FECHE A CAIXA: UM RECURSO PEDAGÓGICO FACILITADOR NO

XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
FECHE A CAIXA: UM RECURSO PEDAGÓGICO FACILITADOR NO
PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
Natalia Silva Duque1, Merielle Cristine da Silva Arruda2, Lucia de Fátima Araújo3
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Introdução
O presente trabalho partiu do nosso interesse quanto ao estudo da aprendizagem matemática por meio da utilização
de jogos matemáticos, podendo assim a matemática ser compreendida de uma maneira simples e divertida. Esta pesquisa
teve o intuito de utilizar e valorizar os materiais concretos como recurso importante no auxilio da aprendizagem
matemática na sala de aula. Dessa forma busca-se, com o jogo, contribuir com o desenvolvimento do aluno em relação a
conceitos e conteúdos matemáticos, fazendo com que o aluno sinta-se incentivado a aplicá-los. Dessa forma, “o
brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando o desenvolvimento da linguagem, do pensamento,
da concentração e da atenção” Vygotsky (1984). No jogo “Feche a caixa”, além de o aluno ter que desenvolver
habilidades com as operações de adição, ele também é instigado a utilizar o calculo mental, a lógica e a comparação.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada como fruto de um experimento desenvolvido numa escola municipal da cidade do Recife;
com quatro crianças de oito anos do segundo ano do ensino fundamental. Essa atividade foi proveniente de nossa
atuação no programa de iniciação à docência (PIBID) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, na qual
buscamos observar com o jogo, as diversas possibilidades de operação com a adição encontradas pelos alunos. .
O jogo utilizado ‘ Feche a caixa’ é composto por um tabuleiro que foi feito de papel cartão, com números de um à
nove desenhados, tampinhas de garrafa pet para fechar os números e dois dados numéricos para obter os valores. À
medida que o aluno joga os dados, ele tem que desenvolver habilidades para somar os resultados e assim identificar o
numero no tabuleiro.
Quando aplicamos em sala de aula, inicialmente apresentamos um pouco da história do jogo que foi inventado pelos
marinheiros normandos e com o tempo sendo divulgado pelo mundo. Em seguida, apresentamos as regras básicas do
jogo ‘Feche a caixa’, no qual o participante lança os dados, soma os pontos, e vai fechando as casas dos valores obtidos
na soma dos dados. O participante que conseguir fechar todas as casas, até não haver possibilidade de jogar mais os
dados (ou seja, os dados somados extrapolam o valor que se tem no tabuleiro) é o vencedor.
Vale ressaltar que, devido ao nível de escolaridade dos alunos, aplicamos o jogo apenas com a operação de adição,
mas esse jogo também pode ser empregado com as outras operações matemáticas.
Resultados e Discussão
O jogo “Feche a caixa” é um recurso auxiliador na aprendizagem matemática, na medida em que os alunos passam a ser
desafiados a somar e observar os números no tabuleiro, buscando completá-lo, aprendendo dessa forma, a operação
matemática de forma lúdica. Como também possibilita ao aluno compreender o conteúdo das operações aditivas de
forma diferente auxiliando-o na resolução de problemas, “o jogo tem fortes componentes da resolução de problemas na
medida em que jogar envolve uma atitude psicológica do sujeito que, ao se predispor para isso, coloca em movimento
estruturas do pensamento que lhe permitem participar do jogo” (Moura, 1992).
Com base nas observações feitas, na sala que aplicamos, percebemos que o jogo atraiu o interesse dos alunos, por trazer
uma forma diferente de abordar a matemática, trabalhando essa habilidade na resolução de cálculos simples, a
sobrecontagem a partir dos números já conhecidos, o estímulo a fazer os cálculos mentalmente, além de se sentirem
desafiados a ter que decidir quais casas fechar. Dessa forma o aluno vai se envolvendo com o saber fazer e o saber
pensar: saber fazer corretamente as operações que vão surgir através dos dados, e o saber pensar o que poderá fazer com
que aqueles números resultantes da adição numérica, correspondam com o valor apresentado nos dados.
A partir disso foi possível perceber que, o “feche a caixa” pode ser um recurso pedagógico auxiliador no processo de
ensino aprendizagem da matemática, ao trabalhar os conhecimentos relacionados às operações aditivas, contribuindo
principalmente para aqueles alunos que ainda apresentam dificuldade com cálculos mentais e memorização de
resultados, discutindo com eles as estratégias a serem utilizadas para se obter um mesmo resultado, desenvolvendo
1
Primeira Autora é Aluna de Graduação e Bolsista do PIBID da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n,
Dois Irmãos - CEP: 52171-900 - Recife/PE. E-mail: [email protected]
2
Segundo é Aluna de Graduação e Bolsista do PIBID da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois
Irmãos - CEP: 52171-900 - Recife/PE. E-mail: [email protected]
3
Terceira Autora é Professora Adjunta do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de
Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52171-900 - Recife/PE. E-mail: [email protected].
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
assim de forma significativa o raciocínio. Percebemos também que, ao aplicarmos com os alunos da escola, alguns
educandos que tinham dominado mais rápido as estratégias do jogo, devido a uma maior habilidade na matemática, no
desenrolar do jogo eles iam interagindo entre si, compartilhando conhecimentos buscando as combinações possíveis etc.
Favorecendo a aprendizagem dos menos habilidosos.
A educação matemática tem uma função muito significativa, que é promover a coordenação dos esquemas de ação e de
raciocínio que a criança desenvolve fora da sala de aula, com as representações que fazem da cultura da matemática em
si. Ou seja, as habilidades aprendidas na sala de aula, num momento lúdico com um jogo, não vão se encerrar e se deter
apenas na sala de aula, vão se expandir para a vida social que a criança mantém fora da escola, auxiliando-a de diversas
formas.
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente à coordenação de aperfeiçoamento pessoal de nível superior - Capes o apoio financeiro; ao
programa institucional de iniciação à docência (PIBID) por nos proporcionar experiências enriquecedoras para nossa
formação profissional; a todos que fazem parte da Escola Municipal Darcy Ribeiro, em especial à professora Danielza e
seus alunos da turma do terceiro ano, a qual vivenciamos esse trabalho, e ao Prof. Alberto, nosso supervisor na escola; à
nossa orientadora profª Lucia Araújo (UFRPE); e também aos nossos familiares por estarem sempre do nosso lado.
Referências
MOURA, M. O. A construção do signo numérico em situação de ensino. São Paulo: Faculdade de Educação, USP,
1992. Tese de Doutorado.
NUNES, T. et al. Educação Matemática: números e operações numéricas. São Paulo: Cortez, 2005.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1984.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Figura 1. Alunas fazendo a soma dos dados.
Figura 3. Tabuleiro preenchido.
Figura 2. Alunas observando e utilizando o tabuleiro.
Figura 4. Momentos finais do jogo.