Energia mais barata pode sair em agosto Preocupada em evitar ovo de galinha, Dilma prepara medidas para baixar o custo da tarifa para a indústria Brasília - Preocupada com o fraco desempenho da economia, a presidente Dilma Rousseff prepara novos movimentos para impulsionar o crescimento e evitar que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) de seu governo seja rotulada de “voo de galinha”. Em agosto, quando deve promover o terceiro encontro do ano com o grupo de 30 empresários que ficou conhecido como G-30, Dilma pode anunciar medidas para estimular os investimentos e fazer a economia avançar a taxas mais robustas. O empresariado está confiante de que a presidente divulgue, na ocasião, a redução do PIS/Cofins cobrado sobre a energia, que deve deixar as contas do setor produtivo até 10% mais baratas. Eles esperam ainda que seja apresentado um plano para agilizar as concessões à iniciativa privada na área de infraestrutura de transportes, além de uma política horizontal de benefícios e desonerações para todos os setores da economia. Depois de apostar no consumo como bote salva-vidas do PIB, mas ver naufragarem os números de atividade, a presidente diagnosticou que o problema está na fraqueza dos investimentos e tentará remediar a situação. Para muitos analistas, no entanto, apesar de acertada, a decisão de mudar o foco da política econômica veio muito tarde, ao menos para salvar 2012. “O problema do PIB deste ano está no fraco desempenho do primeiro e do segundo trimestre. Como esse período foi modesto, é difícil uma recuperação mais forte e que leve a um resultado acima de 2%”, observou Flávio Serrano, economista do Espírito Santo Investment Bank. O PERIGO RESPINGA EM OUTROS ANOS As projeções do mercado para o PIB de 2012, que giram em torno de 1,90%, já levam em conta que a economia apresentará números mais robustos na segunda metade do ano, com a taxa de expansão anualizada alcançando entre 4% e 6%. “Crescer em 2013 vai ser tranquilo, mas é preciso criar um ambiente para que em 2014 e 2015 não tenhamos novamente um PIB fraco”, alertou Serrano. Fonte: ESTADO DE MINAS