A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) APOIADA NO USO DAS TECNOLOGIAS SÍNCRONAS: uma experiência no ensino-aprendizagem da língua inglesa Claudia Silveira da Cunhai Lívia Tucciii Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar o papel fundamental do uso das tecnologias síncronas no processo ensino-aprendizagem da língua inglesa na modalidade de Educação a Distância (EAD). Nesse contexto, este trabalho busca refletir sobre o surgimento, o desenvolvimento, os desdobramentos do ensino a distância e suas possíveis contribuições para a sociedade da informação por meio da incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) - as quais apresentam avanços significativos que proporcionam uma nova oportunidade para o ensino-aprendizagem da língua Inglesa. Ainda, apresenta-se a experiência na modalidade de EAD do uso das tecnologias síncronas em um curso de idiomas, cuja sede é em Belo Horizonte, e discorre-se sobre o método de ensino-aprendizagem individual e personalizado implantado e apoiado nos fundamentos da Communicative Approach, que tem por objetivo suprir as carências do ensino presencial e ainda enriquecer o ensino online de idiomas garantindo-lhes uma abordagem mais humana e participativa. Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Educação a Distância (EAD). Ensino online síncrono. A educação sob a ótica das modalidades de ensino: um caminho sem volta À medida que a sociedade se transforma, ampliam-se contínuo entre outras culturas, ciências e campos. Segundo Freire (1967), quanto mais sabemos, plantamos poder e colhemos liberdade. os conhecimentos, as técnicas e as ações dos sujeitos Em síntese, educar é convidar à reflexão que informa, que dela fazem parte sob a luz influente da Educação – a que forma e gera o poder no saber. É somar todos os pro- cabeça libertadora da sociedade sem a qual a sociedade cessos e objetivos educacionais formais com novas propostas perambula e aliena. Segundo Brandão (2007), a educação e modalidades para novos ensinos e aprendizagens, seja pre- está, sem escapatória, em tudo na vida, como o coração sencial ou a distância, aliadas às Tecnologias da Informação está para o corpo. Para o autor, e Comunicação (TICs) em busca de uma nova ordem mundial Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na não “sócio-econômico-política”, mas de poder pelo “conheci- igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos mento e da liberdade pela Educação”. nós envolvemos pedaços da vida com ela: para apren- Com a invenção da imprensa, na Alemanha, no século XV, der, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, por Johannes Gutenberg (1398-1468), os livros e jornais pas- para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias mis- saram a ser ferramentas modernas para disseminar o conhe- turamos a vida com a educação (BRANDÃO, 2007, p.7). cimento, construindo e revolucionando o pensamento e estimulando a educação. Porém, muito tempo antes da invenção Cabe ressaltar que a educação não é somente um da imprensa, Peters (2004) relata as primeiras experiências de processo pelo qual se procura desenvolver as potencia- Educação a Distância (EAD), de cunho religioso, através de São lidades das pessoas a integrá-las na comunidade a qual Paulo que “escreveu suas famosas epístolas a fim de ensinar às pertencem; assim como não é apenas ficar, entre quatro comunidades cristãs a viver como cristãs em um ambiente des- paredes de salas de aula, num ensino formal, cartesiano, favorável”. Segundo o autor, São Paulo “usou as tecnologias da desenvolvendo as faculdades físicas, intelectuais e morais. A escrita e dos meios de transporte, sem ser forçado a viajar; o Educação é despertar uma consciência holística para a que já era claramente um indício de uma substituição da prega- renovação do homem e preservação da nossa história. ção e do ensino face a face por pregação e ensino assíncronos e mediados” (PETERS, 2004, p. 29). Diante disso, é possível inferir que esse processo amplia-se, neste exercício libertador, quando aprendemos ensinando e Contudo, o registro mais aceito pelos pesquisadores da quando ensinamos aprendendo, como se fosse um intercâmbio educação como referência mais antiga sobre EAD é o anúncio 160 | PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 de um curso de taquigrafia por correspondência, feito em um rial impresso, os computadores e as redes de computadores, jornal da cidade de Boston nos EUA, em 1728. Embora esse hospedando os ambientes interativos como, a teleconferência, registro seja de um século distante, essa modalidade de ensino a videoconferência, os chats (bate-papos), os fóruns de discus- passou a ser mais conhecida, divulgada e conceituada há pou- sões, o correio eletrônico, os blogs1, as plataformas de ambien- cas décadas. Para Mattar (2011), a “EAD é uma modalidade de tes virtuais e os espaços wiki2. educação, planejada por docentes ou instituições, em que pro- Diante desse cenário, pode-se inferir que a educação e fessores e alunos estão separados espacialmente e diversas seus diversos níveis e modalidades é uma área privilegiada para tecnologias de comunicação são utilizadas” (MATTAR, 2011, compreender e prever os processos que são gerados com a p.3). Já para Moore e Kearsley (2007), a “Educação a distância constante aparição de tecnologias e seus respectivos desafios, é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lu- transformando os processos e práticas tradicionais da educação gar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de e da socialização do conhecimento. Nesse contexto, é possível criação do curso e de instrução, comunicação por meio de vá- concluir pela historicidade e desenvolvimento que a EAD vem ga- rias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas nhando espaço e se aprimorando cada vez mais no mundo todo. especiais” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p.2). Por intermédio das tecnologias, pode-se dizer que há um impor- Em outras palavras, a EAD é uma modalidade de ensino- tante dinamismo na Educação a Distância, de forma a viabilizar -aprendizagem, distante do ambiente formal presencial, com mecanismos de comunicação mais eficazes capazes de suprir a conteúdo e planejamento bem organizados e definidos por pro- distância geográfica entre os sujeitos do processo. fessores e instituições educacionais. Modalidade esta, mediada por recursos didáticos interativos e por ferramentas de tecnolo- A sociedade da informação gia da informação e comunicação (TICs), na qual a auto-apren- revolucionando o conhecimento dizagem é feita em tempo distinto (aprendizado assíncrono) ou Ao longo dos séculos, o homem tem assimilado informa- em tempo real (aprendizado síncrono), com separação espacial ção, transformando-a em conhecimento por meio das inteligên- (marca da EAD) entre o docente e o aprendiz. Porém, quando a cias múltiplas, de ferramentas e instrumentos, que surgiram, EAD é mediada por computadores, cria-se uma “rede de apren- não instintivamente, mas, pelo uso de uma mente visionária, dizagem” onde, segundo Pallof e Pratt (2002), “forma-se uma instigada pelo seu meio, pela necessidade, pela cultura vigente rede de interações entre o professor e os outros participantes”, e pela sociedade, transformando-se na tribo global atual, mais na qual “o processo de aquisição do conhecimento é criado aberta, flexível e interativa, como uma colméia com sua estrutu- colaborativamente” (PALLOFF e PRATT, 2002, p.28). ra de trabalho, informação e hierarquia. Concretamente, a orga- Ainda, segundo os referenciais teóricos tendo como base nização da sociedade, de ontem e de hoje, se faz presente pela Preti (2000), Moore e Kearsley (2007), Mattar (2011) e Cunha e experiência e conhecimentos passados de uns para os outros Souza (2006), é possível dividir a história da Educação a Dis- pela organização através do poder, do trabalho e da relação tância em três grandes gerações: a primeira, em meados do humana. Segundo Ribas e Ziviani (2008), século XIX, refere-se ao ensino por correspondência e impres- O homem passou por, especificamente, três estágios sos, com o desenvolvimento dos meios de transporte e comu- de organização social até os dias de hoje. O primeiro nicação, como trens e correios; a segunda geração surge com estágio se caracteriza pelos códigos de organização as novas mídias e as universidades abertas, sendo referenciada social expressados na luta pela sobrevivência, ou pelo uso das principais mídias com múltiplas tecnologias sem seja, a ação social era entendida nas relações entre computadores: rádio e televisão através de programas radio- a natureza e a cultura, a batalha com a natureza. Em fônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de áudio e vídeo, seguida, verifica-se no segundo estágio uma con- material impresso, telefone, satélite e TV a cabo. Já a terceira quista: o domínio da natureza pela cultura, ou seja, geração é a EAD on-line, que oferece um ensino por tecnolo- o aumento do poder no controle da natureza. Esse gias de comunicação em ambientes interativos e se caracteriza período foi caracterizado pela Idade Moderna, com por classes e universidades virtuais, com uso de tecnologias de o advento da Revolução Industrial, o triunfo da razão multimídia, videotexto, microcomputador e internet. e, consequentemente, melhoria nas condições de Cabe destacar que a partir de 1990, incorpora-se à EAD vida e riqueza das nações. Foi no processo de traba- os sistemas da primeira e da segunda geração de abordagem lho que a humanidade encontrou sua liberação das multimídia, com múltiplas tecnologias, incluindo, além do matePÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 l 161 forças naturais e que surgiram as primeiras noções nação da informação e o desenvolvimento do conhecimento em de progresso com o desenvolvimento da técnica e a massa. Segundo Gouveia (2004), ação do homem sobre a natureza. O último estágio, A sociedade da informação está baseada nas tecno- no qual Castells (1996, p. 29) afirma estarmos entran- logias da informação e comunicação que envolvem do, caracteriza- se pela substituição da natureza pela a aquisição, o armazenamento, o processamento e a cultura (RIBAS e ZIVIANI, 2000, p.3). distribuição da informação por meios eletrônicos, como rádio, televisão, telefone e computadores,entre outros. Como a sociedade sempre teve um espírito inquieto, questionador, mutante e tecnológico, os indivíduos, na jornada dos tempos e gerações, passaram a convocar, a desenvolver e a compartilhar, com crescente propriedade, suas múltiplas inteligências convergindo para uma ‘inteligência coletiva’ considerada por Lévy (2007), a partir do instante que o homem sai da sua inteligência individual e compartilha com o potencial coletivo, o capital tecnológico (seus saberes técnicos aliados às ferramentas da comunicação, das mídias, computadores e softwares), o capital cultural (o teor, a organização e o acervo de informação) e o capital social (redes de relações). Na ‘inteligência coletiva’ todos dividem seus saberes, partilham a memória, a percepção e o aprendizado e, o ideal é quando esses conhecimentos são atrelados aos meios de comunicação e à Internet. Para Lévy (1999), um dos três dispositivos de comunicação é a ‘todos-todos’, ou seja, a troca de saberes por todos, no ciberespaço. Conforme coloca o autor, “as realidades virtuais compartilhadas, que podem fazer comunicar milhares ou mesmo milhões de pessoas, devem ser consideradas como dispositivos de comunicação ‘todos-todos’, típicos da cibercultura” (LÉVY, 1999, p. 105). Nessa seara de mais informação e conhecimento, a busca pela transformação de uma sociedade rudimentar para uma sociedade mais apurada e por “soluções” dos problemas em distintos segmentos da sociedade, o homem desenvolveu o poder de suas inteligências lingüísticas, analíticas, lógicas, emocionais, matemáticas, espaciais, musicais, motoras, interpessoais e intrapessoais diante de um mundo em ebulição social, econômica e política. Esse acervo de inteligências provoca encontros e troca de idéias, promove uma cooperação cercada de pensamentos, e gera conhecimento num coletivo inteligente. As gerações com suas evoluções, suas eras e tantas revoluções importantes, como a Industrial e a Científica, culminaram por fortalecer o Capitalismo global, no final do século XX, com o fim da Guerra Fria e com a queda do Muro de Berlim. Surgiram, então, novas formas de relação entre Economia, Estado e Sociedade, o capital tornou-se mais flexível, dinâmico e veloz. Essa sociedade, um dia voltada, primeiro, à agricultura, depois, à indústria e agora, à globalização do capitalismo, passou a se basear no desenvolvimento das TICs, para promover a dissemi- Essas tecnologias não transformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas pessoas em seus contextos sociais, econômicos e políticos, criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da Informação (GOUVEIA, 2004, p.1). Para Machlup (1962), a sociedade da informação está baseada na “indústria do conhecimento” como um recurso econômico, enriquecido com o poder, não militar, político ou financeiro, mas, o poder que passa pela informação e pelo conhecimento, como mercadorias e bens de produção, necessários à economia do sistema capitalista pós-industrial. Do ponto de vista de Castells (1999), o poder do conhecimento e da informação está com quem domina todo o processo que gera a informação para conectar-se às redes informatizadas, como “fluxos financeiros assumindo o controle de impérios da mídia que influenciam os processos políticos” (CASTELLS, 1999, p.566). Ainda, Castells (1999) ao abordar o tema sociedade da informação apontou as seguintes características: inovação, velocidade e conexão. Segundo o autor, a inovação é o resultado da interação de inúmeros órgãos públicos, agentes econômicos, atores sociais e instituições que produzem um fluxo permanente de troca de informações e de conhecimento; velocidade diz como uma era na qual até mesmo nanosegundos tornaram-se demasiado lentos, como medida de algumas operações de computador; e conexão na qual o mundo se transforma em uma aldeia global. A Internet aparece como possibilidade de conexão entre as diversas pessoas. Concretamente, as evoluções do ser humano no seu incessante desejo por conquistas contribui para a geração de uma sociedade informatizada, que desenvolve tecnologias instantâneas, trazendo informação e conhecimento, revolucionando pensamentos e comportamentos sociais, culturais, políticos, humanos e econômicos. Nesse contexto, pode-se inferir que a Sociedade da Informação revoluciona o conhecimento e a informação através das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) consideradas como ferramentas e meios tecnológicos operacionalizados por intermédio das funções do hardware3 e rede, do software4 e dos meios de telecomunicações usados de forma integrada para tratar a informação e auxiliar na comu- 162 | PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 nicação com o objetivo de construir novos caminhos de acesso busca o lucro, a expansão, a internacionalização de à informação e ao conhecimento. tudo o que tem valor econômico (MORAN, 1995, p.1). As tecnologias de informação e comunicação (TICs): suas contribuições para o ensino-aprendizagem Historicamente os recursos educativos sempre estiveram presentes para que o processo de ensinar e aprender se concretizasse. Até os anos 80, as instituições baseavam seus trabalhos em material impresso, programas em áudio, vídeo ou transmissões em TV e rádios educativas. Observa-se hoje, que nenhum recurso educativo foi excluído e sim incorporado para oferecer a mediatização do conteúdo, buscando assim mais possibilidades de estudo para o aluno, bem como atendendo as diferentes formas de aprender. Entretanto, as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) têm provocado mudanças revolucionárias em todas as áreas científicas, humanas, exatas, bem como nos usos e costumes de uma sociedade que já se habituou a um mundo que pode ser trazido para o dia a dia dos sujeitos, em sua casa, escritório, sala de aula, e nas situações mais adversas. Ao toque de teclas, botões e telas, surgem diante de nós um universo interativo por meio de ferramentas tecnológicas como os smart phones, netbooks, mobile learning5, programas reprodutores de mídia digital com áudio e vídeo (media players), webcams, telefonia móvel, sistema de respostas automáticas, câmeras fotográficas, filmadoras digitais, Ipod, Ipad, televisão, rádios, cartões de memória, pendrives, lousas digitais, CDs, DVDs, redes sem fio (wireless), sistemas de realidade virtual e tecnologia 3D. No momento, a novidade é o tablet, um computador em forma de prancheta eletrônica, sem teclado e com tela sensível ao toque. É como se fosse um iPhone gigante, com tela entre 7 e 10 polegadas, com conexão sem fios, alguns, também, usam conexão 3G. Até a menor câmera de vídeo do mundo, com apenas 0.99 mm de diâmetro, para procedimentos endoscópicos clínicos, denominada Medigus, já foi desenvolvida em Israel. Contudo, ao considerar as possibilidades tecnológicas citadas acima, Moran (1995), que declara seu fascínio pelas tecnologias que influenciam o capitalismo, o urbanismo e a globalização, explicita: a máquina a vapor, a eletricidade, o telefone, o carro, o avião, a televisão, o computador, as redes eletrônicas contribuíram para a extraordinária expansão do capitalismo, para o fortalecimento do modelo urbano, para a diminuição das distâncias. Mas, na essência, não são as tecnologias que mudam a sociedade, mas a sua utilização dentro do modo de produção capitalista, que Diante disso, é possível identificar que toda essa revolução tecnológica desempenha seu papel na ‘inteligência coletiva’, uma vez que os sujeitos ininterruptamente apropriam, compartilham e aplicam os conhecimentos e as informações resultantes da utilização das tecnologias crescentes e inovadoras para gerarem novas informações e conhecimentos, bem como desenvolver novos aparatos tecnológicos. Essa realidade, tecnologicamente mais moderna, surgiu com as Mídias, as Plataformas e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs). Segundo Moore e Kearsley (2007, p.7), as mídias, os canais ou as ferramentas impressas, eletrônicas e digitais, são usados para armazenamento e transmissão de informação ou dados de conteúdo educativo, informativo, cultural, pedagógico, tais como: o rádio e o web-radios, a TV e a IpTV (televisão pela internet), o vídeo (YouTube, TeacherTube, Academic Earth, Edutopia), CDs, DVDs, internet, softwares educacionais, os jornais, as revistas, a fotografia. Já as Plataformas de aprendizagem são sistemas computacionais ou softwares, disponíveis na web, para o desenvolvimento de AVAs, utilizando a internet, a intranet6, ou outro tipo de rede informática como canal de difusão. Ainda, as plataformas permitem realizar um conjunto de atividades pedagógicas e de acompanhamento de alunos dentro de um mesmo ambiente virtual. Concretamente, são aplicativos (softwares) que rodam na Internet e possibilitam colocar textos, sons, imagens; enviar e receber mensagens. Elas possuem também um conjunto de ferramentas de comunicação, que permitem fazer discussões à distância ao mesmo tempo em salas de bate-papo (chats) ou em um lugar, chamado fórum, aonde as mensagens vão se organizando por assuntos ou por grupos e que podem ser escritas e acessadas por alunos e professores a qualquer momento. Por intermédio das plataformas de aprendizagem e das TICs, surgem os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), que são salas de aulas no ciberespaço, ou seja, espaços virtuais de ensino a distância, mediados por computador, em que ocorre a convergência do hipertexto, com links (atalhos) e URLs7 de acesso às páginas para EAD. O MOODLE8, o SLOODLE9, TelEduc, Blackboard, o WebCT, o Portal Educação e a WebAula são ambientes virtuais de aprendizagem também conhecidos como institutos de educação sem distância e paredes, que oferecem aos alunos e tutores, meios e ferramentas de ponta, para a construção de um conhecimento continuamente reciclável e atualizado num tempo sem fronteiras e limites. Os PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 l 163 ambientes virtuais aliados às TICs, presentes, principalmente, de mensagem instantânea, para videoconferências e telecon- na Educação a Distância, contribuem para uma mudança de ferências. Já o ensino online assíncrono ou assincrônico é o pensamento sobre o ensino e a aprendizagem na EAD. Como oposto do síncrono, na qual o ensino-aprendizagem, a comuni- destaca Reis, Ribas e Pedroso (2007) “é necessário repensar cação e a interação não acontecem simultânea e imediatamen- os meios e as ferramentas comunicacionais utilizados pela Edu- te entre os participantes ou entre alunos e tutor, podem ocorrer cação a Distância, os quais, sem a tecnologia, ainda estariam respostas em espaços de tempo diferentes, como acontece limitados à utilização de textos enviados pelo correio” (REIS et nos fóruns de discussão, correios eletrônicos, mural, blogs e al., 2007, p.2). exercícios virtuais de estudos autônomos. Nesse contexto, a questão das tecnologias “ressuscita” ou Para Moore and Kearsley (2007), “quase todos os progra- “propulsiona” com intensidade o cenário educacional, notada- mas de educação a distância, incluindo o estudo por corres- mente a EAD nos âmbitos dos recursos pedagógicos com os ma- pondência e o independente, possuem agora alguma presença teriais didáticos, os ambientes virtuais de aprendizagem, as novas online” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p.63). Sob tal ótica, per- formas de interações e mediações. Pode-se dizer que o desafio cebe-se que o avanço do ensino online, aliado às tecnologias atual nesse cenário é transformar informação em conhecimento. de informação e comunicação, está se intensificando em diversos segmentos educacionais demarcando um território onde o As modalidades de ensino: online ensinar-aprender traz consigo a urgência e a necessidade de e presencial apoiado nas TICs se adequar ao estilo de vida dos sujeitos, considerando tempo, Com o surgimento da sociedade da informação acom- espaço e flexibilidade. panhado pelas tecnologias de informação e comunicação, a Ainda, no âmbito educacional, o advento da World Wide história da EAD e sua evolução receberam propostas de mo- Web (WWW) veio, por um lado, facilitar sobremodo as tentativas dalidades inovadoras de ensino. Essas modalidades de ensino de tornar a sala de aula mais interessante e motivadoras. Além apresentam-se em três universos: o ensino presencial, o semi- de apoiar e contribuir para o aperfeiçoamento do ensino pre- presencial e o ensino online. O ensino presencial é o ensino sencial, a introdução da Web, em particular, das TICs (Tecno- convencional de cursos regulares, presenciais, no qual profes- logias de Informação e Comunicação) na Educação, revigorou sor e aluno se encontram no mesmo tempo e espaço: em sala a prática de EAD que estava em desuso, interpondo uma série de aula. Já no ensino semi-presencial, uma parte do ensino é de desafios, pois utiliza tecnologias e formas de recepção em presencial, em sala de aula, e a outra parte, virtual ou a distân- diferentes espaços e ambientes institucionais. cia, por intermédio do uso de outros modelos de ensino ou do uso de tecnologias, como a internet. Essa modalidade foi criada A EAD inspirando o ensino de idiomas para facilitar estudantes com um tempo cada vez mais exíguo online em parceria com as tecnologias síncronas: em seu dia a dia. Por fim, a demanda por um ensino no qual uma experiência em Belo Horizonte alunos pudessem ter autonomia e liberdade para administrar A crescente importância e o valor da EAD no mundo, a bus- seu tempo e espaço de estudos, fora de uma sala de aula, con- ca de mais autonomia no tempo e espaço, a individualização e tribuiu para a criação do ensino online. a flexibilidade no ensino-aprendizagem, a oferta de tecnologias, Ao contrário do ensino presencial, o ensino online é uma de ferramentas e mídias avançadas e a busca por novas pro- nova abordagem pedagógica, pois é um sistema de ensino- postas de educação vieram inspirar uma modalidade específica -aprendizagem, síncrono (simultâneo) ou assíncrono (não si- de ensino online para as aulas de Inglês, como segunda língua, multâneo), que acontece num ambiente, totalmente virtual, com em escolas virtuais de idiomas em Belo Horizonte. o uso de tecnologias digitais, da comunicação e da informação O interesse global no aprendizado de idiomas tem contri- onde o aluno se conecta a uma plataforma de aprendizagem buído para que algumas escolas online, de renome, como a Li- virtual, e lá se encontra materiais, tutoria e ferramentas de intera- vemocha de Seattle (EUA), a Rosetta Stone da Virginia (EUA), o ção síncronas e assíncronas. Portanto, o ensino online síncrono Portal Educação, do Mato Grosso do Sul (Brasil) e a Englishto- ou sincrônico é o ensino totalmente virtual, com conectividade e wn de Estocolmo (Suécia), desenvolvessem metodologias de interatividade em tempo real, que ocorre simultaneamente entre ensino modernas com tecnologia de ponta na modalidade de pessoas conectadas através de algumas ferramentas síncronas ensino online usando ferramentas síncronas e assíncronas. A como os chats, o MSN, o GoogleTalk e o Skype - dispositivos escola virtual Livemocha, por exemplo, é uma rede social de 164 | PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 idiomas como o Facebook e Orkut. Tem mais de 9 milhões de no idioma estudado de forma natural e dinâmica e explora to- membros em mais de 195 países ao redor do mundo e oferece das as competências da língua. O Communicative Approach cursos em 35 línguas. Possui a maior comunidade de alunos e ou Método Comunicativo é uma abordagem no ensino de idio- oferece ajuda mútua no aprendizado de idiomas online, numa mas que se concentra no significado, na comunicação entre os combinação única de aprendizagem assíncrona e prática com alunos e professores e nas funções linguísticas, sem ater-se, falantes nativos. Aprende-se com pessoas reais, que se ajudam primeiramente, ao ensino da gramática tradicional. O aluno é mutuamente, criando motivação para desenvolver a fala. As au- estimulado a pensar e interagir na língua-alvo, em situações re- las são divididas em módulos interativos que incluem vocabu- ais, através de atividades interativas e comunicativas. Outro en- lário, clipes de áudio e vídeo, slides e lâminas com gravuras e foque importante do método é o das Inteligências Múltiplas10, pontos gramaticais, jogos e exercícios, na qual o aluno estuda que respeita o estilo de aprendizagem de cada aluno, assim se com autonomia, foca na construção de habilidades práticas de escolhe o ensino adequado para cada aluno, de acordo com conversação. Cada lição inclui exercícios de fala e escrita que seu perfil, habilidades e competências. são revistos, posteriormente, por falantes nativos, assim como o aluno faz as revisões de exercícios escritos e orais, de outros A seguir, descrevem-se os princípios e ferramentas do método criado pela escola Idiomas Consultoria: alunos que estudam o seu idioma. A etapa de conversação é - Foco integral em macroatividades da língua: conversa- feita através de gravações de textos ou exercícios enviados, ção, vocabulário, gramática, leitura, compreensão audi- para serem ouvidos, analisados e devolvidos com observações tiva e escrita. Para cada aluno, trabalha-se um pouco de e pontuação posterior. Além disso, o curso promove bate-pa- cada habilidade em atividades alternadas para que se pos e interação cultural, usando as ferramentas síncronas. tenha uma visão global da língua como um sistema, no Outra escola online, a Englishtown, com mais de 400 esco- qual ele irá se apoiar para atingir a proficiência. las e escritórios em mais de 50 países, com 34 mil funcionários, - Conciliação entre materiais didáticos tradicionais, tais onde mais de 15 milhões de pessoas já aprenderam o idioma, como livros, gramáticas, CDs, dicionário, materiais di- oferece cursos de inglês, em tempo real, com ferramentas sín- nâmicos disponíveis na Internet e agrupados na Siteo- cronas, em sala de aula virtual, através do Skype ou de outro teca, um recurso disponibilizado aos alunos do Portal serviço de comunicação online de atendimento ao cliente. É Idiomas Consultoria com um grande acervo de sites de usada a plataforma do Adobe Connect para que seja disponi- referência para o ensino e aprendizagem de idiomas bilizado o material do curso na tela, as anotações do professor cuidadosamente pesquisados, testados e catalogados e as mensagens instantâneas. Para participar do curso, são ne- para cada situação possível em uma aula de idioma. cessários um fone ou caixas de som e um microfone. Cada aula Com a Siteoteca, os professores podem encontrar di- online explora um novo tópico diariamente. É na plataforma que versos recursos para planejar suas aulas, proporcionan- um aluno conversa com outros alunos e interage com um pro- do mais dinamismo, eficácia e contextualização. fessor nativo ao vivo. O professor orienta o aluno durante a aula, - Contextualização dos conteúdos das aulas: Durante corrige seus erros e dá instruções detalhadas sobre como me- a aula, o professor pode contextualizar e ilustrar um lhorar a pronúncia e o vocabulário. Assim, dessa forma, treina- determinado assunto e ou sanar uma dúvida levantada -se o ouvido e a pronúncia, qualidades básicas para a fluência. naquele momento pelo aluno. Isso é possível devido Um caso de inovação no uso das tecnologias síncronas à riqueza de materiais ao alcance do professor com para o ensino de idiomas foi empreendido por Lucas Freire, apenas um clique. Dessa forma, todo material extra é poliglota, professor de inglês, francês e espanhol. Seu proje- inserido no Caderno Virtual do aluno em tempo real. to visou criar um método que suprisse todas as carências do Quase nunca o professor terá que responder a uma dú- ensino presencial e ainda enriquecesse o ensino online ga- vida do aluno posteriormente, pois todos os recursos rantindo-lhes uma abordagem mais humana e participativa. O de pesquisa estão à sua frente. Os alunos ao saberem resultado culminou no Portal Idiomas Consultoria, uma escola das possibilidades da Siteoteca têm a certeza de que online de idiomas com sede em Belo Horizonte, mas que já suas aulas não se limitam ao livro e ao professor. Esse atende alunos em diferentes estados do país. A escola utiliza fato garante-lhes maior entusiasmo e engajamento no um método de ensino individual e personalizado. Esse método curso, pois os alunos percebem que cada aula passa se apoia nos fundamentos da Communicative Approach, que a ser diferente e podem opinar e fazer contribuições possibilita o aluno a adquirir uma comunicabilidade satisfatória para o planejamento da próxima aula, deixando-a cada PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 l 165 vez mais personalizada. É importante ressaltar que os fessor garantindo a possibilidade de fazer ajustes na recursos da Siteoteca são cuidadosamente utilizados programação do curso, para que o professor se adapte pelo professor, que é treinado para não deixar que a às reais necessidades do aluno. contextualização seja a finalidade da aula, mas sim um - Avaliação contínua: periodicamente o aluno é avaliado meio de ilustrar e dinamizar os conteúdos programáti- através de exercícios dinâmicos e lúdicos que lhe dão cos. base e treinamento para futuros testes de proficiência no - Interatividade e Dinamismo – Através de uma platafor- idioma. No final de cada módulo, ele é avaliado formal- ma de documentos compartilhados, presente no servi- mente sendo atribuído uma nota ao seu desempenho ço gratuito de email da Google, o Gmail - GoogleDocs, geral. Parte dessa metodologia de avaliação é uma apre- o aluno recebe na primeira aula um documento único e ciação do engajamento do aluno no curso, seu compro- exclusivo. Esse documento funciona como o quadro de metimento com a prática e com os exercícios propostos. aula para o professor e como o caderno de anotações Juntos, professor e aluno chegam a um consenso sobre para o aluno. O professor previamente insere o plane- a nota e sobre as medidas a serem tomadas caso o en- jamento de cada aula, para que o aluno acompanhe a volvimento do aluno não tenha sido satisfatório. proposta do professor durante todo o curso. Durante - Meritocracia: o aluno é orientado desde o início do a aula o professor e o aluno podem digitar em tempo curso sobre a importância do seu papel no próprio real e tudo o que for inserido fica automaticamente sal- aprendizado. Ele é incentivado a atuar com mais au- vo e registrado. Após a aula, o aluno pode acessar o tonomia na condução do aprendizado. Já o professor Caderno Virtual para fazer suas atividades quando de- atua como um mentor, um guia que orienta o aluno du- sejar. O professor, por sua vez verifica periodicamente rante o processo, identifica os avanços, valoriza e res- o caderno do aluno para fazer as devidas correções, salta os pontos fortes e os êxitos conquistados em cada tirar dúvidas e inserir materiais extras para que o aluno etapa do curso, bem como detecta as dificuldades para pratique mais os conteúdos ensinados. Dessa maneira, que sejam trabalhadas durante o processo. é garantido ao aluno um acompanhamento integral. - Acompanhamento integral: o trabalho desenvolvido A FIGURA 1 ilustra os elementos, suas conexões e os prin- pelo aluno é monitorado periodicamente pelo seu pro- cipais recursos utilizados pelo método. Em prosseguimento, 166 | PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 descreve-se o método. uma experiência de aprendizado única, condizente com os dias Descrição do Método: O aluno e o professor estabelecem atuais. O método supre as carências do ensino presencial e ain- o contato de voz via programas como o Skype ou Gtalk. Esse da dinamiza o ensino online ao acrescentar a figura do professor contato será mantido durante toda a duração da aula. Logo no que está presente de forma integral em cada aula. início da aula, ambos abrem o arquivo compartilhado, denomi- Além dos benefícios facilmente notáveis, tais como flexibili- nado de “Caderno Virtual” e nesse arquivo, encontra-se a lição dade de horários, comodidade para o aluno poder optar onde e planejada para aquele dia, com uma referência de ordem cres- quando estudar, desde que haja uma conexão disponível para cente que coincide justamente com o número de horas/aulas a Internet, e as vantagens de um ensino personalizado, o Por- que o aluno já cursou. Por exemplo, se o aluno já cursou 50 tal Idiomas Consultoria, garante aos alunos e aos professores aulas, a próxima aula no Caderno virtual será - Lição 51. Dessa o resgate do prazer em aprender e ensinar idiomas, respec- maneira, professor e aluno têm total controle sobre o rendimen- tivamente. Isso, devido ao fato de que cada aluno requer, do to do curso, pois poderá visualizar onde estão no momento, professor, uma maneira peculiar de planejar a aula com suas dentro do programa total do curso. demandas e sugestões específicas, assim, o professor, natu- Todo registro feito nas aulas ficam armazenados no caderno ralmente, não se acomoda ao lecionar a mesma aula repeti- virtual. Dessa maneira, o Caderno torna-se a ferramenta central damente. Logo, cada aula abre um novo leque de perspecti- síncrona de produção entre o aluno e o professor. Cabe destacar vas e torna o trabalho do professor uma atividade instigante e que o aluno tem o caderno virtual como ferramenta de anota- desafiadora. O Portal Idiomas Consultoria utiliza as tecnologias ção, consulta ao programa, referência para a Siteoteca, alterna síncronas para as aulas em tempo real, as atividades assíncro- com o uso do livro didático indispensável no momento da aula nas e os recursos didáticos acessados via Internet para o aluno online. O conjunto de recursos formados pelo Caderno Virtual, continuar seu estudo autônomo, porém, não dispensa os ele- Siteoteca, Livro Didático e o acompanhamento online individuali- mentos de um método tradicional de ensino como gramática, zado do professor garante as aulas do Portal Idiomas Consultoria exercícios, avaliações e provas. A FIGURA 2 representa a traje- tória de acesso do aluno ao Portal. mento rico tanto para o aluno quanto para o professor. É necessário Os resultados e avanços nesse processo de ensino-aprendi- ainda destacar que o professor não perde suas atribuições e seu zagem são revelados, de um lado pelo professor, que se torna um papel de guia e facilitador de ensino, ao se apoiar nas tecnologias mediador e orientador, no ensino online de idiomas, por adquirir como ferramentas, utilizando-as de forma apropriada no processo mais conhecimento e estimular a criatividade do aluno devido aos de interação ensino-aprendizagem. Como destaca Moran (1995), inúmeros recursos disponibilizados, através das pesquisas virtuais As tecnologias de comunicação não substituem o profes- e do uso das tecnologias, transformando cada aula, em um mo- sor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 l 167 de passar informações pode ser deixada aos bancos de síncrono que demarca seu território no ensino de idiomas online dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se apoiado nas TICs, na qual o aprendiz e o tutor, separados es- transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno pacialmente, interagem em tempo real, através do áudio, vídeo por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informa- e escrita. Inegavelmente, o ensino online de idiomas contribui ção mais relevante (MORAN, 1995, p.2). para uma maior inclusão de alunos que percebem a importância de um segundo idioma em sua formação acadêmica e profis- Do outro lado, pelo aluno que assume uma nova postura, sional, mas, que por diversas razões não dispõem de recursos deixa a passividade do modelo tradicional de aprendizagem, financeiros e tempo para o estudo presencial. Com essa contri- para ser o ator principal e ativo na construção do conhecimento, buição da EAD através do estudo online, ganha a sociedade e o exigindo de si, mais iniciativa, autonomia, disciplina, boa organi- mercado de trabalho já que recebem sujeitos mais preparados zação pessoal e sábia administração do seu tempo. para enfrentar uma sociedade econômica, social e culturalmente Em síntese, pode-se afirmar que o fator determinante no crescente sucesso desse modo de aprendizagem de idiomas é ativa, exigente na formação integral de seus participantes, mas que ao mesmo tempo, ainda é bastante injusta e desigual. a oferta de um valor competitivo, com ferramentas de fácil manuseio – as ferramentas síncronas. Segundo Lucas Freire, diretor do Portal Idiomas Consultoria, os alunos se sentem à vontade para o aprendizado no conforto de suas casas; as aulas são produtivas porque são individuais, e podem ser ilustradas e contextualizadas com a rapidez de um clique. Os alunos trabalham com imagens, jornais online, vídeos, rádios, TVs e muitos outros recursos que o aproximam e o expõem de maneira natural a essa nova cultura de ensino-aprendizagem. Entretanto, cabe salientar que a escolha e o balanço correto no uso das diversas ferramentas, em função das necessidades do público-alvo, do desenho pedagógico do curso e das atividades propostas, tendem a determinar o sucesso ou o fracasso de projetos de EAD para o ensino de idiomas. Conclusão Referências BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2007. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. COSTA, Karla da Silva; FARIA, Geniana Guimarães. Ead – sua origem histórica, evolução e atualidade brasileira face ao paradigma da educação presencial. Maio 2008. In: CONGRESSO ABED. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/552008104927AM.pdf>. Acesso em: 04/04/2011. CUNHA Miriam Vieira; SOUZA, Francisco das Chagas (Org.). Comunicação, gestão e profissão: abordagens para o estudo da Ciência da Informação. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. A Educação, como fonte libertadora da sociedade, tem uma missão formadora e construtora do conhecimento, influenciando na realização dos sonhos e projetos do homem e de uma sociedade que precisa ser visionária, inquieta, com um espírito tecnológico. Assim, a sociedade que se informa, se informatiza dinâmica e incessantemente, compartilha e faz acontecer, pela Educação, renova conceitos e teorias, forma e gera o poder no saber. Nessa jornada, com a evolução das ferramentas para o ensino e para a informação, vemos a sociedade revolucionar o conhecimento e impulsionar a Educação formal ao apresentar novas propostas e modalidades para o en- ENGLISHTOWN. Escola de Inglês Online. Disponível em: <http://www. englishtown.com>. Acesso em: 09/06/2011. GOUVEIA, Luis Manuel Borges. Sociedade da Informação: notas de contribuição para uma definição operacional. Portugal, 2004. Disponível em: <http://www2.ufp.pt/~lmbg/reserva/lbg_socinformacao04.pdf>. Acesso em: 13/05/2011. LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2007. 212 p. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Ed.34, 1999. sino e aprendizagem, aliadas às tecnologias de informação e comunicação (TICs). Nesse cenário, a EAD veio para ficar e contribuir para a sedimentação do ensino e aprendizagem ao beneficiar um número grande de pessoas, com as mais variadas necessidades e dificuldades. LIVEMOCHA. Escola de Idiomas Online. Disponível em: <http://www. livemocha.com>. Acesso em: 09/06/2011. MATTAR, João. Guia de Educação a Distância. São Paulo: Cengage Learning: Portal Educação, 2011. Um dos meios que mais evolui na EAD é o ensino online 168 | PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a Distância: uma visão integrada. Trad. Roberto Galman. São Paulo: Thomson, 2007. MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e o re-encantamento do mundo. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm>. Acesso em: 02/06/2011. OLIVEIRA, Cinthya. Sem desculpas para aprender. Jornal Hoje em Dia. Belo Horizonte, 5 de maio de 2010. Caderno Empresas e Soluções, p.1. ii Profa. Especialista Lívia Tucci Email: [email protected] Bacharel em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva. Professora de Língua Inglesa . Um blog ou Web log, é um diário da web, um site, cuja estrutura permite ao criador ou criadores do blog, administrar o espaço, postando artigos, músicas, fotos. O foco é a temática proposta do blog. Ex: Blogspot. 2 Wiki é uma ferramenta colaborativa na web, na qual todos os usuários autorizados podem criar páginas, editar textos e fazer links. Ex: Wikipédia. PALLOFF, Rena; PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre, RS: Artmed, 2002. 3Hardware é a parte física do computador, ou seja, é o conjunto PETERS, Otto. A educação a distância em transição. Trad. Leila Ferreira de Souza Mendes. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2003. 4 Software é a parte lógica, ou seja, o conjunto de instruções e dados que é processado pelos circuitos eletrônicos do hardware. PORTAL EDUCAÇÃO. Disponível em: <http://www.portaleducacao. com.br>. Acesso em: 09/06/2011. 5 Mobile Learning é o aprendizado através de dispositivos móveis e portáteis, como o smart phone e o tablet. PORTAL Idiomas Consultoria. Disponível em: <www.idiomasconsultoria. com.br>. Acesso em: 09/06/2011. 6 Intranet é uma internet particular que opera em uma empresa. RIBAS, Cláudia Silveira da Cunha. Planejamento e produção de materiais didáticos para EAD. Apostila de Pós-graduação da Faculdade Pitágoras. Belo Horizonte, MG: Núcleo de pós-graduação Pitágoras, 2010. de componentes eletrônicos, circuitos integrados e placas. 7 URL: Uniform Resource Locator, isto é, Localizador-Padrão de Recursos. É um link ou um endereço de um recurso (um arquivo, uma impressora, etc.), disponível em uma rede, seja a Internet ou uma intranet. 8 Moodle é um software gratuito para uso pedagógico, desenha- RIBAS, Cláudia Silveira da Cunha; ZIVIANI, Paula. Redes de informação: novas relações sociais. Revista Eletrônica Eptic On-Line (UFS). 2008. V. X, p. 1-21. REIS, Alcenir Soares dos, RIBAS, Cláudia Silveira da Cunha, PEDROSO, Ana Paula Ferreira Novas Tecnologias de Informação e Comunicação no Processo de Educação a Distância: Possibilidades, Limites e Desafios. Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación. Vol. IX, n. 1, ene. – abr. /2007. ROSETTA Stone, Escola Tecnológica de Idiomas. Disponível em: <http:// www.rosettastone.com>. Acesso em: 09/06/2011. do para EAD. 9 Sloodle é a integração do Second Life com o Moodle = ambiente virtual em 3D, simulando a vida real, com o Moodle, também para uso educacional como ferramenta complementar às aulas disponíveis na web ou nas aulas presenciais. 10 São nove as Inteligências Múltiplas, divididas em quatro classificações: 1. ABSTRATA: Lógico-Matemática, Lingüística e Musical; 2. CONCRETA: Pictórica-espacial, Cinético-Corporal; 3. SOCIAL: Interpessoal, Intrapessoal e Emocional; 4. ESPIRITUAL: Espiritual. VASCONCELOS, Sérgio Paulo Gomes de. Educação à distância: histórico e perspectivas. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/viiifelin/19.htm>. Acesso em: 13/05/2011. NOTAS 1i Profa. Dra. Claudia Silveira da Cunha Email: [email protected] Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Educação pela Universidade de Framingham – USA. Professora da Faculdade Pitágoras e da Universidade FUMEC. Proficiency pela Universidade Concordia – Montreal, Canadá. PÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 l 169