AMAURY GREMAUD IGEPP BRASILIA, junho, julho e agosto 2013 10.Estratégias de desenvolvimento em perspectiva histórica. Instituições e desenvolvimento econômico. 11. O Processo de Industrialização da Economia Brasileira: do processo de expansão capitalista do fim do século XIX às crises dos anos 1920; da industrialização Brasileira dos anos 1930 ao fim dos anos 1950; os anos do governo JK. Os Anos 1960 e 1970. 12. Desaceleração do Crescimento: inflação e reformas; o retorno ao crescimento e suas distorções; choques externos; os programas e os planos de desenvolvimento. 13. A década de 1980: inflação; restrições externas; planos de estabilização. 14. A década de 1990: Consenso de Washington e abertura acelerada da economia; os Planos Collor I e II; o Plano Real; o Regime de metas de inflação; limites da política monetária e cambial e a fragilidade a choques externos. 15. A década de 2000: política econômica anticíclica; aumento dos investimentos; crescimento do mercado interno; política de valorização do salário mínimo, ampliação do crédito ao consumidor e crescimento das políticas de transferência de renda. 16. A desregulamentação financeira e a crise internacional de 2008. Medidas contra crises adotadas pelo Brasil. 17. Situação atual da economia brasileira: flexibilização do regime de política econômica; política industrial; a variação da taxa básica de juros e suas consequências. 18. Indicadores econômicos atuais: PIB; dívida; juros; tributação; câmbio; inflação; exportações; importações; balanço de pagamentos; reservas internacionais; produção; emprego; renda; salário mínimo; crédito e perfil dos gastos federais. Desenvolvimento: 1)Crescimento econômico (produção) x Crescimento da população PIB per capita 2) outras informações sociais: bem estar 3) distribuição (justiça social) PIB per capita (ou algo próximo a isto) – teve uma progressão muito lenta durante séculos PIB per capita só se acelera nos últimos 200 anos Revolução industrial é o marco desta aceleração (primeira e segunda) Sociedades agrárias, base principal do crescimento da produção é a ampliação dos fatores de produção: crescimento extensivo Ampliação das terras agriculturáveis Ampliação da própria população Quais os problemas deste estilo de desenvolvimento ? Um dos fatores de produção (a terra) – depois de algum tempo é difícil de se ampliar – quase que fixo ▪ Surge um dos conceitos básicos de economia: Rendimentos decrescentes de escala ▪ Por mais que se ponha gente na produção, dado o limite das terras, ampliação da produção é cada vez menor Problema Malthusiano ▪ População potencialmente cresce mais que condições de sobrevivência (crises) Solução do problema malthusiano Novas terras (fatores de produção) ou aumento da produtividade (produção por unidade de fator de produção Desenvolvimento smithiano (clássico) Aumento da produtividade pela divisão do trabalho – especialização Processos de learning by doing Especialização aplicado aos países Teoria das vantagens comparativas de David Ricardo Desenvolvimento Ricardiano Antes da Revolução Industrial Duas forças rendimentos decrescentes e problemas malthusianos contrarrestado por aumentos de produtividade smithianos (ricardiano) Inaugura nova fase com a aceleração do PIB per capita Grande reforço do aumento de produtividade do tipo smithiano (especialização) Entre em cena mudança tecnologica (Desenvolvimento schumpeteriano) ▪ Mudança tecnológica já existia – esporádica ▪ Mudança tecnológica – permanente (endógena) Problema crescimento do PIB per capita , mas não necessariamente com equidade Ampliam-se as desigualdades entre países e entre pessoas Desigualdade entre países (não ponderada) Desigualdade entre países (ponderada) Desigualdade entre pessoas Taxa de crescimento do PIB per capita mundial: regiões e total (1820-2008) 18201870 18701913 19131950 19501973 19731990 19902008 Europa Ocidental 0,98 1,33 0,76 4,05 1,98 1,72 Europa Oriental 0,63 1,39 0,60 3,81 0,50 2,54 Antiga URSS 0,63 1,06 1,76 3,35 -0,01 0,76 Estados Unidos 1,34 1,82 1,61 2,45 1,96 1,66 América Latina -0,03 1,82 1,43 2,58 0,67 1,78 0,20 0,30 1,97 3,73 1,41 1,50 -0,10 0,53 0,08 3,87 2,89 3,97 Japão 0,19 1,48 0,88 8,06 2,96 1,08 China -0,25 0,10 -0,62 2,86 4,73 7,11 India 0,00 0,54 -0,22 1,40 2,66 4,56 0,35 0,57 0,92 2,00 0,16 1,24 0,54 1,30 0,88 2,92 1,38 2,17 Brasil Asia Africa Total Distribuição do PIB Global por regiões (1820-2008) 100% outros Africa 80% India China Japão 60% Estados Unidos 40% Antiga URSS Europa Ocidental 20% América Latina 0% 1820 1820 1870 1870 1913 1913 1950 1950 1973 1973 1990 2008 Grandes controvérsias entre analistas Quais estratégias de desenvolvimento que dão certo ? Dois conjuntos de explicações 1. Geográficas ▪ Dotação de recursos naturais ▪ Acesso a minérios, energia ▪ Loteria das commodities ▪ Qualidade do solo, pluviometria ▪ Epidemiologia Por ex: Revolução industrial na Inglaterra: • acesso a grande quantidade de energia que permitiram o grande salto da revolução industrial (nova força motriz – carvão mineral) • Ásia, também conhece mudanças na 2. Políticas e instituições Controvérsia maior sobre políticas e instituições ▪ Separar políticas e instituições não divisão clara Políticas ▪ Abertura econômica ou autarquização ▪ Ampliação da ação estatal ▪ Políticas fiscais e monetárias expansionistas Instituições ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Sistema educacional Leis de propriedade privada e de propriedade intelectual (patentes) Arranjo institucional das políticas monetárias e fiscais Democracia Judiciário – qualidade e independência Da ênfase exagerada aos benefícios do livre comércio e da política industrial do laissez-faire 1820-1870: Crescimento mundial , ainda lento pois poucos países revolução industrial – concentrada GB ▪ Maior parte dos países ainda sociedades agrárias GB faz revolução industrial em função de ▪ Políticas de laissez faire ▪ Competição interna e externa ▪ Garantias de propriedade privada ▪ Instituições favoráveis á manipulação racional da natureza (inovações) ▪ GB supera França intervencionista ▪ GB assume papel de arquiteto da nova ordem econômica liberal depois de 1846 quando abandona o protecionismo agrícola (Corn Laws) e se afasta definitivamente de práticas mercantilistas ▪ Outros países: copiam políticas da GB – expansão industrial 1870-1913: ampliação do crescimento se espalha Nova ordem econômica liberal mundial – período de prosperidade Crescimento do comercio internacional e dos fluxos internacionais de capitais Difusão do padrão ouro, redução das tarifas ▪ Desde os anos 1860 países adotam comércio mais livre que antes ▪ Poucas barreiras à fluxo de capitais, trabalho, bens e serviços ▪ Estabilidade macroeconômica interna e externa garantidas pelo Padrão ouro e equilibrio orçamentário Mas nem todos ganham: Diferenças países ▪ Desindustrialização (India, China) – diferença de competitvidade ▪ Problemas políticos internos nos países ▪ Não desenvolvimento de instituições adequadas (cambio não estável, politicas monetárias expansionistas) ▪ Loteria das commodities 1913-1950: redução do crescimento Com a 1ª WW e anos seguintes fim da primeira era liberal ▪ Instabilidade política e econômica ▪ Redução do crescimento em função da diminuição do comércio e dos fluxos internacionais de capitais ▪ Sistema de livre comercio internacional sucumbe no início com a volta das barreiras comerciais (Protecionismo) e políticas de beggar thy neighbor ▪ Em 1930 - EUA abandonam liberalismo e institui tarifa SmoothHawley Esta tem consequências desastrosas para o mundo, segundo alguns crise de 30 foi provocada por estas tarifas ▪ Alemanha e Japão tb erguem barreiras e criam poderosos cartéis, própria GB ressucita tarifas alfandegárias 1950-1973 retomada do crescimento Retomada do comércio e depois dos fluxos de capital Institucionalidade de Bretton Woods ▪ Avanço da liberalização com GATT , mas visão dirigista da economia predomina ▪ até os anos 70 nos países desenvolvidos ▪ Até anos 80 nos países em desenvolvimento ▪ Até os anos 90 nos países comunistas Predomínio do dirigismo se deve ▪ Prevalência de teorias equivocadas (industria nascente, teoria do big push (Rosenstei-Rodan), estruturalismo latino-americano ▪ E teorias induzidas por necessidades políticas como a de reconstrução nacional 1973-1990, redução do crescimento Efeitos negativos das politicas de autarquização e dirigismo do período anterior Institucionalidade de Bretton Woods postas em xeque 1990-2008 Dificuldades do crescimento e crises econômicas nos anos 80 colocam em questão o intervencionismos e protecionismo nos países em desenvolvimento Abertura dos países e politicas libealizantes voltam e atingem novas regiões visão liberal se reestabelece – nova ordem liberal e acaba com a anomalia histórica do sistema fechado Ênfase nas virtudes do estado mínimo, laissez faire e abertura internacional Retomada do comércio internacional ▪ Boas práticas e políticas ▪ ▪ ▪ ▪ políticas macroeconômicas restritivas Liberalização do comércio internacional e dos investimentos Privatização Desregulamentação ▪ Boas instituições ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Democracia Boa burocracia Judiciário independente Leis de proteção a propriedade privada (inclusive intelectual) Governança empresarial transparente e orientada para o mercado Sistema financeiro com autoridade monetária independente Estas boas instituições foram adotadas pelos atuais países ricos no seu desenvolvimento. Por exemplo: Mas será verdade ? GB se desenvolveu adotando práticas de laissez faire frente a França que fica relegada ao atraso em função de uma política intervencionista ▪ Estado Frances no XIX (diferentemente do XVIII e XX) foi conservador e antiintervencionista Quando EUA abandonam o livre comércio e adotaram a protecionista tarifa Smoot-Hawley a consequência foi a depressão de 30 (Bhagwati) ▪ EUA tem tarifas elevadas no mínimo desde a Guerra de Secessão e só contaram com um banco central em 1913 (FED) Desenvolvimento tecnológico dos países depende das leis de patentes ▪ Suíça se torna uma dos lideres mundiais em tecnologia sem leis de patente Como países enriqueceram de fato ? Resposta dos críticos: maioria das vezes usaram “políticas e instituições ruins”, raras vezes usam “políticas boas”. “Qualquer nação que, valendo-se de taxas protecionistas e restrições à navegação , tiver levado a sua capacidade industrial e a sua navegação a um grau de desenvolvimento que impeça as outras de concorrerem livremente com ela não pode fazer coisa com ela mais sabia, do que chutar a escada pela qual ascendeu à grandeza, pregar os benefícios do livre comércio e declarar em tom penitente, que até recentemente vinha trilhando o caminho errado, mas acaba de descobrir a grande verdade” Friederich List GB (diferentemente do senso comum): industria inglesa da revolução industrial foi objeto de sistema de proteção e incentivos contra concorrentes (hanseáticos, belgas, italianos) EUA um dos mais ardentes defensores do protecionismo e seu berço intelectual e acabaram se tornando líder industrial no inicio do século XX Livre comércio é benéfico entre países em nível semelhante de desenvolvimento; mas livre comércio favorece paises mais desenvolvidos, países atrasados, em face dos mais desenvolvidos, não conseguem desenvolver novas industrias sem a intervenção do Estado Dirigismo – maior crescimento dos países atrasados Efetivamente atual política ortodoxa está chutando a escada Políticas de fomento a indústria nascente (não só tarifária) foram a chave do desenvolvimento da maioria das nações Instituições, mais complicado ▪ Instituições ditas imprescindíveis, são mais consequência do que causa do progresso, o que não quer dizer que algumas não devam ser utilizadas ▪ Algumas podem até ser benéficas e o catch up institucional pode ser uma boa ideia pois muitas delas vem de intensas lutas políticas, mas convém não exagerar nos seus efeitos, pois nem todas as “instituições globais” são boas para todos Algumas podem ser até nefastas pois sua manutenção exige recursos nem sempre disponíveis e dada a falta de capacidade ou de recursos – instituições podem funcionar mal ▪ Um problema é formato exato das instituições que merece controvérsia Talvez existência de um BC seja importante para administrar riscos financeiros , mas sua independência política absoluta talvez não seja o caso ▪ Países em desenvolvimento hoje tem melhores instituições que PAD tinham quando estes se desenvolviam forte crescimento população: multiplicada por 10 em 100 anos produção: multiplicada por 10 em 50 anos transformação estrutural urbanização Industrialização Desenvolvimento Indicadores sociais - evolução lenta Distribuição de renda – problema 27 Trajetória de crescimento do Brasil está acima da média das trajetórias mundiais Taxa anual média de crescimento da população brasileira é de 2,28%, acima da média de crescimento da população mundial de 1,36%. O PIB no século XX cresceu a uma taxa média anual de 5%, também acima da média mundial que foi de 3,7% ao ano; Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 28 Crescimento no século XX da população e produção: Brasil x Mundo (Indice 1900 = 100) 12500 10000 7500 5000 2500 0 1900 1920 PIB Brasil 1940 1950 População Brasil Fonte: Brasil: IBGE, 2000 estimativa dos autores. Mundo FMI (2000) 1960 1970 PNB mundial 1980 1991 2000 População Mundial 29 Evolução do PIB per capita brasileiro x norte americano 1900 - 1995 900 14 800 valores em US$ a preços PPC de 1970 700 10 600 500 8 400 6 300 4 200 2 100 0 0 1900 Fonte: Thorp (2000) 1910 1920 1930 PIB per capita Brasil 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995 relação entre PIB per capita Brasileiro e norte americano % PIB per capita Brasil em relação ao dos EUA 12 Existem descontinuidades no crescimento brasileiro ao longo do século XX. elevadíssimas taxas de crescimento no Plano de Metas (final dos anos 50) e no período do milagre econômico. crise em meados do anos 60, início dos 80 (crise da dívida externa) e início dos anos 90 (Plano Collor). Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 31 Taxa de variação do PIB (1901-2012) 18,00 Milagre 15,00 Plano de metas 12,00 II PND 9,00 Real Lula 6,00 3,00 0,00 crise dos 60 -3,00 crise de 30 crise subprime II Guerra crise da dívida Collor 19 01 19 04 19 07 19 10 19 13 19 16 19 19 19 22 19 25 19 28 19 31 19 34 19 37 19 40 19 43 19 46 19 49 19 52 19 55 19 58 19 61 19 64 19 67 19 70 19 73 19 76 19 79 19 82 19 85 19 88 19 91 19 94 19 97 20 00 20 03 20 06 20 09 20 12 -6,00 32 a volatilidade do crescimento da economia brasileira (4,5% no século), apesar de ser alta para o padrão de países industrializados, pode ser considerada baixa se comparada com outros países latino americanos. A volatilidade diminui quando o país passa de uma economia agroexportadora e avança na industrialização. Porém aumentou nas ultimas décadas Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 33 População brasileira: crescimento e urbanização no século XX por décadas 90 3,5 Taxa de urbanização média anual de crescimento 80 70 3 % população urbana 60 2 50 40 1,5 30 1 taxa anual de crescimento 2,5 20 0,5 10 0 0 10-20 Fonte: IBGE 20-30 40 50 60 70 80 90 décadas 34 Conforme José Eustáquio Diniz Alves, “durante os anos de 1950 e 1980 a economia brasileira cresceu, em números redondos, a uma média de 7%, enquanto a população cresceu 2,8% ao ano. A renda per capita cresceu 4,2% ao ano”. A essa evolução estão relacionados diversos fenômenos econômicos e sociais. A seguir são enunciados três fenômenos econômicos sociais I. Esses trinta anos marcaram o melhor período de crescimento de toda a história brasileira. II. Nesse período, no Brasil ocorreu a passagem de uma sociedade rural e agrária para uma sociedade urbana e industrial. III. O desenvolvimento industrial esteve associado a um grande aumento da produtividade do trabalho. Esse avanço, entretanto, foi acompanhado de crescente desigualdade na distribuição da renda. Quanto a esses enunciados a opção correta é: a) b) c) d) e) Apenas o I está correto. Apenas o II está correto. Apenas o III está correto. Todos estão corretos. Nenhum está correto. Etapas do Crescimento Econômico Brasileiro no Século XX Período 1900 - 1930 1930 -1945 População população aberta taxas relativamente elevadas de crescimento populacional em função do processo migratório, com fim da migração taxas caem população fechada início taxas baixas de crescimento populacional (alta natalidade mas alta mortalidade), depois acelera com queda da mortalidade Crescimento Econômico modelo de desenvolvimento taxas elevadas mas instaveis de crescimento economia agoexportadora crescimento mais lento e mais instável (período da grande crise internacional - crescimento no Brasil maior que EUA) deslocamento do centro dinâmico 1945 - 1980 população fechada taxas de crescimento forte crescimento econômico populacional em forte elevação e diminuição da instabilidade Processo de (queda das taxas de (instabilidade cresce no fim industrialização acelerado mortalidade) do período) risco de explosão demográfica 1980 - 2000 população fechada forte desaceleração significativa diminuição das taxas de do crescimento econômico crescimento populacional com aumento da (queda da taxa de natalidade) instabilidade explosão demográfica afastada Crise da dívida e problemas de estabilização Readaptada a partir de Thorp (2000) Atualmente: população – rumo a diminuição absoluta ?; retomamos o crescimento ?; novo 37 modelo de desenvolvimento, volta a velhas discussões ? (BNDES 2011) No Brasil, vem ocorrendo uma mudança demográfica que poderá causar dificuldades financeiras consideráveis para a previdência social. Essa mudança é o(a) aumento da taxa de crescimento populacional aumento da renda média da população com idade entre 20 e 30 anos c) aumento do percentual de idosos na população d) redução das migrações internas e) redução do percentual de mulheres na força de trabalho a) b) Brasil é um dos países mais populosos População Estimada: 193.318.320 (05.08.10 às 16:20 hs.) Década 60/70 - sentimento de risco de explosão demográfica Hoje: Risco afastado: diminuição das taxas de crescimento populacional Novas questões : queda absoluta da população e envelhecimento rápido Crescimento populacional: Mortalidade x Natalidade Saldo migratório (diferença entre as pessoas que entram e saem definitivamente da região). Taxa de crescimento populacional = (Taxa de natalidade – Taxa de mortalidade) + Taxa liquida de migração início do século XX - população aberta, depois dos anos 30 - população fechada população aberta: crescimento população depende do crescimento vegetativo e do fluxo migratório população fechada: fluxo migratório não é significativo ▪ Sempre algum discussão ▪ Saída (dekasseguis, EUA ▪ Atualmente entrada: latino americanos, Europeus Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 42 Brasil: Imigração e contribuição para o crescimento populacional (1870-1960) Décadas média anual de entrada de imigrantes taxa de crescimento populacional contribuição da entrada de imigrantes ao crescimento populacional brasileiro * 1870-80 1880-90 1890-00 1900-10 1910-20 1920-30 1930-40 1940-50 1950-60 21.913 52.509 112.932 67.135 79.775 84.049 28.861 13.145 59.169 1,95% 1,95% 1,93% 2,86% 2,86% 1,50% 1,50% 2,39% 2,59% 9,19% 18,79% 33,73% 9,78% 9,10% 15,59% 4,66% 1,06% 3,25% Fonte: dados básicos IBGE (2000) * para calcular a taxa de imigração e sua contribuição ao crescimento populacional dever-se também levar em consideração as saídas de população do Brasil. década de 30 até dias de hoje: Transição demográfica e Urbanização População brasileira: crescimento e urbanização no século XX por décadas 90 3,5 Taxa de urbanização média anual de crescimento 80 70 3 % população urbana 2 50 40 1,5 30 1 taxa anual de crescimento 2,5 60 20 0,5 10 0 0 10-20 Fonte: IBGE Parte III Capítulo 12 20-30 40 50 60 70 80 90 décadas Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 44 Taxa de natalidade e taxa de mortalidade A B Natalid ad e Morta lid ade C Anos crescimento populacional aumenta depois diminui de forma acelerada queda da taxa de mortalidade se faz antes da queda da taxa de natalidade que ocorre alguns anos depois quando a taxa de mortalidade caiu mas não a de natalidade o crescimento populacional é grande No final as taxas de crescimento populacional são semelhantes à inicial, mas com indicadores de mortalidade e natalidade mais baixos Ocidente todo passa por mesmo processo Brasil – chama a atenção velocidade e alcance O declínio na taxa de mortalidade brasileira a partir da década de 40 deve-se: aos progressos na saúde pública, e ao controle de doenças epidêmicas; às melhorias relativas ao saneamento básico nas zonas urbanas; à educação das mães quanto aos cuidados com os recém-nascidos, o que fez diminuir a taxa de mortalidade infantil. Evolução das taxas de fecundidade. Brasil e regiões - 1940-2007 Gráfico 1.1 9 8 7 6 5 4 3 2 Brasil N NE SE S CO 1 0 Fonte: IBGE 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 Ô Como conseqüência destas mudanças na dinâmica populacional temos: O envelhecimento da população brasileira u Mito de Brasil - país jovem está sendo mudado com muita rapidez Dinâmica Populacional 2040 índice de envelhecimento relação entre a população com mais de 65 anos e a população com menos de 15 2020 razão de dependência é a relação entre os dependentes (soma da população com menos de 15 anos e com mais de 65 anos) e população em idade ativa (entre 15 e 65 anos de idade) 2000 1980 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 Índice de envelhecimen to Razão de Dependência Esse indicador apresentou um pequeno aumento nos últimos 30 anos (de 10,5 em 1980 para 18,3 em 2000 e 26,7 em 2010). Isso explica a pouca atenção ao problema de envelhecimento populacional no Brasil até agora. Mas nos próximos quarenta anos esse índice apresentará um aumento exponencial Em 2000, poucos países (Alemanha, Grécia, Itália, Bulgária e Japão) tinham um índice de idade acima de 100 (mais idosos do que jovens). Na transição demográfica, os países passam por período quando a razão de dependência atinge níveis mínimos. É o período na transição demográfica de um país quando a proporção de pessoas em idade ativa é alta. Esse período é caracterizado por uma menor razão de dependência (relação entre o número de dependentes e pessoas em idade ativa). Esse período é propício ao desenvolvimento, pois existem mais possibilidades de poupança e investimento, resultando em acúmulo de capital e crescimento econômico, enquanto também há pressão reduzida sobre os gastos educacionais. A razão de dependência, que tem declinado desde 1965, atingirá seu valor mínimo em 2020 e então começará a subir. w alívio na demanda por serviços de saúde médico infantil e por ensino básico w pressão sobre “geriatria” w sistemas de compensação para a perda de capacidade laborativa (previdência e assistência) ; saúde; cuidados de longa duração, acessibilidade w diminuição da carga sobre ativos. w Ainda é necessário grande oferta de mão de obra, mas com taxas decrescentes Com relação aos aspectos demográficos da sociedade brasileira, não é correto afirmar que: a) o declínio na taxa de mortalidade da população, a partir de 1940, deveu-se, especialmente, aos progressos na saúde pública, particularmente no que tange ao controle das doenças epidêmicas. b) o principal fluxo migratório que caracterizou a economia brasileira, durante o século XX, foi o chamado êxodo urbano. c) os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD-2008), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, demonstraram que, no país, prevalecem expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres, brancos e não brancos, áreas urbanas e rurais e diferentes regiões. d) em decorrência do processo de crescimento populacional, apesar da pequena queda observada no grau de pobreza, o número de pobres aumentou cerca de 13 milhões, passando do total de 41 milhões, em 1977, para 53 milhões em 1999, aproximadamente. e) o índice de envelhecimento da população, segundo o IBGE, passou de 6,4% em1960 para 16,8% em 2000. O gráfico a seguir apresenta a evolução da população brasileira de acordo com os censos demográficos, além de uma projeção dessa evolução até o ano de 2050. Tendo as informações apresentadas acima como referência, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à evolução da população brasileira. E A. E C E B. C. D. Considerando-se o quadro de altas taxas de mortalidade infantil no Brasil no período compreendido entre 1950 e 1970, conclui-se que o crescimento populacional registrado no gráfico para esse período deveu-se principalmente aos grandes fluxos imigratórios. Verifica-se, com base no gráfico, que, no Brasil, haverá aumento da mortalidade geral a partir de 2040, razão pela qual a população entrará em processo de decrescimento. A projeção de desaceleração da taxa de crescimento da população brasileira evidenciada no gráfico tem como um de seus fatores a queda da fecundidade. No momento histórico correspondente ao ponto mais alto da curva correspondente ao gráfico mostrado, a média etária do conjunto da população brasileira será inferior à atual. A economia cafeeira, no Brasil, cedo recebeu o influxo do intervencionismo do Estado. Sobre o ciclo do café, não se pode dizer que: a) ao iniciar o século XX, o café já ocupava o primeiro lugar na pauta de nossas exportações. b) o aumento da produção do café, no início do século XX, não correspondia às possibilidades de absorção pelos mercados consumidores, por se tratar de produto de consumo inelástico. c) a partir do convênio de Taubaté, inicia-se um processo de intervenção na economia cafeeira, por meio do mecanismo de “valorização” do café. d) em 1932, o governo federal incentivou, pelo prazo de três anos, o plantio de café. e) em 1930, a depressão no mercado internacional de café obrigou o governo brasileiro a intervir fortemente, comprando e estocando café e desvalorizando o câmbio, com o objetivo de proteger o setor cafeeiro. A agroexportação foi característica marcante do modelo econômico vigente no Brasil oligárquico. A esse respeito, comente: a) As principais características de uma economia agroexportadora b) o peso do café na economia brasileira durante a República Velha; c) as razões para a adoção das políticas de valorização do café nesse período. É a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial desde a época colonial, passando pelo período imperial Modelo de desenvolvimento econômico no Brasil até os anos 30 A República Velha é o momento de auge e ruptura desta forma de inserção Cada período foi marcado por um produto que dava dinâmica ao Balanço de Pagamentos e a economia: os ciclos do açúcar, do ouro, do café etc. 65 alto peso do setor externo na economia A exportação é variável quase que exclusiva na determinação da renda nacional e de seu dinamismo Exportações: dependência de variáveis fora de controle das autoridades nacionais: demanda externa, oferta de países concorrentes, comercialização internacionalizada C. Tavares: Modelo de desenvolvimento voltado para fora Problemas ▪ volatilidade 66 Preços do café nos Estados Unidos (1851 - 1908) (USS por saca) 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 1851 1856 1861 1866 1871 1876 1881 1886 1891 1896 1901 1906 FONTE: Delfim Netto, A (1966) Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 67 As oscilações se devem: às condições da demanda (mercado mundial), ou seja aos ciclos da economia mundial. às condições da oferta por exemplo geadas, pragas. à defasagem entre o plantio e a colheita do café. Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 68 Termos de troca: relação entre os preços das exportações e das importações de uma economia Segundo alguns autores existe a tendência dos preços dos produtos agrícolas caírem frente as manufaturas, existe assim uma tendência de deterioração dos termos de trocas Se realmente houver tal tendência haverá uma perspectiva de crescimento relativamente inferior das economias agroexportadoras frente às outras Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 69 A deterioração dos termos de troca pode explicada dentre outros fatores por: elasticidade renda da demanda de produtos primários menor que 1 e elasticidade renda da demanda de produtos manufaturados maior que 1. mercado com características oligopolísticas para produtos manufaturados e mercado concorrencial para os produtos primários. O tema é objeto de controvérsia entre os economistas Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 70 Evolução dos termos de troca brasileiros 1850 - 1994 1930 = 100 300 250 200 150 100 50 0 1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 Fonte: dados básicos IBGE e IPEAdata Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 71 Comparação: Centrais x Agroexportadores Agroexportadores Exportação: variável chave na determinação da renda Pauta de exportação base estreita, poucos produtos primários importações base para suprir consumo interno grande diferença entre base produtiva e de consumo Parte III Capítulo 12 Centrais Exportação importante, mas Investimento interno também pauta de exportação não diferente de pauta de consumo importações atende parte do consumo proximidade entre base produtiva e de consumo Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 72 Pauta de Exportação Brasileira - 1900 Couros e Peles 2% Outros 7% Borracha 15% Algodâo 3% Fumo 2% Açúcar 6% Café 65% Fonte: Silva (1957) Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 73 Pauta de Importações - Brasil - 1902/1903 Manufaturas de Algodão 12% Bebidas 7% Manufaturas de Ferro e Aço 6% Outros 42% Carvão de Pedra 6% Farinha de Trigo 6% Prod. Químicos e farmaceuticos 3% Fonte: Silva (1957) Parte III Capítulo 12 Arroz 3% Máquinas e Ferramentas 5% Charque 5% Trigo em grãos 5% Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 74 Agroexportação – associado à tese da dualidade: Brasil exportador – moderno, dinâmico, produtivo X Brasil da subsistência – atrasado, estagnado, baixa produtividade Dois Brasis: relação depende das relações de produção Agro exportação até década de 30, mas: 1. 2. Diferentes ciclos (produtos) Condições sócio-políticas diferentes Economia Colonial até início do XIX Com escravidão até década 80 do XIX “o fato de maior relevância ocorrido na economia brasileira no último quartel do século XIX foi o aumento da importância relativa do trabalho assalariado” “a massa de salários pagos no setor exportador vem a ser o núcleo de uma economia de mercado interno” Conseqüências: 1. Amplia efeito multiplicador da economia ampliação da especialização das fazendas novos hábitos de consumo 77 2. Aumento da Demanda por Moeda n.º de pagamentos: demanda para transação Problema: inflexibilidade do sistema financeiro nacional e da política imperial 3. Tendência ao desequilíbrio externo problema de delay entre D das X e D das M debate sobre forma de combater desequilíbrio: regras do padrão ouro x desvalorização cambial até que ponto fluxo de capital é contra cíclico? A. Gremaud - Economia Brasileira 1 78 Fases de ascensão (queda) do preço internacional do café Impactos positivos (negativos) sobre o restante da economia Cresce (diminui) a lucratividade na atividade cafeeira Boa parte dos lucros (não) são reinvestidos no próprio setor Aumenta (diminui) o volume de emprego Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 79 R Déficit BP juros Entrada de capitais Currency Board s M preços Recessão Equilíbrio BP Déficit BP = Excesso de demanda mercado cambial inflação Desvalori zação cambial X P imp. P nac. M Equilíbrio BP Emprego R Déficit BP juros Entrada de capitais Currency Board s M preços Recessão Equilíbrio BP Furtado: Brasil possui diferenças em relação aos países centrais Exportações e Balanço de Pagamentos – mais importante no total da renda e na sua dinâmica que países centrais Oscilações do BP (oscilações do Preço dos produtos exportados) são mais agudas que nos países centrais Elevado coeficiente de importações déficit BP e seu combate – efeitos fortes na economia brasileira regras de PO (cambio fixo e política monetária metalista) – podem causar recessão profunda Queda de reservas grande, contração monetária também deveria ser substancial para reverter BP – traumatiza sistema Fluxos de capital – não funciona de forma contra-ciclica ▪ Ao contrário existe saída de capital se economia cafeeira entra em crise Possibilidades de ação do governo nos momentos de queda dos preços: A. Desvalorização cambial. B. Política de valorização do café. Estes mecanismos eram eficientes no curto prazo para proteger a cafeicultura mas tinham efeitos negativos a longo prazo Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 84 A vantagem é que a desvalorização cambial mantinha em moeda nacional a rentabilidade da cafeicultura e o nível de emprego Mas gerava dois tipos de problemas: a desvalorização cambial “escondia” os sinais dados pelo mercado (tendência de superprodução de café). a desvalorização cambial encarecia todos os produtos importados desta economia (socialização das perdas). Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 85 Gráfico 3.5: Brasil: Preço do Café x Taxa de Câmbio Implícita: 1850 -1900 22,0 35,000 30,000 Preço (cents/libra-peso) Taxa de Câmbio 18,0 25,000 16,0 14,0 20,000 12,0 15,000 10,0 10,000 8,0 6,0 5,000 1851 1856 1861 1866 1871 1876 1881 1886 1891 1896 Taxa de Câmbio Implícita (reis/libra) Preço do Café 20,0 Historiografia tradicional Política econômica na República Velha Definida em função dos interesses corporativos da cafeicultura que detém poder no período exemplos: ▪ desvalorização do câmbio, ▪ Políticas de defesa do café (estocagem) problemas: ▪ Visão política um pouco estreita ▪ resistências à defesa por parte do governo federal (1906 e 1929) ▪ Momentos de valorização cambial e/ou cambio fixo A Gremaud 87 Política Econômica na República Velha (1989 – 1930) Regime Cambial Cambio fixo Cambio flexível e e 1889 e 1906 1912 Ms Ms e e 1914/18 1898 Ms Ativa Passiva Cambio fixo Cambio flexível 1927 1924 Ms e Ms Ativa 1930 1928 Ms Ms Ms Passiva Política Monetária A Gremaud 88 1930 1929 1928 1927 1926 1925 1924 desvaloriza 1923 1922 1921 1920 1919 1918 1917 1916 1915 1914 1913 1912 1911 1910 1909 1908 1907 1906 1905 1904 1903 1902 desvaloriza 1901 1900 1899 1898 1897 1896 1895 1894 1893 1892 1891 1890 1889 Cambio Nominal na República Velha (1889 - 1930) Flexível valoriza Flexível valoriza Cambio Fixo caixa de conversão Cambio Fixo caixa de establização Historiografia Atual: Fausto, Saes, Perissinotto Política econômica na República Velha: Boris Fausto: cafeicultura é hegemônica mas não dominante existem outros grupos com poder de pressão De modo que: ▪ Cafeicultura é grupo principal mas controle compartilhado do (às vezes grupo chega a ser derrotado – 1910) ▪ Poder não exercido de forma unilateral, incondicional – sacrifícios necessários para se manter hegemônico A Gremaud 90 Cafeicultura não é um grupo homogêneo existe divisão de interesses (Saes , Perisinotto) Lavoura x Grande Capital Cafeeiro ▪ Lavoura – produtores/exportadores ▪ Grande Capital Cafeeiro = diversificação de interesses ▪ ▪ ▪ ▪ Observar passivo destas atividades Empresas de serviços públicos Comércio Bancos Indústria Processo de autonomização destes interesses A Gremaud 91 Rui Barbosa - gestão polêmica Criticado por historiadores monetários crise fiscal/cambial Defendido por historiadores da indústria industrialização Rui Barbosa reverte a política da última década imperial tentativa de reversão já com Ouro Preto no estertores do Império Rui Barbosa é um “papelista” dentro das “controvérsias monetárias” brasileiras A Gremaud 92 Metalistas – estabilidade cambial Moeda – valor intrínseco dado por seu conteúdo metálico ▪ Desvalorização cambial – excesso de emissão normalmente associado a financiamento do setor público Papelistas – necessidades de circulação Moeda – dar fluidez aos negócios – necessidades do mercado ▪ Taxa de juros alta – falta de papel moeda ▪ Desvalorização cambial – problema de BP A Gremaud 93 Principal medida: Lei Bancária - 1890 ▪ emissões inconversíveis ▪ emissões lastreadas em títulos públicos ▪ emissões regionalizadas * rápida expansão monetária: * crítica (excessos) x necessidade * Mudanças da mão de obra: aumenta da demanda por moeda e problemas da “elasticidade” do padrão metálico A Gremaud 94 Novas regras para criação de SA’s - facilidade Duas leis criação de novas empresas - algumas fictícias processo especulativo na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro - Encilhamento Período: Crescimento econômico aceleração da inflação A Gremaud 95 Gráfico 4.2 Brasil: Taxa de Câmbio Implíta na Primeira Década Republicana (1889 - 1900) Causas: debate na historiografia: Problema é interno 35,00 # 30,00 Problema é externo # fuga de capital em função da crise na Argentina 20,00 15,00 10,00 G. Franco - visão externa da política interna 1900 1899 1898 1897 1896 1895 1894 1893 1892 1891 1890 5,00 1889 mil reis/ libra 25,00 Expansão monetária e déficit público se refletem no cambio 96 1898 - situação insustentável - acordo com os credores: Funding Loan ▪ consolidação da dívida externa - novas condições ▪ rolagem dos desembolsos: juros (3 anos), principal (13 anos) ▪ condicionalidades: alfândega do RJ e reversão da política econômica A Gremaud 97 Murtinho - metalista - também gestão polêmica ▪ aclamado por historiadores monetários fiscal/monetário ▪ criticado por historiadores da indústria recessão/falências equilíbrio Política monetária/fiscal ortodoxa Queima de papel moeda Elevação de impostos ▪ pressões externas - acordo com credores ▪ pressões internas - contra desvalorização/inflação A Gremaud 98 medidas de Murtinho críticas: falta de liquidez e aumento de juros Recessão 1900: crise bancária e falências ▪ seleção natural café: problemas com valorização cambial e queda de preços Valorização cambial - debate novamente interno: enxugamento monetário externo - entrada de capital e balança comercial A Gremaud 99 Ycafé, I Receitas e Receitas e Receitas e investimentos investimentos investimentos positivos positivos positivos Perdas na cafeicultura Preço do café (em libras) cambio valorização desvalorização 1889 desvalorização 1895 valorização 1898 A política de valorização do café consistia em reter parte da oferta na forma de estoques. Esta política se assemelha a práticas atuais de regulação dos mercados agrícolas por meio de: Política de preços mínimos – o governo estabelece preços mínimos na safra, a partir dos quais ele adquire e estoca produtos. Estoques reguladores - estocar na safra para “desovar” os estoques na entresafra, evitando aumentos excessivos de preços na entresafra Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 101 Ter influencia na oferta mundial de café oferta mundial não concorrencial e Brasil – oligopolista Inelasticidade preço do café no curto prazo de modo que subida do preço do café não reduz a demanda a ponto do valor das exportações caírem Reversibilidade da oferta Excesso de oferta não permanente A expectativa é que houvesse nos anos seguintes uma reversão da oferta de café, mas esta reversão se mostrava cada vez mais difícil à medida em que a estocagem ia ocorrendo. A política acentuava a tendência à superprodução e outros países também incentivados a plantar café. Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. eram indiretamente 103 (EPE 2006) A política de valorização do café no Brasil, iniciada em 1906 no A. B. C. D. E. Convênio de Taubaté e recorrentemente utilizada para evitar quedas significativas no preço internacional do produto, apresentava como principais determinantes a(o): retenção de parcela da produção doméstica para reduzir as exportações do produto, prática possibilitada pela participação brasileira no mercado internacional do café e por sua baixa elasticidade-preço. retenção da produção de café por alguns anos, eliminando as exportações, em decorrência das graves crises internacionais que afetavam a demanda externa do produto, como ocorreu na década de 30 (do século XX). punição de produtores de café que ultrapassassem as cotas de produção pré-determinadas pelo governo central, visando à manutenção dos preços internacionais do produto. busca de maior diversificação produtiva nas áreas de plantio do café, evitando a forte dependência dos produtores em relação a um único item. impedimento do plantio de novas áreas para a produção de café, determinando uma drástica redução estrutural da oferta internacional de café. 104 Durante a década de 1920, o governo federal brasileiro praticou, em vários anos, a política de defesa do café, de modo a estabilizar as receitas de exportação. Uma característica dessa política de defesa de café é que ela NÃO a) b) c) d) e) implicava a sustentação artificial dos preços. consistia no financiamento da expansão do plantio e da produção. exercia o papel de estabilizador anticíclico da economia brasileira. levava a forte expansão monetária e creditícia interna. financiava a retenção de estoques de café. Com a manutenção da rentabilidade da economia cafeeira, os recursos convergem para esta atividade levando à superprodução. Em 1930, dois elementos se conjugaram: A produção nacional era enorme A economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história. Consequências: Preços despencaram. o governo passou a queimar parte dos estoques e nova desvalorização cambial. Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 106 A fragilização do modelo agroexportador traz à tona a necessidade da industrialização. A industrialização brasileira teve início no final do século XIX mas foi a partir da década de 30 que passou a ser meta de política econômica. Antes de 1930 as indústrias existentes surgiram nas “franjas” da economia cafeeira, de acordo com as necessidades de atender a um mercado consumidor incipiente Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 107 Duas correntes procuram explicar a origem da indústria no período agroexportador: teoria dos choques adversos – a indústria surgiu como uma resposta às dificuldades de importar produtos industriais em determinados períodos (I GM e Depressão de 30). industrialização induzida por exportações – a indústria crescia nos momentos de expansão da economia cafeeira (expansão da renda e do mercado consumidor). Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 108 Década de 70/80 debate continua mas já não se aceitam visões extremadas - gerais sobre período idéia de sucessão e ambigüidade nas relações entre dois setores ▪ Momentos de desvalorização – proteção – aumenta a produção ▪ Momentos de valorização – aumento dos investimentos Momentos de ampliação da capacidade produtiva e momento de ampliação da produção – escada e/ou ciclo A Crise de 30 e o deslocamento do centro dinâmico A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura ou transformação estrutural na Economia Brasileira. Desde esta data o modelo agroexportador é paulatinamente afastado e ocorre a industrialização voltada para atender o mercado domestico A forma assumida pela industrialização brasileira, pelo menos entre 1930 e 1960, foi a chamada industrialização substituidora de importações. 110 indústria: origem no Império: desenvolvimento industrial inicial dentro da expansão cafeeira: ▪ tecidos (RJ, MG, Ba), cerveja, fundições ▪ enquanto escravidão - dificuldades (mercado consumidor, limites à novas técnicas) Origem do capital: setor direta e indiretamente ligado ao setor exportador ▪ Participação do capital estrangeiro: baixo até década de 20 Origem do industrial: cafeicultor e imigrante/importador Outros elementos ▪ trabalho assalariado, imigração ▪ expansão do mercado – urbanização expansão do capital e diversificação dos investimentos ▪ Investimentos associados a expansão das exportações ▪ Período final existe algum grau de auto-sustentação, ▪ mas limites Reinvestimentos e demanda Governo: não adota política deliberada de industrialização, pelo menos até anos 20, mas medidas não chegam a ser anti-industrializante Oscilações cambiais ▪ Associados aos momentos de investimento (importação) e utilização da capacidade produtiva ▪ Não pré-estabelecidas Política tarifária ▪ Tarifas altas – recursos do governo ou proteção intencional ▪ não seletividade - variabilidade de tarifas (muda na década de 20) ▪ Proteção aduaneira efetiva ▪ Antes da IGM diminuição, depois importante é cambio e restrição não tarifaria Política de incentivos / subsídios (crédito) ▪ Até IGM – existe crédito e incentivos à indústria mas é ad hoc (açúcar) ▪ Década de 20 novamente incentivos mais sistemáticos (diversificação) A crise mundial de 1929, aliada à situação vulnerável da cafeicultura brasileira, significou para a economia brasileira um momento de consolidação do modelo primário- exportador. b) a ascensão da indústria nacional, com o desenvolvimento da produção de bens direcionados ao mercado doméstico. c) um aumento da importação de bens de consumo. d) a manutenção da pauta de importações do país. e) a intensificação dos investimentos na cultura do café. a) A crise de 1930, iniciada nos Estados Unidos e que repercutiu rapidamente na Europa, chegou ao Brasil com uma Crise no Balanço de Pagamentos rápida queda na demanda por café. reversão dos fluxos de capital Furtado: dada a política do governo no Brasil a crise foi menor e mais rápida do que nos EUA 115 O deslocamento do centro dinâmico no Brasil é: O período em que a determinação do nível de renda deixa de estar ligada a elementos como a demanda externa (base de uma economia agroexportadora) e passam a depender de elementos ligados ao mercado interno, como o consumo e o investimento doméstico. Isto ocorre basicamente na década de 30 116 Participação dos Setores no Valor adicionado (1928 - 1945) 100% 10 80% Outros 14,8 10,3 9,6 18,8 17,3 10,2 Governo 16,6 22,7 60% 23,9 Indústria 29,9 36,1 40% 52,5 Agricultura 47 20% 43,2 37,1 0% 1928/29 1930/34 1935/39 1940/45 Fonte: Haddad (1978) 117 A política de “manutenção da renda” política de defesa do café: ▪ estocagem e queima de café Esta política, financiada em parte com crédito e emissão de moeda, sustenta a demanda agregada mantendo o emprego e a renda considerada uma típica política keynesiana 118 Café Destruído pelo Governo Federal e Produção Nacional (1931 - 1945) - toneladas Ano 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 Total: 1931 a 1944 (A) Toneladas de Café Destruídas (B) % de A sobre Quantidade B Produzida de Café 169.547 559.778 821.221 495.947 101.587 223.869 1.031.786 480.240 211.192 168.964 205.370 138.768 76.459 8.127 1.301.670 1.535.745 1.776.600 1.652.538 1.135.872 1.577.046 1.460.959 1.404.143 1.157.031 1.002.062 961.552 829.879 921.934 686.686 13,03 36,45 46,22 30,01 8,94 14,20 70,62 34,20 18,25 16,86 21,36 16,72 8,29 1,18 4.692.855 17.403.717 26,96 Fonte: dados brutos Pelaez (1973) e IBGE (1990) 119 O Deslocamento da demanda” problema de BP enfrentado com controles cambiais e desvalorização cambial produtos importados se tornam mais caros e difíceis de serem adquiridos as dificuldades de importação deslocam a demanda que foi mantida dos produtos antes importados para a produção nacional. (existe no início capacidade ociosa) A queda relativa de rentabilidade do setor cafeeiro faz com que o capital flua para outros setores. Setores domésticos (industria) aumentam sua importância frente aos exportadores (agricultura) 120 A participação da indústria no PIB brasileiro cresceu significativamente a partir da década de 30 (do século XX). De acordo com Celso Furtado, esse movimento determinou um deslocamento do centro dinâmico da economia brasileira, passando o mercado interno a ser o principal fator de formação da renda interna. A política de valorização do café no Governo Vargas contribuiu para essa mudança de perfil econômico no Brasil porque: a) b) c) d) e) garantiu a manutenção do nível de renda da economia brasileira e, portanto, do mercado interno, diante do quadro de crise mundial no período. permitiu a formação de uma classe empresarial moderna e voltada para empreendimentos industriais de alta sofisticação para o período. estimulou a entrada de recursos externos necessários à viabilização dos investimentos industriais no País. foi responsável pela urbanização da economia brasileira e a conseqüente formação de um importante mercado interno. determinou grandes investimentos em infra-estrutura no Brasil, aspecto crucial para o deslanche dos investimentos industriais (Petrobras Dist 2008) A política de substituição de importações na economia brasileira a) b) c) d) e) esgotou-se devido ao primeiro choque de petróleo da década de 1970. protegeu a indústria nascente brasileira da competição de produtos importados. se encerrou imediatamente após a Grande Depressão Mundial da década de 1930. barateou os produtos importados para o consumidor brasileiro. começou durante os governos militares da década de 1970. 123 O processo de substituição de importações pode ser entendido como um processo de desenvolvimento “parcial” e “fechado” que, respondendo às restrições do comércio exterior, procurou repetir aceleradamente, e em condições históricas distintas, a experiência de industrialização dos países desenvolvidos É uma industrialização fechada pois: É voltada para dentro, visa o atendimento do mercado interno. depende de medidas que protegem a industria nacional. ▪ ▪ ▪ ▪ Desvalorização cambial (1º Vargas) controles cambiais(1º Vargas, Dutra) taxas múltiplas de câmbio (2º Vargas) tarifas aduaneiras (JK) É uma industrialização por etapas: apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a industrialização se faz por partes (rodadas) a pauta de importações ditava a sequência dos setores objetos dos investimentos industriais bens de consumo não duráveis – têxteis, calçados, alimentos bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, automóveis bens intermediários – ferro, aço, cimento, petróleo, químicos bens de capital – máquinas, equipamentos I n d u s tr ia liz a ç ã o p o r s u b s t it u iç ã o d e im p o r ta ç õ e s – a in d u s tr ia liz a ç ã o p o r e ta p a s 4 ª ro d a d a 3 ª ro d a d a 2 ª ro d a d a 1 ª ro d a d a C o n su m o não d u rá v e l C o n su m o d u rá v e l In term e d iá r io s C a p it a l desequilíbrio externo: fornece o impulso mas se recoloca por várias razões: i. a política cambial transferia renda da agricultura para a indústria (“confisco cambial”) e desestimulava as exportações agrícolas; ii.indústria sem competitividade devido ao protecionismo; iii. elevada demanda por importações devido ao investimento industrial e ao aumento da renda. Aumento da participação do Estado: instrumentos , planejamento e financiamento Ao Estado caberiam quatro funções principais: • • • Adequação da política econômica e do arcabouço institucional à indústria. i. ii. Estado condutor Estado regulador Geração de infra-estrutura básica e fornecimento dos insumos básicos iii. Estado produtor iv. Estado Financiador Captação e distribuição de poupança. 1. Estado Condutor da industrialização utilização dos instrumentos de política econômica com o intuito deliberado de promover/ auxiliar a industrialização Política externa: Controle cambial, políticas tarifária, política monetária/creditícia: teto aos juros, empréstimos favorecidos Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 130 2. Estado Regulamentador dos conflitos intercapitalistas e das relações entre as classes operárias e patronal. Fixação de preços, autarquias reguladoras Sindicalismo pelego / CLT / Ministério e Justiça do Trabalho Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 131 3. Estado Produtor serviços públicos e de infra-estrutura: ferrovias, transporte marítimo, água, energia, comunicações etc. Bens intermediários/insumos básicos ▪ CSN, CNA, Vale – II Guerra Mundial ▪ Petrobras (2º Vargas) Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 132 Ideológicas Keynesianiso, Estruturalismo Técnicos: monopólios, economias de escala, externalidades Tarifas / preço dos bens Fragilidade/desinteresse do Capital nacional Resistência do/ao capital estrangeiro Problemas de financiamento Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 133 4. Estado Financiador - captar os recursos disponíveis do Brasil e direcioná-los para os setores de interesse amplia o papel do Banco do Brasil (carteira de Crédito Agrícola e Industrial) BNDE (2º Vargas) Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 134 Além dos recursos tributários, também com: poupanças compulsórias, como recursos da recém criada Previdência Social dos ganhos no mercado de câmbio (câmbio múltiplo), mas também com financiamento inflacionário (emissão) endividamento externo P a r t i c i pa ção dos P r i nc i pa i s I mpost os no Tot a l da A r r e c a da ção U ni ão: 19 0 0 - 19 6 0 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 1900 1903 1906 1909 1912 1915 1918 1921 1924 1927 1930 1933 1936 1939 1942 1945 1948 1951 1954 1957 1960 Fonte: FIBGE, 1990, p. 618-19. Impor tação Consumo Renda Escassez de fontes de financiamento: i. quase inexistência do sistema financeiro, em decorrência principalmente da “Lei da Usura”. ii. ausência de uma reforma tributária ampla apesar das mudanças ocorridas na economia brasileira. Aumento do grau de concentração de renda O PSI era concentrador de renda em função do: i. desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de oferta para mão de obra pouco qualificada e baixos salários, o inverso ocorre no mercado de mão de obra qualificada ii. o protecionismo e a concentração industrial permitiam preços elevados e altas margens de lucro para as indústrias. Com relação ao desenvolvimento do setor industrial no Brasil, a partir da década de 1930, marque a opção incorreta. a) Uma das características da industrialização substituidora de importações foi a adoção de um modelo de industrialização aberta. b) As principais dificuldades na implementação do PSI (Processo de Substituição de Importações) foram: a tendência ao desequilíbrio externo, o aumento do grau de concentração de renda, a escassez de fontes de financiamento e o aumento da participação do Estado. c) O processo de substituição de importação do PSI foi concentrador em termos de renda, em função do caráter capital intensivo do investimento industrial. d) O período 1940/1950 foi caracterizado pelo início da formação do setor produtivo estatal. e) Em 1931, foi introduzido o controle de câmbio, com o objetivo de racionar as divisas e cujo efeito indireto foi a proteção do setor industrial. Leia e analise, atentamente, as informações sobre o processo brasileiro de industrialização por substituição de importações e assinale a alternativa correta. I. II. III. a) b) c) d) e) Esse processo apoiou-se em instrumentos de política econômica como reservas de mercado, subsídios e incentivos fiscais e financeiros à indústria nascente. Esse processo, no Brasil, se fez sem pressões inflacionárias, sem desequilíbrios externos e sem desigualdades regionais. Foi um processo por meio do qual o Estado, entre outras responsabilidades, as segurou investimentos em infraestrutura e exerceu o papel de empresário no segmento da indústria pesada. I, II e III são verdadeiras. I, II e III são falsas. I e II são verdadeiras e III é falsa. I e III são verdadeiras e II é falsa. II e III são verdadeiras e I é falsa. Segundo a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), vários problemas justificavam um esforço de industrialização baseado em proteção aduaneira e ações estatais na América Latina. Marque a opção que NÃO foi considerada um desses problemas. a) b) c) d) e) Os rendimentos crescentes da indústria (argumento da indústria nascente). O desemprego decorrente do baixo crescimento da demanda internacional por produtos primários. A deterioração dos termos de troca entre produtos primários e industrializados. A instabilidade política e a presença de governos autoritários na região. A necessidade de grande quantidade de capital para iniciar a atividade em setores muito intensivos em capital. (BNDES 2008) Assinale, entre as opções abaixo, a que NÃO corresponde a uma das principais características da política de industrialização brasileira no Pós-Guerra. Fornecimento de crédito a longo prazo para implantação de novos projetos. b) Proteção à indústria nacional, mediante tarifas de importação e barreiras não tarifárias. c) Participação direta do Estado no suprimento da infraestrutura (energia, transporte). d) Participação direta do Estado na produção em alguns setores tidos como prioritários (siderurgia, mineração, petróleo). e) Intensa preocupação de atender o consumidor doméstico com produtos de qualidade e baratos. a) (STN 2008) Quanto às políticas cambiais implementadas no período 1945 à 1955 é correto afirmar que: a) b) c) d) e) No governo Dutra, após uma forte desvalorização cambial, introduziu-se, em 1947, o cambio fixo. Este regime de cambio foi mantido por Vargas, até 1953 quando da introdução de uma política de valorização da moeda nacional. Durante todo o período houve um regime de cambio flutuante com desvalorização da moeda em termos nominais Dutra inaugurou seu governo sem desvalorizar a moeda nacional mas em 1947 passou a adotar um regime de minidesvalorizações cambiais; este foi alterado por Vargas logo depois da posse quando foi feita uma maxidesvalorização da moeda nacional, seguida por outra maxidesvalorização em 1953. Dutra não desvalorizou a moeda nacional, mais introduziu em 1947 controles de cambio; já com Vargas introduziu-se um sistema de cambio múltiplo em 1953. Logo depois da Guerra, Dutra estabeleceu um sistema de ágios e bonificações sobre o cambio, este sistema foi mantido por Vargas porém de uma forma mais simplificada. 144 Conjunto de regras, acordos e instituições pelo quais são executados os pagamentos internacionais e, portanto, pelos quais se regula o mercado cambial Conversibilidade e acessibilidade Funcionamento do mecanismo de preço 145 146 Não Cambio Dolarização União Monetária Não Política cambial Currency Board Cambio Fixo ▪ 1 moeda ▪ 1 cesta de moedas Crawling Peg Intermediários (Bandas) Banda curta ou Larga Crawling Band, Zonas Alvo Bandas assimétricas Flutuantes Flutuação Suja, Administrada (Coordenada) ▪ Existe (qual) sentido da intervenção? ▪ ▪ ▪ ▪ Medo da desvalorização Mercantilismo moderno Metas Inflacionárias Metas de agregados monetários Livre 147 Controle sobre qual fluxo ? Qual a forma do controle ? Entrada ou saída Diretos – controles administrativos Fluxos da Conta de capital Controle de volume e financeira Limites quantitativos (proibição) Portfolio IED Curto x longo prazo Procedimentos de aprovação Fluxos das Conta de Transações correntes Indiretos – controles baseados no mercado Aumento do custo Taxas múltiplas de câmbio Remessas de lucros e Taxação (saídas e entradas) pagamento de juros importações Depositos compulsórios, “quarentenas” Prudenciais 148 Brasil – governos populistas: Restrições aos fluxos 1ª gestão Getúlio Vargas na crise de 30 – restrições às importações com cambio “flutuante” Gestão Dutra – crise de 47 – restrição às importações com cambio “fixo” 2ª Gestão Vargas – crise de 53 – cambio múltiplo Enfrentar crises de Balanço de Pagamentos com mecanismo de desenvolvimento – Substituição de importações 149 Pouco depois do encerramento da 2a Guerra Mundial, em 1947, o governo brasileiro implementou ações que resultaram em um incentivo à industrialização do país. Uma dessas ações foi a a) b) c) d) e) formação da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU) criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) criação da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) restrição às importações via um sistema de contingenciamento adoção de políticas monetárias e fiscais contracionistas Política cambial D e Fase A: Liberal s i Liberdade cambial De 1946 até l meados de Não constrangimentos às u 1947 importações s ã o 1947/48 - crise externa Política monetária e fiscal Fase A: Ortodoxa De 1946 até Contracionista L 1948 i b e r a1949 - Substituição do Ministro Correa e Castro l Fase B Fase B: Fim 47 até 1950 Contingenciamento das importações Fim 49 até 1950 Mais flexível Primeiro momento: 51- 52 Expectativas otimistas no início dos anos 1950 Situação favorável da balança comercial Estreitamento das relações com os EUA Relaxamento dos controles sobre as importações saneamento financeiro Inflação é contida, mas não reduz Final de 51 problemas com BP Virada nacionalista Petrobras, BNDE, remessa de lucro Reversão da política cambial Lei 1807 ▪ Mercado livre de cambio – início das taxas múltiplas de cambio Instrução 70 da SUMOC ▪ Leilões e bonificações cambiais ▪ Grande importância fiscal No Plano de Metas, do governo JK, para o período correspondente entre os anos 1955 e 1960: buscou diversificar a produção e implantar uma estrutura de mercado baseada no modelo de concorrência perfeita. b) eliminou toda forma de subsídio e qualquer estímulo para a expansão do setor secundário da economia. c) combateu a entrada de capital estrangeiro e foi financiado exclusivamente com poupança privada doméstica. d) manteve sob controle a inflação. e) dava tratamento especial aos setores de siderurgia, refino de petróleo, energia e transporte, com a orientação de maior parte dos investimentos públicos. a) (EPE 2006) O Plano de Metas (1956-1961) marcou uma importante transformação produtiva brasileira, visando a maior integração da estrutura industrial no País. Para sua montagem, foi fundamental a identificação de pontos de estrangulamento que representavam setores: A. cuja oferta não era capaz de responder rapidamente a uma elevação de demanda. B. cuja expansão era inviável e que deveriam ter prioridade nas importações. C. periféricos da indústria e com baixa capacidade de geração de emprego. D. capazes de gerar grande demanda para outras atividades produtivas. E. compostos por empresas de baixos níveis de produtividade e sofisticação tecnológica. 155 O Plano de Metas é uma fase importante do PSI A lógica do Plano de Metas vai além do PSI, já que a industrialização por ele promovida não é apenas uma reação ao estrangulamento externo. Plano de Metas representa introdução das empresas multinacionais no Brasil – capitalismo associado Alguns investimentos setoriais serviam para atacar alguns pontos de estrangulamento, outros setores eram tomados como pontos de germinação. Pontos de estrangulamento: áreas de demanda insatisfeita em função das características desequilibradas do desenvolvimento econômico. Pontos de germinação: áreas que geram demanda derivada. 156 Taxas de crescimento do Produto e setores 1955-1961 Ano PIB Indústria Agricultura Serviços 1955 8,8 11,1 7,7 9,2 1956 2,9 5,5 -2,4 0 1957 7,7 5,4 9,3 10,5 1958 10,8 16,8 2 10,6 1959 9,8 12,9 5,3 10,7 1960 9,4 10,6 4,9 9,1 1961 8,6 11,1 7,6 8,1 Fonte: IBGE taxas de crescimento da produção industrial no Plano de Metas 1955/62: materiais de transporte: + 711%; materiais elétricos e de comunicações: + 417%; têxtil: + 34%; alimentos: + 54%; bebidas: + 15%. 157 ALGUNS DADOS MACROECONÔMICOS BÁSICOS: 1947-1980 Taxa Média de Crescimento Período PIB Indústria BCD BCND BK Investimentos BI Total Governo Ind.Transf. 1947/55 6,8 9,0 17,1 6,7 11,0 11,8 3,8 13,5 --- 1955/62 7,1 9,8 23,9 6,6 26,4 12,1 7,5 9,7 17,4 1962/67 3,2 2,6 4,1 0,0 -2,6 5,9 2,7 4,7 -3,5 1967/73 11,2 12,7 23,6 9,4 18,1 13,5 14,1 7,7 26,5 1973/80 7,1 7,6 9,3 4,4 7,4 8,3 7,3 0,2 0,1 Fonte: Serra (1981) Os principais instrumentos de ação do governo para alcançar as metas foram: investimentos das empresas estatais, crédito com juros baixos e carência longa por meio do Banco do Brasil e do BNDE uma política de reserva de mercado avais para a obtenção de empréstimos externos. incentivos ao capital estrangeiro (instrução 113 – Café Filho) 159 Os principais problemas do plano estavam na questão do financiamento. Os investimentos públicos, na ausência de uma reforma fiscal condizente com as metas e os gastos, tiveram que ser financiados pelo menos em parte pela emissão monetária. Existe aceleração inflacionária no período Do ponto de vista externo há uma deterioração do saldo em transações correntes e o crescimento da dívida externa. 160 A execução do Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek caracterizou, economicamente, a segunda metade da década de 1950 no Brasil. Essa execução foi exitosa em inúmeros aspectos, tais como a(o) (A) obtenção da meta de redução da inflação (B) obtenção da meta de superavit primário do orçamento público (C) expansão do crédito a longo prazo disponibilizado via BNDE (atual BNDES) (D) abertura do mercado interno à maior competição internacional (E) equilíbrio contínuo das contas externas do Brasil As proposições abaixo dizem respeito ao Plano de Metas (1956-1961). I - Entre as técnicas de planejamento utilizadas no Plano de Metas destacaram-se a identificação de pontos de estrangulamento e pontos de germinação. II - A elevação da produção de petróleo no País foi um fator essencial para o sucesso do Plano de Metas. III - A política de valorização do café foi um dos pontos mais importantes para viabilizar a implementação do Plano de Metas. É (São) correta(s) apenas a(s) proposição(ões): a) b) c) d) e) I. II. III. I e II. I e III. A proposta de criação da SUDENE tomou como base o relatório do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN). O relatório intitulado “Uma Política de Desenvolvimento Econômico para o Nordeste”, aponta como um grave problema: a) b) c) d) e) as disparidades de renda entre trabalhadores e capitalistas na região Nordeste. a baixa demanda por produtos de tecnologia de ponta na região Nordeste. uma agricultura familiar bastante desenvolvida no Nordeste, mas com difícil acesso ao crédito. as disparidades de níveis de renda existentes entre o Nordeste e o Centro-Sul do País. o rebatimento da crise do petróleo nos investimentos públicos na região Nordeste. A crise dos anos 60 e suas explicações Políticas Econômicas Conjunturais Estruturais A.Instabilidade política B. Crise do Populismo D. Estagnacionismo – crise PSI C. Política Econômica E. Crise cíclica endógena de uma recessiva de combate a economia industrial inflação F. Inadequação institucional 165 O Golpe militar impõe de forma autoritária uma solução para a crise política. Castelo Branco lança o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), tendo como ministros Roberto Campos e Octavio Gouvêa de Bulhões. O governo possui duas linhas de atuação: Políticas conjunturais de combate à inflação. Reformas estruturais. O controle inflacionário e as formas de conviver com a inflação eram vistos como précondições para a retomada do desenvolvimento. 166 (ATPS MPOG 2012) O PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) do governo Castelo Branco adotou um conjunto de medidas para conter a inflação e promover o crescimento econômico. O Plano tinha como meta: reduzir o déficit público via aumento de receitas e redução dos gastos. b) ampliação do crédito via redução da taxa de juros. c) aumento dos salários reais e da demanda agregada. d) ampliar a capacidade de financiamento da economia por meio do aumento da propensão marginal a consumir. e) reduzir a participação do capital estrangeiro na economia. a) (BNDES 2008) O PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) e as reformas implementadas em 1964 e nos anos imediatamente subseqüentes, no Brasil, a) aumentaram substancialmente os salários. b) aumentaram as restrições à entrada de capitais externos. c) diminuíram a carga fiscal dos contribuintes. d) criaram o Banco Central do Brasil. e) eliminaram a correção monetária no país. 168 O diagnóstico da inflação: Excesso de demanda ▪ déficit público, ▪ política salarial frouxa, ▪ falta de controle sobre a expansão do crédito. 169 Os governantes do regime militar implementaram uma forma peculiar de lidar com a inflação: deve-se aprender a conviver com a inflação. Surge a noção de correção monetária e indexação. Adota-se uma atitude gradualista no combate à inflação. Deixa-se de lado os tratamentos de choque. 170 As principais medidas estabilizadoras do PAEG: Redução do déficit público – novas formas de financiamento e aumento das tarifas públicas inflação corretiva ii. Restrição do crédito e aperto monetário - aumento das taxas de juros, melhora dos mecanismos de controle iii. política salarial - Circular 10 leva ao arrocho salarial i. 171 Este resultado se deve em grande parte à própria retração nas taxas de crescimento econômico PRODUTO E INFLAÇÃO: 1964-1968. Ano Crescimento do PIB (%) 1964 3,4 1965 2,4 1966 6,7 1967 4,2 1968 9,8 Fonte: Abreu (1990) * IPC-RJ Crescimento da Produção Industrial (%) 5,0 -4,7 11,7 2,2 14,2 Taxa de Inflação (IGP-DI) (%) 91,8 65,7 41,3 30,4 22,0 172 As principais reformas instituídas pelo PAEG foram: Reforma Fiscal (tributária / orçamentária) II. Reforma trabalhista III. Reforma monetária-financeira IV. Reforma do setor externo. I. 173 Os principais elementos desta reforma foram: introdução da correção monetária no sistema tributário i. ▪ Eliminação de tributação sobre lucros ilusórios, correção da dívida ativa ii. Transformação dos impostos em cascata em impostos sobre valor adicionado, ▪ ▪ imposto sobre consumo vira IPI Imposto sobre vendas e consignações vira ICM • Também cria IOF iii. Introdução de incentivos fiscais ▪ Exportações, mercado de capitais, regional (Sudene, sudam) e outros programas específicos (pesca, reflorestamento) 174 iv. redefinição do espaço tributário entre as diversas esferas do governo. ▪ União - IPI, IR, impostos únicos, IE/II, ITR. ▪ Estados - ICM. ▪ Municípios - ISS e IPTU. Foram criados os fundos de transferência intergovernamentais: os Fundo de Participação dos Estados e o dos Municípios (FPE e FPM) 175 Principais conseqüências da reforma tributária: Aumento da arrecadação; Centralização da arrecadação e das decisões de política tributária Crítica: sistema injusto – regressivo Ainda quanto à questão da arrecadação, devem-se destacar: i. ii. a chamada “inflação corretiva”, uma política de realismo tarifário. o surgimento de vários fundos parafiscais, como o FGTS e o PIS (importantes fontes de poupança compulsória). 176 CARGA TRIBUTARIA BRUTA GLOBAL NO PÓS-GUERRA: 1947 a 2004(P) 37% 35% 33% 31% Em % do PIB 29% 27% 25% 23% 21% 19% 17% 15% 13% 1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 Anos 177 “Fim” da indenização / estabilidade no emprego Troca indenização por FGTS Introdução da Política salarial Substitui negociações por regras de reajuste Indexação dos salários - anualidade Circular 10 do gabinete Ciivil ▪ Media salário real medio dos ultimos 24 meses ▪ Taxa de produtividade ▪ ½ inflação programada 178 Objetivos: criar condições de condução independente da política monetária e estabelecer sistema de financiamento de modo a captar poupança e direcionar os recursos às atividades econômicas Esta reforma divide-se em 3 grupos de medidas 1. Introdução da correção monetária (taxas de juros positivas) e fim da Lei da Usura (1933) – ORTN - mercado de títulos públicos e instrumento de financiamento não inflacionários do déficit público – Garantir rentabilidade real de ativos financeiros 179 2. criação do CMN e do Bacen (4595/64) CMN: órgão normativo (metas) da política monetária (substitui a SUMOC) Bacen: órgão executor da política monetária e fiscalizador do sistema financeiro (substitui CARED e Carteira de Cambio do BB e Camob do TN) – também ▪ Também administra dívida publica do governo federal Procurava-se criar condições de independência da política monetária, mas vários problemas permaneciam a. ingerência política na atuação do CMN - Bacen. b. “Conta Movimento”, permitia ao BB expandir sem limites suas operações de crédito. c.“Orçamento Monetário” que passou a receber vários gastos de origem fiscal, com a criação de vários fundos e programas 180 3. reforma do sistema financeiro e do mercado de capitais Segmentação/especialização: captação – empréstimo em nichos de mercado baseado no modelo financeiro norte-americano ▪ Bancos comerciais – curto prazo: capital de giro, desconto de duplicatas com base em depósitos à vista ▪ Financeiras: crédito consumidor com base em letras de cambio ▪ Bancos de investimento e desenvolvimento – longo prazo depositos à prazo, underwriting ▪ APE (Associação de poupança e empréstimo) – caderneta de poupança SFH criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e do BNH (Banco Nacional da Habitação). objetivo: eliminar déficit habitacional atribuído à falta de financiamento 4728 – mercado de capitais: mercado de títulos privados 181 Objetivos: estimular o desenvolvimento evitando as pressões sobre o Balanço de Pagamentos. Melhorar o comércio externo e atrair o capital estrangeiro. Comércio externo. Exportações: incentivos fiscais e modernização dos órgãos ligados ao comércio internacional (CACEX e CPA). Importações: eliminar os limites quantitativos Unificação do sistema cambial e adoção do sistema de minidesvalorizações (1968) Atração do capital estrangeiro: Renegociação da dívida externa e Acordo de Garantias para o capital estrangeiro. Lei 4131 e resolução 63 182 (Petrobras Dist 2008) O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), de 1964, NÃO incluía entre as medidas que o compunham um programa de a) ajuste fiscal com base em aumentos da arrecadação tributária e das tarifas públicas. limitação e controle dos reajustes salariais. limitação e controle do crédito ao setor privado. redução paulatina da expansão dos meios de pagamentos. redução das tarifas públicas para combater a inflação. b) c) d) e) 183 O Golpe Militar adotou inicialmente um discurso desenvolvimentista em oposição ao populismo de Goulart e um comprometimento com o crescimento econômico. Suas ações tinham como propósito: a) b) c) d) e) romper relações com os organismos financeiros internacionais. reduzir a dívida externa brasileira. dar início ao processo de privatização da economia brasileira. combater o modelo de desenvolvimento capitalista. maior abertura da economia brasileira para o capital externo. Em meados da década de 1960, foi implementado no Brasil o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). O conjunto de medidas adotadas nesse Plano a) b) c) d) e) visou a mudar o padrão do desenvolvimento brasileiro, baseando-o, primordialmente, no aumento das exportações. extinguiu a correção monetária, causadora da inércia inflacionária. incluiu a emissão de títulos do governo para o financiamento não inflacionário do deficit público. reajustou os salários acima da taxa inflacionária para redistribuir a renda. congelou os preços administrados, realimentadores do processo inflacionário. Desde a década de 1940, diversos governos utilizaram o planejamento como alavanca para o desenvolvimento nacional. Indique qual dos planos abaixo foi elaborado na fase do “milagre brasileiro”. a) Plano SALTE. b) I Plano Nacional de Desenvolvimento. c) Plano Plurianual 1996-1999. d) Plano de Metas. e) Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). A evolução da economia brasileira no período de 1968 a 1973 é chamada de “milagre econômico”. Essa evolução teve algumas características importantes, como a a) redução da concentração de renda no país b) privatização da maior parte das empresas públicas c) redução substancial do valor das importações d) expansão acelerada do produto real da economia e) obtenção de grandes superavits na conta-corrente do balanço de pagamentos (TCU 2000) O chamado “milagre Brasileiro”, período que vai de 1968 a 1973, NÃO pode ser caracterizado por: a. Um crescimento elevado apesar da manutenção do b. c. d. e. controle de demanda agregada por parte do governo como forma de combater a inflação altas taxas de crescimento econômico sustentadas por setores como o de bens de consumo duráveis e construção civil aproveitar-se inicialmente de capacidade ociosa existente na economia brasileira um crescimento do endividamento brasileiro feito principalmente por empresas privadas uma diversificação da pauta de exportações brasileira 189 Período 1968-73: maiores taxas de crescimento do produto brasileiro na história recente - taxa média acima de 10% a.a.). Esta performance foi decorrência: reformas institucionais anteriores, capacidade ociosa na indústria crescimento da economia mundial. mudança no diagnóstico da inflação: inflação de custos : afrouxam-se as políticas de contenção da demanda (monetária, fiscal e creditícia). 190 retomada do investimento público em infra-estrutura e das empresas estatais; ii. demanda por bens duráveis – expansão do crédito ao consumidor; iii. construção civil - aumento dos investimentos públicos e pela expansão do crédito do SFH; iv. crescimento das exportações - expansão do comércio mundial, melhora nos termos de troca e incentivos fiscais Quanto aos demais setores econômicos: i. i. bens de consumo e agricultura - desempenhos mais modestos. ii. setor de bens de capital duas fases: 1ª : até 1970 - com menor crescimento - ocupação de capacidade ociosa 2ª : 1971/73 - a Formação Bruta de Capital Fixo supera os 20% do PIB. 191 Outro ponto que merece destaque nesse período é a elevada participação e intervenção do setor público na economia: i. o Estado controlava os principais preços da economia – câmbio, salário, juros, tarifas e uma política de preços administrados via CIP. ii. o Estado respondia pela maior parte das decisões de investimento: investimentos da administração pública, empresas estatais, captação de recursos financeiros como fundos de poupança compulsória, títulos públicos, cadernetas de poupança etc. 192 Assistiu-se neste período à primeira onda de endividamento externo. A dívida externa, no período, cresceu em torno de US$ 9 bilhões, sendo que aproximadamente US$ 6,5 bilhões se transformaram em reservas – sobre endividamento e endividamento interno Estímulo ao endividamento externo brasileiro: Elevada demanda por crédito, taxas de juros internas elevadas (reforma de 64/66), grande liquidez no sistema financeiro internacional (Euromercado) e ausência de mecanismos de financiamento de longo prazo na economia brasileira, exceto as linhas oficiais. Principais tomadores de recursos externos, nesta fase: setor privado – especialmente estrangeiro 193 PERCEN TIL % DA RENDA 1960 1970 CRESC. REAL ENTRE 1960 E 1970 TOTAL 100,00 100,00 36,89% 40 - 11,57 10,00 18,33% 20 13,81 10,81 7,74% 40 + 74,62 79,19 46,23% 10 - 1,17 1,11 28,00% 10 + 39,66 47,79 66,87% GINI 0,4999 0,5484 EUA 0,378 0,359 194 I. Gini = Z / AÔB z Curva de Lorenz Principal crítica ao Milagre: Acentuou a concentração de renda. Uma explicação que se dava era que a concentração da renda era uma tendência de um país que se desenvolvia e que demandava mão-de-obra qualificada escassa Outra justificativa pela concentração de renda que se fazia no período está baseada na famosa “Teoria do Bolo” (crescer para depois repartir). 196 i. aumento do grau de mecanização e quimificação das fazendas - aumento de produtividade no setor. ii. aumento na produção, no início, de bens exportáveis (soja e laranja), e depois também de produtos destinados ao mercado doméstico (cana-de-açúcar álcool). iii. expansão da fronteira agrícola na direção da região Centro-Oeste. A área cultivada passou de 29 milhões de ha, em 1960, para 50 milhões em 1980. iv. crescimento da agroindústria; maior interligação entre o setor agrícola, seus fornecedores e consumidores v. aumento da concentração fundiária e da utilização de mão-de-obra temporária (bóia fria): modernização dolorosa 197 (STN 2008) Entre 1967 e 1973 o Brasil obteve elevadas taxas de crescimento econômico, de modo que o período ficou conhecido no país como o “período do milagre econômico”, sobre este período podemos afirmar que: a) apesar das taxas elevadas de crescimento econômico, não se pode dizer que o bem estar tenha melhorado no período pois as taxas de crescimento populacional foram ainda superiores às do crescimento do PIB. b) O crescimento no período é explicado pelo mercado interno, especialmente pelos setores de bens de consumo durável; as exportações por sua parte apresentaram queda no período. c) A inflação no período apresentou forte aceleração, atingindo, no final do período, a taxa de 100% ao ano. d) A política monetária implementada por Delfim Netto como Ministro da Fazenda, buscava ampliar as taxas de juros da economia de modo a aumentar o rendimento dos poupadores e estimular o crescimento econômico e) O crescimento econômico do período veio acompanhado de elevação da divida externa do país, especialmente pela captação do setor privado. 198 No “Milagre Econômico Brasileiro”, período da história recente da economia brasileira caracterizado por altas taxas de crescimento econômico, pode-se observar: a) b) c) d) e) um aumento na demanda de bens de consumo não duráveis, em detrimento do consumo de bens duráveis. redução do investimento das empresas estatais. recuperação do investimento público em infraestrutura. redução das exportações devido à deterioração dos termos de troca. déficits contínuos na balança comercial brasileira. (((ANP 2008) Para a economia brasileira, o período 1974 a 1978 é uma fase de acomodação aos novos preços do petróleo. É INCORRETO afirmar que neste período houve A. contração inicial na atividade econômica mundial. B. aumento imediato das taxas de juros internacionais. C. deterioração dos termos de troca dos países importadores de petróleo. D. redução da dívida externa brasileira. E. financiamento do deficit em conta corrente brasileiro, pelos petrodólares. 201 O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico (II PND) foi lançado pelo governo brasileiro em 1974. Esse plano dava prioridade à a) redistribuição de renda, favorecendo as classes mais pobres. mudança na estrutura de produção da economia do país, aprofundando o processo de substituição de importações. redução substancial do endividamento externo, melhorando o equilíbrio financeiro do país. redução imediata das importações, equilibrando o balanço de pagamentos. expansão do setor agrícola da economia, liderando o crescimento do país. b) c) d) e) Os anos 70 foram um período conturbado do ponto de vista econômico: choque do petróleo rompimento do acordo internacional (Bretton Woods). A maior parte do mundo reagiu de maneira recessiva a este quadro, a reação brasileira, consubstanciada no II PND, foi diferente. 203 O crescimento econômico do Milagre acabou por gerar pressões inflacionárias e problemas na balança comercial Ressurgiam pressões por melhor distribuição de renda e maior abertura política. A crise internacional desencadeada pelo primeiro choque do petróleo em 1973 comprometeu ainda mais a situação interna no Brasil. O novo presidente eleito, Geisel, é de facção diferente (castelista) da de Médice (chamada linha dura): a troca de facções impunha certos limites à condução da política econômica. 204 O debate sobre o que fazer em 1974 situou-se na dicotomia ajustamento ou financiamento: Ajustamento – desvalorizar o câmbio e conter a demanda interna para evitar que o choque externo (petróleo) se transformasse em inflação permanente, além de corrigir o desequilíbrio externo; Financiamento - mantendo o crescimento e fazendo um ajuste gradual dos preços relativos (alterados pela crise do petróleo), enquanto houvesse financiamento externo abundante. 205 Início 1974 - Simonsen sinaliza a opção pelo ajustamento, mas com crise financeira e questões políticas governo abandona contenção da demanda e opta pelo crescimento. É lançado o II PND em fins de 1974 com o objetivo de tentar promover um ajuste na estrutura de oferta de longo prazo, simultaneamente à manutenção do crescimento econômico aliado ao endividamento externo ajuste na estrutura de oferta significava alterar a estrutura produtiva brasileira de modo que, a longo prazo, diminuísse a necessidade de importações e fortalecesse a capacidade de exportar de nossa economia 206 A meta do II PND era manter o crescimento econômico em torno de 10% a.a., com crescimento industrial em torno de 12% a.a. Estas metas não conseguiram ser cumpridas, porém manteve-se elevado o crescimento econômico. Alteraram-se as prioridades da industrialização: setor de bens de consumo duráveis setor de bens de capital e insumos básicos 207 redução na participação das importações no setor de bens de capital de 52% para 40%, além de gerar excedente exportável em torno de US$ 200 milhões. aumentar a produção de aço de 7 para 8 milhões de ton. triplicar a produção de alumínio; aumentar a produção de zinco de 15 mil ton. para 100 mil Projeto Carajás (minério de ferro); aumentar da capacidade hidroelétrica (Projeto Itaipu); energia nuclear (NUCLEBRAS); ampliar a prospecção de petróleo; maiores incentivos para ferrovias e hidrovias; 208 O agente principal das transformações foram as estatais. as estatais realizando seus investimento geram demanda que faz o setor privado investir incentivos foram dados ao setor privado através do CDE: ▪ crédito do IPI sobre a compra de equipamentos, depreciação acelerada, a isenção do imposto de importação, reserva de mercado para novos empreendimentos (ex. Lei da Informática) etc. Durante o II PND manteve-se o crescimento industrial: A indústria em sua totalidade cresceu 35% entre 1974/79. Os principais setores foram: ▪ o metalúrgico, que cresceu 45%, de material elétrico, 49%, de papel e papelão, 50%, e químico, 48%. ▪ O setor têxtil cresceu 26% e o de alimentos 18%. ▪ O setor de material de transportes cresceu 28%. 209 O II PND buscou atender à pressão pela modernização das regiões não industrializadas por meio da descentralização espacial dos projetos de investimento. Exemplos: a maior siderúrgica em Itaqui (MA); a prospecção de petróleo na plataforma litorânea do Nordeste; soda de cloro em Alagoas; petroquímica na Bahia e no Rio Grande do Sul; fertilizantes potássicos em Sergipe; fosfato em Minas Gerais; carvão em Santa Catarina etc. 210 O setor privado: créditos subsidiados - BNDE As empresas estatais: restrição ao crédito interno e contenção tarifária, recorre ao endividamento externo A dívida externa cresceu rapidamente no período. US$ 15 bilhões entre 74/77 e mais US$ 17 bilhões em 78/79. A facilidade de obtenção de recursos externos está relacionada à reciclagem dos petrodólares. Dados os níveis extremamente baixos das taxas de juros internacionais, o Estado era capaz de pagar os juros. Mas qualquer alteração nas taxas de juros poderia inviabilizar as condições de pagamento – juros flutuantes 211 Sistema Financeiro Nacional: coexistência de três moedas: setor real (operações com correção monetária a posteriori); setor nominal (operações prefixadas, contratos em cruzeiro); Quando inflação se instabilizava: aplicadores buscam o setor real, enquanto os demandantes procuram o nominal. Para viabilizar o sistema: governo empresta a taxas subsidiadas (prefixadas) e, do outro lado, amplia a liquidez primária para evitar a insolvência do setor nominal. Conseqüências: a elevação do déficit público (pelo spread negativo). perda do controle monetário. aumento o passivo do setor público. 212 (EPE 2006) As afirmações abaixo se referem ao II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), de 1974. I - Concentrou seus esforços de investimentos nos setores de infra-estrutura, com particular atenção para a área de energia. II - Contou com investimentos basicamente implementados pelas empresas estatais. III - Marcou um período de forte desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira. É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões): a) I. B) II. C) III. D) I e II. E)II e III. 213 (BNDES 2008) O período de 1974-78 foi de adaptação da economia brasileira e mundial à enorme alta dos preços do petróleo. Nesse período houve mudanças importantes, tais como: a) b) c) d) e) redução substancial dos gastos brasileiros com a importação de petróleo. redução das taxas de juros no mundo e no Brasil, devido à grande oferta de “petrodólares” pelos países exportadores de petróleo. aumento considerável dos deficits em conta corrente dos países importadores de petróleo, financiados pela reciclagem dos “petrodólares” via sistema financeiro internacional. expansão econômica mundial, financiada pela reciclagem dos “petrodólares” promovida pelo sistema financeiro internacional. grande aumento das exportações brasileiras, mais do que compensando os maiores gastos com a importação de petróleo. 214 A crise econômica decorrente do grande aumento dos preços do petróleo, em 1973, teve como resposta, no Brasil, a adoção do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). A execução de tal plano a) b) c) d) e) freou o crescimento da economia brasileira para reduzir as importações de petróleo. aumentou a demanda interna por bens de consumo, ao redistribuir a renda para as classes mais pobres. reduziu o endividamento externo do Brasil por meio de uma política de diminuição das importações. causou um impacto deflacionário sobre a economia brasileira, provocado pela forte recessão doméstica. buscou superar a dependência externa, investindo na ampliação da produção doméstica de bens de capital e de petróleo. Transformações no cenário internacional e vulnerabilidade. Choque do petróleo (1979) elevação da taxa de juros internacional 1979 ano do início da crise cambial: déficit em transações correntes de US$ 10,8 bilhões e entrada de capitais de US$ 7,7 bilhões: queima de reservas de US$ 2,2 bilhões.; pressões inflacionárias: 77% a.a.. Mudança de governo (Geisel por Figueiredo) e abertura política. 216