Intoxicação exógena por fenobarbital em paciente epiléptico e com necessidades especiais: Um relato de caso. NAHAS, M.D.B1; THOMÉ, M.T2; CARVALHO, K.C.N3. 1Estudante de Graduação em Medicina, UniEVANGÉLICA, Anápolis, GO, Brasil. 2 [email protected]. Estudante de Graduação em Medicina, UniEVANGÉLICA, Anápolis, GO, Brasil. 3 Professor, Curso de Medicina, UniEVANGÉLICA, Anápolis, GO, Brasil. OBJETIVOS: Relatar o caso de uma intoxicação exógena pela administração abusiva de anticonvulsivante a um paciente com necessidades especiais e suas principais manifestações neurológicas evidenciando o risco dessa exposição em pacientes dependentes de cuidadores. METODOLOGIA: Realizou-se a revisão de prontuários médicos da UTI Pediátrica de um Hospital Público de Anápolis, após permissão e sob supervisão da médica responsável e levantamento bibliográfico nos principais sites de dados. RESULTADOS: G.J.S, 10 anos, masculino, 26kg, internado na UTI Pediátrica de um Hospital Público de Anápolis, no dia 03/07/15, com rebaixamento do nível de consciência e febre intermitente, após episódio de ingestão de 20 comprimidos de 100mg de Gardenal, oferecidos pela irmã de 14 anos. O paciente na internação apresentava-se sonolento, hipocorado, desidratado, hipoativo, hiporesponsivo, Glasgow de 9, afebril, com queda na saturação de oxigênio, desconforto respiratório e presença de escoriações significativas de maus tratos. A conduta inicial foi o suporte ventilatório, com cateter nasal com ar ambiente, dieta zero, reposição volêmica com soro fisiológico glicosado, antibióticoterapia com Ceftriaxona e medicações endovenosas: Diasepan, Bromoprida e Ranitidina. Como exames foram solicitados controles diários da glicemia e pressão arterial, raio x de toráx, eletroencefalograma, hemograma completo, PCR, eletrólitos, transaminases hepáticas, uréia, creatinina, amilases, DHL e gasometria arterial. Foi prescrita fisioterapia respiratória e motora e acionado o Conselho Tutelar pela suspeita de maus tratos. O paciente foi diagnosticado com pneumonia e evoluiu com bradicardia, sendo medicado com Dobutamina. Progrediu bem ao tratamento, estando em seu terceiro dia de internação com bom estado geral e sem necessidade de suporte ventilatório. CONCLUSÃO: As intoxicações agudas constituem um problema de saúde pública, tendo como principais agentes responsáveis na faixa etária pediátrica os medicamentos. Os fenobarbitais quando ingeridos abusivamente geram no início fala empastada, ataxia, cefaleia, nistagmo e confusão mental, progredindo para os vários graus de coma, com arreflexia, hipotermia e depressão do aparelho cardiopulmonar, sendo a última responsável pelos óbitos na fase aguda, os quais são tardiamente causados por pneumonia, edema pulmonar e cerebral. Distribuição por agente tóxico causador da intoxicação, em número, nas Unidades de Saúde de Montes Claros, 2010. Fonte: MACEDO et al, 2012. A dose potencialmente fatal é de 6 a 10g. O paciente analisado ingeriu uma dose de 2g de fenobarbital, não potencialmente letal, mas que o levou a desenvolver um quadro grave de rebaixamento do nível de consciência evoluindo com depressão cardiopulmonar e pneumonia, o que poderia ter levado- o à morte, se não fossem os cuidados prestados. O desenvolvimento de um exame físico minucioso é a chave para o diagnóstico de uma intoxicação exógena, que se dá na maioria das vezes por exclusão. Entretanto, este pode ser dificultado pela presença de comorbidades associadas, como no caso, o retardo mental. Tal caso reforça a necessidade de maior atenção às crianças portadoras de necessidades especiais, principalmente quanto ao risco de supermedicação e maus tratos por parte dos cuidadores. PALAVRAS- CHAVE: Intoxicações exógenas; Neuropediatria; Retardo do Desenvolvimento neuropsicomotor; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. 2. 3. MACEDO et al. Intoxicações exógenas ocorridas em pacientes atendidos nas Unidades de Saúde de Montes Claros, MG em 2010. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Fevereiro, 2012. OLIVEIRA, R.D.R, MENEZES, J.B. Intoxicações Exógenas em Clínica Médica. Simpósio: Urgências e Emergências Dermatológicas e Toxicológicas. Medicina, Ribeirão Preto, Vol. 36: 472-479, abr./dez.2003. Schvartsman C et alii. Intoxicações Exógenas Agudas, Jornal de Pediatria - Vol. 75, Supl.2, 1999.