UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU ENXERTIA EM HÍBRIDOS DE BERINJELA (Solanum melongena), SOB CULTIVO PROTEGIDO. JOSÉ USAN TORRES BRANDÃO FILHO Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP- Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em agronomia - Área de Concentração em Horticultura. BOTUCATU – SP Fevereiro-2001 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU ENXERTIA EM HÍBRIDOS DE BERINJELA (Solanum melongena), SOB CULTIVO PROTEGIDO. JOSÉ USAN TORRES BRANDÃO FILHO Orientadora: Profa. Dra. Rumy Goto Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP- Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em agronomia - Área de Concentração em Horticultura. BOTUCATU – SP Fevereiro-2001 OFEREÇO À minha esposa Bernadete, Companheira de sonhos e realizações. E aos nossos filhos Felipe e Henrique Pela compreensão AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual de Maringá (UEM), pela oportunidade oferecida. À Faculdade de Ciências Agronômicas FCA/UNESP - Campus de Botucatu, pela oportunidade de fazer o curso de pós-graduação em Horticultura. À Coordenadoria de Apoio e Pesquisas ao Ensino Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudo (PICD), para a realização do curso de doutorado. À professora doutora Rumy Goto, mais que uma excelente orientadora, uma grande amiga de vários anos e congressos. Aos meus pais José Usan e Laura, pelo exemplo de trabalho e honradez. Ao Marco, Geisa, Duda e Carol, que sempre estiveram comigo nesses anos, meus compadres de todas as horas. Aos docentes da Faculdade de Ciências Agronômicas, Campus de Botucatu (FCA/UNESP), pelos ensinamentos e amizade, em especial aos professores Marcelo A. Pavan, Antônio Ismael Inácio Cardoso, Roberto Lyra Villas Boas, João Domingos Rodrigues, Júlio Nakagawa, Chukichi Kurozawa e Lin Chau Ming. Ao Osni Callegari e José Marcos de Bastos Andrade do Departamento de Agronomia da UEM, grandes companheiros. À memória do professor Tosiaki Kimoto, um exemplo a ser sempre lembrado. Aos funcionários da Fazenda Experimental de Ensino, Pesquisa e Produção de São Manoel, pelo apoio constante durante o desenvolvimento dos trabalhos de campo, em especial ao amigo Geraldo. Aos funcionários do Departamento de Horticultura, pela colaboração e amizade. Ao professor Carlos Ducatti e ao técnico de Laboratório Evandro Tadeu da Silva pelo auxilio com os isótopos estáveis. Às funcionárias da Seção de Pós-graduação, pela cordialidade e amizade com que sempre nos atenderam. Ao amigo Emílio Hara, sem dúvida um grande sujeito. Aos meus colegas: Domingos Sávio Rodrigues, Mario Cesar Lopes, Wilson Sebastião Tivelli, Renato Braga e Káthia Alexandra Lara Cañizares, pelo convívio e oportunidade de trabalharmos juntos. Aos amigos Júlio César Suaki, Vandeir F. Guimarães, Gustavo Habermann, José Luis Mosca e Francisco Célio Maia Chaves pela amizade e auxílio na tese. A todos colegas do curso de pós-graduação em horticultura da FCA/UNESP. Nascendo, amando ou mesmo até sofrendo São momentos oportunos pra lições Que aprendidas sem ler ou escrevendo Ficam indeléveis em nossos corações (José Usan T. Brandão) v SUMÁRIO página LISTA DE QUADROS .........................................................................................................viii LISTA DE FIGURAS ...........................................................................................................xii LISTA DE GRÁFICOS.........................................................................................................xiv RESUMO............................................................................................................................... 01 SUMMARY........................................................................................................................... 03 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 05 2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 07 2.1 Berinjela............................................................................................................... 07 2.2 Cultivo protegido................................................................................................. 08 2.3 Enxertia................................................................................................................ 09 2.4 Fisiologia ............................................................................................................. 10 3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 13 3.1 Localização do experimento ................................................................................ 13 3.2 Estrutura para plantio........................................................................................... 15 3.3 Histórico da área.................................................................................................. 15 3.4 Amostragem e análise do solo ............................................................................. 15 3.5 Preparo e adubação do solo ................................................................................. 15 3.6 Produção das mudas 3.7 Enxertia................................................................................................................ 17 cultivares...........................................................................16 e vi 3.8 Transplante .......................................................................................................... 18 3.9 Condução ............................................................................................................. 18 3.10 Manejo da irrigação ........................................................................................... 20 3.11 Adubações de cobertura..................................................................................... 20 3.12 Controle fitossanitário ....................................................................................... 20 3.13 Tratamentos ....................................................................................................... 21 3.14 Experimentos ..................................................................................................... 21 3.14.1 Desenvolvimento da planta ................................................................ 22 3.14.2 Arquitetura.......................................................................................... 22 3.14.3 Desenvolvimento do fruto .................................................................. 22 3.14.4 Caracterização dos frutos no ponto de colheita .................................. 23 3.14.5 Peso dos frutos.................................................................................... 23 3.14.6 Frutos manchados ............................................................................... 24 3.14.7 Acompanhamento nutricional............................................................. 24 3.14.8 Medidas de trocas gasosas .................................................................. 25 3.14.9 Uso de isótopos estáveis ..................................................................... 26 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 28 4.1 Desenvolvimento da planta ................................................................................. 28 4.1.1 Altura das plantas ................................................................................. 28 4.1.2 Número de nós...................................................................................... 31 4.1.3 Diâmetro do caule................................................................................. 33 4.1.4 Número de flores .................................................................................. 37 4.1.5 Correlações ........................................................................................... 40 vii 4.2 Arquitetura da planta ........................................................................................... 42 4.3 Desenvolvimento do fruto ................................................................................... 42 4.4 Características dos frutos no ponto de colheita ................................................... 47 4.5 Peso dos frutos..................................................................................................... 51 4.6 Frutos manchados ................................................................................................ 52 4.7 Acompanhamento nutricional.............................................................................. 56 4.8 Medidas de trocas gasosas ................................................................................... 60 4.9 Uso de isótopos estáveis ...................................................................................... 66 5. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 72 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 74 viii LISTA DE QUADROS Quadro 1 Página Resultados das análises químicas de amostras de solo retiradas a uma profundidade de 0 a 30 cm nas estufas, FEEPP – UNESP/FCA – São Manuel/SP, 2000. ..........................................................................................................................16 2 Resumo da análise da variância da altura das plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. ....................................................28 3 Média das alturas das plantas em centímetros e coeficiente de variação dos tratamentos, para os dias 14, 35, 56 e 98 após transplante. São Manuel/SP, 2000. ..29 4 Resumo da análise da variância do número de nós encontrados nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. ...........31 5 Média dos números de nós encontrados nas plantas e coeficiente de variação dos tratamentos, para os dias 14, 35, 56 e 98 após transplante. São Manuel/SP, 2000. ..32 6 Resumo da análise da variância do diâmetro do caule a 10 cm do solo, nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. ..........................................................................................................................34 7 Média do diâmetro do caule a 10 cm do solo e coeficiente de variação dos tratamentos, para os dias 14, 35, 56 e 98 após transplante. São Manuel/SP, 2000. ..34 8 Resumo da análise da variância do número de flores nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. ................................37 ix 9 Média do número de flores e coeficiente de variação dos tratamentos, para os dias 14, 35, 56 e 98 após transplante. São Manuel/SP, 2000. ...................................38 10 Resumo das análises de correlações simples, dos parâmetros avaliados (altura, número de nós, diâmetro do caule e número de flores) nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. ..........................41 11 Desenvolvimento dos frutos: peso (g), diâmetro (cm), comprimento (cm) e Brix, de cinco em cinco dias até os 45 dias após abertura da flor, para os tratamentos Nápoli e Nápoli/enxertada. São Manuel/SP. 2000. ...................................................46 12 Desenvolvimento dos frutos: peso (g), diâmetro (cm), comprimento (cm) e Brix, de cinco em cinco dias até os 35 dias após abertura da flor, para os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada. São Manuel/SP. 2000. ...............................................47 13 Resumo da análise da variância do comprimento, diâmetro e do Brix dos frutos no ponto de colheita. São Manuel/SP, 2000..............................................................50 14 Média do comprimento (cm), diâmetro (cm), Brix dos frutos no ponto de colheita e coeficiente de variação dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000.............................50 15 Resumo da análise da variância do peso dos frutos no ponto de colheita. São Manuel/SP, 2000. ......................................................................................................52 16 Média do peso (g), dos frutos no ponto de colheita e coeficiente de variação dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000............................................................................52 17 Resumo da análise da variância da porcentagem de frutos com marca na casca no momento da colheita. São Manuel/SP, 2000. ............................................................53 x 18 Média da porcentagem de frutos com marca na casca no momento da colheita e coeficiente de variação dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000................................53 19 Resumo da análise da variância (quadrados médios e coeficiente de variação) do teor de macronutrientes nos frutos de berinjela. São Manuel/SP, 2000. ...................57 20 Teor dos macronutrientes encontrados nos frutos de berinjela dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000. ...............................................................................................57 21 Resumo da análise da variância (quadrados médios e coeficiente de variação) do teor de micronutrientes nos frutos de berinjela. São Manuel/SP, 2000.....................58 22 Teor dos micronutrientes encontrados nos frutos de berinjela dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000. ...............................................................................................58 23 Média da concentração dos teores de macronutrientes e micronutrientes em folhas de berinjela. São Manuel/SP, 2000. ................................................................59 xi LISTA DE FIGURAS Figura Página 1 Vista geral dos módulos de ambiente protegido, vista lateral e frontal dos dois módulos onde foram instalados os experimentos na FEEPP- UNESP/FCA. São Manuel/SP. 2000. ........................................................................14 2 Planta do tratamento Kokuyo/enxertada. São Manuel/SP, 2000...............................19 3 Planta do tratamento Nápoli/enxertada. São Manuel/SP, 2000.................................19 4 Esquema da arquitetura, das plantas de berinjela, híbrido Nápoli. São Manuel/SP. 2000. ......................................................................................................43 5 Esquema da arquitetura das plantas de berinjela, híbrido Kokuyo. São Manuel/SP. 2000. ......................................................................................................43 6 Vista das folhas e da planta da berinjela híbrida Nápoli. São Manuel, SP, 2000. ..........................................................................................................................44 7 Vista das folhas e da planta da berinjela híbrida Kokuyo. São Manuel, SP, 2000. ..........................................................................................................................45 8 Frutos de Berinjela, híbrido Nápoli, em destaque no ponto de colheita e em suas fases de desenvolvimento. São Manuel/SP, 2000..............................................48 9 Frutos de Berinjela, híbrido Kokuyo, em destaque no ponto de colheita e em suas fases de desenvolvimento. São Manuel/SP, 2000........................................49 10 Frutos de berinjela com marca característica. São Manuel/SP, 2000........................54 xii 11 Frutos com a corola sem cair. São Manuel/SP, 2000. ...............................................55 12 Enriquecimento relativo da razão 13 C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 01 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema.São Manuel/SP. 2000. .........67 13 Enriquecimento relativo da razão 13 C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 02 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000. ........68 14 Enriquecimento relativo da razão 13 C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 03 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000. ........69 15 Enriquecimento relativo da razão 13 C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 04 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000. ........70 16 Enriquecimento relativo da razão 13 C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 05 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000..............................................................................71 xiii LISTA DE GRÁFICOS Quadro 1 Página Curvas das alturas das plantas de berinjelas, utilizadas como tratamentos, em avaliações semanais até os 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000..........30 2 Curvas dos números de nós encontrados nas plantas de berinjelas, utilizadas como tratamentos, em avaliações semanais até os 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. ......................................................................................................33 . 3 Desenvolvimento do diâmetro do caule (cm), acima do ponto de enxertia (10 cm do solo), para os tratamentos, em avaliações semanais até 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000.............................................................................35 4 Desenvolvimento dos diâmetros do caule, acima (10 cm do solo), abaixo (03 cm do solo) e no ponto de enxertia para o híbrido Nápoli. São Manuel/SP. 2000..........36 5 Desenvolvimento dos diâmetros do caule, acima (10 cm do solo), abaixo (03 cm do solo) e no ponto de enxertia para o híbrido Kokuyo. São Manuel/SP. 2000........36 6 Curvas dos números de flores encontrados nas plantas de berinjelas, utilizadas como tratamentos, em avaliações semanais até os 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000.. .....................................................................................................39 7 Taxa de fotossíntese das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000.....................................................61 8 Condutância estomática das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000.....................................................62 xiv 9 Taxa de transpiração das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000.....................................................62 10 Eficiência do uso da água nas plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000.....................................................63 11 Acompanhamento da taxa fotossintética das plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. .................................................................63 12 Acompanhamento da condutância estomática das plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. .....................................................64 13 Acompanhamento da taxa de transpiração das plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. .....................................................64 14 Acompanhamento da concentração interna de CO2 plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. .....................................................65 15 Acompanhamento da eficiência do uso da água nas plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. .....................................................65 1 RESUMO O ensaio foi conduzido em ambiente protegido, localizado na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção de São Manuel da FCA/UNESP, em dois módulos de estrutura simples, tipo arco com 7 m de largura, 40 m de comprimento e 3 m de pé direito, cobertos por filme plástico de 100 micras, totalizando uma área de 560 m2. Foram utilizados duas cultivares de berinjela, os híbridos Nápoli e Kokuyo, enxertados em um porta-enxerto específico para berinjela (híbrido TaiByo VF), estes materiais foram comparados entre si e com seus pés francos. Os dois materiais utilizados demonstraram uma boa compatibilidade com o porta-enxerto, com alto índice de pegamento da enxertia (95,6%). Todos os tratamentos apresentaram um crescimento lento nos primeiros trinta dias, sendo que após ocorreu um período de crescimento rápido e novamente uma fase de crescimento lento. No início os tratamentos com o híbrido Kokuyo mostraram-se maiores, entretanto com o desenvolvimento das plantas, os tratamentos com o híbrido Nápoli apresentaram um porte mais elevado. O híbrido Nápoli apresentou um porte mais arbóreo quando comparado com as plantas do híbrido Kokuyo, que apresentaram um porte mais herbáceo. Os frutos de maneira geral, independentemente da enxertia e do híbrido utilizado, têm um desenvolvimento bastante rápido. Os tratamentos com o híbrido Nápoli apresentam um maior diâmetro dos frutos, e a utilização da enxertia não teve influência no diâmetro dos frutos em nenhum do dois materiais estudados. Ficou comprovado que a não queda da corola leva a um aumento considerável no número de frutos manchados (com marca na casca). Com a finalidade de acompanhar o estado nutricional das plantas, a cultura foi previamente dividida em três fases: vegetativo, pleno florescimento e frutificação. 2 Quando se avaliou os dados de extração de macronutrientes e micronutrientes nas folhas, notou-se que os valores tenderam a ser semelhantes em todos os tratamentos para praticamente todos os nutrientes avaliados. Foram realizadas medidas, ao longo do dia, das taxas de fotossíntese (A), condutância estomática (g), transpiração (E), eficiência no uso da água (A/E) e concentração interna de CO2 na folha (Ci). Os resultados mostraram que as plantas enxertadas apresentaram maior eficiência do uso da água, tanto para o híbrido Kokuyo como para o híbrido Nápoli. As plantas do híbrido Kokuyo apresentam maiores taxas de fotossíntese, condutância estomática, transpiração, concentração de CO2 interna e melhor eficiência no uso da água. Ainda estudando a fotossíntese da berinjela, utilizou-se CO2 enriquecido com 13 C visando estudar o movimento dos fotoassimilados, sua alocação e partição nas plantas. Os resultados mostraram que as movimentações dos fotoassimilados dependem dos drenos existentes em cada caso, e que os frutos são os drenos mais fortes. 3 GRAFTING IN EGGPLANT HYBRIDS (Solanum melongena), UNDER PROTECTED CULTIVATION. Botucatu, 2001. 79 p. Tese (Doutorado em Agronomia/Horticultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista. Author: JOSÉ USAN TORRES BRANDÃO FILHO Adviser: RUMY GOTO SUMMARY The trial was carried out in a greenhouse at FCA/UNESP São Manoel Teaching, Research and Production Farm, in two simple frame arc-type modulations, 7 m wide, 40 m long and 3 m high, covered with a 100-milimicra plastic film, for a total of 560 m2. Two eggplant hybrids were studied, Napoli and Kokuyo, both grafted on a specific rootstocks. Both hybrids demonstrated good compatibility with the rootstocks, with a high grafting. All treatments showed slow growth during the first thirty days, and after that two sequential periods occur: a fast growth period and then a slow growth period again. Initially, treatments with Kokuyo hybrid had a higher growth rate, but Napoli hybrids presented a posterior better development. Napoli hybrid presents a more arborous type, when compared to Kokuyo hybrid plants, which presented a more herbaceous growth habit. As a general rule, fruits has a fast development, independent from hybrid or from grafting. Treatments with Napoli hybrid presented a greater fruit diameter, and use of grafting did not influence fruit diameter in both materials evaluated. It was verified that the fall of the petals leads to a considerable increased in stained fruits (marked on their outside peel). With the aim of following plant nutritional state, the crop growth was previously divided into these phases: vegetative, full flowering and fructification. 4 Similar values were found, for all nutrients, when data from macro and micronutrients extraction from plants were analyzed. Photosynthesis rates (A), stomata conductance (g), transpiration (E), water use efficiency (A/E) and internal CO2 leaf concentration (Ci) daylong measurements were also accomplished. The results made evident that grafted plants had higher use efficiency, for both hybrids. Kokuyo hybrid plants had higher photosynthesis rates, stomata conductance, transpiration, and internal CO2 concentration and also increased water use efficiency. Still studying eggplant photosynthesis, a 13C enriched CO2 study was conducted to evaluate the movement of assimilates and their allocation and partition in plants. Results evidenced that assimilate movement depend on existing sinks in each case. _____________________________ Keywords: Solanum melongena, Protected cultivation, Grafting, Physiology. 5 1. INTRODUÇÃO O cultivo protegido por ser um sistema que apresenta como principais vantagens a obtenção de colheita fora da época normal, precocidade, aumento da produção e a melhoria da qualidade dos frutos, pode beneficiar principalmente os pequenos e médios produtores (Tivelli, 1998). Entretanto, vários são os casos de insucesso, levando muitos a abandonarem a atividade após algum tempo. Algumas causas poderiam ser responsáveis por esse fato, mas de maneira geral, o grande problema está na falta de um planejamento adequado exigido por esse sistema de cultivo. Segundo Brandão Filho & Vasconcelos (1998), a produção e a qualidade da espécie escolhida dependem basicamente do germoplasma, do solo, do clima e do homem propriamente dito, sendo então de fundamental importância a compreensão de cada um desses fatores e de suas inter-relações. Para que se obtenham as melhores respostas, é imprescindível conhecer as condições básicas necessárias para que a planta tenha um bom crescimento e desenvolvimento (Goto, 1995). Torna-se então de fundamental importância que se tenha um conhecimento do manejo do ambiente protegido e das necessidades da espécie escolhida, a fim de se obter os melhores resultados. O uso intensivo do solo sem a devida preocupação de um manejo adequado, adicionado a utilização errada de adubos, vem ocasionando o aparecimento de solos com uma série de problema fitossanitários e de ordem nutricional. Como uma alternativa para solucionar estes problemas surgiu a enxertia em hortaliças. Segundo Kobori (1994) a enxertia vem sendo utilizada para obtenção de frutos de melhor qualidade, maior produtividade, melhor adaptação a temperaturas adversas e principalmente no controle de doenças do solo. 6 A berinjela é provavelmente uma das hortaliças menos estudadas no Brasil, embora esteja tendo um grande impulso na sua comercialização, provavelmente ligado a estudos recentes que mostram sua utilização como medicinal, comprovando tratar-se de uma olerícola de grande auxilio à saúde. Segundo Brandão Filho & Callegari (1999), a berinjela (Solanum melongena) é uma hortaliça fruto com grande potencial futuro para o cultivo em ambiente protegido. Este trabalho teve como objetivo juntar estes três fatores, importantes na produção de hortaliças, ou seja, pretendeu-se conhecer desenvolvimento da cultura da berinjela em cultivo protegido e sua resposta à enxertia. o 7 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Berinjela Segundo informações do CEAGESP, são comercializadas anualmente 20537 toneladas, sendo que o estado de São Paulo planta aproximadamente 1037 hectares, produzindo cerca de 47549 toneladas. Segundo Filgueira (1982), é uma planta arbustiva, com caule semilenhoso, ereto, podendo ultrapassar 1,0 m de altura, com ampla formação de ramificações laterais. Os híbridos mais plantados hoje atingem em média 1,1 m da altura, mas alguns produtores ainda plantam alguns cultivares que podem alcançar até 2,0 m, isto para as berinjelas comuns, entretanto as berinjelas conhecidas como japonesas são de porte menor com as plantas atingindo no máximo 0,90 m de altura. 8 Os frutos podem ter coloração vinho escuro, rajada ou clara, entretanto a de melhor cotação no mercado são aqueles de coloração escura e formato alongado ou oblongo (Harder, et al.,1998). A berinjela é uma planta que se comporta como uma planta de clima tropical, necessitando de temperaturas elevadas durante todo seu ciclo (Filgueira, 1982). 2.2 Cultivo protegido Segundo Vecchia & Koch (1999) nas décadas de 70 e 80 houve uma grande expansão da área de cultivo de hortaliças em ambiente protegido, particularmente na Ásia e costa do mar Mediterrâneo. No Brasil, esta tecnologia foi introduzida na década de 70, mas ganhou impulso somente a partir de meados da década de 80 até o início dos anos 90. Minami (1995) relatou uma área de produção de hortaliças estimada em 2000 hectares e uma projeção na virada do milênio para 10.000 hectares. De acordo com levantamentos efetuados em 1999 são cultivados cerca de 1500 hectares de hortaliças neste sistema, sendo os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul os maiores produtores, (Vecchia & Koch, 1999) . Martins (1996) e Goto (1997) apontam uma série de equívocos que levaram a este baixo índice de crescimento da área cultivada; destacando a falta de informações adequadas para nossas condições; que resultaram em experiências negativas para muitos produtores. Para o produtor iniciante no cultivo protegido, é fundamental que se faça uma pesquisa de mercado, a qual indicará as espécies a serem exploradas, o volume a ser produzido e a freqüência de venda dos produtos. Conhecidas as necessidades do mercado, é necessário conhecer a fisiologia das culturas e o clima da região, para verificar as possibilidades ou restrições de produção, (Tivelli, 1998). Segundo Sousa et al. (1999), a produção em ambientes controlados apresenta-se como alternativa para o produtor em uma economia competitiva e globalizada, 9 uma vez que permite a redução de perdas e o aumento da produtividade de diversas culturas. Desde o início do cultivo protegido no Brasil as hortaliças mais utilizadas são o pimentão, a alface, o tomate e o pepino. Entretanto algumas culturas vêm ganhando destaque como o melão e a berinjela. 2.3 Enxertia Segundo Janick (1966), enxertia é a união de duas plantas por meio da regeneração dos tecidos, de modo que a combinação resultante permita se desenvolver como uma única planta. A melhor razão para a escolha da enxertia reside na transferência dos benefícios de um determinado cavalo para a outra planta. Para a berinjela enxertada, Oda (1995) coloca como principais vantagens: controle de murcha bacteriana (Pseudomonas solanacearum), murcha de Verticílio (Verticilium dahliae), murcha de Fusário (Fusarium oxysporum), tolerância às baixas temperaturas, nematóides e aumento do vigor da planta. Esta técnica vem ganhando destaque nos últimos anos, principalmente nos países asiáticos e europeus, Oda (1995) relatou que, em campo aberto, 43% das berinjelas são enxertadas e 95% no cultivo protegido, totalizando cerca de 50% da berinjela plantada no Japão. Kobori (1999), colocou que a enxertia em hortaliças apresenta inúmeras vantagens, se as técnicas e experiências forem adquiridas e assimiladas. O custobenefício pode viabilizar a técnica e até reduzir custos. Entretanto ainda há necessidade de mais estudos sobre o comportamento do porta enxerto, sua compatibilidade com a copa e suas respostas a esta combinação. Vários pesquisadores relataram os métodos utilizados na enxertia de hortaliças. Os métodos tradicionais de enxertia são realizados manualmente e normalmente não requerem grandes aparatos, os métodos mais utilizados são: fenda simples, encostia, 10 inserção lateral com e sem enraizamento das mudas e contato em bizel. (Gomes, 1997; Oda, 1995). Morita (1988), desenvolveu uma cola adesiva para ser utilizada em mudas enxertadas de berinjela. Oda et al., (1997) utilizaram um robô para auxiliar na enxertia da berinjela e este influenciou positivamente na taxa de desenvolvimento e produtividade das mudas enxertadas. No Brasil a técnica mais utilizada pelos produtores de berinjela é a da fenda. A escolha desta técnica provavelmente foi baseada na praticidade do método e vem ratificar os trabalhos de Gindrat et al. (1985), Ginoux & Dauple (1985) e Shishido et al. (1995). Vários trabalhos foram realizados a fim de determinar os melhores porta enxertos para cada espécie, segundo Kobori (1999), Gomes (1997) e Oda (1995) para berinjela os porta-enxertos mais comuns são: Torvum vigor (Solanum torvum), Hiranasu (Solanum integrifolium), Meet, Karehen, Assist (Solanum melongena) e o híbrido Taibyo VF ((Solanum integrifolium x Solanum melongena). Ohara et al. (1990) e Shishido et al. (1995), relataram as vantagens do porta-enxerto híbrido Taibyo VF ((Solanum integrifolium x Solanum melongena), conseguindo resistência a murcha de Verticílio e murcha de Fusário, tolerância a temperaturas baixas e grande vigor. 2.4 Fisiologia A produtividade é afetada por características morfológicas e fisiológicas da fonte e do dreno. Toda produção de fitomassa depende da atividade fotossintética da fonte, porem a assimilação do CO2 é apenas um dos muitos fatores que influenciam o crescimento e desenvolvimento vegetal (Foyer & Galtier, 1996). Desta forma, buscar mais informações sobre a fonte torna-se de fundamental importância, e uma das formas mais utilizadas para estuda-la é realizar as medidas de trocas gasosas (taxa de fotossíntese, condutância estomática, taxa de transpiração, concentração interna de CO2 e eficiência no uso da água). 11 O método de análise de troca gasosa foi descrito por Machado et. al (1994) e Habermann (1999), utilizando para realizar as medidas o “Infra Red Gás Analyser – IRGA”, Modelo Li 6200, LI-COR, sistema fechado portátil de fotossíntese, com analisador de CO2 por radiação infra-vermelha. Kim & Hori (1989), estudando sobre a capacidade fotossintética das folhas de berinjela mostraram valores máximos em torno de 22 mmol CO2.m-2.s-1, que as taxas fotossintéticas dependiam da idade das folhas e correlacionavam diretamente com o teor de clorofila das folhas. Estes valores encontrados de taxa de fotossíntese são considerados altos, levando em consideração que a berinjela é uma planta de ciclo C3, (Pimentel et al., 1995). Ikeda (1981), estudando as taxas de fotossíntese em mudas de berinjela, tomate e pepino, mostra novamente que a taxa fotossintética varia de acordo com o posicionamento da folha. Uma planta produtiva é aquela que apresenta uma grande eficiência na produção de carboidratos na fonte, ou a eficiência de acumulação destes nos drenos, preferencialmente na associação dos dois processos (Pimentel, 1998). Uma das metodologias utilizadas no estudo sobre a fotossíntese refere-se ao emprego dos isótopos do carbono, destacando-se o uso do isótopo radioativo 14 C. Contudo, a partir da década de 80, começaram a ser desenvolvidos trabalhos, utilizando os isótopos estáveis do carbono (12C e oxigênio (16O e 18 13 C), nitrogênio (14N e 15 N), O) e do hidrogênio (1H e 2H), em estudos sobre a fisiologia de plantas, com destaque para os estudos sobre os ciclos fotossintéticos, partição e alocação de N e C, além de estudos sobre os mecanismos de absorção e movimentação da água nas plantas (Ehlenringer, 1991). Os isótopos são átomos que apresentam o mesmo número de prótons (Z) e diferentes número de nêutrons (N) ou átomos que apresentam o mesmo número de prótons e diferente número de massa (A). Desse modo, tem-se átomos de um mesmo elemento químico com massas atômicas diferentes (A=Z+N). 12 Os isótopos estáveis, de diversos elementos, ocorrem naturalmente na litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera. Os isótopos "leves”, que possuem menor massa atômica, são os mais abundantes, enquanto que os isótopos "pesados”, que possuem maior massa atômica, estão presentes no ambiente em uma quantidade muito pequena (Licatti, 1997 e Ducatti, 2000). Variações naturais nas concentrações entre estes isótopos permitem classificar as plantas nos diferentes ciclos fotossintéticos (C3, C4 e CAM). Plantas do ciclo C3 apresentam um sinal isotópico que varia de –22‰ a – 34‰, plantas do ciclo C4 mostram serem mais ricas em 13C que plantas do ciclo C3 apresentando um sinal isotópico que varia de -9‰ a -16‰. Essas diferenças nos sinais isotópicos das plantas C3 e C4 são determinadas por fracionamentos entre os isótopos 12C e 13C, que ocorrem desde a entrada do CO2 nos estômatos até a formação dos carboidratos no Ciclo de Calvin (Vogel, 1993). O 13C também pode ser utilizado como "traçador" em estudos sobre fotossíntese, pois devido a sua baixa concentração no CO2 atmosférico, quando uma planta é colocada em uma atmosfera controlada com CO2 enriquecido com 13C (ou seja, CO2 com elevada porcentagem de 13C), os carboidratos formados também serão ricos em 13C, o que alterará o sinal na leitura do espectrômetro de massa. Rao (1989), estudando a translocação do 14C em plantas de berinjela, em suas fases vegetativa, florescimento e produtiva, aplicando o isótopo sempre na quinta folha a partir do meristema apical, e retirando os órgãos para análise 48 horas após a aplicação, chegou a conclusão que os fotossintetatos apresentavam bidirecionalidade, isto é eram transportadas tanto para a região apical como para a região basal do ramo. Quando existia um fruto este era o dreno principal, embora mesmo nesta fase foram encontrados fotossintetatos com 14C em diversos os órgãos da planta. 13 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Localização do experimento O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção de São Manuel da FCA/UNESP– Botucatu , no município de São Manuel, SP, coordenadas geográficas aproximadas de 22°44’S e 48°34’W, com altitude em torno de 750 metros. Segundo Espindola et al. (1973), o clima da região é do tipo mesotérmico, Cwa, ou seja, subtropical úmido com estiagens no período de inverno. A precipitação média anual é de 1530 milímetros, sendo a temperatura média anual de 21°C. O solo do local onde foi montado o experimento é um latossolo vermelho amarelo fase arenosa, textura média e relevo suave ondulado. 14 Figura 01 – Vista geral dos módulos de ambiente protegido, vista lateral e frontal dos dois módulos onde foram instalados os experimentos na FEEPPUNESP/FCA. São Manuel/SP. 2000. 15 3.2 Estrutura para plantio O ensaio foi conduzido em ambiente protegido, em dois módulos de estrutura simples, tipo arco com 7 m de largura, 40 m de comprimento e 3 m de pé direito, cobertos por filme plástico de 100 milimicras, totalizando uma área de 560 m2. As estruturas estão dispostas com maior eixo no sentido N-S e paralelas a maior incidência de ventos. 3.3 Histórico da área As estruturas foram montadas entre outubro e novembro de 1997, com a finalidade de cultivar diversas cultivares de pimentão (Capsicum annuum L.). Conduziu-se a cultura de pimentão por duas safras: dezembro de 1997 a junho de 1998 e julho de 1998 a novembro de 1998. Após a retirada do pimentão plantou-se crotalaria (Crotalaria spectabilis), que foram cortadas antes do florescimento, deixando as estruturas posteriormente em pousio. 3.4 Amostragem e análise do solo As amostras de solo foram coletadas aproximadamente 60 dias antes da implantação do experimento, a uma profundidade de 0 a 30 cm. Os resultados estão apresentados no quadro 01. 3.5 Preparo e adubação do solo O preparo do solo se deu com o implemento “Picão canteirador 1.5 MAFES” que permitiu uma incorporação uniforme e movimentação a aproximadamente 50 cm de profundidade (02 de agosto). Quarenta e cinco dias após (15 de setembro), de acordo com as análises e tomando como base a recomendação feita para berinjela no Boletim 100 do Instituto 16 Agronômico de Campinas (1996), foram aplicadas em cada estufa as seguintes quantidades: 5,0 kg de sulfato de amônio; 25,0 kg de super simples; 15,0 kg de cloreto de potássio; 0,7 kg de sulfato de zinco; 0,35 kg de bórax e o composto orgânico Biomix na base de 1,5 kg/m2, tudo aplicado em área total. Novamente fez-se a incorporação dos adubos com o “Picão canteirador 1.5 MAFES”. A terra revolvida foi disposta de maneira a formar quatro canteiros dentro de cada módulo. Estes canteiros posteriormente foram manualmente transformados em leiras espaçadas de 1,5 m. QUADRO 01: Resultados das análises químicas de amostras de solo retiradas a uma profundidade de 0 a 30 cm nas estufas, FEEPP – UNESP/FCA – São Manuel/SP, 2000. Al 3+ H+Al K Amostras pH M.O. Ca Mg SB CTC V% Presina CaCl2 g/dm3 mg/dm3 Estufa 1 6,4 13 120 -- 11 1,1 52 11 64 75 86 Estufa 2 6,6 10 62 -- 10 0,8 35 12 47 58 82 Laboratório do Depto. Ciência do Solo FCA/UNESP – Botucatu. 3.6 Produção das mudas e cultivares As mudas foram produzidas no viveiro da FEEPP em São Manuel, sendo utilizadas bandejas de isopor (poliestireno expandido) modelo 128-6, com substrato produzido pela própria fazenda, na seguinte proporção: 150 L de terra peneirada, 50 L de húmus, 50 L de casca de arroz carbonizada, 50 L de esterco de curral e 1,5 kg de adubo 04-1408. Nas berinjelas foram realizadas duas aplicações com nitrocálcio e no porta-enxerto uma de cloreto de potássio. Semeou-se o porta-enxerto no dia 24 de julho de 1999, quatro dias após (28 de julho), foram semeados os híbridos escolhidos para a produção. 17 a) Berinjela híbrida Kokuyo, produzida pela Takii (Japão) e importada pela Sumitomo Corporation do Brasil, conhecida pelos consumidores como berinjela japonesa. Apresenta frutos de maior comprimento (0,3 – 0,4 m), menor diâmetro (0,06 – 0,08 m) e coloração mais escura que as berinjelas usualmente comercializadas. É uma planta com boa produtividade e baixa incidência de distúrbios fisiológicos. b) Berinjela híbrida Nápoli, produzida pela Sementes Agroflora/Sakata, com frutos de coloração vinho escura brilhante, formato alongado, peso médio de 180 a 230 g e comprimento de 0,25 m. São plantas com alta produtividade e lenta formação das sementes. c) Porta-enxerto híbrido para berinjela TaiByo VF, híbrido de portaenxerto com resistência a murcha de Verticílio e murcha de Fusário, planta vigorosa e alta tolerância a baixas temperaturas. 3.7 Enxertia A escolha da técnica foi baseada no melhor pegamento e na praticidade do método da fenda (Ginoux & Dauple, 1985; Shishido et al., 1995). A enxertia foi feita quando o porta enxerto apresentava de 5 a 6 folhas totalmente expandidas e as plantas de berinjela com 4 a 5 folhas (04 de Novembro de 1999). O porta-enxerto foi transplantado para copos de 300ml duas semanas antes. No momento da enxertia cortou-se a haste principal a aproximadamente 4,0 a 6,0 cm do solo, deixando-se 01 a 02 folhas. Em seguida fez-se um corte de aproximadamente 1,0 cm no sentido longitudinal da haste. Nas mudas de berinjela realizou-se um corte em forma de cunha, de forma a deixar de 2 a 3 folhas nesta copa que foi inserida na fenda do porta enxerto. Após a união das duas partes o enxerto foi fixado com “clip” para enxertia, e levadas para uma “câmara úmida” preparada com filme de polipropileno de 150 milimicras, com umidade superior a 90% e temperatura média de aproximadamente 30oC, permanecendo neste ambiente por 13 dias. Após ficou por mais 12 dias na estufa de produção de mudas para aclimatação necessária. 18 A porcentagem de mudas enxertadas perdidas (não pegamento da enxertia), foi bastante baixa, cerca de 4,4% (14 mudas mortas num total de 320 mudas enxertadas). 3.8 Transplante Em cada estufa foram feitas 4 leiras espaçadas de 1,5 m, cobertas com filme de polipropileno preto com 30 micra “mulching”, que foi perfurado com auxilio de uma lata aquecida, de 0,07 m de diâmetro, num espaçamento de 0,8 m sendo que as covas foram realizadas manualmente no momento do transplante. As primeiras mudas foram transplantadas em 05 de outubro e as demais em 29 de novembro de 1999. Em cada leira foram transplantadas 46 mudas, sendo 10 de ‘Nápoli’ e 10 de ‘Kokuyo’, quando do primeiro plantio, no momento do segundo plantio foram transplantadas 10 de ‘Nápoli’/enxertada mais 03 de ‘Nápoli’ e 10 de ‘Kokuyo’/enxertada mais 03 de ‘Kokuyo’. 3.9 Condução Nas extremidades de cada linha de plantio, colocou-se um mourão de eucalipto com cerca de 2,0 m de altura e 0,15 m de diâmetro, estes foram colocados no centro das leiras de modo que ficassem alinhados com as plantas; os mourões foram perfurados a 0,25 m, 1,0 m e 1,6 m acima da leira, por onde se passou um fio de arame número 18 para auxiliar a condução das plantas. Posteriormente, devido ao porte das plantas, resolveu-se colocar um mourão de cada lado das leiras e passar dois fios de arame por esses (0,50 m e 1,0 m). 19 FIGURA 02 – Planta do tratamento Kokuyo/enxertada. São Manuel/SP, 2000. FIGURA 03 – Planta do tratamento Nápoli/enxertada. São Manuel/SP, 2000. 20 3.10 Manejo da irrigação. O sistema de irrigação utilizado foi por gotejo (StreamLine 8 mil/Netafin, 1,49 L/h/03 mca), com duas linhas por canteiro. A área foi irrigada 18 horas antes do transplante das mudas (elevando a umidade do solo à capacidade de campo). Após o transplante as mudas foram submetidas ao estresse hídrico por 21 dias, no 220 dia irrigou-se novamente até a capacidade de campo do solo. Após este dia as irrigações foram semanais até o 52º dia quando as plantas foram novamente submetidas ao estresse hídrico por mais 21 dias. A partir daí as irrigações voltaram a ser realizadas semanalmente. 3.11 Adubações de cobertura Devido às boas condições de desenvolvimento da cultura realizou-se apenas adubação de cobertura a partir do 73o dia, sendo estas realizadas juntamente com a água de irrigação. Os fertilizantes foram colocados no sistema de irrigação através de uma bomba injetora proporcional de fertilizantes (modelo DP 30-2 DOSMATIC). Nas duas primeiras adubações de cobertura realizadas (73o e 80o dia) foi utilizado o nitrato de potássio na dosagem de 35 kg.ha-1. A partir do 123o dia foram realizadas adubações de cobertura semanalmente, utilizando-se duas fórmulas para fertirrigação da Valagro, a 5-15-45 + 0,04 B e a 15-5-30 + 2 Mg com micronutrientes (8,4% de N nítrico, 3,6% de N amoniacal, 3,0% de N uréico, 5,0% de anidrido fosfórico solúvel em água, 30,0% de óxido de potássio solúvel em água sem cloro, 2,0% de óxido de magnésio, 0,02% de boro, 0,005% de cobre, 0,07% de ferro, 0,001% de molibdênio, 0,03% de manganês e 0,01% de zinco). 3.12 Controle fitossanitário Os tratamentos fitossanitários foram realizados de acordo com a ocorrência da praga (não houve doenças), evitando-se as horas mais quentes do dia. As 21 principais pragas observadas foram a mosca branca (Bemisia argentifólii) e o ácaro do bronzeamento (Aculops lycopersici). Observou-se um ataque do ácaro do bronzeamento na cultivar ‘Kokuyo’, com as plantas apresentando sintomas bastante característicos. Para o controle foi utilizado o acaricida/inseticida de origem biológica (abamectina), na dosagem de 80 ml/100 L água, com controle eficiente. No experimento, primeiramente na cultivar ‘Nápoli’, ocorreu um ataque severo de mosca branca. Visando seu controle foram realizadas várias aplicações com diversos inseticidas, entretanto nenhum dos inseticidas utilizados apresentou controle eficiente da praga, desta forma com a finalidade de prolongar o tempo de utilização das plantas, optou-se por realizar podas de limpeza drásticas e continuar com as pulverizações semanais com inseticidas. 3.13 Tratamentos Foram estabelecidos dois híbridos de berinjela: a berinjela comum ‘Nápoli’ e a berinjela japonesa ‘Kokuyo’, sendo que estes materiais foram enxertados e não, tendo então quatro tratamentos: ‘Nápoli’ pé franco, ‘Nápoli’/enxertada, ‘Kokuyo’ pé franco e ‘Kokuyo’/enxertada. 3.14. Experimentos Este trabalho teve como objetivo o estudo da berinjela. Em cima dos quatro tratamentos existentes, foram realizados vários experimentos, para que as dúvidas existentes e as que fossem surgindo no desenvolvimento da cultura, pudessem ser sanadas. 22 3.14.1. Desenvolvimento da planta Com a finalidade de acompanhar o crescimento da planta, de sete em sete dias (a partir do transplante), num total de 14 avaliações ao longo do ciclo, foram feitas as avaliações da altura das plantas (da folha cotiledonar até o ápice da haste principal), do número de nós existentes, do diâmetro do caule no ponto de enxertia, acima (10 cm do solo) e abaixo deste (03 cm do solo) e do número de flores. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições e três plantas para cada repetição. Os resultados aos 14, 35, 56 e 98 dias foram submetido à análise estatística e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey. Estes dias (14, 35, 56 e 98), foram escolhidos para análise estatística, pois são representativos de seus diversos estádios de desenvolvimento. Aos 14 dias é quando a planta iniciou seu desenvolvimento após o transplante, com 35 dias a planta entrou na fase de floração, aos 56 a planta iniciou sua produção (primeira colheita) e aos 98 dias a planta praticamente estabilizou seu crescimento. 3.14.2. Arquitetura Com a finalidade de determinar a arquitetura das plantas, foram retiradas (aos 98 dias após o transplante) três plantas de cada cultivar. Estas plantas foram medidas, desenhadas e comparadas com os resultados encontrados no item anterior (Desenvolvimento da planta). 3.14.3. Desenvolvimento do fruto Para cada tratamento (‘nápoli’, ‘nápoli’ enxertada, ‘Kokuyo’ e ‘Kokuyo’ enxertada) foram marcados 70 frutos recém polinizados. 23 De cinco em cinco dias foram retirados de cada tratamento cinco frutos; no material Kokuyo, enxertado ou não, foram realizados sete coletas (até 35o dia) e no material nápoli, enxertado ou não, foram realizadas nove coletas (até 45o dia). Nestes frutos foram avaliados, em cada época, seu peso, diâmetro, comprimento e brix. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. 3.14.4. Caracterização dos frutos no ponto de colheita A fim de caracterizar os frutos, foram comparadas as médias dos parâmetros avaliados (comprimento, diâmetro e brix) dos tratamentos no ponto de colheita (30 dias após a marcação da flor para Kokuyo e Kokuyo/enxertada e 40 dias após a marcação da flor para Nápoli e Nápoli/enxertada). O experimento foi inteiramente casualizado com quatro repetições. Os resultados foram submetido à análise estatística e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey. 3.14.5. Peso dos frutos Com a finalidade de determinar com maior precisão o peso médio dos frutos, foram pesados 15 frutos de cada tratamento em 6 épocas distintas de produção. O experimento foi realizado em blocos ao acaso com seis repetições. Os resultados foram submetidos à análise estatística e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey. 24 3.14.6. Frutos manchados Em determinada época da produção percebeu-se um aumento da quantidade de frutos manchados, notou-se que algumas das manchas desses frutos tinham o formato da corola. Resolveu-se então realizar um experimento a fim de determinar se a queda ou não da corola influenciava no aumento do número de frutos manchados. Foram marcadas 40 flores onde foram retiradas manualmente as pétalas (corola) e 40 flores sem retirada manual das pétalas (corola), independentemente da enxertia. No momento da colheita, 30 dias após a marcação para Kokuyo e 40 dias para Nápoli, foram colhidos 25 frutos de cada tipo (com e sem retirada da corola). Os frutos colhidos foram avaliados a fim de determinar a existência ou não de frutos manchados. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições, 25 frutos para cada repetição. Os resultados foram submetidos à análise estatística e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 1% de probabilidade. 3.14.7. Acompanhamento nutricional Para acompanhar o estado nutricional das plantas, a cultura foi previamente dividida em três fases: vegetativa (antes do início do florescimento), florescimento (plantas no máximo do florescimento e antes da primeira colheita) e frutificação (plantas no pico de produção). Nestas épocas, colheram-se 8 folhas recém expandidas, para feitura de cada amostra, sendo que para cada tratamento foram realizadas três amostras. Estas amostras foram acondicionadas em sacos de papel e secos em estufa de circulação forçada de ar a 65-70°C, até atingirem peso constante. Em seguida, as folhas foram moídas em moinho tipo Wiley e acondicionadas em sacos de papel. 25 Foram determinadas as concentrações nas folhas das plantas de N, P, K, Ca, Mg e S expressas em g.kg-1 e as de Zn, Fé, Cu, Mn e B expressas em mg.kg-1. Foram realizadas também coletas de frutos, dos tratamentos, com a finalidade de analisar a composição química destes. Foram colhidos 8 frutos de cada tratamento. Os frutos após a colheita foram lavados em água corrente, em solução de detergente a 0,1% e em água destilada, pesados e posteriormente cortados em pedaços menores e colocados para secar, em sacos de papel, em uma estufa a 70°C com circulação de ar forçado por 14 dias. Após foram realizadas as pesagens e moídos em um moinho mecânico e armazenados em sacos de papel. Realizou-se este procedimento três vezes, como repetição. A parte laboratorial e de análise dos dados foram realizados nos departamentos de Produção Vegetal e de Ciência do Solo da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu/UNESP. 3.14.8. Medidas de trocas gasosas As medidas de trocas gasosas foram realizadas com sistema fechado portátil de fotossíntese, com analisador de CO2 por radiação infra-vermelha (“Infra Red Gás Analyser – IRGA”, Modelo Li 6200, LI-COR). O equipamento possui uma câmara onde são feitas as medidas da assimilação de CO2 (fotossíntese) e liberação de vapor d'água, através dos estômatos da folha (transpiração). As medidas de trocas gasosas foram efetuadas na região mediana de folhas bem desenvolvidas, com o limbo foliar completamente expandido. Para a obtenção desses dados, foram escolhidas, ao acaso cinco folhas bem distribuídas e iluminadas da copa da planta. Cada folha medida permaneceu em equilíbrio dentro da câmara, de um a dois minutos. Dentro da Câmara do “IRGA” procurou-se utilizar sempre fluxo de fótons de no mínimo 600 µmol.m-2.s-1. 26 Com a finalidade de comparar a influências do porta-enxerto na berinjela, foram realizadas medidas das taxas de fotossíntese (A), condutância estomática (g), transpiração (E) e eficiência no uso da água (A/E), isto comparando-se a berinjela enxertada a de pé franco. Com a finalidade de comparar a berinjela Híbrido Nápoli com a Híbrido Kokuyo, foram realizadas medidas durante o dia (09:00, 12:00, 14:00 e 16:00 hs) das taxas de fotossíntese (A), condutância estomática (g), transpiração (E), eficiência no uso da água (A/E) e concentração interna de CO2 na folha (Ci). 3.14.9. Uso de Isótopos Estáveis Ainda estudando a fotossíntese da berinjela, utilizou-se o 13 C como "traçador", pois devido a sua baixa concentração no CO2 atmosférico, quando uma planta é colocada em um ambiente com uma grande concentração deste isótopo, os carboidratos formados também serão ricos neste isótopo, o que alterará o sinal na leitura do espectrômetro de massa. De acordo com a metodologia indicada por Vasconcellos1, colocou-se uma folha em um ambiente fechado, transparente e de volume conhecido (2,0 L). Retirou-se 1,5 mL do ar ali existente, adicionou-se 1,5 mL do CO2 enriquecido com uma maior quantidade de 13 C (aproximadamente 99% de 13 C). Deixou-se 30 minutos e retirou-se do ambiente fechado (câmara transparente). Aproximadamente 6 horas após retirou-se o ramo onde se encontrava a folha e separou-se este em amostras distintas, constituídas pelas diferentes partes do vegetal. Estas partes conforme vão sendo separadas do ramo, são secas em nitrogênio líquido, acondicionadas em sacos de papel e armazenadas em estufa de circulação forçada de ar a 65-70°C. Posteriormente as amostras foram moídas em moinho criogênico (SPEX - modelo 6700), á base de nitrogênio líquido, de forma a torna-la bem uniforme (com granulometria de "talco"). 1 VASCONCELLOS, M.A.S. (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFFRJ), Comunicação pessoal, 2000. 27 A partir deste preparo, as amostras foram submetidas a uma linha de combustão, sob fluxo constante de oxigênio, como descrito em Ducatti (2000), para conversão do material orgânico em CO2. O CO2 coletado dessa conversão foi analisado em um espectrômetro de massa para razões isotópicas (IRMS) Finnigan MAT modelo delta S, tendo seu resultado da discriminação isotópica expressa em δ ‰ (delta per mil). Esse valor representa a variação natural da razão isotópica de carbono ([13C] / [12C]) da amostra, comparado com a razão isotópica do carbono de um padrão. O valor de δ ‰ é dado pela fórmula: δ ‰ (amostra, padrão) = [(Razão isotópica da amostra - Razão isotópica do padrão) / Razão iisotópica do padrão] X 103. Aplicou-se esta metodologia em três folhas totalmente expandidas, sendo que foram realizadas outras três folhas modificando alguns passos, visando aperfeiçoar a metodologia. Nesta nova metodologia coloca-se a folha em ambiente enriquecido com uma maior quantidade de 13C (aproximadamente 99% de 13C), deixa-se 30 minutos, abrese a câmara transparente, espera-se alguns segundos, fecha-se novamente e repete-se o enriquecimento desta câmara, deixando por mais 30 minutos. Outra modificação é o tempo para que ocorra a translocação, nesta segunda metodologia deixa-se aproximadamente 24 horas. 28 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Desenvolvimento da planta. 4.1.1 Altura das Plantas O Quadro 02 mostra a análise da variância da altura das plantas para 14, 35, 56 e 98 dias. A análise de variância da altura das plantas detectou diferenças significativas entre os tratamentos estudados, em todas as épocas analisadas (14, 35, 56 e 98 dias após o transplante). QUADRO 02: Resumo da análise da variância (Quadrados médios e coeficiente de variação) da altura das plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. QUADRADOS MÉDIOS CAUSA DA GL VARIAÇÃO 14 (DAT) 35 (DAT) 56 (DAT) 98 (DAT) Tratamentos 3 67,534** 270,134** 568,391** 4219,207** Blocos 3 3,075 21,037 17,738 30,452 Resíduo 9 2,566 8,923 4,756 19,436 Total 15 8,703 5,085 2,398 2,812 CV (%) **Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. 29 Considerando que houve diferença significativa entre os tratamentos, nas quatro épocas avaliadas, foi feita a análise de variância das médias para estes tratamentos, conforme se pode observar no Quadro 03. QUADRO 03: Média das alturas das plantas em centímetros e coeficiente de variação dos tratamentos, para os 14, 35, 56 e 98 dias após transplante. São Manuel/SP, 2000. Altura da Planta1 (cm) Tratamentos 14 (DAT) 35 (DAT) 56 (DAT) 98 (DAT) 2 Nápoli 12,83 B 48,05 C 93,59 B 188,67 A Nápoli/Enx. 19,42 A 62,34 AB 104,55 A 179,88 A Kokuyo 18,67 A 57,30 B 75,67 C 122,00 C Kokuyo/Enx. 22,71 A 67,30 A 89,96 B 136,67 B CV (%) 8,700 5,09 2,40 2,81 1 Dados originais (média de 3 plantas em 4 repetições) Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 Observando-se as médias das alturas das plantas atribuídas aos tratamentos (Quadro 03), aos 14 dias após o transplante percebe-se que houve diferença estatística a nível de 1% de probabilidade e que somente o tratamento Nápoli mostrou-se estatisticamente inferior dos demais. Quando da avaliação aos 35 dias após o transplante, nota-se novamente que houve diferença significativa ao nível de 1% de probabilidade, onde os tratamentos Kokuyo/enxertada e Nápoli/enxertada mostraram-se tratamento Kokuyo mostrou-se estatisticamente semelhante superiores, ao o tratamento Nápoli/enxertada e superior ao tratamento Nápoli que novamente diferiu de todos os outros, apresentando uma menor altura. Aos 56 dias após o transplante o tratamento Nápoli/enxertada mostrou-se estatisticamente superior aos demais, os tratamentos Nápoli e Kokuyo/enxertada não diferiram entre si e foram superiores ao tratamento Kokuyo. Para a avaliação realizada aos 98 dias após o transplante, pode-se observar superiores, Kokuyo. que e os o tratamentos tratamento Nápoli e Nápoli/enxertada Kokuyo/enxertada mostrou-se foram superior estatisticamente ao tratamento 30 O Gráfico 01 mostra as curvas de altura dos tratamentos, nos 14 pontos avaliados. GRÁFICO 01 – Curvas das alturas das plantas de berinjelas, utilizadas como tratamentos, em avaliações semanais até os 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. 200 180 160 140 Altura (cm ) 120 kokuyo kok./enx. 100 Nápoli Náp/enx. 80 60 40 20 0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98 D ias Pelo Gráfico 01 verifica-se que todos os tratamentos apresentam um crescimento lento nos primeiros trinta dias, sendo que após este período ocorre um crescimento mais rápido, cerca de 40 dias para os tratamentos que apresentam o híbrido Kokuyo e cerca de 55 dias para os tratamentos que apresentam o híbrido Nápoli. Após este período, de crescimento rápido, todos apresentam novamente uma fase de crescimento lento. No início do experimento os tratamentos com o híbrido Kokuyo mostram-se maiores, entretanto com o desenvolvimento das plantas, os tratamentos com o híbrido Nápoli apresentam um porte mais elevado. Com relação à influência da enxertia, percebe-se que para o híbrido Nápoli o porta-enxerto mostra-se significativamente favorável ao aumento do porte da 31 planta, entretanto esta tendência vai diminuindo conforme o desenvolvimento das plantas, chegando ao fim do experimento sem influência. O inverso ocorre com o híbrido Kokuyo, onde no início do desenvolvimento o porta-enxerto não tem influência significativa, passando a ter conforme a planta vai se desenvolvendo. 4.1.2 Número de Nós O Quadro 04 mostra a análise da variância dos números de nós encontrados nas plantas, para 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. QUADRO 04: Resumo da análise da variância do número de nós encontrados nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. Causa da Quadrados médios GL variação 14 (DAT) 35 (DAT) 56 (DAT) 98 (DAT) Tratamentos 3 1,185* 108,901** 111,412** 115,561** Blocos 3 0,527 4,451 2,445 7,020 Resíduo 9 0,325 1,287 4,946 3,866 Total 15 CV (%) 11,771 5,981 5,569 2,657 *Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. As análises das variâncias dos números de nós, feitas aos 14, 35, 56 e 98 dias, detectaram diferenças significativas entre os tratamentos estudados, em todas as épocas analisadas, desta forma, foi feita a análise de variância das médias para estes tratamentos, conforme se pode observar no Quadro 05. 32 QUADRO 05: Média dos números de nós encontrados nas plantas e coeficiente de variação dos tratamentos, para os 14, 35, 56 e 98 dias após transplante. São Manuel/SP, 2000. Número de nós1 Tratamentos 14 (DAT) 35 (dias) 56 (dias) 98 (dias) 2 3 Nápoli 4,21 b 12,84 C 32,88 B 71,06 BC Nápoli/Enx. 5,00 ab 16,44 B 39,78 A 68,67 C Kokuyo 4,67 ab 22,92 A 41,59 A 80,92 A Kokuyo/Enx. 5,50 a 23,67 A 45,50 A 75,33 AB CV (%) 11,77 5,98 5,57 2,66 1 Dados originais (média de 3 plantas em 4 repetições) Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. 3 Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 Observando-se as médias dos números de nós das plantas, (Quadro 05) aos 14 dias após o transplante, percebe-se que houve diferença estatística a nível de 5% de probabilidade e que o tratamento Nápoli embora não tenha diferido estatisticamente dos tratamentos Kokuyo e Nápoli/enxertada mostrou-se estatisticamente inferior ao tratamento Kokuyo/enxertada. Quando da avaliação aos 35 dias após o transplante, nota-se que houve diferença significativa ao nível de 1% de probabilidade, onde os tratamentos Kokuyo/enxertada e Kokuyo não diferiram estatisticamente entre si e mostraram-se superiores, o tratamento Nápoli/enxertada foi superior ao tratamento Nápoli. Aos 56 dias após o transplante o tratamento Nápoli novamente diferiu, estatisticamente a 1% de probabilidade, de todos os outros, apresentando um menor número de nós. Para a avaliação realizada aos 98 dias após o transplante, pode-se observar que os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada foram estatisticamente 33 superiores, e o tratamento Nápoli mostrou-se estatisticamente semelhante ao tratamento Kokuyo/enxertada embora não tenha diferido do tratamento Nápoli/enxertada. O Gráfico 02 mostra as curvas do número de nós para cada tratamentos, nos 14 pontos avaliados. GRÁFICO 02 – Curvas dos números de nós encontrados nas plantas de berinjelas, utilizadas como tratamentos, em avaliações semanais até os 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. 90 80 70 60 kokuyo 50 kok./enx. Nápoli 40 Náp/enx. 30 20 10 0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98 D ias De acordo com Gráfico 02 percebe-se, em todas as fases avaliadas, que os tratamentos com o híbrido Kokuyo apresentam um maior número de nós em comparação com os tratamentos com o híbrido Nápoli. Com relação à influência do porta-enxerto no número de nós, notase que para o híbrido Kokuyo o porta-enxerto não teve influência significativa, entretanto para o híbrido Nápoli o porta-enxerto teve influência, aumentando o número de nós. 34 4.1.3 Diâmetro do caule Com a finalidade de seguir o desenvolvimento da região da enxertia, foram medidos os diâmetros do caule no ponto médio da enxertia, abaixo (03 cm do solo) e acima deste (10 cm do solo); entretanto a fim de comparação entre os tratamentos, avaliou-se somente o diâmetro acima do ponto de enxertia (10 cm acima do solo) QUADRO 06: Resumo da análise da variância do diâmetro do caule a 10 cm do solo, nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. Causa da Quadrados médios GL variação 14 (DAT) 35 (DAT) 56 (DAT) 98 (DAT) Tratamentos 3 0,015ns 0,083ns 0,067* 0,576** Blocos 3 0,001 0,021 0,134 0,073 Resíduo 9 0,004 0,020 0,011 0,028 Total 15 CV (%) 15,742 12,541 6,750 6,864 ns Não significativo *Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. QUADRO 07: Média do diâmetro do caule a 10 cm do solo1 e coeficiente de variação dos tratamentos, para os 14, 35, 56 e 98 dias após transplante. São Manuel/SP, 2000. Diâmetro do caule (cm) Tratamentos 14 (DAT) 35 (DAT) 56 (DAT) 98 (DAT) Nápoli 0,45 a 1,31 a 1,60 ab1 2,70 A2 Nápoli/Enx. 0,46 a 1,21 a 1,68 a 2,81 A Kokuyo 0,33 a 1,01 a 1,38 b 2,03 B Kokuyo/Enx. 0,40 a 1,03 a 1,50 ab 2,19 B CV (%) 15,74 12,54 6,67 6,87 1 Dados originais (média de 3 plantas em 4 repetições) Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. 3 Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 35 A análise da variância do diâmetro do caule, acima do ponto da enxertia, (Quadro 06) detectou diferença significativa apenas a partir do 56º dia. Na análise das médias (Quadro 07) pode-se observar que nas avaliações aos 14 e 35 dias não houveram diferenças significativas, na avaliação realizada aos 56 dias após o transplante, observa-se que houve diferença significativa a 5% de probabilidade, onde o tratamento Kokuyo embora não tenha diferido dos tratamentos Nápoli e Kokuyo/enxertada mostraram-se inferior ao tratamento Nápoli/enxertada. Na avaliação realizada aos 98 dias após o transplante, houve diferença significativa a de 1% de probabilidade, e mostra que os tratamentos Nápoli e Nápoli/enxertada não diferiram estatisticamente entre si e foram maiores que os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada que também não diferiram entre si. De acordo com o Gráfico 03 pode-se observar que o diâmetro do caule é pouco influenciado pela enxertia, mostrando a facilidade do pagamento da mesma. GRÁFICO 03- Desenvolvimento do diâmetro do caule (cm), acima do ponto de enxertia (10 cm do solo), para os tratamentos, em avaliações semanais até 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. 3 2,5 2 cm kokuyo kok./enx. 1,5 Nápoli Náp/enx. 1 0,5 0 7 14 21 28 35 42 49 56 D ias 63 70 77 84 91 98 36 GRÁFICO 04 - Desenvolvimento dos diâmetros do caule, acima (10 cm do solo), abaixo (03 cm do solo) e no ponto de enxertia para o híbrido Nápoli. São Manuel/SP. 2000. D iâm etros 3,5 3 2,5 2 cm acima no ponto abaixo 1,5 1 0,5 0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98 D ias GRÁFICO 05- Desenvolvimento dos diâmetros do caule, acima (10 cm do solo), abaixo (03 cm do solo) e no ponto de enxertia para o híbrido Kokuyo. São Manuel/SP. 2000. D iâm etros 3 2,5 2 cm acima 1,5 no ponto abaixo 1 0,5 0 7 14 21 28 35 42 49 56 D ias 63 70 77 84 91 98 37 Com a relação aos materiais utilizados percebe-se que o híbrido Nápoli apresenta diâmetro de caule maior que o híbrido Kokuyo. Isto se deve provavelmente pelo porte das plantas, pois como o híbrido Nápoli, apresentam um porte mais arbóreo quando comparado com as plantas do híbrido Kokuyo, que apresentam um porte mais herbáceo (isto será comprovado quando do estudo da arquitetura das plantas), esta apresentam um caule de maior consistência. Nos Gráficos 04 e 05 temos a representação dos diâmetros do caule acima (10 cm do solo), abaixo (03 cm do solo) e no ponto de enxertia para os híbridos Nápoli e Kokuyo, respectivamente. Pode-se notar que tanto para o híbrido Nápoli como para o híbrido Kokuyo a enxertia comportou-se da mesma maneira, demonstrando uma boa compatibilidade nos dois casos, o que pôde ser comprovado pelo alto índice de pegamento da enxertia (95,6%). 4.1.4 Número de flores Semanalmente foram contadas as flores existentes em cada tratamento, e as médias dos dados obtidos encontram-se no Quadro 09. Para a visualização das causas de variação, as análises de variância foram desdobradas e estão no Quadro 08. QUADRO 08: Resumo da análise da variância do número de flores nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. Causa da Quadrados médios GL variação 14 (DAT) 35 (DAT) 56 (DAT) 98 (DAT) Tratamentos 3 ----6,355** 6,552** 107,796** Blocos 3 ----0,176 1,250 0,280 Resíduo 9 ----0,235 0,3117 1,510 Total 15 CV (%) ----20,580 12,322 14,690 **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. 38 QUADRO 09: Média do número de flores e coeficiente de variação dos tratamentos, para os 14, 35, 56 e 98 dias após transplante. São Manuel/SP, 2000. Número de flores1 Tratamentos 14 (dias) 35 (dias) 56 (dias) 98 (dias) 2 Nápoli ----0,85 B 4,85 AB 9,35 B Nápoli/Enx. ----1,78 B 6,20 A 15,30 A Kokuyo ----3,31 A 3,38 B 3,94 C Kokuyo/Enx. ----3,48 A 3,70 B 4,88 C CV (%) ----20,58 12,32 14,69 1 Dados originais (média de 3 plantas em 4 repetições) Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 Em todas as fases em que existiam flores, houve diferença significativa entre os tratamentos, na avaliação aos 35 dias após o transplante, quando do início do florescimento, os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada não diferiram entre si e mostraram maior número de flores (estatisticamente ao nível de 1% de probabilidade) que os tratamentos Nápoli e Nápoli/enxertada, que também não diferiram entre si. Aos 56 dias após a transplante, novamente os tratamentos diferiram a nível de 1% de probabilidade, entretanto diferindo da fase anterior os tratamentos com o híbrido Nápoli, apresentaram um maior número de flores que os tratamentos com híbrido Kokuyo, embora o tratamento Nápoli ainda não tenha diferido estatisticamente dos tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada. Na avaliação dos 98 dias após o transplante, os tratamentos voltaram a diferir estatisticamente a nível de 1% de probabilidade e mostraram que o tratamento Nápoli apresenta um maior número de flores que os demais tratamentos, o tratamento Nápoli/enxertada mostra-se superior aos tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada que não diferiram estatisticamente entre si. O Gráfico 06 mostra as curvas dos números de flores para cada tratamentos, nos 14 pontos avaliados. 39 GRÁFICO 06 – Curvas dos números de flores encontrados nas plantas de berinjelas, utilizadas como tratamentos, em avaliações semanais até os 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. 18 16 14 12 10 kokuyo kok./enx. 8 Nápoli Náp/enx. 6 4 2 0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98 -2 D ias Nos tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada a floração inicia-se aproximadamente uma semana antes que os tratamentos com o híbrido Nápoli, entretanto os tratamentos com o híbrido Kokuyo atingem uma certa estabilidade de flores semanais logo no início de sua floração (segunda semana). Já, os tratamentos com o híbrido Nápoli continuam a aumentar o número de flores a cada semana, desta forma já na quarta semana de avaliação os tratamentos Nápoli e Nápoli/enxertada passaram a apresentar um maior número de flores. Com relação a influência da enxertia, esta tem forte ação no aumento de flores do híbrido Nápoli, enquanto que para o híbrido Kokuyo a enxertia não tem efeito significativo no aumento do número de flores. 40 4.1.5 Correlações No Quadro 10 encontramos, dentro de cada época, todas as possíveis correlações, a significância, o valor de t e o coeficiente de correlação. Na avaliação realizada aos 14 dias após o transplante somente apresentou correlação estatisticamente significativa (5% de probabilidade) a correlação entre o número de nós e a altura das plantas, com uma correlação positiva e não muito forte, apenas 58,38%, mostrando que no início o número de nós nas plantas era diretamente proporcional a altura desta planta. Aos 35 dias após o transplante, com exceção da correlação entre a altura e o diâmetro, todas outras possíveis mostraram correlação estatisticamente significativa. As correlações entre o número de nós/altura, o número de nós/número de flores e o número de flores/altura mostraram correlações positivas enquanto que as correlações entre o número de nós/diâmetro e número de flores/diâmetro apresentaram correlações negativas. Nesta fase a altura das plantas influencia diretamente o número de nós e o número de flores. Enquanto que o diâmetro do caule influencia inversamente o número de nós e o número de flores. Na terceira avaliação (56 dias após o transplante) somente as correlações altura/diâmetro e altura/número de flores foram estatisticamente significativas. Mostraram que a altura nesta época influencia diretamente o diâmetro e o número de flores. Na avaliação aos 98 dias após o transplante todas as correlações possíveis apresentaram estatisticamente significância a nível de 1% de probabilidade. O número de nós nas plantas é inversamente proporcional a altura das plantas, ao diâmetro do caule e ao número de flores nas plantas. Já a altura das plantas é diretamente proporcional a diâmetro do caule e ao número de flores nas plantas. 41 Desta forma pode-se concluir que a altura no início é diretamente proporcional ao número de nós, sendo que conforme a planta vai se desenvolvendo a correlação se inverte, mostrando que após algum tempo o maior responsável pelo crescimento é o aumento dos internódios e não o aumento do número de nós. O crescimento do tamanho das plantas (altura) leva a um aumento do número de flores. QUADRO 10: Resumo das análises de correlações simples, dos parâmetros avaliados (altura, número de nós, diâmetro do caule e número de flores) nas plantas de berinjela aos 14, 35, 56 e 98 dias após o transplante. São Manuel/SP, 2000. Significância Valor de t Coeficiente de correlação ** significância a 5% 2,6903 + 0,5838 No de nós/diâmetro ns - - No de nós/flores ns - - Altura/diâmetro ns - - Altura/flores ns - - Diâmetro/flores ns - - No de nós/altura * significância a 1% 3,2282 + 0,6532 No de nós/diâmetro * significância a 1% 3,5404 - 0,6873 No de nós/flores * significância a 1% 8,3957 + 0,9134 Altura/diâmetro ns - - Altura/flores ** significância a 5% 2,9530 + 0,6195 Diâmetro/flores * significância a 1% 3,8177 - 0,7142 No de nós/altura ns - - No de nós/diâmetro ns - - No de nós/flores ns - - Altura/diâmetro ** significância a 5% 2,3154 + 0,5262 Altura/flores * significância a 1% 4,3104 +0,7552 ns - - Correlações Aos 56 dias Aos 35 dias Aos 14 dias No de nós/altura Diâmetro/flores Aos 98 dias 42 No de nós/altura * significância a 1% 6,3066 - 0,8600 No de nós/diâmetro * significância a 1% 4,2385 - 0,7497 No de nós/flores * significância a 1% 4,7508 - 0,7856 Altura/diâmetro * significância a 1% 6,8159 + 0,8766 Altura/flores * significância a 1% 4,9691 + 0,7989 Diâmetro/flores * significância a 1% 5,4954 + 0,8266 4.2 Arquitetura da planta As Figuras 04 e 05 mostram os esquemas das arquiteturas das plantas utilizadas no experimento, de acordo com as avaliações realizadas no item anterior (desenvolvimento da planta) e com as três plantas retiradas e medidas, de cada material. Observando-se os esquemas das plantas utilizadas percebe-se que o híbrido Kokuyo apresentar internódios mais curtos, porte arbustivo lateral, ramas mais finas é menor altura. O híbrido Nápoli apresenta porte mais elevado, ramas mais grossas, menor número de nós (internódios maiores) e formato arbóreo (piramidal). 43 FIGURA arquitetura, berinjela, 04: das híbrido Manuel/SP. 2000. FIGURA arquitetura berinjela, 05: Esquema da das plantas de híbrido Kokuyo. São Manuel/SP. 2000. Esquema da plantas de Nápoli. São FIGURA 06 – Vista das folhas e da planta da berinjela híbrida Nápoli. São Manuel/SP. 2000. FIGURA 07 – Vista das folhas e da planta da berinjela híbrida Kokuyo. São Manuel/SP. 2000. 45 4.3 Desenvolvimento do fruto Nos Quadros 11 e 12 temos o acompanhamento (de cinco em cinco dias) do desenvolvimento dos frutos nos quatro tratamentos utilizados. Para os tratamentos onde foi utilizado o híbrido Kokuyo as avaliações deram-se até os 35 dias após a marcação da flor, para os tratamentos onde foi utilizado o híbrido Nápoli as avaliações deram-se até os 45 dias após a marcação da flor, mostrando a maior precocidade do material Kokuyo. Os frutos de maneira geral, independentemente da enxertia e do híbrido utilizado, têm um desenvolvimento bastante rápido. Para os frutos do híbrido Nápoli, enxertado ou não, o crescimento é rápido até o 400 dia após a abertura da flor, sendo que depois o seu desenvolvimento torna-se lento. ENXERTADA NÁPOLI NÁPOLI QUADRO 11: Desenvolvimento dos frutos: peso (g), diâmetro (cm), comprimento (cm) e Brix, de cinco em cinco dias até os 45 dias após abertura da flor, para os tratamentos Nápoli e Nápoli/enxertada. São Manuel/SP. 2000. 40 Dias após marcação da flor 05 10 15 20 25 30 35 45 Peso (g) 1,60 4,00 27,80 68,30 100,80 155,30 215,20 328,70 322,00 Diâmetro (cm) 1,60 1,70 3,20 4,80 Comprimento(cm) 1,00 1,80 8,00 o 6,35 6,45 6,47 Brix 5,70 6,60 8,60 9,30 10,50 12,50 14,40 16,70 21,50 21,10 6,12 4,35 3,98 4,01 4,11 5,30 4,98 Peso (g) 2,30 4,20 29,70 75,60 112,50 162,00 240,70 352,10 339,50 Diâmetro (cm) 1,40 1,90 3,30 5,00 Comprimento(cm) 1,20 2,10 9,30 o 6,28 6,35 6,08 Brix 5,60 6,90 8,30 8,00 11,30 13,20 14,70 18,20 23,50 24,70 6,12 4,38 4,33 4,03 4,03 5,50 4,58 Para os frutos do híbrido Kokuyo, enxertados ou não, o desenvolvimento é acelerado até o 350 dia após a abertura da flor, vindo posteriormente a ter seu crescimento praticamente paralisado. 46 Com relação ao brix dos frutos, estes se comportam de maneira semelhante; com um brix alto no início de sua formação, diminuindo conforme vai ocorrendo seu desenvolvimento, e posterior estabilização. A estabilização do brix para o híbrido Nápoli ocorre com 40 dias após a abertura da flor e para o híbrido Kokuyo com aproximadamente 25 dias. Observa-se que para os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada o desenvolvimento dos frutos, em todos os parâmetros medidos (peso, diâmetro, comprimento, Brix), ocorreu de maneira bastante semelhante, independente da enxertia. Nos frutos dos tratamentos Nápoli e Nápoli/enxertada, a enxertia influenciou favoravelmente no desenvolvimento, nos critérios avaliados de peso e de comprimento. ENXERTADA KOKUYO KOKUYO QUADRO 12: Desenvolvimento dos frutos: peso (g), diâmetro (cm), comprimento (cm) e Brix, de cinco em cinco dias até os 35 dias após abertura da flor, para os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada. São Manuel/SP. 2000. 30 Dias após marcação da flor 05 10 15 20 25 35 Peso (g) 3,25 13,30 31,80 87,60 129,50 235,30 240,20 Diâmetro (cm) 1,60 2,30 3,00 Comprimento(cm) 2,30 5,70 o 6,23 6,22 Brix 4,60 6,60 6,80 10,50 13,00 21,60 25,80 24,90 5,32 4,47 4,39 4,87 5,10 4,48 Peso (g) 4,20 15,35 33,40 91,10 168,60 245,10 244,20 Diâmetro (cm) 1,60 2,30 3,10 4,70 Comprimento(cm) 2,00 7,30 9,50 o 5,95 6,23 5,63 Brix 5,30 6,40 6,10 13,60 19,80 26,10 27,90 4,63 4,65 4,48 4,58 4.4 Características dos frutos no ponto de colheita Para os parâmetros diâmetro, comprimento e brix, foram utilizados os dados encontrados no experimento de desenvolvimento do fruto. Para comparação do peso dos frutos foi realizado um outro experimento onde foram pesados 15 frutos em seis épocas distintas, para todos os tratamentos. 47 No Quadro 13 encontra-se o resumo das análises de variância dos dados relativos ao comprimento, diâmetro e brix dos frutos no ponto de colheita. Nota-se que os tratamentos apresentaram diferença significativa em todos os parâmetros avaliados (comprimento ao nível de 5% de probabilidade, diâmetro e Brix ao nível de 1% de probabilidade), desta forma foi realizado a análise de variância das médias destes tratamentos, que pode ser encontrado no Quadro 14. QUADRO 13: Resumo da análise da variância do comprimento, diâmetro e do Brix dos frutos no ponto de colheita. São Manuel/SP, 2000. Quadrado Médio Causa da GL Variação Comprimento Diâmetro Brix Tratamentos 3 18,597* 5,157** 0,411** Resíduo 12 3.304 0,170 0,010 Total 15 CV (%) 7,504 5,518 2,762 *Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. Com relação ao comprimento, como era de se esperar o efeito do material utilizado nos mostra que, os frutos do híbrido Kokuyo mostraram-se maiores que os frutos do híbrido Nápoli. QUADRO 14: Média do comprimento (cm), diâmetro (cm), Brix dos frutos no ponto de colheita e coeficiente de variação dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000. Médias1 Tratamentos Comprimento Diâmetro 0 Brix (cm) (cm) Nápoli 21,50 b2 8,60 A3 4,01 B Nápoli/Enx. 23,50 ab 8,30 A 4,03 B Kokuyo 25,80 a 6,60 B 4,47 A Kokuyo/Enx. 26,10 a 6,40 B 4,65 A CV (%) 7,50 5,52 2,77 1 Dados originais (média de 05 frutos em 4 repetições) Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. 3 Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 48 FIGURA 08 – Frutos de Berinjela híbrido Nápoli, em destaque no ponto de colheita e em suas fases de desenvolvimento. São Manuel/SP. 2000. 49 FIGURA 09 – Frutos de Berinjela híbrido Kokuyo, em destaque no ponto de colheita e em suas fases de desenvolvimento. São Manuel/SP. 2000. 50 O efeito da enxertia no comprimento do fruto age de forma semelhante nos dois materiais, visto que tanto para o híbrido Kokuyo como para o híbrido Nápoli, apresentam uma tendência de aumentar seu comprimento, embora não tenham diferido estatisticamente dos tratamentos sem enxerto. Para o parâmetro, diâmetro do fruto no momento da colheita, novamente os materiais se comportaram como se esperava, ou seja, os tratamentos com o híbrido Nápoli apresentam um maior diâmetro dos frutos quando comparados com os frutos do híbrido Kokuyo. A utilização da enxertia não teve influência no diâmetro dos frutos em nenhum do dois materiais estudados. Os frutos do híbrido Kokuyo apresentaram um maior Brix quando comparados com os frutos do híbrido Nápoli, isto provavelmente ocorra devido estes necessitarem de um maior período para a colheita, o que leva a uma maior queda do brix destes frutos, como pode ser observado no item anterior (desenvolvimento dos frutos nos quatro tratamentos utilizados). Novamente a enxertia não teve influência no fruto, pois esta não modificou estatisticamente o Brix dos tratamentos enxertados. 4.5 Peso dos frutos Para o peso dos frutos, temos no Quadro 15 o resumo da análise de variância onde se nota que os tratamentos foram significativamente diferentes ao nível de 1% de probabilidade. Desta forma o Quadro 16 mostra a análise de variância das médias do peso dos frutos no ponto de colheita. De maneira geral, em todos os tratamentos, os frutos apresentaram peso acima do esperado, visto que a empresa produtora do híbrido Nápoli coloca como peso médio de seus frutos cerca de 230g e o peso médio indicado pela empresa produtora do híbrido Kokuyo é de 180 g, bem abaixo dos valores encontrados. 51 Os frutos do híbrido Nápoli são mais pesados que os frutos do híbrido Kokuyo, e respondem diferentemente a ação da enxertia no peso dos frutos. Para o híbrido Kokuyo a enxertia não influencia, visto que os tratamentos Kokuyo e Kokuyo/enxertada não diferiram entre si, já para o híbrido Nápoli a enxertia tem um efeito favorável no peso dos frutos, pois o tratamento Nápoli/enxertada foi estatisticamente superior ao tratamento Nápoli. QUADRO 15: Resumo da análise da variância do peso dos frutos no ponto de colheita. São Manuel/SP, 2000. Causas da variação GL Tratamentos Blocos Resíduo Total CV (%) 3 5 15 23 QM Peso (g) 16410,457** 581,127 95,397 3,292 **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. QUADRO 16: Média do peso (g), dos frutos no ponto de colheita e coeficiente de variação dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000. Tratamentos Nápoli Nápoli/Enx. Kokuyo Kokuyo/Enx. CV (%) 1 Peso (g)1 326,29 B2 354,91 A 246,75 C 258,67 C 3,30 Dados originais (média de 15 frutos em 6 repetições) Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 52 4.6 Frutos Manchados Pelo Quadro 17, pode-se ver que a análise de variância mostra diferença significativa entre os tratamentos, comprovando a desconfiança inicial que as marcas tinham relação com a queda ou não da corola. O resultado do experimento comprovou que a não queda da corola leva a um aumento considerável no número de frutos manchados (com marca na casca), como pode ser observado no Quadro 18. QUADRO 17: Resumo da análise da variância da porcentagem de frutos com marca na casca no momento da colheita. São Manuel/SP, 2000. Causas da variação Tratamentos Blocos Resíduo Total CV (%) QM1 GL Frutos manchados (%) 3 19,851** 3 3,364 9 0,275 15 12,580 1 Para análise os dados foram transformados em Raiz(X+0,5) **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. QUADRO 18: Média da porcentagem de frutos com marca na casca no momento da colheita e coeficiente de variação dos tratamentos. São Manuel/SP, 2000. Tratamentos Nápoli sem retirar Nápoli retirada. Kokuyo sem retirar Kokuyo retirada CV (%) 1 Frutos Manchados (%) 42,00 A 9,00 B 29,50 A 3,00 12,58 B Dados originais (média de 25 frutos em 4 repetições) Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. 2 53 Esta não queda da corola e conseqüente aumento do número de frutos manchados pode ter ocorrido principalmente devido ao ataque das pragas (mosca branca e ácaros), que grudam a corola na casca dificultando sua queda, outro fator que deve ser responsável pela manutenção da corola no fruto é o cultivo protegido, pois neste caso ocorre uma diminuição natural de ventos no interior das estruturas de cultivo. Com relação a influência do híbrido no número de frutos manchados, embora não tenha ocorrido diferença significativa entre os híbrido utilizados, nota-se uma tendência do híbrido Nápoli apresentar maior número de frutos marcados, isto se deve provavelmente ao maior ataque de mosca branca neste híbrido, quando comparado com o híbrido Kokuyo. 54 FIGURA 10 – Frutos de berinjela com marca característica. São Manuel/SP. 2000. 55 FIGURA 11 – Frutos de berinjela com a corola sem cair. Manuel/SP, 2000. São 56 4.7 Acompanhamento nutricional Os resultados obtidos para extração de macronutrientes nos frutos, mostraram diferenças significativas para N, P, K e Mg (Quadros 19 e 20). Quando se observa a extração de N pelos frutos, nota-se que os valores tendem a ser maiores para os tratamentos com o híbrido Nápoli, ou seja, estes frutos possuem a capacidade de absorver mais este nutriente em relação aos tratamentos com o híbrido Kokuyo. Comparando-se o uso do porta-enxerto com seus respectivos pés-francos, os resultados indicam que embora exista uma tendência de maior absorção pelos tratamentos enxertados, este não tem resultado significativo sobre a extração de N pelos frutos. Com relação a concentração de P observada nos frutos, nota-se que os valores foram praticamente iguais nos tratamentos com o híbrido Nápoli, independentemente da enxertia, entretanto para o híbrido Kokuyo a enxertia levou a um aumento significativo na absorção de fósforo pelos seus frutos. Para as concentrações de K e Mg houveram diferenças estatísticas. Para estes nutrientes, os maiores valores foram obtidos para os tratamentos com o híbrido Kokuyo, e nos dois casos a enxertia não teve influência significativa. De maneira geral pode-se dizer que os frutos do híbrido Kokuyo/enxertado apresentam uma maior capacidade de absorção dos macronutrientes, exceto para o N, isto deve ser um dos fatores que leva os frutos deste tratamento apresentarem maior Brix que os frutos do híbrido Nápoli (Quadro 14). Nos Quadros 21 e 22 estão expressos os resultados dos teores de micronutrientes nos frutos, onde se nota que somente para o Ferro houve diferença estatística significativa. Os tratamentos com o híbrido Nápoli absorvem maiores quantidades deste micronutriente que os tratamentos do híbrido Kokuyo, a enxertia não apresenta efeito significativo no híbrido Nápoli enquanto que leva a um aumento na absorção do micronutriente no híbrido Kokuyo. 57 QUADRO 19: Resumo da análise da variância (Quadrados médios e coeficiente de variação) do teor de macronutrientes nos frutos de berinjela. São Manuel/SP, 2000. Quadrados médios Causa da GL variação N P K Ca Mg S ns Tratamentos 3 49,167* 5,789* 35,417* 0,306 0,207** 0,021ns Resíduo 8 5,826 0,049 7,750 0,306 0,017 0,014 Total 11 10,903 CV (%) 10,941 11,102 9,913 39,019 7,921 *Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. **Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. QUADRO 20: Teor dos macronutrientes encontrados nos frutos de berinjela dos tratamentos.São Manuel/SP, 2000. Tratamentos Teor dos macronutrientes1 (g.Kg-1) N P K Ca Mg S Nápoli 23,94 ab2 2,03 ab 27,00 ab 1,67 a 1,60 AB3 1,13 a Nápoli/Enx. 26,64 a 2,07 ab 25,00 b Kokuyo 17,45 b 1,57 b Kokuyo/Enx. 20,21 b 2,30 a CV (%) 10,94 11,10 B 1,13 a 27,33 ab 1,67 a 1,60 AB 0,97 a 33,00 a 2,07 A 1,13 a 9,91 1,00 a 1,33 a 39,02 1,47 7,92 10,90 1 Dados originais (média de 8 frutos em 3 repetições) 2 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. 3 Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. QUADRO 21: Resumo da análise da variância (Quadrados médios e coeficiente de variação) do teor de micronutrientes nos frutos de berinjela. São Manuel/SP, 2000. Causa da Quadrados médios GL variação B Cu Fe Mn Zn ns ns ns Tratamentos 3 44,555 35,000 155,889* 18,222 36,000ns Resíduo 8 36,222 30,667 21,889 15,556 11,667 Total 11 CV (%) 25,979 21,717 12,936 15,667 20,092 *Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F. 58 QUADRO 22: Teor dos micronutrientes encontrados nos frutos de berinjela dos tratamentos.São Manuel/SP, 2000. Teor dos micronutrientes1 (mg.Kg-1) Tratamentos B Cu Fe Mn Zn Nápoli 20,33 a 26,67 a 32,67 13,33 a 19,33 a ab1 Nápoli/Enx. 23,00 a 20,67 a 38,00 ab 14,00 a 19,33 a Kokuyo 20,67 a 26,00 a 28,67 b 16,67 a 12,00 a Kokuyo/Enx. 28,67 a 28,67 a 45,33 a 21,71 12,94 CV (%) 25,98 18,67 a 17,33 a 25,18 20,09 1 Dados originais (média de 8 frutos em 3 repetições) 2 Médias seguidas da mesma letra minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Em relação à extração de macronutrientes e micronutrientes nas folhas (Quadro 23), nota-se que os valores tenderam a ser semelhantes em todos os tratamentos para praticamente todos os nutrientes avaliados. Com exceção do teor de P, os demais resultados encontrados estão dentro da faixa considerada como adequada para a berinjela, segundo Trani & van Raij (1996). Considerando o desenvolvimento da cultura e os valores encontrados nas suas folhas, em comparação com as faixas consideradas como adequadas pelos autores, estes valores podem estar superestimados e essas faixas poderiam ser menores. Existe uma tendência dos tratamentos enxertados na fase vegetativa e de pleno florescimento, apresentarem menor quantidade de N que seus respectivos pésfrancos. 59 Nota-se que os tratamentos com o híbrido Nápoli apresentam menor quantidade extraída de Ca quando comparados com os tratamentos com o híbrido Kokuyo. A enxertia leva em ambos os híbridos, em todas as fases, a maior concentração de Mg e Zn nas folhas. QUADRO 23: Média1 da concentração dos teores de macronutrientes e micronutrientes em folhas de berinjela. São Manuel/SP, 2000. N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Kokuyo Nápoli 1 enxertada Nápoli enxertada Kokuyo g.Kg-1 Vegetativo mg.Kg-1 45,33 2,33 32,33 23,66 4,47 1,77 47,67 17,33 158,00 86,67 18,67 Florescimento 42,14 1,70 29,67 27,00 4,33 1,60 35,67 20,00 277,33 101,33 15,33 Frutificação 41,25 1,57 27,67 21,67 4,53 1,80 51,67 23,33 196,00 119,33 26,67 Vegetativo 36,95 1,70 27,33 35,67 5,20 1,63 47,76 24,00 377,33 153,33 25,33 Florescimento 41,24 1,73 34,33 21,33 4,40 1,73 69,33 32,67 229,33 116,00 26,00 Frutificação 46,01 1,20 29,33 21,67 4,80 1,67 49,00 18,67 152,00 173,33 28,00 Vegetativo 43,17 2,17 29,33 13,33 5,00 1,50 63,67 19,33 138,67 230,00 20,33 Florescimento 45,03 1,90 33,33 16,00 4,40 1,53 50,00 18,00 174,67 209,33 19,33 Frutificação 43,22 1,33 30,33 24,33 4,60 1,40 52,67 17,33 167,33 128,00 18,00 Vegetativo 42,19 1,53 27,33 16,00 6,60 1,63 48,67 12,00 164,00 179,00 22,66 Florescimento 40,10 1,97 28,66 20,00 6,40 1,63 50,00 21,00 170,66 238,00 24,00 Frutificação 43,91 1,53 27,67 16,33 5,90 1,60 43,33 16,67 141,33 192,00 19,33 Média de três amostras, cada uma com oito folhas recém expandidas. 60 4.8 Medidas de trocas gasosas Os Gráficos 07, 08, 09 e 10 mostram a Taxa de fotossíntese, Condutância estomática, Taxa de transpiração e Eficiência do uso da água das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. As plantas do híbrido Kokuyo apresentaram maior taxa fotossintética quando comparadas com as plantas do híbrido Nápoli, a enxertia não teve influência na fotossíntese, em nenhum dos dois híbridos (Gráfico 07). O híbrido Kokuyo apresenta uma maior condutância estomática que as plantas do híbrido Nápoli e a enxertia leva em ambos os casos a uma menor condutância (Gráfico 08). A enxertia em ambos os híbridos leva a menor taxa de transpiração, ocasionando um melhor uso da água nas plantas enxertadas (Gráficos 09 e 10). Quando se realizou o acompanhamento dos híbridos durante o dia (Gráficos 11, 12, 13, 14 e 15), os resultados confirmaram as respostas encontradas no experimento anterior (Gráficos 07, 08, 09 e 10), mostrando que o híbrido Kokuyo apresenta uma maior taxa fotossintética e condutância estomática que o híbrido Nápoli, e que esta resposta se mantém durante todo o dia. O híbrido Kokuyo apresenta taxa de transpiração maior durante o período da manhã, sendo que pela tarde não houve diferença significativa entre os híbridos. A concentração de CO2 nas folhas dos híbridos não apresentaram diferença em nenhum dos períodos avaliados, o híbrido Kokuyo apresenta maior eficiência no uso da água durante todo o dia. De maneira geral pode-se concluir que a enxertia leva a um melhor resultado nas trocas gasosas e relações hídricas nas plantas de berinjela, isto provavelmente pelo melhor desenvolvimento do sistema radicular e pelo porta-enxerto utilizado ser vigoroso. Os resultados encontrados para a taxa de fotossíntese, foram compatíveis com os valores encontrados por Kim & Hori (1985). Embora estes valores possam ser considerados elevados para uma planta C3. 61 Com relação aos híbridos utilizados, nota-se claramente que o híbrido Kokuyo apresenta uma maior eficiência produtiva, visto que com praticamente uma mesma concentração de CO2 nas folhas e uma maior taxa de transpiração pela manhã, mesmo assim este apresenta uma taxa fotossintética e uma melhor eficiência no uso da água significativamente superior durante todo o dia. Os valores encontrados para a eficiência do uso da água em todas as avaliações realizadas estão de acordo com os valores normalmente encontrados para plantas do ciclo C3, ou seja, de 1 a 3 g de CO2 fixado. Kg-1 de água transpirada, segundo Nobel (1991), citado por Pimentel (1998). Pé franco Enxertada 25 -2 -1 A (mmol CO2.m .s ) 30 ab 20 bc 15 a c 10 5 0 Napoli Japonesa GRÁFICO 07 - Taxa de fotossíntese das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000. 62 1,60 Pé franco Enxertada 1,40 a 1,00 -2 -1 gs (mmol.m .s ) 1,20 0,80 b b 0,60 c 0,40 0,20 0,00 Napoli Japonesa GRÁFICO 08: Condutância estomática das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000. Pé franco Enxertada 0,0120 E (mol.m-2.s-1) 0,0100 a ab b 0,0080 c 0,0060 0,0040 0,0020 0,0000 Napoli Japonesa GRÁFICO 09: Taxa de transpiração das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP, 2000. 63 3000 Pé franco Enxertada 2500 a ab 2000 bc A/E c 1500 1000 500 0 Napoli Japonesa GRÁFICO 10: Eficiência do uso da água das plantas de berinjela, híbridas Nápoli e Kokuyo, enxertadas e em pé franco. São Manuel/SP. 2000. 30,0 y = -210,74x2 + 180,42x - 12,523 r2 = 1 ** ** -2 -1 A (mmol Co2.m .s ) 25,0 ** 20,0 2 15,0 y = -238,37x + 218,53x - 30,106 2 r = 0,95 * Napoli 10,0 Japonesa : 00 17 : 00 16 : 00 15 : 00 14 : 00 13 : 00 12 : 00 11 : 00 10 : 00 09 08 : 00 5,0 Horário GRAFICO 11: Acompanhamento da taxa fotossintética das plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. 64 1,80 Napoli Japonesa y = -17,179x2 + 16,312x - 2,5496 r2 = 0,99 ** ** 1,20 ** -2 -1 gs (mmol.m .s ) 1,50 0,90 * 0,60 y = -16,379x2 + 16,319x - 3,2342 r2 = 0,91 0,30 :0 0 17 :0 0 16 :0 0 :0 0 15 13 14 :0 0 :0 0 12 :0 0 11 :0 0 10 :0 0 09 08 :0 0 0,00 Horário GRAFICO 12: Acompanhamento da condutância estomática das plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. 0,015 Napoli Japonesa y = -0,1192x2 + 0,1203x - 0,0193 r2 = 0,88 ** -2 -1 E (mol.m .s ) 0,012 ** 0,009 y = -0,1446x2 + 0,1509x - 0,0288 r2 = 0,99 0,006 17 :00 16 :00 15 :00 14 :00 13 :00 12 :00 11 :00 10 :00 09 :00 08 :00 0,003 Horário GRAFICO 13: Acompanhamento da taxa de transpiração das plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP, 2000. 65 325 y = 132,5x + 202,15 r2 = 0,78 -1 Ci (mmol.mol ) 300 275 250 Napoli Japonesa y = 222,2x + 148 r2 = 0,89 225 17 :00 16 :00 15 :00 14 :00 13 :00 12 :00 11 :00 10 :00 09 :00 08 :00 200 Horário GRAFICO 14: Acompanhamento da concentração interna de CO2 nas plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP. 2000. 3500 Eficiência no uso de água (A/E) Napoli Japonesa 3000 y = -3574,1x + 4120,6 r2 = 0,91 ** 2500 ** ** 2000 y = -3928,8x + 3898,2 r2 = 0,98 ** 1500 :00 17 :00 16 :00 :00 15 Horário 14 :00 13 :00 12 :00 11 :00 10 :00 09 08 :00 1000 GRAFICO 15: Acompanhamento da eficiência do uso da água nas plantas de berinjela, híbrido Nápoli e híbrido Kokuyo. São Manuel/SP. 2000. 66 4.10 Uso de Isótopos estáveis Ainda estudando a fisiologia da berinjela, realizou-se a aplicação de CO2 enriquecido com 13 C visando estudar o movimento dos fotoassimilados, sua alocação e partição nas plantas. Aplicou-se esta metodologia em três ramos, sendo que posteriormente foram escolhidos outros dois ramos, onde buscando aperfeiçoar a metodologia foram realizadas algumas modificações. Estes ramos estão representados nas Figuras 12, 13, 14, 15 e 16. Nestas figuras estão representados os órgãos encontrados em cada ramo. As folhas foram indicadas pela letra F e seu respectivo número (posição no ramo), sendo que a folha que recebeu a aplicação sempre será a folha 1 (F1) e esta estará sublinhada, desta forma as folhas anteriores a ela levam um zero antes do número (F01…). As brotações receberam a sigla BR com o respectivo número na frente (BR1), os frutos a sigla FR, também com seus respectivos números (FR1) e o meristema apical recebeu a sigla ME. Nas figuras, ao lado de cada órgão está sua identificação bem como o valor de sua razão isotópica. Observou-se que a discriminação isotópica do carbono nos órgãos da berinjela foi em média da ordem de -29,50‰, o que a classifica como espécies do ciclo fotossintético C3 (Vogel, 1993). Em cada figura existe uma tabela de preferência de dreno, nesta tabelas estão os órgão que apresentaram maiores teores de 13C. Percebe-se que a partição ocorreu diferenciadamente para cada caso, sempre modificando conforme o número de drenos e o estádio fisiológico destes. Entretanto percebe-se que os frutos e os brotos são drenos fortes, principalmente quando sua folha mais próxima ainda não é uma fonte forte, confirmando os resultados encontrados por Rao (1988). Com relação às folhas, percebe-se uma certa tendência da folha, tanto acima como abaixo, ser preferência como dreno da folha tratada (fonte). quarta 67 A metodologia aplicada mostrou-se eficiente no sentido de estudar a movimentação dos fotoassimilados. As modificações na metodologia nos dois últimos ramos ajudaram na movimentação dos fotoassimilados. FIGURA 12- Enriquecimento relativo da razão 13C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 01 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. ME δ‰F = –26,84 F6 δ‰F = –27,57 BR3 δ‰F = –20,46 FR2 δ‰F = –24,50 F4 δ‰F = –28,91 F2 δ‰F = –29,37 F0 δ‰F = –30,16 F5 δ‰F = –27,42 BR1 δ‰F = –29,32 FR1 δ‰F = –25,09 BR2 δ‰F = –26,84 F3 δ‰F = –28,47 F1 δ‰F = +26,82 PRINCIPAIS DRENOS DO RAMO 01 ORGÃO DISCRIMINAÇÃO ISOTÓPICA Broto-3 (BR3) BR3 δ‰F = –20,46 Fruto-2 (FR2) FR2 δ‰F = –24,50 Fruto-1 (FR1) FR1 δ‰F = –25,09 Broto-2 (BR2) BR2 δ‰F = –26,84 Meristema (ME) ME δ‰F = –26,84 Folha-5 (F5) F5 δ‰F = –27,42 68 Os drenos principais foram os órgãos novos, principalmente brotos e frutos, e a quarta folha acima (folha 5). FIGURA 13- Enriquecimento relativo da razão 13C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 02 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manoel/SP. 2000. ME δ‰F = –28,36 F5 δ‰F = –28,80 BR3 δ‰F = –28,92 FR3 δ‰F = –27,33 F3 δ‰F = –28,99 F4 δ‰F = –28,99 F1 δ‰F = +9,50 FR1 δ‰F = –25,82 Fo δ‰F = –29,44 BR2 δ‰F = –28,84 F2 δ‰F = –29,17 BR1 δ‰F = –28,57 F01 δ‰F = –28,24 PRINCIPAIS DRENOS DO RAMO 02 ORGÃO DISCRIMINAÇÃO ISOTÓPICA Fruto-1 (FR1) FR1 δ‰F = –25,82 Fruto-2 (FR1) FR2 δ‰F = –27,33 69 Por algum motivo este ramo apresentou pouca variação na sua razão isotópica, inclusive na folha tratada, devendo ter realizado pouca fotossíntese. Entretanto os frutos foram os drenos encontrados. FIGURA 14- Enriquecimento relativo da razão 13C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 03 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000. ME δ‰F = –28,70 F2 δ‰F = –29,93 FR2 δ‰F = –24,01 F05 δ‰F = –29,04 F1 δ‰F = +16,58 F03 δ‰F = –29,56 F01 δ‰F = –29,77 BR2 δ‰F = –29,22 BR3 δ‰F = –29,35 FR1 δ‰F = –26,45 BR1 δ‰F = –30,67 F04 δ‰F = –29,89 F02 δ‰F = –26,67 PRINCIPAIS DRENOS DO RAMO 03 ORGÃO DISCRIMINAÇÃO ISOTÓPICA Fruto-2 (FR2) FR2 δ‰F = –24,01 Fruto-1 (FR1) FR1 δ‰F = –26,45 Folha-02 (F5) F02 δ‰F = –26,67 70 Os principais drenos foram os frutos e a quarta folha abaixo da folha tratada. Isto deve ter ocorrido, pois todos os brotos já apresentavam folhas desenvolvidas e estavam ligadas a folhas bem desenvolvidas no ramo. Este ramo comprova outro resultado encontrado por Rao (1988), que é a capacidade de distribuição tanto para região apical como para região basal. FIGURA 15- Enriquecimento relativo da razão 13C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 04 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000. ME δ‰F = –24,65 F5 δ‰F = –26,52 F6 δ‰F = –26,24 F3 δ‰F = –26,85 FR2 δ‰F = –23,46 F1 δ‰F = +4,67 F0 δ‰F = –27,74 BR4 δ‰F = –24,33 F4 δ‰F = –26,72 BR2 δ‰F = –22,59 BR3 δ‰F = –25,80 FR1 δ‰F = –22,06 F2 δ‰F = –27,86 BR1 δ‰F = –25,79 PRINCIPAIS DRENOS DO RAMO 04 ORGÃO DISCRIMINAÇÃO ISOTÓPICA Fruto-1 (FR1) FR1 δ‰F = –22,06 Broto-2 (BR2) BR2 δ‰F = –22,59 Fruto-2 (FR2) FR2 δ‰F = –23,46 Broto-4 (BR4) BR4 δ‰F = –24,33 Meristema (ME) ME δ‰F = –24,65 Neste caso a razão isotópica foi naturalmente maior que o normal (média de –27,50), entretanto os maiores drenos continuaram a ser os frutos e brotos, 71 sendo que neste caso a folha tratada possuía um fruto e um broto e estes foram os maiores drenos. FIGURA 16- Enriquecimento relativo da razão 13C/12C da amostra em relação ao padrão PDB, expresso em delta per mil (δ‰), nos diferentes órgãos do ramo número 05 da berinjela (Solanum melongena), onde: F representa folha, BR representa broto, FR representa fruto e ME representa meristema. São Manuel/SP. 2000. ME δ‰F = –26,81 FR2 δ‰F = –20,28 F3 δ‰F = –27,99 BR2 δ‰F = –24,80 F4 δ‰F = –28,06 BR3 δ‰F = –27,21 F02 δ‰F = –29,11 F01 δ‰F = –29,84 F2 δ‰F = –29,01 FR1 δ‰F = –26,11 F1 δ‰F = +5,53 BR1 δ‰F = –28,26 F03 δ‰F = –28,77 PRINCIPAIS DRENOS DO RAMO 05 ORGÃO DISCRIMINAÇÃO ISOTÓPICA Fruto-2 (FR2) FR1 δ‰F = –20,28 Broto-2 (BR2) BR2 δ‰F = –24,80 Fruto-1 (FR1) FR1 δ‰F = –26,11 Broto-3 (BR3) BR3 δ‰F = –27,21 Meristema (ME) ME δ‰F = –26,81 Neste caso novamente os órgãos novos foram os principais drenos, em especial, os frutos e brotos. 72 72 5. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos nos diversos experimentos realizados, as análises estatísticas, a revisão de literatura e o convívio com a cultura, foram obtidas as seguintes conclusões: a) O pegamento da enxertia em berinjela foi eficiente para os híbridos e porta-enxerto utilizados; b) O híbrido Kokuyo apresentou porte arbustivo lateral, ramas mais finas e menor altura. O híbrido Nápoli apresentou porte mais elevado, ramas mais grossas e formato arbóreo (piramidal); c) A enxertia não teve influência sobre as características do fruto, em ambas as cultivares; d) A não queda da corola leva a um aumento de frutos manchados (com marca na casca); e) Os frutos do híbrido ‘Kokuyo’/enxertado mostraram maior capacidade de absorção dos macronutrientes, exceto para o N; f) O híbrido ‘Nápoli’ apresentou uma menor quantidade extraída de Ca que o híbrido ‘Kokuyo’; g) A enxertia levou a uma maior concentração de Mg e Zn nas folhas, independente do híbrido utilizado; h) A enxertia levou a uma maior eficiência do uso das águas, tanto para o híbrido ‘Kokuyo’ como para o híbrido ‘Nápoli’; i) O híbrido ‘Kokuyo’ apresentou maiores taxas de fotossíntese, condutância estomática, transpiração, concentração de CO2 interna e melhor eficiência no uso da água, quando comparado com o híbrido ‘Nápoli’; 73 j) Os frutos e os brotos são drenos fortes, principalmente quando sua folha mais próxima ainda é jovem; k) A metodologia utilizada mostrou-se eficiente no sentido de estudar a movimentação dos fotoassimilados; l) A berinjela é uma hortaliça que pode ser conduzida em ambiente protegido com grande potencial produtivo, podendo facilmente ser enxertada. 74 6. 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