique o enfoque desta teoria. 8- O que foi a chamada “Revolução Keynesiana”? Professor Figueiredo 51 DEMANDA E OFERTA B A Teoria Microeconômica ou teoria dos preços analisa o comportamento das unidades econômicas individuais. B Analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço. MERCADO PREÇO DEMANDA E OFERTA B MERCADO: quem determina aos membros de uma sociedade de mercado o que fazer, é o preço. B PREÇO: através dos preços, os indivíduos, verificam que curso de ação vai maximizar suas rendas ou minimizar suas despesas. DEMANDA: a demanda (ou procura) são as quantidades de vários bens que as pessoas desejam e podem comprar durante um certo período de tempo, dadas as alternativas disponíveis (PASSOS e NOGAMI, 2005). FATORES QUE INTERFEREM NA DEMANDA 4 4 4 4 4 O preço do bem; A renda do consumidor; O gosto do consumidor; Os preços dos bens substitutos; Os preços dos bens complementares. Professor Figueiredo 52 Ì Então: Qdx = f (Px, R, G, Pbs, Pbc, .... n) B Critério “Coeteris Paribus”, expressão Latina - os outros fatores permanecem constantes. Ì Assim: Qdx = f ( P ) OBS: iremos analisar o enfoque, da maneira pela qual consumidores reagem somente á variação dos preços dos produtos. Ì Desta Forma: haverá uma tendência a um comportamento inversamente proporcional entre a demanda e o preço do bem. A DEMANDA INDIVIDUAL x Nos mostra a quantidade demandada, por um certo produto, individualmente na economia, dado os vários preços alternativos. x Segundo Passos e Nogami (2005), a DEMANDA INDIVIDUAL por um determinado bem ou serviço refere-se à quantidade desse bem que o indivíduo deseja e está capacitado a comprar, por unidade de tempo. x A lista a seguir nos mostra, hipoteticamente, a quantidade máxima de CAMISAS que os consumidores (João, José, Joaquim) estão dispostos a comprar, a cada preço. Professor Figueiredo 53 Escala de Demanda por Camisas Pontos A B C D E F G H I J Preço 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 João 1 1 1 2 4 6 8 10 12 14 Quantidade Demandada (Camisas/Mês) Outros Demanda de José Joaquim Consumidores Mercado 0 0 “ 1.000 0 0 “ 2.000 1 0 “ 3.000 1 1 “ 4.000 2 1 “ 5.000 4 2 “ 6.000 6 3 “ 7.000 8 5 “ 8.000 10 7 ” 9.000 12 8 “ 10.000 Ì Trace as curvas de demanda, mostrando o comportamento individual de consumo de Camisas/mês ao preço de R$ 30,00. Professor Figueiredo 54 x Esta característica de comportamento diante das variações do preço ilustra a “Lei Geral da Demanda”, a qual se aplica praticamente a todos os bens. LEI GERAL DA DEMANDA ↑ P : ↓ Quantidade Demandada ↓ P : ↑ Quantidade Demandada • Trace a curva de demanda de mercado, mostrando o comportamento dos consumidores com relação ao consumo total de Camisas, neste mercado. Professor Figueiredo 55 x Assim: A curva de demanda de mercado é obtida somando-se horizontalmente as quantidades demandadas das curvas de demanda individuais a cada possível preço. A curva de demanda de mercado nos mostra a relação entre as quantidades de refrigerantes que os consumidores estão dispostos a comprar, a todos os possíveis preços (PASSOS E NOGAMI, 2005). OFERTA x A OFERTA, de um determinado bem, será a quantidade desse bem que o produtor deseja vender no mercado, durante um dado período de tempo, aos vários preços (PASSOS E NOGAMI, 2005). FATORES QUE INTERFEREM NA OFERTA B B B B B B O Preço do Bem; O Preço dos Fatores de Produção; A tecnologia; O clima; Preço dos bens substitutos na produção; Preço dos complementares na produção. x Então: QSx = f ( P, Pfp, T, C, Pbsp, Pbcp, .........n) ` Coeteris Paribus: QSx = f ( P ) Professor Figueiredo 56 x OBS: iremos realizar uma análise de como o preço interfere na oferta de um determinado bem. Ì Desta forma: Haverá uma tendência a um comportamento diretamente proporcional entre preço e quantidade ofertada. A OFERTA INDIVIDUAL Ì É a quantidade de um bem ou serviço que um produtor deseja vender no mercado, por unidade de tempo, aos preços alternativos. Ì A lista abaixo nos mostra a quantidade máxima de CAMISAS que os produtores (individualmente) estão dispostos a oferecer a diferentes preços possíveis. Escala de Oferta de Camisas Pontos Preço A B C D E F G H I J 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 Professor Figueiredo Produtor 1 1.000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 Quantidade Ofertada (Camisas/mês) Produtor Produtor Outros Oferta de 2 3 Produtores Mercado 1.200 900 “ 11.000 1.100 800 “ 10.000 1.000 700 “ 9.000 900 600 “ 8.000 800 500 “ 7.000 700 400 “ 6.000 600 300 “ 5.000 500 200 “ 4.000 400 100 “ 3.000 300 0 “ 2.000 57 Ì Trace as curvas de oferta, mostrando o comportamento individual de produção de Camisas ao preço de R$ 70,00. Ì Esta característica de comportamento diante a variações do preço, ilustra a “Lei Geral da Oferta”, a qual se aplica praticamente a todos os bens. Professor Figueiredo 58 LEI GERAL DA OFERTA ↑ P : ↑ Quantidade Ofertada ↓ P : ↓ Quantidade Ofertada OFERTA DE MERCADO Trace a curva de oferta de mercado, mostrando o comportamento dos produtores com relação a oferta total de Camisas nesta economia. Professor Figueiredo 59 Assim: a curva de oferta de mercado é obtida somando-se horizontalmente as quantidades ofertadas pelos produtores individuais a cada possível preço. Ì A curva de oferta de mercado mostra a relação entre as quantidades ofertadas de camisas que os produtores estão dispostos a produzir, a todos os possíveis preços. O EQUILÍBRIO EM UM MERCADO COMPETITIVO x Mercado competitivo é aquele em que existem muitos compradores e muitos vendedores, de forma tal que nenhum deles, agindo individualmente, consegue influencia significativa sobre os preços e quantidades praticadas no mercado. x A análise abaixo, nos mostrará a situação de equilíbrio de mercado para um determinado produto (Camisas). Escalas de Demanda e Oferta de mercado (Camisas) Preço Quantidade Quantidade Pontos das Demandada Ofertada Camisas Camisas/Mês Camisas/Mês A 100,00 1.000 11.000 B 90,00 2.000 10.000 C 80,00 3.000 9.000 D 70,00 4.000 8.000 E 60,00 5.000 7.000 F 50,00 6.000 6.000 G 40,00 7.000 5.000 H 30,00 8.000 4.000 I 20,00 9.000 3.000 j 10,00 10.000 2.000 • Exemplo formulado por Passos e Nogami (2005). Excessos de Oferta (+) e Demanda (-) Pressão Sobre o Preço x O equilíbrio de mercado ocorre, ocorre quando as quantidades que os compradores comprarão ao preço de equilíbrio igualarão exatamente às quantidades que os produtores desejam vender. Professor Figueiredo 60 ANÁLISE GRAFICA DO EQUILÍBRIO x Trace graficamente as curvas de demanda e oferta (linear), mostrando a situação de equilíbrio encontrada na tabela. x Em termos gráficos, o equilíbrio ocorre na intersecção das curvas de oferta e demanda de mercado. Professor Figueiredo 61 x Excesso de Oferta, ou escassez da demanda, é o excesso da quantidade ofertada sobre a quantidade demandada, quando o preço está acima do equilíbrio. x Excesso de Demanda, ou escassez da oferta, é o excesso de quantidade demandada sobre a quantidade ofertada, quando o preço está abaixo do equilíbrio. x Equilíbrio de Mercado: o preço de equilíbrio é aquele em que coincidem os planos dos consumidores e dos produtores. OBS: vale ressaltar que este equilíbrio só ocorre em um mercado competitivo. empresas produzindo consumidores. Um mercado onde existem o mesmo produto para muitas muitos Ì Quando ocorre a ausência desta condição, os preços dos produtos não são determinados, em uma economia, desta forma. Professor Figueiredo 62 DISTINÇÃO ENTRE DEMANDA E QUANTIDADE DEMANDADA VARIAÇÕES NA QUANTIDADE DEMANDADA x Decorre de variações no preço desse bem e representam movimentos ao longo da curva de demanda. A DEMANDA E O PREÇO DO BEM x A quantidade demandada de um bem é influenciada por seu preço. Å P de um bem, provoca, Æ Qd. Æ P de um bem, provoca, Å Qd. Ì Demonstre graficamente esta relação entre o preço e a quantidade demandada. x Uma variação no preço provoca uma variação na quantidade demandada. Professor Figueiredo 63 MUDANÇAS NA DEMANDA x Quando analisamos os outros fatores que permaneceram constantes, na análise anterior, ocorre um deslocamento por inteiro de toda a curva de demanda. x Ocorre quando qualquer um dos fatores que influenciam a demanda varia, fazendo com que uma quantidade diferente seja demandada a cada preço. x Desta forma, ou a curva de demanda se desloca para a direita ou para a esquerda, dependendo da interferência do fator que está sendo analisado. x Vamos então, analisar a influência destes fatores. Os fatores que serão analisados são os mais citados pelos autores. Não esquecer que podemos identificar muitos outros fatores de interferência. Professor Figueiredo 64 A DEMANDA E A RENDA DO CONSUMIDOR x Para analisarmos o que mudanças na renda do indivíduo provoca no consumo de determinado bem ou serviço, precisamos conhecer alguns tipos de bens: B BENS NORMAIS: uma elevação na renda do consumidor provoca uma elevação nas quantidades compradas desses bens. Ì Suponha um consumidor, que diante de um salário mensal de R$ 1.000,00, consume 3 latas de cerveja por semana ao preço de R$ 1,50. Quando obteve um aumento salarial, ganhando R$ 2.000,00, passou a consumir 5 latas de cerveja por semana. Demonstre graficamente esta situação, para se verificar a interferência do fator renda no consumo deste bem. • Desta maneira, pode-se verificar que um aumento na renda, provocou um deslocamento de toda a curva de demanda para a direita. • Como também, uma diminuição da renda provoca um deslocamento da curva de demanda para a esquerda. Ex; Alimentos, roupas, aparelhos de som, eletrodomésticos. Professor Figueiredo 65 B BENS INFERIORES: são bens cuja demanda varia em sentido inverso a variações na renda do consumidor. Ì Suponha um consumidor qualquer, que diante a um salário mensal de R$ 1.000,00, consume 4 Kg de carne de segunda (acém) por mês, ao preço de R$ 6,00 o quilo. Quando obteve um aumento salarial, ganhando R$ 2.000,00, passou a consumir 2 Kg de acém por mês. Demonstre graficamente esta situação, para se verificar a interferência do fator renda no consumo deste bem. • Desta maneira, um aumento na renda do consumidor, provoca um deslocamento para a esquerda da curva de demanda. • Como também, uma diminuição na renda, provoca um deslocamento para a direita da curva de demanda. Ex: o pão, a batata, a carne de segunda, roupas usadas. B BENS DE CONSUMO SACIADO: são bens em que o desejo do consumidor se encontra satisfeitos, após um determinado nível de renda. • Dada uma variação na renda, a demanda não se altera, ou a necessidade ou desejo do consumidor está completamente satisfeito após um determinado nível de renda. Professor Figueiredo 66 Ì Suponha um consumidor qualquer, com uma família composta por 5 pessoas, onde diante a um salário mensal de R$ 1.000,00, consumem 10 Kg de arroz por mês, ao preço de R$ 7,00 o pacote de 5 Kg. Quando obteve um aumento salarial, ganhando R$ 2.000,00, continuou consumindo a mesma quantidade de arroz, pois esta quantidade satisfaz a necessidade de consumo desta família. Ex: arroz, farinha, sal. A DEMANDA E O GOSTO DO CONSUMIDOR A quantidade demandada de um determinado bem depende dos hábitos e preferências do consumidor. ` B Esta relação depende: idade religião sexo educação Neste sentido poderão ocorrer desfavoráveis no consumo do bem. ` tradições culturais mudanças favoráveis e As campanhas publicitárias normalmente exercem grande influência no comportamento do consumidor. ¨ Ì Suponha um consumidor qualquer, consumindo 6 (seis) ovos por mês. Mas a mídia, começa a vincular que o consumo de ovos, faz bem a saúde e inclusive não contribui para o aumento do colesterol. Diante a este estímulo, o consumidor passa a consumir 12 ovos por mês. Professor Figueiredo 67 Ì Suponha um consumidor qualquer, consumindo 22 maços de cigarro por mês. Mas a mídia, começa a vincular que o consumo de consumo de cigarros é prejudicial à saúde. ` a campanha favorável a um bem provoca um aumento da demanda. ` A campanha desfavorável a um bem provoca uma diminuição da demanda. A DEMANDA E O PREÇO DOS BENS SUBSTITUTOS • São bens que cujo consumo de um pode substituir o consumo do outro. Å P do bem - provoca - Å da demanda do outro bem Æ P do bem - provoca - Æ da demanda do outro bem Ì Suponha uma família, com 5 componentes, que consomem 6 garrafas (de dois litros) de coca-cola por mês, quando o preço é de R$ 2,60 e, 3 garrafas de pepsi-cola, quando o preço é de R$ 2,20. Num determinado momento, o preço da coca-cola se altera para R$ 3,20 e o preço da pepsi-cola se mantém constante. Demonstre graficamente esta situação. Ì Agora suponha que o preço da coca-cola, diminua para R$ 2,10, e o preço da pepsi-cola se mantém constante. Professor Figueiredo 68 Ì um aumento no preço da coca-cola, Ì uma diminuição no preço da coca-cola provoca um aumento na demanda de pepsi-cola, e a curva de demanda de pepsi-cola se desloca para a direita. provoca uma diminuição da demanda de pepsi-cola, e a curva de demanda de pepsi-cola se desloca para a esquerda. Ex: manteiga e margarina, coca-cola e pepsi-cola, café e chá, coca-cola e guaraná antártica. B Um aumento do preço de um bem substituto ou concorrente provocará um aumento da demanda do outro bem. O inverso também ocorre. A DEMANDA E O PREÇO DO BEM COMPLEMENTAR São bens que são consumidos em conjunto a fim de satisfazer a mesma necessidade. B B Há uma relação inversa entre o preço de um bem e a demanda do outro bem. Å P de um bem Professor Figueiredo - provoca - Æ na demanda do outro bem 69 Ì Suponha uma família (com 4 componentes) que consomem 8 pães por dia, quando o preço é de R$ 0,15 centavos a unidade. Na complementação deste consumo, adquirem 3 unidades (250g) de manteiga por mês. Num determinado momento, o preço do pão aumentou para R$ 0,30 centavos a unidade, e a família passou a consumir 2 unidades de manteiga. Demonstre graficamente esta situação. Ì Agora suponha que o preço do pão diminui para R$ 0,10 a unidade, e o consumo de manteiga aumentou para 4 unidades por mês. Ì um aumento no preço do pão, provoca uma diminuição na demanda de manteiga, e a curva de demanda de manteiga se desloca para a esquerda. Ì uma diminuição no preço do pão provoca um aumento da demanda de manteiga, e a curva de demanda de manteiga se desloca para a direita. DISTINÇÃO ENTRE OFERTA E QUANTIDADE OFERTADA VARIAÇÕES NA QUANTIDADE OFERTADA • Decorrem de variações no preço desse bem, e representam movimentos ao longo da curva de oferta. Professor Figueiredo 70 Ì uma variação no preço, provoca uma variação na quantidade ofertada. MUDANÇAS NA OFERTA • ocorre um deslocamento por inteiro de toda a curva de oferta. Ì Ocorre quando qualquer um dos fatores que influenciam a oferta varia, fazendo com que uma quantidade diferente seja ofertada a cada preço. Professor Figueiredo 71 RELAÇÃO ENTRE A OFERTA E O PREÇO DOS FATORES DE PRODUÇÃO Aumentos nos preços dos fatores de produção, causarão aumentos nos custos e, ocasionado uma oferta menor a cada preço. ` • Suponha uma empresa que produz camisas, e num determinado momento, se depara com um aumento do preço do tecido. Este aumento no custo de produção irá diminuir a oferta de camisas no mês seguinte. Demonstre esta situação. • Agora suponha que a empresa se depare com uma diminuição do preço do tecido, consequentemente, aumentando a oferta de camisas no mês seguinte. • com o aumento de custo, a curva de oferta de camisas se desloca para a esquerda. Professor Figueiredo • com a diminuição de custo, a curva de oferta de camisas se se desloca para a direita. 72 RELAÇÃO ENTRE A OFERTA DE UM BEM E A TECNOLOGIA As inovações tecnológicas, elevação da produção. B geralmente, provocam uma B Os custos diminuem e a oferta aumenta quando a tecnologia avança. • Uma inovação tecnológica favorável provoca um aumento na oferta, e a curva de oferta se desloca para a direita. RELAÇÃO ENTRE A OFERTA E O PREÇO DOS BENS SUBSTITUTOS NA PRODUÇÃO B Quando na produção de dois bens usam os mesmos fatores de produção, um aumento no preço de um deles, provocará uma tendência a aumentar a produção desse bem, em detrimento da produção do outro. Ì Suponha um agricultor que possui 10 hectares de terá, onde resolve plantar soja e trigo (meio a meio). No momento de sua decisão, o preço da soja é de R$ 30,00 a saca (60 Kg) e o do trigo, R$ 25,00 a saca (60 Kg). Na sua colheita percebe que o preço da soja sofreu uma elevação, sendo negociada a R$ 35,00 a saca, onde o preço do trigo permanece constante. Qual seria a atitude deste produtor na sua próxima plantação? Demonstre esta situação. Professor Figueiredo 73 Ì Agora suponha que o preço da saca de soja, sofra uma que da de preço para R$ 20,00, e o preço do milho permanece constante. • Um aumento no preço da soja, coeteris paribus o preço do milho, provoca um deslocamento da curva de oferta de milho para a esquerda. Professor Figueiredo • uma diminuição no preço da soja, coeteris paribus o preço do milho, provoca um deslocamento da curva de oferta de milho para a direita. 74 RELAÇÃO ENTRE OFERTA E O PREÇO DOS BENS COMPLEMENTARES NA PRODUÇÃO B São bens que, dado um aumento na sua produção, provoca aumento na produção de outro bem. B Se ocorrer um aumento no preço da carne, aumenta-se o abate de boi gordo, provocando um aumento na oferta de carne e, conseqüentemente, um aumento da oferta de couro. ` Deslocamento da curva de oferta para a direita devido ao aumento do preço do bem complementar. • Um aumento no preço da carne provoca um deslocamento da curva de oferta de couro para a direita. ` Deslocamento da curva de oferta para a esquerda devido à diminuição do preço do bem complementar. • Uma diminuição no preço da carne provoca um deslocamento da curva de oferta de couro para a esquerda. Professor Figueiredo 75 A OFERTA E AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS As condições climáticas exercem grande influência em relação à oferta de alguns produtos, especialmente os produtos agrícolas. • Ì Suponha a ocorrência de uma geada nos cafezais de uma determinada região. O que acontecerá com a oferta de café? Demonstre esta situação. • A ocorrência de geada provoca o deslocamento da curva de oferta de café para a esquerda. Professor Figueiredo 76