A Última Semana – Liturgia para a Páscoa1 Esta é

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A Última Semana – Liturgia para a Páscoa1
Esta é uma proposta de liturgia pascal, baseada nos acontecimentos da última semana de Cristo em
Jerusalém, de sua chegada triunfal ao Calvário e terminando com sua ressurreição e ascensão. A
idéia é que o culto todo seja a mensagem. Músicas, textos bíblicos, encenações, pregações, tudo
deve se complementar, evitando ao máximo qualquer desvio do tema. Não se trata de uma "ordem
de culto" propriamente dita, mas de um esquema a ser preenchido (e alterado) da melhor forma por
cada grupo. Se o forte da congregação é música, use mais música. Se é teatro, coloque os atores
para trabalhar. Melhor ainda, reúna todos os talentos de sua comunidade (seja uma igreja com
muitos ou poucos recursos, ou mesmo um grupo mais informal) e pensem juntos a melhor forma de
adaptar esta sugestão de liturgia à realidade do seu grupo. É como uma receita culinária: aqui estão
alguns ingredientes e o modo de fazer. Cabe a você, na sua cozinha/igreja, ir testando, colocando
um tempero a mais, tirando algumas ervas, trocando o tipo de carne, até que o prato tenha a sua
cara.
Uma "customização" (para usar uma palavra modernosa) possível, para aquelas igrejas que
possuem coral, seria intercalar ao culto as músicas da cantata geralmente apresentada no domingo
de Páscoa. As cantatas tradicionais se baseiam em passagens dos evangelhos. Assim, ao invés de
apresentar todas as músicas de uma vez, o coro as apresentaria separadamente, nos momentos
adequados. Da mesma forma, um grupo de teatro poderia intercalar as cenas de uma representação
sobre a Páscoa com os respectivos momentos da liturgia.
Só mais algumas observações antes de partir para a "receita" propriamente dita: todos os dirigentes
devem estar conscientes de que este é um "culto-mensagem" e, assim, evitar qualquer distração e
estimular os demais participantes à adoração e à reflexão. A transição de um momento para outro
deve ser suave, e os dirigentes (estou incluindo nisto os músicos, atores, pregadores e cia.) devem
contribuir para isso. Ainda nesta linha, os anúncios deverão ser dados antes do início do culto
propriamente dito.
A liturgia proposta segue, com algumas liberdades, a estrutura dos capítulos 12 a 21 do evangelho
de João. Claro, os evangelhos sinóticos também servem, e dá para fazer um “mix” com passagens
dos 4 evangelhos (e também de outras passagens do NT ou mesmo do AT – por exemplo, os textos
clássicos de 1Coríntios 11 para a Ceia ou de Isaías 53 para falar dos sofrimentos de Cristo). Os
textos de cada momento podem ser lidos em voz alta por pessoas escolhidas previamente, e/ou por
toda a congregação, ou mesmo encenados. As músicas que cito são apenas sugestões para
referência. Se menciono demais o Cantor Cristão e o Hinário para o Culto Cristão, é por conta de
meu histórico: sou batista desde criancinha.
Preparei este programa sem ter idéia se ele seria utilizado algum dia. Então, se você por acaso
gostar e usar, me informe! Vou gostar muito de saber se e como ele será aproveitado.
Iara Vidal – http://notasdepeh.blogspot.com
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pela mesma Licença (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/)
Preparação para o culto
Processional: Com ou sem fundo musical, este é o momento das pessoas entrarem no local onde o
culto será realizado. Esse local pode ser o salão de culto, uma sala reservada, a casa de alguém.
Seria interessante um arranjo mais informal para favorecer a união dos presentes, mas não é
obrigatório. Não esqueça da mesa para os elementos da Ceia.
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Motivo do Culto: O responsável por este momento deve dar o tom do culto. Trata-se de uma
introdução breve, para situar as pessoas, especialmente visitantes, e estimular todos à participação.
1° Momento – Jesus ungido em Betânia
(ênfase: adoração individual e silenciosa)
Texto básico: João 12.1-3
“Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera, e a quem
ressuscitara dentre os mortos. Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos
que estavam à mesa com ele. Então Maria, tomando um arrátel de ungüento de nardo puro, de
muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa
do cheiro do ungüento.”
O texto pode ser lido pelo dirigente, que, em poucas palavras, falará sobre a atitude de Maria como
manifestação de adoração a Jesus.
Prelúdio: Nesse espírito, o prelúdio deve ser bem suave. Se preferir, você pode até criar um
momento de silêncio total. Só tome cuidado com o tempo: o momento não pode ser nem muito
longo (criando dispersão) nem muito curto (acabando antes que as pessoas tenham “entrado no
clima”). Música sugerida: Cristo, Vim Contigo Estar.
2° Momento: A Chegada Triunfal
(ênfase: adoração comunitária).
Para uma transição suave, os músicos do prelúdio podem ir aumentando aos poucos o volume e o
ritmo da música, passando sem interrupção da suavidade do prelúdio para a alegria deste momento.
Texto básico: João 12.12-15
“No dia seguinte, ouvindo uma grande multidão, que viera à festa, que Jesus vinha a Jerusalém,
tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam:
- Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor.
E achou Jesus um jumentinho, e assentou-se sobre ele, como está escrito: 'Não temas, ó filha de
Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta'.”
Canto congregacional: cânticos/hinos de adoração e louvor. Algumas sugestões: Celebrai, Sê
engrandecido (Guilherme Kerr Neto), Eu Te Louvarei (Comunidade da Graça), Exultação (hino 15
do Cantor Cristão), Saudai o Nome de Jesus; Grande Senhor... O importante é que a congregação
cante junto, se envolva – não tenha medo de escolher aqueles hinos favoritos que todos parecem já
saber de cor, mas com o cuidado de não deixar a empolgação dominar sobre a adoração sincera.
Oração: Nada de pedidos neste momento, apenas adoração e louvor. Pode ser feita apenas por uma
pessoa, ou por várias (por exemplo, com frases curtas. Num grupo pequeno, todos podem orar desta
forma).
Participação especial: Poesia, canto ou encenação, no mesmo espírito de alegria e louvor.
3° Momento: “Para Que Todos Sejam Um”
(ênfase: comunhão com Deus e os homens)
Na verdade, este terceiro momento é um dos mais flexíveis e ricos: a hora da mensagem
propriamente dita. A idéia básica é escolher uma das muitas falas de Cristo em seus últimos
momentos com os discípulos, aquilo que ele julgou mais importante dizer-lhes antes de seguir no
caminho para a cruz. Temos o sermão profético e o Getsêmani (mencionados nos Sinóticos), o
“lava-pés” e o discurso sobre o Consolador, entre outras passagens marcantes. Eu preferi focar na
Oração Sacerdotal, por sua mensagem poderosa de união – entre Jesus e Deus, entre nós e Jesus,
entre nós como irmãos.
Texto básico: João 17
“Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu
Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; assim como lhe deste poder sobre toda a
carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te
conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu glorifiquei-te
na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti
mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o teu nome
aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora
já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; porque lhes dei as palavras que tu me
deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me
enviaste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E
todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado. E eu já não
estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome
aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo,
guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu,
senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no
mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o
mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os
tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo,
também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam
santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua
palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti;
que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a
glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para
que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que
os tens amado a eles como me tens amado a mim. Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu
estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me
amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e
estes conheceram que tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer
mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.”
Oração: De preferência, em grupos pequenos (duplas, trios). É um momento de intercessão, em que
cada um compartilha e ora por suas dificuldades em viver o amor fraternal (ou em cumprir outro
desafio proposto pela mensagem trazida).
Canto congregacional: Uma ou duas músicas que enfatizem a comunhão ou outro tema pregado.
Participação especial: De novo, o importante é que esteja no tema.
4° Momento: Sofrimento e Morte de Cristo
(ênfase: Ceia e contrição)
Neste momento será realizada a Santa Ceia, ainda no clima de comunhão do momento anterior. A
idéia é lembrarmos juntos do sofrimento que Cristo passou por amor a nós, para que o pecado não
tivesse mais domínio em nós. Novamente, são muitas as passagens que podem ser utilizadas,
mesmo de fora dos evangelhos – por exemplo, Isaías 53. A prisão e o julgamento de Jesus podem
ser encenados e/ou cantados. Eu escolhi como base o texto que fala especificamente da morte de
Jesus, e uma passagem de sua última conversa com os discípulos.
Texto básico: João 19.16b-18, 28-35
“E tomaram a Jesus, e o levaram. E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado
Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de
cada lado, e Jesus no meio. (...) Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas,
para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E
encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissope, lha chegaram à boca. E, quando Jesus
tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação
(pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem
tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que
como ele fora crucificado; mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.
Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que
o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também
vós o creiais.”
Celebração da Ceia do Senhor: podemos manter juntos os grupos que oraram no momento anterior,
para que celebrem juntos a ceia, trocando entre si os elementos. Algumas músicas sugeridas são
Rude Cruz; Que Fazes Tu Por Mim; Foi Assim, (Grupo Elo); Só Quem Sofreu (Sérgio Pimenta);
Noite (Guilherme Kerr, Cantata Vento Livre); Lembrai de Mim (Cantata Deus O Mundo Amou)...
OBS.: Muitas igrejas encerram a ceia com uma música mais alegre. Vou seguir esse esquema aqui,
mas antes, proponho um momento de silêncio (ver abaixo).
5° Momento: Ressurreição
(ênfase: gratidão)
Texto básico: João 16.20-22
“Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e
vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à
luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se
lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós agora,
na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa
alegria ninguém vo-la tirará.”
Momento de Contrição: após a leitura do texto, oração silenciosa em gratidão pela nova aliança que
temos com Deus.
Participação especial/Canto congregacional: a sugestão é romper o silêncio com música – por
exemplo, Dia (Guilherme Kerr, Cantata Vento Livre), ou Da Sepultura Saiu. Gosto destas porque
começam quase tristes (a segunda mais que a primeira), falando de dor, e depois mostram o Cristo
que vive para sempre. Outra opção, para os do teatro, seria encenar uma das passagens da
ressurreição, como o encontro de Jesus e Maria Madalena, seu diálogo com Pedro, ou a experiência
no caminho de Emaús.
Oração de gratidão
6° Momento: Nossa Esperança
Texto básico: João 14.1-3
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.Na casa de meu Pai há
muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que
onde eu estiver estejais vós também.”
Oração final
Poslúdio (sugestões: Jerusalém, de Jorge Camargo; Autor da Minha Fé, do Logos; Agnus Dei).
Recessional: saída dos participantes. Uma última sugestão seria providenciar um lanche ou refeição
após o culto, para confraternização.
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