Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH O papel dos trabalhadores rurais na teoria da revolução brasileira de Caio Prado Júnior: a busca do ser-nação. Ricardo Oliveira da Silva* Resumo: No presente trabalho apresentamos o papel dos trabalhadores rurais na teoria da revolução brasileira de Caio Prado Júnior. Nos textos publicados nas páginas da Revista Brasiliense, entre 1960 e 1964, e, posteriormente, no livro A Revolução Brasileira, publicado em 1966, Caio Prado Júnior destacou o campo como cenário de uma dinâmica social e econômica fundamentada na grande propriedade, na exportação de alguns poucos produtos primários e nas péssimas condições de vida dos trabalhadores rurais. Para o historiador, esses trabalhadores deveriam se organizar e lutar por melhores condições de vida e trabalho. Essa luta deveria ser direcionada, por um lado, na criação de uma legislação trabalhista que reconhecesse essa população na condição de cidadãos, e, por outro lado, na redistribuição da propriedade fundiária como modo de assegurar condições para a produção e sustento desses trabalhadores. Palavras-Chaves: Trabalhadores Rurais. Revolução. Brasil. Abstract: In present the role of rural workers in the theory of revolution Brazilian Caio Prado Júnior. In the texts published in the pages of Revista Brasiliense, between 1960 and 1964, and later in the book The Brazilian Revolution, published in 1966, Caio Prado Júnior said the field as the backdrop for a social and economic dynamics based on large property in the export of few primary products and the horrible living conditions of rural workers. For the historian, these workers should organize and fight for better conditions of life and work. This fight should be directed on the one hand, the creation of a labor law that would recognize this population as citizens, and on the other hand, the redistribution of land ownership as a way of ensuring conditions for the production and livelihood of these workers. a análise da economia agrária brasileira e das condições de vida dos trabalhadores rurais, foram elaborados contendo uma determinada compreensão da dinâmica social e econômica * Doutorando em História pela UFRGS, bolsista CAPES. Endereço eletrônico: [email protected] Página Os textos publicados por Caio Prado Júnior ao longo da década de 1960, no que tange 485 Keywords: Rural workers. Revolution. Brazil. Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH dessa área. Uma compreensão baseada em uma interpretação de Brasil, ou, de acordo com nossa hipótese de trabalho, em um ser do Brasil, o qual nós denominamos como ser-colônia. A área rural do país, sendo constitutiva do ser-colônia, tinha implicações na dependência e subordinação econômica do país a interesses estrangeiros. Diante disso, Caio Prado Júnior defendeu a necessidade dos trabalhadores rurais lutarem por melhores condições de vida e emprego, tanto por meio de uma reforma agrária, como pela criação de uma legislação trabalhista. Essa luta, enquanto devir, possibilitaria romper com o ser-colônia, abrindo caminho para outro ser do Brasil, o qual nós conceituamos como ser-nação. Investigar a relação da análise da estrutura fundiária enquanto um ser do Brasil, o sercolônia, e o papel dos trabalhadores rurais na busca do ser-nação, uma nova ontologia, na perspectiva caiopradiana, foi o objetivo que nos propomos ao elaborar o presente artigo. Para isso, inicialmente apresentamos breves considerações sobre a questão do ser no pensamento filosófico. Após isso, desenvolvemos o objetivo de nosso trabalho utilizando como fontes, particularmente, os artigos publicados por Caio Prado Júnior na Revista Brasiliense, entre 1960 e 1964, e o livro A revolução brasileira, de 1966. Além disso, destacamos como referência na apresentação do ser-colônia o livro Formação do Brasil contemporâneo. A Questão do Ser: Parmênides e Heidegger Na filosofia ocidental, a questão sobre o ser foi alvo de reflexão no pensamento grego antigo. Para Parmênides, entre os séculos IV e V a.c, o mundo dos sentidos, por estar condicionado às variações dos fenômenos observados e das sensações, dava origem a incertezas e opiniões diversas, não permitindo o conhecimento do ser, a essência das coisas. Segundo o filósofo grego, se uma coisa existe, ela é esta coisa e não pode ser outra. Uma árvore é uma árvore, o sol é o sol, em outras palavras, o ser é aquilo que é, ou, o ser é (OS PRÉ-SOCRÁTICOS, 1978). No século XX, a questão do ser foi recolocada por Martin Heidegger na investigação sobre o sentido do ser. Para o filósofo alemão, pertenceria essencialmente a pre-sença “mundo” e a compreensão do ser dos entes que se tornam acessíveis dentro do mundo: “as ontologias que possuem por tema os entes desprovidos do modo de ser da pre-sença se Página própria da pre-sença do ente que somos, incluiria de maneira originária a compreensão de 486 (Dasein) do ente que somos nós, ser em um mundo. Diante disso, a compreensão do ser, Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH fundam e motivam na estrutura ôntica da própria pre-sença” (HEIDEGGER, 1997: 40). Nessa perspectiva situamos a compreensão caiopradiana realizada na década de 1960 sobre o ser do ente Brasil. A Estrutura Fundiária Como “Questão Agrária” e Ser do Brasil No artigo Contribuição para a análise da questão agrária no Brasil, publicado na Revista Brasiliense em 1960, Caio Prado Júnior afirmou que mais da metade da população do país era dependente, uma vez que não lhe era dada alternativa, da utilização da terra para seu sustento. Contudo, por força da grande concentração da propriedade fundiária, característica da natureza da economia agrária, a utilização da terra se fazia predominantemente e de maneira acentuada, em benefício de uma reduzida minoria. Uma situação responsável pelos ínfimos padrões de existência dessa parcela da população, não apenas em termos materiais, mas, inclusive, culturais: É nesses termos [...] que se propõe a questão agrária brasileira naquilo que diz respeito aos interesses gerais da nação, para não dizer simplesmente “humanos”. Isso porque são sem dúvida as circunstâncias [...] assinaladas que não somente condenam milhões de seres humanos a uma existência miserável e sem perspectivas, como ainda constituem o obstáculo principal e mais profundamente implantado no organismo social brasileiro, ao desenvolvimento econômico e cultural do país (PRADO JÚNIIOR, 1979, p. 15-16). Caio Prado Júnior, porém, não foi o único autor que destacou a estrutura fundiária como uma “questão agrária”. Os decênios de 1950 e de 1960 estavam significando para o Brasil um momento de consolidação na industrialização, assim como de crescimento e expansão dos centros urbanos, o que vinha rompendo, gradativamente, mas de forma contínua, com o caráter predominantemente rural e agroexportador da economia e da sociedade brasileira. Entretanto, na área rural as mudanças ocorriam com menor ímpeto, permanecendo essa, em linhas gerais, com uma base latifundiária e monocultura, o matriz latifundiária e exportadora, foi compreendido como uma questão agrária, ou seja, um “entrave” ao devir do Brasil. Página grandes proprietário de terra. Para diversos intelectuais o campo, particularmente na sua 487 predomínio do setor agroexportador, pouca mobilidade social e o mandonismo político dos Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH Salomão Schattan, por exemplo, destacou a existência na área rural de um problema social, no que se refere às precárias condições de vida dos trabalhadores rurais, e um problema econômico, no descompasso na integração da economia agrícola ao ritmo de desenvolvimento do restante da economia nacional. Solucionar esse duplo problema seria tarefa de uma política de reforma agrária. Uma medida que interessaria a todos, e não apenas aos trabalhadores do campo, conferindo dimensão nacional à resolução de um tema que representaria “no momento, a chave do futuro progresso da nação” (SCHATTAN, 1955: 100). Elias Chaves Neto, em estudo sobre o papel do mercado interno como destino para os produtos da indústria brasileira, também frisou a reforma agrária como “condição necessária para a elevação do padrão de vida do nosso homem do campo e, conseqüentemente, pelo aumento do seu poder aquisitivo, para a criação de um mercado interno” (CHAVES NETO, 1957: 06). Heitor Ferreira Lima, com o foco na região nordestina, afirmou que no contexto de intensificação do desenvolvimento capitalista no Brasil, ficavam mais evidentes e agudas as disparidades regionais, com notoriedade aos baixíssimos níveis de desenvolvimento do Nordeste. Neste caso, o autor ressaltou a agricultura, com participação de 41% na economia da região, como a principal responsável pela baixa renda nordestina, mediante fatores como péssimo aproveitamento das terras, proveniente da baixa produtividade, rotina, falta de educação profissional e de técnicos. Na base, a presença do latifúndio, sufocando possibilidades de diversificação agrícola e de melhoria no uso da terra e dos fatores de produção. A esta base Heitor Ferreira Lima incorporou outros fatores, como as secas, a emigração e a política de açudagem que favorecia somente os grandes proprietários de terra. Diante disso, “chegamos à conclusão de que o problema fundamental do Nordeste é o problema agrário” (LIMA, 1958: 21). Na análise de Caio Prado Júnior, o acentuado grau de concentração da propriedade da terra, característico da generalidade da estrutura fundiária do país, e o perfil mercantil de sua Página Reflexo da natureza de nossa economia, tal como resulta da formação do país desde os primórdios da colonização, e como se perpetuou, em suas linhas gerais e fundamentais, até os nossos dias. A colonização brasileira e ocupação progressiva do território que formaria o nosso País, constitui sempre, desde o início, e ainda é essencialmente assim nos dias que correm, um empreendimento mercantil (PRADO JÚNIOR, 1979, p. 47-48). 488 economia, seria: Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH Ao referenciar os fundamentos econômicos da estrutura fundiária como resultante da formação do país, Caio Prado Júnior estava se reportando ao ser do Brasil. Ao que segue, Caio Prado Júnior afirmou que foi inicialmente para abastecer o comércio europeu de produtos tropicais, que se povoou o território brasileiro, se estabeleceu e organizou nele uma coletividade humana, e se estruturou sua vida econômica. Nessa dinâmica sedimentaram-se duas principais categorias na população colonial, com distintas relações no que toca a propriedade da terra: Empresários e dirigentes do negócio, de um lado; trabalhadores e fornecedores de mão-de-obra, de outro -, tinha que naturalmente resultar, como de fato resultou a apropriação da terra, principal recurso natural oferecido e a ser aproveitado e explorado pela minoria dos primeiros. Os demais não deveriam participar do empreendimento senão como trabalhadores (PRADO JÚNIOR, 1979, p. 48). O que esse autor concluiria de sua análise da estrutura fundiária na década de 1960, é que essa dinâmica social e econômica de matriz colonial continuaria se mantendo: “a utilização da terra continua a se fazer hoje, como no passado, não em função da população que nela trabalha e exerce suas atividades, e sim essencialmente e em primeiro lugar, em função de interesses comerciais inteiramente estranhos àquela população” (PRADO JÚNIOR, 1979: 49-50). No livro Formação do Brasil contemporâneo, publicado originalmente em 1942, encontramos as bases do ser do Brasil na interpretação caiopradiana. Uma ontologia que iria fundamentar sua compreensão no que diz respeito à estrutura fundiária, e seus caracteres, na década de 1960. Se perguntarmos o que é o Brasil, eis a resposta que encontramos na obra O ser do Brasil é ser-colônia. Nessa ontologia (agrária), a dinâmica social e econômica não esteve, e continuava a não estar na década de 1960, assim como também não era o seu objetivo, o atendimento das necessidades do conjunto da população formada por Página Se vamos à essência de nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que não fossem o interesse daquele comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileiras (PRADO JÚNIOR, 1976, p. 31-32). 489 desse intelectual: Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH trabalhadores rurais. Para Caio Prado Júnior, era isso que precisava ser rompido, e foi nessa busca que alicerçou sua teoria da revolução brasileira. A Teoria da Revolução Brasileira: a Luta dos Trabalhadores Rurais e a Busca do SerNação No livro A revolução brasileira, Caio Prado Júnior deu contornos mais precisos a teoria de revolução brasileira. Para esse intelectual, a revolução seria um processo assinalado por reformas e modificações econômicas, sociais e políticas sucessivas, que, concentradas em período histórico relativamente curto, “vão dar em transformações estruturais da sociedade e em especial das relações econômicas e do equilíbrio recíproco das diferentes classes e categorias sociais” (PRADO JÚNIOR, 1987: 11). Para a execução desse objetivo, o arcabouço teórico da revolução deveria ser pautado pela “explicação dos fatos e das situações históricas pela emergência progressiva deles dentro de um processo em permanente devenir” (PRADO JÚNIOR, 1987: 34). No caso de se pensar uma revolução para o Brasil, isso implicava em compreender o sentido dos diversos povos reunidos pela colonização no território que constituiu o país, “a fim de nele produzirem alguns gêneros tropicais que o mercado europeu demandava, para se transformar numa coletividade e sociedade nacionalmente organizada” (PRADO JÚNIOR, 1987: 82). Ou seja, a teoria da revolução brasileira em Caio Prado Júnior se referia à fundação de uma nova ontologia, não apenas contrapondo-se, mas superando o ser-colônia do Brasil e, conseqüentemente, a questão agrária. Esse novo ser seria aquilo que nós conceituamos como ser-nação. Contudo, como alcançar esse objetivo? Caio Prado Júnior apresentou um caminho: a luta dos trabalhadores rurais. Um primeiro caminho na luta dos trabalhadores rurais, na perspectiva caiopradiana, seria a mobilização e pressão em torno da reforma agrária, “para que a utilização da terra deixe de ser o grande negócio de uma reduzida minoria, e se faça em benefício da população trabalhadora rural que tira dessa terra o seu sustento” (PRADO JÚNIOR, 1979: 82-83). Nesse Página Prevê-se a modificação da estrutura da propriedade fundiária rural no sentido de corrigir a extrema concentração que caracteriza essa propriedade, a fim de proporcionar aos trabalhadores rurais maiores oportunidades de acesso à posse e utilização da terra em proveito próprio. Isso lhes assegurará desde 490 sentido: Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH logo melhores condições de vida; a uns, porque se tornarão proprietários; aos demais, porque lhes outorgará outra alternativa que hoje praticamente não existe para eles, a de se empregarem a serviço alheio e aceitarem quaisquer condições de trabalho que lhes sejam impostas (PRADO JÚNIOR, 1979, p. 89-90). Um segundo caminho defendido por Caio Prado Júnior na luta dos trabalhadores rurais seria em direção à promulgação de uma legislação trabalhista, ainda inexistente para essa população no começo da década de 1960. Conforme esse intelectual, embora a maioria dos trabalhadores rurais fosse constituída de assalariados, essas relações de trabalho sofriam interferências de diversas ordens. O empregado rural, por exemplo, de forma geral habitava a propriedade do empregador, ficando confinado a um relativo isolamento que influía no seu estatuto jurídico pessoal. Além disso, os empregados rurais freqüentemente suplementavam sua remuneração salarial com a utilização de parcelas ou lotes de terreno para culturas próprias destinadas à sua subsistência, ou mesmo para manterem pequenas criações. Uma concessão ditada por dois fatores: De um lado pelo interesse do proprietário empregador, o “fazendeiro”, de se assegurar de mão-de-obra disponível nas ocasiões em que mais necessita dela (como por ocasião do preparo da terra, plantio, trato das culturas, colheita), o que não ocorre permanentemente. [...] E aqui se patenteia o outro fator que determina, na remuneração do empregado, a substituição [...] do salário em dinheiro pela concessão de terras de cultura ou pastos. Esse procedimento reduz as despesas de custeio da exploração agrícola, e convém ao proprietário sempre que dispõe de terras excedentes que não utiliza (PRADO JÚNIOR, 1979, p. 93-94). Diante disso, a legislação trabalhista teria esse caráter de coibir a tendência do empregador em explorar de forma acentuada sua mão-de-obra: diríamos ontológico, uma vez que se referiram a perspectiva de um novo ser para o Brasil, como podemos denotar por meio da leitura do seguinte trecho da obra A revolução brasileira: Página Caio Prado Júnior, contudo, atribuiu a esses objetivos um sentido mais amplo, nós 491 Além de regular as relações de trabalho, criar as condições necessárias, e que fazem falta no meio rural brasileiro por circunstâncias que lhe são peculiares, para que entre proprietários e trabalhadores subsistam unicamente, como se dá nos centros urbanos, relações puramente de trabalho, isto é, de prestação remunerada de serviços, de empregador e empregado (PRADO JÚNIOR, 1979, p. 99). Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH As reivindicações dos trabalhadores rurais por melhores condições de vida [...] representam mais uma etapa [...], através das quais se vem erguendo a massa da população brasileira do simples estatuto de instrumento de trabalho e produção a serviço da empresa mercantil aqui instalada pela colonização, para o plano de uma coletividade nacionalmente integrada e organizada (PRADO JÚNIOR, 1987, p. 137). A coletividade nacionalmente integrada e organizada desvelava a possibilidade de outro ser do ente Brasil, o ser-nação. Nisso residiu o significado da luta dos trabalhadores rurais e da teoria da revolução brasileira defendida por Caio Prado Júnior ao longo dos anos de 1960. Considerações Finais As considerações de Caio Prado Júnior em torno da questão agrária brasileira no decênio de 1960 não apenas representaram a tentativa por parte desse autor no esclarecimento dos aspectos econômicos e sociais da estrutura fundiária, como assinalaram um momento de reflexão filosófica. Ao se referir à questão agrária do país, Caio Prado Júnior se reportou ao ser do Brasil. A teoria da revolução brasileira, por sua vez, representou o momento de formulação de uma nova ontologia, o ser-nação, em contraste ao ser-colônia explicitado na investigação em torno da questão agrária. Nesse sentido, a luta dos trabalhadores rurais foi significada, segundo a premissa caiopradiana, como o devir ao encontro do ser nação do Brasil. Bibliografia Consultada CHAVES NETO, Elias. Mercado interno. Revista Brasiliense, São Paulo: Brasiliense, nº 14, p. 01-08, nov./dez. 1957. HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Parte I. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. OS PRÉ-SOCRÁTICOS. Parmênides de Eléia. In: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Página nº 17, p. 13-34, mai./jun. 1958. 492 LIMA, Heitor Ferreira. Problemas do Nordeste. Revista Brasiliense, São Paulo: Brasiliense, Revista Latino-Americana de História Vol. 1, nº. 3 – Março de 2012 Edição Especial – Lugares da História do Trabalho © by RLAH PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. 14ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1976. ______. A questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1979. ______. A revolução brasileira. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. SCHATTAN, Salomão. Reforma agrária. Revista Brasiliense, São Paulo: Brasiliense, nº 01, p. 88-100, set./out. 1955. Página 493 Recebido em Setembro de 2011 Aprovado em Outubro de 2011