Perfil Sócio-Econômico dos Pacientes Avaliados no Ambulatório de

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA
CRISTIANE MAGALHÃES OLIVEIRA DE CARVALHO
Perfil Sócio-Econômico dos Pacientes Avaliados no Ambulatório
de Transplante Cardíaco do Hospital Santa Izabel em
Salvador-Bahia
Salvador-Ba
2011
1
CRISTIANE MAGALHÃES OLIVEIRA DE CARVALHO
Perfil Sócio-Econômico dos Pacientes Avaliados no Ambulatório
de Transplante Cardíaco do Hospital Santa Izabel em
Salvador-Bahia
Monografia apresentada à Universidade
Castelo Branco / Atualiza Associação
Cultural, como requisito parcial para
obtenção do título de Especialista em
Enfermagem em Cardiologia sob orientação
do Prof. Dr. Fernando Reis do Espírito
Santo.
Salvador - Ba
2011
2
Dedico este trabalho aos meus pais, por
terem sido peça fundamental para que eu
tenha me tornado a pessoa que hoje sou.
Ao meu esposo e filhas pelo carinho e
apoio
dispensados
momentos que precisei.
em
todos
os
3
AGRADECIMENTOS
À DEUS, que esteve presente em todos os momentos deste trabalho, me dando forças para
concluir mais uma etapa da minha vida.
Aos meus amigos e familiares, que direta ou indiretamente contribuíram para concretização
deste trabalho.
Ao Hospital Santa Izabel, pela disponibilidade dos dados.
Por fim, gostaria de agradecer a todos pelo carinho e compreensão nos momentos em que a
dedicação aos estudos foi exclusiva.
4
“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e
ver a vida passar; é melhor tentar, ainda que
em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias
tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz,
embora louco, que em conformidade viver...”
(Martin Luther King)
5
RESUMO
Este estudo aborda sobre o perfil de pacientes com indicação de transplante cardíaco tida
como uma modalidade terapêutica que possibilita a reversão de uma patologia grave de um
indivíduo com doença cardíaca, utilizada quando não há mais nenhum tipo de tratamento
disponível, com o intuito de promover a sobrevivência e melhorar a qualidade de vida do
mesmo, vislumbrando o resultado positivo e o sucesso do próprio transplante. Atualmente a
Bahia não dispõe de Serviço de Transplante Cardíaco, reforçando a necessidade de identificar
o pacientes com esta indicação, visto que será encaminhado para tratamento fora de domicílio,
e uma seleção pouco criteriosa pode comprometer o tratamento pós procedimento cirúrgico. O
presente estudo tem como objetivos descrever o perfil sócio-econômico de pacientes com
indicação de transplante cardíaco e identificar a relação existente entre cuidador e pacientes
com indicação de transplante cardíaco. Trata-se de uma pesquisa aplicada, retrospectiva,
descritiva com abordagem quantitativa, com amostra constituída de 46 pacientes com
indicação de transplante de coração atendidos no Ambulatório de Transplante Cardíaco do
Hospital Santa Izabel no período de Outubro de 2008 a Dezembro de 2009. Os dados foram
coletados com base no banco de dados do Serviço de Transplante Cardíaco do referido
hospital. Os resultados mostraram que com relação aos dados sócio-demográficos, a amostra
estudada foi constituída de 16 mulheres (34,78%) e 30 homens (65,22%) e 25 de pacientes
declaram-se casados (54,35%), com relação ao grau de escolaridade, a pesquisa demonstrou
que 21,73% dos pacientes cursaram o 2º grau, 43,47% não completaram o 1º grau e 34,78%
cursaram o ensino fundamental. 69,56% dos pacientes possui renda familiar de 1 a 2 salários
mínimos caracterizados por auxílio doença (67,4%) na maioria dos dados analisados. A
ocupação exercida antes do adoecer que mais se destacou foi de lavrador com 39,13%. No
que diz respeito a relação afetiva existente entre paciente e cuidador, foi quase que unânime a
presença do cônjuge (93,48%) como responsável no auxílio ao paciente candidato a
transplante cardíaco. Este estudo permitiu caracterizar o perfil de pacientes com indicação de
transplante cardíaco e a identificação da relação com o cuidador, demonstrando a necessidade
de realizar novos estudos sobre esse tema para subsidiar critérios para seleção de pacientes na
fila de transplante de coração.
Palavras-chave: Transplante cardíaco; Perfil sócio-econômico; Cuidadores
6
ABSTRACT
This study focuses on the profile of patients referred for cardiac transplantation seen as a
therapeutic modality that allows the reversal of a serious illness of an individual with heart
disease, used when there is no treatment available, in order to promote the survival and
improve quality of life of the same, seeing positive outcome and the success of the transplant
itself. Bahia currently has no Heart Transplant Service, reinforcing the need to identify the
patients with this statement, since it will be referred for treatment outside the home, and a
little judicious selection can compromise treatment after surgery. This study aims to describe
the socioeconomic profile of patients undergoing heart transplantation and identify the
relationship between caregivers and patients referred for cardiac transplantation. It is an
applied research, retrospective, descriptive with quantitative approach, using a sample
consisting of 46 patients referred for heart transplantation treated at the Clinic of Cardiac
Transplantation, Hospital Santa Izabel in the period October 2008 to December 2009. Data
were collected based on the database of the Department of Cardiac Transplantation of the
hospital. The results showed that with regard to socioeconomic data, the sample consisted of
16 women (34.78%) and 30 men (65.22%) and 25 patients say they are married (54.35%)
with respect to educational level, the survey showed that 21.73% of the patients attended the
2nd grade, 43.47% did not complete a degree and 34.78% attended primary school. 69.56% of
patients have family incomes from 1 to 2 minimum wages characterized by sickness (67.4%)
in most of the analyzed data. The occupation held before becoming ill that stood out was the
farmer with 39.13%. Regarding the affective relationship between patient and caregiver, was
almost unanimous that the presence of spouse (93.48%) to be responsible in assisting the
patient to a heart transplant candidate. This study allowed to characterize the profile of
patients referred for cardiac transplantation and to identify the relationship with the caregiver,
demonstrating the need for further studies on this subject to support criteria for selection of
patients waiting for heart transplantation.
Key words: Heart transplantation; socioeconomic profile; Caregivers
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................10
2. REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................13
2.1 Insuficiência Cardíaca................................................................................13
2.2 Transplante Cardíaco.................................................................................20
2.3 A identificação dos cuidadores..................................................................27
3. METODOLOGIA..........................................................................................29
3.1 Tipo da pesquisa........................................................................................29
3.2 Considerações éticas..................................................................................29
3.3 Local da coleta de dados............................................................................30
3.4 População da pesquisa...............................................................................30
3.5 Instrumento da coleta de dados.................................................................30
3.6. Apresentação e discussão dos dados.........................................................30
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................40
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................41
6. APÊNDICE....................................................................................................43
7. ANEXO..........................................................................................................44
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Etiologia da Insuficiência Cardíaca..................................................................... 18
Tabela 2 – Variáveis de avaliação social............................................................................... 24
Tabela 3 – Recomendações da equipe de enfermagem......................................................... 26
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Comparativo entre coração normal e cardiomiopatia dilatada............................ 15
Figura 2 – Sinais e sintomas da Insuficiência Cardíaca........................................................ 17
Figura 3 – Eletrocardiograma normal.................................................................................... 19
Figura 4 – Eletrocardiograma com BAV e BRE................................................................... 19
Figura 5 – Gênero de pacientes com indicação de transplante cardíaco............................... 31
Figura 6 – Estado civil de pacientes com indicação de transplante cardíaco........................ 32
Figura 7 – Escolaridade de pacientes com indicação de transplante cardíaco...................... 33
Figura 8 – Renda familiar de pacientes com indicação de transplante cardíaco..................
34
Figura 9 – Caracterização de renda familiar........................................................................
35
Figura 10 – Ocupação de pacientes com indicação de transplante cardíaco........................
36
Figura 11 – Relação afetiva entre cuidador e paciente.........................................................
37
10
1. INTRODUÇÃO
Apresentação do objeto de estudo:
A Insuficiência Cardíaca (IC), por ser uma doença crônico-degenerativa e de alta prevalência,
exige serviços especializados para o tratamento e acompanhamento dos pacientes no intuito
de aumentar a sobrevida postergando assim, a indicação do transplante. Por isso, há a
necessidade do incentivo para a criação de ambulatórios especializados em IC nos hospitais
que atendem pacientes cardiopatas. Segundo o DATASUS existem atualmente cerca de 6,5
milhões de pacientes portadores de IC no país, sendo que aproximadamente 1/3 destes
pacientes é hospitalizado.
Uma das alternativas que nos é apresentada para a prevenção da IC é o investimento em
informação e educação da nossa população (SOUSA, 2002). Alguns estudos demonstraram
que pacientes com falência avançada do coração e seus cuidadores possuem poucas
informações acerca da prevenção e fatores causadores de problemas cardiovasculares
(WALDEN, 2001). O transplante do coração é uma alternativa de tratamento da IC cada vez
mais utilizada (BOAZ, 2006), e necessita também do envolvimento dos cuidadores para que
se obtenham melhores resultados (BUFFOLO, 2007).
O transplante de coração, antes considerado “uma especulação fantástica para o futuro”, hoje
é indiscutivelmente aceito não mais como um procedimento experimental, mas sim como um
método efetivo, é um dos grandes avanços obtidos pela medicina no século XX (BRANCO,
1997). Dados do Sistema Nacional de Transplantes indicam que anualmente 300 pessoas
aguardam por um coração para ser transplantado no Brasil (ABTO, 2000). A Insuficiência
Cardíaca (IC) na sua fase avançada é o quadro clínico que motiva e realização do transplante
e este se apresenta como única alternativa terapêutica quando todos os demais tratamentos
foram instituídos. O transplante cardíaco tem como objetivo, não apenas promover a
sobrevivência de um paciente com enfermidade cardíaca avançada, mas proporcionar melhor
qualidade de vida para o mesmo, vislumbrando o resultado positivo e o sucesso do próprio
transplante.
Os candidatos ao transplante cardíaco possuem uma qualidade de vida ruim e vivem na
perspectiva de morte iminente. Assim, a inclusão do paciente na lista de espera do transplante
11
representa a possibilidade de viver, a possibilidade de mudar de vida, a possibilidade de ser
feliz. Entretanto, a espera prolongada por um órgão para ser transplantado propicia o
aparecimento de uma série de complicações para o paciente, tornando-o de alto risco para o
procedimento e sendo responsável por um número considerável de óbitos de pacientes que
estão na fila de espera.
O candidato ao transplante de coração necessita de um controle rigoroso da função cardíaca,
tanto para a sua matrícula na fila do transplante como para garantir a manutenção das suas
condições clínicas durante o período de espera por um coração. Esse é um período
caracterizado por ansiedades e angústias, durante o qual o paciente encontra-se fragilizado e
geralmente busca o apoio de uma ou mais pessoas de sua confiança, a(s) qual (is) geralmente
assume(m) também um papel de interlocução com a equipe de saúde. A essa (ou essas) pessoa
convencionou-se denominar de "cuidador" (BUFFOLO, 2007).
Os cuidadores são as pessoas responsáveis pelos cuidados, aquelas que estimulam o paciente
durante as atividades reabilitadoras, além de serem também aquelas que estabelecem o
contato com a equipe terapêutica. Na maioria das vezes, o cuidador é um membro da família,
com ou sem experiência na área da saúde, que assume os cuidados do paciente no domicílio,
ajudando-o a suprir suas necessidades, proporcionando conforto, lazer e garantindo o bemestar à pessoa necessitada (MACHADO, 2007).
Diante destas considerações e no interesse em desvelar os fatores sócio-econômicos dos
pacientes e a relação com seus cuidadores atendidos em um programa de transplante cardíaco
motivaram a realização do presente estudo, que está constituído de dois momentos. No
primeiro momento abordo sobre a etiologia e sinais e sintomas da insuficiência cardíaca, o
transplante cardíaco e o que a literatura traz sobre os cuidadores de pacientes graves. No
segundo momento, apresento uma discussão sobre os dados obtidos no banco de dados do
Ambulatório de Transplante Cardíaco do Hospital Santa Izabel.
12
Justificativa:
Atualmente a Bahia não dispõe de Serviço de Transplante Cardíaco, reforçando a necessidade
de identificação do perfil de pacientes com esta indicação e a relação com seus cuidadores,
visto que estes serão encaminhados para tratamento fora de domicílio, e uma seleção pouco
criteriosa pode comprometer o tratamento pós-procedimento cirúrgico.
Problema:
Como os fatores sócio-econômicos dos pacientes e a relação com os seus cuidadores,
facilitam, interferem ou obstruem o acompanhamento proposto pelo programa de transplante
cardíaco?
Objetivos:
 Descrever o perfil sócio-econômico de pacientes com indicação de transplante
cardíaco.
 Identificar a relação existente entre cuidador e pacientes com indicação de transplante
cardíaco.
13
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Insuficiência cardíaca
Nos tempos modernos, homens e mulheres passaram por transformações comportamentais
que surtiram efeito direto sob a saúde pública. Mudanças na alimentação, o aumento do
tabagismo, o sedentarismo e a obesidade tornaram-se principais fatores que causam o
desenvolvimento da hipertensão arterial, diabetes e doenças das artérias coronárias que, em
conseqüência, resultam na Insuficiência Cardíaca (IC). As doenças cardiovasculares
destacam-se dentre as alterações crônicas, pois são responsáveis por 16,7 milhões de mortes
ao ano, com projeções para o ano 2020 de sua manutenção como causa principal de
mortalidade e incapacitação (ROSSI NETO, 2004).
No Brasil e no resto do mundo, são consistentes as evidências sobre a elevada taxa de
admissões hospitalares e visitas à emergência por intercorrências clínicas associadas à doença.
Entre os pacientes com mais de 70 anos admitidos por IC, 60% são readmitidos em 90 dias.
O retrato mais abrangente da situação das internações por IC no Brasil pode ser obtido através
das análises dos registros do DATASUS, com as limitações inerentes de um banco de dados
de caráter administrativo. De forma geral, entretanto, fica claro que IC é uma causa muito
freqüente de internação hospitalar (3,6% de todas as admissões e 37% das internações do
aparelho circulatório no ano de 1997); além de acarretar altas taxas de mortalidade intrahospitalar (6,4% em 1997). Naquele ano, os gastos despendidos exclusivamente com as
internações por IC representavam 4,7% (ou aproximadamente 150 milhões de reais) do
dinheiro gasto com admissões hospitalares no SUS. Dados atuais do DATASUS não
demonstram alterações significativas no contexto nacional (ALBANESI, 1998).
Diversos estudos concentraram-se na identificação de fatores associados com readmissões
freqüentes. Os usualmente descritos na literatura são a terapia inadequada, a falta de aderência
ao tratamento, o isolamento social ou a piora da função cardíaca. Entretanto, em
aproximadamente 30-40% dos casos não é possível identificar o motivo da descompensação
clínica. Com avanços das modalidades de tratamento no manejo da IC observa-se uma
tendência de diminuição da mortalidade intra-hospitalar nos últimos 10 anos. Apesar disso, a
14
morbi-mortalidade em longo prazo permanece elevada e os pacientes normalmente têm
significativo comprometimento da qualidade de vida (CHIN, 1997).
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa de caráter sistêmico, definida
como disfunção cardíaca que ocasiona inadequado suprimento sanguíneo para atender
necessidades metabólicas tissulares, na presença de retorno venoso normal, ou fazê-lo
somente com elevadas pressões de enchimento. As alterações hemodinâmicas comumente
encontradas na IC envolvem resposta inadequada do débito cardíaco e elevação das pressões
pulmonar e venosa sistêmica (ARQ. BRAS. CARDIOL, 2009).
A IC é uma doença delicada no que diz respeito à qualidade de vida. Segundo vários estudos
científicos, a IC provoca maior desconforto que angina, doença pulmonar obstrutiva, artrite e
diabetes. É reconhecida como um problema de relevância em saúde pública, devido a grande
incidência em idosos, principalmente nos países desenvolvidos (BRANCO, 2004).
O termo insuficiência cardíaca não significa que o coração tenha parado como algumas
pessoas pensam; significa a redução da capacidade do coração para manter um rendimento
eficaz. A insuficiência cardíaca tem muitas causas, entre as quais há um certo número de
doenças; é muito mais freqüente nas pessoas mais velhas, dado que têm uma maior
possibilidade de contrair as doenças que a causam. Apesar de ser um processo que vai
piorando lentamente com a passagem do tempo, as pessoas que sofrem desta perturbação
podem viver muitos anos. No entanto, 70 % dos doentes com esta afecção morrem antes de
passados 10 anos a partir do diagnóstico (MANUAL MERCK, 2010).
Qualquer doença que afete o coração e interfira na circulação pode causar insuficiência
cardíaca. Determinadas doenças podem atuar seletivamente afetando o músculo cardíaco,
deteriorando a sua capacidade de contração e de bombeamento. A mais freqüente delas é a
doença das artérias coronárias, que limita o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco e que
pode ser causa de infarto. A miocardite (uma infecção do músculo cardíaco provocada por
bactérias, vírus ou outros microrganismos) provoca também lesões graves no músculo
cardíaco, assim como a diabetes, o hipertiroidismo ou a obesidade extrema. Uma doença de
uma válvula cardíaca pode obstruir o fluxo de sangue entre as cavidades do coração ou entre o
coração e as artérias principais. Por outro lado, uma válvula que não feche bem e deixe
escapar sangue pode provocar um refluxo do mesmo. Estas situações provocam a sobrecarga
15
do músculo cardíaco e, em conseqüência, debilitam a força das contrações cardíacas. Outras
doenças afetam principalmente o sistema de condução elétrica do coração e provocam
freqüências cardíacas lentas, rápidas ou irregulares, que impedem um bombeamento adequado
do sangue (MANUAL MERCK, 2010).
Se o coração se vir submetido a um grande esforço durante meses ou anos, dilata-se (figura
1). Em princípio, este aumento de tamanho é acompanhado de contrações mais fortes, mas um
coração que aumentou o seu volume pode finalmente diminuir a sua capacidade de
bombeamento e provocar IC. A pressão arterial elevada (hipertensão) pode também obrigar o
coração a trabalhar com mais força. Isso acontece também quando tiver de lutar para expulsar
o sangue através de um orifício mais estreito, geralmente uma válvula aórtica estreita.
Figura 1 – Comparativo entre coração normal e cardiomiopatia dilatada
Em algumas pessoas o pericárdio (o invólucro fino e transparente do coração) endurece. Isso
impede que o coração possa dilatar por completo entre os batimentos, tornando o seu
enchimento insuficiente (MANUAL MERCK, 2010).
16
Embora com uma freqüência muito menor, pode também acontecer que determinadas doenças
que afetem outras partes do corpo aumentem exageradamente a necessidade de oxigênio e de
nutrientes por parte do organismo, de tal modo que o coração, embora esteja normal, seja
incapaz de satisfazer esta procura superior. Resultando no aparecimento da IC.
Os sintomas costumam ser suficientes para estabelecer o diagnóstico de insuficiência
cardíaca. Os sintomas seguintes confirmam o diagnóstico inicial: pulso fraco e muitas vezes
rápido, pressão arterial baixa, certas anomalias nos ruídos cardíacos, aumento do tamanho do
coração, veias do pescoço dilatadas, líquido nos pulmões, fígado aumentado, rápido aumento
de peso e edema no abdômen ou nas pernas (MANUAL MERCK, 2010).
Os sintomas da insuficiência cardíaca dependem da câmara mais afetada e da gravidade do
quadro. A disfunção do coração é na maioria das vezes um quadro progressivo e lento.
A insuficiência do ventrículo esquerdo se manifesta com sintomas de baixo débito de sangue
para o corpo. O principal é a fraqueza e o cansaço aos esforços. Nas fases avançadas da
insuficiência cardíaca, o paciente pode se cansar com tarefas simples como tomar banho e
pentear o cabelo. Outro sintoma típico é a falta de ar ao deitar. A incapacidade de bombear o
sangue para os tecidos causa um acúmulo do mesmo nos pulmões. É como se fosse um
congestionamento. O sangue que sai dos pulmões não consegue chegar eficientemente ao
coração porque esse não consegue bombear o sangue que já se encontra dentro dele. Essa
lentidão no fluxo pulmonar causa extravasamento chamado de congestão pulmonar. Em casos
graves desenvolve-se o edema pulmonar. O edema do pulmão é uma urgência médica, onde o
paciente literalmente se afoga fora d'água, podendo morrer se não receber tratamento a tempo
(MDSAÚDE, 2009).
Quando o coração esquerdo começa a não conseguir bombear o sangue eficientemente para os
órgãos, os rins interpretam isso como uma queda no volume de sangue do corpo e começam a
reter água e sal para tentar encher as artérias. O resultado final é um excesso de água no
organismo que se traduz com o aparecimento de edemas (inchaços), principalmente nas
pernas (MDSAÚDE,2009).
17
Se houver uma insuficiência do coração direito associado, esses edemas são ainda maiores,
pois além do excesso de água, o ventrículo direito não consegue fazer com que o sangue das
pernas chegue aos pulmões. Ocorre então um grande represamento de sangue nos membros
inferiores e grandes inchaços. Dependendo do grau de disfunção cardíaca, pode haver edemas
até a barriga, chamado de ascite (MDSAÚDE, 2009).
A imagem típica (figura 2) da IC grave é a do doente com inchaços nas pernas, cansado
mesmo em repouso, ascite, com tosse e expectoração esbranquiçada (congestão pulmonar) e
intolerância ao decúbito (não consegue deitar).
Figura 2 – Sinais e sintomas da Insuficiência Cardíaca
Corações dilatados também apresentam distúrbios na condução elétrica e são mais
susceptíveis a arritmias. Uma das conseqüências pode ser a morte súbita por fibrilação
ventricular (arritmia maligna) (MDSAÚDE, 2009).
18
A definição da etiologia (Tabela 1) é etapa fundamental da avaliação dos pacientes com IC,
contribui para a avaliação do prognóstico e pode influenciar a terapia.
Tabela 1 - Etiologia da IC
Etiologia
Doença isquêmica
Situação clínica
Especialmente na presença de fatores de risco,
angina ou disfunção segmentar
Hipertensão arterial
Freqüentemente associada a hipertrofia
ventricular e a fração de ejeção preservada
Doença de Chagas
Especialmente na presença de dados
epidemiológicos
sugestivos e BRD/BDAS
Cardiomiopatia
Hipertrófica, dilatada, restritiva e displasia
arritmogênica do ventrículo direito
Drogas
Bloqueadores de canal de cálcio, agentes
citotóxicos
Álcool, cocaína, microelementos (mercúrio,
cobalto e arsênio)
Toxinas
Doenças endócrinas
Diabetes, hipo/hipertireoidismo, Cushing,
insuficiência adrenal, feocromocitoma,
hipersecreção hormônio de
crescimento
Nutricional
Deficiência de selênio, tiamina,
carnitina,obesidade, caquexia
Infiltrativa
Sarcoidose, amiloidose, hemocromatose
Doença extra-cardíaca
Fístula artério-venosa, beribéri, doença de Paget,
anemia
Outras
Periparto, miocardiopatia do HIV, doença renal
crônica
19
Dados obtidos por história, exame físico, alterações eletrocardiográficas (figuras 3 e 4), e
exames laboratoriais são capazes de, na maior parte dos casos, sugerir a etiologia da IC (ARQ
BRAS CARDIOL, 2009).
Figura 3 – Eletrocardiograma normal
Figura 4 – Eletrocardiograma com bloqueio atrioventricular de 1º grau e bloqueio
completo de ramo esquerdo.
Muitas vezes, o funcionamento do coração é avaliado através de exames adicionais, como o
ecocardiograma, ressonância magnética do coração, estudo eletrofisiológico, imagem por
medicina nuclear, cineangiocoronariografia, dentre outros.
O tratamento é feito com restrição de sal e água, diuréticos, anti-hipertensivos e
medicamentos que aumentam a força cardíaca como a digoxina. Obesos devem emagrecer,
fumantes têm que largar o cigarro, álcool deve ser evitado e exercícios supervisionados para
reabilitação cardíaca são indicados. A pressão arterial deve ser controlada com rigor.
Nos casos terminais a única solução é o transplante cardíaco.
20
2.2 Transplante Cardíaco
Transplante de coração ou transplante cardíaco é um procedimento cirúrgico no qual um
coração é transplantado para outra pessoa. É a modalidade terapêutica mais eficaz para
prolongar, significativamente, a vida de pessoas com doenças cardíacas em fase terminal.O
primeiro transplante de coração foi realizado pelo Dr. Christiaan Barnard, um cirurgião sulafricano, em 3 de dezembro de 1967.
O procedimento cirúrgico persiste sendo o tratamento de escolha para a insuficiência cardíaca
refratária, apesar da grande melhora na expectativa de vida com o tratamento clínico. Vários
avanços nessa área foram observados na última década, com a incorporação de novas técnicas
cirúrgicas, novos imunossupressores, novos métodos diagnósticos e abordagens nos pósoperatórios precoce e tardio (ARQ BRAS CARDIOL, 2010).
O transplante cardíaco é reconhecido como o melhor tratamento para a IC refratária, mesmo
na ausência de estudos randomizado-controlados. Quando uma criteriosa seleção é utilizada
para a escolha do doador e do receptor, há um significante aumento na sobrevida, na
capacidade de exercício, no retorno ao trabalho e na qualidade de vida (ARQ BRAS
CARDIOL, 2010).
O transplante cardíaco representa hoje uma opção de extraordinário valor para os pacientes
em estado avançado e irreversível de IC e de máxima importância em nosso meio com uma
relação custo e benefício muito favorável. Sobrevida de mais de 20 anos é freqüente em
inúmeros grupos brasileiros, com qualidade de vida a custo seguramente inferior do que o
demandado pelas custosas internações que tais pacientes invariavelmente necessitariam.
21
Pacientes portadores de IC avançada, com sintomas graves sem alternativa de tratamento
clínico e com pior prognóstico têm indicação para transplante cardíaco. O tratamento clínico
deve ter otimização farmacológica e não farmacológica máximas (ARQ BRAS CARDIOL,
2010).
Na IC aguda, devemos promover a remoção de fatores reversíveis, como doença coronária de
tratamento cirúrgico, insuficiência mitral passível de correção ou cirurgia de defeitos
congênitos. Alguns critérios de indicações e contra-indicações têm mudado nos últimos anos,
principalmente com relação à idade, teste cardiopulmonar (TCP), resistência vascular
pulmonar (RVP), obesidade, câncer, diabetes melito (DM), doença de Chagas, insuficiência
renal, doença vascular periférica (DVP), e abuso de drogas (ARQ BRAS CARDIOL, 2010).
Os receptores para transplante cardíaco são aqueles pacientes portadores de IC que estão com
sintomas incapacitantes ou com alto risco de morte no primeiro ano e que não tem outra
alternativa para tratamento clínico ou cirúrgico, com prognóstico muito grave, numa fase
evolutiva muito avançada.
A seleção dos candidatos ao transplante cardíaco envolve o uso de variáveis prognósticas no
sentido de identificar pacientes com IC avançada, combinadas com as contra-indicações e
comorbidades, as quais podem acarretar desfechos desfavoráveis, como redução da sobrevida
após transplante ou alto risco perioperatório. Esse processo de seleção requer equipe
multidisciplinar com profundo conhecimento do prognóstico e manejo dos pacientes com IC
avançada. A avaliação, estratificação de risco e inclusão dos pacientes ambulatoriais na fila de
espera é um procedimento crítico e requer conhecimento dos marcadores prognósticos de
sobrevida. Até o momento, não existe um critério clínico perfeito para identificar os pacientes
de maior risco de morte, que deveriam ser colocados na fila de espera do transplante (ARQ
BRAS CARDIOL, 2010).
22
O fato de um paciente ser selecionado, inscrito e ativado na lista de transplante cardíaco não
significa que o transplante será realizado. A seleção de um candidato é dinâmica e requer
reavaliação contínua. Melhora clínica bem como aparecimento de comorbidades importantes
podem adiar ou contra-indicar o procedimento. O tratamento clínico deve estar adequado e
otimizado. Para pacientes em lista de transplante de coração, o tempo de espera pode ser
longo e a condição clínica pode deteriorar, necessitando internação hospitalar e mudanças na
terapia farmacológica, com a introdução de medicamentos endovenosos, ou de suporte
mecânico circulatório com dispositivos de assistência ventricular, elevando sua condição para
prioridade. Os pacientes internados devem ser mantidos no melhor estado possível, com
estabilidade hemodinâmica para preservação de órgãos-alvo (cérebro, rim, fígado) e com
exames laboratoriais o mais próximo possível do valor normal (ARQ BRAS CARDIOL,
2010).
Na verdade, os critérios para selecionar os candidatos são muito rigorosos, tanto pelas
limitações existentes no que se refere à existência de órgãos para transplantar, mas também
porque se trata de uma operação muito comprometedora, pois um eventual fracasso (por
exemplo, resultante de uma reação de rejeição do órgão por parte do organismo receptor)
deixaria o paciente numa situação muito delicada que apenas poderia ser solucionada com um
novo transplante. Por tudo isto, os médicos, após constatarem se o paciente cumpre todos os
requisitos para a sua inclusão num programa de transplante cardíaco, limitam-se a apresentar
essa possibilidade, pois a decisão final pertence ao próprio paciente. Quando uma criteriosa
seleção e utilizada para escolha do receptor, há um significante aumento na sobrevida, na
capacidade de exercício, no retorno ao trabalho e na qualidade de vida.
Além das condições clínicas do paciente, os programas de transplantes cardíacos pressupõem
um tratamento multidisciplinar e a avaliação psicológica, social, de enfermagem, nutricional,
odontológica e de fisioterapia é obrigatória, buscando-se verificar a ocorrência dos mais
adversos fatores que possam vir a impedir a inclusão de pacientes nestes programas,
identificando o quadro social do paciente a partir da classificação de algumas categorias
extraídas da vida cotidiana, estruturadas em: aceitabilidade, dinâmica familiar, acesso e
condição sócio-econômica (Tabela 2)(BOCCHI, 1999).
23
A aceitabilidade refere-se a capacidade que o indivíduo tem de aceitar ou não a proposta
terapêutica. A condição esperada para que o paciente seja incluído é de aceitação total, sem
reservas. Os que “aceitam com reservas”, são aqueles que estão em processo de aceitação,
ainda trabalhando seus medos e angústias frente a indicação do transplante. A alternativa
“nega” associa-se um rol de possibilidades, as que dizem respeito a valores e crenças, as de
ordem cultural e aqueles que, após ponderarem sobre o custo/benefício do transplante
decidem por não submeterem ao procedimento.
As condições sócio-econômicas são analisadas a partir das variáveis: renda, nível ocupacional
e previdenciário, nível de instrução, padrão habitacional e educacional.
A composição familiar pode ser descrita como unipessoal, nuclear ou nuclear composta. A
nuclear é representada por pais e filhos; a nuclear composta prevê a presença de membros
colaterais avós, tios, primos ou agregados que quando permanentes assumem a condição de
membro da família. A existência do cuidador, como elemento de viabilização dos afazares
domésticos e gerenciador do programa de tratamento do paciente é fator decisivo para o
sucesso do tratamento.
A condição de acesso dos pacientes está condicionada a fatores de ordem geográfica,
temporal, de meios de transporte e de meios de comunicação. Diz respeito a locomoção da
residência do paciente ao hospital que pode ser aéreo, rodoviário coletivo e automóvel
particular. O tempo gasto previsto para o percurso é analisado dentro de um intervalo de duas
horas até o limite de seis horas de todo o processo, quando passa a caracterizar a
inviabilização do acesso ao programa
24
Tabela 2 – Variáveis de avaliação social
No processo da avaliação social o objetivo geral é identificar as condições de vida que
influenciam a saúde e o bem estar do indivíduo. Ela permite a equipe um olhar sobre a
inserção social do paciente e as possíveis implicações dessa área no quadro de saúde
apresentado e no seu acompanhamento pelo serviço. A partir dela, são definidas intervenções
do próprio Serviço Social ou intersetoriais no sentido de solucionar ou minimizar as questões
identificadas. Na abordagem para o programa de transplante a avaliação social marca sua
relevância e possibilita uma estrutura organizacional para identificação do essencial na
elegibilidade dos potenciais receptores de coração que pacientemente ingressam na “fila de
espera para o transplante cardíaco”. É um instrumento que visa configurar o quadro social em
que o paciente encontra-se inserido, identificando fatores de ordem de sócio-econômica e
culturais que possam ser considerado de risco, ou que tenha a capacidade de facilitar,
interferir ou obstruir o acompanhamento proposto pelo programa de transplante cardíaco.
Os pacientes que aguardam na fila de espera para o transplante cardíaco apresentam um
importante estresse emocional. Convivendo com uma doença crônica que implica em lidar
25
com limitações de diversas ordens que prejudicam suas relações interpessoais e o convívio
social, levando o paciente muitas vezes ao isolamento social. Os sintomas da cardiopatia
incapacitam o indivíduo à realização de atividades, afastando a maioria de suas atividades
profissionais ou mesmo de pequenas atividades diárias. Esta fase de espera é geradora de
intensas angústias, frustrações por não poder acelerar o processo e culpa pelo desejo
consciente ou inconsciente, de morte de alguém. Estudos observaram que os pacientes que
aguardam na fila de espera, em função da incapacidade de executar uma série de atividades,
apresentam sentimentos de inferioridade, de inadequação, de autopiedade e de baixa autoestima. Aparecem comportamentos regressivos e uma atitude de dependência que favorece a
aceitação de cuidados e, pela fragilidade, torna o indivíduo receptivo a conselhos e
influências. Também foram encontrados sentimentos de depressão extrema, de desamparo, de
abandono e de futilidade no continuar a lutar pela vida.
O acompanhamento psicológico deve envolver o trabalho preventivo no sentido de preparação
para a intervenção cirúrgica e de uma melhor compreensão de todo o processo, exames e pósoperatório. E aliado a isso trabalhar a importância da adesão ao tratamento pós-transplante. A
continuidade do acompanhamento ao paciente e à família no pós-operatório é de fundamental
importância. A fragilidade emocional e insegurança e a integração psíquica do novo coração
tornam imprescindível o acompanhamento psicológico que se estenda após a alta hospitalar,
auxiliando na melhor adaptação à mudanças e implicações práticas e subjetivas na vida do
paciente.
A família do paciente também deve ser acompanhada durante todo o processo. Sendo um
sistema, o adoecimento de um de seus membros mobiliza a todos os demais. A família
também sofre alterações no seu estilo de vida, em sua dinâmica, no desempenho de papéis.
Um estudo com o objetivo de avaliar a experiência dos familiares durante o processo de
transplante cardíaco mostrou as modificações tem início desde o momento do adoecimento,
exigindo ajustes que repercutem em toda a estrutura familiar. A exigência de cuidados traz
insegurança e ansiedade nos familiares.
A complexidade e especificidade do transplante cardíaco exigem assistência específica de
enfermagem com qualidade e domínio técnico científico, avaliando de forma objetiva e
direcionada as necessidades do paciente e seus familiares, com acompanhamento
individualizado, sistematizado, e orientações para o autocuidado no processo de educação,
26
englobando histórico de enfermagem, exame físico, aspectos gerais (condições de
autocuidado e administração da imunossupressão e medicamentos, adesão ao tratamento história pregressa, cuidador, infraestrutura básica e higiene domiciliar - visita domiciliar,
hábitos de higiene/saúde do paciente/família, dependência química e tabagismo - abstinência
total por 6 meses, doenças prévias e associadas). Cabem ainda ao grupo de enfermagem, as
orientações (Tabela 3) quanto à fila de transplante e acesso à lista de espera; seleção de
doadores e critérios de compatibilidade; pré-transplante, pós-operatório e riscos cirúrgicos;
imunossupressores e seus efeitos colaterais; riscos de rejeição, infecção, hipertensão arterial e
nefrotoxicidade; vacinação (contraindicada vacina de vírus vivo em paciente em fila como
prioridade); planejamento familiar e uso de contraceptivos; reativação da doença de Chagas e
orientações quanto a lesões de pele, infecção dentária ou alterações clínicas (ARQ BRAS
CARDIOL, 2010).
Tabela 3 - Recomendações da equipe de enfermagem ao paciente em fila de transplante
cardíaco.
Classe de recomendação
Indicações
Implementação de atividades de educação e
ensino ao paciente e família em todas as
fases do processo de transplante.
Classe I
Identificação ou risco de complicações no
processo de transplante.
Condições para o auto cuidado, e auto
administração de imunossupressores e
medicamentos.
A enfermagem, que tem sua origem vinculada à família, às casas dos pacientes, na integração
destes com seus e familiares, passou a compor os quadros de instituições hospitalares a partir
do período de depressão e da Segunda Guerra Mundial, excluindo as famílias de seus
cuidados diretos, sobretudo em eventos como nascimento e morte. É preciso realizar a
transição de uma perspectiva individualista mais tradicional para o “pensar de modo
27
interacional” ou “pensar a família”, facilitando assim para os enfermeiros uma clara estrutura
para avaliação das famílias e as intervenções necessárias para seu tratamento. Nos dias atuais,
os enfermeiros tendem a alterar ou modificar seus padrões de prática clínica, sobretudo por
estarem elaborando teorias baseadas em estudos que incluem relacionamentos familiares e
cuidados de saúde. O relacionamento colaborativo de familiares possibilita aos enfermeiros
uma avaliação e intervenção mais competentes na saúde do paciente (MACHADO, 2007).
2.3 A Identificação dos Cuidadores
O cuidador, usualmente, é dividido em dois grupos: o cuidador informal, aquele que pertence
ao grupo constituído pela família, amigos e voluntários e o cuidador formal, aquele que possui
formação
teórica
e
prática
para
a
assistência
domiciliar
do
paciente,
como
médicos, enfermeiros e fisioterapeutas (KARSCH,1998).
No entanto, conforme observação de alguns estudos é importante considerar a família como
parte essencial no cuidado humano, pois é ela quem vai, por vários momentos, compartilhar
com o paciente seus medos, tristezas, ansiedades, sofrimentos, alegrias, gerando até mesmo
uma maior integração entre eles (ALTHOFF, 1999).
Na identificação dos cuidadores pelos pacientes de acordo com atividades exercidas pelo
mesmo, os resultados de alguns estudos apontaram um membro da família como o cuidador
principal, sendo que, para todas as atividades estudadas, na maioria dos casos tratava-se do
cônjuge (JUKEMURA, 2002).
Todas essas atividades do paciente candidato a transplante fazem com que o seu cuidador
tenha também uma gama de encargos muito grande, pois deve acompanhá-lo em todas as
etapas. Cabe salientar que a presença de um acompanhante é sempre solicitada pela equipe,
que busca integrar esta pessoa em todo o processo.
A família pode ficar bastante abalada com a doença e o tratamento, podendo ocorrer um
desequilíbrio que leva ao desenvolvimento de dificuldade em oferecer apoio ao paciente,
acarretando até mesmo um prejuízo na recuperação do mesmo. O trabalho de Walden et al.
descreve a importância da educação contínua tanto dos pacientes candidatos a transplante de
28
coração como dos seus cuidadores, salientando a importância destes últimos no processo, na
tentativa de minimizar o impacto no núcleo familiar.
O cuidador presente durante as consultas participa dos aspectos relacionados ao fornecimento
de dados do paciente, oferecendo informações importantes quanto aos medicamentos, datas de
exames, hábitos alimentares, além de sinais e sintomas apresentados pelo paciente, aspectos
importantes que fazem parte do cuidar (MACHADO, 2007).
Considerando-se a importância atribuída ao papel de cuidador, não só pela equipe de saúde
como pelo próprio paciente, e também largamente afirmada pela literatura existente, verificase a necessidade de investigar mais profundamente esta situação, por meio de estudos de
cunho sociológico, para que se possa propor alternativas para o suporte social desse grupo de
pacientes (MACHADO, 2007).
29
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo da Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa, quanto a sua natureza abordagem quantitativa, que segundo
Minayo os dados podem ser quantificáveis, traduzidos em números, opiniões e informações
para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de
regressão, etc.) (LAKATOS, 1985).
Quanto aos objetivos é uma pesquisa descritiva que visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação
sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento (GIL,1991).
Quanto ao procedimento é uma pesquisa de campo por que se caracteriza com a observação
de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos
mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação
teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado (GIL,1991).
3.2 Considerações éticas
O estudo foi elaborado seguindo os padrões éticos segundo a resolução 196/96 do Ministério
da Saúde. Foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa Prof. Dr. Celso Figueiroa – Hospital
Santa Izabel (Santa Casa de Misericórdia da Bahia) e aprovado em 30 de agosto de 2011,
parecer nº 30/2011 (ANEXO I).
Os dados foram extraídos do banco de dados do Ambulatório de Transplante Cardíaco do
Hospital Santa Izabel, onde nenhum paciente foi identificado, sendo atribuídos números para
as fichas de coleta.
30
3.3 Local da coleta de dados
Os dados foram coletados com base no banco de dados do Serviço de Transplante Cardíaco
do Hospital Santa Izabel, localizado na Praça Conselheiro Almeida Couto, nº 500, Nazaré, na
cidade de Salvador – Bahia. O referido serviço encerrou o programa em Janeiro de 2010 por
problemas de ordem administrativo-financeira.
3.4 População da pesquisa
Foram coletados dados de 46 (quarenta e seis) pacientes e a relação afetiva com seus
cuidadores, atendidos no Ambulatório de Transplante Cardíaco no período de Outubro de
2008 a Dezembro de 2009.
3.5 Instrumento da coleta de dados
Para extração de dados pertinentes a este estudo, foi criado instrumento, de maneira simplista,
para caracterização sócio-econômica dos pacientes e destes com seus cuidadores, através do
banco de dados do Serviço de Transplante Cardíaco do Hospital Santa Izabel (APÊNDICE
A).
3.6 Apresentação e discussão dos dados
Os dados coletados a partir do banco de dados do Ambulatório de Transplante Cardíaco foram
analisados segundo suas freqüências simples e percentuais. Para facilitar a compreensão, os
resultados serão apresentados sob a forma de gráficos e divididos em duas partes, de acordo
com os objetivos propostos para o estudo.
Na primeira parte, estão descritos os dados do perfil sócio-econômico de pacientes com
indicação de transplante cardíaco; na segunda, estão descritos os dados de relação afetiva
existente entre os cuidadores e pacientes com indicação de transplante cardíaco, conforme
descrito no capítulo da Metodologia.
31
3.6.1 Perfil sócio-econômico de pacientes com indicação de transplante cardíaco
O objetivo desta parte dos dados é identificar o perfil sócio-econômico do paciente com
indicação de transplante cardíaco, enfocando as variáveis sexo, estado civil, escolaridade,
ocupação, renda familiar e caracterização da renda.
Figura 5 – Identificação quanto ao gênero de pacientes com indicação de Transplante
Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
A figura 5 demonstra que 34,78% são do sexo feminino e a maioria dos pacientes (30 =
65,22%) são do sexo masculino, reforçando os estudos acerca da prevalência de doenças
cardíacas neste gênero.
A incidência da doença cardíaca é mais tardia nas mulheres, cerca de 10 a 15 anos, devido ao
fator de proteção estrogênica (SOBRAC, 2008), estudos relatam que a população feminina
reconhece a relevância dos cuidados com a saúde, prevenindo 80% dos eventos coronarianos
(ROSSI, 2011).
32
Figura 6 – Identificação do estado civil de pacientes com indicação de Transplante
Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
No que diz respeito ao estado civil observa-se na figura 6 que 54,35% dos pacientes com
indicação de transplante cardíaco são casados, seguido de pacientes com união estável (18 =
39,13%) e pacientes solteiros (3 = 6,52%). O casamento em si, é um fato positivo pois
permite associar ao cuidador o componente afetivo, trazendo uma carga adicional de
responsabilidades e atribuições.
33
Figura 7 – Identificação da escolaridade de pacientes com indicação de Transplante
Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
No que diz respeito a escolaridade, apenas dez (21,76%) pacientes possuem 2º grau completo,
os outros vinte (43,47%) possuem 1º grau incompleto ou apenas a educação fundamental (10
= 34,78%).
Estudos demonstram que fatores sócio-econômicos, tais como renda familiar e nível de
escolaridade, possuem uma associação positiva com o estado de saúde e bem estar do
paciente. De acordo com esses estudos, os pacientes que possuíam piores rendas familiares e
níveis mais inferiores de estudo foram os mais acometidos na avaliação da qualidade de vida
(ROSSI, 2011).
34
Figura 8 – Identificação da renda familiar de pacientes com indicação de Transplante
Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
A figura 8 demonstra que a grande maioria dos pacientes (32 = 69,56%) possuem baixa renda
familiar, seguidos de 12 (26,09%) pacientes com renda familiar de 3 a 4 salários mínimos e 2
(4,35%) pacientes com renda acima de 4 salários mínimos.
35
Figura 9 – Identificação da caracterização da renda familiar de pacientes com indicação
de Transplante Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
A figura 9 demonstra que a renda familiar é caracterizada pelo auxílio doença (31 = 67,4%)
que recebem em função das limitações físicas provocadas pela patologia, pelo benefício (6 =
13,04%) de prestação continuada oferecido pelo governo federal àqueles que não
contribuíram com a previdência, mas possuem critérios clínicos e sociais para aquisição deste
auxílio e pela dependência familiar (9 = 19,56%) e/ou trabalho laboral de outros membros da
família.
36
Figura 10 – Identificação da ocupação de pacientes com indicação de Transplante
Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
Compreende-se que o mundo do trabalho apresentou-se comprometido, uma vez que
adoeceram quando se encontravam em idade produtiva, acarretando afastamento da atividade
laboral. Tal situação influenciou diretamente a segurança econômica, materializada na
obtenção do beneficio seja previdenciário ou assistencial enquanto fonte segura para a
subsistência do núcleo familiar. Na figura 10 está demonstrada a ocupação de pacientes com
indicação de transplante cardíaco, antes do afastamento de suas atividades laborais, onde
39,13% (18) desenvolviam atividades na lavoura, 13,04% (06) no comércio, 19,56% (9) na
construção civil e como empregadas domésticas.
37
3.6.2
Relação afetiva entre cuidadores e pacientes com indicação de transplante
cardíaco
O objetivo desta parte dos dados é identificar a relação afetiva existente entre cuidador e o
paciente com indicação de transplante cardíaco.
Figura 11 – Identificação da relação afetiva entre cuidadores e pacientes com indicação
de Transplante Cardíaco. Salvador-Bahia, 2009. (N= 46)
Na figura 11 o cuidador foi caracterizado por um membro da família, em sua maioria o
cônjuge (43 = 93,48%) , que assume os cuidados do paciente no domicílio, ajudando-o a
suprir suas necessidades, proporcionando conforto, lazer e garantindo o a continuidade e
segurança do tratamento. Os outros (3 = 6,52%) foram representados por pais, irmãos ou
amigos.
38
À medida que a realização do transplante de coração passou a ser um tratamento bem definido
e aceito para a insuficiência cardíaca terminal (AULER, 2005), este procedimento vem se
tornando uma ocorrência cada vez mais comum nos serviços de atenção cardiovascular de alta
complexidade, com protocolos rigorosos de seleção e acompanhamento dos pacientes.
Estudo desenvolvido por Malerbi (1990) refere que “determinadas situações sociais podem
impedir a inclusão do paciente no “programa”, com a finalidade de não comprometer sua
sobrevida em termos de qualidade e quantidade”.
A situação da saúde no Brasil é
preocupante e tende a se agravar em função do aumento da pobreza, do desemprego e da
estagnação econômica.
O impacto nas vidas dos pacientes, já sentido durante as fases da ICC, pode ser avaliado
através das variáveis sócio-econômicas, uma vez que pacientes com níveis intelectoeconômico limitados têm que reestruturar suas vidas e de suas famílias, enfrentando uma luta
diária para sobreviver, o que implica muitas vezes em uma limitada qualidade de vida
(MACHADO, 2007).
A questão da baixa escolaridade é um fator importante na seleção de pacientes candidatos a
transplante cardíaco, pois o bom resultado do pós-procedimento depende de uma boa
comunicação entre o paciente, o cuidador e a equipe multidisciplinar de saúde. Saber ler e
escrever são um fator importante, pois o paciente na fase de aprendizagem para o autocuidado precisa fazer leituras de bulas de medicamentos, receitas médicas e datas das
consultas médicas, facilitando a aderência ao tratamento. Além disso, é fundamental que
também seja capaz de compreender e assimilar as orientações, o que exige um treinamento de
raciocínio e memória consideravelmente influenciado pela atividade acadêmica.
O paciente que está aguardando o transplante do coração necessita ser ajudado em todos os
níveis, amparado em função de sua fragilidade física e emocional. Esta terapêutica não é
apenas uma cirurgia, mas também representa a perda de um órgão carregado de simbologia
afetiva, e a aceitação de um outro em seu lugar, processo que pode se tornar extremamente
intimidativo ao autoconceito (HOJAIJ, 1995).
39
A família representa um fator significativo no processo da melhoria na qualidade de vida e
organização dos aspectos relacionados ao paciente que aguarda na fila do transplante
cardíaco, pois garante ao paciente um conjunto de forças psicológicas e biológicas exigidas
individualmente ou em grupo para superar as diversas dificuldades, situações de estresse que
modificam a vida destas pessoas. A este conjunto de forças dá-se o nome de resiliência
(CHACRA, 2002).
A identificação do cônjuge como cuidador principal, deve ser discutida considerando que em
decorrência de homens serem mais acometidos de doenças coronárias, conseqüentemente as
mulheres cuidadoras enfrentam uma situação de desgaste, uma vez que configura uma jornada
tripla de trabalho (o cuidado do paciente, afazeres domésticos e atividade profissional). Outro
ponto de vista a ser discutido é que a convivência diária com a pessoa doente não constitui
mais um fator de desgaste emocional do cuidador? Serão precisos novos estudos relacionados
ao assunto para responder a esta pergunta.
Tão importante quanto os aspectos técnicos envolvidos em procedimentos como o transplante
cardíaco, se faz necessária a localização do paciente dentro de um contexto sócio-econômico,
pois este influencia sobremaneira na seleção e na evolução após o transplante .
40
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os achados deste estudo permitiram concluir que, com relação aos dados sócio-demográficos,
a amostra estudada foi constituída de 16 mulheres (34,78%) e 30 homens (65,22%) e 25 de
pacientes declaram-se casados (54,35%). Houve certa homogeneidade com relação ao grau de
escolaridade, pois a pesquisa demonstrou que 21,73% dos pacientes cursaram o 2º grau,
43,47% não completaram o 1º grau e 34,78% cursaram o ensino fundamental. A maioria
(69,56%) dos pacientes possui renda familiar de 1 a 2 salários mínimos caracterizados por
auxílio doença (67,4%) na maioria dos dados analisados. A ocupação exercida antes do
adoecer que mais se destacou foi de lavrador com 39,13%.
No que diz respeito a relação afetiva existente entre paciente e cuidador, foi quase que
unânime a presença do cônjuge (93,48%) como responsável no auxílio ao paciente candidato
a transplante cardíaco.
Este estudo permitiu caracterizar o perfil de pacientes com indicação de transplante cardíaco e
a identificação da relação com o cuidador, demonstrando a necessidade de realizar novos
estudos sobre esse tema para subsidiar critérios para seleção de pacientes na fila de
transplante de coração.
41
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43
APÊNDICE A
Instrumento para Coleta de Dados
Nº : _____________
DADOS DO PACIENTE:
Sexo: ( )F
( )M
Estado Civil:
( ) Casado (a)
( ) Solteiro (a)
( ) União estável
( )Outros
Escolaridade:
( )Ensino fundamental
( )1º grau incompleto
( )2º grau incompleto
( )2º grau completo
( )1º grau completo
Renda Familiar:
( ) 1 a 2 salários
( ) 3 a 4 salários
( ) > 4 salários
Caracterização da renda:
( ) Auxílio doença
( ) Benefício
( ) Dependência familiar
( ) Outros
Ocupação:
( ) Comercio
( ) Lavoura
( ) Construção civil ( ) Empregada doméstica ( ) Outros
INFORMAÇÃO DO CUIDADOR:
Relação com o paciente:
( ) Cônjuge
( ) Pais
( ) Irmãos
( ) Amigos
( ) Outros
44
ANEXO I
45
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