concordância verbal

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Faculdade Cenecista de Campo Largo
Curso: Administração
Disciplina: Língua Portuguesa
Prof.ª: Vera Lucia Bianchini Martins
CONCORDÂNCIA VERBAL
1. REGRA GERAL: O verbo, núcleo do predicado verbal, concorda em número e pessoa com o sujeito da
oração.
2. CASOS ESPECIAIS ENVOLVENDO SUJEITOS SIMPLES:
a) Quando o núcleo do sujeito é um substantivo que apresenta forma plural mas tem sentido de singular, o
verbo vai para o singular, se o substantivo não vier antecedido por um determinante no plural (artigo,
pronome ou numeral); se for antecedido por determinante, o verbo irá para o plural.
Ex.: Férias é um período de necessário descanso. / Minhas férias são sempre um período de descanso.
b) Quando o núcleo do sujeito é constituído de um substantivo próprio que apresenta forma plural, o verbo
vai para o singular, se o substantivo não vier antecedido por um determinante no plural (artigo,
pronome, numeral); se for antecedido por determinante, o verbo irá para o plural.
Ex.: Minas Gerais é um estado brasileiro. / Os Estados Unidos são uma grande potência.
c) Quando o verbo vier seguido do pronome se (índice de indeterminação do sujeito), ficará na 3.ª pessoa
do singular, exatamente porque o sujeito da oração está indeterminado.
Ex.: Precisa-se de ajudantes de pedreiros.
d) Quando o verbo vier seguido do pronome se (pronome apassivador), concordará em número com o
sujeito da oração.
Ex.: Alugam-se quartos para rapazes solteiros. (= voz passiva analítica → Quartos são alugados para
solteiros)
3. CASOS ESPECIAIS ENVOLVENDO SUJEITOS COMPOSTOS:
a) Quando o sujeito composto é posposto ao verbo, existem duas possibilidades de concordância: ou o
verbo vai para o plural, concordando com todos os núcleos, ou fica no singular, concordando apenas
com o núcleo mais próximo, se este núcleo estiver no singular.
Ex.: Entraram na sala o professor e os alunos. / Entrou na sala o professor e os alunos.
b) Quando os núcleos do sujeito composto vierem ligados pelas conjunções ou ou nem, há duas situações
a considerar, levando-se em conta as idéias expressas pelas conjunções. Se o ou ou nem indicarem
exclusão, o verbo deverá concordar com o núcleo mais próximo.
Ex.: Ou o candidato do governo ou o da oposição ganhará a eleição.
c) Quando o sujeito composto é constituído das expressões um e outro ou ou um ou outro e nem um
nem outro, o verbo pode ir tanto para o singular como para o plural.
Ex.: Um e outro apareceu / apareceram no programa de televisão. (Observa-se, nesse caso, uma
tendência de uso mais freqüente do verbo no plural.)
Nem um nem outro concorrente conseguiu / conseguiram chegar até o final da competição. (A
tendência, nesse caso, é de uso do singular.)
4. REGRAS ESPECIAIS ENVOLVENDO OS VERBOS HAVER, FAZER E SER:
a) Os verbos haver e fazer, quando indicam tempo, ficam na 3.ª pessoa do singular.
Ex.: Há vários dias que não o vejo. / Fazia anos que eu não comia um feijãozinho tão gostoso!
b) Haver , quando usado no sentido de existir, deve permanecer na 3.ª pessoa do singular.
Ex.: Havia muitas pessoas na festa.
c) Quando na oração ocorrer um pronome pessoal, na função de sujeito ou de predicativo, a concordância
será com o pronome.
Ex.: Eu sou o Conde Drácula. / O Conde Drácula sou eu.
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Obs.: No caso de haver um pronome pessoal do caso reto tanto na posição de sujeito como na de
predicativo, a concordância será com o pronome na posição de sujeito.
Ex.: Eu serei ele amanhã. / Ele será eu amanhã.
d) Quando ocorrem na oração um substantivo próprio e um substantivo comum, a concordância se fará
com o substantivo próprio, esteja ele em posição de sujeito ou de predicativo.
Ex.: A Maria foi, por muito tempo, todos os meus sonhos. / Os meus sonhos, por muito tempo, foi a Maria.
e) Quando o verbo ser ocorre entre um sujeito cujo núcleo é um substantivo comum no singular e um
predicativo cujo núcleo é um substantivo comum no plural, a tendência é o verbo concordar com o
predicativo.
Ex.: Minha maior alegria são meus filhos. / Não temos dúvidas de que os alunos votarão em nosso
candidato à reitoria. A grande dúvida são os funcionários.
5. CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA
Denomina-se concordância ideológica à concordância que por vezes é feita não com base na forma que
apresenta o núcleo do sujeito (ou seja, na maneira pela qual se expressam formalmente no núcleo nominal
as noções de número, gênero e pessoa gramaticais), mas com base na idéia de gênero, número ou pessoa
por ele expressa. A concordância ideológica é também chamada de silepse (palavra que vem do grego
syllepsis, que significa “ação de reunir, de tomar em conjunto”).
Ex.: O quarteto de cordas executaram um belo concerto para violino. (silepse de número)
Assim é o povo deste lugar. Brigam por qualquer motivo. (silepse de número)
Sua Santidade parece preocupado com a falta de vocações sacerdotais na América Latina. (silepse de
gênero)
Sei de alguém que vai insistir muito para que você a convide para a festa. (silepse de gênero)
Os alunos desta escola reivindicamos maior atenção por parte dos professores. (silepse de pessoa)
A gente gostamos mesmo é de criar caso. (silepse de pessoa usada na linguagem informal)
Observe a oração abaixo:
Foram respondidos 437 questionários com perguntas básicas de conhecimento geral.
A maior parte dos erros de concordância padrão dos estudantes ocorre em frases desse tipo, em
que o sujeito aparece depois do verbo. É preciso tomar um cuidado especial com esta estrutura, porque na
linguagem oral há uma tendência sistemática de suprimir a concordância em tais casos, mesmo em falantes
bastante escolarizados. Entretanto, é preciso lembrar que, se na oralidade este fenômeno não chama muito
a atenção, na escrita ele representa erro grave! Qualquer foi inaugurado as usinas pode tirar o emprego do
infrator! Ou seja, essa é uma área da gramática normativa em que a diferença é bastante vigiada.
Como exercício, reescreva as frases abaixo substituindo as palavras sublinhadas pelas palavras
entre parênteses, modificando a concordância.
1. Não deixa de ser impressionante o fato de que o país sobrevive à crise. (os indícios)
2. Se a situação continuar assim, entrará em cogitação a discussão sobre o parlamentarismo. (os
debates)
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3. Ontem foi escolhido, depois de cinco horas de deliberação, o rumo econômico da empresa. (as
diretrizes)
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4. Se não tomassem providências, estaria colocada a questão de quem restabeleceria a ordem. (os
dilemas)
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5. Foi feito o levantamento de preços, mas mesmo assim ocorreu uma série de irregularidades. (as
tomadas / irregularidades)
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6. Está comprovadíssima a fraude na construção do prédio. (os roubos)
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7. Neste conceito está implícita a noção que coloca o homem como ator principal da cena ecológica. (os
princípios)
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8. Não pode ser mantido para sempre o modelo de desenvolvimento econômico que nos acompanha.
(coordenadas)
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9. Aos meios de comunicação cabe a tarefa de ajudar o cidadão a identificar os verdadeiros problemas e
de dar a ele subsídios para solucioná-los. (desafios)
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10. Foi se avolumando a pilha de reclamações. (reclamações)
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Reescreva as frases abaixo, substituindo existir por haver e vice-versa.
a) Existiam jardins e manhãs naquele tempo: havia paz em toda parte.
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b) Se existissem mais homens honestos, não haveria tantas brigas por justiça.
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Leia a frase abaixo e indique formas de evitar as possíveis ambigüidades.
Feriram-se o pai e o filho.
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Referências bibliográficas
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português, língua e literatura.
São Paulo: Moderna, 2001.
BASTOS, Lúcia Kopschitz; MATTOS, Maria Augusta de. A produção escrita e a gramática. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes. 1992.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários. 9. ed.
Petrópolis: Vozes, 2001.
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