foco e discurso narrativo

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FOCO E DISCURSO NARRATIVO
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O narrador pode assumir três diferentes pontos de vista na narrativa:
Narrador participante ou personagem: Sendo personagem (principal ou secundário), ele está dentro da história,
narra os fatos de “dentro para fora”. A narrativa é elaborada sempre na 1ª pessoa (eu ou nós). Essa narrativa tem
características autobiográficas, confessionais ou memorialistas. Não se deve esquecer de que autor e narrador
nem sempre são a mesma pessoa. O autor tem existência física e o narrador, é personagem criado pelo autor.
Narrador observador: Não participa da história, simplesmente relata os fatos, registrando as falas dos
personagens. Como a história é vivida por terceiros, a narrativa se desenrola em 3ª pessoa (singular ou plural).
Pela distância a que se encontra dos fatos, sua capacidade de analisar psicologicamente é pequena, pois se
concentra apenas na observação dos fatos.
Narrador onisciente: Além de onisciente, pode ser onipresente, ou seja, é testemunha de tudo que acontece
(onde e quando) e onipotente, isto é, pode conversar com o leitor e falar pelos personagens, transmitindo,
também, suas emoções, sentimentos e pensamentos.
DISCURSO NARRATIVO
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São três as formas de se reproduzir as falas dos personagens: discursos direto, indireto e indireto livre.
Discurso direto: As falas dos personagens ou interlocutores são reproduzidas na íntegra. Normalmente é
introduzida por travessão (alinhado com o parágrafo e colocado acima da linha. Geralmente apresenta verbos de
elocução ou declarativos (acrescentar, afirmar, falar, gritar, berrar, pedir, implorar, perguntar, responder, etc.).
Esses verbos indicam quem está emitindo a mensagem, além de refletir estados emocionais dos personagens.
Podem, também ser seguidos de adjetivos ou advérbios, como, por exemplo: pediu calmamente, gritou
desesperadamente, etc. Finalmente, o discurso direto procura reproduzir fielmente a fala do personagem,
apresentando diferentes níveis de linguagem ou sotaques, revelando seus traços culturais ou sociais.
 estilos: 1- — Aonde você vai? — perguntou José.
— Prá casa. — respondeu Mariazinha.
2- José perguntou: “Aonde você vai?”
Mariazinha respondeu: “Prá casa.”
Discurso indireto: Neste caso, o narrador exprime a fala do personagem de maneira indireta. Passa para o leitor
aquilo que ouviu. O foco é na 3ª pessoa e com presença de verbos dicendi (dizer, responder, declarar, afirmar,
etc.), seguidos de conectivos (que, se, qual, etc.). No discurso indireto as aspas e travessões praticamente não são
usados, a não ser que, em determinados casos, se queira dar mais autenticidade à história.
Discurso indireto livre: É resultante da mistura dos anteriores, traz consigo reflexões e divagações do autor,
como se fosse um monólogo interior dos personagens. É um processo de grande efeito estilístico. Pode ser
chamado de discurso do narrador.
FALA INTERIOR DOS PERSONAGENS
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Monólogo interior: É uma forma dramática ou literária do discurso do personagem consigo mesmo. Registra
suas emoções, conflitos, dúvidas, etc. A linguagem pode se apresentar desconexa. O personagem fala o que vem
na mente, sem ordenação. É o “fluxo da consciência”, representado pelo discurso direto ou indireto livre.
Solilóquio: A diferença está na linguagem e no foco narrativo. A linguagem, aqui, aparece de forma lógica e
concatenada. É o recurso utilizado no teatro ou nos romances: o personagem, em face do leitor ou expectado,
articula seus pensamentos em voz alta. O foco é sempre em primeira pessoa.
NARRAÇÃO ESCOLAR
A narração escolar é, devido às restrições de tempo e espaço, um texto conciso e superficial. Por esse
motivo, os índices espaciais e temporais usados devem ser apenas os estritamente necessários para a compreensão da
história. O espaço é apenas citado e o número de personagens deve ser bastante limitado e o enredo gira em torno de
apenas um fato. A narração é a modalidade que permite maior criatividade por parte do por parte do autor, mas neste
caso, o narrador deve se limitar apenas em estabelecer uma linearidade e simplicidade à trama, chegando-se logo ao
ponto de tensão (clímax) e desfecho, caracterizando-se pela solução do conflito ou esclarecimento da trama. Se
necessário, pode se recorrer a um texto estritamente narrativo (sem descrição de tempo, espaço e personagens),
privilegiando apenas os acontecimentos. Porém, isso exige uma maior atenção por parte do autor, no sentido de
dificultar a compreensão da sua história.
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