- Editora Moderna

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A AUTORA
Dessa forma, durante a leitura, além de
conhecerem alguns mitos, lendas e fatos
históricos importantes, os leitores tomam
contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três
principais filósofos gregos da Antiguidade:
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Um dos principais desafios do ensino de
Filosofia é não assustar o aluno no primeiro
contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos
ancestrais da humanidade. Muitas vezes o
aluno provém de um ambiente avesso ao
exercício do pensamento e da reflexão e não
é difícil afastá-lo de vez do interesse pela
atitude filosófica, ainda que incipiente.
Essa é uma das principais preocupações
dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere
os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo
filosófico. Não traz respostas prontas, como
seria de supor pelo senso comum que se
tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos
filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o
livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar
os alunos com a inquietação da dúvida, da
curiosidade e da vontade de saber.
Flávia Reis
OS PERGUNTADORES DA GARRAFA
Uma aventura pelos caminhos da Filosofia
Flávia Reis
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Sugestões de atividades
elaboradas por:
Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura,
autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia.
Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Cursou a faculdade de Direito.
Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto
de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora
de livros infantojuvenis e pesquisadora.
Promove oficinas literárias para docentes e
alunos.
A OBRA
A curiosidade diante do mundo é algo
que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde
viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o
mal existe? Por que o sol surge toda manhã?
Por que o dia dá lugar à noite? Por que o
inverno é frio, e o verão, quente? Por que
os seres nascem, crescem e morrem? Por
que um ser gera outro semelhante? Qual o
tamanho do Universo?
Tantos porquês... Talvez seja próprio das
crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais
livre e uma curiosidade ainda intacta sobre
a natureza das coisas. Não que os adultos
não façam as mesmas indagações. Também
eles, em meio às atribulações do dia a dia,
costumam parar e fazer a si mesmos essas
perguntas, muitas vezes sem uma resposta
que os satisfaça.
É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que
trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe
concede a ficção para transgredir o sentido
comum do tempo e assim transitar com
naturalidade entre o passado, o presente
e o futuro da história da humanidade. No
passado, por meio da memória histórica; no
presente, trazendo as referências de nossa
época; no futuro, fazendo uso do recurso
fabuloso da imaginação.
SUGESTÃO DE PROJETO
PEDAGÓGICO PARA TURMAS
DO 2o AO 5o ANO
TEMAS ABORDADOS
• Princípios básicos da Filosofia
• Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles,
Platão
• Dúvidas, questionamentos, perguntas e
respostas
2
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
a) sobre histórias interessantes desse tipo
específico de comunicação;
b) sobre histórias interessantes de outros
tipos de comunicação tão antigas quanto
essa, como o sinal de fumaça dos indígenas,
o SOS escrito no chão, as mensagens escritas
em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como
os pombos-correios, entre outras.
7. No ano de 2040 da história, Cléo e
Sebastian praticam manobras radicais com
seus skates voadores e usam o superfone
para se comunicar. Questionar os alunos
sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos
de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja,
daqui a pouco mais de duas décadas.
8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a
apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043
os fabricantes prometem um novo modelo,
“com propulsão magnética mais eficiente”,
segundo a história. Levando em conta essas
informações, propor aos alunos as seguintes
questões, que podem levar a uma discussão
reflexiva maior em sala de aula:
a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não
apenas de skates, em sempre apresentar
novos modelos de seus produtos?
b) Dê um exemplo que você conhece de
produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado.
c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas,
você acha que as melhorias que os novos
modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto
ouvindo outras opiniões.
d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas.
9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em
c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa
a expressão “a.C.” e por que o tempo é
contado de trás para a frente quando essa
sigla aparece.
É a oportunidade de explicar a eles
que os anos, nas culturas ocidentais, são
contados a partir do nascimento de Jesus
ATIVIDADES PARA
ANTES DA LEITURA
1. Nessa fase, você deve aproveitar para
acostumar os alunos ao manuseio do livro:
identificar a autora e a editora, verificar se
o título é sugestivo, consultar o sumário, ler
a quarta capa, observar as imagens e outros
aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia
e tamanho).
2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a
viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela
é útil num mundo como o de hoje.
3. Num segundo momento, perguntar a
eles o que acharam da história, questionar
sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc.
ATIVIDADES PARA
DURANTE A LEITURA
4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem
no dicionário. O objetivo é, após a leitura,
confrontar a lista de cada aluno com a dos
demais e elaborar um glossário sobre o
tema para a turma.
5. Solicitar aos alunos que, à medida que
forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040.
Isso os ajudará a não se perder entre as idas
e vindas da história.
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
6. A história resgata uma antiga forma
de comunicação, a mensagem numa garrafa
lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para
realizar duas pesquisas:
3
come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente
por meio de bustos e retratos. Questionar
se a descrição confere com a feita no livro.
Em seguida perguntar o que a descrição
do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado
ou um homem simples? Que relação eles
percebem entre a forma como o filósofo
grego se apresentava e as ideias que ele
expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são
expostas nesse livro? Pedir aos alunos que
justifiquem suas respostas.
13. Pedir aos alunos que escrevam uma
redação de 20 linhas que tenha como título
a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei
que nada sei”.
Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade,
mas também da humildade na busca pelo
conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é
aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento
é um caminho infinito, pois quanto mais se
sabe, mais se tem noção de quanto há ainda
por conhecer.
14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho
Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/
disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso
em: 13 set. 2012.
A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio
de perguntas e hipóteses para se chegar a
uma resposta, algo muito parecido com o
que Sócrates fazia na Grécia antiga quando
interpelava as pessoas nas praças e ruas de
Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro,
“um filósofo-mosquito gosta de investigar”.
15. Um dos recursos do superfone é a
força do pensamento pela leitura das ondas
cerebrais. Desde que o número da pessoa
esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em
nossa época, ainda não chegamos a tanto.
Mas é inegável que o pensamento possui
Cristo, mas que outras culturas possuem
outros referenciais de contagem do tempo.
Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas
de morte dos filósofos e façam a conta para
saber quantos anos viveu cada um deles.
10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com
vídeo e máquina fotográfica embutidos
eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam
existir. Na história, em 2040 os alunos ainda
fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria,
apresentando as pessoas com quem se fala
em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de
20 linhas contando que outras invenções
eles imaginam que haverá no ano de 2040.
11. O uso de certos objetos e artefatos
costuma ficar marcado no tempo como
símbolo de uma época. Nossa época, por
exemplo, ficará marcada como a do uso dos
computadores e dos celulares, entre outros
equipamentos da tecnologia digital. Pedir
aos alunos que identifiquem no passado
recente algum objeto que tenha marcado
época. Eles podem pesquisar em livros ou
na internet e também consultar os pais ou
algum adulto sobre a questão.
Um caso emblemático de artefato que
marcou época é o do chapéu, usado por
homens em traje social. São comuns, na
primeira metade do século XX, fotografias
de multidões em comícios políticos ou em
eventos sociais em que o chapéu sobressai
como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o
rádio, em seus primórdios. Tanto que existe
a expressão “era do rádio”, que simboliza
a hegemonia desse aparelho, essencial nas
comunicações durante a Segunda Guerra. Os
alunos podem trazer outros exemplos, como
a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford
fabricado em série, que se tornou símbolo da
industrialização no século XX) etc.
12. Sócrates é descrito na história como
“um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e
4
3/20/13 1:56 PM
A AUTORA
Dessa forma, durante a leitura, além de
conhecerem alguns mitos, lendas e fatos
históricos importantes, os leitores tomam
contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três
principais filósofos gregos da Antiguidade:
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Um dos principais desafios do ensino de
Filosofia é não assustar o aluno no primeiro
contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos
ancestrais da humanidade. Muitas vezes o
aluno provém de um ambiente avesso ao
exercício do pensamento e da reflexão e não
é difícil afastá-lo de vez do interesse pela
atitude filosófica, ainda que incipiente.
Essa é uma das principais preocupações
dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere
os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo
filosófico. Não traz respostas prontas, como
seria de supor pelo senso comum que se
tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos
filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o
livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar
os alunos com a inquietação da dúvida, da
curiosidade e da vontade de saber.
Flávia Reis
OS PERGUNTADORES DA GARRAFA
Uma aventura pelos caminhos da Filosofia
Flávia Reis
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Sugestões de atividades
elaboradas por:
Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura,
autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia.
Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Cursou a faculdade de Direito.
Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto
de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora
de livros infantojuvenis e pesquisadora.
Promove oficinas literárias para docentes e
alunos.
A OBRA
A curiosidade diante do mundo é algo
que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde
viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o
mal existe? Por que o sol surge toda manhã?
Por que o dia dá lugar à noite? Por que o
inverno é frio, e o verão, quente? Por que
os seres nascem, crescem e morrem? Por
que um ser gera outro semelhante? Qual o
tamanho do Universo?
Tantos porquês... Talvez seja próprio das
crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais
livre e uma curiosidade ainda intacta sobre
a natureza das coisas. Não que os adultos
não façam as mesmas indagações. Também
eles, em meio às atribulações do dia a dia,
costumam parar e fazer a si mesmos essas
perguntas, muitas vezes sem uma resposta
que os satisfaça.
É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que
trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe
concede a ficção para transgredir o sentido
comum do tempo e assim transitar com
naturalidade entre o passado, o presente
e o futuro da história da humanidade. No
passado, por meio da memória histórica; no
presente, trazendo as referências de nossa
época; no futuro, fazendo uso do recurso
fabuloso da imaginação.
SUGESTÃO DE PROJETO
PEDAGÓGICO PARA TURMAS
DO 2o AO 5o ANO
TEMAS ABORDADOS
• Princípios básicos da Filosofia
• Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles,
Platão
• Dúvidas, questionamentos, perguntas e
respostas
2
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
a) sobre histórias interessantes desse tipo
específico de comunicação;
b) sobre histórias interessantes de outros
tipos de comunicação tão antigas quanto
essa, como o sinal de fumaça dos indígenas,
o SOS escrito no chão, as mensagens escritas
em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como
os pombos-correios, entre outras.
7. No ano de 2040 da história, Cléo e
Sebastian praticam manobras radicais com
seus skates voadores e usam o superfone
para se comunicar. Questionar os alunos
sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos
de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja,
daqui a pouco mais de duas décadas.
8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a
apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043
os fabricantes prometem um novo modelo,
“com propulsão magnética mais eficiente”,
segundo a história. Levando em conta essas
informações, propor aos alunos as seguintes
questões, que podem levar a uma discussão
reflexiva maior em sala de aula:
a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não
apenas de skates, em sempre apresentar
novos modelos de seus produtos?
b) Dê um exemplo que você conhece de
produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado.
c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas,
você acha que as melhorias que os novos
modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto
ouvindo outras opiniões.
d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas.
9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em
c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa
a expressão “a.C.” e por que o tempo é
contado de trás para a frente quando essa
sigla aparece.
É a oportunidade de explicar a eles
que os anos, nas culturas ocidentais, são
contados a partir do nascimento de Jesus
ATIVIDADES PARA
ANTES DA LEITURA
1. Nessa fase, você deve aproveitar para
acostumar os alunos ao manuseio do livro:
identificar a autora e a editora, verificar se
o título é sugestivo, consultar o sumário, ler
a quarta capa, observar as imagens e outros
aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia
e tamanho).
2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a
viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela
é útil num mundo como o de hoje.
3. Num segundo momento, perguntar a
eles o que acharam da história, questionar
sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc.
ATIVIDADES PARA
DURANTE A LEITURA
4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem
no dicionário. O objetivo é, após a leitura,
confrontar a lista de cada aluno com a dos
demais e elaborar um glossário sobre o
tema para a turma.
5. Solicitar aos alunos que, à medida que
forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040.
Isso os ajudará a não se perder entre as idas
e vindas da história.
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
6. A história resgata uma antiga forma
de comunicação, a mensagem numa garrafa
lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para
realizar duas pesquisas:
3
come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente
por meio de bustos e retratos. Questionar
se a descrição confere com a feita no livro.
Em seguida perguntar o que a descrição
do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado
ou um homem simples? Que relação eles
percebem entre a forma como o filósofo
grego se apresentava e as ideias que ele
expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são
expostas nesse livro? Pedir aos alunos que
justifiquem suas respostas.
13. Pedir aos alunos que escrevam uma
redação de 20 linhas que tenha como título
a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei
que nada sei”.
Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade,
mas também da humildade na busca pelo
conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é
aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento
é um caminho infinito, pois quanto mais se
sabe, mais se tem noção de quanto há ainda
por conhecer.
14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho
Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/
disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso
em: 13 set. 2012.
A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio
de perguntas e hipóteses para se chegar a
uma resposta, algo muito parecido com o
que Sócrates fazia na Grécia antiga quando
interpelava as pessoas nas praças e ruas de
Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro,
“um filósofo-mosquito gosta de investigar”.
15. Um dos recursos do superfone é a
força do pensamento pela leitura das ondas
cerebrais. Desde que o número da pessoa
esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em
nossa época, ainda não chegamos a tanto.
Mas é inegável que o pensamento possui
Cristo, mas que outras culturas possuem
outros referenciais de contagem do tempo.
Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas
de morte dos filósofos e façam a conta para
saber quantos anos viveu cada um deles.
10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com
vídeo e máquina fotográfica embutidos
eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam
existir. Na história, em 2040 os alunos ainda
fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria,
apresentando as pessoas com quem se fala
em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de
20 linhas contando que outras invenções
eles imaginam que haverá no ano de 2040.
11. O uso de certos objetos e artefatos
costuma ficar marcado no tempo como
símbolo de uma época. Nossa época, por
exemplo, ficará marcada como a do uso dos
computadores e dos celulares, entre outros
equipamentos da tecnologia digital. Pedir
aos alunos que identifiquem no passado
recente algum objeto que tenha marcado
época. Eles podem pesquisar em livros ou
na internet e também consultar os pais ou
algum adulto sobre a questão.
Um caso emblemático de artefato que
marcou época é o do chapéu, usado por
homens em traje social. São comuns, na
primeira metade do século XX, fotografias
de multidões em comícios políticos ou em
eventos sociais em que o chapéu sobressai
como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o
rádio, em seus primórdios. Tanto que existe
a expressão “era do rádio”, que simboliza
a hegemonia desse aparelho, essencial nas
comunicações durante a Segunda Guerra. Os
alunos podem trazer outros exemplos, como
a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford
fabricado em série, que se tornou símbolo da
industrialização no século XX) etc.
12. Sócrates é descrito na história como
“um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e
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A AUTORA
Dessa forma, durante a leitura, além de
conhecerem alguns mitos, lendas e fatos
históricos importantes, os leitores tomam
contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três
principais filósofos gregos da Antiguidade:
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Um dos principais desafios do ensino de
Filosofia é não assustar o aluno no primeiro
contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos
ancestrais da humanidade. Muitas vezes o
aluno provém de um ambiente avesso ao
exercício do pensamento e da reflexão e não
é difícil afastá-lo de vez do interesse pela
atitude filosófica, ainda que incipiente.
Essa é uma das principais preocupações
dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere
os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo
filosófico. Não traz respostas prontas, como
seria de supor pelo senso comum que se
tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos
filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o
livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar
os alunos com a inquietação da dúvida, da
curiosidade e da vontade de saber.
Flávia Reis
OS PERGUNTADORES DA GARRAFA
Uma aventura pelos caminhos da Filosofia
Flávia Reis
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Sugestões de atividades
elaboradas por:
Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura,
autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia.
Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Cursou a faculdade de Direito.
Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto
de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora
de livros infantojuvenis e pesquisadora.
Promove oficinas literárias para docentes e
alunos.
A OBRA
A curiosidade diante do mundo é algo
que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde
viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o
mal existe? Por que o sol surge toda manhã?
Por que o dia dá lugar à noite? Por que o
inverno é frio, e o verão, quente? Por que
os seres nascem, crescem e morrem? Por
que um ser gera outro semelhante? Qual o
tamanho do Universo?
Tantos porquês... Talvez seja próprio das
crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais
livre e uma curiosidade ainda intacta sobre
a natureza das coisas. Não que os adultos
não façam as mesmas indagações. Também
eles, em meio às atribulações do dia a dia,
costumam parar e fazer a si mesmos essas
perguntas, muitas vezes sem uma resposta
que os satisfaça.
É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que
trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe
concede a ficção para transgredir o sentido
comum do tempo e assim transitar com
naturalidade entre o passado, o presente
e o futuro da história da humanidade. No
passado, por meio da memória histórica; no
presente, trazendo as referências de nossa
época; no futuro, fazendo uso do recurso
fabuloso da imaginação.
SUGESTÃO DE PROJETO
PEDAGÓGICO PARA TURMAS
DO 2o AO 5o ANO
TEMAS ABORDADOS
• Princípios básicos da Filosofia
• Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles,
Platão
• Dúvidas, questionamentos, perguntas e
respostas
2
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
a) sobre histórias interessantes desse tipo
específico de comunicação;
b) sobre histórias interessantes de outros
tipos de comunicação tão antigas quanto
essa, como o sinal de fumaça dos indígenas,
o SOS escrito no chão, as mensagens escritas
em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como
os pombos-correios, entre outras.
7. No ano de 2040 da história, Cléo e
Sebastian praticam manobras radicais com
seus skates voadores e usam o superfone
para se comunicar. Questionar os alunos
sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos
de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja,
daqui a pouco mais de duas décadas.
8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a
apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043
os fabricantes prometem um novo modelo,
“com propulsão magnética mais eficiente”,
segundo a história. Levando em conta essas
informações, propor aos alunos as seguintes
questões, que podem levar a uma discussão
reflexiva maior em sala de aula:
a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não
apenas de skates, em sempre apresentar
novos modelos de seus produtos?
b) Dê um exemplo que você conhece de
produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado.
c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas,
você acha que as melhorias que os novos
modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto
ouvindo outras opiniões.
d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas.
9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em
c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa
a expressão “a.C.” e por que o tempo é
contado de trás para a frente quando essa
sigla aparece.
É a oportunidade de explicar a eles
que os anos, nas culturas ocidentais, são
contados a partir do nascimento de Jesus
ATIVIDADES PARA
ANTES DA LEITURA
1. Nessa fase, você deve aproveitar para
acostumar os alunos ao manuseio do livro:
identificar a autora e a editora, verificar se
o título é sugestivo, consultar o sumário, ler
a quarta capa, observar as imagens e outros
aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia
e tamanho).
2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a
viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela
é útil num mundo como o de hoje.
3. Num segundo momento, perguntar a
eles o que acharam da história, questionar
sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc.
ATIVIDADES PARA
DURANTE A LEITURA
4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem
no dicionário. O objetivo é, após a leitura,
confrontar a lista de cada aluno com a dos
demais e elaborar um glossário sobre o
tema para a turma.
5. Solicitar aos alunos que, à medida que
forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040.
Isso os ajudará a não se perder entre as idas
e vindas da história.
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
6. A história resgata uma antiga forma
de comunicação, a mensagem numa garrafa
lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para
realizar duas pesquisas:
3
come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente
por meio de bustos e retratos. Questionar
se a descrição confere com a feita no livro.
Em seguida perguntar o que a descrição
do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado
ou um homem simples? Que relação eles
percebem entre a forma como o filósofo
grego se apresentava e as ideias que ele
expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são
expostas nesse livro? Pedir aos alunos que
justifiquem suas respostas.
13. Pedir aos alunos que escrevam uma
redação de 20 linhas que tenha como título
a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei
que nada sei”.
Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade,
mas também da humildade na busca pelo
conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é
aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento
é um caminho infinito, pois quanto mais se
sabe, mais se tem noção de quanto há ainda
por conhecer.
14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho
Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/
disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso
em: 13 set. 2012.
A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio
de perguntas e hipóteses para se chegar a
uma resposta, algo muito parecido com o
que Sócrates fazia na Grécia antiga quando
interpelava as pessoas nas praças e ruas de
Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro,
“um filósofo-mosquito gosta de investigar”.
15. Um dos recursos do superfone é a
força do pensamento pela leitura das ondas
cerebrais. Desde que o número da pessoa
esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em
nossa época, ainda não chegamos a tanto.
Mas é inegável que o pensamento possui
Cristo, mas que outras culturas possuem
outros referenciais de contagem do tempo.
Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas
de morte dos filósofos e façam a conta para
saber quantos anos viveu cada um deles.
10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com
vídeo e máquina fotográfica embutidos
eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam
existir. Na história, em 2040 os alunos ainda
fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria,
apresentando as pessoas com quem se fala
em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de
20 linhas contando que outras invenções
eles imaginam que haverá no ano de 2040.
11. O uso de certos objetos e artefatos
costuma ficar marcado no tempo como
símbolo de uma época. Nossa época, por
exemplo, ficará marcada como a do uso dos
computadores e dos celulares, entre outros
equipamentos da tecnologia digital. Pedir
aos alunos que identifiquem no passado
recente algum objeto que tenha marcado
época. Eles podem pesquisar em livros ou
na internet e também consultar os pais ou
algum adulto sobre a questão.
Um caso emblemático de artefato que
marcou época é o do chapéu, usado por
homens em traje social. São comuns, na
primeira metade do século XX, fotografias
de multidões em comícios políticos ou em
eventos sociais em que o chapéu sobressai
como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o
rádio, em seus primórdios. Tanto que existe
a expressão “era do rádio”, que simboliza
a hegemonia desse aparelho, essencial nas
comunicações durante a Segunda Guerra. Os
alunos podem trazer outros exemplos, como
a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford
fabricado em série, que se tornou símbolo da
industrialização no século XX) etc.
12. Sócrates é descrito na história como
“um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e
4
3/20/13 1:56 PM
A AUTORA
Dessa forma, durante a leitura, além de
conhecerem alguns mitos, lendas e fatos
históricos importantes, os leitores tomam
contato com as primeiras noções de conceitos que perpassam toda a história da Filosofia no Ocidente. E isso por meio dos três
principais filósofos gregos da Antiguidade:
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Um dos principais desafios do ensino de
Filosofia é não assustar o aluno no primeiro
contato com uma disciplina nascida há cerca de 2.500 anos e que remonta aos mitos
ancestrais da humanidade. Muitas vezes o
aluno provém de um ambiente avesso ao
exercício do pensamento e da reflexão e não
é difícil afastá-lo de vez do interesse pela
atitude filosófica, ainda que incipiente.
Essa é uma das principais preocupações
dessa obra neste momento inicial do estudante. Os perguntadores da garrafa insere
os alunos de forma poética, lúdica, contemporânea e contextualizada no universo
filosófico. Não traz respostas prontas, como
seria de supor pelo senso comum que se
tem da Filosofia. Mas, como é próprio dos
filósofos, planta as sementinhas do questionamento e da indagação. Nesse sentido, o
livro cumpre a função de “mosquito” de Sócrates, que a autora expõe na história: picar
os alunos com a inquietação da dúvida, da
curiosidade e da vontade de saber.
Flávia Reis
OS PERGUNTADORES DA GARRAFA
Uma aventura pelos caminhos da Filosofia
Flávia Reis
SUPLEMENTO DIDÁTICO
Sugestões de atividades
elaboradas por:
Samir Thomaz – Jornalista com especialização em globalização e cultura,
autor de ficção e não ficção e editor de Filosofia.
Flávia Reis é pós-graduanda em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Cursou a faculdade de Direito.
Participou do Curso de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar do Instituto
de Filosofia para Crianças (Ifep). É escritora
de livros infantojuvenis e pesquisadora.
Promove oficinas literárias para docentes e
alunos.
A OBRA
A curiosidade diante do mundo é algo
que acompanha o ser humano desde tempos remotos. Por que existimos? De onde
viemos? Para onde vamos? O que é o tempo? Por que as coisas mudam? Por que o
mal existe? Por que o sol surge toda manhã?
Por que o dia dá lugar à noite? Por que o
inverno é frio, e o verão, quente? Por que
os seres nascem, crescem e morrem? Por
que um ser gera outro semelhante? Qual o
tamanho do Universo?
Tantos porquês... Talvez seja próprio das
crianças e dos adolescentes pensar em questões como essas, por terem a mente mais
livre e uma curiosidade ainda intacta sobre
a natureza das coisas. Não que os adultos
não façam as mesmas indagações. Também
eles, em meio às atribulações do dia a dia,
costumam parar e fazer a si mesmos essas
perguntas, muitas vezes sem uma resposta
que os satisfaça.
É dessa curiosidade e desse espanto perante a natureza, a vida e o Universo que
trata Os perguntadores da garrafa. A autora se investe da licença poética que lhe
concede a ficção para transgredir o sentido
comum do tempo e assim transitar com
naturalidade entre o passado, o presente
e o futuro da história da humanidade. No
passado, por meio da memória histórica; no
presente, trazendo as referências de nossa
época; no futuro, fazendo uso do recurso
fabuloso da imaginação.
SUGESTÃO DE PROJETO
PEDAGÓGICO PARA TURMAS
DO 2o AO 5o ANO
TEMAS ABORDADOS
• Princípios básicos da Filosofia
• Filósofos gregos: Sócrates, Aristóteles,
Platão
• Dúvidas, questionamentos, perguntas e
respostas
2
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 1
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
a) sobre histórias interessantes desse tipo
específico de comunicação;
b) sobre histórias interessantes de outros
tipos de comunicação tão antigas quanto
essa, como o sinal de fumaça dos indígenas,
o SOS escrito no chão, as mensagens escritas
em árvores, ou sobre histórias não tão antigas, mas nem por isso menos curiosas, como
os pombos-correios, entre outras.
7. No ano de 2040 da história, Cléo e
Sebastian praticam manobras radicais com
seus skates voadores e usam o superfone
para se comunicar. Questionar os alunos
sobre que tipos de brinquedos ou aparelhos
de comunicação eles imaginam que as crianças vão usar no ano de 2040 real, ou seja,
daqui a pouco mais de duas décadas.
8. Os skates de Sebastian e Cléo sobem a
apenas 30 cm acima do chão. Mas para 2043
os fabricantes prometem um novo modelo,
“com propulsão magnética mais eficiente”,
segundo a história. Levando em conta essas
informações, propor aos alunos as seguintes
questões, que podem levar a uma discussão
reflexiva maior em sala de aula:
a) Qual é o objetivo dos fabricantes, não
apenas de skates, em sempre apresentar
novos modelos de seus produtos?
b) Dê um exemplo que você conhece de
produto ou tipo de produto que tem sempre modelos novos no mercado.
c) Observando o produto ou tipo de produto lembrado por você e por seus colegas,
você acha que as melhorias que os novos
modelos trazem são realmente uma necessidade, ou a propaganda é que cria essa necessidade nas pessoas? Aprofunde o assunto
ouvindo outras opiniões.
d) Converse com seus pais ou algum adulto sobre quanto tempo duravam os eletrodomésticos há duas ou três décadas.
9. Sócrates nasceu em 469 a.C., Platão em
c. 428 a.C. e Aristóteles em 384 a.C. Perguntar aos alunos se eles sabem o que significa
a expressão “a.C.” e por que o tempo é
contado de trás para a frente quando essa
sigla aparece.
É a oportunidade de explicar a eles
que os anos, nas culturas ocidentais, são
contados a partir do nascimento de Jesus
ATIVIDADES PARA
ANTES DA LEITURA
1. Nessa fase, você deve aproveitar para
acostumar os alunos ao manuseio do livro:
identificar a autora e a editora, verificar se
o título é sugestivo, consultar o sumário, ler
a quarta capa, observar as imagens e outros
aspectos gráficos do livro (fonte, tipologia
e tamanho).
2. Inicialmente, fazer uma sondagem sobre que ideia os alunos têm da Filosofia. Perguntar se a acham necessária, se ela ajuda a
viver, a ter sucesso profissional, enfim, se ela
é útil num mundo como o de hoje.
3. Num segundo momento, perguntar a
eles o que acharam da história, questionar
sobre o que mais gostaram ou não gostaram, que personagem acharam mais interessante etc.
ATIVIDADES PARA
DURANTE A LEITURA
4. Pedir aos alunos que anotem as palavras que não conhecem e as pesquisem
no dicionário. O objetivo é, após a leitura,
confrontar a lista de cada aluno com a dos
demais e elaborar um glossário sobre o
tema para a turma.
5. Solicitar aos alunos que, à medida que
forem lendo, anotem os principais acontecimentos de cada ano: 2010, 2038 e 2040.
Isso os ajudará a não se perder entre as idas
e vindas da história.
ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA
6. A história resgata uma antiga forma
de comunicação, a mensagem numa garrafa
lançada ao mar. Pedir aos alunos que se organizem em duplas ou grupos maiores para
realizar duas pesquisas:
3
come pão com manteiga”. Solicitar aos alunos que pesquisem na internet representações do filósofo grego feitas principalmente
por meio de bustos e retratos. Questionar
se a descrição confere com a feita no livro.
Em seguida perguntar o que a descrição
do livro sugere. Pela forma como se apresentava, Sócrates era um homem refinado
ou um homem simples? Que relação eles
percebem entre a forma como o filósofo
grego se apresentava e as ideias que ele
expunha? Aliás, que ideias de Sócrates são
expostas nesse livro? Pedir aos alunos que
justifiquem suas respostas.
13. Pedir aos alunos que escrevam uma
redação de 20 linhas que tenha como título
a frase mais conhecida de Sócrates: “Só sei
que nada sei”.
Os alunos devem ser orientados a explorar o tema da importância da curiosidade,
mas também da humildade na busca pelo
conhecimento. Segundo Sócrates, sábio é
aquele que tem consciência da própria ignorância. A própria busca pelo conhecimento
é um caminho infinito, pois quanto mais se
sabe, mais se tem noção de quanto há ainda
por conhecer.
14. Leia com os alunos a crônica “Comunicação”, do cronista e escritor gaúcho
Luís Fernando Veríssimo, que pode ser encontrado no link <http://www.ofaj.com.br/
disciplinas_conteudo.php?cod=13>. Acesso
em: 13 set. 2012.
A crônica explora de forma bem-humorada o método de investigação por meio
de perguntas e hipóteses para se chegar a
uma resposta, algo muito parecido com o
que Sócrates fazia na Grécia antiga quando
interpelava as pessoas nas praças e ruas de
Atenas em busca do conhecimento verdadeiro. Afinal, como diz o filósofo grego no livro,
“um filósofo-mosquito gosta de investigar”.
15. Um dos recursos do superfone é a
força do pensamento pela leitura das ondas
cerebrais. Desde que o número da pessoa
esteja cadastrado no aparelho, basta pensar nela para que a ligação seja feita. Em
nossa época, ainda não chegamos a tanto.
Mas é inegável que o pensamento possui
Cristo, mas que outras culturas possuem
outros referenciais de contagem do tempo.
Por fim, pedir a eles que pesquisem as datas
de morte dos filósofos e façam a conta para
saber quantos anos viveu cada um deles.
10. Redes sociais, tablets, e-mails, buscadores sofisticados, telefones celulares com
vídeo e máquina fotográfica embutidos
eram recursos que há vinte anos não se imaginava, embora se soubesse que poderiam
existir. Na história, em 2040 os alunos ainda
fazem uso de e-mails, buscadores, redes sociais e tablets, os mesmos recursos que usamos atualmente. Somente os celulares parecem apresentar uma significativa melhoria,
apresentando as pessoas com quem se fala
em 3D. Solicitar aos alunos uma redação de
20 linhas contando que outras invenções
eles imaginam que haverá no ano de 2040.
11. O uso de certos objetos e artefatos
costuma ficar marcado no tempo como
símbolo de uma época. Nossa época, por
exemplo, ficará marcada como a do uso dos
computadores e dos celulares, entre outros
equipamentos da tecnologia digital. Pedir
aos alunos que identifiquem no passado
recente algum objeto que tenha marcado
época. Eles podem pesquisar em livros ou
na internet e também consultar os pais ou
algum adulto sobre a questão.
Um caso emblemático de artefato que
marcou época é o do chapéu, usado por
homens em traje social. São comuns, na
primeira metade do século XX, fotografias
de multidões em comícios políticos ou em
eventos sociais em que o chapéu sobressai
como peça comum do vestuário. Outro artefato que virou símbolo de uma era foi o
rádio, em seus primórdios. Tanto que existe
a expressão “era do rádio”, que simboliza
a hegemonia desse aparelho, essencial nas
comunicações durante a Segunda Guerra. Os
alunos podem trazer outros exemplos, como
a vitrola, o Ford T (o primeiro carro da Ford
fabricado em série, que se tornou símbolo da
industrialização no século XX) etc.
12. Sócrates é descrito na história como
“um senhor gordinho e barbudo, mais velho, nariz arrebitado, que está descalço e
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o seu poder. Questionar os alunos sobre
o poder do pensamento em nossa época.
Perguntar se sabem de alguém que tenha
conseguido algo somente com a força do
pensamento. Indagar de cada aluno como
ele usa o pensamento.
16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo
de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje
em dia? Por quê?
17. Durante a história, o filósofo Platão
afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele
fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa
informação, dada de forma despretensiosa
no livro.
Não se trata propriamente de um livro,
mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”,
que está no livro A República. É um dos
textos mais importantes da história da
Filosofia, pois trata da questão da luz do
conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado
de obscuridade e conformismo em que se
encontram muitos seres humanos, que
se acostumam com as opiniões e verdades
superficiais do cotidiano, sem ter coragem
de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre
será como a veem.
18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um
teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num
ambiente escuro. Os materiais necessários
são simples. Os alunos poderão utilizar
uma caixa de papelão, uma lâmpada ou
lanterna para criar uma espécie de câmara
fechada. Nessa câmara, com a luz da sala
apagada e a lâmpada ou lanterna acesa,
eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num
fundo claro, de forma que os demais alunos
possam visualizar as imagens.
Essa brincadeira é uma forma lúdica
e bastante concreta de introduzir o que
Platão quis dizer com sua famosa alegoria.
Após os alunos se divertirem bastante com
as imagens que criaram, explicar a eles que,
no Mito da Caverna platônico, as pessoas
que viviam na caverna enxergavam apenas
sombras, julgando serem elas a realidade.
Um dia alguém resolve sair do mundo das
sombras e se depara com a luz do sol, que
num primeiro momento lhe ofusca a vista,
acostumada que está com a escuridão. A
pessoa resiste e segue em direção à luz, e
com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que
se descortina à sua frente, ela volta para
chamar os outros. Quer que partilhem da
mesma visão. Eles o rechaçam, julgando
que ele perdeu o juízo. Com a insistência,
ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e
deixa-os no mundo das sombras, voltando
e seguindo sozinho para o mundo da luz.
Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo
das verdades falsas e das meras opiniões. A
dificuldade do homem em se acostumar à
luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não
está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo.
Outra comparação que pode ser feita com
a alegoria de Platão é com o escurinho do
cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro),
pensem naquele ambiente escuro como uma
caverna na qual o que os espectadores veem
na tela são sombras, ou seja, ilusão.
19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros
o amarrem no mastro e lhe coloquem cera
nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham
que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias
se não estivesse impedido de ouvi-lo e
amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma
vez que ele só resiste ao canto porque não
pode ouvir nem se mover.
Essa discussão tem a ver com a liberdade
e a virtude, que são dois temas importantes
da Filosofia. De forma incipiente, levar os
alunos à compreensão de que só existe vir5
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2
tude quando se tem liberdade para escolher
entre duas opções. No caso de Ulisses, ele
seria realmente virtuoso se estivesse livre e
pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da
fraqueza humana, pediu que o amarrassem
e lhe tapassem os ouvidos.
Trazendo o tema para o cotidiano dos
alunos, perguntar a eles se já resistiram a
uma tentação ou se costumam resistir a elas.
Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o
foco da questão da liberdade e da virtude.
20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com
os filósofos da história: Escola de Atenas
(c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio,
e A morte de Sócrates (1787) do pintor
Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que
pesquisem como Sócrates morreu, um dos
acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade.
21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem
na história: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição
social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por
que é considerado importante.
22. “– Ah, que bom seria se fôssemos
sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope
sobre o Mediterrâneo.
Usar esse trecho da história para fazer
uma reflexão sobre a questão do desejo.
Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser
outra pessoa ou de ser diferentes de como
são. Usar o método socrático em sala de aula
escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria
de ser? Por que ele gostaria de ser diferente
do que é? O que o leva a querer ser daquela
forma ou como aquela pessoa? etc.
23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos.
– Então os senhores estão procurando
crianças antigas, certo?
– Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram.
– É lógico que crianças crescem um dia!
Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo,
seu Sócrates... – comentou Cléo.”
Aproveitar esse trecho para abordar,
de forma bastante inicial, dois temas que
perpassam a história da Filosofia e que, de
certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto
não esteja explicitado: o do movimento e
o da permanência das coisas. Não é preciso
entrar em maiores aprofundamentos. Para
os objetivos da atividade, propor aos alunos
algumas questões:
a) O adulto que cresceu ainda é a criança
que ele foi?
b) A árvore que cresceu ainda é a mesma
semente que foi plantada um dia?
c) Um rio é o mesmo rio de uma semana
atrás?
d) E você, é o mesmo adolescente de um
ano atrás?
24. Quando avistou os três filósofos,
Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que
eles fossem predadores. O trecho remete à
caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje.
Propor aos alunos que, em grupos, façam
uma pesquisa sobre a matança de baleias no
mundo. A pesquisa deve trazer informações
sobre as causas dessas matanças, a situação
das baleias no mundo, de que forma a caça
é feita, quais os tipos de baleias mais visados
e por quê, o que é feito para evitar esses
atos etc.
25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles.
– Só queria sentir a pele.
– Não basta ver e ouvir? Você precisa
exercer os cinco sentidos?
– Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo
menos?”.
Esse trecho é propício para introduzir
os alunos na questão – central na Filosofia
– do empirismo X racionalismo, ou seja, a
concepção do conhecimento como vindo
dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo
uma habilidade da mente (racionalismo).
Obviamente que os alunos não precisam
usar nomes complicados para a idade deles.
Para os objetivos do livro, propor aos alunos
algumas questões:
a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando?
b) E quando “curte um som”, que sentido
usa?
c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta
ver ou você precisa tocar?
d) O que você aprendeu ao ler este livro
é algo totalmente novo ou você acrescentou
coisas novas às coisas que já sabia?
e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente?
26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de
calendários que existem no mundo.
A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar
como os indígenas, por exemplo, contavam
o tempo antes de muitas tribos adotarem,
em parte, o calendário gregoriano, que é o
calendário usado no mundo ocidental.
27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária
a ser lançada ao mar. As três mensagens
devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma,
pedindo aos demais alunos que tentem
descobrir quem é o autor das perguntas.
No final ele pode escolher algumas frases e
fazer uma eleição sobre qual foi a melhor
pergunta feita.
Atividades interdisciplinares
Língua portuguesa
28. Solicitar aos alunos que, em grupo,
façam uma pesquisa sobre as duas obras
atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al-
gumas questões que eles podem responder
na pesquisa: de que trata as obras, por que
se diz que são atribuídas a Homero, em que
época se passam as histórias etc.
29. Ao descobrir que a mensagem na
garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua
portuguesa ou língua indígena. Questione
os alunos sobre essa passagem. Por que ela
perguntou isso? Depois de levar os alunos à
conclusão de que uma das raízes de nossa
língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras
oriundas da linguagem indígena.
Arte
30. Se julgar oportuno, como subsídio
para o aprofundamento da discussão do
tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros:
O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda,
editora Cosac Naify. O livro trata da questão
do tempo.
Filosofia para jovens: penso, logo existo,
de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes
Klimes, Editora Callis. História cronológica e
ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens.
31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas
filosóficos:
- As histórias da personagem Mafalda,
do cartunista argentino Quino, que está
sempre questionando o mundo e as coisas.
- A história “As sombras da vida”, versão
do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito
da Caverna, vivida pelo personagem Piteco.
Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em:
13 set. 2012.
xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma
expedição ao planeta Marte.
Abrir uma discussão com os alunos sobre
como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes,
como se formariam as primeiras cidades,
que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que
relação os habitantes da Lua ou de Marte
teriam com os habitantes da Terra, como
seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a
colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções,
pela comparação e pela imaginação, das
colonizações que ocorreram na história da
humanidade.
Química
33. Com a ajuda do professor, os alunos
podem fazer uma pesquisa sobre de que
forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes,
melhorando assim as condições sanitárias
da cidade.
Matemática
34. Está muito em evidência hoje em
dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três
dimensões. O superfone dos meninos da
história possui, entre outros recursos, o de
projetar a pessoa com quem se fala em três
dimensões. É como se a pessoa estivesse
presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à
representação de objetos e do ser humano
na história:
a) Em matemática, as dimensões de uma
figura são estudadas em geometria.
b) Nas artes plásticas, os pintores fazem
uso da perspectiva para dar profundidade às
paisagens que retratam. Assim, os quadros
não ficam “chapados”, como se tivessem
apenas uma dimensão, fazendo a pessoa
que o vê observar os diversos “planos” que
há na pintura.
BIBLIOGRAFIA
COLABORADORES. O livro da Filosofia.
São Paulo: Editora Globo, 2011.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia.
Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia
das Letras, 1991.
KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid
Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges.
Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez
Editora, 2002.
PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio
Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981.
PLATÃO. O banquete. Tradução de José
Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João
Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980.
WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens.
Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998.
WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra
Magalhães. Aprender a filosofar com os
colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009.
WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia
para crianças. Curitiba, 2011.
História
32. No primeiro contato que os meninos
têm com Platão, ele está sentado num banco
de praça, lendo um jornal cuja manchete
traz notícias sobre a colonização da Lua pelo
homem. Em outro momento, enquanto joga
6
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o seu poder. Questionar os alunos sobre
o poder do pensamento em nossa época.
Perguntar se sabem de alguém que tenha
conseguido algo somente com a força do
pensamento. Indagar de cada aluno como
ele usa o pensamento.
16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo
de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje
em dia? Por quê?
17. Durante a história, o filósofo Platão
afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele
fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa
informação, dada de forma despretensiosa
no livro.
Não se trata propriamente de um livro,
mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”,
que está no livro A República. É um dos
textos mais importantes da história da
Filosofia, pois trata da questão da luz do
conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado
de obscuridade e conformismo em que se
encontram muitos seres humanos, que
se acostumam com as opiniões e verdades
superficiais do cotidiano, sem ter coragem
de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre
será como a veem.
18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um
teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num
ambiente escuro. Os materiais necessários
são simples. Os alunos poderão utilizar
uma caixa de papelão, uma lâmpada ou
lanterna para criar uma espécie de câmara
fechada. Nessa câmara, com a luz da sala
apagada e a lâmpada ou lanterna acesa,
eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num
fundo claro, de forma que os demais alunos
possam visualizar as imagens.
Essa brincadeira é uma forma lúdica
e bastante concreta de introduzir o que
Platão quis dizer com sua famosa alegoria.
Após os alunos se divertirem bastante com
as imagens que criaram, explicar a eles que,
no Mito da Caverna platônico, as pessoas
que viviam na caverna enxergavam apenas
sombras, julgando serem elas a realidade.
Um dia alguém resolve sair do mundo das
sombras e se depara com a luz do sol, que
num primeiro momento lhe ofusca a vista,
acostumada que está com a escuridão. A
pessoa resiste e segue em direção à luz, e
com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que
se descortina à sua frente, ela volta para
chamar os outros. Quer que partilhem da
mesma visão. Eles o rechaçam, julgando
que ele perdeu o juízo. Com a insistência,
ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e
deixa-os no mundo das sombras, voltando
e seguindo sozinho para o mundo da luz.
Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo
das verdades falsas e das meras opiniões. A
dificuldade do homem em se acostumar à
luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não
está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo.
Outra comparação que pode ser feita com
a alegoria de Platão é com o escurinho do
cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro),
pensem naquele ambiente escuro como uma
caverna na qual o que os espectadores veem
na tela são sombras, ou seja, ilusão.
19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros
o amarrem no mastro e lhe coloquem cera
nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham
que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias
se não estivesse impedido de ouvi-lo e
amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma
vez que ele só resiste ao canto porque não
pode ouvir nem se mover.
Essa discussão tem a ver com a liberdade
e a virtude, que são dois temas importantes
da Filosofia. De forma incipiente, levar os
alunos à compreensão de que só existe vir5
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2
tude quando se tem liberdade para escolher
entre duas opções. No caso de Ulisses, ele
seria realmente virtuoso se estivesse livre e
pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da
fraqueza humana, pediu que o amarrassem
e lhe tapassem os ouvidos.
Trazendo o tema para o cotidiano dos
alunos, perguntar a eles se já resistiram a
uma tentação ou se costumam resistir a elas.
Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o
foco da questão da liberdade e da virtude.
20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com
os filósofos da história: Escola de Atenas
(c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio,
e A morte de Sócrates (1787) do pintor
Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que
pesquisem como Sócrates morreu, um dos
acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade.
21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem
na história: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição
social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por
que é considerado importante.
22. “– Ah, que bom seria se fôssemos
sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope
sobre o Mediterrâneo.
Usar esse trecho da história para fazer
uma reflexão sobre a questão do desejo.
Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser
outra pessoa ou de ser diferentes de como
são. Usar o método socrático em sala de aula
escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria
de ser? Por que ele gostaria de ser diferente
do que é? O que o leva a querer ser daquela
forma ou como aquela pessoa? etc.
23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos.
– Então os senhores estão procurando
crianças antigas, certo?
– Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram.
– É lógico que crianças crescem um dia!
Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo,
seu Sócrates... – comentou Cléo.”
Aproveitar esse trecho para abordar,
de forma bastante inicial, dois temas que
perpassam a história da Filosofia e que, de
certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto
não esteja explicitado: o do movimento e
o da permanência das coisas. Não é preciso
entrar em maiores aprofundamentos. Para
os objetivos da atividade, propor aos alunos
algumas questões:
a) O adulto que cresceu ainda é a criança
que ele foi?
b) A árvore que cresceu ainda é a mesma
semente que foi plantada um dia?
c) Um rio é o mesmo rio de uma semana
atrás?
d) E você, é o mesmo adolescente de um
ano atrás?
24. Quando avistou os três filósofos,
Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que
eles fossem predadores. O trecho remete à
caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje.
Propor aos alunos que, em grupos, façam
uma pesquisa sobre a matança de baleias no
mundo. A pesquisa deve trazer informações
sobre as causas dessas matanças, a situação
das baleias no mundo, de que forma a caça
é feita, quais os tipos de baleias mais visados
e por quê, o que é feito para evitar esses
atos etc.
25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles.
– Só queria sentir a pele.
– Não basta ver e ouvir? Você precisa
exercer os cinco sentidos?
– Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo
menos?”.
Esse trecho é propício para introduzir
os alunos na questão – central na Filosofia
– do empirismo X racionalismo, ou seja, a
concepção do conhecimento como vindo
dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo
uma habilidade da mente (racionalismo).
Obviamente que os alunos não precisam
usar nomes complicados para a idade deles.
Para os objetivos do livro, propor aos alunos
algumas questões:
a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando?
b) E quando “curte um som”, que sentido
usa?
c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta
ver ou você precisa tocar?
d) O que você aprendeu ao ler este livro
é algo totalmente novo ou você acrescentou
coisas novas às coisas que já sabia?
e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente?
26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de
calendários que existem no mundo.
A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar
como os indígenas, por exemplo, contavam
o tempo antes de muitas tribos adotarem,
em parte, o calendário gregoriano, que é o
calendário usado no mundo ocidental.
27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária
a ser lançada ao mar. As três mensagens
devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma,
pedindo aos demais alunos que tentem
descobrir quem é o autor das perguntas.
No final ele pode escolher algumas frases e
fazer uma eleição sobre qual foi a melhor
pergunta feita.
Atividades interdisciplinares
Língua portuguesa
28. Solicitar aos alunos que, em grupo,
façam uma pesquisa sobre as duas obras
atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al-
gumas questões que eles podem responder
na pesquisa: de que trata as obras, por que
se diz que são atribuídas a Homero, em que
época se passam as histórias etc.
29. Ao descobrir que a mensagem na
garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua
portuguesa ou língua indígena. Questione
os alunos sobre essa passagem. Por que ela
perguntou isso? Depois de levar os alunos à
conclusão de que uma das raízes de nossa
língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras
oriundas da linguagem indígena.
Arte
30. Se julgar oportuno, como subsídio
para o aprofundamento da discussão do
tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros:
O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda,
editora Cosac Naify. O livro trata da questão
do tempo.
Filosofia para jovens: penso, logo existo,
de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes
Klimes, Editora Callis. História cronológica e
ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens.
31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas
filosóficos:
- As histórias da personagem Mafalda,
do cartunista argentino Quino, que está
sempre questionando o mundo e as coisas.
- A história “As sombras da vida”, versão
do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito
da Caverna, vivida pelo personagem Piteco.
Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em:
13 set. 2012.
xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma
expedição ao planeta Marte.
Abrir uma discussão com os alunos sobre
como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes,
como se formariam as primeiras cidades,
que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que
relação os habitantes da Lua ou de Marte
teriam com os habitantes da Terra, como
seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a
colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções,
pela comparação e pela imaginação, das
colonizações que ocorreram na história da
humanidade.
Química
33. Com a ajuda do professor, os alunos
podem fazer uma pesquisa sobre de que
forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes,
melhorando assim as condições sanitárias
da cidade.
Matemática
34. Está muito em evidência hoje em
dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três
dimensões. O superfone dos meninos da
história possui, entre outros recursos, o de
projetar a pessoa com quem se fala em três
dimensões. É como se a pessoa estivesse
presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à
representação de objetos e do ser humano
na história:
a) Em matemática, as dimensões de uma
figura são estudadas em geometria.
b) Nas artes plásticas, os pintores fazem
uso da perspectiva para dar profundidade às
paisagens que retratam. Assim, os quadros
não ficam “chapados”, como se tivessem
apenas uma dimensão, fazendo a pessoa
que o vê observar os diversos “planos” que
há na pintura.
BIBLIOGRAFIA
COLABORADORES. O livro da Filosofia.
São Paulo: Editora Globo, 2011.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia.
Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia
das Letras, 1991.
KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid
Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges.
Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez
Editora, 2002.
PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio
Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981.
PLATÃO. O banquete. Tradução de José
Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João
Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980.
WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens.
Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998.
WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra
Magalhães. Aprender a filosofar com os
colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009.
WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia
para crianças. Curitiba, 2011.
História
32. No primeiro contato que os meninos
têm com Platão, ele está sentado num banco
de praça, lendo um jornal cuja manchete
traz notícias sobre a colonização da Lua pelo
homem. Em outro momento, enquanto joga
6
3/20/13 1:56 PM
o seu poder. Questionar os alunos sobre
o poder do pensamento em nossa época.
Perguntar se sabem de alguém que tenha
conseguido algo somente com a força do
pensamento. Indagar de cada aluno como
ele usa o pensamento.
16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo
de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje
em dia? Por quê?
17. Durante a história, o filósofo Platão
afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele
fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa
informação, dada de forma despretensiosa
no livro.
Não se trata propriamente de um livro,
mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”,
que está no livro A República. É um dos
textos mais importantes da história da
Filosofia, pois trata da questão da luz do
conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado
de obscuridade e conformismo em que se
encontram muitos seres humanos, que
se acostumam com as opiniões e verdades
superficiais do cotidiano, sem ter coragem
de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre
será como a veem.
18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um
teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num
ambiente escuro. Os materiais necessários
são simples. Os alunos poderão utilizar
uma caixa de papelão, uma lâmpada ou
lanterna para criar uma espécie de câmara
fechada. Nessa câmara, com a luz da sala
apagada e a lâmpada ou lanterna acesa,
eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num
fundo claro, de forma que os demais alunos
possam visualizar as imagens.
Essa brincadeira é uma forma lúdica
e bastante concreta de introduzir o que
Platão quis dizer com sua famosa alegoria.
Após os alunos se divertirem bastante com
as imagens que criaram, explicar a eles que,
no Mito da Caverna platônico, as pessoas
que viviam na caverna enxergavam apenas
sombras, julgando serem elas a realidade.
Um dia alguém resolve sair do mundo das
sombras e se depara com a luz do sol, que
num primeiro momento lhe ofusca a vista,
acostumada que está com a escuridão. A
pessoa resiste e segue em direção à luz, e
com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que
se descortina à sua frente, ela volta para
chamar os outros. Quer que partilhem da
mesma visão. Eles o rechaçam, julgando
que ele perdeu o juízo. Com a insistência,
ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e
deixa-os no mundo das sombras, voltando
e seguindo sozinho para o mundo da luz.
Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo
das verdades falsas e das meras opiniões. A
dificuldade do homem em se acostumar à
luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não
está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo.
Outra comparação que pode ser feita com
a alegoria de Platão é com o escurinho do
cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro),
pensem naquele ambiente escuro como uma
caverna na qual o que os espectadores veem
na tela são sombras, ou seja, ilusão.
19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros
o amarrem no mastro e lhe coloquem cera
nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham
que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias
se não estivesse impedido de ouvi-lo e
amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma
vez que ele só resiste ao canto porque não
pode ouvir nem se mover.
Essa discussão tem a ver com a liberdade
e a virtude, que são dois temas importantes
da Filosofia. De forma incipiente, levar os
alunos à compreensão de que só existe vir5
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2
tude quando se tem liberdade para escolher
entre duas opções. No caso de Ulisses, ele
seria realmente virtuoso se estivesse livre e
pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da
fraqueza humana, pediu que o amarrassem
e lhe tapassem os ouvidos.
Trazendo o tema para o cotidiano dos
alunos, perguntar a eles se já resistiram a
uma tentação ou se costumam resistir a elas.
Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o
foco da questão da liberdade e da virtude.
20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com
os filósofos da história: Escola de Atenas
(c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio,
e A morte de Sócrates (1787) do pintor
Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que
pesquisem como Sócrates morreu, um dos
acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade.
21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem
na história: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição
social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por
que é considerado importante.
22. “– Ah, que bom seria se fôssemos
sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope
sobre o Mediterrâneo.
Usar esse trecho da história para fazer
uma reflexão sobre a questão do desejo.
Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser
outra pessoa ou de ser diferentes de como
são. Usar o método socrático em sala de aula
escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria
de ser? Por que ele gostaria de ser diferente
do que é? O que o leva a querer ser daquela
forma ou como aquela pessoa? etc.
23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos.
– Então os senhores estão procurando
crianças antigas, certo?
– Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram.
– É lógico que crianças crescem um dia!
Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo,
seu Sócrates... – comentou Cléo.”
Aproveitar esse trecho para abordar,
de forma bastante inicial, dois temas que
perpassam a história da Filosofia e que, de
certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto
não esteja explicitado: o do movimento e
o da permanência das coisas. Não é preciso
entrar em maiores aprofundamentos. Para
os objetivos da atividade, propor aos alunos
algumas questões:
a) O adulto que cresceu ainda é a criança
que ele foi?
b) A árvore que cresceu ainda é a mesma
semente que foi plantada um dia?
c) Um rio é o mesmo rio de uma semana
atrás?
d) E você, é o mesmo adolescente de um
ano atrás?
24. Quando avistou os três filósofos,
Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que
eles fossem predadores. O trecho remete à
caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje.
Propor aos alunos que, em grupos, façam
uma pesquisa sobre a matança de baleias no
mundo. A pesquisa deve trazer informações
sobre as causas dessas matanças, a situação
das baleias no mundo, de que forma a caça
é feita, quais os tipos de baleias mais visados
e por quê, o que é feito para evitar esses
atos etc.
25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles.
– Só queria sentir a pele.
– Não basta ver e ouvir? Você precisa
exercer os cinco sentidos?
– Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo
menos?”.
Esse trecho é propício para introduzir
os alunos na questão – central na Filosofia
– do empirismo X racionalismo, ou seja, a
concepção do conhecimento como vindo
dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo
uma habilidade da mente (racionalismo).
Obviamente que os alunos não precisam
usar nomes complicados para a idade deles.
Para os objetivos do livro, propor aos alunos
algumas questões:
a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando?
b) E quando “curte um som”, que sentido
usa?
c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta
ver ou você precisa tocar?
d) O que você aprendeu ao ler este livro
é algo totalmente novo ou você acrescentou
coisas novas às coisas que já sabia?
e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente?
26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de
calendários que existem no mundo.
A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar
como os indígenas, por exemplo, contavam
o tempo antes de muitas tribos adotarem,
em parte, o calendário gregoriano, que é o
calendário usado no mundo ocidental.
27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária
a ser lançada ao mar. As três mensagens
devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma,
pedindo aos demais alunos que tentem
descobrir quem é o autor das perguntas.
No final ele pode escolher algumas frases e
fazer uma eleição sobre qual foi a melhor
pergunta feita.
Atividades interdisciplinares
Língua portuguesa
28. Solicitar aos alunos que, em grupo,
façam uma pesquisa sobre as duas obras
atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al-
gumas questões que eles podem responder
na pesquisa: de que trata as obras, por que
se diz que são atribuídas a Homero, em que
época se passam as histórias etc.
29. Ao descobrir que a mensagem na
garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua
portuguesa ou língua indígena. Questione
os alunos sobre essa passagem. Por que ela
perguntou isso? Depois de levar os alunos à
conclusão de que uma das raízes de nossa
língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras
oriundas da linguagem indígena.
Arte
30. Se julgar oportuno, como subsídio
para o aprofundamento da discussão do
tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros:
O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda,
editora Cosac Naify. O livro trata da questão
do tempo.
Filosofia para jovens: penso, logo existo,
de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes
Klimes, Editora Callis. História cronológica e
ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens.
31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas
filosóficos:
- As histórias da personagem Mafalda,
do cartunista argentino Quino, que está
sempre questionando o mundo e as coisas.
- A história “As sombras da vida”, versão
do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito
da Caverna, vivida pelo personagem Piteco.
Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em:
13 set. 2012.
xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma
expedição ao planeta Marte.
Abrir uma discussão com os alunos sobre
como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes,
como se formariam as primeiras cidades,
que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que
relação os habitantes da Lua ou de Marte
teriam com os habitantes da Terra, como
seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a
colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções,
pela comparação e pela imaginação, das
colonizações que ocorreram na história da
humanidade.
Química
33. Com a ajuda do professor, os alunos
podem fazer uma pesquisa sobre de que
forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes,
melhorando assim as condições sanitárias
da cidade.
Matemática
34. Está muito em evidência hoje em
dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três
dimensões. O superfone dos meninos da
história possui, entre outros recursos, o de
projetar a pessoa com quem se fala em três
dimensões. É como se a pessoa estivesse
presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à
representação de objetos e do ser humano
na história:
a) Em matemática, as dimensões de uma
figura são estudadas em geometria.
b) Nas artes plásticas, os pintores fazem
uso da perspectiva para dar profundidade às
paisagens que retratam. Assim, os quadros
não ficam “chapados”, como se tivessem
apenas uma dimensão, fazendo a pessoa
que o vê observar os diversos “planos” que
há na pintura.
BIBLIOGRAFIA
COLABORADORES. O livro da Filosofia.
São Paulo: Editora Globo, 2011.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia.
Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia
das Letras, 1991.
KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid
Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges.
Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez
Editora, 2002.
PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio
Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981.
PLATÃO. O banquete. Tradução de José
Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João
Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980.
WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens.
Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998.
WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra
Magalhães. Aprender a filosofar com os
colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009.
WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia
para crianças. Curitiba, 2011.
História
32. No primeiro contato que os meninos
têm com Platão, ele está sentado num banco
de praça, lendo um jornal cuja manchete
traz notícias sobre a colonização da Lua pelo
homem. Em outro momento, enquanto joga
6
3/20/13 1:56 PM
o seu poder. Questionar os alunos sobre
o poder do pensamento em nossa época.
Perguntar se sabem de alguém que tenha
conseguido algo somente com a força do
pensamento. Indagar de cada aluno como
ele usa o pensamento.
16. Propor aos alunos a seguinte reflexão: A sabedoria é valorizada no mundo
de hoje? Por quê? O que é valorizado hoje
em dia? Por quê?
17. Durante a história, o filósofo Platão
afirma que já escreveu um livro sobre caverna. Que livro será esse? E sobre o que ele
fala? Pedir aos alunos que pesquisem essa
informação, dada de forma despretensiosa
no livro.
Não se trata propriamente de um livro,
mas de um texto alegórico chamado “Alegoria da Caverna” ou “Mito da Caverna”,
que está no livro A República. É um dos
textos mais importantes da história da
Filosofia, pois trata da questão da luz do
conhecimento em oposição às trevas da ignorância. A caverna, no caso, seria o estado
de obscuridade e conformismo em que se
encontram muitos seres humanos, que
se acostumam com as opiniões e verdades
superficiais do cotidiano, sem ter coragem
de ir em busca do conhecimento verdadeiro, por achar que a realidade é e sempre
será como a veem.
18. Propor aos alunos que, após a pesquisa sobre o Mito da Caverna, montem um
teatro de sombras. Esse teatro, naturalmente, é feito com o uso dirigido da luz num
ambiente escuro. Os materiais necessários
são simples. Os alunos poderão utilizar
uma caixa de papelão, uma lâmpada ou
lanterna para criar uma espécie de câmara
fechada. Nessa câmara, com a luz da sala
apagada e a lâmpada ou lanterna acesa,
eles deverão usar as mãos para criar formas de seres e coisas numa parede ou num
fundo claro, de forma que os demais alunos
possam visualizar as imagens.
Essa brincadeira é uma forma lúdica
e bastante concreta de introduzir o que
Platão quis dizer com sua famosa alegoria.
Após os alunos se divertirem bastante com
as imagens que criaram, explicar a eles que,
no Mito da Caverna platônico, as pessoas
que viviam na caverna enxergavam apenas
sombras, julgando serem elas a realidade.
Um dia alguém resolve sair do mundo das
sombras e se depara com a luz do sol, que
num primeiro momento lhe ofusca a vista,
acostumada que está com a escuridão. A
pessoa resiste e segue em direção à luz, e
com algum esforço consegue ver a paisagem fora da caverna. Encantada com o que
se descortina à sua frente, ela volta para
chamar os outros. Quer que partilhem da
mesma visão. Eles o rechaçam, julgando
que ele perdeu o juízo. Com a insistência,
ameaçam matá-lo. Ele então se resigna e
deixa-os no mundo das sombras, voltando
e seguindo sozinho para o mundo da luz.
Há muitas metáforas filosóficas nessa história. As sombras são a ignorância, o mundo
das verdades falsas e das meras opiniões. A
dificuldade do homem em se acostumar à
luz é a dificuldade que a Filosofia apresenta, num primeiro momento, para quem não
está acostumado com ela. A luz é a sabedoria. O homem que descobre a luz e, persistindo, vai ao encontro do saber, é o filósofo.
Outra comparação que pode ser feita com
a alegoria de Platão é com o escurinho do
cinema. Pedir aos alunos que, quando estiverem no cinema (se se lembrarem disso, claro),
pensem naquele ambiente escuro como uma
caverna na qual o que os espectadores veem
na tela são sombras, ou seja, ilusão.
19. Na Odisseia, obra atribuída a Homero, o herói Ulisses pede que os marinheiros
o amarrem no mastro e lhe coloquem cera
nos ouvidos para não ouvir o canto das sereias. Perguntar aos alunos se eles acham
que Ulisses sucumbiria ao canto das sereias
se não estivesse impedido de ouvi-lo e
amarrado ao mastro. Em seguida, questionar se há alguma virtude em Ulisses, uma
vez que ele só resiste ao canto porque não
pode ouvir nem se mover.
Essa discussão tem a ver com a liberdade
e a virtude, que são dois temas importantes
da Filosofia. De forma incipiente, levar os
alunos à compreensão de que só existe vir5
Encarte Os perguntadores da garrafa.indd 2
tude quando se tem liberdade para escolher
entre duas opções. No caso de Ulisses, ele
seria realmente virtuoso se estivesse livre e
pudesse ouvir e mesmo assim não sucumbisse às sereias. Como tinha consciência da
fraqueza humana, pediu que o amarrassem
e lhe tapassem os ouvidos.
Trazendo o tema para o cotidiano dos
alunos, perguntar a eles se já resistiram a
uma tentação ou se costumam resistir a elas.
Incentivar os relatos e ouvi-los, sem perder o
foco da questão da liberdade e da virtude.
20. Pedir aos alunos que procurem na internet dois quadros que se relacionam com
os filósofos da história: Escola de Atenas
(c.1510), do pintor italiano Rafael Sanzio,
e A morte de Sócrates (1787) do pintor
Jacques-Louis David. Em seguida, pedir que
pesquisem como Sócrates morreu, um dos
acontecimentos mais importantes da história da Filosofia, que deixou vários ensinamentos para a posteridade.
21. Dividir a sala em grupos para pesquisar a vida dos três filósofos que aparecem
na história: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Alguns aspectos não podem faltar na pesquisa: ano e local de nascimento; condição
social (se era pobre, classe média, rico); profissão; o que ele dizia; como morreu; por
que é considerado importante.
22. “– Ah, que bom seria se fôssemos
sereias-peixes numa hora dessas...”, disse Ligeia, enquanto voava com Léu e Partênope
sobre o Mediterrâneo.
Usar esse trecho da história para fazer
uma reflexão sobre a questão do desejo.
Perguntar aos alunos se eles gostariam de ser
outra pessoa ou de ser diferentes de como
são. Usar o método socrático em sala de aula
escolhendo um aluno e esgotar todas as perguntas que se puder fazer a ele a esse respeito: O que ou que outra pessoa ele gostaria
de ser? Por que ele gostaria de ser diferente
do que é? O que o leva a querer ser daquela
forma ou como aquela pessoa? etc.
23. “– Crianças crescem. Tornam-se adultos. É o curso de vida dos seres humanos.
– Então os senhores estão procurando
crianças antigas, certo?
– Isso mesmo, Sebastian, estamos procurando duas crianças que cresceram.
– É lógico que crianças crescem um dia!
Sua mãe o viu pequenininho, por exemplo,
seu Sócrates... – comentou Cléo.”
Aproveitar esse trecho para abordar,
de forma bastante inicial, dois temas que
perpassam a história da Filosofia e que, de
certa forma, estão no pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que isto
não esteja explicitado: o do movimento e
o da permanência das coisas. Não é preciso
entrar em maiores aprofundamentos. Para
os objetivos da atividade, propor aos alunos
algumas questões:
a) O adulto que cresceu ainda é a criança
que ele foi?
b) A árvore que cresceu ainda é a mesma
semente que foi plantada um dia?
c) Um rio é o mesmo rio de uma semana
atrás?
d) E você, é o mesmo adolescente de um
ano atrás?
24. Quando avistou os três filósofos,
Cachau-Mama e Cachau-Papa pensaram que
eles fossem predadores. O trecho remete à
caça das baleias, um problema de preservação animal muito presente nos dias de hoje.
Propor aos alunos que, em grupos, façam
uma pesquisa sobre a matança de baleias no
mundo. A pesquisa deve trazer informações
sobre as causas dessas matanças, a situação
das baleias no mundo, de que forma a caça
é feita, quais os tipos de baleias mais visados
e por quê, o que é feito para evitar esses
atos etc.
25. “– Não escoste o dedo neles, Aristóteles.
– Só queria sentir a pele.
– Não basta ver e ouvir? Você precisa
exercer os cinco sentidos?
– Os cinco sentidos não, pois não pretendo comer cachalotes. Posso cheirar, pelo
menos?”.
Esse trecho é propício para introduzir
os alunos na questão – central na Filosofia
– do empirismo X racionalismo, ou seja, a
concepção do conhecimento como vindo
dos cinco sentidos (empirismo) ou sendo
uma habilidade da mente (racionalismo).
Obviamente que os alunos não precisam
usar nomes complicados para a idade deles.
Para os objetivos do livro, propor aos alunos
algumas questões:
a) Quando você lê, qual dos cinco sentidos está usando?
b) E quando “curte um som”, que sentido
usa?
c) Quando vê um brinquedo ou uma roupa de que gosta numa loja, para você, basta
ver ou você precisa tocar?
d) O que você aprendeu ao ler este livro
é algo totalmente novo ou você acrescentou
coisas novas às coisas que já sabia?
e) E se fosse você que estivesse com Aristóteles, também iria querer tocar nos cachalotes, ou ver e ouvir já seria o suficiente?
26. Pedir aos alunos que, em grupos, façam uma pesquisa sobre os vários tipos de
calendários que existem no mundo.
A pesquisa deve conter informações sobre a origem dos calendários, como eles foram inventados e como era contado o tempo antes deles. Também podem investigar
como os indígenas, por exemplo, contavam
o tempo antes de muitas tribos adotarem,
em parte, o calendário gregoriano, que é o
calendário usado no mundo ocidental.
27. Propor aos alunos a seguinte brincadeira: cada um deverá escrever três perguntas para colocar numa garrafa imaginária
a ser lançada ao mar. As três mensagens
devem ser escritas na mesma folha e entregues ao professor, que as lerá uma a uma,
pedindo aos demais alunos que tentem
descobrir quem é o autor das perguntas.
No final ele pode escolher algumas frases e
fazer uma eleição sobre qual foi a melhor
pergunta feita.
Atividades interdisciplinares
Língua portuguesa
28. Solicitar aos alunos que, em grupo,
façam uma pesquisa sobre as duas obras
atribuídas a Homero: Ilíada e Odisseia. Al-
gumas questões que eles podem responder
na pesquisa: de que trata as obras, por que
se diz que são atribuídas a Homero, em que
época se passam as histórias etc.
29. Ao descobrir que a mensagem na
garrafa veio do Brasil, Léu pergunta a Partênope se o texto está escrito em língua
portuguesa ou língua indígena. Questione
os alunos sobre essa passagem. Por que ela
perguntou isso? Depois de levar os alunos à
conclusão de que uma das raízes de nossa
língua é indígena, pedir a eles que pesquisem e tragam para a sala cinco palavras
oriundas da linguagem indígena.
Arte
30. Se julgar oportuno, como subsídio
para o aprofundamento da discussão do
tema, sugerir aos alunos a leitura dos seguintes livros:
O fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda,
editora Cosac Naify. O livro trata da questão
do tempo.
Filosofia para jovens: penso, logo existo,
de Jeremy Water, tradução de Helena Gomes
Klimes, Editora Callis. História cronológica e
ilustrada da Filosofia com comentários adequados à faixa etária dos jovens.
31. Propor aos alunos a leitura de histórias em quadrinhos que tratam de temas
filosóficos:
- As histórias da personagem Mafalda,
do cartunista argentino Quino, que está
sempre questionando o mundo e as coisas.
- A história “As sombras da vida”, versão
do cartunista Mauricio de Sousa para o Mito
da Caverna, vivida pelo personagem Piteco.
Disponível em: <http://omedi.net/piteco-eo-mito-da-caverna-de-platao>. Acesso em:
13 set. 2012.
xadrez, Sebastian ouve notícias sobre uma
expedição ao planeta Marte.
Abrir uma discussão com os alunos sobre
como seria a colonização da Lua ou de Marte: quem seriam os primeiros habitantes,
como se formariam as primeiras cidades,
que tipo de atividades as pessoas exerceriam, como seria a divisão geopolítica, que
relação os habitantes da Lua ou de Marte
teriam com os habitantes da Terra, como
seria a contagem do tempo, que característica do lugar ajudaria ou atrapalharia a
colonização, entre outros questionamentos que poderão dar as primeiras noções,
pela comparação e pela imaginação, das
colonizações que ocorreram na história da
humanidade.
Química
33. Com a ajuda do professor, os alunos
podem fazer uma pesquisa sobre de que
forma o Emissário Submarino pode melhorar a diluição e a dispersão dos poluentes,
melhorando assim as condições sanitárias
da cidade.
Matemática
34. Está muito em evidência hoje em
dia assistir a filmes em 3D, ou seja, em três
dimensões. O superfone dos meninos da
história possui, entre outros recursos, o de
projetar a pessoa com quem se fala em três
dimensões. É como se a pessoa estivesse
presente durante a ligação. Propor aos alunos que pesquisem aspectos relacionados à
representação de objetos e do ser humano
na história:
a) Em matemática, as dimensões de uma
figura são estudadas em geometria.
b) Nas artes plásticas, os pintores fazem
uso da perspectiva para dar profundidade às
paisagens que retratam. Assim, os quadros
não ficam “chapados”, como se tivessem
apenas uma dimensão, fazendo a pessoa
que o vê observar os diversos “planos” que
há na pintura.
BIBLIOGRAFIA
COLABORADORES. O livro da Filosofia.
São Paulo: Editora Globo, 2011.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia.
Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Cia
das Letras, 1991.
KOHAN, Walter Omar; XAVIER, Ingrid
Muller (Org.). Abecedário de criação filosófica. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
LAW, STEPHEN. Guia ilustrado Zahar: Filosofia. Tradução de Maria Luiza X. Borges.
Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez
Editora, 2002.
PLATÃO. Diálogos. Tradução de Márcio
Pugliesi e Edson Bini, São Paulo: Hemus Livraria Editora, 1981.
PLATÃO. O banquete. Tradução de José
Cavalcante de Souza, Jorge Paleikat e João
Cruz Costa. São Paulo: Abrilcultural, 1980.
WEATE, Jeremy. Filosofia para jovens.
Tradução de Helena Gomes Klimes. São Paulo: Callis, 1998.
WONSOVICZ, Silvio; ALBERTINO, Sandra
Magalhães. Aprender a filosofar com os
colegas. 3. ano. Florianópolis: Sophos, 2009.
WUENSCH, Ana Miriam; SÁTIRO, Angélica. Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MURARO, Darcisio. Apostilas fundamentos teóricos e metodológicos de Filosofia
para crianças. Curitiba, 2011.
História
32. No primeiro contato que os meninos
têm com Platão, ele está sentado num banco
de praça, lendo um jornal cuja manchete
traz notícias sobre a colonização da Lua pelo
homem. Em outro momento, enquanto joga
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3/20/13 1:56 PM
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