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A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
APOIADA NO USO DAS TECNOLOGIAS SÍNCRONAS:
uma experiência no ensino-aprendizagem da língua inglesa
Claudia Silveira da Cunhai
Lívia Tucciii
Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar o papel fundamental do uso das tecnologias síncronas no processo ensino-aprendizagem da língua inglesa
na modalidade de Educação a Distância (EAD). Nesse contexto, este trabalho busca refletir sobre o surgimento, o desenvolvimento, os desdobramentos do
ensino a distância e suas possíveis contribuições para a sociedade da informação por meio da incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) - as quais apresentam avanços significativos que proporcionam uma nova oportunidade para o ensino-aprendizagem da língua Inglesa. Ainda,
apresenta-se a experiência na modalidade de EAD do uso das tecnologias síncronas em um curso de idiomas, cuja sede é em Belo Horizonte, e discorre-se
sobre o método de ensino-aprendizagem individual e personalizado implantado e apoiado nos fundamentos da Communicative Approach, que tem por objetivo
suprir as carências do ensino presencial e ainda enriquecer o ensino online de idiomas garantindo-lhes uma abordagem mais humana e participativa.
Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Educação a Distância (EAD). Ensino online síncrono.
A educação sob a ótica das modalidades de ensino: um
caminho sem volta
À medida que a sociedade se transforma, ampliam-se
contínuo entre outras culturas, ciências e campos. Segundo
Freire (1967), quanto mais sabemos, plantamos poder e
colhemos liberdade.
os conhecimentos, as técnicas e as ações dos sujeitos
Em síntese, educar é convidar à reflexão que informa,
que dela fazem parte sob a luz influente da Educação – a
que forma e gera o poder no saber. É somar todos os pro-
cabeça libertadora da sociedade sem a qual a sociedade
cessos e objetivos educacionais formais com novas propostas
perambula e aliena. Segundo Brandão (2007), a educação
e modalidades para novos ensinos e aprendizagens, seja pre-
está, sem escapatória, em tudo na vida, como o coração
sencial ou a distância, aliadas às Tecnologias da Informação
está para o corpo. Para o autor,
e Comunicação (TICs) em busca de uma nova ordem mundial
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na
não “sócio-econômico-política”, mas de poder pelo “conheci-
igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos
mento e da liberdade pela Educação”.
nós envolvemos pedaços da vida com ela: para apren-
Com a invenção da imprensa, na Alemanha, no século XV,
der, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber,
por Johannes Gutenberg (1398-1468), os livros e jornais pas-
para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias mis-
saram a ser ferramentas modernas para disseminar o conhe-
turamos a vida com a educação (BRANDÃO, 2007, p.7).
cimento, construindo e revolucionando o pensamento e estimulando a educação. Porém, muito tempo antes da invenção
Cabe ressaltar que a educação não é somente um
da imprensa, Peters (2004) relata as primeiras experiências de
processo pelo qual se procura desenvolver as potencia-
Educação a Distância (EAD), de cunho religioso, através de São
lidades das pessoas a integrá-las na comunidade a qual
Paulo que “escreveu suas famosas epístolas a fim de ensinar às
pertencem; assim como não é apenas ficar, entre quatro
comunidades cristãs a viver como cristãs em um ambiente des-
paredes de salas de aula, num ensino formal, cartesiano,
favorável”. Segundo o autor, São Paulo “usou as tecnologias da
desenvolvendo as faculdades físicas, intelectuais e morais. A
escrita e dos meios de transporte, sem ser forçado a viajar; o
Educação é despertar uma consciência holística para a
que já era claramente um indício de uma substituição da prega-
renovação do homem e preservação da nossa história.
ção e do ensino face a face por pregação e ensino assíncronos e mediados” (PETERS, 2004, p. 29).
Diante disso, é possível inferir que esse processo amplia-se,
neste exercício libertador, quando aprendemos ensinando e
Contudo, o registro mais aceito pelos pesquisadores da
quando ensinamos aprendendo, como se fosse um intercâmbio
educação como referência mais antiga sobre EAD é o anúncio
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de um curso de taquigrafia por correspondência, feito em um
rial impresso, os computadores e as redes de computadores,
jornal da cidade de Boston nos EUA, em 1728. Embora esse
hospedando os ambientes interativos como, a teleconferência,
registro seja de um século distante, essa modalidade de ensino
a videoconferência, os chats (bate-papos), os fóruns de discus-
passou a ser mais conhecida, divulgada e conceituada há pou-
sões, o correio eletrônico, os blogs1, as plataformas de ambien-
cas décadas. Para Mattar (2011), a “EAD é uma modalidade de
tes virtuais e os espaços wiki2.
educação, planejada por docentes ou instituições, em que pro-
Diante desse cenário, pode-se inferir que a educação e
fessores e alunos estão separados espacialmente e diversas
seus diversos níveis e modalidades é uma área privilegiada para
tecnologias de comunicação são utilizadas” (MATTAR, 2011,
compreender e prever os processos que são gerados com a
p.3). Já para Moore e Kearsley (2007), a “Educação a distância
constante aparição de tecnologias e seus respectivos desafios,
é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lu-
transformando os processos e práticas tradicionais da educação
gar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de
e da socialização do conhecimento. Nesse contexto, é possível
criação do curso e de instrução, comunicação por meio de vá-
concluir pela historicidade e desenvolvimento que a EAD vem ga-
rias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas
nhando espaço e se aprimorando cada vez mais no mundo todo.
especiais” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p.2).
Por intermédio das tecnologias, pode-se dizer que há um impor-
Em outras palavras, a EAD é uma modalidade de ensino-
tante dinamismo na Educação a Distância, de forma a viabilizar
-aprendizagem, distante do ambiente formal presencial, com
mecanismos de comunicação mais eficazes capazes de suprir a
conteúdo e planejamento bem organizados e definidos por pro-
distância geográfica entre os sujeitos do processo.
fessores e instituições educacionais. Modalidade esta, mediada
por recursos didáticos interativos e por ferramentas de tecnolo-
A sociedade da informação
gia da informação e comunicação (TICs), na qual a auto-apren-
revolucionando o conhecimento
dizagem é feita em tempo distinto (aprendizado assíncrono) ou
Ao longo dos séculos, o homem tem assimilado informa-
em tempo real (aprendizado síncrono), com separação espacial
ção, transformando-a em conhecimento por meio das inteligên-
(marca da EAD) entre o docente e o aprendiz. Porém, quando a
cias múltiplas, de ferramentas e instrumentos, que surgiram,
EAD é mediada por computadores, cria-se uma “rede de apren-
não instintivamente, mas, pelo uso de uma mente visionária,
dizagem” onde, segundo Pallof e Pratt (2002), “forma-se uma
instigada pelo seu meio, pela necessidade, pela cultura vigente
rede de interações entre o professor e os outros participantes”,
e pela sociedade, transformando-se na tribo global atual, mais
na qual “o processo de aquisição do conhecimento é criado
aberta, flexível e interativa, como uma colméia com sua estrutu-
colaborativamente” (PALLOFF e PRATT, 2002, p.28).
ra de trabalho, informação e hierarquia. Concretamente, a orga-
Ainda, segundo os referenciais teóricos tendo como base
nização da sociedade, de ontem e de hoje, se faz presente pela
Preti (2000), Moore e Kearsley (2007), Mattar (2011) e Cunha e
experiência e conhecimentos passados de uns para os outros
Souza (2006), é possível dividir a história da Educação a Dis-
pela organização através do poder, do trabalho e da relação
tância em três grandes gerações: a primeira, em meados do
humana. Segundo Ribas e Ziviani (2008),
século XIX, refere-se ao ensino por correspondência e impres-
O homem passou por, especificamente, três estágios
sos, com o desenvolvimento dos meios de transporte e comu-
de organização social até os dias de hoje. O primeiro
nicação, como trens e correios; a segunda geração surge com
estágio se caracteriza pelos códigos de organização
as novas mídias e as universidades abertas, sendo referenciada
social expressados na luta pela sobrevivência, ou
pelo uso das principais mídias com múltiplas tecnologias sem
seja, a ação social era entendida nas relações entre
computadores: rádio e televisão através de programas radio-
a natureza e a cultura, a batalha com a natureza. Em
fônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de áudio e vídeo,
seguida, verifica-se no segundo estágio uma con-
material impresso, telefone, satélite e TV a cabo. Já a terceira
quista: o domínio da natureza pela cultura, ou seja,
geração é a EAD on-line, que oferece um ensino por tecnolo-
o aumento do poder no controle da natureza. Esse
gias de comunicação em ambientes interativos e se caracteriza
período foi caracterizado pela Idade Moderna, com
por classes e universidades virtuais, com uso de tecnologias de
o advento da Revolução Industrial, o triunfo da razão
multimídia, videotexto, microcomputador e internet.
e, consequentemente, melhoria nas condições de
Cabe destacar que a partir de 1990, incorpora-se à EAD
vida e riqueza das nações. Foi no processo de traba-
os sistemas da primeira e da segunda geração de abordagem
lho que a humanidade encontrou sua liberação das
multimídia, com múltiplas tecnologias, incluindo, além do matePÓS EM REVISTA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON 2013/1 - NÚMERO 7 - ISSN 2176 7785 l 161
forças naturais e que surgiram as primeiras noções
nação da informação e o desenvolvimento do conhecimento em
de progresso com o desenvolvimento da técnica e a
massa. Segundo Gouveia (2004),
ação do homem sobre a natureza. O último estágio,
A sociedade da informação está baseada nas tecno-
no qual Castells (1996, p. 29) afirma estarmos entran-
logias da informação e comunicação que envolvem
do, caracteriza- se pela substituição da natureza pela
a aquisição, o armazenamento, o processamento e a
cultura (RIBAS e ZIVIANI, 2000, p.3).
distribuição da informação por meios eletrônicos, como
rádio, televisão, telefone e computadores,entre outros.
Como a sociedade sempre teve um espírito inquieto, questionador, mutante e tecnológico, os indivíduos, na jornada dos
tempos e gerações, passaram a convocar, a desenvolver e a compartilhar, com crescente propriedade, suas múltiplas inteligências
convergindo para uma ‘inteligência coletiva’ considerada por Lévy
(2007), a partir do instante que o homem sai da sua inteligência
individual e compartilha com o potencial coletivo, o capital tecnológico (seus saberes técnicos aliados às ferramentas da comunicação, das mídias, computadores e softwares), o capital cultural
(o teor, a organização e o acervo de informação) e o capital social
(redes de relações). Na ‘inteligência coletiva’ todos dividem seus
saberes, partilham a memória, a percepção e o aprendizado e, o
ideal é quando esses conhecimentos são atrelados aos meios de
comunicação e à Internet. Para Lévy (1999), um dos três dispositivos de comunicação é a ‘todos-todos’, ou seja, a troca de saberes
por todos, no ciberespaço. Conforme coloca o autor, “as realidades virtuais compartilhadas, que podem fazer comunicar milhares
ou mesmo milhões de pessoas, devem ser consideradas como
dispositivos de comunicação ‘todos-todos’, típicos da cibercultura” (LÉVY, 1999, p. 105).
Nessa seara de mais informação e conhecimento, a busca pela transformação de uma sociedade rudimentar para uma
sociedade mais apurada e por “soluções” dos problemas em
distintos segmentos da sociedade, o homem desenvolveu o
poder de suas inteligências lingüísticas, analíticas, lógicas,
emocionais, matemáticas, espaciais, musicais, motoras, interpessoais e intrapessoais diante de um mundo em ebulição social, econômica e política. Esse acervo de inteligências provoca
encontros e troca de idéias, promove uma cooperação cercada
de pensamentos, e gera conhecimento num coletivo inteligente.
As gerações com suas evoluções, suas eras e tantas revoluções importantes, como a Industrial e a Científica, culminaram
por fortalecer o Capitalismo global, no final do século XX, com
o fim da Guerra Fria e com a queda do Muro de Berlim. Surgiram, então, novas formas de relação entre Economia, Estado e
Sociedade, o capital tornou-se mais flexível, dinâmico e veloz.
Essa sociedade, um dia voltada, primeiro, à agricultura, depois,
à indústria e agora, à globalização do capitalismo, passou a se
basear no desenvolvimento das TICs, para promover a dissemi-
Essas tecnologias não transformam a sociedade por si
só, mas são utilizadas pelas pessoas em seus contextos sociais, econômicos e políticos, criando uma nova
comunidade local e global: a Sociedade da Informação
(GOUVEIA, 2004, p.1).
Para Machlup (1962), a sociedade da informação está baseada na “indústria do conhecimento” como um recurso econômico, enriquecido com o poder, não militar, político ou financeiro,
mas, o poder que passa pela informação e pelo conhecimento,
como mercadorias e bens de produção, necessários à economia do sistema capitalista pós-industrial. Do ponto de vista de
Castells (1999), o poder do conhecimento e da informação está
com quem domina todo o processo que gera a informação para
conectar-se às redes informatizadas, como “fluxos financeiros
assumindo o controle de impérios da mídia que influenciam os
processos políticos” (CASTELLS, 1999, p.566).
Ainda, Castells (1999) ao abordar o tema sociedade da informação apontou as seguintes características: inovação, velocidade e conexão. Segundo o autor, a inovação é o resultado
da interação de inúmeros órgãos públicos, agentes econômicos, atores sociais e instituições que produzem um fluxo permanente de troca de informações e de conhecimento; velocidade
diz como uma era na qual até mesmo nanosegundos tornaram-se demasiado lentos, como medida de algumas operações
de computador; e conexão na qual o mundo se transforma em
uma aldeia global. A Internet aparece como possibilidade de
conexão entre as diversas pessoas.
Concretamente, as evoluções do ser humano no seu incessante desejo por conquistas contribui para a geração de uma
sociedade informatizada, que desenvolve tecnologias instantâneas, trazendo informação e conhecimento, revolucionando
pensamentos e comportamentos sociais, culturais, políticos,
humanos e econômicos. Nesse contexto, pode-se inferir que a
Sociedade da Informação revoluciona o conhecimento e a informação através das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) consideradas como ferramentas e meios tecnológicos
operacionalizados por intermédio das funções do hardware3 e
rede, do software4 e dos meios de telecomunicações usados
de forma integrada para tratar a informação e auxiliar na comu-
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nicação com o objetivo de construir novos caminhos de acesso
busca o lucro, a expansão, a internacionalização de
à informação e ao conhecimento.
tudo o que tem valor econômico (MORAN, 1995, p.1).
As tecnologias de informação e comunicação
(TICs): suas contribuições para o ensino-aprendizagem
Historicamente os recursos educativos sempre estiveram
presentes para que o processo de ensinar e aprender se concretizasse. Até os anos 80, as instituições baseavam seus trabalhos em material impresso, programas em áudio, vídeo ou
transmissões em TV e rádios educativas. Observa-se hoje, que
nenhum recurso educativo foi excluído e sim incorporado para
oferecer a mediatização do conteúdo, buscando assim mais
possibilidades de estudo para o aluno, bem como atendendo
as diferentes formas de aprender.
Entretanto, as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) têm provocado mudanças revolucionárias em todas as áreas científicas, humanas, exatas, bem como nos usos
e costumes de uma sociedade que já se habituou a um mundo
que pode ser trazido para o dia a dia dos sujeitos, em sua casa,
escritório, sala de aula, e nas situações mais adversas.
Ao toque de teclas, botões e telas, surgem diante de nós um
universo interativo por meio de ferramentas tecnológicas como os
smart phones, netbooks, mobile learning5, programas reprodutores de mídia digital com áudio e vídeo (media players), webcams,
telefonia móvel, sistema de respostas automáticas, câmeras fotográficas, filmadoras digitais, Ipod, Ipad, televisão, rádios, cartões
de memória, pendrives, lousas digitais, CDs, DVDs, redes sem fio
(wireless), sistemas de realidade virtual e tecnologia 3D.
No momento, a novidade é o tablet, um computador em
forma de prancheta eletrônica, sem teclado e com tela sensível
ao toque. É como se fosse um iPhone gigante, com tela entre 7
e 10 polegadas, com conexão sem fios, alguns, também, usam
conexão 3G. Até a menor câmera de vídeo do mundo, com apenas 0.99 mm de diâmetro, para procedimentos endoscópicos
clínicos, denominada Medigus, já foi desenvolvida em Israel.
Contudo, ao considerar as possibilidades tecnológicas citadas acima, Moran (1995), que declara seu fascínio pelas tecnologias que influenciam o capitalismo, o urbanismo e a globalização, explicita:
a máquina a vapor, a eletricidade, o telefone, o carro, o
avião, a televisão, o computador, as redes eletrônicas
contribuíram para a extraordinária expansão do capitalismo, para o fortalecimento do modelo urbano, para a
diminuição das distâncias. Mas, na essência, não são
as tecnologias que mudam a sociedade, mas a sua utilização dentro do modo de produção capitalista, que
Diante disso, é possível identificar que toda essa revolução
tecnológica desempenha seu papel na ‘inteligência coletiva’,
uma vez que os sujeitos ininterruptamente apropriam, compartilham e aplicam os conhecimentos e as informações resultantes
da utilização das tecnologias crescentes e inovadoras para gerarem novas informações e conhecimentos, bem como desenvolver novos aparatos tecnológicos.
Essa realidade, tecnologicamente mais moderna, surgiu com as Mídias, as Plataformas e os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVAs). Segundo Moore e Kearsley (2007, p.7),
as mídias, os canais ou as ferramentas impressas, eletrônicas
e digitais, são usados para armazenamento e transmissão de
informação ou dados de conteúdo educativo, informativo, cultural, pedagógico, tais como: o rádio e o web-radios, a TV e a
IpTV (televisão pela internet), o vídeo (YouTube, TeacherTube,
Academic Earth, Edutopia), CDs, DVDs, internet, softwares educacionais, os jornais, as revistas, a fotografia. Já as Plataformas
de aprendizagem são sistemas computacionais ou softwares,
disponíveis na web, para o desenvolvimento de AVAs, utilizando
a internet, a intranet6, ou outro tipo de rede informática como
canal de difusão.
Ainda, as plataformas permitem realizar um conjunto de atividades pedagógicas e de acompanhamento de alunos dentro
de um mesmo ambiente virtual. Concretamente, são aplicativos
(softwares) que rodam na Internet e possibilitam colocar textos, sons, imagens; enviar e receber mensagens. Elas possuem
também um conjunto de ferramentas de comunicação, que permitem fazer discussões à distância ao mesmo tempo em salas
de bate-papo (chats) ou em um lugar, chamado fórum, aonde
as mensagens vão se organizando por assuntos ou por grupos
e que podem ser escritas e acessadas por alunos e professores
a qualquer momento.
Por intermédio das plataformas de aprendizagem e das
TICs, surgem os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs),
que são salas de aulas no ciberespaço, ou seja, espaços virtuais de ensino a distância, mediados por computador, em
que ocorre a convergência do hipertexto, com links (atalhos) e
URLs7 de acesso às páginas para EAD. O MOODLE8, o SLOODLE9, TelEduc, Blackboard, o WebCT, o Portal Educação e a
WebAula
são ambientes virtuais de aprendizagem também
conhecidos como institutos de educação sem distância e paredes, que oferecem aos alunos e tutores, meios e ferramentas de
ponta, para a construção de um conhecimento continuamente
reciclável e atualizado num tempo sem fronteiras e limites. Os
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ambientes virtuais aliados às TICs, presentes, principalmente,
de mensagem instantânea, para videoconferências e telecon-
na Educação a Distância, contribuem para uma mudança de
ferências. Já o ensino online assíncrono ou assincrônico é o
pensamento sobre o ensino e a aprendizagem na EAD. Como
oposto do síncrono, na qual o ensino-aprendizagem, a comuni-
destaca Reis, Ribas e Pedroso (2007) “é necessário repensar
cação e a interação não acontecem simultânea e imediatamen-
os meios e as ferramentas comunicacionais utilizados pela Edu-
te entre os participantes ou entre alunos e tutor, podem ocorrer
cação a Distância, os quais, sem a tecnologia, ainda estariam
respostas em espaços de tempo diferentes, como acontece
limitados à utilização de textos enviados pelo correio” (REIS et
nos fóruns de discussão, correios eletrônicos, mural, blogs e
al., 2007, p.2).
exercícios virtuais de estudos autônomos.
Nesse contexto, a questão das tecnologias “ressuscita” ou
Para Moore and Kearsley (2007), “quase todos os progra-
“propulsiona” com intensidade o cenário educacional, notada-
mas de educação a distância, incluindo o estudo por corres-
mente a EAD nos âmbitos dos recursos pedagógicos com os ma-
pondência e o independente, possuem agora alguma presença
teriais didáticos, os ambientes virtuais de aprendizagem, as novas
online” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p.63). Sob tal ótica, per-
formas de interações e mediações. Pode-se dizer que o desafio
cebe-se que o avanço do ensino online, aliado às tecnologias
atual nesse cenário é transformar informação em conhecimento.
de informação e comunicação, está se intensificando em diversos segmentos educacionais demarcando um território onde o
As modalidades de ensino: online
ensinar-aprender traz consigo a urgência e a necessidade de
e presencial apoiado nas TICs
se adequar ao estilo de vida dos sujeitos, considerando tempo,
Com o surgimento da sociedade da informação acom-
espaço e flexibilidade.
panhado pelas tecnologias de informação e comunicação, a
Ainda, no âmbito educacional, o advento da World Wide
história da EAD e sua evolução receberam propostas de mo-
Web (WWW) veio, por um lado, facilitar sobremodo as tentativas
dalidades inovadoras de ensino. Essas modalidades de ensino
de tornar a sala de aula mais interessante e motivadoras. Além
apresentam-se em três universos: o ensino presencial, o semi-
de apoiar e contribuir para o aperfeiçoamento do ensino pre-
presencial e o ensino online. O ensino presencial é o ensino
sencial, a introdução da Web, em particular, das TICs (Tecno-
convencional de cursos regulares, presenciais, no qual profes-
logias de Informação e Comunicação) na Educação, revigorou
sor e aluno se encontram no mesmo tempo e espaço: em sala
a prática de EAD que estava em desuso, interpondo uma série
de aula. Já no ensino semi-presencial, uma parte do ensino é
de desafios, pois utiliza tecnologias e formas de recepção em
presencial, em sala de aula, e a outra parte, virtual ou a distân-
diferentes espaços e ambientes institucionais.
cia, por intermédio do uso de outros modelos de ensino ou do
uso de tecnologias, como a internet. Essa modalidade foi criada
A EAD inspirando o ensino de idiomas
para facilitar estudantes com um tempo cada vez mais exíguo
online em parceria com as tecnologias síncronas:
em seu dia a dia. Por fim, a demanda por um ensino no qual
uma experiência em Belo Horizonte
alunos pudessem ter autonomia e liberdade para administrar
A crescente importância e o valor da EAD no mundo, a bus-
seu tempo e espaço de estudos, fora de uma sala de aula, con-
ca de mais autonomia no tempo e espaço, a individualização e
tribuiu para a criação do ensino online.
a flexibilidade no ensino-aprendizagem, a oferta de tecnologias,
Ao contrário do ensino presencial, o ensino online é uma
de ferramentas e mídias avançadas e a busca por novas pro-
nova abordagem pedagógica, pois é um sistema de ensino-
postas de educação vieram inspirar uma modalidade específica
-aprendizagem, síncrono (simultâneo) ou assíncrono (não si-
de ensino online para as aulas de Inglês, como segunda língua,
multâneo), que acontece num ambiente, totalmente virtual, com
em escolas virtuais de idiomas em Belo Horizonte.
o uso de tecnologias digitais, da comunicação e da informação
O interesse global no aprendizado de idiomas tem contri-
onde o aluno se conecta a uma plataforma de aprendizagem
buído para que algumas escolas online, de renome, como a Li-
virtual, e lá se encontra materiais, tutoria e ferramentas de intera-
vemocha de Seattle (EUA), a Rosetta Stone da Virginia (EUA), o
ção síncronas e assíncronas. Portanto, o ensino online síncrono
Portal Educação, do Mato Grosso do Sul (Brasil) e a Englishto-
ou sincrônico é o ensino totalmente virtual, com conectividade e
wn de Estocolmo (Suécia), desenvolvessem metodologias de
interatividade em tempo real, que ocorre simultaneamente entre
ensino modernas com tecnologia de ponta na modalidade de
pessoas conectadas através de algumas ferramentas síncronas
ensino online usando ferramentas síncronas e assíncronas. A
como os chats, o MSN, o GoogleTalk e o Skype - dispositivos
escola virtual Livemocha, por exemplo, é uma rede social de
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idiomas como o Facebook e Orkut. Tem mais de 9 milhões de
no idioma estudado de forma natural e dinâmica e explora to-
membros em mais de 195 países ao redor do mundo e oferece
das as competências da língua. O Communicative Approach
cursos em 35 línguas. Possui a maior comunidade de alunos e
ou Método Comunicativo é uma abordagem no ensino de idio-
oferece ajuda mútua no aprendizado de idiomas online, numa
mas que se concentra no significado, na comunicação entre os
combinação única de aprendizagem assíncrona e prática com
alunos e professores e nas funções linguísticas, sem ater-se,
falantes nativos. Aprende-se com pessoas reais, que se ajudam
primeiramente, ao ensino da gramática tradicional. O aluno é
mutuamente, criando motivação para desenvolver a fala. As au-
estimulado a pensar e interagir na língua-alvo, em situações re-
las são divididas em módulos interativos que incluem vocabu-
ais, através de atividades interativas e comunicativas. Outro en-
lário, clipes de áudio e vídeo, slides e lâminas com gravuras e
foque importante do método é o das Inteligências Múltiplas10,
pontos gramaticais, jogos e exercícios, na qual o aluno estuda
que respeita o estilo de aprendizagem de cada aluno, assim se
com autonomia, foca na construção de habilidades práticas de
escolhe o ensino adequado para cada aluno, de acordo com
conversação. Cada lição inclui exercícios de fala e escrita que
seu perfil, habilidades e competências.
são revistos, posteriormente, por falantes nativos, assim como
o aluno faz as revisões de exercícios escritos e orais, de outros
A seguir, descrevem-se os princípios e ferramentas do método criado pela escola Idiomas Consultoria:
alunos que estudam o seu idioma. A etapa de conversação é
- Foco integral em macroatividades da língua: conversa-
feita através de gravações de textos ou exercícios enviados,
ção, vocabulário, gramática, leitura, compreensão audi-
para serem ouvidos, analisados e devolvidos com observações
tiva e escrita. Para cada aluno, trabalha-se um pouco de
e pontuação posterior. Além disso, o curso promove bate-pa-
cada habilidade em atividades alternadas para que se
pos e interação cultural, usando as ferramentas síncronas.
tenha uma visão global da língua como um sistema, no
Outra escola online, a Englishtown, com mais de 400 esco-
qual ele irá se apoiar para atingir a proficiência.
las e escritórios em mais de 50 países, com 34 mil funcionários,
- Conciliação entre materiais didáticos tradicionais, tais
onde mais de 15 milhões de pessoas já aprenderam o idioma,
como livros, gramáticas, CDs, dicionário, materiais di-
oferece cursos de inglês, em tempo real, com ferramentas sín-
nâmicos disponíveis na Internet e agrupados na Siteo-
cronas, em sala de aula virtual, através do Skype ou de outro
teca, um recurso disponibilizado aos alunos do Portal
serviço de comunicação online de atendimento ao cliente. É
Idiomas Consultoria com um grande acervo de sites de
usada a plataforma do Adobe Connect para que seja disponi-
referência para o ensino e aprendizagem de idiomas
bilizado o material do curso na tela, as anotações do professor
cuidadosamente pesquisados, testados e catalogados
e as mensagens instantâneas. Para participar do curso, são ne-
para cada situação possível em uma aula de idioma.
cessários um fone ou caixas de som e um microfone. Cada aula
Com a Siteoteca, os professores podem encontrar di-
online explora um novo tópico diariamente. É na plataforma que
versos recursos para planejar suas aulas, proporcionan-
um aluno conversa com outros alunos e interage com um pro-
do mais dinamismo, eficácia e contextualização.
fessor nativo ao vivo. O professor orienta o aluno durante a aula,
- Contextualização dos conteúdos das aulas: Durante
corrige seus erros e dá instruções detalhadas sobre como me-
a aula, o professor pode contextualizar e ilustrar um
lhorar a pronúncia e o vocabulário. Assim, dessa forma, treina-
determinado assunto e ou sanar uma dúvida levantada
-se o ouvido e a pronúncia, qualidades básicas para a fluência.
naquele momento pelo aluno. Isso é possível devido
Um caso de inovação no uso das tecnologias síncronas
à riqueza de materiais ao alcance do professor com
para o ensino de idiomas foi empreendido por Lucas Freire,
apenas um clique. Dessa forma, todo material extra é
poliglota, professor de inglês, francês e espanhol. Seu proje-
inserido no Caderno Virtual do aluno em tempo real.
to visou criar um método que suprisse todas as carências do
Quase nunca o professor terá que responder a uma dú-
ensino presencial e ainda enriquecesse o ensino online ga-
vida do aluno posteriormente, pois todos os recursos
rantindo-lhes uma abordagem mais humana e participativa. O
de pesquisa estão à sua frente. Os alunos ao saberem
resultado culminou no Portal Idiomas Consultoria, uma escola
das possibilidades da Siteoteca têm a certeza de que
online de idiomas com sede em Belo Horizonte, mas que já
suas aulas não se limitam ao livro e ao professor. Esse
atende alunos em diferentes estados do país. A escola utiliza
fato garante-lhes maior entusiasmo e engajamento no
um método de ensino individual e personalizado. Esse método
curso, pois os alunos percebem que cada aula passa
se apoia nos fundamentos da Communicative Approach, que
a ser diferente e podem opinar e fazer contribuições
possibilita o aluno a adquirir uma comunicabilidade satisfatória
para o planejamento da próxima aula, deixando-a cada
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vez mais personalizada. É importante ressaltar que os
fessor garantindo a possibilidade de fazer ajustes na
recursos da Siteoteca são cuidadosamente utilizados
programação do curso, para que o professor se adapte
pelo professor, que é treinado para não deixar que a
às reais necessidades do aluno.
contextualização seja a finalidade da aula, mas sim um
- Avaliação contínua: periodicamente o aluno é avaliado
meio de ilustrar e dinamizar os conteúdos programáti-
através de exercícios dinâmicos e lúdicos que lhe dão
cos.
base e treinamento para futuros testes de proficiência no
- Interatividade e Dinamismo – Através de uma platafor-
idioma. No final de cada módulo, ele é avaliado formal-
ma de documentos compartilhados, presente no servi-
mente sendo atribuído uma nota ao seu desempenho
ço gratuito de email da Google, o Gmail - GoogleDocs,
geral. Parte dessa metodologia de avaliação é uma apre-
o aluno recebe na primeira aula um documento único e
ciação do engajamento do aluno no curso, seu compro-
exclusivo. Esse documento funciona como o quadro de
metimento com a prática e com os exercícios propostos.
aula para o professor e como o caderno de anotações
Juntos, professor e aluno chegam a um consenso sobre
para o aluno. O professor previamente insere o plane-
a nota e sobre as medidas a serem tomadas caso o en-
jamento de cada aula, para que o aluno acompanhe a
volvimento do aluno não tenha sido satisfatório.
proposta do professor durante todo o curso. Durante
- Meritocracia: o aluno é orientado desde o início do
a aula o professor e o aluno podem digitar em tempo
curso sobre a importância do seu papel no próprio
real e tudo o que for inserido fica automaticamente sal-
aprendizado. Ele é incentivado a atuar com mais au-
vo e registrado. Após a aula, o aluno pode acessar o
tonomia na condução do aprendizado. Já o professor
Caderno Virtual para fazer suas atividades quando de-
atua como um mentor, um guia que orienta o aluno du-
sejar. O professor, por sua vez verifica periodicamente
rante o processo, identifica os avanços, valoriza e res-
o caderno do aluno para fazer as devidas correções,
salta os pontos fortes e os êxitos conquistados em cada
tirar dúvidas e inserir materiais extras para que o aluno
etapa do curso, bem como detecta as dificuldades para
pratique mais os conteúdos ensinados. Dessa maneira,
que sejam trabalhadas durante o processo.
é garantido ao aluno um acompanhamento integral.
- Acompanhamento integral: o trabalho desenvolvido
A FIGURA 1 ilustra os elementos, suas conexões e os prin-
pelo aluno é monitorado periodicamente pelo seu pro-
cipais recursos utilizados pelo método. Em prosseguimento,
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descreve-se o método.
uma experiência de aprendizado única, condizente com os dias
Descrição do Método: O aluno e o professor estabelecem
atuais. O método supre as carências do ensino presencial e ain-
o contato de voz via programas como o Skype ou Gtalk. Esse
da dinamiza o ensino online ao acrescentar a figura do professor
contato será mantido durante toda a duração da aula. Logo no
que está presente de forma integral em cada aula.
início da aula, ambos abrem o arquivo compartilhado, denomi-
Além dos benefícios facilmente notáveis, tais como flexibili-
nado de “Caderno Virtual” e nesse arquivo, encontra-se a lição
dade de horários, comodidade para o aluno poder optar onde e
planejada para aquele dia, com uma referência de ordem cres-
quando estudar, desde que haja uma conexão disponível para
cente que coincide justamente com o número de horas/aulas
a Internet, e as vantagens de um ensino personalizado, o Por-
que o aluno já cursou. Por exemplo, se o aluno já cursou 50
tal Idiomas Consultoria, garante aos alunos e aos professores
aulas, a próxima aula no Caderno virtual será - Lição 51. Dessa
o resgate do prazer em aprender e ensinar idiomas, respec-
maneira, professor e aluno têm total controle sobre o rendimen-
tivamente. Isso, devido ao fato de que cada aluno requer, do
to do curso, pois poderá visualizar onde estão no momento,
professor, uma maneira peculiar de planejar a aula com suas
dentro do programa total do curso.
demandas e sugestões específicas, assim, o professor, natu-
Todo registro feito nas aulas ficam armazenados no caderno
ralmente, não se acomoda ao lecionar a mesma aula repeti-
virtual. Dessa maneira, o Caderno torna-se a ferramenta central
damente. Logo, cada aula abre um novo leque de perspecti-
síncrona de produção entre o aluno e o professor. Cabe destacar
vas e torna o trabalho do professor uma atividade instigante e
que o aluno tem o caderno virtual como ferramenta de anota-
desafiadora. O Portal Idiomas Consultoria utiliza as tecnologias
ção, consulta ao programa, referência para a Siteoteca, alterna
síncronas para as aulas em tempo real, as atividades assíncro-
com o uso do livro didático indispensável no momento da aula
nas e os recursos didáticos acessados via Internet para o aluno
online. O conjunto de recursos formados pelo Caderno Virtual,
continuar seu estudo autônomo, porém, não dispensa os ele-
Siteoteca, Livro Didático e o acompanhamento online individuali-
mentos de um método tradicional de ensino como gramática,
zado do professor garante as aulas do Portal Idiomas Consultoria
exercícios, avaliações e provas. A FIGURA 2 representa a traje-
tória de acesso do aluno ao Portal.
mento rico tanto para o aluno quanto para o professor. É necessário
Os resultados e avanços nesse processo de ensino-aprendi-
ainda destacar que o professor não perde suas atribuições e seu
zagem são revelados, de um lado pelo professor, que se torna um
papel de guia e facilitador de ensino, ao se apoiar nas tecnologias
mediador e orientador, no ensino online de idiomas, por adquirir
como ferramentas, utilizando-as de forma apropriada no processo
mais conhecimento e estimular a criatividade do aluno devido aos
de interação ensino-aprendizagem. Como destaca Moran (1995),
inúmeros recursos disponibilizados, através das pesquisas virtuais
As tecnologias de comunicação não substituem o profes-
e do uso das tecnologias, transformando cada aula, em um mo-
sor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa
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de passar informações pode ser deixada aos bancos de
síncrono que demarca seu território no ensino de idiomas online
dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se
apoiado nas TICs, na qual o aprendiz e o tutor, separados es-
transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno
pacialmente, interagem em tempo real, através do áudio, vídeo
por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informa-
e escrita. Inegavelmente, o ensino online de idiomas contribui
ção mais relevante (MORAN, 1995, p.2).
para uma maior inclusão de alunos que percebem a importância
de um segundo idioma em sua formação acadêmica e profis-
Do outro lado, pelo aluno que assume uma nova postura,
sional, mas, que por diversas razões não dispõem de recursos
deixa a passividade do modelo tradicional de aprendizagem,
financeiros e tempo para o estudo presencial. Com essa contri-
para ser o ator principal e ativo na construção do conhecimento,
buição da EAD através do estudo online, ganha a sociedade e o
exigindo de si, mais iniciativa, autonomia, disciplina, boa organi-
mercado de trabalho já que recebem sujeitos mais preparados
zação pessoal e sábia administração do seu tempo.
para enfrentar uma sociedade econômica, social e culturalmente
Em síntese, pode-se afirmar que o fator determinante no
crescente sucesso desse modo de aprendizagem de idiomas é
ativa, exigente na formação integral de seus participantes, mas
que ao mesmo tempo, ainda é bastante injusta e desigual.
a oferta de um valor competitivo, com ferramentas de fácil manuseio – as ferramentas síncronas. Segundo Lucas Freire, diretor
do Portal Idiomas Consultoria, os alunos se sentem à vontade
para o aprendizado no conforto de suas casas; as aulas são
produtivas porque são individuais, e podem ser ilustradas e contextualizadas com a rapidez de um clique. Os alunos trabalham
com imagens, jornais online, vídeos, rádios, TVs e muitos outros recursos que o aproximam e o expõem de maneira natural
a essa nova cultura de ensino-aprendizagem. Entretanto, cabe
salientar que a escolha e o balanço correto no uso das diversas
ferramentas, em função das necessidades do público-alvo, do
desenho pedagógico do curso e das atividades propostas, tendem a determinar o sucesso ou o fracasso de projetos de EAD
para o ensino de idiomas.
Conclusão
Referências
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CUNHA Miriam Vieira; SOUZA, Francisco das Chagas (Org.). Comunicação, gestão e profissão: abordagens para o estudo da Ciência da
Informação. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
A Educação, como fonte libertadora da sociedade, tem uma
missão formadora e construtora do conhecimento, influenciando na realização dos sonhos e projetos do homem e de uma
sociedade que precisa ser visionária, inquieta, com um
espírito tecnológico. Assim, a sociedade que se informa,
se informatiza dinâmica e incessantemente, compartilha e
faz acontecer, pela Educação, renova conceitos e teorias,
forma e gera o poder no saber.
Nessa jornada, com a evolução das ferramentas para
o ensino e para a informação, vemos a sociedade revolucionar o conhecimento e impulsionar a Educação formal
ao apresentar novas propostas e modalidades para o en-
ENGLISHTOWN. Escola de Inglês Online. Disponível em: <http://www.
englishtown.com>. Acesso em: 09/06/2011.
GOUVEIA, Luis Manuel Borges. Sociedade da Informação: notas de
contribuição para uma definição operacional. Portugal, 2004.
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LÉVY, Pierre. Cibercultura. Ed.34, 1999.
sino e aprendizagem, aliadas às tecnologias de informação e
comunicação (TICs). Nesse cenário, a EAD veio para ficar e
contribuir para a sedimentação do ensino e aprendizagem
ao beneficiar um número grande de pessoas, com as mais
variadas necessidades e dificuldades.
LIVEMOCHA. Escola de Idiomas Online. Disponível em: <http://www.
livemocha.com>. Acesso em: 09/06/2011.
MATTAR, João. Guia de Educação a Distância. São Paulo: Cengage
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Um dos meios que mais evolui na EAD é o ensino online
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MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a Distância: uma visão
integrada. Trad. Roberto Galman. São Paulo: Thomson, 2007.
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mundo. Disponível em:
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Acesso
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02/06/2011.
OLIVEIRA, Cinthya. Sem desculpas para aprender. Jornal Hoje em Dia.
Belo Horizonte, 5 de maio de 2010. Caderno Empresas e Soluções, p.1.
ii Profa. Especialista Lívia Tucci
Email: [email protected]
Bacharel em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva.
Professora de Língua Inglesa .
Um blog ou Web log, é um diário da web, um site, cuja estrutura permite
ao criador ou criadores do blog, administrar o espaço, postando artigos, músicas, fotos. O foco é a temática proposta do blog. Ex: Blogspot.
2 Wiki é uma ferramenta colaborativa na web, na qual todos os usuários
autorizados podem criar páginas, editar textos e fazer links. Ex: Wikipédia.
PALLOFF, Rena; PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço. Trad. Vinicius Figueira. Porto Alegre, RS: Artmed, 2002.
3Hardware é a parte física do computador, ou seja, é o conjunto
PETERS, Otto. A educação a distância em transição. Trad. Leila Ferreira
de Souza Mendes. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2003.
4 Software é a parte lógica, ou seja, o conjunto de instruções e dados
que é processado pelos circuitos eletrônicos do hardware.
PORTAL EDUCAÇÃO. Disponível em: <http://www.portaleducacao.
com.br>. Acesso em: 09/06/2011.
5 Mobile Learning é o aprendizado através de dispositivos móveis e
portáteis, como o smart phone e o tablet.
PORTAL Idiomas Consultoria. Disponível em: <www.idiomasconsultoria.
com.br>. Acesso em: 09/06/2011.
6 Intranet é uma internet particular que opera em uma empresa.
RIBAS, Cláudia Silveira da Cunha. Planejamento e produção de materiais
didáticos para EAD. Apostila de Pós-graduação da Faculdade Pitágoras.
Belo Horizonte, MG: Núcleo de pós-graduação Pitágoras, 2010.
de componentes eletrônicos, circuitos integrados e placas.
7 URL: Uniform Resource Locator, isto é, Localizador-Padrão de Recursos. É um link ou um endereço de um recurso (um arquivo, uma impressora, etc.), disponível em uma rede, seja a Internet ou uma intranet.
8 Moodle é um software gratuito para uso pedagógico, desenha-
RIBAS, Cláudia Silveira da Cunha; ZIVIANI, Paula. Redes de informação: novas relações sociais. Revista Eletrônica Eptic On-Line (UFS).
2008. V. X, p. 1-21.
REIS, Alcenir Soares dos, RIBAS, Cláudia Silveira da Cunha, PEDROSO,
Ana Paula Ferreira Novas Tecnologias de Informação e Comunicação no
Processo de Educação a Distância: Possibilidades, Limites e Desafios.
Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y
Comunicación. Vol. IX, n. 1, ene. – abr. /2007.
ROSETTA Stone, Escola Tecnológica de Idiomas. Disponível em: <http://
www.rosettastone.com>. Acesso em: 09/06/2011.
do para EAD.
9 Sloodle é a integração do Second Life com o Moodle = ambiente
virtual em 3D, simulando a vida real, com o Moodle, também para uso
educacional como ferramenta complementar às aulas disponíveis na
web ou nas aulas presenciais.
10 São nove as Inteligências Múltiplas, divididas em quatro classificações: 1. ABSTRATA: Lógico-Matemática, Lingüística e Musical; 2. CONCRETA: Pictórica-espacial, Cinético-Corporal; 3. SOCIAL: Interpessoal,
Intrapessoal e Emocional; 4. ESPIRITUAL: Espiritual.
VASCONCELOS, Sérgio Paulo Gomes de. Educação à distância: histórico e perspectivas. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/viiifelin/19.htm>. Acesso em: 13/05/2011.
NOTAS
1i Profa. Dra. Claudia Silveira da Cunha
Email: [email protected]
Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas
Gerais. Mestre em Educação pela Universidade de Framingham – USA.
Professora da Faculdade Pitágoras e da Universidade FUMEC. Proficiency pela Universidade Concordia – Montreal, Canadá.
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