1 ISSN Nº: 1983-2168 GLOBALIZAÇÃO E PROFUNDAS MUDANÇAS NO MUNDO ECONÔMICO Professor Istvan Kasznar PhD. Professor Titular da Fundação Getúlio Vargas, na EBAPE – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas; Professor – Conferencista do IBMEC; PUC – Pontifícia Universidade Católica e UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Economista – Chefe da ACREFI CEO da IBCI – Institutional Business Consultoria Internacional. Conselheiro Econômico do Instituto Dannemann Siemsen da Propriedade Industrial – IDS. [email protected] [email protected] [email protected] I - As três fases da globalização moderna. O Modelo e seu amadurecimento. Nos idos dos anos 1980, a evolução tecnológica promovida pelo avanço das telecomunicações de longa distância e a inovação em transportes e logística integrada promoveram a aceleração da integração dos mercados continentais. A esse fenômeno, chamou-se de globalização. Um ato de tornar global e que facilita a homogeneização da entrega de produtos e serviços de transnacionais no mundo. Para os analistas políticos, a globalização era um termo que substituía o mix de imperialismo e colonialismo que perdurara até meados dos anos 1960, quando praticamente se encerraram os principais movimentos de libertação e geração de nações livres e independentes no mundo, sobretudo da África. Do ponto de vista econômico, a globalização trouxe consigo várias benesses, a saber: a entrada de novas tecnologias avançadas, de países ricos e tecnologicamente evoluídos, nos países receptores; o ingresso de produtos e serviços feitos em grande escala, em pontos diversos do mundo, a preços baixos e competitivos; a facilidade do consumidor adquirir bens e serviços iguais, senão idênticos, mundo afora, padronizados; e a expansão prática do conceito de fornecimento global, onde commodities iguais se produzem da mesma maneira para o mundo. Desta forma, os países que ingressaram na grande e extensa onda de longo prazo da globalização, adquiriram em seu bojo vantagens, deveres e obrigações decorrentes do ato de se aliarem a esta nova onda. A abertura das fronteiras aduaneiras, tarifárias e econômicas, fortaleceu a importação de produtos de preços baixos do exterior; motivou o combate à inflação doméstica; incentivou a disciplina fiscal e a ortodoxia no trato das 2 contas públicas; e obrigou as organizações a trabalharem com orçamentos realistas com severo controle de custos e agressivas políticas de vendas. Certamente, nem tudo corresponde a facilidades e sumiço de riscos com a expansão da globalização. Os mecanismos de transferência de bens e serviços acentuou-se e foi feito a velocidade da luz, como por Internet também. E assim como chegam as benesses do progresso, aparecem as mazelas. Entre estas, ressaltamos a crise que se está formando com a gigantesca bolha de crédito hipotecário nos EUA e que afetará a todo o mundo sem exceções, em breve. Desconhecida em sua dimensão, que oscila segundo cálculos entre US$ 2,4 trilhões a US$ 12 trilhões, possui a característica de ter convidado os investidores do mundo, mediante os bancos espalhados por todo o planeta, a comprarem títulos hipotecários norte-americanos, lastreados sobre a venda de imóveis a pessoas que nos EUA possuíam mau histórico ou nenhum histórico prévio aceitável de tomador de crédito. Mais cedo ou mais tarde, esta bolha artificial, gigantesca e mal dada de crédito, vai estourar. Na sua rota, quebrará numerosos bancos e financeiras nos EUA, na Europa e na Ásia (nesta menos, escaldada que está com a grande crise do Japão dos anos 1990 em diante). Aposentados, viúvas, jovens em idade de formar poupança, e gente talentosa que poupa para um dia sair do sonho para a criação de sua vontade, verão o empobrecimento e o adiamento de seus sonhos. Devedores e credores financeiros que agiram com esperteza, serão financiados pelos Estado, através do Erário público e das verbas dos que, tal como honestas e labutadoras formiguinhas, pouparam. E lideres do mundo justificarão como à luz de “causas nobres” a ajuda aos sistemas financeiros, sem fazerem o principal, que é trocar quem foi incompetente. Portanto, a globalização possui seus mecanismos problemáticos e quem está no poder e faz mazelas, freqüentemente permanece onde está, apesar dos erros que cometeu. Isto precisa ser discutido e aprimorado, para a melhoria da gestão mundial e dos países. Portanto, magnos são alguns efeitos da globalização, enquanto outros são bem mais preocupantes e é preciso ficar vigilante. De certa forma, os países emergentes e em vias de desenvolvimento, entre eles o Brasil, tiveram de assimilar as técnicas de gestão de Estado, de contas públicas e de relações comerciais externas, advindas dos países mais desenvolvidos, que são os líderes promotores da globalização, com destaque para os EUA. Eis porque esta indução à disciplina teve e tem até em nossos dias vantagens que se fazem sentir no longo prazo. Quem possuía uma inflação média anual e móvel de longo prazo acima da média mundial de curto e longo prazo, teve de combater a inflação interna e conquistar uma taxa menor ou pelo menos igual à mundial de longo prazo. Por outro lado, que detinha uma inflação baixa de curto e longo prazo, abaixo da inflação mundial, veria sua moeda valorizar e teria incentivos para manter uma disciplina monetária e fiscal rigorosa, para continuar ganhando com a sua competitividade de preços. Esta realidade pode ser constatada no desenho do quadro I, intitulado O Amadurecimento da Globalização, onde na fase de pré-globalização, entre o pós-guerra e antes dos anos 1980, a curva de inflação dos países que se dispuseram a ingressar no grupo dos globalizados (dominantes e dominados), fizeram sua inflação convergir a uma inflação cada vez menor, que gráficamente chamamos de inflação média (linha hachurada). Repare-se que nessa época nem a China, nem a Índia se abriram. Permaneceram fechadas e bastante isoladas do ponto de vista econômico. 3 Contudo, com a passagem do tempo, naturalmente os modelos macroeconômicos e de desenvolvimento também vão amadurecendo. O sucesso do modelo de globalização convidou o mundo a agir. Implantaram-se como resposta a esse modelo, a consolidação dos blocos econômicos continentais, ou subcontinentais, dos quais são bons exemplos a Comunidade Econômica Européia; a NAFTA; o MERCOSUL; e as ações conjuntas dos Tigres Asiáticos. Ademais, internamente entre os países membros e externamente entre os blocos intercontinentais, negociaram-se novos acordos e termos financeiros, fiscais, aduaneiros, tarifários, sanitários, higiênicos, de caráter legal, ecológicos e afins, que facilitaram o macro-comércio e derrubaram preços mundiais. Entre as desvantagens do modelo, apontam-se as sucessivas crises e ondas de desemprego, com a fragilização dos mercados de trabalho; a repetição das crises da previdência dos países onde mais aposentados de criam que novos trabalhadores a salários reais atraentes; e o sucateamento de numerosas indústrias domésticas. O Brasil aderiu com demoras ao modelo de globalização. Mas não foi o mais tardio de seus membros. Fez manha e notabilizou-se no período militar dos anos 1964-1985 por valorizar o Modelo Substitutivo de Importações, casado a uma esdrúxula Lei do Similar Nacional. Bastava que um espertalhão produzisse e registrasse um produto como made in Brazil, independente da qualidade e das necessidades do público consumidor, que penosas barreiras alfandegárias e burocráticas garantiam um monopólio ou cartel ao beneficiário das regalias do Estado. Este modelo foi gradativamente se erodindo e mostrando sua própria ineficiência, até que ao sumir por esgarçamento e cansaço, não foi substituído por outro, promovido internamente. Simplesmente, o país adequou-se às macro-ondas de influência superior, maior, mais impetuosas, da globalização mundial movida pelas competências e inovações dos países mais desenvolvidos, membros do tripé EUA – Japão – Europa Ocidental. Deste modo, a meados dos anos 1980 era possível sentir a onda da globalização penetrar no Brasil, o que induziu e fortaleceu a necessidade de se estabilizar a inflação brasileira, evidência de descalabro na gestão macroeconômica dos finais dos anos 1970, até 1993, quando se inicia mediante o Plano da URV e a seguir em 1994 com o Plano Real o firme e eficaz combate à inflação brasileira. Entre 1985 e 1998, o Brasil assumiu políticas internas e externas econômicas e de comércio exterior, que forjariam e consolidariam as novas bases da produção – com um importante eixo se preparando para as exportações, a aceitação de importações e a programação de produtos de consumo popular, típicos de países que controlam a moeda e não querem inflação. Deste modo, sua curva de inflação de longo prazo vergou, em curva descendente, tal como ilustra a fase I de globalização do quadro I. Em 1991, a União Soviética sofre a sua derrocada. O Muro de Berlim demolido dá liberdade não apenas à Alemanha Oriental, que rápido se unifica com a Alemanha Ocidental; mas gera a liberdade da Hungria, da Polônia e por efeito dominó, de um leque de 24 nacionalidades oprimidas pela URSS. A Rússia tenta salvar e dominar algumas das repúblicas que ficavam sob seu jugo, especialmente as mais ricas em petróleo, como a Chechênia. Mas a inoperância, a desmotivação interna, a burocracia avassaladora e a formação de gangues a mergulham numa severa crise política e econômica, da qual apenas de 2002 em diante, sob o regime do Presidente Putin, consegue emergir com menos desconforto. E as tratativas de aproximação econômica entre os EUA e a China, iniciadas na presidência de Richard Nixon e consolidadas com acordos promovidos na presidência de 4 Bill Clinton e sob os holofotes da OMC – Organização Mundial de Comércio, dão formato ao deslanche a à abertura econômica da China nos anos 1990. Numa fase de consolidação dos blocos econômicos, ou fase I da globalização, como ilustra o quadro I, algo mais tarde, ingressa a China dos seus 1,7 bilhão de habitantes e com 62% da população rural, vivendo de 21 dólares mensais, para crescer a taxas anuais de 12% do seu PIB. Quando então, ingressam no modelo integrado mundial os retardatários China e Índia, no modelo de globalização do comércio e das economias, sendo elas detentoras das duas maiores populações do mundo, ou aproximadamente 34% dos seres humanos do planeta, os indicadores econômicos e a atividade comercial tremem, literais e realmente. Alimentar mais 85 milhões de bocas ao ano e esperar estabilidade de preços é uma quimera. Esta população quer alimentação; vestuário; habitação; transporte; educação; tratamento médico e lazer, entre outros, numa quantidade e qualidade tais, que promove um solavanco ascensional na curva de demanda agregada mundial de produtos e serviços. E isto imediatamente tem o efeito de promover uma alta nos preços das commodities. II – A inflação importada e a inflação de demanda: evidências a considerar. Esta elevação de preços de commodities aumenta os preços dos bens importados. E importa-se com isto a inflação. Logo, na fase II de globalização, que ora vivemos, o ingresso da China e da Índia faz sentir seus efeitos. O Brasil, que recentemente, de 2006 em diante voltou a crescer mais e melhor, a acreditar nas estatísticas do IBGE, que aperfeiçoou seus métodos de cálculo do PIB recentemente, com taxas de 5,5% de crescimento do PIB também aquesce a demanda por commodities mundiais e por essa via importa e gera uma fração de inflação gerada no exterior. Conforme mostra uma síntese de evolução inflacionária no quadro II, intitulada Inflação importada pelo Brasil, entre 1983 e 2003 (e antes) sucedeu-se o vai e volta da gangorra inflacionárias, motivada pelos stops and gos do gasto público desenfreado e de políticas monetárias fracas e politizadas. O sucesso do Plano Real é um fato e um marco, e moralizou o combate à inflação, comprovando que é possível alcançar baixas inflações, com o uso rigoroso e combinado da política monetária e da política fiscal. A inflação medida pelo IGP-M repica e reascende em 2002, para um nível de 25,3%. Combatida com rigor pelo Banco Central do Brasil e com apoio inconteste do Ministério da Fazenda, alcança o inédito e singular valor de 1,21% em 2.005, numa demonstração de disciplina espartana do governo Luis Inácio lula da Silva. E isto permite dado o controle inflacionário, o deslanche do consumo doméstico, com a expansão fundamental do crédito ao consumidor, onde as financeiras expandem justamente e com seletividade o crédito à pessoa física ao ritmo médio anual de 33,6% entre 2003 e 2007. O Brasil também fortalece com o seu amplo mercado em expansão a demanda global por bens e serviços, com seu balanço de pagamentos credor. Forma então deveras o bloco dos BRICS, as nações emergentes de porte maior – Brasil, Rússia, Índia, e China. Ao perceber este movimento mundial, a Índia, tradicional economia que nos anos 1980 crescia ao ritmo de 5,5% ao ano, assume com crescente vigor o modelo de globalização, com a segunda maior população do mundo, ávida por consumo e bem-estar. As múltiplas melhorias ocorridas no quadro macroeconômico brasileiro ao longo do período 1994 – 2008 representam a vitória da persistência e do bom senso técnico e político. 5 Contudo, não se pode esmorecer ou ficar desatento. A inflação, o déficit doméstico ou externo e o desemprego, entre outros males que afligem as economias, aparecem de súbito e podem ficar fortes em seus males em questão de poucos dias. De fato, desde o advento do Plano Real, conseguiu-se combater a inflação com método e persistência, de tal forma que ela despencou de patamar de 1.155% anuais, para 4,7% a 10,5% em meados de 2008, conforme o índice que se use, IPCA ou IGP-M respectivamente. Mudou-se a estrutura da dívida externa, que minguou e foi em parte transferida para a dívida interna, noutra parte simplesmente reduziu-se porque sucedeu maior disciplina fiscal. Cuidou-se com mais esmero das contas públicas, ocorrendo uma redução do déficit público, que oscilou entre 1% a 4% do PIB – Produto Interno Bruto. E mediante estas medidas, ao clarear-se o regime de preços e de contratos, gerou-se maior otimismo e credibilidade nas instituições e no mundo dos negócios, o que puxou na ascendente o PIB, que voltou a crescer entre 2007 e 2008 num ritmo próximo aos 4,8% anuais. Em função dos fatores e das evidências supra, pode-se afirmar que o modelo brasileiro de combate à inflação e o sistema integrado de estabilização macroeconômica, propugnada pelo planejamento sinérgico e complementar das políticas monetária, fiscal, de Estado, tarifária, de preços, salarial, de custos de produção e logística e de medidas sociais, segue e acompanha modelos mais evoluídos, de nações líderes em exemplificar e exportar padrões de globalização. Mudanças globalizadas trazem consigo os bons ventos do progresso e do desenvolvimento, assim como as mazelas naturais contidas nos processos de transformação. Assim como se deseja que o progresso se espelhe pelo mundo, para gerar mais bemestar geral, é preciso que as autoridades mundiais atentem às novas necessidades de controle e acompanhamentos variados, que se abatem sobre o mundo das finanças, do comércio e das transações multilaterais. A velocidade das transformações comerciais, industriais e tecnológicas não vem sendo seguida por uma ordenação consentânea com as novas necessidades de controle e auditoria, geradas pelo progresso. Como conseqüência, existe uma certa soltura, um relaxamento excessivo no ar, uma leniência, que precisa ser eliminada e acertada, sob pena de crises nacionais e internacionais estourarem e gerarem elevados custos sócioeconômicos. Não se trata de fazer os contribuintes pagarem depois do estouro de “bolhas”, como a da subprime, com mais impostos, a falta de visão de governos, tecnocratas e proprietários poderosos do grande capital financeiro. Trata-se, isso afirmativamente, de antecipar-se à crise mediante a geração ágil de medidas regulatórias e da disponibilização de equipes de auditoria; controladoria e consultoria econômica e empresarial, que estejam prontos a darem soluções pragmáticas às novas demandas mundiais, de acompanhamento das transformações globalizadas. Se existe globalização da produção, é evidente que precisa haver globalização legislativa, de regulamentações e de equipes multidisciplinares de controles de gestão que viagem e se acertem no contexto de um mundo mais unido. O Brasil é membro eficaz do processo e foi pego pela grande onda de estabilização de longo prazo. A sua curva de contrato é parecida com a curva de nações amadurecidas, e na inflação o país está na Fase II e sente o impacto do mercado de commodities sob pressão de demanda agregada e mundial. 6 III – Os benefícios da estabilização e a necessidade de persistir com medidas ortodoxas. A repetição desta estabilidade ano após ano traz benefícios ao país. O investimento agregado tende a crescer lentamente, mas com força em sua base, vale dizer, evoluiu de uma média baixa de 17% do PIB nos anos 1990, para 19,3% entre 2004 / 2007. O consumo das famílias de renda baixa, entre 1 e 5 salários mínimos, cresceu ao ritmo real de 7,3% anuais, entre 2003 / 2007 e aportou ao mercado consumidor uma onda de 21 milhões de novos consumidores. Logo, gente que estava alijado do processo sócio econômico foi incorporada ao mercado. E como efeito, o mercado de empregos de base vem sendo ativado, com a geração e assinatura de mais de 1 milhão de carteiras de trabalho no ano 2007. O Banco Central tornou-se o pilar de referência da austeridade monetária. O Ministério da Fazenda comprovou sua capacidade em arrecadar tributos, para sustentar a folha do Estado e os projetos públicos e privados que geram uma base para a sustentação do desenvolvimento. Vários ministérios inovaram e de fato a defesa da ecologia, o controle das terras, a busca de fiscalizações a favor do trabalhador e de seu regime de trabalho, mudaram o rosto do Brasil empresarial de 2003 em diante. Em paralelo, mudou a política brasileira. É bem verdade que não faltam escândalos, acusações mútuas de corrupções entre partidos e políticos, CPIs e afins. Contudo, o clima de liberdade de opinião e de imprensa é imenso e as negociações de posições políticas se fazem escancaradamente. Isto é salutar, psicologicamente, o país se dá o direito de dizer, de declarar às claras, sem medos de perseguições ou progroms, o que pensa, o que lhe pesa ou desagrada, o que se há de fazer, para resolver desafios seculares. A democracia está assegurada, pelo movimento político contínuo e pelas eleições, que se repetem. Em 2008, novos vereadores e prefeitos serão escolhidos pela população, para seus 5.567 municípios. E democracia, é renovação de pessoas no poder, em maior ou menor proporção. Também é desopilação social e forma nova de ver e encarar as múltiplas e assoberbantes mudanças internas e mundiais. A reação sócio – empresarial a estas mudanças, pujantes, que ficam e embasam o comportamento de consumo, de poupança, de ativação de mais lazer e atividades culturais na sociedade brasileira, vem sendo de apoio e aceitação. De fato, é difícil e complexo trazer para o mercado capitalista, com tons socialmente justos, aqueles brasileiros que durante séculos foram mantidos em estado de pobreza, miséria, alijamento e consumo insignificante. Portanto, em que pesem as grandes contradições e os marcantes contrastes entre os brasileiros, o momento que se vive é especial. Configura um redirecionamento estratégico e de mudança qualitativa no processo de desenvolvimento. Isto se percebe pelo aumento dos investimentos em locais outrora abandonados e ignorados pela Administração Pública. Agora, vive-se a fase dos investimentos de magnitude em favelas. Investir no Rio de Janeiro, no Morro Dona Marta, no Alemão e na Rocinha, cifras de mais de 1 bilhão de reais em 3 anos, constitui-se numa novidade. Aplicar verbas nos estados nordestinos, em suas cidades, de quaisquer portes que sejam, 22 bilhões de reais em 4 anos, entre 2007 e 2010, é necessário e justo. E as necessidades são imensas, porque a concentração de miséria acontece nas principais cidades, às quais acorreram os miseráveis, à busca de melhores condições de vida, ao abandonarem os sertões áridos e as condições subumanas. 7 Este mote social, do qual o Presidente Luis Inácio Lula da Silva é o principal mentor histórico, fazem dele o verdadeiro eixo de referência moderno de mudanças em prol do social. Não que faltasse a criação de casas populares forçando os favelados a irem às periferias do Rio de Janeiro na era Lacerda; ou faltassem casas populares na Vila do João, construídas pelo Presidente Figueiredo, que eram anunciadas por rádio como a redenção da pobreza durante a ditadura militar. Como efeito, estas casas atraíram mais miseráveis ao Rio de Janeiro, aumentando a favelização da cidade. E estes investimentos passam a ser percebidos como necessários, imperiosos e vitais, para conciliar-se internamente uma sociedade que convive com uma das piores distribuições de renda e de riqueza do mundo. Ao receber o endosso da sociedade, a marcha em prol e a favor do investimento social gera a sustentação do regime democrático e o apoio às políticas econômicas empreendidas de 2003 em diante, pelo governo atual. Este endosso, este sutil processo reativo, que se mede mediante as pesquisas de opinião pública ao Presidente e à sua política macroeconômica, tornando-o em 63% segundo a visão da população como “satisfeito com o desempenho do Lula”, se faz sentir e repercutir nacional e internacionalmente. É este molde novo, mais apropriado, de realocação de recursos a favor do social, mas não apenas para ele, que gera o sustentáculo que propugna a calibragem do desenvolvimento sócio-econômico do Brasil no terceiro milênio. E como ele pacifica a população, em longo prazo, ele se torna um importante moto para gerar credibilidade ao país. Não que se viva em paz nas cidades. O banditismo crassa no Rio de Janeiro e em São Paulo. Assaltos são lugares comuns Brasil afora. E combater com força e precisão o narcotráfico associado a bandos que se apossaram de favelas e bairros de baixa renda necessitam ser uma política pública imediata, integrada nos níveis federal, estadual e municipal. Não que sejam pequenos os impostos e a burocracia de Estado. Vive-se o sufoco de uma carga fiscal sem precedentes, de 38,5% do PIB, onde o Estado festeja arrecadações por cobrança de impostos e multas, como se isso demonstrasse sua competência e capacidade de direcionar verbas a favor do interesse público. São tantos os documentos para virar empresário, que o mais talentoso e idealista dos cidadãos é levado a nocaute, com a mais completa indiferença da máquina pública e de suas autoridades. Não que estejam resolvidos os problemas de Gestão de Estado, onde a inoperância, a baixa produtividade, o desvio de verbas, o atraso e a ação de lobbies deturpam o interesse a favor da eficiência e da eficácia, com repercussões que deveriam gerar efetividade nos projetos públicos. Mas, no meio destas mazelas, o saldo, o balanço líquido atual, das ações de Estado, parecem ser favoráveis à confirmação de bons ventos, bons augúrios e mudanças para melhor. A alta da inflação por conta da alta do preço das commodities, pode então ser um mal passageiro. E se não for? Então, é importante adotar as medidas adequadas de combate à inflação, para que ela não adquira a força que leva a combates ainda mais duros e então dolorosos à população. O quadro II mostra na sua ponta da direita, que em 2005 conseguiu-se registrar um IGP-M de 1,21%. Ou seja, nesse ano, o Brasil teve uma inflação de primeiro mundo, digna 8 da Suíça e do Japão. Contudo, em dezembro de 2007, ela repicou para 7,71%, o que é preocupante. Ademais, o Quadro II, batizado de Evolução da Inflação, medida pelo IGP-M, da FGV, mostra a inequívoca tendência ascensional da inflação de Maio de 2007, quando registrou um valor mínimo de 0,04%, em diante. IV – A evolução da inflação no curto prazo. A prova da necessidade de agir com rigor, no uso combinado das políticas monetária, fiscal e cambial. É natural que ocorram ciclos econômicos e se sucedam fases de alta e baixa. O cresce, decresce, acelera e depois desacelera, fazem parte dos movimentos econômicos, e isto se constata no PIB, na inflação, nas reservas internacionais e noutras variáveis. Contudo, assim como crescer é fundamental e o PIB há de subir, com tanto que exista autosustentabilidade nesse crescimento, é preciso entender que a inflação possui outra natureza e deteriora o poder aquisitivo da moeda, logo gera a instabilidade de preços e freia na seqüência os investimentos e a formação de riqueza. Portanto, ao menor sinal de retomada inflacionária, é preciso combatê-la. Para verificar se a inflação retoma, é normal, de praxe, estudar e avaliar a sua evolução nos últimos 12 a 18 meses. Com esta finalidade, montou-se o gráfico II, que mostra a inflação medida pelo IGP-M em 12 meses e numa base mensal. Na análise visual, logo transparece uma tendência de alta, sem que se verifiquem indicadores de mudança de direção, ou de estabilização ou de redução da volatilidade. O Gráfico e Quadro III mostram fundamentalmente o seguinte conjunto de fatos: a) Os pontos de mínima inflação mensal entre maio de 2007 e maio de 2008 revelam tendência de alta intertemporal. Logo, a base de preços e inflação mínima é crescente, o que se ilustra pelo FLOOR ou base do corredor de preços; b) Os pontos de máxima inflação mensal, partindo de janeiro de 2007 e até maio de 2008, indicam ascensão inequívoca de 0,50% ao mês, para 1,76% em dezembro de 2007 e 1,61% em maio. Logo, a formação do teto de inflações ou CAP indica tendência crescente; c) Tanto CAP quanto FLOOR de inflação recente e de curto prazo, no Brasil, crescem. E o diferencial intertemporal do corredor, dada pela diferença entre máxima e mínima, ou a dita amplitude inflacionária, aumenta no período. A taxa de crescimento do corredor cresceu em 40,59% em nove meses, entre maio de 2007 e fevereiro de 2008; d) A combinação dos itens a, b e c anteriores fornece evidências de que o desviopadrão da inflação progride, aumenta, no período em análise. Logo, existe maior grau de volatilidade inflacionária e a imprevisibilidade a futuro se eleva; e) A curva do IGP-M medido por sua variação em 12 meses é estritamente ascensional, passando de uma inflação de 3,4% em janeiro de 2007, para 11,53% em maio de 2.008. Este não é um mero repique, nem é oriundo de inflação importada. Esta possui seus efeitos, mas dadas as contas externas e o peso da Balança Comercial no PIB, pesa em conjunto 15% na formação de preços. Logo, a componente de inflação principal é de origem doméstica e provavelmente é a inflação de demanda que a promove, em 85% do seu peso; f) Uma inflação de 11,53% em 12 meses é sumamente elevada, quaisquer que sejam os critérios de avaliação e comparação. E como evidência, a inflação – núcleo é altista; e a 9 inflação medida pelo INPC e pelo IPCA do IBGE, que servem de referência oficial e de governo, também são ascensionais no período. Estas evidências mostram que para combater a inflação, o governo necessitará adotar uma combinação de medidas. Uma não será suficiente. E duas ou mais serão vitais, possuirão suas contradições intrínsecas e necessitarão ser adotadas de forma premente, sob o custo de a inflação crescer ainda mais. Entre estas medidas, estão: i) O controle do gasto público, das despesas correntes e do aparelho de Estado. È necessário, embora as chances disto ocorrer mereçam ser observadas, posto que 2008 é um ano eleitoral e a classe política aprecia decidir conforme o ritmo de liberação de verbas a favor de seus projetos; ii) A consolidação das contas públicas e o aperto nos gastos, sem sacrificar os investimentos em ativos reais e educação. Parece difícil que isto ocorra, ao ser evidente que o governo deseja ver reinserida em suas contas um imposto sobre a saúde e o apoio ao PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento; iii) A manutenção de uma política monetária rigorosa, que, contudo não eleve as taxas de juros. Este é um assunto difícil e complexo de ser solucionado. É preciso ter em mente que taxas de juros que sobem encarecem a vida do consumidor; reduzem e inibem o seu consumo; aumentam a inadimplência; e por melhor que seja a seleção de riscos em carteira de créditos dos bancos e das financeiras, mais quebras são previsíveis, o que não é bom para o sistema econômico; iv) Admitir que a taxa de câmbio pode com uma cotação de R$ 1,6 por dólar ainda cair, por conta da fraqueza do dólar americano e das dúbias políticas econômicas e externas adotadas pelo governo Bush. Contudo, o real está sobrevalorizado e as exportações tendem a minguar. É preciso dar algum sustento em preços domésticos ao produtor, ao industrial doméstico, de produtos destinados ao mercado interno. Como está, a taxa de câmbio da relação R$ / US$ sobrevalorizou 92% entre janeiro 2003 e julho 2008. Neste cenário, é preciso desvalorizar o câmbio e alterar a rota da sobrevalorização, cuidadosamente e em doses homeopáticas; v) O temor da desvalorização do real em face do dólar e, sobretudo do euro, advem da inflação importada através dos produtos importados. Contudo, ao sobrevalorizar, importa-se mais mercadoria de fora e quebram-se empresas brasileiras, o que aumenta a taxa de desemprego. É preciso optar: o que se prefere, um maior combate à inflação com rigor nas contas públicas e monetárias, ou mais e crescente desemprego de longo prazo? E vi) Criar novas regras econômicas, que regulamentem os funcionamentos dos mercados de commodities, especialmente nos mercados de opções, futuros e hedges, assim como os mercados de títulos e papéis bancários e financeiros, que tenham lastro real e confiabilidade integral para assegurar operações corretas. No mundo, a entrada da China e da Índia no mercado global, sinaliza a exportação de mais bens baratos; a formação de mais empregos naqueles países; e o aquecimento da demanda por conta da elevação acelerada da renda. A China, ao crescer a 12% ao ano entre 10 2000 e 2007, mostra um vigor ímpar para vorazmente comprar com as altas reservas internacionais que possui produtos agrícolas e alimentares; minérios; máquinas e equipamentos. E isto gera um efeito onda, que favorece ainda mais o Brasil. Ao encontrar e fazer jorrar mais e mais petróleo na Bacia de Santos e em Campos, além das unidades capixabas, a PETROBRÁS reforça a formação do Brasil como o novo titã da emergia neste início de milênio. E ao dispor de terras agricultáveis, ociosas em imensa quantidade, que por ora são pastos ou florestas nativas, o Brasil pode produzir mais cana e com isto álcool etanol, para as frotas de carros e ônibus, do mundo. Os países desenvolvidos prezam a estabilidade macroeconômica; o regime político democrático; e a potência energética de uma nação. Pode-se afirmar que a partir de 2.005 o Brasil criou este tríplice vértice estratégico de longo prazo. Ele é ambicionado por toda nação. O que caracteriza os EUA; a Grã-Bretanha; e a França, entre outras nações desenvolvidas, é esta capacidade de sustentar no longo prazo o tripé da estabilidade, da democracia e da energia. Entramos num novo clube. Um clube de elite. Um clube de nações – líderes. Não nos convidaram para fazer parte dele. Entramos por mérito e vontade obstinada próprias. E temos condições de manter, sustentar e aprimorar esta posição. Com ela e por ela, vamos crescer e desenvolver mais o Brasil. Contudo, isto nos trará mais responsabilidades e desafios, para que se processem acertadamente mais mudanças, especialmente aquelas que dizem respeito à modernização e desburocratização do Estado. E quando as agências de rating nos fitam, nos analisam e finalmente em dupla nos dão o Investment Grade, é porque o mundo reconhece que de fato mudamos de faixa, de cara e de respeitabilidade. Não importa saber se ainda falta mais uma agência a se dignar em nos conceder sua nota de “pais bom para investir”. Um país não trabalha para agências de grau de investimento, mas sim para os seus cidadãos. E o Brasil das autoridades públicas federais que põem a mão sobre os instrumentos de política econômica, pratica de fato o interesse estabilizador e com ele o interesse público de ordem maior. De agora em diante, mais capital estrangeiro aportará ao país. Mais investidores aproveitarão as taxas de juros excepcionalmente altas que se praticam no Brasil. Mais poupança gerará grandes projetos a favor de empregos e mais brasileiros. Mantenhamos a rota maior, a coluna mestra, ela está se afirmando a nosso favor. Conclusão A globalização é um fato marcante e que veio para ficar neste início de terceiro milênio e pós-modernismo. Em si, a globalização trouxe grandes benefícios: um mundo interligado, mais integrado, no qual repartem-se e usufruem-se com similitude, elevado grau de homogeneidade e de igualdade, os progressos da ciência e da tecnologia modernas. 11 Contudo, os mecanismos da globalização precisam ser melhor estudados quanto à sua capacidade de transmitirem malefícios, prejuízos e danos aos países, especialmente aos emergentes e aos que estão engatinhando no crescimento, com pobreza persistente em seu meio. Como anteriormente frisado, a inflação aportou no Brasil entre 2007 e 2008 com a explosão do preço de commodities importadas do exterior. Nessa hora, os países produtores e ricos não se incomodam com a alta de preços, e esquecem que os danos causados a outros países serão em última instância também pagos por eles, pois o FMI solicitará auxílio e chamará os bancos privados à ajuda. Outro problema que está evidentemente em gestação e tem características explosivas, preocupantes, e que necessita de firmeza e pulso imediato, é a bolha dos créditos hipotecários podres e mal feitos, sobre maus pagadores e consumidores sem poder de compra porque carecem de renda e haveres reais, nos EUA. A globalização disseminará os papéis no mundo, que pagará pelos filhos pródigos norte-americanos, endividados e acostumados e viver no cartão de crédito. A isto John Kenneth Galbraith chamou com acerto de “sociedade afluente”, resta a saber se responsável. Medidas urgentes, reguladoras, e trocas no padrão de comando das organizações que geram bolhas inescrupulosamente, entre outras, se fazem urgentes, antes que os mercados sintam colapsos e entrem em cheque. 12 QUADRO I: O AMADURECIMENTO DA GLOBALIZAÇÃO Fonte: istvan Kasznar / 2008. CURVA DE INFLAÇÃO DOS GLOBALIZADOS CORREDOR DE LONGO PRAZO DOS GLOBALIZADOS INDICE MÉDIO DE INFLAÇÃO % TENDÊNCIA DA INFLAÇÃO-NÚCLEO MUNDIAL GLOBALIZADOS PRÉ GLOBALIZAÇÃO GLOBALIZAÇÃO I FASE I GLOBALIZAÇÃO I FASE II CONSOLIDAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS INGRESSAM CHINA E ÍNDIA PONTO CRÍTICO DE INVERSÃO DE TENDÊNCIA: EFEITO CHINA-ÍNDIA IMPACTO NO MERCADO DE COMMODITIES MÉDIA MUDAM OS CONTRATOS E O EIXO DE SUPRIMENTO MUNDIAL 1980 1998 TEMPO 2004 2008 13 QUADRO II: INFLAÇÃO IMPORTADA PELO BRASIL Fonte: istvan Kasznar / 2008. CURVA DE INFLAÇÃO DOS GLOBALIZADOS CORREDOR DE LONGO PRAZO DOS GLOBALIZADOS TENDÊNCIA DA INFLAÇÃO-NÚCLEO MUNDIAL GLOBALIZADOS INDICE MÉDIO DE INFLAÇÃO IGP-M % PONTO CRÍTICO DE INVERSÃO DE TENDÊNCIA: EFEITO CHINA-ÍNDIA 2567 PERÍODO DE EXPLOSÃO RECENTE DO PREÇO DAS COMMODITIES NO MERCADO INTERNACIONAL. 1247 COMMODITIES – PUSH – INFLATION. 1700 220 458 25 65 4,5 10 1983 1986 1990 1993 1994 7,71 1,21 2002 2005 2008 14 QUADRO III: EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO, MEDIDA PELO IGP-M, O ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO - FGV 14,00 AMPLITUDE DO CORREDOR CAP OU FLOOR, FORMADOR DE CORREDOR 12,00 AO MÊS EM 12 MESES IGP-M % 10,00 ÚLTIMA TENDÊNCIA MAIO 2007: PONTO DE INVERSÃO DE TENDÊNCIA 8,00 RATIFICAÇÃO DE NOVOS PONTOS DE MÍNIMO 6,00 4,00 C2 2,00 C1 0,00 jan f ev mar abr 2007 mai INVERSÃO jun jul ago set out Tem po / m ês. nov dez jan f ev mar 2008 abr mai ENDOSSO DE MUDANÇA DE PATAMAR MÍNIMO C = AMPLITUDE DO CORREDOR C1 = CORREDOR EM MAIO – 2007 = 1,5 – 0,04 = 1,01% C2 = CORREDOR EM FEVEREIRO – 2008 = 1,95 – 0,53 = 1,42% ∆% = TAXA DE VARIAÇÃO E CRESCIMENTO DO CORREDOR EM 9 MESES = 40,59% Bibliografia Bailey, M. J.; National Income and the price level, a study on Macrotheory; International Student Edition; Mac Graw Hill Company; Tokyo, Japan. 1962. Brilman, Jean; Les Meilleures Pratiques de Management – Ao Coeur de la Performance; Éditions D’Organization; 2001. Dornbush, Rudifer e Fisher, Stanley; Macroeconômicas; Mac Graw Hill; 1981. Galbraith, John Kenneth; O Novo Estado Industrial; Novos Umbrais; Livraria Pioneira Editora; 1973. Kasznar, Istvan; Previsão e Análise de Falências e Concordatas de Empresas; edição Especial ABERJ; 1987. Kasznar, Istvan; O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC; em Política de Gestão Pública Integrada; em coordenação de Fátima Bayma; FAPERJ e FGV – Fundação Getúlio Vargas / Editora Projetos; ISBN – 978-85-225-0665-1.2008. Kasznar, Istvan; Finanças Internacionais para Bancos e Indústrias; Editora IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais; 1990. 15 Kasznar, Istvan; Administração de Empresas sob Turbulência: análise de cenários macroeconômicos; RAP – Revista de Administração Pública, da EBAPE / FGV – Fundação Getúlio Vargas; ISSN 0034-7612. Kasznar, Istvan; Metodologia Intensa de Análise da Produção e cálculo de ciclo de negócios; RAP – Revista de Administração Pública, da EBAPE / FGV – Fundação Getúlio Vargas; vol. 31, n. 2, ISSN 0034-7612. 1997. Kasznar, Istvan; Definição do Tamanho Ótimo do Estado – TOE; RAP – Revista de Administração Pública, da EBAPE / FGV – Fundação Getúlio Vargas; ISSN 0034-7612. Kasznar, Istvan; Revista FINANCEIRO, a revista do crédito; ano 6, n. 53; jul. ago. : 2008. Obstfeld, Maurice, and Krugman, Paul; Economia Internacional – Teoria e Política; 4@ edição; MAKRON Books do Brasil Editora; 1999. www.ibci.com.br [email protected]