SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Espondilite anquilosante: revisão da literatura Ariellen domiciano Discente do Curso de Fisioterapia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá [email protected] Carolina da conceição rosa Discente do curso de fisioterapia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá [email protected] Elizeu de almeida marques Discente do Curso de Fisioterapia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá [email protected] Josivalda Cabral souza Discente do Curso de Fisioterapia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá [email protected] Simone maria teles de azevedo Discente do Curso de Fisioterapia UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá [email protected] Nazareti pereira alves Docente da Disciplina de Fisioterapia Reumatológica do Curso de Fisioterapia UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá [email protected] Este simpósio tem apoio da Fundação Fernando Lee Resumo: O objetivo da presente pesquisa foi revisar o que traz em artigos científicos a respeito da avaliação e tratamento as Espondilite Anquilosante (EA). Foram selecionados artigos científicos publicados em revistas medicas, cujo tema fosse envolvido com avaliação e tratamento de EA. Obteve-se respaldo sobre o pior equilíbrio e postura do espondilítico com testes especiais, questionários, instrumentos e escalas de avaliação postural confirmados nos artigos, além dos métodos fisioterapêuticos e medicamentos para o controle e alivio da dor. Palavras - chaves: doença reumática, incapacidade, fisioterapia Seção 5- Curso de fisioterapia Apresentação: pôster 1. Introdução: Segundo Carvalho et al (1998), a espondilite anquilosante (EA) pode ser definida como doença inflamatória crônica que acomete as articulação sacroilíaca, em graus variados a coluna vertebral, e em menor extensão as articulações periféricas. Como manifestação clinica apresenta-se dor ao nível das articulações sacrilíacas e/ou da coluna lombar, no inicio o paciente pode apresentar fases de melhora e piora do quadro álgico, podendo ficar livre dos sintomas por dias e até meses, mas com a completa instalação da doença a dor torna-se diária. As complicações mais comuns do envolvimento vertebral consistem de subluxação atla-axis, fraturas secundárias a osteoporose, e mais recentemente ficou confirmada a presença de osteomalácia em alguns casos. Segundo Khan et al (1994) apud Souza et al (2008) “o espondilítico adota postura de anteriorização da cabeça, retificação da lordose cervical e aumento da cifose dorsal, assumindo a chamada "postura do esquiador". Desta maneira, há a necessidade de se definir medidas de avaliação específicas para o acompanhamento e tratamento de pacientes com EA. Oliveira (2007) 2. Avaliação: Conforme Souza et al (2008) a dificuldade aumenta quando se depara com doenças reumatológicas de evolução lenta e ausência de um marcador laboratorial definido, como a EA. Elaboram-se, então, diversos instrumentos para a avaliação da atividade, a maioria em forma de questionários. Segundo Ciconelli et al (2006) a abordagem pode ser feita através de modelos genéricos ou específicos. Os questionários genéricos (SF-36, EUROQo) refletem o impacto da doença sobre a vida do indivíduo numa larga variedade de populações e envolvem domínios como atividade funcional, incapacidade, estresse físico e emocional. Os específicos (BASDAI, BASFI) oferecem informações mais especializadas sobre uma área de interesse primário, podendo ser uma doença, população (ex: crianças) ou funções como sono ou atividade sexual, utilizados quando se necessita de informações mais detalhadas em relação a aspectos da própria doença. Souza et al (2008) comenta que com o advento dos agentes biológicos e os seus surpreendentes efeitos em doenças reumáticas como a EA, os esforços para o desenvolvimento de medidas de avaliação estão em evidente crescimento. Conforme citado por Carvalho et al (1998), pode–se observar no exame físico redução e ate retificação da lordose lombar, inicialmente por espasmo muscular doloroso e, posteriormente, por anquilose fibrosa óssea 3. Avaliação do equilíbrio funcional: De acordo com Aydog e Murray et al (2006) apud Souza et al (2008) existem alguns instrumentos de avaliação de equilíbrio já bem descritos, como a plataforma de equilíbrio Biodex Stability System e a magnetometria. A escala de equilíbrio de Berg é uma escala validada e traduzida para o português, que avalia o equilíbrio funcional estático e dinâmico. É ferramenta de fácil e rápida aplicação, e com baixo custo em relação aos equipamentos usados em outros estudos. Um estudo feito por Lombardi et al (2008) mostra que os pacientes e os indivíduos-controle sendo avaliados uma única vez pelo mesmo fisioterapeuta, familiarizado com os testes a serem aplicados, utilizando a versão brasileira da escala de equilíbrio de Berg, a versão brasileira do SF-36 e a escala visual analógica de dor de 0 a 10 cm, tiveram correlação negativa entre a escala de Berg e a da EVA (r = –0,469, p = 0,009) (Figura 1). Entre a escala de Berg e o domínio referente à capacidade funcional do SF-36 houve correlação positiva, ou seja, quanto melhor o resultado da escala de Berg, melhor a capacidade funcional dos pacientes com EA (r = 0, 648, p < 0, 001) (Figura 2). Souza (2008) Souza (2008) Conforme Souza et al (2008)apesar dos pacientes com EA não apresentarem resultado da escala de Berg menor que 45, quando comparados com indivíduos saudáveis apresentam pior equilíbrio. De acordo com o que diz Aydog (2006) e Bot (1999) et al apud Souza (2008) et al , acredita-se que os pacientes com EA tenham, ao longo da doença, se adaptado às alterações posturais e que o equilíbrio postural pode ser compensado por outras articulações não afetadas. Uma compensação freqüente nesses pacientes é a rotação posterior da pelve, resultando grande aumento na angulação do tronco. No entanto, esta compensação pode ficar insuficiente por causa da progressão da doença, o que pode levar a permanente substituição do centro de massa no tronco, o que piora a "postura do esquiador". Mudanças posturais podem levar o pior equilíbrio em pacientes com EA. Concluindo que o pior equilibro funcional correlaciona-se com a pior capacidade funcional 4. Tratamento: Conforme dito por Carvalho et al (1998) os objetivos básicos consistem no alivio da dor e da inflamação, bem como na manutenção da postura e da função articular.Intervenções cirúrgicas em portadores de EA são realizadas em casos bem selecionados, e no acometimento grave das articulações coxofemorais e ode haver indicação de prótese total, mas sempre levando em conta a atividade física e a idade do paciente Segundo estudos feitos por Alves et al (2007) foi observado melhora na flexibilidade constatada através dos testes de Stibor e Distância dedo – solo (está diferente dos Resultados), porém não sendo identificada alteração no teste Schober. Os ganhos de flexibilidade correspondente aos testes citados envolvem articulações e musculatura adjacentes ao local de atividade da doença, este ganho por si mesmo garante uma diminuição dos efeitos da deformidade e postura típica de um paciente espondilitico, “postura de esquiador”, reduzindo risco de morbidade, associada ao sedentarismo, muitas vezes adotada por pessoas com condições músculo-esquelético que tenham relato de dor e limitação de mobilidade (Fransen, 2004) Já o teste Schober correspondente à flexibilidade lombar manteve inalterado ao fim do tratamento, provavelmente devido o processo crônico e estrutural imposta pela doença. Podendo ter como conclusão que mesmo em um tempo curto de terapia a fisioterapia aquática trouxe benefícios ao paciente portador de EA estudado, mas pelo processo crônico da doença talvez em um tempo e um número maior de terapia poderiam obter-se maiores resultados. Segundo Van der Linden et al (1984)apud Souza et al (2008) , observam que os programas de fisioterapia e exercícios supervisionados, devem ser realizados de maneira sistemática em todos os estágios da doença. Apesar de inexistir, até o momento, um tratamento específico para a doença, deve-se ressaltar que os recursos terapêuticos disponíveis possibilitam, de modo geral, um adequado controle da doença. Quando necessário, o médico assistente deve indicar auxílio psicoterápico ou uso de fármacos antidepressivos. Contudo, autores como Rocha et al (2002), Queiroz et al (1998) apud Costa et al referem que a prática de exercício físico, de forma correta e regular, é de importância vital para poder dispor de bons resultados a longo prazo, uma vez que estes ajudam a melhorar a postura corporal, a amplitude dos movimentos torácicos, a mobilidade da coluna vertebral, a qualidade de vida e o estado de saúde. 5. Diagnostico: Carvalho et al(1998) cita que para os critérios diagnósticos modificados de New York 1984 consideram EA definida quando ocorre sacroiliíte bilateral 24 ou sacroiliíte bilateral 3-4, com pelo menos um dos critérios clínicos . * dor lombar; * limitação da mobilidade lombar; * redução da expansibilidade torácica. 6. Conclusão: Contudo podemos concluir que EA é uma doença que altera não somente uma articulação, mais sim o sistema musculoesquelético como um todo, incluindo equilíbrio e postura global, porem há efetividade em seu tratamento contra a dor através de fisioterapia clássica e medicamentos, tendo como base estudos científicos específicos e de grande valor. 7. Referencias: Souza, M. C.; Tutiya, M. G.; Jones, A.; Júnior I. L.; Natour, J.; Avaliação do equilíbrio funcional e qualidade de vida em pacientes com espondilite anquilosante. Rev. Bras. Reumatol. v.48 n.5 São Paulo set./out. 2008 Torres T. M.; Ciconelli R. M.; Instrumentos de avaliação em espondilite anquilosante. Rev Bras Reumatol, v. 46, supl.1, p. 5259, 2006. Alves F. D.; Spalvieri D. F.; Silva D. A.; Prado T.S.; Bigongiari A. Avaliação da qualidade de vida em paciente com espondilite anquilosante após tratamento em piscina terapêutica. http://www.congressodehidroterapia.com/artigos.html (2007) Moreira C.; Carvalho M. A. P. Noções Básicas de Reumatologia, 1998, p 438, 439, 442, 443 Costa R. M. D.; Monteagudo M. D. G. Espondilite anquilosante: o exercício físico na reabilitação da qualidade de vida. Rev. de Desporto e Saúde da Fundação Técnica e Científica do Desporto. Oliveira C.G.D. Espondilite anquilosante e Anestesiol. v.57 n.2 Campinas mar./abr. 2007. anestesia. Rev. Bras.