Maria Fernandes Pinheiro

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
MARIA FERNANDES PINHEIRO
CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CASCAVEL - PR
2004
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 02 – 2004
ISSN 1675-8265
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
MARIA FERNANDES PINHEIRO
CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Fisioterapia da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
Campus Cascavel como requisito parcial
para obtenção do título de Graduação em
Fisioterapia.
Orientadora: Profª Maiza Ritomy Ide
CASCAVEL - PR
2004
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 02 – 2004
ISSN 1675-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
MARIA FERNANDES PINHEIRO
CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do
título de Graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Profª . Josiane Rodrigues da Silva
Coordenadora do Curso
BANCA EXAMINADORA
........................................................................................
Orientadora: Profª . Maiza Ritomy Ide
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
..........................................................................................
Profº. Gladson Ricardo Flor Bertolini
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
..........................................................................................
Profº. Cleverson Marcelo Pilatti
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
Cascavel, 12 novembro de 2004.
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n. 02 – 2004
ISSN 1675-8265
Dedico este trabalho aos meus pais e a toda
minha família e em especial
ao meu companheiro Maurício, meus queridos filhos
Fábio, Heitor e à nossa doce princesinha Mérie,
que se foi quando Deus quis.
Deixo a vocês todo o meu amor
e exemplo de vida.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço...
... ao nosso Pai Celestial, pela vida e pelas inúmeras oportunidades.
... a todos da minha família pela presença acolhedora e inestimável em todos
momentos da vida.
... ao meu querido pai, pelos cuidados e exemplo de responsabilidade e persistência e
à minha doce mãe, pelo amor e sabedoria.
... em especial ao meu grande companheiro de todos os momentos, Maurício... pela
total dedicação, compreensão, carinho, amor, confiança e apoio...
... aos meus amados filhos, Fábio, Heitor e Mérie (nosso anjinho guerreiro), pelo
amor, pelo carinho, pelo incentivo e pelos longos momentos tolerados de minha ausência...
vocês são a razão da minha luta nesta vida e são mais importantes que tudo...
... particularmente à minha orientadora Maiza, grande incentivadora e amiga, pela
dedicação e paciência, pelos conhecimentos transmitidos e pelo exemplo a ser seguido na
responsabilidade à pesquisa.
... aos professores Gladson e Cleverson, pelas sugestões e apoio na realização deste
trabalho.
... aos professores da graduação, dedicados ao ensino, à busca incansável do
conhecimento, grandes incentivadores da pesquisa, zelosos e atentos em transmitir
responsabilidade no tratamento aos clientes.
... aos amigos da graduação, Ana Paula, Carolline, Cintia, Cristiane, Daniela, Ellen,
Giselle, Guilherme, Juliana R., Juliana V., João Guilherme, Karine, Luiz, Leandro, Maria
Fernanda, Marina, Marieli, Marinêz, Mírian, Mônica, Nádya, Rodrigo, Rogério, Sabrina,
Pâmela, Paula, Rafaela, Simone, Thaisi, Thiago e Viviane, pelos momentos difíceis, mas
também alegres da graduação... pela amizade... sempre me lembrarei de vocês...
... aos colaboradores do programa de fisioterapia aquática, Carolina, Isabela, Luana,
Lígia, Lílian, Juliana, Roberto e Thiago, pela dedicação, apoio e responsabilidade... aos
pacientes E e V, conscientes sobre a importância da participação e na continuidade da
fisioterapia...
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“Sempre é tempo
De ousar
Ser, simplesmente
E... viver!”
Fernando Pessoa
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RESUMO
A Espondilite Anquilosante é uma patologia inflamatória crônica caracterizada por um
acometimento progressivo das articulações sacroilíacas e esqueleto axial, resultando em
imobilidade e rigidez. Objetivou-se com este estudo verificar os efeitos de um programa de
fisioterapia aquática na capacidade funcional e qualidade de vida de sujeitos com Espondilite
Anquilosante. Concluíram o estudo dois sujeitos, um do sexo masculino e um do sexo
feminino, com idades de 36 e 40 anos, respectivamente. Os sujeitos foram inicialmente
submetidos à avaliação fisioterapêutica, testes e questionários de avaliação de capacidade
funcional (DP-6, HAQ, HAQ-S, BASDAI, BAS-G, BASFI, DFI, Índice de Barthel) e
qualidade de vida (SF-36). Após, os sujeitos foram submetidos a um programa de exercícios
de fisioterapia aquática, por 24 semanas, três vezes por semana, com duração de uma hora
cada sessão. Após, os sujeitos foram novamente reavaliados. Ambos sujeitos apresentaram
melhora nos escores de todos os questionários utilizados. Analisando os escores do SF-36, a
melhora percentual média foi de 30% na capacidade funcional, 12,5 no aspecto funcional,
10% na dor, 32% no estado geral de saúde, 23,25% na vitalidade, 35,5% no aspecto social,
50% no aspecto emocional e 46% na saúde mental. A melhora foi de 38,10% no HAQ,
63,17% no HAQ-S, 41,16% no BASDAI, 57,03% no BAS-G, 37,51% no BASFI, 32,78% no
DFI, 16,37% no Índice de Barthel e 73,62% no teste DP-6. Apesar do tamanho reduzido da
amostra, o estudo comprova que um programa de exercícios de fisioterapia aquática
influencia positivamente a capacidade funcional e qualidade de vida de sujeitos
espondilíticos.
Palavras-chave: Espondilite Anquilosante, fisioterapia aquática, capacidade funcional.
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ABSTRACT
Ankylosing spondylitis is chronic inflammatory pathology, characterized by a gradual
sacroiliac and axial involvement, resulting in immobility and rigidity. This work intended to
verify the effects of a hydrotherapy program in the functional capacity and quality of life of
subject with ankylosing spondylitis. Two subjects, one man and one woman had concluded
the study. They had 36 and 40 years, respectively. They initially had been submitted to a
physical therapist evaluation, tests and questionnaires of evaluation of functional capacity
(DP-6, HAQ, HAQ-S, BASDAI, BAS-G, BASFI, DFI, Index of Barthel) and quality of life
(SF-36). Then, they had been submitted to a hydrotherapy program for 24 weeks, three times
per week, one hour each session. After, the subject had been reevaluated. Both of then
improved their questionnaires and tests scores. Analyzing the SF-36 scores, the average
percentile improvement was of 30% in the functional capacity, 12,5% in the functional aspect,
10% in pain, 32% in the general state of health, 23,25% in the vitality, 35,5% in the social
aspect, 50% in emotional aspect and 46% in the mental health. The improvement was of
38,10% in HAQ, 63,17% in the HAQ-S, 41,16% in BASDAI, 57,03% in the BAS-G, 37,51%
in BASFI, 32,78% in DFI, 16,37% in the Index of Barthel and 73,62% in the DP-6 test.
Despite of the reduced size of the sample, the study showed that a hydrotherapy program
positively influences the functional capacity and quality of life of subject with ankylosing
spondylitis.
Key-words: Ankylosing spondylitis, hydrotherapy, functional capacity.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIH
-
Antiinflamatório Hormonal
AINH
-
Antiinflamatório Não-Hormonal
AP
-
Ântero-posterior
AR
-
Artrite Reumatóide
AVDs
-
Atividades de Vida Diária
BASDAI
-
Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index
BASFI
-
The Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index
BAS-G
-
The Bath Ankylosing Spondylitis Patient Global Score
DFI
-
Dougados Functional Index
DP-6
-
Teste da Distância Percorrida em Seis Minutos
HAQ
-
Health Assessment Questionnaire
HAQ-S
-
Health Assessment Questionnaire for Spondyloarthropathies
HLA-B27
-
Antígeno Leucocitário Humano – B27
IgA
-
Imunoglobulina A
SF-36
-
Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey
VHS
-
Velocidade de Hemossedimentação
UNIOESTE
-
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
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SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 11
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. 12
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................................... 16
2.1 Espondilite anquilosante ........................................................................................................ 16
2.1.1 Definição............................................................................................................................... 16
2.1.2 Epidemiologia ........................................................................................................................ 17
2.1.3 Etiologia ................................................................................................................................ 18
2.1.4 Fisiopatologia ........................................................................................................................ 19
2.1.5 Quadro clínico....................................................................................................................... 21
2.1.5.1 Manifestação articular ......................................................................................................... 23
2.1.5.2 Manifestações extra-articulares ........................................................................................... 24
2.1.6 Diagnóstico............................................................................................................................ 24
2.1.6.1 Exame físico ....................................................................................................................... 26
2.1.6.2 Manifestações laboratoriais ................................................................................................. 29
2.1.6.3 Manifestações radiológicas.................................................................................................. 30
2.1.7 Diagnóstico diferencial........................................................................................................... 33
2.1.8 Intervenções terapêuticas ....................................................................................................... 34
2.1.8.1 Intervenção fisioterapêutica ................................................................................................. 36
2.1.8.1.1 Exercícios físicos ............................................................................................................. 38
2.1.8.2 Intervenção medicamentosa ................................................................................................ 40
2.1.8.3 Intervenção cirúrgica........................................................................................................... 42
2.1.9 Evolução e prognóstico.......................................................................................................... 43
2.2 Capacidade funcional............................................................................................................. 44
2.2.1 Health Assessment Questionnaire (HAQ)............................................................................ 45
2.2.2 Health Assessment Questionnaire for Spondyloarthropathies (HAQ-S)............................. 46
2.2.3 Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI).......................................... 47
2.2.4 The Bath Ankylosing Spondylitis Patient Globas Score (BAS-G)....................................... 47
2.2.5 The Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index (BASFI)............................................... 48
2.2.6 Dougados Functional Index (DFI)....................................................................................... 49
2.2.7 Índice de Barthel.................................................................................................................... 49
2.2.8 Teste da distância percorrida em seis minutos (DP-6) ............................................................. 50
2.3 Qualidade de vida .................................................................................................................. 51
2.3.1 Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey (SF-36) ............................ 55
2.4 Reabilitação aquática ............................................................................................................ 56
2.4.1 Princípios físicos da água ....................................................................................................... 59
2.4.1.1 Densidade e gravidade específica........................................................................................ 59
2.4.1.2 Flutuação............................................................................................................................ 60
2.4.1.3 Metacentro......................................................................................................................... 61
2.4.1.4 Pressão hidrostática ............................................................................................................ 62
2.4.1.5 Viscosidade........................................................................................................................ 62
2.4.1.5.1 Fluxo laminar e turbulento ................................................................................................ 64
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10
2.4.2 Efeitos fisiológicos.................................................................................................................. 65
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2.4.3 Efeitos terapêuticos e psicológicos da atividade aquática......................................................... 68
2.4.4 Reabilitação aquática na Espondilite Anquilosante................................................................... 71
3 METODOLOGIA .................................................................................................................... 76
3.1 Tipo de estudo........................................................................................................................ 76
3.2 Amostra .................................................................................................................................. 76
3.3 Avaliação................................................................................................................................ 77
3.4 Intervenção ............................................................................................................................ 78
3.5 Local ....................................................................................................................................... 82
3.6 Análise dos dados .................................................................................................................. 83
4 RESULTADOS ......................................................................................................................... 84
4.1 Capacidade funcional............................................................................................................. 84
4.2 Qualidade de vida .................................................................................................................. 91
5 DISCUSSÃO............................................................................................................................. 93
CONCLUSÕES............................................................................................................................ 98
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 99
APÊNDICE A – Avaliação fisioterapêutica ............................................................................... 106
APÊNDICE B – Programa de tratamento de fisioterapia aquática.......................................... 112
ANEXO A – Termo de consentimento livre e esclarecido ........................................................ 115
ANEXO B – Aprovação do comitê de ética ................................................................................ 117
ANEXO C – Questionários de capacidade funcional e qualidade de vida ................................ 119
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Postura espodilítica ou posição de esquiador verificada em indivíduos com
Espondilite Anquilosante ................................................................................................................. 23
FIGURA 2: Aspecto de coluna em bambu onde são observadas calcificação dos ligamentos
lombares (incidência em perfil) ........................................................................................................ 31
FIGURA 3: Aspecto de coluna em bambu onde são observadas calcificação dos ligamentos
lombares (incidência AP) ................................................................................................................ 32
FIGURA 4: Caminhada na piscina em velocidade progressiva associada a movimentos de
membros superiores para frente e para trás...................................................................................... 78
FIGURA 5: Alongamento dos músculos peitorais ............................................................................ 78
FIGURA 6: Alongamento da musculatura lateral do tronco.............................................................. 79
FIGURA 7: Com flexão de quadril e joelhos, sujeito realizando rotação de tronco ........................... 79
FIGURA 8: Sujeito em supino com auxílio de flutuadores, realizando movimentos de flexão e
extensão de quadril e joelho associado à rotação de tronco.............................................................. 80
FIGURA 9: Sujeito em supino com auxílio de flutuadores, realizando inclinação lateral de
tronco ........................................................................................................................................ 80
FIGURA 10: Sujeitos realizando ajuste mental – controle da respiração, de acordo com o
método Halliwick............................................................................................................................ 81
FIGURA 12: Piscina da Clínica de Fisioterapia da UNIOESTE....................................................... 83
GRÁFICO 1: Valores da média dos escores do HAQ, pré e pós intervenção.................................. 84
GRÁFICO 2: Escores do HAQ-S, pré e pós intervenção ............................................................... 85
GRÁFICO 3: Escores do BASDAI, pré e pós intervenção ............................................................. 86
GRÁFICO 4: Escores do BAS-G, pré e pós intervenção................................................................ 87
GRÁFICO 5: Escores do BASFI, pré e pós intervenção................................................................. 88
GRÁFICO 6: Escores do DFI, pré e pós intervenção ..................................................................... 89
GRÁFICO 7: Escores do Índice de Barthel, pré e pós intervenção.................................................. 90
GRÁFICO 8: Escores da distância percorrida no teste DP-6, pré e pós intervenção........................ 91
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Critérios de New York , 1966 ...................................................................................... 25
TABELA 2: Alterações propostas dos critérios de New York, 1984............................................... 25
TABELA 3: Critérios de Calin para Espondilite Anquilosante........................................................... 29
TABELA 4: Graduação da severidade da sacroileite ....................................................................... 33
TABELA 5: Principais diferenças entre Espondilite Anquilosante e artrite reumatóide ...................... 34
TABELA 6: Valores da média dos escores do HAQ, pré e pós intervenção .................................... 84
TABELA 7: Escores do HAQ-S, pré e pós intervenção .................................................................. 85
TABELA 8: Escores do BASDAI, pré e pós intervenção ................................................................ 86
TABELA 9: Escores do BAS-G, pré e pós intervenção................................................................... 87
TABELA 10: Escores do BASFI, pré e pós intervenção ................................................................. 88
TABELA 11: Escores do DFI, pré e pós intervenção ...................................................................... 89
TABELA 12: Escores do Índice de Barthel, pré e pós intervenção................................................... 90
TABELA 13: Escores da distância percorrida no teste DP-6, pré e pós intervenção......................... 91
TABELA 14: Porcentagem do predito dos escores do questionário SF-36, pré e pós
intervenção..................................................................................................................................... 92
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1 INTRODUÇÃO
A Espondilite Anquilosante é uma patologia inflamatória crônica que afeta
bilateralmente as articulações sacroilíacas e o esqueleto axial de forma ascendente (GREVE e
AMATUZZI, 1999). Também conhecida como Espondilite Reumatóide e Doença de MarieStrümpell,
a
Espondilite
Anquilosante
pertence
ao
grupo
das
espondiloartropatias
soronegativas, caracterizada por um acometimento progressivo de longa duração, resultando
em imobilidade e rigidez (PROVENZA, WATANABE e LIMA, 1999).
Além das alterações articulares, própria da patologia, pode-se encontrar ainda na
Espondilite Anquilosante manifestações como perda de peso, fadiga, febre, fibrose pulmonar,
prostatite crônica, conjuntivite e uveíte (WEINSTEIN e BUCKWALTER, 2000).
A fisioterapia é parte fundamental do tratamento. Atua de maneira preventiva ou
retardando as complicações da Espondilite Anquilosante, com o objetivo de preservar os
movimentos, manutenção de uma postura funcional e evitar incapacidades funcionais físicas
(BUSS et al., 2004).
Gabriel, Petit e Carril (2001) exprimem que na Espondilite Anquilosante o único
tratamento efetivo de que se dispõe para lutar contra a anquilose é o exercício físico. Assim, o
objetivo prioritário do fisioterapeuta será conseguir que o paciente tome consciência da
importância do cumprimento do programa fisioterapêutico. Para isto, será fundamental insistir
na motivação do paciente, procurando a mudança de hábitos sedentários por outros mais
ativos. Uhrin, Kuzis e Ward (2000) salientam que a atividade física e a adoção de uma vida
ativa induz à redução do quadro álgico e da necessidade de medicamentos analgésicos, assim
como melhora a postura e a capacidade funcional.
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West (1997) relata que a fisioterapia aquática fornece o melhor ambiente para se
maximizar o programa de exercícios. Campion (2000) refere que a singularidade da água está
principalmente na presença da flutuabilidade, que sustenta o corpo, reduz os efeitos da
gravidade e o estresse sobre as articulações. Uma das vantagens disso advém do fato de ela
induzir o relaxamento e aliviar a dor. Dessa forma, os movimentos que uma pessoa realizaria
em solo com grandes dificuldades e dor considerável podem ser utilizados em meio aquático,
já que a dor é amenizada e a redução na descarga de peso permite maior liberdade de
movimentos. Ao mesmo tempo, o aumento na resistência aos movimentos decorrente da
maior densidade e dos efeitos turbulentos do meio líquido, com conseqüente aumento no
gasto energético para a realização dos mesmos, facilita o fortalecimento dos músculos e o
aumento das amplitudes de movimento e flexibilidade.
Independentemente da condição do paciente, haverá vantagens físicas e psicológicas
que surgirão de um programa de atividade terapêutica aquática. Esses efeitos abrangem uma
grande variedade de estimulação cinética, padrões cognitivos sensório-motores, melhora da
circulação, redução da dor e espasmo muscular, melhora do metabolismo, reeducação dos
grupos musculares e melhora da amplitude de movimento. O moral e a confiança são
incentivados pela atividade recreacional, assim como as habilidades funcionais são
melhoradas juntamente com o equilíbrio e a coordenação (CAMPION, 2000). Esses
benefícios refletirão na melhora da capacidade funcional e qualidade de vida dos sujeitos.
A Espondilite Anquilosante, dependendo da sua atividade e gravidade, altera a
qualidade de vida do paciente, acarretando diferentes graus de incapacidade física, social,
econômica ou psicológica. Para tanto, exige um conjunto de medidas terapêuticas, através da
reparação ou manutenção da capacidade de executar tarefas no seu dia-a-dia, ou seja,
reparação ou manutenção da capacidade funcional, promovendo a melhora na qualidade de
vida (BUSS et al., 2004).
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16
A avaliação da qualidade de vida é tema imprescindível na área da saúde, visto que
seus resultados aprovam e definem tratamentos, além de analisar a relação custo/benefício do
cuidado prestado (DANTAS, SAWADA e MALERBO, 2003).
1.1 Justificativa
Devido aos comprometimentos apresentados na EA, prima-se por trabalhos que avaliem
os benefícios de exercícios terapêuticos relacionados à manutenção ou melhora da qualidade
de vida e capacidade funcional desses pacientes.
1.2 Objetivos
Gerais:
•
Verificar a eficácia de um programa de fisioterapia aquática na capacidade funcional
e qualidade de vida de pacientes com espondilite anquilosante.
Específicos:
•
Comparar os resultados dos questionários de capacidade funcional, qualidade de
vida e teste da distância percorrida em seis minutos (DP-6) pré e pós a realização de
um programa de fisioterapia aquática.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Espondilite Anquilosante
2.1.1 Definição
A Espondilite Anquilosante
é uma doença inflamatória crônica que acomete as
articulações sacroilíacas e o esqueleto axial de forma ascendente, podendo afetar as
articulações periféricas, sendo que a sacroileíte é uma manifestação típica. O termo
Espondilite Anquilosante deriva do grego ankylos, que significa “encurvado” (anquilose
significa fusão articular) e spondylos, que significa vértebra espinal (WEST, 1999; GREVE e
AMATUZZI, 1999). Provenza, Watanabe e Lima (1999) expressam que essa doença
inflamatória crônica é caracterizada por um acometimento progressivo de longa duração,
resultando em imobilidade e rigidez. Cotran, Kumar e Collins (2000) narram que a
Espondilite Anquilosante é também conhecida como Espondilite Reumatóide e Doença de
Marie-Strümpell. Skare (1999) cita que na Europa é conhecida também por Doença de
Bechterew.
A Espondilite Anquilosante é caracterizada por um amplo espectro de sintomas.
Esses podem ser limitados ao esqueleto axial ou podem ser mais extensivos, manifestando-se
como artrite, entesite, dactilite e/ou uveíte (HEUFT-DORENBOSCH et al., 2004).
Bechterew
e
Struempell-Marie
fizeram
descrições
detalhadas
das
principais
manifestações clínicas desta artropatia no final do século XIX. Observada já em esqueletos
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dos antigos egípcios, a Espondilite Anquilosante acomete principalmente as articulações
sinartrodiais ou fibrocartilaginosas do esqueleto axial. Até 1963, era considerada como uma
variante da artrite reumatóide (AR), passando a partir deste ano a fazer parte do distinto grupo
das
espondiloartropatias
soronegativas
(MEIRELLES
et
al.,
1991).
A
Espondilite
Anquilosante é o protótipo das espondiloartropatias soronegativas (SKARE, 1999).
Greve e Amatuzzi (1999) explicam que o termo “espondiloartropatia soronegativa”
abrange patologias de caráter inflamatório, com predileção pelo esqueleto axial e articulações
sacroilíacas, presença de artrite periférica assimétrica, manifestações extra-articulares na pele,
olhos, aparelho urogenital e trato gastrointestinal, fator reumatóide negativo, alta prevalência
do antígeno leucocitário humano B-27 (HLA-B27) e ocorrência familiar. A Espondilite
Anquilosante, artrite psoriásica, artrite enteropática e síndrome de Reiter preenchem estas
características.
Cotran,
Kumar
e
Collins
(2000)
reconhecem
que
as
espondiloartropatias
soronegativas agrupam patologias que incluem a Espondilite Anquilosante, artrite reativa
(Síndrome de Reiter e artrite enteropática), artrite psoriática e artrite associada à doença
inflamatória intestinal (colite ulcerativa, doença de Crohn). Compartilham manifestações
clínicas superpostas, e muitas estão associadas ao HLA-B27 e a uma infecção desencadeante.
2.1.2 Epidemiologia
Caracteristicamente, a Espondilite Anquilosante é uma artropatia axial crônica, com
predominância masculina de 3:1. Na mulher, a manifestação da doença é mais branda e tende
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a um envolvimento articular mais periférico do que axial. Inicia-se entre a puberdade e os 35
anos, com pico em torno da segunda década (SKARE, 1999).
A prevalência da Espondilite Anquilosante nos Estados Unidos é de 197/100.000
pessoas por ano (PROVENZA, WATANABE e LIMA 1999). Geralmente ocorre em meninos
e começa na adolescência. Estima-se que 90% dos meninos afetados são positivos para o
antígeno de histocompatibilidade HLA-B27 (COTRAN, KUMAR e COLLINS, 2000).
Para Meirelles et al. (1991), sua prevalência, embora não relatada em nosso meio, foi
de 0,5% em uma população masculina inglesa investigada por Wright e Moll em 1973. A sua
distribuição favorece o sexo masculino, sendo que nas mulheres apresentam um melhor
prognóstico, ou seja, quadros clínicos menos graves.
Salter (2001) relata que até a década passada a Espondilite Anquilosante era
considerada uma doença reumatóide incomum, com ocorrência predominante em homens
jovens. Sabe-se atualmente que quando formas menos graves da doença são reconhecidas e
incluídas, a Espondilite Anquilosante é quase tão comum quanto a AR e também que as
mulheres jovens são afetadas quase tão freqüentemente quanto homens jovens. Tipicamente, o
início é na fase adulta jovem e raramente após os 30 anos. Todavia, uma forma juvenil de
Espondilite Anquilosante pode começar tão cedo quanto aos 10 anos em associação com uma
artrite pauciarticular.
2.1.3 Etiologia
A etiologia é desconhecida, porém existem pesquisas demonstrando uma certa
relação com a predisposição genética, presença do antígeno HLA-B27 e as infecções por
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bactérias gram-negativas como a Klebsiella e outras normalmente encontradas no trato
gastrintestinal (PROVENZA, WATANABE e LIMA 1999).
Apresenta forte agregação familiar, de tal forma que parentes de primeiro grau de
portadores da referida artropatia, apresentam um risco de cerca de 20 vezes maior de vir a
manifestá-la do que a população em geral (MEIRELLES et al., 1991).
A importância de um fator genético predisponente tem sido sustentada pela
descoberta de que 96% de caucasianos acometidos pela espondilite anquilosante são
portadores do antígeno tissular herdado HLA-B27, que serve como um marcador genético.
Esse antígeno particular é encontrado em 5% a 15% de todos os caucasianos, sendo que dos
portadores do antígeno, apenas 20% desenvolvem Espondilite Anquilosante. Nas raças onde o
HLA-B27 é extremamente raro, a espondilite anquilosante também mostra ser (SALTER,
2001). Certos subtipos do HLA-B27 não acarretam suscetibilidade à doença. Após uma
infecção, esse fenótipo imunogenético pode predispor ao desenvolvimento de auto-anticorpos
dirigidos contra elementos articulares (COTRAN, KUMAR e COLLINS, 2000).
2.1.4 Fisiopatologia
Salter (2001) relata que a Espondilite Anquilosante acomete o sítio de inserção dos
tendões, ligamentos, fáscias e cápsulas fibrosas articulares - as ênteses. O processo patológico
decorre de uma fibrose progressiva e ossificação destas partes moles periarticulares. Esse
processo, chamado de entesopatia, eventualmente conduz à anquilose óssea de toda a
articulação. Weinstein e Buckwalter (2000) informam que a característica patológica
diferenciadora da Espondilite Anquilosante é o envolvimento da êntese, o local de inserção
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dos ligamentos e cápsulas articulares nos ossos. A entesopatia pode causar erosões ósseas na
êntese. O processo reparativo que se segue à fase inflamatória inicial caracteriza-se pela
ossificação nesses locais. Esse processo entesopático é a base para muitos dos achados da
Espondilite Anquilosante, como por exemplo, algias na região do calcâneo e esporões,
formação de sindesmófito e quadradura dos corpos vertebrais. A sinovite que também pode
ocorrer em casos de Espondilite Anquilosante é patologicamente indiferenciável da sinovite
da AR.
Cotran, Kumar e Collins (2000) explicam que, histologicamente, verifica-se uma
sinovite crônica que ocasiona destruição da cartilagem articular e anquilose óssea,
especialmente nas articulações sacroilíacas e apofisárias (entre tuberosidades e processos). A
inflamação em locais de inserção tendineoligamentosa acarreta excrescências ósseas, que
agravam
a
anquilose
fibrosa
e
óssea
produzindo
imobilidade
vertebral
acentuada.
Tipicamente, os pacientes apresentam lombalgia, em geral com evolução crônica progressiva.
O envolvimento das articulações periféricas, como os quadris, joelhos e ombros, ocorre em,
no mínimo, um terço dos pacientes.
Gabriel, Petit e Carril (2001) destacam que dentro das características do
comprometimento axial ocorrem as sinovites de repetição, que darão lugar à formação de um
tecido de granulação que se estenderá, originando sindesmófitos - pontes ósseas. Em direção
vertical, estas unirão uma vértebra à outra, e junto com a calcificação dos ligamentos, darão
lugar à rigidez. Nas articulações periféricas também ocorrerão erosões da cartilagem articular
com tendência às atitudes em flexão e à rigidez. Em definitivo, pode-se dizer que o
comprometimento articular na Espondilite Anquilosante evoluirá até a rigidez e desta para a
anquilose.
Salter (2001) enfatiza que a patologia avança lenta e axialmente, iniciando nas
articulações sacroilíacas, em caráter simétrico e ascendente ao longo da coluna vertebral, onde
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afeta a cápsula da articulação facetária posterior (articulação apofisária). A coluna lombar
pode ser poupada na fase inicial, mas é geralmente comprometida. Subseqüentemente, os
tecidos periarticulares das articulações intervertebrais são também afetados. Eventualmente,
as partes moles de ambos os tipos de articulação ossificam. Desse modo, produzem uma
anquilose óssea que pode envolver toda a coluna, convertendo-a numa única massa rígida de
tecido ósseo. As articulações vertebrais da coluna tornam-se comprometidas em um terço dos
pacientes. Os quadris são propensos a se tornarem completamente anquilosados. Um elemento
sistêmico de Espondilite Anquilosante existe evidenciado por lesões que podem envolver
olhos, pulmões, coração e glândula prostática.
2.1.5 Quadro clínico
O quadro clínico caracteriza-se por algia na coluna vertebral, principalmente na
região lombossacra, persistente, progressiva em relação ao envolvimento dos diversos
segmentos (lombar, dorsal e cervical) e região sacroilíaca. Em menor freqüência afeta
articulações periféricas, como joelhos, tornozelos, pés, quadris, entre outros (PROVENZA,
WATANABE e LIMA 1999).
Todos
os
pacientes
portadores
de
Espondilite
Anquilosante
apresentam
acometimento do esqueleto axial, sendo característico o envolvimento bilateral e precoce das
articulações sacroilíacas. Por outro lado, cerca de 36% dos seus portadores apresentam
artropatia periférica proximal (quadris e ombros) ou distal no decorrer da sua história natural
(MEIRELLES et al., 1991). Estas articulações podem apresentar dor em repouso ou aos
movimentos, edema, hiperemia, calor e perda funcional (MEIRELLES e KITADAI, 1998).
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O indivíduo sofre inicialmente uma dor lombar de início gradual, que se agrava ao
executar movimentos súbitos, sendo que não é aliviada pelo repouso. A rigidez matinal da
coluna vertebral persiste durante todo o dia. Opondo-se à dor lombar “mecânica”, a dor da
espondilite anquilosante melhora com o exercício físico (SALTER, 2001).
Gabriel, Petit e Carril (2001) destacam algumas características importantes. A dor é
do tipo inflamatória e localizada no nível das articulações sacroilíacas, ou de forma mais
difusa, no nível lombar. Essa pode ser a forma de início da enfermidade, que muitas vezes se
confundirá com uma lombalgia mecânica ou com uma hérnia discal pela irradiação da dor
para a região glútea. Ocorre rigidez matutina, sinal patognomômico de enfermidade
inflamatória que guarda relação direta com a atividade da dita inflamação (quanto maior a
duração da rigidez matutina, maior será a inflamação). Observa-se também a abolição das
curvaturas fisiológicas, com desaparecimento da lordose lombar e protrusão de cabeça e
tórax. É encontrada ainda redução da mobilidade da coluna em todos os níveis, o que
provocará um enrijecimento que será mais acentuado quando a rigidez se situar
preferentemente no nível cervical.
O curso do envolvimento é extremamente variável, indo de um espectro no qual se
observa somente discreta rigidez e uma sacroileíte radiologicamente demonstrável, até uma
coluna totalmente fundida e anquilose severa em articulações periféricas. A dor tende a ser
persistente no início da patologia e a se tornar cíclica com o decorrer da mesma. Nos casos
severos de envolvimento vertebral, a postura do indivíduo sofre alterações características.
Observa-se perda da lordose lombar com atrofia dos músculos da região glútea. A cifose
torácica se acentua e, se existe envolvimento cervical, pode ocorrer um deslocamento anterior
do pescoço e cabeça. Se houver contratura dos quadris, os joelhos se flexionam para
compensar. Essa postura típica é chamada de postura espondilítica ou posição de esquiador,
conforme demonstrada na Figura 1 (SKARE, 1999).
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Figura 1: Postura espondilítica ou posição de esquiador verificada em
Espondilite Anquilosante.
indivíduo com
Fonte: BOT et al., 1999.
Há um modo típico de movimentação do corpo em casos de Espondilite
Anquilosante, que se caracteriza pelo movimento do dorso “em bloco”, em razão do
enrijecimento espinhal (WEINSTEIN e BUCKWALTER, 2000).
2.1.5.1 Manifestação articular
A manifestação articular é própria da enfermidade, tendo lugar principalmente na
coluna (em todos os seus níveis), no tórax e nas articulações sacroilíacas. Esse
comprometimento articular pode ser periférico e do tipo assimétrico, com uma preferência
pela localização proximal (GABRIEL, PETIT e CARRIL, 2001).
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2.1.5.2 Manifestações extra-articulares
Além da manifestação articular, pode-se encontrar ainda na Espondilite Anquilosante
a perda de peso, fadiga, febre, prostatite crônica, conjuntivite e uveíte (WEINSTEIN e
BUCKWALTER, 2000).
Para Scola et al. (2003), a participação extra-articular é freqüente e inclui uveíte
anterior, manifestações cardíacas (aortite), fibrose pulmonar, síndrome da cauda eqüina,
aracnoidite e amiloidose.
Gabriel, Petit e Carril (2001) expressam que os comprometimentos extra-articulares
da Espondilite Anquilosante são de menor gravidade e incluem uveíte ou irite, insuficiência
aórtica e fibrose pulmonar. A uveíte ou irite pode ocorrer em 25% dos casos e se considera de
gravidade, já que pode ser causa de cegueira. A insuficiência aórtica ocorre raramente, sendo
conseqüência do processo inflamatório da válvula aórtica. A fibrose pulmonar: é bem mais
rara, porém pode revestir-se de gravidade se associada ao processo restritivo conseqüente da
pouca elasticidade do tórax.
2.1.6 Diagnóstico
O diagnóstico de certeza da espondilite anquilosante envolve achados clínicos de
história ou exame físico, laboratoriais e de métodos de imagem (MEIRELLES e KITADAI,
1998).
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O diagnóstico precoce da espondilite anquilosante é de difícil elaboração, existindo
ainda alguns critérios em estudo. Os critérios de New York (1966) requerem a presença de
sacroileíte avançada, radiologicamente detectada, e de pelo menos mais um dos seguintes
achados clínicos demonstrados na Tabela 1 (SKARE, 1999).
1
Tabela 1: Critérios de New York , 1966.
História de dor lombar ou de junção tóraco-lombar
2
Limitação de mobilidade da coluna lombar tanto no plano sagital como nas laterais
3
Limitação da expansibilidade em torácica (< 2,5 cm)
FONTE: GOLDING, 2001.
Conforme Golding (2001), a Espondilite Anquilosante definida se apresenta quando
há sacroileíte bilateral com um dos critérios clínicos e sacroileíte unilateral com critério
clínico 1 ou ambos critérios clínicos 2 e 3.
Skare (1999) narra que em 1984 foram propostas algumas alterações para os critérios
de New York , embora elas não tenham sido, ainda, formalmente adotadas. Os novos critérios
são demonstrados na Tabela 2.
1
Tabela 2: Alterações propostas dos critérios de New York ,1984.
História de dor lombar do tipo inflamatória
2
Limitação de mobilidade da coluna lombar nos três planos
3
Limitação da da mobilidade torácica
4
Alterações radiológicas definidas de sacroileíte
FONTE: SKARE, 1999.
A sacroileíte somada a mais um dos outros critérios seria o suficiente para o
diagnóstico de EA. A diferença introduzida pela modificação dos critérios é que, nestes
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últimos, permite-se a inclusão de alterações radiológicas mais precoces. Dessa maneira é
possível fazer um diagnóstico prévio (SKARE, 1999).
2.1.6.1 Exame físico
O exame físico inicial reflete as manifestações do processo inflamatório. O mais
comum é a perda da mobilidade espinhal com limitação de flexão anterior, lateral e de
extensão da coluna lombar, e redução da expansibilidade torácica. Esse processo de limitação
da mobilidade está fora da proporção com o grau de anquilose óssea e reflete espasmo
muscular secundário à dor e à inflamação. Dor em região sacroilíaca pode ser provocada por
percussão direta sobre a articulação ou por manobras que produzam estresse sobre ela. O
índice de Schober e a expansibilidade torácica estão reduzidos (SKARE, 1999).
No início da moléstia, freqüentemente o exame revela uma postura ereta levemente
anormal, com quadris ligeiramente flexionados e redução dos movimentos da parte inferior da
coluna vertebral. Na patologia mais avançada, pode haver perda da lordose lombar normal,
redução dos movimentos da coluna vertebral cervical e lombar, redução da expansão do tórax
e aumento da flexão dos quadris, quando na posição de pé (WEINSTEIN e BUCKWALTER,
2000).
O exame físico pode revelar, dependendo do tempo de duração e da gravidade da
doença, desde achados precoces como dor à compressão bimanual das articulações
sacroilíacas (manobra de Menell) e retificação da lordose lombar, até limitação da mobilidade
lombar, dorsal ou cervical nos planos ântero-posterior, rotacionais e laterais, bem como a
limitação da expansibilidade torácica (MEIRELLES e KITADAI, 1998).
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Provenza, Watanabe e Lima (1999) explicam que durante o exame físico são
utilizadas algumas manobras e medidas com a finalidade de se identificar as limitações e os
bloqueios de determinadas articulações ou segmentos, que auxiliam no diagnóstico da
enfermidade. Dentre elas, a medida dedo-chão, verificada através da distância da extremidade
distal do terceiro dedo da mão ao chão quando o paciente realiza a flexão da coluna lombar.
Esta medida tem sido utilizada como sinal propedêutico no diagnóstico da Espondilite
Anquilosante.
West (1997) enuncia seis manobras utilizadas no exame físico para se pesquisar dor
nas articulações sacroilíacas ou progressão da doença espinhal na Espondilite Anquilosante:
distância occipito-parede, expansibilidade torácica, índice de Schober, compressão ilíaca,
teste de Gaenslen e teste de Patrick (Fabre).
Meirelles e Kitadai (1998) expressam que o teste da distância occipito-parede avalia
a limitação da mobilidade cervical.
O teste da expansibilidade torácica mensura a limitação da mobilidade esternocostal,
costotransversal e costovertebral (MEIRELLES e KITADAI, 1998). Uma redução na
expansibilidade torácica normal é indicadora de uma condição anquilosante, tal como na
Espondilite Anquilosante (CIPRIANO, 1999; GABRIEL, PETIT e CARRIL, 2001). A
expansão torácica normal de um homem adulto é 5 cm ou mais, na mulher adulta é 2,5 cm ou
mais. Com o paciente sentado, circundar uma fita métrica no tórax no nível dos mamilos.
Instruir o paciente para expirar e, então, registrar a medida. A seguir, instruí-lo para realizar
inspiração máxima, registrando a medida (CIPRIANO, 1999; GABRIEL, PETIT e CARRIL,
2001).
Lin et al. (2001) apontam que o índice de Schober é utilizado para avaliar a
flexibilidade e a mobilidade da coluna lombar. West (1997) demonstra que deve-se realizar
uma marca na linha média, no nível da espinha ilíaca póstero-superior, e outra 10 cm acima.
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Solicita-se ao sujeito que realize flexão máxima do tronco, sem fletir os joelhos. A distância
entre os dois pontos deve aumentar de 10 a pelo menos 15 cm.
Cipriano (1999) narra que o teste de balanço pélvico (teste de compressão ilíaca) é
realizado com o sujeito deitado em decúbito lateral. O terapeuta deve exercer uma forte
pressão para baixo sobre o íleo. Essa pressão é transferida para as superfícies articulares das
articulações sacroilíacas. O teste deve ser efetuado bilateralmente. Dor em qualquer
articulação sacroilíaca indica lesão de articulação sacroilíaca, tal como um processo
inflamatório nas superfícies articulares no lado afetado.
West (1997) cita que o teste de Gaenslen é realizado com o paciente na posição
supina. Deixa-se uma perna cair por um dos lados da maca do examinador, enquanto a outra
perna é flexionada pelo paciente em direção ao tórax. Cipriano (1999) segue relatando que a
seguir deve ser colocada pressão para baixo sobre a coxa estendida até que ela fique mais
baixa do que a borda da mesa. A extensão da perna tensiona a articulação sacroilíaca e os
ligamentos sacroilíacos anteriores no lado da extensão da perna. Dor nesse lado indica um
processo inflamatório na articulação sacroilíaca.
O teste de Patrick (Fabre) força a cabeça femoral para dentro da cavidade acetabular,
dando congruência máxima às superfícies articulares. Dor no quadril indica um processo
inflamatório presente na articulação do quadril. Fabre quer dizer Flexão, Abdução e Rotação
Externa. Esta é a posição do quadril quando o teste começa. Com o paciente na posição
supina, flexionar a perna e colocar o pé horizontalmente sobre a mesa. Pegar o fêmur e
pressioná-lo para dentro da cavidade acetabular. A seguir, cruzar a perna do paciente sobre o
joelho oposto. Estabilizar a espinha ilíaca ântero-superior oposta e pressionar para baixo sobre
o joelho no lado que está sendo testado (CIPRIANO, 1999).
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2.1.6.2. Manifestações laboratoriais
Não
existe
teste
laboratorial
que
estabeleça
o
diagnóstico
de
Espondilite
Anquilosante (SKARE, 1999; WEINSTEIN e BUCKWALTER, 2000). A maioria dos
pacientes tem provas de atividades inflamatórias altas durante os períodos de doença ativa.
Nesse período, uma anemia normocrônica e normoclítica pode estar presente. Pacientes com
doença
ativa
podem
apresentar
uma
fosfatase
alcalina
elevada.
Níveis
altos
de
imunoglobulina A (IgA) são comuns e correlacionam-se com o grau de atividade da doença.
Fator reumatóide e fatores antinucleares são negativos (SKARE, 1999).
Scott, Ring e Bacon (1981, apud MEIRELLES e KITADAI, 1988) relatam que o
diagnóstico laboratorial envolve provas de atividade inflamatória, tais como velocidade de
hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa sérica, que podem se encontrar elevadas nos
pacientes com esta patologia, sendo de importância na detecção e na quantificação da
atividade inflamatória, em conjunto com os dados clínicos relacionados à lombalgia
inflamatória mencionados na Tabela 3. Weinstein e Buckwalter (2000) esclarecem que o VHS
dos eritrócitos pode estar elevada, mas em geral não se correlaciona satisfatoriamente com a
atividade da patologia.
1
Tabela 3: Critérios de Calin para Espondilite Anquilosante.
Lombalgia de início insidioso
2
Lombalgia de natureza crônica com duração maior que 3 meses
3
Faixa etária menor que 40 anos
4
Presença de rigidez articular matinal
5
Melhora da lombalgia com a mobilidade
FONTE: MEIRELLES e KITADAI, 1998.
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Weinstein e Buckwalter (2000) e West (1997) citam que apesar da forte associação
do antígeno HLA-B27 para a etiopatogênese da moléstia, sua pesquisa é cara e pouco
acrescenta à avaliação de um paciente individual com sintomas sugestivos de Espondilite
Anquilosante. Salter (2001) acrescenta que somente 20% dos indivíduos HLA-B27 positivo
desenvolvem Espondilite Anquilosante e nem todos os indivíduos com a patologia possuem
esse antígeno, não merecendo, portanto, um valor diagnóstico absoluto. West (1997) no
entanto, explica que a positividade do HLA-B27 em um paciente com dor lombar de natureza
inflamatória e sem alterações radiológicas pode ser útil.
A história clínica, exame físico e os achados radiográficos devem permanecer sendo
a base do diagnóstico de Espondilite Anquilosante (WEINSTEIN e BUCKWALTER, 2000;
WEST, 1997). Cury et al. (1995) enunciam que a atividade clínica da doença pode ser
avaliada através da intensidade da dorso-lombalgia, do tempo de rigidez dorso-lombar
matinal, da presença de artrite periférica ou manifestações extra-articulares da doença e da
necessidade e dosagem da medicação consumida.
2.1.6.3 Manifestações radiológicas
O diagnóstico por imagem radiográfica baseia-se no achado de alterações do
esqueleto axial (GABRIEL, PETIT e CARRIL, 2001; BUSS et al., 2004). Inicialmente só
poderá observar-se sacroileíte, bilateral e simétrica, que na projeção ântero-posterior (AP) se
mostrará como uma perda de nitidez das superfícies articulares, às vezes acompanhada de
esclerose subcondral (GABRIEL, PETIT e CARRIL, 2001). A sacroileíte é essencial para o
diagnóstico da Espondilite Anquilosante (WEINSTEIN e BUCKWALTER, 2000). No
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radiograma observa-se ainda quadratização vertebral (normalmente côncavas) em decorrência
de erosões entesopáticas dos cantos superiores e inferiores das vértebras, anquilose das
articulações interfacetárias vertebrais, presença de sindesmófitos vertebrais e ossificação do
ligamento longitudinal anterior da coluna vertebral (BUSS et al., 2004). Os sindesmófitos,
que ficam evidenciados radiograficamente como delgadas linhas de ossificação que unem os
aspectos externos dos discos intervertebrais entre corpos vertebrais, são decorrentes da
ossificação das fibras externas do anel fibroso (WEINSTEIN e BUCKWALTER, 2000). Em
uma fase avançada ocorrerá fusão completa das articulações sacroilíacas. No nível vertebral
observa-se uma fusão dos corpos vertebrais que dará lugar a uma imagem característica desta
patologia, a coluna em “bambu” ilustrada nas Figuras 2 e 3 (GABRIEL, PETIT e CARRIL,
2001; BUSS et al., 2004). Em estágios tardios, um tipo de osteoporose de desuso poderá
aparecer e levar a fraturas patológicas de compressão com um aumento da deformidade da
coluna resultante (SKARE, 1999).
Figura 2: Aspecto de coluna em bambu onde são observadas calcificação dos ligamentos
lombares (incidência em perfil).
Fonte: CECCON, 2004.
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Figura 3: Aspecto de coluna em bambu onde são observadas calcificação dos ligamentos
lombares (incidência AP).
Fonte: CECCON, 2004.
Extra-espinhalmente ainda podem ser observadas erosões e neoformações ósseas nos
locais de entesopatia (calcâneo, inserção do tendão patelar ou fáscia plantar). O envolvimento
assimétrico é mais comum na periferia que na coluna vertebral (WEINSTEIN e
BUCKWALTER, 2000).
A incidência AP é geralmente suficiente para se avaliar a porção inferior das
articulações sacroilíacas. A incidência de Ferguson (AP com tubo de raios X inclinado a 2530º para cima) permite uma visão completa das articulações sacroilíacas, pois evita a
sobreposição do sacro com o íleo. Nessa incidência, observa-se a sobreposição entre a sínfise
púbica e o sacro (WEST, 1997). As alterações mais precoces são borramentos na margem
articular, seguido por erosões e esclerose. Erosões em grande quantidade podem causar um
pseudo-alargamento do espaço articular. Com o decorrer do processo sobrevém anquilose,
primeiro por fibrose e depois óssea, até que ocorra fusão total da articulação. Essas alterações
costumam ocorrer de maneira simétrica e tendem a ser mais pronunciadas no bordo ileal da
articulação (SKARE, 1999).
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Outros recursos de imagem podem ser úteis para o estudo das articulações
sacroilíacas, como a tomografia computadorizada. A ressonância nuclear magnética é útil para
o diagnóstico de envolvimento da cauda eqüina (BUSS et al., 2004).
Skare (1999) relata que a severidade da sacroileíte pode ser graduada de 0 a 4, de
acordo com o grau de distorção radiológica presente, conforme Tabela 4:
Tabela 4: Graduação da severidade da sacroileíte.
0
Normal
1
Suspeita
2
Sacroileíte mínima
3
Sacroileíte moderada
4
Anquilose
FONTE: SKARE, 1999.
Em casos discretos, podem decorrer anos antes que apareçam imagens radiológicas
sugestivas de sacroileíte. Cintilografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética
são capazes de demonstrar esse tipo de alteração muito mais precocemente que o radiograma
simples, mas tais exames não são utilizados para esse propósito rotineiramente. As alterações
radiológicas em sacroilíacas aparecem sempre antes das alterações em coluna (SKARE,
1999).
2.1.7 Diagnóstico diferencial
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Um dos principais diagnósticos diferenciais é com AR, principalmente em mulheres.
Nelas, o comprometimento axial é suave e o periférico mais intenso, sendo que a coluna
cervical está freqüentemente mais envolvida. Na Tabela 5 são representadas as principais
diferenças entre essas duas patologias (SKARE, 1999).
Tabela 5: Principais diferenças entre Artrite Reumatóide e Espondilite Anquilosante.
Artrite reumatóide
Espondilite Anquilosante
poliartrite, simétrica
oligoartrite, assimétrica
articulações grandes e pequenas
grandes > pequenas
mm.ss > mm.ii
mm.ii > mm.ss
Sacroilíte
-
+
Envolvimento de coluna
Cervical
total, ascendente
Olhos
esclerite, episclerite, Síndrome de
conjuntivite, uveíte
Distribuição articular
Sjögren, escleromalácia perfurante
Regurgitação aórtica
-
+
Pulmões
Pleurite, pneumonite intersticial
fibrose apical
Síndrome de Caplan
Nódulos
+
-
Fator reumatóide
+
-
Associação HLA -B27
-
+
Patologia
+ sinovite
+ entesopatia
FONTE: SKARE, 1999.
2.1.8 Intervenções terapêuticas
Meirelles e Kitadai (2001) descrevem que o tratamento da Espondilite Anquilosante
envolve medidas educacionais, farmacológicas, físicas ou reabilitacionais, radioterapêuticas e
cirúrgicas. Deve, portanto, ser multidisciplinar e multiprofissional, envolvendo médicos
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especialistas em reumatologia, ortopedia e fisiatria, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
enfermeiras, psicólogas e assistentes sociais.
Como ainda não existe um tratamento definitivo para a Espondilite Anquilosante, as
metas principais são educar e conscientizar o paciente da importância de sua participação em
um programa de exercícios, com o objetivo de que seus movimentos possam ser preservados e
também para facilitar a manutenção de uma postura funcional. O tabagismo deve ser banido e
os pacientes também devem ser informados de que seus filhos têm entre 10 a 20% de chance
de ter a mesma doença (SKARE, 1999).
O valor da educação e orientação dos sujeitos com patologias reumáticas têm
crescido muito nos últimos anos. Podem ser realizadas de forma passiva, ou seja, com o
profissional da área de saúde passando informações aos seus pacientes, ou de forma ativa, via
internet, com os pacientes realizando buscas de informações em sites nacionais e
internacionais (MEIRELLES e KITADAI, 2001). É de grande importância o apoio
psicológico para que esses sujeitos possam aceitar a importância de desenvolver hábitos de
boa postura e adotar a prática de exercícios diários pelo resto de suas vidas (SALTER, 2001).
Além da grande importância do papel da fisioterapia no tratamento da Espondilite
Anquilosante, também destacam-se o profissional da enfermagem, psicologia e assistência
social. A equipe de enfermagem representa significante participação na educação passiva dos
pacientes e na co-orientação destes durante as internações hospitalares causadas por motivos
clínicos ou cirúrgicos. A psicologia desempenha importante papel na redução do estresse
emocional causado pela cronicidade da doença e no tratamento de possíveis conflitos
desencadeados pela doença, relacionados à auto-imagem corporal e à sexualidade. O
profissional da assistência social fornece orientação vocacional na readaptação profissional de
pacientes que mudam de atividade em função da doença e orientação trabalhista na obtenção
dos seus benefícios sociais, como o auxílio-doença e a aposentadoria. Dessa forma, procura-se
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realizar a reabilitação ou readequação funcional e psicológica do paciente às suas atividades
domésticas, sociais e profissionais (MEIRELLES e KITADAI, 2001).
2.1.8.1 Intervenção fisioterapêutica
A fisioterapia deve ser parte do tratamento. Atua de maneira preventiva ou
retardando as complicações da Espondilite Anquilosante, com o objetivo de evitar
incapacidades funcionais físicas (BUSS et al., 2004).
Weinstein e Buckwalter (2000) destacam que os objetivos do tratamento da
Espondilite anquilosante são o alívio da dor e preservação da função. Quando a moléstia é
descoberta precocemente, antes que tenham ocorrido alterações significativas na postura, um
paciente motivado, que irá seguir fielmente um programa diário de exercícios de amplitude de
movimentos da coluna vertebral, poderá ser capaz de minimizar a ocorrência de deformidades
espinhais. Embora não sejam conhecidas medidas terapêuticas que interrompam o processo
subjacente de ossificação e fusão, uma cuidadosa atenção à postura e a prática de exercícios
poderá levar à manutenção de uma postura ereta e funcional, à medida que for diminuindo a
mobilidade da coluna vertebaral. Portanto, a educação do paciente e o envolvimento de um
fisioterapeuta são essenciais para o tratamento dessa patologia. Visto que a fusão das
articulações costocondrais e costovertebrais pode diminuir a expansão torácica, os pacientes
devem ser incentivados a interromper o tabagismo.
Nos estágios iniciais ou estágios agudos da doença, quando a dor é uma característica
predominante, as metas do tratamento são o alívio da dor e do espasmo muscular, aumento da
expansão respiratória, função e capacidade vital, manutenção das mobilidades da coluna,
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quadril e ombros, e estabelecimento da consciência do corpo e dos hábitos posturais. No
estágio crônico da patologia as metas do tratamento são as mesmas descritas aos estágios
iniciais, porém deve-se prestar atenção ao aumento da força muscular que age contra as
deformidades, como também aumentar a mobilidade (BUSS et al., 2004).
Gabriel, Petit e Carril (2001) exprimem que na Espondilite Anquilosante o único
tratamento efetivo de que se dispõe para lutar contra a anquilose é o exercício físico. Assim, o
objetivo prioritário do fisioterapeuta será conseguir que o paciente tome consciência da
importância do cumprimento do programa fisioterapêutico. Para isto será fundamental insistir
na motivação do paciente, procurando a mudança de hábitos sedentários por outros mais
ativos, reservando o repouso para períodos concretos (como, por exemplo, os episódios
inflamatórios), nos quais, de qualquer maneira, será feito em pequenas doses e alternando-se
com sessões curtas de exercício ativo.
Meirelles e Kitadai (2001) expressam sobre a importância do correto reconhecimento
dos períodos de maior atividade clínica da doença reside no fato de que o tratamento
medicamentoso deve ser idealmente utilizado nesses períodos, enquanto o tratamento
fisioterapêutico apresenta melhores resultados nos períodos de menor atividade, ou de
remissão clínica, quer espontânea, quer medicamentosamente induzida. Tal orientação
acarreta redução no consumo de fármacos, com conseqüente redução das possíveis
toxicidades induzidas por eles. Melhora também a aderência do paciente à fisioterapia, pois,
estando em fase de menor intensidade de dor, podendo, portanto, exercitar-se de melhor
forma. A deambulação deve ser incentivada nesses pacientes. A natação, preferencialmente
em piscina aquecida, constitui-se em valioso método de reabilitação física, mundialmente
aceito e preconizado. De grande importância é a correção postural nas atividades da vida
diária.
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Buss et al. (2004) salientam que o ponto crucial para esta população é que nunca
devem parar o programa de fisioterapia, pois as pioras do quadro clínico e funcional não são
gradativas, mas ocorrem em etapas ou “crises”, sendo estas sempre presentes na ausência da
reabilitação ou exercícios.
2.1.8.1.1 Exercícios físicos
O exercício físico representa um componente essencial no tratamento da Espondilite
Anquilosante. A atividade física e a adoção de uma vida ativa induz à redução do quadro
álgico e da necessidade de medicamentos analgésicos, assim como melhora a postura e a
capacidade funcional (UHRIN, KUZIS e WARD, 2000).
Os exercícios terapêuticos prescritos aos sujeitos com patologias reumáticas têm por
objetivos principais a educação postural, prevenção de deformidades, alívio da rigidez e
melhora da excursão respiratória (GOLDING, 2001).
Meirelles e Kitadai (2001) esclarecem que a fisioterapia é amplamente reconhecida
como o aspecto de maior relevância no tratamento da Espondilite Anquilosante. A
investigação de Wynn-Parry (1980 apud MEIRELLES e KITADAI, 2001) mostrou que 178
de 236 pacientes militares com EA obtiveram controle sintomático a longo prazo,
empregando apenas exercícios. O ensaio randomizado e controlado concretizado por Kraay et
al. (1980 apud MEIRELLES e KITADAI, 2001) revelou o significante benefício a curto prazo
de um compreensivo programa de fisioterapia domiciliar associado a medidas educativas. Por
outro lado, Band et al. (1997 apud MEIRELLES e KITADAI, 2001) confirmaram o benefício
de um programa hospitalar de fisioterapia em 236 pacientes com Espondilite Anquilosante.
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2.1.8.1.2 Fisioterapia aquática
West (1997) relata que a fisioterapia aquática fornece o melhor ambiente para se
maximizar o programa de exercícios. Campion (2000) refere que a singularidade da água está
principalmente na presença da flutuabilidade, que sustenta o corpo, reduz os efeitos da
gravidade e o estresse sobre as articulações. Uma das vantagens disso advém do fato de ela
induzir o relaxamento e aliviar a dor. Dessa forma, os movimentos que uma pessoa realizaria
em solo com grandes dificuldades e dor considerável podem ser utilizados em meio aquático,
já que a dor é amenizada e a redução na descarga de peso permite maior liberdade de
movimentos. Ao mesmo tempo, o aumento na resistência aos movimentos decorrente da
maior densidade e dos efeitos turbulentos do meio líquido, com conseqüente aumento no
gasto energético para a realização dos mesmos, facilita o fortalecimento dos músculos e o
aumento das amplitudes de movimento e flexibilidade.
Independentemente da condição do paciente, haverá vantagens físicas e psicológicas
que surgirão de um programa de atividade terapêutica aquática. Esses efeitos abrangem uma
grande variedade de estimulação cinética, padrões cognitivos sensório-motores, melhora da
circulação, redução da dor e espasmo muscular, melhora do metabolismo, reeducação dos
grupos musculares e melhora da amplitude de movimento. O moral e a confiança são
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incentivados pela atividade recreacional, assim como as habilidades funcionais são
melhoradas juntamente com o equilíbrio e a coordenação (CAMPION, 2000).
Slade e Simmons-Grab (1987 apud CAMPION, 2000) transmitem que a atividade
aquática terapêutica proporciona um auxílio considerável tanto física quanto psicologicamente
aos pacientes e seus familiares e amigos, permitindo a integração social dos mesmos.
No item 2.4.4 será abordado detalhadamente o papel da fisioterapia aquática no
tratamento de sujeitos com Espondilite Anquilosante.
2.1.8.2 Intervenção Medicamentosa
Embora não exista cura para a Espondilite Anquilosante, a maioria dos pacientes
pode ser tratada por meio do controle dos sintomas inflamatórios e participando de um
programa de exercícios para minimizar as deformidades e reduzir as incapacidades (WEST,
1997).
Para o controle da dor e dar conta do programa de exercícios, a maioria dos sujeitos
requer o uso de antiinflamatórios não-hormonais (AINH). Para isso, o antiinflamatório mais
utilizado é a indometacina. A fenilbutazona é considerada o agente mais efetivo. Porém, seu
uso deve ser evitado em vista dos seus potenciais efeitos colaterais. A não resposta ao AINH é
um sinal de mau prognóstico (SKARE, 1999).
A eficácia obtida através do uso oral dos antiinflamatórios hormonais (AIH), como a
prednisona,
nas manifestações clínicas sintomáticas relacionadas à entesite axial da
Espondilite Anquilosante, tem sido relatada como inexistente ou menor do que aquela obtida
pelos AINH (MEIRELLES e KITADAI, 2001).
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Com o objetivo de se obter um alívio adicional da dor, analgésicos simples podem
ser associados, mas não devem ser prescritos como terapêutica de primeira linha. No
tratamento de segunda linha pode também ser prescrito a sulfassalazina, que pode trazer
benefícios a pacientes com doença inicial e com artrite periférica. Apesar de poucos estudos
controlados, uma baixa dose semanal de metotrexato pode trazer benefícios a pacientes com
envolvimento proeminente de articulações periféricas (WEST, 1997).
Ainda não existe benefício documentado para o uso de ouro, corticóides sistêmicos
ou D-penicilamina. Casos de uveíte aguda anterior podem ser manejados com corticóide local
ou sistêmico e com midriáticos (SKARE, 1999).
Quando usados por via oral, os corticosteróides não têm valor no tratamento da
Espondilite Anquilosante do ponto de vista músculo-esquelético. Aplicações locais são úteis
no tratamento de sinovite periférica recalcitrante e de entesopatia (WEST, 1997).
Meirelles e Kitadai (2001) esclarecem que o tratamento medicamentoso visa a
redução da inflamação articular, com conseqüente alívio da dor e da rigidez articular. Pode ser
sintomático ou de ação rápida e pontencialmente indutor de remissão ou de ação lenta. A
medicação sintomática de ação rápida inclui os AINH. Quando eficazes, permitem melhor
aderência ao importante programa de cinesioterapia, empregado em praticamente todos os
pacientes com Espondilite Anquilosante. A medicação de ação lenta mais investigada e com
melhores resultados no tratamento da Espondilite Anquilosante é a sulfasalazina, por
melhorar a intensidade da dor, e na duração e intensidade da rigidez matinal. O uso do
metotrexato na Espondilite Anquilosante é mais recente, porém demonstra ter eficácia clínica
na maioria dos pacientes, com importante ação antiinflamatória, auxiliando na redução da
dose de AINH, sem eventos adversos significativos. Os analgésicos mais utilizados em nosso
meio são o paracetamol e os opióides morfínicos leves, como a codeína, o propoxifeno e o
tramadol, ou, com menor freqüência, os opióides morfínicos potentes agonistas completos ou
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parciais. Os relaxantes musculares auxiliam no combate da contratura muscular antálgica e da
rigidez articular matinal associadas ao envolvimento axial da Espondilite Anquilosante.
Podem ser empregados os relaxantes musculares de ação central, como a tizanidina, ou de
ação periférica, como o carisoprodol e o tiocolquicóside.
2.1.8.3 Intervenção cirúrgica
O tratamento cirúrgico é reservado aos pacientes graves com quadro importante de
dor,
incapacidade
ou
deformidade
física,
que
não
responderam
aos
tratamentos
medicamentoso e fisioterapêutico. Ele é empregado principalmente na forma de artroplastias
totais dos quadris, com menor freqüência na forma de osteotomias corretivas de coluna
dorsolombar e, mesmo, de forma mais rara, de osteotomias, laminectomias ou fusões de
coluna cervical (MEIRELLES e KITADAI, 2001). A indicação cirúrgica mais comum é a
prótese de quadril. Um número menor de pacientes pode se beneficiar com a correção
cirúrgica em casos de subluxação atlanto-axial ou de deformidades em flexão extremas na
coluna (SKARE, 1999). Pode realizar-se a osteotomia vertebral em cunha para se corrigir
deformidades cifóticas graves, embora ela traga risco de lesão neurológica. As manifestações
cardíacas da Espondilite Anquilosante podem levar à necessidade de se realizar uma troca de
valva aórtica ou de se implantar um marcapasso (WEST, 1997).
Gabriel, Petit e Carril (2001) explicam que o tratamento cirúrgico será dirigido para
melhorar a mobilidade das articulações periféricas, para que o sujeito recupere a
funcionalidade, muitas vezes já reduzida pelo comprometimento vertebral.
SALTER (2001) observa que embora um dos propósitos básicos do tratamento seja a
prevenção de deformidade grave da coluna, os pacientes mais duramente acometidos podem,
entretanto, desenvolver invalidez e deformidade permanente. Para tais pacientes, a osteotomia
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vertebral é atualmente praticável na região lombar ou cervical (dependendo do local de maior
deformidade) e produz melhora acentuada. É compreensível que esse tipo de grande cirurgia
possua riscos moderados, mas um deles é minimizado quando a cirurgia é realizada sob
anestesia local. A anquilose de um ou ambos quadris é particularmente incapacitante quando
combinada com anquilose da coluna, mas afortunadamente essa condição pode ser atenuada
por uma prótese articular convencional, mesmo que nestes pacientes tal cirurgia possa ser
complicada por algum grau de ossificação heterotópica nos tecidos moles circundantes.
2.1.9 Evolução e prognóstico
Mesmo não havendo cura para a Espondilite Anquilosante, a maioria dos sujeitos
tem uma evolução funcional satisfatória e mantém-se apta para o trabalho. No prognóstico da
doença, os fatores que influenciam são a anquilose da coluna cervical, envolvimento das
articulações do quadril, uveíte, elevação persistente da VHS e fibrose pulmonar. É provável
que os sujeitos com Espondilite Anquilosante de leve intensidade tenham expectativa de vida
normal (WEST, 1997).
Segundo Skare (1999), o prognóstico da doença é relativamente bom. Na maioria dos
casos, os primeiros dez anos da doença servem para predizer como será o seu andamento.
Doenças severas iniciam-se precocemente e têm como marca uma artropatia periférica
abundante. A mortalidade por Espondilite Anquilosante é rara (6%). Geralmente é resultado
das complicações em coluna cervical, cardíacas ou amiloidose. Menos de 20% dos pacientes
apresenta incapacitação significante.
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2.2 Capacidade funcional
A capacidade funcional é a habilidade para realizar as atividades normais da vida
diária com eficiência, autonomia e independência. A falta de atividade física favorece a perda
de qualidades físicas que diminuem a capacidade funcional do corpo humano. Como
resultado, a prática de exercícios que possam manter ou recuperar a capacidade funcional são
fundamentais para todo ser humano, independentemente da fase da vida em que este se
encontre (CAMPOS e CORAUCCI NETO, 2004).
A avaliação funcional foi definida por Granger (1984) como um método para
descrever as capacidades e limitações e para mensurar o uso por um indivíduo da variedade de
habilidades incluídas no desempenho de tarefas necessárias para a vida diária, atividades de
lazer, atividades vocacionais, interações sociais e outros comportamentos necessários.
A avaliação, em qualquer nível, tem como objetivo máximo capacitar a tomada de
decisões informadas. Escalas e instrumentos projetados para avaliar a capacidade do
indivíduo em desempenhar tarefas de cuidados pessoais podem auxiliar na intervenção ou
planejamento da alta pela descrição ou documentação das capacidades atuais ou monitorando
as mudanças no estado funcional. Escalas mais globais, que podem incluir componentes de
cuidados pessoais, são utilizadas para fornecer informação sobre a eficácia dos programas de
reabilitação, desta forma tendo um papel importante na avaliação do programa (DeLISA,
2002).
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Na fase mais tardia da Espondilite Anquilosante, o comprometimento do esqueleto
axial geralmente resulta em fusão das articulações, principalmente sacroilíacas. Certamente,
após a anquilose de uma articulação, a capacidade funcional se torna extremamente limitada,
quando não totalmente (PROVENZA, WATANABE e LIMA, 1999). Pelo exposto, é notável
que a incapacidade funcional física provocada pela Espondilite Anquilosante conduza a
alteração na qualidade de vida destes sujeitos.
Diversas escalas podem ser utilizadas para documentar e quantificar o estado
funcional nas atividades da vida diária. Essas são extremamente úteis para avaliar o progresso
da reabilitação de um paciente. Tornam-se ferramentas essenciais para análise do resultado de
reabilitação de uma série de sujeitos participando de um programa de intervenção específico.
Quando os resultados destas escalas são compartilhadas por múltiplos centros de reabilitação,
para compartilhar dados, importante informação pode ser obtida para fazer avançar programas
de tratamento e avaliar o custo versus benefício da reabilitação (DeLISA, 2002).
2.2.1 Health Assessment Questionnaire (HAQ)
O HAQ (anexo C) aborda cinco dimensões importantes para um paciente reumático:
desejo de longa sobrevida, viver sem dor, ter capacidade para executar tarefas da vida diária,
sem limitação, não apresentar toxicidade com os tratamentos propostos e ser capaz de
trabalhar e ser independente do ponto de vista econômico-financeiro. Entretanto, por
abordarem aspectos distintos, os escores obtidos em cada uma dessas dimensões não podem
ser somados.
O escore final do instrumento é obtido através da média aritmética dos oito
componentes (CURY et al., 1995).
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O HAQ é constituído por oito componentes, que avaliam aspectos distintos da vida
diária: vestir-se, comer, caminhar, higiene pessoal, pressão, levantar-se, alcance e outras
atividades. Cada um deles apresenta duas ou três questões relacionadas às atividades físicas,
perfazendo um total de 20. A dificuldade relatada pelo paciente, assim como a necessidade de
assistência para executar determinada atividade física na semana que antecedeu a entrevista
são avaliadas por nota que variam de 0 (sem qualquer dificuldade) a 3 (incapacidade de
executar a tarefa). A nota do componente equivale à maior nota observada nas duas ou três
questões que fazem parte do mesmo. Portanto, o escore final varia de 0 a 3, sendo que se
algumas das questões dos componentes da atividade física for executada com auxílio de
apoio, bengala ou aparelhos ortopédicos, a nota é elevada automaticamente a 3 (CURY et al.,
1995).
O HAQ é um instrumento auto-administrável que avalia quatro dimensões:
incapacidade, desconforto e dor, efeitos colaterais de drogas e custo. Um fato a ser realçado
consiste, porém, na observação de que desde a publicação inicial do instrumento, grande valor
tem sido dado à dimensão que avalia a capacidade funcional. As outras dimensões
(desconforto e dor, efeitos colaterais de drogas e custo) têm sido esporadicamente citadas e
utilizadas em trabalhos científicos (CICONELLI, 2003).
A aplicação do HAQ, de acordo com JACOBSSON et al. (1998) e KOBELT et al.
(1999), um método mundialmente aceito para avaliar a atividade da doença, parece ser mais
preciso e eficaz que outros. Esse questionário analisa a capacidade funcional dos pacientes
através de perguntas baseadas nas atividades de vida diária.
2.2.2 Health Assessment Questionnaire for Spondyloarthropathies (HAQ-S)
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O HAQ-S é um questionário da avaliação da saúde para espondiloartropatias. É um
questionário modificado do HAQ e sua contagem varia de 0 a 30 (HEIKKILÄ, 2002). Quanto
menor a pontuação, menor será a dificuldade em executar tarefas. No HAQ-S (Anexo C) será
avaliada a capacidade funcional dos pacientes através de perguntas baseadas em atividades de
vida diária.
2.2.3 Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI)
Instrumento de avaliação específico para Espondilite Anquilosante, o BASDAI
(Anexo C) é uma medida subjetiva extensamente utilizada para avaliar a atividade da doença,
que provou ser válida, reproduzível e responsiva à mudança (HEUFT-DORENBOSCH et al.,
2004).
O BASDAI consiste de seis questões em relação à atividade da doença, incluindo
fadiga, acometimento na coluna e quadril, nível global de desconforto em áreas do corpo
sensíveis a toque e pressão, dor e/ou edema das articulações periféricas, pontos localizados
de tensão, e qualidade e quantidade da rigidez matinal avaliadas pela escala analógica visual
de 0 a 10 cm. A contagem total varia de 0 a 10. É realizada uma média da soma das respostas
que fornece a contagem final. Quanto menor a pontuação melhor o quadro do sujeito avaliado
(HEIKKILÄ et al., 2000a; VAN TUBERGEN et al., 2002b).
2.2.4 The Bath Ankylosing Spondylitis Patient Global Score (BAS-G)
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O BAS-G (Anexo C) consiste em três questões sobre o quanto a doença interferiu no
bem-estar do indivíduo, o nível de rigidez, e o nível da dor apresentados na última semana.
Essas questões são respondidas em uma escala analógica visual de 0 a 10 cm, com as
marcações 0 (nenhum) e 10 (muito grave) nas extremidades da linha. É realizada uma média
da soma das respostas que fornece a contagem final. Quanto menor a pontuação melhor o
quadro do sujeito avaliado (VAN TUBERGEN et al., 2002a).
Em um estudo com 392 pacientes, Jones et al. (1996) demonstrou que o BAS-G se
correlaciona bem com o BASDAI e BASFI, sugerindo que a atividade da doença e a
capacidade funcional desempenham um papel principal na percepção do paciente em relação
ao bem estar. A contribuição da dor e da fadiga para esta percepção é particularmente
significativa, merecendo estudos adicionais. A intervenção para reduzir a dor ou a fadiga deve
resultar na percepção da melhora da qualidade de vida desses indivíduos.
2.2.5 The Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index (BASFI)
O BASFI (Anexo C) compreende dez questões relacionadas à execução de atividades
da vida diária. Cada item é respondido em uma escala analógica visual de 0 a 10 cm. A
contagem total varia entre 0 (fácil) e 10 (impossível). O valor mais elevado indica um
prejuizo mais severo. A contagem final é realizada através da média do resultado do
somatório das respostas (HEIKKILÄ et al., 2000).
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2.2.6 Dougados Functional Index (DFI)
O DFI (Anexo C) consiste de 20 questões que avaliam a habilidade do sujeito em
executar atividades diárias distintas. O questionário fornece três categorias de respostas à
questão “Você consegue”: 0 (sim, sem dificuldade), 1 (sim, mas com dificuldade), e 2 (não
consegue). A contagem do total varia de 0 a 40. Quanto menor a pontuação, menor será o
grau de dificuldade do sujeito em executar as habilidades diárias sugeridas no questionário
(HEIKKILÄ et al., 2000).
2.2.7 Índice de Barthel
O Índice de Barthel (anexo C) é uma das escalas publicadas mais estudadas em
avaliações de cuidados pessoais. A escala é sensível à mudança ao passar do tempo. Ela
fornece um significativo prognóstico dos resultados da reabilitação e se relaciona
significativamente com outras medidas do estado do paciente (DeLISA, 2002).
O Índice de Barthel mensura a independência funcional e a mobilidade em sujeitos
com
patologias
quantitativamente
crônicas,
se
o
indicando
indivíduo
se
é
estes
necessitam
de
cuidados.
Ele
avalia
capaz de desempenhar determinadas tarefas
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independentemente. Ele pode ser preenchido através da observação direta, de registros
clínicos ou ser autoministrada. A escala é constituída de 10 itens e o seu valor total varia de 0
a 100 sendo que um total de 0-20 indica dependência total, 21-60 grave dependência, 61-90
moderada dependência, 91-99 muito leve dependência e 100, independência (AZEREDO e
MATOS, 2003).
O Índice de Barthel inclui 10 itens, inclusive alimentar-se, transferências, pentear-se
e higiene, tomar banho, ir ao banheiro, andar, subir e descer escadas, e, controlar intestinos e
bexiga. Os itens são pontuados diferencialmente de acordo com um sistema de contagem de
pesos, que determina pontos baseados em desempenho independente ou assistido. Por
exemplo, uma pessoa que necessita de assistência humana para comer receberia 5 pontos,
enquanto que independência para comer receberia 10 pontos. Um paciente com um escore
máximo de 100 pontos é classificado como continente, capaz de alimentar-se e vestir-se,
andar pelo menos uma quadra, e subir e descer escadas. Os autores foram cuidadosos ao
observar que um escore máximo não significa necessariamente independência, porque
atividades de vida diária (AVDs) instrumentais, tais como cozinhar, cuidar da casa e
socialização não foram avaliados (DeLISA, 2002).
2.2.8 Teste da distância percorrida em seis minutos (DP-6)
O DP-6 tem sido recomendado e utilizado na avaliação de resultados de programa de
reabilitação. É um teste simples e de fácil realização. Todavia, são ainda escassos os relatos e
discussões quanto à padronização da técnica e fatores que interferem na sua efetividade
(MOREIRA, MORAES e TANNUS, 2001).
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Um teste de corrida/caminhada de doze minutos foi desenvolvido originalmente para
avaliar a aptidão física de indivíduos saudáveis. Posteriormente este teste foi modificado
somente para caminhada de doze minutos para ser utilizado na avaliação de pacientes com
bronquite crônica. Mais tarde, foi preconizado um teste de caminhada com duração de seis
minutos, porque representou um acordo razoável entre a facilidade de administrar um teste
mais curto e o poder discriminativo maior de um teste longo. O DP-6 foi validado como uma
medida da função física demonstrando as distâncias dessa caminhada correlacionadas com o
consumo de oxigênio e relato pessoal da função física em sujeitos com insuficiência cardíaca
ou doenças respiratórias. Embora este teste seja geralmente utilizado para avaliar a função
física em sujeitos com patologiass cardiorrespiratórias, tem sido também aplicado em sujeitos
com patologias reumáticas, com o objetivo de avaliar o efeito de programas de exercícios em
solo (GOWANS, HUECK e VOSS, 1999).
2.3 Qualidade de vida
O termo qualidade de vida tornou-se bastante popular. É amplamente empregado por
distintos segmentos da sociedade e por pesquisadores não só da área da saúde como também
de outras especialidades, como sociologia, economia, geografia, história social e filosofia. Seu
emprego em diversas áreas do conhecimento cria dificuldades e polêmicas quanto à definição
do termo (KIMURA, 1999).
Em ciências humanas e biológicas, o conceito de qualidade de vida refere-se à
tendência de se valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, redução de
mortalidade ou aumento da expectativa de vida. O termo qualidade de vida na área da saúde é
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empregado para experiências subjetivas nos indivíduos em diferentes aspectos do estado de
saúde, tais como sintomas, funções físicas, estado emocional e interação social (LIN et al.,
2001).
A avaliação de qualidade de vida tem sido cada vez mais utilizada na área da saúde,
sobretudo depois que suas propriedades de medida foram comprovadas como um parâmetro
válido e reprodutível. Novas dimensões de saúde vêm sendo agregadas à avaliação tradicional
de parâmetros clínicos, laboratoriais e radiográficos em sujeitos com patologias crônicas.
Assim, a mensuração do impacto da doença na qualidade de vida do sujeito torna-se um
instrumento cada vez mais importante (CICONELLI, 2003).
No Brasil, igualmente vem crescendo o interesse pelo tema qualidade de vida no
campo da saúde. Alguns trabalhos publicados no Brasil foram considerados relevantes, tendo
em vista a sua contribuição para o avanço das pesquisas sobre qualidade de vida no país e por
sua consonância com as tendências históricas observadas no contexto internacional (SEIDL e
ZANNON, 2004).
O grupo de estudos sobre qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, sob a
coordenação de John Orley, definiu qualidade de vida como "a percepção do indivíduo de sua
posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação
aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações". Nessa definição, incluem seis
domínios
principais:
saúde
física,
estado
psicológico,
níveis
de
independência,
relacionalmento social, características ambientais e padrão espiritual (DANTAS, SAWADA e
MALERBO, 2003).
A qualidade de vida é uma das maiores preocupações da Organização Mundial da
Saúde, uma vez que pode ser relacionada à saúde e entendida como a determinação do
impacto pessoal, social, físico e psicológico imposto pela doença. Desta forma, muitos
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profissionais da saúde passaram a se preocupar com as repercussões das doenças na vida dos
indivíduos (GASHU et al., 2001).
A avaliação do impacto físico e psicossocial que as enfermidades, disfunções ou
incapacidades
podem
acarretar
para
as
pessoas
acometidas
permitem
um
melhor
conhecimento do sujeito e de sua adaptação à sua condição. Nesses casos, a compreensão
sobre a qualidade de vida do sujeito incorpora-se ao trabalho do dia-a-dia dos serviços,
influenciando decisões e condutas terapêuticas das equipes de saúde (SEIDL e ZANNON,
2004).
Reis e Glashan (2001) transmitem que a severidade, duração da patologia e a
resposta individual à terapêutica podem influenciar a qualidade de vida. No entanto, a
percepção que o indivíduo tem do seu estado de saúde também pode interferir na sua
qualidade de vida, inclusive porque das suas crenças e dos seus valores depende em grande
parte a sua satisfação de viver. Portanto, se a forma como o indivíduo percebe sua
enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas necessidades e a
busca dos serviços assistenciais, a adesão ao tratamento e conseqüentemente a eficácia da
assistência prestada podem depender muito da percepção individual que ele tem a respeito da
doença. Na literatura encontra-se melhor compreensão quanto à dimensão da gravidade da
doença percebida. A severidade da patologia pode ser avaliada tanto pelo grau de perturbação
emocional criada ao pensar na doença, quanto pelos tipos de conseqüências que a patologia
pode ocasionar (dor, morte, gasto material, interrupção de atividades, perturbação nas relações
familiares e sociais, e outras).
Rocha e Felli (2004) consideram o termo qualidade de vida de difícil conceituação
tendo em vista seu caráter, subjetivo, complexo e multidimensional. Ter qualidade de vida
depende, pois, de fatores intrínsecos e extrínsecos. Assim há uma conotação diferente de
qualidade de vida para cada indivíduo, que é decorrente da inserção desse na sociedade.
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As experiências clínicas e as mudanças comportamentais de pacientes diante de
intervenções terapêuticas propiciaram o desenvolvimento e a instituição de medidas
semiquantitativas na avaliação do perfil de saúde, tornando-se assim responsáveis pelas
primeiras definições de status de saúde. Essa nova forma de análise, com novos instrumentos
de medida, possibilitou a comparação de tratamentos complexos, permitindo a definição de
estratégias na área de saúde, com controle da efetividade e manutenção da qualidade de vida
dos pacientes. Na literatura médica e social não existe um consenso sobre os itens que devem
ser levados em consideração na avaliação da qualidade de vida de um paciente. Dispõe-se
hoje de questionários específicos (medida de um único item) e genéricos. Os instrumentos
genéricos, mais comumente utilizados, avaliam de forma global os apectos mais importantes
relacionados à qualidade de vida dos pacientes (CASTRO et al., 2003).
LIN et al. (2001) explica que os instrumentos de qualidade de vida podem ser
divididos em genéricos e específicos. Os instrumentos genéricos de saúde são aplicáveis a
grande variedade de populações, pois cobrem o espectro completo de funções, incapacidades
e alterações emocionais que são relevantes para qualidade de vida. Propõem avaliar valores
humanos básicos que são relevantes para o estado funcional e bem estar de todos. Podem ser
aplicados na avaliação de vários graus de doença, de tratamentos ou intervenções e em
diferentes grupos demográficos e culturais. São úteis na mensuração da qualidade de vida
relacionada à saúde. Entretanto, os resultados das aferições são muito amplos, o que resulta
em perda de informações específicas. Já os específicos são planejados para avaliar aspectos
específicos ou grupos de patologias. Podem ser específicos para certas patologias
(insuficiência cardíaca, artrite reumatóide), grupos específicos de doentes (idosos), certas
condições funcionais (função sexual, estado emocional) ou afecções ou condições (lombalgia,
dispnéia). Geralmente estes instrumentos são mais sensíveis para mensurar alterações no
decorrer do tempo, pois somente aspectos importantes da qualidade de vida são aferidas. Pelo
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fato de não serem abrangentes podem, dependendo do tipo de questionário, não conseguir ter
poder de comparar diferentes condições ou afecções, épocas ou resultados de programas de
diferentes.
As escalas que avaliam a qualidade de vida mensuram os resultados e as decisões de
tratamento, a aprovação de novos medicamentos e a avaliação de programas e distribuição de
recursos para pesquisa. Os instrumentos de qualidade de vida geralmente são questionários
com questões fundamentadas nas experiências dos próprios doentes e permitem elucidar o
impacto das doenças e de seu tratamento na sua qualidade global de vida (LIN et al., 2001).
As medidas de avaliação de saúde disponíveis não são capazes de dizer precisamente
ao profissional da saúde o que fazer. Entretanto, são capazes de demonstrar se os pacientes
conseguem fazer determinadas atividades do seu cotidiano e como se sentem quando as estão
praticando. As aplicações repetidas destes instrumentos no decorrer de um período podem
definir a melhora ou piora do paciente em diferentes aspectos, tanto físicos como emocionais,
tornando-se úteis para avaliação de uma determinada intervenção (CICONELLI, 2003).
2.3.1 Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey (SF-36)
Embora a qualidade de vida apresente amplos aspectos, quer sejam psicológicos,
emocionais, sociais, ambientais, espirituais, níveis de independência e físicos, neste estudo ela
será avaliada pela aplicação do questionário genérico SF-36 (anexo C).
O questionário genérico SF-36 é amplamente usado em todo o mundo, tendo sido
traduzido e adaptado transculturalmente em vários países (LIN et al., 2001).
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No Brasil, Ciconelli et al. (1999) realizou a validação e adaptação cultural do SF-36,
aplicando o questionário em cinquenta sujeitos com AR. A pesquisadora refere-se ao
instrumento como bem desenhado, multidimensional, útil para este tipo de avaliação, de fácil
administração e compreensão, bem como de sua utilização por outros investigadores em
diversas patologias crônicas.
Castro et al. (2003) destacam que o instrumento genérico SF-36 é composto por 36
itens, que avaliam as seguintes dimensões: capacidade funcional (desempenho das atividades
diárias, como capacidade de cuidar de si, vestir-se, tomar banho e subir escadas), aspectos
físicos (impacto da saúde física no desempenho das atividades diárias e ou profissionais), dor
(nível de dor e o impacto no desempenho das atividades diárias e ou profissionais), estado
geral de saúde (percepção subjetiva do estado de saúde), aspectos sociais (reflexo da condição
de saúde física nas atividades sociais), aspectos emocionais (reflexo das condições
emocionais no desempenho das atividades diárias e ou profissionais) e saúde mental (escala
de humor e bem-estar). Ciconelli (2003) relata que o SF-36 apresenta um escore final de 0 a
100, onde zero corresponde a um pior estado geral de saúde e cem a um melhor estado de
saúde.
2.4 Reabilitação aquática
A fisioterapia aquática realizada em piscina aquecida é a utilização dos efeitos
físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo, ou parte dele, em meio
aquático, como recurso auxiliar na reeducação funcional neuromotora, musculoesquelética ou
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cardiorespiratória, visando o restabelecimento da saúde, sua manutenção ou ainda prevenção
de uma alteração funcional orgânica (CAROMANO et al., 2002).
Há muito tempo a atividade física tem sido empregada como recurso terapêutico para
tratar distintos problemas de saúde, bem como desempenhado um importante papel
preventivo em várias patologias (MATTOS, 1996).
O ambiente aquático oferece benefícios significativos, uma grande margem de
segurança terapêutica e efetividade de custo para uma grande variedade de situações clínicas.
A terapia aquática é fundamentada cientificamente, oferece uma abordagem útil para muitos
problemas de reabilitação, agudos e crônicos, e os pacientes a consideram útil e agradável
(DeLISA, 2002).
A fisioterapia aquática é a união dos exercícios aquáticos com a terapia física. É uma
abordagem terapêutica abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na
reabilitação de várias patologias. O programa é organizado levando-se em consideração
componentes
específicos:
aquecimento,
alongamento,
resistência,
força
muscular
e
relaxamento. A fisioterapia aquática promove a independência entre os pacientes, requer um
menor tempo dos profissionais envolvidos e maximiza o uso da piscina, comparado aos
programas tradicionais (BATES e HANSON, 1998).
Entrar na água é uma experiência única que fornece a todos uma oportunidade de
ampliar física, mental e psicologicamente seus conhecimentos e habilidades. A unicidade da
água está principalmente relacionado ao seu empuxo, que alivia o estresse sobre as
articulações sustentadoras de peso e permite que se realize movimentos em forças
gravitacionais reduzidas (CAMPION, 2000).
A água é um meio apropriado para as atividades físicas e oferece oportunidades
estimulantes para os movimentos que não estão dentro dos programas tradicionais de
exercícios em solo. A turbulência da água pode ser apreciada de uma forma que não é
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possível no ar, e o peso da água significa que ela pode ser empurrada e utilizada como
resistência com que cada indivíduo pode trabalhar. Maior percepção da rotação com a
necessidade de controlá-la exige equilíbrio e coordenações consideráveis, bem como um
trabalho muscular preciso (CAMPION, 2000).
Os exercícios na água podem acelerar a reabilitação devido ao estresse reduzido nas
articulações, melhoram a circulação, e facilitam os movimentos que ocorrem na água (TOVIN
et al., 1994).
A fisioterapia aquática proporciona a possibilidade de realização de atividade física
muitas vezes impossível de se realizar fora da água. Pacientes severamente incapacitados fora
da água são notavelmente móveis na piscina. A água oferece a experiência do corpo atuar em
duas forças principais: gravidade para baixo e flutuação ou impulso para cima. Ela
proporciona o potencial de exercício em três dimensões: estimulação perceptual, visual e
auditiva; e também através dos receptores da pele, devido aos efeitos da turbulência, calor e
pressão hidrostática. A terapia na água também auxilia no controle de equilíbrio, controle
rotacional e trabalho respiratório. Os efeitos adquiridos são tanto físicos quanto psicológicos
(CUNHA et al., 2002).
Caromano e Nowotny (2002) relatam que as forças físicas da água agindo sobre um
organismo imerso, provocam alterações fisiológicas extensas, afetando quase todos os
sistemas do organismo. Os efeitos fisiológicos podem somar-se aos desencadeados pela
prática de exercício físico na água, tornando as respostas mais complexas. O conhecimento
dos efeitos da imersão, acompanhada ou não de exercícios físicos, e da fisiopatologia, fornece
subsídios suficientes para o estabelecimento de objetivos fisioterapêuticos e um plano de
tratamento adequado para cada paciente.
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2.4.1 Princípios físicos da água
Os efeitos terapêuticos e fisiológicos da água são amplos. Essa condição é resultado
de uma série de efeitos relacionados a forças físicas atuando sobre o organismo dentro da
água, em combinação com alguns efeitos poderosos, porém pouco compreendidos, da imersão
sobre a psique humana. Esses princípios físicos, muitos conhecidos desde o advento da
ciência, afetam quase todos os sistemas fisiológicos do organismo humano (RUOTI,
MORRIS e COLE, 2000).
2.4.1.1 Densidade e gravidade específica
A densidade relativa de um objeto é a propriedade que determina se ele vai flutuar.
Os termos “densidade relativa” e “gravidade relativa” são sinônimos. A densidade relativa de
um objeto é a relação entre a massa do objeto e a igual massa de volume de água deslocado
(BATES e HANSON, 1998).
A densidade relativa da água é aceita como uma proporção de um. Portanto, qualquer
objeto com uma densidade menor que um irá flutuar. A densidade relativa do corpo humano
varia com a idade, sendo que uma criança nova possui uma densidade relativa total de
aproximadamente 0,86. Na adolescência e início da idade adulta, a densidade relativa aumenta
para aproximadamente 0,97, Mais tarde, com o passar dos anos, o corpo tende a adquirir mais
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tecido adiposo e a densidade relativa tende a retornar para 0,86. Por essa razão, o ser humano
tem maior facilidade para flutuar em certas fases da vida do que em outras. Além disso, cada
parte e tecido individuais possuem suas próprias densidades relativas. Os membros superiores
são geralmente menos densos do que os membros inferiores, portanto os braços flutuam com
maior facilidade à medida que as pernas tendem a afundar (CAMPION, 2000).
2.4.1.2 Flutuação
A flutuação e a densidade relativa estão muito relacionadas. O princípio de
Arquimedes estabelece que quando um corpo está total ou parcialmente imerso em um fluido
em repouso, ele experimenta um empuxo de baixo para cima, igual ao volume de fluido
deslocado, que atua na direção oposta à da força da gravidade. Portanto, um objeto com
densidade relativa menor que um flutuará porque a massa do objeto é menor que o volume de
água deslocado. O ponto pelo qual a força da flutuação atua é chamado de “centro de
flutuação” - centro geométrico do fluido deslocado (BATES e HANSON, 1998). Logo, um
corpo submerso na água está sujeito a duas forças opostas, gravidade e flutuabilidade. A
gravidade age no sentido para baixo, enquanto a flutuabilidade age para cima (CAMPION,
2000).
Caromano e Nowotny (2002) explicam que do ponto de vista cinesioterapêutico, a
flutuação pode ser usada para facilitar o movimento, quando o membro é movido na direção
do nível da água e para resistir o movimento, quando o membro é movido da superfície da
água em direção ao tronco. Quanto maior a distância percorrida pelo segmento, maior a
facilitação e maior resistência ao movimento.
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Uma das principais vantagens da fisioterapia aquática é a redução das forças na
sustentação do peso. Pacientes que se exercitam na água são mais leves, movimentam-se mais
facilmente e sentem menos peso nas suas articulações devido à flutuação (BATES e
HANSON, 1998).
2.4.1.3 Metacentro
O princípio do metacentro preocupa-se com o equilíbrio na água. Se as forças de
gravidade e flutuabilidade fossem iguais e opostas uma à outra, o corpo estaria em equilíbrio
e não haveria nenhum movimento. Entretanto, quando essas forças forem diferentes e
estiverem desalinhadas, haverá movimento, que será sempre de rotação. A rotação continua
até que as duas forças estejam novamente alinhadas. Quando essas forças forem aplicadas ao
corpo humano, poder-se-á observar que, durante a flutuação, o corpo estará balanceado e em
equilíbrio. No entanto, se uma parte do corpo fosse levada acima da superfície da água, o
equilíbrio deste seria perturbado à medida que as forças de gravidade e flutuabilidade não
seriam mais iguais e não estariam mais em sentidos opostos. Imediatamente, qualquer
movimento dos membros, tronco ou cabeça, seja ele acima ou abaixo da superfície, altera a
forma corporal e provoca efeitos rotacionais. Assim, o controle das rotações que ocorrem é
um fator importante durante as atividades na água (CAMPION, 2000).
Caromano e Nowotny (2002) reconhecem que o deslocamento de qualquer segmento
corporal produz mudanças na postura do corpo na água, produzindo principalmente a rotação.
Este é um dos melhores recursos de mobilização que pode ser aprendido pelo paciente, com a
finalidade de obter independência na água.
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2.4.1.4 Pressão hidrostática
A lei de Pascal estabelece que a pressão do fluido é exercida igualmente sobre todas
as áreas de um corpo imerso a uma dada profundidade. A pressão é diretamente proporcional
à profundidade e densidade do fluido (BATES e HANSON, 1998). Logo, a pressão aumenta
com a profundidade e densidade do fluido. Uma vez que a pressão é igual em todas as
direções em uma determinada profundidade, ela será sentida em todas as superfícies do corpo.
Uma profundidade maior tem conseqüentemente uma pressão maior, que pode ser utilizada
para reduzir mais efetivamente edemas, desde que a parte tratada seja mantida o mais
profundo possível. Essa pressão também provou ser útil no aumento da coordenação quando
os exercícios forem realizados abaixo da superfície. Uma sensação de ausência de peso é
conseqüente à pressão lateral que é aplicada em conjunto com os efeitos da flutuabilidade
(CAMPION, 2000). A ação da pressão hidrostática e da força de flutuação proporciona a
sensação de imponderabilidade. Atuando no tórax e abdome produz resistência à inspiração e
facilita a expiração (CAROMANO e NOWOTNY, 2002).
2.4.1.5 Viscosidade
A resistência do movimento através de um fluido, que é causada pela fricção entre as
moléculas do fluido, é conhecida como “viscosidade”. Essa resistência é mínima e usualmente
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é ignorada quando o meio é o ar. Mas na água existem várias forças que entram em jogo. Com
o aumento da temperatura da água, a viscosidade diminui porque as moléculas estão mais
afastadas. Isto é benéfico para músculos pequenos e fracos. Mas, a viscosidade atua como
uma resistência ao movimento, pois as moléculas do fluido tendem a aderir à superfície do
corpo em movimento através dele. Essa força de resistência é conhecida como arrasto, e deve
ser considerada durante o desenvolvimento de um programa de fisioterapia aquática (BATES
e HANSON, 1998).
DeLisa (2002) relata que a água tem viscosidade intermediária entre os líquidos, mas
ainda apresenta muita resistência ao movimento. Sob condições de fluxo turbulento, essa
resistência aumenta como uma função logarítmica da velocidade. A maior superfície de área
de resistência sobre um homem nadando é a sua cabeça, embora a pressão negativa que segue
o nadador produza a maior força resistindo ao movimento para frente. Há turbulência
produzida por áreas de superfície do corpo que se movem rapidamente e uma força de
resistência produzida pela turbulência atrás. A viscosidade, com todas as suas propriedades
físicas empregadas, é uma qualidade que torna a água um meio útil para o fortalecimento. A
resistência viscosa aumenta à medida que mais força é exercida contra ela, mas a resistência
cai a zero quase imediatamente após a força ter cessado, pois há apenas uma quantidade
pequena de inércia (a viscosidade efetivamente contrapõe o momento de inércia). Assim,
quando uma pessoa que está se reabilitando sente dor e pára o movimento, a força diminui
precipitadamente e a viscosidade da água abafa o movimento quase instantaneamente. Isso
permite um grande controle das atividades de fortalecimento que envolvem paciente,
movimento e conforto.
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2.4.1.5.1 Fluxo laminar e turbulento
Existem dois tipos de fluxo a serem considerados. O movimento pode ser tanto em
linha reta (fluxo laminar), como turbulento (fluxo turbulento). Durante o fluxo laminar, ocorre
um movimento contínuo do fluido. Há apenas uma pequena fricção entre as camadas do
fluido, pois elas se separam para se moverem ao redor do objeto e suavemente unem-se
novamente logo depois. Durante o fluxo turbulento há um movimento irregular das camadas
do fluido. O movimento irregular produz um aumento na fricção entre as moléculas do fluido
e entre o objeto e o fluido. Em vez de unirem-se suavemente atrás do objeto, as camadas do
fluido movem-se de forma circular, o que causará redemoinhos. Isto resulta numa área de
baixa pressão atrás do objeto em movimento, que tende a segurá-lo. A resistência ao fluxo
turbulento é obviamente maior que a resistência ao fluxo laminar (BATES e HANSON, 1998)
Campion (2000) transmite que a turbulência é um termo que indica os redemoinhos
que seguem um objeto que se movimenta através de um fluido. O grau de turbulência
dependerá da velocidade do movimento. Quando o movimento for muito lento, o fluxo de
partículas será quase paralelo ao objeto e prosseguirá em curvas leves e contínuas.
Movimentos mais rápidos produzem redemoinhos e a energia nesses redemoinhos é dissipada,
reduzindo a pressão e aumentando o arrastamento do corpo. A forma do corpo tem uma
enorme influência sobre a produção de turbulência. Uma vez que qualquer movimento gera
turbulência, esta pode ser utilizada na hidroterapia tanto para auxiliar quanto para impor uma
resistência aos movimentos. A cooperação com os efeitos da turbulência exige equilíbrio e
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coordenação e isso pode ser usado para desenvolver essas habilidades como parte do
programa de tratamento.
DeLisa (2002) explica que quando a água se move suavemente, com as camadas se
movendo na mesma velocidade, isso é definido como sendo um fluxo laminar ou uma
corrente linear. Quando a água se move mais rapidamente, mesmo oscilações mínimas criam
um fluxo desigual, e caminhos paralelos perdem o alinhamento, resultando em um fluxo
turbulento. Os fluxos turbulentos absorvem energia a uma taxa muito maior do que o fluxo
laminar, e a taxa de absorção de energia é determinada pela fricção interna dentro do fluido.
Essa fricção interna é chamada de viscosidade. Os principais determinantes do movimento da
água são viscosidade, turbulência e velocidade. A velocidade do fluxo diminui quando ocorre
turbulência, principalmente devido ao aumento significativo não-linear na fricção interna no
fluido. O surgimento do fluxo turbulento é obviamente uma função da velocidade do fluido,
mas também está relacionado à densidade, viscosidade do fluido e o raio do local onde o
líquido está contido. A transição de fluxo laminar para fluxo turbulento ocorre geralmente de
forma abrupta e com velocidade crescente.
2.4.2 Efeitos fisiológicos
Os efeitos fisiológicos experimentados por um sujeito imerso em água aquecida
dependem de sua postura e de qualquer elemento que possa alterar o estado neutro do corpo.
Os elementos que influenciam esse estado incluem a temperatura da água, duração da terapia,
tipo e intensidade do exercício, e condição patológica do paciente (BATES e HANSON,
1998).
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Caromano e Nowotny (2002) transmitem que as forças físicas da água agindo sobre
um organismo imerso, provocam alterações fisiológicas extensas, afetando quase todos os
sistemas do organismo. Os efeitos fisiológicos podem somar-se aos desencadeados pela
prática de exercício físico na água, tornando as respostas mais complexas. Do ponto de vista
fisiológico, inúmeras respostas são desencadeadas pela ação das forças físicas agindo sobre o
corpo imerso na água. Essas incluem respostas de reajuste dos sistemas circulatório,
respiratório, renal e a ativação dos mecanismos de termoregulação e podem somar-se às
desencadeadas pela realização de exercício físico.
A temperatura da água irá elevar a temperatura corporal apenas se estiver mais alta
do que a temperatura da pele. A magnitude do aumento da temperatura depende da
porcentagem do corpo que está imersa. Durante a imersão com a cabeça fora da água o calor é
ganho pelas áreas que estão abaixo da água e perdido através das glândulas sudoríparas nas
áreas expostas ao ar. As mudanças de temperatura variam de sujeito para sujeito (BATES e
HANSON, 1998). Na pele há clareamento devido à vasoconstrição, e isto é seguido pela
coloração rósea e a seguir vermelhidão devidas à dilatação. Há atividade aumentada das
glândulas sudoríparas e sebáceas à medida que a temperatura da pele se eleva. O contato
prolongado com a água macera a queratina, a qual, por absorção de água, se torna mole,
espessa e branca (SKINNER e THOMPSON, 1985).
Quando
o
paciente
entra
na
piscina
os
vasos
cutâneos
se
constringem
momentaneamente, causando uma elevação na resistência periférica e uma elevação
momentânea na pressão arterial. Durante a imersão as arteríolas dilatam-se, produzindo uma
redução na resistência periférica e por essa razão uma queda na pressão arterial (SKINNER e
THOMPSON, 1985).
À medida que a pele se torna aquecida, os vasos sangüíneos superficiais dilatam-se e
o suprimento sangüíneo periférico é aumentado. O sangue que está fluindo através destes
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vasos é aquecido, e, por condução, a temperatura das estruturas subjacentes, como os
músculos, se eleva, seus vasos dilatam-se e seu suprimento sangüíneo aumenta. Como
resultado, ocorre uma redistribuição do sangue, e os vasos esplênicos se constringem para
fornecer o volume sangüíneo aumentado à periferia. A freqüência cardíaca aumenta com a
elevação de temperatura e como resultado do exercício. O aumento é proporcional à
temperatura da água e à severidade do exercício (SKINNER e THOMPSON, 1985).
Uma elevação de temperatura aumenta o metabolismo. Por essa razão, o
metabolismo na pele e músculos é aumentado. À medida que a temperatura corporal se eleva,
o mesmo acontece com a taxa metabólica geral. Isto aumenta não somente a demanda de
oxigênio como também a produção de dióxido de carbono, fazendo com que a freqüência
respiratória aumente proporcionalmente (SKINNER e THOMPSON, 1985).
Caromano, Themudo Filho e Candeloro (2003) explicam que a resposta renal à
imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com perda de volume plasmático, sódio
(natriurese), perda de potássio (potassiurese) e supressão de vasopressina, renina e aldosterona
plasmática. O papel da diurese de imersão é usualmente explicado como um forte mecanismo
compensador homeostásico, para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores
pressóricos cardíacos. A excreção de sódio aumenta, acompanhada de água livre, causando o
efeito diurético da imersão.
DeLisa (2002) relata que a função renal é largamente controlada pelos hormônios
renina, aldesterona e hormônio antidiurético. Todos esses hormônios são grandemente
afetados pela imersão. A aldosterona controla a reabsorção de sódio no túbulo renal distal e é
responsável pela maior parte da perda de sódio com a imersão. A liberação do hormônio
antidiurético é significativamente suprimida com a imersão em 50% ou mais e é outro fator
contribuinte importante para o aumento da diurese. Essas respostas renais à imersão pode
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causar uma redução na pressão sangüínea. A redução resultante pode ser mantida por um
período de algumas a muitas horas.
Caromano, Themudo Filho e Candeloro (2003) apontam que, acompanhando as
alterações no controle renal, ocorrem alterações em alguns neurotransmissores do sistema
nervoso autônomo que agem regulando a resistência vascular, freqüência cardíaca e força de
contração cardíaca. Esses neurotransmissores são chamados de catecolaminas e os mais
importantes são a epinefrina, a norepinefrina e a dopamina. Os níveis de catecolaminas
começam a mudar imediatamente após a imersão.
O sistema pulmonar é profundamente afetado pela imersão do corpo até o nível do
tórax. Parte do efeito é devido à transferência de sangue para dentro da cavidade torácica e
parte é devido à compressão da própria parede torácica pela água. O efeito combinado é a
alteraração da função pulmonar, aumento do trabalho respiratório e alterção da dinâmica
respiratória (DeLISA , 2002).
O calor relativamente brando da água reduz a sensibilidade das terminações nervosas
sensitivas e à medida que os músculos são aquecidos pelo sangue que os atravessa, o seu
tônus diminuirá.
2.4.3 Efeitos terapêuticos e psicológicos da atividade aquática
Campion (2000) relata que os efeitos terapêuticos dos exercícios na água estão
relacionados a alívio da dor e espasmos musculares, manutenção ou aumento da amplitude de
movimento das articulações, fortalecimento dos músculos enfraquecidos e aumento na sua
tolerância aos exercícios, reeducação dos músculos paralisados, melhora da circulação,
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encorajamento das atividades funcionais e manutenção e melhoria do equilíbrio, coordenação
e postura.
O calor da água na qual o sujeito está imerso ajuda a aliviar a dor, reduzir o espasmo
muscular e induzir relaxamento. À medida que a dor é aliviada, o sujeito é capaz de mover-se
com maior conforto e a amplitude de movimentação das articulações aumenta. Como o calor
da água também dilata os vasos superficiais e aumenta o suprimento sangüíneo à pele, a
condição da pele melhora, particularmente nos sujeitos com má circulação periférica. À
medida que o sangue quente atinge os músculos subjacentes e sua temperatura se eleva, eles
se contraem mais facilmente com função melhorada (SKINNER e THOMPSON, 1985).
A flutuação age contra a gravidade e alivia o peso corporal, reduzindo as forças de
compressão nas articulações. A água providencia apoio para os membros lesionados, o que
permite obter uma posição confortável sem aumentar a dor (BATES e HANSON, 1998). A
propriedade de flutuação da água reduz a compressão nas articulações doloridas e ajuda no
movimento (SKINNER e THOMPSON, 1985).
Caromano e Nowotny (2002) descrevem que a pressão hidrostática auxilia na
redução da descarga de peso sobre os membros inferiores, auxilia na estabilização de
articulações instáveis, na resolução de edemas e pode servir como exercício respiratório em
algumas doenças respiratórias.
Bates e Hanson (1998) expressam que a água permite uma maior resistência aos
movimento que o ar, e que a articulação se movimente mais livremente. Caromano e
Nowotny (2002) citam que a viscosidade provoca resistência ao deslocamento. Para Bates e
Hanson (1998), as partes submersas do corpo encontram resistência em todas as direções do
movimento, o que requer uma quantidade maior de gasto energético. A água aquecida
estimula a consciência da movimentação das partes do corpo e propicia um meio ideal para a
reeducação dos músculos envolvidos. As propriedades de apoio da água dão aos pacientes
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com pouco equilíbrio tempo para reagir quando tendem a cair utilizando a redução da
velocidade de movimento na água. Estímulos vestibulares ajudam a melhorar a resposta de
equilíbrio, pela estimulação dos músculos antigravidade localizados nas extremidades e no
tronco.
Caromano e Nowotny (2002) relatam que variações no ambiente aquático, como a
produção de turbulência, cria um meio interessante para o trabalho de equilíbrio estático e
dinâmico. O fluxo também pode ser modificado por equipamentos como palmares, que
dependendo de como são utilizados, podem dificultar ou facilitar um determinado movimento.
A força de arrasto pode ser utilizada para facilitar os movimentos, tanto do paciente quanto do
terapeuta. Uma vez o paciente posicionado atrás do terapeuta, o movimento de resistência é
vencido pelo terapeuta e facilitado para o paciente. O inverso é verdadeiro.
Adicionalmente, explica Campion (2000), a água fornece o potencial para que sejam
realizados exercícios em três dimensões, os quais não podem ser realizados no solo. Bates e
Hanson (1998) relata que a facilidade na execução do movimento permite ao paciente
conquistar muito mais que em terra, e dá confiança a ele, o que auxilia na reabilitação.
Campion (2000) exclarece que existe também a possibilidade de uma considerável
estimulação da percepção, visualmente, auricularmente, via proprioceptores cutâneos e pelo
calor. Bates e Hanson (1998) descreve que há menos medo de queda ou de machucar a lesão
ou as partes doloridas. Quando os exercícios são executados em grupo, encorajam a interação
social e trazem apoio e motivação para pacientes com lesões similares nas várias fases da
recuperação
Os olhos precisam acomodar-se no nível de água em constante alteração por causa do
movimento do líquido em relação à parede da piscina acima da superfície. Quando os ouvidos
são submersos, a pressão sobre eles aumenta em relação à existente no ar. A pele reage às
diferentes temperaturas, bem como aprecia o efeito de envolvimento total da água sobre o
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corpo quando este está imerso. Os efeitos da turbulência são sentidos inicialmente pela pele.
Quando um membro está se movimentando na água, a maior apreciação da turbulência será
nas partes distais do corpo. A habilidade de ser independente na água, de atingir as
habilidades que podem ser impossíveis ou difíceis no solo só pode ter efeitos psicológicos
favoráveis e duradouros, que elevam a confiança e o moral. Isso pode ser transferido para a
vida em terra (CAMPION, 2000).
Para pacientes com dor e aqueles que ainda não podem se exercitar em terra, a água
proporciona um meio positivo para se movimentar e relaxar.
Campion (2000) salienta que a pessoa que pode nadar e participar de qualquer outra
atividade aquática possui uma vantagem social. Essa habilidade a coloca em posição de
igualdade com os outros membros da família e com os amigos, seja ela deficiente ou não. Ela
pode competir em um nível semelhante. A habilidade de ser independente na água, de atingir
as habilidades que podem ser impossíveis ou difíceis no solo só pode ter efeitos psicológicos
favoráveis e duradouros, que elevam a confiança e o moral, e isso pode ser transferido para a
vida em terra.
2.4.4 Reabilitação aquática na Espondilite Anquilosante
A terapia em spa, desde tempos antigos, tem sido empregada em pacientes
reumáticos, inclusive na Espondilite Anquilosante. Banhar-se em água aquecida causa
diversas mudanças imunológicas e endocrinológicas, além dos efeitos antiflogísticos e
imunossupressores (VAN TUBERGEN e HIDDING, 2002).
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Os efeitos benéficos dos exercícios aquáticos podem ser atribuídos às propriedades
físicas da água. A flutuação da água (lei de Arquimedes) reduz o peso relativo do corpo, em
articulações reumáticas dolorosas (VAN TUBERGEN e HIDDING, 2002). Sujeitos com
Espondilite Anquilosante são submetidos aos efeitos da gravidade que comprimem o corpo
promovendo flexão do tronco. Essa postura é grandemente reduzida no ambiente aquático.
Exercícios de extensão podem ser realizados por estes sujeitos com maior facilidade na água
sem forças compressivas sobre a coluna. O processo patológico também associa-se com
alterações posturais, fibrose e ossificação de cápsulas articulares e tecidos moles
periarticulares. Tais fatores podem contribuir para uma redução na capacidade pulmonar.
Exercícios aquáticos para melhorar a postura, coordenados com respiração diafragmática,
podem minimizar essas complicações (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000).
A flutuação reduz os efeitos da gravidade. Como resultado, há menos compressão
sobre as articulações e redução da atividade muscular enquanto suportado na água. Com o
peso corporal suportado, a estabilidade central é obtida com menos esforço e o controle
postural é facilitado. O movimento dos membros distais também é assistido pela flutuação. A
água pode ser usada para resistência ao movimento à medida que o exercício torna-se menos
limitado pela dor. A mobilidade geral é aumentada, resultando em uma redução na sensação
de rigidez. A flutuação permite relaxamento do paciente, redução da dor e movimento
facilitado (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000).
Van Tubergen et al. (2001) apontam que a imersão do corpo na água aquecida
produz muitos efeitos fisiológicos, tais como relaxamento muscular e melhora na mobilidade
articular. Van Tubergen e Hidding (2002) descrevem que a água aquecida fornece o
relaxamento muscular. O sujeito experimentará uma redução na dor que facilitará a
mobilização e o alongamento das articulações e dos músculos afetados, influenciando também
na melhora da postura.
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A turbulência da água exige estabilização central (co-contração de músculos
abdominais e das costas) antes que o movimento distal seja possibilitado. A reeducação dos
músculos do tronco reforça a importância de usar os músculos abdominais e dorsais para
controle postural em terra (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000).
Freqüentemente, os sintomas subjetivos de dor diminuem na água. Ruoti, Morris e
Cole (2000) relatam que isso pode ser atribuído ao estímulo sensitivo aumentado pela
turbulência, pressão e temperatura da água, atividade muscular diminuída resultante de
relaxamento dado a partir da flutuação na água, compressão articular diminuída secundária à
flutuação na água, além de estimulação mental e social aumentada servindo como distração
para a dor.
Ruoti, Morris e Cole (2000), também expressam que o exercício aquático fornece
aplicação suave de resistência, amplitude completa de movimento e a oportunidade de treinar
em várias velocidades. Esses componentes fazem do exercício aquático um excelente método
para aumentar resistência e força. A viscosidade da água fornece resistência a um corpo
movendo-se através dela. O movimento produz uma resistência que é aplicada a toda a
superfície de um membro em movimento. Esse efeito possibilita resistência suave sem uma
pressão desigual ou um torque forte na extremidade do membro. Ele é particularmente
benéfico quando deformidades articulares limitam outros tipos de exercício usando pesos ou
outros aparelhos resistivos.
Além disso, para Ruoti, Morris e Cole (2000) o descondicionamento global
experimentado por muitos pacientes com doença reumática resulta em tolerância diminuída ao
exercício. A debilitação ocorre secundariamente a uma redução global na atividade física. A
reabilitação aquática pode fornecer um método seguro de aumentar a resistência muscular e
cardiovascular sem sustentação de peso, impacto articular e trauma de tecidos moles possíveis
com outras formas de exercício.
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Ruoti, Morris e Cole (2000) salientam que a capacidade de um sujeito de realizar
padrões de movimento que não são possíveis quando submetidos à gravidade pode ser física e
psicologicamente compensadora. Postura correta pode ser mantida com suporte da água. Essa
reeducação postural fornece feedback
proprioceptivo positivo ao paciente e permite
posicionamento apropriado para movimentos das extremidades. A água, que é de 600 a 800
vezes mais eficiente em dar suporte ao peso do corpo do que o ar, constitui um ambiente
apropriado para reeducação de mecânica corporal. O transporte da reabilitação aquática para a
terra permite a execução de movimentos funcionais com maior confiança e um retorno mais
precoce ao trabalho e às AVDs em comparação ao que poderia ser esperado com terapia
unicamente terrestre.
Além de melhorar a condição de sujeitos com Espondilite Anquilosante, estudos
comprovam o benefício dos exercícios aquáticos em outras patologias reumáticas. Hall et al.
(1996) selecionaram 100 sujeitos com AR divididos aleatoriamente em três grupos, piscina
aquecida, exercícios em solo e atividades de relaxamento em solo. Todos os pacientes foram
submetidos a uma sessão de tratamento de 30 minutos, duas vezes por semana por um período
de quatro semanas. Todos os pacientes melhoraram física e emocionalmente, conforme
avaliação dos questionários The McGill Pain Questionnaire (MPQ) e The Beliefs in Pain
Control Questionnaire (BPCQ) utilizados em indivíduos com patologias crônicas e The
Arthritis Impact Measurement Scales 2 (AIMS2) utilizado para indivíduos com patologia
reumática.
Verificou-se um benefício terapêutico maior nos sujeitos que realizaram
fisioterapia aquática resultando em melhora da capacidade funcional e qualidade de vida
desses sujeitos.
Gowans, Hureck e Voss (1999) verificaram melhora na capacidade funcional após a
aplicação de um programa de fisioterapia aquática, em 39 sujeitos reumáticos. O programa
consistia em sessões semanais de fisioterapia aquática, onde era realizada caminhada de 10
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minutos em piscina aquecida e exercícios de mobilidade contra resistência da água durante 20
minutos, por um período de três meses. A porcentagem de aumento na distância percorrida
avaliada através do teste DP-6 foi de 17,23 %.
Em um estudo realizado no departamento de Terapia Física do Hospital Universitário
de Sahlgrenska, na Suíça por Kaiza et al. (2000), foram randomizados 58 sujeitos em um
grupo de tratamento com exercícios em piscina aquecida e um grupo controle. Concluíram
que o programa de exercícios aquáticos melhora a sintomatologia da fibromialgia.
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3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo de casos para verificar a eficácia de um programa de
fisioterapia aquática na capacidade funcional e qualidade de vida de sujeitos com Espondilite
Anquilosante.
3.2 Amostra
Os sujeitos foram incluídos de acordo com os critérios de possuir diagnóstico clínico
de Espondilite Anquilosante, disponibilidade de tempo, meio de transporte para o local do
tratamento proposto e aceitação da rotina de tratamento.
Foram excluídos sujeitos tabagistas e os que apresentavam queixas, sinais ou
sintomas que impedissem a realização das atividades propostas.
Foram selecionados quatro sujeitos, sendo três do sexo masculino e uma do sexo
feminino. Dois sujeitos desistiram do programa, um por dificuldades de transporte e o outro
por falta de tempo de participar das intervenções. Permaneceram no programa os sujeitos E e
V.
O sujeito E, do sexo masculino, 36 anos de idade, raça branca, auxiliar de mecânico
automotivo aposentado, possui o diagnóstico de Espondilite Anquilosante há 10 anos e
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apresenta sintomatologia desde os 15 anos de idade, com maior acometimento de coluna
cervical, torácica e quadris, já tendo realizado artroplastia total de quadril bilateral há 10 anos.
O sujeito V, do sexo feminino, 40 anos de idade, raça branca, dona de casa, possui o
diagnóstico de Espondilite Anquilosante há 21 anos e apresenta sintomatologia desde os 14
anos de idade, com maior acometimento em coluna tóraco-lombar e quadris.
Os sujeitos selecionados recebem tratamento clínico medicamentoso, conduzido por
um médico reumatologista, baseado em AINH e corticosteróides.
3.3 Avaliação
Os sujeitos designados na amostra foram submetidos à avaliação fisioterapêutica
(Apêndice A) para verificar o enquadramento dos critérios de inclusão e exclusão. Também
foi solicitado aos mesmos que respondessem aos questionários de avaliação da capacidade
funcional: (HAQ, HAQ-S, BASDAI, BAS-G, BASFI, DFI e Índice de Barthel) e qualidade de
vida, SF-36 (Anexo C). Os sujeitos foram ainda submetidos ao teste da distância percorrida
em seis minutos (DP-6).
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3.4 Intervenções
Após estes procedimentos, os sujeitos foram submetidos a um programa de
fisioterapia aquática (Figuras 4 a 11), constituído por exercícios de aquecimento, mobilidade
geral, exercícios respiratórios e de relaxamento, de acordo com programa descrito no
Apêndice B.
Figura 4: Caminhada na piscina em velocidade progressiva associada a movimentos de
membros superiores para frente e para trás.
Fonte: da autora.
Figura 5: Alongamento dos músculos peitorais.
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Fonte: da autora.
Figura 6: Alongamento da musculatura lateral do tronco.
Fonte: da autora.
Figura 7: Com flexão de quadril e joelhos, sujeito realizando rotação de tronco.
Fonte: da autora.
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Figura 8: Sujeito em supino com auxílio de flutuadores, realizando movimentos de flexão e
extensão de quadril e joelho associado à rotação de tronco.
Fonte: da autora.
Figura 9: Sujeito em supino com auxílio de flutuadores, realizando inclinação lateral de
tronco.
Fonte: da autora.
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Figura 10: Sujeitos realizando ajuste mental – controle da respiração, de acordo com o método
Halliwick.
Fonte: da autora.
Figura 11: Sujeitos incentivados a nadar de acordo com o método Halliwick.
Fonte: da autora.
Foram realizados três atendimentos semanais, de uma hora de duração cada. Em 24
semanas da aplicação do programa, houve um total de 64 atendimentos. Destes, 35 foram
realizados em piscina aquecida. Entretanto, 29 atendimentos tiveram que ser realizados em
solo por diversos fatores. A piscina utilizada apresentou problemas mecânicos em seu sistema
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de aquecimento. Outras vezes, a piscina não atingiu a temperatura mínima ideal, visto que
parte das intervenções foram realizadas no período de inverno. Os sujeitos relataram que o
atendimento em solo era dificultoso e não propiciava tanto bem-estar e alívio sintomático
como em água aquecida. Além disso, os sujeitos sentiam-se mais motivados e dispostos nos
atendimentos em água aquecida. Apesar destes viéses, optou-se por dar continuidade ao
tratamento em solo visto que a importância da continuidade no programa de reabilitação é
unânime entre os diversos autores que estudam o tema.
Ao
término
do
programa,
os
sujeitos
foram
novamente
submetidos
aos
procedimentos de avaliação inicial (avaliação pós-teste).
3.5 Local
Todos os procedimentos foram realizados na Clínica de Fisioterapia da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). O programa de fisioterapia aquática teve lugar em
piscina com dimensões de 11,8 x 7,75 e 1,05 m de profundidade, aquecida a 32 ± 2ºC (Figura
12).
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Figura 12: Piscina da Clínica de Fisioterapia da Unioeste.
Fonte: da autora.
Para a avaliação geral e aplicação do programa de fisioterapia aquática foram
selecionados e treinados nove acadêmicos voluntários do curso de Fisioterapia da
UNIOESTE.
3.6 Análise dos dados
Devido ao tamanho reduzido da amostra, os dados foram analisados através de
análise estatística, por comparação dos resultados pré e pós-intervenção.
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4 RESULTADOS
4.1 Capacidade funcional
A capacidade funcional, avaliada através do HAQ, mostrou provável melhora nos
sujeitos tratados, observada pela redução dos escores, demonstrada na Tabela 6 e Gráfico 1. A
porcentagem de melhora obtida pelos escores do sujeito E foi de 42,86% e do sujeito V foi de
33,34% (Tabela 6), indicando provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 6: Valores das médias dos escores do HAQ, pré e pós-intervenção.
Resultado do HAQ
Diferença do resultado
Porcentagem de
Sujeito
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
0,875
0,500
0,375
42,86
V
1,125
0,750
0,375
33,34
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam melhor capacidade funcional.
Gráfico 1: Valores da média dos escores do HAQ, pré e pós-intervenção.
3
Escore
2,5
2
1,5
1,125
0,875
0,5
1
Pré
0,75
Pós
0,5
0
E
V
Sujeitos
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FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam melhor capacidade funcional.
Através da redução da pontuação do HAQ-S (Tabela 7 e Gráfico 2) após a aplicação
do programa de fisioterapia aquática, verificou-se provável melhora da capacidade funcional
dos indivíduos. A porcentagem de melhora obtida pelos escores do sujeito E foi de 21,06% e
do sujeito V foi de 42,11% (Tabela 3), indicando provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 7: Escores do HAQ-S, pré e pós-intervenção.
Resultado
Diferença do resultado
Porcentagem de
Sujeito
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
19
15
4
21,06
V
19
11
8
42,11
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam maior facilidade em executar tarefas de vida diária.
Gráfico 2: Escores do HAQ-S, pré e pós-intervenção.
30
Escore
25
19
20
19
15
11
15
Pré
Pós
10
5
0
E
V
Sujeitos
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam maior facilidade em executar tarefas de vida diária.
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Os resultados dos escores do índice de BASDAI mostraram provável redução da
gravidade de sintomas como fadiga, cansaço, desconforto e rigidez indicando provável
melhora da capacidade funcional (Tabela 8 e Gráfico 3). A porcentagem de melhora obtida
pelos escores do sujeito E foi de 56,28% e do sujeito V foi de 26,04% (Tabela 8).
Tabela 8: Escores do BASDAI, pré e pós-intervenção.
Resultado
Diferença do resultado
Porcentagem de
Sujeito
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
5,1
2,23
2,87
56,28
V
6,26
4,63
1,63
26,04
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam melhor quadro do sujeito avaliado.
Gráfico 3: Escores do BASDAI, pré e pós-intervenção.
10
Escore
8
6
6,26
5,1
4,63
Pré
4
2,23
Pós
2
0
E
V
Sujeitos
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam melhor quadro do sujeito avaliado.
A influência global da patologia sobre o indivíduo, analisada no BAS-G e
comprovada pelos escores demonstrados na Tabela 9 e Gráfico 4, mostrou redução após a
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intervenção do programa de fisioterapia aquática. A porcentagem de melhora obtida pelos
escores do sujeito E foi de 43,19% e do sujeito V foi de 70,87% (Tabela 9), indicando
provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 9: Escores do BAS-G, pré e pós-intervenção.
Resultado
Diferença do resultado
Porcentagem de
Sujeito
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
4,33
2,46
1,87
43,19
V
9,13
2,66
6,47
70,87
FONTE: da autora.
NOTA: escores menores indicam melhora do quadro do sujeito avaliado.
Gráfico 4: Escores do BAS-G, pré e pós-intervenção.
9,13
10
Escore
8
6
4,33
Pré
4
2,66
2,46
Pós
2
0
E
V
Sujeitos
FONTE: da autora.
NOTA: escores menores indicam melhora do quadro do sujeito avaliado.
O resultado final do BASFI comprovou a eficácia do programa de fisioterapia
aquática. Houve redução dos escores indicando maior facilidade em executar AVDs (Tabela
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10 e Gráfico 5). A porcentagem de melhora obtida pelos escores do sujeito E foi de 20,34% e
do sujeito V foi de 54,68% (Tabela 10), indicando provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 10: Escores do BASFI, pré e pós-intervenção.
Resultado
Diferença do resultado
Porcentagem de
Sujeito
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
5,36
4,27
1,09
20,34
V
6,95
3,15
3,8
54,68
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam maior facilidade na execução de AVDs.
Gráfico 5: Escores do BASFI, pré e pós-intervenção.
10
6,95
8
Escore
5,36
6
4,27
3,15
4
Pré
Pós
2
0
E
V
Sujeitos
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam maior facilidade na execução de AVDs.
A habilidade do indivíduo em executar atividades distintas como colocar sapatos,
deitar-se e outras aptidões presentes no DFI, mostraram provável melhora demonstrada pelos
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resultados demonstrados na Tabela 11 e Gráfico 6. A porcentagem de melhora obtida pelos
escores do sujeito E foi de 26,67% e do sujeito V foi de 38,89% (Tabela 11), indicando
provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 11: Escores do DFI, pré e pós-intervenção.
Resultado
Sujeito
Diferença do resultado
Porcentagem de
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
15
11
4
26,67
V
18
11
7
38,89
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam menor dificuldade dos sujeitos em executar habilidades diárias.
Gráfico 6: Escores do DFI, pré e pós-intervenção.
40
Escore
30
20
18
15
Pré
11
11
Pós
10
0
E
V
Sujeitos
FONTE: da autora.
NOTA: Escores menores indicam menor dificuldade dos sujeitos em executar habilidades diárias.
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O Índice de Barthel mensura a habilidade do sujeito nas AVDs. Os resultados
mostraram que antes o sujeito V apresentava moderado grau de dependência e o sujeito E,
leve dependência. Após o programa de tratamento, os sujeitos foram considerados
independentes pelo Índice de Barthel, conforme ilustrados na Tabela 12 e Gráfico 7. A
porcentagem de melhora obtida pelos escores do sujeito E foi de 5,26% e do sujeito V foi de
11,11% (Tabela 12), indicando provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 12: Escores do Índice de Barthel, pré e pós-intervenção.
Resultado
Diferença do resultado
Porcentagem de
Sujeito
pré e pós-intervenção
melhora (%)
Pré
Pós
E
95
100
5
5,26
V
90
100
10
11,11
FONTE: da autora.
NOTA: Escores maiores indicam maior independência dos sujeitos.
Gráfico 7: Escores do Índice de Barthel, pré e pós-intervenção.
Escore
95
100
100
90
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Pré
Pós
E
V
Sujeitos
FONTE: da autora.
NOTA: Escores maiores indicam maior independência dos sujeitos.
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A melhora da capacidade funcional que também foi verificada pelo resultado da
avaliação física através do teste DP-6. Observou-se aumento na distância percorrida dos
participantes, em média de 73,62% (Tabela 13 e Gráfico 8). A porcentagem de melhora obtida
pelos escores do sujeito E foi de 48,95% e do sujeito V foi de 98,29% (Tabela 13), indicando
provável melhora da capacidade funcional.
Tabela 13: Escores da distância percorrida no teste DP-6, pré e pós-intervenção.
Distância percorrida em
Diferença da distância
Porcentagem da
Sujeito
6 minutos (metros)
percorrida pré e pós
melhora (%)
(metros)
Pré
Pós
E
288
429
141
48,95
V
175,5
348
172,5
98,29
FONTE: da autora.
NOTA: Escores maiores indicam maior distância percorrida, indicando melhora da capacidade funcional.
Gráfico 8: Escores da distância percorrida no teste DP-6, pré e pós-intervenção.
500
429
348
Distância (m)
400
288
300
175,5
200
Pré
Pós
100
0
E
V
Sujeito
FONTE: da autora.
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NOTA: Escores maiores indicam maior distância percorrida, indicando melhora da capacidade funcional.
4.2 Qualidade de vida
Dentre os resultados analisados do questionário genérico SF-36, os parâmetros
capacidade funcional, aspecto físico, estado geral de saúde, vitalidade, aspecto social, aspecto
emocional e saúde mental mostraram valores aumentados em todos os indivíduos. O aspecto
físico e a dor permaneceram inalterados em um dos sujeitos e mostrou melhora no outro.
(Tabela 14). A porcentagem dos escores obtidos pós-intervenção indicam provável melhora
da qualidade de vida dos sujeitos.
Tabela 14: Porcentagem do predito dos escores do questionário SF-36, pré e pós-intervenção.
Sujeito
Capacidade
Aspecto
Funcional
Físico
Dor
Estado
Vitalidade
Geral de
Aspecto
Aspecto
Saúde
Social
Emocional
Mental
Saúde
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
Pré
Pós
E
45
75
-
-
51
51
5
47
45
60
25
62,5
-
33,33
20
68
V
50
80
25
50
42
62
20
42
55
86,5
62,5
100
33,33
100
56
100
FONTE: da autora.
NOTA: Escores maiores indicam melhor qualidade de vida.
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5 DISCUSSÃO
Os resultados encontrados apontam para melhora na capacidade funcional e
qualidade de vida dos sujeitos submetidos ao programa de fisioterapia aquática. Tal fato foi
comprovado pela análise dos questionários de capacidade funcional (HAQ, HAQ-S,
BASDAI, BAS-G, BASFI, DFI, Índice de Barthel), teste DP-6 de capacidade funcional e
avaliação de qualidade de vida (SF-36).
Os resultados encontrados neste trabalho coincidem com o de diversos autores.
Foram encontrados alguns trabalhos que analisaram a capacidade funcional de sujeitos com
Espondilite Anquilosante. Hidding e Van der Linden (1995) selecionaram 68 sujeitos com
Espondilite Anquilosante, que realizaram exercícios de mobilidade para a coluna e
articulações periféricas, exercícios de fortalecimento de musculatura paravertebral, de
membros superiores e inferiores. As atividades constavam de um programa de 30 minutos de
exercícios diários realizados em casa e um programa de exercícios em grupo realizados em
água aquecida por um período de nove semanas. Os resultados demonstraram melhora da
saúde global, resultando em melhora da capacidade funcional desses indivíduos, comprovados
pela redução dos escores do HAQ.
Cronstedt, Waldner e Stenström (1999) realizaram um estudo com 65 sujeitos com
Espondilite Anquilosante que realizaram um tratamento fisioterapêutico em piscina aquecida
a 34ºC, duas vezes por semana por um período de dois a três meses. A fisioterapia aquática
era complementada por exercícios de mobilidade executados em solo. Através da aplicação do
questionário BASFI, verificaram melhora na capacidade funcional dos sujeitos.
Cento e vinte sujeitos holandeses foram randomizados em três grupos de 40 sujeitos
cada. Um grupo realizou um programa de fisioterapia aquática em spa, na Áustria. O
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programa de fisioterapia aquática consistia de banhos, exercícios físicos, andar, correção
postural, realizados nas águas termais. Outro grupo realizou sauna em outro spa, nos Países
Baixos e um grupo controle permaneceu em repouso e com tratamento medicamentoso padrão
durante as semanas de intervenção. Os programas foram aplicados por três semanas. Através
da análise dos escores do BASFI verificou-se melhora de 24% (grupo 1) e 19% (grupo 2).
Após quarenta semanas de tratamento, melhorias em relação ao grupo controle eram ainda de
12% (VAN TUBERGEN E HIDDING, 2002).
Uhrin, Kuzis e Ward (2000) realizaram um estudo com 241 sujeitos com Espondilite
Anquilosante. Os indivíduos foram submetidos a um programa fisioterapêutico no qual
realizaram exercícios de mobilidade e alongamento global, cinco a sete dias por semana, por
um período de seis meses. Observou-se redução de 0,08 pontos, em média, nos escores do
HAQ, resultando em melhora da capacidade funcional e qualidade de vida dos sujeitos.
Heikkilä et al. (2000b) comprovaram melhora da capacidade funcional através do
teste DP-6, questionários BASFI, DFI e HAQ-S em um estudo com 64 sujeitos com
espondiloartropatia. Todos os indivíduos estavam sofrendo dor e rigidez matinal, porém sete
não apresentavam nenhuma sacroileíte. Nove haviam sofrido inicialmente artrite reativa, três
apresentaram psoríase e dois enteroartrite devido à colite ulcerativa ou doença de Crohn’s.
Esses sujeios foram incluídos em um programa de tratamento fisioterapêutico em um centro
de reabilitação do Rehabilitation Center of the Finnish Rheumatism Association, por três
semanas. Embora o programa fosse intensivo e eficaz em relação à mobilidade, dor, rigidez e
capacidade funcional chegou-se à conclusão que três semanas era um período demasiado
pequeno para influenciar mudanças em todos os aspectos.
Hidding, Van der Linden e Witte (1993) realizaram uma pesquisa com 144
indivíduos com Espondilite Anquilosante visando verificar a influência da duração da doença
nos efeitos de um programa de curto tempo de terapia individual supervisionada. Os sujeitos
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receberam tratamento individual supervisionado por um período de 30 minutos, duas vezes
por semana, durante seis semanas. O programa consistia de exercícios de mobilidade da
coluna (flexão e extensão da coluna torácica e lombar, expansibilidade torácica, rotação
cervical), articulação do quadril, articulações periféricas, aptidão (capacidade de trabalho
máxima por ergometria) e atividades funcionais. Através dos resultados concluíram que uma
terapia individual de exercícios físicos de curto tempo é eficaz no tratamento da Espondilite
Anquilosante, melhorando a mobilidade, a capacidade funcional e a saúde global.
Em um estudo realizado com indivíduos pertencentes a uma base de dados, foram
selecionados e randomizados um grupo de indivíduos com Espondilite Anquilosante que
recebia intervenção e um grupo controle, sem nenhuma proposta de atividade. A intervenção
consistia de lembretes em um vídeo de informações e exercícios, além de um informativo
educacional com instruções e progressão dos exercícios com a finalidade de promover a
gerência pessoal. Dos 200 sujeitos selecionados, 155 completaram o estudo (75 que
receberam intervenção e 80 do grupo controle). Ao final de seis meses verificou-se melhora
na gerência pessoal na realização de exercícios e aumento na mobilidade global do grupo que
recebeu intervenção, revelando uma tendência para a melhora na capacidade funcional
verificada pelos escores do BASFI (SWEENEY, TAYLOR e CALIN, 2002)
A publicação de experimentações randomizadas e de revisões sistemáticas em
fisioterapia para acometimentos músculo-esqueléticos aumentou nos últimos anos. Mais de
2700 experimentações randomizadas e revisões sistemáticas em fisioterapia estão agora
disponíveis, sendo mais de 800 publicações desde 1997. Os dados disponíveis suportam os
efeitos positivos da fisioterapia, em particular a fisioterapia aquática no manejo da Espondilite
Anquilosante. Porém, os sujeitos devem considerar o exercício físico como parte de sua rotina
diária. A gerência pessoal é um pré-requisito ao sucesso do tratamento e a atividade física que
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inspire e motive o paciente a seguir um programa conduz a resultados melhores na progressão
da patologia (VAN DER LINDEN, TUBERGEN e HIDDING, 2002).
Apesar de não existir tratamento definitivo para a Espondilite Anquilosante a
atividade física representa o recurso ideal para a preservação dos movimentos, manutenção de
uma postura funcional, além das mobilidades da coluna, quadril e ombros.
Em estudo com 220 participantes foi verificado que exercícios supervisionados eram
eficazes para melhorar a severidade da dor, da rigidez matinal e inabilidade funcional de
sujeitos com Espondilite Anquilosante. Entretanto, os benefícios foram vistos somente nos
períodos com mais de três horas por semana e ao menos cinco dias por semana. Verificou-se
ainda que os efeitos dos exercícios diferiam também com a duração da patologia. Entre os
sujeitos que tiveram Espondilite Anquilosante em 15 anos ou menos, o exercício recreacional
foi relacionado com a severidade reduzida da dor e da rigidez, porém nenhuma mudança da
inabilidade funcional. A freqüência do exercício não afetou significativamente a dor, rigidez e
inabilidade funcional nesse grupo. Em contrapartida, sujeitos que tiveram a patologia por
mais de 15 anos, exercício físico supervisionado com freqüente foi associado com as
melhorias da dor e capacidade funcional. A severidade da dor e rigidez foram avaliadas
através das escalas analógicas visuais e a inabilidade funcional foi mensurada pelo HAQ.
Resumindo, o exercício recreacional melhora a dor e a rigidez, e o exercício supervisionado
melhora a dor e a capacidade funcional nos pacientes com Espondilite Anquilosante, porém
estes efeitos diferem com a duração da patologia. A qualidade de vida e a capacidade
funcional melhoram quando os sujeitos executam o exercício recreacional ao menos 30
minutos por dia e o exercício supervisionado ao menos cinco dias por semana (UHRIN,
KUZIS e WARD, 2000).
Apesar dos resultados indiscutivelmente positivos encontrados neste trabalho,
acredita-se que não sejam inteiramente confiáveis, por diversos fatores. Alguns fatos
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ocorridos durante a coleta de dados podem ter influenciado os resultados e devem ser levados
em consideração e observados na realização de novas pesquisas.
Primeiramente, o número reduzido da amostra limitou o estudo. Um número mais
elevado de sujeitos viabilizaria uma análise estatística, o que resultaria em maior
confiabilidade dos dados obtidos.
Além disso, o período de tratamento abrangeu todo o inverno e parte do verão. O
fato do trabalho ter sido realizado numa parte do país em que o inverno é relativamente
rigoroso, talvez se o estudo fosse estendido por um ano completo, minimizaria-se as chances
de que a sazonalidade influenciasse o trabalho. Ainda em relação ao inverno, cita-se ainda que
as baixas temperaturas limitaram o uso da piscina em diversas situações, visto que muitas
vezes seu sistema de aquecimento não era suficiente para permitir seu uso. Deste modo,
algumas vezes a terapia teve que ser realizada em solo. Segundo relatos informais dos
sujeitos, as sessões terrestres não propiciavam alívio sintomático nem permitiam novas
posturas e movimentos como em ambiente aquático. Também relataram que a motivação e
disposição eram maiores na terapia em água aquecida.
Outro fator que pode ter comprometido os resultados foi a ausência de um grupo
controle, que objetivaria isolar os reais efeitos do exercício nos sujeitos.
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CONCLUSÕES
Apesar da amostra reduzida, os resultados encontrados neste trabalho apontam para a
eficácia de um programa de fisioterapia aquática direcionado à melhora da capacidade
funcional e qualidade de vida dos sujeitos com Espondilite Anquilosante.
Entretanto, alguns fatores ocorridos podem ter influenciado os resultados desse
trabalho. A piscina utilizada para as intervenções em condições instáveis e que impediu a
continuidade dos atendimentos aquáticos, o número reduzido da amostra e a ausência de
grupo controle são alguns dos acontecimentos que devem ser levados em consideração e
observados na realização de novas pesquisas.
Os questionários de capacidade funcional (HAQ, HAQ-S, BASDAI, BAS-G, BASFI,
DFI, Índice de Barthel), teste DP-6 de capacidade funcional e o questionário de avaliação da
qualidade de vida (SF-36) mostraram-se eficazes e de fácil aplicação nos sujeitos.
Necessita-se de mais trabalhos nesta área, com novos protocolos de exercícios
físicos, particularmente os aquáticos visando a manutenção da mobilidade, postura e controle
álgico, que influenciam positivamente na capacidade funcional e qualidade de vida de sujeitos
com Espondilite Anquilosante.
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APÊNDICE A – AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
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AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
1 DADOS PESSOAIS
Nome: ______________________________________________________________
Endereço: __________________________________ Fone: ___________________
Idade: _______________Data de Nascimento: ___/___/___
Sexo: _______________ Raça: ______________________
Estado Civil: __________________ Nacionalidade: ____________________
Profissão: ______________________________
2 ANTECEDENTES PESSOAIS
Patologias Pregressas
( ) neoplasias______________________
( )atopias__________________________
( ) artrite reumatóide_________________
( )depressão________________________
( ) osteoartrose_____________________
( ) diabetes melitus__________________
( ) hipertensão arterial_______________
( ) disfunções renais_________________
( ) osteoporose_____________________
( )outros__________________________
Intervenções cirúrgicas
( ) Não
( ) Sim Qual?__________________________
Hábitos e vícios
( ) Não tabagista
( ) Tabagista Freqüência? ________________
( ) Ex-tabagista
Quanto tempo? _____________________
Parou há quanto tempo?______________
( ) Etilismo
( ) Exercício físico
Tipo?_____________________________
Freqüência semanal/tempo?___________
Hábitos nutricionais
Alimentares:
( )boa ( )regular
( )ruim
Ingesta hídrica:
( )boa ( )regular
( )ruim
Medicamentos:
( ) AINES _________________________________________________________
( ) Corticoesteróide ________________________________________________
( ) Analgésico _____________________________________________________
( ) Anti-depressivo _________________________________________________
( ) Anti-hipertensivo ________________________________________________
( ) Outros ________________________________________________________
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(
(
(
(
(
(
3 ANTECEDENTES FAMILIARES
) espondilite anquilosante____________
) artrite reumatóide_________________
) osteoartrite______________________
) hipertensão arterial________________
) neoplasias_______________________
) osteoporose______________________
(
(
(
(
(
)atopias_________________________
)depressão______________________
) diabetes melitus_________________
) disfunções renais________________
)outros_________________________
4 ANAMNESE
HMA:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Q.P.:
_________________________________________________________________________
5 EXAME FÍSICO
Sinais Vitais:
FC: _____ bpm FR: ______ ipm PA: _______ mmHg Temperatura: ___°C
Ausculta Pulmonar:____________________________________________________
Ritmo Respiratório:
( ) 1:2 ( ) 1: 11/2 ( ) 1:1 ( ) 2:1
Tipo Respiratório:
misto c/ predomínio ( ) costal ( ) diafragmático
Uso de musculatura acessória:
( ) Não ( ) Sim Qual?_________________________
Mobilidade Torácica:
Sup. ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Inf. ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Simetria Torácica:
( ) presente ( ) ausente
Exame Postural Estático:
Vista Anterior
Cabeça
( ) inclinada
( )D ( )E
( ) rodada
( )D ( )E
Ombro
( ) elevado
( )D ( )E
Clavícula
( ) verticalizada ( )D ( )E
( ) horizontalizada ( )D ( )E
MMSS
( ) elevado
( )D ( )E
( ) flx. cotovelo ( )D ( )E
Vista Posterior
Cabeça
(
(
Escápula
(
(
(
) inclinada ( )D ( )E
) rodada ( )D ( )E
) alada
( )D ( )E
) aduzida ( )D ( )E
) abduzida ( )D ( )E
Linha Poplítea
( ) elevada ( )D ( )E
Joelho
( ) varo ( )D ( )E
( ) valgo ( )D ( )E
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Mão
Pés
( ) plano ( )D ( )E
( ) cavo ( )D ( )E
( ) voltada para frente ( )D ( )E
( ) voltada para trás ( )D ( )E
( ) perfil ( )D ( )E
Crista ilíaca
( ) elevada ( )D ( )E
EIAS
( ) elevada ( )D ( )E
Joelho
( ) varo ( )D ( )E
( ) valgo ( )D ( )E
Patela
( ) lateralizada ( )D ( )E
( ) medializada ( )D ( )E
( ) elevada
( )D ( )E
( ) rebaixada ( )D ( )E
∝ Tib/tar
( ) aberto ( )D ( )E
( ) fechado ( )D ( )E
Pés
( ) inversão ( )D ( )E
( ) eversão ( )D ( )E
( ) plano ( )D ( )E
( ) cavo
( )D ( )E
Vista Lateral
Cabeça:
anter. ( )D ( )E
Ombro
( ) anter( )D ( )E
Crista ilíaca
( ) anter( )D ( )E
EIAS
( ) post( )D ( )E
Torácica
( )escoliose Direito( )cônc.( )conv.
Lombar
( )escoliose Direito( )cônc.( )conv.
Quadril
( ) anteversão
( ) retroversão
Joelho
( ) flexão ( )D ( )E
( ) hiperextensão ( )D ( )E
Cervical
( ) hiperlordose
( ) retificada
Torácica
( )hipercifose (
)
( ) retificada
Lombar
( ) hiperlordose
( ) retificada
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Nome:
Avaliação Funcional
1 Teste dedo-chão modificado:
Foto n° ____
Distância
cm
2 Teste da distância occipito-parede:
Distância occipito-parede
cm
3 Teste de Schober:
Distância entre os dois pontos
cm
4 Manuvacuômetro:
Tentativas
1
2
3
4
5
PImáx
PEmáx
5 Cirtometria:
1°
2°
3°
Inspiração
Axilar
Xifoídea
Infr. Costal
Axilar
Xifoídea
Infr. Costal
Axilar
Xifoídea
Últ. costela
Expiração
Axilar
Xifoídea
Infr. Costal
Axilar
Xifoídea
Infr. Costal
Axilar
Xifoídea
Últ. costela
Diferença
6 Teste caminhada em 6’
Pré-teste
Pós-teste
PA
Pulso radial
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Oximetria Periférica
Distância percorrida em 6’ = ______________________________________m.
7 Rotação Tóraco-lombar (Método de Pavelka)
Rotação de tronco D
Rotação de tronco E
Distância entre proc. xifóide e S1
cm
cm
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APÊNDICE B – PROGRAMA DE TRATAMENTO DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA
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PROGRAMA DE TRATAMENTO DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA
1 AQUECIMENTO
•
Caminhada na piscina em velocidade progressiva associada a movimentos de membros
superiores para frente e para trás (caminhar para frente até a borda da piscina, andar
lateralmente até a outra extremidade, retornar de costas, andar em círculo em sentido
horário e anti-horário, estando um sujeito na frente do outro) durante cinco minutos.
2 ALONGAMENTOS ATIVOS
•
Flexão lateral da coluna cervical com depressão do ombro contralateral, realizando
alongamento do músculo trapézio.
•
Na borda da piscina, uma perna na frente da outra, sendo que a primeira fica próxima da
barra, o sujeito leva o corpo para frente sem elevar o calcanhar do pé posicionado atrás,
alongando a musculatura posterior dos membros inferiores (bíceps da coxa e
gastrocnêmios).
•
Na borda da piscina, o sujeito posicionado lateralmente junto à borda da piscina segura na
barra, deixando o corpo mover-se para a lateral até sentir o alongamento da musculatura
lateral do tronco.
•
Com as mãos posicionadas na região cervical os cotovelos são abduzidos favorecendo o
alongamento dos músculos peitorais.
3 FORTALECIMENTO E EXERCÍCIOS AERÓBICOS
•
Abdução e adução de ombros com os membros superiores estendidos e palmas das mãos
abertas para aumentar a resistência favorecida pela água.
•
Pacientes em círculo, com flexão de quadris e joelho, realizar rotação de tronco passando
uma bola, sempre submersa, de um para o outro.
•
Os indivíduos posicionados com um macarrão entre as pernas realizar movimento de
bicicleta com as pernas e movimentando os braços deslocando-se pela água.
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•
De acordo com o método Halliwick, o paciente é incentivado a nadar. O terapeuta
posiciona-se de frente com o sujeito, braços do indivíduo sobre os braços do terapeuta, o
sujeito vai inclinado o tronco para frente e estende os membros inferiores, soprando na
água e batendo as pernas.
•
O sujeito é posicionado em supino com auxílio de flutuadores (macarrão), realizando
movimentos de flexão e extensão de quadril e joelho.
•
Na mesma posição o sujeito realiza flexão e extensão de quadril e joelho associados à
rotação de tronco.
•
Seguindo o mesmo posicionamento, com os braços estendidos ao longo do corpo, o
mesmo deve alcançar o joelho, realizando inclinação lateral de tronco.
•
Da mesma forma, realizar movimento de abdução e adução de quadril.
•
Ainda, realizando movimento de abdução e adução de ombro.
•
No mesmo posicionamento, realizando batimentos de pernas.
4 DESAQUECIMENTO
•
Com o paciente ainda na posição supina o terapeuta posiciona-se atrás do sujeito e com os
braços apoiados em região lateral de tronco realiza movimentos de deslizamento
superficial na água.
•
Os indivíduos caminham pela piscina em velocidade lenta, movimentando os braços
sincronicamente aos movimentos dos membros inferiores.
NOTA: Durante todas as atividades incentivaram o sujeito a inspirar pelo nariz e expirar pela
boca. Também orientou-se que mantivessem o ombro coberto pela água.
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ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome da pesquisa: Capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com espondilite
anquilosante submetidos a um programa de fisioterapia aquática.
Pesquisador responsável: Maiza Ritomy Ide
Este trabalho objetiva verificar a eficácia de um programa de fisioterapia aquática na
capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com espondilite anquilosante. Os
pacientes serão submetidos a uma avaliação fisioterapêutica geral e realizarão um programa
de exercícios em piscina aquecida. O programa será constituído por exercícios de
aquecimento, mobilidade geral, exercícios respiratórios e de relaxamento. Serão três
atendimentos semanais de uma hora de duração. Ao término do trabalho, todos serão
informados de seus resultados.
Sua participação será muito importante para o sucesso desta pesquisa.
Assinatura do pesquisador:_____________________________________________________
Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos relacionados a
seguir, declaro estar ciente do exposto e desejar participar da pesquisa.
A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a dúvidas
sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;
A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar
do estudo;
A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial
das informações relacionadas com a minha privacidade;
Compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que
possa afetar minha vontade de continuar participando.
Em seguida, assino meu consentimento.
Cascavel, _____de __________ de 2004.
Nome: ___________________________________________RG___________________
Assinatura: ______________________________
Caso haja necessidade de maiores esclarecimentos, pode-se contactar com o CEP da
Unioeste, no telefone (45) 220-3131.
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ANEXO B – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
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ANEXO C – QUESTIONÁRIOS DE CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE
DE VIDA
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Nome:
HAQ – Health Assessment Questionnaire
Você é capaz de:
1. Vestir-se, inclusive
amarrar os cordões dos
sapatos e abotoar suas
roupas?
2. Lavar sua cabeça e seus
cabelos?
3. Levantar-se de maneira
ereta de uma cadeira de
encosto reto e sem braços?
4. Deitar-se e levantar-se
da cama?
5. Cortar um pedaço de
carne?
6. Levar à boca um copo ou
uma xícara cheia de café,
leite ou água?
7. Abrir um saco de leite
comum?
8. Caminhar em lugares
planos?
9. Subir degraus?
10. Lavar e secar seu corpo
após o banho?
11. Tomar banho de
chuveiro?
12. Sentar-se e levantar-se
de um vaso sanitário?
13. Levantar os braços e
pegar um objeto de
aproximadamente 2,5 Kg,
que está posicionado pouco
acima da cabeça?
14. Curvar-se para pegar
suas roupas no chão?
15. Segurar-se em pé no
ônibus ou metrô?
16. Abrir potes ou vidros
de conservas, que tenham
sido previamente abertos?
17. Abrir e fechar
torneiras?
18. Fazer compras nas
redondezas onde mora?
19. Entrar e sair de um
ônibus?
20. Realizar tarefas tais
como usar vassoura para
varrer e rodo para tirar a
água?
Sem qualquer
0
Nível de dificuldade
Com alguma
1
Com muita
2
Incapaz de fazer
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
0
1
1
2
2
3
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
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Nome:
Health Assessment Questionnaire for Spondyloarthropthies (HAQ-S)
Por favor, escolha uma alternativa que melhor se encaixa com seu quadro na última semana:
Sem nenhuma
Com alguma
Com muita
Impossível
dificuldade
dificuldade
dificuldade
fazer
1) Despir-se, inclusive
desamarrando sapatos e abrindo
botões
- lavar a cabeça
2) levantar-se de uma cadeira sem
braços
- deitar e levantar-se da cama
3) Cortar carne
- levar um copo ou recipiente até a
boca
- abrir uma embalagem de leite
4) Caminhar ao ar livre em terreno
de descida
- subir cinco degraus de escada
5) Lavar e secar seu corpo todo
- entrar em uma banheira
- entrar e sair do banheiro
6) Alcançar e pegar um objeto de
cinco quilos (um saco de açúcar)
que esteja acima da sua cabeça
- inclinar-se para frente para pegar
uma roupa do chão
7) Abrir a porta do carro
- abrir frascos que já tenham sido
abertos alguma vez
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abertos alguma vez
- abrir e fechar utensílios
domésticos
8) Andar rápido e fazer compras
- entrar e sair do carro
- fazer coisas como passar
aspirador ou trabalho mais pesado
9) Carregar pacotes pesados, como
sacolas de mercado
- sentar por um longo período de
tempo, como durante o trabalho
- trabalhar em lugares lisos
- dirigir (assinale aqui ____) se
você não tiver carteira
10)Olhar suas costas e glúteos no
espelho
- olhar por trás do ombro ao dar
ré no carro
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Nome:
Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index
(BASDAI)
Por favor, coloque um traço vertical em cada linha abaixo indicando sua resposta a cada
pergunta em relação à última semana.
1- Como você descreveria o nível de fadiga/cansaço que você tem apresentado?
Nenhuma __________________________________________________ muito grave
2- Como você descreveria o acometimento do seu pescoço, coluna ou quadril em decorrência
da espondilite anquilosante?
Nenhum __________________________________________________ muito grave
3- Como você descreveria o acometimento das outras articulações (que não sejam o pescoço,
coluna e quadril)?
Nenhum __________________________________________________ muito grave
4- Como você descreveria o nível global de desconforto que você tenha tido em algumas áreas
do corpo sensíveis a toque e pressão?
Nenhuma __________________________________________________ muito grave
5- Como você descreveria a rigidez matinal que você tem ao acordar?
Nenhuma __________________________________________________ muito grave
6- Quanto tempo dura sua rigidez matinal após levantar-se?
__________________________________________________
0 hrs
½
1
1½
2 ou mais
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Nome:
The Bath Ankylosing Spondylitis Patient Global Score (BAS-G)
Marque um traço vertical na escala indicando o quanto a doença interferiu no seu bem estar
na última semana.
Nenhum __________________________________________________ muito grave
Rigidez
Marque um traço vertical na escala indicando o nível de rigidez dada pela sua doença na
última semana.
Nenhum __________________________________________________ muito grave
Dor
Marque um traço vertical na escala indicando o nível de dor relacionada com a sua doença na
última semana.
Nenhum __________________________________________________ muito grave
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Nome:
The bath ankylosing spondylitis functional index (BASFI)
Por favor, indique com um traço vertical o seu nível de habilidade para cada uma das
seguintes atividades (considere durante a última semana).
1) Colocar meias sem ajuda de pessoas ou objetos.
Fácil __________________________________________________ Impossível
2) Dobrar o tronco para frente para pegar um caneta do chão sem auxílio.
Fácil __________________________________________________ Impossível
3) Alcançar uma prateleira alta sem auxílio de pessoas ou objetos.
Fácil __________________________________________________ Impossível
4) Levantar-se de uma cadeira sem braços, sem ajuda das mãos ou qualquer outra ajuda.
Fácil __________________________________________________ Impossível
5) Levantar-se do chão, estando deitado de costas, sem ajuda.
Fácil __________________________________________________ Impossível
6) Ficar sem apoio por 10minutos sem desconforto e cansaço.
Fácil __________________________________________________ Impossível
7) Subir de doze a quinze degraus sem usar apoio das mãos ou aparatos que auxiliem
a marcha (bengalas, muletas, etc). Um pé em cada degrau.
Fácil __________________________________________________ Impossível
8) Olhar por trás do seu ombro sem girar o tronco todo (virando só o pescoço).
Fácil __________________________________________________ Impossível
9) Fazer atividades que precisem de esforço físico (exercícios de fisioterapia, jardinagem,
esportes).
Fácil __________________________________________________ Impossível
10) Fazer atividades durante o dia todo, seja em casa ou no trabalho.
Fácil __________________________________________________ Impossível
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n. 02 – 2004
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Nome:
Escala Funcional de Dougados ( DFI)
Por favor, marque somente a resposta que melhor descreve suas habilidades.
Sim, sem
Sim, mas com
dificuldade
dificuldade
Não
Você consegue?
1. Colocar seus sapatos
2. Tirar as calças
3. Tirar a blusa
4. Entrar na banheira
5. Ficar em pé por 10 min
6. Subir um degrau
7. Correr
8. Sentar
9. Levanta-se da cadeira
10. Entrar no carro
11. Abaixar-se para pegar um objeto
12. Agachar-se
13. Deitar-se
14. Virar-se na cama
15. Levantar da cama
16. Dormir de barriga para cima
17. Dormir de barriga para baixo
18. Trabalhar ou fazer serviços
domésticos
19. Tossir ou espirrar
20. Espirrar profundamente
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Nome:
Índice de Barthel
Alimentação
10 Independente. Capaz de alimentar-se sozinho em um tempo
razoavelmente normal. O alimento pode ser cozido e servido por outra
pessoa.
5 Necessita de ajuda para cortar a carne, passar a manteiga... Porém, é
capaz de se alimentar sozinho.
0 Dependente. Necessita que outra pessoa o alimente.
Banhar-se
5 Independente. Capaz de lavar-se sozinho, entrar e sair do banho sem
auxílio e tomar o banho sem supervisão de outra pessoa.
0 Dependente. Necessita de algum tipo de ajuda ou supervisão.
Vestuário
10 Independente. Capaz de vestir e tirar a roupa sem ajuda.
5 Necessita de ajuda. Realiza sem ajuda mais da metade destas tarefas
em um tempo razoável.
0 Dependente. Necessita de ajuda.
Atividades pessoais
5 Independente. Realiza todas as atividades pessoais sem auxílio, sendo
que os complementos necessários podem ser providenciados por outra
pessoa.
0 Dependente. Necessita de alguma ajuda.
Evacuação
10 Continente. Não apresenta episódios de incontinência.
5 Acidentes ocasionais. Apresenta no máximo um episódio em 24 horas
ou necessita ajuda para manipulação de sondas ou de outros
dispositivos.
0 Incontinente. Mais de um episódio em 24 horas.
Urina
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10 Continente. Não apresenta episódios de incontinência. Capaz de
utilizar qualquer dispositivo sozinho (sonda, etc...).
5 Acidente ocasional. Apresenta no máximo um episódio em 24 horas
ou necessita ajuda para manipulação de sonda ou outro dispositivo que
se faça necessário.
0 Incontinente. Mais de um episódio em 24 horas.
Ir ao banheiro
10 Independente. Entra e sai sozinho e não necessita de nenhuma ajuda.
5 Necessita auxílio. Capaz de deslocar-se com pequena ajuda. É capaz
de usar o banheiro. Pode limpar-se sozinho.
0 Dependente. Incapaz de utilizá-lo sem ajuda.
Transferência (cama/cadeira)
15 Independente. Não necessita ajuda para sentar-se ou levantar-se de
uma cadeira, nem para deitar-se ou levantar-se da cama.
10 Mínima ajuda. Inclusive uma supervisão ou pequena ajuda física.
5 Ajuda maior. Precisa da ajuda de uma pessoa forte ou treinada.
0 Dependente. Necessita de uma grande ajuda de uma ou duas pessoas.
É incapaz de permanecer sentado.
Deambulação
15 Independente. Pode andar 50 metros, ou equivalente em casa sem
ajuda ou supervisão. Pode utilizar qualquer ajuda mecânica, exceto um
andador. Caso utilize prótese, pode colocá-la ou tirá-la sozinho.
10 Necessita ajuda. Necessita supervisão ou uma pequena ajuda física por
parte de outra pessoa, ou utiliza andador.
5 Independente em cadeira de rodas. Não necessita ajuda, nem
supervisão.
Subir e descer escadas
10 Independente. Capaz de subir e descer escadas de um andar sem ajuda
ou supervisão de outra pessoa.
5 Necessita ajuda. Necessita ajuda ou supervisão.
0 Dependente. É incapaz de subir degraus.
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Questionário SF-36 de Qualidade de Vida
Nome:_______________________________________________________________ Data:____/___/___
Data de nasc.____/____/____
Idade:_______ Ocupação:____________________________________
Instruções: questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente
e quão bem você é capaz de fazer suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta
como indicado. Caso você esteja inseguro em como responder, por favor tente responder o melhor que puder.
1. Em geral, você diria que sua saúde é:
(circule uma)
- Excelente .........................................................................................1
- Muito boa ........................................................................................2
- Boa .................................................................................................3
- Ruim ...............................................................................................4
- Muito ruim .....................................................................................5
2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral, agora?
(circule uma)
- Muito melhor agora do que a um ano atrás ..............................................1
- Um pouco melhor agora do que a um ano atrás .......................................2
- Quase a mesma de um ano atrás ...............................................................3
- Um pouco pior agora do que há um ano atrás ...........................................4
- Muito pior agora do que há um ano atrás ..................................................5
3. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido a
sua saúde , você tem dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso, quanto?
(circule um número em cada linha)
Atividades
a. Atividades vigorosas , que exigem muito esforço, tais como
correr, levantar objetos pesados, participar de esportes.
b. Atividades moderadas , tais como mover uma mesa, passar
aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.
c. Levantar ou carregar mantimentos.
d. Subir vários lances de escada
e. Subir um lance de escada
f. Curva-se, ajoelhar-se ou dobrar-se
g. Andar mais de 1 quilômetro
h. Andar vários quarteirões
i. Andar um quarteirão
j. Tomar banho ou vestir-se
Sim.
Dificulta
muito
1
Sim. Dificulta
um pouco
2
Não. Não
dificulta de
modo algum
3
1
2
3
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
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4. Durante as últimas 4 semanas , você teve algum dos seguintes problemas como o seu trabalho ou com alguma
atividade diária regular, como conseqüência de sua saúde física?
(circule uma em cada linha)
Sim
Não
1
2
b. Realizou menos tarefas do que você gostaria ?
1
2
c. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades ?
1
2
d. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p.ex.: necessitou
1
2
a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a
outras atividades ?
de um esforço extra) ?
5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu trabalho ou outra atividade
regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso) ?
(circule uma em cada linha)
Sim
Não
1
2
b. Realizou menos tarefas do que você gostaria ?
1
2
c. Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como
1
2
a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a
outras atividades ?
geralmente faz ?
6. Durante as últimas 4 semanas , de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas
suas atividades sociais normais, em relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo ?
(circule uma)
- De forma nenhuma .................................................................................1
- Ligeiramente ..........................................................................................2
- Moderadamente .....................................................................................3
- Bastante .................................................................................................4
- Extremamente ........................................................................................5
7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas ?
(circule uma)
- Nenhuma ..................................................................................................1
- Muito leve ................................................................................................2
- Leve .........................................................................................................3
- Moderada .................................................................................................4
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- Grave .......................................................................................................5
- Muito grave .............................................................................................6
8. Durante as últimas 4 semanas , quanto a dor interferiu com o seu trabalho normal (incluindo, tanto o trabalho
fora de casa quanto o dentro de casa) ?
(circule uma)
- De maneira alguma ..................................................................................1
- Um pouco .................................................................................................2
- Moderadamente ........................................................................................3
- Bastante ....................................................................................................4
- Extremamente ...........................................................................................5
9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4
semanas . Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente.
Em relação as últimas 4 semanas .
(circule um número em cada linha)
Todo
tempo
A maior
parte do
Uma boa
parte do
Alguma
parte do
Uma
pequena
tempo
tempo
tempo
parte do
tempo
Nunca
a. Quanto tempo você tem se sentido cheio de
vigor, cheio de vontade, cheio de forças ?.
1
2
3
4
5
6
b. Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa
muito nervosa ?
1
2
3
4
5
6
c. Quanto tempo você tem se sentido tão
deprimido que nada pode animá-lo ?
1
2
3
4
5
6
d. Quanto tempo você tem se sentido calmo ou
tranqüilo ?
1
2
3
4
5
6
e. Quanto tempo você tem se sentido com muita
energia ?
1
2
3
4
5
6
f. Quanto tempo você tem se sentido desanimado
e abatido ?
1
2
3
4
5
6
g. Quanto tempo você tem se sentido esgotado ?
1
2
3
4
5
6
h. Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa
feliz ?
1
2
3
4
5
6
i. Quanto tempo você tem se sentido cansado ?
1
2
3
4
5
6
10. Durante as últimas 4 semanas , quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais
interferiram com a as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes etc.)?
(circule uma)
- Todo o tempo ...........................................................................................1
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- A maior parte do tempo ......................................................................... .2
- Alguma parte do tempo ............................................................................3
- Uma pequena parte do tempo ................................................................ ..4
- Nenhuma parte do tempo ..........................................................................5
11. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você ?
(circule um número em cada linha)
DefinitivaA maioria das
mente
vezes
verdadeiro
verdadeiro
a. Eu costumo adoecer um pouco mais
1
2
Não sei
3
A maioria
das vezes
falsa
4
Definitivament
e fal- sa
5
facilmente que as outras pessoas.
b. Eu sou tão saudável quanto qualquer
1
2
3
4
5
c. Eu acho que a minha saúde vai piorar.
1
2
3
4
5
d. Minha saúde é excelente.
1
2
3
4
5
pessoa que eu conheço.
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