A AUTORA Dessa forma, durante a leitura, além de conhecerem alguns mitos, lendas e fatos históricos importantes, os leitores tomam contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três principais filósofos gregos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. Um dos principais desafios do ensino de Filosofia é não assustar o aluno no primeiro contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos ancestrais da humanidade. Muitas vezes o aluno provém de um ambiente avesso ao exercício do pensamento e da reflexão e não é difícil afastá-lo de vez do interesse pela atitude filosófica, ainda que incipiente. Essa é uma das principais preocupações dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo filosófico. Não traz respostas prontas, como seria de supor pelo senso comum que se tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar os alunos com a inquietação da dúvida, da curiosidade e da vontade de saber. Flávia Reis OS PERGUNTADORES DA GARRAFA Uma aventura pelos caminhos da Filosofia Flávia Reis SUPLEMENTO DIDÁTICO Sugestões de atividades elaboradas por: Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura, autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia. Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Cursou a faculdade de Direito. Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora de livros infantojuvenis e pesquisadora. Promove oficinas literárias para docentes e alunos. A OBRA A curiosidade diante do mundo é algo que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o mal existe? Por que o sol surge toda manhã? Por que o dia dá lugar à noite? Por que o inverno é frio, e o verão, quente? Por que os seres nascem, crescem e morrem? Por que um ser gera outro semelhante? Qual o tamanho do Universo? Tantos porquês... Talvez seja próprio das crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais livre e uma curiosidade ainda intacta sobre a natureza das coisas. Não que os adultos não façam as mesmas indagações. Também eles, em meio às atribulações do dia a dia, costumam parar e fazer a si mesmos essas perguntas, muitas vezes sem uma resposta que os satisfaça. É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe concede a ficção para transgredir o sentido comum do tempo e assim transitar com naturalidade entre o passado, o presente e o futuro da história da humanidade. No passado, por meio da memória histórica; no presente, trazendo as referências de nossa época; no futuro, fazendo uso do recurso fabuloso da imaginação. SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS DO 2o AO 5o ANO TEMAS ABORDADOS • Princípios básicos da Filosofia • Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles, Platão • Dúvidas, questionamentos, perguntas e respostas 2 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES a) sobre histórias interessantes desse tipo específico de comunicação; b) sobre histórias interessantes de outros tipos de comunicação tão antigas quanto essa, como o sinal de fumaça dos indígenas, o SOS escrito no chão, as mensagens escritas em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como os pombos-correios, entre outras. 7. No ano de 2040 da história, Cléo e Sebastian praticam manobras radicais com seus skates voadores e usam o superfone para se comunicar. Questionar os alunos sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja, daqui a pouco mais de duas décadas. 8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043 os fabricantes prometem um novo modelo, “com propulsão magnética mais eficiente”, segundo a história. Levando em conta essas informações, propor aos alunos as seguintes questões, que podem levar a uma discussão reflexiva maior em sala de aula: a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não apenas de skates, em sempre apresentar novos modelos de seus produtos? b) Dê um exemplo que você conhece de produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado. c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas, você acha que as melhorias que os novos modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto ouvindo outras opiniões. d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas. 9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa a expressão “a.C.” e por que o tempo é contado de trás para a frente quando essa sigla aparece. É a oportunidade de explicar a eles que os anos, nas culturas ocidentais, são contados a partir do nascimento de Jesus ATIVIDADES PARA ANTES DA LEITURA 1. Nessa fase, você deve aproveitar para acostumar os alunos ao manuseio do livro: identificar a autora e a editora, verificar se o título é sugestivo, consultar o sumário, ler a quarta capa, observar as imagens e outros aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia e tamanho). 2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela é útil num mundo como o de hoje. 3. Num segundo momento, perguntar a eles o que acharam da história, questionar sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc. ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA 4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem no dicionário. O objetivo é, após a leitura, confrontar a lista de cada aluno com a dos demais e elaborar um glossário sobre o tema para a turma. 5. Solicitar aos alunos que, à medida que forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040. Isso os ajudará a não se perder entre as idas e vindas da história. ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA 6. A história resgata uma antiga forma de comunicação, a mensagem numa garrafa lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para realizar duas pesquisas: 3 come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente por meio de bustos e retratos. Questionar se a descrição confere com a feita no livro. Em seguida perguntar o que a descrição do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado ou um homem simples? Que relação eles percebem entre a forma como o filósofo grego se apresentava e as ideias que ele expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são expostas nesse livro? Pedir aos alunos que justifiquem suas respostas. 13. Pedir aos alunos que escrevam uma redação de 20 linhas que tenha como título a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei que nada sei”. Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade, mas também da humildade na busca pelo conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento é um caminho infinito, pois quanto mais se sabe, mais se tem noção de quanto há ainda por conhecer. 14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/ disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso em: 13 set. 2012. A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio de perguntas e hipóteses para se chegar a uma resposta, algo muito parecido com o que Sócrates fazia na Grécia antiga quando interpelava as pessoas nas praças e ruas de Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro, “um filósofo-mosquito gosta de investigar”. 15. Um dos recursos do superfone é a força do pensamento pela leitura das ondas cerebrais. Desde que o número da pessoa esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em nossa época, ainda não chegamos a tanto. Mas é inegável que o pensamento possui Cristo, mas que outras culturas possuem outros referenciais de contagem do tempo. Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas de morte dos filósofos e façam a conta para saber quantos anos viveu cada um deles. 10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com vídeo e máquina fotográfica embutidos eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam existir. Na história, em 2040 os alunos ainda fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria, apresentando as pessoas com quem se fala em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de 20 linhas contando que outras invenções eles imaginam que haverá no ano de 2040. 11. O uso de certos objetos e artefatos costuma ficar marcado no tempo como símbolo de uma época. Nossa época, por exemplo, ficará marcada como a do uso dos computadores e dos celulares, entre outros equipamentos da tecnologia digital. Pedir aos alunos que identifiquem no passado recente algum objeto que tenha marcado época. Eles podem pesquisar em livros ou na internet e também consultar os pais ou algum adulto sobre a questão. Um caso emblemático de artefato que marcou época é o do chapéu, usado por homens em traje social. São comuns, na primeira metade do século XX, fotografias de multidões em comícios políticos ou em eventos sociais em que o chapéu sobressai como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o rádio, em seus primórdios. Tanto que existe a expressão “era do rádio”, que simboliza a hegemonia desse aparelho, essencial nas comunicações durante a Segunda Guerra. Os alunos podem trazer outros exemplos, como a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford fabricado em série, que se tornou símbolo da industrialização no século XX) etc. 12. Sócrates é descrito na história como “um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e 4 3/20/13 1:56 PM A AUTORA Dessa forma, durante a leitura, além de conhecerem alguns mitos, lendas e fatos históricos importantes, os leitores tomam contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três principais filósofos gregos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. Um dos principais desafios do ensino de Filosofia é não assustar o aluno no primeiro contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos ancestrais da humanidade. Muitas vezes o aluno provém de um ambiente avesso ao exercício do pensamento e da reflexão e não é difícil afastá-lo de vez do interesse pela atitude filosófica, ainda que incipiente. Essa é uma das principais preocupações dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo filosófico. Não traz respostas prontas, como seria de supor pelo senso comum que se tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar os alunos com a inquietação da dúvida, da curiosidade e da vontade de saber. Flávia Reis OS PERGUNTADORES DA GARRAFA Uma aventura pelos caminhos da Filosofia Flávia Reis SUPLEMENTO DIDÁTICO Sugestões de atividades elaboradas por: Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura, autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia. Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Cursou a faculdade de Direito. Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora de livros infantojuvenis e pesquisadora. Promove oficinas literárias para docentes e alunos. A OBRA A curiosidade diante do mundo é algo que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o mal existe? Por que o sol surge toda manhã? Por que o dia dá lugar à noite? Por que o inverno é frio, e o verão, quente? Por que os seres nascem, crescem e morrem? Por que um ser gera outro semelhante? Qual o tamanho do Universo? Tantos porquês... Talvez seja próprio das crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais livre e uma curiosidade ainda intacta sobre a natureza das coisas. Não que os adultos não façam as mesmas indagações. Também eles, em meio às atribulações do dia a dia, costumam parar e fazer a si mesmos essas perguntas, muitas vezes sem uma resposta que os satisfaça. É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe concede a ficção para transgredir o sentido comum do tempo e assim transitar com naturalidade entre o passado, o presente e o futuro da história da humanidade. No passado, por meio da memória histórica; no presente, trazendo as referências de nossa época; no futuro, fazendo uso do recurso fabuloso da imaginação. SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS DO 2o AO 5o ANO TEMAS ABORDADOS • Princípios básicos da Filosofia • Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles, Platão • Dúvidas, questionamentos, perguntas e respostas 2 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES a) sobre histórias interessantes desse tipo específico de comunicação; b) sobre histórias interessantes de outros tipos de comunicação tão antigas quanto essa, como o sinal de fumaça dos indígenas, o SOS escrito no chão, as mensagens escritas em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como os pombos-correios, entre outras. 7. No ano de 2040 da história, Cléo e Sebastian praticam manobras radicais com seus skates voadores e usam o superfone para se comunicar. Questionar os alunos sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja, daqui a pouco mais de duas décadas. 8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043 os fabricantes prometem um novo modelo, “com propulsão magnética mais eficiente”, segundo a história. Levando em conta essas informações, propor aos alunos as seguintes questões, que podem levar a uma discussão reflexiva maior em sala de aula: a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não apenas de skates, em sempre apresentar novos modelos de seus produtos? b) Dê um exemplo que você conhece de produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado. c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas, você acha que as melhorias que os novos modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto ouvindo outras opiniões. d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas. 9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa a expressão “a.C.” e por que o tempo é contado de trás para a frente quando essa sigla aparece. É a oportunidade de explicar a eles que os anos, nas culturas ocidentais, são contados a partir do nascimento de Jesus ATIVIDADES PARA ANTES DA LEITURA 1. Nessa fase, você deve aproveitar para acostumar os alunos ao manuseio do livro: identificar a autora e a editora, verificar se o título é sugestivo, consultar o sumário, ler a quarta capa, observar as imagens e outros aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia e tamanho). 2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela é útil num mundo como o de hoje. 3. Num segundo momento, perguntar a eles o que acharam da história, questionar sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc. ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA 4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem no dicionário. O objetivo é, após a leitura, confrontar a lista de cada aluno com a dos demais e elaborar um glossário sobre o tema para a turma. 5. Solicitar aos alunos que, à medida que forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040. Isso os ajudará a não se perder entre as idas e vindas da história. ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA 6. A história resgata uma antiga forma de comunicação, a mensagem numa garrafa lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para realizar duas pesquisas: 3 come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente por meio de bustos e retratos. Questionar se a descrição confere com a feita no livro. Em seguida perguntar o que a descrição do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado ou um homem simples? Que relação eles percebem entre a forma como o filósofo grego se apresentava e as ideias que ele expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são expostas nesse livro? Pedir aos alunos que justifiquem suas respostas. 13. Pedir aos alunos que escrevam uma redação de 20 linhas que tenha como título a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei que nada sei”. Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade, mas também da humildade na busca pelo conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento é um caminho infinito, pois quanto mais se sabe, mais se tem noção de quanto há ainda por conhecer. 14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/ disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso em: 13 set. 2012. A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio de perguntas e hipóteses para se chegar a uma resposta, algo muito parecido com o que Sócrates fazia na Grécia antiga quando interpelava as pessoas nas praças e ruas de Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro, “um filósofo-mosquito gosta de investigar”. 15. Um dos recursos do superfone é a força do pensamento pela leitura das ondas cerebrais. Desde que o número da pessoa esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em nossa época, ainda não chegamos a tanto. Mas é inegável que o pensamento possui Cristo, mas que outras culturas possuem outros referenciais de contagem do tempo. Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas de morte dos filósofos e façam a conta para saber quantos anos viveu cada um deles. 10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com vídeo e máquina fotográfica embutidos eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam existir. Na história, em 2040 os alunos ainda fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria, apresentando as pessoas com quem se fala em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de 20 linhas contando que outras invenções eles imaginam que haverá no ano de 2040. 11. O uso de certos objetos e artefatos costuma ficar marcado no tempo como símbolo de uma época. Nossa época, por exemplo, ficará marcada como a do uso dos computadores e dos celulares, entre outros equipamentos da tecnologia digital. Pedir aos alunos que identifiquem no passado recente algum objeto que tenha marcado época. Eles podem pesquisar em livros ou na internet e também consultar os pais ou algum adulto sobre a questão. Um caso emblemático de artefato que marcou época é o do chapéu, usado por homens em traje social. São comuns, na primeira metade do século XX, fotografias de multidões em comícios políticos ou em eventos sociais em que o chapéu sobressai como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o rádio, em seus primórdios. Tanto que existe a expressão “era do rádio”, que simboliza a hegemonia desse aparelho, essencial nas comunicações durante a Segunda Guerra. Os alunos podem trazer outros exemplos, como a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford fabricado em série, que se tornou símbolo da industrialização no século XX) etc. 12. Sócrates é descrito na história como “um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e 4 3/20/13 1:56 PM A AUTORA Dessa forma, durante a leitura, além de conhecerem alguns mitos, lendas e fatos históricos importantes, os leitores tomam contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três principais filósofos gregos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. Um dos principais desafios do ensino de Filosofia é não assustar o aluno no primeiro contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos ancestrais da humanidade. Muitas vezes o aluno provém de um ambiente avesso ao exercício do pensamento e da reflexão e não é difícil afastá-lo de vez do interesse pela atitude filosófica, ainda que incipiente. Essa é uma das principais preocupações dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo filosófico. Não traz respostas prontas, como seria de supor pelo senso comum que se tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar os alunos com a inquietação da dúvida, da curiosidade e da vontade de saber. Flávia Reis OS PERGUNTADORES DA GARRAFA Uma aventura pelos caminhos da Filosofia Flávia Reis SUPLEMENTO DIDÁTICO Sugestões de atividades elaboradas por: Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura, autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia. Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Cursou a faculdade de Direito. Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora de livros infantojuvenis e pesquisadora. Promove oficinas literárias para docentes e alunos. A OBRA A curiosidade diante do mundo é algo que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o mal existe? Por que o sol surge toda manhã? Por que o dia dá lugar à noite? Por que o inverno é frio, e o verão, quente? Por que os seres nascem, crescem e morrem? Por que um ser gera outro semelhante? Qual o tamanho do Universo? Tantos porquês... Talvez seja próprio das crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais livre e uma curiosidade ainda intacta sobre a natureza das coisas. Não que os adultos não façam as mesmas indagações. Também eles, em meio às atribulações do dia a dia, costumam parar e fazer a si mesmos essas perguntas, muitas vezes sem uma resposta que os satisfaça. É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe concede a ficção para transgredir o sentido comum do tempo e assim transitar com naturalidade entre o passado, o presente e o futuro da história da humanidade. No passado, por meio da memória histórica; no presente, trazendo as referências de nossa época; no futuro, fazendo uso do recurso fabuloso da imaginação. SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS DO 2o AO 5o ANO TEMAS ABORDADOS • Princípios básicos da Filosofia • Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles, Platão • Dúvidas, questionamentos, perguntas e respostas 2 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES a) sobre histórias interessantes desse tipo específico de comunicação; b) sobre histórias interessantes de outros tipos de comunicação tão antigas quanto essa, como o sinal de fumaça dos indígenas, o SOS escrito no chão, as mensagens escritas em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como os pombos-correios, entre outras. 7. No ano de 2040 da história, Cléo e Sebastian praticam manobras radicais com seus skates voadores e usam o superfone para se comunicar. Questionar os alunos sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja, daqui a pouco mais de duas décadas. 8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043 os fabricantes prometem um novo modelo, “com propulsão magnética mais eficiente”, segundo a história. Levando em conta essas informações, propor aos alunos as seguintes questões, que podem levar a uma discussão reflexiva maior em sala de aula: a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não apenas de skates, em sempre apresentar novos modelos de seus produtos? b) Dê um exemplo que você conhece de produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado. c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas, você acha que as melhorias que os novos modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto ouvindo outras opiniões. d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas. 9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa a expressão “a.C.” e por que o tempo é contado de trás para a frente quando essa sigla aparece. É a oportunidade de explicar a eles que os anos, nas culturas ocidentais, são contados a partir do nascimento de Jesus ATIVIDADES PARA ANTES DA LEITURA 1. Nessa fase, você deve aproveitar para acostumar os alunos ao manuseio do livro: identificar a autora e a editora, verificar se o título é sugestivo, consultar o sumário, ler a quarta capa, observar as imagens e outros aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia e tamanho). 2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela é útil num mundo como o de hoje. 3. Num segundo momento, perguntar a eles o que acharam da história, questionar sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc. ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA 4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem no dicionário. O objetivo é, após a leitura, confrontar a lista de cada aluno com a dos demais e elaborar um glossário sobre o tema para a turma. 5. Solicitar aos alunos que, à medida que forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040. Isso os ajudará a não se perder entre as idas e vindas da história. ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA 6. A história resgata uma antiga forma de comunicação, a mensagem numa garrafa lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para realizar duas pesquisas: 3 come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente por meio de bustos e retratos. Questionar se a descrição confere com a feita no livro. Em seguida perguntar o que a descrição do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado ou um homem simples? Que relação eles percebem entre a forma como o filósofo grego se apresentava e as ideias que ele expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são expostas nesse livro? Pedir aos alunos que justifiquem suas respostas. 13. Pedir aos alunos que escrevam uma redação de 20 linhas que tenha como título a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei que nada sei”. Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade, mas também da humildade na busca pelo conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento é um caminho infinito, pois quanto mais se sabe, mais se tem noção de quanto há ainda por conhecer. 14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/ disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso em: 13 set. 2012. A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio de perguntas e hipóteses para se chegar a uma resposta, algo muito parecido com o que Sócrates fazia na Grécia antiga quando interpelava as pessoas nas praças e ruas de Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro, “um filósofo-mosquito gosta de investigar”. 15. Um dos recursos do superfone é a força do pensamento pela leitura das ondas cerebrais. Desde que o número da pessoa esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em nossa época, ainda não chegamos a tanto. Mas é inegável que o pensamento possui Cristo, mas que outras culturas possuem outros referenciais de contagem do tempo. Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas de morte dos filósofos e façam a conta para saber quantos anos viveu cada um deles. 10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com vídeo e máquina fotográfica embutidos eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam existir. Na história, em 2040 os alunos ainda fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria, apresentando as pessoas com quem se fala em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de 20 linhas contando que outras invenções eles imaginam que haverá no ano de 2040. 11. O uso de certos objetos e artefatos costuma ficar marcado no tempo como símbolo de uma época. Nossa época, por exemplo, ficará marcada como a do uso dos computadores e dos celulares, entre outros equipamentos da tecnologia digital. Pedir aos alunos que identifiquem no passado recente algum objeto que tenha marcado época. Eles podem pesquisar em livros ou na internet e também consultar os pais ou algum adulto sobre a questão. Um caso emblemático de artefato que marcou época é o do chapéu, usado por homens em traje social. São comuns, na primeira metade do século XX, fotografias de multidões em comícios políticos ou em eventos sociais em que o chapéu sobressai como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o rádio, em seus primórdios. Tanto que existe a expressão “era do rádio”, que simboliza a hegemonia desse aparelho, essencial nas comunicações durante a Segunda Guerra. Os alunos podem trazer outros exemplos, como a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford fabricado em série, que se tornou símbolo da industrialização no século XX) etc. 12. Sócrates é descrito na história como “um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e 4 3/20/13 1:56 PM A AUTORA Dessa forma, durante a leitura, além de conhecerem alguns mitos, lendas e fatos históricos importantes, os leitores tomam contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três principais filósofos gregos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. Um dos principais desafios do ensino de Filosofia é não assustar o aluno no primeiro contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos ancestrais da humanidade. Muitas vezes o aluno provém de um ambiente avesso ao exercício do pensamento e da reflexão e não é difícil afastá-lo de vez do interesse pela atitude filosófica, ainda que incipiente. Essa é uma das principais preocupações dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo filosófico. Não traz respostas prontas, como seria de supor pelo senso comum que se tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar os alunos com a inquietação da dúvida, da curiosidade e da vontade de saber. Flávia Reis OS PERGUNTADORES DA GARRAFA Uma aventura pelos caminhos da Filosofia Flávia Reis SUPLEMENTO DIDÁTICO Sugestões de atividades elaboradas por: Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura, autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia. Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Cursou a faculdade de Direito. Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora de livros infantojuvenis e pesquisadora. Promove oficinas literárias para docentes e alunos. A OBRA A curiosidade diante do mundo é algo que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o mal existe? Por que o sol surge toda manhã? Por que o dia dá lugar à noite? Por que o inverno é frio, e o verão, quente? Por que os seres nascem, crescem e morrem? Por que um ser gera outro semelhante? Qual o tamanho do Universo? Tantos porquês... Talvez seja próprio das crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais livre e uma curiosidade ainda intacta sobre a natureza das coisas. Não que os adultos não façam as mesmas indagações. Também eles, em meio às atribulações do dia a dia, costumam parar e fazer a si mesmos essas perguntas, muitas vezes sem uma resposta que os satisfaça. É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe concede a ficção para transgredir o sentido comum do tempo e assim transitar com naturalidade entre o passado, o presente e o futuro da história da humanidade. No passado, por meio da memória histórica; no presente, trazendo as referências de nossa época; no futuro, fazendo uso do recurso fabuloso da imaginação. SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS DO 2o AO 5o ANO TEMAS ABORDADOS • Princípios básicos da Filosofia • Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles, Platão • Dúvidas, questionamentos, perguntas e respostas 2 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES a) sobre histórias interessantes desse tipo específico de comunicação; b) sobre histórias interessantes de outros tipos de comunicação tão antigas quanto essa, como o sinal de fumaça dos indígenas, o SOS escrito no chão, as mensagens escritas em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como os pombos-correios, entre outras. 7. No ano de 2040 da história, Cléo e Sebastian praticam manobras radicais com seus skates voadores e usam o superfone para se comunicar. Questionar os alunos sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja, daqui a pouco mais de duas décadas. 8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043 os fabricantes prometem um novo modelo, “com propulsão magnética mais eficiente”, segundo a história. Levando em conta essas informações, propor aos alunos as seguintes questões, que podem levar a uma discussão reflexiva maior em sala de aula: a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não apenas de skates, em sempre apresentar novos modelos de seus produtos? b) Dê um exemplo que você conhece de produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado. c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas, você acha que as melhorias que os novos modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto ouvindo outras opiniões. d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas. 9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa a expressão “a.C.” e por que o tempo é contado de trás para a frente quando essa sigla aparece. É a oportunidade de explicar a eles que os anos, nas culturas ocidentais, são contados a partir do nascimento de Jesus ATIVIDADES PARA ANTES DA LEITURA 1. Nessa fase, você deve aproveitar para acostumar os alunos ao manuseio do livro: identificar a autora e a editora, verificar se o título é sugestivo, consultar o sumário, ler a quarta capa, observar as imagens e outros aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia e tamanho). 2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela é útil num mundo como o de hoje. 3. Num segundo momento, perguntar a eles o que acharam da história, questionar sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc. ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA 4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem no dicionário. O objetivo é, após a leitura, confrontar a lista de cada aluno com a dos demais e elaborar um glossário sobre o tema para a turma. 5. Solicitar aos alunos que, à medida que forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040. Isso os ajudará a não se perder entre as idas e vindas da história. ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA 6. A história resgata uma antiga forma de comunicação, a mensagem numa garrafa lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para realizar duas pesquisas: 3 come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente por meio de bustos e retratos. Questionar se a descrição confere com a feita no livro. Em seguida perguntar o que a descrição do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado ou um homem simples? Que relação eles percebem entre a forma como o filósofo grego se apresentava e as ideias que ele expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são expostas nesse livro? Pedir aos alunos que justifiquem suas respostas. 13. Pedir aos alunos que escrevam uma redação de 20 linhas que tenha como título a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei que nada sei”. Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade, mas também da humildade na busca pelo conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento é um caminho infinito, pois quanto mais se sabe, mais se tem noção de quanto há ainda por conhecer. 14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/ disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso em: 13 set. 2012. A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio de perguntas e hipóteses para se chegar a uma resposta, algo muito parecido com o que Sócrates fazia na Grécia antiga quando interpelava as pessoas nas praças e ruas de Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro, “um filósofo-mosquito gosta de investigar”. 15. Um dos recursos do superfone é a força do pensamento pela leitura das ondas cerebrais. Desde que o número da pessoa esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em nossa época, ainda não chegamos a tanto. Mas é inegável que o pensamento possui Cristo, mas que outras culturas possuem outros referenciais de contagem do tempo. Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas de morte dos filósofos e façam a conta para saber quantos anos viveu cada um deles. 10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com vídeo e máquina fotográfica embutidos eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam existir. Na história, em 2040 os alunos ainda fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria, apresentando as pessoas com quem se fala em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de 20 linhas contando que outras invenções eles imaginam que haverá no ano de 2040. 11. O uso de certos objetos e artefatos costuma ficar marcado no tempo como símbolo de uma época. Nossa época, por exemplo, ficará marcada como a do uso dos computadores e dos celulares, entre outros equipamentos da tecnologia digital. Pedir aos alunos que identifiquem no passado recente algum objeto que tenha marcado época. Eles podem pesquisar em livros ou na internet e também consultar os pais ou algum adulto sobre a questão. Um caso emblemático de artefato que marcou época é o do chapéu, usado por homens em traje social. São comuns, na primeira metade do século XX, fotografias de multidões em comícios políticos ou em eventos sociais em que o chapéu sobressai como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o rádio, em seus primórdios. Tanto que existe a expressão “era do rádio”, que simboliza a hegemonia desse aparelho, essencial nas comunicações durante a Segunda Guerra. Os alunos podem trazer outros exemplos, como a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford fabricado em série, que se tornou símbolo da industrialização no século XX) etc. 12. Sócrates é descrito na história como “um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e 4 3/20/13 1:56 PM o seu poder. Questionar os alunos sobre o poder do pensamento em nossa época. Perguntar se sabem de alguém que tenha conseguido algo somente com a força do pensamento. Indagar de cada aluno como ele usa o pensamento. 16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje em dia? Por quê? 17. Durante a história, o filósofo Platão afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa informação, dada de forma despretensiosa no livro. Não se trata propriamente de um livro, mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”, que está no livro A República. É um dos textos mais importantes da história da Filosofia, pois trata da questão da luz do conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado de obscuridade e conformismo em que se encontram muitos seres humanos, que se acostumam com as opiniões e verdades superficiais do cotidiano, sem ter coragem de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre será como a veem. 18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num ambiente escuro. Os materiais necessários são simples. Os alunos poderão utilizar uma caixa de papelão, uma lâmpada ou lanterna para criar uma espécie de câmara fechada. Nessa câmara, com a luz da sala apagada e a lâmpada ou lanterna acesa, eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num fundo claro, de forma que os demais alunos possam visualizar as imagens. Essa brincadeira é uma forma lúdica e bastante concreta de introduzir o que Platão quis dizer com sua famosa alegoria. Após os alunos se divertirem bastante com as imagens que criaram, explicar a eles que, no Mito da Caverna platônico, as pessoas que viviam na caverna enxergavam apenas sombras, julgando serem elas a realidade. Um dia alguém resolve sair do mundo das sombras e se depara com a luz do sol, que num primeiro momento lhe ofusca a vista, acostumada que está com a escuridão. A pessoa resiste e segue em direção à luz, e com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que se descortina à sua frente, ela volta para chamar os outros. Quer que partilhem da mesma visão. Eles o rechaçam, julgando que ele perdeu o juízo. Com a insistência, ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e deixa-os no mundo das sombras, voltando e seguindo sozinho para o mundo da luz. Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo das verdades falsas e das meras opiniões. A dificuldade do homem em se acostumar à luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo. Outra comparação que pode ser feita com a alegoria de Platão é com o escurinho do cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro), pensem naquele ambiente escuro como uma caverna na qual o que os espectadores veem na tela são sombras, ou seja, ilusão. 19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros o amarrem no mastro e lhe coloquem cera nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias se não estivesse impedido de ouvi-lo e amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma vez que ele só resiste ao canto porque não pode ouvir nem se mover. Essa discussão tem a ver com a liberdade e a virtude, que são dois temas importantes da Filosofia. De forma incipiente, levar os alunos à compreensão de que só existe vir5 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2 tude quando se tem liberdade para escolher entre duas opções. No caso de Ulisses, ele seria realmente virtuoso se estivesse livre e pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da fraqueza humana, pediu que o amarrassem e lhe tapassem os ouvidos. Trazendo o tema para o cotidiano dos alunos, perguntar a eles se já resistiram a uma tentação ou se costumam resistir a elas. Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o foco da questão da liberdade e da virtude. 20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com os filósofos da história: Escola de Atenas (c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio, e A morte de Sócrates (1787) do pintor Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que pesquisem como Sócrates morreu, um dos acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade. 21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem na história: Sócrates, Platão e Aristóteles. Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por que é considerado importante. 22. “– Ah, que bom seria se fôssemos sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope sobre o Mediterrâneo. Usar esse trecho da história para fazer uma reflexão sobre a questão do desejo. Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser outra pessoa ou de ser diferentes de como são. Usar o método socrático em sala de aula escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria de ser? Por que ele gostaria de ser diferente do que é? O que o leva a querer ser daquela forma ou como aquela pessoa? etc. 23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos. – Então os senhores estão procurando crianças antigas, certo? – Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram. – É lógico que crianças crescem um dia! Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo, seu Sócrates... – comentou Cléo.” Aproveitar esse trecho para abordar, de forma bastante inicial, dois temas que perpassam a história da Filosofia e que, de certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto não esteja explicitado: o do movimento e o da permanência das coisas. Não é preciso entrar em maiores aprofundamentos. Para os objetivos da atividade, propor aos alunos algumas questões: a) O adulto que cresceu ainda é a criança que ele foi? b) A árvore que cresceu ainda é a mesma semente que foi plantada um dia? c) Um rio é o mesmo rio de uma semana atrás? d) E você, é o mesmo adolescente de um ano atrás? 24. Quando avistou os três filósofos, Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que eles fossem predadores. O trecho remete à caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje. Propor aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre a matança de baleias no mundo. A pesquisa deve trazer informações sobre as causas dessas matanças, a situação das baleias no mundo, de que forma a caça é feita, quais os tipos de baleias mais visados e por quê, o que é feito para evitar esses atos etc. 25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles. – Só queria sentir a pele. – Não basta ver e ouvir? Você precisa exercer os cinco sentidos? – Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo menos?”. Esse trecho é propício para introduzir os alunos na questão – central na Filosofia – do empirismo X racionalismo, ou seja, a concepção do conhecimento como vindo dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo uma habilidade da mente (racionalismo). Obviamente que os alunos não precisam usar nomes complicados para a idade deles. Para os objetivos do livro, propor aos alunos algumas questões: a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando? b) E quando “curte um som”, que sentido usa? c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta ver ou você precisa tocar? d) O que você aprendeu ao ler este livro é algo totalmente novo ou você acrescentou coisas novas às coisas que já sabia? e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente? 26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de calendários que existem no mundo. A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar como os indígenas, por exemplo, contavam o tempo antes de muitas tribos adotarem, em parte, o calendário gregoriano, que é o calendário usado no mundo ocidental. 27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária a ser lançada ao mar. As três mensagens devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma, pedindo aos demais alunos que tentem descobrir quem é o autor das perguntas. No final ele pode escolher algumas frases e fazer uma eleição sobre qual foi a melhor pergunta feita. Atividades interdisciplinares Língua portuguesa 28. Solicitar aos alunos que, em grupo, façam uma pesquisa sobre as duas obras atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al- gumas questões que eles podem responder na pesquisa: de que trata as obras, por que se diz que são atribuídas a Homero, em que época se passam as histórias etc. 29. Ao descobrir que a mensagem na garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua portuguesa ou língua indígena. Questione os alunos sobre essa passagem. Por que ela perguntou isso? Depois de levar os alunos à conclusão de que uma das raízes de nossa língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras oriundas da linguagem indígena. Arte 30. Se julgar oportuno, como subsídio para o aprofundamento da discussão do tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros: O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda, editora Cosac Naify. O livro trata da questão do tempo. Filosofia para jovens: penso, logo existo, de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes Klimes, Editora Callis. História cronológica e ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens. 31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas filosóficos: - As histórias da personagem Mafalda, do cartunista argentino Quino, que está sempre questionando o mundo e as coisas. - A história “As sombras da vida”, versão do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito da Caverna, vivida pelo personagem Piteco. Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em: 13 set. 2012. xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma expedição ao planeta Marte. Abrir uma discussão com os alunos sobre como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes, como se formariam as primeiras cidades, que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que relação os habitantes da Lua ou de Marte teriam com os habitantes da Terra, como seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções, pela comparação e pela imaginação, das colonizações que ocorreram na história da humanidade. Química 33. Com a ajuda do professor, os alunos podem fazer uma pesquisa sobre de que forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes, melhorando assim as condições sanitárias da cidade. Matemática 34. Está muito em evidência hoje em dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três dimensões. O superfone dos meninos da história possui, entre outros recursos, o de projetar a pessoa com quem se fala em três dimensões. É como se a pessoa estivesse presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à representação de objetos e do ser humano na história: a) Em matemática, as dimensões de uma figura são estudadas em geometria. b) Nas artes plásticas, os pintores fazem uso da perspectiva para dar profundidade às paisagens que retratam. Assim, os quadros não ficam “chapados”, como se tivessem apenas uma dimensão, fazendo a pessoa que o vê observar os diversos “planos” que há na pintura. BIBLIOGRAFIA COLABORADORES. O livro da Filosofia. São Paulo: Editora Globo, 2011. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia das Letras, 1991. KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora, 2002. PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981. PLATÃO. O banquete. Tradução de José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980. WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens. Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998. WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra Magalhães. Aprender a filosofar com os colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009. WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar. São Paulo: Saraiva, 2003. MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia para crianças. Curitiba, 2011. História 32. No primeiro contato que os meninos têm com Platão, ele está sentado num banco de praça, lendo um jornal cuja manchete traz notícias sobre a colonização da Lua pelo homem. Em outro momento, enquanto joga 6 3/20/13 1:56 PM o seu poder. Questionar os alunos sobre o poder do pensamento em nossa época. Perguntar se sabem de alguém que tenha conseguido algo somente com a força do pensamento. Indagar de cada aluno como ele usa o pensamento. 16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje em dia? Por quê? 17. Durante a história, o filósofo Platão afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa informação, dada de forma despretensiosa no livro. Não se trata propriamente de um livro, mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”, que está no livro A República. É um dos textos mais importantes da história da Filosofia, pois trata da questão da luz do conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado de obscuridade e conformismo em que se encontram muitos seres humanos, que se acostumam com as opiniões e verdades superficiais do cotidiano, sem ter coragem de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre será como a veem. 18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num ambiente escuro. Os materiais necessários são simples. Os alunos poderão utilizar uma caixa de papelão, uma lâmpada ou lanterna para criar uma espécie de câmara fechada. Nessa câmara, com a luz da sala apagada e a lâmpada ou lanterna acesa, eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num fundo claro, de forma que os demais alunos possam visualizar as imagens. Essa brincadeira é uma forma lúdica e bastante concreta de introduzir o que Platão quis dizer com sua famosa alegoria. Após os alunos se divertirem bastante com as imagens que criaram, explicar a eles que, no Mito da Caverna platônico, as pessoas que viviam na caverna enxergavam apenas sombras, julgando serem elas a realidade. Um dia alguém resolve sair do mundo das sombras e se depara com a luz do sol, que num primeiro momento lhe ofusca a vista, acostumada que está com a escuridão. A pessoa resiste e segue em direção à luz, e com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que se descortina à sua frente, ela volta para chamar os outros. Quer que partilhem da mesma visão. Eles o rechaçam, julgando que ele perdeu o juízo. Com a insistência, ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e deixa-os no mundo das sombras, voltando e seguindo sozinho para o mundo da luz. Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo das verdades falsas e das meras opiniões. A dificuldade do homem em se acostumar à luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo. Outra comparação que pode ser feita com a alegoria de Platão é com o escurinho do cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro), pensem naquele ambiente escuro como uma caverna na qual o que os espectadores veem na tela são sombras, ou seja, ilusão. 19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros o amarrem no mastro e lhe coloquem cera nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias se não estivesse impedido de ouvi-lo e amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma vez que ele só resiste ao canto porque não pode ouvir nem se mover. Essa discussão tem a ver com a liberdade e a virtude, que são dois temas importantes da Filosofia. De forma incipiente, levar os alunos à compreensão de que só existe vir5 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2 tude quando se tem liberdade para escolher entre duas opções. No caso de Ulisses, ele seria realmente virtuoso se estivesse livre e pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da fraqueza humana, pediu que o amarrassem e lhe tapassem os ouvidos. Trazendo o tema para o cotidiano dos alunos, perguntar a eles se já resistiram a uma tentação ou se costumam resistir a elas. Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o foco da questão da liberdade e da virtude. 20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com os filósofos da história: Escola de Atenas (c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio, e A morte de Sócrates (1787) do pintor Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que pesquisem como Sócrates morreu, um dos acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade. 21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem na história: Sócrates, Platão e Aristóteles. Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por que é considerado importante. 22. “– Ah, que bom seria se fôssemos sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope sobre o Mediterrâneo. Usar esse trecho da história para fazer uma reflexão sobre a questão do desejo. Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser outra pessoa ou de ser diferentes de como são. Usar o método socrático em sala de aula escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria de ser? Por que ele gostaria de ser diferente do que é? O que o leva a querer ser daquela forma ou como aquela pessoa? etc. 23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos. – Então os senhores estão procurando crianças antigas, certo? – Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram. – É lógico que crianças crescem um dia! Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo, seu Sócrates... – comentou Cléo.” Aproveitar esse trecho para abordar, de forma bastante inicial, dois temas que perpassam a história da Filosofia e que, de certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto não esteja explicitado: o do movimento e o da permanência das coisas. Não é preciso entrar em maiores aprofundamentos. Para os objetivos da atividade, propor aos alunos algumas questões: a) O adulto que cresceu ainda é a criança que ele foi? b) A árvore que cresceu ainda é a mesma semente que foi plantada um dia? c) Um rio é o mesmo rio de uma semana atrás? d) E você, é o mesmo adolescente de um ano atrás? 24. Quando avistou os três filósofos, Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que eles fossem predadores. O trecho remete à caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje. Propor aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre a matança de baleias no mundo. A pesquisa deve trazer informações sobre as causas dessas matanças, a situação das baleias no mundo, de que forma a caça é feita, quais os tipos de baleias mais visados e por quê, o que é feito para evitar esses atos etc. 25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles. – Só queria sentir a pele. – Não basta ver e ouvir? Você precisa exercer os cinco sentidos? – Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo menos?”. Esse trecho é propício para introduzir os alunos na questão – central na Filosofia – do empirismo X racionalismo, ou seja, a concepção do conhecimento como vindo dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo uma habilidade da mente (racionalismo). Obviamente que os alunos não precisam usar nomes complicados para a idade deles. Para os objetivos do livro, propor aos alunos algumas questões: a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando? b) E quando “curte um som”, que sentido usa? c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta ver ou você precisa tocar? d) O que você aprendeu ao ler este livro é algo totalmente novo ou você acrescentou coisas novas às coisas que já sabia? e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente? 26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de calendários que existem no mundo. A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar como os indígenas, por exemplo, contavam o tempo antes de muitas tribos adotarem, em parte, o calendário gregoriano, que é o calendário usado no mundo ocidental. 27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária a ser lançada ao mar. As três mensagens devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma, pedindo aos demais alunos que tentem descobrir quem é o autor das perguntas. No final ele pode escolher algumas frases e fazer uma eleição sobre qual foi a melhor pergunta feita. Atividades interdisciplinares Língua portuguesa 28. Solicitar aos alunos que, em grupo, façam uma pesquisa sobre as duas obras atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al- gumas questões que eles podem responder na pesquisa: de que trata as obras, por que se diz que são atribuídas a Homero, em que época se passam as histórias etc. 29. Ao descobrir que a mensagem na garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua portuguesa ou língua indígena. Questione os alunos sobre essa passagem. Por que ela perguntou isso? Depois de levar os alunos à conclusão de que uma das raízes de nossa língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras oriundas da linguagem indígena. Arte 30. Se julgar oportuno, como subsídio para o aprofundamento da discussão do tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros: O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda, editora Cosac Naify. O livro trata da questão do tempo. Filosofia para jovens: penso, logo existo, de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes Klimes, Editora Callis. História cronológica e ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens. 31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas filosóficos: - As histórias da personagem Mafalda, do cartunista argentino Quino, que está sempre questionando o mundo e as coisas. - A história “As sombras da vida”, versão do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito da Caverna, vivida pelo personagem Piteco. Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em: 13 set. 2012. xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma expedição ao planeta Marte. Abrir uma discussão com os alunos sobre como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes, como se formariam as primeiras cidades, que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que relação os habitantes da Lua ou de Marte teriam com os habitantes da Terra, como seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções, pela comparação e pela imaginação, das colonizações que ocorreram na história da humanidade. Química 33. Com a ajuda do professor, os alunos podem fazer uma pesquisa sobre de que forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes, melhorando assim as condições sanitárias da cidade. Matemática 34. Está muito em evidência hoje em dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três dimensões. O superfone dos meninos da história possui, entre outros recursos, o de projetar a pessoa com quem se fala em três dimensões. É como se a pessoa estivesse presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à representação de objetos e do ser humano na história: a) Em matemática, as dimensões de uma figura são estudadas em geometria. b) Nas artes plásticas, os pintores fazem uso da perspectiva para dar profundidade às paisagens que retratam. Assim, os quadros não ficam “chapados”, como se tivessem apenas uma dimensão, fazendo a pessoa que o vê observar os diversos “planos” que há na pintura. BIBLIOGRAFIA COLABORADORES. O livro da Filosofia. São Paulo: Editora Globo, 2011. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia das Letras, 1991. KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora, 2002. PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981. PLATÃO. O banquete. Tradução de José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980. WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens. Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998. WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra Magalhães. Aprender a filosofar com os colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009. WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar. São Paulo: Saraiva, 2003. MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia para crianças. Curitiba, 2011. História 32. No primeiro contato que os meninos têm com Platão, ele está sentado num banco de praça, lendo um jornal cuja manchete traz notícias sobre a colonização da Lua pelo homem. Em outro momento, enquanto joga 6 3/20/13 1:56 PM o seu poder. Questionar os alunos sobre o poder do pensamento em nossa época. Perguntar se sabem de alguém que tenha conseguido algo somente com a força do pensamento. Indagar de cada aluno como ele usa o pensamento. 16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje em dia? Por quê? 17. Durante a história, o filósofo Platão afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa informação, dada de forma despretensiosa no livro. Não se trata propriamente de um livro, mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”, que está no livro A República. É um dos textos mais importantes da história da Filosofia, pois trata da questão da luz do conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado de obscuridade e conformismo em que se encontram muitos seres humanos, que se acostumam com as opiniões e verdades superficiais do cotidiano, sem ter coragem de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre será como a veem. 18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num ambiente escuro. Os materiais necessários são simples. Os alunos poderão utilizar uma caixa de papelão, uma lâmpada ou lanterna para criar uma espécie de câmara fechada. Nessa câmara, com a luz da sala apagada e a lâmpada ou lanterna acesa, eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num fundo claro, de forma que os demais alunos possam visualizar as imagens. Essa brincadeira é uma forma lúdica e bastante concreta de introduzir o que Platão quis dizer com sua famosa alegoria. Após os alunos se divertirem bastante com as imagens que criaram, explicar a eles que, no Mito da Caverna platônico, as pessoas que viviam na caverna enxergavam apenas sombras, julgando serem elas a realidade. Um dia alguém resolve sair do mundo das sombras e se depara com a luz do sol, que num primeiro momento lhe ofusca a vista, acostumada que está com a escuridão. A pessoa resiste e segue em direção à luz, e com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que se descortina à sua frente, ela volta para chamar os outros. Quer que partilhem da mesma visão. Eles o rechaçam, julgando que ele perdeu o juízo. Com a insistência, ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e deixa-os no mundo das sombras, voltando e seguindo sozinho para o mundo da luz. Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo das verdades falsas e das meras opiniões. A dificuldade do homem em se acostumar à luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo. Outra comparação que pode ser feita com a alegoria de Platão é com o escurinho do cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro), pensem naquele ambiente escuro como uma caverna na qual o que os espectadores veem na tela são sombras, ou seja, ilusão. 19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros o amarrem no mastro e lhe coloquem cera nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias se não estivesse impedido de ouvi-lo e amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma vez que ele só resiste ao canto porque não pode ouvir nem se mover. Essa discussão tem a ver com a liberdade e a virtude, que são dois temas importantes da Filosofia. De forma incipiente, levar os alunos à compreensão de que só existe vir5 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2 tude quando se tem liberdade para escolher entre duas opções. No caso de Ulisses, ele seria realmente virtuoso se estivesse livre e pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da fraqueza humana, pediu que o amarrassem e lhe tapassem os ouvidos. Trazendo o tema para o cotidiano dos alunos, perguntar a eles se já resistiram a uma tentação ou se costumam resistir a elas. Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o foco da questão da liberdade e da virtude. 20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com os filósofos da história: Escola de Atenas (c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio, e A morte de Sócrates (1787) do pintor Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que pesquisem como Sócrates morreu, um dos acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade. 21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem na história: Sócrates, Platão e Aristóteles. Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por que é considerado importante. 22. “– Ah, que bom seria se fôssemos sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope sobre o Mediterrâneo. Usar esse trecho da história para fazer uma reflexão sobre a questão do desejo. Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser outra pessoa ou de ser diferentes de como são. Usar o método socrático em sala de aula escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria de ser? Por que ele gostaria de ser diferente do que é? O que o leva a querer ser daquela forma ou como aquela pessoa? etc. 23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos. – Então os senhores estão procurando crianças antigas, certo? – Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram. – É lógico que crianças crescem um dia! Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo, seu Sócrates... – comentou Cléo.” Aproveitar esse trecho para abordar, de forma bastante inicial, dois temas que perpassam a história da Filosofia e que, de certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto não esteja explicitado: o do movimento e o da permanência das coisas. Não é preciso entrar em maiores aprofundamentos. Para os objetivos da atividade, propor aos alunos algumas questões: a) O adulto que cresceu ainda é a criança que ele foi? b) A árvore que cresceu ainda é a mesma semente que foi plantada um dia? c) Um rio é o mesmo rio de uma semana atrás? d) E você, é o mesmo adolescente de um ano atrás? 24. Quando avistou os três filósofos, Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que eles fossem predadores. O trecho remete à caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje. Propor aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre a matança de baleias no mundo. A pesquisa deve trazer informações sobre as causas dessas matanças, a situação das baleias no mundo, de que forma a caça é feita, quais os tipos de baleias mais visados e por quê, o que é feito para evitar esses atos etc. 25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles. – Só queria sentir a pele. – Não basta ver e ouvir? Você precisa exercer os cinco sentidos? – Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo menos?”. Esse trecho é propício para introduzir os alunos na questão – central na Filosofia – do empirismo X racionalismo, ou seja, a concepção do conhecimento como vindo dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo uma habilidade da mente (racionalismo). Obviamente que os alunos não precisam usar nomes complicados para a idade deles. Para os objetivos do livro, propor aos alunos algumas questões: a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando? b) E quando “curte um som”, que sentido usa? c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta ver ou você precisa tocar? d) O que você aprendeu ao ler este livro é algo totalmente novo ou você acrescentou coisas novas às coisas que já sabia? e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente? 26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de calendários que existem no mundo. A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar como os indígenas, por exemplo, contavam o tempo antes de muitas tribos adotarem, em parte, o calendário gregoriano, que é o calendário usado no mundo ocidental. 27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária a ser lançada ao mar. As três mensagens devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma, pedindo aos demais alunos que tentem descobrir quem é o autor das perguntas. No final ele pode escolher algumas frases e fazer uma eleição sobre qual foi a melhor pergunta feita. Atividades interdisciplinares Língua portuguesa 28. Solicitar aos alunos que, em grupo, façam uma pesquisa sobre as duas obras atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al- gumas questões que eles podem responder na pesquisa: de que trata as obras, por que se diz que são atribuídas a Homero, em que época se passam as histórias etc. 29. Ao descobrir que a mensagem na garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua portuguesa ou língua indígena. Questione os alunos sobre essa passagem. Por que ela perguntou isso? Depois de levar os alunos à conclusão de que uma das raízes de nossa língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras oriundas da linguagem indígena. Arte 30. Se julgar oportuno, como subsídio para o aprofundamento da discussão do tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros: O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda, editora Cosac Naify. O livro trata da questão do tempo. Filosofia para jovens: penso, logo existo, de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes Klimes, Editora Callis. História cronológica e ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens. 31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas filosóficos: - As histórias da personagem Mafalda, do cartunista argentino Quino, que está sempre questionando o mundo e as coisas. - A história “As sombras da vida”, versão do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito da Caverna, vivida pelo personagem Piteco. Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em: 13 set. 2012. xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma expedição ao planeta Marte. Abrir uma discussão com os alunos sobre como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes, como se formariam as primeiras cidades, que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que relação os habitantes da Lua ou de Marte teriam com os habitantes da Terra, como seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções, pela comparação e pela imaginação, das colonizações que ocorreram na história da humanidade. Química 33. Com a ajuda do professor, os alunos podem fazer uma pesquisa sobre de que forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes, melhorando assim as condições sanitárias da cidade. Matemática 34. Está muito em evidência hoje em dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três dimensões. O superfone dos meninos da história possui, entre outros recursos, o de projetar a pessoa com quem se fala em três dimensões. É como se a pessoa estivesse presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à representação de objetos e do ser humano na história: a) Em matemática, as dimensões de uma figura são estudadas em geometria. b) Nas artes plásticas, os pintores fazem uso da perspectiva para dar profundidade às paisagens que retratam. Assim, os quadros não ficam “chapados”, como se tivessem apenas uma dimensão, fazendo a pessoa que o vê observar os diversos “planos” que há na pintura. BIBLIOGRAFIA COLABORADORES. O livro da Filosofia. São Paulo: Editora Globo, 2011. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia das Letras, 1991. KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora, 2002. PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981. PLATÃO. O banquete. Tradução de José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980. WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens. Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998. WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra Magalhães. Aprender a filosofar com os colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009. WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar. São Paulo: Saraiva, 2003. MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia para crianças. Curitiba, 2011. História 32. No primeiro contato que os meninos têm com Platão, ele está sentado num banco de praça, lendo um jornal cuja manchete traz notícias sobre a colonização da Lua pelo homem. Em outro momento, enquanto joga 6 3/20/13 1:56 PM o seu poder. Questionar os alunos sobre o poder do pensamento em nossa época. Perguntar se sabem de alguém que tenha conseguido algo somente com a força do pensamento. Indagar de cada aluno como ele usa o pensamento. 16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje em dia? Por quê? 17. Durante a história, o filósofo Platão afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa informação, dada de forma despretensiosa no livro. Não se trata propriamente de um livro, mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”, que está no livro A República. É um dos textos mais importantes da história da Filosofia, pois trata da questão da luz do conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado de obscuridade e conformismo em que se encontram muitos seres humanos, que se acostumam com as opiniões e verdades superficiais do cotidiano, sem ter coragem de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre será como a veem. 18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num ambiente escuro. Os materiais necessários são simples. Os alunos poderão utilizar uma caixa de papelão, uma lâmpada ou lanterna para criar uma espécie de câmara fechada. Nessa câmara, com a luz da sala apagada e a lâmpada ou lanterna acesa, eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num fundo claro, de forma que os demais alunos possam visualizar as imagens. Essa brincadeira é uma forma lúdica e bastante concreta de introduzir o que Platão quis dizer com sua famosa alegoria. Após os alunos se divertirem bastante com as imagens que criaram, explicar a eles que, no Mito da Caverna platônico, as pessoas que viviam na caverna enxergavam apenas sombras, julgando serem elas a realidade. Um dia alguém resolve sair do mundo das sombras e se depara com a luz do sol, que num primeiro momento lhe ofusca a vista, acostumada que está com a escuridão. A pessoa resiste e segue em direção à luz, e com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que se descortina à sua frente, ela volta para chamar os outros. Quer que partilhem da mesma visão. Eles o rechaçam, julgando que ele perdeu o juízo. Com a insistência, ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e deixa-os no mundo das sombras, voltando e seguindo sozinho para o mundo da luz. Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo das verdades falsas e das meras opiniões. A dificuldade do homem em se acostumar à luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo. Outra comparação que pode ser feita com a alegoria de Platão é com o escurinho do cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro), pensem naquele ambiente escuro como uma caverna na qual o que os espectadores veem na tela são sombras, ou seja, ilusão. 19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros o amarrem no mastro e lhe coloquem cera nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias se não estivesse impedido de ouvi-lo e amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma vez que ele só resiste ao canto porque não pode ouvir nem se mover. Essa discussão tem a ver com a liberdade e a virtude, que são dois temas importantes da Filosofia. De forma incipiente, levar os alunos à compreensão de que só existe vir5 Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2 tude quando se tem liberdade para escolher entre duas opções. No caso de Ulisses, ele seria realmente virtuoso se estivesse livre e pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da fraqueza humana, pediu que o amarrassem e lhe tapassem os ouvidos. Trazendo o tema para o cotidiano dos alunos, perguntar a eles se já resistiram a uma tentação ou se costumam resistir a elas. Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o foco da questão da liberdade e da virtude. 20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com os filósofos da história: Escola de Atenas (c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio, e A morte de Sócrates (1787) do pintor Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que pesquisem como Sócrates morreu, um dos acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade. 21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem na história: Sócrates, Platão e Aristóteles. Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por que é considerado importante. 22. “– Ah, que bom seria se fôssemos sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope sobre o Mediterrâneo. Usar esse trecho da história para fazer uma reflexão sobre a questão do desejo. Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser outra pessoa ou de ser diferentes de como são. Usar o método socrático em sala de aula escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria de ser? Por que ele gostaria de ser diferente do que é? O que o leva a querer ser daquela forma ou como aquela pessoa? etc. 23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos. – Então os senhores estão procurando crianças antigas, certo? – Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram. – É lógico que crianças crescem um dia! Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo, seu Sócrates... – comentou Cléo.” Aproveitar esse trecho para abordar, de forma bastante inicial, dois temas que perpassam a história da Filosofia e que, de certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto não esteja explicitado: o do movimento e o da permanência das coisas. Não é preciso entrar em maiores aprofundamentos. Para os objetivos da atividade, propor aos alunos algumas questões: a) O adulto que cresceu ainda é a criança que ele foi? b) A árvore que cresceu ainda é a mesma semente que foi plantada um dia? c) Um rio é o mesmo rio de uma semana atrás? d) E você, é o mesmo adolescente de um ano atrás? 24. Quando avistou os três filósofos, Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que eles fossem predadores. O trecho remete à caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje. Propor aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre a matança de baleias no mundo. A pesquisa deve trazer informações sobre as causas dessas matanças, a situação das baleias no mundo, de que forma a caça é feita, quais os tipos de baleias mais visados e por quê, o que é feito para evitar esses atos etc. 25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles. – Só queria sentir a pele. – Não basta ver e ouvir? Você precisa exercer os cinco sentidos? – Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo menos?”. Esse trecho é propício para introduzir os alunos na questão – central na Filosofia – do empirismo X racionalismo, ou seja, a concepção do conhecimento como vindo dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo uma habilidade da mente (racionalismo). Obviamente que os alunos não precisam usar nomes complicados para a idade deles. Para os objetivos do livro, propor aos alunos algumas questões: a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando? b) E quando “curte um som”, que sentido usa? c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta ver ou você precisa tocar? d) O que você aprendeu ao ler este livro é algo totalmente novo ou você acrescentou coisas novas às coisas que já sabia? e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente? 26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de calendários que existem no mundo. A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar como os indígenas, por exemplo, contavam o tempo antes de muitas tribos adotarem, em parte, o calendário gregoriano, que é o calendário usado no mundo ocidental. 27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária a ser lançada ao mar. As três mensagens devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma, pedindo aos demais alunos que tentem descobrir quem é o autor das perguntas. No final ele pode escolher algumas frases e fazer uma eleição sobre qual foi a melhor pergunta feita. Atividades interdisciplinares Língua portuguesa 28. Solicitar aos alunos que, em grupo, façam uma pesquisa sobre as duas obras atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al- gumas questões que eles podem responder na pesquisa: de que trata as obras, por que se diz que são atribuídas a Homero, em que época se passam as histórias etc. 29. Ao descobrir que a mensagem na garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua portuguesa ou língua indígena. Questione os alunos sobre essa passagem. Por que ela perguntou isso? Depois de levar os alunos à conclusão de que uma das raízes de nossa língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras oriundas da linguagem indígena. Arte 30. Se julgar oportuno, como subsídio para o aprofundamento da discussão do tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros: O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda, editora Cosac Naify. O livro trata da questão do tempo. Filosofia para jovens: penso, logo existo, de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes Klimes, Editora Callis. História cronológica e ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens. 31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas filosóficos: - As histórias da personagem Mafalda, do cartunista argentino Quino, que está sempre questionando o mundo e as coisas. - A história “As sombras da vida”, versão do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito da Caverna, vivida pelo personagem Piteco. Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em: 13 set. 2012. xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma expedição ao planeta Marte. Abrir uma discussão com os alunos sobre como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes, como se formariam as primeiras cidades, que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que relação os habitantes da Lua ou de Marte teriam com os habitantes da Terra, como seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções, pela comparação e pela imaginação, das colonizações que ocorreram na história da humanidade. Química 33. Com a ajuda do professor, os alunos podem fazer uma pesquisa sobre de que forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes, melhorando assim as condições sanitárias da cidade. Matemática 34. Está muito em evidência hoje em dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três dimensões. O superfone dos meninos da história possui, entre outros recursos, o de projetar a pessoa com quem se fala em três dimensões. É como se a pessoa estivesse presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à representação de objetos e do ser humano na história: a) Em matemática, as dimensões de uma figura são estudadas em geometria. b) Nas artes plásticas, os pintores fazem uso da perspectiva para dar profundidade às paisagens que retratam. Assim, os quadros não ficam “chapados”, como se tivessem apenas uma dimensão, fazendo a pessoa que o vê observar os diversos “planos” que há na pintura. BIBLIOGRAFIA COLABORADORES. O livro da Filosofia. São Paulo: Editora Globo, 2011. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia das Letras, 1991. KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora, 2002. PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981. PLATÃO. O banquete. Tradução de José Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980. WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens. Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998. WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra Magalhães. Aprender a filosofar com os colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009. WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar. São Paulo: Saraiva, 2003. MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia para crianças. Curitiba, 2011. História 32. No primeiro contato que os meninos têm com Platão, ele está sentado num banco de praça, lendo um jornal cuja manchete traz notícias sobre a colonização da Lua pelo homem. Em outro momento, enquanto joga 6 3/20/13 1:56 PM