Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 Daniela Patrícia Vaz, Ft1 Solange Martiliano Lança, Fga1 Renata Coelho Scharlach, Fga2 Maurício Malavasi Ganança, MD2 Juliana Maria Gazzola, Ft2 Doença de Corpúsculos de Lewy: um relato de caso. Lewy Bodies Disease: a case report Resumo 1Aluno do Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN Brasil). 2Professor Doutor do Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN Brasil). Autor para correspondência: Renata C. Scharlach Rua Maria Cândida 1813, São Paulo, CEP: 02.071-022 E-mail: [email protected] Introdução: demência é uma síndrome clínica caracterizada por déficits cognitivos múltiplos e quando associada à presença de Corpúsculos de Lewy, é definida como demência primária que acomete as regiões frontais-subcorticais. Dentre as principais manifestações clínicas da Doença de Corpúsculos de Lewy destacam-se: cognição flutuante, alucinações visuais recorrentes, características motoras espontâneas de parkinsionismo, quedas recorrentes, síncope, perda transitória da consciência. Nos estágios avançados da doença, a instabilidade corporal pode se tornar incapacitante, pois há uma inadequada interação dos componentes do controle postural - sensorial, efetor e processamento central. Objetivo: relatar as alterações do equilíbrio corporal presentes em uma paciente com diagnóstico de Doença de Corpúsculos de Lewy. Relato de Caso: paciente do sexo feminino, 75 anos, procedente de São Paulo, com diagnóstico de Doença de Corpúsculos de Lewy acompanhada no Laboratório de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN-Brasil. Apresentou à avaliação audiológica perda auditiva neurossensorial de grau profundo unilateral. À vectoeletronistagmografia foram encontrados sinais sugestivos de alteração vestibular central e hiporreflexia à prova calórica. À avaliação fisioterápica demonstrou comprometimento grave da capacidade funcional e do equilíbrio corporal, sendo observada melhora destes após o processo de reabilitação do equilíbrio corporal. Conclusão: À realização de exames relacionados à avaliação do equilíbrio corporal se torna imprescindível e a intervenção multidisciplinar relevante nos pacientes com diagnóstico de Doença de Corpúsculos de Lewy. Poucos achados na literatura mostram a necessidade do desenvolvimento de estudos voltados para as alterações do equilíbrio corporal na Doença de Corpúsculos de Lewy. Palavras Chaves: Idoso, Tontura, Equilíbrio Postural, Reabilitação, Demência. F l á v i o 60 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 61 Introdução A DCL é considerada a segunda causa principal de demência degenerativa, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer. Estima-se que seja a causa de 10% a 25% das demências. Suas manifestações podem interferir nas atividades de vida diária e é mais prevalente acima dos 75 anos 3 . Os Corpúsculos de Lewy (CL) são formados principalmente por proteínas asinucleína, por proteínas neurofilamentares e pela ubiquitina. Suspeita-se que a a-sinucleína pré-sináptica seja a principal envolvida na formação desses corpúsculos, sendo fatores genéticos e/ou epigenéticos os possíveis responsáveis pelo surgimento dos CL nos neurônios. Na DCL aparecem neurônios que sofreram degeneração sendo possivelmente esses os que exercem efeito neurotóxico regional4,5. Existem evidências de que a atividade colinérgica no neocórtex na demência com Corpúsculos de Lewy é menor do que na doença de Alzheimer, havendo, principalmente, um envolvimento das enzimas acetilcolinetransferase e acetilcolinesterase. A diminuição da neurotransmissão monoaminérgica também pode ser observada nos pacientes com DCL. Anormalidades dos receptores dopaminérgicos na substância negra são possíveis responsáveis pela sensibilidade aumentada ao uso de neurolépticos2. Dentre as principais manifestações clínicas da DCL encontram-se: cognição flutuante com variações pronunciadas na atenção e alerta, alucinações visuais recorrentes, características motoras espontâneas de parkinsionismo, quedas recorrentes, síncope, perda transitória da consciência, sensibilidade a antipsicóticos e delírios sistematizados6,7. A presença de um declínio progressivo das funções cognitivas do paciente que interfira nas funções das atividades de vida diária é uma exigência fundamental para o diagnóstico da Demência com Corpúsculos de Lewy. De acordo com critérios propostos pelo “Consenso sobre Demência com Corpúsculos de Lewy”, pode-se apenas chegar a um diagnóstico de DCL provável ou de DCL possível, pois o diagnóstico definitivo depende de estudo anatomopatológico post-mortem8. Nos estágios avançados da doença em que estão fortemente presentes sinais parkinsonianos, a instabilidade corporal pode se tornar incapacitante, pois há uma inadequada interação dos componentes do controle postural – sensorial (visual, somatossensorial e vestibular), efetor (força, amplitude de movimento, alinhamento biomecânico, flexibilidade) e processamento central9, incluindo o reflexo vestíbulo-ocular e o reflexo vestíbulo-espinhal. Vaz et al, 2010 Demência é uma síndrome clínica caracterizada por déficits cognitivos múltiplos e quando associada à presença de Corpúsculos de Lewy (CL), é definida como demência primária que acomete as regiões frontaissubcorticais. Clinicamente apresenta um declínio cognitivo progressivo de intensidade suficiente para interferir na vida social do indivíduo. A doença de Alzheimer e a demência com Corpúsculos de Lewy são as principais representantes das demências neurodegenerativas1. Sendo a Doença de Corpúsculos de Lewy (DCL) uma demência do tipo Alzheimer, encontramse na literatura, autores que ainda não aceitam distingui-la da doença de Alzheimer, preferindo considerá-la uma variante da mesma2. Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 Consequentemente, os pacientes tendem a deslocar seu centro de gravidade para frente, e apresentam mais dificuldade para realizar movimentos compensatórios para readquirir equilíbrio corporal durante as situações de instabilidade, com maior suscetibilidade de sofrer queda 10, 11. Sabe-se também que as alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento nos componentes sensorial e efetor do controle postural, não causam limitações funcionais capazes de comprometer as atividades cotidianas, na maioria das vezes. Entretanto, a presença de doenças crônicas, comuns nesta faixa etária, pode comprometer a funcionalidade. A dificuldade na compensação dessas alterações podem ser os fatores responsáveis pelas disfunções vestibulares12. Os distúrbios do equilíbrio corporal geralmente causam dependência crescente da visão13, 14. A dependência da informação visual em idosos, provavelmente, é uma forma de compensar a deterioração de outras informações sensoriais envolvidas no controle postural (CP)15. A disfunção vestibular assume particular importância na população idosa, pois o aumento da idade é diretamente proporcional à presença de múltiplos sintomas otoneurológicos associados, tais como vertigem e outras tonturas, perda auditiva, zumbido, alterações do equilíbrio corporal, distúrbios da marcha, quedas ocasionais e aumento da oscilação do corpo na postura vertical estática nas condições de conflitos visual, somatossensorial, vestibular e interação visuovestibular11,16,17,18,19. As tonturas são decorrentes de desordens funcionais primárias ou secundárias do sistema vestibular em aproximadamente 85% dos casos 20. A vertigem é o principal tipo de tontura de origem vestibular. Pode ser objetiva (egocêntrica), quando o indivíduo sente os objetos rodarem em torno de si ou subjetiva (excêntrica) quando tem a impressão de estar girando no ambiente21. Quando há uma lesão unilateral abrupta do sistema vestibular, ocorre uma alteração do equilíbrio corporal, a descompensação. Esta ocasiona a crise labiríntica com sintomas e sinais auditivos e vestibulares, podendo ocorrer manifestações neurovegetativas22. A compensação é um mecanismo de recuperação funcional da perturbação do equilíbrio corporal causado por uma lesão vestibular22. Os mecanismos de compensação procuram eliminar a assimetria entre o sistema vestibular direito e o esquerdo elaborando respostas vestíbulooculomotoras e vestibuloespinhais destinadas a manter não só a estabilização da visão durante os movimentos cefálicos como também o adequado controle postural16. A idade avançada, a restrição das atividades, privação sensório-motora, lesões do tronco encefálico e diversas drogas como barbitúricos, ansiolíticos, anestésicos, agonistas de acetilcolina, podem retardar a compensação23. Visando o treinamento e/ou compensação das estratégias sensoriais deficitárias e a diminuição da dependência de um único sistema 24,25,26, é necessário realizar uma avaliação completa do equilíbrio corporal para identificar déficits dos sistemas e investigação funcional do equilíbrio corporal do idoso, a fim de propor a reabilitação por realidade virtual associada ao treinamento funcional. Sendo assim, o objetivo deste relato é 62 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 expor as alterações do equilíbrio corporal apresentadas por um paciente com diagnóstico de DCL associados à Vertigem Posicional Paroxística Benigna e tecer, à luz da literatura, algumas reflexões sobre a avaliação vestibular e do equilíbrio corporal funcional. Relato de caso Paciente do sexo feminino, 75 anos, procedente de São Paulo. Em fevereiro de 2009, foi internada com quadro de náusea, vertigem de forte intensidade e surdez súbita. Foi medicada e tratada sem melhora dos sintomas. Apresentou também diplopia que melhorou com tratamento. À época da internação realizou tomografia computadorizada de crânio que revelou sinais involutivos encefálicos e calcificação cerebelar. A tomografia computadorizada de ossos temporais não evidenciou nenhuma alteração. À avaliação audiológica verificaram-se limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade com configuração em “U” invertido e curva timpanométrica do tipo C à orelha direita e anacusia e curva timpanométrica do tipo A à orelha esquerda. Vale ressaltar que antes deste episódio a paciente já havia se submetido à avaliação vestibular por apresentar queixa de instabilidade em crises há mais de 10 anos, com duração de minutos e intensa. Apresentava desequilíbrio e retropulsão acompanhada de náusea. Nesta época o exame vestibular evidenciou uma hiperreflexia em valor absoluto à prova calórica bilateralmente. A partir de julho de 2009, frente a não remissão dos sintomas, novas avaliações foram realizadas. À vectonistagmografia computadorizada verificou-se hiporreflexia à esquerda e presença de nistagmo torsional (rotatório) que mudava de direção com a mudança da posição de pesquisa. À avaliação audiológica foi constatada anacusia à orelha esquerda e limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade à orelha direita. O exame de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) não evidenciou alterações nas latências absolutas I, III e V e interpicos I-III, I-V e III-V à orelha direita e à esquerda não foram observadas respostas para cliques. Nova Tomografia Computadorizada de ossos temporais foi realizada mostrando limite do canal semicircular direito extremamente delgado, quase virtual, não sendo possível excluir a possibilidade de diminuta deiscência focal. O exame de Ressonância Magnética identificou sinais de deiscência do canal semicircular esquerdo e alguns focos de hipersinal esparsos pela substância branca dos hemisférios cerebrais, podendo representar gliose ou rarefação mielínica. Zona de alteração de sinal localizadas na substância branca peri-ventricular (Figura 1). 63 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 64 Fig. 3: RM de corte sagital demonstrando zona de Alteração de Sinal localizadas na substância Branca periventricular. Figura 1 – Ressonância magnética de corte sagital mostrando zona de alteração de sinal localizadas na substância branca periventricular. Durante avaliação com neurologista, este ao suspeitar de distúrbio do sistema nervoso central (SNC) solicitou exames complementares que confirmaram presença de doença neurológica (Corpúsculos de Lewy), sendo medicada desde então com fumarato de quetiapina, dicloridrato de pramipexol e rivastigmina. Avaliação Desde outubro de 2009, vem sendo acompanhada no Laboratório de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN-Brasil. À avaliação otorrinolaringológica a paciente referiu tontura rotatória do tipo subjetiva com duração e periodicidade diária e desequilíbrio corporal constante com piora progressiva do sintoma e presença de quedas recorrentes em propulsão. Outros sintomas vestibulares e auditivos também foram relatados, tais como, cinetose, cefaléia, sensação de desmaio eminente, sintomas neurovegetativos, escurecimento da visão, zumbido, perda auditiva à esquerda, sensação de pressão no ouvido, hipersensibilidade a sons. Referiu também ansiedade, distúrbio do sono, distúrbio de memória e da concentração. Ao exame físico foi observado presença de nistagmo torsional com direção igual à direção dos olhos (direita, esquerda, para baixo e para cima). Este nistagmo mostrou-se irregular, inconstante e sempre discreto. À prova de Dix-Hallpike observou-se a presença de nistagmo torsional para a direita com a cabeça pendente para direita e torsional para a esquerda com a cabeça pendente para esquerda. O nistagmo apresentou-se irregular, constante, de pequena amplitude, não fatigável e eventualmente Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 com componente vertical para baixo. Os achados encontrados à avaliação sugeriram lesão do sistema nervoso central de possível localização na fossa posterior (tronco encefálico e/ou cerebelo). Frente a esta avaliação, solicitouse nova avaliação vestibular por meio da videonistagmografia e avaliação audiológica. Ao exame audiométrico observaram-se à orelha direita limiares auditivos e índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF) dentro dos padrões de normalidade, boa mobilidade do sistema tímpano-ossicular (curva timpanométrica do tipo A), ausência do reflexo acústico contralateral esquerdo e presença do ipsilateral direito. À orelha esquerda verificou-se anacusia no exame audiométrico e ausência de detecção de voz na intensidade máxima do equipamento; boa mobilidade do sistema tímpanoossicular (curva timpanométrica do tipo A), presença do reflexo acústico contralateral direito e ausência do ipsilateral esquerdo. O traçado obtido à videonistagmografia mostrou muita interferência, a paciente apresentou calibração irregular e muita dificuldade para realização de todas as provas oculomotoras. Observou-se presença de nistagmo semi-espontâneo horizontal para a esquerda, não fatigável quando o olhar desviou para a esquerda. À prova calórica foi observada hiporreflexia bilateralmente com ausência de EIFO (efeito inibidor da fixação ocular). Para complementar o exame vestibular foi realizada a prova calórica na temperatura de 10 o e prova rotatória de velocidade constante (prova de Bárány). À prova calórica (gelada) observou-se presença de nistagmo pós-calórico com hiperrreflexia em valores absolutos bilateralmente (34,4o/s–D e 26,9o/s–E), porém a paciente não referiu vertigem, nem qualquer sintoma neurovegetativo (dissociação nistagmo-vertiginosa). À prova de Bárány a paciente apresentou bastante vertigem, sendo que as respostas apresentadas nas diferentes posições de cabeça mostram-se normais à estimulação dos canais semicirculares laterais e alteradas à estimulação dos canais semicirculares verticais. Na avaliação fisioterapêutica, as queixas relatadas foram tontura rotatória constante, com intensidade à escala visual analógica de tontura em sete pontos, instabilidade na deambulação e dependência na realização das atividades de vida diária. As posições e/ou sintomas desencadeantes da tontura relatadas foram levantando da posição deitada, virando a cabeça, virando o corpo a partir da posição sentada ou em pé, levantando da posição sentada, andando e cabeça em posição específica, sentada parada e durante exercícios. Na avaliação da capacidade funcional à aplicação do Brazilian OARS (Olders Americans Research and Services) Multidimensional Functional Assessment Questionnaire - BOMFAQ27, referiu muita dificuldade em dez atividades, a saber: para andar no plano, tomar banho, vestir-se, andar perto de casa, subir e descer um lance de escada, fazer compras, preparar refeição, cortar as unhas dos pés, sair de condução, fazer limpeza em casa. Referiu pouca dificuldade para deitar e levantar da cama. À avaliação da Berg Balance Scale28,29 obteve 22 pontos, com prejuízo principalmente nas transferências posturais e tarefas com base de sustentação diminuída. À avaliação do Índice de Marcha Dinâmica 30,31 e do Timed Up and Go Test – TUGT32, não conseguiu realizar, pois necessitava de apoio para deambular, com tendência à queda em propulsão. 65 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 Reabilitação A paciente foi submetida a 12 sessões de reabilitação do equilíbrio corporal com treinamento funcional e realidade virtual, na frequência de duas vezes por semana. A partir dos achados da avaliação, aplicou-se um protocolo personalizado33, associando RV por realidade virtual e protocolos clássicos de RV, tais como, exercícios de Cawthorne34 e Cooksey35; exercícios para incrementar a adaptação vestibular e interação vestibulovisual36,37; exercícios para incrementar a estabilização da postura estática e dinâmica 36,37 e a estabilização do campo visual (substituição sensorial) 36,37 e o treinamento de coordenação do equilíbrio de Vinci et al.38 e Norré39. Foram estimuladas situações de conflitos somatossensoriais, com diferentes bases de sustentação e associados à rotação de cabeça, tronco e membros superiores, e utilizaram-se diversos recursos fisioterapêuticos (bolas, giroplanos, superfícies de diferentes densidades e texturas, entre outros). No sentido de diminuir a ocorrência de quedas, o treino de equilíbrio corporal preconizou outros tipos de intervenção, tais como exercícios de alongamento da musculatura da cadeia posterior e cervical; pompage cervical; treino de força muscular do tronco inferior e membros inferiores dos grupos isoladamente e também em atividades dinâmicas; melhora das estratégias de troca postural em diferentes contextos; e treino da marcha. O treinamento do equilíbrio corporal contemplou tarefas simultâneas cognitivas e motoras, incluindo variação da tarefa e do ambiente, de forma progressiva e controlada40. A paciente recebeu orientação para prevenção de quedas no início do tratamento, de acordo com suas necessidades e ambiente domiciliar, tais como: manter a casa sempre bem iluminada; retirar todos os tapetes dos cômodos ou fixar antiderrapante neles; deixar os ambientes com o mínimo de objetos possíveis, assegurando dessa forma espaço livre para caminhar; cuidado com objetos soltos no chão; evitar levantar-se rapidamente da cama ou virar-se (rodar o tronco e a cabeça, mantendo os pés fixos); colocar faixa antiderrapante no chão do box para o banho; não utilizar prateleiras altas ou muito baixas; preferir o uso de tênis ou sapato fechado; utilizar barras de apoio fixas ao lado do vaso sanitário e do box; e não andar de meias pela casa. O sistema de realidade virtual integrado à plataforma de força, a Balance Rehabilitation Unit® (BRU®)41 da Medicaa, foi utilizado para induzir à estimulação visual na avaliação do CP, por meio dos estímulos relacionados ao reflexo-oculomotor envolvido foveal (perseguição lenta; sacádico), retinal (barras optocinéticas lineares e circulares e túnel optocinético) e interação sensorial (barras optocinéticas e túnel optocinético associados à inclinação e flexo-extensão de cabeça), além de ambientes virtuais, como jardim, cozinha, sala e quadras de jogos, para recriar situações cotidianas que podem estar associados a outro estímulo visual. A BRU® também disponibiliza três jogos de treinamento postural, com diferentes graus de complexidade, para exercitar o controle fino, lento e rápido da posição do centro de pressão. Esse procedimento terapêutico tem por objetivos aumentar a área do limite de estabilidade, reduzir a oscilação corporal, promover integração sensorial (visual, vestibular e somatossensorial) e aperfeiçoar as estratégias de 66 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 equilíbrio corporal (em destaque as reações de tornozelo) e coordenação motora, de forma lúdica e interativa 41,42. Reavaliação As queixas relatadas foram tontura rotatória constante, porém com menor intensidade à escala visual analógica de tontura em 5 pontos, e cansaço ao final do dia (principalmente após tomar o banho e vestir-se). As posições e/ou sintomas desencadeantes da tontura relatadas foram levantando da posição deitada, levantando da posição sentada, e às vezes com a cabeça em posição específica e durante exercícios associados aos movimentos cefálicos. Na reavaliação da capacidade funcional à aplicação do Brazilian OARS (Olders Americans Research and Services) Multidimensional Functional Assessment Questionnaire - BOMFAQ27, referiu muita dificuldade em seis atividades, a saber: tomar banho, vestir-se, fazer compras, preparar refeição, cortar as unhas dos pés e sair de condução. Referiu pouca dificuldade em cinco atividades, tais como: para deitar e levantar da cama, andar no plano, subir e descer um lance de escada, andar perto de casa e fazer limpeza em casa. À avaliação da Berg Balance Scale 28,29 obteve 42 pontos. À avaliação do Índice de Marcha Dinâmica 30,31obteve 15 pontos. A avaliação da mobilidade, determinada pela utilização do instrumento Timed Up and Go Test - TUGT 32, realizou em 13’35”. Discussão Disfunções do sistema vestibular, e de suas conexões centrais, bem como lesões que atingem o tronco encefálico, podem ser detectadas por meio da eletronistagmografia (ENG), por vezes mais precocemente do que pela avaliação neurológica rotineira, por ser um método que apresenta maior sensibilidade para detectar alterações provindas dessas regiões 43. Os achados encontrados à avaliação física (sugeriram lesão do sistema nervoso central de possível localização na fossa posterior (tronco encefálico e/ou cerebelo). Frente a estes achados a paciente deste estudo, foi submetida à avaliação vestibular por meio da videonistagmografia computadorizada que permite analisar as alterações oculares com maior precisão, que são achados muito significativos principalmente nas vestibulopatias centrais44. As síndromes vestibulares centrais, na maioria dos casos, são decorrentes da disfunção ou déficit de informações sensoriais desencadeados por uma lesão do Sistema Nervoso Central (SNC)45. Settanni46 apontou para a dificuldade do topodiagnóstico de processos que acometem as vias vestibulares centrais. As vias vestibulares percorrem desde o oitavo nervo craniano (nervo vestíbulo-coclear) até os núcleos vestibulares. Enquanto as disfunções vestibulares periféricas são sempre caracterizadas por uma junção de sinais e sintomas perceptivos, oculomotores e posturais, as disfunções centrais podem se manifestar como uma síndrome completa ou com componentes únicos45. Em estudo realizado por Basseto et al.47 com pacientes parkinsonianos, quanto aos achados alterados da VENG, foi encontrada presença de 67 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 calibração irregular dos movimentos oculares, o mesmo achado encontrado no presente caso no qual o traçado obtido na videonistagmografia mostrouse muito irregular. A paciente demonstrou não só muita dificuldade para calibração dos movimentos oculares como também para realização de todas as provas oculomotoras. A calibração dos movimentos oculares perfaz a primeira etapa do exame vestibular, é fundamental para a padronização dos exames com estímulos visuais tornando-os compatíveis entre si. A calibração irregular poderá estar presente nas síndromes centrais, principalmente nas lesões cerebelares. Estes dados corroboram com os achados oculares da paciente que apresentou calibração irregular e muita dificuldade para realização de todas as provas oculomotoras. Como mencionado anteriormente, ao exame clínico foi observado presença de nistagmo torsional irregular, inconstante e discreto, para a direita, esquerda, para baixo e para cima. Referente à pesquisa do nistagmo semiespontâneo (NSE), foi registrada presença de nistagmo horizontal para a esquerda, não fatigável. A presença de nistagmo semi-espontâneo é um dado muito importante para o topodiagnóstico, pois quando ocorre em mais de uma posição cardinal do olhar é sempre de origem central48. Brandt e Dietrich45 citam o reflexo vestíbulo-ocular (RVO) como a rede neuronal “elementar” do sistema vestibular. Colocam ainda que as síndromes vestibulares centrais possam ser classificadas de com acordo com três planos de ação do RVO: rotação, inclinação lateral e flexo-extensão. Dentre os sinais do plano de inclinação lateral encontram-se os nistagmos torsionais, o desvio oblíquo, a torção ocular. Neste estudo de caso, os achados à estimulação calórica apontaram presença de hiporreflexia à esquerda às estimulações quente e fria e ausência de EIFO (efeito inibidor da fixação ocular). As síndromes do SNC caracterizam-se pela ocorrência de sinais que acometem o tronco encefálico, cerebelo ou córtex cerebral. Dentre as anomalidades que podem estar presentes no exame vectoeletronistagmográfico (ENG) é a ausência do efeito inibidor de fixação ocular – EIFO49. À prova calórica na temperatura de 10 graus (gelada), observou-se presença de nistagmo pós calórico com hiperreflexia em valores absolutos bilateralmente, no entanto a paciente não referiu vertigem com tal estimulação calórica. Estes achados apontam para uma dissociação nistagmo-vertigionosa que se relaciona com a presença de nistagmo intenso e ausência de vertigem, como sendo um dado importante e que deve ser relevante nesta prova, pois a sua presença indica afecção do sistema vestibular central49. À prova de Bárány, a paciente apresentou vertigem intensa, as respostas apresentadas nas diferentes posições de cabeça mostraram-se normais quando a estimulação referiu-se aos canais semicirculares laterais e alteradas à estimulação dos canais semicirculares verticais (posterior e anterior). Conforme literatura, o nistagmo horizontal e abolição do nistagmo rotatório e/ou vertical é o que ocorre com mais frequência na prova de Bárány nas alterações de origem central49. Inicialmente, apresentou comprometimento funcional grave, ou seja, referiu dificuldade em onze atividades. De acordo com Ramos et al.27 os indivíduos que apresentam sete ou mais atividades comprometidas possuem um comprometimento grave de sua capacidade funcional. Na reavaliação não manteve o número de atividades comprometidas, mas referiu menor dificuldade na realização. À avaliação da Berg Balance Scale28,29, obteve 22 68 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 pontos, que indica probabilidade de 100% de risco de queda, de acordo com Lajoie e Gallagher et al.50. Na reavaliação, a paciente fez 42 pontos, indicando uma probabilidade de 70% de risco de queda. Thorbahn e Newton51 encontraram para a pontuação de corte o valor de 45 pontos da BBS na predição de quedas de idosos da comunidade. Inicialmente não conseguiu realizar as tarefas apresentadas pelo Índice de Marcha Dinâmica30,31. Entretanto, na reavaliação, conseguiu completar a maioria das tarefas de marcha e obteve 15 pontos; porém esta nota de corte é sugestiva de maior risco de quedas, de acordo com Marchetti e Whitney52. A nota de corte para menor risco de queda pela pontuação do Índice de Marcha Dinâmica é de 20 a 24 pontos. Não realizou o Timed Up and Go Test – TUGT32 na avaliação e após a reabilitação executou em 13’35”. Estes autores admitiram como desempenho normal para adultos saudáveis um tempo até 10 segundos; entre 11 e 20 segundos considera-se esperado para idosos frágeis ou com deficiência, os quais tendem a ser independentes na maioria das atividades de vida diária; no entanto, acima de 20 segundos gastos para a realização da tarefa, sugere prejuízo importante da mobilidade, tornando necessária avaliação mais detalhada. A reabilitação vestibular (RV) representa opção importante para o tratamento da tontura. O objetivo principal da RV é recuperar o equilíbrio corporal que está prejudicado devido à alteração da função vestibular (compensação vestibular). A RV foi realizada no Setor de Reabilitação Vestibular do Laboratório de Reabilitação Vestibular e Inclusão Social da Universidade Bandeirante de São Paulo, conduzida por uma equipe constituída por médicos (otorrinolaringologistas), fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogo. O objetivo da intervenção foi direcionado para o nível de comprometimento físico e funcional, a fim de promover estabilidade e orientação postural em vários meios sensoriais, envolvendo a manipulação das informações sensoriais e uso de experiências prévias em combinação progressiva com outras atividades para aumentar o grau de dificuldade e uso de outras estratégias sensoriais53. Com o envelhecimento, ocorrem redução e lentidão na condução da informação somatossensorial proveniente dos membros inferiores, próprias do processo de envelhecimento, com a finalidade de se alcançar o mecanismo de substituição sensorial no processo de compensação vestibular. Os exercícios com situações de conflitos somatossensoriais visam melhorar a capacidade de usar informações visuais, somatossensoriais e vestibulares para o CP. Devido relato de medo de queda e importante instabilidade postural, as tarefas foram iniciadas com apoio nas paredes, em uma cadeira ou uma mesa à frente. A progressão dos exercícios foi gradativa e respeitou a adaptação e as características intrínsecas da paciente. Sabe-se que o equilíbrio é uma tarefa motora altamente flexível e adaptativa e para o seu aprendizado, portanto, a paciente foi orientada a fazer várias repetições dos exercícios em casa40,54,55. O uso da tecnologia de realidade virtual permite elaborar programas de prevenção de quedas19. Vários autores sugerem a realidade virtual como ferramenta terapêutica útil na reabilitação de distúrbios de equilíbrio de origem vestibular19,56,57,58,59,60. 69 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 Com o uso de realidade virtual, as principais informações da percepção de estimulação como, por exemplo, a velocidade angular do alvo, a direção, o tamanho e o volume dos objetos, podem ser modificados para simular diferentes ambientes19,60. Para Virk e McConville14, um ambiente de realidade virtual pode incentivar movimentos de cabeça e dos olhos com mais frequência para atingir os objetivos das tarefas, como por exemplo, a distância do alvo. Isto requer constantes perturbações do equilíbrio corporal, constituindo um treinamento para indivíduos com histórico de quedas ou com suscetibilidade a tal. Considerações Finais A paciente com Doença de Corpúsculos de Lewy foi submetida a exercícios de reabilitação do equilíbrio corporal no laboratório e treinada para fazê-los em casa, relatando melhora progressiva da tontura e do desequilíbrio. Foi constatada melhora significativa do equilíbrio à marcha; a marcha ainda é relativamente instável, com leves latero e retropulsões, mas a paciente consegue andar sem auxílio, o nistagmo de posicionamento e o nistagmo semi-espontâneo desapareceram. A melhora objetiva foi nítida e importante. Não foram encontrados na literatura achados vestibulares em pacientes com Corpúsculos de Lewy, mostrando assim a necessidade do desenvolvimento de estudos voltados a essa afecção. Abstract Introduction: Dementia is a clinical syndrome characterized by multiple cognitive deficits. When combined with the presence of Lewy bodies (LB) is defined as primary dementia, which affects the frontal and subcortical areas. The main clinical manifestations of the Lewy Bodies Disease (LBD) include: fluctuating cognition, recurrent visual hallucinations, spontaneous motor characteristics, Parkinsonism, recurrent falls, syncope, transient loss of consciousness. In the advanced stages of the disease, body instability may become disabling because there is inadequate interaction of the components of postural control – sensory, effector and central processing. Objective: to report the balance abnormalities present in a patient with LBD. Case report: Female patient, 75 years old, coming from São Paulo, with the diagnostic of LBD, assisted in the Body Rehabilitation and Social Inclusion Laboratory of UNIBAN-Brasil. Audiological evaluation showed unilateral profound sensorineural hearing loss. Central vestibular dysfunction suggestive signs and hyporeflexia in the caloric test were observed in Vectoeletronystagmography. Physioterapeutic evaluation showed severe functional capacity and body balance impairment, being observed improvement after vestibular rehabilitation. Conclusion: The examinations related to assessment of body balance become necessary and multidisciplinary intervention in patients with LBD become relevant. Few findings in the literature show the need for studies related to the changes of body balance in LBD. 70 Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 2010;2(1): 60-75 Keywords: Elderly. Dizziness. Balance. Posture. Rehabilitation Dementia. REFERÊNCIAS [1] Sink KM, Covinsky KE, Newcomer R, Yaffe K. Ethnic differences in the prevalence and pattern of dementia-related behaviors. J Am Geriatr Soc. 2004 Aug;52(8):1277-83. [2] Tavares A. Demências. In: Pedrosa ERP, Rocha MOC, Silva: Medicina Geral de Adultos. São Paulo: Ed. Atheneu; 1992. p. 436-44. [3] Cummings JL, Reichman WE. Dementia. In: Duthie EHJ, Katz PR. Practice of Geriatrics. 3rd ed. Philadelphia: WB Saunders Company; 1998. p.268-78. 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