1 Pronunciamento feito pela Deputada Federal, Rebecca Garcia, do Partido Progressista (PP) de Amazonas, no Plenário da Câmara dos Deputados, dia 27 de Maio de 2008, sobre o falecimento do senador Jéferson Peres e a ética na política. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, 2 O falecimento do senador e grande homem público, Jefferson Péres, ocorrido no último fim de semana, acabaram provocando uma ampla discussão nacional sobre ética e moral na política. Não poderia ser de outra forma. O senador se notabilizou pela sua conduta correta em sua atividade pública, agindo sempre de acordo com a moral e com a ética. Ao conduzir sua vida numa linha coerente e moral, Jefferson Peres foi um grande brasileiro que trilhou o caminho político levando consigo os valores éticos. Foi o grande legado que ele deixou para toda a nação. É importante que se diga, no entanto, que valores éticos e morais, antes de serem virtudes são obrigações que devem estar presentes em todas as atitudes de todos os cidadãos. São valores obrigatórios em todas as pessoas, sejam públicas ou não. Não pode ser diferente. Para convivermos em sociedade é preciso seguir as regras de comportamento criadas pela experiência histórica da humanidade. São regras aprendidas no seio da família, ainda juventude, quando se forja o verdadeiro caráter do ser humano. Senhor Presidente, é uma questão de educação, pois as regras são amplamente conhecidas. É uma questão de obrigação, pois conhecendo as regras 3 para um convívio harmônico em sociedade não podemos nos contrapor a elas. A moral, portanto, se manifesta pelo comportamento individual, que deve expressar a exigência da sociedade, objetivando uma convivência pacífica, amigável e fraterna. Repito, portanto, que antes de ser uma qualidade é uma obrigação de cada ser humano. Jefferson Péres exemplificou muito bem a moral e a ética na política e sua morte nos proporciona a oportunidade de uma discussão profunda sobre o tema. É mais uma importante contribuição que ele dá ao país, ao provocar o debate sobre o tema. Devemos nos debruçar sobre a questão em todos os seus aspectos, sem perder de vista o ponto principal, que é a da própria legitimidade política. Se moral, Senhoras e Senhores Deputados, é impossível haver legitimidade política. A política para ser legítima exige como princípio elementar e básico o consenso dos cidadãos, que está diretamente relacionado com os valores éticos e morais. A ação política enfatiza o coletivo, surge e é exercida pelo e para o coletivo e o coletivo é orientado pela moral. Não há como ser diferente. Um agente político imoral perde a legitimidade de seu mandato ao não observar os valores morais de toda a 4 sociedade. É um princípio democrático elementar. O político é eleito pela sociedade para representá-la e não como alcançar a legítima representatividade sem o respeito integral aos valores morais. Portanto, há que se enaltecer o valor do senador Jefferson Péres, mas há que se ressaltar que valores éticos e morais têm de estar incorporados na vida pública, sem o que não há legitimidade. A vida pública exemplar do senador é um legado, sem dúvida alguma. Ele legitimou seu mandato ao agir estritamente de acordo com a moral e a ética. É assim que todos nós, agente políticos, devemos direcionar nossas ações. Não como uma demonstração de qualidade e muito menos como uma forma de favor, mas como uma obrigação e respeito aos valores morais que aprendemos com os nossos pais. Solicito que este discurso seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil e pelos demais órgãos de comunicação da Casa. Muito obrigada