2- Ações Administrativas no Banco de Alimentos - RedeSAN

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CURSO BÁSICO DE FORMAÇÃO DE GESTORES DE BANCO DE ALIMENTOS
REDESAN 2009
SEMANA 15/18 – de 24 a 29 de agosto de 2009
MÓDULO II – GESTÃO DO BANCO DE ALIMENTOS NA PERSPECTIVA DA SAN
2
3. AÇÕES EDUCATIVAS E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BANCO DE ALIMENTOS
Livia Bento - CRN2 - 01011
Adriana Lockmann – CRN2 - 5913 2
3.3 – Planejamento de Ações de Avaliação Nutricional dos Beneficiários do BA
As ações de avaliação nutricional dos beneficiários servem para conhecermos o estado
nutricional dos mesmos e para orientar o planejamento de ações educativas. Podemos aproveitar o
momento da avaliação para realizar levantamento sobre outros fatores que podem vir a influenciar
no estado nutricional dos indivíduos, tais como: patologias, hábitos alimentares, aleitamento
materno, peso e estatura ao nascer, nascimento a termo ou não, etc. Estes dados também
poderão contribuir para o planejamento de ações educativas.
O Ministério da Saúde, para monitorar o estado nutricional da população atua através do
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). O SISVAN corresponde a um sistema de
informações que tem como objetivo principal promover informação contínua sobre as condições
nutricionais de diferentes grupos populacionais e os fatores que as influenciam. Esta informação irá
fornecer uma base para decisões a serem tomadas pelos responsáveis por políticas, planejamento
e gerenciamento de programas relacionados com a melhoria dos padrões de consumo alimentar e
do estado nutricional.3 São contempladas pela Vigilância Alimentar e Nutricional todas as fases do
ciclo da vida: crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes 4.
O Protocolo SISVAN apresenta os métodos para realização das medidas antropométricas
(medidas de peso, estatura, circunferência da cintura e circunferência do quadril).
Para a classificação do estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos, são adotadas como
referência as curvas de crescimento infantil propostas pela Organização Mundial da Saúde em
2006(WHO 2006), e para as crianças de 5 a 10 anos incompletos a referência da Organização
Mundial da Saúde lançada em 2007 (WHO 2007), que corresponde a uma re análise dos dados do
National Center for Health Statistics - NCHS. As novas curvas de crescimento (2006) constituem
um importante instrumento técnico para medir, monitorar e avaliar o crescimento de todas as
crianças de 0 a 5 anos, independente da origem étnica, situação sócio-econômica ou tipo de
alimentação. Desnutrição, sobrepeso, obesidade e condições associadas ao crescimento e à
nutrição podem ser detectadas e tratadas precocemente na criança. Com a utilização dessas
novas curvas pais, profissionais de saúde e gestores de políticas públicas tomarão conhecimento
dos padrões do que constitui uma boa nutrição, saúde e desenvolvimento infantil 5
Para maiores informações sobre a análise de dados antropométricos nas diferentes fases
do ciclo da vida consulte o capítulo correspondente na publicação “Vigilância Alimentar e
Nutricional – SISVAN: Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços
de saúde” (disponível no ACERVO).
1
Nutricionista Prof. Responsável Módulo II - do Curso Básico de Formação de Gestores de Banco de
Alimentos – REDESAN 2009 estruturação e adaptação do texto
2 Nutricionista Prof. Tutora do Módulo II – do Curso Básico de Formação de Gestores de Banco de Alimentos
–REDESAN 2009 – revisão do texto
3 http://tabnet.datasus.gov.br/cgi.win/SISVAN
4 http://nutricao.saude.gov.br/sisvan. php
5 http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php
1
Para apropriar-se de mais informações verifique em ACERVO os textos
complementares:
 Incorporação das Curvas de Crescimento da OMS de 2006 e 2007 no SISVAN
 SISVAN – Normas Técnicas para Crianças
 Protocolo SISVAN
 “Vigilância Alimentar e Nutricional– SISVAN: Orientações para a coleta e
análise de dados antropométricos em serviços de saúde”
 Mais material disponível no site: http://nutricao.saude.gov.br
Estamos indicando a leitura do material VENCENDO A DESNUTRIÇÃO NA FAMÍLIA
E NA COMUNIDADE entretanto, observamos que na utilização dos dados
apresentados com relação ao item 5 – Classificação do Estado Nutricional, deverão
ser utilizadas as referências apresentadas no Protocolo SISVAN, já atualizado para
trabalhar as novas Curvas para Avaliação do Crescimento da Criança de 0 a 5 anos
da OMS.
A Organização Mundial da Saúde para a realização de ações de avaliação nutricional
dispõe de um software, Anthro, que possui calculadora antropométrica, avaliação individual e
inquérito nutricional. Ele é utilizado com as novas curvas de crescimento, e só realiza avaliação de
crianças.
Estudos antropométricos têm sido realizados com o objetivo de determinar o diagnóstico
do estado nutricional dos beneficiários do BA sendo que estas informações servirão de base para
implantar ações de educação nutricional.
As ações de avaliação nutricional promovidas pela equipe do Banco de Alimentos, podem
ser previstas através do desenvolvimento de projeto de avaliação nutricional com monitoramento
realizado periodicamente utilizando- se o levantamento de dados antropométrico como: estatura,
peso, idade e sexo para determinar os valores de Estatura/Idade (E/I) e Índice de Massa
Corporal/Idade (IMC/I).
O6 estado nutricional de crianças beneficiárias de BA, no Rio Grande do Sul, foi avaliado a
partir do cálculo do escore Z, com utilização do Programa Anthro, de acordo com as populações de
referência da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2006 e 2007. Os resultados encontrados
refletem a transição nutricional, fato este observado em muitas populações, na qual ocorre
uma diminuição significativa nos casos de baixo peso e aumento da prevalência de excesso
de peso, mesmo entre as classes sociais menos favorecidas economicamente. Dessa forma,
fica evidenciada a importância das ações voltadas à Educação Alimentar e
acompanhamento do estado nutricional destas crianças. 7
Para avaliação do estado nutricional de adultos a forma mais simples de se diagnosticar a
deficiência energética crônica consiste em avaliar a relação peso/altura ou, mais especificamente,
o IMC dos indivíduos, que se obtém pela divisão do peso (expresso em kg) pela altura elevada ao
quadrado (expressa em m 2) (James et al. In: MONTEIRO, SOUZA E MONDINI, 2000) 8.
IMC =
P
(p e s o)
A2 (altura X altura)
Para a classificação do estado nutricional, são adotados os seguintes conceitos, segundo o valor
do Índice de Massa Corporal do adulto:
6
Adaptado de Perfil Nutricional de Crianças e Adolescentes Matriculados em Instituições Atendidas pelo
Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul,
7 Adaptado de Perfil Nutricional de Crianças e Adolescentes Matriculados em Instituições Atendidas pelo
Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul
8 Monteiro, Souza e Mondini, Cap. 6. p. 115. in RANGEL,S.P. – FGCC 2009- REDESAN Módulo II – SEMANA
13/18
2
9Tabela disponível em: “Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN: “Orientações para a
coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde” , Norma Técnica SISVAN –
Material Preliminar 2008..
Os pontos de corte adotados para o IMC seguem a recomendação da Organização
Mundial da Saúde (WHO 1995). Para maiores informações sobre a análise de dados
antropométricos na população adulta, consulte a publicação “Vigilância Alimentar e Nutricional –
SISVAN: “Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde” .
Para a realização das ações de avaliação nutricional deve-se prever a articulação com as
Unidades Básicas de Saúde, o CRAS e outras atividades de avaliação e monitoramento
desenvolvidas no município.
As ações a serem desenvolvidas podem ser articuladas com o Centro de Recuperação
Nutricional – CREN quando existente no município.
Para acessar maiores informações sobre as ações desenvolvidas nos CREN acesse:
http://www.cren.org.br
 Vencendo a Desnutrição na Família e na Comunidade
 Vencendo a Desnutrição Abordagem Clínica e Preventiva
Importante: Não esqueça que este material foi construído em 2004 e que as referências a serem
seguidas em termos de curvas, percentis e escore deverão seguir o Protocolo SISVAN
disponibilizado no ACERVO em leituras complementares.
3.4- PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL E PARA O
CONSUMO NO CONTEXTO DE ATUAÇÃO DO BA.
3.4.1 – Ações de Educação Alimentar e Nutricional
Educar no âmbito da segurança alimentar e nutricional propicia conhecimentos e
habilidades que permitem às pessoas produzir, descobrir, selecionar e consumir os alimentos de
forma adequada, saudável e segura, assim como as conscientiza quanto a práticas alimentares
mais saudáveis, fortalece culturas alimentares das diversas regiões do país e diminui o
desperdício, por meio do aproveitamento integral dos alimentos, por exemplo 10.
Promover a educação alimentar e nutricional visando à alimentação adequada e saudável
no sentido de prazer cotidiano, de modo a estimular a autonomia do indivíduo e a mobilização
social, valorizar e respeitar as especificidades culturais e regionais dos diferentes grupos sociais e
etnias na perspectiva da SAN e da garantia do DHAA, 11é a proposta do MDS.
BRASIL- Ministério da Saúde -DAB - “Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN: “Orientações para a
coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde” , Norma Técnica SISVAN – Material
Preliminar 2008.
10 Disponível em http:// www.mds.gov.br/programas/
11 LOUREIRO, M. A. Ações de Educação Alimentar e Nutricional. Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome. Brasília, 2006.
9
3
Os princípios da educação nutricional têm concepção educativa dialógica, transformadora,
contextualizada e problematizadora. Possuem abordagem educacional ética e que enfatize
interconexões biológicas, culturais e simbólicas; contemple todas as fases do ciclo da vida, sendo
que o processo de aprendizagem se estabelece diariamente. 9
“O conceito de educação nutricional é amplo e aparece elaborado na concepção de
diferentes autores. De acordo com Boog, a educação nutricional busca modificar e melhorar o
hábito alimentar a médio e longo prazo, preocupando-se com as representações sobre o alimento,
os conhecimentos, atitudes e valores da alimentação para a saúde. A mesma autora considera que
educar no campo da nutrição implica em criar novos sentidos e significados para o ato de comer.
Para Gobbi, a educação nutricional é fundamentada na educação em saúde sendo muito
importante para a formação de conceitos e atitudes relacionadas à boa saúde a longo prazo. Já
Pipitone considera a Educação Nutricional como uma prática tradicionalmente desenvolvida com
base na integração entre educação e saúde. De acordo com Motta e Boog, a Educação Nutricional
tem por finalidade a formação de atitudes e práticas que conduzam à melhoria da saúde.
Boog também considera que a educação nutricional tem grande importância em relação à
promoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância.Rodrigues & Boog ressaltam que o
desenvolvimento da capacidade de compreender práticas e comportamentos, e os conhecimentos
ou as aptidões resultantes desse processo contribuem para a integração do adolescente com o
meio social, proporcionando ao indivíduo condições para a tomada de decisões e resoluções de
problemas mediante fatos percebidos.”12
Promover práticas alimentares saudáveis também tem respaldo nas recomendações
emanadas da 57ª Assembléia Mundial da Saúde que, em 2004, com o documento “Estratégia
mundial sobre régimen alimentario, actividad física y salud”, traz o compromisso e um desafio para
os BA visando à prevenção e até mesmo o controle de algumas doenças.
Embora a educação nutricional seja vista como um esforço destinado a mudar “hábitos
alimentares”, padrões alimentares são determinados por fatores que incluem, além de educação
orientada para uma nutrição adequada, fatores socioeconômicos, ecológicos, culturais e
antropológicos. Alguns destes fatores induzem à geração e manutenção de “tabus alimentares”
que impedem, principalmente nas camadas mais carentes da população, a escolha adequada de
alimentos para uma dieta balanceada.13 Tais tabus podem estar influenciando negativamente a
ingestão de alimentos no estado integral (aproveitamento integral dos alimentos: cascas, talos,
folhas e sementes).
Aranceta - Bartrina apud Cervato conceitua educação nutricional como “parte da nutrição
aplicada que orienta seus recursos em direção à aprendizagem, adequação e aceitação de hábitos
alimentares saudáveis”. Tal conceito, segunda a autora, está em consonância com os
conhecimentos científicos em nutrição e persegue o objetivo último de promoção de saúde do
indivíduo e da comunidade. 14
Em estudo realizado, a análise por estrato de renda evidenciou a influência de algumas
variáveis sócio-econômicas sobre o estado nutricional. O estudo relatou que as modificações na
ingestão de alimentos, qualidade e quantidade, refletem-se a distintos tempos. Então, a relação
peso-altura, de certo modo, pode mascarar estes efeitos misturando as conseqüências de curto e
as de mais longo prazo. Daí muitas vezes não se encontrar relação entre ingestão e estado
nutricional. A educação e a renda dos pais, por sua vez, condicionam o estado nutricional dos
filhos, primeiro, por sua própria saúde e cuidados pré-natais, alimentação e atenções médicosanitárias com a criança nos primeiros meses e nos anos seguintes e, segundo, pelo reflexo nas
possibilidades de educação e obtenção de renda condicionada ao melhor conhecimento de
oportunidades. 15
12
ZANCUL,M.S., DUTRA DE OLIVEIRA, J.E.- Considerações sobre Ações Atuais de Educação Alimentar e
Nutricional para Adolescentes, , Alim.Nutr.Araraquara,v.18,n.2,pag 223-227,abril/junho.2007
13
RAMALHO, R. A.; SAUNDERS, C. O Papel da Educação Nutricional no Combate às Carências
Nutricionais. Rev. Nutr., Campinas, 13(1): 11-16, jan./abr., 2000.
14 CERVATO, A. M., et al. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em
Universidade Aberta para a Terceira. Rev. Nutr., Campinas, 18(1):41-52, jan./fev., 2005.
15 SAMPAIO, Y.; COELHO H. A. L. Estado nutricional e condições sócio-econômicas: o problema revisitado.
Rev. Saúde Pública v.12 n.2 São Paulo jun. 1978.
4
Já outro estudo mostrou que o aumento da população idosa vem ocorrendo de forma muito rápida,
sem a correspondente modificação nas condições de vida. Esse envelhecimento populacional
determina um substancial aumento, tanto nos recursos materiais e humanos necessários aos
serviços de saúde do país, como nos seus custos, visto que, em geral, as doenças que acometem
essa camada da população necessitam de tratamento por períodos prolongados e intervenções
caras com alta tecnologia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), programas de
saúde, que têm como base a comunidade e que implicam promoção da saúde do idoso, devem ter
a nutrição como uma das áreas prioritárias. 16
Enquanto estratégia para o enfrentamento dos problemas alimentares e nutricionais no
Brasil, a educação alimentar e nutricional proposta pelo MDS pretende ser transformadora. Para
tanto, baseia-se numa perspectiva problematizadora, que ultrapasse a visão puramente
instrumental e instrucional da educação, e que passe a considerá-la como a realização da pessoa.
A Coordenação Geral de Educação Alimentar e Nutricional - CGEAN enfatiza que a educação
alimentar e nutricional deve estar voltada para todas as dimensões da segurança alimentar e
nutricional, de modo a preconizar uma abordagem educacional que englobe aspectos culturais,
regionais, históricos, sociais, econômicos, biológicos e afetivos, entendendo, portanto, o corpo
como um todo que interage com o seu meio de modo dinâmico, interdependente e inter relacional.
Uma abordagem ética que enfatize as interconexões entre o biológico, o cultural e o simbólico. 17
Nesse mesmo sentido, compreende-se que a educação alimentar e nutricional deve
contemplar todas as fases do ciclo de vida, com respeito às especificidades dos diversos grupos
sociais num processo permanente. Isso porque a aprendizagem se estabelece diariamente, em
todos os momentos da vida, e.a cada novo dia não repetimos apenas os anteriores, mas os
reconstruímos, refazemos. (Demo, 2006).18
Para implementar as ações de Educação Alimentar e Nutricional, o MDS vem atuando
principalmente com o lançamento de editais, para acolher propostas de projetos educativos de
estados, municípios e também de ONGs. Parcerias com diferentes entidades e instituições
governamentais ou não governamentais (sociedade civil, iniciativa privada e ONGs) por meio de
contratos e convênios para o desenvolvimento de ações educativas. 19
As ações devem ser preferencialmente articuladas a outros programas do MDS, como
Restaurantes Populares, Banco de Alimentos, Cozinhas Comunitárias, Consórcios de Segurança
Alimentar e Desenvolvimento Local (CONSAD), Centros de Referência em Assistência Social
(CRAS), Bolsa Família, entre outros. O público-sujeito é diversificado, incluindo crianças, jovens,
adultos, idosos, comunidades tradicionais e outros, atingindo diferentes espaços sociais e
institucionais.
O Ministério do Desenvolvimento Social20 refere que as ações de um Banco de Alimentos
não devem restringir-se tão somente à coleta, seleção e distribuição dos alimentos. Para que o
equipamento tenha êxito, é necessário que as ações desenvolvidas pelo Banco venham
acompanhadas de um conjunto de outras ações de capacitação da equipe do próprio Banco e dos
manipuladores das entidades, seja pela Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual) ou por
outros órgãos competentes, promovendo iniciativas e ações de educação com a comunidade,
programando de realização periódica de atividades de divulgação de informações. Estas atividades
devem fazer parte do conjunto de ações de educação para o consumo, desenvolvidas pelo poder
local, devendo constituir-se de palestras curtas, distribuição de folders e boletins informativos,
construção de painéis, campanhas educativas que podem destacar os seguintes temas:
➢ Alimentação e Nutrição na Adolescência;
➢ Alimentação e Nutrição na Infância;
➢ Alimentação e Nutrição na Terceira Idade;
16
CERVATO, A. M., et al. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em
Universidade Aberta para a Terceira. Rev. Nutr., Campinas, 18(1):41-52, Jan. /fev - 2005.
17 OLIVEIRA, S. I.,OLIVEIRA, K.S.- Novas Perspectivas em Educação Alimentar e Nutricional, disponível em
PSICOLOGIA USP,SP/out/dez/2008,19(4),495-504.
18 OLIVEIRA, S. I.,OLIVEIRA, K.S.- Novas Perspectivas em Educação Alimentar e Nutricional, disponível em
PSICOLOGIA USP,SP/out/dez/2008,19(4),495-504.
19 http://www.mds.gov.br/programas/seguranca-alimentar-e-nutricional-san/educacao-alimentar-enutricional/paginas/acoes
20 Brasil- MDS – disponível em http://mds.gov.br/programas/
5
➢ Alimentação e Nutrição para Gestantes e Bebês;
➢ Boas Práticas de Manipulação de Alimentos (noções sobre perigos físicos, químicos e
biológicos, higiene ambiental, higiene de utensílios, higiene e comportamento pessoal, controle
integrado de pragas, processamento e armazenamento, critérios de segurança no preparo dos
alimentos);
➢ Conceitos Nutricionais e Ações Básicas de Saúde;
➢ Controle de Qualidade das refeições;
➢ Desperdício – orientações para os doadores e para usuários e beneficiários;
➢ Gestão administrativa;
➢ Incentivo ao consumo de produtos locais;
➢ Organização e controle de almoxarifado;
➢ Reaproveitamento saudável de alimentos;
➢ Rotulagem dos alimentos (leitura dos rótulos);
➢ Saúde e alimentação;
➢ Técnicas e cuidados no transporte dos alimentos;
➢ Tratamento dos resíduos orgânicos – coletiva seletiva e compostagem;
➢ Culinária alternativa e econômica;
➢ Treinamento de Multiplicadores;
➢ Outros.
É fundamental que a coordenação do Banco realize parcerias para o desenvolvimento dos
cursos de aproveitamento integral dos alimentos, oficinas culinárias, seminários, palestras e
campanhas. As campanhas de arrecadação de alimentos devem ser empreendidas de forma a
complementar as ações do Banco. Quando realizadas devem ter um caráter conscientizador,
esclarecendo quanto aos objetivos e finalidades da campanha, incentivando a participação da
população através das doações dos alimentos. 21
O planejamento de ações de educação alimentar deverá observar as necessidades e os
interesses dos sujeitos de direito.
Verifique no ACERVO – leituras complementares que poderão auxiliar no planejamento
das ações de educação alimentar e nutricional no BA:
Promovendo a Educação Alimentar e Nutricional no Município de Vitória
Guia Alimentar para a População Brasileira
Guia de Alimentação Saudável para a Pessoa Idosa.
10 Passos da Alimentação Saudável
Intervenções Educativas em Alimentação e Nutrição um Enfoque Municipal
Comunicado Técnico 93- Orientações Alimentares – Contribuição para os Bancos
de Alimentos
“Cartilha: eu aprendi, eu ensinei”
Novas Perspectivas em Educação Alimentar e Nutricional
Modelos de Como Fazer Oficinas
3.4.2- Educação para o Consumo
Na educação para o consumo, o consumidor consciente é capaz de avaliar o produto
(recursos naturais, bens ou serviços) em função de alguns critérios, além do preço: a matéria prima
utilizada; suas qualidades e propriedades; a responsabilidade social da empresa que fabrica,
distribui e comercializa esse produto. A origem e a quantidade existente na natureza das
substâncias que compõem o produto, por exemplo, alimentos saudáveis. Itens de atuação da
empresa em relação à utilização de mão-de-obra infantil, ao respeito aos direitos dos funcionários
e ao grau de poluição do meio ambiente.
O consumidor consciente procura otimizar as qualidades e propriedades de um produto
ao servir-se dele. O objetivo é prolongar seu tempo de uso ou aproveitá-lo ao máximo, evitando
21
Brasil - MDS- disponível em http://www.mds.gov.br/programas/seguranca-alimentar-e-nutricionalsan/educacao-alimentar-e-nutricional/paginas/acoes
6
sempre o desperdício e o desgaste precoce. O emprego inadequado ou exagerado dos recursos
naturais e dos bens de consumo faz com que seja necessária a reposição desses itens antes de
findar o seu tempo de vida, com impacto direto nos preços, por conta da lei da oferta e da procura.
Além disso, cada vez que se descarta um produto e se adquire um novo, contribui-se para o
aumento da produção do lixo, se gasta mais dinheiro, consomem-se mais recursos naturais, e
lança-se à natureza detritos que nem sempre são processados sem deteriorar o meio ambiente. 22
Realizar educação para o consumo nas instituições/famílias beneficiadas pelo BA ajuda a
desenvolver a consciência dos impactos na hora de escolher o que adquirir, de quem adquirir e
definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais, o consumidor pode buscar
maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos, desta forma contribuindo com seu poder
de consumo para construir um mundo melhor.
Isso é Consumo Consciente! Em poucas palavras, é um consumo com consciência
de seu impacto e voltado à sustentabilidade.
O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a
sustentabilidade, maximizando as conseqüências positivas deste ato não só para si mesmo, mas
também para as relações sociais, a economia e a natureza. O consumidor consciente também
busca disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, fazendo com que pequenos
gestos realizados por um número muito grande de pessoas promovam grandes transformações. O
consumo consciente pode ser praticado por meio de gestos simples que levem em conta os
impactos da aquisição, uso ou descarte de produtos ou serviços, ou pela escolha de um doador,
em função de seu compromisso com o desenvolvimento sócio-ambiental. Assim, o consumo
consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da
vida no planeta.
Consumo responsável significa adquirir produtos eticamente corretos, ou seja, cuja
elaboração não envolva a exploração de seres humanos, animais e não provoque danos ao meio
ambiente. Isto pode ser feito através de compras corretas — favorecendo produtos eticamente
corretos e realizar negociações baseadas em princípios no bem comum, e não só na satisfação de
interesses individuais, permitindo a negociação para o interesse próprio apenas para perpetuar
algum bem comum além deste interesse. 23
O consumo consciente e a educação alimentar
Sabemos que a produção de alimentos é suficiente para os 6,1 bilhões de habitantes do
planeta. Mesmo assim, a forma de organização dos mercados e as perdas nos processos de
produção, armazenamento, transporte e consumo impedem o acesso à quantidade necessária de
alimentos, contribuindo para o aparecimento de desnutrição, anemia e outras carências
nutricionais. Por outro lado, existe um contingente crescente de pessoas com mais acesso aos
alimentos, constantemente estimuladas por propagandas cujo objetivo é aumentar a venda de
produtos alimentícios. Sem uma consciência adequada do consumidor, o resultado é o consumo
em excesso, gerando a obesidade e as doenças a ela associadas, como infarto, derrame,
hipertensão e alguns tipos de câncer. 24
22
INSTITUTO AKATU. Caderno Temático - A nutrição e o Consumo Consciente. Disponível em:
<http://www.akatu.net>
23 INSTITUTO AKATU. Caderno Temático - A nutrição e o Consumo Consciente. Disponível em:
<http://www.akatu.net>
24 INSTITUTO AKATU. Caderno Temático - A nutrição e o Consumo Consciente. Disponível em:
<http://www.akatu.net>
7
Conforme a FAO, aproximadamente 6 milhões de crianças morrem por ano no mundo em
decorrência de doenças relacionadas à fome. O Brasil ainda tem 72 milhões de pessoas que vivem
em situação de insegurança alimentar e nutricional apresentando problemas de carências
alimentares e de sobre peso e obesidade devido ao consumo excessivo e ao sedentarismo. Deste
contingente 13,9 milhões vivem em situação de carência alimentar grave. 25
A sociedade de consumo impõe padrões e hábitos de consumo cada vez menos sustentáveis.
Isto se evidencia na indústria cultural, no consumo de bens e serviços como vestuário, alimentos,
automóveis, habitação, lazer, suprimentos de informática e outros. Este padrão de consumo traz,
pelo menos, dois problemas: o não acesso aos bens por parte de muitas pessoas e a
insustentabilidade da universalização desse padrão de bens e serviços, já que a humanidade
consome, ao menos, 30% mais que aquilo que a natureza consegue repor. 26
Portanto, o grande desafio nos próximos anos e décadas será a tentativa de equacionar
melhor essa realidade. O consumo consciente é um instrumento capaz de contribuir para a
redução das mazelas referentes às carências e excessos nutricionais do ser humano e à sua
condição social no mundo. Por meio da educação alimentar e de exemplos de ações que mostram
o resultado e o impacto de uma postura nutricional consciente, é possível evitar desperdícios,
ajudar a reduzir a carência e o excesso alimentar, proporcionar saúde, colaborar com a economia
do país e preservar o meio ambiente. 27
VEJA MAIS EM ACERVO:
A nutrição e o Consumo Consciente
PROCON - Consumo Consciente II
Texto estruturado e adaptado por Livia Bento, professora nutricionista responsável pelo Módulo II
– FGBA 2009 em agosto/2009 adaptado a partir de LOCKMANN. A. e BENTO. L. B. R, - Texto
FGBA 2008MÓDULO II - SEMANA 16/18 – Eixo 4 - AÇÕES EDUCATIVAS E DE
COMUNICAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
BOOG. M. C. F. Atuação do nutricionista em saúde pública na promoção da alimentação
saudável. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 33-42, jan./jun. 2008
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população
brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília, 2006. Disponível em:
<http://nutricao.saude.gov.br/documentos/guia_alimentar_conteudo.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2009.
25
CONTI, I. L.- CRISES MUNDIAIS E SUAS REPERCUSSÕES NO SISTEMA ALIMENTAR Professor
Responsável pelo Módulo I do Curso Básico de Formação de Gestores de Equipamentos Públicos de SAN /
REDESAN- disponível em Curso de Formação de Gestores de Equipamentos Públicos- REDESAN 2009FAURGS/MDS- Módulo I- SEMANA 01 /18, disponível em www.eavirtual.ea.ufrgs/redessan/agenda/pdf/php?
26 26 CONTI, I. L.- CRISES MUNDIAIS E SUAS REPERCUSSÕES NO SISTEMA ALIMENTAR Professor
Responsável pelo Módulo I do Curso Básico de Formação de Gestores de Equipamentos Públicos de SAN /
REDESAN- disponível em Curso de Formação de Gestores de Equipamentos Públicos- REDESAN 2009FAURGS/MDS- Módulo I- SEMANA 01 /18, disponível em www.eavirtual.ea.ufrgs/redessan/agenda/pdf/php?
27
INSTITUTO AKATU. Caderno Temático - A nutrição e o Consumo Consciente. Disponível em
<http://www.akatu.net>
8
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Desenvolvimento Social.
Manual Técnico para elaboração de projetos de educação alimentar na Rede de
Equipamentos Públicos. MDS, 2009.
CERVATO, A. M., et al. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva
em Universidade Aberta para a Terceira. Rev. Nutr., Campinas, 18(1):41-52, jan./fev., 2005.
BRASIL. Ministerio da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. “Vigilância Alimentar e Nutricional –
SISVAN: “Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de
saúde” , Norma Técnica SISVAN – Material Preliminar 2008.Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
INSTITUTO AKATU. Caderno Temático - A nutrição e o Consumo Consciente. Disponível em:
http://www.akatu.net
LOUREIRO, M. A. Ações de Educação Alimentar e Nutricional. Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome. Brasília, 2006.
MONTEIRO, Carlos Augusto; SOUZA, Ana Lúcia Medeiros de; MONDINI, Lenise. Evolução da
desnutrição entre adultos. Cap. 6. In: MONTEIRO, Carlos Augusto (Org.). Velhos e Novos Males
da Saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças. 2 ed. rev. e aumentada. São Paulo:
Hucitec, Nupens/USP, 2000.
OLIVARES, S. Intervenciones Educativas En Alimentación Y Nutrición. Un Enfoque Municipal.
Disponibles en el sitio web de la Oficina Regional de la FAO: http://www.rlc.fao.org
OLIVEIRA, S. I.,OLIVEIRA, K. S.- Novas Perspectivas em Educação Alimentar e Nutricional, disponível
em PSICOLOGIA USP, SP/out/dez/2008,19(4), 495-504.
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