Momento Linear e Conservação do Momento Linear – Prof. Leandro Neckel MOMENTO LINEAR Considerando um sistema formado somente por uma partícula ou um sistema grande podendo ser representado por somente um ponto material, podese definir de maneira simplificada o momento linear para o sistema. variação do momento linear ainda pode ser expressa por Δ e definido como − (3) Δ = onde e são os momentos lineares final e inicial e respectivamente para as velocidades respectivamente. Isso chega na seguinte expressão: Δ = Δ = − Δ = Δ − O momento linear, assim como a energia cinética de um objeto em movimento, é uma grandeza relacionada diretamente o movimento. (4) - Símbolo: Exemplo: exercício 19 capítulo 9 (Halliday) - Um caminhão de 2100 kg viajando para o norte a 41 km/h vira para leste e acelera até 51 km/h. (a) Qual é a variação da energia cinética do caminhão? Quais são (b) o módulo e (e) o sentido da variação do momento? (vetorial) - Definição: = (1) Onde é a massa do objeto e do objeto. o vetor velocidade - Unidade = = O interessante sobre o momento linear é a sua origem: Newton não definiu originalmente a segunda De uma maneira geral, a variação do momento linear também é conhecida como impulso. Considerando que o momento linear é uma grandeza vetorial, é de grande utilidade organizar um sistema de coordenadas para o problema. Vamos utilizar um plano cartesiano com o norte apontado para o sentido positivo do eixo vertical e o leste apontado para o sentido positivo do eixo horizontal. Com isso, já é possível definir as velocidades iniciais e finais do caminhão: lei como = . Ele o fez segundo a a variação do momento linear no tempo: = 51 *̂ = (2) O que faz muito sentido, repare: Se a força resultante sobre um sistema é não nula, logo há uma aceleração. Se o corpo é acelerado o mesmo muda de velocidade ao longo do tempo. Com a mudança da velocidade, segundo a equação (1), há também mudança de momento linear. Ou seja: ∴ = = = 41 #̂ = = = Assim, conclui-se que a interpretação da segunda lei de Newton como vista anteriormente é basicamente uma consequência de sua definição original. A força resultante, assim como enunciado na equação (2), faz variar o momento linear do sistema. Logo, a ℎ = 11.39 #̂ = 14.16 *̂ ℎ sendo que seus módulos, por estarem integralmente sobre os eixos vertical e horizontal, são: , = 11.39 = 14.16 A letra (a) pede a variação de energia cinética do caminhão, que é escalar, logo temos que utilizar os módulos dos vetores velocidades: Δ = − , 1 1 . . Δ = − , 2 2 1 1 Δ = ∗ 2100 ∗ 14.16 . − ∗ 2100 ∗ 11.39 . 2 2 Δ = 74312.17 2 ≈ 74.3 2 que é um resultado plausível considerando que houve um aumento no módulo da velocidade do caminhão. Para resolver a letra (b), onde se pede o módulo da variação de momento linear é necessário calcular a variação de momento linear segundo a definição da equação (4). Logo: Δ = − Δ = 2100 14.16 *̂ − 11.39 #̂ Δ ≈ 29736 *̂ − 23919 #̂ IMPULSO E FORÇA MÉDIA O impulso é definido como a força aplicada em um intervalo de tempo sobre um sistema. Sua definição formal é dada por: (5) B=C Considerando o impulso da força resultante teremos: Calculando o módulo, temos |Δ | = Δ = 5Δ . 6 +Δ D E B=F . 8 Δ = 929736. + −23919 D =F E . Δ = 38162 E =F D E = − Então (6) A letra (c) pede a orientação da variação de momento linear, ou seja, um ângulo em relação a algum eixo conhecido. Tendo a componente horizontal do Δ positiva e a vertical negativa, é esperado que o vetor variação de momento linear esteja no 4º quadrante do sistema cartesiano adotado. D B=Δ Em somente uma direção temos, então (7) B=Δ É importante citar que o impulso tem a mesma unidade do momento linear. Ainda, por outra definição do impulso, temos que (8) B= G Δ Onde G é a força média, que representa uma força constante que imprime o mesmo impulso que a força real, no caso desta ser variável. Em uma direção somente temos: (9) B= G Δ Verificando se a unidade é a mesma: tan > = Δ Δ 8 6 23919 tan > = − 29736 tan > = 0.8043 > = arctan 0.8043 > = 38.80º (*) fazer – Exercício 21, capítulo 9 (Halliday) - Uma bola de softball de 0.30 kg tem uma velocidade escalar de 15 m/s e um ângulo de 35° abaixo da horizontal imediatamente antes de ser golpeada por um taco. Qual é o módulo da variação do momento linear da bola na colisão com o taco se ela adquire uma velocidade escalar (a) de 20 m/s, verticalmente para baixo; (b) de 20 m/s, horizontalmente na direção do lançador? B = =H⋅ = ⋅ . ⋅ = ⋅ Exemplo: Tipler, cap 8, Exercício 44 – Um tijolo de 0,13kg é largado de uma altura de 8m. Ele chega ao chão e fica em repouso. (a) Qual é o impulso exercido pelo chão sobre o tijolo durante a colisão? (b) Se 0.0013s é o tempo entre o momento em que o tijolo toca o chão e o momento em que ele atinge o repouso, qual é a força média exercida pelo chão sobre o tijolo durante o impacto? (a) Para determinar o impulso podemos utilizar a equação 7, já que é possível visualizar que a variação de momento linear será somente em uma direção. B=Δ = − , Repare que a velocidade inicial é conhecida e igual a zero , =0 Porém não conhecemos a velocidade final. Para isto, é necessário utilizar a equação de torricelli para a queda livre: . = . J − 2 ΔK Adaptando para os índices do problema: . = . , −2 ℎ Considerando a velocidade inicial nula ℎ é negativo e isolando a velocidade final temos = 92 ℎ = 12.52 Assim se torna possível calcular o impulse B= B = 3.76 − , (b) Para o calculo da força média, sabendo que a mesma também é unidirecional, perpendicular ao solo no contato, é possível utilizar a equação (9) B= G Δ Isolando a força média: G = B Δ Considerando Δ = 0.0013 temos G = 2889.23 H ≈ 2.9 H Que é a força média que o chão faz contra o tijolo para que o mesmo pare naquele intervalo de tempo. CONSERVAÇÃO DO MOMENTO LINEAR Se em um não existem forças externas agindo sobre um sistema ou se as forças externas se anulam (∑ 6 = 0), então pode-se afirmar que o momento linear do sistema se conserva, ou seja, não muda. Em outra interpretação pode-se dizer que se não há forças externas, não haverá variação de momento linear, ou seja, Δ = 0, o que leva a seguinte conclusão: Δ =0 − =0 = (10) que pode ser interpretado da seguinte forma: se a variação do momento linear é nulo, isto garante que o momento do sistema em duas situações distintas (final e inicial) são iguais. Com, isso, concluindo, em um sistema em que o momento linear se conserva não há impulso (externo). - exemplo, exercício 42, capítulo 9 (Halliday) - Um balde de 4 kg que está deslizando em uma superfície sem atrito explode em dois fragmentos de 2.0 kg, um que se move para o norte a 3.0 m/s e outro que se move em uma direção 30° ao norte do leste a 5.0 m/s. Qual era a velocidade escalar do balde antes da explosão? Importante: a explosão no balde foi provocada por alguma força interna, logo nenhuma força externa agiu sobre o balde. Mesmo que pensássemos na força peso vertical para baixo, a atuação da mesma é anulada pela força de contato normal exercida pela superfície do gelo sobre o balde. Logo, em conclusão, o momento linear do balde se conserva antes de depois da explosão, isto significa que o momento linear dos dois pedaços depois da explosão tem que ser igual ao momento linear do balde antes da explosão. Definimos, para este problema, então: = N+ . (massa do balde é a massa das partes após a explosão). Logo M (42-a) M = N N + = . . Desejamos descobrir quanto valo o módulo de , mas para isso é necessário iniciar definindo as velocidades N e . dos fragmentos do balde. N . = 0 *̂ + 3 #̂ =O .P .Q . .P = *̂ + . cos = Então .Q = 85 ⋅ #̂R 30º = 4.33 Z[\]^ UV 30º = 2.5 . = 4.33 *̂ + 2.5 #̂ Assim, isolando na equação (42-a) temos: N = N + M . . Substituindo os valores teremos: = 2 ∗ 0 *̂ + 3 #̂ + 2 ∗ 4.33 *̂ + 2.5 #̂ 4 = 2.75 *̂ + 2.16 #̂ , , , =5 . ,P + . ,Q = 92.75. + 2.16. = 3.4968 ≈ 3.5 Exemplo: Tipler, Cap 8, 35, Tiago, um adolescente de 85kg salta da borda de um cais horizontal até um bote de 150kg que flutua livremente, inicialmente em repouso. O bote, então, com o passageiro dentro, se afasta do caisa a 2,0m/s. Qual é a rapidez de Tiago quando o mesmo se lançou do cais? Aqui podemos trabalhar também com a conservação de momento linear uma vez que Tiago, ao se lançar dentro do barco, transfere seu momento ao barco. Δ =0 − =0 ∴ = Sendo que = = + ,WXY ⋅ WXY = 85 ⋅ = 85 ⋅ MY Z[\]^ + MY + 150 ⋅ 0 Z[\]^ ⋅ Z[\]^ E também que = ,WXYaMY ⋅ = 150 + 85 ⋅ 2 = 470 WXYaMY _^Z` Z[\]^ = 470 = 5.53 (*) Fazer exercício 47, capítulo 9 (Halliday) - Um corpo de 20,0 kg está se movendo no sentido positivo de um eixo x com uma velocidade de 200 m/s quando, devido a uma explosão interna, se quebra em três pedaços. Um dos pedaços, com uma massa de 10.0 kg, se afasta do ponto da explosão com uma velocidade de 100 m/s no sentido positivo do eixo y. Um segundo pedaço, com uma massa de 4,00 kg, se move no sentido negativo do eixo x com uma velocidade de 500 m/s. (a) Em termos dos vetores unitários, qual é a velocidade da terceira parte? (b) Qual é a energia liberada na explosão? Ignore os efeitos da força gravitacional.