CULTURA DA PUPUNHEIRA (Bactris gasipaes Kunth.) Elda Bonilha Assis Fonseca* Maria Aparecida Moreira** Janice Guedes de Carvalho*** 1 Perfil da Cultura A pupunheira (Bactris gasipaes Kunth.) é uma espécie tropical originária do continente americano, pertencente à família das Arecáceas (Palmáceas) e cultivada há séculos pelas populações indígenas. No Brasil seu habitat natural é a Região Amazônica, e seus frutos fazem parte da dieta alimentar dos povos da Região Norte. Esta palmeira possui grande potencial econômico em virtude dos múltiplos usos de seus frutos e palmito. Plantios racionais podem produzir 25 t/ha de frutos ou 1 t/ha de palmito. ______________________________________ * Pesquisadora da EMPAER-MT, Cuiabá/MT a ** Eng Agra MSc Doutoranda da UFLA, Lavras/MG *** Professora da UFLA- Lavras/MG 6 Recentemente a pupunheira tornou-se a principal fonte de matéria-prima para a exploração racional de palmito, devido às seguintes características: » precocidade: o primeiro corte é feito dos 18 aos 24 meses após o plantio em campo, de acordo com as condições climáticas e tratos culturais. » perfilhamento: a pupunheira lança perfilhos que garantem colheitas consecutivas, sem necessidade de replantio de uma mesma área. O perfilhamento pode ocorrer desde seis meses após o plantio ou somente após o corte da planta-mãe. » alta produtividade: a mínima produtividade que pode-se esperar de um hectare de pupunha é de 5000 palmitos por ano. Tratos culturais adequados e irrigação podem dobrar essa produtividade. » rusticidade: apesar de sua origem amazônica, a pupunha vem se desenvolvendo bem em regiões com condições edafoclimáticas diferentes, como a Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. » excelente qualidade de palmito: a qualidade do palmito de pupunha é comparável às espécies tradicionais, com a vantagem de não oxidar (não escurecer) após o corte. Nesse contexto, a pupunheira desponta como uma ex- celente alternativa para o empresário rural, pois pode ser cultivada racionalmente em áreas mecanizadas. É através do cultivo da pupunheira que será possível produzir palmito de uma forma ecológica e rentável. 7 1.1 Aspectos Econômicos Dados oficiais informam que o Brasil produziu, em 1985, 132105 t de palmito, evoluindo até 202440 t em 1989. Em 1990, a produção caiu para 27030 t, diminuindo para 21000 t em 1992 (AGRIANUAL, 2000). Não ocorreram causas naturais nem variações no mercado que expliquem essa discrepância. É mais plausível que tenha havido grandes falhas no sistema de informações da produção e/ou forte sonegação fiscal. Estima-se que em 1996 a produção tenha sido de 70000 t de palmito de origem extrativa (Morsbach, 1998). Os mercados interno e externo têm um histórico de significativa instabilidade, principalmente por causa dos inúmeras deficiências na oferta, pois o fornecimento do produto extrativo é irregular e de baixa qualidade. O mercado interno consome 90% da produção nacional. O abastecimento do mercado mundial é feito principalmente pelo Brasil (51%) e pela Costa Rica (24%). A França e os Estados Unidos são os principais importadores (60 e 20% das importações mundiais, respectivamente). Excluindo-se o Brasil, o mercado mundial consome cerca de 20000 t de palmito anualmente. Por conta da baixa qualidade do produto ofertado, o principal importador tem reduzido as compras do Brasil, que 8 perde mercado para a Costa Rica, pois sua produção é de palmito de pupunha cultivada, de boa qualidade (Morsbach, 1998). O preço da lata de 400 g do produto envasado tem variado significativamente, oscilando entre US$ 3,01 e US$ 8,43 entre 1992 e 1995, e US$ 7,24 a US$ 4,32 entre 1996 e 2000 (AGRIANUAL, 2000). Estima-se que o mercado mundial de palmito esteja ao redor de US$ 500 milhões, com grande potencial de crescimento (Coser Filho, 1997 citado por Morsbach, 1998). Para se ter uma avaliação mais precisa deste potencial considere-se que o consumo na França é de 160 g e nos Estados Unidos é de apenas 8 g per capita/ano. No Brasil, o consumo per capita/ano está em torno de 660 g (Rodrigues et al., 1995 citado por Morsbach, 1998). Prevendo o aumento das restrições (legais, naturais e econômicas) ao extrativismo e à expansão continuada dos mercados internos e externos, produtores e agroindústrias em todo o País, estão investindo em um número significativo de projetos de palmito cultivado. As espécies predominantes são pupunha (Bactris gasipaes), plantada comercialmente em quase todo o País, e a palmeira-real (Archantophoenix alexandrae (F. Mueller) H. Wendl. & Drude), plantada em menor escala, predominantemente no Estado de Santa Catarina (Morsbach, 1998). 9 1.2 Origem e Dispersão Ainda não se determinou com exatidão o lugar de origem da pupunheira, pois nativos de vários países da América Central e do Sul têm cultivado essa palmeira ao longo de centenas de anos. O cultivo da pupunheira ocorre há vários séculos por indígenas das Américas do Sul e Central, desconhecendo-se, porém, a exatidão do local de origem. Como prováveis áreas de origem, citam-se certas regiões do Panamá, Equador, Peru e Bolívia. A pupunheira (Bactris gasipaes) é uma palmeira com ampla distribuição geográfica, estendendo-se nos trópicos úmidos americanos, entre os paralelos 16º N e 17º S. Atualmente é encontrada de Honduras até a Bolívia, ao longo da costa do Atlântico, na América Central, e do Sul até São Luiz do Maranhão, no Brasil, e ao longo da costa do Oceano Pacífico no sul da Costa Rica ao norte do Peru. Na América Central, a pupunha parece ter sido introduzida, não sendo encontrada no estado silvestre. É amplamente utilizada na Costa Rica, Trinidad, Jamaica, Porto Rico, Cuba e Malásia. No Brasil, a pupunheira é encontrada em toda a Bacia Amazônica, compreendendo os Estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, norte do Mato Grosso, Maranhão, Roraima e Amapá. Foi introduzida nos Estados da Bahia, Espírito Santo e 10 mais recentemente em São Paulo, onde vem se desenvolvendo com relativo sucesso. 2 Características da Planta 2.1 Taxonomia e Descrição Botânica Até 1981 foram reconhecidas 187 espécies de Bactris, 14 das quais apareceram com o nome genérico de Guilielma. A pupunheira (Bactris gasipaes) é uma espécie da Família Arecaceae (ou Palmae). Os estudos sobre as variedades dessa planta ainda não estão bem definidos. A espécie apresenta grande variação no número de caules (estipes) por touceira, no tamanho e forma de sementes e frutos, no teor de fibra e óleo, na coloração dos frutos, assim como em relação à ausência ou presença de espinhos e ao comprimento destes nos estipes e folhas. A pupunheira é uma palmeira ereta, chegando a atingir 20 m de altura e 15 a 25 cm de diâmetro. Possui ciclo perene e perfilhamento abundante, e a partir de uma única planta, formase uma touceira de vários indivíduos e quando adultos, é comum encontrar de três a cinco indivíduos frutificando simultaneamente (Figura 1). 11 O sistema radicular é fasciculado e superficial, possuindo baixa resistência a seca. Cerca de 75% das raízes encontramse nos primeiros 20 cm do solo, o que implica em cuidados nos tratos culturais. Ao redor do estipe, elas distribuem-se num raio de 40 cm, o que determina a metodologia de distribuição de adubos. O estipe é cilíndrico e marcado por cicatrizes foliares transversais deixadas pelas folhas que caem, podendo ser ou não recoberto de espinhos (Figura 2). A parte terminal do estipe apresenta um broto (meristema ou gema terminal) protegido por bainhas de folhas jovens, constituindo o palmito. As folhas são grandes (2,5 a 4,0 m de comprimento), com 200 a 300 folíolos, recobertas ou não de espinhos de menor tamanho. Plantas adultas apresentam 20 folhas em média. A pupunheira é uma palmácea alógama com alto grau de incompatibilidade e monóica com flores masculinas e femininas na mesma inflorescência. A inflorescência possui de 50 a 80 cm de comprimento, 20 a 60 espigas que produzem de 50 a 1000 flores femininas e de 10000 a 30000 masculinas, apareo o cendo entre o 3 ao 4 ano após o plantio em campo. Os frutos são drupas de forma, tamanho e cor variáveis. Quando jovens, são verdes, quando maduros, são amarelos, vermelhos e algumas combinações dessas cores. São encontra- 12 dos frutos de 20 a 30 g até cerca de 200 g. Apresentam uma enzima que inibe a digestão de proteínas e um ácido (provavelmente oxálico) que causa irritação na mucosa da boca; por isso, devem ser consumidos cozidos. Os frutos podem ou não conter sementes. As sementes são de cor café ou negra, possuindo endocarpo duro, endosperma branco e oleaginoso semelhante ao do coco quanto ao sabor e textura. Cada semente apresenta três poros, sendo apenas um fértil (Figura 3). 13 Figura 1. Pupunheira (Bactris gasipaes Kunth.). 14 Figura 2. Estipes com e sem espinhos. Figura 3. Cacho de frutos; fruto em corte longitudinal; sementes em corte transversal. 2.2 Variedades 15 Apesar de existirem algumas características marcantes entre diferentes populações, observam-se variações consideráveis dentro de cada população, o que não permite defini-las como variedades. Existem basicamente dois tipos de material genético para implantação da cultura, os com espinho no estipe e pecíolo, e os sem espinho. Regiões como Yurimaguas (Peru) e Benjamin Constant (Brasil) possuem populações nativas sem espinhos que têm se comportado muito bem em regiões onde vêm sendo estudadas ou cultivadas. No Brasil tem-se preferido o cultivo de raças sem espinho por causa das facilidades de tratos culturais. Entretanto, na Costa Rica, foram desenvolvidas populações de características boas para produção de palmito, mas que possuem espinhos em maior ou menor quantidade. Sementes adquiridas diretamente nos locais de origem devem ser observadas por algum tempo (quarentena) para evitar a introdução e disseminação de pragas e patógenos a esta e a outras plantas tropicais. Essas sementes colhidas de plantas nativas, sem nenhum melhoramento, apresentam grande variabilidade, necessitando de seleção na sementeira, viveiro e campo. A maior parte da semente comercializada no Brasil é importada, pois a produção interna ainda é pequena, não suprin- 16 do o mercado atual. O período de comercialização se dá entre fevereiro e maio. Em decorrência da dificuldade de aquisição de sementes, é recomendável obtê-las de fornecedores idôneos que garantam sua procedência. Material selecionado para produção de palmito pode ser adquirido por intermédio da Universidade da Costa Rica, e, no Brasil, pode-se obter sementes, em pequena quantidade, de material selecionado sem espinho no IAC, CEPLAC e INPA. 3 Ecologia 3.1 Clima A pupunheira é uma espécie que vem sendo implantada em diversas condições climáticas e apresentando boa adaptação. Entretanto, como uma espécie amazônica requer temperatura, umidade e luz suficientes, as condições ideais são as regiões de clima quente e úmido, com temperatura média anual acima de 22°C e precipitação acima de 1700 mm/ano bem distribuídos. Estresse hídrico acentuado e prolongado causa redução no crescimento das plantas e seca precoce das folhas, com queda na produção de palmito. 17 A pupunheira não tolera geadas, desde a fase de viveiro até completar um ano de campo. Devem-se evitar áreas com ventos fortes, pois o sistema radicular das plantas é muito superficial, correndo-se o risco de tombamento de plantas. Altitudes acima de 850 m normalmente apresentam temperaturas noturnas mais baixas, prejudicando a exploração desta cultura. 3.2 Solos Os solos preferenciais são os arenosos ou arenoargilosos, ou seja, leves e bem drenados, pois a pupunheira não tolera solos encharcados. O cultivo da pupunheira vem tendo bom comportamento em solos ácidos e de baixa fertilidade, mas tecnicamente é aconselhável que esses sejam corrigidos e adubados adequadamente. Quanto à topografia, deve-se preferir áreas planas ou levemente onduladas, o que facilita o plantio, manejo, colheita e transporte do palmito. 4 Propagação A propagação pode ser feita por sementes ou por brotações (perfilhos, filhos ou filhotes) que surgem espontaneamen- 18 te na base do caule da planta-mãe. Este método é trabalhoso e o número de mudas obtido é pequeno. 4.1 Obtenção de Sementes As sementes devem ser retiradas de frutos maduros mas não em estádio avançado de maturação, pois sua polpa propicia o desenvolvimento de fungos que prejudicam a germinação. Deve-se retirar frutos de plantas matrizes sadias, vigorosas e com muitos perfilhos. Os frutos são lavados e imersos em água por 36 a 72 h, trocando-se a água a cada 24 h para evitar fermentação excessiva. Após raspá-los em superfície áspera (peneira grossa), retira-se o resto da polpa e, em seguida, tratam-se as sementes com solução de hipoclorito de sódio de 1 a 1,5% ou água sanitária a 50% por 10 a 15 minutos. As sementes devem secar à sombra por 24 h, antes de serem colocadas para germinar. As sementes podem ser ainda adquiridas de fornecedores idôneos que garantam sua procedência. Devem ser semeadas logo após o recebimento, pois, com a armazenagem, perdem rapidamente sua viabilidade. Caso seja necessário o armazenamento durante alguns dias, recomenda-se não abrir os sacos de ráfia utilizados para o transporte das sementes, mantendo-os em 19 ambiente fresco e úmido, molhando-os superficialmente em dias alternados. 4.2. Semeadura e Germinação Para a semeadura de sementes adquiridas, é recomendado primeiramente mergulhá-las em um tanque com água em abundância. Por essa prática simples, o produtor já tem uma idéia da qualidade das sementes que adquiriu, pois aquelas que sobrenadam são sementes velhas ou danificadas mecanicamente e, via de regra, não germinam. Caso a porcentagem dessas sementes seja muito alta, recomenda-se contactar o fornecedor e exigir a troca das sementes ou a devolução do capital. Em seguida, as sementes são tratadas por imersão em uma solução de água sanitária. O período de germinação das sementes de pupunheira é longo e irregular e, por isso, não devem ser semeadas diretamente nos saquinhos. A escolha do sistema mais adequado para a semeadura das sementes será função da quantidade de mudas a serem formadas, das condições locais e do material disponível. O sistema tradicional utiliza canteiros com 1 m de largura, 15 a 20 cm de altura e comprimento variável, de acordo com o volume de sementes. O substrato mais adequado é a serragem 20 curtida que, apesar de requerer irrigações mais freqüentes, permite uma melhor repicagem. A serragem retém água apenas superficialmente e, por isso, no enchimento do canteiro, deve-se molhar fartamente camadas finas de serragem, até completar-se 20 cm de altura. Pode-se utilizar também um leito de areia ou terra arenosa ou ainda uma mistura de terra, areia e esterco curtido. A semeadura é feita espalhando-se cerca de 3 kg de 2 sementes/m de leito da sementeira, a lanço ou em sulcos espaçados de 5 cm. As sementes podem ficar próximas umas das outras, mas não devem se encostar ou sobrepor. Em seguida, são cobertas com 3 a 5 cm de serragem curtida ou uma mistura de terra e serragem. Nas regiões de clima mais ameno, com menor temperatura e luminosidade, a sementeira pode ser conduzida a pleno sol. Em regiões mais quentes e com alta luminosidade, recomenda-se conduzir a sementeira e o viveiro com sombreamento de aproximadamente 30 a 50%, que poderá ser feito com palhas de palmeiras nativas, ripas, tela de sombrite ou qualquer outro material disponível. O controle da umidade dos canteiros deve ser criterioso. As regas devem ser periódicas, pois não pode faltar água e o excesso promove o desenvolvimento de fungos que causam o apodrecimento das sementes. A germinação ocorre entre 30 a 120 dias, devendo-se descartar as plântulas que germinarem 21 após esse período. A porcentagem média de germinação é de 70 a 80 %. Para a produção de mudas em larga escala, Haack (1988) descreveu um método prático para promover a germinação de sementes de pupunheira de forma rápida e segura, por meio do qual pode-se obter 95% de germinação num período de 20 a 30 dias. O método consiste em lavar as sementes e tratá-las com fungicidas à base de Benomyl, Oxicloreto de Cobre ou água sanitária. Após o tratamento as sementes não precisam secar, apenas escorrer antes de serem colocadas sobre uma superfície lisa, firme e ensolarada pela manhã. Essa superfície deverá estar forrada com uma lona plástica, de polietileno transparente, bem esticada, de forma a evitar-se irregularidades no plástico. As sementes são espalhadas numa única camada, em apenas metade do comprimento da lona, deixando uma borda de 20 cm nos outros três lados. Regar as sementes com água para deixá-las bem molhadas, porém sem ter água empossada na lona. Dobrar a metade vazia da lona sobre as sementes. As bordas também são dobradas e fixadas com pesos, visando vedar os lados e fechar o ambiente externo. Por cima desse conjunto coloca-se uma segunda lona plástica, porém de polietileno preto, dessa vez de forma irregular, sem pressioná-la, deixando uma bolsa de ar entre os dois plásticos. Após 12 dias abre-se a bolsa para verificar a umidade e germinação. As sementes germinadas são retiradas e repicadas para sacos plásticos previamente preparados no vivei- 22 ro. Reumedecer as sementes e fechar novamente a bolsa. Repetir esta operação aos 15, 18, 21, 24, 27 e 30 dias, não esquecendo de reumedecer a bolsa cada vez que voltar a fechá-la. Quando o número de mudas a serem formadas for pequeno, pode-se utilizar sacos de plástico transparente com capacidade para 3 kg, sem substrato no interior. De posse das sementes tratadas e escorridas por 30 minutos, coloca-se um quilo de sementes em dois sacos de plástico transparente, sendo um dentro do outro. Retira-se o ar e amarra-se com barbante. Após a arrumação homogênea das sementes dentro dos sacos, estes são dispostos na horizontal sobre superfície lisa, em local que receba apenas a insolação da manhã. Diariamente, viram-se os sacos, visando a distribuir a umidade interna, que é o principal fator a ser controlado, pois não pode ser excessiva nem deficitária. Uma maneira prática para verificar se o teor de umidade está correto é observar a formação de gotas de água na parte superior do plástico, antes de virá-lo diariamente. Se não houver essas gotas, deve-se abrir os sacos, borrifar água e fechá-los novamente. Entretanto, se for observado escorrimento de gotas de água até a face inferior dos sacos, deve-se abri-los para evaporar um pouco de água. Caso apareçam sementes com proliferação de fungos, recomenda-se retirá-las com cuidado para evitar a disseminação, lavá-las em água corrente e colocá-las em sacos separados. As sementes germinadas são retiradas e transferidas para saquinhos com substrato, sob sombreamento. 23 4.3 Repicagem Repicagem é a operação de transplantio da muda da sementeira para sacos plásticos. A repicagem deve ser realizada quando a parte aérea possuir no mínimo 2 cm e no máximo 2 folhas (Figura 4). É importante não atrasar muito a repicagem, o que pode causar estresse para as plântulas que, se deixadas por muito tempo na sementeira, terão o sistema radicular muito desenvolvido, prejudicando e reduzindo o pegamento. As operações de peneiramento e enchimento dos saquinhos são relativamente demoradas, exigindo-se mão-de-obra eficiente. Recomenda-se o planejamento de um cronograma de atividades, de forma que, por ocasião da repicagem, os sacos já estejam devidamente cheios e encanteirados. Deve-se fazer a seleção das mudas considerando a presença de espinho e o vigor vegetativo, e colocá-las em canteiros mais homogêneos. Assim, mudas mais desenvolvidas serão encanteiradas separadamente das menos desenvolvidas. As mudas que apresentarem espinho também deverão ser agrupadas separadamente daquelas sem espinho. Recomenda-se uma farta irrigação antes da retirada da muda da sementeira, visando a reduzir a quebra das raízes. De- 24 ve-se dar preferência aos dias mais nublados e sem ventos para efetuar-se a repicagem. A utilização de um chucho pressionado verticalmente sobre a superfície do substrato do saquinho abre o espaço necessário para o recebimento da muda. A semente deve permanecer ligada à muda, e ser coberta por 2 cm de substrato, ficando exposta somente a parte aérea. Efetuar uma boa irrigação logo após a repicagem para retirar o ar nas proximidades das raízes. Os sacos devem ser de plástico, preto, perfurados e sanfonados, com dimensões entre 12 a 15 cm de diâmetro e 20 a 25 cm de altura. A muda também pode ser formada em tubete tipo jumbo, de 300 a 350 mL de volume, com ou sem adubo de liberação lenta. Entretanto, a muda obtida nessas condições é inferior à obtida em sacos plásticos, que tem desenvolvimento sempre superior e menor porcentagem de replante. O substrato mais adequado é terra de boa fertilidade, peneirada e misturada a esterco de curral curtido ou outra fonte de matéria orgânica (compostos, tortas, palha de café), numa proporção de 3:1. Não é necessário utilizar nenhum tipo de adubação química no substrato, mas a matéria orgânica é indispensável, pois é fonte de macro e micronutrientes, além de ajudar na formação do torrão. 25 Os sacos devem ser colocados em forma de canteiros com 1 m de largura (10 a 12 sacos) e amparados nas laterais por madeira, ripas, roletes ou arame liso. A irrigação é um dos fatores mais importantes nessa fase e deve ser suficiente mas sem exageros, pois o excesso de água é extremamente prejudicial às mudas. No período seco, recomendam-se regas diárias ou a cada dois dias. 4.4 Tratos Culturais no Viveiro A partir da verificação do pegamento das mudas (7 a 10 dias após a repicagem), o produtor poderá iniciar um programa de adubações nitrogenadas feitas quinzenalmente, regando 200 mudas com uma solução feita com 40 g de uréia dissolvidos em 20 L de água, seguida de irrigação com água pura. Sessenta dias após a repicagem, recomenda-se utilizar 80 g de uréia + 180 g de superfosfato simples + 20 g de cloreto de potássio + 20 g de sulfato de magnésio dissolvidos em 20 L de água, a cada 15 dias. No terceiro mês de viveiro, acrescentar à solução anterior 10 g de sulfato de cobre, 10 g de sulfato de zinco e 5 g de ácido bórico. É importante irrigar as plantas logo após cada adubação para evitar queimaduras nas folhas. 26 As ervas daninhas devem ser retiradas manualmente visando a reduzir a competição por nutrientes e água. As irriga- ções deverão ser freqüentes, evitando-se, porém, o encharcamento. A praga mais importante que surge nessa etapa é uma broca bem pequena, de difícil visualização, que corta o colo das plântulas, matando-as. Deve-se controlá-la utilizando-se inseticidas à base de Monocrotofós e Endosulfan. Formigas, gafanhotos e ácaros também deverão ser controlados com iscas, inseticidas e acaricidas específicos. Deve-se observar a presença de ratos ou outros roedores nas imediações da sementeira e viveiro, pois eles comem as sementes. As doenças mais comuns, nem sempre presentes, são a antracnose e a helmintosporiose. Essas doenças deverão ser combatidas inicialmente pela redução da irrigação e fungicidas cúpricos. Caso persistam, usar fungicidas à base de Benomyl (250 g de benlate/200 L de água) e Mancozeb (1 kg de manzate/200 L de água) misturados e aplicados a cada 15 dias. 4.5 Seleção de Mudas As mudas permanecerão no viveiro por oito a dez meses. O transplantio deverá ser feito após estabilização do período 27 chuvoso, quando as mudas deverão apresentar 5 a 6 folhas e 20 a 30 cm de altura. No Esquema 1 é apresentado o fluxograma de produção de mudas mostrando as épocas de seleção. Entretanto, antes do plantio, deve-se proceder a uma última seleção, considerando as seguintes características: » Ausência de espinhos no caule ou folhas. » Maior diâmetro da base da planta (colo ou coleto) e maior número de folhas vivas, pois estão relacionados diretamente com a precocidade da planta e, portanto, com a produção de palmito. » Classes de tamanhos: mudas maiores deverão ser plantadas em lotes separados das menores. » Mal-formação e pigmentação (albinismo): mudas com essas características deverão ser descartadas. Esquema 1. Fluxograma de formação de mudas. Plantas matrizes ↓ Frutos maduros/retirada da polpa (1ª seleção) ↓ Lavagem ↓ Imersão em água (2ª seleção) ↓ Retirada da polpa aderida (atrito) ↓ Tratamento (água sanitária) ↓ Secagem à sombra (1 dia) ↓ 28 Germinador ↓ Repicagem (3ª seleção) ↓ Viveiro Saco Plástico Tubete Plantio (4ª seleção) 29 5 Plantio Bovi (1998) não recomenda a cultura da pupunheira em consórcio com culturas anuais ou perenes, pois pode-se diminuir a quantidade de luz e prejudicar o sistema radicular em função de capinas necessárias à outra cultura. Quando sombreada, mesmo que levemente, a planta cresce em altura e não em diâmetro, além de florescer e frutificar pouco. Se o objetivo for a produção de frutos/sementes, o consórcio pode ser feito desde que as outras plantas não exijam capinas e não sombreiem a pupunha. A pupunheira é uma opção excelente para os sistemas agroflorestais do pequeno produtor porque é extremamente rústica, oferece frutos com várias alternativas de uso, além do palmito, e compõe o sistema agroflorestal de forma harmoniosa com outras espécies de menor porte. O plantio deverá ser realizado somente após a estabilização do período chuvoso, em dias nublados e sem vento. Quanto mais cedo for realizado, maior será a precocidade do corte do palmito. Caso o viveiro tenha sido conduzido sob sombreamento, deve-se promover a aclimatação das mudas ao sol, pela retirada gradativa da cobertura. Um mês antes do plantio em campo, as mudas deverão estar totalmente a pleno sol, evitando-se, assim, queimaduras nas folhas e morte de plantas. 30 Três dias antes do plantio deve-se suspender a irrigação no viveiro. As mudas a serem utilizadas deverão ter de 8 a 10 meses de idade ou 20 cm de altura, 5 a 6 folhas e não possuírem espinho no estipe (Figura 5). Deve-se proceder à seleção de mudas quanto ao tamanho e plantá-las em lotes mais homogêneos (talhões). Não é recomendado plantar mudas de idades diferentes numa mesma área, pois não alcançarão o tamanho adequado para colheita ao mesmo tempo, e como as lavouras são adensadas, o desenvolvimento das plantas menores só ocorrerá quando forem cortadas as plantas vizinhas. É importante salientar que no primeiro ano no campo o crescimento é lento, pois as plantas permanecem de 6 a 8 meses formando o sistema radicular. 31 Figura 4. Plântulas no ponto de repicagem. Figura 5. Mudas prontas para o plantio. 5.1 Preparo da Área 32 A escolha do local para plantio definitivo deve considerar a declividade, sendo preferidos os terrenos planos ou com ondulação suave, e próximos a uma fonte d’água para uma possível irrigação em épocas muito secas. Em solos preferenciais, leves e bem drenados, uma aração e uma gradagem normalmente são suficientes para um bom preparo. Caso a estrutura do solo seja mais pesada ou estejam compactados em virtude de muitos anos de cultivos anteriores, recomenda-se maior atenção, pois o preparo tradicional talvez não seja suficiente para permitir o desenvolvimento das raízes da pupunha. Nesses casos, deve-se estudar a necessidade de uma subsolagem. Deve-se lembrar que solos encharcados ou sujeitos à encharcamento devem ser evitados, pois a cultura não os tolera. As covas devem ser abertas com dimensões entre 30 a 3 40 cm . A muda deverá ficar de 1 a 3 cm abaixo do nível do terreno original, evitando-se plantios superficiais. Por cauda da alta densidade de plantas por hectare, recomenda-se o plantio em sulco, deixando o plantio em covas para áreas que não permitam o uso de máquinas. A pupunheira não se desenvolve na presença de mato, principalmente braquiária. Em áreas que possuam gramíneas ou em pastagens antigas, recomenda-se um preparo com diversas 33 gradagens, rotação de cultura com alguma leguminosa (puerária, feijão-de-porco, guandu) e herbicidas. A pupunheira deve ser plantada a pleno sol, não requerendo sombreamento nem no início de desenvolvimento. 5.2 Espaçamento Os espaçamentos mais utilizados para produção de palmito dependem da topografia da área, fertilidade do solo, disposição da plantação, tipo de mecanização, manejo e outras condições que a propriedade possa ter. Para solos férteis ou bem adubados, recomenda-se o espaçamento 2 × 1 m (5000 plantas/ha) ou 1,5 × 1,5 m. Em solo pobre ou não adubado, recomenda-se 2,0 x 1,5 m (3330 plantas/ha). Para lavouras mecanizadas, recomenda-se o 3 × 1 m. Se o objetivo for a produção de frutos, deve-se utilizar espaçamentos bem maiores, uma vez que a pupunha atinge até 20 m de altura. Na Costa Rica, recomenda-se para solos pobres, 5 × 5 m (400 plantas/ha). Para solos férteis ou bem adubados, 6 × 6 m (278 plantas/ha) ou plantar em fileiras duplas de 4 × 4 × 8 m (416 plantas/ha). 34 5.3 Calagem e Adubação Os estudos sobre nutrição da pupunheira ainda não estão totalmente concluídos, mas pode-se recomendar uma calagem na área toda, de forma a elevar o pH para 5,0 a 5,5 e a saturação de bases para 60%. Devem ser feitas análises de solo a cada três anos, aplicando-se calcário sempre que a saturação de bases for inferior a 50 %. 5.3.1 Adubação de Plantio Caso haja disponibilidade, pode-se utilizar esterco de curral curtido (5 a 20 t/ha ou 5 a 10 kg/cova), compostos ou tortas. A adubação química é feita em função da fertilidade do solo (Tabela 1). Utilizando adubos formulados, recomenda-se dividir as doses em três vezes. Se optar por adubos simples, parcelar apenas a uréia e o cloreto de potássio. O superfosfato simples deve ser aplicado de uma só vez no plantio. Tabela 1. Adubação de plantio, em g/planta, para pupunha em função da fertilidade do solo. Adubo 4-14-8 4-30-10 5-20-5 Baixa 170 100 150 Fertilidade do solo Média 120 70 100 Alta 70 45 60 35 (1) U-SS-KCl U: uréia (1) 10-160-20 SS: superfosfato simples 10-110-10 10-80-0 KCl: cloreto de potássio 5.3.2 Adubação de Produção A adubação de produção deverá ser realizada todos os anos a partir do primeiro ano após o plantio, considerando-se além dos níveis de fertilidade, a produtividade esperada. A adubação com nitrogênio e potássio deve ser efetuada da mesma forma como o recomendado para adubação de plantio na área correspondente à projeção da copa. Se o plantio for irrigado, é conveniente o fracionamento durante todo o ano. É uma prática que exige gasto com mão-de- obra, mas que se justifica pelo crescimento contínuo da planta ao longo do ano, atingindo-se o ponto de corte mais rapidamente. Recomenda-se aplicar 0,2 a 0,4 g/planta de boro (2 a 4 g/planta de bórax) todos os anos junto com a primeira aplicação dos adubos de produção. A Tabela 2 apresenta recomendações de adubação, considerando-se uma produtividade média de 2 a 3 t/ha. 36 Tabela 2. Adubação de produção para pupunha, em g/planta, em função da fertilidade do solo. (1) Adubo 20-5-20 20-5-15 U-SS-KCl (1) U: uréia Baixa 210 240 100-70-60 Fertilidade do solo Média 160 180 100-35-35 SS: superfosfato simples Alta 120 140 100-0-15 KCl: cloreto de potássio 5.4 Tratos Culturais 5.4.1 Controle de Invasoras O trato cultural mais importante e delicado é o controle do mato. Em função do sistema radicular da pupunheira ser superficial, a competição com outras plantas é muito grande. A capina tradicional não é recomendada, pois há corte das raízes e depauperamento da planta. O uso de roçadeiras é limitado pelo espaçamento reduzido. Dessa forma, resta a opção de roçadas periódicas visando à eliminação do mato maior e a recomendação de manter-se a área sempre coberta por alguma espécie leguminosa não-trepadeira, como o amendoim-bravo ou rasteiro (Arachis pintoi A. Krapovickas & W.C. Gregory), a centrosema ou caupi. A leguminosa abafa o mato, protege o solo e fornece N para a pupunheira. Após o primeiro ano de cultivo em campo, a 37 necessidade de controle do mato é menor devido ao sombreamento que a própria cultura produz. A aplicação de herbicidas ainda está sendo estudada. Alguns agricultores tem usado Roundup a 0,75 % e 2,4-D a 0,30 % com sucesso. Aplica-se com 'chapéu de Napoleão' adaptado ao pulverizador, usando-se 0,5 L/ha. 5.4.2 Pragas e Doenças Há poucos relatos sobre pragas e doenças relevantes para a pupunheira. Há citações de presença de ácaros e diversos fungos nas folhas da pupunheira, porém sem causarem danos significativos. No campo pode ocorrer o ataque de um coleóptero grande do gênero Rhyncophorus. O controle é feito através de iscas feitas com tronco seccionado de bananeira, sobre o qual se espalha uma mistura de melado de cana e inseticida específico. Outro besouro que ataca a cultura é o Strategus aloeus Linn, 1658, que penetra na região do coleto formando galerias no estipe. As lagartas das folhas em altas populações podem destruir totalmente as folhas. Para o controle, pode-se utilizar produtos à base de Bacilus thuringiensis ou defensivos químicos específicos (Trichlorfon ou Piretróides). 38 Os cupins subterrâneos também podem atacar plantas mais novas, causando o amarelecimento generalizado e morte da folha central. Como principais doenças, incluem-se a antracnose (causada por fungo do gênero Colletotrichum) e a helmintosporiose (causado por Helminthosporium sp), que devem ser controladas a partir da formação de mudas no viveiro e no início da floração com produtos à base de cobre. Outros produtos poderão ser usados como mancozeb, benomyl, chlorotalonil, ziran, chlorotalonil + tiofanato metílico. 5.4.3 Manejo de Perfilhos Não se recomenda manejo de perfilhos em função da falta de informações sobre o assunto, exigência de mão-de-obra habilitada (para não danificar a planta) e transmissão de doenças. Acredita-se que cada planta estabelece sua própria dinâmica de crescimento, não havendo necessidade de desbaste de perfilhos. Entretanto, o excesso de perfilhos (mais que 8) pode prejudicar o desenvolvimento da planta-mãe, e caso resolva-se pelo desbaste, recomenda-se que, por ocasião da colheita da 39 planta-mãe, eliminem-se os mais fracos, deformados e mal localizados deixando-se 4 a 6 perfilhos, com mais de 25 a 30 cm de altura e bem distribuídos na touceira. Quando o objetivo é a produção de frutos ou sementes, o manejo de perfilhos não é feito. Deixa-se a planta crescer sem desbaste, cortando-se eventualmente alguns estipes em excesso e utilizando-os para produção de palmito. 6 Colheita O clima, fertilidade do solo, adubação e espaçamento irão determinar o início da colheita do palmito de pupunha. De uma maneira geral, a colheita ocorre entre 18 e 36 meses após o plantio em campo. Por ocasião do primeiro corte, nota-se freqüentemente o formato cônico tanto do estipe quanto do palmito. Essa ocorrência é normal e tende a desaparecer com os cortes subseqüentes, pois os perfilhos apresentam-se com o formato mais cilíndrico. O primeiro corte é o menos produtivo. A produtividade esperada é de 1500 a 1700 kg de palmito inteiro/ha e 2500 kg de picadinho e rodelas/ha. De acordo 40 com o diâmetro desejado para o palmito, efetua-se de 1 a 3 cortes/planta/ano. Estarão prontas para serem colhidas as plantas que possuírem diâmetro entre 7 e 9 cm, medido a 80 cm do solo, o que garante palmitos com o diâmetro ideal (2,5 cm). Estipes mais grossos normalmente possuem palmitos também mais grossos, o que dificulta o envasamento do palmito inteiro em vidros pequenos, mas não causam problema quando utilizam-se embalagens destinadas à comercialização no atacado ou quando o palmito for cortado em rodelas ou picadinho. A colheita deve ser feita por pessoal treinado, visando principalmente a não danificar os perfilhos e a aumentar o rendimento. Primeiramente efetua-se um corte abaixo da terceira folha aberta, contando-se de cima para baixo e retirando-se a copa da pupunheira. Em seguida, mede-se 70 cm abaixo do ponto cortado, secionando-se pela segunda vez, obtendo-se o tolete. Descasca-se então o palmito, deixando-se as duas últimas bainhas. Os toletes devem ser arrumados em feixes e levados à fábrica. O intervalo entre a colheita do palmito e o seu processamento deve ser o mais curto possível, sendo o armazenamento feito em local fresco, seco e arejado. O resíduo do corte deve, de preferência, permanecer no próprio local, cobrindo o solo das entrelinhas. Esse material irá se 41 decompor naturalmente, protegendo o solo do sol e chuva diretos e devolvendo os nutrientes para os perfilhos. A colheita deve ser escalonada com base no diâmetro da planta (entre 10 e 14 cm, a 50 cm de altura). Em condições normais, plantas em primeiro corte alcançam esse diâmetro quando a haste principal está entre 160 a 180 cm. Nos cortes subseqüentes, o diâmetro de corte será alcançado quando a haste do perfilho a ser colhido tiver de 180 a 210 cm de altura. A periodicidade de colheita por planta é variável, e em nossas condições e para o tipo de palmito de maior aceitação (acima de 2,5 cm de diâmetro), corta-se um palmito na mesma touceira a cada 8 meses. 7 Custo de Produção Pela Tabela 3 pode-se verificar o custo de produção para pupunha cultivada em área mecanizável, em vários tipos de solo e com 5 000 plantas por hectare. Considerou-se plantio com mudas compradas. Os componentes de custo são estimativas que devem ser ajustadas às condições específicas de cada região. 42 43 44 45 46 8 Referências Bibliográficas ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA, AGRIANUAL 2001. São Paulo, FNP. Consultoria & Comércio. 2000. 545p. BARBOSA, A.M.M. Pupunha (Bactris gasipaes). In: FURIA, L.R.R. ENCONTRO SOBRE PRODUÇÃO DE PALMITO. Piracicaba: ESALQ, p.8-11. 1993. BOVI, M.L.A. Palmito pupunha: informações básicas para o cultivo. Campinas: IAC, 1998. 50p. (Boletim Técnico, 173). ___________ . Pupunha (Bactris gasipaes). In: FURIA, L.R.R. ENCONTRO SOBRE PRODUÇÃO DE PALMITO. Piracicaba: ESALQ, p. 12-23. 1993. CAMACHO, V.E. El pejibaye [Guilielma gasipaes (BK) LH Bailey]. Turrialba, Costa Rica, IICA, 1972. 17 p. CAVALCANTE, P.B. Frutas comestíveis da Amazônia. II. INPA, CNPq, Belém. 1974. 73 p. (Publicações avulsas n. 27). CLEMENT, C.R. Regeneração natural de pupunha (Bactris gasipaes). 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MORSBACH, N.; RODRIGUES, A. dos S.; CHAIMSOHN, F.P.; TREITNY, M.R. Pupunha para palmito: cultivo no Paraná. Londrina: IAPAR, 1998. 56 p. (IAPAR. Circular, 103). NOGUEIRA, O.L. et al. A cultura da pupunha. Brasília: EMBRAPA/CPAA, 1995. Brasília, EMBRAPA/SPI, 1995. 50p. (Coleção Plantar, 25). SILVA, L.A.M. Diferenciacion de razas de pejibaye (Bactris gasipaes - Arecaceae). I. Caracteristicas de la inflorescencia y de la flor. Agrotrópica, Ilhéus. v.6, n.1, p.1-13, 1994. TONET, R.M; FERREIRA, L.G. de S.; OTOBONI, J.L. de M. A cultura da pupunha. Campinas: CATI, 1999. 44p. (Boletim Técnico, 237). VIANA NETO, R. de F.; COSTAS, R.C. e S.M.; O palmito pupunha, do plantio à colheita. Campinas: CATI, 1998. 25p. (Instrução prética, 261). VILACHICA, H. Pijuayo (Bactris gasipaes HBK). In: Frutales y hortalizas promisorios de la Amazonia. Lima: Tratado de Cooperacion Amazonica, p.216-226. 1996. 48 Conteúdo 49 1 Perfil da Cultura....................................................................... 05 2 Características da Planta......................................................... 10 3 Ecologia................................................................................... 16 4 Propagação ............................................................................. 18 5 Plantio...................................................................................... 29 6 Colheita .................................................................................. 39 7 Custo de Produção.................................................................. 42 8 Referências Bibliográficas ....................................................... 46