doação de órgãos: uma interpretação à luz da enfermagem

Propaganda
Curso de Enfermagem
Artigo de Revisão
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: UMA INTERPRETAÇÃO À LUZ DA ENFERMAGEM
ORGAN DONATION: AN INTERPRETATION IN THE LIGHT OF NURSING
Karen Lima da Silva¹, Mériam Simões Oliveira¹, Mauro Trevisan², Gislaine de Albuquerque³
1 Alunas do Curso de Enfermagem
2 Professor Mestre do Curso de Enfermagem - Orientador
3 Co-orientadora Pós-graduada em Captação, doação e distribuição de órgãos para transplantes.
Resumo
Introdução: O Brasil dispõe do maior programa público de transplante do mundo. Trata-se de uma grande conquista do Sistema Único
de Saúde (SUS). Mesmo com essa conquista, a doação de órgãos e de tecidos ainda é um tema que guarda inúmeras incertezas e
medos. Com intuito de analisar essa temática, este artigo destaca a importância do processo de doação de órgãos. Objetivo:
Descreve as dificuldades encontradas no processo da doação de órgãos para transplantes destacadas pelos estudiosos desse
assunto; análise do caso de um paciente receptor de um órgão. Materiais e Métodos: Trata-se de um artigo científico de revisão
bibliográfica qualitativa. Resultado: Entre os problemas identificados no processo, destacaram-se a resistência familiar em responder
negativamente à autorização do processo e o despreparo dos profissionais de saúde quanto à falta de conhecimento sobre o tema, e
as intercorrências que refletem significativamente no insucesso do transplante. Aponta a relevância de ser doador de órgãos, o que
permite ao cidadão desempenhar um papel importante na sociedade através de um ato de amor e de solidariedade que é a doação,
proporcionando a oportunidade de melhoria na qualidade de vida de pacientes que aguardam um órgão para a realização de
transplantes.
Palavras-Chave: Doadores; Doação de órgãos; Transplantes de órgãos.
Abstract
Introduction: The Brazil has the largest public transplantation program in the world. It is a great achievement of the Unified Health
System (SUS).
The organs and tissues’ donation is still a topic that guards numerous uncertainties and fears, even with this
achievement. In order to analyze this issue, this article contrasts the organ’s donation process. Objective: To describe difficulties in the
organs’ donation process of the transplants contrasted by the scholars of this subject; the patient’s analysis recipient of an organ.
Materials and Methods: This is a scientific article qualitative literature review. Result: Among the problems identified in this process, it
contrasted with the familiar resistance to respond negatively to the process’ authorization and the lack’s preparation of professionals’
health about the lack of knowledge on the subject and the events that reflect significantly on transplant failure. It points out the
importance of being a donor organ, which it allows people to play an important role in society through an act of love and solidarity which
is the donation, providing the opportunity to improvement in life’s quality for patients awaiting an organ for transplantations.
Keywords: Donors; Organ donation; Organ transplants.
Contato: [email protected]
Introdução
Sistema Nacional de Transplante SNT e as
Centrais de Notificação, Captação e Distribuição
Com a criação do Sistema Único de Saúde
SUS, o governo passou a atender à população de
forma
integralizada,
inclusive
financiando
procedimentos de alta complexidade, como é o
caso dos transplantes de órgãos. No decreto que
regulamentou a lei (Decreto Lei nº. 2.268), em
junho de 1997, o Ministério da Saúde criou o
de Órgãos CNCDO, conhecidas como Centrais
Estaduais de Transplantes, e estabeleceu a forma
de distribuição de órgãos e tecidos através das
listas de espera unificadas. O Sistema Público de
Saúde financia mais de 95% dos transplantes
realizados no Brasil e, também, subsidia parte dos
medicamentos imunossupressores para todos os
1
pacientes transplantados. (SANTOS, 2009)
falecidos. Segundo informações da Dr.ª Daniela
Segundo dados oficiais do Ministério da
Salomão, coordenadora da CNCDO do Distrito
Saúde (MS), entre janeiro a junho deste ano foram
Federal DF, o aumento no número de transplantes
realizados 12,2 mil transplantes de órgãos sólidos
realizados é decorrente do bom trabalho feito
e foram notificados 4.672 potenciais doadores,
pelos profissionais de saúde que atuam na
resultando em 1.338 doadores efetivos de órgãos.
Organização de Procura de Órgãos OPOS e na
(PORTAL DA SAÚDE, 2015)
Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e
Em
primeiro
Tecidos para Transplantes CIHDOTT, que são
transplante renal pelo ucraniano Yuri Voronoy, o
responsáveis pela entrevista familiar com parentes
paciente tinha Insuficiência renal crônica causada
do paciente diagnosticado com Morte Encefálica
por envenenamento de mercúrio. O transplante
ME para explicar sobre o processo de doação de
não foi bem sucedido. O rim não funcionava, pois
órgãos e tecidos visando a obter uma resposta
o órgão foi retirado seis horas após a parada
positiva
cardíaca do doador, levando o paciente a óbito 48
transplantes de rim são realizados no Hospital de
horas
Base
após
1933,
o
foi
realizado
procedimento.
o
Várias
outras
sobre
do
a
doação.
Distrito
de
Em
Federal
Brasília
Brasília
HBDF,
HUB,
os
Hospital
tentativas foram feitas no decorrer dos anos com
Universitário
Instituto
de
sucessos clínicos e cirúrgicos, pois os pacientes
Cardiologia do DF ICDF e Hospital Santa Lúcia.
apresentavam rejeição ao órgão em curto prazo.
(JORNAL DE BRASÍLIA, 2014)
Nos Estados Unidos da América EUA em Boston,
Mesmo com o avanço da medicina, o
em 1954, teve lugar o primeiro transplante
único meio de substituição do órgão é o
humano bem sucedido, realizado pelo Dr. Joseph
transplante, e o paciente será incluído em uma
e Murray. Os pacientes eram gêmeos idênticos e,
lista de espera e aguardará pelo ato de amor e de
por
à
solidariedade de uma família. Diante disso, torna-
compatibilidade de genes. Em 1960, utilizou-se a
se necessária a melhor capacitação da equipe de
primeira droga imunossupressora, Azatioprina,
enfermagem responsável pelo atendimento dos
associada a corticosteroides, e os transplantes
potenciais doadores e de seus familiares e a
renais passaram a ser uma opção terapêutica.
conscientização
(AZEVEDO, 2015)
importância de ser um doador, através de
isso,
não
houve
rejeição
devido
da
comunidade
quanto
à
O primeiro transplante renal do Brasil foi
elaboração de planos e medidas educacionais
realizado no dia 21 de Janeiro de 1965, no
para maior esclarecimento sobre o processo de
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
doação e de transplante de órgãos. (MORAES e
da Universidade de São Paulo, pela equipe da
MASSAROLLO, 2009)
Clínica Urológica, o paciente recebeu o rim do
As pesquisadoras se interessaram por
irmão e teve uma vida normal mais de oito
este tema por conhecerem o processo de doação
anos. (IANHEZ, 2010)
de órgãos desenvolvido pela Central Nacional de
De acordo com o Sindsaúde, (2014), em
Transplantes CNT, e por uma das pesquisadoras
Brasília, o primeiro transplante renal foi realizado
ter
em 1982, na Nefrologia do Hospital de Base
supranumerário).
(HBDF) que, hoje, é referência em todo o Brasil.
uma
anomalia
de
número
(Rim
Os objetivos desta pesquisa descrevem as
No Distrito Federal, em 2014, foram
dificuldades encontradas no processo da doação
realizados, em média, 88 transplantes de rim,
de órgãos para transplantes e apresenta a análise
sendo oito de doadores vivos e 80 de doadores
do relato de caso sobre a história de um paciente
2
receptor de um órgão; destaca o papel da
transplante;
a
organização
enfermagem frente às intercorrências durante o
transplantadora e a lista de espera.
da
unidade
processo de doação e que também influenciam
negativamente a resposta familiar quanto a
Amostra
autorizar a doação, bem como a falta de
conhecimento dos profissionais sobre o tema.
O critério de seleção do voluntário é
baseado
no
objetivo
especifico
do
artigo,
Com a desproporção entre o número de
apresentando uma história real sobre um paciente
potenciais receptores que aguardam um órgão
receptor de um órgão, o rim. Fez-se a aplicação
para
de
de um questionário com perguntas sobre todo o
doadores, definiu-se o problema desta pesquisa,
processo da doação do órgão, apresentando os
que
as
aspectos positivo e negativo da realidade a que o
dificuldades encontradas no processo de doação
paciente foi submetido durante a descoberta da
de órgãos contribuem para a baixa efetivação de
enfermidade, o tratamento até a recepção do
transplantes de órgãos e de tecidos no Brasil?
órgão.
transplante
corresponde
e
à
o
número
seguinte
reduzido
pergunta:
O paciente, voluntário para o estudo de
Materiais e Métodos
A metodologia utilizada neste artigo é
qualitativa; o método utilizado foi o interpretativo e
a técnica, estudo de caso. Assim, objetivou-se
caso, é do sexo masculino, faixa etária de 40
anos, reside em Brasília-DF, casado e profissional
da área da saúde.
analisar o caso via o processo de doação de um
receptor. Procurou-se, na leitura e interpretação do
Critérios de Inclusão
Foram utilizados dados de um paciente
caso, avaliar as resistências encontradas no
processo de doação de órgãos.
receptor de um órgão (o rim) e pesquisas em
artigos científicos que relatam a importância da
Critérios Éticos
Por se tratar de um estudo retrospectivo
em que serão avaliados artigos científicos, a
pesquisa não apresentará riscos para o ser
doação
de
órgãos, bem
como a falta
de
informações sobre o procedimento, resultando na
negatividade
familiar.
Os
artigos
analisados
cobrem o período de 1997 a 2015.
humano pelo fato de ser um estudo de caso.
Preservar-se-á total confidencialidade, de modo
que o estudo seja conduzido de acordo com os
padrões éticos exigidos. O projeto foi aprovado
pelo CEP da UCB sob n° 500644150029, onde o
entrevistado assinou o TCLE.
Procedimentos do estudo
Para a realização do estudo, foram
analisados artigos científicos e elaborado um
questionário contendo
25 perguntas
para
o
paciente voluntário sobre a realidade vivenciada
por ele durante todo o processo que passou para
Caracterização do Estudo
receber o órgão.
Esse estudo apresenta os fatores de
resistência encontrados no processo de doação de
órgãos por parte da família dos doadores e dos
profissionais de saúde; a análise do caso de um
receptor contemplado com um rim; a coleta dos
dados do receptor em forma de entrevista, que
aborda todo o processo de doação; a indicação do
Análise Estatística
Foram identificados 30 artigos científicos,
excluídos 11 e utilizados 19 deles, e 17 sites na
internet sobre o processo da doação de órgãos
que estavam aderentes ao critério de inclusão na
pesquisa.
3
Os responsáveis por autorizar a retirada
Resultados
de órgãos para doação, conforme a Lei n°
10.211/01 são os parentes até segundo grau,
Processo da doação de órgãos
inclusive esposo/esposa. Essa autorização tem
A doação de órgãos, é mais do que um
que ser por escrito. Não é suficiente declarar em
exemplo dos avanços da medicina moderna, é
documento a vontade de ser doador, é preciso
uma maneira humana e solidária de proporcionar
informar a família para que todos tenham ciência
a alguém melhor qualidade de vida e, em alguns
da sua vontade. (BRASIL, 2001)
casos, dar-lhe, mesmo, o direito de viver.
Na entrevista familiar, os responsáveis
A doação de órgãos ou de tecidos é um
legais - pai, mãe, filho ou cônjuge - podem
ato que manifestamos a vontade de doar uma ou
manifestar-se contra a doação, o que será
mais partes do nosso corpo para ajudar no
obrigatoriamente respeitado pelos profissionais de
tratamento de outras pessoas. Os órgãos que
saúde. (BRASIL, 2015)
podem ser doados são: rim, fígado, coração,
Para doação de órgãos duplos, como rim,
pâncreas e pulmão ou tecidos: córnea, pele,
pulmões
ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula
intervivos, a doação pode ser feita com indivíduos
óssea e sangue de cordão umbilical. A doação de
consanguíneos, familiares até o 4º grau, como
órgãos como o rim, parte do fígado e da medula
pais e irmãos, conforme previsto na legislação dos
óssea pode, ser feita em vida obedecendo aos
transplantes. (BRASIL, 1997)
critérios estabelecidos na Lei n° 9.434 de 1997.
Somente após a confirmação de morte
e
parte
do
fígado
com
doadores
Os transplantes com doadores vivos são
realizados
em
caráter
eletivo
com
doador
encefálica os órgãos do paciente falecido poderão
disponível, ou preferencialmente, com o de melhor
ser doados. Pacientes com morte encefálica
compatibilidade em relação aos antígenos do
geralmente
complexo HLA (Human Leukocyte Antigens).
são
pessoas
com
traumatismo
craniano causado por acidente com carro, moto,
(HILGERT et al., 2009)
quedas, etc. ou que sofreram Acidente Vascular
Os genes do sistema HLA são importantes
Cerebral AVC (derrame). Os critérios para a
no desenvolvimento de doenças autoimunes e
abertura e o fechamento de protocolo para
responsáveis pela rejeição de transplantes de
pacientes com ME foram estabelecidos pelo
órgãos e de tecidos. O sistema HLA é constituído
Conselho Federal de Medicina por meio da
por 224 genes, dos quais 128 são genes
resolução nº 1.480, de 21 de agosto de 1997.
funcionais e 96 são pseudogenes. Os genes
(BRASIL, 1997)
funcionais têm capacidade de expressão de 40% e
De acordo com o disposto no art. 3º da Lei
n° 9.434, de 1997, a retirada de órgãos, tecidos ou
desempenham
funções
imunológicas.
(LABORATÓRIO DE GENÉTICA HUMANA, 2009)
partes do corpo humano para transplante deverá
Doador falecido é todo paciente em ME,
ser realizada após a confirmação de morte
definida pela resolução CFM n° 1480/97, e,
encefálica, atestada por dois médicos que não
geralmente,
façam parte da equipe de transplante, conforme
Craniano Encefálico TCE ou Acidente Vascular
resolução do Conselho Federal de Medicina CFM.
Encefálico AVE. Após a confirmação de ME,
Será permitida a presença de médico da família do
deverá ser registrada em prontuário a declaração
paciente no ato da comprovação da morte.
de morte conforme a resolução. Com autorização
(BRASIL, 1997)
familiar, a retirada de órgãos é realizada em um
ocasionada
por
Traumatismo
4
hospital credenciado pelo Sistema Nacional de
Índia e a China, o comércio ilegal de órgãos é uma
Transplante SNT. (SAÚDE-PR, 2014)
realidade degradante e cada vez mais presente na
Doador vivo consanguíneo, segundo a Lei
realidade.
nº 10.211 poderá dispor gratuitamente de órgãos,
A cirurgia para retirar o órgão que será
tecidos e partes do próprio corpo vivo para fins
doado é um procedimento cirúrgico simples que
terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou
não causa deformação no corpo. São retirados,
parente de até 4º grau. No caso de doador não se
apenas, os órgãos para serem transplantados, e
enquadrar nesses casos, será necessária uma
os cuidados de reconstituição são obrigatórios por
autorização judicial. (NORONHA; et al., 2006)
lei nº 9434/97.
Depois de confirmada a ME, o médico
responsável
esclarece
a
família
sobre
a
Conforme o Decreto nº 2.268/97 e a
portaria n° 2.600/09, a inscrição dos pacientes no
irreversibilidade do quadro clínico do paciente e
CTU
fala sobre a doação dos órgãos. Caso a família
estabelecimento de saúde e/ou pela equipe
aceite doar os órgãos, o paciente passará por
responsável pelo seu atendimento, desde que
exames
regulamentados,
complementares
e
procede-se
ao
preenchimento da documentação com todas as
dar-se-á
na
CNCDO
obedecendo
regional
a
pelo
critérios
de
inclusão específicos para tipo de órgão ou tecido.
informações do paciente referentes à doação, que
Caso se encontre um potencial receptor no
é encaminhada à CNCDO que iniciará o processo
mesmo estado do doador, é marcado um horário
de captura de um potencial receptor através do
para
Sistema
(SIG)
transplantadora responsável pelo procedimento.
conforme o Cadastro Técnico Único (CTU). (LIMA;
Não havendo nenhum receptor compatível no
SILVA; PEREIRA, 2006)
mesmo estado, o órgão é ofertado para a Central
Integrado
de
Gerenciamento
extração
do
órgão
pela
equipe
O transplante renal é indicado para
de Nacional de Transplante CNT, que tentará
pessoas com IRC avançada, estando em alguma
localizar um receptor em outro estado e realocar
das formas de diálise ou na fase pré-dialítica. As
esse órgão. (MOURA; SILVA, 2014)
principais causas de Insuficiência Renal são
Após a retirada dos órgãos, o corpo é
Diabetes e Hipertensão Arterial, entre outras. A
reconstituído
identificação do potencial receptor é através das
sepultamento. Em casos de suspeita de crime ou
indicações, para transplante renal estão voltadas
morte violenta, é obrigatório encaminhar o corpo
aos pacientes em Terapia Renal Substitutiva TRS
ao Instituto Médico Legal IML para ser examinado
tratamentos como a Hemodiálise ou a Diálise
quanto à causa da morte acompanhado de toda
Peritoneal, em algumas situações os indivíduos
documentação
com IRC, pouco antes da necessidade de iniciar
PEREIRA, 2006)
alguma das formas de diálise podem ter o
transplante como opção. (MOURA; SILVA, 2014)
e
entregue
da
à
doação.
família
(LIMA;
para
o
SILVA;
Para doar órgãos de uma pessoa com ME,
existem algumas etapas a serem seguidas:
De acordo com Cardoso, (2005) o corpo
Identificação do paciente; Diagnóstico de ME;
humano é considerado um bem fora do comércio
Avaliação clínica e laboratorial; Manutenção do
ou fora do mercado. O comércio ilegal de órgãos,
potencial doador; Entrevista familiar. Todo o
apesar de ser expressamente proibido no Brasil,
processo de doação só é possível quando há o
conforme previsto na Constituição Federal (1997),
diagnóstico de ME e a notificação do potencial
cresce a cada dia, sendo ofertados até em
doador. (MATTIA et al., 2008)
classificados de jornais. Em alguns países, como a
5
depressoras
Figura 1. Organização do Sistema Nacional de
Transplantes
do
Sistema Nervoso Central; O
paciente não esteja em
hipotensão arterial.
(ABTO, 2002)
Após essas certificações, o paciente deve
ser submetido a dois exames neurológicos que
avaliem a integridade do tronco cerebral, estes
exames são realizados por dois médicos não
participantes
das
equipes
de
captação
e
transplante. O intervalo de tempo entre um exame
e outro é definido em relação à idade do
paciente. Após
realizado
o segundo exame clínico, é
um
exame
demonstre: Ausência
de
cerebral ou; Ausência de
complementar
perfusão
que
sanguínea
atividade
elétrica
cerebral ou; Ausência de atividade metabólica
cerebral. (ABTO, 2002)
Fonte: Transplante renal no Brasil, 2011, p. 474.
Ressalte-se que o diagnóstico de ME é
direito do paciente e dever do médico responsável
De acordo com o Portal da Saúde, (2015),
a rede Brasileira conta com 27 CNCDO, as
Centrais Estaduais de Transplantes estão em
todos os estados e no Distrito Federal e Câmaras
Técnicas
Nacionais,
contém
510
Centros
transplantadores, e 1.113 equipes de profissionais
para captação de órgãos para transplantes e 70
OPOS.
por seu cuidado, devendo ser realizado em caráter
de urgência, seguindo-se todos
os
critérios
estabelecidos na Resolução CFM nº 1.480/1997. A
abertura do protocolo de ME independe se o
paciente seja ou não, doador de órgãos. Por lei,
todo paciente que esteja internado em Unidade de
Terapia Intensiva UTI ou em setores emergências
sem possibilidade terapêutica e em Glasgow 03
deve ter o protocolo de ME aberto e fechado, e a
Morte Encefálica
família deve ser comunicada sobre a abertura do
protocolo.
No Brasil, é definido que no caso de
diagnóstico de ME deve ser registrado, em
prontuário, um Termo de declaração de Morte
Os fatores que influenciam negativamente no
processo da doação de órgãos.
Encefálica, descrevendo os elementos do exame
neurológico
que
demonstram
ausência
dos
reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório
de um exame complementar. (ABTO, 2002)
necessário certificar-se de que: O paciente tenha
identificação e registro hospitalar; A causa do
coma seja conhecida e estabelecida; O paciente
não esteja hipotérmico (temperatura menor que
paciente
não
esteja
usando
últimos
anos,
os
transplantes
realizados no Brasil cresceram significativamente
e apresentaram resultados positivos quanto à
Para constatação do diagnóstico de ME é
35º); O
Nos
drogas
melhoria na qualidade de vida do paciente.
Também cresceu a procura para esse tipo de
tratamento, mas, infelizmente, o número de
doações não condiz com a procura, e muitos
pacientes morrem na fila de espera. (MARTINS, et
al., 2014)
6
Segundo dados do Registro Brasileiro de
espera de Rim há 19.249 pessoas, e em Brasília
Transplantes RBT, (2015), no semestre janeiro a
DF há 197 pessoas esperando por transplante
junho, pela primeira vez desde 2007, observamos
Renal. As maiores causas de não concretização
uma discrepância em relação à taxa de potenciais
da doação de órgãos de potenciais doadores
doadores, de doadores efetivos e do número de
notificados nos estados Brasileiros entre Janeiro á
transplantes de rim, de fígado e de pâncreas, em
Junho de 2015 são afastados por recusa familiar,
relação a 2014.
contra
São fatores que limitam a doação de
indicação
doador;
Cardio
A recusa na entrevista familiar ao processo
de doação de órgãos e tecidos relaciona-se à
encefálica; falta de cuidados com o doador;
crença religiosa, a valores, à não-compreensão do
entrevista familiar mal realizada; negativa familiar;
diagnóstico de ME e do processo de doação, à
dificuldade em contatar a equipe de transplante;
não aceitação de manipulação do corpo e ao
dificuldade para retirada dos órgãos. (MARTINS,
medo do comércio de órgãos e transplante.
et al., 2014)
(MORAES; MASSAROLLO, 2009)
paciente
que
está
da
Parada
morte
O
confirmação
e
respiratória PCR. (RBT, 2015)
órgãos: a falta de notificação e identificação de um
potencial
médica
na
fila
para
Os potenciais doadores sobrevivem até 72
transplante pode comprometer ainda mais sua
horas após confirmação de ME. Os órgãos que
qualidade de vida devido ao longo tempo de
são transplantados podem durar dias ou poucas
espera. Pacientes com tipagem sanguínea do tipo
horas. O coração e o pulmão duram entre quatro e
O são mais favorecidos, uma vez que o número de
seis horas. O pâncreas e o fígado entre 12 e 24
doadores com o mesmo tipo sanguíneo é maior
horas e o rim até 48 horas. A córnea, após
quando comparado aos tipos B e AB. (GUETTI;
enucleada, pode durar de 14 a 15 dias em meio de
MARQUES, 2014)
preservação, os ossos até cinco anos. Não há
No Brasil, a priorização por fila única
exclusividade de leitos para pacientes que serão
ocorre sob-restrições. É necessário que haja
transplantados, nos estados Brasileiros muitas
completa compatibilidade clínica entre o órgão
vezes os transplantes não ocorrem por falta de
doado e o receptor. (MARINHO, 2006)
leito de UTI para a realização do procedimento.
O Sistema Nacional de Transplante SNT
possui
um
Integrado
de
software
denominado
Gerenciamento
SIG,
(MARINHO, 2006)
Sistema
que
Menos de 1% dos pacientes que morrem
é
tem ME antes da parada cardiorrespiratória, o que
responsável por controlar quais serão os pacientes
limita o número de potenciais doadores. Cerca de
compatíveis que poderão ser contemplados com o
10
órgão ofertado através dos registros que são
traumatismo craniano, morrem por ano no Brasil
alimentados com informações de doadores e
antes que um potencial doador seja encontrado.
receptores. (SAÚDE-PR, 2014)
Cerca de um a cada oito potenciais doadores são
De acordo com Silva, (2013) a falta de
informação da família dos potenciais doadores
mil
vítimas
de
múltiplos órgãos. (MARINHO, 2006)
No processo de doação e extração de
órgãos
Segundo dados levantados atualmente, no
doadores,
notificados e apenas 20% são doadores de
com ME é o principal motivo para a não doação de
órgãos.
potenciais
para
intercorrências,
transplante,
em
muitos
existem
hospitais,
algumas
faltam
Brasil há 32.000 pessoas na lista de espera de
recursos, infraestrutura e profissionais de saúde
transplante para receber órgãos. Na lista de
para manter a hemodinâmica do paciente que está
7
em morte cerebral no período de 48 ou 72 horas
relevância dessa atitude pode facilitar não apenas
para que seja viabilizado o procedimento de
a decisão da família do potencial doador como
captação e o aproveitamento dos órgãos. Em
ajudá-la a superar a barreira de preconceitos que
virtude
ainda cercam a doação de órgãos.
das
exigências
legais,
o tempo de
confirmação da doação e a localização de um
A dificuldade de compreender ou não
doador compatível não têm lugar em menos de 24
aceitar o diagnóstico de ME incide do fato do
horas. (MARINHO, 2006)
paciente apresentar sinais como os batimentos
Os médicos e demais profissionais de
cardíacos, movimentos respiratórios e temperatura
saúde têm como ética profissional manter a não
corpórea é uma dificuldade encontrada pelos
admissão de perda de pacientes, tornando difícil a
profissionais, pois a família não percebe o
decisão de atender a um paciente vivo na UTI ou
paciente como morto e crê na possibilidade de
manter um doador com morte cerebral. Um fator
reversão
negativo para a doação de órgãos é o medo de ter
esclarecimento, a população sobre o conceito de
o tratamento negligenciado ao ser identificado
ME e sua irreversibilidade, antes da realização de
como doador. (MARINHO, 2006)
campanhas publicitárias em prol da doação de
Em pesquisa no Estado do Maranhão
do
quadro,
faz
se
necessário
órgãos. (SANTOS; MASSAROLLO, 2005)
Abreu; Augusto e Ferreira, (2006) identificaram
Desde a retirada dos órgãos, o transporte até
que a falta do conhecimento sobre o diagnóstico
a chegada ao local que será transplantado no
de ME e a falta de notificação do potencial doador
receptor
são as principais dificuldades relacionadas a sua
negativamente, a forma inadequada que os
detecção,
problemas
profissionais armazenam os órgãos em caixas
organizacionais e de infraestrutura, além da
térmicas sujeitas a contaminações, variações de
elevada taxa de recusa familiar ocasionada por
temperatura, sem controle do termômetro, para
uma abordagem inapropriada, são os principais
serem transportados a outros estados, esses
obstáculos para a sua efetivação.
procedimentos podem ser negligenciados sob a
enquanto
que
os
ocorre
fatores
que
influenciam
O Brasil é um país com grandes
pressão da emergência. Existe uma deficiência na
diferenças sociais, culturais e religiosas, o que
estrutura de captação e distribuição de órgãos em
torna as dificuldades relacionadas ao processo de
três áreas no acondicionamento dos órgãos, no
doação ainda maior. É essencial haver integração
transporte das equipes e na previsão de demanda.
entre os profissionais envolvidos a fim de melhorar
(AGOSTINHO; MONTEIRO; LIMA, 2015)
a qualidade da assistência ao potencial doador e a
Um fato recorrente é a identificação de um
sua família, contribuindo para uma possível
potencial doador em um hospital sem equipe
obtenção de órgãos adequados para transplante.
médica para captação, é necessária a equipe de
A doação de órgãos poderia ser grandemente
outro Hospital se desloque para ir captar o órgão,
facilitada se fosse priorizada e garantida boa
e muitas vezes a equipe médica não está
qualidade de comunicação entre os profissionais e
disponível no momento, e a distancia para a
a família do doador. (SANTOS; MASSAROLLO,
equipe ir é inviável, pois o tempo de isquemia
2005)
deve ser respeitado, pois o tempo de vida dos
Uma vez que a falta de informações sobre
órgãos é de algumas horas, o condicionamento
a importância da doação de órgãos é um dos
prolongado causa isquemia, a oferta dos órgãos é
fatores que impede a ampliação do número de
cancelada
potenciais doadores, conscientizar a população da
(AGOSTINHO; MONTEIRO; LIMA, 2015)
e
os
mesmos
são
descartados.
8
No transporte aéreo e terrestre, ocorrem
destinados a um paciente com perspectivas de
situações como, os horários dos voos das
sobrevida. De fato, um único potencial doador, em
empresas aéreas não são viáveis. O transporte
boas condições, tornando-se um doador efetivo
terrestre contém motoristas que são negligentes,
poderá proporcionar tratamentos, por meio de
ultrapassam a velocidade para chegar á tempo no
transplante de diversos órgãos e tecidos, e ajudar
local do transplante, e a caixa térmica por não está
de dez a mais pacientes. (MATTIA et al., 2008)
devidamente fixa se desloca dentro do carro,
O Ministério da Saúde e as empresas
influenciando riscos para o insucesso do processo
aéreas tem um acordo de Cooperação Técnica
da doação. (AGOSTINHO; MONTEIRO; LIMA,
com as maiores empresas aéreas,
2015)
realização dos transplantes é necessária logística
para a
O Hospital de Base do Distrito Federal
aérea, comercial ou militar, em alguns estados do
passou meses sem realizar transplante renal, por
Brasil, o objetivo é agilidade na logística aérea,
falta
e
com voos disponíveis permitindo reduzir o tempo
antibióticos, cancelando os procedimentos cirúrgicos
entre o deslocamento do órgão após a captação e
de pacientes. (GLOBO, 2015)
a realização do transplante no receptor. (POTAL
de
medicamentos
imunossupressores
BRASIL, 2014)
Os fatores que favorecem o processo da
doação
Comércio de órgãos: o mercado negro
No Brasil, o número de transplantes
também
resulta
do
número
de
O corpo humano é considerado um bem
equipes
fora do comércio ou fora do mercado negro. Esse
efetivamente capacitadas na captação de órgãos.
é um princípio adotado na quase totalidade das
Assim, a organização de uma equipe de captação
nações. No entanto, o comércio ilegal de órgãos é
treinada e disponível 24 horas por dia durante
uma realidade degradante e cada vez mais
todos os dias da semana tem contribuído para o
presente no dia a dia de países como a Índia e
crescimento de doadores de órgãos e de tecidos.
China. (CARDOSO, 2005)
(MATTIA et al., 2008)
No Brasil é expressamente proibida a
Um fator positivo na doação intervivos é a
venda de órgãos e de tecidos humanos, conforme
vantagem que o doador vivo tem em contribuir
prevê a Constituição Federal e a legislação dos
melhor para a sobrevida do paciente e do enxerto.
transplantes no art.15 Comprar ou vender tecidos,
Além disso, o número de doadores cadavéricos
órgãos ou partes do corpo humano: Pena -
disponíveis é menor do que o número de
reclusão de três a oito anos e multa, de 200 a 360
pacientes urêmicos em lista de espera para
dias-multa. Parágrafo único: Incorre na mesma
transplante renal. Por este motivo, o transplante
pena quem promove intermedia, facilita ou aufere
renal
qualquer vantagem com a transação. (BRASIL,
é
realizado,
preferencialmente,
com
doadores vivos. (NORONHA; et al., 2006)
1997)
O potencial doador de órgãos necessita de
manutenção e demanda tempo, investimento de
Transplantes e religião
recursos humanos e materiais e, na maioria dos
casos, é emocionalmente desgastante para a
De acordo com Cardoso (2005), hoje em
equipe da UTI, uma vez que todos esses esforços
dia quase todas as religiões admitem o transplante
com um possível doador poderiam estar sendo
para fins de tratamento, porque têm em comum os
9
princípios da solidariedade e do amor ao próximo,
viabilização dos órgãos para transplante e a
que caracterizam o ato de doar, deixando a critério
necessidade de permanência do doador em UTI
dos seguidores a decisão de serem doadores ou
até a retirada dos órgãos. Assim, a assistência de
não.
enfermagem
deve
atender
às
necessidades
fisiológicas básicas do potencial doador, dentre
todos os cuidados. (COREN-BA, 2013)
O papel da Enfermagem
O papel do enfermeiro também é aplicar a
A atuação do enfermeiro no programa de
transplantes
o
(SAE) em todas as fases do processo de doação e
enfermeiro clínico e o coordenador de transplante.
transplante de órgãos e tecidos ao receptor e a
O primeiro é responsável por promover os
família, que inclui o transplante (Intra - Hospitalar)
cuidados de enfermagem a candidatos doadores e
e acompanhamento pós-transplante (no nível
receptores, aos doadores de órgãos vivos e
ambulatorial).
falecidos
e
pode-se destacar
seus
familiares
dois
ou
tipos:
Sistematização da Assistência de Enfermagem
cuidadores.
(MOURA; SILVA, 2014)
Destaca-se que, na estrutura da OPO, as
atividades
estão
centradas
na
atuação
do
O enfermeiro tem um papel determinante,
enfermeiro, o qual torna viável a doação por meio
sendo o responsável por realizar a avaliação
de um trabalho de elevado nível de qualidade e
clínica do potencial doador e orientar ou promover
ética. (COREN-BA, 2013).
a manutenção hemodinâmica deste. O enfermeiro
coordenador de transplante tem a função de
Discussão
gerenciar o programa de transplante, coordenando
No processo de enfermidade e de espera
as diversas etapas que compõem o período
por transplante, um dos fatores determinantes
transoperatório em longo prazo, além de promover
para a doação e para a aceitação é a certeza do
o cuidado a candidatos e receptores quando
merecimento. O receptor concorda em receber a
necessário. (MOURA; SILVA, 2014)
doação não só porque sua saúde está frágil, mas,
A entrevista familiar é um momento
delicado
no
processo
de
doação
também, porque acredita que pode realiza-lo. A
porque
aceitação da doação se dá em função de alguns
concretiza, para a família, a morte, a separação e
fatores como o sentimento de ter cumprido o que
a impotência. Há uma orientação crescente de que
lhe foi imposto em termos de trabalho, esforços e
somente pessoas treinadas especificamente para
doação para a família antes da doença, o fato de
essa tarefa devem realizá-la. A abordagem da
ter passado com sacrifício pela hemodiálise e,
família pode ser feita por um médico, enfermeiro,
com paciência, pelas dietas e restrições, ter
psicólogo ou assistente social, desde que esse
seguido as ordens médicas, bem como ter tido
profissional esteja capacitado e não faça parte da
forças para enfrentar o período de espera pelo
equipe que atendeu o paciente durante sua
transplante. O receptor entende e acredita que a
internação no hospital. O encontro com a família
realização e o sucesso do transplante devem-se
do potencial doador deve ter lugar num ambiente
ao seu merecimento. (DUARTE; LEAL, 1998)
calmo, com acomodações adequadas a todos os
familiares
e
amigos
que queiram
participar.
(RECH; FILHO, 2007)
de
órgãos,
(2009), a falta de conhecimento adequado e de
preparo das equipes da saúde para realizar os
A enfermagem, prestando assistência ao
doador
De acordo com Moraes e Massarollo
tem
como
objetivo
a
exames clínicos que confirmam o diagnóstico de
ME parecem ser uma realidade presente nos
10
hospitais do Brasil.
segue não foi estabelecido com o transplante, mas
No caso de transplante inter-vivos em que
apenas fortalecido. (DUARTE; LEAL, 1998)
predomina, nas partes interessadas, uma relação
Existe uma incompatibilidade entre a
interpessoal, a decisão pelo transplante acaba
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
sendo
os
ABTO na Revista Brasileira de Transplantes RBT e
envolvidos: o doador, o receptor e a família. O
o Ministério da Saúde, Esse registra recorde em
doador precisa sentir-se apoiado para decidir e o
índice de doadores efetivos, destacando que o
receptor precisa saber que todos estão de acordo
Brasil teve o melhor primeiro semestre da história
para aceitar. (DUARTE; LEAL, 1998)
no número de doadores efetivos de órgãos,
tomada
em
conjunto
por
todos
A união da família aparece como uma das
alcançando
14,2
doadores
por
milhão
de
motivações mais frequentes, pois existi gratidão
população (pmp), e a maior porcentagem de
em relação ao passado, no caso de haver, por
aceitação familiar, que foi de 58%, superando os
exemplo, referência há um tempo em que o
demais países da América Latina. (PORTAL DA
receptor
SAÚDE, 20015)
sustentou
a
família.
E
visível
um
sentimento de responsabilidade pela vida do
Já a RBT, (2015) destaca um sinal de
parente receptor, ao mesmo tempo em que existe
alerta para novas medidas urgentes pois, neste
sentimento de culpa por ver o parente piorando, a
semestre, pela primeira vez desde 2007, observa-
família tem consciência sobre a possibilidade de
se
fazer algo para ajudá-lo, e também tem a
doadores, de doadores efetivos e no número de
dificuldade de lidar com a fragilidade do doente.
transplantes em relação ao ano anterior. A taxa de
(DUARTE; LEAL, 1998)
notificação de potenciais doadores, que foi de 49
uma
diminuição
na
taxa
de
potenciais
O receptor decide investir na possibilidade
pmp em 2014 caiu para 46,5 pmp. A taxa de
de receber órgão de parente vivo depois de estar,
efetivação está estagnada em 29%, enquanto que
há alguns anos, à espera por órgão de cadáver,
a esperada era de 32%. Entretanto, a taxa de
de já ter sofrido outros problemas de saúde, de ter
doadores efetivos obtida foi de apenas 13,4 pmp,
perdido algum colega de hemodiálise e de ter
abaixo da taxa esperada.
dignidade,
A meta para esse ano será difícil de ser
confiança e esperança. Nesse sentido, o receptor
alcançada. A elevada taxa de recusa familiar à
sente-se
da
doação e as dificuldades na realização dos testes
solução e da liberação mediante o transplante,
para o diagnóstico de morte encefálica nos
pois a máquina de hemodiálise é vista, com o
estados continuam como principais obstáculos
passar dos meses, como prisão. (DUARTE; LEAL,
para a efetivação da doação. (RBT, 2015)
enfrentado
essas
situações
moralmente
forte
com
e
merecedor
1998)
A doação do rim nas pesquisas é vista
História de vida do paciente transplantado
além da solidariedade, Aquele que doa parece
estar não só procurando manter e melhorar a vida
O paciente entrevistado se disponibilizou a
de seu parente, mas, também, manter algo de sua
responder a algumas perguntas a respeito do
identidade enquanto pessoa e membro daquela
transplante renal a que foi submetido. Todo o
família. Portanto, embora a gratidão do receptor,
tratamento de diálise do paciente foi realizado em
consequente
desencadeie
clínica particular, pois ele tinha convênio. O
mudança de atitudes e maior atenção e dedicação
transplante foi realizado no HBDF, estudo de caso
para com o doador, o processo de trocas que se
foi realizado em Setembro de 2015.
do
transplante,
11
A descoberta da enfermidade
seu
convênio,
além
dos
cuidados
com
a
alimentação devido à culinária diferenciada de
O paciente G.M.S relatou que percebeu a
cada lugar.
urina espumosa sempre que a observava no
banheiro. Resolveu procurar um médico e foi
Inscrição na lista de espera
encaminhado ao gastroenterologista, a pedido do
qual realizou alguns exames que não deram
nenhuma alteração em seus resultados. Então, foi
encaminhado ao nefrologista, que constatou, após
realizados
os
exames
creatinina
estava
laboratoriais,
alterada.
O
que
paciente
a
foi
submetido à biopsia renal, na qual foi detectada a
presença de bactéria, sendo diagnosticado com
GNDA
(Glomerulonefrite
Difusa
Aguda).
O
diagnóstico da Insuficiência Renal Aguda IRA, foi
confirmado
em
2001,
a
IRA
evoluiu
Durante o tratamento com a hemodiálise,
foi informado, através da equipe médica que o
acompanhava, que teria que realizar outra terapia
renal substitutiva, o transplante renal, e reagiu
bem à notícia. A equipe médica e do serviço social
que o acompanhavam foram os responsáveis pela
inscrição no CTU através da CNCDO-DF, ao ser
inscrito,
foi
incluído
na
lista
de
espera
e
permaneceu em média por quatro anos até a
oferta do primeiro doador.
para
Insuficiência Renal Crônica IRC.
O Tratamento
O paciente iniciou o tratamento com a
nutricionista. Sua alimentação era baseada em
uma dieta hipossódica e com baixo teor proteico
para não haver alteração na creatinina, proteinúria
e ácido úrico. Durante um ano e sete meses, ele
foi submetido à dialise peritoneal, que é uma
terapia renal substitutiva que age como um filtro
do sangue, removendo excesso de água e de
toxinas do corpo. Durante esse período, foram
realizados alguns exames por meio dos quais se
verificou que a creatinina continuava elevada e os
resultados do tratamento não estavam sendo
promissores. O paciente foi encaminhado ao
A oferta do órgão
Quando
comunicado
e
surgiu
um
chamado
doador,
a
ele
foi
comparecer
imediatamente ao hospital para realizar exames
de compatibilidade. Foram selecionados outros
quatro pacientes possíveis receptores. Ele e outra
receptora eram compatíveis com o doador, porém
ele recusou a oferta do órgão por alguns motivos,
um deles foi que o exame de creatinina do doador
estava elevado e ele não queria correr o risco de
receber esse órgão e ter futuras complicações.
Então, surgiu outra oferta um novo doador em
morte encefálica e ele, junto com a equipe médica,
aceitaram a oferta do rim.
O Transplante
tratamento com hemodiálise com seções de duas
horas por dia de segunda a sexta-feira.
O tratamento com hemodiálise durou três
anos e oito meses e, durante esse período, ele
relatou que se sentiu desestimulado e que era
difícil lidar com a rotina, pois, quando viajava para
outro estado, precisava encontrar uma clínica
A cirurgia ocorreu no dia 16 de novembro
de 2009 às 03h00min da manhã no HBDF pela
equipe transplantadora de urologistas do hospital.
O valor da creatinina no sangue antes do
transplante era de 1.7 e, atualmente, é de 1.4.
O Doador
conveniada para dar continuidade ao tratamento e
que, algumas vezes, deixou de ir à cidade de
destino por não ter uma unidade que atendesse
O
paciente
não
recebeu
muitas
informações sobre o doador por questões de ética.
Foi informado, apenas, do sexo, da idade e a
12
causa do óbito.
pois o órgão tem uma viabilidade, se bem cuidado,
O procedimento foi realizado há cinco
de,
no
máximo,
dez
anos.
Então,
faz
o
anos e dez meses, o paciente é acompanhado no
acompanhamento com o psiquiatra e realiza
ambulatório na rede privada.
terapias para evitar depressão, bem como usa
medicações para não ter insônia por causa dos
Acompanhamento com equipe médica
imunossupressores.
O paciente relata que tem uma vida
normal,
faz
suas
tranquilamente,
atividades
estuda,
rotineiras
trabalha,
Na semana da doação de órgãos, em
setembro, faz palestras e divulga informações
faz
referentes à doação de órgãos e conscientiza as
acompanhamento com o nefrologista, cardiologista
pessoas sobre a importância de doar um órgão
e endocrinologista a cada três meses e terapia
para um paciente que necessita, pois é melhor
com psiquiatra a cada quinze dias.
doar um órgão saudável do que descartá-lo. Na
opinião dele, as pessoas, muitas vezes, olham os
Cuidados pós – operatório
transplantados como um paciente doente e não
como uma pessoa saudável, e eles são saudáveis.
O paciente tem hábito alimentar saudável
e segue uma dieta balanceada. Toma, em média,
três
litros
de
água
por
dia,
faz
uso
Considerações Finais
de
Pode se concluir, ao fim de todo o
medicamentos diários como imunossupressores e
para o coração. Não faz uso de bebidas alcoólicas
dificuldade pertinente e incômoda envolvendo a
e não é tabagista.
No
início
itinerário percorrido, que há, no Brasil, uma
da
terapia
com
imunossupressores, teve diarreia como reação
adversa e lida bem com o uso continuo do
medicamento: “virou automático acordar e tomar
espera na fila do transplante devido às variações
na demanda e na oferta de órgãos. O inadequado
número de órgãos não é atribuído somente à falta
de doadores, mas também à dificuldade de
transformar potenciais doadores cadáveres em
as medicações”.
A equipe médica explicou em detalhes
doadores reais.
As dificuldades encontradas no processo
sobre todo o processo pelo qual ele passaria no
pré e no pós-operatório, sobre a rejeição que
poderia ocorrer, a imunidade baixa, os cuidados
especiais para não ter a rejeição pela alimentação
e não ter contato com animais - gato, cachorro e
outros - para evitar contaminações. Todavia, os
profissionais não explicavam que o transplante
não é a cura, é, apenas, uma terapia renal de
substituição, e a falta desta explicação pode fazer
Após a realização do transplante, não
comorbidades,
tem
receio
doação
de
desenvolver falência do enxerto e ter que ser
retransplantado: “Às vezes tem o pensamento de
não conseguir chegar a 10 anos de transplantado”,
ocorrem
devido
à
falta
de
conscientização da população sobre o tema, a
incompatibilidade sanguínea entre o doador e
receptor. A maneira como os profissionais da
saúde se comportam dificultam o processo da
doação.
Existem
possibilidades
significativas
de
redução dos prazos de espera nas filas. O
Ministério
com que os pacientes se sintam enganados.
desenvolveu
da
da
Saúde
comece
a
investir
na
formação e conscientização dos profissionais da
área, é necessária uma educação continuada
(palestras e cursos), bem como trabalhar na
conscientização da sociedade de maneira a sanar
as dúvidas que a influenciam de maneira negativa.
13
Os
profissionais
a
contribuindo, assim, para uma maior liberdade do
compreenderem a importância de trabalhar em
paciente. No entanto, o procedimento tem seus
equipe,
pós e contras: não se trata de cura, porém é uma
para
negativas
minimizarem
que
costumam
passem
as
intercorrências
surgir
durante
o
alternativa que dá ao paciente sobrevida.
processo da doação e, assim, pode-se reduzir o
Com a história de vida do receptor,
tempo de espera por um órgão e a taxa de
podemos compreender a realidade e o sentimento
mortalidade nas filas de espera, proporcionando
de um paciente para, então, trabalharmos no
qualidade de vida aos pacientes.
sentido
O papel do enfermeiro da Organização e
Procura
de
de
vida
dos
pacientes. O transplante está ligado a relações
assiduidade para obter resposta positiva na
que o apoio a esse paciente é imprescindível, pois
entrevista familiar, pois, muitas vezes, a recusa
sem ele o transplante não ocorrerá. Faz-se mister
familiar está ligada à forma como o profissional se
acompanhá-lo desde a descoberta da doença até
porta
sua recuperação, pois a decisão da família
A
trabalhar
qualidade
familiares e sociais, a família deve compreender
entrevista.
deve
melhor
com
na
Órgãos
de
equipe
também
é
responsável por manter o possível doador em
influencia
boas
transplante.
condições,
evitando
a
Parada
Cardio
significativamente
o
sucesso
do
Respiratória, para que ele se torne doador efetivo,
Agradecimentos
preservando a viabilidade dos órgãos para que
não venham a ser descartados. Ao fazer isso,
contribuir-se-á
positivamente,
desde
a
Agradecemos primeiramente a Deus pelo
identificação de pacientes com critérios clínicos de
dom da vida e pelo amor infinito.
Morte Encefálica até o transplante do receptor,
Ao nosso orientador Mauro Trevisan que
passando pelas etapas já descritas neste estudo.
com sabedoria dirigiu nossos passos ao alcance
Se tais prescrições forem seguidas, o sucesso do
do
transplante estará garantido.
Gislaine de Albuquerque pela disponibilidade e
Os pacientes que realizam a Hemodiálise,
nosso
dedicação.
objetivo.
Aos
A nossa
nossos
Co-orientadora
pais
pelo
amor
por vezes, têm a sensação de estarem presos a
incondicional e apoio que foram fundamentais em
uma máquina, pois essa rotina os impede de
nosso desempenho. E a todos que direta ou
cumprir diversas atividades. O transplante, como
indiretamente fizeram parte da nossa formação
terapia
nos
renal,
viria
substituir
essa
máquina,
incentivando,
o
nosso
muito
obrigado.
Referências:
1.
de
ABREU A, AUGUSTO A, FERREIRA R. Estimativa do Número Potencial de Doadores Cadavéricos e da Disponibilidade
Órgãos
e
Tecidos
Para
Transplantes
em
Uma
Capital
do
Nordeste
do
Brasil.
Disponível
em:<http://www.jbn.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=254&nomeArquivo=28-01-05.pdf> Acesso em: 10/06/2015.
2.
ABTO Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Entenda a Doação de Órgãos.
Decida-se pela Vida.2002. Encarte. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/entendadoacao.pdf> Acesso em:
10/06/2015.
3.
ABTO Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. XII Campanha Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos.
Informação,
a
maior
amiga
da
doação
de
órgãos.
Folder.
Disponível
em:
<http://www.cardiologia.org.br/_uploads/userfiles/file/Doacao_orgaos2010.pdf>. Acesso em: 23/08/2015.
4.
AGOSTINHO CF; MONTEIR VL;LIMA OFLJ. XXIV anpet. Congresso de pesquisa e Ensino em Transportes. Salvador Bahia.
2010. Análise do processo de transporte, manuseio e identificação da caixa para acondicionamento de órgãos para
14
transplante.
Disponível
em:
<http://www.academia.edu/4225308/An%C3%A1lise_do_processo_de_transporte_manuseio_e_identifica%C3%A7%C3%A3o_da_caix
a_para_acondicionamento_de_%C3%B3rg%C3%A3os_para_transplantes> Acesso em: 07/11/2015
5.
AZEVEDO
LSF.
Hospital
das
Clinicas
da
FMUSP.
Serviço
de
Transplante
Renal.
Disponível
em:
<http://www.uro.usp.br/transplanterenal/oservico/Default.aspx>. Acesso em: 13/09/2015
6.
BRASIL. CFM. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM n.1480 de 21 de agosto de 1997. Determina os
procedimentos
para
determinação
da
morte
encefálica.
Diário
Oficial
da
União.
Disponível
em:
<http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1997/1480_1997.htm>.Acesso em: 04/10/2015.
7.
______. Legislação sobre o Sistema Nacional de Transplantes. Decreto no 2.268, de 30 de junho de 1997. Dispõe sobre a
remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1997/d2268.htm>. Acesso em: 13/10/2015.
8.
______. Legislação sobre o Sistema Nacional de Transplantes. Lei nº 9434 de 4 de Fevereiro de 1997. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9434.htm>. Acesso em: 05/06/2015.
9.
remoção
______. Legislação sobre o Sistema Nacional de Transplantes. Lei no 10.211, de 23 de março de 2001. Dispõe sobre a
de
órgãos,
tecidos
e
partes
do
corpo
humano
para
fins
de
transplante
e
tratamento.
Disponível
em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10211.htm>. Acesso em: 10/05/2015.
10.
______. Legislação sobre o Sistema Nacional de Transplantes. Portaria nº 2600 de 2009. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt2600_21_10_2009.html> Acesso em: 05/07/2015.
11.
CARDOSO,
A.
Transplantes:
Aspectos
éticos,
legais
e
religiosos.
Disponível
em:
<http://www.alaerciocardoso.adv.br/doutrina/141/>. Acesso em:04/04/2015.
12.
COREN-BA. Conselho Regional de Enfermagem da Bahia. Reflexões sobre a enfermagem e a política de transplantes de
órgãos.
2013.
Disponivel em: <http://ba.corens.portalcofen.gov.br/reflexoes-sobre-a-enfermagem-e-a-politica-de-transplantes-de-
orgaos_5286.html>. Acesso em: 15/03/2015.
13.
DUARTE LO, LEAL FO. Doença, sofrimento, perturbação: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ,
1998. p.169. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 14/05/2015.
14.
FIGURA 1. JOSÉ O. MEDINA P, NELSON Z, HÉLIO S, KELLY H, VALTER G, MÁRIO F, HENRY C, EMIL S. O contexto do
transplante renal no Brasil e sua disparidade geográfica. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n4/14.pdf> Acesso
em: 10/06/2015.
15.
GLOBO.COM. Falta de remédio deixa maior hospital do DF 8 meses sem transplantar rins. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/2015/05/falta-de-remedio-deixa-maior-hospital-do-df-8-meses-sem-transplantar-rins.html> Acesso em: 07/11/2015.
16.
GUETTI N, MARQUES I. Assistência de enfermagem ao potencial doador de órgãos em morte encefálica. Revista.
Brasileira de Enfermagem. Jan/Fev 2008.
17.
HILGERT C et al., Qualidade de vida dos pais, doadores ou não de rim, e aspectos biopsicossociais do transplante
pediátrico. Jornal Oficial da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos – ABTO, v.12, P.1060, Jan/Mar 2009.
18.
IANHEZ
L,E.
Transplante
Renal
no
Brasil,
História
da
Nefrologia
Brasileira,2010.
Disponível
em:
<http://gaapr.blogspot.com.br/2010/12/transplante-renal-no-brasil-um-breve.html>.Acesso em: 10/04/2015.
19.
JORNAL DE BRASÍLIA. Distrito Federal é o novo líder nacional em transplantes de rim. 2014. Disponível em:
<http://www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/cidades/570719/distrito-federal-e-o-novo-lider-nacional-em-transplantes-de-rim/>.
Acesso
em: 08/03/2015.
20.
LABORATÓRIO
DE
GENÉTICA
HUMANA.
Sistemas
de
HLAs,
2009.
Disponível
em
:<
http://www3.uma.pt/lgh/investigacao_hlas.html > Acesso em : 04/10/2015.
21.
LIMA A, SILVA M, PEREIRA L. Percepção do enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO) sobre a
humanização do processo de captação de órgãos para transplantes. O mundo da saúde SP, v 30, n.3, p.411, Jul/Set 2006.
22.
MARINHO A. Um estudo sobre as filas para transplantes no Sistema Único de Saúde
brasileiro.2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006001000029> Acesso em:
02/09/2015.
23.
MARTINS O, et al., Perfil de doadores de órgãos de um hospital público do oeste de Santa Catarina. p.02, Out/Dez
2014.
24.
MATTIA A. et al. Análise das dificuldades no processo de doação de órgãos. Revista Bioethikos, Centro Universitário
São Camilo. P.67.2010.
25.
MORAES L.M, MASSAROLLO M.C. Recusa de doação de órgãos e tecidos para transplante relatados por familiares
de potenciais doadores. Acta Paulista de Enfermagem, p.132, 2009.
26.
MOURA L.C, SILVA V. Manual do núcleo de captação de órgãos: iniciando uma Comissão Intra-Hospital de Doação de
15
Órgãos e Tecidos para Transplantes: CIHDOTT. São Paulo: Minha Editora, 2014.
27.
NORONHA IL, et al., SBN, Projeto Diretrizes, Transplante Renal: Doador e receptor.2006.
Disponível em:<http://www.sbn.org.br/pdf/diretrizes/TX2-Doador_e_receptor.pdf> Acesso em: 23/08/2015.
28.
PORTAL BRASIL. Ministério fecha acordo para transporte aéreo de órgãos e tecidos,
2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2013/12/ministerio-fecha-acordo-para-transporte-aereo-de-orgaos-e-tecidos>
Acesso em 07/11/2015.
29.
PORTAL DA SAÚDE. Brasil registra recorde em índice de doadores efetivos de órgãos.2015. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/sas-noticias/19887-brasil-registra-recorde-em-indicede-doadores-efetivos-de-orgaos>. Acesso em: 03/10/2015.
30.
RBT Registro Brasileiro de Transplantes. Veículo Oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Dados
numéricos da doação de órgãos e transplantes realizados por estado e instituição no período: Janeiro / Junho de 2015.
Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2015/rbt2015-1sem-lib2907.pdf.> Aceso em: 30/09/2015
31.
RECH TH, FILHO ÉMR. Manuseio do Potencial Doador de Múltiplos Órgãos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 197
Vol. 19 nº 2, Abril/Junho, 2007.
32.
SANTOS G. Transplante no Brasil: um investimento do SUS. Jornal Oficial da Associação Brasileira de Transplante de
Órgãos, ABTO v.12, Jan/Mar 2009.
33.
SANTOS MJ, Massarollo MCKB. Processo de doação de órgãos: percepção de familiares de doadores cadáveres.
Revista Latino-americana de Enfermagem, 2005 Maio/Junho. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n3/v13n3a13.pdf>.
Acesso: 10/09/2015.
34.
SAÚDE-PR. Doação de órgãos fale sobre isso. XII Campanha em Prol da Doação de Órgãos e Tecidos para
Transplante,Folder.2014. Disponivel em: <http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3045>. Acesso em:
14/ 03 / 2015.
35.
SILVA S. Transplantes e doação de órgãos: defesa da vida e o direito de uma segunda
chance. 2013. Disponível em: <http://www.lo.unisal.br/direito/semidi/publicacoes/livro2/Samuel%20Luis%20da%20Silva.pdf> Acesso
em:23/07/2015.
36.
SINDSAUDE. Nefrologia do HBDF. Portal HBDF Hospital de Base do Distrito Federal.2014. Disponível em:
<http://sindsaude.org.br/portal/noticias-hbdf/nefrologia-do-hbdf-referencia-no-brasil.html>. Acesso em: 02/04/2015.
16
Download