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Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 1
EXTRATOS DE COGUMELOS NO CONTROLE DE DOENÇAS DE
PLANTAS
Kátia Regina Freitas Schwan-Estrada1, Clair Aparecida Viecelli2, Robson
Marcelo Di Piero3, Cristiane Mendes da Silva1, Renata Moreschi Mesquini1, José
Santos Neto1, José Renato Stangarlin2
1-Universidade Estadual de Maringá – UEM, DAG, Av. Colombo 5790, CEP
87020-900, Maringá, Paraná
2-Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Rua Pernambuco
1777, Caixa Postal 91, CEP 85960-000, Marechal Cândido Rondon, Paraná
3-Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Rodovia Admar Gonzaga,
1346 CEP 88034-001, Florianópolis, Santa Catarina
RESUMO
A busca por novas estratégias de controle de doenças de plantas que
sejam ambientalmente e socialmente corretas, principalmente no contexto
agroecológico, tem impulsionado estudos a procura de métodos alternativos
eficientes para o controle de fitopatógenos. Estes estudos têm enfatizado o uso de
óleos essenciais, extratos vegetais e fúngicos para o controle de doenças de plantas.
Exemplos deste último, em ensaios in vitro, e os resultados de trabalhos a campo
são apresentados.
SUMMARY
CONTROL OF PLANT DISEASES USING MUSHROOMS
EXTRACTS
The search for new strategies to control plant diseases,
environmentally and socially correct especially in the agro-ecological context, has
increased the demand for studies seeking alternative and efficient methods to
control plant pathogens. These studies have as components the use of essential oils,
plant extracts and fungal extracts to control plant diseases. Results of fungal
extracts used in in vitro assays and in the field are presented.
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 2
INTRODUÇÃO
O consumo de produtos orgânicos tem aumentado nos últimos anos,
resultado da conscientização em relação à importância quanto à qualidade dos
alimentos na saúde humana. Os governos de países desenvolvidos e em
desenvolvimento têm editado normas visando à produção de alimentos mais
saudáveis, resultante da redução e/ou eliminação do uso de agrotóxicos, hormônios,
antibióticos, dentre outros. Na Europa e Estados Unidos, a área cultivada sem
agrotóxico aumentou cerca de 30% ao ano enquanto que no Brasil, este
crescimento está em torno de 10% ao ano. Estima-se que a produção brasileira de
itens agroecológicos movimente, por ano, US$ 200 milhões, e as exportações
respondam com 70% deste valor (Fonseca, 2000).
Esta preocupação mundial com a segurança alimentar, vem, de certa
forma, beneficiar a produção de alimentos no Brasil, em especial a produção
agropecuária orgânica, por termos condições ambientais e grande capacidade de
produzir grãos orgânicos e seus sub-produtos. Entretanto, um dos entraves ao
aumento da produção tem sido o controle de pragas e doenças. Assim, novas
estratégias de controle têm sido estudadas e utilizadas em áreas de cultivo
agroecológicos. Neste cenário, insere-se o controle alternativo de doenças de
plantas, o qual inclui o controle biológico, a indução de resistência e o uso de
produtos naturais com atividade indutora de resistência e/ou com atividade
antimicrobiana direta (Schwan-Estrada, Stangarlin, 2005).
Nesta revisão serão abordados aspectos referentes ao uso de produtos
naturais como estratégia alternativa para o controle de doenças de plantas,
especificamente ao uso de extratos de cogumelos que apresentam compostos
bioativos, com propriedades antimicrobianas e/ou indutoras de resistência.
COGUMELOS MEDICINAIS
Os cogumelos têm sido usados como complemento alimentar ou na
medicina, principalmente a chinesa, há mais de 2000 anos (Francia et al., 1999). Na
medicina, a principal aplicação é como antitumoral (Braga et al., 1998) sendo os
cogumelos Reishi (Ganoderma lucidum), Shiitake (Lentinula edodes) e
Cogumelo-do-sol (Agaricus blazei) os mais estudados. O uso e estudo dos
cogumelos medicinais e/ou comestíveis no controle de doenças em plantas são
relativamente recentes e concentra-se, basicamente, nas espécies L. edodes, A.
blazei e Pycnoporus sanguineus, sendo o último conhecido como orelha-de-pau.
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 3
Lentinula edodes (Berk). Pegler
O cogumelo Lentinula edodes, conhecido como shiitake (de origem
japonesa, shii significa “árvore” e take “cogumelo”), pertence ao Filo
Basidiomycota, Ordem Agaricales e Família Marasmiaceae. É um fungo aeróbio e
saprofítico que possui elevado potencial de biodegradação em madeira,
ocasionando a “podridão branca” pela decomposição de lignina (Bononi et al.,
1995). Possui micélio septado, reproduz-se sexuadamente por intermédio de
esporos exógenos ou assexuadamente pela fragmentação do micélio. Estruturas
especiais denominadas de grampos de conexão são formadas no micélio vegetativo
para manter a condição dicariótica (Alexopoulos et al., 1996).
Este cogumelo é também conhecido como Cogumelo da Floresta,
Cogumelo Japonês e Cogumelo Chinês. A princípio, este cogumelo não era
cultivado, sendo obtido por extrativismo em florestas após chuvas e tempestades
que forneciam as condições ideais para a frutificação do basidiocarpo nas cascas de
uma árvore chamada “shiia” (semelhante ao carvalho). O cultivo do shiitake
originou-se na China, sendo posteriormente introduzido no Japão por intermédio
dos cultivadores chineses sendo depois introduzido nos Estados Unidos e Europa
(Paula, Tarsitano; Graciolli, 2001). No Brasil, o desenvolvimento do cogumelo
shiitake iniciou-se na década de 1990, empregando-se como substrato a madeira de
Eucalyptus (Pascholati, Stangarlin, Piccinin, 1998; Eira et al., 2005). O shiitake é
produzido em cepos de eucalipto, mas o cultivo axênico em substratos sintéticos à
base de diversos resíduos agrícolas vem ganhando espaço na produção comercial
deste cogumelo, uma vez que a colheita acontece mais rapidamente e a eficiência
biológica do fungo é bastante elevada (Przybylowicz, Donoghue, 1988).
O interesse pelo cultivo e consumo do cogumelo shiitake é atribuído
às suas qualidades gastronômicas, nutricionais e medicinais, e também pelo seu
sabor apreciável, tornando-o atualmente o segundo cogumelo mais consumido no
mundo (Pascholati, Stangarlin, Piccinin, 1998).
Nutricionalmente, o shiitake é rico em proteínas, contendo, em
relação à matéria seca, 17,5% de proteínas (com nove aminoácidos essenciais), 8%
de lipídeos, 67,5% de carboidratos, 8% de fibras e 7% de cinzas. O conteúdo total
de minerais na matéria seca é de 2,6% a 6,5%, com teores significativos de cálcio,
fósforo, ferro, sódio e potássio. O cogumelo fresco possui 85% - 95% de água e é
uma boa fonte de vitaminas, especialmente as do grupo B. (Almeida, Uzzo, Maluf,
1999). Embora possua todos os aminoácidos essenciais, L. edodes apresenta
quantidades restritas de metionina, cistina, valina, e isoleucina (Crisan & Sands,
1978). O cogumelo também possui 83% de carboidrato total (matéria seca), dos
quais 13% são fibras (Breene, 1990).
O valor medicinal de L. edodes tem sido relacionado à prevenção de
câncer, tratamento de infecções viróticas, de alergias ambientais, de diabetes, de
pressão sanguínea elevada, de baixa imunidade, de doenças respiratórias
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 4
superiores, de fadiga, de tumores e de efeitos colaterais de quimioterapia (Ismail,
2000). Além de possuir atividade antibiótica (Kasuya, Vanetti, 2001), pode atuar na
prevenção de doenças coronarianas, na redução de colesterol, possuindo, além de
tudo, atividade antitrombótica e hipoglicêmica (Wasser, Weis, 1999). Segundo
Dawn Soo (2002), a molécula bioativa isolada mais pesquisada de L. edodes é a
lentinana, uma β-1,3-glucana com alta massa molecular (aproximadamente
5.105Da), configuração de tripla hélice, solúvel em água, resistente à temperatura
elevada e a ácido e sensível a álcalis.
Além da lentinana, vários compostos com propriedades medicinais
têm sido isolados. A molécula KS-2 é um polissacarídeo obtido a partir do micélio
de L. edodes, composta principalmente pelos aminoácidos serina, treonina, alanina
e prolina. Esse polissacarídeo apresenta atividade antitumoral em ratos
concomitante à indução de interferon e ativação de macrófagos (Suzuki et al.,
1979).
Outra substância, uma glicoproteína denominada LEM (Lentinula
edodes mycelia), constituída de galactose, xilose, arabinose, vitaminas do
complexo B e ergosterol, foi extraída após a maceração do micélio de L. edodes
com o meio sólido no qual o fungo cresceu vegetativamente por três a quatro meses
a 22ºC. O macerado foi incubado por 60 h a 50ºC na presença de enzimas de
ocorrência natural do micélio e o resíduo foi extraído com água (60ºC) e
liofilizado. Os compostos do LEM e duas frações extraídas do mesmo (LAP e EP3)
apresentaram atividade anticarcinogênica em animais e humanos, ativando o
sistema imune do hospedeiro (Sugano et al., 1982).
Agaricus blazei Murril
Outro cogumelo medicinal que tem sido estudado é o basidiomiceto
Agaricus blazei pertencente à ordem Agaricales e da família Agaricaceae, também
conhecido como “cogumelo do sol” devido a sua característica de crescimento e
desenvolvimento em campos abertos e ensolarados, requerendo, normalmente,
muita luz para desenvolver os corpos de frutificação (Uryu, 1995). Este fungo vem
sendo cultivado desde o início da década de 60. É uma espécie nativa que se
desenvolve em campos em diversas regiões do Brasil, sendo que a produção
concentra-se na região sudoeste do estado de São Paulo. No Japão, ele é conhecido
como himematsutake ou kawariharatake (Mizuno, 1995b) e nos Estados Unidos,
como royal agaricus, royal sun agaricus ou almond portobello.
O Brasil se destaca como o maior produtor mundial de A. blazei, por
ser uma espécie nativa, apresentando as condições climáticas favoráveis para o seu
cultivo. A produção nacional atinge por ano 40 toneladas de cogumelo desidratado,
sendo 95% da produção destinado à exportação para o mercado japonês. Devido ao
seu elevado preço no mercado internacional, muitas empresas e produtores rurais
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 5
passaram a buscar nesse cogumelo, uma nova alternativa de renda. Várias empresas
ou cooperativas têm comercializado o inóculo ("semente" ou spawn) de A. blazei
ou o próprio composto colonizado. No entanto, pouco se sabe a respeito da origem
e da variabilidade genética dos isolados utilizados para a produção comercial de
inóculo.
O cogumelo A. blazei, tem despertado interesse pela crescente
demanda do mercado japonês, que é o principal comprador brasileiro. A exportação
para o Japão tem sido direcionada principalmente para o mercado dos laboratórios
de pesquisa que estão empenhados em isolar substâncias de uso medicinal (Oliveira
et al., 1999). Este consumo foi amplificado graças a estudos desenvolvidos no
Japão que permitiram a descoberta e isolamento de substâncias com atividade
antitumoral, presentes nesse cogumelo (Kawagishi, Inagaki, Kanao, 1989). O
basidiocarpo de A. blazei (matéria seca) apresenta 40-45% de proteína, 38-45% de
carboidratos, 6-8% de fibras, 5-7% de minerais e 3-5% de gordura, além de
vitaminas B1, B2 e niacina (Mizuno et al., 1990); e elevados teores de fósforo,
potássio, magnésio, enxofre, cálcio e zinco (Oliveira, et al. 1999). Também foram
encontrados compostos antitumorais como polissacarídeos, complexos proteínapolissacarídeos, esteróides (Mizuno et al., 1995a,b) e ergosterol (Takaku, Kimura,
Okuda, 2001).
Pycnoporus sanguineus (L. ex Fr.) Murr
O cogumelo Pycnoporus sanguineus é um fungo do tipo saprófita de
crescimento lento, comumente conhecido como orelha-de- pau, pertencente ao Filo
Basidiomycota, família Poliporaceae, é responsável pela decomposição de certos
tipos de madeiras nas florestas e destaca-se pela cor vermelho-alaranjada de seus
basidiocarpos (Nobles, Frew, 1962).
Evidências genéticas e morfológicas indicam a presença de três
espécies para o gênero Pycnoporus: P. cinnabarinus (Jacq. Ex Fr.) Karst, que
ocorre em regiões de clima temperado no hemisfério Norte; P. coccineus (Fr.)
Bond & Sing., que ocorre em regiões de clima temperado do hemisfério Sul e em
países vizinhos à Índia e oceano pacífico; e P. sanguineus (L. Ex Fr.) Murr. que
ocorre em regiões tropicais e subtropicais dos hemisférios Norte e Sul (Nobles,
Frew, 1962). Esta espécie é utilizada como medicamento por indígenas na América
Latina. Em comunidades de Santa Catarina, o seu uso é recomendado, na medicina
popular, para o tratamento de feridas supurativas (Smânia et al., 1997).
Os efeitos medicinais relatados pelo uso de P. sanguineus são
devidos à síntese de uma variedade de metabólitos e entre estes, pigmentos
vermelho-alaranjados característicos do tipo 2-amino fenoxazina e esteróis. Entre
os diversos pigmentos isolados e identificados, cinabarina, o ácido cinabarínico e a
tramesanguina são os mais abundantes, enquanto entre os esteróis, o ergosterol e o
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 6
5,6-dihidroergosterol são os majoritários. A cinabarina é mais ativa contra bactérias
Gram-positivas do que contra Gram-negativas tanto de origem alimentar quanto de
origem humana (Smânia et al., 1997; Marques, 2001).
Watanabe et al. (2005) concluíram que P. sanguineus é bom
produtor da enzima lacase e, consequentemente, capaz de tratar o efluente da
indústria farmacêutica. A presença de ligninase, Mn-peroxidase e β-glucosidase na
cepa amazônica de P. sanguineus indica-o como potencial para uso industrial,
especialmente em tratamento de efluentes de indústria papeleira.
Além disso, P. sanguineus apresenta potencial biotecnológico para a
biorremediação do solo, produção de enzimas de interesse para a agricultura,
indústria de alimentação, fabricação de detergentes, fungicidas, inseticidas e no
controle alternativo de doenças em plantas (Beninca, 2007).
POTENCIAL DE EXTRATOS DE COGUMELOS NA FITOPATOLOGIA
A modernização da agricultura visou o aumento da produtividade
agrícola e não considerou o agricultor e o meio ambiente como constituintes do
processo de desenvolvimento, gerando problemas ambientais e sociais. Como
resposta, surge a agricultura alternativa de produção, restrita, inicialmente, a
pequenos produtores e atualmente insatisfatória para atender aos consumidores
conscientes (Assis, 2005). Nesse enfoque global da agricultura e do
desenvolvimento rural, solicita-se que as relações da sociedade com o meio
ambiente não sejam tratadas como uma questão econômica, derivada da
manipulação físico-química e do aporte de capital, mas como um processo
complexo que exige a compreensão do ecossistema para manter o desenvolvimento
agrícola (Mattos, 2006), resgatando para isso o conhecimento empírico para
associar as mais modernas técnicas de manejo (Viecelli, Moreira, 2011),
especialmente no controle de doenças de plantas e instituindo assim o controle
alternativo.
Dessa forma, o controle alternativo de doenças apresenta um grande
desafio ao associar a eficiência do controle com a segurança à saúde humana e ao
equilíbrio do ecossistema, recomendando para isso a ativação de mecanismos de
defesa da planta, fazendo com que ela apresente autodefesa, ao invés de intoxicá-la
com defensivos (Romeiro, 2008). Assim, o controle alternativo, como a indução de
resistência, não necessariamente descarta os métodos tradicionais de controle
químico ou cultural, mas realiza de forma mais consciente o manejo da cultura
(Moraes, 1992) para manter a alta produtividade agrícola (Saito, Luchini, 1998) de
forma ecologicamente correta e segura.
Entre os potenciais indutores de resistência encontram-se os
cogumelos comestíveis e medicinais. A Tabela 1 sumariza trabalhos promissores
com extratos de cogumelos no controle de fitopatógenos, em testes realizados in
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 7
vitro e in vivo. Os resultados de alguns dos trabalhos serão detalhados no decorrer
do capítulo.
Tabela 1. Potencial de cogumelos no controle de fitopatógenos
Cogumelo
Agaricus
blazei
Patossistema
Pepino x
Colletotricum
lagenarium
Trigo x Bipolaris
sorokiniana
Trigo x Puccinia
recondita f. sp.
tritici
Tomateiro x
Ralstonia
solanacearum
Berinjela x
Ralstonia
solanacearum
Clavaria sp
Ganoderma sp
Maracujazeiro x
Cowpea aphidborne mosaic virus
(CABMV)
Maracujá azedo x
Colletotrichum
gloeosporioides
Pepino x
Sphaerotheca
fuliginea
Pepino x
Sphaerotheca
fuliginea
Tomateiro x
Alternaria solani
Irpex lacteus
RAPP – Volume
Principais resultados
Redução da severidade
da antracnose
Inibição da
germinação de esporos
Inibição da
germinação de esporos
Redução da severidade
da bacteriose
Redução da severidade
da bacteriose
Inibição da
infectividade viral
Redução da severidade
Inibição do
crescimento micelial,
esporulação e redução
da severidade
Inibição do
crescimento micelial,
esporulação e redução
da severidade
Inibição da
germinação e do
crescimento micelial
Referência
Di Piero,
Pascholati
(2004a)
Fiori-Tutida et
al. (2007)
Fiori-Tutida et
al. (2007)
Silva,
Pascholati,
Bedendo
(2007)
Silva,
Pascholati,
Bedendo
(2008)
Di Piero,
Novaes,
Pascholati
(2010)
Coqueiro et al.
(2011)
Stadnik,
Bettiol, Saito
(2003)
Stadnik,
Bettiol, Saito
(2003)
Domingues et
al. (2011)
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 8
Morangueiro x
Colletotrichum
acutatum
Sclerotium rolfsii
Tomateiro x
Ralstonia
solanacearum
Lentinula
edodes
feijão lima x
Clavibacter
flaccumfaciens pv
flaccumfaciens
Maracujá x
Xanthomonas
campestris pv.
passifloreae
Soja x
Helminthosporium
euphorbiae
Soja x
Helminthosporium
sp.
Soja x Fusarium
solani
Soja x Phomopsis
sojae
Pepino x
Sphaerotheca
fuliginea
Pepino x
Colletotrichum
lagenarium
Trigo x Bipolaris
sorokiniana
Trigo x Puccinia
recondita f. sp.
tritici
RAPP – Volume
Inibição da
germinação e do
crescimento micelial
Inibição da
germinação do
escleródio e do
crescimento micelial
Inibição da
multiplicação
bacteriana e redução
da severidade
Inibição da
multiplicação
bacteriana e redução
da severidade
Redução da severidade
da bacteriose
Domingues et
al. (2011)
Domingues et
al. (2011)
Pacumbaba,
Beyl,
Pacumbaba Jr
(1999)
Pacumbaba,
Beyl,
Pacumbaba Jr
(1999)
Piccinin (2000)
Inibição do
crescimento micelial
Sasaki et al.
(2001)
Inibição do
crescimento micelial
Sasaki et al.
(2001)
Avaliação sobre o
crescimento micelial
Avaliação sobre o
crescimento micelial
Inibição do
crescimento micelial,
esporulação e redução
da severidade
Redução da severidade
da antracnose
Sasaki et al.
(2001)
Sasaki et al.
(2001)
Stadnik,
Bettiol, Saito
(2003)
Inibição da
germinação de esporos
Inibição da
germinação de esporos
Di Piero &
Pascholati
(2004a)
Fiori-Tutida et
al. (2007)
Fiori-Tutida et
al. (2007)
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 9
Tomateiro x
Ralstonia
solanacearum
redução da severidade
da bacteriose
Berinjela x
Ralstonia
solanacearum
redução da severidade
da bacteriose
Sorgo x
Exserohilum
turcicum
Inibição do
crescimento micelial,
germinação e redução
da severidade
Inibição do
crescimento micelial,
germinação e redução
da severidade
Inibição da
infectividade viral
Sorgo x
Colletotrichum
sublineolum
Maracujazeiro x
Cowpea aphidborne mosaic virus
(CABMV)
Maracujá azedo x
Colletotrichum
gloeosporioides
Pepino x
Sphaerotheca
fuliginea
Tomateiro x
Alternaria solani
Oudemansiella
canarii
Pisolithus
tinctorius
RAPP – Volume
Morangueiro x
Colletotrichum
acutatum
Sclerotium rolfsii
Pepino x
Sphaerotheca
fuliginea
Feijoeiro x
Redução da severidade
Inibição do
crescimento micelial,
esporulação e redução
da severidade
Inibição da
germinação e do
crescimento micelial
Inibição da
germinação e do
crescimento micelial
Inibição da
germinação do
escleródio e do
crescimento micelial
Indução da resistência
e redução da
severidade
Inibição da
Silva,
Pascholati,
Bedendo
(2007)
Silva,
Pascholati,
Bedendo
(2008)
Piccinin, Di
Piero,
Pascholati
(2010)
Piccinin, Di
Piero,
Pascholati
(2010)
Di Piero,
Novaes,
Pascholati
(2010)
Coqueiro et al.
(2011)
Stadnik,
Bettiol, Saito
(2003)
Domingues et
al. (2011)
Domingues et
al. (2011)
Domingues et
al. (2011)
Stadnik,
Bettiol, Saito
(2003)
Assi (2005);
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 10
Colletotrichum
lindemuthianum
Videira x
Phakopsora
euvitis
Feijoeiro x
Uromyces
appendiculatus
Soja x Phakopsora
pachyrhizi
Pycnoporus
sanguineus
Feijoeiro x
Pseudocercospora
griseola
Feijoeiro x
Xanthomonas
axonopodis pv.
phaseoli
Feijoeiro x
Colletotrichum
lindemuthianum
germinação de esporos
e redução da
severidade
Inibição da
germinação de esporos
Baldo (2008)
Inibição da
germinação de esporos
Baldo et al.
(2008)
Inibição da
germinação de esporos
e redução da
severidade
Inibição da
germinação de
esporos, crescimento
micelial e esporulação;
e redução da
severidade
Inibição da
multiplicação
bacteriana e redução
da severidade
indução de ERO's em
feijoeiro
Iurkiv (2009)
Baldo et al.
(2008)
Viecelli et al.
(2009; 2010)
Toillier et al.
(2010)
Baldo et al.
(2011)
Lentinula edodes e Agaricus blazei
Um dos primeiros trabalhos evidenciando o potencial do cogumelo
shiitake para o controle de doenças foi publicado no ano de 1987. Nesse trabalho,
Kobayashi et al. (1987) encontraram uma substância em corpos de frutificação de
L. edodes que apresentou atividade inibitória à infecção do vírus do mosaico do
fumo (Tobacco mosaic virus - TMV). O inibidor foi purificado por fracionamento
com DEAE-celulose, filtração em gel com Sephadex G-75 e cromatografia de
coluna com CM-Toyopearl 650M, e mostrou ser uma proteína simples denominada
de proteína do corpo de frutificação (PCF). Hiramatsu et al. (1987) mostraram que
a PCF foi estável entre pH 4 e 9, e a temperaturas inferiores a 60 oC.
A infecção foliar provocada pelo TMV em plantas de fumo foi
fortemente inibida (acima de 90% de inibição) quando a proteína do corpo de
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 11
frutificação de L. edodes (PCF) foi aplicada 1 dia antes do vírus. Porém, a
aplicação da proteína 6 h ou mais após a inoculação das folhas com o TMV não
apresentou redução na infectividade viral, mostrando que a PCF teve um efeito
apenas protetor e não curativo sobre a virose (Hiramatsu et al., 1987).
A redução da infectividade do TMV também foi demonstrada por
Piccinin (2000), pela aplicação de lentinana ou do extrato aquoso de basidiocarpo
de shiitake, numa concentração de 2% (v/v), 2 dias antes da inoculação da cultivar
TNN de fumo (hospedeiro de lesão local) com o vírus. Por outro lado, essas
preparações não protegeram a cultivar Turkish, que apresenta infecção viral
sistêmica.
Resultados similares aos do TMV em fumo foram obtidos por Di
Piero, Novaes, Pascholati (2010) no patossistema maracujazeiro e vírus do
endurecimento dos frutos (Cowpea aphid-borne mosaic virus - CABMV). Em
experimentos conduzidos em casa de vegetação, os extratos de basidiocarpos de L.
edodes e A. blazei reduziram significativamente a incidência da virose em plantas
de maracujá que tiveram as folhas pré-tratadas com esses extratos e que foram
posteriormente inoculadas mecanicamente com o CABMV. No entanto, os extratos
não protegeram as plantas sistemicamente e também não tiveram sucesso em
experimentos envolvendo a transmissão do CABMV pelo afídeo-vetor. O efeito
inibidor dos extratos foi confirmado inoculando-se Chenopodium quinoa com uma
mistura de extratos e suspensão viral. Ainda em C. quinoa, um hospedeiro de lesão
local do CABMV, os extratos de alguns isolados dos cogumelos induziram
resistência sistêmica contra o vírus. Os resultados mostram que os extratos aquosos
de basidiocarpos de L. edodes e A. blazei contêm substâncias inibidoras da
infectividade do CABMV, mas isso não é o suficiente para o controle pleno da
virose em plantas de maracujá, considerando que elas são infectadas através de um
vetor.
Avaliando-se o efeito do lixiviado obtido a partir do crescimento
micelial de L. edodes sobre uma série de bactérias, Pacumbaba, Beyl, Pacumbaba
Jr (1999) reportaram inibição significativa do crescimento de todas as espécies de
bactérias fitopatogênicas testadas, incluindo Pseudomonas syringae pv. glycinea,
P. syringae pv. tabaci, Xanthomonas campestris pv. glycines, Erwinia amylovora,
X. campestris pv. campestris, Ralstonia solanacearum e Curtobacterium
flaccumfaciens pv. flaccumfaciens. A zona de inibição causada pelo exsudado
micelial variou de 14 a 17 mm de diâmetro. Quando essa mesma preparação do
cogumelo shiitake foi aplicada em solo previamente infestado por R.
solanacearum (murcha bacteriana em tomateiro) ou por C. flaccumfaciens pv
flaccumfaciens (murcha do feijão-lima), ela preveniu o aparecimento de doenças
tanto no tomateiro como no feijão-lima (Pacumbaba, Beyl, Pacumbaba Jr, 1999).
Ao contrário do lixiviado de crescimento micelial, extratos aquosos
do basidiocarpo de L. edodes e também de A. blazei não promoveram inibição
significativa do crescimento de R. solanacearum. Entretanto, quando aplicado no
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 12
tomateiro, o extrato aquoso de L. edodes (Le-96/17) a 10% (v/v) proporcionou
menores porcentagens de folhas murchas, com redução na severidade em 66 %, em
relação à testemunha tratada com água e inoculada com a bactéria. O mesmo
tratamento proporcionou o maior peso seco das plantas, não diferindo apenas da
testemunha não inoculada. Com relação à ativação de proteínas relacionadas à
patogênese (PRP´s), verificou-se que as atividades de quitinase, fenilalanina
amônia-liase e polifenoloxidase não foram alteradas para a maioria dos
tratamentos. No entanto a atividade da peroxidase foi aumentada com a aplicação
de L. edodes (Le-96/17) e A. blazei (Abl-26) nas concentrações de 10 e 20%, aos
3° e 12° dias após o tratamento respectivamente. Esses resultados demonstram o
potencial indutor desses cogumelos (Silva, Pascholati, Bedendo, 2007).
Em berinjela, os extratos de A. blazei, de modo geral, foram
superiores aos de L. edodes para o controle da murcha de Ralstonia quando
aplicados dois dias antes da inoculação, proporcionando diminuição na ocorrência
de folhas murchas com relação ao tratamento apenas inoculado com a bactéria
(Silva, Pascholati, Bedendo, 2008). O aumento na atividade de peroxidase foi
verificado em plantas tratadas com extratos de A. blazei (isolado Abl-28) e com
suspensão de ASM, de modo que essa maior atividade enzimática nesses
tratamentos coincidiu com a diminuição da ocorrência de folhas murchas e com o
aumento da quantidade de proteínas. A atividade de quitinase, fenilalanina amônialiase e polifenoloxidase não foram alteradas nas plantas tratadas com extrato de
Abl-28 e com o Acibenzolar S-metil (ASM), contudo, plantas de berinjela tratadas
com Abl-11 exibiram aumento na atividade de fenilalaniana amônia-liase e
polifenoloxidase, enquanto que a atividade de quitinase não foi alterada. De acordo
com os resultados do trabalho, os autores enfatizam que existem diferenças entre
isolados de uma mesma espécie e que os extratos aquosos de basidiocarpo dos
isolados Abl-11 e Abl-28 de A. blazei demonstraram potencial para diminuir a
murcha bacteriana em berinjela. Além disso, em função da ausência de ação direta
sobre o patógeno in vitro e pela ativação de mecanismos de defesa nas plantas de
berinjela, sugerem que os cogumelos atuaram induzindo resistência nesse
patossistema.
Com relação ao efeito dos cogumelos sobre bacterioses de
colonização local, Piccinin (2000) relatou que, dentre as substâncias presentes no
basidioma e no micélio de L. edodes e de A. blazei, a lentinana, uma glucana obtida
a partir de L. edodes, protegeu plantas de maracujá contra Xanthomonas
campestris pv. passiflorae sem apresentar efeito direto sobre a bactéria, indicando
que a proteção provavelmente ocorreu através da indução de resistência. Por outro
lado, extratos aquosos do basidiocarpo de L. edodes não reduziram
significativamente a mancha de Xanthomonas em plantas de tomate (Di Piero &
Pascholati, 2004b). Nesse patossistema, a exemplo do ocorrido com R.
solanacearum em berinjela, os melhores resultados foram obtidos com o
cogumelo-do-sol: um dos isolados de A. blazei, o isolado ABL 99/28, reduziu
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 13
significativamente a severidade da bacteriose em dois de três testes conduzidos sob
condições de casa de vegetação (proteção média da ordem de 45%), quando o
extrato de basidiocarpos foi aplicado a 10% (v/v), 5 dias antes da inoculação das
plantas. Não foi demonstrada a inibição de X. vesicatoria por ABL 99/28, sendo
que o crescimento bacteriano in vitro foi estimulado pelo extrato aquoso de
basidiocarpos do isolado, utilizado na concentração que promoveu redução na
doença. Plantas de tomate tratadas com o extrato de ABL 99/28 exibiram aumento
na atividade de glucanases já no terceiro dia após o tratamento, enquanto a
atividade de peroxidases não foi alterada. Com base nos resultados, sugere-se que o
isolado ABL 99/28 de A. blazei induziu resistência em tomateiro contra X.
vesicatoria (Di Piero, Pascholati, 2004b).
Para fungos fitopatogênicos ou contra doenças fúngicas, existe uma
série de relatos da atividade antibiótica ou indutora de resistência de extratos dos
cogumelos em questão.
Sasaki et al. (2001) avaliaram quatro linhagens de L. edodes (Le10,
46, K2, ASSAI) quanto ao seu efeito inibitório sobre quatro espécies de fungos
filamentosos de importância agrícola (Helminthosporium euphorbiae,
Helminthosporium sp., Fusarium solani, Phomopsis sojae). Os extratos foram
utilizados nas concentrações de 10, 20 e 30%, incorporados ao meio de cultura
BDA. Os autores observaram que as linhagens de L. edodes estudadas
apresentaram variabilidade quanto ao seu efeito sobre os fungos filamentosos sendo
que as linhagens K2 e Le10 apresentaram-se antagônicas sobre os fungos.
Com o objetivo de buscar estratégias alternativas para o controle de
Bipolaris sorokiniana e Puccinia recondita f. sp. tritici, Fiori-Tutida et al. (2007)
testaram o efeito fungitóxico in vitro dos cogumelos L. edodes e A. blazei sobre
esses fungos. Os autores observaram que os isolados de L. edodes (LE 96/17 e LE
95/01) não apresentaram efeito antagônico in vitro sobre o crescimento micelial e a
germinação de esporos de B. sorokiniana quando estes foram empregados nas
concentrações testadas (100, 1000, 10000, 20000 e 40000 ppm). Ao contrário, de
maneira geral, foi observado estímulo, embora não estatisticamente diferente da
testemunha, em ambas as variáveis a partir da concentração de 1.000 ppm e
sugerem que uma das causas prováveis para esta variabilidade apresentada pode ser
atribuída à composição nutricional dos cogumelos L. edodes e A. blazei,
caracterizados por serem muito ricos em açúcares, carboidratos e proteínas, os
quais estariam atuando como fonte nutricional para o patógeno em questão. Com
relação à germinação dos conídios, os autores observaram que os extratos dos
cogumelos inibiram a germinação de esporos de P. recondita f. sp. tritici, com
destaque para o isolado LE 96/17 de L. edodes que apresentou inibição da ordem
de 52,4%.
Em plantas de pepino tratadas com extratos aquosos de L. edodes e
A. blazei, a redução parcial na severidade da antracnose (Colletotrichum
lagenarium) foi obtida nas folhas pré-tratadas com os extratos (proteção local),
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 14
bem como sistemicamente. O efeito protetor foi dependente da concentração do
extrato de cogumelo utilizada e, em menor grau, do intervalo de tempo entre
indução-inoculação e do ambiente. De modo geral, os isolados de L. edodes foram
um pouco mais eficientes que os de A. blazei. Estudando o modo de ação dos
cogumelos, os extratos aquosos de basidiocarpo dos diferentes isolados não
inibiram o crescimento micelial e a germinação de esporos in vitro de C.
lagenarium. Por outro lado, o extrato de shiitake (mistura dos isolados LE 96/17 e
LE 96/22) provocou um aumento nas atividades de quitinases e principalmente de
peroxidases nas plantas tratadas, enzimas que, muitas vezes, apresentam
participação na resistência vegetal contra fungos fitopatogênicos. Com base nos
resultados, conclui-se que os cogumelos L. edodes e A. blazei apresentam potencial
para induzir resistência em plantas de pepino contra C. lagenarium (Di Piero,
Pascholati, 2004a).
L. edodes, em diferentes preparações (extrato aquoso de
basidiocarpo, extrato aquoso do píleo, extrato aquoso da estipe e filtrado do
crescimento micelial) foi estudado sobre patógenos da cultura do sorgo,
Exserohilum turcicum e Colletotrichum sublineolum. In vitro os autores
obtiveram que os tratamentos reduziram a taxa de crescimento micelial e inibiram a
germinação de esporos dos fungos a partir da concentração de 1% (v/v), enquanto a
atividade antifúngica do filtrado de crescimento micelial foi menos pronunciada
(Piccinin, Di Piero, Pascholati, 2010). Outro dado interessante é que o extrato
aquoso de basidiocarpo autoclavado foi significativamente superior quanto à
inibição do crescimento micelial dos patógenos com relação ao extrato aquoso não
autoclavado, mas o extrato autoclavado (2% v/v) estimulou a germinação de
esporos de C. sublineolum. Os tratamentos não provocaram o acúmulo de
fitoalexinas em mesocótilos de sorgo. O extrato aquoso do basidiocarpo (2% v/v) e
o composto lentinana (2g 100 mL-1) reduziram parcialmente a severidade das
doenças provocadas por E. turcicum na cv. Brandes e por C. sublineolum na cv.
Tx-398-B, quando pulverizados 48 horas antes da inoculação das plantas, sob
condições de casa de vegetação (Tabela 2). Os autores concluíram que L. edodes
apresenta potencial como agente de controle biológico ou como um modelo para a
síntese de substâncias fungicidas.
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 15
Tabela 2. Efeito de preparações de Lentinula edodes sobre a severidade de doenças
foliares causadas por Exserohilum turcicum e Colletotrichum sublineolum em
plantas de sorgo das cultivares Brandes e Tx 398-B, respectivamente. Tratamentos
realizados 48h antes das inoculações.
Em termos de controle de doenças em pós-colheita, Coqueiro et al.
(2011) avaliaram o potencial de A. blazei e L. edodes nas concentrações de 20, 40 e
60% (v/v) e do ASM a 75 e 150 mg/L, aplicados isoladamente ou de forma
combinada, na proteção de frutos de maracujá-azedo contra a antracnose. Os frutos
foram tratados por imersão, aspersão ou incorporados em cobertura de fécula de
mandioca e após 36h ou 72h, inoculados com o fungo (alíquotas de 100 µL). A
avaliação da doença foi feita pela medida da área necrosada nos frutos aos 4, 8 e 12
dias após a inoculação (dai) nos ensaios I e II e aos 3, 6 e 9 dai nos ensaios III, IV e
V. Aos quatro dias após a inoculação, o tratamento com A. blazei associado à
fécula de mandioca 3% apresentou redução significativa da área necrosada
comparado ao controle. O L. edodes e ASM não reduziram a doença em nenhuma
das concentrações e/ou épocas de avaliações realizadas. Quando os compostos
foram aplicados de forma combinada nos frutos e estes não foram lavados antes da
inoculação, houve uma redução significativa da área necrosada aos seis dias após a
inoculação. Entretanto, quando os frutos foram tratados, lavados e inoculados com
o fungo não houve redução da doença em nenhuma das épocas avaliadas. Os
autores concluíram que o modo de ação dos compostos utilizados, possivelmente,
ocorreu por um efeito protetor/residual ligado a efeito inibitório sobre
Colletotrichum gloeosporioides.
Pycnoporus sanguineus
Um dos primeiros estudos sobre o potencial de controle do P.
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 16
sanguineus sobre fitopatógenos foi realizado por Shukla, Anil, Rana (1996) que
demonstraram a ação antagonista de P. sanguineus contra Ganoderma lucidium in
vitro. O fungo inibiu o crescimento de duas raças de G. lucidium, indicando-o
como um agente potencial no controle biológico de microrganismos. A partir deste
estudo, vários outros foram desenvolvidos.
Assi (2005) utilizou extratos aquosos de basidiocarpos de P.
sanguineus para o controle de Colletotrichum lindemuthianum em ensaios in
vitro e no cultivo do feijoeiro, concluindo que houve controle do patógeno, tanto
por atividade antimicrobiana direta, através da inibição da germinação de conídios,
quanto por indução de resistência local e sistêmica, através da ativação de
peroxidases. Baldo et al. (2008) observaram que extratos aquosos de basidiocarpos
de P. sanguineus nas concentrações 5, 10, 15 e 20 % inibiram significativamente
(P<0,05) a germinação de esporos de Uromyces appendiculatus e Phakopsora
euvitis, sendo que o extrato a 5% inibiu em 78,8 % a germinação de P. euvitis e a
20% inibiu em 72,9% a germinação de U. appendiculatus em relação a testemunha
água.
Viecelli et al. (2010) verificaram o potencial de extratos de micélio
de P. sanguineus para atividade antimicrobiana in vitro contra P. griseola. As
análises de variância do efeito das concentrações do extrato de micélio de P.
sanguineus sobre a germinação, crescimento micelial e esporulação de P. griseola
foram significativas apenas para o extrato esterilizado por filtração, não
apresentando diferença estatística para o extrato autoclavado indicando assim, a
presença de compostos termolábeis no micélio de P. sanguineus. A germinação de
esporos do fitopatógeno foi reduzida em até 70% na concentração de 20% em
relação ao ASM. A mesma concentração reduziu totalmente o crescimento micelial
enquanto que a esporulação foi inibida em 100% a partir da concentração de 5% de
extrato, não diferindo estatisticamente do fungicida, e as concentrações 5, 10 e 15
% foram tão fungitóxicas quanto o ASM.
Ao verificar a atividades antibacteriana de extratos de P. sanguineus
para o controle do crestamento bacteriano comum, causado por Xanthomonas
axonopodis pv. phaseoli em feijoeiro, Toillier et al. (2010) observaram, in vitro, o
efeito das concentrações do extrato de P. sanguineus sobre a bactéria indicando
que o extrato de micélio estimulou o crescimento da bactéria de forma dosedependente. O filtrado a 20% reduziu em 21% o crescimento bacteriano quando
comparado àquele em meio de cultura na ausência dos tratamentos. Os extratos de
basidiocarpo a 15% e 20% reduziram 91% em média o crescimento bacteriano,
comportando-se estatisticamente igual ao antibiótico, que reduziu o crescimento em
81%. ASM não apresentou atividade antibiótica.
Já Pazuch (2007) verificou que extratos aquosos de basidiocarpos,
micélio e filtrado de cultura de P. sanguineus possuem atividade indutora de
fitoalexinas em cotilédones de soja e mesocótilos de sorgo. Meinerez et al. (2007)
verificaram que extratos aquosos de basidiocarpos de P. sanguineus apresentam
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 17
potencial indutor de resistência em cotilédones de soja, através da produção de
fitoalexinas e incremento na atividade de peroxidase.
Peiter-Beninca et al. (2008) estudaram o efeito de extratos
diclorometânico, hexânico e etanólico de P. sanguineus (concentrações de 100,
250, 500 e 750 mg.L-1) na indução de fitoalexinas e atividade de peroxidases em
sorgo e soja. Com relação às fitoalexinas, apenas em sorgo houve resultado
significativo para os extratos orgânicos testados, de modo que somente o extrato
hexânico e etanólico, com 750mg.mL-1 e 100mg.mL-1, respectivamente,
proporcionaram valores estatisticamente superiores ao da testemunha água. No
entanto, esses valores foram inferiores ao obtido pelo ASM (200 mg.L-1 do produto
comercial). Os extratos diclorometânico para sorgo e soja e o extrato etanólico para
soja inibiram a atividade de peroxidases, sem, contudo ocorrer uma diferença
significativa com relação à testemunha (água). Com relação aos demais extratos, na
maioria dos casos a atividade da enzima foi maior em relação à testemunha água e
em um caso foi maior que o ASM, mas em todos não houve diferença significativa.
Com o objetivo de desenvolver métodos alternativos para o controle
da mancha angular do feijoeiro, causada por Pseudocercospora griseola, filtrados
de cultura de P. sanguineus foram testados contra P. griseola (Viecelli et al.,
2009). Neste trabalho, os autores avaliaram o potencial dos filtrados em ativar
enzimas de defesa do feijoeiro, como peroxidase, polifenoloxidase e β-1,3
glucanase, bem como alterar teores de proteína total e clorofilas. Para os
experimentos in vitro e em casa de vegetação foram utilizados extratos de filtrado
de cultura de P. sanguineus em concentrações variando de 1 a 20% e os controles
água, ASM (75 mg i.a. L-1) e fungicida (azoxystrobina: 40 mg i.a. L-1). No
experimento in vitro, o extrato não apresentou efeito inibitório sobre o crescimento
micelial, na esporulação e na germinação de conídios de P. griseola. No entanto, a
área abaixo da curva de progresso (AACPD) da mancha angular foi reduzida em 82
e 49% respectivamente, nas plantas cultivadas em casa de vegetação e no campo
em relação ao controle água. A atividade das enzimas peroxidase e
polifenoloxidase e os teores de proteínas e clorofilas foram maiores nas plantas
tratadas com o extrato. Estes resultados indicam a eficiência do filtrado de cultura
de P. sanguineus para o controle alternativo da mancha angular do feijoeiro.
Viecelli et al (2010) estudaram, em casa de vegetação e a campo
(Tabela 3), o efeito dos extratos de micélio de P. sanguineus no controle da
mancha angular do feijoeiro. Nos ensaios em casa de vegetação, os autores
observaram, pela AACPD (área abaixo da curva de progresso da doença), que as
plantas tratadas com os extratos, apresentaram menor severidade da doença em até
81 e 93%, nas 3ª e 4ª folha respectivamente, em relação ao controle água. A campo,
a severidade da doença foi avaliada na porção mediana superior e inferior das
plantas e verificou-se maior AACPD nas plantas tratadas com extrato aquoso de
micélio quando comparadas àquelas tratadas com fungicida. Entretanto, não houve
diferença estatística significativa em relação à ASM e água (Tabela 3).
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 18
Tabela 3. Área abaixo da curva do progresso da doença (AACPD) para mancha
angular causada por Pseudocercospora griseola em feijoeiro em função dos
tratamentos com extratos aquosos de micélio de Pycnoporus sanguineus, em
condições de casa de vegetação e campo.
AACPD
Tratamentos
Casa de vegetação
Campo
3ª folha
4ª folha
PMI
PMS
Micélio 10%
8,11
3,11
57,73
681,3
Micélio 20%
9,61,2
4,11
48,63
42,21,2,3
Água
41,9
8,8
59,4
89,0
ASM*
2,3
5,2
41,9
67,7
Fungicida**
6,7
2,4
6,3
16,1
CV (%)
31
7,3
47,5
53,9
Média na coluna, seguida de número indica diferença estatística a 5% pelo teste de
Dunnett´s quando comparado aos controle água (1), ASM (2) e fungicida (3). Para
análise estatistica os dados foram transformados em “x+0,5
*ASM: acibenzolar-S metil (75 mg i.a./L)
** Fungicida: azoxystrobina (40 mg i.a/L)
PMI: porção mediana inferior da planta
PMS: porção mediana superior da planta
Estes mesmos autores também avaliaram a atividade de proteínas
relacionadas à patogênese e verificaram que a atividade de peroxidase apresentouse alterada nas plantas tratadas com extrato de micélio de P. sanguineus. O extrato
aquoso do micélio a 10% reduziu a atividade de peroxidase aos 3, 5 e 7 dias após a
inoculação (DAI), quando comparados ao ASM e fungicida. Por outro lado, o
tratamento com extrato aquoso do micélio 20% apresentou-se superior quando
comparado ao ASM e fungicida (2 DAI), à água e ao fungicida (3 DAI) e ao
fungicida (4 DAI). Reduções comparadas com a água e ao ASM foram verificadas
a partir dos 5 DAI. A 4ª folha não tratada apresentou mesmos níveis de peroxidase
que a 3ª folha, indicando um provável efeito indutor sistêmico. Mudanças na
atividade das peroxidases têm sido freqüentemente correlacionadas à resposta de
resistência ou suscetibilidade em diferentes patossistemas. As peroxidases são
responsáveis pela remoção de átomos de hidrogênio dos grupos álcoois
hidroxicinâmicos, cujos radicais se polimerizam para formar a lignina. Esse
polímero, juntamente com celulose e outros polissacarídeos que ocorrem na parede
celular das plantas superiores, funciona como uma barreira física à penetração do
patógeno (Viecelli et al., 2010). Alem da peroxidase, a atividade da
polifenoloxidase foi influenciada pelos tratamentos com extratos de micélio de P.
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 19
sanguineus, na 3ª folha tratada, bem como na 4ª folha não tratada e inoculada,
demonstrando a sistemicidade do efeito.
Toillier et al. (2010) avaliaram a severidade e a atividade de
proteínas relacionadas a patogênese para o controle do crestamento bacteriano
comum em feijoeiro por extratos de P. sanguineus. Com relação à severidade,
observaram que tanto para a primeira folha tratada e inoculada quanto para a
segunda folha apenas inoculada, a severidade foi menor nas plantas que receberam
filtrado de cultura de P. sanguineus a 5 e 10%. Com relação às PRP´s, verificaram
que as plantas de feijão que receberam extratos de basidiocarpo e de micélio e
filtrado de cultura na 1ª folha, tratada e inoculada, bem como na 2ª folha, não
tratada e inoculada, apresentaram oscilação no incremento da atividade de
peroxidase quando comparados às testemunhas água, antibiótico e ASM. A maior
atividade específica de polifenoloxidase na 1ª folha foi com o extrato aquoso de
basidiocarpo a 5% aos 12 DAT, ao passo que na 2ª folha, sua maior atividade foi a
10% no 9º DAT. A atividade específica de fenilalanina amônialiase pouco
incrementou no decorrer dos dias em função dos tratamentos com basidiocarpo,
micélio e filtrado de cultura de P. sanguineus, local (1ª folha, tratada e inoculada)
e sistemicamente (2ª folha, apenas inoculada). Na 1ª folha, todos os tratamentos,
comparados às testemunhas, tiveram comportamento semelhante, verificando aqui
que a indução de resistência não foi ativada em função dos tratamentos, mas sim,
em função do patógeno desafiador aplicado. Assim como para FAL, a atividade
específica de β- 1,3 glucanase teve pouco incremento no decorrer dos dias em
função dos tratamentos com basidiocarpo, micélio e filtrado de cultura de P.
sanguineus, local e sistemicamente. Os autores observaram que na 2ª folha apenas
inoculada, a expressão da atividade foi maior aos 9 DAT com o extrato de
basidiocarpo a 10%, superior a água em 1200%, indicando indução sistêmica, e o
filtrado de cultura a 10% foi superior à testemunha água em 100%.
Baldo et al. (2011) tiveram como objetivo de detectar in situ a
formação de espécies reativas de oxigênio (ERO'S), particularmente peróxido de
hidrogênio (H2O2) e radical superóxido (O2.- ), em plantas de feijão tratadas com
extrato aquoso de micélio e de basidiocarpo de P. sanguineus, em concentração de
5% (p/v), e inoculadas após 3 dias com C. lindemuthianum. As avaliações foram
realizadas às 48, 96 e 192 h após a inoculação (hai). Água destilada, azoxystrobina
(40 mg i.a. L-1 ) e ASM (75 mg i.a. L-1 ) foram utilizados como tratamentos
controle. Foi detectada formação de H2O2 em 48 hai apenas para o tratamento com
extrato de basidiocarpo. Para O2., foi detectada a formação principalmente para o
tratamento com extrato de micélio em 48 hai. Em 192 hai todos os tratamentos
apresentaram reação para H2O2 e O2.- nas células epidérmicas e do mesófilo,
provavelmente em decorrência do processo infeccioso. Estes resultados indicam o
potencial dos extratos de P. sanguineus na indução de ERO's em feijoeiro no início
da infecção, o que pode contribuir para a redução da severidade de antracnose
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 20
Outros Cogumelos
Domingues et al. (2011) estudaram in vitro a eficiência de extratos de
três plantas (Avicennia schaueriana, Senna spectabilis e Senna multijuga) e de
dois basidiomicetos (Oudemansiella canarii e Irpex lacteus) nativos do Brasil no
controle dos fungos Alternaria solani e Colletotrichum acutatum, causadores de
doenças em tomate e morango, respectivamente, além de Sclerotium rolfsii,
considerado como patógeno polífago. No trabalho, os autores avaliaram a inibição
de crescimento micelial dos três fitopatógenos, inibição da germinação de conídios
de A. solani e C. acutatum e inibição da germinação de escleródios de S. rolfsii.
Os melhores resultados foram obtidos com o extrato de O. canarii, que
proporcionou os menores valores de crescimento micelial dos três patógenos, além
de inibir totalmente a germinação de conídios de A. solani e C. acutatum e de
escleródios de S. rolfsii. O extrato de I. lacteus inibiu parcialmente o crescimento
micelial dos patógenos estudados e o extrato de A. schaueriana promoveu apenas
16 % de inibição do crescimento micelial de S. rolfsii. A conclusão que os autores
chegaram foi que os extratos dos dois basidiomicetos foram mais eficientes do que
os extratos vegetais. O. canarii foi o que proporcionou os melhores resultados
atingindo a média de 84 % de inibição do crescimento micelial, além de não
permitir a germinação de escleródios. A porcentagem de inibição pelo extrato de I.
lacteus foi inferior ao de O. canarii, mas foi mais eficiente que os demais extratos.
Stadnik, Bettiol, Saito (2003) estudaram o efeito de extrato etanólico
de 5 Basidiomycetos e 71 espécies de plantas na indução de resistência de pepino
(Cucumis sativus cv. Safira) cultivado em casa de vegetação contra oídio
(Sphaerotheca fuliginea) As plantas de pepino foram pulverizadas na primeira
folha verdadeira com os cogumelos Clavaria sp., L. edodes, Ganoderma sp.,
Oudemansiella canarii, Pisolithus tinctorius em diluições de 1:2 e de 1:4 e o
fitopatógeno foi inoculado na segunda folha. As avaliações foram feitas 6 dias após
a inoculação. Observaram que Ganoderma e O. canarii foram os mais eficientes
reduzindo o número de lesões na segunda folha em 79 e 65% respectivamente,
comparado com a testemunha. Esses dados evidenciam que a indução de resistência
sistêmica em plantas de pepino pode estar envolvida na redução da severidade de
oídio nas parcelas tratadas com esses Basidiomycetos. In vitro, o extrato do
basidiocarpo desses dois fungos também proporcionou diminuição no diâmetro da
colônia em 20% e na taxa de esporulação em 45 e 70%, respectivamente.
Concluíram que estes resultados são promissores no controle da doença,
principalmente com a utilização dos fungos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cultivo de plantas em sistema agroecológico tem aumentado nos
últimos anos e com isto surgiu a necessidade de novas estratégias para o controle
RAPP – Volume
Extratos de cogumelos no controle de doenças de plantas - 21
de pragas e doenças que atendam às necessidades destes produtores que não podem
recorrer ao controle químico convencional. O uso de extratos de plantas, óleos
essenciais e de extratos de cogumelos tem sido uma das estratégias utilizadas para
este controle, principalmente, em propriedades de pequeno e médio porte. Assim,
nesta revisão, procurou-se demonstrar um pouco das opções, com exemplos bem
sucedidos do controle alternativo de doenças de plantas, tanto in vitro quanto em
casa de vegetação e campo. Os exemplos apresentados mostram uma pequena
parcela dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos e que acrescentarão novas
experiências no decorrer dos próximos anos.
LITERATURA CITADA
ALEXOPOULOS, C.J.; MIMS, C.W.; BLACKWELL, M. 1996. Introductory
mycology. 4. ed. New York: John Wiley & Sons , 869p
ALMEIDA, L.P.; UZZO, R.P.; MALUF, W.R. 1999. Como Cultivar o Cogumelo
Shiitake. Boletim Técnico de Hortaliças. Lavras: Faculdade de Agronomia, UFLA.
ASSI, L. 2005. Controle de Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. Et Magn.)
Scrib na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.) pelo extrato do cogumelo
Pycnoporus sanguineus (L.ex Fr.). 51p. Dissertação (Fitopatologia) - Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon.
ASSIS, R.L. 2005. Agroecologia: visão histórica e perspectiva no Brasil. In:
AQUINO, A.M.; ASSIS, R.L. Agroecologia princípios e técnicas para uma
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