Atendimentos de 2006 - CIT

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CENTRO DE INFORMAÇÕES
TOXICOLÓGICAS DO AMAZONAS
Atendimentos do Centro de Informações
Toxicológicas do Amazonas em 2006
2007. Universidade Federal do Amazonas. Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas.
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Elaboração, edição e distribuição:
Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas
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CEP: 69020-170 Manaus AM
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E-mail: [email protected]
U58a
Universidade Federal do Amazonas. Hospital Universitário Getúlio
Vargas. Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas.
Atendimentos do Centro de Informações Toxicológica do Amazonas em 2006 / Universidade Federal do Amazonas, HUGV, CIT.- Manaus : EDUA, 2007.
40 p. : il. Col. ; 22 cm
ISBN 978-85-7401-282-7
1.Toxicologia 2. Estatística 3. Intoxições 4. Prevenção – Manaus,
AM I. Centro de Informações Toxicológica do Amazonas II. Hospital
Universitário Getúlio Vargas III Galvão, Taís (Org.) IV. título
CDU 615.9:31(811.3)
CDD 615.9:318.113
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Flaviano Lima de Queiroz - CRB 255/11ª
Tiragem: 2.000 exemplares
Impresso em papel reciclado
Universidade Federal do Amazonas
Hospital Universitário Getúlio Vargas
Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas
Atendimentos do Centro de Informações
Toxicológicas do Amazonas em 2006
I
Sumário
Sumário
Apresentação ........................................................................................................................... 01
Atendimentos do CIT/AM em 2006 ........................................................................................ 02
Organização: Taís Galvão
Exposições Humanas ..................................................................................................... 05
Referências .................................................................................................................. 16
Prevenção de Intoxicações ........................................................................................................ 17
João Galvão e Taís Galvão
1. Introdução .............................................................................................................. 21
2. Como ocorrem as intoxicações ............................................................................... 22
3. Aspectos gerais de prevenção de intoxicações ...................................................... 25
4. Como evitar as intoxicações ................................................................................... 26
5. Cuidados específicos com determinados produtos químicos .............................. 27
6. Recomendações gerais ............................................................................................ 28
7. Bibliografia consultada ......................................................................................... 30
Sumário
Apresentação
Apresentação
As substâncias químicas estão presentes diuturnamente em nossa rotina, seja de origem
natural animal, vegetal, mineral ou sintética, todas com capacidade de causar dano aos organismos
vivos (toxicidade), como previu Paracelsus no século XV. A ocorrência de eventos adversos
decorrentes da exposição é determinada pelos fatores: organismo vivo, agente tóxico e a
circunstância dessa interação, e é denominada intoxicação.
Para prevenir e colaborar nos casos de intoxicação, a partir de meados do século passado,
surgiram no mundo todo serviços especializados em coletar as informações disponíveis sobre os
diferentes produtos químicos, sua composição, efeitos e tratamento. Tais serviços, denominados
Centros de Controle de Intoxicações, Centros de Atendimento Toxicológico e Centro de
Informações Toxicológicas estão acessíveis 24 horas por dia, sete dias por semana por qualquer
cidadão, gratuitamente. Regionalmente, trazem respostas às demandas locais; por sua capilaridade
possibilitam diagnóstico fidedigno da realidade, permitindo a prevenção e controle de situações de
risco. Representam estratégias de estado para saúde, ambiente e segurança, sendo recomendados
pelo Programa das Nações Unidas, Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial do
Trabalho, dentre outros órgãos de âmbito mundial.
Em nosso estado, pioneiramente na região norte, o Centro de Informações Toxicológicas do
Amazonas (CIT/AM) teve seu projeto iniciado na Universidade Federal do Amazonas em 1985, e,
em 1991 instalado no Hospital Universitário Getúlio Vargas, onde funciona em plantão permanente.
Desempenhando diversas atividades que envolvem: atendimento e acompanhamento de
exposições humanas e animais, divulgação do serviço, prevenção de intoxicações, cursos e
treinamentos em toxicologia, o CIT/AM busca proporcionar à população amazonense serviço de
qualidade que colabore com a Assistência Toxicológica do Estado.
A presente publicação tem objetivo de disseminar as informações sobre exposição a agentes
tóxicos do Estado do Amazonas, em uma forma convidativa à leitura e interpretação. Os dados aqui
ilustrados representam o trabalho desenvolvido pelo CIT/AM no ano de 2006 e proporcionam
conhecimento dessas exposições, evidenciando parte da situação do Estado referente à toxicologia.
Cidadãos comuns, profissionais da saúde, gestores e pesquisadores podem definir metas que
colaborem na prevenção e assistência das intoxicações, a partir do reconhecimento da existência do
problema e sua relevância.
01
Apresentação
Atendimentos
Atendimentos do
do CIT/AM
CIT/AM em
em 2006
2006
Atendimentos
Atendimentospelo
pelotipo
tipo
No ano de 2006, o Centro de Informações Toxicológicas
do Amazonas (CIT/AM) atendeu 818 solicitações entre
Exposição Humana, Exposição Animal e Solicitação de
Informação Toxicológica. Os casos de exposição são
acompanhados até resolução do quadro, prestando assistência
necessária até recuperação do paciente. As informações
toxicológicas aqui registradas são referentes a consultas à
toxicologia das substâncias, como: mecanismo de ação,
toxicidade e riscos.
Você sabia?
Exposição é o contato do
organismo vivo com um
agente externo. A partir deste
contato podem ocorrer
desequilíbrios fisiológicos
levando a processos
patológicos, caracterizando
intoxicação.
Nem toda exposição leva à
intoxicação, e os CITs ajudam
nestas situações, evitando que
danos maiores possam ocorrer
através da orientação da
melhor conduta a ser tomada.
Humana 716
87,5%
Informação 83
10,1%
Popularmente podemos dizer
que intoxicação é a doença
causada por substâncias
químicas.
Animal 19
2,3%
Atendimentos
Atendimentospor
pordia
diada
dasemana
semana
O plantão permanente
do CIT atende a qualquer hora
do dia ou da noite, em qualquer
dia da semana, as solicitações
via telefone. Observamos que
em 2006 os dias da semana com
maior número de solicitações
foram a sexta-feira e o sábado,
porém sem significância
estatística (Qui-quadrado
0,53).
100
106
118
118
108
120
124
124
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
50
0
Domingo
Atendimentos do CIT/AM em 2006
Segunda
02
Terça
Atendimentos
Atendimentos do
do CIT/AM
CIT/AM em
em 2006
2006
Atendimentos
Atendimentosrealizados
realizadospor
porturno
turnodo
dodia
dia
350
316
300
O turno do dia mais
prevalente foi a tarde, dado que se
repete em outros centros
nacionais e internacionais.
316
250
239
229
239
229
50
33
Noite (18-24h)
100
Tarde (12-18h)
Manhã (06-12h)
150
33
Madrugada (24-06h)
200
0
Atendimentos
Atendimentosrealizados
realizadospor
pormês
mêsdo
doano
anode
de2006
2006
O mês de maio obteve o menor número de chamadas (39) e
dezembro o maior número (107). Em alguns estados e países a sazonalidade
é bem estabelecida, sendo o período do verão o mais prevalente. Em nosso
estado não é possível fazer inferências com este dado.
JAN
110
90
NOV
S ET
JUL
JUN
70
OUT
MAR
AGO
ABR
50
MAI
30
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
03
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Atendimentos do CIT/AM em 2006
Atendimentos
Atendimentos do
do CIT/AM
CIT/AM em
em 2006
2006
Atendimentos
Atendimentospor
porlocalidade
localidadede
deorigem
origemda
dachamana
chamada
Região Norte
R
Manaus 720 (88,0%)
Atendimentos
Atendimentos fora
fora do
do Estado
Estado do
do Amazonas
Amazonas
Pará
Interior do AM 66 (8,1%)
Outro estado 19 (2,3%)
Desconhecido 13 (1,6%)
4 (20%)
Tocantins
1 (5%)
Rondônia
3 (15%)
Roraima
6 (35%)
Subtotal
14 (75%)
Região Nordeste
Maranhão
Subtotal
1 (5%)
1 (5%)
Região Centro Oeste
Mato Grosso
Subtotal
1 (5%)
1 (5%)
Região Sudeste
São Paulo
1 (5%)
Espírito Santo
1 (5%)
Subtotal
2 (10%)
Outro País
Colômbia
Subtotal
TOTAL
1 (5%)
1 (5%)
19 (100%)
A cidade de Manaus concentra o maior número de solicitações ao CIT, com 88% do total.
O interior do estado representou cerca de 8% das chamadas. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, dos 3.232.330 habitantes do Amazonas, 1.688.524 (52,2%) residem na
capital. Parcialmente se explica esta predominância, porém há que se considerar a necessidade
premente de divulgação do CIT, principalmente no interior do estado, a fim de que esteja
disponível à toda população, vencendo as distâncias existentes.
Outros estados, principalmente da região norte, também buscaram o serviço (2,3%).
Atendimentos do CIT/AM em 2006
04
Atendimentos
Atendimentos do
do CIT/AM
CIT/AM em
em 2006
2006
Solicitante
Solicitante dos
dos atendimentos
atendimentos por
por classe
classe
O público que busca o CIT é classificado em dois tipos: o profissional da saúde e o leigo. Por
leigo entende-se qualquer pessoa que não seja da área da saúde, que recebe atendimento do CIT.
Muitas vezes é um parente ou o próprio paciente. A maioria das solicitações de 2006 foram dos
profissionais da saúde (60,6%), com predomínio da classe médica (quase 80%).
Outro Profissional da Saúde 17 3,4%
Profissional da Saúde
496 60,6%
Ign. 27 8%
Farmacêutico 21 4,2%
Enfermeiro 62 12,5%
Outro 65 20%
Próprio 102 32%
Médico 396 79,8%
Parente 128 40%
Leigo
322 39,4%
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Local
Localde
deocorrência
ocorrênciaeesolicitação
solicitaçãodas
dasexposições
exposiçõeshumanas
humanas
Local
Ocorrência
Solicitação
Foram atendidas 716
exposições humanas no ano
de 2006. A residência foi o
principal local de ocorrência
(78,9%), entretanto, as
solicitações foram originadas
em sua maioria dos serviços
de saúde (71,1%).
Observando esses
dados percebemos que muitos
casos ocorrem na residência e
o paciente desloca-se até a
unidade de saúde, de onde o
CIT é acionado.
05
Exposições Humanas
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Distribuição
Distribuiçãodas
dasexposições
exposiçõeshumanas
humanasquanto
quantoààvia
viade
deadministração.
administração.
Oral
71,3%
Outra
4,3%
Mordedura/Picada
5,0%
A exposição a agentes tóxicos pode se dar
por uma ou mais vias. No ano de 2006, as exposições
humanas foram mais comuns pela via oral (ingestão),
Cutânea
10,4%
seguida da via cutânea (pele e mucosas), respiratória e
mordedura/ picada
(por animais). Outras vias, menos comuns, foram: ocular, nasal,
parenteral (intravenosa, intramuscular, subcutânea) e não informada.
Respiratória
9,0%
A grande maioria das exposições ocorreu em curto intervalo de tempo, sendo classificadas
como agudas (680 casos, 95%). Exposições a longo prazo, denominadas crônicas, foram 23 casos, 3%
e casos de exposição crônica com episódio agudo foram em número de 6 (1%). 1% das exposições não
puderam ser classificadas quanto a este parâmetro.
Distribuição
Distribuiçãodo
dogênero
gêneroeeda
dafaixa
faixaetária
etáriadas
dasexposições
exposiçõeshumanas
humanas
Não se pode observar
predominância de gênero nas exposições
humanas. Ambos os sexos mostraram
equilíbrio nos casos atendidos.
Quanto à faixa etária é muito
clara a importância das intoxicações
infantis. As crianças com idade entre 0 e 5
anos representaram 45% dos
atendimentos de 2006, e quando
estendemos até a idade de 12 anos
observamos que estas crianças são 54,4%
dos casos.
Exposições Humanas
F
Idade
< 24 meses
2 a 3 anos
4 a 5 anos
6 a 12 anos
13 a 18 anos
19 a 25 anos
26 a 44 anos
45 a 64 anos
> 65 anos
Desc.
Total
N
40
50
54
33
25
54
67
18
7
9
357
M
%
5,6
7,0
7,5
4,6
3,5
7,5
9,4
2,5
1,0
1,3
49,9
N
54
57
66
32
17
41
58
11
8
7
351
%
7,5
8,0
9,2
4,5
2,4
5,7
8,1
1,5
1,1
1,0
49,0
Total
%
Cumulativo
%
N
95
13,3
13,3
108
15,1
28,4
120
16,8
45,2
66
9,2
54,4
42
5,9
60,3
95
13,3
73,6
125
17,5
91,1
29
4,1
95,2
15
2,1
97,3
21
2,9
100,0
716 100,0
- Nota: 8 informações sem identificação de sexo (missing values)
06
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Distribuição
Distribuiçãodas
dasexposições
exposiçõeshumanas
humanasquanto
quantoààcircunstância
circunstância
As exposições humanas de 2006 foram
principalmente de razão não intencional
(75,1%). Das exposições intencionais atendidas
(20,4%), chama atenção a tentativa de suicídio,
que foi a
segunda causa
de exposição
(acidente
individual =
60,8%; tentativa
de suicídio =
14,8%). Outras
circunstâncias
somaram 4,5%.
Circunstância
Não intencional
Acid. individual
Uso terapêutico
Acid. coletivo
Ocupacional
Erro de administração
Presc. inadequada
Intencional
Tent. suicídio
Automedicação
Abuso
Uso indevido
Outra
Ingest. de alimentos
Outra
Violência
Tent. aborto
Não informada
Total
%
N
%
435
30
29
26
16
2
60,8
4,2
4
3,6
2,2
0,3
60,8
65,0
69,0
72,6
74,8
75,1
106
28
8
4
14,8
3,9
1,1
0,6
89,9
93,8
94,9
95,5
10
8
7
1
6
716
1,4
1,1
1
0,1
0,9
100
96,9
98,0
99,0
99,1
100,0
Cumulativo
As exposições atendidas em 2006 foram agrupadas em 15 tipos, dentro de 3 classes, abaixo especificadas:
?
Não intencional: A exposição ocorre sem intenção da vítima ou do responsável;
Acidente individual: acidente envolvendo uma só pessoa;
Acidente coletivo: acidente envolvendo mais de uma pessoa;
Erro de administração: erro na administração de produtos;
Ocupacional: exposição proveniente da atividade laboral;
Prescrição inadequada: prescrição médica em dose, via ou indicação não adequadas;
Uso terapêutico: exposição advinda da terapia medicamentosa;
?
Intencional: Exposição que se dá por vontade do próprio paciente;
Abuso: uso de substâncias para obter efeitos prazerosos;
Automedicação: uso de medicamentos ou plantas medicinais sem indicação médica, para tratamento de
doenças ou sintomas;
Tentativa de suicídio: exposição a substâncias em intenção de auto-extermínio;
Uso indevido: uso de substâncias para finalidades diversas a correta;
?
Outra: exposição por outros motivos;
Ingestão de alimentos: exposição a substâncias decorrente da ingestão de alimentos;
Tentativa de Aborto: uso de substâncias para promover interrupção da gravidez;
Violência: exposição ocasionada com intenção de causar dano à vítima;
Não informado: o motivo da exposição não foi revelado;
Outra: exposição não adequada a outras classes.
07
Exposições Humanas
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Circunstância
Circunstânciadas
dasexposições
exposiçõeshumanas
humanaspelo
pelosexo
sexoeefaixa
faixaetária
etária
F
<12 a
N (% da circ.)
Circunstância
Não Intencional
Intencional
Outra
Total
167 (30,9)
5 (3,5)
5 (15,6)
177 (24,7)
M
>13 a
N (% da circ.)
Desc.
79 (14,6)
83 (58)
9 (28,4)
171 (23,9)
6
0
3
9
Total
N (% da circ.)
252 (46,6)
88 (61,5)
17 (53,1)
357 (49,9)
<12 a
N (% da circ.)
200 (37)
4 (2,8)
5 (15,6)
209 (29,2)
>13 a
N (% da circ.)
Desc.
77 (14,2)
49 (34,3)
9 (28,1)
135 (18,9)
5
2
0
7
Total
N (% da circ.)
Sexo
Desc
N (% do total)
7
0
1
8
541 (75,4)
143 (20,2)
32 (4,4)
716 (100)
282 (52,1)
55 (38,5)
14 (43,8)
351 (49)
Total
As variáveis idade, sexo e circunstância possuem algumas relações, observadas na presente
análise. Das 541 exposições por causas não intencionais, 67,9% ocorreram na faixa etária abaixo de
12 anos, sem predominância de sexo. Já nas
circunstâncias intencionais, 92,3% dos 143
casos ocorreram em pessoas acima de 13 anos,
revelando que a predominância de razões
intencionais, principalmente tentativas de
suicídio, em adolescentes e adultos. Dentre
as exposições intencionais, o sexo feminino
foi o mais freqüente (61,5%), confirmando
dados da literatura que mostram que as
mulheres realizam mais investidas de autoextermínio que os homens.
Evolução
Evoluçãodas
dasexposições
exposiçõeshumanas
humanaspor
portipo
tipode
decircunstância
circunstância
Evolução
Cura
Não Intencional
Intencional
Outra
Total
N (% da evolução)
N (% da evolução)
N (% da evolução)
N (% do total)
497 (76,0%)
129 (19,7%)
28 (4,3%)
654 (91,3%)
36 (78,3%)
7 (15,2%)
3 (6,5%)
46 (6,4%)
Óbito
4 (80,0%)
1 (20,0%)
-
5 (0,7%)
Seqüela
3 (33,3%)
5 (55,6%)
1 (11,1%)
9 (1,2%)
Cura suposta
Desconhecido
Total
1 (50,0%)
1 (50,0%)
-
2 (0,3%)
541 (75,5%)
143 (20,0%)
3 (24,5%)
716 (100%)
- Nota: - valor numérico igual a zero.
A evolução das exposições atendidas em 2006 foram 91,3% cura; cura suposta, 6,4%, (a
confirmação da cura não foi possível), óbito (1,2%) e seqüela (0,7%). Quando uma exposição ocorre
por intenção do paciente, a gravidade do quadro pode ser bem maior: 55,5% dos óbitos foram por
circunstâncias intencionais.
Exposições Humanas
08
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Distribuição
Distribuiçãodas
dasintoxicações
intoxicaçõeshumanas
humanasquanto
quantoao
aonúmero
númerode
deprodutos
produtosenvolvidos
envolvidos
Intencional
57,1%
1
651 90,9%
>3
21 2,9%
2
44 6,1%
Não Intencional
42,9%
As exposições podem ser por um ou mais produtos, sendo, nestes últimos, fatores
complicadores no tratamento do quadro. Em 2006, 90,9% das exposições foram por um produto;
6,1%, por 2 produtos e 2,9%, por mais de 3 produtos (número máximo de 5 produtos).
Observando as circunstâncias do grupo de mais de 3 produtos, verifica-se que a maioria delas é
por razões intencionais.
Distribuição
Distribuiçãodos
dosprodutos
produtoscomerciais
comerciaisenvolvidos
envolvidosnas
nasexposições
exposiçõeshumanas
humanas
quanto
à
situação
legal
quanto à situação legal
9,7% das exposições humanas atendidas
em 2006 envolvendo produtos comerciais foram
por produtos clandestinos.
Desconhecido
6 (0,8%)
Legal
649 (89,5%)
Clandestino
70 (9,7%)
Tais produtos não possuem registro legal,
sendo em algumas vezes produtos proscritos para
o fim que estão sendo comercializados.
Representam um grande risco para a
população que os utiliza e uma especial
preocupação no manejo da
intoxicação, uma vez que
não há segurança em se
saber o real conteúdo do
produto.
09
Exposições Humanas
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Distribuição
Distribuição dos
dos agentes
agentes envolvidos
envolvidos por
por número
número
de
exposições
humanas
atendidas
de exposições humanas atendidas em
em 2006
2006
Agentes
Agentesenvolvidos
envolvidosnas
nasexposições
exposiçõeshumanas
humanas
Os agentes tóxicos envolvidos nas exposições humanas atendidas pelo CIT/AM em 2006 foram distribuídos em 13 classes,
abaixo especificadas:
?
Alimentos: produtos de origem animal, vegetal ou mineral, utilizado para nutrição;
?
Animais peçonhentos: animais que possuem peçonha, compreendida como mistura complexa de substâncias orgânicas, contendo
diversos componentes químicos, que causam efeito nocivo ou morte a um organismo vivo;
?
Cosméticos e produtos de cuidado pessoal: produtos para uso externo, destinados à proteção, higiene ou ao embelezamento das
diferentes partes do corpo.
?
Drogas de abuso: fármaco ou droga, que por agir sobre os mecanismos de gratificação do cérebro são usados de forma recreativa para
obter efeitos estimulantes, euforizantes e/ ou tranqüilizantes;
?
Medicamentos: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins
de diagnóstico
?
Plantas: organismos ou produtos de origem vegetal, utilizados na ornamentação de ambientes ou em medicina popular/ alternativa;
?
Praguicidas: produtos químicos destinados à prevenção, destruição ou ao controle de qualquer praga;
?
Agrotóxico: praguicida de uso em agricultura;
?
Inseticida de uso doméstico: praguicidas destinados ao controle de insetos, utilizados no perímetro domiciliar;
?
Raticida ou rodenticida: praguicida destinado ao controle dos roedores;
?
Produtos de limpeza doméstica: produtos destinados à limpeza dos diversos ambientes da residência;
?
Produtos de manutenção doméstica e de automóveis: produtos utilizados em manutenção residencial (reparo, reforma e
construção) e de automóveis;
?
Produtos domésticos e de escritório (miscelânea): materiais de expediente, utilizados em ambiente residencial, escolar ou de
escritório;
?
Produtos químicos industriais: produtos químicos utilizados em processos industriais;
?
Produtos veterinários: produtos destinados ao tratamento de animais;
?
Outro: produtos diversos que não puderam ser classificados nas classes acima.
Exposições Humanas
10
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
As 716 exposições humanas envolveram 817 agentes tóxicos, classificados a seguir conforme
as classes previamente definidas.
Classificação/Substância
Medicamentos
Fármacos que atuam no SNC
Analgésicos de ação central
Opióide não identificado
Tramadol
Anorexígenos
Anfepramona, bromazepam, fluoxetina
Femproporex
Anticonvulsivantes
Carbamazepina
Fenitoína
Fenobarbital
Antidepressivos
Amitriptilina
Citalopram
Cloridrato de tradozona
Cloridrato de venlafaxina
Fluoxetina
Imipramina
Paroxetina
Antipsicóticos
Haloperidol
Levomepromazina
Periciazina
Risperidona
Tioridazina
Benzodiazepínicos
Bromazepam
Clonazepam
Diazepam
Funitrazepam
Midazolam
Orexígenos
Ciproeptadina, Vitaminas B1, B2, B6, C, Nicotinamida
Outros fármacos que atuam no SNC
Biperideno
Hidrato de cloral
Fármacos que atuam na transmissão neuro-humoral periférica
Analgésicos e antipiréticos
Ácido acetilsalicílico
Dipirona
Paracetamol
Antialérgicos e antigripais
Bronfenidramina, pseudoefedrina
Bronfeniramina, fenilefrina
Clorfenamina, ácido ascórbico, dipirona
Desloratadina
Dexclorfeniramina
Fenoxifenadina, pseudoefedrina
Loratadina
Pimetixeno
Prometazina
Antiinflamatórios não-esteroidais
Diclofenaco
Fenilbutazona
Ibuprofeno
Nimesulida
Corticóides
Dexametasona
Hidrocortisona
Prednisona
Relaxantes musculares
Carisoprodol, cafeína, diclofenaco de sódio, paracetamol
Ciclobenzaprina
Cicloproxalamina, ciclopiroxialamina
Dipirona, cafeína, orfenadrina
Classificação/Substância
Nº
297
96
2
1
1
3
1
2
24
12
2
10
16
5
1
1
1
4
2
2
15
6
3
2
2
2
29
5
12
9
2
1
4
4
3
1
2
57
14
1
9
4
16
1
1
1
1
3
1
2
1
5
12
6
1
2
3
4
1
1
2
8
3
2
1
2
Outros fármacos que atuam na transmissão neuro-humoral periférica
Betaistina
Cinarizina
Dipirona, cafeína, diidroergotamina
Fármacos que atuam no sistema respiratório
Antitussígenos
Clobutinol, doxilamina
Fosfato de codeína
Broncodilatadores / Expectorantes
Acebrofilina (teofilinato de ambroxol)
Ambroxol
Fenoterol
Guaifenesina
Salbutamol
Sulfato de terbutalina
Descongestionante nasal
Nafazolina
Fármaco que atuam no sistema cardiovascular
Anti-hipertensivos
Candesartan cilexetila
Captopril
Cloridrato de propranolol
Losartano
Metildopa
Diuréticos
Amilorida
Amilorida, hidroclorotiazida
Espironolactona
Furosemida
Hidroclorotiazida
Outros
Isossorbida
Digoxina
Fármacos que atuam no sistema digestório
Antieméticos
Dimenidrinato, piridoxina
Domperidona
Metoclopramida
Anti-espasmódicos
Hioscina, ergotamina, paracetamol
Laxantes
Aloína, óleo de capsico, extrato de beladona
Bisacodil
Glicerina
Fármaco que atuam no sistema endócrino e metabolismo
Anticoncepcionais
Estradiol, progesterona
Etinilestradiol, desogestrel
Etinilestradiol, gestodeno
Etinilestradiol, levonorgestrel
Progesterona
Hipoglicemiantes
Glibenclamida
Hipolipemiantes
Sinvastatina
Antiinfecciosos
Antibacterianos
Amoxicilina
Cefalexina
Claritromicina
Cloranfenicol
Dapsona
Eritromicina
Levofloxacino
Norfloxacina
Sulfametoxazol, trimetoprima
Tetraciclina
11
Nº
3
1
1
1
15
2
1
1
11
1
1
2
1
5
1
2
2
13
6
1
2
1
1
1
5
1
1
1
1
1
2
1
1
12
8
1
1
6
1
1
3
1
1
1
13
10
1
1
2
5
1
1
1
2
2
35
21
4
3
1
1
2
2
1
1
2
4
Exposições Humanas
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Classificação/Substância
Antifúngicos
Cetoconazol
Antiparasitários
Albendazol
Cloroquina
Mebendazol
Mebendazol, tiabendazol
Piperazina
Primaquina
Secnidazol
Antirretroviral
Efavirenz
Antiinfecciosos de uso tópico
Antiparasitários
Deltametrina
Benzoato de benzila
Antibacterianos
Tobramicina, dexametasona
Antifúngicos
Miconazol
Ácido salicílico, iodeto de potássio, licor de hoffmann
Anti-sépticos
Anti-sépticos de uso tópico
Clorexidina
Cresol
Mercúrio cromo
Permanganato de potássio
Anti-sépticos do aparelho geniturinário
Cloridrato de benzidamina
Nº
3
3
10
1
1
3
1
1
1
2
1
1
12
8
4
4
1
1
3
1
2
10
7
2
2
1
2
3
2
Extrato de nozes de malva purpúrea, cânfora, monobrada,
cloreto de metiltionínico
1
Fitoterápicos
Cava-cava (Piper methysticum)
3
2
1
Ginseng (Panax ginseng), catuaba (Anemopaegma mirandum),
marapuama (Ptychopetalum olacoides), polivitaminas
Medicamentos de uso tópico
Cânfora, timol, óleo de eucalipto
Ácido
salicílico, ácido láctico
Domperidona
Nafazolina (colírio)
Vitaminas e sais minerais
Cobamamida
Sulfato ferroso
Vitamina C
Vitaminas A, B, C, D
Outros medicamentos
Acitretina
Misoprostol
Protamina
Sildenafil
Vincristina
Beladona, viburno, algodoeiro, cloreto de cálcio
Metionina, glicerina, nicotinamida, tintura de alcachofra,
tintura de boldo
Tintura canforada de ópio (Pipper callosum)
Não identificado
Exposições Humanas
3
1
1
1
11
1
7
2
1
17
1
1
1
1
1
1
1
3
7
12
Classificação/Substância
Praguicidas
Agrotóxicos
Não identificado
Anticolinesterásicos
Não identificado
Carbamatos
Aldicarb
Carbaril
Organofosforados
Diclorvós
Malation
Metamidafós
Paration metílico
Não identificado
Inseticidas agrícolas
Cipermetrina
Deltametrina
Herbicidas
Dicloreto de paraquat
Glifosato
Fumigantes
Fosfeto de alumínio
Inseticidas de uso doméstico
Piretróides
Imiprotrina, permetrina
Imiprotrina, ciflutrina
Outros piretróides
Repelentes de insetos
Naftaleno
Praletrina, surfactantes aniônicos e não iônicos
Raticidas
Não identificado
Cumarínicos
Brodifacum
Cumatetralil
Domperidona
Outros cumarínicos
Nº
159
86
1
66
5
47
46
1
14
1
1
2
2
8
12
10
2
6
2
4
1
1
47
32
8
16
8
15
14
1
26
5
21
6
6
9
Classificação/Substância
Produtos de manutenção doméstica e de automóveis
Hidrocarbonetos (lubrificantes de máquinas)
Óxido de cálcio (cal)
Óxido de cálcio, sílica e óxido de alumínio (cimento)
Poliuretano (espuma p/ vedação)
Combustíveis
Gasolina
Diesel
Querosene
Tintas e Solventes
Hidrocarbonetos aromáticos, acetonas, álcoois (tinta óleo)
Polímeros de metil-metacrilato (tinta acrílica)
Aguarrás
Tolueno, acetona, álcois superiores (thinner)
Nº
39
3
1
2
1
14
8
3
3
18
7
2
1
8
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Classificação/Substância
Produtos de limpeza
Desinfetantes
Cresol (creolina)
Hipoclorito de sódio
Surfactantes catiônicos
Etanol
Desincrustantes
Amônia
Hidróxido de sódio (soda cáustica)
Limpa forno
Sabões
Detergente
Limpadores multiuso
Sabão em barra
Sabão em pó
Produtos para limpeza de piscinas
Hipoclorito de cálcio (cloro de piscina)
Sulfato de alumínio (decantador)
Outros
Ácido oxálico (solução anti-ferrugem)
Cera de piso
Aromatizantes de ambiente - óleo de eucalipto
Lustra móveis
Não identificado
Nº
102
48
4
36
4
4
23
4
18
1
19
3
4
5
7
6
3
3
6
2
1
1
1
1
Classificação/Substância
Animais peçonhentos
Serpentes
Jararaca (Bothrops sp.)
Surucucu (Laquesis sp.)
Não identificada
Aranhas
Aranha caranguejeira (Theraphora blonde)
Não identificada
Escorpiões
Tytius sp.
Insetos
Abelha (Apis millifera)
Embuá (Lulus sabulosus cllindroiulus)
Lacraia (Scolopendra sp.)
Lagarta (Megalopyge sp.)
Potó (Paederus amazonicus)
Não identificado
Outros
Arraia (Potamortrygon sp.)
Sapo - bufotoxinas
Nº
41
6
3
2
1
4
1
3
4
4
25
5
3
2
12
1
2
2
1
1
13
Classificação/Substância
Cosméticos e produtos de cuidado pessoal
Produtos de uso corporal
Perfumes e colônias
Loções e óleos corporais
Xampu
Sabonete
Talcos
Tinturas e descolorantes de pelos e cabelos
Tinturas
Amônia e descolorantes de pelos e cabelos
Peróxido
Amônia de hidrogênio
Peróxido
Persulfatode
dehidrogênio
amônio, silicato sódico, bicarbonato de sódio
Persulfato
amônio, silicato sódico, bicarbonato de sódio
Alisantes de cabelos
Defrisantesde
à cabelos
base de formaldeído
Alisantes
Outros defrisantes
Defrisantes
à base de formaldeído
Produtos
para as unhas
Outros
defrisantes
Produtos
para as unhas
Acetona (propanona)
Acetona para
(propanona)
Esmalte
unhas (tolueno)
Outros para unhas (tolueno)
Esmalte
Creme dental
Outros
Creme dental
Não identificado
Xampu
Não identificado
Nº
46
12
6
2
13
16
3
16
10
10
4
2
4
2
4
4
3
1
3
1
6
5
6
5
1
9
1
8
1
13
3
4
4
Classificação/Substância
Produtos químicos industriais
Ácidos
Ácido flurônico, ácido sulfônico
Ácido fenólico
Ácido fluorídrico
Ácido sulfúrico
Ácido sulfúrico, bromato de potássio
Ácido tricloroacético
Solventes
Diacetona álcool
Dibutiléter
Hexano
Pentano, heptano
Metais
Chapas metálicas (Pb, St, Sr, Cd, Hg, Al, Cu, As, Fe, Zn, Ag)
Outros
Amônia
Butilglicol
Dióxido de titânio, zinco e cálcio
Enxofre
Fibras de amianto
Fluoroalcanos
Formaldeído
Metabissulfito de sódio
Óxidos de minerais ácidos e básicos (solda elétrica)
Resina
Tetrafluorpropanol
Nº
24
6
1
1
1
1
1
1
4
1
1
1
1
2
2
12
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
Exposições Humanas
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
Classificação/Substância
Produtos domésticos e de escritório (miscelânea)
Colas
Cianoacrilato (cola tudo)
Acetato de vinila, aldeídos, tolueno (escolar)
Explosivos de festejos
Salitre (nitrato de potássio e sódio), carvão, enxofre
Produtos escolares
Tinta de caneta
Massa de modelar
Carbonato de cálcio (giz escolar)
Outros
Tintura de tecido
Butano, nitrogênio, propano (gás de isqueiro)
Mercúrio elementar (termômetro)
Pilhas/ baterias
Sílica (desumidificante)
Nº
25
6
5
1
2
2
5
1
1
3
12
1
1
4
4
2
Nº
23
8
6
1
3
1
3
1
Classificação/Substância
Alimentos
Cafeína
Cardol (em casca de castanha-de-caju)
Glicosídeos cianogênicos (em tapioca)
Fermento biológico (Saccharomyces cerevisiae)
Toxinas bacterianas
Não identificado
Nº
11
2
1
1
1
3
3
Nº
9
1
8
1
1
2
1
1
2
Classificação/Substância
Outros
Produtos de uso hospitalar
Etanol a 70%
Formaldeído a 10%
Fertilizante
Uréia, NPK, sulfato de amônio e de magnésio
Uso popular
Banha de cascavel (Crolatus sp.)
Nº
6
4
3
1
1
1
1
1
Classificação/Substância
Plantas
Plantas com Toxalbumina
Pinhão-roxo (Jatropha curcas)
Plantas com Oxalato de cálcio
Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta)
Tajá (Caladium bicolor)
Outras plantas
Urtiga (Urtica dioica)
Cabacinha (Luffa operculata)
Capeba (Pothomorphe umbellatum)
Japana (Eupatorium triplinerve)
Timbó (Tephaosia sp.)
Salva de marajó (Hyptis incana)
Trevo roxo (Hyptis atrorubens)
Não identificado
Nº
35
15
15
7
4
3
13
2
1
1
1
1
1
1
5
Classificação/Substância
Drogas de abuso
Cocaína
Etanol
Heroína
Maconha (Cannabis sativa)
Nicotina
Solventes
Não identificado
Classificação/Substância
Produtos veterinários
Vitaminas A, D, E
Inseticidas de uso veterinário
Amitraz
Carbarila, cipermetrina
Cipermetrina
Clorpirifós, violeta de genciana, óleo de pinho
Deltametrina
Inseticidas piretróides
Exposições Humanas
14
Exposições
Exposições Humanas
Humanas
O registro de casos pelo CIT/AM apresenta-se crescente nos últimos anos. Este resultado
não significa que estão ocorrendo mais intoxicações em nosso Estado, mas sim que o serviço está
sendo mais utilizado pela população, colaborando em melhor assistência ao paciente intoxicado e
conseqüente redução de custos em saúde pública.
860
!
818
660
!
460
260
!
!
60 ! !
1998 1999 2000
!
2001
2002
!
2003
!
2004
2005
2006
Os CITs comprovadamente diminuem gastos em saúde, através da provisão da conduta mais
adequada frente às exposições as substâncias químicas, o que evita instalação de processos
patológicos, procedimentos de alta complexidade, além de colaborar no restabelecimento mais
rápido dos pacientes e diminuição do tempo de internação.
Além deste impacto na qualidade da assistência, os CITs proporcionam conhecimento dos
riscos que os produtos trazem, permitindo ações de vigilância que garantam a segurança necessária
aos mesmos.
Investimentos em serviços deste porte significam estratégias eficazes na prevenção de
intoxicações e assistência toxicológica de qualidade, importantes na manutenção da saúde e
15
Exposições Humanas
Referências
Referências
BRASIL. Lei nº 5991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. In: Diário Oficial da União, Brasília, 19 dez. 1973.
BRASIL. Lei nº 6360, 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as
drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências In:
Diário Oficial da União, Brasília, 24 set. 1976.
GALVÃO, T. F. Estatística de Atendimento do Centro de Informações Toxicológicas de Manaus 2005. Manaus: CIT, 2006.
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Referências
16
João Galvão*
Taís Galvão**
“Prevenir é o melhor remédio”
(Ditado Popular)
Prevenção de Intoxicações
*Professor Titular da UFAM. Mestre e Doutor em Toxicologia/USP.
**Farmacêutica. Coordenadora do CIT-AM/ HUGV/ UFAM.
Sumário
Sumário
1. Introdução .......................................................................................................................... 21
2. Como ocorrem as intoxicações ........................................................................................... 22
3. Aspectos gerais de prevenção de intoxicações .................................................................. 25
4. Como evitar as intoxicações ............................................................................................... 26
5. Cuidados específicos com determinados produtos químicos .......................................... 27
6. Recomendações gerais ........................................................................................................ 28
7. Bibliografia consultada ..................................................................................................... 30
Sumário
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
1.1.Introdução
Introdução
A história da toxicologia é muito rica e registra muitos fatos que mostram claramente que desde cedo
houve preocupação com a prevenção de intoxicações. Destacamos apenas três fatos para ilustrar:
“Somente a dose determina que uma substância seja ou não veneno.”
Paracelsus (1493-1541)
“Medicamentos e venenos são às vezes as mesmas substâncias administradas com diferentes intenções.”
Peter M. Latham (1789-1875)
“Não existem substância inócuas. Somente existem maneiras inofensivas de manejá-las.”
Jeyaratam (1980)
De início é importante ressaltar que existe uma relação muito estreita do homem com as substâncias
químicas e a necessidade que temos de aprender desde cedo a lidar com elas de forma segura, evitando a
ocorrência de intoxicações. Não seria nenhum exagero afirmar que vivemos em um mundo químico. E os
agentes químicos alcançam nosso organismo através do ar, da água, dos alimentos e medicamentos.
Literalmente respiramos, bebemos e comemos substâncias químicas, o que pode ser observado no relato de
Goliszer (2004):
Basta dar uma olhada no mundo que nos cerca para rapidamente percebermos o impacto que os produtos tiveram em
praticamente cada aspecto de nossas vidas. Estamos literalmente cercados por um mar de compostos orgânicos e inorgânicos.
Nossos corpos são formados de milhares de substâncias químicas, cada uma feita de bilhões de moléculas que reagem umas
com as outras e se juntam para criar formas complexas que tornam a vida possível. Comemos substâncias químicas, bebemos
substâncias químicas, respiramos substâncias químicas, colocamos substâncias químicas sobre e dentro dos nossos corpos e
tomamos substâncias químicas sempre que estamos doentes. Do momento que nascemos até o dia que morremos, somos tão
dependentes das substâncias químicas, que não saberíamos o que fazer sem elas.
A figura 1 ilustra a presença generalizada das substâncias químicas no nosso cotidiano e as diversas
relações que o homem estabelece com elas:
Produtos
Domésticos
Trabalho
Contaminantes
Água
Contaminantes
Medicamentos
Agente químico
Fármaco/drogas
Medicamentos
Xenobióticos
Alimentos Aditivos
Contaminantes
Plantas
Medicinais
Social
Lazer
Ar
Contaminantes
Figura 1. Presença das substâncias químicas no nosso cotidiano.
21
Prevenção de Intoxicações
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
Além disto, o enorme aumento da disponibilidade e o emprego de substâncias químicas em todas as
esferas da atividade humana acentua a importância da prevenção de intoxicações.
O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar os principais aspectos e recomendações para
evitar o aparecimento de intoxicações.
2.2.Como
Comoocorrem
ocorremas
asintoxicações
intoxicações
A maioria das substâncias químicas consideradas agentes tóxicos são substâncias estranhas ao
organismo, denominadas de xenobióticos. Entretanto, compostos endógenos, e mesmo elementos químicos
essenciais, quando administrados em doses elevadas, como, por exemplo, o selênio, iodo e cobre, são tóxicos.
O objeto fundamental de estudo da toxicologia é o agente tóxico, que é definido como todo e qualquer
agente químico que, introduzido no organismo e absorvido, provoca efeitos considerados nocivos ao sistema
biológico. Estes efeitos tóxicos podem ser leves (dor de cabeça, náuseas) ou graves (febre alta e convulsões) e
nos casos mais graves, a pessoa intoxicada pode morrer.
A dose é a quantidade de uma substância química que ingressa no organismo humano em um
determinado momento. A dose é considerada tóxica quando é capaz de causar uma intoxicação ou algum efeito
nocivo.
Para maior segurança são estabelecidos os limites no uso de qualquer agente químico. Assim, a dose
limite é a menor quantidade que exerce um efeito nocivo.
Se o organismo humano fica exposto a uma quantidade inferior a dose limite, a intoxicação não
acontece e inclusive em alguns casos pode ocorrer o efeito benéfico. É o caso dos medicamentos que exercem
efeitos favoráveis quando administrados em doses recomendadas e quando a dose é excessiva pode produzir
intoxicações.
É sempre importante lembrar que “Não existem substâncias químicas inócuas. Somente existem
maneiras seguras de utilizar as substâncias químicas”. Assim, todas as substâncias químicas são tóxicas em
certas condições de exposição. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1980) “um corolário
importante deste princípio é que para toda substância química deve existir alguma condição de exposição que
seja segura no que se refere à saúde do homem, com a possível exceção dos carcinógenos e mutágenos
químicos”.
De uma maneira mais completa podemos dizer de acordo com a OMS que a Toxicologia é a ciência que
estuda as interações nocivas entre as substâncias químicas e os seres vivos.
É importante entender que toxicidade é a capacidade inerente a cada agente químico de produzir um
efeito nocivo sobre os organismos vivos. A toxicidade é sempre estabelecida em relação com outros agentes
químicos e varia entre as diversas espécies biológicas e dentro da mesma espécie. E de acordo com o que foi
Prevenção de Intoxicações
22
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
exposto acima, a toxicidade requer a inter-relação de três elementos:
a) Um agente químico capaz de produzir um efeito;
b) Um sistema biológico com o qual o agente químico possa interagir e produzir o efeito; e
c) Um meio pelo qual o agente químico e o sistema biológico possam entrar em contato e interagir. E desta
interação resulta o efeito nocivo.
As intoxicações podem ser conceituadas como o conjunto de sinais e sintomas (sintomatologia)
apresentados pelo organismo vivo (homem, animal) que evidenciam a alteração do seu estado natural, ou
saúde levando a um desequilíbrio orgânico. Em outras palavras seria a quebra do equilíbrio dinâmico existente
no organismo, resultante da interação agente tóxico-paciente e que é caracterizado por um conjunto de sinais e
sintomas que revelam um estado patológico (doença). Ou de maneira bastante simples a resposta do organismo
quando exposto a dose tóxica acima dos limites suportáveis (figura 2).
Introduzido
PACIENTE
(meio interno)
AGENTE QUÍMICO
(meio externo)
Intoxicação
Figura 2. Interação entre agente tóxico e organismo, resultando em intoxicação
No sentido literal, o termo etiologia significa o estudo sobre a origem das coisas, em toxicologia, é a
parte que estuda a origem ou motivação das intoxicações. De acordo com Repetto (1997) “é importante
considerar se na sua produção tem havido ou não voluntariedade, quer dizer, se o sujeito ativo tem desejado
realizá-la ou se a intoxicação se produz de forma acidental, sem que haja intenção alguma”. Assim,
sucintamente, podemos dizer que as intoxicações podem ser classificadas em acidentais e intencionais.
2.1.
2.1.Intoxicações
Intoxicaçõesacidentais
acidentais
As intoxicações acidentais propriamente ditas acontecem por imprudência, por equívoco, por
ignorância e como conseqüência da utilização crescente de produtos químicos diversos (medicamentos,
praguicidas, etc.) nos vários setores da indústria, agricultura, pecuária, no lar e no local de trabalho
(Fungairiño, 1977).
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Prevenção de Intoxicações
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
-
Alguns exemplos podem ilustrar a diversidade das intoxicações acidentais:
Praguicidas (fungicidas, raticidas) confundidos com farinhas;
Contaminação do ar, da água e dos alimentos por praguicidas, metais pesados;
Erros de etiquetagem dos produtos químicos;
Brincadeiras de crianças com medicamentos, plantas, produtos de limpeza e outros.
2.2.
2.2.Intoxicações
Intoxicaçõesintencionais
intencionais
Como o próprio termo diz, existe a intenção ou vontade no uso do agente tóxico, cabendo apenas
distinguir se a intoxicação resulta em que o indivíduo é passivo (quem a sofre) é diferente ou é o mesmo que o
ativo. No primeiro caso, temos os homicídios e os delitos contra a saúde pública.
As intoxicações suicidas são caracterizadas nos casos em que a própria vítima, voluntariamente utiliza
um agente tóxico para por fim à própria vida.
O esquema a seguir ilustra a classificação recomendada por Repetto (1997), com pequenas
modificações.
VOLUNTÁRIA/
INTENCIONAL
Homicídios
Suicídios
Farmacodependências: Álcool, Maconha, Anfetaminas...
Doping: Trabalho, Esporte, Estudos
Ambientais: SOx, NOx, Pb, Praguicidas,
Águas: produtos químicos, petróleo
Profissionais: pintores, mineiros, químicos, farmacêuticos
Medicamentos
ACIDENTAIS
Por erro dose/fórmula/frasco
Por interação
Por intolerância: barbitúrico, procaína, penicilina, fenotiazina
Alimento tóxico
Alimentos
Contam. Biológica
pescado, vegetais
envase: Pb, Plástico
botulismo, aflatoxina
Contam. Químicas
Aditivos
praguicidas,
hormônios diversos
autorizados
fraudulentos
acidentais
Domésticas, infantis: confusões e excessos (inseticidas, medicamentos), plantas e animais peçonhentos.
Figura 2. Classificação das intoxicações por sua etiologia (fonte: Repetto, 1997 - modificado)
Prevenção de Intoxicações
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Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
3.3.Aspectos
Aspectosgerais
geraisna
naprevenção
prevençãode
deintoxicações
intoxicações
Consultando o dicionário Aurélio iremos verificar o quanto é importante o conceito de prevenção:
“ato ou efeito de prevenir (-se); disposição ou preparo antecipado e preventivo; modo de ver antecipado”. Ao
falar de prevenção sempre nos vem a mente a palavra controle. E somente com um controle rigoroso é possível
evitar as intoxicações. Infelizmente não existe controle perfeito. E para reforçar o que foi dito acima podemos
utilizar o que nos diz a autora de “Controles Imperfeitos”, Judith Viorst (2003), sobre o termo controle:
Controle é uma palavra rica e sonora, que desperta sentimentos fortes; é um termo constante na nossa fala, uma vez que se
refere a questões perenes como poder e impotência, liberdade e restrições, ser ativo ou ser passivo, estar ou não por cima, ser do
tipo que vai atrás do que quer ou que se contenta com o que lhe cai na mão. A palavra controle é dura; não contém, pelo menos
aparentemente, o menor lirismo. É algo que queremos e do qual precisamos. Algo que conquistamos e perdemos, algo que
teremos e do qual podemos desistir. Em nossa reflexões sobre o nosso lugar no mundo, em nosso autoconceito, em nossos
relacionamentos pessoais e profissionais, consciente ou inconscientemente, positiva ou negativamente, estamos o tempo todo
lidando com a questão do controle.
Indiscutivelmente, como nos dizem Ariëns, Lehmann e Simonis (1978), a melhor maneira de
prevenir as intoxicações é evitar a exposição aos agentes químicos tóxicos, o que nem sempre é possível. As
estatísticas informam que as intoxicações continuam aumentando de forma alarmante o número de mortes por
exposição a substâncias químicas presentes nos medicamentos, nos praguicidas, nas drogas de abuso e os
diversos contaminantes do ambiente.
Todos os indivíduos que manipulam ou de alguma forma ficam expostos aos agentes químicos tóxicos,
a curto e longo prazo, devem compreender os principais aspectos que envolvem a utilização ou exposição
voluntária ou involuntariamente a toda e qualquer substância química.
O quadro a seguir ilustra os aspectos mais importantes que devem ser enfatizados na prevenção de
intoxicações.
Quadro 1 – Principais aspectos na prevenção de intoxicações e toxicidade
1 – Reconhecer agentes tóxicos potenciais
a) Identificando-os
b) Localizando-os
c) Quantificando-os
d) Etiquetando-os
2 – Evitar seu uso
a) Descartando-os
b) Modificando-os
c) Substituindo-os
3 – Reduzir a exposição aos agentes tóxicos
a) Evitando sua dispersão
b) Evitando contato com eles
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Prevenção de Intoxicações
2 – Evitar seu uso
a) Descartando-os
b) Modificando-os
c) Substituindo-os
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
3 – Reduzir a exposição aos agentes tóxicos
a) Evitando sua dispersão
b) Evitando contato com eles
4 – Reduzir seus efeitos tóxicos (se houve absorção)
a) Limitando sua distribuição
b) Neutralizando-os
c) Usando antídotos gerais ou específicos
d) Acelerando sua eliminação
e) Oferecendo tratamento sintomático e de suporte
Fonte: Ariëns, Lehmann e Simonis (1978)
Infelizmente, diversos fatores contribuem para que os efeitos nocivos ou indesejados dos agentes
químicos tóxicos utilizados sejam mais graves em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, tais como:
1 Pobreza generalizada;
2 Exposição maior às inclemências do ambiente;
3 Higiene pública deficiente;
4 Desnutrição ou nutrição deficiente;
5 Analfabetismo extenso e educação limitada;
6 Enfermidades não controladas;
7 Diferenças genéticas;
8 Aglomeração da população em certos locais;
9 Carência de Centros de Informações Toxicológicas;
10 Preponderância de jovens na população.
De uma maneira geral todos os fatores acima contribuem para aumentar o número de intoxicações em
nosso país. A redução do número de intoxicações implica em ações urgentes enfatizando os programas de
prevenção de intoxicações.
4.
4.Como
Comoevitar
evitaras
asintoxicações
intoxicações
De uma maneira geral podemos dizer que fazer prevenção é utilizar de todas as medidas para evitar
aparecimento de uma doença (intoxicação) no homem (criança, jovem, adulto, idoso trabalhador, estudante,
paciente, cidadão).
As intoxicações, agudas e crônicas, em sua maioria podem ser evitadas. Evitar intoxicações é melhor
que tratá-las, é também o meio mais seguro e barato.
Todos, crianças, pais, agricultores, professores, profissionais, trabalhadores e agentes de saúde,
podem ajudar para melhorar as condições de segurança no uso de qualquer substância química contribuindo
Prevenção de Intoxicações
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Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
para reduzir o número de intoxicações.
Segundo Henry e Wiserman, (1998) três coisas podem ser feitas para melhorar a segurança nos lares,
nos locais de trabalho e na comunidade em geral:
1 Identificar todos os casos de intoxicação que tenham sido produzidos na comunidade durante os últimos
anos. Saber como se desenvolveram, onde foram produzidos e quais os agentes tóxicos implicados. Refletir
sobre as possíveis causas dessas intoxicações.
2 Questionar como poderiam ser evitadas as intoxicações registradas na comunidade. Sugerir numerosas
medidas para prevenir as intoxicações. Consultar o centro de informações toxicológicas local acerca dos casos
registrados em sua comunidade.
3 Conversar com as pessoas sobre os meios de evitar intoxicações. Compartilhe suas informações com os
outros e ajude-os a compreender porque se produzem intoxicações e o que se pode fazer para evitar que se
repitam.
Por outro lado, diversos casos de intoxicações podem ser evitados se os produtos químicos forem
conservados em condições seguras, como as seguintes:
! Guarde os medicamentos, produtos de limpeza e praguicidas em locais onde as crianças não possam vê-los
ou alcançá-los;
! Não guarde produtos químicos desnecessários ao uso;
! Não guarde produtos químicos em recipientes destinados a alimentos ou bebidas, pois inevitavelmente
alguém pode beber ou comer tais produtos.
5.5.Cuidados
Cuidadosespecíficos
específicoscom
comdeterminados
determinadosprodutos
produtosquímicos
químicos
Nesta primeira abordagem, trazemos as medidas de prevenção para duas classes de produtos
químicos, de grande relevância nos registros de atendimentos do Centro de Informações Toxicológicas do
Amazonas (CIT/AM), ocorrendo em todas as faixas etárias e em especial na infância.
5.1.
5.1.Medicamentos
Medicamentos
Os medicamentos foram responsáveis por 36,4% das exposições/intoxicações humanas atendidas no
CIT/AM no ano de 2006. É importante ressaltar que a utilização de medicamentos implica na relação
risco/benefício.
Algumas medidas preventivas ajudam na redução dos casos de intoxicações envolvendo
medicamentos:
! Não utilize medicamentos sem orientação médica. Evite a automedicação;
! Informe-se, lendo a bula e consultando o médico e o farmacêutico, antes de consumir qualquer medicamento;
! Não aceite substituição do medicamento sem consultar o médico ou farmacêutico;
! Verifique se o nome do medicamento obtido corresponde ao prescrito;
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Prevenção de Intoxicações
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
!
!
!
!
!
!
!
!
Utilize produtos com embalagens seguras e invioladas;
Jamais utilize a medida de um medicamento para administrar outro;
Não utilizar ou oferecer medicamentos no escuro;
Verifique o prazo de validade e jamais faça uso de medicamento com data vencida;
Não compre medicamentos por sugestão de parentes, amigos ou vizinhos;
Respeite o horário e as dosagens prescritas;
Antes de tomar o medicamento verifique bem o rótulo, evitando assim enganos que podem ser perigosos;
Ao administrar um medicamento a uma criança nunca diga que é um doce, um suco, ou porção mágica.
5.2.
5.2.Produtos
Produtosde
deLimpeza
Limpeza
Os produtos de limpeza foram responsáveis por 12,5% dos casos de exposição/intoxicação em
humanos, registrados no ano de 2006 no CIT/AM.
Vale a pena observar alguns aspectos que dificultam a prevenção de intoxicações causadas por
produtos de limpeza:
! Grande diversidade de produtos químicos para limpeza doméstica com elevado potencial de risco;
! A propaganda enganosa de produtos químicos;
! A falta de comunicação entre o fabricante e os profissionais da saúde;
! O embelezamento do produto comercializado;
! A falta de segurança e a carência de informações nas embalagens.
Algumas medidas preventivas ajudam na redução dos casos de intoxicações envolvendo produtos de
limpeza:
! Leia as instruções antes de usar qualquer produto químico;
! Não armazene qualquer produto químico junto a alimentos;
! Conserve os produtos químicos bem identificados, e em seus recipientes originais;
! Não acondicione produto químico em garrafas, copos e vasilhas que são utilizados para outros fins;
! Não misture produtos de limpeza;
! Não compre produtos de limpeza vendidos na rua, sem registro para comercialização;
! Ensine à criança a diferença entre os riscos que pode assumir daqueles que pode evitar;
! Não compre produto de limpeza fora da validade, com embalagem violada e que não atenda suas necessidades.
6.
6.Recomendações
RecomendaçõesGerais
Gerais
Com a finalidade de contribuir com futuros programas e projetos de prevenção de intoxicações, e,
desta forma, colaborar com uma melhor utilização dos recursos disponíveis e o aperfeiçoamento do controle
no uso de substâncias químicas, fazemos as seguintes recomendações:
! Reavaliar e controlar todas as propagandas de fármacos/ drogas/ medicamentos/ produtos químicos diversos
Prevenção de Intoxicações
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Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
(nos meios de comunicação permitidos), no sentido de somente ser veiculadas informações fundamentadas “a
luz dos conhecimentos atuais” sem levar ao engano do consumidor;
! Maior vigilância sobre a comercialização de qualquer produto químico;
! Exigência de embalagens seguras, ou “à prova de crianças” para produtos químicos de alta toxicidade ou de
alta incidência em intoxicações;
! Inserir informações relacionadas à prevenção de intoxicações nos currículos do ensino fundamental e
médio;
! Estabelecer um controle de qualidade rigoroso na formulação de qualquer produto químico, evitando assim
a presença de contaminação indesejáveis e altamente tóxicos;
! Maior sensibilidade dos profissionais da área da saúde sobre os riscos de exposição/ intoxicação, voluntária e
involuntariamente;
! O controle rigoroso do comércio de certas substâncias tóxicas que não devem e não podem ser utilizadas,
exemplo agentes mutagênicos e carcinogênicos;
! Aperfeiçoar um sistema de coleta e destino adequado para os resíduos de produtos químicos e embalagens
que são descartados, evitando a contaminação do ar, água, solo e alimentos.
! Fazer avaliação constante da relação risco/benefício no uso de produtos químicos pela comunidade
utilizando os questionamentos recomendados pela OMS, 1998:
- em que medida é útil o produto?
- quais são os riscos?
- pode contaminar o meio ambiente?
- pode ser manipulado com segurança?
- quantas pessoas irão utilizá-lo e quantas ficarão expostas por viver ou trabalhar próximo do lugar onde são
empregados?
- pode ser substituído por outro produto menos perigoso?
- quanto dinheiro pode ser economizado utilizando ou deixando de utilizar o produto?
Ao finalizar, gostaríamos de sugerir o que Grossman e Rivara (1992) apresenta como as três principais
estratégias da prevenção, que são:
a) Fazer as pessoas mudarem seu comportamento, adotando medidas preventivas através da persuasão e
educação;
b) Fazer as pessoas mudarem seu comportamento através da legislação e regulamentação;
c) Proteger o indivíduo, modificando o produto e o ambiente.
29
Prevenção de Intoxicações
Prevenção
Prevenção de
de Intoxicações
Intoxicações
7.7.Bibliografia
BibliografiaConsultada
Consultada
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Cochrane Library, Issue 2, 2007. Oxford: Update Software.
ARIËNS, E. J.; LEHAMANN, P. A.; SIMONIS, A. M. Introdución a la toxicologia general. México:
Editorial Diana, 1978. 337 p.
FUNGAIRIÑO, L. V. Toxicología. Madrid: Gráficas Aguirre Campano, 1977. p. 371
GOLISZEK, A. Cobaias Humanas: A história secreta do sofrimento provocado em nome da ciência. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2004. 531 p.
GROSSMAN, D. C.; RIVARA, F. P. Injury control in childhood. Pediatric Clin. North. Am. v. 39, p. 471-485,
1992.
HENRRY, J.; WISERMAN, H. Tratamiento de las intoxicaciones: manual para agentes de atención
sanitária. Genenbra: OMS, 1998. 331 p.
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VIORST, J. Controles imperfeitos. São Paulo: Melhoramentos, 2003. 303 p.
Referências
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Equipe
Equipe do
do CIT/AM
CIT/AM em
em 2006
2006
Ficha
Ficha Técnica
Técnica
Coordenadora
Taís Galvão
Organização
Taís Galvão
Consultores em Toxicologia
Prof. Dr. João Ferreira Galvão
Profa. Dra. Ana Cyra dos Santos Lucas
Colaboração
Ana Karla Lima Freire
Nadja Pinto Garcia
Colaboradores de Projetos de Pesquisa e Extensão
- Divulgação e Atendimento
Profa. Cynthia Tereza Corrêa da Silva
Profa. Marlene Ramos Guedes Donadio
- Projeto Renascer
Prof. Fernando Kladt Spolidoro (Psiquiatra)
Psic. Andréa Costa de Andrade
Projeto Gráfico
Rodrigo Verçosa
Plantonistas CIT 2006
Aline Oliveira Barros (fev/dez)
Ana Karla Lima Freire (jul/dez)
Caroline Dallas C. Pará (jan/dez)
Cynthia Roberta T. Barros (jul/dez)
Flávia Rochelle G. Oliveira (jul/dez)
Isa Mônica C. Andrade (jan/dez)
Joquebede Nery Chaves (jan/dez)
José Carlos de Lima Muniz (jul/dez)
José Levy S. Santos (jul/dez)
Júlia Coelho (jan/out)
Keityane Rodrigues Vieira (jan/dez)
Luciana Buzaglo (jul/dez)
Nadja Pinto Garcia (jul/dez)
Patrícia Mota da Silva (jul/dez)
Priscila de Almeida Lago (jan/dez)
Priscila Moreira Pinto (jan/dez)
Robson Oliveira (jan/nov)
Silvia Batista Nery (jan/dez)
Tiago César Araújo Novais (jul/out)
Wendy Leila M. Manrique (jan/dez)
Farmacêuticos do Serviço de Farmácia - HUGV
Andréa de Souza Carneiro
Ester da Silva Sales
Geyse Gleyse C. Galvão de Oliveira
Marcélia Célia Couteiro Lopes
Maria Betânia Paes Bustamante
Maria Conceição Bulcão da Silva
Maria Conceição C. Flores Bitencourt
Olivan Silva Conceição
Sany Mesquita de Carvalho
Vívian do Nascimento Pereira
Ilustrações
Luiz Henrique Drummond da Paz
Revisão
Profa. Vânia Batalha
Prof. Dr. João Ferreira Galvão
Agradecimentos
Agradecimentos
À Reitoria da UFAM e à Direção do HUGV,
igualmente aos funcionários que fazem esta grande
instituição;
A toda equipe do CIT/AM, pela dedicação
permanente ao serviço e ao sonho;
A o S er vi ço d e E r god es i gn d o H UGV,
personificado na Profa. Vânia Batalha e sua equipe,
catalisador de muitas realizações do CIT/AM e de todo o
HUGV;
Ao Secretário de Governo da Prefeitura Municipal
de Manaus, Dr. Marcus Barros, pelo apoio no presente e no
passado do CIT/AM;
Aos Secretários Municipal e Estadual de Saúde,
Dr. Manoel de Jesus Coelho e Dr. Wilson Duarte Alecrim,
pela colaboração ao CIT/AM, dentro das limitações;
Ao Secretário Municipal de Comunicação Social,
Jefferson Coronel, e sua equipe;
Aos Deputados Federais Marcelo Serafim e
Vanessa Grazziotin, farmacêuticos que acreditam
substancialmente no trabalho e competência do CIT/AM,
HUGV e UFAM;
A todo público que utiliza o serviço do CIT/AM,
profissionais da saúde e população em geral, colaborando na
consolidação de melhor assistência toxicológica no Estado
do Amazonas.
Universidade Federal do Amazonas
Hospital Universitário Getúlio Vargas
Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas
Hidembergue Ordozgoith da Frota
Reitor da UFAM
Gerson Suguyama Nakagima
Vice-Reitor da UFAM
Raymison Monteiro de Souza
Diretor do HUGV
Dirceu Benedicto Ferreira
Vice-Diretor do HUGV
Taís Freire Galvão
Coordenadora do CIT/AM
Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas
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CEP: 69020-170 - Manaus / AM
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