Disciplina: Fitopatologia Agrícola CONTROLE CULTURAL DE DOENÇAS DE PLANTAS Controle de doenças de plantas Introdução * Doenças de plantas; * Controle de doenças de plantas: - Prevenção dos prejuízos de uma doença; - Redução na incidência ou severidade da doença; *Estratégias de Controle: Modificação de um ou mais componentes do triângulo da doença; Controle de doenças de plantas • Fase de Parasitismo - Maioria dos fitopatógenos apresenta uma fase em seu ciclo vital; • Fase de Saprofitismo – Capacidade de continuar a nutrir-se dos tecidos mortos intervalo de períodos de parasitismos= condições desfavoráveis • Conhecimento da biologia de um fitopatógeno (entendimento: onde, como e por quanto tempo ele sobrevive na ausência da planta hospedeira - COMO CONTROLAR??); Controle de doenças de plantas PATÓGENOS - BIOTRÓFICOS: Desenvolvem requerimentos nutricionais específicos : dependentes do hospedeiro vivo para sobreviver. Ex. Puccinia, Uromyces; Oidium Dependem de plantas voluntárias ou alternativas. Não são controláveis pela rotação de culturas. - NECROTRÓFICOS: Extraem seus nutrientes tanto de tecidos vivos como mortos. Potencialmente controláveis pela rotação de culturas. Controle de doenças de plantas SOLOS SUPRESSIVOS “Inospitabilidade natural de alguns solos aos fitopatógenos”. * Patógeno não se estabelece; * Patógeno se estabelece, mas falha em causar doença; * Patógeno se estabelece, causa doença, mas a severidade é reduzida com a monocultura. Controle Cultural •Consiste na manipulação das condições de préplantio e durante o desenvolvimento do hospedeiro em detrimento ao patógeno; •Reduzir o contato entre o hospedeiro suscetível e o inóculo viável, reduzindo a taxa de infecção e o progresso da doença; Controle Cultural Rotação de Culturas - Mais utilizada; - Cultivo alternado de espécies vegetais diferentes no mesmo local e na mesma estação anual. Ex. trigo, aveia, trigo, aveia. ≠ - Sucessão anual de culturas: Cultivo alternado de diferentes espécies, na mesma lavoura, em estações diferentes. MURCHA DE FUSARIUM ALGODOEIRO • Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum • Uma vez contaminada a área de cultivo permanece nessa condição por longo período - 25 anos • Solos com alto teor de areia • Baixo pH • Fertilidade desequilibrada • T 25 – 32 ºC e alta umidade Controle Cultural • Rotação de culturas: – Mucuna preta – Amendoim – Crotalaria spp – Soja ou gramíneas/milho ROTAÇÃO DE CULTURAS Efeito principal (Sobrevivência do patógeno) Rotação de Culturas Patógeno submetido a uma intensa competição microbiana Desvantagem Falta de hospedeiro (morte por desnutrição) ROTAÇÃO DE CULTURAS Princípio de controle envolvido: Supressão ou eliminação Rotação de Culturas do substrato apropriado para o patógeno; Ausência da planta cultivada anual ( voluntárias e restos culturais); Erradicação total ou parcial dos patógenos necrotróficos. Características dos fitopatógenos controláveis pela rotação de culturas * Sobrevivem pela colonização saprofítica dos restos culturais do hospedeiro e não apresentam habilidade de competição saprófítica; * Não apresentam estruturas de resistência; * Apresentam esporos grandes, pesados, transportados pelo vento (curtas distâncias); * Apresentam esporos pequenos e leves transportados pelo vento (curtas distâncias); * Apresentam poucos ou nenhum hospedeiro secundário Características dos fitopatógenos não controláveis pela rotação de culturas * Apresentam habilidade de competição saprofítica; * Apresentam estruturas de resistência; *Apresentam numerosos hospedeiros secundários; *Apresentam esporos pequenos que podem ser transportados pelo vento a longas distância. • Por que a monocultura aumenta a intensidade das doenças causadas por patógenos necrotróficos? – com a monocultura, não falta o substrato adequado, indispensável à nutrição destes patógenos. – a presença dos restos culturais, em lavouras de monocultura, assegura a presença dos patógenos naquele local. – No caso das culturas anuais, a prática da monocultura reintroduz o substrato dos patógenos a cada 4-7 meses. Período de sobrevivência de escleródios de alguns fungos fitopatogênicos, em condições de campo (Coley-Smith & Cooke, 1971). Práticas Culturais • Além da Rotação de culturas: • Uso de material propagativo sadio; • Eliminação de plantas vivas doentes (“roguing”); • Eliminação ou queima de restos de cultura; • Inundação de campos e pomares; • Incorporação de matéria orgânica no solo; • • • • • • Preparo do solo (aração) Irrigação Densidade de plantio Época de plantio e colheita Enxertia e poda Barreira físicas MANCHA ANELAR Fontes de Vírus MANCHA ANELAR • Papaya ring spot virus (PRSV) • Potyvirus • Transmissão mecânica: Ferramentas e mãos contaminadas • Vetor MANCHA ANELAR VIROSE MANCHA ANELAR Orientação na Aplicação do “Roguing” Etapa 1 Etapa 2 Etapa 5 Etapa 4 Etapa 3 Etapa 5 (ideal) MANCHA ANELAR Erradicação de Fontes de Vírus ERRADICAÇÃO TOTAL DO POMAR MONITORAR PARA EVITAR ESTE QUADRO TRISTE CANCRO CÍTRICO • No BR inicialmente identificado no Estado de SP • Mudas, materiais propagativos e frutos cítricos contaminados foram os principais fatores de disseminação do patógeno para as demais áreas dentro e fora de SP CANCRO CÍTRICO • • • • • • • Bactéria GXanthomonas axonopodis pv. Citri Alta umidade T: 20 e 39 ºC Disseminação pelo vento e pela chuva Material vegetal infectado Caixas de colheita CANCRO CÍTRICO CANCRO CÍTRICO Controle Cultural • Erradicação é o método mais efetivo de controle Controle Cultural Controle Cultural A B Figura: A- Uso de arco rodolúvio na entrada da propriedade B- Limpeza de restos de colheita, que devem ser queimados Toda fruta, 2009. Controle Cultural Figura: Uso de bins para evitar o trânsito de caminhões no pomar. Toda fruta, 2009. Controle Cultural Figura: Uso de cerca-viva para evitar a disseminação de patógenos. Toda fruta, 2009. Controle Cultural Figura: Inspeções de rotina. Toda fruta, 2009. Controle Cultural Controle Cultural Processo de erradicação de focos de cancro cítrico. Toda fruta, 2009. Sigatoka Negra Sigatoka Negra •Afeta o crescimento e produtividade das bananeiras provocando perdas de até 100% da produção. •Vias de disseminação: •folhas infectadas colocadas entre os cachos ou pencas de banana para prevenir ferimentos, •utilização de mudas infectadas e/ou oriundas de região com histórico da doença •principalmente vento, que carrega os esporos do agente causador a longas distâncias. •esporos podem aderem à superfície de frutos, madeira, papelão, plásticos, tecidos e veículos. Sigatoka Negra Controle Cultural - Uso de técnicas culturais isoladamente é insuficiente para um controle adequado da doença; - Uso de combinações de técnicas + o emprego de outras formas de controle – EFICIENTE E RECOMENDÁVEL!!! Referências Bibliográfica AGRIOS, G.N. Genetics of plant disease. In: AGRIOS, G. N. Plant pathology. 4th ed. San Diego: Academic Press, 1997. P.115-142. BENATO, E. A. et al. Manejo de doenças de frutos pós-colheita. Revisão Anual de Patologia de Plantas, 2001, v.9, p.403-440. ROMEIRO, R.S. Fundamentos de bacteriologia de plantas. Viçosa: Universidade federal de Viçosa, 1996. 50p. VALE, F. X. R. ZAMBOLIM, l. Controle de doenças de plantas, Grandes Culturas. Viçosa: Universidade federal de Viçosa, 1997, v.1. 552p. ZAMBOLIM, l.; VALE, F. X. R. Controle de doenças de plantas. Viçosa: Universidade federal de Viçosa, 2000, v.2. 879p.