Frederico Carvalho, Organizador do CLICKSUMMIT "A educação deve adequar-se às novas exigências do trabalho" O CLICKSUMMIT traduz-se numa conferência de marketing e vendas online, que lança pela primeira vez o evento em formato presencial. Dias 8 e 9 de abril, Lisboa será presenteada com novas estratégias de aplicação de novos modelos de negócio. O Inforh entrevistou Frederico Carvalho, a mente que está por detrás deste evento. O responsável pelo CLICKSUMMIT veio revelar-nos quais as novas competências dos colaboradores e como deve ser a cultura dentro das organizações, face a uma mudança tão acentuada e cada vez mais presente. Porque decidiu organizar este evento em formato presencial? A 3ª edição do CLICKSUMMIT será, após duas edições online, o primeiro evento no formato presencial, em Lisboa. Nas duas primeiras edições online, reunimos 5780 participantes no acompanhamento a 85 oradores. Tal constatação deu-nos a motivação para reunir as sinergias necessárias a este encontro presencial sempre rico na troca de experiências, consolidação do conhecimento e estreitamento de relações humanas. Aos 21 quando criei uma empresa ligada ao digital e aliando experiência colhida com participação de conferências de carácter internacional quer no país, quer no estrangeiro, levou-me a dinamizar um evento mais focado em tráfego, conversão e vendas online destinado a uma maior performance das empresas através também de um maior investimento nos seus profissionais. Qual a mais valia deste evento para as empresas? É um evento concebido tendo em atenção as prioridades de CEOs, managing partners, diretores de marketing, comerciais e de vendas, heads of digital. A dois meses da sua realização temos mais de 300 inscrições, o que revela o interesse na reflexão conjunta destes temas novos que estão em permanente criatividade. Pode observar através do site do CLICKSUMMIT, a diversidade temática e excelência dos oradores que vão possibilitar esta troca de conhecimento. Os seus objetivos estão centrados em profissionais: 1 . Não haverá “confusão” com material irrelevante. A finalidade específica é sair com estratégias prontas para implementar e reforçar a sua estratégia de marketing e vendas online, por isso dois dias de muito conteúdo com duas salas em paralelo. 2. Networking e interação: Com várias dezenas de oradores, terá a oportunidade de interagir com especialistas em gestão, marketing digital, vendas e fazer perguntas específicas relacionadas com os seus problemas de conversão. Haverá oportunidade para interagir com potenciais parceiros e contactos para melhorar e aumentar o seu negócio a médio prazo. 3. Aceleração de competências profissionais e oportunidades. Uma agenda focada nas melhores práticas da indústria para voltar com recomendações e itens de acção. Oportunidade para aprender ao lado de outras grandes marcas e especialistas em marketing e vendas online num ambiente onde pode personalizar a sua agenda para atender às necessidades da sua empresa. Sente que o “boca a boca” deixou de ser importante, com os novos avanços do digital? Com o aparecimento da Internet, o marketing ganhou novas dimensões através da utilização de novas ferramentas como os websites, blogs e, sobretudo, as redes sociais. Com a ascensão das redes sociais, o alcance foi expandido. A estratégia onde pessoas, alheias aos interesses da empresa, difundem a marca pelo seu círculo de relacionamentos, credibiliza a construção de uma imagem, de divulgação e aumento de vendas. A abrangência e credibilidade de um comentário pessoal numa página do Facebook, por exemplo, é muito grande. Estamos num período em que as empresas devem trabalhar o relacionamento direto ao público, com destaque para personalização das ferramentas e explorar a grande capacidade de feedback. Avaliar o número total de comentários recebidos, e analisar quais os positivos e negativos procurando atrair o visitante para um espaço de maior conversão como uma landing page ou no limite um site bem concebido em responsive web design. Que competências precisam os colaboradores para aplicar os novos modelos de negócio? O mundo digital abriu portas para que o conhecimento seja facilitado, rápido e tendencialmente com custos reduzidos no acesso à informação. Um dos aspectos importantes a dominar é saber comunicar através de uma escrita clara. Dominar os gatilhos psicológicos que levam as pessoas à ação, as palavras- chave para atrair potenciais consumidores. Nesse processo de aprendizagem e atualização, tecnologia e plataformas são instrumentos para guiar as nossas atividades. Quais as maiores lacunas dos novos talentos da área digital? Uma das lacunas mais sentidas são os fossos entre a vida prática e com a aplicação do conhecimento científico na transição para a era tecnológica, momento em que vivemos e que está a trazer-nos coisas novas em curtos espaços de tempo. É necessário fundir estas duas realidades: experiência vivida de um relacionamento humano real, de um quotidiano culturalmente diversificado, mas cada vez mais global, com a ciência tecnológica em crescendo e que é irreversível. Sendo uma área cada vez mais em expansão como deve ser a sua “cultura” dentro da organização? O desenvolvimento de um produto ou serviço de raiz envolve tempo, dinheiro e persistência. É importante ter um comportamento de previsibilidade, antecipação e de responsabilização pelas próprias escolhas e ações, tendo em consideração situações impostas pelo meio. Manter o conhecimento atualizado com uma boa pesquisa, facilita o planeamento e a execução de ideias para enfrentar obstáculos e tornar o desafio com menos atrito. Tendo em conta que é uma área que se desenvolve rapidamente acha que a formação existente consegue dar resposta às necessidades atuais? Há alterações profundas que originaram transformações na prática social e no trabalho. A educação deve adequar-se às novas exigências, na orientação básica das pessoas no mundo do trabalho, com as competências que garantam o seu aprimoramento profissional e permitam acompanhar as mudanças que caracterizam a produção neste nosso tempo. Em Portugal estamos no início do processo de construção de referências curriculares baseadas em competências, especificamente para as áreas de marketing digital e vendas online. Ações e operações mentais de caráter cognitivo, associadas a saberes teóricos ou experienciais, devem reforçar as competências para que o ensino se ajuste às exigências profissionais. Sente alguma reticência por parte das empresas em incluir e/ou implementar as estratégias de marketing digital nos seus modelos de negócio? Empreender é uma jornada de superação, um caminho de sabedoria. Muitos empresários e profissionais tendem a presumir que o negócio é digital ao veicular os seus produtos e serviços em tablets, smartphones, sem mudar a experiência do cliente, compreender a jornada de compra, reestruturar a sua operação. É preciso dominar em tempo real o foco, a performance de clicks e vendas, bem como a avaliação do retorno do investimento pelos canais digitais. Muitas vezes as empresas deparam com equipas multigeracionais, não sendo tão intuitivas para o marketing digital, como se desejaria. Como podem as empresas adaptá-los a esta nova realidade? Apesar de se viver na era digital, o conhecimento não começa do zero. Hoje há ferramentas globais que alteram o modus faciendi. Aferir a relação de cada geração, com idades diversas, com a tecnologia, comunicação, as suas aspirações e até com os acontecimentos mais relevantes para cada geração, requer conhecimento e algum tato. As empresas podem colmatar os naturais défices geracionais com formação interna, aproximando as diferentes gerações , entrecruzando-as. Uns transportam um conhecimento de experiência de vida feito que não pode ser desperdiçado; outros emprestam as formas tecnológicas mais ousadas e rápidas de rentabilizar os objectivos empresariais. É desta interacção de que falávamos quanto me referi a fossos existentes no confronto geracional, mas que é minimizável. Se gerido com sabedoria, trará para as empresas um know how refinado e único.