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PROCESSO DE ENFERMAGEM APLICADO A UM PORTADOR DE
ESPONDILITE ANQUILOSANTE E ARTRITE PSORIÁTICA
FREITAS, Janyeire Gurgel
DINIZ, Emmanuelle Campos
DUTRA, Iama Cristrina Bezerra
LINS, Luci Hellen Santos
RIBEIRO, Gerson da Silva
A Espondilite Anquilosante e Artrite Psoriática, embora sejam patologias que
apresentam inúmeras complicações, ainda são bastante desconhecidas. A Espondilite
consiste em uma doença articular inflamatória crônica das vértebras e das
articulações sacro-ilíacas; enquanto a Artrite Psoriática possui um inicio insidioso e
evolução progressiva, caracterizando-se por: sinovite, poliartrite e Espondilite.
Ambas requerem atenção por parte dos acadêmicos enquanto futuros profissionais,
uma vez que o convívio social de um paciente acometido por estas enfermidades
encontra-se comprometido, podendo até mesmo levar a um grave isolamento social.
Diante do exposto o presente estudo tem por objetivos: sistematizar a assistência de
enfermagem a um paciente acometido por Espondilite Anquilosante e Artrite
Psoriática; identificar os diagnósticos de enfermagem baseados na Taxonomia da
NANDA; estabelecer, a partir da priorização dos diagnósticos de enfermagem, o
plano de cuidados; implementar as intervenções de enfermagem e avaliar as
respostas do paciente a partir do plano pré-estabelecido.Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica, consistindo em um estudo de caso, realizada no Hospital Universitário
Lauro Wanderley, utilizando-se um questionário pré-elaborado baseado nas
Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta, durante o mês de fevereiro. O
resultado obtido com as implementações estabelecidas foi satisfatório. Evidenciamos
uma melhora no quadro clinico da paciente a partir da sistematização da assistência
de enfermagem, uma vez que esta contribui na qualidade dos serviços e na atuação
da equipe de saúde.
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Palavras chaves: Espondilite; Artrite; Assistência de enfermagem.
__________________________________________
PROCESS OF APPLIED ENFERMAGEM TO A CARRIER OF ESPONDILITE
ANQUILOSANTE IS ARTHRITIS
Espondilite Anquilosante and Artrite Psoriática, although they are pathologies that
present countless complications, they are still plenty ignored. Espondilite consists of
a disease to articulate inflammatory chronicle of the vertebras and of the articulations
sacred-ilíacas; while the Artrite Psoriática possesses a I begin insidious and
progressive evolution, being characterized for: sinovite, poliartrite and Espondilite.
Both request attention on the part of the academics while professional futures, once
the social conviviality of a patient one attacked by these illnesses meets committed,
being able to not even taking to a serious social isolation. Before the exposed the
present study has for objectives: to systematize the nursing attendance to a patient
one attacked by Espondilite Anquilosante and Artrite Psoriática; to identify the
diagnoses of set nursing in Taxonomic of NANDA; to establish, starting from the
foremost of the nursing diagnoses, the plan of cares; to implement the nursing
interventions and to evaluate the patient's answers starting from the plan preestablish. Treat of a bibliographical research, consisting of a case study,
accomplished in the University Hospital Lauro Wanderley, a questionnaire preelaborated based on Wanda Horta garden Basic Human Needs being used, during the
month of February. The result obtained with the established practice was satisfactory.
We evidenced an improvement in the patient's clinical picture starting from the
systematization of the nursing attendance, once this contributes in the quality of the
services and in the performance of the team of health.
Key words: Espondilite; Arthritis; Nursing attendance.
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INTRODUÇÃO
O Processo de Enfermagem surgiu como proposta para Sistematizar a
Assistência de Enfermagem, tendo como fator primordial o relacionamento
interpessoal enfermeiro-paciente, que segundo a definição de Horta apud
Campedelli,1992, é a qualidade dinâmica das ações sistematizadas que visa a
qualidade da assistência ao ser humano, caracterizando-se pelo dinamismo de suas
fases.
Na qualidade de profissional de saúde o enfermeiro tem significativo valor no
tocante a recuperação do paciente cabendo-lhe prestar uma assistência que atenda as
necessidades particulares do cliente e forneça subsídios para que a família dê
continuidade dessas ações, como também aumente a relação entre profissionais junto
ao cliente, com o propósito de conseguir um prognóstico mais favorável e segurança
no paciente em se autocuidar, uma vez que o papel da enfermagem no processo de
cuidar inclui: fornecer cuidados, decidir, proteger, gerenciar, reabilitar, confortar,
comunicar e ensinar (POTTER; PERRY, 1998).
Cientes da importância da implementação do Processo de Enfermagem como
instrumento essencial para a prestação de um cuidado sistemático e individualizado,
necessário ao restabelecimento da saúde, e prevenção de doenças e incapacidades,
torna-se evidente os benefícios da sua aplicação junto a paciente com diagnóstico de
Espondilite Anquilosante e Artrite Psoriática.
A Espondilite Anquilosante, embora seja uma patologia que apresenta
inúmeras complicações, ainda é bastante desconhecida. Sua prevalência é estimada
em 0,5 a 2 /1000 habitantes em países Europeus e norte-americanos, sendo também
considerada muito baixa na população japonesa e africana (PRADO, 2003).
Consiste em uma doença articular inflamatória crônica das vértebras e das
articulações sacro-ilíacas. Começa na adolescência após alguma infecção e suspeitase que seja de origem imunogênica, com auto-anticorpos direcionados para os
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elementos articulares. Segue-se um curso crônico progressivo, com extensão para os
quadris, joelhos e ombros em um terço dos pacientes e, algumas vezes, uveítes,
aortite e amiloidose (ROBISN, 1996).
Por ser uma patologia que pode levar a uma debilidade física grave devido a
perda concomitante de mobilidade na coluna há necessidade de certa atenção, por
parte dos acadêmicos enquanto futuros profissionais, uma vez que o convívio social
de um paciente acometido pela Espondilite Anquilosante encontra-se comprometido,
podendo até levar a um grave isolamento social.
A Artrite Psoriática ocorre em cerca de 5% dos pacientes com psoríase
cutânea.A maioria dos casos surge em pacientes com doença cutânea ativa e bem
estabelecida, no entanto outros pacientes manifestam a doença articular antes do
desenvolvimento da psoríase (BENNETTE; PLUM, 1996).
O interesse em desenvolver esta pesquisa se deu em virtude de ser um tema
desconhecido, mas que requer um certo embasamento teórico não só por parte dos
acadêmicos, mas também dos profissionais de saúde, uma vez que, sua baixa
incidência não anula a possibilidade de sua ocorrência. Além do que foi citado,
percebemos que há necessidade de expor a comunidade acadêmica à importância de
fornecer orientações à família a fim de que esta possa estar apta a oferecer apoio
adequado ao paciente.
Diante do exposto o presente estudo tem por objetivos: sistematizar a
assistência de enfermagem a um paciente acometido por Espondilite Anquilosante
com Artrite Psoriática; identificar os diagnósticos de enfermagem baseados na
Taxonomia da NANDA; estabelecer, a partir da priorização dos diagnósticos de
enfermagem, o plano de cuidados; implementar as intervenções de enfermagem e
avaliar as respostas do paciente a partir do plano pré-estabelecido.
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REVISÃO LITERÁRIA
A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica, que
compromete inicialmente o esqueleto axial, principalmente as articulações sacroilíacas e as estruturas ligamentares justa-articulares, caracterizando a entesopatia
(processo inflamatório na inserção dos ligamentos e tendões), (PRADO, 2003). Pode
também afetar as grandes articulações sinoviais, como quadris, joelho ou ombros
(SMELTZER; BARE, 2002).
A EA é prevalente entre 0,2 a 0,23 % da população caucasiana, acomete mais
amiúde homens jovens que mulheres com uma relação estimada de 2,5 – 5:1. Nas
mulheres, a EA quase sempre não é diagnosticada primariamente devido à doença
axial mais leve e às manifestações extra-articulares ocultas. As mulheres com EA
tendem a apresentar início tardio, menor comprometimento do quadril, doença axial
menos agressiva, artrite mais periférica, osteíte púbica grave e maior incidência da
doença isolada da coluna cervical (BENNETT; PLUN, 1996).
Segundo Smeltzer; Bare (2002), esta patologia costuma ser diagnosticada na
segunda ou terceira década de vida. Em geral a doença não é tão grave nas mulheres
como nos homens, nos quais é mais prevalentes e possível de apresentar um
envolvimento sistêmico significativo.
Os fatores desencadeantes são desconhecidos, porém sabe-se que a
predisposição genética e fatores ambientais estão relacionados na etiologia de EA. O
fator genético encontra-se bastante presente, sendo o HLA-B27 positivo em 90 a 95
% dos espondilíticos caucasóides e em somente 3 a 5 % na população caucasóide
sadia. Entre os fatores ambientais, ganha destaque a possível participação de infecção
intestinal pela Klebsiella sp. (PRADO, 2003).
O HLA-B27 trata-se de um antígeno do complexo de histocompatibilidade
principal I (MHC I), que foi associado pela primeira vez com a EA em 1973. O risco
de desenvolver EA em uma pessoa HLA-B27 (+) é calculado em 1 a 2 %, sendo que
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apenas 20 % dos parentes de primeiro grau HLA-B27 (+) de pacientes com EA irão
desenvolvê-la, o que sugere a importância de outros fatores na determinação da
suscetibilidade à doença. (BENNETT; PLUN, 1996).
Os sintomas podem variar de simples dores nas costas, na grande maioria das
vezes nas nádegas, até uma doença grave, que ataca a coluna e outros locais do
corpo, resultando em grande incapacidade devido à um “congelamento” das
vértebras da coluna que com o decorrer do tempo, vão dificultar inclusive um
simples passo para caminhar (RUDGE, 200?).
Um dos sintomas iniciais da EA é o início insidioso de lombalgia e/ou rigidez
(dor nas costas). Esta patologia caracteriza-se essencialmente por sacroilite simétrica
quase sempre bilateral, essa sacroilite pode levar 7 a 10 anos para se manifestar em
radiografia convencional apesar de surgir na fase inicial da doença. (BENNETT;
PLUN, 1996). As articulações que são caracteristicamente afetadas são as do
esqueleto axial, que incluem as articulações temporo-mandibular, acromioclavicular
e esternoclavicular, assim como as articulações das costelas. A perda de expansão
torácica é também um sinal clínico característico, podendo ocorrer também o
envolvimento da articulação do quadril (20% dos casos) a qual também acarretará
incapacidade grave devido à perda concomitante de mobilidade na coluna (KOTTE;
LEHMANN, 1994).
Alguns trabalhos evidenciaram uma alta incidência de lesão medular nos
pacientes acometidos de EA quando estes sofriam fraturas da coluna cervical
(LEVINE, 19998).
Segundo Deboni, 1995, mais de 35 % dos pacientes apresentam envolvimento
articular periférico, envolvendo ombros, quadris e joelhos. Podem apresentar dor
torácica tipo pleurítica devido à tendinite insercional em músculos costoesternais e
costovertebrais e uveítes anteriores (alterações oculares). Em paciente com doença
severa identifica-se ainda alterações fibróticas e infiltrado crônico nos campos
pulmonares superiores semelhante à tuberculose. Além disso, insuficiência aórtica,
cardiomegalia e defeitos de condução ocorrem entre 3,5 a 10% dos pacientes. A
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nefropatia,
quando
presente,
está associada a depósito
de amilóide ou
imunoglobulina (Ig).
As manifestações específicas associadas com a EA incluem: irite, artrite ou
artralgia, perda de peso e mal estar. Devido a compressão da parede torácica pela
anquilose vertebral também pode ocorrer a disfunção respiratória (BLACK;
JACOBS, 1993).
De acordo com Prado, 2003, pode-se ainda dividir o quadro clínico em três
fases cuja duração varia de paciente para paciente: no período prodrômico o cliente
apresenta sintomas vagos, com queixas de lombalgia, dorsalgias e lombociatalgias,
podendo ocorrer tendinites, fasciites e alterações oculares (uveítes); o período inicial
caracteriza-se por queixas de lombalgia inflamatória, podendo ocorrer manifestações
extra-articulares e oculares; no período de estado o diagnóstico é fácil, porém, tardio.
A postura e a deambulação são características. Há limitação dos movimentos da
coluna em todos os planos e diminuição de expansibilidade torácica. Além disso,
ocorre uveítes, arritmia e insuficiência aórtica.
Para o diagnóstico de EA é necessário levar em consideração a idade precoce
de seu início, história familiar de lombalgia, rigidez matinal prolongada, lombalgia
com mais de três meses de duração, melhora sintomática com atividade ou prática de
exercícios (BENNETT; PLUN, 1996).
Para avaliação das articulações sacro-ilíacas tem sido sugerido a cintilografia
óssea e a tomografia computadorizada, no entanto a avaliação radiológica
convencional é,
em geral, suficiente. As anormalidades laboratoriais são
inespecíficas e podem incluir elevação na velocidade de sedimentação globular
(VSG) e anemia normocrômica e normocítica. A tipagem HLA-B27 não deve ser
usada como procedimento de rotina, pois é um exame dispendioso e normalmente
desnecessário, visto que o diagnóstico depende da evidência clínica e radiológica da
doença (DEBONI, 1995).
Embora não exista um tratamento que possibilite a cura definitiva, há meios
de se trabalhar precocemente e conseguir tratar os sintomas como: inflamação e dor,
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estacionar a progressão da doença, manter a mobilidade das articulações acometidas
e manter uma postura ereta.Tem-se também a alternativa de atuar individualmente ou
em grupo.Basicamente, o tratamento é fisioterapêutico, e requer motivação por parte
do paciente (MEIRELLES, 200?).
A intervenção individual tem como objetivo a libertação das zonas mais
retraídas através de técnicas neuromusculares de massagem, mobilização e
estiramento dos tecidos moles e de posturas de alongamento, obtendo assim uma
maior amplitude de movimento ao nível dos ombros, assegurando uma maior
mobilidade dos membros e contribuindo para a correção da postura (CAMPOS,
200?).
A intervenção em grupo garante a manutenção de um nível adequado de
mobilidade e a melhoria da tolerância ao esforço, através de técnicas de
alongamento, mobilização e fortalecimento muscular, executadas na prática de
exercícios ativos, de preferência em piscina terapêutica e/ou em ginásio. A utilização
em paralelo destes dois tipos de intervenção em Fisioterapia leva ao aumento da
mobilidade global e impede a fixação da coluna numa posição fletida além de
diminuir a dor e a fadiga. Como resultado final obtém-se um grau de funcionalidade
capaz de garantir uma melhor qualidade de vida aos indivíduos com E.A (Ibidem).
Atualmente há uma Associação Nacional de Espondilíticos Anquilosantes
(A.N.E.A), que surgiu devido a necessidade de promover a disseminação das
informações acerca da patologia, uma vez que o comportamento preventivo pode
trazer grandes benefícios. Mas é necessário condições para estes pacientes realizarem
tais exercícios, as quais a Associação proporciona. Segundo esta instituição, é
obrigação dos médicos transmitir não apenas aos pacientes, mas, aos familiares a
importância de um comportamento preventivo, haja vista que fases mais progressivas
da EA torna dependente o paciente de um auxílio familiar.(ROCHA, 200?).
Artrite Psoriática possui um inicio insidioso e evolução progressiva,
caracterizando-se por: sinovite, poliartrite e Espondilite, sendo que até 20% dos
pacientes apresentam uma evolução grave da doença, acarretando deformidade e
lesão articular (SMELTZER; BARE, 2002).
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A etiopatogenia ainda não está esclarecida, entretanto o fator genético é
importante, corroborado pela maior freqüência de antígenos de histocompatibilidade
HLA-B27, B13, B17, Bw38, Cw6. Fatores ambientais como trauma e infecção
também estão relacionados com a etiologia da psoríase (PRADO et al, 2003).
O risco de desenvolver Artrite Psoriática aumenta com uma historia familiar
de Espondiloartropatia e Depressão Ungueal extensa. A idade de inicio, em geral,
situa-se entre 30 e 55 anos, tendo-se demonstrado que a Artrite Psoriática afeta
igualmente ambos os sexos. No entanto, a gravidade da doença é intensificada pela
infecção concomitante por HIV (BENNETT; PLUM, 1996).
Quanto ao quadro clinico foram diferenciados cinco variantes. A primeira
caracteriza-se por oligoartrite assimétrica podendo afetar 30 a 50% do paciente,
dactilite nas mãos ou nos pés e manifestações cutâneas mínimas; a segunda afeta a
articulação interfalangeana distal e ocorre em 10 a 15% dos pacientes; a terceira
consiste em poliartrite simétrica; a quarta é representada pela espondilite psoriática,
observada em cerca de 20% dos pacientes; a quinta caracteriza-se por artrite
mutilante sendo observada em 5% dos pacientes e manifestando-se como artrite
poliarticular erosiva e destrutiva que afeta as mãos, os pés e a coluna vertebral.
(ibidem).
No que se refere ao diagnostico, observa-se que na fase aguda as provas
inflamatórias inespecíficas estão pouco alteradas. O fator reumatóide é negativo, o
acido úrico sérico pode estar elevado devido ao aumento do turnover das células
epidérmicas e o liquido sinovial inflamatório. O tratamento inclui algumas medidas
gerais, como: repouso articular e fisioterapia. Os antiinflamatórios não hormonais
são utilizados de rotina e estabilizam ou reduzem a atividade da doença (PRADO et
al, 2003).
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CAMINHO METODOLÓGICO
O presente estudo, do tipo descritivo, consiste em um estudo de caso, onde se
acompanhou M. F. M, 50 anos, sexo feminino, aposentada, com o objetivo de
sistematizar a assistência de enfermagem a uma paciente acometida por Espondilite
Anquilosante e Artrite Psoriática.
Este estudo foi realizado no Hospital Universitário Lauro Wanderley
(HULW), no 5º andar, ala B, no qual se encontra a Clínica Médica, nos dias 16, 17 e
18 de fevereiro de 2004. Utilizou-se como instrumento um questionário préelaborado baseado nas Necessidades Humanas Básicas, contendo exame físico,
histórico, necessidades de autocuidado, fatores de risco e outros dados de interesse
para a enfermagem como prescrição médica exames laboratoriais .
Através do instrumento utilizado, foi possível identificar a história clínica, e
evidenciar as características definidoras, as quais são de grande importância na
aplicação do Processo de Enfermagem. Após julgamento clínico, identificaram-se os
diagnósticos que culminaram com o plano de cuidado de acordo com as fases do
processo, a saber: levantamento de dados, diagnósticos de enfermagem, plano de
cuidados, implementação e avaliação.
*As normas para a elaboração deste trabalho foram com base nas
estabelecidas pela ABNT.
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OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
História Clínica
M. F. M, 50 anos, sexo feminino, solteira, parda, 2º grau incompleto, católica,
aposentada, natural de São Mamede, procedente de sua residência em João Pessoa.
Em 09/01/2004 às 8:00 h, admitido na Clínica Médica do Hospital Universitário
Lauro Wanderley, apresentando como queixa principal Psoríase há mais ou menos
um mês. A paciente relatou que aos 16 anos descobriu ter artrite reumatóide juvenil,
depois soube ser portadora de espondilite anquilosante. Aos 20 anos de idade não
conseguia deambular sozinha. Fez uso de Voltarem e corticóide. Aos 21 anos se
submeteu a prótese total do quadril (esquerdo). 15 anos após o quadro clinico piorou,
deixando-a confinada ao leito. Relata artrite psoriática há mais ou menos 3 anos.
Mora em zona urbana, residência de alvenaria, fossa séptica, água encanada e o lixo
é coletado uma vez por semana. Apresenta como antecedentes pessoais patológicos
varicela, parotidite, várias hospitalizações em virtude das moléstias citadas e cirurgia
previa para colocação de prótese no quadril. Nega etilismo e refere tabagismo desde
os 17 anos de idade até os 32 anos. Em 16/02 às 9:00h a mesma se apresentava em
EGR, consciente, orientada e comunicativa. Sono e repouso prejudicado devido a
mudança de ambiente. Aceitou 75% da dieta do café (SIC). Pele e mucosas
hipocoradas e ressecadas, turgor e elasticidade diminuídos, apresentando lesões em
MMSS e MMII, com crostas e secreção purulenta entre os dedos, higiene corporal e
oral satisfatórias. Ao exame, SR: eupnéia, MV (+) sem ruídos adventícios; ACV:
BCNF audíveis em todos os focos de ausculta, RCR-2T, perfusão periférica algo
lenta, sem edemas; SGI: abdome plano, flácido, RHA hipoaudíveis, indolor à
palpação superficial e profunda. Refere constipação há oito dias.Eliminações
vesicais presentes e sem alterações (SIC). Segue em venóclise no MSD, restrita ao
leito não relatando queixas álgicas no momento. Verificado SSVV: T=36,5º C; P=80
bpm; R=20 irpm; PA=110 X 70 mmhg; FC=80 bpm.
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PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO
RESULTADOS ESPERADOS
Constipação relacionada a -
Paciente
motilidade diminuída do melhora
trato
no
apresentar
quadro
de
-
de
gastrointestinal, constipação em 48 hs, após
ausência
física
deverá
INTERVENÇÕES
laxativos
conforme prescrição;
-
atividade intervenções.
evidenciada
Administrar
Oferecer dieta pastosa e
rica em fibras;
por
-
Aumentar ingesta hídrica;
incapacidade de eliminar
-
Realizar enteróclise S/N;
as fezes há mais ou menos
-
Realizar
mudança
de
oito dias e sons intestinais
decúbito para estimular o
hipoativos.
peristaltismo;
-
Orientar
quanto
a
importância de frutas e
leguminosas na dieta;
-
Orientar quanto ao uso
adequado
de
laxativos,
para evitar uma possível
dependência.
Integridade
da
pele - Paciente deverá apresentar uma
-
Proporcionar
apoio
prejudicada relacionada a diminuição no número de lesões
espuma
imobilização física, déficit bem
proeminências ósseas;
imunológico,
como
melhora
alterações durante a internação.
destas
-
de
para
as
Realizar banho no leito
no turgor evidenciado por
usando sabão neutro e
destruição de camadas da
massagear a pele com
pele e descamação.
loções emolientes;
-
Atentar para a importância
da mudança de decúbito;
-
Elevar MMII para evitar
edemas;
-
Realizar
troca
de
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curativos,
sempre
que
matérias
de
necessário;
-
Utilizar
proteção, como luvas e
máscaras, a fim de evitar
uma
possível
infecção
cruzada.
Mobilidade
física Paciente deverá manter o peso
prejudicada relacionada a dentro
dos
parâmetros
intolerância à atividade, estabelecidos,
força
e
resistência estabilidade
diminuídas
-
pré-
surgimento
seu
articulações,
das
de
de
escaras;
Promover massagens, a
e condicionamento físico.
enrijecimento
mudança
decúbito para evitar o
apresentando
de
Realizar
fim de ativar a circulação;
-
Oferecer dieta adequada,
evidenciada
visando controlar o peso
por amplitude limitada de
da paciente e melhorar o
movimento.
estado nutricional.
IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
DATA
16/02/2004
HORÁRIO IMPLEMENTAÇÃO
8:00
- Realizado exame físico;
9:00
-Verificados e anotados SSVV;
9:20
--Fornecida orientação sobre problemas de saúde atual;
10:00
--Administrou-se laxativos conforme prescrição;
10:20
-Incentivada quanto a maior adesão do paciente ao tratamento;
10:40
-Investigado o que foi assimilado pelo paciente sobre as
orientações fornecidas.
17/02/2004
11:00
-Mudança de decúbito;
11:20
-Limpeza das lesões;
8:00
-Observado e registrado: aceitação da dieta, sono e repouso,
eliminações intestinais e vesicais, e intercorrências.
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8:30
-Providenciou-se apoio de espumas a serem colocadas nas
proeminências ósseas;
18/02/2004
9:00
-Mudança de decúbito;
10:00
-Realizada troca de curativos;
11:00
-Elevação dos membros inferiores para evitar edemas;
8:00
-Verificados e anotados SSVV;
8:30
-Orientado quanto à importância da boa alimentação para a
recuperação;
9:00
-Orientada quanto ao uso adequado de laxativos para evitar
uma possível dependência;
10:00
-Mudança de decúbito;
11:00
-Realizada troca de curativos;
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AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
DIAGNOSTICOS
RESULTADOS
RESULTADOS
DE ENFERMAGEM
ESPERADOS
ALCANÇADOS
Constipação relacionada a - Paciente deverá apresentar -Paciente apresentou
motilidade
diminuída
do melhora
no
quadro
trato
gastrointestinal, constipação em 48 hs, após intestinais
ausência de atividade física intervenções.
evidenciada
de eliminações
satisfatórias.
por
incapacidade de eliminar as
fezes há mais ou menos oito
dias
e
sons
intestinais
hipoativos.
Integridade
da
pele - Paciente deverá apresentar -Paciente
prejudicada relacionada a uma diminuição no número de melhora
imobilização física, déficit lesões
bem
como
evidenciou
das
lesões
melhora após as intervenções.
imunológico, alterações no destas durante a internação.
turgor
evidenciado
por
destruição de camadas da
pele e descamação
Mobilidade
física Paciente deverá manter o peso -Paciente apresentou
prejudicada relacionada a dentro dos parâmetros pré- controle do peso sem
intolerância
força
e
à
atividade/ estabelecidos,
apresentando alterações
resistência estabilidade
de
diminuídas e enrijecimento condicionamento físico.
das
no
seu condicionamento
físico.
articulações,
evidenciada por amplitude
limitada de movimento.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada nos foi de grande valia, pois nos possibilitou um
conhecimento acerca de todo o desenvolvimento da Espondilite Anquilosante e
Artrite Psoriática, desde sua incidência até as formas de tratamento.Verificamos, de
acordo com a literatura pesquisada e os dados da paciente, que embora a patologia
não tenha cura, pode ser controlada através da educação do paciente, orientação
familiar, atividade física e tratamento medicamentoso.
Acreditamos que a EA ainda seja desconhecida no meio acadêmico em
virtude de sua baixa incidência, havendo uma maior divulgação acerca da Artrite
Psoriática, este fato, por sua vez, vem comprovar que a maioria das pesquisas
realizadas na área da saúde estão voltadas para as patologias que se fazem mais
prevalentes na população brasileira. Esta contradição precisa ser mudada, haja vista
que muitas enfermidades apesar de sua baixa prevalência também merecem estudos,
pois podem ocasionar grande debilidade e até mesmo dependência total por parte dos
pacientes.
Com esse trabalho percebemos que, através de uma cuidadosa anamnese e
história clínica, é possível obter subsídios para definir e implementar um Processo de
Enfermagem efetivo com atenção voltada para as necessidades básicas e individuais
do paciente e sua família. Contribuindo, desta maneira, para uma satisfatória resposta
do paciente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLACH, J.M; JACOBS, E.M. Luckmann e Sorense, Enfermagem MédicoCirúrgica: uma abordagem psicofisiológica. 4ed, Rio de Janeiro:Guanabara Koogan,
1993, v.1.
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth Tratado de Enfermagem
Médico-Cirúrgica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994, v. 1.
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Guanabara Koogan, 1996, v.2.
CAMPEDELLI, Maria Coeli et al. Processo de Enfermagem na Prática. 2 ed.São
Paulo:Ática, 1992.
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