6 7 Organização e utilização I. Leitura e Escrita CPPF-P5 © Porto Editora 10 I. Leitura e Escrita 1 Leitura e compreensão de texto Texto narrativo 3. Classes de palavras III. Gramática O texto narrativo narra acontecimentos, conta uma história, localizando-a no tempo e no espaço. Nesta unidade, pretende-se munir os alunos de ferramentas que lhes permitam saber ler e interpretar textos diversos e, por outro lado, promover a produção escrita, seguindo modelos específicos. • possui um narrador que apresenta os diversos acontecimentos; • existem personagens que “dão vida” à história narrada; • pode haver diálogo entre as personagens; • os verbos apresentam-se, maioritariamente, no pretérito perfeito do indicativo (ou no presente do indicativo); • são frequentes as expressões com valor locativo (espaço) e temporal (tempo). Nota: do As características texto narrativo serão mais apresentadas com detalhe na página 58. CPPF-P5 © Porto Editora • predominam os verbos de ação (ex.: andar, correr, ir…); Observa, agora, o seguinte exemplo de texto narrativo. II. Educação Literária Localização temporal O nome A classe dos nomes inclui as palavras que designam todos os seres e entidades em geral. Os nomes podem variar em género, número e grau. Subclasses do nome • nome próprio: designa entidades particulares e escreve-se sempre com letra maiúscula inicial. Ex.: Maria, Porto, Portugal, Douro… • nome comum: designa as entidades em geral, sem as particularizar, como animais, plantas, sentimentos ou objetos. Ex.: gato, árvore, amor, caneta, rapaz… • nome comum coletivo: designa conjuntos de seres ou entidades do mesmo tipo, mesmo quando se encontra no singular. Ex.: alcateia (lobos), bairro (casas), multidão (pessoas), turma (alunos), pomar (árvores de fruto), pinhal (pinheiros), ninhada (pintos), cardume (peixes), cáfila (camelos), constelação (estrelas), quadrilha (ladrões), manada (bois, elefantes…), exército (soldados), armada (navios de guerra), cacho (uvas, bananas…), elenco (atores), arquipélago (ilhas), caravana (viajantes, vendedores…), plantel (atletas)… Variação f sm a g Verbos de ação Localização espacial Recorda… Os nomes podem variar em género (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (normal, aumentativo e diminutivo). CPPF-P5 © Porto Editora Vejamos um exemplo: Diálogo Prova-modelo 1 Ilse Losa, in Beatriz e o plátano, ASA, s/d • género: rapaz (masculino) / rapariga (feminino); • número: rapaz (singular) / rapazes (plural); Nota: podem expriOs graus, em geral, diminuição, mir valores diversos: ou elogio. aumento, depreciação • grau: rapaz (normal) / rapagão (aumentativo) / rapazinho (diminutivo). 121 Texto narrativo 1 1.1. Narrador GRUPO I CPPF-P5 © Porto Editora No texto narrativo existe um narrador que narra uma ação, localizada num determinado espaço e tempo, onde intervêm personagens. Lê o texto seguinte. Da aula para o prato: Estudantes já doaram 40 toneladas ao Banco Alimentar O narrador é uma entidade fictícia que narra a ação. Não deves confundir o narrador da ação com o autor da obra. O autor da obra é alguém real que criou toda a ação, as personagens e também o narrador. Tendo em conta a sua participação na ação, o narrador pode ser: Depois de nos ensinarem, como saber se realmente aprendemos? Praticando. Testando os conhecimentos. Pondo as mãos na terra, no caso, literalmente. Foi essa uma das motivações de um grupo de estudantes do Instituto Superior de Agronomia (ISA) para fundar o Solidarisa. A outra, como se percebe pelo nome do projeto, foi a solidariedade. “A ideia passava por usar o terreno e a maquinaria do instituto para colocar em prática a teoria aprendida nas aulas, mas com uma componente social, em que tudo o que fosse produzido seria doado a instituições de solidariedade”, explica Afonso Bulhão, 24 anos, um dos elementos do núcleo fundador do Solidarisa, que, desde 2011, já rendeu mais de 40 toneladas de alimentos ao Banco Alimentar Contra a Fome – num valor superior a 22 mil euros, segundo os preços praticados pelo mercado de distribuição. “Decidimos, avançámos e o resto veio por acréscimo”, conta Afonso, que este ano, quando terminar o mestrado em engenharia agronómica, vai passar o testemunho aos mais novos. “A ideia foi de dois colegas mais velhos, que já terminaram o curso, e eu entrei logo a seguir, mas com o tempo foram muitas mais as pessoas e as empresas que se envolveram”, explica o estudante. Logo nesse primeiro ano, cem voluntários, entre alunos e professores, ajudaram a colher a primeira cultura: quase duas toneladas de grão seco, que renderam cerca de 20 mil porções ao Banco Alimentar. • participante (narra a ação e participa nela como personagem, narrando-a na 1.ª pessoa gramatical); • não participante (não intervém na ação como personagem, narrando-a, por isso, na 3.ª pessoa gramatical). Ação A ação de um texto narrativo é o conjunto dos acontecimentos narrados. A ação de uma narrativa divide-se em três partes: • introdução – momento inicial em que se introduz a narrativa, apresentando-se, em geral, as personagens, o local e o tempo em que a ação decorre; • desenvolvimento – conjunto de peripécias que desenvolvem a ação; • conclusão – resolução da ação. 1.3. Localização da ação A ação de um texto narrativo pode ser situada no espaço (local onde se desenrola a ação) e no tempo (momento em que decorre a ação). 1.4. Personagens As personagens são as entidades intervenientes na ação narrada. Tendo em conta a importância que o seu papel tem na ação, as personagens podem ser classificadas como: • personagens principais (têm um papel fundamental no desenvolvimento da ação); • personagens secundárias (têm um papel menos importante no desenvolvimento da ação). Caracterização das personagens A caracterização das personagens pode ser física (quando se descrevem aspetos relacionados com a aparência física como, por exemplo, a cara, o corpo e o vestuário) ou psicológica (quando se descrevem aspetos relacionados com a personalidade, como o carácter e o temperamento, por exemplo). II. Educação Literária Neste domínio, pretende-se que os alunos tenham contacto com obras significativas, adequadas a esta faixa etária, de modo a construir e consolidar a sua capacidade leitora. A seleção de textos que figura no presente livro tem como referencial, essencialmente, a lista de obras e textos literários prevista nas Metas Curriculares do 5.º ano e, também, as obras que constam no Plano Nacional de Leitura. 10 15 Um caso de estudo que começa a ser replicado 20 25 30 CPPF-P5 © Porto Editora 1.2. 5 CPPF-P5 © Porto Editora 58 Foi num dia de maio, quando o plátano estava mais bonito do que em qualquer outra altura por causa das suas folhas dum verde muito claro, muito fresco, que chegaram dois homens com machados para o cortar. Beatriz, ao vê-los da sua janela, correu para lá e disse numa voz firme: – Ninguém tem o direito de cortar esta árvore! Os homens desataram numa gargalhada e disseram: – Ora, vejam! Então quem manda aqui é a menina? Tenha calma e ponha-se daqui para fora. Ouviu? Mas o que Beatriz precisamente tinha era calma. Por isso perguntou calmamente: – Os senhores não querem ouvir o que lhes digo? – Já ouvimos, menina, ouvimos até muito bem. E agora vamos começar a trabalhar. Beatriz encostou-se ao plátano como quem se encosta a uma pessoa amiga e disse: – Pois bem. Se cortarem o plátano, têm de me cortar também a mim. Classes de palavras 3 3.1. Apresenta-se, neste capítulo, uma sistematização de todos os conteúdos gramaticais, começando pelos processos de formação de palavras e relações semânticas, prosseguindo com as classes de palavras e concluindo com a frase (sintaxe). Características do texto narrativo: 87 À “vertente solidária”, o grupo do ISA acrescenta ainda “o desenvolvimento de competências-chave na área da agronomia” e “a interação com a realidade empresarial”, por via de uma lista de 14 patrocinadores, que inclui, entre outros, o Banco Santander Totta e a Galp, além de diversas empresas do setor agrícola, que apoiam ao nível dos adubos, das sementes ou dos sistemas de rega. […] Ao grão, acrescentaram depois mais culturas, como a couve e o trigo, que, com o apoio da Cerialis, a empresa produtora das massas Nacional, foi transformado em esparguete, para posterior entrega ao Banco Alimentar. […] Certo é que o projeto se tornou num caso de estudo, que está já a ser replicado noutras universidades internacionais, como Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em São Paulo, no Brasil, e a Universidade de Córdoba, em Espanha. Entretanto, a área de cultivo aumentou de um hectare, em 2011, para os atuais 7,5 hectares. “Às vezes, penso que estamos a dar um passo maior que a perna”, confessa Afonso, lembrando que são só “um pequeno grupo de estudantes, a cultivar uma imensa área, em pleno centro de Lisboa”. Mas, para muita gente, estes alunos fazem uma grande diferença. Visão Júnior, 25 de maio de 2015, in http://visao.sapo.pt (texto com supressões, consultado em 16-07-2015) IV. Provas-modelo As provas-modelo têm como finalidade preparar o aluno para as situações de avaliação, contactando com perguntas de tipologia semelhante às das Provas Finais do 2.º Ciclo. Estas provas obedecem à organização prevista das provas oficiais, o que é fundamental para que o aluno se familiarize com a estrutura e com a sua configuração visual.