Instituto de Economia Gastão Vidigal ECONOMIA CRESCE 2,3%, COM DESTAQUE PARA AGRICULTURA E INVESTIMENTOS O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de publicar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, que mostrou aumento de 2,3% em relação a 2012. O resultado não surpreendeu, dados os diversos sinais de desaceleração, observados ao longo do ano passado em vários indicadores de atividade, porém chama a atenção que o consumo das famílias não tenha sido o “motor” do crescimento, como ocorre há vários anos, devido à desaceleração da renda, do emprego e do crédito ao consumo. Os principais fatores de expansão do PIB foram a agropecuária, com alta de 7,0%, e o investimento (formação bruta de capital fixo), que aumentaram em 6,3%, embora sua proporção em relação ao total tenha ficado estagnada em um patamar relativamente baixo para as necessidades do país (18,4%), enquanto a poupança total continuou declinando para 13,9%, exigindo maior dose de financiamento externo. A indústria, em geral, apresentou incremento de apenas 1,3%, com destaque para a área de eletricidade, enquanto o segmento extrativo mostrou queda, devido à menor produção do petróleo. Por outra parte, como tem sido a tônica nos últimos anos, os tributos continuaram a crescer acima da expansão da atividade econômica, apesar das desonerações realizadas, o que sugere que a carga tributária segue aumentando. Também vale a pena considerar que, embora, o aumento do PIB em 2013 tenha sido superior ao observado no ano anterior (1,0%), trata-se de um resultado relativamente fraco, pois justamente parte de uma base de comparação que apresentou menor expansão (Gráfico 1). Outro ponto de destaque é a maior expansão da renda por Instituto de Economia Gastão Vidigal habitante – PIB per capita (1,4%), alterando a tendência anteriormente observada, porém, maiormente explicada pelo menor crescimento da população, o que minimiza o impacto social do fraco desempenho da atividade econômica. GRÁFICO 1 CRESCIMENTO DO PIB E PIB PER CAPITA: 2010 – 2013 (%) Fonte: Elaboração IEGV/ACSP a partir de dados IBGE. A perspectiva para 2014 é também de fraco desempenho da atividade econômica, em tanto prossegue o baixo crescimento do consumo das famílias e da atividade industrial, inclusive com possíveis choques climáticos à vista, o que poderá afetar negativamente o desempenho do setor agropecuário.