Estudo das mudanças anatômicas do coração causado pela insuficiência cardíaca e o envelhecimento. Introdução As doenças cardiovasculares são as campeãs de mortalidade no Brasil e no mundo (09). Em nosso país, a falência cardíaca só perde para o acidente vascular encefálico como maior causa de óbito. (09) A insuficiência cardíaca segundo definição do projeto medcurso do internato á residência (2005 SP) é uma síndrome clínica que resulta de uma desordem estrutural e funcional cardíaca, que é caracterizada pela inabilidade do ventrículo de se encher ou de ejetar sangue. Em sua fisiopatologia por ser o coração um órgão muscular responsável do bombeamento de sangue, a mecânica cardíaca depende do bom funcionamento dos ventrículos e, em menor importância dos átrios (08). Toda bomba hidráulica precisa encher de fluído para ejetá-lo, de forma gerar um fluxo, assim é nosso coração... Denominamos diástole a fase do enchimento ventricular e a sístole, a fase de ejeção ventricular. Separadas em função sistólica capacidade do ventrículo de ejetar sangue nas grandes artérias e a função diastólica capacidade que o ventrículo tem de se encher de sangue provenientes de veias, sem aumentar significativamente a sua pressão intracavitária (08,09). Este estudo trata de identificar as mudanças anatômicas e fisiológicas causadas pela insuficiência cardíaca congestiva (ICC) síndrome relativamente comum. Caracterizada pelas incapacidades de ambos os ventrículos do coração para assegurar o débito sanguíneo necessário às exigências metabólicas e fisiológicas do organismo. Objetivo O presente estudo tem como objetivo descrever as mudanças anatômicas do coração, causadas pela insuficiência cardíaca congestiva e pelo envelhecimento. Método O método utilizado é analise comparativa da literatura médica dos processos morfológicos de mudanças no coração causadas pelo envelhecimento e pela doença chamada insuficiência cardíaca congestiva. Resultados O envelhecimento assim como as patologias do coração é um processo único e inexorável caracterizado pela redução gradativa da capacidade dos vários sistemas orgânicos em realizar eficazmente suas funções, associadas ao estilo de vida do individuo (01). O sistema cardiovascular constitui-se de diversos componentes e tem uma interação dinâmica, o que dificulta delimitar as alterações decorrentes do envelhecimento Formatado: Centralizado daquelas provocadas por patologias, principalmente porque a população em questão (mais de 50% dos idosos com 60 anos ou mais) apresenta cardiopatias (01,02). As alterações morfológicas Ao contrário de que ocorre em outros órgãos, o peso do coração aumenta com a idade. O coração humano aumenta em massa aproximadamente 1g/ano nos homens e 1,5g/ano nas mulheres (02), o que é corroborado por Miguel Jr. quando diz “(...) o coração é o único órgão que com o envelhecimento não só atrofia, mas, pelo contrário, se hipertrofia. Esta hipertrofia decorre do aumento da pós carga associada ao envelhecimento, decorrente primordialmente do enriquecimento arterial”(01). Além do aumento da massa do músculo cardíaco também se verifica aumento maior da espessura do septo interventricular do que da parede ventrículo esquerdo (VE) (01). No miocárdio, observa-se acúmulo de gordura nos átrios e no septo interventricular, além da degeneração muscular com substituição de células do miocárdio por tecido fibroso, aumento do colágeno, hipertrofia do ventrículo esquerdo, depósitos intracelulares de lipofuscina e de substancia amilóide (amilóide senil) (03,05). O aumento da resistência vascular periférica pode ser responsável por moderada hipertrofia do miocárdio concêntrica principalmente em VE (03). No pericárdio as modificações são mais discretas, decorrentes do desgaste progressivo, ocorrendo um espessamento difuso, mais acentuado nas cavidades esquerdas e aumento da taxa de gordura epicárdica (03). No endocárdio ocorre um espessamento e opacidade, mais evidentes em câmaras esquerdas, com proliferação das fibras colágenas elásticas, fragmentação e desorganização destas com perda de disposição uniforme habitual devida o resultado de hiperplasia irritativa resultante da longa turbulência sanguínea. A partir dos 60 anos há infiltração lipídica, particularmente no átrio esquerdo. Aos 80 anos as alterações escleróticas são observadas de modo difuso em todas as câmaras (03 04,05). As mudanças morfológicas acima citadas mostram efeitos somatizados do ao envelhecimento e do paciente portador de insuficiência cardíaca congestiva. Conclusão Através do presente estudo concluímos que a insuficiência cardíaca congestiva pode resultar de distúrbio de contratilidade ventricular, sobrecarga de pressão e volume, além de distúrbios de enrijecimento ventricular sendo resumida da seguinte forma; - cardiopatia isquêmica (causa mais comum) - miocardite - cardiopatia idiopática Estes distúrbios associados ao processo de mudança morfológica causado pelo envelhecimento levam-nos as mudanças anatômicas abaixo citadas; - atrofia e hipertrofia do músculo cardíaco. - maior espessura do septo intraventricular - aumento da parede do ventrículo esquerdo - acúmulo de gordura nos átrios e no septo interventricular. - degeneração muscular com substituição de células mio cárdias por tecidos fibrosos -hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE). Referencias bibliográficas 01 Miguel Jr. A. Medicina geriátrica. Disponível em http// www.medicina geriátrica.com. br 02 Veloso, M; Lorenzo, V.A.P. 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