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Original
Casuística e Follow Up de 1.639 casos de Síndrome do Túnel
do Carpo operados por técnica aberta protocolada no serviço.
Comparação dos nossos resultados com os obtidos
por outras técnicas segundo a literatura.
Case series and follow-up of 1.639 cases of carpal tunnel syndrome
operated on by open technique. Comparision of our results with
those obtained by other techniques according to literature.
Daniel de C. Kirchhoff 1
David Monducci2
Luiz Paulo Alves3
Lorenza Pereira3
Fábio A. F. Okuda3
Abel Mitsuo Takey3
Dierk F. B. Kirchhoff4
RESUMO
Introdução: A síndrome do túnel do carpo é uma afecção
muito frequente , acometendo até 10% da população mundial
ao longo da vida e corresponde a aproximadamente 90% de
todas as neuropatias periféricas compressivas. Como fatores
de risco, alem do sexo feminino e as idades referidas, também
são relatados na literatura o tabagismo, a obesidade, o uso
de anticoncepcionais orais, de terapias para emagrecer,
os transtornos digestivos e principalmente doenças
concomitantes como a artrite reumatóide, a acromegalia, gota,
tuberculose, insuficiência renal, hipotireoidismo, amiloidose
e diabetes mellitus. Objetivo: Comparar a experiência de 1639
pacientes operados com técnica aberta em nosso serviço,
com os resultados obtidos por outras técnicas cirúrgicas
consagradas pela literatura mundial. Material e Métodos:
Apresentamos 1639 casos de Síndrome do Túnel do carpo,
todos conduzidos segundo mesmo protocolo: diagnóstico
clínico associado a eletrofisiológico, tratamento cirúrgico
em pacientes com quadro moderado a severo sem resposta
ao tratamento clínico ou piora neurológica, sempre através
da técnica aberta protocolada no serviço, com seguimento
ambulatorial pós-cirúrgico quinzenal e posteriormente
mensal por 6 a 12 meses. Resultados: Os resultados obtidos
mostraram que 1490 pacientes (90,9%) apresentaram melhora
imediata e significativa do quadro. Não houve nenhum caso
de lesão cirúrgica do nervo mediano e nenhum dos pacientes
apresentou déficit motor sequelar. Os resultados cirúrgicos
diferiram da literatura, principalmente se comparados a
resultados relatados por serviços que realizam técnicas
cirúrgicas por vias endoscópicas. Conclusão: A técnica
usada em nossos casos demonstra baixa incidência de
complicações, comparada com outros métodos descritos na
literatura, que apresentam complicações maiores, curva de
aprendizado mais longa e ao nosso ver, o fato de os poucos
casos bons publicados voltarem mais cedo ao trabalho, não
justifica seu uso pela gravidade das complicações.
Palavras-chave: síndrome do túnel do carpo, cirurgia
endoscópica para síndrome do túnel do carpo.
ABSTRACT
Objective: The carpal tunnel syndrome is a very frequent
disease in the world population, affecting up to 10% of
population along lifetime9 and corresponding to approximately
90% of all compressive peripheral neuropathies. Besides
female and age as risk factor, are also reported in literature,
smoking, obesity, oral contraceptive use, therapy for weight
loss, digestive disorders and principally concomitant
disorders such as rheumatoid arthritis, acromegaly, gout,
tuberculosis, renal failure, hipothyreoidism, amyloidosis and
diabetes mellitus. Objective: To compare our series of 1639
patients operated on with the traditional open technique with
the results obtained with other reported surgical techniques.
Methods: We report on 1639 cases of carpal tunnel syndrome,
all managed by the same protocol: clinical diagnosis
associated with electrophysiological test, and surgical
treatment in patients presenting with moderate to severe signs,
with no response to clinical therapy or neurological worsening,
always with the open technique protocolled on the service,
with postoperative follow-up fortnightly and then monthly, for
6 to 12 months. Results: The results show that 1490 patients
(90.9%) had immediate and significant improvement of the
symptoms. There were no cases of surgical lesion of the
median nerve and no patients presented with definitive motor
deficit. Conclusion: The reported open technique used in our
cases demonstrates minor complications, compared with
other described techniques that have major complications,
and longer learning curve: in our view, the fact that the few
successful published cases show earlier return to work does
not justify its use by the severity of the posible complications.
Key words: carpal tunnel syndrome, carpal tunnel syndrome
endoscopic surgery.
1 - Neurocirurgião e coordenador do serviço de residência médica em neurocirurgia da Assistência Neurológica de São Bernardo e coordenador do departamento de Neurologia/
Neurocirurgia do Hospital Cruz Azul de São Paulo - São Paulo / SP / Brazil.
2 - Neurocirurgião e preceptor do serviço de residência médica em neurocirurgia da Assistência Neurológica de São Bernardo - São Bernardo do Campo / SP / Brazil.
3 - Residente do serviço da Assistência Neurológica de São Bernardo - São Bernardo do Campo / SP / Brazil.
4 - Doutor em neurocirurgia e Chefe do serviço de neurocirurgia da Assistência Neurológica de São Bernardo e Chefe do departamento de Neurologia/Neurocirurgia do
Hospital Cruz Azul de São Paulo - São Paulo / SP / Brazil.
Recebido em 05 de outubro de 2011, aceito em 26 de novembro de 2011
Kirchhoff DC, Monducci D, Alves LP, Pereira L, Okuda FAF, Takey AM, Kirchhoff DFB - Casuística e Follow Up de 1.639 casos de Síndrome do Túnel do Carpo
operados por técnica aberta protocolada no serviço. Comparação dos nossos resultados com os obtidos por outras técnicas segundo a literatura.
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Introdução
Anatomia
Generalidades
A síndrome do túnel do carpo ( STC ) é uma patologia muito
freqüente na população mundial chegando a acometer 10% da
população ao longo da vida9 e corresponde a aproximadamente
90% de todas as neuropatias periféricas compressivas2.
Calcula-se que ocorram cerca de 3,4 casos novos a cada mil
habitantes por ano36. Com a prevalência mundial de 0,5 a 5,8 %
da população mundial5, sua incidência quadruplicou na ultima
década.
A síndrome acomete aproximadamente três vezes mais
mulheres do que homens, sendo essa proporção muito variável
na literatura, chegando até a referência de nove mulheres
para cada homem acometido33. A idade prevalente varia da
terceira à quinta década de vida nas mulheres e da segunda a
oitava décadas nos homens33,38. Como fatores de risco além do
sexo feminino e as idades referidas, também são relatados na
literatura o tabagismo, a obesidade, o uso de anticoncepcionais
orais, terapias para emagrecer, transtornos digestivos
e principalmente doenças concomitantes como a artrite
reumatóide, a acromegalia, gota, tuberculose, insuficiência
renal, hipotireoidismo, amiloidose e diabetes mellitus8,38.
A associação desta afecção com a realização de atividades
repetitivas e o trabalho (LER) ainda é muito controversa
na literatura, não havendo evidências significativas dessa
correlação48,36.
Histórico
A porção do retináculo dos flexores denominada ligamento
transverso do carpo compõe o túnel do carpo, que é uma
estrutura de fibras transversas delimitado dorsal e lateralmente
pelos ossos do carpo, estando fixado distalmente no hâmulo
do osso hamato e no tubérculo do trapézio e na região
proximal no osso pisiforme e no tubérculo do osso escafóide
e ventralmente, pelo espesso ligamento transverso do carpo.
Pelo seu interior passam, além do nervo mediano, mais nove
tendões flexores (flexor digitorum superficialis I-IV, flexor
digitorum profundus I-IV e flexor pollicis longus), deixando
o espaço muito vulnerável a anormalidades inflamatórias
desses últimos, ocasionando edema e aumento pressórico no
túnel. Após passar pelo túnel, o nervo mediano divide-se em
5 ramos: 4 digitais sensitivos para parte anterior (palmar) do
I dedo, II/III dedos e parte lateral do IV dedo e 1 recorrente
motor para musculatura da região tenar mediano-dependente.
As artérias radial e ulnar e os nervos ulnar e radial não passam
pelo túnel3,24,27,45.
O primeiro a descrever cientificamente a compressão do nervo
mediano no nível do túnel do carpo foi James Paget em 1854. O
mesmo relacionou tumores, traumas, sinovites crônicas e cistos
sinoviais à diminuição do espaço dentro do canal carpiano42,19.
A primeira recomendação de abertura do retináculo dos
flexores para a descompressão do nervo mediano foi feita por
Marie e Foix em 1913 e a partir de então diversas técnicas
cirúrgicas e tipos e tamanhos de incisão vem sendo discutidos
e descritos42,44. As manifestações da síndrome e seu respectivo
tratamento cirúrgico foram bem relatados por Phalen em 1950
e posteriormente detalhados por Kremer27.
Kirchhoff DC, Monducci D, Alves LP, Pereira L, Okuda FAF, Takey AM, Kirchhoff DFB - Casuística e Follow Up de 1.639 casos de Síndrome do Túnel do Carpo
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Fisiopatologia
Depende de dois mecanismos: 1. Alteração reversível rápida das
fibras nervosas, relacionado à isquemia, ou também chamado
bloqueio agudo fisiológico rapidamente reversível : nessa fase
o estudo da condução nervosa está normal devido à ausência de
anormalidades estruturais no nervo. 2. Anormalidade estrutural
que se desenvolve lentamente nas fibras nervosas como
resultado da pressão abaixo do retináculo flexor (ligamento
transverso do carpo) onde o estudo da condução nervosa
revela lentificação focal por desmielinização segmentar
localizada; secundariamente pode haver degeneração axonal,
particularmente nos casos de compressão mais acentuada e por
tempo mais prolongado38.
Etiologia
Pode ser dividida em 2 grupos: 1- redução da capacidade do
canal (por espessamento do retináculo flexor decorrente de
processos inflamatórios como artrite reumatóide e mixedema,
redução do canal por desalinhamento ou calo ósseo associados
a fraturas do radio e dos ossos do carpo, movimentos extremos
do punho em flexão e acromegalia). 2 – aumento do volume
do conteúdo intracanal (por condições inflamatórias e
degenerativas como tenossinovite reumatóide, gota, gânglio
sinovial e amiloidose, osteófitos ou cicatrizes pós-traumáticas,
lesões neoplásicas e outros).
Clínica
O quadro clínico apresentado por portadores da síndrome do
túnel do carpo permite dividi-los em três grupos24:
1. Sintomatologia leve intermitente: o paciente apresenta dor,
dormência e formigamento na área de representação do nervo
mediano, predominantemente noturno, acordando o paciente
várias vezes (sinal de Flick) e sintomas diurnos posicionais
como dirigir autos, segurar objetos na mesma posição ou
fazer trabalhos manuais. Nesse grupo o retorno à normalidade
habitualmente é alcançado rapidamente por mudança de
postura ou movimentação das mãos e o exame neurológico do
paciente está normal e os testes de Tinel e Phalen podem ou não
estar positivos. O teste de Tinel é controverso, sendo positivo
em 63% dos pacientes com STC e em 45% dos controles
normais; o teste de Phalen é mais preciso para diagnóstico,
sendo positivo em 66% dos pacientes com STC e em 20% dos
controles normais44. O exame de condução nervosa pode estar
normal (anormalidade isquêmica rapidamente reversível) ou
revelar lentificação incipiente da condução do nervo mediano
no carpo.
2. Sintomatologia persistente: o paciente já apresenta
déficit sensitivo e perda da habilidade manual (déficit para
pinçamento); dor tipo queimação, dormência mais acentuada,
sensação de edema e congestão na mão. A melhora nesse
grupo de pacientes é muito mais lenta mesmo com mudança
de postura ou movimentação das mãos; o exame neurológico
revela déficit sensitivo e motor, Tinel e Phalen positivos e
eventualmente atrofia tênar: reconhecer que os achados
clínicos não dependem do tempo de compressão e sim do grau
de lesão ao nervo mediano. O exame de condução nervosa
revela lentificação evidente do nervo mediano no carpo.
3. Sintomatologia grave. Acentuada perda sensitiva, inclusive
discriminação de dois pontos, com déficit funcional grave e
acentuada atrofia tenar e de pele. Nesse grupo o prognóstico é
mais reservado mesmo após descompressão15.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e determinado pela história e exame
físico24. A história deve levar em consideração todas as
características e informações já relacionadas acima e o exame
físico inclui dois sinais principais: Tinel e Phalen. Além
de outros, como o sinal de Mc Murphy, o teste de Durkan e
outros como o sinal do punho cerrado, sinal do quadrado do
punho, sinal do “chacoalhar”, teste do torniquete com sinal
de compressão carpal e teste de isquemia (dor reproduzida por
insuflar manguito de pressão arterial proximal ao pulso por 30
a 60 segundos).
O sinal de Tinel é pesquisado com a percussão do punho, sendo
positivo com dor ou formigamento no polegar e no indicador
ou entre os dedos médios. O sinal de Phalen é pesquisado com
a flexão a 90° do punho; se os sintomas forem reproduzidos em
60 segundos, é considerado positivo.
Dentre os métodos complementares de diagnostico de
maior confiabilidade estão as provas eletrofisiológicas de
eletroneuromiografia e estudo de velocidade de condução.
Através destes, consideramos confirmada a hipótese diagnostica
de STC pacientes que apresentam latência sensorial absoluta
maior que 3,7mseg, uma diferença maior que 0,4mseg entre
os valores obtidos ao avaliarmos os nervos mediano, ulnar
ou radial, latência motora maior que 4mseg e uma alteração
maior que 0,4mseg em estudo seriado de sensibilidade palmar.
A avaliação neurofisiológica é um método de diagnóstico
muito sensível e muito utilizado para confirmar o diagnóstico
clínico. Quando o diagnóstico clínico de STC é duvidoso, a
eletroneuromiografia positiva confirma a suspeita clínica de
STC, mas, se negativa, não a afasta por completo23,28.
O diagnóstico por imagem na maioria dos casos é desnecessária,
mas pode auxiliar nos casos duvidosos e, especialmente, nos
sintomas recorrentes ou não aliviados após a liberação cirúrgica
do túnel do carpo. As radiografias simples e a tomografia
computadorizada representam valor diagnóstico para a
avaliação da estenose óssea do carpo e calcificações de partes
moles e a ultra-sonografia e a ressonância magnética permitem
a visualização direta da compressão do nervo mediano e outras
estruturas de partes moles do túnel do carpo33,49.
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Tratamento
O tratamento clínico conservador indicado para pacientes com
STC leve e moderado baseia-se em repouso, anti-inflamatórios
AINEs, imobilização em posição neutra e injeção de esteróides.
O tratamento cirúrgico, indicado de acordo com a
sintomatologia do paciente. Habitualmente, pacientes com
quadro de STC severa tem uma maior proporção de indicação
cirúrgica. O tratamento cirúrgico é baseado no objetivo básico
de descompressão do Túnel do Carpo e pode ser realizado
através do procedimento cirúrgico convencional aberto (com
incisão longa ou curta) e por procedimento endoscópico.
Objetivos
Objetivamos através deste estudo, demonstrar com ampla
casuística, a experiência da equipe em cirurgias de síndrome
do túnel do carpo, os resultados positivos obtidos em pacientes
com diagnóstico clínico e eletrofisiológico de STC severa
decorrentes da utilização de técnica cirúrgica convencional.
Também comparamos os resultados encontrados com a
literatura, tanto em pacientes submetidos à técnica convencional
quanto à endoscópica.
A amostra envolve apenas os pacientes submetidos a tratamento
cirúrgico.
A técnica cirúrgica protocolada no serviço e que foi realizada
em ambos os 1639 casos foi a cirurgia aberta realizada pela
técnica de pequena incisão, sob anestesia local. Foi utilizada
incisão retilínea, mediana e longitudinal, iniciando-se na prega
distal do punho e estendendo-se distalmente por quatro a cinco
centímetros em direção ao dedo anelar. Dissecados Os planos
profundos são dissecados com a máxima preservação dos
tendões até a exposição do ligamento transverso do carpo que,
sob visualização direta, é seccionado em toda sua extensão
com o nervo sempre protegido sob tentacânula e com o auxílio
do microscópio sempre que necessário. A verificação final da
cirurgia é sempre realizada por leve inspeção digital dos limites
do ligamento, após cuidados como a retirada cautelosa do talco
das luvas. A ferida é fechada por meio de sutura com pontos
simples na pele, suficientes para permitir rigorosa hemostasia.
A sutura na pele é sempre realizada com a devida precaução
para não permitir o fechamento de planos profundos.
Metodologia
Foi realizado um estudo retrospectivo do período de 1980 a 2011
que obteve uma amostra de 1639 casos, com diagnostico clinico
e eletrofisiológico de STC, todos tratados segundo o mesmo
protocolo: diagnóstico clinico associado a eletrofisiológico,
tratamento clinico em pacientes com sintomatologia leve com
repouso, antiinflamatórios e imobilização em posição neutra
e tratamento cirúrgico em pacientes com quadro moderado a
severo sem resposta ao tratamento clinico ou piora neurológica,
comprometimento axonal ou presença de déficits sempre através
da técnica aberta protocolada no serviço com seguimento
ambulatorial pós-cirúrgico quinzenal e posteriormente mensal
por 6 a 12 meses. O tratamento complementar com controle
das doenças associadas e fisioterapia foi realizado sempre que
necessário.
1
2
3
4
Figura 1. Demarcação da incisão punho-palmar. Figura 2. Ligamento transverso
do carpo. Figura 3. Inserção da tentacãncula sob o ligamento transverso do carpo.
Figura 4. Nervo mediano livre.
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A partir dos resultados encontrados foi realizada avaliação
clinico- epidemiológica com uma análise comparativa dos
resultados obtidos no serviço com os relatados na literatura,
desenvolvendo um paralelismo direto com outras técnicas,
dando ênfase à comparação com os obtidos através de cirurgias
por técnicas endoscópicas e da micro-incisão.
Resultados
Resultados da Assistência Neurológica
Cerca de 50% das cirurgias foram realizadas em pacientes
que já haviam tentado em outros serviços o tratamento clínico
conservador com imobilização, AINES e infiltração de
corticóides sem sucesso.
O perfil da amostra analisado mostrou ser composta por 81,4%
de mulheres (1334 pacientes) e 55% de pacientes com queixas
bilaterais (901 pacientes). Os sintomas sensitivos predominantes
eram dor neuropática (35%) e parestesia (65%) (Gráfico 1)
Gráfico 1. Sintomas sensitivos predominantes.
Os sintomas motores eram ausentes em 45% da amostra, 15%
apresentavam atrofia tenar, 20% paresia da abdução do polegar
e 20% diminuição da força de pinçamento (Gráfico 2).
Dos pacientes com lesão bilateral, 96% foram operados em
dois tempos com um intervalo médio de três meses entre
as duas cirurgias, e 4% recusaram o tratamento cirúrgico
contralateral por diversos motivos, como controle clínico
dos sintomas contralaterais, troca de convênio, interesses
trabalhistas e outros.
Todos foram submetidos à técnica cirúrgica aberta
convencional, com incisão longitudinal no punho que se inicia
na prega proximal e adentra a região palmar, medindo entre 4,5
a 9,0 cm, incisando todas as camadas da pele, até a completa
identificação do ligamento transverso do carpo, com abertura
do mesmo orientado por tentacânula, descomprimindo o nervo
mediano por visão direta e com auxílio do microscópio quando
necessário.
Os resultados obtidos mostraram que 1490 pacientes (90,9%)
apresentaram melhora imediata e significativa do quadro.
Oitenta e nove pacientes (5,43%) evoluíram com algum tipo
de complicação pós cirúrgica como síndrome do complexo
regional em 23 casos, fibrose hipertrófica pós-operatória
em 28 casos, infecção de ferida operatória em 29 casos,
abertura incompleta do ligamento carpal transverso em
8 casos e lesão cirúrgica do arco palmar em 1 paciente. Os
pacientes com infecção da ferida operatória foram tratados
com antibióticos via oral com excelente resolução do quadro
infeccioso e nenhum necessitou de reabordagem cirúrgica.
Os pacientes com as demais complicações foram submetidos
a tratamentos clínicos adjuvantes como fisioterapia motora,
analgésicos e anti-inflamatórios e também evoluíram com
resultados satisfatórios: 8 pacientes com fibrose hipertrófica
foram submetidos a novo procedimento cirúrgico e todos
os 8 pacientes com abertura incompleta do ligamento , cujas
cirurgias não estão incluídas na estatística apresentada. Não
houve nenhum caso de lesão cirúrgica do nervo mediano
e nenhum dos pacientes apresentou déficit motor seqüelar.
Sessenta e cinco pacientes (4%) apresentaram melhora parcial
decorrente principalmente de lesão axonal prévia instalada e
sinais severos de desmielinização crônica previa à cirurgia,
o que tornou a cirurgia de baixa resolutividade para esses
pacientes por conseqüência do quadro avançado da afecção
e pela busca tardia de resolução pelos próprios pacientes
(Gráfico 3 e Tabela 1).
Gráfico 2. Sintomas motores predominantes.
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em média, melhora significativa em 50% dos casos, melhora
pobre em 35% e falha terapêutica em cerca de 15% dos
pacientes em até 6 meses de cirurgia. As estatísticas encontradas
e apresentadas por serviços que realizam a técnica endoscópica
variam muito, pois são altamente dependentes do volume e
experiência do cirurgião, mas foram encontrados relatos de
falha terapêutica por presença de dor severa persistente até
6 meses, manutenção dos déficits e piora dos mesmos por
lesão vascular e tendinosa havendo relatos inclusive de lesão
nervosa16,14.
Chama a atenção a dificuldade de executar a técnica endoscópica,
que submete o paciente à dependência da habilidade e
experiência do cirurgião, com a possibilidade inclusive de
lesão nervosa durante os procedimentos endoscópicos.
As falhas terapêuticas descritas na literatura obtidas pela via
aberta são decorrentes de fibrose hipertrófica pós-operatória,
abertura incompleta do ligamento transverso do carpo ,
infecção, lesão do arco palmar arterial, síndrome da dor
complexa regional. Na casuística do nosso serviço houve
apenas uma lesão de arco palmar. Assim como na casuística
do serviço, na literatura não há relato de lesão do nervo ou
seqüelas motoras18,14.
Outras diferenças e questionamentos são apontados na tabela
128,37.
Gráfico 3. Resultados obtidos com técnica aberta pela Assistência Neurológica.
Resultados Comparados à Literatura
Os achados clínicos e epidemiológicos assemelham-se aos da
literatura, com predominância do sexo feminino (81,4% do
grupo amostral), predomínio da faixa etária entre 30 e 50 anos
(65% da amostra), da dor neuropática (35%), do formigamento
e dormência como principais sintomas sensitivos (65%) e
paresia do polegar e diminuição da força de pinçamento como
predominantes sintomas motores34,38,28,40.
Também compatíveis com a literatura foram os resultados
referentes ao tempo de desenvolvimento da doença, que atingiu
grau severo em até 24 meses de sintomatologia em 65% da
amostra27,8.
Os resultados cirúrgicos, no entanto diferiram da literatura,
principalmente se comparados a resultados relatados por
serviços que realizam técnicas cirúrgicas por vias endoscópicas.
A técnica aberta proporcionou a 90% dos nossos pacientes
alívio imediato da dor, com persistência da dor em grau muito
leve ou discreto por no máximo 15 dias, diferente da estatística
de pacientes operados por técnica endoscópica que apresenta,
Técnicas
Cirurgicas
Técnica
Aberta
(Assistência
Neurológica)
Técnica
Aberta
(Literatura)
Técnica
Aberta
Microincisão
(Literatura)
Técnica
Endoscópica
(Literatura)
Tempo
Cirúrgico
10 a 20
minutos
15 a 20
minutos
7 a 20
minutos
20 a 40
minutos
Abertura incompleta do
ligamento
0,5%
5,5%
Até 50%
0,4 a 16,6%
Principal
Complicação
Transitória
Rara cicatriz
álgica
Cicatriz
álgica
Parestesias
Parestesias
Volta a
atividades
10 a 28 dias
14 a 28 dias
14 a 21 dias
14 dias
- muito
variável e
questionável
Lesão de
tendão e
vasos
0,06 % lesão
do Arco
Palmar
1 a 4% de lesão vascular
e tendinosa
3,5% lesão
arco palmar
5 a 24% de
lesão – muito variável
Lesão do
Nervo
Ausente
Ausente
Presente
em algumas
casuísticas
Presente
em grande
parte das
casuísticas
Tabela 1. Comparação dos resultados obtidos com descritos na literatura.
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Conclusão
Não encontramos diferenças significativas quanto ao
perfil clinico- epidemiológico dos pacientes da casuística
apresentada e da literatura, porém chamamos atenção para o
fato das casuísticas da literatura serem pouco numerosas, em
se tratando de uma afecção tão freqüente em nosso cotidiano.
8.
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carpal transverso comparando as técnicas endoscópica e
convencional em cadáver humano. Acta Cir Bras. 2003; 18 (2):
116 - 24.
Apesar de reconhecermos, utilizarmos e valorizarmos a
cirurgia endoscópica para diversas doenças, consideramos
que, com a experiência da equipe, podemos concluir que a
técnica convencional utilizada é eficaz, segura e indicada
para o tratamento as pacientes com diagnóstico clínico e
eletrofisiológico de STC severa.
10. Boniface SJ, Morris I, Macleod A. How does neurophysiological
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with carpal tunnel syndrome ? Br J Rheumatol 1994; 33: 116970.
11.
Buchberger W: Radiologic imaging of the carpal tunnel. Eur J
Radiol 25: 112-7, 1997.
Como se trata de uma das cirurgias mais simples realizadas
na neurocirurgia e ser em sua grande maioria executadas por
residentes assistidos pelo staff, os nossos resultados indicam
que, mesmo com número elevado de intervenções realizadas, o
fato de não se ter nenhuma lesão do nervo mostra que a indicação
da nossa técnica é extremamente segura e recomendável.
12.
Chapman CB, Ristic S, Rosenwasser MP: Complete median
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Autor Correspondente
Luiz Paulo Alves
R.: Atlântica, 566, Jardim do Mar
CEP:09750-480, São Bernardo do Campo, SP
e-mail: [email protected]
Kirchhoff DC, Monducci D, Alves LP, Pereira L, Okuda FAF, Takey AM, Kirchhoff DFB - Casuística e Follow Up de 1.639 casos de Síndrome do Túnel do Carpo
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