PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Centro das Ciências Exatas e Tecnologia Faculdades de Engenharia, Matemática, Física e Tecnologia EXPERIÊNCIA - TORÓIDE – FLUXÔMETRO ********************************************************************** A – FLUXÔMETRO Instrumento por meio do qual pode ser executada a exploração de um campo magnético, podendo ser determinada a intensidade dos fluxos locais de indução magnética. O fluxômetro é essencialmente constituído por um dispositivo que compreende um galvanômetro (do tipo básico de imã permanente ou do tipo eletromagnético) e uma bobina exploradora, ligada ao aparelho e destinada a detectar o valor da indução nos diversos pontos do campo magnético. A bobina, extraída do campo magnético, sofre conseqüentemente um fenômeno indutivo: a força eletromotriz produzida faz atravessar uma corrente induzida no equipamento móvel do galvanômetro, cuja elongação é proporcional à variação do fluxo concatenado com a bobina exploradora. Operando a variação com diferentes modalidades, pode-se conseguir o valor local do fluxo magnético. CARACTERÍSTICAS: a) Sobre o elemento móvel não atua conjugado antagonista (não há retorno ao zero da escala); b) O elemento móvel é fortemente amortecido (não há oscilação do ponteiro); c) O campo em que se move a bobina é uniforme para toda a escala (escala linear). CIRCUITO UTILIZADO: 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Centro das Ciências Exatas e Tecnologia Faculdades de Engenharia, Matemática, Física e Tecnologia O ensaio consiste em alimentar o primário com uma corrente contínua que será interrompida ou invertida, provocando assim uma variação de fluxo cujo valor será indicado pelo FLUXÔMETRO. ********************************************************************** B - TEORIA DO FLUXÔMETRO O circuito equivalente da BOBINA SONDA e do FLUXÔMETRO é o seguinte: Sejam: N2 número de espiras da bobina sonda (secundário); Rs e Ls resistência e indutância da bobina sonda; es = N2 (d / dt), sendo: (d / dt) = variação do fluxo concatenado com a bobina sonda; ef f.e.m. instantânea induzida na bobina do fluxômetro devido ao seu movimento no campo do imã permanente; ef = K (d / dt), onde: K é uma constante do instrumento dependendo das dimensões, do nº de espiras da bobina móvel e do campo do imã permanente; (d / dt) é a velocidade angular da bobina móvel do fluxômetro; R e L resistência e indutância do fluxômetro; i corrente no circuito em um instante qualquer. 2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Centro das Ciências Exatas e Tecnologia Faculdades de Engenharia, Matemática, Física e Tecnologia A equação do circuito será: es = ef + (L + Ls) (di / dt) + (R + Rs) i O termo [ (R + Rs) i ] pode ser desprezado pois a corrente (i) é muito pequena. Então: es = ef + (L + Ls) (di / dt) N2 (d / dt) = K (d / dt) + (L + Ls) (di / dt) Integrando em relação a t e sendo: T o tempo de duração da variação do fluxo: T T T N (d / dt) K (d / dt) dt + 2 (L + Ls) (di / dt)dt dt = 0 0 0 ou 2 2 N d K d + 2 1 = i2 (L + Ls) di 1 i1 i2 O termo [ (L + L ) di ] é nulo porque o i s inicial e o ifinal são nulos. i1 Isto significa que o valor da indutância não afeta a deflexão . Concluindo, a integração fica: N2 (2 - 1) = K (2 - 1) Chamando-se: = 2 - 1 e = 2 - 1 , obtém-se: = (K / N2) Onde: quantidade de divisões; K = 10-4 Wb / divisão; medido em Wb. 3 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Centro das Ciências Exatas e Tecnologia Faculdades de Engenharia, Matemática, Física e Tecnologia ********************************************************************** C - DETERMINAÇÃO DA CURVA DE MAGNETIZAÇÃO B = f (H) de toróides com e sem entreferro, por meio do FLUXÔMETRO. CURVA NORMAL DE MAGNETIZAÇÃO de um material ferromagnético é o lugar geométrico dos pontos extremos dos ciclos de histerese obtidos com várias correntes de excitação. ESQUEMA: EQUIPAMENTOS E APARELHOS: 1 bateria de 12 VDC; 1 chave bipolar reversível; 1 reostato de 12 / 432 W; 1 amperímetro: escala 0 – 10A; 1 fluxômetro: escala 3 x 10 3 x 10 3 Maxwell ( 1Maxwell = 10 –8 Weber) 1 toróide de material ferromagnético com as seguintes características: Nº de espiras do primário: N1 = 1000 espiras; Nº de espiras do secundário: N2 = 5 espiras (bobina sonda); Seção do núcleo: SFe = 16 .10 -4 m²; Comprimento do núcleo: Fe = 0.44 m; Permeabilidade magnética do vácuo: 0 = 4 . 10-7 H/m (MKS internacional) Fórmulas: Densidade de Fluxo: B = / SFe (Wb/m²) Intensidade de Campo Magnético: H = N.I / Fe (A esp/m) Permeabilidade magnética: = B / H (Wb.m/A.esp) ou (H / m) Permeabilidade relativa: r = /0 4 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Centro das Ciências Exatas e Tecnologia Faculdades de Engenharia, Matemática, Física e Tecnologia Traçar os gráficos: B = (H), com e sem entreferro (no mesmo gráfico); = (H), com e sem entreferro (no mesmo gráfico); r = /0 = (H), com e sem entreferro (no mesmo gráfico); = (I), com e sem entreferro (no mesmo gráfico). Ensaiar os dois toróides, com e sem entreferro, e representar as curvas sobrepostas para facilitar a análise do comportamento dos dois núcleos, frente às mesmas excitações. TORÓIDE COM ENTREFERRO TABELA DE VALORES LIDOS E CALCULADOS I (A) B ( / 2) (/SFe) (Wb/m²) Maxwell H (B/H) (N1.I/Fe) (A esp/m) (Wb/m.Aesp) r /0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,5 TORÓIDE SEM ENTREFERRO TABELA DE VALORES LIDOS E CALCULADOS I (A) Maxwell B H r ( / 2) (/SFe) (Wb/m²) (N1.I/Fe) (Aesp/m) (B/H) (Wb/m.Aesp) /0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,5 OBSERVAÇÕES: (1) (mWb) . 10-3 = (Wb) (2) 1 Maxwell = 10 –8 Weber (3) B (Wb/m²) = (mWb) . 10-3/SFe (340 . 10-6 m²) = [ (mWb) . 103/340](Wb/m²) (4) Antes da leitura com o fluxômetro “amaciar” o material para cada ciclo. ******************************************************************* 5 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Centro das Ciências Exatas e Tecnologia Faculdades de Engenharia, Matemática, Física e Tecnologia D - QUESTÕES: 1 – Por que no toróide com entreferro, para a mesma corrente, o fluxo é MENOR que no toróide sem entreferro? Justificar. 2 – Justificar o aspecto da curva: = (H). 3 – Acionando-se a chave nas posições 1 e 2, o toróide de material ferromagnético produziu nos instrumentos as leituras abaixo: I (A) 3,0 1 (divisões) 1.13 x 106 Maxwell Dados do dispositivo: Dmédio = 100 mm SFe = 300 mm² 2 (divisões) 0.38 x 106 Maxwell N = 500 espiras Para a construção de um novo toróide, conforme figura abaixo, com o mesmo material, determinar o valor do entreferro para que o fluxo no núcleo seja: = 0,312 . 10-3 Wb com I = 3A. DMÉDIO = 100 mm e SFe = 300 mm² (desprezar o espraiamento). ********************************************************************** 6