Anemias Hemolíticas Induzidas por Medicamentos – AHIM e suas implicações na Hemoterapia Clínica Paulo Marcelo Tenório Cotias Imunolohematologista da Agência Transfusional do IPEC/FIOCRUZ As Anemias Hemolíticas Auto-Imunes (AHAI) correspondem a um grupo de doenças, cujo quadro clínico de anemia resulta no encurtamento da sobrevida das hemácias, causado por auto-anticorpos circulantes dirigidos contra antígenos de glóbulos vermelhos. A anemia desenvolve quando a produção das hemácias pela medula não pode ser compensada pelo aumento de destruição devido à hemólise. As anemias hemolíticas são classificadas em: Anemia Hemolítica Auto-imune por Anticorpos a Quente; Anemia Hemolítica Auto-imune por Anticorpos a Frio; Hemoglobinúria Paroxística a Frio; Anemia Hemolítica Auto-Imune Induzida por Drogas. É bom lembrar que a Anemia Hemolítica Auto-imune Idiopática é responsável por 50% de todas as anemias hemolíticas imunes e que em muitos casos, anteriormente, eram incluídas as Anemias Induzidas por Drogas. Cerca de 80% dos pacientes com AHAI apresentam auto-anticorpos circulantes, reagindo com todas as hemácias de doadores e reagentes de hemácias, assim como 20-38% de aloanticorpos nos pacientes que, também possuem história de transfusão ou gestação anterior. Portanto, todos os esforços devem ser dirigidos na identificação de aloanticorpos, uma vez que a transfusão pode desencadear uma reação transfusional hemolítica tardia. Na experiência com doenças infecciosas, 90% dos pacientes em tratamento, possuem título de auto-anticorpos bem evidentes que desenvolvem ou não para um quadro hemolítico grave, pois já existe uma anemia leve ou média latente. Nas Anemias Hemolíticas Induzidas por Drogas, a sobrevida das hemácias transfundidas geralmente não é normal, principalmente se as drogas ou o complexo imune estão ainda presentes. Diante de uma solicitação de transfusão, certos aspectos devem ser considerados na eminência de estar diante de uma anemia Autoimune por Autoanticorpo, pois as hemácias transfundidas terão uma sobrevida menor, uma vez que a introdução de novos antígenos estimularia a produção de mais auto-anticorpos, retardando o efeito da terapia com corticosteróides. Quando há suspeita de anemia hemolítica, a história clínica detalhada precisa estar disponível para o serviço de hemoterapia. Procedimentos especiais, que muitas vezes demandam tempo, podem ser necessários antes da transfusão. Os glóbulos vermelhos transfundidos podem não ter sobrevida normal nesses pacientes e a decisão de transfusão deverá ser baseada no quadro clínico, no risco de não transfundir, e no beneficio potencial de uma terapia alternativa. Fundamentos Gerais A Anemia Hemolítica Imune Induzida por Drogas decorre da interação de certas drogas com a membrana dos glóbulos vermelhos, fazendo com que esta célula torne-se antigênica (o organismo identifica a célula como não pertencente ao corpo). Formam-se anticorpos contra os glóbulos vermelhos que, ao ligarem-se, causam sua destruição prematura. A incidência é muito baixa em crianças. Chama-se de Fármaco (phármakon) do grego, podendo tanto significar veneno como remédio. Distinção entre fármaco e droga reside em uma diferença sutil, a droga corresponde sempre as substâncias ilícitas, mas faz referência a qualquer produto, cuja origem seja de natureza animal, vegetal, mineral ou sintética e com capacidade ou não terapêutica. De uma forma geral substâncias inativas não são consideradas fármacos. Embora, por outro lado, há inúmeros medicamentos que são administrados em sua forma inativa ou menos ativa. Estes sofrem, no organismo, biotransformação que são reações químicas mediadas principalmente por enzimas que transformam o composto químico administrado em Fevereiro 2010 outro. Isto é o que se espera com os pró-fármacos para promover efeito farmacológico e muitas vezes sua função é de diminuir a toxicidade, prolongando o tempo de ação do fármaco e tornando-o mais seletivo (Bundgaard, 1991). Os mais empregados na atualidade são os quimioterápicos, antibióticos beta-lactâmicos (como o éster probenecida da ampicilina e a sulfamicilina), os anti-inflamatórios (pró-fármacos paracetamol e ácido acetilsalicílico ou paracetamol e tolmetina ou ibuprofeno e guáiaco1, entre outros) e prófármacos das cefalosporinas, denominados DAC (dual action cephalosporins–cefalosporinas de ação dupla) que possuem espectro de ação ampliado. Podemos considerar como sendo os clássicos. Já os bioprecursores não apresentam molécula que participa ou auxilia no transporte. São moléculas modificadas para que no organismo, durante sua metabolização, sofram reações químicas específicas para se transformar em um metabólito ativo ou para liberar a porção ativa. Com isso, a concentração da 1 guáiaco: São drogas extraídas da resina do guaco e do cresoto de faia que é usado no arsenal terapêutico. Esta resina está numa árvore da família Zigofilácea que é o Pau-Santo. Página 1/4 Anemias Hemolíticas Induzidas por Medicamentos – AHIM e suas implicações na Hemoterapia Clínica forma ativa do fármaco é extremamente baixa, o que tende a diminuir sua toxicidade. Os pró-fármacos mistos possuem as características dos clássicos e dos bioprecursores. Nesta classe se encontram os antivirais tais como a zidovudina, utilizada no tratamento da AIDS e a didesoxiadenosina empregada em casos de encefalite, causados por infecções por herpes simples e citomegalovírus. Há ainda os pró-fármacos denominados fármacos dirigidos, que possuem como principal função uma ação altamente específica em seu sítio de ação para minimizar potenciais reações adversas provocadas pela ação inespecífica do fármaco original. Este sistema, além de garantir uma elevada especificidade pode utilizar macromoléculas como anticorpos monoclonais, albumina, hormônios e glicoproteínas; células como eritrócitos e fibroblastos ou elementos sintéticos como polímeros e lipossomos. Reações Adversas Medicamentosas (RAM’s) Podemos categorizá-las em reações Previsíveis e Comuns, do Tipo A, Imprevisíveis e Incomuns do Tipo B, e ainda do Tipo C. A primeira ocorre em cerca de 70 a 80% dos casos, sendo dose-dependente. Já as Imprevisíveis não estão relacionadas ao efeito do fármaco, sendo doseindependente, infrequente, as vezes mortais e com a tendência de afetar indivíduos predispostos, compreendendo em torno de 6 a 10%, e a do tipo C estão relacionadas com uma frequência de ocorrências entre as duas categorias anteriores. (Menéndez, 2008). No ponto de vista fisiopatológico pode-se, também, classificar em Tipo I as reações imediatas, relacionadas aos anticorpos IgE, apresentando reações por anafilaxia, urticárias e angioedemas; Tipo II, citotóxica, por ligação inespecífica do medicamento a membrana do eritrócito, plaqueta e neutrófilo; Tipo III, por fixação de complexos imunes em vasos, membranas, ocorrendo ativação do Sistema Complemento; Tipo IV ou tardia, causada pela interação antígeno + linfócitos T inflamatório ou citotóxico, sem a presença de anticorpos. As RAM's também podem ser classificadas em Imunológicas e Não Imunológicas, sendo cerca de 80% de origem Não Imunológica. As RAM's são as principais causas de morbidade e mortalidade. Estima-se que cerca de 5% dos adultos sejam alérgicos a um ou mais fármacos (Menéndez, 2008). Nos Estados Unidos são atribuídas cerca de mais de 100.000 mortes a reações adversas a drogas Rose & McKay (1998). Fevereiro 2010 É importante ser observado a ação dos medicamentos de uma maneira mais profunda, a destruição imunológica de eritrócitos, está dentre os efeitos colaterais mais raros. Além da linhagem eritrocítica, também podem ser afetadas as linhagens trombocítica e leucocítica (Harmening et al, 2006). Aquelas que estão associadas às AHIM (Anemia Hemolítica Induzida por Medicamento) são caracteristicamente associadas à Hipersensibilidade do Tipo II, do tipo citotóxico, dependente de anticorpo com especificidade contra antígeno de superfície celular e fatores do Sistema Complemento, com o envolvimento adicional de outros tipos celulares, para a ação efetora de lesão eritrocitária (Roit & Delves, 2004). Segundo Riedl & Cassillas (2003) as AHIM's podem ser entendidas como RAM's. De um modo geral, as RAM's são comumente descritas como reações mediadas pela IgE, isto é, estão associadas à Hipersensibilidade Tipo I. Neste tipo de resposta imunológica o quadro clínico apresenta típicos sinais de reação alérgica, frequentemente evidenciados por prurido, eritema ou pápulas. Alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento das RAM's como: propriedade físicoquímica, via de administração, tempo de tratamento, intervalo de administração do fármaco, dose administrada e frequência das exposições ao fármaco. Dentre elas as fisico-químicas, o peso molecular e a estrutura química são as características que determinam o potencial imunogênico de uma molécula. Para uma molécula ser considerada imunogênica deve apresentar peso molecular acima de 1000Da e/ou a estrutura química dos fármacos apresentam alguns efeitos adversos já conhecidos como elevada toxidade ou sítios de ação de baixa especificidade; via de administração, em que reações mais graves ocorrem quando o fármaco é administrado por via enteral, por exemplo; a dose, como nos casos do uso de elevadas doses de penicilinas; a duração do tratamento, em tratamentos prolongados e intervalos maiores entre as administrações e a associação destes fatores ou ainda, no caso de exposições múltiplas e intermitentes, associadas a doses altas e prolongadas (Menéndez, 2008). Em relação ao paciente, estão associados à idade, a fatores genéticos, ao sexo - preferencialmente ao feminino, a existência de doença e tratamento concomitantes e ao relato de hipersensibilidade à droga (Riedl e Casillas, 2003). Página 2/4 Anemias Hemolíticas Induzidas por Medicamentos – AHIM e suas implicações na Hemoterapia Clínica Anemia (AHIM) Hemolítica Induzida por Medicamento Segundo Valente & Lechner (2008), a incidência da AHIM é de cerca de 0,61 ou 1,3:1.000.000/ano no ocidente, sendo ainda mais rara que a trombocitopenia auto-imune. Apesar dos eventos de Anemia Hemolítica Induzida por Medicamento - AHIM serem extremamente raros, quando presentes são de grande gravidade, levando frequentemente o paciente a óbito. Dentre os medicamentos envolvidos, os antimicrobianos, inclusive os de geração avançada, são os de maior frequência na indução de AHIM. As reações a medicamentos que causam anemia hemolítica tendem à ser as reações de hipersensibilidade tipo II. Neste tipo de reação de hipersensibilidade o anticorpo normalmente está associado ao sistema complemento e ambos reagem contra o antígeno localizado na superfície eritrocitária (Roit & Delves, 2004). O Sistema Complemento atua preferencialmente pela via clássica, tendo como principal componente o C3 (Rose & McKay, 1998). A AHIM também pode ser provocada por reação de hipersensibilidade tipo III, com formação de imunocomplexos (Harmening, 2006). Lembrar que o Sistema Complemento (C3) e a IgG são necessários para a remoção de imunocomplexos. Os imunocomplexos podem persistir na circulação durante longos períodos e sua persistência não é perigosa em estado isolado. Alguns autores passam por cima dos imunocomplexo, não dando muito valor aos mesmos. No entanto, devem ser considerados principalmente em infecções virais e co-infecções (Roit & Delves, 2004). O diagnóstico de reações imunes mediadas por drogas pode ser estudado através das Provas de Coombs ou Gel Centrifugação. Mas, nem todos os diagnósticos conseguem ser obtido apenas por estas técnicas (Riedl & Casillas, 2003), uma vez que os mecanismos envolvidos nas AHIM são diversificados. Alguns dos mecanismos propostos ainda não são totalmente explicados, havendo teorias que não se sustentam de fato (Harmening et al, 2006). Em alguns casos, pode-se dizer que o diagnóstico clínico de hipersensibilidade à droga esteja baseado nos dados disponíveis e acessíveis do paciente, isto é, segundo sua história clínica e anamnese (Riedl e Casillas, 2003). A explicação da AHIM é dada por diversificados processos: segundo a droga, a dose ou a interação molecular e celular que ocorre no indivíduo que apresenta anemia hemolítica (Harmening et al, 2006). Fevereiro 2010 Segundo Roit & Delves (2004), as reações induzidas por medicamentos com efeitos sobre as hemácias podem ocorrer por três mecanismos diferentes: 1. Os medicamentos ou seus metabólitos são adsorvidos às membranas celulares, devendo haver produção de anticorpos específicos à droga. Uma vez ligados às células tenderá a ocorrer a lise dos eritrócitos por mediação do Sistema Complemento; 2. Os imunocomplexos formados pela ligação entre medicamentos e anticorpos tornam-se adsorvidos a hemácias. Isso parece ser mediado pelo receptor C3b de imunoaderência e/ou à região Fc da imunoglobulina. Não se sabe se a união dependente de Fc é específica, mas também determina na lise celular mediada pelo Sistema Complemento. 3. Os medicamentos, presumivelmente, adsorvidos nas membranas celulares induzem uma ruptura da autotolerância, possivelmente estimulando as células Th, o que determinaria a formação de anticorpos para outros antígenos do grupo sanguíneo na superfície da célula. Cabe ressaltar que nos mecanismos 1 e 2, acima descritos, o anticorpo é específico ao medicamento enquanto que, no mecanismo 3 ele é específico aos antígenos normalmente encontrados na superfície celular. Neste caso poderá destruir as células, estando ou não o medicamento adsorvido (Roit & Delves, 2004). Já Harmening e colaboradores (2006), admitem que alguns medicamentos exercem ação por mais de um mecanismo, considerando quatro os mecanismos da AHIM. 1 - Mecanismo do Complexo Imune “Testemunha Inocente” Este mecanismo foi descrito em 1960 quando se pensava que a formação de um imunógeno ocorria pela combinação do medicamento com proteínas plasmáticas. Acredita-se que os eritrócitos atuam como “Testemunhas Inocentes” neste processo de formação do complexo medicamento/antimedicamento. Uma vez que, o complexo formado se adsorve de forma frouxa e não específica à superfície eritrocitária. Mas, para ocorrer hemólise é necessária a ativação do Sistema Complemento. Recentemente foi proposto um modelo em que, para o medicamento se ligar ao eritrócito haveria a necessidade de especificidade com um componente da membrana eritrocitária. Esse componente é chamado de “neo-antígeno”. Neste caso a hemólise seria frequentemente intravascular e aguda, em decorrência da ativação do Sistema Complemento, sendo acompanhada de um quadro de insuficiência renal. E, desta forma, a dose do medicamento capaz de gerar o processo de AHIM seria baixa. O tratamento indicado para a interrupção do processo hemolítico, através Página 3/4 Anemias Hemolíticas Induzidas por Medicamentos – AHIM e suas implicações na Hemoterapia Clínica deste mecanismo, seria a suspensão do medicamento, podendo também ser utilizado o uso de esteróides. 2 - Mecanismo de Adsorção de Medicamento (Hapteno) Os medicamentos que determinam AHIM através do mecanismo de adsorção se ligam firmemente às proteínas e, por isso, podem ser considerados melhores imunógenos. Por outro lado, parece ser preciso o emprego de elevadas doses do medicamento para que ocorra o processo hemolítico. Isso pode ser observado no emprego de penicilinas em que doses de 10 milhões de unidades deste medicamento induzem à hemólise. O anticorpo frequentemente associado a este processo é a IgM, sendo que o teste de antiglobulina não é suficiente para a detecção. É necessário que o anticorpo envolvido seja uma IgG para determinar o processo através de um TAD específico (Teste de Antiglobulina Direta). Também não é evidenciada a ativação do Sistema Complemento. Desta forma, a hemólise é predominantemente extravascular e, consequentemente, a anemia tende a ter evolução mais lenta e com baixo risco para o paciente. O tratamento indicado é a suspensão do medicamento. A evolução para a cura é lenta, pois a hemólise continua em velocidade decrescente até que tenham sido removidas as células intensamente revestidas com o medicamento. No diagnóstico laboratorial pode também ocorrer reação cruzada entre medicamentos, como os observados entre penicilina e ampicilina e meticilina. Além da penicilina, a cefalosporina pode promover AHIM pelo mecanismo de adsorção, com isso, a diferenciação entre um agente ou outro é de difícil diagnóstico por possuirem determinantes antigênicos em comum. As cefalosporinas de segunda e terceira geração vem apresentando maior incidência de AHIM e, tem sido cogitado que estas drogas possam atuar tanto pelo mecanismo de adsorção, como de formação de complexos imunes. 4 - Formação de Auto-Anticorpos Este mecanismo é diferente dos demais, pois não gera a formação de um aloanticorpo contra um determinante presente em um medicamento ou a combinação deste com a membrana eritrocitária. O exemplo característico deste mecanismo é visto com o uso da alfa-metildopa (Aldomet) que produz um auto-anticorpo. O quadro laboratorial deste mecanismo se confunde com os da AHAI a quente. E, não há a necessidade de determinação da presença do medicamento para que sejam obtidas reações positivas. Também determinam AHIM por este mecanismo, os medicamentos L-dopa, ácido mefenâmico, procainamida e diclofenaco. Ainda não está elucidado o mecanismo pelos quais há a formação de auto-anticorpo. Sugere-se que há a formação de um “neo-antígeno” ou que a droga altere a função dos linfócitos T supressores e que isto possibilitaria a produção de antígenos “anti-self”. Observa-se que com a interrupção do medicamento há a interrupção de formação do auto-anticorpo e que a reversão do processo hemolítico pode levar vários meses. Bibliografia: 1. Bundgaard, H. Novel Chemical approarches in prodrug desing. Drug Future. v.16. 443-458.1991. 2. Harmening, D.M; Prihoda, L. A. and Green, R. E. B. Técnicas modernas de transfusão em banco de sangue. Revinter. São Paulo. 2006. 3. Menéndez,A.A. Alergia medicamentosa. Disponível em: ttp://www.fisterra.com/guias2/PDF/alergmedic.pdf . Acesso em: 24/10/2008. 4. Rield, A. and Casillas, A. M. Adverse Drug Reactions: Types and Treatment Options. American Family Physician. 68(9): 1781-1790. 2003 3 - Modificação de Membrana (Adsorção de Proteína Não-Imunológica) 5. Roitt, I. & Delves, P.J. Fundamentos de Imunologia. Ed Guanabara Koogan. 10a. ed. 2004 Ainda não existe abordagem terapêutica para este mecanismo. A modificação da membrana celular por ação medicamentosa já foi observada no uso de cefalosporina, principalmente a cefalotina (Keflin). 6. Rose N.R. and MacKay I.R. The Autoimmune Diseases: Academic Press; 1998 Por este mecanismo, os medicamentos se adsorvem a membrana eritrocitária de tal forma que as proteínas plasmáticas, imunoglobulinas e componentes do Sistema Complemento, se ligam à membrana. Em função da adsorção que ocorre neste mecanismo, esta reação não é do tipo antígeno-anticorpo, sendo considerado um mecanismo não-imunológico. Desta forma, os soros ou eluatos do paciente fornecem resultados negativos. Fevereiro 2010 7. Valente, P. and K. Lechner. Diagnosis and treatment of autoimmune haemolytic anaemias in adults: a clinical review. Wien Klin Wochenschr 120/5–6: 136–151.2008. Página 4/4