Brinquedoteca: Um instrumemto para cidadania e

Propaganda
BRINQUEDOTECA: UM INSTRUMENTO PARA CIDADANIA E
SUSTENTABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL.
FERNANDES, Maria Solange Pereira; BRITO, Maely Rosa de; QUADROS, Amanda
Cristina & Gomes, Maria de Lima
Resumo: A necessidade de professores qualificados para trabalharem a Educação Ambiental
de forma trans e interdisciplinar no cotidiano das Escolas de Educação Infantil e Ensino
fundamental da rede Pública de Ensino, tem impulsionado o Grupo Universitário de Educação
Ambiental GUEAM, UFPA/Bragança, que vem desenvolvendo diversos projetos no âmbito
da Educação formal, não formal e informal, a contribuir para construção de sólidas bases
éticas, epistemológicas e metodológicas que evidenciem uma práxis Pedagógica formadora de
indivíduos com uma consciência crítica e democrática apta a identificar mecanismos de
controle e subordinação, para agirem no sentido de transformar seu contexto Sócio-ambiental.
Nessa perspectiva, foi realizada, enquanto atividade de extensão, na Escola Municipal
Manoel Nilo da Silva, em Mãe do Rio, Pará, no período de 20 a 21 e 27 a 28 de maio de 2005,
para docentes que atuam em Escolas de Educação Infantil a oficina: “Brinquedoteca- Uma
alternativa para o ensino e desenvolvimento Infantil”, através de dinâmicas de grupo,
exposição oral e construção de recursos, a partir de materiais alternativos, cujos objetivos
foram: resgatar o lúdico; oportunizar o desenvolvimento e a aprendizagem através de jogos,
brinquedos e brincadeiras; valorizar a cultura das famílias e da comunidade; possibilitar a
construção de uma relação harmônica com o meio ambiente, através da confecção e
manuseio de brinquedos alternativos; oferecer condições para o desenvolvimento da
autonomia, através da interação entre crianças e destas com outras gerações.
Palavras chave: formação de professores, recursos didáticos alternativos, brinquedoteca.
INTRODUÇÃO
Iniciamos este artigo destacando que a busca do favorecimento da formação continuada para
uma prática pedagógica trans e interdisciplinar que contribua para o exercício da cidadania e
para a sustentabilidade nas Escolas de Educação infantil e Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries)
da rede pública de ensino, tem sido um desafio encarado pelo grupo Universitário de
Educação Ambiental-GUEAM,UFPA/Bragança.
A perspectiva de inserir as questões ambientais no processo Educativo exige que o professor
oriente seu aluno a agir ativamente em sua realidade, e que o processo de aprendizagem não
seja direcionado somente ao aluno mas possibilite ao professor o desenvolvimento contínuo
de atitudes fundamentais ao bom desempenho de sua profissão, compatíveis às freqüentes
mudanças Sócio-ambientais (Araújo,2004). Nesse sentido, foi desenvolvida como atividade
de extensão a oficina: “Brinquedoteca - Uma alternativa para o ensino e desenvolvimento
Infantil”, para professores que atuam em Escolas Municipais de Educação Infantil, em Mãe
do Rio,Pará.
DESENVOLVIMENTO
O contexto atual de constante degradação do meio ambiente e do seu ecossistema exige que
sejam desenvolvidas, no âmbito da Educação formal metodologias inovadoras que fomentem
mudanças de valores e condutas pró-ambientais que possibilitem alternativas de
sustentabilidade.
Neste sentido, a Educação Ambiental, na perspectiva de formação de professores, num tempo,
paradoxalmente, de grandes transformações Científicas, estéticas, éticas, simbólicas, políticas
e culturais, não pode se eximir de suas implicações políticas e sociais (Barcelos, 2004). Ao ser
adotada, a EA propicia em todos os níveis e modalidades de ensino, a efetivação de práticas
Pedagógicas que evidenciam atitudes didáticas fundamentadas na inter e transdisplinaridade,
em que o educador consciente politicamente da necessidade de busca permanente do
conhecimento para o desenvolvimento de novas atitudes compatíveis às mudanças e
transições atuais, favorece através da práxis, o desenvolvimento do educando, concebendo-o
enquanto agente construtor do seu próprio conhecimento, capaz de participar ativamente da
dinâmica social, política e cultural. É com base no rigor científico, que o educador ajuda no
desenvolvimento da reconstrução e integração das visões e conhecimentos fragmentados dos
seres humanos e do mundo, para questionar e estimular a crítica às arbitrariedades do poder e
da gestão que inviabilizam o desenvolvimento sustentável, assim, como a participação dos
sujeitos nas decisões políticas que possibilitam o exercício da cidadania e da democracia
(Gomes, 2002).
Assim, na medida em que o Educador percebe a necessidade da ação-reflexão-ação em sua
prática pedagógica, tem a possibilidade de resignificar o conhecimento dispondo-o a serviço
da cidadania e da sustentabilidade sócio-ambiental, viabilizando a criação de ambientes de
aprendizagem para a construção de uma consciência que permita a problematizarão de idéias,
pensamentos e informações. O pensar criticamente a ação pedagógica e seus efeitos deve
propiciar a fusão entre a prática e a teoria. Esta fusão é o alicerce da construção de uma
pedagogia apropriada a educação Ambiental. Portanto, para ensinar sob a perspectiva da EA,
o professor além de estar munido de saberes pedagógicos – formação pedagógica, deve estar
preparado para acompanhar, entender e discutir as relações e o dinamismo que regem o
ambiente – formação ambiental (Araújo, op.cit.).
O compromisso político pedagógico do educador no cotidiano da escola impulsiona-o contra
o simples repasse de conteúdos e assimilação passiva por parte dos educandos, que passarão a
estar estimulados a participarem ativamente das transformações ecológicas. Os problemas
ambientais foram criados em decorrências da ação de homens e mulheres e deles virão as
soluções, as quais, não se manifestarão enquanto obras de gênios, de políticos ou tecnocratas,
mas sim de cidadãos e cidadãs ( Reigota, 1998).
A escola, enquanto instituição de ensino, não modifica a sociedade mas pode contribuir para a
efetivação de mudanças, se desempenhar a sua função de ensinar criticamente, viabilizando os
instrumentos básicos para o exercício da cidadania (Kramer, 2001).
Nesta perspectiva, visando a efetivação de práticas pedagógicas que propiciem no cotidiano
da escola, a construção do conhecimento de forma crítica e criativa, foi realizada por
membros do Grupo Universitário de Educação Ambiental – GUEAM - UFPA/Bragança, na
Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel Nilo da Silva, em Mãe do Rio, no período
de 20 a 21 e 27 a 28 de maio de 2005, para professores que atuam em instituições de educação
infantil da rede pública de ensino, a oficina: “Brinquedoteca: uma alternativa para o ensino e
o desenvolvimento infantil”, através de dinâmicas de grupo, exposição oral e construção de
recursos, a partir de materiais alternativos, cujos objetivos foram: resgatar o lúdico;
oportunizar o desenvolvimento e aprendizagem através de jogos, brinquedos e brincadeiras;
valorizar a cultura das famílias e da comunidade; possibilitar a construção de uma relação
harmônica com o meio ambiente, através da confecção e manuseio de brinquedos alternativos;
oferecer condições para o desenvolvimento da autonomia, através da interação entre crianças,
e destas com outras gerações.
A brinquedoteca é um esforço de salvaguarda a infância, nutrindo-a
com
elementos indispensáveis ao crescimento saudável da alma e da inteligência
da
criança. Mais do que isso expressa uma filosofia de
educação voltada para o
respeito do ‘eu’ da criança e às potencialidades que precisam de espaço para se
manifestar (Cunha, 1992, p.38).
Teóricos como Piaget, Vygotsky e Wallon reconhecem a recíproca influência
existente entre a criança e o meio, e acreditam que fatores biológicos e sociais estão em
constante interação no processo do desenvolvimento da mesma. Na medida em que acriança
se integra no social, torna-se capaz de se posicionar frente às circunstâncias, enquanto agente
transformador de sua realidade sociocultural. Nesse contexto, a formação dos professores da
educação infantil deve se desenvolver através de reflexões que valorizem o lúdico como
instrumento de cidadania. Desse modo, a brinquedoteca, através da interação das crianças
entre si e com adultos, possibilitará, enquanto um dos espaços em que as crianças inserem-se
em relações éticas e sociais, o confronto com questões de ordem emocional, afetiva e
intelectual, desenvolvendo sua identidade, autonomia e percepção sócio-ambiental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É fundamental o compromisso do professor com a formação de valores de
sustentabilidade, que favoreçam a realização de mudanças sócio – ambientais.
A Educacão Ambiental, nas suas diversas possibilidades, estimula um repensar
de práticas sociais e do papel dos professores como mediadores e como transmissores de um
conhecimento indispensável, para que os alunos adquiram uma base adequada de
compreensão essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e
soluções e da importância da responsabilidade de cada um para construir uma sociedade
planetária mais eqüitativa e ambientalmente sustentável (Jacobi:2002). O processo de
formação de professores mediados pela reflexão, viabiliza na educação infantil práticas
educativas e metodologicas que embasadas na trans e interdisciplinaridade e, na investigação,
possibilitam, através da interação das crianças entre si, e com adultos, o desenvolvimento das
potencialidades da criança e a construção do conhecimento de forma crítica e criativa.
Nessa perspectiva, na oficina: “Brinquedoteca- Uma alternativa para o ensino e
desenvolvimento Infantil”, que envolveu trinta e um participantes, os encontros foram
divididos em dois momentos: a)Encontros dinâmicos de grupo, e embasamento teórico, em
que foi trabalhada a conceituação de brinquedoteca, sua função e importância na construção
do conhecimento de forma lúdica, para o desenvolvimento integral da criança; b) Divisão das
participantes em grupos, para construção de recursos alternativo como: Cozinha: fogão,
geladeira, mesa, cadeira, guarda-louça. Quarto: cama, criado mudo, guarda-roupa,
penteadeira. Sala: televisão, mesa para televisão, sofá, mesa de centro. Brinquedos: pé-delata, roladeira, bambolé, vai-vem, boliche. Jogos : dama, resta um, dominó de figuras,
dominó das cores, torre de Hanói, jogo das formas. Bandinha: chocalhos ( lata,
fichas,garrafas), triângulo, violão de garrafa, reco-reco, tambor. Teatro: palquinho, fantoches.
Recursos Didáticos: blocos lógicos, sólidos, casa das sensações, caixa da lateralidade,
tangran, quebra cabeças de figuras, geoplano alfabeto móvel, flanelógrafo, jogo das frações,
suporte para álbum seriado; c) Socialização dos recursos coletivamente construídos, e
organização da brinquedoteca na Escola.
REFERÊNCIAS
ARAÙJO, M. I. de O . A universidade e a formação de professores para a educação infantil
para a educação ambiental. Revista Brasileira de Educação Ambiental. Brasília nº0 p.71-78,
novembro, 2004.
BARCELOS, V. Educação Ambiental e Antropofagia – Uma contribuição para a formação
de professores. Revista Brasileira de Educação Ambiental. Brasília nº0 p. 87-95, novembro,
2004.
CUNHA, N. H. S. Brinquedoteca: espaço criado para atender necessidades lúdicas e afetivas.
Revista do Professor. Porto Alegre, RS. V.11, nº 44, p. 3- 50, outubro/dezembro, 1995.
JACOBI, P. Educação e Meio Ambiente - transformando as práticas. . Brasília nº0 p. 28-35,
novembro, 2004.
KRAMER, S. A Política do Pré – Escolar no Brasil: a arte do disfarce. 6ªed. São Paulo,
Cortez, 2001.
GOMES, M. L. Reflexões Sobre Educação Ambiental.2002 (texto mimeografado).
REIGOTA, M. O Que é Educação Ambiental. São Paulo. Brasiliense, 1998.
Download