Renan Leal de Oliveira

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0
FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO – FAESA
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÀO LATU SENSU EM REGULAÇÃO, CONTROLE E
AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO EM AUDITORIA EM SAÚDE
RENAN LEAL DE OLIVEIRA
AÇÕES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS PARA O
MONITORAMENTO E CONTROLE DA ESQUISTOSSOMOSE
EM ALTO RIO NOVO-ES.
VITÓRIA
2012
1
RENAN LEAL DE OLIVEIRA
AÇÕES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS PARA O
MONITORAMENTO E CONTROLE DA ESQUISTOSSOMOSE
EM ALTO RIO NOVO-ES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
Fundação de Assistência e Educação - Faesa,
como requisito para a obtenção do Título de
Especialista em Regulação, Controle e
Avaliação, Monitoramento e Auditoria em Saúde,
sob a orientação da Professora Débora Catarina
Pfeilsticker.
VITÓRIA
2012
2
RENAN LEAL DE OLIVEIRA
AÇÕES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS PARA O
MONITORAMENTO E CONTROLE DA ESQUISTOSSOMOSE
EM ALTO RIO NOVO-ES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Centro de Pós-graduação da FAESA,
como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Regulação, Controle e
Avaliação, Monitoramento e Auditoria em Saúde.
Aprovado em ___ de _________________ de 2012.
COMISSÃO EXAMINADORA
_______________________________________________
Profa. Msc. Débora Catarina Pfeilsticker
Fundação de Assistência e Educação - FAESA
Orientadora
_______________________________________________
Profa. Mestre Josilda Terezinha Bertulozo Ferreira
Fundação de Assistência e Educação – FAESA
3
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a Deus por todas as bênçãos derramadas em minha vida.
A minha Mamãe que a todo momento está presente em minha vida dando força e
sabedoria, e a minha família que torce pelo meu sucesso.
Minha namorada Rubercléia que soube compreender minha ausência nos finais de
semana da especialização, e sempre que eu chegava me recebia com um grande
sorriso e beijos, obrigado.
Não poderia esquecer os mestres que de forma brilhante conduzirão o curso de
Especialização, em especial a minha orientadora a professora Débora Catarina
Pfeilsticker que teve muita paciência e sabedoria para me orientar.
Agradeço também ao Secretário de Saúde e amigo Edson de Oliveira Timóteo pela
confiança e a oportunidade que tem me dado.
E a todos os amigos que contribuíram de forma direta ou indireta, neste curso.
4
“Quem não conhece o passado, não sabe viver o
presente e muito menos planejar o futuro”.
Autor desconhecido
5
RESUMO
Trata-se de um Projeto de Intervenção com objetivo de monitorar e controlar o índice
de infestação por esquistossomose. A intervenção será realizada pelas equipes do
Programa de Saúde da Família e Vigilância Ambiental. Serão sujeitos das
intervenções os alunos da rede publica de ensino. Espera-se como resultados
contribuir com medidas educativas e preventivas para diminuição de novos casos de
esquistossomose, mapear as áreas ou locais de risco para esquistossomose, bem
como aperfeiçoar as ações de vigilância epidemiológica e ambiental para o efetivo
monitoramento e controle da doença.
Palavras-chaves: Monitorar, Controlar, Esquistossomose.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................
8
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ..........................................................................
10
2.1 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EPIDEMIOLÓGICAS..........................
10
2.2 DESCRIÇÃO..............................................................................................
10
2.3 AGENTE ETIOLÓGICO.............................................................................
10
2.4 RESERVATÓRIO....................................................................................... 11
2.5 VETORES..................................................................................................
11
2.5.1 HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS......................................................
11
2.6 MODO DE TRANSMISSÃO E CONTROLE............................................... 11
.2.7 PERÍODO DE INCUBAÇÃO.....................................................................
12
2.8. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE....................................................
12
2.9 SUSCEPTIBILIDADE E IMUNIDADE........................................................
12
2.10 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL............................................................ 13
2.11 TRATAMENTO......................................................................................... 13
2.12 EFEITOS COLATERAIS..........................................................................
14
2.13 CONTRA- INDICAÇÕES.......................................................................... 14
2.14 ASPECTO EPIDEMIOLÓGICO DE ALTO RIO NOVO............................
12
3 DIAGNÓSTICO MUNICIPAL DE SAÚDE DE ALTO RIO NOVO................. 15
4 OBJETIVO ...................................................................................................
25
4.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................
25
7
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................
25
5 METODOLOGIA ..........................................................................................
26
6 RESULTADOS ESPERADOS .....................................................................
28
7 MONITORAMENTO E CONTROLE ............................................................
29
8 PREVISÃO FINANCEIRA ............................................................................ 30
9 CRONOGRAMA ..........................................................................................
31
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 32
11 REFERÊNCIAS........................................................................................... 33
ANEXO............................................................................................................. 35
ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS................................. 36
8
1 INTRODUÇÃO
Conhecida pelos brasileiros como barriga d’água, xistosa, ou doença do
caramujo, a esquistossomose mansoni ou manso, é vulnerável principalmente na
população de baixa renda, as que são submetidas às condições de vida precárias
sem tratamento de água ou saneamento básico, pois é na água que residem o
hospedeiro intermediário do S. mansoni. Atualmente o Brasil é considerado uma das
principais áreas de distribuição da doença no mundo.
A esquistossomose é uma infecção causada por verme parasita da classe
Trematódea, Ocorre em diversas partes do mundo de forma não controlada
(endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém
mais ou menos constante. Os parasitas desta classe são cinco, e variam como
agente causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país a
esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e
reservatório do parasita é o homem sendo a partir de suas excretas (fezes e urina)
que os ovos são disseminados na natureza. Possui ainda um hospedeiro
intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a
forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas,
como lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma. Já no
homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando
obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que
pode ser crônica e levar a morte.
A esquistossomose é uma doença antiga, cujos primeiros registros datam de
3.000 anos, e provém do Egito. Ela também é conhecida como xistose ou barriga
d’água, e, em nosso país, é provocada por um verme chamado Schistosoma
mansoni. Qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo ou cor, pode vir a
contrair a doença, que ataca populações que vivem em locais com deficiência de
saneamento básico — portanto populações de baixa renda. Apesar de, em alguns
casos, levar à morte, a maior parte das causas de óbito está ligada às formas mais
graves da esquistossomose.
Diante desta situação, foi possível observar a necessidade de estar
trabalhando de forma preventiva, conscientizando, controlando e monitorando esta
doença no município de Alto Rio Novo, estabelecendo uma estratégia para combater
9
a doença em cada local, identificando os portadores e as condições ambientais, bem
como incentivando a população a cobrar das autoridades o saneamento básico para
aquela região e a modificar seus hábitos.
Visto que o município de Alto Rio Novo é endêmico para esta doença, e não
existem ações planejadas para a mesma, sentimos a necessidade de estar
mobilizando as pessoas quanto aos riscos e agravos desta doença, uma vez que ela
é assintomática, e se descoberta na fase inicial pode ser tratada com facilidade.
O interesse do projeto de intervenção surgiu após uma notificação de uma
paciente com diagnostico de mielorradiculopatia esquistossomótica, em plena
atividade e vigor físico deixando-a paraplégica. Este caso deixou toda cidade em
estado de choque, devido a esta situação decidir intervir e dar uma resposta a
população.
Têm-se como objetivos, trabalhar de forma educativa e preventiva nas escolas,
com as equipes de Estratégia de Saúde da família e Vigilância Ambiental
apresentando aos alunos conhecimento sobre a doença.
Espera-se com este projeto de intervenção mapear as áreas ou locais de risco,
onde possivelmente ocorreu e ocorre a transmissão, direcionando as ações de
monitoramento e controle.
10
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EPIDEMIOLÓGICAS
2.2 DESCRIÇÃO
O médico alemão Theodor Bilharz (1825-1862), descobriu o verme causador
da doença ao qual, mais tarde, foi atribuído o nome de Schistosoma.
Posteriormente, verificou-se serem cinco as espécies de Schistosoma, que causam
doença no homem: Schistosoma mansoni, Schistosoma haematobium, Schistosoma
japonicum, Schistosoma intercalatum e Schistosoma mekongi, das quais apenas a
primeira, causadora da esquistossomose mansônica, ocorre no Brasil (TORELLY,
2010).
Aqui, a transmissão da doença teve inicio com a chegada dos escravos
africanos, provenientes de regiões endêmicas, porém não há registros dessa época.
Em 1908, o professor Manuel Augusto Pirajá da Silva (1873-1961) publicou os
resultados de observações, realizado na Bahia, relatando a ocorrência de
Schistosoma mansoni em nosso país, só que o mesmo morreu antes da descoberta
do medicamento. Sabe-se também que tais ocorrências coincidiam com áreas onde
existiam caramujos planorbídeos (BARBOSA, 2010).
Conhecida pelos brasileiros como barriga d’água, xistosa ou doença do
caramujo, a esquistossomose mansoni ou mansônica é infecção produzida por
parasita da classe Trematódea, espécie Schistosoma mansoni, cuja transmissão se
dá pelo contato com água infectada pelas cercárias, estágio de vida do parasito
infectante para o homem (BRASIL, 2005).
De acordo com ALVES (2010), Em muitos países endêmicos para
esquistossomose os recursos são limitados para programas de controle. Entretanto,
a tônica atual é no enfoque à prevenção e controle da morbidade e não sobre a
eliminação da transmissão.
2.3 AGENTE ETIOLÓGICO
O agente etiológico é o Schistosoma mansoni, trematódeo digenético, da
família Schistosomatidae,gênero Schistosoma.
11
2.4 RESERVATÓRIO
O homem é o principal reservatório. Os roedores selvagens, primatas,
marsupiais, são experimentalmente infectados pelo S. mansoni, o camundongo e o
hamster são excelentes hospedeiros. No Brasil, foram encontrados naturalmente
infectados alguns roedores, marsupiais, carnívoros silvestres e ruminantes. Ainda
não está bem definida a participação desses animais na transmissão da doença
(COSTA, 2010).
2.5 VETORES
2.5.1 Hospedeiros intermediários
No Brasil, as três espécies, por ordem de importância, envolvidas na
transmissão da doença são: Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e
Biomphalaria tenagophila. A distribuição conhecida do B. glabrata abrange 16
estados e o Distrito Federal. A B. straminea tem distribuição conhecida mais
extensa, estando presente, praticamente, em todas as bacias hidrográficas do
território brasileiro. Ocorre em 23 estados e no Distrito Federal. A B. tenagophila é
amplamente encontrada no sul do país, embora possa ser detectada em menor
extensão em outras regiões. Hoje, sua distribuição alcança 11 estados o Distrito
Federal (BRASIL, 2005).
2.6 MODO DE TRANSMISSÃO E CONTROLE
Os ovos do S. mansoni são eliminados pelas fezes do hospedeiro infectado
(homem). Na água, estes eclodem, liberando larvas ciliadas denominadas
miracídios, que infectam o hospedeiro intermediário (caramujo). Após quatro a seis
semanas, abandonam o caramujo, na forma de cercárias que ficam livres nas águas
naturais. O contato humano com águas que contêm cercárias, devido a atividades
12
domésticas tais como lavagem de roupas e louças, de lazer, banhos em rios e
lagoas; e de atividades profissionais, cultivo de arroz irrigado, alho, juta, etc., é a
maneira pela qual o indivíduo adquire a esquistossomose ( FUCCI, 2010).
O controle da transmissão vai além da capacidade dos profissionais de saúde e
deve ser feito com ações governamentais, como o saneamento básico, instalação de
água e esgoto nas casas, mudanças no meio ambiente, educação sanitária,
combate aos caramujos, além do diagnóstico e tratamento das pessoas infectadas
(GOMES, 2010).
2.7 PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE
De acordo com Prata (1997), o período de incubação é em média de duas a
seis semanas, já o período de transmissibilidade ocorre a partir de cinco semanas
após a infecção o homem pode excretar ovos viáveis de S. mansoni nas fezes,
permanecendo assim durante muitos anos. Os caramujos infectados liberam
cercárias durante toda a sua vida, que varia de semanas até três meses ( PASSOS,
1998).
2.8 SUSCEPTIBILIDADE E IMUNIDADE
A susceptibilidade humana é universal. A imunidade absoluta é desconhecida;
no entanto, a diminuição da intensidade da infecção e da incidência, observada em
idosos residentes em áreas endêmicas, tem sido atribuída ao desenvolvimento de
resistência contra o agente. Apesar disso, o desenvolvimento de imunidade, como
consequência à infecção, ainda não está bem definido (PEIXOTO, 2010).
2.9 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico é feito mediante a realização do exame parasitológico de fezes,
preferencialmente através do método Kato-Katz. Este método permite a visualização
e contagem dos ovos por grama de fezes, fornecendo um indicador seguro para se
13
avaliar a intensidade da infecção e a eficácia do tratamento. O teste da reação em
cadeia da polimerase (PCRPolymerase Chain Reaction) e os testes sorológicos
possuem sensibilidade ou especificidade suficiente e seriam úteis principalmente
em áreas de baixa prevalência da doença, ou em pacientes com baixa parasitemia
e/ou imunodeprimidos, a exemplo da AIDS, mas não estão disponíveis na rotina. A
ultrassonografia hepática é de auxílio no diagnóstico da fibrose de Symmers. A
biópsia retal ou hepática, apesar de não indicada para utilização na rotina, pode ser
útil em casos suspeitos, na presença de exame parasitológico de fezes negativo, de
acordo com (COSTA, 2010).
2.10 TRATAMENTO
Existem duas drogas disponíveis para o tratamento da esquistossomose
mansônica: oxamniquine e praziquantel. Os dois medicamentos se equivalem
quanto à eficácia e segurança. Atualmente, o praziquantel é a droga de escolha, em
função do menor custo/tratamento. A dosagem recomendada para o praziquantel é
de 60mg/kg para crianças até 15 anos e 50mg/kg para adultos, ambos em dose
única. O medicamento é apresentado em comprimidos de 600mg, divisível em duas
partes iguais, de modo a facilitar a adequação da dose. O oxamniquine é
recomendado na dosagem de 15mg/kg para adultos e 20mg/kg para crianças até 15
anos, ambos em dose única (BRASIL, 2002).
Existem duas apresentações: cápsulas de 250mg e suspensão contendo
50mg por cada ml.
2.11 EFEITOS COLATERAIS
De acordo BRASIL (2005), Tonturas, náuseas, vômitos, cefaléia, sonolência.
Esses efeitos são comuns aos dois medicamentos, sendo a tontura mais frequente
com oxamniquine e náuseas e vômitos com praziquantel.
14
2.12 CONTRA-INDICAÇÕES
Nos seguintes casos é contra-indicada a utilização das drogas que compõem o
arsenal terapêutico antiesquistossomótico, (BRASIL, 2008)
• durante a gestação;
• durante a fase de amamentação (se o risco/benefício compensar o tratamento da
mulher nutriz, esta só deve amamentar a criança 24 horas após a administração da
medicação);
• criança menor de 2 anos (não deve ser tratada devido à imaturidade hepática);
• desnutrição ou anemia acentuada;
• infecções agudas ou crônicas intercorrentes;
• insuficiência hepática grave (fase descompensada da forma hepatoesplênica);
• insuficiência renal ou cardíaca descompensada;
• estados de hipersensibilidade e doenças do colágeno;
• história de epilepsia (convulsão) ou de doença mental (com uso de medicamentos
anticonvulsivantes ou neurolépticos);
• qualquer doença associada que seja mais grave ou incapacitante do que a própria
esquistossomose;
• adulto com mais de 70 anos (somente se na avaliação médica o risco/benefício
compensar o tratamento).
2.13 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE ALTO RIO NOVO
Nos últimos quatro anos de acordo com dados da Secretaria Municipal de
Saúde de Alto Rio Novo, no ano de 2007 tiveram 87 casos notificados, no ano de
2008 tiveram 89 casos notificados, no ano de 2009 notificaram 176 casos e no ano
de 2010 foram notificados 268 casos de esquistossomose. E de acordo com
funcionários da Vigilância Ambiental local, esses números dos anos anteriores não
foram maiores devido à falta de materiais, carro exclusivo para o programa e o
pequeno número de funcionário para atender todas as endemias do município.
No
ano
de
2010
foi
notificado
um
caso
de
mielorradiculopatia
esquistossomótica, em um paciente do sexo feminino, 40 anos, saudável, com toda
15
vitalidade e perspectiva de vida, no curso desta doença ela ficou com paralisia nos
membros inferiores, houve lesão na medula, de acordo com os especialistas ela
ficará com esta lesão permanente.
A base da economia do município é a agricultura, na zona rural não existe a
rede de tratamento de esgoto, e algumas casas não possui fossa séptica lançando o
esgoto domestico diretamente nos rios e riachos, e os agricultores utilizam os
mesmos rios e riachos nas plantações de arroz, não utilizam botas nem luvas
nenhum equipamento de proteção individual, devido a esses problemas o município
é endêmico para esta doença, é um ciclo vicioso, que estamos interferir nesta cadeia
de transmissão.
3 DIAGNÓSTICO MUNICIPAL DE SAÚDE ALTO RIO NOVO
O município de Alto Rio Novo fica localizado na região noroeste do estado do
Espirito Santo, pertencente a macro norte, e a microrregião de saúde de Colatina.
Possui uma população de 7.303 habitantes segundo o censo de 2010. O modelo de
gestão é participativo, e existe um conselho municipal de saúde criado no dia 11 de
maio de 1997, com sede própria. Não possuímos hospitais, apenas um Pronto
atendimento que funciona das 07 às 22 horas de segunda a sexta-feira e nos finais
de semana de 08 as 16 horas. Temos como hospital de referência o hospital de
Pancas e hospital Silvio Avidos .
A lei nº 055\91 que criou o fundo municipal de saúde de Alto Rio Novo é de 19
de o setembro de 1991. O gerenciamento do fundo municipal é feito na Prefeitura
Municipal, mas o Secretario de Saúde que administra os recursos e as despesas, de
acordo com a lei 8.080.
A elaboração do Plano Municipal de Saúde de Alto Rio Novo, está baseada na
lei orgânica do Sistema Único de Saúde SUS nº 8.080 de 1 de setembro de 1990
que estabelece a necessidade do planejamento de ações e aprovação do plano
Municipal de Saúde pelo Conselho Municipal. Cabe à Secretaria Municipal de saúde
planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde.
A lei 8.080 estabelece que o planejamento seja ascendente, do nível local até o
federal, servindo como base para a programação das atividades em saúde.
16
Apresenta também, a convergência as ações em direção ao cumprimento dos
princípios e diretrizes das políticas de saúde, com base no planejamento de ações
estabelecendo metas, prioridades e estratégias para o enfrentamento dos problemas
de saúde.
O Plano Municipal de Saúde contempla todas as vigilâncias em saúde
(ambiental, sanitária, epidemiológica), Estratégia de Saúde da Família, saúde bucal,
assistência farmacêutica, Pronto atendimento. O setor de planejamento é
centralizado em um único profissional na secretaria de saúde. E a pratica no
processo de planejamento em saúde se faz através de estudos de analise e
diagnostico de saúde no Município.
O Plano de Saúde contempla ações estratégicas do Pacto pela saúde,
apresentando ações e metas a serem cumpridas em prazos estabelecidos. Possui
também coerência entre o diagnóstico situacional apresentado em relação às
causas de morbidades e mortalidade, e sempre apresentando ações e propostas
para redução das mesmas. Além de ações presentes nos planos, contendo no Plano
Plurianual.
O plano foi apreciado pelo conselho e aprovado, a resolução nº 003/2010, foi
aprovado em plenária no conselho em sua terceira reunião extraordinária realizada
no dia 19/11/2010, às 14 horas e 30 minutos, amparada pela lei nº 056/91. O plano
entra em vigência em 2010 a 2013, cabe à Secretaria Municipal de Saúde, monitorar
e avaliar as ações e serviços de saúde propostos, se necessário modificá-los.
De acordo com o secretário o município tem a prática de elaborar a
Programação anual de saúde, onde as ações são contidas
também no plano
municipal e serve como ferramenta indispensável para a realização dos trabalhos
de forma organizada da secretaria de saúde.
Sobre o relatório de gestão é uma ferramenta indispensável para o gestor, pois
ele pode ver claramente os gastos e o que foi feito no último ano. Serve também
como instrumento de avaliação, pois ele consolida as informações e ações,
identificando os problemas. Também é uma referência que podemos seguir para que
não ocorram os mesmos erros no próximo ano, e sem contar que ele é uma forma
de prestação de contas. E o relatório referente a 2010 não foi apreciado e aprovado
pelo Conselho, pois o mesmo não fora concluído até o presente momento.
17
O Fundo Municipal de Saúde fica subordinado diretamente ao Secretário
Municipal de Saúde. De acordo com a gerente de programas o Siops vem sendo
alimentado regularmente pela secretaria de saúde, e também os relatórios anuais de
gestão e as audiências públicas são feitas trimestralmente, sempre realizadas na
Câmara de Vereadores com a participação da comunidade e as autoridades dos
diversos seguimentos da sociedade. Os gastos públicos com saúde nos anos de
2008 foram de 15,83%, em 2009 19,8% e 2010 18,41%.
O Município está investindo além dos 15% de acordo com a legislação, no ano
de 2009 e 2010 foram investidos quase 20%, percentual no qual mostra a
preocupação da atual administração e também vemos os reflexos dos investimentos
na população.
A Vigilância em saúde na está inserida na secretária de Saúde. Existe uma
integração entre todas as vigilâncias: Ambiental, Epidemiológica, e sanitária. Até
porque, existe apenas um profissional responsável pela gerencia das vigilâncias, por
um lado é excelente, pois você facilita a integração entre elas fazendo sempre que
possível um trabalho em conjunto, onde todos possam falar a mesma língua. A
aproximação também facilita e agiliza as ações programadas, e a desvantagem é
porque existe muito trabalho para uma pessoa só gerenciar.
A vigilância está contemplada legalmente na secretaria de saúde, além de
possuir o código sanitário e o código de saúde, o nosso código está sendo revisado
para podermos atualizar, porque desde 1990, ele não foi atualizado.
Processo de trabalho de cada vigilância é feito através do planejamento anual
de ações, e sempre procuramos integrar também o Programa de saúde da família,
recentemente integramos os agentes de combate a endemias e os agentes
comunitários de saúde, enfermeiros e o coordenador das vigilâncias, para juntos
estarmos levando a todas as escolas da rede municipal palestras, teatros sobre a
dengue e a esquistossomose, dentre outras. Estamos tendo um grande êxito, e
vemos a melhoria e os resultados obtidos depois destas ações em nosso Município.
Talvez um dos grandes problemas que temos é na vigilância sanitária,
encontramos grandes dificuldades em realizar o nosso trabalho, às vezes quando
precisamos de tomar algumas medidas de acordo com a legislação esbarramos na
18
“política”, nosso município é pequeno todos se conhece, nossa população é de sete
mil e duzentos habitantes apenas, e isso dificulta a realização de nossos trabalhos.
O quadro de funcionários da vigilância ambiental e epidemiológica é
satisfatório, porem todos eles são contratados e estão a mais de cinco anos
exercendo a função, e os fiscais sanitários são efetivos.
A Estratégia Saúde da Família é o pilar de sustentação da atenção primária no
município, de Alto Rio Novo, possui três equipes de Saúde da Família que realizam
a cobertura de 100% do território. O Município conta com 20 agentes comunitários
de saúde dividido nas 03 equipes e 03 equipes de Saúde Bucal da modalidade 1.
Contamos
com
assistência
farmacêutica
de
segunda
a
sexta-feira,
dispensamos medicamentos básicos na Unidade de Saúde de referência.
A Agência Municipal de Agendamento-AMA é o ponto de atenção que
liga grande parte da rede assistencial a saúde do Município aos serviços de média e
alta complexidade. Conforme programação pactuada e integrada à maioria das
referências das especialidades é ofertada pela Superintendência Regional de Saúde
de Colatina, uma vez que Alto Rio Novo pertence à microrregião.
A regulação sobre os sistemas compreendem as seguintes ações: elaboração
da regulação geral (leis, decretos, normas e portarias), que dizem a respeito às
funções de gestão, planejamento, financiamento e fiscalização de sistema de saúde,
controle sobre os sistemas, monitoramento e avaliação dos sistemas, macro
diretrizes para a regulação da atenção a saúde; não possuímos uma equipe de
auditoria assistencial, ouvidoria, corregedoria, e os membros que compõem esse
grupo de acompanhamento atuam na própria secretaria de saúde, sendo seis
servidores e apenas um com curso superior, para estar realizando todo o trabalho de
gerência, sabemos que é impossível, mas é o que podemos contar em nosso
Município, que tem sete mil e duzentos habitantes.
A regulação da atenção à saúde tem como objetivo a produção de ações direta
e final da atenção à saúde, estando, portanto, dirigida aos prestadores de serviços
públicos e privadas. As ações da regulação da atenção à saúde ficam centralizadas
na secretaria municipal de saúde e todos esses serviços que a seguir serão listados
são feitos na própria secretaria municipal, tendo como servidores apenas dois no
agendamento, 01 no cadastramento, 01 na alimentação de todos os programas e
19
serviços de saúde, 01 coordenador para todos os programas de saúde, e o gestor
municipal, grupo esse que atua nas ações de regulação e atenção a saúde. As
ações compreendem em: cadastramento de estabelecimentos e profissionais
(CNES) , cadastramento de usuários, centralização de serviços de saúde através de
pactuações na micro e macrorregião, credenciamento e habitação para prestação de
serviços de saúde (realizado principalmente pela Vig. Sanitária), elaboração e
incorporação de protocolos de regulação de ordene os fluxos de assistência
(buscamos estar utilizando a linha guia), processamento e monitoramento de
serviços ambulatoriais, utilizamos o SIAB para o monitoramento, PPI, avaliação das
condições sanitárias dos estabelecimentos de saúde via Vig. Sanitária, e avaliação
dos indicadores epidemiológicos, e não esquecendo de aferir a satisfação dos
usuários com o serviço que lhe são ofertados, através de entrevistas realizadas pelo
Agentes Comunitário de Saúde e caixas de sugestões nos serviços de saúde do
município.
Os elementos que compõem a regulação de acesso no sistema municipal são
as Unidades básicas de saúde, Pronto Atendimento, AMA, sendo que, os membros
que compõem o grupo de regulação trabalham na secretaria municipal de saúde,
nas Estratégias de saúde da família, nas vigilâncias (sanitária, epidemiológica,
ambiental), sabemos que a maioria das necessidades e os problemas devem ser
resolvidos nesse nível de atenção, além de ser um instrumento de gestão do SUS
que visa maior eficiência, com princípio de resolutividade, caso uma determinada
unidade da rede de atenção básica não dispuser de condições de atender as
necessidades de um usuário, devemos saber exatamente para onde encaminhá-lo,
viabilizando o acesso aos serviços, ter resposta satisfatória a demanda e tê-lo de
volta reencaminhado para equipe de atenção básica á qual esta cadastrado. Nunca
deixando o paciente sem direcionamento, porque quanto mais rápido a agilidade no
acesso maior chance de cura e evitar um possível óbito.
Na secretaria de saúde não possui uma “central de regulação” na AMA,
consistem na regulação do acesso assistencial, incluindo marcação de consultas,
exames de média e alta complexidade. Quando não conseguimos ofertar serviços
no próprio município encaminhamos para os municípios de nossa referência, de
acordo com as pactuações. Não possuímos nenhum profissional de nível superior
em nossa secretaria na regulação dos serviços de saúde, nesses casos a decisão
20
sempre é do gestor municipal, sabemos que a oferta de serviços sempre é menor
que a demanda dos usuários e o controle é necessário, a fim de garantir o acesso
de forma racional e quando a oferta é maior que a necessidade existe um controle
para não haver excesso de utilização das ações de saúde. No caso do Pronto
Atendimento o Próprio médico entra em contato com a regulação microrregião para
solicitação de vaga nos hospitais de referência.
De acordo com Plano Diretor de Regionalização, integrando a Macrorregião
Norte, algumas consultas, exames, cirurgias e demais serviços especializados são
marcados no CRE- Centro Regional de Especialidades Metropolitano em Colatina,
bem como em hospitais e clínicas dos municípios de Vitória e Vila Velha
credenciada pelo Sistema Único de Saúde - SUS. O setor conta com um transporte
sanitário municipal para os atendimentos realizados nos municípios da regional
metropolitana, transportando diariamente 30 pacientes. Os pacientes que dependem
do procedimento de hemodiálise são referenciados para a Santa Casa de
Misericórdia de Colatina/ES com garantia de seu transporte de acordo com o perfil
de seu tratamento.
A Secretaria Municipal de Saúde possui 129 funcionários, deste 54 são
servidores efetivos, 67 contratados e 8 comissionados, e não existe nenhum servidor
municipalizado.
Programa Os sistemas de informações em Saúde é compostos por
diferentes sub-sistemas, que produzem uma enorme quantidades de dados
referentes as atividades setoriais em saúde, gerando grandes bancos de dados
nacionais, além de contribuir para universidades, IBGE, e outras instituições.
No município de Alto Rio Novo – ES, no qual trabalho, trabalhamos com
vários sistemas de informações estarei listando a seguir, todos os programas que
utilizamos: SIM, SINASC, SINAN, SAI, SAI/APAC, SIAB, CNES, SI PNI, TABWIN,
SINAVISA, SISVAN, VIGIAGUA, BOLSA FAMILIA NA SAUDE, PCE, SISCOLO,
SISLOC, SIOPS, SISFAD, SIS PPI, CNS, SISPRENATAL, SISMAMA, HIPERDIA,
esses três sistemas citados por ultimo está em fase de implantação. .
Através dos sistemas de informações em saúde, podemos realizar diversos
estudos, como, estudo de mortalidade (SIM), vigilância de óbitos (materno, infantil,
etc.), monitoramento da saúde da criança, acompanhamento dos agravos de
21
notificação, surtos e epidemias (SINAN). Também o acompanhamento de produção
ambulatorial. Acompanhamentos de pré-natal, podemos saber se as gestantes estão
sendo acompanhado adequadamente, o de controle Esquistossomos PCE, e em
todos esses programas citados podemos gerar relatórios para análise sucinta dos
trabalhos desenvolvidos no município.
Todos os dado que serão alimentados no sistema, e gerados em informação
são obtidos, através das Vigilâncias em Saúde ( vigilância Sanitária, Epidemiológica,
e Ambiental) e também através dos relatórios do Programa de Saúde da família,
dentre outros. E os documentos gerados por cada setor são enviados semanalmente
e mensalmente de acordo com a necessidade de informação de cada sistema, em
relações as notificações são enviadas no mesmo dia.
Todos os dados gerados são enviados para secretaria de saúde, onde existe
apenas um profissional para estar alimentando todos os sistemas, nesta sala existe
02 computadores, e durante a entrevista para a coleta de informação para realizar
este trabalho, a digitadora relatou que os computadores são poucos para tantos
programas, e eu como coordenador dos programas em saúde percebo que um
profissional apenas é insuficiente e deveria existir pelo menos uns quatro
profissionais para exercer estas atividade, pois se o profissional sair de férias ou ate
mesmo adoecer que irá substituí-lo, essa é o grande problema do meu município. A
digitadora relata não ter problema na alimentação dos programas por ter experiência
de longa data, na realização deste trabalho.
Todos os dados que são necessários para fazer um levantamento ou
diagnostico, não temos problemas em ter acesso, sempre somos muito bem
atendidos pela digitadora na secretaria de saúde, e ela nos fornece esses dados
gerados pelo sistema sem dificuldades. De acordo com a profissional responsável
pelo sistema de informação os dados são fidedigno.
Na secretaria de saúde não existe um setor especifico para planejamento e
nem profissionais disponíveis para realização do mesmo. Em níveis hierárquicos
existe apenas o secretario de saúde, um coordenador de todas as vigilâncias e
estratégia de saúde da família, e uma técnica que fica na responsabilidade de
alimentar todos os sistemas de informação em saúde. Diante deste quadro ficam
muito centralizados muito serviços para poucas pessoas.
22
O monitoramento se faz através dos relatórios entregues pelas equipes de
saúde, sejam eles mensais semanais ou de acordo com os serviços, e sempre
prestamos muito atenção nos cumprimentos de metas para os indicadores e as
pactuações.
O processo de avaliação é constante sempre é feito após a entrega de
relatórios, observando sempre a produção, e se esta de acordo com planejamento.
A divulgação dos resultados se dá através de reuniões com funcionários de
cada setor, onde discutimos resultados
e ações para estarmos melhorando as
ações.
O planejamento local é feito através de um levantamento no sistema de
informação, realizando também um diagnostico situacional dos problemas de cada
área, e logo após o diagnostico situacional, é feito um plano de ação e o mesmo é
inserido no plano municipal de saúde, servindo de referencia e instrumento para o
monitoramento e avaliação das propostas e ações.
O plano municipal de saúde contempla metas para os indicadores de saúde,
monitoramento, e avaliação do pacto pela saúde, onde os mesmos são abordados
de forma clara as prioridades e os objetivos do plano. Um dos indicadores mais
importante é avaliar as condições de vida de uma população, a mortalidade infantil,
sendo um indicador de grande relevância, torna-se fundamental para formação de
estratégias que permitam seu controle, e este deve ser feito desde uma assistência
adequada a mulher durante a gravidez e o parto e um acompanhamento eficaz das
uma criança de risco. Este é um exemplo dos vários indicadores contidos no plano
municipal de saúde.
Os dados gerados pelos sistemas de informação podem gerar diagnostico
situacional de saúde, além de avaliação, monitoramento e controle dos serviços,
analisar o cumprimento de metas, plano de Ação, dentre outros.
Podem ser gerados vários indicadores tais como: Mortalidade/sobrevivência,
morbidade/gravidade/incapacidade,
nutrição/crescimento
e
desenvolvimento,
Aspecto demográficos, conceitos socioeconômicos, saúde Ambiental, Serviços de
saúde.
23
A secretaria municipal de Alto Rio Novo possui um conselho municipal de
saúde, o qual foi difícil o processo para sua composição. Inicialmente foi feito convite
a todos os seguimentos da sociedade organizada, porém não compareceram seus
respectivos representantes. O conselho não possui comissões, o que significa que
aprovam e reprovam qualquer situação em conjunto. O Presidente do conselho é o
próprio secretario de saúde. As conferências em saúde são sempre realizadas com
municípios vizinhos e a ultima conferência foi realizada em Mantenópolis no dia 14
de julho de 2011. Por ocasião desta, foi discutida um problema dos municípios de
Alto Rio Novo e Mantenópolis, como a não adesão das gestantes ao Programa de
Pré-natal. As propostas para adesão foram implementadas e hoje o município de
Alto Rio Novo possui 100% das gestantes cadastradas e acompanhadas com 6 ou
mais consultas de pré-natal. A secretaria de saúde oferece todas as condições para
o bom funcionamento do conselho de saúde, existe uma sala especifica para
reuniões com computador, internet, impressora, Tv Lcd 32 polegadas, Dvd, materiais
didáticos ( livro, apostilas dvds).
No município não existe um setor especifico para planejamento, normalmente o
plano é feito em cima de um diagnostico situacional de saúde, e a partir das
reuniões do conselho, a sociedade organizada é pouco representativa para nas
tomadas de decisão.
O conselho de saúde não acompanha de forma sistemática, a execução
orçamentaria e financeira dos recursos destinados a saúde, os conselheiros são
pessoas muitos simples, acham que só pelo fato de estar presentes e assinar todo
papel que vier pela frente já estão ajudando, e muito desconhecem as funções
deliberativas e autonomia que o conselho tem.
Os convênios e contratos são apresentados ao conselho de saúde, porem
ninguém acompanha e questiona nada, e no final dos contratos assinam as atas
aprovando os mesmos.
A secretaria municipal de saúde apresenta as prestações de contas ao
conselho municipal de saúde, o conselho aprova e dai são convidados todos
representantes da sociedade constituída (associações, igrejas, ministério publico,
dentre outras), a realização da prestação de contas é realizada na câmara de
vereadores trimestralmente. O relatório de gestão é apresentado ao conselho, mas
24
os representantes não discutem, se essas ações foram
necessárias ou
desnecessárias para aquele investimento. Observa-se e que, logo já perguntam ä
onde eu assino para poder ir embora.
Existe uma grande dificuldade em reunir os membros do conselho para
reuniões, há quatro anos atuando no município foi possível observar que os
representantes do conselho não possuem uma interação com o processo de
trabalho.
O conselho não interage com os outros conselhos, nem mesmo com Ministério
Público, porque ficam com receio de falar “demais”, e muito menos falam com o
colegiado de gestão.
O conselho não busca forças com outras forças sociais e a própria secretaria
de saúde quando vai montar o conselho convidam os representantes de
associações, igrejas, sindicatos, porém os mesmos não têm aparecido.
Os conselheiros tem todo acesso aos dados de informação para o
acompanhamento e monitoramento das ações, desde que solicitem.
As principais atividades da equipe de monitoramento e controle são:
Preparação do Relatório de Gestão, Avaliação do Pacto da Atenção Básica,
Avaliação da Pactuação Integrada, Pactuação da Programação Pactuada Integrada,
Acompanhamento mensal da produção Ambulatorial.
25
4 OBJETIVO
4.1 OBJETIVO GERAL
Monitorar e Controlar as áreas de risco de esquistossomose no município de Alto
Rio Novo –ES.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•
Apresentar informações sobre a esquistossomose, formas de transmissão,
sintomas e tratamento as Equipes de Saúde da Família;
•
Realizar exames parasitológicos de fezes em todos os alunos da rede
municipal e estadual de ensino;
•
Fazer com que os alunos se tornem multiplicadores dos conhecimentos
adquiridos sobre a esquistossomose em sua própria residência, levando
medidas educativas e preventivas.
•
Realizar um monitoramento e controle nas áreas mais infestadas.
26
5 METODOLOGIA
O projeto será realizado com as Secretarias de Saúde e Educação,
contemplará intervenções nas escolas municipais e estadual do município de Alto
Rio Novo e terá quatro etapas. A participação da Educação será com apoio e
abertura das escolas para desenvolver esta intervenção.
1° Etapa: Sensibilizar as equipes de Estratégia de Saúde da família.
Levará informações epidemiológicas e capacitar as ESF através de aulas
expositivas e dialogadas com ilustrações e linguagem apropriada para cada faixa
etária, sobre a esquistossomose, formas de transmissão, sintomas e tratamento.
Sensibilizando e conscientizando os alunos sobre a prevenção desta doença.
2° Etapa: Coleta de materiais para exames parasitológicos.
Nesta etapa será feita a distribuição de coletores de fezes para realizar em
100% dos alunos dos os alunos da rede municipal e estadual de ensino, através do
método Kato-Katz. Estes exames serão feito pelo laboratório municipal da Vigilância
Ambiental, será coletado amostras de turma por turma dos escolares. Aqueles que
apresentarem o resultado positivo, agendaremos atendimento médico para o seu
tratamento.
3° Etapa: Capacitar alunos da rede pública sobre esquistossomose.
O objetivo principal desta capacitação é desenvolver nos alunos da rede
pública competências conceituais e atitudinais necessárias para prevenção e
controle da esquistossomose. A capacitação serão feitas pelas ESF e pretende-se
assim, sensibilizar aos alunos para tornarem-se multiplicadores dos conhecimentos
adquiridos quanto às medidas preventivas e controle da esquistossomose em
diferentes contextos, ou seja, na comunidade, família e comunidade.
4° Etapa Realizar um monitoramento e Controle nas áreas infestadas.
O monitoramento e controle serão feito após o mapeamento das áreas de
riscos. Após seis meses as equipes do programa de saúde da família e vigilância
ambiental, retornará ás escolas para fazer novamente os exames parasitológicos de
fezes e constatar os impactos desta intervenção. Este mapeamento será feito após a
coleta das amostras e realização dos exames. Os casos positivos será feito um
levantamento através da ficha do aluno, onde constam a localidade e o endereço, a
27
partir desta fase da intervenção a equipe de vigilância ambiental, fará um estudo de
monitoramento e controle nas áreas mais afetadas e de risco.
28
6 RESULTADOS ESPERADOS
Após a execução do projeto esperamos que todos os alunos conheçam esta
doença e sejam realizados exames parasitológicos de fezes em todos os alunos, e
os casos positivos sejam tratados, e que formemos alunos multiplicadores das
informações sobre a esquistossomose em especial para suas próprias famílias.
Reduzindo a prevalência da infecção, e impedindo a expansão da endemia, além de
criarmos uma “consciência da doença”.
Por se tratar de uma enfermidade que é na maioria das vezes assintomática é
esperada obtenção detalhada de dados do caso, com objetivo principal de
determinar os locais de risco e onde possivelmente ocorreu a transmissão do caso,
visando o direcionamento das ações de monitoramento e controle.
Com controle da doença será possível evitar casos graves por complicações de
esquistossomose, principalmente por mielorradiculopatia esquistossomótica.
29
7 MONITORAMENTO E CONTROLE
O monitoramento é a parte do processo avaliativo que envolve coleta,
processamento e análise sistemática e periódica de informações e indicadores de
saúde selecionados como objetivo de observar-se as atividades se estão sendo
executadas conforme o planejamento e, estão tendo os resultados alcançados.
Para que seja possível o monitoramento de forma organizada é disponibilizado
pelo Ministério da Saúde o Programa de Controle da Esquistossomose o PCE, que
possibilita o monitoramento e controle da infestação desta moléstia.
O profissional de saúde deverá monitorar mensalmente os novos casos e as
localidades mais infestadas e por meio dos relatórios e do sistema de informação,
realizar um controle de todos os casos positivos se foram tratados, para que não
ocorra um número elevado de novos casos e áreas de infestações.
Observando as condições e os locais que favorecem a instalação de focos da
transmissão da doença. Tomando medidas de saneamento ambiental, para dificultar
a proliferação e o desenvolvimento dos hospedeiros intermediários, bem como
impedir que o homem infectado contaminasse as coleções de água com os ovos de
Shistosoma Mansoni.
As ações de educação em Saúde a Mobilização comunitária são muito
importantes no controle da esquistossomose, basicamente para promover atitudes e
práticas que modifiquem as condições favorecedoras e mantenedoras da
transmissão da transmissão.
30
8 PREVISÃO FINANCEIRA
Item
Quantidade
Helm test
15 caixas
x
x
Microscópio
01
x
x
Coletores fezes
1500 unidades
0,18
270,00
Papel A4
04 pacote
12,00
48,00
Pen-drive
01 unidade
20,00
20,00
Caneta
10 unidades
1,00
10,00
30,00
60,00
Tinta
para 02 cartucho
Valor Unitário
Valor Total
impressora
Data show
Gasolina
01
x
para 100 litros
2,90
x
290,00
transporte
Medicamento
X
X
X
praziquantel
600mg
TOTAL
698,00
Os materiais para palestras, como o Data Show, e os materiais para realização
dos exames e tratamento, são cedidos pela Secretaria Municipal e Estadual de
Saúde.
O valor para implantação do projeto é muito baixo, em relação aos benefícios
que ele trará ao município além de estar monitorando e controlando esta doença,
justificando assim o presente trabalho.
31
9 CRONOGRAMA PARA EXECUÇÃO DA INTERVENÇÃO
Ano: 2012
Fases Ações
Apresentação do
Projeto aos alunos
Coleta de amostras
para exame
parasitológico
Capacitação dos
alunos
Realizar
monitoramento
controle nas
infestadas.
um
e
áreas
Retorno nas escolas,
coleta
de
novas
amostras
para
constatar o impacto da
intervenção.
Mês
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Jun
Jul
X
X
Ago
Set
Out
Nov
Dez
X
X
X
X
X
32
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que através deste Projeto as ações de monitoramento e controle da
esquistossomose em Alto Rio Novo, possam ser realizadas de maneira organizada e
planejada, utilizando de métodos científicos a forma de execução e trabalho.
Os objetivos propostos com as equipes de Saúde da Família, Agentes de
Saúde e Agentes de Combate as Endemias possam estar voltados como prioridade
para este trabalho, visto que este município e considerado hiper-êndemico para esta
doença.
As propostas aqui apresentadas constituem-se de uma tentativa de diminuição
e controle da esquistossomose, e espera-se um comprometimento de todos os
profissionais da Atenção Primária á Saúde em prol deste trabalho apresentado.
33
11 REFERÊNCIAS
ALVES, Paulo Cesar; SOUZA, Iara Maria; CUNHA, Litza. A experiência da
esquistossomose e os desafios da mobilização comunitária. Disponível em:
< http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1998000600007&script>. Acesso
em: 10 Abr. 2010.
BARBOSA, Frederico; HOLANDA, Eliane. Modelo Alternativo para o controle da
Esquistossomose: estado atual do projeto do ES, Brasil. Disponível em:
<http//www.bilioteca.universia.net/. Acesso em: 10 Abr. 2010.
BRASIL. Guia de Vigilância Epidemiológica/ Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde. 6. Ed. Brasília: Ministério da saúde, 2005. (Série A. Normas e
Manuais Técnicos) 816 p.
BRASIL. Caderno de Atenção Básica/ Ministério da saúde, Vigilância em Saúde.
12. Ed. Brasília-DF, 2008. (Serie A. Normas e Manuais técnico ) 22-30p.
BRASIL.Guia de Vigilância Epidemiológica/ Fundação Nacional de Saúde. 5 . Ed.
Brasília-DF: Funasa, 2002. 275-285p.
BRASIL. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/ pdf/Lei%208080.pdf>. Acesso em: 15
Mai. 2010.
COSTA, Afonso Diniz, et al. Controle da esquistossomose: Diretrizes Técnicas. 2.
ED. - Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde. Disponível
em:<http/bvsms.gov.br/.../cd_01controle_esquist_diretrizes_tec_1998 . Acesso em:
10 Abr. 2010.
FUCCI, M.; SANTORO. Helmintoses Intestinais. Conhecimentos, atitudes e
percepção
da
população.
Disponível
em:
<http//www.scielosp.org/scieloorg/php/reflinks.ph. Acesso em: 10 Abr. 2010.
GOMES, Alda Adilce; ARAUJO, Alessandra Lima. Educação em saúde na
prevenção de esquistossomose com escolares de 1° grau em Macaporana-PE.
Disponível em: <http//www.bilioteca.universia.net/. Acesso em: 10 Abr. 2010.
34
PASSOS, D. C. Diretrizes técnicas no controle da esquistossomose. Controle
da esquistossomose. Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Brasília:
Brasil, 1998.
PRATA, A. VERONESI, R; FOCCACIA, R. Esquistossomose Mansoni Tratado de
Infectologia, Ed. Atheneu, Vol. 2, São Paulo, 1997, 1354-1372p.
PEIXOTO, Sergio Viana; KATZ, Naftale. Análise crítica da estimativa do número
de portadores de esquistossomose mansoni no Brasil. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid> Acesso em: 15 Abr. 2010.
TORELLY,
André
Peretti.
Esquistossomose.
Disponível
<http/www.abcdasaude.com.br.artigos.php?. Acesso em: 20 Abr. 2010.
em:
35
ANEXO
36
ANEXO 1 – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTO RIO NOVO
FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE ALTO RIO NOVO
CNPJ.14.396.805.0001/96
AÇÕES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS PARA O MONITORAMENTO E
CONTROLE DA ESQUISTOSSOMOSE EM ALTO RIO NOVO
Ficha do Aluno
Nome completo:______________________________________________________
Escola: _____________________________________________________________
Idade:______________________________________________________________
Série:______________________________________________________________
Endereço:___________________________________________________________
Data: __/__/___
1) Você toma banho de rio ou córrego ?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, onde? _______________________________________________________
2) A água para o consumo humano é captada através de:
( ) poço ( ) nascente ( ) rio ( ) tratada
3) Tem hábito de beber água filtrada? ( ) Sim ( ) não
Após a entrevista, coleta de material e resultados:
Exame parasitológico de fezes: ( ) positivo ( ) negativo
Tratamento:___/___/____
37
Esta ficha servirá para fazer um mapeamento e controle nas áreas de risco, sendo
um dos principais instrumentos de avaliação e monitoramento.
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