NUTRIÇÃO NA ADOLESCÊNCIA: fatores que determinam as mudanças de hábitos alimentares 1 Suélen Cristina Alves Freitas 2 Daniela de Stefani Marquez 3 Mariana Veloso Moreira 4 Valdirene da Silva Elias Esper 5 Dulcelene Aparecida Lucena de Freitas RESUMO O presente trabalho tem como foco analisar a Nutrição na Adolescência e os fatores que determinam as mudanças de hábitos alimentares, tendo em vista a importância de uma alimentação adequada no crescimento e desenvolvimento físicos nessa fase. Levando em consideração desde a formação dos hábitos alimentares, a influência da mídia e as alterações hormonais e psicológicas sofridas pelos jovens, podemos observar que há uma grande necessidade de acompanhamento nutricional nessa fase a fim de garantir a saúde dos adolescentes. Palavras chave : Nutrição, adolescência, fatores , alimentação, hábitos, mudanças. ABSTRACT This work focuses on analyzing Nutrition in Adolescence and the factors that determine the eating habits change , given the importance of adequate food in the growth and physical development at this stage . Taking into consideration since the formation of eating habits , the influence of media and hormonal and psychological changes experienced by young people, we can see that there is a great need for nutritional counseling at this stage to ensure the health of adolescents. Keywords: Nutrition, adolescence, factors, diet, habits, changes. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é determinada pelo período de vida dos 10 aos 20 anos de idade, sendo marcada por várias mudanças fisiológicas, morfológicas, mentais e emocionais que auxiliam no desenvolvimento, (MONTEIRO;JÚNIOR, 2007). Atualmente, a adolescência é vista como uma fase de rebeldia, atrevimento e arborescência. A infância é considerada a melhor fase da vida, já a 1 Aluna do Curso de Nutrição da Faculdade Atenas de Paracatu-MG. email: [email protected] Professora do Curso de Nutrição da Faculdade Atenas . ³ Professora orientadora do Curso de Nutrição da Faculdade Atenas e supervisora do estágio Social. 4 Professora orientadora do Curso de Nutrição da Faculdade Atenas e supervisora do estágio Social. 5 Professora coordenadora do Curso de Nutrição da Faculdade Atenas e orientadora do TCC I . 2 adolescência se caracteriza por uma visão de uma pessoa de convivência difícil, chata, cheia de confusões e de crises se tornando uma situação complicada para aqueles que convivem com jovens, (FROTA, 2007). Com o amadurecimento físico, cognitivo e psicossocial há uma procura pela identidade, lutando pela sua independência e aceitação social e uma grande preocupação com a aparência física, (MAHAN;ESCOTT-STUMP, 2005). Assim, no processo de mudança do adolescente, conflitos, certezas e medos marcam essa fase e se mostram característicos do comportamento juvenil, (MONTEIRO; CAMELO JÚNIOR, 2007). O apetite característico deles é voraz, porém dificilmente eles mantêm uma alimentação correta, preferencialmente composta por alimentos que não atendem as necessidades nutricionais adequadas para a idade o que desencadeiam várias carências e deficiências no desenvolvimento, (SÁ, 1990). Em estudos 66% dos jovens analisados consumiram valores energéticos abaixo do estimado, sendo o percentual de lipídeos e proteínas acima do recomendado e o percentual de carboidratos abaixo do recomendado. Observou-se ainda a omissão ou substituição de refeições importantes como café da manhã, almoço e jantar e um baixo consumo de frutas, verduras e legumes, (LEAL, 2010). De acordo com Strasburger (1999) e Gambardella (1995), (apud RUELA;SOUSA JUNIOR, 2010) é estimado que as crianças americanas assistam cerca de 20.000 anúncios diferentes de alimentos por ano na TV, sendo que mais da metade dos anúncios são de alimentos como cereais açucarados e lanches que mantém grande conteúdo energético. Pesquisas apontam esses anúncios como contribuintes efetivos na escolha das crianças que demonstram preferências a alimentos com pequeno valor nutricional, e se empenham a convencer seus pais a efetuarem esse tipo de compras. Ainda é relatado que o aumento do consumo desses alimentos ocorre por que a maioria das crianças se alimentam na frente da TV ou do computador. Para os comerciantes os adolescentes são parte de um mercado que vêm crescendo consideravelmente: de compradores de fast-foods e outros alimentos, (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2005). É comum do comportamento adolescente a substituição de refeições principais por lanches, na maioria das vezes ricos em carboidratos e lipídeos. Ocorre também (principalmente por adolescentes do sexo feminino) a omissão das refeições tendo como motivo o medo do ganho de peso. Essas práticas acabam levando a desenvolvimento de distúrbios nutricionais, (SILVA; CORRADI; ZAMBERLAN, 2006). METODOLOGIA O presente trabalho é uma pesquisa descritiva e explicativa, feita por meio de levantamento bibliográfico dentro do tema de Nutrição na Adolescência. Para isso, serão utilizados livros do acervo da biblioteca da Faculdade Atenas e artigos científicos publicados, encontrados em sites acadêmicos como: Google Acadêmico, Scielo e Bireme. A fim de analisar a alimentação na adolescência e os fatores que contribuem nas mudanças de hábitos alimentares. DESENVOLVIMENTO Para compreender o comportamento alimentar leva-se em consideração muitos fatores que influenciam de maneira direta ou indireta a alimentação nessa fase. Os fatores externos são compostos pela família e suas características, pelo comportamento dos responsáveis , pelas amizades, pelas regras e valores sociais e culturais, pela mídia, fast-foods, conhecimentos e manias nutricionais. Já os fatores internos são constituídos pelas características e necessidades psicológicas, avaliação da imagem corporal, valores e experiências pessoais, aumento da autoestima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico . Todos esses fatores estão anexos ao sistema sócio-político-econômico, á disponibilidade de alimentos, á produção e ao sistema de distribuição que levam a característica do estilo de vida, fixando assim hábitos alimentares individuais, (VITOLO, 2008). A alimentação é de grande importância para as pessoas, sendo promotora de saúde, auxiliando na hora de trabalhar, estudar, nas horas de se divertir, na melhoria da sua aparência e na sua expectativa de vida. Quando o indivíduo é mal nutrido, tem uma baixa variação alimentar ou um excesso de alimentos, ele se torna alguém cansado, ansioso, fraco, desanimado, irritado, sem vontade para exercer suas atividades diárias. Cuidar de sua alimentação se tornou uma necessidade básica de muita importância na vida de um homem, (SÁ, 1990). As boas práticas alimentares apresentam um impacto positivo na qualidade de vida e saúde dos jovens. Uma dieta adequada diminui o risco de desenvolvimento de doenças agudas e crônicas como: anemia, déficit de crescimento, diabetes, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, dislipidemias e alguns tipos de câncer, (MONTEIRO;CAMELO JUNIOR, 2007). No Brasil, as mudanças de padrões alimentares se deram pela redução da utilização de itens considerados tradicionais na dieta habitual do brasileiro, como farinha de mandioca, arroz e feijão. Enquanto nesse mesmo momento, se aumentava o uso de alimentos industrializados como refrigerantes, biscoitos, embutidos e refeições prontas, (MONTICELLI;SOUZA;SOUZA, 2012). Com as variedades de mudanças, o adolescente traz consigo fatores que alteram seu modo de pensar, de ver o mundo e de se ver, e o levam a descobrir como viver em sociedade, auxiliando nas relações com a família e construindo sua independência emocional, social e econômica, (MONTEIRO;CAMELO JUNIOR 2007). Para crianças e adolescentes se alimentar também é uma forma de se relacionarem com o meio em que vivem, (SILVA; CORRADI; ZAMBERLAN, 2006). A puberdade consiste em um processo aonde há o desenvolvimento físico transformando uma criança em um adulto, amadurecendo o corpo todo. Meninas entram na puberdade normalmente 2 anos antes de meninos . A gordura corporal dos dois é cerca de 15% a 19% . Meninas adquirem mais gordura, cerca de 22 a 26%, já em meninos cerca de 15 a 18%. E os meninos ganham 2 vezes mais massa magra do que as meninas . Aliado ao crescimento físico na puberdade, o desenvolvimento intelectual e emocional é acelerado. Esse desenvolvimento pode ser dividido em adolescência inicial, intermediária e final. Esses estágios são determinantes ao nutricionista na hora de planejar programas educacionais e orientar nutricionalmente os adolescentes,(MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005). É muito importante nessa fase do crescimento que haja uma atenção maior á energia, proteína, ferro, cálcio e vitaminas A e C, que são extremamente importantes e necessários ao crescimento, (VITOLO,2008). Eles sofrem com as influências da mídia chegando a restringir sua alimentação, diminuindo a quantidades mínimas de sobrevivência em busca de um corpo ideal, definido pela magreza. Esses tem maior vulnerabilidade a desenvolver distúrbios alimentares como anorexia nervosa, (MONTEIRO, CAMELO JUNIOR 2007). As principais empresas de sucesso têm como principal preocupação o reconhecimento da importância e a valorização do cliente. Uma forma de mostrar esse reconhecimento é através da satisfação das expectativas e necessidades que se referem ao serviço ou produto adquirido pelo cliente, (SILVA; CORRADI; ZAMBERLAN, 2006). Ao programarem estratégias de educação alimentar para adolescentes, o educador de saúde deve reconhecer a situação do contexto para conseguir compreender os jovens e ensiná-los a prever e enfrentar situações de risco a sua saúde, também é necessário que o próprio adolescente se conscientize e reflita sobre os riscos de suas escolhas alimentares, (VITOLO,2008). A melhora nas práticas alimentares dos adolescentes não é uma tarefa fácil, pois não basta apenas entender sobre a alimentação adequada a essa faixa etária, outros fatores estão envolvidos. De nada adianta confrontar o adolescente mostrando a má qualidade dos alimentos propagados pela mídia e consumidos por eles. A forma adequada de abordagem seria a introdução de frutas e legumes na alimentação com preparações criativas e saborosas, usar a criatividade para elaborar lanches balanceados e nutritivos ao invés de retirá-los de maneira brusca da dieta. Um bom relacionamento familiar pode ajuda-lo a compreender suas necessidades e os familiares devem estar cientes de que devem ser exemplo de uma alimentação adequada aos adolescentes, (MONTEIRO; CAMELO JUNIOR; 2007). CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao analisar a alimentação e o comportamento alimentar adolescente, com base em pesquisas feitas, observa-se que existem vários fatores que influenciam negativamente na constante mudança de hábitos alimentares nessa fase, fatores esses que levam a alterações e desenvolvem patologias cada vez mais frequentes nesses adolescentes. Observando assim, a grande necessidade de orientação nutricional começando pela família. Neste sentido, a hipótese levantada é validada ao identificar e orientar os adolescentes á manter boas práticas alimentares. REFERÊNCIAS FROTA, Ana Maria Monte Coelho. Diferentes concepções da infância e adolescência: a importância da historicidade para sua construção. Estudos e pesquisas em psicologia, UERJ, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 147-160, abr. 2007 LEAL, Greisse Vieiro da Silva; et al. Consumo alimentar e padrão de refeições de adolescentes. São Paulo Rev Bras Epidemiol., v. 13, n. 3, 2010 MAHAN L.Kathleen; ESCOTT-STUMP Sylvia. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ed, São Paulo:Roca, 2005. MONTICELLI Fernanda Dias Batista ; SOUZA José Maria Pacheco de ; SOUZA Sonia Buongermino de. Consumo alimentar por adolescentes e a relação com fatores socioeconômicos e atividades de lazer sedentárias. Rev. Soc. Bras. Alim., São Paulo, v. 37, n. 1, p. 64-77, abr. 2012 MONTEIRO Jacqueline Pontes, CAMELO JÚNIOR José Simon. Nutrição e Metabolismo Caminhos da Nutrição e terapia nutricional: da concepção á adolescência. Rio de Janeiro:Guanabara koogan, 2007. RUELA Luana Cristina Rocha; SOUSA JUNIOR Fernando Antônio Cabral de. Avaliação nutricional e estilo de vida de adolescentes de uma escola pública da região sul fluminense – rj. Nutrir Gerais, Ipatinga, v. 4, n. 6, p. 554-565, fev./jul. 2010 SÁ Neide Gaudenci de. Nutrição e dietética. São Paulo: Nobel, 1990. SILVA Ana Paula Alves da; CORRADI Gabriela Ackel; ZAMBERLAN Patricia. Manual de dietas hospitalares em guia de conduta nutricional. São Paulo: Atheneu,2006. VITOLO Márcia Regina. Nutrição: Gestação ao Envelhecimento . Rio de Janeiro : Ed. Rubio,2008.